apostila de direito tributário 2009

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DIREITO TRIBUTRIO (Prof. MAURCIO Muriack) 1) O CONCEITO LEGAL DE TRIBUTO: * 1 Conceito Legal de tributo(j revogado): Art. 9 da Lei 4.320/64: Art. 9 Tributo a receita derivada instituda pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e contribuies nos termos da constituio e das leis vigentes em matria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades. * 2 Conceito legal(e atual): Lei Federal n 5.172/66 - d origem ao 1 Cdigo Tributrio Nacional Brasileiro. Art. 3 do CTN: Tributo toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito, instituda em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada Este dispositivo legal originou a definio inconteste do que tributo legal. A riqueza de detalhes e a sua completude possibilitaram a verificao, caso a caso, da existncia ou no de um tributo, e, por este motivo, tal definio deve ser encarada como um ponto essencial par o entendimento de todo o sistema tributrio. Por motivos didticos, pode-se decompor a definio legal em vrios segmentos: 1) Tributo toda prestao: uma relao jurdica que origina o tributo e no mais uma relao de poder, de fora bruta do Estado ou do monarca absolutista. 2) Tributo toda Prestao Pecuniria: neste segmento, se incluem duas informaes adicionais; a prestao tributria pecuniria, paga em dinheiro, e, alm disso, se caracteriza por ser obrigatria, cogente, no sendo oriunda da vontade do contribuinte, mas da vontade da lei, que torna o tributo compulsrio. Observao: Exceo ao carter pecunirio do tributo: Dao em Pagamento art. 156, inc.XI, do CTN com redao introduzida pela Lei Complementar n 104/2001. A adjudicao e a arrematao em sede de execuo forada no configuram exceo ao carter pecunirio do tributo. 3) Tributo toda Prestao Pecuniria COMPULSRIA: existe neste vocbulo compulsria uma informao adicional, referente ao carter obrigatrio e cogente do tributo, ou seja, a prestao pecuniria no tem origem voluntria, no surgiu pela vontade do contribuinte, mas surgiu em face da vontade da lei. Dir-se-ia que a obrigao tributria ex lege, e no obrigao ex voluntate, sua origem a vontade da lei e no a vontade contratual ou unilateral do contribuinte ou do fisco, pois um fardo jurdico para ambos, pois o contribuinte tem o dever de pagar o tributo, e o fisco o dever de exigir o pagamento do tributo. 4) O TRIBUTO pago Em Moeda ou em Cujo Valor nela se Possa Exprimir: Neste segmento, ns temos o reforo da natureza pecuniria da prestao tributria. Aparentemente uma repetio desnecessria, pois a mesma informao j estava contida anteriormente no vocbulo prestao pecuniria. Obs: situao especial das estampilhas e dos indexadores tributrios e fiscais, pois segundo o STF legtima a fixao de unidades fiscais de correo monetria especficas para a cobrana de tributos, seja pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, sendo que estes trs podem usar no mximo os percentuais de correo monetria previstos na legislao federal, sob pena de aumento indireto do valor do tributo e previso de ndice monetrio de modo sub-reptcio privatidade/exclusividade da Unio no tema. De qualquer modo, a situao das estampilhas e das unidades fiscais de indexao monetria foi

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corretamente assegurada pela ressalva aparentemente redundante em tela. c) Que no Constitua Sano de Ato ilcito: significa que o tributo no um castigo, uma reao do ordenamento jurdico, mas to somente um dever do contribuinte. Isso afasta o tributo das multas e demais espcies de sanes. * Exceo: IPTU: Progressividade no Tempo. * Art. 182, 4, inc.II, da CF/88 imvel que no cumpre sua funo social. A sano esta na cobrana exarcebada da alquota do IPTU desse imvel. Ela ser de no mximo 15% - Estatuto da Cidade (lei federal n 10257/2001). *Art. 239, 4, da CF/88 alquota adicional do PIS/PASEP em casos de alto ndice de rotatividade da fora de trabalho. * o STF considera legtima a tributao da atividade ilcita, desde que a ilicitude no integre o fato gerador do tributo. Tributao sobre Atividade Ilcita. legtima a tributao de produtos financeiros resultantes de atividades criminosas, nos termos do art. 118, I, CTN ("A definio legal do fato gerador interpretada abstraindo-se: I - da validade jurdica dos atos efetivamente praticados pelo contribuinte, responsveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;"). Com esse entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus em favor de acusados pela prtica do crime de sonegao de imposto de renda sobre os rendimentos auferidos com a venda ilcita de cpsulas para emagrecimento compostas de substncias psicotrpicas. HC 77.530-RS, rel. Min. Seplveda Pertence, 25.8.98(INFORMATIV/STF n 120/98).

Processo REsp 182563 / RJ; RECURSO ESPECIAL 1998/0053556-0 Relator (a) Ministro JOS ARNALDO DA FONSECA (1106) rgo Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento 27/10/1998 Data da Publicao/Fonte DJ 23.11.1998 p. 198 RDR vol. 18 p. 410 RSTJ vol. 118 p. 388 RT vol. 762 p. 588 Ementa

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- RECURSO ESPECIAL. PENAL. PECULATO. CONDENAO. SONEGAO FISCAL DE RENDA PROVENIENTE DE ATUAO ILCITA. TRIBUTABILIDADE. INEXISTNCIA DO "BIS IN IDEM". BENS JURDICOS TUTELADOS NOS TIPOS PENAIS DISTINTOS. PUNIBILIDADE. So tributveis, "ex vi" do art. 118, do Cdigo Tributrio Nacional, as operaes ou atividades ilcitas ou imorais, posto a definio legal do fato gerador interpretada com abstrao da validade jurdica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsveis ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. - No constitui "bis in idem" a instaurao de ao penal para ambos os crimes, posto caracterizados peculato e sonegao fiscal, reduzindo-se, porm, a pena para o segundo crime vista das circunstncias judiciais. - Recurso conhecido e provido.

AcrdoPor unanimidade, conhecer do recurso e lhe dar provimento para, cassando o acrdo recorrido, restabelecer a sentena monocrtica, com a alterao alvitrada pelo voto do Revisor, vencido, por examinadas exaustivas e corretamente as circunstncias judiciais aplicveis a hiptese, com observncia do critrio adotado pela nossa legislao penal.

Processo HC 7444 / RS; HABEAS CORPUS 1998/0032244-2 Relator (a) Ministro EDSON VIDIGAL (1074) rgo Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento 23/06/1998 Data da Publicao/Fonte DJ 03.08.1998 p. 268 RT vol. 757 p. 498 EmentaPENAL. PROCESSUAL. TRFICO DE SUBSTNCIAS ENTORPECENTES. SONEGAO FISCAL. CONEXO. COMPETNCIA DA JUSTIA FEDERAL. PRISO PREVENTIVA. REVOGAO. INADMISSIBILIDADE. "HABEAS CORPUS". 1. possvel a tributao sobre rendimentos auferidos de atividade ilcita, seja de natureza civil ou penal; o pagamento de tributo no uma sano, mas uma arrecadao decorrente de renda ou lucro percebidos, mesmo que obtidos de forma ilcita. 2. Noticiada a prtica de sonegao de tributos federais, cabe Justia Federal processar e julgar esse crime e dos que lhe forem conexos (Sum. 122/STJ). 3. Inadmissvel a revogao da priso preventiva se subsistentes os motivos autorizadores. 4. "Habeas Corpus" conhecido; pedido indeferido.

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AcrdoPor unanimidade, conhecer do pedido, mas o indeferir, cassando a liminar parcialmente concedida.

HC. CONCESSO. OPERAO GAFANHOTO. A paciente acusada de haver sonegado valores Receita Federal, ao Fisco Federal, sob o fundamento de ter recebido de diversos servidores valores de seus salrios (operao gafanhoto). Fundou-se a denncia na Lei n. 8.137/1990, art. 1, I: Omitir informao ou prestar declarao falsa s autoridades fazendrias. Em outra denncia por peculato e por quadrilha ou bando, na qual, ao lado de oito pessoas, fora tambm a paciente denunciada. O Min. Relator acentuou que a conduta descrita, se penalmente punvel, no h, pela falta de especificidade, de ser punida como crime contra a ordem tributria. Admitindo-se tenha a paciente tido em seu poder as quantias recebidas, no tinha ela o dever jurdico de declar-las s autoridades fazendrias. A admisso implicaria auto-acusao e, tambm, o contra-senso de ter por sanado o carter ilcito do fato uma vez recolhido o tributo. Se houve ou h crime, no se trata de algum dos definidos na Lei n. 8.137/1990. O caso no de suprimir ou reduzir tributo, isso porque no havia tributo exigvel; se houvesse a exigncia, estar-se-ia tributando o ilcito e isso, evidentemente, no admissvel. Com essas consideraes, a Turma concedeu a ordem para trancar a ao penal. HC 55.217-RR, Rel. Min. Nilson Naves, julgado em 20/6/2006.

d) Institudo em Lei: a norma legal que instituir o tributo dever descrever todos os elementos do tributo para a sua formao. O tributo ser descrito em todos os seus detalhes, o Princpio da Tipicidade. - Aspecto Material: a situao jurdica ou ftica escolhida pelo legislador para fazer nascer o dever tributrio. a Hiptese de Incidncia, vulgarmente conhecida como Fato Gerador, pois ele que concretiza a hiptese de incidncia. * Existem 02 tipos de Comportamentos e Atividades: - Do Contribuinte; - Do Estado. * Em razo disso tambm haver 02 tipos de Tributo: - Vinculados; - No Vinculados. - Aspecto Espacial: o territrio onde a cobrana tributria vai ter eficcia e vigncia. Onde ocorrer o fato gerador. - Aspecto Temporal: o momento de ocorrncia do fato gerador. Importante para saber que norma tributria aplicar (ser sempre a vigente no dia da ocorrncia do fato gerador). - Aspecto Pessoal: diz respeito aos sujeitos da relao tributria (ativo e passivo). - Aspecto Quantitativo: o elemento que permite aferir o valor que ser pago. Tem a dualidade: Base de Clculo e a Alquota. * Base de Clculo a grandeza real ftica escolhida para suportar o nus tributrio. Ex: IPTU sua base de clculo valor venal (valor de mercado) do imvel;

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IPVA valor de mercado do automvel. * Alquota - a parcela da base de clculo que ser exigida pelo Estado. Ex: IPTU 1% a 3%; IR 15% e 27,5%. *02 tipos de alquotas: - Ad Valorem (Percentual). Ex: IR - Especficas (Cifrada e calculada com suporte na mesma grandeza real da base de clculo). Ex: a alquota da cide sobre gasolina de R$ 540,00 por metro cbico, o que equivale a um valor fixo de cinqenta e quatro centavos por litro de gasolina. e) Cobrada Mediante Atividade Administrativa Plenamente Vinculada: a cobrana e a arrecadao so atos administrativos vinculados, no pode haver discricionariedade por parte da Administrao pblica quanto cobrana, ocorrendo o fato gerador a cobrana se faz necessria.

