apostila modulo ii
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Módulo II
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Sumário
Unidade 3 - Escrituração Contábil................................................................................ 4
3.1 – Patrimônio sob o aspecto contábil..................................................................... 5
3.2 – Princípios fundamentais da contabilidade ....................................................... 11
3.3 – Método das Partidas Dobradas........................................................................ 15
3.4 – Contas Contábeis............................................................................................ 17
3.4.1.Contas Patrimoniais.................................................................................... 18
3.4.2. Contas de Resultados................................................................................. 19
3.4.3. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CONTAS....................................... 21
3.4.4. PLANO DE CONTAS............................................................................... 21
3.5 – Lançamentos Contábeis.................................................................................. 34
3.5.1. Como realizar um Lançamento .................................................................. 39
3.6 – Livros Contábeis ............................................................................................ 40
3.6.1. Livro Diário............................................................................................... 41
3.6.2. Livro Razão............................................................................................... 45
3.6.3. Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR).............................................. 47
3.7 – Balancete de Verificação ................................................................................ 49
3.7.1. Erros não detectáveis pelo Balancete de Verificação.................................. 51
3.7.2. Apresentação do Balancete ........................................................................ 52
3.8 – Erros de escrituração ...................................................................................... 53
3.9 – Encerramento do Exercício............................................................................. 55
3.10 – Tributação .................................................................................................... 56
3.10.1. Classificação dos tributos ........................................................................ 56
3.10.2. Tipos de tributos ...................................................................................... 57
3.10.3. Tributos cobrados de empresas ................................................................ 58
3.10.4. Imposto de Renda .................................................................................... 59
Unidade 4 – Relatórios Contábeis ............................................................................... 72
4.1 – O que são Relatórios Contábeis?..................................................................... 73
4.2 – Balanço Patrimonial ....................................................................................... 74
4.2.1. Classificação de contas do Grupo Ativo..................................................... 75
4.3 – Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)............................................ 80
4.4 – Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) .......................... 87
4.5 – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ........................ 90
4.6 – Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR)..................... 92
Chegamos ao fim da Unidade 4! Nesta Unidade você aprendeu que:.......................... 95
Conclusão do Curso .................................................................................................... 96
Bibliografia................................................................................................................. 97
4
Unidade 3 - Escrituração Contábil
Olá,
Seja bem vindo à Unidade 3!
Existem várias técnicas usadas pela contabilidade para que ela possa atingir os
seus objetivos, sendo as escriturações os principais meios.
Nesta unidade, você terá contato com a parte prática da contabilidade, com
destaque para a definição de patrimônio, sem o qual não existe contabilidade, os
princípios que regem a atividade e devem ser obedecidos e o método de partidas
dobradas.
Você verá também, o que são contas contábeis, os livros, lançamentos contábeis
e como deve ser feito um balancete de verificação. Por fim, aprenderá sobre a
importância do encerramento de exercício e informações sobre tributação, com destaque
para a declaração de Imposto de Renda, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.
Bom estudo!
5
3.1 – Patrimônio sob o aspecto contábil
Podemos definir patrimônio como um conjunto de BENS, DIREITOS e
OBRIGAÇÕES vinculados a uma pessoa, física ou jurídica, num determinado
momento, susceptível de avaliação econômica, ou seja, podem ser avaliados em moeda.
Podemos caracterizar como bens, todo item material de posse da entidade como
dinheiro, estoques, maquinários, entre outros.
Como direitos, caracterizam-se os itens incorpóreos (imateriais), mas que
podem ser mensuráveis (medidos), cuja realização poderá se tornar um bem. Neste caso,
podemos destacar contas a receber, duplicatas a serem descontadas, seguros a realizar,
entre outros.
Já as obrigações, são as dívidas que deverão ser pagas em curto ou longo prazo,
sendo caracterizadas por contas a pagar, empréstimos, financiamentos, entre outros.
Vale reforçar que, do ponto de vista contábil, bens, direitos e obrigações como a
vida, o caráter, a amizade e a liberdade, não são de competência do contabilista, uma
vez que não podem ser avaliados economicamente.
Neste sentido, podemos considerar ainda que o patrimônio é formado por
elementos positivos e negativos, nos quais os bens e direitos se constituem como
elementos positivos, enquanto as obrigações se constituem em elementos negativos. É
importante saber que, mesmo que as dívidas sejam maiores que os bens e os direitos, o
patrimônio continua a existir.
Os itens acima discutidos dão origem a novos conceitos na contabilidade:
A) Os bens e direitos passam a formar o ATIVO
B) As obrigações passam a formar o PASSIVO EXIGÍVEL
6
C) A relação entre estes dois elementos geram o PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
Ou seja: ATIVO – PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO
De forma conceitual, podemos definir o patrimônio líquido como o registro de
valor que os proprietários de uma empresa têm aplicado no negócio. Ou seja, podemos
considerar que o valor inicial investido (capital) para abrir um negócio, representa o
patrimônio líquido da empresa.
Porém, isto pode causar uma dúvida muito comum para quem está recebendo
esta informação pela primeira vez e que acabou de aprender que os bens de uma
empresa representam seu patrimônio: Por que o valor que os sócios aplicaram no
negócio é chamado de patrimônio líquido e não patrimônio?
A resposta é simples e pode ser dada através de um exemplo muito prático.
Acompanhe então o exemplo dado pelo professor Nelson Gouveia:
Vamos supor que você decida comprar um
veículo. Porém, uma parte da compra deverá ser
financiada. Assim, teremos:
Valor do veículo - R$ 20.000,00
Valor pago á vista - R$ 8.000,00
Valor a pagar - R$ 12.000,00
A posse do veículo representa para você um patrimônio, chamado de ativo. Ao
mesmo tempo, o valor que você ficou devendo, representa uma obrigação e,
consequentemente, um passivo exigível. Dessa forma, se você tem um patrimônio no
valor de R$ 20.000,00 mas ainda está devendo R$ 12.000,00 referente à sua compra, o
valor líquido de seu ativo é R$ 8.000,00. O que equivale a dizer que seu patrimônio
líquido monta em R$ 8.000,00, como representado abaixo:
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Valor total do patrimônio (ativo) - R$ 20.000,00
Valor da obrigação assumida na compra
do patrimônio (passivo exigível) - R$ 12.000,00
Valor líquido do patrimônio, ou patrimônio líquido - R$ 8.000,00
Depois de transmitidos os conceitos de ativo, passivo exigível e patrimônio
líquido, que formam o que os especialistas chamam de Componentes Básicos da
Contabilidade, cabe-nos fechar esse tópico, apresentando a equação básica da
contabilidade:
ATIVO = PASSIVO EXIGÍVEL + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Embora aparentemente simples, esta equação é fundamental no aprendizado da
contabilidade, uma vez que provoca reflexos na situação econômico-financeira das
empresas.
Para fixação dessa equação veremos, através de exemplos, possíveis variações
que algumas negociações podem provocar no ativo (A), passivo exigível (PE) e
patrimônio líquido (PL):
1ª. Negociação: Duas pessoas decidem abrir uma empresa com capital inicial no valor
de R$ 20.000,00, disponibilizando cada uma, o valor de R$ 10.000,00. O dinheiro é
depositado no banco.
Variações:
8
No ativo (A) O dinheiro no banco representa um bem da empresa. Logo, o
dinheiro é um ativo.
No Passivo
Exigível (PE)
Desde que a criação da empresa não tenha contraído dívidas, não
houve variação no passivo exigível.
No Patrimônio
Líquido (PL)
A empresa criada teve um aumento em seu ativo através da
aplicação de capital inicial pelos sócios, provocando um
aumento no patrimônio líquido.
A equação:
A PE PL
Dinheiro – R$ 20.000,00 = Sem movimento – R$ 0,00 + Capital – R$ 20.000,00
2ª. Negociação: Para funcionar, a empresa compra móveis no valor de R$ 2.000,00 para
pagamento à prazo.
Variações:
No ativo (A) Os móveis tornam-se bens da empresa. Portanto, são ativos.
Como a empresa já possuía um ativo (dinheiro) de R$ 20.000,00,
a compra dos móveis provocou um aumento no ativo total que
passou a ser de R$ 22.000,00.
No Passivo
Exigível (PE)
Por outro lado, como a compra dos móveis foi a prazo, a
empresa contraiu uma dívida de R$ 2.000,00, alterando seu
passivo exigível de zero para R$ 2.000,00.
No Patrimônio
Líquido (PL)
Como não houve nenhuma compra a vista ou outro
investimento, o patrimônio líquido não sofreu alterações.
9
A equação:
A PE PL
Dinheiro – R$ 20.000,00 = Sem movimento – R$ 0,00 + Capital – R$ 20.000,00
Móveis – R$ 2.000,00 Contas a pagar – R$ 2.000,00 Sem alteração – R$ 0,00
Totais – R$ 22.000,00 R$ 2.000,00 R$ 20.000,00
3ª. Negociação: Para montar seu estoque, a empresa adquiriu à vista, mercadorias no
valor de R$ 6.000,00.
Variações:
No ativo (A) Assim como os móveis, mercadorias são bens da empresa, ou
seja, ativos. Assim, houve um aumento do ativo no valor de R$
6.000,00. Porém, surgiu uma nova circunstância com o
pagamento á vista da mercadoria, realizada com dinheiro. Desta
forma, o ato de pagar a compra, representa uma diminuição no
ativo “dinheiro”. Portanto, uma mesma transação, provocou duas
variações no ativo: um aumento em “mercadorias” e uma
diminuição em “dinheiro”.
No Passivo
Exigível (PE)
Não houve variação.
No Patrimônio
Líquido (PL)
Não houve variação.
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A equação:
A PE PL
Dinheiro – R$ 14.000,00 = Sem movimento – R$ 0,00 + Capital – R$ 20.000,00
Móveis – R$ 2.000,00 Contas a pagar – R$ 2.000,00 Sem alteração – R$ 0,00
Mercadorias – R$ 6.000,00 Sem alteração Sem alteração
Totais – R$ 22.000,00 R$ 2.000,00 R$ 20.000,00
4ª. Negociação: O prazo para pagamento dos móveis venceu e a empresa pagou os R$
2.000,00 que estava devendo.
Variações:
No ativo (A) Nesta negociação a empresa pagou os R$ 2.000,00 em dinheiro,
causando uma diminuição no total em dinheiro que a empresa
possuía.
No Passivo
Exigível (PE)
Com o pagamento da dívida, a empresa diminuiu suas
obrigações e consequentemente, o seu passivo exigível.
No Patrimônio
Líquido (PL)
Não houve variação.
A equação:
A PE PL
Dinheiro – R$ 12.000,00 = Sem movimento – R$ 0,00 + Capital – R$ 20.000,00
Móveis – R$ 2.000,00 Contas a pagar – R$ 0,00 Sem alteração – R$ 0,00
Mercadorias – R$ 6.000,00 Sem alteração Sem alteração
Totais – R$ 20.000,00 R$ 0,00 R$ 20.000,00
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Esta equação é conhecida como “equação de balanço”, pois visa balancear o total do
ativo com o total obtido pela soma do passivo exigível mais o patrimônio líquido.
3.2 – Princípios fundamentais da contabilidade
O contabilista deve seguir algumas regras para que suas informações sejam
tratadas de maneira uniforme e sirvam de guia para um exame de seus relatórios
contábeis. Tais regras orientam os procedimentos e práticas de sua atividade.
Elas se manifestam através de princípios contábeis que permitem ao usuário dar
mais credibilidade nas informações em função dos critérios adotados para a elaboração
das demonstrações financeiras.
Os estudiosos da contabilidade distinguem três grupos de princípios: os
postulados, os princípios básicos e as convenções.
Postulados – São axiomas, dogmas, máximas e proposições cuja aceitação como
verdadeiras é indiscutível.
Princípios – São preceitos básicos, mutáveis e sujeitos a discussão, que devem orientar
os registros contábeis.
Convenções – São restrições e delimitações à aplicação dos princípios contábeis. Para
deixar mais claro, podemos usar o exemplo de José Carlos Marion que diz: “Os
Princípios representam uma estrada que segue rumo a uma cidade. Já as convenções
seriam sinais ou placas que indicam, com mais especificidades, o caminho a seguir”.
Para efeito de aprendizado, destacaremos o previsto na Resolução nº. 750/93 do
Conselho Federal de Contabilidade que estabelece a obrigatoriedade no exercício da
profissão, da observância dos Princípios Fundamentais da Contabilidade. Tais
princípios representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da
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Contabilidade e procuram reunir e condensar em sete princípios fundamentais, todos
os Postulados, Princípios e Convenções já existentes e que continuam a existir. São eles:
1. O da Entidade
2. O da Continuidade
3. O da Oportunidade
4. O do Registro pelo Valor Original
5. O da Atualização Monetária
6. O da Competência
7. O da Prudência
1) PRINCÍPIO DA ENTIDADE
a) O patrimônio da empresa não se confunde com o de seus sócios ou acionistas ou
proprietário individual. Ou seja, o patrimônio da empresa, não se confunde com o da
pessoa física.
b) A contabilidade é voltada para a empresa como uma entidade identificada,
registrando os fatos que afetam o seu patrimônio e não o de seus titulares, sócios ou
acionistas.
c) Este princípio reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade e afirma que este
não se confunde com aqueles de seu sócios ou proprietários, no caso de sociedades ou
instituições.
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2) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
a) A continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, devem
ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações (mudanças)
patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
b) Pressupõe a continuidade indefinida das atividades operacionais de uma entidade até
que surjam evidências ou indícios muito fortes que digam o contrário. As
demonstrações contábeis são estáticas e, portanto, não podem ser desvinculadas de
períodos anteriores e subsequentes. Deve-se tomar muito cuidado na observância deste
princípio, pois, uma informação não fundamentada, pode trazer graves consequências
para a empresa.
3) PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
a) Refere-se ao momento em que são registradas as variações patrimoniais,
determinando que estas sejam registradas de imediato e com a extensão correta,
independentemente das causas as originaram.
b) Reconhecimento imediato de ativos e passivos nos registros contábeis, considerando-
se, inclusive, para os casos em que não haja uma prova documental concreta, a
possibilidade de uma estimativa técnica, razoável e objetiva, visando evitar o
liberalismo por parte das pessoas.
4) PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
a) Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das
transações com o mundo exterior, expressos sobre valor presente na moeda do País, que
serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando
configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade.
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5) PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
a) Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda
nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis
através do ajustamento da expressão formal dos valores dos
componentes patrimoniais.
b) Indica a necessidade de reconhecimento da perda do poder
aquisitivo da moeda sobre os valores que integram as demonstrações financeiras.
c) O objetivo do princípio da atualização monetária é o de eliminar das demonstrações
financeiras da entidade as distorções causadas pela desvalorização da moeda.
6) PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
a) As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em
que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se relacionarem, independentemente de
recebimento ou pagamento.
b) As receitas e as despesas são atribuídas aos períodos de acordo com a real ocorrência
dos mesmos, isto é, de acordo com a data do fato gerador e não quando são recebidos ou
pagos.
7) PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
a) Na preparação dos registros contábeis de uma empresa podem haver variações nos
valores do Ativo e do Passivo. Tais variações são resultantes de fatos como um cliente
que atrasa para fazer um pagamento ou uma conta que tem o seu valor aumentado. O
princípio da prudência tem como objetivo assegurar que, mesmo na ocorrência destas
variações, a empresa terá um patrimônio líquido mínimo garantido. Para isso, este
princípio determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior
valor para os componentes do Passivo.
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Fonte: http://www.algosobre.com.br/contabilidade-geral/principios-fundamentais-de-contabilidade.html
3.3 – Método das Partidas Dobradas
No ano de 1494, talvez tentando controlar, organizar, orientar e padronizar os
processos administrativos, um matemático e teólogo chamado Frei Lucca Paccioli, com
autoridade, escreveu a sua “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et
Proportionalita” tornando-se o propulsor do “método das partidas dobradas”. Afirma-
se que ele não foi o criador de tal método, uma vez que há indícios de seu uso, 300 anos
antes. Porém, foi a pessoa que melhor conseguiu desenvolvê-lo.
Este método transformou-se no sistema universal padrão para as empresas e
demais organizações registrarem suas transações financeiras. O professor Nelson
Gouveia entende que o conceito do método de partidas dobradas surpreende por sua
simplicidade: para cada lançamento de débito efetuado, deve corresponder um
lançamento de crédito, de forma que o valor total de débitos seja sempre igual ao valor
total de créditos em cada lançamento.
Esta é a razão pela qual, na contabilidade, a soma de todos os valores debitados
é sempre igual à soma de todos os valores creditados. Funciona da mesma forma no
Balanço Patrimonial, onde o total do Ativo é sempre igual ao total do Passivo.
Para tentar deixar mais claro, vamos utilizar um exemplo do professor Nelson
Gouveia:
Transação no. 1: Duas pessoas físicas formam uma
sociedade, cada uma entregando o valor de R$
5.000,00 ao responsável pela empresa, que deposita
o valor em um banco.
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Variações:
No ativo (A) A empresa passa a ser proprietária de R$ 10.000,00, aumentando
seu ativo. O ativo, sempre aumenta por débito, logo, a conta
“Contas de movimento” vai ser debitada em R$ 10.000,00.
No Passivo
Exigível (PE)
Não há alteração, mas ressalte-se que o PE sempre aumenta por
crédito.
No Patrimônio
Líquido (PL)
O valor investido pelos sócios deve ser registrado pela empresa,
o que representa um aumento no patrimônio líquido. O PL
sempre aumenta por crédito, logo, a conta “Capital social” será
creditada em R$ 10.000,00.
Transação no. 2: A empresa compra os móveis à prazo, no valor de R$ 2.000,00.
Variações:
No ativo (A) Foi aumentado o ativo da empresa. Da conta “Móveis”, será
debitado o valor de R$ 2.000,00.
No Passivo
Exigível (PE)
A empresa constituiu uma dívida, aumentando seu passivo
exigível, que como dissemos, aumenta por crédito, logo, a conta
“Contas a pagar” será creditada em R$ 2.000,00.
No Patrimônio
Líquido (PL)
Não houve alteração.
Note que tanto na transação nº. 1 quanto na transação nº. 2, o total de débito é
exatamente igual ao total de crédito, atendendo assim, aos princípios do método das
partidas dobradas.
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3.4 – Contas Contábeis
As contas contábeis são consideradas a essência da contabilidade, que um dia, já
foi conhecida como a “Ciência das Contas”. Tais contas são representações
escrituradas do patrimônio de uma empresa.
Tem por finalidade registrar as movimentações do
livro diário, de forma monetária, transportando cada
fato contábil para sua respectiva conta como datas,
históricos e valores.
Como já foi dito, as contas contábeis devem ser expressas com títulos de acordo
com os fatos e atos administrativos provocados, representando facilmente a operação
realizada pela empresa. Assim, se a empresa realiza a compra de móveis, tal
movimentação será lançada na conta “Móveis” ou se adquire um veículo, a
movimentação é lançada na conta “Veículo” e assim por diante.
Através dessas contas, a contabilidade consegue registrar e controlar todos os
acontecimentos econômico-financeiro que ocorrem na empresa. Portanto, concluímos
que todos os acontecimentos que ocorrem na empresa, responsáveis pela administração
do patrimônio, são registrados em livros próprios por meio de contas.
Para elucidar, citamos abaixo alguns exemplos de contas:
Caixa – É a conta responsável pela movimentação de numerário (dinheiro) dentro da
empresa.
Conta de Movimento – É a conta relacionada com movimentos bancários. Banco X:
todas as transações bancárias como depósitos, cheques, empréstimos, realizados pela a
empresa junto ao Banco X.
Duplicatas a Receber – É a conta para valores relativos à contrapartida dos créditos de
vendas.
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Produtos Acabados – Conta responsável pela movimentação dos produtos fabricados.
Capital Social – Conta que cuida do montante aportado pelo titular, sócios ou
acionistas de uma empresa, para formação do respectivo capital.
Salários Diretos – Conta que registra as remunerações de empregados aplicados na
fabricação de produtos.
Existem vários critérios que podem servir para classificar uma conta. Porém,
para facilitar o entendimento, destacaremos as contas em dois grupos:
1) Contas Patrimoniais
2) Contas de Resultados
3.4.1.Contas Patrimoniais
São as contas que representam os bens, direitos e obrigações. Dividem-se em
Ativo, Passivo Exigível e Patrimônio Líquido. Como veremos mais adiante, estas contas
representam o patrimônio da empresa no Balanço Patrimonial.
Assim, as contas se dividem conforme o exemplo abaixo:
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BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens
Caixa
Veículos
Direitos
Duplicatas a Receber
Promissórias a Receber
Obrigações
Fornecedores
Duplicatas a Pagar
Patrimônio Líquido
Capital
Lucros Acumulados
3.4.2. Contas de Resultados
São as contas que não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas são de suma
importância para a contabilidade, uma vez que decorrem do exercício social. Dividem-
se em Contas de Despesas e Contas de Receitas e é por meio delas que a empresa avalia
se apresentou lucro ou prejuízo em suas atividades.
Contas de Despesas – As despesas para uma empresa decorrem do consumo de bens e
serviços, como a energia elétrica, materiais de limpeza, materiais de expediente, até
mesmo o cafezinho que é servido, entra nas contas de despesas.
Outros exemplos de despesas:
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- Água e Esgoto
- Fretes e Carretos
- Impostos
- Juros Passivos
- Contribuições de Previdência
- Despesas Bancárias
- Prêmios de Seguro
Contas de Receitas – Por outro lado, as receitas decorrem das vendas de bens e
serviços oferecidos pela empresa. Geralmente, se apresentam em número menor que as
despesas, podendo ser representadas pelas seguintes contas:
- Aluguéis Ativos
- Descontos Obtidos
- Juros Ativos
- Receitas de Serviços
- Vendas de Mercadorias
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3.4.3. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CONTAS
A conta é a representação gráfica da relação débito e crédito de um determinado
fato administrativo. Esta representação é chamada de “Conta em T” ou “Razonete”.
Em contabilidade, Conta em T ou Razonete, é uma representação gráfica em
forma de “T” bastante utilizada pelos contadores. É um instrumento didático para
desenvolver o raciocínio contábil e realizar os registros contábeis individuais por conta.
A representação gráfica abaixo ilustra melhor os dois instrumentos:
Razonete
Balanço Patrimonial Título da Conta
Ativo Passivo Débitos Créditos
O Razonete é muito utilizado junto com o livro razão, apesar de não ser exigido
pela legislação. Por ser muito eficiente, é indispensável em qualquer tipo de empresa.
Do ponto de vista contábil, é um livro imprescindível.
Veremos o Livro Razão com mais detalhes em tópico próprio.
3.4.4. PLANO DE CONTAS
Assim como em qualquer profissão, a contabilidade também exige que se
estabeleça um plano de ações para que nenhuma informação seja esquecida. Este plano
prévio chama-se Plano de Contas e é definido como um elenco de todas as contas
previstas pelo contabilista como necessárias aos seus registros contábeis. Além de
nortear todo o trabalho de registro de atos e fatos inerentes à empresa, também servirá
de parâmetro para a elaboração de futuras demonstrações contábeis.
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Segundo o Conselho Federal de Contabilidade: “plano de Contas é a estrutura básica da
escrituração contábil, pois é com sua utilização que se estabelece o banco de dados com
informações para geração de todos os relatórios e livros contábeis, tais como: Diário,
Razão, Balancete, Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados e Análises, além
de outros. (CFC, 2002:31)”.
É importante ressaltar que este plano de contas é personalizado, ou seja, cada
empresa deve criar o seu plano, uma vez que seus usuários poderão necessitar de mais
detalhes específicos que um plano geral não poderá oferecer. Ao preparar um projeto
para a elaboração de seu plano de contas, a empresa deve avaliar todas as possibilidades
e necessidades de relatórios gerencias tanto para usos interno quanto externo.
Independente do projeto ou modelo escolhido, um plano de contas deve seguir
algumas orientações e apresentar características em comum, como:
1) É preciso levar em consideração que se trata de uma matriz destinada a orientar a
execução de serviços contábeis e que busca uma padronização de procedimentos e
racionalização de tarefas.
2) Deve estar claro que o plano de contas estabelece previamente a conduta a ser
adotada na escrituração.
3) Relaciona as contas em que são registrados os fatos contábeis pertinentes às
atividades de cada empresa, contendo, além dos títulos, as respectivas funções e as
regras de funcionamento.
4) Deve ser estruturado agrupando as contas para que seja viável realizar análises
setoriais e ser flexível para permitir dilatações e reduções sem prejuízo do conjunto.
5) Deve considerar que é a base para a construção de banco de dados que alimenta
relatórios gerenciais e para uso externo.
Abaixo, segue um modelo de plano de contas, baseado na Lei 11.638/07:
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1 ATIVO
1.1 ATIVO CIRCULANTE
1.1.1 DISPONÍVEL
1.1.1.1 CAIXA
1.1.1.1.01 Caixa Geral
1.1.1.2 BANCOS CONTA MOVIMENTO
1.1.1.2.01 Banco A
1.1.1.3 APLICAÇÕES FINANCEIRAS
1.1.1.3.01 Banco A
1.1.2 CONTAS A RECEBER
1.1.2.1 CLIENTES
1.1.2.1.01 Cliente A
1.1.2.2 (-) DUPLICATAS DESCONTADAS
1.1.2.2.01 Banco A
1.1.2.9 OUTRAS CONTAS A RECEBER
1.1.2.9.01 Conta A
1.1.3 ESTOQUES
1.1.3.1 MERCADORIAS PARA REVENDA
1.1.3.1.01 Estoque Inicial
1.1.3.1.02 Compras
1.1.3.1.03 Fretes e Carretos
1.1.3.1.04 ICMS – Substituição Tributária
1.1.3.1.05 ICMS – Antecipado
1.1.3.1.10 (-) Devoluções de Compras
1.1.3.1.11 (-) ICMS sobre Compras
1.1.3.1.12 (-) COFINS sobre Compras
1.1.3.1.13 (-) PIS sobre Compras
1.1.3.1.19 (-) Custo das Mercadorias Vendidas
1.1.3.2 PRODUTOS ACABADOS
1.1.3.2.01 Estoque Inicial
1.1.3.2.02 Produção
24
1.1.3.2.09 (-) Custo dos Produtos Vendidos
1.1.3.3 MATÉRIAS-PRIMAS
1.1.3.3.01 Estoque Inicial
1.1.3.3.02 Compras
1.1.3.3.03 Fretes e Carretos
1.1.3.3.04 ICMS – Substituição Tributária
1.1.3.3.05 ICMS – Antecipado
1.1.3.3.10 (-) Devoluções de Compras
1.1.3.3.11 (-) ICMS sobre Compras
1.1.3.3.12 (-) COFINS sobre Compras
1.1.3.3.13 (-) PIS sobre Compras
1.1.3.3.19 (-) Transferência para Consumo
1.1.3.4 MATERIAIS DE EMBALAGEM
1.1.3.4.01 Estoque Inicial
1.1.3.4.02 Compras
1.1.3.4.03 Fretes e Carretos
1.1.3.4.04 ICMS – Substituição Tributária
1.1.3.4.05 ICMS – Antecipado
1.1.3.4.10 (-) Devoluções de Compras
1.1.3.4.11 (-) ICMS sobre Compras
1.1.3.4.12 (-) COFINS sobre Compras
1.1.3.4.13 (-) PIS sobre Compras
1.1.3.4.19 (-) Transferência para Consumo
1.1.3.9 MATERIAIS DE CONSUMO
1.1.3.9.01 Estoque Inicial
1.1.3.9.02 Compras
1.1.3.9.03 Fretes e Carretos
1.1.3.9.04 ICMS – Antecipado
1.1.3.9.10 (-) Devoluções de Compras
1.1.3.9.19 (-) Transferência para Consumo
1.1.4 OUTROS CRÉDITOS
1.1.4.1 IMPOSTOS A RECUPERAR
25
1.1.4.1.01 IPI
1.1.4.1.02 ICMS
1.1.4.1.03 ICMS Antecipado
1.1.4.1.04 COFINS
1.1.4.1.05 PIS
1.1.4.1.06 IRPJ
1.1.4.1.07 CSLL
1.1.4.1.08 IRF
1.1.4.1.09 ISSF
1.1.9 DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
1.1.9.1 DESPESAS ANTECIPADAS
1.1.9.1.01 Seguros a Apropriar
1.1.9.1.02 Encargos a Apropriar
1.1.9.1.03 IPTU a Apropriar
1.2 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
1.2.1 APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE LONGO PRAZO
1.2.1.1 APLICAÇÕES FINANCEIRAS
1.2.1.1.01 Banco A
1.2.2 CONTAS A RECEBER
1.2.2.1 CLIENTES
1.2.2.1.01 Cliente A
1.3 ATIVO PERMANENTE
1.3.1 INVESTIMENTOS
1.3.1.1 PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS
1.3.1.1.01 Consórcio Simples A
1.3.1.1.02 Cooperativa de Crédito A
1.3.2 IMOBILIZADO
1.3.2.1 BENS EM OPERAÇÃO
1.3.2.1.01 Terrenos
1.3.2.1.02 Construções e Benfeitorias
1.3.2.1.03 Máquinas, Aparelhos e Equipamentos
1.3.2.1.04 Ferramentas
26
1.3.2.1.05 Matrizes
1.3.2.1.06 Móveis & Utensílios
1.3.2.1.07 Equipamentos de Informática
1.3.2.1.08 Instalações Comerciais
1.3.2.1.09 Veículos e Acessórios
1.3.2.9 (-) DEPRECIAÇÕES ACUMULADAS
1.3.2.9.01 Construções e Benfeitorias
1.3.2.9.02 Máquinas, Aparelhos e Equipamentos
1.3.2.9.03 Ferramentas
1.3.2.9.04 Matrizes
1.3.2.9.05 Móveis & Utensílios
1.3.2.9.06 Equipamentos de Informática
1.3.2.9.07 Instalações Comerciais
1.3.2.9.08 Veículos e Acessórios
1.3.3 INTANGÍVEL
1.3.3.1 BENS INCORPÓREOS
1.3.3.1.01 Marcas e Patentes
1.3.3.1.02 Sistemas Aplicativos (softwares)
1.3.3.9 (-) AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS
1.3.3.9.01 Marcas e Patentes
1.3.3.9.02 Sistemas Aplicativos (softwares)
1.3.4 DIFERIDO
1.3.4.1 GASTOS PRÉ-OPERACIONAIS
1.3.4.1.01 Gastos de Organização e Administração
1.3.4.1.02 Projetos e Desenvolvimento de Novos Produtos
1.3.4.9 (-) AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS
1.3.4.9.01 Gastos de Organização e Administração
1.3.4.9.02 Projetos e Desenvolvimento de Novos Produtos
2 PASSIVO
2.1 CIRCULANTE
2.1.1 CONTAS A PAGAR
27
2.1.1.1 SALÁRIOS A PAGAR
2.1.1.1.01 Salários
2.1.1.1.02 Férias a Pagar
2.1.1.1.03 13º Salário a Pagar
2.1.1.2 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS
2.1.1.2.01 INSS a Recolher
2.1.1.2.02 FGTS a Recolher
2.1.1.2.03 Contribuição Sindical a Recolher
2.1.1.3 OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
2.1.1.3.01 Simples Nacional a Recolher
2.1.1.3.02 IPI a Recolher
2.1.1.3.03 ICMS a Recolher
2.1.1.3.04 COFINS a Recolher
2.1.1.3.05 PIS a Recolher
2.1.1.3.06 IRPJ a Recolher
2.1.1.3.07 CSLL a Recolher
2.1.1.3.08 ISS a Recolher
2.1.1.3.09 IRF a Recolher
2.1.1.3.10 ISSF a Recolher
2.1.1.3.11 ICMS Substituição Tributária a Recolher
2.1.1.4 FORNECEDORES
2.1.1.4.01 Fornecedor A
2.1.1.5 EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS
2.1.1.5.01 Banco A
2.1.1.6 (-) ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER
2.1.1.6.01 Juros Passivos
2.1.1.9 OUTRAS CONTAS A PAGAR
2.1.1.9.01 Aluguéis a Pagar
2.1.1.9.02 Energia Elétrica a Pagar
2.1.1.9.03 Telefone a Pagar
2.1.1.9.04 Água e Esgotos a Pagar
2.1.1.9.05 Pró-labore a Pagar
28
2.2 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
2.2.1 CONTAS A PAGAR
2.2.1.1 FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS
2.2.1.1.01 Banco A
2.3 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS
2.3.1 RESULTADOS DIFERIDOS
2.3.1.1 RECEITAS DIFERIDAS
2.3.1.1.01 Receitas de Obras em Andamento
2.3.1.2 (-) CUSTOS DIFERIDOS
2.3.1.2.01 Custos de Obras em Andamento
2.3.1.3 (-) DESPESAS DIFERIDAS
2.3.1.3.01 Despesas de Obras em Andamento
2.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.4.1 CAPITAL SOCIAL REALIZADO
2.4.1.1 CAPITAL SOCIAL SUBSCRITO
2.4.1.1.01 Capital Nacional
2.4.1.2 (-) CAPITAL SOCIAL A REALIZAR
2.4.1.2.01 Sócio A
2.4.2 RESERVAS
2.4.2.1 RESERVAS DE CAPITAL
2.4.2.1.01 Reserva de Incentivos Fiscais
2.4.2.2 AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL
2.4.2.2.01 Variações de Elementos Ativos
2.4.2.2.02 Variações de Elementos Passivos
2.4.2.3 RESERVAS DE LUCROS
2.4.2.3.01 Retenções de Lucros
2.4.2.3.02 Lucros a Realizar
2.4.3 QUOTAS EM TESOURARIA
2.4.3.1 QUOTAS EM TESOURARIA
2.4.3.1.01 Quotas de Capital Realizado
2.4.4 LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS
29
2.4.4.1 LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS
2.4.4.1.01 Lucros Acumulados
2.4.4.1.02 Prejuízos Acumulados
3 CUSTOS
3.1 CUSTOS DE PRODUÇÃO
3.1.1 CUSTOS INDUSTRIAIS
3.1.1.1 INSUMOS
3.1.1.1.01 Matérias-primas
3.1.1.1.02 Materiais de embalagem
3.1.1.2 MÃO-DE-OBRA DIRETA
3.1.1.2.01 Salários
3.1.1.2.02 Encargos Sociais
3.1.1.2.03 Vale Transporte
3.1.1.2.04 Refeições
3.1.1.2.05 Uniformes
3.1.1.2.06 Assistência Médica
3.1.1.3 OUTROS CUSTOS DIRETOS
3.1.1.3.01 Materiais de consumo
3.1.1.9 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO
3.1.1.9.01 Salários
3.1.1.9.02 Encargos Sociais
3.1.1.9.03 Vale Transporte
3.1.1.9.04 Refeições
3.1.1.9.05 Uniformes
3.1.1.9.06 Assistência Médica
3.1.1.9.10 Energia elétrica
3.1.1.9.11 Manutenção
3.1.1.9.12 Aluguel de bens imóveis
3.1.1.9.13 Locação de bens móveis
3.1.1.9.14 Água e Esgoto
3.1.1.9.15 Materiais de consumo
30
3.1.1.9.90 Prêmios de Seguro
3.1.1.9.91 Depreciação e Amortização
3.1.2 CUSTOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
3.1.2.1 CONSUMO DE MATERIAIS
3.1.2.1.01 Materiais Aplicados
3.1.2.2 MÃO-DE-OBRA DIRETA
3.1.2.2.01 Salários
3.1.2.2.02 Encargos Sociais
3.1.2.2.03 Vale Transporte
3.1.2.2.04 Refeições
3.1.2.2.05 Uniformes
3.1.2.2.06 Assistência Médica
3.1.2.3 OUTROS CUSTOS DIRETOS
3.1.2.3.01 Materiais de consumo
3.1.2.9 CUSTOS INDIRETOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
3.1.2.9.01 Salários
3.1.2.9.02 Encargos Sociais
3.1.2.9.03 Vale Transporte
3.1.2.9.04 Refeições
3.1.2.9.05 Uniformes
3.1.2.9.06 Assistência Médica
3.1.2.9.10 Energia elétrica
3.1.2.9.11 Manutenção
3.1.2.9.12 Aluguel de bens imóveis
3.1.2.9.13 Locação de bens móveis
3.1.2.9.14 Água e Esgoto
3.1.2.9.15 Materiais de consumo
3.1.2.9.16 Ferramentas
3.1.2.9.90 Prêmios de Seguro
3.1.2.9.91 Depreciação e Amortização
4 PRODUÇÃO
31
4.1 PRODUÇÂO
4.1.1 PRODUÇÂO
4.1.1.1 PRODUÇÂO
4.1.1.1.01 De Bens
4.1.1.1.02 De Serviços
5 DESPESAS
5.1 DESPESAS DIVERSAS
5.1.1 DESPESAS OPERACIONAIS
5.1.1.1 CUSTO DAS VENDAS
5.1.1.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas
5.1.1.1.02 Custo dos Produtos Vendidos
5.1.1.1.03 Custo dos Serviços Prestados
5.1.1.2 DESPESAS COM PESSOAL
5.1.1.2.01 Salários
5.1.1.2.02 Encargos Sociais
5.1.1.2.03 Vale Transporte
5.1.1.2.04 Refeições
5.1.1.2.05 Uniformes
5.1.1.2.06 Assistência Médica
5.1.1.3 DESPESAS ADMINISTRATIVAS
5.1.1.3.01 Pró-labore
5.1.1.3.02 Aluguel de Imóveis
5.1.1.3.03 Locação de Bens
5.1.1.3.04 Energia Elétrica
5.1.1.3.05 Telefone e Internet
5.1.1.3.06 Água e Esgoto
5.1.1.3.07 Tarifas Bancárias
5.1.1.3.08 Material de Consumo
5.1.1.3.09 Material de Expediente
5.1.1.3.10 Correios
5.1.1.4 DESPESAS DE COMERCIALIZAÇÃO
32
5.1.1.4.01 Fretes e Carretos
5.1.1.4.02 Comissões e Corretagens
5.1.1.4.03 Despesas de Viagens e Estadas
5.1.1.5 DESPESAS TRIBUTÁRIAS
5.1.1.5.01 IPTU
5.1.1.5.02 IPVA
5.1.1.5.03 IOF
5.1.1.5.04 Multas Fiscais
5.1.1.5.05 COFINS s/Outras Receitas
5.1.1.5.06 PIS s/Outras Receitas
5.1.1.5.07 IRPJ s/Aplicações Financeiras
5.1.1.5.08 Impostos e Taxas Diversas
5.1.1.6 DESPESAS FINANCEIRAS
5.1.1.6.01 Juros Passivos
5.1.1.6.02 Juros de Mora
5.1.1.6.03 Descontos Concedidos
5.1.1.6.04 Variações Monetárias Passivas
5.1.1.6.05 Variações Cambiais Passivas
5.1.1.7 DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO
5.1.1.7.01 Depreciação
5.1.1.7.02 Amortização
5.1.1.8 PERDAS DIVERSAS
5.1.1.8.01 Perdas por Insolvência
5.1.2 DESPESAS NÃO OPERACIONAIS
5.1.2.1 DESPESAS DIVERSAS
5.1.2.1.01 Multas de Trânsito
5.1.2.1.02 Multas Fiscais
5.1.2.1.03 Gastos com Festividades
6 RECEITAS
6.1 RECEITAS DIVERSAS
6.1.1 RECEITAS OPERACIONAIS
33
6.1.1.1 RECEITA BRUTA DE VENDAS
6.1.1.1.01 Vendas de Mercadorias
6.1.1.1.02 Vendas de Mercadorias com Substituição Tributária
6.1.1.1.03 Vendas de Mercadorias para o Exterior
6.1.1.1.10 Vendas de Produtos de Fabricação Própria
6.1.1.1.11 Vendas de Produtos de Fabricação Própria com Substituição
Tributária
6.1.1.1.12 Vendas de Produtos de Fabricação Própria para o Exterior
6.1.1.1.20 Vendas de Serviços Prestados
6.1.1.1.21 Vendas de Serviços Prestados com Substituição Tributária
6.1.1.1.22 Vendas de Serviços Prestados para o Exterior
6.1.1.2 (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
6.1.1.2.01 Simples Nacional
6.1.1.2.02 ISS Substituição Tributária
6.1.1.2.03 ICMS
6.1.1.2.04 ISS
6.1.1.2.05 COFINS
6.1.1.2.06 PIS
6.1.1.2.09 Devoluções de Vendas
6.1.1.3 RECEITAS FINANCEIRAS
6.1.1.3.01 Juros Ativos
6.1.1.3.02 Rendimentos de Aplicações Financeiras
6.1.1.4 RECEITAS DIVERSAS
6.1.1.4.01 Recuperação de Despesas
6.1.2 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS
6.1.2.1 RECEITAS DIVERSAS
6.1.2.1.01 Ganhos de Capital
6.1.2.1.02 Outras Receitas
7 CONTAS DE APURAÇÃO
7.1 CONTAS DIVERSAS
7.1.1 BALANÇO
34
7.1.1.1 BALANÇO DE ABERTURA
7.1.1.1.01 Ativo
7.1.1.1.02 (-) Passivo
7.1.1.2 BALANÇO DE ENCERRAMENTO
7.1.1.2.01 Ativo
7.1.1.2.01 (-) Passivo
7.1.2 RESULTADO
7.1.2.1 RESULTADO DO EXERCÍCIO
7.1.2.1.01 Resultado Final de Exercício
Fonte: http://www.crcsp.org.br
3.5 – Lançamentos Contábeis
Toda vez que uma empresa realiza uma transação comercial, como comprar
equipamentos, vender produtos ou serviços, pagar seus empregados ou qualquer outra
transação, ela está realizando operações que deverão ser analisadas contabilmente sob
dois aspectos: o primeiro é entender onde se originaram os recursos e o segundo,
entender onde esses recursos foram aplicados. Para exemplificar, vamos utilizar a
compra de um computador com pagamento à vista, no valor de R$ 2.000,00. Desta
forma, são gerados os dois aspectos:
A) Onde foi aplicado o recurso de R$ 2.000,00? Na compra do computador.
B) Qual a origem desse recurso? Conta bancária ou dinheiro no bolso.
Com esse exemplo, chegamos ao foco de nosso tópico, ou seja, ao lançamento
contábil. Lançamento, nada mais é do que o registro dos fatos contábeis, neste caso, a
compra de um computador, realizado de acordo com o método das partidas dobradas,
que já conhecemos anteriormente.
Deve ser realizado em ordem cronológica e obedecendo a determinadas técnicas
que veremos a seguir.
35
Todo lançamento deve ser feito nas Contas Patrimoniais (Ativo, Passivo
Exigível e Patrimônio Líquido) e nas Contas de Resultados (Receitas e Despesas). Neste
ponto é preciso ter muita atenção, pois muitos profissionais saem dos cursos, tanto
superiores quanto técnicos, sem conseguir identificar o que é crédito e o que é débito.
Componentes Aumenta por Diminui por
ATIVO (bens e direitos) Débitos Créditos
PASSIVO EXIGÍVEL (obrigações) Créditos Débitos
PATRIMÔNIO LÍQUIDO Créditos Débitos
RECEITAS Créditos Débitos
DESPESAS Débitos Créditos
Ativo – Por terem saldo devedor, são aumentadas de valor por DÉBITO e diminuídas
por CRÉDITO.
Passivo Exigível – Por apresentarem saldo credor, são aumentadas de valor por
CRÉDITO e diminuídas por DÉBITO.
Patrimônio Líquido – Por apresentarem saldo credor, são aumentadas de valor por
CRÉDITO e diminuídas por DÉBITO.
Receitas – Um aumento nas receitas representa um aumento no Patrimônio Líquido,
portanto, as contas de Receitas aumentam por CRÉDITO.
Despesas – Um aumento nas contas de Despesas representa uma diminuição no
Patrimônio Líquido, portanto, aumentam por DÉBITO.
Neste ponto é importante abrirmos um parênteses para tentar deixar o mais claro
possível, os conceitos de DÉBITO e CRÉDITO.
36
Como dissemos, muitos alunos deixam o curso de contabilidade sem entender
este conceito, uma vez que não conseguem compreender porque o dinheiro ou bens que
entram para a empresa, na forma de ativos é considerado débito.
A pergunta que sempre fazem é: “Se o patrimônio da empresa está aumentando,
então não deveria ser crédito?”.
A questão é que o raciocínio que adotam, baseia-se pela ótica da movimentação
financeira e não por uma movimentação contábil. Sem dúvidas, se pensarmos em uma
conta bancária, todo dinheiro que entra é crédito e todo dinheiro que sai é débito.
Voltando ao conceito de débito e crédito dos lançamentos contábeis, torna-se
muito difícil tentar conceituar de forma didática seus significados. Tanto isso é verdade
que o professor José Carlos Marion, um dos maiores especialistas em contabilidade
empresarial, define este tema em sua obra “Contabilidade Empresarial” (12º Edição),
como sendo o “fantasma” do débito e do crédito (pág. 201).
Ele entende que as demonstrações (débito e crédito) são meras convenções
contábeis. Como vimos no tópico anterior quando aprendemos sobre os razonetes, seu
lado esquerdo denomina-se débito e seu lado direito denomina-se crédito.
Débito Crédito
Neste sentido podemos compreender seus significados, uma vez que no
lançamento contábil, os ativos ficam do lado esquerdo e o passivo exigível e patrimônio
líquido do lado direito.
Assim, utilizando-se do método das partidas dobradas de Frei Luca Pacioli, os
aumentos de uma conta são registrados de um lado e as diminuições registradas no
outro lado. Se for uma conta de ATIVO, os aumentos são lançados no lado esquerdo
(débito) e as diminuições no lado direito (crédito). Se for uma conta de PASSIVO
37
EXIGÍVEL ou PATRIMÔNIO LÍQUIDO, os aumentos são lançados no lado direito
(crédito) e as diminuições no lado esquerdo (débito).
Sugerimos o exemplo do próprio professor José Carlos Marion para demonstrar
como funciona a relação débito e crédito:
Vamos admitir que a Cia. Ângelo tenha em seu Patrimônio Líquido um capital
de $ 1.5000.000 totalmente aplicados no caixa.
ATIVO PASSIVO e PL
Circulante
Caixa 1.500.000
PL
Capital 1.5000.000
D Caixa C D Capital C
1.500.000 1.500.000
Compra de Máquinas e Equipamentos, a vista, por $ 900.000
Nessa operação, teremos uma nova conta Máquina e Equipamento (aumenta
uma conta de Ativo) e uma redução do caixa pelo pagamento a vista (diminui uma conta
de Ativo).
Pela regra, quando aumenta uma conta de Ativo, debitamos a conta aumentada
(Máquina e Equipamento), e quando diminui uma conta de Ativo, creditamos a conta
diminuída (Caixa).
D Caixa C D Máquinas e equipamentos C
1.500.000 900.000 900.000
38
Portanto, debitamos a conta “Máquinas e Equipamentos” por $ 900.000 e
creditamos a conta Caixa por idêntico valor (Partidas dobradas: haver um débito e um
crédito de igual valor).
Observação: O saldo do Caixa é de $ 600.000, a maior no lado de débito, portanto
“saldo devedor”.
O professor Marion ressalta ainda que não teria problema algum, esses lados
receberam outras nomenclaturas como o lado esquerdo ser chamado de “sol” e o lado
direito ser chamado de “lua”, por tratar-se apenas de convenção entre os profissionais de
contabilidade.
Neste sentido, alguns países como a China se preocuparam em desenvolver um
novo sistema contábil onde os termos débito e crédito foram substituídos por termos
como adição e subtração.
No Brasil, alguns profissionais preferem pensar que o valor recebido por uma
empresa caracteriza-se como um DÉBITO com a sociedade (população) enquanto que
um valor desembolsado para pagamentos de dívidas ou contas, representa um
CRÉDITO com a mesma sociedade (população).
A verdade é que cada profissional de contabilidade deverá buscar um melhor
entendimento sobre o assunto ou a maneira que melhor lhe convém compreender tal
convenção.
Para que um lançamento seja realizado com sucesso, deve apresentar cinco elementos:
1) Local e data – É preciso informar corretamente qual o
local da empresa e o dia, mês e ano da ocorrência do
registro.
2) Conta devedora – É a conta debitada. Vem sempre
em primeiro lugar.
39
3) Conta credora – É a conta creditada, que vem acompanhada da preposição acidental
“a”.
4) Histórico – É a narração do fato ocorrido, a qual deve ser resumida, mas
identificando bem a operação. Geralmente, se inicia com as seguintes expressões:
a) Pago – quando a conta credora for “Caixa”
b) Recebido – quando a conta devedora for “Caixa”
c) Valor ou Importe – quando o lançamento não envolver a conta Caixa. É o
denominado LANÇAMENTO EXTRA-CAIXA.
5) Importância ou quantia – É o valor das operações expresso em unidades monetárias.
3.5.1. Como realizar um Lançamento
Como dissemos, para realizar um lançamento de um fato contábil, é preciso
seguir algumas regras e procedimentos, como veremos a seguir:
Exemplo: Compra de um computador à vista em dinheiro no valor total de R$
2.000,00.
1º passo – O contador deve identificar as contas envolvidas no fato.
Conta “Caixa” – A compra foi realizada em dinheiro
Conta “Equipamento” – Aquisição de um bem
2º passo – Deve identificar a natureza das contas, ou seja, a que grupos pertencem.
Ativo (A)
Passivo(PE)
Patrimônio Líquido (PL)
40
Receitas (R) ou Despesas (D).
Em nosso exemplo:
Conta “Caixa” – Pertence ao Ativo (A)
Conta “Equipamento” – Pertence ao Ativo (A)
3º passo – Deve identificar o que o fato provoca sobre o saldo das contas, ou seja, se o
saldo aumentará ou diminuirá.
Conta “Caixa” (A) – O saldo diminuirá (-)
Conta “Equipamento” (A) – O saldo aumentará (+)
4º passo – O contador deve efetuar o lançamento contábil segundo o método das
partidas dobradas, com a utilização do quadro-resumo do mecanismo do débito e
crédito, da seguinte forma:
DÉBITO = APLICAÇÃO DE RECURSO
CRÉDITO = ORIGEM DO RECURSO
3.6 – Livros Contábeis
Depois que você aprendeu sobre lançamentos contábeis, é preciso conhecer as
formas de escriturá-los nos livros contábeis que se dividem basicamente em dois: o
Livro Diário, o Livro Razão e o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR).
41
3.6.1. Livro Diário
Livro Diário, como o próprio nome já
identifica, é o livro que registra todos os fatos
contábeis, incluídos os de natureza aleatória e
quaisquer outros que provoquem variações
patrimoniais, em partidas dobradas na ordem
rigorosamente cronológica do dia, mês e ano. É
um livro exigido por lei, que obrigatoriamente
deve estar presente em todas as empresas.
Cumprindo estes requisitos, admite-se:
1) A escrituração do livro por meio de partidas mensais.
2) A escrituração resumida ou sintética, com valores totais que não excedam a
operações de um mês, desde que haja escrituração analítica lançada em registros
auxiliares.
3) No caso de a entidade adotar para sua escrituração contábil o processo eletrônico, os
formulários contínuos, numerados mecânica ou tipograficamente, serão destacados e
encadernados em forma de livro.
Um inconveniente deste livro é o fato de, devido à ordem cronológica que deve
seguir, as contas costumam ficar todas misturadas, dificultando com isso, o exame
individualizado das mesmas.
Como já dissemos, os lançamentos no Livro Diário devem ser realizados de
forma clara e concisa, compondo-se em cinco partes importantes:
1) A conta debitada
2) A conta creditada
42
3) A data em que se realizou a operação
4) O histórico da movimentação
5) O valor referente à movimentação.
Veja o modelo:
DIÁRIO GERAL
Empresa: Comercial Jc.Leite Ltda. Mês: Janeiro/2001 Pág. 002
Conta debitada Conta creditada Dia Histórico Valor
2.1.1.001.003 1.1.1.001.001 03 Pgto da Guia INSS 12/2000 272,00
1.1.1.001.001 3.1.1.001.001 05 Venda à vista conf NF 65 380,00
2.1.1.002.001 1.1.1.001.001 07 Pgto Assist Contábil 12/00 130,00
2.1.1.002.002 1.1.1.001.001 07 Pgto Pro-Labore mês 12/00 1.230,00
1.1.1.001.001 3.1.1.001.001 08 Venda à vista conf NF 66 1.700,00
1.1.1.001.001 3.1.1.001.001 09 Venda à vista conf NF 67 735,00
2.1.1.001.002 1.1.1.001.001 14 Pgto da Guia Cofins mês 12/00 283,03
1.1.1.001.001 3.1.1.001.001 14 Venda à vista conf NF 68 357,00
2.1.1.001.001 1.1.1.001.001 14 Pgto da Guia PIS mês 12/00 61,32
1.1.1.001.001 3.1.1.001.001 21 Venda à vista conf NF 69 7.889,00
111.001.001 3.1.1.001.001 24 Venda à vista conf NF 70 279,00
3.1.2.001.001 2.1.1.001.001 31 Vr PIS-Faturamento 01/01 73,71
3.1.2.001.002 2.1.1.001.002 31 Vr Cofins mês 01/01 340,20
3.1.2.001.003 2.1.1.001.003 31 Vr INSS mês 01/2001 272,00
3.3.1.001.003 1.1.1.001.001 31 Pgto Guia Contr. Sindical 29,60
2.1.1.001.005 1.1.1.001.001 31 Pgto Guia Contr. Social 12/00 108,29
2.1.1.001.005 1.1.1.001.001 31 Pgto Guia IRPJ 12/00 871,33
3.3.1.001.001 2.1.1.002.002 31 Pro-Labore mês 01/01 1.230,00
3.3.1.001.002 2.1.1.002.001 31 Vr Assist. Contábil mês 01/01 130,00
Fonte: http://www.contabilizando.com/os.livros.cont.html
O livro diário deve seguir algumas formalidades:
43
Formalidades Extrínsecas:
- Encadernação: os livros devem ser encadernados mantendo aparência de limpeza e
higiene.
- Autenticação: deverão ser autenticados pelo órgão competente do registro do
comércio. Quando for Sociedade Simples ou sem fins lucrativos, deverá ser autenticado
no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
- Termo de Abertura e Encerramento: de acordo com a lei, o Livro Diário deverá conter
respectivamente, na primeira e na última página os termos de abertura e encerramento
tipograficamente numerados. Importante ressaltar que tanto o termo de abertura quanto
o termo de encerramento, deverão ser datados e assinados pelo comerciante ou seu
procurador e por um contabilista habilitado para tal.
No termo de abertura deverá constar:
- A finalidade do livro
- O número de ordem
- O número de folhas
- O nome da sociedade a que pertença
- O local da sede ou estabelecimento
- O número e data do arquivamento dos atos constitutivos no órgão de registro
- O número de registro no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas).
Já nos termos de encerramento, deverá constar:
44
- O fim a que se destinou o livro
- O número de ordem
- O número de folhas
- E respectiva firma individual ou sociedade mercantil.
Formalidades Intrínsecas:
- Lançamentos: Os lançamentos devem ser feitos sem rasuras, raspaduras ou borrões,
em moeda e idioma nacionais.
Neste ponto, há um fato curioso que vale a pena destacarmos. Por muitos anos,
os livros Diários foram escriturados a mão, com canetas tinteiros, com uma caligrafia
que, na maioria das vezes era impecável.
Depois de 1970, aproximadamente, o
Livro Diário passou a ser escriturado em uma
máquina de datilografar, com um adaptador que
permitia as escriturações do Diário e do Razão,
simultaneamente. Na verdade, não era o livro que
ia para a máquina de datilografar, mas formulários
que eram vendidos em papelarias e vinham com
um carbono especial que permitia copiar a
segunda via para os livros, através de placas ou rolos de gelatinas. Este processo era
muito parecido com as figurinhas de chiclete ou tatuagens que, para tirar o desenho, era
preciso molhar o braço e segurar a imagem por algum tempo.
Por volta de 1980, surgiram as máquinas eletrônicas que facilitaram em muito a
vida dos contabilistas. Tal máquina, à medida que se realizavam os lançamentos, já
executava as operações de adição e subtração. Porém, estes equipamentos não tiveram
vida longa, pois logo chegaram ao mercado os microcomputadores. Assim, nos dias
45
atuais, existe uma série de softwares de contabilidade que facilitam demais a vida e o
trabalho dos contabilistas que, além de fornecer todas as informações para a área
contábil, podem ser interligados com outras áreas da empresa para que o lançamento
contábil seja automático.
3.6.2. Livro Razão
Ainda que seja facultativo por lei, o Livro Razão é indispensável no
processamento das informações contábeis. Trata-se de um agrupamento de valores em
contas de mesma natureza e de forma racional. Ou seja, o registro neste livro
acompanha as posições de cada uma das contas que formam o sistema escritural de um
patrimônio, o que proporciona um controle maior por conta.
Por estar organizado por contas, é muito mais fácil analisar os impactos gerados
para cada transação.
Neste livro, cada conta terá uma página individualizada e os lançamentos, assim
como no Livro Diário, deverão ser realizados em ordem cronológica dentro de cada
conta. O razão pode ser escriturado em fichas, utilizando a mesma forma do livro, ou
seja, cada conta em sua própria ficha.
Ainda que seu registro não seja obrigatório, caso venha a ser utilizado, é preciso
conter o termo de abertura e encerramento com as respectivas assinaturas do contabilista
e do responsável pela empresa.
A princípio, o razão só existia em forma de livros. Com o passar do tempo, para
facilitar e agilizar o trabalho, o livro foi sendo substituído por folhas avulsas que
receberam o nome de fichas. Hoje, dado o aspecto prático da contabilidade
informatizada, é muito comum o uso de tais fichas. Ressaltamos ainda que é a partir
desse livro ou fichas que se levantam os balancetes de verificação da posição das
contas, para posterior encerramento do Balanço.
46
Veja o modelo:
Empresa: Comercial Jc.Leite Ltda. Jan a Dez/2001
RAZÃO ANALÍTICO Página. 01
Conta: 3.1.1.001.001 - Vendas à vista
Data Histórico Débito Crédito Saldo
05/01 Venda à vista conf NF 65 380,00 380,00 C
08/01 Venda à vista conf NF 66 1.700,00 2.080,00 C
09/01 Venda à vista conf NF 67 735,00 2.815,00 C
14/01 Venda à vista conf NF 68 357,00 3.172,00 C
21/01 Venda à vista conf NF 69 7.889,00 11.061,00 C
24/01 Venda à vista conf NF 70 279,00 11.340,00 C
Fonte: http://www.contabilizando.com/os.livros.cont.html
Quando o livro abrange a conta em sua totalidade, denomina-se Razão
Sintético. Quando há o desdobramento dessas contas para realizar um controle mais
efetivo, denomina-se Razão Analítico.
47
Assim:
Razão Sintético Razão Analítico
Estoques
- Estoque de mercadorias
- Estoque de produtos acabados
- Estoque de matéria prima
Duplicatas a Receber
- Cia. nacional de siderurgia
- Lojas Felicidades
- Depósito Santa-fé
Bancos Conta Movimento
- Banco do Brasil
- Banco Bradesco
- Banco Real
Fornecedores
- Comércio de ferragens Santa Luzia
- Pedreira São Mateus
- Castor & Andrade Ltda
Empréstimos a Pagar
- Banco do Brasil
- Financeira Credial
- Banco Unioeste
3.6.3. Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR)
O Livro de Apuração do Lucro Real, também conhecido por sua sigla
“LALUR” é um livro fiscal obrigatório para empresas que declaram seu Imposto de
Renda pela modalidade de LUCRO REAL.
O Lucro Real é o lucro líquido, referente ao período que está sendo apurado,
com os ajustes referentes a adições, exclusões ou compensações.
A função desse livro é realizar um ajuste dos demonstrativos contábeis com a
declaração do imposto de renda, com adições e exclusões ao lucro líquido do período
base. Esse ajuste deverá apurar a base de cálculo do imposto de renda do período base e
48
controlar valores que possam influenciar a determinação do lucro real de períodos base
futuros e que não constem da escrituração comercial.
O LALUR é um livro dividido em duas partes, com folhas numeradas
tipograficamente e reunidas em um só volume encadernado.
A primeira parte, chamada de “Parte A”, é destinada aos lançamentos de ajustes
do lucro líquido do período. Tais informações, como despesas indedutíveis e valores
excluídos, deverão estar organizadas por data, tendo como fecho a demonstração do
lucro real.
A segunda parte, chamada de “Parte B” é destinada exclusivamente ao controle
dos valores que não constam da escrituração comercial, mas que afetam a determinação
do lucro real em períodos base futuros. Como exemplo, podemos citar prejuízos a
compensar, depreciação acelerada, lucro inflacionário acumulado, entre outros.
Parte A
A escrituração deverá ser realizada em ordem cronológica, folha após folha, sem
intervalos e nem entrelinhas. Deve ser encerrada período após período com a transcrição
da demonstração do lucro real. Cada período deve ser assinado pelo responsável da
empresa e pelo contabilista legalmente habilitado.
Parte B
Na sua parte B, utilizando uma folha para cada conta ou fato que requeira
controle individualizado, serão mantidos os registros de controle de valores que, pela
sua característica, integram a tributação de períodos subsequentes, quer como adição,
exclusão ou compensação.
Veja o modelo:
49
Parte A
Parte B
Fonte: http://www.g-10.net/12_27.htm
3.7 – Balancete de Verificação
Trabalhar com números requer muita concentração e foco no que se está fazendo
para que as informações não sejam trocadas ou lançadas com valores errados.
50
Infelizmente, é muito difícil um profissional ser eficiente cem por cento do tempo e
falhas acabam acontecendo.
O balancete de verificação é uma técnica muito eficiente para verificar se os
lançamentos contábeis de determinado período foram realizados com sucesso. É
importante ressaltar que esta técnica também não apresenta cem por cento de eficiência
e pode deixar de detectar alguns erros de maior amplitude.
Esta técnica tem por base o método
das partidas dobradas que, como vimos
anteriormente, conceitua que não há débito
sem crédito correspondente. Assim, ao somar
todos os valores de débitos e todos os valores
de créditos, estes deverão ser iguais.
Se houver qualquer diferença de valores entre débito e crédito e este resultado
não tiver como causa um erro de soma das colunas do balancete, certamente os registros
contábeis não estão corretos. Neste caso é preciso parar todo o processo contábil e
averiguar onde está o erro. O contabilista deverá realizar um trabalho de pesquisa dos
lançamentos contábeis já realizados para localizar a falha.
Por este motivo, a periodicidade do balancete de averiguação deve ser curta,
uma vez que, quanto menor o período de abrangência do balancete, mais eficiente será a
contabilidade. Para elucidar essa periodicidade, os bancos costumam realizar esse
balancete diariamente em razão da grande quantidade de lançamentos que costumam
realizar. Isso evita que um erro passe de um dia para o outro, dificultando ainda mais
essa verificação.
O balancete de verificação será montado conforme a necessidade da empresa e
poderá conter uma série de colunas. Quanto mais colunas existirem, maior será a
quantidade de informações oferecidas ao usuário.
Modelos de balancetes de verificação:
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Balancete Mensal de Verificação. ABR/09
Contas Natureza Débito Crédito
Caixa
Bancos
Duplicatas a Receber
Mercadorias
Imobilizado
Fornecedores
Empréstimos e Financiamentos
Capital Social
Lucros ou Prejuízos
Acumulados
AC
AC
AC
AC
ANC
PC
PC
PL
PL
4800
10200
6000
9400
32000
-
-
-
-
-
-
-
-
-
17800
10100
28000
6500
Total 62400 62400
Legenda:
AC = Ativo Circulante / ANC = Ativo não Circulante
PC = Passivo Circulante / PL = Patrimônio Liquido
Fonte: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/balancete-de-verificacao.htm
3.7.1. Erros não detectáveis pelo Balancete de Verificação
1) Quando o contador se distrai e debita uma determinada compra em uma conta
diferente da conta de origem. Neste caso, os lançamentos, para efeito de verificação,
estariam corretos. No entanto, o débito foi realizado em conta errada.
2) Outro erro não detectável pelo balancete, é a inversão de lançamentos. Ou seja, o
contador lança um crédito como débito e um débito como crédito, simultaneamente. Por
exemplo: o contador deveria debitar caixa e creditar receita, mas inverte, creditando
caixa e debitando receita. Os totais, para efeito de balancete, serão os mesmos, mas os
lançamentos estarão invertidos.
52
3.7.2. Apresentação do Balancete
O balancete, por ser uma ferramenta que pode servir de instrumento para tomada
de decisão, uma vez que analisa os débitos e créditos das movimentações financeiras de
uma empresa, deve ser apresentado de forma clara para que o usuário consiga
interpretar adequadamente as informações nele constantes.
Como já vimos também, o balancete comporta as contas de patrimoniais que
representam o ativo, passivo exigível e patrimônio líquido e as contas de resultados que
representam as receitas e despesas. Se o contador lançar todas as informações em
sequência como na figura abaixo, poderá gerar um material de difícil análise.
Figura 1
Entretanto, se adotar o cuidado de separar as duas contas (patrimoniais e de
resultados) em dois grupos, poderá trazer mais clareza para interpretação das
informações.
Note a diferença entre a figura 1 e a figura 2. Trata-se de um balancete
semelhante, com a diferença de que na figura 1 está montado em uma sequência e na
figura 2, está organizado em grupos.
53
Figura 2
Organizado como a figura 2, poderá inclusive servir de base para a preparação
da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) como veremos em tópico próprio.
3.8 – Erros de escrituração
O contador é um ser humano e, como tal, é passível de erro. Neste sentido,
destacaremos os erros mais comuns cometidos durante a escrituração e quais os meios
utilizados para sua correção.
Erros de redação: Costuma acontecer quando o contabilista inverte os lançamentos, ou
seja, em uma conta de crédito, quando deveria lançar em uma conta de débito. Neste
caso, deve usar o Estorno para corrigir o erro.
Borrões, rasuras, registros nas entrelinhas: Neste tipo de acidente, o contabilista
deverá ressalvar, datar e assinar a ressalva na própria escrituração. Exemplo:
Ressalva: O valor correto do cheque número 982.433 é de R$ 10.000,00. Por engano
lançamos R$ 100.000,00. Portanto, ficou rasurado o lançamento.
54
Salto de linhas ou de páginas: Quando o contabilista se distrai e causa um salto de
linha, deverá corrigir o erro, preenchendo o espaço com traços horizontais e ressalvando
com data e assinatura do profissional. Se o salto for de página inteira, o procedimento é
o mesmo, apenas os traços que deixam de ser na horizontal e passam a ser na diagonal.
Valores lançados a maior: Neste caso, o contabilista pode agir de duas formas. Realiza
a correção da diferença com um lançamento de retificação, ou anula e lança os valores
novamente. Exemplo: Histórico: Estorno de parte do lançamento efetuado a maior, em
.../..../..., referente ao pagamento de imposto predial do primeiro trimestre.
Valores lançados a menor: Neste caso, a correção pode ser feita com o estorno do
lançamento e um novo lançamento, agora com o valor correto ou apenas efetuar um
lançamento complementar. Exemplo: Histórico: Complemento do lançamento efetuado
a menor em../../.., referente ao pagamento do imposto predial deste trimestre.
Troca de uma conta por outra: Este é um erro muito comum entre os profissionais de
contabilidade. Quando ocorre a troca de conta, o contabilista deve fazer a correção por
estorno do lançamento e lançar corretamente ou estornar somente a conta errada e
debitar a conta correta. Exemplo:
Histórico: Transferência que se processa da 1ª para a 2ª conta, tendo em vista
lançamento indevido em.../.../..., referente à compra de um automóvel, conforme Nota
Fiscal nº 000.
Inversão de contas: Na inversão de contas, o profissional deve realizar a correção por
estorno do lançamento e lançando corretamente, ou, invertendo as contas e lançar a
importância duas vezes. Exemplo: Histórico: Estorno do lançamento de../../.., referente à
compra de um automóvel. Compra de um automóvel.
Omissão de lançamentos: Geralmente, esta omissão ocorre pelo esquecimento do
contabilista em efetuar o registro de um fato na data oportuna. Neste caso, basta
proceder ao registro do fato no dia em que verificou a omissão, mencionando, no
55
histórico, o motivo e a data correta do evento. Se a omissão implicar em falta de
recolhimento de impostos, a empresa deverá providenciar os respectivos recolhimentos,
espontaneamente, acrescidos dos encargos correspondentes.
Lançamento em duplicata: Quando notada tal ocorrência, basta que se proceda ao
estorno do lançamento que estiver a mais.
3.9 – Encerramento do Exercício
A gestão administrativa das empresas é contínua, porém, é necessário
estabelecer determinados períodos para obter informações sobre a situação patrimonial,
econômica e financeira, como por exemplo, se a empresa obteve lucro ou prejuízo.
Geralmente, esse período tem duração de um ano, coincidindo com o ano civil.
Como exemplo, podemos avaliar a legislação para declaração de imposto de
renda que determina que os balanços apresentados com base no pagamento do imposto,
devem compreender um período de doze meses, encerrando-se no dia 31 de dezembro
do ano corrente. Já o Banco Central determina que os bancos apresentem balanços a
cada seis meses, embora os exercícios sociais permaneçam por doze meses.
Ao final desse período, chamamos de encerramento do exercício. A
contabilidade deverá encerrar as Contas de Resultados, que compreende as Contas de
Despesas e Receitas, transferindo seus saldos para uma nova Conta chamada de
“Resultado do Exercício”.
Depois de conhecido o resultado do exercício e montado de forma ordenada,
para um fácil entendimento, serão elaborados os relatórios contábeis, dentro os quais,
destacamos:
- Balanço Patrimonial
- Demonstração de Resultado do Exercício (DRE)
56
- Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
- Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
Tais demonstrações, veremos com mais detalhes na próxima Unidade.
3.10 – Tributação
Segundo o Código Tributário Nacional Brasileiro, em seu art. 3º, Tributo é
"toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada".
A palavra tributo parte do radical latino “tribuire” que significa “distribuir”, no
sentido de repartir entre os entes da comunidade os ônus da satisfação das necessidades
coletivas. Em outras palavras, são valores pagos à União, Estados e Municípios, em
moeda corrente (dinheiro), de forma compulsória, ou seja, sem disposição de vontade
do contribuinte, por pessoas físicas e jurídicas, para atender os custos de manutenção do
Estado.
3.10.1. Classificação dos tributos
Os tributos podem ser classificados da seguinte forma:
Tributo Direto – São aqueles em que o contribuinte é o único responsável pelo
pagamento do tributo, ou seja, uma única pessoa é responsável pelo cumprimento de
todas as obrigações tributárias previstas em lei. Exemplo: Imposto de Renda por
declaração.
Tributo Indireto – Trata-se da relação jurídico-tributária que se estabelece entre o
Estado e o contribuinte, no qual este paga o tributo correspondente e pode se ressarcir
cobrando de terceiros, através da inclusão do valor pago de imposto, no preço final de
seu produto ou serviço. Exemplo: IPI e ICMS.
57
Tributo Real – É o tributo que incide sobre bens e serviços. Exemplo: IPVA e ISS.
Tributos Proporcionais – São caracterizados pela incidência de uma única
percentagem sobre o valor da matéria. Exemplo: ITBI
Tributos Progressivos – São caracterizados pelos impostos de alíquotas fixadas em
percentagens variáveis e crescentes. Exemplo: IRPF
3.10.2. Tipos de tributos
Muitas pessoas generalizam e denominam os tributos de “impostos”. Contudo, o
tributo é gênero do qual o imposto é espécie. De forma simplificada, o imposto é apenas
um tipo de tributo, como veremos a seguir:
Impostos – Trata-se de um tributo não vinculado, ou seja, é devido pelo contribuinte e
deve ser pago de forma compulsória independente de qualquer contraprestação por parte
do Estado. Exemplo: O pagamento do IPVA que é um imposto sobre a posse de
automóvel, não garante que este valor seja revertido para melhorias das ruas ou
rodovias.
Taxas – São tributos pagos em contrapartida a execução de serviços públicos prestados
ou colocados à disposição do contribuinte. As taxas também estão relacionadas ao poder
de polícia exercido pela administração pública. Exemplo: taxa de bombeiro ou taxa de
iluminação pública cobradas em alguns municípios.
Contribuições Sociais – Trata-se de contribuições que tem por finalidade garantir a
seguridade social. Exemplo: PIS, COFINS, CSLL.
Contribuições de Melhoria – São tributos cobrados de contribuintes que, em razão de
obras e serviços públicos, acarretem uma valorização de seus imóveis. Em outras
palavras, trata-se de uma contribuição para custear obras públicas que venham a
valorizar os imóveis daquela região.
58
Empréstimo Compulsório – São valores cobrados de contribuintes, mediante lei
complementar para a realização de obras de caráter emergencial decorrentes de
calamidade pública ou guerra externa, que demande relevante interesse nacional.
3.10.3. Tributos cobrados de empresas
Destacamos aqui, os tributos mais comuns cobrados das
empresas no Brasil:
1) Contribuição para o PIS – É uma contribuição social que
deve ser paga pelas empresas com o objetivo de financiar o
pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial para os
trabalhadores que ganham até dois salários mínimos.
2) Contribuição para o financiamento da seguridade social – COFINS – É uma
contribuição federal, de natureza tributária, incidente sobre a receita bruta das empresas
em geral, destinada a financiar a seguridade social.
3) Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI – Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) é um imposto federal cobrado sobre mercadorias industrializadas,
estrangeiras e nacionais.
4) Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – O Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, é um imposto de competência
estadual que incide sobre a circulação de mercadorias, prestações de serviços de
transporte interestadual, ou intermunicipal, de comunicações, de energia elétrica.
Também sobre a entrada de mercadorias importadas e serviços prestados no exterior.
5) Imposto de Renda Pessoa jurídica – IRPJ – É um tributo federal pago por todas as
pessoas jurídicas estabelecidas no Brasil, desde que estas não sejam isentas de
pagamento.
6) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL – É uma contribuição que
incide sobre as pessoas jurídicas e entes equiparados pela legislação do Imposto de
59
Renda e se destina ao financiamento da Seguridade Social, estando disciplinado pela lei
n.º 7.689/88.
7) Simples - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – é o nome fantasia dado ao sistema de
tributação simplificada criado em 1996, chamado de Simples Federal. Porém, foi
extinto em 30/06/2007 e substituído na data seguinte 01/07/2007 pelo Simples
Nacional criado pela Lei Complementar 123/06, com o objetivo de facilitar o
recolhimento de contribuições das micro e médias empresas, tanto no âmbito federal
(como era o Simples Federal) quanto no estadual, através do (ICMS) e municipal
(através do ISS).
Vale ressaltar aqui, que a carga tributária cobrada das empresas é muito maior
que estes simples sete impostos. Além de impostos como IOF, ISS, IE e outros que não
foram mencionados, há também uma série de contribuições que devem ser analisadas
em um curso próprio, uma vez que sua complexidade é muito grande para ser definida
em poucas linhas.
3.10.4. Imposto de Renda
Quem nunca ouviu falar do famoso leão do
imposto de renda? Ou ainda, quem nunca pegou seu
holerite no final do mês e viu que faltava uma parte do
salário? Justamente ela foi “mordida” por tal leão!
Pois é, poucas pessoas são isentas do pagamento de tal imposto. Mesmo aqueles
que não possuem carteira assinada, como profissionais liberais ou autônomos, não
conseguem se isentar de tal obrigação. Ou seja, este imposto incide sobre quase todas as
pessoas, físicas ou jurídicas, que possuem algum rendimento, deixando de fora apenas
aquelas que ganham até o limite da isenção, como veremos mais a frente.
No entanto, existem regras e princípios que devem ser observados pelo fisco
(parte da administração pública responsável pela cobrança dos impostos) para exercer
60
esta cobrança. Um exemplo é o princípio da progressividade, que determina saltos na
alíquota, conforme o aumento do rendimento de uma pessoa.
A seguir, veremos com mais detalhes sobre este imposto que assombra tanto aos
trabalhadores como os donos de empresas.
O que é o Imposto de Renda?
O Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, popularmente
conhecido como Imposto de Renda ou apenas IR é um tributo federal, de competência
exclusiva da União, que incide sobre o produto do capital e/ou do trabalho das pessoas.
Este tributo pode ser enquadrado na modalidade de homologação, ou seja, o
contribuinte é quem vai dizer quanto deve pagar de imposto, através de uma declaração
anual e os valores serão homologados ou não pela autoridade competente, neste caso, a
Receita Federal.
Voltamos a lembrar que tal imposto não se limita apenas a salários, seja de
celetistas (profissionais com carteira assinada), seja de profissionais autônomos ou
liberais. Qualquer rendimento que uma pessoa tenha e que possa ser tributado, como por
exemplo, renda de aluguel de imóveis, torna-se uma contribuinte e deve pagar Imposto
de Renda.
Não podemos esquecer também das empresas, incluindo as micro e pequenas
empresas que são obrigadas a recolher o Imposto de Renda como Pessoa Jurídica.
Principais características:
Fato Gerador – O Código Tributário Nacional define o fato gerador do Imposto de
Renda como sendo “a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda. De
Renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais.” Em
outras palavras, fato gerador é o motivo que gera a sua ocorrência, significando na
61
prática, qualquer tipo de rendimento ou proventos, podendo ser salários, rendas de
aluguéis, heranças, entre outros.
Contribuintes Equiparados – Além das pessoas físicas (IRPF) e das pessoas jurídicas
(IRPJ), existe ainda um grupo de contribuintes conhecidos como “equiparados a pessoas
jurídicas”. Esta equiparação se deve ao fato de apesar de serem “pessoas físicas” para o
ramo do direito privado, para o direito tributário, possuem status de “pessoa jurídica”.
Neste sentido, a tributação é feita como pessoa jurídica e não pessoa física. Como
exemplo, podemos citar as firmas individuais, atualmente conhecidas como
“empresários individuais”.
Modalidades:
PESSOA FÍSICA
Imposto de Renda retido na fonte – Trata-se de uma antecipação do imposto, ou seja,
o contribuinte vai gerando rendimentos e recolhendo o imposto durante o ano. Ao final
do ano, vai declarar o que já recolheu e o que de fato era devido. Assim, pode ser gerada
uma restituição, que veremos com mais detalhes, logo a seguir.
Outra maneira de se cobrar o imposto de renda na fonte, é a através da cobrança
exclusiva na fonte. Trata-se de uma tributação sobre a gratificação de natal. Neste caso,
o contribuinte perde o direito à restituição, porém, o cálculo do imposto permite uma
tributação menor, diferente se esta gratificação fosse somada ao salário do mês o que
causaria um aumento do imposto devido à progressividade da tabela.
62
PESSOA JURÍDICA
Imposto de Renda sobre o lucro real anual e
estimativa – Trata-se de uma forma de recolhimento
do imposto de renda de pessoa jurídica que se faz de
forma antecipada com base em percentuais sobre a
receita bruta ou balancetes mensais. No final do
exercício, apura-se o lucro real anual e qual o imposto
devido, deduzindo as antecipações que já foram
recolhidas durante o ano.
Imposto de Renda sobre o lucro real trimestral – Os impostos de pessoas jurídicas
são recolhidos com base em balanços trimestrais, ou seja, neste caso, não deve ser
considerado como uma antecipação, mas o imposto efetivamente devido.
Imposto de Renda sobre o lucro presumido – É uma forma mais simples de se
calcular e recolher o imposto de renda, uma vez que não necessita da manutenção de um
sistema contábil e de um profissional de contabilidade. É um imposto recolhido
trimestralmente com base nas receitas escrituradas ou em um livro caixa expandido
(relatório criado para auxiliar no fechamento diário de todas as operações financeiras).
Base de cálculo:
Em Direito Tributário, base de cálculo é o montante real, arbitrado ou
presumido sobre o qual se aplica a alíquota para calcular o valor do imposto que deve
ser recolhido, ou seja, é o valor em dinheiro sobre o qual se aplica determinado imposto.
Por exemplo, na venda de um imóvel, a base de cálculo do Imposto de Renda é a
diferença entre o valor da venda e o valor declarado do imóvel.
Alíquota é o percentual ou o valor fixo que será aplicado sobre a base de
cálculo para o cálculo do valor de um tributo.
63
Pessoa Física – A base de cálculo para cobrança do Imposto de Renda de
pessoas físicas são todos os seus rendimentos, ou seja, tudo aquilo que recebeu durante
o ano. No entanto, há alguns tipos de despesas que podem ser abatidos, como despesas
com saúde, despesas com educação e dependentes.
Pessoa Jurídica – A base de cálculo para cobrança do Imposto de Renda de
pessoas jurídicas são os lucros gerados por ela. Na prática, somente empresas de grande
porte trabalham com esta apuração. A maioria das empresas menores apuram seus
impostos pelo lucro presumido.
Alíquotas:
PESSOA FÍSICA
Como dissemos, o Imposto de Renda no Brasil, segue o princípio da
progressividade, ou seja, quem ganha mais, paga mais. Para oficializar quanto cada
contribuinte deveria pagar, a Receita Federal criou uma tabela, que sofre alterações
constantes, contendo faixas de contribuição e cada faixa com seu respectivo redutor,
como veremos a seguir:
Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto de Renda de Pessoa Física a
partir do exercício de 2014, ano-calendário de 2013.
Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$
Até 1.710,78 - -
De 1.710,79 até 2.563,91 7,5 128,31
De 2.563,92 até 3.418,59 15,0 320,60
De 3.418,60 até 4.271,59 22,5 577,00
Acima de 4.271,59 27,5 790,58
64
Primeira faixa: Vamos imaginar que seu salário seja de R$ 1.300,00. Nesse
caso, você não é obrigado a recolher o Imposto de Renda, uma vez que se encontra
abaixo do limite da primeira faixa, que é isenta de recolhimento.
- salário: R$ 1.300,00
- alíquota: isento (0%)
- desconto: R$ 0,00
- redutor da faixa: não há
- IR a recolher (desconto - redutor da faixa): R$ 0,00
Segunda faixa: Imagine agora que você tenha sido promovido e seu salário
tenha subido para R$ 2.000,00. Por se encontrar na segunda faixa de contribuição, a
alíquota é de 7,5%, o que totaliza R$ 150,00. Deste valor, subtrai-se o redutor da faixa
(R$ 128,31), obtendo-se o valor devido de IR. Neste caso, o recolhimento é de R$
21,69.
- salário: R$ 2.000,00
- alíquota: 7,5%
- desconto: R$ 150,00
- redutor da faixa: R$ 128,31
- IR a recolher (desconto - redutor da faixa): R$ 21,69
Terceira faixa: Considere agora que seu salário seja R$ 3.000,00. Ele encontra-
se na terceira faixa de contribuição, cuja alíquota é de 15%, o que corresponde a R$
375,00. Subtrai-se deste valor o redutor da faixa (R$ 320,60) e tem-
se o total a ser recolhido: R$ 54,40
- salário: R$ 3.000,00
- alíquota: 15%
- desconto: R$ 375,00
- redutor da faixa: R$ 320,60
65
- IR a recolher (desconto - redutor da faixa): R$ 54,40
Quarta faixa: Considere seu salário como sendo de R$ 3.500,00. Ele está na quarta
faixa de contribuição, cuja alíquota é de 22,5%, o que corresponde a R$ 742,50.
Subtrai-se deste valor o redutor da faixa (R$ 577,00) e tem-se o total a ser recolhido: R$
165,50.
- salário: R$ 3.500,00
- alíquota: 22,5%
- desconto: R$ 742,50
- redutor da faixa: R$ 577,00
- IR a recolher (desconto - redutor da faixa): R$ 165,50
Quinta faixa: Considere agora seu salário como sendo de R$
5.500,00. Ele está na quinta e última faixa de contribuição, cuja alíquota é de 27,5%, o
que corresponde a R$ 1.512,50. Subtrai-se deste valor o redutor da faixa (R$790,58) e
tem-se o total a ser recolhido: R$721,92
- salário: R$ 4.000,00
- alíquota: 27,5%
- desconto: R$ 1.512,50
- redutor da faixa: R$ 790,58
- IR a recolher (desconto - redutor da faixa): R$ 721,92
PESSOA JURÍDICA
A pessoa jurídica, seja ela comercial ou civil, pagará o imposto de renda com
base na alíquota de 15% sobre o lucro real ou presumido, conforme regulamento. Será
gerado um imposto adicional de 10% sobre o montante que ultrapassar R$ 20.000,00 ao
mês, resultando em um limite máximo de alíquota de 25%.
66
Existem exceções como, por exemplo, isenção ou reduções de impostos para
incentivar a instalação de empresas em determinadas regiões do Brasil. Outra exceção é
a figura dos “juros sobre capital próprio” que serve para distribuir parcela de lucro a
sócios (pessoas físicas) com apenas a retenção na fonte de 15% e mais nenhuma outra
incidência.
É importante ressaltar que, com o objetivo de legalizar pequenos e
microempresários, o governo criou a figura do Simples Nacional. Trata-se de uma
tributação diferenciada e que engloba praticamente todos os tributos federais, estaduais
e municipais, sendo pago sobre uma porcentagem das receitas que varia conforme o
tamanho da empresa.
Quem deve declarar:
Seguem abaixo as situações que obrigam o contribuinte a declarar o imposto de
renda para o ano de 2014, como exemplo de operacionalização do pagamento do
imposto.
1) Contribuintes que receberam, durante o ano de 2013, rendimentos brutos
tributáveis sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma anual foi superior a R$ 10
milhões, rendimentos isentos e não tributáveis, cuja soma foi superior a R$ 10
milhões, rendimentos tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior
a R$ 10 milhões, realizou pagamentos de rendimentos a pessoas jurídicas,
quando constituam dedução na declaração, ou a pessoas físicas, quando
constituam, ou não, dedução na declaração, cuja soma foi superior a R$ 10
milhões, em cada caso ou no total, deve transmitir a Declaração de Ajuste Anual
com a utilização de certificado digital.
2) Contribuintes que receberam rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste na
declaração, cuja soma anual foi superior a R$ 25.661,70 e rendimentos isentos,
não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a
R$ 40.000,00.
67
3) Contribuintes que obtiveram, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de
bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em
bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas;
Optou pela isenção do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho de capital
auferido na venda de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja destinado
à aplicação na aquisição de imóveis residenciais localizados no País, no prazo de
180 (cento e oitenta) dias contados da celebração do contrato de venda, nos
termos do art. 39 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005.
4) Contribuintes que tiveram a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro de
2013, de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$
300.000,00.
5) Contribuintes que passaram à condição de residente no Brasil em qualquer mês e
nessa condição se encontravam em 31 de dezembro de 2013.
6) Indivíduos com receita bruta superior a R$ 128.308,50 através de atividade
rural, ou que pretendam compensar no ano-calendário de 2013 ou posteriores,
prejuízos de anos-calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2013.
Como fazer a declaração:
Houve um tempo em que para fazer a
declaração do imposto de renda, era necessário
retirar um formulário na Receita Federal, preenchê-
lo a mão e entregá-lo, enfrentando filas
intermináveis, nas agências da própria Receita
Federal, Caixa Econômica Federal ou Correios.
Com a chegada da tecnologia, tudo melhorou. Dos volumes enormes de papel, o
contribuinte passou a entregar um disquete contendo sua declaração, mas ainda era
obrigado a enfrentar filas, até que surgiu a internet e tudo ficou mais fácil ainda.
68
Atualmente, as declarações exigidas pela Receita Federal, devem ser realizadas
por computadores, com o recurso da internet através do site da unidade
(www.receita.fazenda.gov.br).
Pela Internet – O contribuinte deve baixar em seu computador o programa
“Receitanet”, fazer o preenchimento eletrônico com as informações solicitadas, fazer a
transmissão dos dados, pelo próprio sistema, para a Receita Federal.
As entregas por meio de mídias removíveis, como CD e pendrive, poderão ser utilizadas
em caso de declaração em atraso, em unidades da Receita Federal, exceto para esse
caso.
Restituição e recolhimento:
Depois de entregue a declaração, será apurado se terá imposto a restituir, ou seja,
se o governo deverá devolver algum valor que foi recolhido a mais ou se ainda terá de
complementar o recolhimento com um valor referente a alguma informação (bem) que
não foi declarada.
Tudo vai depender dos rendimentos (rendimentos tributáveis, não tributáveis,
isentos e tributados na fonte) e de suas despesas (valor que pode ser dedutível do IR e
que poderá gerar um valor a ser restituído).
Na prática, a restituição ocorre quando as despesas dedutíveis não são
computadas durante o período anual, ou seja, ao longo do ano, teve gastos com
educação e despesas médicas que só serão considerados quando fizer a declaração, só
assim, saberá se vai receber algum valor de volta. Essa restituição deverá ser paga na
conta corrente ou poupança do contribuinte, indicada por ele para esse fim, reduzindo
com isso o risco de fraudes. Esses pagamentos são divididos por lotes, e os
contribuintes são pagos pela ordem em que fizeram suas declarações, ou seja, quem fez
primeiro, recebe primeiro e vice-versa.
69
Já o recolhimento ocorre quando o contribuinte fica devendo ao fisco, ou seja,
deixa de declarar alguma coisa que é apurada na homologação da declaração. Neste
caso, o contribuinte poderá recolher o valor que faltou à vista ou parcelado.
É importante destacar que a restituição somente ocorre para as pessoas físicas.
Isto porque, a pessoa jurídica que não apresenta lucro ao final do exercício social não
efetua o recolhimento do imposto devido ao fato de não apresentar ganhos ou rendas e
sim prejuízo.
Malha fina:
Todo contribuinte, ao entregar sua declaração, está sujeito a uma fiscalização
realizada pela Receita Federal. Essa ação gera dois resultados: ou a declaração do
contribuinte é homologada, sinal de que está correta ou cairá na malha fina, que se trata
de uma segunda instância de fiscalização em que o contribuinte deverá esclarecer os
problemas identificados em sua declaração. Por ser mais rigorosa, podem ser pedidas
novas informações sobre os rendimentos e, quando necessário, poderá ser encaminhada
para analistas especializados.
CHEGAMOS AO FIM DA UNIDADE 3! NESTA UNIDADE VOCÊ APRENDEU
QUE:
• O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações ligados a uma pessoa
física ou jurídica que pode ser avaliado economicamente;
• Os bens e direitos são elementos positivos e as obrigações são elementos
negativos;
• Ativo – Passível = Patrimônio Líquido;
• Os princípios da contabilidade se dividem em três grupos: postulados, princípios
e convenções;
70
• São princípios da contabilidade: o da entidade, o da continuidade, o da
oportunidade, o do registro pelo valor original, o da atualização monetária, o da
competência e o da prudência;
• O método das partidas dobradas estabelece que, para cada lançamento de débito
efetuado, deve corresponder um lançamento de crédito, de forma que o valor
total de débitos seja sempre igual ao valor total de créditos em cada lançamento;
• As contas contábeis são representações escrituradas do patrimônio de uma
empresa. Elas têm a finalidade de registrar, de forma monetária, todas as
movimentações e suas respectivas particularidades como datas, histórico e
valores. Podem ser classificadas em patrimoniais ou de resultados;
• O plano de contas é um elenco de todas as contas previstas pelo contabilista
como necessárias aos seus registros contábeis;
• Os lançamentos contábeis são os registros dos fatos contábeis. Todos eles devem
ter: local e data, conta devedora, conta credora, histórico e quantia;
• Os lançamentos contábeis devem ser registrados em livros contábeis, que se
dividem em Livro Diário, Livro Razão e Livro de Apuração do Lucro Real
(LALUR);
• O balancete de verificação é uma técnica que serve exatamente para verificar se
os lançamentos contábeis de determinado período foram realizados com sucesso;
• Os tributos são valores pagos à União, Estados e Municípios, em moeda corrente
(dinheiro) para atender os custos de manutenção do Estado. Eles podem ser
classificados em: diretos, indiretos, reais, proporcionais e progressivos;
71
• São tipos de tributos: impostos, taxas, contribuições sociais, contribuições de
melhoria e empréstimo compulsório;
• O Imposto de Renda é um tributo referente ao produto do trabalho do capital das
pessoas físicas, jurídicas e cidadãos equiparados às pessoas jurídicas;
• O cálculo do imposto de renda é feito com base nos rendimentos das pessoas;
• A declaração do imposto feita pelas pessoas é fiscalizada pela receita federal e
pela malha fina, que verificam se o contribuinte pagou a mais ou a menos do
valor devido a ele.
72
Unidade 4 – Relatórios Contábeis
Olá,
Chegamos à última unidade do nosso curso.
Nesta unidade você vai aprender sobre a importância dos relatórios contábeis e
como eles devem ser usados estrategicamente pelas empresas.
Conhecerá também a estrutura de um Balanço Comercial e os demais
demonstrativos que compõem estes relatórios.
Bom estudo!
73
4.1 – O que são Relatórios Contábeis?
Segundo o Professor José Carlos Marion:
“Relatório Contábil é a exposição resumida e
ordenada de dados colhidos pela contabilidade com o
objetivo de relatar às pessoas que se utilizam da
contabilidade os principais fatos registrados por ela
em determinado período”.
Também conhecidos como Informes Contábeis, estes relatórios recebem o nome,
pela Lei das Sociedades por Ações, de demonstrações financeiras, mas os contadores
preferem chamá-los por demonstrações contábeis.
É importante destacar também que, além das demonstrações contábeis que
devem ser elaboradas no encerramento de cada período social e que geralmente tem
duração de doze meses, é preciso elaborar também as chamadas Notas Explicativas.
Trata-se de um complemento às demonstrações, dispostas no rodapé das demonstrações
contábeis.
Estas Notas Explicativas referem-se a informações detalhadas e que esclarecem
determinados lançamentos constantes dos demonstrativos. Para maior elucidação,
podemos citar, como exemplo, as garantias oferecidas aos bancos em caso de
empréstimos, mudanças de critério contábil, taxas de juros, entre outros.
No seguimento de nosso curso, daremos destaques às principais demonstrações,
quais são:
1) Balanço Patrimonial
2) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
3) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
74
4) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
5) Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR)
4.2 – Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial pode ser considerado a
principal demonstração contábil de uma empresa. Se
pensarmos em balanço como a busca do equilíbrio,
podemos compará-lo a uma balança de dois pratos, onde
o lado esquerdo, denominado ATIVO, representa os
elementos positivos (bens e direitos), enquanto o lado
direito, denominado PASSIVO, representa os elementos negativos (obrigações). É
importante ressaltar também que, do lado direito, encontra-se a representação do
PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
O objetivo do balanço patrimonial é evidenciar, tanto qualitativa com
quantitativamente, num determinado período (geralmente anual), a posição financeira
de uma empresa. O balanço permite fazer uma radiografia de todos os bens, valores a
receber e valores a pagar em uma determinada data.
O balanço patrimonial, como dissemos é dividido em duas colunas, nas quais
estarão as contas do ativo (lado esquerdo) e passivo e patrimônio líquido (lado direito).
Eles deverão ser classificados e agrupados de modo a facilitar a análise e o
entendimento da situação financeira da empresa naquele período. Assim, destacamos
abaixo, uma representação gráfica de um balanço patrimonial com suas contas e
subcontas:
75
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Ativo Circulante
- Disponível
- Realizável a curto prazo
- Estoques
- Despesas Antecipadas
Passivo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo
Ativo Permanente
- Investimento
- Imobilizado
- Diferido
Patrimônio Líquido
- Capital Social
- Reservas de Capital
- Lucros ou Prejuízos Acumulados
Para melhor compreensão, descreveremos a finalidade de cada conta e subconta
do balanço patrimonial.
4.2.1. Classificação de contas do Grupo Ativo
O Ativo Circulante é considerado o item mais líquido do balanço, uma vez que
se trata dos bens e direitos que podem ser revertidos em dinheiro a curto prazo de, no
máximo, 12 meses. A Liquidez é um conceito econômico que considera a facilidade
com que um ativo pode ser convertido em um meio de troca da economia, ou seja, é a
facilidade em que ele pode ser revertido em dinheiro.
76
O grupo do Ativo Circulante subdivide-se em:
Disponível – Conta que apresenta exigibilidade imediata. É representada pelas
contas de caixa, banco conta movimento, cheques para cobrança e outras.
Realizável a curto prazo – Representa os direitos a receber no prazo de até 12 meses,
como impostos a recuperar, duplicatas a receber e outras.
Estoques – Representam os produtos destinados à venda e que variam de acordo
com a atividade da empresa. Podemos destacar os produtos acabados, produtos em
desenvolvimento, mercadorias e outras.
Despesas Antecipadas – Compreende as despesas pagas antecipadamente e que
serão consideradas como custo ou despesa no decorrer do exercício seguinte. São elas:
os seguros a vencer, aluguéis a vencer e outras.
Ativo Realizável a Longo Prazo – É um item que tem menor liquidez que o
Circulante. Este grupo de contas é composto pelos direitos que serão recebidos após o
período de 12 meses.
Já o Ativo Permanente trata-se dos ativos que dificilmente serão vendidos, uma
vez que praticamente não possuem liquidez. É o grupo de contas que compreende os
bens fixos necessários para que a empresa realize seus objetivos. Este grupo subdivide-
se em:
Investimento – São as aplicações de recursos que não se caracterizam como
objetivo da empresa. Podemos destacar a renda com aluguel de imóveis, terrenos para
expansão, ações de outras empresas, entre outras.
Imobilizado – É a aplicação de recursos em bens instrumentais que permitem à
empresa atingir seus objetivos. São eles os veículos, máquinas e equipamentos, marcas
e patentes, entre outros.
77
Diferido – Representa as aplicações de recursos em despesas, que irão
influenciar o resultado de outro exercício, como gastos de implantação, gastos pré-
operacionais e outros.
Classificação de contas do Grupo Passivo
Passivo Circulante – São as obrigações que se renovam constantemente. É o
grupo de contas composto pelas obrigações com prazo para vencimento em até 12
meses. Como exemplo, podemos citar os salários a pagar, provisões para impostos,
empréstimos bancários, entre outros.
Passivo Exigível a Longo Prazo – Neste caso, as obrigações possuem
vencimento após os 12 meses. Podemos citar os empréstimo e os financiamentos.
Classificação do Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido pode ser considerado como
sendo a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos.
Também representa o investimento dos sócios no negócio.
Subdivide-se em uma série de contas dentre as quais
destacamos:
Capital Social – Discrimina o valor subscrito e o valor que ainda está por ser
realizado pelos sócios ou acionistas.
Reservas de Capital – São as contas que registram o recebimento de eventuais
doações pela empresa.
Lucros ou Prejuízos Acumulados – Registra os resultados da empresa, antes da
distribuição aos sócios ou acionistas.
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MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
DISPONÍVEL Fornecedores
Caixa Obrigações Fiscais
Bancos c/ movimento Obrigações Sociais e Trabalhistas
Bancos c/ aplicação Outras Contas a pagar
CRÉDITOS
Duplicatas a receber EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
(-)Duplicatas descontadas Fornecedores a pagar
Adiantamentos a fornecedores Empréstimos bancários
Adiantamentos a empregados Outras Contas a pagar
Adiantamentos a sócios
Impostos a recuperar RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS
Outras contas a receber Aluguéis Ativos a vencer
ESTOQUES Outras receitas a vencer
Mercadorias
Matérias primas PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Produtos acabados Capital Social
DESPESAS DO EXERCÍCIO
SEGUINTE Lucro do Exercício
Prêmios de Seguros a apropriar Lucros Acumulados
Juros Passivos a apropriar (-) Prejuízos acumulados
Reservas de Lucros
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Reserva Legal
Empréstimos a sócios
Investimentos temporários a longo prazo =
Despesas antecipadas
Outras contas a receber =
PERMANENTE =
79
INVESTIMENTOS
Participações permanentes em outras
empresas =
Participações em fundos de investimentos
Outros investimentos =
IMOBILIZADO
Imóveis =
Móveis e Utensílios
Maquinários =
Veículos
Equipamentos de informática =
Instalações
Construção em andamento =
Terrenos
(-) Depreciação acumulada
=
DIFERIDO
Despesas pré-operacionais
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO
Fonte: http://www.contabilizando.com/
Modelo de Balanço Patrimonial preenchido:
80
4.3 – Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Como vimos, para efeito contábil, o exercício social
de uma empresa tem a duração de um ano e a cada exercício
fechado, deverá ser apurado o resultado do exercício para que
se verifique se a empresa obteve lucro ou prejuízo.
Dentre os vários demonstrativos que a contabilidade
da empresa deve elaborar, destaca-se a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
como um poderoso indicador de eficiência da empresa e uma ferramenta essencial para
tomadas de decisão. Isso porque a DRE apresenta dados relativos à performance da
empresa através de dados acumulados das contas de receitas, custos e despesas.
Para o professor José Carlos Marion, “a DRE é extremamente relevante para
avaliar o desempenho da empresa e a eficiência dos gestores em obter resultado
positivo. O lucro é o objetivo principal das empresas”.
Vale destacar aqui a importância da terminologia lucro, que está em constante
evidência na apresentação da DRE. O professor Marion entende que, de forma
inadequada, a palavra RESULTADO é substituída pela palavra LUCRO, uma vez que
grande parte das empresas obtém lucro em seus resultados e não prejuízos. Porém, a
81
palavra LUCRO tem uma terminologia bastante ampla, dentre elas as terminologias que
usaremos no estudo da DRE. São elas:
1) Lucro Bruto
2) Lucro Operacional
3) Lucro antes do Imposto de Renda
4) Lucro depois do Imposto de Renda
5) Lucro Líquido
O objetivo principal desse demonstrativo é informar aos leitores e usuários como
foi obtido o resultado do exercício. Deve ser ordenado de tal forma que permita uma
avaliação gerencial, como a análise de custos, despesas e projeções de ganhos, quanto
para uma avaliação fiscal que permita visualizar rapidamente os impostos devidos e
recolhidos durante o exercício.
Durante o exercício, a empresa utiliza uma conta, chamada conta de resultado,
que apura todas as despesas e receitas que fizeram parte de sua movimentação
financeira. No final do exercício essas despesas e receitas são transferidas para a
Demonstração de Resultado do Exercício. É importante ressaltar que estas despesas e
receitas não se acumulam de um período para o outro. No exercício seguinte, a
contabilidade vai fazer nova apuração partindo do valor zero.
Ao lançar todas estas despesas e receitas no demonstrativo, este deverá seguir
um determinado padrão que hoje, apresenta-se na forma vertical ou dedutível, como
veremos a seguir:
82
RECEITA BRUTA (de vendas / serviços)
(-) Deduções, descontos concedidos, devoluções
(-) Impostos sobre vendas
RECEITA LÍQUIDA
(-)Custo dos produtos vendidos
LUCRO BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS:
De vendas,
Administrativas
Financeiras
Outras Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
LUCRO OPERACIONAL
(-) Despesas Não Operacionais
(+) Receitas Não Operacionais
(±) Resultado da Correção Monetária
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR)
(-) Provisão Para Imposto de Renda
LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
(-) Contribuições
(-) Participações
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
LUCRO POR AÇÃO
Lucro Bruto
RECEITA BRUTA (de vendas / serviços)
(-) Deduções, descontos concedidos, devoluções
(-) Impostos sobre vendas
RECEITA LÍQUIDA
(-)Custo dos produtos vendidos
LUCRO BRUTO
83
Podemos conceituar lucro bruto como sendo a diferença entre a Receita Líquida
das vendas realizadas pela empresa e o custo dos produtos vendidos. Para as empresas
prestadoras de serviço, o conceito é o mesmo.
O Lucro Bruto, após cobrir os custos de fabricação do produto ou a prestação
do serviço, será destinado à remuneração das despesas de vendas, administrativas e
financeiras, além do pagamento de impostos e remuneração dos sócios. Assim, destaca-
se a sua importância, uma vez que, quanto maior for a sua fatia na empresa, maior
poderá ser a remuneração dos colaboradores como diretores, administradores e sócios.
Em função disso, também há uma grande preocupação com o controle de custos
da empresa, dado que, quanto mais baixos e controlados forem os custos, maior será a
fatia do Lucro Bruto.
Lucro Operacional
LUCRO BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS:
De vendas,
Administrativas
Financeiras
Outras Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
LUCRO OPERACIONAL
Pode ser conceituado como o resultado das atividades principais ou acessórias
que constituam objeto da pessoa jurídica. Ou seja, é o lucro resultante da atividade
operacional da empresa.
Mas note que no conceito, fica claro que se trata do lucro resultante da atividade
presente no objeto social da empresa. Assim, se o objeto social da empresa é vender
canos de PVC, então, todo o lucro resultante dessa operação de venda, será operacional.
84
Tal lucro é obtido por meio da diferença entre o Lucro Bruto e as Despesas
Operacionais, que se caracterizam como sendo as despesas necessárias para vender o
produto, administrar a empresa e financiar as operações.
Despesas de vendas – Despesa com o pessoal da área de vendas, comissões,
divulgação do produto, entre outros.
Despesas Administrativas – Salários e encargos do pessoal administrativo,
aluguéis de escritórios, materiais de escritório, entre outros.
