a contabilidade e a relaÇÃo com a matemÁtica...

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A CONTABILIDADE E A RELAÇÃO COM A MATEMÁTICA EduCont como ferramenta na quebra do paradigma Renata Barth Machado 1 Letícia Schmitt Rocha 2 Karine Rhoden Veiga 3 RESUMO: É comum ouvir as pessoas associarem a Contabilidade como uma ciência da qual é puramente matemática. Muitas vezes, os próprios acadêmicos ingressam em tal curso por acreditarem que esta tem como base cálculos matemáticos, o que por muitas vezes acaba gerando frustrações tempo depois. Sabe-se, que ambas possuem uma ligação que vem desde o surgimento das mesmas, porém há uma grande distinção de uma para a outra. A matemática está sim muito relacionada com a contabilidade, pois para se obter o resultado das contas contábeis é necessário que haja alguns cálculos matemáticos. Mas, ao contrário do que muitos acreditam, não envolve só a matemática. Entre elas existe uma série de outros detalhes necessários na contabilidade, que vão desde a legislação até a própria interpretação dos fatos, ou seja, muita leitura. Este artigo visa trabalhar para que haja um melhor entendimento da relação e do contraste destas ciências. Mostrando ainda, como é a estrutura da contabilidade, para que se possa ter uma visão mais clara de que esta é uma ciência tão complexa que abrange muitas outras áreas. Tendo em vista a quebra deste paradigma que perdura há muito tempo. Para isso, é trazido como solução para este debate o EduCont, um projeto que visa trabalhar nas escolas de educação básica temas sobre a contabilidade. PALAVRAS-CHAVE: Pré-história. Contabilidade. Influência da Matemática. Paradigma. Estrutura da Contabilidade. EduCont. 1 INTRODUÇÃO Este artigo foi desenvolvido baseado no questionamento sobre qual é a dominação da matemática sobre a contabilidade. Desde a sua história até o próprio fato do porquê o ingressante escolheu o curso de Ciências Contábeis. Busca-se descobrir se a matemática é a grande influência e se após ingressar no curso a opinião segue a mesma. Outro questionamento importante é que, muitas pessoas deixam de fazer o curso, justamente por acreditarem que a ciência contábil é puramente matemática. É comum falar sobre diversas profissões no cotidiano das pessoas, e ao analisar é constatado que raramente a profissão contábil é uma das mais faladas. Isso se deve ao fato de ser uma área a qual vem ganhando espaço no mercado mais recentemente. Neste estudo, ao ser explorado através da opinião das pessoas, verifica-se que muitos sabem o que faz um profissional formado em uma determinada engenharia, por exemplo, porém poucos são aqueles que sabem o que um contador faz. E aqueles que têm uma noção é porque existe alguém dentro da família ou próximo que é da área, ou ainda por já ter tido uma experiência no ramo. 1 Professora de Matemática da URI São Luiz Gonzaga, Mestre em Ensino Científico e Tecnológico do PPGEnCT da Universidade Regional do Alto Uruguai e das Missões URI, Santo Ângelo, RS, Brasil. E-mail: [email protected] 2 Acadêmica do curso de Ciências Contábeis da URI São Luiz Gonzaga. Email: [email protected] 3 Acadêmica do curso de Ciências Contábeis da URI São Luiz Gonzaga. Email: [email protected]

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A CONTABILIDADE E A RELAÇÃO COM A MATEMÁTICA – EduCont como

ferramenta na quebra do paradigma

Renata Barth Machado1

Letícia Schmitt Rocha2

Karine Rhoden Veiga 3

RESUMO: É comum ouvir as pessoas associarem a Contabilidade como uma ciência da qual é

puramente matemática. Muitas vezes, os próprios acadêmicos ingressam em tal curso por

acreditarem que esta tem como base cálculos matemáticos, o que por muitas vezes acaba gerando

frustrações tempo depois. Sabe-se, que ambas possuem uma ligação que vem desde o surgimento

das mesmas, porém há uma grande distinção de uma para a outra. A matemática está sim muito

relacionada com a contabilidade, pois para se obter o resultado das contas contábeis é necessário

que haja alguns cálculos matemáticos. Mas, ao contrário do que muitos acreditam, não envolve só a

matemática. Entre elas existe uma série de outros detalhes necessários na contabilidade, que vão

desde a legislação até a própria interpretação dos fatos, ou seja, muita leitura. Este artigo visa

trabalhar para que haja um melhor entendimento da relação e do contraste destas ciências.

