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APRESENTAÇÃO Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea- lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que melhor se encaixa à organização curricular de sua escola. A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen- tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci- dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas, histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob- jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade. As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada região brasileira. Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz. Gerente Editorial A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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APRESENTAÇÃO

Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três

séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea-

lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que

melhor se encaixa à organização curricular de sua escola.

A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen-

tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci-

dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito

crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas,

histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de

dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob-

jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade.

As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante

situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos

privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de

questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada

região brasileira.

Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia

intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o

aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz.

Gerente Editorial

A palavra em ação: o estudo dos

verbos e dos pronomes

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© Editora Positivo Ltda., 2013Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.

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DIRETOR EDITORIAL: GERENTE EDITORIAL:

GERENTE DE ARTE E ICONOGRAFIA: AUTORIA:

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CARTOGRAFIA:ILUSTRAÇÃO:

PROJETO GRÁFICO:EDITORAÇÃO:

CRÉDITO DAS IMAGENS DE ABERTURA E CAPA:

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IMPRESSÃO E ACABAMENTO:

CONTATO:

Ruben FormighieriEmerson Walter dos SantosJoseph Razouk JuniorMaria Elenice Costa DantasCláudio Espósito GodoyRobson Luiz Rodrigues de LimaRobson Luiz Rodrigues de LimaFernanda Rosário de MelloRosana FidelixTatiane Esmanhotto KaminskiSabrina FerreiraAngela Giseli de SouzaLuciano Daniel TulioAndré Müller / Marcos GuilhermeO2 ComunicaçãoDanielli Ferrari Cruz / Arowak© Thinkstock/Getty Images; © Shutterstock/Valua Vitaly; © Shutterstock/Franck Boston; © Shutterstock/Slavoljub Pantelic; © Shutterstock/ajt; © Shutterstock/ilker canikligil; P. Imagens/Pith; © iStockphoto.com/Dean Mitchell PhotographyEditora Positivo Ltda.Rua Major Heitor Guimarães, 17480440-120 Curitiba – PRTel.: (0xx41) 3312-3500 Fax: (0xx41) 3312-3599Gráfica Posigraf S.A.Rua Senador Accioly Filho, 50081300-000 Curitiba – PRFax: (0xx41) 3212-5452E-mail: [email protected]@positivo.com.br

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@POR963Conceito e exemplos

sobre as funções da

linguagem

@POR963

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)

L732 Lima, Robson Luiz Rodrigues de.Ensino médio : modular : língua portuguesa : a palavra em ação : o estudo dos verbos e

dos pronomes / Robson Luiz Rodrigues de Lima ; ilustrações André Müller, Marcos Guilherme. – Curitiba : Positivo, 2013.

: il.

ISBN 978-85-385-7542-9 (livro do aluno)ISBN 978-85-385-7543-6 (livro do professor)

1. Língua Portuguesa. 2. Ensino médio – Currículos. I. Müller, André. II. Guilherme, Marcos. III. Título.

CDU 373.33

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SUMÁRIO

Unidade 1: O estudo dos pronomes

Estrutura composicional do texto:

a função do pronome 11

Classificação dos pronomes 13

Unidade 2: O estudo dos verbos

Verbos 44

Formas verbais 47

Modo verbal 50

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“Oh! Baby, você não precisa

De um salão de beleza

Há menos beleza

Num salão de beleza

A sua beleza é bem maior

Do que qualquer beleza

De qualquer salão...”

Zeca Baleiro

O estudo dos pronomes1

A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes4

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História da belezaUmberto Eco

Introdução“Belo” – junto com “gracioso”, “bonito” ou “sublime”, “maravilhoso”, “soberbo”

e expressões similares – é um adjetivo que usamos frequentemente para indicar algo que nos agrada. Parece que, nesse sentido, aquilo que é belo é igual àquilo que é bom e, de fato, em diversas épocas históricas criou-se um laço estreito entre o Belo e o Bom.

Se, no entanto, julgarmos com base em nossa experiência cotidiana, tendemos a definir como bom aquilo que não somente nos agrada, mas que também gostaríamos de ter. Infinitas são as coisas que consideramos boas: um amor correspondido, uma honesta riqueza, um quitute refinado, e em todos os casos desejaríamos possuir tal bem. É um bem aquilo que estimula o nosso desejo. Mesmo quando consideramos boa uma ação virtuosa, gostaríamos de tê-la realizado nós mesmos, ou nos propomos a realizar uma outra tão meritória quanto aquela, incitados pelo exemplo daquilo que consideramos ser um bem.

Ou então, chamamos de bom algo que é conforme a algum princípio ideal, mas que custa dor, como a morte gloriosa de um herói, a dedicação de quem trata de um leproso, o sacrifício da vida feito por um pai para salvar um filho… Nesses casos, reconhecemos que a coisa é boa, mas, por egoísmo ou por temor, não gostaríamos de nos ver envolvidos em uma experiência análoga.

Reconhecemos aquela coisa como um bem, mas um bem alheio que olhamos com um certo distanciamento, embora comovidos, e sem que sejamos arrastados pelo desejo. Muitas vezes, para indicar ações virtuosas que preferimos admirar a realizar, falamos de uma “bela ação”.

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Por isso, o sentido da Beleza é diverso do sentido do de-sejo. Podemos considerar alguns seres humanos belíssimos, mesmo que não os desejemos sexualmente, ou que saibamos que nunca poderão ser nossos. Se, ao contrário, se deseja um ser humano (que além do mais poderia até ser feio) e não se pode ter com ele as relações almejadas, sofre-se.

Um outro critério a nos guiar é que a estreita relação que a época moderna estabeleceu entre Beleza e Arte não é assim tão evidente. Se determinadas teorias estéticas modernas reconheceram apenas a Beleza da arte, subestimando a Be-leza da natureza, em outros períodos históricos aconteceu o inverso: a Beleza era uma qualidade que podiam ter as coisas da natureza (como um belo luar, um belo fruto, uma bela cor), enquanto a arte tinha apenas a incumbência de fazer bem as coisas que fazia, de modo que servissem ao escopo a que eram destinadas – a tal ponto que se considerava arte tanto aquela do pintor e do escultor, quanto aquela do construtor de barcos, do marceneiro ou do barbeiro. Somente muito mais tarde, para distinguir pintura, escultura e arquitetura daquilo que hoje chamaríamos de artesanato, é que se elaborou a noção de Belas-Artes.

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suscita o nosso desejo, compreendemos que falamos de Beleza quando fruímos de alguma coisa por aquilo que é, independentemente da questão de possuí-la ou não. Até mesmo um bolo de casamento bem confeccionado, quando o admiramos na vitrine do confeiteiro, nos parece belo, mesmo que, por questões de saúde ou de inapetência, não o desejemos como um bem a ser adquirido. É bela alguma coisa que, se fosse nossa, nos deixaria felizes, mas que continua a sê-lo se pertence a outro alguém. Naturalmente não se considera o comportamento de quem, diante de uma coisa bela como o quadro de um grande pintor, deseja possuí-lo por orgulho de ser o possuidor, para poder contemplá-lo todo dia ou porque tem grande valor econômico. Estas formas de paixão, ciúme, desejo de possuir, inveja ou avidez, nada têm a ver com o sentimento do Belo. O sequioso, que ao dar com uma fonte precipita- -se para beber, não lhe contempla a Beleza. Poderá fazê-lo depois, uma vez satisfeito o seu desejo.

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6 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Todavia, veremos que a relação entre Beleza e Arte colocou-se muitas vezes de modo ambíguo, pois, mesmo privilegiando a Beleza da natureza, admitia-se que a arte poderia representá-la de modo belo, inclusive quando esta natureza representada fosse em si perigosa ou repugnante.

Em todo caso, essa é uma história da Beleza e não uma história da arte (ou da literatura ou da música), logo, só serão citadas as ideias expressas no decorrer do tempo sobre a arte quando relacionarem Arte com Beleza.

A pergunta previsível é: por que então esta história da Beleza é documen-tada quase sempre através de obras de arte? Porque foram os artistas, poetas, romancistas, que nos contaram através dos séculos o que eles consideravam belo e que nos deixaram seus exemplos. Os camponeses, os pedreiros, os padeiros ou os alfaiates fizeram coisas que talvez até considerassem belas, mas dessas nos ficaram poucos testemunhos (como um vaso, uma construção para abrigar animais, uma roupa); sobretudo, nunca escreveram nada para relatar se e por

que consideravam tais coisas belas ou para explicar o que era, para eles, o belo natural. É somente na medida em que os artistas representaram pessoas vestidas, cabanas, utensílios, que podemos pensar que eles nos diziam algo acerca do ideal de Beleza dos artesãos de seu tempo, embora não se possa ter plena certeza disso. Por vezes os artistas, para representar personagens de seu tempo, se inspiravam nas ideias que tinham sobre a moda nos tempos da Bíblia ou dos poemas homéricos; por vezes, ao contrário, ao representar personagens da Bíblia ou dos poemas homéricos, inspiravam-se na moda de seu tempo. Nunca poderemos estar seguros dos documentos em que nos baseamos, mas podemos, contudo, tentar certas inferências, ainda que cuidadosas e prudentes.

[...]Dito isso, nosso livro poderá ser acusado de relativismo, como se quisesse dizer que aquilo

que é considerado belo depende da época e da cultura. É exatamente isso que se pretende dizer. Há uma passagem célebre de Xenófanes de Colofonte, um dos filósofos pré-socráticos, que recita: “Mas se mãos tivessem os bois e os cavalos e os leões e pudessem com as mãos desenhar e criar obras como os homens, semelhantes aos cavalos, o cavalo representaria os deuses e o boi seme-lhantes aos bois, e lhes dariam corpos como os que eles mesmos têm” (Clemente de Alexandria, Tapeçarias, V, 110).

É possível que além das diversas concepções da Beleza existam algumas regras únicas para todos os povos em todos os séculos. Neste volume, não tentaremos buscá-las ou encontrá-las a qualquer custo. Traremos à luz, antes, as diferenças. Caberá ao leitor buscar a unidade sob estas diferenças.

Este livro parte do princípio de que a Beleza jamais foi algo de absoluto e imutável, mas as-sumiu faces diversas segundo o período histórico e o país: e isso não apenas no que diz respeito à beleza física (do homem, da mulher, da paisagem), mas também no que se refere à Beleza de Deus ou dos santos, ou das ideias…

Nesse sentido, seremos muito respeitosos para com o leitor. Há de acontecer de mostrarmos que, em um mesmo período histórico, enquanto as imagens dos pintores e dos escultores pareciam celebrar um determinado modelo de Beleza (dos seres humanos, da natureza ou das ideias), a literatura celebrava um outro.

É possível que certos líricos gregos falem de um tipo de graça feminina que só veremos rea-lizada pela pintura e pela escultura de uma época diversa. Por outro lado, basta pensar no estupor que experimentaria um marciano do próximo milênio que descobrisse, por acaso, um quadro de Picasso e a descrição de uma bela mulher em um romance de amor do mesmo período. Não poderia compreender qual fosse a relação entre as duas concepções de Beleza.

Por isso, de quando em quando devemos fazer um esforço para ver como diferentes modelos de Beleza coexistem em uma mesma época e como outros se remetem mutuamente através de épocas diversas.

O projeto e a inspiração do volume são antecipados desde o início, para que o leitor curioso possa perceber de pronto o gosto da obra: de fato, estão presentes já na abertura onze quadros comparativos que visualizam imediatamente como as diversas ideias de Beleza retornam e se

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LÍNGUA PORTUGUESA

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1. Tudo o que é belo é bom?

2. Cite um exemplo de algo que é belo e não é bom.

3. Qual o limite entre o que foi afirmado no segundo parágrafo e a inveja?

4. Em sua opinião, querer para si algo bom que uma outra pessoa tenha é inveja ou admiração?

5. É possível que algo bom não seja desejado?

6. Converse com seus colegas e deem exemplos de ações belas, mas difíceis de serem praticadas.

7. Você acredita que é possível admirar alguma coisa e não desejar tê-la?

8. Cite exemplos de algo considerado belo e que incita o desejo das pessoas na contemporaneidade.

9. Que ideias são abordadas no sétimo parágrafo?

10. Segundo o texto, qual a diferença entre arte e artesanato?

11. Dê um exemplo para ilustrar o que está dito no oitavo parágrafo.

12. Você acha importante deixar registrada a sua impressão sobre os aconteci-mentos da vida?

13. Você conhece algum episódio significativo de sua história familiar que pode evidenciar outros padrões de beleza? Relate para seus colegas.

14. É possível alguma pessoa ser considerada linda na opinião de um grupo e ser feia na opinião de outro? Cite um exemplo. Depois, discuta com seus colegas por que isso acontece.

15. A mídia é capaz de interferir no gosto das pessoas? Como?

16. Como você sabe se acha algo bonito devido a seu gosto pessoal ou à influência dos outros?

17. Pelo que você leu da introdução, vale a pena ler o livro História da beleza, de Umberto Eco? Por quê?

desenvolvem (talvez variadas) em épocas diversas, nas obras de filósofos, escritores, artistas por vezes muito distantes entre si.

Sucessivamente, para cada época ou modelo estético fundamental, junto ao texto haverá imagens e citações ligadas ao problema tratado, em certos casos com uma remissão destacada também no corpo do texto.

ECO, Umberto. Introdução. In: ______. História da beleza. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/1512 04/ trecho_beleza.html>. Acesso em: 12 mar. 2010.

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1. Qual o tema do texto de Umberto Eco?

2. No segundo, terceiro e quarto parágrafos, o autor estabelece uma diferença entre o “belo desejável” e o “belo admirável”. Explique como se dá essa diferença.

3. De acordo com o texto, qual é a relação entre Arte e Beleza? Dê um exemplo que não esteja no texto para ilustrar essa relação.

4. De acordo com o texto, a história da Beleza é quase sempre documentada por meio da obra de arte porque:

a) toda obra de arte é bela e por isso é utilizada como exemplo de beleza e perfeição.

b) a obra de arte é o registro do que se considerou belo ao longo dos séculos.

c) a obra de arte representa momentos marcantes na vida das pessoas.

d) todos gostam de obras de arte, assim, fica mais fácil encantar as pessoas com a beleza de uma pintura.

e) os pedreiros, padeiros e alfaiates da época também se dedicavam à pintura e à literatura no seu tempo.

5. Segundo o texto, aquilo que é considerado belo depende:

a) da época e da cultura de um povo.

b) do gosto de cada um, independentemente da época.

c) da conservação das obras de arte, para que sejam admiradas pelas gerações futuras.

d) da maneira como o artista retrata a sua realidade.

e) das técnicas utilizadas pelo artista.

6. No trecho: “‘Mas se mãos tivessem os bois e os cavalos e os leões e pudessem com as mãos desenhar e criar obras como os homens, semelhantes aos cavalos, o cavalo representaria os deuses e o boi semelhantes aos bois, e lhes dariam corpos como os que eles mesmos têm’ (Clemente de Alexandria, Tapeçarias, V)”, o termo em destaque refere-se:

a) aos cavalos. b) aos bois.

c) aos leões. d) aos corpos.

e) aos deuses.

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7. No 14.º parágrafo, a expressão inicial “Nesse sentido” refere-se:

a) ao respeito que se terá ao leitor.

b) ao fato de pintores e escritores celebrarem certo tipo de beleza.

c) ao sentido do livro.

d) ao fato de que a beleza jamais foi algo absoluto e imutável.

e) à percepção de que existem regras únicas de beleza para todos os povos.

8. O texto apresentado é a introdução do livro História da beleza, de Umberto Eco. Para construir essa introdução, ele organiza as informações em uma determinada estrutura a fim de seduzir o leitor para a leitura do livro. A seguir, enumere a segunda coluna de acordo com a primeira, de modo a exemplificar e ordenar a estrutura utilizada por Eco.

a) Uma definição do que é beleza.

b) Beleza como desejo.

c) Delimitação do tema.

d) A tese do livro.

e) Explicação da estrutura didática do livro.

( ) “Sucessivamente, para cada época ou modelo estético fundamental, junto ao texto haverá imagens e citações ligadas ao problema tratado, em certos casos com uma remissão destacada também no corpo do texto.”

( ) ‘“Belo” – junto com “gracioso”, “bonito” ou “sublime”, “maravilhoso”, “soberbo” e expressões si-milares – é um adjetivo que usamos frequentemente para indicar algo que nos agrada. Parece que, nesse sentido, aquilo que é belo é igual àquilo que é bom e, de fato, em diversas épocas históricas criou-se um laço estreito entre o Belo e o Bom.”

( ) “Nesta resenha das ideias de Beleza através dos séculos, tentaremos, portanto, identificar antes de tudo aqueles casos em que uma determinada cultura ou época histórica reconheceu que existem coisas que se mostram agradáveis à contemplação independentemente do desejo que temos delas. Nesse sentido, não partiremos de uma ideia preconcebida de Beleza: passaremos em revista as coisas que os seres humanos consideraram (no curso dos milênios) belas.

( ) “Se, no entanto, julgarmos com base em nossa experiência cotidiana, tendemos a definir como bom aquilo que não somente nos agrada, mas que também gostaríamos de ter.”

( ) “Este livro parte do princípio de que a Beleza jamais foi algo de absoluto e imutável, mas assumiu faces diversas segundo o período histórico e o país: e isso não apenas no que diz respeito à beleza física (do homem, da mulher, da paisagem), mas também no que se refere à Beleza de Deus ou dos santos, ou das ideias…”

10 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Estrutura composicional do

texto: a função do pronome

É possível notar que Umberto Eco organiza seu texto a fim de apresentar aos leitores as principais ideias que serão discutidas no seu livro, orientando-os na leitura de sua obra. Para conseguir essa organização textual desejada, o autor precisou utilizar uma série de recursos textuais, conforme apresentado a seguir.

Indicar as pessoas do discurso (quem fala, sobre

o que fala e para quem fala)A escolha do pronome pessoal indica a relação que se estabelece entre as pessoas do discurso.

Analise o primeiro parágrafo do texto de Umberto Eco e discuta com seus colegas qual o tipo de relação pretendida ao se escolher determinada pessoa do discurso.

“Belo” – junto com “gracioso”, “bonito” ou “sublime”, “maravilhoso”, “soberbo” e expressões similares – é um adjetivo que usamos frequentemente para indicar algo que nos agrada. Parece que, nesse sentido, aquilo que é belo é igual àquilo que é bom e, de fato, em diversas épocas históricas criou-se um laço estreito entre o Belo e o Bom.

a) Identifique em que pessoa do discurso esse parágrafo está escrito:

b) Que estratégia você usou para fazer essa identificação?

c) Agora explique qual o tipo de relação de sentido que se pretende estabelecer ao escolher essa pessoa do discurso:

Substituir palavras para promover a coesão

textualLeia o trecho abaixo, retirado do texto de Umberto Eco:

NÓS

“Por isso, o sentido da Beleza é diverso do sentido do desejo. Podemos considerar alguns seres humanos belíssimos, mesmo que não os desejemos sexualmente, ou que saibamos que nunca poderão ser nossos. Se, ao contrário, se deseja um ser humano (que além do mais poderia até ser feio) e não se pode ter com ele as relações almejadas, sofre-se.”

O pronome pessoal ele, em destaque, está substituindo um termo anteriormente mencionado para evitar a repetição. Esse termo é:

a) o sentido da beleza. b) o sentido do desejo.

c) ser humano. d) feio.

e) belíssimo.

É possível notar, assim, que o pronome possui função coesiva, retomando termos já mencionados anteriormente.

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Indicar relações de posse entre conceitos e

pessoas do discursoAnalise o fragmento a seguir:

“Se refletimos sobre o comportamento distante que nos permite definir como belo um bem que não suscita o nosso desejo, compreendemos que falamos de Beleza quando fruímos de alguma coisa por aquilo que é, independentemente da questão de possuí-la ou não.”

“Nesse sentido, seremos muito respeitosos para com o leitor. Há de acontecer de mostrar-mos que, em um mesmo período histórico, enquanto as imagens dos pintores e dos escultores pareciam celebrar um determinado modelo de Beleza (dos seres humanos, da natureza ou das ideias), a literatura celebrava um outro.”

Explique o porquê de o autor utilizar um pronome possessivo na 1.ª pessoa do plural.

Indicar a posição dos interlocutores em relação

às pessoas do discursoEm relação às pessoas do discurso, pode-se afirmar que Umberto Eco neste trecho:

a) utiliza o pronome “nós”, subentendido na forma verbal “seremos”, para afirmar que o livro é dele e que ele merece todos os méritos pela obra.

b) utiliza a 1.ª pessoa do plural (“nós”), subentendida na forma verbal “seremos”, em lugar do pronome “eu”. Essa estratégia evita marcar seu discurso com individualismo, fazendo com que as pessoas compartilhem de suas ideias.

c) utiliza a 2.ª pessoa do singular (“tu”), subentendida na forma verbal “seremos”, como um “eu”. Trata o leitor, a quem se destina o livro, como uma 3.ª pessoa do singular (“eu”). E se dirige a uma 2.ª pessoa (“tu”), que não é nem o leitor a quem o livro se destina nem o autor da obra, mas quem lê a introdução.

d) não se dirige a nenhuma pessoa. Já que o livro trata da história da beleza, ele apenas versa sobre as várias concepções de beleza e arte.

e) dirige-se à equipe que o auxiliou a produzir o livro, por isso utiliza a primeira pessoa do plural: “nós” (as pessoas que trabalharam no livro).

Retomar informações já mencionadas no textoAnalise o fragmento a seguir e responda: Quais são os casos já mencionados no texto que o pro-

nome esses está retomando?

12 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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“Se, no entanto, julgarmos com base em nossa experiência cotidiana, tendemos a definir como bom aquilo que não somente nos agrada, mas que também gostaríamos de ter. Infinitas são as coisas que consideramos boas: um amor correspondido, uma honesta riqueza, um quitute refinado, e em todos esses casos desejaríamos possuir tal bem.”

