apostila de direito reais

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  • 7/31/2019 Apostila de Direito Reais

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    Prof.a. Ms. C Vanna Coelho Cabral

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    UNIDADE 1 - Direitos Reais: fundamentos histricos e constitucionais

    1. Introduo

    Direitos Reais o conjunto de normas que regem as relaes jurdicas concernentes aos bens (tudo oque satisfaz uma necessidade humana) materiais (mveis ou imveis) ou imateriais (propriedadeliterria, cientfica e artstica - direito autoral; propriedade industrial - marcas e patentes) suscetveis de

    apropriao pelo homem (Clvis Bevilqua).

    Visa regulamentar as relaes entre os homens e as coisas, traando normas tanto para a aquisio,exerccio, conservao e perda de poder dos homens sobre esses bens como para os meios de suautilizao econmica.

    Nem todos os bens interessam ao direito das coisas, pois o homem s se apropria de bens teis satisfao de suas necessidades; de maneira que se o que ele procura for uma coisa inesgotvel ouextremamente abundante, destinada ao uso da comunidade (ex.: luz solar, ar atmosfrico, gua do maretc.), no h motivo para que esse tipo de bem seja regulado por norma de direito, porque no hnenhum interesse econmico em control-lo.

    2. Direitos reais e pessoais

    A determinao do conceito do direito real traz consigo uma srie de problemas concernentes s suasrelaes com o direito pessoal, no sentido de se verificar se constituem dois institutos idnticos ou denatureza diversa.

    O direito moderno passou a consagrar essa distino, que tem sofrido criticas de concepes monistasou unitrias, que pretendem identificar os direitos reais com os pessoais.

    2.1 Teorias Unitrias

    a) Teoria Personalista

    Teoria defendida por Ferrara, Ortolan, Ripert, Planiol e Windscheid.Argumentam que o direito uma"proportio hominis ad hominem" e no uma relao jurdica entre a pessoa e a coisa.

    Tem por idia basilar o ensinamento de Kant" de que no se pode aceitar a instituio de uma relaojurdica diretamente entre a pessoa do sujeito e a prpria coisa, j que todo direito necessariamenteuma relao entre pessoas.

    b) Teoria Monista-objetivista ou Impersonalista

    Defendida por Gaudemet e Saleilles. Procura despersonalizar o direito, patrimonializando-o.O direitoreal extrai seu valor patrimonial dos bens materiais e o pessoal, da subordinao de uma vontade quese obriga a fazer ou no fazer.

    2.2 Teoria Clssica ou Realista

    As teorias monistas no encontraram acolhida em nosso direito positivo, que consagra a j tradicionaldistino entre direito real e direito pessoal feita pela teoria clssica ou realista.

    O direito real uma relao entre o homem e a coisa, que se estabelece diretamente e semintermedirio, contendo, portanto, trs elementos: o sujeito ativo, a coisa, a inflexo imediata do sujeitoativo sobre a coisa

    2.3 Traos distintivos

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    Sem embargo da aceitao dessa dicotomia no chegaram os civilistas a um critrio nico paraassinalar os traos distintivos do direito real e pessoal.

    Direito Pessoal Direito RealQuanto Relaojurdica

    uma relao entrepessoas, tendo sujeitoativo, passivo e prestao

    uma relao de 3 elementos:sujeito passivo, a coisa e ainflexo imediata do sujeito

    ativo a coisa.Quanto aos Sujeitosde Direito

    h dualidade de sujeitos h s um sujeito

    Quanto ao, nocaso de sua violao

    ao pessoal contradeterminado indivduo

    ao real contra quemindistintamente detiver a coisa -"erga omnes" - contra todos

    Quanto ao objeto Prestao coisas corpreas e incorpreasQuanto ao Limite O direito pessoal

    ilimitado, sensvel autonomia da vontade,permitindo criao de novasfiguras contratuais que notm correspondente nalegislao; da a categoriados' contratos nominados einominados.

    O direito real, por sua vez, nopode ser objeto de livreconveno, est limitado eregulado expressamente pornorma jurdica, constituindoessa especificao da lei umnumerus clausus" (CC, art.1.225, I a X).

    Quanto ao modo degozar o direito

    O direito pessoal exigesempre um intermedirioque aquele que estobrigado prestao. Oexerccio deste diretodepende do consentimentoda outra parte, pois limita

    sua liberdade.

    J o direito real supe oexerccio direto entre o titular ea coisa. Concede ao titular umgozo permanente e o pessoal

    Quanto ao abandono caracterstica do direito real,podendo o seu titularabandonar a coisa, nos casosem que no queira arcar com onus

    Quanto extino extingue-se pela inrcia dosujeito

    conservam-se at que haja umasituao contrria em proveitode outro titular

    Quanto ao direito deseqela

    prerrogativa do direito real,concedida ao seu titular de prem movimento o exerccio de

    seu direito sobre a coisa a elevinculada, contra todo aqueleque a possua injustamente ouseja seu detentor

    Quanto ao usucapio modo de aquisio de direitoreal e no de direito pessoal

    Quanto ao direito depreferncia

    restrito aos direitos reais degarantia, consistindo noprivilgio de obter o pagamentode uma dvida com o valor debem aplicado exclusivamente sua satisfao, ou seja, a

    responsabilidade da obrigaoconcentra-se sobre

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    determinado bem do patrimniodo devedor

    3. Conceito de direito real e coisas corpreas

    O direito das coisas o conjunto de normas reguladoras das relaes entre os homens, tendo em vistaos bens corpreos e incorpreas.

    No se justifica restringir o objeto dos direitos reais a bens corp6reos (mveis ou imveis), uma vez queh coisas imateriais de carter patrimonial que so suscetveis de constituir um objeto jurdico, como asprodues do esprito no domnio das letras, artes, cincias e indstria, e que so uma forma especialde propriedade.

    A denominao do Livro III Direito das Coisas, sofreu severas crticas da doutrina contempornea,pois o Livro III cuida da Posse Ttulo I (considerada como um fato scio-econmico potestativo e nocomo um direito real), assim como regula todos os Direitos Reais Ttulo II.

    4. Fundamentos constitucionais

    A propriedade privada tratada como princpio da ordem econmica, significando que o Brasilobrigatoriamente um Estado capitalista.

    Alm de arrolar, genericamente, a propriedade privada e sua funo social como princpios da ordemeconmica, a CF detalha, em dois captulos separados, a disciplina da propriedade privada no mbitoda poltica urbana e no mbito da poltica agrcola e fundiria, incluindo disposies acerca da reformaagrria.

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    UNIDADE 2 - POSSE1. Histrico

    Em Roma a posse comeou a receber defesa jurdica desde que o Pretor comeou a intervir em favordaqueles que se haviam fixado em bens pblicos, por concesso da Repblica, e sofriam turbaoarbitrria no gozo da mesma. A posse j encontrava defesa em Roma e portanto o novo legislador no

    poderia mesmo modificar profundamente o instituto.

    2. Conceito

    O conceito de posse exige a anlise de duas concepes fundamentais: a concepo subjetiva(SAVIGNY) e a concepo objetiva (VON JHERING).

    2.1. Teoria Subjetiva

    A posse integrada por dois elementos essenciais, o elemento material (corpus), que consiste noexerccio de exerccio de poderes materiais sobre a coisa, e o elemento psicolgico (animus),

    consistente na inteno de ter a coisa para si e de defend-la da ingerncia de terceiros.O elemento material (corpus) encontra-se no simples exerccio do poder ftico sobre a coisa, enquantoo elemento psicolgico encontra-se na interioridade anmica, a inteno de ter a coisa comosua.Savigny acentua o elemento subjetivo, j que, sem a vontade de se ter coisa como sua (animusdomini).

    2.2. Teoria objetiva

    Para Von Jhering, para configurao da posse no se faz necessrio a incidncia do elementosubjetivo. O elemento objetivo (corpus) seria o elemento essencial, o nico elemento visvel e passvelde comprovao.O Cdigo acolheu essa teoria.

    2.3. Teoria objetiva no CC

    O conceito de posse, indiretamente dado pelo art. 1.196 do Cdigo Civil.O legislador, no art. 1.198 e1.208, dizem os casos em que o exerccio configura deteno e no posse. Portanto, o conceito deposse resulta da conjugao dos trs dispositivos legais mencionados.

    3. Natureza da Posse3.1. Fato ou Direito?

    Discute-se em doutrina ptria e aliengena se a posse seria fato ou direito. Defendem que mera

    relao de fato: Windscheid, Trabucchi, VanWetter, Voet, De Filipis, Donellus, Cujacius.

    Savigny, Merlin, Lafayette, Wodon, Namur, Domat, Ribas, Laurent, Pothier, entendem que a posse umfato e um direito. Considerada em si mesma ela seria um fato e quanto aos efeitos por ela produzidos(usucapio e os interditos) seria um direito.

    3.2. Direito Real ou Direito Pessoal?

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    Tambm controvertido se a posse direito real ou obrigacional. A posse possui vrias caractersticasdos direitos reais: oponibilidade erga omnes, indeterminao do sujeito passivo, vnculo entre sujeito ecoisa.

    a) Direito Pessoal

    No por ser oponvel erga omnese de sujeitos passivos indeterminados que a posse direito real,

    pois existem direitos pessoais com as mesmas caractersticas, como tais, os direitos da personalidade,o direito integridade fsica.

    b) Direito Real

    A grande maioria da doutrina ptria (Maria Helena Diniz, Serpa Lopes, Carvalho Santos, Tito Fulgncio,Astolfo Rezende, Washington de Barros Monteiro), com base na oponibilidade erga omnes e aindeterminao do sujeito passivo, v na posse um direito real.

    4. Classificao

    A posse o exerccio de fato, pleno ou no, de algum dos poderes inerentes propriedade. Asmodalidades da posse variam de acordo com as relaes consideradas, e tem grande importnciaprtica no que pertine sua eficcia.

    4.1 Posse direta e posse indireta

    Vrios so os poderes e faculdades inerentes ao domnio: uso, gozo, fruio, disposio ereivindicao. Ordinariamente esses poderes e faculdades dominiais encontram-se concentrados emmos do proprietrio, mas pode acontecer de, em virtude de negcio jurdico obrigacional ou real, torna-se possvel a decomposio dos poderes em pessoas distintas.

    4.2 Posse x deteno ("fmulo da posse")

    A posse consiste no exerccio ftico dos poderes inerentes a propriedade. Na posse o possuidor exercepoder de fato em nome prprio, o mesmo no ocorrendo na deteno, na qual o poder de fato exercido sem autonomia, em nome de terceiro, seguindo-se orientaes e determinaes do terceiro everdadeiro possuidor.

    Para Ihering, a deteno acha-se em ltimo lugar na escala das relaes jurdicas entre a pessoa ecoisa. Em primeiro lugar, figuram a propriedade e seus desmembramentos, em segundo plano, a posse.