Mostrando ainda, como é a estrutura da contabilidade, para que se possa ter uma visão mais clara de

que esta é uma ciência tão complexa que abrange muitas outras áreas. Tendo em vista a quebra

deste paradigma que perdura há muito tempo. Para isso, é trazido como solução para este debate o

EduCont, um projeto que visa trabalhar nas escolas de educação básica temas sobre a contabilidade.

PALAVRAS-CHAVE: Pré-história. Contabilidade. Influência da Matemática. Paradigma.

Estrutura da Contabilidade. EduCont.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo foi desenvolvido baseado no questionamento sobre qual é a dominação da

matemática sobre a contabilidade. Desde a sua história até o próprio fato do porquê o ingressante

escolheu o curso de Ciências Contábeis. Busca-se descobrir se a matemática é a grande influência e

se após ingressar no curso a opinião segue a mesma. Outro questionamento importante é que,

muitas pessoas deixam de fazer o curso, justamente por acreditarem que a ciência contábil é

puramente matemática.

É comum falar sobre diversas profissões no cotidiano das pessoas, e ao analisar é

constatado que raramente a profissão contábil é uma das mais faladas. Isso se deve ao fato de ser

uma área a qual vem ganhando espaço no mercado mais recentemente. Neste estudo, ao ser

explorado através da opinião das pessoas, verifica-se que muitos sabem o que faz um profissional

formado em uma determinada engenharia, por exemplo, porém poucos são aqueles que sabem o que

um contador faz. E aqueles que têm uma noção é porque existe alguém dentro da família ou

próximo que é da área, ou ainda por já ter tido uma experiência no ramo.

1 Professora de Matemática da URI São Luiz Gonzaga, Mestre em Ensino Científico e Tecnológico do PPGEnCT da

Universidade Regional do Alto Uruguai e das Missões – URI, Santo Ângelo, RS, Brasil. E-mail: [email protected] 2 Acadêmica do curso de Ciências Contábeis da URI São Luiz Gonzaga. Email: [email protected] 3 Acadêmica do curso de Ciências Contábeis da URI São Luiz Gonzaga. Email: [email protected]

O presente artigo verifica, ainda, qual o grau de envolvimento de ambas as ciências. Visto

que, teve sua origem resultante na pré-história e que as duas têm seu envolvimento devido ao fato

da necessidade que os pastores exerciam de controlar o número de rebanhos que possuíam.

Apresentando como forma de quebra de paradigma o EduCont – Educação Contábil nas escolas.

2 SURGIMENTO DAS CIÊNCIAS

As primeiras manifestações de uso das ciências da matemática e contabilidade são muito

antigas, vêm desde as primeiras civilizações. Registros históricos apontam que ambas surgiram de

uma necessidade comum, contar os seus bens. Há ainda, aqueles que defendem a ideia de que a

matemática surgiu através da contabilidade.

A ligação destas ciências vem desde os primórdios da existência humana e até hoje são

confundidas, sendo postas como se contabilidade fosse matemática. É fato que a criação de uma

tem relação com a outra, porém, com o passar dos séculos e o aperfeiçoamento destas, tornaram-se

concepções completamente distintas. Entretanto, é comum as pessoas ligarem a contabilidade como

algo que envolve apenas matemática. Sendo esta, uma ciência da qual abrange diversas outras áreas.

A contabilidade veio por meio da obrigatoriedade natural que surgiu do homem controlar

os seus bens. Após deixar a caça e a pesca, eles se voltaram para a agricultura e o pastoreio. Foi

então, que eclodiu o termo “propriedade” e o controle sobre a mesma.

Foi nesse período que se deu os primeiros vestígios contábeis/matemáticos, em forma de

pinturas rupestres, como símbolos que equivaliam à quantidade de um determinado bem. Outra

forma encontrada foi relacionar com objetos, por exemplo, a contagem do rebanho, que era feita

com pedras ou pequenos pedaços de madeiras. Cada unidade do objeto correspondia a uma cabeça

do rebanho. Essa contagem matemática, tinha por finalidade controlar o patrimônio, ou seja,

contabilizar.

A matemática tornou-se algo fundamental para que pudesse ser feito este controle, nisso se

inicia a ligação das ciências. Outro fato interessante de analisar é o de que importantes nomes e

obras que culminaram no avanço da contabilidade têm base matemática. Como exemplo, o Liber

Abaci, que é um livro sobre aritmética e foi escrito por Leonardo Fibonacci (ou Leonardo de Pisa).

