aula 34 - direito constitucional - aula 06

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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 06 6. Organização dos poderes: Poder Legislativo, I. A SEPARAÇÃO DOS PODERES --------------------------------------------------------------------------2 II. DO PODER LEGISLATIVO ----------------------------------------------------------------------------------5 III. ÓRGÃOS DAS CASAS LEGISLATIVAS ------------------------------------------------------------ 26 IV. DAS REUNIÕES ------------------------------------------------------------------------------------------------- 53 V. ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS ----------------------------------------------------------------- 64 VI. DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU)---------------------------------------------- 84 VII. QUESTÕES DA AULA--------------------------------------------------------------------------------------- 108 VIII.GABARITO -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 125 IX. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA---------------------------------------------------------------------- 126 Olá futuros Analistas do Banco Central! Prontos para o SEU salário de R$ 12.960,77 e para ocupar um dos cargos mais desejados do Poder Executivo Federal? Estão estudando como eu ensinei na aula inaugural? E os resultados? Tenho certeza de que estão melhorando! E também estou certo de que eles serão cada vez melhores! Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital: Poder Legislativo Como sempre, faremos muitos exercícios da Cesgranrio e das mais variadas bancas para que você treine muito e tenha uma visão de todos os ângulos da matéria. Infelizmente, a sua banca ainda não tem muitas questões de Direito Constitucional para treinarmos. Na aula de hoje, teremos APENAS 53 páginas de conteúdo (teoria). O restante das páginas é dividido entre exercícios comentados, MUITOS esquemas e uma lista com as questões da aula. Dessa forma, apesar de o número de páginas ser elevado, a leitura do material é bastante rápida e agradável! Caso tenham alguma dúvida, mandem-na para o fórum ou para o email [email protected]. Vamos então à nossa aula!

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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 1

Aula 066. Organização dos poderes: Poder Legislativo,

I. A SEPARAÇÃO DOS PODERES --------------------------------------------------------------------------2

II. DO PODER LEGISLATIVO ----------------------------------------------------------------------------------5

III. ÓRGÃOS DAS CASAS LEGISLATIVAS------------------------------------------------------------ 26

IV. DAS REUNIÕES ------------------------------------------------------------------------------------------------- 53

V. ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS ----------------------------------------------------------------- 64

VI. DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU)---------------------------------------------- 84

VII. QUESTÕES DA AULA--------------------------------------------------------------------------------------- 108

VIII.GABARITO -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 125

IX. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA---------------------------------------------------------------------- 126

Olá futuros Analistas do Banco Central!

Prontos para o SEU salário de R$ 12.960,77 e para ocupar um dos cargos mais desejados do Poder Executivo Federal?

Estão estudando como eu ensinei na aula inaugural? E os resultados? Tenho certeza de que estão melhorando! E também estou certo de que eles serão cada vez melhores!

Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital: Poder Legislativo

Como sempre, faremos muitos exercícios da Cesgranrio e das mais variadas bancas para que você treine muito e tenha uma visão de todos os ângulos da matéria. Infelizmente, a sua banca ainda não tem muitas questões de Direito Constitucional para treinarmos.

Na aula de hoje, teremos APENAS 53 páginas de conteúdo (teoria). O restante das páginas é dividido entre exercícios comentados, MUITOS esquemas e uma lista com as questões da aula. Dessa forma, apesar de o número de páginas ser elevado, a leitura do material é bastante rápida e agradável!

Caso tenham alguma dúvida, mandem-na para o fórum ou para o email [email protected].

Vamos então à nossa aula!

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I. A SEPARAÇÃO DOS PODERES

Meu caro Analista do Banco Central, antes de estudarmos o Poder Legislativo, devemos conhecer um assunto fundamental: a teoria da separação dos poderes, trazida pelo artigo 2º da Constituição. Observe:

Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos

entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Esse princípio, cuja origem remonta à Revolução Francesa e a Montesquieu, éimportantíssimo porque evita que o poder fique todo nas mãos de uma só pessoa, evitando, assim, arbitrariedades e excessos.

Observe que os poderes são INDEPENDENTES e HARMÔNICOS entre si. Assim, não pode haver prevalência, subordinação ou hierarquia de um poder sobre os outros sendo que eles devem operar de forma conjunta.

No entanto, não existe uma separação rígida e absoluta entre os poderes, sendo que a própria Constituição prevê algumas interferências uns nos outros. Assim, a separação dos poderes no Brasil é flexível e cada um exerce, além de suas funções típicas, funções atípicas:

Poder Executivo: sua função típica é administrar e executar as leis, mas exerce, como funções atípicas, a jurisdição (ex: quando profere decisões nos processos administrativos) e a legislação (ex: quando elabora Medidas Provisórias ou Leis Delegadas).

Poder Legislativo: sua função típica é legislar e fiscalizar, mas exerce, como funções atípicas, a jurisdição (ex: quando o Senado Federal julga autoridades por crime de responsabilidade - CF, art. 52, I e II e parágrafo único) e a administração (ex: quando atua enquanto administração pública, realiza licitações etc.).

Poder Judiciário: sua função típica é a jurisdição, ou seja, dizer o direito. No entanto, esse Poder exerce, como funções atípicas, a legislação (ex: quando elabora os Regimentos Internos dos Tribunais) e a administração (ex: quando atua enquanto administração pública, realiza licitações etc.).

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Vale ressaltar que, em regra, as funções típicas de cada Poder não podem ser delegadas para os outros poderes (princípio da indelegabilidade). No entanto, excepcionalmente, existem casos onde a delegação pode ser feita, como na elaboração de Leis Delegadas, onde o Poder Legislativo delega ao Poder Executivo a elaboração de uma lei.

Do princípio da separação dos poderes, surge um sistema chamado de SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS, também conhecido como checks and balances. Segundo ele, os poderes, apesar de serem independentes entre si, devem se contrabalancear para evitar excessos. Assim, cada poder deve exercer suas funções e, ao mesmo tempo “fiscalizar e controlar” os outros poderes, justamente para evitar abusos e excessos. Assim, a Constituição brasileira prevê mecanismos para que os três poderes interfiram na atuação uns dos outros, para evitar os desvios de conduta.

ATENÇÃO: o sistema de freios e contrapesos não retira a independência (relativa) dos poderes.

Ex. 1: o Legislativo não pode elaborar leis livremente: existe o veto do Executivo e o controle de constitucionalidade das leis pelo Judiciário.

Ex. 2: o Executivo não administra livremente: existe o controle dos seus atos pelo controle externo Congresso Nacional e pelo Poder Judiciário.

Ex. 3: o Congresso Nacional pode sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (art. 48, V). Quem elabora o decreto regulamentar ou a lei delegada é o poder Executivo. Mas o Legislativo pode sustar esses dois atos (se extrapolarem os limites).

Ex. 4: art. 101, parágrafo único: Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Estão vendo? O STF é o mais alto Tribunal do Poder Judiciário, mas quem escolhe seus ministros é o Executivo (e o Legislativo ainda tem que aprovar).Assim como essas, existem uma série de “interferências” de um poder nos outros. É o sistema de freios e contrapesos agindo.

Esquematizando:

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SEPARAÇÃO DE PODERES

Montesquieu + Revolução Francesa

Evita arbitrariedades e excessos

Os poderes são INDEPENDENTES e HARMÔNICOSo Não pode haver subordinaçao/hierarquia de um poder sobre os outroso Eles devem operar de forma conjunta

- Executivo - Função Típica: Administração- Função Atípica - Legislar (Leis Delegadas, MPs...)

- Julgar (decisões nos processos adm)

Poderes - Legislativo - Função Típica: Elaboração de leis e fiscalização- Função Atípica - Atuar como Administração Pública

- Jurisdição (SF julga autoridades por crime de responsabilidade – 52, I e II)

- Judiciário - Função Típica: Jurisdição- Função Atípica - Atuar como Administração Pública

- Legislar (elaboração dos Regimentos Internos dos Tribunais

Princípio da indelegabilidade: o Um poder não pode delegar suas atribuições a outro poder o Há exceções: Ex. Lei delegada

Sistema de freios e contrapesos (checks and balances): a separação de poderes não é rígida e há algumas interferências entre os poderes previstas pela própria CF (separação flexível de poderes)

o Não há independência absolutao Ex1: o Legislativo não pode elaborar leis livremente: existe o veto do Executivo e o

controle de constitucionalidade das leis pelo Judiciário o Ex2: o Executivo não administra livremente: existe o controle dos seus atos pelo

controle externo Congresso Nacional e pelo Poder Judiciário o Ex3: o Congresso Nacional pode (art. 48, V) - sustar os atos normativos do Poder

Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Quem elabora o decreto regulamentar ou a lei delegada é o poder Executivo. Mas o Legislativo pode sustar esses dois atos (se extrapolarem os limites)

o Ex4: art. 101, parágrafo único: Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

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II. DO PODER LEGISLATIVO

1. OBSERVAÇÕES GERAIS

O Poder Legislativo possui duas funções típicas: legislar e fiscalizar. Apesar de haver casos, onde órgãos de outros poderes podem editar atos normativos com força de lei, em regra, é o Poder Legislativo quem edita tais atos.

Outra função não menos importante do que a legislação é a fiscalização exercida pelo Poder Legislativo. É ele quem realiza a fiscalização COFOP(contábil, operacional, financeira, orçamentária e patrimonial) do Poder Executivo, conforme os artigos 70 e 49, X (e outros) da Constituição Federal.

Essa fiscalização pode ser realizada diretamente pelo Congresso Nacional ou por qualquer de suas Casas e inclui tanto a administração direta quanto a indireta. Outro exemplo do poder de fiscalização do Legislativo é o poder dasComissões Parlamentares de Inquérito de investigar fatos predeterminados,estudado mais a frente.

2. COMPOSIÇÃO DO PODER LEGISLATIVO

O Poder Legislativo federal é exercido pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Assim, a União adota o bicameralismo federativo: enquanto a Câmara dos Deputados representa o povo, o Senado Federal representa os estados.

Já o Poder Legislativo dos estados, DF e municípios é unicameral, ou seja, é composto de apenas uma câmara, denominada:

Nos estados: Assembleia Legislativa

Nos Municípios: Câmara dos Vereadores ou Câmara Municipal

No Distrito Federal: Câmara Legislativa

Esquematizando:

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1. Observações Gerais

Função típica do Legislativo: LEGISLAR E FISCALIZAR o Fiscalização COFOP do Executivo (CF 70)o Controle dos atos do Executivo (diretamente ou qualquer das casas) – 49, X

Inclui administração direta e indiretao CPI: Investigar fato predeterminado

2. Composição - Congresso Nacional - Senado Federal- Câmara dos Deputados

União: BICAMERALo CD: representantes do POVOo SF: representantes dos ESTADOS

Estados, DF e Municípios: UNICAMERALo DF: Câmara Legislativao Estados: Assembléia Legislativao Municípios: Câmara Municipal ou Câmara dos Vereadores

2.1. DO CONGRESSO NACIONAL (CN)

Observações gerais

O Congresso Nacional é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal e cabe a ele dispor sobre todas as matérias de competência da União.Ele possui competências exclusivas, que NÃO dependem de sanção do Presidente da República (art. 49) e também competências privativas, que dependem de sanção do Presidente (art. 48).

Meus queridos Analistas do Banco Central, vocês devem saber que existem vários tipos de atos normativos (leis em sentido amplo). Exemplos dessas “leis” são as leis ordinárias, leis complementares, decretos legislativos, resoluções, medidas provisórias etc. Não se preocupe agora em saber o que é cada uma dessas espécies, elas são estudadas no processo legislativo. Por enquanto, você só precisa saber que as competências exclusivas do Congresso Nacional são externadas através de um ato chamado de Decreto Legislativo. As competências privativas, por outro lado, são externadas

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através de leis ordinárias ou leis complementares, a depender do caso previsto na própria CF.

Ainda sobre esse tema, tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal também possuem competências privativas, que também são externadas através de Resolução.

LEIS NACIONAIS E FEDERAIS

O Congresso Nacional pode fazer leis que regulam a vida de todas as unidades da federação, englobando a União, estados, DF e municípios. Essas leis são chamadas de leis nacionais.

Por outro lado, a União pode também produzir leis que vinculam apenas a União não afetando as demais unidades da federação. Essas leis são chamadas de leis federais.

MAIORIA SIMPLES E ABSOLUTA

A Constituição estabelece que, salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. Essa maioria referida pela Constituição é a maioria relativa, ou maioria simples.

Devemos então saber diferenciar três conceitos: maioria simples, maioria absoluta e quórum de instalação da sessão.

Maioria absoluta: é o primeiro número inteiro superior à metade do total de membros. Este valor não depende da quantidade de presentes na sessão e é fixo. Olhando assim, parece complicado, mas não é.

Observe:

Número totalde membros

Maioria absoluta

5050 ÷ 2 = 25. O primeiro número inteiro superior a 25 é = 26

2020 ÷ 2 = 10. O primeiro número inteiro superior a 10 é = 11

3535 ÷ 2 = 17,5. O primeiro número inteiro superior a 17,5 é = 18

2121 ÷ 2 = 10,5. O primeiro número inteiro superior a 10,5 é = 11

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Maioria simples ou maioria relativa: é o primeiro número inteiro superior à metade dos presentes na sessão. Esse número não depende da quantidade total de membros e é variável.

Número totalde Presentes

Maioria relativa (ou maioria simples)

8080 ÷ 2 = 40. O primeiro número inteiro superior a 40 é = 41

3030 ÷ 2 = 15. O primeiro número inteiro superior a 15 é = 16

4545 ÷ 2 = 22,5. O primeiro número inteiro superior a 22,5 é = 23

5151 ÷ 2 = 25,5. O primeiro número inteiro superior a 25,5 é = 26

Quórum de instalação de sessão: esse número não se refere ao número de votos, mas sim, ao número de pessoas que precisam estar presentes para que a votação comece. Em regra, sempre que um órgão colegiado (que possui mais de um membro) for iniciar alguma sessão, deve estar presente, pelo menos, a maioria absoluta dos seus membros. Lembrando que esse número não se refere a nenhuma votação. Ele simplesmente se refere ao número mínimo de pessoas que devem estar presentes para que a sessão se inicie.

Vamos treinar? (observe que os valores das colunas “nº total de membros” e“nº total de presentes” foram arbitrados por mim, não decorrendo de nenhum cálculo). Os valores calculados estão em azul.

Nº total de membros

Nº total de presentes

Quórum de instalação da

sessão

Maioria absoluta

Maioria simples

20 16 11 11 9

60 40 31 31 21

51 35 26 26 18

135 70 68 68 36

Esquematizando:

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2.1. Do Congresso Nacional

Observações gerais:o Cabe ao CN dispor sobre todas as matérias de competência da Uniãoo O CN pode ter atribuições

EXCLUSIVAS: das quais não depende sanção do PR

Externadas por Decreto Legislativo

art. 49

PRIVATIVAS: atribuições que dependem de sanção do PR

Externadas por leis ordinárias e leis complementares

art. 48

o Competências Privativas - da CD - Resolução- do SF - Resolução

o O CN pode fazer leis - Federais: vincula só a U- Nacionais: vincula U, E, DF e Mun

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COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DO CONGRESSO NACIONAL (ART. 48)

Como dito, as competências privativas do Congresso Nacional são externadas através de leis ordinárias ou complementares e passam pelo crivo do Poder Executivo (sanção ou veto do Presidente da República).

Cabe ao Congresso Nacional dispor sobre (lembre-se que este rol é exemplificativo):

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II – PPA, LDO e LOA, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;

III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;

VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;

VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;

VIII - concessão de anistia;

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária (administrativa não) e do Ministério Público do Distrito Federal; (A Defensoria Pública do DF não é mais organizada e mantida pela União! EC69/2012)

X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b (quando vagos é pelo PR - Decreto Autônomo)

XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;

XII - telecomunicações e radiodifusão;

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;

XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária FEDERAL (dívida mobiliária dos Estados, DF e Municípios é competência do SF).

XV - fixação do subsídio dos Ministros do STF (iniciativa do PSTF e sanção do PR)

Caro aluno, o estudo das competências do Congresso Nacional, Senado Federal e da Câmara dos Deputados não é lá das tarefas mais simples. Assim, eu as trouxe com uma série de observações e em forma de esquemas para facilitar o seu estudo.

Força e persistência porque vale a pena!

Pense agora no seu salário de R$ 12.960,77 e fique firme!!

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COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS DO CONGRESSO NACIONAL (ART. 49)

As competências exclusivas do Congresso Nacional são disciplinadas por meio de Decreto Legislativo não passam pela sanção ou veto do Presidente da República. São elas:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

o Não só os que acarretem compromissos gravosos, mas todo e qualquer tratado internacional

II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;

III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;

IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (Veto Legislativo);

VI - mudar temporariamente sua sede;

VII fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores

VIII fixar os subsídios do Presidente e Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado.

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatóriossobre a execução dos planos de governo;

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,incluídos os da administração indireta;

XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;

XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a 2500hectares.

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2.2. DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (CD)

A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo: os deputados federais. O mandato desses parlamentares é de quatro anos,permitidas sucessivas reeleições.

Além disso, os deputados são eleitos pelo princípio da proporcionalidade,ou seja, quanto maior for a população, maior será o número de deputados federais. No entanto, a própria CF estabelece limites em relação à proporcionalidade, regrando que o número de parlamentares não pode ser inferior a 8 e nem superior a 70 por estado, sendo que o número exato de deputados depende de Lei Complementar federal e será proporcional à população (e não ao número de eleitores).

Os Territórios, caso sejam criados, também poderão eleger deputados federais, no número fixo de quatro por Território.

São requisitos para que alguém seja eleito parlamentar federal:

o Ser brasileiro (nato ou naturalizado)o Pleno exercício dos direitos políticoso Alistamento eleitoralo Filiação partidáriao Ter domicílio eleitoral na circunscriçãoo Idade mínima 21 – Deputado Federal

35 – Senador

Esquematizando:2.2. Câmara dos Deputados

Composta por representantes do POVO

Deputados Federaiso Mandato: 4 anos

Com quantas reeleições quisero Eleitos pelo princípio da proporcionalidade (quanto maior a população, maior o

número de deputados federais)Mín 8 Por EstadoMáx 70

o Território: número fixo de 4 deputados federais

Número depende de LC Federal eé proporcional à POPULAÇÃO(e não ao número de eleitores)

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COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (ART. 51)

As competências privativas da Câmara dos Deputados são disciplinadas por Resolução e não têm sanção ou veto do Presidente da República. São elas:

I - autorizar, por 2/3 de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

o No caso dos Ministros de Estado, a autorização da CD se restringe aos crimes comuns e de responsabilidade conexos com os da mesma natureza imputados ao Presidente da República (QCRQO 427/DF)

Se não houver conexão, os Ministros de Estado são processados e julgados pelo STF sem a necessidade de autorização da CD

o Crimes de Responsabilidade: se a CD autorizar, o SF é obrigado a julgar. Já o STF pode arquivar se entender que não há elementos suficientes para a instauração do processo

o As demais autoridades (PSTF, PGR, AGU, CNMP e CNJ), quando o SF julga, não precisa de autorização da CD (vide art. 52, I e II)

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao CNdentro de 60d após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

o Tanto a CD quanto o SF elegem membros do Conselho da República

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2.3. DO SENADO FEDERAL

O Senado Federal é composto por representantes dos estados e do Distrito Federal. Observe que os senadores não representam o povo, por isso, os Territórios (que pertencem à União) e os municípios (entes federados anômalos) NÃO elegem senadores.

O número de senadores por estado é fixo: três. Assim, não importa o tamanho da população ou o número de eleitores que o estado possua: o número de senadores sempre será fixo. Como existem 26 estados e mais o DF, o número total de senadores é de 81 (27x3=81). Além disso, cada senador é eleito com dois suplentes.

O mandato dos senadores corresponde a um período de duas legislaturas, ou oito anos e a renovação da Casa é feita de quatro em quatro anos, alternadamente e na proporção de 1/3 e 2/3.

Exemplo: em uma legislatura é eleito um senador e os outros dois continuam com seus mandatos. Na próxima legislatura, são eleitos dois senadores e um continua com seu mandato.

Por fim, diferentemente dos deputados, que são eleitos pelo sistema proporcional, os senadores são eleitos pelo sistema majoritário e em um único turno. Assim, o candidato que obtiver mais votos, será o vencedor das eleições, independentemente da diferença do número de votos.

Esquematizando:

2.3. Senado Federal

Composto por representantes dos ESTADOS e DFo Os senadores não são representantes do povoo Território NÃO elege Senador

Mas elege 4 Deputados Federaiso Municípios também não elegem Senadores: Ente federado Atípico / Anômalo

Número de Senadores: 3 por estadoo Número fixoo 81 senadores – totalo Suplentes: 2 suplentes por senador

Mandato: 8 anos (2 legislaturas)

Renovação: de 4 em 4 anos, alternadamente, na proporção 1/3 e 2/3

Eleição pelo princípio Majoritário em 1 só turno

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COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DO SENADO FEDERAL (ART. 52)

As competências privativas do Senado Federal estão dispostas no artigo 52 da Constituição Federal, são externadas por meio de Resolução e não sofrem sanção ou veto do Presidente da República. São elas:

(Força! As competências já estão quase terminando! Pense no cargo que você vai conquistar e nos SEU salário de R$ 12.960,77!)

Competências Privativas do Senado Federal (art. 52)o Não precisa de Sanção do PRo Disciplinadas por Resolução

I - processar e julgar nos crimes - Presidente da Repúblicade responsabilidade - Vice-Presidente da República

- Ministro do STF- Procurador-Geral da República- Advogado-Geral da União- Conselho Nacional de Justiça- Conselho Nacional do Ministério Público

II – processar e julgar nos crimes de responsabilidade conexos com o Presidente da República e o Vice-Presidente da República - Ministros de Estado

- Comandantes das Forças Armadas;

o OBS para I e II - Processo de impeachment

- O SF atua como tribunal político- 1o a CD autoriza (somente para PR, VP e MinE) - O Presidente da sessão é o PSTF- Condenação por 2/3 dos votos- Pena: perda do cargo + inabilitação de 8 anos para exercício de função pública- A renúncia ao cargo, apresentada na sessão de julgamento, não paralisa o processo de impeachment

III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:a) Magistrados,b) Ministros do TCU indicados pelo Presidente da República;c) Governador de Territórios;d) Presidente e diretores do banco central;e) Procurador-Geral da República;f) outros cargos que a lei determinar;

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter PERMANENTE;

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V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;

IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, DF e Municípios;

o A dívida mobiliária da União é competência do CN

X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF (em controle DIFUSO de constitucionalidade);

o No controle concentrado, o SF não suspende lei (o STF é quem retira a norma do ordenamento jurídico)

o Ato político / facultativoo O SF não pode modificar, restringir ou ampliar a decisão do STF. Ele é livre para

sustar ou não, mas se sustar, tem que ser idêntico à decisão do STF.o Alcança leis federais, estaduais e municipais (porque é controle difuso)o Efeitos ex NUNCo Suspensão é irreversível

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observada a LDO;

XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. o Tanto a CD quanto o SF elegem membros do Conselho da República

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, Estados, DF e Municípios.

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EXERCÍCIOS

1. (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Analista) Considerando o princípio da separação dos Poderes de acordo com a Constituição, analise as proposições a seguir.

I - A Câmara dos Deputados pode convocar o Presidente do Banco Central a prestar informações sobre assunto determinado.

II - O Presidente do Banco Central, subordinado ao Presidente da República, não está obrigado a atender à convocação de nenhuma das Casas do Poder Legislativo.

III - O Ministro da Fazenda pode, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa diretora do Senado Federal, comparecer àquela Casa do Congresso Nacional para expor assunto de relevância de seu Ministério.

Está(ao) correta(s) APENAS a(s) proposição(ões)

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e III.

e) II e III.

Gabarito: D.

Itens I – CERTO e II – ERRADO. De acordo com o art. 50: “a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.”

Item III – CERTO. O item trata do comparecimento quando o próprio Ministro deseja expor assunto relevante mediante entendimentos com o Legislativo. Isso está no art. 50, §1º.

2. (CESGRANRIO - 2008 - ANP - Especialista em Regulação) Nos termos da Constituição Federal vigente, pode-se afirmar que compete exclusivamente ao Congresso Nacional:

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I - resolver definitivamente sobre tratados que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

II - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;

III - processar e julgar os Ministros de Estado nos crimes de responsabilidade;

IV - autorizar referendo e convocar plebiscito.

Estão corretas as afirmativas

a) I e II, apenas.

b) I e IV, apenas.

c) II e IV, apenas.

d) I, II e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

Gabarito: D.

Item I – CERTO. Essa é a primeira competência da lista que dispõe o art. 49. Essa lista é importantíssima!

Item II – CERTO. Mais uma competência exclusiva do Congresso Nacional, disposta pelo art. 49, XII.

Item III – ERRADO. Temos duas possibilidades para o julgamento de Ministros de Estado por crime de responsabilidade: Em regra, o julgamento será realizado pelo STF (art. 102, I, “c”). Todavia, se o crime for da mesma natureza e conexo com um crime de responsabilidade cometido pelo Presidente da República ou Vice, o Ministro será julgado pelo Senado Federal (art. 52, I).

Item IV – CERTO. Conforme o inciso XV do importantíssimo art. 49.

3. (CESGRANRIO - 2006 - DNPM - Técnico Administrativo) Uma empresa brasileira, com sede e administração no território nacional, pretende iniciar pesquisa sobre riquezas minerais em terras indígenas do Estado do Pará. Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, nessa hipótese, há necessidade de prévia autorização pelo:

a) Congresso Nacional.

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b) Senado Federal.

c) Presidente da República.

d) Governador do Estado do Pará.

e) Juiz Federal da Seção Judiciária do Estado do Pará.

Gabarito: A. Vejamos a redação do art. 49: “É da competência exclusiva do Congresso Nacional: XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais”

4. (CESGRANRIO – 2008 - INEA RJ – Advogado) Nos termos da Constituição Federal vigente, a descrição que NÃO corresponde a matéria de competência privativa do Senado Federal é:

a) julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo.

b) aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato.

c) suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.

d) processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade.

e) processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal nos crimes de responsabilidade.

Gabarito: A. Essa é a única alternativa que não traz uma competência prevista no art. 52. O julgamento das contas do Presidente da República e aapreciação da execução dos planos de governo será realizada pelo Congresso Nacional, na forma do art. 49, IX.

5. (CESGRANRIO – 2012 – LIQUIGAS - Analista) Sobre os atos normativos adotados no ordenamento jurídico brasileiro, considere as afirmativas abaixo.

I - A suspensão, pelo Senado, da execução de lei declarada inconstitucional pelo STF, no controle concreto- difuso, se dá por meio de resolução.

II - O Congresso Nacional suspende os atos normativos do Presidente da República que exorbitem do poder regulamentar por meio de decreto legislativo.

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III - O Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, pode criar um tipo penal por meio de lei complementar.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

Gabarito: E. Todas as assertivas estão corretas. Lembre-se de que o instrumento através do qual se externalizam as competências privativas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal é a Resolução. Já as competências exclusivas do Congresso Nacional são externalizadas pelo Decreto Legislativo. Quanto ao item III: A competência para legislar sobre direito penal é da União (art. 22, I), e o órgão que produzirá a lei será o Congresso Nacional, que representa o Poder Legislativo da União. Em regra, as normas de direito penal são criadas por Lei Ordinária. No entanto, nada impede que seja criado um tipo penal por lei complementar.

6. (CESGRANRIO – 2005 - SEMSA MANAUS – Advogado) Pelos crimes de responsabilidade, os Ministros do Supremo Tribunal Federal são julgados pelo(a):

a) Senado Federal.

b) Plenário do próprio Supremo Tribunal Federal.

c) Congresso Nacional.

d) Superior Tribunal de Justiça.

e) Câmara dos Deputados.

Gabarito: A. Nos crimes de reponsabilidade, as autoridades mais altas da União serão julgadas pelo Senado Federal, em um tribunal político. Lembre-se de que quem conduz a sessão é o Presidente do STF. Vamos revisar quem são as autoridades que o Senado julgará nos crimes de reponsabilidade?

Presidente e Vice-Presidente da República;

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Ministros de Estado e Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica (somente em crimes de responsabilidade conexos com o Presidente e Vice-Presidente da República);Ministros do Supremo Tribunal FederalMembros do Conselho Nacional de JustiçaMembros do Conselho Nacional do Ministério PúblicoProcurador-Geral da RepúblicaAdvogado-Geral da União

7. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Certo. Conforme art. 48, XV da CF: “Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.”

8. (ESAF/CGU/2008) Compete privativamente ao Senado Federal aprovar iniciativa do Poder Executivo referente a atividades nucleares.

Errado. Trata-se de competência EXCLUSIVA do Congresso Nacional prevista no art. 49, XIV.

9. (CESPE/AJAJ - TRT 5ª/2009) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da República, aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio ou suspender qualquer uma dessas medidas.

Errado. Essa é uma competência exclusiva do Congresso Nacional, exteriorizada por meio de Decreto Legislativo onde não há sanção presidencial, conforme art. 49: “É da competência exclusiva do Congresso Nacional, IV aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas.”

10. (ESAF/CGU/2008) Compete privativamente à Câmara dos Deputados procederà tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao

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Congresso Nacional dentro de sessenta dias após abertura da sessão legislativa.

Certo. O Presidente deve apresentar suas contas ao Congresso Nacional dentro do prazo de 60 dias do início da sessão legislativa. Caso ele não o faça, compete à Câmara dos Deputados tomá-las (art. 51, II).

Para fixar, observe as competências da Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por 2/3 de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

o No caso dos Ministros de Estado, a autorização da CD se restringe aos crimes comuns e de responsabilidade conexos com os da mesma natureza imputados ao Presidente da República (QCRQO 427/DF)

Se não houver conexão, os Ministros de Estado são processados e julgados pelo STF sem a necessidade de autorização da CD

o Crimes de Responsabilidade: se a CD autorizar, o SF é obrigado a julgar. Já o STF pode arquivar se entender que não há elementos suficientes para a instauração do processo

o As demais autoridades (PSTF, PGR, AGU, CNMP e CNJ), quando o SF julga, não precisa de autorização da CD

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao CNdentro de 60d após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.o Tanto a CD quanto o SF elegem membros do Conselho da República

11. (CESPE/AJAJ - TRT 5ª/2009) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice-presidente da República e contra os ministros de Estado.

Certo. É a literalidade do art. 51, I.

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12. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão.

Errado. Essa atribuição é da competência exclusiva do Congresso Nacional, sendo, portanto, externada por meio de um Decreto Legislativo, não necessitando da sanção presidencial, conforme art. 49, XII.

13. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O advogado-geral da União e os ministros de Estado são julgados pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade.

Errado. Conforme o art. 52, I e II, o AGU realmente é julgado pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade. No entanto, os Ministros de Estado somente são julgados pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade CONEXOS COM O PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE. Caso não haja conexão, os Ministros de Estado são julgados pelo STF.

14. (ESAF/AFRFB/2009) Compete privativamente ao Senado Federal resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Errado. Essa competência é exclusiva do Congresso Nacional e não do Senado Federal e está prevista no art. 49, I da CF.

15. (ESAF/CGU/2008) A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo de cada Município e do Distrito Federal eleitos pelo sistema proporcional.

Errado. De fato, os deputados federais são eleitos pelo sistema proporcional. Por outro lado, enquanto o Senado Federal é composto por representantes dos estados e do DF, a Câmara dos Deputados é composta por representantes do POVO. Lembre-se de que os municípios não possuem órgão representativo na formação da vontade nacional. Assim, confira a redação do texto constitucional: “Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.”

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16. (ESAF/CGU/2008) O Senado compõe-se de três representantes de cada Estado e do Distrito Federal eleitos segundo o princípio majoritário para mandato de oito anos.

Certo. Os senadores representam os estados e o DF e são eleitos para mandatos de 8 anos. Assim, cada estado possui o mesmo número de senadores, que são eleitos pelo princípio majoritário: 3.

Já os deputados são representantes do povo e são eleitos pelo sistema proporcional para mandatos de 4 anos. Assim, cada estado possui um número diferente de deputados federais, de acordo com sua população, sendo no mínimo 8 e no máximo 70 deputados federais por estado.

17. (ESAF/CGU/2008) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, fixar idêntico subsídio para Deputados Federais e Senadores, assim como para o Presidente, o Vice-Presidente da República e Ministros de Estado.

Errado. Essa competência é EXCLUSIVA do Congresso Nacional e exercida mediante Decreto Legislativo, assim, não há a sanção do Presidente da República.

Observe que, nas competências PRIVATIVAS do Congresso estabelecidas no art. 48, existe a sanção presidencial, o que não ocorre com as competências EXCLUSIVAS, previstas no art. 49.

18. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) O Poder Legislativo é composto por deputados federais, eleitos pelo sistema proporcional, e por senadores, eleitos pela maioria absoluta do total de eleitores de cada unidade da Federação.

Errado. Enquanto os deputados federais são eleitos pelo sistemaproporcional, os senadores são eleitos pelo sistema majoritário puro ou simples, que é aquele onde o candidato vencedor da eleição será oque obtiver mais votos em um só turno, independentemente da diferença de votos. Dessa forma, não é necessária a maioria absoluta dos votos para eleição de senador.

19. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) Compete privativamente ao Senado Federal processar e julgar os ministros do STF e os membros do CNJ nos crimes de responsabilidade.

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Certo. Conforme art. 52, II: “Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade.”

20. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário) A competência exclusiva de sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa é do

a) Superior Tribunal de Justiça.

b) Supremo Tribunal Federal.

c) Congresso Nacional.

d) Presidente da República.

e) Presidente do Conselho Nacional de Justiça.

Gabarito: C. Conforme art. 49, V da CF, quem faz isso é o Congresso Nacional! Quando o Presidente edita uma Lei Delegada que vai além dos limites da delegação concedida pelo Congresso Nacional ou um decreto que vá além das prerrogativas de regulamentar a lei, o Congresso Nacional sustará o ato do Presidente, via Decreto Legislativo

21. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, autorizar referendo e convocar plebiscito.

Errado. Essa atribuição é da competência exclusiva do Congresso Nacional, sendo, portanto, externada por meio de um Decreto Legislativo, não necessitando da sanção presidencial, conforme art. 49, XV.

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III. ÓRGÃOS DAS CASAS LEGISLATIVAS

As Casas legislativas (Congresso Nacional, Câmara dos Deputados e Senado Federal) possuem órgãos internos. Estudaremos os três principais: Plenário, Mesas Diretoras e Comissões Parlamentares.

3.1 PLENÁRIO

O Plenário é o órgão máximo de deliberação de cada Casa Legislativa e é composto por todos os parlamentares que a integram. Assim, o Plenário da Câmara dos Deputados é composto por todos os seus 513 deputados e o Plenário do Senado Federal é composto por todos os seus 81 senadores.

3.2 MESA DIRETORA

A Mesa Diretora é o órgão responsável pela condução dos trabalhos legislativos e pelas funções administrativas de cada Casa. Dessa forma, existem a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, a Mesa Diretora do Senado Federal e a Mesa Diretora do Congresso Nacional.

A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do SENADO FEDERAL, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (art. 57, § 6º).

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal são eleitas, respectivamente, pelos Deputados e Senadores, devendo ser assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou blocos parlamentares que participam da respectiva Casa. Observe que essa representação proporcional dos partidos ou blocos parlamentares é obrigatória na composição das Mesas e também das Comissões de cada Casa e só não será respeitada se for matematicamente impossível.

Essa representação proporcional ocorre para garantir os direitos das minorias. Imagine se a maioria fizesse uma “panelinha” e elegesse somente os seus representantes. Quem não fosse desse grupo, não teria voz no Congresso Nacional. Assim, a representação proporcional serve para proteger os direitos dessas minorias e garantir que todos sejam ouvidos.

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Os membros das Mesas Diretoras são eleitos para mandato de dois anos eas eleições ocorrem no primeiro e no terceiro ano de cada legislatura. Alegislatura é o período de quatro anos após o qual a composição das Casas se renova. Ao fim de cada legislatura, ocorrem as eleições populares para a legislatura seguinte.

Dessa forma, a primeira eleição da Mesa Diretora ocorre na sessão preparatória, que se inicia no dia primeiro de fevereiro do primeiro ano da legislatura (falaremos mais tarde sobre a sessão preparatória). Já a segunda eleição ocorre no início do terceiro ano, em sessão anterior ao início dos trabalhos.

Exemplo: legislatura de 2007 a 2010

2007 (1º ano) 2008 (2º ano) 2009 (3º ano) 2010 (4º ano)

É vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. Recondução é o mesmo que reeleição. Assim, nada impede que alguém seja eleito para a Mesa na eleição imediatamente subsequente, desde que seja para cargo diferente.

Outra observação importante é que o termo “eleição imediatamente subsequente” engloba apenas o período dentro de uma legislatura. Assim, nada impede que alguém seja eleito para o mesmo cargo em uma legislatura diferente.

Por fim, essas regras não são de reprodução obrigatória nas constituições estaduais, Lei Orgânica do Distrito Federal e Lei Orgânica dos municípios.

Esquematizando:

Eleição 1: a partir

de 01/fev (sessão

preparatória)

Eleição 2: no início do terceiro

ano, em sessão anterior ao

início dos trabalhos.

Legislatura

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3. Órgãos das Casas legislativas - Plenário- Mesas Diretoras- Comissões Parlamentares

3.1. Plenário: é o órgão máximo de deliberação de cada Casa Legislativa e é composto por todos os parlamentares que a integram

3.2. Mesa Diretora

É o órgão responsável pela - Função administrativa- Condução dos trabalhos legislativos

Mesas - CD- SF- CN - PMesaCN é o PSF

- Demais cargos ocupados alternadamente pelos ocupantes de cargos equivalentes no SF e CD

As Mesas da CD e do SF são eleitas, respectivamente, pelos Deputados e Senadores,devendo ser assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

o Obrigatório – só não respeita se for matematicamente impossívelo OBS: Nas Comissões também.

Eleiçõeso Mandato: 2 anoso Eleições para a Mesa no 1o e 3o ano de cada legislatura

1a eleição: sessão preparatória (01/fev)2a eleição - Início do 3o ano

- Em sessão anterior ao início dos trabalhos

o Vedado recondução - Para o mesmo cargo – outro cargo pode- Na eleição imediatamente subsequente (na mesma legislatura) – em outra legislatura também pode

Regra NÃO é de reprodução obrigatória nas CE, LOM e LODF.

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3.3 COMISSÕES PARLAMENTARES

Caro aluno, como vimos, a Câmara dos Deputados possui 513 parlamentares, enquanto o Senado Federal possui 81. Imagine só se, sempre que as Casas do Congresso Nacional quisessem tomar uma decisão, houvesse a necessidade dese reunir todos esses parlamentares. Seria um caos, além de altamente improdutivo!

Assim, para facilitar os trabalhos do Congresso Nacional, os parlamentares se reúnem em comissões, que são órgãos colegiados (formados por mais de um membro), compostos por um número restrito de membros, e que são especializadas em um determinado assunto.

Exemplo: existe uma comissão de agricultura, que trata dos temas específicos dessa área. Assim, qualquer projeto de lei que versar sobre algum tema afeto a agricultura tem que passar pela referida comissão. O mesmo ocorre com orçamento, direitos humanos etc. Para o estudo do Direito Constitucional, você não precisará saber quais são essas comissões. Saiba apenas que elas existem e suas características.

Quando as comissões são formadas, assim como nas Mesas Diretoras, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

A Constituição traz as atribuições das comissões parlamentares:

Atribuições das Comissões Parlamentares (CF 58, § 2o)

I. Discutir e votar PL quando o Plenário for dispensado pelo Regimento Interno

- Salvo se houver recurso de 1/10 dos membros da Casa

Esse inciso merece atenção: em regra, os Projetos de Lei (PLs) devem ser votados no Plenário de cada Casa. No entanto, a Constituição permite que o Regimento Interno de cada Casa delegue algumas atribuições do Plenário para se discutir e votar definitivamente os PLs no âmbito das comissões. Assim, um Projeto de Lei pode ser aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal sem nunca ter passado pelo Plenário de nenhuma dessas Casas (caso tenha havido a delegação de ambos osregimentos internos). Essa delegação se chama delegação interna corporis.

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No entanto, a CF também regra que, caso haja recurso de 1/10 dos membros da Casa, o PL (que seria votado somente nas comissões) deve ser levado a Plenário. Essa disposição também protege o direito das minorias parlamentares.

II. Realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III. Convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;

IV. Receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

V. Solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI. Apreciar e emitir parecer sobre programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento.

Existem comissões da Câmara, do Senado e do Congresso Nacional. No últimocaso, elas serão formadas por membros das duas Casas anteriores e serão chamadas de comissões mistas (porque são formadas de deputados e senadores ao mesmo tempo).

As comissões parlamentares ainda podem ser temporárias ou permanentes. As permanentes são órgãos técnicos de caráter legislativo e duram enquanto estiverem no Regimento Interno. Elas possuem funções legiferantes (discutir evotar Projetos de Lei) e fiscalizatórias (acompanhar planos e programas do Executivo e fiscalização orçamentária). Exemplos: Comissão de Defesa do Consumidor (CDC), Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Comissão de Direitos Humanos (CDH).

As comissões temporárias são formadas para tratar de matéria específica eduram por prazo determinado: terminam com o fim da legislatura, quando cumprida a finalidade ou quando expirado seu prazo de duração. Exemplo:Comissão Mista Representativa do CN e Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Estudaremos essas duas últimas comissões daqui em diante.

Esquematizando:

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3.3. Comissões Parlamentares

Para otimizar/facilitar o andamento dos trabalhos legislativos

São órgãos colegiados compostos por número restrito de membros

São especializadas em temas específicos

Assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

OBS: Nas Mesas Diretoras também.

Atribuições das Comissões Parlamentares (CF 58, § 2o)I. Discutir e votar PL quando o Plenário for dispensado pelo Regimento Interno

- Salvo se houver recurso de 1/10 dos membros da Casa

II. Realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III. Convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;

IV. Receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

V. Solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI. Apreciar e emitir parecer sobre programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento.

- da CD, do SF ou Mistas

- Permanentes - Órgãos técnicos de caráter legislativo- Duram enquanto estiverem no Regimento Interno- Funções - Legiferante: Discutir e votar PLs

- Fiscalizatória: acompanhar planos e programasdo Executivo e fiscalização orçamentária

- Ex: Comissão de Defesa do Consumidor, Comissão de Constituição e Justiça e Comissão de Direitos Humanos

- Temporárias - Matéria específica- Terminam com o fim da legislatura, quando cumprida a finalidade ou quando expirado seu prazo de duração - Ex: Comissão Mista Representativa do CN e CPI

ComissõesParlamentares

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3.3.1Comissões Mistas Representativas do Congresso Nacional

Durante o recesso parlamentar, fica funcionando uma comissão para representar o Congresso Nacional e preservar suas competências. Essa comissão não possui poder legislativo, ou seja, não pode fazer leis enquanto o Congresso está de recesso. Ela possui apenas as duas funções citadas e as demais definidas no Regimento Comum.

As Comissões Mistas Representativas do CN são eleitas por suas Casas na última sessão ordinária de cada período legislativo, sempre assegurada, tanto quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

Esquematizando:

3.3.1. Comissões - Durante o recesso parlamentarMistas Representativas - Não tem poder legislativo

do CN - Funções - preservar as competências do CN- representar o CN- demais funções: definidas no Regimento Comum

- Eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo- Assegurada, tanto quanto possível, a proporcionalidade darepresentação partidária- art. 58, § 4º

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3.3.2Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs)

As Comissões Parlamentares de Inquérito são comissões temporárias epodem ser constituídas pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal ou pelo Congresso Nacional, neste caso, será uma comissão mista de deputados e senadores.

A finalidade das CPIs é uma só: investigar fato determinado de interesse público. Assim, a CPI desempenha uma das funções típicas do Poder Legislativo: a função fiscalizatória. Dessa forma, as CPIs não possuem função legislativa e são criadas para que o próprio Poder Legislativo investigue algum fato (que poderia ser, por exemplo, investigado pela polícia ou pelo Ministério Público).

São três os requisitos de criação das CPIs:

1. Requerimento de 1/3 dos membros da Casa

Justamente porque não se precisa da maioria de votos, esse instrumento também protege as minorias, que necessitam de apenas 1/3 dos votos para a criação da CPI.

2. O objeto deve ser a apuração de fato determinado. Dessa forma, não pode haver uma CPI para apurar fatos indeterminados, como a “corrupção no Brasil”. A CPI pode apurar vários fatos, desde que sejam determinados.

Outra observação: suponha que, durante as investigações, sejam descobertos fatos novos e conexos com o objeto da CPI. A comissão poderá sim investigar esses novos fatos, basta incluir (aditar) no pedido inicial da CPI.

3. Por fim, sendo ela um órgão temporário, a CPI deve possuir período determinado de duração. Esse prazo pode ser prorrogado sucessivas vezes, desde que dentro da mesma legislatura.

O Supremo Tribunal Federal entende que o modelo federal é norma de reprodução obrigatória e deve ser seguido pelas CPIs estaduais, que não podem criar outros requisitos que não estes (ADI 3.619/SP).

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Além disso, entende também o Tribunal Maior que as Casas podem fixar um número máximo de CPIs simultâneas. A Câmara dos Deputados, porexemplo, fixou em seu Regimento Interno que o número máximo de CPIs que podem ser criadas simultaneamente é cinco, salvo mediante projeto de Resolução. Perceba que as CPIs são comissões que demandam muito tempo e trabalho dos parlamentares, assim, caso fossem criadas muitas comissões ao mesmo tempo, os trabalhos legislativos poderiam ser comprometidos. Eis a razão da vedação, que ainda evita que os parlamentares abram CPIs para investigar fatos de menor importância.

As Comissões Parlamentares de Inquérito são órgãos independentes, podendo existir CPI apurando o mesmo fato em mais de uma Casa do Congresso Nacional ou apurando fato já investigado pela polícia ou pelo Ministério Público.

Poderes de investigação

A Constituição Federal estabelece que as Comissões Parlamentares de Inquérito possuem poderes investigativos próprios das autoridades JUDICIAIS. No entanto, os poderes das CPIs não são exatamente os mesmos poderes dos juízes: existem competências que somente os membros do Judiciário possuem (cláusula da reserva da jurisdição), como determinar medidas cautelares ou interceptação telefônica (escuta telefônica).

Adicionalmente, as Comissões Parlamentares de Inquérito não possuem função jurisdicional ou legiferante. Assim, elas não processam, não julgam e não aplicam penalidades a ninguém e, muito menos, podem fazer leis.

Observe esse vídeo que fala sobre os poderes da CPI. Ele possui menos de um minuto. http://youtu.be/iPHzoK_9J9I

Em respeito ao pacto federativo, as CPIs federais (da CD, SF ou CN) não podem apurar fatos ligados estritamente à competência dos estados, DF ou municípios. Sendo que, para isso, devem ser criadas CPIs estaduais, distritais ou municipais.

As referidas comissões possuem caráter inquisitório, ou seja, não existe contraditório e ampla defesa em procedimento feito por CPI. Explicando melhor: assim como os inquéritos policiais, as CPIs são procedimentos investigatórios que ainda não são uma acusação formal. Justamente por ser um procedimento anterior à acusação, ela não precisa oferecer o contraditório

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e a ampla defesa, sendo denominado procedimento inquisitório.Posteriormente, caso a acusação seja formalizada pelo Ministério Público ou órgão competente, aí sim serão oferecidos o contraditório e a ampla defesa aos (agora sim) “acusados”.

Como veremos à frente, as CPIs podem ter acesso a vários documentos e dados sigilosos, mas não podem dar publicidade indevida a eles sob pena de responsabilidade (MS 23.452/RJ).

Por fim, o Poder Judiciário pode controlar os atos da CPI quando esta cometer excessos ou abusos sendo que a competência originária para julgar Mandado de Segurança e Habeas Corpus contra ato de CPI federal é o STF.Competência originária significa que o processo “nasce” no Supremo Tribunal Federal.

Esquematizando:

Poderes de investigação:

o Possuem poderes investigativos próprios das autoridades JUDICIAIS

o Não são exatamente os mesmos poderes dos juízes: existem poderes que somente os juízes possuem.

Ex: determinar medidas cautelares ou interceptação telefônica.o Não têm função jurisdicional ou legiferante

o As CPIs federais (da CD, SF ou CN) não podem apurar fatos ligados estritamente à competência dos estados, DF ou municípios (respeito ao pacto federativo)

o CPI tem caráter INQUISITÓRIO: não existe contraditório e ampla defesa em CPI

o As CPIs podem ter acesso a vários documentos e dados sigilosos, mas não podem dar publicidade indevida a eles sob pena de responsabilidade (MS 23.452/RJ)

o O Poder Judiciário pode controlar os atos da CPI quando esta cometer excessosCompetência originária para julgar MS e HC contra ato de CPI federal: STF

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Poderes da CPI

Como a Constituição não delimitou os poderes das CPIs, coube ao Poder Judiciário abalizar o que ela pode ou não fazer, a partir de cada caso concreto. Assim, observe o que a CPI PODE FAZER:

A CPI pode determinar exames, perícias e diligências.

A CPI pode determinar a busca e apreensão de documentos, desde que não viole domicílio, uma vez que a busca e apreensão domiciliar é exclusiva do Poder Judiciário (CF art. 5º, XI).

A CPI pode determinar a quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico (registros).

Atenção! Sigilo de “dados telefônicos” se refere aos registros (ex: conta de telefone), enquanto a “interceptação” é o grampo / escuta telefônica. Dessa forma, a CPI NÃO pode determinar INTERCEPTAÇÃO telefônica (escuta/grampo), mas pode determinar a quebra do sigilo dos dados telefônicos.

Observe que as CPIs estaduais também podem quebrar o sigilo bancário (ACO 730/RJ).

A CPI pode convocar e interrogar pessoas (públicas ou particulares) na condição de investigado ou de testemunha. Observe que as pessoas são ouvidas na condição de “investigados” e não de “acusados”. Assim, como não há acusação formal, não há o direito ao contraditório e ampla defesa nos procedimentos das CPIs.

Importante ressaltar que a convocação deve seguir as regras do processo penal: deve ser feita pessoalmente – não pode ser por correio ou telefone (HC 71.421).

A CPI pode ouvir testemunhas sob juramento de dizer a verdade e sob pena de condução coercitiva. Em rapidíssimas palavras: acondução coercitiva ocorre quando alguém deveria comparecer a um julgamento e, injustificadamente, não vai. Assim, o Juiz (ou, no caso, a CPI) emite ordem para que a pessoa seja levada para depor, mesmo contra sua vontade (condução coercitiva).

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Assim, a CPI pode usar, inclusive, a Polícia Judiciária para localizar e trazer testemunhas que estão em local incerto ou se recusam a comparecer.

Observe que o poder de condução coercitiva não alcança o convocado na condição de investigado, em respeito ao princípio da não autoincriminação (HC 83.703/SP).

A CPI, em regra, somente investiga fatos de interesse público. No entanto, pode investigar fatos relacionados com negócios particulares caso haja interesse público.

A CPI pode ouvir ÍNDIO, desde que seja dentro da aldeia e acompanhado de membro da Funai e Antropólogo (HC 80.240/RR).

IMPORTANTE: Todas as medidas que impliquem em restrição de direito (ex: quebra de sigilo) somente são válidas se forem (MS 25.966):

o Pertinentes;

o Indispensáveis à investigação;

o Fundamentadas / motivadas;

o Tiverem um lapso temporal definido;

o Forem aprovados pela maioria absoluta dos membros da CPI.

Esquematizando:

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Pode - Exames, perícias e diligências.

Determinar - Busca e apreensão de documentos (Desde que não viole domicílio)

A busca e apreensão domiciliar é exclusiva do Poder Judiciário

- Quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico (registros)NÃO pode determinar INTERCEPTAÇÃOtelefônica (escuta/grampo)CPIs estaduais podem quebrar o sigilo bancário (ACO 730/RJ)

Pode convocar e interrogar pessoas (públicas ou particulares) na condição de investigado ou de testemunha

A convocação deve seguir as regras do processo penal: deve ser feita pessoalmente – não pode ser por correio ou telefone (HC 71.421)

Pode ouvir testemunhas sob juramento de dizer a verdade e sob pena de condução coercitiva

Pode usar a Polícia Judiciária para localizar e trazer testemunhas que estão em local incerto ou se recusam a comparecer

O poder de condução coercitiva não alcança o convocado na condição de investigado, em respeito ao princípio da não autoincriminação (HC 83.703/SP)

Pode investigar fatos relacionados com negócios particulares se houver interesse público

Pode ouvir ÍNDIO:

Desde que seja dentro da aldeia

Acompanhado de membro da Funai e Antropólogo

HC 80.240/RR

Todas as medidas que impliquem em restrição de direito (ex: quebra de sigilo) somente são válidas se forem - Pertinentes

- Indispensáveis à investigação - Fundamentadas / motivadas- Lapso temporal definido- Aprovado pela MA dos membros- MS 25.966

CPI PODE

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Vedações à CPI

Como dito, apesar das CPIs possuírem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, pela cláusula de reserva de jurisdição, ficam vedadas algumas atribuições às CPIs, sendo reservadas unicamente ao Poder Judiciário.Dessa forma, UMA CPI NÃO PODE:

Não pode processar, julgar ou aplicar penalidades a ninguém. Podem apenas investigar e chegar a conclusões, que são encaminhadas ao Ministério Público ou à autoridade competente para que este sim promova as medidas cabíveis. A referida autoridade tem 30 dias para tomar providências pertinentes e o procedimento derivado da CPI tem prioridade sobre qualquer outro salvo Habeas Corpus, Habeas Data eMandado de Segurança.

Não pode determinar anulação de atos do Poder Executivo.

Não pode determinar busca e apreensão DOMICILIAR de documentos. Lembre-se de que as CPIs podem determinar a busca e apreensão de documentos, desde que não viole domicílio.

Não pode expedir ordem de prisão, salvo em flagrante delito. As Comissões Parlamentares de Inquérito não possuem poder para emitir ordem de prisão. O que elas podem fazer é prender alguém em flagrante delito, mais comumente, por falso testemunho. No entanto, essa prerrogativa é dada a qualquer um do povo e não apenas às comissões.

Não pode determinar a quebra de sigilo judicial (segredo de justiça).

Não pode determinar interceptação telefônica (escuta). Lembre-se de que a CPI pode sim determinar a quebra de sigilo fiscal, bancário e de dados telefônicos (ex: conta de telefone). O que ela não pode édeterminar a escuta/grampo.

Não pode investigar fatos relacionados com negócios realizados entre particulares. Lembre-se de que a CPI somente pode investigar fatos de interesse público. Assim, em regra, não investiga fatos e negócios particulares. Como visto, excepcionalmente e se houver interesse público, isso pode sim ser feito pela CPI.

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Não pode determinar medidas cautelares, como sequestro, arresto, decretação de indisponibilidade de bens, hipoteca, proibição de se ausentar do país ou comarca ou qualquer outra medida penal ou civil.Essas atribuições são privativas do Poder Judiciário.

Não pode chamar magistrado para falar sobre sua prestação jurisdicional. As Comissões Parlamentares de Inquérito não podem investigar atos de conteúdo jurisdicional, uma vez que o Supremo entende que isso fere a separação dos poderes. Assim, magistrados não podem ser convocados à CPI para prestar informações sobre sua atividade de jurisdição (enquanto julgador). No entanto, eles podem sim ser chamados para falar sobre sua atuação como administrador público.

CPI federal não pode investigar fatos de competência dos Estados e Municípios. As matérias de interesse exclusivo dos estados e municípios devem ser investigadas por CPIs estaduais ou municipais, sob pena de se ferir a autonomia dos entes federativos.

Esquematizando:

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Não pode processar, julgar ou aplicar penalidades a ninguém. Apenas investigar e chegar a conclusões.

Conclusões são encaminhadas ao MP ou autoridade competente.

30d para tomar providências

Procedimento tem prioridade sobre qualquer outro salvo HC, HD e MS.

Não pode determinar anulação de atos do Poder Executivo

Não pode determinar busca e apreensão DOMICILIAR de documentos

Pode determinar busca e apreensão de documentos, desde que não viole domicílio

Não pode expedir ordem de prisão, salvo em flagrante delito

Não pode determinar a quebra de sigilo judicial (segredo de justiça)

Não pode determinar interceptação telefônica (escuta)

Obs: quebra de sigilo fiscal, bancário e de dados telefônicos PODE

Não pode investigar fatos relacionados com negócios realizados entre particulares

Exceção: se houver interesse público - PODE

Não pode determinar medidas cautelares, como sequestro, arresto, decretação de indisponibilidade de bens, hipoteca, proibição de se ausentar do país ou comarca ou qualquer outra medida penal ou civil

Não pode chamar magistrado para falar sobre sua prestação jurisdicional

Fere a separação dos poderes

Mas pode chamar para falar sobre sua atuação como administrador público

Não pode investigar fatos de competência dos Estados e Municípios

Tem que ser por CPI Estadual ou municipal

Senão fere a autonomia dos entes federativos

CPINÃO PODE

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Testemunhas, investigados e direito ao silêncio em CPI

Como visto, as Comissões Parlamentares de Inquérito possuem o direito de ouvir cidadãos ou autoridades, sob a condição de testemunhas ou investigados. No entanto, os direitos dessas pessoas devem sempre ser observados. Assim, as perguntas feitas pela CPI devem ter pertinência com ofato para o qual a mesma foi criada. Além disso, tanto testemunha quanto investigado têm direito de serem assistidos por um advogado em todas as fases do procedimento da CPI.

Existem também algumas pessoas que devem manter sigilo em razão da função, ministério ou profissão. Como exemplo: médicos, advogados, padres etc. Essas pessoas podem ficar silentes diante de algumas perguntas realizadas pela CPI, mas devem sempre comparecer à mesma.

Outra garantia constitucional relevante e que deve sempre ser respeitada é o direito ao silêncio: tanto investigado quanto testemunha podem ficar silentes, caso, a seu critério ou de seu advogado, as respostas lhe incriminem (direito a não autoincriminação).

Por fim, cabe indenização por danos morais ou materiais se o interrogado for injustamente atingido em sua honra ou imagem (HC 94.082).

Esquematizando:

o Testemunhas, investigados e direito ao silêncio em CPI

Perguntas têm que ter pertinência com o fato para o qual foi criada a CPI

Direito ao advogado: tanto testemunha quanto investigado têm direito de ser assistido por um advogado

Sigilo em razão da função, ministério ou profissão: pode ficar silente, mas tem que comparecer à CPI

Direito ao silêncio: tanto investigado quanto testemunha podem ficar silentes, caso, a seu critério, as respostas lhe incriminem (direito a não autoincriminação)

Honra / imagem: cabe indenização por danos morais ou materiais se o interrogado for injustamente atingido em sua honra ou imagem(HC 94.082)

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3.4 Convocação e pedidos de informação a Ministros de Estado

A Constituição prevê que a Câmara dos Deputados, o Senado Federal ou qualquer de suas Comissões poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem informações:

Pessoalmente

Sobre assunto predeterminado

Ausência injustificada implica em crime de Responsabilidade

Além disso, os Ministros de Estado, por sua iniciativa própria, podem ir ao Senado Federal, Câmara dos Deputados ou Comissões para expor assunto de relevância para seu Ministério, devendo ser acordado com a respectiva Mesa.Observe que, neste ponto, a Constituição fala apenas dos Ministros de Estado e não fala sobre os titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República.

Por fim, as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações aos Ministros de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República, que terão o prazo de 30 dias para responder. Além disso, será crime de responsabilidade caso as autoridades acima não respondam, respondam fora do prazo ou prestem informações falsas.

Esquematizando:3.4. Convocação e pedidos de informação a Ministros de Estado

I – CD, SF, ou qualquer de suas Comissões poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquertitulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestareminformações - Pessoalmente

- Sobre assunto predeterminado- Ausência injustificada: Crime de Responsabilidade

II – Os Ministros de Estado (titulares de órgãos não) podem ir ao SF, CD ou Comissões para expor assunto de relevância para seu Ministério - Por sua iniciativa

- Acordado com a respectiva Mesa

II – Mesas CD, SF poderão encaminhar pedidos escritos de informações aos Ministros de Estado ouquaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República

o Prazo para responder: 30do Crime de Responsabilidade - Não responder

- Responder fora do prazo- Prestar informações falsas

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EXERCÍCIOS

22. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) As comissões parlamentares de inquérito possuem as mesmas prerrogativas e ônus que as demais autoridades judiciárias, não se opondo a elas o sigilo imposto a processo sujeito a segredo de justiça, razão pela qual poderão ter acesso a informações contidas nesses processos judiciais, desde que assim seja decidido por meio de decisão devidamente fundamentada.

Errado. As CPIs possuem os PODERES INVESTIGATIVOS próprios do poder judiciário e somente isso. Elas não possuem as prerrogativas e ônus das demais autoridades judiciárias. Além disso, as CPIs também não podem quebrar o segredo de justiça.

23. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O Congresso Nacional e suas casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. Essas comissões poderão, em razão de sua competência, discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa.

Certo. As comissões podem ser permanentes ou temporárias. Além disso, segundo o art. 58, § 2º, I: “às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa”. Essa delegação de competência do Plenário para as comissões se chama delegação interna corporis. Assim, uma lei pode ser aprovada sem sequer ter passado pelo plenário de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

24. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Segundo posicionamento do STF, não macula o princípio da separação dos poderes dispositivo previsto em constituição estadual que contemple a possibilidade de a assembleia legislativa convocar o presidente do tribunal de justiça para prestar, pessoalmente, informações acerca de assunto previamente determinado, considerando crime de responsabilidade a ausência injustificada, por estar em estrita consonância com o denominado sistema de freios e contrapesos.

Errado. O artigo 50 da CF versa que “A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar

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Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.”

Assim, as autoridades que podem ser convocadas pelo poder legislativo são: Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República. A CF não prevê a convocação de membros do poder judiciário. Dessa forma, pelo princípio da simetria, o legislativo estadual também não poderá convocar os membros do judiciário.

25. (CESPE/TRE-MA/2009) O Poder Legislativo, no exercício de sua função fiscalizadora, pode constituir comissões parlamentares de inquérito, as quais têm poder para quebrar o sigilo bancário, fiscal e de dados e determinar a indisponibilidade de bens da pessoa investigada.

Errado. As CPIs não podem determinar medidas cautelares, como sequestro, arresto, decretação de indisponibilidade de bens, hipoteca ou qualquer outra medida. Quanto à quebra dos sigilos bancário, fiscal e de dados, a CPI pode sim fazê-la, desde que a medida seja pertinente, indispensável às investigações, motivada, tenham um lapso temporal definido e sejam aprovadas pela maioria absoluta dos membros da CPI.

26. (ESAF/ENAP/2006) As Comissões Permanentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão convocar qualquer autoridade ou cidadão para prestar depoimento sobre assunto previamente estabelecido.

Errado. Essa questão foi bastante maldosa e misturou competências das comissões previstas no art. 50 com as do art. 58.

O art. 50 prevê que “A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão CONVOCAR Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada”.

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Já o art. 58, § 2º, estabelece que às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: V - SOLICITAR depoimento de qualquer autoridade ou cidadão. Assim, as comissões podem SOLICITAR depoimento de qualquer cidadão, mas não CONVOCAR (que tem caráter de obrigatoriedade).

27. (ESAF/Analista Administrativo - ANEEL/2006) As comissões parlamentares de inquérito no âmbito federal podem quebrar sigilo bancário de investigado independentemente de prévia autorização judicial.

Certo. As CPIs possuem poderes investigativos próprios das autoridades judiciais e podem quebrar o sigilo bancário, fiscal e de dados do investigado. Para isso, o pedido de quebra deve ser fundamentado, deve ter lapso temporal definido e também deve ser aprovado pela maioria absoluta dos membros da CPI.

IMPORTANTE: a CPI jamais poderá determinar a interceptação telefônica (escuta telefônica). Essa quebra somente pode ser feita por ordem JUDICIAL.

28. (CESPE/ANAC/2009) Ofende o princípio constitucional da separação e da independência dos poderes a intimação de magistrado para prestar esclarecimentos perante comissão parlamentar de inquérito acerca dos atos de natureza jurisdicional por ele praticados.

Certo. As CPIs não podem convocar magistrado para prestar esclarecimentos acerca dos atos de natureza jurisdicional por ele praticados. No entanto, o magistrado pode sim ser chamado para prestar esclarecimentos acerca de sua conduta enquantoadministrador público.

29. (FGV - 2008 - Senado Federal - Consultor de Orçamento) As comissões, quanto à duração, dividem-se em comissões permanentes e temporárias.

Certo. As comissões parlamentares serão permanentes quando forem criadas pelo Regimento Interno e não tiverem prazo determinado de duração. Essas comissões são órgãos técnicos de caráter legislativo,duram enquanto estiverem no Regimento Interno e possuem funções legiferantes (discutir e votar PLs) ou fiscalizatórias (acompanhar planos e programas do Executivo e fiscalização orçamentária).

