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Rua Buenos Aires, 80, Espinheiro. Recife/PE. CEP: 52180-020 Fones: 3221-0061 e 3221-3773 E-mail:

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SUMRIO

SUMRIO...........................................................................................................................1 BIBLIOGRAFIA BSICA RECOMENDADA..................................................3 SMULA N 473 DO STF..................................................................................6 SMULA N 346 DO STF..................................................................................6 PODERES DA ADMINISTRAO PBLICA...............................................12 SERVIO PBLICO.............................................................................20 ATO ADMINISTRATIVO.......................................................................24 7.1.CONVALIDAO.............................................................................................................28 7.7.1.1. CLASSIFICAO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.....................................28 11. ESPCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS............................................................29 RGOS PBLICOS...........................................................................31 1.Diferena entre rgo e entidade;.....................................................31 ADMINISTRAO PBLICA DIRETA E INDIRETA.....................................33 4.ADMINISTRAO PBLICA INDIRETA................................................34 I) AUTARQUIAS......................................................................................................................34 II) FUNDAES......................................................................................................................36 III) SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E EMPRESAS PBLICAS............................37 AGNCIAS, SERVIOS SOCIAIS AUTNOMOS, OS E OSCIP.....................47 1. Agncias reguladoras.............................................................................................................47 BENS PBLICOS................................................................................53 10. Espcies de bens pblicos:...............................................................................................56 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO................................................58 LICITAES.....................................................................................76 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS..........................................................87 INTERVENO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA..........................94 DESAPROPRIAO................................................................................................................94 SMULA N 157 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL...........................95 1

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SMULA N 23 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.............................97 SMULA N 652 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL...........................97 SMULA N 618 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL...........................99 SMULA N 164 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL...........................99 SMULA N 69 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA.........................99 SMULA N 113 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA.......................99 SMULA N 114 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA.......................99 SMULA N 12 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA.......................100 SMULA N 102 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA.....................100 SMULA N 70 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA.......................100 SMULA N 561 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.........................100 SMULA N 67 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA.......................100 SMULA N 416 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.........................100 SMULA N 617 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.........................101 SMULA N 141 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA.....................101 SMULA N 119 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA.....................102 FORMAS DE INTERVENO RESTRITIVA.........................................103 SMULA N 56 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA.......................103 SERVIDORES PBLICOS...................................................................106 7. Responsabilidade dos Servidores................................................................................126 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.......................................................129 CONTROLE DA ADMINISTRAO........................................................137 4.Processo Administrativo (conforme a Lei n. 9.784/99):.....................138 BIBLIOGRAFIA ESPECFICA RECOMENDADA:....................................................144 ATO ADMINISTRATIVO.........................................................................................146

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BIBLIOGRAFIA BSICA RECOMENDADA

ALEXANDRINO, Marcelo, e PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. So Paulo: Mtodo, 19 Ed., 2011. BANDEIRA DE MELLO, Celso Antnio. Curso de Direito Administrativo. So Paulo: Malheiros, 28 Ed., 2011. CARVALHO FILHO, Jos dos Santos. Manual de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 24 Ed., 2011. CARVALHO, Raquel Melo Urbano de. Curso de Direito Administrativo. Salvador: JusPodium Editora, 2 Ed., 2009. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. So Paulo: Atlas, 24 Ed., 2011. FIGUEIREDO, Lcia Valle. Curso de Direito Administrativo. So Paulo: Malheiros, 9 Ed., 2008. FURTADO, Lucas Rocha. Curso de Direito Administrativo. Belo Horizonte: Editora Forum, 2 Ed., 2010. MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. So Paulo: RT, 15 Ed., 2011. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 37 Ed., 2011. MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 15 Ed., 2009.

PRINCPIOS DA ADMINISTRAO PBLICA

A) Princpios basilares do regime jurdico-administrativo:1. 2.

Supremacia do interesse pblico Indisponibilidade do interesse pblico

B) Princpios expressos no art. 37, caput, da CF: 1. Legalidade: 1.1. 1.2. Conceito; Legalidade e juridicidade (Lei Fundamental Alem/1949, art. 20, item 3; Constituio Espanhola/1978, art. 103, item 1; Lei do Processo Administrativo Brasileiro, n. 9.784/99, art. 2, pargrafo nico, I); Teoria das circunstncias excepcionais como pretensa exceo

1.3.

2. Moralidade: 3. Impessoalidade:PROIBIO DE ATRIBUIO DE NOME DE PESSOA VIVA A BEM PBLICO O Tribunal julgou parcialmente procedente pedido formulado em ao direta ajuizada pelo Procurador-Geral da Repblica contra diversos artigos inseridos na Constituio do Estado do Cear. Inicialmente, no se conheceu da ao quanto ao art. 25 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias, em razo de sua declarao de inconstitucionalidade no julgamento da ADI 289/CE (DJU de 16.3.2007). Em seguida, julgou-se prejudicado o pedido em relao aos artigos 33, 1 e 2, e 42, caput e 1, submetidos a alterao substancial pelas Emendas Constitucionais 6/91 e 47/2001. Relativamente aos 6 a 8 do art. 37, considerouse, por maioria, no prejudicado o pedido, tendo em conta a inexistncia de alterao substancial da norma de parmetro (CF, art. 29, V), ficando vencidos, no ponto, os Ministros Menezes Direito, Crmen Lcia, Cezar Peluso e Gilmar Mendes. ADI 307/CE, rel. Min. Eros Grau, 13.2.2008. (ADI-307) Por vislumbrar afronta ao princpio da autonomia municipal, declarou-se a inconstitucionalidade do art. 30, que impe aos Municpios o encargo de transportar da zona rural para a sede do Municpio, ou Distrito mais prximo, alunos carentes matriculados a partir da 5 srie do ensino fundamental, bem como do 3 do art. 35, que dispe que as Cmaras Municipais funcionaro em prdio prprio ou pblico, independentemente da sede do Poder Executivo. Reputaram-se inconstitucionais, da mesma forma, os 6 a 8 do art. 37 - que tratam da remunerao, composta por subsdio e representao, do Prefeito -, tambm por ofensa ao princpio da autonomia municipal, e o 9 desse mesmo dispositivo, que probe que o Prefeito se ausente por mais de 10 dias, sem prvia licena da Cmara Municipal, em face do desrespeito ao art. 49, III, da CF, de observncia obrigatria pelos Estadosmembros, que impe a autorizao legislativa somente nos casos em que o Chefe do Executivo se ausente por prazo superior a 15 dias. Reconheceu-se, ainda, a inconstitucionalidade do 2 do art. 38, que prev que o Vice-Prefeito, ocupante de

cargo ou emprego no Estado ou Municpio, ficar, automaticamente, disposio da respectiva municipalidade, enquanto perdurar a condio de Vice-Prefeito, sem prejuzo dos salrios e demais vantagens, ao fundamento de coliso com o art. 38, III, da CF, que estabelece uma nica hiptese de acumulao, no que se refere aos Vereadores. Por fim, declarou-se a inconstitucionalidade do 3 desse mesmo art. 38, por violao ao princpio da autonomia municipal. Quanto ao art. 20, V, que veda ao Estado e aos Municpios atribuir nome de pessoa viva a avenida, praa, rua, logradouro, ponte, reservatrio de gua, viaduto, praa de esporte, biblioteca, hospital, maternidade, edifcio pblico, auditrios, cidades e salas de aula, o Tribunal, julgou o pedido improcedente, por reput-lo compatvel com o princpio da impessoalidade (CF, art. 37, caput e 1).

ADI 307/CE, rel. Min. Eros Grau, 13.2.2008. (ADI-307)

4. Publicidade: 5.

Eficincia:

5.1 Contedo: profissionalizao dos servios pblicos, otimizao dos gastos com pessoal, controle da Administrao pelos usurios dos servios estatais, ampliao da autonomia dos rgos e entidades da Administrao direta e indireta, gesto associada de servios pblicos (art. 241), criao das escolas de governo, avaliao especial de desempenho (art. 41, 4) 5.2. Doutrina de Alexandre de Morais: direcionamento da atividade e dos servios pblicos efetividade do bem comum; imparcialidade entendida como independncia de interesses privados ou partidrios; neutralidade como vedao defesa apriorstica de interesses a considerar; transparncia das atividades dos rgos e agentes pblicos, com o objetivo de combater prticas contrrias ao desenvolvimento normal das condutas administrativas, como subornos, corrupo e trfico de influncia; democratizao dos servios pblicos, isto , exigncia de aproximao dos servios pblicos coletividade e participao desta na gesto dos servios administrativos; eficcia material na execuo das competncias atribudas legalmente aos rgos e servidores; desburocratizao do aparelho estatal, com combate a prticas arcaicas e aos vcios inerentes s estruturas burocrticas; e, por fim, busca da qualidade, relacionada otimizao de resultados. C) Princpios implcitos ou reconhecidos (decorrentes de norma distinta do 37, caput, CF, ou apontados pela doutrina):

1. Motivao (art. 50, Lei n. 9.784/99):Os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanes;

III - decidam processos administrativos de concurso ou seleo pblica; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatrio; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofcio; VII - deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatrios oficiais; VIII - importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo.

2. Autotutela:SMULA N 473 DO STF A ADMINISTRAO PODE ANULAR SEUS PRPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE VCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOG-LOS, POR MOTIVO DE CONVENINCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAO JUDICIAL. (Aprovada na Sesso Plenria de 03.10.1969 e publicada no DJ de 10.12.1969) SMULA N 346 DO STF A ADMINISTRAO PBLICA PODE DECLARAR A NULIDADE DOS SEUS PRPRIOS ATOS. (Aprovada na Sesso Plenria de 13.12.1963) Art. 53, Lei n. 9.784/99: A Administrao deve anular seus prprios atos, quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-los por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

SMULA N 6 DO STF:A REVOGAO OU ANULAO, PELO PODER EXECUTIVO, DE APOSENTADORIA, OU QUALQUER OUTRO ATO APROVADO PELO TRIBUNAL DE CONTAS, NO PRODUZ EFEITOS ANTES DE APROVADA POR AQUELE TRIBUNAL, RESSALVADA A COMPETNCIA REVISORA DO JUDICIRIO. (Aprovada na Sesso Plenria de 13.12.1963) SMULA N 199 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO SALVO POR SUA DETERMINAO, NO PODEM SER CANCELADOS PELA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA CONCEDENTE, OS ATOS ORIGINRIOS OU DE ALTERAES, RELATIVOS A APOSENTADORIA, REFORMAS E PENSES, J REGISTRADOS PELO TRIBUNAL DE CONTAS, AO APRECIAR-LHES A LEGALIDADE, NO USO DA SUA COMPETNCIA CONSTITUCIONAL. (Publicada no D.O.U. de 09.11.1982)

3. Prescritibilidade dos ilcitos administrativos e imprescritibilidade do ressarcimento ao errio (art. 37, 5, CF):STF:

O Tribunal, por votao majoritria, indeferiu mandado de segurana impetrado contra deciso do Tribunal de Contas da Unio - TCU que condenara a impetrante a pagar determinado montante, a ttulo de devoluo de valores, em decorrncia do descumprimento da obrigao de retornar ao Pas aps o trmino da concesso da sua bolsa de estudos no exterior. Na linha da orientao fixada no MS 24519/DF (DJU de 2.12.2005) no sentido de que o beneficirio de bolsa de estudos no exterior, s expensas do Poder Pblico, no pode alegar o desconhecimento de obrigao prevista em ato normativo do rgo provedor, e de que o custeio dessas bolsas de estudo justificvel na medida em que ao Pas sejam acrescidos os frutos resultantes do aprimoramento tcnico-cientfico dos nacionais beneficiados , entendeu-se no haver direito lquido e certo da impetrante. Considerou-se que, no momento em que solicitara a bolsa de estudos para o exterior, e preenchera o formulrio com essa finalidade, que tem natureza contratual, assumira o compromisso de cumprir com os deveres a ela atribudos em razo dessa concesso, dentre os quais o de retornar ao Brasil quando conclusse o curso de doutorado, sob pena de ressarcir os recursos pblicos que recebera (Resoluo 114/91, item 3 e Resoluo Normativa 5/87, item 5.7). Afastou-se, tambm, a apontada prescrio, ao fundamento de incidir, na espcie, o disposto na parte final do art. 37, 5, da CF (A lei estabelecer os prazos de prescrio para ilcitos praticados por qualquer agente, servidor ou no, que causem prejuzos ao errio, ressalvadas as respectivas aes de ressarcimento.). O Min. Cezar Peluso fez ressalva quanto interpretao do art. 37, 5, da CF, por julgar estar-se diante de uma exceo, a ser interpretada restritivamente, previso de prescrio para ilcitos, que no se aplicaria ao caso, por no haver ilcito. Reputou, entretanto, no configurado o caso tpico de prescrio, podendo a matria ser rediscutida na ao prpria de cobrana. Vencido o Min. Marco Aurlio que concedia a ordem por vislumbrar a ocorrncia da prescrio. MS 26210/DF, rel. Min. Ricardo

Lewandowski, 4.9.2008. (MS-26210)STJ: Na espcie, o tribunal a quo entendeu que, remanescendo, em ao civil pblica por ato de improbidade administrativa, o pleito ressarcitrio, este, por ser imprescritvel, pode ser buscado em ao autnoma. pacfico no STJ que as sanes previstas no art. 12 e incisos da Lei n. 8.429/1992 prescrevem em cinco anos, o que no ocorre com a reparao do dano ao errio por ser imprescritvel a pretenso ressarcitria nos termos do art. 37, 5, da CF/1988. Assim, quando autorizada a cumulao do pedido condenatrio e do ressarcitrio em ao por improbidade administrativa, a rejeio do pedido condenatrio abarcado pela prescrio no impede o prosseguimento da demanda quanto ao segundo pedido em razo de sua imprescritibilidade. Com essas consideraes, a Turma deu provimento ao recurso do MPF para determinar o prosseguimento da ao civil pblica por ato de improbidade no que se refere ao pleito de ressarcimento de danos ao errio. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.038.103-SP, DJe 4/5/2009; REsp 1.067.561-AM, DJe 27/2/2009; REsp 801.846-AM, DJe 12/2/2009; REsp 902.166-SP, DJe 4/5/2009, e REsp 1.107.833-SP, DJe 18/9/2009. REsp 1.089.492-RO, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/11/2010. PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AO CIVIL PBLICA. RESSARCIMENTO DE DANOS AO PATRIMNIO PBLICO. IMPRESCRITIBILIDADE.

I - A ao de ressarcimento de danos ao errio no se submete a qualquer prazo prescricional, sendo, portanto, imprescritvel. (REsp 810785/SP, Rel. MIn. FRANCISCO FALCO, DJ 25.05.2006 p. 184). II - Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, improvido. (REsp 705715/SP, RECURSO ESPECIAL 2004/0154227-4, Relator: Ministro FRANCISCO FALCO, PRIMEIRA TURMA, Data de Julgamento: 02.10.2007, Publicao: DJe 14/05/2008)

4. Controle jurisdicional (art. 5, XXXV, CF); 5. Segurana jurdica:5.1. Delimitao do conceito: necessidade de estabilizar as relaes jurdicas (prognie de institutos jurdicos tais como decadncia, prescrio, precluso, irretroatividade de nova interpretao art. 2, pargrafo nico, XIII, da Lei n. 9.784/99) Segurana jurdica e Proteo Substancial da Confiana (Princpio da Confiana ou da Confiana legtima)DO STF: CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PBLICO: PROVIMENTO DERIVADO: INCONSTITUCIONALIDADE: EFEITO EX NUNC. PRINCPIOS DA BOA-F E DA SEGURANA JURDICA. I. - A Constituio de 1988 instituiu o concurso pblico como forma de acesso aos cargos pblicos. CF, art. 37, II. Pedido de desconstituio de ato administrativo que deferiu, mediante concurso interno, a progresso de servidores pblicos. Acontece que, poca dos fatos 1987 a 1992 , o entendimento a respeito do tema no era pacfico, certo que, apenas em 17.02.1993, que o Supremo Tribunal Federal suspendeu, com efeito ex nunc, a eficcia do art. 8, III; art. 10, pargrafo nico; art. 13, 4; art. 17 e art. 33, IV, da Lei 8.112, de 1990, dispositivos esses que foram declarados inconstitucionais em 27.8.1998: ADI 837/DF, Relator o Ministro Moreira Alves, "DJ" de 25.6.1999. II. - Os princpios da boa-f e da segurana jurdica autorizam a adoo do efeito ex nunc para a deciso que decreta a inconstitucionalidade. Ademais, os prejuzos que adviriam para a Administrao seriam maiores que eventuais vantagens do desfazimento dos atos administrativos. III. - Precedentes do Supremo Tribunal Federal. IV. - RE conhecido, mas no provido. (RE 442683/RS, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, julgado em 13/12/2005, DJ 24-03-2006 PP-00055, EMENT VOL-02226-04 PP-00814, LEXSTF v. 28, n. 330, 2006, p. 282-299) Mandado de Segurana. 2. Acrdo do Tribunal de Contas da Unio. Prestao de Contas da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroporturia - INFRAERO. Emprego Pblico. Regularizao de admisses. 3. Contrataes realizadas em conformidade com a legislao vigente poca. Admisses realizadas por processo seletivo sem concurso pblico, validadas por deciso administrativa e acrdo anterior do TCU. 4. Transcurso de mais de dez anos desde a concesso da liminar no mandado de segurana. 5. Obrigatoriedade da observncia do princpio da segurana jurdica enquanto subprincpio do Estado de Direito. Necessidade de estabilidade das situaes criadas administrativamente. 6. Princpio da confiana como elemento do princpio da segurana jurdica. Presena de um componente de tica jurdica e sua aplicao nas relaes jurdicas de direito pblico. 7. Concurso de circunstncias especficas e excepcionais que revelam: a boa f dos impetrantes; a realizao de processo seletivo rigoroso; a observncia do

5.2.

regulamento da Infraero, vigente poca da realizao do processo seletivo; a existncia de controvrsia, poca das contrataes, quanto exigncia, nos termos do art. 37 da Constituio, de concurso pblico no mbito das empresas pblicas e sociedades de economia mista. 8. Circunstncias que, aliadas ao longo perodo de tempo transcorrido, afastam a alegada nulidade das contrataes dos impetrantes. 9. Mandado de Segurana deferido. (MS 22357/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, Teribunal Pleno, julgado em 27.05.2004, DJ 05-11-2004 PP-00006, EMENT VOL-02171-01 PP-00043, LEXSTF v. 26, n. 312, 2005, p. 135-148, RTJ VOL 00192-02 PP-00620 MANDADO DE SEGURANA. SECRETRIO DE RECURSOS HUMANOS DO MINISTRIO DO PLANEJAMENTO, ORAMENTO E GESTO. ILEGITIMIDADE PASSIVA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO. COMPETNCIA DO STF. PENSES CIVIL E MILITAR. MILITAR REFORMADO SOB A CF DE 1967. CUMULATIVIDADE. PRINCPIO DA SEGURANA JURDICA. GARANTIAS DO CONTRRIO E DA AMPLA DEFESA. 1. O Secretrio de Recursos Humanos do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto parte ilegtima para figurar no plo passivo da ao mandamental, dado que mero executor da deciso emanada do Tribunal de Contas da Unio. 2. No julgamento do MS n 25.113/DF, Rel. Min. Eros Grau, o Tribunal decidiu que, "reformado o militar instituidor da penso sob a Constituio de 1967 e aposentado como servidor civil na vigncia da Constituio de 1988, antes da edio da EC 20/98, no h falar-se em acumulao de proventos do art. 40 da CB/88, vedada pelo art. 11 da EC n. 20/98, mas a percepo de provento civil (art. 40 CB/88) cumulado com provento militar (art. 42 CB/88), situao no abarcada pela proibio da emenda". Precedentes citados: MS n 25.090/DF, MS n 24.997/DF e MS n 24.742/DF. Tal acumulao, no entanto, deve obversar o teto previsto no inciso XI do art. 37 da Constituio Federal. 3. A inrcia da Corte de Contas, por sete anos, consolidou de forma positiva a expectativa da viva, no tocante ao recebimento de verba de carter alimentar. Este aspecto temporal diz intimamente com o princpio da segurana jurdica, projeo objetiva do princpio da dignidade da pessoa humana e elemento conceitual do Estado de Direito. 4. O prazo de cinco anos de ser aplicado aos processos de contas que tenham por objeto o exame de legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, reformas e penses. Transcorrido in albis o interregno qinqenal, de se convocar os particulares para participar do processo de seu interesse, a fim de desfrutar das garantias do contraditrio e da ampla defesa (inciso LV do art. 5). 5. Segurana concedida. (MS2448/DF, Tribunal Pleno, Relator: Ministro Carlos Britto, julgamento: 27/09/2007,DJe-142 DIVULG 13-11-2007 PUBLIC 14-11-2007, DJ 14-11-2007 PP-00042 EMENT VOL-02299-01 PP-00146) DO STJ: Na espcie, o Tribunal de Contas estadual determinou a exonerao de doze servidores do quadro efetivo da assemblia legislativa estadual, alegando vcio no provimento ocorrido em 1989, pois o ato de nomeao que os efetivou no servio pblico no atendeu ao requisito de aprovao em concurso pblico. Para o Min. Relator, esse ato que os efetivou , induvidosamente, ilegal, no entanto o transcurso de quase vinte anos tornou a situao irreversvel, convalidando seus efeitos ex ope temporis, considerando que alguns nomeados at j se aposentaram e tiveram os respectivos atos aprovados pelo prprio Tribunal de Contas. Observou, entre outros aspectos, que a Administrao atua sob a direo do princpio da legalidade (art. 37 da CF/1988), que impe a anulao de ato que, embora praticado por um de seus agentes, contenha vcio insupervel, a fim de restaurar a legalidade ferida. O vcio, no caso, o da inconstitucionalidade e, primeira vista, esse vcio seria inconvalidvel, entretanto o vcio de ser inconstitucional apenas uma forma qualificada de ser hostil ordem jurdica e a convalidao no vai

decorrer da repetio do ato (o que seria juridicamente impossvel), mas sim do reconhecimento dos efeitos consolidadores que o tempo acumulou em favor dos recorrentes. Hoje, o esprito da Justia apia-se nos direitos fundamentais da pessoa humana, apontando que a razoabilidade a medida prefervel para mensurar o acerto ou desacerto de hierarquia constitucional, pela evidente razo de que os administrados no podem ficar, indefinidamente sujeitos instabilidade originada do poder de autotutela do Estado. Da o art. 55 da Lei n. 9.784/1999 fundar-se na importncia da segurana jurdica no domnio do Direito Pblico e ter estabelecido o prazo decadencial de cinco anos para reviso dos atos administrativos, permitindo a manuteno de sua eficcia mediante o instituto da convalidao. Essa lei ressalva, entretanto, hipteses nas quais esteja comprovada a m-f do destinatrio do ato administrativo no qual no incidir o prazo decadencial. No caso dos autos, no h notcia de que os recorrentes tenham se valido de ardis ou logros para obter seus cargos; embora essa circunstncia no justifique o comportamento administrativo ilegal, no uma soluo jurdica. Ressaltou que o poder-dever de a Administrao convalidar seus prprios atos encontra limite temporal no princpio da segurana jurdica, tambm de pode ser ignorada na soluo da causa. Por tais fundamentos, a Turma deu provimento ao recurso, assegurando o direito dos impetrantes de permanecer nos seus respectivos cargos e preservar suas aposentadorias. RMS 25.652-PB, Rel. Min. Napoleo Nunes Maia Filho, julgado em 16/9/2008.

6. Realidade: as normas administrativas no podem ser aplicadas

sem ateno aos fatos a que se referem; deve haver sintonia entre a norma e a realidade prtica a que se destina

ESTABILIDADE - SERVIDORES NO CONCURSADOS - TEMPO DE SERVIO - CARTER CONTINUADO - ALCANCE DO ARTIGO 19 DO ATO DAS DISPOSIES CONSTITUCIONAIS TRANSITRIAS. Descabe ter como conflitante com o artigo 19 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias da Carta de 1988 provimento judicial em que se reconhece a estabilidade em hiptese na qual professor, ao trmino do ano letivo, era "dispensado" e recontratado to logo iniciadas as aulas. Os princpios da continuidade, da realidade, da razoabilidade e da boa-f obstaculizam defesa do Estado em torno das interrupes e, portanto, da ausncia de prestao de servios por cinco anos continuados de modo a impedir a aquisio da estabilidade. (RE 158448/MG - MINAS GERAIS, Relator(a): Min. Marco Aurlio, Julgamento: 29/06/1998, rgo Julgador: Segunda Turma, DJ 2509-1998 PP-00020, EMENT VOL-01924-02 PP-00232)

7. Razoabilidade: fundamento na dimenso substantiva do devidoprocesso legal (art. 5, LIV, CF)AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - LEI ESTADUAL QUE CONCEDE GRATIFICACAO DE FERIAS (1/3 DA REMUNERACAO) A SERVIDORES INATIVOS VANTAGEM PECUNIARIA IRRAZOAVEL E DESTITUIDA DE CAUSA - LIMINAR DEFERIDA. - A norma legal, que concede a servidor inativo gratificao de ferias correspondente a um tero (1/3) do valor da remunerao mensal, ofende o critrio da razoabilidade que atua, enquanto projeo concretizadora da clusula do substantive due process of law, como insupervel limitao ao poder normativo do Estado. Incide o legislador comum em desvio tico-jurdico, quando concede a agentes estatais determinada vantagem pecuniria cuja razo de ser se revela absolutamente destituda de causa.

(ADIN-MC 1158/AM, Relator: Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, sesso de julgamento ocorrida em 19.12.1994, acrdo publicado no DJ de 26.05.1995, PP15154, ement VOL-01788-01 PP-00051)

8.

Proporcionalidade: fundamento no art. 1, caput, CF; art. 2, pargrafo nico, VI, da Lei n. 9.784/99)

Gs liquefeito de petrleo: lei estadual que determina a pesagem de botijes entregues ou recebidos para substituio a vista do consumidor, com pagamento imediato de eventual diferena a menor: argio de inconstitucionalidade fundada nos arts. 22, IV e VI (energia e metrologia), 24 e PARS., 25, PAR. 2., 238, alm de violao ao princpio de proporcionalidade e razoabilidade das leis restritivas de direitos: plausibilidade jurdica da argio que aconselha a suspenso cautelar da lei impugnada, a fim de evitar danos irreparveis a economia do setor, no caso de vir a declarar-se a inconstitucionalidade: liminar deferida. (ADIN-MC 855/Paran, Relator: Min. Seplveda Pertence, Tribunal Pleno, sesso de julgamento ocorrida em 01.07.1993, acrdo publicado no DJ de 01.10.1993, ement VOL-01719-01 PP-00071) STF E STJ CONFUNDINDO PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE Por vislumbrar aparente ofensa aos postulados da proporcionalidade e da razoabilidade, e ressaltando a iminncia das eleies marcadas para o dia 3.10.2010, o Tribunal, por maioria, concedeu medida cautelar em ao direta de inconstitucionalidade, ajuizada pelo Diretrio Nacional do Partido dos Trabalhadores, para, mediante interpretao conforme conferida ao art. 91-A da Lei 9.504/97, na redao dada pela Lei 12.034/2009 e ao art. 47, 1, da Resoluo TSE 23.218/2010 , reconhecer que somente a ausncia de documento oficial de identidade com fotografia trar obstculo ao exerccio do direito de voto. Os dispositivos impugnados determinam que, no momento da votao, sejam apresentados o ttulo de eleitor e um documento de identificao com foto. Aps breve retrospecto da legislao brasileira sobre essa dupla exigncia, consignou-se que ela j teria sido inserida no ordenamento ptrio (Lei 9.100/95, art. 75), sendo posteriormente revogada, ante a dificuldade excessiva ao eleitorado. Registrou-se a problemtica no sistema eleitoral relativamente identificao dos eleitores. Salientou-se, nesse sentido, a inexistncia de unificao entre as identidades civil e eleitoral ou de um ttulo eleitoral com foto. Citou-se, inclusive, manifestao do TSE em processo administrativo que ensejara a expedio da aludida Resoluo 23.218/2010 quanto possibilidade de se admitir o exerccio do voto pelo eleitor que apenas apresentasse o documento comprobatrio de identidade, em razo do extravio, perda ou inutilizao de seu ttulo aps o trmino do prazo para a solicitao de 2 via. Aquela Corte assentara a necessidade do incremento dos esforos de ampla divulgao da novidade legal, bem como o seu imediato aparelhamento para que os ttulos eleitorais extraviados ou inutilizados fossem reimpressos. ADI 4467 MC/DF, rel. Min. Ellen Gracie, 29 e 30.9.2010. (ADI4467) Afirmou-se, ainda, que a apresentao do ttulo de eleitor, nos moldes estabelecidos hoje, no ofereceria garantia de lisura nesse momento crucial de revelao da vontade do eleitorado e que as experincias das ltimas eleies demonstrariam maior confiabilidade na identificao aferida com base em documentos oficiais de identidade com foto. Aduziu-se que os preceitos adversados, embora objetivassem maior segurana no reconhecimento dos eleitores, estabeleceriam uma exigncia desmedida, a qual afastaria a finalidade que a norma pretendera alcanar. Asseverou-se no ser cabvel tomar-se o art. 91-A da lei

em apreo como impedimento ao voto do eleitor que, ainda que se encontrasse apto a prestar identificao mediante apresentao de um documento oficial com fotografia, no estivesse portando, naquele momento, seu ttulo de eleitor. Concluiu-se que se deveria apresentar, no momento da votao, tanto o ttulo de eleitor como documento oficial de identificao com fotografia. Contudo, enfatizouse que apenas a frustrao na exibio deste ltimo que teria o condo de impedir o exerccio do voto. O Min. Dias Toffoli, ao ressaltar que no concedia a cautelar com fundamento nos princpios referidos, porquanto eles seriam tcnicas de soluo, reputou que o dispositivo restringiria o exerccio da cidadania, em afronta ao art. 1, II, c/c o art. 14, caput, ambos da CF. Vencidos os Ministros Gilmar Mendes e Cezar Peluso, Presidente, que indeferiam a concesso da medida cautelar por considerar que o porte obrigatrio do ttulo de eleitor no esvaziaria ou restringiria o direito fundamental ao voto de forma desarrazoada ou desproporcional, tendo o legislador atuado dentro de sua margem de ao, sem ofensa ao texto constitucional. ADI 4467 MC/DF, rel. Min. Ellen Gracie, 29 e

30.9.2010. (ADI-4467)DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA. CONCURSO PBLICO. ANULAO. NO-PREVISO DE VAGAS PARA AFRODESCENDENTES. CANDIDATOS APROVADOS EM NMERO INFERIOR AO DE VAGAS OFERECIDAS. OFENSA AOS PRINCPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. A anulao de concurso pblico no qual foram aprovados candidatos em nmero inferior ao de vagas oferecidas, sob o fundamento de que no fora observada lei estadual que determina a reserva de 10% das vagas para candidatos afrodescendentes, fere os princpios da razoabilidade e da proporcionalidade. 2. Recurso ordinrio provido. (RMS 24469/PR RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA 2007/0149664-6 Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA QUINTA TURMA20/08/2009DJe 14/09/2009)

PODERES DA ADMINISTRAO PBLICA

1. Carter instrumental, indeclinabilidade e de irrenunciabilidade do exerccio dos poderes administrativos; 2. Crtica afirmao da existncia de poderes vinculado e discricionrio; 3. Poderes reconhecidos: 3.1. Poder hierrquico: 3.1.1. Conceito; 3.1.2. Prerrogativas decorrentes da hierarquia:, dar ordens, fiscalizar e rever os atos dos subordinados, delegar, avocar,

determinar a apurao de normativos de efeitos internosLei n. 9.784/99:

responsabilidade,

expedir

atos

Art. 11. A competncia irrenuncivel e se exerce pelos rgos administrativos a que foi atribuda como prpria, salvo os casos de delegao e avocao legalmente admitidos. Art. 12. Um rgo administrativo e seu titular podero, se no houver impedimento legal, delegar parte da sua competncia a outros rgos ou titulares, ainda que estes no lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razo de circunstncias de ndole tcnica, social, econmica, jurdica ou territorial. Pargrafo nico. O disposto no caput deste artigo aplica-se delegao de competncia dos rgos colegiados aos respectivos presidentes. Art. 13. No podem ser objeto de delegao: I - a edio de atos de carter normativo; II - a deciso de recursos administrativos; III - as matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade. Art. 14. O ato de delegao e sua revogao devero ser publicados no meio oficial. 1o O ato de delegao especificar as matrias e poderes transferidos, os limites da atuao do delegado, a durao e os objetivos da delegao e o recurso cabvel, podendo conter ressalva de exerccio da atribuio delegada. 2o O ato de delegao revogvel a qualquer tempo pela autoridade delegante. 3o As decises adotadas por delegao devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-o editadas pelo delegado. Art. 15. Ser permitida, em carter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocao temporria de competncia atribuda a rgo hierarquicamente inferior. Art. 16. Os rgos e entidades administrativas divulgaro publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matria de interesse especial. Art. 17. Inexistindo competncia legal especfica, o processo administrativo dever ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierrquico para decidir. DECORRE DO PODER HIERRQUICO DECRETO QUE PROBE A VENDA DE ALIMENTOS EXCESSIVAMENTE CALRICOS EM ESCOLAS PBLICAS

A Turma negou provimento ao recurso, por entender que no interfere nas normas gerais de vigilncia alimentar (CF/1988, arts. 24 e 200) o decreto municipal, proibindo, em determinadas escolas integrantes do complexo administrativo municipal, a venda de alimentos excessivamente calricos, como balas, caramelos, pirulitos, doces de mascar base de gomas, sdio, corantes artificiais, saturados em colesterol, bem como bebidas alcolicas, prejudiciais sade das crianas. RMS 16.694-RJ, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, julgado em 28/10/2003.

3.2. Poder disciplinar: 3.2.1. Conceito; 3.2.2. A discricionariedade do poder disciplinar e a ausncia de uma rgida tipicidade; 3.2.3. Aplicao dos postulados bsicos do direito penal como crtica prxis brasileira; 3.2.4. Limites.