2) NATUREZA JURDICA DO TRIBUTO: Art. 4 do CTN: A natureza jurdica especfica do tributo determinada pelo fato gerador da respectiva obrigao, sendo irrelevantes para qualific-la: I - a denominao e demais caractersticas formais adotadas pela lei; II - a destinao legal do produto da sua arrecadao * o que no interessa para caracterizar um tributo: a destinao e o nome(denominao) so irrelevantes para caracterizar a espcie tributria. * O que interessa: Fato Gerador (HI aspecto material); Base de Clculo (aspecto quantitativo este ltimo no veiculado no artigo 4 do CTN mas considerado pela doutrina e jurisprudncia). Eles so determinantes, tem que haver correspondncia lgica entre o Fato Gerador e a Base de Clculo. Segundo o STF, as contribuies sociais tm sua natureza jurdica ditada por sua destinao, devendo existir relao de causalidade entre sua arrecadao e destinao dos recursos (vide ADI 2010-DF)1; TRIBUTRIA: poder de tributar limitado e delimitado outorgado especificamente para um determinado ente poltico. uma parte do Jus Imperium do Estado. um poder to imensurvel que, para limit-lo originariamente, a prpria Constituio o distribuiu entre os entes federativos (Unio, Estado, DF e Municpios).

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COMPETNCIA

3.1) CARACTERSTICAS DA COMPETNCIA TRIBUTRIA: a) Privatividade: outorgada de forma exclusiva. Evitar repeties (bi-tributao).1

Trecho da ementa: A CONTRIBUIO DE SEGURIDADE SOCIAL POSSUI DESTINAO CONSTITUCIONAL ESPECFICA. - A contribuio de seguridade social no s se qualifica como modalidade autnoma de tributo (RTJ 143/684), como tambm representa espcie tributria essencialmente vinculada ao financiamento da seguridade social, em funo de especfica destinao constitucional. A vigncia temporria das alquotas progressivas (art. 2 da Lei n 9.783/99), alm de no implicar concesso adicional de outras vantagens, benefcios ou servios - rompendo, em conseqncia, a necessria vinculao causal que deve existir entre contribuies e benefcios (RTJ 147/921).

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*Exceo regra da privatividade: Art. 154, inc.II, da CF/88 - Impostos Extraordinrios de Guerra. Possui natureza especial, emergencial. Pode invadir competncias tributrias. b) Indelegabilidade: a competncia tributria(competncia legislativa para instituir e regular um determinado tributo)no pode ser transferida de um ente poltico para outro. Funes de Arrecadao e Fiscalizao: Art. 7 do CTN. No configuram transferncia de competncia tributria. Novel previso na CF/88(EC n 42/2003) a respeito do ITR para os Municpios que resolverem assumir a arrecadao e fiscalizao deste tributo federal no configura exceo caracterstica de delegabilidade; No se pode confundir competncia tributria, que indelegvel(art. 48, II, da CF/88), com capacidade tributria ativa, que delegvel2. c) Irrenunciabilidade: a competncia tributria um direito de carter pblico indisponvel. O ente poltico no pode renunci-la, pois a renncia implica um efeito permanente que somente2 RE 299713 / PR - PARAN RECURSO EXTRAORDINRIO Relator(a): Min. ELLEN GRACIE Julgamento: 06/12/2004 Publicao DJ 04/02/2005 PP-00115 Partes RECURSO EXTRAORDINRIO N. 299.713-7 PROCED.: PARAN RELATORA : MIN. ELLEN GRACIE RECTE.: CEVAL ALIMENTOS S/A ADVDOS.: JOS MRSCHBCHER E OUTROS RECDA.: UNIO ADV.: PFN - CEZAR SALDANHA SOUZA JUNIOR RECDA.: EMPRESA PARANAENSE DE CLASSIFICAO DE PRODUTOS - CLASPAR ADVDOS.: JORGE ARTHUR MORSCH E OUTROS Despacho 1. Trata-se de recurso extraordinrio, interposto com fundamento no art. 102, III, "a" da CF, contra acrdo da 1 Turma do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, assim ementado: "TRIBUTRIO. MANDADO DE SEGURANA. TAXA DE CLASSIFICAO DE PRODUTOS VEGETAIS. DECRETO-LEI 1.899/81. ALTERAO. PORTARIAS. 1. A constitucionalidade do Decreto-Lei 1.899/81 j foi proclamada pelo STF. 2. A alterao de alquota de taxa est vinculada diretamente ao poder de polcia do Estado, como na hiptese, e traduzindo-se em autntica garantia da qualidade do servio pblico prestado, no pode depender de lei para a sua instrumentalizao, sob pena de inviabilizar a prpria atividade do Estado. 3. A fixao ou majorao de alquota depende de lei. A diminuio, porm, independe, porque o princpio da legalidade protege o contribuinte, no podendo ser invocado em hiptese em que o mesmo beneficiado. 4. Apelao improvida." (fl. 230) Alega a recorrente que, por se tratar de exigncia fiscal cujo "quantum" foi estabelecido em portaria interministerial, expedida a partir de delegao constante no art 8 do DecretoLei n 1.899/81, a mesma nula de pleno direito por ofensa ao princpio da estrita legalidade tributria (CF, art. 150, I), bem como por contrariar o princpio constitucional da indelegabilidade de competncias tributrias (CF, art 48, I). O MPF pelo improvimento do recurso extraordinrio (fls. 467-471). 2. Observo que a 2 Turma do STF examinou, recentemente, questo idntica versada nos presentes autos. Colho da ementa do RE 299.731, de minha relatoria, 2 Turma, unnime, DJ de 28.10.2004: "TRIBUTRIO. TAXA. CLASSIFICAO DE PRODUTOS VEGETAIS. DECRETO-LEI N 1.899/81. ALEGADA OFENSA AO PRINCPIO DA LEGALIDADE ESTRITA. 1. Caso em que o xito da tese deduzida pelo recorrente implica a configurao de situao mais gravosa ao contribuinte, razo pela qual no h interesse na tese de inconstitucionalidade que anima o recurso extraordinrio. 2. Recurso improvido." Naquela oportunidade, registrei em meu voto: "O art. 48, I da CF, tido por violado, no est prequestionado, vez que no foi discutido no acrdo que negou provimento apelao, no tendo ocorrido a oposio de embargos de declarao (Smulas STF n 282 e 356). O recorrente aduz que a delegao constante no art. 8 do Decreto-Lei n 1.899/81 afrontou o princpio da legalidade estrita (CF, art. 150, I). Esta Corte, sob a gide da Carta de 1967, j se manifestou quanto constitucionalidade da taxa de classificao de produtos vegetais, sem, no entanto, examinar especificamente a ora alegada ofensa ao princpio da legalidade. Eis a ementa do precedente: 'CONSTITUCIONAL. TRIBUTRIO. TAXA. CLASSIFICAO DE PRODUTOS VEGETAIS. D.L. 1.899/81. I. - Hiptese em que se configura exerccio do poder de polcia a justificar a instituio da taxa. Capacidade tributria ativa: possibilidade de delegao. A competncia tributria, que se distingue da capacidade tributria, que indelegvel. II. - Agravo regimental improvido.' (AI 133.645 AgR, rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ de 14.12.90) Esse o texto do dispositivo impugnado no presente recurso: 'Art 8 Os Ministro da Fazenda, da Agricultura e Chefe da Secretaria de Planejamento da Presidncia da Repblica podero expedir, em portaria conjunta, as instrues necessrias execuo deste Decreto-lei, bem como reduzir at zero o valor das taxas ou restabelec-lo no todo ou em parte. Pargrafo nico. O Ministrio da Fazenda baixar normas relativas arrecadao e fiscalizao das taxas, inclusive quanto aos prazos de recolhimento.' Sobre essa questo, colho trecho do acrdo recorrido: '(...) a garantia do princpio da legalidade, no que diz respeito fixao da alquota de tributo, constitui patrimnio do contribuinte. Isso quer dizer que a fim de proteger-se o contribuinte contra o poder do Estado que se condiciona a fixao da alquota expedio de ato legal. Ora, se o poder tributante diminui a alquota, obviamente no ofende interesse do particular. Logo, somente a alterao que prejudica, que onera o contribuinte que est submetida ao princpio da legalidade. No o caso dos autos, em que houve diminuio da onerao no que se relaciona com a taxa de classificao de produtos vegetais' (fl. 464) Com efeito, o art. 2 do aludido Decreto-Lei estabelece o valor da referida taxa: 'Art 2 O valor das taxas ser determinado em funo de mltiplos ou fraes do valor nominal de uma Obrigao Reajustvel do Tesouro Nacional (ORTN), fixado para os meses de janeiro e julho de cada ano, na forma seguinte: (...) III - Pela classificao de produtos vegetais: a) classificao: duas ORTN, por tonelada ou frao; (...)' Das informaes prestadas pela autoridade coatora colhe-se que o valor de 2 ORTN originais do Decreto-Lei 1.899 equivaliam, poca da impetrao, a 12,34 UFIR (fl. 80). A Portaria Interministerial n 531, de 13.10.94, dos Ministros de Estado da Fazenda, da Secretaria de Planejamento, Oramento e Coordenao da Presidncia da Repblica, da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrria estabelece o valor da taxa de classificao em R$0,76 (setenta e seis centavos de real) por tonelada de milho ou frao, equivalente, poca, a 1,20 UFIR. Na inicial alegou o impetrante que 'a Portaria Interministerial n 531/94 retrata verdadeira manipulao, pelo poder executivo, das alquotas da taxa de classificao fixadas pelo Decreto-lei n 1.899/81, em flagrante desrespeito ao princpio da legalidade' (fl. 10) Requereu ao final da impetrao, dentre outros pedidos, 'a inconstitucionalidade da exigncia da taxa de classificao de que se trata, eis que seu valor fixado seletivamente por portaria (Portaria Interministerial n 531/94), em contraposio sua fixao em carter universal por decreto lei, o que fere o princpio constitucional da legalidade' (fl. 14). No caso, fato incontroverso que a aludida portaria interministerial fixou a alquota da exao em patamar bastante inferior ao que estabelecido no Decreto-lei n 1.899/81. Sendo a delegao constante do art. 8 do referido Decreto-lei o objeto do alegado vcio de inconstitucionalidade, o xito da tese de ofensa ao princpio da legalidade implicaria, no caso concreto, na remanescncia do valor estabelecido no art. 2, III, 'a' da norma delegante, em situao mais gravosa ao recorrente. Assim, atentando-se aos limites inerentes ao controle difuso de constitucionalidade das normas, tenho por ausente o interesse na argio de inconstitucionalidade que anima o presente recurso extraordinrio." Sendo ntida a identidade entre os casos, adoto, portanto, como razes de decidir, os fundamentos do voto proferido no RE 299.731. 3. Assim, nego seguimento ao recurso extraordinrio (art. 557, caput, do CPC). Publique-se. Braslia, 6 de dezembro de 2004. Ministra Ellen Gracie Relatora

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seria possvel com a vontade constitucional do poder derivado. d) Facultatividade: discricionariedade poltica de exercitar a competncia tributria. O ente poltico pode executar total ou parcialmente a competncia tributria de que detentor. No implica renncia da competncia, mas o sue simples no-exerccio total ou parcial. Ex1: a no instituio do IGF pela Unio(artigo 153, inciso VII, da CF/88) um facultativo no-exerccio parcial; em tese, a Unio pode instituir por lei complementar o Imposto sobre Grandes Fortunas a qualquer momento; Ex 2: a concesso de iseno do imposto de renda para pessoas fsicas com mais de sessenta e cinco anos de idade a partir de dois mil reais um facultativo no-exerccio parcial da competncia. * Criao do Tributo: um ato de discricionariedade poltica do ente federativo. Ele institui o tributo se quiser, exerce a competncia se lhe aprouver. * A Lei de Responsabilidade Fiscal(Lei Complementar Federal n 101/2000) relativizou, limitou parcialmente a facultatividade do exerccio da competncia tributria em seu art. 11(art.11 Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gesto fiscal a instituio, previso e efetiva arrecadao de todos os tributos da competncia constitucional do ente da Federao. Pargrafo nico. vedada a realizao de transferncias voluntrias para o ente que no observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos). Se a entidade no criar todos os seus impostos, ser considerada de gesto fiscal irresponsvel e no poder receber transferncias oramentrias voluntrias, com exceo daquelas relacionadas sade, educao e assistncia social(artigo 25, 3 da LRF). Esta sano no se aplica a outras espcies tributrias, somente aos impostos. Na prtica, tal dispositivo afeta somente os Estados, DF e Municpios, pois a Unio no recebe transferncias. Obs: a Constituio no cria tributos, cria apenas a competncia tributria, a qual exercida atravs de lei.

e) Incaducabilidade: a competncia tributria no exercida no se perde e nem se transfere para outro ente poltico, nos termos do art. 8 do CTN (Art. 8 O no-exerccio da competncia tributria no a defere a pessoa jurdica de direito pblico diversa daquela a que a Constituio a tenha atribudo). f) Inalterabilidade: a competncia no pode ser alterada pelo prprio ente que a detm. Em outros termos, no pode a lei federal, estadual, distrital ou municipal alterar, sponte prpria, a competncia tributria outorgada pela CF/88. * A Competncia tributria pode ser alterada por Emenda Constitucional, desde que no exista risco para a essncia federativa, que clusula ptrea. 4) ESPCIES TRIBUTRIAS: Impostos(artigo 5 do CTN e 145 da CF/88); Taxas(artigo 5 do CTN e 145 da CF/88); Contribuio de Melhoria;(artigo 5 do CTN e 145 da CF/88) Emprstimos Compulsrios(art. 15 do CTN e 148 da CF88); Contribuies Parafiscais ou Especiais(art. 217 do CTN e 149 da CF/88).OBS: at 1988, o STF considerava que os emprstimos compulsrios e as contribuies parafiscais ou especiais no tinham natureza tributria, mas reviu seu ponto de vista com a previso de ambas as espcies no captulo pertinente tributao. 4.1) IMPOSTOS: Art. 16 do CTN (Art. 16. Imposto o tributo cuja obrigao tem por fato gerador uma situao independente de qualquer atividade estatal especfica, relativa ao contribuinte). um tributo no-vinculado, cujo fato gerador tem sempre relao com o comportamento do contribuinte. * Ex: IR paga porque auferiu renda; IPVA paga porque proprietrio de um automvel. 4.1.1 - Competncia para instituir impostos: privativa, com exceo do imposto extraordinrio de guerra, que pode invadir competncias tributrias estaduais, e municipais, se superpondo aos impostos estaduais e municipais. 4.1.2 - Natureza jurdica: um tributo no-vinculado, seu fato gerador no tem nenhum relao com atividades estatais, mas diz

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respeito, sempre, a comportamentos de contedo econmico dos contribuintes. No tem qualquer vinculao com alguma atividade estatal. No existe contra-prestao do Estado. 4.1.3 - Aspecto Material (FG): comportamento econmico do contribuinte. Por isso sua natureza no-vinculada. 4.1.4 - Receita Geral: no tem destinao especfica. Serve para satisfazer as necessidades pblicas gerais e inespecficas, e no pode o imposto ser destinado para determinada despesa, fundo ou rgo. Excees ao carter de receita geral: hipteses constitucionais que autorizam destinao especfica aos impostos: - Impostos Extraordinrios de Guerra; destinao ao esforo de guerra - Art. 212 da CF/88: recursos de impostos para a Educao; - Art. 199 da CF/88: recursos de impostos para a Sade; - Art. 167, inc.IV, da CF/88: Pagamento de Aros (Operao de Crdito por Antecipao de Receita); - Pagamento de Garantias ou Contra-Garantias de Dvidas Pblicas; - Os Fundos do ADCT; - Fundo de Participao dos Estados e Municpios; - Arts. 157, 158, 159 da CF/88: Transferncias Constitucionais Ver os artigos 204, pargrafo nico, e 216, pargrafo nico, hipteses criadas pela Reforma Tributria (EC n 42/2003) e que permite vinculao de impostos includos no conceito de receita tributria.

4.1.5 - Taxatividade: em regra, os impostos j esto nominados e descritos na Constituio Federal. a) Impostos Federais: Art. 153 da CF/88. II, IE, IPI, IR, ITR, IOF, IGF. b) Impostos Estaduais: Art. 155 da CF/88. ICMS, IPVA, Imposto de Transmisso Causa Mortis e Doao. * Entre 88 e 93 havia um Imposto Adicional de Renda cobrado pelos Estados. c) Impostos Municipais: Art. 156 da CF/88. IPTU, ISS, ITBI. d) Impostos Distritais: Arts. 32 e 147 da CF/88. Competncias Estaduais e Municipais (Sui Generis). ICMS, IPVA, ITCM, IPTU, ISS, ITBI. * Art. 33 da CF/88: Territrios Autarquias Federais. No tem natureza de ente poltico, no participa da federao. Pertence Unio. Sua natureza de um ente administrativo. * Art. 147 da CF/88: no caso de criao de Territrio Federal, os Impostos Estaduais sero institudos e cobrados pela Unio e os Impostos Municipais somente sero cobrados pela Unio, na ausncia de Municpios, existindo sero cobrados por eles. * IVVC: Imposto sobre a Venda no Varejo de Combustveis. Existiu entre os anos de 88 a 93 e era cobrado pelos Municpios. e) Impostos Extraordinrios de Guerra: Art. 154, inc.II, da CF/88. Institudo pela Unio LOF e MP. * No tm Fatos Geradores pr-determinados na CF/88. *Pode ter qualquer aspecto material que a Unio, por lei ordinria, queira instituir; Pode invadir competncia tributria Estadual e Municipal. Pode repetir aspectos materiais j expressos na CF/88 nas competncias federal, estadual, distrital ou municipal. * Destinao Especfica: esforo de guerra. O esforo de guerra envolve a iminncia e a conjuntura posterior da guerra. * Carter: transitrio. S pode ser cobrado enquanto durar a guerra ou enquanto durar a necessidade de reconstruo. A Constituio no estipulou expressamente nenhum prazo, pois a situao de guerra imprevisvel. * Art. 76 do CTN: o prazo de cinco anos, contados da celebrao da paz, previsto no CTN para suprimir o imposto extraordinrio de guerra, no foi recepcionado pela CF/88, exatamente porque ele estipula um prazo mximo para cobrar o mesmo. f) Impostos Residuais: Art. 154, inc.I, da CF/88. So Impostos Novos na CF, que no foram previstos inicialmente. So inominados. * Competncia: Unio (exclusiva). * Caractersticas: - criados por Lei Complementar; - sero no-cumulativos; - no podem ter base de clculo idntica aos impostos j enumerados na CF/88. vinte por cento de sua arrecadao ser repartida com Estados e Distrito Federal(artigo 157,inciso II, da CF/88); 4.1.6 Classificaes doutrinrias mais relevantes dos impostos: a) Impostos Pessoais e Reais: diz respeito base de incidncia do imposto. Real incide sobre coisas. Ex: IPTU. Pessoal incide sobre a pessoa do contribuinte. Ex: IR. * Progressividade somente para os impostos pessoais (Entend. STF). b) Impostos diretos e indiretos;

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Impostos Diretos: pago pelo contribuinte de direito, quem tem o dever jurdico. Ex: IR. impostos Indiretos: pago pelo contribuinte de fato. transferido economicamente(no-juridicamente)do contribuinte de direito para o contribuinte de fato. Ex: ICMS (comerciante transfere para a mercadoria). * Exemplos: IPI, II, IE so objeto de transferncia meramente econmica. * No obstante seja uma classificao cujo critrio uma realidade econmica, o Art. 166 do CTN o adota para restringir, em tese, o direito devoluo de tributo pago indevidamente requisitos legal para a legitimidade da Ao de Repetio de Indbito do contribuinte. Para receber tem que provar a transferncia ocorrida. d) Imposto Fiscal: objetivo de arrecadar receitas pblicas. Ex: IPVA, ICMS. j) Imposto Extrafiscal: objetivo de interveno na ordem econmica, no entanto eles arrecadam. Ex: II, IE regulam a balana comercial (e a balana de pagamentos) no Brasil; IPI estimula ou desestimula o consumo de certos bens: IOF regulamenta o sistema financeiro (estimula ou desestimula atividades e prticas no mercado financeiro). So excees aos Princpios da Legalidade e da Anterioridade. 4.1.7 Impostos em espcie: Impostos da Unio imposto de importao (art. 19, inciso II do CTN): fato gerador: importao de mercadoria estrangeira; e equiparao de mercadoria nacional quando: houver reimportao resultante de exportao temporria irregular, houver modificao da espcie da mercadoria em face de beneficiamento no exterior e bens utilizados em obras feitas no exterior e que retornem ao pas; no incide sobre mercadoria que tenha chegado ao pas por erro e seja redirecionada origem, bem como no incide sobre mercadoria importada de substituio de bem importado defeituoso; tambm no incide sobre bens exportados no regime temporrio ou que tenham sido devolvidos ao Brasil; no incide sobre pescado em guas internacionais, se a empresa tiver sede no Brasil fato gerador: entrada da mercadoria estrangeira no territrio brasileiro, mas o momento de ocorrrncia do fato gerador o do registro da Declarao de Importao (DI) no desembarao aduaneiro; base de clculo: se a alquota for ad valorem(percentual), ser o valor aduaneiro definido na OMC, e se a alquota for especfica, ser a quantidade de mercadoria expressa nas unidades oficiais(TEC-Mercosul) as alquotas sero definidas nas TEC, e em regra so ad valorem, diversificando-se pela essencialidade) so contribuintes(DL n 37/66 e DL n 2.472/88): o importador, o destinatrio de remessa postal internacional e o adquirente de mercadoria entrepostada; responsveis tributrios: o transportador, o depositrio, e o adquirente/cessionrio e o representante de transportador estrangeiro(solidrios estes ltimos); o poder executivo pode alterar as alquotas a qualquer momento, sendo exceo legalidade e anterioridade; lanamento feito por declarao; drawback: importao de insumos voltados exportao sem o pagamento do II, do IPI e do ICMS; alternativa desvalorizao do dlar; entre dezembro de 2004 e abril de 2005, aumentou de 10,91% para 11,31% da participao no total das importaes; imposto de exportao(artigo 23 do CTN): fato gerador: exportao de mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior e relacionada pelo Poder Executivo; momento de ocorrncia: dia do registro no Siscomex; base de clculo: preo normal da mercadoria levando em conta parmetros determinados pelo Conselho Monetrio Nacional; o preo vista um indicativo; vedada a base de clculo menor do que o custo, incluindo tributos e margem de lucro de 15%; contribuinte: o exportador, e responsveis o transportador e o depositrio; alquota: a alquota bsica de 30%, mas poder ser aumentada (em at 150%) ou reduzida pelo Poder Executivo; tambm exceo ao princpio da anterioridade; imposto sobre o comrcio exterior, segundo a classificao do CTN; lanamento por declarao; Imposto de Renda(IR- artigo 43 do CTN)): d) incidncia e fato gerador: o IR incide sobre a disponibilidade econmica de rendas e proventos de qualquer natureza o fato gerador e disponibilidade financeira(art. 43 do CTN Art. 43. O imposto, de competncia da Unio, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisio da disponibilidade econmica ou jurdica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinao de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acrscimos patrimoniais no compreendidos no inciso anterior; no incide sobre verbas indenizatrias ou compensatrias; 1o do artigo 43: a incidncia do imposto independe da denominao da receita ou do rendimento, da localizao, condio jurdica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepo; 2o do artigo 43 Na hiptese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecer as condies e o momento em que se dar sua disponibilidade, para fins de incidncia do imposto referido neste artigo; di) base de clculo: montante real, arbitrado ou presumido (artigo 44 do CTN = Art. 44. A base de clculo do imposto o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributveis); dii) contribuinte o titular da disponibilidade(Art. 45 do CTN: . Contribuinte do imposto o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuzo de atribuir a lei essa condio ao possuidor, a qualquer ttulo, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributveis; diii) responsvel tributrio: a fonte pagadora e o dever de reteno;(Pargrafo nico do artigo 45 do CTN: A lei pode atribuir fonte pagadora da renda ou dos proventos tributveis a condio de responsvel pelo imposto cuja reteno e recolhimento lhe caibam)

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div) observaes gerais: no h mais imunidade tributria, e informado pelos critrios da universalidade, generalidade e progressividade; divide-se em trs: IRPJ, IRPF e IRRF; lanamento por homologao; IPI(artigo 46 do CTN):

incidncia: incide sobre qualquer mercadoria objeto de beneficiamento ou transformao industrial; so fatos geradores: o desembarao aduaneiro, a sada do estabelecimento importador, industrial ou equiparado; a aquisio em leilo; vide artigo 46 do CTN: Art. 46. O imposto, de competncia da Unio, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: I - o seu desembarao aduaneiro, quando de procedncia estrangeira; II - a sua sada dos estabelecimentos a que se refere o pargrafo nico do artigo 51; III - a sua arrematao, quando apreendido ou abandonado e levado a leilo. Pargrafo nico. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operao que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeioe para o consumo a) base de clculo: regra geral(sada do estabelecimento) o valor da mercadoria; na arrematao a base de clculo o preo corrente do produto; na importao, a soma do valor aduaneiro mais imposto de importao e encargos cambiais; as alquotas so as previstas na tabela do TIPI; so seletivas as alquotas; so contribuintes: o importador, o industrial e o equiparado, o comerciante e o arrematante; qualquer estabelecimento comercial autnomo; exceo a princpios constitucionais (anterioridade e legalidade tributria) e imposto no-cumulativo; no incide IPI sobre produto para exportao(imunidade especfica); lanamento por homologao;

b)

IOF(CTN artigo 63): incide sobre operaes de crdito, cmbio e seguro ou relativas a ttulos ou valores mobilirios; incide sobre o ouro(ativo fin. e camb.), mas segundo o STF, apenas na operao de origem; fato gerador: 1) nas operaes de crdito: a sua efetivao pela entrega parcial ou total do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigao, ou sua colocao disposio do interessado; 2) nas Operaes de Cmbio: entrega de moeda nacional ou estrangeira, a sua efetivao pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocao disposio do interessado em montante equivalente moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta disposio por este; 3) nas operaes de seguro: a emisso de aplice ou recebimento de prmio nas operaes de seguro; 4) quanto s operaes relativas a ttulos e valores mobilirios, a emisso, transmisso, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicvel. Observao (Pargrafo nico do artigo 63 do CTN): A incidncia definida no item 1 exclui a definida no inciso 4, e reciprocamente, quanto emisso, ao pagamento ou resgate do ttulo representativo de uma mesma operao de crdito. base de clculo: montante da obrigao, o da moeda nacional, o do prmio e o preo ou valor nominal nas transaes financeiras de ttulos;( Art. 64. A base de clculo do imposto : I - quanto s operaes de crdito, o montante da obrigao, compreendendo o principal e os juros; II - quanto s operaes de cmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto disposio; III - quanto s operaes de seguro, o montante do prmio; IV - quanto s operaes relativas a ttulos e valores mobilirios: a) na emisso, o valor nominal mais o gio, se houver; b) na transmisso, o preo ou o valor nominal, ou o valor da cotao em Bolsa, como determinar a lei; c) no pagamento ou resgate, o preo. observaes gerais: exceo ao princpio da anterioridade e da legalidade administrativa; Art. 66 do CTN: Contribuinte do imposto qualquer das partes na operao tributada, como dispuser a lei;

IMPOSTO TERRITORIAL RURAL(ITR - artigo 29 do CTN): observaes gerais: incide sobre o imvel na zona rural do municpio; h imunidade tributria sobre pequenas glebas(definio legal de pequana gleba rural ver artigo 2 da lei Federal n 9.393/96; 100 hectares(Amaznia Ocidental e Pantanal); 50 hectares(polgono das secas e Amaznia oriental); 30 hectares (em qualquer outro Municpio); O ITR incide inclusive sobre o imvel declarado de interesse social para fins de reforma agrria, enquanto no transferida a propriedade, exceto se houver imisso prvia na posse; considera-se imvel rural a rea contnua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona rural do municpio; segundo a reforma tributria, que alterou o artigo 153 da Constituio em seu pargrafo quarto, o ITR: I - ser progressivo e ter suas alquotas fixadas de forma a desestimular a manuteno de propriedades improdutivas; II - no incidir sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietrio que no possua outro imvel(foi retirado o requisito da explorao em regime de subsistncia s ou com a famlia; agora, basta ser pequena gleba rural e ser a nica propriedade, beneficiando no apenas as produes artesanais, mas tambm aquelas com empregados desde que seja pequena gleba rural e a nica propriedade rural do seu dono); III - ser fiscalizado e cobrado pelos Municpios que assim optarem, na forma da lei, desde que no implique reduo do imposto ou qualquer outra forma de renncia fiscal (grande novidade, pois permite uma delegao da competncia da Unio para o Municpio que quiser explorar este imposto; neste caso, no somente cinquenta por cento, mas cem por cento da arrecadao ser do municpio que fizer esta opo, de acordo com o novo artigo 159 da CF/88); seu fato gerador a propriedade, o domnio til ou a posse do imvel rural; o imvel que pertencer a mais de um municpio dever ser enquadrado no municpio onde fique a sede do imvel e, se esta no existir, ser enquadrado no municpio onde se localize a maior parte do imvel. a base de clculo o valor da terra nua tributvel; as alquotas so ad valorem (em percentual da base de clculo) e devem desestimular a propriedade rural improdutiva; contribuinte o proprietrio, o titular do domnio til ou o possuidor a qualquer ttulo do imvel rural; o lanamento ser feito por homologao; Compete Secretaria da Receita Federal a administrao do ITR, includas as atividades de arrecadao, tributao e fiscalizao. No processo administrativo fiscal, compreendendo os procedimentos destinados determinao e exigncia do imposto, imposio de

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penalidades, repetio de indbito e soluo de consultas, bem como a compensao do imposto, observar-se- a legislao prevista para os demais tributos federais. possvel convnio entre a SRF e o Incra para ajuda na fiscalizao do tributo; o Imposto sobre as Grandes Fortunas(IGF): dever ser institudo por lei complementar e 100% do produto de sua arrecadao ir para o Fundo de Combate e erradicao da pobreza; os impostos residuais: precisam ser criados por lei complementar, no podem Ter base de clculo prpria de impostos j discriminados na Constituio e devero ser no-cumulativos; 20% da arrecadao, feita em virtude da competncia exclusiva da Unio, dever ser transferida para Estados e Distrito Federal; os impostos extraordinrios tambm so de competncia da Unio e podem ser criados por lei ordinria ou medida provisria; alm disso, so exceo expressa ao princpio da anterioridade(artigo 150, 1, da CF/88);. Os impostos Estaduais: ICMS, IPVA(fato gerador: ser proprietrio de veculo automotor; base de clculo: valor do veculo; no incide sobre embarcaes areas e martimas ou de navegao; o contribuinte o proprietrio do imvel; segundo a reforma tributria artigo 155, 6, poder ser seletivo em razo do valor e da utilizao do carro e poder Ter as suas alquotas mnimas fixadas por resoluo do Senado Federal) e ITCD(tem por fato gerador a doao ato gratuito, no-oneroso e a transmisso hereditria; o contribuinte ser o herdeiro, o legatrio ou o beneficiado pela doao o donatrio);

ICMS:

incidncia: sobre operaes relativas circulao de mercadorias e sobre prestaes de servios de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicao, ainda que as operaes e as prestaes se iniciem no exterior; tambm incide sobre operaes com energia eltrica, combustveis e derivados, servios de telecomunicaes e minerais; detalhamento legal(LC n 87/96) da incidncia: a) incide sobre: I - operaes relativas circulao de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentao e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; II - prestaes de servios de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; III - prestaes onerosas de servios de comunicao, por qualquer meio, inclusive a gerao, a emisso, a recepo, a transmisso, a retransmisso, a repetio e a ampliao de comunicao de qualquer natureza; IV - fornecimento de mercadorias com prestao de servios no compreendidos na competncia tributria dos Municpios; V - fornecimento de mercadorias com prestao de servios sujeitos ao imposto sobre servios, de competncia dos Municpios,

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quando a lei complementar aplicvel expressamente o sujeitar incidncia do imposto estadual. VII sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa fsica ou jurdica, ainda que no seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade; VIII - sobre o servio prestado no exterior ou cuja prestao se tenha iniciado no exterior; IX - sobre a entrada, no territrio do Estado destinatrio, de petrleo, inclusive lubrificantes e combustveis lquidos e gasosos dele derivados, e de energia eltrica, quando no destinados comercializao ou industrializao, decorrentes de operaes interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente. b) no incidncia(ou seja, casos de no-ocorrcia do fato gerador do ICMS e exoneraes tributrias: no incide sobre: I - operaes com livros, jornais, peridicos e o papel destinado a sua impresso; II - operaes e prestaes que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primrios e produtos industrializados semielaborados, ou servios(Equipara-se a estas operaes a sada de mercadoria realizada com o fim especfico de exportao para o exterior, destinada a: I - empresa comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da mesma empresa; II armazm alfandegado ou entreposto aduaneiro); III - operaes interestaduais relativas a energia eltrica e petrleo, inclusive lubrificantes e combustveis lquidos e gasosos dele derivados, quando destinados industrializao ou comercializao; IV - operaes com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; V - operaes relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser utilizadas na prestao, pelo prprio autor da sada, de servio de qualquer natureza definido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre servios, de competncia dos Municpios, ressalvadas as hipteses previstas na mesma lei complementar; VI - operaes de qualquer natureza de que decorra a transferncia de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espcie3; VII - operaes decorrentes de alienao fiduciria em garantia, inclusive a operao efetuada pelo credor em decorrncia do inadimplemento do devedor; VIII - operaes de arrendamento mercantil, no compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatrio; IX - operaes de qualquer natureza de que decorra a transferncia de bens mveis salvados de sinistro para companhias seguradoras. o Contribuinte do ICMS na definio legal qualquer pessoa, fsica ou jurdica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operaes de circulao de mercadoria ou prestaes de servios de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicao, ainda que as operaes e as prestaes se iniciem no exterior; tambm contribuinte a pessoa fsica ou jurdica que, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial: I importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade; II - seja destinatria de servio prestado no exterior ou cuja prestao se tenha iniciado no exterior; III adquira em licitao mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados; IV adquira lubrificantes e combustveis lquidos e gasosos derivados de petrleo e energia eltrica oriundos de outro Estado, quando no destinados comercializao ou industrializao. As alquotas podero ser internas ou interestaduais, e o tributo ser submetido a processo de apurao de crditos fiscais que lhe garantam a no-cumulatividade, e poder ser seletivo; atualmente, suas alquotas podero ser reduzidas por ato do poder executivo(Emenda Constitucional n 33/2001); So contribuintes, conforme a legislao especfica, o comerciante, o industrial, o produtor, o importador, o arrematante e o prestador de servios; Os impostos Municipais: ISS nos termos da recente Lei Complementar n 116/2003: 1) Incidncia: tem como fato gerador a prestao de servios constantes da lista da Lei Complementar 116/2003, ainda que esses no se constituam como atividade preponderante do prestador; se o servio no estiver na lista, no incide ISS, no cabendo analogia ou interpretao extensiva da mesma, segundo o STF; O imposto incide tambm sobre o servio proveniente do exterior do Pas ou cuja prestao se tenha iniciado no exterior do Pas.; Ressalvadas as excees expressas na LC n 116/2003, os servios nela mencionados no ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operaes Relativas Circulao de Mercadorias e Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao ICMS, ainda que sua prestao envolva fornecimento de mercadorias; O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os servios prestados mediante a utilizao de bens e servios pblicos explorados economicamente mediante autorizao, permisso ou concesso, com o pagamento de tarifa, preo ou pedgio pelo usurio final do servio; A incidncia do imposto no depende da denominao dada ao servio prestado. Segundo entendimento do STF, o ISS no incide sobre a locao de bens mveis, apenas na locao de servios4.3