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Já as comissões temporárias são criadas com objetivo definido e com prazo determinado, terminando com o fim da legislatura, quando cumprida a finalidade ou expirado seu prazo de duração.

30. (FGV - 2008 - Senado Federal - Consultor de Orçamento) As comissões parlamentares de inquérito se enquadram nas comissões permanentes.

Errado. As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) são órgãos temporários, criados com a finalidade de investigar fato específico e determinado de interesse público.

31. (CESPE - 2011 - AL-ES – Procurador) Segundo posicionamento do STF, por força do princípio da simetria, as CPIs estaduais têm poderes para quebrar sigilo bancário de seus investigados, independentemente de ordem judicial.

Certo. Assim como as CPIs federais, por força do princípio da simetria, as Comissões Parlamentares de Inquérito estaduais também podem quebrar o sigilo bancário, fiscal e de dados telefônicos (ACO 730/RJ). Lembre-se de que a CPI não pode determinar a interceptação das comunicações telefônicas (escuta/grampo).

32. (CESPE - 2011 - AL-ES – Procurador) O mandato dos membros das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal é de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente, regra, segundo o STF, de reprodução obrigatória para os estados- membros no âmbito das respectivas assembleias legislativas.

Errado. Segundo o Supremo, essa regra não é de reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais, Lei Orgânica do Distrito Federal ou Leis Orgânicas Municipais.

33. (CESPE - 2011 - AL-ES – Procurador) A existência de procedimento penal investigatório em trâmite no Poder Judiciário impede a realização de atividade investigatória por CPI quando os objetos são correlatos, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos poderes.

Errado. As Comissões Parlamentares de Inquérito são órgãos independentes, podendo existir CPI apurando o mesmo fato em mais de uma Casa do Congresso Nacional ou apurando fato já investigado pela polícia ou pelo Ministério Público.

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34. (CESPE - 2011 - AL-ES – Procurador) O STF considera constitucional regra estabelecida no âmbito da assembleia legislativa de estado que reconheça como requisito para a instauração de CPI, além de um terço de assinaturas dos membros, a aprovação do pedido pela maioria absoluta do plenário da assembleia legislativa.

Errado. São três os requisitos de criação das CPIs:

1. Requerimento de 1/3 dos membros da Casa

Justamente porque não se precisa da maioria de votos, esse instrumento protege as minorias, que necessitam de apenas 1/3 dos votos para a criação da CPI.

2. O objeto deve ser a apuração de fato determinado. Dessa forma, não pode haver uma CPI para apurar fatos indeterminados, como a “corrupção no Brasil”. A CPI pode apurar vários fatos, desde que sejam determinados.

Outra observação: suponha que, durante as investigações, sejam descobertos fatos novos e conexos com o objeto da CPI. A comissão poderá sim investigar esses novos fatos também, basta incluir (aditar) no pedido inicial da CPI.

3. Por fim, sendo ela um órgão temporário, a CPI deve possuir período determinado de duração. Esse prazo pode ser prorrogado sucessivas vezes, desde que dentro da mesma legislatura.

O Supremo Tribunal Federal entende que o modelo federal é norma de reprodução obrigatória e deve ser seguido pelas CPIs estaduais, que não podem criar outros requisitos que não estes (ADI 3.619/SP).

35. (FCC - 2011 - TCM-BA - Procurador Especial de Contas) Os poderes de investigação das comissões parlamentares de inquérito não compreendem a decretação de prisão em caráter cautelar ou a realização de busca e apreensão no domicílio dos investigados, na medida em que essas ações estão protegidas pela cláusula de reserva jurisdicional.

Certo. A Constituição Federal estabelece que as Comissões Parlamentares de Inquérito possuem poderes investigativos próprios das autoridades JUDICIAIS. No entanto, os poderes das CPIs não são

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exatamente os mesmos poderes dos juízes: existem competências que somente os membros do Judiciário possuem (cláusula da reserva da jurisdição), como determinar medidas cautelares ou interceptação telefônica (escuta telefônica). Vamos recordar as vedações às CPIs:

Não pode processar, julgar ou aplicar penalidades a ninguém. Apenas investigar e chegar a conclusões.

Conclusões são encaminhadas ao MP ou autoridade competente.

30d para tomar providências

Procedimento tem prioridade sobre qualquer outro salvo HC, HD e MS.

Não pode determinar anulação de atos do Poder Executivo

Não pode determinar busca e apreensão DOMICILIAR de documentos

Pode determinar busca e apreensão de documentos, desde que não viole domicílio

Não pode expedir ordem de prisão, salvo em flagrante delito

Não pode determinar a quebra de sigilo judicial (segredo de justiça)

Não pode determinar interceptação telefônica (escuta)

Obs: quebra de sigilo fiscal, bancário e de dados telefônicos PODE

Não pode investigar fatos relacionados com negócios realizados entre particulares

Exceção: se houver interesse público - PODE

Não pode determinar medidas cautelares, como sequestro, arresto, decretação de indisponibilidade de bens, hipoteca, proibição de se ausentar do país ou comarca ou qualquer outra medida penal ou civil

Não pode chamar magistrado para falar sobre sua prestação jurisdicional

Fere a separação dos poderes

Mas pode chamar para falar sobre sua atuação como administrador público

Não pode investigar fatos de competência dos Estados e Municípios

Tem que ser por CPI Estadual ou municipal

Senão fere a autonomia dos entes federativos

36. (FCC - 2011 - TCM-BA - Procurador Especial de Contas) A exigência constitucional de que as comissões parlamentares de inquérito sejam criadas para a apuração de fato determinado e por prazo certo impede que tenham objeto genérico e duração indeterminada.

CPINÃO PODE

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Certo. Um dos requisitos de criação das Comissões Parlamentares de Inquérito é a apuração de fato determinado. Assim, não podem ser criadas CPIs para investigar assuntos genéricos, como a “corrupção no Brasil”. Outro requisito é o período de duração determinado. Esse período pode ser prorrogado sucessivas vezes, mas deve ser determinado. Por fim, o último requisito de criação da CPI é o requerimento de 1/3 dos membros da Casa.

37. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) Diferentemente das mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, a mesa do Congresso Nacional será presidida, alternadamente, pelo presidente do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, com mandato de dois anos.

Errado. Conforme art. 57: “§ 5º - A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.”

38. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado – 2) Na constituição das mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e na montagem das comissões permanentes e temporárias, há de se assegurar, obrigatoriamente, a representação proporcional, de modo que nenhum partido ou bloco parlamentar deixe de ser contemplado.

Errado. A Constituição estabelece que: “art. 58, § 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível (e não obrigatoriamente), a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.”Observe que essa representação somente não será seguida quando for matematicamente impossível.

39. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) De acordo com a doutrina e jurisprudência, as comissões parlamentares de inquérito instituídas no âmbito do Poder Legislativo federal não podem determinar a quebra do sigilo bancário ou dos registros telefônicos da pessoa que esteja sendo investigada, dada a submissão de tais condutas à cláusula de reserva de jurisdição.

Errado. As CPIs podem sim determinar a quebra do sigilo bancário, fiscal e de dados telefônicos. Lembre-se que ela não pode determinar a

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interceptação telefônica (escuta/grampo). Vamos recordar os poderes das CPIs:

Pode - Exames, perícias e diligências.

Determinar - Busca e apreensão de documentos (Desde que não viole domicílio)

A busca e apreensão domiciliar é exclusiva do Poder Judiciário

- Quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico (registros)NÃO pode determinar INTERCEPTAÇÃOtelefônica (escuta/grampo)CPIs estaduais podem quebrar o sigilo bancário (ACO 730/RJ)

Pode convocar e interrogar pessoas (públicas ou particulares) na condição de investigado ou de testemunha

A convocação deve seguir as regras do processo penal: deve ser feita pessoalmente – não pode ser por correio ou telefone (HC 71.421)

Pode ouvir testemunhas sob juramento de dizer a verdade e sob pena de condução coercitiva

Pode usar a Polícia Judiciária para localizar e trazer testemunhas que estão em local incerto ou se recusam a comparecer

O poder de condução coercitiva não alcança o convocado na condição de investigado, em respeito ao princípio da não autoincriminação (HC 83.703/SP)

Pode investigar fatos relacionados com negócios particulares se houver interesse público

Pode ouvir ÍNDIO:

Desde que seja dentro da aldeia

Acompanhado de membro da Funai e Antropólogo

HC 80.240/RR

Todas as medidas que impliquem em restrição de direito (ex: quebra de sigilo) somente são válidas se forem - Pertinentes

- Indispensáveis à investigação - Fundamentadas / motivadas- Lapso temporal definido- Aprovado pela MA dos membros- MS 25.966

CPI PODE

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40. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) De acordo com a doutrina e jurisprudência, as comissões parlamentares de inquérito instituídas no âmbito do Poder Legislativo federal têm a missão constitucional de investigar autoridades públicas e de promover a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Errado. Segundo a própria CF88, as CPIs são criadas para apurar fato determinado (art. 58, § 3º). Além disso, as referidas comissões não podem promover a responsabilidade dos investigados, ou seja, nãopodem aplicar penalidades a ninguém, sendo que suas conclusões, se for o caso, devem ser encaminhadas ao Ministério Público ou órgão competente, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

41. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) De acordo com a doutrina e jurisprudência, as comissões parlamentares de inquérito instituídas no âmbito do Poder Legislativo federal devem obediência ao princípio federativo, razão pela qual não podem investigar questões relacionadas à gestão da coisa pública estadual, distrital ou municipal.

Certo. As CPIs federais devem investigar os assuntos afetos à área federal e não podem averiguar fatos de interesse exclusivo dos outros entes federados sob pena de ferir o pacto federativo. Se a investigação for de um ato relacionado a algum estado, ela deve ser feita por uma CPI estadual. O mesmo ocorre para as CPIs municipais.

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IV. DAS REUNIÕES

Meu caro aluno e futuro Analista do Banco Central, neste ponto, aprenderemos alguns conceitos bastante importantes para a sua prova de Direito Constitucional. São eles: Sessão Legislativa Ordinária (SLO), Sessão Legislativa Extraordinária (SLE), Sessão Conjunta e Sessão Preparatória.

4.1 Sessão Legislativa Ordinária (SLO)

O artigo 57 da CF estabelece que o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Assim, essa é a Sessão Legislativa Ordinária: operíodo onde o Congresso Nacional se reúne normalmente para exercer suas atividades, que vai de 2 de fevereiro a 22 de dezembro.

Dessa forma, percebe-se que a SLO possui dois períodos:

1º período da SLO: de 2 de fevereiro a 17 de julho

2º período da SLO: de 1º de agosto a 22 de dezembro

O recesso parlamentar será então de dezoito a trinta e um de julho e de vinte e três de dezembro a primeiro de fevereiro. Lembre-se que, durante o recesso parlamentar, haverá uma Comissão Mista Representativa do Congresso Nacional.

Lembre-se também do conceito de legislatura, estudado anteriormente: operíodo de quatro anos após o qual a composição das Casas se renova. Ao fim de cada legislatura, ocorrem as eleições populares para a seguinte. Assim, cada legislatura possui quatro sessões legislativas ordinárias.

Podemos perceber então que, enquanto a legislatura está ligada à renovação da composição da Casa, ao fim da qual, são eleitos novos deputados e senadores (estes últimos renovados alternadamente entre 1/3 e 2/3), a Sessão Legislativa Ordinária está ligada ao período de trabalho das Casas Legislativas.

Uma observação bastante importante é que a Sessão Legislativa não será interrompida antes de aprovada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Explicando melhor: a LDO é uma lei que orienta a elaboração e execução do orçamento anual e trata de vários outros temas, como alterações

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tributárias, gastos com pessoal, política fiscal e transferências da União. AConstituição estabelece que ela deve ser aprovada até o final do 1º período da sessão legislativa, ou seja, 17 de julho. Caso essa lei não seja aprovada até adata mencionada, o Congresso Nacional não poderá entrar em recesso, devendo funcionar até a sua aprovação.

Esquematizando:

4. Das Reuniões - Sessão Legislativa Ordinária (SLO)- Sessão Legislativa Extraordinária (SLE)- Sessão Conjunta- Sessão Preparatória

4.1. Sessão Legislativa Ordinária (SLO) 2/fev a 17/jul Períodos1/ago a 22/dez Legislativos

Recesso parlamentar - 18 a 31/jul- 23/dez a 01/fev- Durante o recesso parlamentar, haverá uma ComissãoRepresentativa do CN

Legislatura - É composta de 4 sessões legislativas ordinárias- Ligada à mudança de composição

SLO - Composta de 2 períodos legislativos- Ligada ao período de trabalho das Casas Legislativas

A Sessão Legislativa não será interrompida antes de aprovada a LDOo Se entrar até dia 01/ago fica sem recessoo Ou seja: LDO tem que ser aprovada até o fim do 1o Período da SLO

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4.2 Sessão Legislativa Extraordinária – SLE

A Sessão Legislativa Extraordinária ocorre quando o Congresso Nacional legisla em período diferente da SLO, ou seja, durante o recesso parlamentar.

A Constituição veda o pagamento de parcela indenizatória durante a convocação extraordinária, dessa forma, os parlamentares não podem mais receber nenhum pagamento por terem sido convocados extraordinariamente.

O Congresso Nacional pode ser convocado extraordinariamente por diferentes pessoas e diferentes motivos. São eles:

1. Em caso de urgência ou interesse público relevante, e dependendo da aprovação da maioria absoluta de ambas as Casas do Congresso Nacional:

o Presidente da Câmara

o Presidente do Senado

o Presidente da República

o Maioria (não é maioria absoluta) dos membros de ambas as Casas

2. Já o Presidente do Senado Federal, além da hipótese anterior, poderá convocar extraordinariamente o Congresso Nacional, sem a necessidade da aprovação da maioria absoluta, nos seguintes casos:

o Decretação de Estado de Defesa ou Intervenção Federal;

o Pedido de autorização para decretação de Estado de Sítio;

o Compromisso e posse do Presidente da República e do Vice-Presidente da República.

Por fim, durante a convocação extraordinária, o Congresso Nacional somente pode deliberar sobre dois temas: primeiro, obviamente, a matéria para o qual foi convocado. Segundo, sobre as medidas provisórias, que serão automaticamente incluídas na pauta da convocação extraordinária.

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4.3 Reuniões em Sessão Conjunta

Via de regra, as Casas do Congresso Nacional atuam separadamente e de forma independente. Existe também um tipo de sessão onde as duas Casas (Câmara e Senado) se reúnem ao mesmo tempo: a sessão conjunta. Note que a sessão conjunta é bicameral, ou seja, apesar de as duas Casas estaremreunidas ao mesmo tempo, os votos de cada uma delas são contados separadamente. Assim, a Câmara dos Deputados atua enquanto Câmara e o Senado Federal atua enquanto Senado.

A Constituição Federal prevê que as sessões conjuntas ocorrerão para:

I - Inaugurar a sessão legislativa;

II - Elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

III - Receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

IV - Conhecer do veto e sobre ele deliberar.

V - Votação da Lei Orçamentária (art. 166)

VI – Outros casos previstos na CF

Sessão conjunta e sessão unicameral

Além da sessão conjunta, existiu outro tipo de sessão chamada sessão unicameral. Nós vimos que, na sessão conjunta, as Casas atuam ao mesmo tempo, mas as deliberações são em separado, ou seja, a Câmara atua enquanto Câmara e o Senado atua enquanto Senado.

Já na sessão unicameral, todos os votos são contados juntos como se fosse uma única Casa, sem distinção entre deputados e senadores.

Exemplificando: na sessão conjunta, as casas atuam ao mesmo tempo, mas os votos dos senadores contarão apenas para o Senado, enquanto os votos dos deputados contarão apenas para a Câmara dos Deputados. Na sessão

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unicameral, é como se juntassem os 81 senadores com os 513 deputados e tivéssemos uma só Casa com 594 parlamentares. Perceberam a diferença? As

duas sessões são completamente diferentes!

Finalmente, a única hipótese do Congresso Nacional se reunir em sessão unicameral está prevista no artigo 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) e se refere a um procedimento de modificação especial da Constituição chamado revisão constitucional. Importantíssimo saber que esse tipo de modificação da Constituição não pode mais ser feito, portanto, o Congresso Nacional não pode mais se reunir em sessão unicameral.

Mas Roberto, para que então eu estudo a sessão unicameral e a revisão

constitucional, se elas não podem mais acontecer (já estão exauridas)?

Resposta: porque pode cair na sua prova!

4.4 Sessões Preparatórias

Por fim, a CF88 estabelece que no primeiro ano de cada legislatura, o Congresso Nacional reunir-se-á em sessões preparatórias a partir do dia 1º de fevereiro, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas.

Esquematizando:

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4.2. Sessão Legislativa Extraordinária – SLE (convocação extraordinária)

Vedado pagamento de parcela indenizatória em razão de convocação extraordinária

Pode ser • Presidente da Câmarafeita pelo • Presidente da República

• Maioria (não é MA) dos membros de ambas as Casas

• Presidente do Senado

Na SLE, o CN somente - Matéria para o qual foi convocadodelibera sobre - MPs – que serão automaticamente incluídas na pauta

4.3. Reuniões em Sessão Conjunta

Em regra, cada Casa atua separadamente

Sessão Conjunta - As Casas atuam ao mesmo tempo (CD + SF)- É BICAMERAL: os votos de cada Casa são contados separadamente

Para I - Inaugurar a sessão legislativa;II - Elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;III - Receber o compromisso do PR e do VP;IV - Conhecer do veto e sobre ele deliberar;V - Votação da Lei Orçamentária (art. 166)VI - Outros

Sessão conjunta e unicameralo São coisas diferenteso Sessão conjunta: as Casas atuam ao mesmo tempo, mas as deliberações são em separadoo Sessão unicameral - Todos os votos são contados juntos como se fosse uma

única Casa, sem distinção entre deputados e senadores- Ex: Revisão Constitucional

4.4. Sessões Preparatórias

No primeiro ano de cada legislatura

A partir de 01/Fev

Para posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas

- Em caso de urgência ou interesse público relevante- Depende da aprovação da MA de ambas as Casas

- Decretação de Estado de Defesaou Intervenção Federal

- Pedido de decretação de Estado de Sítio- Compromisso e posse do PR e VP- Nesses casos, NÃO depende de aprovação da MA de ambas as Casas

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EXERCÍCIOS

42. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado – 2) Além de outros casos previstos na CF, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão, em sessão conjunta, para a apreciação de veto presidencial a projeto de lei e sobre ele deliberar.

Certo. A apreciação do veto presidencial é uma das hipóteses de sessão conjunta do Congresso Nacional. Vamos revisar as demais:

I - Inaugurar a sessão legislativa;

II - Elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

III - Receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

IV - Conhecer do veto e sobre ele deliberar.

V - Votação da Lei Orçamentária (art. 166)

VI – Outros casos previstos na CF

43. (CESPE/Juiz Substituto - TJ-AC/2007) Conforme a Constituição Federal, assessões legislativas do Congresso Nacional devem ocorrer entre 15 de fevereiro e 30 de junho e entre 1.º de agosto e 15 de dezembro.

Errado. O primeiro período da sessão legislativa ordinária vai de 2 de fevereiro a 17 de julho e o segundo período vai de 1º de agosto a 22 de dezembro.

44. (CESPE/TRE-MA/2009) Embora o Senado e a Câmara dos Deputados tenham os seus respectivos presidentes, em caso de urgência ou interesse público relevante, pode o vice-presidente da República, no exercício da Presidência da República, fazer a convocação do Congresso Nacional para sessão legislativa extraordinária.

Certo. O Vice-Presidente da República no exercício da presidência é, na verdade, o Presidente da República. Além disso, o CN pode ser convocado extraordinariamente pelo Presidente da República, pelos

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Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou arequerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante. Lembre-se que, nesses casos, deve haver a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

45. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Os membros do Congresso Nacional não têm direito ao recebimento de parcela indenizatória em decorrência de convocação extraordinária.

Certo. A CF veda expressamente o pagamento de parcela indenizatória aos parlamentares em caso de convocação extraordinária, conforme art. 57 § 7º: “Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação.”

46. (ESAF/CGU/2008) A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-ápelo Presidente da República em caso de decretação de estado de defesa.

Errado. Nesse caso, a convocação do Congresso Nacional será feita pelo Presidente do Senado Federal e não será necessária a aprovação da maioria absoluta das Casas do Congresso Nacional. Vamos revisar:

4.5. Sessão Legislativa Extraordinária – SLE (convocação extraordinária)

Vedado pagamento de parcela indenizatória em razão de convocação extraordinária

Pode ser • Presidente da Câmarafeita pelo • Presidente da República

• Maioria (não é MA) dos membros de ambas as Casas

• Presidente do Senado

47. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional delibera, além da matéria para a qual foi convocado e das

- Em caso de urgência ou interesse público relevante- Depende da aprovação da MA de ambas as Casas

- Decretação de Estado de Defesaou Intervenção Federal

- Pedido de decretação de Estado de Sítio- Compromisso e posse do PR e VP- Nesses casos, NÃO depende de aprovação da MA de ambas as Casas

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medidas provisórias em vigor na data da convocação, a respeito dos projetosde lei complementar em regime de urgência.

Errado. Em convocação extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para o qual foi convocado e sobre Medidas Provisórias, que serão automaticamente incluídas na pauta. Assim, a parte final da assertiva a torna errada. Confira o art. 57, §§7º e 8º da CF.

§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação.

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.

48. (CESPE/TRE-MA/2009) Por ser o segundo na linha de sucessão do presidenteda República, cabe ao presidente da Câmara dos Deputados fazer a convocação de sessão legislativa extraordinária do Congresso Nacional para o compromisso e a posse do presidente e do vice-presidente da República.

Errado. Somente o Presidente do Senado Federal pode fazer a convocação do Congresso Nacional para o compromisso e posse do Presidente e Vice-Presidente da República. Além disso, somente elepode convocar o Congresso em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal e de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio.