    4.3 Composse

    possvel a incidncia de exerccio de poder ftico sobre o mesmo bem, por mais de uma pessoa. oque ocorre com adquirentes de coisa comum, com marido e mulher em regime de comunho de bensou com co-herdeiros antes da partilha.

    O compossuidor exerce todos os poderes inerentes posse, devendo porm respeitar, quele que emiguais circunstncias exerce, sobre o mesmo bem, composse.

    a) Composse x Concorrncia de Posse ou Sobreposio de posses

    Na composseh vrios possuidores exercendo o poder de fato concomitantemente, sobre o mesmobem. Na concorrncia de posses, com o desdobramento destas em direta e indireta, d-se o fenmenoda existncia de posses de natureza diversa sobre a mesma coisa, tendo cada possuidor o exercciolimitado ao mbito especfico da sua.

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    4.4 Posse justa e injusta

    A posse justa aquela no maculada pela violncia, clandestinidade ou precariedade. Ser injusta, aposse que possuir qualquer um daqueles vcios.

    a) Posse violenta

    aquela adquirida pela fora, com emprego de violncia fsica ou moral. Lembra o crime de roubo

    b) Posse Clandestina

    A posse clandestina aquela adquirida furtivamente, s ocultas, e sem conhecimento doslegtimos possuidores. Lembra o crime de furto.

    c) Posse Precria

    A posse precria aquela obtida com abuso de confiana, daquele que obteve a coisa emdecorrncia de relao jurdica com termo de entrega e recusa-se a efetivar a restituio na data

    pactuada. Lembra a apropriao indbita do direito penal.4.4.1 Convalescimento dos Vcios.

    A violncia e a clandestinidade podem, porm, cessar. Nesse caso, d-se o convalescimento dos vcios.Enquanto no findam, existe apenas deteno. Cessados, surge a posse, porm injusta.

    4.5 Posse de boa e de m-f

    Existe ainda uma certa dificuldade na conceituao da boa-f, havendo quem inclusive sustente tratar-se de um conceito jurdico indeterminado. Atualmente existem duas concepes: subjetiva e objetiva.

    No direito obrigacional vigora, hoje dominante, a boa-f objetiva, enquanto que no direito das coisas,vigora ainda a boa-f subjetiva, que deve ser entendida como o estado psicolgico do possuidor.

    a) Presuno da Boa f.

    O Cdigo Civil estabelece presuno de boa-f em favor de quem tem justo ttulo, salvo prova emcontrrio.Justo ttulo somente o ttulo hbil a trasladar a propriedade, no sendo pois, qualquerdocumento escrito, mas somente aqueles dotados das formalidades extrnsecas exigidas pela lei eemanados da pessoa que possua pertinncia subjetiva para alienar.

    A lei no esclarece quais os fatos ou circunstncias que retiram a presuno juris tantum de boa-f,

    tendo a doutrina enumerado diversas hipteses, como a nulidade manifesta do ttulo, a existncia deusufruto ou outro direito real sobre o imvel, a confisso do conhecimento do vcio etc.

    4.6 Posse nova e posse velha

    Posse nova a de menos de ano e dia. Posse velha a de ano e dia ou mais.As aes possessriasvariam de rito processual consoante sejam intentadas dentro de ano e dia da turbao ou esbulho, ouaps escoado este prazo.

    4.7 Posse ad interdicta e Posse ad usucapionem

    Posse ad interdicta a que pode ser defendida pelos interditos ou aes possessrias, quandomolestada, mas no conduz usucapio.

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    4.8 Posse pro diviso e Posse pro indiviso

    Na posse pro divisoo compossuidor exerce a posse sobre coisa certa, lugar determinado, a compossesubsiste de direito, mas no de fato.J na posse pro indivisoo compossuidor no exerce posse sobredeterminador trecho do imvel, razo pela qual a composse existe tanto de direito, quanto de fato.

    5. Da aquisio da posse

    5.1 Momento de Aquisio

    Desde o momento em que se torna possvel o exerccio, em nome prprio, de qualquer dos poderesinerentes propriedade, adquire-se a posse.

    5.2 Pertinncia subjetiva para a aquisio da posse

    Todo e qualquer direito pode ser adquirido pelo prprio interessado e pode ser praticado em nome deterceiro, sem mandato, fica sujeito ratificao.

    5.3 Transmisso da posse por ato causa mortisOs romanos no admitiam a transmissibilidade possessria em funo do bito. A posse adquirida emrazo do bito opera-se com todas as suas caractersticas, vale dizer, se de boa-f, transmite-se comboa-f, se precria ser transmitida com este vcio ...

    5.4 Modos de Aquisio quanto origem

    Quanto origem, distinguem-se os modos de aquisio da posse em originrios e derivados.

    - Originrio: h relao de causalidade entre a posse atual e a anterior. E o que acontece quandoh esbulho, e o vcio, posteriormente, convalesce.

    - Derivada: quando h anuncia do anterior possuidor, como na tradio.

    5.5 Espcies de Aquisio.

    A posse, como qualquer outro direito, para ser adquirida atravs de negocio jurdico gratuito ou oneroso,exige a incidncia dos requisitos de validade para a prtica dos atos jurdicos em geral.A posse podeser adquirida atravs de ato ilcito. A posse do esbulhador violento posse viciada, mas posse.

    a) Constituto Possessrio

    Constituto possessrio o ato pelo qual aquele que possua em seu nome passa a possuir em nome deoutrem em funo de relao jurdica de ndole obrigacional ou real.

    b) Apreenso

    A apreenso consiste na apropriao unilateral de coisa sem dono. A coisa diz-se sem dono quandotiver sido abandonada (res derelicta) ou quando no for de ningum (res nuilius).

    c) Exerccio de Direito

    Exemplo clssico o da servido.

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    d) Tradio

    A tradio pressupe um acordo de vontades, um negcio jurdico de alienao, quer a ttulo gratuito,como na doao, quer a ttulo oneroso, como na compra e venda.

    6. Dos efeitos da posse

    Cinco so os mais evidentes efeitos:

    a) a proteo possessria, abrangendo a autodefesa e a invocao dos interditos;b) a percepo dos frutos;c) a responsabilidade pela perda ou deteriorao da coisa;d) a indenizao pelas benfeitorias e o direito de reteno;e) a usucapio.

    6.1 Os interditos possessrios

    O CC comea a cuidar dos efeitos da posse tratando do principal efeito da posse: o manuseio dos

    interditos possessrios.6.1.1 Manuteno da Posse

    cabvel para o possuidor que sofre embarao no exerccio de seu direito, mas sem perd-lo.

    6.1.2 Ao de Reintegrao de Posse

    Cabe a ao de reintegrao ao possuidor esbulhado, com o escopo de recuperar a posse perdida.

    6.1.3 Interdito Proibitrio

    Tem por escopo proteger a posse apenas ameaada. Trata-se de uma proteo preventiva da posse naiminncia ou sob ameaa de ser molestada.

    6.1.4 Fungibilidade

    O ajuizamento de uma demanda possessria no impede o juiz de conceder medida diferente dapostulada, mas que se revele adequada para o caso concreto.

    6.1.5 Duplicidade

    O CPC autoriza ao ru, sem a necessidade de reconvir, deduzir pretenses possessrias em seu favorem face do autor.

    6.1.6 Exceo de Domnio.

    No juzo possessrio, ao contrario do juzo petitrio, no se discute a respeito do domnio, mas daposse pura e simplesmente.Apesar da denominao domnio no se trata s de propriedade, mas dequalquer posio jurdica de vantagem sobre a posse.

    6.1.7 Procedimento

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    O manuseio das ao de manuteno exige a comprovao da posse, a turbao efetivada e sua data,alm da comprovao da continuao da posse, embora turbada.

    6.1.8 Legitimidade Ativa

    Exige-se a condio de possuidorpara a propositura dos interditos.O detentor, por no ser possuidor,no tem essa faculdade.

    6.1.9 Legitimidade Passiva

    A legitimidade passiva nas aes possessrias do autor da ameaa, turbao ou esbulho, assimcomo do terceiro que recebeu a coisa esbulhada, sabendo que o era, isto , de m-f.Contra o terceiroque recebeu a coisa de boa-f no cabe ao. Caber ao esbulhado a ao petitria contra o terceirode boa-f.

    6.1.10 Ao Possessria contra o Poder Pblico

    Quando o Poder Pblico desapossa algum sem o processo expropriatrio regular, pratica esbulho. A

    jurisprudncia, ao fundamento de que a obra pblica no pode ser demolida vem convertendo osinterditos possessrios em ao de indenizao, denominada desapropriao indireta.

    6.2 Autodefesa da Posse

    So duas as espcies de autodefesa da posse: legitima defesa e desforo imediato.

    6.2.1 Legitima Defesa

    Quando o possuidor se acha presente e turbado no exerccio de sua posse, pode reagir,fazendo uso da defesa direta, agindo, ento, em legtima defesa.

    6.2.2 Desforo Imediato

    Se a hiptese for de esbulho, tendo ocorrido a perda da posse, poder fazer uso dodesforo imediato.

    6.2.3 Requisitos

    H necessidade de se observar certos requisitos para que a defesa direta possa ser consideradalegtima.

    a) contanto que o faa logob) no podem ir alm do indispensvel

    6.3 Percepo dos Frutos

    Classificam-se os frutos em: naturais, industriais e civis.

    - Naturais: so aqueles que se renovam periodicamente pela prpria natureza, como as colheitas.- Industriais: necessitam da interveno humana sobre a Natureza como a produo de uma

    fbrica.

    - Civis so aqueles oriundos da utilizao da coisa rendosa, como juros e aluguis.

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    Sob outro ngulo podem ser:

    - Pendentes: quando ainda unidos rvore produtora.- Percebidos: se j colhidos- Estantes: se j armazenados ou preparados para alienao.- Percipiendos: so os frutos aptos colheita mas ainda no colhidos- Consumidos: so aqueles j utilizados.

    6.3.1 Frutos devidos ao possuidor de boa-f

    Os frutos devem pertencer ao proprietrio, j que so acessrios da coisa.Essa regra no prevalecequando o possuidor est possuindo de boa-f, isto , com a convico de que seu o bem possudo.

    6.3.2 Frutos devidos ao possuidor de m-f

    O possuidor de m-f responde pela integralidade dos frutos colhidos e percebidos, alm de responderpelos perdidos por sua culpa, possuindo apenas direito de ser reembolsado das despesas de produoe custeio.

    6.4 Responsabilidade pela perda e deteriorao da coisa

    Tambm na responsabilidade a anlise do elemento anmico de salutar importncia.

    6.4.1 Responsabilidade do possuidor de boa-f

    A expresso a que no der causa equivale a dizer que a responsabilidade do possuidor no secaracteriza, a menos que tenha agido com dolo ou culpa.

    6.4.2 Responsabilidade do possuidor de m-f

    Ao possuidor de m- f compete o nus de provar que do mesmo modo se teriam dado as perdas,estando a coisa na posse do reivindicante.

