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1 ADMINISTRAÇÃO DIREITOS HUMANOS Claudia Mariana de Souza RA 9292600714 Cirillo Zagato RA 1136322553 Milena Neves de Jesus RA 9246696750 Rosana Borges da Silva RA 9246696770 Alessandra dos Santos Vieira RA 5160271144 Santo André 2011 

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ADMINISTRAÇÃO

DIREITOS HUMANOS

Claudia Mariana de Souza RA 9292600714Cirillo Zagato RA 1136322553Milena Neves de Jesus RA 9246696750Rosana Borges da Silva RA 9246696770Alessandra dos Santos Vieira RA 5160271144

Santo André

2011 

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Centro Universitário Anhanguera de Santo André -

FSA 

Trabalho referente a disciplinade Direitos Humanos do 4º semestredo Curso de Administração da Universidade―Anhanguera Educacional‖. Realizado pelos alunos:

Claudia Mariana de Souza RA 9292600714__________________________________________

Milena Neves de Jesus RA 9246696750__________________________________________

Rosana Borges da Silva RA 9246696770__________________________________________

Cirilo Zagato RA 1136322553__________________________________________

Alessandra Vieira dos Santos RA 5160271144

__________________________________________

Orientado pelo professorProf. Ms. Alessandro Bernardo

Data de aprovação: __ de _____ de 2011

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Resumo

Neste trabalho, vamos falar a respeito de um dos temas de maior complexidade, os direitossociais e econômicos, e da responsabilidade civil de uma pessoa. 

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Sumario

Introdução ................................................................................................................................. 5

A historia (fonte I - os direitos econômicos e sociais ............................................................... 6como direitos fundamentais – Jus Brasil)

Direitos sociais e econômicos (fonte II - Jus Navigandi .......................................................... 13

Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais1966 (fonte III Google)...... 16

Conclusão Opinativa......................................................................................................... 26

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Introdução

Este trabalho tem como objetivo uma elaboração de pareceres dos direitos sociais eeconômicos, desde o começo da historia.

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Desenvolvimento

Os direitos econômicos e sociais

Historicamente, os direitos econômicos e sociais foram (e, de certa forma, continuamsendo) aqueles dificilmente vieram a ser reconhecidos  –  isto é, não apenas proclamadosmas também acompanhados das devidas e eficazes garantias. São aqueles direitos dasclasses ou grupos despossuídos, sem poder econômico, sem autonomia cultural, sem poderpolítico.

O primeiro grupo de direitos humanos  – os direitos civís e políticos- foram declarados egarantidos contra o sistema de desigualdade de condição jurídica próprio do feudalismo: adivisão estamental.

Correspondem a afirmações da igualdade de direitos individuais, de autonomia doindivíduo contra os grupos sociais que tradicionalmente o abafavam, como a família, acorporação de ofícios, a Igreja, os estamentos. Dissolvida a sociedade estamental eafirmada a autonomia jurídica dos indivíduos, verifica-se, em pouco tempo (a partir doséc.19) que uma nova divisão social se afirmava, agora paradoxalmente sob o mantoprotetor da igualdade de direitos individuais : a divisão da sociedade em classesproprietárias e classes trabalhadoras, em ricos e pobres. Em 1847, afirmava Alexis deTocqueville: ―a Revolução Francesa, que aboliu todos os privilégios e destruiu os direitosexclusivos, deixou no entanto subsistir um, o da propriedade (...) Dentro em pouco, é entreos que têm posses e os que não têm, que se estabelecerá a luta política; o grande campo debatalha será a propriedade, e as principais questões da política passarão pelas modificações

mais ou menos profundas a trazer ao direito de propriedade ―(Souvenirs).

Foi contra a ascensão do capitalismo, como modo de vida  – isto é, como um novo tipo decivilização na qual tudo se compra e tudo se vende  –  que se afirmaram os direitoseconômicos e sociais, assim como os direitos individuais foram reconhecidos e garantidoscontra o feudalismo. Portanto, a idéia central a ser enfatizada é a seguinte: sem a superaçãodo capitalismo, os direitos econômicos e sociais não chegarão a se afirmar e se consolidar,

 principalmente nas sociedades ditas ―periféricas‖. 

As liberdades individuais – locomoção, habeas-corpus, igualdade de voto, livre associação,segurança  – foram o patamar sobre o qual se apoiou o movimento socialista do século 19para reivindicar os grandes direitos econômicos e sociais. Efetivamente, sem as liberdadescivis e políticas, o movimento sindical teria tido enorme dificuldade para se desenvolver.Os burgueses queriam a liberdade de associação para eles, mas não para os trabalhadores -e sabiam que estavam exteriorizando uma contradição injusta, do ponto de vista ético e

 jurídico.

É bastante conhecida a distinção histórica em gerações, ou dimensões dos direitoshumanos, a partir do século 18, com os direitos individuais, os sociais e os coletivos dahumanidade. No entanto, se para os países do primeiro mundo faz sentido essa sucessãohistórica de direitos, para nós a questão se coloca de outra forma. Nunca tivemos uma

―revolução  burguesa‖, no sentido de que as classes proprietárias não lutaram em defesa deliberdades civis e políticas que lhes tivessem sendo negadas (ver, a respeito, a análise de

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Sérgio Buarque de Hollanda quando afirma que, no Brasil, ―a democracia sempre foi um  lamentável mal-entendido‖). Em nosso país, a consciência da dignidade humana naliberdade, na igualdade, na solidariedade nasceu ao mesmo tempo, de um só golpe, noséculo 20. É fato inegável, ademais, que sempre tivemos a supremacia dos direitos

políticos sobre os direitos sociais. Criamos o sufrágio universal - o que é, evidentemente,uma conquista - mas, com ele, criou-se também a ilusão do respeito pelo cidadão. Arealização periódica de eleições convive com o esmagamento da dignidade da pessoahumana, em todas as suas dimensões. Portanto, é possível afirmarmos que, ao contráriodos países europeus e da América do Norte, aqui ao sul do Equador os direitos econômicose sociais são a condição essencial para a realização das liberdades.. Ou seja, os direitoseconômicos e sociais são, para nós, a condição da democracia, e não o contrário.

O grande problema dos direitos humanos é a sua não-efetividade, pois sua defesadependerá sempre da institucionalização de um sistema de poder, de uma posição de poderna sociedade. Objeto dos direitos econômicos e sociais são políticas públicas ou programas

de ação governamental, que visam a suprimir carências sociais. Os titulares desses direitossão os grupos carentes ou despossuídos  – como sujeito coletivo, ou individualmente, paratodas as pessoas que os compõem. É o que ocorre, por exemplo, com os direitostrabalhistas  –  de fruição coletiva e individual  –  e dos direitos em matéria de acesso aoensino fundamental (ver Constituição Federal, art.208). O sujeito passivo de tais direitossociais é o Estado, ou os particulares que detêm poder econômico  – também no caso dosdireitos trabalhistas e do direitos de acesso à propriedade.

