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ARTIGOS Arquivos Brasileiros de Psicologia; Rio de Janeiro, 70 (1): 239-259 239 Personalidade e bem-estar subjetivo de trabalhadores: moderação da regulação emocional Wilma Raquel Barbosa Ribeiro I Sônia Maria Guedes Gondim II Cícero Roberto Pereira III Personalidade e bem-estar subjetivo de trabalhadores: moderação da regulação emocional RESUMO Esta pesquisa objetivou testar o papel moderador de dois modos de regulação emo- cional – regulação ascendente de emoções positivas e regulação descendente de emoções negativas – na predição do bem-estar subjetivo (BES), tendo como variável antecedente traços de extroversão e neuroticismo. Participaram 310 trabalhadores selecionados de modo não aleatório. Na coleta de dados foram utilizados: o Inventá- rio dos cinco grandes fatores, a Escala de bem-estar subjetivo, e o Perfil de regulação emocional. Efetuaram-se análises descritivas, de correlações e regressões múltiplas. Foram identificados efeitos moderadores da regulação ascendente de emoções positi- vas nas relações entre os dois traços de personalidade e o BES. A utilização de estra- tégias ascendentes beneficiou o BES de trabalhadores com traços de introversão e neuroticismo, de modo direto, aumentando o bem-estar subjetivo geral, ou indireto, diminuindo os níveis de afetos negativos. Palavras-chave: Regulação emocional; Personalidade; Bem-estar subjetivo; Trabalhadores. Personality and subjective well-being of workers: moderation of emotional regulation ABSTRACT This research aimed to test the moderating role of two modes of emotional regulation – up-regulation of the positive emotions and down-regulation of the negative emo- tions – in predicting subjective well-being (SWB) having as antecedent variable two personality dimensions, extraversion and neuroticism. 310 workers were selected non-randomly. In data collection, it were used Big Five personality factors inventory, Subjective well-Being scale and Profile of emotional regulation. Descriptive statistics, correlation and multiple regression analyzes were performed. Moderating effects were

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ARTIGOS

Arquivos Brasileiros de Psicologia; Rio de Janeiro, 70 (1): 239-259 239

Personalidade e bem-estar subjetivo de trabalhadores: moderação da regulação emocional

Wilma Raquel Barbosa RibeiroI

Sônia Maria Guedes GondimII

Cícero Roberto PereiraIII

Personalidade e bem-estar subjetivo de trabalhadores: moderação da regulação emocional

RESUMO

Esta pesquisa objetivou testar o papel moderador de dois modos de regulação emo-cional – regulação ascendente de emoções positivas e regulação descendente de emoções negativas – na predição do bem-estar subjetivo (BES), tendo como variável antecedente traços de extroversão e neuroticismo. Participaram 310 trabalhadores selecionados de modo não aleatório. Na coleta de dados foram utilizados: o Inventá-rio dos cinco grandes fatores, a Escala de bem-estar subjetivo, e o Perfil de regulação emocional. Efetuaram-se análises descritivas, de correlações e regressões múltiplas. Foram identificados efeitos moderadores da regulação ascendente de emoções positi-vas nas relações entre os dois traços de personalidade e o BES. A utilização de estra-tégias ascendentes beneficiou o BES de trabalhadores com traços de introversão e neuroticismo, de modo direto, aumentando o bem-estar subjetivo geral, ou indireto, diminuindo os níveis de afetos negativos.

Palavras-chave: Regulação emocional; Personalidade; Bem-estar subjetivo; Trabalhadores.

Personality and subjective well-being of workers: moderation of emotional regulation

ABSTRACT

This research aimed to test the moderating role of two modes of emotional regulation – up-regulation of the positive emotions and down-regulation of the negative emo-tions – in predicting subjective well-being (SWB) having as antecedent variable two personality dimensions, extraversion and neuroticism. 310 workers were selected non-randomly. In data collection, it were used Big Five personality factors inventory, Subjective well-Being scale and Profile of emotional regulation. Descriptive statistics, correlation and multiple regression analyzes were performed. Moderating effects were

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identified in the up-regulation of positive emotions in the relations between the two personality traits and SWB. The use of upward strategies benefited the well-being of workers with traits of introversion and neuroticism, in a direct mode, increasing the SWB, or indirect, reducing the levels of negative affects.

Keywords: Emotional regulation; Personality; Subjective well-being; Workers.

Personalidad y bienestar subjetivo de trabajadores: moderación de la regulación emocional

RESUMEN

Esta investigación objetivó probar el papel moderador de dos modos de regulación emocional – regulación ascendente de emociones positivas y regulación descendente de emociones negativas – en la predicción del bienestar subjetivo (BES), teniendo como variable antecedente rasgos de extroversión y neuroticismo. Participaron 310 trabajadores seleccionados de modo no aleatorio. En la recolección de datos fueron utilizados: el Inventario de los cinco grandes factores, la Escala de bienestar subje-tivo, y el Perfil de regulación emocional. Se realizaron análisis descriptivos, de corre-laciones y regresiones múltiples. Se identificaron efectos moderadores de la regu-lación ascendente de emociones positivas en las relaciones entre los dos rasgos de personalidad y el BES. El uso de estrategias ascendentes benefició al BES de traba-jadores con rasgos de introversión y neuroticismo, de modo directo, aumentando el bienestar subjetivo general, o indirecto, disminuyendo los niveles de afecto negativo.

Palabras-clave: Regulación emocional; Personalidad; Bienestar subjetivo; Trabajadores.

Introdução

O estudo testou a predição de traços de personalidade e da regulação emocional no bem-estar subjetivo (BES) de uma amostra de trabalhadores de diversas áreas de atuação. Testou-se também o papel moderador da regulação emocional na relação entre personalidade e BES.

