apostila tributário i - profº gabriel quintanilha

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DIREITO TRIBUTÁRIO Art. 145, CF Sistema : conjunto de elementos que permite que o estado institua e cobre os tributos. Sistema Tributário Nacional Elementos: 1. Poder de tributar 2. Competência tributária/ 3. Limitações ao poder de tributar; 4. Hipóteses de repartição de receitas. Art. 3º, CTN Tributo é toda prestação pecuniária (remissão ao art. 162 e 156, XI, CTN)* 1 , compulsória (o tributo é obrigatório – remissão ao art. 113, CTN – ao praticar o fato gerador nasce a obrigação, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir (remissão ao art. 162 e 156, XI, CTN), que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei (princípio da legalidade remissão ao art. 150, I, CF) e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada(auditor fiscal é obrigado a cobrar/constituir o crédito sob pena de responsabilidade funcional (remissão: art. 142, CTN - lançamento) * 1 : Toda obrigação pecuniária em valor em moeda, causa de extinção de pagamento a dação de pagamento para bens imóveis. Só cabe para bens imóveis. Não há lei que possa autorizar a dação em pagamento para bens móveis, só para bens imóveis. Tributo pode ser criado por Medida Provisória, desde que não invada a reserva de Lei Complementar. Tributo não é uma sanção como é o caso da multa. Em caso de inadimplemento da multa: LEF será utilizada para cobrança de qualquer dívida que o estado latu sensu seja titular. Art. 4º, CTN: natureza jurídica do tributo é determinada pelo FG da obrigação tributária. Prof. Gabriel Quintanilha [email protected] www.quintanilhatributario.blogspot.com

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Page 1: Apostila Tributário I - Profº Gabriel Quintanilha

DIREITO TRIBUTÁRIO

Art. 145, CFSistema: conjunto de elementos que permite que o estado institua e cobre os tributos.

Sistema Tributário Nacional

Elementos:1. Poder de tributar2. Competência tributária/3. Limitações ao poder de tributar;4. Hipóteses de repartição de receitas.

Art. 3º, CTNTributo é toda prestação pecuniária (remissão ao art. 162 e 156, XI, CTN)*1, compulsória (o tributo é obrigatório – remissão ao art. 113, CTN – ao praticar o fato gerador nasce a obrigação, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir (remissão ao art. 162 e 156, XI, CTN), que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei (princípio da legalidade remissão ao art. 150, I, CF) e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada(auditor fiscal é obrigado a cobrar/constituir o crédito sob pena de responsabilidade funcional (remissão: art. 142, CTN - lançamento)

*1: Toda obrigação pecuniária em valor em moeda, causa de extinção de pagamento a dação de pagamento para bens imóveis. Só cabe para bens imóveis. Não há lei que possa autorizar a dação em pagamento para bens móveis, só para bens imóveis.

Tributo pode ser criado por Medida Provisória, desde que não invada a reserva de Lei Complementar.

Tributo não é uma sanção como é o caso da multa. Em caso de inadimplemento da multa: LEF será utilizada para cobrança de qualquer dívida que o estado latu sensu seja titular.

Art. 4º, CTN: natureza jurídica do tributo é determinada pelo FG da obrigação tributária.

Prof. Gabriel Quintanilhagquintanilha@gmail.comwww.quintanilhatributario.blogspot.com

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Espécies Tributárias:

· Imposto (art. 145, I, CF c/c art. 16, CTN): espécie tributária que independe de qualquer contraprestação específica. Não gera para o estado a obrigação de contraprestacionar, portanto é não vinculada.

· FG do imposto é atividade do contribuinte e não estatal;· Imposto não gera para o estado a obrigação de uma contraprestação

Classificação:· Real: aquele que vai incidir, independente da riqueza/capacidade contributiva.

Ex.: IPVA, IPTU· Pessoal: incide de acordo com a capacidade contributiva. Ex.: IR·· Direto: não admite a transmissão de ônus financeiro. O contribuinte de direito

(de jure) é quem tem o dever de pagar e cobrar o ICMS do consumidor. Ex.: IPTU da loja.

· Indireto: admite a transmissão do ônus financeiro. Ex.: ICMS. O contribuinte do fato é quem arca com o pagamento (consumidor)

· Taxa (art. 145, II, CF c/c art. 77 e sgs CTN)· espécie tributária vinculada. Exige contraprestação estatal específica;· FG da taxa é uma atividade do estado. Para a taxa ser constitucional

Pode ser cobrada como:· Taxa de polícia: art. 78, CTN. Poder de polícia administrativo. É cobrado pelo

exercício regular do poder de polícia, caso seja regular será inconstitucional. Toda taxa de fiscalização é taxa de política. Ex.: taxa de fiscalização e preservação ambientar de Fernando de Noronha.

· Taxa de serviço: art. 79, CTN. Serviço público que seja específico e divisível e à disposição do contribuinte, caso contrário será inconstitucional.Não é para qualquer serviço, só para os específicos e divisíveis. Serviço prestado para o contribuinte – uti sigule. Ex.: a Barra da Tijuca quando colocou taxa de iluminação pública e foi considerado inconstitucional, pois o serviço de iluminação pública é uti universe e não poderia ser remunerado por taxa, só se fosse um serviço uti singule. Súmula 670, STF – declarou inconstitucional. EC 39 – art. 149-A, CF autorizou os municípios e o DF a cobrar a CIP.

Uti singuli: específico e divisível (serviço de coleta de lixo domiciliar)Uti universi: genérico e indivisível (varredura de rua)

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Taxas, CIP e contribuições de melhoria se sujeitam, em regra, a lançamento de ofício.

Taxa de Limpeza Pública (varredura de ruas (uti singuli) InconstitucionalTaxa de Coleta de Lixo domiciliar (uti singuli) – mensurável pelo tamanho do imóvel

Constitucional

Taxa de segurança pública InconstitucionalTIP InconstitucionalCIP (autorizada pela EC 39/02 – 149-a, CF ConstitucionalTaxa de Saúde Pública InconstitucionalTaxa de Incêndio (quanto maios o imóvel maior o trabalho para apagar o fogo)

Constitucional

Não cabe a Taxa de Limpeza Pública (varredura de ruas – uti universi), mas cabe Taxa de Coleta de Lixo Domiciliar (uti singuli).

Taxa JudiciáriaNão é taxa de uso, mas só paga quando usa (ficção jurídica do STF).

Natureza jurídica das custas e emolumentos: tributo/taxa de serviço (estendida para passaporte: paga quando usa)

“Sumula Vinculante nº 19/STF - Taxa - Serviços Públicos de Coleta, Remoção e Tratamento ou Destinação de Lixo ou Resíduos Provenientes de ImóveisA taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da CF.”

Sumula Vinculante n.º 29/STF – “É constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.”

· Contribuição de MelhoriaArt. 145, III, CF c/c 81 e sgs. CTN e DL 195/67

FG: valorização imobiliária decorrente de obra pública

Se houver parceria do público e do privado, só haverá contribuição de Melhoria no que o estado pagou (só despesa pública).

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Da despesa pública tem que haver a valorização do imóvel do particular, caso contrário é inconstitucional.

Ex. Engenhão

Construído com o dinheiro público. Tem que verificar a valorização de cada casa ao redor do Engenhão. Deve-se respeitar o limite individual do particular e o limite que é o valor da obra. A ideia é devolver ao estado o que foi gasto.

UPP não pode ser cobrada como Contribuição de Melhoria, pois é um serviço colocado à disposição e não uma obra feita para beneficia o contribuinte.

Não é para qualquer obra (DL 195/67)

Recapeamento asfáltico não pode, pois é manutenção. Pode cobrar quando o asfalto for novo e cobra-se para remunerar a obra, não pode ser sempre, só até cobrir todo o gasto com a obra.

DL 195/67: recapeamento asfáltico não está previsto no art. 2º

É preciso fazer perícia no local para saber em quanto valorizou.Se estiver em local de especulação imobiliária,a perícia terá que fazer a valorização sem especulação, por isso tem que acabar a obra.

· Empréstimo CompulsórioArt. 148, CF: competência exclusiva da União e exclusiva de LC.

A Súmula 418, STF, que diz que não é tributo, perdeu a eficácia.

É um tributo e a 4ª espécie tributária

I. Caso de guerra ou calamidade pública;II. Investimento público de urgência e relevante interesse nacional (não cabe para interesse local).

Ex.: Caberia Empréstimo compulsório para a Copa do Mundo, mas não para as Olimpíadas, que será de interesse local. Tem que ser nacional.

Art. 15, CTNIII – não foi recepcionado

O caso concreto que fará com que seja criado o FG do Emp. Compulsório.Ex.: Pró-álcool: FG era a compra de combustíveis ou carro.

§ Ú, art. 148, CF: a receita é vinculada e não o FG.

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· Contribuições Especiais (art. 149, CF): não são vinculadas, são destinadas.

Dividem-se em:· Contribuições Sociais: Art. 149, CF remissão para art. 195, CF)

nascem e têm como fundamento o bem estar social, o mínimo existencial. Submetem-se ao princípio da solidariedade. Todo indivíduo deve contribuir para o bem estar social.

o Sociais gerais: é para ter lazer, cultura, informação, educação, etc (art. 195, CF remissão para 212 e 240, CF). Ex.: Sistema “S”, e salário educação

o Seguridade social: ex.: CSLL, COFINSo Outras contribuições: competência residual em matéria tributária (art.

195, § 4º, CF c/c 154, I, CF (sublinhar impostos e contribuições sociais).· Profissionais: art. 545, CLT e sgs, CLT

o Contribuição sindical: 1 dia de salário por ano é um tributo (competência federal);

o CREA, CRM, CRA: anuidade de todos os conselhos tem natureza tributária, menos a OAB, por ser defensora de democracia e não ser enquadrada no art. 149, CF. A OAB é uma autarquia especial e sua anuidade não tem natureza tributária.

· De Intervenção do domínio econômico: é um tributo destinado (FG não é vinculado). Ex.: CIDE: FG: comercialização ou importação de combustível e derivados. Fundamento: intervenção na economia.

· Contribuições de Iluminação Pública (art. 149-A, CF: art. 149-A, CF. Introduzida pela EC 39, logo após ser declarado inconstitucional a TIP. Competência dos municípios e do DF. União não pode instituir. Art. 167, IV, CF: veda a vinculação da receita de impostos.Art. 149-A, § Ú, CF: possibilidade de cobrança na conta de energia elétrica.

Competência Tributária

Poder de instituir o tributo na forma do artigo 7 do CTN, a competência tributária é indelegável (capacidade sim pode ser objeto de delegação – fiscalizar e arrecadar tributo).

O exercício da competência por um ente federado não autoriza que outro o faço em seu lugar.

ITR: compete a cobrança a União, porém o município se fiscalizar e arrecadar, poderá receber um %. Terá a capacidade, mas não terá a competência.

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Classificação da Competência Tributária:

· Privativa: instituição de impostos: União: 153, CFEstados: 155, CFMunicípios: 156, CF

· Comum: Instituição de taxas e contribuições de melhoria· Cumulativa: art. 147, CF.

Ex.: caso do DF que acumula a competência dos estados e dos municípios

· Especial: União: Emp. Compulsório (só União pode instituir)Contribuição Especial: só união (art. 149, CF)Exceção: 149, § 1º, CF CIP: competência dos municípios e do DF

· Extraordinária: União para instituir o IEG

· Residual: da União: art. 154, I, CF: para instituição de impostos e contribuições sociais

Competência para instituição de impostos

UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS

OrdináriosII, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGV

IPVAICMSITD

IPTUISSITBI

Extraordinários IEG - -

Residuais Art. 154, I, CF - -

Empréstimo Compulsório de GuerraCompetência: União

Art. 148, I, CF

I.E.GCompetência: União

Art. 154, II, CF

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· Restituível· Só pode ser criado por LC· Tem receita vinculada· Pode pegar qualquer fato gerador

· Não é restituível· LO/MP· Tributo não vinculado· Não pode ser qualquer fato gerador,

tem que respeitar o disposto no art. 145, § 2º, CF

IPTU – IMPOSTO PREDIAL TERRITORIAL URBANO

Tem como FG a propriedade, o domínio útil e a posse de bens imóveis por natureza e por acessão física situados em área urbana.

Propriedade:· Direito de usar (ius utendi)· Gozar (ius fruendi)· Dispor (ius abutendi)

Tendo os três direitos é proprietário e, logo, contribuinte do IPTU.

Domínio útil: direito real

Enfiteuse: consiste na permissão dada ao proprietário de entregar a outrem todos os direitos sobre a coisa de tal forma que o terceiro que recebeu (enfiteuta) passe a ter o domínio útil da coisa mediante pagamento de uma pensão ou foro ao senhorio. Assim, pela enfiteuse o foreiro ou enfiteuta tem sobre a coisa alheia o direito de posse, uso, gozo e inclusive poderá alienar ou transmitir por herança, contudo com a eterna obrigação de pagar a pensão ao senhorio direto.Situação de quase proprietário. Deu ao real proprietário pagamento de foro e de laudêmio (uma porcentagem sobre o negócio realizado). É contribuinte do IPTU.

Detentor da Posse: Somente o detentor da posse com a intenção de usucapir o bem, será contribuinte do IPTU.

Locatário: Contratos particulares não podem ser opostos ao fisco. Não tem efeito algum ao fisco (art. 123, CTN). Se o locatário não pagar o IPTU, quem será executado é o locador, pois para o fisco a cláusula do contrato não tem qualquer efeito.

O art 34 do CTN e dos aludidos artigos da CF, ao versar posse “a qualquer título”, estão a referir-se à posse com animus definitivo, ou seja a posse ad usucapionem, não admitido no CTN, nem na Carta da Republica.

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Única posse que enseja IPTU é a de usucapião (posse ad usucapionem) de bens imóveis ou de acessão física.

IPTU incide tanto sobre o solo quanto pela área construída.

Situados em área urbana: art. 32, §, 1º do CTN: para saber quando é considerada área urbana (se preencher 2 requisitos a área é urbana).Art. 32, § 2º, CTN: se houver aprovação pelo município de que loteamento está em área urbana. Há necessidade de Lei Municipal para decretar se área é urbana ou urbanizável.

Progressividade do IPTU: Art. 156, 182 da CRFB e 21, CTNPoderá ser progressivo no tempo, podendo ser majorado em face da função social (art. 7 e 8º do Estatuto da Cidade e art. 5º, XXIII, CRFB).

Função Social de imóvel urbano: construir. Terreno vazio paga mais IPTU do que construído.A progressividade do IPTU dá eficácia, em um certo ângulo, ao princípio da capacidade contributiva, pois grava de maior ônus aquele que detenha maior riqueza, atribuindo pessoalidade ao foco tributante, pois leva em conta não apenas os elementos centrais da hipótese de incidência, mas também a condição econômica do contribuinte. A partir da vigência da EC nº 29/00 introduziu a possibilidade do IPTU progressivo, ou seja, progressivo em relação ao valor do imóvel tão somente para arrecadar mais quanto maior seja o valor do imóvel do contribuinte. Não há mais a obrigatoriedade de que o IPTU venha atrelar-se ao cumprimento da função social da propriedade privada.

Súmula 668, STF: é inconstitucional a cobrança de IPTU progressivo antes da EC 29/00 (de acordo com o valor do bem).

O IPTU poderá ser progressivo no valor, na localização e função social do imóvel.

ITR – Imposto Territorial Urbano

Propriedade, domínio útil e posse de bens imóveis por natureza, situados em área rural, não incide sobre a área construída.

Art. 153, § 4º, I da CF: será progressivo com base na função social. União não tem opção de aplica ou não, tem que aplicar. Se atingir a função social da propriedade pagará a progressividade se limita a função social da propriedade.

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ITR IPTUUnião

Área ruralImposto territorial

incide só no tributoSerá progressivo – função social

MunicípioÁrea urbana

Importo predial e territorialIncide no tempo e na área construída

Poderá ser progressivo:· Valor· Local· Utilização· Função social da propriedade

Dec. 57/66, art. 15; altera o art. 32, § 1º do CTN. Se constrói um galinheiro em área urbana paga-se ITR, por ser considerada a destinação e não a área do imóvel.

Correntes:

Uns acham que prevalece o art. 32, § 1º do CTN e outros que o art. 15 do Dec. 57/66 é inconstitucional.

STJ fala dos requisitos da destinação que o imóvel é utilizado. Se tem galinheiro em terreno em área urbana, poderá pagar ITR. É majoritário o entendimento do art. 32, § 1º do CTN.Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:

ISS ou ISSQN(art. 156, III, CF c/c 156, § 3º, CF)

DL 116/03: rol taxativo verticalmente e exemplificativo horizontalmente.

No tocante aos serviços: taxativosNo tocante aos sub-serviços: exemplificativo

Ex.: · Serv. de saúde, assistência médica e congêneres: taxativo

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· Serv. Odontológico está no item 4.12: exemplificativo

Em regra o ISS é cobrado no domicílio do prestador do serviço (art. 3º, LC 116/03)

O ISS é cobrado no domicílio do prestador dos serviços, com suas exceções no próprio art. 3º da LC 116/03, no que se refere a construção civil.

Art. 88, I, ADCT: alíquota mínima: 2%

ISS pressupõe obrigação de fazer.

