aula 3 metodos de analise cq em fitoterapicos2
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UNICEPCentro Universitrio Central Paulista Disciplina de Farmacognosia
AULA 3: Mtodos de anlise em farmacognosia - Produo e controle de qualidade em fitoterpicos
Situao atual:Planta MedicinalREMDIO UBS FITOTERAPIA
FITOTERPICO
Medicamento de origem vegetal
TRADE: - Eficcia - Segurana Testes farmacolgicos, toxicolgicos e clnicos - Qualidade Vigilncia sanitria : Controle de Qualidade
Importncia da Qualidade das drogas vegetais e medicamentos fitoterpicos:
-Avaliar as caractersticas fsicas , qumicas e microbiolgicas das MP, embalagens, produtos em processo e produtos acabados-Conformidade (eficcia e segurana) - qualidade - Padronizao da produo: - Garantir ao desejada metodologias analticas
Critrios de Escolha de Vegetais para serem transformados em fitoterpicos1) Generalizao do emprego 2) Constncia de indicao 3) Disponibilidade do Vegetal 4) Estgio de conhecimento do vegetal - Botnico - Agronmico - Qumico - Farmacolgico
Controle de Qualidade: Padronizao / NormatizaoA - Aes de transformao P Produtos intermedirios MATRIA -PRIMA A1 P1 A1 - Tintura A2 Mistura Lanolina/Vaselina A2 P2 PRODUTO FINAL
CQ Padronizao de todo ciclo produtivoEx.: Pegar amostras dos 4 produtos (MP, P1, P2 e Produto Final) e levar ao laboratrio para anlise.
Controle de Qualidade: Padronizao / Normatizao
Normatizao: Adio de um dos componentes do produto at determinada concentrao. Ex.: Guaran
3,5% de cafena no produto final (dosagem)Se aps a dosagem a concentrao for 1%, adiciona -se mais cafena at a concentrao ficar 3,5%
Problemas relacionados qualidade das matrias-primas vegetais1) A droga utilizada no descrita na literatura, mas uma falsificao, uma substituio ou uma sofisticao
a) Falsificao b) Substituies
c) Sofisticao
a) Falsificao: Adulteraes grosseiras da MP, quando fornecida espcie vegetal morfologicamente semelhante em vez da planta solicitada. Ex.: Ginseng (Panax ginseng) por espcie Pfaffia (ginseng brasileiro). Evitar falsificaoes: Alm do CQ do material botnico, imprescindvel que o mesmo seja solicitado pelo nome cientfico. Ocorre: Alto preo do vegetal original; proteo ambiental; desconhecimento
b) Substituies: Diferentes de plantas diferentes das solicitadas, muitas vezes por espcies do mesmo gnero ou com a mesma atividade farmacolgica.
Ex.: Passifloras (maracuj) Passiflora edulis Passiflora alata
Apesar de vrias espcies apresentarem atividade calmante, no se pode substituir uma espcie prescrita por outra, simplesmente por no se possuir a espcie solicitada.
b) Sofisticaes: Prtica mais difcil de ser detectada. a adio de substncias sintticas ou naturais de estrutura semelhante a plantas medicinais ou fitoterpicos com baixo teor de PA, com o objetivo de enganar o CQ.
Ex.: Adio de rutina a extratos de Ginkgo biloba para acertar o teor de flavonides totais.
Adio de cafena sinttica a extratos de guaran muitas vezes j previamente esgotados
2) Quantidade de substncias estranhas superior permitidaSustncias Estranhas: - Presena de plantas diferentes da solicitada - Partes do mesmo vegetal diferentes da utilizada - Outros materiais estranhos Camomila (Matricaria recutita) Sumidades floridas (leo essencial) Talos: material estranho, pobre em leo essencial Farmacopia at 5% total
Anlise de substncias estranhas em drogas vegetais: - Anlise da amostra a olho nu e/ou lupa manual - Observao em microscpio estereoscpio
3) Teor de cinzas sulfatadas superior ao permitidoCinza: Resultado da incinerao do material vegetal - Fisiolgica (compostos minerais da prpria planta) - No-fisiolgica (material estranho) Presena de altos teores de cinzas sulfatadas
Presena de cinzas no-fisiolgicas
Areia, terra: Tratamento imprprio durante a colheita, secagem e armazenagem
0,1 a 0,2%
4) Contaminao microbiolgica elevada
- Contaminao microbiolgica: - Problemas principalmente quando a planta apresenta em seu estado natural.
