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    CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENALTEORIA E EXERCCIOS

    PROFESSOR PEDRO IVO

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    AULA 06 PROVA BUSCA E APREENSO

    Caros alunos,

    Hoje continuaremos com o tema testemunha, tratando de importantes pontos queconstantemente so exigidos em prova.Falaremos tambm do reconhecimento de pessoas e coisas, acareaes, provadocumental, indcios e, para fechar com chave de ouro, trataremos do tpico Busca eApreenso.Antes de comearmos, tenha certeza de que os conceitos transmitidos na aula passadaesto bem consolidados, pois isso que garantir um entendimento correto etranquilo do que est por vir.Percebam que os assuntos acabam se relacionando e, devido similaridade de algunsitens, importante assimilar bem para no fazer confuso na hora da prova.Iniciaremos seguindo a numerao da ltima aula a fim de facilitar a organizao.Dito isto, vamos subir mais um importante degrau rumo to esperada aprovao!Bons estudos!******************************************************************************

    6.1 PROVA TESTEMUNH AL

    6.1.1 A CONTRADITA E A ARGUIO DE DEFEITO

    Imaginemos que Tcio ru em um processo penal. Em determinado momento,quando do depoimento de uma testemunha considerada chave pela acusao,percebe que o depoente o padre da igreja que freqenta, o qual recentementeouvira sua confisso. Neste caso, como Tcio poder impedir que aquelatestemunha se pronuncie sobre o ocorrido? Ser que depois de arroladas no hmeio cabvel para tal situao?Existem no ordenamento jurdico institutos capazes de impedir o depoimento deuma testemunha. Tais instrumentos recebem o nome de contradita e argio dedefeito e nada mais so que formas processuais adequadas para argir a suspeioou a inidoneidade da testemunha.Mas e se Tcio tivesse arrolado a testemunha (o citado padre), pode ele impedir suaparticipao no processo?A resposta positiva, pois a testemunha poder ser contraditada ou argida porqualquer das partes, inclusive pela parte que a arrolou.

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    Veja-se a respeito o art. 214:

    Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes podero contraditar a testemunha ou argir circunstncias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de f. O juiz far consignar a contradita ou argio e a resposta da testemunha, mas s excluir a

    testemunha ou no Ihe deferir compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208. .

    Art. 207. So proibidas de depor as pessoas que, em razo de funo,ministrio, ofcio ou profisso, devam guardar segredo, salvo se,desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.Art. 208. No se deferir o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos,nem s pessoas a que se refere o art. 206.

    Vamos agora tratar destes dois institutos:

    6.1.1.1 CONTRADITA

    A contradita encontra relao direta com a testemunha, mas nos aspectosrelacionados com situaes legais. Aqui no se contesta o que foi dito e simquem vai dizer, com base nos preceitos da lei. Assim, podemos resumir que acontradita deve ser utilizada:

    1. Em relao testemunha que no deva prestar compromisso(art. 208 do CPP): So os doentes mentais, os menores de

    quatorze anos e as pessoas enumeradas no art. 206 do CPP(cnjuge, ascendentes, descendentes, irmos e afins em linha reta

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    do ru). Acolhida, em relao a eles, a contradita, o efeito seremdispensados do compromisso.

    2. Em relao pessoa que seja proibida de depor (art. 207 do

    CPP): So aquelas que tm cincia do fato em razo da funo,profisso, ofcio ou ministrio como o advogado, o padre, opsiclogo, etc. Acolhida, neste caso, a impugnao, o efeito serexcluda a testemunha, vale dizer, no deve ser tomado o seudepoimento pelo juiz.

    Mas em que momento do processo ser possvel a contradita?A contradita deve ser levantada logo aps a qualificao da testemunha,podendo ser argida at o momento imediatamente anterior ao incio dodepoimento. Iniciado este, estar preclusa a faculdade de contraditar atestemunha.Perceba, caro aluno, que feita a contradita, surgir para o Magistrado asseguintes opes:

    1. No caso do artigo 206 Consultar com a prpria testemunhase ela deseja ser ouvida.

    Art. 206. A testemunha no poder eximir-se da obrigao de

    depor. Podero, entretanto, recusar-se a faz-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cnjuge, ainda que desquitado, o irmo e o pai, a me, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando no for possvel, por outro modo, obter- se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstncias.

    2. No caso do artigo 207 Excluir a testemunha.Art. 207. So proibidas de depor as pessoas que, em razo de funo, ministrio, ofcio ou profisso, devam guardar segredo,salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.

    3. No caso do artigo 208 Ouvir a testemunha semcompromisso.

    Art. 208. No se deferir o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem s pessoas a que se refere o art. 206.

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    4. Demais hipteses Prossegue normalmente o depoimento,valorando o mesmo (valor da prova) de acordo com ascircunstncias da situao.

    6.1.1.2 ARGUIO DE DEFEITO

    Existem determinadas situaes que no esto claramente presentes nossupracitados artigos do CPP, mas que podem tornar a testemunha indigna de fou suspeita de parcialidade.Exemplos de casos que justificariam essa forma de impugnao consistiriam naamizade ntima ou na inimizade capital com qualquer dos envolvidos no fatodelituoso, o parentesco com a vtima, a circunstncia de responder a processo

    criminal por fato anlogo etc.Temos aqui, diferenciando da contradita, casos que no impedemnecessariamente o depoimento das testemunhas (pois no abrangidas pelo art.207 do CPP) e tampouco a prestao de compromisso (pois no referidas no art.208 do CPP), mas que devem ser consignados no termo de audincia para quepossam ser considerados pelo juiz ao proferir a sentena.

    Do exposto, podemos esquematizar:

    No quero at e s t emunha .

    Tem so luo?

    CONTRADITA

    ARGUIODE DEFEITO

    Pessoas proibidasde depor.

    (ART. 207)

    Pessoas quedevero depor,

    mas semcompromisso .

    (ART. 208)

    Pessoas cominteresse ou

    l igao d i re ta

    com o p rocessoou com uma daspar tes . Ind c iosde parc ia l idade .

    Exemplo :Padre / Past or

    Advogado

    Exemplo :Menores de 14anos / Doent esMenta is / Art .

    206

    Exemplo :Parentes da

    v t im a /

    In imigo n t imo

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    6.1.2 NMERO MXIMO DE TESTEMUNHAS

    O nmero de testemunhas varia com o tipo de procedimento.Vamos compreender:Como regra geral:Para a Acusao O nmero definido segundo a quantidade de fatos imputados,independentemente de quantos sejam os acusados.Para exemplificar, no procedimento comum ordinrio, o Ministrio Pblico pode arrolarat oito testemunhas para apurao de um crime de roubo, no tendo relevncia aquise a denncia atribui o delito a um ou vrios agentes. Diferentemente, se a dennciaestiver imputando dois crimes de roubo ao mesmo ou vrios agentes, o nmero detestemunhas ser de, no mximo, dezesseis.Para a Defesa Leva-se em considerao no apenas o nmero de fatos, comotambm o nmero de rus.Exemplo: Dois rus acusados da prtica de um roubo tero o direito de arrolar, cadaum, oito testemunhas, totalizando dezesseis, ainda que possuam o mesmo defensor. Omesmo nmero ser facultado para o caso de um s ru responder por dois crimes deroubo. No entanto, se dois rus respondem a dois crimes de roubo, o nmero mximopermitido ser de trinta e duas testemunhas, isto , oito para cada fato atribudo a cadaru.Agora, o mais IMPORTANTE PARA SUA PROVA:

    NOO SE COOMMPPUUTTAARR O NNO NNMMERO MMXXIMMO PPEERRMMIITIDDOO AASS TTEESS TTEEMMUUNNHHAASS RREEFFEERRIIDDAASS,, AASS NNOO CCOOMMPPRROOMMIISS SSAADDAASS,, AASS

    JJ UUDDIICCIIAAIISS EE AASS QQUUEE NNAADDAA SSOOUUBBEERREEMM QQUUEE IIMMPPOORRTTEE DEECCIISO DDAA CAAUUSSAA..

    Observao:

    a) Oito testemunhas:I) Procedimento comum ordinrio (art. 401, 1o).II) Procedimento do jri (art. 406, 2o e 3o).III) Procedimento dos crimes de responsabilidade de funcionrio pblico (art.518).IV) Procedimento dos crimes contra a honra (art. 519).V) Procedimento dos crimes contra a propriedade imaterial (art. 524).VI) Procedimento dos crimes de competncia dos tribunais regionaisfederais e tribunais superiores (Lei n. 8.038/90, art. 9).

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    VII) Procedimento dos crimes eleitorais, quando punidos com pena mximaigual ou superior a 4 anos.

    b) Cinco testemunhas:I) Procedimento comum sumrio (art. 532).II) Procedimento dos crimes falimentares (Lei n. 11.101/05, art. 185 c/c art.532 do CPP).III) Procedimento dos juizados especiais criminais (analogia com o art. 532).IV) Procedimento previsto na lei de drogas (Lei n. 11.343/06, arts. 54 e 55 1o).V) Procedimento dos crimes eleitorais, quando punidos com pena mxima

    inferior a 4 anos.

    c) Trs testemunhas:I) Procedimento do crime de abuso de autoridade (Lei n. 4.898/65, art. 2,pargrafo nico).

    6.1.3 FALSO TESTEMUNHO

    J tratamos de forma geral deste tema na aula anterior. Agora vamos relembraralguns pontos e, posteriormente, esmiuar a matria.O Cdigo de Processo Penal, no Captulo "Das Testemunhas", exige "a promessade dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado", ou seja, a testemunhaprestar o compromisso de dizer somente o que verdico (CPP. Art. 203).Mas como no direito no pode haver determinao sem a correspondente punio, oCdigo Penal, em seu artigo 342, define o delito de falso testemunho:

    Art. 342. Fazer afirmao falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, contador, tradutor ou intrprete em processo judicial,ou administrativo, inqurito policial, ou em juzo arbitral:

    Pena - recluso, de 1(um) a 3(trs) anos, e multa.