Despesas Financeiras – Juros pagos, comissões bancárias, juros de mora, entre
outros.
Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR)
LUCRO OPERACIONAL
(-) Despesas Não Operacionais
(+) Receitas Não Operacionais
(±) Resultado da Correção Monetária
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR)
O LAIR é a diferença entre o Lucro Operacional e as despesas não operacionais.
Estas despesas não possuem relação direta com o objetivo do negócio. Geralmente são
ganhos ou perdas aleatórias, como a venda de um veículo da empresa ou um
equipamento. Da mesma forma, podem ocorrer perdas com geadas ou chuvas
torrenciais, entre outros.
Vale ressaltar que o LAIR apura a forma como a empresa se relaciona com o
mercado financeiro. Assim, se a empresa tiver superávit, o LAIR medirá os ganhos
obtidos com a empresa na forma de juros e se a empresa for deficitária, o LAIR
apontará como o pagamento de juros vai refletir no lucro da empresa.
85
Lucro depois do Imposto de Renda
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR)
(-) Provisão Para Imposto de Renda
LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
Antes de tudo, é importante saber que o Imposto de Renda incide sobre o lucro
da empresa. Como vimos também, ele é cobrado através de alíquotas que podem ser
mudadas ano a ano. Portanto, não vamos nos preocupar com a apuração do valor desse
tipo de lucro, mas com sua conceituação.
Esse lucro é calculado sobre uma provisão para IR, ou seja, calcula-se um
determinado valor a pagar de Imposto de Renda, sendo esse valor deduzido do LAIR.
Essa provisão é importante para que a empresa não seja pega de surpresa com um valor
de IR inesperado que possa causar danos na saúde financeira da empresa.
Lucro Líquido
LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
(-) Contribuições
(-) Participações
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Após o provisionamento de valores para pagamento do IR, o que gerou o Lucro
depois do Imposto de Renda, será preciso deduzir participações, que devem estar
previstas nos estatutos da empresa. Essas participações referem-se a debêntures,
empregados e partes beneficiárias. Também será deduzido o valor de contribuições para
instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados.
Realizando todas estas deduções, será encontrado o valor do lucro líquido, que é
o valor disponível para sócios e acionistas. Estes decidirão o que será dividido entre eles
(dividendos) e o que ficará retido para reinvestimento no negócio.
86
Legenda:
Debêntures – São empréstimos, formalizados pela emissão de títulos a longo
prazo, que as empresas solicitam ao público em geral, pagando juros periódicos e
concedendo amortizações regulares. Poderá ainda assegurar a seu titular, além de juros e
correções, participação no lucro da empresa.
Participação de Empregados e Administradores – Trata-se de um complemento à
remuneração desses colaboradores, representada pela participação nos lucros e
resultados da empresa.
Contribuições para Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de
empregados – São todas as doações com o objetivo de assistir seu quadro de
empregados, às previdências privadas, no sentido de complementar a aposentadoria.
Devem ser definidas em estatutos, sendo calculadas e deduzidas como uma participação
nos lucros anuais da empresa.
DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM
31 DE DEZEMBRO DE 20xx
(Em milhares de reais, exceto o lucro líquido por ação, apresentado em reais)
Receita operacional bruta 1.537.873
Deduções (401.439)
Receita operacional líquida 1.136.434
Custos das vendas (618.409)
Lucro bruto 518.025
(Despesas) receitas operacionais
Vendas (290.724)
Administrativas e gerais (104.722)
Remuneração dos administradores (3.116)
Tributárias (15.358)
Amortização de ágio (2.865)
87
Depreciações e amortizações (30.867)
Outras receitas operacionais líquidas 35.374
Resultado de equivalência patrimonial 1.977
Despesas extraordinárias (18.563)
Receitas (despesas) financeiras, líquidas 20.590
Total das despesas operacionais, líquidas (408.274)
Lucro operacional 109.751
Resultado não operacional (593)
Lucro antes do imposto de renda,
contribuição social e participações
109.158
Imposto de renda e contribuição social (25.789)
Participações estatutárias (3.078)
Lucro líquido do exercício 80.291
Lucro líquido por ação - R$ 3,31
Quantidade de ações ao final do
exercício (em milhares)
24.292
4.4 – Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
Geralmente, as empresas distribuem para seus sócios, parte de seu lucro líquido
em forma de dividendos. Porém, grande parte do lucro, fica na própria empresa de
forma a ser reinvestido no negócio. Tanto a distribuição de dividendos quanto o
reinvestimento do lucro, serão evidenciados na Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados, também conhecida como DLPA.
A DLPA está intimamente ligada ao Balanço Patrimonial e à Demonstração do
Resultado do Exercício, uma vez que apurado o lucro líquido na DRE, este será
imediatamente transportado para a DLPA, para que seja feita a sua distribuição. O que
ficar retido na empresa será transportado para o Balanço Patrimonial, no grupo
Patrimônio Líquido. O mesmo acontece para o prejuízo.
Para ficar mais claro:
88
1) O saldo da conta de lucros acumulados constante do balanço patrimonial do ano 1
deve coincidir com o saldo inicial da DLPA do ano 2.
2) O saldo final da conta de lucros acumulados constante do balanço patrimonial do ano
2 deve coincidir com o saldo final da DLPA do ano 2.
3) E o valor do lucro líquido do exercício constante da DLPA do ano 2 deve ser o
mesmo valor apresentado na DRE do ano 2.
É importante ressaltar ainda que essa demonstração poderá ser substituída pela
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), que veremos a seguir.
Vamos fazer um exercício para compreender essa demonstração:
Imagine que a empresa XYZ obteve lucro no final dos exercícios de 2007 e
2008. A DLPA da empresa ficaria da seguinte forma:
89
DLPA da XYZ Ltda (em R$)
Saldo em 31/12/2007 ..21.000
(+) Ajustes de exercícios anteriores ......zero
(+) Lucro Líquido ..29.000
(-) Reserva legal ..(1.500)
(-) Reserva estatutária ..(3.000)
(-) Reservas para contingência ..(3.000)
(-) Dividendos .(10.500)
(-) Parcela para aumento do Cap.Social ..(5.763)
(=) Lucros Acumulados 31/12/2008 ..26.237
Vamos supor que no exercício social de 2008, a XYZ Ltda tenha enfrentado um
Prejuízo de 12.800 Reais. Nesse caso, a DLPA fica assim:
90
DLPA da XYZ Ltda (em R$)
Saldo em 31/12/2008 ..26.237
(-) Prejuízo Líquido .(12.800)
(+) Reserva legal .....1.500
(+) Reserva estatutária .....3.000
(+) Reserva para contingência .....3.000
(-) Dividendos .(10.500)
(=) Lucros Acumulados 31/12/2009 .......10.437
4.5 – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
Ao contrário da DLPA, que fornece a movimentação de uma conta específica do
Patrimônio Líquido (lucro ou prejuízo acumulado), a DMPL evidencia a movimentação
de diversas contas do Patrimônio Líquido ocorridas durante o período. Desta forma, é
possível concluir que todo acréscimo ou diminuição do PL é avaliado por este
demonstrativo.
Embora seja facultativa, a DMPL é mais completa e abrangente que a DLPA,
por isso dissemos que esta pode ser substituída por aquela.
É muito simples elaborar a DMPL, uma vez que seus componentes em linha
vertical são os mesmos da DLPA. Já na linha horizontal, serão consignados os
elementos componentes do patrimônio líquido.
91
Modelo de DMPL:
CIA. NACIONAL - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DO EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.X2 EM MILHARES DE R$
RESERVAS DE
CAPITAL
RESERVAS DE LUCROS
Histórico Capital
Realizado Ágio na
Emissão
de Ações
Sub-venções
para Inves-
timentos
Reserva Para
Contingência
Reserva
Estatutária
Reserva
Legal
Lucros
Acumulados
Total
Saldo em 31.12.x1
Ajustes de Exercícios
Anteriores:
efeitos de mudança de
critérios contábeis
retificação de erros de
exercícios anteriores
Aumento de Capital:
com lucros e reservas
por subscrição realizada
Reversões de Reservas:
de contingências
de lucros a realizar
Lucro Líquido do
Exercício:
Proposta da Administração
de Destinação do Lucro:
Transferências para
reservas
Reserva legal
Reserva estatutária
Reserva de lucros para
expansão
Reserva de lucros a realizar
Dividendos a distribuir (R$
... por ação)
Saldo em 31.12.X2
Fonte: http://www.portaldecontabilidade.com.br
92
4.6 – Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR)
Segundo o professor Marion, DOAR “explica a variação do Capital Circulante
Líquido (Capital de Giro Próprio ou Capital de Giro Líquido) ocorrida de um ano para
outro. Ajuda-nos a compreender como e por que a Posição Financeira mudou de um
exercício para outro”.
A DOAR tem por finalidade apresentar as informações relativas às operações de
financiamento e investimento da empresa durante determinado exercício. Deve ainda:
1) Identificar as fontes de recursos responsáveis por alterações no capital de giro.
2) Completar a informação sobre a posição financeira e resultados das operações dentro
de um mesmo período.
3) Orientar os profissionais que a utilizam para tomada de decisão de ordem econômica
e financeira.
Assim como a DLPA, a DOAR também está ligada ao Balanço Patrimonial e à
DRE, pois, aponta os rumos que a administração financeira está seguindo, as fontes para
financiar atividades, a velocidade e as tendências futuras da empresa. Enquanto o
Balanço apresenta uma posição financeira estática, a DRE demonstra o lucro líquido e a
DOAR faz todos os ajustes para demonstrar o que isto representou em termos de
Recursos Financeiros.
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
EXERCÍCIO FINDOS EM 31.12.20XX (em R$):
ORIGENS DE RECURSOS: Valor R$ Soma:
DAS OPERAÇÕES:
Lucro Líquido do Exercício 46.000,00
93
Mais: Depreciação e amortização
68.000,00
Variações monetárias de empréstimo a longo prazo
41.500,00
Menos: Participação de R$ 8.000 no lucro da controlada, menos
dividendos recebidos no valor de R$ 1.500
(6.500,00)
Lucro na venda de imobilizado
(29.300,00)
SOMA DAS OPERAÇÕES 119.700,00
DOS ACIONISTAS:
Integralização de capital
91.000,00
SOMA DOS ACIONISTAS 91.000,00
DE TERCEIROS:
Ingresso de novos empréstimos
50.000,00
Baixa do imobilizado (valor de venda)
50.000,00
Venda de investimentos
2.000,00
Resgate de títulos a longo prazo
6.000,00
SOMA DE TERCEIROS 108.000,00
TOTAL DAS ORIGENS 318.700,00
APLICAÇÕES DE RECURSOS: Valor R$ Soma:
Aquisição de imobilizado
203.700,00
Adições ao custo no ativo diferido
21.000,00
Integralização de novos investimentos
5.500,00
Aumento em empréstimos compulsórios
1.000,00 231.200,00
Transferência para o passivo circulante dos empréstimos a longo
prazo
56.500,00 56.500,00
Dividendos propostos e pagos 10.000,00
94
10.000,00
TOTAL DAS APLICAÇÕES 297.700,00
VARIAÇÃO NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 21.000,00
Demonstração do Aumento no Capital Circulante Líquido (em R$):
Saldos em 31.12.2002 31.12.2003 Variação
Ativo Circulante 60.000,00 100.000,00 40.000,00
Passivo Circulante 36.000,00 55.000,00 (19.000,00)
Capital Circulante Líquido 24.000,00 45.000,00 21.000,00
Fonte: http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstorigaplirecursos.htm
95
Chegamos ao fim da Unidade 4!
Nesta Unidade você aprendeu que:
• Relatórios contábeis são exposições resumidas e ordenadas de dados que tem
como objetivo relatar para as pessoas interessadas pela contabilidade os
principais fatos registrados por ela em determinado período;
• Todas as demonstrações contábeis devem ser acompanhadas de notas
explicativas;
• Os principais relatórios contábeis são: balanço patrimonial, demonstração do
resultado do exercício, demonstração de lucros ou prejuízos acumulados,
demonstração das mutações do patrimônio líquido e demonstração das origens e
aplicações dos recursos.
96
Conclusão do Curso
Olá,
Encerramos nosso curso com a certeza de que conseguimos transmitir uma boa
noção do que é a Contabilidade.
Torcemos para que, com as informações que recebeu, possa avaliar os prós e
contras da profissão, analisando de forma racional o seu perfil e analisando se suas
características pessoais atendem ao perfil necessário para o exercício desta profissão.
Lembramos que este curso não capacita ou habilita seus alunos ao exercício da
profissão, constituindo apenas um apanhado geral sobre os principais aspectos que
envolvem a profissão.
Sinta-se livre para fazer a avaliação quando estiver preparado(a). Assim que for
aprovado, você poderá visualizar uma cópia de seu certificado. O original será postado
nos correios num prazo de dois a oito dias a contar do dia da conclusão do curso.
Sucesso e Boa Sorte!
97
Bibliografia
- MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 12ª. Edição. São Paulo. Editora
Atlas S.A., 2006
- GOUVEIA, Nelson. Contabilidade. 2ª. Edição. São Paulo. Editora McGraw-Hill do
Brasil Ltda.
- SÁ PINTO, Larissa Cavalcanti de, A formação acadêmica do contador para o mercado
atual. Disponível em:<
http://www.facape.br/socrates/Trabalhos/A%20forma%E7%E3o%20acad%EAmica%2
0do%20Contador.htm>. Acesso em 27 de abril de 2010.
- Site Contabilizando, 2001, Os livros contábeis. Disponível em:<
http://www.contabilizando.com/os.livros.cont.html>. Acesso em 27 de abril de 2010.
- Site Conselho Federal de Contabilidade, Caduceu. Disponível em:<
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http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/contascontabeis.htm>. Acesso em 27 de
abril de 2010.
- Site Aprendiz, 2004, Crescem as oportunidades para os novos contadores. Disponível
em:<
http://www2.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/estagios/noticias/ge110204.htm#1>.
Acesso em 28 de abril de 2010.
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- MORO, Ari, O contador é peça importante na sociedade. Disponível em:<
http://www.cursoaprovacao.com.br/pesquisa/entrevistas/entrevista_carreira/anderson_p
ereira.htm>. Acesso em 28 de abril de 2010.
- Site JusBrasil, Decreto-lei 9295/46 | Decreto-lei Nº 9.295, de 27 de maio de 1946.
Disponível em:< http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/126558/decreto-lei-9295-46>.
Acesso em 28 de abril de 2010.
- Site Algo Sobre, Escrituração Contábil: Lançamento Contábil. Disponível em:<
http://www.algosobre.com.br/contabilidade-geral/escrituracao-contabil-lancamento-
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- Site Café do Comércio, DLPA. Disponível em:<
http://www.cafedocomercio.com/empreendedorismo/dlpa.php>. Acesso em 30 de abril
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- Portal de Contabilidade, História da Contabilidade. Disponível em:<
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- WebArtigos, História da Contabilidade no Brasil. Disponível em:<
http://www.webartigos.com/articles/26988/1/Historia-da-Contabilidade-no-
Brasil/pagina1.html>. Acesso em 30 de abril de 2010.
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http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/imposto-renda-br7.htm>. Acesso em 30 de
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