Ex.: Show do Roberto Carlos no navio, que é fretado pelo Roberto Carlos: não incide ISS.

Software de prateleiraSoftware sob encomenda

ICMSISS

Remédio de manipulação prontoRemédio de manipulação com receita ou sob encomenda

ICMSISS

Fornecimento de energia elétrica(art. 155, § 3º, CF)

ICMS

Serviços de advogadosDec.: 406/68, art. 9º, § 1º c;c 156, III,CF

ISS fixo de acordo com a quantidade de advogados do escritório (não é quanto ao

faturamento)

ITBIImposto sobre Transmissão Onerosa de bens imóveis

Competência municipal.

Alíquota: 2%Base de cálculo: art. 38, CTN

Na permuta também incide ITBI nos 2 imóveis

Transmissão gratuita não incide ITBI e sim ITD/ITDCM/ITDMC/ITMCD/ ITCMD de qualquer bem.

Alíquota máxima é fixada por resolução do senadoMáxima: Res. 2/92: 8% RJ: 4%

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Ex.1: Sujeito morre e tem um único imóvel de 100mil com 2 herdeiros. Cada um ficará com 50 mil e pagará 2 mil de ITD (4%).

Renúncia translativa (em favor de outro herdeiro): abrirá mão do seu quinhão hereditário, terá que incidir ITD (2 ITDs: um do herdeiro e do 3º)

Renúncia abdicativa (em favor do monte): a integralidade do bem incide ITD do imóvel integral (um único ITD que será dado à B)

Costuma-se distinguir da renúncia abdicativa a chamada renúncia translativa, que implica a transmissão a determinada pessoa, designada pelo renunciante. A primeira (abdicativa) é verdadeira renúncia, ao passo que a segunda (translativa ou translatícia) envolve duas declarações de vontade, importando em aceitação e alienação simultânea ao favorecido.

O Direito Civil deixa claro que na renúncia translativa, há uma transmissão em favor do herdeiro, que recebe seu quinhão, e por sua vez, o transfere a um terceiro. Assim, ocorrem duas transmissões a ensejar a incidência do tributo.

Dessa forma, para evitar a incidência do ITCMD, o indivíduo deve optar, sempre que possível, pela renúncia abdicativa, em favor do monte. Frise-se que tal conduta não consiste em ilícito tributário e sim em planejamento tributário.

Ex.2: Sujeito morre em SP, morava em SP e seu carro é do RJ:Art. 155, § 1º, I e II, CF

Bens Imóveis: no local da situação do bemBens móveis: no local onde será o inventário

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços

O ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) é de competência dos Estados e do DF.Transporte intramunicipal: ISSTransporte inframunicipal: ISS

ICMS é devido no início da prestação do serviço.

Transporte internacional não há incidência de ICMS (art. 155, § 2º, X, “a”, CF) se o início da prestação ocorrer no Brasil.

Não incide ICMS nem no transporte nem na circulação de mercadorias para o exterior.

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Quando o produto/mercadoria vem do exterior, o ICMS passa a ser dividido no destino final (art. 155, § 2º, IX da CF).

Serviço de Comunicação: ICMS

Provedor e internet não é considerado comunicação: não paga ISS nem ICMS

Art. 155, § 2º, X, “d”, CF: imunidade para sons e imagens difundidos de forma gratuita

TV a cabo: incide ICMS por não ser gratuita

FG do ICMS: circulação da mercadoria, tem natureza mercantilista: tem que ter habitualidade e finalidade de lucro.

Não incide ICMS entre estabelecimentos de mesma titularidade(Súmula 166, STJ)

Contrato de leasing: só incidirá quando houver a opção de compra/ troca de titularidade.

Alíquotas do ICMS: Interna: Aplicadas nas operações dentro do Estado. Não pode ser

inferior a interestadual que é fixada por resolução do senado.Interestadual: operações entre estados Estado rico para estado pobre: 7% Estado pobre para estado rico: 12%

Ex.: Consumidor final (RJ): sujeito do RJ compra de SPFornecedor (SP): recolhe ICMS para SP: 18%

Alíquota interestadual: 12%SP: 18%RJ: 18% + 1%

Art. 155, § 2º, VII, “b”, CF

ICMS se submete ao princípio da não cumulatividade. Só incide ao valor agregado em cada operação. A saída da mercadoria gera crédito para a operação seguinte.

Royalties do Petróleo:

ICMS do petróleo é diferente: não é devido na produção, o ICMS só é devido no refino (SP é maior arrecadador porque refinarias estão lá).

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Finalidade dos royalties: estado produtor tem o ano ambiental. Royalties servem para conter/compensar sua perda de ICMS.

O ICMS incide por dentro (incide sobre ele mesmo).

Base de cálculo é o valor da mercadoria.

Ex.: Se o produto for R$100,00 e ICMS de 10%, o valor da base de cálculo será em cima de R$110,00, então o valor final do produto será de R$110,00 x 10% = R$111,00.

Produto danificado para venda que é doado para instituição não tem incidência de ICMS, pois não há natureza/finalidade de comércio. Caso haja cobrança, caberá Ação Anulatória com Tutela Antecipada. Embora haja habitualidade, não há finalidade de comércio.

IPVAImposto sobre Propriedade de Veículo Automotor Terrestre (EC 27/87)

Não incide sobre aeronaves e embarcações, restringindo seu alcance apenas para automotores terrestres.

O IPVA nasceu de uma taxa da rodagem, o TRU - Taxa Rodoviária Única, e era a cobrança feita para melhorar as rodovias. Com mais gente adquirindo carro e as rodovias já construídas, percebeu-se que a taxa não deveria ser considerada serviço prestado e divisível. Criou-se então o pedágio para direcionar o custo ao usuário do veículo naquela estrada e extinguiu-se então o TRU, implementando-se o IPVA, imposto desafetado e desvinculado de fim pré-destinado.

Art. 155, § 6º, CF: IPVA terá sua alíquota mínima fixada pelo Senado Federal, sendo que não há alíquota mínima e é por isso que algumas pessoas licenciam seus carros em locais que não são seus domicílios fiscais e o fazem para pagar menos IPVA.

Há possibilidade do IPVA ser diferenciado no tipo ou na utilização do veículo, porém, poderá ser diferenciado, ou seja, o estado não é obrigado a fazer, só se desejar.

§ 6º O imposto previsto no inciso III: I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.

RJ, por exemplo, faz diferenciação com base nos dois, se o veículo é a gasolina a alíquota é de 4%, se o veículo é flex a alíquota é de 3%, se é a álcool é de 2% e

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faria quanto a utilização, como é o caso do taxista que é isento do IPVA, mas paga seguro obrigatório, DPVAT.

Quem sofre de artrose tem isenção de IPVA.

Impostos da União

II – Imposto de Importação

FG: entrada jurídica do produto estrangeiro no território nacional.

Enquanto não houver o registro de entrada, não é cobrado o II. Portanto, o desembaraço aduaneiro se dá com o registro.

Ex.:22/out. 25/out. 29/out

(chegou mercadoria) (imposto é majorado) (registrou)

Como a mercadoria chegou no dia 22/10, o imposto foi majorado em 25/10 e o registro se deu em 29/10, pagará como o novo imposto.

É no registro que incide o IPI para importação, ICMS para importação e PIS/COFINS para importação.

Draw Back: consiste na suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado. O mecanismo funciona como um incentivo às exportações, pois reduz os custos de produção de produtos exportáveis, tornando-os mais competitivos no mercado internacional.Ex.: Feita a planta para carro classe A da Mercedes Benz, sendo que detectou-se que não houve procura no Brasil. Então passa a montagem a ser feita aqui e a venda no exterior. Sendo assim, não incide II na importação, nem IE na exportação. Isso dá força à indústria nacional, mesmo que seja para retornar ao exterior.

IE – Imposto de Exportação

Fato Gerador: saída jurídica do produto

Dá-se com o registro de saída: declaração de exportação

A alíquota é 0 (zero).

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IPI – Imposto Sobre Produtos IndustrializadosDEC 7.212/2010

Fato Gerador: Industrialização Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo.

São imunes da incidência do IPI: I – os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão;II – os produtos industrializados destinados ao exterior;III – o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;É o caso da barra de ouro que presenteia os vencedores em concursos do SBTIV – a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.Se a imunidade estiver condicionada à destinação do produto, e a este for dado destino diverso, ficará o responsável pelo fato sujeito ao pagamento do imposto e da penalidade cabível, como se a imunidade não existisse.

Não incide IPI: artesanato

São obrigados ao pagamento do IPI como contribuinte: I – o importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; II – o industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto que industrializar em seu estabelecimento, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar; III – o estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos produtos que dele saírem, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar;IV – os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade.É ainda responsável, por substituição, o industrial ou equiparado a industrial, mediante requerimento, em relação às operações anteriores, concomitantes ou posteriores às saídas que promover, nas hipóteses e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal.

