metodos rapidos de analise micro biologic a

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  • 8/2/2019 Metodos Rapidos de Analise Micro Biologic A

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

    Departamento de Cincias dos AlimentosBacharelado em Qumica de AlimentosDisciplina de Seminrios

    Mtodos rpidos de anlise microbiolgica

    Jlia Coswig Goldbeck

    Pelotas, 2008.

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    Jlia Coswig Goldbeck

    Mtodos rpidos de anlise microbiolgica

    Trabalho acadmico apresentado aoCurso de Bacharelado em Qumica

    de Alimentos da Universidade

    Federal de Pelotas, como requisito

    parcial da disciplina de seminrios.

    Orientadora: Josiane Chim

    Co-Orientadora: Carla Mendona

    Pelotas, 2008.

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    Agradecimentos

    colaborao de todos integrantes da Microbial, em especial a Msc. Andria

    Saldanha de Lima e ao Prof. Dr. Wladimir Padilha da Silva, pela orientao,

    confiana e oportunidade de crescimento pessoal e profissional.

    Profa. Dra. Miriam Galvo e Dra. Caroline Borges, pela orientao e

    conhecimentos transmitidos.

    s orientadoras da referente disciplina, Profa. Dra. Carla Mendona e Profa.

    Josiane Chim.

    Aos amigos, e ao apoio e compreenso do meu companheiro de todas as

    horas, Wilson Colvara.

    Ao rgo apoiador de minha graduao, CNPQ, pela concesso de bolsa

    Iniciao Cientfica.

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    A descoberta consiste em ver o quetodo mundo viu e pensar no que

    ningum pensou. "( Jonathan Swift )

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    GOLDBECK, Jlia C. Mtodos rpidos de anlise microbiolgica. 2008. 32f.

    Trabalho acadmico. Bacharelado em Qumica de Alimentos. Universidade Federal

    de Pelotas.

    Resumo

    A necessidade de rapidez dos resultados de anlise, fez surgir os mtodos rpidos

    de anlise microbiolgica. Os mtodos rpidos possuem vrias vantagens, como

    diminuio de custos para a empresa, facilidade de leitura e interpretao dosresultados, bem como, simplificao de tarefas. Alguns desses mtodos j so

    aprovados pela AOAC, porm, resultados positivos devem ser apenas presuntivos,

    enquanto que resultados negativos so considerados confirmatrios. Sob viso

    geral, os mtodos so projetados especificamente para identificar um grupo ou

    espcie bacteriana. Quase todos os mtodos rpidos so projetados para identificar

    um nico alvo, o que os torna muito eficientes em programas de qualidade. Os

    testes so similares no formato e desempenho e possuem de 90 99% de exatidoquando comparados a mtodos convencionais, sendo que os resultados so obtidos

    em alguns minutos, segundos ou em algumas horas. Os mtodos rpidos so

    divididos em mtodos para avaliar a qualidade e mtodos para avaliar a inocuidade.

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    Lista de tabelas

    Tabela 1 Alguns sistemas baseados em ensaios imunoenzimticos

    encontrados no mercado.................................................................................. 23

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    Lista de figuras

    Figura 1 Microscpio fluorognico, usado para contagem de microrganismos e

    conseqente formao de colnias........................................................................... 18Figura 2 Placas PetrifilmTM prontas para uso.........................................................

    Figura 3 Reao antgeno anticorpo que ocorre no Kit ELISA.............................

    Figura 4 Eletroforese em gel de agarose................................................................

    18

    26

    28Figura 5 Bax System, sistema automatizado de PCR real

    time...........................

    28

    Figura 6 Riboprinter System da DuPont Qualicon, usado para identificar e

    caracterizar bactrias de forma automatizada........................................................... 29

    http://www.madasa.com.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=49&Itemid=65&lang=pt_brhttp://www2.dupont.com/Qualicon/en_US/products/RiboPrinter_System/index.htmlhttp://www.madasa.com.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=49&Itemid=65&lang=pt_brhttp://www2.dupont.com/Qualicon/en_US/products/RiboPrinter_System/index.html
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    Sumrio

    1 Introduo................................................................................................... 102 Mtodos rpidos........................................................................................ 122.1 Mtodos convencionais x mtodos rpidos........................................ 133 Tcnicas rpidas para a identificao de microrganismos................... 153.1 Mtodos para avaliar a qualidade......................................................... 153.1.1 Mtodos de contagem direta.............................................................. 153.1.1.1 Tcnica de membrana filtrante........................................................ 15

    3.1.1.2 Tcnica de epifluorescncia direta................................................. 163.1.1.3 Tcnica fluorognica........................................................................ 173.1.1.4 Sistemas prontos para uso.............................................................. 183.1.2 Mtodos de contagem indireta........................................................... 193.1.2.1 Bioluminescncia............................................................................. 203.1.2.2 Impedncia/condutncia.................................................................. 213.1.2.3 Placas SIMPLATETM......................................................................... 213.2 Mtodos para avaliar a inocuidade....................................................... 223.2.1 Mtodos bioqumicos.......................................................................... 223.2.2 Mtodos imunolgicos........................................................................ 223.2.2.1 Ensaios imunoenzimticos.............................................................. 22

    3.2.2.2 Imunocaptura.................................................................................... 233.2.2.3 Imunoimobilizao............................................................................ 243.2.2.4 Coaglutinao................................................................................... 243.2.2.5 ELISA................................................................................................ 243.2.3 Mtodos moleculares.......................................................................... 263.2.3.1 Sondas genticas............................................................................ 263.2.3.2 Reao de Polimerase em cadeia (PCR)........................................ 263.2.3.3 Bacterifagos com DNA modificado............................................... 283.2.3.4 Ribotipagem...................................................................................... 28

    4 Concluses ................................................................................................ 30

    Referncias.................................................................................................... 32

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    1. Introduo

    impossvel determinar exatamente quando, na histria da humanidade, o

    homem tomou conhecimento da existncia de microrganismos e da sua importncia

    para os alimentos.