Ele foi um matemático italiano, tido como o primeiro grande matemático europeu da Idade Média.

O Liber Abaci teve uma grande importância no comércio, gerando um avanço neste que

ocasionou em um acumulo de riquezas. Isso resultou na necessidade de aperfeiçoamento dos

registros de troca e venda, o que implicou em uma indispensabilidade no que tange a especialização

da técnica contábil. E a partir de então ambas as ciências avançaram de tal forma, tornando-se hoje,

como sabemos, indispensáveis ao mundo moderno.

Considerado o pai da contabilidade, Frei Luca Pacioli era um grande estudioso da

Matemática do período moderno da Contabilidade. Em 1494 foi publicado seu livro Summa de

arithmetica, geometria et proportionalitá, no qual ele cita de modo detalhado e completo o uso das

partidas dobradas, que serve de base para a Contabilidade até os dias atuais.

Sabe-se ainda, que assim como Fibonacci e Pacioli, outros grandes nomes da

Contabilidade eram matemáticos. Este fato pode ter ampliado ainda mais a ligação destas ciências,

o que emanou no paradigma de que Contabilidade é apenas matemática.

É importante ressaltar que Ciências Contábeis não é puramente Matemática. Dentro do

estudo, existe sim muito desta área, porém, não é a base do curso. A contabilidade exige um grande

conhecimento de legislação e para ser um contador tem que ter grande afeição à leitura e mudanças.

Áreas como a economia tem também um grande foco dentro da ciência contábil.

O uso da matemática para o contador é quanto a informar e verificar os valores obtidos,

porém entre elas existe uma série de outros detalhes necessários na contabilidade. Portanto, aquela

ideia de que quem faz o curso de ciências contábeis é porque gosta de matemática é um mito. Uma

ciência é totalmente distinta da outra.

Embora a matemática sirva de ferramenta de apoio para tanto para o planejamento

empresarial, no que concerne ao desenvolvimento do raciocínio lógico, como para a realização dos

cálculos dos impostos, tributos, análise de indicadores financeiros, estatísticas, elaboração de

orçamentos, rateios de custos, dentre outros, cabe ressaltar que todas as ciências são independentes,

mesmo que interligadas entre si, uma vez que, possuem objetos, essências e finalidades diversas.

3 CONTABILIDADE

A contabilidade começou a ter os seus primeiros vestígios quando o homem deixou a caça

para se dedicar a agricultura e criação de gados. Com isso, passou-se a ter a necessidade de proteção

à posse e registros do que ocorria com os bens que aos poucos eles iam acumulando. A

Contabilidade de fato, surgiu através do comércio, onde a atividade de troca e venda dos

comerciantes exigia registros de cada transação que era consumada. De início, eram feitos de forma

rudimentar, mais tarde começou-se a ser sob a forma de anotações ou relatórios sobre o ocorrido

com os bens.

A evolução da contabilidade costuma ser dividida em quatro períodos: Antigo, medieval,

moderno e científico. Na Bíblia podemos encontrar interessantes relatos sobre controles contábeis.

Em um deles, por exemplo, fora relatado por Jesus, em Lucas capítulo 16, versículos 5 a 7. Onde

conta a história do administrador que roubou seu senhor, alterando os registros de valores a receber

dos devedores.

5 E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto

deves ao meu senhor? 6 E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e

assentando-te já, escreve cinquenta. 7 Disse depois a outro: E tu, quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E

disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta. (Lucas 16:5-7)

Os primeiros povos a terem influência sobre a contabilidade foram os sumérios,

babilônicos e assírios. Mais tarde, os egípcios aperfeiçoaram o modo de se fazer contabilidade,

tornando-a mais fácil. A Grécia, baseou-se no Egito, e 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam

Contas de Custos e Receitas, procedendo, anualmente, a uma confrontação entre elas, para apuração

do saldo. Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a escrituração contábil às várias

atividades, como administração pública, privada e bancária

Até o período Medieval, a contabilidade avançou de forma lenta. Foi somente no período

Moderno, devido aos acontecimentos da época, é que a contabilidade teve um grande avanço. A

descoberta da América do Norte e Central e posteriormente o Brasil, que tornaram-se grandes

potências de riquezas para a Europa. Esses fatos mexeram com a economia e elevaram a

importância da contabilidade, que passou a ser indispensável para este novo mundo. Para

memorizar tudo já não era mais tão fácil, requeria registros mais amplos. Para isso foram criados

registros com a finalidade de saber as suas capacidades de consumo, produção, etc.