    6.5 Indenizao das benfeitorias e Direito de reteno

    Benfeitorias so obras ou despesas efetuadas numa coisa para conserv-la, melhor-la ousimplesmente embelez-la. So trs espcies:

    - Necessrias: possuem por escopo a conservao da coisa, como por exemplo a construo deum telhado.

    - teis: aumentam ou facilitam o uso da coisa, como a construo de mais um cmodo no imvelou a construo de garagem.

    - Volupturias: apenas tornam a coisa mais aprazvel, como a construo de uma piscina.

    Somente diante do caso concreto poder-se-, muitas vezes, distinguir a espcie de benfeitoria. Ex.Construir uma piscina numa casa residencial, por exemplo, poder ser uma benfeitoria volupturia, masnum colgio apresentar-se- como benfeitoria til e num clube de natao poder ser uma benfeitorianecessria.

    6.5.1 Indenizao devida ao possuidor de boa-f

    O possuidor de boa-f tem direito a ser indenizado pela realizao de benfeitorias teis e necessrias,podendo por estas exercer o direito de reteno.

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    6.5.2 Indenizao devida ao possuidor de m-f

    O possuidor de m-f somente possui direito a ser ressarcido das benfeitorias necessrias, sem direito reteno e perdendo para o reivindicante as benfeitorias teis e volupturias.

    6.5.3 Benfeitorias x Acesses

    Benfeitorias tm cunho complementar. Acesses so coisas novas, como as plantaes e construes.As acesses obedecem os arts 1.253 e ss do Cdigo.

    6.5.4 Compensao

    A compensao pressupe a existncia de duas obrigaes recprocas a serem sopesadas.

    6.5.5 Valor da Indenizao

    A justificativa deste artigo no permitir que se enriquea custa alheia.

    6.6 Direito ao usucapio

    O derradeiro e sobremaneira importante efeito da posse produzir o usucapio, que ser estudadoadiante.

    7. Da perda da posse

    Se a posse a exteriorizao do domnio e se possuidor aquele que se comporta em relao coisacomo dono, desde o momento em que no se comporte mais dessa maneira, ou se veja impedido deexercer os poderes inerentes ao domnio, a posse estar perdida.

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    UNIDADE 3 - FUNO SOCIAL

    1. Enunciado e alcance do princpio

    Buscando uma posio intermediria entre o absolutismo da propriedade liberal e a sua negativa, surgiuno final do sculo passado, primeiramente na doutrina social da Igreja Catlica, a idia de funo socialda propriedade.

    Segundo JOS AFONSO DA SILVA, A funo social da propriedade no se confunde com os sistemasde limitao propriedade. Estes dizem respeito ao exerccio do direito, ao proprietrio; aquela, estrutura do direito mesmo, propriedade

    AUGUSTO COMTE e LEN DUGUIT foram alguns dos principais filsofos e doutrinadores a sustentara funo social.

    Para DUGUIT a propriedade era uma funo (propriedade-funo). Essa noo, no entanto, noprevaleceu, pois considera-se que a propriedade contm uma funo, mas com ela no se identificanecessariamente.

    2. As limitaes da propriedade

    A propriedade privada tratada como princpio da ordem econmica, significando que o Brasilobrigatoriamente um Estado capitalista. A propriedade, entretanto, deve atender a sua funo social.

    Ao se exigir a funo socialda propriedade privada estabelece-se um meio termo entre a propriedadeno regime liberal, que absoluta, e o seu extremo, a propriedade estatal ou social, do regime comunistaou socialista.

    3. Funo social da Propriedade urbana

    A propriedade urbana cumpre sua funo social quando atende s exigncias fundamentais deordenao da cidade expressas no plano diretor.As desapropriaes necessrias para dar execuo aoplano diretor devem ser feitas com prvia e justa indenizao em dinheiro.

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    UNIDADE 4 - CLASSIFICAO DOS DIREITOS REAIS

    1. Conceito de Direitos Reais

    o ramo do direito civil que trata das normas que atribuem prerrogativas sobre os bens materiais ouimateriais, ou seja, o conjunto de normas que regulam as relaes jurdicas referentes s coisassuscetveis de apropriao.

    2. Classificao

    Diversas so as classificaes da doutrina para os direitos reais.

    2.1 Em razo do desdobramento da titulariedade

    Pode ser ele subdividido em:

    a) Direitos reais sobre a prpria coisab) Direitos Reais sobre coisa alheia.

    O direito real sobre coisa prpria o direito de propriedade, sendo todos os demais direitos, sobre coisaalheia (usufruto, uso, habitao, servido, superfcie, entre outros).

    2.2 Em virtude das limitaes das faculdades inerentes ao domnio

    Pode ser ele subdividido em:

    a) Direitos de gozo e fruiob) Direitos de garantia.

    So de gozo ou fruio os que conferem ao beneficirio o exerccio do jus utendide, dojus fruendi, emmenor ou maior escala. Nessa categoria, esto o usufruto, o uso, a habitao, as servides positivas eo direito de superfcie.

    2.3 Direitos reais principais e acessrios

    So frutos da lgica da teoria geral. So principais os direitos reais autnomos, que no dependem dequalquer outro, destacando-se os direitos reais sobre coisa prpria e coisa alheia j citados.

    A hipoteca, o penhor e a anticrese, bem como as servides, so acessrios, pressupondo a existnciade outro direito real.

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    UNIDADE 5 DA PROPRIEDADE EM GERAL

    1. Conceito e Elementos Constitutivos

    O Cdigo Civil no oferece uma definio de propriedade.Trata-se do mais completo dos direitossubjetivos, a matriz dos direitos reais.Os elementos constitutivos so: usar, gozar, dispor da coisa, e odireito de reav-la

    a) Direito de usar (jus utendi)

    Consiste na faculdade de o dono servir-se da coisa e de utiliz-la da maneira que entender maisconveniente, podendo excluir terceiros de igual uso.

    b) Direito de gozar ou usufruir (jusfruendi)

    Compreende o poder de perceber os frutos naturais e civis da coisa e de aproveitar economicamente osseus produtos.

    c) Direito de dispor da coisa (jus abutendi)Trata-se do direito de transferi-la, de alien-la a outrem a qualquer ttulo. Envolve a faculdade deconsumir o bem, de dividi-lo ou de grav-lo.

    d) Direito de reaver a coisa (rei vindicatio)

    Trata-se do direito de reivindic-la das mos de quem injustamente a possua ou detenha. Envolve aproteo especfica da propriedade, a ao reivindicatria.

    2. Ao Reivindicatria

    A ao reivindicatria tem carter essencialmente dominial e por isso s pode ser utilizada peloproprietrio.Nessa ao o autor deve provar o seu domnio, oferecendo prova inconcussa dapropriedade, com a respectiva transcrio e descrevendo o imvel com suas confrontaes, bem comodemonstrar que a coisa reivindicada se encontra na posse do ru.

    3. Caractersticas da propriedade

    a) Exclusivo

    O direito de propriedade exclusivo, no sentido de poder o seu titular afastar da coisa quem quer quedela queira utilizar-se, salvo no caso condomnio

    b) Ilimitado ou Pleno ou Absoluto

    o fim da viso feudal de propriedade, quando o que lavrava o solo tinha o dever de pagar foro aofidalgo. Hoje, o proprietrio tem amplo poder sobre o que lhe pertence.

    c) Irrevogvel ou Perptua

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    No se extingue pelo no-uso. No estar perdida enquanto o proprietrio no a alienarou enquanto no ocorrer nenhum dos modos de perda previstos em lei, como adesapropriao. o perecimento, a usucapio etc.

    4. Explorao ou aproveitamento da propriedade

    As jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidrulica, osmonumentos

    arqueolgicos etc. constituem propriedade distinta do solo para efeito de explorao ou aproveitamento(CF. art. 176; Cd. DeMinerao, art. 85).

    5. Descoberta

    Descoberta o achado de coisa perdida por seu dono. Descobridor a pessoa que a encontra.

    5.1 Recompensa

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    UNIDADE 6 - DA AQUISIO DA PROPRIEDADE IMVEL

    So modos de aquisio da propriedade imvel:

    - a usucapio- o registrodo ttulo- a acesso

    O direito hereditrio, tambm, modo de aquisio da propriedade imvel porque, aberta a sucesso, aherana transmite-se desde logo.

    Quanto sua origem, a aquisio pode ser:

    - originria, quando no h transmisso de um sujeito para outro, como ocorre na acesso naturale na usucapio;

    - derivada, quando resulta de uma relao negocial entre o anterior proprietrio e o adquirente,havendo, pois, uma transmisso do domnio em razo da manifestao de vontade.

    Se o modo originrio, a propriedade passa ao patrimnio do adquirente sem quaisquer limitaes ouvcios que porventura a maculavam.

    Se derivado, a transmisso feita com os mesmos atributos e eventuais limitaes que anteriormenterecaam sobre a propriedade, porque ningum pode transferir mais direitos do que tem.

    1. USUCAPIO

    1.1 Conceito

    A palavra derivada do vocbulo latino usucapio, de gnero feminino.A usucapio um fenmenojurdico em que algum, obedecidos os requisitos legais, transforma a sua posse em propriedade pelodecurso do tempo.

    1.2 Usucapio x Prescrio Aquisitiva

    Tambm denominada de prescrio aquisitiva. Por ser uma espcie de prescrio, se aplicam aoinstituto as causas que a impedem, suspendem ou interrompem.

    1.3 Espcies

    Podem ser objeto de usucapio bens mveis e imveis So trs espcies de usucapio de bensimveis:

    - Extraordinria- Ordinria- Especial (ou Constitucional), dividindo-se a ltima em rural (pro labore) e urbana (pr-moradia ou

    pro misero).

    a) Usucapio Extraordinria

    So requisitos da usucapio extraordinria:

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    - Posse de 15 anos, que pode reduzir-se a 10 anos, se o possuidor houver estabelecido no imvela sua moradia habitual ou nele realizado obras ou servios de carter produtivo;

    - Exercida com nimo de dono- Exercida de forma contnua, mansa e pacificamente.

    Dispensam-se os requisitos do justo ttulo e da boa-f.

    b) Usucapio Ordinria

    Requisitos:

    - Posse de 10 anos. O prazo ser de 5 anos, na forma do pargrafo nico.- Exercida com nimo de dono- Exercida de forma contnua, mansa e pacificamente- Justo ttulo- Boa-f.

    c) Usucapio Especial Rural ou Pro Labore

    - a possua como se sua fosse, por cinco anos ininterruptos, sem oposio;- a tenha tornado produtiva por seu trabalho ou de sua famlia;- tenha nela sua moradia;- no seja proprietrio de outro imvel, rural ou urbano;- no se trate de imvel pblico

    d) Usucapio Especial Urbana ou Usucapio Pro Moradia

    O Cdigo Civil reproduziu. Integralmente, o art. 183 da Constituio Federal.

    e) Usucapio Coletiva

    O Estatuto da Cidade prev tambm a usucapio coletiva, de inegvel alcance social, de reas urbanascom mais de 250 metros quadrados, ocupadas por populao de baixa renda para sua moradia porcinco anos, onde no for possvel identificar os terrenos ocupados individualmente.

