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1 TRANSPARÊNCIA PÚBLICA: A PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO FRENTE AO GERENCIAMENTO DOS RECURSOS PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA – PI. Francinildo Carneiro Benicio 1 RESUMO O presente artigo tem como objetivo verificar qual a percepção da população sobre os principais instrumentos de transparência e controle social na gestão pública do município de Parnaíba – PI. O trabalho apresenta de forma clara e objetiva os principais conceitos, as normas e a legislação pertinente à matéria. Entende-se que a contabilidade é fundamental no processo de transparência e controle social, que tem sua base na Constituição de 1988 adjunto da Lei de Responsabilidade Fiscal onde passou a exigir a transparência da gestão das políticas públicas aos municípios revolucionando e garantindo o direito à informação e participação social. Este trabalho apresenta uma pesquisa de campo e documental onde a primeira se deu através de um questionário a uma amostra de 500 pessoas que moram em Parnaíba a mais de 10 anos apesar da limitação da amostra os dados serviram para indicar que a população, conhece o conteúdo da Lei de Responsabilidade Fiscal e sabem a quem denunciar irregularidades no gerenciamento dos recursos públicos e a segunda através de uma analise ao Portal de Transparência do próprio município, constatou-se que o mesmo estava de acordo com a legislação pertinente e o Município de Parnaíba está cumprindo o disposto pela Lei Complementar 131/09. O que aponta que mesmo havendo várias formas de transparência pública e controle social disponíveis à população há muitas barreiras para que exista o efetivo controle social por parte dos cidadãos Palavras-Chave: Transparência. Controle Social. Gestão Pública PUBLIC TRANSPARENCY: THE PERCEPTION OF THE POPULATION AGAINST PUBLIC RESOURCE MANAGEMENT IN THE CITY OF PARNAÍBA - PI. ABSTRACT This article aims to verify the perception of the population about the main instruments of transparency and social control in the public administration of Parnaíba - PI. The paper presents clearly and objectively the main concepts, standards and legislation relevant to the matter. It is understood that accounting is fundamental in the process of transparency and social control, which is based on the 1988 Constitution of the 1 Graduado em Ciências Contábeis (UFPI), Especialista em Gestão e Contabilidade Pública (UESPI), Mestre em Administração de Empresas (UNIFOR), Doutorando em Ciências Contábeis (FUCAPE), Coordenador do Curso de Ciências Contábeis (UNINASSAU – PARNAÍBA) e Professor do Curso de Ciências Contábeis (UNINASSAU – PARNAÍBA). Contato: [email protected].

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TRANSPARÊNCIA PÚBLICA: A PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO FRENTE AO GERENCIAMENTO DOS RECURSOS PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA

– PI.

Francinildo Carneiro Benicio1

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo verificar qual a percepção da população sobre os principais instrumentos de transparência e controle social na gestão pública do município de Parnaíba – PI. O trabalho apresenta de forma clara e objetiva os principais conceitos, as normas e a legislação pertinente à matéria. Entende-se que a contabilidade é fundamental no processo de transparência e controle social, que tem sua base na Constituição de 1988 adjunto da Lei de Responsabilidade Fiscal onde passou a exigir a transparência da gestão das políticas públicas aos municípios revolucionando e garantindo o direito à informação e participação social. Este trabalho apresenta uma pesquisa de campo e documental onde a primeira se deu através de um questionário a uma amostra de 500 pessoas que moram em Parnaíba a mais de 10 anos apesar da limitação da amostra os dados serviram para indicar que a população, conhece o conteúdo da Lei de Responsabilidade Fiscal e sabem a quem denunciar irregularidades no gerenciamento dos recursos públicos e a segunda através de uma analise ao Portal de Transparência do próprio município, constatou-se que o mesmo estava de acordo com a legislação pertinente e o Município de Parnaíba está cumprindo o disposto pela Lei Complementar 131/09. O que aponta que mesmo havendo várias formas de transparência pública e controle social disponíveis à população há muitas barreiras para que exista o efetivo controle social por parte dos cidadãos

Palavras-Chave: Transparência. Controle Social. Gestão Pública

PUBLIC TRANSPARENCY: THE PERCEPTION OF THE POPULATION AGAINST PUBLIC RESOURCE MANAGEMENT IN THE CITY OF PARNAÍBA - PI.

ABSTRACT

This article aims to verify the perception of the population about the main instruments of transparency and social control in the public administration of Parnaíba - PI. The paper presents clearly and objectively the main concepts, standards and legislation relevant to the matter. It is understood that accounting is fundamental in the process of transparency and social control, which is based on the 1988 Constitution of the

1 Graduado em Ciências Contábeis (UFPI), Especialista em Gestão e Contabilidade Pública (UESPI), Mestre em Administração de Empresas (UNIFOR), Doutorando em Ciências Contábeis (FUCAPE), Coordenador do Curso de Ciências Contábeis (UNINASSAU – PARNAÍBA) e Professor do Curso de Ciências Contábeis (UNINASSAU – PARNAÍBA). Contato: [email protected].

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Fiscal Responsibility Law where it began to require transparency in the management of public policies to municipalities by revolutionizing and guaranteeing the right to information and social participation. This paper presents a field and documentary research where the first one was given through a questionnaire to a sample of 500 people who live in Parnaíba for more than 10 years despite the limitation of the sample the data served to indicate that the population knows the content of the Law of Fiscal Responsibility and know who to report irregularities in the management of public resources and the second through an analysis of the Transparency Portal of the municipality itself, it was verified that it was in accordance with the pertinent legislation and the Municipality of Parnaíba is complying with the provisions of Complementary Law 131/09. This indicates that even though there are various forms of public transparency and social control available to the population, there are many barriers to effective social control by citizens.

