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  ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 2011

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

2011

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Unidade I

1.1 Conceitos de Investimentos

Investimento é a aplicação de algum tipo de recurso (dinheiro ou títulos) com a expectativa de receberalgum retorno futuro superior ao aplicado compensando, inclusive, a perda de uso desse recurso durante operiodo de aplicação (juros ou lucros, em geral ao longo prazo).

Num sentido amplo, o termo aplica-se tanto à compra de máquinas, equipamentos e imóveis para ainstalação de unidades produtivas como à compra de títulos financeiros (letras de câmbio, ações). Nessestermos, investimento é toda aplicação de dinheiro com expectativa de lucro.

Em sentido estrito, em economia, investimento significa a aplicação de capital em meios que levam aocrescimento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, meios de transporte) ou seja, em bens decapital.

Os principais atributos dos investimentos são a RENTABILIDADE, a LIQUIDEZ e a SEGURANÇA.

• Existe o produto ótimo, que reuna alta Rentabilidade, fácil Liquidez e forte Segurança ? NÃO 

Em qualquer investimento você irá priorizar algum deles, abrindo mão, pelo menos em parte, dos outros.

Por exemplo: quero o máximo em Segurança: você vai abrir mão de Rentabilidade e possivelmente daLiquidez.

O QUE SÃO ATIVOS? Ativo é o total de bens de uma empresa ou pessoa. A riqueza de uma pessoa é medida pelo total de ativosque ela possui.

Dinheiro também pode ser descrito como um ativo. Os ativos são classificados em duas principaiscategorias: reais e financeiros . A diferença entre as duas é o que pode ser tocado fisicamente.Ativos Reais, também conhecidos como ativos palpáveis, podem ser divididos em três grupos:

•  Patrimônio, bens

•  Commodities, como ouro e prata, etc e

•  Colecionáveis, como obras de arte, selos, moedas, etc.

Os ativos reais normalmente mostram melhor avaliação quando a inflação está alta.Ativos Financeiros, algumas vezes referidos como impalpáveis, são separados em três áreas:

•  Ações,

•  Títulos (títulos da dívida pública ou particulares, fundos, etc) e

•  Dinheiro.

O QUE SÃO PASSIVOS?Passivos são todas as obrigações e dívidas de uma empresa ou pessoa.

1.2 Risco

Conceito:Risco é o grau de incerteza da rentabilidade (retorno) de uminvestimento.Rentabilidade é o lucro sobre um investimento.Capital é o dinheiro bens usado para gerar renda.

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Risco, geralmente, tem uma conotação negativa, está sempre associado a uma perda ou prejuízo, mas apalavra risco também pode ser usada para algo positivo, como por exemplo alguém exclamando que vaicorrer o risco de roubar um beijo, ou mesmo correr o risco de ganhar na loteria.

O que é o Risco? 

Conceitualmente, pode definido como a probabilidade de um fato ocorrer gerando um efeito mensurável. Deum modo geral, a palavra risco é usada para calcular a probabilidade de um fato danoso ocorrer. Existe umadiferença importante, que muitas empresas que empregam o gerenciamento de risco não conhecem: é adiferença entre Risco e Vulnerabilidade. Em geral, possuem um levantamento de vulnerabilidades, achandoque possuem um levantamento de risco ou mesmo um programa de gerenciamento de risco.

Vulnerabilidade é o levantamento ou determinação da severidade, sem quantificação da probabilidade deocorrência. Em outras palavras, sabem que podem ocorrer prejuízos, mas não tem idéia das chances distoacontecer.

Do ponto de vista financeiro, o risco pode ser definido da seguinte forma: é a medida do grau de incertezana obtenção do retorno esperado, em uma determinada aplicação financeira.

Do ponto de vista do Conselho Nacional da Saúde, risco é a possibilidade de danos à dimensão física,psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano.

Risco é uma dimensão que pode ser de grande valia para processos decisórios.

A avaliação de Risco é tão antiga quanto a existência de exércitos e de guerras. Nenhum grande guerreiro,general ou líder enfrentava uma batalha sem antes fazer uma avaliação de riscos, seu sucesso, sua vida e ade seu povo dependiam disto.

Investimento e Risco 

A primeira coisa importante que se deve saber é que não existe risco zero. Logo, não existe investimentosem risco.

Muita gente que deixa o dinheiro na poupança pensando não haver risco, mas a realidade não é bem esta.Só há garantias para depósitos inferiores a R$ 20.000,00. Mesmo assim, para estas quantias há riscos decontratos serem quebrados por questões políticas, risco de confisco do estado etc.

Quem está fazendo um investimento, deve ter em mente que toda decisão deve ser tomada baseada emdois fatores: Risco e Retorno. 

Retorno do investimento pode ser definido como a riqueza gerada pelo investimento ou valor agregadogerado pelo mesmo. Melhores negócios são os de alto retorno e Baixo Risco, estes tipos de investimentossão raros, mas isto não quer dizer que não existam.

Investidores e empresários precisam saber qual será a taxa de retorno para seus investimentos. Paracalcular a taxa de retorno, utilize a fórmula do RI:

A-B x 100

BSendo: A = valor final do investimentoB = valor original do investimento

Cálculo de risco - pode ser definido como a tentativa de se medir o grau de incerteza na obtenção doretorno esperado em uma determinada aplicação financeira ou investimento realizado.

Dessa forma, os investimentos podem ser classificados como de baixo, médio e alto risco. Geralmente,investimentos de baixo risco apresentam um maior nível de segurança ao investidor, mas em contrapartidacostumam ter um retorno menor. Investimentos de alto risco, por outro lado, podem trazer um retorno maisalto, mas com um grau muito maior de incerteza, podendo até mesmo trazer prejuízos aos investidores.

Investimentos que devem ser evitados a todo custo são os de Alto Risco e Baixo Retorno, estes tambémexistem e não são nada raros.

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Maus investimentos 

Investir em veículos é um ótimo exemplo. Existem pessoas que consideram isto um bom investimento, masna verdade é um dos piores. Tem um elevado risco e um retorno baixo ou muitas vezes negativo. Carros,são na realidade uma necessidade, nunca um bom investimento.

É só termos em mente que um carro zero, ao sair da loja já não vale mais o que você pagou. Além disso,você corre o risco de batidas ou mesmo roubos e neste caso, corre-se o risco de perder todo seuinvestimento. Isto te obriga a investir outra quantia na redução do risco, com a compra de um seguro,reduzindo ainda mais o retorno do “investimento

Tipos de RISCO

•  Risco de Mercado - decorre das condições da economia, que podem fazer os juros, o câmbio, opreço das ações, etc, variar, para mais ou para menos, influenciando seu investimento de formapositiva ou negativa. Além disso, a capacidade de pagamento do emissor do título (ou o lucro desseemissor) também pode variar por conta das condições da economia, prejudicando seu investimento.

•  Risco de Crédito - quando você investe, está emprestando dinheiro a alguém ou aplicando umaquantia em determinado empreendimento e, certamente, correndo o risco de que o tomador dosrecursos não honre a obrigação, ou não pague os juros combinados, ou o que empreendimento nãorenda o esperado.

•  Risco de Liquidez - está diretamente relacionado com a facilidade de resgatar ou transferir uminvestimento. Diz-se que não há liquidez liquidez Maior ou menor facilidade de se negociar um

título, convertendo-o em dinheiro.nas hipóteses de não se ter o direito de resgatar o investimento,desse direito ficar restrito a situações incomuns, do mercado para a negociação do título deixar deexistir, ou do título ser raramente negociado, isto é, haver poucas pessoas interessadas emnegociá-lo - o que dificultará a venda do título e provavelmente diminuirá o valor do seuinvestimento.

Porém, se muitas pessoas estiverem interessadas no seu investimento ou se você tiver o direito deresgatá-lo com certa freqüência, ele terá liquidez e, conseqüentemente, seu valor aumentará. É afamosa "Lei da Oferta e da Procura". Mas não esqueça: o direito de resgatar o investimentosomente será efetivo se o devedor do título puder pagar o valor a ser resgatado ou, em se tratandode fundos de investimento, se existirem compradores interessados nos ativos ativos Bens e direitospossuídos por uma empresa ou fundo de investimento. Para fundos de investimento, representatodos os títulos (títulos públicos, títulos privados, ações, commodities, cotas de fundo de

investimento, etc.) que compõe a carteira carteira É uma cesta de ativos quaisquer dentro de umamesma estrutura. Esta estrutura pode ser um fundo, o seu patrimônio pessoal ou mesmo a

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tesouraria de um banco. do fundo ativos Bens e direitos possuídos por uma empresa ou fundo deinvestimento. Para fundos de investimento, representa todos os títulos (títulos públicos, títulosprivados, ações, commodities, cotas de fundo de investimento, etc.) que compõe a carteira dofundoque compõem a carteira do fundo - o que facilitará sua venda, permitindo a realização deresgates.

•  Risco Legal - está relacionado com eventuais problemas legais que poderão causar problemas nocumprimento das condições pactuadas. O título ou contrato pode ter defeitos jurídicos que impeçamou dificultem o exercício dos direitos nele estabelecidos, permitindo ao devedor ou tomador nãohonrar as obrigações assumidas. Por isso é muito importante somente aplicar em investimentosregulamentados, nos quais o risco legal diminui bastante.

•  Risco Operacional - está relacionado com as falhas ocorridas nas operações e negócios dotomador do investimento durante o período em que os recursos aplicados ainda não foramdevolvidos. Poderão ser provenientes de problemas nas atividades ou equipamentos de umacompanhia, falhas humanas no controle de custos e gerenciamento das quantias aplicadas, máadministração dos recursos do emissor, etc.

1.3 Sistema Financeiro Nacional - S.F.N.

O Sistema Financeiro Nacional Brasileiro derivou-se do modelo Europeu de 1808, por alvará de D. João VI,na época Príncipe Regente que fundou o primeiro Banco, denominando-o de Banco do Brasil – BB. E apartir de 1809, este banco passou a acumular algumas funções, como: desconto de letras de câmbio,captação de recursos para depósito a prazo, emissão de notas bancárias, operações de câmbio eacolhimento de depósitos dos diamantes, metais preciosos e papel-moeda, além de deter a exclusividadedas operações financeiras da coroa, perdurando até meados do século XX, quando se verificaram grandestransformações (ANDREZO; LIMA, 2006).

Foi no período de pós-guerra, entretanto, que as atividades bancárias no Brasil se alavancaram, coincidindocom o forte crescimento do país. Em 1951 foi criado o Banco Nacional de Crédito Coorporativo – BNCC e,em 1952, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. Em 1964, com Lei da

Reforma Bancária (4.595/64), foi estruturado e regulado o Sistema Financeiro Nacional – S.F.N. comoafirma o Art. 17, que diz:

Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, aspessoas jurídicas públicas e privadas, que tenham como atividade principal ouacessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos financeirospróprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valorde propriedade de terceiros.

O Sistema Financeiro Nacional conforme O´Sullivan; Sheffrin (1998, p. 104), “é um conjunto de instituiçõese instrumentos financeiros que possibilitam a transferência dos recursos ofertados e criam condições paraque os títulos tenham liquidez no mercado”. Tem como base de sua composição, segundo o autor citado, as

instituições responsáveis pela captação de recursos financeiros, pela distribuição e circulação de valores epela regulação desse processo. 

É constituído por dois subsistemas, um normativo e outro operativo. O subsistema normativo tem função deregular e controlar o subsistema operativo, exercido por meio de normas legais. Já o subsistema operativosão constituídos pelas Instituições Financeiras Públicas ou Privados, que atuam no mercado financeiro,abrangendo dois tipos de instituição financeira: Bancárias ou Monetários e Não Bancárias ou NãoMonetárias. As chamadas Bancárias ou Monetárias são aquelas que permitem a criação de moeda por meiodo recebimento de depósito à vista, e os Não Bancários ou Não Monetários, inexistem a faculdade decriação da moeda, podendo ser negociadas através de: ações, letras de câmbio, CDB - certificado dedepósito bancário, RDB – recibo de depósito bancário, debêntures entre outros (ANDREZO; LIMA, 2006,p.78).

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Segundo Assaf (2001, p. 67), o sistema financeiro nacional pode ser contextualizado como “um conjunto deinstituições financeiras e instrumentos que visam, em última análise, transferir recursos dos agenteseconômicos (pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários”. 

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional – S.F.N, de acordo com o Banco Central do Brasil – BACEN, tema seguinte estrutura:

FIGURA 02: Sistema Financeiro Nacional - SFNFonte: (www.bacen.com.br).

De acordo com o quadro acima, tem-se o subsistema normativo como uma subdivisão do SistemaFinanceiro Nacional, constituído por instituições que estabelecem diretrizes de atuação das instituiçõesfinanceiras operativas e de controle do mercado, a fim de evitar abusos e colocar em prática a políticaemendada do Governo Federal, salvaguardando o valor da moeda nacional. Este possui outras trêssubdivisões: Conselho Monetário Nacional – CMN, o Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP e o

Conselho de Gestão da Previdência Complementar – CGPC.

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 1.4 Mercado Financeiro

Conceito e Função

O Mercado Financeiro como define Fortuna (2001, p. 111), “é um setor da economia responsável pelacaptação de recursos entre investidores para financiar atividades produtivas ou simplesmente gerar lucros

para quem empresta dinheiro”. Ou seja, transações entre aqueles que oferecem e aqueles que demandamfundos, estando designado a todo tipo de operação que envolve os títulos de renda fixa e variável. Tanto oGoverno quanto as Instituições Privadas podem fazer a captação, mas em geral, tais atividades acontecemnas diversas bolsas de valores, corretoras, bancos e seguradoras. O gerenciamento dessas práticas éregulado pelo governo dos países, por meio de uma rede de instituições, em que se destaca o BancoCentral. É dele que parte as regras de política monetária, que define a taxa de juros a ser paga a quemempresta dinheiro, e da política cambial, que fixa as regras para estabelecer a cotação da moeda local emrelação às demais.

Para Fortuna (2001, p. 113), o mercado financeiro pode ser entendido como sendo:

Um conjunto formado pelo mercado monetário e pelo mercado de capitais.Abrange todas as transações com moedas e títulos e as instituições que aspromovem: banco central, caixas econômicas, bancos estaduais, bancos

comerciais e de investimentos, corretoras de valores, distribuidora de títulos,fundos de investimentos além das bolsas de valores.

É neste mercado que se produz um intercâmbio entre os ativos financeiros e se determinam os seus preços,através de um conjunto de mecanismos voltados para a transparência de recursos entre os agenteseconômicos. Esse mercado serve como intermediação financeira, desenvolvendo-se de forma segmentada,permitindo as várias operações através de um sistema amplo de comunicação. É nele que ocorrem tambémas transações com os títulos de prazos médio, longo e indeterminado; geralmente são voltados para ofinanciamento de capital de giro permanente e o de capital fixo.

São estabelecidas as seguintes funções, como afirma Assaf (2001, p. 115):

Manter contato entre os agentes superavitários e deficitários;Ser um mecanismo eficiente de fixação de preços para os ativos;

Proporcionar liquidez aos ativos;Reduzir os prazos e os custos da intermediação.

Ao realizar essas funções, o mercado financeiro deve cumprir a eficiência da distribuição, que se baseia nossetores os quais oferecem maiores rendimentos ao investidor em função do risco suportado e da eficiênciaoperacional, voltada à alocação dos recursos ao custo mais baixo possível.

Mercado Financeiro: Divisão

O mercado financeiro se subdivide em quatro sub mercados, como mostra a figura a seguir:

FIGURA 03: Mercado Financeiro – MF

Fonte: Cherobim; Lemes; Rigo (2005, p. 67).

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Mercado Monetário

O Mercado Monetário, conhecido também como o mercado de dinheiro, é voltado para assegurar a liquidezideal da economia e os suprimentos momentâneos de caixa, sendo transacionados por intermediaçõesbancárias, não bancárias e auxiliares de curto prazo, tendo como parâmetro de referência a taxa de juros.Cumpre ainda o papel de elevar o nível de emprego, manter a estabilidade de preços e sustentar uma taxade crescimento econômico. É neste mercado em que são negociados, principalmente, os papéis emitidos

pelo Banco Central, cuja finalidade é voltada para a execução da política monetária do Governo Federal epelo Tesouro Nacional, financiando o orçamento público e atuando como um sistema de meio, ou seja,cabendo-lhe aproximar a oferta da demanda final, transferindo os recursos e organizando os fluxos(Andrezo; Lima, 2004, p. 88). Este mercado é constituído de pessoas físicas, empresas, governos eintermediários financeiros que dispõem temporariamente de fundos ociosos e que desejam aplicar emalgum tipo de ativo líquido ou instrumento de renda fixa de curto prazo.

Para Chiavenato (2005, p. 56), o mercado monetário é entendido como:

Um conjunto formado por bancos comerciais e empresas financeiras de créditoque também participam do mercado de capitais. A diferença é que operam nocurto ou curtíssimo prazo, e sua liquidez é regulada pelas autoridades monetárias.

Mercado de CréditoEste mercado visa fundamentalmente suprir as necessidades de caixa, cujo prazo se escala em curto,médio e aleatório perante os vários agentes econômicos, seja por meio da concessão de créditos àspessoas físicas ou empréstimos para consumo das famílias, através do consumo corrente e bens duráveis,ou de financiamentos às empresas, para o capital de giro, (Assaf, 2001, p. 105). Estas operações sãotipicamente realizadas por instituições financeiras bancárias, companhias financeiras e os bancos múltiplos,que funcionam a partir de normas contratuais, envolvendo tomadores finais de crédito, doadores finais eintermediários do processo de concessão.

Ainda de acordo com o autor, as operações de empréstimos de curto e médio prazo, estão os descontos detítulos, os créditos rotativos, as operações hot money 

1, os empréstimos para capital de giro e pagamento detributos, as operações de vender, os repasses de recursos externos através da resolução 632, o crédito ao

consumidor, as assunções de dívidas, o adiantamento do contrato de câmbio – ACC, além dos serviçosbancários como a emissão de saldo e extratos de conta corrente, emissão de documentos de crédito, oacesso eletrônico a saldos e aplicações financeiras, a abertura de crédito, entre outros.

O mercado de crédito está destinado ao setor primário e terciário por meio do capital de risco e de giro,além do consumidor final. Seu prazo varia de acordo com a inflação e possui as seguintes garantias:

As garantias reais são aquelas que se dá através das hipotecas; as pignoratícias,ou seja, o próprio bem que garante o crédito;As fidejussórias garantidas pela a idoneidade do devedor; e os acessórios onde oseguro é do próprio bem adquirido (ASSAF, 2001, p. 106).

Sua liquidez pode ser feita de duas maneiras: a primeira ocorre no dia do vencimento do contrato, e a

segunda ocorre quando são efetuadas em parcelas mensais e consecutivas, até o final do prazo.

Mercado de Capitais

O Mercado de Capitais deriva-se da não capacidade do mercado de crédito de atender as necessidades daatividade produtiva, logo foi fundamentado por dois princípios: o primeiro deles é o de contribuir para odesenvolvimento econômico na formação da poupança privada; e o outro é o da estruturação de umsistema pluralista, ou seja, baseado na economia de mercado (CAVALCANTE; MIUSUMI; RUDGE, 2005, p.147).

1Hot Money -2 Resolução 63 -

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A constituição do Mercado de Capitais é feita pelas instituições financeiras não bancárias, bolsas devalores, sociedades corretoras, sociedades distribuidoras, além de empresas de liquidação e custódia. Éconsiderado por Cavalcante; Miusumi; Rudge (2005, p. 149), como sendo um:

Sistema de distribuição de valores mobiliários designado a operar no mercadoatravés dos títulos de renda variável, com o objetivo de canalizar as poupanças dasociedade para o comércio, a indústria e outras atividades econômicas do

governo, que proporcionam a liquidez aos títulos de emissão de empresas e aviabilização do processo de capitalização com operações de financiamento demédio, longo a até mesmo de prazo indeterminado envolvendo a compra departicipação acionária. Sua importância permite o crescimento no longo prazo dasempresas e organizações governamentais ao fornecer os fundos necessários paraa aquisição de ativos fixos e implementação de programas de longo prazo.

No Mercado de Capitais, os principais títulos negociados são os representativos de empresas - as ações3 -ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas - as debêntures e debêntures conversíveis4, bônusde subscrição5, e “comercial papers 

6”, que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimentoeconômico. O Mercado de Capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição devalores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação.

Nos Países Capitalistas Desenvolvidos, os Mercados de Capitais são considerados fortes e dinâmicos. Afraqueza desse mercado nos Países Subdesenvolvidos dificulta a formação de poupança, constituí um sérioobstáculo ao desenvolvimento e obriga-os a recorrerem aos mercados de capitais internacionais, sediadosnas potências centrais.

Para Cavalcante; Miusumi; Rudge (2005, p. 19) o mercado de capitais é considerado como:

Um conjunto das operações financeiras de prazos médio, longo e indefinido, quesão normalmente efetuadas direto com os poupadores e empresas ou através deintermediários financeiros não bancários, que geralmente destina-se aofuncionamento de investimentos fixos.

O mercado de capitais é subdivido de acordo com o quadro abaixo:

FIGURA 04: Mercado de CapitaisFonte: Pinheiro (2001, p. 115).

O Mercado de Capitais é segmentado de duas formas: institucionalizado e não institucionalizado. Osegmento não institucionalizado, como o próprio nome diz, são os que não estão sujeitos a regulamentação

3 Ações – são títulos nominativos negociáveis que representam para quem as possui uma fração do capital social de umaempresa.4 Debêntures Conversíveis – são aqueles que podem ser convertidas em ações, segundo condições estabelecidaspreviamente.5 Bônus de Subscrição – é lançamento de novas ações para obtenção de recursos, dando o direito ao acionista decomprar ações desta mesma empresa dentro de um prazo estabelecido, por um preço pré-determinado.6 Comercial Papers – são papeis negociáveis (notas promissórias) de curto prazo emitido pelas sociedades com o intuitode obter recursos para financiar seu capital de giro.

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e ao controle da autoridade. Ou seja, as empresas não são registradas nas Bolsas de Valores e suas açõesestão fora de seu controle, não possuindo garantias. Conseqüentemente elas não têm autorização paraoperar, passando a ser transacionadas no mercado de balcão, onde suas operacionalizações se dão pormeio de um sistema eletrônico ou através de sistemas telefônicos entre as instituições financeiras, devido anão existência de uma estrutura física definida para negociações. Nesses balcões, são negociados valoresmobiliários de empresas de pequeno porte registradas na CVM, e que prestam informações ao mercado.

As principais características desse mercado são:

Ausência de um local de negociação centralizado fisicamente, com a conseqüentedependência de um sistema de comunicação;As operações realizadas nesse mercado têm pouca influencia nas negociaçõesseguintes;Não há uma homogeneidade em termos de participantes e operações (GITMAN,2006, p. 89).

Atuam como intermediários, neste mercado, não somente as corretoras de valores, membros da BOVESPA,mas também outras instituições financeiras, como bancos de investimento e distribuidoras de valores. Alémdas ações, outros valores mobiliários são negociados em mercados de balcão organizado, comodebêntures; cotas de fundos de investimentos imobiliários; fundos fechados; fundos de investimento emdireitos creditícios; certificado de recebíveis imobiliários, entre outros.

Já o mercado institucionalizado é controlado pelos órgãos de controle e acompanhamento de mercado. Osistema de regulação do mercado de capitais brasileiro é formado por quatro principais organismos: oConselho Monetário Nacional, a Comissão Técnica de Moeda e do Crédito, o Banco Central do Brasil, e aComissão de Valores Mobiliários. Cada um desempenha uma ou mais funções de normatização,regulamentação, fiscalização e acessória relativa às atividades do sistema distribuidor de títulos e valoresmobiliários. Este mercado também exerce igualmente o papel relevante as entidades auto-reguladorascomo é o caso das bolsas de valores e das bolsas de mercadorias e futuros.

Bolsa de Valores

A palavra Bolsa, no seu sentido comercial e financeiro, nasceu em Burges, cidade da Bélgica, onde serealizavam assembléias de comerciantes na casa de um senhor chamado Van Der Bourse, em cuja fachada

havia um escudo com três bolsas e brasões com armas do proprietário (PINHEIROS, 2001, p. 55).

Conforme o autor citado, a Bourse de Paris foi implantada por Luís VII em 1141, sendo regulamentada em1304. A primeira bolsa de caráter internacional foi criada em Amberes em 1531, posteriormente foramcriadas as de Londres (1554), Paris (1554) e New York (1792). Embora as operações com valores jáestivessem legalizadas, o enorme crescimento das negociações, naquele ano, exigiu a organização daBolsa em caráter oficial. No século XVIII, estas instituições atingiram um grande desenvolvimento, quandoas exigências de crédito público obrigaram os banqueiros a fracionar os empréstimos em títulos departicipação. A partir do século XIX, as bolsas restringiram sua atuação aos mercados de capitais (títulos evalores mobiliários) e à medida que surgiram os mercados de títulos representativos de mercadorias(commodities) foram criados locais específicos para sua negociação (bolsa de mercadorias).

Com a expansão das sociedades por ações, permitindo grandiosos agrupamentos de recursos, as bolsas

assumiram um papel preponderante na oferta e procura de capitais. Desde os velhos mercados medievaisaté hoje, as Bolsas de Valores vêm sofrendo profundas transformações em sua estrutura.

Existem nas bolsas de valores importantes centros de negociações das ações, nos quais são feitas astransações com ações e debêntures. As bolsas são organizadas como associações civis, sem finslucrativos e com funções de interesse público, além de atuarem como auxiliares da CVM - Comissão deValores Mobiliários – na fiscalização do mercado, e tendo ampla autonomia na sua esfera deresponsabilidade.

Segundo Mellagi; Ishikawa (2000, p. 160), a Bolsa de Valores têm três principais atribuições, entre elasestão:

Manter um local adequado ao encontro de seus membros e à realização entre eles

de transações de compra e venda de títulos de valores mobiliários, em mercadolivre e aberto;

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Estabelecer sistemas de negociação que propicie continuidade de preços eliquidez de mercado;Preservar elevados padrões éticos de negociação e comportamento para seusmembros e sociedades emissoras de títulos e valores mobiliários.

No Brasil, seu desenvolvimento está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de estrutura financeira dopaís. A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro - BVRJ foi à primeira bolsa a se estabelecer no Brasil em 1845,

sendo chamada de Bolsa de Fundos Públicos. Os negócios – com produtos como fretes de navio emercadorias de importação e exportação – eram realizados em uma espécie de pregão ao ar livre e oscorretores eram chamados zangões. Surgiu deste fato o conceito de Praça de Comércio, que se assemelhacom a noção de pregão organizado. Com a evolução do mercado acionário, a partir de 2000, foi celebradoum acordo de integração das nove bolsas de valores em atividade no Brasil, por meio do qual toda anegociação, de renda variável em bolsa, no país, passou a ser realizada na Bolsa de Valores de São Paulo,BOVESPA. Posteriormente, cinco daquelas bolsas foram encerradas por seus membros e ainda existemtrês outras bolsas de valores: a BVRJ (Bolsa de Valores do Rio de Janeiro), que passou a ser subsidiáriaintegral da BM&F; a BOVMESB (Bolsa de Valores de Minas Gerais, Espírito e Brasília) e a BOVESBA(Bolsa de Valores da Bahia, Sergipe e Alagoas). Porém, esta última sem qualquer atividade de negociaçãode valores mobiliários.

Em 2002, a BOVESPA adquiriu a SOMA, assumindo toda a administração da negociação de renda

variável no Brasil. Hoje, com seus mais de 115 anos, detém todas as atividades relacionadas com títulosde emissão privada, fortalecendo o mercado acionário brasileiro. Em 2002, a Bolsa de Mercadorias &Futuros adquiriu os títulos patrimoniais da BVRJ, tendo os direitos de administração e operacionalização dosistema de negociação de Títulos Públicos. E recentemente a BM&F se fundiu com a BOVESPA, tornando-se assim uma das maiores bolsas do mundo.

O funcionamento das bolsas de valores perante o público é descrito por três tipos de postura que podem seradotadas diante das operações:

Especuladores – pessoas que utilizam esses mercados para obter lucrosfinanceiros em curto prazo, são os chamados apostadores em função davolatilidade do mercado, buscando oportunidades de ganho na compra e venda deações;

Investidores – pessoas que utilizam esses mercados para obter rendimentos delongo prazo;Gestores Financeiros – necessitam desses mercados para realizar a gestão dasempresas, captando recursos a baixo custo e investir recursos sem risco, comprazos adequados (GITMAN, 2006, p. 57).

Atualmente, as principais bolsas de valores do mundo são: a NYSE, a NASDAQ, a FTSE – 100, a NIKKEYSTOCK AVERAGE, e a BOVESPA.

A NYSE – New York Exchange – é considerada a maior e mais importante bolsa do mundo em tecnologiadiariamente se negocia certa de 1 bilhão de ações e gira mais de US$ 40 bilhões de dólares. Ela é tambémresponsável pela divulgação de quatro índices setoriais: Indústria, Serviços de Utilidade Pública, Transportee Finanças; NASDAQ – National Association of Securuties Dealers Automatic Quotation System – é

considerada a terceira maior bolsa, ela opera através do sistema de negociação por leilões (viva voz)realizados pelas corretoras. Na Nasdaq os negócios são realizados no mercado de balcão por comerciantesque compram, vedem e estocam títulos e os distribuem para os investidores. Suas transações chegam acerca de US$ 2.844,19 bolhões de dólares; FTSE - 100 – é a bolsa de Londres onde é composta pelas 100ações mais capitalizadas. Nela se negociam cerca de US$ 2.460,06 bilhões de dólares; Tóquio – NikkeyStock Average é formada por 225 ações e chegam a movimentar US$2.953,10 bilhões de dólares;BOVESPA – Bolsa de Valores do Brasil considera a maior e mais importante bolsa da América Latina e domundo, atualmente após a fusão com a BM&F, chega a ser negociado cerca de R$ 2.369 bilhões(CAVALCANTE; RUDGE, 2005, p. 159).

Bolsa Mercantil e Futuros – BM&F

A Bolsa de Marcadorias e Futuros foi concedida por empresários paulistanos, em 26 de outubro de 1917, e

na época foi chamada de Bolsa de Mercadorias de São Paulo – BMSP, que tinha como objetivo incentivar aprodução, comercialização e a classificação de produtos agrícolas. Em 1918, começou a introduzir

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operações de contratos futuros de algodão. Ela se caracterizou pela negociação de produtos agropecuáriose só na década de 80 instituíu um contrato futuro de ativos financeiros, referenciando o ouro. Ao longo dosanos, ela alcançou uma rica tradição nas exportações, no comércio e na agricultura, com intuito de formarum grande mercado nacional para as commodities 

7 agropecuárias, particulamente as matérias primascomo: café, boi gordo e algodão, com mecanismos modernos de formação de preços e sistema organizadode comercialização. Em julho de 1985, surge a Bolsa Mercantil e Futuros - BM&F, derivado da fusão entre aBolsa de Mercadorias de São Paulo e a Bolsa de Mercadorias do Rio de Janeiro, e em pouco tempo ela

conquista a posição invejável entre as principais commodities exchanges do mundo, negocinado contratosfuturos, de opções, a termo e à vista, referenciados em índices de ações, ouro, taxas de juros e taxas decâmbio.

Para Ross (2002, p. 128), a Bolsa de Mercadoria e Futuro pode ser conceituada como:

Mercado centralizado para transações com mercadorias sobretudo, o de produtosprimários de maior importância no comércio interno como o de café, açucar,algodão e cereias. São realizados negócios tanto com estoques existentes quantocom estoques futuros, as bolsas de mercadorias exercem papel de estabilizadorano mercado, minimizando as variações de preços provocados pelas flutuações daprocura e reduzindo os riscos dos comerciantes.

A bolsa de mercadorias e futuro é um mercado de alto risco, onde se faz a distinação entre seusparticipantes, que são o hedger e o especulador. O primeiro se caracteriza por operar no mercado futuropara se proteger da variação de preço, e o segundo atua exatamente na variação de preço que possibilita anecessária liquidez do sistema.

Através dela são realizados dois tipos de negócios: à vista ou futuro. Nas negociações à vista ocorrem nosmercados fechados, através dos contratos de compra e venda de commodities , principalmente, demercadorias agropecuárias e de ouro. Já nas negociações futuras entram os contratos de dólar, boi gordo, oíndice Bovespa, juros e a maioria das commodities . As pessaoas que recorrem a esses mercados têm oobjetivo de proteger-se de flutuações nos preços dos produtos e meradorias.

Mercado de Câmbio

O Mercado de Câmbio é considerado como um segmento financeiro em que ocorrem operações de comprae venda de moedas internacionais conversíveis, ou seja, em que se verificam converções de moedanacional em estrageiras. São ditas operações de curto prazo, intermediadas pelo Banco Central. E asinstituições que nele atuam são os bancos comerciais e as firmas autorizadas, com intermediação dasCorretoras (TROSTER; MOCHÓN, 2004, p. 202).

Como observa o autor , as operações do mercado cambial são basicamente de compra e venda de moedaestrangeira, feitas por meio de operadores de câmbio, especialistas vinculados às instituições financeiras nafunção de transacionar divisas, e pelas corretoras de câmbio, que atuam como intermediárias entre osoperadores e os agentes econômicos interessados em comprar ou vender moedas. Além disso, há ointermediário financeiro, que compra divisas dos exportadores e vende para os importadores. Essas vendasde divisas aos importadores podem, por sua vez, serem feitas a prazo, em operações a futuro ou à vista,funcionando portanto, como um financiamento.

Para Mellagi; Ishikawa (2000, p. 118), o Mercado Cambial pode ser entendido como sendo um:

Instrumento monetário que enquadra as operações realizadas na divisa de umpaís estrangeiro, implicando uma canalização de meios financeiros de um paíspara outro e estabelece a ligação entre a oferta e a procura de divisas originandocotações que permitem igualar a procura e a oferta de moeda.

O controle de câmbio encontra-se, atualmente, sob controle oficial, cumprindo ao BACEN não só autorizá-las, como também fixar as respectivas taxas. Atualmente, a taxa de câmbio é determinada pelo própriomercado, passando a ser formada pela lei da oferta e procura. Esta pode ser através da troca imediata damoeda nacional por estrangeira, atendendo as pessoas que se deslocam para o estrangeiro e é chamada

7 Commodities – produtos primários de grande importância econômica, como o algodão, a soja, minério de ferro, café,boi gorda entre outros.

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de operação manual. Já as operações mais numerosas, envolvendo importâncias maiores destinadas àexportação e à importação, conhecida como operações escriturais.

As operações de câmbio, segundo Germaud; Vasconcellos (2004, p. 163), são realizadas de três maneiras:

Operações de Compra: recebimento da moeda estrangeira contra entrega demoeda nacional;

Operações de Venda: entrega de moeda estrangeira contra o recebimento demoeda nacional;Operações de Arbitragem: entrega de moeda estrangeira contra o recebimento deoutra moeda estrangeira.

Por fim, com relação à posição do câmbio, ele pode assumir duas formas, como ratifica Jordan; Ross;Westerfield (2002, p. 145):

A posição vendida que representa os dólares guardados na carteira de câmbio emum banco, comprados numa operação de crédito no exterior;A posição comprada representada pelos os dólares guardados na carteira decâmbio de um banco, comprados em reias no mercado interno.

1.5 Sociedade Anônima

As sociedades anônimas ou companhias são reguladas pela Lei nº 6.404, de 1976, com alterações dadaspela Lei nº 9.457, de maio de 1997. A formação de uma sociedade por ações envolve a preparação de umdocumento de incorporação, onde neles devem conter o nome da sociedade, sua duração e o número deações que podem ser emitidas, entre outros itens e um estatuto onde norteia a sua existência.

Elas são conhecidas também como, entidades jurídicas, por terem os poderes de pessoa física, no sentidode que podem promover ações judiciais e ser acionada judicialmente, assinar contratos, possuir bens, tomardinheiro emprestado além de firmar contratos.

Para Cherobim; Lemes; Rigo (2005, p. 134), sociedade anonima é entendida como sendo:

Uma sociedade comercial formada por, no mínimo, sete sócios, sendo o capital decada um representado pelo número proporcional de ações e sua responsabilidadelimitada ao capital investido. Podem execer qualquer tipo de atividade comercial,industrial, agrícola ou prestação de seviços.

É considerada como uma entidade legal separada, formando uma constituição de empresas nas quais ocapital social não se encontra atribuído a um nome em específico, podendo até mesmo ser um sócio geralou um sócio com responsabilidade limitada, mas está dividido em ações que podem ser transacionadaslivremente, sem necessidade de escritura pública ou outro ato notarial.

As vantagens de constituir uma S.A é de que os proprietários passam a ter responsabilidades limitadas, oque garantem que não podem perder mais do que o investido, pode alcançar um porte substancial com avenda de ações, as participações são facilmente transferíveis, a duração do seu tempo de atividade, possui

acesso mais rápido e fácil a financimantos, além de deter algumas vantagens fiscais e podem tambémcontratar profissionais na área de administração. Já as suas desvantagens são de não oferecer sigilo desuas demeontrações financeiras pois os acionistas precisam recebe-las mensalmente, elas passam a estarsujeitas a uma maior regulamentação governamental, os impostos são mais altos, por serem pagos emdobro, pois o lucro da empresa (pessoa jurídica) é tributado e os dividendos pagos as proprietários (pessoafísica) também são tributados, daí a chamada bi-tributação.

O modelo de sociedade anônima ainda pode ser subdivida em duas, como certifica Cherobim; Lemes; Rigo(2005, p. 136):

Companhia Aberta – recebe esse nome por promove a colocação de valoresmobiliários8 em bolsas de valores ou no mercado de balcão, com o objetivo de

8 Valores Mobiliários – são ações, debêntures e quotas de fundos de investimento. 

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captar recursos junto ao público, e é fiscalizada pela CMVM – Comissão deMercado de Valores Mobiliários;Companhia Fechada – são aquelas cujas ações estão nas mãos de pessoasfísicas ou jurídicas determinadas e não são comercializadas em bolsa de valores,e a obtenção de recursos se da por meio dos próprios acionistas.

A estrutura administrativa de uma sociedade anonima está definida da seguinte forma:

FIGURA 05: Hierarquia de uma S.A – Sociedade Anônima.Fonte: Gitman (2006, p. 157).

Os proprietários de uma sociedade por ações são os seus acionistas, onde votam periodicamente paraeleger os membros do conselho de administração e mudar o estatuto da empresa, essas funções cabemapenas para aqueles que forem detentores de ações ordinárias. Já o conselho administrativo é consideradoa maior autoridade em relação à condução dos assuntos da empresa e as formulações de sua política geralcabem a eles também elegerem o presidente da organização. Além disso, freqüentemente eles têm a opçãode comprar um número estipulado de ações a um preço predeterminado e atraente. Cabe ao presidenteeleito a responsabilidade pela gestão das operações do dia-a-dia e pela execução das políticasdeterminadas pelo conselho, como também a apresentação periódica dos relatórios.

Uma empresa que deseja abrir seu capital ganhando condições de obter novos recursos não exigíveis,

como contra partida à participação no seu capital. Elas têm de ser registradas na CVM – Comissão deValores Mobiliários, podendo distribuir suas ações e debêntures no mercado, seja mediante pregão embolsa ou no mercado de balcão, para captarem recursos junto ao público, pois o valor pago pelas açõessubscritas ingressa no caixa da sociedade a custo teoricamente zero. Com os recursos necessários asempresas têm condições de investir em novos equipamentos ou desenvolvimento de pesquisa, melhorandoseu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a comunidade.

Para Ross (2002, p. 177), companhia aberta é uma forma que as empresas têm de:

Obter recursos junto ao público em geral, oferecendo ações de sua emissão. Ascompanhias abertas são as emissoras das ações transacionadas nos mercadosorganizados. Elas são companhias de valores mobiliários registrados na CVM,admitidos à negociação no mercado de títulos e valores mobiliários, de bolsa ou

balcão.As companhias abertas são detentores de alguns direitos, dentre eles estão: o de ter valores mobiliários desua emissão negociados publicamente em bolsas de valores ou mercados de ações; captar recursosatravés do lançamento público de valores mobiliários; e por fim obter junto a CVM o registro de seusprogramas de lançamento de recibos de depósito DRs negociáveis no exterior, para a captação de recursosem mercados estrangeiros.

As principais características de companhias abertas brasileiras são: quando os valores mobiliários de suaemissão são admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários; tem que ter os seus valoresmobiliários da companhia registrados na CVM, para poder serem negociados entre outras.

Para que a empresa se torne uma empresa de companhia aberta é necessário passar por algumas etapas,

dentre elas estão: a análise preliminar sobre a conveniência da abertura; a escolha de uma auditoriaindependente e de um intermediário financeiro; estudos técnicos para a definição de preço e volume da

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operação; adaptação dos estatutos e outros procedimentos legais; contratos de coordenação e distribuição;AGE deliberativa da operação e período de preferência; processos de obtenção de registro da CVM;processo de registro da empresa em bolsa de valores e a formação do pool de distribuição.

Formas de Captação de Recursos Financeiros Empresariais

Toda empresa existe para produzir bens ou serviços e para isto elas precisam obter recursos rentáveis nos

seus ativos: permanente e circulante - necessários a obtenção dos seus objetivos. E para que isto ocorra àempresa recorre aos recursos financeiros ditos como soluções monetárias como o capital, dinheiro em caixaou em bancos, contas a receber, créditos, investimentos entre outros.

É a administração financeira que cuida de um dos recursos mais caros e escassos da empresa, os recursosfinanceiros. São eles que dão à empresa a possibilidade de contratar pessoas, adquirir instalações,máquinas e equipamentos, comprar matérias-primas e investir na produção de bens ou serviços.

O objetivo da administração de uma empresa é maximizar o lucro, ou seja, aumentar o valor do patrimôniodos seus acionistas, com o mínimo de investimentos em ativos, e para que isto se viabilize a empresa deveestimular suas vendas tanto à vista quanto a prazo, se possível em poucas prestações; investir emtecnologias e tentar reduzir o tempo de produção como também à quantidade estocada; sempre manter osetor de máquinas e equipamentos no seu melhor funcionamento e conservação; além de expandir a

capacidade instalada.O dinheiro investido por uma empresa em ativos tem sempre alguma origem, e pode ser financiado de trêsformas, como diserta Gitman (2006, p. 183): 

Financiamento de Curto Prazo: são aqueles que têm seu financiamento inferior a360 dias, que são classificados no grupo do passivo circulante;Financiamento de Longo Prazo: tem seus vencimentos de financiamentossuperiores há 360 dias e encontra-se no grupo contábil do exigível em longoprazo;Capital Próprio: está no grupo do passivo não-exigível, como o próprio nome diz,são recursos pessoais e não possuem prazo.

Essas formas de financiamentos para captação de recursos empresariais se dão através de duasfontes, como mostra o quadro abaixo:

FIGURA 06: Fonte de financiamento das empresasFonte: Cherobim; Lemes; Rigo (2005, p. 177).

A fonte interna de financiamento é uma maneira que a empresa tem de captar recursos de si própria, semprecisar socorrer a outros tipos de financiamentos ou empréstimos que não dependam dela:

Lucros Retidos – Constituem uma fonte interna de capital próprio, largamente utilizada no financiamentodos planos operacionais e de investimentos. Os lucros retidos correspondem ao valor remanescente dolucro líquido após a dedução da parcela a ser distribuída em espécie aos proprietários, denominada pordividendos em se tratando de sociedade por ações. Os lucros retidos encontram-se registrados nas contasde reservas de lucro e de lucros acumulados. Obviamente, esses fundos estão distribuídos pelos diversos

ativos circulantes e não circulantes da empresa (Braga, 1995, p. 324).

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Rotatividade dos Créditos – É uma operação típica de bancos comerciais que envolvem notaspromissórias ou duplicatas emitidas pela empresa com vencimento de até 180 dias. Ao descontar o crédito,a empresa recebe uma importância menor que seu valor de face, caracterizando a cobrança antecipada detaxa de serviços, juros e impostos sobre as operações financeiras. Está rotatividade é largamente utilizadapara financiamento do capital de giro, essas operações podem ser realizadas de forma esporádica oupermanente. (Braga, 1995, p. 332).

Planejamento Fiscal e Tributário – É realizado por bancos comerciais por um prazo inferior ao período emque os recursos arrecadadores ficam em sue poder, esses financiamentos estão sujeitos à tarifa decontratação, juros e IOF, garantidos por notas promissórias avaliadas (Braga, 1995, p. 332).

As fontes externas, como o próprio nome diz, podem ser recursos captados através de terceiros, que dentreeles estão:

Debêntures “são títulos emitidos apenas por sociedades anônimas não financeiras de capital aberto,representativos de parcela de empréstimo contraído pela emitente com o investidor, a médio e/ou em longoprazo, garantidos pelo ativo da empresa” Cavalcante; Muisumi; Rudge (2005, p. 66), em outras palavras éuma forma de financiamento, recurso da empresa, para obter empréstimos em longo prazo. Elas podem serde dois tipos: conversíveis e não conversíveis, no caso de debêntures não conversíveis, o empréstimo é

liquidado normalmente no prazo previsto e quanto às debêntures conversíveis em ações, o investidorpoderá em prazos determinados e sob condições previamente definidas, optar pela conversão de seu valorem ações, incorporando-o ao capital da sociedade emitente. Todas as condições pertinentes à emissão,prazos, resgates, rendimentos, conversão em ações e vencimentos de debêntures são obrigatoriamentefixados em assembléia geral dos acionistas. Há duas formas principais pelas quais os possuidores dedebêntures estão legalmente protegidos, que são por intermédio da escritura de emissão regulada pela Lei6.404 de 1999 que estabelece as suas condições9, e os agentes fiduciários, os debenturistas que formamum condomínio, e é escolhido um representante perante a empresa, para defender os seus direitos.

Commercial Papers  “são considerados títulos de sociedades anônimas abertas emitidas por instituiçõesnão financeiras, representativos da dívida de curto prazo, ou seja, com um prazo inferior ou equivalente há360 dias” Ross (2002, p. 193). Em prática constitui uma nota promissória tomadora de recursos parafinanciar o seu capital de giro. A garantia do título se da pelo próprio desempenho da empresa e por fiança

bancária negociado no mercado secundário e com data de vencimento certa. A principal vantagem doemitente do título é a possibilidade de tomar recursos a um custo muitas vezes inferior às taxas de jurospraticadas nos empréstimos bancários;

Empréstimos Bancários – Geralmente são concedidos pelos bancos comerciais por um prazo de 60 dias,com possibilidade de renovação, para linhas de crédito de curto prazo para capital de giro. Essesempréstimos podem ser garantidos por duplicatas cujo valor exceda ao saldo devedor e, em qualquer caso,por nota promissora avaliada pela empresa. Já para longo prazo, onde se destina ao financiamento demáquinas, equipamentos, veículos pesados e equipamentos de informática, estes podem ser feito atravésdo BNDES, que da um período de carência de 180 dias, para facilitar melhor o pagamento da empresa(Fortuna, 2001, p. 65).

Fornecedores – É um grupo de pessoas que compõe os stkeholders da empresa, eles preocupam-se com

o sucesso dos seus grandes clientes, fornecendo subsídios para a programação da produção e vendas etambém para a implementação de seus próprios planos de expansão, sendo considerado como uma fonteexterna de financiamento para a empresa. As empresas preocupam-se com a garantia de regularidade nossuprimentos de matérias-primas, e isto justifica o acompanhamento da situação econômico-fianceira deseus principais fornecedores (Braga, 1995, p. 141).

Capital Próprio – Ações – Outra forma de captação de recursos se dá pelos lançamentos de ações daempresa no mercado. Desta forma a empresa se desfaz de uma parte de seu capital social em troca dedinheiro livre, ou seja, sem juros e a cobrança de taxas administrativas das financeiras, sendo esta maneiraa melhor para a empresa. Com a arrecadação desses recursos a empresa reinveste na sua ampliação,compra de novas e modernas máquinas e outras necessidades que fizer jus (Assaf, 2001, p. 76).

9 Estas condições são dadas através da AGE dos acionistas, onde a empresa emite um documento denominado Escriturade Emissão, a qual deve ser registrada em cartório.

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Unidade II

2.1 Operacionalização da Bolsa de Valores – BOVESPA

TIPOS DE MERCADO

Mercado Primário

Em princípio, qualquer Ativo Financeiro têm sua primeira negociação realizada no Mercado Primário. È neleonde as empresas S.A de capital aberto, lançam pela primeira vez suas ações no mercado, através dosIPO’S – Initial Public Offerting , com a finalidade de captação de recursos para novos investimentos e futurasampliações na sua estrutura, entre outras atividades.

No mercado primário as empresas podem abrir seu capital, colocando ações no mercado ou fazendo aemissão de novos lotes de ações, colocando mais uma parte da empresa a venda em forma de ações.

Para Cherobim; Lemes; Rigo (2005, p. 97), o Mercado Primário pode ser entendido como sendo “ummercado de títulos em fase de lançamento para subscrição pública, na qual os títulos não precisam ser

negociados em bolsa”.Mercado Secundário

No Mercado Secundário, as negociações se derivam da compra e venda de ações já transacionadas, ouseja, as ações que já foram lançadas e estão sendo transacionadas de um proprietario para o outro.

O valor transacionado nesse mercado não é canalizado para a empresa ou para o banco, não significandodo ponto de vista econômico um aumento ou diminuição de recursos para finaciar novos empreendimentos.Sua função é dar liquidez aos papéis negociados no mercado primário.

Esse mercado é tão importante quanto o primário, uma vez que, a sua existência é condição fundamentalpara o funcionamento do outro. Os ativos financeiros não encontram colocação no mercado primário se não

interrelacinarem como mercado secundário organizado e capaz de dar liquidez necessária.

É no mercado secundário onde ocorre a negociação dos valores mobiliários adiquiridos no mercadoprimário. Ele é sub divido em duas formas: Mercado de Balcão e Bolsa de Valores.

Para Gitman (2006, p. 30), o mercado secundário é dito como “uma fase do mercado de ações e títulos quevem logo em seguida ao mercado primário e se caracteriza para a obrigatoriedade de se fazerem astransações na bolsa de valores”.

2.2 Ações

Definição

Segundo a literatura pode-se compreender que as ações são títulos nominativos10

das empresas, cujaaplicação é enquadrada prioriamente no longo prazo, haja vista pertencerem ao mercado de rendavariável11.Elas são emitidas por sociedades anônimas, que representa uma fração do capital social da empresaemitente, ou seja, é um pedacinho da empresa, passando o investidor, detentor dessas ações a ser co-proprietário da sociedade anônima, participando assim de seus resultados. As ações são conversíveis emdinheiro a qualquer tempo, pela negociação em Bolsa de Valores ou no Mercado de Balcão.

10 Ações Nominativas – são ações que identificam os proprietários, a propriedade presume-se pelo pela inscrição donome do acionista no Livro de Registro de Ações Nominativas.11 Renda Variável – são rendimentos que não são prefixados, não faz parte das condições do título e varia em função dascondições de mercado.

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As ações podem ser cheias quando elas ainda não tiveram nenhum de seus direitos exercidos, como arepartição dos dividendos, bonificação ou subscrição e também podem ser chamadas de vazias, quandouns dos seus direitos já foram exercidos, como os dividendos, as bonificações e a subscrição.

As ações são norteadas por critérios de fundamental importância como retorno, prazo e proteção, entre elesestão:

Volatilidade – são ações que possuem baixa oscilação no mercado.Liquidez – é a disponibilidade em moeda corrente ou posse de títulos, ou seja,ações conversíveis rapidamente em dinheiro.Rentabilidade – são as ações que detêm um alto grau de rendimento,proporcionado por determinado investimento, que pode ser expressa pelapercentagem de lucro (PIAZZA, 2007, p. 40).

De acordo com Cavalcante; Misumi; Rudge (2005, p. 67), as “ações podem ser consideradas como sendotítulos de propriedade, representados por um certificado que confere ao seu possuidor uma parcela departicipação no controle e nos lucros da empresa, bem como suas obrigações”.

TIPOS DE AÇÕES

As ações são sempre nominativas12 e podem ser de dois tipos: Ações Ordinárias, com nomenclatura ON; eas Ações Preferenciais PN. As ações também são diferenciadas por classes: A, B, C ou alguma outra letraque aparece após o “ON” ou o “PN”. As características de cada classe são estabelecidas pela empresaemissora da ação, em seu estatuto social. Essas diferenças variam de empresa para empresa, portanto nãoé possível fazer uma definição geral das classes de ações.

Ações Preferenciais – PN

São ações nominativas que oferecem preferência na distribuição de resultados, garantindo ao acionista apropriedade de dividendos mínimos de 25 %, comumente em percentual mais elevado do que o atribuído àsações ordinárias, mas geralmente não tem direito a voto. A possibilidade de deter o poder do voto é dada sea empresa não pagar os seus dividendos por um período consecutivo de 3 anos. Após este período, as

ações ditas como preferências passam a se enquadrar no grupo das Ações Ordinárias. E no caso dadissolução da sociedade, os detentores das ações preferenciais terão o direito ao reembolso de todo ocapital investido.

Por fim, estas ações são de característica exclusiva do Brasil, pois nos mercados desenvolvidos não háessa classe de papel. Apesar da Lei das Sociedades Anônimas ter reduzido o limite de emissão de açõesPN, que antes era de 67% para 50% do capital, elas ainda são as mais negociadas no mercado.Segundo Ross (2000, p. 276), as ações preferenciais podem consistir em “ações que normalmente nãoconcedem o direito a voto a seu titular, mas oferecem preferência na distribuição de resultados ou noreembolso do capital no caso de dissolução da companhia”.

Ações Ordinárias – ON

São ações nominativas, papéis que dão ao seu detentor, o poder de decisão concedendo o direito do votonas assembléias de acionistas, além da participação nos resultados financeiros da empresa. Asassembléias de acionistas podem ser ordinárias ou extraordinárias13. Nessas reuniões, discutem-seassuntos como os balanços financeiros da companhia, a destinação dos lucros e a eleição de membros dosconselhos administrativo e fiscal. Elas podem ser convocadas extraordinariamente, nas quais se votamtemas como aquisições e propostas de recompra de ações no mercado, etc. Esse tipo de ação tambémproporciona a distribuição de dividendos, porém sua forma de recebimento ocorre após a dos acionistas

12 Ações Nominativas – são rendimentos que não são prefixados, não faz parte das condições do título e varia emfunção das condições de mercado.13 Assembléias Ordinárias e Extraordinárias – as assembléias são reuniões que ocorrem nas empresas para seremdeliberados assuntos de interesses. Elas podem ser Ordinárias, que são as que acontecem uma vez por ano para deliberaras diretrizes e as Extraordinárias que ocorrem quando pelo menos 1/3 dos acionistas solicitam, como também paradeliberarem assuntos de urgência e corriqueiros das organizações.

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preferências e sua cotação chega a ser 10% menor do que pago às ações do tipo PN – as açõespreferenciais.

De acordo com Cherobim; Lemes; Rigo (ano, 2005 p. 265), as ações ordinárias são entendidas comosendo:

Aquelas que conferem ao seu titular o direito a voto na assembléia de acionistas

da empresa, ou seja, concedem o poder de voto nas assembléias que determinamas principais destinações de recursos, elegem os membros da diretoria, aprovamas demonstrações contábeis e outros. Portanto, essas ações fornecem o direito aparticipação nas mais relevantes tomadas de decisão da empresa.

2.3 Acionistas

Os acionistas são pessoas físicas e ou jurídicas detentoras de ações ordinárias ou preferenciais dasSociedades Anônimas, sendo a responsabilidade dos sócios ou acionistas limitados, ao preço de emissãodas ações subscritas ou adquiridas. Eles podem ser classificados: como Acionistas Minoritários e osMajoritários, chamados de controladores.

Acionista Minoritário

Os Acionistas Minoritários são donos de ações com direito a voto em uma quantidade que não permite suaparticipação no controle da companhia. Estes acionistas não têm em seu poder uma quantidade expressivade ações com direito a voto, por isso não detêm poder de decisão.

Para Rudge (2003, p. 17), o acionista minoritário “é um proprietário de ações com direito a voto, cujo totalnão lhe permite participar do controle da companhia”.

Acionista Majoritário

São os acionistas controladores que podem ser compostos de pessoas físicas, jurídicas e grupo de pessoasvinculadas através de um acordo de voto ou sob controle comum. Eles detêm uma quantidade tal de açõescom direito a voto que lhes permite manter o controle acionário de uma empresa. Usam efetivamente seupoder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia, como tambémpara eleger a maioria dos administradores da companhia.

De acordo com Rudge (2003, p. 16), o acionista majoritário:

Também é chamado de controlador, que pode ser pessoa natural ou jurídica, ougrupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum. Ele étitular de direito de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dosvotos nas deliberações da assembléia geral e o poder de eleger a maioria dos

administradores da companhia, com o também usa seu poder para dirigir asatividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.

2.4 Tipos de Ação

Ações Resgatáveis

Como seu próprio nome diz, são ações com prazos estabelecidos pela companhia para serem resgatados.Essas ações funcionam como as debêntures, pois são lançadas no mercado com o propósito de recolheremrecursos para ampliações ou outras necessidades da empresa e que após o período estabelecido elasvoltam para a empresa ou são transformadas em ações não resgatáveis.

Ações não Resgatáveis

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Já as ações tidas como não resgatáveis são aquelas que a empresa lança no mercado com o intuito dearrecadação de verbas, para ampliação ou outras necessidades da empresa e não tem mais o domíniosobre elas, pois passam elas passam a ser detentoras de outras pessoas ou instituições.

PRECIFICAÇÃO DAS AÇÕES

Com valor NominalSão ações que têm seu valor impresso, estabelecido pelo Estatuto da Companhia que há emitiu.Apresentam o valor unitário explícito no Estatuto Social da Companhia. Só podem emitir novas ações pelopreço igual ou superior ao valor nominal.

Para Rudge (2003, p. 12), as ações com valor nominal são “ações com valor fixado pelo estatuto dacompanhia que a emitiu, e o valor nominal será o mesmo para todas as ações da companhia”.

Sem valor Nominal

São ações pela qual não se convenciona valor, ou seja, o preço de emissão será fixado pelos fundadores,na constituição da companhia, e no aumento de capital, pela Assembléia Geral ou pelo Conselho de

Administração. O preço da emissão pode ser fixado com parte destinada a formação de reserva de capital.Na companhia com ações sem valor nominal, o estatuto poderá criar uma ou mais classes de açõespreferenciais com valor nominal.

FORMAS DE AÇÕES

Ações Nominativas

As Ações Nominativas são aquelas onde há um registro de controle de propriedade feito pela empresa oupor terceiros, independente de haver emissão de certificado.

De acordo com Smarrito (2007, p. 31), as ações nominativas podem ser entendidas como sendo:

Aquelas cujos certificados identificam seu titular, também inscrito no Livro de

Registro de Ações Nominativas. A transferência entre titulares exige o expressoconsentimento do acionista vendedor e a inscrição do acionista comprador noLivro de Transferência de Ações Nominativas.

.São cautelas ou certificados que apresentam o nome do acionista, cuja transferência é feita com a entregada cautela e a averbação de termo, em livro próprio da sociedade emitente, identificando novo acionista.

Ações Escriturais

Este tipo de ações não são representadas por cautelas ou certificados, funcionando como uma contacorrente, na qual os valores são lançados a débito ou crédito dos acionistas, não havendo movimentaçãofísica dos documentos. São ações de cuja propriedade é caracterizada por extrato de conta de depósito dotitular, em instituição financeira depositária que for designada.

Segundo Piazza (2008, p. 65), as ações escriturais são aquelas que:

Não são representadas por certificados, sendo títulos mantidos em conta dedepósito, em nome de seus titulares, na instituição financeira que o estatuto daempresa designar. A propriedade da ação escritural é presumida pelo registro naconta de depósito de ações. Esta modalidade de ação objetiva difundir apropriedade de ações nominativas; facilitarem a circulação - proporcionada pelatransferência mediante ordem à instituição financeira e registro dessa transação;e, eliminar os custos com a emissão de certificados.

LINHAS DE AÇÕES

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O processo de escolha da ação é o mesmo para qualquer investidor. As ações têm objetivos de obterganhos em médios e longos prazos, dependendo do perfil do investidor, ou seja, até que ponto ele arrisca,que tipo de ações o agrada mais ter em suas carteiras, entre outros.

Ações de 1º Linha – Blue Chips  

São as ações de empresas tradicionais de grande porte e excelente reputação, com alta liquidez, ou seja,

capacidade que um título tem de ser convertido em moeda. Elas compõem o índice IBOVESPA. Emmercados de investimento, as blue chip se referem aquele ativo com alta percepção de qualidade, liquidez eganhos.

Para Smarrito (2007, p. 63), as blue chips são entendidas como sendo:

Ação de companhia de grande porte, com grande liquidez no mercado de ações.Conjunto das ações mais negociadas numa Bolsa de Valores. Ação de companhiareconhecida nacionalmente, com administradores e produtos reputados nomercado, com larga tradição de lucratividade e distribuição de resultadoscompensadores aos acionistas. Não existe uma lista oficial das empresas blue chips . O mercado é que determina quem são essas empresas.

Ações de 2º Linha – Small Caps 

São papéis que não despertam um maior interesse dos investidores em geral, pois tem um baixo volume denegociação nos mercados organizados, devido a sua pequena liquidez, contudo são empresas de boaqualidade e em geral de grande e médio porte, apesar de não serem reconhecidas pelo público.

Para Piazza (2008, p. 73), as ações de segunda linha, chamadas também de Small Caps  é ditas comosendo “ações de empresas de patrimônio líquido, liquidez e volume de negócios inferiores às ações Blue Chips , ou seja, ações um pouco menos líquidas, de empresas de boa qualidade, em geral de grande emédio porte”.

Ações de 3º Linha

São ações com pouca liquidez, em geral de companhias de médio e pequeno porte, não sendonecessariamente de menos qualidade.

Conforme Fortuna (2001, p. 243), as ações de terceira linha, pode ser entendida com sendo:

Ações com pouca liquidez, em geral de companhias de médio e pequeno porte,porém, não necessariamente de menor qualidade, cuja negociação caracteriza-sepela descontinuidade, isto é, pode acontecer de haver períodos em que essasações não são negociadas

Ações de Privatizações

É regulado pela Lei nº 9.491 de 9 de setembro de 97, que abrangem empresas controladas direta ou

indiretamente pela União, serviços públicos como objeto de concessão, permissão ou autorização, einstituições financeiras públicas estaduais que tenham tido as ações de Capital Social desapropriadas pelaUnião.

São ações de companhias colocadas no mercado por meio de leilões do Programa Nacional deDesestatização – PND. Algumas das companhias em processo de privatização podem ter suas açõesnegociadas em bolsas de valores, antes mesmo de aquele ser completado, tendendo a incrementar sualiquidez após sua conclusão.

2.5 Tipos de Bonificações

A bonificação representa a atualização da conta de participação do acionista no capital da empresa,proporcionalmente a quantia possuída. Ela pode ser feita mediante a emissão de novas ações, através do

desdobramento chamado de split ou de grupamento, chamado de implit. 

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O desdobramento – split é uma forma de bonificação das companhias abertas que se difundiu nos últimosanos, onde as empresas emitem novas ações que vão desde 1,2,3 ou 4 para cada ação antiga. Essedesdobramento não altera o capital da empresa, modificando, exclusivamente o valor individual das ações,melhorando sua liquidez. Já o grupamento – implit é uma troca em determinado número de ações antigaspor um número menor de ações novas. Usualmente as empresas efetuam grupamentos por questões deracionalização administrativa e para posicionar a cotação de mercado de seus títulos em um patamar que julguem adequados.

Direito de Subscrição

É um direito de preferência do acionista de subscrever novas ações de uma companhia, quando doaumento do capital mediante subscrição, na proporção das ações que possuir. Deve ser exercido no prazoque consta de edital da companhia.

O direito se entende à subscrição das emissões de debêntures conversíveis em ações e bônus desubscrição, emitidas para alienação onerosa. Mas na conversão desses títulos em ações, ou na outorga eno exercício de opção de compra de ações, não haverá direito de preferência. O estatuto da companhiaaberta, que contiver autorização para o aumento do capital, pode prever a emissão sem direito depreferência para os antigos acionistas, ou redução do prazo, de ações e debêntures conversíveis em ações,ou bônus de subscrição, cuja colocação seja feita mediante permuta por ações, em oferta pública de

aquisição de controle. Dividendos

Dividendos é a parcela do lucro apurado pela empresa, que é distribuída aos acionistas por ocasião doencerramento do exercício social. Pela lei das S/A' s, deverá ser distribuído um dividendo de no mínimo25% do lucro líquido apurado, e sempre em dinheiro, moeda corrente. Os dividendos podem terperiodicidade diversa: mensal, trimestral, semestral, anual, etc., desde que conste no Estatuto da Empresao período determinado.

Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucrosestabelecida no Estatuto, ou se este for omisso, metade do lucro líquido do exercício diminuído ouacrescido.

A Assembléia Geral Ordinária é quem determina a parcela a ser distribuído como dividendo, de acordo comos interesses da empresa, através da manifestação de seus acionistas. Além disso o montante a serdistribuído deverá ser dividido pelo número de ações emitidas pela empresa, de forma a garantir aproporcionalidade da distribuição.

Caso um investidor seja detentor de ações preferências, e não receber seus dividendos durante três anosconsecutivos, suas ações são transformadas em ordinárias, passando o investidor a ter direito de votar nasdecisões da empresa. Contudo, os dividendos só são distribuídos a partir dos lucros residuais, ou seja, dosfluxos de caixa que restam após a alocação de recursos necessários para financiar novos investimentos epara compor a estrutura alta de capital.

As empresas podem optar por três formas de pagamento de dividendos para com seus investidores, entre

elas estão:

A taxa de distribuição de dividendos constante onde a empresa estabelece adistribuição de certa porcentagem doa lucros aos acionistas em cada período dedividendos;A taxa de dividendos regulares baseia-se no pagamento de um dividendo por açãofixo em cada período, minimizando as incertezas;A taxa ideal de distribuição de dividendos, essa política procura distribuir certaporcentagem dos lucros, pois paga um dividendo por ação fixo e o ajusta nadireção da taxa ideal de distribuição na medida em que ocorrem crescimentoscomprovados de lucros.A taxa de dividendos regulares a baixo complementada por dividendosextraordinários essa política trabalha com um pagamento de dividendo regular

reduzido, acrescido de um dividendo adicional quando os lucros são superiores aonormal em certo período (GITMAN, 2006, p. 366).

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Juros sobre o Capital Próprio

As empresas, na distribuição de resultados aos seus acionistas, também podem optar por remunerá-los pormeio do pagamento de juros sobre o capital próprio. Para o investidor, a diferença básica é que ao receberdividendos ele não é tributado, pois a empresa já o foi quando da apuração de seu lucro líquido. Masquando recebe o pagamento de juros sobre capital próprio, ele tem de pagar Imposto de Renda sobre o

total recebido.Para a empresa, a grande vantagem do pagamento de juros ao acionista é justamente a questão fiscal. Issoporque esse pagamento pode ser contabilizado como despesa da empresa, antes do lucro, portanto, o querepresenta um significativo benefício para a companhia.

A decisão de distribuir resultados via pagamento de juros sobre capital próprio ao acionista compete àassembléia geral ou ao conselho de administração da empresa ou à diretoria.

FORMAS DE COMPRA

Sociedades Corretoras

São instituições financeiras constituídas como sociedades anônimas ou sociedades por quotas deresponsabilidade limitada, devidamente credenciada pelo Banco Central do Brasil - BACEN, pela comissãode Valores Mobiliários – CVM e pelas próprias bolsas. Elas estão habilitadas a negociar valores mobiliáriosem pregão e sua principal função de acordo com Ross (2002, p. 187), “é de promover de forma eficiente, aaproximação entre compradores e vendedores de títulos e valores mobiliários, dando a estes anegociabilidade adequada através de leilões realizados em recinto próprio ou através de sistema eletrônicoadministrado pela Bolsa”. Desta forma, as sociedades corretoras exercem o papel de unificadoras demercado, dando segurança ao sistema de liquidez aos títulos transacionados.

As corretoras podem, segundo Piazza (2008, p. 50), ser definida como “intermediárias especializadas naexecução de ordens e operações por conta própria” determinadas por seus clientes, além da prestação deuma série de serviços a investidores e empresas, tais como: diretrizes para seleção de investimentos;

intermediação de operações de câmbio; assessoria a empresas na abertura de capital; emissão dedebêntures conversíveis em ações; renovação de registro de capital, entre outros.

As sociedades corretoras contribuem para um fundo de garantias, mantidas pelas bolsas de valores, com opropósito de assegurar a seus clientes eventual reposição de títulos e valores negociados em pregão, alémde atender outros casos previstos na legislação. 

Conforme Fortuna (2001, p. 354), as principais atividades das corretoras são as seguintes:

Operar na Bolsa de Valores com títulos e valores mobiliários de negociaçãoautorizada;Comprar, vender e distribuir títulos e valores mobiliários, por conta de terceiros,como efetuar lançamentos públicos de ações;Operar no mercado aberto e intermediar operações de câmbio;

Encarregar-se da administração de carteiras de valores e da custódia de títulos evalores mobiliários;Instituir, organizar e administrar fundos de investimentos, além de prestar serviçoscomo transferência de títulos, desdobramento de cautelas, entre outros.

As sociedades corretoras são fiscalizadas pelas bolsas de valores, representando a certeza de uma boaorientação e da melhor execução dos negócios de seus investidores.

Um corretor de títulos executa transações entre investidores, casando investidores que desejam comprartítulos, com investidores que desejam vender títulos, ou seja, um agente que arranja a negociação de títulosentre investidores.

Para a corretora executar uma compra ou venda de valores mobiliários, ela recebe uma ordem dada pelo

seu cliente filiado permitindo a sua execução. Para tanto existem sete tipos de ordens que o investidor podedar, entre elas estão:

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Ordem de mercado – quando só há especificação da quantidade e ascaracterísticas de um valor mobiliário. Deve ser efetuada desde o momento de seurecebimento no pregão;Ordem administrada – o investidor especifica somente a quantidade e ascaracterísticas dos valores mobiliários ou direitos que desejam comprar ou vender.A execução da ordem ficará a critério da corretora;Ordem casada – composta por uma ordem de compra e outra de venda de um

determinado valor mobiliário. Sua efetivação só se dará quando ambas puderemser executadas;Ordem de financiamento – constituída por uma ordem de compra ou venda de umvalor mobiliário em um tipo de mercado e outra concomitante de venda ou comprade igual valor mobiliário no mesmo ou em outro mercado com prazos devencimentos distintos;Ordem discricionária - pessoa física ou jurídica que administra carteira de títulos evalores mobiliários ou o representante de mais de um cliente estabelece ascondições de execução da ordem, após executada o ordenante indicará o nomedo investidor, a quantidade de títulos ou valores mobiliários a ser atribuída a cadaum deles e o preço;Ordem limitada – aquela que deve ser executada por um preço melhor ou igual doque o especificado pelo comitente;

Ordem on-stop – o investidor determina o preço mínimo pelo qual a ordem deveser executada, a ordem on-stop de compra será executada quando uma alta depreços, ocorrerem um negócio a preço igual ou maior que o preço determinado, ea ordem on-stop de venda serão executados, quando em baixa de preços, ocorrerum negócio a um preço igual ou menor que o preço determinado (ASSAF, 2001, p.220).

Sociedades Distribuidoras

São firmas constituídas como sociedades anônimas, sociedades por quotas de responsabilidade limitada,ou ainda como firmas individuais, cuja autorização para funcionamento é dada pelo Banco Central do Brasil,que também estipula os capitais mínimos a que estão obrigados em função da região em que atuam.

No mercado de títulos, um distribuidor dispõe a comprar títulos de investidores que desejam vender e vendetítulos a investidores que desejam comprar. O preço pelo qual o distribuidor irá vender é denominado preçode oferta de venda. A diferença entre o preço de compra e o preço de venda é denominada spread , sendoesta a fonte básica do lucro do distribuidor.

As principais atividades básicas das sociedades distribuidoras, de acordo com Cavalcante; Misumi; Rudge(2005, p. 367), são:

Subscrever, isoladamente ou em consórcio, emissão de títulos ou valoresmobiliários para a revenda, intermediar a colocação de emissões no mercado,contratar com a emissora, em conjunto ou separadamente;Encarrega-se da venda à vista, a prazo ou à prestação, de títulos e valoresmobiliários por conta de terceiros;

Operar também no mercado aberto, desde que satisfaça as condições exigidaspelo Banco Central do Brasil;Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento.

ALTERNATIVAS DE COMPRA

Mercado à Vista

É o mercado onde se realizam operações de compra e venda de ações emitidas pelas empresas abertasregistradas em bolsa. Este mercado caracteriza-se por ter os preços das ações com cotação atual e pelofato das operações serem liquidadas em três dias, se não houver atraso por parte do vendedor na entregadas ações vendidas ou falta e pagamento por parte do comprador, referente às ações compradas.

A compra no mercado à vista, como afirma Smarrito (2007, p. 57), é dada por:

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D+014, como sendo o dia da realização da operação no pregão ou no sistemaeletrônico. No D+215 a corretora vendedora entrega as ações e recebe um créditono valor da operação, enquanto que a corretora comprada D+316 tem um débito novalor da operação e recebe as ações adquiridas. A transferência dos títulos édenominada liquidação física e a movimentação dos recursos da liquidaçãofinanceira.

Na compra e venda de ações pela modalidade do mercado à vista, negociam-se ações de lotes padrõesexecutadas a um preço estabelecido em determinado instante da sessão de pregão ou através de sistemaseletrônicos de negociação. Os seus lotes variam de 100, 1000 10.000 ou 100.000 ações.

No mercado a vista também é negociada lotes fracionados de ações. Por isso, essas ações são negociadasno mercado fracionado. Nele o investidor não é obrigado a comprar um lote padrão e nem todas asempresas trabalham com esse tipo de negociação. Essa maneira de compra e venda de ações visa ampliarum acesso maior dos investidores que não têm recursos suficientes para adquirir de imediato um lotepadrão, não impedindo, com isso, a possibilidade de injeção de novos investidores.

É também no mercado à vista que ocorre a operação day trade , onde a compra e venda de uma mesmaquantidade de ações de uma mesma empresa, é realizada no mesmo dia pelo mesmo investidor, através damesma corretora, e liquidada pelo mesmo agente da compensação, com o saldo em D+3.

FIGURA 08: Estrutura do Mercado à VistaFonte: Cavalcante; Misumi; Rudge (2005, p. 193).

Mercado a Termo

São operações com preço fixado e prazo de liquidação diferido, em que o comprador e o vendedorformalizam um contrato de compra e venda de ações de uma empresa para a liquidação futura com preço e

prazo predeterminados no presente. Em geral, esses termos ocorrem com prazos de 30 a 180 dias, emmúltiplos de 30, a partir da data da negociação, configurando, portanto, um contrato entre as partes.

Neste mercado, não existe a troca de posição das partes, isto é, o comprador e o vendedor são os mesmosaté o vencimento do contrato, que pode ser no final do prazo contratado ou antecipado. Os prazos devencimento podem variar de um mínimo de 12 dias úteis até 999 dias corridos, contados a partir do dia darealização da operação a tremo. Com relação à liquidação de um contrato a termo, pode ser na forma deLiquidação Antecipada, Por Diferença ou Por Decurso de Prazo, e sempre a vontade do comprador.

Segundo Piazza (2008, p. 87), o mercado a termo é considerado como sendo uma “operação definanciamento, onde este tipo de mercado, o vendedor do termo assegura uma renda sobre a compra que

14 D+0 – O dia que é feita a realização da operação no pregão ou sistema eletrônico;15 D+2 – Onde ocorre a liquidação física, dois dias após a venda;16 D+3 – Onde ocorre a liquidação financeira, três dias após a compra.

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financiou, e o comprador do termo garante a lucratividade do vendido com o depósito a margem”. Osfinanciadores são atraídos pelo termo em face da possibilidade de liquidação antecipada, caso em que terãoum ganho marginal potencialmente elevado, e os financiados, em caso de alta ou baixa pronunciada, seisentará em antecipar a liquidação.

Para aplicações no mercado a termo, são requeridos, além do registro da CBLC – Comissão Brasileira deLiquidação e Custódia, tanto para o comprador como para o vendedor; a utilização de margem de garantia

da operação, que não pode ser inferior a 20% do valor da operação, independendo do prazo de liquidaçãoda operação.

FIGURA 09: Estrutura do Mercado à VistaFonte: Cavalcante; Misumi; Rudge (2005, p. 195).

Mercado de Opção

A opção proporciona ao investidor que adquire, mediante o pagamento de um prêmio em dinheiro, o direitode comprar ou vender um lote de ações a outro investidor, com preço e prazo de exercício preestabelecidocontratualmente.

De acordo com Smarrito (2007, p. 69), o mercado de opções é entendido por ser “um mercado onde não senegociam ações e sim direitos sobre elas. É direita de uma parte a outra, até determinada data, umaquantidade de ações a um preço preestabelecido”.

Neste mercado, podem ser negociadas opções de compra e venda de ações. O comprador da opção devenda, por sua vez, somente poderá exercê-la na data do vencimento da opção, quando são vendidas asações-objeto da opção ao lançador e o comprador da opção de compra, até a data do vencimento, poderáexercê-la, comprando o lote de ações ou revendendo a opção ao mercado. Entretanto, tanto o titular como olançador sempre poderão negociar sua opções no mercado a qualquer tempo até a data do vencimento,quando o lançador da opção de compra poderá cobrir sua posição, e o lançador de uma opção de vendadeverá cobrir sua posição por meio de depósitos de valores na CBLC.

INSTRUMENTOS DE COMPRA

Mega Bolsa

O Mega Bolsa foi preparado para atender ao crescimento do mercado acionário brasileiro e às exigênciasda globalização.

Implantado em 1977, o Sistema Eletrônico, também chamado de Pregão Eletrônico, é utilizado pela Bolsade Valores de São Paulo, que gerencia as negociações realizadas pelas intermediárias atuantes naBovespa, as corretoras, no Pregão Viva Voz17 e através dos terminais remotos, com o objetivo de ampliar acapacidade de registro de ofertas e realização de negócios permitindo o registro de 120.000 operações pordia, em um ambiente tecnologicamente avançado. Com esses terminais eletrônicos do Mega Bolsa, ascorretoras podem enviar suas ordens de compra e venda diariamente de seus escritórios em qualquer lugar

17 Viva Voz – São ordens de compra ou venda de ações dadas pelas corretoras de títulos com maior liquidez, entre oscorretores, que anotam as ordens em boletos de papel.

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do território nacional. Esse sistema reproduz na tela o ambiente de negócios, exibindo os registros deofertas e proporcionando o fechamento automático das operações.

No sistema de Mega Bolsa o investidor entra em contato direto com um dos corretores das corretoras, que oauxiliará na aquisição de suas ações, é como se diz “à la carte ”, passando a ter um atendimentopersonalizado antes de efetuar qualquer negociação.

Para Smarrito (2008, p. 45), o sistema de Mega Bolsa, “é um sistema de negociação da Bovespa, que pelosterminais eletrônicos são enviadas as ordens de compra e venda de ações, eliminando assim o pregão vivavoz, e se globalizando ainda mais, devido às tomadas de decisões on line ”.

Home Broker 

È mais uma das iniciativas da Bolsa de Valores de São Paulo a Bovespa, criada em 1999 para odesenvolvimento de negociação com ações que permite ao acionista realizar diversas operações a partir dasua conta pela internet, sem a necessidade de comparecer pessoalmente ou ligar para sua corretora.

Sua função conforme Smarrito (2007, p. 45), é de “executar de forma prática e rápida operações na bolsade valores, como a compra e venda de papéis, pela internet”.

Para ter acesso o cliente investidor tem que ser filiado a uma corretora membro da Bovespa que possua osistema home broker e possuir uma conta na mesma, ou ser corresntista de um banco que faz investimento,assim terá o acesso às facilidades criadas pela internet, podendo operar eletronicamente enviando ordensde compra e venda de ações, possibilitando uma total independência durante as aplicações financeiras e oacompanhamento do mercado on line , dispensando a necessidade de intermediadores.

Para Rudge (2003, p. 178), o home broker :

É um serviço de corretoras de valores, em meio eletrônico, acessível por telefoneou computador através da Internet. Permite o envio de ordens de compra e vendade ações pela Internet e possibilita o acesso às cotações, acompanhamento decarteiras de ações, entre outros recursos.

Com este sistema o pequeno investidor ganhou acesso total ao mercado de capitais, aumentando o volume

de negociação na Bovespa que chegou a 23% em 2007 de pessoas físicas, mercado antes dominado porinvestidores estrangeiros e institucionais.

CUSTOS DE TRANSAÇÃO

Tributação 

Para compra e/ou venda de ações existe três custos de transações que são: a corretagem cobrada pelascorretoras de valores mobiliários; os emolumentos cobrados pela Bovespa; a taxa de liquidação cobradapela CBLC – Comissão Brasileira de Liquidação e Custódia.

Com relação à taxa de corretagem18 que é cobrada pela corretora, ela pode ser de dois tipos. O primeiro é achamada de corretagem padrão Bovespa que é proporcional ao volume de capital aplicado em cada ordem

de compra ou venda, e é considerada a melhor opção para quem opera no mercado fracionado e para omicro investidor. Já a segunda forma de cobrança da corretagem, conhecida como a taxa fixa decorretagem, pois essa taxa independe do volume financeiro aplicado, são preferencialmente indicados parapequenos e médios investidores. Com relação aos investidores de grande porte, aqueles que aplicam umvolume ainda maior de recursos, ou que realizam muitas operações no mês, ou até mesmo por dia, estepagará algumas ordens de corretagem e não apenas mais uma.

Os Emolumentos é uma taxa paga também pelo o investidor, que corresponde à taxa da Bovespa de0,064% da negociação, além da taxa da CBLC Comissão Brasileira de Liquidação e Custódia.

Com relação ao Imposto de Renda, o valor a ser pago é calculado mediante a aplicação da alíquota de 15%sobre o ganho, sendo de responsabilidade do contribuinte o seu recolhimento, com prazo do último dia do

18 Taxa de Corretagem – ela só existente no mercado secundário, no mercado primário a corretagem é paga pelaempresa.

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mês subseqüente, e para se obter a base de calculo torna-se o valor da alienação líquida das despesasoperacionais, menos os custos de aquisição das ações vendidas, somando-se a esse custo as despesasoperacionais. È importante considerar que os ganhos de operações de Bolsa somente se realizam quandohouver venda de ações. Quando as compras forem feitas por preços diferentes, o custo de aquisição écalculado tomando-se a média ponderada dos preços das compras.

Para efeito do Imposto de Renda o fato gerador do tributo ocorre na data em que as ações forem alienadas,

independentemente da liquidação física e financeira ocorrer posteriormente. Ficam isentos de impostos osganhos havidos em vendas mensais iguais ou inferiores a R$ 20.000,00, como mostra o quadro abaixo:

FIGURA 10: Tabela de Tributação na compra de AçõesFonte: Bovespa

INDÍCES

Os índices das Bolsas de Valores procuram medir a lucratividade média de uma carteira de ações, numdeterminado tempo, e possuir o maior crédito possível junto a todas as instituições que, de uma forma ou deoutra, tenham interesse neste mercado.

Esses índices possibilitam aos investidores avaliarem seus investimentos e a tendência dos negócios emgeral, pois as ações que compõe o índice formam uma suposta carteira de investimentos devendorepresentar, de forma mais fiel e eficiente, o comportamento do mercado.

Ibovespa

Foi um índice criado em 04 de junho de 1968 a partir de uma carteira teórica de ações, que expressa empontos com a finalidade de acompanhar o desempenho médio dos preços das principais ações que sãonegociadas na Bolsa de Valores de São Paulo.

O valor inicial foi de 100 pontos, refletindo sua pontuação atual a variação ocorrida na carteira desde 1968,e a composição de suas ações são escolhidas principalmente por sua representatividade em termos devolume de negócios apresentados em um dado período.

Para estarem no índice do Ibovespa às ações tem que representarem individualmente, mais de 0,1% dototal negociado na bolsa, e ter sido negociado mais de 80% dos pregões nos últimos doze meses. A cada

quatro meses, o Ibovespa é reavaliado e a carteira pode ser alterada. A Vale, a Duratex e a Sousa Cruz,são empresas que estão consecutivamente no índice Ibovespa desde a sua criação.

GERADORALIQUOTA

EM % INCIDÊNCIA RECOLHIMENTO OBS:.

VENDA 0,005Valor daVenda Fonte Antecipação

VENDA 15GanhoLíquido Mensal Isento menor que 20 mil reais

DAY-TRADE 1

GanhoLíquido Fonte Antecipação

DAY-TRADE 20 GanhoLíquido Mensal

OBS:.

Esse Valor poderá ser:

I - Deduzido do imposto sobre ganhos líquidos apurados no mês;

II - Compensado com o imposto incidente sobre ganhos líquidos apurados nos meses subseqüentes;III - Compensado na declaração de ajuste se, apóia as deduções mencionadas em I e II houver salde de

imposto retido;

IV - Compensado com o imposto devido sobre o ganho de capital na alienação de ações.

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O objetivo básico do Ibovespa como afirma Piazza (2008, p. 86), é o de “refletir o desempenho médio dosnegócios a vista ocorrida nos pregões da Bolsa de Valores de São Paulo”. A carteira teórica procura retratarda melhor forma possível, o perfil dos negócios realizados na Bovespa. A cada quadrimestre a carteira doIbovespa é reavaliada identificando o desempenho dos principais papéis nos últimos doze meses, bemcomo identificando as alterações na participação relativa de cada ação. Geralmente são feitas as alteraçõesnecessárias que podem incluir ou excluir ações e mudança na participação percentual da ação na carteira,

atualmente ela soma cerca de 63 papéis.De acordo com Ross (2001, p. 234), o índice Ibovespa é composto por dois subgrupos:

Grupo I – é composto pelas ações com maior representatividade na Carteira doíndice, são as ações de primeira linha – Blue Chips; Grupo II – é composto pelo representante das ações que compõem a carteira doíndice, são as ações chamadas de segunda linha – Small Caps .

O Ibovespa é apurado em tempo real, considerando os negócios com ações realizados no mercado à vistade forma instantânea. As ações selecionadas devem representar 80% do volume transacionados à vista nosdoze meses anteriores à formação da carteira, e sua função é ser indicador de desempenho médio dascotações das ações negociadas na bolsa de valores de São Paulo.

Variação do Índice Ibovepa, nos seus 40 anos:

GRÁFICO 01: Variação do índice Ibovespa nos seus 40 anos.Fonte: www.bovespa.com.br 

IBrX

Este é mais um índice desenvolvido pela Bovespa, que teve início em janeiro de 1997, mede o retorno deuma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na Bolsa de Valoresde São Paulo.

Esta carteira tem vigência de quatro meses, vigorando nos períodos de janeiro a abril, maio a agosto esetembro a dezembro do ano. Após cada período, a carteira é reavaliada incluindo ou excluindo as açõesde acordo com os critérios preestabelecidos, entre eles estão as 100 melhores ações negociadas, que temsido negociada pelo menos 70% dos pregões nos doze meses anteriores. As ações serão excluídas do

índice nas reavaliações periódicas e quando deixar de atender aos critérios estabelecidos.De acordo com Rudge (2003, p. 186), o índice IBrX é considerado como o índice que:

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É calculado e divulgado pela Bolsa de Valores de São Paulo, servindo para mediro retorno de uma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre asmais negociadas na BOVESPA, classificadas em ordem decrescente por liquidez,em termos de seu índice de negociabilidade. Essas ações são ponderadas nacarteira do índice, pelo respectivo número de ações disponíveis à negociação no

mercado. 

Gráfico Comparativo de Renda Fixa e Renda Variável:

GRÁFICO 02: Variação de RF x RV. Legenda: cor Azul – Renda Variável e cor Vermelha – Renda FixaFonte: www.bovespa.com.br

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Unidade III

3.1 Métodos de Análises de Investimentos

As situações de investimentos e de avaliação de projetos, quando utilizadas as técnicas e a metodologiade cálculos financeiros, permite avaliar com maior clareza e segurança os riscos inerentes a essesprocessos.

Tipos de Projetos: os projetos podem ser classificados em dois tipos:

a) Projetos Mutuamente excludentes: São projetos que possuem a mesma função e a aceitação deum, elimina outros.

b) Projetos Independentes: São projetos cuja aceitação de um, não elimina a consideração dos demaisprojetos. 

Analisando Projetos: Vamos considerar o seguinte esquema:Projeto Área Taxa de

RetornoValor do Investimento Retorno Financeiro

A Industrial 18% R$ 200.000,00 R$ 36.000,00B Contabilidade 16% R$ 50.000,00 R$ 8.000,00C Marketing 14% R$ 120.000,00 R$ 16.000,00D Logística 22% R$ 100.000,00 R$ 22.000,00E RH 23% R$ 250.000,00 R$ 57.500,00F Informática 21% R$ 150.000,00 R$ 31.500,00

Considere também as seguintes informações:

• Custo de oportunidade de 16% ao ano, ou seja, uma outra alternativa de investimento;• Taxa de aplicação de 15% ao ano, uma possibilidade alternativa de investimentos;• O valor total dos recursos financeiros disponíveis para investimentos é de R$ 300.000,00;• Se todos os R$ 300.000,00 tem necessariamente de ser investidos; neste caso, o administrador dos

recursos terá de analisar os projetos e tomar a decisão de investimento.

Solução Única:

a) Todo valor de R$ 300.000,00 terá de ser totalmente investido;b) Maior taxa de retorno.

Analisando as alternativas:Projetos: Retorno FinanceiroInvestimento

• A e D = 36.000,00 + 22.000,00 = 58.000,00 = 19,33% 300.000,00 300.000,00

• B e E = 8.000,00 + 57.500,00 = 65.500,00 = 21,83% 300.000,00 300.000,00

• B, D e F = 8.000,00 + 22.000,00 + 31.500,00 = 61.500,00 = 20.50% 300.000,00 300.000,00

• E + aplicação = 57.500,00 + 7.500,00 = 65.000,00 = 21,67%300.000,00 300.000,00

Por este método de análise, a melhor alternativa seria a combinação dos projetos “B” e “E”

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AS TÉCNICAS PARA ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Podem ser entendidas como metodologias para análises dos investimentos

1 – PERÍODO PAYBACK

• Payback - pode ser entendido como o tempo exato de retorno necessário para se recuperar uminvestimento inicial

Critérios de Decisão:Todo projeto deve ter um prazo limite para retornar os investimentos

• Se o payback for menor que o período de payback máximo aceitável, aceita-se o projeto• Se o payback for maior que o período de payback máximo aceitável, rejeita-se o projeto

Vantagens do payback:• Maior vantagem é a facilidade de se fazer o cálculo, pois se consideram apenas os valores de

entradas e saídas de caixa, demonstrados em diagrama de fluxo de caixa, por exemplo.Desvantagens do payback:• A principal deficiência do payback é a de não poder precisar com exatidão o período exato do retorno

do investimento, pois desconsidera o valor do dinheiro no tempo. Por este motivo, esta técnica éconsiderada uma técnica não sofisticada 

• Uma outra deficiência é a de não considerar o fluxo de caixa após o período de payback

Exercício: Uma empresa está considerando a aquisição de um ativo no valor de R$ 10.000,00 quegera entrada de caixa de R$ 4.000,00 para os próximos 5 anos (vida útil do ativo). Determinar o paybackdeste projeto.(monte o fluxo de caixa e use regra de três simples)

2 - VALOR PRESENTE LÍQUIDO.

O valor Presente Líquido (VPL) é uma das técnicas consideradas sofisticadas em análise de projetos; éobtida calculando-se o valor presente de uma série de fluxos de caixa (pagamentos ou recebimentos) combase em uma taxa de custo de oportunidade conhecida ou estimada, e subtraindo- se o investimentoinicial.VPL = valor presente das entradas ou saídas de caixa ( - ) investimento inicial 

Critérios de aceitação:•  Se o VPL > 0, o projeto deve ser aceito;•  Se o VPL < 0, o projeto deve ser recusado;•  Se o VPL = 0, o projeto não oferece ganho ou prejuízo

Exercício: Um projeto de investimento inicial de R$ 70.000,00 gera entradas de caixa de R$ 25.000,00 nos próximos 5 anos; em cada ano será necessário um gasto de R$ 5.000,00 para manutenção,considerando um custo de oportunidade de 8% ao ano. Pede-se: Determinar o Valor Presente Líquido desta operação.

Dados:Investimento inicial (PV0) : R$ 70.000,00Entradas de Caixa (FCn) : R$ 25.000,00Despesas com manutenção : R$ 5.000,00 (saída de caixa)Prazo (n) : 5 anosCusto de oportunidade (i) = 8% ao anoVPL = ?

3 - TAXA INTERNA DE RETORNO

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A taxa Interna de Retorno (TIR), a exemplo do VPL, é uma das técnicas consideradas sofisticadas emanálise de projetos, talvez mais do que o VPL.

A taxa Interna de Retorno (TIR) pode ser definida como a taxa de desconto que iguala os fluxos de caixaao investimento inicial. Em outras palavras, é a taxa que faz com que o VPL seja igual a “0“ (zero), ouseja, satisfaz a equação VPL = 0Para acharmos a TIR, pelo método algébrico, deve-se recorrer ao processo de tentativa e erro.

EXEMPLOS

PERÍODO DE PAYBACK

O PERÍODO DE PAYBACK É O PERÍODO DE TEMPO EXATO NECESSÁRIO PARA A EMPRESA RECUPERAR SEUINVESTIMENTO INICIAL EM UM PROJETO, A PARTIR DAS ENTRADAS DE CAIXA. No caso de uma anuidade, o períodode payback pode ser encontrado dividindo-se o investimento inicial pela entrada de caixa anual. Para umasérie mista, as entradas de caixa anuais devem ser acumuladas até que o investimento inicial sejarecuperado. Embora seja muito usado, O PERÍODO DE PAYBACK É GERALMENTE VISTO COMO UMA TÉCNICA NÃO-SOFISTICADA DE ORÇAMENTO DE CAPITAL, UMA VEZ QUE NÃO CONSIDERA EXPLICITAMENTE O VALOR DO DINHEIRO NOTEMPO, ATRAVÉS DO DESCONTO DO FLUXO DE CAIXA PARA SE OBTER O VALOR PRESENTE.

Exemplo: CIA. SIDERÚRGICA TAMBAÚ S.A.PROJETO A PROJETO B

Investimento Inicial R$ 42.000,00 R$ 45.000,00Ano Entradas de Caixa1 R$ 14.000,00 R$ 28.000,002 R$ 14.000,00 R$ 12.000,003 R$ 14.000,00 R$ 10.000,004 R$ 14.000,00 R$ 10.000,005 R$ 14.000,00 R$ 10.000,00Média R$ 14.000,00 R$ 14.000,00

PROJETO A 

É UMA ANUIDADE, O PERÍODO DE PAYBACK É TRÊS ANOS 

R$ 42.000,00 DO INVESTIMENTO INICIAL DIVIDIDOS POR R$ 14.000,00 DE ENTRADAS DE CAIXA ANUAIS 

PAYBACK = 3 ANOS PARA TER O SEU RETORNO

PROJETO B 

Gera uma série mista de entradas de caixa, o cálculo do período de payback não é tão imediato.

No primeiro ano, a empresa recupera R$ 28.000,00 de seu investimento inicial de R$ 45.000,00.Ao fim do segundo ano, terá recuperado um total de R$ 40.000,00 ( R$ 28.000,00 + R$ 12.000,00).Ao fim do terceiro ano, recuperará R$ 50.000,00.

Visto que o montante recebido é maior que o investimento inicial, o período de payback está entre dois etrês anos. Apenas R$ 5.000,00 ( R$ 45.000,00 – R$ 40.000,00) precisam ser recuperados durante o terceiroano.

Na realidade, são recuperados R$ 10.000,00, porém apenas 50% dessa entrada de caixa (R$ 5.000,00divididos por R$ 10.000,00) são necessários para completar a cobertura dos R$ 45.000,00 iniciais. Logo, O

PERÍODO DE PAYBACK PARA O PROJETO B É 2,5 ANOS (2 ANOS MAIS 50% DO 3O. ANO.

Assim,

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Se o período de payback máximo aceitável pela empresa for de 2,75 anos, o PROJETO A seria rejeitado eo PROJETO B seria aceito. Se o payback máximo fosse de 2,25 anos, ambos os projetos seriam rejeitados.Se os projetos tivessem de ser classificados, b seria preferível ao A, visto que ele tem um período depayback menor (2,5 anos versus 3 anos).

VALOR PRESENTE LÍQUIDO – VPL

Por considerar explicitamente o valor do dinheiro no tempo, o valor presente líquido é considerado umatécnica sofisticada de análise de orçamento de capital. ESSE TIPO DE TÉCNICA, DE UMA FORMA OU DE OUTRA, DESCONTA OS FLUXOS DE CAIXA DA EMPRESA A UMA TAXA ESPECIFICADA. ESSA TAXA, FREQÜENTEMENTE CHAMADADE TAXA DE DESCONTO, CUSTO DE OPORTUNIDADE OU CUSTO DE CAPITAL, REFERE-SE AO RETORNO MÍNIMO QUEDEVE SER OBTIDO POR UM PROJETO, DE FORMA A MANTER INALTERADO O VALOR DE MERCADO DA EMPRESA.

O VPL é obtido subtraindo-se o investimento inicial (II) do valor presente das entradas de caixa (FCt),descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa (i).

VPL = valor presente das entradas de caixa – investimento inicial

Exemplo: CIA. SIDERÚRGICA TAMBAÚ S.A.

Considerando um custo de Capital (oportunidade, taxa de juros ou taxa de desconto) de 10%

PROJETO A

Entrada de caixa anual R$ 14.000,00X Fator de anuidade FJVPA 3.791Vlr presente das entradas de caixa R$ 53.074,00- Investimento Inicial R$ 42.000,00VPL – Valor Presente Líquido R$ 11.074,00

PROJETO B

AnoEntrada de Caixa

(1)

FJVP (2)

Valor Presente[(1) x (2)](3)

1 R$ 28.000,00 0,909 R$ 25.452,002 R$ 12.000,00 0,826 R$ 9.912,003 R$ 10.000,00 0,751 R$ 7.510,004 R$ 10.000,00 0,683 R$ 6.830,005 R$ 10.000,00 0,621 R$ 6.210,00Valor Presente das entradas de caixa R$ 55.914,00- Investimento Inicial R$ 45.000,00VPL–Valor Presente Líquido R$ 10.914,00

AMBOS OS PROJETOS SÃO ACEITÁVEIS, VISTO QUE SEUS VPL,S SÃO MAIORES QUE ZERO. SE OS PROJETOS FOSSEMCLASSIFICADOS, O PROJETO A SERIA CONSIDERADO SUPERIOR AO B, DADO QUE SEU VPL É MAIOR (R$ 11.074,00 VERSUS R$ 10.914,00)

TAXA INTERNA DE RETORNO - TIR

A TAXA INTERNA DE RETORNO – TIR É DEFINIDA COMO A TAXA DE DESCONTO QUE IGUALA O VALOR PRESENTE DASENTRADAS DE CAIXA AO INVESTIMENTO INICIAL REFERENTE A UM PROJETO. A TIR, em outras palavras, é a taxa dedesconto que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento iguale-se a zero ( já que o valorpresente das entradas de caixa é igual ao investimento inicial)

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Exemplo:

PROJETO AVPL

PROJETO ATIRPeríodo de Payback = 3 anosPeríodo do Projeto = 5 anos

Entrada de caixa anual R$ 14.000,00 R$ 14.000,0019%

R$ 14.000,0020%

X Fator de anuidade FJVPA 3.791 3,058 2,991Vlr presente das entradas de caixa R$ 53.074,00 R$ 42.812,00 R$ 41.874,00- Investimento Inicial R$ 42.000,00 R$ 42.000,00 R$ 42.000,00VPL – Valor Presente Líquido R$ 11.074,00 R$ 812,00 (R$ 126,00)

PROJETO BVPL

PROJETO BTIR

AnoEntrada deCaixa(1)

FJVP 

(2)

Valor Presente[(1) x (2)](3)

FJVP 19 

 19%(2)

Valor Presente[(1) x (2)](3)

FJVP 22% 

Valor Presente[(1) x (2)](3)

1 R$ 28.000,00 0,909 R$ 25.452,00 0,840 R$ 23.520,00 0,820 R$ 22.960,002 R$ 12.000,00 0,826 R$ 9.912,00 0,706 R$ 8.472,00 0,672 R$ 8.064,003 R$ 10.000,00 0,751 R$ 7.510,00 0,593 R$ 5.930,00 0,551 R$ 5.510,004 R$ 10.000,00 0,683 R$ 6.830,00 0,499 R$ 4.990,00 0,451 R$ 4.510,005 R$ 10.000,00 0,621 R$ 6.210,00 0,419 R$ 4.190,00 0,370 R$ 3.700,00Vlr. Presente das entradas de caixa R$ 55.914,00 R$ 47.102,00 R$ 44.744,00- Investimento Inicial R$ 45.000,00 R$ 45.000,00 R$ 45.000,00VPL–Valor Presente Líquido R$ 10.914,00 R$ 2.102,00 (R$ 256,00)

O PROJETO B É PREFERÍVEL AO PROJETO A, UMA VEZ QUE SUA TIR DE 22% E SUPERIOR AO CUSTO DE CAPITAL DE10%. Esse resultado conflita com a classificação dos projetos obtida com o uso do VPL. Tais conflitos nãosão raros; não há nenhuma garantia de que essas duas técnicas (VPL e TIR) classificarão os projetos damesma forma.