TRIBUTO. ICMS. Transferncia de bens. Incorporao de uma sociedade por outra. No incidncia. Inexistncia de circulao de mercadorias. Precedentes. Recurso extraordinrio no provido. No incide ICMS na hiptese de incorporao de uma sociedade por outra ( RE 208932 AgRED / SP - SO PAULO Julgamento: 17/03/2009 rgo Julgador: Primeira Turma).

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AI 699051 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI Julgamento: 17/03/2009 rgo Julgador: Primeira Turma Publicao DJe-071 DIVULG 16-04-2009 PUBLIC 17-04-2009 EMENT VOL-02356-23 PP-04846Parte(s)

EMENTA: TRIBUTRIO. CONSTITUCIONAL. ISS SOBRE A LOCAO DE BENS MVEIS. PRESTAO DE SERVIOS. POSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - A orientao do Tribunal no sentido de que no pode incidir sobre a locao de bens mveis o imposto sobre servios, desde que essa atividade no se confunda com a prestao de servios. II - O acrdo recorrido, com base no conjunto ftico-probatrio dos autos, entendeu restar configurada a atividade de locao de servios, sujeita ao ISS. Para se chegar concluso contrria adotada, necessrio seria o reexame de matria de fato, o que atrai a incidncia da Smula 279 do STF. III - Agravo regimental improvido.

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Tambm, segundo entendimento do STF, o ISS incide sobre servios de registros pblicos, cartrios e notariais,aps a promulgao da Lei Complementar n 116/20035.

2) no-incidncia: O imposto no incide sobre: I as exportaes de servios para o exterior do Pas(no so considerados servios destinados ao exterior- e sobre eles incide o ISS No se enquadram no disposto no inciso anterior os servios desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior. II a prestao de servios em relao de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundaes, bem como dos scios-gerentes e dos gerentes-delegados; III o valor intermediado no mercado de ttulos e valores mobilirios, o valor dos depsitos bancrios, o principal, juros e acrscimos moratrios relativos a operaes de crdito realizadas por instituies financeiras. 3) Local de ocorrncia do fato gerador: Art. 3 o O servio considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domiclio do prestador, com as excees legais: 4) Art. 4o Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar servios, de modo permanente ou temporrio, e que configure unidade econmica ou profissional, sendo irrelevantes para caracteriz-lo as denominaes de sede, filial, agncia, posto de atendimento, sucursal, escritrio de representao ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas. 5) Art. 5o Contribuinte o prestador do servio. 6) Art. 6o Os Municpios e o Distrito Federal, mediante lei, podero atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crdito tributrio a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigao, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em carter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigao, inclusive no que se refere multa e aos acrscimos legais. 1o Os responsveis a que se refere este artigo esto obrigados ao recolhimento integral do imposto devido, multa e acrscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua reteno na fonte. 2 o Sem prejuzo do disposto no caput e no 1o deste artigo, so responsveis: I o tomador ou intermedirio de servio proveniente do exterior do Pas ou cuja prestao se tenha iniciado no exterior do Pas; 7) A base de clculo do imposto o preo do servio. 8) As alquotas mximas do Imposto Sobre Servios de Qualquer Natureza so as seguintes: 5% (cinco por cento), e as alquotas mnimas de dois por cento; IPTU: poder Ter trs progressividades, imposto real e se submete s seguintes normas gerais estabelecidas no CTN: Art. 32. O imposto, de competncia dos Municpios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domnio til ou a posse de bem imvel por natureza ou por acesso fsica, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Municpio. 1 Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mnimo da existncia de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construdos ou mantidos pelo Poder Pblico: I - meio-fio ou calamento, com canalizao de guas pluviais; II - abastecimento de gua; III - sistema de esgotos sanitrios; IV - rede de iluminao pblica, com ou sem posteamento para distribuio domiciliar; V - escola primria ou posto de sade a uma distncia mxima de 3 (trs) quilmetros do imvel considerado.5

ADI 3089 / DF - DISTRITO FEDERAL AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. CARLOS BRITTO Relator(a) p/ Acrdo: Min. JOAQUIM BARBOSA Julgamento: 13/02/2008 rgo Julgador: Tribunal Pleno Publicao DJe-142 DIVULG 31-07-2008 PUBLIC 01-08-2008 EMENT VOL-02326-02 PP-00265 LEXSTF v. 30, n. 357, 2008, p. 25-58Parte(s) EMENTA:

AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL. TRIBUTRIO. ITENS 21 E 21.1. DA LISTA ANEXA LEI COMPLEMENTAR 116/2003. INCIDNCIA DO IMPOSTO SOBRE SERVIOS DE QUALQUER NATUREZA - ISSQN SOBRE SERVIOS DE REGISTROS PBLICOS, CARTORRIOS E NOTARIAIS. CONSTITUCIONALIDADE. Ao Direta deInconstitucionalidade ajuizada contra os itens 21 e 21.1 da Lista Anexa Lei Complementar 116/2003, que permitem a tributao dos servios de registros pblicos, cartorrios e notariais pelo Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza - ISSQN. Alegada violao dos arts. 145, II, 156, III, e 236, caput, da Constituio, porquanto a matriz constitucional do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza permitiria a incidncia do tributo to-somente sobre a prestao de servios de ndole privada. Ademais, a tributao da prestao dos servios notariais tambm ofenderia o art. 150, VI, a e 2 e 3 da Constituio, na medida em que tais servios pblicos so imunes tributao recproca pelos entes federados. As pessoas que exercem atividade notarial no so imunes tributao, porquanto a circunstncia de desenvolverem os respectivos servios com intuito lucrativo invoca a exceo prevista no art. 150, 3 da Constituio. O recebimento de remunerao pela prestao dos servios confirma, ainda, capacidade contributiva. A imunidade recproca uma garantia ou prerrogativa imediata de entidades polticas federativas, e no de particulares que executem, com inequvoco intuito lucrativo, servios pblicos mediante concesso ou delegao, devidamente remunerados. No h diferenciao que justifique a tributao dos servios pblicos concedidos e a no-tributao das atividades delegadas. Ao Direta de Inconstitucionalidade conhecida, mas julgada improcedente.

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2 A lei municipal pode considerar urbanas as reas urbanizveis, ou de expanso urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos rgos competentes, destinados habitao, indstria ou ao comrcio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do pargrafo anterior. Art. 33. A base do clculo do imposto o valor venal do imvel. Pargrafo nico. Na determinao da base de clculo, no se considera o valor dos bens mveis mantidos, em carter permanente ou temporrio, no imvel, para efeito de sua utilizao, explorao, aformoseamento ou comodidade. Art. 34. Contribuinte do imposto o proprietrio do imvel, o titular do seu domnio til, ou o seu possuidor a qualquer ttulo c)o ITBI: incide sobre a transmisso inter vivos, a qualquer ttulo, por ato oneroso, de bens imveis, por natureza ou acesso fsica, e de direitos reais sobre imveis, exceto os de garantia, bem como a cesso de direitos sua aquisio; a base de clculo o valor venal do imvel; a alquota e o contribuinte podero ser fixados na lei ordinria municipal; QUE 4.2) TAXA: um tributo vinculado a uma atuao direta do Estado atravs do exerccio do poder de polcia ou pela utilizao efetiva ou potencial de servios pblicos especficos e divisveis. * Natureza: vinculada. * Aspecto Material (FG): relacionado a uma atuao do Estado. Ele faz algo para o contribuinte. * Receita: possui uma destinao especfica: a contraprestao direta da atividade estatal especfica. * Competncia para instituir: depende da competncia administrativa. Ex: Coleta de Lixo interesse local competncia municipal. * Base de Clculo: Art 145, 2, da CF/88. No pode ser a mesma do Imposto. relacionada ao custo da atividade administrativa. STF: Coleta de Lixo no pode ser a mesma base de clculo do IPTU (valor venal do imvel). Informativo STF n 168; Ttulo:Taxa de Localizao e Funcionamento Julgando recurso extraordinrio interposto pelo Municpio de So Paulo, a Turma confirmou deciso que entendera ilegtima a cobrana de taxa de licena para localizao e funcionamento, que tem como base de clculo o nmero de empregados do estabelecimento do contribuinte. Considerou-se inadequada a adoo, para fins de base de clculo, de elemento estranho ao fato gerador e ao custo operacional da atividade desenvolvida pelo poder tributante. Precedentes citados: RE 114.160-SP (DJ de 29.4.88); RE 114.917-SP (RTJ 132/861); RE 115.213-SP (RTJ 137/882). RE 196.922-SP, rel. Min. Marco Aurlio, 22.4.97 * O STF tem admitido Base de Clculo Mista: Usa uma grandeza do contribuinte indiretamente. A nica vedao a inteira identidade com uma base de clculo ou elemento de imposto6. Ex: Pelo tamanho do Outdoor, Pelo tamanho da Casa; presume que quanto maior, maior ser a atividade administrativa e assim conseqentemente maior ser o custo da mesma. O STF, no julgamento do RE 416601-DF, utilizou tambm o princpio da praticabilidade como elemento de verificao da razoabilidade da base de clculo da taxa: basta a base de clculo permitir o clculo humanamente possvel para aferir a razoabilidade a retributividade da atuao estatal. Informativo STF n 157 /Ttulo:Taxa de Lixo Domiciliar EMENTA: Concluindo o julgamento de recurso extraordinrio (v. Informativo 136), o Tribunal, por maioria, decidiu que constitucional a taxa de coleta de lixo domiciliar instituda pelo Municpio de So Carlos - SP (Lei municipal 10.253/89). O Tribunal entendeu que o fato de a alquota da referida taxa variar em funo da metragem da rea construda do imvel que constitui apenas um dos elementos que integram a base de clculo do IPTU - no implica identidade com a base de clculo do IPTU, afastando-se a alegada ofensa ao art. 145, 2, da CF ("As taxas no podero ter base de clculo prpria de impostos."). Vencido o Min. Marco Aurlio, que declarava a inconstitucionalidade da referida taxa por ofensa ao art. 145, 2, da CF. RE 232.393-SP, rel. Min. Carlos Velloso, 12.8.99. Informativo STF n 146 /Ttulo:Taxa de Fiscalizao: CVM Concludo o julgamento de recursos extraordinrios em que se discute a constitucionalidade da taxa de fiscalizao do mercado de ttulos e valores mobilirios, instituda pela Lei 7.940/89 (v. Informativos 82, 112 e 119). O Tribunal, por maioria,6

RE 557957 AgR / SP - SO PAULO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINRIO Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI Julgamento: 26/05/2009 rgo Julgador: Primeira Turma Publicao DJe-118 DIVULG 25-06-2009 PUBLIC 26-06-2009 EMENT VOL-02366-07 PP-01353Parte(s) EMENTA: TRIBUTRIO. TAXA DE COLETA, REMOO E DESTINAO DE LIXO. TAXA DE COMBATE A SINISTROS. UTILIZAO DE ELEMENTOS DA BASE DE CLCULO PRPRIA DE IMPOSTOS. CONSTITUCIONALIDADE. I - A Corte tem entendido como especficos e divisveis os servios pblicos de coleta, remoo e tratamento ou destinao de lixo ou resduos provenientes de imveis, desde que essas atividades sejam completamente dissociadas de outros servios pblicos de limpeza realizados em benefcio da populao em geral (uti universi) e de forma indivisvel. II - Legitimidade da taxa de combate a sinistros, uma vez que instituda como contraprestao a servio essencial, especfico e divisvel. III - Constitucionalidade de taxas que, na apurao do montante devido, adote um ou mais dos elementos que compem a base de clculo prpria de determinado imposto, desde que no se verifique identidade integral entre a base de clculo da taxa e a do imposto. IV - Agravo regimental improvido.

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mantendo as decises recorridas, entendeu constitucional a referida taxa. Considerou-se : 1) que o fato de a taxa variar em funo do patrimnio lquido da empresa no significa que esse patrimnio lquido constitua sua base de clculo - serve, apenas, de elemento informativo do montante a ser pago, quando da aplicao da tabela prevista na lei; 2) que o critrio adotado para a cobrana de taxa observa o princpio da capacidade contributiva, que tambm pode ser aplicado a essa espcie de tributo, principalmente quando se tem como fato gerador o poder de polcia. (CF, art. 145, 1). Vencido o Min. Marco Aurlio, que declarava a inconstitucionalidade da referida Lei. RREE 177.835-PE; 179.177-PE; 182.737-PE; 202.533DF e 203.981-PE, rel. Min. Carlos Velloso, 22.4.99. * O STF, ainda, tem entendido que o valor da taxa no pode ser excessivo e nem onerosos por demais, devendo haver certa relao com o custo da atividade estatal: Informativo STF n 303 /Ttulo: Taxa de Expediente e Periculum in Mora: O Tribunal, por maioria, negou referendo deciso do Min. Celso de Mello, relator, que, em ao direta ajuizada pela Confederao Nacional do Sistema Financeiro - CONSIF e pela Confederao Nacional do Comrcio - CNC, indeferira o pedido de suspenso cautelar de eficcia do art. 16 da Lei 13.430/99, do Estado de Minas Gerais, que institui a taxa de expediente no valor de R$ 10,00 a ser cobrada de entidades seguradoras beneficiadas pelo Seguro de Danos Causados por Veculos Automotores de Vias Terrestres - DPVAT ou pelo fornecimento dos dados cadastrais dos proprietrios de veculos automotores para fins de cobrana do DPVAT. Considerou-se presente o requisito da convenincia poltica, bem como caracterizada a plausibilidade jurdica do pedido, tendo em conta a onerosidade excessiva da taxa de expediente por ser maior do que os custos dos servios que a ela correspondem, deferindo-se, assim, a medida cautelar para suspender o art. 16 da Lei 13.430/99. Vencidos os Ministros Celso de Mello, relator, Ellen Gracie e Maurcio Corra que, embora reconhecendo a plausibilidade jurdica dos pedidos, proferiram voto no sentido de referendar o indeferimento do pedido de medida liminar por entenderem ausente o requisito do periculum in mora, uma vez que o dispositivo impugnado foi editado em 1999 e que as seguradoras podem adotar outros procedimentos para o recebimento dos prmios em questo. ADI (MC) 2.551-MG, rel. Celso de Mello, 2.4.2003. (ADI-2551) No mesmo sentido, ver o julgamento pelo STF da ADI n 3887/SP Informativo STF n 524. * Modalidades de Taxas: - de Servio Pblico uti singuli; - de Polcia. a) De Servio Pblico: Art. 77 do CTN e 145, inc.II, da CF/88. Existem dois tipos de servio: Uti Singuli; Uti Universi. * Uti Singuli prestado de forma singular, pois divisvel e especfico. Ex: Coleta de Lixo Domiciliar; * Uti Universi prestado de forma geral para todos pos cidados, no divisvel. * Somente os Servios Pblicos uti singuli podem ser remunerados por taxas, exatamente por serem divisveis e especficos. A taxa de servio pode ser paga em face da efetiva ou potencial utilizao do servio pblico. b) De Polcia: Art. 78 do CTN. Poder de fiscalizao dos indivduos em prol dos interesses pblicos. Limita a esfera jurdica individual para beneficiar a ordem coletiva. * Qualquer tipo pode gerar cobrana de taxa. * Diferenas entre taxa de Servio e taxa de Polcia: Objeto: na taxa de servio o objeto a prestao efetiva ou potencial de um servio e na taxa de polcia uma efetiva fiscalizao7; Taxa de Servio em Potencial Possvel (art. 77 do CTN e 145, inc.II, da CF/88). O servio colocado disposio do contribuinte, no interessa se ele vai usar efetivamente o mesmo, pagar por ele de qualquer forma, ou seja, paga simplesmente pelo fato do servio ter sido colocado disposio. Taxa de Polcia em Potencial No Possvel. S paga se utilizar efetivamente. Ex: Bombeiro Segurana. *** Exame das Taxas em Espcie: 1) De Segurana Pblica STF considera inconstitucional, pois considera um servio pblico uti universi. Informativo n 342 (ADI-2424)/Ttulo: Taxa de Segurana Pblica O Tribunal julgou procedente o pedido formulado em ao direta ajuizada pelo Partido Comunista do Brasil - PC do B, para declarar a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei 13.084/2000, do Estado do Cear, que criavam taxas de exerccio do poder de polcia e de utilizao de servios prestados pelos rgos de segurana pblica e defesa da cidadania. Entendeuse, no caso, que a segurana pblica somente pode ser sustentada por impostos, dado que consubstancia dever do Estado e direito de todos, sendo exercida para a preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do patrimnio (CF, art. 144, caput, inciso V e 5). Precedentes citados: ADI 1942 MC/PA (DJU de 22.10.99) e Rp 992/AL (RTJ 96/959). ADI 2424/CE, rel. Min. Gilmar Mendes, 1.4.2004.(ADI-2424) 2) Iluminao Pblica STF considera inconstitucional. Informativo STF n 141 (RE-231764); Ttulo: Taxa de Iluminao Pblica O servio de iluminao pblica no pode ser remunerado mediante taxa, uma vez que no configura servio pblico especfico e divisvel prestado ao contribuinte ou posto a sua disposio (CF, art. 145, II). Com base nesse entendimento, o Tribunal, concluindo o julgamento de recursos extraordinrios (v. Informativo 138), por votao unnime, declarou, incidenter tantum, a7

No julgamento do Recurso Extraordinrio 416601-DF, o Pleno do Supremo Tribunal Federal entendeu que nem sempre o exerccio do poder de polcia far-se- atravs de fiscalizao ou diligncias locais, bastando comprovar-se a existncia do rgo fiscalizador e sua atuao administrativa comprovada.

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inconstitucionalidade da taxa de iluminao pblica instituda pelo Municpio de Niteri - RJ (arts. 176 e 179 da Lei n 480/83, na redao dada pela Lei 1.244/93, ambas do Municpio de Niteri-RJ). RREE 231.764-RJ e 233.332-RJ, rel. Min. Ilmar Galvo, 10.3.99. servio uti universi. No entanto, a Emenda Constitucional n 39/2002 autorizou os Municpios a criarem contribuio de iluminao pblica, que tem outra natureza e objeto diferente da taxa de iluminao pblica, a qual perdura inconstitucional. 3) Coleta de Esgotos STF considera constitucional. servio uti singuli. O Supremo Tribunal Federal considerou que seria constitucional cobrar pelo servio de manuteno das redes de gua e esgoto desde que houvesse previso em lei especfica municipal do fato gerador, da base de clculo e da alquota, no julgamento do RE-115561/SP, relator o Ministro Carlos Madeira, data de 18/03/1988. Por vias transversas, mais recentemente, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE-150507-SP, Relator Ilmar Galvo, datado de 29/04/1997, considerou constitucional a cobrana de taxa de servio municipal relacionada instalao e manuteno da rede coletora de esgoto, mesmo quando houvesse execuo indireta via concessionria particular, e, ainda, desde que a cobrana no fosse realizada atravs de duplicatas, neste ltimo caso, mas por meio de tarifa ou taxa, dependendo do regime jurdico institudo pela lei municipal especfica

No entanto, mais recentemente, o entendimento do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justia passou a ser no sentido de que a cobrana pelo servio pblico de coleta de esgotos uma tarifa ou preo pblico, mudando seu entendimento anterior, conforme se verifica do julgamento do recurso especial 979500/BA e do recurso extraordinrio n 471119/SC e do RE-ED 447.536/SC.