É importante assinalar que os direitos fundamentais, justamente por serem direitos járeconhecidos e proclamados oficialmente  –  em nossa Constituição e em todas asconvenções e pactos internacionais dos quais o Brasil é signatário  –  não podem serrevogados por emendas constitucionais, leis ou tratados internacionais posteriores. Osprojetos de emenda constitucional da Presidência da República, no sentido do desmanchedos direitos trabalhistas é, portanto, inconstitucional. Isso significa que, além de naturais,universais e históricos, os direitos humanos são, também, indivisíveis e irreversíveis. Sãoirreversíveis porque à medida que são proclamados, tornando-se direitos positivosfundamentais, não podem mais ser revogados. São indivisíveis porque, numa democraciaefetiva, não se pode separar o respeito às liberdades individuais da garantia dos direitossociais; não se pode considerar natural o fato de que o povo seja livre para votar mascontinue preso às teias da pobreza absoluta.[2] 

Dado o caráter inorgânico dos grupos sociais carentes no Brasil, um problema central dizrespeito à necessidade de organização e de representação ; daí avulta o papel dossindicatos, em relação à categoria dos trabalhadores, mesmo os não sindicalizados. Dentreas garantias judiciais , organizadas oficialmente, destacam-se o dissídio coletivotrabalhista,a ação civil pública, proposta pelo Ministério Público ou, excepcionalmente, porONG (cuja legitimidade deve ser alargada, aliás) e a desapropriação para reforma agrária.Outra garantia judicial, não organizada oficialmente, é a ação direta deinconstitucionalidade em relação a políticas públicas determinadas. Dentre as garantiasnão-judiciais, temos aquelas reconhecidas oficialmente, como a greve, a PrevidênciaSocial, o sistema público de educação e o sistema único de saúde. Dentre as não-reconhecidas oficialmente (o que não significa que sejam ilegalidades ), está a ocupação de

terras para produção agrícola ou de imóveis para habitação.

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A cidadania democrática pressupõe a igualdade diante da lei, a igualdade da participaçãopolítica e a igualdade de condições sócio-econômicas básicas, para garantir a dignidadehumana. Essa terceira igualdade é crucial, pois exige uma meta a ser alcançada, não só pormeios de leis, mas pela correta implementação de políticas públicas, de programas de ação

do Estado. É aqui que se afirma, como necessidade imperiosa, a organização popular paraa legítima pressão sobre os poderes públicos. A cidadania ativa pode ser exercida dediversas maneiras, nas associações de base e movimentos sociais, em processos decisóriosna esfera pública, como os conselhos, o orçamento participativo, iniciativa legislativa,consultas populares.

É importante deixar claro que a participação cidadã em entidades da sociedade civil nãosignifica aceitar a diminuição do papel do Estado  –  este continua sendo o granderesponsável pelo desenvolvimento nacional com a garantia efetiva dos direitos doscidadãos. O êxito eventual de algumas parcerias, de obras do chamado ―terceiro setor‖, nãopode obscurecer essa realidade. É dos poderes públicos que devem ser cobradas, por

exemplo, as novas propostas de cidadania social, como os programas de renda mínima, debolsa-escola, de banco do povo, de polícia comunitária, de saúde pública, de políticaagrária etc.

É conhecida a relação muitas vezes vista como dilemática entre igualdade e liberdade. Ora,os direitos civis e políticos exigem que todos gozem da mesma liberdade, mas são osdireitos sociais que garantirão a redução das desigualdades de origem, para que a falta deigualdade não acabe gerando, justamente, a falta de liberdade. Por sua vez, não é menosverdade que a liberdade propicia as condições para a reivindicação de direitos sociais. Umexemplo histórico do direito social à educação parece-me eloqüente. Já em abril de 1792,Condorcet alertava, no Relatório sobre a Instrução Pública apresentado à AssembléiaLegislativa : ―os direitos humanos permanecerão formais se não se firmarem na base daigualdade efetiva dos indivíduos em relação à Educação e à Instrução‖. É nesse sentido,aliás, que se posicionam todos os críticos das ―mistificações igualitárias‖, presentes nasteses das ―oportunidades iguais‖ na escola, apesar do abismo das diferenças sociais.

Para se discutir a consciência de cidadania social numa determinada sociedade é necessáriopartir do reconhecimento da distância que separa, por um lado, leis e princípios fundantesde liberdades e direitos e, por outro lado, a própria consciência de tais direitos, além daexistência (ou não) dos mecanismos institucionais e dos recursos para garantir a suaprática, ou a sua fruição. O reconhecimento dessa distância provoca, num primeiro

momento, as seguintes indagações: em que espaços é exercida a reivindicação de direitos?A partir de quais relações sociais? Frente a quais instituições? Em relação a que demandas?(E. Jelin, 1994). Torna-se evidente, portanto, que a idéia de cidadania, assim como a dedireitos, estão sempre em processo de construção e de mudança. Isso significa que nãopodemos congelar, num determinado período ou numa determinada sociedade, uma listafechada de direitos específicos. Tal lista será sempre passível de transformação, semprehistoricamente determinada. Como assinalou Hannah Arendt, o que permaneceinarredável, como pressuposto básico, é o direito a ter direitos.

Percebe-se, assim, como a relação entre cidadania social e democracia explicita-se tambémno fato de que ambas são processos. Os cidadãos numa democracia não são apenas

titulares de direitos já estabelecidos - mas existe, em aberto, a possibilidade de expansão,de criação de novos direitos, de novos espaços, de novos mecanismos. O processo,

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portanto, não se dá no vácuo. Lembra Marilena Chauí que a cidadania exige instituições,mediações e comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços sociais delutas (movimentos sociais, sindicais e populares) e na definição de instituiçõespermanentes para a expressão política, como partidos, legislação, órgãos dos poderes

públicos e mecanismos de participação popular (como conselhos, orçamento participativo,consultas populares como referendos e plebiscitos e a prática da iniciativa popularlegislativa). Distingue-se, portanto, a cidadania passiva - aquela que é outorgada peloEstado, com a idéia moral da tutela e do favor - da cidadania ativa, aquela que institui ocidadão como portador de direitos e deveres, mas essencialmente participante da esferapública e criador de novos direitos para abrir espaços de participação.