    Agora, caro Concurseiro, eu pergunto: So todas as testemunhas que ao mentiremincidiro no tipo penal acima apresentado?Para responder a este questionamento, temos que relembrar que existem trs tiposprincipais de pessoas relativas testemunha. A primeira a pessoa que tem

    obrigao de depor (CPP. Art. 206), a segunda a pessoa proibida de depor (CPP.

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    art. 207) e a terceira so as pessoas que podem recusar prestar depoimento, masse prestarem no estaro sujeitas ao compromisso (CPP. Art. 206).Com relao s testemunhas que prestam o compromisso, no h dvida que

    podero responder pelo crime de falso testemunho, mas e as que no prestam?Podero mentir deliberadamente e, em alguns casos, condenar um inocente semnenhuma penalizao? claro que a resposta s pode ser negativa, pois, conforme j vimos, a jurisprudncia majoritria vem entendendo que o crime de falso testemunhoindepende de ter sido a testemunha compromissada ou no, j que o art. 342 doCP, ao tipific-lo, no exige esta circunstncia como elementar.Isso ocorre porque o compromisso no tem sido mais considerado, propriamente,como a obrigao de falar a verdade, relegado, isto sim, condio de sinalincorporado ao depoimento para que o juiz, no momento da prolao da sentena,

    possa valor-lo adequadamente.

    6.1.3.1 PROVIDNCIAS JUDICIAIS EM CASO DE FALSO TESTEMUNHO

    Reza o Art. 211 do CPP:

    Art. 211 Se o juiz, ao pronunciar sentena final, reconhecer que alguma testemunha fez afirmao falsa, calou ou negou a

    verdade, remeter cpia do depoimento autoridade policial para a instaurao de inqurito.

    Quando o falso testemunho ocorre em uma audincia, o CPP determina que o juiz encaminhe cpia do depoimento falso autoridade policial ou ao MinistrioPblico a fim de ser instaurado o inqurito.Perceba que o Cdigo estabelece essa obrigao ao magistrado no momentoem que pronunciar a sentena final. Mas, e se antes da sentena final ocorre aretratao da testemunha? Segundo entendimento dominante, se a testemunhase retrata o crime de falso testemunho deixa de ser punvel.E se a retratao ocorre depois de proferida a sentena final? Segundo a jurisprudncia dominante, uma vez proferida a deciso de primeiro grau, esgota-se a possibilidade de eliso do crime de falso pela retratao posterior, ainda quese trate de deciso no transitada em julgado.Observao: Alguns autores e at mesmo alguns tribunais entendem apossibilidade da ao referente ao delito de falso testemunho ter incio somenteaps a sentena final. Esse no o entendimento adotado pelas bancas dePROVA, pois as bancas seguem o STF e o STJ, observe:

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    Ainda no art. 211, vamos tratar agora de regra especial trazida pelo pargrafonico:

    Art. 211[...]

    Pargrafo nico. Tendo o depoimento sido prestado em plenrio de julgamento, o juiz, no caso de proferir deciso na audincia (art. 538, 2), o tribunal (art. 561), ou o conselho de sentena, aps a votao dos quesitos, podero fazer apresentar imediatamente a testemunha autoridade policial.

    Observe que o legislador utiliza a expresso plenrio de julgamento, mas qual averdadeira abrangncia que quis impor a este dispositivo?Tendo em vista que logo aps se referir a plenrio de julgamento, refere-se oartigo deciso do juiz na audincia referida no art. 538, 2.(j revogado); aoacrdo do Tribunal na sesso referida no revogado art. 561 e ao veredicto doconselho de sentena (corpo de jurados), podemos concluir que o legislador tevepor inteno utilizar em sentido amplo tal expresso, abrangendo:

    a) O reconhecimento do crime de falso testemunho por ocasio dasentena proferida em qualquer audincia presidida pelo juizsingular O 2. do art. 538 do CPP foi revogado pela Lei 11.719/2008.Desta revogao, considera-se que no foi modificada a norma do art. 211do CPP. Sendo assim, a 1. parte deste dispositivo (...o juiz, no caso deproferir deciso na audincia...) deve ser aplicada, na atualidade, aqualquer hiptese procedimental na qual venha o magistrado a proferirsentena em audincia, procedimento da Lei de Drogas (art. 58 da Lei11.343/2006), procedimento comum (art. 403 do CPP, alterado pela Lei11.729/2008), procedimento dos juizados especiais criminais (art. 81 daLei 9.099/1995) etc. Neste momento, reconhecendo ter sido prestadodepoimento falso, dever o juiz fazer apresentar a testemunha faltosa autoridade policial.

    No imprescindvel a sentena , no feitoprincipal, para o incio da ao penal por crime defalso testemunho, ainda que se faa a ressalva de

    que a deciso sobre o perjrio no deve preceder do feito principal (STJ, HC 73.059/SP, DJ29.06.2007).

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    b) O reconhecimento do crime de falso testemunho por ocasio dadeciso do Tribunal proferida na sesso prevista no art. 561 do CPP,relativa ao julgamento dos crimes de competncia originria dosTribunais (julgamento de Prefeitos, Juzes etc) Prejudicada,absolutamente, esta regra. Isso porque revogado o art. 561 do CPP, queestabelecia para os julgamentos em foro privilegiado rito semelhante aoatual sumrio.

    c) O reconhecimento do crime de falso testemunho pelos jurados, porocasio da deciso dos julgamen tos afetos ao Tribunal do Jri Ahiptese pressupe depoimento falso prestado em plenrio de julgamentoperante os jurados. Nessa hiptese, sendo o caso, o juiz, logo apsquesitar os jurados quanto ao crime doloso contra a vida (e eventuaisconexos), dever formular quesito especfico ao Conselho de Sentena,indagando-lhe se a testemunha fulana de tal, ao afirmar... (referncia afirmao tida como mentirosa)... prestou falso testemunho. Afirmativa aresposta, dever o magistrado, luz do art. 211, pargrafo nico, fazerapresentar a testemunha polcia, intuindo-se assim como referidoalhures, que o seja para lavratura do flagrante.

    6.1.4 PRECATRIAS

    Imaginemos que Caio reside em So Paulo e foi arrolado como testemunha no Riode Janeiro. Caio ter que se deslocar para a Cidade Maravilhosa a fim de prestar odepoimento?Se no, como vai ser feito, atravs de MSN, Orkut, Twitter...?Claro que no, ser utilizada a carta precatria, cabendo a oitiva ao juiz de suaresidncia. Tal disposio encontra amparo no CPP:

    Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdio do juiz ser inquirida pelo juiz do lugar de sua residncia, expedindo-se, para esse fim, carta precatria, com prazo razovel, intimadas as partes. 1o A expedio da precatria no suspender a instruo criminal. 2 o Findo o prazo marcado, poder realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a precatria, uma vez devolvida, ser junta aos autos.

    O artigo 222, 1. e 2., do Cdigo de Processo Penal, expressamente prev que aexpedio da precatria no tem o condo de suspender o curso da instruocriminal e que, findo o prazo assinado para o cumprimento da deprecata, poder serdado prosseguimento ao feito, inclusive com a realizao do julgamento. Mas e se odepoimento por precatria no chegar at o julgamento e o indivduo for condenado,

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    poder ensejar tal fato a nulidade processual? A resposta nos dada pelo STF queentende pelo no cabimento de qualquer nulidade:

    Finalizando, importante citar que deixa claro o pargrafo segundo que uma vezdevolvida a precatria, necessariamente esta ser juntada aos autos.

    6.1.4.1 INTIMAO DAS PARTES

    No final do artigo 222 fica clara a necessidade da intimao das partes para aexpedio da precatria. Agora pergunto, ser necessria tambm a intimaoquanto data da realizao da audincia no juzo deprecado?A resposta negativa, ou seja, SUFICIENTE A INTIMAO COM RELAO EXPEDIO DA PRECATRIA. Tal entendimento, diante dos diversosquestionamentos, encontra-se sumulado pelo STJ. Observe:SMULA DO STJ N 273: INTIMADA A DEFESA DA EXPEDIO DA CARTAPRECATRIA, TORNA-SE DESNECESSRIA INTIMAO DA DATA DAAUDINCIA N O JU ZO DEPRECADO.

    Mas e se as partes no forem intimadas, ocasionar nulidade processual? Aqui aresposta encontrada na smula 155 do STF, que assenta o entendimento deque gera nulidade relativa, ou seja, s anula se for argido a falha processual emmomento oportuno. Veja:SMULA DO STF N 155: RELATIVA A NULIDADE DO PROCESSO CRIMINALPOR FALTA DE INTIMAO DA EXPEDIO DE PRECATRIA PARA

    INQUIRIO DE TESTEMUNHA.

    6.1.4.2 VIDEOCONFERNCIA

    Ainda no artigo 222 temos importante regra instituda no pargrafo 3:

    3 o Na hiptese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poder ser realizada por meio de videoconferncia ou outro recurso tecnolgico de transmisso de sons e imagens em tempo real, permitida a presena do

    A expedio da precatriano suspender a instruocriminal, ou seja, possvel a prolao de sentenaantes da devoluo da precatria, sem que tal atoimporte em cerceamento de defesa (STF, AI 747.537,DJ 01.02.2010).

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    defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realizao da audincia de instruo e julgamento.

    O legislador inseriu no CPP importante instrumento de colheita de prova oral,possibilitando ao prprio Magistrado que conduz o processo penal, inclusiveno curso da audincia de instruo e julgamento, questionar fatos doprocesso testemunha que esteja fora de sua jurisdio. Este dispositivobusca evitar situaes em que um Juiz, que muitas vezes no tem nemconhecimento dos autos, inquira testemunha pelo simples fato de ela estarem sua rea de jurisdio.

    Do exposto, podemos esquematizar:

    PROCESSO EMSO PAUL O

    TESTEMUNHANO RIO DE

    JANEIRO

    DEMOROU PARADEVOLVER PROSSEGUE

    NORMALMENTE OPROCESSO!

