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  • ESCOLA SUPERIOR DE SADE DA CRUZ VERMELHA PORTUGUESA

    Caderno de Estgio Medicina

    Flvia Raquel Nunes Ferreira

    N 1914

    LISBOA

    ANO LECTIVO

    2009/2010

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 2/ 130

    NDICE

    CUIDADOS BSICOS 9

    Conhecimentos bsicos 9

    Mecnica corporal 9

    Resduos hospitalares 9

    Lavagem das mos 10

    Colocao de luvas e material de proteco 10

    Admisso hospitalar 11

    Acolhimento 11

    Registos 11

    Anamnese (vrios tipos de notas de enfermagem) 12

    Necessidades Humanas Bsicas 14

    Sono e repouso 14

    Sinais vitais 15

    T.A. 15

    Pulso 15

    Temperatura 16

    Respirao 17

    Dor 19

    Ingesto e eliminao 20

    Alimentao 20

    Eliminao vesical 20

    Eliminao intestinal 22

    Banho 24

    Ambiente teraputico 24

    5 Regras de ouro 24

    Monitorizar a glicemia capilar 25

    Puno endovenosa 25

    Hemocultura 26

    Hemotransfuso 27

    Gasimetria 28

    Administrao de soros 30

    Cateter central 31

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 3/ 130

    ESPECIALIDADES MDICAS 33

    Equilbrio hidroelectroltico 33

    Crises convulsivas 41

    AVCs 43

    Afeces neurolgicas 51

    Afeces respiratrias 58

    Afeces cardacas 80

    Afeces urinrias 90

    Afeces dermatolgicas 100

    lceras de presso 106

    Diabetes 110

    Infecto-contagiosas 114

    VALORES NORMAIS DE VRIOS PARAMETROS E INFORMAES BSICAS 124

    Valores de referncia de testes laboratoriais comuns 124

    Hemograma 124

    Bioqumica 124

    Gasimetria 125

    Referncia a outros valores normais 126

    Escala de Glasgow 127

    Graus de edemas 127

    Graus de fora 128

    Plano nacional de vacinao 128

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 4/ 130

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 5/ 130

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 6/ 130

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 7/ 130

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 8/ 130

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 9/ 130

    CUIDADOS BSICOS

    Conhecimentos bsicos

    Mecnica corporal

    Vesturio apropriado

    Planear/coordenar os movimentos

    Conhecer a nossa capacidade para elevar pesos

    Identificar a ajuda que o indivduo pode dar

    Manter os princpios da estabilidade e utilizar as alavancas disponveis

    Efectuar movimentos em linha recta

    Fazer deslocar o peso do nosso corpo

    Utilizar os grupos musculares mais fortes

    Utilizar a fora de toda a mo

    Realizar movimentos suaves e contnuos

    Em objectos pesados aplicar a fora na rea mais pesada e optar por movimentos de

    balancear

    Sempre que possvel, puxe ou empurre em vez de levantar

    Desfazer planos inclinados

    Resduos hospitalares

    Por norma resduos contaminados colocam-se no saco branco, e os no contaminados no

    preto. Mas devemos sempre consultar a norma de cada servio.

    Grupo I

    Grupo II

    Grupo III

    Grupo IV

    Resduos no perigosos Resduos perigosos

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 10/ 130

    No usar relgio para ter acesso

    aos punhos;

    Molhar bem as mos em gua

    corrente para facilitar o

    ensaboamento e consecutivamente

    a lavagem;

    Proceder a todas os passos da

    imagem para eliminar os

    microorganismos de todas as

    zonas;

    Mos e antebraos num plano a

    baixo do cotovelo para que a gua

    corra da zona menos contaminada

    para a mais contaminada,

    eliminando assim os

    miscroorganismos para o lavatrio;

    Por fim fechar a torneira com um

    toalhete para evitar que haja

    passagem de microorganismos

    presentes na torneira para a mo.

    Lavagem das mos

    Colocao de luvas e material de proteco

    Estril + estril = estril

    Estril + limpo = contaminado

    Estril + contaminado = contaminado

    Estril + duvidoso = contaminado

    Limpo - limpo; Esterilizado - esterilizado (colocao), e Sujo - sujo (remoo);

    Ao virar costas a um campo preparado, consideramo-lo contaminado;

    Material esterilizado para tcnicas asspticas;

    Antes de manusear material esterilizado, lavar as mos;

    O ar deve estar o mais limpo possvel e isento de poeiras;

    No manusear material considerado no estril sobre um campo esterilizado;

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 11/ 130

    Se por lapso, um campo esterilizado ficar molhado (de qualquer substncia), este,

    NO DEVE SER UTILIZADO;

    Admisso hospitalar

    Acolhimento: Responsabilidade do enfermeiro

    OBJECTIVOS DO ACOLHIMENTO

    Preservar a individualidade do doente.

    Facilitar boa adaptao do doente/famlia ao meio hospitalar.

    Observar e registar dados em relao ao seu estado.

    ACTIVIDADES INERENTES AO ACOLHIMENTO:

    Apresentar-se;

    Mostrar o servio;

    Apresentar os outros doentes;

    Mostrar a unidade: cama, armrio, mesa-de-cabeceira;

    Explicar utilizao da campainha;

    Explicar rotinas do servio: horrios, vesturio, entre outros;

    Direitos que lhe assistem;

    Perguntar se sabe quem o seu mdico assistente.

    Registos

    Regras de elaborao

    Seguir as normas do servio/instituio;

    Escrever com LETRA LEGVEL, iniciar sempre com data/turno;

    Anotar cada procedimento, o MAIS PRXIMO POSSVEL da hora;

    Escrever EXACTAMENTE como, quando e onde ocorreu;

    Assinar de forma LEGVEL, na ltima linha;

    Registar por ORDEM CRONOLGICA, mas lgica;

    NO USAR CORRECTOR, trancar linhas em branco;

    S se fazem registos dos doentes que temos a nosso cargo;

    Se no escrever, porque no fez;

    No se registam opinies nossas (juzos de valor);

    Anotar estado das vias invasivas e modalidades teraputicas;

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 12/ 130

    Anotar visitas mdicas e registar ensinos feitos.

    Anamnese (vrios tipos de notas de enfermagem)

    A anamnese consiste no historial do doente, tanto a nvel clnico como vida pessoal.

    Nota de admisso de ENTRADA

    Registo resultante da colheita da dados, aquando da admisso do doente no servio, que

    inclui:

    Exame fsico;

    Modo de internamento;

    Provenincia do doente;

    Diagnstico mdico;

    S ou acompanhado, e por quem;

    Observao geral do doente;

    Medicao que traz consigo;

    Registo de sinais vitais;

    Possveis alergias;

    Tratamento institudo;

    Primeira hospitalizao ou

    experincias anteriores;

    NHB alteradas.

    Nota diria de EVOLUO de enfermagem

    Registo pormenorizado do estado do doente e de todas as aces de enfermagem

    realizadas durante o turno.

    Devem ser redigidas com uma ordem lgica, com um sentido crnio caudal:

    Estado de conscincia

    Sinais vitais; oscilaes e reavaliaes

    Cuidados de higiene dependncia, ajuda especfica, autnomo, zonas de presso

    observadas, cuidados realizados.

    Respirao eupneico, dispneico, se tem oxignio e qual o sistema de

    administrao, tosse, expectorao.

    Alimentao quantidade ingerida, algum sintoma referido.

    Mobilizao se fez levante, posicionamentos.

    Eliminao quantidade (n de mices/dejeces), caractersticas.

    Exames que realizou ou tem para realizar.

    Nota de TRANSFERNCIA

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 13/ 130

    Permite a continuidade de cuidados de enfermagem, dentro ou fora do hospital, consoante

    o destino do doente.

    Actividades do Enf.

    Explicar ao doente o que vai acontecer;

    Reunir o material para a transferncia;

    Assegurar-se que a unidade para onde o doente vai ser transferido est pronta para

    o receber;

    Pode acompanhar o doente ou no.

    Nota de ALTA

    Tambm denominada por Carta de Alta, um registo resumido do internamento e da

    situao do doente no momento da alta, com o objectivo de assegurar a continuidade dos

    cuidados.

    No turno em que o doente sai, as notas de enfermagem no processo clnico devem

    incluir:

    Factos relevantes at sada do doente

    Hora de sada e quem acompanhava o doente

    Destino: domiclio, Lar, outra instituio

    Ensino para a alta, efectuado.

    Actuao de enfermagem:

    Informar o doente e familiares;

    Ajudar o doente a reunir os seus pertences;

    Explicar os cuidados a ter em casa e assegurar-se que o doente e/ou famlia os

    compreenderam (medicamentos a tomar, consultas a realizar).

    Alta a pedido: Por razes pessoais ou familiares, o doente pode pedir alta quando o

    entender, mediante um termo de responsabilidade (Documento assinado pelo doente,

    cujo teor traduz que o individuo se responsabiliza por tal acto - Quando o doente menor,

    so os pais ou tutores a assumir essa responsabilidade).

    S vlida a assinatura de uma pessoa e no pleno uso das suas faculdades mentais.

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira - 14/ 130

    Necessidades Humanas Bsicas

    (segundo Verginia Henderson)

    Respirar

    Comer e beber

    Manter a

    temperatura

    corporal

    Higiene

    Eliminar

    Movimentar-se

    Vestir e despir-se

    Evitar os perigos

    Comunicar

    Praticar a sua

    religio.

    Realizao

    Recrear-se

    Aprender

    Sono e repouso:

    Investigar quanto presena de:

    Dissnias:

    Insnias:

    Inicial (dificuldade em adormecer);

    Intermdia ou de manuteno (acordar durante a noite frequentemente);

    Terminal (acordar cedo e no adormecer mais).

    Hipersnias (sono e sonolncia diurna excessivos);

    Perturbao do ritmo de sono.

    Narcoplsia ataques de sono, durao 30 min, durante vrias vezes por dia.

    Apneia do sono normal 5 a 10 episdios por hora, cada um com a durao de

    10s. Anormal centencas, durando cada um mais de 1min ou mais.

    Parassnias:

    Pesadelos; Terrores nocturnos; Sonambulismo.

    Mdia de horas de sono dirio

  • RN 14 a 18;

    De 6 meses at aos 4 anos 12 a 13;

    Crianas em idade escolar 8 a 12;

    Adolescentes 6 a 9;

    Adultos 6 a 8;

    Idosos 6 a 7.

    Sinais vitais

    T.A.

    TA mxima sistlica presso mx exercida durante a contrac. do VE.

    TA mnima diastlica presso exercida com os ventrculos em repouso.

