apostila analise de investimentos lelis

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  • 7/29/2019 Apostila Analise de Investimentos Lelis

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    MEC/SETEC/FUNDETEC

    INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO CINCIA E TECNOLOGIA DE

    MINAS GERAIS - CAMPUS DE BAMBU

    DIRETORIA DE PESQUISA, PRODUO E EXTENSO

    COORDENADORIA DE PS-GRADUAO

    CURSO DE ESPECIALIZAO LATO SENSUEM FINANAS EMPRESARIAIS

    ANLISE DE INVESTIMENTOS

    Prof. Llis Pedro de Andrade

    Bambu

    2009

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    SUMRIO

    1. Def inio do Objet ivo da em presa e sua relao com a an lise de invest im entos _____________ 1 1.1 U m a viso geral do custo de capita l ________________________________________________ 4 1.2 O conceito bsico de custo de capita l ________ _________ ___________ ___________ ________ 4

    1.3 O custo de fon tes especficas de capital ________ __________ _________ _____________ _____ 5 1.4 O custo da ao preferencial ______________________________________________________ 6 1.4.1 Dividend o das aes pref erenciais _______________________________________________________ 6

    1.5 O custo das aes ordin rias ________ __________ _________ _____________ _________ _____ 7 1.6 O custo m dio ponder ado de capita l _______________________________________________ 7

    1.7 Fatores que afet am o custo m dio ponderad o de capita l ______________________________ 8

    1.8 Custo de Capita l com o Taxa de M nima Atrativ idade par a seleo de projet os deinvestim entos _____________________________________________________________________ 9

    2. Aplicaes da M atem t ica f inanceira em Anlise de invest im entos para projetos f inanciadoscom dvida _________________________________________________________________________ 11

    2.1 Introduo ____________________________________________________________________ 11 2.2 Classificao das M odalida des de Amort izao _______ __________ _________ ___________ 12

    2.2.1 Sistema de Amo rt izao Constan te (SAC) ________________________________________________122.2.2 Sistem a Francs (SF) __________________ ________________________ ________________________1 7 2.2.3 Sistema Price ________________________________________________________________________21 2.2.4 Sistema Amer icano ___________________________________________________________________22

    3. M todos determ insticos e critrios de avalia o de investim ento s de capita l __________ ____ 243.1 Conceitos et apas do processo de avaliao M tod os de anlise e seleo de alte rnativas

    de investim ento __________________________________________________________________ 24 3.2 Classificao dos projetos de investimentos ______________________________________ 25

    3.3 M tod o do Payback ____________________________________________________________ 2 6 3.3.1 Prs e contras do m todo Payback______________________________________________________27

    3.4 Payback Descontado ____________________________________________________________ 28 3.4.1 Prs e contras do m todo Paybackdesconta do ___________________________________________29

    3.5 V alor presente l quido (VPL) _____________________________________________________ 29 3.5.1 Os Critrios de deciso ________________________________________________________________30 3.5.2 Principais caractersticas do m to do VPL _________________________________________________31

    3.6 Taxa interna de re torno (TIR) ____________________________________________________ 31 3.6.1 Qualidades da TIR ____________________________________________________________________34 3.6.2 Cuidados co m o enfo que da TIR ________________________________________________________35 3.6.3 Calculando a TIR _____________________________________________________________________36 3.6.4 Confl ito ent re TIR e VPL, e o Ponto de Inf lexo de Fischer, para projet os mut uam ent e exclud ent es 36

    3.7 V alor Anual Uniform e Equivalente (VAU E) ou V alor Presente Lquido Anual (VPLa) _______ 39 3.8 Vidas dife rent es nas decises de investim ent os ________ ___________ ________ __________ 42 3.9 Consideraes a respeito dos m tod os determ insticos de avaliao de investim entos de

    capita l ___________________________________________________________________________ 43

    4. Efeitos da depreciao, f inanciam ento e imposto de renda em projetos de invest im entos ____ 444.1 N oes gerais _________________________________________________________________ 44 4.2 Depreciao e Im posto de Renda re lao com projetos de investim ento s _____________ 4 4

    4.3 Financiam ent o e projet os de investim ento _________________________________________ 47

    5. Referncias Bibliogrficas __________________________________________________________ 49

    AVALIAO DA DISCIPLINA ___________________________________________________________ 50

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    1. Definio do Objetivo da empresa e sua relao com a anlise deinvestimentos

    Antes de iniciar a reviso sobre os mtodos determinsticos da anlise de

    investimentos, importante destacar que em Finanas Corporativas trabalha-se com

    a premissa de que a empresa possui um objetivo singular. Um objetivo especifica o

    que um tomador de decises est tentando realizar, e ao fazer isto, fornece medidas

    que podem ser usadas para escolher entre alternativas. Na maioria das empresas,

    de capital aberto por exemplo, so os administradores da empresa, em vez dos

    proprietrios, que tomam as decises sobre onde investir ou como levantar recursos

    para um investimento. Desse modo, se a maximizao do preo das aes o

    objetivo, um administrador escolhendo entre duas alternativas vai preferir a

    alternativa que aumenta mais o preo das aes. Na maior parte dos casos, o

    objetivo colocado em termos de maximizar alguma funo ou varivel, como os

    lucros ou o crescimento, ou minimizar alguma funo ou varivel, como o risco ou os

    custos.

    Se nenhum objetivo escolhido, no h uma forma sistemtica de tomar as

    decises que todos os negcios enfrentaro em determinado ponto no tempo.

    Consequentemente, essa indefinio poderia fazer com que trs administradores por

    exemplo, considerando o mesmo projeto poderiam chegar a trs concluses

    distintas a respeito dele. De um modo geral, os custos de escolher o objetivo errado

    podem ser significativos. Por exemplo, se uma determinada empresa escolhe ter

    como objetivo uma maior participao no mercado, pode encontrar resultados

    diferentes de uma outra empresa que fez suas escolhas de investimentos

    objetivando em proporcionar maior riqueza para os seus proprietrios.

    Para esta disciplina, parte-se do pressuposto que a empresa tm como

    objetivo o aumento de riqueza para os seus proprietrios, ou seja, a maximizao do

    retorno sobre o capital aplicado por eles o fio condutor que direciona as tomadas

    de decises sobre anlise de investimentos. No entanto, importante destacar que

    a anlise de investimentos, sob um enfoque quantitativo da forma que ser proposto

    aqui, tambm est cada vez mais sendo utilizado em diferentes tipos de empresas,

    seja com fins lucrativos ou no. Instituies do setor pblico por exemplo, podem se

    beneficiar de uma avaliao quantitativa de seus projetos de investimentos como

    forma de aumentar a eficincia de seus recursos disponveis, mas nesse caso uma

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    anlise rigorosa deve ser realizada para que se possa ponderar os benefcios

    qualitativos dos novos projetos.

    Ento, em outras palavras, pressupe que os projetos so avaliados

    considerando os fluxos de caixa incrementais de um projeto de investimento, onde

    por meio deles, busca-se maximizar o valor de mercado da empresa, ou como j

    dito, maximizar a riqueza dos proprietrios, principais fornecedores de capital de

    uma empresa.

    Assim, a anlise de investimentos, conforme argumenta Damodaran (2004),

    fundamenta-se em princpios bsicos das finanas corporativas: Investir em projetos

    que ofeream um retorno maior do que a taxa de corte mnima aceitvel pelos

    proprietrios. Desse modo, a taxa de corte deve ser mais alta para projetos com

    maior risco e deve refletir o mix de financiamentos utilizados, seja fundos doproprietrio (patrimnio lquido) ou dinheiro tomado emprestado (dvida). Retornos

    de projetos devem ser mensurados com base nos fluxos de caixa gerados e no

    timing desses fluxos de caixa; tambm devem ser considerados tanto os efeitos

    positivos quanto os negativos desses projetos.

    Percebe-se ento, que de um modo geral, conforme destaca especialistas no

    assunto, a tomada de deciso de investimentos de natureza estratgica, pois se

    caracteriza por ser de difcil reverso e por demandar grande volume de fundos. Emvirtude desses fatos, o modelo de deciso deve ser criterioso e contemplar todas as

    variveis relevantes envolvidas. Normalmente, os analistas elaboram um projeto

    para avaliar a viabilidade econmico-financeira do investimento.

    Um modelo para elaborao de um projeto de investimento compreendida

    pelas etapas de estudo de mercado, de localizao, de tamanho e de engenharia

    bsica. As partes componentes do projeto so interligadas, procurando dar uma

    previso referente demanda em potencial, aos preos e aos gastos previstos

    (atuais e futuros). So chamados de fatores de deciso, em virtude dessas variveiseconmico-financeiras influenciarem a tomada de deciso.

    Basicamente, os fatores so os seguintes:

    receitas esperadas;

    custos e despesas previstos;

    custo inicial e valor residual do investimento;

    taxa de retorno esperada pelo investidor;

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    vida econmica do projeto;

    tributos incidentes sobre o projeto.

    Alguns conceitos podem ser inteiramente novos para o leitor. Outros, nem

    tanto. conveniente fazer uma breve dissertao desses conceitos: receita resultado da venda da produo (deve ser a principal fonte de entrada

    de fundos na organizao);

    custos e despesas so os gastos necessrios para a organizao manter os

    processos produtivo e administrativo em funcionamento;

    custo inicial formado pelos investimentos fixo e financeiro demandados no

    projeto; de modo sucinto, o investimento fixo constitudo pelo conjunto de

    equipamentos, construes e instalaes requeridos, j o financeiro composto

    pelo capital de giro necessrio; valor residual composto pelo valor de mercado dos ativos ao final do projeto

    e pelo capital de giro disponvel ao final do ltimo perodo;

    taxa de retorno esperada ou taxa de mnima atratividade (TMA) a taxa

    mnima de remunerao do capital, pela qual o investidor sente-se propenso a

    aplicar os recursos financeiros necessrios execuo do projeto; por exemplo,

    se um investidor toma um emprstimo em uma instituio financeira para aplicar

    em um projeto, espera-se que a TMA do investidor seja superior taxa de juros

    praticada pela instituio financeira na operao;

    vida econmica a durao do projeto, tambm chamada de horizonte de

    planejamento; compreende o intervalo de tempo em que o projeto apresenta o

    melhor desempenho econmico-financeiro;

    tributao sobre o projeto no caso, pode ser considerada como sendo a forma

    de participao do Governo no projeto.

    No caso clssico de projetos de investimentos, tem-se um prazo inicial em

    que os gastos superam as entradas de capital (fase de implantao do projeto).

