as pragas de maior incidência nos canaviais e seus controles

Upload: helenice-moura

Post on 16-Jul-2015

106 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

AS PRAGAS DE MAIOR INCIDNCIA NOS CANAVIAIS E SEUS CONTROLES

Pragas Broca da cana-de-acar (Diatraea saccharalis) Cupins Lagarta Elasmo Cigarrinha da Folha e Cigarrinha da Raiz Migdolus Gorgulho-rajado ou besouro-da-cana (Sphenophorus levis )

Broca da cana-de-acar (Diatraea saccharalis) Ocorre durante todo o ciclo da cultura. Causa danos diretos e indiretos. Danos diretos: Perda de peso (abertura de galerias no entren) Morte da gema apical da planta (corao morto); Encurtamento de entren; Quebra da cana; Enraizamento areo e Germinao das gemas laterais.

Dano indireto: Invaso por microorganismos (fungos)

Broca da cana-de-acar (Diatraea saccharalis)

Adulto da broca da cana Ovo da broca da cana Danos causados pela broca

Controle Biolgico Parasitides dos ovos: Cotesia flavipes Parantheresia claripalpis Lydella minense Controle Natural: 20% partir de novembro: vistorias quinzenais

CUPINS Os ataques ocasionam danos em cana planta e cana soca, podendo ocorrer de trs formas diferentes: Logo aps o plantio - quando perfuram os toletes usados como "semente", com ataque posterior s razes, causando falhas na germinao. No perodo de maturao - quando os cupins atacam os colmos, causando seca e morte dos mesmos. Logo aps o corte - quando as touceiras so atacadas, provocando o seu raleamento

Cupins

H. tenuis

P. triacifer

N. opacus

Nasutitermes sp

Syntermes dirus

C. bequaerti

CONTROLE No controle dos cupins subterrneos, so recomendadas, normalmente, aplicaes de inseticidas de longo poder residual, impedindo, assim, que esses insetos infestem as touceiras de cana A nica oportunidade que os produtores possuem para conter os ataques dos cupins subterrneos no momento da instalao da lavoura, tanto nas reas de expanso, como nas de reforma. Isso ocorre atravs da aplicao de inseticidas de solo no sulco de plantio da cana Os acrscimos na produo so obtidos na colheita para o aplicaes com o inseticida Regent 800 WG

Migdolus fryanus (Westwood, 1863)

(Coleoptera: Vesperidae) um besouro polfago, nativo da Amrica do Sul, que ataca diversas culturas, sendo uma das principais pragas da cultura da cana-deacar, no estado de So Paulo. Os danos so provocados pelas larvas que, durante sua alimentao, destroem o sistema radicular das plantas e no caso da cana-de-acar chegam a destruir os rizomas.

Migdolus fryanus (Westwood, 1863)

Macho de Migdolus tentando copular pastilha de feromnio. Fotos (Bento et al., 1995)

Danos causados pelo besouro Migdolus

Controle difcil e trabalhoso: desconhecimento do seu ciclo biolgico e a larva e mesmo os adultos passarem uma etapa da vida em grandes profundidades no solo (2 a 5 metros); Apresenta algumas caractersticas biolgicas favorveis: a baixa capacidade reprodutiva (cerca de 30 ovos por fmea); a fragilidade das larvas no que se refere a qualquer interferncia mecnica no seu habitat; o curto perodo de sobrevivncia dos machos (1 a 4 dias); a ausncia de asas funcionais nas fmeas, o que restringe, sobremaneira, a disseminao. O controle consiste no emprego concomitante de trs mtodos: mecnico, qumico e cultural.

Controle MecnicoVinculado destruio do canavial. Dois pontos importantes : poca de execuo do trabalho: a poca do ano em que as larvas se concentram nos primeiros 20 a 30 cm do solo, coincide com os meses mais frios e secos (maro-agosto). A destruio das touceiras de cana nessa poca muito mais eficiente. Implementos utilizados: uma passagem de grade aradora (40% de mortalidade), enquanto o uso de eliminador de soqueira, modelo Copersucar, pode reduzir a populao das larvas em mais de 80%.O arado de aiveca,alm de matar as larvas, destroi os canais usados por elas para sua movimentao vertical no solo. Obs: evitar na reforma dos canaviais o emprego do cultivo mnimo nas reas infestadas com Migdolus.

