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CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS PARA ANALISTA ORÇAMENTÁRIO DO MPU 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 2 - Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres individuais difusos e coletivos. Direitos sociais – Parte 2 Olá. Hoje, daremos continuidade ao estudo dos direitos e garantias fundamentais. Esse assunto é bastante extenso, mas muito interessante, não é? Cabe aqui fazer uma ressalva. As questões mais relevantes, com mudança recente de jurisprudência, foram sempre incluídas no curso. Às vezes, questões de 2008 ou 2009 têm maior densidade normativa do que várias questões dos concursos de 2010, que apenas fazem repetir as cobranças anteriores. Lembre-se de que 70% das questões de concurso que você resolve são derivadas de questões já cobradas, com uma mudança aqui ou ali, inversão de termos etc. Os outros 30% você pode realmente considerar como inéditas. Desses 30%, a banca, normalmente, anula ou troca o gabarito de 10% delas. Por quê? Porque justamente o examinador resolveu inventar a roda, fugindo da jurisprudência pacífica ou da doutrina remansosa. Bem, hoje trataremos, mais especificamente, dos remédios constitucionais e, logo a seguir, dos direitos sociais. Os direitos de nacionalidade serão estudados na próxima aula, em conjunto com a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil. Como vimos na aula passada, a Constituição Federal de 1988 consagrou uma ampla gama de direitos fundamentais para os indivíduos. Paralelamente, a fim de proteger e assegurar efetividade a esses direitos, a Constituição criou garantias fundamentais, como são exemplos os remédios constitucionais. Assim, os remédios constitucionais são instrumentos colocados à disposição do indivíduo para salvaguardar seus direitos diante de ameaça ou abuso de poder por parte do Estado. A partir de agora, passamos a tratar de cada um dos remédios constitucionais: habeas corpus, mandado de segurança, mandado de injunção, habeas data e ação popular. Há ainda os remédios administrativos – direito de petição e direito de certidão – já estudados na aula passada. Antes de começarmos, vale a pena mencionar que em dois remédios constitucionais em especial (habeas corpus e mandado de segurança), costuma-se cobrar as súmulas do STF sobre o assunto. Assim, ao final, de cada grupo de questões apresentaremos as principais súmulas relacionadas a cada um deles. 1) (CESPE/CONTADOR/STF/2008) É possível a impetração de habeas corpus contra um hospital particular que esteja privando um paciente do seu direito de liberdade de locomoção.

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Aula 2 - Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres individuais difusos e coletivos. Direitos sociais – Parte 2 Olá.

Hoje, daremos continuidade ao estudo dos direitos e garantias fundamentais. Esse assunto é bastante extenso, mas muito interessante, não é? Cabe aqui fazer uma ressalva. As questões mais relevantes, com mudança recente de jurisprudência, foram sempre incluídas no curso.

Às vezes, questões de 2008 ou 2009 têm maior densidade normativa do que várias questões dos concursos de 2010, que apenas fazem repetir as cobranças anteriores. Lembre-se de que 70% das questões de concurso que você resolve são derivadas de questões já cobradas, com uma mudança aqui ou ali, inversão de termos etc.

Os outros 30% você pode realmente considerar como inéditas. Desses 30%, a banca, normalmente, anula ou troca o gabarito de 10% delas. Por quê? Porque justamente o examinador resolveu inventar a roda, fugindo da jurisprudência pacífica ou da doutrina remansosa.

Bem, hoje trataremos, mais especificamente, dos remédios constitucionais e, logo a seguir, dos direitos sociais. Os direitos de nacionalidade serão estudados na próxima aula, em conjunto com a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil.

Como vimos na aula passada, a Constituição Federal de 1988 consagrou uma ampla gama de direitos fundamentais para os indivíduos. Paralelamente, a fim de proteger e assegurar efetividade a esses direitos, a Constituição criou garantias fundamentais, como são exemplos os remédios constitucionais.

Assim, os remédios constitucionais são instrumentos colocados à disposição do indivíduo para salvaguardar seus direitos diante de ameaça ou abuso de poder por parte do Estado.

A partir de agora, passamos a tratar de cada um dos remédios constitucionais: habeas corpus, mandado de segurança, mandado de injunção, habeas data e ação popular.

Há ainda os remédios administrativos – direito de petição e direito de certidão – já estudados na aula passada.

Antes de começarmos, vale a pena mencionar que em dois remédios constitucionais em especial (habeas corpus e mandado de segurança), costuma-se cobrar as súmulas do STF sobre o assunto. Assim, ao final, de cada grupo de questões apresentaremos as principais súmulas relacionadas a cada um deles.

1) (CESPE/CONTADOR/STF/2008) É possível a impetração de habeas corpus contra um hospital particular que esteja privando um paciente do seu direito de liberdade de locomoção.

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O habeas corpus pode ser impetrado tanto contra ato de autoridade pública, quanto contra ato de particular, para fazer cessar uma coação ilegal (por exemplo, admite-se a impetração de HC contra um hospital que esteja ferindo o direito de locomoção de um paciente).

Item certo.

2) (PRÓPRIA 2010) O regime de sigilo, sempre excepcional, eventualmente prevalecente no contexto de investigação penal promovida pelo Ministério Público, não se revelará oponível ao investigado e ao Advogado por este constituído, que terão direito de acesso – considerado o princípio da comunhão das provas – a todos os elementos de informação que já tenham sido formalmente incorporados aos autos do respectivo procedimento investigatório.

Trata-se de decisão recente do STF, nos autos do HC 89.837, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 20-10-09.

Item certo.

3) (PRÓPRIA 2010) É cabível habeas corpus em favor de magistrado investigado por crime de responsabilidade.

Também com base em julgados recentes do Supremo, que tem negado peremptoriamente o conhecimento de habeas corpus contra quaisquer punições de caráter administrativo ou civil, que não ensejem, futuramente, limitação ao direito de locomoção. A propósito, cabe dar uma olhada no esquema a seguir, que trata das hipóteses em que não cabe a impetração de HC.

Item errado.

4) (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) O habeas corpus constitui, segundo o STF, medida idônea para impugnar decisão judicial

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que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal.

O habeas corpus é o remédio constitucional utilizado contra ilegalidade ou abuso de poder relacionado ao direito de locomoção - direito de ir, vir e permanecer (CF, art. 5°, LXVIII).

Portanto, desde já, guarde o seguinte detalhe: o habeas corpus só será cabível quando estiver em risco a liberdade de locomoção do indivíduo. O HC pode ser: (i) repressivo (liberatório), para reparar ofensa ocorrida ao direito de locomoção; e (ii) preventivo (salvo-conduto), para prevenir a ofensa, quando há apenas ameaça ao direito de locomoção.

Ademais, o habeas corpus é cabível não só contra ofensa direta, mas também frente à ofensa indireta ao direito de locomoção. A ofensa indireta ocorre quando o ato impugnado poderá resultar em procedimento que, no final, resulte na reclusão do impetrante.

Por decorrência desse último aspecto, a jurisprudência do STF considera que se trata de instrumento idôneo para impugnar a determinação de quebra dos sigilos bancário e fiscal no curso de processo criminal, desde que essa medida implique ofensa indireta, potencial ou reflexa ao direito de locomoção.

Ou seja, se aquela investigação (no curso da qual se determinou a quebra do sigilo bancário) poderá resultar ulteriormente numa pena de reclusão, podemos impugnar essa medida por meio de habeas corpus. Não é o caso de uma quebra de sigilo bancário no curso de um processo que resultará apenas em pena de multa (ou perda de direitos políticos). O habeas corpus é ação de natureza penal e, devido à relevância do direito protegido (liberdade de locomoção), não se exige formalidades para a impetração dessa ação.

Assim, é universal a legitimação ativa do habeas corpus. Qualquer pessoa poderá impetrar essa ação, sem que seja exigido advogado ou alguma forma pré-definida (pode ser menor, analfabeto, estrangeiro ou mesmo terceiro). Admite-se até que uma pessoa jurídica impetre um habeas corpus a fim de proteger o direito de ir e vir de um empregado ou um associado, por exemplo. Ademais, deve-se destacar que se trata de ação gratuita.

Assim, o habeas corpus é sim instrumento idôneo para impugnar a determinação de quebra dos sigilos bancário e fiscal no curso de processo criminal, desde que essa medida implique ofensa indireta, potencial ou reflexa ao direito de locomoção. Item certo.