A expansão da cidadania social implica, além de uma ação efetiva dos poderes públicos eda pressão popular, num tipo de mudança cultural, no sentido de mexer com o que estámais enraizado nas mentalidades marcadas por preconceitos, por discriminação, pela nãoaceitação dos direitos de todos, pela não aceitação da diferença. Trata-se, portanto, de uma

mudança cultural especialmente importante no Brasil, pois implica a derrocada de valorese costumes arraigados entre nós, decorrentes de vários fatores historicamente definidos:nosso longo período de escravidão, que significou exatamente a violação de todos osprincípios de respeito à dignidade da pessoa humana, a começar pelo direito à vida; nossapolítica oligárquica e patrimonial; nosso sistema de ensino autoritário, elitista, e com umapreocupação muito mais voltada para a moral privada do que para a ética pública; nossacomplacência com a corrupção, dos governantes e das elites, assim como em relação aosprivilégios concedidos aos cidadãos ditos de primeira classe ou acima de qualquer suspeita;nosso descaso com a violência, quando ela é exercida exclusivamente contra os pobres e ossocialmente discriminados; nossas práticas religiosas essencialmente ligadas ao valor dacaridade em detrimento do valor da justiça; nosso sistema familiar patriarcal e machista;nossa sociedade racista e preconceituosa contra todos os considerados diferentes; nossodesinteresse pela participação cidadã e pelo associativismo solidário; nosso individualismoconsumista, decorrente de uma falsa idéia de ―modernidade‖. 

É bem provável que os mais jovens aqui presentes jamais tenham ouvido algo sobre umacerta ―democracia da gravata lavada‖. No entanto, essa expressão já sintetizou, em dado

 período de nossa história, o sonho de construção de uma ―sociedade ordeira e feliz‖. Háquase um século e meio, o liberal mineiro Teófilo Otoni, por exemplo, proclamava a causada ―democracia da gravata lavada, a democracia pacífica da classe média, letrada easseada, a única merecedora do gozo dos direitos políticos da cidadania‖ (Campanha do

lenço branco, 1860).

Podemos sorrir dessa lembrança antiga, embora ela não reflita apenas uma curiosidadehistórica: ainda hoje convivemos com a discriminação contra todos aqueles que não seencaixam no padrão excludente de ―letrados e asseados‖ e, portanto, não são consi deradoscidadãos com plenos direitos. Há poucos anos ouvimos de autoridade paulistana que ―a

 prefeitura só pode atender aqueles que pagam impostos‖, e, assim, se justificaria oabandono de importante parcela do povo vítima de enchentes e desabamentos. São tambémfreqüentes as ocasiões em que se propõe a mutilação da cidadania por vários motivos -desde a cor da pele até o grau de instrução (ainda há, por exemplo, quem condene o votodo analfabeto!), passando pelo não-direito dos jovens aos cursos supletivos, pois a

―educação de adultos‖ deixou de ser responsabilidade governamental (vide a emenda 14 àConstituição).

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A mudança cultural necessária deve levar ao enfrentamento de herança histórica tão pesadae ainda ser instrumento de reação a duas grandes deturpações que fermentam em nossomeio social –  como parte de uma certa ―cultura política‖- em relação ao entendimento doque sejam os direitos fundamentais do ser humano. A primeira delas, muito comentada

atualmente e bastante difundida na sociedade, inclusive entre as classes populares, refere-se à identificação entre direitos humanos e ―direitos dos bandidos‖. Essa deturpaçãodecorre certamente da ignorância e da desin- formação mas também de uma perversa eeficiente manipulação, sobretudo nos meios de comunicação de massa, como ocorre comcertos programas de rádio e televisão, voltados para a exploração sensacionalista daviolência e da miséria humana.

A segunda deturpação, evidente nos meios de maior nível de instrução (meio acadêmico,mas também de políticos e empresários), refere-se à crença de que direitos humanos sereduzem essencialmente às liberdades individuais do liberalismo clássico e, portanto, nãose consideram como direitos fundamentais os direitos sociais, os direitos de solidariedade

universal. Nesse sentido, os liberais adeptos dessa crença aceitam a defesa dos direitoshumanos como direitos civís e políticos, direitos individuais à segurança e à propriedade;mas não aceitam a legitimidade da reivindicação, em nome dos direitos humanos, dosdireitos econômicos e sociais, a serem usufruídos individual ou coletivamente, ou seja,aqueles vinculados ao mundo do trabalho, à educação, à saúde, à moradia, à previdência eseguridade social etc.

É contra tal quadro histórico e com tais deturpações - muitas vezes conscientes edeliberadas, de grupos ou pessoas interessadas em desmoralizar a luta pelos direitoshumanos, porque querem manter seus privilégios ou porque querem controlar e usar aviolência, sobretudo a institucional, apenas contra os pobres, contra aqueles considerados―classes perigosas‖- que se dirige a luta pela nova e ampliada cidadania social.

Finalmente, gostaria de concluir levantando uma questão de ordem prática, relativa àspossibilidades de transformação e de militância política. Partindo do pressuposto de que osocialismo não morreu  – seus ideais continuam vivos e atuantes  – pergunto qual deveriaser a opção das esquerdas no Brasil hoje.

Penso que as esquerdas poderiam se unir a partir de uma plataforma comum com doiseixos : 1) a crítica incisiva do capitalismo em sua fase mais selvagem de ―globalização‖,visando à sua superação; 2) a conquista da democracia efetiva e, em específico, da

participação popular. Os dois eixos convergem no compromisso com a promoção dosdireitos humanos e ideais humanistas, com ênfase nos direitos econômicos e sociais,aqueles historicamente consagrados nas lutas socialistas, o que já garante um mínimo deconsenso entre as esquerdas de origem vária.

Quanto ao primeiro ponto, trata-se de denunciar, com o máximo rigor, a incompatibilidadeentre democracia e capitalismo. Estou convencida de que, ao invés da tradicional aliançacom a democracia liberal, o capitalismo hodierno mantém um casamento perfeito com opoder oligárquico - foram feitos um para o outro. Seu rebento mais notável é esse―neoliberalismo‖, que de maneira absolutamente insana vem transformando os pobres emmiseráveis e descartáveis. Nenhuma forma de democracia pode conviver com tal nível de

exclusão social. No Brasil, esse verdadeiro ―horror econômico‖ aparece no desmanche dasmínimas garantias de seguridade social, como nas indecentes propostas de reforma da

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Previdência ou na defesa das vantagens do trabalho informal e ―temporário‖. Cabe àsesquerdas insistir na solidariedade social como valor e como exigência inarredável dademocracia. Não se trata mais de ―humanizar o capitalismo‖, pois no estágio atual isso já éimpossível. Trata-se de propor sua superação por um sistema que combine a democracia

participativa com eficientes instrumentos de proteção social (há várias formas emdiscussão, desde a renda mínima à reforma agrária , passando pelo banco popular paraminicrédito e por novas políticas publicas de saúde e educação, aqui destacando-se oprojeto da bolsa escola, o qual tem sido citado até pelo Presidente da República).

