abscesso pulmonar

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ABSCESSO PULMONAR ABSCESSO PULMONAR Marcella Amorim Marcella Amorim R1 – Pediatria R1 – Pediatria Hospital Regional da Asa Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Sul/SES/DF Orientadora : Dra. Lisliê Orientadora : Dra. Lisliê Capoulade Capoulade www.paulomargotto.com.br 8/9/2008

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ABSCESSO PULMONAR. Marcella Amorim R1 – Pediatria Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Orientadora : Dra. Lisliê Capoulade www.paulomargotto.com.br. 8/9/2008. Caso Clínico. Identificação - GAAA, masculino, 2 anos 8 meses, natural de Brasília, procedente do Gama. - PS : 22/06/2008 - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: ABSCESSO PULMONAR

ABSCESSO PULMONARABSCESSO PULMONARMarcella AmorimMarcella Amorim

R1 – PediatriaR1 – Pediatria

Hospital Regional da Asa Hospital Regional da Asa Sul/SES/DFSul/SES/DF

Orientadora : Dra. Lisliê Orientadora : Dra. Lisliê CapouladeCapoulade

www.paulomargotto.com.br 8/9/2008

Page 2: ABSCESSO PULMONAR

Caso ClínicoCaso Clínico

IdentificaçãoIdentificação

- GAAA, masculino, 2 anos 8 meses, - GAAA, masculino, 2 anos 8 meses, natural de Brasília, procedente do Gama.natural de Brasília, procedente do Gama.

- PS : 22/06/2008 - PS : 22/06/2008

Queixa PrincipalQueixa Principal

- “ Febre há 1 semana “- “ Febre há 1 semana “

Page 3: ABSCESSO PULMONAR

Caso ClínicoCaso Clínico

HDAHDA

- Febre iniciada há 1 semana da admissão, difícil - Febre iniciada há 1 semana da admissão, difícil de ceder, diária, aferida ( 38 ºC) associada a de ceder, diária, aferida ( 38 ºC) associada a queda do estado geral. Procurou duas vezes o queda do estado geral. Procurou duas vezes o HRG, sendo diagnosticado “virose” e “infecção HRG, sendo diagnosticado “virose” e “infecção de garganta”, prescrito Dipirona e Nimesulida, de garganta”, prescrito Dipirona e Nimesulida, sem melhora. Há 2 dias da admissão iniciou sem melhora. Há 2 dias da admissão iniciou tosse produtiva, mantinha a febre, hipoatividade tosse produtiva, mantinha a febre, hipoatividade e diminuição da ingesta. Eliminações e diminuição da ingesta. Eliminações preservadas. Sem outras queixas.preservadas. Sem outras queixas.

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Caso ClínicoCaso Clínico

AntecedentesAntecedentes Maternos :G2P2A0, gestação sem Maternos :G2P2A0, gestação sem

intercorrências, não fez uso de nenhuma intercorrências, não fez uso de nenhuma medicação.medicação.

Nascimento : nascido de parto vaginal, a termo. Nascimento : nascido de parto vaginal, a termo. Não trouxe o cartão! Período neonatal sem Não trouxe o cartão! Período neonatal sem intercorrências.intercorrências.

* Vacinas em dia ( sic)* Vacinas em dia ( sic) * SME até 6 meses. Nega alergia alimentar. * SME até 6 meses. Nega alergia alimentar.

Dieta: cardápio familiar.Dieta: cardápio familiar.

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Caso ClínicoCaso Clínico

APPAPP - Nega patologias e internações prévias.- Nega patologias e internações prévias. - Nega cirurgias, trauma e uso de medicação - Nega cirurgias, trauma e uso de medicação

regular.regular. - Nega acompanhamento ambulatorial c/ - Nega acompanhamento ambulatorial c/

especialista.especialista.AFAF

- Pai e mãe saudáveis, não fumantes- Pai e mãe saudáveis, não fumantes - Irmã : 6 anos, saudável.- Irmã : 6 anos, saudável. - Nega doenças na família.- Nega doenças na família.

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Caso ClínicoCaso Clínico

Exame físico ( na admissão PSI) Exame físico ( na admissão PSI) - Peso : 10.3 Kg- Peso : 10.3 Kg - REG, choroso, prostrado, hipocorado ( 2+/4+), - REG, choroso, prostrado, hipocorado ( 2+/4+),

hidratado, taquidispneico, acianótico, afebril, em hidratado, taquidispneico, acianótico, afebril, em ar ambiente.ar ambiente.

- ACV : RCR, 2T, sem sopros, BNF- ACV : RCR, 2T, sem sopros, BNF FC : 120 bpm. Pulsos periféricos amplos, FC : 120 bpm. Pulsos periféricos amplos,

simétricossimétricos - AR : MVF diminuido em 1/3 superior direito, sem - AR : MVF diminuido em 1/3 superior direito, sem

creptações ou sibilos. Desconforto respiratório creptações ou sibilos. Desconforto respiratório leve, TIC e TSC discreta. FR : 40ipmleve, TIC e TSC discreta. FR : 40ipm

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Caso ClínicoCaso Clínico

Exame físicoExame físico - Abdome : RHA +, plano, normotenso, - Abdome : RHA +, plano, normotenso,

depressível, indolor, fígado a 2 cm RCD, sem depressível, indolor, fígado a 2 cm RCD, sem esplenomegalia.esplenomegalia.

- Extremidades : boa perfusão, sem edema.- Extremidades : boa perfusão, sem edema. - Pele : sem lesões aparentes.- Pele : sem lesões aparentes. - Oroscopia : dentes em regular estado de - Oroscopia : dentes em regular estado de

conservação.conservação. - Otoscopia : não realizada- Otoscopia : não realizada - SNC : ausência de sinais meníngeos.- SNC : ausência de sinais meníngeos.

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Caso ClínicoCaso Clínico

Hipótese Diagnóstica : Pneumonia extensa à Hipótese Diagnóstica : Pneumonia extensa à direita.direita.Solicitado hemograma, VHS e RX TóraxSolicitado hemograma, VHS e RX TóraxPrescrição :Prescrição :

- Dieta p/ idade- Dieta p/ idade - HV- 100% Holliday- HV- 100% Holliday - Penicilina Cristalina 200.000UI/Kg/dia- Penicilina Cristalina 200.000UI/Kg/dia - Dipirona SOS- Dipirona SOS - Tax 6/6h- Tax 6/6h

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Caso ClínicoCaso Clínico Hemograma (22/06/08)Hemograma (22/06/08)– AnemiaAnemia– PlaquetopeniaPlaquetopenia– Leucocitose com desvio à esquerdaLeucocitose com desvio à esquerda– Granulações tóxicas +Granulações tóxicas +– VHS elevadoVHS elevado

Rx Tórax (22/06/08) : condensação Rx Tórax (22/06/08) : condensação pneumônica acometendo todo LSD com pneumônica acometendo todo LSD com mínimo componente pleural.mínimo componente pleural.

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Caso ClínicoCaso Clínico

EvoluçõesEvoluções - 1ºDIH ALA-A ( 23/06/08) Reavaliação Vespertina- 1ºDIH ALA-A ( 23/06/08) Reavaliação Vespertina Piora do estado geral + dor abdominal + febre + tosse Piora do estado geral + dor abdominal + febre + tosse

produtiva + piora da dispnéia.produtiva + piora da dispnéia. Hipoativo, taquidispneico moderado, hipocoradoHipoativo, taquidispneico moderado, hipocorado AR : MV quase abolido no 1/3 superior direito, sem RA, AR : MV quase abolido no 1/3 superior direito, sem RA,

FR : 58 ipm, TIC, TSC moderada e retração de fúrcula, FR : 58 ipm, TIC, TSC moderada e retração de fúrcula, saturando 84-88% em ar ambiente.saturando 84-88% em ar ambiente.

Conduta : O2 sob cateter nasal a 1L/minConduta : O2 sob cateter nasal a 1L/min

Mantida prescriçãoMantida prescrição

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Caso ClínicoCaso Clínico

EvoluçõesEvoluções

- 2ºDIH ALA-A ( 24/06/08) D2 Penicilina Cristalina- 2ºDIH ALA-A ( 24/06/08) D2 Penicilina Cristalina

Pouca melhora da dispnéia, saturando 94-96% Pouca melhora da dispnéia, saturando 94-96% (O2 1L/min).(O2 1L/min).

Exame físico inalterado em relação ao anterior.Exame físico inalterado em relação ao anterior.

Conduta : Solicitado exames Conduta : Solicitado exames

Troca de ATB: Oxacilina Troca de ATB: Oxacilina 200mg/Kg/dia e Ceftriaxona 100mg/Kg/dia.200mg/Kg/dia e Ceftriaxona 100mg/Kg/dia.

Page 13: ABSCESSO PULMONAR

Caso ClínicoCaso Clínico

Resultado dos exames :Resultado dos exames :

- Hemograma (24/06/08)- Hemograma (24/06/08)

Piora da leucocitose, mantendo desvio à Piora da leucocitose, mantendo desvio à esquerdaesquerda

* granulações tóxicas +* granulações tóxicas +

- EAS : normal- EAS : normal

- Hemocultura : negativa- Hemocultura : negativa

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Caso ClínicoCaso ClínicoEvoluçõesEvoluções

- Mantinha o padrão respiratório- Mantinha o padrão respiratório

Persistia febril (2 picos/dia).Persistia febril (2 picos/dia).

- 6ºDIH ALA-A (28/06/08) - 6ºDIH ALA-A (28/06/08)

D5 Ceftriaxona, D4 Oxacilina ( D6 ATB total)D5 Ceftriaxona, D4 Oxacilina ( D6 ATB total)

Solicitado novo RX tórax: imagem de cavitação Solicitado novo RX tórax: imagem de cavitação em LSD com parede espessa, medindo 7,6cm, em LSD com parede espessa, medindo 7,6cm, associado a pequeno componente pleural associado a pequeno componente pleural homolateral.homolateral.

HD : Pneumatocele? Abscesso?HD : Pneumatocele? Abscesso?

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Caso ClínicoCaso Clínico

EvoluçõesEvoluções - 8ºDIH ALA-A (30/06/08) / D7 Ceftriaxona D6 - 8ºDIH ALA-A (30/06/08) / D7 Ceftriaxona D6

Oxacilina (D8 ATB total)Oxacilina (D8 ATB total)Melhora do estado geral, bom apetite, eupneico, Melhora do estado geral, bom apetite, eupneico, Persistia com a febre ( 2 picos/dia) 38-38,5 ºC. Persistia com a febre ( 2 picos/dia) 38-38,5 ºC.

Ausculta pulmonar diminuída em 1/3 superior D Ausculta pulmonar diminuída em 1/3 superior D com creptações finas na inspiração.com creptações finas na inspiração.

Obs : ultimo dia de febre!Obs : ultimo dia de febre! Solicitado US de Tórax Solicitado US de Tórax laudo : não foi laudo : não foi

identificada presença de líquido no espaço identificada presença de líquido no espaço pleural Dpleural D

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Caso ClínicoCaso Clínico

Hemograma (09/07/08): NormalHemograma (09/07/08): NormalRx Tórax (08/07/08) : discreta redução da Rx Tórax (08/07/08) : discreta redução da espessura da parede da pneumatocele espessura da parede da pneumatocele em LSD, sem redução do seu tamanho. em LSD, sem redução do seu tamanho. Redução quase completa da opacidade Redução quase completa da opacidade no LSD. Ausencia de derrame pleural à D. no LSD. Ausencia de derrame pleural à D. Pulmão esquerdo normal.Pulmão esquerdo normal.Repetir Rx Tórax com 21 dias de Repetir Rx Tórax com 21 dias de Oxacilina. Usou Ceftriaxona por 12 dias.Oxacilina. Usou Ceftriaxona por 12 dias.