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5) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) O sujeito passivo do habeas corpus será a autoridade pública, pois somente ela tem a prerrogativa de restringir a liberdade de locomoção individual em benefício do interesse público ou social, razão pela qual não se admite sua impetração contra ato de particular.

Como vimos, O habeas corpus pode ser impetrado tanto contra ato de autoridade pública, quanto contra ato de particular, para fazer cessar uma coação ilegal.

Comentamos que também pessoas privadas podem figurar no pólo passivo do habeas corpus. Um exemplo clássico é o do paciente que pretende impetrar a ação contra ato de agente de um hospital que esteja ilegalmente impedindo a sua saída.

Item errado.

6) (CESGRANRIO/DECEA/Técnico/Defesa/Aérea e Tráfego Aéreo/2009)o habeas corpus contra punição disciplinar militar pode ser impetrado quando se pretende impugnar os pressupostos da legalidade da punição, e não o seu mérito.

Vale comentar outra jurisprudência relevante. De acordo com a Constituição não caberá ‘habeas-corpus’ em relação a punições disciplinares militares (CF, art. 142, § 2º).

Toa, o STF firmou entendimento no sentido de que não seria cabível habeas corpus para se discutir o mérito das punições militares. Mas, segundo essa ideia, a Constituição não impediria que se impetrasse habeas corpus para serem examinados os pressupostos de legalidade da medida (por exemplo: competência da autoridade militar, cumprimento dos procedimentos, pena cabível etc.).

Item certo.

7) (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) De acordo com entendimento do STF, é cabível a impetração de habeas corpus, dirigido ao plenário da Suprema Corte, contra decisão colegiada proferida por qualquer de suas turmas.

Questão relacionada com a Súmula 606 apresentada logo acima. Segundo o STF, não se admite habeas corpus originário para fins de se impugnar decisões de qualquer das turmas do STF, visto que esses órgãos, quando decidem, representam o próprio Tribunal.

Item errado.

8) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/SUPORTE ÀS ATIVIDADES NA ÁREA DE DIREITO/PS/MS/2008) A perda de direitos políticos pode ser tutelada constitucionalmente mediante a utilização do instrumento do habeas corpus.

Guarde bem que só cabe habeas corpus se houver ofensa (ou ameaça de ofensa) ao direito de locomoção. Assim, perda dos direitos políticos,

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por não ameaçar o chamado direito de ir, vir e permanecer, não pode ser assegurado mediante HC.

Item errado.

9) (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO – ÁREA DE CONHECIMENTO 11/ANA/2006) A garantia constitucional do habeas corpus não é cabível em relação a punições militares, conforme previsão expressa da Carta de 1988.

O Cespe considerou correta a questão, de acordo com o § 2º do art. 142 da Constituição Federal, que determina expressamente que “não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares”.

A questão cobrou o básico, digamos “conforme previsão expressa na CF/88”.... Pois o STF já decidiu que os pressupostos da legalidade de uma penalidade militar poderá sim ser discutida em sede de habeas corpus. O que não se admite é a impetração de HC para discutir o mérito dessas decisões, o que cabe exclusivamente aos membros da caserna.

Item certo.

Assim, como têm sido cobradas diversas questões sobre súmulas do STF, seguem abaixo algumas que entendo serem importantes de conhecer. Súmula 606 - Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma, ou do plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.

Súmula 693 - Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.

Súmula 691 – Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.

Súmula 694 – Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.

Súmula 695 – Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.

10) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) Diferentemente das organizações sindicais, das entidades de classe e das associações, os partidos políticos não têm legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo.

Gostaria de destacar que foi publicada no fim do ano passado a nova lei do mandado de segurança (Lei 12.016/09), em que foram positivados vários aspectos já sedimentados pela jurisprudência.

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Quem já conhecia o assunto “mandado de segurança” não vai ter dificuldades por causa dessa mudança, pois os detalhes específicos mais relevantes estão no âmbito do direito processual civil.

Bem, o mandado de segurança será concedido para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação (por ação ou por omissão) ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

Portanto, de acordo com essa definição:

I) tem natureza subsidiária, na medida em que é cabível apenas quando o direito não tiver amparado por outros remédios constitucionais;

II) o mandado de segurança pode ser repressivo (caso sofra violação) ou preventivo (caso haja apenas receio de violação);

III) são legitimadas a impetrar o mandado de segurança tanto pessoas físicas como jurídicas, nacionais ou estrangeiras, independentemente de residirem no Brasil ou no exterior; até mesmo órgãos públicos podem impetrar essa ação, em defesa de suas prerrogativas e atribuições;

IV) mesmo a omissão de autoridade pode ensejar impetração de mandado de segurança, se violar direito líquido e certo;

V) as autoridades contra as quais se impetra a ação poderão ser agentes públicos ou mesmo qualquer pessoa que esteja exercendo função pública (nesse último caso, só no que diz respeito a essa função).

A nova lei expressamente equipara às autoridades, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições (Lei 12.016/09, art. 1°, §1°).

Vale comentar que o mandado de segurança é ação de natureza civil, ainda quando impetrado contra ato de juiz criminal, praticado em processo penal.

Lembre-se de um detalhe importante: os atributos de certeza e liquidez referem-se à matéria de fato, e não à matéria de direito. É dizer, o direito deve resultar de fato certo, com prova inequívoca. Assim, não há óbice para se impetrar mandado de segurança em assuntos juridicamente controvertidos.

Aliás, importante jurisprudência do Supremo: o mandado de segurança não abre margem a dilação probatória. Os fatos articulados na inicial devem vir já demonstrados mediante os documentos próprios.

Não caberá mandando de segurança contra (Lei 12.016/09, art. 5°):

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I - ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;

II - decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;

III - decisão judicial transitada em julgado;

IV - atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público (Lei 12.016/09, art. 1°, §2°).

É de se observar que os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus (art. 20).

O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. Isso é importante! Pois, o STF fixou entendimento de que é constitucional esse prazo decadencial de 120 dias.

A lei admite a concessão de medida liminar em mandado de segurança. Entretanto, não será concedida medida liminar que tenha por objeto: (i) a compensação de créditos tributários, (ii) a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, (iii) a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e (iv) a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

Segundo o STF, é lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de segurança, independentemente de aquiescência da autoridade coatora (ou entidade interessada). (MS 26.890-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-9-09, Plenário).

Quanto à competência para julgamento do mandado de segurança, ela é definida pela categoria da autoridade coatora e sua sede funcional. Assim, por exemplo, compete ao STF processar e julgar, originariamente, o mandado de segurança contra ato do Presidente da República ou contra ato do TCU (CF, art. 102, I, “d”).

A Constituição Federal de 1988 prevê ainda a figura do mandado de segurança coletivo. É interessante você observar que pela primeira vez essa “versão coletiva” do mandado de segurança foi regulamentada em legislação infraconstitucional (a “antiga” lei era de 1951 e não tratava disso).

Assim, o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por (art. 21):

I - partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos aos seus integrantes ou à finalidade partidária; ou

II - organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus

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membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. Vamos aos detalhes... Em primeiro lugar, para ter representação no Congresso, o partido necessita de apenas um parlamentar, seja Deputado ou Senador. Em segundo lugar, tenha em mente que esse requisito de um ano de constituição e funcionamento destina-se apenas às associações, não se aplicando a organizações sindicais ou entidades de classe.

Cabe observar que para a impetração do MS coletivo não se exige autorização especial dos associados, tendo em vista que se trata de substituição processual (CF, art. 5°, LXX) e não de representação processual (CF, art. 5°, XXI).

Ademais, o objeto da ação será um direito dos associados, independentemente de guardar vínculo com os fins próprios da entidade impetrante do writ. Exigindo-se, entretanto, que o direito esteja compreendido na titularidade dos associados e que exista em razão das atividades exercidas pelos associados; mas, não se exigindo que o direito seja peculiar, próprio da classe. Ou seja, não há problema se o direito alcança outros indivíduos não vinculados à entidade.

Além disso, o Supremo também já decidiu que, na disciplina constitucional do mandado de segurança coletivo, não se tem, quanto à legitimação ativa, a exigência de tratar-se de entidade de classe que congregue categoria única (RMS 21.514, Rel. Min. Marco Aurélio, 18-6-93).

Item errado.

11) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) Os sindicatos não têm legitimidade processual para atuar na defesa de direitos individuais da categoria que representem, mas são parte legítima para defender direitos e interesses coletivos, tanto na via judicial quanto na administrativa.

nos termos do art. 8°, III da CF/88, compete aos sindicatos a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.