- srio risco ao usurio agentes patognicos- Falta de cuidado nas etapas de plantio, colheita e processamento de material e gua (irrigao)
Tabela 1. Avaliao do risco de contaminao microbiana durante as etapas de produo de vegetais
Etapas de Produo Pr-cultivo
Nvel de Risco +
Cultivo no campo SecagemEstocagem Transporte Tratamentos (seleo, pulverizao, tratamento) Produto final (embalado e armazenado)
+++ +++++ + ++ -
Classes microbiolgicas- Ia: Estreis (ausncia de microrganismos no produto). Ex.: Injetveis.
- Ib: Asspticos (zero mc/g ou mL do produto) Ex.: Oftlmicos .- II: Restritos: 102- 103 mc/g ou mL ausncia de E. Coli, enterobactrias, salmonelas. Ex.: Otolgicos (ouvido), nasais, dermatolgicos. - III Controlados: 104- 105 mc/g ou mL ausncia de E. Coli, enterobactrias, salmonelas. Sem contaminao fecal. Ex.: via oral.
Classes microbiolgicasLegislao para drogas vegetaisParmetros Microrganismos aerbios mesfilos totais Enterobacteria Salmonela E. coli Staphylococcus aureus Bolores e leveduras Eur. Ph (2000)1 Eur. Ph (2000)2 UFC/g UFC/g 107 105 WHO3 UFC/g 107
106 0 102Sem especificao
103 0 0 0 104
104 0 102Sem especificao
105
104
1 European Pharmacopea categoria 4A preparaes incluindo tratamento de droga vegetal com gua quente, como infuso, decocto 1996. 2 European Pharmacopea categoria 4B - preparaes que no incluem tratamento de droga vegetal com gua quente, (macerao) 1996. 3 World Health Organization (drogas vegetais que sofrem pr-tratamento com gua quente ou que so usadas em formas tpicas, 1998.
5) Teor de pesticidas residual e/ou metais pesados superior ao permitido Contaminao Qumica- Uso indiscriminado pesticidas: crescimento fitoterpicos - Pesticidas clorados, organofosforados, inseticidas, herbicidas carbamatos, fungicida ditiocarbamatos e herbicidas triaznicos. -Farmacopias no estabelecem limites para pesticidas. Toma-se como referncia aos dados estabelecidos para alimentos. - Metais pesados: poluio -Doena pele, falncia renal e doenas hepticas
6) Teor de componentes ativos inferior ao mnimo permitido- Desenvolvimento de mtodos analticos especficos para quantificar metablitos secundrios, sendo os teores destes utilizados como parmetro para se avaliar a
qualidade e padronizao da droga vegetal.
-Eficcia do medicamento.
- Baixos
teores
de
PA
representam
menor
biodisponibilidade destes componentes.
Teor mnimo baixo- Fatores agronmicos- Condies de armazenamento - Condies de secagem
- Parte do vegetal a ser utilizado (razes; sementes)
7) Infestao por parasitas- caros, baratas, formigas, etc
PARMETROS PARA CQ DE DROGAS VEGETAISa) Nome botnico (autores); b) Dados sobre a coleta (rea de origem, cultivo, poca de colheita, modo de coletar, pesticidas, etc.) c) Especificaes da parte utilizada; d) Caractersticas microscpicas; e) Testes de identificao de drogas f) Dosagem dos constituintes ativos ou marcadores quando for o caso; g) Mtodo para determinao de pesticidas e limites aceitveis; h) Testes limites para metais txicos e limites para substncias e adulterantes; i) Testes para detectar contaminao microbiana
Autenticidade = Controle de Qualidade da MP
Processos diretos:
Mtodos sensoriais Caracteres organolpticos (viso, degustao, tato, olfato). Mtodos morfolgicos anlise sistemtica
Processos indiretos:
Mtodos anatmicos histolgicos).
Microscopia
(cortes
Mtodos fsicos Mtodos cromatogrficos (CCD, CG, CLAE). Mtodos Qumicos testes histoqumicos (corte histolgico) e microqumicos (pouco extrato) Mtodos biolgicos testes com unidades biolgicas ou seres ntegros Mtodos microbiolgicos testes com MO.