O Congresso Nacional ainda pode ser convocado extraordinariamente pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas essas hipóteses, com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

49. (FGV - 2008 - Senado Federal - Consultor de Orçamento) O Senado Federal reunir-se-á:

a) anualmente, de 01 de fevereiro a 15 de julho e de 1º de agosto a 20 de dezembro.

b) quando houver convocação ordinária do Congresso Nacional.

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c) anualmente, de 2 de fevereiro a 15 de julho e de 15 de agosto a 22 de dezembro.

d) anualmente, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

e) em dois períodos, um de 01 de fevereiro a 17 de julho, e outro de 2 de agosto a 20 de dezembro.

Gabarito: D. Conforme art. 57: “O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.”

Essa é a Sessão Legislativa Ordinária (SLO), que, por sua vez, é dividida em dois períodos:

1º período da SLO: de 2 de fevereiro a 17 de julho

2º período da SLO: de 1º de agosto a 22 de dezembro

50. (CESPE - 2011 - AL-ES – Procurador) Em caso de urgência ou interesse público relevante, a convocação extraordinária do Congresso Nacional poderá decorrer de requerimento da maioria dos membros de ambas as casas, hipótese em que será dispensada a aprovação do pedido de convocação pelos membros do Congresso Nacional, já que a própria maioria dos referidos membros a terá solicitado.

Errado. Conforme o artigo 57 da CF: “§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros (aqui é a maioria simples) deambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria ABSOLUTA de cada uma das Casas do Congresso Nacional.”

51. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado – 2) A convocação extraordinária do Congresso Nacional pode ser feita pelos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e pelo presidente da República, nos casos taxativamente previstos na CF. Os membros de ambas as casas não têm competência para propor esse tipo de convocação.

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Errado. Um dos legitimados para realizar a convocação extraordinária do Congresso Nacional em caso de urgência ou interesse público relevante é a maioria dos membros de ambas as Casas. Observe o texto constitucional:

“Art. 57, § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.”

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V. ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS

Meus caros Analistas do Banco Central, a Constituição Federal estabelece um regime diferenciado aos membros do Poder Legislativo. Trata-se de uma série de imunidades, incompatibilidades, impedimentos e outras garantias que são aplicadas aos parlamentares, não como benefícios desmedidos ou privilégios,mas sim como prerrogativas e vedações para que possam atuar com independência, liberdade e sem a interferência dos demais poderes.

Todas as imunidades parlamentares acabam ao final do mandato e são irrenunciáveis, pois decorrem da função parlamentar e não da vontade dos mesmos. Assim, mesmo que um deputado ou senador diga que renuncia às suas imunidades, isso não será possível.

Vale lembrar que as imunidades e vedações não se aplicam aos suplentes dos parlamentares, enquanto permanecerem na condição de suplentes (Inq. 2.639/SP). Obviamente, se ele estiver substituindo o titular, aplicar-se-ão todas as prerrogativas e impedimentos ao mesmo.

Observe a estrutura da matéria que iremos estudar a seguir, para que você se guie durante o estudo. Sempre que quiser, volte para este esquema e visualize exatamente onde você está:

- Imunidades - Formais- Materiais

- Foro privilegiado5. Estatuto dos congressistas - Outras garantias - Sigilo de fonte

- Incorporação às Forças Armadas- Imunidades durante Estado de Sítio- Situações onde não há perda do mandato

- Incompatibilidades e impedimentos- Hipóteses de perda de mandato

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5.1 IMUNIDADES PARLAMENTARES

Como dito anteriormente, a Constituição garante aos membros do Poder Legislativo uma série de imunidades, que podem ser de dois tipos: materiais ou formais.

a) Imunidades materiais, substantivas ou reais

As imunidades materiais garantem que os parlamentares são invioláveis por suas palavras, opiniões ou votos proferidos em razão da função parlamentar, no exercício e relacionados ao mandato.

A imunidade material é causa de excludente de crime e garante que o parlamentar seja totalmente inviolável por suas palavras, opiniões ou votos. Assim, os deputados e senadores podem, em razão da função parlamentar, dizer o que quiserem, atacar quem quiserem e até mesmo ofender quem quiserem, sem que isso seja considerado crime e sem que eles sofram qualquer tipo de punição. A irresponsabilidade é geral, mesmo depois de extinto o mandato, lembrando que elas não se estendem aos suplentes.

A liberdade de manifestação do pensamento e da opinião é um dos pilares para um Poder Legislativo independente. Entretanto, as imunidades materiais não alcançam manifestações de cunho político-eleitoral ou sem relação com o exercício do mandato.

O STF entende que, se o parlamentar estiver dentro do recinto do Congresso Nacional, suas manifestações sempre terão relação com o exercício do mandato, existindo uma presunção absoluta de pertinência à atividade parlamentar. Observe que isso não impede que o mesmo seja punido com base no Regimento Interno da Casa (Pet. 3.686/DF).

Por fim, o jornalista que divulgar o depoimento do parlamentar na íntegra ou em extrato fiel também não poderá ser responsabilizado por eventuais danoscausados pelas palavras do deputado ou senador.

Esquematizando:

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5.1. Imunidades Parlamentares - Material, Substantiva ou Real- Formal, Processual ou Adjetiva

Inviolabilidade - Civil, penal ou administrativa- Por opiniões, palavras e votos proferidos em razão da função parlamentar- No exercício e relacionado ao mandato

É causa de excludente de crime

Irresponsabilidade GERAL, mesmo depois de extinto o mandato

Não se estendem aos suplentes.

Não alcança manifestações - de cunho político-eleitoral- sem relação com o exercício do mandato

Se estiver dentro do CN: sempre terá relação com o exercício do mandatoo Presunção absoluta de pertinência à atividade parlamentaro Pode ser punido apenas em razão do Regimento Interno da Casao Pet 3.686/DF

Jornalista: Também não responde se divulgar na íntegra ou em extrato fiel

b) Imunidades formais, processuais ou adjetivas

As imunidades formais não afastam a ilicitude da conduta do parlamentar, como a imunidade material o faz. Elas apenas garantem regras especiais acerca da a) prisão dos membros do Congresso Nacional; e b) da possibilidade de suspensão dos processos criminais contra os mesmos.

a) Em relação à prisão

Existem apenas duas hipóteses em que os parlamentares podem ser presos:

1. Em caso de flagrante de crime inafiançável. Em rápidas palavras, a prisão em flagrante é aquela que ocorre logo após o crime acontecer. O crime ainda está “queimando” (flagrante). Já o crime inafiançável, também em rápidas palavras, é aquele onde não é cabível a fiança para que o acusado responda o processo em liberdade.

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Ocorrendo essa hipótese tem-se o prazo de 24 horas para que seja enviado o processo para a respectiva Casa deliberar sobre a prisão em votação aberta e por maioria absoluta dos votos (inf. STF 28/96). Nesse caso, a aprovação da Casa é condição para a manutenção da prisão.

2. Em virtude de decisão judicial transitada em julgado.Apesar de não constar expressamente na Constituição, o Supremo entende que os parlamentares podem ser presos por sentença judicial transitada em julgado, independentemente de deliberação da Casa, como explicado no item anterior.

Por essa hipótese, o parlamentar pode ser preso, mesmo não tendo perdido o mandato por decisão da Casa a que pertence, nos termos do art. 55, § 2º. Explicando: a Constituição traz algumas hipóteses de perda de mandato pelos parlamentares (serão estudadas mais a frente) e uma delas é a condenação criminal em sentença transitada em julgado. No entanto, o deputado ou senador somente perderá o mandato se a Casa assim o decidir. Isso quer dizer que, ainda que ele seja condenado por sentença criminal transitada em julgado, pode ser que ele não perca o mandato.

Exemplo: um senador é condenado, em sentença transitada em julgado, a um ano de prisão no primeiro ano do seu mandato. Caso o Senado tenha decidido pela manutenção do mesmo, osenador pode ser preso e retornar ao cargo após ter cumprido a pena.

A proteção em relação à prisão é válida para crimes praticados antes ou depois da diplomação e protege o parlamentar desde a expedição do diploma, portanto desde antes da posse. Explicando: a diplomação é um ato do Tribunal Superior Eleitoral atestando que o parlamentar foi eleito regularmente e ocorre antes da posse. Ela é asolenidade em que é entregue ao candidato eleito o documento oficial que reconhece a validade de sua eleição. Já a posse ocorre quando a pessoa é investida do cargo de deputado ou senador.

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b) Em relação ao processo

As imunidades em relação ao processo configuram a possibilidade da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal suspenderem o andamento dos processos criminais que estão correndo contra os seus membros. Nesse caso, é importante saber se o crime foi praticado antes ou depois da diplomação.

1. Crimes praticados ANTES da diplomação

Diferentemente da imunidade em relação à prisão, a imunidade em relação ao processo somente é válida para crimes cometidos APÓS a diplomação. Assim, não há imunidade processual para crimes praticados antes da diplomação, podendo o parlamentar ser normalmente processado e julgado pelo STF. Observe que a respectiva Casa não pode sustar o andamento do processo dos crimes anteriores à diplomação.

2. Crimes praticados APÓS a diplomação

Nos crimes praticados APÓS a diplomação, pode-se processar e julgar os parlamentares, sem a necessidade de autorização da respectiva Casa. Ou seja, caso um membro do Congresso Nacional cometa um crime, ele poderá ser processado e julgado por esse crime. No entanto, o STF dará ciência à respectiva Casa, que poderá suspender o processo,obedecendo aos seguintes requisitos:

1. Iniciativa de partido político representado na Casa. ACâmara e o Senado não podem suspender o processo de ofício, devendo ser provocados por partido político nelesrepresentado.

2. A votação deverá ser aberta e por quórum de maioria absoluta.

3. Lembrando que só é possível a suspensão do processo para os crimes cometidos após a diplomação.

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Prescrição: Caso haja a suspensão do processo, aprescrição do crime também será suspensa enquanto durar o mandato.

Explicando: em razão da segurança jurídica, o Estado possui um certo tempo para processar e julgar alguém que cometeu um crime. Imagine só alguém que cometeu o crime de furto com 19 anos de idade e nunca foi processado por isso. Não pode o Estado querer fazê-lo quando o sujeito tiver 99 anos de idade. Existe um tempo (que, aliás, é bastante razoável) para que o Estado possa processar e julgar o criminoso.

A prescrição ocorre não para beneficiar os bandidos, mas sim para estimular o Estado a não ficar inerte e a tomar, desde logo, todas as providências necessárias ao cumprimento da lei.

Chegamos ao ponto principal do raciocínio: caso o processo criminal contra o parlamentar seja suspenso pela Casa, não seria razoável que o prazo prescricional continuasse correndo, uma vez que não há inércia por parte do Estado, mas sim uma impossibilidade jurídica de se continuar com o processo. Assim, o prazo de prescrição fica suspenso enquanto o processo também estiver suspenso.

Prazos: o prazo para que o partido político solicite a sustação do processo é até a decisão final do STF.Exemplo: suponha que um deputado federal cometa um crime e o STF inicie desde já um processo criminal contra ele. O Supremo deve comunicar à Câmara, mas lembre-se que ela não pode agir de ofício. Assim, pode ocorrer de o partido solicitar asuspensão do processo somente algum tempo depois de suaabertura. Como dito, o prazo para tal é até a decisão final do STF.

Por outro lado, uma vez solicitada a suspensão do processo pelo partido político, a Casa tem 45 dias para julgá-lo, contados do recebimento do pedido pela Mesa Diretora.

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Atenção: não confunda o prazo para a Casa julgar o pedido de sustação do processo (45 dias) com prazo para que ela decida sobre a prisão em flagrante de parlamentar (24 horas).

Concurso de agentes: quando um crime foi praticado por duas ou mais pessoas em conjunto, dizemos que houve concurso de agentes. Assim, o que ocorre caso um crime tenha sido cometido por um membro do Poder Legislativo em conjunto com outra pessoa que não tenha foro privilegiado?

Em regra, tanto o parlamentar quanto o outro réu (corréu) serão julgados juntos no STF. O processo não é desmembrado. No entanto, caso o processo seja suspenso pela Casa, aí sim ele será desmembrado: o corréu sem foro privilegiado será julgado pela justiça competente e somente o processo do parlamentar ficará suspenso.

Esquematizando:

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Não afasta a ilicitude da conduta (como a imunidade material o faz)

- Proteção válida desde a expedição do diploma (anterior à posse)- Válida para crimes praticados antes ou depois da diplomação- Parlamentares não podem ser presos salvo:

1 - Flagrante de crime inafiançávelo 24hs para enviar o processo para a Casa deliberar sobre a prisãoo Votação ABERTA e por MA (inf. STF 28/96)o Aprovação da Casa é condição para a manutenção da prisão

2 - Decisão judicial transitada em julgadoo Não depende de deliberação da Casao Pode ser preso, mesmo não tendo perdido o mandato por decisão da

Casa a que pertence, nos termos do art. 55, § 2º

1) Crimes praticados ANTES da diplomação: NÃO HÁ IMUNIDADE PROCESSUAL. O parlamentar será processado normalmente (pelo STF)

o A CASA NÃO PODE SUSTAR O PROCESSO para crimes praticados antes da diplomação.

2) Crimes praticados APÓS a diplomação:o Pode-se processar e julgar o parlamentar federal – não precisa de

autorização da Casa para talo O STF dá ciência à respectiva Casao A Casa pode - Iniciativa de partido político representado na Casa

SUSPENDER • A Casa não pode suspender o processo de ofício. o processo • Deve ser provocada pelo part. pol. com rep. na Casa

- Votação aberta e quórum de MA- Só para crimes após a diplomação

o Se suspender o processo – suspende também a prescrição enquanto durar o mandato: Com o fim do mandato, as imunidades acabam e o ex parlamentarpoderá ser processado normalmente

o Prazo - Para que o processo seja suspenso - até a decisão final do STF- Para a Casa julgar o pedido de suspensão do processo - 45d do

recebimento do pedido pela Mesa Diretora

OBS: aqui o prazo é para julgar o pedido de suspensão do PROCESSO – em caso de flagrante, o prazo é de 24h!!

o Concurso - Regra: NÃO desmembra o processo se o outro réu de Agentes (corréu) não tiver foro privilegiado. Julga tudo no STF

- Exceção: se o processo for suspenso, desmembra e julga em separado (o processo somente pode ser suspenso para o parlamentar)

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5.2 FORO PRIVILEGIADO

Os parlamentares possuem direito ao foro privilegiado ou foro especial por prerrogativa de função: desde a diplomação, serão processados e julgados pelo Supremo Tribunal Federal. Assim, deve tramitar no STF todo e qualquer processo por crimes comuns onde deputados e senadores sejam réus, bem como inquéritos policiais contra eles. Observe que o foro privilegiado não se aplica nas ações civis, que correm na justiça comum. Já pelos crimes de responsabilidade, os membros do Poder Legislativo são processados e julgados pela respectiva Casa.

O direito ao foro privilegiado nasce com a diplomação, termina com o fim do mandato e se aplica aos crimes cometidos antes ou depois da expedição do diploma. Desse modo, se na data da diplomação o indivíduo estiver respondendo a ações penais ou inquéritos policiais, haverá a remessa dos autos ao STF. Por outro lado, se ao término do mandato, o parlamentar estiver respondendo a alguma ação penal e esta ainda estiver em curso no STF, os autos serão remetidos para a Justiça comum competente. A única exceção ocorre caso o julgamento já tenha se iniciado. Nesse caso, continuaráno STF, não retornando para a Justiça comum (Inq. 2.295/MG).

Observe que a prerrogativa de foro é diferente da imunidade formal.Enquanto esta é a possibilidade de suspensão do processo e prisão apenas em casos especiais, aquela garante os membros do Poder Legislativo sejam processados e julgados no STF.

Esquematizando:

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5.2. Foro privilegiado - Todo e qualquer processo por crimes comuns (se for RÉU): STF- Inquéritos policiais contra parlamentares: STF- Ações civis (autor ou réu): Justiça comum- Crimes de responsabilidade: respectiva Casa

O direito ao foro privilegiado - Nasce com a diplomação - Termina com o fim do mandato- Vale para crimes cometidos antes ou depois da expedição do diploma

Se na data da diplomação o indivíduo estiver respondendo a ações penais ou inquéritos policiais: remessa dos autos ao STF

Se ao término do mandato a ação ainda estiver em curso no STF, os autos serão remetidos para a Justiça comum competenteo Exceção: Caso o julgamento já tenha se iniciado: continua no STF (não volta para a

Justiça comum (Inq. 2.295/MG)

Prerrogativa de função/foro Imunidade formal

Julgamento no STF Possibilidade de suspensão do processo e prisão somenteem casos especiais

5.3 OUTRAS GARANTIAS

Além das imunidades, são conferidas outras garantias aos parlamentares. Elas não são imunidades em sentido estrito, mas também se prestam a garantir a atuação livre e independente do Poder Legislativo. São elas:

Sigilo de fonte: Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

Incorporação às Forças Armadas: só com prévia licença da Casa, ainda que forem militares ou em tempo de guerra.

Imunidades durante Estado de Sítio: em regra, as imunidades parlamentares permanecem durante o estado de sítio. No entanto, excepcionalmente, podem ser suspensas (nunca abolidas) por 2/3 dos votos da Casa respectiva e somente para atos praticados FORA do

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Congresso Nacional e que sejam incompatíveis com a execução do estado de sítio. Observe que nunca se poderá suspender as imunidades para atos praticados dentro do Congresso Nacional.

Hipóteses onde não haverá perda do mandato: a Constituição assegura que não perderá o mandato o deputado ou senador:

I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária.

Observe que, nesses casos, as imunidades parlamentares ficarão suspensas, uma vez que elas derivam da função parlamentar (que não está sendo desempenhada, pois o sujeito está exercendo cargo no Executivo). Por outro lado, não haverá perda do cargo e nem do foro privilegiado.

Além disso, nas hipóteses do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.

II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.

Nesses casos, não há a possibilidade da opção pela remuneração, uma vez que o parlamentar está afastado (e não exercendo outra função). Observe também que o afastamento, que não pode ultrapassar o prazo de 120 dias, é a licença para tratar de interesses particulares (LTIP), uma vez que a licença para tratamento de saúde não possui prazo definido.

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5.4 INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS DOS DEPUTADOS E SENADORES (ART.54)

A Constituição estabelece, no artigo 54, uma série de incompatibilidades e impedimentos aos deputados e senadores. São elas:

5.4. Incompatibilidades e impedimentos dos deputados e senadores (art.54)

Desde a diplomação 1- firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

2- Aceitar ou exercer nessas entidades cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad

nutum” (de livre nomeação e exoneração)

Desde a Posse a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no item 1 do caso anterior

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o item 1 do caso anterior

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

5.5 HIPÓTESES DE PERDA DE MANDATO

Continuando, em seu artigo 55, a Constituição traz várias hipóteses de perda de mandato dos membros do Poder Legislativo. Segundo a CF, perderá o mandato o deputado ou senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no item anterior

(Incompatibilidades e impedimentos dos deputados e senadores).

II- cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro

parlamentar.

o A Constituição prevê que “é incompatível com o decoro

parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o

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abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso

Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.”

o O Poder Judiciário não pode apreciar a infringência ao decoro parlamentar. Este é um ato de apreciação exclusiva da Casa.

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

o O artigo 15, III da CF88 estabelece que a condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos, é causa de suspensão dos direitos políticos. Dessa forma, se alguém tem seus direitos políticos suspensos, não pode exercer qualquer cargo eletivo (art. 14,§ 3º, II). No entanto, excepcionalmente e por previsão expressa da CF, os parlamentares criminalmente condenados não perdem automaticamente seus mandatos: a respectiva Casa irá decidir se ele perderá ou não seu mandato por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

Observe que essa regra se aplica também aos deputados estaduais e não se aplica aos vereadores e nem aos titulares de cargos no Poder Executivo.

Nessas três primeiras hipóteses, a perda de mandato não será automática, mas sim DECIDIDA pela respectiva Casa por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Assim, pode ser que o parlamentar perca o mandato ou não, a depender da decisão da respectiva Casa.

Já nas próximas três hipóteses, a perda do mandato é DECLARADA pela Mesa da Casa respectiva, não havendo juízo de conveniência e oportunidade, como nos casos anteriores. A declaração é feita de ofício ou por provocação de qualquer membro ou de Partido Político representado no CN, também assegurada a ampla defesa. Observe:

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à TERÇAparte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou

missão por esta autorizada.

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IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos.

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na

Constituição.

Renúncia de cargo por parlamentar submetido a processo que implique a perda do cargo

Caso um parlamentar esteja submetido a processo que implique a perda do cargo e renuncie ao mesmo (ou seja, durante o processo), a renúncia será válida, mas terá seus efeitos suspensos até o fim do processo. Caso o parlamentar seja absolvido, a renúncia terá efeitos plenos.

No entanto, caso o parlamentar seja condenado, a renúncia não terá efeitos, uma vez que o mesmo será condenado à perda do cargo (o que não adiantaem nada, pois ele já tinha renunciado) mais à decretação de inelegibilidade pelo prazo de oito anos, subsequentes ao término da legislatura em que deveria findar o seu mandato. Uma pena bem mais severa do que a simples perda do cargo.

Entenderam? O parlamentar que estava submetido a um processo que poderia implicar a perda do cargo renunciava ao mandato para “escapar” da inelegibilidade de 8 anos, o que não é mais possível pelas novas regrasconstitucionais.

5.6 PARLAMENTARES ESTADUAIS, DISTRITAIS E VEREADORES

Aplicam-se aos parlamentares estaduais e distritais as mesmas regras do âmbito federal, assim, eles possuem imunidade formal e material. Já os vereadores possuem imunidade material somente dentro da circunscrição do município e não possuem imunidade formal.