DIREITO ADMINISTRATIVO. ATIVIDADE SANCIONATRIA OU DISCIPLINAR DA ADMINISTRAO PBLICA. APLICAO DOS PRINCPIOS DO PROCESSO PENAL COMUM. ARTS. 615, 1o. E 664, PARG. NICO DO CPP. NULIDADE DE DECISO PUNITIVA EM RAZO DE VOTO DPLICE DE COMPONENTE DE COLEGIADO. RECURSO PROVIDO. 1. Consoante precisas lies de eminentes doutrinadores e processualistas modernos, atividade sancionatria ou disciplinar da Administrao Pblica se aplicam os princpios, garantias e normas que regem o Processo Penal comum, em respeito aos valores de proteo e defesa das liberdades individuais e da dignidade da pessoa humana, que se plasmaram no campo daquela disciplina. 2. A teor dos arts. 615, 1o. e 664, parg. nico do CPP, somente se admite o voto de qualidade - voto de Minerva ou voto de desempate nos julgamentos recursais e mandamentais colegiados em que o Presidente do rgo plural no tenha proferido voto quantitativo; em caso contrrio, na ocorrncia de empate nos votos do julgamento, tem-se como adotada a deciso mais favorvel ao acusado. 3. Os regimentos internos dos rgos administrativos colegiados sancionadores, qual o Conselho da Polcia Civil do Paran, devem obedincia aos postulados do Processo Penal comum; prevalece, por ser mais benfico ao indiciado, o resultado de julgamento que, ainda que por empate, cominou-lhe a sano de suspenso por 90 dias, excluindo-se o voto presidencial de desempate que lhe atribuiu a pena de demisso, porquanto o voto desempatador de ser desconsiderado. 4. Recurso a que se d provimento, para considerar aplicada ao Servidor Policial Civil, no mbito administrativo, a sano suspensiva de 90 dias, por aplicao analgica dos arts. 615, 1o. e 664, parg. nico do CPP, inobstante o douto parecer ministerial em sentido contrrio. (RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA N 24.559 - PR (2007/0165377-1) RELATOR: MINISTRO NAPOLEO NUNES MAIA FILHO, 03 de dezembro de 2009, no publicado)

3.3. Poder normativo: 3.3.1. Conceito; 3.3.2. Contraste entre as expresses normativo (existncia de outros atos normativos, tais como regimentos, resolues, deliberaes, instrues e portarias) e regulamentar;

3.3.3. derivados;

Atos

administrativos

normativos

como

atos

3.3.4. Admissibilidade de decreto autnomo a partir da emenda 32/2001.PROCESSUAL CIVIL MANDADO DE SEGURANA COMPETNCIA DA UNIO PARA LEGISLAR SOBRE GUAS ATO ADMINISTRATIVO BASEADO EM DECRETO ESTADUAL AUTNOMO CONFLITANTE COM LEIS ESTADUAL E FEDERAL INVALIDADE. 1. O ordenamento jurdico nacional no permite a edio de Decretos autnomos, salvo nos casos do inciso VI do artigo 84 da Constituio Federal/88. 2. O Decreto Estadual em comento veicula restries inexistentes nas leis regulamentadas, o que invalida as restries apresentadas. 3. Ainda que houvesse lei estadual restringindo a perfurao e captao de guas em poos artesianos, sua validade restaria afastada com base na competncia da UNIO para legislar sobre guas - artigo 22, inciso IV, da Constituio Federal/88. Agravo regimental improvido. (AgRg no RMS 27679/RS (AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA 2008/0191344-7, Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgamento: 13/10/2009, publicao: DJe 21/10/2009) Resoluo do Conselho Nacional de Justia que probe o nepotismo no mbito do Poder Judicirio: Aplicao direta dos princpios expressos no art. 37, caput, da CF. A Resoluo n 07/05 se dota, ainda, de carter normativo primrio, dado que arranca diretamente do 4 do art. 103-B da Carta-cidad e tem como finalidade debulhar os prprios contedos lgicos dos princpios constitucionais de centrada regncia de toda a atividade administrativa do Estado, especialmente o da impessoalidade, o da eficincia, o da igualdade e o da moralidade. O ato normativo que se faz de objeto desta ao declaratria densifica apropriadamente os quatro citados princpios do art. 37 da Constituio Federal, razo por que no h antinomia de contedos na comparao dos comandos que se veiculam pelos dois modelos normativos: o constitucional e o infraconstitucional. Logo, o Conselho Nacional de Justia fez adequado uso da competncia que lhe conferiu a Carta de Outubro, aps a Emenda 45/04. Noutro giro, os condicionamentos impostos pela Resoluo em foco no atentam contra a liberdade de nomeao e exonerao dos cargos em comisso e funes de confiana (incisos II e V do art. 37). Isto porque a interpretao dos mencionados incisos no pode se desapegar dos princpios que se veiculam pelo caput do mesmo art. 37. Donde o juzo de que as restries constantes do ato normativo do CNJ so, no rigor dos termos, as mesmas restries j impostas pela Constituio de 1988, dedutveis dos republicanos princpios da impessoalidade, da eficincia, da igualdade e da moralidade. dizer: o que j era constitucionalmente proibido permanece com essa tipificao, porm, agora, mais expletivamente positivado. No se trata, ento, de discriminar o Poder Judicirio perante os outros dois Poderes Orgnicos do Estado, sob a equivocada proposio de que o Poder Executivo e o Poder Legislativo estariam inteiramente libertos de peias jurdicas para prover seus cargos em comisso e funes de confiana, naquelas situaes em que os respectivos ocupantes no hajam ingressado na atividade estatal por meio de concurso pblico. (STF PLENRIO ADC-MC 12/DF RELATOR: MINISTRO CARLOS BRITTO, Sesso de julgamento ocorrida em 16.02.2006, Acrdo publicado no DJ de 01.09.2006, p. 15)

3.4. Poder de Polcia: 3.4.1. Conceito:Cdigo Tributrio Nacional

Art. 78. Considera-se poder de polcia atividade da administrao pblica que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prtica de ato ou absteno de fato, em razo de interesse pblico concernente segurana, higiene, ordem, aos costumes, disciplina da produo e do mercado, ao exerccio de atividades econmicas dependentes de concesso ou autorizao do Poder Pblico, tranqilidade pblica ou ao respeito propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Pargrafo nico. Considera-se regular o exerccio do poder de polcia quando desempenhado pelo rgo competente nos limites da lei aplicvel, com observncia do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionria, sem abuso ou desvio de poder.

3.4.2. Supremacia geral como fundamento; 3.4.3. 3.4.4. Polcia judiciria e polcia administrativa; Poder de polcia originrio e delegado;

NO ADMITINDO QUE OS CONSELHOS PROFISSIONAIS SEJAM PESSOAS DE DIREITO PRIVADO DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 58 E SEUS PARGRAFOS DA LEI FEDERAL N 9.649, DE 27.05.1998, QUE TRATAM DOS SERVIOS DE FISCALIZAO DE PROFISSES REGULAMENTADAS. 1. Estando prejudicada a Ao, quanto ao 3 do art. 58 da Lei n 9.649, de 27.05.1998, como j decidiu o Plenrio, quando apreciou o pedido de medida cautelar, a Ao Direta julgada procedente, quanto ao mais, declarando-se a inconstitucionalidade do "caput" e dos 1, 2, 4, 5, 6, 7 e 8 do mesmo art. 58. 2. Isso porque a interpretao conjugada dos artigos 5, XIII, 22, XVI, 21, XXIV, 70, pargrafo nico, 149 e 175 da Constituio Federal, leva concluso, no sentido da indelegabilidade, a uma entidade privada, de atividade tpica de Estado, que abrange at poder de polcia, de tributar e de punir, no que concerne ao exerccio de atividades profissionais regulamentadas, como ocorre com os dispositivos impugnados. 3. Deciso unnime. (ADI 1717/DF - DISTRITO FEDERAL, AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE,Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES, Julgamento: 07/11/2002, rgo Julgador: Tribunal Pleno, publicao: DJ 28-03-2003 PP-00061 EMENT VOL-02104-01 PP00149) OPINIO DE RELATOR NO SENTIDO DE QUE EMPRESAS PBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA PODEM EXERCER PODER DE POLCIA INFRAERO - EMPRESA PBLICA FEDERAL VOCACIONADA A EXECUTAR, COMO ATIVIDADE-FIM, EM FUNO DE SUA ESPECFICA DESTINAO INSTITUCIONAL, SERVIOS DE INFRA-ESTRUTURA AEROPORTURIA - MATRIA SOB RESERVA CONSTITUCIONAL DE MONOPLIO ESTATAL (CF, ART. 21, XII, "C") - POSSIBILIDADE DE A UNIO FEDERAL OUTORGAR, POR LEI, A UMA EMPRESA GOVERNAMENTAL, O EXERCCIO DESSE ENCARGO, SEM QUE ESTE PERCA O ATRIBUTO DE ESTATALIDADE QUE LHE PRPRIO - OPO CONSTITUCIONALMENTE LEGTIMA - CRIAO DA INFRAERO COMO INSTRUMENTALIDADE ADMINISTRATIVA DA UNIO FEDERAL, INCUMBIDA, NESSA CONDIO INSTITUCIONAL, DE EXECUTAR TPICO SERVIO PBLICO (LEI N 5.862/1972) - CONSEQENTE EXTENSO, A ESSA EMPRESA PBLICA, EM MATRIA DE IMPOSTOS, DA PROTEO CONSTITUCIONAL FUNDADA NA GARANTIA DA IMUNIDADE TRIBUTRIA RECPROCA (CF, ART. 150, VI, "A") - O ALTO SIGNIFICADO POLTICO-JURDICO DESSA GARANTIA CONSTITUCIONAL, QUE TRADUZ UMA DAS PROJEES CONCRETIZADORAS DO POSTULADO DA FEDERAO

- IMUNIDADE TRIBUTRIA DA INFRAERO, EM FACE DO ISS, QUANTO S ATIVIDADES EXECUTADAS NO DESEMPENHO DO ENCARGO, QUE, A ELA OUTORGADO, FOI DEFERIDO, CONSTITUCIONALMENTE, UNIO FEDERAL - DOUTRINA JURISPRUDNCIA - PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - AGRAVO IMPROVIDO. - A INFRAERO, que empresa pblica, executa, como atividade-fim, em regime de monoplio, servios de infra-estrutura aeroporturia constitucionalmente outorgados Unio Federal, qualificando-se, em razo de sua especfica destinao institucional, como entidade delegatria dos servios pblicos a que se refere o art. 21, inciso XII, alnea "c", da Lei Fundamental, o que exclui essa empresa governamental, em matria de impostos, por efeito da imunidade tributria recproca (CF, art. 150, VI, "a"), do poder de tributar dos entes polticos em geral. Conseqente inexigibilidade, por parte do Municpio tributante, do ISS referente s atividades executadas pela INFRAERO na prestao dos servios pblicos de infraestrutura aeroporturia e daquelas necessrias realizao dessa atividade-fim. O ALTO SIGNIFICADO POLTICO-JURDICO DA IMUNIDADE TRIBUTRIA RECPROCA, QUE REPRESENTA VERDADEIRA GARANTIA INSTITUCIONAL DE PRESERVAO DO SISTEMA FEDERATIVO. DOUTRINA. PRECEDENTES DO STF. INAPLICABILIDADE, INFRAERO, DA REGRA INSCRITA NO ART. 150, 3, DA CONSTITUIO. - A submisso ao regime jurdico das empresas do setor privado, inclusive quanto aos direitos e obrigaes tributrias, somente se justifica, como consectrio natural do postulado da livre concorrncia (CF, art. 170, IV), se e quando as empresas governamentais explorarem atividade econmica em sentido estrito, no se aplicando, por isso mesmo, a disciplina prevista no art. 173, 1, da Constituio, s empresas pblicas (caso da INFRAERO), s sociedades de economia mista e s suas subsidirias que se qualifiquem como delegatrias de servios pblicos. (RE 363412 AgR/BA BAHIA, AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINRIO, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Julgamento: 07/08/2007, rgo Julgador: Segunda Turma, DJe-177 DIVULG 18-09-2008 PUBLIC 19-092008, EMENT VOL-02333-03 PP-00611) Trecho do voto do relator:Quando, porm, a empresa pblica ou a sociedade de economia mista so delegatrias de servios pblicos ou de poder de polcia, elas, por no concorrerem com as empresas privadas, no se sujeitam aos ditames do precitado art. 173.