Keywords: Transparency. Social control. Public administration

INTRODUÇÃO

Devido aos recentes escândalos na administração pública e à má gestão dos recursos no País, surgiu a motivação para investigar como a contabilidade atua no processo de transparência e controle social, evidenciando a percepção popular frente as informações fornecidas pelos órgãos e entidades no município. Assim o presente trabalho tem por objetivo responder o seguinte questionamento: Qual é a percepção da população do município de Parnaíba sobre os principais instrumentos de transparência e controle social da gestão pública? Para tanto irá se utilizar de a pesquisa bibliográfica, de campo e documental, onde a primeira serviu de embasamento teórico, a seguinte se deu através da aplicação de questionários com uma amostra de 500 pessoas que residem no município de Parnaíba – PI, com o objetivo de avaliar o conhecimento da população a respeito dos mecanismos de transparência e participação popular. Por fim a documental que teve como base a análise do Portal da Transparência para verificar se o mesmo estava de acordo com a legislação vigente.

O Referencial Teórico está divido em nove tópicos através dos quais se busca

apresentar um conceito de contabilidade e evidenciar sua importância para gestão dos recursos públicos, dando ênfase à contabilidade aplicada ao setor público, como é executada prestação de contas e promovida à transparência com a finalidade de permitir a compreensão de demonstrativos financeiros. Assim fala-se da Lei de Responsabilidade Fiscal que serve de embasamento para o controle dos gastos públicos que garante prevenção de riscos e correção de desvios que afetam as contas públicas, buscando um maior controle na administração a fim de assegurar que a mesma atue em consonância com os princípios da administração pública, através do esclarecimento do papel do controle interno e externo, bem como exercido pelos tribunais de contas, a fim de fiscalizar os atos da administração pública.

Apresentou-se também conceitos de transparência estabelecidos pela LRF complementada pela Lei de Transparência, demonstrando sua importância e fazendo se conhecer os instrumentos que auxiliam na gestão fiscal, dando ênfase ao

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incentivo à participação popular. Ainda falou-se da importância de uma gestão mais transparente para possibilitar a ação popular por meio do controle social, assegurando direitos aos cidadãos através do conhecimento da prestação de contas e ações governamentais e de como os gestores estão administrando os recursos públicos. Destacando assim a importância dos cidadãos conhecerem os seus direitos e deveres, atuando no combate à corrupção, evitando desvios de recursos.

Assim o trabalho preocupa-se com o desenvolvimento social através do

conhecimento dos atos públicos praticados a fim de garantir uma gestão mais transparente e uma sociedade mais participativa na gestão dos recursos públicos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Contabilidade aplicada ao setor público

No contexto organizacional a contabilidade possibilita a obtenção de informações exatas e precisas a respeito do patrimônio e de sua mutação, a contabilidade assegura a proteção dos bens, direitos e obrigações da entidade. Crepaldi (1995, p. 18), afirma que: “a contabilidade é uma ciência concebida para coletar, registrar, resumir e interpretar dados e fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer entidade.”

Sá (1997, p.16) evidencia que “a Contabilidade nasceu com a civilização e

jamais deixará de existir em decorrência dela; talvez, por isso, quase sempre seus progressos coincidiram com aqueles que caracterizam os da evolução do homem.” Portanto é notável a sua grande importância, a contabilidade acompanha a evolução da sociedade e participa de forma essencial para o seu desenvolvimento.

Segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público

(NBC T 16.1): A função social da Contabilidade Aplicada ao Setor Público deve refletir, sistematicamente, o ciclo da administração pública para evidenciar informações necessárias à tomada de decisões, à prestação de contas e à instrumentalização do controle social.

A contabilidade aplicada ao setor público desenvolve suas atividades em consonância com a execução orçamentária, não se limita apenas a prestação de contas públicas e sim promove a transparência com a finalidade de permitir compreensão dos demonstrativos financeiros, aplicabilidade dos recursos arrecadados e a gestão dos governantes a toda a sociedade, que por sua vez usa as informações fornecidas pela contabilidade como instrumento de controle das políticas públicas com a finalidade de garantir o interesse social. Segundo a redação dada pela Resolução CFC nº. 1.437/13: “Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios de Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público.” Segundo Oliveira, 2006, p. 02:

O Sistema de Contabilidade pode ser entendido como o primeiro filtro para se combater à corrupção uma vez que todos os fatos administrativos contabilizáveis são registrados pelos Departamentos/Setores de Contabilidade e quando do registro desses fatos o contador analisa, por

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exemplo, a legalidade, a legitimidade, a veracidade e a idoneidade dos documentos.

A contabilidade tem o papel fundamental de fornecer informações fidedignas à sociedade, através dos seus registros, fiscalização de relatórios e balanços de acordo com as normas e com os princípios contábeis fazendo acontecer à transparência garantindo a prestação de contas com o intuito de coibir os atos ilícitos.

2.2. Administração Pública

Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2015, p. 83), conceitua a Administração Pública em dois sentidos:

a) Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que exercem a atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa; b) Em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração Pública é a própria função administrativa, que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo.

No sentido subjetivo faz menção aos órgãos administrativos e no objetivo

compreende a função administrativa de atuar no poder executivo. A Constituição da República Federativa Do Brasil De 1988 cita em seu Art. 2º

“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. (...)”. O poder Legislativo elabora leis respeitando a constituição federal, o Executivo administra e executa o interesse estatal, já o Judiciário é responsável pela solução de conflitos.

Decreto-Lei Nº 200/1967, faz menção a Administração Pública Direta e

Indireta:

Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) Fundações Públicas

Sendo a administração direta os entes políticos: União, Estados, Distrito

Federal e Municípios e a administração indireta são entes administrativo são Pessoa Jurídica.

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2.3. Lei de Responsabilidade Fiscal

A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, foi criada com o objetivo de estabelecer o equilíbrio fiscal, sendo a ferramenta de controle das contas públicas e de extrema importância para administração pública assim como toda sociedade brasileira.

Albuquerque; Medeiros; Henriq (2008, p.94) evidencia a essência da

elaboração da LRF:

Dentre os valores que nortearam a elaboração dessa Lei está o entendimento de que o almejado aprimoramento da gestão das contas públicas deverá ser obtido mediante introdução de melhores práticas de gestão, especialmente quanto à ação planejada e transparente que possibilite prevenir riscos e corrigir desvios que possam afetar o equilíbrio das contas governamentais.

O governo se encontrava em uma gestão fiscal não responsável marcada

pelo extremo endividamento, falta de controle dos gastos públicos somada com as crises econômicas que acarretaram o desequilíbrio econômico sendo necessária a criação de uma lei para resolver todos esses problemas tal como dar limites aos governantes consoante a sua capacidade de gasto e promover a estabilidade econômica, consequentemente mais bens e serviços prestados a toda sociedade.

O art. 1° da lei complementa de n ° 101 demonstra o objetivo da LRF que são

“normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal”. Caracterizando a responsabilidade na gestão fiscal como:

§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. (BRASIL, Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.)

A LRF define nos seus artigos 3° ao 7° o orçamento público que é um dos

mecanismos de transparência na gestão fiscal, é a peça fundamental no planejamento dos gastos públicos, servindo como plano para a execução das políticas públicas e ferramenta de controle para a própria administração pública. Os instrumentos de planejamento dos gastos públicos que a lei de responsabilidade fiscal utiliza são os mesmo da Constituição Federal do Brasil, de 1988, são estabelecidas três peças orçamentárias, dentro da teoria do orçamento, na qual compõe o planejamento das ações da administração pública nos horizontes de curto e médio prazo. Essas peças orçamentárias são o Plano plurianual de Investimento (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e a Lei Orçamentária Anual (LOA). A lei de responsabilidade fiscal por sua vez busca reforçar o orçamento por meio de suas normas, limites e metas dando o pleno cumprimento na elaboração do orçamento por exigir dos gestores um compromisso que é a gestão fiscal responsável. Segundo a CF 88 artigo 165:

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§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

O Plano Plurianual (PPA) define estratégias, metas da administração e aplicação dos recursos pública de médio prazo, período de 4 anos onde são estabelecidos as grandes prioridades e o direcionamento das ações do governo nesse período.

Segundo Silva (2001, p. 21):

Plano elaborado no primeiro ano do mandato, para execução nos quatro anos seguintes, contendo um anexo com metas plurianuais da política fiscal, considerando despesas, receitas, resultado primário e estoque da dívida.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) define o que é prioridade para a administração pública, as diretrizes a serem seguidas, ou seja, o que é mais importante, como o governo deve montar e aplicar o orçamento. Faz menção a elaboração, organização e execução do orçamento, indica quanto terá de ajuste o salário mínimo, quanto o governo terá que poupar para pagar as suas contas. Para Andrade (2002, p.46) deve estabelecer as prioridades das metas físicas presentes no plano plurianual, incluindo, em forma de anexo, as metas fiscais, entre elas o resultado primário e nominal com vistas ao equilíbrio das contas públicas, e ainda relacionar os possíveis riscos fiscais.

Lei Orçamentária Anual (LOA) é o orçamento propriamente dito que é

discutido e aprovado todo ano, onde são estimadas as receitas e programadas as despesas para cada ano de acordo com as prioridades do PPA e as regras estabelecidas pela a LDO.

A CF 88 artigo 165 regulamenta LOA:

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público.

Inclui toda a programação de gastos da administração pública como: pagamento de pessoal, saúde, aposentadoria e investimentos das empresas estatais. Sendo agrupados por áreas de governo, cada área tem seus programas e ações orçamentárias, não haverá nenhuma despesa pública a ser executada fora do Orçamento.

I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;

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II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Lei 131/2009, Art. 1º).

A lei de responsabilidade fiscal é muito importante, pois ela estabelece o equilíbrio entre receitas e despesas, promove a prevenção contra riscos fiscais e o respeito aos instrumentos de planejamento. Ainda promove a transparência da gestão fiscal que por sua fez dependente do conhecimento e da participação da sociedade.

2.4. Controle na Administração Pública

Constata-se que a maioria dos problemas enfrentados na Administração Pública Brasileira estão relacionados com a insuficiência de controle. Para o melhor entendimento, faz-se necessário destacar o significado do termo ‘controle’ que segundo Gasparini 1992. p. 547. “é a atribuição de vigilância, orientação e correção de certo órgão ou agente público sobre a atuação de outro ou de sua própria atuação, visando confirmá-la ou desfazê-la, conforme seja ou não legal, conveniente, oportuna e eficiente”, onde a Constituição Federal de 1988 utiliza o termo "controle" como sinônimo de fiscalização.

