curso investimentos e analise de ações1

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  • 8/15/2019 Curso investimentos e analise de aes1

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    ESTOPE: sua garantia de sobrevivncia no mercado

    Apesar deste assunto precisar de poucas linhas para ser explicado, as implicaes que carrega consigomereceriam um curso ou um livro inteiro.

    Estope, da palavra inglesa stop, significa parar. Na anlise grfica, um nvel de preo ou valor que, quandoalcanado, revela que a estratgia operacional utilizada numa operao de compra ou venda est saindo forado previsto e deve ser interrompida. O objetivo do seu uso, num primeiro momento resguardar seu capital,com uma pequena perda, para que possa voltar ao mercado num outro momento que julgue adequado. Numsegundo momento, se a sua operao inicial estiver evoluindo favoravelmente, sua funo passa a ser a deproteger uma parte dos lucros auferidos at aquele momento. Estas so as suas aplicaes mais comuns.

    Algumas vezes tambm utilizado para iniciar uma operao. Imagine que tivesse preparado uma estratgiapara comprar/vender um determinado ativo e que a condio de compra/venda implicasse naultrapassagem/penetrao da mxima/mnima da barra do dia anterior1. Voc pode deixar esta ordem com oseu corretor e ele vai acompanhando o mercado diariamente at que a condio seja atingida e a ordemexecutada, ou voc pode cancel-la antes da sua execuo. Nas bolsas americanas, uma ordem de compradeste tipo chamada de trailing buy-stop technique e a de venda trailing sell-stop technique.

    O que nos importa, entretanto so as duas primeiras. Esta ltima apenas uma tcnica de entrada no mercado.Acredito que a maioria de vocs que j operaram, j sentiu na mente e no bolso o que fazer uma investida nomercado e depois ficar vendo seu capital se evaporar, na maioria das vezes inertes, congelados como se dizna gria do mercado. Dependendo do mercado que estiver operando, um engano deste tipo pode lhe deixarcompletamente travado e muito tempo ter que passar at que tenha o seu capital de volta. Em outros casosmais extremos, pode consumir todo seu capital e ainda deix-lo endividado j vi muitos assim, inclusive fui umdeles!

    Quando voc um principiante, isto ocorre por ignorncia! Quando toma cincia de que pode utiliz-lo e no ofaz, indisciplina!

    Em teoria, parece fcil adotar a postura de colocar um estope e cumpri-lo. Na prtica, no to fcil assim.Relutamos em reconhecer quando estamos errados, principalmente porque quando acontece, j estamosperdendo algum dinheiro e fica sempre a esperana de que o mercado possa retomar a direo da nossaoperao e recuperarmos o dinheiro que estamos perdendo naquele momento. No sei por que razo, talvezporque os principiantes geralmente ingressem no mercado prximo do final de um ciclo de alta, motivados pelamdia, as primeiras operaes acabam dando certas, isto , ocorre um prejuzo inicial e alguns dias depois omercado volta a subir e fica tudo em ordem. Mas, s uma questo de tempo! Daqui a pouco, j mudou suaposio e, subitamente, quando se d conta, o lucro da primeira operao j foi para o espao, o prejuzo jest enorme e s lhe resta rezar.

    Desnecessrio dizer, mas este tipo de coisa s acontece devido ao desconhecimento que temos sobre otabuleiro do jpgo e o funcionamento do mercado. Se voc no tem uma idia sobre onde est, no sabe paraonde ir! mais ou menos como navegar tendo como referncia s estrelas ou navegar usando uma bssola eum sextante. Um intui e outro tem certeza!

    Apesar da importncia, tambm no pretendo me alongar muito. Mais adiante, quando estivermos trabalhandona metodologia operacional, este assunto ser visto cuidadosamente. Por ora, fixe o seguinte:

    Estope de entrada ou inicial: um nvel de interrupo do prejuzo quando uma estratgia operacionalpreviamente definida e concretizada no evolui conforme esperado.

    Estope de proteo (dos lucros): depois que tiver iniciado uma operao, se ela seguir evoluindo dentro doesperado, o estope de entrada deve ser deslocado, assim que for possvel, para um valor na mesma direo dasua operao, que lhe permita sair com algum lucro, ainda que o mercado comece a se movimentar na direocontrria sua operao.

    1 Estas estratgias sero explicadas adiante.

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    IntroduoNos anos iniciais da minha atividade burstil achava que o sobe desce dos preos das aesestavam diretamente relacionados com os seus fundamentos. O fato de uma empresa mostrar bonsresultados e sinalizar uma trajetria futura favorvel deveria se refletir numa subida dos preos e vice-versa. No mundo real, entretanto, muitas vezes a coisa no funcionava assim.

    Na busca de uma resposta, a minha viso sobre o mercado de aes comeou a mudar em 1984,quando tive a oportunidade de ler o livro de Joseph Granville intitulado GRANVILLES New Strategyof Daily Stock Market Timing for Maximum Profit2. Ao trmino da leitura da primeira pgina, j haviacomeado a ver o mercado por um outro prisma. De fato, logo na primeira frase percebi que havia

    algo novo quando li que O mercado de aes um jogo. Todas as referncias sobre a situao dosnegcios, lucros das empresas, liquidez, taxas de juros, etc. so estratgias do mercado para criararmadilhas aos jogadores que ficam atentos a esses fatores, freqentemente estranhos, ilusrios,sobre o que o mercado est preste a fazer. Foi um curto-circuito nas minhas crenas!

    Decidi, ento, estudar anlise tcnica. Na falta de literatura em portugus comecei a comprar livrosamericanos e, aos poucos, fui me auto-educando. Comecei pelo livro do Murphy3, uma obra bastanteabrangente e de leitura muito fcil. Sendo um tipo de enciclopdia sobre anlise tcnica, tomeicontato com uma srie de teorias e ferramentas que, salvo as tcnicas do Ponto-Figura e a do ndicede Fora Relativa, nunca ouvira falar. Depois, aos poucos, fui importando livros especficos sobre osprincipais temas que conheci na obra do Murphy.

    Meu processo de aprendizado durou cerca de dez anos, durante os quais, tudo o que assimilei foiposto em prtica. Tentava um mtodo e no dava certo. Tentava um novo e o resultado se repetia.Assim foi ao longo daqueles anos... Uma seqncia de tentativas frustradas.

    No culpo os mtodos nem as tcnicas por estes desastres sucessivos. Certamente, a culpa foiminha. Hoje, quando olho para trs, percebo que meu erro bsico foi de postura. No me lembro,realmente, se em algum dos livros sobre os quais me debrucei, li alguma coisa sobre seguir omercado colocado de maneira enftica. At onde me lembro, todas as teorias e tcnicas que aprendiestavam dirigidas para antecipar o que o mercado iria fazer, melhor dizendo, para prognosticar omovimento do preo antes que ele ocorresse. Tudo estava direcionado para formar uma opiniosobre o mercado. Outro aspecto que gerou muita confuso foi o conhecimento e o uso de muitasferramentas em busca de uma harmonia. Nunca encontrei esta harmonia, quando um indicador dizia

    pau o outro dizia pedra. Mas, fcil de entender o porque dessa falta de sintonia.