MTODOS FSICOS
1) Espectrofotometria UV/visvelAnlise quantitativa de fitoterpicos. Um feixe de luz emitido atravs da amostra, variando continuamente o comprimento de onda. Quando a fonte de luz emite o comprimento de onda que provoca a passagem de eltrons para um orbital de maior energia, essa energia absorvida e registrada pelo aparelho. 200-400nm (ultravioleta) e 400-800 nm visvel (substncias coloridas).
-
1) Espectrofotometria UV/visvel
Um espectro um grfico comprimento de onda x intensidade da absoro.
Luz monocromtica
Grupos cromforos responsveis pela absoro
OH OH O AlCl3 OH O O Al O O
O
Al O
2+
Flavonides, alcalides e antraquinides
MTODOS FSICOS
2) Cromatografia lquida de Alta Eficincia - CLAEColuna com micropartculas: eficincia Coluna compactada: Bomba injetora, injetor amostra, coluna cromatogrfica e sistema de B+A deteco.B A A B
Equipamento bsico de CLAE. a) reservatrio da fase mvel; b) bomba de alta presso; c) vlvula de injeo; d) coluna; e) detector e f) registrador.
MTODOS FSICOS
3) Cromatografia GasosaAvaliao de constituintes volteis Monoterpenos (mentol, cnfora etc) Sesquiterpenos (cariofileno) Derivados fenilpropanodicos (eugenol)
Substncias so volatilizadas e uma corrente contnua de gs carreia as substncias pela coluna cromatogrfica onde ocorre a separao, levando os componentes separadamente ao detector (massa, ionizao).
Esquema bsico de um cromatgrafo a gs. a) cilindro de gs de arraste mantido sob presso; b) injetor; c) coluna; d) detector; e) registrador.
Cromatgrafo gasoso acopla a um espectrmetro de massas (CG-EM).
Modelo de laudo de anlise para droga vegetalNome da empresa Endereo completo Ficha n o
Protocolo de controle de qualidade de matria-prima Material a ser analisado: Esterilizao Identificao da matria-prima: Fornecedor: Nome cientfico: Nome popular Anlise sensorial Odor: Sabor: Cor: Observaes e informaes complementares: no lote no excicata data validade (ms/ano) ESP RESULT
Autenticidade da amostra Caracteres Botnicos macroscpicos Caracteres Botnicos microscpicos Reaes qumicas de caracterizao Cromatograma Ensaios de Pureza Material Estranho: gua: Cinzas Totais: Metais Pesados: Pesquisa de contaminantes microbiolgicos Microrganismos aerbios (totais): Bolores e leveduras: Enterobactrias e outras bactrias: Gram-negativas: Escherichia coli: Salmonella:
ESP RESULT
ESP RESULT
ESP RESULT
Ensaio quantitativo (%) Doseamento
ESP Mtodo
Resultado FinalResponsvel Data
( ) aprovado
( ) reprovado
Ass: --------------------------------------------
Modelo de laudo de anlise para derivados de droga vegetal (tintura, extrato fluidos e secos)Nome da empresa Endereo completo Ficha n o
Protocolo de controle de qualidade de matria-prima Material a ser analisado: Identificao da matria-prima: Fornecedor: Nome cientfico: Nome popular Anlise sensorial Odor: Sabor: Cor: Observaes e informaes complementares: no lote no excicata data validade (ms/ano) ESP RESULT
Autenticidade da amostra Reaes qumicas de caracterizao: Cromatograma Pesquisa de contaminantes microbiolgicos
ESP RESULT
ESP RESULT
Microrganismos aerbios (totais): Bolores e leveduras: Enterobactrias e outras bactrias: Gram-negativas: Escherichia coli: Salmonella:Ensaio quantitativo (%) Doseamento: ESP Mtodo
Resultado FinalResponsvel Data
( ) aprovado
( ) reprovado
Ass: --------------------------------------------
Roteiro para produo de Fitoterpicos:Vegetal in natura -Coleta Autenticidade -Seleo, limpeza -Secagem estabilizao -Armazenamento -Aspecto -Embalagem e rotulagem
Moagem Granulometria
Droga rasurada
-Autenticidade -Pureza -Homogeneidade -Armazenagem -Embalagem e rotulagem
Extrao
Extrao Extrato
-Autenticidade -Concentrao -Embalagem e rotulagem
Formulao
Especialidade Farmacutica
-CQ da forma farmacutica -Dosagem -Embalagem e rotulagem
Segmento de transformao: