o desenvolvimento da arquitetura no rio grande do...
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O DESENVOLVIMENTO DA ARQUITETURA NO RIO GRANDE DO SUL
ENTRE O PERÍODO DE 1594 A 18651
Bruno De Mamann Nascimento 2
Guilherme Penning Pauli 3
Resumo: O presente trabalho apresenta o desenvolvimento dos sistemas construtivos,
materiais, e arquitetônicos no estado do Rio Grande do Sul entre o período de 1594 até 1865.
Período este que formata a característica peculiar da formação vernacular da paisagem
cultural do estado, atrelada a evolução histórica. O texto aborda as tecnologias da construção
civil e dos modelos arquitetônicos, compreendendo as edificações em diferentes épocas,
percebendo que a arquitetura está intimamente ligada aos aspectos históricos, bem como a
fornecer subsídios conceituais para explorar intervenções em patrimônios históricos ligados a
cultura riograndense.
Palavras-chave: Arquitetura. Desenvolvimento Histórico. Arquitetura Riograndense.
1 GT 02 - História, Patrimônio e Arquitetura 2 Graduado. Curso de Arquitetura e Urbanismo, URI Campus de Santo Ângelo. [email protected] 3 Graduado. Curso de Arquitetura e Urbanismo, URI Campus de Santo Ângelo. [email protected]
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INTRODUÇÃO
O desenvolvimento arquitetônico do Rio Grande do Sul entre o período de 1594 até
1865 está diretamente ligado à história. Abrange desde as tribos indígenas até a Guerra do
Paraguai, marcos históricos e culturais do povo gaúcho. O objetivo é aliar a influência
arquitetônica com a formação cultural do gaúcho através de cada período histórico, ou seja,
uma análise de aspectos arquitetônicos e seu desenvolvimento cronológico para uma base de
estudos direcionada a intervenção em edificações históricas, valorizando a cultura, história,
turismo e economia de um município ou região do estado do Rio Grande do Sul. A linha do
tempo abaixo ilustra os períodos históricos relevantes no desenvolvimento histórico nacional
com total influência no estado do Rio Grande do Sul. Cada item do referencial teórico está
baseado no desenvolvimento cronológico da história de formação do estado.
Figura 01 - Linha do tempo do período estudado.
Fonte: O autor
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REFERENCIAL TEÓRICO
Arquitetura Indígena
Segundo Weimer (1999), as grandes aldeias possuíam a seguinte forma: eram
compostas por grandes casas, chamadas de malocas. Eram geralmente em números de quatro,
distribuídas duas a duas, formando ao centro uma espécie de praça, para a realização de suas
cerimônias.
Figura 01 - Croqui da distribuição das aldeias indígenas
Fonte: O autor
Algumas tribos possuíam peculiaridades. As tribos Jês, que viviam nos campos de
cima da serra, possuíam características diferentes, pois suas habitações eram subterrâneas ou
semi subterrâneas.
Segundo La Salvia (1987), o diâmetro das habitações subterrâneas e semi subterrâneas
eram divididos em pequeno, médio e grande. Para entendimento será definido o padrão
métrico de 1,50m a 4,50m, 5,0m a 8,90m e 9,0m respectivamente.
As paredes dessas habitações eram levemente inclinadas ou até perpendiculares ao
piso. Acredita-se que para a escavação dessas habitações foi usada uma ferramenta primitiva,
muito parecida com uma picareta, porém não há certeza pois falta componentes da peça para
sua reconstrução. O piso era argiloso e ao centro apresentava uma característica côncava. A
estrutura do telhado era peculiar, porém variava com o tamanho das habitações e sua
estrutura era feita de gerivaseiro, planta típica da região. Os acessos eram através das paredes,
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formando uma espécie de escada. Haviam pedras na lateral dispostas em seqüência, com
diferentes alturas, o que dava forma ao elemento.