    Basicamente, existem dois tipos de indicadores: os rastreadores de tendncia (o MACD, MovimentoDirecional, o Parablico, as Mdias Mveis, etc.) e os osciladores (o FR, o Estocstico, o Momento,o William %, etc.). Como cada um deles construdo com lgicas diferentes e seus autoresrecomendam que sejam usados com determinados defaults, rastreiam e oscilam em temposdiferentes. Assim, enquanto um oscilador pode estar sobrecomprado, no mesmo instante um outropode estar sobrevendido. Ento, qual o que est certo? Em qual se pode confiar? Qual aperiodicidade ideal? O mesmo vale para os rastreadores. O MACD j pode ter sinalizado compra

    2Nota do autor: em 1986, lancei a traduo desta obra em portugus com o ttulo de Timing A Nova Estratgia Diria de

    Maximizao dos Lucros no Mercado de Aes.3 John J. Murphy Technical Analysis of the Futures Markets

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    enquanto o Movimento Direcional ainda no. Se esperar que ambos entrem em sintonia, pode sertarde para um deles. Enfim, convivi durante anos com estes e outros tipos de problemas, sobre osquais no vejo necessidade de me alongar.

    Aps muitos anos marcando meus grficos manualmente com lpis e papel apropriado, j tinhaadquirido uma grande intimidade com a anlise grfica. Sabia definir os nveis de suporte eresistncia, bem como, traar as linhas de tendncia significativas com perfeio. Apesar disso, noera por a que tomava as minhas decises, ou melhor, o grfico era determinante apenas quandoconseguia identificar um padro de reverso ou de continuao, sem dar a devida importncia teoria de Dow. Preferia avaliar o mercado atravs das teorias e ferramentas usando o grfico apenaspara determinar o ponto de entrada.

    A primeira vez que ouvi falar em Simetria foi em 1994, quando acidentalmente, tive a felicidade detomar contato com o livro The Adam Theory of Markets or What Matters is Profit escrito por WellesWilder Jr. Naquela poca, j havia notado nos meus grficos uma tendncia a repetio, no sentidoinverso, toda vez que um movimento se invertia. Melhor dizendo, notava que a maioria dos grficostinham uma propenso a formarem topos e fundos em forma de V ou de V invertido. Entretanto,

    no sabia o que fazer com aquilo, nem como tirar algum proveito em termos operacionais. Ao ler olivro descobri que aquilo que eu apenas via como uma coincidncia, tinha servido de base para umanova abordagem grfica, transformado numa nova teoria denominada de Adam Theory4 ou mtododa Reflexo Dupla. E mais ainda, sabia agora o que procurar nos grficos!

    Depois de experimentar esta tcnica durante um tempo, desenvolvi uma variante que denominei deSimetria Sanfonada, de onde se originou este curso. Extremamente simples na sua aplicao, mais fcil ainda nos seus critrios de compra e venda. Alm disso, quase no necessita deindicadores complementares, apenas ndices setoriais para dar uma idia geral dos diferentescenrios do mercado. Embora a Bovespa no dispusesse de ndices setoriais para todos os setores,o uso da linha de avano e declnio me permitiu desenvolver ndices para todos os setores de ummodo bem simples e totalmente confivel, como veremos mais adiante.

    Este curso, embora muito simples, em tese no deveria ser para leigos. Seria preciso que j tivessealgum conhecimento prvio, principalmente de anlise grfica. Como no tem, decidi ministr-lovirtualmente para que no futuro esteja preparado para fazer o meu curso avanado ou qualquer outroque deseja participar.

    Marcio Noronha

    .

    4 A Teoria de Adam

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    O BsicoEste curso foi projetado com o objetivo de prepar-lo para decidir o melhor momento para comprar, vender ou ficar de forade uma ao, utilizando apenas alguns recursos proporcionados pela anlise grfica e umas poucas ferramentascomplementares. Mas, antes de iniciar o curso, ser necessrio que aprenda o que ou representa uma ao e algumasparticularidades sobre elas, pois afinal de contas elas sero o principal objeto deste curso, a nossa ficha de jogo!.

    Aes:

    So ttulos de renda varivel, emitido por sociedades annimas, que representam a menor frao do capital da empresaemitente .

    Podem ser escriturais ou representadas por cautelas ou certificados. O investidor em aes um co-proprietrio dasociedade annima da qual acionista, participando dos seus resultados. As aes so conversveis em dinheiro, aqualquer tempo, pela negociao em bolsas de valores ou no mercado de balco.

    Exemplo:

    Suponha que voc e seus amigos pretendam fazer um investimento para criar um site na Internet voltado para o mercadofinanceiro denominado Aplicar.com e, para tal, desejem criar uma empresa. O valor do investimento a ser efetuado ser ocapital social da empresa.

    Mas, como cada um dos amigos deseja investir valores diferentes resolveu-se dividir o capital por um nmero determinadode unidades iguais. Assim, cada um dos investidores ter um nmero determinado de unidades, representativas daproporo do seu investimento.

    Supondo que o investimento inicial seja de R$100.000,00 dividido em 100 partes iguais, podemos dizer, ento, que cadauma das 100 aes desta empresa vale R$1.000,00, ou que o capital social desta empresa es t representado por 100aes * no valor de R$1.000,00 cada uma.

    Alm disso, imaginando que no futuro as aes dessa empresa sero negociadas na Bolsa de Valores em busca de novosscios e recursos mais baratos do que recorrer ao sistema bancrio em geral, os scios -fundadores decidiram dividir ocapital social da empresa em aes do tipo ordinrias e preferenciais de mesmo valor. Assim, a cada ao ordinriacorresponde uma ao preferencial e o capital social da empresa ficou representado por 50 aes ordinrias e 50 aespreferenciais.

    As aes Ordinrias proporcionam aos seus detentores uma participao nos resultados da empresa e conferem aoacionista o direito de voto em assemblias gerais, portanto conferem direito de mando na empresa.

    As aes Preferenciais garantem ao acionista a prioridade no recebimento de dividendos (geralmente em percentual maiselevado do que o atribudo s aes ordinrias) e no reembolso de capital, no caso de dissoluo da sociedade.

    Capital social: R$100.000,00

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    1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

    1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

    1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

    Cada quadrado interno representa 1/100% do capital social, no casorepresentado por uma ao no valor de R$1.000,00.

    O quadrado externo (o todo, a linha mais espessa), ao lado, representa a100% do capital social da empresa Aplicar.Com, dividido em 100 partes(aes) no valor de R$1.000,00 cada, com 50 aes do tipo ordinria e 50aes do tipo preferencial.

    Aplicar.com

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    Uma vez criada a empresa, suponhamos que tenham sido atendidos junto aos rgos competentes todos os requisitos paraque a ela possa, a partir de agora, ter as suas aes negociadas na Bolsa. A forma de negociao ser por transfernciaescritural. Tambm poderia ser Nominativa. O que distingue uma da outra que as Aes Escriturais no sorepresentadas por cautelas ou certificados, funcionando como uma conta corrente, na qual os valores so lanados a dbitoou a crdito dos acionistas, no havendo movimentao fsica dos documentos, ao passo que as Aes Nominativas socautelas ou certificados que apresentam o nome do acionista, cuja transferncia feita com a entrega da cautela e aaverbao de termo, em livro prprio da sociedade emitente, identificando o novo acionista.

