sobre a incorporação do conhecimento cientifico nas politicas publicas

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Sobre a Incorporação do Conhecimento Cientifico nas Politicas Publicas

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Sobre a Incorporação do Conhecimento Científico nas

Políticas Públicas

São Paulo, 12 de Setembro de 2012

II Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância

Ricardo Paes de Barros – SAE Rosane Mendonça – SAE

1. Diferenças nos objetivos:

Diferenças de opinião sobre o que deveria ser o objetivo coletivo

Grupos de interesse

2. Desconhecimento da evidência e do conhecimento

científico

3. Diferenças na interpretação subjetiva dos fatos

I. Razões para diferenças de opiniões no desenho de políticas públicas

1. Relevância da questão, avaliação das consequências de ignorá-la.

2. Divisão de responsabilidades. Quem deve fazer o quê?

3. Onde cada ação deve ser realizada ?

4. Como cada ação deve ser melhor desenhada?

5. Como a política pública deve ser monitorada (metas estabelecidas) e avaliada?

II. Tipos de conhecimentos necessários ao desenho de políticas públicas

A - Elevada sensibilidade a estímulos: Embora crianças e adultos de todas as idades respondam a tratamentos, atenção e estímulos, como demonstram os neurocientistas, em nenhuma outra fase da vida as respostas são tão rápidas, amplas e intensas.

B - Transformações persistentes e duradouras: Como também nos informam os neurocientistas, as transformações realizadas nos primeiros anos terão impacto sobre toda a vida do indivíduo.

III. EFICÁCIA E ATENÇÃO À PRIMEIRA INFÂNCIA

III. EFICÁCIA E ATENÇÃO À PRIMEIRA INFÂNCIA

C - Investimentos iniciais duradouros, influenciando todo o ciclo de vida: Por ocorrerem no início da vida as transformações decorrentes de uma melhor atenção e estimulação têm mais tempo para influenciar o indivíduo. Quanto mais cedo ocorrerem mais longo será o período que delas se pode beneficiar maior será seu impacto total maior o seu retorno.

D - Complementaridade com a atenção em outras fases da vida: Uma melhor atenção e estímulos nos primeiros anos de vida aumenta a capacidade de uma criança aproveitar oportunidades futuras ou reduz os custos das ações necessárias para que importantes realizações possam ser alcançadas.

III. EQUIDADE E ATENÇÃO À PRIMEIRA INFÂNCIA E - Nivelando os pontos de partida: Uma vez que os

impactos da atenção e estimulação adequadas na primeira infância persistem por todo o ciclo de vida, quanto mais equitativa for a atenção e a estimulação recebidas nessa etapa da vida, menor será a desigualdade de resultados e realizações entre adultos.

F - Ausência de conflito entre Meritocracia e Igualdade de Oportunidades: No início da vida todas as crianças são similarmente talentosas, ou ao menos são percebidas como tal. Neste caso, um atendimento equitativo não compromete a eficiência e, portanto, não conflita nem com os ideais mais meritocráticos.

Ao longo das últimas décadas os indicadores mais básicos

de desenvolvimento infantil (mortalidade, subnutrição, etc.)

melhoraram de forma extremamente acentuada no país

IV. Políticas Públicas Podem ser Efetivas na Promoção do Desenvolvimento Infantil

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Diarréia

Febre

Tosse

Frebre ou tosse

Mortalidade infantil

Mortalidade na infância

Mortalidade neonatal

Mortalidade pós-neonatal

Mortalidade pós-infantil

Situação ao final da década em relação à situção no início

Redução nas carências ao longo da última década: Morbidade e mortalidade infantil

Redução a 1/3

em 25 anos

Redução a 1/2 em 25 anos

Mais lento que o requerido pelas

ODM

Mais rápidoo que o requerido pelas

ODM

Redução Grau de carência remanescente

19972007

Não só melhoraram os valores médios mas, também, a desigualdade entre grupos

socioeconômicos e demográficos declinou de forma acentuada.