Esquematizando:

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5.5. Hipóteses de Perda de Mandato

I – Infringir qualquer das proibições do art. 54

II – Quebra de decoro parlamentar• Abuso de prerrogativas ou percepção de vantagens indevidas• Judiciário não pode apreciar infringência ao decoro parlamentar – Exclusivo da Casa

VI – Condenação criminal transitada em julgado• Não gera, por si só, a suspensão dos direitos políticos dos parlamentares• Exceção ao art. 15, III + 14,§ 3º, II• A Casa tem que decidir pela perda do mandato

- Regra se aplica aos deputados estaduais- NÃO se aplica a - Vereadores

- Executivo

III – Faltar a 1/3 das SLO, salvo licença ou missão

IV – Perder ou tiver suspensos seus direitos políticos

V – Decretação da Justiça Eleitoral

Sempre assegurada Ampla Defesa

Renúncia de cargo por parlamentar submetido a processo que implique a perda do cargo (o processo está em curso):

PODE. Mas terá seus efeitos suspensos até o fim do processo.Se declarada inocência: a renúncia valeSe declarado culpado: a renúncia NÃO vale

5.6. Parlamentares estaduais, distritais e vereadores

Parlamentares Estaduais e distritais: aplicam-se aos parlamentares estaduais e distritais as mesmas regras dos parlamentares federais

Vereadores - Têm imunidade MATERIAL- Somente dentro da circunscrição do município- NÃO possuem imunidade FORMAL

- A perda do mandato não é automática - Ela é DECIDIDA pelas Casas: Voto SECRETO eMA- Para que a Casa decida, deve haver provocação da Mesa ou de Partido Político com representação no CN

- A perda do mandato é DECLARADA pela Mesa da Casa respectiva- Declaração é feita de ofício ou por provocação de qualquer membro ou de Partido Político representado no CN- não há juízo de conveniência e oportunidade, como nos casos anteriores

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EXERCÍCIOS

52. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Segundo a CF, aos membros do Poder Legislativo municipal são asseguradas, em observância ao princípio da simetria, as mesmas prerrogativas formais e materiais garantidas aos membros do Poder Legislativo federal.

Errado. Aplicam-se aos parlamentares ESTADUAIS E DISTRITAIS asmesmas regras do âmbito federal. Já os vereadores possuem imunidade material somente dentro da circunscrição do município e não possuem imunidade formal.

53. (CESPE - 2008 - PC-TO - Delegado de Polícia) A imunidade formal garante ao parlamentar, desde a expedição do diploma, a impossibilidade de, em qualquer caso ou circunstância, ser ou permanecer preso ou ser processado sem autorização de sua respectiva Casa legislativa.

Errado. Existem duas hipóteses de prisão de parlamentar após a diplomação. Vamos relembrar o esquema:

- Parlamentares não podem ser presos salvo:1 - Flagrante de crime inafiançável

o 24hs para enviar o processo para a Casa deliberar sobre a prisãoo Votação ABERTA e por MA (inf. STF 28/96)o Aprovação da Casa é condição para a manutenção da prisão

2 - Decisão judicial transitada em julgadoo Não depende de deliberação da Casao Pode ser preso, mesmo não tendo perdido o mandato por decisão da

Casa a que pertence, nos termos do art. 55, § 2º

54. (FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa) A fiscalização do Município será exercida pela Assembleia Legislativa do Estado mediante controle externo.

Errado. A fiscalização do município é exercida pela Câmara Municipal (Poder Legislativo Municipal) e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, conforme o art. 31 da CF.

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55. (CESPE/TJAA-TRE-BA/2010) De acordo com a Constituição Federal de 1988, o deputado federal que for investido em cargo de secretário de Estado, independentemente da pasta que assumir, perderá seu mandato de deputado.

Errado. O art. Art. 56. Dispõe que: “Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;

II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.”

Observe que, nas hipóteses do inciso I, as imunidades serão suspensas, mas não haverá perda do cargo e nem do foro privilegiado.

56. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Segundo a CF, aos membros do Poder Legislativo municipal é assegurada imunidade formal, não podendo eles sofrer persecução penal pela prática de delitos, sem prévia licença da respectiva câmara municipal.

Errado. Aplicam-se aos parlamentares estaduais e distritais as mesmas regras do âmbito federal. Já os vereadores possuem imunidade material somente dentro da circunscrição do município e NÃO POSSUEM IMUNIDADE FORMAL.

57. (ESAF/CGU/2008) Os Deputados e Senadores, desde a posse, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

Errado. Os parlamentares federais são julgados pelo STF desde a DIPLOMAÇÃO e não desde a posse, conforme art. 53 § 1º: “Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.”

58. (ESAF/Advogado-IRB/2006) Se um Senador, após a posse, continuar como proprietário de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ele estará sujeito à perda de mandato, a ser declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de

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qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

Errado. Nesse caso, a perda do mandato é “decidida” pela Casa e não “declarada”. Assim, o parlamentar que praticar essa conduta pode ou não perder o mandato, a depender do que a Casa decidir. Vamos relembrar as hipóteses de perda de mandato dos parlamentares:

Hipóteses de Perda de Mandato

I – Infringir qualquer das proibições do art. 54

II – Quebra de decoro parlamentar• Abuso de prerrogativas ou percepção de vantagens indevidas• Judiciário não pode apreciar infringência ao decoro parlamentar – Exclusivo da Casa

VI – Condenação criminal transitada em julgado• Não gera, por si só, a suspensão dos direitos políticos dos parlamentares• Exceção ao art. 15, III + 14,§ 3º, II• A Casa tem que decidir pela perda do mandato

- Regra se aplica aos deputados estaduais- NÃO se aplica a - Vereadores

- Executivo

III – Faltar a 1/3 das SLO, salvo licença ou missão

IV – Perder ou tiver suspensos seus direitos políticos

V – Decretação da Justiça Eleitoral

Sempre assegurada Ampla Defesa

59. (ESAF/CGU/2008) O Senador não perderá o mandato se for licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, desde que o afastamento não ultrapasse cento e oitenta dias por sessão legislativa.

Errado. Por motivo de doença não existe prazo para a licença do parlamentar. A questão tentou confundir o candidato com a licença

- A perda do mandato não é automática - Ela é DECIDIDA pelas Casas: Voto SECRETO eMA- Para que a Casa decida, deve haver provocação da Mesa ou de Partido Político com representação no CN

- A perda do mandato é DECLARADA pela Mesa da Casa respectiva- Declaração é feita de ofício ou por provocação de qualquer membro ou de Partido Político representado no CN- não há juízo de conveniência e oportunidade, como nos casos anteriores

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para tratar de interesse particular. Essa sim não pode ser superior a 120 dias por sessão legislativa.

60. (CESPE/Juiz Substituto - TJ-AC/2007) A imunidade parlamentar de deputado estadual não alcança as ofensas proferidas fora da casa legislativa, mesmo quando estas possam ter conexão com a atividade parlamentar.

Errado. A imunidade “material” do parlamentar estadual também alcança as ofensas proferidas fora da casa legislativa, desde que seja em razão do exercício da função. Segundo o art. 27, § 1º “Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.”

61. (ESAF/ENAP/2006) A partir do ato de sua posse, os membros do Congresso Nacional passam a usufruir de imunidade formal, somente podendo ser presos em caso de flagrante de crime inafiançável.

Errado. A imunidade formal é conferida aos parlamentares a partir da DIPLOMAÇÃO e não a partir da posse, conforme art. 53, § 2º: “Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.”

62. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Segundo a CF, aos membros do Poder Legislativo municipal não são asseguradas imunidades formais nem materiais.

Errado. Aplicam-se aos parlamentares estaduais e distritais as mesmas regras do âmbito federal. Já os vereadores possuem imunidade material somente dentro da circunscrição do município e não possuem imunidade formal.

63. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) As imunidades de Deputados ou Senadores só podem subsistir durante o estado de sítio mediante o voto de dois terços dosmembros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam compatíveis com a execução da medida.

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Errado. Na verdade, ocorre justamente o contrário. No estado de sítio, as imunidades permanecem e somente podem ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva. Observe o art. 53 § 8º: “As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados FORA do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.”

64. (FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa) A fiscalização do Município será exercida pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

Certo. Apesar de incompleta, a assertiva está correta. Observe o art. 31 da CF: “A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.”

65. (CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador) As opiniões que forem manifestadas fora do recinto legislativo pelo parlamentar federal estarão acobertadas pela imunidade material, hipótese que não se estende aos deputados estaduais e vereadores.

Errado. Os parlamentares federais gozam da imunidade material, que também são aplicadas aos deputados estaduais e aos vereadores. No entanto, com relação aos últimos, a CF limita a imunidade material às opiniões, palavras e votos proferidos dentro da circunscrição do município. Lembre-se de que os vereadores não possuem imunidades formais.

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VI. DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU)

DO CONTROLE INTERNO E EXTERNO

“Os Tribunais de Contas são órgãos vinculados ao Poder Legislativo e que o

auxiliam no controle externo da Administração Pública, sobretudo o controle

financeiro” (Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino).

Dessa forma, observe que a função de fiscalização da Administração Pública é uma função típica do Poder Legislativo. Observe o que diz a Constituição Federal:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da

União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,

legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,

que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores

públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações

de natureza pecuniária.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete (...)

Da leitura desses dispositivos constitucionais, é necessária a explicação de dois termos: o primeiro é o controle interno, que nada mais é do que o controle que cada Poder deve exercer sobre si mesmo. Assim, cada Poder deve ter mecanismos para impedir que algum ato seja praticado fora da lei e também para corrigi-lo, caso seja praticado.

A CF estabelece que os três poderes manterão, de forma integrada, sistema de controle interno e que os responsáveis por ele, ao tomarem conhecimento de irregularidades devem dar ciência ao TCU, sob pena de responsabilidadeSOLIDÁRIA. Aliás, essa é uma questão bem batida em prova: caso o responsável pelo controle interno saiba de alguma irregularidade e não tome as medidas cabíveis, ele será responsabilizado solidariamente (não é subsidiariamente).

O segundo termo é o controle externo, que é o controle exercido pelo Poder Legislativo e auxiliado pelo Tribunal de Contas da União. Esse controle engloba

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a fiscalização COFOP (contábil, operacional, financeira, orçamentária e patrimonial) da União e das entidades da administração direta e indireta.Observe que os Tribunais de Contas (TCs) são órgãos vinculados (e não subordinados) ao Poder Legislativo, assim, não existe nenhuma hierarquia entre os TCs e o Legislativo.

Por fim, deverá prestar contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que GAGAU (guarde, arrecade, gerencie, administre ou utilize),dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

O Tribunal de Contas da União é composto de nove ministros, tem sede no Distrito Federal e possui jurisdição em todo território nacional. Na verdade, o termo jurisdição não foi aplicado pela CF de maneira técnica, uma vez que o TCU não é um órgão do Poder Judiciário e não pode, em sentido estrito, “dizer o direito”.

Dessa forma, os atos do TCU possuem natureza administrativa e suas decisões podem ser anuladas pelo Poder Judiciário. Observe que se o Tribunal de Contas julga uma conta regular, irregular ou regular com ressalvas, o Judiciário não pode alterar o mérito desse julgamento (ex: mudar de “regular” para “irregular”). O que o Poder Judiciário pode fazer é anular os atos do TCU, em razão de algum vício ou ilegalidade por ele praticada.

Esquematizando:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Função típica do Legislativo - Legislar- Fiscalizar

Controle interno: o Inerente a todo podero Os 3 poderes manterão, de forma integrada, sistema de controle internoo Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de irregularidades

devem dar ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade SOLIDÁRIA

Controle Externo:o Feito pelo Poder Legislativo (CN)

o Auxiliado pelo TCU

o Os Tribunais de Contas são órgãos VINCULADOS ao Legislativo Não são subordinados a ele Não há hierarquia entre o Legislativo e os TCs

o Fiscalização contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial COFOP da União e Administração direta e indireta

Exercida pelo CNMediante controle externoSem prejuízo do controle interno de cada PoderAuxiliado pelo TCU

o Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada que guarde, arrecade,gerencie, administre ou utilize (GAGAU) $, bens e valores públicos DEVEM PRESTAR CONTAS

Composição do TCUo TCU - Composto por 9 ministros

- Sede: DF- Jurisdição (*): em todo território nacional

Jurisdiçãoo O TCU é órgão técnicoo Não exerce jurisdição no sentido estrito: seus atos têm natureza administrativa o TCU não integra o Judiciário o Quando o Tribunal de Contas julga uma conta regular, regular com ressalva ou

irregular, o judiciário NÃO PODE mudar o mérito desse julgamento. O Judiciário pode apreciar para ver se houve vícios formais/processuais no julgamento das contas pelo TC, mas não pode mudar o mérito da decisão do Tribunal de Contas.

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COMPOSIÇÃO DO TCU

O Tribunal de Contas da União é composto de nove ministros, que devem possuir os seguintes requisitos:

Ser brasileiro nato ou naturalizado;Ter entre 35 e 65 anos de idade;Possuir idoneidade moral e reputação ilibada;Ter notórios conhecimentos e mais de 10 anos de função que exija os conhecimentos abaixo:

o Jurídicos ouo Contábeis ouo Econômicos ouo Financeiros ouo De Administração Pública

Dois terços dos ministros do TCU, ou seja, seis ministros, são escolhidos pelo Congresso Nacional, enquanto o terço restante, ou seja três ministros, são escolhidos pelo Presidente da República, com aprovação pelo Senado Federal em voto secreto e arguição pública. O CN escolhe seus ministros livremente, porém, o Presidente deve nomear os três ministros obedecendo às seguintes regras:

Dois alternadamente dentre auditores (Ministros substitutos) e membros do Ministério Público junto ao TCU, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;

Um de livre escolha do Presidente da República.

Uma observação importante é que os ministros do TCU adquirem a vitaliciedade com a posse e que a proporção da composição do Tribunal deve ser sempre obedecida. Assim, à medida que forem abrindo vagas, as de origem são preservadas. Exemplo: se uma vaga originária de um membro do Ministério Público do TCU for aberta, deve entrar um membro do MPTCU.

Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e são aplicadas a eles as regras de aposentadoria dos servidores públicos (art. 40 da CF).

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Já o auditor (o ministro substituto), quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.

O MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TCU (MPjTCU)

Junto ao Tribunal de Contas da União, atua um Ministério Público “especial”, que integra a estrutura do próprio TCU. Assim, o MPjTCU não é parte do Ministério Público da União, apesar de ter os mesmos direitos, vedações e forma de investidura deste. Assim, sua Lei Orgânica deve ser de iniciativa do TCU e não do Procurador-Geral da República.

Esquematizando:

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Composição: 9 ministros

o Requisitos - Brasileiro nato ou naturalizado- Idade: + de 35 e - de 65 anos- Idoneidade moral e reputação ilibada- Ter + de 10 anos de função que exija os conhecimentos abaixo- Notórios conhecimentos - Jurídicos

- Contábeis- Econômicos- Financeiros- De Administração Pública

o Escolha • 2/3 (6) – escolhidos pelo CN

• 1/3 (3) – escolhidos pelo PR • 1 auditor do TCUCom aprovação do SF • 1 membro do MP/TCU

• 1 livre escolha do PR

o À medida que forem abrindo vagas, as de origem serão preservadasEx: se sai membro do MP, entra outro membro do MP

o Nomeação: PR

o Garantias - Ministros do TCU – mesmas garantias, impedimentos, prerrogativas, vencimentos e vantagens que os Ministros do STJ

- Auditores (ministros substitutos) – mesmas garantias, impedimentos, prerrogativas, vencimentos e vantagens que os Juízes de TRF(desembargador federal)

o Quando estiverem substituindo o titular: Ministros do STJ

Vitaliciedade com a posse

MP junto ao TCU o NÃO é o MPUo Mas tem os mesmos direitos, vedações e forma de investidurao Sua Lei Orgânica é de iniciativa do TCU e não do PGR

Lista tríplice

do TCU

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COMPETÊNCIAS DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

A Constituição Federal estabelece uma série de competências ao TCU. Eu as coloquei abaixo de uma forma mais esquematizada para facilitar o seu estudo. Lembre-se do seu salário de R$ 12.960,77 e do seu cargo de Analista do Banco Central e vamos lá!

I - APRECIAR as contas do PR, mediante parecer prévio em 60 d a contar de seu recebimento;

II - JULGAR as contas dos demais que mexeram em $ público

- Quem julga as contas do chefe do executivo é sempre o Poder Legislativo- Os TCs apenas apreciam as contas do chefe do executivo- Os TCs julgam as demais contas

Observe que existem dois tipos de contas: as contas do Presidente da República (chefe do executivo) e as “contas dos administradores”.

o As contas do Presidente da República sofrem um julgamento político pelo Congresso Nacional, após apreciadas pelo TCU. Assim, observe o raciocínio:

1. O Presidente presta contas ao Congresso Nacional até 60 dias do início da sessão legislativa;

2. O TCU APRECIA essas contas e emite um parecer prévio.Assim, o TCU não “julga” e sim “aprecia” as contas do Presidente e o Congresso Nacional não tem que obedecer ao parecer prévio emitido pelo TCU.

3. O Congresso Nacional JULGA as contas do Presidente da República.

o São JULGADAS pelo Tribunal de Contas da União as “contas dos administradores” (administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público).

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III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - SUSTAR, se não atendido, a execução do ATO impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

- ATOS: o TCU só pode sustar ATOS ADMINISTRATIVOS.- CONTRATOS: o CN é quem sustará o CONTRATO e solicitará ao Executivo as medidas cabíveis

• Verificada irregularidade em CONTRATO adm, o TCU deve dar ciência ao CN para que este determine a sustação do contrato e solicite ao Executivo as medidas cabíveis• Se o CN ou Executivo ficarem inertes: o TCU decidirá a respeito (90d)

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza (COFOP) contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estados, DF ou Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo CN, por qualquer de suas Casas ou Comissões, sobre a fiscalização COFOP e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

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OUTRAS OBSERVAÇÕES SOBRE O TCU

1. O TCU NÃO pode determinar a quebra do sigilo bancário de seus jurisdicionados (MS 22.801) e também não pode alterar determinações de decisão judicial transitada em julgado (inf. 561 STF).

2. São assegurados contraditório e ampla defesa em todos os processos no TCU salvo na apreciação de legalidade da concessão INICIAL de aposentadoria, reforma e pensão (Súmula Vinculante 3).

3. O TCU pode apreciar a constitucionalidade das leis no exercício de suas funções. Observe que a Corte de Contas somente pode fazer o controle difuso/concreto de constitucionalidade e sempre pela maioria absoluta dos votos, obedecendo a cláusula de reserva de plenário prevista no artigo 97 da CF. lembre-se de que o TCU não faz controle concentrado de constitucionalidade, sendo este, competência exclusiva do STF.

4. O TCU pode determinar medidas cautelares para garantir a eficácia de suas decisões. Exemplo: o TCU pode expedir uma cautelar para suspender uma licitação que esteja sendo investigada pelo Tribunal.

5. As decisões do TCU que imputarem débito ou multa têm eficácia de título executivo EXTRA JUDUDICIAL, uma vez que não foi emitido por um órgão do Poder Judiciário (lembrando que o TCU não pertence ao Judiciário).

6. O TCU encaminha relatório de suas atividades trimestralmente eanualmente.

7. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato pode denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU. No entanto, este não pode manter o sigilo do autor da denúncia (MS 24.405/DF).Assim, caso haja uma denúncia ao Tribunal, este pode apreciar e manter o sigilo do autor durante o processo. Mas, ao final do mesmo, o Tribunal deve revelar o autor da denúncia.

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“TIPOS” DE TRIBUNAIS DE CONTAS

Existem vários “tipos” de Tribunais de Contas, cada um com a sua finalidade, competência e jurisdição próprias. Assim, observe os quatro tipos de TCs existentes (as siglas podem varia de acordo com o autor):

1. Tribunal de Contas da União (TCU): órgão da União estudado até agora.

2. Tribunais de Contas Estaduais (TCEs): os TCEs julgam as contas referentes ao respectivo Estado e, quando não houver Tribunais de Contas dos Municípios, julgam também as contas dos seus municípios. Dessa forma, ele é um órgão estadual (ou distrital) responsável pela fiscalização financeira dos Estados (ou Distrito Federal) e, regra geral, dos municípios nele situados;

Os Tribunais de Contas Estaduais são compostos por 7 Conselheiros:4 escolhidos pela Assembleia Legislativa e 3 Escolhidos pelo Governador (1 auditor do TCE, 1 membro do Ministério Público do TCE e 1 de livrenomeação do governador).

Por fim, no que couber, as regras ao TCU se aplicam aos TCs Estaduais, do DF e dos Tribunais e Conselhos de contas dos Municípios.

3. Tribunais de Contas dos Municípios (TC dos M): para que o TCE não fique sobrecarregado, opcionalmente, pode ser criado um órgão ESTADUAL que julga as contas de todos os municípios do seu estado. Assim, o TCE julga as contas do estado, enquanto o Tribunal de Contasdos Municípios (órgão estadual) julga as contas municípios do estado.

Assim, os TC dos M (existentes em Estados como Ceará, Bahia e Goiás) são órgãos estaduais competentes para a fiscalização financeira de todos os municípios do Estado.

4. Tribunais de Contas Municipais (TCM): por fim, temos o TCM, que é um órgão municipal competente para a fiscalização financeira do município. A Constituição Federal veda a criação de novos TCMs(órgãos municipais), mas manteve os que já existiam. Dessa forma, existem apenas dois TCMs: de São Paulo e do Rio de Janeiro.

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Mas Roberto, se os municípios não possuem Tribunais de Contas, como é

então o controle externo em seu âmbito?