Os pronomes desempenham as funções anteriormente descritas. Por isso, refletir sobre seu uso é fundamental para que se possa compreender a estrutura composicional de um texto. De acordo com a gramática normativa, os pronomes substituem ou acompanham outras palavras, retomando o que já foi dito ou remetendo a outras palavras, frases e orações do texto.

Os pronomes podem ser substantivos quando substituírem um substantivo.

Exemplo: João acorda cedo todos os dias. Ele cuida da alimentação dos animais do sítio.

Os pronomes podem ser adjetivos quando acompanharem um substantivo ou quando não estiverem substituindo nenhum nome.

Exemplo: Aquela garota é demais.

Vejamos os tipos de pronomes e como eles funcionam no texto.

Pronomes pessoaisOs pronomes pessoais são aqueles que indicam as três pessoas do discurso: Eu que falo (emissor) /

Você com quem eu falo (receptor) / e ele ou isto de quem eu falo (referente).Veja o quadro esquemático dos pronomes pessoais:

Número PessoaRetos

Exercem na frase a função de sujeito

OblíquosExercem na frase a função de complemento

Átonos (usados sem preposição) Tônicos (usados com preposição)

Singular

1.ª eu me mim, comigo

2.ª tu te ti, contigo

3.ª ele/ela o, a, lhe, se si, ele, ela, consigo

Plural

1.ª nós nos nós, convosco

2.ª vós vos vós, convosco

3.ª eles/elas os, as, lhes, se si, eles, elas, consigo

Atenção:

Depois de verbos terminados em: r, s ou z, os pronomes o, a, os, as, transformam-se assim:

Suprime-se o r, s, z e, após o hífen, tem-se: lo, la, los, las.

Depois de verbos terminados em fonemas nasais (am, em, õe, etc.) os pronomes oblíquos transformam-se em: no, na, nos, nas.

Dá-se o nome de pronome reflexivo ao pronome oblíquo que se refere ao mesmo ser indicado pelo pronome reto.

Exemplos: Ele se protegeu (protegeu-se a si mesmo)Tu te arrebentaste. (arrebentaste-te a ti mesmo)

Importante: Quando, em um texto oral ou escrito, usa-se a preposição “entre”, sempre o pronome oblíquo “mim” terá prioridade sobre o pronome "eu", desde que não seja o sujeito da oração.

Exemplos: Entre mim e ti não há diferença. Entre você e mim não há obstáculos.

Classificação

dos pronomes

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Classificação dos pronomes

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Cuidado! Na norma-padrão, não se usa o pronome pessoal do caso reto para complementar os verbos, como: vi ela, compre ele, inscrevi nós, etc. Nesse caso, para completar diretamente os verbos, usa-se o pronome pessoal do caso oblíquo, como: eu a vi, comprei-o, inscrevi-nos.

Curiosidades

1. O pronome “você” refere-se à 2.ª pessoa do singular, pois equivale ao “tu”, mas obedece à conjugação verbal de 3.ª pessoa do singular.Exemplo: Você vai se lembrar de mim.

2. O pronome “vocês” refere-se à 2.ª pessoa do plural, pois equivale ao “vós”, mas obedece à conjugação verbal de 3.ª pessoa do plural.Exemplos: Vocês vão à praia amanhã?

3. O pronome “a gente” refere-se à 1.ª pessoa do plural, equivalendo a “nós”, mas assim como acontece com o pronome “você”, obedece à conjugação verbal de 3.ª pessoa do singular.Exemplo: “A gente chegou ontem da praia”.

4. Além da 1.ª pessoa do plural, o pronome “a gente” pode também, em alguns contextos de uso, referir-se à 1.ª pessoa do singular “eu”. Exemplo: “A gente faz tudo certo e a namorada ainda termina o namoro” (“A gente” se refere ao sujeito que fala – eu). Ainda que se refira à 1.ª pessoa do singular, a concordância também é feita na 3.ª pessoa do singular.

5. Antes de se tornar pronome, a expressão “a gente” funcionava como uma expressão nomi-nal, como em “A gente mais pobre é a que merece mais atenção do governo”, podendo ser substituída por outras expressões nominais, como “O povo”, “O pessoal”, “A população”. Pela frequência de uso da expressão, “a gente” passou a fazer parte da estrutura da língua como pronome de 1.ª pessoa do plural, mas, por ser uma forma originada a partir de uma expressão nominal, manteve a concordância própria das expressões nominais, ou seja, a concordância na 3.ª pessoa. É isso que explica o porquê de o pronome “a gente”, mesmo se referindo à 1.ª pessoa, manter a conjugação verbal em 3.ª pessoa do singular.

Leia o trecho da música Beija eu e analise o uso dos pronomes pessoais, de modo a produzir múltiplos sentidos.

Beija euMarisa Monte

Composição: Marisa Monte/Arnaldo Antunes/Arto Lindsay

Seja eu! Seja eu! Deixa que eu seja eu E aceita O que seja seu Então deita e aceita eu...Molha eu! Seca eu! Deixa que eu seja o céu

E receba O que seja seu Anoiteça e amanheça eu...Beija eu! Beija eu! Beija eu, me beija Deixa O que seja ser...

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14 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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1. Os primeiros dois versos são uma metáfora. O que essa metáfora significa?

2. Se os dois primeiros versos fossem assim escritos: Seja como eu/Seja como eu, o sentido seria o mesmo? Explique.

3. Identifique, no terceiro verso, dois pronomes pessoais do caso reto. Que funções exercem os dois pronomes e qual o efeito de sentido que isso causa no texto?

4. O quarto e o quinto versos da música são um pedido. De que forma o uso artístico do pronome pos-sessivo “seu” contribui para a consecução desse pedido?

5. Como o sétimo e o oitavo versos da música ficariam se, obedecendo à norma-padrão da língua por-tuguesa, o pronome pessoal do caso reto fosse substituído por um pronome oblíquo? O que mudaria no sentido da música?

6. Qual verso expressa a ideia: Deixa eu ser o máximo de mim mesmo? Justifique sua resposta.

a) Anoiteça e amanheça eu...

b) Deixa que eu seja o céu.

c) Deixa que eu seja eu.

7. No décimo quinto verso da música, há o uso da 1.ª pessoa do caso oblíquo. Em sua opinião, por que apenas desta vez o pronome pessoal do caso reto “eu” foi substituído por um pronome pessoal do caso oblíquo?

8. Em sua opinião, o que expressa o último verso da música?

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Uso do pronome “mesmo”

A palavra “mesmo” pode ser usada:

a) como adjetivo ou pronome adjetivo, como reforço para o substantivo, com valor de exatidão, identidade, no sentido de “em pessoa”, “próprio”, “exato”, “idêntico”. Exemplo: É ele mesmo! (exatamente ele).

b) como advérbio, no sentido de “justamente”, “realmente”. Exemplo: Ele faltou por isso mesmo (justamente por isso).

c) substantivado no singular por um artigo definido, no sentido de “a mesma coisa”. Exemplo: Esfolar não é o mesmo que ralar. Vai dar no mesmo.

De acordo com a norma-padrão, não se usa “mesmo” para substituir pronomes, sejam do caso reto ou do caso oblíquo substantivo. Exemplos:

Leu o texto e fez várias interpretações do mesmo.

O professor foi até a garota e falou com a mesma.

O que fazer?

1. Em alguns casos, simplesmente elimine. Exemplo: Leu o texto e fez várias interpretações.

2. Substitua por um pronome pessoal, demonstrativo ou possessivo. Exemplo: Leu o texto e fez várias interpreta-ções dele. O professor foi até a garota e falou com ela.

3. Substitua “mesmo”/“mesma” por expressões equivalen-tes. Exemplo: Leu o texto e fez várias interpretações da obra. O professor foi até a garota e falou com a menina. A

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Mül

ler.

2011

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ital.

(UNICAMP – SP) A comunidade do Orkut “Eu tenho medo do Mesmo” foi criada em função do aviso bastante conhecido dos usuários de elevadores: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”.

a) Explique o que torna possível o jogo de palavras “Mesmo, o maníaco dos elevadores” usado pelos membros dessa comunidade.

b) Reescreva o aviso de forma que essa leitura não seja mais possível.

16 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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A linguagem da tirinha revela:

a) o uso de expressões linguísticas e vocabulário próprios de épocas antigas.

b) o uso de expressões linguísticas inseridas no registro mais formal da língua.

c) o caráter coloquial expresso pelo uso do tempo verbal no segundo quadrinho.

d) o uso de um vocabulário específico para situações comunicativas de emergência.

e) a intenção comunicativa dos personagens: a de estabelecer a hierarquia entre eles.

Em relação à questão do ENEM, faça o que se pede:

1. Discuta com seus colegas a respeito de cada alternativa, justificando a correção ou a incorreção de cada uma delas.

Alternativa

A

B

C

D

E

2. De que forma o pronome de tratamento influencia na resolução da questão?

Pronomes de tratamentoO pronome de tratamento é uma forma de se dirigir ao interlocutor. Note como o ENEM 2009

explorou esse tipo de pronome:

NÃO!

BROWNE, C. Hagar, o horrível. Jornal O GLOBO. Segundo Caderno. 20 fev. 2009.

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A tabela a seguir apresenta os principais pronomes de tratamento e seus usos.

Pronomes de tratamento

Abreviatura singular

Abreviatura plural

Usados para:

Você V. VV. Pessoas íntimas, amigos e familiares.

Senhor, Senhora Sr., Sr.ª Srs., Sr.as Pessoas em geral, com as quais não mantemos laços estreitos.

Vossa Senhoria V. S.ª V. S..as

Um modo mais formal de se dirigir a pessoas que merecem prestígio. Esse pronome é mais usado em textos escritos, como cartas, e-mails, etc. Se você estiver falando de uma Senhoria para alguém, você deve usar Sua Senhoria. Exemplo: Sua Senhoria perdeu o vale-transporte e agora terá que ir para casa a pé.

Vossa Excelência V. Ex.ª V. Ex.as

Esse pronome é usado quando nos dirigimos a autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, como: presidente da República, vereadores, prefeitos, deputados, senadores, juízes, promotores, etc. Se você estiver falando de uma Excelência para alguém, você deve usar Sua Excelência. Exemplo: Sua Excelência está com diarreia e não há papel no banheiro. O que podemos fazer?

Vossa Magnificência

V. Mag.ª V. Mag.as

Reitores de universidades. Se você estiver falando do reitor para alguém, você deve usar Sua Magnificência. Exemplo: Sua Magnificência organizou um jantar simples, mas de bom gosto, para todos os professores da univer-sidade.

Vossa Alteza V. A. V V. A A.Príncipes e duques. Se você estiver falando do príncipe para alguém, você deve usar Sua Alteza. Exemplo: Sua Alteza detesta leite de texugo no café da manhã.

Vossa Majestade V. M. V V. M M.Reis e rainhas. Se você estiver falando do rei para alguém, você deve usar Sua Majestade. Exemplo: Sua Majestade acordou indisposto esta manhã, só porque seu travesseiro de penas de beija-flor do Líbano ainda não chegou.

Vossa Reverendíssima

V. Rev.ma V. Rev.masSacerdotes, bispos e religiosos em geral. Se você estiver falando do padre para alguém, você deve usar Sua Reverendíssima. Exemplo: Sua Reverendís-sima acordou cedo esta manhã.

Vossa Eminência V. Em.ª V. Em.as Usado para Cardeais. Se você estiver falando do Cardeal para alguém, você deve usar Sua Eminência. Exemplo: Sua Eminência viajará amanhã.

Vossa Santidade V.S. —Para o Papa. Se você estiver falando do Papa para alguém, você deve usar Sua Santidade. Exemplo: Sua Santidade celebra a Missa do Galo todos os anos no Natal.

Para a norma-padrão, não deve haver mistura da 2.ª pessoa (tu) com 2.ª pessoa (você). Assim, em vez de dizer:

“Gosto muito de você e te desejo muito sucesso”, de acordo com a norma, dir-se-ia:

Gosto muito de você e lhe desejo muito sucesso. (utilizando o pronome você)Ou

Gosto muito de ti e te desejo muito sucesso. (utilizando o pronome tu)

Tudo o que foi dito aqui vale mais para a escrita formal, já que em demais contextos, devido a fatores de variação e à informalidade a que as situações estão sujeitas, a mistura é bastante comum. Pode-se notar isso na letra da música a seguir:

18 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Só vocêFilipe Galvão (Fiuk)Composição: Vinícius Cantuária

Demorei muito pra te encontrar agora quero só você.

Te abraço e sinto coisas que eu não sei dizer só sinto com você. Meu pensamento voa de encontro ao teu será que é sonho meu?

chorei, chorei.Agora eu quero ir fundo lá na emoção, mexer teu coração.

Salta comigo alto e todo mundo vê que eu quero só você.Eu quero, só você, eu quero só você, só você.

Reescreva as frases abaixo, eliminando as “misturas de pronomes” de acordo com o que reco-menda o padrão:

a) Demorei muito pra te encontrar agora quero só você.

b) Teu jeito todo especial de ser, fico louco com você.

c) Te abraço e sinto coisas que eu não sei dizer, só sinto com você.

As alterações provocaram alguma mudança no sentido das frases ou tornaram a música menos interessante? Justifique sua resposta.

Pronomes possessivosLeia a tirinha a seguir de Hagar, o Horrível:

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BROWNE, Dik. Hagar o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2009. v. 1. p. 40.

Ensino Médio | Modular 19

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1. Qual estratégia foi utilizada para construir o humor na tirinha? Justifique a sua resposta.

2. Quais palavras geraram a confusão no primeiro quadrinho?

3. Seja um “estraga piadas” e reescreva a fala do primeiro quadrinho, de modo a desfazer a surpresa do segundo.

Os pronomes possessivos são aqueles que indicam posse entre as pessoas do discurso.

Pessoa Pronomes possessivos Exemplos

1.ª (eu) meu, minha, meus, minhas Meu carro está na garagem.

2.ª (tu) teu, tua, teus, tuas Tu deves cuidar de teus problemas.

3.ª (ele) seu, sua, seus, suas Camila precisa aprender a dar valor aos seus conselhos.

1.ª (nós) nosso, nossa, nossos, nossas Nós nos preocupamos com nossos amigos.

2.ª (vós) vosso, vossa, vossos, vossas Vós vos ocupais demais com vossos afazeres.

3.ª (eles) seu, sua, seus, suas João e Ricardo esqueceram suas bicicletas no shopping.

É importante compreender que, quando os pronomes possessivos acompanham um substantivo, eles são pronomes possessivos adjetivos, porque conferem a esse substantivo alguma qualidade ou alguma especificação. Por exemplo:

Meus amigos sempre são bem-vindos em minha casa.

Note que não é todo mundo que é bem-vindo em minha casa. Só os meus amigos. Assim, o pronome possessivo meu está especificando, qualificando o substantivo amigos.

Agora, neste outro exemplo:

Agora chega de passear no shopping. Eu vou para a minha casa e você vai para a sua.

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Pronome possessivo

adjetivoSubstantivo

Repare que, enquanto o pronome adjetivo minha está qualificando, especificando o substantivo casa (já que não se trata de qualquer casa, mas da minha casa), o pronome sua está substituindo o substantivo casa, que está subentendido.

Pronome possessivo

adjetivo

Pronome possessivo substantivo

Substantivo

20 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Diga se os pronomes possessivos usados nas frases abaixo são adjetivos ou substantivos e expli-que:

de que forma ele está qualificando ou especificando o substantivo que acompanha, caso o pronome seja adjetivo;

que substantivo ele está substituindo, caso o pronome seja substantivo.

a) Comprei meu computador em uma loja do centro.

b) Encontramo-nos em um shopping, conversamos, depois eu fui para a minha casa e ele para a dele.

c) A sua beleza é muito bem-vinda.

d) Nós duas temos planos diferentes, então eu fico com os meus e você com os seus.

e) A tua verdade não é a minha.

Cuidado com os pronomes seu, sua, seus e suas! A utilização descuidada desses pronomes pode gerar dúvidas. No exemplo da tirinha, o personagem poderia ter evitado a confusão se tivesse substituído o pronome sua pelo pronome dele. A frase ficaria assim: Carlos, eu vi o João saindo com a namorada dele.

Desse modo, para evitar ambiguidades, usar dele, dela, deles, delas no lugar de seu, sua, seus, suas se o emprego puder causar algum mal-entendido.

Pronomes demonstrativosLeia o poema de Martha Medeiros, jornalista e escritora contemporânea:

aquele amor poderia ter me matadocomo mata centenas de mulheres por aí

certos amores não passam de uma bomba a ser desativada a tempo

MEDEIROS, Martha. Poesia reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999. p. 46.

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1. Qual o tema do poema de Martha Medeiros?

2. Alguém já passou por isto: ter que terminar uma relação antes que fosse tarde?

3. O que a palavra “aquele”, no início do poema, revela sobre o “eu lírico”?

4. Por que o uso da metáfora da bomba?

5. Que tipo de amor precisa ser desativado a tempo?

Note que um olhar atento ao pronome aquele, no poema de Martha Medeiros, agrega diversas possibilidades de leitura ao texto. Isso também ocorre com outros tipos de texto, por isso o estudo dos pronomes é fundamental para auxiliar na produção de sentidos.

Veja quais são os pronomes demonstrativos em língua portuguesa:

Pessoa Pronomes demonstrativos Exemplos

1.ª pessoa (o que está

próximo a mim)

este, estes, esta, estas, isto, disto, deste, destes, desta, destas, neste, nestes, nesta, nestas

Este lápis que está em minha mão é de estimação.

2.ª pessoa (o que está

próximo a ti)

esse, esses, essa, essas, isso, desse, desses, dessa, dessas, disso, nisso, nessa, nessas, nisso

Esse lápis que está em sua mão é de estimação.

3.ª pessoa (o que está distante de mim e ti)

aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo, daquele, daqueles, daque-la, daquelas, daquilo, naquele, naqueles, naquela, naquelas, naquilo

Aquele lápis que está nas mãos dele é de estimação.

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22 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Os pronomes demonstrativos indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso, situando-as no tempo, no espaço e no próprio discurso. Observe:

a) Situando-as no tempo

I. Este, estes, esta, estas, isto, disto, deste, destes, desta, destas, neste, nestes, nesta, nestas: referem-se ao tempo presente ou ao futuro.

Nesta semana, eu viajarei para o Rio de Janeiro. (Na mesma semana em que se fala.)

Na próxima semana, eu irei para o Rio de Janeiro e nesta próxima semana visitarei você. (Nesta próxima semana = futuro.)

Este ano eu quero comprar a minha casa. (O mesmo ano em que a pessoa está fazendo o plano.)

Este fim de ano viajarei para a praia. (Este = plano futuro – final do ano.)

II. Esse, esses, essa, essas, isso, desse, desses, dessa, dessas, disso, nisso, nessa, nessas: referem- -se a um passado recente.

Nunca esquecerei esse dia. (O dia que passou – ontem ou o decurso do dia que já transcorreu.)

Outubro foi um mês corrido. Nesse mês tive 8 provas.

Não consigo deixar de pensar nessa tarde. (Tarde passada.)

III. Aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo, daquele, daqueles, daquela, daquelas, daquilo, naquele, naqueles, naquela, naquelas, naquilo: geralmente usados para se referir a um passado mais distante.

Aquele ano de 1973 foi bastante agitado. (Um passado distante.)

Nunca me esquecerei daquele momento em que demos nosso primeiro beijo. (Passado distante.)

Ontem você me beijou. Esse beijo foi muito bom, mas aquele que você me

deu quando nos vimos pela primeira vez foi muito melhor.

Aquele beijo que você me deu ontem foi muito bom, mas não foi melhor que o do nosso primeiro encontro. Esse beijo foi

inesquecível.

Obs.: não há um limite preciso para o uso de “esse” e “aquele”, pois o que vai dizer se o passado é distante ou recente é o contexto.

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Está vendo essa aliança na sua mão? Você é comprometido e deveria

amar a sua namorada. Caia fora!

(A aliança estava na mão da pessoa com quem se

fala.)

Nesta caixa tem uma surpresa para você.

(A caixa está perto de quem fala.)

Nessa caixa tem uma surpresa para você.

(A caixa está perto da pessoa com quem se fala.)

Está vendo esta aliança na minha mão? Sou comprometido e amo minha

namorada. Caia fora! (A aliança está no dedo de quem fala.)

b) Situando-as no espaço

I. Este, estes, esta, estas, isto, disto, deste, destes, desta, destas, neste, nestes, nesta, nestas, nisto: indicam proximidade a quem fala.

II. Esse, esses, essa, essas, isso, desse, desses, dessa, dessas, disso, nisso, nessa, nessas: indicam proximidade à pessoa com quem se fala.

III. Aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo, daquele, daqueles, daquela, daquelas, daquilo, na-quele, naqueles, naquela, naquelas, naquilo: indicam algo distante tanto de quem fala ou escreve quanto da pessoa com quem se fala ou para quem se escreve.

Leia a tirinha a seguir e responda às questões propostas.

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BROWNE, Dik. Hagar o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2009. n. 6, p. 33.

24 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Em relação à tirinha apresentada está(ão) correta(s) a(s) alternativa(s):

(02) O advogado do Rei Guilherme é mais rico que o próprio rei.

(04) No primeiro balão, o uso do pronome “aquele” está correto, pois o castelo está longe tanto de quem fala, quanto do interlocutor.

(08) No segundo balão, o uso do pronome “aquele” está inadequado, já que o castelo está próximo do interlocutor a quem o personagem se dirige.

(16) No segundo balão, o pronome “aquele” está em negrito para expressar admiração em relação ao segundo castelo.

(32) Analisando a expressão facial de Hagar no último quadrinho e o que ele diz no último balão, é correto inferir que o advogado cobra muito caro por seus serviços.

Somatório:

c) Situando-as no próprio discurso

Tudo o que foi estudado sobre pronome demonstrativo, se bem aplicado ao texto, pode auxiliar na coesão textual, pois os pronomes demonstrativos podem ter função anafórica (retomando o que já foi dito no texto) ou catafórica (indicando o que ainda será dito no texto).

I. Anáfora

Visto para a Rússia vai cair em 7 de junho

PRISCILA PASTRE-ROSSI Enviada especial a São Petersburgo

São Petersburgo, na Rússia, já recebe mais turistas estrangeiros do que Veneza, na Itália. Segundo a OMT (Organização Mundial de Turismo), a cidade acolheu no ano passado mais de 3 milhões de visitantes.

Com isso, ela ocupa agora a 12.ª posição entre as cidades europeias mais visitadas, se aproximando, em números absolutos, de destinos de peso, como Viena, Praga e Amsterdã. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/noticias/ult338u737940.shtml>. Acesso em: 21 fev. 2011.

Repare como o pronome demonstrativo "isso" retoma toda uma ideia já mencionada no primeiro parágrafo.

Como ficaria esse texto se não houvesse a coesão promovida pelo uso do pronome demonstrativo isso? Ficaria assim:

“São Petersburgo, na Rússia, já recebe mais turistas estrangeiros do que Veneza, na Itália. Segundo a OMT (Organização Mundial de Turismo), a cidade acolheu no ano passado mais de 3 milhões de visitantes.

Como São Petersburgo já recebe mais turistas estrangeiros do que Veneza, na Itália e, segundo a OMT, acolheu no ano passado mais de 3 milhões de visitantes, ela ocupa agora a 12.ª posição entre as cidades europeias mais visitadas, se aproximando, em números absolutos, de destinos de peso, como Viena, Praga e Amsterdã”.

Coesão textual –

Anáfora

@POR1452

LÍNGUA PORTUGUESA

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Note como a coesão é realmente útil para dar ao texto mais ritmo e agilidade. Os pronomes demonstrativos (isso, essa, essas, esse, esses, isso, dessa, dessas, desse, desses, disso) retomam comentários, fatos anteriormente mencionados. Sempre que notar algum desses pronomes em um texto, pergunte-se a qual informação anterior ele está se referindo. Isso auxiliará muito a construção de uma leitura atenta e lógica.

II. Anáfora de elementos diversos

Algumas vezes é necessário retomar anaforicamente diversos termos. Agora, analise o fragmento a seguir e identifique os termos anaforicamente retomados.

A beleza, a fama e o assédio são elementos desejados por muitos. Aquela, por ser um bem que atrai atenções; essa, pela sensação de popularidade que proporciona; e este, por ser uma espécie de prêmio pela beleza e pela fama.

a) O pronome “aquela” retoma:

b) O pronome “essa” retoma:

c) O pronome “este” retoma:

Aquela (aquele): Refere-se ao primeiro elemento citado.

Essa (esse): Refere-se ao segundo elemento citado.

Este (esta): Refere-se ao último elemento citado.

Leia o texto abaixo:A PERFEIÇÃO É POSSÍVEL?

O maior desafio de um cirurgião plástico é estabelecer a harmonia no rosto de uma pessoa. Um novo programa de computador, que simula os conceitos clássicos do belo,

mostra por que (1) isso é tão difícil.

À medida que evoluem as técni-cas de cirurgia plástica e outros tipos de intervenção facial, mais as mulhe-res se veem enfeitiçadas pela possi-bilidade de ter um rosto mais bonito. Muitas chegam ao consultório do médico pedindo pelo nariz, boca ou olhos de uma celebridade da moda. Outras querem alterar várias partes do rosto, reparando o que julgam ter sido uma injustiça da natureza. Diante da popularidade que a cirurgia plástica desfruta nos dias de hoje, a questão que se coloca é até que ponto se pode conseguir a perfeição através do bis-turi. Será possível modelar uma face

até que ela arranque suspiros de admi-ração e inveja como a da atriz Angelina Jolie e a da modelo Isabeli Fontana? Dez cirurgiões plásticos de renome ouvidos por VEJA para esta reportagem são unânimes em afirmar que a resposta mais honesta é “raramente”. (2)

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26 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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1. Assinale as informações que estão de acordo com o texto:

a) A evolução das técnicas de cirurgia plástica atrai mulheres que desejam um rosto mais bonito.

b) A evolução das técnicas de cirurgia plástica pode transformar qualquer pessoa em um artista de Hollywood.

c) Beleza não tem a ver com perfeição, mas com harmonia.

d) Alguém com uma boca grande ou um nariz adunco não pode ser bonito.

e) O maior desafio de um cirurgião plástico é transformar o rosto de seu paciente em um rosto perfeito tal qual o de um artista de Hollywood.

2. Explique que informações, anteriormente tratadas no texto, são retomadas anaforicamente pelos pronomes destacados:

a) (1) isso:

b) (2) isso:

c) (3) sua:

d) (4) isso:

e) (5) sua:

f) (6) essa:

Isso não decorre da falta de perícia, mas de uma verdade revelada pela experiência de consultório: a beleza não é o resultado da soma de partes do rosto bem modeladas, mas da harmonia entre elas.

Há, aqui, um ensinamento no qual os médicos insistem nas conversas com os pacientes, mas que muita gente prefere ignorar: o rosto mais bonito do mundo não precisa ser perfeito. O exemplo é Angelina Jolie, com frequência colocada no topo da lista das mulheres mais lindas do mundo. Um perfeccionista poderá dizer que (3) sua boca é exagerada pelos padrões clássicos de beleza. É verdade. Mas (4) isso em nada afeta o aspecto deslumbrante de (5) sua face. É dificílimo reproduzir a perfeição mesmo com o uso das técnicas mais modernas. Até quando uma cirurgia plástica é bem-sucedida ao reparar um nariz adunco ou um queixo pequeno demais, nada garante que a área retocada estará em equilíbrio com a totalidade do rosto. “Quando há apenas uma característica marcante na face, como um nariz grande, mas todo o resto é harmonioso, (6) essa característica pode agir de forma positiva, ressaltando a naturalidade do rosto”, diz o cirurgião plástico americano Kouros Azar, que tem entre seus clientes estrelas de Hollywood.

ROMANINI, Carolina; ABREU LIMA, Roberta de; WILLIAMS, Larry. A perfeição é possível? Disponível em <http://veja.abril.com.br/ 291008/p_094.shtml>. Acesso em: 23 dez. 2010.

Para algumas pessoas, a busca pela beleza justifica qualquer sacrifício. Qual o seu ponto de vista acerca desse fato? Produza um texto de sequências tipológicas essencialmente argumentativas, manifestando a sua opinião sobre o tema.

Lembre-se de que, como se trata de um texto de opinião, você deve apresentar argumentos que a justifiquem. Seu texto deve ter de 15 a 20 linhas.

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III. Catáfora

A professora acaba sua aula vinte minutos antes do tempo normal e diz aos alunos que quem responder corretamente às perguntas que ela fará poderá sair mais cedo.

Joãozinho, louco para ir para casa, pois o seu videogame novo já deveria ter sido entregue, espera ansioso. A professora pergunta para a classe:

– Quem disse esta frase: “Um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade”?

Antes que Joãozinho pudesse falar, Mariazinha levanta a mão e responde:– Neil Armstrong, professora.A professora a parabeniza e diz que ela já pode sair. Joãozinho rói as unhas de raiva, mas

a professora dá outra chance aos alunos e pergunta:– Quem disse esta frase: “Independência ou morte”.Joãozinho ia responder quando Juliana diz em voz alta:– D. Pedro I, professora querida.Joãozinho não podia mais se conter, estava perdendo a chance de sair mais cedo da aula

e estrear o seu novo videogame. A professora diz estar contente com o aproveitamento da classe e diz que vai fazer mais uma pergunta. A última.

– Quem disse esta frase: “Ser ou não ser, eis a questão”.Joãozinho já de boca aberta se viu interrompido pela voz de Patrícia:– Shakespeare, professora.– Muito bem – disse a professora – pode sair, Patrícia. Agora os outros alunos vão

aguardar o sinal.Assim que a professora se virou de costas, Joãozinho não se conteve e disse aos berros:– “Percebo que o tempo já não passa. Você diz que não tem graça amar assim. Foi tudo

tão bonito, mas voou pro infinito parecido com borboletas de um jardim”.A professora, assustada com os berros, vira de frente para classe e pergunta:– Quem disse essa frase?E Joãozinho, triunfante, responde, dirigindo-se à porta da sala:– Victor e Léo, CD Borboletas, gravadora Sony BMG (eco de sua voz já no corredor).

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28 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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1. Qual foi a proposição feita pela professora?

2. Qual era o motivo da ansiedade do Joãozinho?

3. Antes de cada pergunta, a professora utiliza o pronome demonstrativo esta (“Quem disse esta frase:”). Por que a professora não utiliza o pronome essa antes da pergunta? Justifique sua resposta.

4. De acordo com o texto, é correto afirmar que o Joãozinho não sabia as respostas? Justifique sua resposta.

5. O pronome demonstrativo essa é utilizado apenas uma vez no texto. Explique em que situação o pronome foi utilizado.

6. O que você achou da artimanha do Joãozinho? Explique como a letra utilizada por ele se rela-ciona ao desejo que o aluno tinha de sair mais cedo.

Note que cada vez que a professora vai fazer uma citação ela usa o pronome demonstrativo ca-tafórico esta. O pronome catafórico (esta, estas, estes, isto, disto, nesta, nestas, neste, nestes) antecipa alguma coisa que será dita.

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29Ensino Médio | Modular

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Leia os quadrinhos da Turma do Charlie Brown e reflita se a diferença de idades é um obstáculo para um relacionamento.

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SCHULZ, Charles M. Snoopy. Posso fazer uma pergunta, professora? Porto Alegre: L&PM, 2009. n. 5. p. 14-15.

1. Qual o tema da tirinha?

2. Você acredita que a diferença de idade é um fator importante em um relacionamento? Justifique sua resposta.

3. Cada ação da tirinha é dividida em dois momentos. Quais são esses momentos?

4. Em que sentido a palavra “tudo”, destacada na tirinha, foi utilizada?

30 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Curiosidades sobre os pronomes indefinidos

a) Os pronomes indefinidos todo/toda/todos/todas podem difi-cultar o processo de construção de sentido no momento da leitura, já que mudam de sentido, dependendo do uso no texto.

Exemplos: Todo dia eu digo que te amo (diariamente). O dia todo eu digo que te amo (várias

vezes durante o mesmo dia). Eu te amo todo (ama por inteiro).

O pronome indefinido todo antecedido de artigo significa completude.

Exemplo: Considerando o todo dos acon-tecimentos... (Considerando a completude dos acontecimen-tos, todos os fatos, os pormenores).

b) Os pronomes indefinidos algum/alguma/alguns/algumas têm sentido afirmativo, se vierem antes do substantivo, mas têm sentido negativo se forem usados após o (pospostos ao) subs-tantivo.

C

Os pronomes indefinidos referem-se à 3.ª pessoa do discurso (ele/eles) de forma imprecisa, vaga ou genérica. Eles podem ser:

Pronomes indefinidos invariáveis

Pronomes indefinidos variáveis Locuções pronominais

indefinidas

alguém, ninguém, mais, menos, demais, tudo, nada, algo, cada.

algum, alguns, alguma, algumas,nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumastodo, todos, toda, todas, outro, outros, outra, outras, muito, muitos, muita, muitas, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certa, certos, certas, qualquer, quaisquer, vário, vários, varia, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, um, uns, uma, umas, bastante, bastantes.

cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer que (queiram), quem quer que (seja), seja quem for, seja qual for, todo aquele que, tal qual, tal e qual, tal ou qual, um e outro, uma ou outra, etc.

odos/todas podem difi-entido no momento

dependendo do

ariamente).o (várias

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DE VERDADE.

GAROTA ALGUMA O AMARÁ DE VERDADE.

(Usado antes do substantivo “garota”, constitui uma afirmação que constrói um sentimento de esperança.)

(Usado após o substantivo “garota”, constitui uma negação que desconstrói o sentimento de esperança.)

Ensino Médio | Modular 31

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c) As palavras certo/certa/certos/certas serão pronomes indefinidos apenas se estiverem antes de um substantivo. Se estiverem pospostas ao substantivo, elas exercerão a função de adjetivo.

Explique o efeito de sentido construído pelo uso dos pronomes indefinidos nas frases abaixo:

a) Esperei por você o dia todo.b) Todo dia eu abro meu e-mail para ver se você se lembrou de mim.c) Todo dia, o tempo todo eu penso em todas as coisas que você me disse.d) Algum dia a gente vai se reencontrar, numa boa.e) Dia algum a gente vai se reencontrar, numa boa.f) Certas coisas lembram o primeiro encontro, o primeiro beijo, o primeiro adeus.g) Certas coisas certas acabam dando errado.h) Uns pensam que todos são iguais.

d) As palavras um/uma/uns/umas quando acompanham o substantivo exercem a função de artigo indefinido e quando substituem um substantivo exercem a função de pronome indefinido.

CERTAS GAROTAS NÃO JULGAM PELA APARÊNCIA,

PREFEREM MERGULHAR NAS TURVAS ÁGUAS DO INTERIOR DAS PESSOAS.

GAROTAS CERTAS NÃO JULGAM PELA APARÊNCIA,

PREFEREM MERGULHAR NAS TURVAS ÁGUAS DO INTERIOR

DAS PESSOAS.

UMAS PESSOAS NÃO CONSEGUEM

VIVER SEM ROUPAS DE MARCA.

HÁ VÁRIOS TIPOS DE PESSOAS.

UMAS SÃO FELIZES COM

O QUE TÊM, OUTRAS SÃO

INFELIZES COM O QUE NÃO TÊM.

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2011

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(Como antecede o substantivo “garota”, a palavra “certa” exerce a função de pronome indefinido = algumas garotas.)

(“Umas” está indefinindo o substantivo “pessoas” = artigo indefinido.)

(Como a palavra “certa” está posposta ao substantivo, “certa” exerce a função de adjetivo = não é qualquer garota! Apenas a garota certa.)

(“Umas” está substituindo o substantivo “pessoas” = pronome indefinido.)

32 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Leia a música Salão de beleza, de Zeca Baleiro, e responda às questões de 1 a 8.

SALÃO DE BELEZA

Zeca BaleiroComposição: Zeca Baleiro

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Gal

ella

Se ela se penteia Eu não sei! Se ela usa maquilagem Eu não sei! Se aquela mulher vaidosa Eu não sei! Eu não sei! Eu não sei!...

Vem você me dizer Que vai num salão de beleza Fazer permanente

E outras “cositas más”... (2x)

Oh! Baby você não precisa De um salão de beleza Há menos beleza Num salão de beleza A sua beleza é bem maiorDo que qualquer beleza De qualquer salão...

Mundo velho E decadente mundo Ainda não aprendeu A admirar a beleza A verdadeira beleza A beleza que põe mesa

E que deita na cama A beleza de quem come A beleza de quem ama A beleza do erroPuro do engano Da imperfeição...

Belle! Belle! Como Linda Evangelista Linda! Linda! Como Isabelle Adjani...(3x)

Veja como vem! Veja bem! Veja como vem Vai! Vai! Vem! Veja bem! Como vai! Vem! Veja como vai! Veja bem! Veja bem como vem! Vai! Vem! Se ela vai também!

Aí! Bela Morena Aí! Morena Bela Quem foi que te fez tão formosa? És mais linda que a rosa Debruçada na janela...(2x)

Disponível em: <http://letras.terra.com.br/zeca-baleiro/80231/>. Acesso em: 11 nov. 2010. © Universal Music Publishing Group.

Pronomes interrogativosOs pronomes indefinidos “que”, “quem”, “qual” e “quanto” exercem a função de pronomes

interrogativos quando aparecem em perguntas. Quantos anos você tem? Qual é o ônibus que vai para o Centro? Quem vai à festa hoje à noite? Que coisa é essa que você tem nas mãos?

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33Ensino Médio | Modular

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1. Pode-se afirmar que o tema da música é:

a) o salão de beleza.

b) a vaidade feminina.

c) a decadência do mundo da beleza.

d) o exagero das coisas que são feitas em um salão de beleza.

e) a mania de comparação que as mulheres têm.

2. Em relação à primeira estrofe, é correto afirmar que:

(01) no primeiro verso, o pronome pessoal do caso reto “ela” refere-se a uma mulher admirada pelo “eu lírico”.

(02) considerando a música toda, pode-se afirmar que as hipóteses levantadas na primeira estrofe reforçam a ideia de que a vaidade não é uma condição de beleza.

(04) o pronome “aquela”, no quinto verso, exerce a função de adjetivo, já que qualifica a mu-lher.

(08) no último verso da primeira estrofe, além do ponto de exclamação, que revela a convicção do “eu lírico”, há a presença das reticências, o que indica certo enfraquecimento dessa convicção.

(16) a primeira estrofe revela que o “eu lírico” não conhece a mulher de quem fala, já que ele não sabe nada sobre ela: se ela se penteia, se ela usa maquilagem, se ela é vaidosa, etc.

Somatório:

3. Na segunda estrofe, o pronome indefinido “outras” está exercendo função anafórica e reto-mando os termos “Massagem, rinsagem, reflexo”. Essa afirmação é verdadeira? Justifique sua resposta e a ilustre com exemplos que a esclareçam.

4. Em relação à estrutura composicional da terceira estrofe, é possível afirmar que:

I. há a mistura de pronomes de 1.ª e 2.ª pessoas, um fato muito comum na fala coloquial.

II. no contexto da música, da expressão “salão de beleza”, pode-se inferir: salão onde reside a beleza (as mulheres vão ao salão em busca da beleza).

III. o pronome indefinido “qualquer”, utilizado nos dois últimos versos, está qualificando os substantivos “beleza” e “salão” para enaltecer a beleza da musa a quem o “eu lírico” se dirige.

IV. os versos: “A sua beleza é bem maior/Do que qualquer beleza/De qualquer salão...” pode-riam ser reescritos, sem alterar o sentido, da seguinte forma: “A sua beleza é bem maior que um salão cheio de belezas”.

V. o termo “Baby”, usado no primeiro verso, é um estrangeirismo que expressa afetividade.

A única alternativa que traz todas as proposições corretas é:

a) I e II b) I e V c) IV e V d) II, III, IV e V e) I, II, III, IV e V

34 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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5. Na quarta estrofe, há o trecho: “Mundo velho/E decadente mundo/Ainda não aprendeu a apre-ciar a beleza/A verdadeira beleza”. De acordo com ela, qual é a verdadeira beleza que o “deca-dente mundo” ainda não aprendeu a apreciar? Justifique sua resposta.

6. O verso: “A beleza que põe mesa” faz intertextualidade com um ditado popular. Qual é esse dita-do? Qual a alteração de sentido provocada pela alteração do ditado na composição da música?

7. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmativas abaixo, feitas a partir da leitura das es-trofes 5 e 6.( ) Na quinta estrofe, o conhecimento de mundo é um fator importante para a construção

da leitura. Se o leitor desconhecer quem são Linda Evangelista e Isabelle Adjani, a estrofe poderá ser considerada irônica.

( ) A quinta estrofe, lida isoladamente, mostra o ideal de beleza que as mulheres devem seguir.( ) A quinta estrofe critica o ideal de beleza buscado pelas mulheres que se espelham em atri-

zes, cantoras ou modelos para construir seu senso de beleza.( ) A sexta estrofe é feita com o intuito de se criar uma coreografia para que se possa usar nas

pistas de dança.( ) A sexta estrofe refere-se aos padrões de beleza que surgem, permanecem por um certo

tempo e desaparecem.

Assinale a alternativa que preenche, respectivamente, as lacunas de cima para baixo:

a) VVVVV b) FVFVF c) VVFVV d) VVVFV e) VFVFV

8. Sobre a última estrofe é correto afirmar que:

(01) observando, nos dois primeiros versos, o recurso da troca de posição entre o substantivo e o adjetivo e a manutenção das iniciais maiúsculas, não fica claro qual das palavras é o substantivo e qual o adjetivo. Como não se sabe que palavra está qualificando, as duas podem ser qualidades. Assim, não apenas o fato de ser bela é uma qualidade, mas o de ser morena também, ou seja, a beleza está na diversidade.

(02) observando os dois primeiros versos, é possível notar claramente que “Bela” é adjetivo apenas no primeiro verso, pois qualifica o substantivo “morena”.

(04) o pronome interrogativo “quem”, utilizado pelo “eu lírico” no terceiro verso, além de inde-finir o autor da beleza da morena e iniciar um questionamento, expressa admiração pelo trabalho desse autor.

(08) o pronome interrogativo “quem”, no terceiro verso, tem a única função de introduzir uma pergunta.

(16) os dois últimos versos compõem uma ambiguidade proposital para enriquecer a constru-ção das leituras da música. Nesses versos, não se sabe precisamente se quem está debru-çada na janela é a morena ou a rosa.

(32) nos dois últimos versos, está claro que quem está debruçada na janela é a rosa.

Somatório:

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Pronomes relativos

Preocupação com a beleza torna as mulheres infelizesPsicóloga acredita que a busca incessante por um padrão impossível traz

problemas de autoestima às mulheres.

Que o Brasil é um dos países (1) que mais realiza cirurgias plásticas no mundo não restam dúvidas. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica revelou que, entre setembro de 2007 e agosto de 2008, foram feitos 1252 procedimentos estéticos por dia no país.

As mulheres são as que mais procuram este tipo de tratamento. O levantamento, realiza-do pelo Datafolha, também mostrou que das 457 mil cirurgias realizadas no mesmo período, 402 mil foram feitas em mulheres. E o que elas mais buscaram foram peitos maiores: foram implantadas próteses de silicone em 96 mil mulheres, muitas delas menores de 18 anos.

Para Rachel Moreno, autora do livro “A Beleza Impossível”, essa busca incansável por uma imagem inatingível deve-se principalmente ao padrão imposto pela mídia, (2) que desconsidera a diversidade. E é bem fácil determinar esse padrão de beleza: a mulher

Rachel ainda diz que a forma como essas mulheres são representadas reforça essa imagem como algo positivo. Na novela, elas representam valores do século passado: “Enquanto a bonitinha é recompensada com casamento, a que não segue o padrão é punida

Com a reprodução desses modelos, a mulher se torna mais insatisfeita com sua imagem e apresenta problemas de autoestima. “A maioria das brasileiras mudaria alguma coisa em seu corpo. Não é normal que a maior parte da população esteja insatisfeita”, comenta.

Para a psicóloga, ser saudável e realizada em outros campos deveria ser o padrão bus-

Mulheres de verdade.Neste sentido, muitas mulheres apostam no estilo ao invés de seguir um modelo deter-

minado. A atriz Uma Thurman é uma destas: segura, ela não busca na perfeição estética sua felicidade.

No Brasil, Fernanda Torres é um exemplo de atriz (3) que nunca fez o papel de “gostosa” para se destacar. A cantora Paula Lima, por sua vez, mostra que é possível ser desejada e admirada sem se encaixar em um padrão preestabelecido.

Disponível em: <http://delas.ig.com.br/mulher/preocupacao+com+a+beleza+torna+as+mulheres+infelizes/n1237492852771.html>. Acesso em: 8 nov. 2010.

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1. Qual é o tema do texto?

2. De acordo com o texto, é correto afirmar que os homens não fazem cirurgias plásticas? Justifique sua resposta com dados do texto.

3. Qual a relação que o texto estabelece entre a busca pela beleza e a infelicidade?

4. De acordo com o texto, qual o padrão feminino de beleza vigente? Qual seria o masculino?

5. De acordo com o texto, de que maneira as novelas e a mídia em geral reforçam os padrões de beleza? Cite outros exemplos que sustentem essa tese:

6. Segundo a psicóloga Rachel Moreno, o que faz uma pessoa ser interessante? Você concorda com ela? Justifique sua resposta.

7. Analisando os aspectos coesivos representados pelos pronomes relativos, indique a que se referem os pronomes relativos destacados no texto:

a) (1) que: b) (2) que: c) (3) que:

36 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Como você observou, o pronome relativo liga duas orações, retomando, na segunda, algum termo mencionado na primeira. Os pronomes relativos podem ser:

Variáveis Invariáveis

Cujo, cuja, cujos, cujas são relativos possessivos e equivalem a “do qual”, “de que”, “de quem”. Concordam em número com a coisa possuída.

Exemplo: Este é o homem cujo talento não tem comparação (talentos do homem – posse).Exemplo: Esses são os papéis cujos escritos podem comprometer Vossa Excelência! (escritos do papel – posse).

Atenção! Jure sobre o Livro Integrado Positivo nunca empregar “cujo” precedido ou sucedido de artigo! Jure!Exemplo: O homem o cujo medo o domina não toma decisões.Exemplo: A mulher cujo o filho é uma pestinha veio à minha loja

de cristais.

Que funciona como pronome relativo quando equivale a o qual, os quais, a qual, as quais.

Exemplo: A blusa que (a qual) comprei é perfeita para a ocasião.Exemplo: Este é o veículo de que (do qual) necessitamos.

Atenção! Nem toda palavra que é um pronome relativo. É preciso verificar se ele está se referindo a algo já mencionado e, para isso, basta seguir as instruções desta tabela.

O qual, os quais, a qual, as quais são substitutivos dos pronomes relativos que e quem. Assim, onde se usarem esses pronomes relativos, poderão ser usados os pronomes o qual, os quais, a qual, as quais.

Exemplo: O aluno que entregou a prova antes saiu mais cedo da aula/O aluno o qual entregou a prova antes saiu mais cedo da aula. Dica: Na dúvida se o que é um pronome relativo ou uma conjunção, faça a substituição por o qual, a qual, os quais, as quais; se ela for possível é porque esse que é um pronome relativo.

Quem: o pronome relativo “quem” refere-se a uma pessoa ou alguma coisa personificada.

Exemplo: Este é meu pai, a quem devo muito respeito.Exemplo: Ela é a professora de quem tanto falo.Quando o pronome relativo “quem” não for empregado junto a preposições, ele será um pronome relativo indefinido, pois é relativo a algo ou a alguém desconhecido.Exemplo: Quem muito fala pouco faz.

Atenção! Não confunda o pronome relativo quem com o pronome interrogativo quem.Exemplo: Quem pegou o meu livro? (pronome interrogativo)O garoto, para quem entreguei o livro, é meu aluno. (pronome relativo)

Padrões de beleza venerados na mídia contribuem para difundir o preconceito contra obesos

Jornais, revistas, novelas, cinema, programas de TV, internet, outdoors, anúncios publicitários... Diariamente, as pessoas se deparam, nos veículos de comunicação, com imagens e discursos que fomentam a ditadura do corpo perfeito, escultural. Para as mulheres, ser bonita é apresentar um corpo magro, bem definido; para os homens, um corpo forte, “malhado”, musculoso. Atingir esse padrão de estética se tornou um objeto de consumo tão desejado quanto possuir objetos muito valiosos. O papel da mídia nesse processo ganha destaque, porque ela impõe às pes-soas a ideia de que é uma obrigação alcançar o seu padrão de beleza, visto como sinônimo de sucesso e felicidade.

Nessa busca desenfreada pela perfeição do corpo, aqueles que se afastem do padrão são vítimas constantes de preconceitos e discriminações. Já nos anos 2000, uma pesquisa realizada na Universidade de Michigan, nos EUA, comprovou que pessoas obesas ganham menos e apresentam mais dificuldade para conseguir um emprego.

Segundo Mauricio Oliveira (2000, p. 96), da revista Veja, “No Brasil, a ditadura da balança também faz suas vítimas no mercado de trabalho [...]. Em um levantamento da consultoria Catho, foi apresentada a 1 400 executivos uma lista de razões que podem barrar um pretendente a emprego. [...] 73% dos presidentes e diretores e 68% dos gerentes cravaram um ‘x’ na alternativa ‘ser gordo’. O índice foi superior ao de outros tradicionais motivos de rejei-ção, como ‘estar desempregado há mais de seis meses’, ‘ser mulher com filhos pequenos’ e ‘ter mais de 50 anos’.”

É importante estar ciente de que o controle do peso é um dos fatores para uma vida saudável, mas esse fator não deve ser motivo de discriminações e preconceitos que ajudam a desenvolver nas pessoas a autocensura, prejudicando- -as em muitos segmentos de sua vida.

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1. Assinale as alternativas que obedecem ao uso correto do pronome relativo, segundo a norma- -padrão.

(01) O médico, cujo o filho estuda na minha turma, socorreu meu primo na emergência do hospital.

(02) Ela ficou chateada só porque eu perguntei onde ela estava indo.

(04) A banda que eu mais ouço tocará aqui na cidade no próximo mês.

(08) Ela é a tatuadora a quem cumprimentei.

(16) Essa é a garota cuja beleza só pode ser comparada à de uma deusa grega.

(32) Não entendi à qual obra de arte você se refere.

Somatório:

2. (UDESC)

Observe o emprego de “mesmo” em “a cidade que se mutilava e crescia ao mesmo tempo”.

Assinale a alternativa em que há erro no emprego desse pronome.

a) Você não quer me escutar, mas mesmo assim falarei.

b) Iremos visitar Luís; o mesmo tem perguntado por nós.

c) Você não acredita? Pois aconteceu assim mesmo como ele contou.

d) Chove muito nesta ilha, mas assim mesmo ela é bela.

e) Ganhamos um exemplar desse mesmo romance de Milton Hatoum.

3. (UDESC)A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER

Rara tem sido a vez, ao longo de tantos anos de prática pedagógica, por isso política, em que me tenho permitido a tarefa de abrir, de inaugurar ou de encerrar encontros ou congressos.

Aceitei fazê-lo agora, da maneira, porém, menos formal possível. Aceitei vir aqui para falar um pouco da im-portância do ato de ler.

Me parece indispensável, ao procurar falar de tal importância, dizer algo do momento mesmo em que me pre-parava para aqui estar hoje; dizer algo do processo em que me inseri enquanto ia escrevendo este texto que agora leio, processo que envolvia uma compreensão crítica do ato de ler, que não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Ao ensaiar escrever sobre a importância do ato de ler, eu me senti levado – e até gostosamente – a “reler” momentos fundamentais de minha prática, guardados na memória, desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da importância do ato de ler se veio em mim constituindo.

Ao ir escrevendo este texto, “ia tomando distância” dos diferentes momentos em que o ato de ler se veio dando na minha experiência existencial. Primeiro a leitura do mundo, do pequeno mundo em que me movia, depois a leitura da palavra que nem sempre, ao longo de minha escolarização, foi a leitura da “palavramundo”.

A retomada da infância distante, buscando a compreensão do meu ato de “ler” o mundo particular em que me movia – e até onde não sou traído pela memória –, me é absolutamente significativa. Neste esforço a que me vou entregando, recrio, e revivo, no texto que escrevo, a experiência vivida no momento em que ainda não lia a palavra. [...]

A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço – o sítio das avencas de minha mãe –, o quintal amplo em que se achava, tudo isso foi o meu primeiro mundo. [...] Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como o mundo de minha atividade perceptiva, por isso mesmo como o mundo de minhas primeiras leituras. Os

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“textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto – em cuja percepção me experimentava e, quanto mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber – se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja compre-ensão eu ia apreendendo no meu trato com eles, nas minhas relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortes, 1982. p. 11-13. [Fragmento adaptado]

Os ‘textos’, as ‘palavras’, as ‘letras’ daquele contexto em cuja percepção me experimentava [...]” – se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais cuja compreensão eu ia aprendendo no meu trato com eles, nas minhas relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais.”

Sobre os termos destacados em negrito, todas as alternativas estão corretas, exceto:

a) Na segunda ocorrência, cuja refere-se a coisas, objetos, sinais.

b) Na primeira ocorrência, cuja refere-se a “Os ‘textos’, as ‘palavras’ e as ‘letras’ daquele contexto”.

c) Substituindo-se a primeira ocorrência do pronome cuja pelo pronome relativo "onde", a frase fica assim: eu experimentava a percepção onde o contexto era formado por textos, palavras e letras.

d) Nas duas ocorrências cuja é pronome relativo, pois substitui termos mencionados antes.

e) Eliminando-se a segunda ocorrência de cuja, o fragmento “de coisas, de objetos, de sinais cuja compreensão eu ia aprendendo” fica assim: eu ia aprendendo a compreensão de coisas, de ob-jetos, de sinais.

4. (UEPG – PR) Assinale o que for correto, no que se refere ao emprego do pronome relativo.

(01) É muito valiosa a amizade das pessoas que confiamos.

(02) Mande-me a conta a que ela se refere.

(04) A rua a que nos dirigimos está alagada.

(08) Chame o fotógrafo a cuja exposição fazem referência.

(16) Esta é a pessoa a quem ofereceram propina.

Somatório:

5. Leia o texto a seguir:

à mulher, que já estava deitada:– Querida, eu quero amá-la.A mulher, que estava dormindo, com a voz em-

bolada, responde:– A mala... ah... eu emprestei para a tratante da

Ana e ela ainda não devolveu... Use a mochila que está no maleiro do quarto de visitas.

– Não é isso, querida, hoje vou amar-te.– Por mim, você pode ir até pra Júpiter, Saturno

e para o raio que o parta, desde que me deixe dormir em paz...

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a) Quais os motivos da confusão descrita no texto?

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b) O marido cometeu algum erro pronominal ao se dirigir à esposa? Justifique sua resposta:

c) Como o marido poderia ter reformulado as frases de modo a evitar o mal-entendido?

6. Substitua o pronome pessoal do caso reto pelo pronome pessoal do caso oblíquo correspondente.

a) Quero levar ela a um bom restaurante.

b) Eu quero amar você até a morte.

c) Chamaram nós para a festa.

d) Mandaram ele plantar batatas!

e) Eu vi ela cantando no karaokê.

f) Eu peguei ele colando na prova.

7. (UFCSPA – RS)HISTÓRIA DA ESPECIALIZAÇÃO MÉDICA

A medicina atualmente é especializada, surgindo inclusive novas especialidades e dentro destas, algumas subespecialidades. É comum ouvir, entretanto, que as especializações diminuem o campo de visão do médico e há, normalmente, alusões ao conhecimento total da ciência médica que os antigos “médicos de família” possuíam. Isto dá ideia de que a especialização é algo bastante recente, fruto de nossos dias, de nosso tempo, e que o profissional que tratava a todos e de todas as patologias sempre existiu. A verdade não é bem assim. Já na antiguidade, alguns milênios antes de Cristo, os egípcios já possuíam médicos especialistas. Os papiros, como também monumentos erigidos para alguns desses profissionais, são documentos históricos desta realidade. Havia, no antigo Egito, médicos especialistas em moléstias oculares que realizavam cirurgia de catarata, especialistas em moléstias de vias respiratórias, entre outros.

Na China, nas instituições de Chou, em compilações de vários séculos antes de Cristo, está descrita a or-ganização hierárquica dos médicos, o que de certo modo não deixa de ser uma forma de especialização. Havia cinco categorias de médicos: Médico Chefe, que coletava medicamentos e examinava outros médicos; Médico

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Dietólogo, que receitava as seis classes de alimentos e bebidas; Médico para enfermidades simples, como do-res de cabeça, resfriados, feridas menores etc...; Médico de úlcera, talvez, cirurgiões; e Médicos de animais, portanto veterinários.

Na Grécia, onde a medicina ganhou o completo racionalismo, e em Roma, não havia especialistas como enten-demos hoje, os médicos exerciam a clínica e a cirurgia concomitantemente; entretanto, havia aqueles engajados no exército que acabavam por “especializar-se” mais no tratamento dos traumas de guerra.

Após a queda do Império Romano, na Idade Média, todo o conhecimento científico se desfez e teve sua evolução estagnada. A medicina ocidental passou a ser exercida dentro dos conventos da Europa, guardada por monges que se limitaram ao que havia sido deixado por Hipócrates na Grécia e por Galeno, em Roma. Dentro dos conventos, praticava-se a clínica e alguns procedimentos cirúrgicos. Ao final da Idade Média, no período chamado Renascimento, a partir do século XV, em todas as áreas, o pensamento humano se desenvolve em uma redescoberta do homem e de sua capacidade intelectiva, os profissionais de medicina começam a estudar nova-mente anatomia, alastrando o conhecimento científico.

Mas, a tendência à especialização nos moldes como a conhecemos hoje se inicia, na verdade, a partir do século XVIII. Isto porque, com o avanço da ciência em todos os campos, com novas descobertas, com novos estudos, a medicina também amplia seus horizontes. A especialização médica surge, então, como fruto da evolução do conhecimento, pois o homem, no curto espaço de sua vida, não teria mais possibilidade para dedicar-se integral-mente a todos os ramos da ciência que crescia a cada dia. A cardiologia nasce, nesse século, com os trabalhos de Giuseppe Testa; na Itália; e o primeiro a autodenominar-se especialista em coração foi o clinico francês Jean Nicholas Corvisart, tendo sido médico de Napoleão Bonaparte. Ainda no século XVIII, aparecem a obstetrícia, a pediatria e a endocrinologia. Os estudos físicos sobre a luz e cor fazem surgir a oftalmologia, sendo fundada a primeira escola de oftalmologia, em 1773, por Maria Tereza, em Viena. Outras especialidades foram criadas durante todo o século seguinte. No começo do século XX, após a primeira grande guerra, observou-se a necessidade da formação de profissionais dedicados à reconstrução corporal, à reparação humana e a cirurgia plástica, que vinha exercida desde os primórdios da humanidade, torna-se uma especialidade. O avanço tecnológico do século XX multiplica as especialidades, surgindo a radiologia, a medicina nuclear, a fisiatria e assim por diante. Assim, a especialização nasceu da necessidade, como um tributo ao progresso da ciência. O saudosismo do eclético médico de outrora, que adentrava os lares e cuja simples presença já era fator de cura, ainda tem seu lugar. Entretanto, seria impossível hoje, para ele, congregar todo o conhecimento. Todavia, sua característica mais marcante, mais saudosa e mais importante, o médico de hoje pode ainda cultivar: o carisma gerado pelo carinho, pela dedicação e pelo esmero com que ele tratava seus pacientes e pela confiança neles inspirada.

Cada especialista, no consultório ou nos hospitais, ao exercer a arte de curar, no universo de sua especialida-de, pode manter a mesma aura de nossos antepassados, fazendo o papel de um “médico de família” adaptado a nossos dias, desde que saiba apoiar-se adequadamente no mais perfeito relacionamento médico-paciente; que, a despeito de toda a evolução científica, ao longo da história da humanidade, permanece alicerçado nos mesmos e imutáveis princípios primordiais.

Texto extraído e adaptado do livro “História da medicina: curiosidades e fatos”. SP: Ed. Astúrias, 2004.

Analisar os itens abaixo:

I. O termo “o” (linha 11) funciona como artigo definido masculino.

II. O termo “ao” (linha 21) funciona como pronome demonstrativo.

III. O termo “Ao” (linha 22) é a soma da preposição “a” e do artigo “o”.

Está(ão) correto(s):

a) Somente o item I.

b) Somente o item II.

c) Somente os itens I e III.

d) Somente os itens II e III.

e) Todos os itens.

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8. (CEFET – RS)FAÇA O BEM SEM OLHAR A QUEM

Terezinha Pasqualotto – Jornalista e licenciada

Faça o bem sem olhar a quem. Eu me criei ouvindo esta frase. Dentro deste espírito, quero propor um ato de amor e de solidariedade. Quero propor que você seja um doador de órgãos, já que nem eu e nem você, caro leitor, ficaremos para semente. Será um gesto de bondade que, se não garantir uma cadeira no céu ou a reden-ção dos pecadilhos, proporcionará um sentimento de satisfação, que só o desprendimento e a caridade podem propiciar, na certeza de que alguém fará uso de algo que já não nos servirá mais.

Para ser um doador não é preciso deixar nada escrito, basta avisar à família. Se a consciência sobre a importância da doação se multiplicar, poderemos possibilitar cenas como estas: Maria apaixonada pelo Marcos com o coração da Priscila. João lendo notícias, por causa da córnea da Lúcia, com a qual ele voltou a enxergar. A Cristina bebendo uma cervejinha gelada com o fígado do Pedro. A Karen comendo saborosos docinhos com o pâncreas da Neuza. O rim poderá ir para o Felipe, aquele filho da vizinha que há anos espera na fila, lembra?

Os órgãos da menina Eloá, falecida recentemente, foram doados a sete pessoas. Sete pessoas que serão eternamente gratas à Eloá e à família dela. Sete pessoas que voltaram a ter vida, a ter sonhos e a ter esperanças. Hoje, mais do que nunca, todos vivenciam um tempo em que são acometidos pela dor de uma perda insupe-

mais significativo para manter viva aquela pessoa entre nós. Aí poderemos afirmar: morreu coisa nenhuma. Está doando vida a outro ser humano. É uma ressurreição possível e real, que sai das páginas da Bíblia e vira milagre testemunhado por todos nós.

Nenhum de nós quer morrer, nenhum de nós quer perder ninguém, nenhum de nós quer, nem mesmo, comentar tal assunto. Antes de prosseguir com o seu dia a dia, aparentemente inabalável, expresse, inúmeras vezes e com ênfase, sua vontade de viver até os 90 ou 100 anos (amém) e, caso o destino seja mais rápido no gatilho, isto é, passar desta para outra, você sobreviverá através do corpo de outra pessoa. Não é um assunto mórbido. Estamos comentando sobre esperança. Doe-se em vida e depois dela.

Em qual alternativa a palavra “que” não funciona como pronome?

a) Sete pessoas que serão eternamente gratas à Eloá e à família dela.

b) O rim poderá ir para o Filipe, aquele filho da vizinha que há anos espera na fila, lembra?

c) Quero propor que você seja um doador de órgãos.

d) [...] todos vivenciam um tempo em que são acometidos pela dor de uma perda insuperável.

9. (UEPA)QUEM SOMOS NÓS

Quando organizações desenvolvem práticas de feedback (resposta) a respeito do desempenho de seus pro-fissionais, a abordagem de processos é intensa, mas a de contexto é indigente. Fala-se de características ideais (objetividade, assertividade, especificidade), mas não do contexto que delimita a atividade (o que faço) da identidade (quem sou). [...]

A distinção entre identidade e atividade, por meio do contexto, é fundamental, mas não está nas agendas de desenvolvimento de pessoas. As empresas fomentam a postura de “você é o que faz, o resultado que traz para a organização”.

Desde cedo, indagados sobre o que queremos ser, respondemos o que queremos fazer. A resposta, não rebatida no meio familiar, atinge outros círculos sociais, mas a pergunta sobre quem somos é respondida com

está sendo privatizada e a realização pessoal, descrita em termos financeiros. [...]É a identidade que foi renegada e poderia reverter esse quadro, ao descortinar-se outra dimensão para o

desenvolvimento profissional: a do crescimento pessoal.

(CORREIA, Luis Adonis Valente. Revista Língua Portuguesa, ano II, n. 19. São Paulo: Segmento, 2007)

42 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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O termo destacado no trecho: “Você é o que você faz, o resultado que traz para a organização” faz referência a resultado. Sobre esse tipo de relação, considere o termo destacado em cada uma das afirmativas seguintes:

I. [...] respondemos o que queremos fazer (refere-se a nós).

II. [...] reflexo de uma vida pública que está sendo privatizada (refere-se à vida pública).

III. [...] mas não do contexto que delimita a atividade [...] (refere-se à atividade).

IV. É a identidade que foi renegada [...] (refere-se à identidade).

De acordo com as afirmativas apresentadas, a alternativa correta é:

a) II, III e IV b) I, III e IV c) III e IV d) II e IV e) I e III

10. (ENEM)

Quanto às variantes linguísticas presentes no texto, a norma-padrão da língua portuguesa é rigo-rosamente obedecida por meio:

a) do emprego do pronome demonstrativo “esse” em “Por que o senhor publicou esse livro?”.

b) do emprego do pronome pessoal oblíquo em “Meu filho, um escritor publica um livro para parar de escrevê-lo!”.

c) do emprego do pronome possessivo “sua” em “Qual foi sua maior motivação?”.

d) do emprego do vocativo “Meu filho”, que confere à fala distanciamento do interlocutor.

e) da necessária repetição do conectivo no último quadrinho.