    MAS NO TEM COMOSER MAIS RPIDO?

    SIM, PORVIDEOCONFERNCIA.

    J UZ O DEPRECANT E J UZ O DEPRECADO

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    6.1.5 TESTEMUNHO DOS MILITARES, FUNCIONRIOS PBLICOS E PRESOS

    MILITARES Devero ser requisitados autoridade superior. Se orequisitado no comparecer, nova solicitao deve ser feita. Se novamenteno atender o superior, ser intimado para que apresente o subordinado sobpena de desobedincia.

    Art. 221[...] 2 o Os militares devero ser requisitados autoridade superior.

    FUNCIONRIO PBLICO Dever ser intimado pessoalmente comoqualquer outro indivduo, devendo, entretanto, haver comunicaoconcomitante ao Chefe da Repartio. Caso este no seja informado, ointimado no precisar comparecer.

    Art. 221[...] 3 o Aos funcionrios pblicos aplicar-se- o disposto no art. 218,devendo, porm, a expedio do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da repartio em que servirem, com indicao do dia e da hora marcados.

    PRESO Ser intimado pessoalmente, mas o diretor do estabelecimentodever ser comunicado.

    6.1.6 FORMULAO DE PERGUNTAS PELAS PARTES

    Este um importante ponto a ser tratado, principalmente para quem estudouprocesso penal antes do advento da Lei n 11.690/2008. Isto porque, at bem poucotempo, adotava-se no nosso pas o chamado sistema PRESIDENCIALISTA, no quals o Juiz poderia se dirigir testemunha. Desta forma, as partes formulavam asperguntas, passavam para o Magistrado e este questionava o depoente.Bom, no que este procedimento importa para voc??? EM ABSOLUTAMENTENADA, pois no mais vlido...Mas como no Direito nada absoluto, serve em umaspecto, para que voc, caro aluno, tome muito cuidado com questes de concursosanteriores que tratem do tema. Nestas questes, esta regra ultrapassada poderestar constando como correta.

    Hoje em dia, as partes se dirigem diretamente testemunha, conforme preceituadono artigo 212 do CPP:

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    Art. 212. As perguntas sero formuladas pelas partes diretamente testemunha, no admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a

    resposta, no tiverem relao com a causa ou importarem na repetio de outra j respondida.

    Mas o fato de se dirigirem diretamente testemunha quer dizer que o juiz ter queaceitar qualquer pergunta?

    Como fica claro no texto legal, nem todas as perguntas precisaro ser aceitas peloMagistrado.Exemplo: Imagine que Tcio faz uma pergunta Mvia, testemunha, no seguinteteor: E, ai... Vai fazer alguma coisa esta noite?. Como no tem relao com acausa, pode no ser admitida.Outra situao a que Mvio, promotor pblico, comea a perguntar para atestemunha: ELE MATOU? TEM CERTEZA? MATOU OU NO MATOU? ELEMATOU? OUTRA PERGUNTA...ELE MATOU?...MAIS UMA...ELE MATOU, OUNO?. Promotor chato!!! Perguntas repetidas que j foram respondidas no soadmitidas.E, por fim, Caio, advogado da defesa, pergunta: Mvia, voc sabe que seu filhoest com srios problemas e est na dependncia deste julgamento para se livrar.Dito isto, voc no pode afirmar que viu o indivduo com roupa preta naquelegalpo? Este um exemplo claro de pergunta que no pode ser aceita, pois induzuma resposta.

    6.1.7 PROCEDIMENTOS

    Finalizando o assunto, vamos traar os principais procedimentos, colocando-os emuma ordem lgica a fim de concatenar as idias. Observe:

    a) Comparecendo para depor, ser a testemunha identificada.b) Identificada, dever prestar compromisso, salvo as excees tipificadas em lei,e ser advertida da possibilidade de incidir no delito de falso testemunho.c) Em seguida, as partes podero fazer uso da argio de defeito e, ainda,contraditar a testemunha.d) Posteriormente, as testemunhas, sero inquiridas pelo juiz.e) Aps, ser o momento das perguntas efetuadas pelas partes dentro do sistemacross examination . As partes reperguntaro diretamente testemunha (direct e

    cross examination pergunta direta por quem arrolou e cruzada pela partecontrria), sem intermediao judicial, mas sob sua fiscalizao, facultando-se ao

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    juiz, na dvida sobre algum ponto obscuro ou a ser esclarecido, formular outrasperguntas, como ltimo passo.f) Se o juiz verificar que a presena do ru poder causar humilhao, temor ousrio constrangimento testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique averdade do depoimento, far a inquirio por videoconferncia e, somente naimpossibilidade dessa forma, determinar a retirada do ru, prosseguindo nainquirio com a presena do seu defensor.

    ******************************************************************************FUTURO(A) APROVADO(A), MUITO BOM!!! AQUIVOC ACABA DE FINALIZA R MAIS UM IMPORTANTETEMA RUMO TO SONHADA APROVAO. SE APROVA EST CHEGANDO, VOC TAMBM ESTADQUIRINDO MAIS E MAIS CONHECIMENTO E ISSO QUE FAR A DIFERENA NO DI A DE COLOCARO ESFORO EM PRTICA. DITO ISTO, RESPIREFUNDO, RECARREGUE AS SUAS ENERGIAS EVAMOS LUTA COM MAIS UM ASSUNTO!!! BONSESTUDOS!!!

    ******************************************************************************

    6.5 RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS

    O Cdigo de Processo Penal, em seus artigos 226 ao 228, trata do reconhecimento depessoas e coisas, isto , regula o procedimento adequado para o reconhecimento doacusado, do ofendido, da testemunha e de objetos.Segundo o Professor Fernando Capez, meio processual de prova, eminentementeformal, pelo qual algum chamado para verificar e confirmar a identidade de umapessoa ou coisa que lhe apresentada com outra que viu no passado.

    6.5.1 RECONHECIMENTO DE PESSOAS

    Dispe o CPP:

    Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se- pela seguinte forma:

    1. A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento ser convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida Imaginemos que Mvio comparece parafazer um reconhecimento e diz: O acusado tinha 1,54, cabelos pretos e olhos

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    pretos. No momento do reconhecimento, aponta para um indivduo de 1,94,cabelos ruivos e olhos verdes. Neste caso, como houve uma descrio prviaque no condiz com o reconhecimento, este poder no ser aceito.

    2. A pessoa, cujo reconhecimento se pretender, ser colocada, se possvel, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhana, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apont-la Existe muita divergncia jurisprudencial quanto expresso se possvel. Uns entendem que o sepossvel est se referindo necessidade de semelhana. Outros, quanto obrigao de colocar o indivduo a ser reconhecido ao lado de outraspessoas. Para a prova, devemos adotar o entendimento do STJ, o qual noreconhece ilegalidade quando o ru colocado sozinho para ser reconhecido.Observe:

    3. Se houver razo para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento,por efeito de intimidao ou outra influncia, no diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciar para que esta no veja aquela Regra importante que visa preservar a testemunha e,consequentemente, a lisura do ato. Observe, entretanto, que o pargrafonico do art. 226 dispe:

    Art. 226 [...]

    STJ, HC 7.802/RJ 1998/0057686-0

    PROCESSUAL PENAL. HC. RECONHECIMENTO. RU POSTO SOZINHO. PRISO PREVENTIVA.MANUTENO. DESNECESSIDADE DE NOVAFUNDAMENTAO. DECRETO NO JUNTADO AOS AUTOS. CONDIES PESSOAIS FAVORVEIS.IRRELEVNCIA. ORDEM DENEGADA.

    I. No se reconhece ilegalidade no posicionamento do ru sozinho para o reconhecimento, pois o art. 226, inc.II, do CPP, determina que o agente ser colocado ao lado de outras pessoas que com ele tiverem qualquer semelhana "se possvel", sendo tal determinao,portanto, recomendvel mas no essencial.

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    Pargrafo nico. O disposto no n o III deste artigo no ter aplicao na fase da instruo criminal ou em plenrio de julgamento.

    4. Do ato de reconhecimento lavrar-se- auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais Tudo de relevante que ocorrer durante oreconhecimento dever constar em um auto. Situaes do tipo: aquele...no, no...acho que aquele outro devem ser registradas a fim deimpedir futuras discusses que podem diminuir o valor da prova.

    6.5.1.1 RECONHECIMENTO POR FOTOGRAFIA

    Tem sido admitido como meio de prova pela jurisprudncia. Observe:

    STF - HABEAS CORPUS: HC 86052 SP

    RECONHECIMENTO FOTOGRFICO. AO PENAL.IRREGULARIDADE.

    1. O impetrante no conseguiu demonstrar a existncia de qualquer vcio no auto de reconhecimento fotogrfico. Ademais, na espcie, o acusado foi reconhecido judicialmente em audincia na qual esteve presente.

    2. HC indeferido.

    STJ - HABEAS CORPUS: HC 40870 SP 2005/0000335-7

    "HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. RECONHECIMENTO FOTOGRFICO. DOCUMENTO DE ORIGEM LEGAL. CONDENAO FUNDADA EM OUTROS ELEMENTOS DE PROVA.RECONHECIMENTO PESSOAL. DENEGAO DA ORDEM.

    'Induvidoso o valor do reconhecimento fotogrfico, levado a efeito com estrita observncia das disposies cabveis do artigo 226 do Cdigo de Processo Penal, nenhuma objeo h de ser feita validade do processo, mormente se o reconhecimento se reproduz em Juzo, ante a presena do imputado na instruo criminal.'" Ordem denegada.

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    6.5.2 RECONHECIMENTO DE COISAS

    Com relao ao reconhecimento de coisas, sero aplicadas as mesmas regras,quando cabveis, que dizem respeito ao reconhecimento de pessoas. Observe:

    Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se- com as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicvel.

    6.5.3 SEPARAO DE PESSOAS

    Finalizando este tema, dispe o Cdigo de Processo Penal que se vrias forem aspessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada umafar a prova em separado, evitando-se qualquer comunicao entre elas.