CONTROLE EXTERNO NOS MUNICÍPIOS (ART. 31)

A resposta já está acima, mas para ficar mais claro, vamos refrisar: oLegislativo municipal exerce o controle externo do município, auxiliado pelos Tribunais de Contas Estaduais, Tribunais de Contas dos Municípios (órgão estadual) ou pelos Tribunais de Contas Municipais (órgão municipal), onde houver. Lembre-se que é vedada a criação de novos Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

Deve ainda haver sistemas de controle interno do Executivo Municipal, na forma da lei e é a Câmara Municipal quem julga as contas do prefeito, após emitido o parecer prévio do TCE / TC dos M / TCM. No entanto, existe uma diferença quanto à obrigatoriedade do parecer prévio: como vimos, nas esferas federal e estadual, o Poder Legislativo não é obrigado a obedecer o parecer prévio emitido pela Corte de Contas competente. No entanto, na esfera municipal, o parecer prévio só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 da Câmara Municipal.

Esquematizando:

Outras observações:

o O TCU não pode - Determinar a quebra do sigilo bancário (MS 22.801)- Alterar determinações de decisão judicial transitada em julgado (inf. 561 STF)

o Súmula Vinculante nº 3 – contraditório e ampla defesa no TCUSão assegurados contraditório e ampla defesa em todos os processos no TCUsalvo na apreciação de legalidade da concessão INICIAL de aposentadoria, reforma e pensão.

o Controle de constitucionalidade pelo TCUTCU pode apreciar a constitucionalidade das leis no exercício de suas funçõesPode fazer controle constitucionalidade DIFUSO por MA dos votos

Pode declarar lei inconstitucional, mas só no caso concretoNão pode fazer controle de constitucionalidade abstrato (só o STF o faz)

o Medidas cautelares: O TCU pode determinar medidas cautelares

o Eficácia das decisões: As decisões do TCU que imputarem débito ou multa têm eficácia de título executivo (EXTRA JUDUDICIAL)

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o Relatório de atividades: O TCU encaminha relatório de suas atividades trimestralmente Eanualmente

o Denúncias: Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato pode denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU

O TCU não pode manter o sigilo do autor da denúncia (MS 24.405/DF)

Tipos de Tribunais de Contas

1. TCU

2. Tribunais de Contas Estaduais (TCE)o Julgam as contas do Estado e, quando não houver TC dos M, dos seus municípios também.o Ou seja, ele é órgão estadual (ou distrital) responsável pela fiscalização financeira dos

Estados (ou Distrito Federal) e, regra geral, dos Municípios nele situados;o No que couber, as regras ao TCU se aplicam aos TCs Estaduais, do DF e dos Tribunais e

Conselhos de contas dos Municípios o TCE: 7 Conselheiros - 4 escolhidos pela Assembleia Legislativa

- 3 Escolhidos pelo Gov - 1 auditor do TCE- 1 MP do TCE- 1 livre

3. Tribunais de Contas dos Municípios (TC dos M)o Órgão ESTADUAL e que julga as contas de todos os municípios do seu estado (para que

o TCE não fique sobrecarregado)o Os TC dos M (existentes em Estados como Ceará, Bahia e Goiás) são órgãos estaduais

competentes para a fiscalização financeira de todos os municípios do Estado

4. Tribunais de Contas Municipais (TCM):o Órgão municipal competente para a fiscalização financeira do município.o Vedado criação de novos TCMs (órgãos municipais)

Os que existiam ficam (SP e RJ), mas não pode criar mais

(OBS as siglas podem variar dependendo do autor)

Controle externo nos municípios (art. 31)

o O Legislativo municipal exerce o controle - TCEexterno do município, auxiliado pelos - TC dos M

- TCM, onde houver

o Deve haver sistemas de controle interno do Executivo Municipal, na forma da lei.

o É a Câmara Municipal que julga as contas do prefeito, após emitido o parecer prévio do TCE / TC dos M / TCM. Mas este só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 da Câmara Municipal.

o É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

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EXERCÍCIOS

66. (CESGRANRIO – 2005 – SEAD-AM - Advogado) O Tribunal de Contas da União possui diversas atribuições inerentes à fiscalização contábil, financeira e orçamentária da União, as quais incluem a apreciação das contas prestadas pelo Presidente da República e a fiscalização da aplicação dos recursos repassados pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, tratando-se de órgão auxiliar do controle externo realizado pelo:

a) Poder Judiciário.

b) Poder Legislativo.

c) Poder Executivo.

d) Ministério Público.

e) Sistema de controle interno de cada Poder.

Gabarito: B. Essa tava de graça, né gente? A titularidade do controle externo é do Poder Legislativo, que será realizado com o auxílio do Tribunal de Contas da União.

67. (CESGRANRIO - 2008 - Petrobrás - Advogado) Segundo disposição constitucional expressa, as decisões proferidas pelo Tribunal de Contas da União, no exercício de sua competência de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, das quais resulte imputação de débito ou multa,

a) terão eficácia de título executivo.

b) deverão ser validadas pelo Congresso Nacional.

c) serão encaminhadas ao Congresso Nacional para as providências relativas a sua cobrança.

d) serão encaminhadas ao Poder Executivo para as providências relativas a sua cobrança.

e) darão ensejo à propositura de processo de conhecimento perante o Poder Judiciário, como etapa necessária à cobrança.

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Gabarito: A. A única alternativa que encontra respaldo constitucional é a alternativa “A”, conforme o art. 71, §3º. Lembre-se que esse título executivo é extrajudicial, pois não foi emitido pelo Poder Judiciário.

68. (CESGRANRIO – 2004 - BNDES Analista) Sobre o Tribunal de Contas da União, é correto afirmar que:

a) pratica atos de natureza legislativa.

b) constitui órgão integrante do Poder Judiciário.

c) exerce função judicante e suas decisões produzem coisa julgada.

d) é composto por Ministros aprovados em concurso público para o exercício do cargo.

e) pode tomar decisões de que resulte imputação

Gabarito: E.

Item A – ERRADO. O Tribunal de Contas da União não possui competências legislativas, sendo um órgão técnico.

Itens B e C – ERRADOS. Apesar do nome, o Tribunal de Contas da União não integra o Judiciário e suas decisões possuem natureza administrativa, não fazendo coisa julgada. Novamente: o TCU é um órgão técnico.

Item D – ERRADO. O cargo de Ministro do TCU não é provido mediante concurso público. Os integrantes da Corte de Contas são escolhidos da seguinte forma:

Dois terços dos ministros do TCU, ou seja, seis ministros, são escolhidos pelo Congresso Nacional, enquanto o terço restante, ou seja três ministros, são escolhidos pelo Presidente da República, com aprovação pelo Senado Federalem voto secreto e arguição pública. O CN escolhe seus ministros livremente, porém, o Presidente deve nomear os três ministros obedecendo às seguintes regras:

Dois alternadamente dentre auditores (Ministros substitutos) e membros do Ministério Público junto ao TCU, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;

Um de livre escolha do Presidente da República.

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Item E – CERTO. Bem mal feito esse item, viu! Mas observe o art. 71, §3º: “As decisões do Tribunal de que resulte IMPUTAÇÃO de débito ou multa terão eficácia de título executivo.”

69. (CESGRANRIO – 2012 - CEF – Advogado) O Tribunal de Contas da União (TCU), ao examinar uma Tomada de Contas Especial, identificou a ocorrência de irregularidade geradora de dano ao erário devidamente quantificado. Considerando-se que o responsável pela irregularidade e pelo dano ao erário já foi notificado para manifestar-se nos autos e que suas razões de defesa foram rejeitadas, o TCU deverá

a) comunicar o fato imediatamente ao Ministério Público Federal, a fim de que seja ajuizada a competente ação de ressarcimento, uma vez que o TCU não temcompetência para imputar o débito ao gestor responsável.

b) comunicar o fato imediatamente à Advocacia-Geral da União, a fim de que seja ajuizada a competente e ação de ressarcimento, uma vez que o TCU não temcompetência para imputar o débito ao gestor responsável.

c) julgar irregulares as contas do gestor responsável, cabendo ao próprio TCU promover a ação de ressarcimento por dano causado ao erário.

d) julgar irregulares as contas do gestor responsável, imputando-lhe o débito apurado, em decisão dotada de eficácia executiva.

e) remeter o processo à Controladoria-Geral da União, para que julgue as respectivas contas e aplique ao responsável as sanções previstas em lei, dentre as quais multa proporcional ao dano ao erário.

Gabarito: D. Se combinarmos, no art. 71, o inciso VIII e o §3º, veremos que caberá ao TCU o julgamento das contas e a imputação da penalidade cabível, que terá eficácia de título executivo.

70. (CESGRANRIO – 2012 – LIQUIGAS - Analista) O Tribunal de Contas da União (TCU), ao realizar uma inspeção extraordinária em determinada autarquia federal, detectou indícios de irregularidades e antieconomicidade em contrato de prestação de serviços celebrado pela entidade com empresa privada. Após assegurar às partes interessadas o contraditório e a ampla defesa, o TCU confirmou a ocorrência das irregularidades e sustou a execução do contrato, além de aplicar ao responsável multa e determinar a recomposição do dano causado ao erário. À luz da situação hipotética descrita, a atuação do TCU foi juridicamente

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a) correta, uma vez que observou o devido processo legal antes de prolatar sua decisão.

b) correta, uma vez que a sustação da execução do contrato visou a minimizar o dano causado ao erário.

c) incorreta, uma vez que o TCU não tem competência para realizar inspeções extraordinárias em autarquias federais.

d) incorreta, uma vez que o TCU não tem competência para determinar a recomposição do dano ao erário, cabendo-lhe provocar o Poder Judiciário para tanto.

e) incorreta, uma vez que a competência para a sustação da execução contratual é primariamente do Congresso Nacional.

Gabarito: E. O TCU é competente para fiscalizar autarquias federais, conforme o art. 71, IV e aplicar penalidades, conforme o inciso VIII do mesmo artigo. Entretanto, no caso de sustação de contrato, a competência será do Congresso Nacional (art. 71, parágrafo único).

71. (CESGRANRIO – 2011 - PETROBRAS Profissional JR – Direito) O controle externo da gestão financeira da Administração Pública Federal é exercido pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União. A respeito das competências dos Tribunais de Contas, considere as assertivas a seguir.

I - No exercício de suas atribuições, o Tribunal de Contas pode apreciar a constitucionalidade de leis e atos do Poder Público.

II - As decisões dos Tribunais de Contas que imponham multa ou imputem débito ostentam eficácia de título executivo extrajudicial.

III - Os Tribunais de Contas não exercem poder geral de cautela, uma vez que são cortes administrativas que não integram o Poder Judiciário.

É correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) I e II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

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Gabarito: B.

Item I – CERTO. Os tribunais de contas podem realizar o controle de constitucionalidade CONCRETO/DIFUSO (nunca o abstrato). Observe a súmula 347 do STF: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público”.

Item II – CERTO. Conforme o art. 71, §3º, “As decisões do Tribunal (de Contas da União) de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo”. Como essa decisão não é do Poder Judiciário, o título executivo será extrajudicial.

Item III – ERRADO. Ainda que não seja um órgão do Poder Judiciário, o Tribunal de Contas da União pode determinar medidas cautelares/liminares, dentro das suas competências. Por exemplo: o TCU pode determinar a suspensão de uma licitação, caso encontre indícios de irregularidades.

72. (CESGRANRIO - 2005 – SEMSA MANAUS – Advogado) A fiscalização financeira e orçamentária do Município será exercida pelo:

a) Tribunal de Contas da União.

b) Órgão de controle externo federal.

c) Chefe do Poder Executivo estadual.

d) Poder Judiciário.

e) Poder Legislativo municipal e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo municipal.

Gabarito: E. O Poder Legislativo é o responsável pelo controle externo. No âmbito Municipal, a regra é a mesma. A Câmara Municipal exercerá o controle externo no Município, devendo também haver sistemas de controle interno do Executivo Municipal, na forma da lei.

73. (CESGRANRIO – 2011 - TRANSPETRO – Advogado) Sobre o Tribunal de Contas da União, a Constituição Federal estabelece que:

a) a obrigação de lhe prestar contas não se aplica às pessoas físicas.

b) seus Ministros devem ter idade mínima de 30 (trinta) anos.

c) partidos políticos são partes ilegítimas para lhe denunciar irregularidades.

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d) é o Órgão responsável pelo sistema de controle interno de cada Poder.

e) é competente para realizar inspeções de natureza operacional nas unidades administrativas do Poder Judiciário.

Gabarito: E.

Item A – ERRADO. A fiscalização financeira e orçamentária é ampla. Segundo o parágrafo único do art. 70, “Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária”.

Item B – ERRADO. A idade mínima para que o Ministro do TCU tome posse é de 35 anos, e a máxima de 65, conforme o art. 73, §1º, I.

Item C – ERRADO. Segundo o art. 74, §2º, “Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União”.

Item D – ERRADO. O TCU é órgão auxiliar do Congresso Nacional, que exerce o controle externo. Cada poder deverá instituir seus próprios órgãos de controle interno, como a CGU no caso do Poder Executivo.

Item E – CERTO. Essa é uma das competências do TCU, conforme o art. 71, IV.

74. (CESGRANRIO - 2010 - EPE - Advogado) O Tribunal de Contas da União, em sua missão constitucional de auxiliar o Poder Legislativo no exercício do controle externo, tem competência para

a) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as nomeações para cargos de provimento em comissão.

b) apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República mediante parecer prévio vinculante que só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros do Congresso Nacional.

c) imputar débito e aplicar multa, ostentando as decisões, em tal sentido, eficácia de título executivo, cabendo ao próprio Tribunal de Contas da União, por intermédio de sua Procuradoria, promover a execução.

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d) solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia do edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou as entidades da Administração interessada à adoção das medidas corretivas pertinentes que forem determinadas a eles.

e) sustar contratos administrativos, após oferecer a oportunidade de ampla defesa ao administrador responsável e ao contratado, sempre que verificar a violação aos princípios de legalidade, legitimidade e economicidade.

Gabarito: D. Questão bem difícil. Vamos lá.

Item A – ERRADO. As nomeações para cargos de provimento em comissão não se enquadram na competência do TCU de apreciação para fins de registro, conforme o art. 71, III da Constituição Federal.

Item B – ERRADO. O Congresso Nacional não está vinculado ao parecer emitido pelo TCU, que é meramente opinativo. Atenção, pois esse dispositivo não foi inventado “do nada” pela banca! Isso existe sim, mas é no âmbito municipal, ou seja, as Câmaras Municipais só podem rejeitar o parecer da Corte de Contas competente por 2/3 dos votos.

Item C – ERRADO. A imputação de débito ou multa realmente possui eficácia de título executivo, mas o procedimento de execução é realizado pela AGU e órgãos competentes, segundo a lei 8443/92 (lei orgânica do TCU).

Item D – CERTO. Conforme o art. 113, § 2º da Lei 8.666/93: “Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas.”

Item E – ERRADO. No caso de contrato, a sustação será feita diretamente pelo Congresso Nacional. É o que diz o §1º do art. 71 da Constituição.

75. (CESPE - 2009 - TCE-TO - Analista de Controle Externo – Direito) As decisõesdo Tribunal de Contas da União de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo judicial.

Errado. A Constituição Federal estabelece que: “Art. 71, § 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.” No entanto, esse título executivo não foi emitido pelo Poder Judiciário, sendo, portanto, um título

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executivo EXTRA JUDICIAL e não judicial, como afirma a questão. Lembre-se de que o TCU não pertence ao Poder Judiciário.

76. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) Ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade ocorrida no âmbito do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, os responsáveis pelo controle interno dela devem dar ciência à Controladoria Geral da União, sob pena de responsabilidade solidária.

Errado. O artigo 74, estabelece que: “§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO,sob pena de responsabilidade SOLIDÁRIA.” Lembre-se também que a responsabilidade, caso os responsáveis pelo controle interno não deem ciência ao TCU é SOLIDÁRIA (e não subsidiária).

77. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) As normas da CF que versam sobre o TCU aplicam-se à organização e à fiscalização dos tribunais de contas dos estados e do DF, cabendo às respectivas casas legislativas estabelecer o número de conselheiros dessas cortes de contas e a sua forma de nomeação.

Errado. Enquanto o TCU é composto por 9 ministros, os Tribunais de Contas Estaduais e do Distrito Federal são integrados por 7 Conselheiros: 4 escolhidos pela Assembleia Legislativa e 3 Escolhidos pelo Governador (1 auditor do TCE, 1 membro do Ministério Público do TCE e 1 de livre nomeação do Governador).

Por fim, no que couber, as regras ao TCU se aplicam aos TCs Estaduais, do DF e dos Tribunais e Conselhos de contas dos Municípios.

78. (FCC - 2011 - PGE-MT – Procurador) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual a Constituição da República atribui competência originária para julgar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, em sessenta dias a contar de seu recebimento.

Errado. Essa atribuição é do Congresso Nacional, conforme art. 49, IX. Observe que existem dois tipos de contas: as contas do Presidente da República (chefe do executivo) e as “contas dos administradores”.

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o As contas do Presidente da República sofrem um julgamento político pelo Congresso Nacional, após apreciadas pelo TCU. Assim, observe o raciocínio:

1. O Presidente presta contas ao Congresso Nacional até 60 dias do início da sessão legislativa;

2. O TCU APRECIA essas contas e emite um parecer prévio.Assim, o TCU não julga e sim aprecia as contas do Presidente e o Congresso Nacional não tem que obedecer ao parecer prévio emitido pelo TCU.

3. O Congresso Nacional JULGA as contas do Presidente da República.

o São JULGADAS pelo Tribunal de Contas da União as “contas dos administradores” (administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público).

79. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Nos termos da Constituição, compete ao Tribunal de Contas da União - TCU julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público. Quando o constituinte utiliza a expressão "julgar as contas", ele quer dizer que a natureza das decisões proferidas pelo TCU são jurisdicionais.

Errado. Apesar de possuir nome de TRIBUNAL, o TCU não pertence ao Poder Judiciário e os seus julgamentos possuem natureza ADMINISTRATIVA e não jurisdicional. Apesar disso, o poder judiciário não pode adentrar no mérito dos julgamentos do TCU, mas pode apreciar sua legalidade. Assim, se o TCU julga uma conta “irregular”, o judiciário não pode declará-la “regular”, podendo somente apreciar sua legalidade.

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80. (ESAF/ANA/2009) A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Certo. Essa é a literalidade do art. 70 da CF. Assim, cada poder deve ter o seu controle interno para fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. Além do controle interno, existe o controle externo, a cargo do Congresso Nacional.

81. (FCC - 2011 - PGE-MT – Procurador) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual a Constituição da República atribui competência originária para fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados à União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres.

Errado. Na verdade, o TCU fiscaliza a aplicação dos recursos repassados PELA União aos estados, DF e municípios. Observe o art. 71, VI: “Compete ao TCU: VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município”

82. (ESAF/ANA/2009) No exercício do controle externo, ao Congresso Nacional compete julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídasas fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.

Errado. Apesar do Congresso Nacional ser o titular do controle externo, essa competência é do Tribunal de Contas da União, conforme art. 71, II.

83. (CESPE/Técnico-TCU-2009/2009) No exercício de suas competências constitucionais, o TCU deve observar, em todo e qualquer procedimento, o princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa.

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Errado. A resposta da questão está na súmula vinculante nº 3, que foi editada pelo STF especificamente para o TCU: “nos processos perante o TCU asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”

84. (ESAF/Técnico - CGU/2008) As decisões do Tribunal de Contas da União de que resulte imputação de débito ou multa não terão eficácia de título executivo.

Errado. As decisões do Tribunal de Contas da União de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de TÍTULO EXECUTIVO (EXTRAJUDICIAL) (art. 71 §3º).

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Meus caros Analistas do Banco Central, chegamos ao final de nossa aula de hoje. Continuem firmes e estudem de maneira simples, procurando entender o espírito das normas e não apenas decorando informações. Lembre-se que A SIMPLICIDADE É O GRAU MÁXIMO DA SOFISTICAÇÃO (Leonardo da Vinci).

Espero que todos vocês tenham muito SUCESSO nessa jornada, que é bastante trabalhosa, mas extremamente gratificante!

Abraços a todos e até a próxima aula.

Roberto Troncoso

Se você acha que pode ou se você acha que não

pode, de qualquer maneira, você tem razão.

(Henry Ford)

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VII. QUESTÕES DA AULA

Poder Legislativo

1. (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Analista) Considerando o princípio da separação dos Poderes de acordo com a Constituição, analise as proposições a seguir.

I - A Câmara dos Deputados pode convocar o Presidente do Banco Central a prestar informações sobre assunto determinado.

II - O Presidente do Banco Central, subordinado ao Presidente da República, não está obrigado a atender à convocação de nenhuma das Casas do Poder Legislativo.

III - O Ministro da Fazenda pode, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa diretora do Senado Federal, comparecer àquela Casa do Congresso Nacional para expor assunto de relevância de seu Ministério.

Está(ao) correta(s) APENAS a(s) proposição(ões)

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e III.

e) II e III.

2. (CESGRANRIO - 2008 - ANP - Especialista em Regulação) Nos termos da Constituição Federal vigente, pode-se afirmar que compete exclusivamente ao Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

II - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;

III - processar e julgar os Ministros de Estado nos crimes de responsabilidade;

IV - autorizar referendo e convocar plebiscito.

Estão corretas as afirmativas

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a) I e II, apenas.

b) I e IV, apenas.

c) II e IV, apenas.

d) I, II e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

3. (CESGRANRIO - 2006 - DNPM - Técnico Administrativo) Uma empresa brasileira, com sede e administração no território nacional, pretende iniciar pesquisa sobre riquezas minerais em terras indígenas do Estado do Pará. Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, nessa hipótese, há necessidade de prévia autorização pelo:

a) Congresso Nacional.

b) Senado Federal.

c) Presidente da República.

d) Governador do Estado do Pará.

e) Juiz Federal da Seção Judiciária do Estado do Pará.

4. (CESGRANRIO – 2008 - INEA RJ – Advogado) Nos termos da Constituição Federal vigente, a descrição que NÃO corresponde a matéria de competência privativa do Senado Federal é:

a) julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo.

b) aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato.

c) suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.

d) processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade.

e) processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal nos crimes de responsabilidade.