    Hipotenso:

    Sistlica

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 16/130

    Temperatura

    Locais de avaliao:

    o Temperatura periferia axila e virilha (manter 5 a 7 min).

    o Temperatura central recto (manter 4 min), boca (manter 4 min) e tmpano

    (avalia-se em segundos).

    Temp. axilar normal: 36,5C/37C, (temperatura timpnica e oral avaliam em 0,5C a

    cima da axilar e a rectal avalia em 1C a cima).

    Tipos de temperatura:

    Indivduo sem febre apirtico;

    Indivduo com febre pirtico;

    Febre recorrente alternncia de perodos de pirexia/apirexia;

    Hipertermia acima de 40C;

    Hiotermia abaixo de 35C.

    ACTUAO

    Inicial = Avaliar logo que h

    suspeita. Atender necessidade de

    ingesto de lquidos e ao

    desconforto geral.

    Febre = Administrao de

    teraputica antipirtica e

    arrefecimento corporal. Despiste de

    nuseas, vmitos e registos de

    pulso e respirao.

    Arrefecimento = Controlar nova

    elevao da temperatura.

    ESTADIOS DA FEBRE

    Inicial = Gradual ou subitamente. Reage-se com

    arrepios, aumento do metabolismo e da

    actividade muscular, cardaca e respiratria;

    Febril = A temperatura corporal atinge um novo

    ponto de viragem, se permanecer elevada

    podem ocorrer desidratao, delrio, convulses;

    Arrefecimento = Fase em que a temperatura

    volta ao normal devido administrao de

    teraputica anti-pirtica e do arrefecimento

    corporal. O indivduo sente calor e apresenta

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 17/130

    Respirao

    A avaliao da frequncia respiratria (rpm/cpm) dada por 3 parmetros:

    Padro respiratrio: Normal/ regular inspi/pausa/expi/pausa

    Qualidade: Expanso torcica simtrica com uma frequncia considerada normal

    denomina-se eupneia ou eupneico.

    O contrrio refere-se dispneia (dificuldade respuratria), existindo pelo menos 3

    tipos de dispneia:

    Dispneia de esforo;

    Ortopneia;

    Dispneia paroxistica nocturna.

    Amplitude respiratria:

    Volume de ar inspirado e expirado em cada ciclo respiratrio. Ampla e superficial,

    torcica e abdominal.

    Taquipneia: FR > 24 cpm;

    Bradipneia FR < 10 cpm;

    Apneia interrupo ou ausncia de ciclos respiratrios;

    Hiperpneia Aumento da amplitude respiratria.

    Valores normais:

    RN 40 a 60

    De 6 meses a 4 anos 26 a 30

    Crianas em idade escolar 20 a 26

    Adolescentes 12 a 18

    Adultos 12 a 18

    Idosos 14 a 18

    Tipos de tosse:

    o Seca no h expectorao; origem pleural e mediastnica;

    o Produtiva Existe expulso de expecturao;

    o Quintosa ou coqueluchide Quase sem inspiraes intercalares

    o Bitonal c/ dois tons, surge associado a parsia de 1a corda vocal;

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 18/130

    o Emetisante acompanhada de vmito.

    Caractersticas da expecturao:

    o Mucosa cor amarelo-esbranquiado, tipo clara de ovo, podendo apresentar

    partculas slidas;

    o Purulenta com placas de pus e tom amarelo;

    o Mucopurulenta Quando apresenta as duas caractersticas acima referidas;

    o Serosa Lquido homogneo, pouco consistente, espuma branca ou rosada;

    o Viscosa se adere fortemente ao recipiente colector;

    o Hemoptica avermelhada devido presena de sangue.

    Drenagem postural:

    Drenagem postural (d.P.) com declive (ou modificada);

    D.P. clssica:

    o Material:

    Lenos de papel e recipiente para sujos;

    Resguardo de pano e resguardo descartvel;

    Almofadas de diferentes tamanhos;

    Marquesa ou cama articulada;

    Material para higiene oral.

    o Tcnica:

    Explicar procedimento apelando sua participao;

    Verificar prescrio e possveis contra-indicaes;

    Ambiente calmo, temperatura agradvel, luz adequada e privacidade;

    Lavar as mos;

    Vesturio confortvel para o utente;

    Avaliar frequncia cardaca;

    Verificar perodo digestivo (pode causar vmitos);

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 19/130

    Ensinar a fazer inspirao lenta pelo nariz e expirao forada pela boca

    durante a D.P. (Fazer manobras de percusso, vibrao, compresso para

    facilitar o desprendimento e a progresso das secrees);

    Estimular a tossir conforme o necessrio;

    Avaliar pulso e aspecto geral durante todo o procedimento;

    o Aps D.P.:

    Estimular o utente a fazer vrias inspiraes mximas sustentadas, para

    reinsuflar alvolos que tenham colapsado;

    Estimular a fazer higiene oral e posicionar;

    Fazer o registo: data, hora, durao, reaces do utente, posies que

    produziram mais efeito, e caractersticas da expectorao.

    Dor

    Caractersticas:

    Inco: surge de forma lenta, gradual ou brusca;

    Tipo de dor:

    o Quando durao:

    Aguda (surge num pice);

    Crnica (persiste para alm de 6 meses)

    o Quanto intensidade:

    Ligeira; Moderada Agnica.

    o Quanto origem:

    Cutnea ou superficial;

    Reflexa;

    Fantasma;

    Noriceptiva (resulta da actuao de um sistema neurofisiolgico pode

    ser: somtica ou visceral);

    Neuroptica (dor patolgica, resulta da leso ou doena do SNC ou

    SNP).

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 20/130

    Descrio:

    o Em pontada;

    o Agressiva (sensao de

    peso);

    o Fulgurante (breve durao e

    grande intensidade);

    o Lancinante (como um

    murro);

    o Ardente (como uma

    queimadura);

    o Clica;

    o Pulstil ou latejante;

    o Constritiva ou sensao de

    aperto.

    Evoluo: Contnua ou intermitente

    Horrio e periodicidade.

    Ingesto e eliminao

    Alimentao

    A alimentao da pessoa pode ser parcialmente dependente, dependente ou independente.

    Existem tambm diferentes vias de ingesto de alimentos/nutrientes:

    Oral, entrica (mais comum nasogastrica) ou parentrica (EV e cateter central).

    Eliminao vesical

    A eliminao vesical normal de 0,5 a 1 ml/Kg/hora

    Terminologias:

    Mico eliminao de urina;

    Diurese quantidade de urina nas 24h;

    Volume urinrio quantidade de urina num turno;

    Anria no eliminao por deficincia renal;

    Reteno no eliminao por deficincia vesical;

    Incontinncia Mices por no reteno de urina;

    Oligria volume de urina inferior ao normal;

    Poliria volume de urina superior ao normal;

    Polaquiria muitas mices e pouco volume de urina de cada vez;

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 21/130

    Disria dor mico;

    Nictria muitas mices de noite;

    Hematria presena de sangue na urina;

    Piria presena de pus na urina;

    Glicosria presena de glicose na urina;

    Enurese mices nocturnas involuntrias;

    Proteinria presena de protenas na urina;

    Cetonria presena de corpos cetnicos na urina.

    Caractersticas da urina:

    Quanto cor:

    o Amarela;

    o mbar;

    o Cor de palha;

    o Acastanhada;

    o Cor de vinho do porto.

    Quanto ao cheiro:

    o Sui generis;

    o Fraco;

    o Amonaco;

    o Cetnico;

    Quanto aparncia:

    o Limpida;

    o Turva;

    o Com sedimento

    Quanto aos elementos estranhos (sedimento):

    o Sangue;

    o Pus;

    o Pigmentos biliares;

    o Clculos (litiase);

    o Albumina;

    o Aucar;

    o Acetona;

    o Cilindros.

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 22/130

    Eliminao intestinal

    Identificao dos padres normais

    Idade e ocupao;

    Horrio e frequncia;

    Uso de medicamentos;

    Tipo de alimentao;

    Exerccio fsico (tipo e frequncia).

    Observao e registo das caractersticas

    Consistncia:

    o Moldadas;

    o Moles ou pastosas;

    o Secas;

    o Duras;

    o Macias e bem

    formadas;

    o Macias e volumosas;

    o Diarreia.

    Cheiro:

    o Sui generis;

    o Ftido;

    o Ptrido.

    Cor:

    o Castanhas;

    o Amareladas;

    o Esverdeadas;

    o Verdes;

    o Pretas;

    o Vermelhas (melenas);

    o Brancas (Aclitas).

    Presena de elementos estranhos:

    o Sangue;

    o Pus;

    o Muco;

    o Parasitas;

    o Alimentos no digeridos

    (lienteria);

    o Presena de gorduras

    (esteatorreia).

    Tipos de diarreira

    Secretria;

    Exsudativa;

    Osmtica;

    Trnsito intestinal rpido.

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 23/130

    Enemas

    Interveno que consiste em instilar uma soluo no recto ou no clon sigmoideu de modo

    a facilitar o esvaziamento do intestino grosso.

    Pode ser de dois tipos:

    Limpeza;

    Reteno.

    Quantidade de gua = 1 litro a 1,5 litro, administrada a baixa presso (50 cm acima do

    nvel da cama).

    A diferena da colocao dos dois tipos de enema encontra-se no decbito, o de limpeza, o

    utente encontra-se em decbito lateral esquerdo e no de reteno o utente encontra-se em

    decbito lateral direito.

    COLOCAR UMA SONDA DE ENTEROCLISE

    Consiste na colocao de uma sonda rectal no recto adaptada a um saco colector com o

    objectivo de drenar ar e/ou lquido de forma a diminuir uma distenso.

    MICROCLISTER OU MICROLAX

    Utilizado quando o grau de obstipao baixo ou moderado (2 a 3 dias).

    Ao ser introduzido deve ter-se em ateno:

    Aperta-se ao entrar;

    Mantm-se apertado ao retirar.

    Volumes a administrar consoante as idades:

    Adulto: 750cc a 1000cc;

    13 Anos: 500cc;

    7 Anos: 250cc;

    3 Anos: 100cc;

    2 Anos: 50cc;

    Menos de 1 ano: 20cc.

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 24/130

    Banho

    Quanto temperatura:

    Frios (temperatura < 25C);

    Frescos (temperatura entre 25 e 30C);

    Tpidos (temperatura entre 30 e 35C);

    Quentes (temperatura entre 35 e 40C).

    Quanto extenso:

    Pedilvio (ps);

    Manilvio (mos);

    Semicpio (rgos genitais e

    ndegas);

    Geral.

    Quanto natureza:

    Simples (gua vulgar);

    Teraputicos:

    Medicamentosos; No medicamentosos.