    Aps o perodo no qual o ser humano tinha a sua alimentao baseada

    apenas nos abundantes recursos da natureza, o homem passou a plantar, criar

    animais e produzir o seu prprio alimento. Com o surgimento de alimentos

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    preparados, comearam a ocorrer os problemas relacionados com doenas

    transmitidas pelos alimentos e com a rpida deteriorao dos mesmos,

    principalmente pela conservao inadequada (FRANCO, 1999).

    Entre os vrios parmetros que determinam a qualidade de um produto, os

    mais importantes so, sem dvida, aqueles que diferem as suas caractersticas

    microbiolgicas. A avaliao microbiolgica do alimento fornece informaes que

    permitem avali-lo quanto s condies em relao sade da populao.

    Para que a anlise microbiolgica seja conduzida de forma que os resultados

    obtidos permitam um julgamento correto do produto analisado, necessrio que os

    critrios de avaliao sejam claramente estabelecidos. Esses critrios so definidos

    de modo a permitir uma avaliao segura e vlida.Os critrios de avaliao so estabelecidos pela legislao de cada pas, e

    em nvel internacional, por um programa conjunto FAO/WHO, da Organizao das

    Naes Unidas (Joint FAO/WHO Food Standards Program) e atravs da comisso

    do Codex Alimentarius.

    No Brasil, padres microbiolgicos para alimentos so definidos em nvel

    federal, pelo Ministrio da Sade sob RDC n 12 de 02 de janeiro de 2001, devem

    ser aprovados pela Association of Official Analytical Chemists (AOAC). Em nvelestadual, alguns estados de federao, como So Paulo, tm legislao prpria.

    Logo, a anlise de alimentos para se verificar quais e quantos microrganismos

    esto presentes fundamental, no somente para conhecer as condies de higiene

    de determinado produto, como tambm para observar se os padres e

    especificaes microbiolgicos, nacionais ou internacionais, esto sendo atendidos

    adequadamente (FRANCO & LANDGRAF, 1996).

    Atualmente, a anlise microbiolgica de um alimento pode ser realizadaatravs dos mtodos convencionais, aqueles desenvolvidos h muitos anos e que

    ainda vm sendo empregados como mtodos oficiais, ou mtodos rpidos, ao quais

    vm se desenvolvendo de forma espantosa devido a sua praticidade.

    Portanto, o objetivo do presente trabalho, foi conhecer as caractersticas, bem

    como as vantagens e desvantagens, em relao aos mtodos convencionais, de

    alguns mtodos rpidos empregados na anlise microbiolgica de alimentos.

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    2. Mtodos rpidos

    Os mtodos rpidos surgiram a partir da dcada de 70, como conseqncia da

    necessidade de se abreviar o tempo necessrio para a obteno de resultados

    analticos e de se melhorar a produtividade laboratorial (HAJDENWURCEL, 1998).

    So utilizados, geralmente, como tcnicas de seleo e a fim de garantir a

    segurana dos consumidores. Sob viso geral, a maioria desses mtodos consiste

    em um dispositivo descartvel que contm 15 a 30 meios ou carcaas, projetados

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    especificamente para identificar um grupo ou uma espcie bacteriana. Os testes so

    similares no formato e no desempenho e possuem exatido de 90 99% quando

    comparados a mtodos convencionais (FUNG et al., 2000)

    A maioria dos testes so projetados para identificar/quantificar as bactrias

    entricas, como tambm Campylobacter, Listeria, bactrias anaerbias, gran

    negativas e gran positivas. Os mtodos rpidos mais encontrados no mercado so

    os para contagem de coliformes totais e Escherichia coli, contagem de bolores e

    leveduras, deteco de Salmonella spp. e Listeria, monocytogenes

    (HAJDENWURCEL, 1998).

    Quase todos os mtodos rpidos so projetados para detectar um nico alvo,

    o que os torna eficientes em programas de controle de qualidade por selecionarrapidamente um grande nmero de amostras contaminadas por um determinado

    patgeno (YUSTE, 2007).

    Os resultados com a utilizao dos mtodos rpidos podem se dar em alguns

    minutos, segundos ou algumas horas e, as avaliaes dos mesmos, mostram que o

    bom desempenho desses mtodos est relacionado com o tipo de alimento. Isto

    pode ser atribudo, na maioria das vezes devido composio qumica do alimento,

    por isso, aconselhvel executar estudos comparativos para assegurar a eficinciada anlise (FRAQUEZA, 2002).

    Ainda so poucos os mtodos validados oficialmente para alimentos, porm, vrios

    mtodos alternativos de contagem tm sido proposto nos ltimos anos, tem se

    observado que a rea de mtodos rpidos desenvolve-se de forma espantosa.

    Porm, muitos dos chamados novos mtodos em microbiologia de alimentos nada

    tem de novos, so na verdade resultados da transposio de mtodos h muito

    tempo utilizados em outras reas da microbiologia.