O papel do controle tem especial colocação nas entidades públicas, tornando-

se mecanismo imprescindível para a obtenção dos fins a que se destinam, observando que os recursos por elas administrados pertencem a toda a sociedade. Assim Guerra coloca:

Controle da Administração Pública é a possibilidade de verificação, inspeção, exame, pela própria Administração, por outros poderes ou por qualquer cidadão, da efetiva correção na conduta gerencial de um poder, órgão ou autoridade, no escopo de garantir atuação conforme os modelos desejados anteriormente planejados gerando uma aferição sistemática (GUERRA, 2003, p.23).

O controle exerce um papel fundamental no desempenho eficaz de qualquer entidade, o que consiste em verificar se tudo ocorre de forma satisfatória, possibilitando a adoção de medidas corretivas, além de apontar as deficiências e erros para que sejam retificados e impeçam a sua repetição para que o processo se reorganize na direção dos objetivos traçados pela organização.

O controle é função essencial na verificação dos resultados e deve ser o mais

amplo e rigoroso possível, pois faz com que o gestor paute o seu trabalho em prol do interesse coletivo, mediante a fiscalização orientadora, retificadora e até punitiva. É indispensável para acompanhar a execução das atividades de governo e apontar suas falhas e desvios, verificar a correta aplicação das normas e princípios adotados e constatar a veracidade das operações realizadas. Conforme ensina Di Pietro (2000, p.575):

A finalidade do controle é assegurar que a Administração atue em consonância com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico, como os da legalidade, moralidade, finalidade pública, publicidade,

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motivação, impessoalidade; em determinadas circunstancias, abrange também o chamado controle de mérito e que diz respeito aos aspectos discricionários da atuação administrativa. Embora o controle seja atribuição estatal, o administrado participa dele na medida em que pode e deve provocar o procedimento de controle, não apenas na defesa de seus interesses individuais, mas também na proteção do interesse coletivo.

O princípio da legalidade é alicerce para os demais, segundo o qual cabe ao

Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei.

Foi aprovada em 1964 a Lei n.º 4.320, que separa o controle interno do

controle externo e estabelece normas de direito financeiro e controle dos orçamentos públicos.

Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá: I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; II - a fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por bens e valores públicos; e III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços. Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de controle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

A referida legislação estabelece dois sistemas de controle distintos o Interno e

o Externo. A Constituição de 1988 manteve essa concepção e deu lhe sentido mais amplo ao introduzir as expressões controle interno e controle externo, apresentando a definição para as competências do exercício daquelas atividades. Ao Poder Executivo incumbiu-se o controle interno, enquanto o externo foi atribuído ao Poder Legislativo.

2.5. Controle Externo e o Tribunal De Contas

A administração pública gere recursos pertencentes a toda a sociedade, a qual faz um investimento de forma compulsória, o que faz necessária uma fiscalização, diante da constatação de que não seria possível que os cidadãos fizessem sozinhos o controle dos gastos do governo, essa percepção de uma necessidade de controle dos atos estatais vem de longe. Aristóteles já mostrava essa preocupação, quando previa a existência de uma corte de contas e afirmava que:

Considerando, porém, que muitas, para não dizer todas, dessas funções movimentam grandes somas de dinheiro, existe a necessidade de que um outro órgão cuide da prestação de contas e da auditoria deles, não tendo nenhuma outra função além dessa. Estes funcionários são conhecidos como examinadores, auditores, contadores, controladores. (ARISTÓTELES, 2007, p. 231)

O Controle Externo caracteriza-se por ser exercido por órgão autônomo e independente da Administração, cabendo lhe as atribuições indicadas pela Constituição Federal de 1988. Esse controle é exercido pelo Poder Legislativo que realiza a fiscalização dos atos da administração, concomitantemente um órgão

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técnico autônomo chamado com os Tribunais de Contas, com o objetivo de verificar a probidade da administração, guarda e legal emprego do dinheiro público e o cumprimento da lei, conforme o artigo a seguir:

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo municipal, na forma da lei. § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente, sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. (BRASIL, CF, 88.)

Apesar de o controle externo ser efetuado por instituições integrantes do próprio Estado, ele recebe esse nome em decorrência do princípio da separação dos Poderes. É um Poder externo e autônomo em relação ao outro que exerce a fiscalização, diferenciando, assim, o controle externo do controle interno, que é obrigação de cada Poder em sua área de atuação.

2.6. Transparência

Através da Lei de Responsabilidade fiscal foram instituídos legalmente importantes instrumentos de transparência da gestão fiscal e incentivos ao controle social por meio da participação popular. Além da publicidade desses instrumentos, a LRF enfatiza a necessidade da transparência na gestão fiscal e de facilidade ao acesso à informação, requisitos fundamentais para tornar as ações governamentais passíveis de controle por parte dos cidadãos.

Assim a Lei Complementar n.º 101, de 4/5/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), atualizada pela Lei complementar nº 131, de 27 de maio de 2009, que acrescentam dispositivos a essa lei, estabelece que:

[...]Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar n.º 131, de 2009).