    Imerso (o corpo mergulha na gua);

    Duches (gua cai em jacto no corpo).

    Ambiente teraputico

    5 Regras de ouro

    Doente certo Conferir o nome;

    Dose certa Conferir a dose prescrita e confirmar com a preparada;

    Via de administrao certa Conferir a via de administrao;

    Medicamento certo Ler a dose do frasco ao retirar o frasco: Antes de retirar o

    medicamento, aps preparar o medicamento e antes de administrar ao doente;

    Horrio certo Deve ser confirmado antes de se administrar o frmaco.

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 25/130

    Monitorizar a glicemia capilar

    Procedimento de carcter autnomo e interdependente que consiste na colheita de sangue

    capilar para a determinao dos valores de glicmia capilar.

    OBJECTIVOS

    Monitorizar valores de glicmia capilar.

    Despistar complicaes metablicas: hipoglicmia e hiperglicmia.

    INTERVENES DO PROCEDIMENTO

    Seleccione o membro mais adequado realizao da puno, atendendo existncia

    de perfuso EV com soroterapia glicosada;

    Proceda massagem do local a puncionar, da parte proximal para a parte mais

    distal.

    Puno endovenosa

    Anlises laboratoriais:

    Citolgicas:

    o Hemograma estudo qualitativo e quantitativo, elementos figurantes;

    o Eritograma nmero de eritrcitos;

    o Taxa de hemoglobina;

    o Hematcrito ou volume globular percentagem da parte slida;

    o Leuccitos;

    o Plaquetas.

    Fsicas:

    o Velocidade de sedimentao globular tempo que os glbulos demoram a

    precipitar;

    o Determinao do grupo sanguneo;

    o Tempo de hemorragia;

    o Tempo de coagulao.

    Bioqumicas (em sangue coagulado):

    o Ionograma sdio, potssio, cloro, ureia, glicose, protenas totais, bilirrubina,

    creatinina, cido rico, colesterol, transaminases, clcio, ferro, entre outras.

    Bacteriolgicas:

    o Hemoculturas asspticas, em tubos esterilizados com sangue coagulado (ver

    norma).

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 26/130

    Hemocultura

    a preparao de um meio de cultura com sangue colhido de um indivduo doente que se

    presume conter germes patognicos, com o objectivo de:

    Constituir um meio de diagnstico de uma infeco;

    Orientar no tratamento a instituir (qual o antibitico a que o germe sensvel).

    Material:

    Material para puno endovenosa (ver norma);

    Frascos com meio de cultura para colocar o sangue.

    Tcnica:

    Explicar ao utente o procedimento;

    Proceder a uma desinfeco cuidada da zona a puncionar, respeitando a tcnica

    assptica;

    Proceder colheita de sangue e colocar no meio de cultura, aps desinfeco da

    rolha de borracha;

    Repetir a colheita de sangue noutro membro ou 30 minutos aps a primeira puno;

    Encaminhar para o laboratrio para ser analisado.

    Nota bem:

    Deve fazer-se a colheita antes de ter iniciado qualquer teraputica e de preferncia

    quando o utente estiver em pique febril;

    Colher entre 5 a 10 cc nos adultos e entre 1 e 3 cc nas crianas para cada meio de

    cultura;

    A colheita dever ser feita ou de membros anatomicamente afastados e, de

    preferncia, com intervalo mnimo de 30 min;

    Deve-se rotular os frascos com os rtulos que trazem, indicando a ordem da

    colheita.

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 27/130

    Hemotransfuso

    Consiste na administrao EV de sangue e/ou dos seus derivados.

    Material:

    Sistema de filtro

    Soro fisiolgico

    Unidade de sangue

    Tcnica:

    As unidades de sangue devem ser confirmadas e registados nome, grupo sanguneo

    e lote;

    O soro fisiolgico o nico compatvel com o sangue (o soro glicosado

    incompatvel);

    Proceder puno venosa ou verificar permeabilidade da veia, caso j esteja

    puncionado;

    Colocar o sistema expurgado 1m acima do nvel do corao. Aps o incio da

    transfuso o sangue deve correr a 2ml/m nos primeiros 5 minutos;

    No administrar medicao com sangue;

    Avaliar os sinais vitais na seguinte sequncia: 0 min, 5 min, 15 min, 30 min e hora a

    hora at estabilizar;

    Uma unidade de sangue no deve durar menos de 2 horas a correr nem mais de 4

    horas;

    Em caso de complicao:

    o Suspender de imediato a transfuso e manter acesso venoso com soro

    fisiolgico;

    o Comunicar ao mdico e ao servio de sangue;

    o Guardar a unidade de sangue e todo o equipamento;

    o Colher sangue para anlise;

    o Colher amostra de urina.

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 28/130

    Gasimetria

    Consiste na introduo de uma agulha numa artria para colher sangue arterial. Tem como

    objectivos:

    Avaliar a adequao de oxigenao e ventilao;

    Avaliar o estado cido-bsico por medida dos componentes respiratrios e no

    respiratrios;

    Monitorizar a eficcia do tratamento;

    Detectar e tratar desequilbrios electrolticos.

    Material:

    Algodo embebido em lcool a 70%;

    Kit de gasimetria (seringa heparinizada, tampa e borracha, rtulo para

    identificao);

    Penso rpido;

    Contentor para cortantes e perfurantes.

    Tcnica:

    Verificar a requisio de anlises; confirmar se a colheita para ser feita com a

    administrao de O2 ou com ar ambiente, neste ltimo caso, e se o utente estiver a

    fazer O2, suspender a oxigenioterapia durante 20 minutos e s depois extrair o

    sangue;

    Lavar as mos e preparar o material;

    Explicar o procedimento ao utente;

    Colocar um resguardo impermevel sob o local do utente a puncionar;

    Seleccionar a artria a puncionar, fazendo o teste de Allen se for a radial;

    Pedir ao utente que se posicione ou ajud-lo a posicionar-se;

    Observar a rea circundante da artria seleccionada;

    Puxar o mbolo da seringa at cerca de 1cc;

    Palpar a artria, desinfectar o local e a ponta dos dedos;

    Com os dedos mdio e indicador ligeiramente afastados, esticar a pele;

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 29/130

    Introduzir a seringa num ngulo entre 45 a 90 e com o bisel da agulha dirigindo-se

    no sentido do corao;

    Colher o sangue sem exercer presso no mbolo;

    Retirar a agulha, desinfectar e aplicar compresso directa no local da puno, no

    caso do utente estar a fazer anticoagulantes ou ter alteraes da coagulao deve-se

    prolongar o tempo de compresso e no fim colocar um penso compressivo;

    Se existirem bolhas de ar na seringa, devem-se expulsar rapidamente, pondo-a com

    a agulha para cima depois de furar uma compressa;

    Vedar a seringa com a adaptao plstica.

    Aps gasimetria:

    Observar a reaco do utente e reinstala-lo;

    Fazer o registo: data da puno, local da puno, reaces secundrias (locais e

    sistmicas), gasimetria feita com O2 ou com ar ambiente.

    Locais de puno:

    Artria radial; Artria braquial; Artria femoral.

    Teste de allen: corresponde a uma avaliao rpida da circulao colateral da mo e

    essencial antes da realizao da puno da artria radial. Tanto a artria radial quando a

    ulnar so ocluidas pelos dedos do examinador o utente fecha a mo. Quando a mo

    reaberta, as artrias permanecem ocluidas e a mo do utente fica plida. Quando se liberta

    a artria ulnar ou a artria radial, a totalidade da mo deve-se tornar rosada, em virtude

    da circulao colateral. A permeabilidade de ambas as artrias avaliada uma de cada vez.

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 30/130

    Administrao de soros

    Perfuso administrao de uma grande quantidade de lquido EV por gravidade

    FINALIDADE:

    Administrar lquidos (Quando doente incapacitado de ingerir em quantidade suficiente);

    Administrar electrlitos para recuperar ou conservar o equilbrio electroltico;

    Administrar vitaminas e alimentos sob a forma de glicose e protenas quando o doente

    no capaz de absorver os alimentos necessrios;

    Administrar sangue completo, plasma, glbulos, soro e plaquetas

    Sistema de soro

    Permite administrao de grande

    quantidade de lquido em curto perodo de

    tempo.

    1 ml = 20 gts

    Sistemas de Microgotas

    Pequena quantidade de lquido num longo

    perodo de tempo

    1 gt = 4 microgotas

    CLCULO DO DBITO DA PERFUSO

    necessrio saber:

    o Quantidade de soro prescrito;

    o Em quanto tempo deve correr a perfuso;

    o Nmero de gotas por minuto que o sistema nos fornece.

    Se houver um controlador de fluxo:

    Basta dividir a quantidade de lquido pelo tempo uma vez que o controlador

    programvel em mililitros por hora.

    Ex. 1500 ml : 8h = 187,5 ml/h

    Se no houver um controlador de fluxo:

    1 Passo: Converter as horas prescritas em minutos;

    2 Passo: Dividir a quantidade de soro prescrito pelos minutos

    3 Passo: Multiplicar os mililitros obtidos pelo nmero de gotas que o sistema

    oferece

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 31/130

    Tipos de solues:

    Isotnicas

    Hipotnicas

    Hipertnicas (no devem ser administradas em veias perifricas mas sim em

    cateteres centrais)

    Cateter central

    MATERIAL

    Seringas (2,5cc e 10cc)

    Agulhas (SC e IM)

    Compressas esterilizadas

    Lmina de bisturi

    Material para suturar (porta agulhas, pina de disseco, seda)

    Penso esterilizado

    Soluo para infundir

    INDICAES:

    Impossibilidade de puno em veias perifricas;

    Alimentao parentrica;

    Administrao de teraputica intravenosa (longa durao, medicamentos corrosivos)

    Perfuso de grandes quantidades de soro;

    Medio de PVC (presso venosa central);

    COMPLICAES DA PUNO VENOSA CENTRAL

    o Complicaes sistmicas

    o Complicaes locais

    ACTUAO DE ENFERMAGEM

    Colocar o doente em ligeiro trendelenburg, com a cabea virada para o lado oposto

    ao da puno, no caso de uma veia sub-clvia colocar no lado da puno uma toalha

    enrolada sob a coluna vertebral.