    Numa etapa posterior, espera-se que as receitas sejam maiores que os gastos do

    projeto (fase de maturidade). E na ltima etapa, observa-se o declnio das receitas

    (fase de saturao do mercado). De um modo geral, os projetos demandam um

    perodo de investimentos (sacrifcio). E um perodo posterior que apresenta a

    expectativa de supervit monetrio, ou seja, no qual as receitas geradas sero

    superiores aos dispndios ocorridos (benefcio). A projeo de desempenho

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    estruturada por intervalos de tempo determinados (dia, ms, ano, etc). Por exemplo,

    para a anlise do projeto de se instalar uma barraca de bebidas durante o carnaval

    pode tomar por base o dia, enquanto para uma usina hidroeltrica mais

    conveniente o ano. De modo geral, adota-se o expediente de acumular as

    expectativas de receitas e de gastos durante o perodo e lana-se os valores apenas

    ao seu final. Essa medida visa facilitar a execuo dos clculos para avaliao dos

    projetos de investimento. Outra medida usual com mesmo objetivo, atribuir todo o

    investimento inicial requerido data zero, isto , no incio do primeiro perodo.

    1.1 Uma viso geral do custo de capital

    O custo de capital a taxa de retorno que uma empresa deve ganhar sobreos projetos nos quais investe, para manter o valor de mercado de suas aes. Pode

    tambm ser considerada a taxa deretorno exigida pelos fornecedores de capital do

    mercado, a fim de atrair seus recursos para a empresa. Se o risco for constante, os

    projetos com taxa de retorno abaixo do custo de capital diminuiro o valor da

    empresa.

    O custo de capital um conceito financeiro extremamente importante.

    Constitui-se como uma ligao fundamental entre as decises de investimento de

    longo prazo da empresa e a riqueza dos proprietrios, determinada pelosinvestidores no mercado. , de fato, o 'nmero mgico' usado para decidir se um

    investimento proposto por uma empresa vai aumentar ou diminuir o preo de suas

    aes. Obviamente, apenas aqueles investimentos com perspectivas de aumentar o

    preo das aes (VPL > $ O, ou TIR > custo de capital) sero recomendados. Devido

    ao seu papel fundamental na tomada de deciso financeira, no exagero enfatizar

    a importncia do custo do capital.

    1.2 O conceito bsico de custo de capitalO custo de capital estimado em uma determinada data. Reflete o custo

    mdio futuro esperado de fundos a longo prazo. Embora as empresas costumem

    captar fundos em uma nica parcela, o custo de capital deve refletir a relao entre

    as atividades financeiras. Por exemplo, se hoje uma empresa capta fundos por meio

    de emprstimo, provvel que alguma forma de capital social- como aes

    ordinrias - tenha de ser usada da prxima vez que ela precisar de recursos. A

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    maioria das empresas tenta manter uma composio desejvel ideal de

    financiamento por meio de emprstimos e de capital prprio. Por ora, suficiente

    dizer que, embora as empresas levantem dinheiro em somas nicas, elas tendem a

    fazer uma composio desejvel de financiamento.

    Para captar a relao entre financiamentos, considerando a presena de uma

    estrutura-alvo de capital, precisamos examinar o custo geral de capital, em vez do

    custo da origem especfica dos fundos, para financiar um dado dispndio.

    1.3 O custo de fontes especficas de capital

    O enfoque deste captulo encontrar os custos de determinadas fontes de

    capital e combin-las de modo a determinar o custo mdio ponderado de capital.Nossa preocupao apenas com as fontes de longo prazo de fundos disponveis a

    uma empresa, porque essas fontes fornecem o financiamento permanente. O finan-

    ciamento de longo prazo apia os investimentos em ativos fixos da empresa.

    Consideramos, em todo o captulo, que tais investimentos sejam selecionados por

    meio de adequadas tcnicas de elaborao de oramento de capital.

    H quatro fontes bsicas de recursos de longo prazo para uma empresa;

    dvidas de longo prazo, aes ordinrias, aes ordinrias e lucros retidos. O lado

    direita de um balano patrimonial pode ser usado para ilustrar estas fontes:Embora nem toda empresa use todas essas formas de financiamento, espera-

    se que cada uma tenha recurso de algumas dessas fontes em sua estrutura de

    capital.

    O custo especficode cada fonte de financiamento o custo, apso imposto

    de renda, de obter o financiamento, e no o custo histrico refletido pelos

    financiamentos existentes nos livros da empresa. Tcnicas para determinar o custo

    especfico de cada fonte de recursos de longo prazo so apresentadas nas

    seguintes. Embora essas tcnicas tendam a desenvolver valores calculados comexatido, os valores resultantes so as melhores aproximaes grosseirasdevido s

    inmeras consideraes e previses acerca deles. Apesar de arredondarmos os

    custos calculados ao 0,1 % mais prximo durante todo este captulo, caos

    gerentes financeiros usarem custos arredondados ao 1 % mais prximo, porque

    esses valores so estimativas.

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    1.4 O custo da ao preferencial

    As aes preferenciais representam um tipo especial de participao

    acionria na empresa. Do aos acionistas preferenciais o direito de receber seus

    dividendos declarados antes de qualquer lucro ser distribudo aos acionistas

    ordinrios. Uma vez que a ao preferencial uma forma de propriedade, os

    recebimentos de sua venda devem ser mantidos por um tempo no determinado.

    O custo das aes preferenciais, kp, o coeficiente do dividendo da ao

    preferencial em relao aos recebimentos lquidos da empresa, da venda da ao

    preferencial. Os recebimentos lquidos representam o montante dinheiro a ser

    recebido, menos qualquer custo de lanamento, A Equao 12.3 d o custo da ao

    preferencial, kp, em termos do dividendo anual em dinheiro, pD e os recebimentos

    lquidos da venda da ao, Np:

    p

    p

    pN

    Dk

    Como os dividendos das aes preferenciais so pagos com os fluxos de

    caixa apso imposto de rendada presa, no exigido um ajuste dos impostos.

    1.4.1 Dividendo das aes preferenciais

    A maioria dos dividendos das aes preferenciais declarada como um

    montante em dinheiro: 'x unidades monetrias por ano'. Quando os dividendos so

    declarados dessa maneira, as pessoas muitas vezes se referem s aes como

    aes preferenciais de x unidades monetrias'. Assim, espera-se que uma 'ao

    preferencial de 4,00' restitua aos acionistas preferenciais $ 4,00 em dividendos, por

    ano, sobre cada ao preferencial que possuem.

    s vezes, os dividendos das aes preferenciais so declarados como taxa

    percentual anual. Essa taxa representa a porcentagem do valor nominal da ao ou

    valor de face, que igual ao dividendo anual. Por exemplo preferencial de 8% com

    um valor nominal de $ 50 deve pagar um dividendo anual de $ 4,00 por 8 ~1 $ 50

    nominal = $ 4,00). Antes de ser calculado o custo de uma ao preferencial,

    quaisquer dividendos como porcentagens devem ser convertidos em dividendos

    anuais em dlares.

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    1.5 O custo das aes ordinrias

    O custo das aes ordinrias o retorno exigido pelos investidores no

    mercado sobre as aes. H duas de financiamento por meio de aes ordinrias:

    (1) lucros retidos e (2) novas emisses de aes ordinrias. Um primeiro passo para

    encontrarmos cada um desses custos estimar o custo das aes ordinrias.

    O custo das aes ordinrias, k" a taxa da qual os investidores descontam

    os dividendos esperados da empresa para determinar o valor de suas aes. Duas

    tcnicas so usadas para medir o custo do capital social. Uma utiliza o modelo de

    avaliao de crescimento constante; a outra utiliza o modelo de precificao de

    ativos financeiros (CAPM).

    1.6 O custo mdio ponderado de capital

    Agora que calculamos o custo de fontes especficas de financiamento,

    podemos determinar o custo geral do capital. Como foi observado no incio deste

    captulo, o custo mdio ponderado do capital (WACC), 'ak reflete o futuro custo

    mdio esperado dos fundos a longo prazo. encontrado ponderando-se o custo de

    cada tipo especfico de capital pela sua proporo na estrutura de capital da

    empresa.

    Calcular o W ACC simples: multiplique o custo especfico de cada forma definanciamento por Sua proporo na estrutura de capital da empresa e some os

    valores ponderados. Como equao, o custo mdio ponderado de capital, 'ak pode

    ser assim especificado:

    ssppiia kwkwkwk

    onde

    iw proporo da dvida de longo prazo ( ik ) na estrutura de capitalpw proporo de aes preferenciais ( 'pk ) na estrutura de capital

    sw proporo de aes ordinrias ( 'sk ) na estrutura de capital

    Sendo que 0,1 spi www (100% do valor financiado)

    Trs pontos importantes devem ser observados com respeito equao:

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    1. Por convenincia de clculo, melhor converter as ponderaes em forma

    decimal e deixar os custos especficos em termos de porcentagem.

    2. A soma das ponderaes deve ser igual a 1,0. Em termos simples, todos

    os componentes da estrutura de capital devem ser levados em

    considerao.

    3. A ponderao do capital social da empresa, sw multiplicada pelo custo

    dos lucros retidos, rk ou pelo custo de novas aes ordinrias, sk .Repare que devido ao fato de que empresas usam tanto dvida quanto capital

    prprio para financiar seus investimentos, examina-se quanto de cada uma empresa

    utiliza, resultando no custo global de financiamento, isto , uma mdia ponderada

    dos custos de patrimnio lquido e dvida. Esse custo global de financiamento o

    custo mdio ponderado de capital para a empresa.

    1.7 Fatores que afetam o custo mdio ponderado de capital

    O custo de capital afetado por uma variedade de fatores. Alguns esto alm

    do controle da empresa, mas outros so influenciados por suas polticas de

    financiamento e de investimento.

    Fatores que a Empresa no Pode Controlar

    Os dois mais importantes fatores que esto alm do controle direto da

    empresa so:

    O nvel das taxas de juros: Se as taxas de juros na economia aumentam, o

    custo da dvida aumenta, pois as empresas tero que pagar aos detentores dos

    ttulos de dvida uma taxa de juros mais alta para obter capital de terceiros.

    Recorde ainda que taxas de juros mais altas tambm aumentam os custos do

    capital prprio e das aes preferenciais.

    Alquotas de impostos: So usadas no clculo dos custos da dvida como

    usadas no WACC e h outras formas menos aparentes nas quais a poltica

    tributria afeta o custo de capital.

    Fatores que a Empresa Pode Controlar

    Uma empresa pode afetar seu custo de capital por meio de:

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    Poltica de estrutura de capital (ou de financiamentos): Uma empresa pode

    mudar sua estrutura de capital e tal mudana pode afetar seu custo de capital. Isso

    pode acontecer no caso em que a empresa aumenta sua dvida, tendo em vista,

    que o custo da dvida menor. Mas, em contrapartida, o risco da empresa

    aumenta exigindo maior retorno no capital investido.

    Poltica de Dividendos: A porcentagem de lucros distribuda em dividendos

    pode afetar a taxa de retorno requerida de uma ao K.

    Poltica de Investimentos: Caso a empresa mude sua poltica de investimento,

    mas mantenha os investimentos no mesmo ramo de atuao, seu risco ser

    equivalente. Mas se a empresa fizer uma mudana drstica nos setores, seu risco

    sofrer variao, alterando assim, o custo do seu capital.