    6.6 ACAREAES

    Caro concurseiro, imagine a seguinte situao: Tcia no foi na festa de um amigo, masseu namorado Mvio foi.No dia seguinte, Tcia resolve procurar saber, atravs de amigas, como Mvio se

    comportou.Uma amiga diz para Tcia que o viu com uma loira, outra diz que o viu com umamorena, e uma terceira jura de p junto que ele estava sozinho o tempo todo.Diante desta intrigante situao, Tcia resolve colocar frente a frente as trs amigas e onamorado a fim de extrair a verdade. O que temos??? UMA ACAREAO!!!Acareao (tambm denominada de confrontao ou acareamento) um meio de provaprevisto expressamente no Cdigo de Processo Penal, disciplinado nos arts. 229 e 230e tambm referido no art. 6., VI, segunda parte.A palavra vem do verbo acarear que significa, segundo Aurlio, "pr cara a cara, ou

    frente a frente" e consiste em submeter testemunhas, acusados e vtimas a novasinquiries, desta vez em relao a pontos divergentes detectados em seus anterioresdepoimentos e que digam respeito a fatos e circunstncias relevantes para a causa, ouseja, que possam, em tese, concorrer diretamente para a condenao ou absolvio doacusado e, no caso de condenao, para a maior ou menor gravidade penal.Pressupe, portanto, um anterior depoimento de uma daquelas pessoas, bem como aconstatao de contradies, no todo ou em parte, das respectivas declaraes.

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    6.6.1 SUJEITOS DA ACAREAO

    Segundo o CPP, em seu artigo 229, podem ser acareados os acusados, astestemunhas e os ofendidos. Observe:

    Art. 229. A acareao ser admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem,em suas declaraes, sobre fatos ou circunstncias relevantes.Pargrafo nico. Os acareados sero reperguntados, para que expliquem os pontos de divergncias, reduzindo-se a termo o ato de acareao.

    Sendo assim, de acordo com o CPP, temos as seguintes possibilidades deacareao:

    1. ACUSADO X TESTEMUNHA2. TESTEMUNHA X TESTEMUNHA3. TESTEMUNHA X OFENDIDO4. OFENDIDO X OFENDIDO5. ACUSADO X ACUSADO6. ACUSADO X OFENDIDO

    6.6.2 ACAREAO ATRAVS DE CARTA PRECATRIA

    Observe como o cdigo trata do tema:

    Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declaraes divirjam

    das de outra, que esteja presente, a esta se daro a conhecer os pontos da divergncia, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se

    N O H COMO OBRIGAR O A CUSADO A SUBM ETER-SEAO PROCEDIMENTO DA A CAREAO. NADA I MPEDE,

    CONTUDO, QUE SEJ AM OS RECUSANTES OBRIGADOSA FA ZER-SE PRESENTE.

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    subsistir a discordncia, expedir-se- precatria autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se as declaraes desta e as da testemunha presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto, a fim de que se complete a diligncia,ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Esta diligncia s se realizar quando no importe demora prejudicial ao processo e o juiz a entenda conveniente.

    Se um dos sujeitos da acareao (e no somente a testemunha, como deixaentrever o art. 230) no estiver na comarca do juzo processante, ou seja, encontrar-se ausente do local onde tramita a ao penal, a outra pessoa que est presente nacomarca ser notificada e informada da divergncia detectada nos doisdepoimentos, lavrando-se um auto de tudo o que ocorrer. Se persistir adiscordncia, dever ser expedida carta precatria autoridade do lugar onde seencontre o outro sujeito, devendo ser transcritas as duas declaraes nos pontos emque divergirem, bem como o texto daquele auto, complementando-se a dilignciacom a ouvida no Juzo deprecado do depoente ausente. Observa-se que estadiligncia no se realizar quando significar injustificada dilao processual, mas,contrariamente, apenas ser produzida quando a autoridade a entenda convenientee necessria para a descoberta da "verdade real.

    6.7 PROVA DOCUMENTAL

    Segundo o Cdigo de Processo Penal em seu artigo 232, consideram-se documentosquaisquer escritos, instrumentos ou papis, pblicos ou particulares. Este conceito,porm, atualmente, vem sendo ampliado, passando a ser consideradodocumento emsentido amplo (documento lato sensu) tudo aquilo que capaz de retratar umasituao.O conceito de documento em sentido amplo vem sendo considerado o gnero de duasespcies, quais sejam:

    INSTRUMENTO Segundo o Professor Fernando Capez, so os escritosconfeccionados j com a finalidade de provar determinados fatos. Pode serpblico, quando constitudo frente a autoridade pblica (Exemplo: Instrumentopblico de procurao), ou particular.

    DOCUMENTO STRICTO SENSU (EM SENTIDO ESTRITO) todo odocumento que no foi elaborado com a finalidade de tornar-se prova em umprocesso. Sua utilizao como instrumento probatrio casual. Pode tambmser pblico ou particular.

    Do exposto, podemos esquematizar:

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    6.7.1 MOMENTO DA APRESENTAO DA PROVA DOCUMENTAL

    Os documentos, regra geral, de acordo com o CPP, podem ser apresentados emqualquer fase do processo, desde que, obviamente, no tenham sido obtidos demaneira ilcita. Observe:

    Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes podero apresentar documentos em qualquer fase do processo.Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, no sero admitidas em juzo.

    Entretanto, perceba que o artigo 231 iniciado com a expresso salvo os casosexpressos em lei. Assim, fica claro que existem excees para esta regra. Umadelas encontra-se prevista no artigo 479 do CPP, e diz respeito apresentao dedocumentao ao Tribunal do Jri. Veja:

    DOCUMENTO EMSENTIDO AMPLO

    DOCUMENTO EMSENTIDO ESTRITO

    INSTRUMENTO

    PBLICO PARTICULAR PBLICO PARTICULAR

    Procurao do rupara o advogado.

    Declarao firmadapor testemunha

    Carteira deIdentidade.

    ReportagemJornalstica

    PAPEL, FILMAGEM, CD DE UDIO, DVD COM VDEOS, ETC

    CRIADO PARA SERVIR DE PROVACRIADO NO ESPECIFICAMENTEPARA SER PROVA

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    Art. 479. Durante o julgamento no ser permitida a leitura de documento ou a exibio de objeto que no tiver sido juntado aos autos com a antecedncia mnima de 3 (trs) dias teis, dando-se cincia outra parte.

    Segundo a doutrina, a produo de documentos pode ser espontnea, quando aexibio, leitura ou juntada se faz pela parte no processo, ou provocada, no casoprevisto no artigo 234 do CPP:

    Art. 234. Se o juiz tiver notcia da existncia de documento relativo a ponto relevante da acusao ou da defesa, providenciar,independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possvel.

    6.7.2 A UTILIZAO DA CARTA ENVIADA CONTRA O REMETENTE

    O CPP vem trazer expressamente a possibilidade da carta enviada ser utilizadacomo meio de prova. Observe:

    Art. 233

    [...] Pargrafo nico. As cartas podero ser exibidas em juzo pelo respectivo destinatrio, para a defesa de seu direito, ainda que no haja consentimento do signatrio.

    Mas quando ela poder ser usada em juzo? Em qualquer situao? E se Tcio enviauma carta para Mvio e Caio furta a carta, poder ser utilizada como prova? Vamosanalisar os possveis casos:

    CASO 01 ENVI O DE CARTA CONFIDENCIAL DE MVI O PARA T CIO

    CARTA CONFIDENCIAL

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    CASO 02 ENVIO DE CARTANO CONFIDENCIAL DE MVIO PARATCIO

    CASO 03 ENVI O DE CARTACONFIDENCIALDE MVIO PARA T CIO

    E ENTREGUE POR TCI O PARA CAIO

    CASO 04 ENVIO DE CARTANO CONFIDENCIAL DE MVIO PARAT CIO E ENTREGUE POR TCIO PARA CAIO:

    CARTA CONFIDENCIAL

    CARTA CONFIDENCIAL

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    6.8 INDCIOS

    O conceito de indcio encontrado no artigo 239 do CPP nos seguintes termos:

    Art. 239. Considera-se indcio a circunstncia conhecida e provada,que, tendo relao com o fato, autorize, por induo, concluir-se a existncia de outra ou outras circunstncias.

    O professor Fernando Capez conceitua indcio como toda circunstncia conhecida eprovada, a partir da qual, mediante raciocnio lgico, pelo mtodo indutivo, obtm-se aconcluso sobre um outro fato. A induo parte do particular e chega ao geral. Assim,

    nos indcios, a partir de um fato conhecido, deflui-se a existncia do que se pretendeprovar.

    6.8.1 CONTRAINDCIOS

    Imagine que em um processo existe o indcio de que Tcio estava no local do delito,pois foi encontrada sua carteira de identidade. Tcio, buscando evitar suacondenao, apresenta um libi (Mvio) e este confirma que estava com Tcionaquele dia e hora. Neste caso, o acusado apresentou um contraindcio buscando

    invalidar os indcios inicialmente colhidos.

    6.8.2 PRESUNES

    No podemos confundir o conceito de presuno com indcios. As presunes soestabelecidas pela prpria lei e no decorrem de um efeito lgico como nos indcios.Para exemplificar bem a diferena, imaginemos que Mvio, maior, tem relaessexuais com Tcia de 13 anos. Neste caso, h um indcio ou uma presuno decrime contra a liberdade sexual? H uma presuno, pois a lei define que h,

    independentemente do que for alegado por Tcia ou Mvio. importante ressaltar que as presunes podem ser relativas ou absolutas. Asdizemos relativas quando comportam prova em contrrio e absolutas quando teroque ser aceitas sem questionamentos. Exemplificando, a inimputabilidade do menorde 18 anos uma presuno ABSOLUTA, diferentemente a do maior de 18 anos,por doena mental, por exemplo, que relativa, comportando prova em contrrio.