Por conseguinte, ao longo das últimas duas décadas,

a igualdade de oportunidades foi promovida numa intensidade

sem precedentes no país

Determinantes do progresso em desenvolvimento

infantil:

Melhoria na distribuição de renda e ambiente familiar

Políticas específicas

V. Políticas Públicas Específicas Podem ser Efetivas na Promoção do

Desenvolvimento Infantil

44.945.9

47.0

38.6 38.238.7

37.4

39.0 38.7 38.339.4

37.0

34.2

29.7

28.1

25.3

23.9

20

25

30

35

40

45

50

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Po

rce

nta

ge

m d

e p

ob

res

(%

)

Ano

Evolução temporal da pobreza: Brasil, 1990 a 2009

Fonte: Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1990 a 2009.

Histórico da distribuição de renda

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Condições socioeconômicas e política social de 1992

Condições socioeconômicas de 2007 e política social de 1992

Condições socioeconômicas e política social de 2007

Decomposição da queda no grau de pobreza infanto-juvenil:

mortalidade precoce

Contribuição da melhoria nas condições socioeconômicas

Contribuição da melhoria na política social

30%

70%

Fonte:Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1992 e 2007.

Vários indicadores importantes de desenvolvimento infantil

permanecem sem serem medidos no país.

Os mais básicos que têm sido medidos permanecem em

níveis ainda incompatíveis com o nível de desenvolvimento

econômico do país.

Existe, portanto, a necessidade de pelo menos mais

algumas décadas de progresso acelerado.

VI. Necessidade de Mapear os Desafios Imediatos

2000 2010

Taxa de mortalidade (o/oo) 34 22

Posição absoluta (número de países com maior

taxa de mortalidade)89 94

Posição relativa (porcentagem de países com

maior taxa de mortalidade)50% 52%

1.000 US$ por ano por pessoa 8,6 10,8

Posição absoluta (número de países com menor

PIB per capita)110 108

Posição relativa (porcentagem de países com

menor PIB per capita )62% 59%

178 182

Ano

Número de países

PIB per capita

Mortalidade na

infância

Variável Indicador

Posição relativa do Brasil com respeito ao PIB per capita e

taxa de mortalidade na infância

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75

Ex

tre

ma

po

bre

za

(%

)

Idade

Extrema pobreza por idade: Brasil, 2009

Média nacional

Fonte: Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2009.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

po

rce

nta

ge

m d

e c

ria

as

em

cre

ch

es

(%

)

Centésimos da distribuição de crianças de 0 a 3 anos segundo a renda per capita

Porcentagem de crianças de 0 a 3 anos que frequentam creche por centésimos da distribuição: Brasil, 2009

Fonte: Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2009.

Média

O acentuado progresso ocorrido

ao longo das duas últimas décadas,

entretanto, nem sempre beneficiou

prioritariamente os mais vulneráveis

VII. Desafio 1: integração local das ações, programas e políticas

Promover o pleno desenvolvimento de cada criança: garantir as

oportunidades, condições e estímulos necessários para que toda criança

possa desenvolver plenamente o seu potencial e, desta forma, ter a vida de

sua escolha e contribuir produtivamente para a comunidade em que vive.

Garantir que cada pai ou responsável possa dar a seu filho a melhor

atenção disponível, e, para isso:

Tenha, em um mesmo local, informação sobre todos os serviços

dirigidos à primeira infância disponíveis em sua comunidade.

Receba toda a assistência, orientação e recursos de que necessita para

promover o pleno desenvolvimento de seus filhos.

Objetivos de um Programa Único de Atenção

Integral à Primeira Infância

Aproveitar em sua totalidade as sinergias existentes entre as diversas

ações setoriais: via a integração das ações ampliar benefícios e reduzir

custos e, desta forma, permitir a melhoria na qualidade e expansão na

oferta de serviços, com consequentes adicionais ampliação dos benefícios.