O modelo do Big Five (Goldberg, 1981), que compreende cinco grandes traços pes-soais (extroversão, neuroticismo, sociabilidade, abertura à experiência e consciens-ciosidade), tem sido utilizado para analisar as relações entre a personalidade e cons-trutos importantes para o contexto de trabalho, tais como liderança, satisfação no trabalho e desempenho. A relevância de se estudar a personalidade decorre do reco-nhecimento das diferenças individuais na explicação do comportamento humano em contextos de trabalho (Panaccio, & Vandenberghe, 2012; Penney, David, & Witt, 2011), especialmente no que se refere ao BES (por exemplo: Lucas, & Diener, 2009; Nunes, Hutz, & Giacomoni, 2009; Roberts, Wood, & Caspi, 2008). A personalidade explica 39% a 50% da variância do BES (Garcia, & Erlandsson, 2011; Lucas, 2008; Soto, 2015; Steel, Schmidt, & Shultz, 2008). O BES (por exemplo: Diener, 1996) é definido como uma avaliação subjetiva sobre a qualidade da experiência emocio-nal e o grau de satisfação com a vida. O BES seria caracterizado, então, pelo alto grau de satisfação com a vida e a prevalência de afetos positivos. As vivências de BES contribuem positivamente para a produtividade, a satisfação com a vida, para

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Ribeiro W. R. B., Gondim S. M. G. e Pereira C. R.

os comportamentos socialmente desejáveis de trabalhadores e para a saúde física e mental (Shier, & Graham, 2010).

Evidências na literatura também sugerem que a regulação emocional (RE) influencia o BES (por exemplo: Quoidbach, Berry, Hansenne, & Mikolajczak, 2010). O processo de regulação emocional (RE) abrange a forma como os indivíduos gerenciam o tipo de emoção que sentem, quando sentem e como eles experimentam ou expressam essas emoções (Gross, 2014). A compreensão da utilização das estratégias de regu-lação emocional em trabalhadores é de grande relevância, já que indivíduos passam, em média, um terço do dia no trabalho (Rodrigues, & Gondim, 2014). Tais contextos apresentam variadas demandas emocionais capazes de mobilizar a utilização de diver-sas formas regulatórias. Trabalhadores utilizam uma ampla variedade de estratégias de regulação emocional em contextos laborais, e o seu uso prediz uma variedade de resultados individuais e organizacionais (Diefendorff, Richard, & Yang, 2008). Os indi-víduos regulam suas emoções em tais contextos principalmente para atingirem seus objetivos de trabalho e atenderem regras de expressão emocionais (Gross, 2001).

Personalidade, regulação emocional, bem-estar subjetivo e suas relações

O modelo do Big Five é considerado por García (2006, p. 223) como uma teo-ria explicativa da personalidade humana e de suas relações com variáveis psico-lógicas, mostrando-se de grande valor heurístico e de satisfatória replicabilidade (Silva, Schlottfeldt, Rozenberg, & Santos, 2007). Além disto, o modelo é utilizado para determinar uma ampla gama de atitudes e comportamentos relacionados ao trabalho (Ahmad, Ather, & Hussain, 2014). Os traços pessoais organizam-se em cinco grandes dimensões: sociabilidade, abertura à experiência, consciensciosi-dade extroversão e neuroticismo (Goldberg, 1981). Para fins deste estudo foram selecionadas somente duas dimensões: a extroversão e o neuroticismo. A extro-versão refere-se à quantidade e intensidade das interações interpessoais preferi-das, ao nível de atividade, à necessidade de estimulação e à capacidade de ale-grar-se. O neuroticismo caracteriza pessoas hipersensíveis emocionalmente e com dificuldades em reequilibrar-se após uma experiência emocional desestabilizadora (Flores-Mendoza, Alvarenga, & Carvalho, 2005; Flores-Mendoza, & Colom, 2006; Livingstone & Srivastava, 2014; Nunes, 2007).

A escolha pelos dois traços justifica-se por se mostrarem mais relacionados a pro-cessos regulatórios (Livingstone, & Srivastava, 2014). Indivíduos com traços de neu-roticismo tanto vivenciam mais afetos negativos naturalmente quanto reagem mais fortemente diante de estímulos negativos. Indivíduos extrovertidos experimentam mais afetos positivos e também reagem mais positivamente a estímulos emocionais positivos (Gross, Sutton, & Ketelaar, 1998; Ng, & Diener, 2009). Esses padrões tam-bém se demonstram de forma diferenciada em contextos de trabalho mediante a necessidade de gerenciamento das emoções.

No processo de RE estão envolvidos processos fisiológicos, cognitivos e comporta-mentais, controlados ou automáticos (Gross, 2014). A regulação é fundamental para a adaptação do indivíduo ao contexto em que se encontra inserido, o que ocorre inclusive em ambientes de trabalho com demandas emocionais que mobilizam pro-cessos regulatórios, predizendo uma variedade de resultados individuais e organiza-cionais positivos e negativos (Diefendorff et al., 2008). Os indivíduos regulam suas emoções no trabalho para atingirem seus objetivos e atenderem a regras emocionais exigidas pela ocupação e pela organização. Lidar com as próprias emoções e com as emoções dos outros se torna um importante elemento a ser considerado nas relações de trabalho, uma vez que o manejo dos afetos repercute na qualidade das interações com os colegas de trabalho e clientes (Gross, 2001; Mikolajczak et al., 2009; Rodri-

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gues, & Gondim, 2014). A regulação da emoção realizada por trabalhadores no aten-dimento ao cliente afeta a saúde, bem-estar, satisfação com o trabalho e desempe-nho (Brotheridge & Grandey, 2002; Grandey, Diefendorff, & Rupp, 2012; Hulsheger & Schewe, 2011; Kim & Yoon, 2012; Schaubroeck & Jones, 2000; Wharton, 2009).

Indivíduos podem regular suas emoções positivas e negativas de duas formas: ascendente e descendente (Gross, 1998). A forma ascendente abarca um conjunto de estratégias para lidar com situações em que as emoções positivas são ativadas com o intuito de se criar, manter ou aumentar os efeitos benéficos da alegria, con-tentamento e orgulho. A forma descendente abarca um conjunto de estratégias para lidar com situações em que as emoções negativas são ativadas e objetivam diminuir os aspectos vivenciais e comportamentais nocivos decorrentes da raiva, tristeza e ansiedade (Gross, Richards, & John, 2006). O modo de regulação tem implicações nas vivências de bem-estar subjetivo dos trabalhadores (Livingstone, & Srivastava, 2012).

O BES, conforme já definido anteriormente, é considerado uma experiência individual afetiva positiva (preponderância de afetos positivos sobre os negativos) associada à avaliação da percepção de satisfação com vida (Diener, 1996). De acordo com Shier e Graham (2010), um número considerável de fatores tem um impacto positivo sobre o BES de trabalhadores. Percepção de suporte, suporte, supervisão efetiva e políticas e programas de participação têm sido associados a sentimentos e resultados posi-tivos de empoderamento. O BES de trabalhadores também pode ser impactado por características físicas do ambiente de trabalho, pelas relações com colegas, clientes e supervisores, e pelo tipo e carga de trabalho (Shier, & Graham, 2010). Autores como Chiuzi, Siqueira e Martins (2012) argumentam que a percepção positiva sobre o próprio trabalho e a organização têm efeitos na satisfação, no comprometimento e na percepção de felicidade dos trabalhadores.