NO ADMITINDO QUE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA POSSA EXERCER O PODER DE POLCIA DO TRNSITOADMINISTRATIVO. PODER DE POLCIA. TRNSITO. SANO PECUNIRIA APLICADA POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBILIDADE. 1. Antes de adentrar o mrito da controvrsia, convm afastar a preliminar de conhecimento levantada pela parte recorrida. Embora o fundamento da origem tenha sido a lei local, no h dvidas que a tese sustentada pelo recorrente em sede de especial (delegao de poder de polcia) retirada, quando o assunto trnsito, dos dispositivos do Cdigo de Trnsito Brasileiro arrolados pelo recorrente (arts. 21 e 24), na medida em que estes artigos tratam da competncia dos rgos de trnsito. O enfrentamento da tese pela instncia ordinria tambm tem por conseqncia o cumprimento do requisito do prequestionamento. 2. No que tange ao mrito, convm assinalar que, em sentido amplo, poder de polcia pode ser conceituado como o dever estatal de limitar-se o exerccio da propriedade e da liberdade em favor do interesse pblico. A controvrsia em debate a possibilidade de exerccio do poder de polcia por particulares (no caso, aplicao de multas de trnsito por sociedade de economia mista). 3. As atividades que envolvem a consecuo do poder de polcia podem ser sumariamente divididas em quatro grupo, a saber: (i) legislao, (ii) consentimento, (iii) fiscalizao e (iv) sano. 4. No mbito da limitao do exerccio da propriedade e da liberdade no trnsito, esses grupos ficam bem definidos: o CTB estabelece normas genricas e abstratas para a obteno da Carteira Nacional de Habilitao (legislao); a emisso da carteira corporifica

a vontade o Poder Pblico (consentimento); a Administrao instala equipamentos eletrnicos para verificar se h respeito velocidade estabelecida em lei (fiscalizao); e tambm a Administrao sanciona aquele que no guarda observncia ao CTB (sano). 5. Somente o atos relativos ao consentimento e fiscalizao so delegveis, pois aqueles referentes legislao e sano derivam do poder de coero do Poder Pblico. 6. No que tange aos atos de sano, o bom desenvolvimento por particulares estaria, inclusive, comprometido pela busca do lucro - aplicao de multas para aumentar a arrecadao. 7. Recurso especial provido. (REsp 817534/MG RECURSO ESPECIAL 2006/0025288-1, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, data de julgamento: 10/11/2009, publicao: DJe 10/12/2009)

PODER DE POLCIA EXERCIDO POR CAPITES DE NAVIOS LEI 9.537/97 Art. 8 - Compete ao Comandante: I - cumprir e fazer cumprir a bordo, a legislao, as normas e os regulamentos, bem como os atos e as resolues internacionais ratificados pelo Brasil; II - cumprir e fazer cumprir a bordo, os procedimentos estabelecidos para a salvaguarda da vida humana, para a preservao do meio ambiente e para a segurana da navegao, da prpria embarcao e da carga; III - manter a disciplina a bordo, IV - proceder: a) lavratura, em viagem, de termos de nascimento e bito ocorridos a bordo, nos termos da legislao especfica; b) ao inventrio e arrecadao dos bens das pessoas que falecerem a bordo, entregando-os autoridade competente, nos termos da legislao especfica; c) realizao de casamentos e aprovao de testamentos in extremis, nos termos da legislao especfica; ... Art. 9 Todas as pessoas a bordo esto sujeitas autoridade do Comandante. Art. 10 - O Comandante, no exerccio de suas funes e para garantia da segurana das pessoas, da embarcao e da carga transportada, pode: I - impor sanes disciplinares previstas na legislao pertinente; II - ordenar o desembarque de qualquer pessoa; III - ordenar a deteno de pessoa em camarote ou alojamento, se necessrio com algemas, quando imprescindvel para a manuteno da integridade fsica de terceiros, da embarcao ou da carga; IV - determinar o alijamento de carga.

3.4.5. Polcia geral (segurana, tranqilidade e salubridade) e polcia especial (demais setores); 3.4.6. Atributos (ou caractersticas): A) Atividade de absteno (?); B) Discricionariedade (?); C) Autoexecutoriedade; D) Coercibilidade.

LEGALIDADE DE SE CONDICIONAR A LIBERAO DE VECULO PAGAMENTO DE MULTA SE A LEI PREV A SANO DE APREENSO

AO

ADMINISTRATIVO. VECULO. AUSNCIA DE REGISTRO E LICENCIAMENTO. ART. 230, V, DO CTB. PENAS DE MULTA E APREENSO. MEDIDA ADMINISTRATIVA DE REMOO. LIBERAO CONDICIONADA AO PAGAMENTO DE MULTAS J VENCIDAS E DAS DESPESAS COM REMOO E DEPSITO, ESTAS LIMITADAS AOS PRIMEIROS TRINTA DIAS. ART. 262 DO CTB. PRECEDENTE SOB REGIME DO ART. 543-C DO CPC E RESOLUO STJ N. 08/2008. 1. No caso concreto, tendo sido o veculo apreendido por trafegar sem o licenciamento anual, o art. 230, V, do CTB comina a penalidade de apreenso do veculo e a medida administrativa de remoo ao depsito. Como no houve ataque regularidade da notificao das multas, presume-se perfeito e exigvel o ato administrativo. 2. Nesse passo, h de ser reformado o acrdo para, em harmonia com a interpretao dada por este Tribunal Superior aos dispositivos do Cdigo de Trnsito Brasileiro, concluir que o veculo pode ficar no depsito, por fora da remoo, por mais de trinta dias, at que o proprietrio regularize a situao que deu ensejo ao depsito. Todavia, o valor da taxa respectiva no poder exceder os trinta dias de permanncia. 3. Agravo regimental provido. (AgRg no REsp 1155978/RS AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2009/0171897-9, Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgamento: 10/08/2010, publicao: DJe 19/08/2010) ILEGALIDADE DE SE CONDICIONAR A LIBERAO DE VECULO AO PAGAMENTO DE MULTA QUANDO A LEI PREV APENAS A MEDIDA ADMINISTRATIVA DE REMOO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. INFRAO DE TRNSITO. TRANSPORTE IRREGULAR DE PASSAGEIROS. INFRAO DE TRNSITO APENADA COM MULTA EM QUE A LEI PREV, COMO MEDIDA ADMINISTRATIVA, A MERA RETENO DO VECULO. LIBERAO NO CONDICIONADA AO PAGAMENTO DE MULTAS E OUTRAS DESPESAS. ACRDO RECORRIDO EM DISSONNCIA COM O ENTENDIMENTO PACIFICADO PELA PRIMEIRA SEO. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO N. 1.144.810 - MG. APLICAO DO ARTIGO 543-C DO CPC. 1. Com efeito, cumpre registrar que a quaestio iuris, por sua natureza repetitiva, foi submetida ao regime previsto no artigo 543-C do CPC, regulamentado pela Resoluo n. 8 do STJ, de 7.8.2008, no bojo do REsp n. 1.144.810 - MG, e resolvida no mbito da Primeira Seo do STJ, por acrdo publicado no DJe 18/03/2010. 2. Sob esse enfoque, o recurso especial merece provimento, porquanto o acrdo recorrido encontra-se em dissonncia com a jurisprudncia do STJ, no sentido de que, em se tratando de infrao de trnsito em que a lei no comina, em abstrato, penalidade de apreenso, mas simples medida administrativa de reteno, nos termos do art. 231, VIII, do CTB, ilegal e arbitrria a apreenso do veculo, bem como o condicionamento da respectiva liberao ao pagamento de multas e de despesas com remoo e estadia. 3. Agravo regimental no provido. (AgRg no REsp 1156682/TO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2009/0175445-7, Ministro BENEDITO GONALVES, PRIMEIRA TURMA, julgamento: 06/05/2010, publicao: DJe 13/05/2010 LEXSTJ vol. 250 p. 181)

3.4.7. Proporcionalidade como limite, por excelncia, ao exerccio do poder de polcia.

A MXIMA DA PROPORCIONALIDADE NO JUSTIFICA O CANCELAMENTO DE MULTAS IMPOSTAS POR EXCESSO DE VELOCIDADE DURANTE A NOITE O motorista foi multado por trafegar 1h18min. da madrugada, velocidade de 54 Km/h, constatada por equipamento eletrnico, quando a permitida na via era de 40 Km/h. O condutor, inconformado, props ao anulatria de multa de trnsito, por entender no haver motivo que justificasse a referida limitao de velocidade. O Tribunal a quo entendeu ausente motivo suficiente para justificar a manuteno, em rodovia, de reduo de velocidade a 40 Km/h tambm durante a madrugada, no guardando a multa proporo com o fim colimado, qual seja, a segurana no trnsito. A Turma deu provimento ao recurso do Detran, pois a conduta do motorista em trafegar acima da velocidade estabelecida pela administrao pblica, no exerccio de seu poder de polcia, desautoriza o cancelamento da multa sob o prisma do princpio da proporcionalidade, visto que no cabe ao Judicirio substituir o administrador. REsp 451.242-RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11/2/2003.

SERVIO PBLICO

1. Critrios para definio de servio pblico: 1.1. Critrio subjetivo ou orgnico; 1.2. Critrio material; 1.3. Critrio formal 2. Conceito de servio pblico: 2.1. Concepo ampla; 2.2. Concepo moderna (restrita); 2.3. Definio de Celso Antnio Bandeira de Mello: toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material fruvel diretamente pelos administrados, prestado pelo Estado ou por quem lhe faa as vezes, sob um regime de direito pblico portanto consagrador de prerrogativas de supremacia e de restries especiais institudo pelo Estado em favor dos interesses que houver definido como prprios no sistema normativo. 2.4. Definio de Sylvia Di Pietro: Toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exera diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente s necessidades coletivas, sob regime jurdico total ou parcialmente pblico; 2.5. Sntese 3. Servio pblico e outras atividades estatais: 3.1. Servio pblico e obra pblica; 3.2. Servio pblico e poder de polcia;

3.3. Servio pblico e interveno na economia; 3.4. Servio pblico e fomento 4. Princpios regentes: 4.1. Universalidade (generalidade/igualdade); 4.2. Segurana; 4.3. Regularidade; 4.4. Atualidade; 4.5. Eficincia; 4.6. Cortesia; 4.7. Continuidade (permanncia);Art. 6, da Lei 8.987/95 3o No se caracteriza como descontinuidade do servio a sua interrupo em situao de emergncia ou aps prvio aviso, quando: I - motivada por razes de ordem tcnica ou de segurana das instalaes; e, II - por inadimplemento do usurio, considerado o interesse da coletividade.

