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Radiologia Convencional I Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -1

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Page 1: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -1

Page 2: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

1. Introdução

O estágio, é uma importante etapa na vida académica de cada aluno. Não só

por ser o primeiro contacto com a actividade profissional, mas também como o culminar

do curso superior.

Durante os vários anos do curso, foram-nos depositados um grande número de

conhecimentos teóricos, no âmbito da anatomia, anatomia radiológica, metodologias

para a realização dos exames, regras de protecção e segurança e até mesmo

conceitos como qualidade na prestação de serviços e humanização, tal como uma

grande abordagem na área da física.

Esta aprendizagem teórica foi fundamental para um bom desempenho na

prática, embora por vezes a realidade deste hospital seja um pouco diferente e nem

todos os conceitos teóricos que aprendemos são aplicados.

O conteúdo deste dossier passa um pouco pela história dos raios X e dos

hospitais, bem como a do hospital Garcia de Orta e uma descrição de todo o hospital e

em particular do serviço de imagiologia, tal como as salas e suas componentes.

Faz-se também uma abordagem a algumas regras de protecção e algumas

normas para promover a segurança de todos.

São também descritas algumas actividades desenvolvidas durante o período de

estágio.

O motivo pelo qual se realizou este dossier de estágio foi dar a conhecer alguns

conceitos básicos sobre a radiologia e todo o meio envolvente, que foi a base de todo o

trabalho prático realizado no estágio, e algumas actividades realizadas.

Deu-se início ao estágio 1 no mês de Novembro e terminou no mês de janeiro,

e o monitor do nosso grupo, escolhido em sorteio, foi o Técnico Luis Valadas.

O objectivo deste dossier de estágio é fazer um relato das actividades mais

importantes desenvolvidas durante este período de tempo, dando a conhecer as

mesmas.

Tem também como objectivo recordar alguns dos conceitos teóricos

fundamentais para um bom desempenho prático por parte do técnico de radiologia.

Durante este período foram desenvolvidas várias actividades na área da

radiologia convencional, como tórax, crânio, mão, pé,articulações, etc.

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -2

Page 3: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

A grande maioria do estágio foi realizado na sala de urgência, na qual se

efectuam muitas vezes exames a politraumatizados. Grande parte destes, chegam ao

serviço de imagiologia imagiologia imobilizados pelo que o técnico tem de ter um

grande conhecimentos nas técnicas de manuseamento com politraumatizados.

Por duas vezes, fomos também ao bloco operatório, no qual é necessário

obedecer a todas as regras de assépsia e manuseamento do equipamento.

Um Hospital é um estabelecimento destinado ao diagnóstico e tratamento de

pessoas doentes ou lesionadas. Os hospitais desempenham também uma importante

função no desenvolvimento da investigação médica e na formação do pessoal

sanitário.

O uso dos raios X possibilitou um grande impulso nas técnicas de diagnostico,

devido a uma das suas características: a de poder penetrar nos materiais. Na biologia e

na medicina, permite observar os órgãos internos sem que se tenha que abrir o

paciente.

Existem muitos estudos para tentar determinar os limites seguros de exposição

dos seres vivos á radiação, porém isto é muito difícil de se estabelecer devido á grande

quantidade de variáveis envolvidas. Contudo, existem normas muito bem estabelecidas

de protecção radiológica, envolvendo métodos e equipamentos, que fornecem uma

boa confiabilidade em termos de segurança, e que, se obedecidas, mantêm as

exposições a radiação abaixo do limite onde os danos se tornam importantes.

2. Breve História dos Rx

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -3

Page 4: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

No fim da tarde de 8 de Novembro de 1985, quando todos haviam encerrado a

jornada de trabalho, o físico Alemão Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923)

continuava no seu pequeno laboratório, sob os olhares atentos do seu servente.

Enquanto Roentgen, naquela sala escura, se ocupava com a observação da

condução da electricidade através de um tubo de Crookes, o servente, em alto

estado de excitação, chamou-lhe a atenção:”Professor, olhe a tela!”.

Nas proximidades do tubo de vácuo havia uma tela coberta com platinocianeto

de bário, sobre a qual se projectava uma inesperada luminosidade, resultante da

fluorescência do material.

Roentgen girou a tela de modo que a face sem material fluorescente ficasse de

frente para o tubo de Crookes; e ainda assim ele observou a fluorescência.

Foi então que resolveu colocara sua mão na frente do tubo, vendo os seus

ossos projectados na tela.

Roentgen prossegui de imediato as suas investigações com esta estranha “luz

X”, interpondo vários materias como a madeira ou o alumínio.

No final de 1895, Roentgen tinha descoberto quase todas as propriedades dos

Rx e apresentou as suas descobertas à comunidade Científica.

Em 1901 recebeu o Prémio Nobel da Física por essa descoberta.

Produziu a primeira radiografia na história da medicina, com a Mão da sua

mulher.

Em 1995, comemoram-se os 100 anos de descobrimento dos RX…

3. Breve História dos Hospitais

Fundação de Portugal:

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -4

Page 5: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

Religiosos: sem formação escolar; baseado no sobrenatural; carácter punitivo da

doença.

Médicos, Judeus e Árabes: dotados de um espírito analítico, exercuam uma

medicina com base científica.

Este grupo foi o influenciador da época transformando os albergues em

estabelecimentos mais próximos do conceito hospital.

Até ao séc. XV:

Os pobres eram tratados em albergarias e os ricos em suas residências.

Assiste-se a um crescimento das albergarias de fundação monástica (em que

eram aplicadas rendas), das confrarias de mariantes e das corporações de

oficiais.

A causa destes crescimentos foram as pestes.

No final do séc. XV

Em Lisboa, existiam 42 Hospitais e 13 Albergarias.

Em Portugal existiam 500 estabelecimentos, que eram muito pequenos.

Apartir desta data

Surgiram em Portugal as mesericórdias, hospitais centrais em Lisboa, Caldas da

Rainha, Évora, Coimbra e Santarém; com novo estatuto e reformação orgânica.

Ao longo do séc. XVI e XVII

Estas instituições funcionavam com rendimentos próprios, originados através de

benefícios régios, donativos e legados.

Eram instituições muito ligadas à Borguesia e a cargo do Estado.

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -5

Page 6: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

Séc. XVII

Assiste-se à modificação do conceito de doença, ao desenvolvimento da

fisiologia, a uma abordagem verdadeiramente científica da medicina.

Surgiu pela primeira vez o conceito de banco (2ª metade do séc. XVII; no

hospital de Todos-Os-Santos)

A 2ª metade deste séc. foi também a data em que surgiu o primeiro hospital

militar em Lisboa.

Banco: eram casas de acolhimento e urgência que se mantinham como verdadeiros

centros anatómicos e cirúrgicos.

Séc. XVIII (Revolução Francesa)

Liberdade, Igualdade e Fraternidade, conduz ao desenvolvimento científico

através da utilização dos valores do passado e da observação e

experimentação.

É criada a ideia de que entre os requisitos de um poder nacional forte, estava

contida a existência de políticos sociais.

Assim, os hopitais passam de elementos fulcrais a instituições estritamente

médicas.

Assiste-se à eclosão da Medicina Hospitalar.

Em 1750, houve um incêndio muito grande no Hospital Todos-os Santos que

acabou por ser destruído em 1755 com o terramoto.

Séc. XIX

Rescaldo da Revolução Francesa; assiste-se ao autogoverno dos cidadãos que

surgiram em matérias como a saúde, a autonomia individual, industrialização

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -6

Page 7: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

incipiente, a degradação do estado sanitário das populações e o crescimento

muito grande das doenças infecto-contagiosas: Tuberculose.

A industrialização na Europa fez com que as populações nas cidades

aumentassem, o que origina grandes pressões sobre Hospitais e Médicos.

Aumentou o recurso à ciência e às tecnologias devido a maiores necessidades

na compreenção das doenças.

Anos 50

Era bacteriológia!

Induz um combate às doenças infecto-contagiosas.

Séc. XX

A Medicina ganha poder e prestígio

Surgem antibióticos e cura da Tuberculose.

Há um desenvolvimento dos processos tecnológicos associados a métodos

auxiliares de diagnóstico.

O Hospital passa de uma instituição dotada ao tratamento dos pobres a um

estabelecimento onde novas técnicas de diagnóstico e terapêutica se encontram

disponíveis para todos.

Dá-se a evolução da formação pós-graduada especializada e aparecem os

serviços de acção médica, valências diferenciadas, criação dos colégios de

Especialidade da Ordem dos Médicos.

Culmina com a publicação do Estatuto Hospitalar em 1968, sendo-lhes

reconhecida autonomia financeira e personalidade administrativa.

A política social vira por completo a saúde, passando o Estado a garantir

universalmente a prestação dos cuidados de saúde adequados a todos.

Em 1971, são criados os centros de saúde.

4. Garcia de Orta – A Personalidade

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -7

Page 8: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

Garcia Avraham da Orta nasceu em Castelo

de Vide, cerca de 1499, de ascendência hebraica,

filho do hebreu espanhol Fernão Isaac de Orta e de

Leonor Gomes.

De forma a obter novos conhecimentos, Garcia

de Orta parte para Espanha, onde frequenta as

Universidades de Salamanca e Alcalá de Henares,

onde se diplomou em Medicina, Artes e Filosofia.

Regressa a Portugal, em 1523, exercendo

medicina em Castelo de Vide, sendo posteriormente

contratado como professor pela Universidade de

Lisboa em 1527, tornando-se simultaneamente o

médico da corte de D. João III. Em 1530, ingressa

como professor de Lógica na Universidade de

Coimbra e em 1533 torna-se deputado no Senado da

universidade

A 12 de Março de 1534, emigra para Goa, onde fixa residência e desenvolve

trabalhos de investigação. Simultaneamente ao exercício da medicina, trabalha no

comércio de especiarias e pedras preciosas.

Esta partida tem como motivo, a fuga ao Tribunal da Inquisição.

Publicou em Goa em 10 de Abril de

1563, a sua obra mais importante

“Colóquios dos Simples e Drogas da

Índia”.

Nos últimos anos de vida sofre de

dificuldades financeiras e de problemas

familiares, vindo a morrer em Goa em

1568, devido a doença.

5. Garcia de Orta – O Hospital

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -8

Page 9: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

O Hospital Garcia de Orta, foi projectado em 1973, iniciando o seu

funcionamento em 2 de Setembro de 1991, tendo a sua construção sido iniciada

aproximadamente três anos antes (1988).

Devido ao facto do projecto não ter sido actualizado, desde a sua elaboração até à sua

construção, originou algumas alterações, adaptadas às necessidades existentes,

actualmente indispensáveis.

Por Portaria ministerial, foi decidido em 1989, que o Hospital de Almada se

designasse Hospital Garcia de Orta, como forma de homenagear o notável médico,

naturalista e investigador do século XVI com o mesmo nome.

Este hospital, apresenta uma área de influência nos Concelhos de Almada,

Seixal e Sesimbra, prestando serviços a uma população de cerca de 350.000

habitantes.

A construção e implementação do Hospital Garcia de Orta, na margem sul do

Tejo, surgiu como a opção mais indicada para substituir o antigo Hospital da

Misericórdia de Almada e teve como objectivo primordial, proporcionar uma resposta

adequada e efectiva aos problemas de saúde da população em crescimento, que no

ano de 1988, se aproximava de 250.000 habitantes.

É de salientar, que o Hospital Garcia de Orta nomeadamente algumas valências,

prestam serviços para além dos limites daqueles concelhos, abrangendo toda a área

da Península de Setúbal, cerca de 1.500 km2, com uma população total de 714.589

habitantes

6. O Hospital Em Números

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -9

Page 10: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

6.1 Área de Influência1

Tabela 1- Território e Estabelecimentos de Saúde

Almada Seixal SesimbraPenínsula de

Setúbal

Área Total 70,1 km2 95,7 km2 195,7 km2 1581,4 km2

Dens. Populacional2 292,6

hab/km2

1 570

hab/km2192 hab/km2

451,9

hab/km2

Hospitais Oficiais 1 0 0 5

Hospitais Partic. 0 0 0 2

Centros de Saúde 3 3 1 15

Extensões 10 8 3 64

Fonte: INE (1999 e 2001)

Tabela 2- População residente, por sexo e grupo etário

Almada Seixal SesimbraPenínsula de

Setúbal

0-14 22 736 25 152 6 247 109 933

15-24 21603 23 114 4985 100 235

25-64 89 392 87 348 20 793 401365

65/+ 27 095 15 258 5 542 103 056

Total 160 826 150 272 37 567 714 589

Fonte: INE, Censos 2001

Tabela 3- Cuidados de Saúde

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -10

Page 11: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

Médicos (por mil

habitantes)*

Camas (por mil

habitantes)**

Consultas

hospitalares

Almada 3,4 3,1 117,231

Seixal 1,4 0 0

Sesimbra 1,2 0,5 0

Pen. Setúbal 2,3 2,3 326,484

Fonte: INE (1998 e 1999)

*Os médicos são afectados aos concelhos de acordo com local de residência.

**O número de camas refere-se apenas ao hospital e refere-se à lotação do

Internamento Geral.

1- Apesar de existirem mais áreas de influência (Natalidade e Mortalidade Infantil; Mortalidade

e Esperança de Vida à Nascença), abordei apenas estas, visto considerar como mais

importantes, no âmbito do meu estágio.

6.2 Actividade Assistencial2

Tabela 4- Cirurgias

1997 1998 1999 2000 2001

Programadas 4 990 5 002 5 907 6 391 6 831

Urgentes 2 366 2 390 2 644 2 875 3 145

Total 7 356 7 392 8 551 9 266 9 976

Tabela 5- Consultas Externas

1997 1998 1999 2000 2001

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -11

Page 12: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

Primeira consulta 34,118 35,941 39,823 41,747 46,575

Segunda consulta 68,516 81,290 90,238 98,759 11,563

Total 102,634 11,231 130,061 140,506 163,138

NOTA: A partir de 1999, incluem-se as consultas efectuadas no Centro de Saúde de Almada,

Psiquiatria no Seixal e Psiquiatria de Ligação (HGO).

Tabela 6- Internamento

1997 1998 1999 2000 2001

Tempo médio de

internamento6,5 6,54 6,22 6,11 5,97

Doentes

Saídos20,219 20,435 21,735 22,467 22,760

Tabela 7- Urgências

1997 1998 1999 2000 2001

Urg. Geral 98 878 102 384 100 064 96 487 97 577

Urg. Pediátrica 65 565 63 347 63 301 39 380 36 881

Urg. Obstétrica 12 432 13 558 14 756 15 890 15 765

Urg. Ginecológica 1 558 1 500 1 228 2 631 2 851

Total Admissões 178 433 180 789 179 949 154 388 153 074

2- Apesar de existirem mais actividades assistenciais (Hospital de Dia; Programa Acesso;

Partos e Medicina Física e de Reabilitação), abordei apenas estas, visto considerar como mais

importantes, no âmbito do meu estágio.

6.3 O Hospital por dentro3

Tabela 8- Indicadores Gerais

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -12

Page 13: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

1997 1998 1999 2000 2001

Lotação praticada 489 474 483 487 479

Nº de valências 27 28 29 29 29

Doentes tratados 20 219 20 435 21 735 22 467 22 760

Demora média (dias) 6,5 6,54 6,22 6,11 5,97

Taxa de ocupação 73,86 77,63 77,31 77,01 76,02

Tabela 9- Lotação efectiva (número de camas)

2001

Especialidades cirúrgicas 184

Especialidades médicas 156

Obstetrícia/Ginecologia 75

Pediatria 37

UCI 30

Serviços de observação 36

Outros (bloco partos e bloco operatório) 11

Total do hospital 526

3- Apesar de existirem outros indicadores (Receitas e Despesas e Recursos Humanos),

abordei apenas estes, visto considerar como mais importantes, no âmbito do meu estágio.

6.4 Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -13

Page 14: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

Tabela 10- Imagiologia

1997 1998 1999 2000 2001

Exames 123 272 124 330 123 792 118 080 113 227

Tabela 11- RX

1997 1998 1999 2000 2001

Exames 9 223 8 967 10 078 11 279 12 178

Tabela 12- Ressonância Magnética

1997 1998 1999 2000 2001

Exames 2 294 2 874 2 688 2 620 2 587

Tabela 13- Tomografia Computorizada

1997 1998 1999 2000 2001

Exames 8 246 8 294 7 944 8 762 9 770

Tabela 14- Angiografia Digital

1997 1998 1999 2000 2001

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -14

Page 15: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

Exames 2 294 2 874 2 688 2 620 2 587

4- Apesar de existirem outros meios complementares de diagnóstico e terapêutica (Análises

Clínicas; Medicina Nuclear e Neurologia), abordei apenas estes, visto considerar como mais

importantes, no âmbito do meu estágio.

7. Estrutura do HospitaL

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -15

Page 16: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

O Hospital Garcia de Orta, é constituído por três entradas, oito pisos, 50 serviços

e 629 camas.

7.1 Piso 0

Administração

Secretariado da Administração

Serviço Social

o Gabinete do Utente

Serviço Administrativo

o Secção de Pessoal

o Secção de Vencimentos

o Secção de Tesouraria – Expediente

Medicina de Reabilitação Física

Medicina Nuclear

Neurorradiologia

Laboratório de Análises Clínicas

Casa Mortuária

Liga de Amigos

Papelaria

Banco/ Multibanco

Balcão de Informação

7.2 Piso 1

Urgência Geral

Pré-triagem

Serviço de cirurgia/ neurocirurgia

o Balcão de Homens

o Balcão de Mulheres

o Serviço de traumatologia

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -16

Page 17: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

Urgência Obstétrica

Urgência e Consulta Pediátrica

Unidade de Cuidados Intensivos

Imuno-Hemoterapia

Hemodiálise

Consultas Externas

Bloco de Partos

Bloco Operatório Central

Laboratório de Análises Clínicas

Serviço Instalação de Equipamentos

Serviço de Imagiologia (RX)

Anestesiologia

Farmácia

Esterilização Central

Bar de Utentes

7.3 Piso 2

Biblioteca

Departamento de Formação

Serviços Religiosos

Sala do Pessoal

Sector de Alimentação

o Refeitório

o Bar do Pessoal

Armazém e aprovisionamento

Rouparia

7.4 Piso 3

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -17

Page 18: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

Exames especiais

Oftalmologia (Internamento e Urgência)

Otorrinolaringologia (Internamento e Urgência)

Urgência S. O. (Extensão do Serviço de Urgência Geral do piso 1)

7.5 Piso 4

Cirurgia I

Cirurgia II

Ginecologia

Urologia

7.6 Piso 5

Pediatria

o Pediatria Médica

o Pediatria Cirúrgica

o U. C. I. P. (Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos)

Obstetrícia

Puerpas (Serviço Pós-Parto)

7.7 Piso 6

Cirurgia Vascular/ Neurologia

Neurocirurgia

Ortopedia/ Reumatologia

Cirurgia Plástica

Traumatologia

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -18

Page 19: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

7.8 Piso 7

Medicina I/ Medicina II

Dermatologia

Especialidades Médicas A e B

Cardiologia

Gastroenterologia

Infecciologia

Hospital de Dia

Nefrologia

7.9 Piso 8

Endocrinologia

Hemato-Oncologia (Hospital de Dia e Unidade de Dor)

Hospital de Dia

Pneumologia

Unidade da Dor

Em anexo ao Edifício Principal, encontra-se também:

Serviço de Instalação de Equipamentos, para reparação e manutenção dos

aparelhos hospitalares

INEM (Intervenção Nacional de Emergência Médica)

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -19

Page 20: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

8. Serviço de Imagiologia

O Serviço de Imagiologia do Hospital Garcia de Orta, encontra-se localizado no

piso 1 e possui as seguintes salas:

Sala 1 – sala de urgência

Sala 2 – sala de consulta externa

Sala 3 – sala de exames especiais

Sala 4 – sala de ecografia

Sala 5 – sala de mamografia

Sala 6 – inutilizada

Sala 7 – inutilizada

Sala 8 – sala de exames especiais

Sala 9 – inutilizada

Sala 10 – sala de TAC

Sala 11 – sala de angiografia

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -20

Page 21: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

8.1 Sala 1 – Sala de Urgência

É a sala onde se encontram os equipamentos para realizar exames de urgência

e de doentes internados, esta sala permite realizar exames de diversas maneiras

devido ao facto da ampola permitir efectuar movimentos em vários ângulos, pelo que é

possível realizar exames a doentes em cadeiras de rodas, em macas, no potter ou na

mesa.

Os exames realizados com mais frequência nesta sala são o tórax, crânio,

coluna e membros para visualização ou pesquisa de fracturas.

O equipamento desta sala é Siemens Polymat 50, constituído por uma mesa

Multix U e um Potter vertical (vertix).

Nesta sala existe também um aparelho intensificador, Arcockop 100 OP – 3,

com dois monitores.

Este equipamento tem como funcionalidade dar escopia a médicos para

pesquisa de corpos estranhos ou intervenção em pequenas fracturas que não

necessitem de anestesia geral, evitando recorrer ao bloco operatório.

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -21

Page 22: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

A consola desta sala, encontra-se protegida por um vidro plumbíneo e é um

equipamento Siemens Polymat 50. Existe ainda um marcador de chassis e prateleiras

para arrumo dos mesmos.

Existem ainda dois gabinetes, onde os doentes se podem despir e vestir as

batas fornecidas pelo hospital, de modo a realizarem da melhor maneira possível o

exame.

Entre as salas 1 e 2, encontram-se a câmara clara e a câmara escura. Estas

salas de revelação servem três salas: sala 1, 2 e 3.

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -22

Page 23: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

A câmara clara é constituída por duas máquinas de revelação (day light) da

Kodak e dois negatoscópios para visualização dos exames.

A câmara escura encontra-se situada junto à câmara clara. Esta sala é utilizada

para a revelação de chassis extra-longos e de ecografias, existindo duas misturadoras

do revelador e do fixador, é um equipamento Kodak M35X – OMAT.

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -23

Page 24: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

8.2 Sala 2 – Sala de consultas externas e de

Ortopantomografia e Cefalometria

É nesta sala que se realizam os exames de consulta externa, principalmente na

áera da ortopedia.

Esta sala serve também de apoio às urgências e está equipada com uma

ampola, uma mesa de tampo móvel, um potter vertical, um gerador e uma coluna para

colocação dos chassis extra-longos.

O equipamento é Ficher Imaging Micro X.

Existe ainda ligado à sala, a cabine de comandos, separada por um vidro

plumbíneo e um identificador de películas Kodak.

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -24

Page 25: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

Existem ainda dois gabinetes, onde os pacientes podem trocar as suas roupas e

vestir as batas fornecidas pelo hospital, para que o exame seja realizado da melhor

maneira possível o exame

O ortopantomógrafo efectua radiografias da mandíbula e da arcada dentária,

baseado no princípio da tomografia circular. O cefaloestato realiza estudos à angulação

dos dentes e à posição da mandíbula, entre outros. É um equipamento Soredex Cranex

3 Ceph.

8.3 Sala 3 – Sala de Exames Especiais

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -25

Page 26: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

É a sala onde se realizam exames especiais, tais como urografias e clister

opaco, entre outros. Este aparelho é constituído por uma mesa basculante e um

intensificador de imagem.

É um equipamento Siemens Polydoros 805, bem como o fluoroscópio, um

equipamento digital da Siemens. O equipamento é específico para a aquisição

sequencial e designam-se por seriógrafos pois efectuam séries de imagens.

Existe ainda a sala de comandos, separada da sala de exame por um vidro

plumbíneo.

Nesta sala existem dois gabinetes, para que os pacientes possam despir-se e

preparar-se para cada exame específico. Existe ainda uma casa de banho, para

qualquer paciente que necessite, após a realização destes exames especiais.

Contígua a esta sala, existe uma sala com negatoscópios e diversos materiais

para a realização dos referidos exames, tais como agulhas esterilizadas, contrastes,

batas, compressas, álcool, material de emergência, entre outros.

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -26

Page 27: Dossier de Estagio

Radiologia Convencional I

Na sala existem também rampas de oxigénio, no caso do doente entrar em

coma é prestada uma assistência mais eficaz.

8.4 Sala 8 – Sala de exames especiais

Nesta sala, efectuam-se exames de CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada

Endoscópica) e Urografia. Nesta divisão encontra-se outro seriógrafo que realiza

exames urológicos (rins) e ginecológicos, como os de histerosalpingografia (útero/

trompas/ ovários).

A CPRE, consiste num exame feito por um gastroenterologista, que permite

examinar o sistema biliar e o canal pancreático. Por outro lado, a urografia é uma

técnica radiográfica, que permite obter imagens do sistema urinário. Esta técnica

implica a introdução de um contraste radiopaco à base de iodo, nos rins, ureteres e

bexiga, a fim de tornar estes órgãos bem visíveis aos raios X.

O equipamento é um GE – System 1600

À semelhança da sala 3, este equipamento também possui uma mesa

basculante. Este equipamento é GE – System 1600E e tem um sistema de

arrefecimento da ampola por água.

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -27

Page 28: Dossier de Estagio

9. Os Raios X

Os raios X são radiações electromagnéticas que se propagam em linha recta e

à velocidade da luz e podem propagar-se no vazio, não dissipando energia.

São produzidos pelo choque de electrões e acelerados a grande velocidade

contra a matéria. Os electrões são emitidos pelo cátodo e são atraidos pelo ânodo que

está ligado a um potencial fortemente positivo, servindo de alvo contra o qual os

electrões chocam.

São produzidos por 2 mecanismos fundamentais q originam dois tipos de

radiação que frequentemente actuam em simultâneo: radiação de Bremsstrahlung e

a radiação característica.

9.1 Funcionamento

O objectivo do tubo de raio X é proporcionar um feixe de electrões acelerados

que ao chocar contra o ânodo provoquem a emissão de raios X. Para tal, é necessário

aplicar uma corrente contínua de tensão elevada entre o ânodo e o cátado, que

dependendo das aplicações pretendidas, pode ser variada desde algumas dezenas até

centenas de kilovolts.

Page 29: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Por outro lado e devido à grande quantidade de calor que se produz no ânodo

como consequência do choque dos electrões, deverá existir um sistema de

refregiração.

Se o calor não for dissipado pode ocorrer a fusão do metal que constitui o

ânodo.

Tem que existir também um sistema de controle, para controlar os 3 parâmetros

fundamentais: a tensão de operação, a intensidade eléctrica que circula por ele e o

tempo de funcionamento durante o qual se produz a emissão da radiação.

Os primeiros tubos de raios X designavam-se de tubos de gás ou cátodo frio,

eram tubos de cristal com um vácuo elevado de 10 –3 mmHg.

Os actuais aparelhos produtores de raios X utilizam o chamado tubo de

Coolidge ou de cátodo incandescente, que apresentam um vácuo muito mais perfeito

e superior ao dos primeiros tubos de creca de 10 –6 mmHg .

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Page 30: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

O cátodo possui um filamento que fica incandescente pela passagem de uma

corrente auxiliar. Deste modo, devido ao efeito de Edison, este filamento incandescente

emite espontaneamente, numa quantidade tanto maior quanto maior for a sua

temperatura.

A tensão aplicada entre o cátodo e o ânodo só é aplicada para acelerar os

electrões emitidos pelo filamento, o que permite controlar o c.d.o da radiação

produzida. A intensidade do filamento proporciona uma fonte abundante de electrões e

permite regular a quantidade de de electrões que circularão pelo tubo, variando desta

maneira a quantidade total da radiação produzida sem alterar o seu c.d.o.

O filamento encontra-se situado no cátodo numa espécie de sulso para que os

electrões sejam focados numa zona muito pequena do ânodo para evitar fenómenos

de sombra. As pequenas dimensões da zona de choque electrónico no ânodo

conduzem a problemas de sobreaquecimento que têm que ser resolvidos com

refregiração.

O material que constitui o ânodo deve ter as seguintes caracteristicas:

Elevado ponto de fusão,

Condutividade calórica elevada,

Baixa tensão de vapor e nº atómico elevado.

O elemento que melhor preenche estes requisitos é o tungsténio que é o metal

utilizado como ânodo na maioria dos tubos de raios X.

Um dos problemas dos tubos produtores de raios X é a grande quantidade de

calor produzida pelo choque dos electrões no ânodo. A maior parte da energia cinética

dos electrões é libertada sob a forma de calor e apenas uma pequeníssima parte dá

origem a fotões X.

O principal problema dos aparelhos de raios X é a produção de radiação sob a

forma de espectro contínuo, já que na sua utilização prática, em diagnóstico e em

terapia, interessa sobretudo dispor de uma radiação homogénea, em que os fotões

tenham todos a mesma energia.

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Page 31: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Na prática, as radiações que apresentam mais inconvenientes são as de menor

energia do espectro. Por isso, é necessário utilizar materiais denominados filtros para

eliminar as radiações de mais baixa energia à saída do tubo.

Os filtros são lâminas metálicas de diferentes espessuras que são colocadas à

saída do tubo. Empregam-se sobretudo o alumínio, o cobre e para energias mais

elevadas o chumbo.

9.2 Bases físicas do radiodiagnóstico

O fundamento do radiodiagnóstico consiste na produção de um feixe de

radiação de características o mais homogéneas possível, para atrevessar a zona do

organismo submetida a exame, onde será absorvida em maior ou menor proporção

pelas estruturas que encontrar no seu percurso.

Deste modo, à saída o feixe de radiação apresentará intensidades diferentes

nos seus pontos distintos, que resultam das diferentes absorções que sofreu ao

atravessar o corpo.

Para transformar a radiação transmitida numa imagem visível, esta terá que

incidir num écran fluorescente (radioscopia) ou utilizar o seu efeito químico ou de

ionização para obter uma imagem final (radiografia).

As propriedades básicas dos raios X utilizados nos radiodiagnósticos são:

A sua absorção, que na gama de energia do radiodiagnóstico corresponde á do

efeito fotoeléctrico;

A fluorescência, ou a propriedade de algumas substâncias de transformar a

energia dos raios X em luz visível;

O efeito químico, ou a propriedade de actuar sobre certas substâncias químicas

conduzindo a reacções tais, que produzam uma imagem latente que

após o processamento necessário se possa transformar numa imagem visível;

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Page 32: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A produção de ionizações, cujo medição mediante detectores para diversas

incidências, com posterior tratamento de dados por computador, formará a base

axial da tomografia computarizada.

As condições que a radiação X deve empregar são:

Deve ser absorvida de forma suficientemente selectiva para mostrar diferenças

entre as diversas estruturas anatómicas;

deverá emergir do organismo com a intensidade suficiente para permitir a

visualização de uma imagem fluoroscópica (radioscópica) ou a impressão de

uma chapa fotográfica (radiográfica).

Os factores q poderão modificar a absorção sofrida pela radiação X são:

1. nº atómico: no organismo pode-se considerar a existência de 3 tipos de

densidades radiológicas naturais e uma natural que se podem designar por:

- Densidade do ar: que é composta pelos elementos azoto e oxigénio e

que pode ser encontrada nos pulmões, estômago, intestino grosso, etc.

- Densidade da água: encontrada nas partes moles do corpo, também

constituídas pelos elementos de baixo nº atómico e que têm uma

densidade muito parecida à da água, pelo que proporcionam uma

absorção semelhante.

- Densidade do osso: corresponde ao tecido ósseo e outras estruturas

duras, que são constituídas por elementos de nº atómico elevado como o

fósforo e especialmente o cálcio.

2. espessura da zona: quanto maior a espessura da zona, maior será a absorção

da radiação

3. Comprimento de onda: quanto mais energética a radiação, menos acentuada é a

diferença entre as partes moles e osso e menor é o contraste.

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Page 33: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

9.3 A Imagem radiológica

Numa imagem típica, os raios q partem de um ponto focal F atrevessam o

objecto O, onde são absorvidos em diferentes proporções segundo as características

dos diferentes materiais e cheguam ao ecran P.

Desta forma, os raios que atrevessarem a zona óssea e que sofreram uma

maior absorção possuem menor intensidade, produzindo uma luminusidade mais fraca

no écran ou um menor escurecimento da placa radiográfica. Pelo contrário, os raios

que atrevessam partes moles são menos absorvidos, possuem maior intensidade,

produzindo uma maior luminusidade no écran ou um maior escurecimento da placa

radiográfica.

O enegrecimento da placa radiográfica deve-se à radiação que é absorvida por

efeito fotoeléctrico. Quanto maior a absorção maior o enegrecimento.

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Page 34: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

9.3.1 Distância foco-objecto

Quando o foco se aproxima do objecto, a imagem radiológica aumenta.

Quando o foco se afasta a imagem radiológiaca aproxima-se do tamanho real do

objecto.

9.3.2 Tamanho do foco

O foco de radiação não é um ponto e sim uma superfície que se designa por

mancha focal.

Esta situação geométrica faz com que se produza em torno da imagem normal

do objecto uma imagem difusa denominada sombra.

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Page 35: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

9.4 Radioscopia

A fluorescência é a propreidade de algumas substâncias de transformar a

energia da radiação X em luz visível. Qd incide radiação sobre um atomo, esta pode

possuir energia suficiente para arrancar electrões e fazer com q passem para orbitas

mais externas. Os electrões regressam à posição original emitindo um excesso de

energia sob a forma de radiação luminosa. O ecrã utilizado mostrará um conjunto de

pontos luminosos com intensidades distintas que formaram a imagem correspondente

às diferenças de absorção do feixe de raio X ao atravessar o organismo.

Os aparatos de radioscopia devem incluir um tubo de raios X, um dispositivo e

um écran. Os intensificadores de luminosidade destinam-se a melhorar a percepção

dos detalhes das imagens. Convertem a radiação luminosa numa corrente electrónica q

é amplificada e devolvida à forma de radiação visível , para fornecer os detalhes da

imagem.

9.5 Radiografia

É o método de exploração q recolhe graficamente as diferenças de absorção

das estruturas orgânicas face aos raios X.

As vantagens em relação à radioscopia são: exploração mais objectiva, maior

percepção de detalhes e menor dose de radiação recebida pelo paciente.

Permite obter imagens de certos órgãos em intervalos de tempo muito curtos,

em diversos momentos do seu funcionamento, com as quais é possível obter mais

detalhes.

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Page 36: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

9.5.1 Placa Radiográfica

É a película fotográfica especialmente adaptada para recolher quer o efeito

directo dos raios X sobre a emulsão, quer a impressão directa da radiação luminosa

por ela emitida.

Esta adaptação à radiografia exige uma película radiográfica que tenha emulsão

em ambas as faces do suporte central.

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Page 37: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

9.5.2 Antidifusor

É um aparelho que minimiza a radiação difusa. A gama de energias empregue

no radiodiagnóstico corresponde à radiação que é absorvida por efeito fotoeléctrico e é

este processo que vai condicionar o enegrecimento da placa radiográfica.

A radiação difusa origina-se em diferentes pontos da zona examinada

propagando-se através dela em direcções oblíquas às do feixe principal. Estes raios

dispersos chegam à placa sem estarem focados e dão à imagem uma distorção

proporcional à sua intensidade . A produção de radiação difusa será pequena em

zonas de pouca espessura e maior para localizações de maior profundidade.

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Page 38: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

9.5.3 Processo para obtenção de uma radiografia:

A radiação vinda do tubo atravessa a zona a examinar sendo absorvida

proporcionalmente à densidade e à espessura orgânica e após atravessar o antidifusor

impressiona a placa contida no chassis.

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Page 39: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

10. Promover a Segurança

Infecção:

Doença provocada pela invasão e multiplicação de um agente infeccioso no

corpo humano

Agentes infecciosos - Microorganismos (bactérias, fungos, vírus....)

Aumento de susceptibilidade à infecção:

1) Idade.

2) Disfunção do sistema imunológico

3) Doentes agudos ou traumatizados

Infecção cruzada:

Transmissão ao agente infeccioso duma para outra pessoa. Essencial

uma lavagem cuidadosa das mãos de todos os profissionais de saúde no

desempenho das suas actividades.

Como evitar a infecção?

Assépsia Cirúrgica:

Preparação e manuseamento do material de modo a evitar o contacto do utente

com qualquer organismo vivo.

O objectivo da assepsia cirúrgica é a Esterelização (destruição de todas as

formas

de vida macrobiana).

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Page 40: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Assépsia médica:

Diz respeito às técnicas utilizadas para reduzir o n° de microorganismos

presentes ou reduzir o risco de transmissão de pessoa para pessoa.

Objectivo: Desinfecção (matar ou destruir a maior parte de microorganismos

patogénicos).

Cadeia de Infecção:

Porta de entrada Hospedeiro sensível Agente infeccioso Reservatório Porta

de saída Modo de transmissão Porta de entrada

Desinfecção e Esterilização - Actividades importantes para manter o controlo

de infecção.

Desinfectantes - São produtos químicos tão fortes que são usados em objectos

inanimados.

Antisséptícos - São produtos químicos que destroem microrganismos ou

impedem o seu desenvolvimento, são menos potentes e suficientemente

seguros para serem usados em tecidos vivos

DESINFECTANTE

(Destroem as bactérias na sua forma vegetatíva, fungos e alguns vírus.)

Factores que afectam a sua actividade

Concentração

Tipo e n° de microrganismos presentes

Limpeza das superfícies

Tempo de contacto

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Page 41: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Factores físicos e químicos do meio ambiente (temperatura, humidade)

Métodos de Desinfecção

Pasteurização (desinfecção por temperaturas inferiores a 100°)

Produtos químicos líquidos e radiação

ESTERILIZAÇÃO

(Destrói todas as formas de vida, elimina todas as bactérias, vírus e fungos)

Métodos de esterilização:

Térmicos (calor) e químicos.

O calor pode ser húmido (autoclave) ou seco (estufa)

A esterilização química pode ser feita através da utilização de produtos

químicos líquidos ou de óxido de etileno.

Factores que afectam qualquer processo de esterilização:

Tempo;

Tipo e Nº de microrganismos presentes;

Tipo e quantidade de sujidade presente;

Características de objecto que dificultam a esterilização;

A radiação é utilizada como método de esterilização industrial, não nas

instituições de saúde

ASSÉPSIA MÉDICA:

Lavar as mãos antes de prestar cuidados

Calçar luvas esterilizadas para as técnicas assépticas

Calçar luvas adequadas quando há risco de contacto com matéria orgânica

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Page 42: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Colocar bata ou avental quando a pele ou vestuário correm risco de se

contaminar com matéria orgânica

Usar máscara e protectores oculares quando há risco de salpico, na pele

ou mucosas da face

Avaliar cada actividade para evitar o risco de infecção relativamente ao doente,

e a si próprio.

LUVAS

Reduz a possibilidade de transmitir agentes infecciosos aos doentes a quem

se presta cuidados, bem como de se contaminar devido ao contacto com

produtos orgânicos

Reduz o risco de infecção com hepatite B ou C e HIV através de uma picada

com uma agulha usada

Evitam que as mãos fiquem demasiado conspurcadas

LAVAGEM DE MÃOS

Antes de executar técnicas invasivas, tocar em feridas ou outros locais

susceptíveis do corpo

Depois de estar em contacto mesmo potencial, com matéria orgânica

Antes e depois de utilizar

sanitários

Entre cada contacto com

doentes

Evitar tocar com as mãos no rosto, especialmente olhos, nariz e boca

Técnica de lavagem

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Page 43: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

10 segundos para lavar as mãos com água e sabão antimicrobiano e

toalhetes antissépticos.

BATAS

Vestidas por cima da roupa quando se prevê que pode ser

conspurcada. Uso Único.

Inutilizadas se são de papel

Colocadas no saco de roupa da lavandaria

Roupa

Manipular o mínimo possível

Não sacudir nem agitar no ar

Colocar roupa contaminada com matéria orgânica num saco de lavandaria

devidamente fechado e enviá-lo de acordo com a norma do hospital

Existem serviços que utilizam sacos hidrossolúveis para colocar roupa

contaminada

Usar estes sacos significa que a roupa não volta a ser tocada depois de aí ser

colocada

Os sacos dissolvem-se na água quente de lavagem

Importante - só devem ser usados com roupa

SEGURANÇA COM CORTANTES

Cortantes e perfurantes é um termo utilizado para descrever práticas de

manuseamento seguras para a grande variedade de instrumentos cortantes e

perfurantes usados nos cuidados de saúde (lâminas, agulhas, bisturis e outros)

A maior causa de picadas e que deve ser evitada é a recapsulagem de agulhas

com as mãos

Os serviços devem fornecer contentores de acordo com as necessidades.

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Page 44: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

ASSÉPSIA CIRÚRGICA

Técnica usada para prevenir a infecção.

Objectivo principal é prevenir a contaminação.

Quando se fala em assepsia cirúrgica e na manutenção do ambiente estéril não

há graduações.

Usada durante certos procedimentos nos quais há interrupção de continuidade

de pele ou mucosas, resultante de acessos hemáticos.

Utilizada quando se executa um procedimento dentro ou para uma zona estéril

do organismo (ex: bexiga).

Casos Específicos

Em todos os procedimentos cirúrgicos, para prevenir a introdução de

microrganismos no sistema vascular

Algaliação para prevenir a introdução de microrganismos na bexiga estéril

Administração de injecções IV, para prevenir a introdução de microrganismos

nos tecidos subcutâmeos, músculos ou vasos sanguíneos

Mudança de pensos, para prevenir a introdução de microrganismos na ferida e

no sistema vascular

No tratamento de queimaduras

Salas de operações

Campo esterilizado é uma área de trabalho na qual a esterilidade é

mantida

O tamanho é indiferente, depende do procedimento e do equipamento

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Page 45: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Na sala de operações, o campo esterilizado pode ser composto por

várias mesas cobertas com campos esterilizados

Manipulação de material esterelizado

Retirar luvas

Vestuário

Fato (touca, máscara, capas p/ sapatos, óculos protectores)

Lavagem cirúrgica das mãos

1. Manter as mãos e os antebraços elevados e afastados da roupa durante o

procedimento

2.Lavar as mãos e os antebraços p/ remover microorganismos

3. Lavar as unhas e a área debaixo das unhas com escova esterilizada

4. Friccionar quando aplica o sabão ou detergente antimicrobiano

5. Enxaguar com água corrente as áreas ensaboadas

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Page 46: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

11. Politraumatizados

Politraumatizado é todo o doente que apresenta lesões múltiplas ou associadas,

podem ser ósseas ou viscerais.

Causas frequentes:

Acidentes (viação; domésticos; profissionais) e ferimentos (arma branca ou de

fogo)

Nota: deve-se tentar perceber, qual a condição geral do doente, qual a sua

força, se receia ser mobilizado, se percebeu o objectivo, se está má nutrido, cansado,

com dor e inflamação, com atrofia muscular, com uma rigidez corporal anormal, se tem

movimentos limitados, etc.

11.1 Transferência do doente:

Deve-se dar a ajuda necessária, a passagem deve ser feita pela menor distancia,

deve-se ajudar o doente pelo seu lado mais interno, deve-se solicitar a ajuda do

doente, deve-se informar da intenção do movimento com comandos simples e curtos.

Politraumatizado pode vir num plano rígido e devidamente imobilizado, numa

cadeira de rodas, numa maca ou cama hospitalar com ou sem imobilização ou

pelo seu próprio pé.

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Page 47: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Métodos de transferência – com lençol, da cadeira de rodas para a mesa, em

bloco

Transferência com lençol

Pode ser utilizada em doentes que não se mobilizem ou que o façam com

alguma dificuldade.

Esta transferência deve ser feita por 4 elementos, com as pegas feitas junto do

corpo do doente. A colocação do lençol deve ser efectuada com um indivíduo de cada

lado da maca, deve-se puxar o doente o mais possível para um dos lados, se o estado

do doente permitir, roda-se o doente para decúbito lateral e coloca-se o lençol junto as

costas, por baixo dele, roda-se então novamente para posição de decúbito dorsal.

Transferência em bloco

Há situações em que se torna necessário levantar ou rodar um doente para

decúbito lateral, sem que haja flexão e movimento da coluna. São precisos 5

elementos:

2 de cada lado da maca ou mesa,

outro junto á cabeça para apoiar a coluna cervical e a cabeça

Transferência da cadeira de rodas para a mesa

Nunca deixar o doente transferir-se sozinho, estar alerta para a força que o doente

diz possuir.

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Page 48: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Com a cadeira travada, o técnico fica virado de frente para o doente, com os pés

ligeiramente afastados, joelhos e tronco ligeiramente flectidos, cola as mãos por baixo

das axilas do o doente e solicita-lhe ajuda para fazer força nas pernas.

11.2 Exames mais frequentemente realizados em urgência

Tórax – existência de pneumotorax, observação da expansão de ambos os

hemitorax, lesões perfurantes

Abdómen – níveis líquidos, feridas perfurantes, existência de projecteis

Crânio – detectar fracturas, contusões

Coluna cervical – fracturas e luxações

Técnica de execução

Como o paciente se encontra em decúbito dorsal, é necessária a colaboração da

equipa multidisciplinar para se proceder a colocação do chassis.

Neste levantamento deve evitar-se movimentos bruscos do pescoço e sua hiper

extensão, pq ate prova contrária, assume-se que existe lesão da coluna.

Nota: num politraumatizado o objectivo é que permaneça o menor tempo possível no

serviço. Dai que haja necessidade de escolher a melhor sequência para a realização

dos exames.

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Page 49: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

12. Proteção do Técnico de Radiologia

12.1 Legislação e sua Aplicação

12.1.1 A Radiação

São ondas electromagnéticas ou partículas que se propagam com elevada

velocidade no espaço contendo energia, carga eléctrica e magnética, e que, ao

interagirem podem produzir diversos efeitos sobre a matéria.

Podem ser de dois tipos: corpuscular (radiação e ) em que m00 e VC ou

electromagnética (RX e R) cuja m0=0 e V=C.

Podem ser geradas por fontes naturais ou por dispositivos construídos pelo

homem.

As radiações electromagnéticas mais conhecidas são: luz, microondas, ondas

de rádio AM e FM, radar, laser, raios X e radiação gama.

As radiações poderão ser ionizantes ou não, consoante a sua frequência e

comprimento de onda.

12.1.2 A radiação ionizante

As radiações ionizantes são aquelas que tem capacidade de ionizar a matéria,

através da sua alta frequência e baixo comprimento de onda.

Estas produzem iões radicais e electrões livres na matéria que sofreu excitação.

A ionização resulta das radiações possuírem energia elevada suficiente para

quebrar as ligações químicas ou expulsar electrões dos átomos após colidirem.

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Page 50: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Além da capacidade de ionização, as radiações ionizantes são bastante

penetrantes, quando comparadas com os demais tipos.

As radiações electromagnéticas do tipo X e gama, são as mais penetrantes e,

dependendo da sua energia, podem atravessar vários centímetros do tecido

humano até metros de blindagem de concreto. Por isso são muito utilizadas para

a obtenção de radiografias e para controlar níveis de material contidos em silos

de paredes espessas.

12.1.3 Exemplos do uso de radiação na medicina:

Radiologia Convencional

Tomografia Computorizada

Angiografia

Mamografia

Ortopantomografia

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Page 51: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

12.1.4 Efeitos biológicos da radiação ionizante:

A radiação ionizante transfere energia para os tecidos. Para se avaliar os

possíveis danos biológicos causados por essa energia depositada, definiu-se a

grandeza de dose equivalente e que considera o tipo de radiação, a energia, e a

distribuição da radiação no tecido, através dos danos globais causados pela

exposição.

A sua unidade é o sievert (Sv).

Certos efeitos biológicos das radiações só se manifestam acima de um certo

valor de Sv o chamado limiar para esse determinado efeito. São os efeitos

determinísticos.

Por outro lado existem efeitos biológicos que se poderão manifestar

independentemente da dose recebida podendo mesmo ser de natureza

hereditária.

As opiniões são cautelosas, no que respeita a leucemias ou cancros resultantes

das radiações, uma vez que nenhuma observação permite afirmar com

segurança a existência ou não de limiar.

O que existe é a probabilidade do efeito se manifestar ou não.

O tempo de latência pode chegar a dezenas de anos, sendo característico deste

efeito biológico ser somático tardio. Estes efeitos são denominados de

probabilísticos ou estocásticos.

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Page 52: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

12.1.5 Procedimentos e meios de protecção radiológica

A finalidade da protecção contra as radiações ionizantes é o controlo da

utilização das fontes desta radiação de modo a que utilizadores e população em

geral não sejam irradiadas acima de níveis supostos aceitáveis. Estes níveis são

recomendados pela ICRP ( International Commission on Radiological

Protection).

Para o Técnico este nível é de 0.05 Sv por ano.