    2.1 Mtodos convencionais X mtodos rpidos

    Os mtodos convencionais recebem essa denominao porque foram

    desenvolvidos h muitos anos e desde ento vem sendo empregados como

    mtodos oficiais na maioria dos laboratrios de microbiologia de alimentos. Esses

    mtodos esto descritos em publicaes consideradas de referncia,

    internacionalmente aceitos e recomendados pela American Public Health

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    Association (APHA), pelo International Commission on Microbiological Specification

    for Foods (ICMSF) e pela Food and Drug Administration (FDA).

    O mtodo convencional de contagem de microrganismos consiste

    basicamente no plaqueamento de alquotas do produto homogeneizado e de suas

    diluies em meios de cultura slidos, adequadamente selecionados em funo do

    microrganismo a ser enumerado. O plaqueamento pode ser feito por semeadura na

    superfcie do meio de cultura previamente distribudo em placas de Petri estreis

    (semeadura em superfcie), ou ento o meio de cultura pode ser adicionado aps a

    transferncia das alquotas para as placas de Petri vazias (semeadura em

    profundidade). As placas so ento incubadas a uma combinao de tempo e

    temperatura adequada para a determinao a ser feita, durante a qual osmicrorganismos se multiplicam formando as colnias visveis, que podem ser

    enumeradas manualmente ou com o auxlio de contadores automticos (FRANCO,

    1999).

    Apesar da aparente simplicidade dessa tcnica, ela bastante trabalhosa e

    sujeita a erros, levando em considerao que: os microrganismos esto arranjados

    em pares, ttrades, cadeias e cachos, conseqentemente, o nmero de colnias que

    aparece na placa no corresponde ao nmero de clulas individuais presentes, almdisso, quando muitas diluies precisam ser plaqueadas tambm pode haver erros,

    bem como algumas partculas de alimentos podem ser confundidas com colnias,

    levando a um falso resultado positivo, sendo a leitura dos resultados bastante difcil,

    pois pode variar de acordo com o analista, alm de ser cansativa e imprecisa,

    mesmo quando contadores automticos so empregados (SILVEIRA et al.,1997).

    Visando minimizar estes problemas, surgiram os mtodos alternativos

    (mtodos rpidos), que apresentam a convenincia de produzirem resultados maisrpidos, sensveis e especficos, se comparados s tcnicas convencionais. Tais

    mtodos tambm podem oferecer economia de espao e materiais, aumentando a

    produtividade laboratorial. Alternando a necessidade de rapidez dos resultados de

    anlises microbiolgicas, em face do alto volume de alimentos disposio do

    consumidor em curto espao de tempo (SILVA, 1996).

    Como vantagens dos mtodos rpidos, pode-se enumerar:

    Reduo do tempo de anlise;

    Menor tempo de reteno do produto na indstria;

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    Diminuio de custos;

    Simplificao das tarefas envolvidos na anlise;

    Facilidade de leitura dos resultados;

    Especificidade;

    Maior sensibilidade de alguns mtodos quando comparados com os

    mtodos convencionais.

    Contudo, ao se escolher e implantar os mtodos rpidos deve se levar em

    conta parmetros como preciso, custo, tempo de anlise, aceitabilidade pelos

    rgos oficiais, simplicidade de operao, assistncia tcnica dos fabricantes e

    disponibilidade de espao no laboratrio. Porm, segundo Feng (1995), os mtodos

    rpidos aprovados pelos rgos oficiais podem ser utilizados somente para controle,

    sendo que os resultados negativos so considerados como definitivos, mas

    resultados positivos so considerados presuntivos e devem ser confirmados por

    mtodos padres.

    3. Tcnicas rpidas para a identificao de microrganismos

    Os mtodos rpidos podem ser divididos em dois grupos: mtodos para

    avaliar a qualidade e mtodos para avaliar a inocuidade (SILVEIRA, 2006). Os

    mtodos que avaliam a qualidade do alimento esto mais relacionados aos

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    microrganismos deteriorantes, aqueles no patognicos, j os mtodos que avaliam

    a inocuidade, quantificam/identificam microrganismos patognicos.

    3.1 Mtodos para avaliar a qualidade

    3.1.1 Mtodos de contagem direta

    3.1.1.1 Tcnica de membrana filtrante

    Utilizada h bastante tempo para enumerao de coliformes totais, fecais e

    Escherichia coliem gua, porm, seu uso em alimentos mais recente. A mistura

    alimento-diluente filtrada atravs de membranas filtrantes de acetato de celulose

    ou de nitrocelulose que tem porosidade suficiente (0,45m) para reteno dos

    microrganismos presentes nessa mistura. Em seguida as membranas so

    transferidas para a superfcie de placas contendo gar ou cartes absorventes

    saturados com meio de cultura. Aps o tempo de incubao adequado para cada

    microrganismo, faz-se a enumerao das colnias que surgiram na superfcie das

    membranas. A contagem pode ser facilitada pelo emprego de membranas

    quadriculadas e pelo uso de contadores automticos.

    A tcnica das membranas filtrantes apresenta as seguintes vantagens:

    Remove os componentes do alimento que podem interferir no

    crescimento microbiano (slidos em suspenso ou agentes

    antimicrobianos);

    Microrganismos presentes em pequeno nmero, por vezes no

    detectveis em outras tcnicas, podem ser concentrados pela filtrao

    de volume maior da amostra;

    Permite a contagem de 1 at 1,6x10-3 UFC por membrana, o que elimina

    a necessidade de diluio;

    As colnias so coradas para facilitar a visualizao.

    O uso de membranas Isogrid aprovado pela AOAC para enumerao de

    bactrias totais, coliformes totais, Escherichi coli e Salmonella, sendo tambm

    aprovados diversos tratamentos enzimticos que podem ser utilizados em funo do

    tipo de alimento, para melhorar a filtrabilidade.