    1.4 Requisitos Gerais

    Os pressupostos da usucapio so:

    - Coisa hbil ou suscetvel de usucapio- Posse

    - Decurso do tempo

    O justo ttulo e a boa-f somente so reclamados na usucapio ordinria.

    2. AQUISIO PELO REGISTRO DO TTULO

    A aquisio s se consuma com o registro efetivo do ttulo.O Sistema de Cadastro Imobilirio, todavia,no tem valor absoluto, j que a presuno da veracidade que emana do registro relativa.

    3. DA AQUISIO POR ACESSO3.1 Conceito

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    modo originrio de aquisio da propriedade, criado por lei, em virtude do qual tudo o que seincorpora a um bem fica pertencendo ao seu proprietrio.

    3.2 Formas de Acesso

    Pode dar-se pela formao de ilhas, aluvio, avulso, abandono de lveo e plantaes ou construes(CC, art. 1.248). A ltima denominada acesso industrial, por decorrer do trabalho ou indstria do

    homem, sendo acesso de mvel a imvel. As demais so acesses fsicasou naturais, por decorreremde fenmenos naturais.

    3.3 Acesses fsicas ou naturais

    a) Ilhas

    Podem ser:

    I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acrscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhosfronteiros de ambas as margens, na proporo de suas testadas, at a linha que dividir o lveo (leito)em duas partes iguais;

    II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acrscimos aosterrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado;

    III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo brao do rio continuam a pertencer aosproprietrios dos terrenos custa dos quais se constituram.

    b) Aluvio

    Aluvio o aumento insensvel que o rio anexa s terras, to vagarosamenteque seria impossvel, emdado momento, apreciar a quantidade acrescida. Esses acrscimos pertencem aos donos dos terrenos

    marginais.

    I Aluvio prpria

    Onde ocorre o acrscimo paulatino, de forma sucessiva e imperceptvel as margens de um curso degua, ou seja, o acrscimo ocorre em decorrncia do acumulo de terra.

    II Aluvio imprpria

    J aluvio imprpria, decorre do afastamento das guas de um curso, ou seja, as guas do rio seafastam, de forma gradativa e imperceptvel.

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    Caso ocorra aluvio seja na modalidade prpria ou imprpria em frente a prdios pertencente aosproprietrios diversos, far-se- diviso entre eles, em proporo a testada e que cada um dos prdiosapresentava sobre a antiga margem:

    c) Avulso

    Verifica-se a avulsoquando a fora sbitada corrente arranca uma parte considervel de um prdio.arrojando-a sobre outro (Cdigo de guas, art. 19). Porm, segundo se depreende da leitura do art.1.251 do Cdigo Civil, a avulso d-se no s pela fora de corrente como ainda por qualquer foranatural e violenta.

    d) Abandono de lveo

    O Cdigo de guas define o lveo como a superfcie que as guas cobrem sem transbordar para o

    solo natural e ordinariamente enxuto (art. 9). E, em suma, o leito do rio.

    e) Acesses Industriais ou Artificiais =Plantaes ou construes

    As construes e plantaes so chamadas de acesses industriaisou artificiais. Porque derivam deum comportamento ativo do homem. A regra bsica est consubstanciada na presuno de que todaconstruo ou plantao existente em um terreno foi feita pelo proprietrio e sua custa. Trata-se,entretanto, de presuno vencvel, admitindo prova contrria (CC, art. 1.253).

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    UNIDADE 7 - AQUISIO DA PROPRIEDADE MVEL

    1. Usucapio

    A usucapio de coisas mveis no apresenta a mesma importncia da de imveis. Prev o Cdigo Civilprazos mais reduzidos para a primeira.

    2. Ocupao

    Ocupao modo originrio de aquisio de bem mvel que consiste na tomada de posse de coisasem dono, com a inteno de se tornar seu proprietrio.

    3. Achado do Tesouro

    O Cdigo Civil, no art. 1 .264, chama de tesouroo depsito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujodono no haja memria. Se algum o encontrar em prdio alheio, dividir-se- por igual entre oproprietrio deste e o que o achar casualmente.

    4. Da TradioPelo sistema do Cdigo Civil brasileiro, o contrato, por si s, no transfere a propriedade, gerandoapenas obrigaes. A aquisio do domnio de bem mvel s ocorrer se lhe seguir a tradio.

    5. Da Especificao

    D-se a especificao quando uma pessoa, trabalhando em matria-prima, obtm espcie nova. Deacordo com o art. 1.269 do Cdigo Civil, a espcie nova ser do especificador, se a matria era sua,ainda que s em parte, e no se puder restituir forma anterior.

    6. Da Confuso, da Comisso e da Adjuno

    Confuso a mistura de coisas lquidas

    Comissoa mistura de coisas slidas ou secas

    Adjuno a justaposio de uma coisa a outra.

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    UNIDADE 8 - DA PERDA DA PROPRIEDADE

    1. Introduo

    O direito de propriedade, sendo perptuo, s poder ser perdido pela vontade do dono (alienao,renncia, abandono) ou por alguma outra causa legal, como o perecimento, a usucapio, adesapropriao etc.

    2. Modos de Perda

    So modos de perda da propriedade: a alienao, a renncia, o abandono, o perecimento adesapropriao. Os trs primeiros so modos voluntrios, sendo o perecimento e a desapropriaomodos involuntrios de perda da propriedade.

    a) Alienao

    D-se a alienao por meio de contrato (negcio jurdico bilateral), pelo qual o titular transfere apropriedade a outra pessoa. Pode ser a ttulo oneroso, como na compra e venda, ou a ttulo gratuito,

    como na doao.b) Renncia

    A renncia ato unilateral, pelo qual o titular abre mo de seus direitos sobre a coisa, de formaexpressa. O ato renunciativo de imvel deve tambm ser registrado no Registro de Imveis competente(art. 1.275, pargrafo nico).

    c) Abandono

    O abandonotambm ato unilateral, pelo qual o titular abre mo de seus direitos sobre a coisa. Nessecaso, no h manifestao expressa. Pode ocorrer, por exemplo, quando o proprietrio no tem meios

    de pagar os impostos que oneram o imvel. A conduta do proprietrio caracteriza-se, no abandono, pelainteno (animus) de no mais ter a coisa para si.

    d) Perecimento

    A perda pelo perecimento da coisadecorre da perda do objeto.

    e) Desapropriao.

    Perde-se a propriedade imvel mediante desapropriaonos casos expressos na Constituio Federal.Trata-se de modo involuntrio de perda do domnio.

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    UNIDADE 9 - DIREITOS DE VIZINHANA

    1. Conceito

    As normas do direito de vizinhana tem por escopo a limitao do direito de propriedade em benefciode terceiros, que do imvel sejam vizinhos, a fim de permitir que a utilizao pelo proprietrio fique emconsonncia com a funo social da propriedade.

    As simples relaes de vizinhana no interessam ao direito civil, somente quando destas relaes hnascimento de direitos ou violao dos mesmos.

    2. Uso Anormal da Propriedade

    O uso regular da propriedade tambm podero provocar incmodos aos vizinhos, sendo, contudoinsuscetveis de caracterizar a leso a um direito. A anormalidade do uso invoca proteo especial. Atolerabilidade deve atentar ao ambiente social concreto.

    2.1 Teorias

    H trs hipteses nos conflitos de vizinhana:

    a) Uso normal causando incmodos normais: nenhum direito para o prejudicado (danos lcitos e atolcito).

    b) Uso anormal, mas socialmente necessrio: direito do prejudicado indenizao (dano ilcito oriundode ato lcito)

    c) Uso anormal sem justificao social, por inexistir interesse coletivo: o prejudicado pode exigir acessao da atividade alm das perdas e danos (dano ilcito oriundo de ato ilcito).

    3. rvores Limtrofes

    Os preceitos quanto s rvores limtrofes tm sua origem no direito romano, que dispunha tornar-secomum a rvore plantada na extrema de dois fundos, se lanasse razes para o terreno do vizinho.

    4. Passagem Forada

    O Cdigo Civil assegura ao proprietrio de prdio que se achar encravado, sem acesso a via pblica,nascente ou porto, o direito de, mediante pagamento de indenizao, constranger o vizinho a lhe darpassagem.O instituto da passagem forada atende ao interesse social.

    5. Da Passagem de Cabos e Tubulaes

    O proprietrio , igualmente, obrigado a tolerar, mediante recebimento de indenizaoque atendatambm desvalorizao da rea remanescente, a passagem, atravs de seu imvel, de cabos,tubulaes e outros condutos subterrneos de servios de utilidade pblica (luz. gua. esgoto. p. ex.),em proveito de proprietrios vizinhos, quando de outro modo for impossvel ou excessivamenteonerosa.

    6. Das guas

    6.1 Conceito

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    O fator declividade que determina a obrigao do recebimento das guas. A obrigao de receber nodiz respeito a todas as guas, mas, to-somente, com relao quelas provenientes da natureza seminterveno do homem (ex. chuvas, nascentes).

    6.2 Servido de Aqueduto

    Permite o ordenamento que mediante indenizao seja criada servido de aqueduto, tal verba no est

    vinculada existncia de qualquer dano e to-somente pela reduo das faculdades do direito depropriedade, contudo, se prejuzo ou dano houver tambm ser devida verba a ttulo de reparao.

    6.3 Sobras de guas nascentes6.4 Poluio das guas6.5 Barragens7. Dos Limites entre Prdios e do Direito de Tapagem

    O direito de vizinhana tem como uma de suas normas a previso do direito demarcao do bemimvel. O proprietrio poder exigir do seu confinante a demarcao entre os dois prdios com arepartio das despesas necessrias a tal fim.

    Tapume inclui os muros, cercas, sebes vivas, gradis ou quaisquer outros meios de separao dosterrenos.

    8. Do Direito de Construir

    8.1 Conceito

    O Direito de construir est diretamente relacionado ao direito de propriedade, quanto faculdade do iusfruendi.Cuida das restries oriundas das relaes de contigidade entre dois imveis.

    8.2 Medidas protetivas

    Para assegurar o direito do vizinho so possveis a propositura da ao demolitria e a de nunciao deobra nova.Nem sempre a soluo final da demanda a efetiva demolio da obra, o que s ocorrer sefor impossvel a sua conservao ou a adaptao s disposies regulamentares.

    8.3 guas e beirais

    No pode, portanto, construir de modo que o beiral de seu telhado despeje sobre o vizinho. As guaspluviais devem ser despejadas no solo do prprio dono do prdio, e no no do vizinho.

    8.4 Devassamento da propriedade vizinha

    A finalidade dessa servido negativa preservar a intimidade das famlias, resguardando-as daindiscrio dos vizinhos.

    8.5 Paredes divisrias

    Paredes divisrias so as que integram a estrutura do edifcio, na linha de divisa. Distinguem-se dosmuros divisrios, que so regidos pelas disposies referentes aos tapumes.