    As aes apresentam uma rentabilidade varivel. Parte dela, composta de dividendos ou participao nos resultados ebenefcios concedidos pela empresa, advm da posse da ao; outra parte advm do eventual ganho de capital na vendada ao.

    Dividendos - A participao nos resultados de uma sociedade feita sob a forma de distribuio de dividendos em dinheiro,em percentual a ser definido na Assemblia Geral Ordinria de Acionistas, de acordo com os resultados obtidos pelaempresa em determinado perodo.

    Bonificao em Aes - Advm do aumento de capital de uma sociedade, mediante a incorporao de reservas e lucros,quando so distribudas gratuitamente novas aes a seus acionistas, em nmero proporcional s j possudas.

    Direitos de Subscrio- o direito de aquisio de novo lote de aes pelos acionistas - com preferncia na subscrio-em quantidade proporcional s possudas, em contrapartida estratgia de aumento de capital da empresa.

    Venda de Direitos de Subscrio - Como no obrigatrio o exerccio de preferncia na subscrio de novas aes, oacionista poder vender a terceiros, em bolsa, os direitos que detm.

    Agora que j tem uma noo do que representa uma ao e de algumas das suas principais caractersticas, podemos seguiradiante.

    Imagine que hoje se dar a estria da ao da Aplicar.Com no prego. Para efeito de acompanhamento registraremos aevoluo dos negcios atravs de um grfico em que o eixo vertical representa uma escala dos preos de negociao e oeixo horizontal a seqncia temporal dos negcios, conforme representado a seguir:

    No final do primeiro dia de negociao, a ao daAplicar.Com registrou 11 negcios na seguinteseqncia de preo:

    Primeiro negcio: 1.000,00

    Segundo negcio: 1.001,00

    Terceiro negcio: 1.000,00

    Quarto negcio: 999,00

    Quinto negcio: 1.000,00

    Sexto negcio: 1.000,00

    Stimo negcio: 1.001,00

    Oitavo negcio: 1.002,00Nono negcio: 1.003,00

    Dcimo negcio: 1.002,00

    ltimo negcio: 1.001,00

    A partir deste momento, deparamo-nos com o problema que todo e qualquer investidor tem, ou seja, avaliar de algum modose o preo destas aes, agora cotadas em bolsa, est caro ou barato, se vai permanecer onde est, se vai subir ou se vaicair.

    Existem vrias maneiras de fazer esta anlise, mais duas possuem mais seguidores: a anlise tcnica e a anlisefundamentalista.

    1o 2 o 3o 4 o 5o 6o 7o 8o 9o10o11o

    Escala do Preo

    Escala do Tempo

    1.000 00

    1.001 001.002 001.003 00

    999 00

    Seqncia dos negcios

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    Embora ambas tentem resolver o mesmo problema da direo do preo, elas diferem na sua forma de avaliao. A escolafundamentalista estuda as causas do movimento do preo, enquanto a escola tcnica estuda os efeitos . O analista tcnicoargumenta que os efeitos so tudo que ele quer ou necessita saber e que as razes pelas quais os preos se movimentamso desnecessrias. O analista fundamentalista, por outro lado, sempre tem de saber o porqu. A escola fundamentalistatrabalha com dados provenientes do estudo econmico-financeiro da empresa dentro do cenrio micro e macro econmico,eventualmente, associado ao cenrio internacional, enquanto a escola tcnica trabalha com dados disponibilizados pelamovimentao dos preos e volumes, utilizando grficos, teorias e indicadores matemtico-estatstico a eles relacionados.

    Sendo as Bolsas locais onde os preos seformam livremente pelo enfrentamento entreas foras da oferta e da procura, o tcnicoassume que tudo que lhe interessa analisar o movimento do preo, na medida em que eleembute a atuao e a expectativa de todosos agentes que participam do mercado.Colocando de outro modo, para o tcnico opreo a resultante de todas as foras queatuam no mercado. Ao interpret-lo detectara fora predominante.

    Assim, por exemplo, um investidor que tenhaacesso a algum tipo de informaoprivilegiada sobre uma determinada empresae decidir tirar partido dessa informao,dificilmente no ter sua atuao detectadapelo analista tcnico, muito embora este nosaiba o motivo nem quem est agindo. Mas,o para o tcnico, o que importa no omotivo e sim o seu reflexo no preo.

    Ao longo dos ltimos anos ministrei vrios cursos de anlise tcnica tomando por base o modelo convencionaladotado por todos os cursos de anlise tcnica, comeando pela sua origem, seguindo pela apresentao dealgumas das vrias teorias, deixando para o final a parte prtica que, pela escassez do tempo nunca foitotalmente dissecada. Na verdade, aquilo tudo me incomodava muito, pois achava muita coisa desnecessria,mas era aquilo que os alunos esperavam encontrar num curso de anlise tcnica.

    Neste, decidi rasgar a fantasia e cair na realidade daquilo que acho necessrio para que uma pessoa possa terum desempenho satisfatrio em qualquer mercado onde os preos se formem livremente atravs da oferta e daprocura. Para que este objetivo se torne possvel ser necessrio que aceite como dogma que este tipo demercado, onde os preos se formam livremente, nada mais do que um jogo onde os ativos nele negociadosso fichas. A nica exigncia prvia que estas fichas sejam amplamente negociadas (que tenham liquidez).

    Assim como num jogo de xadrez ou de dama, o nosso jogo tambm ser jogado num tabuleiro. S que o nossotabuleiro ser limitado por um eixo vertical de preo e outro horizontal de tempo, onde as linhas horizontaisimaginrias sero obstculos a serem transpostos e as diagonais nossas vias de locomoo. Nossas peassero sempre as mesmas: barras de preos. Elas podero se mover para cima, para baixo ou lateralmente,sempre em direo direita.

    TABULEIRO

    PRE

    O

    TEMPO

    PREO

    Insider Leigo

    Profissional

    FundamentalistaTcnico

    Especulador

    Investidor delongo prazo

    Investidor demdio prazo

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    O que uma barra de preos? Uma barra de preos, simbolizada por uma barra vertical, o registropictogrfico da atividade do preo de um ativo financeiro durante um perodo, onde cada preo um consensomomentneo de valor de todos os participantes do mercado, expresso em movimento. Voltemos ao primeiro diade negcios com as aes da Aplicar.com

    Cada barra de preo fornece alguns pedaos de informao sobre oequilbrio de foras entre compradores e vendedores. Para que entendaum grfico precisa saber interpret-la. Vamos supor uma barra de preoque reflita o perodo de um dia de prego. Na barra vertical, atravs de umtrao (tique) horizontal sua esquerda est representado o nvel de preo doprimeiro negcio do dia, a abertura (1.000). O ltimo negcio do dia, ofechamento (1.001), representado por um tique horizontal sua direita. Asextremidades representam respectivamente a mxima (1.003) e a mnima (999)atingidas neste dia.