    1.8 Custo de Capital como Taxa de Mnima Atratividade para seleo de

    projetos de investimentos

    A primeira questo que surge ao se analisar um investimento quanto ao

    prprio objetivo da anlise.

    Qual o objetivo da empresa que pretende investir? Respondendo a esta

    pergunta possvel traar o objetivo da anlise. Um objetivo que foi largamente

    utilizado, e que hoje pode ser considerado ultrapassado, o objetivo imediatista de

    lucro no final do ano. Modernamente, com o advento de tcnicas de administraocomo o Planejamento Estratgico, as empresas passaram a adotar filosofias,

    polticas e objetivos de longo prazo que no raro apiam a seguinte situao: Pode

    ser conveniente que neste exerccio a empresa no tenha lucro, para que possamos

    incrementar as vendas e chegarmos ao fim do trinio como lderes do setor.

    Este exemplo de poltica traduz um novo posicionamento. O objetivo lucro

    imediato passa a ser substitudo pelo objetivo mximos ganhos em determinado

    horizonte de anlise.

    Para uma anlise sob este enfoque necessrio introduzir um conceito muitoutilizado em Engenharia Econmica: O custo de recuperao de capital.

    Antigamente, as empresas normalmente adotavam uma filosofia monista em

    relao aos custos, ou seja, contabilidade de custos e contabilidade financeira

    conjugadas. Com isto, todo investimento feito era amortizado em determinado

    nmero de anos, sob a forma de depreciao. A recuperao do capital era lanada

    a uma taxa zero. Pelo conceito de equivalncia de capitais, deve haver uma taxa

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    tal que torne equivalente o investimento feito e sua recuperao. E esta taxa que

    determina o custo do capital investido a ser praticado nas avaliaes de

    investimentos. Esta taxa, determinante do custo de capital, ainda definida como

    taxa de corte ou taxa de mnima atratividade.

    E a Taxa de Mnima Atratividade (TMA) deve ser mais alta para projetos mais

    arriscados e deve refletir o mix de financiamentos utilizado seja os fundos do

    proprietrio (patrimnio lquido) ou dinheiro tomado emprestado (dvida).

    Em outras palavras, a disciplina de anlise de investimentos pode ser

    visualizada sob a tica do princpio do investimento, que apresenta o seguinte: as

    empresas devem investir em ativos somente quando esperam obter um retorno

    maior do que um retorno mnimo aceitvel. Esse retorno mnimo, que denominamos

    taxa de corte, deve refletir se o dinheiro obtido de dvida ou patrimnio lquido eque retornos aqueles que investiram o dinheiro poderiam ter obtido em outro lugar,

    em investimentos similares, alm de permitir refletir tambm o risco associado a

    cada tipo de projeto, como discutido anteriormente.

    Em posse dessas informaes, deduz-se que se no houver investimentos

    suficientes que cubram a taxa de corte, ou taxa de mnima atratividade, deve-se

    devolver os recursos para os proprietrios da empresa. As formas de retorno so por

    meio de dividendos e recompras de aes; elas iro depender das caractersticas

    dos acionistas/proprietrios. O entendimento destas decises de distribuio dosdividendos, embora no fazem parte do enfoque desta disciplina, pois em anlise de

    investimentos avalia-se o que reinvestido na empresa por meio de novos projetos,

    so relevantes para compreender o objetivo geral da empresa, que a maximizao

    do valor de mercado da empresa.

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    2. Aplicaes da Matemtica financeira em Anlise de investimentos para

    projetos financiados com dvida

    2.1 Introduo

    Em termos financeiros, a dvida surge quando uma dada importncia

    emprestada por um certo prazo. Quem assume a dvida obriga-se a restituir o

    principal mais os juros devidos, no prazo estipulado.

    A dvida gerada quando uma importncia emprestada por certo prazo,

    sempre sendo de curto, mdio ou longo prazo. importante essa classificao

    quanto aos prazos porque existem vrias modalidades de restituio do principal e

    juros, como o caso dos emprstimos de longo prazo, que de uma forma geral, tm

    suas condies previamente estipuladas por contratos entre as partes, ou seja, entreo credor e devedor.

    Nos sistemas de amortizao a serem estudados aqui, os juros sero

    calculados sempre sobre o saldo devedor. Isto significa que consideraremos apenas

    os regimes de juros compostos, pois, se os juros so calculados deste modo, o no

    pagamento de juros em um dado perodo levar a um saldo devedor maior, sendo

    calculado juro sobre juro.

    Definies, segundo Mathias e Gomes (2009)Mutante ou Credor: a pessoa ou instituio que d o emprstimo.

    Muturio ou Devedor: a pessoa ou instituio que recebe o emprstimo.

    Taxa de juros: a taxa de juros contratada entre as partes.

    IOF: imposto sobre operaes financeiras.

    Prazo de Utilizao: intervalo de tempo em que recursos esto disponveis para o

    saque.

    Prazo de Carncia: intervalo de tempo entre o prazo de utilizao e o pagamento

    da primeira amortizao.Parcelas de Amortizao: corresponde s parcelas de devoluo do principal.

    Prazo de Amortizao: tempo em que so pagas as amortizaes.

    Prestao: a soma da amortizao mais juros e outros encargos.

    Planilha: quadro com o cronograma do emprstimo e amortizaes.

    Prazo Total do Financiamento: a soma do prazo de carncia com o prazo de

    amortizao.

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    12

    Saldo Devedor: o estado da dvida num dado instante.

    Perodo de Amortizao: o intervalo entre duas amortizaes.

    2.2 Classificao das Modalidades de Amortizao

    2.2.1 Sistema de Amortizao Constante (SAC)

    Por este sistema o credor exige a devoluo do principal em n parcelas

    iguais, incidindo os juros sobre o saldo devedor.

    Portanto, no SAC:

    As parcelas de amortizao so iguais entre si.

    Os juros so calculados sobre o saldo devedor.

    Representao grfica:

    Amortizao

    Juros

    Perodos

    Prestao

    Exemplo 1:

    1) Uma empresa pede emprestado $ 100.000,00 que o banco entrega no ato.

    Sabendo que o banco concedeu 3 anos de carncia, que os juros sero pagos

    anualmente, que a taxa de juros de 10% ao ano e que o principal ser

    amortizado em 4 parcelas anuais, construir a planilha.

    Resoluo: A amortizao anual

    Vamos admitir que o principal fora emprestado no incio do primeiro ano e que as

    prestaes e os juros sejam pagos no fim de cada ano.

    00,000.254

    00,000.100

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    Assim, temos:

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    O raciocnio foi o seguinte:

    a) Do incio do primeiro ano (data zero) at o fim do terceiro ano, temos 3 perodos,

    que correspondem carncia.

    Logo aps terminado o perodo de carncia, temos a primeira amortizao de $

    25.000,00.

    b) Os juros so calculados sempre sobre o saldo devedor do perodo anterior.

    Ou seja: sendo Jk o juro devido no perodo k, sendo i a taxa dejuros e Sdk-1 o saldo

    devedor do perodo anterior, temos:

    Observe, no exemplo, que o juro do perodo calculado multiplicando-se a taxa (naforma unitria) pelo saldo devedor do perodo anterior.

    c) A prestao obtida somando-se, ao final de cada perodo, a amortizao com os

    juros.

    d) A linha de total serve para verificar se as somas batem, e, portanto, se as

    contas esto certas.

    Exemplo 2:

    Em alguns casos, como o da implantao de uma fbrica nova, as partes podemcombinar o no-pagamento dos juros durante o perodo de carncia. Diz-se ento

    que os juros foram capitalizados durante a carncia. Tudo se passa como se a

    entidade financeira tivesse concedido um emprstimo adicional para o pagamento

    dos juros.

    Ano

    (k)

    Saque Saldo Devedor

    (Sdk)

    Amortizao

    (Ak)

    Juros (Jk)

    [i.(Sdk-1)]

    Prestao

    (Ak+Jk)

    0 100.000,00 100.000,00 - - -

    1 - 100.000,00 - 10.000,00 10.000,00

    2 - 100.000,00 - 10.000,00 10.000,00

    3 - 75.000,00 25.000,00 10.000,00 35.000,00

    4 - 50.000,00 25.000,00 7.500,00 32.500,00

    1 kk iSdJ

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    Podemos ter dois casos:

    a) As amortizaes so calculadas em relao ao valor inicial emprestado e os juros

    capitalizados so pagos no primeiro ano de amortizao.

    b) As amortizaes so calculadas em relao ao valor inicial emprestado mais os

    juros capitalizados durante a carncia.

    Tomando como base o exemplo apresentado no item anterior, vejamos os dois

    casos:

    Caso A

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    Ao saldo devedor, no fim de cada perodo, foi acrescentado o juro devido, calculado

    taxa de 10% a.a. Ao final do 3 ano, os juros capitalizados foram pagos juntamentecom a primeira prestao, como no exemplo do item anterior.

    Caso B

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    Neste caso, ao fim de cada perodo foi calculado o juro de 10% sobre o saldo

    devedor e acrescido ao mesmo.

    Ano(k)

    Saque Saldo Devedor(Sdk)

    Amortizao(Ak)

    Juros (Jk) Prestao(Ak+Jk)

    0 100.000,00 100.000,00 - - -

    1 - 110.000,00 - - -2 - 121.000,00 - - -3 - 75.000,00 25.000,00 33.100,00 58.100,004 - 50.000,00 25.000,00 7.500,00 32.500,005 - 25.000,00 25.000,00 5.000,00 30.000,006 - - 25.000,00 2.500,00 27.500,00

    Total - - 100.000,00 48.100,00 148.100,00

    Ano

    (k)

    Saldo Devedor Amortizao

    (1)

    Juros

    (2)

    Prestao

    (1+2)

    0 100.000,00 - - -

    1 110.000,00 - - -

    2 121.000,00 - - -

    3 99.825,00 33.275,00 - 33.275,00

    4 66.550,00 33.275,00 9.982,50 43.257,50

    5 33.275,00 33.275,00 6.655,00 39.930,00

    6 - 33.275,00 3.327,50 36.602,50

    Total - 133.100,00 19.965,00 153.065,00

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    No terceiro perodo, o saldo devedor era:

    Sd3 = 133.100,00 [99.825,00+33.275,00]

    Portanto, as parcelas de amortizao:

    O clculo restante da planilha processado como no caso anterior. Observe-se que

    o fluxo de prestaes mais uniforme que no caso anterior.

    Comparando os totais das prestaes nos trs casos j apresentados, temos

    para um emprstimo de $ 100.000,00:

    SAC 145.000,00

    CASO A: 148.100,00CASO B: 153.065,00

    Aparentemente est havendo um acrscimo no custo total, mas este

    acrscimo devido ao fato de que est amortizando o principal com maior

    defasagem. Verifique que o valor atual das prestaes descontadas a 10% a.a.

    exatamente igual a $ 100.000,00 e, portanto, o custo do emprstimo de 10% a.a.

    SAC, com prazo de carncia e prazo de utilizao no unitrioCaso C

    Seja ainda o exemplo 1), mas admitindo-se que o emprstimo de $

    100.000,00 seja dado pelo banco em duas parcelas iguais, defasadas em 1 ano e

    que as demais condies sejam as mesmas.