Item errado.

12) (CESPE/TCE ES/Procurador Especial de Contas/2009) Os órgãos públicos, por não possuírem personalidade jurídica, não têm legitimidade para impetrar mandado de segurança, nem mesmo quando o objeto dessa impetração visa à defesa de suas prerrogativas, atribuições ou competências.

Excepcionalmente, órgãos com status constitucional (tribunais de contas, Polícia Federal, AGU e outros) podem sim impetrar mandado segurança ou figurar no polo passivo da ação. Podem, inclusive,

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praticar outros atos processuais normalmente franqueados apenas às pessoas jurídicas, como sustentação oral em juízo.

]Item errado.

13) (PRÓPRIA/2010) Segundo o Supremo Tribunal Federal, não cabe a interposição de mandado de segurança contra decisão interlocutória proferida em Juizado Especial.

Trata-se de decisão recente do STF, nos autos do RE 576.847, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 20-5-09, Plenário, Informativo 547.

Item Certo.

Vejamos algumas importantes súmulas do STF sobre o mandado de segurança e um esquema resumido de suas principais características. Súmula 266 - Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

Súmula 269 - O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.

Súmula 271 - Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.

Súmula 304 - Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria.

Súmula 429 - A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.

Súmula 430 - Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança.

Súmula 510 - Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.

Súmula 512 - Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança.

Súmula 624 - Não compete ao supremo tribunal federal conhecer originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais.

Súmula 625 - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.

Súmula 630 - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.

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14) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) O mandado de segurança pode ser impetrado por pessoas naturais, mas não por pessoas jurídicas, em defesa de direitos individuais.

As pessoas jurídicas também têm legitimidade ativa para a impetração de mandado de segurança.

Item errado.

15) (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) Tal como ocorre na ADI, não é admitida a impetração de mandado de segurança contra lei ou decreto de efeitos concretos.

A assertiva afirma o contrário do decidido pela Suprema Corte. Em realidade, não cabe mandado de segurança contra lei em tese, salvo quando produtora de efeitos concretos (STF, Súmula nº 266).

Item errado.

16) (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) O STF pacificou entendimento no sentido de que a desistência, no mandado de segurança, não depende de aquiescência do impetrado. No entanto, essa regra não se aplica aos casos em que a desistência é parcial.

Comentamos essa jurisprudência do Supremo (a desistência, no mandado de segurança, não depende de aquiescência do impetrado). Vale destacar, essa mesma regra aplica-se também aos casos em que a desistência é parcial.

Item errado.

17) (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) A prática de ato que configure abuso de poder por autoridade que exerce

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competência delegada faz que o mandado de segurança interposto contra este ato tenha, no polo passivo, a autoridade que transferiu os poderes por delegação.

Segundo a Súmula 510, praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela (a autoridade delegada e não a autoridade delegante) cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.

Item errado.

18) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/ÁREA:CONTROLE EXTERNO/TCU/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Embora houvesse previsão legal, um ministério demorou três anos para efetuar a promoção dos membros de uma categoria de fiscais federais a diversos níveis da carreira e a fez sem o pagamento dos atrasados. Entendendo ser líquido e certo o seu direito, um grupo de trinta servidores constituiu advogado para impetrar mandado de segurança com pedido de liminar contra a omissão do secretário de recursos humanos da pasta, visando obrigá-lo a efetuar imediatamente o pagamento das parcelas em atraso. Nessa situação, o juiz não precisará ouvir a autoridade apontada como coatora antes de apreciar o pedido de medida liminar, pois não se trata de mandado de segurança coletivo; quanto à medida liminar requestada, deverá ser indeferida, pois existe legislação específica que proíbe sua concessão para o pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias a servidores públicos.

O parágrafo 2° do art. 22 da Lei 12.096/09 dispõe: “no mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.”

Pois bem. O que confunde muita gente é achar que um grupo de servidores com interesse comum deve impetrar mandado de segurança coletivo,o que não é correto.

Na situação apresentada, trata-se da impetração de um mandado de segurança mediante a formação de litisconsórcio ativo (pluralidade de sujeitos no pólo ativo da ação).

O mandado de segurança coletivo (impetrado por entidades, associações, partidos políticos) não se confunde com o mandado de segurança impetrado por um grupo de pessoas em litisconsórcio ativo.

E a necessidade de audiência da autoridade coatora antes da medida liminar se restringe ao mandado de segurança coletivo.

Já o segundo aspecto da questão pode ser respondido com o conhecimento do parágrafo 2° do art. 7° da Lei do Mandado de

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Segurança, segundo o qual, não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

Item certo.

19) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) Associação com seis meses de constituição pode impetrar mandado de segurança coletivo.

Para a impetração de mandado de segurança coletivo, a associação deverá comprovar estar legalmente constituída e em pleno funcionamento há pelo menos um ano (CF, art. 5º, LXX).

Item errado.

20) (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) Julgado procedente o pedido encaminhado via mandado de segurança, estarão garantidos ao impetrante não só o afastamento do ato ilegal e abusivo, como também os efeitos patrimoniais anteriores à própria impetração.

Ao se afastar o ato ilegal, estão garantidos eventuais valores devidos após a impetração da ação estarão resguardados. Ao contrário, valores devidos referentes ao período anterior à impetração do mandado de segurança não serão assegurados por meio do mandado de segurança, devendo eles ser executados pelas vias ordinárias próprias, administrativa ou judicialmente. Observe a Súmula 271 do STF:

“Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.”

Item errado.

21) (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) O pedido de reconsideração na via administrativa, desde que protocolado dentro do prazo de 120 dias da ciência do ato impugnado, suspende o prazo decadencial para impetração do mandado de segurança.

O pedido de reconsideração na via administrativa não suspende nem interrompe o prazo decadencial – de 120 dias - para a impetração do mandado de segurança. Esse é o entendimento do STF, exposto na Súmula 630:

“Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança.”

Item errado.

22) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/STJ/2004) Passeatas, comícios, desfiles, cortejos e banquetes de natureza política constituem eventos que podem ser elementos do direito

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de reunião passível de tutela jurídica efetiva por meio do mandado de segurança.

E aí, habeas corpus ou mandado de segurança? Muita gente faz confusão nisso...

Bem, passeatas, comícios, desfiles, cortejos e banquetes de natureza política são manifestações do direito de reunião. Ilegalidades ou arbitrariedades contrárias ao exercício do direito constitucional de reunião são reparáveis mediante a impetração de mandado de segurança (e não habeas corpus).

Item certo.

Vale a pena destacar ainda que os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo dividem-se em (art. 21, §1°):

I - coletivos →

transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;

II - individuais homogêneos →

decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

Quanto à liminar no âmbito do MS coletivo, só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.

Outro aspecto importante: a legitimação constitucionalmente conferida aos partidos políticos para a impetração de mandado de segurança coletivo (CF, art. 5º, LXX) não autoriza que esses impetrem essa ação para impugnar majoração de tributos, em razão de ser esse interesse dos contribuintes de natureza individualizável, e não difuso.

23) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/TRT - 9ª REGIÃO/2007) Para o STF, decisão proferida nos autos do mandado de injunção poderá, desde logo, estabelecer a regra do caso concreto, de forma a viabilizar o exercício do direito a liberdades constitucionais, a prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, afastando as conseqüências da inércia do legislador.

Segundo o inc. LXXI do art. 5° da CF/88: “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”

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Ou seja, se um indivíduo perceber que omissão governamental está inviabilizando o exercício de seus direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania poderá utilizar-se do mandado de injunção.

Queremos que você entenda que o constituinte de 1988 criou essa figura como forma de dar efetividade ao texto constitucional. Afinal de contas, não adianta criar um direito e não viabilizá-lo posteriormente por omissão legislativa, não é verdade?

Mas é importante você ter em mente que esse é um remédio constitucional a ser utilizado para viabilizar o exercício de direito previsto na Constituição Federal, mas carente de regulamentação. Se o direito for previsto em norma infraconstitucional (lei, medida provisória, tratado internacional com força de lei etc.) não cabe o mandado de injunção.

Assim, entenda quais são pressupostos de cabimento do mandado de injunção:

I – falta de norma regulamentadora de um preceito constitucional de natureza mandatória;

II – inviabilização do exercício de um direito ou liberdade constitucional;

III – o transcurso de prazo razoável para a elaboração da norma.