    As marcas que representam abertura e o fechamento so fceis de se entender como surgem, mas como seformam os extremos? O extremo superior (a mxima) se formou quando a disposio dos compradores empagar preos cada vez mais altos foi sobrepujada pela fora de venda contrria dos vendedores naquele nvel.Ou seja, o preo sobe at um determinado nvel, em princpio desconhecido, que uma vez atingido mobiliza

    uma massa de vendedores cujo desejo de venda impede que o preo siga adiante. O extremo inferior se formade modo inverso.

    Agora que j sabe o que uma barra, aprenda sobre as periodicidades mais comuns em que so construdas,porque sero elas que determinaro a abrangncia do que estiver observando num grfico, de modo a poderdeterminar os nveis de suporte e resistncia mais significativos. Para que possa entender melhor ainda osignificado de uma barra, de como se processa a luta entre compradores e vendedores ao longo de um dia deprego, vamos inventar uma barra com as seguintes informaes: abertura = 4,20, mxima = 13,00, mnima =1,50 e fechamento = 11,50. Agora, vamos dissec-la, criando um desdobramento hipottico. Faa de contasque o prego dividido em 18 perodos de 15 minutos com intervalos de 1 minuto entre eles e que cada barrade 15 minutos seja construda de maneira idntica barra diria, com o valor da abertura, o valor da mxima, ovalor da mnima e o valor do fechamento. No final do dia, utilizando dois eixos perpendiculares (o horizontalrepresentando uma escala de tempo e o vertical de valor), possvel visualizar, atravs da movimentao das

    barras de 15 minutos, como foi o movimento interno do prego daquele dia.

    Mx = 1003

    Mn = 999

    Abert = 1000Fech = 1001

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    No exemplo da pgina anterior, na primeira barra de 15 minutos, a abertura (o primeiro negcio concretizado) foi a R$4,20.Depois, o preo cedeu ligeiramente at R$4,00 (registrando a mnima desta barra), subiu at 9,20 (registrando a mximadesta barra) e cedeu fechando (o ltimo negcio executado desta barra) a 7,40.

    Na barra seguinte, o primeiro negcio (abertura) foi feito a 7,40. Em seguida o preo subiu ligeiramente atingindo a mximade 7,50, de onde comeou a declinar at chegar a uma mnima de 4,50 e fechar com uma l igeira melhora a 5,20.

    Na terceira barra, o primeiro negcio (abertura) foi fechado a 6,10. Coincidentemente, em funo de o primeiro negcio tersido executado no valor mximo desta barra, o preo da mxima ficou sendo igual ao da abertura. No restante do perodo, opreo foi cedendo gradualmente at o ltimo negcio realizado a 3,20. Como o valor do ltimo negcio foi feito no preomais baixo da barra, a mnima e o fechamento ficaram com os mesmos valores.

    Com base no que foi visto, proponho um teste de assimilao: Quais so os valores (aproximados) de abertura, mxima,mnima e fechamento das LTIMAS 14 barras? Na prxima pgina encontrar uma tabela pronta para fazer o exerccio.

    B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18

    AbeMx

    Mn

    Fech

    A combinao destas idas e vindas das barras de periodicidade de 15 minutos, que abrangem um dia inteiro denegociaes (um prego), forma uma nica barra de periodicidade diria. No diagrama acima ela est representada pelabarra em negrito, a ltima e a maior de todas. Ela incorpora o preo do primeiro negcio do dia (abertura), a maior mxima ea menor mnima registradas dentro do dia e o ltimo negcio do dia (fechamento).

    Como pode observar, apesar de no detalhar todas as oscilaes do mercado naquele dia, o que vimos atravs das barrasde 15 minutos revela uma boa parte do todo. Neste dia, os compradores venceram a batalha porque o preo subiu.

    Ao longo deste curso e das revistas, freqentemente voc ler textos com referncias a grficos intradia, dirios, semanaise mensais. So assim designados em funo da periodicidade (freqncia) da barra.

    Num grfico semanal, uma nica barra tem o mesmo padro de combinao do exemplo que vimos com as barras de 15minutos formando uma nica barra diria. S que, em vez de reunirmos a abertura, a mxima, a mnima e o fechamento de18 barras de 15 minutos, combinamos os mesmos valores das barras dirias que se formaram durante a semana (5 barrasnuma semana sem feriado. Se tivermos um feriado na semana, a barra semanal assume o valor combinado das quatrorestantes. Se a semana tiver apenas 1 dia til, as barras diria e semanal sero iguais). Num grfico mensal, uma nicabarra representa a combinao dos valores de abertura, mxima, mnima e fechamento das barras dirias que se formaramdentro daquele ms. E, assim por diante. Embora ainda no esteja acostumado a observar e interpretar um grfico vcomeando a treinar. Observe no grfico da prxima pgina como uma barra de periodicidade de 15 minutos se convertenuma barra de 1 hora, que por sua vez se converte numa barra diria que por sua vez se converte numa barra semanal.

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    Observao:A linha amarela mostra o mesmo pedao do grfico visto em periodicidades diferentes

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    Ponto de Retorno,Topos, Fundos, Suportes e Resistncias

    Do que foi visto at agora podemos concluir que a mxima de uma barra um ponto em que a presena dosvendedores impe uma presso denominada resistncia que impede que o preo prossiga subindo e que amnima de uma barra um ponto em que a presena dos compradores impe uma presso denominadasuporte que impede que o preo continue caindo. Ou seja, um preo sobe pela ausncia de vendedores e caipela ausncia de compradores. Quando a fora contrria ao movimento em andamento passa a predominar criauma barreira que impede, ao menos temporariamente, que o preo prossiga evoluindo na direo prvia.

    So estas presses que vo criar os pontos de retorno de um grfico. Se o ponto de retorno ocorrer aps umasucesso de duas ou mais barras ascendentes, este nvel classificado como um topo; se ocorrer aps asucesso de duas ou mais barras descendentes classificado como um fundo. Portanto, topos so nveis deresistncia e fundos so nveis de suporte. Os diagramas que se seguem esclarecero melhor o que so pontosde retorno e nveis de suporte e resistncia.

    Topo o nvel de preo mais alto atingido por uma sucesso de duas ou mais barras de preo antes daocorrncia de um ponto de retorno, conforme exemplo da figura 1, acima.

    Fundo o nvel de preo mais baixo atingido por uma sucesso de duas ou mais barras de preo antes da

    ocorrncia de um ponto de retorno, conforme exemplo da figura 2, acima.

    Diante do exposto acima, posso reafirmar que:

    a) Suportes so nveis de preos onde as compras feitas pelos investidores so fortes o suficiente para interromperdurante algum tempo e, possivelmente, reverter um processo de queda, gerando um ponto de retorno;

    b) Resistncias so nveis de preos onde as vendas feitas pelos investidores so fortes o suficiente parainterromper durante algum tempo e, possivelmente, reverter um processo de subida, gerando um ponto de retorno.

    Assim, topos so zonas de resistncia e fundos so zonas de suporte . Uma vez definida uma regio desuporte ou resistncia, seus papis podem se alternar, isto , uma regio de resistncia recente, uma vezrompida para cima pode transformar-se numa rea de suporte e um suporte recente, uma vez rompido parabaixo, transformar-se numa rea de resistncia, conforme ilustra o diagrama da pgina anterior.