Art. 17, da Lei 9.427/96 A suspenso, por falta de pagamento, do fornecimento de energia eltrica a consumidor que preste servio pblico ou essencial populao e cuja atividade sofra prejuzo ser comunicada com antecedncia de quinze dias ao Poder Pblico local ou ao Poder Executivo Estadual. 1o O Poder Pblico que receber a comunicao adotar as providncias administrativas para preservar a populao dos efeitos da suspenso do fornecimento de energia eltrica, inclusive dando publicidade contingncia, sem prejuzo das aes de responsabilizao pela falta de pagamento que motivou a medida. Art. 40, V, da Lei 11.445/2007 Os servios podero ser interrompidos pelo prestador nas seguintes hipteses: I - situaes de emergncia que atinjam a segurana de pessoas e bens; II - necessidade de efetuar reparos, modificaes ou melhorias de qualquer natureza nos sistemas; III - negativa do usurio em permitir a instalao de dispositivo de leitura de gua consumida, aps ter sido previamente notificado a respeito; IV - manipulao indevida de qualquer tubulao, medidor ou outra instalao do prestador, por parte do usurio; e

V - inadimplemento do usurio do servio de abastecimento de gua, do pagamento das tarifas, aps ter sido formalmente notificado. INADMISSIBILIDADE DE PENHORA DE BENS DE CONCESSIONRIA DE SERVIO PBLICO SE A RESTRIO AFETAR A PRESTAO DO SERVIO TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUO FISCAL. PLO PASSIVO OCUPADO POR CONCESSIONRIA DE SERVIO PBLICO. PENHORA DE IMVEIS. SUBSTITUIO DE IMVEIS POR VECULOS. IMPOSSIBILIDADE. RAZOABILIDADE. ART. 678 DO CPC. 1. A aplicao dos arts. 10, 11 e 15 da Lei n. 6.830/80 e 656 do CPC deve ser feita com razoabilidade, especialmente quando est em jogo a consecuo do interesse pblico primrio (transporte), incidindo na espcie o art. 678 do CPC. 2. Por isso, esta Corte Superior vem admitindo a penhora de bens de empresas pblicas (em sentido lato) prestadoras de servio pblico apenas se estes no estiverem afetados consecuo da atividade-fim (servio pblico) ou se, ainda que afetados, a penhora no comprometer o desempenho da atividade. Essa lgica se aplica s empresas privadas que sejam concessionrias ou permissionrias de servios pblicos (como ocorre no caso). Precedentes. 3. O Tribunal de origem, soberano para avaliar o conjunto ftico-probatrio, considerou que eventual restrio sobre os bens indicados pela agravante comprometeria a prestao do servio pblico, o que suficiente para desautorizar sua penhora. 4. Agravo regimental no-provido. (AgRg no REsp 1070735/RS AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2008/0135288-0, Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgamento: 18/11/2008, publicao: DJe 15/12/2008)

4.8. Mutabilidade do regime jurdico; 4.9. Modicidade 5. Classificao: 5.1. Prprios: so da titularidade do Estado que os presta diretamente ou por concessionrios ou permissionrios; 5.2. Imprprios: atendem a necessidades coletivas mas so prestados por particulares que se submetem a autorizao, regulamentao e fiscalizao do Poder Pblico; 5.3. Administrativos: so os que a Administrao executa internamente ou como meio para os servios oferecidos ao pblico; 5.4. Comerciais ou industriais: so os que o Estado executa com o objetivo de satisfazer as necessidades coletivas de natureza econmica (art. 175, CF); 5.5. Sociais: visam a atender necessidades essenciais, mas s so pblicos quando prestados pelo Estado (educao, sade, previdncia etc.); 5.6. Uti singuli: so aqueles cujos usurios podem ser individualizados; 5.7. Uti universi: prestados coletividade sem que os usurios possam ser individualizados; 6. Execuo dos servios pblicos por particulares delegatrios, concesso, permisso e autorizao: 6.1. Concesso de servio pblico simples;

6.2. Concesso de servio pblico precedida da execuo de obra pblica; 6.3. Concesso patrocinada (L. 11.079/04, art. 2, 1); 6.4. Concesso administrativa (L. 11.079/04, art. 2, 2) 6.5. (?) concesso florestal: delegao onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de praticar manejo florestal sustentvel para explorao de produtos e servios numa unidade de manejo, mediante licitao, pessoa jurdica, em consrcio ou no, que atenda s exigncias do respectivo edital de licitao e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado (art. 3, VII, da Lei n. 11284/2006) 6.6. Objeto: a lei pode criar servios a serem concedidos? 6.7. Natureza contratual; 6.8. Permisso de servio pblico: contrato ou ato unilateral? (v. Informativo 117/STF) 6.9. Existe autorizao de servio pblico como forma de delegao? (v. art. 131, 1, L. 9.472/97)

ATO ADMINISTRATIVO 1. Atos da Administrao como gnero: 1.1. Atos materiais; 1.2. Atos regidos pelo direito privado; 1.3. Atos polticos; 1.4. Atos administrativos propriamente ditos; 1.5. Atos enunciativos (atos puros ou meros atos); 1.6. Atos normativos (abstratos e gerais); 1.7. Contratos administrativos. 2. Definio de Celso Antnio Bandeira de Mello: Declarao do Estado ou de quem lhe faa as vezes, expedida em nvel inferior lei a ttulo de cumpri-la sob regime de direito pblico e sujeita a controle de legitimidade por rgo jurisdicional. 3. Atributos do ato administrativo: 3.1. Presuno de legitimidade e veracidade; 3.2. Imperatividade; 3.3. Auto-executoriedade; 3.4. Tipicidade 4. Elementos (ou requisitos): 4.1. Competncia; 4.2. Forma; 4.3. Finalidade (formas de manifestao do desvio: A) o agente busca uma finalidade alheia ao interesse pblico, satisfazer um interesse privado de beneficiar ou prejudicar indevidamente; B) o agente busca uma finalidade, ainda que moralmente lcita e de interesse pblico, no prevista na norma, alheia categoria do ato que utilizou, nas palavras de Celso Antnio B. de Mello); 4.4. Motivo; 4.5. Contedo (ou objeto) 5. O silncio da Administrao pode ser tomado como ato administrativo? Conseqncias; 6. Extino dos atos administrativos:

6.1. Extino natural ou cessao (cumprimento dos efeitos); 6.2. Desaparecimento do objeto ou sujeito; 6.3. Renncia (extino do ato eficaz) ou recusa (extino do ato ineficaz) 6.4. Retirada: 6.3.1. Cassao; 6.3.2. Contraposio ou derrubada; 6.3.3. Caducidade; 6.3.4. REVOGAO: 6.3.4.1. Conceito; 6.3.4.2. Competncia; 6.3.4.3. Efeitos; 6.3.4.4. Limites: A) B) C) D) E) F) Atos que a lei declare irrevogveis; Atos que exauriram seus efeitos; Atos vinculados; Meros atos (enunciativos); Atos isolados de um procedimento; Atos que produziram direitos adquiridos

6.3.4.5. Revogao e dever de indenizar. 6.3.5. INVALIDAO: 6.3.5.1. Conceito; 6.3.5.2. Competncia; 6.3.5.3. Efeitos; 6.3.5.4. Limites (barreiras) administrado e o decurso do tempo; invalidao: boa-f do

6.3.5.5. Invalidao e dever de indenizar.

Art. 54, L. 9.784/99Art. 54. O direito da Administrao de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para os destinatrios decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada m-f.

1o No caso de efeitos patrimoniais contnuos, o prazo de decadncia contar-se- da percepo do primeiro pagamento. 2o Considera-se exerccio do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnao validade do ato.

O PRAZO QUINQUENAL DE DECADNCIA S COMEOU A CONTAR, QUANTO A ATOS PRATICADOS ANTERIORMENTE, A PARTIR DA VIGNCIA DA LEI 9.784/99 Trata-se de REsp em que se discute a decadncia para a Administrao anular ato administrativo que aprovara um projeto de reflorestamento. Tal ato, entre outras irregularidades, no teria atendido s manifestaes tcnicas produzidas pelo Ibama e, ainda, evidenciou-se um flagrante desrespeito ao meio ambiente, na medida em que houve plantio de bambu em reas de encostas em diversos estgios de desenvolvimento vegetativo, bem como a utilizao de reas de preservao permanente. A Turma conheceu parcialmente do recurso, mas lhe negou provimento, tendo em vista que, no caso, o ato de aprovao do projeto de reflorestamento ocorreu em 15/10/1997 e sua nulidade foi declarada em 17/6/2003. Assim, h que afastar a alegao de decadncia, porquanto ausente o decurso do prazo quinquenal a contar da vigncia da Lei n. 9.784/1999. Precedentes citados: AgRg nos EREsp 644.736-PE, DJ 27/8/2007, e MS 9.157-DF, DJ 7/11/2005. REsp 878.467-PE, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 15/9/2009. OS CINCO ANOS NO SE APLICAM HIPTESE DE M-FENSINO SUPERIOR. ATO DE EXPULSO. ANULAO DE ATO ADMINISTRATIVO. LEI 9.784/99. PRAZO DECADENCIAL. INAPLICABILIDADE. M-F COMPROVADA. 1. A divergncia jurisprudencial ensejadora do conhecimento do recurso especial pela alnea c deve ser devidamente demonstrada, conforme as exigncias dos arts. 541, nico, do CPC e 255 do RISTJ. Hiptese em que as matrias tratadas nos acrdos paradigmas no foram objeto de discusso pelo acrdo recorrido. 2. O prazo decadencial de cinco anos para a Administrao anular seus prprios atos (art. 54 da Lei 9.784/99) no se aplica aos casos de comprovada a m-f. O dispositivo, ademais, no pode ser aplicado retroativamente. 3. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 603135/PE RECURSO ESPECIAL 2003/0198159-3, Relator: Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA08/06/2004 DJ 21/06/2004 p. 175)

DANDO A ENTENDER QUE NO H PRAZO NAS HIPTESES DE M-FADMINISTRATIVO. PENSO POR MORTE. FILHA MAIOR VIVA. ANULAO DO ATO ADMINISTRATIVO. DECADNCIA. 1 - Em homenagem ao princpio da segurana nas relaes jurdicas, a Administrao no pode rever o ato concessivo de penso especial por morte, que foi paga por mais de quatorze anos, sem que seja comprovada a m-f por parte da beneficiria. 2 - Precedentes. 3 - Recurso parcialmente provido. (REsp 392831/MG RECURSO ESPECIAL 2001/0157899-4, Relator: Ministro PAULO GALLOTTI, SEXTA TURMA, data de julgamento: 16/09/2003, publicao: DJ 05/12/2005 p. 386) CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA. ACUMULAO DE CARGOS PBLICOS. PROFESSOR E ESCRITURRIO. IMPOSSIBILIDADE. AUSNCIA DE FUNDAMENTAO NO-CONFIGURADA. VIOLAO AOS PRINCPIOS DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITRIO. NO-OCORRNCIA. DECADNCIA ADMINISTRATIVA AFASTADA. AUSNCIA DE BOA-F NA CONDUTA DO SERVIDOR. RECURSO IMPROVIDO.