    A planilha, ento, montada do seguinte modo:

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    00,275.334

    00,100.133 A

    Ano

    (k)

    Saldo Devedor

    (Sdk)

    Amortizao

    (Ak)

    Juros

    (Jk)

    Prestao

    (Ak+Jk)

    0 50.000,00 - - -

    1 100.000,00 - 5.000,00 5.000,002 100.000,00 - 10.000,00 10.000,00

    3 75.000,00 25.000,00 10.000,00 35.000,00

    4 50.000,00 25.000,00 7.500,00 32.500,00

    5 25.000,00 25.000,00 5.000,00 30.000,00

    6 - 25.000,00 2.500,00 27.500,00

    Total - 100.000,00 40.000,00 140.000,00

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    16

    O leitor deve comparar esta planilha com aquela obtido no item 1) e constatar que,

    exceo do juro pago aps o primeiro perodo, os demais valores so iguais.

    Nestas condies o nico efeito de um prazo de utilizao no unitrio gerar um

    fluxo de prestaes mais uniforme.

    A capitalizao dos juros no prazo de carncia pode ser feita como j se

    analisou.

    Abaixo, mostrado como que o valor total das prestaes pagas no interfere

    na taxa de juros cobrada pelo banco.

    a) O valor atual, na data zero, dos desembolsos feitos pelo banco (VB), taxa de

    10% a.a., :

    b) E o valor das prestaes pagas pelo cliente (VC), nas mesmas condies:

    Logo, VB = VC, ou seja, os capitais so equivalentes na data zero. Isto quer dizer que

    o cliente do banco devolveu exatamente o que lhe foi emprestado, taxa de juros

    contratada, de 10% a.a.

    Novamente, comparando os totais das prestaes nos trs casos j apresentados

    anteriormente, e para o caso C, temos para um emprstimo de $ 100.000,00:

    SAC 145.000,00

    CASO A: 148.100,00

    CASO B: 153.065,00

    CASO C: 140.000,00

    55,454.95)10,1(

    00,000.50

    )10,1(

    00,000.5010

    BV

    55,454.95)10,1(00,500.27

    )10,1(00,000.30

    )10,1(

    00,500.32

    )10,1(

    00,000.35

    )10,1(

    00,000.10

    )10,1(

    00,000.5

    65

    4321

    cV

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    17

    O fato de o total das prestaes ser inferior aos totais dos casos anteriores,

    para o caso C, tambm no quer dizer que a taxa seja menor. Ela exatamente de

    10% a.a., como verificamos anteriormente.

    2.2.2 Sistema Francs (SF)

    Por este sistema, o muturio obriga-se a devolver o principal mais os juros em

    prestaes iguais entre si e peridicas. Portanto h dois problemas a serem

    resolvidos na construo dessa planilha: como calcular a prestao e como separar

    a amortizao dos juros. Para esse sistema, SF, vamos admitir que a taxa de juros

    seja referida ao perodo da amortizao.

    Representao:

    Amortizao

    Juro

    Perodos

    Prestao

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    Exemplo:

    Sistema Francs (SF), com prazo de utilizao unitrio e sem prazo de carncia

    1) Um banco empresta $ 100.000,00, entregues no ato, sem prazo de carncia.

    Sabendo que o banco utiliza o sistema francs, que a taxa contratada foi de 10%

    a.a. e que o banco quer a devoluo em 5 prestaes, construir a planilha.Resoluo: Se o principal vai ser devolvido em 5 prestaes iguais e postecipadas,

    temos exatamente uma anuidade que se conforma ao nosso modelo bsico:

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    Ou seja:

    Teremos ento 5 prestaes iguais de $ 26.379,75. Os juros sero

    calculados do modo j visto no sistema de amortizao constante, ou seja, aplicando

    a taxa de juros ao saldo devedor do perodo anterior.

    A amortizao ser calculada pela diferena entre a prestao e o juro do

    perodo. Por sua vez, o saldo devedor do perodo ser calculado como sendo a

    diferena entre o saldo devedor do perodo anterior e a amortizao do perodo:

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    Nota: Fez-se um pequeno acerto no ltimo perodo:

    O procedimento, portanto, o seguinte:

    a) Calcula-se a prestao R.

    b) Calculam-se para cada perodo (k) os juros sobre

    o saldo devedor do perodo anterior:

    c) Faz-se para cada perodo (k) a diferena entre a prestao e o juro,

    obtendo-se o valor da amortizao:

    d) A diferena, em cada perodo (k), entre o saldo devedor do perodo anterior e a

    amortizao do perodo d o saldo devedor do perodo:

    75,379.26

    790787,3

    00,000.100

    ,,/

    00,000.100

    ,,/.

    niAPR

    niAPRVP

    Ano(k)

    Saldo Devedor(Sdk)

    Amortizao(Ak)

    Juros(Jk=iSdk-1)

    Prestao(Ak+Jk)

    0 100.000,00 - - -1 83.620,25 16.379,75 10.000,00 26.379,752 65.602,53 18.017,72 8.362,03 26.379,753 45.783,03 19.819,50 6.560,25 26.379,754 23.981,58 21.801,45 4.578,30 26.379,755 - 23.981,58 2.398,16 26.379,74

    Total - 100.000,00 31.898,74 131.898,74

    1 kk iSdJ

    kk JRA

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    Sistema Francs (SF), com prazo de utilizao unitrio e com prazo decarncia

    2) Quando se tem prazo de carncia, podem ocorrer duas hipteses:

    CASO A: durante a carncia o muturio paga os juros devidos.

    CASO B: durante a carncia, os juros so capitalizados e incorporados ao principal,

    para serem amortizadas nas prestaes.

    possvel pensar tambm nos juros como sendo capitalizados e pagos de

    uma s vez juntamente com a primeira prestao, mas esta modalidade raramente

    utilizada nas aplicaes prticas.A fim de ilustrar os dois casos, admitamos o exemplo do item anterior com 3

    anos de carncia e as demais condies iguais.

    CASO A:

    O procedimento durante o perodo de carncia o mesmo j visto para o

    SAC, ou seja, os juros so calculados sobre o saldo devedor.

    O clculo das prestaes e a separao entre amortizaes e juros se

    processam como explicado no item anterior:

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    A nica diferena, portanto, obtermos um fluxo maior de prestaes. O leitor

    deve calcular o valor atual das prestaes de 10% a.a., na data focal zero e

    constatar que igual a $100.000,00.

    kkk ASdSd 1

    Ano(k)

    Saldo Devedor(Sdk)

    Amortizao(Ak)

    Juros(Jk=iSdk-1)

    Prestao(R=Ak+Jk)

    0 100.000,00 - - -1 100.000,00 - 10.000,00 10.000,002 100.000,00 - 10.000,00 10.000,003 83.620,25 16.379,75 10.000,00 26.379,754 65.602,53 18.017,72 8.362,03 26.379,755 45.783,03 19.819,50 6.560,25 26.379,756 23.981,58 21.801,45 4.578,30 26.379,757 - 23.981,58 2.398,16 26.379,74

    Total - 100.000,00 51.898,74 151.898,74

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    CASO B:Devemos, inicialmente, capitalizar o saldo devedor taxa de 10% a.a.,

    durante os 2 anos de carncia, isto porque a amortizao deve comear no fim do 3ano de carncia:

    S1 = 100.000,00(1,10) = 110.000,00S2 = 100.000,00(1,10)2 = 121.000,00

    Sobre este saldo devedor, calcula-se o valor da prestao:

    A partir da prestao, o clculo segue o sistema francs como j explicado:

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    Nota: Fez-se um pequeno acerto na ltima prestao

    Sistema Francs (SF), quando o perodo a que se refere a taxa de juros no

    coincide com o perodo a que se refere a amortizao

    3) Foi emprestada a importncia de $ 100.000,00 para uma empresa a qual deve

    fazer a amortizao em 4 parcelas semestrais pelo SF, sem carncia. Sabendo-se

    que a taxa de juros cobrada de 12% a.a. e que se vai trabalhar com a taxa efetiva,construir a planilha.

    Resoluo: A taxa de juros efetiva :

    49,919.31

    790787,3

    00,000.121

    ,,/

    00,000.121

    niAPR

    Ano

    (k)

    Saldo Devedor

    (Sdk)

    Amortizao

    (Ak)

    Juros

    (Jk=iSdk-1)

    Prestao

    (R=Ak+Jk)0 100.000,00 - - -

    1 110.000,00 - - -

    2 121.000,00 - - -

    3 101.180,51 19.819,49 12.100,00 31.919,49

    4 79.379,07 21.801,44 10.118,05 31.919,49

    5 55.397,49 23.981,58 7.937,91 31.919,49

    6 29.017,75 26.379,74 5.539,75 31.919,497 - 29.017,75 2.901,78 31.919,53

    Total - 121.000,00 38.597,49 159.597,49

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    21

    ou, portanto, com n = 4:

    Logo:

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    2.2.3 Sistema Price

    4) Um banco emprestou $ 100.000,00, entregues no ato, sem prazo de carncia.

    Sabendo-se que a taxa de juros cobrada pelo banco de 12% a.a., tabela Price, e

    que a devoluo deve ser feita em 8 meses, construir a planilha.

    Resoluo: Se o sistema adotado tabela Price e sendo de 12% a.a. a taxa,

    temos que a taxa proporcional mensal :

    Como so 8 prestaes, calculamos:

    Portanto,

    ..%83,5"

    0583,0112,1"

    sai

    i

    89,746.28478647,3

    00,000.100

    ),,/(

    478647,3),,/(

    R

    niAPRxVP

    niAP

    Ano

    (k)

    Saldo Devedor

    (Sdk)

    Amortizao

    (Ak)

    Juros

    (Jk=iSdk-1)

    Prestao

    (R=Ak+Jk)

    0 100.000,00 - - -

    1 77.083,11 22.916,89 5.830,00 28.746,89

    2 52.830,17 24.252,94 4.493,95 28.746,89

    3 27.163,28 25.666,89 3.080,00 28.746,89

    4 - 27.163,28 1.583,61 28.746,89Total - 100.000,00 14.987,56 114.987,56

    ..%1..01,012

    12,012 mamai

    03,069.13651678,7

    00,000.100

    R

    651678,7),,/( niAP

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    22

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    O leitor deve observar que, como foi feita a taxa proporcional simples, a taxade juros composta equivalente anual maior.

    Neste caso, tem-se:

    A taxa efetiva que est sendo cobrada pelo banco de 12,68% a.a., ou seja, um

    pouco maior que a taxa nominal de 12% a.a. que o banco diz cobrar.

    2.2.4 Sistema Americano

    Aps um certo prazo, o devedor paga o emprstimo em uma nica parcela. Em geral, os juros so pagos durante a carncia. Fundo de amortizao (sinking fund) uma aplicao que iguala o pagamento.Representao:

    Juro

    Perodos

    Prestao

    Principal

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    Ano

    (k)

    Saldo Devedor

    (Sdk)

    Amortizao

    (Ak)

    Juros

    (Jk=iSdk-1)

    Prestao

    (R=Ak+Jk)

    0 100.000,00 - - -

    1 87.930,97 12.069,03 1.000,00 13.069,032 75.741,25 12.189,72 879,31 13.069,03

    3 63.429,63 12.311,62 757,41 13.069,03

    4 50.994,90 12.434,73 634,30 13.069,03

    5 38.435,82 12.559,08 509,95 13.069,03

    6 25.751,15 12.684,67 384,36 13.069,03

    7 12.939,63 12.811,52 257,51 13.069,03

    8 - 12.939,63 129,40 13.069,03

    Total - 100.000,00 4.552,24 104.552,24

    126825,1)01,1('1 12 i

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    Sistema Americano (SA), com devoluo dos juros durante a carncia

    1) Um banco empresta $ 100.000,00 a uma empresa, a uma taxa de juros de 6%

    a.s. com prazo de utilizao unitrio, para ser devolvido aps uma carncia de 2

    anos. Sabendo-se que

    que os juros sero cobrados semestralmente, calcular a planilha pelo sistema

    americano.

    Qual a taxa efetiva anual ?

    Resoluo: Como j dada a taxa em termos semestrais, temos:

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    A taxa efetiva anual :

    Ou seja:

    Sistema Americano (SA), com capitalizao dos juros

    2. Seja o mesmo exemplo do item anterior, em que se admite a capitalizao dos

    juros durante a carncia.

    Resoluo:

    Fonte: Mathias e Gomes (2009)

    Nota: Perceba que a taxa efetiva anual continua sendo de 12,36% a.a.

    Ano(k)

    Saldo Devedor(Sdk)

    Amortizao(Ak)

    Juros(Jk)

    Prestao(Ak+Jk)

    0 100.000,00 - - -1 100.000,00 - 6.000,00 6.000,002 100.000,00 - 6.000,00 6.000,00

    3 100.000,00 - 6.000,00 6.000,004 - 100.000,00 6.000,00 106.000,00

    Total - 100.000,00 24.000,00 124.000,00

    1236,1)06,1(1 2 fi

    ..%36,12 aaif

    Ano

    (k)

    Saldo Devedor

    (Sdk)

    Amortizao

    (Ak)

    Juros

    (Jk)

    Prestao

    (Ak+Jk)

    0 100.000,00 - - -

    1 106.000,00 - - -

    2 112.360,00 - - -

    3 119.101,60 - - -

    4 - 100.000,00 26.247,70 126.247,70Total - 100.000,00 26.247,70 126.247,70

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    3. Mtodos determinsticos e critrios de avaliao de investimentos de capital

    3.1 Conceitos etapas do processo de avaliao Mtodos de anlise e

    seleo de alternativas de investimento

    Oramentao de capital o nome dado ao processo de decises de procura

    e aquisio de ativos de longo prazo. Com esse fim, existem vrias tcnicas,

    mtodos, convenes e critrios decisrios que so comumente utilizados na anlise

    e no processo decisrio. Nesta seo, ir ser discutido e apresentada a parte

    relacionada aos mtodos geralmente usados e aceitos para montar os fluxos de

    caixa incrementais do projeto, o clculo da sua rentabilidade, os indicadores

    econmicos e as tcnicas especficas que permitem processo decisrio.

    Basicamente, so cinco as principais etapas do processo de avaliao de um

    projeto de investimento ou valorao de um ativo real, a saber:

    - Estimativa dos fluxos de caixa incrementais, depois de impostos, esperados

    para o projeto.

    - Avaliao do risco do projeto e determinao da taxa de desconto (custo de

    oportunidade de capital) para o desconto dos fluxos de caixa incrementais futuros

    esperados.

    - Clculo dos indicadores econmicos, especialmente o Valor Presente Lquido

    (VPL).

    - Reconhecimento das limitaes do modelo, estimativa, valorao e

    incorporao na anlise dos intangveis associados ao projeto.

    - Tomada de decises.

    Os projetos de investimento podem ser classificados de acordo com:

    Seu horizonte econmico (por exemplo, projetos de curto e longo prazo);

    Sua natureza (por exemplo, projetos tticos substituio de equipamentos

    e projetos estratgicos projetos de expanso). Os tipos de incertezas envolvidos (incerteza tcnica, incerteza econmica/de

    mercado, incerteza estratgica) e onde ocorrem principalmente (no custo, na

    receita, nos impostos).

    Sua dependncia em relao a outros projetos (por exemplo, projetos

    independentes e projetos mutuamente exclusivos).

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    No tpico a seguir, feita uma descrio um pouco mais detalhada sobre a

    dependncia de um projeto em relao a outras alternativas de investimentos.

    3.2 Classificao dos projetos de investimentos

    Os projetos podem ser classificados com base em vrios pontos de vista de

    diferentes dimenses.

    O primeiro diz respeito a como o projeto afeta outros projetos que a empresa

    est considerando e analisando. Alguns projetos so independentes da anlise de

    quaisquer outros projetos e desse modo podem ser analisados separadamente,

    outros projetos so mutuamente excludentes isto , assumir um projeto

    representar a rejeio de outros; nesse caso, todos os projetos devero ser

    avaliados juntos. No outro extremo, alguns projetos so pr-requisitos para projetosfuturos. Em geral, projetos podem ser classificados como ocupando algum lugar

    entre condies prvias e mutuamente excludentes.

    O segundo ponto de vista que pode ser usado para classificar os projetos a

    sua capacidade de gerar receitas brutas ou reduzir custos. As regras de tomadas de

    deciso que analisam projetos geradores de receita bruta fazem uma tentativa de

    avaliar se as receitas ou fluxos de caixa dos projetos justificam o investimento

    necessrio para implement-los. Em relao a projetos de reduo de custos, as

    regras de tomadas de decises analisam se a reduo em custos justifica oinvestimento adiantado necessrio para os projetos.

    De acordo com a finalidade do projeto, tm-se os seguintes:

    De reposio (substituio de um equipamento velho por um novo).

    De reduo de custos (substituio de um equipamento menos eficiente por

    um mais eficiente).

    Ambientais (projetos de melhoramento das condies ambientais).

    De coleta de informao (P&D aplicada, explorao de petrleo, teste piloto

    de mercado etc.)

    De expanso (projetos que aumentam a produo de bens e servios).

    Independente da classificao ou de sua finalidade, o valor de um projeto

    baseado em capacidade de gerar fluxos de caixa futuros, ou seja, na capacidade de

    gerar renda econmica. Assim sendo, as alternativas de investimento podem ser

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    comparadas somente se as conseqncias monetrias forem medidas em um ponto

    comum no tempo e, como as operaes de investimento ou financiamento tm como

    caracterstica um espaamento dos fluxos de caixa ao longo do tempo, os critrios

    de avaliao econmica devem considerar a atualizao ou desconto dos fluxos.

    Entre os mtodos que descontam fluxos de caixa, ou que consideram o valor

    do dinheiro no tempo, dois so os mais conhecidos: o do Valor Presente Lquido

    (VPL) e o da Taxa Interna de Retorno (TIR). Algumas vezes, necessrio termos

    uma idia do tempo de recuperao do investimento; nesse caso, o mtodo do

    paybackdescontado nos auxilia. Os critrios de seleo que no atualizam fluxos de

    caixa, ou que desconsideram o valor do dinheiro no tempo, como, por exemplo, o

    mtodo do Retorno sobre o Investimento (ROI), aplicam conceitos contbeis que,

    mesmo considerando a vantagem da simplicidade do seu uso, no so apropriadospara medir renda econmica gerada por um projeto de investimento; ou tambm o

    payback, que avalia o prazo de recuperao de capital sem levar em conta o valor

    do dinheiro no tempo, o que em termos gerais, significa que as projees dos fluxos

    de caixa futuros no so descontadas a um determinado custo de capital.

    Mtodos de seleo de alternativas, sejam que as que consideram ou que

    desconsideram o valor do dinheiro no tempo, sero brevemente detalhadas a seguir:

    3.3 Mtodo do PaybackOs perodos de payback normalmente so usados para avaliar os

    investimentos propostos. O perodo de payback , tambm conhecido como perodo

    de recuperao, o tempo exigido para a empresa recuperar seu investimento inicial

    em um projeto, calculado pelas entradas de caixa. No caso de uma anuidade, o

    perodo de payback pode ser encontrado dividindo-se o investimento inicial pela

    entrada de caixa anual. Para um fluxo o de entradas de caixa, as entradas de caixa

    anuais devem ser acumuladas at que o investimento inicial seja recuperado.

    Apesar de muito usado, o perodo de payback, em geral, visto como uma tcnicasimples de avaliao de investimento de capital, porque no considera

    explicitamente o valor do dinheiro no tempo.

    Quando o perodo de payback usado na hora de tomar decises aceitar-

    rejeitar, os critrios de deciso os seguintes:

    Se o perodo de payback for menor que o perodo de payback mximo

    aceitvel, aceiteo projeto.

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    Se o perodo de paybackfor maiorque o paybackmximo aceitvel rejeite o

    projeto.

    O perodo mximo aceitvel de payback determinado pela gerncia. Esse

    valor estabelecido subietivate, com base em inmeros fatores, incluindo o tipo de

    projeto (expanso, substituio, renovao), o risco percebido do projeto e a relao

    percebida entre o perodo de paybacke o valor da ao. simplesmente um valor

    que a administrao calcula, em mdia, que resultar em decises de investimento

    que criem valor.

    Esta pode ser ilustrada por um exemplo.

    Anos Fluxo de Caixa

    0 (1.309.000)

    1 269.3012 316.899

    3 316.899

    4 316.899

    5 1.200.499

    Fonte: Lemes Jnior; Rigo e Cherobim (2005)

    Sendo o valor a ser investido de R$ 1.309.000, a empresa recupera

    R$269.301 no primeiro ano, R$ 316.899 no segundo, R$ 316.899 no terceiro e

    quarto ano, ficando faltando R$ 89.002/R$1.200.499, onde verifica-se que restam0,07 anos. Sendo assim, observa-se ento que o investimento recuperado em 4,07

    anos.

    3.3.1 Prs e contras do mtodo Payback

    O perodo de payback amplamente usado por empresas grandes para

    avaliar pequenos projetos e por pequenas empresas para avaliar a maioria dos

    projetos. Sua popularidade resulta da simplicidade de clculo e atrao intuitiva. Um

    aspecto tambm atraente que ele considera os fluxos de caixa em lugar dos lucros

    contbeis. Ao medir com que rapidez a empresa recupera seu investimento inicial, o

    perodo de payback no considera implicitamente o timing dos fluxos de caixa e,

    portanto, o valor do dinheiro no tempo. Como ele pode ser visto como uma medida

    da exposio ao risco, muitas empresas usam o perodo de payback como um

    critrio de deciso ou como um suplemento para outras tcnicas de deciso.