    6.9 B USCA E APREENSO

    O vocbulo "busca" indica o ato ou o efeito de procurar algo que se pretende encontrar.

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    A palavra "apreenso" designa o ato ou o efeito de segurar, agarrar, pegar, prender,apropriar judicialmente de alguma coisa ou pessoa. Destarte, a busca e apreensopode ser inicialmente conceituada como uma providncia jurdica de procura de coisasou pessoas a serem apropriadas em virtude de ordem emanada de algum rgo jurisdicional.Nas palavras de GARRIDO DE PAULA, a busca e apreenso consiste noassenhoramento de coisa ou pessoa a ser encontrada, em razo de pedido formuladopor quem tenha interesse em ter materialmente a coisa ou estar com a pessoa sob suacompanhia e guarda.THEODORO JNIOR afirma que a busca sempre vem ligada ao seu complemento que a apreenso da coisa buscada, de modo que no existe separao ou autonomiaentre os dois atos, os quais se fundem em uma nica medida jurisdicional. Porm, emcima das lies de ROMEU BARROS, MARCOS DESTEFENNI sustenta que a busca ea apreenso envolvem duas providncias distintas porque nem sempre o objetoprocurado encontrado para apreenso ou mesmo porque a apreenso pode ocorrersem ser precedida da diligncia de busca.Seja como for, certo que a legislao brasileira no prev a busca separada daapreenso. Embora distintas e realizadas de modo isolado, ambas ostentam uma ntidarelao de complementaridade porque a busca visa apreenso e normalmente aapreenso s consumada porque antes buscou-se com xito a coisa ou a pessoaobjeto da medida jurisdicional. Alis, o prprio OVDIO BAPTISTA admite que oconceito de busca e apreenso sofreu uma espcie de fuso semntica para formar umconceito unitrio, tal qual ocorreu com a expresso perdas e danos, que hoje simbolizaa concepo de uma realidade jurdica especial.

    6.9.1 BUSCA E APREENSO DOMICILIAR

    Uma das primeiras coisas que tomamos conhecimento em direito constitucional que a casa o asilo inviolvel do indivduo. Assim, aprendemos que a Carta Magnadefere que a regra dentro do nosso pas a inviolabilidade do domiclio, podendoser violado somente mediante mandado judicial, desde que durante o dia, ou emsituaes excepcionais, noite (flagrante delito, desastre e prestar socorro). Talregramento apresentado nos seguintes termos:

    Art. 5 [...] XI - a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinao judicial;

    Mas qual a verdadeira amplitude do conceito casa? Segundo Manoel GonalvesFerreira Filho, todo local, delimitado e separado, que algum ocupa com direito

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    exclusivo e prprio, a qualquer ttulo. O ponto essencial da caracterizao est naexclusividade em relao ao pblico em geral. Assim, inviolvel como domicliotanto a moradia quanto o estabelecimento de trabalho, desde que este no estejaaberto a qualquer um do povo, como um bar ou restaurante.

    Assim, vamos verificar alguns casos:

    IINNVVIIOOLLVVEELL??

    EES TTAABBELLECCIMMENNTTO SSIIM NOO OBSSE RRV AESS

    VECULOS Abrange tambm:-nibus de passageiros.

    BOLIA DO CAMINHO-VIAGEM PROLONGADA

    No tem aplicabilidade nocaso de blitz.

    HOTEL / MOTEL STF RHC 90.376 (Abaixoreproduzido )

    TRAILERS

    BARRACA DE CAMPING

    REPARTIOES PLICAS -Deve ser feita umarequisio, se desatendida

    ser cabvel a ao debusca e apreenso.

    BAR OU MERCADO

    ESCRITRIO EM UMSUPERMERCADO

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    6.9.1.1 RESTRIO AO HORRIO

    As buscas e apreenses, via de regra, s podem ser realizadas durante o dia,conforme deixa claro o texto constitucional. Mas e se houver consentimento domorador para que seja realizada no perodo noturno? Neste caso, no hproblema. Assim, se cair na sua prova que a busca e apreenso NUNCA poderser realizada no perodo noturno, voc dir que a respostaest....INCORRETA, pois existe tal possibilidade quando do consentimentodo morador.Mas o que quer realmente dizer a palavra dia?Existe grande divergncia doutrinria e jurisprudencial. At pouco tempo, a fimde suprir esta lacuna, era empregado o conceito da lei 8.952/94 que dizia ser diao perodo compreendido das 06 s 20 horas. Entretanto, esta interpretao vem

    sendo superada e PARA SUA PROVA deve ser utilizado o conceito do STF que

    STF - RECURSO EM HABEAS CORPUS: RHC 90376 RJ

    Para os fins da proteo jurdica a que se refere o art. 5, XI, da Constituio da Repblica, o conceito normativo de "casa" revela- se abrangente e, por estender-se a qualquer aposento de habitao coletiva, desde que ocupado (CP, art. 150, 4, II),compreende, observada essa especfica limitao espacial, os quartos de hotel. Doutrina. Precedentes

    Sem que ocorra qualquer das situaes excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional (art. 5, XI),nenhum agente pblico poder, contra a vontade de quem de direito ("invito domino"), ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em aposento ocupado de habitao coletiva, sob pena de a prova resultante dessa diligncia de busca e apreenso reputar- se inadmissvel, porque impregnada de ilicitude originria.Doutrina. Precedentes (STF).

    ILICITUDE DA PROVA INADMISSIBILIDADE DE SUAPRODUO EM JUZO (OU PERANTE QUALQUER INSTNCIADE PODER) - INIDONEIDADE JURDICA DA PROVA

    RESULTANTE DA TRANSGRESSO ESTATAL AO REGIME CONSTITUCIONAL DOS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS.

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    define a expresso dia como o perodo compreendido entre a aurora e ocrepsculo.

    6.9.1.2 NECESSIDADE DE ORDEM JUDICIAL

    Art. 241. Quando a prpria autoridade policial ou judiciria no a realizar pessoalmente, a busca domiciliar dever ser precedida da expedio de mandado.

    J vimos que, via de regra, para que possa ser realizada uma busca e apreensoh necessidade de mandado judicial. O que no tratamos que nesta ordem judicial, quando tratar de busca e apreenso domiciliar, sempre deve conter aschamadas fundadas razes que autorizam a ao.Essas fundadas razes so consideradas aquelas externadas por meio damotivaoconcreta quanto ocorrncia e amparadas por indcios convincentescom relao necessidade da medida. Para ficar mais claro, imaginemos queuma busca e apreenso foi realizada e, nesta ao, foi obtida uma prova. Ao serverificado o despacho do juiz concedendo a ordem, l constava simplesmente: expedir mandado de busca e apreenso. Perceba que a busca foi realizadadurante o dia e com ordem judicial. Esta prova ser aceita no processo? Aresposta negativa, pois no foi demonstrada pela autoridade as razes paraque a medida fosse considerada necessria. Logo, sem as fundadas razes,

    considerada medida incabvel e, consequentemente, macula a prova. Nestesentido se pronunciou recentemente o STJ:

    O mandado de busca e apreenso dever cumprir os requisitos definidos noCPP:

    Art. 243. O mandado de busca dever: I - indicar, o mais precisamente possvel, a casa em que ser realizada a diligncia e o nome do respectivo proprietrio ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que ter de sofr-la ou os sinais que a identifiquem;

    Ausente qualquer fundamentao na deciso quedecretou a busca e a apreenso, determinando-sesimplesmente a "expedio do mandado solicitado", dese reconhecer a ilicitude da prova produzida com a medida(STJ, HC 51.586/PE, 05.05.2008).

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    II - mencionar o motivo e os fins da diligncia; III - ser subscrito pelo escrivo e assinado pela autoridade que o fizer expedir.

    1o Se houver ordem de priso, constar do prprio texto do mandado de busca.

    6.9.1.3 CABIMENTO DA MEDIDA

    O Cdigo de Processo Penal trouxe em seu texto as hipteses de cabimento dabusca e apreenso domiciliar. So elas:

    1. Prender criminosos; 2. Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; 3. Apreender instrumentos de falsificao ou de contrafao e objetos

    falsificados ou contrafeitos; 4. Apreender armas e munies, instrumentos utilizados na prtica de crime

    ou destinados a fim delituoso;5. Descobrir objetos necessrios prova de infrao ou defesa do ru; 6. Apreender cartas, abertas ou no, destinadas ao acusado ou em seu

    poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu contedopossa ser til elucidao do fato;

    7. Apreender pessoas vtimas de crimes; 8. Colher qualquer elemento de convico.

    O CPP traz uma restrio para a execuo de mandados de busca e apreenso:

    2o No ser permitida a apreenso de documento em poder dodefensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo dedelito.

    6.9.1.4 PROCEDIMENTOS PARA A VIOLAO DO DOMICLIO

    Segundo o CPP, comparecendo a autoridade ou seus agentes ao local da busca,dever declarar sua condio bem como o objetivo da diligncia. Seria algo dotipo:

    Boa tarde, sou Policial Federal, estou aqui com um mandado de busca e apreenso que determina a apreenso de todos os livros

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    de contabilidade da empresa. Voc pode entreg-los para mim,por favor?

    Art. 245. As buscas domiciliares sero executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostraro e lero o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

    1o Se a prpria autoridade der a busca, declarar previamente sua qualidade e o objeto da diligncia.

    [...]

    5 o

    Se determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador ser intimado a mostr-la

    Em caso de desobedincia , autoriza o Cdigo de Processo Penal (art. 245, 2.)o ingresso forado na casa. Se for necessrio, inclusive poder ser arrombada aporta.

    Olha, meu amigo, pacincia tem limite...No vai abrir? OK...PESSOAL...VAMOS ARROMBAR!!! A!!!!

    BOOOOMM!!!! (Este o barulho da porta abrindo, ou melhor,caindo!!!)

    2 o Em caso de desobedincia, ser arrombada a porta e forada a entrada.