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Caso ClínicoCaso Clínico

EvoluçãoEvolução - 23ºDIH ALA-A (15/07/08) D21 Oxacilina (D23 - 23ºDIH ALA-A (15/07/08) D21 Oxacilina (D23

ATB total)ATB total) Criança assintomática. Exame físico normal. Criança assintomática. Exame físico normal.

Rx Tórax (15/07/08): redução da cavitação em Rx Tórax (15/07/08): redução da cavitação em LSD. Aspecto de abscesso. Possibilidade de LSD. Aspecto de abscesso. Possibilidade de fungo associado.fungo associado.

Recebe alta médica em boas condições, com Recebe alta médica em boas condições, com Cefalexina 50mg/Kg/dia por mais 7 dias Cefalexina 50mg/Kg/dia por mais 7 dias ( completar 30 dias de antibioticoterapia) e ( completar 30 dias de antibioticoterapia) e retorno no ambulatório de Pneumologia retorno no ambulatório de Pneumologia Pediátrica.Pediátrica.

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DataData 22/06/0822/06/08 24/06/0824/06/08 09/07/0809/07/08

HbHb 9.49.4 9.69.6 12.512.5

HtHt 28.428.4 29.729.7 38.738.7

LeucLeuc 19.20019.200 30.60030.600 8.3008.300

segseg 6565 6868 5151

bastbast 1515 0505 --

linflinf 1414 2121 3838

monomono 0303 0505 0202

eoseos 0101 -- 0808

mielmiel 0202

plaqplaq 89.00089.000 107.000107.000 778.000778.000

VHSVHS 6060

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Page 25: ABSCESSO PULMONAR

Pneumonia Necrosante e Pneumonia Necrosante e Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Pneumonia necrosante : ocorre Pneumonia necrosante : ocorre geralmente como consequência de uma geralmente como consequência de uma infecção pulmonar causada por uma infecção pulmonar causada por uma bactéria piogênica levando à destruição bactéria piogênica levando à destruição do parênquima pulmonar, formação de do parênquima pulmonar, formação de cavitação e necrose.cavitação e necrose.Abscesso pulmonar : processo supurativo Abscesso pulmonar : processo supurativo e necrótico de região circunscrita do e necrótico de região circunscrita do parênquima pulmonar.parênquima pulmonar.

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Pneumonia Necrosante e Pneumonia Necrosante e Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Se a pneumonia necrosante não for Se a pneumonia necrosante não for tratada adequadamente pode resultar na tratada adequadamente pode resultar na formação de um abscesso pulmonar.formação de um abscesso pulmonar.Alguns autores afirmam que a pneumonia Alguns autores afirmam que a pneumonia necrosante seja a fase inicial do abscesso necrosante seja a fase inicial do abscesso pulmonar.pulmonar.Na verdade, essas duas entidades Na verdade, essas duas entidades clínicas fazem parte de um mesmo clínicas fazem parte de um mesmo processo patológico!processo patológico!

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

ClassificaçãoClassificação Quanto a origem :Quanto a origem : - Primário : ocorre em crianças previamente - Primário : ocorre em crianças previamente

hígidas.hígidas. - Secundário : ocorre em crianças com fatores - Secundário : ocorre em crianças com fatores

predisponentes ou c/ com alguma patologia predisponentes ou c/ com alguma patologia prévia / doença de base.prévia / doença de base.

Quanto à duração :Quanto à duração : - Agudos : sintomas c/ duração até 6 semanas.- Agudos : sintomas c/ duração até 6 semanas. - Crônicos : sintomas por mais de 6 semanas. - Crônicos : sintomas por mais de 6 semanas.

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

IncidênciaIncidência

- raro em crianças ( muito raro no período - raro em crianças ( muito raro no período neonatal);neonatal);

- frequência independe da faixa etária;- frequência independe da faixa etária;

- abscesso 2º : mais frequente em crianças de - abscesso 2º : mais frequente em crianças de menor faixa etáriamenor faixa etária

- 1,6 : 1 ( prevalência maior no sexo masculino)- 1,6 : 1 ( prevalência maior no sexo masculino)

* Real incidência e prevalência em nosso meio * Real incidência e prevalência em nosso meio não está determinada!não está determinada!

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Fatores predisponentes :Fatores predisponentes : - aspiração- aspiração - pneumonia- pneumonia - fibrose cística- fibrose cística - DRGE- DRGE - fístula traqueoesofágica- fístula traqueoesofágica - imunodeficiências- imunodeficiências - complicações pós-operatória de amigdalectomia ou - complicações pós-operatória de amigdalectomia ou

adenoidectomiaadenoidectomia - convulsões- convulsões

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

EtiologiaEtiologia - polimicrobianos- polimicrobianos* Todos os microorganismos podem estar * Todos os microorganismos podem estar

implicados na etiologia dos abscessos implicados na etiologia dos abscessos pulmonares : vírus, bactérias, fungos e pulmonares : vírus, bactérias, fungos e protozoários!protozoários!

- S. aureus : mais frequente ( isolado ou - S. aureus : mais frequente ( isolado ou associado) associado)

abscessos 1º 65%abscessos 1º 65% abscessos 2º 35%abscessos 2º 35% * pneumatoceles!* pneumatoceles!

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

EtiologiaEtiologia - outros aeróbios : - outros aeróbios : Klebsiella pneumoniaeKlebsiella pneumoniae Sreptococcus sp.Sreptococcus sp. Haemophilus influenzaeHaemophilus influenzae E. coliE. coli Pseudomonas aeruginosaPseudomonas aeruginosa - há relatos de M. tuberculosis, Histoplasma - há relatos de M. tuberculosis, Histoplasma

capsulatum e Mycoplasma como etiologia.capsulatum e Mycoplasma como etiologia. - período neonatal : estreptococos grupo B, K. - período neonatal : estreptococos grupo B, K.

pneumoniae e E. colipneumoniae e E. coli

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

EtiologiaEtiologia - anaeróbios : Peptoestreptococcus, Peptococcus, - anaeróbios : Peptoestreptococcus, Peptococcus,

Bacterioides sp, Fusobacterium.Bacterioides sp, Fusobacterium. - frequência não está bem definida- frequência não está bem definida - papel mais evidente em abscessos secundários- papel mais evidente em abscessos secundários - fungos ( Candida albicans) - fungos ( Candida albicans) evolução mais evolução mais

arrastada e fatores predisponentes como :arrastada e fatores predisponentes como : * antibioticoterapia* antibioticoterapia * uso cateter venoso central* uso cateter venoso central * imunodeprimidos* imunodeprimidos * no curso de septicemias* no curso de septicemias

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Patogênese Patogênese

Principais vias etiopatogênicas :Principais vias etiopatogênicas :

1) broncogênica1) broncogênica

- responsável pela maioria dos casos- responsável pela maioria dos casos

- aspiração de corpo estranho- aspiração de corpo estranho

- processos infecciosos pulmonares - processos infecciosos pulmonares (pneumonia necrosante) (pneumonia necrosante)

- hipersecreção ou retenção de secreções - hipersecreção ou retenção de secreções brônquicas ( pneumopatias crônicas)brônquicas ( pneumopatias crônicas)

Page 34: ABSCESSO PULMONAR

Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

- compressão ou estenose brônquica- compressão ou estenose brônquica - aspiração de material infectado da orofaringe, - aspiração de material infectado da orofaringe,

conteúdo gástrico ou sangueconteúdo gástrico ou sangue

fatores predisponentes para aspiraçãofatores predisponentes para aspiração ( alteração no nível de consciência)( alteração no nível de consciência) Estados comatososEstados comatosos Estados convulsivosEstados convulsivos Pós anestésicosPós anestésicos Diminuição do reflexo da tosse Diminuição do reflexo da tosse