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5. (CESGRANRIO – 2012 – LIQUIGAS - Analista) Sobre os atos normativos adotados no ordenamento jurídico brasileiro, considere as afirmativas abaixo.

I - A suspensão, pelo Senado, da execução de lei declarada inconstitucional pelo STF, no controle concreto- difuso, se dá por meio de resolução.

II - O Congresso Nacional suspende os atos normativos do Presidente da República que exorbitem do poder regulamentar por meio de decreto legislativo.

III - O Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, pode criar um tipo penal por meio de lei complementar.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

6. (CESGRANRIO – 2005 - SEMSA MANAUS – Advogado) Pelos crimes de responsabilidade, os Ministros do Supremo Tribunal Federal são julgados pelo(a):

a) Senado Federal.

b) Plenário do próprio Supremo Tribunal Federal.

c) Congresso Nacional.

d) Superior Tribunal de Justiça.

e) Câmara dos Deputados.

7. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

8. (ESAF/CGU/2008) Compete privativamente ao Senado Federal aprovar iniciativa do Poder Executivo referente a atividades nucleares.

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9. (CESPE/AJAJ - TRT 5ª/2009) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da República, aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio ou suspender qualquer uma dessas medidas.

10. (ESAF/CGU/2008) Compete privativamente à Câmara dos Deputados procederà tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após abertura da sessão legislativa.

11. (CESPE/AJAJ - TRT 5ª/2009) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice-presidente da República e contra os ministros de Estado.

12. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão.

13. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O advogado-geral da União e os ministros de Estado são julgados pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade.

14. (ESAF/AFRFB/2009) Compete privativamente ao Senado Federal resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

15. (ESAF/CGU/2008) A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo de cada Município e do Distrito Federal eleitos pelo sistema proporcional.

16. (ESAF/CGU/2008) O Senado compõe-se de três representantes de cada Estado e do Distrito Federal eleitos segundo o princípio majoritário para mandato de oito anos.

17. (ESAF/CGU/2008) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, fixar idêntico subsídio para Deputados Federais e Senadores, assim como para o Presidente, o Vice-Presidente da República e Ministros de Estado.

18. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) O Poder Legislativo é composto por deputados federais, eleitos pelo sistema proporcional, e por senadores, eleitos pela maioria absoluta do total de eleitores de cada unidade da Federação.

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19. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) Compete privativamente ao Senado Federal processar e julgar os ministros do STF e os membros do CNJ nos crimes de responsabilidade.

20. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário) A competência exclusiva de sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa é do

a) Superior Tribunal de Justiça.

b) Supremo Tribunal Federal.

c) Congresso Nacional.

d) Presidente da República.

e) Presidente do Conselho Nacional de Justiça.

21. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, autorizar referendo e convocar plebiscito.

Órgãos internos das Casas Legislativas

22. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) As comissões parlamentares de inquérito possuem as mesmas prerrogativas e ônus que as demais autoridades judiciárias, não se opondo a elas o sigilo imposto a processo sujeito a segredo de justiça, razão pela qual poderão ter acesso a informações contidas nesses processos judiciais, desde que assim seja decidido por meio de decisão devidamente fundamentada.

23. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O Congresso Nacional e suas casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. Essas comissões poderão, em razão de sua competência, discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa.

24. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Segundo posicionamento do STF, não macula o princípio da separação dos poderes dispositivo previsto em

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constituição estadual que contemple a possibilidade de a assembleia legislativa convocar o presidente do tribunal de justiça para prestar, pessoalmente, informações acerca de assunto previamente determinado, considerando crime de responsabilidade a ausência injustificada, por estar em estrita consonância com o denominado sistema de freios e contrapesos.

25. (CESPE/TRE-MA/2009) O Poder Legislativo, no exercício de sua função fiscalizadora, pode constituir comissões parlamentares de inquérito, as quais têm poder para quebrar o sigilo bancário, fiscal e de dados e determinar a indisponibilidade de bens da pessoa investigada.

26. (ESAF/ENAP/2006) As Comissões Permanentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão convocar qualquer autoridade ou cidadão para prestar depoimento sobre assunto previamente estabelecido.

27. (ESAF/Analista Administrativo - ANEEL/2006) As comissões parlamentares de inquérito no âmbito federal podem quebrar sigilo bancário de investigado independentemente de prévia autorização judicial.

28. (CESPE/ANAC/2009) Ofende o princípio constitucional da separação e da independência dos poderes a intimação de magistrado para prestar esclarecimentos perante comissão parlamentar de inquérito acerca dos atos de natureza jurisdicional por ele praticados.

29. (FGV - 2008 - Senado Federal - Consultor de Orçamento) As comissões, quanto à duração, dividem-se em comissões permanentes e temporárias.

30. (FGV - 2008 - Senado Federal - Consultor de Orçamento) As comissões parlamentares de inquérito se enquadram nas comissões permanentes.

31. (CESPE - 2011 - AL-ES – Procurador) Segundo posicionamento do STF, por força do princípio da simetria, as CPIs estaduais têm poderes para quebrar sigilo bancário de seus investigados, independentemente de ordem judicial.

32. (CESPE - 2011 - AL-ES – Procurador) O mandato dos membros das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal é de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente, regra, segundo o STF, de reprodução obrigatória para os estados- membros no âmbito das respectivas assembleias legislativas.

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33. (CESPE - 2011 - AL-ES – Procurador) A existência de procedimento penal investigatório em trâmite no Poder Judiciário impede a realização de atividade investigatória por CPI quando os objetos são correlatos, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos poderes.

34. (CESPE - 2011 - AL-ES – Procurador) O STF considera constitucional regra estabelecida no âmbito da assembleia legislativa de estado que reconheça como requisito para a instauração de CPI, além de um terço de assinaturas dos membros, a aprovação do pedido pela maioria absoluta do plenário da assembleia legislativa.

35. (FCC - 2011 - TCM-BA - Procurador Especial de Contas) Os poderes de investigação das comissões parlamentares de inquérito não compreendem a decretação de prisão em caráter cautelar ou a realização de busca e apreensão no domicílio dos investigados, na medida em que essas ações estão protegidas pela cláusula de reserva jurisdicional.

36. (FCC - 2011 - TCM-BA - Procurador Especial de Contas) A exigência constitucional de que as comissões parlamentares de inquérito sejam criadas para a apuração de fato determinado e por prazo certo impede que tenham objeto genérico e duração indeterminada.

37. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) Diferentemente das mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, a mesa do Congresso Nacional será presidida, alternadamente, pelo presidente do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, com mandato de dois anos.

38. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado – 2) Na constituição das mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e na montagem das comissões permanentes e temporárias, há de se assegurar, obrigatoriamente, a representação proporcional, de modo que nenhum partido ou bloco parlamentar deixe de ser contemplado.

39. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) De acordo com a doutrina e jurisprudência, as comissões parlamentares de inquérito instituídas no âmbito do Poder Legislativo federal não podem determinar a quebra do sigilo bancário ou dos registros telefônicos da pessoa que esteja sendo investigada, dada a submissão de tais condutas à cláusula de reserva de jurisdição.

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40. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) De acordo com a doutrina e jurisprudência, as comissões parlamentares de inquérito instituídas no âmbito do Poder Legislativo federal têm a missão constitucional de investigar autoridades públicas e de promover a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

41. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) De acordo com a doutrina e jurisprudência, as comissões parlamentares de inquérito instituídas no âmbito do Poder Legislativo federal devem obediência ao princípio federativo, razão pela qual não podem investigar questões relacionadas à gestão da coisa pública estadual, distrital ou municipal.

Das reuniões

42. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado – 2) Além de outros casos previstos na CF, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão, em sessão conjunta, para a apreciação de veto presidencial a projeto de lei e sobre ele deliberar.

43. (CESPE/Juiz Substituto - TJ-AC/2007) Conforme a Constituição Federal, as sessões legislativas do Congresso Nacional devem ocorrer entre 15 de fevereiro e 30 de junho e entre 1.º de agosto e 15 de dezembro.

44. (CESPE/TRE-MA/2009) Embora o Senado e a Câmara dos Deputados tenham os seus respectivos presidentes, em caso de urgência ou interesse público relevante, pode o vice-presidente da República, no exercício da Presidência da República, fazer a convocação do Congresso Nacional para sessão legislativa extraordinária.

45. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Os membros do Congresso Nacional não têm direito ao recebimento de parcela indenizatória em decorrência de convocação extraordinária.

46. (ESAF/CGU/2008) A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-ápelo Presidente da República em caso de decretação de estado de defesa.

47. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional delibera, além da matéria para a qual foi convocado e das

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medidas provisórias em vigor na data da convocação, a respeito dos projetosde lei complementar em regime de urgência.

48. (CESPE/TRE-MA/2009) Por ser o segundo na linha de sucessão do presidenteda República, cabe ao presidente da Câmara dos Deputados fazer a convocação de sessão legislativa extraordinária do Congresso Nacional para o compromisso e a posse do presidente e do vice-presidente da República.

49. (FGV - 2008 - Senado Federal - Consultor de Orçamento) O Senado Federal reunir-se-á:

a) anualmente, de 01 de fevereiro a 15 de julho e de 1º de agosto a 20 de dezembro.

b) quando houver convocação ordinária do Congresso Nacional.

c) anualmente, de 2 de fevereiro a 15 de julho e de 15 de agosto a 22 de dezembro.

d) anualmente, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

e) em dois períodos, um de 01 de fevereiro a 17 de julho, e outro de 2 de agosto a 20 de dezembro.

50. (CESPE - 2011 - AL-ES – Procurador) Em caso de urgência ou interesse público relevante, a convocação extraordinária do Congresso Nacional poderá decorrer de requerimento da maioria dos membros de ambas as casas, hipótese em que será dispensada a aprovação do pedido de convocação pelos membros do Congresso Nacional, já que a própria maioria dos referidos membros a terá solicitado.

51. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado – 2) A convocação extraordinária do Congresso Nacional pode ser feita pelos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e pelo presidente da República, nos casos taxativamente previstos na CF. Os membros de ambas as casas não têm competência para propor esse tipo de convocação.

Estatuto dos congressistas

52. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Segundo a CF, aos membros do Poder Legislativo municipal são asseguradas, em observância ao

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princípio da simetria, as mesmas prerrogativas formais e materiais garantidas aos membros do Poder Legislativo federal.

53. (CESPE - 2008 - PC-TO - Delegado de Polícia) A imunidade formal garante ao parlamentar, desde a expedição do diploma, a impossibilidade de, em qualquer caso ou circunstância, ser ou permanecer preso ou ser processado sem autorização de sua respectiva Casa legislativa.

54. (FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa) A fiscalização do Município será exercida pela Assembleia Legislativa do Estado mediante controle externo.

55. (CESPE/TJAA-TRE-BA/2010) De acordo com a Constituição Federal de 1988, o deputado federal que for investido em cargo de secretário de Estado, independentemente da pasta que assumir, perderá seu mandato de deputado.

56. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Segundo a CF, aos membros do Poder Legislativo municipal é assegurada imunidade formal, não podendo eles sofrer persecução penal pela prática de delitos, sem prévia licença da respectiva câmara municipal.

57. (ESAF/CGU/2008) Os Deputados e Senadores, desde a posse, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

58. (ESAF/Advogado-IRB/2006) Se um Senador, após a posse, continuar como proprietário de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ele estará sujeito à perda de mandato, a ser declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

59. (ESAF/CGU/2008) O Senador não perderá o mandato se for licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, desde que o afastamento não ultrapasse cento e oitenta dias por sessão legislativa.

60. (CESPE/Juiz Substituto - TJ-AC/2007) A imunidade parlamentar de deputado estadual não alcança as ofensas proferidas fora da casa legislativa, mesmo quando estas possam ter conexão com a atividade parlamentar.

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61. (ESAF/ENAP/2006) A partir do ato de sua posse, os membros do Congresso Nacional passam a usufruir de imunidade formal, somente podendo ser presos em caso de flagrante de crime inafiançável.

62. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Segundo a CF, aos membros do Poder Legislativo municipal não são asseguradas imunidades formais nem materiais.

63. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) As imunidades de Deputados ou Senadores só podem subsistir durante o estado de sítio mediante o voto de dois terços dosmembros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam compatíveis com a execução da medida.

64. (FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa) A fiscalização do Município será exercida pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

65. (CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador) As opiniões que forem manifestadas fora do recinto legislativo pelo parlamentar federal estarão acobertadas pela imunidade material, hipótese que não se estende aos deputados estaduais e vereadores.

Do Tribunal de Contas da União

66. (CESGRANRIO – 2005 – SEAD-AM - Advogado) O Tribunal de Contas da União possui diversas atribuições inerentes à fiscalização contábil, financeira e orçamentária da União, as quais incluem a apreciação das contas prestadas pelo Presidente da República e a fiscalização da aplicação dos recursos repassados pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, tratando-se de órgão auxiliar do controle externo realizado pelo:

a) Poder Judiciário.

b) Poder Legislativo.

c) Poder Executivo.

d) Ministério Público.

e) Sistema de controle interno de cada Poder.

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67. (CESGRANRIO - 2008 - Petrobrás - Advogado) Segundo disposição constitucional expressa, as decisões proferidas pelo Tribunal de Contas da União, no exercício de sua competência de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, das quais resulte imputação de débito ou multa,

a) terão eficácia de título executivo.

b) deverão ser validadas pelo Congresso Nacional.

c) serão encaminhadas ao Congresso Nacional para as providências relativas a sua cobrança.

d) serão encaminhadas ao Poder Executivo para as providências relativas a sua cobrança.

e) darão ensejo à propositura de processo de conhecimento perante o Poder Judiciário, como etapa necessária à cobrança.

68. (CESGRANRIO – 2004 - BNDES Analista) Sobre o Tribunal de Contas da União, é correto afirmar que:

a) pratica atos de natureza legislativa.

b) constitui órgão integrante do Poder Judiciário.

c) exerce função judicante e suas decisões produzem coisa julgada.

d) é composto por Ministros aprovados em concurso público para o exercício do cargo.

e) pode tomar decisões de que resulte imputação

69. (CESGRANRIO – 2012 - CEF – Advogado) O Tribunal de Contas da União (TCU), ao examinar uma Tomada de Contas Especial, identificou a ocorrência de irregularidade geradora de dano ao erário devidamente quantificado. Considerando-se que o responsável pela irregularidade e pelo dano ao erário já foi notificado para manifestar-se nos autos e que suas razões de defesa foram rejeitadas, o TCU deverá

a) comunicar o fato imediatamente ao Ministério Público Federal, a fim de que seja ajuizada a competente ação de ressarcimento, uma vez que o TCU não temcompetência para imputar o débito ao gestor responsável.

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b) comunicar o fato imediatamente à Advocacia-Geral da União, a fim de que seja ajuizada a competente e ação de ressarcimento, uma vez que o TCU não temcompetência para imputar o débito ao gestor responsável.

c) julgar irregulares as contas do gestor responsável, cabendo ao próprio TCU promover a ação de ressarcimento por dano causado ao erário.

d) julgar irregulares as contas do gestor responsável, imputando-lhe o débito apurado, em decisão dotada de eficácia executiva.

e) remeter o processo à Controladoria-Geral da União, para que julgue as respectivas contas e aplique ao responsável as sanções previstas em lei, dentre as quais multa proporcional ao dano ao erário.

70. (CESGRANRIO – 2012 – LIQUIGAS - Analista) O Tribunal de Contas da União (TCU), ao realizar uma inspeção extraordinária em determinada autarquia federal, detectou indícios de irregularidades e antieconomicidade em contrato de prestação de serviços celebrado pela entidade com empresa privada. Após assegurar às partes interessadas o contraditório e a ampla defesa, o TCU confirmou a ocorrência das irregularidades e sustou a execução do contrato, além de aplicar ao responsável multa e determinar a recomposição do dano causado ao erário. À luz da situação hipotética descrita, a atuação do TCU foi juridicamente

a) correta, uma vez que observou o devido processo legal antes de prolatar sua decisão.

b) correta, uma vez que a sustação da execução do contrato visou a minimizar o dano causado ao erário.

c) incorreta, uma vez que o TCU não tem competência para realizar inspeções extraordinárias em autarquias federais.

d) incorreta, uma vez que o TCU não tem competência para determinar a recomposição do dano ao erário, cabendo-lhe provocar o Poder Judiciário para tanto.

e) incorreta, uma vez que a competência para a sustação da execução contratual é primariamente do Congresso Nacional.

71. (CESGRANRIO – 2011 - PETROBRAS Profissional JR – Direito) O controle externo da gestão financeira da Administração Pública Federal é exercido pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União. A respeito das competências dos Tribunais de Contas, considere as assertivas a seguir.

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I - No exercício de suas atribuições, o Tribunal de Contas pode apreciar a constitucionalidade de leis e atos do Poder Público.

II - As decisões dos Tribunais de Contas que imponham multa ou imputem débito ostentam eficácia de título executivo extrajudicial.

III - Os Tribunais de Contas não exercem poder geral de cautela, uma vez que são cortes administrativas que não integram o Poder Judiciário.

É correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) I e II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

72. (CESGRANRIO - 2005 – SEMSA MANAUS – Advogado) A fiscalização financeira e orçamentária do Município será exercida pelo:

a) Tribunal de Contas da União.

b) Órgão de controle externo federal.

c) Chefe do Poder Executivo estadual.

d) Poder Judiciário.

e) Poder Legislativo municipal e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo municipal.

73. (CESGRANRIO – 2011 - TRANSPETRO – Advogado) Sobre o Tribunal de Contas da União, a Constituição Federal estabelece que:

a) a obrigação de lhe prestar contas não se aplica às pessoas físicas.

b) seus Ministros devem ter idade mínima de 30 (trinta) anos.

c) partidos políticos são partes ilegítimas para lhe denunciar irregularidades.

d) é o Órgão responsável pelo sistema de controle interno de cada Poder.

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e) é competente para realizar inspeções de natureza operacional nas unidades administrativas do Poder Judiciário.

74. (CESGRANRIO - 2010 - EPE - Advogado) O Tribunal de Contas da União, em sua missão constitucional de auxiliar o Poder Legislativo no exercício do controle externo, tem competência para

a) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as nomeações para cargos de provimento em comissão.

b) apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República mediante parecer prévio vinculante que só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros do Congresso Nacional.

c) imputar débito e aplicar multa, ostentando as decisões, em tal sentido, eficácia de título executivo, cabendo ao próprio Tribunal de Contas da União, por intermédio de sua Procuradoria, promover a execução.

d) solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia do edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou as entidades da Administração interessada à adoção das medidas corretivas pertinentes que forem determinadas a eles.

e) sustar contratos administrativos, após oferecer a oportunidade de ampla defesa ao administrador responsável e ao contratado, sempre que verificar a violação aos princípios de legalidade, legitimidade e economicidade.

75. (CESPE - 2009 - TCE-TO - Analista de Controle Externo – Direito) As decisõesdo Tribunal de Contas da União de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo judicial.

76. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) Ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade ocorrida no âmbito do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, os responsáveis pelo controle interno dela devem dar ciência à Controladoria Geral da União, sob pena de responsabilidade solidária.

77. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) As normas da CF que versam sobre o TCU aplicam-se à organização e à fiscalização dos tribunais de contas dos estados e do DF, cabendo às respectivas casas legislativas estabelecer o número de conselheiros dessas cortes de contas e a sua forma de nomeação.

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78. (FCC - 2011 - PGE-MT – Procurador) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual a Constituição da República atribui competência originária para julgar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, em sessenta dias a contar de seu recebimento.

79. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Nos termos da Constituição, compete ao Tribunal de Contas da União - TCU julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público. Quando o constituinte utiliza a expressão "julgar as contas", ele quer dizer que a natureza das decisões proferidas pelo TCU são jurisdicionais.

80. (ESAF/ANA/2009) A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

81. (FCC - 2011 - PGE-MT – Procurador) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual a Constituição da República atribui competência originária para fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados à União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres.

82. (ESAF/ANA/2009) No exercício do controle externo, ao Congresso Nacional compete julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídasas fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.

83. (CESPE/Técnico-TCU-2009/2009) No exercício de suas competências constitucionais, o TCU deve observar, em todo e qualquer procedimento, o princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa.

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84. (ESAF/Técnico - CGU/2008) As decisões do Tribunal de Contas da União de que resulte imputação de débito ou multa não terão eficácia de título executivo.

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VIII. GABARITO

Poder Legislativo

1. D 2. D 3. A 4. A 5. E 6. A 7. C 8. E 9. E 10.C

11.C 12.E 13.E 14.E 15.E 16.C 17.E 18.E 19.C 20.C

21.E

Órgãos internos das Casas Legislativas

22.E 23.C 24.E 25.E 26.E 27.C 28.C 29.C 30.E 31.C

32.E 33.E 34.E 35.C 36.C 37.E 38.E 39.E 40.E 41.C

Das reuniões

42.C 43.E 44.C 45.C 46.E 47.E 48.E 49.D 50.E 51.E

Estatuto dos congressistas

52.E 53.E 54.E 55.E 56.E 57.E 58.E 59.E 60.E 61.E

62.E 63.E 64.C 65.E

Do Tribunal de Contas da União

66.B 67.A 68.E 69.D 70.E 71.B 72.E 73.E 74.D 75.E

76.E 77.E 78.E 79.E 80.C 81.E 82.E 83.E 84.E

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IX. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Ed. Átlas

PAULO, Vicente e ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado. Ed. Impetus

MENDES, Gilmar Ferreira e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva

CRUZ, Vítor. 1001 questões Comentadas Direito Constitucional. Questões do Ponto (ebook)

www.cespe.unb.br

http://www.esaf.fazenda.gov.br/

http://www.fcc.org.br/institucional/

www.consulplan.net

http://www.fujb.ufrj.br