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    Alm da aprovao oficial, as membranas podem ser tambm utilizadas para a

    pesquisa de Staphylococcus aureus, V. parahaemolyticus, Y. enterocoltica, C.

    perfringens, P. aeruginosa, bactrias gran negativas e estreptococus fecais. Sua

    aplicao em alimentos como leite, carne, condimentos, farinhas vegetais, frutos do

    mar e outros tm apresentado timos resultados (MACHADO, 2007).

    3.1.1.2 Tcnica de epifluorescncia direta

    Tcnica rpida de contagem de microrganismos que no depende de seu

    cultivo e conseqente formao de colnias. Os microrganismos viveis e no

    viveis so enumerados por microscopia, sendo uma das tcnicas que ofereceresultados mais rapidamente. A amostra devidamente homogeneizada tratada com

    enzimas e tensoativos, se necessrio, filtrada atravs de uma membrana de

    policarbonato, que retm os microrganismos. Essa membrana ento corada com

    fluorocromo nucleoflico (alaranjado de acridina) e observada em um microscpio de

    fluorescncia. O corante permite a diferenciao das clulas viveis, pois o DNA e

    RNA corados apresentam fluorescncia de colorao diferente, em funo da fase

    de crescimento microbiano. As clulas viveis apresentam fluorescncia laranja-avermelhado, enquanto clulas mortas tm fluorescncia verde. A epifluorescncia

    direta tem boa sensibilidade, resultante da concentrao das clulas na superfcie da

    membrana filtrante. Tem sido bastante usada em leite.

    Essa tcnica, porm,apresenta algumas desvantagens:

    Tcnica muito cansativa;

    Injria de bactrias devido ao calor pode alterar a fluorescncia;

    O custo elevado dos equipamentos torna seu uso limitado a grandeslaboratrios(MACHADO, 2007).

    3.1.1.3 Tcnica fluorognica

    Os testes baseados na adio de MUG (4-metil-umbeliferil--D-glicuronideo) a

    um caldo de cultura para deteco de Escherichia coli., so exemplos desta tcnica.

    A enzima -glicuronidase produzida pela grande maioria das cepas dessemicrorganismo transforma o MUG em umbeliferona, fluorescente quando observado

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    sob luz ultravioleta de onda longa. A observao do nmero de tubos turvos, com

    gs e fluorescentes aps 24 ou 48h, permite o clculo do nmero mais provvel de

    E. colipor grama (ou mL) do produto (MACHADO, 2007).

    Este mtodo oferece como vantagens:

    - Rapidez e facilidade de usar;

    - Identificao direta e enumerao de Escherichia coli ou enterococos em 36

    horas (em comparao com 3 ou 4 dias usando mtodos tradicionais);

    - Dispensa a preparao de meio de cultura;

    - Emprega microplacas estreis e prontas para uso;

    - Padronizao do preparo, incubao e tcnica de leitura para E. coli e

    Enterococcus;- Deteco da atividade de uma enzima especfica de cada bactria por

    microplaca;

    - Resultados confiveis;

    - Economia de tempo e material.

    A Fig. 1 representa ilustrativamente um microscpio fluorognico, usado

    nesta tcnica para enumerar as clulas viveis no viveis.

    Figura 1 Microscpio fluorognico, usado para contagem de microrganismos.Fonte: Google imagens (Epifluorescncia direta), 2008.

    3.1.1.4 Sistemas prontos para uso

    Existem diferentes sistemas disponveis comercialmente, com princpios

    distintos, nos quais os meios de cultura j vm prontos para uso, muitas vezes j na

    prpria placa de petri. Entre esses, destacam-se as Placas de Petrifilm-3M, Placas

    de Simplate e diversos gares adicionados de substratos cromognicos ou

    fluorognicos.

    As placas PetrifilmTM so produzidas e comercializadas pela 3M, so filmes de

    papel quadriculado revestido com polietileno, recobertos de nutrientes desidratadose gis hidrossolveis a frio. Cada placa tem ainda um filme superior de polipropileno,

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    que na face voltada para o filme inferior revestido por gis hidrossolveis a frio e

    um corante indicador (cloreto de trifeniltetrazolio TTC), com exceo daquelas

    usadas para contagem de fungos.

    As placas devem ser armazenadas em temperaturas inferiores a 8C, antes do

    uso necessitam estar em temperaturas ambientes. A exposio das mesmas a

    temperaturas superiores a 25C e/ou umidade superior a 50% podem afetar seu

    desempenho.

    As placas Petrifilm so prontas para uso, isto , basta erguer o filme superior e

    inocular 1mL do produto a ser analisado, voltar o filme para a posio inicial e aplicar

    um difusor plstico a fim de distribuir uniformemente o inoculo pela placa, atravs de

    leve presso manual. Os agentes gelificantes so solveis em gua e a frio. A guade diluio contida na amostra, em contato com os componentes da placa provoca a

    hidratao dos nutrientes e a geleificao da mistura.

    Aps a geleificao (1 min) as placas so incubadas na temperatura e tempo

    adequados, fazendo-se em seguida a enumerao de colnias. As colnias

    apresentam-se vermelhas devido ao indicador que quando reduzido pelo

    microrganismo passa de incolor para vermelho.

    A tecnologia Petrifilm pode ser usada para a enumerao de: bactriasaerbias totais, coliformes totais e fecais, E. coli, enterobactrias, leveduras e

    bolores e ainda bactrias lticas.