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Segmentos pulmonares Segmentos pulmonares mais comprometidos mais comprometidos correspondem: correspondem: – à drenagem gravitacionalà drenagem gravitacional– DecubitoDecubito

Decúbito lateral Decúbito lateral apical e apical e posterior do lado superiorposterior do lado superior

Decúbito dorsal Decúbito dorsal apical do apical do lobo inferiorlobo inferior

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Patogênese Patogênese Principais vias etiopatogênicas :Principais vias etiopatogênicas : 2) hematogênica ( comum em desnutridos, 2) hematogênica ( comum em desnutridos,

imunodeprimidos ou politraumatizados)imunodeprimidos ou politraumatizados) - êmbolos sépticos- êmbolos sépticos - trauma cutêneo s/ solução de - trauma cutêneo s/ solução de

contiguidade ( septicemia contiguidade ( septicemia supuração supuração pulmonar) pulmonar)

S. aureusS. aureusS. aureus

Page 37: ABSCESSO PULMONAR

Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Patogênese Patogênese Principais vias etiopatogênicas :Principais vias etiopatogênicas :3) Por contiguidade3) Por contiguidade - abscesso subfrênico- abscesso subfrênico - abscesso hepático- abscesso hepático - osteomielite de costelas- osteomielite de costelas - mediastinite- mediastinite - lesões no esôfago- lesões no esôfago

Page 38: ABSCESSO PULMONAR

Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Patogênese Patogênese Principais vias etiopatogênicas :Principais vias etiopatogênicas :4) Traumática – ferimentos penetrantes c/ 4) Traumática – ferimentos penetrantes c/

formação de hematoma formação de hematoma infecção infecção abscesso abscesso5) Outras causas – processos infecciosos que se 5) Outras causas – processos infecciosos que se

instalam sobre alterações pulmonares já instalam sobre alterações pulmonares já existentes como :existentes como :

- lesões císticas, congênitas ou não- lesões císticas, congênitas ou não - tumores- tumores - sequestro pulmonar- sequestro pulmonar - pneumonite crônica- pneumonite crônica

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Page 40: ABSCESSO PULMONAR

Abscesso PulmonarAbscesso PulmonarFisiopatologiaFisiopatologia

Inflamação(PMN, edema, congestão vascular)

Exsudato purulentoNecrose

(difusão centrífuga)

Proliferação fibroelástica(difusão centrípeta)

Região circunjacentetec. conjuntivoVascularizado

(“barreira”)

Boa drenagemReduz a inflamação

Cura

Drenagem insuficienteCronificação

Parede espessa

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Quadro clínicoQuadro clínico - agudo ( durante o curso de uma pneumonia) ou arrastado - agudo ( durante o curso de uma pneumonia) ou arrastado

(2 ou mais semanas)(2 ou mais semanas) - sintomas inespecíficos :- sintomas inespecíficos : -febre-febre -hiporexia-hiporexia -mal-estar, prostração-mal-estar, prostração -perda ponderal-perda ponderal -tosse ( seca -tosse ( seca produtiva) expectoração purulenta produtiva) expectoração purulenta

-dor torácica -dor torácica -dispnéia -dispnéia

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Quadro clínicoQuadro clínico - observação : a febre pode estar ausente - observação : a febre pode estar ausente

nos abscessos subagudos ou crônicos. nos abscessos subagudos ou crônicos. Nestes casos, febre pode significar Nestes casos, febre pode significar complicação complicação embolia, derrame pleural. embolia, derrame pleural.

- vômica : saída de secreção purulenta e - vômica : saída de secreção purulenta e fétida subitamente, sem tosse precedente. fétida subitamente, sem tosse precedente.

( patognomônico)( patognomônico) * raro em crianças!* raro em crianças!