3.2 Sistemas de Financiamentos

Nem sempre as empresas possuem capitais próprios para investir nas diversas oportunidades que sãoapresentadas em dado momento.

19Passo 1 – Somando-se as entradas de caixa, obtém-se R$ 70.000,00, dividido pelo período do projeto( 5 anos), resulta em uma

média de entradas de caixa anual de R$ 14.000,00;Passo 2 – Dividindo o investimento R$ 45.000,00 por R$ 14.000,00, chega-se ao período de payback médio( ou fator de valor

presente de uma anuidade, FJVPA, de 3,214 anos);Passo 3 – Na tabela A-4, o fator mais próximo de 3,214 para cinco anos é 3,199, ou seja, o fator para uma taxa de desconto de

17%. Assim, a estimativa inicial da TIR é 17%;Passo 4 – Já que as entradas de caixa reais nos primeiros anos são maiores do que as entradas de caixa médias, aumenta-se

subjetivamente 2% na taxa de desconto. Tem-se então, a TIR estimada de 19%;Passo 5 – Usando os fatores de valor presente para 19% e o ano correto (5), extraído da tabela A – 3 , calcula-se o valor presente

da série mista;Passo 6/7- Já que o VPL de R$ 2.102,00 calculado no passo 5, é maior do que zero, a taxa de desconto deve ser elevadasubjetivamente.

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Sempre haverá a possibilidade de poupar, até que a acumulação de capital gerada por excedenteslíquidos de diversos exercícios fiscais seja suficiente para atender ao volume de investimentos necessáriospara dada oportunidade de negócios

Nem sempre, no entanto, se pode esperar pois há uma competição no mercado por oportunidadeslucrativas. Nesses casos, as empresas lançam mão de empréstimos.Algumas metodologias simples serão apresentadas, bem como o consagrado Sistema Francês ou Tabela

Price, Sistema de Amortização Constante, e Sistema Americano.AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS OBTIDOS A LONGO PRAZO

Quando os empréstimos são tomados a longo prazo, os juros passam a ser considerados em sua formacomposta. As prestações compõem-se de amortização do principal mais juros incidentes sobre o saldodevedor no início de cada período

A seguir, serão descritos alguns sistemas ou métodos de amortização de empréstimos mais usuais:.• Sistema Francês ou Tabela Price; as prestações são constantes;• Sistema de Amortização Constante (SAC); as amortizações são constantes;• Sistema Americano: os juros são constantes.

A mecânica para elaboração de uma tabela de amortização é bastante simples, e encontra-se próximosparágrafos.

O saldo devedor no início do primeiro período é o valor do empréstimo. Os juros devidos ao cabo de cadaPeríodo são iguais ao produto da taxa de juros pelo saldo devedor no início daquele período, sempre.

A amortização em cada período vai depender do sistema ou método acordado entre a instituição queconcede o financiamento (banco ou fabricante do equipamento) e a empresa tomadora do empréstimo oupessoa física(mutuário)

MÉTODO FRANCÊS OU TABELA PRICE

É o mais empregado no Brasil. Consiste em um sistema de amortização utilizando pagamentos em parcelas

constantes ao longo de todo prazo de repagamento do empréstimo.

Para cálculos da prestações, que são constantes, usa-se a Expressão da série anual uniforme:

A = P . i (1 + i )n(1 + i )n – 1

A amortização será dada pela diferença entre juros e pagamento:

Ax = A – JxJx = S(x –1) . i

Onde

Ax é amortização do principal no ano x;Jx são os juros no ano x; eSx-1 é o saldo devedor ao final do ano x- 1.Para x = 1, So é o saldo devedor no início do primeiro ano,isto é é o valor financiado ( P ).

Com isso, sabe-se o valor total constante de cada prestação, o qual por sua vez, é o resultado da adiçãodos juros à amortização, em cada período. Subtraindo-se da prestação ou anuidade A os juros, é obtido ovalor da amortização. Esse valor é então subtraído ao saldo devedor do ano anterior , e o saldo resultanteé inserido como saldo devedor deste ano. Os juros são sempre calculados sobre esse saldo devedor, e, aofinal do período de financiamento, esse saldo devedor será zerado, ou liquidado.

Exemplo:

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Supor um empréstimo de R$ 5.000,00 pelo prazo de 10 anos, a juros de 10% ao ano. A forma deamortização é a Tabela Price, ou Sistema Francês. É pedido montar a tabela, calcular juros e pagamentosanuais.

Por meio da fórmula obtém-se:A = 5000 . 10% . (1,10)10/[(1,10) 10-1] = 813,73.

Sabendo que P = 5.000, os juros no ano 1 (J1) sãoJ1 = 5.000.10% = R$ 500,00.

Assim, a amortização éa1=(813,73 – 500,00) = R$ 313,73.

O saldo devedor no final do ano 1 reduz-se aS1 = S0 - a1 =(5.000,00 - 313,73)=R$ 4.686,27.

Prosseguindo para os próximos anos da mesma forma, compõe-se a seguinte tabela:

TABELA PRICE (Prestações Constantes)

(A) (B) (C) (D) (E) (F)Parcela Pgto Juros Amort Acum Saldo

1 R$ 813,73 R$ 500,00 R$ 313,73 R$ 313,73 R$ 4.686,27

2 R$ 813,73 R$ 468,63 R$ 345,10 R$ 658,83 R$ 4.341,17

3 R$ 813,73 R$ 434,12 R$ 379,61 R$ 1.038,44 R$ 3.961,56

4 R$ 813,73 R$ 396,16 R$ 417,57 R$ 1.456,01 R$ 3.543,99

5 R$ 813,73 R$ 354,40 R$ 459,33 R$ 1.915,33 R$ 3.084,67

6 R$ 813,73 R$ 308,47 R$ 505,26 R$ 2.420,59 R$ 2.579,41

7 R$ 813,73 R$ 257,94 R$ 555,79 R$ 2.976,38 R$ 2.023,62

8 R$ 813,73 R$ 202,36 R$ 611,37 R$ 3.587,75 R$ 1.412,25

9 R$ 813,73 R$ 141,23 R$ 672,50 R$ 4.260,25 R$ 739,75

10 R$ 813,73 R$ 73,98 R$ 739,75 R$ 5.000,00 R$ 0,00Totais 8.137,27 3.137,27 5.000,00

 

Pagamentos - Tabela Price

R$ 0.00

R$ 200.00

R$ 400.00

R$ 600.00

R$ 800.00

R$ 1,000.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Período

      V     a      l     o     r

Pagamento Juros Amortização

 

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE - SAC

Como diz o nome, o SAC consiste em pagamentos de amortização de mesmo valor durante todo ofinanciamento.

Pelo fato de a parcela de amortização ser constante, a série de pagamentos não é mais uniforme .

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A tabela é calculada primeiro pela determinação das parcelas de amortização. Depois disso, o cálculo de  juros é realizado sobre o saldo devedor. Uma vez calculadas as parcelas de juros, obtém-se o valor dospagamentos ao longo do prazo total do financiamento.

Exemplo:

Supor que a mesma empresa do exemplo anterior faz um empréstimo no mesmo valor, mas dessa vez, o

banco ou a financeira em questão estipula pagamento segundo o método de amortização constante.Montar a tabela de pagamentos, e fazer gráfico semelhante ao do exemplo anterior.Relembrando: P = R$ 5.000,00; i= 10% a.a.; n= 10 anos.Inicialmente, a cada ano se atribui a amortização de R$ 500,00 do principal(ai = P/n, i variando de 1 a 10)

No ano 1, os juros incidentes serão: R$ 5.000.(10%) = R$ 500,00.

Com a amortização abatendo-se do principal, tem-seS1=5.000 – 500 = R$ 4.500,00

No ano 2, os juros pagos serão: R$ 4.500.(10%) = R$ 450,00, conforme (30), e assim por

diante. A parcela total a ser paga no ano 1 é de R$ 1.000,00, no ano 2 é de R$ 950,00 eassim por diante, até o ano 10.

TABELA DE SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

Sistema de Amortização Constante ( SAC )Período

(A)Pgto(B)

Juros(C)

 Amortização(D)

 Amortização Paga Acumulada

(E)

Saldo Devedor(F)

1 R$ 1,000.00 R$ 500.00 R$ 500.00 R$ 500.00 R$ 4,500.00

2 R$ 950.00 R$ 450.00 R$ 500.00 R$ 1,000.00 R$ 4,000.00

3 R$ 900.00 R$ 400.00 R$ 500.00 R$ 1,500.00 R$ 3,500.00

4 R$ 850.00 R$ 350.00 R$ 500.00 R$ 2,000.00 R$ 3,000.00

5 R$ 800.00 R$ 300.00 R$ 500.00 R$ 2,500.00 R$ 2,500.006 R$ 750.00 R$ 250.00 R$ 500.00 R$ 3,000.00 R$ 2,000.00

7 R$ 700.00 R$ 200.00 R$ 500.00 R$ 3,500.00 R$ 1,500.00

8 R$ 650.00 R$ 150.00 R$ 500.00 R$ 4,000.00 R$ 1,000.00

9 R$ 600.00 R$ 100.00 R$ 500.00 R$ 4,500.00 R$ 500.00

10 R$ 550.00 R$ 50.00 R$ 500.00 R$ 5,000.00 R$ -

Totais R$ 7,750.00 R$ 2,750.00 R$ 5,000.00 

SAC - Siste ma de Amor tização Constante

R$ -

R$ 200.00

R$ 400.00

R$ 600.00

R$ 800.00

R$ 1,000.00

R$ 1,200.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Período

      V     a      l     o

     r

Pagamento Juros Amortização

 

SISTEMA AMERICANO

5/11/2018 Apostila Analise de Investimentos 2011 Unipe - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-analise-de-investimentos-2011-unipe 39/39

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Nesse sistema de amortização de empréstimos, em cada período, apenas os juros são pagos pelo devedorao emprestador, sem que nenhum quantia seja pagaa título de amortização. O saldo devedor, portanto nãose altera ao longo do prazo de financiamento, pois os juros não são incorporados ao saldo devedor. Oprincipal é amortizado integralmente ao final do prazo total de financiamento, de uma só vez.

Assim, o cálculo das parcelas fica muito simples. Os juros são iguais durante todo o financiamento, e a

parcela de pagamento é composta apenas por estes. No último período, no entanto, além dos juros entratambém a amortização por completa.

Note-se que, como os juros não são incorporadas ao saldo devedor , pois são pagos ao final de cadaperíodo, é como se o empréstimo fosse concedido no regime de capitalização por juros simples. Ou, ditode outra forma, para um só período a capitalização por juros simples e compostos iguala-se.

Exemplo:

O financiamento do exemplo anterior foi realizado utilizando-se agora o sistema americano. Calcular astabelas e fazer o gráfico correspondente a esse financiamento.

A parcela de juros em todos os anos será J = 5.000 . 10% = R$ 500,00.

A amortização está toda concentrada no último período.Em relação ao Sistema Francês ( Tabela Price ), o método americano requer menores desembolsosperiódicos, ao longo do prazo do financiamento. Em compensação , a empresa tomadora do empréstimodeve-se preparar para o desembolso total da amortização, ao cabo do prazo de financiamento. Umaabordagem, para preparar-se para esse desembolso, é constituir um fundo de reserva paraamortização(sinking fund).

O ME’TODO AMERICANO consiste, então, de depósitos periódicos e iguais em uma instituição financeiraque remunere o capital a uma taxa i de juros. O objetivo é alcançar, com a capitalização composta, umvalor futuro ou montante que seja igual ao valor do empréstimo.

TABELA DE AMORTIZAÇÃO DO SISTEMA AMERICANO

Período(A)

Pgto.(B)

Juros(C)

 Amortização(D)

 Amortização Paga  Acumulada (E)

Saldo Devedor(F)

1 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ - R$ - R$ 5.000,00

2 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ - R$ - R$ 5.000,00

3 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ - R$ - R$ 5.000,00

4 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ - R$ - R$ 5.000,00

5 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ - R$ - R$ 5.000,00

6 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ - R$ - R$ 5.000,00

7 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ - R$ - R$ 5.000,00

8 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ - R$ - R$ 5.000,00

9 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ - R$ - R$ 5.000,00

10 R$ 5.500,00 R$ 500,00 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ -

S i ste m a A m e r i c a n o

R$ -

R$ 1 .000 ,00

R$ 2 .000 ,00

R$ 3 .000 ,00

R$ 4 .000 ,00

R$ 5 .000 ,00

R$ 6 .000 ,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Período

      V     a      l     o     r

Pagamento

Juros

A mo r t i z a ç ã o