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O estudo dos verbos2

Tribos urbanas Tribos urbanas ou regionais são constituídas de microgrupos que têm

como objetivo principal estabelecer redes de amigos com base em interesses comuns. Essas agregações apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos e maneiras de se vestir. Um exemplo conhecido de tribo urbana são os punks. Segundo Michel Maffesoli, o fenômeno das tribos urbanas se constitui nas “diversas redes, grupos de afinidades e de interesse, laços de vizinhança que estruturam nossas megalópoles. Seja ela qual for, o que está em jogo é a potência contra o poder, mesmo que aquela não possa avançar senão mascarada para não ser esmagada por este”.

As tribos urbanas ou metropolitanasA expressão “tribo urbana” foi cunhada pelo sociólogo francês Michel Maffesoli,

que começou a usá-la nos seus artigos a partir de 1985. A expressão ganha força três anos depois com a publicação do seu livro Le temps des tribus: le déclin de l’individualisme dans les sociétés postmodernes.

Características:

Cultura informalA cultura das tribos urbanas é informal, bem diferente das organizações ligadas

ao “burguesismo”, permeadas pelo nosso taylorismo ocidental, que rejeita a emoção e os sentimentos coletivos (coisa típica de uma cultura empresarial). O neotribalis-mo pratica uma “solidariedade orgânica”, que vai de encontro a essa “solidariedade mecânica dos indivíduos racionais” do capitalismo.

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A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes44

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Como metáfora explicativa, Maffesoli invoca dois deuses do panteão grego: Apolo e Dionísio, duas figuras opostas – Apolo, representando a razão e Dionísio, representando o mundano, o “terreno”.

Esses grupos não têm projetos ou objetivos específicos, a não ser pelo partilhamento, no “aqui-agora”.

ProxemiaAs tribos reforçam “um sentimento de pertença” e favorecem “uma nova relação com

o ambiente social”.A proxemia das tribos é uma faca de dois gumes. Ela pode, por um lado, ser expressa

pela tolerância. Um exemplo disso é a tribo dos Clubbers. Incentivados pela filosofia P.L.U.R. – Peace, Love, Unity & Respect – os frequentadores das raves são incitados a respeitar o “meio ambiente e outras pessoas, independente de credo, raça, religião, gostos e opiniões”. A outra face dessa “homossocialidade” tribal é a exclusão do “diferente” a partir da violência, coisa bem presente no fanatismo e no racismo de algumas tribos. Os Skinheads, em geral, enquadram-se aí, tendo como inimigos declarados os estrangeiros, os mauricinhos, os gays… e, principalmente, os anarcopunks.

Não ativismoO neotribalismo não se opõe frontalmente ao poder político, como o faz o proletariado.

Isso não quer dizer, no entanto, que as tribos urbanas sejam passivas ou que não prestem atenção ao jogo político. O que as tribos fazem é evitar as formas institucionalizadas de protesto (comícios, greves e piquetes) das quais o proletariado se vale. A resistência das tribos é mais “subterrânea”, valendo-se, por exemplo, da música para afirmar sua não adesão à “assepsia social” dos mantedores da Ordem. Essa “desqualificação” praticada pelas tribos, com o tempo, “corrói progressivamente a legitimidade do poder estabelecido”.

Fluidez & estabilidadeMaffesoli destaca algo paradoxal nas tribos urbanas. Elas são instáveis e “abertas”,

podendo uma pessoa que participa delas “evoluir de uma tribo para a outra”. Por outro lado, essas tribos alimentam um sentimento de exclusividade e um “conformismo estrito” entre seus participantes.

TRIBOS urbanas. Disponível em: <http://mundoestranho.musicblog.com.br/232102/Tribos-Urbanas/>. Acesso em: 21 nov. 2010.

Peace, Love, Unity & Respect : paz, amor, unidade e

respeito.respeito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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1. De acordo com o texto, o que são tribos urbanas?

2. De acordo com o texto, como é a cultura das tribos urbanas?Justifique sua resposta.

3. Segundo o texto, o que é proxemia e por que ela pode ser uma “faca de dois gumes”?

4. Você concorda com o que afirma o texto sobre o não ativismo das tribos urbanas? Justifique sua resposta.

5. No texto, há alguns termos científicos importantes para a construção dos sentidos. Use seu conhecimento de mundo, seus estudos sobre os processos de formação de palavras e o contexto para relacionar os termos científicos à sua definição.a) Burguesismo.

b) Taylorismo ocidental.c) Neotribalismo.d) Solidariedade orgânica.e) Solidariedade mecânica.f) Homossocialidade.

g) Assepsia social. h) Ordem.

( ) Ato de retirar da sociedade todos aqueles que fogem aos padrões de “normalidade” e isolá-los em algum lugar em que não agridam o “senso estético” dos demais.

( ) Valorização da sociedade como está, visando à manu-tenção dos mesmos valores, à defesa da propriedade e à não aceitação de alterações sociais profundas.

( ) Comunidade emocional que se opõe aos modelos de organização típicos da sociedade moderna e, para se proteger, são formadas as tribos.

( ) Sentimento de acolhida ao que é diferente, valoriza a diversidade e entende que a consciência individual deve ser livre.

( ) Sentimento de repulsa ao que é diferente, valoriza a padronização de atitudes e emoções, entende que só há progresso se houver uma consciência coletiva.

( ) Teoria que valoriza o estudo de métodos de adminis-tração, caracterizada pela ênfase nas tarefas, tendo como objetivo o aumento da eficiência no trabalho para aumentar o lucro.

( ) Qualidade de uma sociedade que aceita somente aqueles que são iguais aos demais componentes dessa sociedade.

( ) Culto aos valores burgueses, como propriedade, lucro, etc.

6. “As tribos urbanas se constituem nas diversas redes de relações que estruturam as nossas megalópolis. Segundo Michel Maffesoli, ‘Seja ela qual for [a rede de relações], o que está em jogo é a potência contra o poder, mesmo que aquela não possa avançar senão mascarada para não ser esmagada por este’.”É correto afirmar que a citação de Michel Maffesoli poderia ser reescrita, sem alterar o sentido de sua afirmação, da seguinte forma:a) “Seja ela qual for [a rede de relações], o que está em

jogo é a potência contra o poder, mesmo que o poder não possa avançar senão mascarado para não ser esmagado pela potência”.

b) “Seja ela qual for [a rede de relações], o que está em jogo é a potência contra o poder, mesmo que a rede de relações não possa avançar senão mascarada para não ser esmagada pela potência”.

c) “Seja ela qual for [a rede de relações], o que está em jogo é a potência contra o poder, mesmo que a potência não possa avançar senão mascarada para não ser esmagada pelo poder”.

d) “Seja ela qual for [a rede de relações], o que está em jogo é a potência contra o poder, mesmo que a potência não possa avançar senão mascarada para não ser esmagada pela rede de relações”.

e) “Seja ela qual for [a rede de relações], o que está em jogo é a potência contra o poder, mesmo que a rede de relações não possa avançar senão mascarada para não ser esmagada pelo poder”.

7. Considerando que o francês é uma língua derivada do latim e que, por isso, possui certas similaridades com a língua portuguesa, responda qual foi o sociólogo que cunhou o termo tribo urbana e como ficaria o nome do livro escrito por ele, traduzido para o português.

8. No quinto parágrafo, a expressão “aqui-agora” pode ser substituída por qual palavra, sem que isso altere o seu sen-tido?

9. Você acha que a escolha por pertencer a determinada tribo urbana pode interferir no futuro de uma pessoa? Justifique sua resposta.

46 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Texto 1Briga entre punks e skinheads deixa

um morto em SPConfusão aconteceu em um bar da Zona Oeste

da capital. Oito pessoas foram detidas pela polícia.

Uma pessoa morreu após uma briga entre skinheads e punks na noite deste sábado (3) em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. [...] Cerca de 200 pessoas se envolveram na confusão. Oito pessoas foram detidas e levadas para o 14º DP, em Pinheiros. [...]

Por volta das 9h30 deste domingo (4), o corpo de Jhony Raoni Falcão, de 21 anos, ainda aguarda liberação do Instituto Médico-Legal. Um outro jovem, o estudante

ferido na briga e foi socorrido [e levado] ao Hospital das Clínicas de São Paulo. O HC informou às 13h deste domingo que o estado de saúde dele é grave.

BRIGA entre punks e skinheads deixa um morto em SP. Dis-ponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/09/briga-entre-punks-e-skinheads-deixa-um-morto-em-sp.html>. Acesso em: 28 fev. 2012.

Texto 2Casal homossexual é agredido por

skinheads na Praça da LiberdadeEm quatro dias, este foi o segundo caso de agres-

são envolvendo o grupo dos “carecas” no local

A Praça da Liberdade volta a ser palco de intole-rância e preconceito envolvendo a tribo conhecida como skinhead. Na noite desta quarta-feira, dois jo-vens homossexuais foram agredidos por dois rapazes, entre eles um adolescente de 17 anos, que, segundo a polícia, pertencem ao grupo dos “carecas”, como são conhecidos, e declaram ódio aos homossexuais. Uma das vítimas foi atingida por um golpe de canivete [...].

SILVEIRA, Daniel. Casal homossexual é agredido por skinhea-ds na Praça da Liberdade. Disponível em: <http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2011/09/07/interna_gerais,249416/casal--homossexual-e-agredido-por-skinheads-na-praca-da-liberdade.shtml>. Acesso em: 28 fev. 2012.

Texto 3Morador de rua é agredido por

grupo punkUm grupo de jovens, vestindo roupas no estilo

punk, agrediu um morador de rua com socos, chutes e garrafadas na madrugada deste sábado em Curiti-ba, causando cortes e hematomas na vítima, que foi encaminhada para o Hospital Evangélico.

Um homem que testemunhou a agressão e cha-mou a Polícia Militar disse que pelo menos dez pessoas participaram da agressão, acrescentando ainda que o morador de rua aparentemente não deu motivos.

[...]

CARVALHO, Luis. Morador de rua é agredido por grupo punk. Disponível em: <http://maringa.odiario.com/policia/no-ticia/539432/morador-de-rua-e-agredido-por-punks-no-centro--de-curitiba/>. Acesso em: 28 fev. 2012.

As tribos urbanas são uma agremiação de pessoas com interesses e afinidades comuns. Seus membros têm pensamentos e hábitos semelhantes – inclusive, o jeito de se vestir –, sendo facilmente reconhecidos como per-tencentes a uma ou outra tribo. Infelizmente, algumas pessoas pertecentes a determinadas tribos assumem uma postura bastante negativa quando o assunto é o respeito e a tolerância às diferenças, excluindo, por meio da violência, aqueles que não compartilham dos mesmos interesses.

Valendo-se dos fragmentos de notícias e da breve discussão apresentada, produza um texto de opinião, com de 15 a 20 linhas, manifestado suas reflexões acerca das tribos urbanas e sua forma de representação social. Destaque o que elas têm de positivo e negativo no que se refere ao exercício da cidadania.

Formas verbais

De acordo com o texto, as tribos urbanas vivem o “aqui-agora”, ou seja, o que importa é viver o momento presente, quando o grupo se reúne para partilhar de sua filosofia, sua estética (ou visual) e seus interesses comuns. Porém, considerar o passado e planejar o futuro são tarefas indispensáveis para qualquer tribo.

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BROWNE, Dik. Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2008. n. 3, p. 84-85.

Quando se fala em presente, passado e futuro, fala-se de ações que ocorrem em determinado momento. Observe o quadrinho:

1. A partir da leitura da HQ, identifique os elementos que mostram a passagem do tempo.

2. Agora, analise atentamente os quadrinhos e faça uma descrição, explicando o que está acontecendo no:

4.º quadrinho;

5.º quadrinho;

6.º quadrinho;

7.º quadrinho;

8.º quadrinho.

Como você notou, os textos não verbais também podem mostrar a passagem do tempo ao descreve-rem ações, utilizando recursos pictóricos, como a elaboração de um ninho e a procriação de pássaros.

Já nos textos verbais, as ações e a passagem do tempo podem ser indicadas por meio do uso de formas verbais. Para descrever o que ocorria nos cinco últimos quadrinhos, certamente você deve ter usado verbos como: “construir”, “voar”, “fazer”, “pousar”, “cantar”, etc.

O estudo dos verbos é fundamental para se compreender a construção das ações no tempo.

Verbo é a palavra que pode ser flexionada em número, pessoa, modo, tempo e voz. Pode indicar ação (subir, descer), estado ou mudança (ficar, permanecer), desejo (querer, almejar), fenômeno natural (amanhecer, entardecer).

48 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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No texto sobre tribos urbanas, a compreensão dos verbos é fundamental para entender o texto. Observe:

“O neotribalismo não se opõe frontalmente ao poder político como o faz o proletariado. Isso não quer dizer, no entanto, que as tribos urbanas sejam passivas ou que não prestem atenção no jogo político. O que as tribos fazem é evitar as formas institucionalizadas de protesto (comícios, greves e piquetes) das quais o proletariado se vale.”

Note que no texto predominam as formas verbais no presente, sinalizando que tudo o que está sendo dito é presente, atual e, portanto, digno de atenção.

Estrutura verbalA estrutura do verbo é formada por:

RadicalParte que carrega o significado do verbo. Nos verbos regulares, ele se repete em todas as formas

do verbo. Exemplo: andássemos.

Vogal temáticaÉ o morfema que dá o tema ao verbo, permite a ligação entre o radical e as desinências e indica

a conjugação verbal. Exemplo: andássemos.

TemaNote que a junção do radical com a vogal temática já dá tema ao verbo: and + a = anda. Além disso,

une o radical and às desinências ssemos: andássemos.Dependendo da vogal temática, os verbos podem ser de primeira, segunda ou terceira conjugação.

Para descobrir se um verbo é de primeira, segunda ou terceira conjugação, basta encontrar sua forma infinitiva, não conjugada.

Se a vogal temática for a letra a, indica que o verbo é de primeira conjugação. Exemplos: andar, falar, pular, saltar, almoçar, etc.

Se a vogal temática for a letra e, indica que o verbo é de segunda conjugação. Exemplos: es-crever, bater, saber, correr, pertencer, varrer, etc.

Se a vogal temática for a letra i, indica que o verbo é de terceira conjugação. Exemplo: sair, partir, sorrir, abolir, corrigir, assumir, etc.

DesinênciaIndica as flexões do verbo. As flexões podem ser número-pessoais ou modo-temporais.

Exemplo: Cantássemos.

Radical

Vogal temática

Desinência número-pessoal: indica a pessoa do discurso e o número (1.a pessoa do plural

= “nós”).

Radical: indica o significado do verbo.

Vogal temática de primeira conjugação.

Desinência modo-temporal: indica que o verbo está sendo

conjugado no pretérito imperfeito do modo subjuntivo.

LÍNGUA PORTUGUESA

Ensino Médio | Modular 49

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Flexão dos verbosOs verbos podem ser flexionados em número e pessoa. As três pessoas do verbo correspondem às

pessoas do discurso. É importante compreender isso para analisar, por meio dos verbos, quem está falando, com quem se está falando e de quem (do que) se está falando.

Pessoas do discurso Pessoa verbal – singular Pessoa verbal – plural

1.a pessoa (quem fala)

Eu me apaixono facilmente. Nós nos apaixonamos facilmente.

2.a pessoa(com quem se fala)

Tu te apaixonas facilmente.Você se apaixona facilmente.

Vós vos apaixonais facilmente.Vocês se apaixonam facilmente.

3.a pessoa(de quem/do que se fala)

Ele se apaixona facilmente. Eles se apaixonam facilmente.

Filho de Malcolm McLaren pede “um minuto de loucura” por seu pai

minuto de loucura” como homenagem a seu recém-falecido pai. Seria uma alternativa mais apropriada ao tradicional “minuto de silêncio” pelas almas dos que já partiram.

O “minute of mayhem”, como está sendo chamado na Inglaterra, será comemorado no dia 22 de abril, quando acontece o funeral público do empresário que montou os Sex Pistols, pontapé inicial da explosão punk de 1977.

“Em celebração à vida de Malcolm McLaren, pedimos para que as pessoas res-peitem um minuto de loucura ao meio-dia do dia 22 de abril”, pediu Joseph em um post no sitedisco favorito para tocar e agite!”.

A Humanade é uma organização não governamental que luta pelo respeito e manutenção dos direitos humanos ao redor do mundo. Foi produzida uma camiseta especial do evento, vendida pela própria ONG, e que está angariando dinheiro para a fundação, idealizada pelo próprio Malcolm McLaren.

mclaren-pede-um-minuto-de-loucura-por-seu-pai>. Acesso em: 22 nov. 2010.

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k/Co

rbis

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Discuta as questões abaixo com seus colegas e anote as conclusões a que vocês chegaram.

a) Você já ouviu falar no movimento punk? O que ele é e quando surgiu?

b) Qual é o estilo e a filosofia dessa tribo?

Modo verbal

50 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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c) O que você achou da ideia que o filho do falecido empresário Malcolm McLaren teve? Justifique sua resposta.

d) Em sua opinião, por que o filho de Malcom escolheu esse modo de homenagear seu pai? Justifique sua resposta.

e) Se você participasse do momento “Coloque seu disco favorito para tocar e agite!”, qual seria a sua música?

O texto Filho de Malcolm McLaren pede “um minuto de loucura” por seu pai apresenta uma série de fatos que expressam as atitudes das pessoas do discurso. O modo verbal revela a atitude do falante diante do que vai ser dito. Essa atitude pode expressar:

a) certeza: “A Humanade é uma organização não governamental que luta pelo respeito e manutenção dos direitos humanos ao redor do mundo.” Nesse caso, o modo é indicativo.

b) dúvida, hipótese ou possibilidade: “que as pessoas respeitem um minuto de loucura“. Nesse caso, o modo é subjuntivo.

c) ordem ou desejo: “Coloque seu disco favorito para tocar e agite”. Nesse caso, o modo é imperativo.

De acordo com a atitude assumida pelo falante (certeza, dúvida, desejo ou ordem), o modo verbal pode ser indicativo, subjuntivo ou imperativo.

Modo indicativoLeia o texto a seguir e responda às questões propostas:

Camiseta para roqueiros permite vestir sua própria guitarraRoupa traz estampa do instrumento e miniamplificador para ‘fazer um som’.

Modelo está à venda em site especializado em produtos nerds por US$ 30.Os roqueiros de plantão já podem sair por aí com sua própria “guitarra de

vestir”. A Electronic Rock Guitar Shirt é, como o nome revela, uma camiseta que traz a estampa de uma guitarra que pode ser tocada de verdade, graças a um miniamplificador que acompanha a vestimenta.

Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1358460-6174,00-CAMISETA+PARA+ROQUEIROS+PERMITE+VESTIR+SUA+PROPRIA+GUITARRA.html>. Acesso em: 17 nov. 2010.

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1. Se você fosse roqueiro, você usaria uma camiseta assim? Justifique sua resposta.

2. O que a informação a respeito do local onde se vende essa camiseta revela sobre o comprador? Jus-tifique sua resposta.

3. Por que os verbos destacados são usados no presente?

Ensino Médio | Modular 51

LÍNGUA PORTUGUESA

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Os verbos usados revelam uma postura convicta, isto é, denotam uma certeza diante do que está sendo dito – estão no modo indicativo. Esse modo revela uma ação certa, precisa, seja no passado, no presente ou futuro.

Os tempos do modo indicativo são:

a) Presente do indicativo

Indica uma ação que está acontecendo no mesmo momento em que se fala ou que perdura após o ato da fala.

Exemplo 1: “Os roqueiros de plantão já podem sair por aí com sua própria "guitarra de vestir". Exemplo 2: Presente que perdura após o ato da fala: Napoleão invade a Rússia. Exemplo 3: Presente habitual: Toco guitarra todos os dias.Exemplo 4: Presente com valor de futuro: Amanhã eu viajo para a Europa.

Presente do indicativo

Pessoas do discursoPrimeira conjugação

verbo: falarSegunda conjugação

verbo: poderTerceira conjugação

verbo: abrir

1.ª pessoa do singular (EU) falo posso abro

2.ª pessoa do singular (TU) falas podes abres

3.ª pessoa do singular (ELE) fala pode abres

1.ª pessoa do plural (NÓS) falamos podemos abrimos

2.ª pessoa do plural (VÓS) falais podeis abris

3.ª pessoa do plural (ELES) falam podem abrem

b) Pretérito perfeito

O estilo emocore

O estilo emocore (emotional core) nasceu nos anos 80, em Washington, e foi

numa espécie de lirismo por demais exacerbado para a época.Existem diversas hipóteses sobre como o termo “emo” foi originado. No en-

tanto, a versão mais aceitável é a de que o fanzine “Maximum Rock n’ Roll” junto com a revista de skate “Thrasher” criaram o nome para descrever esta tendência: um “hardcore emocional ou melódico”, encabeçada por bandas como Embrace e Rites of Spring.

Vinte anos se passaram e o emocore ganhou força na cena musical. Basta sintonizar a MTV para assistir às toneladas de clipes produzidos pelas emo bands.

Disponível em: <http://www.obaoba.com.br/especial/dia-do-rock/emo>. Acesso em: 7 out. 2010.© S

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52 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Para responder à questão 3, você deve ter utilizado diversos verbos para comprovar sua resposta. Os verbos do pretérito perfeito exprimem a ideia de uma ação concluída (jogou, soube, subiu).

