doenças e pragas de pastagens aula 8: pragas sugadoras

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Doenças e Pragas de Pastagens Aula 8: Pragas Sugadoras

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Doenças e Pragas de Pastagens

Aula 8: Pragas Sugadoras

• Percevejo-castanho-da-raiz• Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae• O nome comum, percevejo castanho ou percevejo castanho da

raiz tem sido utilizado para designar várias espécies de percevejos da subfamília Scaptocorinae, família Cydnidae que habitam o solo.

• O complexo de percevejo-castanho-da-raiz tem ampla distribuição geográfica na região Neotropical. No Brasil, há referências de ocorrência desse grupo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Amazonas e, mais recentemente, Rondônia.

• Atacam, além de pastagens, cana-de-açúcar, milho, soja, algodão, feijão, arroz, café, eucalipto, ervilha, entre outras.

Cenário

• O percevejo-castanho-da-raiz é um inseto de hábito subterrâneo e, tanto as ninfas como os adultos sugam o sistema radicular das plantas.

• As formas jovens (ninfas) são brancas e, especialmente no último ínstar, os primórdios das asas, de coloração amarelada, são bem visíveis.

• Os adultos são marrom-claros, sendo que Scaptocoris castanea é mais castanho, com cerca de 8 mm e Atarsocoris brachiariae é, geralmente, menor (5,2 a 6,0 mm) e de cor âmbar-amarelada.

• Ambos exalam um cheiro desagradável, que é facilmente reconhecível na abertura de sulcos.

• As pernas anteriores são adaptadas para cavar e as posteriores apresentam fêmures adaptados para empurrar.

Biologia

• A cópula ocorre no do solo, nas reboleiras onde ninfas de diferentes estágios também estão presentes.

• As fêmeas fertilizadas ovipositam no solo durante o período chuvoso.

• As ninfas eclodidas passam a sugar as raízes das plantas e se desenvolvem passando por cinco instares, durante quatro a seis meses.

• O ciclo de vida de A. brachiariae desde o ovo à morte dos adultos varia de 11 a 12 meses em pastagens, com duas gerações anuais.

Biologia

• Scaptocoris castanea • Adultos predominam em solo com excedente

hídrico.• Ovos e ninfas em solos com deficiência de água.• Período de incubação de 25 dias.• Período ninfal de 150 dias.• Macho vive por 180 dias.• Fêmea ovoposita por 90 dias.

Biologia

• O acasalamento é observado no interior do solo, podendo-se encontrar adultos em cópula até a profundidade de 1,5 m.

• Os ovos são encontrados a partir de dezembro, com maior freqüência em janeiro/fevereiro, e as revoadas de dispersão de adultos são mais freqüentes e intensas de fevereiro a março.

Biologia

• Os adultos estão mais presentes na superfície do solo em período úmido - dezembro e janeiro, quando ocorrem as revoadas de dispersão da espécie, momento que favorece o uso de medidas preventivas de controle.

• Durante o período de seca, eles se aprofundam no solo em busca de umidade, enquanto as pupas e larvas podem ser encontradas com facilidade.

Biologia

Scaptocoris castanea Comprimento: 8 mmColoração: marrom claro a escuro.

Identificação

Scaptocoris castanea

Estádio larval

Comprimento: 5 mmColoração: esbranquiçada.

Identificação

Identificação

Identificação

Identificação

NÃO CONFUNDIR

Identificação

NÃO CONFUNDIR

Prejuízo

• A presença desta praga pode ser facilmente detectada pelo odor característico que os mesmos exalam quando perturbados no solo e durante as revoadas.

• Em áreas altamente infestadas são observadas reboleiras de diferentes tamanhos, com plantas menos desenvolvidas e amareladas.

• Causam danos pela injeção de saliva tóxica e pela retirada de seiva das raízes causando enfraquecimento e até a morte das plantas.

Prejuízo

• Embora existam alguns relatos de perdas de até 100% em áreas com algodão e soja, provocadas por S. castanea, pouco se sabe sobre a capacidade real de danos de populações de adultos e ninfas destes insetos em pastagens, e ainda não foi estabelecido seu nível de dano econômico.