Para que haja transparência na gestão pública é necessário que o gestor forneça informações claras e precisas para que os cidadãos tenham a capacidade de acompanhar e participarem efetivamente dos atos da administração pública que irão afetar toda a sociedade. Além disso, é essencial que tais informações estejam expostas em lugares que facilitem o acesso à sociedade. “No entanto, a transparência da gestão pública ainda encontra-se incipiente pelo fato da divulgação

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de tais informações se darem em um ambiente político, cultural e marcado por ideologias e interesses diversos”. (SILVA, 2009: 340) apud CRUZ; Claudia Ferreira et al.

A transparência permite que o cidadão acompanhe a gestão pública, analise os procedimentos de seus representantes e favoreça o crescimento da cidadania, trazendo às claras as informações anteriormente veladas nos arquivos públicos. Um país transparente possibilita a redução dos desvios de verbas e o cumprimento das políticas públicas, proporcionando benefícios para toda a sociedade e para imagem do país nas políticas externas. (FIGUEIREDO; SANTOS, p.5)2

A transparência derivada do princípio constitucional de publicidade é apresentada como um modelo de ação política fomentando o fortalecimento do controle social e a consolidação da cidadania, através dos vários meios que o cidadão tem de conhecer como os tributos arrecadados estão sendo utilizados. Destaca-se, ainda, que a divulgação das informações está relacionada às características qualitativas de melhoria elencadas nas Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T 1 - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis que devem ser inerentes às informações contábeis divulgadas sejam elas por instituições públicas ou privadas. Com base nisso foi criada a Lei de direito à informação:

Com o intuito de regulamentar o acesso a informações surge a Lei nº 12.527 de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. Esta Lei destina-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação. Este deve ser executado em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes: I - Observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; II - Divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; III - Utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação; IV - Fomento do desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública; e V - Desenvolvimento do controle social da administração pública. (BRASIL, 2011)

A transparência principalmente propiciada por tecnologias da informação e comunicação foi instituída com o intuito de levar as informações de forma tempestiva aos interessados e aumentar a transparência da gestão pública, permitindo que o cidadão acompanhe como o dinheiro público está sendo utilizado e ajude a fiscalizar a aplicação dos recursos.

2O artigo TRANSPARÊNCIA E CONTROLE SOCIAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (FIGUEIREDO e SANTOS) não possui data. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rap/v46n1/v46n1a08>

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2.6.1. Portal da Transparência

A informação sobre aspectos da Administração Pública é o pressuposto fundamental para participação da sociedade. Assim, a Lei de Responsabilidade Fiscal visa garantir a transparência dessas informações, preconizando a importância da divulgação que deve ser dada a todas as ações relacionadas à arrecadação de receitas e à realização de despesas. Outro dispositivo legal que vem complementar o entendimento da LRF é a Lei Complementar 131, de 27 de maio de 2009, que se refere à transparência da gestão fiscal, inovando ao determinar a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

A verdadeira transparência está na possibilidade da sociedade obter e interpretar a informação completa, oportuna e confiável sobre a gestão pública e conduta dos servidores públicos, o que implica em não haver restrições ao acesso de dados que, muitas vezes, se apresentam de forma maquiada e dissimulada. GRAU et al. (2005, p. 49)

Diante do pensamento de Grau (2005) pode-se esclarecer o que é

transparência por meio de três principais características, publicidade, compreensibilidade e utilidade. Dessa maneira, é preciso que as informações divulgadas sejam disponibilizadas de maneira integral, com linguagem acessível e boa apresentação, possibilitando o acompanhamento e o controle sobre a aplicação dos recursos públicos.

A transparência na gestão pública é consubstanciada na divulgação periódica de relatórios, na realização de audiências públicas regulares e na prestação de contas dos chefes dos poderes. Constitui-se, ao mesmo tempo, em requisito fundamental para a boa governança, e em elo entre Estado e sociedade civil, pois aumenta o nível de acesso do cidadão às informações sobre a gestão pública (CULAU; FORTIS, 2006).

Culau e Fortis (2006) deixam clara a importância da divulgação das

informações da gestão pública, definindo a prestação de contas como um elo entre Estado e Sociedade. Dessa forma, aumentar o nível de acesso do cidadão a essas informações, garante mais confiança e participação da sociedade, aumentando o nível de controle.

3 METODOLOGIA

Neste tópico abordamos a metodologia que foi trabalhada com o objetivo de esclarecermos como ocorreu a realização da pesquisa Controle Social e Transparência: A percepção da população frente ao gerenciamento dos recursos públicos no município de Parnaíba – PI. Assim, tratamos da pesquisa de campo dentro da abordagem quantitativa, da aplicação do questionário para coleta de dados, dos sujeitos participantes, do contexto empírico e dos procedimentos metodológicos.

Apresenta uma abordagem do tipo quantitativo na qual foram interpretados os

dados coletados através de aplicação de questionário. Tal abordagem foi necessária porque buscava – se conhecer a percepção da população sobre os principais instrumentos de transparência e controle social frente ao gerenciamento dos

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recursos públicos no município de Parnaíba – PI. A pesquisa quantitativa permite a mensuração de opiniões, reações, hábitos e atitudes em um universo, por meio de uma amostra que o represente estatisticamente.

Também, não deixa de ser uma pesquisa bibliográfica porque utilizamos o

embasamento teórico de material já publicado, como confirma Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. A sua finalidade é fazer com que o pesquisador entre em contato direto com todo o material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas informações.

Sendo uma técnica decisiva para a pesquisa em ciências sociais e humanas,

a Análise Documental é indispensável porque a maior parte das fontes escritas – ou não – são quase sempre a base do trabalho de investigação; é aquela realizada a partir de documentos, contemporâneos ou retrospectivos, considerados cientificamente autênticos.