Objetivos e hipóteses do estudo

O estudo, cujos resultados estão sendo relatados neste artigo, teve dois objetivos. O primeiro foi testar a predição de dois traços pessoais (extroversão e neuroticismo) e de dois modos de regulação emocional (ascendente e descendente) no bem-estar subjetivo de uma amostra de trabalhadores. O segundo foi testar o papel moderador da regulação emocional nas relações entre traços pessoais e BES. Evidências empí-ricas (por exemplo: Garcia, & Erlandsson, 2011; Nunes et al., 2009; Woyciekoski, Natividade, & Hutz, 2014) sugerem que os dois traços pessoais têm impactos no BES. Indivíduos extrovertidos tendem a experimentar mais frequentemente afetos positi-vos, menos afetos negativos, e mais satisfação com a vida (Steel et al., 2008). Além disso, indivíduos extrovertidos demonstram maior tendência em reduzir os efeitos indesejáveis das emoções negativas (regulação descendente – RD) tendem a perpe-tuar os benefícios das emoções positivas (regulação ascendente – RA).

Indivíduos com traços de neuroticismo vivenciam mais afetos negativos e reagem em relação a eles de forma mais intensa (Garcia, & Erlandsson, 2011; Wang, Shi, & Li, 2009). Apresentam também maior dificuldade de recuperar-se dos impactos inde-sejáveis das emoções negativas (dificuldade de fazer uso da RD) (Davies, Stankov, & Roberts, 1998; Ng, & Diener, 2009). Traços de neuroticismo encontram-se associa-dos com a utilização de estratégias desadaptativas (dificuldade na regulação ascen-dente tendência à RD) e traços de extroversão apresentam-se associados ao uso de estratégias adaptativas (boa RA) (Ng, & Diener, 2009).

Tendo em vista haver evidências na literatura (por exemplo: Livingstone, & Srivas-tava, 2012; Steel et al., 2008) que sugerem que indivíduos com traços de extrover-

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Ribeiro W. R. B., Gondim S. M. G. e Pereira C. R.

são tendem a vivenciar mais afetos positivos e menos afetos negativos, procurou-se testar, então, se a regulação emocional ascendente (uso de estratégias adaptativas que potencializam os efeitos benéficos das emoções positivas) aumentaria o BES de uma amostra de trabalhadores de diversas áreas de atuação profissional. Este BES estaria expresso na vivência de mais afetos positivos, menos afetos negativos e maior satisfação com a vida.

Tendo em vista haver outras evidências na literatura (Gross, 2014; Nelis, Quoidbach, Hansenne, & Mikolajczak, 2011) que sugerem que indivíduos com traços elevados de neuroticismo fazem pouco uso de RD (uso adequado de estratégias funcionais para reduzir os efeitos indesejáveis das emoções negativas), reduzindo o seu BES, procurou-se testar, então, se o maior uso de RD por trabalhadores de diversas áreas de atuação profissional com traços elevados de neuroticismo, atenuaria os efeitos indesejáveis sobre o BES.

As hipóteses formuladas para este estudo encontram-se sintetizadas na Figura 1.

H1. Traços de personalidade e

estratégias de regulação emocional

(RA e RD) predizem o BES,

de modo que:

H2. Estratégias ascendentes

moderam a relação entre

extroversão e BES (indicador

geral e suas dimensões),

de modo que:

H3. Estratégias descendentes

moderam a relação entre neuroticis-

mo e BES (indicador geral e suas

dimensões), de modo que:

1(a) Estratégias adaptativas (RA) e disfuncionais (RD) são

predadores positivos e negativos, respectivamente, de

bem-estar de trabalhadores;

1(b) Trabalhadores com mais traços de extroversão vivenciam

maiores níveis de bem-estar subjetivo;

1(c) Trabalhadores com mais traços de neuroticismo vivenci-

am menores níveis de bem-estar subjetivo.

2(a) Trabalhadores mais extrovertidos que fazem maior uso de

regulação ascendente apresentam maiores níveis de BES;

2(b) Indivíduos mais extrovertidos e que fazem maior uso de

regulação ascendente experimentam mais afetos positivos e

satisfação com a vida (dimensões de BES);

2(c): Trabalhadores mais extrovertidos que fazem maior uso

de regulação ascendente apresentam menores níveis de afetos

negativos (dimensão de BES).

3(a) Trabalhadores com mais traços de neuroticismo

apresentam melhores indicadores de BES, caso façam

maior uso de regulação descendente;

3(b) Trabalhadores com mais traços de neuroticismo apresentam

maiores níveis de afetos positivos e satisfação com a vida (dimensões

de BES), caso façam maior uso de regulação descendente;

3(c) Trabalhadores com mais traços de neuroticismo apresentam

maiores níveis de afetos negativos (dimensão de BES), caso façam

pouco uso de regulação descendente.

Figura 1. Hipóteses da pesquisa

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A investigação de fatores que aumentam o bem-estar subjetivo de trabalhadores não tem sido frequente (Graham, & Shier, 2010; Shier, & Graham, 2010). No Brasil, ainda são poucos os trabalhos que tratam da relação entre regulação emocional e BES de trabalhadores. De forma semelhante, na literatura revisada, nacional e internacional, praticamente não se encontram estudos que explorem o papel moderador da regu-lação emocional nas relações entre personalidade e BES, e em especial no que se refere à utilização de estratégias ascendentes (adaptativas), que visam potencializar os efeitos benéficos das emoções positivas quando ativadas, e de estratégias descen-dentes (funcionais), que visam a minimizar o impacto nefasto das emoções negativas quando ativadas (Livingstone & Srivastava, 2012).

Evidencia-se aqui a necessidade de se analisar os fatores que influenciam positiva-mente o bem-estar subjetivo de trabalhadores compreendendo as implicações da uti-lização de estratégias de regulação emocional por indivíduos com traços diferencia-dos de personalidade. Compreender esta relação auxiliará gestores na implantação de políticas no trabalho que ajudem indivíduos com diferentes personalidades a regu-larem melhor suas emoções com o intuito de atingirem maiores níveis de bem-estar subjetivo. Espera-se que este estudo forneça mais insumos para a elaboração de políticas de seleção, treinamento e bem-estar no trabalho.