    Colaborar com o mdico fornecendo-lhe o material

    Aps a puno, heparinizar o cateter (segundo protocolo) at fazer RX

    Limpar a zona prxima do local de insero do cateter

    Colocar um penso esterilizado

    Deixar o doente limpo e numa posio confortvel

    Providenciar a ida do doente ao RX

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 32/130

    INTERVENO DE ENFERMAGEM RELACIONADA COM A MANUTENO DE

    CATETERES CENTRAIS

    Objectivo:

    Evitar e despistar a infeco

    Vigiar sinais vitais 2 vezes ao dia (febre de origem desconhecida)

    Vigiar alteraes locais (dor, calor, rubor, supurao)

    O penso deve ser mudado no mximo ao quarto dia e no mnimo ao segundo e

    sempre que for necessrio

    O cateter deve ser retirado ao 1 sinal de infeco

    Substituio do cateter o mais cedo possvel

    Substituio do cateter quando este foi colocado em situaes de emergncia

    (tcnica assptica questionvel)

    PRESSO VENOSA CENTRAL - (PVC)

    Faz-se atravs de um cateter colocado na veia sub-clvia ou na jugular interna ou ainda,

    excepcionalmente, na femural.

    Interpretao dos valores

    PVC e TA = reduo do volume circulante

    PVC e TA = competncia cardaca diminuda

    PVC e TA = Falncia renal

    Nota:

    PVC elevada = hipervolmia

    PVC Baixa = hipovolmia

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 33/130

    ESPECIALIDADES MDICAS

    Equilbrio hidroelectroltico

    Constituio/distribuio dos electrlitos

    Extracelular

    Na+

    K+

    Mg2+

    Ca2+

    Intracelular

    K+

    Po4-

    Protena

    gua e electrlitos

    Organismo

    Ingesto de alimentos

    Via parentrica (EV ou SC)

    Via entrica (sonda gstrica)

    Organismo

    gua e electrlitos

    Rins

    Pele

    Pulmes

    Sistema gastro intestinal

    ACIDOSE METABLICA

    Distrbio caracterizado por:

    Diminuio do Ph (logo aumento da [H]);

    Diminuio da concentrao plasmtica de bicarbonato.

    Acidose de alta anionica (ocorre na cetoacidose);

    Acidose anionica normal (resulta da perda de bicarbonato).

    Causas

    Insuf. Renal glomerular;

    Cetoacidose Diabtica (DM, alcoolismo crnico);

    Acidose Lctica (hipxia) com acumulao de ac. lctico;

    Acidose txica (excesso de ingesto de aspirina e lcool).

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 34/130

    Manifestaes Clnicas

    Cefaleias;

    Confuso;

    Sonolncia;

    Aumento da Frequncia Respiratria;

    Nuseas;

    Vmitos;

    Vasodilatao perifrica (Ph 7);

    Diminuio do DC (Ph7).

    Intervenes De Enfermagem

    Acidose Grave Administrar Bicarbonato Na (lentamente);

    Se provocada por IR Dilise;

    Acidose corrigida o K volta para as clulas (Hipocalimia);

    Verificar boa funo Respiratria;

    BH;

    Vigiar estado conscincia;

    Gasimetria arterial.

    ALCALOSE METABLICA

    Distrbio causado por:

    Aumento do Ph ([H]);

    Aumento da concentrao Plasmatica de bicarbonato.

    Causas

    Vmitos (H e ies de Cloreto);

    Diminuio do K (devido a diurticos);

    Excesso de hormona adrenocorticoide;

    Hipocalimia (rins conservam K e libertam H).

    Manifestaes Clnicas

    Formigueiro ( ionizao Ca);

    Tonturas;

    Hipertonia muscular;

    Incurso respiratria deprimida (aco de compensao desenvolvida pelos

    pulmes).

    Interveno de Enfermagem

    Administrar SF (PO ou Ev);

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 35/130

    Assegurar funo respiratria mantida (ganho de CO2);

    Preveno de traumatismos (risco de convulso, por da excitabilidade do SNC).

    ACIDOSE RESPIRATRIA

    Distrbio causado por:

    pH < 7,35

    PaCO2 > 42mmHg

    Inadequada libertao de CO2 com Ventilao inadequada, levando a:

    Aumento dos nveis plasmticos de CO2, que por sua vez aumenta os nveis de

    cido carbnico;

    Aumento da presso de CO2, levando a uma hipoventilao, resultando numa

    diminuio da presso de O2

    Causas

    Acidose Respiratoria Aguda (situao emergncia):

    EPA;

    Obstruo das Vias Areas (corpo estranho);

    Atelectasia;

    Pneumotorax;

    Pneumonia.

    Acidose Respiratria Crnica

    Enfisema;

    Asma Brnquica.

    Interveno de Enfermagem

    Aumento da taxa de ventilao alveolar (trocas de CO2 com O2);

    Obstruo das Vias Areas;

    Drenagem Postural;

    Hidratao;

    Higiene Brnquica;

    Aspirao de secrees.

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 36/130

    ALCALOSE RESPIRATRIA

    Deve-se Hiperventilao (sada excessiva de CO2 consequentemente contedo

    plasmtico de Ac. Carbnico).

    Disturbio causado por:

    pH > 7,45;

    PaCO2 < 38mmHg.

    Causas

    Ansiedade;

    Hipoxmia;

    Excessiva ventilao.

    Manifestaes Clnicas

    Delrio (vasoconstrio e diminuio do fluxo sanguneo);

    Incapacidade de concentrao;

    Entorpecimento;

    Formigueiro;

    Alterao estado de conscincia.

    Interveno de Enfermagem

    Incentivar doente a respirar devagar (acumular CO2) ou para um sistema fechado;

    Uso de sedativos;

    Falar com doente calmamente;

    Vigiar estado de conscincia.

    Avaliao do Equilbrio Acido- Base

    PH mede [H], reflectindo o estado acido-base sanguneo;

    PaCO2, componente respiratrio de regulao acido-base, ajusta-se pela alterao da

    frequncia e profundidade respiratria;

    PaO2, presena de hipoxmia pode levar ao metabolismo anarobio, resultando na

    prod. de acido lctico e acidose metablica;

    SpO2, mede quantidade de hemoglobina saturada de O2 no sangue.

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 37/130

    DESIQUILIBRIO HIDROELECTROLITICO

    Dfice de Volume de Lquidos (DVL).

    Excesso de volume de lquido (EVL). Expanso isotnica do LEC, causada por reteno

    anormal de gua e Sdio.

    DVL

    Causas de DVL

    Vmitos;

    Diarreia;

    Sudurese;

    Diminuio de ingesto de lquidos.

    Manifestaes Clnicas (DVL)

    Diminuio peso;

    Diminuio do turgor cutneo;

    Pulso fraco e rpido;

    Urina concentrada;

    Hipotenso postural.

    Intervenes de Enfermagem (DVL)

    Manter T corporal;

    Incentivar ingesto de lquidos;

    Pesar diariamente;

    Prestar cuidados de higiene oral;

    Humedecer mucosa dos lbios e lngua;

    Administrar lquidos por via endovenosa;

    Algaliao vescal;

    Posicionar (doente acamado), vrias vezes.

    EVL

    Causas de EVL

    Sobrecarga de lquidos por diminuio da funo de mecanismos homeostticos:

    ICC;

    IR;

    Cirrose Heptica;

    Aumento da ingesto de sal nos alimentos.

    Manifestaes Clnicas (EVL)

    Edema; Aumento da Presso venosa;

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 38/130

    Veias dilatadas;

    Pulso cheio;

    Crepitao.

    Intervenes de Enfermagem (EVL)

    Pesar diariamente o doente;

    Avaliar sons respiratrios;

    Avaliar presena e tamanho de edemas;

    Incentivar a dieta sem sal;

    Restringir a ingesto de lquidos;

    Incentivar repouso;

    Posicionar o doente em posio semi-foller .

    DESEQUILBRIO DE SDIO

    Electrlito mais abundante no LEC

    Aumento ou diminuio de Na acompanhado por aumento ou diminuio de H2O

    Funes Na:

    Contraco muscular;

    Transmisso de impulsos nervosos;

    Distribuio de gua no corpo.

    Valor normal de Na entre 135-145mEq/l

    HIPONATRMIA

    Quando Na se encontra abaixo do valor normal (135mEq/l), d-se um aumento de H2O

    [H2O]>[Na]

    Causas

    Dieta pobre em sdio (associada a diurticos);

    Perdas extra renais (diarreia, vmitos, queimaduras);

    Diluio (grande ingesto de H2O depois de sudao excessiva);

    Hiperglicmia (atrai gua para sistema circulatrio, mas reduz [Na].

    Manifestaes Clnicas

    Confuso

    Convules;

    Coma;

    Hipervolmia (aumento de peso,

    edema);

    Diminuio da TA;

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 39/130

    Taquicrdia; Diminuio do DU.

    Intervenes de Enfermagem

    Administrao de SF 0,9% (EV);

    Administrao de expansores de plasma (gelafundina);

    Incentivar a alimentos com sal;

    Grades na cama (proteco do doente);

    Vigiar estado conscincia (confuso, agitao, hipotenso).

    HIPERNATRMIA

    Quando Na se encontra acima do valor normal (145mEq/l), d-se uma diminuio de

    H2O.

    Causas

    Administrao solues salinas (tratamento Acidose);

    Secreo excessiva Aldosterona ;

    Perda de gua (febre, infeco respiratria, diabetes, diarreia).

    Manifestaes Clnicas

    Sede;

    Febre;

    Membranas das mucosas secas;

    Agitao;

    Convulses;

    Edema pulmonar;

    Diminuio do DU;

    Taquicardia;

    Aumento da TA.

    DESEQUILBRIO DE POTSSIO

    Electrlito mais abundante no LIC

    Funes K:

    Actividade muscular (esqueltico e cardaco);

    Move-se sob influncia Bomba Sodio-Potssio;

    Funo renal normal mantm equilbrio do K;

    Excretado pelo rim (80%).

    Valor normal de K entre 3,5-5,5mEq/l

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 40/130

    HIPOCALIMIA

    Quando K se encontra abaixo do valor normal (3,5mEq/l)

    Causas

    Alcalose (K entra na clula por troca com ies de H);

    Administrao de insulina (capta K);

    Diminuio de K ingerido;

    Aumento da expoliao renal (secreo excessiva de Aldosterona, IR, uso

    diurticos).

    Manifestaes Cnicas

    Alteraes no ECG;

    Distrbios Gastrointestinais (diarreia, vmito);

    Distrbios Cardacos (Bradicardia e BAV, Arritmias);

    Distrbios Renais (poliuria, nicturia, diluio urina);

    Distrbios Neurolgicos (parestesias, fraqueza muscular);

    Paragem Cardaca.

    Interveno de Enfermagem

    Administrao de K, cautelosamente (sempre diludo, 10mEq/100cc SF);

    Vigiar flebites (e outros sinais inflamatrios locais);

    Monitorizar nveis normais de K;

    Estimular a uma dieta rica em K (banana, uva, damasco, feijo, batata);

    Preveno traumatismos;

    Vigiar padro cardaco e respiratrio.