Estabelecendo então uma relação entre esse assunto e o da primeira aula podemos observar que as normas constitucionais cuja ausência de regulamentação dará ensejo à impetração de mandado de injunção são as de eficácia limitada, salvo aquelas definidoras de princípios institutivos de natureza facultativa. Antigamente, ao julgar um mandado de injunção, o STF apenas declarava a mora legislativa em editar lei que regulamentasse determinado direito. Essa posição era classificada como não-concretista e tinha pouca efetividade para o impetrante do Mandado de Injunção, pois a norma constitucional permanecia não regulamentada e o exercício do seu direito obstado.

Mas, recentemente, o STF passou a adotar a corrente concretista no mandado de injunção, em que a própria decisão é capaz de viabilizar o exercício do direito e afastar a lesividade da inércia do legislador.

Com isso, ao julgar procedente o mandado de injunção, o Tribunal passou a concretizar, desde logo, o exercício do direito constitucional carente de norma regulamentadora.

Isso já aconteceu. Recentemente, no mandado de injunção em que se discutia o direito de greve do servidor público, o STF firmou entendimento de que, até que seja elaborada a lei específica reclamada pela Constituição (art. 37, VII), os servidores poderão exercer o direito de greve, obedecendo-se ao regramento da lei de greve do setor privado (Lei nº 7.783/1989).

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Por fim, guarde que não existe referência a mandado de injunção coletivo na Constituição Federal. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que as entidades legitimadas à impetração do mandado de segurança coletivo (nos termos da CF/88, art. 5º, LXX) podem, também, impetrar mandado de injunção coletivo.

Atualmente, o STF adota a chamada posição concretista quanto aos efeitos da decisão proferida no mandado de injunção. Portanto, ao julgar procedente a ação, o Tribunal passa a concretizar, desde logo, o exercício do direito constitucional carente de norma regulamentadora.

Item certo.

24) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) O mandado de injunção é instrumento a ser utilizado para viabilização de direito assegurado em lei, mas sem a regulamentação das autoridades competentes.

O mandado de injunção deve ser utilizado para se garantir efetividade de direito previsto na Constituição Federal, e não de direito previsto apenas em normas infraconstitucionais.

Item errado.

25) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) Habeas data é o remédio constitucional adequado para o caso de recusa de fornecimento de certidões para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal, próprio ou de terceiros, assim como para o caso de recusa de obtenção de informações de interesse particular, coletivo ou geral.

O habeas data é cabível contra ato de autoridade pública ou de agente de pessoa privada que possua registros ou banco de dados de caráter público (CF, art. 5º, LXXII). Será concedido para:

(i) o conhecimento de informações;

(ii) a retificação de dados; ou

(iii) a complementação de dados.

O habeas data é cabível contra ato de autoridade pública ou de agente de pessoa privada que possua registros ou banco de dados de caráter público (CF, art. 5º, LXXII). Um exemplo seria a impetração de habeas data para acesso ao banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

Pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, brasileiro ou estrangeiro. Entretanto, tem caráter personalíssimo: não é cabível para o conhecimento de informações de terceiros.

Detalhe importante sobre o habeas data. A jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que, para a impetração do habeas data, é imprescindível a comprovação de negativa administrativa.

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Assim, só é dado ao interessado ajuizar habeas data perante o Poder Judiciário após receber uma negativa em seu pedido administrativo. Trata-se de interesse de agir do interessado.

Interessa, por fim, observar que se trata de ação gratuita, como também ocorre com o habeas corpus e a ação popular (e não há pagamento de ônus de sucumbência – honorários advocatícios). Entretanto, é necessário advogado para a impetração.

Atenção! A questão trata de “pegadinha” já manjada e que diz respeito à negativa ilegal ao fornecimento de certidões, cujo remédio idôneo para sua repressão é o mandado de segurança e não o habeas data.

Item errado.

(AGENTE/PF/2009) Acerca dos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens seguintes, à luz da CF.

26) (AGENTE/PF/2009) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante ou à de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.

De se destacar o caráter personalíssimo do habeas data, que não é cabível para o conhecimento de informações de terceiros.

Item errado.

27) (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) A CF assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em repartições públicas, para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal. Nesse sentido, não sendo atendido o pedido de certidão, por ilegalidade ou abuso de poder, o remédio cabível será o habeas data.

Meu caro, não caia nessa... O instrumento para tutela do direito de certidão é o mandado de segurança e não o habeas data. O habeas data é cabível contra ato de autoridade que possua registros ou banco de dados de caráter público e serve: (i) para o conhecimento de informações; (ii) para a retificação de dados; ou (iii) para a complementação de dados (CF, art. 5º, LXXII).

Item errado.

28) (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/ANATEL/2008) Qualquer cidadão poderá impetrar habeas data no Poder Judiciário para assegurar o conhecimento de informações relativas a sua pessoa disponíveis na Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), independentemente de ter formulado o pedido diretamente na agência.

Para a impetração do habeas data, é imprescindível a comprovação de negativa administrativa.

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Item errado.

29) (CESPE/TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA/TJ/RJ/2008) O habeas data é o instrumento adequado à garantia do direito à liberdade de locomoção.

A assertiva trocou habeas data com habeas corpus, tendo em vista que essse último é que se destina a garantir o direito à liberdade de locomoção.

Item errado.

30) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STF/2008) A CF exige que o habeas data seja cabível apenas contra ato de autoridade pública.

Como visto, o habeas data também é cabível contra ato de agente de pessoa privada que possua registros ou banco de dados de caráter público (CF, art. 5º, LXXII), como é o caso do banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

Item errado.

31) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) Se o autor da ação popular dela desistir, o MP poderá, entendendo presentes os devidos requisitos, dar-lhe prosseguimento.

Jurisprudência do STF, consolidada.

Item certo.

1.5 - Ação Popular A ação popular é outro tipo de remédio constitucional, previsto para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

Nos termos do art. 5°, LXXIII da CF/88: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.”

É de se observar que a ação popular:

I - destina-se à defesa de direitos coletivos;

II - é remédio constitucional colocado à disposição de qualquer cidadão, como forma de controle da administração pública;

III - é ação gratuita e de natureza cível; e

IV – pode ser utilizada de modo preventivo ou repressivo.

Observe que a AP é ação relacionada ao controle da Administração Pública, na medida em que se destina à fiscalização da gestão da

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coisa pública, em que o cidadão pode intentar a anulação de um ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Assim, liga-se ao espírito republicano (prestação de contas), na medida em que o cidadão não atua na defesa de interesse próprio, mas sim da coletividade.

Chama atenção o âmbito de proteção da ação popular, por ser bastante amplo: abrange tanto o patrimônio material, como o moral, o histórico, o ambiental e o cultural.

Ademais, o cabimento da ação popular não exige a comprovação de efetivo dano material, pecuniário. Segundo entendimento do Supremo, a própria ilegalidade do ato já pressupõe lesividade bastante para a propositura da ação.

Segundo a jurisprudência do STF, não cabe ação popular contra ato de natureza jurisdicional (decisões judiciais) ou, em outras palavras, os atos de natureza jurisdicional são imunes à ação popular (não podem ser atacados na via da ação popular). Mas veja a sutileza do detalhe: alguns atos de magistrados poderão ser atacados por ação popular: eles também praticam atos administrativos (por exemplo, nomeação de um servidor ou realização de licitação para aquisição de novos computadores), e esses atos poderão ser normalmente atacados por meio de ação popular (afinal, somente os atos jurisdicionais não podem ser objeto de ação popular).

É importante frisar que a legitimidade para impetração da AP é exclusiva do cidadão (no pleno gozo de seus direitos políticos). Assim, não pode o Ministério Público dar início a esse tipo de ação. Entretanto, o MP tem papel importante na ação popular: (i) atua como parte pública autônoma, podendo opinar pela procedência ou não da ação; e (ii) poderá atuar como substituto e sucessor do autor, caso este abandone a ação ou se omita.

Por fim, vale comentar que a ação popular é ação de natureza cível. Assim, não é alcançada pela competência do foro especial por prerrogativa de função perante o STF.

É de se destacar que essa ação poderá ser utilizada na fiscalização da constitucionalidade das leis, desde que na via incidental, diante de casos concretos.

32) (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) Por serem ambas ações de cunho especial voltadas a proteger direitos violados por atos ilegais e lesivos, praticados por autoridades públicas, é correto afirmar que o mandado de segurança e a ação popular possuem finalidades próximas, sendo, em determinadas situações, indiferente que se ajuíze uma ou outra.