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Page 53: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A optimização da protecção deve ser aplicada a dois níveis: Nos projectos de

construção das instalações e no fabrico dos próprios equipamentos. E nos

procedimentos de trabalho.

O controlo das doses nos técnicos assenta em vários factores, entre os quais

destacam-se:

Tempo: a dose recebida é proporcional ao tempo de exposição e à velocidade

da dose; Logo o tempo de exposição à radiação ionizante deve ser mínimo.

Número de exames: quanto mais exames forem executados maior será a dose

de exposição a que o técnico vai ser submetido.

Distância: ( lei do inverso do quadrado da distância) a intensidade da radiação

decresce com o quadrado da distância; (I1/I2) =  (d1/d2)^2 ; o técnico deve estar

o mais longe possivel.

Blindagem / Barreiras de Protecção: a espessura da blindagem depende do tipo

de radiação, da actividade da fonte e da velocidade de dose aceitável após a

blindagem. Para a protecção do operador os comandos dos equipamentos

devem ter blindagem, assegurando que o técnico possa ver e manter o contacto

com o paciente no decorrer do exame. As próprias salas devem ter blindagem,

de forma a assegurar e garantir a segurança radiológica tanto do técnico como

do pessoal circunvizinho à sala. Estas protecções devem ter  espessura

suficiente para garantir a protecção contra a radiação primária e a radiação

difundida que pelo efeito de Compton pode atingir as paredes da sala.

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Page 54: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Avaliar a necessidade de barreiras de protecção e, se necessário, utilizá-las;

Adoptar precauções adequadas para reduzir o minímo a exposição;

Adoptar os procedimentos apropriados para reduzir ao minímo necessário a

exposição à radiação ocupacional, através do uso de materiais plúmbeos de

protecção: barreiras, aventais de chumbo ,luvas (para segurar os doentes),

colares para a tiróide, óculos :

Utilização de monitorização pessoal de dosimetria;

Colimar o feixe de RX limitando a área de exposição, melhorando o contraste da

imagem e reduzindo a dose de exposição;

Fixar parâmetros de ddp (Kvp), de intensidade da corrente do filamento (mA) e

tempo de exposição (seg) para obtenção de uma óptima qualidade de imagem

com uma dose de radiação mínima;

Evitar que todas as pessoas não envolvidas directamente no processo não

permaneçam na zona de exposição;

Preparar e ajustar os equipamentos e acessórios radiológicos

Verificar e usar correctamente os dispositivos técnicos como :filtros da ampola,

colimadores, diafragmas, ecrans de reforço ou grelhas antidifusoras.

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Page 55: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Devem estar bem aplicados e visiveis os sinais que indicam o uso de radiações (

trifolio, luz vermelha)

Realizar testes básicos dos equipamentos e acessórios (perpendicularidade do

raio central, coincidência do campo luminoso e radioactivo);

Inspeccionar o estado dos chassis e ecrans de reforço, negatoscópios e

funcionamento do revelamento da película radiográfica;

Comunicar e registar todas as falhas de funcionamento detectadas;

Determinar os factores de exposição adequados mediante calibrações, gráficos

e diagramas de ajuste do tubo de RX;

Modificar factores de exposição e previsão das circunstâncias como movimentos

involuntários do doente, crianças, quadros patológicos que limitem a

colaboração do examinado;

Determinar medidas correctivas quando não se obtêm radiogramas de qualidade

diagnostica suficiente;

Seguir rigorosamente a legislação em vigor com especial atenção no que

respeita às grávidas, idosos e crianças.

12.1.6 Artigos importantes da legislação portuguesa em protecção

radiológica

Principio da Justificação (Art. 12º Decreto-Lei nº180/02): - “ a exposição deve

apresentar um benefício real suficiente, tendo em conta a globalidade dos

benefícios potenciais em matéria de diagnóstico ou terapêutica que dela

decoram, quer sejam para a saúde do indivíduo quer para a sociedade, em

comparação com o detrimento individual que a exposição pode provocar, tendo

em conta a eficácia de outras técnicas alternativas que envolvam menor

exposição à radiação ionizantes.”

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-55

Page 56: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Optimização (art. 13º Decreto-Lei nº180/02): “Baseia-se no principio se Alara,

que significa manter a dose “tão baixa quanto razoavelmente possível, tendo em

conta os factores económicos e sociais” ,(CIRP60). Para exposições médicas de

diagnóstico, este princípio é valido se for salvaguardada a qualidade de imagem

exigida, assim com a informação para o diagnóstico.”

Formação (art. 16º Decreto-Lei nº180/02) – “Os Estados-membros devem

garantir que os médicos e as pessoas relacionadas com a área da radiologia

possuam uma formação teórica e prática adequada para as práticas radiológicas

bem como a necessária competência em matéria de protecção contra radiações.

Para o efeito, os Estados-membros devem garantir a elaboração de currículos

apropriados e reconhecerão os diplomas, certificados ou qualificações formais

correspondentes.”

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-56

Page 57: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

13. Perfil profissional do Técnico Radiologista

13.1 Referencial de actividades

Realiza exames convencionais e especiais, no âmbito da radiologia clínica, com

utilização de agentes físicos (raios X), nomeadamente Radiologia Convencional,

Angiografia, Tomografia Computorizada; Ressonância Magnética; Ecotomografia;

Osteodensitometria, com fins de diagnóstico, à excepção daqueles para cujo relatório

contribui a simultânea observação radioscópica, bem como qualquer acto que pela sua

particular complexidade envolva riscos para o doente.

Na área do Diagnóstico:

planeia e prepara material necessário à execução do exame, nomeadamente o

equipamento e os produtos de contraste, em função da prescrição do exame e dos

dados e informações clínicas do doente;

prepara e vigia o doente, administrando-lhe produtos de contraste, posicionando e

respondendo às suas necessidades físicvas e psicológicas;

procede à realização dos exames com vista à aquisição de imagens radiológicas;

avalia e controla os resultados (imagens obtidas), em função da prescrição;

assegura a protecção e segurança radiológica dos profissionais e dos doentes,

aplicando as normas em vigor;

elabora relatórios técnicos sobre os exames efectuados, registando os resultados e

as condições em que foi realizado, nomeadamente as doses de fármacos

administradas ;

Na área da terapêutica:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-57

Page 58: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

participa na aplicação de técnicas terapêuticas, no âmbito da radiologia vascular e

não vascular;

Na área da Prevenção, Promoção de saúde e Investigação:

pode participar em programas de educação para a saúde;

efectua estudos no âmbito da sua área de intervenção;

13.2 Referencial de competências mobilizáveis

No saber-fazer, deve ser capaz de:

interpretar a prescrição do exame e processo clínico do doente, de modo a

identificar o método, a técnica a utilizar e a incidência e definir a preparação do doente;

reconhecer e identificar a anatomia e fisiologia do corpo humano;

reconhecer, identificar e compreeder sinais de patologias;

decidir sobre o modo de organizar o trabalho, nomeadamente o faseamento, de

forma a rentabilizar equipamentos e tempos e responder com eficácias às

necessidades do doente;

calcular e determinar as doses que pernitam criar as condições fisiológicas

necessárias à obtenção de imagens de qualidade, tendo em conta o estado clínico do

doente;

administrar os contrastes;

identificar e aplicar métodos e técnicas de radiologia e os modos ou procedimentos

de as optimizar, com vista à obtenção de imagens de qualidade;

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-58

Page 59: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

seleccionar diversos parâmetros de regulação dos equipamentos, tais como

distâncias focais, tempos de exposição;

utilizar técnicas informáticas inerentes ao sistema de funcionamento dos

equipamentos;

reconhecer e interpretar linguagens codificadas emitidas pelos equipamentos;

interpretar e seleccionar as imagens obtidas em função da sua qualidade e

importância para o diagnóstico;

decidir sobre a pertinência da repetição do exame ou fazer ajustamentos de

parâmetros e/ou na incidência, em função da qualidade da imagem obtida, tendo em

conta os riscos de exposição a radiações;

analisar e avaliar em equipas de trabalho, as capacidades e limitações técnicas dos

serviços, o planeamento e escolha das técnicas em casos complexos e no âmbito da

intervenção terapêutica;

utilizar e dominar a terminologia técnica do âmbito das ciências da saúde e da

tecnologia utilizada;

compreeder os riscos somáticos e genéticos provocados pela acção das radiações;

outros;

No saber-fazer social e relacional, deve ser capaz de:

agir com rigor na preparação de contrastes, no posicionamento do doente e na

avaliação do equipamento;

estabelecer relações de confiança e segurança com os doentes

trabalhar em equipa;

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-59

Page 60: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

expressar-se de forma clara e precisa na elaboração de relatórios e no contacto

com o doente e outros profissionais de saúde;

adaptar-se a situações de trabalho diversificadas e à evolução das tecnologias;

outros;

Nos saberes teóricos e processuais de:

anatomia descritiva e radiológica;

fisiologia;

farmacologia genética (radiofármacos);

patologia geral e específica;

psicologia individual e social;

ética e deontologia;

13.3 Formação

Curso Superior de Licenciatura Bietápica em Radiologia, leccionada em dois

ciclos, num total de quatro anos.

O 1º ciclo tem a duração de três anos ao fim dos quais atinge o grau de

Bacharel, o 2º ciclo tem a duração de um ano, ao fim do qual atinge o grau de

Licenciado.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-60

Page 61: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

13.4 Especificidades

Nas outras áreas de actividade:

coordenação de serviços e de outros técnicos;

ensino, formação e orientação de estágios profissionais;

participação em projectos multidisciplinares de pesquisa e investigação;

O local de exercício da actividade profissional:

unidades hospitalares públicas e privadas;

clínicas privadas;

centros de saúde;

As condições de trabalho:

a utilização de radiações ionizantes coloca o titular em risco, o que lhe exige

respeito pelas normas de radioproteccção;

o exercício da actividade é realizado, na maior parte do tempo, em locais com

luminosidade artificial;

os horários podem ser regulares ou por turnos, incluíndo fins-de-semana e feriados;

13.5 Responsabilidades e autonomia

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-61

Page 62: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

o técnico é responsável pela qualidade de imagem e pela sua identificação

completa e correcta ;

o controlo é exercido pelo próprio, podendo no entanto o médico pedir, quando se

justificar, a repetição do exame;

os erros cometidos na realização do exame pode levar à sua repetição e sujeitar o

doente à exposição de radiações suplementares nocivas à saúde;

o exercício da actividade pressupõe o estabelecimento de relações técnicas e

estreitas, de cooperação de outros profissionais que integram a equipa de saúde;

13.6 Tendências de evolução

A evolução da actividade profissional está subjacente ao desenvolvimento da

electrónica e das tecnologias da informação e suas aplicações aos meios de

diagnóstico em medicina, o que pressupõe que os profissionais têm que ter

predisposição para actualizarem os conhecimentos no âmbito dos métodos e técnicas

de diagnóstico radiológico.

Os conhecimentos em física e em parte em informática, podem ser importantes

para desenvolver capacidades de compreensão e adaptação à evolução tecnológica.

.

14. Actividades

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-62

Page 63: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

14.1 Estudo do Crânio

Incidência PA

Posicionamento do Paciente:

Doente sentado numa cadeira apoia a testa e o nariz no potter vertical.

Braços ao alto com face palmar das mãos apoiadas no potter vertical.

Flexionar o pescoço para alinhar a LOM perpendicular ao filme.

Alinhar o plano médio sagital perpendicularmente à linha média do potter para

evitar a rotação ou inclinação da cabeça.

Raio Central:

RC perpendicular ao filme (paralelo à LOM) e centrado para sair na glabela.

Chassis utilizado:

Filme – 24x30cm, em sentido longitudinal.

Critérios de boa realização:

A ausência de rotação é evidente, como indicado pelas distâncias iguais

bilateralmente da linha orbital obliqua até a margem lateral do crânio.

Cristas petrosas preenchem as orbitas e se sobrepõem à região orbital superior.

Clinóides posteriores e anteriores são visualizados logo acima das células

etmoidais.

Densidade e contraste são suficientes para visualizar o osso frontal e as

estruturas ósseas circundantes.

Margens ósseas nítidas indicam ausência de movimento.

Anatomia radiologica:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-63

Page 64: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Osso frontal, crista de galli, condutos auditivos, seios frontais e celular etmoidais

anteriores, cristas petrosas, asas maiores e menores do esfenóide e dorso da

sela.

Incidência de Perfil

Posicionamento do Paciente:

Doente sentado numa cadeira coloca a cabeça em posição lateral verdadeira,

com o lado de interesse próximo do filme e o corpo do paciente com a

obliquidade necessária para seu conforto.

Alinhar o plano médio sagital paralelamente ao filme, garantindo que não haja

rotação ou inclinação.

Alinhar a linha interpupilar perpendicularmente ao filme, garantido que não haja

inclinação da cabeça

Ajustar a flexão do pescoço para alinhar LIOM perpendicularmente à borda

anterior do filme

Raio Central:

RC perpendicular ao filme e centrado 5cm acima do meato auditivo externo.

Chassis utilizado:

Filme – 24x30cm, em sentido transversal

Anatomia radiologica:

Osso temporal, occipital, clivus, dorso da sela, parietal, processos clinóides

posteriores e anteriores, frontal, asas menores e maiores r tetos orbitais.

Critérios de boa realização:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-64

Page 65: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Nenhuma rotação ou inclinação do crânio.

Rotação é evidenciada pela separação anterior e posterior das estruturas

bilaterais simétricas com os MAE.

Inclinação é evidenciada pela separação superior dos tectos orbitários

14.2 Estudo do Tórax

Identificação:

Indivíduo do sexo feminino de 24 anos com suspeita de tuberculose pulmonar.

Objectivo:

Verificar a existência ou não de tuberculose pulmonar.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-65

Page 66: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Incidência PA

Posicionamento:

Doente em ortoestatismo;

Apoia a face anterior do tronco, no potter vertical de modo a que o plano médio

sagital coincida com o eixo vertical do plano de apoio.

Os membros superiores ficam ao lado do corpo com os braços em ligeira

abdução.

Os cotovelos flectidos e as mãos apoiadas pela sua face dorsal sobre as ancas.

O doente deve estar em apneia respiratória.

Raio Central:

Perpendicular horizontal e incide a nível de D4.

Chassis utilizado:

Filme - 3535 cm

Parâmetros técnicos:

86 Kvp; 4,8 mAs; 400 MA; foco grosso

DFF (distância foco-filme):

Cerca de 180cm

Protecção do doente:

Protecção gonadal e campo visual

Critérios de boa realização:

Ausência de rotação; ambas as articulações esternoclaviculares devem estar

equidistantes da coluna vertebral.

A traqueia deve-se visualizar na linha média a menos que o doente tenha

alguma patologia.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-66

Page 67: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

As omoplatas devem estar desprojectadas dos campos pulmonares.

A inspiração total deve resultar na visualização de no mínimo de 10 costelas

posteriores acima do diafragma.

Anatomia radiológica:

Traqueia

Clavícula

Vértices do pulmonares

Arco aórtico

Bifurcação da traqueia (carina)

Brônquios

1ª costela à 10/11ª costela

Cúpulas diafragmáticas direita e esquerda

Ângulo costofrénico direito e esquerdo

Vértices inferiores da omoplata

Nota: Na sala 1, 2 e 3 executam-se exames com películas lentas havendo necessidade

de aumentar os parâmetros técnicos. Neste caso, pretende-se o estudo de órgãos em

movimento (coração), pelo que deve-se aumentar os Kv e diminuir os mAs, para maior

protecção do doente. Uma alta Kv permite uma melhor definição da pleura.

14.3 Estudo da Mão

Identificação:

Indivíduo do sexo feminino de 16 anos, vítima de acidente escolar.

Objectivo:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-67

Page 68: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Visualizar a mão em toda a sua extensão de modo a verificar a existência de

fractura ou luxação.

Incidência PA

Posicionamento:

Doente sentado junto à extremidade da mesa com o cotovelo flectido cerca de

90º.

Coloca o antebraço em pronação sobre a mesa e a mão apoia pela sua face

palmar sobre o chassis com os dedos estendidos separados .

Raio Central:

Perpendicular e vertical e incide sobre a porção distal do 3º metacarpo

Chassis utilizado:

Filme - 2430 cm

Parâmetros técnicos:

52 KVp; 1,7 mAs; 100 MA; foco fino.

DFF (distância foco-filme):

Cerca de 100cm.

Protecção do doente:

Colocar um escudo de chumbo sobre o colo do paciente para proteger as

gônadas.

Critérios de boa realização:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-68

Page 69: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Deve-se visualizar toda a mão e punho cerca de 2,5cm da parte distal do

antebraço.

O eixo longitudinal da Mão e do Punho deve estar alinhado com a película.

Ausência de rotação da mão, a qual é verificada quando existe simetria de

ambos os lados ou seja, concavidades das diáfises dos metacarpos e falanges.

A quantidade de tecidos moles de cada lado das falanges deve ser igual.

Os dedos devem estar ligeiramente separados.

As articulações metacarpofalangicas e interfalangicas devem visualizar-se

abertas isto vai-nos indicar a correcta posição da mão que deve estar plana e

em contacto com o chassis.

Anatomia radiológica:

Porção distal do rádio

Porção distal do cúbito

Articulação rádio-cubital distal

Ossos do carpo:

o No meio – Grande Osso

o No lado interno – Unciforme

o No lado externo – Trapezóide

o No lado externo e inferior, sobrepondo-se em parte ao trapezóide

o Por cima – Semilunar

o Por cima e por fora – Escafóide

o Por dentro e por cima – Piramidal

o Por dentro e por cima sobrepondo-se ao piramidal – Pisiforme

Ossos do metacarpo

Articulação metacarpofalângica

Falange proximal

Falange média

Articulação interfalângica proximal

Articulação interfalângica distal

Falange distal

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-69

Page 70: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Incidência Oblíqua PA

Posicionamento:

Doente sentado junto à extremidade da mesa.

Partindo da posição de perfil roda-se a mão cerca de 45º no sentido da

incidência de P.A.

Os dedos afastados apoiam no chassis ou sobre uma esponja

radiotransparente.

Raio central:

Perpendicular vertical e incide na porção distal do 3º metacarpo.

Chassis utilizado:

Filme –24x30 cm

Parâmetros técnicos:

52 KVp; 1,7 mAs; 100 MA; Foco fino.

DFF (distância foco-filme):

Aproximadamente 1,05.

Protecção:

Colocar um escudo de chumbo sobre o colo do paciente para proteger as

gónadas.

Critérios de boa realização:

Deve-se visualizar toda a mão e punho cerca de 2,5cm da porção distal do

antebraço.

O eixo longitudinal da mão e do punho deve estar alinhado com a película.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-70

Page 71: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A mão deve ter uma obliquidade de 45º que se verifica quando:

As porções médias das diáfises do 3º, 4º, e 5º metacarpos não estão

sobrepostos.

Existe alguma sobreposição das cabeças distais do 3º, 4º, e 5º metacarpos, mas

sem sobreposição das porções distais do 2º e 3º metacarpos.

As articulações metacarpofalangicas e interfalangicas devem estar abertas, sem

encurtamento das falanges média e distal assim verificamos que os dedos estão

paralelos ao filme.

Anatomia radiológica:

Porção distal do rádio

Porção distal do cúbito

Articulação rádio-cubital distal

Ossos do carpo:

o No meio – Grande Osso

o No lado interno – Unciforme

o No lado externo – Trapezóide

o No lado externo e inferior, sobrepondo-se em parte ao trapezóide –

Trapézio

o Por cima – Semilunar

o Por cima e por fora – Escafóide

o Por dentro e por cima – Piramidal

o Por dentro e por cima sobrepondo-se ao piramidal – Pisiforme

Ossos do metacarpo

Articulação metacarpofalângica

Falange proximal

Falange média

Articulação interfalângica proximal

Articulação interfalângica distalFalange distal

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-71

Page 72: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

14.4 Estudo do Joelho

Objectivo:

Visualizar a articulação do joelho.

Incidência em A.P.

Posicionamento:

Doente em decúbito dorsal.

Plano médio sagital coincindindo com o eixo longitudinal da mesa.

Membros inferiores em extensão.

A perna a radiografar roda ligeiramente no sentido interno de modo que a linha

intercondiliana fique paralela ao chassi.

Raio Central

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-72

Page 73: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Perpendicular vertical e incide na a parte média da perna, num ponto médio

entre as 2 articulações do joelho.

Chassis utilizado:

Filme – 18x24 em sentido longitudinal.

Nota: Para radiografar ambas as articulações usa-se um chassi 35x43 em sentido

longitudinal.

Parâmetros técnicos:

60 KVp; 6,6 mAs; 100 MA; Foco grosso.

DFF (distância foco-filme):

Cerca de 100 cm.

Protecção do doente:

Proteger as gónadas.

Critérios de boa realização:

Deve-se visualizar ambas as articulações do joelho.

Deve-se visualizar o espaço articular femoro tibial aberto.

Observa-se as extremidades articulares proximais da tíbia e perónio com uma

sobreposição moderada.

Os detalhes dos tecidos moles devem estar visíveis.

Anatomia Radiológica:

A. Tubérculos intercondilianos medial e lateral;

extenções da eminência intercondilial (crista tibial)

B. Epicôndilo lateral do fémur

C. Côndilo lateral do femur

D. Côndilo lateral da tíbia

E. Facetas articulares da tíbia

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-73

Page 74: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

F. Côndilo medial da tíbia

G. Côndilo medial do fémur

H. Epicôndilo medial do fémur

I. Rótula

Patologias que se podem detectar:

Fracturas, lesões ou alterações ósseas secundárias, doenças articulares

degenerativas envolvendo a porção distal do femur.

Incidência de Perfil

Posicionamento:

Doente em decúbito lateral sobre o lado a radiografar.

Ajusta-se a rotação do corpo e da perna até que o joelho esteja na posição de

perfil verdadeiro(epicôndilos femurais directamente sobrepostos e o plano da

rotula perpendicular ao plano do chassi ).

Flecte-se o joelho em estudo 20º a 30º.

Deve-se alinhar e centralizar a perna e o joelho com o RC e com a linha média

da mesa.

A perna contralateral apoia a frente.

Raio Central:

Perpendicular vertical e incide ao nivel da tuberosidade interna da tibia, 2,5 cm

abaixo do vertice da rotula.

Chassis utilizado:

Filme – 24x30 ou 18x24 em sentido longitudinal.

Parâmetros técnicos:

60 KVp; 6,6 mAs; 100 MA; Foco grosso.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-74

Page 75: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

DFF (distância foco-filme):

Cerca de 100 cm.

Protecção do doente:

Proteger as gónadas.

Critérios de boa realização:

A rotula deve ser observada de perfil.

As articulações do joelho devem ser observadas sem rotação, com os côndilos

femurais sobrepostos

Visualiza-se o perónio distal sobre a metade posterior da tíbia

Observa-se uma ligeira sobreposição da tíbia sobre a cabeça do perónio

proximal .

As articulações femoropatelar e do joelho devem estar abertas.

Os detalhes dos tecidos moles devem estar visíveis.

Anatomia Radiológica:

A. Base da rótula

B. Ápice da rótula

C. Tuberosidade tibial

D. Colo do perónio

E. Cabeça do perónio

F. Ápice da cabeça do perónio

G. Côndilos medial e lateral sobrepostos

H. Superfície da rótula

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-75

Page 76: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Patologias que se podem detectar:

Através desta incidência pretende-se demonstrar fracturas, lesões e

anormalidades do espaço articular.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-76

Page 77: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

14.5 Estudo da Articulação tibio-társica

Identificação:

Indivíduo do sexo feminino de 32 anos.

Objectivo:

Visualizar a articulação tíbio-társica de modo a verificar a existência de

traumatismo.

Incidência AP

Posicionamento:

Doente em decúbito dorsal apoia a perna na mesa pela sua face posterior.

O pé faz um angulo de 90º com o chassis que está colocado sob a articulação

tíbio-társica.

A perna roda ligeiramente para dentro , a fim de se observar a articulação tibio-

peronial distal

Raio central:

Perpendicular vertical e incide sobre um ponto equidistante dos maléolos.

Chassis utilizado:

Filme – 2430 cm

Parâmetros Técnicos:

57 Kvp; 5mAs; 200ms; foco fino (sem potter)

DFF:

Cerca de 100cm.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-77

Page 78: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Critérios de boa realização:

Deve-se visualizar o espaço articular tíbio-astragaliano.

A articulação tíbio-társica deve estar centrada com a pelicula.