    Os resultados podem ser obtidos em 24 horas sendo, em alguns casos,

    necessrio incubar por 48 horas. Leveduras e bolores podem ser enumerados,

    sendo a incubao pelo perodo de 3-5 dias a 25C (SANTANA; CONCEIO;

    AZEREDO, 2002).

    Entre as vantagens desse sistema, tem-se: Ser um sistema pronto para uso;

    Execuo fcil e rpida, que dispensa a necessidade de preparo de meios de

    cultura, do uso de placas de Petri e de equipamentos laboratoriais especiais;

    Custo baixo;

    Obteno rpida dos resultados.

    A Fig. 2 mostra as placas Petrifilm ilustrando que cada placa tem ainda um

    filme superior de polipropileno e, como observado o resultado final,respectivamente,

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    Figura 2. Placas PetrifilmTM prontas para uso.Fonte: Google Imagens (Placas Petrifilm), 2008.

    3.1.2 Mtodos de contagem indireta

    Alm das tcnicas diretas os analistas tm a seu dispor diversas tcnicas

    alternativas indiretas, baseadas na medio da atividade metablica dos

    microrganismos nos alimentos. Nestas tcnicas os microrganismos presentes so

    quantificados atravs da dosagem de determinados produtos metablicos, que

    produzem quando se multiplicam nos alimentos ou, ainda, atravs de medidas de

    alteraes fsicas ocorridas durante este processo. Estas tcnicas exigem a

    construo de curvas-padro, nas quais se faz a correlao entre os parmetros

    medidos e o nmero de clulas viveis presentes. O princpio bsico quanto maior

    o nmero de microrganismos presentes mais intenso o fenmeno medido, desta

    maneira quanto maior for o nvel de contaminao de um produto, menor o tempo

    de reteno.

    Atravs destas tcnicas, teoricamente, possvel detectar a presena de at

    uma clula vivel na amostra em teste (FRANCO et al., 1992).

    3.1.2.1 Bioluminescncia

    Esta tcnica est baseada no princpio de que a quantidade de Adenosina

    Trifosfato (ATP) presente em um sistema est relacionada ao numero de clulas

    metabolicamente ativas, inclusive microrganismos. Uma das formas mais simples de

    se medir a quantidade de ATP atravs do sistema luciferina-luciferase, inicialmenteobtido da cauda de vagalumes ou extrado de peixes e, mais recentemente, obtido

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    por manipulao gentica de microrganismos. ATP reage com a enzima luciferase,

    na presena de luciferina e ons Mg++, formando um complexo que, em contato com

    o oxignio, sofre uma descarboxilao, com emisso simultnea de luz.

    A luz emitida pode ser medida em luminmetro, um fluormetro ou em um

    espectrofotmetro de cintilao lquida, podendo ser expressa atravs da seguinte

    reao:

    Mg+2

    E + LH2 + ATP E - LH2 - AMP + PP

    E - LH2 - AMP + O2 oxiluciferina + CO2 + AMP + luz

    E = enzima luciferase, LH2 = luciferina , E - LH2 - AMP = complexo luciferase-

    luciferina-AMP

    Equao 1. Reaes que ocorrem durante o ensaio de bioluminescncia.

    Uma das grandes aplicaes dessa tcnica o monitoramento da eficincia

    de procedimentos de limpeza e higienizao em plantas processadoras de alimentos

    (FRANCO; LANDGRAF, 1996).Esta tcnica bastante conveniente no monitoramento de programas de

    APPCC (anlise de perigos e pontos crticos de controle).

    Apresenta como vantagens:

    - Fcil leitura, com valores mximos e mnimos;

    - Resultados em minutos;

    - Sistema porttil, fcil transporte;

    -

    Fcil utilizao, qualquer pessoa pode usar;- Capacidade de armazenamento de dados (memria);

    - No necessita adio de solues;

    - Medio exata da quantidade de ATP.

    3.1.2.2 Impedncia/Condutncia

    So baseadas na propriedade que os microrganismos tm de alterar a

    transmisso da corrente eltrica atravs de um meio de cultura. Essas alteraes

    ocorrem como conseqncia da mudana da composio qumica desse meio

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    devido atividade metablica dos microrganismos presentes. Durante a

    multiplicao microbiana, molculas grandes (protenas, lipdeos, carboidratos) so

    transformadas em molculas menores (aminocidos, cidos graxos, cidos

    orgnicos), quimicamente mais ativas; o acmulo desses metablitos finais resulta

    em alteraes mensurveis na condutncia e impedncia eltrica do meio

    (SILVEIRA, 2006).

    So exemplos de equipamentos o Bactometer (bioMurieux), RABIT (Don

    Whitley Scientific) e o Malthus 2000 (Malthus Instrumments).

    3.1.2.3 Placas SIMPLATETM

    Tcnica alternativa para a enumerao de bactrias totais, coliformes,

    Escherichia coli, bolores e leveduras em alimentos. As placas so plsticas e

    apresentam 84 ou 198 cmaras, s quais se adicionam alquotas da amostra em

    anlise e o meio de cultura Simplate. As placas so incubadas a 35C por 24 horas.

    A contagem de bolores e leveduras e bactrias mesfilas so realizadas

    enumerando-se as cmaras que apresentam fluorescncia sob luz UV. Colorao

    prpura indica presena de coliformes totais e fluorescncia sob luz UV presena deEscherichia coli. O nmero de microrganismos determinado atravs de uma

    tabela, expressando-se o NMP.g-1 ou mL-1 de alimento analisado (SILVA; GALLO,

    2003).