Conforme La Salvia (1987), também ocorreram habitações semi-subterrâneas. Eram,
conforme o padrão métrico estabelecido acima, de médio porte, e não ultrapassavam os três
metros de diâmetro. Seguiam o mesmo sistema das habitações subterrâneas. A grande
diferença consta em que a escavação não ultrapassava dois metros e oitenta centímetros de
profundidade.
A Arquitetura dos Sete Povos das Missões e a Urbanização
Segundo Quevedo e Tamaquevis (1989), o contexto histórico das reduções jesuíticas
se desenvolveu em diferentes épocas da história. No Rio Grande do Sul, as primeiras
manifestações de atividades missionárias foram entorno de 1626 na região entre o Rio Pardo
e Cachoeira, a chamada Redução dos Tapes, desenvolvendo o primeiro ciclo reducional.
Após maiores revezes como ataques bandeirantes e o interesse pelo gado, os jesuítas
instalaram-se na região entre os rios Ijuí e Piratini, onde fundaram os trinta povos, sete deles
em solo brasileiro, formando o segundo ciclo reducional.
Weimer (1999) diz que, a implantação das reduções respeitavam um rigoroso sistema
de alinhamentos. Através da praça central, em seu eixo principal alinhava-se a torre da igreja,
deslocando a figura principal do templo. A praça era dividida o espaço dos índios, estes
tratados pelo autor como civis do "espaço santo", denominado por esses habitantes de espaço
sacral. Eram dispostos ao lado da igreja o cemitério e ao outro lado um conjunto
arquitetônico composto por um pátio rodeado de construções, ordenados linearmente. Em
resumo todo o conjunto de edificações que compunham a redução eram os seguintes: cabildo
(centro administrativo) como edificação de entrada, logo em seguida a praça, aos dois lados
da praça localizavam-se as residências dos indígenas (civis), ao fundo da praça se encontrava
a igreja, um de seus lados localizava-se o cemitério como já foi citado, do outro lado o
aposento dos padres e o colégios (citados acima como edificações com pátio interno) e ao
fundo da igreja estava o tupambaé (horta). Os padres introduziram a sua cultura na medida
em que adaptavam as formas tradicionais indígenas, transformando a arquitetura nos seus
interesses.
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Figura 02 - Croqui da distribuição das reduções do segundo ciclo.
Fonte: o autor
Fortificações
Segundo Quevedo (2003), o interesse de Portugal pelo território intensificou-se
quando a expansão do território esbarrou no Rio da Prata. Em meados de 1680 Manoel Lobo
funda a colônia do santíssimo sacramento que mudou de posse várias vezes. A relevância da
região eclodiu quando houve a descoberta do ouro em Minas Gerais, pois o local facilitava o
escoamento de mercadorias.
Para anexar e fortalecer o território, foi construído a primeira edificação de defesa, o
forte Jesus Maria José. Foi construído com materiais locais e disponíveis: paliçados de
madeira, calçadas através de plataformas de terras, tudo circundado por um fosso com água.
Não há registro que prove que o forte foi construído de forma "primitiva" por ausência de
pedras no local, ou pela mão de obra local que era a indígena, pois seu conhecimento
construtivo era basicamente de terra, o que resultaria em um forte construído com material
vulnerável tendo em vista a utilização da edificação.
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Estâncias e Fazendas
Weimer (1999) e La Salvia (1987), destaca que cada região apresenta uma adaptação
devido as suas peculiaridades. No contexto histórico, o Brasil padecia com ataques
estrangeiros. Ao contrário do litoral, onde os ataques provinham do mar, na região sul os
ataques provinham por terra, mas precisamente do oeste do Rio Grande do Sul. As sesmarias
foi um passo estratégico para a ocupação e defesa do território. O proprietário de cada
sesmaria buscava pessoas de confiança para manter a posse do gado e do território, e uma das
obrigações era a defesa de seu espaço em caso de ataque.