Método

Participantes da pesquisaParticiparam do estudo 310 trabalhadores do estado da Bahia. Os indivíduos foram escolhidos de forma não probabilística, sendo 56,5% do sexo feminino, com idade variando entre 17 e 65 anos (M = 34,1; DP = 10). Em relação ao nível educacional, 23,9% completaram o ensino médio, 38,4% estavam cursando ou já haviam conclu-ído o nível superior, 49,7% possuíam especialização e 8,1% cursavam ou já haviam concluído mestrado, doutorado ou pós-doutorado. Quanto à atuação profissional, 19,7% se inseria na área de saúde, 11,6% na administração pública e 8,1% em ativi-dades financeiras e de seguros. Os 39,4% restantes atuavam em setores e atividades diversos e a porcentagem variava de 0,3 a 7,4%.

InstrumentosForam utilizados três instrumentos de coleta de dados:

1. Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade (IGFP-5) - consiste em uma medida de autorrelato breve, composta por 44 itens e designada a avaliar as cinco dimensões da personalidade. Para este estudo, foram utilizadas apenas os itens das dimensões de neuroticismo e extroversão, compostas por oito itens cada uma. A escala é introduzida pela afirmativa: “Eu me vejo como alguém que...” e de itens que repre-sentam alternativas de resposta como: “É conversador, comunicativo”. As alternativas de respostas estão organizadas em uma escala likert de seis pontos, abrangendo os seguintes extremos: 1 = Discordo totalmente e 6 = Concordo totalmente.

2. The Emotion Regulation Profile-Revised (ERP-R) – consiste em uma medida de diferenças individuais na regulação emocional que possui 15 situações eliciadoras de emoções (Nelis et al., 2011). Nesta pesquisa foi utilizada a versão reduzida de seis situações e validada para o contexto brasileiro: três eliciadoras de emoções posi-tivas (alegria, orgulho e contentamento) e três eliciadoras de emoções negativas (raiva, tristeza e medo) (Gondim et al., 2015). Nos cenários que descrevem situa-ções eliciadoras de emoções positivas, são apresentadas quatro opções de respostas envolvendo estratégias adaptativas (por exemplo: manifestação do comportamento) e quatro opções de resposta que se referem ao uso de estratégias consideradas desadaptativas (por exemplo: preocupação excessiva). Já nos cenários que descre-

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Ribeiro W. R. B., Gondim S. M. G. e Pereira C. R.

vem situações desagradáveis, são apresentadas quatro opções de respostas que caracterizam estratégias funcionais (por exemplo: expressão das emoções) e quatro opções de respostas que descrevem estratégias disfuncionais (por exemplo: desam-paro aprendido). Como exemplo tem-se o cenário eliciador da emoção medo (situ-ação eliciadora de emoção negativa): “Você tem que fazer uma apresentação oral para várias pessoas”. Sendo uma alternativa de estratégia funcional: “Você tenta se distrair fazendo uma atividade que lhe é agradável” e uma alternativa de estratégia disfuncional: “Você diz que nunca vai chegar lá e se sente um zero à esquerda”. Os respondentes são solicitados a escolher qual(is) das oito alternativas (quatro fun-cionais e quatro disfuncionais nos cenários negativos) aquelas que melhor descrevem sua(s) mais provável(eis) reação(ções).

3. Escala de bem-estar subjetivo (EBES) – Esta escala, construída e validada no Brasil por Albuquerque e Tróccolli (2004), objetiva mensurar os três maiores componentes do bem-estar subjetivo: satisfação com a vida, afeto positivo e afeto negativo. O instru-mento é composto de 62 itens divididos em duas partes. A primeira, que vai do número 1 ao 54, abrange afetos positivos e negativos (por exemplo: transtornado), para os quais o indivíduo deve responder como tem se sentido ultimamente. As alternativas de respostas estão organizadas em uma escala likert de cinco pontos, abrangendo os seguintes extremos: 1 = Nem um pouco e 5 = Extremamente. A segunda parte é composta pelos 15 itens restantes e descrevem julgamentos relativos à avaliação de satisfação com a vida, como, por exemplo: “Estou satisfeito com minha vida”. A escala abrange os extremos: 1 = Discordo Totalmente e 6 = Concordo Totalmente.

Procedimento de coleta de dadosA coleta de dados foi realizada mediante um questionário autoadministrado via inter-net, survey on-line, contendo as três escalas juntamente com dados sociodemo-gráficos. A ferramenta utilizada para a construção do questionário foi o EFSurvey (http://www.unipark.com). Para a operacionalização desta coleta foram utilizadas três diferentes formas: 1. Um link do survey foi enviado via e-mail e via rede social (facebook) a trabalhadores de diversas áreas no estado da Bahia; 2. Trabalhadores foram reunidos em um laboratório de informática e foi pedido que preenchessem o survey; e 3. O link (endereço eletrônico) foi repassado para trabalhadores pesso-almente, de forma escrita, sendo pedido que preenchessem o questionário relacio-nado àquele link assim que tivessem acesso à internet. O projeto desta pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade Adventista da Bahia (Fadba), por meio da Resolução no 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde (CAAE: 14375713.7.0000.0042). Os participantes, ao acessarem o questionário on-line, encontravam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As páginas con-tendo as perguntas do questionário só se tornavam acessíveis a partir da aceitação por parte dos participantes dos elementos contidos neste termo.

Procedimentos de análise dos dadosComo procedimento de coleta de dados, inicialmente foi verificada a normalidade dos dados A normalidade multivariada foi verificada a partir da análise dos resíduos padro-nizados com a utilização dos testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk, que de acordo com Field (2009) devem ter seu nível de significância maior do que 0,05. Ou seja, valores significativos (Sig. < 0,05) indicam um desvio da normalidade. Os resíduos foram extraídos a partir de quatro análises de regressões com as variáveis independen-tes, tendo como variável dependente o indicador de BES geral e as três dimensões de BES (afetos positivos, afetos negativos e satisfação com a vida). Foram identificados sete casos atípicos excluídos da base de dados, totalizando 310 casos válidos.