4) Abastecimento de gua STF entende que um preo pblico, ou seja, no um servio pblico essencial mas de utilidade pblica. Informativo STF n 272 /Ttulo: Fornecimento de gua: Preo Pblico A Turma manteve deciso da Ministra Ellen Gracie, relatora, que negara seguimento a recurso extraordinrio interposto contra acrdo do Tribunal de Justia do Distrito Federal e Territrios que considerara dispensvel lei para a instituio de preo progressivo, aplicvel ao fornecimento de gua pela Companhia de gua e Esgotos de Braslia - CAESB, a ser pago por usurios que excederem os limites de consumo previamente estabelecidos (na espcie o Decreto 10.157/87). Considerou-se que o servio de fornecimento de gua submetido ao regime de preo pblico, e no de taxa, sendo possvel a majorao por meio de decreto. Salientou-se, ainda, que o referido acrscimo teve por fim a reduo de consumo de produto essencial em perodo de desabastecimento, no possuindo carter tributrio. Precedentes citados: RREE 85.268-PR (RTJ 81/930) e 77.162SP (82/763) e ADC 9-DF (julgada em 13.12.2001, acrdo pendente de publicao, v. Informativo 234). RE (AgR) 201.630DF, rel. Ministra Ellen Gracie, 11.6.2002. (RE-201630). 5) Taxa Judiciria e emolumentos cartoriais STF considera constitucional. servio uti singuli. Informativo STF n 324 (ADI-2655)/Ttulo: ADI e Custas Judiciais 2 Julgado procedente em parte o pedido formulado em ao direta ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil contra a Lei 7.603/2001, do Estado de Mato Grosso, que fixa o valor das custas, despesas e emolumentos relativos aos atos praticados pelos rgos do Poder Judicirio do mencionado Estado, institui o selo de autenticao e d outras providncias. O Tribunal, na linha da orientao firmada na Corte no sentido de que as custas, despesas e emolumentos possuem natureza jurdica de taxa, julgou improcedente o pedido em relao a determinados dispositivos impugnados, tendo em conta a existncia de definio de um valor mnimo e mximo a ser cobrado a ttulo de custas judiciais, alm de uma alquota razovel (1%), ficando afastado, portanto, o risco de se inviabilizar o acesso ao Poder Judicirio. Prosseguindo no julgamento, o Tribunal tambm afastou a alegada inconstitucionalidade do art. 3, 2 da mesma Lei - que restringe a iseno ao pagamento de custas apenas aos que estejam em estado de miserabilidade -, por entender que o citado dispositivo possui o mesmo alcance da garantia assegurada pela CF no art. 5, LXXIV. Em seguida, o Tribunal, entendendo caracterizada a usurpao da competncia das Cortes superiores para a definio do valor das custas para a interposio dos recursos extraordinrio e especial, julgou procedente o pedido para declarar a inconstitucionalidade do item 3 da Tabela A, bem como de sua nota correspondente, que fixava o valor das custas devidas pelos recursos dirigidos aos tribunais superiores. Prosseguindo, o Tribunal declarou a inconstitucionalidade formal dos arts. 6 e 8, da mesma Lei, por versarem normas relativas ao valor atribudo causa, cuja competncia legislativa privativa da Unio (CF, art. 22, I). Por ltimo, o Tribunal julgou parcialmente inconstitucional, e sem reduo de texto, o art. 7 da mesma Lei, reproduzido na Nota C do item 4 da Tabela A e na Nota C do item 1 da Tabela B - "Nas causas de valor superior a (1.000) vezes o salrio mnimo, as custas relativas parcela excedente sero calculadas base de 0,5% (meio por cento), no podendo ultrapassar o valor de R$20.000,00 -, de modo a que a referncia a mil vezes o salrio mnimo se refira exclusivamente ao mltiplo em vigor no

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incio da vigncia da Lei. Precedentes citados: ADI 948-GO (DJU de 17.3.2000), ADI 1.651-MC-PB (DJU de 11.9.98), ADI 2.040-PR (DJU de 25.2.2000) e ADI 1.889-MC-AM (DJU de 14.11.2002. ADI 2.655-MT, rel. Ministra Ellen Gracie, 9.10.2003. (ADI-2655). 6) Preveno de Incndios STF considera constitucional. servio uti singuli. Informativo STF n 237 (RE-252295)/Ttulo:Taxa de Segurana e Legitimidade Aplicando a orientao firmada pelo Plenrio no julgamento do RE 206.777-SP (DJU de 30.4.99), a Turma deu provimento a recurso extraordinrio para declarar a legitimidade da cobrana, pelo Municpio de Santo Andr - SP, da taxa de segurana exigida para cobrir despesas com a manuteno dos servios de preveno e extino de incndios (Lei municipal 6.185/85). RE 252.295-SP, rel. Min. Moreira Alves, 14.8.2001.(RE-252295) 7) De Pesquisa de Jazida um preo pblico, pois pela a utilizao de um bem pblico. Concesso de uso art. 176 ndenizvel, segundo o STF. Informativo STF n 269 (ADI-2586)/Ttulo:Taxa de Pesquisa de Jazida: Natureza Jurdica Julgando improcedente no mrito o pedido formulado na ao direta (Lei 9.868/99, art. 12) ajuizada pela Confederao Nacional da Indstria - CNI, o Tribunal, por maioria, declarou a constitucionalidade de dispositivos do Cdigo de Minerao (Art. 20, II, 1 e 3, II, na redao dada pela Lei 9.314/96), que delegam ao Ministro de Estado de Minas e Energia, respeitado o valor mximo de duas UFIR's, a fixao dos valores da taxa anual por hectare exigida para a autorizao de pesquisa em jazidas, bem como da Portaria 503/99, do Ministrio das Minas e Energia, que estipula o valor da taxa anual por hectare em uma UFIR. O Tribunal entendeu que, na espcie, a imposio instituda pelas normas impugnadas tem a natureza jurdica de preo pblico, decorrente da explorao pelo particular de um bem da Unio, e no de taxa. Vencidos em parte os Ministros Carlos Velloso, relator, e Ellen Gracie, que no conheciam da ao relativamente Portaria 503/99, por entenderem que se trata de ato secundrio insusceptvel de exame no controle abstrato de normas, divergindo da maioria, que conhecera da ao no ponto por considerar que a Portaria 503/99 ato primrio de carter autnomo, integrativo da Lei, e no subordinado a ela. Vencido, ainda, o Min. Ilmar Galvo, que julgava procedente a ao para declarar inconstitucionais as mencionadas normas, por considerar que as mesmas tm a natureza jurdica de taxa decorrente do exerccio de poder de polcia, que no pode ter alquota fixada por meio de portaria ministerial. ADIn 2.586-DF, rel. Min. Carlos Velloso, 16.5.2002.(ADI-2586). 8) Limpeza de Vias Pblicas STF considera inconstitucional. servio uti universi. Informativo n 301 (RE-256588)/ Ttulo:Taxa de Coleta de Lixo Domiciliar Concluindo o julgamento de embargos de divergncia (v. Informativo 288), o Tribunal, por maioria, decidiu que os servios pblicos custeados pela taxa de coleta de lixo domiciliar instituda pela Lei 691/84, do Municpio do Rio de Janeiro, no so especficos e divisveis para efeito do art. 145, II, da CF ("Art. 145. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero instituir os seguintes tributos: ... II - taxas, em razo do exerccio do poder de polcia ou pela utilizao, efetiva ou potencial, de servios pblico e divisveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposio"). Entendeu-se que o referido tributo vincula-se prestao de servios de carter geral (varrio, lavagem e capinao de vias e logradouros pblicos, limpeza de praias e outros), insusceptveis de serem custeados seno por via do produto de impostos. Vencido o Min. Gilmar Mendes. RE (EDv-ED) 256.588-RJ, rel. Ministra Ellen Gracie, 19.3.2003. (RE-256588) Informativo STF n 292 (SEC-6971)/ Ttulo:Taxa de Coleta de Lixo Domiciliar invivel a cobrana de taxa quando vinculada no somente a servio pblico de natureza especfica e divisvel, como a coleta de lixo domiciliar, mas tambm a prestaes de carter universal e indivisvel como a limpeza de logradouros pblicos, varrio de vias pblicas, limpeza de bueiros, de bocas-de-lobo e das galerias de guas pluviais, capina peridica e outros. Com base nesse entendimento, a Turma deu provimento a recurso extraordinrio para reformar acrdo do Tribunal de Justia do Estado de Minas Gerais que entendera que a Taxa de Limpeza Pblica cobrada pelo Municpio de Belo Horizonte custeava servio de carter divisvel e especfico. Precedente citado: RE 245.539-RJ (DJU de 3.3.2000). RE 361.437-MG, rel. Ministra Ellen Gracie, 19.11.2002. (RE-361437). Ver no informativo STF n 157 (-) O Supremo Tribunal Federal considerou especficos e divisveis os servios municipais de coleta de lixo domiciliar(note-se que diferente da coleta de lixo ou limpeza de logradouros pblicos) e o servio de preveno de incndios e outros sinistros, no julgamento do Recurso Extraordinrio n RE-233784/SP, relator Ilmar Galvo, publicado no DOU em 12/11/99, cuja Ementa a seguinte: Taxas de Lixo e Sinistro. Taxas legitimamente institudas como contraprestao a servios essenciais, especficos e divisveis, referidos ao contribuinte a quem so prestados ou a cuja disposio so postos, no possuindo base de clculo prpria de imposto. Por raciocnio transverso, a primeira turma do STF julgou inconstitucional a taxa de coleta de lixo porque seria um tributo vinculado no apenas coleta de lixo domiciliar, mas tambm limpeza de logradouros pblicos, hiptese em que os servios so executados em benefcio da populao em geral(uti universi), sem possibilidade de individualizao dos respectivos usurios e, conseqentemente, da referibilidade a contribuintes determinados, no se prestando para custeio mediante taxa. Impossibilidade, no caso, de separao das duas parcelas(AGRAG-245539/RJ, relator Ilmar Galvo). Logo, desde que a taxa de lixo fosse eminentemente domiciliar, ou fosse possvel separar a taxa de lixo domiciliar da quantia pecuniria paga(taxa) a ttulo de servio universal de limpeza de vias pblicas, aquela seria constitucional e esta ltima seria inconstitucional 9) Fiscalizao dos Estabelecimentos STF considera constitucional. poder de polcia. Informativo STF n 34 /Ttulo:Taxa e Poder de Polcia