    TOPO

    Fig. 1

    PONTO DE RETORNO

    Fig. 2

    FUNDO

    PONTO DE RETORNO

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    Enquanto fao uma pausa para um cigarro, tente fazer os exerccios abaixo para ver se os conceitos de pontode retorno, topos e fundos e suportes e resistncias ficaram entendidos: marque nos grficos abaixo todos ostopos e fundos que conseguir identificar, bem como quais deles parecem representar os nveis maisimportantes de suportes e resistncias.

    Nos exerccios anteriores, devem ter encontrado vrios nveis de suportes e resistncias, mas quais deles soos mais importantes. Os nveis mais importantes de suporte/resistncia so aqueles em que ao se observar

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    uma janela contendo um grfico representam pontos terminais dos movimentos mais longos numa determinadadireo. Assim, no primeiro grfico da pgina anterior, temos:

    Observe agora o grfico inferior da pgina anterior. Nele ver quatro janelas de um mesmo ativo apresentadoem quatro periodicidades diferentes, a saber: mensal, semanal, diria e de 15 minutos. L voc tambmidentificou os topos e os fundos, bem como os nveis de suporte/resistncia. Responda: quais so os topos efundos e os nveis de suporte/resistncia mais importantes?

    Os topos/fundos e suportes/resistncias mais importantes so a da maior periodicidade examinada. Retornandoao grfico acima, quando identificou os topos e fundos durante o exerccio, deve ter assinalado vrios topos efundos. Os topos e fundos contidos no interior de uma longa perna de alta ou de baixa so denominados topose fundos secundrios e os dos extremos so denominados topos e fundos principais. Porm, quando passa aexaminar um grfico de uma ou mais periodicidades acima da que vinha observando, podernotar que um topoou fundo principal na periodicidade em que examinava, numa periodicidade acima poder ser um topo ou fundosecundrio. Assim quanto maior a periodicidade examinada, mais significativo seus topos fundos principais epor conseqncia os nveis de suporte e resistncia.

    Ao lado, temos o grfico dirio de CMIG4. Se tivesse que definir

    seus topos e fundos mais importantes, bem como os principaisnveis de suporte e resistncia, certamente afirmaria que nocenrio que est vista, os topos e fundos mais importantescomo nveis de suporte e resistncia so os definidos como topoe fundo principal.

    Mas, nesta viso o alcance da sua anlise fica restrito observao da rvore. Para que possa ter uma viso mais amplados nveis de suporte e resistncia ser preciso que se afaste deforma que possa visualizar a floresta.

    Observe na prxima imagem (grfico semanal) se num cenriomais amplo, o topo e o fundo principal definidos no grfico dirio

    continuam sendo os principais nveis de suporte e resistncia:

    topo principal=

    resistncia principal

    fundo principal=

    suporte principal

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    Como pode observar, o topo principal do grfico dirio,quando visto numa periodicidade acima surge como umtopo secundrio, parte de uma longa perna de queda.Conseqentemente, aquilo que pensamos ser um nvel deresistncia importante nada mais do que uma resistnciainexpressiva.

    O fundo principal do grfico dirio, coincide com o FUNDOPRINCIPAL do grfico semanal e aparentemente formamum nvel de suporte importante, o ltimo dos moicanos.Ser que esta afirmao verdadeira?

    Que tal subirmos mais uma periodicidade para uma visoainda mais abrangente da floresta?

    No grfico mensal podemos ver que o FUNDO PRINCIPALdo grfico semanal um fundo secundrio FSdo grficomensal, no se constituindo como at ento achvamos

    no principal suporte do preo. Neste cenrio, o suporteprincipal o FUNDO PRIMRIO.

    O mesmo serve para o TOPO PRINCIPAL. Como podeobservar, tambm se constitui num topo secundrio TS dogrfico mensal, no sendo, portanto, a principal resistnciado preo.

    Observe agora o conjunto da obra, ou melhor, como deve ser montado um cenrio onde sero identificadas e

    posteriormente definidas as estratgias operacionais. Assim como num jogo de xadrez, voc precisa estar frente do eventual desdobramento do preo.

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    ZIGUEZAGUES

    A observao de uma barra, como vimos, permite que voc extraia alguns pedaos de informaessobre o equilbrio das foras entre compradores e vendedores, mas por si s, ela no suficientepara nos fornecer a direo do mercado.

    O ziguezague o padro bsico da direo dos preos e de alguns indicadores. Como podemobservar no quadro da pgina anterior, os preos de um ativo negociado nas bolsas, quando semovimentam, geralmente, no o fazem em linha reta, mas sim em forma de raio.

    Para que tenhamos uma sinalizao da direo de um preo (ou de um mercado) preciso que elese movimente at um nvel qualquer, formando um extremo (topo ou fundo) e que este movimentoseja seguido por dois pontos de retorno, o primeiro na direo oposta e o segundo na direo inicialrompendo (ou penetrando) o extremo do topo ou fundo prvio. O diagrama abaixo ajudar nacompreenso do texto:

    Sinalizao de alta Sinalizao de baixa Sinalizao indefinida

    Representao simblica de umziguezague ascendente

    Representao simblica de umziguezague descendente

    Representao simblica de umziguezague lateral

    Para efeito didtico, daqui em diante, chamarei de zigue combinao do movimento inicial comprimeiro retorno [( ) ou ( )] e de zague a perna da penetrao [( / ) ou ( \). No grfico da prximapgina, do Bovespa dirio, assinalei alguns exemplos de ziguezagues reais ocorridos durante o seudesdobramento. Com o objetivo de ir treinando sua viso, observe e v se acostumando com o fatode que a amplitude (altura) dos ziguezagues varivel, alternando entre pequenos, mdios egrandes, indistintamente.

    TT

    F F

    T T

    FF

    T T T

    FF

    F

    FF F

    T

    FF

    T T

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    T

    TT

    T

    T

    F

    FF

    F

    F

    TT

    TT

    TT

    F

    TTTT

    F

    F FF

    FF

    TENDNCIAS

    Vimos no estudo do ziguezague que ele o padro bsico da direo dos preos, podendo ser ascendente,indefinido e descendente. A permanncia de um preo numa determinada direo, durante um perodo de

    tempo, nos leva ao conceito de tendncia. Assim, temos que:

    Tendncia de Alta uma sucesso de topos e fundos ascendentes (uma sucesso de ziguezagues para cima).

    Tendncia de Baixa uma sucesso de topos e fundos descendentes (uma sucesso de ziguezagues parabaixo).

    Tendncia Lateral ou em Linha uma sucesso de topos e fundos horizontalmente irregulares (uma sucessolateral de ziguezagues irregulares). No diagrama abaixo, as definies acima ficaro mais evidentes:

    Tendncia de Alta Tendncia de Baixa Tendncia Indefinida e em Linha

    Aproveite o grfico utilizado para exemplificar os ziguezagues e veja quantas tendncias de alta, baixa eindefinidas consegue identificar.