Mandado de segurança e ação popular são instrumentos bastante diferentes. Aliás, o STF já até sumulou entendimento de que uma ação não substitui a outra:

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“O mandado de segurança não substitui ação popular” (Súmula nº 101).

Item errado.

33) (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) É vedado ao condenado por improbidade administrativa com a perda de direitos políticos, enquanto perdurarem os efeitos da decisão judicial, a propositura de ação popular.

Só é legitimado à propositura de ação popular o cidadão (no pleno gozo de seus direitos políticos).

Item certo.

34) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STF/2008) A ação popular contra o presidente da República deve ser julgada pelo STF.

A ação popular é ação de natureza cível. Assim, não é alcançada pela competência do foro especial por prerrogativa de função perante o STF.

Item errado.

35) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) Um promotor de justiça, no uso de suas atribuições, poderá ingressar com ação popular.

Somente o cidadão pode impetrar ação popular. Um promotor até poderia, mas como um cidadão comum E não em sua atuação como membro do Ministério Público.

A propósito, um detalhe importante: um jovem de 16 pode ser legitimado a interpor ação popular? E aí?

Pode sim, pois a cidadania relaciona-se ao gozo de direitos políticos e civis. Assim, um jovem de 16 anos, desde que esteja munido de seu título de eleitor, é cidadão e, assim, legitimado à proposição de AP.

Item errado.

36) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) Os direitos sociais dos trabalhadores urbanos e rurais indicados no texto constitucional são extensíveis, em sua totalidade, aos servidores ocupantes de cargo público.

Os direitos sociais constituem dimensão dos direitos fundamentais que objetiva possibilitar melhores condições de vida aos homens, assegurando o atendimento do princípio da igualdade entre os homens.

Podemos afirmar que surge apenas no século XX, com o surgimento do Estado Social, em que se passa a exigir uma atitude comissiva do Estado em favor do bem-estar do indivíduo.

Com isso, naquela classificação em três dimensões (ou gerações), os direitos sociais figuram na segunda dimensão: direitos ligados aos ideais

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do Estado social, de natureza positiva, com foco na igualdade entre os homens (direitos sociais, culturais e econômicos).

Na Constituição Federal de 1988, os direitos sociais encontram-se catalogados entre os arts. 6° e 11. Segundo o art. 6°, são direitos sociais:

A educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Veja que estão destacados os direitos à moradia e à alimentação no art. 6°. É que são inovações promovidas por emendas constitucionais. Aliás, a inserção do direito à alimentação é novidade “fresquinha” promovida pela EC n° 64/2010, emenda que alterou o art. 6º da Constituição Federal, para introduzir a alimentação como direito social. Quanto ao direito à moradia, vale uma ressalva: embora previsto expressamente como direito social, o Supremo entende que o bem de família de uma pessoa que assume condição de fiador em contrato de aluguel pode ser penhorado em caso de inadimplência do locatário.

Bom, ao contrário dos remédios constitucionais, em que as questões cobram diversos entendimentos doutrinários e, principalmente jurisprudenciais, no assunto “direitos sociais” não tem jeito: é cobrada quase sempre a literalidade da Constituição. Portanto, você vai ter que conhecer esses artigos da CF/88.

No caso desta questão, o erro está em afirmar que todos os direitos sociais dos trabalhadores da iniciativa privada são extensíveis aos servidores públicos. O art. 39, § 3º da CF/88 estabelece quais direitos sociais são aplicáveis aos servidores:

“§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.”

Não estão incluídos: proteção contra demissão sem justa, FGTS, seguro-desemprego, piso salarial proporcional, irredutibilidade salvo convenção, proteção do salário, participação nos lucros, jornada de 6 horas para turnos ininterruptos de revezamento, aviso prévio, adicional de atividade penosa, aposentadoria, assistência gratuita filhos até 5 anos em creches creches, convenção de trabalho, proteção automação, seguro contra acidentes do trabalho (redução dos riscos inerentes está incluída), critérios admissão de deficiente, distinção entre trabalho manual e intelectual, proibição trabalho noturno a menores, igualdade de direitos entre trabalhadores com vínculo e avulso.

Item errado.

Vale a pena aqui discorrer sobre 2 princípios intimamente ligados aos direitos sociais. O da vedação de retrocesso e o da reserva do financeiramente possível. Embora não previsto expressamente o

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princípio da proibição do retrocesso em direitos sociais encontra acolhida na doutrina pátria, notadamente aquela vertente mais próxima à noção de Estado Democrático e Social de Direito.

Você deve ter percebido que os direitos sociais exigem uma prestação do poder público, atuando no sentido de efetivar a sua concretização, principalmente por meio de políticas públicas. Pois bem, imagine que o legislador infraconstitucional tenha regulamentado determinado direito social constitucional de forma a torná-lo efetivo.

Segundo a doutrina, não seria admitido, a partir de então, um retrocesso na aplicação desse direito. Ou seja, não poderia um ato do poder público no sentido de afastar, revogar ou prejudicar aquele direito que estava concretizado e era plenamente exercitável.

Nesse sentido, seria inconstitucional uma lei (ou emenda constitucional, por exemplo) que prejudicasse direito social já concretizado, exatamente por ofensa ao princípio da proibição do retrocesso social.

Já quanto à reserva do financeiramente possível, a concretização dos direitos sociais exige gastos, dispêndios financeiros por parte do Estado. Por exemplo, para que o direito à educação para todos seja efetivamente concretizado, o Estado precisa contratar professores, construir escolas etc. O mesmo pode se dizer da saúde, moradia e os demais direitos sociais. Assim, a concretização dos direitos sociais está sujeito à reserva do possível.

Em outros termos, segundo o princípio da reserva do financeiramente possível, a concretização dos direitos sociais encontra limites não só na razoabilidade da pretensão deduzida em face do Poder Público como também na existência de disponibilidade financeira do Estado.

Daí advém a afirmação de que a concretização dos direitos sociais se sujeita à cláusula da reserva do financeiramente possível, segundo a qual o Poder Público está obrigado a implementar as políticas públicas que levem à concretização dos direitos sociais previstos na Constituição, mas no limite do financeiramente possível.

37) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) Cabe, primariamente, aos Poderes Legislativo e Executivo a prerrogativa de formular e executar políticas públicas, no entanto, revela-se possível ao Poder Judiciário, excepcionalmente, determinar a implementação de tais políticas.

Pelo fato de que têm seus agentes eleitos de forma democrática, compete aos Poderes Legislativo e Executivo definir e implementar as políticas públicas. Afinal, são os legítimos representantes do povo.

Entretanto, imagine aqueles casos em que os órgãos estatais competentes deixam de cumprir suas funções político-jurídicas impostas pela Constituição. Se essa inércia injustificada está inviabilizando a

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concretização de direitos sociais, é cabível a atuação judicial visando reparar essa situação.

Assim, é possível ao Poder Judiciário, excepcionalmente, determinar a implementação de políticas públicas. Exatamente nesses casos em que deixam de cumprir os encargos político-jurídicos impostos pela Constituição Federal; comprometendo, com sua injustificada inércia, a concretização dos direitos sociais.

Assim, podemos constatar diversas ocasiões em que, recentemente, o STF tem determinado ao Poder Público a adoção de políticas públicas que concretizem direitos sociais, especialmente relacionados aos direitos sociais da saúde e educação.

Isso pode ser denominado “ativismo judicial”, em que o controle judicial se dá não apenas sobre a atividade do legislador, mas também nos casos de inatividade ou omissão do Legislativo.

Bem, no nosso entender, tratamos dos principais aspectos envolvidos com os direitos sociais.

Como vimos, o entendimento do STF é o de que é possível ao Poder Judiciário, excepcionalmente, determinar a implementação de políticas públicas. Isso ocorrerá quando os órgãos estatais competentes deixarem de cumprir os deveres impostos pela Constituição Federal, comprometendo, com essa inércia, a concretização dos direitos sociais.

Item certo.

38) (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) A educação infantil, por qualificar-se como direito fundamental de toda criança, não se expõe, em seu processo de concretização, a avaliações meramente discricionárias da administração pública, nem se subordina a razões de puro pragmatismo governamental.

Segundo o STF, a educação infantil representa prerrogativa constitucional indisponível deferida às crianças. Assim, assegura-se a elas, como primeira etapa do processo de educação básica, o atendimento em creche e o acesso à pré-escola (CF, art. 208, IV).