    Muro elemento de vedao, enquanto parede elemento de sustentao e vedao.

    a) Assentamento da Parede Divisriab) Uso do prdio vizinho

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    Muitas vezes, o proprietrio tem necessidade de penetrar no imvel vizinho, para proceder aos serviosmencionados no art. 1.313. Tem direito de faz-lo, desde que avise previamente o vizinho.

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    UNIDADE 10 - CONDOMNIO GERAL

    1. Conceito

    Sabe-se que o direito de propriedade possui como um de seus principais atributos a exclusividade,razo pela qual, Clvis Bevilaqua define que o condomnio estado anormal da propriedade.

    2. Espcies

    O Cdigo Civil disciplina o condomnio em:

    a) Condomnio Geral(tradicional ou comum)

    b) Condomnio Edilcio

    O condomnio geral pode ser:

    - voluntrio

    - necessrioou legal.

    I - Quanto origem, o condomnio pode ser:

    a) Condomnio Convencional ou Voluntrio: se origina da vontade dos condminos.

    b) Condomnio Eventual: resulta da vontade de terceiros, ou seja, do doador ou do testador, aoefetuarem uma liberalidade a vrias pessoas.

    c) Condomnio Legal ou Necessrio: imposto pela lei, como no caso de paredes, cercas, muros

    II Quanto forma

    a) Pro diviso: apesar da comunho de direito, h mera aparncia de condomnio, porque cadacondmino encontra-se localizado em parte certa e determinada da coisa, agindo como donoexclusivo da poro ocupada.

    b) Pro indiviso: no havendo a localizao em partes certas e determinadas, a comunho dedireito e de fato.

    III - Quanto ao objeto.

    a) Universal: quando abrange todos os bens, inclusive frutos e rendimentos, como na comunho

    hereditria

    b) singular: incidente sobre coisa determinada (muro divisrio, p. ex.).

    3. Direitos e deveres dos condminos

    A anlise sistemtica dos direitos e deveres dos condminos exige a bipartio dos direitos e deveresinerentes coisa em comum e os direitos e deveres inerentes cota parte.

    3.1 Direitos e deveres inerentes coisa em comum

    So direitos do condmino: Direito de uso livre, sem prejudicar os demais condminos; Direito dereivindicao Direito ao manuseio dos intertidos possessrios, inclusive em desfavor dos demaiscondminos.

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    3.2 Direitos e deveres inerentes cota parte.

    So direitos do condmino: Direito de disposio de sua cota, com respeito porm do direitodepreferncia dos demais condminos;Direito de participao na administrao da coisa comum naproporo da quota parte.

    3.3 Direito Diviso

    Possui o condmino direito potestativo em fazer cessar a comunho.A diviso o meio adequado parase extinguir o condomnio em coisa divisvel. Pode ser amigvel ou judicial. S se admite a primeiraforma, por escritura pblica, se todos os condminos forem maiores e capazes.

    3.4 Das dvidas

    As dvidas contradas por um dos condminos em proveito da comunho, e durante ela, obrigam ocontratante; mas ter este ao regressiva contra os demais.

    4. Administrao do Condomnio

    Embora o Cdigo prescreva que o condmino pode usar da coisa, tem ele de sujeitar-se deliberaoda maioria

    5. Do Condomnio Necessrio

    Condomnio necessrio ou legalo imposto pela lei, como no caso de paredes. Cercas, muros e valas

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    UNIDADE 11 - DO CONDOMNIO EDILCIO

    1. Conceito

    O Cdigo Civil, apesar de expressa remisso lei especial (Lei n. 4.591/64), que continua em vigor,contm dispositivos especficos em que a Lei aplica-se apenas subsidiariamente.

    2. Natureza Jurdica

    Prevalece o entendimento de que o condomnio no tem personalidade jurdica. Entretanto estlegitimado a atuar em juzo, representado pelo sndico, em situao similar do esplio e da massafalida.

    3. Partes do Condomnio: unidades autnomas e reas comuns

    Para usar as reas comuns com exclusividade, s com anuncia da unanimidade dos condminos. Afachada do edifcio propriedade de todos. Assim, o condmino no pode alter-la, a menos queobtenha anuncia de todos os consortes.

    4. Instituio e Conveno do Condomnio

    Todo condomnio em edificaes deve ter, obrigatoriamente, o ato de instituio, a Conveno deCondomnio e o Regulamento (Regimento Interno).

    O Cdigo Civil distingue os atos de instituioe os de constituiodo condomnio.

    5. Direitos do Condmino

    No que tange s partes comuns pode o condmino fazer uso delas conforme sua destinao e semexcluir a utilizao dos demais.

    6. Deveres do Condmino

    No art. 1.336 o Cdigo tratou das obrigaes dos condminos, estabelecendo a obrigao dacontribuio para as despesas do condomnio na proporo da frao ideal.

    7. Punio ao Condmino faltoso

    Inovou o Cdigo ao estipular que por deliberao de dos condminos, pode o condmino oupossuidor ser compelido a pagar multa correspondente ao dcuplo das suas contribuies em razo deseu comportamento reiterado e anti-social que torne absolutamente insuportvel a moradia dos demais.

    8. Da Administrao do Condomnio

    O sindico no representa os condminos individualmente, mas sim o condomnio como pessoa formal.

    9. Da Extino do Condomnio

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    UNIDADE 12 - DA PROPRIEDADE RESOLVEL

    1. Conceito

    Apropriedade resolvel a exceo do princpio geral, semper dominus (perpetuidade). umamodalidade especial de domnio, onde h resoluo da propriedade, querpelo implemento decondio, advento de termo ou pela superveninciade uma causa que rompa a relao jurdica.

    2. Propriedade resolvel por insero de condies ou termo no ttulo

    So dois os gneros contemplados pelo Cdigo Civil: a) elemento que provoca a resoluo dovnculojurdico, j se encontra previsto no prprio ttulo constitutivo; b) o elemento responsvel pela resoluoda relao jurdica acontece de formasuperveniente.

    3. Propriedade resolvel por causa superveniente

    No outro gnero, o elemento responsvel pela resoluo da relao jurdica acontece de formasuperveniente.

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    UNIDADE 13 - DA PROPRIEDADE FIDUCIRIA

    1. Conceito

    O instituto foi introduzido no direito brasileiro pela Lei de Mercado de Capitais (Lei n.4.728/65, art. 66).

    Na alienao fiduciria em garantia d-se a transferncia do domnio do bem mvel aocredor,

    denominado fiducirio (em geral, uma financeira, que forneceu o numerriopara a aquisio), emgarantia do pagamento, permanecendo o devedor (fiduciante) coma posse direta da coisa.

    2. Registro do Contrato

    O contrato deve ter a forma escrita, podendo o instrumento ser pblico ou particular. O registronoCartrio de Ttulos e Documentosconfere existncia legal propriedade fiduciria, gerandooponibilidade a terceiros.

    3. Outras Garantias

    O credor pode exigiroutras garantias, como a fiana e o aval. Se o dbito saldado por terceiro, emgeral oavalista ou fiador, d-se a sub-rogao no crdito e na propriedade fiduciria.

    4. Direitos e Obrigaes

    Vencida a dvida, e no paga, fica o credor obrigado a vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa aterceiros, a aplicar o preo no pagamento de seu crdito e das despesas de cobrana, e a entregar osaldo, se houver, ao devedor.

    5. Inadimplemento

    A mora decorrer do simples vencimento do prazopara pagamento, mas dever ser comprovadamediante o protesto do ttulo ou por cartaregistrada, expedida por intermdio do Cartrio de Ttulos eDocumentos.

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    UNIDADE 14 - DA SUPERFCIE

    1. Dos direitos reais de gozo ou fruio

    Uma das caractersticas dos Direitos Reais sobre coisas alheia a natural tendncia a se converter empropriedade, j que esta a pedra angular dos direitos reais.

    Os direitos reais de gozo ou fruio so um desmembramento do direito de propriedade. Um tem odireito de gozar da coisa e outro tem o domnio sobre ela.

    1. Superfcie - Conceito

    J existia no direito romanoNo Brasil matria similar era regulada sob o nome de enfiteuse ouaforamento ou aprazamento.

    Superfcie o direito de construir e plantar em imvel alheio, conferido pelo fundieiro (proprietrio dosolo) em beneficio do superficirio (titular do direito), que passar a exercer a pose direta da coisa,dentro de prazo determinado.

    As partes da superfcie so:- fundieiro: proprietrio do solo- superficirio: titular do direito- implante: obra ou plantao que decorre do direito de superfcie

    2. Caractersticas:

    - Concede ao superficirio o direito de construir ou de plantar em terreno alheio, sem descaracterizar ouprejudicar a substancia da coisa- sempre por tempo determinado (diferentemente da enfiteuse que era perptua)- sempre constituda por escritura pblica devidamente registrada no Cartrio de Registro de Imveis- no admite obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concesso, como por exemplo, argila,

    pedra para uma pedreira ou alicerce para construo.- o fundieiro confere a outrem (gratuito ou onerosamente) a prerrogativa de realizar obra e explorar oimvel, devolvendo-lhe com seus acrscimos, no final do tempo pactuado.- as duas partes ganham. O proprietrio ganha o acrscimo; o superficirio ganha o que explorou nobem.- o proprietrio no pode turbar a posse do superficirio sob pena de responder por uma aopossessria.

    3. Direito de Superfcie x Arrendamento

    O direito se superfcie um direito real e pode ser gratuito, j o arrendamento uma direito pessoal(obrigaes) e tem o pagamento como requisito obrigatrio.

    4. Concesso da superfcie gratuita ou onerosa

    A concesso da superfcie ser gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularo as partes se o pagamentoser feito de uma s vez, ou parceladamente.

    5. Deveres do superficirio

    Trata-se de norma jurdica dispositiva, que pode ser ilidida por vontade das partes.No silencio de estipulao neste sentido no contrato, prevalece a obrigao do superficirio.

    6. Cesso inter vivose causa mortisdo direito de superfcie:

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    Evidentemente que a transferncia deve ser formalizada atravs de escritura pblica e de registro noCartrio de Registro de Imveis.

    7. Direito de Preferncia (Preempo)

    O direito de preferncia existe em razo da natural caracterstica do direito real sobre coisa alheia que facilitar a reconsolidao da amplitude do direito de propriedade, evitando que o direito de propriedade

    permanea desmembrado.8. Extino do direito de superfcie

    Em qualquer das hipteses de extino, se o superficirio se negar a restituir a coisa possvel ademanda possessria.

    8.1 Causas de Extino

    a) Destinao diversa daquela para que foi concedidab) Descumprimento de qualquer obrigao assumida no contrato.c) Mtuo dissenso

    d) Destruio da coisa sobre a qual recai o direito de superfciee) Termo finalf) Desapropriaog) Abandono ou rennciah) Confuso

    8.2 Conseqncias da Extino.

    Se tiverem sido realizadas obras, elas sero agregadas ao bem.

    8.3 Forma da extino.

    Estatuto da Cidade. Art. 23 2 A extino do direito de superfcie ser averbada no cartrio de registrode imveis.