    HIPERCALIMIA

    K acima do valor normal (5,5mEq/l)

    o desequilbrio mais grave

    Causas

    Iatrognica (devido a tratamento);

    Diminuio da excreo renal de K (diminuio da prod. de Aldosterona- Doena de

    Addison);

    Permeabilidade membrana alterada (acidose, hipxia celular, deficincia insulnica);

    Traumatismo celular (k passa do LIC para o LEC- queimaduras).

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 41/130

    Manifestaes Clnicas

    Agitao (aumento da irritabilidade neuromuscular);

    Clicas intestinais;

    Diarreia;

    Alteraes cardacas graves (ondas T estreitas e intervalos QT curtos);

    Fraqueza muscular;

    Parestesias;

    Perda tonos muscular;

    Taquicardia;

    Paragem cardaca.

    Intervenes de Enfermagem

    Vigiar DU;

    Monitorizar nveis normais de K;

    Estas atento ao ECG (arritmias);

    Administrao de Gluconato Ca (antagoniza da aco hipercalimia);

    Administrao de insulina em seringa infusora.

    Crises convulsivas

    Uma crise convulsiva dura em mdia 2 a 5 minutos.

    Quando ela termina o doente pode apresentar:

    Cefaleias;

    Dores musculares;

    Sensaes incomuns;

    Confuso mental;

    Fadiga profunda.

    Geralmente o doente apresenta amnsia do que aconteceu durante o episdio.

    Classificao Uma crise tem 3 perodos:

    Crtico: Perodo em que a crise ocorre;

    Intercrtico: Perodo entre duas crises;

    Ps-critico: Perodo imediato aps a crise (enquanto o doente recupera).

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 42/130

    MEDIDAS URGENTES Cuidados de enfermagem:

    Proteco das vias areas e oxigenoterapia:

    Posio lateral de segurana (PLS) para prevenir aspirao;

    Colocar tubo de guedel;

    Administrao de O2 a alto dbito;

    Aspirao de secrees ou vmitos.

    Acesso venoso perifrico (bom calibre):

    Administrar medicao; Hidratao (soroterapia).

    Colheita de sangue:

    Avaliao de electrlitos, gasimetria arterial (para avaliar os nveis de O2 e

    CO2), toxicologia (despiste de causa metablica.

    Administrar Benzodiazepinas (ex: Diazepan), pois so de aco rpida;

    Administrar anticonvulsivantes;

    Monitorizar doente, (fenituna pode provocar hipotenso e disrtmica).

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 43/130

    AVCs

    Acidente isqumico transitrio (ait)

    Pode durar alguns segundos, minutos ou horas, mas a durao mdia de 10 minutos.

    Sinal de problema isqumico potencial;

    Provocados por micrombolos ou vasospasmos;

    Podem repetir-se durante dias, semanas ou anos sem evolurem para AVC.

    A sintomatologia especfica do vaso envolvido:

    Cartida

    Perturbaes visuais cegueira temporria unilateral, viso turva;

    Perturbaes motoras hemiparesia, dfices motores localizados na face e membros;

    Perturbaes sensoriais hemianestesias, dfices sensoriais na face e membros.

    Vertebral

    Perturbaes motoras disfagia, disartria, ataxia, diminuio da fora muscular;

    Peerturbaes visuais diplopia, cegueira bilateral;

    Lapsos de memria, perturbao sensorial, tonturas, vertigens.

    Acidente vascular cerebral hemorrgico Um derrame hemorrgico causado pela ruptura de um vaso, com consequente

    extravasamento de sangue para as estruturas ceflicas.

    Sinais Clnicos do AVC hemorrgico intracerebral:

    Localizao e gravidade da hemorragia;

    Cefaleias intensas (violentas);

    Perda da conscincia;

    TA elevada (mesmo em casos sem histria de HTA).

    Sinais Clnicos do AVC hemorrgico subaracnoideu:

    Cefaleias intensas;

    Transtornos da viglia;

    Rigidez da nuca;

    Fotofobia;

    Hemorragias retinianas;

    TA elevada (incio);

    Temperatura corporal elevada.

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 44/130

    Acidente vascular cerebral isqumico

    O AVC Isqumico resulta da ocluso de um vaso sanguneo.

    AVC Isqumico

    Emblico Trombtico

    Causa mais frequente de AVC isqumico:

    Ocluso ou estreitamento do lmen

    do vaso snguneo, diminuindo ou

    interrompendo o fluxo sanguneo e o

    aporte de oxignio aos tecidos;

    Sonolncia, alteraes cognitivas,

    convulses e cefaleias;

    No tem um desenvolvimento abrupto

    e os sinais neurolgicos agravam-se

    nas primeiras 48h (afasias transitrias,

    hemiplegias ou hemiparsias), que

    podem agravar-se para uma paralisia

    severa.

    2 causa mais frequente de AVC isqumico, ocorre

    maioritariamente em indivduos mais jovens:

    Ocorre quando um cogulo de sangue ou de

    outra substncia proveniente de uma parte do

    corpo levada ao crebro pela corrente

    sangunea, interrompendo a circulao cerebral;

    Os mbolos tm origem num trombo cardaco;

    Fontes de origem dos mbolos: endocardite

    infecciosa, enfarte do miocrdio, cardiopatia

    reumtica;

    Incio repentino hemiparsia/hemiplgia;

    Resoluo mais favorvel, com menores sequelas.

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 45/130

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 46/130

    Hemiparsia

    Tetraparsia

    Paresias dos pares cranianos

    Manifestaes clnicas dos AVCs: MOTORAS:

    Hemiparesia ou hemiplegia do hemicorpo do lado oposto ao lado da isqumia

    (Inicio: flcida posteriormente espstica);

    Disfagia e Disartria.

    ELIMINAO:

    Polaquiria, urgncia e incontinncia urinrias;

    Obstipao imobilidade.

    LINGUAGEM:

    Afasia de expresso dificuldade ou incapacidade de se expressar verbalmente;

    Afasia de percepo dificuldade ou incapacidade de compreenso da fala;

    Alexia incapacidade de reconhecer as palavras escritas;

    Agrafia incpacidade de se expressar por escrito.

    PERCEPO SENSORIAIS:

    Resposta diminuda sensibilidade superficial calor, frio, presso, dor, tacto;

    Propriocepo diminuda reconhecimento da posio das no meio partes do

    corpo;

    Dfices visuais acuidade diminuida, diplopia, hemianopsia;

    Percepo sindrome de negligncia unilateral, imagem corporal distorcida,

    apraxia, agnosia, incapacidade de calcular distncias, dizer horas, distino

    direita e esquerda, memrias de locais e objectos.

    COGNITIVO EMOCIONAIS:

    Labilidade emocional (ataques de choro);

    Depresso, memria, pouca concentrao, perda de perda da capacidade de

    raciocnio, de discenimento e de abstrao.

    AVC DO TRONCO VERTEBRO BASILAR

    Um AVC do tronco pode levar a:

    Hipertenso craniana

    Coma

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 47/130

    TRATAMENTO FARMACOLGICO

    Escala de pupilas

    As pupilas normais denominam-se por isoreactivas e isomtricas

    MIOSE pupilas miticas (caracterizam-se por pupilas contradas);

    ANISOCRIA pupilas anisocricas (caracterizam-se por pupilas assimtricas);

    Utilizado no controlo de AIT ou AVC isqumico;

    Reduz a aderncia das plaquetas, impedindo o avano do AVC em evoluo;

    Quando existe risco de desenvolver lcera pptica, em vez do AAS, temos a Ticlopidina.

    AVC Anticoagulantes (Varfarina)

    Inibidores de agregao plaquetria

    (cido Acetilsaliclico)

    Utilizado em fase aguda de AVC isqumico em evoluo ou emblico;

    Quando existe risco de hemorragia (leso isqumica do tecido cerebral em vez de Varfarina, temos os Heparinides

    de baixo peso molecular.

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 48/130

    MIDRASE pupilas midriticas (caracterizam-se por pupilas dilatadas).

    INTERVENES DE ENFERMAGEM

    Os cuidados de enfermagem so orientados no sentido da satisfao das necessidades

    afectadas, com a finalidade de prevenir complicaes e proporcionar uma recuperao

    rpida e eficaz.

    1 Etapa Fase Aguda da Doena

    Ocorre entre as 48 e as 72 horas, onde so prioritrios cuidados que dem maior nfase s

    medidas de suporte bsico de vida.

    A nvel de prevenses para evitar riscos maiores:

    Manuteno das vias areas desobstruidas e posicionamento do doente (ventilao

    eficaz e oxigenao adequada);

    Administrao de O2 e controlo das SatO2 (minimizar leso cerebral);

    Aspirao de secrees em SOS, para permitir a passagem de ar atravs das vias

    respiratrias;

    Entubao endotraqueal, devido ao risco de queda da lngua e/ou paragem

    respiratria;

    Entubao nasogstrica, para preveno de aspirao de contedo gstrico e para

    alimentao;

    A nvel de monotorizao de valores relevantes:

    Monitorizao dos sinais vitais;

    Deteco de flutuaes de valores que nos podem indicar aumento da leso cerebral ou

    aumento da PIC (bradipneia, bradicrdia, hipertenso);

    Avaliao da temperatura doente pode apresentar hipertrmico causa central

    (desregulao do centro trmico);

    Avaliao do estado de conscincia segundo a Escala de Glasgow, verificando a

    existncia de deteorizao do estado neurolgico;

    Vigilncia e deteco de sinais de hipertenso intracraniana;

    Manuteno do equilbrio hidroelectroltico (melhora a circulao colateral de sangue

    para a rea atingida pela isqumia);

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 49/130

    Algaliao para avaliao do dbito urinrio e por reteno urinria dfices

    neurolgicos;

    Vigiar eliminao intestinal (distenso abdominal obstipao) e implementar, se

    necessrio, medidas profilcticas;

    Controlo da glicmia capilar;

    Vigiar sinais de arritmias cardacas factor agravante de AVC diminuio do dbito

    cardaco;

    A nvel de conforto e bem-estar do doente:

    Manuteno de um ambiente calmo e seguro;

    Alternar decbitos de 2 em 2 horas, se possvel em colches de presso alterna,

    contrariando o padro espstico;

    Estabelecer uma comunicao eficaz com o doente, explicando os procedimento, no

    esquecendo o toque teraputico (doentes em estado comatoso);

    Promoo, apoio e incentivo famlia para participar nos cuidados e na comunicao

    com o doente;

    Realizar notas de evoluo do doente em tempo oportuno.