Deve-se visualizar a porção distal da tíbia e do perónio.

Deve-se visualizar bem os maléolos interno e externo.

Anatomia Radiológica:

Visualiza-se a porção distal da tíbia e do perónio

Visualiza-se a porção proximal do tarso.

Visualiza-se o espaço articular tíbio-astragaliano aberto.

Incidência de Perfil

Posicionamento:

Doente em decúbito lateral sobre o lado afectado, perna em extensão.

A região anterior da rótula deve ficar apoiada sobre um saco de areia, de modo

a que a articulação tíbio-társica fique em perfil correcto.

Raio central:

Perpendicular vertical e incide no maléolo interno.

Chassis utilizado:

Filme –24x30 cm, dividido ao meio.

Parâmetros técnicos:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-78

Page 79: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

57 Kvp; 5mAs; 200ms; foco fino (sem potter)

DFF (distância foco-filme):

Aproximadamente 100cm.

Critérios de boa realização:

A articulação tíbio- társica deve estar centrada com a película.

A articulação tíbio-astragaliana deve estar bem visível.

O perónio observa-se sobre a metade posterior da tíbia.

O astrágalo e o calcâneo devem ser observados na sua totalidade.

Anatomia radiológica:

Visualiza-se a porção distal do perónio sobreposta na metade posterior da tíbia.

Visualiza-se a porção proximal do tarso, o astrágalo e o calcâneo.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-79

Page 80: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

14.6 Bacia

Incidência AP

Posicionamento:

Doente em decúbito dorsal com a bacia simétrica e paralela à película.

Colocam-se esponjas debaixo dos joelhos de modo a permitir melhor contacto

da região a radiografar com a película.

Raio Central:

Perpendicular vertical e incide num ponto médio entre as espinhas ilíacas antro

superiores e o bordo superior da sínfise púbica.

Chassis:

Filme –35,543,5 no sentido transversal.

Parâmetros técnicos:

73Kvp; 14,2mAs; 200ms; foco grosso (com potter)

DFF (distância foco-filme):

Cerca de 100cm.

Protecção do doente:

Proteger as gónadas de todos os homens.

A protecção das mulheres não é geralmente possível porque escurece os ossos

da bacia ( a não ser que a área de interesse seja o osso ilíaco).

Critérios de boa realização:

Visualiza-se a bacia em toda a sua extensão e as porções proximais dos

fémures.

Não deve haver rotação, a qual se verifica quando:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-80

Page 81: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

As asas do ilíaco devem estar simétricas e iguais em tamanho, tal como os dois

buracos obturadores.

O sacro e o cóccix devem estar alinhados com a sínfise púbica.

Anatomia radiológica:

Sacro

Cóccix

Espinha isquiática

Porção superior da sínfise púbica

Sínfise púbica

Ísquion

Buraco obturador

Grande trocanter

Colo do fémur

Cabeça do fémur

Articulação sacro ilíaca

Osso ilíaco

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Page 82: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

14.7 Estudo do Punho

Identificação:

Indivíduo do sexo masculino de 13 anos, vítima de queda.

Objectivo:

Visualizar o punho em toda a sua extenção de modo a verificar a existência ou

não de fractura ou outro traumatismo.

Incidência PA

Posicionamento:

Coloca-se o antebraço sobre a mesa com o cotovelo flectido a 90º.

A mão apoiada pela sua face palmar os dedos devem ficar ligeiramente

flectidos de modo a permitirem um melhor contacto com o filme.

Raio Central:

Perpendicular vertical e incide num ponto médio entre as apófises estilóides do

rádio e do cúbito.

Chassis utilizado:

Filme – 1824 cm

Parâmetros técnicos:

51 KVp; 2,7 mAs; 100 MA; foco fino

DFF (distância foco-filme):

Cerca de 100cm

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-82

Page 83: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Protecção:

Colocar avental de chumbo sobre o colo do paciente, de modo a proteger as

gónadas.

Critérios de boa realização:

Deve-se visualizar o cúbito e o rádio pela sua parte distal bem como os ossos do

carpo e ainda a metade proximal dos metacarpos.

Ausência de rotação dos ossos do carpo, dos metacarpos e do Rádio e Cúbito.

Os tecidos moles e a trabeculação óssea

Anatomia radiológica:

Observa-se a porção distal do rádio e do cúbito e adiante os ossos do carpo.

Igualmente adiante dos ossos do carpo, visualiza-se a porção distal dos

metacarpos.

Incidência de Perfil

Posicionamento:

Com o antebraço em posição lateral e o cotovelo flectido.

Apoia-se o punho sobre o chassis rodando ligeiramente para fora de modo a

permitir uma correcta sobreposição do rádio ao cúbito.

O 1º dedo deve apoiar em esponjas radio transparentes.

Raio Central:

Perpendicular vertical e incide na apófise estilóide do rádio.

Chassis utilizado:

Filme –1824 cm

Parâmetros técnicos:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-83

Page 84: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

52 KVp; 3 mAs; 100 MA; foco fino.

DFF (distância foco-filme):

Cerca de 100cm

Protecção:

Colocar avental de chumbo sobre o colo do paciente, de modo a proteger as

gónadas.

Critérios de boa realização:

Deve-se visualizar o rádio e o cúbito pela sua porção distal e os ossos do carpo,

a metade proximal dos metacarpos.

Ausência de rotação dos ossos do carpo, dos metacarpos e do Rádio e Cúbito.

A posição de perfil correcta é visualizada quando:

o A cabeça do Cúbito na sua porção distal deve estar centralizada e

sobreposta ao Rádio.

o As porções proximais dos metacarpos devem aparecer todas alinhadas e

sobrepostas.

Anatomia radiológica:

Visualiza-se a porção distal do cúbito e do rádio, os ossos do carpo e a porção

distal dos metacarpos

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-84

Page 85: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

14.8 Estudo do Cotovelo

Identificação:

Indivíduo do sexo masculino de 27 anos, vítima de agressão.

Objectivo:

Visualizar a articulação do cotovelo, de modo a verificar a existência de

traumatismo.

Incidência AP

Posicionamento:

O doente deve estar sentado, com o cotovelo e o ombro no mesmo plano

horizontal.

Coloca-se o antebraço e a mão em supinação com um saco de areia sobre os

dedos.

O cotovelo apoia no chassis pela face dorsal.

Raio Central:

Perpendicular e vertical e incide na parte média da interlinha articular.

Chassis utilizado:

Filme – 24 30 cm

Parâmetros técnicos:

46Kvp; 3,2mAs; 100Ms; foco fino (sem potter)

DFF (distância foco-filme):

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-85

Page 86: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Cerca de 100cm.

Critérios de boa realização:

O espaço interarticular do cotovelo deve estar aberto e centrado com a película.

Ambos os epicôndilos devem se encontrar sem rotação.

Uma parte da cabeça, o colo e a tuberosidade do rádio devem estar

ligeiramente sobrepostos pela a porção próximal do cúbito.

Deve-se visualizar tecidos moles e trabéculas ósseas nítidas.

Incidência de Perfil

Posicionamento:

Igualmente com o doente sentado, coloca-se o ombro e o antebraço no mesmo

plano horizontal.

O antebraço é flectido a 90º com o bordo radial e polegar voltados para cima.

Raio Central:

Perpendicular e verticale incide sobre o epicôndilo

Chassis utilizado:

Filme – 24 30 cm

Parâmetros técnicos:

46Kvp; 3,2mAs; 100Ms; foco fino (sem potter)

DFF (distância foco-filme):

Cerca de 100cm.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-86

Page 87: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Critérios de boa realização:

O cotovelo deve fazer um ângulo de 90º ,com o espaço interarticular aberto e

centrado com a película.

Os epicôndilos umerais devem estar sobrepostos.

O olecrânio deve ser visualizado de perfil.

Cerca de metade da cabeça do rádio deve estar sobreposta pela apófise

coronóide.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-87

Page 88: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

14.9 Estudo do Pé

Identificação:

Indivíduo do sexo feminino de 78 anos.

Objectivo:

Visualizar o pé em toda a sua extensão de modo a verificar a existência ou não

de esmagamento ou fractura dos ossos do pé.

Incidência AP

Posicionamento:

O doente deve estar sentado ou semi inclinado.

Colocando-se a face plantar do pé em contacto com o chassis.

Ficando a perna em posição vertical e apoiada na perna contralateral.

Raio Central:

Vertical, com uma inclinação caudo-craniana de 5º a 10º e incide na região

cubóido-escafoideia.

Chassis utilizado:

Filme – 24x30 (dividido ao meio no sentido longitudinal).

Parâmetros técnicos:

46 KVp; 3,2 mAs; 100 MA

DFF (distância foco-filme):

Cerca de 100cm.

Protecção do doente:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-88

Page 89: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Colocar escudo de chumbo sobre a região pélvica para proteger as gónadas.

Critérios de boa realização:

Deve-se visualizar todo o pé, incluindo as falanges e os metatarsos, bem como

o escafóide, os cuneiformes e os cubóides.

Deve existir ausência de rotação, a qual é evidenciada pela distância quase

igual entre os 2º e 5º metatarsos.

Os sesamóides (se existirem) devem ser observados através da cabeça do 1º

metatarso.

Anatomia radiológica:

Calcâneo

Astrágalo

Escafóide

Cuboíde

Cuneiformes (I, II, III)

Metatarsos (I, II, III, IV, V)

Base da falange

Corpo da falange

Cabeça da falange

Oblíqua AP

Posicionamento:

Com o doente sentado ou semi-inclinado.

Coloca-se o pé com a face plantar em contacto com o chassis, inclinando o

joelho para a linha média de modo a que o plano transversal do dorso do pé

fique o mais possível paralelo ao filme.

O joelho do lado oposto serve de apoio , de modo a que o doente fique em maior

estabilidade.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-89

Page 90: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Raio Central:

Perpendicular vertical e incide na região cubóido-escafoideia.

Chassis:

24x30 (dividido ao meio no sentido longitudinal).

Parâmetros técnicos:

46 KVp; 3,2 mAs; 100 MA

DFF (distância foco-filme):

Cerca de 100cm.

Protecção do doente:

Protecção das gónadas

Critérios de boa realização:

Deve visualizar-se o pé em toda a sua extensão, desde as falanges distais até o

calcâneo.

As bases do 3º e do 5º metatarsos devem encontrar-se livres de sobreposição.

O 1º e o 2º metatarsos também devem estar livres de sobreposição, excepto

pela base.

A tuberosidade na base do 5º metatarso deve ser bem visualizada.

Deve existir um óptimo contraste, que permita observar as impressões

trabeculares das falanges, metatarsos e ossos do tarso.

Anatomia radiológica:

Calcâneo

Astrágalo

Escafóide

Cuboíde

Cuneiformes (I, II, III)

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-90

Page 91: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Metatarsos (I, II, III, IV, V)

Base da falange

Corpo da falange

Cabeça da falange

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-91

Page 92: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

14.10 Estudo dos Seios Perinasais

Incidência de Perfil

Posicionamento do Paciente:

Doente em ortoestatismo apoia o lado lateral da cabeça contra o potter vertical,

com o lado de interesse mais perto do filme.

Ajustar a cabeça em perfil correcto, movendo o corpo numa direcção obliqua

conforme necessário para o conforto do paciente.

Alinhar a linha interpupilar perpendicularmente ao filme .

Ajustar o queixo para alinhar LOM perpendicular à margem anterior do filme.

Raio Central:

RC horizontal perpendicular ao filme e centrado num ponto médio entra o ângulo

do olho e o MAE.

Chassis utilizado:

Filme – 24x30cm, em sentido longitudinal.

Anatomia radiologica:

Ramos da mandíbula, sela turca, seios esfenóidais, asas maiores do esfenóide,

tetos orbitários, seios frontais, células etmoidais e os seios maxilares.

Critérios de boa realização:

Crânio posicionado correctamente sem rotação ou inclinação.

Superposição dos ramos mandibulares, tetos das órbitas e asas maiores do

esfenóide.

Sela turca sem rotação

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Page 93: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Incidência de Waters com boca aberta ou Blondon

Posicionamento do Paciente:

Doente sentado numa cadeira estende o pescoço, colocando o queixo e o nariz

contra a superfície do potter vertical.

Ajustar a cabeça até a LOM faça mais ou menos 35% com o filme.

Posicionar o plano médio sagital perpendicular à linha média do potter vertical.

Orientar o paciente a abrir a boca dizendo para “baixar a mandíbula sem mover

a cabeça.”

Raio Central:

RC horizontal perpendicular ao filme, centrado de maneira a sair no acântion.

Chassis utilizado:

Filme – 24x30cm, em sentido longitudinal

Anatomia radiologica:

Seios frontais, fossas nasais, seios maxilares, processo alveolar, cristas

petrosas e seios esfenóidais.

Critérios de boa realização:

A não rotação do crânio é indicada pela igual distância do plano médio sagital à

margem orbital externa em ambos os lados.

Distância igual da margem da orbital lateral à tábua externa do crânio em ambos

os lados.

Extensão adequada do pescoço demonstrando a crista petrosa abaixo dos seios

maxilares.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-93

Page 94: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Inciência de Hirtz

Nota: retirar todos os elementos metais inclusive proteses dentária

Posicionamento do Paciente:

Doente sentado apoia o cranio no potter vertical pelo vertex de modo a que o

plano médio sagital coincida com o iexo do potter.

Tragus equidistantes do plano de apoio.

Linha orbitomeatal faz um angulo de – 90 com a horizontal

Raio Central:

RC direcionado perpendicularmente à LOM

RC centrado no ponto médio entre os angulos da mandibula, cerca de 4 a 5cm

inferior à diafise mandibular

Chassis utilizado:

Filme – 24x30cm, em sentido longitudinal

Critérios de boa realização:

Simetria da projecção das articulação Temporo maxilares em relação é aboboda

craniana.

O arco mandibular projecta-se sobre a metade anterior das células etmoidais

Densidade e contraste otimos para visualizar os seios frontais e as celulas

etmoidais.

Margens ósseas nítidas indicam ausência de movimento

Anatomia radiologica:

Seios esfenoidais, celulas etnoidais, fossas nasais e seios maxilares

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Page 95: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

14.11 Bloco Operatório

Por duas vezes, fomos ao bloco operatório, mas apenas como observação.

As cirurgias a que assistimos foi uma PTA e à substituição de uma prótese do

úmero, com extração de massa óssea da anca, na área da ortopedia, e à colocação de

uma placa de parafusos numa vértebra, na área da neurorradiologia.

No bloco é necessário obedecer a todas as regras de assépsia e manuseamento

do equipamento.

A sala de operações é um campo esterilizado, uma área de trabalho na qual a

esterilidade é mantida e o tamanho é indiferente de sala para sala, depende do

procedimento e do equipamento.

O vestuário utilizado no bloco operatório é o fato próprio, touca,

máscara, capas para sapatos e por vezes óculos protectores.

Numa sala de cirurgia tem de se respeitar ao máximo a assépsia cirúrgica.

A preparação e manuseamento do material tem de ser de modo a evitar o

contacto do utente com qualquer organismo vivo.

O objectivo da assepsia cirúrgica é a Esterelização (destruição de todas as

formas de vida macrobiana).

A entrada na sala tem de ser silenciosa e rápida, de modo a não incomodar o

trabalho médico. O equipamento deve ser colocado de modo a ocupar o menor espaço

possível.

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Page 96: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

15. Avaliação Global / Conclusão:

Após a execução do estágio prático e avaliando os fundamentos teóricos dados

nas aulas ao longo do curso, pode-se concluir que esta aprendizagem teórica foi

fundamental para um bom desempenho na prática, embora por vezes a realidade deste

hospital seja um pouco diferente e nem todos os conceitos teóricos que aprendemos

são aplicados.

Durante o período de estágio foram desenvolvidas várias actividades na área da

radiologia convencional, e a grande maioria do estágio foi realizado na sala de

urgência.

Durante o período de estágio, decorriam obras no serviço de imagiologia, o que

dificultou em certa parte a execução do estágio, pois eram muitos técnicos a trabalhar

na mesma sala e ainda os alunos, o que toranava quase impossível que os alunos

realizassem exames.

Além disto, também o facto de os exames dos doentes da consulta externa e da

urgência se efectuarem na mesma sala, causando um acumulado de exames

permanente, fez com que os técnicos, para despachar o trabalho, não nos dessem

grande oportunidade para efectuar exames.

A única alternativa para colmatar esta lacuna durante o estágio, foi fazer os

turnos da tarde e principalmente da noite. Pelo facto de só a equipa de urgência estar a

trabalhar e também não há um acumular tão grande de doentes, junto com a

disponibilidade que o monitor Luis Valadas nos propôs, fez com que esta lacuna fosse

de algum modo ultrapassada.

Avaliando todo o processo envolvente no estágio, conclui-se também que há

uma série de passos característicos de cada caso clínico que se têm de cumprir

quando um indivíduo dá entrada na urgência de um hospital.

Conclui-se também que a atitude do técnico de radiologia na recepção do

paciente no serviço de rx assim como o modo como interage com os pacientes pode

ser comprometedora no processamento dos exames que são necessários executar.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-96

Page 97: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Uma má interacção técnico/paciente pode por em causa um bom resultado de exames

visto que a colaboração do paciente é muito importante.

Doente esclarecido e confiante no trabalho do técnico de radiologia é mais

colaborador, as imagens são de melhor qualidade e o diagnostico, tal como a

terapêutica, mais facilmente traçado.

Os objectivos traçados inicialmente para a realização deste dossier, foram

realizados.

Deste modo, conclui-se que o estágio, é uma importante etapa na vida

académica de cada aluno, não só por ser o primeiro contacto com a actividade

profissional, mas também como o culminar do curso superior.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-97

Page 98: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-98

Page 99: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

1. INTRODUÇÃO:

Durante este estágio foram aplicados todos os fundamentos teóricos que nos tinham

depositado durante estes anos de curso.

Agora, não só passou mais uma vez pela radiologia convencional, mas também por

todas as valências que fazem parte da radiologia, como a TAC, a Ressonância

Magnética, a Angiografia e também as especializações da radiologia convencional,

como a Mamografia, e os exames especiais.

Este estágio foi bastante abrangente e como tal, na elaboração deste dossier, serão

retratadas todas as valências em que o estágio foi realizado.

Para iniciar, faz-se também uma pequena abordagem aos meios de contraste, visto

que neste estágio foram utilizados meios de contraste em várias valências.

A neoplasia da mama é uma das principais causas de morte na mulher, sendo a

Mamografia o exame radiológico de eleição para a detecção precoce da neoplasia de

mama. Ela tem indicação sistemática nos casos de mulheres de alto risco ou com

suspeita clínica de já serem portadoras da neoplasia da mama.

Normalmente, são realizadas duas incidências de cada mama: a crânio-caudal e a

médio-lateral oblíqua. Outras radiografias podem ser feitas para analisar com maior

detalhe alterações encontradas no exame.

Para um bom diagnóstico é necessário que o posicionamento da paciente seja o mais

correcto e rigoroso possível, daí o interesse deste estudo.

“A Angiografia é um exame radiológico dos vasos sanguíneos, sendo utilizada para

visualizar artérias e veias através do corpo. O exame angiográfico é realizado por um

médico com especialização em Radiologia Intervencionista, fazendo uso dos raios X.

Durante o exame é posicionado um cateter, em uma das artérias ou veias. E é

injectado o contraste, para a obtenção de imagens radiológicas da área ou estrutura

estudada. O contraste torna os vasos visíveis nos monitores dos equipamentos,

fazendo-se registos em filmes e/ou discos ópticos” (Maximagem – 2000).

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-99

Page 100: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Perante isto e segundo a Maximagem (2000), “A causa mais comum da necessidade

de um exame angiográfico é a apresentação de sintomas de obstrução vascular”, os

quais podem ser alterados ou definitivamente eliminados através de um procedimento

feito para reabrir ou ampliar o lúmen de um vaso sanguíneo ocluído ou estreitado, sem

necessidade de cirurgia, designado por angioplastia, durante o qual é colocado um

cateter na artéria que está ocluída ou estreitada, tendo na sua extremidade um balão

que posteriormente é insuflado, dilatando o local estreitado que contém um stent,

levando a um aumento do fluxo sanguíneo.

A Ressonância Magnética é uma técnica que permite visualizar tecidos moles com

maior contraste tecidular, sensível ao movimento dos líquidos e que não utiliza

radiações ionizantes.

As imagens obtidas são tomográficas e facilmente interpretáveis em qualquer direcção

do espaço.

Neste dossier serão abordados os seguintes temas: indicações e limitações;

instrumentos e equipamentos; realização do exame; artefactos e segurança em R.M.,

tal como a apresentação de casos clinicos.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-100

Page 101: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

2. Contrastes (MC)

Os meios de contraste são drogas que aumentam a informação diagnóstica das

imagens e tem como principais características a elevada radio-opacidade, a

tolerabilidade e a rápida e completa eliminação.

Contudo, na utilização dos meios de contraste há algumas precuções a tomar, como

por exemplo, devem ser armazenados fora da sala de radiologia e protegidos da luz,

deve-se verificar cuidadosamente se o produto na embalagem é do tipo correcto para o

exame a efectuar e nunca usar embalagens abertas para mais do que um paciente.

Nota: São substancias que modificam a absorção dos raios X pelos orgãos e tecidos,

devido à sua composição quimica e densidade, permitindo obter um estudo mais

detalhado da região a estudar.

2.1 Meios de contraste:

Ar

Calcio (artificiais)

Negativos (ar,gás)

Positivos (bário,iodo)

2.1.1 Caracteristicas do bario:

Exames - tracto gastro-intestinal

Formas de administração – oral e rectal

Principal caracteristica – insoluvel

Substancia inerte

1. Nao altera a função fiosiologica normal

2. Nao é absorvido

3. Eliminação rapida e total

Vantagens:

Alto contraste inerte

Baixo custo

Sem efeitos toxicos

Opacificação homogénea

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Page 102: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Desvantagens:

Sedimentação

Floculação

Revestimento fraco

Segmentação da “coluna de bário”

Sindrome obstrutivo (oclusão intestinal)

Perfurações (fistula traqueo-bronquica)

Bario: ocasionalmente verifica-se nauseas, vomitos, diarreia e obstrução.

2.2 Contrastes iónicos:

São constituidos pelo nucleo benzónico com radicais ácidos em que para tornar o

produto hidrossoluvel é necessária uma solidificação de meglumina Vs. Sódio.

Estes contrastes são mais baratos, mas 1 em 30000 pessoas morre.

2.3 Contrastes não iónicos:

São constituidos pelo nucleo benzónico em cujos radicais a função ácida foi substituida

por uma amina.

Vieram reduzir grandemente a quimiotoxicidade e em relação ao conteudo de iodo a

osmolaridaded foi reduzida cerca de 2/3.

Estes são mais caros, mas ainda assim 1 em 250000 pessoas morre.

2.4 Quem deve administrar?2.4 Quem deve administrar?

O responsavél pelo exame e o clinico que pede o exame.

2.4.1 Antes de administrar:2.4.1 Antes de administrar:

Paciente informado Nececidades e implicações

Consentimento livre e pessoal depois de informado

Paciente de riscoConsentimento escrito

Responsabilidade é de quem executa o exame

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-102

Page 103: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Aspecto legal:

Consentimento só é eficaz quando o paciente estiver informado sobre o risco e

consequências;

Deliberação;

Consciência;

Queira fazê-lo;

2.4.2. Antes de injectar:

História de alergias;

Despiste de doença respiratória;

Registar;

Data validade do produto

2.4.3 Forma de injectar:

Bólus;

Perfusão

2.5 Efeitos secundários clínicamente significativos:

Choque anafilático;

Fibrilhação auricular

Insuficiência renal

2.6 Contrastes iodados hidrossoluveis:

Utilizados desde 1955 ,na opacificação tubo digestivo , através de administração oral

ou rectal.

Principais indicações – suspeita de perfuração do tracto gastro-intestinal , pré e pós-

operatório , obstruções, estenoses, visualização de fístulas , malformação intestinal.

Diluição – 1 a 2% , volume a administrar ( doseadas em 4 ou 5 tomas) , em crianças

depende do peso e da idade.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-103

Page 104: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

2.8 Efeitos secundários dos MC orais:

Diarreias;

Nauseas;

Vómitos ;

Urticária;

Reacções anafiláticas- estado de choque

2.9 MC iodados orais em TC

Delimita o trato gastro intestinal das estruturas vizinhas;

Diminui o riscode más interpretações

2.9.1 Utilização dos MC via em TC:

Caracterizar lesões/massas

Diagnótico diferencial hérnia/fibrose

Vasos/adenopatias;

Metástases;

Lesões hepáticas;

Verificar ausência/presença de lesão

2.9.2 Indicações:

Diferencial tumoral;

Estudo de doenças infecciosa, inflamatórias;

Lesões vasculares

2.9.3 Precauções:

Avaliação da predisposição às alergias;

Jejum;

Após a inj. EV o doente deve ser vigiado pelo menos durante uma hora;

Em caso de alguma manifestação alérgica um minímo de 3 horas

2.9.4 Tolerância e efeitos secundários:

Bem tolerado;

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Page 105: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

2 a 4% Reacções adversas;

0,38% Nauseas e vómitos;

0,06% calor, cefaleias, mal estar e alterações respiratórias;

Convulsões raras;

Reacções anafiláticas

2.10 Complicações Angio:

Hemiparésia;

Distúrbios visuais;

Distúrbios de consciência

2.11 Utilização dos contrastes:

Na TC, via IV: 2/3 ml/kg

Corpo:300

Concentração:crânio (1 ano-240 ml);(1 ano-300 ml)

Na urografia:recem nascidos- 3 ml/kg

Até 2 anos- 2ml/kg

2ml/kg

Na cistografia: 1 ano-( anos+2)30 cc

<1 ano-peso kg7cc

Nota: Na TC abdominal para opacificação das ansas administra-se telebrix gastro a

2%.Aumenta-se a administração de contraste com a idade.

Nota:para diagnóstico gastro intestinal qd a patologia impede o uso do bário administra-

se telebrix gastro por via retrogada diluido a 20%.

4. RADIOLOGIA CONVENCIONAL:

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Page 106: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A descrição das salas na área da Radiologia Convencional ja foram descritas

anteriormente, tal como os objectivos e exames mais realizados em cada sala.

Durante o estágio 2, o equipamento de revelação foi mudado para equipamentos

digitais. É assim constituído por um computador de identificação dos pacientes e

exames realizados, onde se identificam os chassis.

O equipamento de digitalização é um Leitor de ip- AGFA ADC compact plus, que faz a

leitura dos chassis, e posteriormente envia para os computadores onde a imagem é

trabalhada e posteriormente imprimida.

Leitor de ip- AGFA ADC compact plus Impressora- AGFA drystar 4500

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Page 107: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Computarores onde a imagem é trabalhada.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-107

Page 108: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

4.1 CASOS CLINICOS:

4.1.1 Estudo do Crânio:

Indicações clínicas:

Paciente do sexo masculino, 37 anos, recorre à urgência após queda.

Incidências pedidas pelo médico: AP, Perfil, Town.

A radiografia do crânio exige um bom entendimento de toda a anatomia relacionada. A

anatomia do crânio é muito complexa e extensa e exige um estudo cuidadoso e

detalhado.

A cabeça óssea é constituída pelos ossos do crânio e pelos ossos da face. O crânio ou

esqueleto ósseo da cabeça é uma caixa óssea, onde se encontra o encéfalo, sendo

constituído por uma parte superior, a abóbada craniana e uma parte inferior, a base do

crânio. Situa-se na extremidade superior da coluna vertebral e é dividido em dois

grupos principais de ossos: o crânio propriamente dito, que consiste em oito ossos

craniais, sendo dois pares (parietal e temporal) e quatro ímpares (frontal, etmóide,

esfenóide e occipital) e catorze ossos faciais.

O crânio circula e protege o encéfalo, e a porção anterior e inferior ao cérebro é

denominada esqueleto facial ou ossos da face.

A face é constituído pelo maciço ósseo, situado adiante da base do crânio e limitando

com este, um conjunto de cavidades onde se encontra a maior parte dos órgãos dos

sentidos.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-108

Page 109: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Ossos Cranianos

Os oito ossos cranianos são

divididos em calote craniana e base do

crânio. Cada uma dessas duas áreas

consiste basicamente em quatro ossos:

Calote craniana

1. Frontal

2. Parietal direita

3. Parietal esquerda

4. Occipital

Base do Crânio

1. Temporal direito

2. Temporal esquerdo

3. Esfenóide

4. Etmóide

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Page 110: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Suturas cranianas

Suturas são as articulações imóveis entre a maioria dos ossos do crânio.

Apresentam o aspecto de linhas irregulares nos crânios de jovens e adultos.

As principais suturas cranianas são:

Fronto-parietal: sutura entre o osso frontal e os parietais.

Longitudinal: sutura entre os parietais.

Occipito-parietal: sutura entre os ossos parietais e o occipital.

Parieto-mastóidea: sutura entre o parietal e o temporal

Occipito-mastóidea: sutura entre o occipital e o temporal

Sendo assim, ossos suturais são núcleos de ossificações, que formam ossos

interpostos nas suturas, principalmente na sutura occipito-parietal.

Linhas de posicionamento

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-110

Page 111: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Incidência de Face (P.A.)

Esta incidência serve para demonstrar fracturas cranianas (deslocamento medial

e lateral), processos neoplásicos e doença de Paget.

Posicionamento: Doente em ortoestatismo PA ou decúbito ventral de modo a que o

plano médio sagital fique perpendicular ao plano do filme. Faz-se apoio fronto nasal e

flexiona-se o pescoço de modo a que a linha orbito meatal fique perpendicular ao filme.

Raio central perpendicular ao filme (paralelo a linha orbito meatal de modo a

incidir no occipital e emergir na glabela .

Aspectos anatómicos:

Na incidência de face para o crânio observa-se:

1. Abobada

O seu contorno é formado pelas duas tábuas externa e interna.

O contorno exterior (tábua externa) apresenta-se constituído pelos parietais e escamas

dos temporais

O contorno interno (tábua interna) apresenta por vezes desdobramentos de linhas,

principalmente na zona da escama do temporal.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-111

Page 112: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Na abobada projectam-se diferentes suturas:

- Sutura longitudinal – situa-se no eixo médio da imagem

- Sutura fronto-parietal – apresentam-se unidas à sutura longitudinal no bregma

- Sutura occipito-parietal – apresentam-se unidas à sutura longitudinal no lambda,

tendo aspecto de um Y invertido

Situado por baixo da abobada estão os três andares do crânio, observando-se de cima

para baixo pela seguinte ordem:

1. Andar anterior

2. Andar médio

3. Andar posterior

-Andar anterior é limitado em baixo pelas pequenas asas do esfenóide

-O andar médio é limitado pelos rochedos

-O andar posterior é limitado pelo contorno inferior da fossa occipital.

Observa-se ainda:

Sulcos da artéria meningea média e dos seus dois ramos superior. Estes sulcos

apresentam-se situados lateralmente, confundindo-se por vezes com a parte lateral das

suturas fronto-parientais.

2. Base do crânio

Andar anterior- O limite inferior está indicado por uma linha transversal, ligeiramente

côncava para cima, formada pelas asas do esfenóide e pelo Jugum esfenoidal.

Andar anterior (incidência mento nasal com a cabeça em hiper- extensão) – Observa-

se, por cima da linha correspondente ao limite inferior, traços descontínuos que

representam as impressões digitais da face inferior dosa lobos frontais. Na linha média,

vê-se sobre o Jugum esfenoidal, a apófise crista Galli . Por baixo das pequenas asas

do esfenóide vê-se a parte posterior das pequenas asas e as apófises clinóides

anteriores, com aspecto triangular. Por fora e para baixo, observam-se a linhas

temporais, obliqua para baixo e para dentro.

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Page 113: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Andar anterior (incidência de face occipito-frontal com a cabeça em flexão) – Nesta

incidência observam-se as apófises clinóides por cima do corpo das pequenas asas do

esfenóide. A apófise crista Galli situa-se na sua maior extensão por baixo do jugum

esfenoidal, observando-se imediatamente por baixo deste a transparência do seio

esfenoidal.

Andar médio - O limite inferior é formado pelos rochedos (bordo superior). O bordo

superior é sinuoso vendo-se mais saliente a iminência correspondente ao canal

semicircular superior

Andar posterior - Esta imagem é bastante confusa, à opacidade das pirâmides

rochosas e as sobreposições da face. Contudo pode-se distinguir o contorno inferior da

fossa occipital ligando-se lateralmente com o bordo interno das apófises mastoideias,

correspondendo na parte media com o contorno posterior do buraco occipital.

Lateralmente entre o rochedo e o contorno inferior da fossa occipital distingue-se uma

curva regular com cavidade superior correspondendo à parte antero-inferior do seio

lateral.

Nota: Sabe-se que a inclinação está correcta quando a imagem do bordo superior do

rochedo se projecta no terço inferior da órbita, pois se estivesse incorrecto projectar-se-

ia abaixo do bordo inferior da órbita.

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Page 114: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Incidência de Perfil

Esta incidência permite demonstrar fracturas cranianas, processos neoplásicos e

doença de Paget. Uma rotina craniana global comum inclui as laterais direita e

esquerda. Para uma rotina no trauma um feixe horizontal é necessária para se obter

uma vista lateral nos pacientes traumatizados. Isso pode demonstrar níveis hidroaéreos

no seio esfenoidal, um sinal de fractura da base do crânio se ocorrer sangramento

intracraniano.

Posicionamento: Deve-se fazer a radiografia com o paciente na posição ortoestática ou

deitado, semipronada. Deve colocar a cabeça em posição lateral verdadeira, com o

plano de interesse próximo do filme e o corpo do paciente com a obliquidade

necessária para seu conforto. Deve-se alinhar o plano médio sagital paralelamente ao

filme garantindo que não haja rotação ou inclinação. Alinhar a linha interpupilar

perpendicularmente ao filme, de modo a que não haja inclinação da cabeça. Deve-se

também ajustar a flexão do pescoço para alinhar a linha infraorbitomeatal ao bordo

anterior do filme.

O raio central deve ser perpendicular ao filme, e deve-se centralizar para um

ponto cerca de 5 cm superior ao meato acústico externo. Deve-se prender a respiração

durante a exposição.

Criterios de boa realização:

Sobreposição das bossas orbitárias

Sobreposição das grandes asas do esfenóide

Sobreposição dos côndilos do maxilar inferior

Sobreposição dos canais auditivos externos

Sobreposição das apófises clinoideias anteriores e posteriores

Aspectos anatómicos (fig. Tratado pág. 371 - 11.41):

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Page 115: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

1-Abobada - as metades cranianas observam-se sobrepostas (a metade direita

sobrepõe-se à metade esquerda). O contorno exterior é desenhado pelas 2 tábuas,

externa e interna, ficando entre elas o diphoé.

A abobada estende-se desde a protuberância occipital externa, atrás, até á

glabela, adiante. Na tábua interna vê-se os sulcos vasculares da artéria meninge média

e dos seus ramos - ramo anterior e posterior.

O ramo anterior atinge a base ao nível da extremidade da pequena asa do

esfenóide, subindo depois paralelamente ao sulco fronto-parietal.

O ramo posterior dirige-se quase horizontalmente para trás, passando sobre a

sela turca e o bordo superior do rochedo.

Resumindo, as estruturas observadas na aboboda craniana são:

Tábua externa do osso

Tábua interna do osso

Diploé

Sutura fronto-parietal (coronal)

Protuberância occipital exterior

Protuberância occipital interior

Seios frontais

Sulcos vasculares(artéria meningea média)

Fossetas de Pacchioni

Seio lateral

2. Base do crânio – estende-se de diante para trás e de cima para baixo.

Consideram-se:

O andar anterior formado por 2 planos laterais (correspondentes tecto da orbita) mais

ou menos sobrepostos e um plano médio.

Os planos laterais apresentam aspecto de linhas oblíquas que vêm desde a tábua

interna da abóbada para terminar na saliência das clinóides anteriores. Próximo da

extremidade posterior destas linhas vê-se um pequeno traço dirigido para cima que

corresponde à parte mais externa da grande asa do esfenóide.

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Page 116: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Por diante da extremidade anterior dos planos laterais vêm-se os seios frontais que se

podem prolongar sobre os seios laterais.

O plano médio fica num plano inferior em relação aos laterais. É representado atrás por

um traço rectilíneo horizontal, que forma um cotovelo, na sua extremidade posterior

para formar o tubérculo da sela turca. A parte anterior do traço horizontal corresponde

à lâmina crivada do etmóide e à parte posterior do Jugum esfenoidal.

Sendo assim as estruturas observadas neste andar são:

1. Bossas orbitárias

2. Células etmoidais anteriores e posteriores

3. Grandes asas do esfenóide sobrepostas

4. Seios esfenoidais

O andar médio é formado por dois planos laterais (fossas temporais) e por um plano

médio (sela turca)

Planos laterais (fossas temporais) – continuando os planos laterais do andar anterior, a

partir do ponto onde se destaca a imagem das grandes asas observa-se um contorno

arredondado, côncavo para trás e para cima correspondente às linhas de fundo

anteriores das fossas temporais. Posteriormente encontra-se o pavimento lateral do

andar médio, representado pelo bordo superior dos rochedos.

Plano médio (sela turca) – na linha média, por diante vê-se o tubérculo da sela turca;

lateralmente por diante vê-se as apófises clinóides anteriores; na parte central vê-se a

curva arredondada de concavidade superior, do fundo da sela turca, se dirige desde o

tubérculo anterior até às apófises clinóides posteriores; posteriormente vê-se as

clinóides posteriores, suportadas pela lâmina delgada quadrilátera; por baixo e por

diante da sela turca vê-se a cavidade dos seios esfenoidais.

Sendo assim as estruturas observadas neste andar são:

5. Apófises clinoideias anteriores

6. Sela turca

7. Lâmina quadrilátera do esfenóide

8. Apófises pterigoideias

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Page 117: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

No andar posterior consideram-se dois planos laterais e um plano médio.

Os planos laterais, por diante correspondem aos bordos posteriores dos rochedos,

sobrepostos aos grupos posteriores das células mastoideias. Por trás do rochedos vê-

se o contorno do pavilhão da orelha.

O plano médio é formado por uma linha quase vertical que prolonga a face posterior da

lâmina quadrilátera e corresponde ao fundo da goteira basilar. Esta linha termina junto

ao bordo anterior do buraco occipital e corresponde ao basion. Mais atrás o contorno

do temporal continua-se com a abobada ao nível da protuberância occipital externa

podendo apresentar vários desdobramentos.

Sendo assim as estruturas observadas neste andar são:

1. Apófise mastoideia e células mastoideias sobrepostas

2. Fossas cerebelosas do occipital

Nota: na incidência de perfil de crânio observa-se também as fossetas de Pacchioni,

estas fossetas confundem-se com o contorno do crânio desenhando pequenas

depressões na tábua interna.

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Page 118: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Incidência de Towne (A.P. Axial)

O ideal desta projecção é o aparecimento do dorso da sela turca, projectando-se no

grande buraco do occipital. A incidência de Towne é a única que apresenta a fossa

posterior craniana em quase toda a sua totalidade, numa visão frontal, por isso tendo

grande importância nas suspeitas de lesão ao nível do occipital.

Nesta incidência observa-se:

- compartimento médio e posterior do crânio

- suturas occipito-parietais (lambdóide, sutura entre o occipital e o parietal)

- sutura occipito-mastoideia (sutura entre o occipital e o temporal)

- bordo posterior do buraco occipital

- metade posterior do buraco occipital, observando-se o dorso da célula turca

- bordo superior do rochedo e o canal auditivo

- escama do occipital

- fossas cerebrais do occipital

- protuberancias occipitais interior e exterior

- crista occipital interior

- fossas cerebelosas do occipital

- goteiras dos seios laterais

- buraco occipital

- lamina quadrilátera do esfenóide

- apofises clinoideias anteriores e posteriores

- condilo temporal

- rochedo do temporal

- canal auditivo interno

- celulas mastoideias

- septo das fossas nasais

- tuberculo esfenoidal da crista esfeno temporal

- fenda esfeno maxilar

- seio maxilar

- arco do atlas

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Page 119: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

- apofise estiloideia

Posicionamento: Doente em decúbito dorsal ou em ortoestatismo, com o plano médio

sagital perpendicular ao plano do filme, apoia o dorso da cabeça na mesa ou potter

vertical, colocando a linha orbito meatal perpendicular ao plano do filme. O raio central

tem uma inclinação crâneo-caudal de 30º em relação à orbito meatal.

Critérios de boa realização:

-Lamina quadrilátera do esfenoide deve aparecer projectada na metade posterior do

buraco occipital

-Os rochedos devem aparecer projectados acima das cavidades órbitárias e a distancia

vestibulo-aboboda deve ser igual dos 2 lados

Aspectos anatómicos:

Nesta incidência observam-se: o osso occipital, pirâmides petrosas e o grande buraco

do occipital são mostradas com o dorso da célula. As clinóides posteriores podem ser

visualizadas na sombra do grande buraco do occipital.

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Page 120: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Conclusão

Neste trabalho tivemos a oportunidade de estudar o crânio nas incidências de

P.A., Perfil e Towne.

Optámos preferencialmente pelo estudo da incidência de P.A. para o crânio, em

detrimento de A.P., pois as principais componentes anatómicas da base do crânio

ficam mais próximas na incidência de P.A..

Observámos que a cada patologia corresponde determinada incidência e que

cada incidência demonstra estruturas diferentes.

Foi objecto do nosso trabalho o estudo das diferentes estruturas

correspondentes às várias incidências.

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Page 121: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

MAMOGRAFIA:

A neoplasia da mama é uma das principais causas de morte na mulher. A

deteção precoce da neoplasia da mama é ainda um problema no nosso país. A

recorrência tardia é uma das principais causas de morte por neoplasia da mama, sendo

assim a prevenção através da mamografia bastante importante.

A mamografia constitui uma forma particular de radiografia, que trabalha com níveis de tensões

e correntes em intervalos específicos, destinada a registrar imagens da mama a fim de diagnosticar a

presença ou ausência de estruturas que possam indicar doenças. Numa mamografia, duas incidências

de cada mama são indispensáveis: uma visão lateral ou oblíqua e uma crânio-caudal. No entanto, a

incidência médio-lateral-oblíqua é a mais eficaz, pois ela mostra uma quantidade maior de tecido

mamário e inclui estruturas mais profundas do quadrante súpero-externo e do prolongamento axilar,

enquanto a crânio-caudal tem como objetivo incluir todo o material póstero-medial, complementando a

médio-lateral-oblíqua.

O equipamento dedicado à mamografia não é o mesmo utilizado pelos sistemas de raios-X

convencionais, possuindo características próprias, pois a imagem gerada deve ser de alta resolução

para que se possam visualizar as estruturas mamárias que, por sua vez, são compostas de tecidos

moles, cuja diferença nos níveis de absorção de raios-X é pequena entre si.

O compartimento de compressão é um acessório do sistema mamográfico e tem como função

comprimir a mama por uma placa de um material radiotransparente até que se consiga a menor

espessura possível. Ele é responsável por melhorar a resolução, levando as estruturas da mama mais

próximas do filme, por evitar a movimentação da mama, conseguindo assim uma dose menor de

radiação. Isso diminui a espessura da mama, separando estruturas superpostas e ajudando na

diferenciação entre massas sólidas e císticas.

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Page 122: Dossier de Estagio

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Page 123: Dossier de Estagio

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Page 124: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

mamógrafo GE DMR.

UM POUCO DE HISTÓRIA:

1913- Cirurgião alemão Salamon publicou o 1º estudo demonstrativo da

correlação existente entre as características radiográficas e anátomo-patológicas de

peças operatórias;

Os ensaios de mamografias eram de qualidade medíocre;

1950- Laborgne publica o tratado de radiologia mamária;

Foi em França que a mamografia suscitou maior interesse, após alguns ensaios

foi sendo progressivamente utilizada;

Nos EUA só mais tarde se deu importância à mamografia;

Gershon Cohen e Ingleby continuaram a melhorar o método, mas sem grandes

resultados. Existia alguma indiferença da classe médica.

1960- Charles Gros convence a GEC a fabricar o primeiro aparelho especial de

mamografia;

Foi após o trabalho publicado por Robert Egan em 1956, que os EUA se

interessaram por esta técnica de imagem ( Tratado onde era divulgado o método da

abordagem );

Durante 8 anos esta firma deteve o monopólio, mas a técnica vulgarizou-se;

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Page 125: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Muitas foram as empresas de aparelhos de Rx que passaram a fabricar

equipamentos cada vez mais sufisticados e potentes;

Ânodos rotativos e geradores trifásicos;

A mamografia é hoje uma técnica indispensável no diagnóstico da patologia

mamária.

O QUE É A MAMOGRAFIA?

A Mamografia é o exame radiológico de eleição para a detecção precoce da

neoplasia de mama. Ela tem indicação sistemática nos casos de mulheres de alto risco

ou com suspeita clínica de já serem portadoras da neoplasia da mama.

A utilização da mamografia tem sido indicada ainda para o diagnóstico em

pacientes assintomáticas com o objetivo de detectar anormalidades na fase precoce

das suas manifestações, quando ainda não existem sintomas perceptíveis.

O diagnóstico em Radiologia Mamária começa com uma indicação correta,

seguida de anamnese dirigida e exame físico, para que se obtenha um planeamento do

que fazer (rotina do exame, incidências especiais), como fazer ( posicionamento,

técnica radiológica) e termina com a interpretação do conjunto dos dados obtidos em

todas as fases, sendo necessário experiência e estudo contínuo, não só para a

finalização, como para o conhecimento da etapa seguinte (ultrassonografia, biópsia,

etc).

Indicações da Mamografia:

Mulheres assintomáticas: A mamografia para rastreio da neoplasia da mama, deve

ser realizada em mulheres assintomáticas, com a seguinte periodicidade:

Entre os 35 e 40 anos- mamografia de base, para determinar o padrão de

mama da paciente com a finalidade de comparação com os exames posteriores.

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Page 126: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Nos casos de história familiar importante (mãe, irmã com neoplasia da mama), a

base poderá ser realizada antes de 35 anos.

Dos 40 aos 49 anos – mamografia semestral ou anual, se a paciente

pertencer ao grupo de risco.

Apartir dos 50 anos – mamografia anual, que deve ser realizada até aos

70 anos.

Pacientes sintomáticas: Nas pacientes sintomáticas a indicação não seguirá o padrão

anterior e o exame deve ser realizado avaliando-se a relação risco-custo-benefício de

cada caso. Os sintomas mais frequentes, com as respectivas indicações, são os

seguintes:

Nódulo – um nódulo palpável é geralmente descoberto pela própria

paciente, que chega ao médico com muita ansiedade e medo. A mamografia

deve sempre ser realizada , independente da data do exame anterior, se o

nódulo for recente no auto-exame da mama ou no exame clínico.

Após a mamografia, o exame deve ser complementado com a

ultrassonografia, para identificar se o nódulo é sólido ou cístico, diferença

fundamental para determinar a conduta a ser estabelecida. Convém lembrar que

a mamografia em pacientes jovens (abaixo de 30 anos) normalmente não

apresenta nenhum benefício diagnóstico, em virtude da alta densidade da mama

e pela baixa incidência da neoplasia (menos de 0,1%) nesta faixa etária. Assim,

a ultrassonografia é o exame de escolha para a primeira avaliação de nódulos

nestes casos.

Mastalgia – queixa muito frequente, mas que por si só não representa

indicação para a mamografia, uma vez que o sintoma “dor” com todas as suas

características (intensidade, periodicidade, relação com ciclo menstrual, relação

com “stress” e outros problemas emocionais) não tem expressão

correspondente em imagens. Nos casos de mastalgia, a realização da

mamografia seguirá os padrões do rastreio, de acordo com a faixa etária da

paciente.

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Page 127: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Descarga papilar – a secreção da mamas, fora do ciclo grávido

puerperal, deve ser analisada criteriosamente, sendo fundamental caracterizar:

espontânea ou à expressão, uni ou bilateral, ducto único ou múltiplo, coloração

ou aspecto (cristalina tipo “água de rocha”, sanguinea, esverdeada, serosa,

colostro-símile). Os casos que constituem maior importância estão relacionados

com descarga papilar espontânea, unilateral, de ducto único, tipo “água de

rocha” ou sanguinea, porque são sugestivos de patologia tumoral, sendo a

mamografia indicada para iniciar a investigação.

O utras indicações: são também indicações de mamografia, utilizadas com

frequência:

Antes de cirurgia plástica – com a finalidade de rastrear qualquer

alteração da mama, principalmente em pacientes a partir da 5ª década ou em

pacientes que ainda não tenham realizado o exame.

Após cirurgias – em qualquer cirurgia da mama, principalmente nas

cirurgias plásticas redutoras e nas cirurgias conservadoras para o tratamento da

neoplasia, ocorrem alterações estruturais, em função do tipo e extensão da

cirurgia, da utilização de radioterapia e da sensibilidade da paciente. As

alterações provocadas pela cirurgia têm carácter permanente, são muito

exuberantes a princípio e estabilizam-se entre 2 e 3 anos, por isso torna-se

necessário estabelecer uma nova base, que servirá de padrão para futuros

estudos comparativos.

A nova “mamografia base” deverá ser realizada entre 1 e 2 anos nas

cirurgias mais simples (biópsias, mastoplastia redutora), nas cirurgias

conservadoras para tratamento da neoplasia a mamografia será  realizada de

acordo com a rotina de cada serviço (geralmente anual), porém nunca deve ser

realizada antes de 6 meses após a cirurgia, porque as alterações pós-cirúrgicas,

principalmente o edema, ainda estão presentes.

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Page 128: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Se um controle precoce for necessário, não se pode esquecer que tais

alterações, muitas vezes com expressão radiológica importante, são passíves de

regressão.

Mama masculina – apesar de pouco frequente, a mama masculina

também pode ser acometida por patologia maligna, que se expressa

radiologicamente com as mesmas formas que na mama feminina

(microcalcificações, nódulos, etc). A ginecomastia é outra indicação de exame,

permitindo diferenciar a ginecomastia verdadeira (aumento da glândula com a

presença de parênquima mamário) da ginecomastia falsa ou lipomastia

(aumento da glândula por proliferação adiposa).

Controle mamográfico – realizado no acompanhamento das lesões

provavelmente benignas ou de baixo índice de suspeição mamográfica, quando

não existe indicação formal de qualquer procedimento invasivo. O controle

radiológico clássico é realizado semestralmente da seguinte forma:

mamografia detectou a lesão

primeiro controle – 6 meses, somente da mama a ser estudada

segundo controle – 12 meses, exame completo

terceiro controle – 18 meses, somente da mama a ser estudada

quarto controle – 24 meses, exame completo

controles semestrais, seguindo o esquema acima, até 3 anos

Radiologicamente uma lesão é considerada benigna quando permanece estável

num período de 3 anos, quando então a paciente volta para o controle anual. Qualquer

modificação no aspecto radiológico, seja em forma, tamanho, densidade ou número (no

caso de microcalcificações) em qualquer fase de controle, representa indicação para

estudo histopatológico (através de “core” biópsia ou biópsia cirúrgica).

Estudo de prótese de silicone – embora a mamografia não seja o

melhor exame para o estudo das próteses de silicone, ela deve ser realizada

para rastreio da neoplasia da mama, de acordo com a faixa etária da paciente.

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Page 129: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Controle da mama oposta, após mastectomia – neste caso, a

mamografia deve ser realizada anualmente, independente da faixa etária, sendo

de extrema importância o estudo comparativo entre os exames.

Paciente em TRH – a paciente candidata à terapia de reposição

hormonal (TRH) deve realizar a mamografia antes do tratamento e seguir os

controles, de acordo com a faixa etária (geralmente controle anual). Não há

necessidade de realizar mamografia semestral.

ANATOMIA DA MAMA:

Na mulher adulta, cada uma das glândulas mamárias ou mamas é uma eminência cónica ou

hemisférica localizada nas paredes ântero-laterais torácicas. O tamanho da mama varia de uma mulher

para outra e, inclusive, na mesma mulher, dependendo da sua idade e da influência das várias

hormonas. No entanto, habitualmente, a mama estende-se, para baixo da porção anterior da segunda

costela, até à sexta ou sétima costela, e do bordo lateral do esterno até à axila.

A anatomia de superfície inclui o mamilo, uma pequena projecção contendo uma colecção de

aberturas ductais das glândulas secretoras existentes dentro do tecido mamário. A área pigmentada que

circunda o mamilo é denominada aréola, uma região circular, de cor diferente, que rodeia um ponto

central. O ponto de junção da porção inferior da mama com a parede anterior do tórax é chamado de

prega infra-mamária. O prolongamento axilar é uma faixa de tecido que envolve peitoral lateralmente.

Métodos de localização:

A mama é um órgão par, situado na parede torácica anterior de um lado e do outro do esterno,

adiante dos músculos grande e pequeno peitorais.

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Page 130: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

O método mais usado e mais fácil para subdividir a mama em pequenas áreas com o propósito

facilitar a leitura e consequentemente descrever a localização de lesões encontradas é o sistema de

quadrantes. Quatro quadrantes podem ser descritos usando o mamilo como centro. Esses quadrantes

são o QSE (quadrante superior externo), o QSI (quadrante superior interno), o QIE (quadrante inferior

externo) e o QII (quadrante inferior interno).

Tipos de tecidos mamários:

Um dos maiores problemas ao se analizar as radiografias da mama é a presença de vários

tecidos cujo contraste inerente é muito baixo. O tecido mamário pode ser dividido em três tipos

principais: glandular, fibroso ou conjuntivo e adiposo. Como todos estes tecidos são “tecidos moles”, não

se pode contar com tecidos ósseos ou repletos de ar para propiciar um contraste. Os tecidos fibrosos e

glandulares são de densidade similar, isto é, a radiação é absorvida igualmente por esses dois tecidos.

A principal diferença nos tecidos mamários é o facto de o tecido adiposo ser menos denso que

os outros dois. Essa diferença na densidade entre o tecido adiposo e os tecidos fibroso e glandular

fornece as diferenças de densidade fotográfica evidenciadas na radiografia.

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Page 131: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO:

Uma característica particular do equipamento mamográfico é a modificação do tubo de raios-X:

enquanto geralmente é usado tubo de tungstênio nos sistemas convencionais, o mamógrafo utiliza tubo

de molibdênio. Isto porque o feixe produzido num tubo de molibdênio tem um espectro que o aproximam

de um feixe monoenergético, o que é conveniente no caso de radiografia de mamas devido aos tecidos

que a constituem.

Outra característica peculiar é o campo de radiação que, no mamógrafo, é só um pouco maior

que a metade do campo dos sistemas convencionais. Para se conseguir isto, utilizam-se colimadores de

feixes e restritores, que são uma espécie de direcionadores do feixe de raios-X, e barradores de

radiação. Eles ajudam a diminuir a dose de radiação ionizante em outras partes do corpo da paciente e

também colaboram com a melhoria da imagem.

Os filtros, que geralmente são de molibdênio, com cerca de 0,03mm, são os responsáveis por

impedir que os fotões do feixe que nada acrescentam para o diagnóstico atrapalhem na formação da

imagem e atinjam a paciente somando-se à dose de radiação recebida.

O ponto focal é outro fator de grande importância no sistema mamográfico, este deve ser bem

pequeno, pois estruturas de até 0,3 mm de diâmetro, como as microcalcificações, por exemplo, devem

ser possíveis de visualizar.O chassis mamográfico apresenta um écran intensificador que, ao contrário

do convencional, se coloca por baixo do filme. Os fotões atravessam o filme, atingem o écran,

transformam-se em luz visível e são refletidos de volta, impressionando o filme.

Este posicionamento é utilizado para evitar o efeito "crossover" (fenómeno em que o filme é

impressionado duas vezes pelo mesmo fotão o que pode causar uma certa penumbra na imagem,

deteriorando a resolução), tal como para ajudar na obtenção de uma melhor resolução da imagem e

prevenir uma grande absorção de fotões antes que ests se encontrem com o filme, pois, como os raios-X

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Page 132: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

na mamografia são de baixa energia, um simples écran poderia absorver mais de 50% dos fotõess que

lhe chegam.

O mamógrafo deve ser operado com potência constante ou trifásica, cujo feixe de raios-X tem

maior poder de penetração. Geralmente a tensão usada para mamografia varia de 25 a 50 kVp (entre 28

e 32, para a maioria dos exames), valor que depende normalmente da espessura da mama.

Ilustração de um mamógrafo

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Page 133: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

REALIZAÇÃO DO EXAME:

        Normalmente, são realizadas duas incidências de cada mama: a crânio-caudal e a

médio-lateral oblíqua. Outras radiografias podem ser feitas para analisar com maior

detalhe alterações encontradas no exame, utilizando-se ampliações e compressões

localizadas para estudar microcalcificações, nódulos, densidades assimétricas e

alterações da arquitetura habitual do parênquima mamário.

        A interpretação correta da mamografia e a detecção precoce de alterações

mamárias só são possíveis se a maior quantidade de parênquima mamário for

radiografada com um posicionamento adequado, e um bom contraste entre os

componentes da glândula.O passo seguinte é quantificar o parênquima mamário,

lembrando que quanto maior a substituição gordurosa maior a sensibilidade na

detecção da neoplasia da mama. Em seguida, avaliar os eventuais nódulos ou

calcificações existentes, que podem ser classificados em lesões benignas,

provavelmente benignas, suspeitas e altamente suspeitas.

Começando pelos nódulos, é conhecido que todos aqueles que apresentam

gordura no seu interior são benignos; entre eles podemos citar o linfonodo

intramamário, a esteatonecrose, a cicatriz radial, o cisto oleoso e o hamartoma da

mama.

Entre as calcificações consideradas benignas podemos citar: esteatonecrose,

cutâneas, vasculares, do tipo "leite de cálcio", arredondadas, puntiformes e também

aquelas em pipoca, encontradas nos fibroadenomas. As calcificações que apresentam

morfologia de letras do alfabeto como "x", "y" e "z" são chamadas de pleomórficas e

indicam uma alta probabilidade de malignidade.

Aquelas que não se enquadram em nenhum desses perfis citados são

consideradas como indeterminadas ou indefinidas.Um outro aspecto importante na

avaliação dos nódulos são os contornos. Contornos espiculados, microlobulados ou

mal definidos costumam indicar malignidade. Os nódulos com contornos bem definidos,

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Page 134: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

que podem ser visualizados em mais de 75% de sua extensão, são considerados

provavelmente benignos (risco de malignidade < 2%).

Preparação da Paciente:

Antes do início do exame, o técnico explicará à paciente o procedimento e solicitará que ele

coloque um roupão, preferencialmente apropriado para mamografia, que permite a exposição da mama

que está a ser examinada.

A paciente será instruída a tirar qualquer tipo de jóia, talco ou desodorante antiperspirante que

possam causar artefactos na imagem radiográfica.

O técnico registará toda a história relevante da paciente, de acordo com o protocolo do serviço.

Geralmente, a história dessa paciente incluirá os seguintes tópicos: Gravidez, número de

gestações; História familiar de neoplasia da mama; Medicamentos; Cirurgia prévia; Mamografias prévias,

quando e onde foram realizadas; Descrição do problema, como mamografia de rastreio, nódulos, dor e

secreção papilar.

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Page 135: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

INCIDÊNCIAS REALIZADAS:

Incidência crânio-caudal ( C.C. ):

Esta incidência permite a detecção e/ou avaliação de calcificações, quistos,

carcinomas ou outras anormalidades, ou operações no tecido mamário. Ambas as

mamas são mostradas separadamente para comparação.

Posicionamento:

Doente em ortoestatismo, se não for possível sentado.

A altura do chassis é determinada pela elevação da mama até atingir um ângulo

de 90º em relação à parede torácica. O chassis ficará no nível dos limites

superiores da prega inframamária.

A mama é puxada para a frente, central mente ao chassis, com o mamilo

posicionado de perfil.

O braço do lado examinado está relaxado e o ombro fica fora do campo.

A cabeça é voltada para o lado oposto ao estudado.

As rugas e dobras na mama devem ser alisadas, e a compressão aplicada até

que a mama esteja tensa.

O marcador e a identificação do paciente são sempre colocados na face axilar.

O raio central é perpendicular, centralizado com a base da mama, o bordo do

chassis em contacto com a parede torácica.

Deve-se usar o cone de colimação apropriado;

Apneia respiratória.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-135

Page 136: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Factores técnicos:

Tamanho do filme: 18 24 cm, transversalmente; ou 24 30 cm também

transversalmente, para o caso de mamas de maiores dimensões.

25 a 28kvp.

Critérios de boa realização:

Todo o tecido mamário deve ser visualizado, incluindo as porções central,

subareolar e medial da mama. Algumas vezes, o músculo peitoral também é

incluído.

O mamilo é visto de perfil.

A espessura do tecido é distribuída igualmente no chassis, indicando a

compressão ideal.

O raio central e a câmara de colimação são fixos e estarão centralizados

correctamente se o tecido mamário estiver apropriadamente centralizado e

vizualizado no chassis.

As áreas densas são adequadamente penetradas, resultando em óptimo

contraste.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-136

Page 137: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Traumas teciduais nítidos indicam a ausência de movimento.

Incidência oblíqua médio-lateral ( O.M.L. ):

Esta incidência permite a detecção e/ou avaliação de calcificações, quistos,

carcinomas ou outras anormalidades, ou alterações na região profunda da face lateral

do tecido mamário. Ambas as mamas são mostradas separadamente para

comparação.

Posicionamento:

Doente em ortoestatismo, se não for possível sentado.

O tubo e o chassis permanecem em ângulo recto entre si.

O RC é angulado cerca de 60º.

O RC entra na mama medialmente, perpendicular ao músculo peitoral do

paciente.

Ajustar a altura do chassis de modo a que o topo esteja ao nível da axila.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-137

Page 138: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Com a paciente de frente para o aparelho, os pés também apontados para a

frente, exactamente igual à CC.

Colocar o braço do lado a ser examinado para a frente e a mão no suporte em

frente ao rosto.

Afastar o tecido mamário e o músculo peitoral anterior e medialmente para fora

da parede torácica.

Posicionar a paciente ligeiramente em direcção ao chassis angulado até que a

face infero-lateral da mama toque no chassis.

O mamilo deve estar posicionado de perfil.

Aplicar a compressão lentamente, com a mama segura, afastada da parede

torácica e para cima para evitar depressões.

A margem superior do dispositivo de compressão será localizada sob a

clavícula, e a inferior incluirá a prega inframamária.

Rugas e dobras na mama devem ser alisadas, e a compressão aplicada até que

a mama esteja tensa.

Se for necessário, solicitar à doente que retraia a mama oposta com a outra

mão, para evitar sobreposição.

O marcador deve ser colocado no alto e na axila.

O raio central é perpendicular e centralizado com a base da mama.

O bordo do chassis fica em contacto com a parede torácica.

Deve-se usar o cone de colimação apropriado;

Apneia respiratória.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-138

Page 139: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Factores técnicos:

Tamanho do filme: 18 24 cm, transversalmente; ou 24 30 cm também

transversalmente, para o caso de mamas de maiores dimensões.

25 a 28kvp.

Critérios de boa realização:

Todo o tecido mamário deve ser visualizado, desde o músculo peitoral até ao

nível do mamilo.

A prega inframamária deve ser visualizada.

A mama não deve estar descaída.

O mamilo é visto de perfil.

A mama é visualizada, afastada para fora da parede torácica com espessura

distribuída igualmente, indicando a compressão ideal.

O raio central e a câmara de colimação são fixos e estão centralizados

correctamente se o tecido mamário estiver bem centralizado e visualizado no

filme.

Áreas densas são adequadamente penetradas, resultando em óptimo contraste.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-139

Page 140: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Traumas teciduais nítidos indicam a ausência de movimento.

Ausência de artefactos.

INCIDÊNCIAS COMPLEMENTARES:

Incidência médio-lateral ( M.L. ) ou Perfil Externo:

Esta incidência permite demonstrar patologias da mama, especialmente

inflamação e outras patologias que afectam a face lateral da mama.

Esta incidência pode ser solicitada pelo médico radiologista como uma

incidência opcional para confirmar uma anormalidade visualizada apenas na incidência

O.M.L.

Posicionamento:

Doente em ortoestatismo, se não for possível sentado.

O tubo e o chassis permanecem em ângulo recto entre si.

O RC é angulado 90º do eixo vertical.

Ajustar a altura do chassis de modo a estar centralizado com a região média da

mama.

Com a paciente de frente para o aparelho, os pés também apontados para a

frente .

Colocar o braço do lado a ser examinado para a frente e a mão no suporte em

frente ao rosto.

Afastar o tecido mamário e o músculo peitoral anterior e medialmente para fora

da parede torácica.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-140

Page 141: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Posicionar a paciente ligeiramente em direcção ao chassis angulado até que a

face infero-lateral da mama toque no chassis.

O mamilo deve estar posicionado de perfil.

Aplicar a compressão lentamente, com a mama segura, afastada da parede

torácica e para cima para evitar depressões.

Depois da placa de compressão passar o esterno, rodar a paciente até que ela

assuma a posição de perfil verdadeiro.

Rugas e dobras na mama devem ser alisadas, e a compressão aplicada até que

a mama esteja tensa.

Abrir a dobra inframamária, tracionando o tecido abdominal para baixo.

Se for necessário, solicitar à doente que retraia a mama oposta com a outra

mão, para evitar sobreposição.

O marcador deve ser colocado no alto e na axila.

O raio central é perpendicular e centralizado com a base da mama.

O bordo do chassis fica em contacto com a parede torácica.

Deve-se usar o cone de colimação apropriado;

Apneia respiratória.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-141

Page 142: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Factores técnicos:

Tamanho do filme: 18 24 cm, transversalmente; ou 24 30 cm também

transversalmente, para o caso de mamas de maiores dimensões.

25 a 28kvp.

Critérios de boa realização:

Visão lateral de todo o tecido mamário, incluindo músculo peitoral e região axilar.

O mamilo é visto de perfil.

A espessura do tecido é distribuída igualmente, indicando a compressão ideal.

O tecido mamário axilar é incluido, indicando a correcta centralização e

posicionamento vertical do chassis.

O raio central e a câmara de colimação são fixos e estão centralizados

correctamente se o tecido mamário estiver bem centralizado e visualizado no

filme.

Áreas densas são adequadamente penetradas, resultando em óptimo contraste.

Traumas teciduais nítidos indicam a ausência de movimento.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-142

Page 143: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Ausência de artefactos.

Prolongamento Axilar:

Permite o estudo do cava do axilar;

Realiza-se a 30º;

Suporte encostado ao cavado axilar, formando um ângulo de 90º com o braço

da doente;

Oblíquas internas ou externas:

30º e 45º;

Quadrantes supero-infero externo e supero-infero interno.

Macrorradiografia:

Possibilita maior nitidez e detalhe da imagem;

O posicionamento é semelhante à CC.

CONCLUSÃO:

De facto, sabe-se que ainda nos dias de hoje a neoplasia da mama é uma das

principais causas de morte na mulher, sendo assim a prevenção através da

mamografia bastante importante.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-143

Page 144: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Chegou-se à conclusão que numa mamografia, duas incidências de cada mama são

indispensáveis: uma crânio-caudal, que permite a detecção e/ou avaliação de calcificações,

quistos, carcinomas ou outras anormalidades, ou operações no tecido mamário; e uma

médio-lateral-oblíqua, sendo esta a mais eficaz, pois mostra uma quantidade maior de tecido mamário e

inclui estruturas mais profundas do quadrante súpero-externo e do prolongamento axilar. A crânio-caudal

tem como objetivo incluir todo o material póstero-medial, complementando a médio-lateral-oblíqua.

Conclui-se então que estas são as incidências básicas de uma mamografia, havendo depois

outras complementares para o estudo.

ANGIOGRAFIA:

Introdução

O presente trabalho tem por objectivo principal, a conhecimento global e específico da

técnica angiográfica em doentes com patologias associadas à mesma, ou seja,

vasculares.

“A partir da década de 60 o diagnóstico por meio da angiografia foi acrescido de

procedimentos radiológicos intervencionistas, que permitiram através de acesso por

cateterismo percutâneo transluminal, o tratamento de hemorragias em órgãos e partes

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-144

Page 145: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

do corpo, através de embolizações terapêuticas ou de estenoses arteriais através da

angioplastia” (Guilherme Pitta – 2002).

Pois e segundo João Francisco Júnior (2002) “ A angioplastia transluminal percutânea

(ATP) foi desenvolvida por Dotter e Judkins, em 1964, no tratamento de lesões

obstrutivas ateroscleróticas periféricas. Esta técnica apresentou, com o passar dos

anos, uma grande evolução, culminando actualmente com os modernos balões de

angioplastia, conseguindo-se resultados semelhantes ou superiores aos do tratamento

cirúrgico. O tratamento de estenoses ou obstruções arteriais ou venosas pela

angioplastia apresenta uma série de vantagens em relação ao tratamento cirúrgico. É

realizada sob anestesia local, praticamente em regime ambulatório, chegando o seu

custo a ser cinco vezes menor do que um procedimento cirúrgico. O que na verdade

possibilitou o desenvolvimento das técnicas de terapêutica endovascular foi o emprego

do cateterismo percutâneo descrito por Seldinger, em 1953. Dotter e Judkins, em 1964,

idealizaram a ATP utilizando um sistema coaxial para dilatação das lesões

ateroscleróticas periféricas por cateterismo, sendo a lesão ultrapassada por cateteres

de calibres sucessivamente maiores. Porém, como a força exercida na estenose era no

sentido axial da artéria, ocorria o deslocamento da placa de ateroma levando a um

número elevado de complicações, como embolização distal e trombose. Em 1974,

Grüntzig e Hopff, utilizando materiais mais resistentes e adequados na confecção dos

cateteres e balões, conseguiram resultados bastante animadores, consolidando a

técnica da angioplastia.”

Com isto sabe-se que “na última década estes procedimentos têm tido um

desenvolvimento extraordinário sobre a árvore arterial, ocluíndo, dilatando, infundindo e

introduzindo endopróteses vasculares, nos mais diversos troncos, tornando não só um

procedimento secundário ou de excepção, mas também como tratamento principal,

tendo como vantagens, o facto de ser pouco invasivo para o doente, pois é realizado

através de cateterismo percutâneo com pequena incisão, de ser realizado com

anestesia local e sedação, de ter um período curto de internamento hospitalar e baixo

custo quando comparado com o procedimento cirúrgico convencional. As grandes

limitações para realização destes procedimentos são devidas ao custo dos aparelhos

de angiografia com fluoroscopia, e de recursos humanos, pois necessita-se de

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-145

Page 146: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

indivíduos com conhecimentos específicos para a realização dos mesmos” (Guilherme

Pitta – 2002).

Perante esta realidade e neste contexto, é de extrema importância o conhecimento e a

utilização das ferramentas de prevenção, tais como os exames de diagnóstico, os quais

podem auxiliar na detecção das patologias vasculares.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-146

Page 147: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

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Page 148: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-148

Page 149: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

História da Angiografia

No final do século XIX, mais precisamente no dia 8 de Novembro de 1895 foi

descoberto o Raios X pelo físico alemão Willian Conrad Roetgen ao ver sua mão

projectada numa tela enquanto trabalhava com radiações. Por ser muito perspicaz e

inteligente imaginou que de um tubo em que ele trabalhava deveria estar sendo

emitido um tipo especial de onda que tinha a capacidade de atravessar o corpo

humano.

Como era uma radiação invisível, ele a chamou de Raios X. Esta descoberta

valeu-lhe o prémio Nobel de Física em 1901.

Na época – começo do século XX – ocorreu uma revolução no meio médico,

trazendo um grande avanço no diagnóstico por imagem.

Desde esta época até os dias de hoje surgiram várias modificações nos

aparelhos iniciais a fim de se reduzir a radiação ionizante usada nos pacientes, pois

acima de uma certa quantidade é prejudicial à saúde. Assim foram surgindo tubos

de Raios X, diafragmas e grades antidifusoras para diminuir a quantidade de Raios

X assim diminuindo a radiação secundária que, além de prejudicar o paciente,

prejudicava a imagem final.

Em Abril de 1896, fez-se a primeira radiografia de um projéctil de uma arma de

fogo no interior do crânio de um paciente, essa radiografia foi feita na Inglaterra pelo

Dr. Nelson.

Em Novembro de 1899, Oppenhein descreveu a destruição da sela turca por um

tumor hipofisário.

Em Março de 1911, Hensxhen radiografou o conduto auditivo interno alargado

por um tumor do nervo acústico (VIII par.).

Em Novembro de 1912, Lackett e Stenvard descobriram ar nos Ventrículos

ocasionados por uma fractura do crânio.