Page 44: ABSCESSO PULMONAR

Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Exames complementaresExames complementaresLaboratórioLaboratório - hemocultura- hemocultura - exame do escarro - exame do escarro bacterioscopiabacterioscopia cultura ( contaminação)cultura ( contaminação) - cultura do material do abscesso (mais fidedigno)- cultura do material do abscesso (mais fidedigno) *broncoscopia (próximo ao brônquio)*broncoscopia (próximo ao brônquio) * drenagem percutânea (periférico)* drenagem percutânea (periférico) ( diagnóstica e terapêutica)( diagnóstica e terapêutica)Complicações : pneumotórax, contaminação espaço Complicações : pneumotórax, contaminação espaço

pleural, hemorragia intrabrônquica.pleural, hemorragia intrabrônquica.

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Exame radiológicoExame radiológico

- Radiografia de tórax- Radiografia de tórax

- inicialmente opacidade pulmonar, não muito - inicialmente opacidade pulmonar, não muito característica.característica.

- lesão característica: lesão cavitada de - lesão característica: lesão cavitada de extensão variável, contendo nível hidroaéreo em extensão variável, contendo nível hidroaéreo em seu interior ( ou não) de parede espessada.seu interior ( ou não) de parede espessada.

* 60% dos casos de abscesso podem ter * 60% dos casos de abscesso podem ter acometimento pleural!acometimento pleural!

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Page 47: ABSCESSO PULMONAR
Page 48: ABSCESSO PULMONAR
Page 49: ABSCESSO PULMONAR
Page 50: ABSCESSO PULMONAR

Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

US tórax : US tórax : - identificação de líquido no espaço pleural- identificação de líquido no espaço pleural - coleção líquida intrapulmonar também pode ser - coleção líquida intrapulmonar também pode ser

identificadaidentificada - abscesso próximo á pleura ( - abscesso próximo á pleura ( ≠ empiema loculado, ≠ empiema loculado,

pneumotórax septado)pneumotórax septado)TC tórax : TC tórax :

- distinção de outras patologias- distinção de outras patologias - maior resolução e definição da imagem- maior resolução e definição da imagem - melhor identificação das características do abscesso- melhor identificação das características do abscesso

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Page 52: ABSCESSO PULMONAR

Abscesso pulmonar X Abscesso pulmonar X PneumatocelePneumatocele

Importante a diferenciação radiológicaImportante a diferenciação radiológicaPneumatocele : Pneumatocele :

- lesões cística adquirida, paredes finas, menor infiltrado - lesões cística adquirida, paredes finas, menor infiltrado inflamatórioinflamatório

- resultam da passagem de ar p/ o interstício subpleural - resultam da passagem de ar p/ o interstício subpleural através de pequenas rupturas bronquiolaresatravés de pequenas rupturas bronquiolares

- surgem na evolução de pneumonias agudas - surgem na evolução de pneumonias agudas (estafilocócica (estafilocócica 40 a 60% casos) 40 a 60% casos)

- tendência á modificação rápida de forma e localização- tendência á modificação rápida de forma e localização - geralmente assintomáticas, raramente requerem - geralmente assintomáticas, raramente requerem

intervenção cirúrgica, curso benignointervenção cirúrgica, curso benigno - TC tórax auxilia na diferenciação c/ abscesso pulmonar - TC tórax auxilia na diferenciação c/ abscesso pulmonar

e outra lesões císticase outra lesões císticas

Page 53: ABSCESSO PULMONAR

Abscesso pulmonar X Abscesso pulmonar X PneumatocelePneumatocele

- complicações : pneumotórax e infecção - complicações : pneumotórax e infecção secundáriasecundária

- a imagem radiológica surge geralmente c/ 5 a 7 - a imagem radiológica surge geralmente c/ 5 a 7 dias de evolução da pneumoniadias de evolução da pneumonia

- boa resolução, sem seqüelas- boa resolução, sem seqüelas - se resolvem c/ o tratamento adequado da - se resolvem c/ o tratamento adequado da

pneumonia de base ( antibióticos)pneumonia de base ( antibióticos) - intervenção cirúrgica ( punção aspirativa - intervenção cirúrgica ( punção aspirativa

transtorácica) : envolve > 50% hemitórax c/ transtorácica) : envolve > 50% hemitórax c/ severa atelectasia; pneumatocele hipertensiva; severa atelectasia; pneumatocele hipertensiva; fístula broncopleural ou infecção 2ª.fístula broncopleural ou infecção 2ª.