Controle Qumico Aplicao de inseticida no sulco de plantio: Inseticidas organoclorados (Endosulfan 350 CE) apresentaram redues significativas na populao e no peso das larvas. A aplicao resultou na proteo das touceiras de cana durante o primeiro corte, com aumentos na produo de 19 ton/ha. O inseticida Endosulfan 350 CE, mostra um retorno econmico altamente significativo, tanto sozinho como quando associado ao Carbofuran 350SC (nematicida): a produtividade mdia de trs cortes, nas reas tratadas com 12 litros/ha de Endosulfan 350 CE foi de 105 t/ha, contra 46 t/ha nas testemunhas. O custo do controle foi de US$ 78,00/ha, para um valor presente lquido de margem de contribuio da ordem de US$ 790,00/ha.

Aplicao de inseticidas de longo poder residual no preparo do solo: Usando bicos colocados atrs das bacias do arado de aiveca. Esse mtodo consome de 300 a 1000 litros de soluo/ha, deposita o inseticida a 40 cm de profundidade, formando uma faixa protetora contnua. O emprego do inseticida Endosulfan 350 CE, aplicado no arado de aiveca na dosagem de 12 litros/ha, mais uma complementao com Regent 800 WG, na dosagem de 250 g/ha, colocado no sulco de plantio, no momento de cobertura da cana.

Controle Cultural Uso de armadilhas com feromnio sinttico, que capturam e matam os machos. Alm de controlar, essas armadilhas oferecem a possibilidade de monitorar um grande nmero de fazendas, o que permite antever ataque de larvas nas razes.

Elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

Elasmo (Elasmopalpus lignosellus) Alm da cana-de-acar, o Elasmopalpus lignosellus ataca tambm o milho, arroz, amendoim, trigo, sorgo, feijo, soja, algodo, etc..., durante o desenvolvimento inicial da cultura. O adulto realiza a postura na parte area da cana. As larvas recm nascidas alimentam-se inicialmente de folhas, caminham em direo ao solo e, na altura do colo, perfuram o broto, abrindo galerias no seu interior. No orifcio de entrada do tnel, as larvas constroem, com fios de seda, terra e detritos, um abrigo de forma tubular, onde permanecem a maior parte do dia, saindo noite para atacar outras plantas jovens nas proximidades. A perfurao basal na planta nova provoca a morte da gema apical, seguida de amarelecimento e seca das folhas centrais, surgindo o conhecido coraomorto.

Elasmo (Elasmopalpus lignosellus) Em glebas infestadas, onde a praga constitui problemas, pode-se indicar o controle qumico, por meio de pulverizaes dirigidas ao colo das plantinhas e realizadas ao entardecer, com solues inseticidas base de Carbaril 125 g/100 litros de gua ou Acefato 45 g/100 litros de gua ou Deltametrina 1 cm3/100 litros de gua.

Cigarrinha das razes Mahanarva fimbriolata Descrio e biologia* Adulto com 12 mm de comprimento; * Colorao geral avermelhada; * Deposio de ovos;

Prejuzos * Sugam a seiva das razes causando amarelecimento e secagem nas folhas;

Controle * Monitorar a praga; * Armadilhas de cor amarela (placa adesiva);

Formigas Atta bisphaerica Atta capiguara Descrio e biologia * Atta bisphaerica-sauveiros em geral superficiais; * Soldado possui cabea brilhante, sem plos; * Atta capiguara-murundum com panelas de lixo grandes; * Soldado possui cabea opaca, pouco numeroso e muito agressivo;

* Revoada e alimentao;

Prejuzos * Cortam as folhas, reduzindo fotossntese e por conseguinte produtividade; Controle * Formicidas granulados: Brix, Regente; * Fumigaes e/ou polvilhamento;

Manejo Integrado de Pragas

Manejo Integrado de PragasMonitoramento das pragas e controle biolgico e natural. As usinas podem ter laboratrios de controle biolgico de pragas para produzir a vespa Cotesia flavipes, agente controlador da broca da cana (Diatraea saccharalis). Ex: Na Jalles Machado o monitoramento de cupins e racionalizao na aplicao de inseticidas em reas infestadas, propiciou at o ano de 2003 uma economia de R$1 milho.