    Uma vez ingressando na casa, pode acontecer que haja a recalcitrncia domorador em permitir que seja vasculhado o ambiente pelos executores da busca.Nesse caso, quando o morador tenta impedir as buscas, ser possvel oemprego da fora com vistas ao cumprimento da diligncia.

    O senhor poderia por favor abrir os cadeados e sair da frente deste armrio? O qu??? No posso procurar nada? No vai abrir os cadeados do armrio? Sem problemas...Policiais...Podem usar a fora!!!.

    3 o Recalcitrando o morador, ser permitido o emprego de fora contra coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.

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    Mas digamos que o morador esteja ausente. Ter a autoridade que esperar elechegar?

    O que? Esperar? T brincando...No conhece o CPP? Vamos arrombar logo esta porta e chamar o vizinho para assistir a diligncia!!!

    possvel, nesse caso, o arrombamento de portas e emprego de violnciacontra coisas (armrios, gavetas etc.) com vistas concretizao da busca.

    4 o Observar-se- o disposto nos 2 o e 3 o , quando ausentes os

    moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir diligncia qualquer vizinho, se houver e estiver presente

    Por cautela, determina o Cdigo de Processo Penal que, se possvel, um vizinhoseja intimado a acompanhar a diligncia, o qual, salvo motivo justo, no poderse recusar, j que a intimao para assistir ao ato configura ordem legal. Ao fimda diligncia ser lavrado auto circunstanciado que dever ser assinado por duastestemunhas.

    7 o

    Finda a diligncia, os executores lavraro auto circunstanciado,assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuzo do disposto no 4 o .

    6.9.2 BUSCA PESSOAL

    o tipo de busca realizada diretamente na pessoa, em suas roupas ou objetos quetenha consigo. Diferentemente do que verificamos na busca domiciliar, aqui noser necessrio fundadas razes, bastando apenas fundadas suspeitas de que oindivduo esteja portando algo proibido. Observe:

    Art. 241[...] 2 o Proceder-se- busca pessoal quando houver fundada suspeita de que algum oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do pargrafo anterior.

    A busca pessoal, via de regra, depender de mandado, sendo esta necessidadeexcepcionada nas hipteses previstas no artigo 244 do Cdigo:

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    Art. 244. A busca pessoal independer de mandado, no caso de priso ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papis que constituam corpo de delito,ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.

    Finalizando, vale citar importante regra prevista no artigo 249, segundo a qual abusca em mulher ser feita por outra mulher, se no importar retardamento ouprejuzo da diligncia. Veja:

    Art. 249. A busca em mulher ser feita por outra mulher, se no importar

    retardamento ou prejuzo da diligncia.

    6.9.3 BUSCA EM TERRITRIO PERTENCENTE A OUTRA JURISDIO

    Regra geral, segundo o preceituado no CPP, a busca deve ser realizada pelasautoridades no territrio de sua prpria jurisdio. No obstante, o art. 250 do CPPpossibilita que a autoridade ou os seus agentes penetrem no territrio de jurisdiodistinta quando estiverem em atitude deseguimento de pessoa ou coisa. Nessecaso, exige a lei, por cautela, que, antes ou aps realizada a apreenso,apresentem-se os executores autoridade competente do local.

    Art. 250. A autoridade ou seus agentes podero penetrar no territrio de jurisdio alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreenso, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se competente autoridade local, antes da diligncia ou aps, conforme a urgncia desta.

    1o Entender-se- que a autoridade ou seus agentes vo em seguimento da pessoa ou coisa, quando:

    a) tendo conhecimento direto de sua remoo ou transporte, a seguirem sem interrupo, embora depois a percam de vista;

    b) ainda que no a tenham avistado, mas sabendo, por informaes fidedignas ou circunstncias indicirias, que est sendo removida ou transportada em determinada direo, forem ao seu encalo.

    2 o Se as autoridades locais tiverem fundadas razes para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas referidas diligncias, entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem,

    podero exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que no se frustre a diligncia.

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    isso ai, pessoal!Mais um importante passo dado rumo to sonhada aprovao. Agora manter oritmo e prosseguir firme nos estudos para em breve colocar tudo em prtica.Aproveite para praticar com as questes abaixo apresentadas e consolide bem osconceitos porque em breve voc testar seus conhecimentosna nossa aula deexerccios !Abraos e bons estudos,Pedro Ivo

    Todos sabemos que cada dia que nasce o primeiro para uns e ser o ltimo para outros e que, para a maioria, s um dia mais.

    Jos Saramago

    16/11/22 ------ 18/06/2010

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    PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA

    Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentena final, reconhecer que alguma testemunhafez afirmao falsa, calou ou negou a verdade, remeter cpia do depoimento autoridade policial para a instaurao de inqurito.Pargrafo nico. Tendo o depoimento sido prestado em plenrio de julgamento, o juiz,no caso de proferir deciso na audincia (art. 538, 2o), o tribunal (art. 561), ou oconselho de sentena, aps a votao dos quesitos, podero fazer apresentarimediatamente a testemunha autoridade policial.Art. 212. As perguntas sero formuladas pelas partes diretamente testemunha, noadmitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, no tiverem relao com acausa ou importarem na repetio de outra j respondida.

    Pargrafo nico. Sobre os pontos no esclarecidos, o juiz poder complementar ainquirio.Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da Repblica, os senadores e deputadosfederais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territrios, ossecretrios de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municpios, os deputadoss Assemblias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judicirio, os ministros e juzes dos Tribunais de Contas da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, bem comoos do Tribunal Martimo sero inquiridos em local, dia e hora previamente ajustadosentre eles e o juiz. 1o O Presidente e o Vice-Presidente da Repblica, os presidentes do Senado Federal,

    da Cmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal podero optar pelaprestao de depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelaspartes e deferidas pelo juiz, Ihes sero transmitidas por ofcio. 2o Os militares devero ser requisitados autoridade superior. 3o Aos funcionrios pblicos aplicar-se- o disposto no art. 218, devendo, porm, aexpedio do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da repartio em queservirem, com indicao do dia e da hora marcados.Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdio do juiz ser inquirida pelo juiz dolugar de sua residncia, expedindo-se, para esse fim, carta precatria, com prazorazovel, intimadas as partes. 1o A expedio da precatria no suspender a instruo criminal. 2o Findo o prazo marcado, poder realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, aprecatria, uma vez devolvida, ser junta aos autos. 3o Na hiptese prevista nocaput deste artigo, a oitiva de testemunha poder serrealizada por meio de videoconferncia ou outro recurso tecnolgico de transmisso desons e imagens em tempo real, permitida a presena do defensor e podendo serrealizada, inclusive, durante a realizao da audincia de instruo e julgamento.Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa,proceder-se- pela seguinte forma:

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    I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento ser convidada a descrever a pessoaque deva ser reconhecida;Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, ser colocada, se possvel, ao lado de

    outras que com ela tiverem qualquer semelhana, convidando-se quem tiver de fazer oreconhecimento a apont-la;III - se houver razo para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, porefeito de intimidao ou outra influncia, no diga a verdade em face da pessoa quedeve ser reconhecida, a autoridade providenciar para que esta no veja aquela;IV - do ato de reconhecimento lavrar-se- auto pormenorizado, subscrito pelaautoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duastestemunhas presenciais.Pargrafo nico. O disposto no no III deste artigo no ter aplicao na fase dainstruo criminal ou em plenrio de julgamento.Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se- com as cautelas estabelecidasno artigo anterior, no que for aplicvel.Art. 228. Se vrias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoaou de objeto, cada uma far a prova em separado, evitando-se qualquer comunicaoentre elas.

    DA ACAREAOArt. 229. A acareao ser admitida entre acusados, entre acusado e testemunha,entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre aspessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declaraes, sobre fatos oucircunstncias relevantes.Pargrafo nico. Os acareados sero reperguntados, para que expliquem os pontos dedivergncias, reduzindo-se a termo o ato de acareao.Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declaraes divirjam das de outra, queesteja presente, a esta se daro a conhecer os pontos da divergncia, consignando-seno auto o que explicar ou observar. Se subsistir a discordncia, expedir-se- precatria autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se asdeclaraes desta e as da testemunha presente, nos pontos em que divergirem, bemcomo o texto do referido auto, a fim de que se complete a diligncia, ouvindo-se atestemunha ausente, pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Estadiligncia s se realizar quando no importe demora prejudicial ao processo e o juiz aentenda conveniente.

    DOS DOCUMENTOSArt. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes podero apresentar documentosem qualquer fase do processo.Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papis,pblicos ou particulares.Pargrafo nico. fotografia do documento, devidamente autenticada, se dar omesmo valor do original.

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    Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, nosero admitidas em juzo.Pargrafo nico. As cartas podero ser exibidas em juzo pelo respectivo destinatrio,

    para a defesa de seu direito, ainda que no haja consentimento do signatrio.Art. 234. Se o juiz tiver notcia da existncia de documento relativo a ponto relevante daacusao ou da defesa, providenciar, independentemente de requerimento dequalquer das partes, para sua juntada aos autos, se possvel.Art. 236. Os documentos em lngua estrangeira, sem prejuzo de sua juntada imediata,sero, se necessrio, traduzidos por tradutor pblico, ou, na falta, por pessoa idneanomeada pela autoridade.