A pesquisa documental é realizada em fontes como tabelas estatísticas,

cartas, pareceres, fotografias, atas, relatórios, obras originais de qualquer natureza – (pintura, escultura, desenho, etc.), notas, diários, projetos de lei, ofícios, discursos, mapas, testamentos, inventários, informativos, depoimentos orais e escritos, certidões, correspondência pessoal ou comercial, documentos informativos arquivados em repartições públicas, associações, igrejas, hospitais, sindicatos (Santos, 2000).

A pesquisa foi realizada na cidade de Parnaíba, localizada no litoral do estado

do Piauí, com uma população de aproximadamente 150 mil habitantes, distante a 336 km da capital do estado, Teresina, do qual foi retirada uma amostra de 500 pessoas, que moram a mais de 10 anos na cidade.

Para a coleta dos dados junto aos sujeitos participantes foi utilizado um

questionário contendo 09 questões fechadas para coletar conhecimentos específicos diante do tema abordado, a fim de conhecer a percepção da população, o mesmo pode ser definido como “[...] um instrumento de coleta de dados, constituído por uma serie ordenada de perguntas, que devem ser respondidas, por escrito [...]” (MARCONI & LAKATOS, 2007, p. 203), os mesmos foram aplicados na “Pracinha do Amor”, localizada na Avenida São Sebastião que é ponto de encontro de uma população diversificada que se reúne para comer e conversar, já que a mesma conta com vários pontos de alimentação colocados pela própria população, a mesma dispõe de varias mesas e bancos, o que facilitou a aplicação do questionário.

Através dessa pesquisa pretende-se demonstrar a percepção da população

sobre os principais instrumentos de controle social e transparência no gerenciamento dos recursos públicos no município de Parnaíba – PI para desenvolver políticas adequadas às necessidades dos cidadãos e destacando a importância da transparência na atuação fiscalizadora da gestão pública.

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4 ANÁLISE DE DADOS

4.1. Análise Documental

Como abordado no referencial teórico, com base na Constituição /88 pelo principio da publicidade, Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei de Transparência, foram criados os portais de transparência dos municípios para garantir o que estabelece o conteúdo da LRF já alterada pela Lei de Transparência no que diz:

“Art. 48. Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A.” (NR) Art. 2o A Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 48-A, 73-A, 73-B e 73-C. (BRASIL, Lei Complementar nº 131, 2009.)

Partindo desses pressupostos legais, o Portal de Transparência do Município de Parnaíba foi analisado, com o objetivo de verificar o cumprimento desses dispositivos.

Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.” “Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumprimento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar.” “Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento das determinações dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e do art. 48-A: I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes. Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão contados a partir da data de publicação da lei complementar que introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo.” “Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos prazos previstos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção prevista no inciso I do § 3o do art. 23.” (BRASIL, Lei Complementar nº 131, 2009.)

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O portal eletrônico do município de Parnaíba apresenta na sua página inicial imagens que deveriam possuir links que possibilitassem o acesso a informações sobre a Lei da Transparência, Lei de Acesso à Informação e Diário Oficial. No entanto, os links disponibilizados não direcionam a nenhum documento. Figura 1: Pagina inicial do portal da transparência do município de Parnaíba-PI.

Fonte: Print screen do Portal da Transparência da Prefeitura de Parnaíba-PI. Disponível em: http://portaldatransparencia.parnaiba.pi.gov.br/ No Portal da Transparência de Parnaíba observa-se a arrecadação da receita acumulada, e separada por arrecadação orçamentária e extra orçamentária, dentro da orçamentária existe a divisão de geral, transferências da União e transferências do Estado. As receitas estão dispostas conforme o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP, como mostra a imagem a seguir. Figura 2: Pagina inicial do Portal da Transparência do município de Parnaíba-PI.

Fonte: Print screen do Portal da Transparência da Prefeitura de Parnaíba-PI. Disponível em: http://portaldatransparencia.parnaiba.pi.gov.br/

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As despesas também estão segregadas em despesas gerais, diárias, adiantamentos, despesas por órgão, despesas por unidade, função, sub-função, programa, projeto/atividade, categoria econômica, grupo, elemento, sub-elemento, aplicação, fonte de recurso, fonte de recurso detalhada, fornecedor, restos a pagar, despesas extra-orçamentárias e despesas por tipo de orçamento. Apenas no campo despesas gerais é possível consultar o empenho referente à despesa, observando os estágios da despesa. Nas demais divisões é possível apenas ver uma lista nominal dos valores empenhados, liquidados e pagos por favorecido. A página disponibiliza links de acesso ao Planejamento Orçamentário, Licitações e Contratos, Prestações de contas, Transferências, Convênios, Patrimônio e Acesso a Informação, onde é possível solicitar informações adicionais às constantes no portal. Após a análise da página, constata-se ser bem estruturada, pois possibilita a pesquisa por várias maneiras. Não foi possível consultar informações de exercícios anteriores, nem verificar a data de atualização da página nos relatórios, porém através da análise no período constata-se o cumprimento do disposto em lei a cerca da atualização dos dados. Figura 3: Pagina inicial do Portal da Transparência do município de Parnaíba-PI.