    2 Etapa Fase de Recuperao do Doente

    As sequelas do AVC vo ser mais ou menos graves dependendo:

    Da rea do crebro afectada;

    Tempo de espera para ser atendido.

    O doente aps um AVC atravessa vrios estadios:

    Estadio flcido (hipotonia) o estdio mais incapacitante devido a perda

    motora geral e perda sensorial severa (o brao fica mole e cado, existindo fraqueza

    muscular e baixo tnus muscular);

    Fase em que ocorre um longo e lento

    processo de aprendizagem utilizao das

    capacidades que restam ou que podem ser

    reaprendidas e fazer um ajustamento s

    limitaes do doente.

    Os cuidados de enfermagem adequadamente

    planeados e implementados precocemente so

    a chave para evitar a instalao do padro

    espstico e promover uma rpida e eficaz

    recuperao.

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 50/130

    Estadio de recuperao (evoluo para o tnus normal) Permaneciemnto de

    uma leve incapacidade, sendo os movimentos iniciados no membros;

    Estadio espstico (hipertonia) Tnus muscular aumentado, h uma

    recuperao da funa motora com evoluo para a espasticidade, havendo

    recuperao dos movimentos proximais dos membros.

    Visto que o doente desenvolve um padro espstico importante mobilizar o doente de

    forma a criar um padro anti-espstico.

    PADRO ANTI-ESPSTICO:

    Manter o alinhamento da cabea com o corpo;

    Protaco da omoplata;

    Rotao externa e abduo da articulao escapulo-umeral;

    Extenso do cotovelo, punho e dedos com abduo destes;

    Supinao do antebrao;

    Extenso do tronco do lado atingido;

    Rotao interna e flexo da coxo-femural.

    Flexo do joelho;

    Dorsiflexo da tibiotrsica;

    Everso do p.

    INTERVENES DE ENFERMAGEM DIRECCIOANDAS S NECESSIDADES HUMANAS BSICAS ALTERADAS

    Mobilidade e postura correcta

    Comunicao

    Alimentao e Hidratao

    Eliminao (vesical e intestinal)

    Evitar perigos

    MOBILIDADE

    Incentivar o doente a colaborar no mximo de actividades possveis;

    Ensinar tcnicas para o doente realizar as suas actividades fazendo uso do lado no

    afectado (transferir-se da cama para o cadeiro e do cadeiro para a sanita);

    Presena constante do enfermeiro nas actividades do doente (apoio, incentivo e

    avaliao da evoluo);

    Posicionamento adequado do doente hemiplgico (alternncia de decbitos

    preveno de lceras de presso);

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 51/130

    Preveno da incapacidade e contribuir para que nenhuma parte do corpo

    permanea em flexo (para no ocorrer encurtamento muscular e alteraes

    articulares);

    Alternar perodos no leito com perodos de levante para o cadeiro;

    Estimular o lado afectado colocar os objectos do lado afectado (Sndrome de

    Desuso);

    Incentivar realizao de exerccios nos membros lesados (estimula a circulao,

    evita aparecimento de limitaes articulares).

    Devemos tambm posicionar o doente sobre o lado afectado, pois ao estimular a

    sensibilidade estaremos tambm a estimular o aparecimento de respostas motoras.

    COMUNICAO

    Dar tempo ao doente para responder (criar um ambiente calmo e sem pressas);

    Mostrar compreenso em relao aos esforos do doente para comunicar;

    Incentivar a famlia a participar nos exerccios do doente;

    Mostrar apoio/compreenso pelas reaces comportamentais frustrao;

    Incentivar o doente a comunicar por meio de gestos ou palavras.

    ALIMENTAO E HIDRATAO

    Satisfazer preferncias alimentares;

    Apresentar alimentos de forma atractiva;

    Refeies fraccionadas;

    Promover autonomia.

    Providenciar um ambiente calmo para a toma das refeies;

    Posicionar o doente direito na cama, ou sentado no cadeiro;

    Realizar a higiene oral antes das refeies para estimular a produo de saliva

    Colocar o doente com a cabea e pescoo ligeiramente para a frente, com o mento

    no peito (evitar engolir alimentos mal mastigados);

    Experimentar vrias texturas de alimentos (muitos doentes toleram melhor a dieta

    mole que os lquidos);

    Incentivar o doente a mastigar bem os alimentos e a ingerir em pouca quantidade de

    cada vez;

    Hemiplegia facial colocar os alimentos do lado da boca no afectado;

    Hemianopsia colocar os alimentos no campo de viso do doente;

    Controlar e registar a ingesto e eliminao, at o doente conseguir uma ingesto

    hdrica suficiente (necessidade de suplementos por via endovenosa)

    Controlo do peso do doente (semanalmente).

    ELIMINAO VESICAL

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 52/130

    Minimizar o uso da alglia infeces urinrias e torna difcil a recuperao do

    controlo voluntrio;

    Ingesto hdrica suficiente (mas restringir os lquidos noite);

    Auxiliar o doente a deslocar sanita de 2 em 2 horas;

    Observar a integridade da pele (sinais de rubor ou irritao)

    Incentivar o doente neste processo e incluir a famlia;

    ELIMINAO INTESTINAL

    Vigiar o padro de eliminao do doente;

    Incentivar a ingesto hdrica diria;

    Regularizar o padro de eliminao, fazendo uso de laxantes e supositrios

    (emolientes de fezes), no caso de obstipao;

    Acompanhar diariamente o padro de eliminao do doente.

    EVITAR PERIGOS

    Detectar alteraes sensitivas;

    Estimular a sensibilidade;

    Promover a integrao do hemicorpo afectado;

    Contacto fsico;

    Virar na cama (rolamento);

    Posicionamento sobre o lado afectado;

    Exerccios para o quadricpede e glteos (Ponte);

    Levante para cadeira de baloio;

    Abordar sempre o doente pelo lado hemiplgico;

    Colocar mesa-de-cabeceira do lado hemiplgico;

    Ensinar o doente e famlia a salvaguardar reas com diminuio da sensibilidade.

    Afeces neurolgicas

    Papel do enfermeiro:

    Ensino e suporte continuados ao doente e famlia;

    Consciencializar do processo da doena e alternativas de tratamento;

    Medidas de segurana;

    Suporte dos recursos de coping do doente/famlia;

    Informar que existem grupos de entreajuda teis para doente/famlia para lidar com os

    desafios presentes e ajudar com crises futuras.

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 53/130

    DOENA DE PARKINSON

    Manifestaes:

    Diminuio da fora muscular e fadiga;

    Expresso facial vazia, olhar fixo;

    Fala montona e lenta (monocrdica e frases curtas);

    Falta de deglutio e mastigao espontneas;

    Pensamento lentificado (funes cognitivas mantidas mas

    lentas);

    TRAP (principais manifestaes da doena).

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 54/130

    TRAP (Tremor, Rigidez muscular, Acinsia/bradicinsia, alterao da Postura):

    Tremor:

    Sinal inicial mais comum (incio nas mos, depois cabea e no final membros

    superiores e inferiores);

    Piora com o repouso;

    Interfere com as AVDs;

    Tremor lento e rtmico.

    Rigidez muscular:

    Associada a dor muscular difusa;

    Principal responsvel pela alterao da postura (postura rgida).

    Acinsia/bradicinsia:

    Discreta lentido na realizao de actividades;

    Ausncia de mmica facial;

    Lentido dos membros superiores;

    Difcil iniciar a marcha;

    Comunicao escrita e oral tornam-se difceis.

    Alterao da postura:

    Devido rigidez em cada grupo muscular,

    normalmente nos msculos flexores da cabea,

    pescoo, pernas e braos.

    Apresenta passos curtos, tendncia de andar

    inclinado para a frente, dificuldade em manter

    o equilbrio.

    Cuidados de enfermagem:

    Os cuidados de enfermagem a ter com um doente de Parkinson esto divididos por

    necessidades humanas bsicas alteradas:

    Alimentao e hidratao:

    Ajuda parcial ou total no momento da refeio;

    Dar tempo suficiente para a refeio;

    Manter lenos de papel junto do doente.

    Comunicao:

    Ter tempo para escutar um doente;

    Encorajar o doente a falar alto;

    Encorajar exerccios respiratrios e de voz.

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 55/130

    Evitar perigos:

    Incentivar o uso de bengala;

    Retirar tapetes do cho;

    Se necessrio colocar corrimes;

    Acompanhar durante as suas deambulaes (risco de queda);

    Cumprimento regular da medicao (dosagem, hora);

    No tomar outros medicamentos sem autorizao mdica.

    Eliminao (obstipao):

    Dieta rica em fibras;

    Reforo hdrico;

    Exerccios abdominais;

    Uso de laxantes se necessrio.

    Promover ensino famlia:

    Imobilidade;

    Mobilizaes;

    Risco de lceras de presso (acamado);

    Medicao;

    Etapas da donea.

    PARALISIA FACIAL OU PARALISIA DE BELL

    o distrbio mais frequente do nervo facial caracterizado por causar de forma repentina

    debilidade ou paralisia dos msculos de um lado da face.

    NERVO FACIAL estimula os msculos da face.

    Aparece de forma sbita, geralmente associada a uma dor atrs da orelha.

    O grau de debilidade pode variar de ligeira a total, mas s ocorre num dos lados da face.

    Sintomas:

    Lagoftalmo olho permanentemente aberto;

    Desaparecimento das rugas de expresso;

    Perda parcial do sentido do gosto;

    Assimetria facial;

    Pode interferir na produo de saliva;

    Sensao de peso na face (paralisia).

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 56/130

    Cuidados a ter (promoo de ensino):

    Lagoftalmo uso de lgrimas artificiais com poucas horas de intervalo;

    Mastigao;

    Fisioterapia massagens dos msculos afectados (estimulao nervosa) para evitar

    rigidez muscular;

    Medicao.

    NEVRALGIA DO TRIGMEO

    Conhecida como Tique Doloroso e muito comum na idade adulta e 3 idade.

    Sintomas:

    A dor pode aparecer espontaneamente ou ser desencadeada quando se toca um

    ponto em particular ou por actividades como lavar os dentes ou mastigar;

    Dor intensa que poder abranger qualquer ponto da metade inferior da face (ma

    do rosto junto ao nariz ou mandbula);

    A dor pode repetir-se at cem vezes ao dia, chegando por vezes a determinar uma

    incapacidade total.

    ESCLEROSE MLTIPLA

    Doena neuromuscular, degenerativa, crnica que se caracteriza por uma inflamao da

    substncia branca do SNC.