Foram realizadas análises descritivas (médias, desvio-padrão, porcentagens) para caracterização da amostra, e análise de correlação de Pearson entre as variáveis. Para testar o poder preditivo das variáveis do estudo (extroversão, neuroticismo, regula-ção emocional ascendente e descendente) sobre o BES e a moderação da regulação

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Personalidade e bem-estar subjetivo de trabalhadores

emocional ascendente e descendente na relação entre traços pessoais (neuroticismo e extroversão) e BES, foram realizadas quatro análises de regressão linear múltipla a partir da utilização do programa estatístico SPSS (versão 18). Sendo consideradas nestas análises, como variáveis dependentes o indicador geral de bem-estar subjetivo, assim como cada uma de suas três dimensões: afetos negativos, afetos positivos, e satisfação com a vida. Como variáveis previsoras as variáveis independentes (extro-versão e neuroticismo) e as moderadoras (regulação ascendente e regulação ascen-dente), e os termos de interações. As variáveis de interação foram criadas a partir da multiplicação das VIs e moderadoras, gerando, assim, quatro novas variáveis: neuro-ticismo X regulação ascendente, extroversão X regulação ascendente, neuroticismo X regulação descendente, extroversão X regulação ascendente. A regressão foi realizada em blocos, sendo que no primeiro foram incluídas as VIs e as moderadoras sem as interações (teste de predição). No segundo bloco, foram adicionadas as variáveis de interação, resultando em dois distintos modelos (teste de moderação). No programa ModGraph (Jose, 2013) foi possível avaliar a significância da variável moderadora nos diferentes valores da variável independente, a partir de testes de significância dos declives (coeficientes de regressão) das duas retas obtidas.

Resultados

Os resultados apresentados na Tabela 1 apontam para correlações positivas mode-radas entre os escores de bem-estar subjetivo e os dois modos de regulação: ascen-dente (potencialização dos efeitos benéficos das emoções positivas) (r = 0,41, p < 0,01) e descendente (redução dos efeitos deletérios das emoções negativas) (r = 0,43, p < 0,01). A análise dos dados revela uma associação positiva e moderada entre o traço de personalidade extroversão e as variáveis: BES (r = 0,42, p < 0,01) e a dimensão de afetos positivos (0,48, p < 0,01). Por sua vez, este traço se correla-ciona de forma negativa com os afetos negativos, ainda que esta relação seja fraca.

O BES apresentou correlação negativa significativa com o neuroticismo (r = -0,70, p < 0,01) e, dentre suas dimensões, pode-se identificar os afetos positivos (r = -0,57, p < 0,01) e a satisfação com a vida (r = -0,60, p < 0,01), apresentando correlações moderadas e negativas com este traço de personalidade. O mesmo padrão se demonstra nas correlações existentes entre esse traço de personalidade e os dois modos de regula-ção emocional: ascendente (r = -0,35, p < 0,01) e descendente (r = -0,41, p < 0,01).

Os resultados da análise de regressão realizada sendo considerado como variável dependente o BES encontra-se na Tabela 2. A variável neuroticismo mostra-se como um previsor negativo que impacta significativamente o BES, sendo seu coeficiente

Tabela 1. Matriz de correlações entre o bem-estar subjetivo, regulação ascendente e descendente e traços pessoais

Bem-estar Subjetivo Afetos Negativos

Afetos Positivos

Satisfação com a vida

Regulação Ascendente

Regulação Descendente M DP

Bem-estar Subjetivo 1,00 - - - - - 3,69 0,56Afetos Negativos -0,86** 1,00 - - - - 2,06 0,61Afetos Positivos 0,87** -0,57** 1,00 - - - 3,36 0,70Satisfação com a vida 0,84** -0,60** 0,67** 1,00 - - 3,70 0,67Regulação Ascendente 0,41** -0,37** 0,33** 0,37** 1,00 3,01 3,68Regulação Descendente 0,43** -0,35** 0,42** 0,35** 0,47** 1,00 2,52 2,82Neuroticismo -0,70** 0,63** -0,57** -0,60** -0,35** -0,41** 3,00 0,89Extroversão 0,42** -0,25** 0,48** 0,37** 0,26** 0,24** 3,97 0,84

*p < 0,001.

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de regressão β = -0,56, (p < 0,001). As variáveis extroversão, RD e RA contribuíram de forma positiva para o modelo, apresentando respectivamente os valores de β = 0,23, (p < 0,001), β = 0,09, (p < 0,050) e β = 0,11, (p < 0,050). O poder preditivo se mantém para todas as variáveis independentes no segundo passo, quando se incluem as interações. No que se refere à significância das moderações, pode-se veri-ficar que apenas a interação existente entre a extroversão e a regulação ascendente fez uma contribuição significativa para o BES (β = -0,13, p < 0,050), indicando que o efeito da extroversão sobre ele foi moderado pela regulação ascendente.

Na Figura 2, observa-se as retas com os valores para níveis baixos e altos da variável moderadora regulação ascendente.

Tabela 2. Preditores do bem-estar subjetivo e variáveis de interaçãoAfetos NegativosVariáveis b SE b βPasso 1

Constante 3,688 0,020Neuroticismo_C - 0,320 0,020 -0,560*Extroversão_C 0,130 0,020 0,230*Regulação Descendente_C 0,050 0,020 0,090**Regulação Ascendente_C 0,060 0,020 0,110**

Passo 2Constante 3,727 0,220Neuroticismo_C - 0,300 0,020 -0,530*Extroversão_C 0,120 0,020 0,220*Regulação Descendente_C 0,060 0,020 0,120**Regulação Ascendente_C 0,050 0,020 0,090**Neuroticismo*Regul.Desc_C 0,010 0,020 0,020Neuroticismo*Regul.Asc._C 0,040 0,020 0,080Extroversão*Regul. Desc._C 0 0,020 0Extroversão*Regul. Asc._C -0,070 0,020 -0,130**

R2 ajustado: 0,57 para o passo 1; R2 ajustado: 0,60 para o passo 2. *p < 0,001. **p < 0,050.