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    Uma desvantagem do perodo de payback que o perodo adequado um nmero

    determinado subjetivamente. Ele no associa o perodo de paybackao objetivo de

    maximizao da riqueza. A segunda desvantagem que essa abordagem no leva

    totalmente em considerao o fator tempo no valor do dinheiro. Uma terceira

    desvantagem que ele no reconhece os fluxos de caixa que ocorrem depois do

    perodo de payback.

    3.4 Payback Descontado

    o perodo de tempo necessrio para recuperar o investimento inicial,

    considerando os fluxos de caixa descontados.

    Esse mtodo foi desenvolvido para corrigir uma das principais falhas do

    payback, que no considerar o valor do dinheiro no tempo. Nenhum dos dois, noentanto, considera o que ocorre com os fluxos de caixa aps o payback, podendo

    desta forma penalizar projetos de longo prazo.

    Anos Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa Descontado

    0 (1.309.000) (1.309.000)

    1 269.301 230.172

    2 316.899 231.499

    3 316.899 197.862

    4 316.899 169.1135 1.200.499 547.561

    Fonte: Lemes Jnior; Rigo e Cherobim (2005)

    Observa-se que foi tomado o mesmo exemplo utilizado para o Payback, no

    entanto, aqui foi considerado uma taxa de desconto de cada um dos fluxos de caixa,

    equivalente a 17% ao ano, que permite encontrar o valor de cada fluxo de caixa na

    data zero.

    Sendo o valor de R$ 1.309.000, a empresa recupera, j descontados, R$

    230.172 no primeiro ano, R$ 231.499 no segundo, R$ 197.862 no terceiro, R$

    169.113 no quarto e ficam faltando R$ 480.354. O fluxo de caixa do quinto ano R$

    547.561. Dividindo R$ 480.354/ R$ 547.561, verifica-se que restam 0,88 anos.

    Observa-se ento, que o investimento recuperado se d em 4,88 anos.

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    A regra utilizada no mtodo Payback descontado similar ao mtodo do

    Payback, ou seja:

    Paybackdescontado < padro da empresa => aceita-se o projeto

    Paybackdescontado = padro da empresa => aceita-se o projeto

    Paybackdescontado < padro da emrpesa => rejeita-se o projeto

    3.4.1 Prs e contras do mtodo Paybackdescontado

    Ainda que esse mtodo resolva um dos problemas encontrado no Payback, j

    que Payback descontado considera o valor do dinheiro no tempo, esse mtodo

    ainda apresenta limitaes em comum, isso pelo fato de que exige um perodo limite

    arbitrrio; penaliza projetos de longo prazo; ignora fluxos de caixa ps Payback

    descontado.

    3.5 Valor presente lquido (VPL)

    Pode considerar o valor do dinheiro no tempo, o valor presente lquido

    considerado uma tcnica sofisticada de oramento de capital. Todas essas tcnicas

    descontam, de uma ou de forma, os fluxos de caixa da empresa, usando uma taxa

    especfica. Essa taxa - chamada taxa de retorno exigido, custo de capitalou custo

    de oportunidade - o retorno mnimo que deve ser ganho projeto para deixar

    inalterado o valor de mercado da empresa.O valor presente lquido (VPL) encontrado subtraindo-se o investimento

    inicial de um projeto (FCo) do de suas entradas de caixa (FC,), descontadas a uma

    taxa igual ao custo de capital da empresa (k).

    VPL = Valor presente das entradas de caixa - Investimento inicial

    nn

    1-n

    1-n

    3

    3

    2

    2

    1

    1

    0)(1

    FC

    )(1

    FC.....

    1)(1

    FC

    )(1

    FCFCVPL

    kkk

    FC

    kk

    0

    1 1FC

    k

    FCVPL

    n

    tn

    n

    Quando o VPL usado, as entradas e as sadas de caixa so medidas em

    termos de unidades monetrias atuais.

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    3.5.1 Os Critrios de deciso

    Quando o VPL usado para decises de aceitar-rejeitar, os critrios de

    deciso so os seguintes:

    Se VPL for maior que$ 0, aceita o projeto.

    Se VPL for menor que$ 0, rejeita o projeto.

    Se o VPL for maior que $ 0, a empresa ganhar um retorno maior que seu

    custo de capital. Tal ao deve aumentar o valor de mercado da empresa e,

    portanto, a riqueza de seus proprietrios.

    Por exemplo, vamos considerar trs projetos mutuamente excludentes, envolvendo:

    a) Reforma de uma mquina atual;

    b) Troca do equipamento;c) Compra de uma nova linha

    Com base no VPL, qual seria a melhor opo para uma empresa que capaz

    de captar o volume de recursos que desejar a um custo de 18% a.a.? Para tanto,

    iremos considerar as seguintes informaes referentes aos fluxos de caixa iniciais e

    futuros para cada uma dessas trs alternativas excludentes.

    Ano Reforma da

    mquina atual

    Troca do

    equipamento

    Compra de uma

    nova linha

    0 (285.000,00) (680.000,00) (1.500.000,00)1 85.000,00 180.000,00 400.000,00

    2 55.000,00 150.000,00 450.000,00

    3 65.000,00 130.000,00 300.000,00

    4 75.000,00 130.000,00 250.000,00

    5 80.000,00 150.000,00 350.000,00

    6 85.000,00 230.000,00 400.000,00

    7 95.000,00 250.000,00 550.000,00

    8 85.000,00 270.000,00 500.000,00

    Fonte: Bruni e Fama (2003, pg 184)

    Considerando o investimento inicial na anlise e calculando o VPL para cada

    uma das alternativas, os resultados encontrados podem ser vistos na tabela

    seguinte:

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    Parmetro Reforma da

    mquina atual

    Troca do

    equipamento

    Compra de

    uma nova linha

    VPL 23.671,00 27.522,00 80.541,00

    Fonte: Bruni e Fama (2003, pg 185)Caso a empresa resolva escolher um dos projetos com base no mtodo do

    VPL, deveria optar pelo que fornecesse o maior VPL. Nesse caso, a escolha deveria

    ser feita na opo da compra de uma nova linha de produo.

    3.5.2 Principais caractersticas do mtodo VPL

    - Identifica se h aumento ou no do valor da empresa;

    - Analisa todos os fluxos de caixa do projeto;

    - Permite a adio de todos os fluxos de caixa na data zero;- Considera o custo de capital;

    - Permite incluir o risco no custo de capital.

    A principal dificuldade da utilizao deste mtodo consiste na definio da

    taxa de atratividade do mercado - custo de oportunidade do capital -, principalmente

    quando o fluxo muito longo.

    Embora exista certa unanimidade dentre os especialistas na rea de finanas

    em reconhecer o mtodo do VPL como a metodologia mais adequada para anlise

    de investimentos, existem outros mtodos alternativos, como so descritosbrevemente a seguir.

    3.6 Taxa interna de retorno (TIR)

    A TIR representa a Taxa Interna de Retorno de um projeto de investimento.

    Seu raciocnio bsico de que se procura obter uma taxa para sintetizar os mritos

    de um projeto. Essa taxa no depende do que ocorre no mercado de capitais. por

    esse motivo que chamada de taxa interna de retorno; a taxa interna ou intrnseca

    ao projeto e no depende de mais nada, a no ser dos fluxos de caixa do projeto.

    Em geral, a TIR a taxa que faz com que o VPL do projeto seja nulo. Ou seja:

    VPLFC

    (1 k)0

    j

    jj 0

    n

    ; onde: k taxa interna de retorno (TIR).

    Por outro lado, como j dito anteriormente, tem-se a taxa de retorno esperada

    ou taxa de desconto apropriada. Essa taxa desejada pelo investidores, tambm

    chamada de Taxa de Mnima Atratividade, com j foi dito anteriormente. A TMA pode

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    32

    ser interpretada como sendo a menor rentabilidade aceita pelos investidores para

    realizar um dado projeto. De posse dessas duas taxas, pode-se tomar decises pelo

    Mtodo da Taxa Interna de Retorno.

    Critrio de deciso:

    Se o problema de deciso for do tipo aceita ou rejeita um projeto, o critrio

    ser:

    1) TIR TMA projeto aceito, pois a taxa de retorno maior do que a taxa

    desejada;

    2) TIR TMA projeto rejeitado, pois a taxa de retorno menor do que a taxa

    desejada;

    3) TIR TMA projeto aceito, pois a taxa de retorno igual taxa desejada

    Tomamos como exemplo uma empresa que deve estar disposta a aceitar ou

    rejeitar o projeto, caso a taxa de desconto seja de 10%. Dever aceitar o projeto, se

    a taxa de desconto for inferior a 10%. A empresa dever rejeitar o projeto se estiver

    acima de 10%. Partindo pelo enfoque da TIR, a regra geral de investimentos clara:

    Aceitar o projeto se a TIR for superior taxa de desconto (>10%). Rejeitar o projeto

    se a TIR for inferior taxa de desconto (

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    33

    anlise fluxos incrementais requer que os projetos sejam ordenados conforme a

    escala do investimento inicial do menor para o maior projeto.

    De um modo geral, no processo de comparao e escolha de projetos de

    investimento com base na Taxa Interna de Retorno devem ser analisados os fluxos

    incrementais, decorrentes do aumento gradual da escala do investimento inicial. A

    TIR do fluxo incremental deve, ento, ser comparada com o custo de capital da

    empresa. Sempre que a TIR do fluxo adicional for maior, deve-se aceitar esse

    investimento incremental. Logo, o projeto de maior escala dos dois analisados

    superior, devendo ser selecionado em detrimento do de menor escala.

    A seguir, so comparados dois a dois, do menor para o maior projeto em

    escala de investimento inicial. Por exemplo, ao deixar de optar pelo investimento na

    reforma da mquina atual no valor de R$ 285.000,00 e decidir pelo investimento natroca do equipamento no valor de R$ 680.000,00, a empresa deveria dispender o

    montante incremental de R$ 395.000,00. Se esse investimento adicional pode

    aparentar ser um fato desagradvel, por outro lado ele permite obter uma srie de

    fluxos futuros incrementais. No ano 1, o incremento no fluxo de caixa seria igual a

    R$ 95.000,00 diferena entre o fluxo previsto na opo de troca e o previsto na

    opo de reforma.

    Ano Fluxo Incremental:

    Troca - Reforma

    0 (395.000,00)

    1 95.000,00

    2 95.000,00

    3 65.000,00

    4 55.000,00

    5 70.000,00

    6 145.000,00

    7 155.000,008 185.000,00

    Fonte: Bruni e Fama (2003, pg 186)

    Calculando o VPL e a TIR do incremento encontram-se os valores R$

    3.851,00 e 18,28% a.a. Como o VPL foi maior que zero e a TIR foi superior ao custo

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    34

    de capital (18%), estes parmetros indicam que o incremento deveria ser aceito.

    Logo, seria vlido gastar R$ 395.000,00 a mais e optar pela troca do equipamento

    ao invs da reforma da linha.