Quanto ao segundo eixo, sabemos que, mesmo entre nós, identificados com a herançagenerosa da revolução por ―liberdade, igualdade, fraternidade‖, a adesão concreta àspráticas e instituições democráticas tem sido francamente insuficiente. Mas cabe àsesquerdas, vítimas preferenciais da repressão no regime militar, lutar contra a doença maisgrave de nosso sistema político, o abuso do poder. Contra esse mal só existe um remédio:voltar às raízes da democracia como soberania popular e cidadania ativa. Isto é, devolver

ao povo o poder decisório que, em tese, é seu. Nesse sentido, o orçamento participativo doPartido dos Trabalhadores, o PT, é parte indis- pensável de programa comum dasesquerdas. É evidente que outras práticas de demo- cracia participativa devem serampliadas, como os conselhos, as iniciativas legis- lativas e os plebiscitos, além do apoioexplícito aos movimentos sociais e populares.

O abuso do poder é mais evidente na instância executiva. Uma das características de nossahistória republicana é a tendência a se perverter o sistema presidencial de governo emdominação caudilhesca do Presidente da República - aquele ―presidencialismo imperial‖tão denunciado pelos atuais governantes quando, na oposição, defendiam oparlamentarismo. Lutar contra isso, hoje, é um dever funda-mental das esquerdas, sequiserem, ao vencer, exercer o poder democraticamente.

A principal questão permanece: para que unir as esquerdas em torno de um projetoeleitoral? Se for para continuar o mesmo jogo da política oligárquica, não vale a pena.Precisamos dizer, claramente, que queremos ganhar para mudar, tanto no enfrentamento docapitalismo ―realmente existente‖ (o verdadeiro capitalismo selvagem) quanto nasuperação da contrafação democrática que vem sendo imposta pelo neoliberalismotriunfante.

A solidariedade é, hoje, mais urgente do que nunca. Significa que todos somos

responsáveis pelo bem comum. Considero, portanto, como extremamente perigoso (pormais que entenda suas causas) o descrédito do povo nas instituições políticas, pois issoultrapassa a figura das pessoas, dos governantes e parlamentares, para atingir o própriocerne da ação política, acaba se transformando num descrédito na ação política e na suacapacidade transformadora. Não é possível ser cidadão consciente com rejeição à atividadepolítica. O resultado da apatia pode ser uma atitude na vida social que é o oposto dequalquer idéia de cidadania democrática, que é o das estratégias individuais, do ―salve -sequem puder‖, da ―justiça pelas próprias mãos‖, excluindo qualquer possibilidade de açãocoletiva, de solidariedade. Mas, como digo aos meus alunos, sou professora, logo... souotimista. O pensador italiano Antonio Gramsci afirmava que ―devemos ser pessimistas nodiagnóstico, mas otimistas na ação‖. Acompanho a criação de associações de luta em torno

de interesses públicos e a atuação de movimentos sociais de grande importância – como oMST, Movimento dos Trabalhadores sem Terra - assim como percebo o crescimento

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constante da consciência política do povo (haja vista as recentes eleições em São Paulo eno país, com a vitória da oposição e do PT) e um novo entusiasmo na juventude para aparticipação cidadã.

Participo de novos projetos de educação em direitos humanos e para a cidadania e, há dezanos, faço parte da direção da Escola de Governo  – escola de formação política, baseadanos princípios da democracia participativa, da ética na política, do compromisso com odesenvolvimento nacional e do respeito aos direitos humanos. ―Para conjurarmos o riscoda consolidação da barbárie‖, escreve Fábio Konder Comparato –  ―precisamos construir urgentemente um mundo novo, uma civilização que assegure a todos os seres humanos,sem embargo das múltiplas diferenças biológicas e culturais que os distinguem entre si, odireito elementar à busca da felicidade‖. Será pedir muito para o povo brasileiro?

No Brasil, a esperança é uma virtude revolucionária. Esta, como uma exigência contra adestruição feita pelo capitalismo predador neste mundo ―globalizado‖ pelo mais perverso

neoliberalismo econômico, é o grande desafio para o século 21.

Maria Victoria Benevides(socióloga, professora da Faculdade de Educação da USP e diretora da Escola de Governo)

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Desenvolvimento

Direitos sociais e econômicos

A questão social adquiriu dimensão jurídica no momento em que as Cartas Políticaspassaram a contemplar esta categoria, iniciando com a do México em 1917, sendo que noBrasil a ordem social foi iniciada a nível constitucional em 1934.

A atual Constituição Brasileira traz um capítulo próprio sobre os direitos sociais (cap. II dotít. II). Por muito tempo vinculou-se metodologicamente os direitos sociais dos direitoseconômicos, pois o trabalho é um componente das relações de produção, logo a ingerênciaeconômica é indiscutível. Enquanto o direito econômico tem uma dimensão institucional,os direitos sociais constituem formas de tutela pessoal, disciplinando situações subjetivaspessoais ou grupais de caráter concreto. O Prof. José Alfredo de Oliveira Baracho vai mais

além, já que afirma que os direitos econômicos constituem pressupostos da existência dosdireitos sociais, pois, sem uma política econômica orientada para a intervenção eparticipação estatal na economia, não se comporão as premissas necessárias ao surgimentode um regime democrático de conteúdo tutelar dos fracos e mais numerosos (Participaçãonos Lucros e integração Social - PIS, Belo Horizonte, Ed. RBEP, 1972).

Neste diapasão podemos afirmar, conforme conceito de José Afonso da Silva, que osdireitos sociais, como dimensão dos direitos fundamentais do homem, são prestaçõespositivas estatais, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhorescondições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situaçõessociais desiguais (Curso de Direito Constitucional Positivo, São Paulo, Malheiros Editores,

1993). São, portanto, direitos que se conexionam com o direito de igualdade. valem comopressupostos do gozo dos direitos individuais na medida em que criam condições materiaismais propícias ao auferimento da igualdade real, o que, por sua vez, proporciona condiçãomais compatível com o exercício efetivo da liberdade.

Acredito, que a visão estritamente econômica não encerra a dimensão dos direitos sociais,pois todos são tais, já que em sentido amplo, como social é o Direito, assim a efetivaçãodos mesmos, passa necessariamente pela organização social, reinvindicatória e eficaz, coma remodulação dos conceitos culturais e pela atuação pragmática dos entes organizados dotecido social.

Cabe, então se questionar, qual a atuação do Estado Brasileiro na criação de condiçõesmateriais para a efetivação da igualdade como pressuposto do gozo dos direitos sociais.

Nenhuma, absolutamente nenhuma, pois engendrado numa política social errônea aoestipular como condição básica para o desenvolvimento social a menor presença do Estadona vida econômica, deixando que os agentes produtivos por si só, estipulem, convivam esolucionem as crises da liberalização globalizante da economia.