Essa prerrogativa jurídica, em conseqüência, impõe, ao Estado, por efeito da alta significação social de que se reveste a educação infantil, a obrigação constitucional de criar condições objetivas que possibilitem, de maneira concreta, em favor das “crianças até 5 (cinco) anos de idade” (CF, art. 208, IV), o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pré-escola.

Ainda segundo o Supremo, por qualificar-se como direito fundamental de toda criança, a educação infantil não se expõe, em seu processo de concretização, a avaliações meramente discricionárias da Administração Pública, nem se subordina a razões de puro pragmatismo governamental (AI 677.274/SP, DJ 01/10/2008, Informativo 520).

Item certo.

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39) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) O direito à saúde, além de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas as pessoas, representa conseqüência constitucional indissociável do direito à vida. O poder público, qualquer que seja a esfera institucional de sua atuação no plano da organização federativa brasileira, não pode mostrar-se indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir, ainda que por censurável omissão, em grave comportamento inconstitucional.

Trata-se de entendimento do STF relacionado à obrigação dos diferentes entes federados no tocante à efetivação de políticas que concretizem o direito social (de segunda dimensão) à saúde, sob pena de incorrerem em inconstitucionalidade.

Item certo.

40) (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA: ADVOGADO/HEMOBRÁS/2008) De acordo com o posicionamento majoritário na doutrina, os direitos sociais integram os denominados direitos fundamentais de segunda geração.

Como vimos, os direitos sociais integram a segunda dimensão (ou geração) dos direitos fundamentais, que caracterizam por exigir do Estado prestações positivas em respeito ao princípio da igualdade.

Item certo.

41) (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) É direito social dos trabalhadores urbanos e rurais a jornada de sete horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva.

Além dos direitos sociais genéricos explicitados no art. 6° da Constituição (já apresentados aqui), a Constituição enumera outros direitos, do art. 7° ao art. 11.

Segundo o art. 7° da CF/88:

“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,

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transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

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XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XXIV - aposentadoria;

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.”

Fique atento aos destaques de azul e vermelho, pois são frequentemente cobrados em concursos.

É importante ainda saber que os empregados domésticos têm direito ao salário mínimo; ao décimo terceiro; ao repouso semanal remunerado; às férias anuais remuneradas; à licença à gestante; ao aviso prévio; à aposentadoria e à integração à previdência social.

Passamos a abordar os principais aspectos concernentes aos direitos sociais enumerados entre os arts. 8° e 11.

A Constituição garante a liberdade de criação de sindicatos, vedando a criação de mais de uma organização sindical representativa na mesma base territorial. A definição dessa base compete aos

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trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município (CF, art. 8º, II).

Ou seja, dentro daquela base territorial só poderá atuar um sindicato. Bem, e constatado conflito de representação, no caso da criação indevida de mais de uma entidade sindical na mesma base territorial? Quem representaria a categoria? O maior? O mais antigo?

Segundo o STF, esse conflito será resolvido com base no princípio da anterioridade sindical. Assim, a representação da categoria caberá à entidade que obteve o registro sindical em primeiro lugar, independentemente do número de sindicalizados.

A assembléia geral fixará a contribuição confederativa, que não terá natureza de tributo e será devida apenas aos empregados sindicalizados (CF, art. 8°, IV).

Essa contribuição não se confunde com aquela prevista em lei, essa sim com natureza tributária e obrigatória para todos os empregados, sindicalizados ou não.

Um aspecto importante: a liberdade sindical inclui a liberdade de não se filiar (CF, art. 8°, V), bem como (i) a vedação à interferência estatal e (ii) a não exigência de autorização do Estado para a fundação de sindicato. Ressalva-se, entretanto, a necessidade de registro no órgão competente.

Ademais, a Constituição garante a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho (CF, art. 8°, IV).

Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas (CF, art. 8°, III).

É importante frisar que o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais (CF, art. 8°, VII).

É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei (CF, art. 8°, VIII).

É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. Mas a lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, sujeitando os responsáveis por os abusos cometidos às penas da lei (CF, art. 9°).

Além disso, é assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação (CF, art. 10°).

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Por fim, nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores (CF, art. 11).

Atenção! As questões que versam sobre direitos sociais, geralmente, se limitam a cobrar o conhecimento da literalidade dos incisos do art. 7° da CF/88. Portanto, vale a pena conhecer esse artigo.

De acordo com o art. 7°, XIV:

Art. 7° - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

Item errado.

(CESPE/TFCE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO/TCU/2009) No tocante aos direitos e às garantias fundamentais previstos na CF, julgue os itens a seguir.

42) (CESPE/TFCE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO/TCU/2009) A contribuição sindical definida em lei é obrigatória, mesmo para os profissionais liberais que não sejam filiados a sindicato.

O art. 8° da CF trata do direito à livre associação sindical. Segundo o inciso IV, a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei. A partir desse inciso podemos concluir que são duas as contribuições: (i) uma fixada em assembléia geral e (ii) outra fixada por lei.

O importante é você saber que apenas essa última (fixada em lei) é compulsória para todos (filiados ou não) e tem natureza de tributo. A primeira seria devida apenas para aqueles trabalhadores filiados.

A questão trata da contribuição fixada por lei e está correta. Essa tem natureza de tributo, sendo compulsória mesmo para os profissionais liberais não filiados.

Item certo.

43) (CESPE/ADVOGADO/SEAD/CEHAP/PB/2008) Há 60 anos, no dia 10/12/1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi assinada pela 3.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. A Declaração Universal dos Direitos Humanos nasceu como um estandarte comum a ser alcançado por todos os povos e nações e em um mundo que ainda trazia as marcas da destruição e das violações a direitos humanos perpetradas

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durante a Segunda Guerra. Base do que se tornaria a legislação internacional sobre direitos e liberdades fundamentais, foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos que primeiro reconheceu o que hoje se tornou valor comum. Direitos humanos são direitos a todos e concernem a toda comunidade internacional. Ministro Gilmar Mendes, Presidente do Supremo Tribunal Federal, sessão plenária de 10/12/2008 do STF. Internet: <www.stf.jus.br/portal> (com adaptações).

Com referência ao tema acima tratado, assinale a opção correta.

a) A evolução cronológica do reconhecimento dos direitos fundamentais pelas sociedades modernas é comumente apresentada em gerações. Nessa evolução, o direito à moradia está inserido nos direitos fundamentais de terceira geração, que são os direitos econômicos, sociais e culturais, surgidos no início do século XX.

b) Apesar de ser um direito social reconhecido, o direito à moradia não encontra previsão expressa no taxativo rol que enumera os direitos sociais protegidos pela Constituição Federal de 1988 (CF).

c) A implementação de políticas públicas que objetivem concretizar os direitos sociais, pelo poder público, encontra limites que compreendem, de um lado, a razoabilidade da pretensão individual/social deduzida em face do poder público e, de outro, a existência de disponibilidade financeira do Estado para tornar efetivas as prestações positivas dele reclamadas.

d) A CF prevê que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Com amparo nesse dispositivo, o Supremo Tribunal Federal (STF) já declarou a inconstitucionalidade e retirou do ordenamento jurídico lei que fixa o salário mínimo em valor inferior ao necessário para atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família (moradia, alimentação, educação, transporte, saúde, vestuário, lazer, higiene, transporte e previdência social).

A alternativa “a” está errada, pois os direitos sociais e econômicos, como o de moradia, são de segunda dimensão.

A alternativa “b” está errada, pois o direito à moradia encontra-se expresso no art. 6° da CF/88.

A alternativa “c” está certa. Trata-se do princípio da reserva do financeiramente possível. O Poder Público está obrigado a implementar as políticas públicas que levem à concretização dos direitos sociais previstos na Constituição. Entretanto, essa atuação limita-se ao financeiramente possível. Assim, a concretização de determinado direito social encontra limites não só na razoabilidade da pretensão

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deduzida em face do Poder Público como também na existência de disponibilidade financeira do Estado.

A alternativa “d” está errada, devido à reserva do financeiramente possível. Por isso, tem se admitido a fixação do valor do salário-mínimo em patamar inferior àquele esperado para a satisfação das necessidades vitais do trabalhador (moradia, alimentação, educação, transporte, saúde, vestuário, lazer, higiene, transporte e previdência social). Afinal, você acha que um trabalhador que sustenta sua família com um salário mínimo tem satisfeitas todas as suas necessidades vitais? Até lazer (indo num show do Chico Buarque ou levando seus 4 filhos ao cinema)!?...