    Continuando o raciocnio, deveria ser analisada a perspectiva do investimento

    incremental do valor de R$ 820.000,00, correspondente ao ato de deixar de investir

    R$ 680.000,00 na troca do equipamento e optar pela aplicao de R$ 1.500.000,00

    na compra de uma nova linha.

    Ano Fluxo Incremental:

    Compra - Troca

    0 (820.000,00)

    1 220.000,00

    2 300.000,003 170.000,00

    4 120.000,00

    5 200.000,00

    6 170.000,00

    7 300.000,00

    8 230.000,00

    Fonte: Bruni e Fama (2003, pg 187)

    A TIR e o VPL do novo fluxo incremental foram respectivamente iguais a

    20,10 a.a. e R$ 53.019,00. Como a TIR foi maior que o custo de capital (18% a.a.) e

    o VPL foi maior que zero, o incremento seria financeiramente vlido. Logo, o melhor

    projeto seria a compra de uma linha nova resultado obtido mediante a aplicao do

    mtodo do VPL e da TIR.

    Note que a escolha do projeto de maior TIR seria a reforma da mquina atual,

    que apresentou uma TIR igual a 21% a.a. Pior opo, mediante a aplicao do

    mtodo VPL e da TIR com base nos fluxos incrementais. importante destacar,

    mais uma vez, que TIRs de projetos diferentes no podem ser comparadas.

    3.6.1 Qualidades da TIR

    Uma das importncias da TIR de atender a uma necessidade que no

    atendida pelo VPL. Alguns profissionais parecem desejar uma regra que sintetize as

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    informaes a respeito de um projeto numa nica taxa de retorno. Essa taxa nica

    oferece a esses investidores uma maneira simples de discutir projetos. Por exemplo,

    um administrador de uma empresa poderia dizer a outro: A reforma da ala de

    escritrios tem uma TIR de 20%.

    No entanto, as empresas que adotam o enfoque da TIR devem reconhecer

    suas deficincias. Por exemplo, as empresas freqentemente impem que as

    projees de fluxos iniciais sejam negativas e os fluxos subseqentes sejam

    positivos. Em tais condies, portanto, talvez a capacidade do enfoque da TIR de

    representar um projeto de investimento complexo num nico e a facilidade de

    comunicar esse nmero possam justificar a utilizao do mtodo da TIR.

    3.6.2 Cuidados com o enfoque da TIR apresentado agora, alguns cuidados gerais, como o enfoque da TIR, que

    afetam tanto projetos independentes quanto projetos mutuamente excludentes:

    - Investimento ou financiamento? considerando-se hipoteticamente para uma

    empresa que faz um desembolso com o projeto A, mas tem um recebimento inicial

    no projeto B, diz-se que o projeto A do tipo investimento, enquanto o projeto B do

    tipo financiamento. Projetos do tipo investimento so mais comuns. Mas em projetos

    do tipo financiamento, deve existir o cuidado de inverter a regra geral do critrio

    definido pela TIR, ou seja, Se o investimento for se realizar com recursos deterceiros, o critrio da TIR funciona de maneira inversa, ou seja, espera-se que a TIR

    deve ser mais baixa do que o custo de oportunidade, ou Taxa de Mnima

    Atratividade.

    - Mais de uma taxa de retorno Normalmente acontece quando os fluxos de

    caixas apresentam duas mudanas de sinal ou reverses de caixa. Os projetos

    financiados por esquemas de arrendamento tambm produzem fluxos de caixa

    negativos seguidos por fluxos positivos. Nestes casos, comum verificar que o

    projeto no tem apenas uma, mas duas TIR, iguais a 10% e 20% por exemplo. Numcaso como este, a TIR no faz sentido algum. Que TIR deve ser usada, 10% ou

    20%? Como no h um bom motivo para escolher uma ou outra, a TIR

    simplesmente no pode ser usada neste caso. Como regra geral, somente poder

    obter mais de uma TIR quando alguns fluxos de caixa depois do primeiro so

    positivos e outros so negativos.

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    - Um outro cuidado com o uso da TIR acontece nos casos onde tm-se

    diferenas de escalas nos fluxos de caixa. Ou seja, diante duas oportunidades

    mutuamente excludentes o investidor ao usar a TIR como critrio, poder deixar de

    ganhar mais dinheiro em termos absolutos, por ser atrado por uma taxa maior de

    retorno sem o mesmo retorno absoluto. Neste caso a tcnica do VPL seria mais

    adequada no critrio da deciso. No entanto, pode ser tambm utilizado a tcnica da

    TIR incremental para justificar os investimentos em projetos que a princpio tinham

    uma menor taxa de desconto.

    3.6.3 Calculando a TIR

    O clculo real manual da TIR no uma tarefa fcil. Envolve uma tcnica

    sofisticada de tentativa e erro. Felizmente, calculadoras financeiras ou planilhas

    eletrnicas tm uma funo de TIR pr-programada que pode ser usada parasimplificar o seu clculo. Com essas ferramentas da informtica, basta voc inserir

    todos os fluxos de caixa, como feito para calcular o VPL, e pressionar TIR para

    encontrar a taxa interna de retorno. Softwares de computador, incluindo planilhas,

    tambm esto disponveis para simplificar esses clculos.

    3.6.4 Conflito entre TIR e VPL, e o Ponto de Inflexo de Fischer, para projetos

    mutuamente excludentes

    Casos especiais em anlise de investimentos, podem ocasionar o que

    chamamos de Conflito entre TIR e VPL. Isso acontece quando esses diferentescritrios selecionam projetos diferentes.

    Ver por exemplo, a anlise dos projetos mutuamente excludentes,

    denominados A e B, com fluxos de caixa apresentados na tabela seguinte. Para

    tanto, iremos considerar que o custo de capital da empresa igual a 8% ao ano.

    Ano Projeto A Projeto B

    0 (36,00) (180,00)

    1 30,00 54,00

    2 36,00 63,003 45,00 75,00

    4 27,00 84,00

    5 27,00 96,00

    6 30,00 105,00

    Fonte: Bruni e Fama (2003, pg 188)

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    Considerando os fluxos de caixa dos projetos A e B, demonstrados acima,

    calcula-se o VPL e a TIR desses dois projetos de investimento:

    Fonte: Bruni e Fama (2003, pg 188)

    Por esses valores encontrados, para VPL e TIR dos projetos A e B, verifica-se

    a preferncia pelo projeto B, que forneceu maior valor de VPL. Por outro lado,

    verifica-se que a TIR do projeto A maior que a do projeto B, sugerindo a escolha

    do projeto A, em detrimento de B. Nesse caso, encontra-se o denominado conflito

    entre TIR e VPL.Uma forma para resolver o conflito existente, calculando o fluxo incremental

    desses projetos de investimentos, da seguinte forma:

    Ano Fluxo Incremental

    0 (144,00)

    1 24,00

    2 27,00

    3 30,00

    4 57,005 69,00

    6 75,00

    VPL 61,31

    TIR 18,3%

    Fonte: Bruni e Fama (2003, pg 189)

    Nessa situao, chega-se a concluso que a anlise com base no mtodo

    VPL comprovada pelo mtodo da TIR, mediante o clculo do fluxo incremental.

    Como TIR incremental (18,3%) foi superior ao custo de capital (8%), possvel

    determinar a preferncia do Projeto B. A TIR do fluxo incremental corresponde ao

    ponto de inflexo da deciso em relao ao custo de capital. Para valores do custo

    de capital inferiores a 18,3% a.a., o projeto preferido deveria ser o B. Porm, para

    Projeto A Projeto B

    VPL 115,49 VPL 176,80

    TIR 90,3% TIR 32,3%

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    um custo de capital superior a 18,3% a.a. ocorreria uma inflexo da deciso o

    projeto preferido passaria a ser o A.

    Verifica-se, ento, que pela TIR escolhemos o projeto A e pelo VPL,

    escolhemos o projeto B, ambos considerando a mesma Taxa de Mnima Atratividade

    (TMA), de 8%.

    Nesta situao, qual o projeto ser o escolhido?

    Diferentes critrios selecionam projetos diferentes, assim, o grfico abaixo

    apresenta um possvel mtodo para resolver o conflito existente:

    De um modo geral, tm-se que:

    Se TMA < Pf, o projeto B seria superior;

    Se TMA > Pf, o projeto A seria preferido em detrimento de A.

    A taxa (i), Pf, representa o ponto de encontro entre o VPL de A e de B.

    Portanto, denominado como Ponto de Fisher. O Ponto de Fischer estabelece um

    novo limite (Pf) para a variabilidade da TMA. Essa informao melhora a percepo

    VPL

    i

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    de risco destes dois projetos, isto , o projeto B s superior ao Projeto A, para

    TMAs inferiores a Pf.

    3.7 Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE) ou Valor Presente Lquido Anual

    (VPLa)

    Esse mtodo consiste em achar a srie uniforme anual equivalente ao fluxo

    de caixa dos investimentos Taxa de Mnima Atratividade (TMA), ou seja, acha-se a

    srie uniforme equivalente a todos os custos e receitas para cada projeto utilizando-

    se a TMA. O melhor projeto aquele que tiver o maior saldo positivo.

    Sua frmula geral representada da seguinte maneira:

    PMT

    niAP

    IVAUE

    ;;/

    0

    Em que:

    VAUE = Valor Anual Uniforme Equivalente

    0I = Investimento inicial

    niAP ;;/ =

    nn

    ii

    i

    1

    11= Fator de Atualizao de uma srie de pagamentos

    constantes

    PMT= Valor dos pagamentos ou dos recebimentos constantes esperados durante a

    vida econmica do projeto.Alternativamente o Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE) ainda pode ser

    denominado como o Valor Presente Lquido Anualizado (VPLa), que nesse caso,

    representado da forma seguinte:

    niAPVPL

    VPLa;;/

    =

    n

    n

    ii

    i

    VPLVPLa

    1

    11=>

    11

    1.

    n

    n

    i

    iiVPLVPLa

    Tanto o VAUE quanto o VPLa permitem encontrar os mesmos resultados.

    Exemplo (Casarotto Filho & Kopittke, 2008) : Uma empresa dispe de R$ 18.000,0 e

    conta com duas alternativas de investimento em um tipo de equipamento industrial:

    - Equipamento de Marca A: exige um investimento inicial de R$ 14.000,00 e

    proporciona um saldo lquido anual de R$ 5.000,00 por sete anos.

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    - Equipamento de Marca B: investimento inicial de R$ 18.000,00 e saldo lquido de

    R$ 6.500,00 por sete anos.

    Calcule qual a alternativa mais econmica, sabendo que a Taxa Mnima de

    Atratividade da Empresa de 30% ao ano.

    Soluo:

    Alternativa A: Considerando-se negativos os desembolsos de dinheiro e positivas as

    entradas, o Valor Anual Equivalente da alternativa A :

    VAUEA = -14.000/(P/A; 0,3;7) + 5.000

    VAUEA = -14.000/(2,802112) +5.000

    VAUEA = -4.996,23 +5.000 = 3,77

    O clculo do VAUE consiste em determinar o que renderia o capital

    empregado taxa mnima de atratividade e subtrair este valor, no caso 4.996,23,dos saldos lquidos anuais. A alternativa A , portanto, economicamente vivel, pois

    o capital empregado rende 30% a.a. mais um saldo lquido anual de R$ 3,77.