Exemplo: “O estilo emocore (emotional core) nasceu nos anos 80, em Washington”.

Pretérito perfeito do indicativo

Pessoas do discursoPrimeira conjugação

verbo: começarSegunda conjugação

verbo: poderTerceira conjugação

verbo: abrir

1.ª pessoa do singular (EU) comecei pude abri

2.ª pessoa do singular (TU) começaste pudeste abriste

3.ª pessoa do singular (ELE) começou pôde abriu

1.ª pessoa do plural (NÓS) começamos pudemos abrimos

2.ª pessoa do plural (VÓS) começastes pudestes abristes

3.ª pessoa do plural (ELES) começaram puderam abriram

c) Pretérito imperfeito

Exprime a ideia de uma ação passada habitual, mas que foi interrompida por outra ação explícita ou implícita.

Exemplo: “[termo] usado para definir bandas que tocavam letras introspectivas com uma batida pesada, numa espécie de lirismo por demais exacerbado para a época” (o fato de tocar está no passado e o verbo é imperfeito porque denota uma ação que, por algum motivo, não ocorre mais ou é simples lembrança de uma ação que era habitual no passado).

Pretérito imperfeito do indicativo

Pessoas do discursoPrimeira conjugação

verbo: começarSegunda conjugação

verbo: poderTerceira conjugação

verbo: abrir

1.ª pessoa do singular (EU) começava podia abria

2.ª pessoa do singular (TU) começavas podias abrias

3.ª pessoa do singular (ELE) começava podia abria

1.ª pessoa do plural (NÓS) começávamos podíamos abríamos

2.ª pessoa do plural (VÓS) começáveis podíeis abríeis

3.ª pessoa do plural (ELES) começavam podiam abriam

1. Antes de ler esse texto, você já sabia de onde surgiu o termo “emo”?

2. No primeiro parágrafo, há a afirmação de que as bandas de emocore “tocavam letras introspectivas com uma batida pesada, numa espécie de lirismo por demais exarcebado para a época”. Utilizando seu conhecimento sobre as letras de bandas emo, o que seria o “lirismo exacerbado”? Cite exemplos.

3. Esse texto trata de ações atuais ou passadas? Que palavras usadas podem comprovar a sua resposta?

Ensino Médio | Modular 53

LÍNGUA PORTUGUESA

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d) Pretérito mais-que-perfeito

Exprime a ideia de uma ação passada que antecedeu outra ação também passada (jogara, soubera, subira).

Exemplo: Quando Juliana mudou para a minha cidade, eu já namorara Fernanda.

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo

Pessoas do discursoPrimeira conjugação

verbo: começarSegunda conjugação

verbo: poderTerceira conjugação

verbo: abrir

1.ª pessoa do singular (EU) começara pudera abrira

2.ª pessoa do singular (TU) começaras puderas abriras

3.ª pessoa do singular (ELE) começara pudera abrira

1.ª pessoa do plural (NÓS) começáramos pudéramos abríramos

2.ª pessoa do plural (VÓS) começáreis pudéreis abríreis

3.ª pessoa do plural (ELES) começaram puderam abriram

Quando Juliana mudou

(passado) eu já namorara

(passado anterior à

mudança de Juliana).

GóticoO rock gótico era originalmente considerado um rótulo para um número pequeno

de bandas de rock/pós-punk, mas hoje possui um espectro bem maior – abrangen-do em si o Death Rock, a Música Industrial e até algumas bandas da New Wave, por exemplo. Enquanto a maioria das bandas punk focava um estilo agressivo, as primeiras bandas góticas eram mais pessoais e introvertidas, com elementos de movimentos literários, como horror gótico, romantismo e niilismo.

Suas raízes estão no início dos anos 1980, no culto do rock depressivo, melan-cólico e sombrio de bandas pós-punk como Bauhaus, Joy Division, The Cure, The Sisters of Mercy, Siouxsie & the Banshees, embora, como já foi dito, nem todas aceitem se enquadrar no estilo.

O Bauhaus é considerado a banda pioneira do estilo e o single Bela Lugosi is Dead é um clásico do estilo. Apesar de não ter sido exatamente um sucesso de vendas, a música definiu tudo aquilo que seria o rock gótico (guitarras dis-tantes do resto dos instrumentos e um vocal que se mistura a todo o resto como que solto no espaço), e se manteve nas paradas independentes da Inglaterra por muitos anos. [...]

GÓTICO. Disponível em: <http://www.anos80.com.br/estilos/gotico.html>. Acesso em: 4 dez. 2010.

Os góticos são uma tribo urbana que surgiu na Europa, nos anos 1970, e no Brasil, nos anos 1980. Essa tribo se veste de preto, pinta os olhos de preto, tem um visual triste e cultua coisas relacionadas à morte, como caixões, cemitérios, etc. Um lado interessante dessa tribo é sua sede por movimentos literários, arquitetônicos e musicais.

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54 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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e) Futuro do pretérito

Leia o quadrinho abaixo e responda às questões que seguem:

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BROWNE, Dik. Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2008. n. 3. p. 20.

1. Qual é o tema do texto?

2. De acordo com o texto, é correto afirmar que as primeiras bandas góticas tinham um estilo agres-sivo? Justifique sua resposta.

3. Qual banda é considerada pioneira no estilo gótico e por quê?

4. Analisando o uso dos verbos no pretérito, é correto afirmar que:

a) na primeira linha do texto, o verbo “ser” está empregado no pretérito imperfeito do indicativo (“era”). Esse tipo de emprego marca uma ação passada e habitual (o fato de o rock gótico ser considerado um rótulo para um pequeno grupo de bandas rock/pós-punk) que foi interrompida por outra (o fato de hoje o rock gótico possuir um espectro de bandas bem maior).

b) Em “as primeiras bandas góticas eram mais pessoais e introvertidas”, o verbo “ser” está conju-gado no pretérito perfeito do indicativo, já que indica uma ação terminada, pois as primeiras bandas góticas deixaram de ser pessoais e introvertidas.

c) No trecho “a música definiu tudo aquilo que seria o rock gótico”, o verbo “definir” está sendo empregado no pretérito mais-que-perfeito, já que se refere a uma ação anterior a outra ação também no passado.

d) Na primeira linha do texto, o verbo “ser” está sendo empregado no pretérito perfeito do indica-tivo (“era”). Esse tipo de emprego marca uma ação passada e concluída (o fato de o rock gótico ser considerado um rótulo para um pequeno grupo de bandas rock/pós-punk).

e) No trecho “e se manteve nas paradas independentes da Inglaterra por muitos anos”, o verbo “manteve” está conjugado no pretérito perfeito do indicativo e se refere ao estilo gótico.

Faça uma pesquisa sobre o termo “Bauhaus” e responda: Por que uma banda de rock gótico pode ter escolhido esse nome?

Ensino Médio | Modular 55

LÍNGUA PORTUGUESA

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1. No primeiro balão, é possível inferir que Helga, a esposa de Hagar, só concordou que o marido saísse sob uma condição. Qual foi essa condição?

2. A condição foi cumprida? Justifique sua resposta.

Note que é possível inferir a existência de uma condição pelo uso do verbo “chegaria”, utilizado no primeiro balão. Trata-se do futuro do pretérito, que é um tempo condicional. Expressa a ideia de que uma ação ocorreria desde que outra ação tivesse sido realizada.

Exemplo: “Você não disse para Helga que chegaria cedo em casa?”. A ação de chegar cedo só ocorreria e, consequentemente, a condição teria sido cumprida, se Hagar tivesse atentado para o horário, o que não ocorreu.

Futuro do pretérito do indicativo

Pessoas do discursoPrimeira conjugação

verbo: começarSegunda conjugação

verbo: poderTerceira conjugação

verbo: abrir

1.ª pessoa do singular (EU) começaria poderia abriria

2.ª pessoa do singular (TU) começarias poderias abririas

3.ª pessoa do singular (ELE) começaria poderia abriria

1.ª pessoa do plural (NÓS) começaríamos poderíamos abriríamos

2.ª pessoa do plural (VÓS) começaríeis poderíeis abriríeis

3.ª pessoa do plural (ELES) começariam poderiam abririam

f) Futuro do presente

Expressa uma ideia que irá ocorrer no futuro. Exemplo: Começarei meu regime na segunda-feira.

Futuro do presente do indicativo

Pessoas do discursoPrimeira conjugação

verbo: começarSegunda conjugação

verbo: poderTerceira conjugação

verbo: abrir

1.ª pessoa do singular (EU) começarei poderia abriria

2.ª pessoa do singular (TU) começarás poderias abririas

3.ª pessoa do singular (ELE) começará poderia abriria

1.ª pessoa do plural (NÓS) começaremos poderíamos abriríamos

2.ª pessoa do plural (VÓS) começareis poderíeis abriríreis

3.ª pessoa do plural (ELES) começarão poderiam abririam

Modo subjuntivoSe eu não te amasse tanto assim

Se eu não te amasse tanto assimTalvez perdesse os sonhosDentro de mimE vivesse na escuridãoSe eu não te amasse tanto assim

Por onde eu vimDentro do meu coração[...]

Ivete Sangalo. Composição: Paulo Sergio Valle/Herbert Vianna. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/ivete-sangalo/35008/>. Acesso em: 17 dez. 2010.

56 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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1999Se eu pedisse Pra você guardar um segredoOnde você guardaria? Nós todos cometemos erros E o meu foi acreditar

O passado é seguro Por isso estamos aqui [...]

Disponível em: <http://letras.terra.com.br/capital-inicial/44835/>. Acesso em: 18 nov. 2010.

1. Em relação à música Se eu não te amasse tanto assim, é correto afirmar que:

(01) O “eu lírico” não ama a pessoa a quem ele se dirige.

(02) O “eu lírico” não revela seu amor, apenas levanta uma hipótese de amor.

(04) O “eu lírico” revela seu amor pela pessoa a quem se dirige, utilizando o verbo no modo hipo-tético para evidenciar a intensidade desse amor.

(08) Na música, o amor que o “eu lírico” sente é negativo, pois o cega, impedindo que ele veja até as flores do caminho por onde veio, já que seu pensamento está apenas na pessoa amada.

(16) De acordo com a música, na hipótese de o “eu lírico” não amar a pessoa a quem ele se refere, seus sonhos seriam perdidos.

Somatório:

2. Considere as afirmativas feitas sobre a música 1999:

I. Os três primeiros versos da música constroem a ideia de ordem.

II. Os três primeiros versos da música constroem a ideia de certeza.

III. Os três primeiros versos da música constroem a ideia de hipótese.

IV. O terceiro verso da música faz uso denotativo da linguagem, quebrando a expectativa conota-tiva construída pelos dois primeiros versos.

V. A partir da análise dos dois últimos versos da música, pode-se inferir que muitas vezes as pes-soas têm saudades do passado ou se apegam a coisas do passado (ex-namorado, ex-namorada, etc.), porque o passado é seguro, não pode as atingir mais, enquanto o presente é inconstante e o futuro é incerto.

Em relação às afirmativas acima, pode-se concluir que:

a) apenas a I está correta.b) apenas as alternativas II e V estão corretas. c) apenas as alternativas III, IV e V estão corretas.d) apenas a alternativa III está correta.e) todas estão corretas.

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O subjuntivo é o modo que expressa dúvidas, desejos, incertezas e possibilidades. Pelo fato de manifestar possibilidades, o subjuntivo está sempre atrelado a outro verbo. Assim, o modo subjuntivo indica subordinação de uma ação em relação à outra.

Subjuntivo (possibilidade) Indicativo (certeza) Quando eu trabalhar, comprarei minha guitarra.

Se eu estudasse de verdade, eu não teria medo da prova.

Mesmo que eu implore, não serei atendido.

Ensino Médio | Modular 57

LÍNGUA PORTUGUESA

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Os tempos do modo subjuntivo são:

a) Presente

Indica dúvida, suposição, possibilidade, incerteza ou desejo em relação a uma situação presente. Normalmente, é empregado após expressões como: “é necessário que”, “é possível que”, “desejo que”, “tomara que”, “talvez”, etc.

Exemplo: É possível que eu compre os ingressos para o espetáculo ainda hoje.

Presente do subjuntivoPessoas do discurso Verbo: falar

1.ª pessoa do singular (EU) que eu fale

2.ª pessoa do singular (TU) que tu fales

3.ª pessoa do singular (ELE) que ele fale

1.ª pessoa do plural (NÓS) que nós falemos

2.ª pessoa do plural (VÓS) que vós faleis

3.ª pessoa do plural (ELES) que eles falem

b) Pretérito imperfeito

Indica uma situação ou ação passada que aconteceria mediante certa condição. Uma ação não realizada, hipotética, incerta, imprecisa.

Exemplo: “Se eu não te amasse tanto assim Talvez perdesse os sonhos Dentro de mim”.

Pretérito imperfeito do subjuntivoPessoas do discurso Verbo: falar

1.ª pessoa do singular (EU) se eu falasse

2.ª pessoa do singular (TU) se tu falasses

3.ª pessoa do singular (ELE) se ele falasse

1.ª pessoa do plural (NÓS) se nós falássemos

2.ª pessoa do plural (VÓS) se vós falásseis

3.ª pessoa do plural (ELES) se eles falassem

c) Futuro

Indica uma ação hipotética que, se realizada, pode interferir em uma situação futura. É um tempo muito usado na formação de orações subordinadas condicionais (Se eu falar...) e orações subordinadas temporais (Quando eu falar...).

Exemplo: Quando eu te pedir em casamento, apenas me beije e sentirei o gosto do seu sim.

Futuro do subjuntivoPessoas do discurso Verbo: falar

1.ª pessoa do singular (EU) se/quando eu falar

2.ª pessoa do singular (TU) se/quando tu falares

3.ª pessoa do singular (ELE) se/quando ele falar

1.ª pessoa do plural (NÓS) se/quando nós falarmos

2.ª pessoa do plural (VÓS) se/quando vós falardes

3.ª pessoa do plural (ELES) se/quando eles falarem

58 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Neo-Hippie ManiaIdeais e moda dos anos 1960 e 70 estão de volta – mais lights e menos radicais. E você também

vai pegar carona neste movimento, cheio de estilo e boas intenções.

construir uma casa sustentável? Ama meditar perto da natureza? Se a resposta for sim para algumas das perguntas, talvez você seja uma neo-hippie em ascensão. Calma, não se trata simplesmente de um revival de Woodstock. Essa nova geração de alma hippie traz valores, ideias e muuuitas peças do universo fashion inspiradas nas décadas de 1960 e 70.

Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/conteudo_345562.shtml>. Acesso em: 20 out. 2010.

Considerado um marco na história da música, o Woodstock foi um festival de música realizado entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969, na fazenda de Max Yasgur, na cidade rural de Bethel. Mais de meio milhão de pessoas saíram de di-versas cidades dos EUA e foram acampar nessa fazenda para viver 4 dias de paz, amor e música, ao som de músicos como Janis Joplin e Jimi Hendrix (guitarrista rebelde e pacifista que, no Monterey Pop Festival, incendiou sua guitarra no palco, fazendo o fogo derreter o instrumento e distorcer ainda mais o som).

Revival é uma corrente estilística que nega a separação entre o presente, o passado e o futuro, entendendo que na moda nada passa. Tudo o que surge decorre de uma sucessão de fatos que são imitados. O ser humano tem uma tendência psicológica à imitação e isso nasce de uma necessidade de similari-dade, pois imitar, além de transferir a criatividade do estilo, também transfere uma atitude frente ao mundo. Por isso, nas tribos urbanas, todos se vestem praticamente da mesma forma.

1. Qual é o tema do texto?

2. Em relação à primeira pergunta feita no segundo parágrafo, é correto afirmar que:

I. a pergunta se inicia com o uso do futuro do subjuntivo do verbo “arrasar”, dando ideia de hipótese, uma opção em relação a uma escolha.

II. a pergunta se inicia com o uso do futuro do subjuntivo, dando a ideia de algo que aconteceria se a escolha fosse feita.

III. se houvesse uma inversão na pergunta: Você usa um vestido com flores gigan-tes, quando quer arrasar em uma festa?, o sentido não seria alterado.

IV. embora, na segunda oração, o verbo “usar” esteja empregado no presente do indicativo (“Você usa”), o uso do futuro do subjuntivo (“Quando quer arrasar”) faz com que a pergunta refira-se a uma ação futura: a possibilidade de ir a uma festa com determinado vestido.

Em relação às afirmativas acima, pode-se concluir que:

a) apenas a II está correta.

b) apenas as alternativas I e III estão corretas.

c) apenas as alternativas I, II e IV estão corretas.

d) apenas as alternativas I, III e IV estão corretas.

e) todas estão corretas.

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Ensino Médio | Modular 59

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Aplicação do

modo imperativo

em campanhas

publicitárias

@POR1130

3. Em relação ao trecho: “Se a resposta for sim para algumas das perguntas, talvez você seja uma neo-hippie em ascensão”. É correto afirmar que:

(01) no início da frase (“Se a resposta for”), o verbo é usado no futuro do subjuntivo e constrói a ideia de hipótese em relação à resposta.

(02) no trecho “talvez você seja”, o verbo é usado no presente do subjuntivo para construir uma suposição em relação a um fato presente.

(04) se houvesse uma inversão da frase: “Talvez você seja uma neo-hippie em ascensão, se a res-posta for sim para algumas das perguntas”, o sentido não seria alterado.

(08) de acordo com esse trecho, quem respondeu sim para algumas das perguntas já pode se con-siderar um neo-hippie.

Somatório:

4. No segundo parágrafo, há uma marca da oralidade. Identifique-a e explique a intenção discursiva desse uso.

5. O que você mais gosta do estilo neo-hippie: a filosofia paz e amor, o estilo de suas roupas ou sua atitude ecológica e sustentável? Justifique sua resposta.

Modo imperativo

Campanha do Ministério da Saúde. Fev. 2011.

60 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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O modo imperativo é o modo verbal que exprime ordem, conselho, proibição ou pedido. É a lin-guagem que mais prevalece na publicidade e na propaganda para convencer a consumir determinado produto ou aderir a determinada ideia.

O modo imperativo pode ser afirmativo ou negativo.

AfirmativoPrimeira conjugação

verbo: começarSegunda conjugação

verbo: fazerTerceira conjugação

verbo: abrir

começa tu faze tu abre tu

comece você faça você abra você

comecemos nós façamos nós abramos nós

começai vós fazei vós abri vós

comecem vocês façam vocês abram vocês

NegativoPrimeira conjugação

verbo: começarSegunda conjugação

verbo: poderTerceira conjugação

verbo: abrir

não comeces tu não faças tu não abras tu

não comece você não faça você não abra você

não comecemos nós não façamos nós não abramos nós

não comeceis vós não façais vós não abrais vós

não comecem vocês não façam vocês não abram vocês

1. Qual o objetivo da campanha publicitária em estudo?

2. A primeira palavra da campanha, escrita em letras garrafais, gera uma ambiguidade proposital. Qual a ambiguidade provocada?

3. Há um verbo escrito em letras garrafais que transmite uma ideia de ordem. Que verbo é esse?

4. Quem é o responsável por essa campanha publicitária?

5. Logo abaixo da imagem, há outro verbo que expressa ordem ou conselho. Que verbo é esse?

6. A peça publicitária oferece outra maneira de o leitor obter mais informações sobre o uso da camisinha? Justifique sua resposta.

7. Você acha importante que alguém que esqueça de usar a camisinha faça o teste de aids? Justifique sua resposta.

8. A peça publicitária usa uma frase para tranquilizar o leitor e persuadi-lo a fazer o teste. Que frase é essa?

9. Elabore outra frase com o mesmo objetivo.

10. Analisando as letras garrafais da campanha, é possível perceber uma sexta palavra que só aparece quando se lê o texto em voz alta, formada pela junção sonora entre uma e outra palavra do texto. Que palavra é essa? Qual o efeito que produz?

Ensino Médio | Modular 61

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Cibercultura punkO “faça você mesmo” punk, nascido há três décadas, pode ser traduzido pelas três leis

da cibercultura: emissão, conexão e reconfiguração.“A internet, o primeiro meio de comunicação de muitos para muitos, nos liberaria

da tirania das mídias centralizadas e do consumismo rançoso que diz que somos meros receptores do que são os Grandes Negócios, inclusive a Grande Mídia…” […]

O movimento punk surgiu na década de 1970 na Inglaterra tendo como mote principal o “do it yourself”, o “faça você mesmo”, ganhando expressões na música, na literatura, na moda. A cultura eletrônica contemporânea, a cibercultura, herda essa atitude em diversas formas de suas expressões atuais, como blogs ou podcasts. “Remixada” e atualizada, a cibercultura se apropria, à sua maneira, do lema punk. Agora, a máxima é “a informação quer ser livre”, “distribua, reutilize, misture conteúdo”, “crie, edite e divulgue informações”.

O movimento punk -mação. A herança punk criou a microinformática nos anos 1970, o movimento de ficção ciberpunk nos anos 1980 e os ciberpunks reais (hackers, crackers, coders, geeks…). Hoje, nesse começo de século 21, surgem podcasts, blogs, sistemas peer to peer. Em todos esses exemplos, o “faça você mesmo” pode ser traduzido pelas três leis da cibercultura: emissão, conexão e reconfiguração.

Disponível em: <http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/cibercultura-punk/>. Acesso em: 9 nov. 2010.

1. Qual o tema do texto?

2. No início do segundo parágrafo, há o seguinte trecho: “A internet, o primeiro meio de comunicação de muitos para muitos”. A opção que melhor explica esse trecho é:

a) A internet é feita para muitas pessoas usarem e isso facilita suas vidas, pois, hoje, quase tudo pode ser feito pela internet.

b) Para muitos, a internet é feita para ser usada nos tempos livres em chats, msn, sites de relacionamento.

c) A internet é feita com a participação de muitas pessoas que a alimentam de informações para que muitas outras pessoas possam usufruir de tudo isso.

d) Grande parte dos brasileiros ainda não tem acesso à internet e está excluída digitalmente, por isso é preciso que muitas pessoas ajudem a fazer da inter-net um meio mais inclusivo.

e) A internet é feita com a participação de muitas pessoas.

3. No segundo parágrafo, o uso do verbo “liberar” no futuro do pretérito constrói a ideia de:

a) esperança no futuro, pois, se a internet é um meio feito por muitos para muitos, ela tem a possiblidade de romper com a Grande Mídia centralizada e consumista.

b) desesperança, já que o verbo “liberar”, no futuro do pretérito, dá a ideia de algo que aconteceria, mas não acontece mais. Ou seja, a tentativa da inter-net concorrer com a Grande Mídia fracassou.

c) medo, pois se a internet nos liberasse da Grande Mídia, de onde recebería-mos as informações diárias?

62 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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d) incerteza. O uso do verbo “liberar” no futuro do pretérito do indicativo revela a incerteza de que a internet um dia vá nos livrar da Grande Mídia centralizada e consumista.

e) utopia, pois somente em sonho a internet será um meio feito por muitos e para muitos.

4. Leia o trecho a seguir:

“O movimento punk surgiu na década de 1970 na Inglaterra”

A respeito do verbo em destaque, pode-se afirmar que:

(01) é um verbo de primeira conjugação.

(02) o radical do verbo é “surg”; “i” é vogal temática e “-u” é desinência.

(04) é conjugado no pretérito perfeito do indicativo.

(08) confere ao que é afirmado uma aura factual de certeza definitiva e acabada.

(16) Transmite a ideia de hipótese.

Somatório:

5. No trecho:

“O movimento punk surgiu na década de 1970 na Inglaterra tendo como mote principal o “do it yourself”, o “faça você mesmo”, ganhando expressões na música, na literatura, na moda”.

É possível afirmar que o verbo “fazer”:

a) é um verbo de terceira conjugação, por isso expressa a ideia de presente.

b) está no modo imperativo, pois transmite a ideia de ordem ou conselho.

c) está no modo indicativo, pois transmite certa dúvida.

d) refere-se à primeira pessoa “eu”.

e) transmite a ideia de condição.

6. Sobre o trecho: “A cultura eletrônica contemporânea, a cibercultura, herda essa atitude em diver-sas formas de suas expressões atuais, como blogs ou podcasts”, do terceiro parágrafo, é correto afirmar:

I. Considerando todo o terceiro parágrafo, o pronome “essa” refere-se à atitude “faça você mes-mo”, mencionada anteriormente.

II. Considerando todo o terceiro parágrafo, o pronome “essa” refere-se à cultura eletrônica.

III. O verbo “herda”, conjugado no presente do indicativo, transmite a ideia de que a influência da herança do movimento punk na cultura eletrônica é algo atual.

IV. O verbo “herda” está conjugado no pretérito mais-que-perfeito e transmite a ideia de um pas-sado anterior ao passado do movimento punk.

Está(ão) correta(s):

a) somente a afirmativa II.

b) somente a afirmativa I.

c) as alternativas I, III e IV.

d) as alternativas I e III.

e) todas as alternativas.

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7. Explique por que “‘Remixada’ e atualizada, a cibercultura se apropria, à sua maneira, do lema punk”.

8. Explique o efeito produzido pelo uso do modo imperativo no último período do terceiro parágrafo.

9. Explique o porquê do uso de verbos no pretérito perfeito do indicativo no início do último parágrafo.

10. De acordo com o texto, quais são as três leis da cibercultura? Pelo que você entendeu do texto, explique como elas funcionam.

Formas nominais do verbo O verbo também pode assumir a função de nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) e, para

isso, apresenta três formas nominais:

InfinitivoO verbo não apresenta em si mesmo noção de tempo ou modo. É a junção do radical + vogal temática

+ r. Esse tipo de construção aproxima o verbo do substantivo. Exemplo: O pensar é uma prática saudável e desejável para todos (o verbo foi substantivado pelo

artigo definido “o”).

O infinitivo pode ser:

pessoal: quando o verbo está relacionado a algum ser específico. Exemplo: Tem alguma coisa para eu fazer? (nesse caso, “eu” é o sujeito do verbo).

impessoal: quando o verbo não está relacionado a um ser específico. O verbo apresenta um sentido genérico, indefinido.

64 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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O infinitivo impessoal pode ser usado:

a) para promover um distanciamento entre quem enuncia e o que é enunciado. É uma abordagem genérica, que não se refere a um sujeito determinado. Isso confere certa neutralidade sobre o que está sendo dito. É a forma verbal usada na divulgação de saberes científicos, notícias, reportagens, etc. Exemplo: Consumir bebida alcoólica prejudica a saúde.

b) quando tiver valor imperativo. Exemplo: Atenção, todo mundo, silenciar!

c) quando for regido por preposição diante de substantivo, adjetivo ou verbo. Exemplos:

Você me desperta o desejo de viver intensamente (complementa o substantivo “desejo”).

Nossa, aquela garota é linda de morrer (intensifica o adjetivo).

Eu a ajudei a superar o fim do namoro (complementa o verbo “ajudar”).

GerúndioGeralmente, transmite a ideia de uma ação que está em andamento. É formado pela junção do

radical + vogal temática + ndo. Para ser bem empregado, o gerúndio precisa estar o mais perto possível do sujeito ao qual ele se refere.

Exemplos:Vi sua irmã caminhando (quem está caminhando é a irmã, portanto a irmã é o sujeito).Caminhando, vi sua irmã (agora, quem caminha é o sujeito elíptico (“Eu”) e não a irmã, que pode estar parada).

O gerúndio pode ser empregado com várias funções:

Gerúndio durativo: uma ação que ainda dura no momento da fala. Exemplo: Estou terminan-do meu trabalho de História.

Gerúndio modal: exerce a função de um advérbio de modo. Exemplo: Juliana entrou perfu-mando o ambiente.

Gerúndio explicativo: Traduz uma ação que explica uma ação seguinte. Exemplo: Perceben-do que ela não falava nada, ele quebrou o silêncio com um beijo.

Os verbos no gerúndio podem, ainda, ter valor condicional, como em “Chovendo, não sairemos de casa neste fim de semana” (se chover, caso chova) ou valor temporal, como em “Eduardo chegando, a festa começa e só termina amanhã” (quando Eduardo chegar).

ParticípioNormalmente transmite a ideia de uma ação verbal que chegou ao fim. Em geral, é formado pela

junção do radical + vogal temática + ado (terminado) ou ido (batido) e possui valor de adjetivo. Exemplo: O trabalho foi terminado.

O particípio pode ser:

Regular: quando é empregado com o auxílio dos verbos “ter” e “haver”. É formado pelo acrés-cimo das desinências -ado e -ido. Exemplo: Ela deve ter terminado a tarefa (o sujeito pratica a ação verbal – ela).

O particípio regular também pode exercer a função de adjetivo acompanhando um substantivo. Exemplo: Quero o brinquedo colorido.

Nesse caso, “colorido” é um adjetivo que qualifica o substantivo “brinquedo”.

Irregular: quando é empregado com o auxílio dos verbos “ser”, “estar” e “ficar”. Não apresen-ta uma desinência específica como o particípio regular, mas diferentes terminações. Exemplo: Este e-mail deve ser impresso pela secretária.

“terminando” é uma ação

que ainda está sendo executada.

“perfumando” é o modo como

ela entrou.

“Percebendo que ela não

falava nada” é o que explica o

beijo.

Ensino Médio | Modular 65

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1. Leia a tirinha a seguir e responda às questões.

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BROWNE, Dik. Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2008. n. 6. p. 12.

a) Qual o efeito construído pelo uso do gerúndio na fala do primeiro balão?

b) Que tipo de gerúndio está sendo usado no primeiro balão? Justifique sua resposta.

c) Ainda no primeiro quadrinho, a garota, no segundo balão, usa o futuro do pretérito do indica-tivo do verbo “ajudar”. Qual a importância desse uso para o final da história?

2. Observe a tirinha e responda às questões que seguem.

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King

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BROWNE, Dik. Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2008. n. 6. p. 57.

66 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Locução verbal Leia a tirinha abaixo:

BROWNE, Dik. Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2008. n. 6. p. 13.

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011

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Vozes do verboA voz do verbo revela a relação que o sujeito mantém com o verbo. As vozes verbais são:

a) ativa: O sujeito pratica a ação expressa pelo verbo.

Exemplo: Fernanda conquistou Bruno. (O sujeito é Fernanda e é ela quem conquista Bruno.)

b) passiva: O sujeito sofre a ação verbal. Há dois tipos de voz passiva:

analítica: locução verbal formada pelos verbos ser, estar e ficar + o particípio do verbo principal.

Exemplo: Fernanda foi conquistada por Bruno.

sintética: utiliza o pronome se (chamado de pronome apassivador) ao lado do verbo em 3a. pessoa.

Exemplo: Procuram-se cães para adoção.

c) reflexiva: é uma mistura da voz ativa com a passiva. O sujeito pratica e recebe a ação verbal.

Exemplo: Fernanda se maquia durante horas todos os dias.

a) Por que o homem da ilha atira flechas em seus possíveis salvadores?

b) Que tipo de particípio está sendo explorado pela tirinha?

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Considere as afirmativas:

I. Se os dois verbos que iniciam a fala, no primeiro balão, fossem substituídos por um único verbo (“tomarei”), o texto deveria ser reescrito assim: Tomarei banho, colocarei a maquiagem e me vestirei para a festa.

II. Se os dois verbos que iniciam a fala, no primeiro balão, fossem substituídos por “tomarei”, o texto não precisaria ser reescrito.

III. No segundo quadrinho, a fala de Helga, “Quando é que você vai começar a se arrumar?”, poderia ser reescrita assim: “Quando é que você começará a se arrumar?”, sem alterar o sentido do texto.

IV. No último quadrinho, há o uso do futuro do subjuntivo (“quando estiver”), marcando uma ação futura da qual o início de outra ação dependerá: Hagar iniciar sua preparação.

V. Considerando a última fala do segundo quadrinho, pode-se inferir que Helga, a mulher, de-mora tanto a se arrumar que Hagar pode começar a se arrumar quando ela estiver colocando a última peça: os brincos.

Em relação às afirmativas acima, pode-se concluir que:

a) as afirmativas I, II, IV e V estão corretas.

b) as afirmativas I e V estão corretas.

c) as afirmativas I, III, IV e V estão corretas.

d) a afirmativa I está correta.

e) as afirmativas II, III, e IV estão corretas.

Você observou que, para descrever uma ação, é possível utilizar dois ou mais verbos. Quando dois ou mais verbos descrevem uma única ação, eles formam uma locução verbal. A locução verbal é formada por um verbo auxiliar (que pode ser conjugado, dependendo da situação) + uma forma nominal (infinitivo, particípio e gerúndio). Os verbos auxiliares mais comuns na formação de locuções verbais são: ser, estar, ir, acabar, andar, continuar, acostumar, deixar de, parar de, precisar, tentar, ter de e vir. Exemplos:

“Irei tomar banho, colocar a maquiagem e me vestir para a festa”.Acabei concordando com a ideia.Ando preocupado com minhas notas. É importante notar que o verbo auxiliar indica o tempo, o modo e as desinências, enquanto o verbo

principal revela a ação.Exemplo: Irei vestir minha roupa para ir à festa.

Irei – verbo auxiliar:

– revela a pessoa do discurso (o sujeito): quem irá? “Eu”, sujeito oculto ou elíptico.

– revela o tempo e o modo: futuro do presente do indicativo.

Vestir – verbo principal no infinitivo:

– indica a ação principal, que é a de se vestir para ir à festa.

É claro que em comunicação tudo depende do contexto. Note o exemplo:Eu paro tranquilo, corro em paz e ando preocupado. Nesse caso, ando preocupado ganha uma ambiguidade proposital bastante interessante. “Ando

preocupado” pode ser tanto uma locução verbal, significando que parado ou correndo o sujeito está preocupado com algo, mas podem, também, ser dois verbos distintos (um no presente do indicativo e outro no particípio) expressando ações distintas, significando que ao andar o sujeito fica preocupado.

Quando a locução verbal é formada pelos verbos auxiliares ter e haver e suas formas conjugadas + o particípio, tem-se um tempo composto.

Exemplo: Tenho estado ocupado ultimamente.

68 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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SCHULZ, Charles M. Snoopy. Feliz dia dos namorados! Porto Alegre: L&PM, 2007. n. 2. p. 56.

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Em relação ao quadrinho do Charlie Brown, é correto afirmar que:

(01) no primeiro quadrinho, Charlie Brown dá sequência a um pensamento que fora iniciado an-tes, mas não aparece no texto.

(02) no primeiro quadrinho, a expressão “por outro lado” revela que Charlie Brown, em um primei-ro momento, pretendia ser um herói ao pegar a bola.

(04) Charlie Brown filosofa se vale a pena ou não pegar a bola e ser o herói da partida.

(08) Charlie Brown, ao longo do quadrinho, utiliza diversos argumentos para justificar que um jogo de baseball não é, assim, tão importante.

(16) As reflexões de Charlie Brown duram o tempo de queda da bola.

Somatório:

Nem todos os verbos podem ser conjugados regularmente (sem alteração no radical), em todos os tempos e modos. Por exemplo, no quadrinho do Charlie Brown, há essa frase:

“O garoto que rebateu não quer ser o vilão”.

O verbo “rebater” é regular: pode ser conjugado em todos os tempos e modos sem ter seu radical BAT alterado. Já o verbo “ser”, utilizado pelo Charlie Brown, apresenta uma série de irregularidades e anomalias em seu radical (sou, é, fui, será, etc.) nas conjugações. Assim, os verbos se classificam quanto à flexão e podem ser regulares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes.

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69Ensino Médio | Modular

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Utilizando os conceitos que você aprendeu, avalie os verbos abaixo e escreva R para regular e I para irregular:

( ) ter ( ) haver( ) arrepender( ) saber( ) trazer( ) poder( ) trabalhar( ) querer

( ) dizer( ) cobrar( ) ler( ) sofrer( ) dar( ) vibrar( ) fazer( ) ver

Verbos regularesSão aqueles verbos que, conjugados no presente, no imperfeito e no futuro do indicativo não

revelam alterações em seu radical, nem em sua conjugação regular.Os verbos terminados em iar são regulares: noticiar, denunciar, maquiar, variar, negociar, etc.

Exemplo: eu noticio, tu noticias, ele noticia, nós noticiamos, vós noticiais, eles noticiam.Repare que não há alteração no radical, na desinência nem na conjugação regular, portanto são

verbos regulares.

Cuidado com os verbos do Mário!!! Eles são irregulares em sua conjugação:Mediar: Eu medeio (e não eu medio, como seria na forma regular).Ansiar: Eu anseio (e não eu ansio, como seria na forma regular).Remediar: Eu remedeio (e não eu remedio, como seria na forma regular).Incendiar: Eu incendeio (e não eu incendio, como seria na forma regular).Odiar: Eu odeio (e não eu odio, como seria na forma regular).

Também são regulares os verbos terminados em ear (estrear, vadear, recear, etc.).Cuidado! Para a norma-padrão, não existe verbo terminado em eiar. Essa informação é útil

para responder a algumas dúvidas:

a) recear ou receiar? Com certeza, recear.

b) frear ou freiar? Com certeza, frear.

Verbos irregularesSão os verbos que, durante sua flexão, sofrem alteração no radical ou na desinência, afastando-se

do modelo regular de conjugação. Por exemplo:O uniforme cabe perfeitamente para todo o time.Ela coube no banco de trás do fusca, que já tinha seis passageiros.Eu caibo dentro daquela caixa.Observe que no verbo “caber”, o radical é CAB, mas durante a conjugação do verbo no presente

do indicativo, por exemplo, há alteração desse radical: eu caibo. No pretérito perfeito do indicativo, ocorre a mesma coisa: eu coube.

Para saber se um verbo é regular ou irregular, basta conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito do indicativo. Se o radical ou a desinência apresentarem alterações do que é habitual, o verbo é irregular.

70 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Verbos anômalosA palavra “anômalo” remete à “anomalia”, ou seja, aquilo que não é normal. São os verbos que,

durante a conjugação, sofrem alterações mais profundas, chegando a apresentar mais de um radical. Como tal fato não é normal na língua portuguesa, o verbo é classificado como anômalo. É o caso dos verbos ir e ser:

Ir: eu vou, tu vais, ele vai, nós vamos, vós ides, eles vão.Ser: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são. Repare que só no presente do indicativo os verbos ir e ser apresentam mais de um radical.

Verbos defectivosA palavra “defectivo” remete a “defeito”. São os verbos que apresentam “defeito” na conjugação,

não apresentando todos os tempos e modos e todas as pessoas ao serem flexionados. Por exemplo, o verbo “colorir” não apresenta a 1.a pessoa do presente do indicativo, portanto, a gramática normativa não prevê a existência de construções como: Eu coloro meus desenhos. Na falta dessa pessoa verbal, é possível substituir o verbo defectivo por um sinônimo, no caso, “pintar”: Eu pinto meus desenhos.

Outros exemplos de verbos defectivos são:

Verbos Irregularidades Portanto...

Abolir, banir Não apresentam a primeira pessoa do presente do indicativo, nem todas as do presente do subjuntivo.

Portanto, estão inadequadas as formas verbais em destaque: eu não abulo nada, e nunca bano ninguém da minha vida.

Adequar No presente do indicativo (nós adequamos, vós adequais), no presente do subjuntivo (que nós adequemos, que vós adequeis), no imperativo afirmativo – (adequemos nós, adequai vós) e negativo (não adequemos nós, não adequeis vós) apresenta apenas a primeira e a segunda pessoa do plural.

Portanto, estão inadequadas as formas verbais em destaque: eu não adéquo e nem adeqúo nada, mas isso não significa que eu seja uma pessoa inadequada.

Colorir, explodir, demolir, extorquir Não apresentam a primeira pessoa do presente do indicativo e nem o presente do subjuntivo. Apresentam somente a segunda pessoa do singular e do plural do imperativo afirmativo: colore tu, colori vós; explode tu, explodi vós; demole tu, demoli vós; extorque tu, extorqui vós. Não apresentam o impera-tivo negativo.

Portanto, estão inadequadas as formas verbais em destaque: eu não coloro nada, mesmo que a minha vida esteja em preto e branco. Não explodo e nem ex-pludo nunca, mesmo que eu esteja com muita raiva. Não demolo, nem demulo coisa alguma, nem que eu bata com mar-reta, e não extorquo ou extorco nada, até porque extorsão é crime.

Falir, precaver, reaver No presente do indicativo apresentam ape-nas a primeira e a segunda pessoa do plural: nós falimos, vós falis; nós precavemos, vós precaveis; nós reavemos, vós reaveis. Apre-sentam somente a segunda pessoa do plural do imperativo afirmativo: fali vós; precavei vós; reavei vós. Não apresentam o presente do subjuntivo, nem imperativo negativo.

Portanto, estão inadequadas as formas verbais em destaque: eu não falo, a não ser que queira dizer alguma coisa. Não precavo, mas isso não significa que eu não possa ser normativamente precavido. E também não reavo aquilo que eu perco. Mas nem tudo está perdido.

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Ensino Médio | Modular 71

LÍNGUA PORTUGUESA

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Os verbos defectivos, embora apresentem restrições de conjugações em pessoas, tempos e modos, podem fazer parte de locuções verbais com formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio), recebendo conjugação regular: Eu vou abolir, eu estou abolindo; Eu tinha adequado; Eu vou colorir, eu estou colorindo; Eu estou me precavendo, eu vou me precaver, etc.

1. (UFAL)A língua, em sua infinitude, em sua heterogeneidade e em seu constante processo de mudança, é, no fundo,

incontornável. Isto é, não dispomos de meios para cercá-la, para riscar um traço ao seu redor, para desenhar uma linha que a contenha.

Claro, a nossa cultura linguística tradicional tem enormes dificuldades para conviver com essas características da língua. Diante do infinito, do heterogêneo e do sempre mutante, muitas pessoas clamam por regras categóricas.

Surgem, então, aqueles que se arrogam o direito de ditar tais regras. Como não há um papa ou um supre-mo tribunal federal linguístico, alguns se acham no direito de assumir o papel de autoridade: inventam regras e proibições, condenam usos normais e ficam execrando e humilhando os falantes. E, pior, nunca admitem contestação.

Infelizmente, esse autoritarismo gramatical, essas atitudes autocráticas têm grande prestígio na nossa sociedade, em especial entre alguns dos nossos intelectuais. No entanto, um dos efeitos desse autoritarismo linguístico tem sido justamente bloquear o amplo acesso social a um bom domínio da língua. Inibe e constrange. De um lado, porque instaura uma insegurança nos falantes. De outro, porque se aproxima dos fatos da língua sempre de modo fragmentário (arrolam picuinhas sobre picuinhas – alguns chegam até a ultrapassar a casa do milhar), sem nunca oferecer uma perspectiva de conjunto da nossa realidade linguística, em particular da norma culta/comum/standard.

Se não dispomos de uma autoridade suprema em matéria de língua, como podemos dirimir dúvidas ou arbitrar polêmicas? Não temos alternativa, a não ser observar criteriosa e sistematicamente os usos. No caso da norma culta/comum/standard, os bons dicionários e as boas gramáticas devem registrar e consolidar os usos observados. Não cabe a eles criar regras, mas – observando os usos – cabe a eles descrever e consolidar os fatos dessa norma.

FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira. Desatando alguns nós. São Paulo: Parábola, 2008, p.104-105. Adaptado.