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Page 150: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Um neurocirurgião de Baltimore, Dandy, em 1918, desenvolveu a

ventriculografia cerebral, substituindo o líquido por ar. Assim ele trouxe grande

contribuição no diagnóstico dos tumores cerebrais.

Em Julho de 1927, Egas Moniz descobriu a Angiografia cerebral pela introdução

de contraste na artéria carótida no pescoço. Ao apresentar seu trabalho na

Sociedade de Neurologia de Paris, ele disse: "Nós tínhamos conquistado um pouco

do desconhecido, aspiração suprema dos homens que trabalham e lutam no

domínio da investigação".

Em 1928 Reinaldo Dos Santos demonstrou que a aortografia percutânea por

punção translombar levava à visualização da aorta e das artérias periféricas.

A evolução dos equipamentos trouxe novos métodos. Assim surgiu a Planigrafia

linear, depois a Politomografia onde os tubos de Raios X realizavam movimentos

complexos enquanto eram emitidos.

Em 1952, descobriu-se a técnica da Angiografia da Artéria vertebral por função

da artéria fermoral na coxa passando um cateter que vai até ao pescoço, pela aorta.

Por volta de 1970 através dos cateteres para Angiografia, começou-se a ocluir os

vasos tumorais surgindo assim a radiologia intervencionista e terapêutica. Assim,

nos dias de hoje, passam-se cateteres que dilatam e desobstruem até coronárias,

simplesmente passando-os pela artéria femoral do paciente, com anestesia local,

evitando assim cirurgias para desobstrução de artérias (famosas pontes de safena).

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-150

Page 151: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Angiografia de subtracção digital:

Imagem obtida através de subtracção analógica-digital.

Imagens vasculares sem sobreposição de estruturas.

Técnicas de fluoroscopia com mapeamento vascular – é possível obter uma

examinação intra-arterial de todas as áreas vasculares do corpo de uma só vez.

Menor dose de radiação.

Exames mais rápidos.

Redução da quantidade de contraste (cerca de 50%)

Contraste pode ser injectado em solução diluída – redução da osmolaridade e

menos riscos associados a alterações hemodinâmicas.

Elevada resolução de contraste – óptima visualização dos vasos com menor

quantidade de contraste.

Imagens em tempo real.

Imagens dos vasos são escuras.

Técnica de Seldinger

1. Inserção da agulha

2. Colocação da agulha no

vaso

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Page 152: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

3. Inserção do guia metálico

4. Remoção da agulha

5. Condução do cateter até à área de interesse

6. Remoção do guia metálico

(Bontrager, 2003).

Diferenças entre o modo pulsado e o modo continuo:

O modo Pulsado é o modo que apresenta maior número de vantagens pois atinge

doses de radiação mais elevadas por imagens do que o modo continuo, evitando o

sobreaquecimento rápido da ampôla. Neste modo ´ha também um aumento da relação

sinal/ ruído e a dose de superfície nos doentes é igualmente reduzido neste método.

As principais desvantagens do modo pulsado consistem em: Se a frequência das

imagens for baixa, não é possível obter informação funcional e a taxa de aquisição do

sistema Pulsado pode ir de 1 imagem / seg a 10 imagens / seg

A única vantagem do modo contínuo é o facto de permitir estudos funcionais, ou seja,

estudos dinâmicos cardíacos.

As desvantagens deste moso são não permitir doses elevadas de radiação, há uma

diminuição da relação sinal/ ruído tendo assim pior qualidade da imagem. A taxa de

aquisição pode ir de 12 imagens / seg a 5 imagens / seg

Contraste:

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Page 153: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

O meio de contraste é escolhido consoante as examinações específicas a serem

realizadas. A característica comum a todos os contraste é por se tornarem mais

“densos” aos Rx (devido à presença do iodo na sua composição) quando comparados

com outras estruturas anatómicas. Pois eles provocam uma atenuação maior de Rx.

Esta atenuação providencia diferentes sombras de cinzentos na imagem por Rx.

A quantidade e concentração de contraste utilizado são decisões médicas específicas.

Os factores que infuenciam esta decisão são a idade do doente, o peso e tamanho do

doente, o seu estado geral de saúde e as alergias. Todos os agentes de contraste

contêm Iodo, que é o atenuador efectivo do Rx. Sendo assim, a Osmolaridade, a

Viscosidade, os seus componentes sódicos e outros aditivos e propriedades é que

podem diferir em todos os tipos de contraste.

A selecção do agente de contraste para um exame angiográfico, é de uma maneira

geral, uma escolha preferêncial. As maiores diferenças entre os contrastes incluem os

custos, a indução de bradicárdia e hipotensão.

Os estudos angiográficos com utilização de agentes de contraste Iónicos, com alta

osmolaridade, são feitos com segurança e sem grandes factores de risco para o

doente, contudo, os agentes de contraste não iónicos e de baixa osmolaridade são os

mais utilizados, visto serem mais seguros, providenciando uma qualidade no

diagnóstico satisfatória, e principalmente em doente de alto risco. O risco de reacção

alérgica é também reduzido.

Os recipientes de contraste devem ser conservados a uma temperatura entre 15º e

30º, protegendo-os dos raios solares directos e da radiação secundária. Antes da

injecção de contraste este deverá estar a uma temperatura de 37º para que as suas

propriedades físicas e químicas estejam apropriadas para a injecçao, ou seja, baixa

viscosidade, baixa osmolalidade e para que não haja uma diferença de temperatura

entre o sangue e o contraste administrado. (Bontrager, 2003).

Vias de acesso vascular:

O acesso vascular pode ser efectuado através de punção directa, qu é a técnica em

que um contraste é introduzido na artéria no local da punção através de uma agulha.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-153

Page 154: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Esta punção pode fazer-se na carótida comum e na translombar da aorta, mas esta

tem alguns inconvenientes tais como hematoma retroperitonial, aneurismas dissecente

da aorta, é mais dolorosa há uma grande dificuldade na punção de indivíduos obesos,

pobre opacificação dos vasos disteis e incapacidade de efectuar estudos selectivos.

Além do acesso vascular por punção directa, a punção percutânea ou seldinguer é a

mais utilizada. A punção percutânea do seldinguer consiste na utilização de uma

agulha tipo seldinguer e de um fio guia que permite a introdução de catéteres

percutâneamente no interior das artérias. Esta punção pode ser efectuada por via

femural; via axilar; via umeral ou braqueal. Dá-se preferência à seldinguer femural

recorrendo-se a braqueal quando não é possível a cateterização daquela artéria.

O acesso femural é o que apresenta mais vantagens, entre elas o rápido acesso a

praticamente toda a circulação central arterial; introdução de catéteres de maior calibre;

maior facilidade de manipulação de catéteres; possibilidade de efectuar angio arterial

abdominal selectiva e a mamária interna bilateral.

Assim como apresenta inúmeras vantagens, apresenta também algumas

desvantagens, como uma maior dificuldade na passagem de catéteres em indivíduos

com doença arterosclerótica grave, uma vez que a aorta abdominal e os ramos íleo-

femurais são os mais afectados; complicação local por lesão do vaso, esta requer

tratamento cirúrgico o que geralmente só pode ter lugar no bloco operatório sobre

anestesia geral.

O material utilizado nesta técnica de punção é a agulha de punção (seldinguer); o

guia; o dilatador e os introdutores (bainha).

A sala de angiografia está equipada com:

Monitor de electrocardiograma (ECG)

Pantoff (sistema de iluminação)

Sistema IDF (imagem de fluoroscopia digital), que permite uma fluoroscopia

digital de alta resolução com detecção de movimento.

Mesa ilha (permite o movimento do doente em todas as direcções.

Intensificador de imagem com braço em C.

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Page 155: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Injector automático (contrate).

Equipamento de anestesia.

Equipamento de suporte básico de vida.

Fármacos.

Suporte de cateteres, bainhas e outros materiais necessários no exame.

Diamentor (para contabilizar a dose absorvida e o tempo).

Protector plumbineo (viseira móvel).

Equipamento de enfermagem.

Computador com capacidade de armazenamento de vários exames.

Sistema de gravação vídeo (8 mm).

Material de intervenção (stents, coils, bateria, micro-guias, etc.).

Monitores.

Mesas para colocação de material utilizado no exame.

Protecção contra radiações:

Existe um risco potencial no que diz respeito à dose aumentada de radiação para os

profissionais de saúde que são membros de uma equipa de angiografia. Isso ocorre

devido ao uso de fluoroscopia e à sua proximidade com o paciente e o equipamento

durante o procedimento. O uso consciencioso de dispositivos de protecção contra

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-155

Page 156: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

radiação como protectores de chumbo, escudos tiroidianos e óculos de chumbo é

necessário.

Para garantir a redução da dose também é necessário diminuir o tempo de

fluoroscopia, assim como uma colimação precisa para reduzir a dose para o paciente e

para a equipa de angiografia e limitar a quantidade de radiação secundária produzida

que poderá degradar a qualidade da imagem (Bontrager, 2003).

Exemplo de protecção contra radiação

Preparação pré-angiográfica:

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Page 157: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

1) Antes da realização de uma angiografia o doente deve fazer uma preparação

prévia. Esta preparação tem por base os seguintes procedimentos:

2) Jejum 5 a 6h antes do exame;

3) Linha intra-venosa no antebraço, para ficarmos com uma via de acesso livre,

para introdução de medicamentos, introdução de liquidos intra-venosos para

hidratação;

4) Fazer análises laboratoriais de rotina: Hematocrito; Parâmetros de coagulação

(tais como tempo de protrombina, plaquetas...); Função renal - creatina; Enzimas

hepáticas, etc...

5) Tricotomia da zona de acesso vascular, região inguinal, para punção da artéria

femural.

6) Explicar ao doente o procedimento que se vai utilizar, e quais os riscos que se

podem correr.

7) Nos doentes mais ansiosos dá-se uma sedação ligeira.

Principais procedimentos angiográficos:

1) Desinfecção do local da punção e isolamento do local esterilizado por um

campo;

2) Anestesia localizada;

3) Palpação e incisão da artéria;

4) Puncionamento da artéria com uma agulha descrevendo um ângulo de 45º;

5) Introdução do fio guia pela agulha retirando-se esta logo de seguida;

6) Colocação do dilatador com o introdutor pelo guia retirando-se o dilatador e o

guia conseguindo-se assim a via de acesso arterial:

7) Colocação do catéter no local pretendido e injecção de contraste.

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Page 158: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

APRESENTAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS:

Radiologia

Para diminuir o peristaltismo intestinal, que prejudica a execução do exame

angiográfico abdominal, com a sobreposição de gases e fezes na imagem, o doente

deve no dia anterior ao exame fazer uma dieta baixa em fibras e jejum de 4-6h no dia

do exame. No início do exame – Glucagon – hipotenia intestinal.

Os estudos que se fazem podem ser do tipo Angiografia não-selectiva, como é o caso

da Aortografia, ou do tipo Angiografia selectiva, sendo exemplos desta o Tronco

Celiaco (hepática/esplénica/gastro-duodenal), as Artérias Renais, as Artérias

Mesentéricas Superior e Inferior e Membros inferiores.

Indicações Clínicas:

Doente do sexo masculino, 62 anos;

Exame requisitado: Arteriografia dos membros inferiores;

Protocolos de estudo

Artérias do membro inferior :

O cateter utilizado é o Pigtail ; 25-30ml de contraste injectando 12-15ml/seg com

pressão 600-900. Deve-se fazer um atraso na aquisição a partir da região popliteia, isto

é a aquisição de imagens só deve começar-se a fazer após alguns segundos da

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-158

Page 159: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

injecção. Assim para não haver riscos de se começar a aquisição da imagem o

contraste demorar um certo tempo a chegar à região em estudo deve-se dar uns seg.

de atraso.

Este tempo pode ir até aos 6-10seg nas regiões mais distais (artérias do pé). Por outro

lado com um tempo de atraso mal calculado (mto grande) pode-se correr o risco de

quando começar a aquisição das imagens o contraste já tenha passado.

Aquisição: 2-3imag/seg durante 15-20seg.

Tempo de atraso: 1-9 seg. dependente do vaso que se está a estudar e da patologia.

Neste caso, efectuou-se a arteriografia da aorta abdominal e membros inferiores após

punção pela técnica de Seldinger.

Aorta abdominal de calibre e permeabilidade conservados;

Irregularidade difusa e assimetria por redução do calibre envolvendo

predominantemente o eixo femural direito.

Salientando-se: área estenótica no terço proximal da femural profunda com dilatação

pós-estenótica.

Estenose segmentar da porção média da artéria femural superficial esquerda com

circulação colateral pré-estenótica.

Marcada irregularidade do calibre terminal da tibial anterior esquerda.

Imagens obtidas:

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Page 160: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Neurorradiologia

Existe indicação para angiografia quando há suspeita de lesões degenerativas, artrites,

aneurismas, mal-formações artério-venosas (MAV), Fistulas A/V durais, patologias

vasculares, tumores.

Tal como na Radiologia, os estudos podem ser não-selectivos, como por exemplo o

TSA, ou Selectivos, como por exemplo a Artéria Carótida Interna (Dir. e Esq.) e a

Artéria Vertebral (Dir. e Esq.)

Indicações Clínicas:

Doente do sexo masculino com 38 anos.

Apresenta uma massa desconhecida.

Protocolos angiográficos

Assenta no cateterismo Femural Retrogrado por Punção Arterial Percutânea – Técnica

de Seldinguer (na impossibilidade por obstrução aorto-iliaca opta-se por punção directa

das carótidas). É realizada através de cateteres e guias finos, longos e maleáveis.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-160

Page 161: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

No estudo selectivo dos vasos cerebrais – art. Carótida interna e art. Vertebral – o

cateter utilizado é o head-hunter. Com a ajuda de um guia a cateter entra pela art.

Femural é colocado no vaso (carótida ou vertebral) sempre através de controlo

radioscópico, fazendo-se de seguida a injecção de contraste, através do injector

automático e consequente aquisição de imagens.

Protocolos de injecção

Artérias carótidas: 10ml de volume, injectando 5ml/seg. com uma pressão 400-600

Artérias vertebrais: 8ml de volume, injectando 3-4ml/seg. com uma pressão 200-600

Protocolos de Aquisição

Incidências:

Artérias carótidas internas – inc. Town; inc. Perfil; inc. Oblq. 45º.

Artérias vertebrais: inc. Town; inc. Perfil. É imprescindivél que o equipamento de

angiografia seja de subtração de imagem, que a equipe de trabalho seja experiente e

conhecedora ds padrões vasculares normais e patológicos.

Imagens obtidas:

Cardiologia:

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Page 162: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

As principais indicações para o cateterismo cardíaco é diagnosticar a suspeita ou

doença coronária desconhecida. O cateterismo pode ser direito ou esquerdo.

As indicações para o Cateterismo Direito são doentes com história de dispneia,

doentes vavulares e Shunts intracardíacos e os seus objectivos são principalmente

colher inormações, tais como medição de pressões (AD, VD, AP, PCW); medição do

débito cardíaco e saturações de oxigénio das várias cavidades.

O Cateterismo Esquerdo pode dividir-se em Coronáriografia, que é a visualização das

artérias coronárias, os seus ramos, e as suas anormalidades para avaliação

terapêutica e em Ventriculografia que tem como objectivos avaliar a contractibilidade,

fracção de ejecção e a preença de regurgitação valvular.

Ventriculografia Esquerda

Os parâmetros analisados pelo cateterismo do ventrículo esquerdo são pressões e

gradientes intraventriculares e tranvavulares, volumes sitólicos e diastólicos (com

determinação da fracção de injecção e consequente avaliação da função sistólica

global), motilidade segmentar, regurgitação mitral, identificação de defeitos do septo

interventricular e quantificação de massa miocardica

Através da Aortografia conseguimos ver a mobilidade da válvula, a presença de

aneurismas, dissecções e estenoses.

Indicações Clínicas:

Doente do sexo masculino, 48 anos.

Angor estável; teste de isquémia positivo.

Factores de risco: hipertensão, tabagismo, dislipidemia.

Técnica:

Artéria femural direita

Cateter: 6 French e Angioseal.

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Dossier de Estágio

Incidências Utilizadas:

Ventriculografia

Neste caso , a ventriculografia esquerna não foi realizada por pressão telediastólica de

39 mmHg.

Angiografia Coronária

a)Coronária Direita

1-O.A.E. 30º a 45º c/ angulação caudal de +/- 45º (segmento proximal da coronária

direita e região da cruz do coração)

2-O.A.D. 30º a 45º

3-O.A.D. 30º a 45º c/ ang. Cranial

b) Coronária Esquerda

1-Antero-Posterior

2-O.A.D. 30º

3-O.A.D. 30º c/ ang. Cranial de 20º

4-O.A.D. 15º a 30º c/ ang, caudal

5-Perfil esq.

6-O.A.E. 45º c/ ang. Caudal

7-O.A.E. 30º c/ ang. Cranial

As imagens são obtidas em modo Cine (continuo) sem subtração digital.

A coronáriografia consiste na visalização da rede coronária através da injecção de

contraste por um cateter colocado no “ostium” coronário. Tem como objectivo definir a

presença ou ausência de doença coronária e em presença desta permite localizar as

lesões, determinar a sua extensão e gravidade e avaliar a circulação colateral. É

também útil em casos de doentes com suspeitas de espasmo coronário ou anomalias

congénitas des artérias coronárias.

Da angiografia coronária verifica-se:

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Page 164: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Dominância direita.

O tronco comum sem lesões significativas.

A descendente anterior apresenta irregularidades não significativas no segmento

proximal e médio. Ao nível da emergência de um importante ramo diagonal, a

descendente anterior apresenta uma estenose excêntrica não significativa inferior a

50%. A nível muito distal, antes da bifurcação terminal a descendente anterior

apresenta uma estenose suboclusiva (90-99%). O óstio da primeira diagonal tem uma

estenose de 50%, sendo um vaso de bom calibre.

A artéria cincunflexa apresenta irregularidades não significativas.

A coronária direita média apresenta uma lesão inferior a 30% e o restante vaso

apresenta irregularidades.

Conclui-se que o doente apresenta doença coronária envolvendo de forma sinificativa o

segmentto distal da descendente anterior.

Pela sua localização muito distal não se justifica procedimento de revascularização.

Hipertensão telediastólica grave do ventriculo esquerdo.

Imagens obtidas:

Coronária direita. Coronária esquerda.

Nefrologia:

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Page 165: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A evolução da técnica e da estratégia da diálise como prótese substitutiva da função

renal, acentuando cada vez mais a estrita dependência entre a sobrevivência e a

qualidade de vida do doente insuficiente renal e a dose quantitativa de tratamente que

lhe é fornecida, realça a importância deste elo vital que é o Acesso à Diálise, isto é, a

interface entre o doente e a sua prótese.

A qualidade do acesso vascular para Hemoliálise crónica é simultâneamente um factor

determinante no sucesso desta terapêutica.

A trombose do acesso vascular é a causa mais frequente de falência do acesso

vascular de hemodiálise, 84% dos casos nos enxertos vasculares de PTFE.

Indicações clínicas:

Doente do sexo feminino, 81 anos.

Exame pedido: Angiogragia Intervenção do Acesso Vascular (AV)

Motivo da angiorafia: trombose

Acesso Vascular: Prótese PTFE

Local do acesso: braço esquerdo

Neste caso, o acesso apresenta uma estenose da anastomose venosa, várias

estenoses intra prótese e também uma estenose da anastomose arterial.

A circulação venosa central está bem preservada.

Com um cateter pulse-spray foi feita a trombólise do acesso e de seguida dilataram-se

as estenoses venosa e intra prótese, com um balão de 8 mm.

Passou-se a parte arterial que foi lidada com um balão de 7 mm, ficando o acesso

funcionante. Como a porção da anastomose venosa mantinha uma estenose residual,

dilatou-se com um balão de 10 mm, com sucesso na resolução da estenose residual.

Modo de intervenção:

Após anestesia local, entra-se no acesso com 1 agulha de Seldinger 16G.

Pica-se inicialmente junto à anastomose arterial, num segmento relativamente

recto, se possível, apontando para a extremidade venosa.

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Page 166: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Uma vez dentro do acesso, usa-se o guia de uma bainha 5f e sobre o guia

introduz-se apenas o dilatador da bainha.

De seguida, injecta-se suavemente, 10 a 15 mm de contraste manualmente, que

vai tingir o trombo e permite obter um “road map” do trajecto do acesso até às

veias centrais.

Assegura-se que é possível percorrer todo o AV com 1 fio guia até às veias

centrais.

Seguidamente, introduz-se sobre o guia recto já colocado, o Pulse Spray de 45

cm 20 cm.

Com o líquido de trombólise usa-se aliquots de 10 mm de soro fisiológico.

Fazem-se múltiplos flushs energéticos de cerca de 0,5mm com o sistema

injector, até 20 mm em cada localização do cateter. A utilização do Pulse-Spray

é dolorosa.

Depois substitui-se o Pulse-Spray por um balão de angioplastia de pelo menos 8

mm de diâmetro e procede-se a dilatação de todas as estenoses da extremidade

distal do AV e do sistema venoso de drenagem.

Penetra-se no acesso pela sua extremidade distal apontados à anastomose

arterial, com um dilatador e bainha 5F.

Repete-se a manobra do Pulse-Spray e dilata-se a anastomose, caso haja

alguma estenose.

Procede-se em seguida à Fogartização com movimentos do cateter 4 ou 5F de

dentro da artéria passando pela anastomose e sujbindo no AV até onde a bainha

permitir.

No final angiografar o acesso através do dilatador proximal e se houver zonas de

mau fluxo macerar e dilatar repetidamente qualquer coágulo com o balão de

angioplastia.

Imagens obtidas:

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Page 167: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Conclusão

A angiografia digital consiste no uso de cateteres introduzidos através das artérias ou

veias da perna (artéria femural) e assim possibilitar a injecção de contraste com a

visualização destes por um aparelho de angiografia digital a fim de diagnosticar lesões

das artérias e veias. Geralmente o paciente tem alta no mesmo dia, após um curto

período de observação.

Com a realização deste trabalho pode-se concluir que a angiografia de diagnóstico e

terapêutica tem uma grande importância no tratamento de lesões isquémicas ou

traumáticas com suspeita de compromisso vascular; hemorragias, tumores, anomalias

vasculares congénitas, transplantes, lesões venosas e aneurismas, pois permite

quando diagnosticado prosseguir com a terapêutica sem que seja realizada uma

cirurgia muitas das vezes complicada, diminuindo assim o tempo de internamento e os

custos a este associado.

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Page 168: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Conclui-se também que todos os procedimentos deste exame são importantes, sendo

muito importante a relação da equipa. O técnico de radiologia tem um papel

extremamente importante visto sem este não é possível aquisição da imagem, tendo o

técnico de radiologia um papel activo na realização do exame.

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Page 169: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA:

Introdução

No trabalho realizado sobre Ressonância Magnética (RM), pretende-se dar a conhecer

um pouco sobre esta técnica em ascensão, para tal foca-se pontos essenciais sobre

esta.

A introdução da imagem em RM, como técnica para examinar o corpo humano, tem

gerado enorme interesse entre a comunidade médica e o publico em geral. A RM pode

proporcionar informações tanto anatómicas como fisiológicas como método não

invasivo. A nível de princípios físicos, a RM não usa radiação X, nem nenhuma outra

forma de radiação ionizante.

A RM examina as interacções do magnetismo e das ondas de rádio com os tecidos

para obter as imagens, as imagens podem-se obter a qualquer plano, visto ser uma

técnica multiplanar, existindo grande resolução de contraste entre tecidos moles.

A execução e a cronologia das operações, variam segundo as particularidades de cada

equipamento.

Os protocolos muitas vezes pré-programados permitem fazer automaticamente as

sequências que foram optimizadas para cada região a estudar.

Apesar de tudo, há um certo número de regras que se poderão aplicar à maior parte

dos exames em IRM.

Existem numerosas causas que poderão produzir artefactos, daí a importância em

conhecê-los, detectá-los e não confundir com sinais patológicos. Artefactos são sinais

parasitas que se traduzem por falsas imagens.

Em ressonância magnética existem também diversas regras de segurança que devem

ser respeitadas.

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Page 170: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

RM – GE signa 1.5 T

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Page 171: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

PERSPECTIVA HISTÓRICA

A Ressonância Magnética (R.M.) é uma tecnologia de diagnósticos por imagem que

utiliza um potente magneto e ondas de frequência para produzir fotografias ou

“imagens” de estruturas e órgãos internos. Assim pode- se observar o interior do corpo

humano de qualquer ângulo de visão e com muito mais clareza, esta tecnologia fornece

uma grande quantidade de informações obtidas mais rapidamente.