    DOS INDCIOSArt. 239. Considera-se indcio a circunstncia conhecida e provada, que, tendo relao

    com o fato, autorize, por induo, concluir-se a existncia de outra ou outrascircunstncias.DA BUSCA E DA APREENSO

    Art. 240. A busca ser domiciliar ou pessoal. 1o Proceder-se- busca domiciliar, quando fundadas razes a autorizarem, para:a) prender criminosos;b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;c) apreender instrumentos de falsificao ou de contrafao e objetos falsificados ou

    contrafeitos;d) apreender armas e munies, instrumentos utilizados na prtica de crime oudestinados a fim delituoso;e) descobrir objetos necessrios prova de infrao ou defesa do ru;f) apreender cartas, abertas ou no, destinadas ao acusado ou em seu poder, quandohaja suspeita de que o conhecimento do seu contedo possa ser til elucidao dofato;g) apreender pessoas vtimas de crimes;h) colher qualquer elemento de convico. 2o Proceder-se- busca pessoal quando houver fundada suspeita de que algumoculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letrasb a f e letra h dopargrafo anterior.Art. 241. Quando a prpria autoridade policial ou judiciria no a realizar pessoalmente,a busca domiciliar dever ser precedida da expedio de mandado.Art. 243. O mandado de busca dever:I - indicar, o mais precisamente possvel, a casa em que ser realizada a diligncia e onome do respectivo proprietrio ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome dapessoa que ter de sofr-la ou os sinais que a identifiquem;II - mencionar o motivo e os fins da diligncia;

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    III - ser subscrito pelo escrivo e assinado pela autoridade que o fizer expedir.Art. 244. A busca pessoal independer de mandado, no caso de priso ou quandohouver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de

    objetos ou papis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinadano curso de busca domiciliar.rt. 245. As buscas domiciliares sero executadas de dia, salvo se o morador consentirque se realizem noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostraro elero o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrira porta. 1o Se a prpria autoridade der a busca, declarar previamente sua qualidade e oobjeto da diligncia. 2o Em caso de desobedincia, ser arrombada a porta e forada a entrada.

    3o

    Recalcitrando o morador, ser permitido o emprego de fora contra coisasexistentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura. 4o Observar-se- o disposto nos 2o e 3o, quando ausentes os moradores,devendo, neste caso, ser intimado a assistir diligncia qualquer vizinho, se houver eestiver presente. 5o Se determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador ser intimadoa mostr-la. 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, ser imediatamente apreendida eposta sob custdia da autoridade ou de seus agentes.

    7o

    Finda a diligncia, os executores lavraro auto circunstanciado, assinando-o comduas testemunhas presenciais, sem prejuzo do disposto no 4o.Art. 249. A busca em mulher ser feita por outra mulher, se no importar retardamentoou prejuzo da diligncia.Art. 250. A autoridade ou seus agentes podero penetrar no territrio de jurisdioalheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreenso, forem noseguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se competente autoridade local,antes da diligncia ou aps, conforme a urgncia desta.

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    EXERCCIOS

    1. (TJ-RR / 2008) A respeito de prova, correto afirmar que

    A) em razo do princpio da legalidade, no se admitem no processo penal os meios deprova que no estejam arrolados no Cdigo de Processo Penal.B) h ainda no ordenamento brasileiro resqucio de julgamento por convico ntima.C) a Constituio federal, expressamente, no admite a prova ilcita por derivao,consagrando, assim, a teoria dos frutos da rvore envenada.D) no permitido por o uso de videoconferncia nos processos penais.E) N.R.A

    GABARITO:BCOMENTRIOS:Analisando:

    Alternativa A Incorreta O princpio da legalidade prev que no so admitidosprovas ilcitas. Caracterizam-se com ilcitas as provas que afrontam normas, sejam doCPP ou de outro instrumento normativo.

    Alternativa B Correta O sistema da convico ntima praticamente no encontraaplicabilidade em nosso ordenamento jurdico, mas podemos citar como exemplo aindapresente as decises emanadas do Jri popular, nas quais o jurado profere seu voto,sem necessidade de fundamentao.

    Alternativa C Incorreta A Constituio Federal no trata EXPRESSAMENTE dasprovas ilcitas por derivao. A teoria dos frutos da rvore envenenada est presente doCdigo de Processo Penal.

    Alternativa D Incorreta O sistema de videoconferncia encontra fundamento noCPP.

    2. (Juiz Substituto - TJ-RS / 2009) So admitidas provas derivadas das ilcitasquando no evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quandoas derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.

    GABARITO: CERTA

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    COMENTRIOS:Para acertar este tipo de questo basta que o candidato tenha lidoatentamente o CPP, pois o enunciado reproduz o Art. 157, pargrafo 1:

    Art. 157. So inadmissveis, devendo ser desentranhadas do processo,as provas ilcitas, assim entendidas as obtidas em violao a normas constitucionais ou legais 1o So tambm inadmissveis as provas derivadas das ilcitas, salvo quando no evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.

    3. (Promotor de Justia- MPE-RN / 2008) Segundo entendimento doutrinrio,quando a norma afrontada tiver natureza processual, a prova vedada deve serchamada de ilcita; afrontando normas de direito material, deve ser chamada deilegtima

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS exatamente o contrrio. Norma de natureza processual - ILEGTIMA / Norma de natureza penal (material) ILCITA

    4. (Delegado de Polcia PC-PB / 2008) No exame por precatria, a nomeao dosperitos feita no juzo deprecante, qualquer que seja a natureza da ao penal.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:Contraria o Art. 177 tentando confundir o candidato com a hiptesede ao penal privada em que, por acordo entre as partes, a nomeao poder ser feitapelo juiz deprecante.

    Art. 177. No exame por precatria, a nomeao dos peritos far-se- no juzo deprecado. Havendo, porm, no caso de ao privada, acordo das partes, essa nomeao poder ser feita pelo juiz deprecante.

    5. (Agente de investigao Escrivo de Polcia / 2009) Poder o juiz, de ofcio,ordenar, mesmo antes de iniciada a ao penal, a produo antecipada de provasconsideradas urgentes e relevantes.

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    GABARITO: CERTACOMENTRIOS:Segue o Art. 156 do CPP:

    Art. 156. A prova da alegao incumbir a quem a fizer, sendo, porm,facultado ao juiz de ofcio: I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ao penal, a produo antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequao e proporcionalidade da medida;

    6. (Agente de investigao Escrivo de Polcia / 2009) Nos casos de morte

    violenta, bastar o simples exame externo do cadver, ainda que haja infraopenal a apurar.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:Contraria o Art. 162, pargrafo nico, pois quando houver infrao aapurar NO bastar o exame externo.

    Art. 162. A autpsia ser feita pelo menos seis horas depois do bito,salvo se os peritos, pela evidncia dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararo no auto.Pargrafo nico. Nos casos de morte violenta, bastar o simples exame externo do cadver, quando no houver infrao penal que apurar ,ou quando as leses externas permitirem precisar a causa da morte e no houver necessidade de exame interno para a verificao de alguma circunstncia relevante.

    7. (OAB-SP 2009) No que se refere prova testemunhal, assinale a opocorreta de acordo com o CPP.

    A) As testemunhas sero inquiridas uma de cada vez, de forma que umas no saibamnem ouam os depoimentos das outras, devendo o juiz, na ocasio da oitiva, adverti-lasdas penas cominadas ao falso testemunho.B) As perguntas devem ser formuladas pelas partes, por intermdio do juiz e nodiretamente testemunha.

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    C) Admite-se que as partes formulem perguntas que possam induzir a resposta dastestemunhas.D) So admissveis perguntas que no tenham relao com a causa.

    GABARITO:ACOMENTRIOS:Analisando:Alternativa A Correta Reproduz, quase que literalmente, o art. 210 do CPP.Observe:

    Art. 210. As testemunhas sero inquiridas cada uma de per si, de modo que umas no saibam nem ouam os depoimentos das outras, devendo

    o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho.

    Alternativas B Incorreta No atual sistema processual as perguntas efetuadaspelas partes so feitas diretamente a testemunha (art. 212 do CPP).

    Alternativas C e D Incorretas Contrariam o art. 212 do CPP. Veja:

    Art. 212. As perguntas sero formuladas pelas partes diretamente testemunha, no admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, no tiverem relao com a causa ou importarem na repetio de outra j respondida.

    8. (Delegado de Polcia - PC/PB-2008) No sendo possvel o exame de corpo dedelito por haverem desaparecido os vestgios, a prova testemunhal pode suprir-lhe a falta. Em caso, todavia, de exame complementar, a prova testemunhal nosupre a falta do exame, devendo o crime, se for o caso, ser desclassificado.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:Contraria o 3o do Art. 168, pois a falta de exame complementarpoder ser suprido pela prova testemunhal.

    Art. 168. Em caso de leses corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se- a exame complementar por determinao da autoridade policial ou judiciria, de ofcio, ou a requerimento do Ministrio Pblico, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 3 o A falta de exame complementar poder ser suprida pela prova testemunhal.

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    9. (Agente de investigao Escrivo de Polcia / 2009) Quando encontrados emposio diversa, os cadveres devero ser colocados em posio horizontal paraserem fotografados.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:Os cadveres no devem sofrer alterao de posio.

    10. (PERITO CRIMINAL - PC PI / 2008) Como prova documental no seroaceitas fotografias de documentos, em hiptese nenhuma.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:Salvo com relao as provas ilcitas, no h restries quanto apossibilidade de utilizao de fotografias e documentos para que algo seja provado

    11. (Polcia Civil ES / 2009) O sistema da livre convico, mtodo de avaliao da

    prova concernente livre valorao ou ntima convico do magistrado, inaplicvel no processo penal ptrio, porquanto afasta a necessidade demotivao das decises judiciais.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:A convico do magistrado o fundamento principal da valorao deprovas no nosso pas, vigorando este sistema com base no art. 155.

    Art. 155. O juiz formar sua convico pela livre apreciao da prova produzida em contraditrio judicial, no podendo fundamentar sua deciso exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigao, ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas.

    12. (Polcia Civil ES / 2009) Caso uma indivduo tenha sido gravemente ferido pordisparo acidental de arma de fogo, resultando-lhe srios danos integridadefsica com leses de natureza grave, nessa situao e considerando que a

    infrao penal, conforme descrita, deixa vestgios materiais, ser indispensvel oexame pericial, direto ou indireto, sob pena de nulidade.

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    GABARITO: CERTACOMENTRIOS:Exige o conhecimento do art. 158 do CPP:

    Art. 158 Quando a infrao deixar vestgios, ser indispensvel o exame de corpo de delito, direto ou indireto, no podendo supri-lo a confisso do acusado.