A análise de algumas formas verbais utilizadas no texto nos permite afirmar corretamente que:

a) o trecho destacado em: “não dispomos de meios [...] para desenhar uma linha que a contenha.” poderia estar no imperfeito do subjuntivo; neste caso, a forma verbal correta seria “que acon-tesse”.

b) por meio da forma verbal destacada no trecho: “os bons dicionários e as boas gramáticas devem registrar e consolidar os usos observados” o autor faz uma recomendação.

c) no trecho: “No entanto, um dos efeitos desse autoritarismo linguístico tem sido justamente bloquear o amplo acesso social a um bom domínio da língua.”, a forma verbal destacada indica voz passiva.

d) a forma verbal utilizada no trecho: “Se não dispomos de uma autoridade suprema em matéria de língua, [...]” indica possibilidade futura.

e) no trecho: “Surgem, então, aqueles que se arrogam o direito de ditar tais regras.”, a opção pelo presente do indicativo revela que o autor está supondo que um fato poderia ocorrer.

2. (UNIFOR – CE)

ainda não foram resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrência (sob um bom marco regulatório) promove o interesse da sociedade e que o monopólio só é bom para quem o detém. Não fora

Veja, 07/03/2007

72 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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Assinale a alternativa que reescreve, com correção gramatical, os períodos: “Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medicina no Brasil”. “É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras”.

a) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito e medicina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os enguiços entre diplomas e carreiras.

b) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de direito e medicina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os enguiços entre diplomas e carreiras.

c) Faz quase dois séculos que se fundaria escolas de direito e medicina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os enguiços entre diplomas e carreiras.

d) Faz quase dois séculos que se fundara escolas de direito e medicina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não se resolvera os enguiços entre diplomas e carreiras.

e) Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de direito e medicina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os enguiços entre diplomas e carreiras.

3. (UFPR) Considere as seguintes formas verbais:

1. havia recebido 2. tinha recebido 3. estava recebendo 4. iria estar recebendo

Na frase “Todas as notícias daquele dia foram redigidas a partir dos documentos que a direção do jornal recebera do ministério público”, a forma verbal grifada pode ser substituída, mantendo-se a relação de sentido temporal e sem prejuízo à obediência à língua culta, por:

a) 4 apenas. b) 1, 2 e 3 apenas.

c) 3 e 4 apenas. d) 1 e 4 apenas.

e) 1 e 2 apenas.

4. (EMESCAM – ES) A forma verbal sublinhada só está adequada na opção:

a) Se eu reavesse todo o dinheiro que perdi na bolsa de valores, estaria hoje com mais de um mi-lhão de reais.

b) Se nós dispormos, até o final do ano, de algum dinheiro extra, compraremos um carro novo.

c) Para evitar aborrecimentos, eu não intervi na discussão sobre futebol.

d) Se nós revirmos os nossos planos para o próximo ano, estaremos sendo precavidos.

e) Por favor, se você prever alguma oportunidade de emprego, avise-me.

5. (UNIR – RO)

“Quando você o _________, __________-lhe que assim que __________ falarei com ele.”

A alternativa que preenche corretamente a lacuna é:

a) Vir, diga, puder.

b) Vir, diz, poder.

c) Ver, diga, puder.

d) Ver, diz, poder.

e) Vir, dizei, puder.

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73Ensino Médio | Modular

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Verbos abundantesSão os verbos que apresentam duas ou mais formas equivalentes no particípio. O particípio regular

é o que apresenta as terminações -ado (para verbos de 1.a conjugação) e -ido (para verbos de 2.a e 3.a conjugações). Já o particípio irregular é originário do latim e passou a ser aplicado, em alguns casos, como adjetivo. A seguir, uma relação dos verbos abundantes mais comuns:

Primeira conjugaçãoInfinitivo Particípio regular Particípio irregular

aceitar aceitado aceito/aceite

entregar entregado entregue

enxugar enxugado enxuto

expressar expressado expresso

expulsar expulsado expulso

findar findado findo

isentar isentado isento

matar matado morto

salvar salvado salvo

soltar soltado solto

vagar vagado vago

Segunda conjugaçãoInfinitivo Particípio regular Particípio irregular

acender acendido aceso

benzer benzido bento

eleger elegido eleito

envolver envolvido envolto

nascer nascido nato

prender prendido preso

suspender suspendido suspenso

Terceira conjugaçãoInfinitivo Particípio regular Particípio irregular

emergir emergido emerso

excluir excluído excluso

exprimir exprimido expresso

extinguir extinguido extinto

frigir frigido frito

imergir imergido imerso

imprimir imprimido impresso

incluir incluído incluso

inserir inserido inserto

omitir omitido omisso

submergir submergido submerso

tingir tingido tinto

Atenção!

Há particípios que, embora abundantes, ao longo do tempo, ganharam a predileção dos falantes em sua forma irregular:

ganhar: ganho gastar: gasto pagar: pago

dizer: dito escrever: escrito fazer: feito

ver: visto pôr: posto abrir: aberto

cobrir: coberto vir: vindo

74 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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1. Leia a tirinha abaixo:

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011

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Ipre

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BROWNE, Dik. Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2008. n. 3. p. 132.

a) Quando Hérnia faz a pergunta, no primeiro quadrinho, o que ela quer saber?

b) A resposta dada pelo garoto está gramaticalmente correta? Justifique sua resposta.

c) O que o último quadrinho revela em relação aos sentimentos de Hérnia pelo garoto?

2. Assinale qual das frases abaixo está de acordo com a gramática normativa, em relação à conjuga-ção verbal.

a) Se você continuar me provocando desse jeito, eu explodo!

b) Ou fazem o muro da forma correta ou eu o demulo.

c) Todos os dias eu carpo meu jardim.

d) Ele reouve o dinheiro que havia perdido.

e) Eu coloro meus quadros à moda francesa.

3. Complete as frases com os verbos entre parênteses, respeitando o tempo e o modo verbal que o sentido da frase exigir.

a) Quando eu um advogado, eu atuarei gratuitamente para as pessoas humildes injus-tiçadas (ser).

b) Se eu de algum emprego, eu te aviso (saber).

c) Talvez eu meus trabalhos ainda hoje para poder sair no sábado (terminar).

d) Ontem eu para você, mas você não me atendeu (ligar).

e) Ontem eu para você, mas você nem notava (olhar).

f) Achei que ele tivesse a conta de telefone (pagar).

g) Esse novo dado foi no processo (inserir).

h) Se você fosse mais romântico, eu lhe (beijar).

i) Se eu fosse mais paciente, eu não me (apavorar).

j) Quando eu for à praia, eu toda a minha família (levar).

k) Assim que eu acordar, eu para você (ligar).

Ensino Médio | Modular 75

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4. Leia a tirinha abaixo:

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SCHULZ, Charles M. Snoopy. Feliz dia dos namorados! Porto Alegre: L&PM, 2007. n. 2. p. 57.

Em relação à tirinha, é correto afirmar que:

(01) no primeiro quadrinho, a menina pigarreia para limpar a voz para a leitura.

(02) a professora não se dirige à aluna em nenhum momento.

(04) a professora corrige a garota, pois ela errou a conjugação do verbo “arrastar”.

(08) a professora corrige a garota pela escolha do verbo usado na redação, por isso no último qua-drinho a garota troca a forma verbal.

(16) no segundo quadrinho, fica evidente que a garota não gostou do concerto.

Somatório:

5. Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

O jeito de cada triboJá se foi o tempo do roqueiro que só se vestia de preto e do gótico que não ouvia reggae. As tribos urbanas

ainda estão aí, mas os jovens transitam sem problemas entre elas. “É como se surfassem umas nas outras”, diz a psicóloga e pesquisadora de moda Cristiane Mesquita. “Eles se apropriam de elementos estéticos de algumas tribos, mas são raros os que seguem seus códigos a fundo”. Uma tribo urbana é uma espécie de pacote de gosto musical, ídolos, roupas e acessórios. É uma forma de sinalizar aos outros o que se é – ou não é nada disso. Pode ser simplesmente a expressão sem compromisso da preferência momentânea por uma moda ou por um artista pop. Quando saem para a balada, muitos jovens se vestem de acordo com a ocasião. A roqueira que usa roupa de couro durante seis dias da semana pode renascer clubber para uma festa a caráter no sábado.

Disponível em: <http://veja.abril.com.br/especiais/jovens_2003/p_048.html>. Acesso em: 12 nov. 2010.

a) Qual é a tese do texto?

b) Quais os tempos e modos verbais utilizados no primeiro período do texto e qual a intenção desses usos?

c) “‘É como se surfassem umas nas outras’, diz a psicóloga e pesquisadora de moda Cristiane Mesquita”. Qual o tempo e o modo verbais empregados na frase da psicóloga? Que efeito de sentido esse emprego provoca na fala da pesquisadora?

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d) “‘Eles se apropriam de elementos estéticos de algumas tribos, mas são raros os que seguem seus códigos a fundo’. Uma tribo urbana é uma espécie de pacote de gosto musical, ídolos, roupas e acessórios”. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.

e) “A roqueira que usa roupa de couro durante seis dias da semana pode renascer clubber para uma festa a caráter no sábado”. Qual a locução verbal presente nesse trecho e qual a ideia que ela transmite?

6. (UEA – AM) Os barcos, a correria na praia quando o rio secava, os passeios até o Careiro, no outro lado do rio Negro, de

onde voltavam com cestas cheias de frutas e peixes. Ele e o irmão entravam correndo na casa, ziguezagueavam pelo quintal, caçavam calangos com uma baladeira. Quando chovia, os dois trepavam na seringueira do quintal da casa, e o Caçula trepava mais alto, se arriscava, mangava do irmão, que se equilibrava no meio da árvore, escondido na folhagem, agarrado ao galho mais grosso, tremendo de medo, temendo perder o equilíbrio. A voz de Omar, o Caçula: “Daqui de cima eu posso enxergar tudo, sobe, sobe”. Yaqub não se mexia, nem olhava para o alto: descia com gestos meticulosos e esperava o irmão, sempre o esperava, não gostava de ser repreendido sozinho. Detestava os ralhos de Zana, quando fugiam nas manhãs de chuva torrencial e o Caçula, só de calção, enlameado, se atirava no igarapé, perto do presídio. Eles viam as mãos e as silhuetas dos detentos, e ele ouvia o irmão xingar e vaiar, sem saber quem eram os insultados: se os detentos ou os curumins que ajudavam as mães, tias ou avós a retirar as roupas de um trançado de fios nas estacas das palafitas.

Não, fôlego ele não tinha para acompanhar o irmão. Nem coragem. Sentia raiva de si próprio e do outro, quando via o braço do Caçula enroscado no pescoço de um curumim do cortiço que havia nos fundos da casa. Sentia raiva da sua impotência e tremia de medo, acovardado, ao ver o Caçula desafiar três ou quatro moleques parrudos, aguentar o cerco e os socos deles e revidar com fúrias e palavrões. Yaqub se escondia, mas não deixa-va de admirar a coragem de Omar. Queria brigar como ele, sentir o rosto inchado, o gosto de sangue na boca, a ardência no lábio estriado, na testa e na cabeça cheia de calombos; queria correr descalço, sem medo de queimar os pés nas ruas de macadame aquecidas pelo sol forte da tarde, e saltar para pegar a linha ou a rabiola de um papagaio que planava lentamente, em círculos, solto no espaço. O Caçula tomava impulso, pulava, rodopiava no ar como um acrobata e caía de pé, soltando um grito de guerra e mostrando as mãos estriadas. Yaqub recuava ao ver as mãos do irmão cheias de sangue, cortadas pelo vidro do cerol.

(Milton Hatoum, Dois irmãos.)

Indique a alternativa que apresenta, respectivamente, o tempo verbal mais utilizado pelo narrador no fragmento de Dois irmãos e a ideia básica que expressa:

a) Pretérito imperfeito do indicativo; habitualidade.

b) Pretérito perfeito do indicativo; casualidade.

c) Pretérito imperfeito do indicativo; incerteza.

d) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo; casualidade.

e) Pretérito imperfeito do subjuntivo; habitualidade.

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7. (UFPE)

Vida digitalDentre as muitas coisas intrigantes, poucas há tão misteriosas quanto o tempo. A ironia é que mal nos damos

conta disso. Estando desde o nascimento submetidos a uma mesma noção de tempo, aceita por todos à nossa volta, tendemos a achar que ela é a única que corresponde à realidade. Causa um grande choque saber que outras culturas têm formas diferentes de perceber o tempo e de representar o curso da história. Ainda assim, acreditamos que elas estão erradas e nós, certos. Ledo engano.

Historicamente, o tempo foi percebido de formas diferentes. Os gregos antigos tinham uma noção cíclica do tempo. Para eles, o tempo se iniciava com as prodigiosas eras de ouro e dos deuses, declinando depois, até chegar à crise final com a fraqueza e penúria da era dos homens, quando, então, se reiniciava o ciclo. Para os romanos, o tempo se enfraquecia na medida em que se afastava do mais sagrado dos eventos: a fundação de Roma. Na Idade Média, prevalecia o tempo recursivo, pelo qual os cristãos acreditavam percorrer uma via penitencial, desde a expulsão do Jardim do Éden até o retorno ao Paraíso.

Foi só com a consolidação do capitalismo, a partir do Renascimento, que passou a prevalecer uma noção de tempo quantitativo, dividido em unidades idênticas e vazias de qualquer conteúdo mítico, cujo símbolo máximo foi o relógio mecânico, com seu incansável tic-tac. Essa foi também a época em que a ciência e a técnica se tornaram preponderantes. Nesse contexto, o maior dos cientistas modernos, Sir. Isaac Newton, formalizou o conceito de tempo como sendo absoluto. Como pertencemos a esse tempo moderno, é ele que apreendemos, em casa, na escola e nos relógios ao redor. E achamos, como Newton, que ele é o único verdadeiro!

Mas o mundo moderno foi-se complicando, e esse conceito fixo e fechado se tornou cada vez menos satis-fatório. De fato, o amplo conhecimento de outras culturas e as grandes transformações científicas forçaram a admitir que cada povo cria as noções de tempo que correspondam às suas formas e necessidades de vida.

O que é claro, no caso da cultura moderna, é que nossa percepção de tempo ficou coligada ao desenvol-vimento tecnológico. Assim, dos moinhos de vento às caravelas, às ferrovias, aos veículos automotores, aos transatlânticos, aos aviões, ao cinema, ao rádio, e à tevê, sentimos um efeito de aceleração permanente. O último e mais dramático episódio nesta saga da aceleração foi assinalado pela Revolução da microeletrônica, a partir dos anos 70. Num repente, fomos invadidos por inúmeros prodígios técnicos: fax, bips, PCs, celulares, TVs a cabo, modems, e-mail... O aparato digital entrava em cena, em toda a sua multiplicidade de recursos.

Tudo parece convergir para tornar as comunicações mais rápidas, o trabalho mais produtivo, a vida mais fácil e para configurar uma nova concepção de tempo: um tempo extremamente célere, controlado, agora, pelo homem e suas tecnologias digitais.

(Nicolau Sevcenko. IstoÉ, Edição especial. Vida digital, 1999. Adaptado).

Analise o fragmento com que se inicia o texto: “Dentre as muitas coisas intrigantes, poucas há tão misteriosas quanto o tempo”. Acerca de sua composição sintática, podemos afirmar o que segue.

a) O verbo haver, nesse caso, é impessoal; a norma é, no sentido aqui atualizado, usá-lo sempre como impessoal.

b) A impessoalidade do verbo haver não se mantém quando se trata de uma locução verbal; por-tanto, a norma seria dizer-se: “Devem haver muitas coisas intrigantes”.

c) No português do Brasil, é comum o uso do verbo ‘ter’ em lugar do verbo haver; por exemplo: “Tem muitas coisas misteriosas no mundo.”

d) O verbo existir também é de uso muito frequente, nesse contexto; sua concordância com o su-jeito segue a norma-padrão prescrita na gramática.

e) Vê-se, por vezes, alguém dizer ou escrever: Houveram coisas misteriosas. Essa concordância é aceita pela norma-padrão, por tratar-se de uma exceção: o verbo principia o enunciado.

8. (UNIT – SE) O linguista americano Noam Chomsky sustenta que a linguagem depende apenas de regras universais in-

crustadas no cérebro, que não guardam relação nenhuma com as atividades pelas quais nos comunicamos: falar, ouvir, gesticular. Depois de quatro décadas de hegemonia, sua abordagem abstrata está cedendo lugar a outra, naturalista. A evolução da linguagem, tema que Chomsky havia banido, é hoje uma efervescente área de estudos.

78 A palavra em ação: o estudo dos verbos e dos pronomes

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O uso da linguagem é uma das características especiais dos seres humanos. Há dois caminhos para explicá-la na biologia, pois se sabe hoje que o genoma humano é 98% igual ao dos chimpanzés. Uma alternativa é buscar a explicação para a existência da linguagem nos 2% restantes. A outra é considerar que, para serem criados, os poemas homéricos e as peças de Shakespeare dependeram tanto daquilo que é exclusivo do homem quanto daquilo que compartilhamos com outros animais. Esse é o caminho adotado por cientistas como Sue Savage- -Rumbaugh – que ganhou notoriedade ensinando macacos a produzir e a compreender alguns aspectos da lin-guagem – e Philip Lieberman.

Uma das experiências de Lieberman, no campo da neurologia e da fisiologia, ou seja, das estruturas corpo-rais ligadas ao fenômeno da linguagem, o levou ao Monte Everest, para observar como os danos temporários causados pela falta de oxigênio a uma das estruturas cerebrais (o gânglio de base, responsável por sequenciar movimentos) afetavam a fala. A bateria de testes em alpinistas comprovou que a fala piorava à medida que o ar se tornava mais rarefeito, bem como diminuía o domínio da sintaxe. Em outras palavras, a linguagem humana tem raízes numa estrutura que compartilhamos com as criaturas mais primitivas. Trabalhos recentes do autor ajudam a desfazer a ideia de que a capacidade de concatenar palavras depende de um compartimento milagroso em nossas mentes. Até mesmo o conceito de que as estruturas da linguagem estão concentradas no hemisfério esquerdo do cérebro já não se sustenta. Elas estão em toda parte.

Mais incipiente do que a compreensão geral da linguagem no cérebro é a tentativa de entender nosso hábito de criar poemas e histórias. Já existem alguns esboços. O pesquisador David Miall, do Canadá, desenvolveu um programa de computador que analisa variações métricas e fonéticas em obras literárias.

Comparou depois esses padrões com a fala de uma mãe ao seu bebê e descobriu que ela repetia, de maneira um tanto exagerada, os mesmos ritmos encontrados na grande arte. Como a fala da mãe também transmite emoções, circuitos que relacionam a literatura à experiência emocional poderiam começar a se formar ali.

(Adaptado de Carlos Graieb. Veja. 26 de setembro de 2007, p. 104-105).

...circuitos que relacionam a literatura à experiência emocional poderiam começar a se formar ali. A forma verbal grifada acima assinala, no contexto,

a) dúvida concreta.

d) condição real.

b) hipótese provável.

e) tempo indeterminado.

c) certeza absoluta.

La Nuova GioventúLegião Urbana

Composição: Renato Russo

Tudo que sei É que você quis partir Eu quis partir você Tirar você de mim Demorei para esquecer Demorei para encontrar Um lugar onde você não me machu-casse mais E aguardei um pouco

Por que o tempo é mercúrio cromo E tempo é tudo que somos Talvez tivéssemos, teríamos tido, tivéramos filhos Estava lhe ensinando a ler On the road E coisas desiguais Com você por perto Eu gostava mais de mim

1. Qual é o tema do texto?

2. No primeiro verso, o “eu lírico” manifesta ter, hoje, consciência de tudo o que se passou. De que forma essa consciência é expressa?

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3. O segundo e o terceiro versos fazem usos diferentes do verbo partir. Que sentidos podem ser cons-truídos por esses diferentes usos?

4. Analisando toda a letra da música, qual seria esse “um lugar onde você não me machucasse mais”.

5. Que sentidos podem ser inferidos pela expressão: “Por que o tempo é mercúrio cromo” ?

6. Que sentidos podem ser inferidos da expressão: “E tempo é tudo que somos” ?

7. Considere o trecho:

“Talvez tivéssemos, teríamos tido, tivéramos filhosEstava lhe ensinando a ler”

O trecho acima faz uso de diferentes tempos e modos verbais com o objetivo de construir determi-nados sentidos. Sobre as possibilidades de construção de sentidos pela leitura das combinações verbais acima, pode-se afirmar que:

I. o pretérito imperfeito do modo subjuntivo, usado no início, levanta a hipótese de que o "eu lírico" e a pessoa a quem ele se dirige poderiam ter concebido filhos no passado.

II. ainda no primeiro verso, há uma locução verbal formada por um verbo no futuro do pretérito do indicativo e o verbo ter no particípio regular. Essa construção remete à ação hipotética de que no futuro, se o “eu lírico” e a pessoa a quem ele se refere ficassem juntos, também poderiam ter filhos.

III. o pretérito mais-que-perfeito do indicativo, utilizado no segundo verso, remete a ação refle-xiva de que o casal poderia ter concebido filhos em um passado ainda mais distante.

IV. por fim, o trecho encerra com o pretérito imperfeito do indicativo, revelando que as hi-póteses levantadas até então não foram consumadas, já que a ação de ensinar a ler não ocorreu, simplesmente porque o casal não teve filhos.

Está correto o que se afirma em:

a) I. b) I e IV. c) II e III. d) I, II, III e IV. e) III e IV.

8. Em relação aos dois últimos versos da música, pode-se afirmar que:

a) o uso do pretérito imperfeito do indicativo confere a ação um efeito de algo acabado: O “eu lírico” gosta de si mesmo.

b) o uso do pretérito imperfeito do indicativo revela que o “eu lírico” poderia gostar mais dele, se a pessoa a quem ele se dirige continuasse por perto.

c) o uso do pretérito perfeito do indicativo revela que o “eu lírico” já superou a perda da pessoa amada.

d) o uso do pretérito perfeito do indicativo revela que o “eu lírico” ainda não superou a perda da pessoa amada.

e) o uso do pretérito imperfeito do subjuntivo revela uma hipótese: a de que o “eu lírico” gostaria mais da pessoa amada se ela estivesse por perto.

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