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    UNIDADE 15 - ENFITEUSE

    1 Conceito

    D-se a enfiteuse, aforamento ou emprazamento, quando por ato entre vivos, ou de ltima vontade, oproprietrio atribui a outrem o domnio til do imvel, pagando a pessoa, que o adquire, e assim seconstitui enfiteuta, ao senhorio direto uma penso, ou foro, anual, certo e invarivel.

    2 Partes

    Enfiteuta ou Foreiro: quem titular da enfiteuseSenhorio direto: quem cede o domnio til do imvelPenso ou foro: pagamento pela enfiteuse

    3 Caractersticas.

    O contrato de enfiteuse perptuo. A enfiteuse por tempo limitado considera-se arrendamento, e comotal se rege.

    4 Transmisso da enfiteuse.

    Os bens enfituticos transmitem-se por herana na mesma ordem estabelecida a respeito dosalodiais neste Cdigo, artigos 1.603 a 1.619; mas, no podem ser divididos em glebas semconsentimento do senhorio.

    5 Deveres do enfiteuta

    a) Os bens enfituticos no podem ser divididos em glebas sem consentimento do senhoriob) satisfazer os impostos e os nus reais que gravarem o imvelc) no pode vender nem dar em pagamento o domnio til

    6 Direito de preferncia

    O enfiteuta, ou foreiro, no pode vender nem dar em pagamento o domnio til, sem prvio avisoao senhorio direto, para que este exera o direito de opo; e o senhorio direto tem trinta diaspara declarar, por escrito, datado e assinado, que quer a preferncia na alienao, pelo mesmopreo e nas mesmas condies.Se dentro no prazo indicado, no responder ou no oferecer o preo da alienao, poder oforeiro efetu-la com quem entender.

    7. Laudmio

    Art. 686. Sempre que se realizar a transferncia do domnio til, por venda ou dao em pagamento, osenhorio direto, que no usar da opo, ter direito de receber do alienante o laudmio, que ser dedois e meio por cento sobre o preo da alienao, se outro no se tiver fixado no ttulo de aforamento.

    Art. 688. lcito ao enfiteuta doar, dar em dote, ou trocar por coisa no fungvel o prdio aforado,avisando o senhorio direto, dentro em sessenta dias, contados do ato da transmisso, sob pena decontinuar responsvel pelo pagamento do foro.

    8 Penhora sobre o prdio enfitutico

    Art. 689. Fazendo-se penhora, por dvidas do enfiteuta, sobre o prdio emprazado, ser citado osenhorio direto, para assistir praa, e ter preferncia, quer, no caso de arrematao, sobre os demais

    lanadores em condies iguais, quer, em falta deles, no caso de adjudicao.9 Extino da enfiteuse

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    A enfiteuse extingue-se:

    I - Pela natural deteriorao do prdio aforado, quando chegue a no valer o capital correspondenteao foro e mais um quinto deste.II - Pelo comisso, deixando o foreiro de pagar as penses devidas, por trs anos consecutivos,caso em que o senhorio o indenizar das benfeitorias necessrias.

    III - Falecendo o enfiteuta, sem herdeiros, salvo o direito dos credores.

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    UNIDADE 15 - DAS SERVIDES

    1 Conceito e Nomenclatura

    Servido vem da palavra latina servitudo, que significa submisso.

    direito real de gozo em virtude do qual um prdio (serviente) se sujeita a outro (dominante)

    pertencente a proprietrios diversosServiente: bem que se sujeita ao direito de servido do dominanteDominante: bem titular do direito de servido.

    2 Caractersticas

    - nus sobre o prdio serviente e benefcio ao prdio dominante- titularidade diversa entre os referidos prdios.- necessidade de registro no Cartrio de Registro de Imveis para a constituio da servido.- s tem objeto bens imveis. No existe servido em bens mveis.- no se presume a servido. Se inexistir certeza sobre a existncia da servido, considerar que ela

    no existe, pois se trata de uma restrio ao direito de propriedade do prdio serviente.- permanente ou pelo menos durvel. possvel se estipular uma servido temporria, mas a regra que ela seja perdurvel.- no existe servido de servido.- a servido no pode ser alterada unilateralmente

    3 Direito de servido x Direito de vizinhana.

    A servido decorre de ato de vontade e o direito de vizinha decorre da lei.

    4 Servido administrativa.

    O Estado pode impor servides, indenizveis ou no conforme o caso, para passagem de fios eltricos,de cabos areos de energia, tubulaes subterrneas de gua e esgoto, proibio de construo atcerta altura em locais prximo a aeroporto etc., segundo o Dec. Lei 3.365/41.

    5 Modos de Constituio das Servides

    a) declarao expressa dos proprietriosb) Testamentoc) Usucapio

    6 Classificao.

    I Quanto utilidade:

    a) Urbana: beneficiam um prdio edificado, seja ou no localizado na zona urbana.

    b) Rural: beneficiam um prdio no edificado, ou seja, um solo.

    II Quanto sua causa:

    a) Legais: seriam os direito de vizinhana e no servides propriamente ditas. Algunsdoutrinadores utilizam esta expresso erroneamente.

    b) Naturais: decorrem da natural aproximao entre os prdios. Ex. servido para escoamento degua.

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    c) Voluntrias: firmadas pela vontade do homem, por meio de um contrato ou testamento, porexemplo.

    III Quanto ao seu modo de exerccio.

    a) Positivas: confere ao titular do prdio dominante poderes ativos em face do prdio serviente.Ex. servido de passagem.

    b) Negativas: impe ao dono do prdio serviente uma absteno em face do dominante. Ex. noconstruir muro, servido de vista para o mar.

    c) Contnuas: no precisam de atuao humana para funcionar. Ex. aqueduto

    d) Descontinuas: operam por meio de atuao humana, podendo sofrer interrupo em seuexerccio. Ex. servido de passagem.

    e) Aparente: so perceptveis em razo da existncia de obras exteriores. Ex. passagem detubulao, passagem humana em que h um calamento.

    f) No aparentes: no se revelam por sinais exteriores. So imperceptveis. Ex. servido de luz.

    As espcies se misturam. Ex. no aparente contnua; descontnua aparente

    7 Exerccio das Servides

    7.1 Obras

    Dono o titular do direito de servido, ou seja, o proprietrio ou possuidor do bem dominante.

    a) Responsvel pelas obras

    A regra que essas obras devem ser feitas pelo dono do prdio dominante, se nada em contrrioestipular o contrato que instituiu a servido.

    7.2 Direito ao regular exerccio da servido.

    Ex. obstruindo a passagem, sujando a gua do aqueduto.

    7.3 Remoo da servido.

    Nada impede que o dono do prdio serviente altere a posio dos postes de sustentao usados naservido de energia eltrica, sem que isto prejudique o beneficio que a servido concede ao dono doprdio dominante.

    7.4 Alcance da servido.

    Ex. uma servido de passagem de animais no pode ser expandida para passagem de caminhes.

    a) Servido de trnsito: 2

    O exerccio da servido deve se restringir ao que contm no titulo que a constituiu, sem qualquerampliao ou modificao.

    b) Possibilidade de ampliao da servido por razo socioeconmica: 3

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    Sem desvirtuar a finalidade da servido, pode-se alarg-la, visando incrementar as necessidades daindstria ou cultura.

    7.5 Indivisibilidade da servido.

    A servido no comporta diviso ainda que o prdio serviente ou dominante seja dividido.

    7.6 Extino das ServidesExceto no caso de perda do direito de servido por desapropriao, a extino da servido s terefeitos erga omnescom o registro da extino no Cartrio de Registro de Imveis.

    7.6.1 Prdio dominante hipotecado.

    A lei no impe simples cinciaao credor, mas seu consentimento.

    7.6.2 Hipteses:

    a) Desapropriao 1.387

    b) Perecimento do bemc) Sentenad) Renncia 1.388 Ie) Fim da utilidade ou comodidade da servido 1.388 IIf) Resgate da servido 1.388 IIIg) Confuso 1.389 Ih) Supresso de obras 1.389 IIi) No uso 1.389 III

    8 Aes judiciais

    a) Ao confessria

    de rito ordinrio e de natureza declaratria.

    b) Ao negatria

    de rito ordinrio e de natureza declaratria.

    c) Aes possessrias.

    Para o caso de turbao, ameaa ou impedimento.

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    UNIDADE 17 - DO USUFRUTO

    1 Conceito e Nomenclatura

    Vem do latim usufructus, que existe desde o sc. III a.C.Servia para proporcionar assistncia a certosherdeiros, como viva e filha solteira.

    Conceito: direito real na coisa alheia, incidente sobre bens moveis e imveis, que confere ao seutitular o direito de usar e fruir as utilidades da coisa, sem destruio de sua substncia.

    Nomenclatura:Usufruturio: titular do direito de usufruto.Nu-proprietrio: proprietrio do bem usufrudo.

    2. Caractersticas.

    a) Temporrio.b) Inalienvel.c) Em regra gratuito.

    d) Tem principalmente funo alimentar

    3. Forma:

    Este registro s necessrio em usufruto que recaia sobre bem imvel.

    4. Objeto.

    O usufruto pode recair em:- bem ou bens mveis- bem ou bens ou imveis- um patrimnio inteiro

    - parte de um patrimnio

    a) Usufruto Imprprio.

    O usufruto que recair sobre coisas fungveis ou consumveis denominado de usufruto imprprio ouquase-usufruto.

    b) Usufruto de direitos

    O usufruto pode recair ainda sobre direitos, especialmente ttulos de crditos.

    5. Modos de Constituio do Usufruto.

    a) Negcio jurdico gratuito ou onerosob) Testamentoc) Usucapiod) Fora de leie) Por sentena

    6. Anulao do usufruto.Como o usufruto um ato de alienao pode ser desfeito (na verdade, tornado ineficaz), quando for

    feito em fraude execuo ou fraude contra credores (art. 158 e 165)7. Extenso do usufruto

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    a) Acessrios

    Trata-se de regra lgica j que ao principal segue o acessrio.

    b) Bens Consumveis

    Dever o usufruturio restituir as prprias coisas ou seu equivalente.c) Florestas e recursos minerais

    Os recursos minerais no podem ser explorados por particulares.

    d) Universalidade ou quota-parte

    O cc cuidou dessas situaes especiais pra evitar possveis litgios.

    8. Inalienabilidade do usufruto.

    Primeiramente a tcnica do CC no est correta. O usufruto, por ser um direito real e no uma coisa,no se aliena, mas sim se cede. O mais correto seria dizer: No se pode ceder o usufruto.

    a) Penhorabilidade do exerccio do usufruto.

    A doutrina e a jurisprudncia so discrepantes quanto a possibilidade de a penhora recair sobre oexerccio do usufruto.A opinio que mais predomina que se com o usufruto o usufruturio estiverauferindo ganhos (aluguel, crias etc.), o exerccio ode ser penhorado. Mas se a finalidade puramentea moradia, por exemplo, ou o estabelecimento de um ponto comercial, dada a sua natureza assistencial,seriam impenhorvel.