Tais traços aparecem constantemente, já que ao invés de se estabelecer condições mínimasde subsistência a família brasileira, com a criação de postos de trabalho, financiamento

eficaz na agricultura, valorização do professor primário, acesso ao sistema de saúde,segurança, reforma agrária com supervisão técnica, o governo nacional, preocupa-se emsalvar Bancos, como o Nacional que têm como herdeira a filha do Presidente da República

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(enquanto milhões de trabalhadores estão sem emprego); comprar avião moderno para aviagens presidenciais (enquanto os brasileiros sequer conseguem se alimentar ou pagarpassagem nos transportes coletivos); usar de todos os meios para aprovar emenda dereeleição dos cargos majoritários, em especial para a Presidência do Brasil (enquanto

grande parte das conquistas da Constituição de 1988 não foram ainda regulamentadas);renegociar dívida de grandes empresários (enquanto milhões de cidadãos são executadospor dívidas ínfimas referente a empréstimos para construção de residências, implantação depequenas empresas, despejados por não conseguirem pagar o sistema de habitação).

Este é o retrato da modernidade brasileira, possuir celular, comprar carro importado, viajarao exterior, podem importar alimentos, falta, assim o mínimo de respeito ao ser humano,que se vê despojado do básico.

Em 1773, o art. 21 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, influenciada pelaobra de Rousseau (Contrato Social), já se questionava a função do Estado: "Os socorros

públicos são uma dádiva sagrada. A sociedade deve a subsistência dos cidadãos infelizes,seja proporcionando-lhes trabalho, seja assegurando os meios de subsistir aos que seencontram em estado de não poder trabalhar."

Estamos imersos na pocilga da corrupção, da hipocrisia, dos desmandos administrativos, eno vergonhoso quadro de miséria absoluta de mais de 30 milhões de cidadãos brasileiros.

Mas não devemos nos desanimar, ao contrário, pois é justamente neste momento históricoe que devemos tentar colaborar com o surgimento de uma ampla conscientização política,influindo diretamente no aceleramento das mudanças sociais e aos futuros advogados,promotores, juízes, defensores, rogo que a indiferença aos problemas sociais não se façapresente, ao contrário seja a mola aceleradora de seus engajamentos.

Que atitude devemos tomar diante deste caos social? Como operadores do direito, devemosde todas as formas lutar pelo aprimoramento democrático, pelo alicerce definitivo dasinstituições nacionais e por fim um engajamento eficaz nas lutas justas e legítimas dasociedade, é este o papel do cidadão, e é este por primazia o papel do Juiz, que deve ter seuolhar direcionada à rua, pois como monopolizador da função jurisdicional necessita serdotado de espírito social, isto é, preocupado sociologicamente com o resultado de suasdecisões, a máxima da dura lei, não pode ser posta ao "povo duro".

O Juiz  — apregoa Cappelletti  —  deve adaptar os instrumentos hermenêuticos com afinalidade de operar uma dinâmica interpretação evolutiva e decisivamenteconstrutiva e criativa, o fim social deve ser o bem maior do direito, que não pode sertraduzido única e exclusivamente na lei, carregada de fatores dominadores da sociedade, háde existir um maior anseio libertador aos juízes, que em muitas das vezes, por víciosadquiridos ao longo da vida, e reforçados nos bancos universitários, esquecem do seuverdadeiro mister : de distribuidor de Justiça, não de leis.

O que nos ameaça, em especial aos magistrados, numa democracia, é o perigo do hábito,da indiferença burocrática, a irresponsabilidade anônima. Nós queremos - pediaCalamandrei  — juízes com almas, engagés, e que saibam levar com humano e vigilante

desempenho o grande peso que implica a enorme responsabilidade de fazer justiça.

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Neste sentido, é imenso o desafio da Justiça do Trabalho, pois como o juiz deve enfrentar aquestão da função social da Justiça do Trabalho nesse país dividido, contraditório eexplosivo? José Eduardo Faria aponta algumas soluções: um amplo processo de renovaçãohermenêutica e de oxigenação doutrinaria; o espancamento definitivo da "pseudo"

neutralidade do juiz e por fim uma justiça não exclusivamente técnica.

Estes são os nossos desafios como cidadãos, já que assumimos a defesa intransigente daJustiça, dar ao justo o que lhe é justo, sem receio do opressor, para ir contra o mesmoopressor, pois, conforme Hegel: o que é dado por sabido, exatamente porque é sabido, nãoé efetivamente conhecido. "

Por fim apego-me a proposta de Capistrano de Abreu e como ele sugiro aos senhoresparlamentares o seguinte projeto de lei a ser aprovado:

Art. I. Todo brasileiro é obrigado a ter vergonha.

Art. II. Revogam-se as disposições em contrário.

(Carlos Zahlouth Júnior).

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Desenvolvimento

Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais1966

Preâmbulo

Os Estados-partes no presente Pacto,

Considerando que, em conformidade com os princípios proclamados na Carta das NaçõesUnidas, o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana edos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e dapaz no mundo,

Reconhecendo que esses direitos decorrem da dignidade inerente à pessoa humana,

Reconhecendo que, em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos Humanos,o ideal do ser humano livre, liberto do temor e da miséria, não pode ser realizado a menosque se criem condições que permitam a cada um gozar de seus direitos econômicos, sociaise culturais, assim como de seus direitos civis e políticos,

Considerando que a Carta das Nações Unidas impõe aos Estados a obrigação de promovero respeito universal e efetivo dos direitos e das liberdades da pessoa humana,

Compreendendo que o indivíduo, por ter deveres para com seus semelhantes e para com acoletividade a que pertence, tem a obrigação de lutar pela promoção e observância dosdireitos reconhecidos no presente Pacto,

Acordam o seguinte:

PARTE I

Artigo 1º - 1. Todos os povos têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito,determinam livremente seu estatuto político e asseguram livremente seu desenvolvimentoeconômico, social e cultural.

2. Para a consecução de seus objetivos, todos os povos podem dispor livremente de suasriquezas e de seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações decorrentes dacooperação econômica internacional, baseada no princípio do proveito mútuo e do DireitoInternacional. Em caso algum poderá um povo ser privado de seus próprios meios desubsistência.

3. Os Estados-partes no presente Pacto, inclusive aqueles que tenham a responsabilidade deadministrar territórios não autônomos e territórios sob tutela, deverão promover o exercíciodo direito à autodeterminação e respeitar esse direito, em conformidade com as disposiçõesda Carta das Nações Unidas.

PARTE II

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Artigo 2º - 1. Cada Estado-parte no presente Pacto compromete-se a adotar medidas, tantopor esforço próprio como pela assistência e cooperação internacionais, principalmente nosplanos econômico e técnico, até o máximo de seus recursos disponíveis, que visem aassegurar, progressivamente, por todos os meios apropriados, o pleno exercício dos direitosreconhecidos no presente Pacto, incluindo, em particular, a adoção de medidas legislativas.

