apostila nt - modulo 1 e 2

42
Seminário Teológico Rogate Novo Testamento Módulos 1 e 2 Aperfeiçoamento Ministerial

Upload: neemias-santos

Post on 20-Dec-2015

221 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Introdução ao Novo Testamento 1.1. As vezes o N.T. é dividido em 3 períodos: A. A vida de Cristo – 4 A.C à 29 D.C. (Mateus, Marcos, Lucas e João) B. A expansão da Igreja em Atos – 29 D.C. a 62 D.C. (Atos, Rm, I e II Co, Gl, EF, Fp, Cl, I e II Ts, Fl, Tg) C. Após a consolidação da igreja em Atos – 62 D.C. à 95 D.C. (I e II Tm , Tt, Hb, I e II Pe,I, II e III Jo, Jd e Ap) 1.2. A classificação mais comum é das 3 divisões: A. Os livros históricos : Evangelhos e Atos dos Apóstolos. B. As epistolas paulinas: Para as igrejas e para indivíduos. C. As epistolas não-paulinas e Apocalipse. 1.3. Origem do Vocábulo Testamento: A. A designação Novo Testamento vem latim Novum Testamentum. B. “Testamenti” – serve para traduzir o vocábulo grego “diatheke”, que quer dizer “Pacto” (II Co 3:14) . C. A LXX traduz EX 24:1-8 usando a palavra diatheke para o hebraico “pacto”. Lc 22:14-20 vemos novamente a expressão diatheke reforçando o conceito de “Pacto”. D. O NT incorpora o Novo Pacto de que é mediador Jesus Cristo (Hb 9:15; 10:16,17; Jr 31:31-34). E. O primeiro pacto era o pacto de sangue (Hb 9:19,20), mas não era um testamento propriamente dito; o segundo conquanto seja um pacto é também um testamento, isto é, não somente foi selado com sangue, como também exigia a morte do testador para dar-lhe forças: não seria eficaz se Jesus, que era o mediador, não tivesse morte expiatória. F. A palavra grega Diatheke fala sobre um último desejo (vontade) de alguém ou testamento que foi posto em vigor após a morte daquele que o havia escrito. Ou seja, era algo que se podia aceitar ou rejeitar, mas nunca alterar. G. “He Kaine Diatheke” significa literalmente “A Nova Aliança”.

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Seminário Teológico Rogate

Novo

Testamento

Módulos 1 e 2

Aperfeiçoamento

Ministerial

Page 2: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

2

Introdução

ao Novo

testamento

Page 3: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

3

LIÇÃO 1

1. Introdução ao Novo Testamento

1.1. As vezes o N.T. é dividido em 3 períodos: A. A vida de Cristo – 4 A.C à 29 D.C. (Mateus, Marcos, Lucas e João)

B. A expansão da Igreja em Atos – 29 D.C. a 62 D.C. (Atos, Rm, I e II Co, Gl, EF, Fp, Cl, I e II Ts, Fl, Tg)

C. Após a consolidação da igreja em Atos – 62 D.C. à 95 D.C. (I e II Tm , Tt, Hb, I e II Pe,I, II e III Jo, Jd e Ap)

1.2. A classificação mais comum é das 3 divisões: A. Os livros históricos : Evangelhos e Atos dos Apóstolos.

B. As epistolas paulinas: Para as igrejas e para indivíduos.

C. As epistolas não-paulinas e Apocalipse.

1.3. Origem do Vocábulo Testamento: A. A designação Novo Testamento vem latim Novum Testamentum.

B. “Testamenti” – serve para traduzir o vocábulo grego “diatheke”, que quer dizer “Pacto” (II Co 3:14) .

C. A LXX traduz EX 24:1-8 usando a palavra diatheke para o hebraico “pacto”. Lc 22:14-20 vemos novamente a expressão diatheke reforçando o conceito de “Pacto”.

D. O NT incorpora o Novo Pacto de que é mediador Jesus Cristo (Hb 9:15; 10:16,17; Jr 31:31-34).

E. O primeiro pacto era o pacto de sangue (Hb 9:19,20), mas não era um testamento propriamente dito; o segundo

conquanto seja um pacto é também um testamento, isto é, não somente foi selado com sangue, como também

exigia a morte do testador para dar-lhe forças: não seria eficaz se Jesus, que era o mediador, não tivesse morte

expiatória.

F. A palavra grega Diatheke fala sobre um último desejo (vontade) de alguém ou testamento que foi posto em vigor

após a morte daquele que o havia escrito. Ou seja, era algo que se podia aceitar ou rejeitar, mas nunca alterar.

G. “He Kaine Diatheke” significa literalmente “A Nova Aliança”.

1.4. Como surgiu o Novo Testamento? A. Influências:

a. Preparação religiosa dos judeus - que influenciou a vinda de Cristo. Desde Abraão, profetas e reis,

escrevendo sobre sua vinda.

b. Monoteísmo judaico - também influenciou muito para a vinda de Cristo. (Mono = Um; Theo = Deus; Ismo =

doutrina)

c. A tradução do Velho Testamento - para o grego koinê, língua da época.

d. Israel influenciou muito ao NT - porque tinha as Escrituras, bases do NT. – porque tinha as Escrituras, bases

do Novo Testamento.

e. A Grécia, com a sua cultura – também influenciou muito, tanto que o Novo Testamento não foi escrito em

hebraico, mas em grego.

f. A unificação política da época – quando Roma dominava, também foi uma força para o advento de Cristo.

g. O Governo de César – abriu estradas abundantes e outros meios de comunicação, canalizando as riquezas para

Roma. Com isso auxiliou para que o Cristianismo fosse pregado mais intensamente.

h. A imoralidade no governo dos Césares – fez com que o povo livre se entregasse ao pecado e vaidade,

fazendo assim desaparecer os valores humanos. E, por isto, o Evangelho se acentuou mais entre os povos que

sofriam horrivelmente a escravidão.

B. Unidade e Variedade - Duas verdades importantes para melhor compreender o processo de

produção do NT: a. Unidade: o Espírito Santo inspirou e orientou os autores na produção das obras que conservaram a revelação

cristã. Esta é a única explicação satisfatória da unidade da unidade do Novo Testamento.

b. Variedade: deve-se a situação humana:

a. O ponto de vista do autor;

b. A cultura literária do autor. Paulo, um sábio mestre, enquanto Pedro, um humilde pescador inculto;

c. Os destinatários, de acordo com as necessidades das suas almas, tinham que receber a carta.

C. Transmissão: a. Oral: (Lc 1:2): David Smith apresenta a teoria de que os ensinos e os atos de Jesus foram transmitidos

oralmente por muitos anos. II Tm 1:14 – “Guarda o bom depósito com o auxílio do Espírito que habita em nós”

.Nota: era tradição judaica – os rabis guardavam as tradições dos anciãos. – Evangelho – resultado dessa transmissão.

Page 4: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

4

b. Documentária (Lc 1:1): Existem provas de que Mateus e Lucas usaram documentos na produção de seus

evangelhos. O versículo acima citado comprova esta afirmativa.

b.1. Papias fala sobre a existência de um documento escrito por Mateus em aramaico. Chamado “Logia de

Jesus” ou “Q” (Quele, Fonte).

b.2. Provavelmente esse documento foi preparado por Mateus quando acompanhava o Mestre como

discípulo.

b.3. Quando Lucas escreveu seu evangelho não usou apenas a tradição oral; usou documentos, incluindo a

“Logia de Jesus” e o Evangelho de Marcos

1.5. Conteúdo: O conteúdo do NT consiste na revelação do “novo pacto ou testamento” por meio das palavras escritas de Jesus

Cristo e dos seus seguidores. O NT compreende 27 (vinte e sete) obras distintas de 9 (nove) escritores diferentes.

Esses documentos foram escritos num espaço de pouco mais de meio século, provavelmente entre os anos 45 à 100

d.C.

O conteúdo do NT pode classificar-se de duas maneiras: Pelo caráter literário; Pelos autores.

Esta classificação não é final ou exclusiva e sim, unicamente em vista do assunto geral do livro.

A. Caráter Literário - A Literatura do Novo Testamento: a. Em que Consiste? Consiste no registro e dos ensinamentos e do poder de Cristo na solução dos problemas dos

homens, que são espirituais, sociais, morais e preservação para a posteridade.

b. Relação com o Velho Testamento: O teólogo Davidson diz: “Talvez vez não haja uma só verdade no NT que

não se ache o germe no VT, e, reciprocamente, não haja nenhuma verdade no VT que no NT não se adquiri e

desenvolva uma nova significação”.

c. Herança do Judaísmo: Dentro da literatura cristã, há três princípios na forma mais simples do judaísmo passados

para o cristianismo: Há um só Deus; Deus é Deus de Justiça; A vontade de Deus prevalecerá até o fim.

d. Tipos de Literatura:

a. Históricos:

a.1. Evangelho: Mateus, Marcos, Lucas e João.

a.2. Histórica: Atos

b. Epístola: Romanos, I e II Corintios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II tessalonicenses, I e II

Timóteo, Tito, Filemon, Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas.

b.1. Doutrinais ;

b.2. Pessoais;

c. Profético - Apocalíptica:

B. Autores: a. Apóstolos – Do grupo dos apóstolos, apenas Mateus, Pedro e João escreveram livros.

b. Discípulos dos Apóstolos – Eles trabalharam na igreja primitiva ou estiveram em contato com o grupo

apostólico ainda antes da morte de Jesus. São eles: Marcos, Judas e Tiago.

c. Posteriores – Eles não tiveram contato direto com Jesus, antes de sua morte, mas eram pessoas bem

conhecidas dos apóstolos e discípulos da época. Destes, somente Lucas não era judeu (provavelmente era

grego, pois em sua carta praticamente não há erros de concordância, seu grego era muito bom). Paulo era um

doutor na lei.

d. Desconhecido ;

1.6. Língua Original do Novo Testamento: a. Nos dias de Jesus a língua sagrada dos judeus era o hebraico; e o aramaico; a língua oficial, o latim; e a universal,

o grego.

b. O NT foi escrito aproximadamente entre 45 D.C. e 95 D.C. em grego Koine (Comum), a língua internacional do

povo. O grego Koine não só era muito usado como também era claro, preciso e flexível.

c. O grego koinê foi escrito por helenistas, isto é, por judeus que falavam grego, mas o seu modo de pensar era

formado segundo o original hebraico, e a sua mente estava feita à linguagem da versão dos setenta das

Escrituras judaicas.

d. Daqui deriva uma regra bem instrutiva de interpretação. O VT grego é, na verdade, uma fonte especial de

interpretação para o NT, e por isso devemos dali colher tanto quanto possível a significação dos seus termos.

e. Portanto a Linguagem do NT é helenística ou mais propriamente grego-hebraica; é o dialeto comum (koinê) com

outros de mistura, tudo modificado ainda pelos judeus de Alexandria e da Palestina.

f. Eis a razão de ali se encontrarem palavras e frases vindas de fontes estranhas, isto é, do aramaico, do latim, do

persa e do egípcio.

f.1. Expressões aramaicas – Mc 14:36; At 1:19 (campo de sangue); Mc 3:17 (filhos do trovão).

f.2. Palavras latinas - Mt 18:28 (denários); 26:53 (legião); 27:27 (pretório); Mc 15:39 (centurião). f.3. Expressões pérsicas – Lc 23:43 (paraíso).

Page 5: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

5

LIÇÃO 2

O Cânon

Introdução: Ao final do primeiro século, apenas os escritos de Paulo formavam uma coleção, mas não havia na época uma

estrutura que tivesse autoridade de defini-los como “Escritura”. No contexto da história do cânone do Novo Testamento, o

alexandrino Orígenes possui importância vital. Orígenes observou cuidadosamente o costume das várias igrejas por onde

passou quanto aos escritos que aceitavam e emitiu julgamentos a respeito da autoridade canônica desses escritos. Orígenes

dividiu esses escritos em três categorias:

a. Homologoúmena – (falam a mesma coisa - aqueles que são incontestáveis na Igreja de Deus debaixo do céu) – os

quatro evangelhos, as treze cartas de Paulo, 1 Pedro, 1 João, Atos e Apocalipse

b. Amphiballómena (escritos duvidosos; ou sem muitas evidências) – 2 Pe, 2 e 3Jo, Hb, Tg e Jd. Há dúvidas sobre o

julgamento de Orígenes acerca de: O Pastor de Hermas, Didaché e Carta de Barnabé.

c. Pseudé (falsificações heréticas) – Evangelho dos egípcios, Evangelho de Tomé, Evangelho dos basilidas, Evangelho de

Matias

Além de Orígenes, Eusébio de Cesaréia, Metódio de Olimpo, Atanásio, e outros foram importantes na definição da

qualidade divina dos escritos do Novo Testamento, contudo, Jerônimo se sobressai, pois foi sob sua influência que o sínodo

romano, em 382, proclama o cânone de Atanásio como oficial da Igreja, e é o que temos até hoje.

Definição 1. Originalmente a palavra significava vara de medir, prumo e, por conseguinte “regra” ou “padrão” ou “norma”. Com o

tempo passou a ter o sentido meramente formal de “lista” ou “tabela”.

2. No NT é encontrado em Gl 6:16 no sentido de regra moral ou lei moral, e em II Co 10:13,15 e 16 no sentido de

esfera de ação demarcada por Deus.

3. No hebraico significa primeiramente vara ou régua, especialmente usada para manter algo em linha reta, à semelhança

da linha dos pedreiros e carpinteiros.

4. Por volta do séc. IV d.C. passou a designar a lista dos escritos inspirados pelo Espírito Santo de autoridade normativa,

e considerada como a regra para nossa fé e vida.

5. É o registro e a interpretação da revelação que Deus fez de si mesmo por meio de Jesus Cristo.

6. Deus guiou providencialmente a Igreja primitiva em sua avaliação de vários livros pelo que aqueles que realmente

foram inspirados tornaram-se aceitos.

7. Quando falamos sobre o Cânon das Escrituras, e neste caso o NT referindo-nos ao corpo de escritos havidos por

únicos possuídos de autoridade divina normativa para a fé cristã, em contraste com escritos que não o são.

Como surgiu? 1. Influência de Márciom, o herege – No final do séc. II d.C. começou a revelar-se a necessidade de estabelecer

conceitos sobre o cânon, especialmente pelo surgimento de heresias. Como, por exemplo, a obra de Márciom.

2. Ele afirmava, baseado numa interpretação errônea dos escritos de Paulo, que havia dois deuses: o Velho Testamento

era obra do Deus Justo, o Criador, Juiz severo dos homens. Jesus era o emissário do Deus Bom, superior ao Deus

Justo, enviado para libertar os homens da escravidão àquele Deus. Então, crucificado pela malícia do Deus Justo, Ele

transmitiu Seu evangelho primeiramente aos doze, que não puderam conservá-lo, e depois a Paulo, seu único

pregador fiel.

3. Estabeleceu um conjunto de livros aceitos para pregar esta doutrina: Evangelho de Lucas e 10 cartas de Paulo,

excluídas as pastorais.

4. Cânon Muratoriano – cerca de 180 d.C. – Rejeição dos escritos gnósticos, de Marciom. “Pastor de Hermas” recomendado para leitura particular e não pública.

5. Irineu – séc. II d.C. – Nos seus escritos Contra as Heresias, aceita e cita os 4 Evangelhos, Atos, Apocalipse e vários

outros, como sendo Escrituras inspiradas.

6. Eusébio de Cesaréia – 331 d.C. Eusébio por ordem de Constantino reuniu os 27 livros mais o Velho Testamento,

incluindo ainda o Didaquê e outros, na cidade de Cesarëia, onde ficava a maior biblioteca cristã.

7. Atanásio – bispo de Alexandria – 367 d.C. – Enviou numa “Carta de Páscoa” a igrejas sob sua responsabilidade a lista com os 27 livros até hoje aceitos.

8. Nunca houve um concílio para reunir os livros, mas diversos concílios adotaram a lista de Atanásio.

Critérios – para o Cânon 1. Origem Apostólica

2. Aceitação pelas Igrejas – por exemplo: 2Ts 3:17 – Paulo autentica sua carta.

3. Consistência doutrinária

Page 6: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

6

4. Havia livros que eram lidos nas igrejas, mas com o tempo não foram mais aceitos como sendo do cânon.

Foram considerados e chamados de sub-apostólicos.

5. São eles: Pastor de Hermas – Rm 16:14; Didaquê (ensino dos 12 Apóstolos); Epístola de Barnabé; 1 e 2

Clemente – Fp 4:3

Livros Apócrifos Diante da dificuldade de definição do Cânon do NT, muitos escritos antigos eram aceitos por igrejas isoladas. Entre

todos, “O Pastor de Hermas”, I Clemente e Epístola de Barnabé foram escritos que tiveram maior aceitação. O Pastor de

hermas por pouco não entrou no cânon. Estes escritos nos trazem maior confiabilidade de autoria, mas deixa a desejar no

aspecto inspirativo.

Outros escritos foram: II Clemente, O Martírio de Policarpo, O Didaché, Epistolas de: Policarpo, Inácio, a

Diogneto. Estes escritos eram reconhecidos por muitas igrejas. Os escritos a seguir, são os de maior dúvidas quanto à autoria e

inspiração: Evangelhos: segundo os Hebreus, aos Egípcios, de Tomé, de Pedro, de Nicodemos, da infância, dos doze apóstolos,

Filipe, André, Bartolomeu; Atos de João, de Paulo, de Paulo e Tecla, de Pedro, de Tomé; Epistolas: III Corintios, entre Paulo e

Adgar, entre Paulo e Sêneca, aos Laodicense (Cl 4:15,16), dos apóstolos; Apocalipses: de Pedro, de Paulo, de Tiago.

Por que surgiram? Impulso literário dos autores, romance; Esclarecer princípios que não estavam

claros; Preservação da tradição.

Quais são? Evangelhos Epístolas Atos Apocalipses

Segundo os Hebreus As 7 de Inácio De Paulo De Pedro

Dos Egípcios De Policarpo De Pedro De Paulo

De Pedro De Barnabé De João De Tomé

De Tomé De Tomé De Estevão

De Filipe

De Bartolomeu

De Nicodemos

De Gamaliel

Da Verdade – gnóstico

Resumo Histórico: Durante o tempo dos apóstolos, algumas das epistolas de Paulo e um ou mais evangelhos já eram aceitos como

Escritura. Já no começo do século II d.C., de modo geral, ainda não universal, treze epistolas de Paulo eram recebidas como

escrituras, como também os 4 Evangelhos, as epistolas de I João e II Pedro, e também o livro de Apocalipse totalizando vinte

livros ou mais. Alguns livros que não aceitamos hoje em dia foram aceitos por certos elementos dos primeiros séculos,

especialmente a epístola de Barnabé, as epístolas de Clemente e o pastor de Hermas. Especialmente na antiguidade havia

indivíduos que retinham diversas opiniões com relação aos livros discutidos: Tiago, II Pedro, II e III João, Hebreu, Judas e

Apocalipse – ao todo sete livros.

Durante o século II d.C., eram aceitos quase universalmente todos os vinte e sete livros do NT, com exceção da

epístola de Tiago. Contudo, alguns a aceitaram. Orígenes, em 254 d.C., foi o 1º dos pais apostólicos a aceitar a epistola de

Tiago mas também aceitava a epístola de barnabé e o Pastor de Hermas, pelo que seu NT. Constava de vinte e nove livros.

A fixação do cânon de forma quase universal deu-se no IV século d.C., quando no Concílio de Nicéia (325 d.C.)

aceitaram o cânon de Atanásio de Alexandria que passou a incluir os vinte e sete livros que temos hoje em dia. No Ocidente e

em outros lugares a fixação do cânon foi feita também por decisão do Concílio ou de Concílios. Em Cartago, no ano de 397

d.C., foi aprovada uma lista idêntica a de Atanásio. E, em 419 d.C., novamente em Cartago, foi reconfirmada essa posição,

apenas separando Hebreus como escrito de Paulo

1.7. Livros do Novo Testamento Evangelhos Histórico Cartas Paulinas Cartas Gerais Apocalipse

Gerais Pastorais

Mateus Atos Romanos 1 e 2 Timóteo Hebreus Apocalipse

Marcos 1 e 2 Coríntios Tito Tiago

Lucas Gálatas 1 e 2 Pedro

João Efésios 1, 2 e 3 João

Filipenses Judas

Colossenses

1 e 2 Tessalonicenses

Filemon

Page 7: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

7

LIÇÃO 3

2. Contexto do Novo Testamento A igreja se tornou como uma esponja, que absorve tudo. Isto devido ao seu contexto.

O Contexto no qual foi vivido e escrito o NT aborda 6 áreas distintas: A Situação Histórica e Geográfica; A

Situação Política; A Situação Social; A Situação Econômica; A Situação Cultural e a A Situação Religiosa.

2.1. Situação Histórica e Geográfica Cronologia

Data Acontecimento/Fato Ref.

Tempos do Exílio – 606-536 a.C.

586 Queda de Jerusalém Dn 5:29-31

536 Libertação do cativeiro – 70 anos após a deportação – sob a liderança de

Zorobabel e Josué, o Sumo sacerdote.

Ordem de Ciro da Pérsia para reconstrução do templo

Ed 1:1ss

516 Conclusão do templo – 70 anos após a destruição Ed 6:3ss

465 Volta de Esdras, encorajado por Artaxerxes rei da Pérsia Ed 7:1

457 Volta de Esdras para estabelecer o culto Ed 7:1ss

444 Volta de Neemias – reconstrução dos muros de Jerusalém em 52 dias. Ne 1:1-6.15

430 Segunda volta de Neemias – reforma final Ed 6:3ss

400 anos de silêncio

333 Queda do Império Persa – domínio de Alexandre, o Grande – início da

“helenização” do oriente.

323 Queda do Império Grego – domínio do Egito

204 Queda do Império Egípcio – domínio da Síria

168 Destruição parcial do Templo

165 Revolta dos Macabeus – reforma e restauração do Templo

63 Tomada de Jerusalém por Roma

2.2. Palestina:

Tomada pelo Império Romano, em 63 a.C. após anos de lutas, intrigas e brigas entre famílias que se diziam os

legítimos herdeiros do reino e do sacerdócio e os que zelavam (hassidim ou fariseus) pelo cumprimento da lei

de Deus, no que dizia respeito à sucessão do reino e sacerdócio.

cenário dos quatro Evangelhos é a Palestina, o que faz parte da região que hoje denominamos o Oriente

Médio.

povo a quem Jesus ministrava eram israelitas. Este povo durante mais que 500 anos foi subjugado por varias

outras nações: entre ela, a babilônia, a Persa e Media, a Grécia, e agora, a Roma.

Por pouco tempo, isto é, mais ou menos 75 anos, os judeus (termo genérico nesta época para todo israelita)

desfrutaram a sua liberdade e autonomia.

Mas em 63 a.C., após anos de lutas, intrigas e brigas entre famílias que se diziam os legítimos herdeiros do

reino e do sacerdócio e os que zelavam (hassidim ou fariseus) pelo cumprimento da lei de Deus, no que dizia

respeito à sucessão do reino e sacerdócio, a Palestina foi tomada pelo Império Romano, que liderado pelo

general Pompei levou as legiões romanas a invasão da palestina e captura de Jerusalém.

Em 44 a.C. Herodes é colocado pelos romanos como tetrarca da Galiléia e depois como Rei da Judéia.

Com lembranças do seu passado e dos reinados gloriosos do Rei Davi, Salomão e outros, e ainda armados

com as profecias dum prometido messias-salvador, os judeus sonhavam com a liberdade e do advento dum

gênio militar como foi Alexandre o Grande para os gregos, para vencer aos romanos e relevar a nação a

Glória.

A. Jerusalém no tempo de Jesus:

a. Na época de Jesus Jerusalém deveria ter entre 100 e 200 mil habitantes.

b. Na Páscoa a cidade chegava a ficar com 2 milhões de pessoas acampadas.

c. Agora imagine isto. Não havia coleta de lixo. População multiplicava-se. Some se a isto os animais:

cordeiros para os sacrifícios. Pessoas vendendo animais, Cheiro do sangue dos animais

Page 8: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

8

sacrificados. Além do cheiro e fumaça do Fogo usado para queimar as entranhas dos animais

queimadas no altar.

d. As entranhas dos animais oferecidos no sacrifício eram jogadas no vale de Cedrom. Animais

domésticos e cães viviam lá e alimentavam-se de animais mortos (lixeiros). O cheiro era

terrível e conforme a direção do vento isto piorava. As casas eram pequenas. As vezes ficavam

no telhado, dormiam lá, a laje era reta.

2.3. A Situação Política: A. Império Romano :

a. No tempo em que o NT foi escrito, todo o mundo civilizado conhecido estava debaixo do domínio de Roma.

Exceto o pouco conhecido oriente (Índia). O Império Romano dominava desde o Rio Eufrates e Mar

Vermelho a oriente, até o Oceano Atlântico no ocidente, desde o sul da Rússia, ao norte, até o deserto do

Saara ao sul.

b. Jesus nasceu durante o reinado de Augusto e teve a sua infância também neste período (27 a.C a 14 d.C.). O

imperador Augusto promoveu a paz e a prosperidade ao império.

c. Durante o ministério e morte de Jesus o imperador era Tibério (14 a 37 d.C.). Desconfiado por causa de uma

conspiração contra ele no ano 31, Tibério imediatamente colocava em desgraça qualquer homem que

recebesse a mais simples sugestão de rebeldia.

d. Nos primórdios da Igreja os imperadores foram:

a. Calígula (37 a 41): Que se fez adorar como um deus, chegando a ponto de ordenar a construção de uma

estatua sua no templo de Jerusalém, ordem que não foi cumprida. Alguns acham que Mc 13:14 refere-se à essa

ordem.

b. Cláudio (41 a 54): O NT começou a ser escrito na sua época. Foi ele que expulsou os judeus de Roma por

causa de alguns tumultos provocados por um tal de Chrestus. Não se sabe se é uma referência à pregação dos

apóstolos acerca de Jesus Cristo ou se esse Chrestus existiu mesmo. Provavelmente esta expulsão foi a causa

da saída de Áquila e Priscila de Roma (At 18:2).

c. Nero ( 54 a 68): O incendiário de Roma, acusou os cristãos de terem colocado fogo na cidade, e por isso os

perseguiu, torturando-os até a morte. Durante seu império e o de Cláudio ocorreu o grande período de

expansão missionária.

d. Galba (68):

e. Vespasiano (69 a 79): Destruiu Jerusalém e o templo no ano 70. Construiu o Coliseu.

f. Tito (79 a 81):

g. Domiciano (81 a 96): Reconstruiu os templos dos velhos deuses romanos e perseguiu as religiões

estrangeiras, especialmente aos cristãos, por sua força em conquistar adeptos. Exigiu que lhe prestassem

adoração.

h. Nerva (96 a 98):

i. Trajano (98 a 117):

B. Governo Provincial:

a. O império Romano era uma miscelânea de cidades independentes, estados e territórios sujeitos ao

governo central.

b. Alguns deles tinham-se tornado parte do império por meio de alianças voluntárias e outros anexados

por conquista.

c. A Palestina, no tempo de Cristo, estava sob a direção do Imperador, de quem Pôncio Pilatos era

representante no ano da morte de Jesus.

d. Paulo em suas cartas mencionava sempre as províncias romanas, enquanto que Lucas usava as

divisões regionais.

b. Governantes:

a. Poncio Pilatos – 26 - 36 d.C.:

a.1. Procurador romano nomeado em 26 d.C. para Governar a Palestina juntamente com Arquelau. a.2. Possuía plena autonomia para o exercício de poderes de justiça criminal, concedida por Roma.

b. Félix – 52 - 60 d.C.:

b.1. Procurador Romano da Judéia, nomeado pelo imperador Cláudio em 53 d.C.

b.2. Governou a província de um modo cruel e corrupto.

b.3. Seu período de governo foi repleto de conflitos e sedições.

b.4. Paulo foi trazido diante de Félix na Cesaréia. Colocou-o na prisão, e o manteve lá por dois anos na

esperança de extorquir dinheiro dele – At 24:26,27.

b.5. A esposa de Félix era Drusila, filha de Herodes Agripa I, que era sua terceira esposa e a quem ele

persuadiu a deixar seu marido e casar-se com ele.

Page 9: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

9

c. Festo – 60-62 d.C.: c.1. Governador que sucedeu a Félix na Judéia, de 60 a 62 d.C. – At 24:27;

c.2. Presidiu o julgamento em que Paulo apresentou sua defesa perante Herodes Agripa II – At 24:27 -26:32.

C. Estado Judaico:

a. O Estado Judaico era governado pela dinastia Herodiana. Ela começou com Antípatro. b. O seu filho Herodes, chamado o Grande (Magno), herdou de seu pai toda a sua habilidade em assumir o trono

da Judéia.

b. Governantes:

a. Herodes, o Grande (Magno) – 37 a.C. – 4 a.C.:

a.1. Superou grande oposição que o país levantou contra ele e tomou posse do reino em 37 a.C.

a.2. Herodes começou o seu reinado em 37 a.C. com a idade de 22 anos e sob a “benção” de

Roma. Foi nomeado Rei da Judéia em 40 a.C. pelo Senado Romano.

a.3. Um dos seus primeiros atos foi nomear um sumo sacerdote.

a.4. Corajoso e habilidoso na guerra, instruído e sagaz; mas também extremamente desconfiado e

cruel. Mandou matar muitos dos judeus que se opuseram ao seu governo, e prosseguiu

matando até a sua esposa e os dois filhos que teve com ela.

a.5. Indispôs-se contra os judeus pela imposição de pesadas taxas e não conseguiu recuperar o

favor deles nem através de sua restauração do templo e outros atos de generosidade, como a

distribuição gratuita de roupas e alimentos em tempos de calamidade.

a.6. João, o batista, e Jesus nasceram durante os últimos anos do seu reinado. Mateus narra que

ele ordenou que todos os meninos abaixo de dois anos em Belém fossem mortos.

a.7. Herodes, o Grande, morreu no ano 4 a.C. (razão porque se diz ter Jesus nascido em 6ª.C. –

conf. Mt 2:1-18)

a.8. Dividiu a Palestina entre seus filhos:

Nome Províncias

Arquelau – 4 a.C. – 6 d.C.

a. Filho de Herodes, o grande, com Maltace, uma samaritana.

b. Ele e seu irmão Antipas foram educados por um tutor privado em Roma.

Judéia, Samaria e

Iduméia

Herodes Filipe – 4 a.C. – 34 d.C. Ituréia

Herodes Antipas – 4 a.C. – 39 d.C.

a. Sua primeira esposa foi a filha de Aretas, rei da Arábia; mas ele

subseqüentemente a repudiou e tomou para si Herodias, a esposa de seu

irmão Herodes Filipe; e por isso Aretas, seu sogro, fez guerra contra ele e o

venceu.

b. Herodes aprisionou João, o Batista, porque João o tinha repreendido por

esta relação ilícita; mais tarde, instigado por Herodias, ordenou que ele fosse

decapitado.

Galiléia, Peréia

b. Herodes, Antipas – 4 a.C. a 39 d.C.

b.1. A seguir o Estado Judaico foi governado por Herodes Antipas (4 a.C. a 39 d.C.).

b.2. Ele foi construtor de Tiberíades.

b.3. Herodes Antipas seguia o judaísmo.

b.4. Sua primeira esposa foi a filha de Aretas, rei da Arábia; mas ele subsequentemente a

repudiou e tomou para si Herodias, a esposa de seu irmão Herodes Filipe; e por isso Aretas,

seu sogro, fez guerra contra ele e o venceu.

b.5. Herodes aprisionou João, o Batista, porque João o tinha repreendido por esta relação ilícita;

mais tarde, instigado por Herodias, atendeu ao pedido dela e ordenou que João fosse

decapitado.

b.6. Seu Sucessor foi Herodes Agripa (37 a 44d.C.).

c. Herodes, Agripa I – 41 – 44 d.C.

c.1. Filho de Aristóbulo e Berenice, e neto de Herodes, o grande.

c.2. Depois de muitas mudanças de fortuna, conquistou o favor de Calígula e Cláudio de tal forma

que ele gradualmente obteve o governo de toda a Palestina, com o título de rei.

c.3. Ordenou que Tiago, o apóstolo, filho de Zebedeu, fosse morto, e Pedro fosse lançado na

prisão – (que foi liberto por uma intervenção divina – At 12:11-19; At 12:21).

Page 10: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

10

c.4. Logo após, Agripa morreu subitamente com grave enfermidade intestinal dentro de cinco

dias. em 44 d.C. aos 54 anos.

c.5. Sucedeu-o Herodes Agripa II (44 a 100) que tornou-se conselheiro de Festo, o governador

de toda a Judéia (At 25:13 - 26:32).

d. Herodes, Agripa II – 53 -70 d.C.

d.1. Filho de herodes Agripa I. Quando seu pai morreu, ele era um jovem de dezessete anos.

d.2. Em 48 d.C. recebeu do Imperador Cláudio o governo de Cálcis, com o direito de nomear os

sumo-sacerdotes judeus.

d.3. Mencionado em At 25 e 26, ao ouvir Paulo.

d.4. De acordo com “!A Guerra Judaica”, embora tenha lutado em vão para conter a fúria da

população sediciosa e belicosa, ele não teria desertado para o lado dos romanos.

2.4. A Situação Social: A. As condições econômicas e sociais do primeiro século eram semelhantes às do século 20. Dentro da

sociedade pagã e judaica havia uma aristocracia opulenta. Os judeus ricos eram os sacerdotes e os

rabinos. Os pagãos ricos eram proprietários políticos. A sociedade pagã era composta de: classe

média, plebeus (pessoas comuns e pobres), e os escravos e criminosos.

B. A sociedade do Antigo Testamento era formada de ricos e pobres, escravos e Livres.

C. Na sociedade judaica, o poder social residia nas mãos dos sacerdotes.

D. A tribo dos hasmoneus (judeus comerciantes que dominavam o comércio - Jesus colocou estes para

correr do templo). Dirigiam o movimento comercial relacionado com o templo e tinham sociedade

nos lucros provenientes da venda de animais para os sacrifícios e dos tributos pagos ao templo.

E. A maioria do povo da Palestina era pobre. Uns eram lavradores, outros viviam do comércio. A

escravidão não era grande no judaísmo.

F. As categorias sociais entre os judeus eram um tanto restringidas pelas obrigações comuns que a lei

impunha. No conceito judaico todos eram moralmente iguais, contudo os ricos eram considerados

como excepcionalmente abençoados por Deus (Teologia da Prosperidade) e, por conseqüência, mais

justos.

G. A moralidade,contudo, era muito desfavorável! Ainda que existisse pessoas virtuosas, o nível ético, em

geral era muito baixo. Corrupção no governo, sexo, fraude no comércio. Superstição religiosa, tudo

fazia com que a vida no Império Romano revelasse tristeza, desânimo e desesperança.

2.5. A Situação Econômica: A. A sociedade antiga tinha um perfil econômico menos abrangente do que o atual, mas com muitas

semelhanças. A agricultura, a pecuária, a indústria, as viagens e transportes eram as principais

atividades econômicas.

B. Cada pequena povoação tinha os seus operários que produziam o que lhes era necessário, como as

miudezas, o mobiliário e os artigos domésticos; apenas materiais mais trabalhados vinham de fora da

comunidade, como vasos de cobre, linho, papel e outras mercadorias de luxo.

C. Os meios de ganhar o sustento naqueles dias, eram através da agricultura e industria. E claro que por

processo bastante elementar, próprio da época, mas que de certa forma atendia às suas necessidades.

D. A moeda padrão mais citada no NT era o denário, que equivalia a um dia de trabalho de um operário

do oriente (Mt 20:2).

E. Como Roma não tinha a prática de proibir a circulação de moedas próprias dos territórios

conquistados, era comum várias qualidades de dinheiro em circulação, o que favorecia e enriquecia os

cambistas (Mt 21:12). O comércio bancário era geralmente praticado, embora que não com o

complicado sistema de finanças que temos hoje.

F. As estradas do império eram realmente excelentes! Os romanos as construíram em linha reta o

máximo possível. Usavam pontes e viadutos para rios e vales. As estradas eram tão bem construídas

que algumas ainda hoje estão em Uso.

2.6. A Situação Cultural: A. Augusto abriu as portas para um avivamento literário. A literatura clássica foi desenvolvida durante

esse tempo.

B. As artes se desenvolveram, floresceram – principalmente a música e a arte dramática.

C. Roma é ainda conhecida por suas façanhas arquitetônicas, como o Panteon, o Coliseu, e outras

Construções maravilhosas.

D. Havia também muito interesse nas ciências e matemática.

Page 11: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

11

E. Línguas e Idiomas:

a. Durante o Império Romano, na região da palestina, eram quatro as principais línguas do mundo

romano: latim, grego, aramaico e hebraico.

a. Latim: O latim era a língua dos tribunais e da literatura de Roma.

b. Hebraico: Originalmente usado pelos judeus do Antigo Testamento e provavelmente esquecido

no cativeiro. O hebraico era uma língua falada apenas entre os sacerdotes, desde o tempo de

Esdras. (obs: Falavam o aramaico, para que apenas os judeus ou aqueles que eles quisessem

entendessem o que se falava).

c. Aramaico:

c.1. Grupo de dialetos intimamente relacionados com o HEBRAICO e falados na terra de Israel

e em outros países do mundo bíblico – 2Rs 18:26.

c.2. Estão escritos em aramaico os seguintes textos bíblicos: Ed 4:8-6, 18; 7:12-26; Dn 2:4-7, 28;

Jr 10:11.

c.3. Era falado por Jesus.

c.4. O Aramaico era a língua do oriente próximo.

c.5. Paulo e Jesus várias vezes falaram em aramaico, visando ultrapassar uma barreira, facilitando a

compreensão dos ouvintes (At 22:2; Jo 1:42; Mc 7:34; Mt 27:46).

d. Grego:

d.1. Língua do Novo testamento, a língua grega comum (Coiné) falada e escrita nos tempos do

NT nos paises da parte oriental do Mediterrâneo.

d.2. O grego era a língua da cultura no império e era a língua popular ao leste de Roma até a

Palestina.

d.3. O NT foi escrito nessa língua popular, que é diferente do grego clássico.

d.4. Com exceção de hebreus e partes de Lucas e Atos que foram escritos com um grego mais

rebuscado todos os demais textos foram escritos em grego Coiné.

2.7. A Situação Religiosa: A. O cristianismo não começou a sua implantação num vácuo religioso, em que encontrasse os homens

em branco, à espera de alguma coisa em que acreditar. Pelo contrário, a nova fé em Cristo teve de

lutar, para abrir o seu caminho, contra as crenças religiosas enraizadas que vigoravam havia séculos.

B. O império Romano permitia que a religião dos povos dominados permanecesse (ex: Judaísmo);

C. Havia em geral, cinco tipos distintos de expressões religiosas:

a. O Panteão Greco-Romano:

a. Panteão = local onde estão todos os deuses – Olimpo.

b. Primitivamente os romanos adoravam deuses da sua herdade e lar. Como contato com os gregos,

houve uma fusão de divindades sob a influência dominante do panteão grego. Nos tempos de Cristo

o culto a esses deuses estava em declínio.

b. O Culto do Imperador:

a. O culto ao imperador não foi estabelecido arbitrariamente. Desenvolveu-se gradualmente da

crescente atribuição de honras sobre-humanas ao imperador e do desejo de centralizar nele a

obediência do povo.

b. A princípio, todos os imperadores eram divinizados após a sua morte.

c. Calígula é considerado como o primeiro a reivindicar esse título ainda em vida, mas como era

considerado um louco, esse intento não foi concretizado.

d. O primeiro imperador que forçou seus súditos a lhe prestarem culto foi Domiciano (81 a 96).

e. O culto ao imperador tinha grande valor para o estado, ele unificava o patriotismo e tornava a

obediência ao estado um dever religioso (esta é grande causa de morte dos primeiros cristãos).

c. As Religiões de Mistério :

a. Eram na maior parte de origem oriental.

b. Todas tinham seu centro num deus que morreu e ressuscitou.

c. Cada uma tinha rituais que representavam as experiências de seus deuses, por meio dos quais o

iniciado era levado a essa experiência divina e tornava-se um candidato à imortalidade.

d. Suas praticas equivalem-se às sociedades secretas atuais como: Maçonaria e Rosacruz.

Page 12: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

12

d. A Adoração do Oculto:

a. Para estas religiões o mundo inteiro era povoado por espíritos e demônios que podiam ser

invocados e ordenados à obediência, desde que a pessoa conhecesse o rito próprio desse espírito

ou demônio.

b. Há passagens do NT que nos sugerem ser referência à essas religiões: At 8:9-24; 13:6-11; 19:19;I Co

10:20-21.

c. A astrologia era uma dessas religiões e até hoje é seguida.

D. As Filosofias :

a. Todos os mistérios do universo exigem uma explicação que somente a filosofia pode dar. Essa era a

principal argumentação daqueles que seguiam as corrente filosóficas como verdadeiras religiões.

b. Platonismo, o gnosticismo, o epicurismo, o estoicismo, o cinismo, etc...devem ser bem analisados,

pois o NT, em muitas passagens, procura dar uma resposta espiritual às questões filosóficas

contrárias a fé cristã.

E. Judaísmo:

a. Sem sobra de duvida a religião de maior influência sobre o cristianismo, foi o judaísmo.

b. Toda a base doutrinária do NT provém do AT, que é uma das expressões escritas da religião judaica.

c. Surgiu como religião no período do exílio Assírio- Babilônico.

d. O judaísmo existente na época de Cristo era produto do exílio babilônico.

e. O cativeiro babilônico pôs o povo judeu perante uma dura alternativa: ou eles se entregavam

inteiramente ao culto a Jeová, o único e verdadeiro Deus, ou eles seriam engolidos política e

religiosamente pelas nações pagãs. Diante de tal impasse e foi abolida a idolatria.

f. O cumprimento das palavras dos profetas (sobre a punição da idolatria) curou permanentemente a

nação da idolatria.

g. A perda do templo durante o exílio motivou a observância e estudo da “TORAH” (Instrução).

h. Como fruto desse evento, nasceram as sinagogas, como novos centros de culto e como ambiente

para o estudo da lei.

i. Para se organizar uma nova sinagoga bastava que dez homens se reunissem com esse propósito. As

sinagogas persistiram mesmo com a reedificação do templo por Esdras e sobrevivem até hoje.

j. A sociedade judaica estava dividida entre dois conceitos: o civil (secular) e o religioso.

k. O ano religioso começava no mês de Nisan (abril), na época da páscoa e encerrava com a festa do

Purim no mês de Adar (março); enquanto que o civil começava em tishi (outubro).

l. As festas e celebrações religiosas judaicas eram:

− 14 de Nisan – Páscoa

− 15 de Nisan – Pães Asmos

− 21 de Nisan – fim da Páscoa

− 6 de Iyar (maio) – pentecostes (dádiva da lei)

− 1 e 2 de Tishri (outubro) – trombetas- Rosh Hashanah – início do ano civil

− 10 de Tishri – Expiação

− 15 a 21 de Tishri – Tabernáculos

− 25 de kislev (dezembro) – das luzes ou dedicação – Hanukkah

− 14 de Adar (março) - Purim

Obs: o ano judáico hoje é o Civil (setembro)

F. O Templo:

a. O templo nos tempos de Jesus foi construído por Herodes, o grande, a partir de 19 a.C., numa

tentativa de reconciliar-se com os judeus. A base para a construção foi o templo restaurado depois

do Exílio. Nos tempos de Jesus, ainda estava em construção, sendo concluído somente em 64 d.C.,

pouco antes da sua destruição em 70 d.C.

b. Quando Jesus diz: “...olhem estas pedras...” Mc 13:1– elas ainda seriam usadas na construção do

templo.

c. Os Sacerdotes e Levitas continuavam a administrar e Ministrar o altar e todos os outros objetos do

Templo.

d. O templo não era lugar de ensino, isto ocorria nas Sinagogas.

Page 13: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

13

G. As Sinagogas: Tiveram a sua origem durante o exílio babilônico.

a. Esdras foi o presidente da grande sinagoga nos tempos do exílio.

b. Assembléia de judeus formalmente reunidos para ofertar orações e escutar leituras e exposições das

escrituras.

c. As reuniões aconteciam todos os sábados e dias de festas. A perda do templo e a ausência das

celebrações e das festas eram fortemente sentidas pelos exilados. A sinagoga servia então, de

substituto do Templo. Mais tarde, também no segundo e quinto dia de cada semana.

d. Compostas de no mínimo 10 pessoas de diversas comunidades – Exemplo: At 6:9.

e. A construção geralmente era de forma Retangular, com bancos de pedra, madeira, esteira.

f. O Culto consistia em:

− Recitação responsiva (Dt 6:4-9; 11:13-21; Nm 15:37-41); Orações; Cânticos sem Instrumentos;

Leituras do VT (Lc 4:16-17 - em hebraico); Sermão, se algum visitante competente estivesse ali

(At 13:15);

g. Tornam-se lugares de intenso estudo da TORAH. Como conseqüência os Mestres começaram a se

tornar mais importantes do que os sacerdotes. No Vt – os sacerdotes eram mais importantes, mas

no NT eles perderam esta posição para os Mestres (escribas e doutores da lei)

h. Na época de Jesus e dos apóstolos, cada cidade, não apenas na Palestina, mas também entre os

gentios, se tivessem um considerável número de habitantes judeus, tinha pelo menos uma sinagoga.

A maioria das grandes cidades tinha diversas ou mesmo muitas.

i. As Igrejas primitivas começaram em sinagogas em muitos lugares. Além da leitura do Velho

testamento, pregava-se o Novo Testamento.

j. Paulo sempre ia ensinar nas sinagogas.

k. Apenas Filipos não tinha uma sinagoga.

H. Os Grupos religiosos:

a. Sacerdotes e Levitas: Mt 21:23; Lc 1:5,8,9

a. Na época de Jesus chegou ao cúmulo de haver dois Sumo-sacerdotes – Anãs e Caifás (sogro e

genro).

Durante esta época as seitas do judaísmo eram já tão político-culturais quanto religiosas. As

principais seitas do judaísmo eram: os fariseus, os saduceus. Os essênios, os zelotes, hebraístas e

helenistas.

b. Fariseus:

a. Hassidim – “separados” num sentido ritual – Mc 3:6. Seu nome deriva do verbo parash que significa

“separar-se”.

b. Seita que parece ter iniciado do exílio, durante a revolta dos Macabeus – 160 a.C.

c. Era a maior seita e a de maior influência.

d. Eram os mestres das tradições orais (desde a época de Esdras havia uns quatro séculos).

e. Alem dos livros do A.T., os Fariseus reconheciam na tradição oral um padrão de fé e vida.

Procuravam reconhecimento e mérito através da observância externa dos ritos e formas de piedade,

tal como lavagens cerimoniais, jejuns, orações e esmolas.

f. Não cuspir no chão em dia de sábado, a fim de que a perturbação da poeira não viesse a constituir

aragem, e, portanto, quebra do sábado por meio do trabalho. (Ex: João 9 – o problema não era curar

o cego, mas trabalhar no sábado).

g. As mulheres não deveriam olhar para um espelho em dia de sábado, a fim de que, se viesse algum

cabelo branco, não fossem tentadas a arrancá-lo, cedendo a tentação, e , portanto, trabalhassem em

dia de sábado.

h. Constituía um dilema se um fariseu podia comer um ovo posto em algum dia de festividade. Estariam

os ovos maculados, a despeito do fato que as galinhas não tinham consciência de dias festivos?

i. Eram puritanos. Eram interpretes de hipóteses legalistas, colocando-as no mesmo nível da Tora (lei de

Moisés). Criam que mérito advinha da observância escrupulosa dos pontos técnicos da Lei e das

tradições. Afastavam-se de todas más associações e buscavam obediência total a lei de Moisés.

Praticavam a oração e o jejum, entregavam o dízimo meticulosamente e guardavam com extremo

rigor o sábado.

Page 14: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

14

j. Mantinham de forma persistente a fé:

Na existência de anjos bons e maus;

Na vinda do messias;

Na esperança de que os mortos, após uma experiência preliminar de recompensa ou penalidade

no Hades, seriam novamente chamados à vida por ele, e seriam recompensados, cada um de

acordo com suas obras individuais.

Na imortalidade da alma, na ressurreição do corpo.

k. Em oposição à dominação da família de Herodes e do governo romano, eles de forma decisiva

sustentavam a teocracia e a causa do seu país, e tinham grande influência entre o povo comum. De

acordo com Josefo, eram mais de 6.000. (Mt 5:20,21)

l. Os fariseus também tinham largo apoio do povo por que criam na “vida após a morte”, e por isso

muitos deles foram escolhidos para o mais alto tribunal – o Sinédrio.

m. Eram inimigos amargos de Jesus e sua causa; foram, por outro lado, duramente repreendidos por ele

por causa da sua avareza, ambição, confiança vazia nas obras externas, e aparência de piedade a fim

de ganhar popularidade.

n. Pertenciam em sua maioria à classe média leiga (não eram sacerdortes)

o. Modo de vida de um fariseu: orava três vezes ao dia, jejuava três dias por semana, davam esmolas

(até 20% da renda). Tudo isto é certo, mas faziam para serem vistos pelos homens. Jesus os acusava

disto.

p. Opunham-se a helenização da cultura judaica (obs:helenização - hele = grego – Alexandre, o grande

com cerca de 20 anos de reinado trouxe uma influência muito grande ao mundo – a chamada

helenização).

q. A maioria dos escribas pertencia a este partido.

r. Faziam prosélitos. (traziam adeptos, novos convertidos)

s. Saduceus:

− Saduceus = “justos” - Mt 22:23

− Sua origem é desconhecida, mas muito provavelmente derivam de um grupo de judeus helenistas.

− Segundo a tradição, seu nome deriva dos filhos de Zadoque (2 Cr 31:10), que foi sumo sacerdote

nos dias de Davi e Salomão.

− Embora menores em número do que os fariseus, os saduceus detinham o poder civil, sob o domínio

de Herodes.

− Seguiam unicamente a Torah como único escrito canônico.

− Negavam as seguintes doutrinas: Existência de anjos e espíritos; Ressurreição do Corpo (Paulo

aproveitou-se disto. Falou da ressurreição de Cristo em uma sinagoga em que havia saduceus e fariseus.);

Imortalidade da Alma; Predestinação divina (afirmavam o livre arbítrio)

− Ligados ao movimento intelectual grego, adotaram a crença epicureana da morte da alma junto ao

corpo, negando a imortalidade da alma.

− Rejeitaram a tradição oral (a lei rabínica). Negavam que ela fosse revelação de Deus aos israelitas,

mas curiosamente, aceitaram a Lei escrita, crendo que somente ela era obrigatória para a nação

como autoridade divina, embora traduzindo-a com a sua lógica helenista.

− Muitos mas nem todos os sacerdotes eram saduceus; quase todos saduceus, entretanto parecem ter

sido sacerdotes.

− Sua religião era friamente ética e literal.

− Exerciam influência política no Império, formados pela aristocracia (proprietários de terra – classe

alta e média alta)

− Controlavam certo número de cadeiras do Sinédrio – aproximadamente igual ao dos fariseus – At

23:6-10

− Não faziam prosélitos

t. Essênios:

Seita religiosa que floresceu no séc.1 a.C., existente no tempo de Cristo.

Eram mais ou menos 4.000 que seguiam com muito rigor a Lei de Moisés.

Alguns moravam em cidades, mas a maioria vivia em comunidades, no deserto de Em-Gedi.

Diferentemente dos fariseus e saduceus, os essênios constituíam uma fraternidade ascética para o

qual só poderiam entrar aqueles que se submetessem aos regulamentos do grupo e as cerimônias de

iniciações.

Page 15: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

15

Abstinham-se do casamento, mantinham em comum as suas prioridades, de sorte que não havia rico

nem pobre, viviam do trabalho manual de cada um.

Qualquer desvio da sua ordem era punido com a expulsão da comunidade.

Teologicamente eram semelhantes aos fariseus.

Eram uma espécie de monges fariseus.

Os Manuscritos do mar Morto – Caverna de Qumran foram preservados pelos essênios.

Historicamente têm seu valor.

Não são mencionados na Bíblia.

Talvez João Batista tenha convivido com essênios. Alguns querem forçar dizer que Jesus era um

essênio.

u. Zelotes: “zelosos” – Mt 10:4; Lc 6:15

− Uma seita de judeus que se originou com Judas, o Galileu – 6 d.C. – At 5:37.

− Recusavam-se a pagar Tributos aos romanos, porque consideravam isto uma violação do princípio,

de que Deus é o único Rei de Israel.

− Rebelaram-se contra Roma, mas logo fugiram e se tornaram um mero bando de bandidos fora da lei.

Posteriormente foram chamados de “sicários”, por causa do uso de uma espécie de punhal romano.

− Eram, na verdade um grupo de nacionalistas fanáticos, que advogavam o uso da violência para

libertarem-se do jugo de Roma.

v. Publicanos ou cobradores de Impostos ou taxas -

− os coletores de impostos eram como uma classe, detestada não somente pelos judeus, mas também

por outras nações, tanto por causa de seu emprego como pela sua crueldade, avareza, e engano,

usados para realizar sua tarefa.

− O sistema romano de coletar taxas, províncias, incluía de forma geral três graduações de oficiais. O

mais alto, chamado em latim publicano pagava uma soma de dinheiro pelas taxas de uma determinada

província, e então exigia o equivalente e mais quanto podia extorquir da mesma. Este vivia em Roma.

Então vinham submagistrados, que estavam encarregados de um determinado território, e que viviam

nas províncias. Havia ainda os portitores, os atuais oficiais alfandegários, que faziam o trabalho de

coletar os impostos.

− No NT publicano era usado para descrever os Portitores; categoria mais baixa destas três

graduações. Não correspondia a Palavra latina publicano. A palavra publicano, usada em algumas

versões para traduzi-la, é imprecisa; cobrador de imposto é melhor opção.

− Em Lc 19:2, falando de Zaqueu, descreve um oficial superior ao publicano. É provavelmente um

submagistrado, a próxima categoria em graduação.

w. Escribas: Mc 3:22: Chamados de Mestres da lei ou Doutores da Lei.

− Homens que copiavam, estudavam, interpretavam e ensinavam a lei de Moisés, que surgiram após o

exílio – Ed 7:6; Ne 8, ou seja, viviam na lei e para a Lei, com o propósito de levar o povo, a quem

guiavam, a ser obediente à Lei em todos os aspectos de suas vidas, e se tornassem imunes a qualquer

influência pagã.

− Suas funções eram: Preservar a lei; Reunir alunos e ensinar a lei nas sinagogas; Ex : Gamaliel.

− Administrar a lei na qualidade de juiz no Sinédrio.

− Criaram aos poucos um sistema complexo de ensinamentos conhecidos como “Tradição dos

Anciãos” (Talmude) – Mt 15:2-9

− Maioria pertencente aos Fariseus.

x. Hebraístas:

− Não eram um grupo nacionalista como os zelotes, mas sim, um grupo de judeus que mantinham não

somente a fé religiosa do judaísmo, mas também o uso da língua hebraica, ou aramaica, e os seus

costumes.

− Paulo parece identificar-se com eles (At 22:3).

y. Herodianos (Mc 3:6;Mt 22:16; Lc 20:20)

− Partido político judeu que simpatizava com os reis Herodes e sua forma de Governo e os

costumes sociais introduzidos a partir de Roma.

− Uniram-se aos Saduceus na manutenção da submissão a Roma e suporte de Herodes no trono

– Mc 8:15; Mt 16:6 .

− Opunham-se a Jesus – Mc 3:6; 12:13; Mt 22:16

Page 16: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

16

z. Helenistas:

− Eram o inverso dos zelotes. Os helenistas, apesar de serem judeus de sangue, assimilaram toda a

cultura grega, falavam grego, praticavam os costumes dos gregos, só não abriram mão da fé judaica.

Atos 6 refere-se a esse grupo de judeus-helenistas.

− Em todas estas seitas haviam traços do misticismo persa, do humanismo grego, do judaísmo patriota

e das tradições ritualistas. Em sumo, os judeus em suas crenças e práticas já se distanciaram muito

do Monte Sinai!

Gráfico Resumo do Judaísmo no NT

I. Sinédrio: Mt 22:23; Jo 11:47

a. Grande concílio de Jerusalém, que consistia de 71 membros, a saber, escribas, anciãos, membros

proeminentes das famílias dos sumo-sacerdotes, o presidente da assembléia, que era saduceu.

b. As mais importantes causas eram trazidas diante deste tribunal, uma vez que os governadores

romanos da Judéia entregaram ao Sinédrio o poder de julgar tais causas, e de também pronunciar

sentença de morte, com a limitação de que uma sentença capital anunciada pelo Sinédrio não era

válida a menos que fosse confirmada pelo procurador romano.

c. Mencionado no Novo Testamento como “principais sacerdotes, anciãos, escribas”, “principais

sacerdotes e autoridades”, “autoridades”.

TEMPLO SINAGOGA

JUDAÍSMO

SACERDOTES

(Saduceus)

SINÉDRIO OUTROS

GRUPOS

LEVÍTAS

Oral Escrita

ESCRIBAS

(Fariseus)

Page 17: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

17

J. Samaritanos:

a. Descendentes dos israelitas do Reino do Norte, que sobreviveram à mistura de uma população

estrangeira deportada depois da queda de Samaria em 722 a.C.

b. Os samaritanos adoravam o mesmo Deus reconheciam os 5 Livros de Moisés e esperavam a vinda de

um profeta comparável a Moisés.

c. O ódio e o desprezo dos judeus para com eles era resultante de considerações históricas e raciais e

não uma diferença no campo religioso.

K. Discípulos ou Apóstolos:

a. Conceito – usualmente o substantivo (gr.) mathetes significa aprendiz, pupilo ou aluno. Esta palavra é

encontrada na Bíblia somente nos evangelhos e em Atos. E no grego clássico sempre significa

pupilo de alguém, em contraste com o mestre ou professor (gr. Didaskalos). Em todos os

textos implica que a pessoa não apenas aceita a visão do mestre, mas que também pratica ou

adere à visão. Esta palavra tem muitas aplicações. Em sentido amplo refere-se àqueles que

aceitam o ensino de alguém não apenas por fé, mas como estilo de vida. Mas na maioria das

vezes é aplicada para designar os que aderiram a Cristo. É o único nome pelo qual os

seguidores de Cristo são mencionados nos Evangelhos, especialmente os doze Apóstolos,

mesmo quando são chamados de discípulos. No livro de Atos, após a morte e ascensão de

Jesus Cristo, discípulos são aqueles que confessam-No como Messias.

b. Os Doze Discípulos ou Apóstolos, cf. Mt 10:2-4; Mc 3:16; Lc 6:14; Jo 1:45; At 1:13

Nome Grego Significado Obs

Simão

Pedro Simon Petros Rocha ou Pedra Irmão de André

André Andréas Varonil Irmão de Pedro – ex-discípulo de João Batista

Tiago Iakobos Suplantador Irmão de João – filho de Zebedeu. Executado sob ordens de

Herodes Agripa I – At 12:1-3

João Ioannes Yahweh é um doador gracioso Irmão de Tiago, filho de Zebedeu; o discípulo amado.

Filipe Philippos Amante de cavalos

Bartolom

eu ou

Natanael

Bartholomaios

ou Nathanel

Filho de Tolmai ou Dado por

Deus

Apenas Jo cita Natanael. Nos outros Evangelhos percebemos

a associação de Bartolomeu com Felipe, assim como em Jo,

Natanael aparecesse relacionado com Felipe. Assim conclui-

se que trata-se da mesma pessoa.

Tomé Thomas Gêmeos “Discípulo da incredulidade”

Mateus

ou Levi

Matthaios ou

Levi Presente de Deus ou Ligado Publicano – cobrador de impostos

Tiago Iakobos Suplantador Filho de Alfeu

Tadeu Thaddaios Grande coração, corajoso Não citado em Lc

Judas Ioudas Seja louvado Filho ou irmão de Tiago. Citado apenas em Lc e Jo 14:22.

Provavelmente o mesmo que Tadeu.

Simão Simeon Aquele que ouve Zelote

Judas

Iscariotes Ioudas Seja louvado

Responsável pela Administração financeira do grupo de

discípulos – Jo 12:4-6.

Substituído por Matias – At 1:15-26

Page 18: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

18

Evangelhos

Page 19: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

19

EVANGELHOS

Formação Significado

1. Boas novas ou boa mensagem – euaggelion

1.1. Recompensa por boas notícias.

1.2. Boas novas

2. Proclamações escritas da história da redenção.

2.1. Não são apenas relatos de milagres para celebrar os autores destes milagres

2.2. Não são biografias de alguns heróis.

3. É a boa mensagem de que Deus, em Jesus Cristo, cumpriu Suas promessas e o caminho da salvação foi aberto a

todos. As boas novas do reino de Deus que acontecerão em breve, e, subseqüentemente, também de Jesus, o

Messias, o fundador deste reino. Depois da morte de Cristo, o termo inclui também a pregação de (sobre)

Jesus Cristo que, tendo sofrido a morte na cruz para obter a salvação eterna para os homens no reino de

Deus, mas que restaurado à vida e exaltado à direita de Deus no céu, dali voltará em majestade para consumar

o reino de Deus.

4. É o poder de Deus e revela a Sua justiça – Rm 1:16-17

Como surgiram? A. Estágio oral – até 60 d.C.

a. Transmissão e reprodução das palavras de Jesus – a mensagem não era novidade. O arrependimento já era

anunciado há muito tempo.

b. Tradição apostólica – o testemunho dos próprios apóstolos sobre o tempo em que estiveram com o Senhor.

B. Evangelhos escritos

a. Surgiram por necessidade. A “primeira geração” dos apóstolos – os que haviam sido testemunhas oculares da

ressurreição de Cristo – estava chegando ao fim.

b. Surgiram em oposição aos escritos considerados apócrifos, cuja motivação não estava em transmitir a

verdadeira mensagem da salvação.

Forças Inibidoras na formação dos Evangelhos Entre os anos 30 e 60 d.C. não havia qualquer documento formalmente escrito acerca da vida e ministério de

Jesus. A razão disso é que havia algumas forças que inibiam as pessoas de registrarem suas experiências,

principalmente quando se tratava de Jesus e do cristianismo.

Perseguição aos primeiros cristãos – como a dispersão resultante, tornou-se difícil compilar as narrativas

das testemunhas oculares. As informações ficaram dispersas. Tornou-se difícil o agrupamento de dados

necessários para a formação de um evangelho escrito.

Espera da vinda de Cristo para logo – 1Ts 4:13-18

Habilidade de memorização dos judeus – a maioria deles sabia grandes trechos das escrituras de

memória. Para eles não havia problema para guardar as palavras de Jesus e dos apóstolos.

Presença dos apóstolos e outras testemunhas oculares – At 1:21-22; At 6:3-4 – não havia necessidade

de escritos enquanto os apóstolos estavam entre eles – 30-60 d.C.

Custo do material usado – Lucas tem 1149 versículos – são necessários mais de 30 m de rolo de papiro,

além da tinta e mão de obra. Marcos “custava” o equivalente a um ano de trabalho de uma pessoa comum.

Page 20: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

20

Forças geradoras na formação dos Evangelhos Arrefecimento do ardor apocalíptico – 2Pe 3:4 – a esperança de que Jesus voltaria logo diminuiu.

Morte dos apóstolos e das outras testemunhas oculares – as gerações posteriores aos apóstolos

gradativamente perderiam o elo com Jesus. Surgiu a preocupação de unificar as doutrinas e, ao mesmo tempo,

guardá-las para a posteridade, para as futuras gerações. Formaram-se, então, os pontos de tradição chamados

“Centros de Tradição”: Jerusalém, Cesaréia, Antioquia, Roma, Alexandria.

Edificação da Igreja e a instrução dos neo-conversos – as pessoas que se convertiam do paganismo

necessitavam de educação, instrução – algo vivo e real, em que se apoiar: cataquese. Era também necessário

estabelecer a forma e ordem nos cultos: liturgia.

Interesse histórico dos evangelistas – não havia outro modo de registrar a vida de Jesus. Surge a

necessidade de provar historicamente que Jesus era real! Por exemplo: Mateus traz a genealogia de Jesus

comparando com as escrituras do Antigo Testamento; Lucas traz a genealogia provando as suas raízes

humanas.

Necessidade de responder a controvérsias – Mt 28:15 – Mateus denuncia a corrupção dos guardas

romanos. Havia necessidade de responder a calúnias sobre o nascimento e ressurreição de Cristo.

Espírito Santo impelindo a escrever.

A Teoria dos Quatro Documentos

1. Partindo-se do fato de que havia um evangelho primário (Marcos) e, também, do fato de que muito

material é peculiar a cada evangelista, havendo também material comum a dois deles, surgiu a “teoria dos

quatro documentos”:

2. Proto-Marcos – Fontes utilizadas por Marcos

3. Papias (Historiador da Igreja) afirma que Marcos escreveu a narrativa da vida de Jesus não

cronologicamente e, que foi o intérprete de Pedro em Roma; uma espécie de secretário (ver 1Pd 5:13 –

Pedro em Roma e Marcos com ele). Deduz-se que Marcos teve sua principal fonte em Pedro.

4. Fonte “M” – designa a origem de todo material peculiar a Mateus:

Tradição da Igreja de Antioquia (oral e escrita);

Evangelho teria sido escrito em Antioquia da Síria. Aparentemente, o Evangelho era bastante popular na

região, sendo preferido por Inácio, bispo de Antioquia, famoso “pai” da Igreja, que liderava uma das mais

antigas e celebradas igrejas.

conteúdo está baseado em leis e costumes judaicos.

5. Fonte “Q” - designa todo material utilizado somente por Mateus e Lucas

conteúdo baseia-se nos ensinamentos de Jesus (parábolas). Poderia tratar-se de uma coleção de ensinamentos

sem ordem cronológica, de tradição oral ou escrita.

A língua em que “Q” foi composto pode ser o grego ou o aramaico, dependendo da antiguidade do material.

A data provável de “Q” é de 50 – 60 d.C., por terem Mateus e Lucas sido escritos depois disso. Marcos, não

se utilizou de “Q”.

Existem pequenas diferenças entre Mateus e Lucas nos manuscritos desta fonte. Talvez tenham consultado

dois documentos justapostos, bastante similares.

Fonte “L” – designa a origem de todo material peculiar a Lucas

Trata-se, provavelmente, da tradição da Igreja de Cesaréia, apesar de ser difícil a identificação própria da

cidade específica. Lucas viajou muito antes e depois de conhecer a Paulo. É marcante em seu Evangelho, e em

Atos, que ele recolheu muito material diferente daquele contido nas fontes “Q”, “M” e “Marcos”. Lucas

visitou centros de tradição cristã atrás de informações sobre o Jesus que mudara a sua vida. Seu interesse

histórico é patente nos prólogos (Lc 1:1-4; At 1:1-5). O fato de ter reunido tanto material diferente prova,

acima de tudo, a veracidade e a legitimidade das demais fontes.

Page 21: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

21

Contradições e perguntas freqüentes

A. Como explicar aos céticos e descrentes as discrepâncias não conciliáveis entre os vários relatos dos

evangelhos?

a. Se os evangelhos fossem exatamente idênticos, palavra por palavra, os críticos colocariam os escritos sob

suspeita. As discrepâncias apontam para o fato de que os autores não poderiam ter estabelecido

acordo entre si.

b. A harmonia tal como existe é de tal magnitude que demonstra a sua condição de narradores

independentes.

c. Exemplos:

d. a genealogia de Jesus – Mt 1; Lc 3

e. a cura do cego ou dos cegos de Jericó – Mt 20:29-34; Mc 10:46-52; Lc 18:35-43.

B. Os lapsos de memória, o desejo de as coisas serem de determinada maneira e o desenvolvimento do

material lendário poderiam ter contaminado de modo irreparável a tradição vinculada a Jesus antes

que os Evangelhos fossem escritos?

a. A educação e aprendizado por memorização (forma poética). Alguns rabinos ficaram famosos porque

sabiam de cor todo o Antigo Testamento.

b. A reprodução – cada pessoa repete o que ouviu e pede ao que deu a informação para

confirmar.

Mateus

Lucas

Fonte “Q”

Pedro Tradição de Roma Outras Tradições

Marcos

Proto-Marcos

Proto-Marcos

Marcos

Fonte “M”

Fonte “L”

Page 22: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

22

MATEUS Tradicionalmente ocupa o primeiro lugar. Dizem que é por apresentar Jesus como Messias das Escrituras do

Velho Testamento. Alguns acham que originalmente foi escrito em Hebraico e mais tarde traduzido para o grego

(Papias e Irineu)

1. Titulo:

A. Os manuscritos Álefe e B, apresentam com o título “Kata Mathaiom”, que quer dizer “ Segundo Mateus”.

B. Os outros manuscritos apresentam como “Evanguellion Kata Mathaiom” (as boas-novas segundo Mateus).

C. A forma de seu nome é a reprodução grega do aramaico Mattathyah e significa “dom de Jeová”.

D. Mateus = presente de Yahweh – Mt 9:9; Levi – Mc 2:14O Evangelho segundo Mateus

E. O livro do REI. – LEÂO

2. Integridade, Canonicidade e Autenticidade:

Nunca houve dúvida que Mateus é integro, e quanto a canonicidade e autenticidade, diz-se a mesma coisa

desde o princípio da Igreja.

A. Autenticidade – escrito pelo autor tradicional ou homem apostólico.

B. Integridade – todo o evangelho escrito pelo autor, sem interpolações.

3. Autor:

A. Mateus – Até sua conversão era chamado Levi. Levi = unido.

a. Era Publicano. Era coletor (cobrador) de impostos para o governo romano em Cafarnaum, que

foi chamado por Cristo para ser um dos 12 apóstolos.

b. Quando Jesus chamou Mateus ao discipulado (Mt 9:9-13, Mc 2:14), a sua rápida correspondência

ao chamado provavelmente significa que ele já havia sido tocado pelas pregações públicas de

Jesus.

B. Provavelmente os judeus tinham uma aversão por Mateus.

C. O historiador Eusébio é a principal fonte de referência quanto a autoria dos livros do NT. Ele cita outras

fontes mais antigas como Paias, Irineu e Orígenes para reforçar suas definições. Ele cita este evangelho

como autoria do apóstlo Mateus, ou Levi, o coletor de impostos.

D. O primeiro escritor patrístico que menciona Mateus como o autor deste evangelho é Papias. Depois

Orígenes e Eusébio.

4. Data:

A. Provavelmente escrito entre 70 – 75 d.C. (62 e 72 d.C. ou 52 e 68 a.D.)

B. Contém aproximadamente 34 anos do nascimento de Cristo Sua ascenção.

5. Local: ?

A. Não se sabe ao certo o local, mas há fortes evidências de que foi escrito em Antioquia, pelo fato da

cidade ter-se tornado um forte centro cristão. Inácio, bispo de Antioquia tinha real preferência por este

evangelho, utilizando-o acima de todos os outros.

6. Destinatário:

A. Judeus recém convertidos, da dispersão de fala grega, como um manual de instrução na fé

7. Tema Principal:

Apresentar Jesus como O Messias e que a fé nEle não envolvia o repúdio do AT, mas era o próprio alvo para

o qual a revelação do AT apontava.

8. Palavras principais:

Reino (do céu) – 56; Reto, justo (justiça) – 25; Cumprir (cumprido) – 18;

9. Frases Principais:

A. Filho do Homem – 32;

B. Rei (ou reino) dos céus - 32 vezes; (não aparece em nenhum outro lugar)

C. Pai no Céu, Pai Celeste – 20;

D. Que foi dito – 13;

E. Filho de Davi – 9;

10. Versículos Principais: 1:1; 5:17 e 18; 24:14

Page 23: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

23

11. Capítulo Chave:

O momento decisivo de Mateus é no capítulo (12) onde os fariseus, agindo como liderança do povo de

Israel, rejeitam formalmente à Jesus Cristo como o Messias, dizendo que o seu poder não vem de Deus mas

do diabo. O ministério de Jesus muda imediatamente com:

a. Seu novo ensino de parábolas;

b. Seu aumento de atenção dada aos seus discípulos;

c. Sua constante referência que sua morte estava perto;

12. Propósitos/ Motivos:

A. Apresentar Jesus como Rei dos Judeus e Messias a. Mateus mostra Jesus como o novo Moisés, e seus ensinamentos são a nova lei (5 a 7). A grande quantidade

de citações de milagres deve-se ao fato de que os escritos rabínicos mostravam que o messias esperado seria

poderoso operador de Milagres. Logo Mateus quer evidenciar Jesus como o Messias prometido

B. Mostrar Jesus como poderoso operador de milagres: como o Messias aguardado. a. Através de uma seleção cuidadosa de citações do Velho Testamento, Mateus documenta as declarações de

Jesus onde ele diz ser o messias.

b. Mostrar que Jesus é o verdadeiro Messias das profecias do VT, nascido e treinado sob a lei judaica, mas,

Senhor do reino messiânico, cujo princípios espirituais sobrepujam o judaísmo. Jesus Rei. (Messias Real)

c. Para provar que Jesus cumpre ou preenche todas as qualificações do Messias, Mateus usa mais citações e

ilustrações (quase 1300 do VT do que qualquer outro livro.

d. Diante das muitas citações do AT, percebe-se que o autor indica o cristianismo como uma graduação acima

do judaísmo e não uma contradição do mesmo. Isto implica que o autor acreditava que a antiga e a nova aliança

se combinavam em Cristo e sua Igreja, e que a Igreja co ntém o “melhor do judaísmo”, na pessoa do Messias

Jesus.

C. Para mostrar aos judeus a rejeição do Seu Rei e Seu Reino.

D. Para dar uma amostra dos eventos da época da ascensão de Cristo até a Sua 2ª vinda

E. Servir de manual de instruções e ensino no culto cristão.

a. Porque Mateus apresenta sistematicamente as declarações, credenciais, autoridade, ensinos

éticos e ensinos teológicos de Jesus, esse livro tem sido usado como um Manual de Ensino desde os

primeiros anos da Igreja.

b. Satisfazer às necessidades de crescimento da Igreja, pois aborda problemas eclesiásticos e suas

menções (6ss)

13. Mensagem Central:

− Arrependei-vos porque esta próximo o reino dos céus (3:2; 4:17)

14. Mensagem:

A. O Reino do Céu não é um reino materialista, governado por príncipes mundanos, nem é um reino

nacionalista limitado à esta terra

B. O reino de Deus é um reino Espiritual de características, natureza e ordens divinas. Isto refere-se

especificamente onde as leis e regras de Deus se tornam eficazes pela submissão aos príncipes espirituais

do Rei.

15. Argumentação do Livro:

A. Apresenta as obra e os ensinos de Jesus como prova de que Ele é o Filho do Deus Vivo.

B. O triunfo final do Rei Jesus, e a incumbência dos discípulos de ganhar o mundo para o reino de Deus.

16. Características: A. Por ser coletor de impostos, trata de detalhes concernentes a dinheiro.

B. Contém inúmeras características judaicas.

a. Jesus é o cumprimento da Lei e todas as leis se cumpriram em Jesus – Mt 5:17

b. Jesus cumpriu as profecias do AT - “...aconteceu para que se cumprisse o que está escrito..”

c. Jesus não é “João Ninguém” tem um ascendência judaica.

C. É escrito por tópicos e, não necessariamente cronologicamente, tornando-se apropriado para instrução.

D. Reflete a universalidade do evangelho – Mateus é o único a usar o termo Igreja (Mt 16:18; 18:17). Ambas as passagens

foram ditas por Jesus mostrando que lê tinha uma idéia definitiva da igreja como uma instituição pó vir.

E. Indica organização: números 3 e 7.

F. Salienta o profetismo, o sacerdócio e a realeza de Jesus.

G. Conservou mais discursos, profecias e doutrinas de Jesus do que Marcos e Lucas.

H. Salienta a humilhação e o sofrimento do Messias e ao mesmo tempo destaca sua divina majestade. Acentua os

choques e conflitos entre Jesus e os inimigos. Não é tão literário como Lucas e nem tão profundo como João na

apresentação do retrato de Jesus como Senhor e Salvador da humanidade.

I. 60 % dos mil e setenta e um (1071) versículos de Mateus contém as palavras ditas por Jesus.

J. Os nomes dos doze discípulos (Mt 10:2-4)

Page 24: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

24

a. Simão (que é chamado Pedro)

b. André (irmão de Simão)

c. Tiago (filho de Zebedeu)

d. João (irmão de Tiago)

e. Filipe

f. Bartolomeu / Natanael

g. Tomé

h. Mateus (o publicano)

i. Tiago (filho de Alfeu)

j. Tadeu

k. Simão (Cananita)

l. Judas Iscariotes

17. Esboço:

A. Preparação do Rei – Caps. 1 – 4

B. Apresentação do Rreino – Caps. 5 - 10

C. Pregação do Reino – Caps. 11 – 25

D. Paixão do R’ei – Caps. 26 – 28

18. Resumo:

A. A característica que distingue o evangelho de Mateus é o apelo à razão dos judeus.

B. Foi provavelmente, originalmente, escrito em hebraico e contém muito mais citações do Velho

Testamento que os outros Evangelhos.

C. Foi o método para convencer os judeus que Jesus de Nazaré era o Seu messias prometido.

D. Apresenta o Rei e Seu Reino.

E. Por causa do seu conceito nacionalista e materialista do Reino, eles já rejeitaram o Rei.

F. Assim, o Reino foi tirado deles e transformado em ministério, sacerdócio da Igreja (só mencionado no

Evangelho de Mateus) para pregar o Evangelho do Reino para todo o mundo.

19. Figuras de Cristo - Cristologia:

Cristo é visto como: REI (2:2); O LEGISLADOR (5:7; Is 33:22); O UNGIDO (3:16,17); O FILHO DE DAVI

(1:1); O CUMPRIMENTO DA LEI E DOS PROFETAS (5:17).

20. Material Peculiar de Mateus:

A. A vinda dos magos do Oriente:

B. A fuga para o Egito e a volta para Nazaré;

C. A matança das crianças em Belém;

D. A vinda dos fariseus e saduceus para serem

batizados por João;

E. O pedido de Pedro para andar sobre as

águas;

F. Jesus paga o tributo;

G. O preço da traição, 30 moedas de prata;

H. O remorso e o suicídio de Judas;

I. O sonho da esposa de Pilatos;

J. A saída dos mortos dos túmulos de

Jerusalém;

K. O terremoto antes da ressurreição;

L. A guarda da porta do túmulo de Jesus;

M. O suborno da guarda;

N. Partes do Sermão da Montanha;

O. Discurso sobre a humildade;

P. Descrição do juízo Final;

Q. Dois milagres e dez parábolas que não

constam nos outros evangelhos;

21. Milagres:

A. O mudo endemoninhado (Mt 9:32-35)

B. Restauração da vista de dois homens (Mt

9:27-31)

22. Parábolas: 10 parábolas

A. O Joio (13:24-30);

B. A rede (13:47,48);

C. O tesouro escondido (13:44);

D. A pérola de grande valor (13:45,46);

E. O pai de família (13:52);

F. Os dois devedores insolventes (18:23-35);

G. A veste nupcial (22:10-14);

H. Os trabalhadores na vinha (20:1-6);

I. Os dois filhos (21:28);

J. As dez virgens (25:1-12);

Page 25: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

25

MARCOS

O Evangelho de Marcos é conciso, claro e direto, num estilo que agradaria à mentalidade romana, que não

gostava de abstrações e fantasias literárias. Há muitas expressões latinas em Marcos que vem fortalecer esse tese,

além do que, Marcos insiste pouco na lei e nos costumes judaicos e, quando os menciona, explica-os mais

completamente do que os outros evangelhos.

1. Titulo:

A. Marcos = polido, brilhante (João Marcos);

B. O Evangelho segundo Marcos;

C. O livro do SERVO - BOI

2. Integridade, Canonicidade e Autenticidade:

Há dúvidas de que o trecho do cap. 16:9-20 seja de Marcos.

A. Por que há dúvida?

a. Não consta nos dois principais manuscritos. Álefe e B;

b. O estilo é completamente diferente;

c. O teor da mensagem também é completamente diferente;

B. Por que teria sido incluído esse texto se não é escrito por Marcos?

a. Porque consta nos manuscritos unciais A,C,D,X, Gama e Zeta, e em todos os cursivos;

b. Ele teria sido incluído nos tempos apostólicos.

H.H. Haley diz:

“Apesar de não constarem nos manuscritos Sinaíticos e Vaticano (Álefe e B), desde os primórdios foram aceitos como

parte genuína do Evangelho de Marcos. Pensa-se ser provável que a ultima página da cópia original se perdera, sendo

adicionada depois. Não parece que o versículo 8 seja um final próprio para o livro”.

3. Autor: A. ( João) Marcos – grande martelo ou defesa. B. João Marcos seria filho de Maria, amiga dos apóstolos. Sua casa sempre foi centro de eventos bíblicos (At 11:30 -

12:25; 13:5-13; 15:37-39; II Tm 4:11; II Pe 5:13). Era primo de Barnabé, ajudante de Barnabé, Pedro e posteriormente

companheiro de Paulo.

C. Muitos concluíram que foi Marcos quem realmente escreveu o “Evangelho segundo Pedro”.

D. O livro é anônimo, visto como por consenso comum os títulos dos escritos do NT, são considerados como

acréscimos ulteriores, não tendo, além disso, o autor dado a conhecer a sua personalidade.

E. A igreja primitiva sempre reconheceu a autoria de João Marcos sobre esse evangelho, identificando-o como aquele a

quem se referem os Atos dos Apóstolos e as Epistolas (At 12:25; 13:5; Cl 4:10 e 11; II Tm 4:11 e I Pe 5:13). João

marcos.

F. A tradição mais antiga é de Papias, bispo de Hierápolis, que apesar de ter vivido cerca de cem anos depois do

Evangelho ter sido escrito, possivelmente teve acesso a alguma tradição genuína que ressaltava Marcos como o autor

do Evangelho.

4. Data:

A. Escrito mais ou menos entre 62 – 64 d.C. (48 e 55 d.C.)

B. Contém aproximadamente 34 anos, do ministério de João ao início do Ministério da Igreja Primitiva.

C. Os mais antigos testemunhos acerca deste evangelho, ligam-no a pregação de Pedro em Roma na década

de 70 da era cristã.

D. Irineu nos declara que:”depois da morte de Pedro e Paulo, Marcos nos transmitira por escrito as coisas

pregadas por Pedro. Alguns preferem datar entre 50 e 54 d.C. (55 e 58 d.D)

5. Local: Roma

Destinatário:

A. Povo cristãos não judeu, provavelmente os cristãos em Roma.

B. Marcos escreve aos romanos e é talvez por isso que exclui:

− A genealogia de Cristo;

− Os cumprimentos de profecia;

− Referências à Lei;

Page 26: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

26

− Muitos costumes Judaicos encontrados nos outros evangelhos.

6. Tema Principal:

Diante da clara intenção de Marcos em destacar os fatos acima das teorias, seu tema destaca-se como “Um

Rei que servia em amor e para resgatar a muitos” (10:45), apresentando um ministério ativo de Jesus.

7. Palavras principais:

A. Logo, imediatamente, sem demora, dentro em pouco, em breve (mesma palavra grega) – 42;

B. Multidão, povo, pressão (mesma palavra grega) – 38

C. Evangelho – 8

8. Versículos Principais: (chave)

Mc 10:45 – “ Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de

muitos”

9. Argumentação do Livro:

A. A popularidade de Jesus.

B. O contraste crescente entre a popularidade de Jesus e a oposição forte e crescente dos fariseus.

C. Mostrar o planejamento do ministério do mestre e sua execução feita com firmeza do princípio ao fim.

10. Propósitos/ Motivos:

A. Apresentar Jesus de Nazaré como o perfeito e fiel Servo de Jeová.

B. Mostrar aos romanos que Jesus era o Servo, atuando debaixo da autoridade de Jeová, dando imediata e

fiel obediência para todos os mandamentos.

C. Encorajar e instruir os cristãos (provavelmente romanos) devido à perseguição.

D. Revelar Jesus Cristo, o poderoso Filho de Deus.

E. Apresentar um ministério ativo de Jesus.

F. É claramente manifesta a intenção do evangelista em não discutir teologia, mas, acima de tudo, representa

seu esforço para por diante do público a pessoa e obra de Cristo fora do contexto do AT, pois seus

ouvintes não sabiam acerca do conteúdo. As suas descrições breves, as suas frases agudas, as suas

aplicações diretas da verdade, são exatamente aquilo que um pregador de rua usaria para pregar Cristo a

uma multidão promíscua. Seu principal propósito é falar da pessoa de quem se ocupa o evangelho e dá um

retrato de Cristo investido em fato e inesquecível.

11. Mensagem:

A. O caminho para ser grande no Reino de Deus é sendo Servo de todos.

B. Ele humilhou-se a si mesmo debaixo da mão de Deus, para ser exaltado no tempo oportuno (1Pe 5:6).

C. O livro mostra o foco duplo da vida de Cristo: Serviço e Sacrifício. (Mc 10:45)

12. Esboço:

A. A Separação do Servo – 1:1-13

B. O Serviço do Servo – 1:14 – 8:30

C. O Sacrifício do Servo – 8:31 – 15:47

D. O Senhorio do Servo – 16:1-20

13. Resumo:

A característica que distingue o Evangelho de marcos é o apelo à razão dos romanos. Foi escrito

provavelmente em Roma e contém mais latim do que qualquer outro Evangelho. Costumes, lugares, dinheiro

dos judeus e expressões em aramaico são usadas de tal maneira que a mente romana possa compreender. O

Evangelho de marcos apresenta o SERVO – Filho como um homem de ações, de feitos mais que palavras,

registrando mais milagres que os outros evangelhos. Ele começa com a apresentação do Servo e termina com

o Servo sendo feito Senhor (Mc 16:19; Fp 2:6-11; At 2:36)

14. Características do Livro:

A. Marcos é interprete de Pedro e escreveu o que dele ouviu após sua morte. Hé evidente influência de

Pedro nos assuntos, na linguagem.

B. Escrita em situação de perseguição.

Page 27: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

27

C. AÇÃO – descrição dos milagres de Jesus – “poder de Deus em ação”.

D. Cuidado com os leitores na tradução de expressões aramaicas.

E. Realismo de Marcos: conta os fatos na sua simplicidade, deixando para o leitor a sua interpretação

teológica.

F. Tem sido sugerido que Marcos está referindo-se a sim mesmo quando ele fala sobre “um certo jovem

(mancebo) “no Getsêmane (Mc 14:50-52). Como todos os discípulos haviam abandonado Jesus (Mc 14:50),

esse pequeno incidente poderia ter sido um relato de primeira mão.

G. O evento principal em marcos é quando Pedro confesse “Tu és o Cristo” no cap. (8).

H. O passo rápido e breve deste livro reflete a ênfase de Marcos em ações mais do que em palavras.

I. Somente 18 das 70 parábolas de Cristo são encontradas em marcos – algumas dessas são apenas umas

frases de comprimento – mas ele cita mais da metade dos trinta e cinco (35) milagres de Cristo, a maior

proporção dos evangelhos.

J. Quase 40% desse evangelho é dedicado a um relato detalhado dos últimos 8 dias da vida de Cristo.

K. Marcos é quase que totalmente objetivo na sua apresentação. Poucos comentários são feitos. A narrativa

conta a sua própria história.

15. Figuras de Cristo:

− Cristo é visto como: O FILHO DE DEUS (1:1);Que tornou-se FILHO DO HOMEM (10:45);O 1º

ENVIADO (9:37);E o Sofredor SERVO que, depois de dar sua vida em resgate de muitos, tornou-se

exaltado SENHOR

Page 28: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

28

LUCAS

O evangelho de Lucas nos apresenta uma questão nova em termos de inspiração para as Escrituras. Como

Deus poderia falar a Lucas através do processo de acurada investigação e, num tempo em que já outros escritos

haviam sido feitos. Porque Deus faria mais um? Seria possível as palavras de Deus estarem na boca das pessoas

entrevistadas?

Diante de tudo isso, torna-se claro que Deus pretende produzir escritos acerca da vida de Jesus sob

ângulos diferentes. Um mais narrativo, outro mais ensinador, outro mais sobrenatural e outro mais histórico. Este

ultimo é o de Lucas.

O Evangelho de Lucas, pelo fato de ser produzido após os evangelhos de Marcos e Mateus já terem sido

escritos, acompanha a mesma seqüência de acontecimentos deles, mas com muitos acréscimos que só aparecem

em Lucas. Lucas também segue o mesmo estilo de Paulo ao colocar uma introdução dedicatória.

1. Titulo:

A. Lucas = “que dá a luz”; luminoso

B. O Evangelho segundo Lucas

C. O livro do HOMEM PERFEITO – HOMEM

2. Integridade, Canonicidade e Autenticidade:

O Evangelho de Lucas, usado por Marcião era incompleto. Não tinham os três primeiros capítulos e nem

os últimos sete versículos, e isto trouxe muita discussão quanto a Integridade de Lucas. Porém, depois de

muitos estudos, os críticos concluíram que Marcião é quem estava errado e que estas porções eram

realmente de Lucas.

3. Autor:

A. Escrito por Lucas o médico, que não foi um dos 12 apóstolos, mas era um companheiro de Paulo. Ele

também escreveu o livro de Atos.

B. Os manuscritos dão a entender, pelas citações, que a obra é de Lucas.

C. Irineu, Tertuliano e Clemente de Alexandria mencionam o nome de Lucas como autor do 3º

evangelho.

D. Três argumentos a favor dessa autoria:

a. O autor do terceiro Evangelho é também o autor do Livro de Atos (Lc 1:11; At 12:7); (Lc 1:1-4; At

1:1-2); (Lc 24:51; At 1:10); (Lc 3:8; At 26:20).

b. O Autor de Atos foi companheiro de Paulo, isto sabemos pelo emprego freqüente do pronome

“nós” nos relatos das ocorrências.

c. Este companheiro de Paulo e autor de Atos e do Evangelho foi Lucas.

Obs: Provas dessa conclusão:

a. O companheiro de Paulo era médico (Cl 4:14);

b. Os termos médicos usados nos 2 livros confirmam a autoria de Lucas.

4. Data:

A. Provavelmente escrito entre 62 – 64 d.C. depois ou junto de Marcos. (59 e 62d.C.)

B. Contém aproximadamente 35 anos, do nascimento de João Batista até a ascensão.

5. Local:

A. Roma (?)

B. Não há dúvidas de que foi escrito fora da palestina, mas não há nenhuma boa tradição primitiva acerca do

lugar para que se possa ao menos supor.

6. Prováveis fontes do Evangelho:

A. O evangelho de Marcos;

B. A logia de Jesus da autoria de Mateus;

C. Tradição da Igreja de Cesaréia (Material L);

D. Testemunhas oculares (1:2);

E. Algumas fontes em aramaico (que seriam cânticos de Louvor).

Page 29: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

29

7. Tema Principal:

O grande tema do evangelho de Lucas é: Jesus Cristo, o salvador divino. Desde o ínicio o tema é

enfocado, mesmo antes do nascimento, com a ação do anjo, do preparo para a vinda do “voz que clama no

deserto” e do próprio Senhor.

8. Destinatário:

A. Teófilo – oficial romano recém convertido.

a. Alguns defendem a idéia que teófilo pode ser uma denominação genérica de todos os “amigos de

Deus”. Pode ser uma referência subliminar aos cristãos perseguidos pelo império romano.

B. Isto é evidenciado pelos prólogos de Lucas e Atos (LC 1:1-4; At 1:1-5) que ambos os livros foram

dirigidos a Teófilo como um trabalho de dois (2) volumes.

C. Além de Teófilo é dirigido aos gregos em particular.

a. Acredita-se que Lucas era grego, homem de grande instrução, como indica o seu estilo e o fato de

ser ele médico;

b. A leitura cuidadosa revela passagens escritas por um pensador a um filósofo e meditativo;

c. Pelo estilo. È atraente por sua eloqüência poética, principalmente os cânticos das partes judaicas.

Quase nada se diz acerca das profecias do VT.

9. Palavras Principais:

A. Filho – 145

B. Reino (de Deus) – 45

C. Pregar, Publicar, Proclamar, Anunciar, Apresentar (3 palavras gregas) - 20

D. Espírito, Santo Espírito - 17

10. Versículos Principais: 4:18,19; 19:10

11. Capítulo Chave:

A. O capítulo 15 é o capítulo chave deste livro. As três parábolas da Ovelha Perdida, da Moeda Perdida, e do

Filho Perdido são os pontos cruciais desse evangelho: que Deus através de Cristo veio buscar e salvar os

perdidos.

12. Propósitos/ Motivos:

A. Apresentar Jesus Cristo e a Salvação.

B. Mostrar que o evangelho é universal, derrubando as barreiras entre judeus e gentios, retratando um

Cristo que se relaciona com todo tipo de pessoas.

C. Apresentar Jesus de Nazaré como o ungido Homem Perfeito, que depois de um perfeito ministério

providenciou uma perfeita salvação para a humanidade pecadora.

D. Ou seja, Mostrar que o Salvador veio para salvar toda a raça humana.

− O Salvador Universal para pessoas de todas as idades ou raças; pára os judeus (1:13; 2:10), para os

samaritanos (9:51-56), para os pagãos (2:32; 3:6,38), para os publicanos, pecadores e desprezados

(7:37-50), para as pessoas respeitáveis (7:36), para os pobres (1:53) e também para os ricos (19:2;

23:50)

E. Mostrar aos gregos que Jesus era o Homem ideal de Deus, o único Salvador.

F. Apresenta fatos e provas históricas para aumentar a confiança de Teófilo no Evangelho do seu Salvador;

G. Mostrar a todos e principalmente aos gentios que sua fé cristã baseia-se em fatos cuidadosamente

examinados e confirmados;

13. Características:

A. Estilo literário – é o mais literário de todos os evangelhos.

a. Esse Evangelho não foi só cuidadosamente gravado e documentado, mas foi também escrito no grego

mais refinado do NT – Somente a Epistola aos Hebreus é comparável.

B. Detalhes históricos – Lucas preocupou-se em procurar outras testemunhas oculares dos fatos que

descreve.

C. Proeminência do Espírito Santo - é o que mais acentua a graça e misericórdia de Deus, bem como a

obra do Espírito Santo;

D. Salientar a vida de oração de Jesus. - é o que dá mais ênfase a oração;

Page 30: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

30

E. Lucas traduz termos Aramaicos com palavras gregas e explica costumes e geografia Judaica para fazer

seu evangelho mais claro e distinto aos seus leitores gregos.

F. Lucas é o livro mais extenso do NT e é o mais extenso e preciso dos evangelhos.

G. O livro de Lucas e atos juntos compõem 28% do NT, fazendo Lucas o mais prolífico dos autores do

NT (Lucas escreveu 2.138 versículos; Paulo escreveu 2.033 versículos).

H. O evangelho de Lucas mostra que a mensagem cristã é universal, descrevendo o Filho do homem

como o Salvador de todos os homens: Judeus, samaritanos, Gentios; pobres e ricos; respeitados e

desprezados; publicanos e líderes religiosos.

I. O forte interesse de Lucas em pessoas é evidente através dos retratos de pessoas com Zacarias,

Zaqueu., O Filho Pródigo e muitos outros.

J. É o evangelho que dá lugar mais proeminente às mulheres - dá uma atenção especial as mulheres (a

palavra “mulher” ocorre 43 vezes em Lucas e só 49 vezes ao todo em Mateus e Marcos).

K. As crianças também recebem mais importância em Lucas do que era normal nas escrituras daquela

época.

L. É o mais compreensível dos evangelhos;

M. É o evangelho de louvor e graça;

N. É o evangelho que apresenta o ambiente doméstico e social do ministério de Jesus;

14. Esboço:

A. A Preparação do Filho do Homem - 1:1 4:15

B. O Ministério do Filho do Homem - 4:16 -21:38

C. O Sofrimento do Filho do Homem - 22:1 – 23:56

D. A Exaltação do Filho do Homem - 24:1-53

15. Resumo:

A Característica que distingue o Evangelho de Lucas é o apelo à razão dos gregos. Enquanto os romanos

exaltavam a força do combate, os gregos exaltavam a sabedoria do pensamento. Foi Lucas quem registrou

mais parábolas de Jesus que qualquer outro Evangelho escrito. O retrato de Jesus que Lucas descreve é o

Homem Perfeito, a sabedoria de Deus, o que mais satisfez o ideal elevado dos gregos. Lucas também mostra o

relacionamento de Cristo com o Espírito Santo. Ele começa com a Sua vida nascida do Espírito, continua com

o Seu ministério no poder do Espírito, e termina com a Sua promessa de derramamento do Espírito.

16. Lucas Como Evangelista:

A. Somente 3 vezes seu nome é mencionado nas Escrituras (Cl 4:14; II Tm 4:11 e Fl 1:24), sempre ocupado

na obra do Senhor junto com Paulo;

B. Lucas foi um dos missionários que responderam à chamada de Macedônia com Paulo, Silas e Timóteo (At

16:10, 13, 17);

C. Foi companheiro fiel de Paulo até o Fim (II TM 4:11).

17. Figuras de Cristo - Cristologia:

18. Cristo é visto como o perfeito FILHO DO HOMEM, o UNGIDO PREGADOR, e o SALVADOR da

humanidade perdida (4:18,19; 19:10)

Page 31: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

31

JOÃO

O evangelho de João, embora siga a mesma seqüência de acontecimentos dos demais evangelhos destaca-

se por seu estilo e estrutura diferentes. Não contém parábolas, Apresenta apenas sete milagres e, cinco deles

aparecem apenas neste evangelho. Os discursos de Jesus dizem respeito apenas a Sua Pessoa e não a doutrina.

João é o grande evangelho da Cristologia.

Este livro é o verdadeiro cume dos ensinamentos bíblicos. Nele encontramos a entrada para o coração de

Deus, crer em seu filho. Os 21 capítulo mostram Cristo como o Deus dos céus, feito carne, objetivando morrer

pelos homens.

1. Titulo:

A. O Evangelho segundo João

B. O Livro do FILHO DE DEUS - (ÁGUIA)

2. Integridade, Canonicidade e Autenticidade:

A. O trecho sobre a mulher adultera (7:53 – 8:11),

a. é duvidoso porque é encontrado raramente nos manuscritos gregos. Nos mais antigos (manuscritos),

apenas em D (Bezae). Não é encontrado ainda nas antigas versões latinas e em quase todas siríacas e

cópticas. Não é mencionado nos escritos patrísticos gregos de Tertuliano e Cipriano. O estilo é diferente.

b. Os mais criteriosos, porém, não têm dúvidas de que a narrativa é de origem apostólica. Acham que o estilo

é lucano e a história verídica. E, em alguns manuscritos é colocado no Evangelho de Lucas, depois de

21:38.

B. São levantadas dúvidas também sobre o capítulo 21, porém os manuscritos e o estilo atestam que pelo menos

até o versículo 23 já parte do Evangelho original. Há duvídas porque há uma conclusão natural em 20:31. O

melhor é dizer que o próprio autor do livro acrescentou o capítulo 21 algum tempo depois. Muitos críticos

acham que o v.24 tenha sido escrito por presbítero de Éfeso, enqunato outros o aceitam como a segunda

conclusão de João, junto com v.25.

3. Autor:

A. Escrito por João (21:24), que era um dos doze apóstolos.Filho de Zebedeu, o discípulo amado (21:20-24).

Ele também escreveu 3 epístolas e o Apocalipse.

B. João = a amado

C. É uma testemunha ocular do ministério de Jesus (1:14).

a. É o mais íntimo do Senhor, ai reside o seu valor e sua autoridade apostólica como autor do 4º

Evangelho.

b. É judeu, demonstrando conhecimento da história, dos costumes, das idéias e das esperanças dos

judeus, valoriza muito a significação profética do VT;

D. O autor é natural da Palestina –

a. Pelo seu modo natural de citar ou mencionar lugares e distâncias, até mesmo edifícios e

dependências, prova que era profundo conhecedor da regiões.

b. Faz com sabedoria uma distinção entre as opiniões dos judeus e cristãos a respeito do Messias

como profeta.

c. Quando entra em pormenores exatos a respeito do tempo, de lugar, pessoas e números, prova

que presenciou tudo. Ex: A hora que Jesus subiu no parapeito do poço (4:6); o número e o tamanho

das talhas nas bodas de Cana (12:3,5); o peso e o valor do perfume que Maria derramou sobre os pés

de Jesus (12:3,5); os pormenores do julgamento de Jesus (capítulos 18 e 19).

E. O autor era apostolo –

a. Quem podia estar presente em tantos lugares e em tantas ocasiões, senão um dos apóstolo?

b. Descreve várias vezes o sentimento dos doze. Menciona, como nenhum outro evangelista, os

sentimentos e os motivos de Jesus (4:1; 16:15; 6:6 e caps. 13 – 17)

c. Parece, diante destes fatos, que o autor não pode ser outro senão o Apóstolo João, filho de

Zebedeu, sendo apóstolo, tem que ser João mesmo. Dos apóstolos mais íntimos de Jesus, que eram

Pedro, Tiago e João, o primeiro é excluído pelas referências a ele feitas no Evangelho e por ter já

Page 32: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

32

participado na escrita do Evangelho de Marcos (seu gênio). Tiago foi martirizado em 44, bem antes da

produção desse evangelho;

B. Testemunho Histórico

a. Muitos críticos admitem abundantes referências na literatura patrística (Pais da Igreja) atribuídas

ao Apóstolo João, e ao quarto Evangelho, depois do ano 150.

b. Todo o testemunho da Patrística, desde o tempo de Irineu, é preponderante a favor da autoria

Joanina. Clemente de Alexandria (190 d.C.), Orígenes (220 d.C.), Hipólito (c. 225 d.C.), Tertuliano (c.

200 d,C,) e o fragmento Muratoriano (c. 170 d.C.), concordam em atribuir o 4º Evangelho a João,

filho de Zebedeu.

4. Data:

A. Provavelmente 90 -110 d.C. (85 e 95 a.D)

B. Contém aproximadamente 4 anos do ministério de João batista até pouco antes da ascenção.

C. A data mais aceita é entre 80 e 98. devido as evidências internas que apontam para um escrito em um

ambiente Gentílico, pois os costumes e as festas judaicas são explicada em benefício daqueles que não

estavam familiarizados com elas (2:13; 4:9; 19:31). E, sabe-se, que o apóstolo João esteve exilado em

Patmos por esse período e, antes disso residiu por muito tempo em Éfeso.

5. Local:

A. Éfeso.

B. É pouco provável que também tenha sido escrito em Patmos, pois o evangelho não apresenta as mesmas

características das cartas e apocalipse.

6. Destinatário:

A. Igrejas em geral (judeus e gentios).

B. Parece-nos sobressair do texto de João a intenção clara de produzir um texto cujos destinatários

conheciam as profecias acerca da vinda do Messias, profecias essas, cumprida em Jesus. Logo, o

destinatário do evangelho de João é o povo judeu.

7. Tema Principal:

Desde o início com o “vimos a Sua glória” (1:14) até o seu final onde diz que “todos os feitos de Jesus não

caberiam nos livros” (21:25), fica clara a intenção do autor em destacar a divindade, a sobrenatural idade e os

grandes feitos de Jesus. Para João, o grande tema é que “Jesus é Deus feito carne e habitando entre nós”. (1:14)r

8. Relação com os outros Evangelhos:

A. Lucas apresenta Jesus em sua Humanidade como Filho do Homem.

B. João Apresenta Jesus em sua Divindade como o Filho de Deus.

C. É considerado como suplemento dos sinóticos. Harmoniza-se com os outros Evangelhos apenas:

a. Nos acontecimentos da paixão;

b. No período entre a ressurreição e ascenção;

c. Na multiplicação dos pães e peixes;

d. O milagre de andar sobre as águas.

D. O restante difere e é complementação do ministério de Cristo. O estilo literário também é diferente e

assemelha-se ao do próprio Mestre.

9. Palavras principais:

Pai (Deus) - 122 Crer (crido, crendo) – 101 Mundo – 80

Judeu (s) – 70 Amor (amado, amaste) – 57 Vida, vivo – 52

Verdadeiro, verdade – 47 Testemunha (2 palavras gregas) –

47 Filho (Cristo) – 43

Permanecer – 41 Em verdade, em verdade – 25 Luz – 24

10. Versículos Principais: Jo 3:16; Jo 20:30, 31;

11. Tema:

− João tem um tema duplo predominante:

Page 33: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

33

− Fé – aqueles que colocam a sua fé no filho de Deus têm a vida eterna.

− Descrença – Aqueles que o rejeitam estão sobre a condenação de Deus

12. Mensagem:

A. O único caminho de acesso a Deus, o Pai, é através de Seu amado Filho (Jo 14:1,6);

B. Não há vida eterna separadamente do Filho.

C. Aquele que crê começa um relacionamento de pai e filho com Deus.

D. Fé gera vida; incredulidade gera morte.

13. Propósitos/ Motivos:

A. “para que creais” – 20:31 – nenhum outro evangelho traz declaração de propósitos

a. Provar a sua tese que esta no cap. 20:30,31

b. É a declaração de propósitos mais clara de toda a Bíblia.

c. Quem João espera que creia em Jesus? É nos evidente que são os judeus, que tanto

aguardavam a vinda do Messias e , quando Ele vem,o desprezam, o rejeitam, não o aceitam

como Messias. Por isso registra o que ele crê serem provas de que Jesus é o Messias

esperado por Israel.