    Alternativa: De forma anloga a alternativa A, tm-se que:

    VAUEB = -18.000/(P/A; 0,3;7) + 6.500

    VAUEB = -18.000/(2,802112) + 6.500 => 76,27

    Dessa forma, percebe-se que a alternativa B mais vivel do que a

    alternativa A, pois apresenta um VAUE maior.

    Perceba-se que a escolha do projeto A ou B, envolve operaes de entradas

    de caixa para a empresa, PMTs positivos, o que significa que o projeto que

    apresentar maior VAUE ser melhor recomendado em detrimento do que apresentar

    um VAUE menor. No entanto, quando a escolha envolve operaes de sadas de

    caixa, o critrio de deciso aplicado por uma tica inversa. Nesse caso, o projeto

    melhor recomendado seria o de menor VAUE, pois consequentemente esse

    indicador iria propor o projeto que apresenta um menor custo para a empresa.Vejamos outro exemplo que ilustra o exposto acima:

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    Exemplo: Samanez (2002) Qual dos equipamentos, X ou Y, mais adequado para

    realizar uma determinada operao? Considere uma TMA de 10% a.a.

    Equipamento Custo inicial Custo operacional/ano Vida til

    X R$ 12 R$ 2,5 3 anosY R$ 32 R$ 2,0 8 anos

    Soluo

    Alternativa X: Clculo do Custo Anual Uniforme Equivalente (CAUE)

    CAUEX= Custo Inicial / (P/A; i;n) + Custo operacional/ano

    CAUEX= R$ 12/2,486852 + 2,5 = R$ 7,33/ano

    Alternativa Y: Clculo do Custo Anual Uniforme Equivalente (CAUE)CAUEY= Custo Inicial / (P/A; i;n) + Custo operacional/ano

    CAUEX= R$ 32/5,33493 + 2,0 = R$ 8,0/ano

    Como CAUEX < CAUEY => selecionamos o projeto X, pois possui o menor

    custo anual uniforme equivalente.

    Observe que neste exemplo o mtodo foi chamado de Custo Anual Uniforme

    Equivalente (CAUE), pois os clculos foram realizados em funo de sadas de caixa

    e no de entradas de caixa. Na anlise econmica de projetos de investimentos

    muitas vezes mais adequado avaliar o projeto em termos de sadas de caixa. Porexemplo, se o problema for selecionar entre dois projetos referentes instalao de

    um sistema de ar-condicionado, e a nica diferena entre os dois projetos seja no

    tipo de combustvel usado pelo gerador, gs natural ou energia eltrica, mais fcil

    fazermos um levantamento das sadas de caixa do que as entradas de caixa, pois

    seria difcil traduzir monetariamente os benefcios trazidos pelo projeto (aumento da

    produtividade do pessoal devido instalao do sistema de ar-condicionado,

    satisfao geral dos empregados, etc.)

    O uso do mtodo do custo equivalente anual amplamente adotado nas

    decises financeiras, citando-se principalmente aquelas envolvendo comprar ou

    arrendar, alternativas com diferentes vidas teis, reposio de ativos, entre outras.

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    3.8 Vidas diferentes nas decises de investimentos

    Para ilustrar os efeitos de diferentes vidas estimadas dos ativos sobre as

    decises de investimentos, admita que uma empresa esteja avaliando trocar duas

    mquinas velhas por uma nova, com maior agregao tecnolgica. As informaes

    bsicas dos ativos so apresentadas a seguir: (Fonte: Assaf Neto, 2008)

    Mquinas Usadas

    - Valor Contbil Lquido (descontada a depreciao): R$ 90.000,00

    - Vida til estimada: 3 anos

    - Custos Operacionais: R$ 450.000/ano

    - No se prev valor residual dessas mquinas ao final da vida til

    Mquinas Novas

    - Valor total de aquisio: R$ 580.000,00- Vida til estimada: 5 anos

    - Custos operacionais: R$ 250.000/ano

    - Estima um valor residual na ordem de R$ 50.000,00 no final de sua vida til

    A empresa adota a depreciao linear para seus ativos fixos. A taxa de desconto

    para esta deciso de investimento de 12% ao ano.

    Pede-se calcular:

    a) Custo equivalente anual das duas mquinas usadas.Soluo:

    CAUE=R$ 90.000,00/ (P/A; 12%; 3) + R$ 450.000

    CAUE=R$ 37.471,40 + R$ 450.000,00 = R$ 487.471,40/ano

    b) Custo equivalente anual da mquina nova sem os efeitos fiscais.

    Soluo:

    CAUE= R$ 580.000,00/ (P/A; 12%; 5) - R$ 50.000,00 (F/A; 12%; 5) + 250.000,00

    CAUE = R$ 403.027,10/ano

    c) Comparao entre os custos equivalentesCAUE = CAUE (Mquina Nova) CAUE (Mquina Usada)

    CAUE = R$ 403.027,10 R$ 487.471,40 => (R$ 84.444.30)

    O Custo Equivalente Anual (CAUE) de adquirir uma mquina nova R$

    84.444,30, maior que o das duas mquinas usadas.

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    A deciso de substituio de duas mquinas antigas por uma nova envolve,

    no exemplo acima, duraes diferentes; as mquinas usadas tm a vida prevista de

    3 anos e a nova, de 5 anos. Assim, o custo de R$ 487.471,40/ano das mquinas

    usadas equivale a sua utilizao por 3 anos, e o custo de R$ 403.027,10/ano da

    mquina nova equivale a 5 anos de durao.

    Um enfoque geralmente usado para essa situao o de admitir que o custo

    equivalente anual calculado para cada deciso se repita indeterminadamente,

    mantendo-se o uso das mquinas por um tempo indefinido. Em outras palavras, as

    opes de compra podem ser repetidas ao mesmo custo por um tempo bastante

    longo. Mantida essa hiptese, os valores podem ser comparados e tomada a

    deciso de escolha da alternativa de mais baixo custo equivalente anual.

    Uma limitao desse enfoque, mais simplificado a possibilidade desurgimento no futuro de um maquinrio mais eficiente, bem diferente dos atuais,

    trazendo relevantes alteraes nos fluxos de caixa da empresa. Nesse caso de

    possvel substituio futura dos ativos, deve a empresa incorporar em seus clculos

    os novos resultados esperados.

    3.9 Consideraes a respeito dos mtodos determinsticos de avaliao de

    investimentos de capital

    Nem todas as empresas usam procedimentos de avaliao de investimentosbaseados em fluxos de caixa descontados. Algumas utilizam o mtodo do payback,

    e outras usam o mtodo da taxa de retorno contbil. Em sua maioria, os estudos a

    respeito constatam que a tcnica mais freqentemente adotada nas avaliaes de

    investimentos, nas empresas de grande porte, a taxa de interna de retorno, ou

    valor presente lquido, ou alguma combinao dessas duas tcnicas.

    O uso de tcnicas quantitativas varia de setor para setor. Como possvel

    imaginar, as empresas que conseguem prever com maior preciso os fluxos de

    caixa tendem mais a usar o VPL. Por exemplo, a estimao de fluxos de caixa emcertos segmentos do ramo petrolfero bastante vivel. Por causa disso, as

    empresas do setor de energia foram as primeiras a usar a anlise do VPL. Ao

    contrrio, muito difcil projetar os fluxos de caixa na produo de pelculas

    cinematogrficas. Por causa disso, a anlise de VPL pode no ser a mais adequada

    para empresas ligadas a empreendimentos relacionados a estdios

    cinematogrficos.

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    4. Efeitos da depreciao, financiamento e imposto de renda em projetos deinvestimentos

    4.1 Noes gerais

    Antes de verificar os efeitos da depreciao, financiamento e imposto derenda sobre os resultados dos projetos de investimentos, torna-se importante

    conhecer uma noo bsica sobre a diferena que envolve resultados de natureza

    contbil e natureza financeira.

    Por exemplo, o lucro basicamente a diferena entre receitas e despesas,

    enquanto o que realmente interessa nos problemas de anlise de investimentos o

    fluxo de caixa real.

    Por isso, devem-se comentar alguns fatores que apresentam caractersticas

    especiais: a depreciao, por exemplo, uma despesa no correspondida por sadade caixa; a amortizao de financiamentos sada de caixa, mas no despesa;

    vendas a prazo podem representar receitas num perodo, mas entradas de caixa em

    outro.

    Estes fatores influiro substancialmente na anlise por seu efeito sobre o

    imposto de renda e, principalmente, por afetarem de forma diferente a anlise de

    lucro e a anlise de fluxo de caixa de um determinado projeto.

    A seguir, so apresentadas maneiras de verificar o impacto de valores como

    depreciao, imposto de renda e financiamentos sobre a avaliao de projetos de

    investimentos.

    4.2 Depreciao e Imposto de Renda relao com projetos de investimentos

    A depreciao contabilmente definida como a despesa equivalente perda

    de valor de determinado bem, seja por deteriorao ou obsolescncia. No um

    desembolso, porm uma despesa e, como tal, pode ser abatida das receitas,

    diminuindo o lucro tributvel e, consequentemente, o imposto de renda, este sim umdesembolso real, e como efeitos sobre o fluxo de caixa.

    A legislao fiscal adota certos parmetros, caso contrrio todos iriam querer

    depreciar seus bens no menor tempo possvel, beneficiando-se o quanto antes dos

    efeitos fiscais. Por isso, a legislao brasileira (segundo Casarotto Filho & Koppittke

    2008) permite que prdios sejam depreciados linearmente em 25 anos,

    equipamentos em dez anos e veculos em cinco anos. Eventualmente, estes prazos

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    podem diminuir se justificada uma utilizao mais dura. A instalao dos

    equipamentos normalmente lanada como despesa.

    A tabela abaixo apresenta alguns bens e a taxa anual de depreciao

    permitida pela legislao brasileira.

    Bem Taxa anual

    Caminhes Off Road 25%

    Veculos de passageiros ou de carga 20%

    Computadores e Perifricos 20%

    Mveis e Utenslios 10%

    Maquinrios 10%

    Chatas e Rebocadores 5%Edifcios e Construes 4%

    Lhoret, Larcio. Depreciao: uma estratgia para se manter a competitividade.

    UFPR, 1994. Tese (mestrado), apudSouza & Clemente 2004.

    A depreciao de um equipamento pode acontecer quer por desgaste fsico,

    quer por obsolescncia tecnolgica. Atualmente, a obsolescncia tecnolgica tem

    levado as empresas a questionarem as taxas definidas pela legislao brasileira, o

    mtodo de depreciao linear largamente em uso e a base (valor histrico versusvalor de reposio) sobre a qual deva incidir a taxa de depreciao.

    Com relao ao imposto de renda uma forma de imposto incidente sobre o

    lucro das corporaes. No caso brasileiro um percent