    9. Direitos do Usufruturio

    a) Posse.b) Uso.c) Administrao.d) Percepo dos frutos.

    10. Frutos do prdio usufrudo.

    10.1 Tipos de frutos

    Frutos so utilidades que a coisa periodicamente produz sem alterar sua substancia.I - Quanto sua natureza so:

    - Naturais: so aqueles que se renovam periodicamente, em virtude da prpria natureza dacoisa.

    Ex. frutos de uma rvore, filhotes de rebanho.- Industriais: so os oriundos da interveno do homem sobre a natureza.

    Ex. calados fabricados por industria.- Civis: So as rendas provenientes da utilizao de coisas materiais.

    Ex. aluguel, jurosII Quanto a sua ligao com a coisa principal (ou quanto ao seu estado):

    - Pendentes: quando encontram-se unidos a coisa que o produziu. Ex. fruto de rvore- Percebidos ou Colhidos: aqueles que uma vez foram pendentes, mas que no momento

    encontram-se separados da coisa que o produziu. Ex. frutos colhidos de uma rvore.- Estantes: frutos que depois de separados encontram-se armazenados para a venda

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    - Percepiendos: os que deviam ter sido percebidos ou colhidos, mas no foram.- Consumidos:os que existiram foram percebidos e consumidos.

    10.2 Usufruto sobre frutos naturais.

    Os frutos naturais pendentes ao comear o usufruto pertencem ao usufruturio, sem encargo de pagaras despesas de produo.

    Os frutos naturais pendentes ao final do usufruto pertencem ao nu-proprietrio, sem encargo de pagaras despesas de produo.

    10.3 Usufruto sobre crias de animais

    Os animais tambm so frutos naturais.O CC tratou disso num artigo a parte em razo do fato de ser comum esse tipo de usufruto j que o pastem alto potencial agropecurio.

    10.4 Usufruto sobre frutos civis

    Caso o prdio usufrudo esteja locado, os alugueis vencidos at a data do comeo do usufruto

    pertencem ao nu-proprietrio.Os alugueis que se vencerem at a data da final do usufruto pertencem ao usufruturio.

    11. Deveres do Usufruturio

    11.1 No mudar a destinao econmica da coisa.11.2 Inventariar os bens11.3 Dar garantia11.4 Pagamento das despesas ordinrias pelo uso da coisaI11.5 Pagamento das prestaes e tributos 1403 II11.6 Usufruto sobre patrimnio.11.7 Dever de dar cincia.

    11.8 Obrigao de pagar o prmio.

    12. Destruio do edifcio usufrudo.

    Se um edifcio sujeito a usufruto for destrudo sem culpa do proprietrio, no ser este obrigado areconstru-lo, nem o usufruto se restabelecer, se o proprietrio reconstruir sua custa o prdio; mas sea indenizao do seguro for aplicada reconstruo do prdio, restabelecer-se- o usufruto.

    13. Destruio sem culpa do dono.O dono no obrigado a reconstruir o que se perdeu. Ex. vendaval, terremoto.

    14. Extino do Usufruto

    a) I - pela renncia ou morte do usufruturio;b) II - pelo termo de sua durao;c) III - pela extino da pessoa jurdica, em favor de quem o usufruto foi constitudo, ou, se ela

    perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se comeou a exercer;d) IV - pela cessao do motivo de que se origina;e) V - pela destruio da coisa, guardadas as disposies dos arts. 1.407, 1.408, 2 parte, e

    1.409;f) VI - pela consolidao;g) VII - por culpa do usufruturio, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, no lhes

    acudindo com os reparos de conservao, ou quando, no usufruto de ttulos de crdito, no ds importncias recebidas a aplicao prevista no pargrafo nico do art. 1.395;

    h) VIII - Pelo no uso, ou no fruio, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399).

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    15. Usufrutos simultneos

    Se o usufruto foi concedido a pessoas diferentes obre partes destacadas do bem, haver tantosusufrutos quantos forem as pores individualizadas.

    a) Direito de Acrescer

    Para os testamentos, quando o usufruto institudo por legado, no se aplica o art. 1.411, mas o art.1.946.Se o legado for concedido em conjunto a mais de um legatrio, a parte que faltar acresce aosdemais.

    b) Usufruto Sucessivo.

    A doutrina no tem aceito, por falta de amparo legal, o usufruto sucessivo, em que o direito real previsto para beneficiar duas pessoas, uma depois da outra.Isso retardaria a consolidao da propriedade plena do nu-proprietario.

    II - USO

    1. Conceito. Nomenclatura. Caractersticas.

    um direito real pouco expressivo.Nada mais que um usufruto de contedo mais restrito.A doutrina admite que no h diferena entre uso e usufruto, exceto no campo de abrangncia, que douso bem restrito s necessidades do usurio e de sua famlia.

    2. Avaliao das necessidades pessoais do usurio.

    Sero consideradas as condies sociais dos usurios e o lugar onde vive, ou seja, a avaliao deverser feita in concreto, conforme o caso.

    3. Aplicao subsidiria das regras do usufruto.

    So aplicveis ao uso, no que no for contrrio sua natureza, as disposies relativas ao usufruto.

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    UNIDADE 18 - DA HABITAO

    1. Conceito. Nomenclatura

    bastante semelhante ao usoTrata-se de um uso determinado habitar gratuitamente casa alheia.

    Habitador

    Proprietrio.6.1 Caractersticas.

    a) Natureza personalssima.b) Temporrio.c) Formal

    2. Vedaes impostas ao Habitador.

    Como se trata de direito essencialmente assistencial, probe-se ao habitador a realizao de atos queimportem a transferncia de seu direito ou sua explorao econmica.

    3. Habitao Conjunta

    Duas ou mais pessoas habitam o mesmo imvel.Caso um deles no esteja habitando a casa, no podecobrar aluguel daquele(s) que habita(m).

    4. Direito de Habitao ao cnjuge sobrevivente.

    Ao cnjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, ser assegurado, sem prejuzo daparticipao que lhe caiba na herana, o direito real de habitao relativamente ao imvel destinado residncia da famlia, desde que seja o nico daquela natureza a inventariar.

    5. Direito de Habitao ao convivente.

    Dissolvida a unio estvel por resciso, a assistncia material prevista nesta Lei ser prestada por umdos conviventes ao que dela necessitar, a ttulo de alimentos.

    6. Aplicao subsidiria das regras do usufruto.

    So aplicveis habitao, no que no for contrrio sua natureza, as disposies relativas aousufruto.

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    UNIDADE 19 - DO DIREITO DO PROMITENTE COMPRADOR

    1. Introduo.

    Os direitos reais de coisa alheia se dividem em:a) direitos reais de gozo ou fruio.b) Direitos reais de garantia.

    2. Contrato preliminar de compra e venda.

    Trata-se de um contrato preliminar especial, sui generis, pois gera eficcia real e execuoespecfica.Ao se celebrar esse contrato as partes assumem obrigao de fazer o contrato definitivo decompra e venda, aps o adimplemento das obrigaes financeiras assumidas.

    Partes:Promitente ou compromissrio- vendedorPromitente ou compromissrio- comprador.

    3. Adjudicao compulsria de compromisso de compra e venda registrado.

    Caso o contratos de promessa de compra e venda esteja devidamente registrado, poder o promitentecomprador, na forma da legislao especial, ajuizar ao de adjudicao compulsria. O juizadjudicar o imvel em questo ao patrimnio do promitente comprador.

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    UNIDADE 20 DOS DIREITOS REAIS DE GARANTIA

    1. Histrico

    a) Responsabilidade pessoal do devedor.

    Nos primrdios da civilizao, o devedor respondia, moral e fisicamente, com sua pessoa pelas suas

    dvidas. Egpcios: adjudicava-se ao credor a prpria pessoa do devedor.

    b) Responsabilidade real

    Foi apenas no ano 326 a.C. que, com a Lex Paetelia Papiria, se transferiu ao patrimnio material dodevedor a garantia do adimplemento das suas obrigaes, se as mesmas no proviessem de ato ilcito.

    c) O incio das garantias reais

    - fidcia: A primeira garantia real que surgiu na histria do direito

    - pignus; Conferia ao credor, como garantia, no a propriedade mas a posse da coisa do devedor,protegida pelos interditos.

    - hipoteca:Adotaram os romanos a hipoteca, que na Grcia estava dando timos resultados.

    - anticrese:O credor podia utilizar de coisa pertencente ao devedor, retirando todos os seus frutos comocompensao de seu capital que estava em poder do devedor.

    d) Direito de garantia atuais

    Hodiernamente, em nosso sistema jurdico, quatro so as figuras de garantia real: - o penhor, - a

    anticrese, - a hipoteca - a alienao fiduciria dada em garantia, ou melhor, a propriedade fiduciria.2. Consideraes Iniciais.

    O conceito de direitos reais de garantia, como vimos, passou por longa evoluo. Orlando Gomes: odireito real de garantia o que confere ao seu titular o poder de obter o pagamento de uma dvida como valor ou a renda de um bem aplicado exclusivamente sua satisfao.

    a) Vnculo Obrigacional x Vnculo Real.b) Natureza Acessria.c) Especialidade da Garantia.d) Constituio vlida

    3. Natureza

    um direito real, porque adere imediatamente coisa, oponvel erga omnes provido de seqela.Aperfeioa-se aps a tradio ou registro

    4. Direito de Garantia x Direito de Gozo.

    Direito Real de Garantia Direito real de Gozo ou fruio.H vinculao de certo bem do devedor ao O titular pode usar e fruir das utilidades da

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    pagamento de um dbito, sem que o credorpossa dele usar e gozar, mesmo quandoretm o objeto em seu poder (penhor).Qualquer rendimento desse bem destinado exclusivamente liquidao dadvida (anticrese).

    coisa, da qual tem posse direta.

    So acessrios, pressupem sempre a

    existncia de um direito de crdito, a queservem de garantia

    So autnomos

    visam obter certa soma em dinheiro,mediante sua alienao, sendo, portanto,direitos ao valor da coisa.O titular s poder obter a satisfao dodbito, por meio do preo ou da renda dacoisa dada em garantia.

    so direitos substncia do bem, parautilizao de suas utilidades ou vantagens.O titular pode usar e gozar do bemdiretamente.

    5. Requisitos Subjetivos e Objetivos

    5.1 Legitimidade

    S o proprietrio pode dar um objeto em garantia real, desde que tenha a livre disposio do bem.Nula ser a constituio desse direito, feita por quem no dono da coisa.

    a) Situao dos incapazes.

    Os relativa ou absolutamente incapazes, por meio de seus representantes, podem dar um bem comogarantia real de suas dvidas, se estiverem devidamente assistidos ou representados, munidos delicena judicial, autorizada em procedimento com a participao do MP. permitida estar a constituiode um direito real de garantia.

    b) Situao das pessoas casadas.