    3.2 Mtodos para avaliar a inocuidade

    3.2.1 Mtodos Bioqumicos

    So baseados na avaliao da capacidade dos microrganismos de utilizarem

    determinados substratos ou de produzirem determinados metablitos. Existem no

    mercado diversos kits, na maioria miniaturizados, onde os testes so executados

    com pequenos volumes de meio de cultura, os quais se encontram na forma

    desidratada ou liofilizada, e so reidratados pela adio de pequeno volume da

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    22

    amostra a ser testada. Aps a incubao faz-se a leitura dos resultados,

    normalmente atravs de uma combinao de nmeros obtida de acordo com o

    resultado de cada um dos testes que faz parte do sistema. Cada combinao de

    nmeros corresponde a um microrganismo diferente (MACHADO, 2007).

    3.2.2 Mtodos Imunolgicos

    Esses mtodos apresentam grande sensibilidade e elevada especificidade e,

    em funo disso, vm sendo empregados cada vez mais em microbiologia de

    alimentos. So baseados em reaes especficas entre antgenos e anticorpos, os

    quais podem ser poli ou monoclonais. Os principais mtodos imunolgicos sodescritos abaixo (SILVEIRA, 2006).

    3.2.2.1 Ensaios imunoenzimticos

    Nesses ensaios um dos reagentes, antgeno ou anticorpo, fica adsorvido a

    superfcie de uma matriz slida (esferas de poliestireno, placas de microtitulao,

    partculas metlicas revestidas de policarbonato e outras). A reao baseada naligao no covalente e reversvel do antgeno com o anticorpo especfico, no qual

    um desses reagentes marcado com uma enzima, normalmente cromognica, ou

    seja, que age em reaes que resultam no desenvolvimento de cor. A cor formada

    pode ser observada a olho nu ou em espectrofotmetro. Dois tipos de ensaios

    imunoenzimticos so mais comumente utilizados: competitivo e no competitivo. O

    tipo no competitivo, tambm conhecido como tipo Sanduche, o mais utilizado nos

    sistemas de triagem de microrganismos patognicos em alimentos (SILVEIRA,2006).

    Existe no mercado um grande nmero de sistemas comerciais baseados em

    tcnicas imunoenzimticas, conforme a Tab. 1, a seguir.

    Tabela 1 Alguns sistemas baseados em ensaios imunoenzimticos

    encontrados no mercado

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    Fonte: MACHADO, 2007.

    3.2.2.2 Imunocaptura

    Tambm chamada de imunoseparao magntica, nessa tcnica os

    anticorpos ficam ligados a partculas metlicas recobertas com policarbonato. Aps

    a ligao com o antgeno especfico, as partculas metlicas so atradas por um

    im, permitindo que o restante do material seja removido. Aps a retirada do im,

    obtm-se um produto concentrado que pode, ento, ser submetido aos testes de

    escolha para pesquisa do microrganismo de interesse. Essa tcnica, quando

    aplicada diretamente em alimentos pode reduzir, ou mesmo substituir a etapa de

    pr-enriquecimento, sempre necessria quando se pretende investigar a presena

    de microrganismos patognicos em alimentos por mtodos convencionais (SILVA,

    1996).

    3.2.2.3 Imunoimobilizao

    Nessa tcnica, bactrias mveis cultivadas em meio semi-slido tm sua

    mobilidade bloqueada pela adio de anticorpos flagelares especficos. H formao

    de uma banda de precipitao visvel na interface anticorpo-bactria.

    3.2.2.4 Coaglutinao

    SISTEMA FABRICANTE

    Salmonella-Tek, Listeria-Tek, EHEC-Teck Organon TeknikaListeria-Via, Salmonella-Via, EHEC-Via, S. aureus-

    Via

    Tecra

    Unique Salmonella, Unique Listeria TecraECOLI Difcro

    Listeria Rapid Test OxoidREVEAL Listeria, Salmonella e E. coli Neogen

    Vip E. coli BiocontrolVIDAS Siatema Salmonella, Listeria, E. coli e E.

    aureus

    bioMuriex

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    Essa tcnica baseada na aglutinao de partculas de ltex sensibilizadas

    com anticorpos antitoxinas. Tambm so conhecidas como reaes de aglutinao

    de ltex ou aglutinao passiva reversa.

    3.2.2.5 ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay)

    um teste imunoenzimtico que permite a deteco de anticorpos

    especficos no soro. Este teste usado no diagnstico de vrias doenas

    infecciosas uma vez que vrios agentes patolgicos induzem a produo de

    anticorpos (imunoglobulinas) por parte dos linfcitos B do sistema imunolgico

    humoral humano.Este o teste de primeira linha no diagnstico da infeco pelo HIVvrus da

    SIDA/AIDS, estes testes at a sua terceira gerao s detectavam a presena de

    anticorpos (IgG e IgM) trs ou quatro semanas aps o contato, no entanto, os testes

    de quarta gerao j detectam tanto anticorpos como um dos antgenos do HIV - a

    protena p24 - fato esse que diminuiu sensivelmente o perodo de janela

    imunolgica, podendo chegar a apenas duas semanas.

    Um resultado positivo num teste de ELISA sempre confirmado por outrostestes especficos como o caso do Western blot, que detecta protenas do vrus, e

    do PCR, que detecta os cidos nucleicos virais.

    O teste ELISA tambm pode ser utilizado de diversas outras formas.

    Utilizando-se de um mtodo semelhante ao mtodo de Imunoradioensaio, pode-se

    transformar muitas outras substncias em antgeno e obter um anticorpo do mesmo.