B. Para que o Messias não fosse rejeitado como foi pelos líderes judeus. Combater o judaísmo ortodoxo

que havia.

C. Confirma a fé dos cristãos;

D. Combater as doutrinas falsas que surgiram na igreja como gnosticismo e a doutrina do Logos.

a. O gnosticismo

i. Estava se manifestando muito forte dentro da Igreja. Diziam Jesus era um ser angelical

espiritual e não Filho de Deus. Diziam também que os sofrimentos humanos de Jesus

nunca ocorreram. Já haviam se passados 60 anos depois da morte de Jesus.

ii. Gnosticos – não acreditavam que o mundo físico e espiritual podiam se intercalar

b. A doutrina do Logos

i. Doutrina do Logos (600 a.C.) - Significa sabedoria, conhecimento. Surge uma

corrente filosófica, que diz que a força criadora, a energia criadora era uma sabedoria.

Estóicos – tudo surge do conhecimento, sabedoria, pensamento.Nada é tão pessoal,

Deus não era tão pessoal.

E. Ganhar novos discípulos para o Mestre;

a. Mostrar para todo mundo que Jesus foi enviado por Deus, o Pai, através do mundo, para que o

mundo seja salvo através dEle.

F. Provar que Jesus é o Messias das profecias do VT.

G. Apresentar Jesus Cristo como o único criador Filho de Deus, e mostrar seu relacionamento com o

Pai.

H. Mostrar que em Jesus Deus se manifestou.

I. Dar a divina interpretação da pessoa de Jesus Cristo e sua divindade e Humanidade, assim refutando

as predominantes heresias

14. Plano do Evangelho:

A. O tema que é o v.14 do 1º capítulo, é o resumo do seu argumento. Todo material foi escolhido e

organizado para comprovar a verdade deste grande versículo.

B. Apresenta por todo o livro as provas da glória messiânica de Jesus. São muitas as testemunhas: Deus,

Moisés, João Batista, Espírito Santo, os milagres, as obras e ensinos de Jesus.

15. Personalidade de João:

A. Tinha virtudes e qualidades que ganharam o afeto do Mestre de um modo particular.

B. Era místico no melhor sentido da palavra. Imaginação fulgurante e uma profunda intuição espiritual.

C. Capacidade de compreender a significação eterna em atos aparentemente insignificantes.

D. Entendeu o coração do Mestre, não hesitando em registrar o motivos que moveram muitos atos de Jesus

(13:3)

16. Características: A. Descreve 7 sinais com o propósito de gerar fé – 5 não constam dos Evangelhos sinópticos

a. Água transformada em vinho – 2:1-11 *

Page 34: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

34

b. Cura do filho do oficial do rei – 4:46-54 *

c. Cura do paralítico – 5:1-16 *

d. Multiplicação dos pães – 6:5 -14

e. Cura do cego de nascença -9 *

f. Ressurreição de Lázaro – 11:32-44 *

g. Andar sobre o mar -6:19

B. Afirmações de Jesus com “Eu Sou”: - A divindade de Cristo pode ser vistas aqui nestas sete afirmações:

a. Jo 6:35 – Eu sou Pão da Vida (v.48)

b. Jo 8:12 – Eu sou a Luz do Mundo (Isaias 60; Is 9:2,6)

c. Jo 10:7 – Eu Sou a Porta (Jo 8:31 - a 1ª porta a ser restaurada em Neemias – Porta das ovelhas)

d. Jo 10:14 – Eu Sou o Bom Pastor

e. Jo 11:25 – Eu Sou a Ressurreição e a Vida

f. Jo 14:6 – Eu Sou o Caminho a Verdade e a Vida

g. Jo 15:1 – Eu Sou a Videira Verdadeira

− Então existe uma videira falsa. Israel se considerava esta videira. A Bíblia fala que Deus diz que Ele trouxe uma videira do Egito e plantou em Cana, mas ela deu uvas bravas

C. Não menciona o nascimento de Jesus, o batismo e tentação de Jesus, Getsêmani, ascenção de Jesus

D. Os outros evangelhos descrevem os milagres de Jesus depois da morte de João Batista. Já no Evangelho de João

apresenta antes.

E. No Getsêmani Jesus sofreu em saber que iria ficar 3 horas distantes do Pai, foi terrível para Jesus.

F. Enquanto os outros evangelhos focalizam no ministério Galilêo, João praticamente evita-o e se concentra no

ministério Judaico.

G. João é o Evangelho mais seletivo, tópico e teológico dos evangelhos.

H. O estilo e vocabulário simples de João de alguma maneira cativa os conceitos teológicos mais profundos.

I. Ao contrário dos sinópticos, o evangelho de João não contém nenhuma parábola; ao invés de parábolas ele usa

alegorias (por exemplo: O bom Pastor – jo 10:1-18; A videira verdadeira – Jo 15:1-5)

J. Esse evangelho, com o seu estilo e conteúdo distintos, serve de suplemento aos outros três evangelhos (os

Sinópticos)

K. Os discursos de Jesus em João se concentram principalmente na sua pessoa e não nos ensinos éticos do reino.

L. João começa seu evangelho usando o termo “Verbo” (logos) para introduzir ou apresentar a pessoa de Cristo. Esse

termo difere daqueles usados pelos outros evangelhos pois ele não implica nenhuma origem religiosa em particular.

a. Cristo é Judaico (Mateus) b. Senhor é Gentio (Kurios – aplicado aos Césares – (Marcos)

c. Jesus é humano

d. Mas Verbo ou logos é filosófico

Dessa maneira João faz o sujeito do seu evangelho uma figura universal

17. Esboço: A. Filho de Deus – 1:1 -18

B. Seu Ministério público – para os judeus – 1:19 – 12:51

C. Seu ministério privado – para os discípulos – 13 – 17

D. Sua Paixão – para o Mundo – 18 – 21

18. Resumo: A característica que distingue o Evangelho de João é o Apelo para todo o mundo. Não somente João usa a palavra

“mundo” muitas vezes, mas ele também enfatiza a natureza universal do mediador Cristo; que Jesus é o único caminho de

salvação para todo o mundo. Mateus, marcos e Lucas apresentam em 1º lugar os aspectos reais da vida e humanidade do

Senhor, enfatizando Seus sermões públicos e ministério galileu. João, em 1º lugar, apresenta os aspectos doutrinários

internos da vida e pessoa do Senhor, enfatizando seus sermões particulares e ministério judeu.

19. Figuras de Cristo:

Cristo é visto como a PALAVRA (1:1,14), o FILHO (3:16), a VIDA (1:4), a LUZ (1:5), o “EU SOU” (8:56-58), e

o único CAMINHO DA SALVAÇÃO (14:6)

Page 35: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

35

ATOS DOS APÓSTOLOS

1. Livro

1.1. Mostra as coisas que Jesus continuou a fazer e ensinar através de seus discípulos, revestidos de pelo

Espírito Santo. Há as últimas palavras documentadas de Jesus Cristo antes da sua ascensão (At 1:8).

1.2. Atos é a história de homens e mulheres que levaram a sério essa comissão e espalharam as novas as

partes mais remotas do mundo. Alguém já disse: “A Igreja que não obedece a Grande Comissão esta

cometendo a grande Omissão”.

1.3. Atos é uma ligação histórica entre os Evangelhos e as Epistolas.

1.4. Atos é o testamento – Aquilo que podemos ter como herança.

1.5. O livro é em certo sentido, uma continuação do Evangelho de Lucas, e está dirigido à mesma pessoa, a

Teófilo, 1:1.

1.6. Da mesma forma que o Evangelho de Lucas exige naturalmente um complemento assim também o livro

de Atos pressupõe um antecedente. Assim como o Espírito é apresentado como a fonte vital do

ministério de Jesus, o mesmo Espírito capacita a Igreja para a missão que lhe foi confiada.

1.7. Atos 1:8 é, portanto, o sumário mais adequado do livro: a expansão do evangelho de Cristo, de

Jerusalém para a Judéia/Samaría e aos confins da Terra, é demonstrada de modo nítido na narrativa, 6:7;

8:1; 11:1,18; 15:12-29; 28:16,30ss.

2. Título

2.1. Os Atos dos Apóstolos - Parece ser um tanto impróprio, porque não foram apenas Atos dos

apóstolos, mas também de diáconos, presbíteros e novos convertidos. Talvez ficasse melhor: “Atos de

Pedro e Paulo”, “Atos de Jesus Cristo Ressurreto”, “Atos da Igreja Primitiva”;

2.2. Com certeza o melhor titulo sería: “Atos do Espírito Santo” – por causa da forte ênfase de Lucas

no Ministério do Espírito Santo. Na verdade este livro deveria ser visto como os Atos do Espírito Santo

operando através dos apóstolos.

2.3. Sendo este o segundo (2º) volume de um trabalho de duas partes de Lucas, esse Livro provavelmente não

tinha um titulo separado, mas todos os manuscritos gregos disponíveis o designam como título (praxeis) =

Atos. Praxeis era usado na literatura grega para resumir as realizações de homens excepcionais.

3. Autor

3.1. Lucas - O médico amado ( Cl 4:14). Sobre a sua vida pessoal, pouco é o que conhecemos, sabemos

apenas que:

3.1.1. Foi companheiro de Paulo e que também escreveu o Evangelho segundo Lucas. Era gentio,

provavelmente grego (Cl 4:11,14 – citado entre os gregos e não com os judeus -At 1:19),

possivelmente de Antioquia.

3.1.2. Falava o grego fluentemente, que era médico de refinada educação, e que após convertido ao

cristianismo abandonou as funções médicas, se dedicando a viajar como apóstolo Paulo, de quem se fez

amigo inseparável.

3.2. At 1:1 – Fala do primeiro livro e a sua dedicatória a Teófilo indica uma relação com o Evangelho que foi

dedicado a mesma pessoa. O sumário do primeiro livro como nô-lo dá o de Atos (1:1,2) concorda

exatamente com o conteúdo de Lucas, e resume a narrativa ao ponto onde Lucas a deixou. Usa o

pronome “nós”, incluindo seus companheiros: Paulo, Silas, Barnabé, etc. (At16:10).

3.3. Esta autoria é defendida por Euzébio, Tertuliano, Irineu e esta incluído no cânon Muratoriano (menção

mais antiga acerca de quem é o autor de Atos).

3.4. A opnião tradicional de que Lucas era o autor é derivado de vários fatos:

1.1. As seções “nós”( 16:10-17; 20:5 – 21:18; 27:1 – 26:16) que indicam que o autor era um amigo

íntimo do apóstolo Paulo, que nos dão conta de que Lucas narra “memórias pessoais” de suas viagens

com Paulo.

3.5. Num exercício de eliminação de possíveis nomes entre os companheiros de Paulo, chega-se,

invariavelmente, a Lucas, o médico amado (Cl 4:14; Fm 24; IITm 4:11). O próprio texto de Atos nos

conduz a isso, quando lança mão de termos conhecidos entre os médicos gregos (Lc 4:38; 7:15;At 5:5,10;

9:40; 12:23; etc) e utiliza uma linguagem pouco comum em Israel, sendo, portanto, um gentio.

3.6. Lucas começa em Atos, onde ele parou no Evangelho de Lucas.

3.7. Lucas escreveu 2138 versículos enquanto Paulo escreveu 2033 versículos.

Page 36: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

36

4. Data

4.1. 66-70 d.C. ( para alguns 61 a 65 a.D.)

4.2. Há duas considerações que sugerem uma data antes de 70 d.C. Para o livro de Atos:

4.2.1. O fato de Lucas não mencionar a morte de Paulo (que se deu nos últimos anos de Nero, 54 – 68

d.C.);

4.2.2. O silêncio de Lucas quanto a queda de Jerusalém (que se deu em 70 d.C. E foi claramente

profetizada em Lucas 21:20-24).

4.2.3. Outro fato importante é a falta de material característico das cartas de Paulo em Atos. Isto pode

ser reflexo do fato que somente mais tarde (depois de 70?) é que as cartas de Paulo como um todo

(“Corpus Paulinum”) começaram a circular maisa universalmente.

5. Extensão histórica

5.1. Contém aproximadamente 33 anos da ascensão de Cristo até o tempo que Paulo foi preso em Roma por

2 anos.

5.2. Atos é bem seletivo no seu conteúdo, e não tenta ser uma pesquisa extensiva dos primeiros trinta (30)

anos da vida da Igreja Cristã. Mesmo assim é de extremo valor como fundo histórico para a maioria das

epistolas. Sem ele, as epistolas seriam muito difíceis de entender. Atos é a ligação histórica entre os

evangelhos e as epistolas.

6. Exatidão Histórica

6.1. Mesmo que, à semelhança do Evangelho, Lucas trata de aspectos históricos de maneira a contribuir com

a teologia que ele desenvolve em Atos, encontramos muitos fatos cuja exatidão é comprovada por

evidência externa:

6.2. Em 13:7, Lucas usa o título correto ao chamar Sérgio Paulo de “Procônsul” de Chipre, mesmo que houve

muitas mudanças na ilha, num breve período.

6.3. Em 18:12, Lucas escreve que Gálio era “procônsul” da Acáia, ainda que a região não teve representação

consular entre 15 d.C., até 44 d.C.

6.4. Além disso, Lucas usa as denominações oficiais corretas de acordo com os locais: 16:20 (pretores); 17:6

(autoridades, “politarchas”); 19:31 (asiarcas).

7. Local

7.1. (?) - Como não há nenhuma referência antiga acerca desse ponto, não podemos defini-lo.

7.2. Alguns “sugerem”: Cesaréia; outros Acaia; ou Decápole, talvez a Ásia Menor; e quem sabe, Roma.

8. Destinatário

8.1. Teófilo – Importante nome grego que significa “Amado por Deus” ou “Amante de Deus”. (At 1:1, cp.

com Lc 1:1).

8.2. “Excelentíssimo” = termo técnico (?), confira At 23:26; 24:2;26:25.

8.3. Teófilo era um oficial romano recém convertido. Por conseguinte o livro foi enviado a um membro da

aristocracia romana, residente em Roma, provavelmente.

8.4. Foi escrito com a finalidade de apresentar a esse oficial, e a outras pessoas interessadas, uma defesa do

Cristianismo; para mostrar que o mesmo não se tratava de um ramo herético do judaísmo, não era uma

organização política, contrária ao Estado e ao império Romano.

8.5. Segundo parece, não foi uma obra dirigida as igrejas cristãs da época, conforme sucede ao restante do

Novo Testamento, mas antes, visava circular entre os lançamentos literários daqueles dias, para benefício

do público leitor gentílico.

8.6. Pelo menos parcialmente, trata-se , pois, de uma apologia apresentada ao mundo gentílico pagão,

sobretudo à aristocracia romana.

9. Fontes:

9.1. É provável que na primeira parte tenha dependido de crentes (judeus) e de documentos. Provavelmente

recebeu informações de Marcos, Felipe, Pedro, Barnabé, Silas, Tiago, irmão do Senhor, Paulo e outros. Na

ultima parte ele foi testemunha ocular.

Page 37: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

37

10. Propósitos / Motivos

10.1. Demonstrar a formação, desenvolvimento e expansão da Igreja sob o poder do Espírito Santo, entre os

judeus e gentios, de Jerusalém até Roma e aos “confins da terra...” – 6;7; 9:31; 12:24; 16:5; 19:20;

28:30,31.

10.1.1. Lucas faz uma exposição dos primórdios do cristianismo, na vida de Jesus e na extensão do cristianismo,

dentro da história da Igreja primitiva, a fim de convencer os leitores sobre o avanço irresistível do evangelho,

mostrando que Deus, mediante Seu Espírito Santo, verdadeiramente está operando na história da humanidade.

10.1.2. Lucas se preocupa em deixar claro que essa expansão se deve ao poder atuante do Espírito Santo que

batizou a igreja em pentecostes e a tornou vencedora na tarefa de conquistar vidas para o Reino de Jesus.

10.2. Demonstrar o poder do evangelho em reconciliar as pessoas com Deus e umas às outras

10.2.1. Paulo adotou a estratégia de pregar nas principais cidades, especialmente nas sinagogas judaicas, pois

era o lugar onde poderia encontrar uma audiência preparada (era costume nas sinagogas convidar o visitante a

fazer uso da palavra). Ali havia os próprios judeus e prosélitos e homens gentios piedosos. Paulo obtinha grande

êxito entre estes gentios, porque o interesse pelo judaísmo os havia preparado para a sua mensagem.

10.3. Mostrar que o cristianismo merecia liberdade, porque era derivada do judaísmo (que era legal) sendo,

praticamente, leal a Roma.

10.4. Dissipar os preconceitos contra o cristianismo, porque sempre havia tumultos aonde este chegava,

causando quase sempre, falsas acusações dos próprios judeus – 4:1; 6:8; 9:23; 13:50; 17:5,13; 18;6;

19:23; 21:27

10.5. Registrar a continuação do ministério de Cristo do Céu, de tudo que Ele começou a fazer e ensinar na

terra (1:1).

10.6. Mostrar o padrão que Cristo construiu a Igreja.

11. Características

11.1. Tema: o tema principal é a mensagem da ressurreição de Jesus Cristo

11.1.1. Cristo, agora ressuscitado, vivo, que dá poder e desafia seus discípulos a irem por todo o mundo com a

pregação do Evangelho.

11.1.2. Lucas fala do que Jesus começou a fazer, Atos fala do que Ele continua a fazer sob a direção do Espírito

Santo, pela instrumentalidade de homens e mulheres consagrados.

11.1.3. É o maior livro de missões do mundo. É também o maior livro de organização e procedimentos

eclesiásticos. Da mesma forma, as missões e a Igreja não podem ser separados. Uma não é completa sem a

outra.