Incide IPI: Acondicionamento de embalagem

Art. 4º, IV, RIPI/02 ---> considera-se como operação de industrialização aquela que importe em alterar a apresentação do produto pela colocação de embalagem de apresentação.

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Embalar em caixa apropriada, vários tipos e modelos de ferramentas com objetivo de agregar valores aos produtos, melhorando a apresentação, cuja finalidade é de comercializar jogos de ferramentas em forma de "kits".

A embalagem de transporte, que é a operação que importa em alterar, apenas com fins específicos ao transporte do produto, em caixas, caixotes, engradados, barricas, latas, tambores, sacos, sem acabamento e sem rotulagem de função promocional, não incide IPI.

Art. 155, § 2º, XI, CF: Não há incidência quando a operação realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos.

IPI é imposto plurifásico e por ter várias fases de industrialização, terá várias incidências do IPI. Submete-se ao princípio da não cumulatividade e também ao princípio da noventena, ou seja, se IPI foi criado ou majorado, só poderá ser exigido após 90 dias.

Majoração alíquota IPI de carro ImportadoO decreto que aumentou a alíquota do IPI para carro importado é inconstitucional, pois fere frontalmente a CRFB, que autoriza que o Poder Executivo altere as alíquotas do IPI, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei (art.153, § 1º), e a Lei no caso é a MP 540, de 2/8/11, que autorizou o Executivo a tratar somente de redução de alíquotas e não de majorações. Isto é, o Executivo majorou o IPI em afronta à MP que pretendeu regulamentar.

A EC 42/03 passou a exigir a aplicação cumulativa da anterioridade do artigo 150, III, b (que veda a exigência de tributo no mesmo ano em que haja sido publicada a lei que o instituiu ou majorou), com o prazo de vacatio legis de 90dias, previsto no art. 150, III, c.

A EC 42/2003 modificou, ainda, o parágrafo 1º, do artigo 150, que trata das exceções à anterioridade, com a finalidade de acrescentar àquele dispositivo, as exceções à nova regra da noventena. O IPI continuou excepcionado da anterioridade do artigo 150, III, b, mas não foi excepcionado da vacatio legis de 90 dias, do artigo 150, III, c.

Assim, de acordo com o que dispõe o art. 150, III, c, c/c o art. 150, § 1º da CRFB, qualquer norma que majore alíquota do IPI deve esperar 90 dias para entrar em vigor.

No caso do consumidor final que comprou o carro importado com IPI majorado, pode ser restituído? NÃO, pois é contribuinte de fato, só poderia se fosse contribuinte de direito.

Só quem suportou pode reivindicar, desde que seja contribuinte de direito.

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Se fiscal da receita atrasar o registro do IPI, sabendo que o IPI será majorado, poderá ser impetrado MS, mas não cabe liminar por ser produto do exterior (art. 7, § 2º, CRFB). Também cabe Ação Declaratória com Tutela Antecipada.

Aplica-se também ao IPI o princípio da seletividade em razão da essencialidade do produto. Quanto mais essencial for o produto menor será a alíquota do IPI e quanto menos essencial, menor será a alíquota do IPI.

Ex.: bens da cesta básica: alíquota menor Cigarro alíquota maior Bebida alcoólica alíquota maior

Natureza jurídica do selo de controle do IPI nos produtos: Há controvérsias

STJ diz que tem natureza jurídica de obrigação acessória, porquanto visa a facilitar a fiscalização e arrecadação do tributo principal (artigo 113, § 2º, do CTN).

Já se diz que tem natureza de obrigação principal, pois comprova o pagamento do IPI.

IOF / IOCCSVMImposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos e

Valores Mobiliários

FG: entrega do montante ou valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado.

Leasing: não incide IOFAlienação fiduciária: incide IOF, pois é empréstimo do banco para o consumidorSeguro: incide IOFParcelamento dívida Cartão crédito: Incide IOF

Art. 153, § 5º, CF: Sobre o ouro, somente incide o IOF se o ouro for ativo financeiro. Ex.: Quando Sílvio Santos em seu programa premia com barras de ouro. Se for a joia será mercadoria, portanto incidirá ICMS.

IR - IMPOSTO DE RENDA

Fato Gerador: auferir renda ou disponibilidade econômica de qualquer natureza

Renda: riqueza nova, capacidade de compra.

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Nem toda receita recebida pelo contribuinte é FG do IR.

Verba indenizatória por dano material STJ entende que não tem fato gerador de IR, pois é uma recomposição pela perda financeira.

Verba indenizatória por dano moral: entendia-se que cabia incidência de IR, pois enriquecia o patrimônio da pessoa, porém o Ministro Luiz Fux pacificou no sentido de que não há incidência de FG para o IP, pois recompõe a perda, mesmo que psicológica e não há dinheiro algum que recomponha uma perda.

Na justiça do trabalho, até os juros de mora tem natureza indenizatória.

No caso da sentença trabalhista se o sujeito for condenado em R$100.000,00 em verbas trabalhistas, será tributado do total (27%), mas se o juiz estipular verba a verba, só incidirá o que for remuneração. Ex.:

· Aviso prévio não gozado: não incide IR· Férias não gozadas indenizadas: não incide IR· 1/3 de férias: não incide IR· Hora extra (é remuneração): incide IR

Pessoa Jurídica: art. 44, CTN· Lucro real: com respectivas deduções. · Lucro presumido: percentual do faturamento é considerado lucro (serviço:

32%, comércio: 8% e posto de combustíveis: 1,6%)· Lucro arbitrado: arbitrado pelo fisco

Pelo princípio da territorialidade, mesmo não estando no Brasil, se a renda for auferida aqui, tem que declarar IR.

Critérios do IR (art. 153, § 2º, CF)Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:§ 2º - O imposto previsto no inciso III:I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;

· Generalidade: todas as pessoas são abrangidas pelo imposto, não importa se é maior ou menor e se a empresa foi ou não constituída, tem que pagar IR.

· Universalidade: todas as rendas estão abrangidas pela incidência do imposto. Até a pecúnia non olet (não importa de onde vem a renda), tem que se pagar o imposto.Ex. pecúnia non olet: juiz que advoga ou desembargador que exerce advocacia e é autuado PIS não pagou IR pelo que recebe, alegando que não deveria ser tributado por causa do seu impedimento. Ora, como auferiu renda, tem que pagar .

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· Progressividade : instrumento da capacidade contributiva. Quanto maior a base de cálculo, maior a alíquota do IR.

Progressividade

IR a progressividade visa atingir a capacidade contributiva do contribuinte do tributo.

ITR a progressividade visa disciplinar a utilização das terras rurais e não atingir a capacidade contributiva do contribuinte

IPTU a progressividade era permitida para penalizar o proprietário que não cumpria a função social do terreno até a EC29/2000. A partir da EC 29/00 passou a ser permitida para atingir a capacidade contributiva do proprietário.

Súmula 656, STF: inconstitucionalidade do ITBI progressivo

IGF – Imposto sobre Grandes FortunasArv. 153, VII, CF

Não existe e somente poderá ser criado/instituído por Lei Complementar

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

PRINCÍPIOS

• Legalidade (art.. 150, I, CF)

• Uniformidade geográfica (art. 151, I, CF)

• Capacidade contributiva (art. 145, parágrafo 1º, CF)

• Isonomia (art.150, II, CF)

• Irretroatividade (art. 150, III, “a”)

• Anterioridade do exercício (art.150, III, “b”)

• Não confisco (art. 150, IV, CF)

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• Anterioridade nonagesimal (art. 150, III, “c”)

Princípio da Legalidade (art, 150, I, CF c/c 97, CTN)

O tributo só pode ser criado, majorado, instituído, extinto por lei.

Tributo pode ser criado por Medida Provisória, que é instrumento hábil para criação de tributos (art. 150, I c/c 62, CF), porém não pode invadir NUNCA a reserva de Lei Complementar.

Reserva de Lei ComplementarI. Normas gerais de Direito Tributário (art. 146, CF)

• Art. 155, § 1º, III: reserva de LC para ITC• Art. 155, § 2º, XII: reserva de LC para ICMS• Art. 156, § 3º: reserva de LC para ISS

II. Empréstimo Compulsório (art. 148, CF)III. I.G.F. art. 153, VII, CF)IV. Competência Residual (art. 154, I c/c 195, § 4º)

Exceções ao Princípio da Legalidade1. Art. 153, § 1º da CF: os impostos extrafiscais (II, IE, IPI, IOF): poderão ter sua

alíquotas majoradas por ato do poder executivo, mas não a base de cálculo;2. Art. 177, § 4º, I, “b”, CF: CIDE poderá ter a sua alíquota reduzida ou

restabelecida por ato do poder executivo (não majorado)3. Art. 155, § 2º, IV da CF: ICMS terá a sua alíquota interestadual fixada por

resolução do senado4. Art. 155, § 4º, IV, CF: ICMS monofásico incidente sobre combustíveis terá sua

alíquota determinada pelo convênio5. Art. 97, § 2º, CTN: a atualização da base de cálculo do tributo não precisa de lei.