3,48

3,88

3,72

3,84

3,4

3,5

3,6

3,7

3,8

3,9

4

Baixa Extrov. (-1dp) Alta Extrov.(1dp)

Baixa regul. ascend.(-1dp)

Alta regul. ascend.(1dp)

Figura 2. Resultados da moderação do efeito da regulação ascendente sobre o bem-estar subjetivo em trabalhadores com alta ou baixa extroversão

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Personalidade e bem-estar subjetivo de trabalhadores

As retas apresentaram significância estatística apenas para níveis baixos de regulação ascendente (b = 0,20; t = 6,14; p < 0,01), enquanto para níveis altos de regulação ascendente (b = 0,06; t = 1,84; p > 0,01) não foi encontrada significância. Portanto, apenas para baixo uso de regulação ascendente os níveis de bem-estar subjetivo dos trabalhadores se alteraram de acordo com os traços de extroversão, de modo que uma menor utilização de estratégias de regulação emocional ascendentes, afeta de forma significativa o bem-estar de indivíduos que apresentam menos traços de extroversão, quando comparados com indivíduos que apresentam pontuação alta neste traço.

Os resultados da segunda análise de regressão múltipla considerando os dois modos de regulação, os dois traços de personalidade e os quatro termos de interação sobre a dimensão afeto negativo encontram-se descritos na Tabela 3. Para este modelo, a variável neuroticismo se mostrou como um preditor positivo que impacta signi-ficativamente nos afetos negativos, sendo seu coeficiente de regressão β = 0,55 (p < 0,001). A regulação ascendente contribuiu significativamente de forma negativa para o modelo, apresentando o valor de β =-0,14 (p < 0,050). Esta predição se man-teve significativa quando foram incluídos os termos de interação.

A regulação descendente e a extroversão não apresentaram contribuições significati-vas. No que se refere à significância das moderações, pode-se verificar que as inte-rações existentes entre neuroticismo e regulação ascendente (β = -0,10, p < 0,050), e extroversão e regulação ascendente (β = 0,13, p < 0,050) contribuíram signifi-cativamente para os afetos negativos, indicando que o efeito desses dois traços de personalidade sobre os afetos negativos foi moderado pela regulação ascendente. A contribuição da interação entre neuroticismo e regulação ascendente foi negativa e a contribuição da interação extroversão e regulação ascendente foi positiva.

A Figura 3 permite identificar os efeitos do neuroticismo sobre os afetos negativos moderado pela regulação ascendente.

Tabela 3. Preditores dos afetos negativos e variáveis de interação Afetos NegativosVariáveis b SE b βPasso 1

Constante 2,056 0,02Neuroticismo_C 0,340 0,03 0,55*Extroversão_C -0,040 0,02 -0,06Regulação Descendente_C -0,020 0,03 -0,03Regulação Ascendente_C -0,090 0,03 -0,14**

Passo 2Constante 2,029 0,02Neuroticismo_C 0,320 0,03 0,53*Extroversão_C -0,030 0,02 -0,05Regulação Descendente_C -0,040 0,03 -0,07Regulação Ascendente_C -0,070 0,03 -0,11**Neuroticismo*Regul.Desc_C 0,020 0,03 0,04Neuroticismo*Regul.Asc._C -0,060 0,03 -0,10**Extroversão*Regul. Desc._C -0,010 0,03 -0,02Extroversão*Regul. Asc._C 0,070 0,03 0,13**

R2 ajustado: 0,43 para o passo 1; R2 ajustado: 0,45 para o passo 2. *p < 0,001. **p < 0,050.

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As duas retas apresentaram significância estatística para níveis altos (b = 0,26; t = 6,17; p < 0,001) e baixos de regulação ascendente (b = 0,38; t = 8,74; p < 0,001). A utilização da regulação ascendente por indivíduos com traços de neuroticismo asso-ciou-se negativamente com os níveis de afetos negativos.

No que se refere ao efeito da extroversão sobre os afetos negativos pela moderação da regulação ascendente, a Figura 4 revela as duas retas obtidas para os níveis alto e baixo desse traço de personalidade.

Os valores do coeficiente de regressão dos testes t e da significância das duas retas foram para níveis altos de regulação ascendente b = 0,04; t = 0,96; p > 0,05, e para os níveis baixos, b = -0,1; t = -2,42; p < 0,05. Portanto, somente para níveis baixos de regulação ascendente os valores de afetos negativos se alteraram para indivíduos extrovertidos, não havendo alterações significativas para os níveis altos.

Baixa regul. ascend.(-1dp)

Alta regul. ascend.(1dp)

1,71

2,47

1,69

2,21

1,6

1,7

1,8

1,9

2

2,1

2,2

2,3

2,4

2,5

2,6

Baixa Neuroticismo

(-1dp)

Alto Neuroticismo

(1dp)

Figura 3. Resultados da moderação da regulação ascendente sobre os afetos negativos em trabalhadores com baixo e alto neuroticismo

Baixa regul. ascend.(-1dp)

Alta regul. ascend.(1dp)

2,19

1,99

1,91

1,99

1,8

1,85

1,9

1,95

2

2,05

2,1

2,15

2,2

2,25

Baixa Extrov. (-1dp) Alta Extrov.(1dp)

Figura 4. Resultados da moderação da regulação ascendente sobre os afetos negativos em trabalhadores com baixa e alta extroversão

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Personalidade e bem-estar subjetivo de trabalhadores

Discussão

A análise das características individuais de trabalhadores que apresentam traços de extroversão e neuroticismo conduziu a importantes resultados sobre o modo como processos regulatórios estão relacionados a indicadores de BES. Embora todas as vari-áveis do estudo tenham se mostrado preditoras do BES, o neuroticismo revelou-se com maior poder de predição negativa. O melhor previsor positivo para o BES é a extroversão, seguida da regulação ascendente e, por último, a regulação descendente. Pode-se afirmar, então, que as Hipóteses 1(a) e 1(b) e 1(c) foram corroboradas.

No que tange à moderação, a regulação ascendente, que potencializa os efeitos benéficos das emoções positivas, desempenha um importante papel moderador nas relações entre esses traços e o bem-estar subjetivo dos trabalhadores. Esperava-se, entretanto, que indivíduos mais extrovertidos que faziam maior uso de regulação ascendente apresentassem maiores níveis de BES – Hipótese 2(a). A suposição era de que, ao utilizar de estratégias de regulação ascendente com o intuito de criar, manter ou aumentar os efeitos benéficos de emoções positivas (Gross, 2014), o seu bem-estar subjetivo seria beneficiado ainda mais. Todavia, este não foi o efeito obser-vado. Ao contrário, o uso da regulação ascendente não aumentou o BES de indivíduos extrovertidos. Tão pouco as hipóteses 2(b) e 2(c) foram corroboradas. Todavia, foi identificado um importante efeito moderador quando se faz menor uso da regulação ascendente.