Fonte: Print screen do Portal da Transparência da Prefeitura de Parnaíba-PI. Disponível em: http://portaldatransparencia.parnaiba.pi.gov.br/ De maneira geral é possível concluir que a divulgação das informações ainda não acontece de forma completa, pois faltam informações, podendo se concluir que atende parcialmente aos requisitos básicos para a transparência, ou seja, as informações são disponibilizadas de maneira clara, objetiva e bem estruturadas, porém falta a comprovação dos fatos. a. Analise Pesquisa de Campo

i.SEÇÃO A – DADOS SOCIAIS DOS ENTREVISTADOS

1. Faixa Etária

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Os dados coletados apontam a faixa etária dos pesquisados. Foram 500 pesquisados; onde 54% dos entrevistados têm entre 16 e 26 anos de idade, 28% entre 27 e 37 anos de idade e 12% tem entre 38 e 48 anos e apenas 6% da amostra tem entre 49 e 59 anos.

Gráfico 01 - Faixa Etária dos pesquisados

Fonte: Elaborado pelo autor

2. Sexo

Quanto ao sexo, foi possível identificar que 54% dos entrevistados são do sexo feminino, enquanto 46% são do sexo masculino.

Gráfico 02 - Sexo dos pesquisados

Fonte: Elaborado pelo autor

3. Grau de Instrução

Quanto à escolaridade, 60% dos pesquisados tem ou estão cursando o ensino médio, enquanto 24% possuem ou estão cursando o ensino superior e os, a minoria com apenas 6% tem ensino fundamental e 10% da amostra possui outras formações. O gráfico 03 demonstra detalhadamente o grau de instrução dos pesquisados.

Gráfico 03 - Escolaridade dos pesquisados

Fonte: Elaborado pelo autor

ii.SEÇÃO B – CONHECIMENTOS ESPECIFICOS

A pesquisa buscou identificar o conhecimento dos pesquisados sobre os temas específicos de maneira genérica, trazendo sete questões abordando: controle social, transparência pública, controle administrativo e Lei de Responsabilidade

16-26

27-37

38-48

49-59

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Feminino

Masculino

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Outros

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

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Fiscal, que servem como base para as demais questões afim de confrontar se o entrevistado possui o conhecimento do referido assunto.

Com o intuito de identificar se os pesquisados entendem o que é Controle

Social. Apresentou-se a seguinte pergunta: Você sabe o que é controle social? No gráfico 04, nota-se que 56% das pessoas afirmam saber o que é Controle

Social; 30% afirmaram que talvez saibam o conceito de controle social; 10% disseram não saber o que é controle social; Enquanto 4% não souberam opinar.

Gráfico 04 - Você sabe o que é controle social?

Fonte: Elaborado pelo autor

Com base nos dados apresentados a cima é possível afirmar que a maioria das pessoas que responderam o questionário tem conhecimento sobre o que é controle social.

A segunda pergunta foi: Você sabe o que transparência pública? O intuito foi identificar se os pesquisados entendem o que é transparência pública.

No gráfico 05, nota-se que 74% das pessoas afirmam saber o que é

transparência pública; 14% Afirmaram que talvez saibam o conceito de transparência pública; 10% disseram não saber, enquanto 2% não souberam opinar.

Gráfico 05 - Você sabe o que é Transparência Pública?

SIM

56%

NÃO

10%

TALVEZ

30%

NÃO SEI

OPINAR

4%

Q.1

SIM NÃO TALVEZ NÃO SEI OPINAR

SIM

74%

NÃO

10%

TALVEZ

14%

NÃO SEI

OPINAR

2%

Q. 2

SIM NÃO TALVEZ NÃO SEI OPINAR

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Fonte: Elaborado pelo autor

Com base nos dados apresentados a cima é possível afirmar que a maioria das pessoas que responderam o questionário sabe o que é transparência pública.

O terceiro questionamento foi: Existe efetivo controle na administração

pública? O intuito foi identificar se os pesquisados acham que existe efetivo controle na administração pública.

No gráfico 06, nota-se que 52% das pessoas afirmam que não existe efetivo

controle na administração pública; 22% Afirmaram que talvez exista o efetivo controle na administração pública; 16% disseram que existe o controle efetivo; enquanto 10% não souberam opinar.

Gráfico 06 - Existe efetivo controle na administração pública?

Fonte: Elaborado pelo autor

Com base nos dados acima a percepção da população é de que não existe efetivo controle na administração pública.

O quarto questionamento foi: Quem é o responsável por “controlar” a

administração pública. O intuito foi verificar a percepção da população sobre os responsáveis por controlar a administração pública.

No gráfico 07, nota-se que 36% das pessoas afirmam que tanto a população

quanto o tribunal de contas e o poder legislativo são responsáveis pelo controle da administração pública; 22% afirmaram que o responsável por esse controle é o TCE; 22% acreditam que o responsável por esse controle é o legislativo; 6% ainda concordam que é responsável exclusiva por controlar a administração pública; 14% do total dos que responderam o questionário não souberam opinar.

SIM

16%

NÃO

52%

TALVEZ

22%

NÃO SEI

OPINAR

10%

Q. 3

SIM NÃO TALVEZ NÃO SEI OPINAR

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Gráfico 07 - Quem é o responsável por “controlar” a administração pública?