    O marido ou mulher, exceto no regime de separao de bens, no pode gravar de nus real bensimveis, salvo mediante consentimento do outro cnjuge.

    c) Situao do inventariante

    O CPC no permite ao inventariante gravar de nus real os bens do espolio sem autorizao judicial.

    d) Terceiro garantidos

    perfeitamente licito que um terceiro oferea a garantia real para quitar uma obrigao que no sua,sem necessidade de qualquer relao entre ele e a obrigao garantida (art. 1427).

    e) Representao.

    A doutrina e a jurisprudncia (STJ) tem entendido que em caso de constituir a garantia atravs demandato necessrio poderes especiais expressos para hipotecar, penhorar indicando precisamentequal bem.

    f) Regularizao posterior

    uma redao muito infeliz e sem tcnica. Nula ser a constituio da garantia real sobre coisa alheia.

    01 ningum pode estabelecer nus real sobre direito do qual no titular.

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    02 no correto abrir exceo para que quem tenha expectativa de ser titular possa estabelecernus.

    g) Condomnio.

    O CC faz algumas exigncias para se alienar coisa comum.

    5.2 Bens suscetveis de alienaoS podem ser dados em garantia os bens que podem ser alienados.Coisas fora do comrcio, bensinalienveis, bem de famlia etc. no podem ser onerados de garantia.Nulas sero as garantias reais que recarem sobre bens gravados de inalienabilidade.

    6. Indivisibilidade da Garantia

    Indivisibilidade do direito real de garantia, pois adere-se ao bem gravado por inteiro e em cada uma desuas partes; enquanto vigorar no se pode eximir tal bem desse nus real e muito menos alien-loparcialmente.

    7. Excusso

    O plano do CC transformar a garantia em satisfao. Assim, diante do inadimplemento da obrigao,a coisa tragada pela execuo.

    a) Mltiplas garantias reais sobre o mesmo bem.

    A antiguidade da gravao do nus ser o que determinar a ordem de preferncia sobre o valorapurado na venda do bem.

    b) Preferncia de Crdito: credor quirografrio e credor com garantia real

    Em razo do gravame, o bem dado em garantia ser judicialmente constrito, mesmo que no estejamais no patrimnio do devedor.

    c) Preferncia de Crdito: credor com garantia real e credor privilegiado Pargrafo nico.

    8. Reteno do Bem gravado.

    Na anticrese no h simples posse, mas reteno.No mesmo sentido:- Art. 644. O depositrio poder reter o depsito at que se lhe pague a retribuio devida, o lquidovalor das despesas, ou dos prejuzos a que se refere o artigo anterior, provando imediatamente essesprejuzos ou essas despesas.

    a) Seqela

    Se algum adquirir um bem dado em anticrese, recebe apenas a posse indireta (domnio), pois deverrespeitar a posse direta do credor anticrtico at que a dvida seja paga ou o direito de retenoprescreva.

    b) Extino do Direito de Reteno

    Depois de 15 anos a posse considerada precria, esbulho que permite ao proprietrio que lance modos interditos possessrios.

    9. Requisitos Formais

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    Esses requisitos devem existir sob pena de ineficcia da garantia, isto , ser valida apenas entre aspartes, mas ineficaz perante terceiros.

    I - o valor do crdito, sua estimao, ou valor mximo ;II - o prazo fixado para pagamento;III - a taxa dos juros, se houver;

    IV - o bem dado em garantia com as suas especificaes .10. Vencimento antecipado da Obrigao.

    Se h vencimento antecipado, o valor emprestado passa a ser devido de imediato no havendo quepagar juros, taxas, correes antes previstas para o pagamento em outra data futura.

    11. Garantia Prestada por terceiro

    O devedor no tem direito de exigir que o terceiro que ofereceu a garantia a reforce ou substitua, desdeque a deteriorao, desvalorizao ou a perda no tenha sido por culpa sua.Nada impede disposioem contrario no contrato.

    12. Clusula Comissria

    A clusula comissria o ajuste que autoriza, em face do inadimplemento, que o credor aproprie-se dacoisa dada em garantia.Existia no Direito Romano, mas foi reprovada por Justiniano.

    a) Dao em Pagamento Pargrafo nico.

    A impossibilidade jurdica do pacto comissrio no impossibilita a dao em pagamento.

    13. Remio

    a) Sucessores do devedor:

    Embora o art. d a interpretao de que s sucessor do devedor o herdeiro, so sucessores tambmaqueles a quem foi cedida a dvida (cesso de crdito).

    b) Remio

    Remisso a liberao de um nus.

    14. Excusso e execuo.

    Uma vez verificada a inadimplncia do devedor, o credor dever excutir o penhor ou executar ahipoteca, realizando hasta pblica (leilo ou praa)

    O valor obtido pelo bem no serve apenas para liquidar o debito, mas tambm juros, correo, taxas,custas processuais e honorrios advocatcios.

    15. Extino

    A dvida pode se extinguir, mas no o gravame, por depender de averbao no registro imobilirio.

    Pontes de Miranda aponta que a extino do gravame somente ter efeito contra terceiros quando

    constar do registro.

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    a) Pagamento do dbito e a remio so meios de extino dos direitos reais de garantia.

    b) A excusso ou execuo

    c) A renncia pelo credor (arts. 1.436, III, 1.499, IV) Renncia sempre ato unilateral, independendo deconcordncia do onerado. Deve ser expressa

    d) A confuso

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    UNIDADE 21 - DO PENHOR

    1. Conceito e caractersticas.

    Maria Helena Diniz, pode-se definir o penhorcomo um direito real que consiste na transferncia efetivade uma coisa mvel ou mobilizvel, suscetvel de alienao, realizada pelo devedor ou por terceiro aocredor, a fim de garantir o pagamento do dbito.

    Costuma-se denominar penhor tanto para o direito de garantia propriamente dito como para o contratode penhor

    Partes:a) o devedor pignoratcio, que pode ser tanto o sujeito passivo da obrigao principal. ele que contraio dbitob) o credor pignoratcio, que o que empresta o dinheiro e recebe o bem empenhado, recebendo, pelatradio, a posse deste.c) terceiroque oferea o nus real e transfere a posse do bem empenhado, como garantia ao credor,logo, deve ser proprietrio do objeto onerado, devendo ter a livre disposio de seus bens, bem como opoder de alienar, livremente, o bem dado em garantia. citado ao lado do devedor na execuo

    2. Transferncia da posse.

    A transferncia da posse a grande caracterstica do penhor, embora hajam casos excepcionais emque a transferncia no real (penhor agrcola, pecurio, industrial, mercantil, veiculo).

    3. Modos de constituio.

    O penhor pode constituir-se de dois modos: convencionale legal.

    4. Dos Direitos do Credor Pignoratcio

    No precisa que o contrato preveja estes direitos

    a) Posseb) Retenoc) Indenizao por Vciod) Realizao da Garantiae) Apropriao dos Frutosf) Venda antecipadag) Manter o bem empenhado.

    5. Das Obrigaes do Credor Pignoratcio

    a) Custdia da coisab) Defesa da Posseh) Compensar os frutos apropriados.d) Restituio da coisa empenhadae) Restituio do suprfluo.

    6. Da Extino do Penhor

    a) Extino da Obrigao

    b) Perecimento do bem empenhado

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    c) Renncia do credor.d) Confusoe) Excusso da garantia

    7. Efeitos da Extino.

    Na verdade basta que a dvida esteja satisfeita para que o penhor seja extinto, afinal, no se concebe

    garantia quando no h dvida.O registro ser, ento, meio de prova da extino.

    8. Do Penhor Rural

    8.1 Disposies gerais.

    Neste capitulo o CC trata tanto do penhor agrcola quanto do penhor pecurio.

    O CC traz apenas disposies gerais.Esse tema estudado aprofundada mente pela legislao especfica.Lei 492/37 Art. 31. Aplicam-se ao penhor rural, no que lhe for pertinente, as disposies sobre os

    direitos reais de garantia e os contratos de sua instituio

    Percebe-se que o penhor ruraltem por objeto, ao lado dos bens mveis, como frutos j separados oulenha cortada, os imveis por acesso fsica ou intelectual, pois pelos arts. 93 e 79 do Cdigo Civil soconsiderados como imveis as culturas, frutos pendentes, mquinas e animais empregados no serviode uma propriedade rural.

    9. Penhor Agrcola

    regulamentado de maneira especfica pelas leis:- Lei 492/37 - Regula o penhor rural e a cdula pignoratcia

    - Lei 4.829/65- Lei 2.666/55 Dispe sobre penhor de produtos agrcolas.- Lei 8.929/94 - Institui a Cdula de Produto Rural, e d outras providncias- Lei 9.973/2000 - Dispe sobre o sistema de armazenagem dos produtos agropecurios- Dec. Lei 167/67 - Dispe sobre ttulos de crdito rural e d outras providncias

    10. Penhor Pecurio

    Podem ser objeto de penhor os animais que integram a atividade pastoril, agrcola ou de lacticnios.

    11. Penhor Industrial e Mercantil

    A diferena est apenas na natureza da obrigao que se visa garantir.Se for contrada por comerciante ou por empresrio (penhor industrial).A obrigao comercial quando decorrente do exerccio de atividade econmica organizada para aproduo e circulao de bens ou servios.

    O CC regulamenta de maneira geral o disposto de forma especfica.- Dec. 1.102/1903- Dec. Lei 1.271/39- Dec. Lei 4.191/42- Dec. Lei 4.312/42- Dec. Lei 413/69

    11.1 Do Penhor de Veculos

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    a) Objeto.

    Para o penhor so excludos os navios (mas no os barcos, jangadas) e as aeronaves, de acordo com oart. 1473 VI e VII, que impe que eles so objeto de hipoteca.

    b) Modo de constituio

    No se implica necessariamente na transferncia da posse.Deve-se fazer o duplo registro:- no Cartrio de Ttulos e Documentos do domiclio do devedor,- no certificado de propriedade (DUT)

    c) Seguro

    Esta regra existe em razo do risco constante a que os veculos esto submetidos.Em regra, acontratao as custas do devedor.

    d) Direito de Inspeo

    Como a coisa, excepcionalmente, no fica com o credor, este tem direito de inspecion-la.Este direitono poder ser exercido de maneira abusiva.

    e) Vencimento Antecipado

    A alienao, ou a mudana, do veculo empenhado sem prvia comunicao ao credor importa novencimento antecipado do crdito pignoratcio.

    f) Prazo

    Considera-se nulo o penhor que ultrapassa os limites temporais previstos no CC.A garantia nula, mas a obrigao que a originou se mantm vlida at sua prescrio.

    12. Do Penhor Legal

    O penhor legal aquele que surge, no cenrio jurdico, em razo de uma imposio legal, com oescopo de assegurar o pagamento de certas dvidas de que determinadas pessoas so credoras, e que,por sua natureza, reclamam tratamento especial.

    12.1 Hipteses.

    a) Hospedagem e Alimentaob) Locao ou Constituio de renda

    UNIDADE 22 - DA HIPOTECA

    1. Conceito

    A hipoteca um d