O que explicaria este efeito? Os afetos positivos favorecem as relações interpesso-ais, assim como um bom desempenho em variados aspectos da vida do indivíduo, incluindo o trabalho (Lyubomirsky, King, & Diener, 2005). Estudos indicam que a expressão e amplificação de emoções positivas ajudam a atingir as metas de inte-ração no trabalho. Três linhas de investigações analisam os aspectos da regulação de tais emoções positivas neste contexto, sinalizando seus efeitos positivos para os resultados pretendidos: estudos sobre o Gerenciamento de impressão por parte do trabalhador, que compreende as emoções positivas como favorecedoras da per-cepção de uma imagem positiva por parte de colegas e superiores (Andrade, & Ho, 2009; Grandey, Fisk, Mattila, Jansen, & Sidean, 2005; Jones, & Pittman, 1982); estudos sobre o Trabalho emocional, que compreende a regulação de emoções posi-tivas no trabalho a partir de regras de exibição como favorecedora do alcance dos objetivos, em especial na interação com os clientes (Hochschild, 1979; Zapf, & Holz, 2006); e estudos sobre o Contágio emocional que compreende experiências de emo-ções positivas que podem ser transmitidas a outros resultando em efeitos positivos (Barger, & Grandey, 2006; Barsade, 2002; George, 2002; Pugh, 2001).

A demonstração exagerada de emoções positivas, entretanto, pode sugerir inauten-ticidade e levar a efeitos indesejáveis nas relações interpessoais (Liu, & Perrewe, 2006). De acordo com Grandey (2015), extrovertidos podem expressar sentimentos inautênticos não se demonstrando estressados e ainda obterem bom desempenho nas suas relações interpessoais. Todavia, o esforço em exagerar na expressão de tais emoções pode trazer efeitos negativos para o bem-estar do trabalhador, ainda que gerem resultados positivos no desempenho no trabalho.

A literatura é clara ao apontar que os extrovertidos vivenciam como traço estados afetivos positivos (Komulainem et al., 2014) e conforme afirmam Nunes, Hutz e Nunes (2010) buscam estabelecer boas interações sociais e situações estimulantes, que já beneficiam seu bem-estar. Assim, apesar de a extroversão estar associada a maiores níveis de afetos positivos (Verduyn, & Brans, 2012; Wilt, Noftle, Fleeson, & Spain, 2012) e a menores níveis de afetos negativos, o uso da regulação emocional ascendente por quem não necessita potencializar afetos positivos pode ter um efeito contrário, gerando um desgaste emocional adicional, além de exercer um efeito inde-sejável gerado pela impressão de expressão inautêntica. Efeitos indesejáveis na inte-

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ração, por sua vez, estariam associados a menores níveis de bem-estar subjetivo (Nunes et al., 2010). Extrovertidos que fazem mais uso de regulação emocional ascendente, ou seja, tentam potencializar os efeitos benéficos das emoções positi-vas não são beneficiados em seus níveis de BES. Entretanto, os resultados aponta-ram que trabalhadores extrovertidos que fazem menos uso de regulação ascendente melhoram seus indicadores de BES.

Dito de outro modo, os benefícios da regulação ascendente seriam mais evidentes entre os introvertidos ou aqueles que apresentam menores traços de extroversão, já que muitas vezes não se envolvem naturalmente em situações potencializadoras de seus estados de felicidade (Fleeson, 2001; Fleeson, Malanos, & Achille, 2002; McNiel, & Fleeson, 2006). Neste caso, os indivíduos que fazem uso de regulação ascendente agiriam contra a sua própria disposição para atingirem algum objetivo ou sentirem-se mais felizes (Zelenski, Santoro, & Whelan, 2012; Zelenski, et al., 2013). Os resultados do estudo aqui apresentado sugerem que a aprendizagem do uso da regulação ascendente pode beneficiar os introvertidos no sentido de alcança-rem maiores níveis de bem-estar subjetivo, mas não os extrovertidos, que tendem a manejar bem seus estados afetivos de felicidade e qualquer exagero pode gerar sentimentos de um artificialismo, reduzindo sua percepção de BES.

Indivíduos introvertidos, no entanto, demonstram dificuldades em manejar emoções para dissimulá-las. Os resultados encontrados no presente estudo sugerem, não obs-tante, que, embora a utilização eficaz de estratégias em contextos de trabalho deva considerar os traços de personalidade, talvez seja possível ajudar indivíduos intro-vertidos a fazerem melhor uso de estratégias de regulação ascendente por meio de treinamentos que os façam incorporá-las em seu repertório comportamental (Bono, & Vey, 2007; Chi, Grandey, Diamond, & Krimmel, 2011; Grandey, 2015; Judge, Wood, & Hurst, 2009). Esta suposição se fortalece pelo fato de que os resultados deste estudo indicam também que indivíduos menos extrovertidos e que fazem pouco uso de regulação ascendente apresentam mais afetos negativos. Indivíduos mais extro-vertidos que fazem menos uso de regulação ascendente apresentaram menos afetos negativos, o que sinaliza que o traço de personalidade extroversão é que protege da vivência de emoções negativas e não o uso da regulação emocional ascendente.

No que se refere à moderação da regulação emocional na relação entre neuroticismo e bem-estar subjetivo, os resultados revelaram relacionamentos não esperados entre as variáveis estudadas. As hipóteses 3(a), 3(b) e 3(c) previam que a regulação des-cendente ajudaria indivíduos com traços mais fortes de neuroticismo a apresentarem melhores indicadores de BES. No entanto, a moderação ocorreu somente pela regu-lação ascendente, ou seja, via potencialização dos efeitos benéficos das emoções positivas. Deste modo tais hipóteses também não foram corroboradas.

De acordo com Ng (2009), mecanismos biológicos são responsáveis pela relação neuroticismo e afeto negativo, sendo a hereditariedade dos afetos negativos esti-mada em até 80% em indivíduos com traços de neuroticismo. Estudos demonstram que traços de neuroticismo são preditores de afetos negativos (Costa, & McCrae, 1980). Deste modo, esperava-se que a regulação descendente reduzindo os efeitos indesejáveis das emoções negativas fosse moderadora da relação neuroticismo–BES, o que não ocorreu.