Todo e qualquer tipo de condicionante influenciou na arquitetura das sesmarias. A
topografia foi de extrema importância na implantação destas edificações, pois eram
localizadas no topo das colinas, para manter a visão máxima da propriedade. As
características das edificações eram ligadas com construções militares. Eram pesadas e
possuíam pequenas aberturas e cunhais salientes.
Figura 03 - Croqui dos detalhes arquitetônicos das estâncias
Fonte: o autor
O cercamento era feito de sólidos muros, que tinham tanto fins de defesa quanto fins
plásticos. A planta baixa possuía formato de "U", o quarto lado possuía um sólido muro com
um portão, onde este acessava o pátio interno. O setor residencial era protegido do pátio e
protegido externamente por sólidas paredes, com alpendre arqueado atrelado a um pesado
peitoril. As aberturas das senzalas eram voltadas para o pátio interno.
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Figura 04 - Croqui da Planta Baixa de um exemplar de edificação das estâncias.
Fonte: o autor
Com a evolução tecnológica das construções, os escravos foram locados nos porões, a
residência passou a ter dois pavimentos, resultando nas seguintes vantagens: a
monumentalidade, o acesso dos escravos à residência tornou-se mais difícil e o maior
policiamento da propriedade. Foram instaladas duas circulações verticais, uma a frente do
edifício, que resultava no aumento de sua imponência, e uma interna.
Formalmente a evolução foi pequena. Os vãos tornaram-se maiores, foram inseridos
caixilhos de vidro. As paredes do térreo serviam de embasamento para as paredes do segundo
pavimento. O conjunto arquitetônico continuou a ser semelhante as construções militares. Os
cunhais permaneceram e os beirais constituíram-se de beira severa. As telhas eram do tipo
capa canal.
Figura 05 - Croqui do acabamento arquitetônico das telhas
Fonte: o autor
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Segundo Rodhe (1978), maiores transformações ocorreram entorno de 1850, mas o
partido arquitetônico não sofreu mudanças rigorosas. Com a abolição da escravatura, o
charque entrou em declínio, a agricultura tornou-se alternativa, porém com mão de obra livre.
Esse período marcou a arquitetura com mudanças plásticas. Composições clássicas
começaram a tomar espaço. As paredes que antes eram lisas receberam pilastras. Pilares das
varandas tomaram características dóricas. Iniciou o uso das platibandas e canalização da água
da chuva através da calha. No partido arquitetônico a senzala deixou de fazer parte do
programa de necessidades, bem como o pátio murado. Tal fator demonstra o quanto a
arquitetura vem transformando-se através do tempo aliado as necessidades do homem.
Arquitetura Religiosa Barroca
A arquitetura barroca produzida no Rio Grande do Sul foi pequena em relação ao
restante do país, porém não há motivos para a mesma ser irrelevante. Os templos religiosos
foram construídos em solo gaúcho através de incentivo da coroa, devido a importância
administrativa local. Nas edificações de defesa, já haviam manifestações de arquitetura
religiosa. As mesmas localizavam-se oposta a entrada principal.
Segundo Weimer (1999), o mais importante arquiteto da época é José Fernandes
Alpoim. Este realizou obras no estado de Minas Gerais e Rio de Janeiro, centros que
localizavam a grande concentração de riquezas. No Rio Grande do Sul, só realizou a
construção do forte de Rio Pardo. Francisco José Roscio realizou o projeto das matrizes dos
templos de Nossa Senhora do Rosário, na cidade de Rio Pardo e de São Francisco na cidade
de Rio Grande, ambas não encontram-se em condições originais. Os modelos desenvolvidos
não apresentavam as devidas proporções, e o correto emprego das formas. A planta baixa era
evidenciada através da articulação dos volumes e distribuição dos espaços internos.
As produções barrocas apresentavam uma combinação entre o arcabouço neoclássico
acabados com desenvoltos barrocos. As poucas produções de arquitetura religiosa barroca
decorrem devido aos conflitos que foram estabelecidos no estado, o que claramente não havia
como legar obras da mesma qualidade em que foram produzidas outras no resto do país.