É recomposição de perda. Ex.: atualização da base de cálculo do IPTU6. Art. 160 do CTN: determinação do prazo de pagamento do tributo não precisa de

lei.7. Art. 113, § 2º do CTN: determinação de obrigação acessória.

Princípio da Isonomia (art, 150, II, CF)

Tratar desigualmente os desiguais na medida que se desigualam. Não pode haver benefício odioso, quem precisa merece receber tratamento diferenciado.

Ex.: IR: contribuinte que ganha menos, fica isento do IR.

Não pode se basear no cargo e sim com base na renda.

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Princípio da Capacidade Contributiva(art. 145, § 1º, CF)

Sempre que possível os impostos deverão incidir, de forma diferenciada, de acordo com a renda (capacidade contributiva) do cidadão.

Embora o art. 145, § 1º da CF fale só de imposto, o STF entendeu que as taxas também devem seguir este princípio (súmula 665, STF).

O art. 195, § 9º da CF diz que aplica-se também às contribuições sociais.

Princípio da Uniformidade Geográfica(art. 150, II, CF)

Tem que ser uniforme em todo território nacional Para atender à isonomia, pode ser dado incentivo fiscal.

Ex.: Criou-se IPVA maior para carro importado, que posteriormente foi considerado inconstitucional.

Ex.: Simples nacional que abrange as micro empresas é grande avanço, pois dá tratamento diferenciado para que a empresa de menos porte sobreviva.

Micro empreendedor individual (MEI): incentivo para formalizar o informal dando um regime de tributação específica.

Princípio da Não surpresa(art. 150, III, CF)

Para que o contribuinte não se surpreenda com uma carga tributária que não se programou e que possa se programar.

Art. 150, “a”: Princípio da irretroatividade: a lei tributária não retroagirá para abranger fatos geradores pretéritos (art. 106, CTN / 144, § 1º, CTN).

Quando meramente/expressamente interpretativa poderá retroagir.Ex.: lei municipal diz que veículo automotor terrestre que inclui veículo automotor, incluindo navio (não retroagirá)Retroagirá lei eu comine penalidade menos severa e que deixe de tratar a conduta do agente com a infração.

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Art. 144, CTN:

Ex.: FG em 2008 Lançamento em 2011 Lei X Lei Y Alíquota 10% Alíquota: 5% Multa: 100% Multa: 10%

Se não houve coisa julgada, utiliza-se alíquota do FG e a multa que for menos severa.

Art. 144, § 1º, CTN: retroage também a lei tributária que aumentar os poderes.das garantias e privilégios do CT.Exemplo irreal, mas só para exemplificar: lei autorizando auditor fiscal a ter senha de acesso para ver todas as contas bancárias dos contribuintes e fiscalizá-las nos últimos 5 anos: aumenta o poder de fiscalização, portanto, poderá retroagir.

Princípio da Anterioridade(art. 150, III, “b”, CF)

Se o tributo for criado ou majorado, só poderá ser instituído/cobrado no exercício financeiro seguinte.

Ex: tributo criado em Fev/2011, só poderá ser cobrado em Jan/2012.

Princípio da Noventena(art. 150, III, “c”, CF)

EC42/03 trouxe para preservar o princípio da não surpresa e se somar ao princípio da anterioridade.

Na extinção ou redução não se precisa seguir o princípio da anterioridade e noventena.Exceções: Art. 150, § 1º, CF

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IMDIATAMENTE SÓ 90 SÓ ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO

Extrafiscais (menos IPI)· II· IE· IOF· IEG· Em. Compulsório de

Guerra ou calamidade pública

· IPI· CIDE Combustíveis· ICMS monofásico

incidente de combustíveis

· Contribuições Sociais

· IR· IPTU (*)· IPVA (*)

(*) quando operação for da base e cálculo (se aumentar alíquota não pode, tem que respeitar a anterioridade e a noventena)

TRIBUTO CRIADO POR MEDIDA PROVISÓRIA

Deve respeitar a anterioridade e a noventena

Quando editada a Medida Provisória e não quando convertida em lei.

Art. 62 §2.°, da CRFB, verbis: “medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos (...)”, inserido pela EC n.° 32/01, prevendo a possibilidade de se utilizar de um meio de contenção de crises (medida provisória) para se criar ou majorar a espécie tributária imposto.

Teria a Constituição, conforme dispositivo supracitado, impedido que medida provisória trate de outras espécies tributárias, como as contribuições e as taxas, por ter previsto somente a figura do imposto?

Não é o que vem entendendo o STF. Para este Tribunal, a CF não impediu que medida provisória, desde que observada relevância e urgência e não seja a matéria reservada a lei complementar, trate de outras espécies tributárias.

Majoração alíquota do ITR por medida provisória: somente atendendo a anterioridade. o ITR se sujeita à regra do art. 62 § 2º da Constituição. Se a conversão em lei se dá no mesmo exercício da publicação da medida provisória, o ITR, a partir de primeiro de janeiro do ano seguinte, poderá ser exigido com as novas alíquotas.

O II, IE, IOF, IPI e IEG não precisam que a MP seja convertida em lei para ser cobrada.

A concessão de isenção produz efeitos imediatos.

Isenção é a dispensa legal ao pagamento do tributo de acordo com o STF e seus efeitos são imediatos.

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Revogação da Isenção: se for revogado hoje, passa a ser devido imediatamente. Ressalvado o disposo to dart. 104, III, CTN. Se o imposto for sobre patrimônio u renda, smente produzirá efeitos no exercício seguinte.

Ex.: IPVA, PTU, ITR impostos sobre propriedade

Súmula 584, STF: ao IR se aplica na declaração a lei que alterar o FG.

IR 2011

01/12/11 20/12/11 31/13/11 (lei majora IR)

Lei se aplica ao FG pendente. Na declaração de 2012 terá que usar a lei de 20/12/11

Princípio do Não Confisco

Princípio da razoabilidade do direito tributário. O tributo não pode ser confiscatório, trás conceito jurídico indeterminado, que só é visto no caso concreto.

Ex.: majoração absurda de alíquota no caso concreto de 133%, é abusivo.

Posicionamento do STF: aplica-se à multas e penalidades. É o caso emblemático que aplicou multa de 300%. Feriu a razoabilidade e juiz não pode reduzir a multa, apenas afastá-la.

Princípio da Nâo Limitação ao Tráfego(art. 150, V, CF)

Não se pode violar o direito de ir e vir para evitar a livre locomoção. É vedada a cobrança de tributos interestaduais e intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio, pois pedágio é tributo quando há obrigação (ex.: selo pedágio que se cobrou anos atrás).

Ex.: Trouxe Ipads do exterior e tem seus bens apreendidos. A receita pode aprender os bens e se não pagar o tributo incidirá em pena de perdimento.

Sumula 323 do STF

Sumula 70 do STF

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Princípio da Vedação à Isenção Heterônoma(art. 151, III, CF c/c 150, § 6º, CF)

Ente federado não pode conceder isenção de tributos de competência de outro ente.

Exceção: União ao celebrar tratados internacionais, poderá conceder isenção de tributo

Estado pode conceder isenção de ICMS de sua competência? NÃO, só se autorizado pelo Convênio. Art. 155, § 2º, XII, “g” da CF c/c 150, § 6º, CF

Imunidades(art. 150, VI CF)

Toda não incidência constitucionalmente qualificada. Na imunidade o imposto não existe.

Art. 150, VI, CF: imunidade para impostos e não para taxas

Isenção: dispensa legal do pagamento

• SUBJETIVA – Art. 150, VI, “c” da CF• OBJETIVA – Art. 150, VI, “d” da CF• RECÍPROCA – Art. 150, Vi, “a” da CF• TEMPLOS DE QUALQUER CULTO – Art. 150, VI, “b” da CF

Imunidade Tributária Recíproca(art. 150, VI, “a”, CF)

Impede a incidência de impostos sobre patrimônio, renda e serviços entre os entes federados.

A idéia desta imunidade é proteger o pacto federativo, impedindo a incidência de impostos.

Imunidade só abrange impostos.

Se município instituir taxa de coleta de lixo de todos os imóveis do seu território e estado não pagar, poderá o município cobrar, mas não poderá executá-lo, porque a

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execução fiscal pressupõe a garantia de juízo para se defender. Entre os bens de entes federados, a cobrança é feita por execução civil (art. 730 e seguintes, CPC), pois o bem público é indisponível.