Fonte: Elaborado pelo autor

Conclui-se que através desse questionamento foi possível identificar que 64% atribuem a responsabilidade pelo controle administrativo à apenas um sendo: população, TCE, legislativo ou ainda não souberam opinar. O que ficou evidente a falta de conhecimento de vários mecanismos de controle da administração pública o qual podem ser exercidos por todos.

iii.SEÇÃO C – PERCEPÇÃO SOBRE CONTROLE SOCIAL

A pesquisa buscou identificar o conhecimento dos pesquisados sobre a percepção da população sobre o controle social de modo mais sintético através de 04 questões.

Apresentou-se a seguinte pergunta: Você já buscou fiscalizar os gastos do município? O intuito foi identificar se os pesquisados atuam como fiscalizador dos gastos públicos. Do gráfico 8, nota-se que 76% das pessoas afirmam que nunca buscaram fiscalizar os gastos do município; 16% Afirmaram já buscaram fiscalizar os gastos do município; 6% asseguram não saber como fiscalizar os gastos do município; Enquanto 2% não tiveram interesse em fiscalizar.

Gráfico 8 - Você já buscou fiscalizar os gastos do município?

Fonte: Elaborado pelo autor

A

POPULAÇÃO

6%

TCE

22%

LEGISLATIVO

22%

TODOS

36%

NÃO SEI

14%

Q. 4

A POPULAÇÃO TCE LEGISLATIVO TODOS NÃO SEI

SIM

16%

NÃO

76%

NÃO ME

INTERESSA

2%

NÃO SEI

COMO

FISCALIZAR6%

Q. 7

SIM NÃO NÃO ME INTERESSA NÃO SEI COMO FISCALIZAR

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Apresentou-se a seguinte pergunta: Como você acha que poderia participar do Controle Social em sua cidade? O intuito foi identificar qual é o melhor meio de participação do controle social

Do gráfico 09, nota-se que 54% afirmaram que a internet seria o melhor meio para participar do controle social; 26% atestam que buscar informações direto na prefeitura seria o melhor meio para participar do controle social; 12% não souberam como participar do controle social; 6% admitem que os informativos do poder público seria o melhor meio para participar do controle social; enquanto 2% acreditam que a melhor maneira de participar do controle social seria lendo jornais.

Gráfico 09 - Como você acha que poderia participar do Controle Social em sua

cidade?

Fonte: Elaborado pelo autor

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho procurou saber, sob a ótica da amostra representativa do município de Parnaíba-PI, qual a percepção destes sobre os principais instrumentos de transparência e controle social da gestão pública. Percebeu - se que a educação e idade são fatores decisivos para abordar esse tema, pois quanto mais educação e menos idade, mais os convidados se dispunham a participar da pesquisa e reconheciam a importância do trabalho.

O resultado obtido foi que a grande maioria da amostra conhece os termos

abordados, conhecem o que é controle social, e demonstraram uma maior familiaridade com o termo transparência, reconheceram a inexistência de controle na administração pública e sobre os responsáveis por esse controle a pesquisa tornou evidente a falta de conhecimento de vários mecanismos de controle da administração pública o qual podem ser exercidos por todos. Sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal percebeu-se que a população tem uma idéia sobre o assunto, mas muito superficial.

JORNAIS

2%

INFORM. PODER

PUBLICO

6%

INTERNET

54%

PREFEITURA

26%

NÃO SEI

12%

Q. 8

JORNAIS INFORM. PODER PUBLICO INTERNET PREFEITURA NÃO SEI

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Com base na pesquisa realizada no que tange a percepção sobre o controle social temos como resultado que grande parte da amostra nunca buscou fiscalizar os gastos públicos. Foi identificado que a maior parte da amostra concorda que a população de forma geral ainda não conhece os seus direitos e não buscam informações sobre a prestação de contas realizadas pelo município, para exercer o controle social de forma efetiva entende que se todos acompanhassem as decisões públicas e fiscalizassem como são aplicados os recursos, haveria menos corrupção.

Temos como resultado que embora a maioria da população não tenha atuado

como fiscalizador dos gastos públicos apontam o acesso a essas informações via internet como o melhor meio de participar do controle social, vale ressaltar que no tocante a percepção sobre a transparência pública embora apontem o acesso via internet a maioria da amostra nunca acessou o site do portal da transparência. Ainda foi possível ter como resultado a sugestão de que se houvesse uma maior facilidade no acesso, tornaria melhor as informações contidas no site por partes das pessoas que já acessaram o portal da transparência.

Nesse sentido, apesar da limitação da amostra, com apenas 500

entrevistados os dados serviram para indicar que a população, conhece o conteúdo da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que foi confirmado após avaliar os conhecimentos dos entrevistados a cerca da principal função da LRF e ainda através de questionário, constatou-se que a população sabe a quem denunciar irregularidades no gerenciamento dos recursos públicos, mas mesmo havendo várias formas de transparência pública e controle social disponíveis à população há muitas barreiras para que exista o efetivo controle social por parte dos cidadãos, a mesma não tem interesse uma vez que para o controle social ser algo marcante a população precisa se tornar ativa. Assim é possível sustentar a hipótese dois levantada nesse trabalho e falsear as demais.

Conclui-se também que o Município de Parnaíba está cumprindo parcialmente

o disposto pela Lei Complementar 131/09, no que toca à divulgação e tempo real de informações pormenorizadas sobre a arrecadação da receita e execução da despesa. Entretanto, é importante ressaltar que a finalidade da divulgação de informações sobre a Administração Pública ultrapassa o cumprimento de normas. Sua função social se sobrepõe destacando a importância de informar a população de como estão sendo investidas as receitas públicas.

REFERÊNCIAS

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