2. Os Estados-partes no presente Pacto comprometem-se a garantir que os direitos neleenunciados se exercerão sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, língua,religião, opinião política ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, situaçãoeconômica, nascimento ou qualquer outra situação.

3. Os países em desenvolvimento, levando devidamente em consideração os direitoshumanos e a situação econômica nacional, poderão determinar em que medida garantirãoos direitos econômicos reconhecidos no presente Pacto àqueles que não sejam seusnacionais.

Artigo 3º - Os Estados-partes no presente Pacto comprometem-se a assegurar a homens emulheres igualdade no gozo dos direitos econômicos, sociais e culturais enumerados nopresente Pacto.

Artigo 4º - Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem que, no exercício dos direitosassegurados em conformidade com o presente Pacto pelo Estado, este poderá submeter taisdireitos unicamente às limitações estabelecidas em lei, somente na medida compatível coma natureza desses direitos e exclusivamente com o objetivo de favorecer o bem-estar geral

em uma sociedade democrática.

Artigo 5º - 1. Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá ser interpretada nosentido de reconhecer a um Estado, grupo ou indivíduo qualquer direito de dedicar-se aquaisquer atividades ou de praticar quaisquer atos que tenham por objetivo destruir osdireitos ou liberdades reconhecidos no presente Pacto ou impor-lhes limitações maisamplas do que aquelas nele previstas.

2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão dos direitos humanos fundamentaisreconhecidos ou vigentes em qualquer país em virtude de leis, convenções, regulamentos

ou costumes, sob o pretexto de que o presente Pacto não os reconheça ou os reconheça emmenor grau.

PARTE III

Artigo 6º - 1. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa deter a possibilidade de ganhar a vida mediante um trabalho livremente escolhido ou aceito etomarão medidas apropriadas para salvaguardar esse direito.

2. As medidas que cada Estado-parte no presente pacto tomará, a fim de assegurar o pleno

exercício desse direito, deverão incluir a orientação e a formação técnica e profissional, aelaboração de programas, normas técnicas apropriadas para assegurar um desenvolvimento

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econômico, social e cultural constante e o pleno emprego produtivo em condições quesalvaguardem aos indivíduos o gozo das liberdades políticas e econômicas fundamentais.

Artigo 7º - Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa de

gozar de condições de trabalho justas e favoráveis, que assegurem especialmente:

a) Uma remuneração que proporcione, no mínimo, a todos os trabalhadores:

i) um salário equitativo e uma remuneração igual por um trabalho de igual valor, semqualquer distinção; em particular, as mulheres deverão ter a garantia de condições detrabalho não inferiores às dos homens e perceber a mesma remuneração que eles, portrabalho igual;

ii) uma existência decente para eles e suas famílias, em conformidade com as disposições

do presente Pacto;b) Condições de trabalho seguras e higiênicas;

c) Igual oportunidade para todos de serem promovidos, em seu trabalho, à categoriasuperior que lhes corresponda, sem outras considerações que as de tempo, de trabalho e decapacidade;

d) O descanso, o lazer, a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicasremuneradas, assim como a remuneração dos feriados.

Artigo 8º - 1. Os Estados-partes no presente Pacto comprometem-se a garantir:a) O direito de toda pessoa de fundar com outras sindicatos e de filiar-se ao sindicato desua escolha, sujeitando-se unicamente aos estatutos da organização interessada, com oobjetivo de promover e de proteger seus interesses econômicos e sociais. O exercício dessedireito só poderá ser objeto das restrições previstas em lei e que sejam necessárias, em umasociedade democrática, ao interesse da segurança nacional ou da ordem pública, ou paraproteger os direitos e as liberdades alheias;

b) O direito dos sindicatos de formar federações ou confederações nacionais e o direito

destas de formar organizações sindicais internacionais ou de filiar-se às mesmas;c) O direito dos sindicatos de exercer livremente suas atividades, sem quaisquer limitaçõesalém daquelas previstas em lei e que sejam necessárias, em uma sociedade democrática, aointeresse da segurança nacional ou da ordem pública, ou para proteger os direitos e asliberdades das demais pessoas;

d) O direito de greve, exercido em conformidade com as leis de cada país.

2. O presente artigo não impedirá que se submeta a restrições legais o exercício dessesdireitos pelos membros das forças armadas, da polícia ou da administração pública.

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3. Nenhuma das disposições do presente artigo permitirá que os Estados-partes naConvenção de 1948 da Organização Internacional do Trabalho, relativa à liberdade sindicale à proteção do direito sindical, venham a adotar medidas legislativas que restrinjam - ou aaplicar a lei de maneira a restringir - as garantias previstas na referida Convenção.

Artigo 9º - Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa àprevidência social, inclusive ao seguro social.

Artigo 10 - Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem que:

1. Deve-se conceder à família, que é o núcleo natural e fundamental da sociedade, a maisampla proteção e assistência possíveis, especialmente para a sua constituição e enquantoela for responsável pela criação e educação dos filhos. O matrimônio deve ser contraídocom o livre consentimento dos futuros cônjuges.

2. Deve-se conceder proteção especial às mães por um período de tempo razoável antes edepois do parto. Durante esse período, deve-se conceder às mães que trabalham licençaremunerada ou licença acompanhada de benefícios previdenciários adequados.

3. Deve-se adotar medidas especiais de proteção e assistência em prol de todas as criançase adolescentes, sem distinção alguma por motivo de filiação ou qualquer outra condição.Deve-se proteger as crianças e adolescentes contra a exploração econômica e social. Oemprego de crianças e adolescentes, em trabalho que lhes seja nocivo à moral e à saúde, ouque lhes faça correr perigo de vida, ou ainda que lhes venha prejudicar o desenvolvimento

normal, será punido por lei. Os Estados devem também estabelecer limites de idade, sob osquais fique proibido e punido por lei o emprego assalariado da mão-de-obra infantil.

Artigo 11 - 1. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa aum nível de vida adequado para si próprio e para sua família, inclusive à alimentação,vestimenta e moradia adequadas, assim como uma melhoria contínua de suas condições devida. Os Estados-partes tomarão medidas apropriadas para assegurar a consecução dessedireito, reconhecendo, nesse sentido, a importância essencial da cooperação internacionalfundada no livre consentimento.

2. Os Estados-partes no presente Pacto, reconhecendo o direito fundamental de toda pessoade estar protegida contra a fome, adotarão, individualmente e mediante cooperaçãointernacional, as medidas, inclusive programas concretos, que se façam necessários para:

a) Melhorar os métodos de produção, conservação e distribuição de gêneros alimentíciospela plena utilização dos conhecimentos técnicos e científicos, pela difusão de princípiosde educação nutricional e pelo aperfeiçoamento ou reforma dos regimes agrários, demaneira que se assegurem a exploração e a utilização mais eficazes dos recursos naturais.

b) Assegurar uma repartição equitativa dos recursos alimentícios mundiais em relação às

necessidades, levando-se em conta os problemas tanto dos países importadores quanto dosexportadores de gêneros alimentícios.