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

Diagnóstico : história clínica + exame físico + Diagnóstico : história clínica + exame físico + exames radiológicosexames radiológicosDiagnóstico diferencial ( todas as lesões císticas Diagnóstico diferencial ( todas as lesões císticas c/ processo inflamatório associado)c/ processo inflamatório associado)

- pneumatocele- pneumatocele - malformações pulmonares ( formação - malformações pulmonares ( formação

adenomatóide cística, cisto broncogênico, adenomatóide cística, cisto broncogênico, sequestro pulmonar infectado)sequestro pulmonar infectado)

- pneumonia- pneumonia - neoplasias- neoplasias - pneumopatias crônicas- pneumopatias crônicas

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Abscesso PulmonarAbscesso PulmonarTratamentoTratamento

- Clínico :- Clínico : - drenagem postural- drenagem postural - fisioterapia respiratória- fisioterapia respiratória - antibioticoterapia- antibioticoterapia - Cirúrgico : falha no tratamento clínico, complicações ou sinais de cronicidade- Cirúrgico : falha no tratamento clínico, complicações ou sinais de cronicidade * punção aspirativa transtorácica* punção aspirativa transtorácica * lobectomia ( ressecção * lobectomia ( ressecção cirúrgica)cirúrgica) hemoptise recorrentehemoptise recorrente fístula broncopleural fístula broncopleural broncoestenose empiema pleuralbroncoestenose empiema pleural bronquiectasiabronquiectasia falha terapêuticafalha terapêutica necrose pulmonar extensanecrose pulmonar extensa hemorragia pulmonar grave hemorragia pulmonar grave

Ausência de melhora clinica após 7-10 dias de

tratamento adequado

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

AntibioticoterapiaAntibioticoterapia - Parenteral, bactericida, boa penetração - Parenteral, bactericida, boa penetração

pulmonarpulmonar - A terapêutica geralmente é empírica e deve - A terapêutica geralmente é empírica e deve

fazer cobertura para pneumococos, S. aureus e fazer cobertura para pneumococos, S. aureus e anaeróbios.anaeróbios.

- Em casos intra hospitalares, fazer cobertura - Em casos intra hospitalares, fazer cobertura para Pseudomonas aeruginosa e para Pseudomonas aeruginosa e enterobacteriasenterobacterias

- Duração : 2 a 3 semanas parenteral e, após, - Duração : 2 a 3 semanas parenteral e, após, completar 4 a 8 semanas c/ medicação via oral.completar 4 a 8 semanas c/ medicação via oral.

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

AntibioticoterapiaAntibioticoterapia - Penicilina (* resistência)- Penicilina (* resistência) - Oxacilina- Oxacilina - Beta- lactâmicos + inibidores de beta lactamase - Beta- lactâmicos + inibidores de beta lactamase - Aminoglicosídeos, cefalosporinas de terceira ou - Aminoglicosídeos, cefalosporinas de terceira ou

quarta geraçãoquarta geração - Clindamicina (preferida por alguns autores em - Clindamicina (preferida por alguns autores em

caso de bactérias resistentes à penicilina);caso de bactérias resistentes à penicilina);* A melhora clínica (* A melhora clínica (↓↓ febre e toxemia) e da febre e toxemia) e da

ausculta ocorre por volta do 10º dia em 80% ausculta ocorre por volta do 10º dia em 80% casos. Resolução radiológica até 6 meses.casos. Resolução radiológica até 6 meses.

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Abscesso PulmonarAbscesso Pulmonar

PrognósticoPrognóstico

- 80 a 90% dos abscessos evolui - 80 a 90% dos abscessos evolui favoravelmente c/ tratamento clínico.favoravelmente c/ tratamento clínico.

- se evolução cirúrgica o prognóstico é mais - se evolução cirúrgica o prognóstico é mais reservado ( complicações 15 a 40%)reservado ( complicações 15 a 40%)