Porém não há porque desmerecer as obras produzidas no Rio Grande do Sul.
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A Colonização Imigrantista
Segundo Quevedo (2003), após a independência nacional, problemas surgiram.
Alguns deles exigiam urgência, como a formação de um exército confiável, por exemplo.
Para a formação do mesmo, decidiu-se contratar mercenários europeus. Com a queda de
Napoleão, foram tomadas providências para que não formasse outro general que causasse
conflito na ordem estabelecida na Europa, o que obteve um reflexo no contexto da formação
brasileira.
A maneira de contratação de mercenários para vir ao Brasil ocorreu da seguinte
forma: alegando que se tratava de trazer colonos, um emissário foi levado a Hamburgo para a
contratação dos mesmos, porém acabou por contratar em meio aos mercenários, verdadeiros
colonos. Desembarcaram no Rio de Janeiro, onde eram selecionados os mercenários dos
colonos, gerando outro problema, o que fazer com os colonos?
Devido as condições topográficas e os limites de fronteira, os colonos foram enviados
ao sul. Chegando ao Rio Grande do Sul, encontraram as terras ocupadas por latifundiários
pecuaristas, portanto resultou em contradição econômica, visto que tratava-se de exploração
agrícola. Tal fato resultou em tensões entre os latifundiários e colonos. O que levou o
governante da província a deslocar os colonos para a margem do rio dos sinos, no estado do
Rio Grande do Sul.
La Salvia (1987) diz que os alemães possuíam sua arquitetura em comum, com
estruturas enxaimel, ou seja, madeira maciça e aparelhada onde o conjunto de suas peças
formam triangulações. Conseqüência da formação do povo alemão e sua localização na
Europa (oriundos das florestas dinamarquesas).
Figura 06 - Croqui dos detalhes enxaimel e seu conceito.
Fonte: o autor
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A estrutura e tecnologias de construção da época utilizadas aqui no Rio Grande do Sul
foram sendo aprimorados com o passar do tempo e as necessidades do meio, conforme a
tabela comparando o clima e a disponibilidade da madeira.
Alemanha Brasil
Temperatura Até 40º negativos Até 40º positivos
Madeira De 3 a 4 tipos de madeiras
aproveitáveis
Centenas de tipos de
madeiras aproveitáveis
Tabela 01 - Comparação entre Brasil e Alemanha através de temperatura e tipos de Madeira.
Fonte: o autor
Devido as adversidades, as construções produzidas em solo brasileiro tornaram-se,
segundo Weimer (1999), "o mais germânico possível". Possuíam várias edificações: a casa,
estrebaria, chiqueiro, galinheiro e abrigo para as ovelhas. Quando a casa estava finalizada, a
primeira construção perdia sua função, eram transformada em paiol, prolongavam duas
empenas para abrigo de alguns materiais e as transformavam em baias. Havia uma horta ao
lado da residência e um pomar aos fundos de todo o conjunto. Havia uma horta ao lado da
residência e um pomar aos fundos de todo o conjunto.
Figura 07 - Croqui de residência enxaimel, característica imigrantista alemã
Fonte: o autor
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Figura 08 - Croqui demonstrando o prolongamento da residência através de suas empenas.
Fonte: o autor
Revolução Farroupilha e a Guerra do Paraguai
Segundo Quevedo e Tamaquevis (1989), a movimentação causada por Napoleão
Bonaparte resultou em mudanças profundas na Europa. A família real portuguesa veio ao
Brasil. Inicialmente, sua vinda causou mudanças locais consideráveis. Especificamente no
Rio Grande do Sul foram criados quatro municípios com a administração local. Enquanto
Portugal estava ocupado, os brasileiros entraram em contato direto com o comércio mundial,
o que ocorreria uma mudança de relações sociais, deixando claro aos estrangeiros o atraso em
que se encontrava a colônia.