    Examinados estes conceitos bsicos, necessrios para melhor compreenso do curso, podemos comear a

    nossa caminhada pela estrada da anlise tcnica. Apesar das muitas variantes da escola tcnica, neste cursonos concentraremos sobre o desenvolvimento de um mtodo operacional construdo atravs da combinao de

    T

    FF

    F

    FF

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    algumas das suas principais teorias. Acredito, convictamente, que ao seu trmino estar capacitado a enfrentaro mercado como nunca esteve antes.

    A primeira pessoa a formular uma teoria para o estudo do movimento dos preos utilizando um grfico foiChales H. Dow, que foi o fundador da Dow, Jones & Company, na poca, a maior agncia de notciasfinanceiras e um dos proprietrios do Wall Street Journal, que ele editou at a sua morte em 1902, aos 52 anos.

    Durante os ltimos anos de sua vida ele escreveu alguns editoriais sobre as especulaes com aes que soo nico registro pessoal de suas observaes das caractersticas recorrentes do mercado de aes. Estasobservaes foram feitas baseadas no movimento dirio do ndice dos preos das aes das companhiasferrovirias e do ndice das aes industriais.

    Dow no designou suas observaes sobre o mercado de aes como a Teoria de Dow. Isto foi feito pelo seuamigo S. A. Nelson, que escreveu The A B C of Stock Speculationem 1902. Ele foi o primeiro a tentar explicaros mtodos de Dow de um modo prtico.

    William Peter Hamilton, que trabalhou com Dow, levou adiante os seus estudos e interpretaes da teoriaatravs de editoriais ocasionais no Wall Street Journal. Em 1922 escreveu The Stock Market Barometer, umlivro em que explica com mais detalhes a teoria de Dow.

    Nesta obra, algumas das observaes de Dow foram colocadas como princpios, dos quais abordaremosapenas os que dizem respeito metodologia operacional que estamos desenvolvendo.

    As Trs Tendncias: -- O Mercado, significando o preo das aes em geral, move-se em tendncias das quais as maisimportantes so as Primrias. Elas so longos movimentos para cima ou para baixo que duram normalmente um ano oumais e resultam em grandes valorizaes ou desvalorizaes dos preos. Os movimentos na direo da tendncia Primriaso, algumas vezes, interrompidos, em intervalos, por oscilaes Secundrias na direo oposta reaes ou correesquando o movimento Primrio foi alm de si mesmo (exagerou) e precisa, ento, recuperar foras para prosseguir.Finalmente, as tendncias Secundrias so compostas pelas tendncias Tercirias que refletem a oscilao do dia-a-dia.

    Diante do exposto no pargrafo anterior podemos dizer que uma Tendncia Primria de Alta formada por uma sucessode subidas e descidas secundrias, onde cada movimento (perna) de alta ultrapassa o topo do movimento (perna) de altaprecedente e cada movimento (perna) de baixa volta a subir (reverte) de um nvel mais alto que o fundo do movimento(perna) de baixa precedente. Isto o que definido, pela Teoria de Dow, como Mercado de Alta. Inversamente, TendnciaPrimria de Baixa formada por uma sucesso de subidas e descidas secundrias, onde cada movimento (perna) de baixaultrapassa o fundo do movimento (perna) de baixa precedente e cada movimento (perna) de alta volta a cair (reverte) de umnvel mais baixo que o topo do movimento (perna) de alta precedente. Isto o que definido, pela Teoria de Dow, comoMercado de Baixa.

    De maneira idntica podemos afirmar que uma Tendncia Secundria de Alta formada por uma sucesso de subidas edescidas tercirias, onde cada movimento (perna) de alta ultrapassa o topo do movimento (perna) de alta precedente e cadamovimento (perna) de baixa volta a subir (reverte) de um nvel mais alto que o fundo do movimento (perna) de baixaprecedente. Inversamente, Tendncia Secundria de Baixa formada por uma sucesso de subidas e descidas tercirias,onde cada movimento (perna) de baixa ultrapassa o fundo do movimento (perna) de baixa precedente e cada movimento(perna) de alta volta a cair (reverte) de um nvel mais baixo que o topo do movimento (perna) de alta precedente.

    As Tendncias Secundrias geralmente duram de trs semanas a alguns meses, raramente mais. Costumam retroceder(corrigir) de um tero a dois teros da Tendncia Primria precedente.

    As Tendncias Tercirias seguem o mesmo padro das duas anteriores, mas formadas por flutuaes que em si mesmasso pouco significativas. Estes movimentos so de curta durao, em geral menos de seis dias, raramente mais do que trssemanas.

    Com o intuito de facilitar o entendimento da classificao das tendncias, segue-se um diagrama. Esclareo, entretanto, queno mundo real, os ziguezagues raramente se desdobram de maneira to certinha assim. Muitas vezes, ter que lanar mode recursos complementares para melhor identific-las. Alguns desses recursos podem ser: traar linhas de tendncia oumarcar o canal, visualizar o grfico em linha utilizando apenas os preos de fechamento, subir de periodicidade, o uso deindicadores complementares (mdias mveis), etc. Tudo isto ser visto mais para frente.

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    Parece um quadro do Volpi, mas no . o uso das cores com objetivo didtico. A linha preta contnua ogrfico de preos computados apenas pelo valor dos fechamentos. Todo o desdobramento incluso na rea azulmais escura at o topo mais alto o que chamamos de uma tendncia primria de alta. Todo desdobramentoincluso na rea cinzaa partir do topo mais alto ( sua direita) o que chamamos de uma tendncia primria debaixa.

    Reforando, ambas so formadas por tendncias secundrias de alta (rea azul claro) e de baixa (reavermelha). Estas, por sua vez, so formadas por tendncias tercirias de alta (rea verde) e de baixa(rea

    amarela). Com estes esclarecimentos acredito que no fique nenhuma dvida sobe a classificao dastendncias. Mas, se ainda restou alguma, entenda deste modo: As tendncias secundrias so subdivises dasTendncias Primrias (um grau abaixo); as Tendncias Tercirias so subdivises das Tendncias Secundrias(um grau abaixo). As tendncias tercirias so subdivises da Tendncia primria (um grau abaixo dasecundria e dois graus abaixo da primria).

    Finalmente, resta comentar que, algumas vezes as pernas das tendncias secundrias e tercirias seconfundem, isto , devido velocidade do movimento e sua extenso, podem ser a mesma. Um exemplopode ser visto na ltima secundria de baixa da Tendncia primria de baixa, onde as setas vermelha eamarela esto superpostas no mesmo movimento.

    Dica : Quando for classificar a Tendncia Primria de um ativo qualquer ter seu trabalho facilitado se utilizar ogrfico de periodicidade mensal. De modo idntico, o grfico semanal facilitar na percepo da Tendncia

    Secundria e o dirio a da Tendncia terciria.