Ex.: IPTU não é pago pelo município ao estado, PGE não paga ISS, carros destinados aos municípios não pagam IPVA.

Art. 150, § 3º, CF: quem explora atividade econômica não pode gozar de imunidade, para não quebrar a concorrência.

Empresas públicas e de economia mista não gozam de imunidade (Ex.: Petrobrás).

Ressalvadas a ECT e a INFRAERO. De acordo com o STF, são imunes por serem empresas que prestam serviço essencial e não têm concorrência (exerce monopólio).

Súmula 724, STF: bem público alugado para terceiros, mesmo que para particular, é imune de IPTU.

Imunidade dos templos de qualquer culto

tem que constituir o templo em cartório e não ter fins lucrativos.

Na compra do templo não incide ITBI, não paga IR. Se construir imóvel e repassar o dinheiro dos aluguéis para atividade essencial da igreja, tem imunidade. Se tiver cantina para vender café, biscoitos, sanduiches, também terá imunidade de ICMS.

Cemitério gozará de imunidade se não tiver atividade de lucro.

IMUNIDADE SUBJETIVA

imunidade de pessoas, sindicatos, sem finalidade de lucro, desde preenchidos os requisitos da lei: art. 14, CTN.

Ex.: PUC: mesmo com lucro tem imunidade, desde que reverta o lucro para fins da atividade essencial da escola.

No caso da alínea “b”, tem imunidade desde sua constituição e na alínea “c” tem que ter reconhecido os requisitos para ter direito à imunidade.

Ex.: Previdência Privada de imunidade se for fechada e beneficiários ao contribuírem (empregador entra com tudo). Súmula b730, STF.

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IMUNIDADE OBJETIVA

imunidade de livros, jornais, periódicos e papéis destinados à sua confecção. Só o papel é imune, a gráfica não é. Não há incidência do ICMS nos livros. Único insumo imune é o papel (art. 657, STF).STF tem demonstrado que tende a estender para outros insumos (chapa e tinta) para produção do jornal, com base na liberdade de imprensa e outras formas de inclusão da cultura.

Álbum de figurinha e gibi gozam de imunidade. Playboy goza de imunidade por ser periódica.

O DIREITO TRIBUTÁRIO NO CTN

Art. 96, CTN: legislação tributária inclui tratados, convenções internacionais, decretos e as normas complementares.

Art. 108, CTN: integração. Método utilizado para suprir uma lacuna.

Art. 68, § 1º: é vedada analogia no que se refere a tributo.

Art. 68, § 2º: Equidade. Pode ser concedida a remissão aplicando a equidade, mas não pode deixar de pagar alegando equidade.

Art. 111, CTN: Interpretação literal. Não cabe ao intérprete qualquer margem de discricionariedade (rol taxativo do art. 151, CTN e rol exclusão: art. 175, CTN).

Ex.: se for concedida isenção ao deficiente de membro inferior esquerdo, o que tiver problema no membro inferior direito não terá isenção.

IMUNIDADE ISENÇÃO

instituída pela constituição federal no seu art.150 só podendo ser modificada pelo processo legislativo de EC.É uma vedação ou renuncia fiscal instituídas as entidades que de algum modo complementam ou suprem uma atividade que deveria ser feita pelo estado.p.ex.as entidades sem fins lucrativos que suprem a assistência social não dada pelo ente publico (art 3°,III da CF) e tem caráter perene

são instituídas por lei infra constitucional a determinadas pessoas e em determinadas situações,uma vez extinta essa pessoa ou essa situação cessa a isenção,isto é ,tem caráter temporário.

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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Obrigação Principal: dar dinheiro ao fisco, prevista em lei.

Obrigação Acessória: art. 113, § 2º, CTN: prevista na legislação tributária. A multa precisa de lei (art. 97, V,CTN).

Principal: darHipótese FG Ob. Trib. - fazerIncidência Acessória: - não fazer - tolerarNo tocante a penalidade pecuniária a multa se converte em obrigação principal.Ex: avós do professor que não declararam IR (deixou de fazer) e incorreram em multa (dar $).

Art. 116, § Ú, CTN: regra geral anti elisão. A essência do planejamento é evitar o FG, é a forma lícita que tem o contribuinte para deixar de pagar o tributo. Veda a simulação, que o direito civil já é nulo. O que veda realmente não é a elisão e sim a elusão.

Elisão: Planejamento tributário. Fazer a melhor escolha do regime tributário da empresa.

Elusão: Ato simulado. Ex.: vende apto no Golden Green para uma pessoa e pede para integralizar a empresa, depois desconstituir a empresa para fugir do pagamento do ITBI. O fisco pode desconsiderar o negócio jurídico, não à pessoa jurídica.

Evasão: É o crime de sonegação fiscal. Pratica o FG e omite do fisco.Ex.: médico que pergunta se quer com ou sem nota fiscal. Quem vem do exterior com IPAD para revender e não declara.

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Conjunto de medidas contínuas que visam a economia de tributos de forma legal, levando-se em conta as possíveis mudanças rápidas e eficazes, nas hipótese do fisco alterar as regras fiscais.

Quando se trabalha o planejamento tributário, busca-se, de acordo com o ordenamento jurídico, o menor impacto tributário para a empresa.

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OBJETIVOS

Evitar a incidência do tributo (nesse caso adota-se procedimentos com fim de evitar a ocorrência do fato gerador);

Reduzir o montante do tributo (as providências serão no sentido de reduzir a base de cálculo ou a alíquota do tributo).

Retardar o pagamento do tributo (o contribuinte adota medidas que têm por fim postergar o tributo, sem ocorrência da multa).

ESTUDO DE CASO

Preço de compra de mercadoria - R$ 1.000,00

Preço de venda de mercadoria - R$ 1.651,75

Cálculo no Presumido

• PIS - 0,65% - R$ 10,74

• COFINS - 3% - R$ 49,55

• Total - R$ 60,29

Cálculo no Real

• Créditos - PIS -1,65% sobre R$ 1.000,00 - R$ 16,50

• - COFINS - 7,6% sobre R$ 1.000,00 - R$ 76,00

• Total - R$ 92,50

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• Débitos - 1,65% sobre R$1.651,75 - R$ 27,25

• - 7,6% sobre R$ 1.651,75 - R$ 125,53

• Total - R$ 152,79

Apuração: Débitos - Créditos = valor a recolher (152,79 - 92,50 = 60,29)

Total: R$ 60,29

Conclusão

Valor adicionado = 65,17% (empate)

Valor adicionado > 65,17% (lucro presumido)

Valor adicionado < 65,17% (lucro real)

O planejamento depende do caso concreto.

Art. 117, CTN – Condição: Evento futuro e incerto

Podem ser:

Suspensiva: é aquele em que o indivíduo adquire o direito com o implemento da condição. Efeitos se produzem no momento em que a condição ocorre.

Resolutiva: tributo tem que ser recolhido, quando for firmado o contrato, sendo a condição um indiferente tributário. O direito é perdido com o implemento da condição. Não paga nada no retorno do bem.Ex.: menina muito feia que se apaixona por bonitão...

Art. 118, CTN : imposto é devido mesmo com a ilicitude do ato.

Art. 119, CTN : Sujeito ativo da relação jurídica tributária é quem tem a capacidade tributária e não quem tem a competência.

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Não há solidariedade ativa, pois não pode haver a bitributação.

Art. 120, CTN : Desmembramento. Ex. Pará e sua divisão em Pará, Tapajós e Carajás, seguirá a lei de Pará (legislação da qual foi desmembrada).

Fusão: existiam 3 para nascer um só. Até que se decida, será usada a de cada uma, até que seja estabelecido qual a legislação que entrará em vigor.

Passivo da relação jurídica: art. 121, § Ú, I e II do CTN: pode ser o contribuinte (tem relação direta CE econômica com o FG) ou responsável (quem a lei determinar como tal).

Art. 123, CTN: os contratos particulares não podem ser opostos ao fisco.

Pode haver mais de dois devedores do mesmo Crédito Tributário.

Art. 124, CTN: quando há interesse comum, há solidariedade.

O direito tributário não admite benefício de ordem quando solidário.

Ex.: Se A tem 10%, B tem 20% e C tem 70% e devem IPTU, os 3 tem a mesma obrigação. Se um deles tem benefício de ordem, não será estendido para os demais, só para o beneficiário do benefício.

No caso de holding, mesmo coligadas, não pode haver cobrança de uma para outra.

Art. 126, CTN: todos têm que ser tributados independente da capacidade civil das pessoas ou de estar regularmente constituída a empresa.

Art. 127, CTN: domicílio tributário. Da mesma forma que posso eleger o domicílio, o fisco poderá negar, uma vez que se deseja sonegar a informação (art. 127, § 2o, CTN).