    Sintomas:

    A EM e imprevisvel evoluo da altamente varivel imprevisvel;

    A desmielinizao pode ocorrer em qualquer parte do crebro e da medula, sendo

    esta patologia a que mais produz sintomas que qualquer outra doena neurolgica.

    Cuidados de enfermagem:

    Os cuidados de enfermagem a ter com um doente que tenha esclerose multipla esto

    divididos por necessidades humanas bsicas alteradas:

    Mobilizao (manifestada por espasciticidade, diminuio da fora, tremores,

    paralisia, parestesias, fadiga):

    Medicao para controlo da dor e espasmos;

    Auxiliares de marcha;

    Aumentar base de sustentao na marcha;

    Fisioterapia;

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 57/130

    Alternar perodos de actividade com repouso.

    Alimentao (manifestada por disfagia):

    Manter tronco direito nas refeies;

    Disponibilizar tempo suficiente;

    Refeies pequenas e mais frequentes.

    Eliminao vescal (manifestada por urgncia, incontinncia ou reteno urinria):

    Identificar a disfuno;

    Prevenir infeces urinrias;

    Estabelecer horrio de mico;

    Integridade da pele (fralda);

    Evitar lquidos durante a noite (incontinncia e urgncia);

    Medicao para diminuir a espasticidade vesical.

    Eliminao intestinal (manifestada por obstipao ou diarreia):

    Dieta rica em fibras e reforo hdrico;

    Refeies fraccionadas;

    Administrao de laxantes ou microlax;

    Vigiar a fralda e controlo da integridade da pele;

    Massagens abdominais.

    Segurana (manifestada por alteraes familiares, diminuio de auto-estima,

    parestesias, diplopia, depresso, labilidade, apatia, perda de memria):

    Incluir a famlia no plano de ensino;

    Eliminao de barreiras arquitectnicas em casa;

    Incentivar o doente a participar nos rituais da famlia;

    Acompanhar o doente nas suas deambulaes e actividades;

    Orientar o doente (tempo e espao).

    Comunicao (manifestada por disartria):

    Terapia da fala;

    Disponibilizar tmepo suficiente;

    Incentivar o doente a escrever ou falar por gestos.

    O objectivo ajudar o doente a executar o auto-cuidado, com eficcia, a fim de minimizar

    a necessidade de hospitalizao.

    O enfermeiro incentiva o doente com EM a manter um estilo de vida de promoo da sade

    geral (continuar a realizar as suas actividades dirias normais, tanto quanto lhe permitam

    as suas foras.

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 58/130

    ESCLEROSE LATERAL AMIOTRFICA (ELA)

    Doena crnica do neurnio motor, de evoluo rpida, que acaba por enfraquecer e

    paralisar os msculos respiratrios, resultando em morte.

    Sintomas:

    Fadiga e cibras musculares;

    Dificuldade em movimentos finos;

    Atrofia muscular, fasciculaes;

    Reflexos tendinosos diminudos;

    Espasticidades dos msculos;

    Reflexos hiperactivos e clonia dos

    axilares;

    Disartria e disfagia;

    Falncia respiratria.

    A paralisia inevitvel e a morte, regra geral, ocorre por pneumonia e falncia respiratria

    no espao de 5 anos aps o diagnstico.

    Intervenes de enfermagem:

    Centram-se na preveno de complicaes:

    Incapacidade de realizar actividades;

    Dfices musculares;

    Sinais de envolvimento do tronco cerebral (respirao);

    Perda de peso (atrofia muscular);

    Deglutio (disfagia);

    Reteno de secrees;

    Dores e cibras.

    SINDROME DE GUILLAN-BARR

    uma polineuropatia inflamatria aguda que se caracteriza por vrios graus de diminuio

    da fora muscular ou paralisia.

    Sintomas:

    Parestesias;

    Diminuio da fora muscular dos Minferiores, com progresso ascendente;

    Dor profunda a nvel da coxa e ombro;

    Deglutio e fala afectadas;

    Disritmias, taquicardia ou bradicardia, rubor, sudorese;

    Reteno urinria;

    Fraqueza dos msculos respiratrios (paragem respiratria).

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 59/130

    Intervenes de enfermagem:

    Suporte nutricional (perda de peso rpida) por SNG;

    Preveno de lceras de presso (imobilidade);

    Exerccio de mobilizao de todas as articulaes;

    Teraputica anti-trombtica HBPM (risco de embolia pulmonar e trombose de veias

    profundas);

    Plano de eliminao intestinal;

    Algaliao e posteriormente plano de reabilitao;

    Fisioterapia;

    Estimulao e comunicao (participao do doente nas decises;

    Participao da famlia nas actividades dos cuidados.

    MIASTENIA GRAVIS

    doena auto-imune caracterizada pelo aparecimento de episdios de debilidade muscular

    como consequncia de um funcionamento anormal da juno neuromuscular Sintomas:

    Diminuio da fora muscular e fadiga generalizada;

    Ptose e diplopia (envolvimento dos msculos oculares);

    No consegue manter a boca fechada, mastigar ou deglutir;

    Alterao dos msculos faciais (face inexpressiva);

    Foz fraca e dificuldade em engolir a saliva (com o aumento da fadiga);

    Envolvimento dos msculos do pescoo (cabea pende para a frente);

    Diminuio da fora do brao e mo (incapacidade de auto-cuidado);

    Msculos do tronco e membros inferiores (diminuio da capacidade na marcha e

    sentar-se);

    Diminuio da capacidade dos msculos inter-costais e diafragma (necessidade de

    ventilao mecnica).

    A sintomatologia desenvolve-se rapidamente, mas no incio da doena so aliviados com o

    repouso.

    Com a evoluo da doena a fadiga tende a ser mais evidente, com o menor esforo

    possvel.

    As exacerbaes da doena podem ser precipitadas por: infeco respiratria, stress

    emocional, cirurgia, traumatismo, gravidez, menstruao, etc.

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    CADERNO DE ESTGIO

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    Afeces respiratrias

    Respirao com frequncia normal (12 a 18-20 cpm), ampla e simtrica Eupneico

    Dispneia principal sintoma de doenas respiratrias (dificuldade respiratria ou falta de

    ar) Ex: doente pra de falar para respirar, audio de sons respiratrios.

    Aco de enfermagem perante um doente dispneico

    Sentar em posio de Fowler ou semi-fowler

    Administrar O2

    RESPIRAO RUIDOSA

    Estertores (ou roncos): presena de secrees na traqueia e grandes brnquios, o

    som audvel na passagem do ar por uma via area semi-obstruda, d-se na

    inspirao;

    Sibilos: sons agudos, devido obstruo parcial dos bronquolos, som audvel quando o

    ar passa de uma via area semi-obstruda, d-se na expirao. Presente no

    broncospasmo;

    O diafragma o msculo responsvel, mas pode ocorrer a utilizao de msculos

    acessrios, na tentativa de aumentar o volume de ar que entra na respirao.

    Alterao na postura a observao da postura adoptada importante

    Ex: DPCO sentado para a frente, braos inclinados nos joelhos (posio de alavanca,

    facilita a aco dos msculos intercostais e recto abdominais para forar a expirao; lbios

    semi-cerrados)

    Alterao da cor da pele:

    Pele normal: cor rosada (presena de hemoglobina oxigenada)

    Palidez: diminuio de glbulos vermelhos ou anemia

    Cianose (arroxeada): diminuio de O2 no sangue a nvel dos tecidos.

    Alterao do estado neurolgico critrio de ventilao adequada;

    Alterao do estado de conscincia indicador de hipxia cerebral, pode levar ao coma.

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    SINTOMATOLOGIA PRESENTE EM DOENAS DO FORO RESPIRATRIO:

    TOSSE Irritao da rvore traqueobronquica;

    Pode ser: irritativa, seca ou produtiva (acompanhada e com expulso de secrees);

    Principal reflexo protector do AR;

    Inibida por vezes (aumento da dor e dispneia);

    Dificultada por hidratao insuficiente (dificulta motilidade dos cilios)

    Mecanismo da tosse:

    Irritao;

    Inspirao rpida e profunda;

    Compresso encerramento da glote, elevao do diafragma com encerramento da

    nasofaringe pelo palato, provocando eliminao de substncias estranhas pela boca.

    EXPECTORAO 100g/d de muco produzido na rvore traqueobronquica, um

    mecanismo normal de depurao. Expectorao de forma contnua no normal.

    Avaliao das secrees:

    Colorao:

    Transparente /esbranquiada - normal

    Acastanhada, esverdeada, raiada de sangue alteraes

    Odor:

    Sem odor normal

    Cheiro ftido situao patolgica

    Consistncia:

    Fluida e aquosa normal

    Espumosa ou espessa situao patolgica

    Quantidade:

    Pouca (1 a 2 aspiraes), mdia ( mais de 3 aspiraes) ou grande

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    CADERNO DE ESTGIO

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    HEMOPTISE expulso de sangue pela boca, proveniente do pulmo. O sangue

    espumoso e vivo (devido a elevada saturao de O2).

    DOR TORCICA OU DOR PLEURITICA dor a nvel torcico posterior ou anterior,

    durante inspirao profunda; Associa-se a processos inflamatrios

    CIANOSE

    Pigmentos da cor da pele:

    Melanina;

    Caroteno;

    Oxihemoglobina (pigmento vermelho brilhante, predomina nas artrias e capilares);

    Desoxihemoglobina (pigmento mais escuro roxo/azulado)

    Nota: O aumento da concentrao de desoxihemoglobina nos vasos sanguneos produz

    cianose (superior a 5g/dl)

    Cianose perifrica:

    Quando fluxo de sangue cutneo diminui e se lentifica, havendo extraco de O2 do

    sangue pelos tecidos.

    Ex: situaes de frio, ansiedade, ICC, Choque

    Desaparece ou diminui com elevao do membro afectado ou aquecimento.

    Cianose Central:

    Oxigenao inadequada do sangue arterial nos pulmes.

    Observa-se nos lbios, mucosa oral.

    Desaparece ou diminui com inalao de O2.

    Cianose central correlaciona-se directamente com:

    Hipoxmia oxigenao subnormal do sangue arterial

    Hipxia celular oxigenao subnormal ao nvel celular

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    CADERNO DE ESTGIO

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    Principais causas da hipoxemia:

    Baixa concentrao de O2 no ar inspirado (altitudes, ambientes fechados);

    Hipoventilao eliminao inadequada de CO2 dos alvolos e diminuio da

    presso alveolar de O2

    Ex: depresso centro respiratrio, doena pulmonar parenquimatosa;

    Distrbio da ventilao perfuso: ventilao e perfuso em equilbrio para adequada

    oxigenao do sangue, se perfuso mais alta em relao ventilao ocorre shunt

    pulmonar;

    Bloqueio alveolocapilar O2 no se difunde adequadamente para o sangue, devido a

    espessamento da barreira alveolocapilar;

    Shunt arterio-venoso

    Cianose tipo misto: congesto pulmonar dificulta oxigenao (hipoxemia), havendo

    estase vascular com extraco acentuada.