    Assim, possvel utilizar o teste para se detectar outras substncias de interesse

    como, por exemplo, hormnios. Pelo fato do radioimunoensaio ser muito caro, oteste ELISA pode ser uma alternativa muito mais simples e barata.

    O mtodo utilizado para realizar o teste se baseia na interao anticorpo-

    antgeno. Normalmente usada uma placa de superfcie inerte com poos onde

    sero adsorvidas as protenas de interesse. Depois realizada uma lavagem com

    uma protena inespecfica para que esta ocupe os poos livres. A superfcie ento

    tratada com soluo de anticorpo primrio, sabendo-se que exista uma quantidade

    maior de anticorpo do que a protena, especfico para a protena de interesse e este

    vai se ligar a ela. A superfcie lavada novamente para retirar os anticorpos

    primrios que no foram incorporados em nenhuma protena. Em seguida o produto

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Anticorpohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Imunoglobulinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Linf%C3%B3citohttp://pt.wikipedia.org/wiki/HIVhttp://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrushttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_da_imuno-defici%C3%AAncia_adquiridahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADnahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Western_blothttp://pt.wikipedia.org/wiki/PCRhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Anticorpohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Imunoglobulinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Linf%C3%B3citohttp://pt.wikipedia.org/wiki/HIVhttp://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrushttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_da_imuno-defici%C3%AAncia_adquiridahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADnahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Western_blothttp://pt.wikipedia.org/wiki/PCR
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    tratado com anticorpos secundrios que possuem uma enzima acoplada que ir

    produzir uma substncia corada e que se constitui de um anticorpo para o anticorpo

    primrio. A superfcie lavada novamente para a retirada do anticorpo secundrio

    que no se ligou ao anticorpo primrio. Adiciona-se o substrato de ligao para a

    enzima produzir a substncia corada e, assim, medindo-se a intensidade da cor da

    superfcie, pode-se quantificar e verificar a presena de alguma substncia de

    interesse (SIMERSKY,2000).

    A Fig. 3 mostra ilustrativamente como ocorre a reao especfica entre o

    antgeno e o anticorpo.

    Figura 3. Reao antgeno e anticorpo que ocorre no Kit ELISA.

    Fonte: Google Imagens (ELISA), 2008.A figura acima, mostra como possvel estabelecer a concentrao do analito

    em questo, ou seja quanto maior a intensidade da cor emitida pela enzima

    cromognica, menor a concentrao do analito, uma vez que, a enzima

    cromognica liga-se enzima conjugada. A concentrao obtida atravs de uma

    curva de calibrao (Absorbancia x concentrao), sendo porm inversamente

    proporcional a quantidade do analito.

    3.2.3 Mtodos Moleculares

    3.2.3.1 Sondas genticas

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    Nessa tcnica necessrio submeter os microrganismos a um tratamento em

    que seu material gentico liberado e separado em duas fitas simples. Em seguida,

    adicionam-se sondas, que so fragmentos de DNA ou RNA especficos para o

    patgeno alvo, marcadas com enzimas, normalmente cromognicas e, quando h

    hibridizao com a sonda, h desenvolvimento de cor e, portanto, a presena do

    microrganismo investigado detectada (MACHADO, 2007).

    3.2.3.2 Reao de Polimerase em Cadeia (PCR)

    uma tcnica muito utilizada em microbiologia para amplificao do materialgentico de microrganismos.

    A Reao em Cadeia da Polimerase (PCR) um mtodo muito sensvel de

    anlise e por isso realizada com muito cuidado para evitar contaminaes que

    possam inviabilizar ou tornar errneo o resultado. Em primeiro lugar, deve-se extrair

    o material gentico da clula ou outro material a ser estudado sem danific-lo.

    Normalmente o material extrado o DNA (ADN), mas pode-se trabalhar com o RNA

    (ARN) em uma RT-PCR que um desdobramento da PCR e possui outrasaplicaes (FUNG, 2002).

    Depois de extrado o DNA, a este adicionada uma mistura (tambm

    conhecida como pr-mix) que contm os dNTPs (desoxirribonucleotdeos

    trifosfatos), que so as bases nitrogenadas ligadas com trs fosfato, os primers

    tambm chamados de oligonucleotdeos (ou iniciadores) e a enzima DNA

    polimerase em uma soluo tampo. Toda esta mistura colocada no termociclador,

    o qual faz ciclos de temperatura pr-estabelecidos com tempos exatos especficospara cada reao (fragmento a ser amplificado).

    Na primeira etapa do ciclo a temperatura elevada de 94 a 96C, por pouco

    tempo, para que haja a separao da dupla cadeia de DNA (Desnaturao). Na

    segunda etapa, a temperatura reduzida entre 50 a 60C, dependendo da

    quantidade de C e G encontrada no primer, para que os primers se anelem

    (pareiem) com a fita molde de DNA (anelamento). Na ltima etapa do ciclo a

    temperatura elevada a 72C para que a enzima possa funcionar sintetizando a

    nova molcula (extenso), em seguida um novo ciclo iniciado. Normalmente so

    realizados de 25 a 40 ciclos para cada reao na qual a taxa de replicao

    http://pt.wikipedia.org/wiki/DNAhttp://pt.wikipedia.org/wiki/DNTPhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Primerhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Iniciador&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Enzimahttp://pt.wikipedia.org/wiki/DNA_polimerasehttp://pt.wikipedia.org/wiki/DNA_polimerasehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Solu%C3%A7%C3%A3o_tamp%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/DNAhttp://pt.wikipedia.org/wiki/DNTPhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Primerhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Iniciador&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Enzimahttp://pt.wikipedia.org/wiki/DNA_polimerasehttp://pt.wikipedia.org/wiki/DNA_polimerasehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Solu%C3%A7%C3%A3o_tamp%C3%A3o
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    exponencial 2ciclo. O resultado analisado atravs de uma eletroforese em gel de

    agarose ou de poliacrilamida (figura 4).

