aula 02 icd ii - [direito subjetivo]
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Introdução ao estudo do direito II
Antonio Vaz Pereira do Rego Neto
Direito subjetivo
•Ter e poder decorrem de direitos subjetivos
•O direito positivo é instituído para definir os direitos subjetivos
•Direito Romano:▫Jus = justo = aplicado ao indivíduo = a
parte justa que lhe deve ser atribuído
Direito subjetivo•Suarez = direito subjetivo é o poder moral
que se tem sobre uma coisa própria ou que de alguma maneira nos pertence
•Doutrina Tradicional = ▫Direito objetivo = norma agendi = conjunto de
preceitos que organiza a sociedade
▫Direito subjetivo = facultas agendi = faculdade de agir garantida pela regra jurídica
Direito subjetivo• Direito subjetivo está sempre presente em uma
relação jurídica.
• Relaciona-se com o direito objetivo e se opõe ao dever jurídico. Um não existe sem o outro.
• Direito subjetivo apresenta duas esferas:▫Licitude =
pode movimentar-se dentro dos limites jurídicos ▫Pretensão =
possibilidade de recurso a via judicial no intuito de exigir o que lhe é devido
Direito subjetivo
•Reverso material dos deveres jurídicos de outros sujeitos.
•Conceito:▫Possibilidade de agir e de exigir aquilo que
as normas de direito atribuem a alguém como próprio.
•É o direito objetivo que define o direito subjetivo
Direito subjetivo
•Pontes de Miranda:▫A existência de direito subjetivo pressupõe
a antecedente existência de normas jurídicas
•Santiago Dantas:▫Direito subjetivo é identificado por 3
critérios: A um direito corresponde um deve jurídico Esse direito é passível de violação O titular do direito pode exigir a prestação
jurisdicional
Situações subjetivas
•Legitimidade da parte▫Refere-se a titularidade do direito
•Interesse de agir▫O interessado evidencia para o juiz a
relevância do objeto questionado para si.•Possibilidade jurídica do pedido
▫É a situação subjetiva que retrata a condição da pessoa que está obrigada por força de lei a fazer algo em benefício de outrem.
Natureza do direito subjetivo• Teoria da Vontade de Windscheid:
▫O direito subjetivo é o poder da vontade reconhecido pela ordem jurídica Crítica: a existência do direito nem sempre depende
da vontade. (nascituro e absolutamente incapazes)
• Teoria do Interesse de Rudolf von Ihering:▫O direito subjetivo é o interesse protegido
Crítica: os incapazes não possuindo compreensão das coisas não podem chegar a ter interesse nem por isso ficam impossibilitados de gozar de certos direitos.
Natureza do direito subjetivo
•Teoria eclética de Jellinek▫O direito subjetivo não seria apenas
vontade, nem exclusivamente interesse, mas a reunião de ambos
•Teoria de Duguit▫O ordenamento se funda não na proteção
dos direitos individuais mas na necessidade de manter a estrutura social, cabendo a cada indivíduo cumprir um função social.
Natureza do direito subjetivo
•Teoria de Kelsen:▫O direito subjetivo não se distingue em
essência do direito objetivo, é o próprio direito objetivo que impõe um dever.
Classificação dos direitos subjetivos
•Direito subjetivo público X Direito Subjetivo Privado
▫Trata-se de distinção que leva em consideração a pessoa do sujeito passivo da relação jurídica. Pessoa de direito público = direito subjetivo
público Pessoa de direito privado = direito subjetivo
privado
Direito subjetivo público
•Direito de liberdade:▫CF (art. 5° inciso II) - ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
▫CF (art. 5° inciso LXVIII) - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Direito subjetivo público• Direito de ação:
▫Consiste em exigir do Estado dentro das hipóteses previstas a prestação jurisdicional
• Direito de petição▫Refere-se a obtenção de informação administrativa
sobre assuntos de interesse do requerente XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
Direito subjetivo público
•Direitos políticos▫Os que o cidadão participam do poder. ▫Direitos políticos, direitos de votação e de
ser votado.