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A cobrana de taxa em razo do exerccio do poder de polcia (CF, art. 145, II) depende, entre outros fatores, da prestao efetiva desse servio pela pessoa tributante. Com base nesse fundamento - e verificando, na espcie, a partir dos fatos assentados pelo acrdo recorrido, que o exerccio efetivo do poder de polcia justificava plenamente, no perodo compreendido pela demanda, a exigncia da taxa de fiscalizao, localizao e funcionamento do municpio de So Paulo -, a Turma no conheceu de recurso extraordinrio em que se sustentava a ilegitimidade da referida taxa. Precedentes citados: RE 80441-ES (RTJ 88/882) e RE 116518-SP (RTJ 149/535). RE 195.788-SP, rel. Min. Octavio Gallotti, 04.06.96. 10) Renovao de Licena de Funcionamento dos Estabelecimentos STF considera constitucional. poder de polcia. Informativo STF n 314 (RE-188908)/Ttulo:Taxa de Localizao e Funcionamento Com base na jurisprudncia do STF no sentido de que constitucional a cobrana anual de taxa de licena de fiscalizao, localizao e funcionamento, a Turma manteve deciso do Min. Seplveda Pertence, relator, que negara seguimento a recurso extraordinrio em que se alegava a inconstitucionalidade da taxa de localizao e funcionamento instituda pelo Municpio de So Bernardo do Campo (Lei Municipal 1.802/69). Precedentes citados: RE 220.316-MG (DJU de 26.6.2001), RE 222.252-SP (DJU de 17.4.2001) e RE 213.552-MG (DJU de 30.5.2000).RE (AgR) 188.908-SP, rel. Min. Seplveda Pertence, 24.6.2003. (RE-188908). 11) Fiscalizao de Obras STF considera constitucional. poder de polcia. Regras urbansticas. Informativo STF n 145 /Ttulo:Taxa de Fiscalizao de Obras A Turma confirmou acrdo do Tribunal de Justia do Estado de Minas Gerais que teve por legtima a cobrana da taxa de fiscalizao de obras (Lei n 5.641/89, do Municpio de Belo Horizonte, art. 25 e tabela anexa), afastando a alegao de existir coincidncia entre a base de clculo da taxa questionada e a do IPTU, o que vedado pelo art. 145, 2, da CF. Manteve-se o entendimento do acrdo recorrido no sentido de que a taxa de fiscalizao de obra tem como base de clculo a rea de construo (metros quadrados da construo), diferentemente do IPTU, que tem como fator componente de sua base de clculo a rea total do imvel. Precedente citado: RE 102.524-SP (DJU de 11.8.84). RE 214.569-MG, rel. Min. Ilmar Galvo, 13.4.99. Outrossim, impende alinhavar que o prprio Supremo Tribunal Federal reconheceu a legitimidade desta taxa, mesmo a alcunhando de taxa de fiscalizao de obra, aduzindo ademais que no haveria qualquer coincidncia com a base de clculo do IPTU na medida em que se adotasse como fato gerador o clculo em razo da extenso da obra, dado perfeitamente compatvel com a exigncia de divisibilidade do servio pblico de fiscalizao por ele remunerado(julgamento do RE214569/MG, relator Ilmar Galvo, datado de 13/04/1999). Obviamente o servio pblico de fiscalizao uma tpica emanao do poder de polcia administrativa urbanstica do municpio, interpretando-se a expresso servio pblico(tecnicamente utilizada erroneamente pelo STF) da maneira mais lgica e adequada. 12) Fiscalizao de Publicidade STF considera constitucional. poder de polcia. Informativo STF n 140/Ttulo:Taxa de Fiscalizao de Anncios - TFA A Turma deu provimento a recurso extraordinrio interposto pelo Municpio de Belo Horizonte para reformar acrdo do Tribunal de Justia local que conclura pela ilegitimidade da exigncia da taxa municipal de fiscalizao de anncios - TFA. Afastou-se o entendimento do acrdo recorrido - de que a base de clculo do referido tributo seria a mesma do IPTU, coincidncia vedada pelo art. 145, 2, da CF ("As taxas no podero ter base de clculo prpria de impostos.") -, tendo em vista que a rea do anncio no se confunde com a rea do imvel, por no estar condicionado o anncio sua fixao em imvel do anunciante, nem, sequer, circunstncia de ser o anunciante proprietrio de imvel urbano. RE 216.207-MG, rel. Min. Ilmar Galvo, 2.3.99. 13) taxa de construo de estradas de rodagem: segundo o STF, inconstitucional. Informativo STF n 259 (RE-259889)/Ttulo:Taxa e Imposto Com base na jurisprudncia firmada pelo Plenrio no julgamento do RE 121.617-SP (DJU de 6.10.2000) no sentido de que o servio de "construo, conservao e melhoramento de estrada de rodagem" no pode ser remunerado mediante taxa uma vez que no configura servio pblico especfico e divisvel posto disposio do contribuinte (CF, art. 145, II), o Tribunal declarou incidentalmente a inconstitucionalidade da Lei Complementar 37/98, do Municpio de Aracaju-SE, e dos artigos 3 a 6 da Lei 3.133/89, do Municpio de Araatuba-SP, que instituam a cobrana de taxas sobre a conservao e manuteno das vias pblicas, cujas bases de clculo eram prprias de imposto. RE 293.536-SE, rel. Min. Nri da Silveira, e RE 259.889-SP, rel. Min. Ilmar Galvo, 7.3.2002.(RE-293536)(RE-259889). 14) cobrana da parcela de solo criado: segundo o STF, constitucional, mas no tem natureza tributria. No mrito, entendeu-se que a parcela impugnada no atenta contra o direito de propriedade, uma vez que seu alcance a remunerao, ao Municpio, pelo proprietrio da edificao em decorrncia da utilizao de rea superior ao coeficiente nico no oneroso de aproveitamento. Com base nessa mesma orientao, afastou-se, ainda, o argumento de que a parcela do solo criado configuraria tributo. Reiterou-se que se cuida de compensao financeira pelo nus causado em decorrncia da sobrecarga da aglomerao urbana, destinada formao de um Fundo de Obras Urbanas, sendo dispensada em hipteses prprias. Dessa forma, concluiu-se pela impossibilidade de sua identificao com qualquer figura tributria a impor uma disciplina legal especfica. Vencido o Min. Marco Aurlio que, por considerar que as posturas municipais estabelecem um gabarito para construes verticais, as quais no poderiam ser colocadas em plano secundrio com o pagamento efetuado pelo proprietrio, provia o extraordinrio e declarava a inconstitucionalidade da lei municipal. Precedente citado: RE 387047/SC (DJE de 2.5.2008). RE 226942/SC, rel. Min. Menezes Direito, 21.10.2008. (RE-226942). Vide informativo STF n 525.

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4.2.1) Taxa versus Preo Pblico: Taxa utilizao do poder de polcia (fiscalizao). Preo Pblico utilizao de bem pblico. * No h possibilidade de confuso entre a taxa de polcia e o preo pblico por utilizao de um bem pblico; qualquer contraprestao pela atividade estatal de fiscalizar(poder de polcia), ser necessariamente uma taxa; qualquer contraprestao pela utilizao facultativa de um bem pblico, por ato ou contrato administrativo, gerar a cobrana de um preo pblico. * A confuso pode ocorrer quando a questo ftico-jurdico envolver a prestao de servio pblico, pois tanto taxa como preo pblico/tarifa podero ser cobrados pela prestao dos servios pblico, diretamente ou por concessionrios/permissionrios. *Como se saber quando taxa e quando preo pblico? 02 Critrios: 1) CARTER DE COMPULSORIEDADE: Regime Jurdico Obrigatrio do Servio Pblico. Se a utilizao do servio for obrigatria teremos taxas. Se a utilizao do servio for facultativa teremos preo pblico. 2) ESSENCIALIDADE DO SERVIO PBLICO; Somente sero objeto de um regime obrigatrio de utilizao, e por conseqncia, remunerados por taxas, os servios pblicos de carter Essencial. * A lei assevera quando obrigatrio o uso do servio pblico, ento a distino depender da lei e da essencialidade do servio. * Carter no essencial: teremos sempre Preo Pblico. *Entendimento de critrios do STF para se aferir a essencialidade do servio pblico ou no: h 03 tipos de Servio Pblico: a) servios pblicos Propriamente Estatais relacionados a soberania do Estado. Remunerados por Taxas. EX: Taxa Judiciria, de emolumentos e taxa de Emisso de Passaporte so as nicas taxas de servio que, por sua natureza, no podem ser cobradas em potencial, somente podem ser cobradas pela efetiva utilizao, sob pena de amesquinhar a atividade do Estado e desproporcionalidade. b) servios pblicos De Carter Essencial utilizao tornada obrigatria para atender o interesse coletivo. So necessariamente remunerados por Taxas, pois tm compulsoriedade. Ex: taxa de Coleta de Esgotos; taxa de coleta de lixo domiciliar; taxa de preveno e combate de incndios e sinistros; podem ser cobradas taxa efetiva ou potencial. c) servios pblicos De Carter No Essencial interesse pblico relevante mas no-essencial, so servios pblicos importantes, mas no so indispensveis. Trs caracteres: 1) regime de utilizao facultativa e no compulsria; 2) Podem ser delegados (concessionrios); 3) sero remunerados por Preo Pblico e no por taxa. Exemplo: servio de telecomunicaes(telefonia), de distribuio e gerao de energia eltrica, de abastecimento de gua, de transporte coletivo, etc.(Ver: Adin 270 e RE-201630 nos informativos do STF n 270 e 275); * STF: Preo Pblico pode ser progressivo poltica de finanas pblicas vide julgamento do RE 201630/DF. Observao adicional 01: segundo entendimento do STJ, a inadimplncia no pagamento da tarifa de gua e de energia eltrica permite o corte do fornecimento (vide julgamento do REsp 337965 / MG e do REsp 257084 / MG); Observao adicional 02: segundo entendimento do STJ, aplicam-se as regras do Cdigo Civil para verificar a prescrio na cobrana de tarifas e preos pblicos, afastando-se os prazos prescricionais previstos no CTN (vide julgamento do Agravo Regimental no Recurso Especial n 985.522/RS). Observao Adicional 03: segundo entendimento do STJ, o artigo 13 da lei Federal n 8987/95 e o artigo 30 da lei Federal n 11455/2007, autorizam o escalonamento e a progressividade do valor da tarifa de gua e saneamento bsico, de acordo com faixas de consumo (vide julgamento do recurso especial 963.119-RJ). Observao Adicional 04: segundo entendimento do STJ, independentemente da dvida se a natureza da obrigao propter rem ou pessoal, o artigo 6, 3, inciso II, da lei 8987/95, somente autoriza o corte fornecimento de servio pblico cuja tarifa no foi paga se a dvida no estiver consolidada, ou seja, se o dbito for do antigo usurio do servio e do imvel, o novo usurio no poder sofrer corte de fornecimento (vide julgamento do recurso especial n 1.066.622-RS e o Agravo Regimental no Agravo de Instrumento n 1.107.257/RJ). Observao Adicional 05: segundo o STJ, lcito estabelecer tarifa mnima de consumo de gua quando o registro do hidrmetro for menor do que certo quantitativo previamente estipulado em cota; porm, se for condomnio residencial ou comercial, e no houver individualizao de consumo, existindo um nico hidrmetro para todo o imvel, no legal e nem lcito cobrar tarifa mnima multiplicada pelo nmero de unidades autnomas, hiptese na qual a aferio da contraprestao dar-se- atravs do consumo real total (vide julgamento do recurso especial n 724.923-RJ)8; Observao Adicional 06: segundo entendimento do Superior Tribunal de Justia, lcita a cobrana da assinatura bsica no mbito da prestao do servio pblico de telefonia, em virtude do art. 103, 3 e 4, da Lei 9.472, de 16.07.1997 (vide julgamento dos embargos de declarao em agravo regimental no recurso especial n 1.048.088/RJ e Smula n 356 do STJ). Observao Adicional 07: segundo entendimento do STJ, o pedgio-tarifa ser cobrado com o mesmo valor, independente do fato de um caminho estar ou no com um ou mais eixos erguidos e sem contato com a via pblica (vide julgamento do recurso especial n 1.077.298/RS); Observao Adicional 08: segundo entendimento do STJ, a cobrana errada de tarifa de servio pblico, com m-f, dolo ou culpa, leva aplicao da devoluo do valor pago em dobro, em consonncia com o artigo 42, pargrafo nico, do Cdigo de Defesa do Consumidor Lei Federal n 8.0878/90 (vide julgamento do recurso especial n 1.079.064/SP);8

Agradecemos ilustre acadmica de direito da UCB, Carla Caroline Ferli, pela pesquisa e envio de algumas jurisprudncias novidadeiras sobre tarifas de servios pblicos por ocasio do primeiro semestre letivo de 2009.

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Observao Adicional 09: segundo entendimento do STF, lcito destinar a delegatrios de servios pblicos a cobrana de adicionais ou sobretarifas de natureza contraprestacional (vide recurso extraordinrio n 576.189/RS informativo STF n 543); Observao Adicional 10: segundo entendimento do STF, o valor pago a ttulo de tarifa de consumo de enrgia eltrica pode ser utilizado de maneira razovel para aferir o valor a ser pago a ttulo de contribuio de iluminao pblica Cosip (vide RE 573675/SC informativo STF n 540); Observao Adicional 11: segundo o STF, o ingresso, o trnsito e a permanncia de no-ndios (em reservas indgenas) no podem ser objeto de cobrana de quaisquer tarifas ou quantias de qualquer natureza por parte das comunidades indgenas, bem como, a cobrana de tarifas ou quantias de qualquer natureza tambm no poder incidir ou ser exigida em troca da utilizao das estradas, equipamentos pblicos, linhas de transmisso de energia ou de quaisquer outros equipamentos e instalaes colocadas a servio do pblico, tenham sido excludos expressamente da homologao ou no da terra indgena (vide julgamento da Pet 3388/RR informativo STF n 539); Observao Adicional 12: segundo entendimento do STF, a concesso de iseno de tarifa aos portadores de necessidades especiais e us