Responsabilidade TributáriaArt. 128, CTN

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Dividem-se:

1. Responsabilidade por substituição: obrigação nasce para o substituto, o contribuinte é afastado da relação

· Para frente: progressiva: art. 150, § 7o, CF· Para trás: regressiva: art. 6o, LC 87/96

2. Responsabilidade por transferência: a obrigação nasce para o contribuinte e é transferida para o responsável. Ex.: IR, alienação fiduciária

· Por sucessão: art. 130, 131 e 132, CTN· De terceiros: Art. 134, 135... 137, CTN

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

Mecanismo de arrecadação de tributos utilizado pelo governo, que atribui ao contribuinte a responsabilidade pelo pagamento do imposto devido pelo seu cliente. A substituição será recolhida pelo contribuinte e repassada ao governo.

ESPÉCIES:Substituição para frente: Art. 150, § 7º, CFo tributo relativo a fatos geradores que deverão ocorrer posteriormente é arrecadado de maneira antecipada, sobre uma base de cálculo presumida. Ex.: montadora que vende certo produto, recolhe o tributo devido por ele, e também o tributo que seria devido pela concessionária e pelo consumidor final.

Montadora Concessionária Consumidor Final

A montadora recolhe o ICMS integral, pressumindo a venda direta ao consumidor final. É a presunção de ocorrência do FG, que é a saída da mercadoria. A concessionária não recolherá o ICMS, uma vez que já foi recolhida.

Ex.: no caso o veículo estar na concessionária e ocorrer dilúvio. A concessionária terá a restituição (substituído tem legitimidade, pois é quem tem o ônus financeiro).

Art. 10, LC 87: só cabe restituição na substituição para frente.

Ex.: Se o carro for vendido com preço inferior ao seu valor o contribuinte não tem direito a restituição preferencial

Substituição para trás (regressiva) ocorre justamente o contrário. Apenas a última pessoa que participa da cadeia de circulação da mercadoria é que paga o tributo, de maneira integral, inclusive relativamente às operações anteriormente praticadas

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e/ou seus resultados.Pequeno Produtor Parmalat

O pequeno produtor rural quando dá saída do leite não há incidência de ICMS, só na entrada na Parmalat (substituto), isso para melhor fiscalizzar a Parmalat. É muito mais fácil para o fisco controlar grandes empresas do que pequenas.

Substitução pura e simples: contribuinte em determinada operação ou prestação é substituído por outro que participa do mesmo negócio jurídico. Ex.: indústria que paga o tributo devido pelo prestador que lhe provém o serviço de transporte.Os valores recolhidos a título de substituição tributária são considerados definitivos, a não ser que o FG presumido não se realize, hipótese em que o contribuinte poderá pedir restituição do tributo.

RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA (Art. 130, CTN)

Obrigação nasce para o contribuinte e é transferida para o responsável.

Pode ser:

Por sucessão: contribuinte some e é sucedido pelo responsável.Ex.: Imóvel é vendido sem nunca ter sido pago o IPTU, dívida é transferida para adquirente, que deixará de fazer parte da relação jurídica. Em bens imóveis a dívida é transferida para o adquirente (propter rem). Portanto, ao adquirir o bem, recebe a dívida, salvo se comprovar o pagamento.

Hasta Pública: presume-se quitada no caso de aquisição em hasta pública (art. 130, § Ú, CTN). Se tiver débitos de IPTU, presume-se quitado.

O adquirente tem que ser diligente ao adquirir um bem e retirar todas as certidões para se certificar que o imóvel está sem dívidas.

No caso de ser uma igreja, ao adquirir o bem não pagará ITBI.

Se o imóvel com dívida é alienado para templo, não há incidência de IPTUs devidos por sua imunidade.

Art. 131, CTN: responsabilidade é subsidiária: primeiro o espólio e somente depois o inventariante, caso ocorra cumulativamente as duas condições. Depois da homologação da partilha quem responderá? Serão responsáveis os sucessores e o

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cônjuge meeiro, em regime de solidariedade. A responsabilidade pelo débito do de cujus é limitada ao valor da herança recebida, ao montante do quinhão ou da meação, não adentra ao patrimônio dos sucessores.

Art. 132, CTN: Dívida TributáriaFusão: dívidas vão para resultado da fusão. Ex.: Itaú e Unibanco.Incorporação: dívidas são transferidas para incorporador. Ex.: Real incorporado por Santander, que assume as dívidas.Cisão: não importa se é parcial ou total, as empresas ficam como devedoras solidárias, ou seja, co-devedoras das dívidas originárias.

Art. 133, CTN: alienação do estabelecimento empresarial.Ex.: Sujeito coloca padaria a venda e adquirente fecha a padaria e abre centro automotivo, as dívidas da atividade passam ao adquirente? Não, só se continuasse na exploração da atividade empresarial. Com a mudança no ramo não se enquadra, mas se continuar na epxloração da padaria será responsável.

Se cessou a atividade empresarial, art. 133, II, CTN: responsabilidade integral do alienante, porém não é excludente. Tudo será transferido ao alienante, mas o alienado permanece solidário.

II. Adquirente responde subsidiariamente se vendedor continuar na atividade dentro de 6 meses.

Caput não se aplica no caso de alienação judicial: Caso da VARIG: a parte boa continuou sendo operada pela GOL, que não assumiu nennuma dívida tributária, por se tratar de alienação judicial.

Se na alienação judicial for a controlada comprando a controladora, apica-se integralmente o art. 133, § 2º do CTN e incorre em pagamento das dívidas tributárias.Ex.: Ponto Frio comprando Pão de Açúcar (terá que assumir todas as dívidas).

Art. 134, CTN: Responsabilidade subsidiária inicialmente, que passa a ser solidária. Cobra-se do devedor e se não pagar, passar-se para o responsável.

Art. 133, VII, CTN: somente será responsável na dissolução na sociedade de pessoas.Diferença entre Sociedade de pessoas (importam as pessoas) e de capital (sócios

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não fazem diferença e sim o capital) é o affectio societatis.

Súmula 435, STJ: simples mudança de endereço sem comunicação ao fisco, já implica em dissolução irregular (fraudulenta) e todos os sócios são responsáveis, independente de ser ou não sócio-gerente.

· Se dissolução for regular responderá subsidiariamente· Se for irregular responde solidariamente

Súmula 430, STJ: mero inadimplemento não gera a responsabilidade solidária do gerente. Para gerar responsabilidade tem que haver excesso de poder.

Denúncia Espontânea – Art. 138, CTN: confissão de dívida – contribuinte vai ao fisco espontaneamente. Benefício do afastamento da multa tem que ser feito via pagamento integral com juros e não admite o parcelamento. Tem que ser anterior a qualquer procedimento de fiscalização (art. 138, § Ú, CTN).

Súmula 360, STJ: cria a vontade do contribuinte de não declarar. Uma vez declarado ao tributo por homologação, não cabe denúncia espontânea. Já que não tem benefício, pessoa não declara incorrendo em crime. Uma vez cobrado, não tem mais denúncia espontânea.

LANÇAMENTOArt. 142, CTN

Ato administrativo pelo qual a pessoa jurídica de direito público constitui o crédito tributário, identificando os seguintes elementos:

· Fato gerador · a matéria tributária · o valor do tributo devido · o sujeito passivo (o contribuinte ou responsável) · eventual penalidade cabível caso o contribuinte não cumpra a sua

responsabildiade tributária

Modalidades de lançamento:

De ofício (direto): autoridade realiza todo o procedimento administrativo, obtém as informações e realiza o lançamento, sem qualquer auxílio do sujeito passivo ou de terceiro. Ex.: IPTU e IPVA. Características: a) de iniciativa da autoridade tributária; b) independe de qualquer colaboração do sujeito passivo.

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Por declaração: sujeito passivo presta informações à autoridade tributária quanto a matéria de fato; cabendo a administração pública apurar o montante do tributo devido. Ex.: apuração do imposto de importação decorrente de declaração do passageiro que desembarca do exterior. Características: a) o sujeito passivo fornece informações à autoridade tributária; b) a autoridade tributária lança após receber as informações.

Por homologação: (autolançamento): sujeito antecipa o pagamento em relação ao lançamento, sem prévio exame da autoridade tributária. Ficando a declaração sujeita a confirmação posterior da autoridade administrativa. Exemplos: IR, ICMS, IPI e ISS. Características: a) sujeito passivo antecipa o pagamento; b) não há prévio exame da autoridade tributária; c) a autoridade tributária faz a homologação posterior; d) pode ocorrer homologação tácita, não confirmação após 5 anos.

Resumo

Lei prevê hipótese de incidência – FG – obrigação tributária – lançamento que irá apurar o CT

ARt. 145, CTN: uma vez notificado o Sujeito Passivo, o lançamento não pode mais ser alterado.