Promover maior participação comunitária na atenção à primeira

infância: a unificação das ações deverá tornar a atenção à primeira infância

na comunidade mais visível e de mais fácil compreensão. Deve ser

complementada por um programa informacional sobre a importância da

atenção na primeira infância e de como todos na comunidade podem e

devem participar.

Objetivos de um Programa Único de Atenção

Integral à Primeira Infância

VIII. Desafio 2: Atendimento

individualizado com base em serviços

adequados às necessidades de cada um

IX. Desafio 3: Atendimento em casa e fora de casa pela família e por agentes sociais, com o objetivo

de dar atenção direta à criança e indireta via a formação dos pais

X. Desafio 4: De uma maior ênfase em proteção, defesa e prevenção a uma crescente ênfase em

oportunidades, condições para aproveitar oportunidades, informação, orientação,

estímulos e incentivos.

Direitos e ações Direitos Negativos Direitos Positivos

Não morrer prematuramente Brincar

Não passar fome Ser estimulada

Não ser vítima de maus tratos

ou negligênciaDesenvolver seu potencial cognitivo

Proteger Oportunidades para se desenvolver

DefenderCondições para poder efetivamente utilizar e se

beneficiar das oportunidades oferecidas

PrevinirEstímulo e incentivos para aproveitar plenamente as

oportunidades disponíveis

Exemplos de

Direitos

Tipos de ações

Importância relativa da proteção aos direitos negativos e promoção dos direitos positivos segundo o nível de desenvolvimento do país

Direitos negativos Direitos positivos

País extremamente pobre

Importância relativa da proteção aos direitos negativos e promoção dos direitos positivos segundo o nível de desenvolvimento do país

Direitos negativos Direitos positivos

País extremamente rico

Importância relativa da proteção aos direitos negativos e promoção dos direitos positivos segundo o nível de desenvolvimento do país

Direitos negativos Direitos positivos

Pobre Rico Mediano Muito

pobre

Muito rico

NomePorta de

Entrada

Oferta de

Serviços

I. Consolidação e Unificação

II. Adequação e Customização

Fora do

Domicílio

Local do Atendimento

ProntuárioSistema de

Avaliação

Oportunidades,

Estimulos,

Condições,

Promoção

Calendário Governança

Eixos Estruturantes do Programa

P

P

O

P

Plano de Desenvovimento Individual - PDI Plano de Atendimento Individualizado - PAI

Direitos

Negativos

Direitos

Positivos

Proteger, Defender,

Prevenir

IV. Expansão do Escopo

III. Atenção

Integral

Família

Agente Social

No Domicílio

XI. Desafio 5: Monitorar é preciso

Canada is a signatory to the United Nations Convention on the Rights of the Child, which commits us to ensuring that all children are provided with the opportunities they need to develop cognitively,

physically, socio-emotionally and spiritually. The ability to comply with this commitment requires

a system that monitors early childhood outcomes. How else can we guarantee that all children and

their families have the support and resources they need to thrive?

Canadian Early Years TaskForce

Members: Robin Williams MD (Chair until June 30, 2011); Sue Bennett MD;

Jean Clinton MD; Clyde Hertzman MD; Denis Leduc MD; Andrew Lynk MD

Principal authors: Clyde Hertzman MD; Jean Clinton MD; Andrew Lynk MD

In this statement, the Canadian Pediatric Society calls on

federal and provincial/territorial governments to measure and monitor

the developmental progress of children in Canada

Canadian Early Years TaskForce

Members: Robin Williams MD (Chair until June 30, 2011); Sue Bennett MD;

Jean Clinton MD; Clyde Hertzman MD; Denis Leduc MD; Andrew Lynk MD

Principal authors: Clyde Hertzman MD; Jean Clinton MD; Andrew Lynk MD

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