Em síntese, os resultados do presente estudo indicam que indivíduos com altos ou baixos traços de neuroticismo que fazem menor uso da regulação ascendente expe-rimentam mais afetos negativos. Isto permite concluir que a regulação ascendente poderia vir a beneficiar o bem-estar daqueles que apresentam traços de neuroticismo, ainda que de modo indireto (Ng, 2009). O bem-estar pode ser beneficiado a partir da expressão e ampliação da vivência de emoções positivas (Fredrickson, 1998). De acordo com Ng (2009), indivíduos neuroticistas também são capazes de sentir

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Personalidade e bem-estar subjetivo de trabalhadores

emoções positivas embora sob determinadas circunstâncias (por exemplo: situações levemente agradáveis). As implicações disto para o bem-estar de tais indivíduos é que esforços podem ser empreendidos para que haja um aumento das vivências de emoções positivas no lugar de considerar como foco as negativas. Isto revela-se de grande importância no ambiente de trabalho em que é muito difícil evitar situações que desencadeiem emoções negativas. Criar um ambiente de trabalho que também promova experiências positivas pode vir a ser bastante contributivo para aqueles trabalhadores com traços de neuroticismo mais elevados.

Algumas evidências empíricas, todavia, sugerem que por demandas de regras de expressividade emocional no trabalho, indivíduos com traços de neuroticismo regu-lam suas emoções positivas para serem bem-sucedidos (por exemplo: Isen & Baron, 1991), havendo associação com a criatividade individual e grupal (Isen, 2003). Mais uma vez evidencia-se que o ambiente de trabalho pode ter influência nos efeitos do neuroticismo sobre o desempenho.

Deve-se considerar, no entanto, que afetos positivos se mostraram mais associados a resultados de sucesso do que afetos negativos em uma ampla gama de domínios contextuais, incluindo o local de trabalho (Lyubomirsky et al., 2005). Embora indi-víduos com traços de neuroticismo possam ter um bom desempenho em tarefas difíceis quando vivenciem afetos negativos, os benefícios das emoções positivas são superiores no que se refere ao bem-estar. (Fredrickson, 1998; Tamir, 2005).

Constata-se, portanto, que somente as hipóteses de predição foram corroboradas neste estudo. A Figura 5 sintetiza os achados deste estudo.

Conclusões

A utilização da regulação ascendente revelou, neste estudo, desempenhar um papel importante na melhoria do BES. Apesar de os traços pessoais serem consideravel-mente estáveis e contribuírem de modo mais direto para os níveis de BES, a regu-lação emocional, passível de desenvolvimento mediante processos de socialização e de treinamento, pode vir a contribuir na melhoria destes indicadores. É possível afirmar que trabalhadores com distintas características individuais vivenciam diferen-tes níveis de bem-estar subjetivo a depender da forma como fazem uso da regula-ção emocional, especialmente a regulação ascendente. Esta conclusão apresenta-se como uma evidência importante para os estudos da psicologia positiva. Os resulta-dos deste estudo também trazem implicações para a gestão de pessoas, pois geram insumos para empreender ações que possam ajudar trabalhadores com traços mais evidentes de introversão e neuroticismo a fazerem melhor uso de processos regula-tórios ascendentes para aumentar seu BES.

Duas limitações mais visíveis foram identificadas. Embora a escolha dos dois traços pessoais tenha sido realizada a partir de evidências empíricas, um estudo com os demais traços pessoais do Big Five poderia revelar relações antes não encontradas. A outra limitação decorre do fato de a amostra ter abrangido uma variedade de trabalhadores pertencentes a diferentes categorias. A não delimitação a um ramo ou tipo de ocupação específica impediu a realização de uma análise detalhada rela-cionando processos regulatórios e contextos específicos de trabalho. Como lacunas para futuras pesquisas, pode-se considerar a necessidade de maior investigação da intensidade e da motivação para se utilizar ou não regulação ascendente. A identifi-cação dos motivos conduziria a uma melhor compreensão dos elementos contextuais e disposicionais envolvidos na regulação emocional, permitindo avaliar o papel das demandas de regras de exibição de expressões emocionais e sua relação com níveis de bem-estar subjetivo.

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H1. Traços de personalidade e

estratégias de regulação emocional

(RA e RD) predizem o BES,

de modo que:

H2. Estratégias ascendentes

moderam a relação entre

extroversão e BES (indicador

geral e suas dimensões),

de modo que:

H3. Estratégias descendentes

moderam a relação entre neuroticis-

mo e BES (indicador geral e suas

dimensões), de modo que:

1(a) Estratégias adaptativas (RA) e disfuncionais (RD) são

predadores positivos e negativos, respectivamente, de

bem-estar de trabalhadores;

1(b) Trabalhadores com mais traços de extroversão vivenciam

maiores níveis de bem-estar subjetivo;

1(c) Trabalhadores com mais traços de neuroticismo vivenci-

am menores níveis de bem-estar subjetivo.

2(a) Trabalhadores mais extrovertidos que fazem maior uso de

regulação ascendente apresentam maiores níveis de BES;

2(b) Indivíduos mais extrovertidos e que fazem maior uso de

regulação ascendente experimentam mais afetos positivos e

satisfação com a vida (dimensões de BES);

2(c): Trabalhadores mais extrovertidos que fazem maior uso

de regulação ascendente apresentam menores níveis de afetos

negativos (dimensão de BES).

3(a) Trabalhadores com mais traços de neuroticismo

apresentam melhores indicadores de BES, caso façam

maior uso de regulação descendente;

3(b) Trabalhadores com mais traços de neuroticismo apresentam

maiores níveis de afetos positivos e satisfação com a vida (dimensões

de BES), caso façam maior uso de regulação descendente;

3(c) Trabalhadores com mais traços de neuroticismo apresentam

maiores níveis de afetos negativos (dimensão de BES), caso façam

pouco uso de regulação descendente.

Corroboradas

Não corroboradas

Não corroboradas

Figura 5. Hipóteses da pesquisa que foram corroboradas

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Submetido em: 06/01/2016 Revisto em: 26/10/2017 Aceito em: 28/10/2017

Endereços para correspondência

Wilma Raquel Barbosa Ribeiro [email protected]

Sônia Maria Guedes Gondim [email protected]

Cícero Roberto Pereira [email protected]

I. Docente. Faculdade Adventista da Bahia. Cachoeira. Estado da Bahia. Brasil.

II. Docente. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador. Estado da Bahia. Brasil.

III. Docente. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social. Universidade Federal da Paraíba (UFPB). João Pessoa. Estado da Paraíba. Brasil.