Após a independência e, posteriormente a abdicação de Dom Pedro I, houve a
instauração de um regime regencial, o que gerou uma série de conflitos no país. O governo
respondeu os movimentos com fortes repressões, desencadeando a necessidade de
construções prisionais. Outra reivindicação dos governantes da província do sul era a
construções de quartéis militares.
As produções arquitetônicas da época não foram significativas. Muito pelo contrário.
O período foi marcado por um retrocesso do ponto de vista arquitetônico devido a revolução
e o não incentivo ao desenvolvimento da província.
CONCLUSÃO
O desenvolvimento arquitetônico do estado do Rio Grande do Sul está intimamente
ligado ao seu desenvolvimento cultural e histórico. A arquitetura gaúcha, dentro do período
de estudo, desenvolveu-se através de influências externas e adequação ao ambiente local.
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Através da pesquisa destacam-se três aspectos importantes da produção arquitetônica do Rio
Grande do Sul no período de 1594 a 1865: a identificação das edificações para preservação
da história, obter conhecimento para utilizar os espaços históricos como fomento turístico
regional ou estadual e a relação social entre edificação e usuário.
As entidades que estudam o uso da edificações históricas como o IPHAN ou IPHAE
orientam a sociedade para que a intervenção no espaço histórico arquitetônico e arqueológico
seja de maneira correta e, seja de fato, utilizada. O potencial comercial desses espaços é
gigantesco e muito pouco explorado. O estudo da formação e desenvolvimento arquitetônico
no Rio Grande do Sul, que por si só já possui uma cultura bem característica, é visto como
um potencial que atinge tanto o desenvolvimento econômico quanto o turístico. Um exemplo
é o sítio Arqueológico de São Miguel das Missões. A antiga redução movimenta não só a
beleza de um importante período histórico mas também a economia local através de outros
serviços.
Para intervir em patrimônio histórico por meio de projeto arquitetônico de maneira
correta, há uma necessidade de estudos e análises profundas na pré existência que sofrerá tal
intervenção. É necessário que obtenha coerência no projeto na edificação histórica, tanto em
seu interior quanto no exterior, portanto o estudo da evolução e a tipologia da edificação deve
ser conhecida pelo projetista, esclarecendo qual material poderá ou não ser usado por
exemplo, sem que se perca a configuração original de um espaço que carrega uma história e
não só pilhas de tijolos.
É importante conhecer a história e evolução arquitetônica do espaço para
desenvolvimento de conceito e partido arquitetônico, pois em cada intervalo evolutivo
destacamos o meio em que se insere a arquitetura e a maneira de pensar, chegando no
resultado final das edificações em sua época. Observando as soluções projetuais encontradas,
percebe-se o legado cultural na produção arquitetônica dos dias de hoje. Este que, pode ser
usado como incentivo cultural, histórico, turístico e econômico, trazendo beleza ao local e
configurando as características de cada região em cada determinado período de tempo.
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REFERÊNCIAS
BERTUSSI I. PAULO; DE CURTIS J. N. B.; LA SALVIA FERNANDO; DE MACEDO R.
FRANCISCO; RODHE M. GERALDO; SOUZA NELSON; WEIMER GUINTER. A
Arquitetura no Rio Grande do Sul. 2ª ed. Porto Alegre: Mercado Aberto.1978. 224p.
WEIMER, GUINTER. A Arquitetura. 3ªed. Porto Alegre: Editora da Universidade. 1999.
165p.
QUEVEDO, JÚLIO. História Compacta do Rio Grande do Sul. Editora Martins Livreiro
2003.
FLORES, M. História do Rio Grande do Sul. 7ª Ed. Editora Ediplat, 2003
QUEVEDO, JÚLIO; TAMANQUEVIS, J. C. Rio Grande do Sul: aspectos da história.
editora Martins Livreiro, 1989.