1. Se o acrdo, embora sucinto, mostra motivao suficiente, albergando a matria que lhe era prpria, de modo a permitir a exata compreenso da controvrsia, no h ausncia de fundamentao (AgRg no REsp 802.027/BA, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO). 2. possvel a acumulao remunerada de um cargo pblico de professor com outro tcnico ou cientfico, nos termos do art. 37, inc. XVI, letra "b", da Constituio Federal. 3. O cargo de Escriturrio do Instituto de Previdncia dos Servidores do Estado de Minas Gerais IPSEMG no tcnico ou cientfico. Pode ser provido por quem completou o ensino fundamental. Por conseguinte, no exige conhecimentos tcnicos especficos ou habilitao legal. 4. Os autos revelam que, aps a notificao para que optasse por um dos cargos pblicos, a recorrente protocolizou defesa na esfera administrativa, oportunidade em que se defendeu da forma que julgou necessria contra a alegao de que acumulava cargos. Os efeitos daquela notificao remanesceram suspensos at a anlise do que alegou. Em conseqncia, no houve cerceamento de defesa. 5. O prazo decadencial de 5 (cinco) anos do direito da Administrao de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para os destinatrios no corre quando comprovada m-f. Hiptese em que a recorrente fez declarao que no correspondia realidade dos fatos quando assumiu o segundo cargo. Afirmou no exercer outro trabalho remunerado pelos cofres pblicos. 6. Recurso ordinrio improvido. (RMS 24643/MG RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA 2007/0172460-0, Relator: Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, data de julgamento: 11/12/2008, publicao: DJe 16/02/2009)

PRAZO DECADENCIAL NO CASO ESPECFICO DE PREVIDNCIA SOCIAL Art. 103-A da Lei 8.213/91Art. 103-A. O direito da Previdncia Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para os seus beneficirios decai em dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada m-f. (Includo

pela Lei n 10.839, de 2004) 1o No caso de efeitos patrimoniais contnuos, o prazo decadencial contarse- da percepo do primeiro pagamento. (Includo pela Lei n 10.839, de

2004) 2o Considera-se exerccio do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnao validade do ato. (Includo

pela Lei n 10.839, de 2004)MANDADO DE SEGURANA. PREVIDENCIRIO. ADMINISTRATIVO. ISENO. CEBAS. DENEGAO. 1. O art. 103-A da Lei n. 8.213, de 1991, determina que "o direito da Previdncia Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para os seus beneficirios decai em dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada m-f." 2. Inexistncia de consumao da decadncia, na hiptese em julgamento, haja vista que o deferimento da Renovao da Certido de entidade Beneficente e de Assistncia Social Cebas ocorreu em 13.07.1988 e o ato revisor que a cancelou data de 30.01.2006. 3. O Cebas outorga ao beneficirio o direito de gozar, pelo prazo estipulado, iseno da cota patronal da contribuio previdenciria. Relao jurdica, portanto, de natureza previdenciria. 4. Ausncia de comprovao por parte da impetrante de que tenha: a) direcionado as suas aes administrativas para benefcio de pessoas carentes e para o atendimento de suas necessidades bsicas, nos termos do art. 203 da CF, em c/c o art. 1 da Lei n. 8.242/93; b) aplicado o percentual de 20% da sua receita bruta anual em gratuidade; c) concedido bolsas com observncia dos critrios legais. 5. Concesso, ainda, pela impetrante, de descontos lineares nas prestaes que lhe eram devidas, o que no pode ser considerado como servios prestados de forma gratuita. 6. Ausncia de direito adquirido ao gozo da iseno pretendida.

7. Denegao da segurana. Agravo regimental prejudicado. MS 12460/DF MANDADO DE SEGURANA 2006/0273608-5, Relator: Ministro JOS DELGADO, PRIMEIRA SEO, data de julgamento: 27/06/2007, publicao: DJ 13/08/2007 p. 316)

7.1. CONVALIDAO 7.2. 7.3. 7.4. 7.5. 7.6. 7.7. Conceito; Espcies; Competncia; Efeitos; Limites; Convalidao, converso e reforma. CLASSIFICAO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

7.7.1.1. 7.8. 7.9.

Atos de imprio e de gesto; Atos simples, complexos e compostos;

APOSENTADORIA COMO ATO COMPLEXO MANDADO DE SEGURANA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO. APOSENTADORIA DE MAGISTRADO. NO-PREENCHIMENTO DA TOTALIDADE DOS REQUISITOS PARA A OBTENO DA VANTAGEM PREVISTA NO ART. 184, INC. II, DA LEI N. 1.711/1952. INAPLICABILIDADE DO ART. 250 DA LEI N. 8.112/1990. DECADNCIA ADMINISTRATIVA E OFENSA AO PRINCPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE SALRIOS NO CONFIGURADAS. 1. O direito aposentao com a vantagem prevista no inciso II do art. 184 da Lei n. 1.711/1952 exige que o Interessado tenha, concomitantemente, prestado trinta e cinco anos de servio (no caso do Magistrado-Impetrante, trinta anos) e sido ocupante do ltimo cargo da respectiva carreira. O Impetrante preencheu apenas o segundo requisito em 13.7.1993, quando em vigor a Lei n. 8.112/1990. 2. A limitao temporal estabelecida no art. 250 da Lei n. 8.112/1990 para a concesso da vantagem pleiteada teve aplicao at 19.4.1992, data em que o Impetrante ainda no havia tomado posse no cargo de Juiz togado do Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio. 3. O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que, sendo a aposentadoria ato complexo, que s se aperfeioa com o registro no Tribunal de Contas da Unio, o prazo decadencial da Lei n. 9.784/99 tem incio a partir de sua publicao. Aposentadoria do Impetrante no registrada: inocorrncia da decadncia administrativa. 4. A reduo de proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei, no ofende o princpio da irredutibilidade de vencimentos. Precedentes. 5. Segurana denegada. (MS 25552/DF - DISTRITO FEDERAL, MANDADO DE SEGURANA, Relator(a): Min. CRMEN LCIA, Julgamento: 07/04/2008,rgo Julgador: Tribunal Pleno, DJe-097 DIVULG 29-05-2008 PUBLIC 30-05-2008 EMENT VOL-02321-01 PP-00075, RT v. 97, n. 876, 2008, p. 118-125) CONTRA, DO STJ: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PBLICO. APOSENTADORIA. CONTAGEM DE TEMPO. IRREGULARIDADE APURADA PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO. REVISO DO ATO. PRAZO DECADENCIAL. ART. 54 DA LEI N. 9.784/99. TERMO INICIAL.

1. A aposentadoria de servidor pblico no ato complexo, pois no se conjugam as vontades da Administrao e do Tribunal de Contas para concede-la. So atos distintos e praticados no manejo de competncias igualmente diversas, na medida em que a primeira concede e o segundo controla sua legalidade. 2. O art. 54 da Lei n. 9.784/99 vem a consolidar o princpio da segurana jurdica dentro do processo administrativo, tendo por precpua finalidade a obteno de um estado de coisas que enseje estabilidade e previsibilidade dos atos. 3. No vivel a afirmativa de que o termo inicial para a incidncia do art. 54 da Lei n. 9.784/99 a concluso do ato de aposentadoria, aps a manifestao dos Tribunal de Contas, pois o perodo que permeia a primeira concesso pela Administrao e a concluso do controle de legalidade deve observar os princpios constitucionais da Eficincia e da Proteo da Confiana Legtima, bem como a garantia de durao razovel do processo. 4. Recurso especial improvido. (REsp 1047524/SC RECURSO ESPECIAL 2008/0078202-4, Relator: Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, data de julgamento: 16/06/2009, data de publicao: DJe 03/08/2009)

7.10. Atos gerais e individuais; 7.11. Atos perfeitos, imperfeitos, pendentes, consumados; 7.12. Atos declaratrios, constitutivos e enunciativos 11. ESPCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 11.1. Atos ordinatrios (disciplinam o funcionamento da Administrao e a atuao dos agentes administrativos): instrues, circulares, avisos, portarias, ordens de servio, ofcios, despachos; 11.2. Atos normativos (so os que contm comandos gerais e abstratos de regra geral -, podendo ser especficos ou prover situaes individuais): decretos, regulamentos (?), instrues normativas, regimentos, resolues, deliberaes 11.3. Atos enunciativos (enunciam uma situao sem implicar em manifestao de vontade): certides, atestados, pareceres (mesmo normativo), apostilas; 11.4. Atos punitivos (aplicam sanes aos infratores de disposies legais ou regulamentares): multa, interdio de atividade, destruio de coisas; 11.5. Atos negociais (declaraes de vontade do Poder Pblico coincidentes com a pretenso do particular): licenas, autorizaes, permisso, aprovao, admisso, visto, homologao, dispensa, renncia, protocolo) 12. Espcies quanto ao contedo: 12.1. Autorizao: ato unilateral, discricionrio e precrio pelo qual a Administrativo consente ao particular o desempenho de determinada atividade ou o uso privativo de um bem pblico. Licena: ato unilateral e vinculado pelo qual a Administrao consente ao particular que preencha os requisitos legais o exerccio de determinada atividade.

12.2.

12.3.

Permisso: ato unilateral, discricionrio e precrio, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administrao consente ao particular o uso privativo de um bem pblico (havendo interesse da coletividade). Admisso: ato unilateral e vinculado pelo qual a Administrao reconhece ao particular que preencha os requisitos legais o direito de gozar de determinado servio pblico. Homologao: ato unilateral e vinculado pelo qual a Administrao faz o controle de legalidade de um ato ou de um procedimento. sempre posterior. Aprovao: ato unilateral e discricionrio pelo qual a Administrao faz o controle de mrito de um ato ou de um procedimento. Pode ser anterior (autorizao) ou posterior (referendo). Parecer: ato pelo qual os rgos tcnicos emitem pronunciamento sobre questes relevantes para o tomada de decises administrativas.

12.4.

12.5.

12.6.

12.7.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONTROLE EXTERNO. AUDITORIA PELO TCU. RESPONSABILIDADE DE PROCURADOR DE AUTARQUIA POR EMISSO DE PARECER TCNICO-JURDICO DE NATUREZA OPINATIVA. SEGURANA DEFERIDA. I. Repercusses da natureza jurdico-administrativa do parecer jurdico: (i) quando a consulta facultativa, a autoridade no se vincula ao parecer proferido, sendo que seu poder de deciso no se altera pela manifestao do rgo consultivo; (ii) quando a consulta obrigatria, a autoridade administrativa se vincula a emitir o ato tal como submetido consultoria, com parecer favorvel ou contrrio, e se pretender praticar ato de forma diversa da apresentada consultoria, dever submet-lo a novo parecer; (iii) quando a lei estabelece a obrigao de decidir luz de parecer vinculante, essa manifestao de teor jurdica deixa de ser meramente opinativa e o administrador no poder decidir seno nos termos da concluso do parecer ou, ento, no decidir. II. No caso de que cuidam os autos, o parecer emitido pelo impetrante no tinha carter vinculante. Sua aprovao pelo superior hierrquico no desvirtua sua natureza opinativa, nem o torna parte de ato administrativo posterior do qual possa eventualmente decorrer dano ao errio, mas apenas incorpora sua fundamentao ao ato. III. Controle externo: lcito concluir que abusiva a responsabilizao do parecerista luz de uma alargada relao de causalidade entre seu parecer e o ato administrativo do qual tenha resultado dano ao errio. Salvo demonstrao de culpa ou erro grosseiro, submetida s instncias administrativo-disciplinares ou jurisdicionais prprias, no cabe a responsabilizao do advogado pblico pelo contedo de seu parecer de natureza meramente opinativa. Mandado de segurana deferido. (MS 24631/DF, Relator: Min. Joaquim Barbosa, julgamento: 09/08/2007, Tribunal Pleno, publicao: DJe-018 DIVULG 31-01-2008 PUBLIC 01-02-2008 EMENT VOL-02305-02 PP-00276)

12.8.

Visto: ato unilateral pelo qual a autoridade competente atesta a regularidade formal de outro ato. Espcies quanto forma: Decreto: a forma de que revestem os atos de competncia do chefe do Executivo.

13. 13.1.

13.2. 13.3. 13.4. 13.5.

Resolues e portarias: formas de que se revestem os atos de outras autoridades que no o chefe do Poder Executivo. Circular: forma dos atos das autoridades que buscam transmitir ordens internas com uniformidade. Despacho: forma de decises das autoridades administrativas sobre interesses individuais ou gerais posto a sua apreciao. Alvar: forma dos atos de consentimento (licena ou autorizao).