    Tendncia Primria de Baixa

    Tendncia Primria de Alta

    Tendncia Secundria de Alta

    Tendncia Secundria de Baixa

    Tendncia Terciria de Baixa

    Tendncia Terciria de Alta

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    Veja a seguir um grfico mensal do Bovespa onde pode observar sua evoluo durante um perodo de 12 anos.Poder constatar que em alguns nveis, a seqncia dos topos e fundos ascendentes passam por perodos dedifcil identificao, interrompendo o padro anterior (ficando indefinidos). Aproveitando o exemplo abaixo,marque os topos principais e intermedirios e, em seguida, verifique quantas tendncias primrias de alta e debaixa consegue identificar:

    Deve Ser Assumido Que Uma Tendncia Continua Em Andamento At O Momento Que Uma ReversoTenha Sido Definitivamente Assinalada: Enquanto uma sucesso de topos e fundos ascendentes (Tendnciade Alta) ou topos e fundos descendentes (Tendncia de Baixa) mantiverem o padro, deve ser assumido que aTendncia continua em andamento, at o momento em que uma reverso estiver caracterizada. A reverso deuma Tendncia de Alta se caracterizar, quando houver uma falha na tentativa de ultrapassagem do topoprecedente (ou anterior), seguida de uma penetrao do fundo precedente (ou anterior). A reverso de umaTendncia de Baixa ocorrer, quando houver uma falha na tentativa de ultrapassar o fundo precedente (ouanterior), seguida de penetrao do fundo precedente (ou anterior). Assim, temos:

    Falha na Tendncia de Alta Falha na Tendncia de Baixa

    Falha na penetraodo topo precedente

    Penetrao do fundo precedente:reverso para tendncia de baixa

    Falha na penetrao dofundo anterior

    Penetrao do topo precedente:reverso para tendncia de alta

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    Preos de Fechamento: -- Todas as consideraes da teoria de Dow baseiam-se nos preos de fechamento,trabalhando sempre com os grficos em linha. Isto , os grficos so construdos unindo-se apenas os preosde fechamento. Abertura, mxima e mnima so desprezadas. Abaixo pode ver o grfico de barras de Petrobrse o mesmo grfico em linha. No momento de avaliar as tendncias, este recurso facilita tremendamente avisualizao da direo dos ziguezagues.

    Os trs princpios que acabamos de examinar tudo o que precisa saber da Teoria de Dow para odesenvolvimento da nossa metodologia operacional. Ficaram faltando, entretanto, dois complementos queprecisa conhecer que no fazem parte de nenhum dos princpios da Teoria de Dow, mas que achei melhorintroduzi-los somente aps ter aprendido o que uma tendncia.

    1) Quando expliquei o que eram topos e fundos, como ainda no havia introduzido o conceito de tendncia,evitei falar em topos anteriores e fundos anteriores para no complicar. Como notar, ao ler a revista e noandamento do curso, so os termos mais utilizados nas formulaes das estratgias operacionais. Por isto, preciso que fique bem entendido.

    Assim,

    Na figura A (tendncia de alta):situando-se em F, T o topo anterior;situando-se em T1, T o topo anterior e F o fundo anterior;situando-se em F1, F o fundo anterior e T1 o topo anterior.

    Na figura B (tendncia de baixa):situando-se em T, F o fundo anterior;situando-se em F1, T o topo anterior e F o fundo anterior;

    situando-se em T1, T o topo anterior e F1 o fundo anterior.

    T

    F

    F1

    T1

    T

    F

    F1

    T1T2

    T3

    FF1

    F3

    Fi ura B

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    Na figura C (tendncia indefinida):situando-se em F, T o topo anterior;situando-se em T1, T o topo anterior e F o fundo anterior;situando-se em F1, T1 o topo anterior e F o fundo anterior;situando-se em T2, T1 o topo anterior e F1 o fundo anterior;situando-se em F2, T2 o topo anterior e F1 o fundo anterior;situando-se em T3, T2 o topo anterior e F2 o fundo anterior;situando-se em F3, T3 o topo anterior e F2 o fundo anterior;

    2) As periodicidades conflitantes das tendncias

    A maioria dos investidores ignora o fato de que o mercado est simultaneamente em Tendncia e em rea de Indefinio.Olham para uma periodicidade tal como diria ou horria e procuram por operaes sobre os grficos dirios. Com suaateno fixa sobre grficos dirios ou horrios, Tendncias de outras periodicidades, tais como semanal ou de 15 minutos,passam por ele e destroem seus planos.

    Uma Tendncia pode parecer de alta num grfico dirio e de baixa num grfico semanal e vice-versa. Os sinais de ummesmo mercado em diferentes periodicidades, freqentemente se contradizem um ao outro. Qual deles voc seguir?

    Os sinais conflitantes de diferentesperiodicidades de um mesmomercado so um dos grandesquebra-cabeas da anlise domercado. Quando estiver em dvida,suba sua anlise para umaperiodicidade mais longa. D umpasso atrs e examine o grfico deuma periodicidade mais longa do quea que est tentando operar. Procureolhar a floresta e, no, as rvoresmais prximas.

    Observe os grficos mensal, semanale dirio de Petrobrs preferencial da

    prxima pgina, todos com a mesmadata de fechamento, e defina qualsua tendncia na poca.

    Algum que estivesse apenasobservando o grfico dirio, diria que

    de baixa. Um outro que estivesse observando o grfico semanal diria que est indefinida e, finalmente, um terceiro queestivesse observando o grfico mensal diria que de alta. Qual delas operar? Se pretender operar utilizando o grfico dirioobserve a tendncia predominante no semanal e opere o dirio priorizando a direo da semanal. Se pretender operar umgrfico de hora, opere priorizando a direo do grfico dirio e assim sucessivamente.

    Linha de Tendncia

    Embora muitos investidores possam desprezar a importncia das linhas de tendncia, elas so umas dasferramentas mais importantes da anlise tcnica. Na metodologia que estamos desenvolvendo, como disseanteriormente, so bsicas.

    As pessoas marcam as linhas de tendncia de muitos modos diferentes, mas de um modo geral, a chave paraplotar as linhas de forma correta traa-las conectando dois fundos com um topo intermedirio entre eles oudois topos com um fundo intermedirio entre eles.

    A linha de tendncia pode ser de baixa ou de alta: uma linha de tendncia de alta representadagraficamente por uma linha reta conectando as correes (os fundos) numa tendncia de alta. A linha detendncia de baixa o inverso; conecta as correes (os topos) numa tendncia de baixa. So usadas paraidentificar a direo das tendncias. Quando dois topos ou dois fundos esto horizontalmente nivelados,

    tambm possvel conecta-los com linhas horizontais, mas, ao invs de linha de tendncia, a linha

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    denominada respectivamente de linha de resistncia ou linha de suporte. O diagrama abaixo facilitar acompreenso do texto.