    13. (JUIZ SUBSTITUTO - TJ-AL / 2008) Ainda que devidamente intimado, se oofendido deixa de comparecer audincia de instruo e julgamento, no pode o

    juiz determinar sua conduo coercitiva, considerando que no se trata detestemunha compromissada.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:O ofendido ser obrigado a comparecer, cabendo a conduocoercitiva.

    Art. 201. Sempre que possvel, o ofendido ser qualificado e perguntado sobre as circunstncias da infrao, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declaraes. 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo,o ofendido poder ser conduzido presena da autoridade. (grifo nosso)

    14. (JUIZ SUBSTITUTO TJ-AL / 2008) O ofendido ter de ser comunicado dos atosprocessuais relativos ao ingresso e sada do acusado da priso, designaode data para audincia e sentena, bem como a respectivos acrdos que amantenham ou modifiquem.

    GABARITO: CERTACOMENTRIOS:Questo que exige do candidato a simples leitura do cdigo.Reproduz o pargrafo 2 do artigo 201.

    2 o O ofendido ser comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e sada do acusado da priso, designao de data para audincia e sentena e respectivos acrdos que a mantenham ou modifiquem.

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    15. (DELEGADO - PC-ES / 2008) A lei processual garante ao acusado apossibilidade de confessar, negar ou silenciar a respeito da imputao que lhe atribuda, sem que haja qualquer prejuzo sua defesa. Assim, no momento dointerrogatrio, permitido ao acusado o silncio em resposta s perguntas denatureza identificatrias ou de qualificao pessoal.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:O direito ao silncio no abrange a fase de qualificao. Observe:

    Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusao, o acusado ser informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatrio, do seu direito de permanecer calado e de no responder perguntas que lhe forem formuladas.

    16. (OAB-RJ / 2007) Na disciplina da valorao da prova instituda pelo Cdigo deProcesso Penal brasileiro, foi adotado o sistema

    A) da ntima convico;B) de provas legais;C) do livre convencimento motivado;

    D) de provas legais, exceto no tribunal do jri, que adota o sistema do livreconvencimento motivado.

    GABARITO:CCOMENTRIOS:O CPP adota o princpio do livre convencimento motivado segundo oqual o juiz no ficar adstrito aos laudos, mas deve motivar sua deciso.

    17. (JUIZ SUBSTITUTO TJ-DF / 2008) O juiz penal no est obrigado a admitircomo verdadeira a confisso do ru.

    GABARITO: CERTACOMENTRIOS:Adotamos no pas o sistema da livre apreciao das provas por partedo Magistrado. Sendo assim, o prprio cdigo deixa claro o valor relativo da confisso.

    Art. 197. O valor da confisso se aferir pelos critrios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciao o juiz dever confront-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordncia.

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    18. (JUIZ SUBSTITUTO TJ-DF / 2008) O juiz penal, quando julgar necessrio,poder ouvir outras testemunhas, alm das indicadas pelas partes, bem como

    pessoas por elas referidas.

    GABARITO: CERTACOMENTRIOS:O enunciado da questo trata da testemunha judicial e da referida etal possibilidade encontra-se plasmada no CPP nos seguintes termos:

    Art. 209. O juiz, quando julgar necessrio, poder ouvir outras testemunhas, alm das indicadas pelas partes.

    19. (JUIZ SUBSTITUTO TJ-DF / 2008) Aos menores de 18 (dezoito) anos quandotestemunhas, no se defere o compromisso legal.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:A lei fala em menores de quatorze anos e no 18. Muito cuidado comesse item na hora da prova.

    Art. 208. No se deferir o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos,nem s pessoas a que se refere o art. 206.

    20. (JUIZ SUBSTITUTO TJ-RS / 2009) A previso do interrogatrio do ru porvideoconferncia afastou a possibilidade de tomada do depoimento dastestemunhas por essa metodologia de busca da prova.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:Verificamos durante nossos estudos que a videoconferncia cabvelpara qualquer ato processual conforme o pargrafo 8 do artigo 185 do CPP. Relembre:

    Art. 185 [...] 8 o Aplica-se o disposto nos 2 o , 3 o , 4 o e 5 o deste artigo, no que

    couber, realizao de outros atos processuais que dependam da participao de pessoa que esteja presa, como acareao,

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    reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirio de testemunha ou tomada de declaraes do ofendido.

    21. (POLICIA CIVIL / 2009) Considere que Anglica, imputvel, tenha sido arroladacomo testemunha de acusao nos autos de uma ao penal, tendo sidonotificada pessoalmente da audincia para a sua oitiva. Sem justificativa,Anglica faltou audincia e, mesmo novamente notificada, no compareceu emjuzo. Neste caso, poder o juiz determinar a conduo coercitiva de Anglica,sem prejuzo do processo penal por crime de desobedincia.

    GABARITO: CERTACOMENTRIOS:A questo est em total consonncia com o Cdigo de Processo

    Penal, deixando claro a obrigatoriedade da presena da testemunha, podendo esta,inclusive, responder por crime de desobedincia, no caso de falta injustificada.

    22. (Analista judicirio - TJ-AC / 2007) O silncio do acusado, durante o processo,no pode ser interpretado em seu desfavor.

    GABARITO: CERTA

    COMENTRIOS:Na poca do concurso, esta questo foi considerada incorreta, mas,conforme vimos em nossa aula, atualmente o entendimento outro, ou seja,exatamente o dito no exerccio.

    Art. 186 [...] Pargrafo nico. O silncio, que no importar em confisso, no poder ser interpretado em prejuzo da defesa.

    23. (TJ-AC / 2007) O comportamento adotado pelo ru durante o processo, natentativa de defender-se, no se presta a agravar-lhe a pena.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:O Magistrado deve observar tudo em uma audincia, inclusive ocomportamento do ru em todos os momentos. Segundo a jurisprudncia majoritria, ocomportamento do ru tambm pode ser um meio de prova para o Juiz.

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    24. (OAB-RJ / 2007) Acerca da prova testemunhal, assinale a opo correta.

    A) Ao juiz vedado ouvir outras testemunhas, alm das indicadas pelas partes.B) As testemunhas da acusao e da defesa sero inquiridas umas na presena dasoutras.C) Se o juiz, ao pronunciar sentena final, reconhecer que alguma testemunha fezafirmao falsa, calou ou negou a verdade, remeter cpia do depoimento autoridadepolicial para a instaurao de inqurito.D) A testemunha deve prestar o depoimento oralmente ou traz-lo por escrito.

    GABARITO:C

    COMENTRIOS:Analisando:Alternativa A Incorreta Contraria o art. 209 do CPP. Veja:

    Art. 209. O juiz, quando julgar necessrio, poder ouvir outras testemunhas, alm das indicadas pelas partes.

    Alternativa B Incorreta Contraria o art. 210 do CPP:

    Art. 210. As testemunhas sero inquiridas cada uma de per si, de modo que umas no saibam nem ouam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho.

    Alternativa C Correta Reproduz o art. 211 do CPP. Observe:

    Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentena final, reconhecer que alguma testemunha fez afirmao falsa, calou ou negou a verdade,remeter cpia do depoimento autoridade policial para a instaurao de inqurito.

    Alternativa D Regra geral, a testemunha no poder levar o depoimento por escrito,mas apenas fazer consulta a breves apontamentos.

    26. (TCNICO JUDICIRIO TJ-AP / 2004) O menor de 14 anos de idade pode sertestemunha, mas est desobrigado de prestar o compromisso de dizer a verdade.

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    GABARITO: CERTACOMENTRIOS:O menor de 14 anos, por ser expressamente citado no artigo 208 doCPP, no est obrigado ao compromisso.

    Art. 208. No se deferir o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos,nem s pessoas a que se refere o art. 206.

    27. (TCNICO JUDICIRIO TJ-AP / 2004) O depoimento da testemunha, emqualquer hiptese, deve ser prestado oralmente, sendo proibida inclusive aconsulta a apontamentos.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:Conforme vimos, existem situaes, como no caso do Presidente, emque o depoimento pode ser prestado por escrito. Alm disso, a consulta a brevesapontamentos encontra previso legal.

    Art. 204. O depoimento ser prestado oralmente, no sendo permitido testemunha traz-lo por escrito.

    Pargrafo nico. No ser vedada testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos.

    Art. 221[...] 1o O Presidente e o Vice-Presidente da Repblica, os presidentes do Senado Federal, da Cmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal podero optar pela prestao de depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes sero transmitidas por ofcio.

    28. (TCNICO JUDICIRIO TJ-AP / 2004) Havendo dvidas quanto a suaidentidade, o depoimento da testemunha deve ser adiado at a confirmao dosseus dados, para no haver necessidade de repetir o ato.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:Nos termos do artigo 205, o depoimento no precisa ser adiado.

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    Art. 205. Se ocorrer dvida sobre a identidade da testemunha, o juiz proceder verificao pelos meios ao seu alcance, podendo,entretanto, tomar-lhe o depoimento desde logo.

    29. (TCNICO JUDICIRIO TJ-AP / 2004) Na oitiva da testemunha, o juiz poderecusar as perguntas da defesa ou da acusao se julg-las impertinentes, aindaque tenham ligao com o fato.

    GABARITO: ERRADACOMENTRIOS:As hipteses de recusa a perguntas encontram-se previstas no artigo212 do CPP. Observe:

    Art. 212. As perguntas sero formuladas pelas partes diretamente testemunha, no admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, no tiverem relao com a causa ou importarem na repetio de outra j respondida.

    30. (DELEGADO DE POLCIA CIVIL SE / 2006) Nos termos da lei processual

    penal, a exigncia da presena de defensor, prevista para o interrogatrio judicial,no se aplica ao interrogatrio policial, por ser o inqurito procedimento denatureza inquisitiva, ao qual no se impe a observncia do contraditrio.

    GABARITO: CERTACOMENTRIOS:Como sabemos, no interrogatrio realizado na fase do inqurito, noh obrigao da presena de defensor.

    31. (DELEGADO DE POLCIA CIVIL-ES / 2006) A lei processual garante aoacusado a possibilidade de confe