O período científico destaca a influência norte-americana na Contabilidade. Com ao

incrível ritmo de desenvolvimento que os Estados Unidos da América experimentou e ainda

experimenta até os dias de hoje, constituiu um campo fértil para o avanço das teorias e práticas

contábeis, principalmente na área de Auditoria. Atualmente o mundo possui inúmeras obras

contábeis de origem norte-americanas que tem reflexos diretos nos países de economia.

Neste período, a contabilidade vem destacando-se dentro das empresas, além de ser fator

crítico para o sucesso de qualquer organização. As informações contábeis devem ser claras, precisas

e confiáveis, servindo como suporte às tomadas de decisão.

Em entrevista à Revista do CRCRS, edição de outubro de 2015, Jorge Gerdau Johannpeter,

presidente do Conselho Consultivo da Gerdau, destacou alguns pontos sobre isso. Quando

questionado pela revista sobre como a contabilidade colabora na sua trajetória profissional, Gerdau

(2015, p.11) diz:

“A Contabilidade é fundamental como fonte de informações relevantes para a tomada de

decisão dos líderes de uma organização. A adequada mensuração do desempenho

econômico e financeiro do negócio contribui para a busca da eficiência da gestão das

empresas. Ademais, as informações contábeis dão respaldo às decisões estratégicas e ao

planejamento dos movimentos das companhias, permitindo que os gestores enfrentem

adequadamente os desafios atuais e futuros."

Desse modo, assume papel fundamental no desempenho financeiro e gerencial da empresa,

deixando a antiga denominação de guarda-livros. Para obter sucesso em todas as esferas que dizem

respeito ao funcionamento de uma organização, é necessário que o gestor saiba trabalhar juntamente

com o contador. Sobre isso, Gerdau (2015, p.11) enfatiza:

“Quando falamos dos processos decisórios e do papel do gestor em uma organização, temos

que avaliar as ferramentas que apóiam e suportam o adequado desempenho de suas

funções. Nesse sentido, uma detalhada informação contábil permite ao líder identificar se o

esforço de gestão está gerando resultados e sendo efetivo.”

No que tange a esta temática, o sistema de informação contábil está diretamente ligado, pois

a partir do lançamento dos dados produzidos pela empresa em determinado período, são gerados os

relatórios gerenciais, que auxiliam o contador na busca de um planejamento estratégico que vá de

encontro à missão e objetivo da empresa como um todo.

5 INFLUÊNCIA DA MATEMÁTICA

As ciências da Contabilidade e da Matemática estabelecem uma ligação entre si, uma vez

que, ao analisar custo/volume/lucro, por exemplo, em Contabilidade Gerencial, utiliza-se da função

matemática, principalmente no que diz respeito à realização dos cálculos. Assim, apresenta-se o

conceito de função e sua trajetória histórica.

Tomando como base o contexto acadêmico, sabe-se que a relação dialética entre teoria e

prática é constantemente discutida e relevada, porém, não é tão simples atingi-la. Acredita-se que é

na abordagem prática desse conceito que o professor de Matemática deve se ater, tendo em vista

que, mesmo que implicitamente, é frequente o uso da função Matemática.

A matemática pode ser apresentada ao acadêmico através de vários exemplos, como o

preço de um produto no mercado que depende da demanda, a conta mensal de energia varia

conforme o consumo na produção de um determinado produto da empresa prestadora, o custo total

de uma indústria depende da quantidade de produto fabricada. São nestes cálculos em que a

matemática se faz presente, e muitas vezes isso acaba influenciando na disseminação da teoria de

que Contabilidade seja puramente matemática.

Através de uma pesquisa realizada com os alunos dos 1° e 3° semestres do Curso de

Ciências Contábeis da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, URI – São

Luiz Gonzaga, pode-se constatar-se alguns traços importantes dentro deste estudo. A pesquisa deixa

claro o quanto a matemática influenciou na decisão dos acadêmicos, onde 53,8% assumem que foi

o gosto por esta que os levaram a escolher o curso. Vê-se um fato preocupante nisso, em razão de

que tende a ser frustrante para o aluno após ingressar no curso. Pois, a Contabilidade não se

fundamenta apenas na matemática. Isto fica evidente ao serem questionados sobre se a opinião

mudou após começarem o curso, onde 85% (dos 53% da questão anterior) dizem que a opinião

mudou a respeito de matemática/contabilidade.