Gabarito: “c”

44) (CESPE/AUXILIAR DE TRÂNSITO/SEPLAG/DETRAN/DF/2008) O lazer é um direito social garantido pela CF.

Na enumeração do art. 6° da CF/88 está expresso o lazer como um dos direitos sociais (CF, art. 6º).

Item certo.

45) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE/MG/2008) Não constitui direito social dos trabalhadores urbanos e rurais

a) a garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.

b) o seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, excluindo-se a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

c) a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.

d) a assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até cinco anos de idade, em creches e pré-escolas.

e) a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

As alternativas apresentam direitos sociais dos trabalhadores urbanos e rurais previstos no art. 7° da CF/88. Dentre elas , a única que apresenta erro é a “b”, haja vista que o seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, não exclui a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (CF, art. 7º, XVIII).

Gabarito: “b”

46) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/MDS/2008) A CF estabelece a legitimidade dos sindicatos para defender em juízo os direitos e interesses coletivos dos integrantes da categoria que

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representam. Caso se trate de direitos individuais, o sindicato não terá legitimidade para defendê-los em juízo.

Nos termos do art. 8°, III da CF/88, compete aos sindicatos a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.

Item errado.

47) (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) É constitucional o decreto editado por chefe do Poder Executivo de unidade da Federação que determine a exoneração imediata de servidor público em estágio probatório, caso fique comprovada a participação deste na paralisação do serviço, a título de greve.

Essa questão versa sobre recente jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, relacionada ao direito de greve dos servidores públicos. É um tema mais relacionado com o assunto “Administração Pública”, mas não custa tratá-lo aqui. O STF considerou inconstitucional decreto estadual por violar a Constituição Federal, na medida em que considerava o exercício não abusivo do direito constitucional de greve como fato desabonador da conduta do servidor público. No caso, se determinava imediata exoneração de servidor público em estágio probatório, caso fosse confirmada sua participação em paralisação do serviço a título de greve.

Levantou-se ofensa ao direito de greve dos servidores públicos e das garantias do contraditório e da ampla defesa (ADI 3.235/AL, Informativos 573 e 578, DJ 12/03/2010).

Item errado.

48) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 1ª REGIÃO/2008) Em relação aos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, assinale a opção correta.

a) O trabalho insalubre em minas de carvão ou na operação de máquinas que possam causar mutilação só é permitido a partir dos 18 anos de idade.

b) Considere a seguinte situação hipotética. João foi demitido da fazenda onde trabalhava como ordenhador de ovelhas em 21/5/2002. Em 13/5/2005, propôs reclamação trabalhista para cobrar verbas rescisórias a que tinha direito. O juiz do trabalho afastou a alegação de prescrição apresentada em contestação, sob o fundamento de que os créditos trabalhistas prescrevem em cinco anos. Nessa situação, o juiz do trabalho agiu corretamente.

c) De acordo com o princípio que manda tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, os trabalhadores avulsos devem ser tratados distintamente daqueles que têm vínculo empregatício permanente.

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d) É inconstitucional regra interna de uma empresa que concede licença gestante de 180 dias às suas empregadas, visto que, de acordo com a CF, a licença tem duração de 120 dias.

e) A regra interna de uma empresa que concede remuneração de serviço extraordinário de 60% a mais em relação à hora normal é inconstitucional.

A alternativa “a” está correta. A Constituição Federal proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos (art. 7º, XXXIII).

A alternativa “b” está errada porque já havia ocorrido a prescrição quanto aos créditos trabalhistas (esta ocorre dois anos após a extinção do contrato de trabalho). A regra constitucional para a prescrição dos créditos resultantes das relações de trabalho (para trabalhadores urbanos e rurais) é a seguinte (CF, art. 7°, XXIX):

I) 5 anos, como regra;

II) 2 anos, caso extinto o contrato de trabalho.

Assim, passados quase 3 anos não havia mais o que reclamar. Mas, veja que se ele entrasse com a referida ação imediatamente antes de prescrito o prazo, ele só teria os últimos 3 anos do seu contrato de trabalho para reclamar.

Isso porque, extinto o contrato, corre contra o trabalhador o prazo prescricional de 5 anos. Assim, demorados dois anos para a ação só restariam três anos cobertos pelo contrato de trabalho.

A alternativa “c” está errada porque a Constituição Federal assegura a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso (CF, art. 7º, XXXIV).

As alternativas “d” e “e” estão erradas pelo mesmo motivo. Evidentemente, a empresa pode criar regra mais favorável ao trabalhador, o que ocorreu em ambos os casos. Primeiro outorgou-se 180 dias de licença gestante, ao invés de 120 dias (inclusive, a Lei 11.770/08 criou o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar por 60 dias a duração da licença-maternidade). No outro caso, adicional de hora extra de 60% em vez de 50%. O que não seria admitido é a regra interna não seguir a Constituição, em prejuízo ao trabalhador.

Gabarito: “a”

49) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA: EXECUÇÃO DE MANDADOS/TRT 1ª REGIÃO/2008) O STF entende que, enquanto não houver a regulamentação do direito de greve para os servidores públicos, é possível a aplicação, no que couber, da lei que disciplina a matéria para os empregados privados.

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Segundo decisão antiga do STF, o direito de greve dos servidores públicos está previsto em norma de eficácia limitada. Ou seja, depende ainda da regulamentação por lei ordinária específica para o seu exercício (CF, art. 37, VII).

Dada a mora em produzir tal regulamentação, decisão recente do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que, temporariamente (enquanto não houver essa regulamentação), os servidores públicos podem realizar movimentos grevistas, com a aplicação da lei de greve do setor privado (Lei nº 7.783/1989).

Item certo.

50) (CESPE/AGENTE JURÍDICO/MPE-AM/2008) A Emenda Constitucional nº 26/2000 incluiu, entre os direitos sociais, o direito a moradia. Sendo assim, o bem de família do fiador em contrato de locação não pode ser penhorado, pois fere o direito social da moradia.

O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que o único imóvel da família (“bem de família”) pode ser penhorado em contrato de locação, para o pagamento de dívida do fiador.

Item errado.

3 – Exercícios adicionais 51) (CESPE/PROCURADOR/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) Pessoa

jurídica pode impetrar habeas corpus, ação que pode ter caráter preventivo ou repressivo.

52) (CESPE/DIREITO/DPE-SP/2008) Acerca das ações constitucionais, assinale a opção correta.

A O objetivo do habeas corpus é fazer com que todos tenham acesso às informações que o poder público ou as entidades de caráter público tenham a seu respeito.

B O mandado de segurança deve ser impetrado sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

C O habeas data é utilizado para proteger direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou mandado de segurança.

D O mandado de injunção é o remédio constitucional a ser impetrado sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

53) (CESPE/DELEGADO FEDERAL/DPF/2002) O habeas corpus é meio processual idôneo à impugnação de provas ilícitas já realizadas, bem assim para postular-se seu desentranhamento de autos de

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investigação, mesmo quando desta não possa resultar condenação à pena privativa de liberdade.

54) (CESPE/CONSULTOR EM FINANÇAS PÚBLICAS/CLDF/2006) Um dos mais relevantes direitos fundamentais assegurados pela Constituição da República é o da liberdade de locomoção, cuja proteção se faz, entre outros instrumentos, por meio do habeas corpus. Este pode ser impetrado por qualquer cidadão, mesmo que não seja advogado, pode ter caráter preventivo, isto é, pode servir para evitar lesão futura à liberdade de locomoção, e pode, ainda, atacar atos judiciais ilegais, até mesmo depois de transitarem em julgado.

55) (CESPE/DELEGADO FEDERAL/DPF/2004) É incabível habeas corpus em relação a decisão condenatória a pena exclusivamente de multa.

56) (CESPE/AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTOS/PCRN/2008) No direito brasileiro, como nos sistemas que lhe são próximos, os direitos fundamentais se definem como direitos constitucionais. Essa característica da constitucionalização dos direitos fundamentais traz consequências de evidente relevo. As normas que os obrigam impõem-se a todos os poderes constituídos, até ao poder de reforma da Constituição. Gilmar Ferreira Mendes, et al. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2.a ed., 2008, p. 245 (com adaptações). Com relação aos direitos e garantias fundamentais, assinale a opção correta.

a) Não cabe ação popular para anular ato lesivo ao meio ambiente.

b) Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.

c) A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados depende da autorização destes.

d) É cabível mandado de segurança contra lei em tese, ainda que produtora de efeitos concretos.

e) Praticado o ato por autoridade no exercício de competência delegada, contra essa autoridade não cabe mandado de segurança.

57) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) De acordo com a jurisprudência do STF, a utilização de habeas data como remédio jurídico constitucional processual destinado a garantir o direito de acesso a registros públicos e de retificação destes independe de condições prévias.

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58) (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/ARACAJU/2007) É inconstitucional a imposição legal de prazo decadencial para impetração de mandado de segurança.

59) (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PB/2008) O habeas corpus não é a medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal, visto que a quebra do sigilo, por si só, não repercute no direito de ir e vir do indivíduo.

60) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO - CE/2008) O mandado de segurança está vocacionado para fins cíveis, não constituindo instrumento idôneo para o processo penal, que dispõe do habeas corpus para sanar eventuais ilegalidades.

61) (CESPE/CAIXA ECONÔMICA FEDERAL/ADVOGADO JUNIOR/2006) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) admite legitimidade ativa aos sindicatos para a instauração, em favor de seus membros ou associados, do mandado de injunção coletivo.

(CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2004) Com relação aos direitos e garantias individuais e coletivos, aos direitos sociais e sua efetivação e aos princípios constitucionais do trabalho, julgue os itens seguintes.

62) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2004) A efetivação dos direitos sociais que impliquem uma prestação estatal submete-se a uma reserva do possível, cujo conteúdo, lato sensu, compreende tanto a capacidade do Estado de cumprir a obrigação como a razoabilidade da prestação exigida, em face do caso concreto.

63) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2004) Caberá ação popular contra ato de conteúdo jurisdicional que ofender ao princípio da moralidade administrativa.

64) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) Para que um partido político tenha representação no Congresso Nacional, é suficiente que o partido tenha um só parlamentar em qualquer uma das Casas do Congresso.

65) (CESPE/OAB-RJ/33 EXAME DA ORDEM/2007) A controvérsia sobre matéria de direito impede a concessão de ordem em mandado de segurança.

66) (CESPE/OAB-RJ/33 EXAME DA ORDEM/2007) Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe a impetração de mandado de segurança.

67) (CESPE/OAB-RJ/33 EXAME DA ORDEM/2007) A concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito à impetração.

68) (CESPE/OAB-RJ/33 EXAME DA ORDEM/2007) Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.

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69) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT/2008) O STF entende que, enquanto não houver a regulamentação do direito de greve para os servidores públicos, é possível a aplicação, no que couber, da lei que disciplina a matéria para os empregados privados.

70) (CESPE/ANALISTA/ÁREA JURÍDICA/MCT/FINEP/2009) As ações de habeas corpus e habeas data são gratuitas.

71) (CESPE/ANALISTA/ÁREA JURÍDICA/MCT/FINEP/2009) Será cabível, em qualquer circunstância, manejo de mandado de segurança para proteger direito líquido e certo quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público.

72) (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL – ESPECIALIDADE CIÊNCIAS JURÍDICAS/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) A fluência do prazo decadencial para a propositura de mandado de segurança tem início com a ciência, pelo interessado, do ato impugnado. Ultrapassado o lapso temporal de 120 dias entre a ciência do autor e o ajuizamento da ação mandamental, deve-se reconhecer a decadência.

(CESPE/TECNICO DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2007) Acerca dos direitos sociais, julgue os itens subseqüentes.

73) (CESPE/TECNICO DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2007) Os direitos sociais, de estatura constitucional, correspondem aos chamados direitos de segunda geração. Entre esses direitos, incluem-se a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.

74) (CESPE/TECNICO DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2007) Em capítulo próprio da Constituição Federal, é apresentado o rol de todos os direitos sociais a serem considerados no texto constitucional.

75) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA: EXECUÇÃO DE MANDADOS/TRT 1ª REGIÃO/2008) Assinale a opção que contém apenas direitos assegurados aos trabalhadores domésticos pela CF.

a) licença paternidade, na forma fixada em lei, e adicional de remuneração por atividades penosas ou insalubres.

b) aposentadoria e assistência gratuita aos filhos de até cinco anos de idade em creches e pré-escolas.

c) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos, e irredutibilidade de salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.

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d) proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, e salário família pago em razão de dependente de baixa renda.

e) remuneração do trabalho noturno superior ao diurno e seguro desemprego, no caso de demissão por justa causa.

76) (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) A jurisprudência do STF firmou-se no sentido da existência de direito subjetivo público de crianças de até cinco anos de idade ao atendimento em creches e pré-escolas. A referida corte consolidou, ainda, o entendimento de que é possível a intervenção do Poder Judiciário visando à efetivação desse direito constitucional.

77) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2010) Os direitos sociais previstos na Constituição, por estarem submetidos ao princípio da reserva do possível, não podem ser caracterizados como verdadeiros direitos subjetivos, mas, sim, como normas programáticas. Dessa forma, esses direitos devem ser tutelados pelo poder público, quando este, em sua análise discricionária, julgar favoráveis as condições econômicas e administrativas.

78) (CESPE/GESTOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS - ACRE/2006) De acordo com a Constituição Federal, saúde e educação são direitos de todos e dever do Estado. Caso o Estado não produza os atos legislativos e administrativos necessários à efetivação de tais direitos, é possível exigir-se perante o Poder Judiciário a sua ação positiva com fundamento no princípio da supremacia da Constituição.

79) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) A idéia do estado de direito também imputa ao Poder Judiciário o papel de garantidor dos direitos fundamentais.

80) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT/2008) O sindicalizado aposentado tem o direito de votar, mas não pode compor chapa do seu sindicato.

81) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT/2008) O sindicato não tem legitimidade para defender interesses individuais da categoria em questões administrativas.

82) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT/2008) Segundo o STF, por construção jurisprudencial, admite-se a criação de mais de uma organização sindical na mesma base territorial, desde que representativa de categoria econômica.

83) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT/2008) A cobrança de contribuição sindical para custeio do sistema confederativo afasta a possibilidade de se instituir, por assembléia, contribuição da categoria de empregado.

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84) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2007) Aplica-se aos direitos sociais, econômicos e culturais o princípio da proibição do retrocesso.

85) CESGRANRIO/ DETRAN AC/Advogado 2009) Caçambas e Cordas S/A deseja participar de licitação a fim de fornecer materiais de consumo para o DETRAN/AC, apresentando, no prazo, os documentos exigidos no edital. No curso do procedimento licitatório, surge pendência fiscal que impede a expedição de certidão negativa comprobatória do pagamento de tributos, o que gera pendência a ser resolvida pelo Departamento Jurídico. Considerando que as provas que atestam a regularidade dos atos praticados pela empresa são exclusivamente documentais, qual a via que deve ser utilizada para obtenção da certidão negativa ou positiva, com efeitos de negativa?

(A) Habeas Data

(B) Mandado de Segurança

(C) Requerimento de tutela antecipada, inserido em procedimento ordinário

(D) Ação popular

(E) Ação Direta de Inconstitucionalidade

86) (CESGRANRIO/OFICIAL JUSTIÇA TJRO/2008) Caso uma determinada autoridade administrativa se recusasse (ilegalmente) a fornecer certidão de tempo de serviço, requerida por funcionário público que dela necessitasse, a fim de solicitar sua aposentadoria, seria cabível ajuizar

(A) Habeas Data.

(B) Ação Civil Pública.

(C) Ação Popular.

(D) Mandado de Injunção.

(E) Mandado de Segurança.

87) CESPE/Técnico Telecom/ANATEL/2006) Considere que um estado federado, no uso de sua competência normativa, elabore lei que impeça, arbitrariamente, em tempo de paz, a liberdade de locomoção em seu território. Nesse caso, caberá ao indivíduo impetrar mandado de segurança para garantir o exercício do direito constitucional mencionado.

88) CESPE/ACE/Direito/TCE/AC/2009 O STF pacificou entendimento no sentido de que a desistência, no mandado de segurança, não depende de aquiescência do impetrado. No entanto, essa regra não se aplica aos casos em que a desistência é parcial.

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GABARITOS OFICIAIS 1) E 2) C 3) E 4) C 5) E 6) C 7) E 8) E 9) C 10) E 11) E 12) E 13) C 14) E 15) E 16) E 17) E

18) C 19) E

20) E 21) E 22) C 23) C 24) E 25) E 26) E 27) E 28) E 29) E 30) E 31) C 32) E 33) C 34) E 35) E 36) E 37) C 38) C

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