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Artigo 12 - 1. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa dedesfrutar o mais elevado nível de saúde física e mental.

2. As medidas que os Estados-partes no presente Pacto deverão adotar, com o fim de

assegurar o pleno exercício desse direito, incluirão as medidas que se façam necessáriaspara assegurar:

a) A diminuição da mortinatalidade e da mortalidade infantil, bem como odesenvolvimento são das crianças.

b) A melhoria de todos os aspectos de higiene do trabalho e do meio ambiente.

c) A prevenção e o tratamento das doenças epidêmicas, endêmicas, profissionais e outras,bem como a luta contra essas doenças.

d) A criação de condições que assegurem a todos assistência médica e serviços médicos emcaso de enfermidade.

Artigo 13 - 1. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa àeducação. Concordam em que a educação deverá visar ao pleno desenvolvimento dapersonalidade humana e do sentido de sua dignidade e a fortalecer o respeito pelos direitoshumanos e liberdades fundamentais. Concordam ainda que a educação deverá capacitartodas as pessoas a participar efetivamente de uma sociedade livre, favorecer acompreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e entre todos os gruposraciais, étnicos ou religiosos e promover as atividades das Nações Unidas em prol damanutenção da paz.

2. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem que, com o objetivo de assegurar opleno exercício desse direito:

a) A educação primária deverá ser obrigatória e acessível gratuitamente a todos.

b) A educação secundária em suas diferentes formas, inclusive a educação secundáriatécnica e profissional, deverá ser generalizada e tornar-se acessível a todos, por todos osmeios apropriados e, principalmente, pela implementação progressiva do ensino gratuito.

c) A educação de nível superior deverá igualmente tornar-se acessível a todos, com base nacapacidade de cada um, por todos os meios apropriados e, principalmente, pelaimplementação progressiva do ensino gratuito.

d) Dever-se-á fomentar e intensificar, na medida do possível, a educação de base paraaquelas pessoas que não receberam educação primária ou não concluíram o ciclo completode educação primária.

e) Será preciso prosseguir ativamente o desenvolvimento de uma rede escolar em todos os

níveis de ensino, implementar-se um sistema adequado de bolsas de estudo e melhorarcontinuamente as condições materiais do corpo docente.

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3. Os Estados-partes no presente Pacto comprometem-se a respeitar a liberdade dos pais e,quando for o caso, dos tutores legais, de escolher para seus filhos escolas distintas daquelascriadas pelas autoridades públicas, sempre que atendam aos padrões mínimos de ensinoprescritos ou aprovados pelo Estado, e de fazer com que seus filhos venham a recebereducação religiosa ou moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.

4. Nenhuma das disposições do presente artigo poderá ser interpretada no sentido derestringir a liberdade de indivíduos e de entidades de criar e dirigir instituições de ensino,desde que respeitados os princípios enunciados no parágrafo 1 do presente artigo e queessas instituições observem os padrões mínimos prescritos pelo Estado.

Artigo 14 - Todo Estado-parte no presente Pacto que, no momento em que se tornar Parte,ainda não tenha garantido em seu próprio território ou território sob a sua jurisdição aobrigatoriedade ou a gratuidade da educação primária, se compromete a elaborar e aadotar, dentro de um prazo de dois anos, um plano de ação detalhado destinado àimplementação progressiva, dentro de um número razoável de anos estabelecido no próprioplano, do princípio da educação primária obrigatória e gratuita para todos.

Artigo 15 - 1. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem a cada indivíduo o direitode:

a) Participar da vida cultural;

b) Desfrutar o progresso científico e suas aplicações;

c) Beneficiar-se da proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de toda aprodução científica, literária ou artística de que seja autor.

2. As medidas que os Estados-partes no presente Pacto deverão adotar com a finalidade deassegurar o pleno exercício desse direito incluirão aquelas necessárias à conservação, aodesenvolvimento e à difusão da ciência e da cultura.

3. Os Estados-partes no presente Pacto comprometem-se a respeitar a liberdadeindispensável à pesquisa científica e à atividade criadora.

4. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem os benefícios que derivam do fomentoe do desenvolvimento da cooperação e das relações internacionais no domínio da ciência eda cultura.

PARTE IV

Artigo 16 - 1. Os Estados-partes no presente Pacto comprometem-se a apresentar, deacordo com as disposições da presente parte do Pacto, relatórios sobre as medidas quetenham adotado e sobre o progresso realizado, com o objetivo de assegurar a observânciados direitos reconhecidos no Pacto.

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2. a) Todos os relatórios deverão ser encaminhados ao Secretário Geral da Organização dasNações Unidas, o qual enviará cópias dos mesmos ao Conselho Econômico e Social, paraexame de acordo com as disposições do presente Pacto.

b) O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas encaminhará também às agênciasespecializadas cópias dos relatórios  — ou de todas as partes pertinentes dos mesmos  —  enviados pelos Estados-partes no presente Pacto que sejam igualmente membros dasreferidas agências especializadas, na medida em que os relatórios, ou parte deles, guardemrelação com questões que sejam da competência de tais agências, nos termos de seusrespectivos instrumentos constitutivos.

Artigo 17 - 1. Os Estados-partes no presente Pacto apresentarão seus relatórios por etapas,segundo um programa a ser estabelecido pelo Conselho Econômico e Social, no prazo deum ano a contar da data da entrada em vigor do presente Pacto, após consulta aos Estados-partes e às agências especializadas interessadas.

2. Os relatórios poderão indicar os fatores e as dificuldades que prejudiquem o plenocumprimento das obrigações previstas no presente Pacto.

3. Caso as informações pertinentes já tenham sido encaminhadas à Organização dasNações Unidas ou a uma agência especializada por um Estado-parte, não será necessárioreproduzir as referidas informações, sendo suficiente uma referência precisa às mesmas.

Artigo 18 - Em virtude das responsabilidades que lhes são conferidas pela Carta das

Nações Unidas no domínio dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, oConselho Econômico e Social poderá concluir acordos com as agências especializadassobre a apresentação, por estas, de relatórios relativos aos progressos realizados quanto aocumprimento das disposições do presente Pacto que correspondam ao seu campo deatividades. Os relatórios poderão incluir dados sobre as decisões e recomendações,referentes ao cumprimento das disposições do presente Pacto, adotadas pelos órgãoscompetentes das agências especializadas.

Artigo 19 - O Conselho Econômico e Social poderá encaminhar à Comissão de DireitosHumanos, para fins de estudo e de recomendação de ordem geral, ou para informação, caso

 julgue apropriado, os relatórios concernentes aos direitos humanos que apresentarem osEstados, nos termos dos artigos 16 e 17, e aqueles concernentes aos direitos humanos queapresentarem as agências especializadas, nos termos do artigo 18.