Quando perguntados se antes de começarem o curso eles já possuíam algum conhecimento

sobre a área 65% dos entrevistados responderam que sim, porém deve-se ser questionado até aonde

era esse conhecimento, já que alguns mudaram de opinião com relação ao que esperavam do curso.

É importante ser ressaltado que esta frustração pode acarretar em um mau desempenho acadêmico

para o aluno. Para isso, é necessário ser estudado uma fórmula que trabalhe para a disseminação do

que é a contabilidade e uma forma de trabalhar esta relação entre as ciências da Matemática e

Contabilidade.

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Anísio Teixeira (Inep) apontam que, em

média, dois em cada dez estudantes brasileiros desistem do curso superior que iniciaram. Para Triana Portal,

psicoterapeuta da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), ela aponta algumas razões que levam o

acadêmico a abandonar a faculdade:

“Quando a escolha pelo curso foi de terceiros, como pais que desejam ver seus

filhos darem prosseguimento a profissões tradicionais na família”

Pode-se citar ainda, alguns casos da entrevista, onde alunos relatam que escolheram o curso de

ciências contábeis, pois, foi falado a eles que contabilidade era matemática pura e da maneira inversa,

constatou-se que muitos não queriam fazer, pelo receio da matemática. Frustrados em não cursar o que

realmente gostam, a motivação cai e podem sentir que estão perdendo tempo. Notas comprometidas e

desempenho insatisfatório são resultados da insatisfação da escolha. E a dúvida surge: “Paro ou continuo?”.

Segundo a psicoterapeuta, Triana:

“Investir em educação nunca é um dinheiro mal empregado, pois é um bem

precioso para a vida. É importante ter paciência, seguir em frente sem perder o

foco, dedicar-se com afinco e tornar-se um bom profissional. Investir de quatro

a seis anos da sua vida é pouco para algo que você terá para sempre.”

Mas e para aqueles acadêmicos que deixam de fazer tal curso, por não o conhecerem ou por terem

o conhecimento prévio errado dele, como proceder? Sobre este pensamento, as acadêmicas do Curso de

Ciências Contábeis da URI – São Luiz Gonzaga, Karine Rhoden e Letícia Schmitt Rocha,

respectivamente 8° e 6° semestre, desenvolveram o EduCont. Este projeto visa trabalhar com alunos

do 3° ano do Ensino Médio das escolas básicas, de uma forma geral, o que é a Contabilidade. Com

o objetivo de quebrar paradigmas e levar o reconhecimento desta profissão. Pois pensa-se também,

que assim como muitos alunos escolhem o curso pela matemática, muitos deixam de escolher

justamente por possuírem tal ideia.

O EduCont foi exibido pela primeira vez no dia 16 de Maio de 2016, onde as acadêmicas

apresentaram o projeto e uma proposta de Gincana. A 1º Gincana EduCont, foi uma forma

encontrada para que fosse levado até os alunos, de forma descontraída, o que é a Contabilidade e

tudo o que engloba o curso. Os encontros são mensais e as provas são lançadas online, através da

Fan Page do GAUC (Projeto do qual o EduCont está inserido).

A gincana conta com a participação das turmas 301, 302 e 303 da escola Instituto Estadual

Rui Barbosa, e 3a e 3b da escola Estadual de Ensino Médio São Luiz. Onde foi proposto pelas

acadêmicas, responsáveis pelo EduCont, como primeira prova que fosse feito um painel sobre a

História da Contabilidade.

Pensa-se que ao trazer até os alunos questões como história e o que se estuda no curso, o

aluno passa a ter uma visão mais ampla sobre a profissão. Além das acadêmicas responsáveis, o

EduCont conta com a colaboração de outras duas acadêmicas do curso, bem como professores, aos

quais são os responsáveis por avaliar as provas desenvolvidas das turmas participantes da gincana.

6 EDUCONT

O programa teve seu início no dia 16 de maio de 2016, onde foi realizada uma visita em

todas as escolas de ensino médio da cidade de São Luiz Gonzaga, pelo coordenador do Curso de

Ciências Contábeis, Cirino Calistrato Rebello, juntamente com as acadêmicas dos primeiro,

terceiro, quinto e sétimo semestres, Thainara Mello, Camila Rocha e Jéssica Machado, Letícia

Schmitt, Karine Rhoden, respectivamente, onde num primeiro momento abordou-se de modo geral

o curso e a profissão contábil.