    Figura 4. Eletroforese em gel de agarose.Fonte: Google Imagens (PCR), 2008.

    Atualmente existem outras tcnicas mais rpidas que a PCR, como por

    exemplo o Bax Sisten o qual um sistema automatizado de PCR real-time,

    baseado em DNA para anlises microbiolgicas de Salmonella, E.Coli 0157:H7,

    Listeria Monocytogenes, Listeria.sp, Enterobacter.sakazakii, Campylobacter

    jejuni/coli, Bolores e Leveduras. Roda de uma a noventa e seis anlises por vez,

    com resultados disponveis em cerca de 3 horas e meia. Essa tcnica avalia a

    caracterstica gentica da bactria, o que aumenta a capacidade e a estabilidade do

    mtodo de uma forma nica, pois as variaes do meio, flora acompanhante e

    outras variveis tm as suas influncias reduzidas a praticamente zero (YUSTE;

    FUNG, 2007).

    A Fig. 5 mostra, ilustrativamente, a tcnica acima citada, onde a leitura feita

    diretamente na tela do aparelho, ou seja no h a necessidade de realizar uma

    eletroforese, como na tcnica de Reao de Polimerase em Cadeia (PCR).

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Eletroforesehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Agarosehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Poliacrilamidahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Eletroforesehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Agarosehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Poliacrilamida
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    Figura 5. Bax System, sistema automatizado de PCR real timeFonte: Google Imagens (Sistema Bax Sistem), 2008.

    3.2.3.3 Bacterifagos com DNA modificado

    Esses bacterifagos carregam informao gentica para a sntese de

    protenas especiais, responsveis pela formao de cristais de gelo, quando a

    amostra resfriada adequadamente. Esse princpio utilizado em um teste para

    Salmonella e, quando esse microrganismo est presente na amostra, os

    bacterifagos se ligam a Salmonella e o material gentico introduzido na bactria,

    que passa a sintetizar protenas especiais. A formao dos cristais de gelo provoca

    alterao na colorao do meio, facilmente observada a olho nu (MACHADO, 2007).

    3.2.3.4 Ribotipagem

    feita em um equipamento sofisticado, totalmente automatizado, no qual

    bactrias podem ser identificadas rapidamente (menos de 8 horas) em nvel de

    espcie. Virtualmente qualquer bactria pode ser identificada por esse mtodo.

    Como exemplo pode-se citar o Riboprinter System da DuPont Qualicon a

    nica tecnologia no mercado capaz de identificar e caracterizar bactrias de forma

    automatizada, alm de criar um banco de dados digital. O processo se baseia na

    ribotipagem, ou seja, na anlise e comparao de DNA-RNA oferecendo assim, um

    alto poder discriminatrio pela diferenciao em nvel gentico.

    A Fig. 6 ilustra o equipamento da Riboprinter System da DuPont Qualicon.

    Figura 6. Riboprinter System da DuPont Qualicon, usado para identificar ecaracterizar bactrias de forma automatizada.Fonte: Google imagens (Ribotipagem), 2008.

    http://www.madasa.com.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=49&Itemid=65&lang=pt_brhttp://www2.dupont.com/Qualicon/en_US/products/RiboPrinter_System/index.htmlhttp://www.madasa.com.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=49&Itemid=65&lang=pt_brhttp://www2.dupont.com/Qualicon/en_US/products/RiboPrinter_System/index.html
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    Com este equipamento possvel realizar a rastreabilidade completa do

    microrganismo em questo, identificando a fonte e causa da contaminao de uma

    maneira direta e indubitvel, pois fornece um perfil gentico de cada uma das

    bactrias implicadas, permitindo que as bactrias com o ribogrupo coincidente sejam

    identificadas e a causa do problema prevenida e/ou eliminada (FRANCO et al,

    1996).

    4. Concluses

    A partir do estudo realizado, observou-se que o controle e segurana da

    qualidade dos alimentos tem sido um dos grandes desafios colocados indstria

    alimentar. Logo, devido necessidade de rapidez de resultados, hoje, j so

    encontrados no mercado varias tcnicas que possibilitam resultados muito rpidos,essas tcnicas so conhecidas por mtodos rpidos de anlise microbiolgica, os

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    mais usados na rea da pesquisa so PCR, o ELISA, placas petrifilm e placas

    simplate.

    Os mtodos rpidos possuem muitas vantagens, como boa exatido, alm de

    minimizar os custos de uma empresa, sendo de rpida e fcil leitura, porm,

    possuem algumas desvantagens, como o elevados custo de algumas tcnicas e

    mesmo aqueles j aprovados pela AOAC, os resultados positivos ainda no so

    considerados confirmatrios.

    No entanto, torna-se imprescindvel, no s aos microbiologistas, mas a todos

    da rea de alimentos, estarem interados com essas novas tcnicas, pois estas vm

    crescendo, substituindo, em parte, os mtodos convencionais aplicados na maioria

    dos laboratrios de microbiologia de alimentos.

    Referncias

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    sobre pades microbiolgicos para alimentos. Dirio oficial da Repblica do

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