Artigo 20 - Os Estados-partes no presente Pacto e as agências especializadas interessadaspoderão encaminhar ao Conselho Econômico e Social comentários sobre qualquerrecomendação de ordem geral, feita em virtude do artigo 19, ou sobre qualquer referência auma recomendação de ordem geral que venha a constar de relatório da Comissão deDireitos Humanos ou de qualquer documento mencionado no referido relatório.

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Artigo 21 - O Conselho Econômico e Social poderá apresentar ocasionalmente àAssembléia Geral relatórios que contenham recomendações de caráter geral, bem comoresumo das informações recebidas dos Estados-partes no presente Pacto e das agênciasespecializadas, sobre as medidas adotadas e o progresso realizado com a finalidade deassegurar a observância geral dos direitos reconhecidos no presente Pacto.

Artigo 22 - O Conselho Econômico e Social poderá levar ao conhecimento de outrosórgãos da Organização das Nações Unidas, de seus órgãos subsidiários e das agênciasespecializadas interessadas, às quais incumba a prestação de assistência técnica, quaisquerquestões suscitadas nos relatórios mencionados nesta parte do presente Pacto, que possamajudar essas entidades a pronunciar-se, cada uma dentro de sua esfera de competência,sobre a conveniência de medidas internacionais que possam contribuir para aimplementação efetiva e progressiva do presente Pacto.

Artigo 23 - Os Estados-partes no presente Pacto concordam em que as medidas de ordeminternacional, destinadas a tornar efetivos os direitos reconhecidos no referido Pacto,incluem, sobretudo, a conclusão de convenções, a adoção de recomendações, a prestaçãode assistência técnica e a organização, em conjunto com os governos interessados, e nointuito de efetuar consultas e realizar estudos, de reuniões regionais e de reuniões técnicas.

Artigo 24 - Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá ser interpretada emdetrimento das disposições da Carta das Nações Unidas ou das constituições das agênciasespecializadas, as quais definem as responsabilidades respectivas dos diversos órgãos da

Organização das Nações Unidas e agências especializadas, relativamente às matériastratadas no presente Pacto.

Artigo 25 - Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá ser interpretada emdetrimento do direito inerente a todos os povos de desfrutar e utilizar plena e livrementesuas riquezas e seus recursos naturais.

PARTE V

Artigo 26 - 1. O presente Pacto está aberto à assinatura de todos os Estados-membros daOrganização das Nações Unidas ou membros de qualquer de suas agências especializadas,

de todo Estado-parte no Estatuto da Corte Internacional de Justiça, bem como de qualqueroutro Estado convidado pela Assembléia Geral das Nações Unidas a tornar-se Parte nopresente Pacto.

2. O presente Pacto está sujeito à ratificação. Os instrumentos de ratificação serãodepositados junto ao Secretário Geral da Organização das Nações Unidas.

3. O presente Pacto está aberto à adesão de qualquer dos Estados mencionados noparágrafo 1º do presente artigo.

4. Far-se-á a adesão mediante depósito do instrumento de adesão junto ao Secretário Geraldas Nações Unidas.

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5. O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas informará a todos os Estados quehajam assinado o presente Pacto, ou a ele aderido, do depósito de cada instrumento deratificação ou adesão.

Artigo 27 - 1. O presente Pacto entrará em vigor três meses após a data do depósito, juntoao Secretário Geral da Organização das Nações Unidas, do trigésimo quinto instrumentode ratificação ou adesão.

2. Para os Estados que vierem a ratificar o presente Pacto ou a ele aderir após o depósito dotrigésimo quinto instrumento de ratificação ou adesão, o presente Pacto entrará em vigortrês meses após a data do depósito, pelo Estado em questão, de seu instrumento deratificação ou adesão.

Artigo 28 - Aplicar-se-ão as disposições do presente Pacto, sem qualquer limitação ou

exceção, a todas as unidades constitutivas dos Estados federativos.

Artigo 29 - 1. Qualquer Estado-parte no presente Pacto poderá propor emendas e depositá-las junto ao Secretário Geral da Organização das Nações Unidas. O Secretário Geralcomunicará todas as propostas de emendas aos Estados-partes no presente Pacto, pedindo-lhes que o notifiquem se desejarem que se convoque uma conferência dos Estados-partes,destinada a examinar as propostas e submetê-las a votação. Se pelo menos um terço dosEstados-partes se manifestar a favor da referida convocação, o Secretário Geral convocaráa conferência sob os auspícios da Organização das Nações Unidas. Qualquer emendaadotada pela maioria dos Estados-partes presentes e votantes na conferência será

submetida à aprovação da Assembléia Geral das Nações Unidas.

2. Tais emendas entrarão em vigor quando aprovadas pela Assembléia Geral das NaçõesUnidas e aceitas, em conformidade com seus respectivos procedimentos constitucionais,por uma maioria de dois terços dos Estados-partes no presente Pacto.

3. Ao entrarem em vigor, tais emendas serão obrigatórias para os Estados-partes que asaceitaram, ao passo que os demais Estados-partes permanecem obrigados pelas disposiçõesdo presente Pacto e pelas emendas anteriores por eles aceitas.

Artigo 30 - Independentemente das notificações previstas no parágrafo 5º do artigo 26, oSecretário Geral da Organização das Nações Unidas comunicará a todos os Estadosmencionados no parágrafo 1 do referido artigo:

a) As assinaturas, ratificações e adesões recebidas em conformidade com o artigo 26;

b) A data da entrada em vigor do Pacto, nos termos do artigo 27, e a data de entrada emvigor de quaisquer emendas, nos termos do artigo 29.

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Artigo 31 - 1. O presente Pacto, cujos textos em chinês, espanhol, francês, inglês e russosão igualmente autênticos, será depositado nos arquivos da Organização das NaçõesUnidas.

2. O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas encaminhará cópias autenticadasdo presente Pacto a todos os Estados mencionados no artigo 26.

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Conclusão Opinativa

Concluímos que falar em direitos sociais e econômicos é um dos maiores dilemas que asociedade é confrontada, afinal, ser uma sociedade justa e igual, nos dias atuais esta cadavez mais difícil.

De acordo com a historia pesquisada, a sociedade vem sendo estruturada, e reestrurada namodernidade.

Torna-se assim necessário e urgente repensar os direitos sociais e econômicos, não a partirda sua fragilidade ou da realidade, mas antes a partir de questões que vão surgindo e dosproblemas que se vão colocando.

Este trabalho também foi muito importante para nós que ganhamos conhecimentos sobreos direitos humanos e nos surpreenderam. Não sabíamos que os direitos humanos são umagrande ―riqueza‖, e que nós temos a sorte de o poder desfrutar. Mas ficamos poucoscontentes quando soubemos que uma grande parte da população do mundo é descriminadaou descrimina alguém.