RGOS PBLICOS

1. Diferena entre rgo e entidade; 2. Conceito e natureza jurdica do rgo pblico; 3. Teoria do rgo e as demais que buscam explicar a relao do Estado com seus agentes; 4. Classificao:I) QUANTO POSIO ESTATAL:

A) Independentes ou primrios (esto no pice da pirmide governamental, sem qualquer subordinao hierrquica ou funcional, e s sujeitos aos controles de um Poder pelo outro): Corporaes Legislativas (Congresso, Cmara dos Deputados, Senado, Assemblias Legislativas, Cmara de Vereadores), Chefias do Executivo, Tribunais Judicirios e Juzos singulares, Ministrios Pblicos, Tribunais de Contas;

B) Autnomos (localizados na cpula da Administrao, imediatamente abaixo dos rgos independentes e diretamente subordinados a seus chefes): Ministrios, secretarias, AGU e demais rgos de assessoria direta das Chefias do Executivo; C) Superiores (detm poder de direo, controle, deciso e comando dos assuntos de sua competncia especfica, mas sujeitos subordinao e ao controle hierrquico de uma chefia mais alta): primeiras reparties dos rgos independentes e autnomos, tais como secretarias-gerais, gabinetes, inspetoriasgerais, procuradorias administrativas e judiciais, coordenadorias, departamentos e divises; D) Subalternos (aqueles que se acham hierarquizados a rgos mais elevados, com reduzido poder decisrio e predominncia de atribuies de execuo)II) QUANTO ESTRUTURA:

A) Simples ou unitrios (constitudos por um s centro de competncia); B) Compostos (renem na sua estrutura outros rgos menores);III) QUANTO ATUAO FUNCIONAL

A) Singulares ou unipessoais (atuam e decidem atravs de um nico agente); B) Colegiados, coletivos ou pluripessoais (atuam e decidem manifestao conjunta e majoritria da vontade de seus membros)IV) QUANTO FUNO pela

A) Ativos: os que tm por objetivo alcanar os fins institucionais da pessoa jurdica; B) De controle: fiscalizam e controlam condutas de outros rgos e dos agentes; C) Consultivos: expedem opinio sobre providncias que sero tomadas pelos rgos ativos; D) De verificao: conferem a ocorrncia de determinadas situaes fticas ou jurdicas; E) Contenciosos: os que, com imparcialidade, devem se posicionar sobre situaes litigosas.

ADMINISTRAO PBLICA DIRETA E INDIRETA

1. Noes tericas descentralizao;

preliminares:

desconcentrao

e

2. Modalidades de descentralizao:A) Descentralizao territorial: quando o poder central cria uma entidade de direito pblico, geograficamente restrita, sem autonomia. B) Descentralizao por servios, funcional ou tcnica: o poder central cria pessoa jurdica de direito pblico ou de direito privado e lhe transfere a titularidade e a execuo de determinado servio ou atividade administrativa. C) Descentralizao por colaborao: O Poder Pblico, mantendo a titularidade de determinado servio, transfere sua execuo a particulares atravs de contrato ou ato administrativo unilateral. 3. 3.1. 3.2. ADMINISTRAO DIRETA Abrangncia da expresso Administrao Direta; Estrutura da Administrao Direta nos diversos nveis da Federao:

4. ADMINISTRAO PBLICA INDIRETA 4.1. Princpios regentes: 1.1. 1.2. 1.3. 4.2. Reserva legal; Especialidade; Controle

Entidades componentes da Administrao Indireta:

I) AUTARQUIAS 1. Conceito de autarquia: 2. Personalidade jurdica de direito pblico; 3. Criao por lei; 4. Regime funcional dos servidores; RESTABELECIMENTO DO REGIME JURDICO NICO (ESTATUTRIO) PARA A ADMINISTRAO DIRETA, AUTRQUICA E AS FUNDAES PBLICAS Em concluso de julgamento, o Tribunal deferiu parcialmente medida liminar em ao direta ajuizada pelo Partido dos Trabalhadores - PT, pelo Partido Democrtico Trabalhista - PDT, pelo Partido Comunista do Brasil - PC do B, e pelo Partido Socialista do Brasil - PSB, para suspender a vigncia do art. 39, caput, da Constituio Federal, com a redao que lhe foi dada pela Emenda Constitucional 19/98 (A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro conselho de poltica de administrao e remunerao de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.), mantida sua redao original, que dispe sobre a instituio do regime jurdico nico dos servidores pblicos v. Informativos 243, 249, 274 e 420. Entendeu-se caracterizada a aparente violao ao 2 do art. 60 da CF (A proposta ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, trs quintos dos votos dos respectivos membros.), uma vez que o Plenrio da Cmara dos Deputados mantivera, em primeiro turno, a redao original do caput do art. 39, e a comisso especial, incumbida de dar nova redao proposta de emenda constitucional, suprimira o dispositivo, colocando, em seu lugar, a

norma relativa ao 2, que havia sido aprovada em primeiro turno. Esclareceu-se que a deciso ter efeitos ex nunc, subsistindo a legislao editada nos termos da emenda declarada suspensa. Vencidos os Ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Nelson Jobim, que indeferiam a liminar. ADI 2135 MC/DF, rel. orig. Min. Nri da Silveira, rel. p/ o acrdo Min. Ellen Gracie, 2.8.2007. (ADI-2135) (v. Informativo n. 474) Publicao: DJU de 07.03.2008 5. Responsabilidade civil; 6. Patrimnio composto de bens pblicos; 7. As prerrogativas das autarquias: 7.1. Prescrio qinqenal (DL 4.597/42 e Decreto 20.910/32); 7.2. Inscrio dos crditos na dvida ativa; 7.3. Imunidade tributria (art. 150, 2, CF); 7.4. Execuo especial das dvidas (bens impenhorveis); 7.5. Autarquias em juzo;

Smula Vinculante 27Compete Justia estadual julgar causas entre consumidor e concessionria de servio pblico de telefonia, quando a ANATEL no seja litisconsorte passiva necessria, assistente, nem opoente.

Smula 324, STJDJ 16/05/2006 p. 214 RSTJ vol. 201 p. 659 Compete Justia Federal processar e julgar aes de que participa a Fundao Habitacional do Exrcito, equiparada entidade autrquica federal, supervisionada pelo Ministrio do Exrcito.

Smula 66, STJDJ 26/11/1992 p. 22212, RLTR vol. 1 JANEIRO/1993 p. 64 RSTJ vol. 44 p. 99 RT vol. 689 p. 400 COMPETE A JUSTIA FEDERAL PROCESSAR E JULGAR EXECUO PROMOVIDA POR CONSELHO DE FISCALIZAO PROFISSIONAL. FISCAL

7.6. Prazos processuais dilatados e reexame necessrio (art. 475, CPC) CONSELHOS PROFISSIONAIS COMO AUTARQUIAS ESPECIAIS A questo resume-se a saber se os servidores dos conselhos de fiscalizao, hoje denominados autarquias de regime especial, so regidos pela CLT ou pela Lei n. 8.112/1990, para que, nesse passo, defina-se se tem ou no o recorrente direito licena do art. 92 da referida norma estatutria. A Min. Relatora assinalou que os conselhos de fiscalizao possuem a natureza de autarquia especial, por fora da interpretao dada pelo STF no julgamento da ADi 1.717-DF. Contudo seus servidores permanecem celetistas em razo do art. 58, 3, da Lei n. 9.649/1998, que no foi atingido pela referida ADi. Antes da edio

da mencionada lei, os servidores das entidades de fiscalizao eram estatutrios por fora da CF/1988 e do art. 243 da Lei n. 8.112/1990. Contudo a efetivao da licena se daria nos dias atuais, momento em que o servidor celetista, portanto sem direito tal licena. Isso posto, a Turma negou provimento ao recurso. REsp 198.179-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 9/11/2006. SITUAO PECULIAR DA OAB"Ao Direta de Inconstitucionalidade. 1 do artigo 79 da Lei n. 8.906, 2 parte. Servidores da Ordem dos Advogados do Brasil. Preceito que possibilita a opo pelo regime celestista. Compensao pela escolha do regime jurdico no momento da aposentadoria. Indenizao. Imposio dos ditames inerentes Administrao Pblica Direta e Indireta. Concurso pblico (art. 37, II da Constituio do Brasil). Inexigncia de concurso pblico para a admisso dos contratados pela OAB. Autarquias especiais e agncias. Carter jurdico da OAB. Entidade prestadora de servio pblico independente. Categoria mpar no elenco das personalidades jurdicas existentes no direito brasileiro. Autonomia e independncia da entidade. Princpio da moralidade. Violao do artigo 37, caput, da Constituio do Brasil. No-ocorrncia. A Lei n. 8.906, artigo 79, 1, possibilitou aos servidores da OAB, cujo regime outrora era estatutrio, a opo pelo regime celetista. Compensao pela escolha: indenizao a ser paga poca da aposentadoria. No procede a alegao de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos Administrao Pblica Direta e Indireta. A OAB no uma entidade da Administrao Indireta da Unio. A Ordem um servio pblico independente, categoria mpar no elenco das personalidades jurdicas existentes no direito brasileiro. A OAB no est includa na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como autarquias especiais para pretender-se afirmar equivocada independncia das hoje chamadas agncias. Por no consubstanciar uma entidade da Administrao Indireta, a OAB no est sujeita a controle da Administrao, nem a qualquer das suas partes est vinculada. Essa no-vinculao formal e materialmente necessria. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem funo constitucionalmente privilegiada, na medida em que so indispensveis administrao da Justia [artigo 133 da CB/88]. entidade cuja finalidade afeita a atribuies, interesses e seleo de advogados. No h ordem de relao ou dependncia entre a OAB e qualquer rgo pblico. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas caractersticas so autonomia e independncia, no pode ser tida como congnere dos demais rgos de fiscalizao profissional. A OAB no est voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. Embora decorra de determinao legal, o regime estatutrio imposto aos empregados da OAB no compatvel com a entidade, que autnoma e independente. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se d interpretao conforme o artigo 37, inciso II, da Constituio do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicao do regime trabalhista aos servidores da OAB. Incabvel a exigncia de concurso pblico para admisso dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB. Princpio da moralidade. tica da legalidade e moralidade. Confinamento do princpio da moralidade ao mbito da tica da legalidade, que no pode ser ultrapassada, sob pena de dissoluo do prprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. Julgo improcedente o pedido." ( ADI 3.026, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 8-6-06, DJ de 29-9-06)

II) FUNDAES 1. A natureza jurdica das fundaes criadas e mantidas pelo Poder Pblico: a eterna polmica; NATUREZA JURDICA DAS FUNDAES PBLICAS Trs so as questes fundamentais que se sobrepem para a soluo da controvrsia, a saber: qual a natureza jurdica das fundaes pblicas, qual a natureza jurdica da Legio Brasileira de Assistncia (LBA) e, em conseqncia das respostas aos itens anteriores, tm os procuradores da LBA direito s gratificaes insculpidas nos DLs ns. 2.333/1987 e 2.365/1987? A Min. Relatora esclareceu que as fundaes pblicas, por possurem capacidade exclusivamente administrativa,

so autarquias, aplicando-se a elas todo o regime jurdico das autarquias. A natureza jurdica da LBA de fundao pblica que, em razo da definio antes apontada, classifica-se como espcie do gnero autarquia. Assim, aplicvel o DL n. 2.365/1987 aos procuradores da LBA, sobretudo em ateno aos entendimentos deste Superior Tribunal e do STF, no sentido de definirem a LBA como uma espcie do gnero autarquia. No tocante aplicao do DL n. 2.333/1987, a exegese do contedo da norma em comento, conjuntamente com o disposto no art. 3, IV, do Dec. n. 93.237/1986, autoriza a aplicao do DL n. 2.333/1987 aos procuradores da LBA. Isso posto, a Turma, ao prosseguir o julgamento, negou provimento ao recurso da Unio e deu provimento ao recurso adesivo. Precedentes citados do STF: RE 215.741-SE, DJ 4/6/1999; CJ 6.650-RS, DJ 7