11.1.4. A obediência a ordem de Jesus antes da ascensão e como a igreja primitiva cumpriu essa ordem (1:8).

11.2. Personagem principal: Espírito Santo

11.3. Peculiaridade: escrito em linguagem histórica e médica, grego clássico.

11.4. Final abrupto

11.5. Relata a herança dos nossos pais espirituais

11.6. O texto de Atos 8:37:

11.6.1. Não consta nos manuscritos Álefe, A, B, C,H,L,P e muitos cursivos. Embora o mais antigo

manuscrito conhecido do N.T. que contém essas palavras data do século VI d.c. (ms F), a tradição da

confissão de fé em Cristo, por parte do eunuco etíope era corrente desde a última porção do século II

d.C., pois Irineu cita parte da mesma. Além do manuscrito E, consta também em vários bons cursivos.

11.6.2. Embora o trecho não figure no manuscrito medieval posterior sobre o qual Erasmo dependeu,

principalmente em sua edição (ms 2), está à margem de outro manuscrito (ms 4), de onde ele o inseriu

em seu texto, porquanto “julgou que fora omitido por descuido dos escribas”.

11.7. Versículo Chave: At 1:8,confira também 28:30,31, o clímax do livro.

Page 38: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

38

11.8. Palavras chaves:

Ascenção, descida e expansão.

A ascenção de Cristo é seguida pela descida do Espírito Santo e a descida do Espírito Santo é seguida

pela expansão do Evangelho.

Judeu (s,a) – 81 vezes

Espírito Santo, Espírito – 54 vezes

Gentios, nações (mesma palavra grega) – 44 vezes

Palavra (de Deus) – 40 vezes

Nome (de Jesus, Senhor) – 37 vezes

Orar (orando, oração) – 35 vezes

Atos usa mais de setecentas (700) palavras não encontradas nos outros vinte e cinco (25) livros do

Novo Testamento. Ele deve ter estado impregnado no Septuaginto, porque 9/10 dessas palavras são

usadas nela.

11.9. Contexto Geográfico: Lucas menciona umas oitenta (80) localidades geográficas.

A. Cap. 2 a 7 – Jerusalém;

B. Cap. 8 a 10 – Judéia e Samaria;

C. Cap 10 ao fim – Confins da Terra = Roma

11.10. Lucas menciona mais de cem (100) pessoas pelo nome em Atos

11.11. A sua precisão de citar títulos e localidades foi uma certa época questionada pelos críticos mas hoje é

confirmada pelos críticos arqueólogos.

11.12. Lucas dá muito espaço a discurso e sermões, não a menos de vinte e quatro (24) mensagens achadas nos

seus vinte e oito (28) capítulos.

11.13. Os onze (11) apóstolos em Atos 1:13 eram:

11.13.1. Pedro; João; Tiago; André; Filipe; Tomé; Bartolomeu; Mateus; Tiago (filho de Alfeu); Simão (o

Zelote); Judas Tadeu (filho de Tiago).

11.14. O décimo segundo apóstolo foi Matias, escolhido no versículo vinte e seis (26)

11.15. Capítulo Chave: 2

11.16. Versículo Chave: Atos 1:8

11.17. Mensagem:

11.17.1. A Igreja como Corpo de Cristo, não pode funcionar sem o ministério do Espírito Santo.

11.17.2. Somente pelo poder do Espírito Santo pode a grande comissão ser cumprida (Zc 4:6).

11.18. Cristologia:

11.18.1. Cristo é visto como o cabeça da Igreja, governando, guiando, equipando e formando-a pelo

Espírito.

11.19. Valor Histórico:

A. Antigamente numerosos escritores gostavam de apontar erros históricos nos dois livros de Lucas, e na base

desses supostos erros, provar que o livro de Atos esta cheio de lendas e, portanto, as obras de Lucas têm

pouco valor histórico. As investigações, porém, de arqueólogos, lingüistas, historiadores e geógrafos, feitas

com paciência e persistência, tem confirmado o cuidado escrupuloso do autor em muitas declarações no livro

de Atos, impugnadas por muito tempo pelos críticos.

B. Lucas coloca sua narrativa dentro da moldura da história contemporânea. Suas páginas estão repletas de

referências aos magistrados das cidades, aos governadores provinciais, aos reis visitantes, e outros

semelhantes, e as mesmas referências provam que estão corretas quanto ao lugar e ao tempo em questão.

Com um mínimo de palavras Lucas transmite a autêntica cor local das muitas cidades mencionadas em sua

história. E sua descrição sobre a dramática viagem de Paulo a Roma (cap. 27) até os nossos dias, permanece

como um dos mais importantes documentos sobre a antiga arte da navegação.

Page 39: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

39

Ênfase Apologética de Atos

Tanto no Evangelho como e Atos, Lucas se preocupa em demonstrar que o Cristianismo em nada se

constituía uma ameaça à lei e a ordem do Império Romano.

Ele fez isso particularmente ao citar os julgamentos de governadores, magistrados e outras autoridades em

diversos lugares do Império:

No seu Evangelho, Pilatos por três vezes pronunciou Jesus inocente de qualquer sedição (Lc 23:4,14, 22), e

quantas acusações semelhantes feitas contra os Seus seguidores no livro de Atos, não podem ser

comprovadas! Por exemplo:

Os pretores de Filipos aprisionaram a Paulo e Silas alegando estarem eles interferindo nos direitos de

propriedade privada, quando libertaram uma jovem do espírito de adivinhação, no entanto são obrigados a

solta-los desculpando-se por sua ação ilegal. As autoridades de Tessalônica, perante quem Paulo e seus

cooperadores foram acusados de sedição contra o imperador, contetam-se em encontrar cidadãos do lugar

que garantam o bom comportamento dos missionários.

Uma decisão ainda mais significativa foi tomada por Gálio, procunsul da Acaia, que desconsiderou a acusação

de pregar religião ilícita, segundo os líderes judaicos de Corinto acusaram o apóstolo Paulo; a aplicação pratica

dessa decisão é que o Cristianismo compartilha da proteção assegurada pela lei romana ao Judaísmo. Em

Éfeso, Paulo desfruta da amizadde das autoridades e é exonerado pelo escrivão da cidade da acusação de

haver insultado o culto de Diana, a deusa dos efésios. Na Judéia, o governador Festo e o rei visitante Agripa II,

concordam que Paulo não cometera qualquer ofensa que lhe fizesse merecer morte ou aprisionamento, e que

de fato estava disposto a liberta-lo, caso ele não tivesse apelado a César.

Mas, por que motivo a marcha e o progresso do Cristianismo com tanta freqüência foram marcados por

agitações publicas, já que os cristãos eram tão ordeiros e obedientes a lei do império? A resposta é que, com

a exceção do incidente em Filipos e da demonstração provocada pelos ourives de Éfeso, os tumultos eram

sempre investigados por oponentes judeus. Assim como o Evangelho apresenta os principais sacerdotes

saduceus de Jerusalém a compelir Pilatos a sentenciar Jesus à morte, contra o seu próprio parecer, assim

também no livro de Atos são os judeus os principais inimigos de Paulo, onde quer que ele fosse. Por isso,

enquanto por um lado o livro de Atos registra as conquistas do Evangelho nos grandes centros gentios da

civilização imperial, registra ao mesmo tempo sua progressiva rejeição pela maioria das comunidades judaicas

espalhadas pelo império.

Interesse Teológico de Atos

A atividade do Espírito Santo é o tema teológico dominante do livro de Atos.

A promessa do derramamento do Espírito Santo , feita pelo Cristo ressurreto (1:4), foi cumprida entre

os discípulos no dia de Pentecostes (cap. 2), e entre os crentes gentios no cap. 10.

Os apóstolos exercem de suas atividades ministeriais no poder do Espírito Santo, o que é manifestado

por sinais sobrenaturais. A aceitação do Evangelho pelos convertidos é igualmente acompanhada pelas

manifestações visíveis do poder do Espírito.

Pela maneira como espírito Santo age através das paginas do Livro de Atos, realmente poderia ser

chamado de “Atos do Espírito Santo”, pois é o Espírito que controla em todos os lugares o progresso do

evangelho. Ele guia os movimento dos pregadores, como por exemplo:

Filipe (8:29,39); Pedro (10:19).

Ele guia a Paulo e seus companheiros (16:6).

Ele orienta a Igreja de Antioquia a enviar Saulo e Barnabé à Ásia como os primeiros missionários da Igreja

(13:2).

Ele recebe reconhecimento na carta que transmitiu a decisão do concílio em Jerusalém às igrejas gentias

(15:28).

Ele fala por meio de profetas (11:28; 20:23;21:4,11) tal como nos dias do Antigo Testamento.

Ele é quem, antes de mais ninguém , nomeia os anciãos duma igreja para que cuidem dela (20:28).

Ele é principal testemunha sobrea a verdade do Evangelho (5:32).

Page 40: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

40

Elemento Teológico de Atos

Não há dúvidas que Lucas percebe que a história tem importante significado teológico, e de que

ressaltou este significado a sua maneira Dentre os muitos aspectos do elemento teológico do livro de

Atos dos Apóstolos, vamos abordar alguns apenas:

A Continuação do Propósito de Deus na História. A história registrada em Atos é considerada

uma continuação dos Atos poderosos de Deus registrados no Antigo Testamento e do ministério de

Jesus. Em sentido mais claro, o livro de Atos registra a “história da Salvação”. Para melhor entender

isto devemos perceber o seguinte:

Os eventos que se registram em Atos foram levados a efeito por meio da vontade de Deus. A

história da morte e da ressurreição de Jesus é o exemplo mais claro dum evento que remonta até o

“determinado desígnio de Deus (2:23).

A vida da Igreja realiza-se como cumprimento das Escrituras. As profecias do AT governavam o

decurso da história da Igreja, como seja: o derramamento do Espírito e a proclamação da salvação

(2:17-21), a missão aos gentios (13:47) e a incorporação deles à Igreja (15:16-18), e a recusa dos

judeus como um todo no sentido de responderem ao evangelho (28:25-27).

A vida da Igreja foi dirigida por Deus em etapas cruciais. Às vezes o Espírito dirigia a Igreja

naquilo que deveria fazer (13:2; 15:28;16:16). Noutras ocasiões, anjos falavam a missionários cristãos

(5:19-20; 8:26;27:23), ou vieram mensagens através dos profetas (11:28; 20:11,12). Nalgumas

ocasiões, o próprio Senhor aparecia aos seus servos (18:9; 23:11).

poder de Deus revela-se nos sinais e maravilhas operados em nome de Jesus (3:16; 14:3). Como

resultado, pode-se dizer que o próprio Deus realizou a obra da missão cristã (15:4).

A Missão e Mensagem da Igreja.

Atos é um livro a respeito da missão, pelo que seria perfeitamente justo adotar o versículo 8 do capítulo 1

como resumo do seu conteúdo.

A mensagem que a Igreja proclamava é exposta numa série de discursos públicos, espalhados por todas as

partes de Atos. Em termos gerais, o assunto era Jesus, ressuscitado dentre os mortos por Deus, depois de ter

sido crucificado pelos judeus, que passou a ser declarado Messias e Senhor dos judeus, portanto, a fonte da

salvação.

O Progresso a Despeito da Oposição. 1. Atos se ocupa também com a oposição que cerca a expansão do Evangelho. Lucas, o seu autor, reconhece

que, assim como o caminho trilhado por Jesus levou ao Seu assassinato judicial, assim também o caminho

da palavra de Deus esta repleto de oposições.

Page 41: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

41

A Inclusão dos Gentios no Povo de Deus.

A. Atos dos Apóstolos reflete ainda as tremendas tensões que existiam da Igreja primitiva no que diz respeito à

base da missão gentia. Embora os Evangelhos registrem a comissão dada por Jesus, tornando o Evangelho a

fonte de bens espirituais para todas as pessoas do mundo inteiro.

B. Os primeiros discípulos tiveram pouca visão quanto a isto no princípio. Por essa razão dificultaram a entrada

dos gentios no reino de Deus o quanto puderam.

C. Só o derramamento do Espírito Santo no dia de pentecostes, viria por fim a esse exclusivismo. Foi assim que

dentro de poucos anos o evangelho terminou alcançando os samaritanos e por fim os gentios da Europa e da

Ásia.

A Vida e Organização da Igreja.

A. Lucas se preocupa em oferecer um retrato da vida e da adoração da Igreja, sem dúvida como padrão para

guiar e orientar a igreja dos seus dias. Inicialmente a lideranças da Igreja estava na direção dos apóstolos,

juntamente com os anciãos, e a igreja em Jerusalém ocupava um lugar importante entre as demais igrejas que

foram surgindo posteriormente.

B. Além disto, aprendemos alguma coisa acerca da obra dos missionários. O princípio do trabalho em equipe foi

estabelecido desde o início, e, na sua maior parte, os missionários viajavam em grupos de três ou mais.

Ressurreição

Importância

A desilusão dos discípulos com a morte de Jesus – sentimento de morte de toda esperança, em oposição à

situação anterior – At 1:6.

A mudança – “Jesus, Senhor (Kurios) se Cristo” – Messias – At 2:36 – provocou uma radical mudança nas atitudes.

A razão: a ressurreição de Jesus – tornou-se a mensagem central – At 2:14-36; 3:26; 4:2, 33; 10:40, 13:30,

17:18, 24:15, 26:8, 23.

A função primária dos apóstolos: testemunhar – não dominar ou governar. E este testemunho causou

oposições – At 4:33; 3:14-15; 4:1-2; 5:27, 28 – ou seja: o cristianismo não consiste de uma nova doutrina

sobre Deus, mas sim de um poderoso ato de Deus – ressuscitar Cristo dentre os mortos.

A ressurreição significa a restauração à vida em forma do corpo. É diferente da imortalidade da alma defendida

por muitos.

O Fato histórico – 1 Co 15:14; Rm 10:9-10.

É necessário crer no fato: Deus ressuscitou Jesus – é o PONTO PRINCIPAL DA FÉ !!!

É fácil crer nas outras “facetas” de Deus criadas por teólogos e filósofos (por exemplo: leis da natureza), mas a

ressurreição é o fato mais importante.

Se a ressurreição de Cristo não é realidade, então não temos segurança de que Deus é o Deus-vivo, pois a

morte é a palavra final.

Os evangelhos confirmam o fato: Jesus foi morto.

A esperança dos discípulos do estabelecimento do reino também morreu, pois pensavam que o reino

estabelecido por Jesus, se manifestaria imediatamente – Lc 19:11; 24:21. Lembrando que as profecias a

respeito de Messias “sofredor” não eram bem recebidas no meio da religião judaica – Is 53, por exemplo.

túmulo ficou de fato vazio – 1 Co 15:1-34

A fé na ressurreição – a fé que criou a Igreja !!!

A crítica histórica menciona que:

Os discípulos roubaram o corpo;

Jesus não morreu de fato e sim desmaiou e o frio do túmulo e as fragrâncias o recobraram;

Maria perdida no jardim confundiu Jesus com o jardineiro;

Os discípulos tiveram visões e alucinações. Mas observamos que a fé não produz visões, e

sim as visões é que produzem a fé.

Page 42: Apostila NT - Modulo 1 e 2

Panorama do Novo Testamento

42

Natureza da ressurreição – a ressurreição de Jesus:

− Não é apenas a restauração de um corpo físico à vida, mas sim o surgimento de uma nova ordem de vida – a

VIDA ETERNA sendo incorporada no tempo (Chronos) e espaço.

− Passa de uma teologia teórica ensinada pelos próprios fariseus e escribas para a realidade – uma nova

perspectiva de vida, gerando fé e criando motivos de oposição – At 4:2.

− Foi corpórea, mas um corpo que possuía novos poderes e mais elevados do que seu corpo físico ANTES da

morte.

− Mt 28:9; Jo 20:17, 27 – tato; Jo 20:16 – audição

− Lc 24:39 – é possível que houvesse crenças na aparição de espíritos de mortos

− Lc 24:42, 43 – comer

− Lc 24:31, 36-37; Jo 20:19-26 – desaparecer, aparecer.

− Mt 28:2 – a pedra removida para os discípulos não para Jesus.

− Jesus já havia demonstrado ter domínio sobre a morte, como por exemplo, nas narrativas de ressurreição:

1. Mc 5:35-42 – filha de Jairo; Lc 7:11-15 – filho da viúva de Naim; Jo 11:1-44 – Lázaro

Os apóstolos seguiram a mesma “trilha”

1. At 9:36-42 – ressurreição de Tabita, através de Pedro.

2. At 20:9-12 – ressurreição de Êutico, através de Paulo.

Pertence a uma nova ordem – do PORVIR – da vida eterna

Representa as PRIMÍCIAS da ressurreição escatológica – 1Co 15:30 (? 15:30; Cl 1:15,18)– a vida eterna

“aparece” no meio da história –: “… Tu és meu filho, hoje te gerei…” – At 13:32-33.

1. Jesus, como Deus Filho foi gerado eternamente, sempre existiu;

2. A ressurreição fazia parte do plano de Deus. Apesar de Jesus, o filho de Deus, ser imortal, por ser

eterno, Ele despojou-se desta condição por obediência. Tornou-se mortal e assim morreu, cumprindo

o Plano de Salvação. Nesta condição também ressuscitou.

3. Assim este texto refere-se à ressurreição

1. Neste momento foi “… declarado…” como tal – Rm 1:4

2. Foi na sua ressurreição que Jesus obteve a definitiva vitória sobre todas as forças (visíveis e

invisíveis) da morte e do inferno, conquistando a imortalidade e oferecendo-a ao homem.

3. Neste momento Jesus tornou-se o primeiro homem imortal (!) – Cl 1:15, 18; 1Co 15:20-23 –

“… primícias…”, pois enquanto “logos encarnado” estava sujeito à morte.

4. Havia a filiação Deus – Jesus divino; agora há a filiação Deus – Jesus humano!

5. Jesus tornou-se perfeito, abrindo o caminho a todos – Hb 2:9-10.