Modalidades de Lançamento

Por declaração: Art. 147, CTN Ex.: II, IE, ITD, ITBI

De ofício: Art. 149, CTN Súm. 397, STJ: crédito é constituído com envio do carnê

Ex.: IPTU e IPVA

Por homologação: Art. 150, CTN: próprio contribuinte que apura/calcula o CT e antecipa o pagamento e envia para conferência do fisco. Também chamado de auto lançamento. Prazo: 5 anos a contar do FG da obrigação tributária

(art. 150, § 4º, CTN)Ex.: IR, ICMS, IPI

Constituição do CT: no momento da entrega da declaração, onde contribuinte declara (Súm. 436, STJ

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Art. 151, CTN: Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

I) Moratória: dilação do prazo para pagamento do tributo. Pode ser concedida em caráter geral ou individual.Geral: tem origem na lei (decorre da lei)Individual: tem previsão legal, mas sua efetivação se dá por despacho da autoridade administrativa em cada caso concreto e não gera direito adquirito

II) Depósito do Montante Integral: SV 21 e 28 consideram o depósito inconstitucional, porém a Súmula 112 do STJ diz que se for depositar, que seja integral e em $, não pode ser parcial.

STJ tem-se posicionado que o depósito dispensa a constituição do crédito pelo lançamento. Se ganha pega e levanta o crédito e se perde vai direto para o fisco.

III. Recurso Administrativo: não precisa exaurir a esfera administrativa para passar para a esfera judicial, porém, se fez uma impugnação administrativa e ingressa com uma ação judicial, abre mão da impugnação (art. 38, § Ú da LEF e Dec. 70.235/72).

IV e V. Concessão de Liminar ou Antecipação de Tutela: em qualquer ação judicial são causas de suspensão e são interpretadas literalmente (rol é taxativo).

VI. Parcelamento: STF tem entendido que é uma hipótese de moratória, por dilatar o prazo.

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIOArt. 156, CTN

XI. Só paga tributo c/ bens imóveis, não cabe dação em pagamento para bens móveis. É de eficácia limitada não podendo ser aplicada enquanto não for regulamentada por Lei.

Fisco pode dar desconto no Pagamento? Sim, é o caso do desconto no IPTU, IPVA.

Se pagar tributo indevidamente, tem direito à restituição? Sim, por repetição de indébito ou por compensação (encontro de contas), que tem que ser autorizado por lei e nunca poderá ser por liminar (súmula 460, STJ).

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Transação = acordo· Tem que ter lei que autorize o acordo· Art. 171: tem que ser na resolução terminativa do litígio

IV – Remissão: Remissão (perdão) do tributo

Remissão AnistiaPerdão do tributo

Pode abranger penalidadeCondicionada e concedida por prazo

determinado, não pode ser revogada a qualquer tempo.

Perdão da PenalidadeNunca poderá abranger o tributo

Caráter geral: direto da leiCaráter individual: em cada caso por despacho da autoridade administrativa

VI. Conversão do Depósito em Renda

VII. Pagamento Antecipado e a homologação do lançamento (caso do Juarez)

IX. Coisa julgada Administrativa: Princípio da inafastabilidade do judiciário e discussão vai para juízo (art. 5º, XXXV, CF)

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA (Art. 156, V, CTN)

DECADÊNCIA (artigo 173, CTN) Perda do direito do Fisco constituir, através do lançamento, o crédito tributário, em razão do decurso do prazo de 5 anos, contados:· do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter

sido efetuado;· da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vicio

formal, o lançamento anteriormente efetuado.

A contagem do prazo decadencial não se interrompe nem se suspende.

PRESCRIÇÃO (art. 174, CTN).Com o crédito constituído, pode-se falar em prescrição. É a perda do direito do fisco de cobrar do contribuinte o crédito definitivamente constituído. Fisco tem 5 anos para execução fiscal.

Prazo prescricional pode ser interrompido e suspenso.

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A contagem desse prazo prescricional se interrompe:· pela citação pessoal feita ao devedor (até a LC 118/05) – a partir de 09.06.05 a

prescrição se interrompe a partir de pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;

· pelo protesto judicial;· por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;· por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em

reconhecimento do débito pelo devedor.

A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais (artigo 125, inciso III do CTN). É importante observar que, enquanto a prescrição refere-se à perda da ação de cobrança do crédito lançado, a decadência é a perda do direito de lançar, ou seja, de constituir o crédito tributário. A decadência extingue o direito; a prescrição tem por objeto a ação. O prazo de decadência começa a correr desde o momento em que o direito nasce; a prescrição, desde o momento em que o direito é violado, ameaçado ou desrespeitado (porque nesse momento é que nasce a ação, contra a qual a prescrição se dirige). A decadência supõe um direito que, embora nascido, não se tornou efetivo pela falta de exercício. a prescrição supõe um direito nascido e efetivo, mas que pereceu pela falta de proteção pela ação, contra a violação sofrida. O CTN prevê dois prazos preclusivos: surgindo a obrigação tributária, nasce para a Fazenda Pública o direito formativo de constituir o crédito tributário, no prazo de decadência de cinco anos, não sujeito a interrupção ou suspensão (CTN, art. 173); constituído o crédito tributário, a Fazenda Pública tem o direito de haver a prestação tributária, direito que se extingue (prazo de decadência), decorridos outros cinco anos (CTN, art. 174). Este segundo prazo, impropriamente denominado de prescricional, está, porém, sujeito a interrupção (CTN, art. 174, § único) e à suspensão.

Se, em situação de dolo, fraude, simulação, declarar menos do que deve, deixa de ser o art. 150, § 4º para ser a regra geral. Não pode o torpe se beneficiar da sua própria torpeza, então a regra se converte para o art. 173, I, CTN.

Causas de Interrupção: art. 174, § ú, CTN: começa a contar do zero.

LC 118/05: com despacho do juiz ordenando a citação. No “cite-se” interrompe a prescrição. Se reconhece que deve, interrompe a prescrição.

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Prescrição Intercorrente: ocorre no curso do processo. Pode ser evocada diante da paralisação do processo de execução por parte da Fazenda Pública, por desídia, ou inexistência de bens do devedor contemplado determinado lapso temporal.

Com esse acréscimo do § 4º ao art. 40 da LEF houve a ampliação de uma hipótese de suspensão da prescrição em favor da Fazenda Pública. Porém, essa alteração fere a CF, porque a prescrição é matéria de lei complementar (Art. 146, II, “b”, CF).

A Súmula 314 do STJ aduz que: “em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual inicia-se o prazo de prescrição qüinqüenal intercorrente”. Assim, a intenção do legislador foi alongar a contagem do prazo de prescrição intercorrente, que de acordo com o § 4º, teria como termo inicial a data da decisão que ordena o arquivamento dos autos, ante o decorrer do prazo máximo de um ano sem a localização de bens do devedor, sem dizer, que o juiz só poderá decretar de ofício após ouvida a Fazenda. Deste modo o único objetivo do legislador foi de ressuscitar o crédito tributário extinto em decorrência da prescrição, atribuindo sobrevida aos executivos fiscais fazendários.

Pode juiz decidir de ofício pela prescrição intercorrente? Sim, art. 40, § 3º da LEF, mas tem que ouvir a fazenda pública.

Qual o efeito da denúncia espontânea na prescrição?A denúncia espontânea tem que ser feita antes da fiscalização com a confissão e pagamento. Portanto, não há de se falar em prescrição.

Causas de Exclusão do Crédito Tributário:

Isenção: dispensa legal do pagamento do tributo (posicionamento do STF). Pode ser concedida em caráter geral, que decorre direto da lei ou em caráter individual (deve comprovar que possui os requisitos e se dará por despacho adminsitrativo).

Quando considerar fraudulenta a alienação de bens do devedor? Art. 185, CTN: com a inscrição em Dívida Ativa.Art. 185, CTN: considera-se fraudulenta, a não ser que devedor tenha bens suficientes para garantir a dívida.

E se for decretada a falência de uma empresa?Deve-se seguir a ordem de preferência (art. 186, CTN)

· Créditos trabalhistas com limite· Acidente de trabalho sem limite· Créditos com garantia real· Créditos tributários

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Fisco pode promover a falência de uma empresa? Não, pois não tem interesse de agir. No caso teria que promover ordem de preferência e o entendimento do STF é que o Fisco prefere ingressar com Recuperação Judicial ao invés da falência.

Art. 187, § ú, CTN – Ordem de preferência: União, Estados, Municípios

Art. 194, CTN – “A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação.”

Ex.: Fisco além de apreender mercadorias, interditou estabelecimento. É possível?NÃO, pelas súmulas 323 e 70 do STF.

Artigos 204, 205 e 206: dão a certidão positiva com efeitos de negativa (dívida é suspensa)

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