Direito subjetivo privados• Dividem-se em
▫Patrimoniais Possuem valor de ordem material, podem ser apreciados
pecuniariamente Reais: objeto bem móveis e imóveis Obrigacionais: de crédito ou que tem por objeto uma prestação
pessoal Sucessórios: surgem em decorrência do falecimento de seu
titular e são transmitidos aos seus herdeiros Intelectuais: autores e inventores
▫Não-patrimoniais São aqueles de natureza moral Personalíssimos: direito a vida, integridade, moral, nome Familiais: vinculo familiar
Direitos subjetivos privados• Direitos transmissíveis
▫São direitos que podem passar de um titular para outro
▫Direitos reais são em regra transmissíveis▫Pode ser inter vivos (contrato de locação) ou causa
mortis (sucessão)
• Direitos não-transmissíveis▫São direitos que não podem passar de um titular
para outro▫Direitos personalíssimos são sempre não-
transmissíveis
Direitos subjetivos privados
•Direitos renunciáveis▫São aqueles em que o sujeito ativo por ato
de vontade pode deixar a condição de titular do direito sem a intenção de transferi-lo a outrem
•Direitos não-renunciáveis▫Não se pode transferir.▫Direitos personalíssimos
Direitos subjetivos privados
•Direitos principais ▫São independentes, autônomos
•Direitos acessórios▫Estão na dependência do principal▫Não possuem existência autônoma ▫Contrato de compra e venda
Aquisição de direitos
•Direitos subjetivos nascem, duram e perecem.
•Aquisição: é um fato pelo qual alguém assume a condição de titular de um direito subjetivo.
•Aparecimento:▫Determinação de lei▫Por ato de vontade
Aquisição de direitos• Aquisição:
▫Originários: O direito não decorre de uma transmissão, mas se
manifesta autonomamente com o seu titular Direito que se adquire com a caça
Não está sujeita a vícios pois não possui vinculo com o passado
▫Derivada: Ocorre com a mudança ou transferência de titularidade Translativa: o direto se transfere integralmente ao novo
titular (venda de um prédio) Constitutiva: o antigo titular conserva poder sobre o bem. Pode estar condicionada a vícios
Modificações
•Subjetiva:▫Ocorre com a mudança do titular do direito
ou do dever jurídico▫Se opera com ato inter vivos ou causa
mortis
•Objetiva:▫É a transformação que alcança o objeto▫Pode ser quantitativa ou qualitativa
Extinção
•Perecimento do objeto▫O direito recai sobre a coisa e esta perde as
suas qualidades essenciais ou valor econômico
•Alienação▫É a transferência do direito a título gratuito
ou oneroso•Renúncia
▫Consiste em ato pelo qual alguém abdicar de um direito (herdeiro que não aceita a herança)
Extinção
•Prescrição: Perda do direito de ação
•Decadência: Perda do direito propriamente dito
Diferenças entre prescrição e decadência•1º - início da contagem:
▫DECADÊNCIA: começa a correr COM O NASCIMENTO DO
DIREITO. ▫PRESCRIÇÃO:
começa a correr COM A VIOLAÇÃO DO DIREITO
•Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Diferenças entre prescrição e decadência•2º - exercício do direito:
▫DECADÊNCIA: direito nasce e não é exercitado
▫PRESCRIÇÃO: direito nasce e é exercitado mas não é
protegido pela ação
Outras diferenças entre prescrição e decadência•3º - suspensão, interrupção:
▫DECADÊNCIA: como regra: Não é suspensa Não é interrompida Impedimento: pelo exercício do direito
▫PRESCRIÇÃO: Pode ser suspensa Pode ser interrompida
• Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; III - por protesto cambial; IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de
inventário ou em concurso de credores; V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o
devedor; VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial,
que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
• Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
• Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.
• Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
•Art. 197. Não corre a prescrição: I - entre os cônjuges, na constância da sociedade
conjugal; II - entre ascendentes e descendentes, durante o
poder familiar; III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores
ou curadores, durante a tutela ou curatela.
•Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; II - contra os ausentes do País em serviço público
da União, dos Estados ou dos Municípios; III - contra os que se acharem servindo nas
Forças Armadas, em tempo de guerra.
Diferenças entre prescrição e decadência•4º - por lei ou vontade:
▫DECADÊNCIA: Por lei Por vontade das partes
▫PRESCRIÇÃO: Por lei
Diferenças entre prescrição e decadência•7º - abrangência:
▫DECADÊNCIA: opera contra todos:
▫Exceção: salvo contra absolutamente incapazes – art. 208 CC
▫PRESCRIÇÃO: não opera para determinadas pessoas:
▫São as elencadas pelo art. 197 e 198 CC
Exemplos de Prescrição• Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja
fixado prazo menor.
• Art. 206. Prescreve: • § 1o Em um ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é
citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais,
árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a
formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo;
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade
Exemplos de Prescrição• § 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações
alimentares, a partir da data em que se vencerem.
• § 3o Em três anos: I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas
temporárias ou vitalícias; III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer
prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; V - a pretensão de reparação civil; VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos
de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
Exemplos de Prescrição VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por
violação da lei ou do estatuto, contado o prazo: a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da
sociedade anônima; b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos
sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
Exemplos de Prescrição• § 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela,
a contar da data da aprovação das contas.
• § 5o Em cinco anos: I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas
constantes de instrumento público ou particular; II - a pretensão dos profissionais liberais em geral,
procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.
Exemplos de Decadência
•Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
•Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo
Exemplos de Decadência
•Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.