• Em áreas do cerrado, na cultura da soja, populações entre 25 e 40 percevejos por metro linear causam perdas no rendimento.

• Acima de 200-300 percevejos/m, pode haver perda total, dependendo do estádio de desenvolvimento da planta e da fertilidade do solo, também em soja.

Prejuízo

• Para A. brachiariae, observações de campo realizadas no Mato Grosso, durante vários anos, mostraram que nas áreas de pastagens com cerca de 500 percevejos/m², onde foi feito o plantio direto de soja, houve redução no rendimento desta em cerca de 30%.

• Já foram observadas pastagens de Brachiaria brizantha em Paraúna-GO que foram quase completamente destruídas por ataque de S. carvalhoi, uma outra espécie importante.

Prejuízo

Prejuízo

Prejuízo

Prejuízo

Prejuízo

• Não existe uma forma de controle 100% eficiente para esta praga, principalmente, devido a seus hábitos alimentares.

• Controle por inseticidas sistêmicos torna-se inviável pelo seu alto custo.

Controle

• O uso de corretivos de solo no preparo ou reforma das pastagens, como calcário, gesso agrícola ou silicato de cálcio podem reduzir grandemente o ataque de percevejos castanhos.

• Não se sabe qual mecanismo de ação está presente, se as plantas tornam-se resistentes mecânica ou quimicamente, mas o fato é que esta prática cultural básica, que deveria ser normal para todas pastagens implantadas, permite a convivência com essa praga.

Controle

• Uma outra forma empírica de se proteger a planta em culturas anuais é aplicar enxofre elementar em pó, ou fertilizante com o nutriente mais elevado (Ex: Termofosfato Yorin-S), diretamente no sulco de plantio, mais próximo a semente e futuras raízes da planta.

• O enxofre promove a repelência do inseto, sendo as plantas menos atacadas e os danos diminuídos.

Controle

• O princípio da morte por inanição pode ser útil no manejo do percevejo castanho.

• Manter áreas muito infestadas em pousio por seis meses, sempre gradeando para manter a vegetação seca na superfície, pode ser uma tática cultural necessária em casos de grande infestação.

Controle

• Maneira mais radicais podem ser necessárias no caso de altas infestações, como a subsolagem das áreas infestadas, com gradagens subsequentes, para expor os insetos do subsolo ao sol e predadores.

• Porém esse método desfavorece o plantio direto em culturas anuais e também é problemático em pastagens.

Controle

• Os percevejos-das-raízes são naturalmente atacados por fungos entomopatogênicos, sobretudo Metarhizium anisopliae, mas em baixa frequência nas populações em campo.

• Apresentam boa virulência em laboratório, mas apresentam baixa viabilidade de utilização em condições de campo em soja, em função da localização dos insetos e das necessidades climáticas do fungo.

Controle

• Em pastagens, o controle com fungos entomopatológicos tem mostrado bons resultados, conseguindo-se redução de até 90% da população dos insetos.

• É importante neste tipo de controle, que as pastagens tenham um manejo correto, com resíduo adequado que propiciará uma cobertura do solo com folhas mortas, dando condições ao fungo de uma propagação eficiente.

Controle

• Para o controle químico do percevejo-castanho é necessário:

• constatar a presença da praga durante o preparo de solo;

• demarcar a reboleira para o controle;• aplicar inseticida granulado sistêmico, como

aldicarb, disulfoton, carbofuran e terbufós, no plantio.

Controle

• Devido ao seu difícil controle é necessário buscar medidas de se conviver com a praga.

• Mantendo a pastagem com bom nível de fertilidade e enraizamento, para suportar eventuais ataques dos insetos em fases de aumento populacional no solo.

• Manter o microambiente no interior da pastagem favorável ao desenvolvimento dos fungos entomopatogênicos, que mantém as populações da praga em níveis mais baixos.

• Monitorar sempre e se necessário, tomar medidas mais drásticas de controle e manejo.

Considerações Finais