    Intervenes de Enfermagem Gerais a Indivduos com Doena Respiratria

    Medidas de teraputica respiratria

    Posicionamento e postura

    Posicionar em fowler/semifowler;

    Doente acamado alternncia de decbitos;

    Tosse /Reflexo da tosse

    Encorajar alternncia de decbitos mobiliza secrees;

    Aumentar nvel de actividade (sentado/deitado)- levante precoce dos doentes

    acamados;

    Encorajar respirao lenta e profunda antes de tossir;

    Tossir sentado ou inclinado aco dos msculos expiratrios;

    Ensinar a tossir no fim da expirao;

    Usar conteno do trax;

    Ingesto de lquidos hidratao das vias areas;

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    CADERNO DE ESTGIO

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    Individuo com DPCO inspirao profunda e tossir durante a expirao e com

    boca aberta risco de presso intratorcica.

    Espirometria de Incentivo

    Inspirao e expirao profundas utilizando um espirometro

    DPOC DOENA PULMONAR OBSTRUTIVA CRNICA

    Caracteriza-se por limitao do dbito areo, que no , completamente reversvel. A

    limitao do dbito habitualmente progressiva, associando-se a uma resposta

    inflamatria anmala dos pulmes a partculas e gases

    Sintomatologia

    Tosse produtiva

    Dispneia

    Expirao prolongada

    Cianose

    ICC

    Intervenes de Enfermagem

    Avaliar sinais vitais

    Assumir posies de alivio da

    dispneia

    Administrar aerossois e inaladores

    Realizar nebulizaes

    Administrar oxignio

    Incentivar cinesiterapia respiratria

    Adequada ingesto de lquidos

    Ensino sobre tosse eficaz

    INSUFICINCIA RESPIRATRIA

    Inadequadas trocas gasosas, para satisfazer necessidades orgnicas durante actividades

    normais. Acompanhada de dispneia.

    FALNCIA RESPIRATRIA

    Verifica-se quando existe, hipoxemia, hipercapnia e acidose respiratria

    Critrios de Falncia respiratria

  • Escola Superior de Sade da Cruz Vermelha Portuguesa

    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 65/130

    PaO2 inferior 60mmHg (respirar ar ambiente)

    PaCO2 50mmHg

    Ph 7,35

    Distrbios no pulmonares:

    Distrbios neuromusculares (Esclerose mltipla, leso medular);

    Prolongada ventilao mecnica

    MANIFESTAES CLNICAS

    Hipoxemia

    Hipercapnia

    Ph mantido devido a compensao

    Desenvolvem Insuficincia Respiratria Aguda como resultado de uma agresso

    secundria ao sistema pulmonar j comprometido:

    Ph inferior a 7,35

    Hipoxemia grave

    Hipercapnia

    Manifestaes clnicas

    Cefaleias;

    Irritabilidade;

    Confuso;

    Sonolncia e coma;

    Taquicardia;

    Hipotenso;

    Cianose

    Objectivo: Ventilao e oxigenao

    INTERVENES DE ENFERMAGEM

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 66/130

    Administrao de Oxignio (manter PaO2 60-90, alto ou baixo dbito):

    Alto dbito: 60% - 100% provoca toxicidade (leso tecido pulmonar)

    Doente com DPOC (perigo de aumento de PaCO2 coma), oxignio

    administrado a baixo dbito;

    Ventilao mecnica (aumento do PaCO2);

    Manuteno da permeabilidade das vias areas (aspirao, broncodilatadores,

    manobras de tosse eficaz, posio fowler);

    Melhoria do Dbito cardaco (diminuir ingesto de lquidos, avaliar SV, avaliar DU)

    EDEMA AGUDO DO PULMO (EAP)

    Inibio das trocas gasosas, provocada pela deteriorao da via de difuso entre os

    alvolos e capilares sanguneos pulmonares.

    Acumulao anormal de liquido no espao intersticial e alveolar do tecido pulmonar

    ACES DE ENFERMAGEM

    Sentar doente com MI pendente (facilita estase venosa e retorno venoso)

    Administrar O2 a alto dbito

    Monitorizar ritmo cardaco e TA

    Administrar medicao de urgncia (diurticos e vasodilatadores)

    OXIGNIO DE LONGA DURAO (OLD)

    Aumenta sobrevida

    Aumenta tolerncia ao esforo

    Melhora disfuno neuro-psquica

    Reduz numero e durao de

    internamentos

    Melhora qualidade de vida

    Critrios OLD - Existncia de Insuficincia Respiratria crnica hipoxemica grave

    Nota: Dbito de O2 determinado pela gasimetria

    MANUTENO/PERMEABILIDADE DAS VIAS AREAS

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 67/130

    (Assegurar adequada funo respiratria)

    Causas de obstruo das V.A.

    Queda da lngua

    Secrees

    Corpo estranho

    Regurgitao de Lquidos

    Vias artificiais para preveno da obstruo

    Tubo orofaringeo/Tubo Guedell/Tubo Mayo

    Forma concava;

    Usado em indivduos inconscientes (provoca reflexo vmito);

    Tamanho: 0-5

    Colocao:

    Distncia entre comissura labial e lbulo da orelha;

    Coloca-se com extremidade a tocar no palato;

    Rodar 180 at rebordo ajustar ao lbio

    Tubo Nasofaringeo

    Ao longo da faringe posiciona-se na base da lngua;

    Utilizado em fractura da mandbula e traumatismo regio inferior da face;

    Permite aspirao de secrees;

    Estrutura malevel adapta-se internamente narina;

    Tamanho: 28 a 32 (adulto);

    Indicado em doentes conscientes;

    Colocao cuidadosa epistaxis, lcera mucosa nasal e asa nariz;

    Medida desde asa do nariz at lbulo orelha, colocar no sentido da curvatura da

    nasofaringe.

    Tubo Endotraqueal (ultrapassam vias areas superiores abrindo uma via para a traqueia)

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 68/130

    Tamanho: 3-5 (pediatria); 6-9 (adulto)

    Objectivo principal ventilar mecanicamente;

    Cuff com via para ser insuflado (fixa tubo na traqueia, posicionado abaixo das cordas

    vocais impede passagem da voz)

    Cuff de baixa presso superfcie do balo adapta-se s da traqueia sem provocar

    leso;

    Presso de insuflao: em ar 10-20cm (provoca isqumia);

    Entubao Endotraqueal (EET)

    Objectivo: Permeabilidade vias areas;

    Cuidados de Enfermagem a doentes com EET

    Lavar as mos

    Explicar procedimentos (linguagem labial, manter contacto visual)

    Alterao de decbito de 2/2H (preveno de estase de secrees)

    Mudana de fitas de nastro/adesivo

    Tcnica assptica sempre que necessrio

    Cuidados com alimentao (entubao gstrica)

    Cuidados de higiene oral (humidificar boca)

    Evitar manobras bruscas (perigo de extubao)

    Traqueostomia

    Tipos de canulas

    Com Cuff o seu modo idntico ao TET (no passa voz)

    Fenestrada abertura na canula externa que permite a passagem de ar atravs da

    canula desde as vias areas. Pode falar.

    Cuidados a ter com a Traqueostomia

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 69/130

    Limpeza da pele em redor do estoma (de dentro para fora, hidratar)

    Troca de compressas em redor do estoma (protege pele)

    Troca das fitas que imobilizam a canula (risco de exteriorizao)

    Limpeza da canula interna (agua oxigenada e agua corrente)

    OXIGENOTERAPIA

    Processos fisiolgicos no transporte de O2 da atmosfera para os tecidos: consiste na

    administrao de O2 a uma concentrao superior a 21% (ar ambiente

    Ventilao: O2 atmosfrico atinge membrana alvolo-capilar

    Difuso: O2 e CO2 atravessam a membrana alvolo-capilar

    Perfuso: Fluxo suficiente de sangue pulmonar, para ocorrer difuso e transporte O2

    para os tecidos.

    Existncia de Hg suficiente para transportar o O2 dissolvido (PaO2):

    Contedo normal de O2 no sangue 16 a 20ml/100ml de sangue

    Dbito Cardaco: Tem de existir DC, suficiente para responder s necessidades dos

    tecidos (DC normal, em repouso, de, 5l/minuto)

    O2: gs atmosfrico, considerado um frmaco pois tem riscos e benefcios.

    Habitualmente utilizado em situaes de:

    Hipxia/hipxemia (DPOC, EPA, Pneumonia, Atelectasias);

    Aumento das necessidades metablicas (febre, choque, leses extensas dos tecidos);

    Diminuio da capacidade sangunea para transportar O2 (EAM, Arritmias, Anemia e

    Intoxicao por Monxido de Carbono).

    Conceito de FiO2 fraco de O2 no ar inspirado;

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    FiO2, O2 (aumentar o O2 no ar alveolar para facilitar a saturao de hemoglobina em

    O2)

    FiO2>60% lesivo para as clulas (provoca tosse, dor no peito, obstruo nasal, fadiga e

    cefaleias)

    Para administrao de O2 so necessrias fontes de Gases

    Balas de O2 (presso muito elevada, vlvula redutora)

    Rampas de O2 (canalizado por grande consumo)

    Unidades de O2 lquido (domicilirio, transforma O2 liquido em gasoso):

    Estacionrias

    Portteis

    O2 provoca secura nas mucosas, deve proceder-se h Humidificao

    Sistemas de Oxigenao dividem-se em:

    Alto dbito:

    Proporcionam o total da quantidade do ar inspirado;

    Pode-se controlar a concentrao de O2 com exactido;

    A concentrao de ar inspirado no afectada pela Fr e profundidade das inspiraes

    do doente (mscara venturi, mscara 100% e ventilao mecnica).

    Baixo dbito:

    Proporcionam apenas parte do ar inspirado pela pessoa;

    Na inspirao, o ar ambiente mistura-se com oxignio fornecido, proporcionando a

    quantidade total de ar inspirado;

    A concentrao de ar inspirado afectado pela Fr e profundidade das inspiraes do

    doente (culo nasal, catter nasal, mscara simples);

    No permite dbitos superiores a 6l;

    Grande parte sada pela boca e nariz;

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    CADERNO DE ESTGIO

    Flvia Ferreira 71/130

    Sonda de Oxignio - Plstic