Posteriormente, apresentou-se como proposta uma gincana sobre a área entre as turmas do

3º ano, com a finalidade de conhecerem o ramo da contabilidade. As turmas que aceitaram o desafio

são as seguintes: 301, 302 e 303, do Instituto Estadual Rui Barbosa; e, as turmas 3ºA e 3ºB da

Escola Estadual de Ensino Médio São Luiz. Tendo conhecimento dos participantes, foram

elaboradas as regras e estando todos de acordo, lançada a primeira prova, que teve como objetivo a

confecção de um painel sobre a história da contabilidade. A prova contou com o prazo máximo de

entrega de 30 dias. Ainda neste semestre, foi lançada a segunda prova, cuja finalidade é despertar a

consciência ambiental dos estudantes, visto que, a contabilidade também preocupa-se com a

sustentabilidade.

Abaixo segue imagens das visitas da equipe do EduCont, juntamente com o coordenador

do curso, nas escolas de educação básica. Com o objetivo de apresentar o curso de Ciências

Contábeis, bem como o programa EduCont:

(Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

Imagens da 1º prova da gincana do EduCont:

(Arquivo pessoal - turma 301 IERB)

(Arquivo pessoal - turma 3B São Luiz)

(Arquivo pessoal - turma 302 IERB)

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A primeira edição da gincana do EduCont, será finalizada no mês de Setembro, onde será

realizado um evento, reunindo as turmas participantes para um dia de descontração e aprendizado.

Onde serão realizadas as provas finais, bem como uma apresentação geral e retomada do que é a

contabilidade, tanto em sentido acadêmico, quanto profissional. Acredita-se que o EduCont, vem

como ferramenta para a quebra deste paradigma existente na sociedade, e, como peça chave na

divulgação do curso.

Vale ressaltar, que o EduCont conta com um projeto de campanha de vestibular, do qual

levará aos cidadãos, não só da cidade de São Luiz Gonzaga, bem como região, a divulgação do

curso. Essa etapa terá início a partir do mês de outubro.

A gincana EduCont encontra-se quase em estágio final e vem trazendo resultado

satisfatório, visto que, trouxe conhecimento para alunos de escola básica, atingindo o objetivo

central que é a quebra do paradigma “Ciências Contábeis x Matemática”. O projeto estende-se para

o ano de 2017 com a segunda edição e busca-se ampliação nele, contando com uma participação

mais numerosa de alunos. Com isso, cada vez mais levando domínio da área.

8 REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS., Sérgio de. TEORIA DA CONTABILIDADE, 10° edição. Editora Atlas S.A, 2010.

HENDRIKSEN., Eldon S. e BREDA., Michael F. Van. TEORIA DA CONTABILIDADE,

tradução da 5° edição americana por SANVICENTE., Antonio Zoratto. Atlas S.A, 2012.

REVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO

SUL – CRCRS, Transparência e Ética, edição Outubro – 2015 – 24.

BIBLÍA SAGRADA. Antigo Testamento. Gênesis. Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Companhia Nacional de Publicidade Filadelfia, Pensilvania 0902. Copyright 1994, 1995.

BIBLÍA SAGRADA. Novo Testamento. Lucas. Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Companhia Nacional de Publicidade Filadelfia, Pensilvania 0902. Copyright 1994, 1995.

BOA VONTADE.COM. Frustrado com seu curso da faculdade? Psicóloga explica como proceder.

Wellington Carvalho de Souza. Disponível em: <http://www.boavontade.com/educacao/frustrado-com-

seu-curso-da-faculdade-psicologa-explica-como-proceder> Acesso: 05/08/2016, 16:30 horas.

Ebah. Contabilidade e Matemática. Daniel Coelho. Disponível em:

<http://www.ebah.com.br/content/ABAAABfckAF/contabilidade-matematica?part=2> Acesso:

05/08/2016, 17:00 horas.

Autor desconhecido. HISTÓRIA DA CONTABILIDADE. Portal de Contabilidade. Disponível

em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm> Acesso em: 16 de Nov. de

2015 às 12h 00min.

Autor desconhecido. HISTÓRIA DA CONTABILIDADE. Só contabilidade. Disponível em:

<http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/historia_contabilidade.php> Acesso em: 16 de Nov.

de 2015 às 11h 45min.