    Reforando, para que se possa traar uma linha de tendncia de alta, ser necessrio a existncia de, pelomenos, dois fundos (F e F1) intercalando um topo (T1) e que o segundo fundo (F1) esteja num nvel mais altodo que o primeiro (F). A linha de tendncia de baixa o inverso. Voc precisa ter dois topos (T e T1)intercalando um fundo (F1) e o segundo topo (T1) tem que estar num nvel inferior ao primeiro (T). Aconfirmaoda validade dessas linhas ocorre quando o terceiro toque se confirmar (F2 E T2 respectivamente),isto , respeitar essa linha e reverter seu movimento na direo oposta. A projeo dessas linhas para frentenos ajudar a antecipar futuros pontos de compra e venda. Alm do diagrama acima, encontrar nos grficosanalisados na revista e nas anlises dirias uma srie de exemplos reais de linhas de tendncia em andamento.S com treinamento alcanar o grau de olho de guia. Brincadeira parte, treine bastante a colocao daslinhas de tendncia. Como j disse, ser um elemento essencial na definio das estratgias.

    ngulo de Inclinao

    o aspecto mais importante da linha de tendncia se estiver inclinada para cima, mostra que oscompradores so a fora dominante nesse momento e procurar operar do lado mais forte; se estiverinclinada para baixo, mostra que os vendedores so a fora dominante e operar com eles. Assim, seestivermos acompanhando, por exemplo, uma linha de tendncia de alta, toda vez que os preos retrocederempara essa linha, poderemos tentar uma compra, evidentemente com um estope de entrada (estope de entradaou inicial o nvel definido simultaneamente com o ponto de compra para, se a compra que tiver feito noevoluir favoravelmente, limitar sua perda) um pouco abaixo da linha. Para uma linha de tendncia de baixa oraciocnio o inverso. Veja nos desenhos abaixo alguns exemplos representativos da inclinao das linhas detendncias de alta e de baixa.

    Linha de retorno

    uma linha traada paralelamente linha de tendncia original, que liga os extremos opostos. Isto , setivermos uma linha de tendncia de alta (traada pela conexo dos fundos), a paralela estar conectando ostopos e os preos ficaro contidos dentro dessas paralelas, criando um corredor denominado canal de alta. Se

    estivermos diante de uma tendncia de baixa (traada pela conexo dos topos), a linha de retorno paralela

    LINHA DE TENDNCIA DE ALTA LINHA DE TENDNCIA DE BAIXA LINHA DE RESISTNCIA/SUPORTE

    LTA

    T

    T1

    F

    F1

    T2

    F2

    F

    T

    T1

    F1

    T2

    F2

    LTB T T1

    F F1 F2

    LR

    LS

    =30o

    =30o

    =60o

    =45o=60

    o

    =45o

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    Aproveite que os nveis de suporte e resistncia no foram traados no canal de baixa e veja se consegueidentifica-los. Como perceber, aqui tambm os nveis de suporte e resistncia alternam seus papis apsterem sido penetrados.

    Importncia da linha de tendncia

    Avalia-se a importncia de uma linha de tendncia atravs da anlise de cinco fatores: sua periodicidade, seucomprimento, o nmero de vezes em que foi tocada pelos preos, sua inclinao e seu volume.

    Quanto mais alta a periodicidade, mais significativa: uma linha de tendncia num grfico semanal revela umatendncia mais importante do que uma linha de tendncia num grfico dirio. Uma mensal, mais do que umasemanal; uma diria mais do que uma horria, e assim por diante.

    Se estivesse analisandoapenas o grfico dirio,poderia pensar que a linhade tendncia de baixa(LTB1) fosse a resistnciaprincipal rumo ao teste do

    topo de 4,17. Entretanto,subindo da periodicidadediria para a semanal,perceber que a linha detendncia principal, aquelaque tem que ser realmenterompida, rumo novasmximas a LTB.

    Quanto mais longa for (em tempo, mas na mesma periodicidade), mais vlida: uma linha de tendncia decurta durao reflete o comportamento da massa durante um curto perodo de tempo. Uma, de prazo maislongo, reflete o comportamento da massa durante um longo perodo de tempo.

    Observe na linha detendncia de alta, traadano grfico de Embraer on,quantas oportunidades decompra, com estopesiniciais curtssimos, foramproporcionadas nas vezesem que o preo retornouprximo linha, a partir doterceiro toque assinaladopela segunda seta.

    Quanto maior o nmero de contatos (toques) entre os preos e a linha de tendncia, mais vlida: maior onmero de vezes que o preo tocar na linha e, da, reverter, mais confivel ela se torna, mostrando com isso

    que a fora dominante tem o mercado sobre controle. O exemplo de Embraer tambm serve para estaconsiderao.

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    Na figura 1 do diagrama acima, voc pode perceber o comportamento ideal do volume durante odesenvolvimento de uma tendncia de alta. Na figura 2, as linhas pontilhadas indicam qual deveria ter sido aevoluo correta do volume de acordo com a tendncia de alta em andamento. Entretanto, em vez de subirdurante a perna de alta, o volume foi secando e voltou a subir durante a formao da perna de queda,advertindo sobre a possibilidade de algo errado com a tendncia. Observe neste grfico semanal de Vale pna, ocomportamento do volume durante a tendncia de alta.

    Note, quando os preos se afastam da linha de tendncia como o volume cresce e quando se aproximadecresce, tal como seria de esperar numa tendncia de alta.

    Observao: embora ainda no tenhamos visto o assunto volume, assinalei com uma seta vermelha umadivergncia baixista (assunto que veremos no Mdulo II). Ainda que o padro do volume esteja de acordo como esperado numa tendncia de alta, cada novo topo atingido com menos volume, indicando menor disposiode compra aos preos cada vez mais altos.

    Com freqncia, ao tentar definir uma tendncia, o posicionamento das barras deixava o cenrio confuso. Noconseguia identificar claramente a seqncia dos topos e fundos e ficava inseguro ao classifica-las .

    Assim foi durante muito tempo. Um dia, refletindo sobre os princpios da Teoria de Dow, acabei percebendo quese o fechamento que importa para avaliar as condies do mercado (no que se inclui as tendncias), porqueno tentar visualiza-las unindo somente os pontos de fechamento. Nunca mais tive qualquer dvida paraclassificar uma tendncia, alm do que, consegui padroniza-las. Assim, quando determino a evoluo dastendncias no preciso contemporizar. Tenho uma regra rgida que mostrarei na prxima pgina:

    Reforo

    Para efeito de avaliao das condies do mercado so usados apenas Preos de Fechamentos. ATeoria de Dow no presta ateno a qualquer mxima ou mnima que possa ter sido registrada durante odia e antes do mercado fechar, considerando apenas os preos de fechamento.

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    A metade esquerda do quadro acima mostra, de cima para baixo, os grficos mensal, semanal e dirio doBovespa. Na metade direita, os mesmos grficos, mas conectando apenas os preos de fechamento.

    Vamos pegar para exemplo, a regio esquerda da linha verde vertical assinalada pela seta vermelha. Seestivesse observando o grfico de barras naquele momento, provavelmente diria que a tendncia primria do

    mercado era de alta, pois aparentemente o grfico evolua mantendo uma sucesso de topos e fundosascendentes. Entretanto, observando o grfico que une apenas os fechamentos, percebe-se que a tendncia jestava indefinida, visto que o fundo imediatamente anterior j havia sido penetrado. Este foi um exemplo queescolhi s pressas, pois daqui a pouco estarei enviando o curso para ser disponibilizado no site. Mas, se tiverque verificar as tendncias de muitos grficos continuamente, perceber as vantagens de classific-las destaforma.

    Observao: em cada tpico do Frum sero

    includos exerccios de acompanhamentodurante a semana.