Em 400 a.C., um filósofo da antiga Grécia, formulou pela primeira vez a teoria

atómica. Na Turquia, alguns pastores descobriram que certas formações

rochosas rodavam nos seus eixos, voltando imediatamente e sempre, à sua

posição inicial, Pythales denominou este fenómeno por magnetismo.

Hans Christian Oersted, em 1819, descobriu acidentalmente que a electricidade

produzia magnetismo.

Em 1831, Michael Faraday, ficou conhecido como o “Pai da Electricidade”, tendo

contribuído para a Física com as leis de indução magnética de Faraday, que

estão na base de detecção de sinal em ressonância.

Em 1911, Ernest Rutherford reconheceu o núcleo, provando as primeiras

transmutações nucleares. Thompson provou a existência dos electrões.

A primeira experiência de R.M. efectuou- se quando Rabi, em 1939, determinou

com precisão os momentos angulares de vários núcleos, colocando as amostras

a estudar num campo magnético.

Em 1946, Block e Purcell desenvolveram os princípios da R.M., princípios estes

que lhes valeu, em 1952, um prémio Nobel da Física.

Em 1951, Gadillard, demonstrou que era potencialmente possível obter

localizações espaciais com a R.M.

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Page 172: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Raymond Damadian (1970), alterou o mundo da medicina por imagem ao

afirmar que ia construir um “scanner” para obter imagens de todo o corpo

humano.

Datam de 1973 as primeiras publicações por Lauterbur, relativas à localização

espacial e à técnica de reconstrução projectiva por R.M. denominada então de

zeumatografia.

É desenvolvido o primeiro protótipo de um magneto, em 1975, com fins

comerciais.

A primeira imagem axial em densidade protônica foi adquirida a 3 de Julho de

1977 e demorou 4h e 45m a ser adquirida.

A primeira imagem craniana é obtida por Hanckes, em 1979.

A R.M.N. foi ganhando aceitação, tornando- se num método de imagem de

eleição para o sistema nervoso central e outras regiões do corpo humano.

A partir dos anos 80 este método é conhecido, universalmente, como Imagens

por R.M. e surgiram os primeiros estudos clínicos na literatura.

Em 2003 foi atribuído ao americano Paul Lauterbur e ao britânico Sir Peter

Mansfield o Prémio Nobel da Medicina pelas suas descobertas em imagiologia

da ressonância magnética. Os laureados fizeram descobertas decisivas sobre as

possibilidades de utilizar a R.M. para visualizar estruturas que permitem obter

melhores imagens dos órgãos internos do homem. «Estas descobertas

resultaram na criação da câmara magnética moderna, da tomografia por R.M.,

que representa um grande avanço para a medicina e para a pesquisa médica»

disse a Assembleia Nacional do Instituto Karolinska que é responsável pela a

atribuição do prémio.

«A imagem por R.M. é hoje uma prática corrente nos hospitais. A cada ano, mais

de 60 milhões de exames no mundo inteiro são feitos por este método e a

tecnologia neste campo continua a desenvolver- se rapidamente», acrescentou

a assembleia.

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Page 173: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

EQUIPAMENTO

A aplicação do princípio de Ressonância Magnética (RM) requer uma enorme

“colecção” de equipamentos. Os componentes de um sistema de RM são:

Magnetos (Resistivo, Supercondutor ou Permanente);

Bobinas de Gradiente (electroímans);

Bobinas de Radiofrequência (RF);

Sistema de suporte electrónico;

Conversor analógico/ digital;

Sistema de representação de imagem.

Magnetos:

Os magnetos produzem um potente campo magnético estático (intensidade constante).

Existem três tipos de magnetos utilizados em RM, não significando que um seja

inerentemente superior a outro, mas cada um possui as suas próprias características

peculiares. Estes tipos de magnetos têm em comum o facto de serem produtores de

um campo magnético (medido em unidades Tesla).

Antes de se prosseguir com uma breve explicação acerca de cada um dos magnetos

(na qual também se refere vantagens e desvantagens de cada tipo de magneto), é

importante referir como se produz um campo magnético.

Produção de um campo magnético:

- O campo magnético é produzido pelo movimento das cargas eléctricas;

- Várias espiras de fios condutores transportam a corrente gerando o campo;

- A resistência criada pelos fios condutores aquando a passagem de corrente eléctrica

provoca o seu constante decaimento.

Magneto Resistivo (campos electromagnéticos ate 0,3Tesla)

Este tipo de magneto funciona segundo o princípio electromagneto, segundo o qual um

campo magnético pode ser criado pela passagem de corrente eléctrica através de

espiras de fio eléctrico. Os magnetos resistivos exigem grandes quantidades de força

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Page 174: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

eléctrica, com o objectivo de fornecer altas correntes indispensáveis para a produção

de campos magnéticos de grande intensidade.

No entanto, as elevadas correntes eléctricas produzem calor que deve ser dissipado

por um sistema de arrefecimento de água. Este calor é produzido pela resistência

oferecida do fio ao fluxo de electricidade. Este tipo de magneto pode ligar-se e desligar-

se num botão, aumentando assim a segurança.

Magnetos Supercondutores (campos ate 2T) – os mais utilizados.

O magneto supercondutor, tal como o magneto resistivo, também segue o princípio do

electromagneto. Tem como propriedade importante, a supercondutividade (propriedade

demonstrada por alguns materiais a temperaturas muito baixas). Um material que é

supercondutor é aquele que perdeu toda a resistência à corrente eléctrica, e quando

isso acontece, correntes eléctricas muito elevadas podem ser mantidas quase sem o

uso de energia eléctrica.

No entanto, a resistência dos fios eléctricos do magneto faz com que haja um

decaimento constante da corrente. Para atenuar este problema, o fio é rodeado por um

líquido super-refrigerador (criogénio, tal como o hélio liquido e o nitrogénio liquido), que

irá baixar a temperatura provocando uma diminuição da resistência, visto que a

supercondutividade acontece somente a temperaturas extremamente baixas.

Magnetos Permanentes (campos até 0,3T)

Os elevados custos operacionais (energia eléctrica e o elevado preço de manutenção)

referente aos outros dois tipos de magnetos, não são necessários no sistema de

magneto permanente. O magneto permanente, consiste essencialmente num material

que foi magnetizado com o objectivo de não perder o seu campo magnético.

Bobinas de Gradiente:

Além dos potentes magnetos, um importante componente no sistema de RM é as

bobinas de gradiente que são campos magnéticos adicionais. Os gradientes são mais

fracos que os campos magnéticos, e podem ser produzidos por bobinas de fio

relativamente simples, permitindo que o computador determine a localização espacial

do paciente nas três direcções: X, Y e Z, sendo por isso denominadas de bobinas de

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Page 175: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

gradiente X, Y e Z. Por esta razão é que a RM se diz ser uma técnica multiplanar, ou

seja, mediante o ajuste electrónico da quantidade de corrente nestas bobinas, é

possível obter um gradiente em qualquer direcção, assim quanto mais potentes os

gradientes, mais rápido o tempo de aquisição e melhor a qualidade de imagem.

Bobinas de Radiofrequência (RF):

As bobinas de radiofrequência (RF) são também conhecidas como bobinas de

“emissão e recepção” de sinal, em que há produção de um sinal de radiofrequência

transmitido ao paciente, e recepção do sinal de RF emitido pelo paciente. Este sinal é

transformado em imagem pelo conversor analógico/digital.

Existem várias bobinas de RF, existem as encerradas no gantry (não sendo por isso

visíveis), as bobinas de volume, as de superfície, as de varrimento de fase e de

quadratura… A própria mesa sobre a qual o paciente está deitado, é uma bobina e

além destas existe também as bobinas endocavitárias, especializadas para a

realização de exames da próstata, recto e útero.

As bobinas de RF estão directamente relacionadas com a qualidade de imagem em

RM.

Bobinas de volume

As bobinas de volume circundam a parte a examinar, é um exemplo a bobina de

volume para o crânio. Devido à sua forma, as bobinas de

volume permitem obter um campo de RF uniforme,

proporcionando uma imagem com intensidade

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Page 176: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

homogénea em todo o seu plano de corte. As bobinas de volume são normalmente de

transmissão/recepção, podendo ser rígidas ou flexíveis.

Bobinas de Superfície

Este tipo de bobina é colocada junto à área a examinar, sendo usadas geralmente para

a visualização de estruturas mais superficiais ou estruturas de

reduzida espessura. Estas bobinas tem uma boa relação

sinal/ruído permitindo efectuar imagens com óptima resolução

espacial e uma grande definição entre os tecidos. Tem como

desvantagem a perca rápida da uniformidade de sinal nas estruturas que estão mais

afastadas da bobina. É um exemplo a bobina de superfície para o ombro.

Bobinas de varrimento de fase (phased array)

Estas bobinas consistem em múltiplas bobinas de superfície com diferentes receptores

agrupados juntos. Cada bobina é independente de outra e tem o seu próprio receptor

que permite um grande campo de cobertura e visualização de uma maior área

anatómica. O sinal de cada receptor é transformado separadamente sendo

reconstruída uma única imagem composta. Estas bobinas têm uma boa relação

sinal/ruído e são usadas para estudos da coluna vertebral, da pélvis, tórax, abdómen e

da mama.

Bobinas de quadratura

As bobinas de quadratura recebem sinal tanto na direcção X como na direcção Y, e

contêm pelo menos duas espiras de fio metálico. A grande vantagem das bobinas de

quadratura é o facto de aumentarem a relação sinal/ruído em 41%. Estas bobinas

podem ser também emissoras/receptoras.

Sistema de suporte electrónico:

1- Suprimento de energia

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Page 177: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A função do suprimento de energia é o fornecimento de voltagem e corrente para todas

as partes do sistema de RM (bobinas de gradiente, sistema de resfriamento, magnetos

e computador). O uso desta energia varia consoante o sistema de RM, assim, em

sistemas de magneto permanente, as necessidades de resfriamento e magneto são

mínimas (consumo de energia aproximadamente 25 Kilowatts), comparadas com o

fornecimento de carga mais pesada em sistemas de magnetos resistivos (consumo de

energia de aproximadamente mais de 150 Kilowatts).

2- Transmissor e receptor de RF

A segunda parte, o transmissor e receptor de RF, envia os pulsos de onda de rádio

para o paciente e recebe os sinais de RM do paciente (as bobinas de RF descritas

anteriormente fazem parte deste sistema).

O transmissor de RF contém amplificadores que aumentam a intensidade dos sinais de

RF fracos recebidos do paciente dentro do magneto.

Conversor analógico/digital:

O conversor analógico/digital, componente fundamental da unidade de RM, converte o

sinal em imagem. Este processa informações de todas as partes do sistema RM e

reconstrói a imagem do paciente.

Sistema de representação de imagem:

O sistema de representação de imagem, permite ao

técnico de radiologia visualizar as imagens obtidas. Ao

sistema de representação de imagem está acoplado uma

consola que permite seleccionar sequências de pulso,

alternar o brilho e contraste de imagens, em suma,

ajustar uma série de parâmetro.

Parâmetros de Imagem

Contraste do objecto:

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Page 178: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

O contraste na RM é originado a partir de relação entre opções dependentes do

operador discutidas previamente e factores tecidulares incluindo a densidade protônica,

tempos de relaxamento T1 (são os tempos que o protão demora a relaxar) e T2 (é uma

sequência de pulsos, TR longo; TE longo) e movimento tecidular como o fluxo de LCE

e sangue. Estes factores tecidulares dependem da bioquímica do tecido. Ao escolher-

se determinadas sequências de pulso, podem ser produzidas imagens que enfatizem

esses factores tecidulares e permitam a visualização do contraste observado em

imagens de RM.

Meios de contraste:

A RM atingiu o seu expoente máximo, quando se descobriu um novo meio de

contraste, que se pode aplicar nestes estudos, o Gadopentetato, Gd-DTPA, foi o

primeiro gadolínio utilizado no Homem, com a aprovação do FDA

(Food and Drugs Administration) em 1988. Com o passar do

tempo foi-se investigando mais productos, e hoje já há no

mercado português um novo meio de contraste, neutro, não

iónico, o Gadobutrol, de nome comercial Gadovist 1.0, em que a

sua principal característica é a maior concentração de gadolínio por volume,

aumentando assim o efeito de susceptibilidade magnética, sobretudo em sequências

T1.

O contraste provoca a alteração do sinal dos tecidos no tempo, que vai ser analisado

para medir a hemodinâmica. A dose administrada é muito importante, dado que

maiores doses provocam maiores alterações do sinal, e por sua vez correspondem

melhores imagens de perfusão.

A quantidade a administrar de contraste é variável com o peso do paciente e pode

estar compreendida entre os 0,05 e 0,4 mmol/kg. Para efectuar a injecção deverá

utilizar-se um injector de contraste automático, de maneira a manter uma elevada

concentração de contraste, com um fluxo constante ao longo do tempo, permitindo

uma melhor medição do volume sanguíneo.

Imagens em densidade protônica:

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Page 179: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Estas imagens são uma sequência de pulso utilizando uma combinação de TR longo e

TE curto (TR de 2000 ms e TE de 20-30 ms) que produz imagens com contraste

resultante da densidade protônica (também se chama densidade spin), sendo

diminuídos os efeitos de contraste devido ao relaxamento T1 e T2. O uso de

sequências de pulso com graus variáveis de ponderação em T1 e T2 ajuda a identificar

a anatomia e a patologia.

Imagens ponderadas em T1:

Afim de maximizar a diferença na intensidade de sinal baseada em tempos de

relaxamento T1, o TR na sequência de pulso é encurtado. Uma sequência de TR e TE

curtos produz uma imagem ponderada em T1 (TR de 350- 800ms e TE de 30ms ou

menos). Isso permite que estruturas com tempos de relaxamento T1 curtos sejam

brilhantes (gordura e líquidos proteinogénicos) e estruturas com T1 longo sejam

escuras (neoplasia, edema, inflamação, liquido puro e LCE). Um aspecto a ser

lembrado com imagem ponderada em T1 é que como o TR está encurtado, a razão

entre sinal e ruído diminui.

Imagens ponderadas em T2:

A imagem em T2 emprega uma sequência de pulso de TR longo e TE curto (TR de

2000ms e TE de 60-80ms). Quando o TE é aumentado, o contraste T2 aumenta,

entretanto, a razão sinal/ruído geral diminui. As estruturas na imagem ponderada em

T2 mostrarão inversão do contraste em relação ás estruturas na imagem ponderada

em T1. As estruturas com T2 longo apresentam-se brilhantes (neoplasia, edema,

inflamação, liquido puro e LCE). As estruturas com T2 curto apresentam-se escuras

(estruturas com ferro como produtos de decomposição do sangue).

Técnicas de redução de movimento:

Quando o movimento causa problemas que resultam em alterações do sinal,

denomina-se artefactos de movimento.

Existem recursos de software que compensam os artefactos relacionados ao

movimento e ao fluxo, mas entretanto, geralmente estes exigem maiores tempos de

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-179

Page 180: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

exame. Estas técnicas incluem calculo da média de sinais, codificação de fase

reordenada, anulação do momento de gradiente e pré-saturação, podendo estas serem

usadas individualmente ou em combinação. Outra técnica usada para reduzir

problemas relacionados ao movimento é a monitorização fisiológica. Também a

monitorização respiratória emprega foles colocados ao redor do tórax do paciente, que

são usados para deflagrar a aquisição de dados pelas respirações do paciente ou

apenas para aceitar dados adquiridos durante uma determinada fase do ciclo

respiratório. O fluxo arterial pulsátil (movimento relacionado com o movimento

cardíaco) e as pulsações do LCE podem ser reduzidos mediante sincronização da

sequência de RM com o ciclo cardíaco, denomina-se isso por monitorização cardíaca.

Técnicas de imagem rápida:

As técnicas de imagem continuam-se a desenvolver, mas as mais usadas são a

gradiente eco e spin- eco rápida.

A técnica gradiente eco utiliza um único pulso de excitação de RF (10º-90º), e o eco é

produzido por inversão do gradiente do campo e não por um pulso de RF a 180º usado

em imagem em spin-eco convencional. Esta técnica permite variações na sequência de

pulso e pode ser manipulada para atingir ponderação em T1, T2 e densidade protônica.

A técnica spin-eco rápida é semelhante à sequência de pulso, mas em tempos de

exame consideravelmente menores. No spin-eco rápida o tempo de exame é reduzido

realizando-se mais de uma etapa codificadora de fase por TR, e assim, os dados são

adquiridos em menos tempo. A redução do tempo de exame é proporcional ao número

de etapas codificadoras de fase realizadas durante o TR. O contraste é semelhante ás

aquisições spin-eco convencionais, no entanto, a gordura permanece brilhante em

imagens ponderadas T2. Isso frequentemente é compensado acrescentando-se

técnicas de supressão de gordura. A imagem eco planar é o método de imagem mais

rápido que se encontra ao nosso dispor, tal método foi-nos dado a conhecer por

Mansfield.

As vantagens do uso de técnicas de imagem rápida são tempo de aquisição rápido,

TAE e artefactos de movimento reduzidos.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-180

Page 181: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA IMAGEM

Em ressonância existem quatro principais relações que determinam a qualidade das

imagens, que são elas:

- Relação Sinal-Ruído (RSR)

- Relação Contraste-Ruído (RCR)

- Resolução Espacial

- Tempo de Exame

Relação Sinal-Ruído

Sinal – O sinal pode ser definido como a voltagem induzida na bobine receptora. Este

depende de vários factores, e aumenta ou diminui em relação ao ruído.

Ruído – É gerado pelo próprio paciente, mais, o ruído intrínseco do aparelho (ruído

eléctrico).

A relação sinal-ruído é afectada por diversos factores são eles: a densidade protónica

(DP) quantidade de protões; o volume do voxel (espessura do corte), tempo de

repetição (TR) intervalo de tempo duma sequência entre o inicio do pulso de excitação

e o inicio do pulso seguinte; tempo de eco (TE) intervalo de tempo duma sequência

entre o inicio do pulso de 90; e o meio do registo do eco de spin; correspondendo ao

pico de intensidade máxima de sinal; ângulo de inclinação (FA) ângulo que controla a

magnitude transversal; NEX (controla a quantidade de dados que são armazenados em

cada linha do espaço K); a largura de banda (quantidade de ruído presente na

amostra); e o tipo de bobine.

Para se obter imagens de qualidade, a RSR deve ser a mais alta possível, sendo para

isso necessário a conjugação de todos os parâmetros acima descritos. Então para se

elevar essa relação terá de se usar sequências SE sempre que possível; tentar não

usar TR curtos e TE muito longos; usar a bobine apropriada ao exame; usar uma matriz

grosseira; utilização FOV grandes; seleccionar cortes grossos; e usar tantos NEX

quanto possível.

Relação Contraste-Ruído

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-181

Page 182: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A RCR é provavelmente o factor que mais afecta a qualidade da imagem pois,

determina directamente a capacidade dos olhos em distinguir áreas de sinal intenso de

áreas de sinal mais fraco.

A RCR é controlada pelos mesmos factores que afectam a RSR, e pode-se dizer que é

a diferença de RSR entre duas áreas adjacentes. No T2 a RSR é menor que em

imagens T1 (devido ao TE longo), mas a RCR é maior pois distingue-se melhores

áreas tumorais (tem aumento de sinal) das áreas circundantes. O objectivo do

contraste é aumentar RCR entre patologia (intensifica) e tecido são.

Resolução Espacial

Resolução espacial é a capacidade de distinguir 2 pontos distintos, sendo determinada

pelo tamanho do voxel. Um voxel pequeno, dá uma boa resolução espacial onde

estruturas pequenas são facilmente diferenciadas, por outro lado um voxel grande dá

uma má resolução espacial onde pequenas estruturas não são tão bem analisadas (ao

utilizar-se grandes voxels faz-se uma média dos sinais o que faz com que haja um

aumento do volume parcial).

O tamanho do voxel é alterado pela espessura dos cortes (cortes mais finos têm maior

resolução espacial e cortes mais grossos têm menor resolução espacial); é alterado

pelo FOV (grandes FOV, aumento da área dos pixels, logo redução da resolução

espacial); tamanho do pixel (pixel pequeno à um aumento da resolução espacial, logo

existe uma maior capacidade em distinguir 2 estruturas próximas uma da outra).

Para se conseguir uma imagem de qualidade, deve-se obter uma resolução espacial

óptima que se consegue, seleccionando o corte mais fino possível, utilizar matrizes

finas, usar FOV pequenos, e sempre que possível seleccionar o FOV rectangular.

Tempo de exame

O tempo de exame é o tempo necessário para se completar a aquisição dos dados.

Longos tempos dão a possibilidade de o doente se mover degradando a imagem.

Existem diversos factores que afectam o tempo de aquisição da imagem que são: o

tempo de repetição (aumento do TR, aumento do tempo de aquisição); nº de

codificações de fase é outro factor que vai alterar o tempo (determina o número de

linhas preenchidas no espaço K, e quanto maior o número maior o tempo de

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-182

Page 183: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

aquisição); NEX é outro factor que quanto maior, maior é o tempo de aquisição). Com a

conjugação destes parâmetros todos se quisermos reduzir o tempo de exame é

necessário, utilizar o TR o mais curto possível, seleccionar a matriz mais grosseira que

for possível, reduzir os NEX ao mínimo.

Em RM tem de se jogar com todos os parâmetros, e adapta-los ao que queremos

estudar. O ideal numa imagem é ter a RSR elevada, uma boa RE e ser adquirida o

mais rapidamente possível, mas raramente é possível pois ao aumentar-se um factor

reduz-se inevitavelmente outro, logo, se queremos uma imagem com muita qualidade

já sabe-mos que vamos aumentar o tempo de exame, e vice-versa, assim à que

ponderar sempre as escolhas feitas de modo a ter sempre benefícios na imagem. As

decisões tomadas vão depender da área a ser estudada, condições e cooperação do

paciente e a patologia presente.

REALIZAÇÃO DO EXAME

A execução do exame varia consoante o equipamento utilizado. No entanto existem

regras de procedimento que podem ser aplicadas à maior parte dos exames em RM.

Regras de procedimento:

Identificar o orgão a examinar

Efectuar o interrogatório e preparo do doente

Identificar o doente (nome, idade, nº do exame, peso, posição no magneto,

antena...)

Escolha da bobine a usar

Posicionamento do doente em função da região a estudar e escolha do plano de

referência

Verificar o conforto do doente

Ligação do sistema de sincronização cardíaca e/ou respiratório se necessário

Centragem e realização de um corte ou de uma série de cortes, dependendo da

patologia e localização da lesão

Escolha da ponderação de cada sequência e respectivos parâmetros de modo a

obter-se a melhor imagem possível no menor tempo possível

Calibração do aparelho em função da antena e do orgão a examinar

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-183

Page 184: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Aquisição do topograma

Escolha de ponderação e selecção da sequência

Injecção de contraste paramagnético

Visualização, formatação e reprodução das imagens

Leitura e análise das imagens

Arquivo

Antes do dia do exame:

A marcação deve ser feita com um atendimento personalizado, sendo colhida uma

história completa do paciente e onde é fornecido ao paciente um impresso com as

informações necessárias antes do exame em preparo para responder ás dúvidas que

surgirão. O paciente é questionado quanto ás histórias cirúrgico, acidental e

ocupacional. Pois se por exemplo um implante for desconhecido, pode ser necessário

adiar o exame até que possa ser obtida uma descrição exacta, ou até mesmo muitas

próteses de membros que são magnéticas e que devem ser removidas antes de entrar

na sala de exame. São detalhes com um impacto na qualidade do exame. O paciente

deverá ser informado que no dia do exame terá de se fazer acompanhar dos exames

realizados anteriormente, sejam eles R.M, T.C., ecografias ou radiografias.

Durante o exame:

A abertura do magneto (gantry) pode ser um espaço muito estreito e limitado, e alguns

pacientes com tendências claustrofóbicas podem sentir-se ansiosos ou até mesmo

assustados com isso. Deve-se por isso dar grande importância aos seguintes factores:

comunicação constante com o doente; o conforto e monitorização deste. O estado em

que se encontra cada doente deve indicar da sua necessidade.

Depois do exame:

Depois do exame concluído, se o doente solicitar, o técnico deve perder alguns minutos

a responder a algumas perguntas, mas sem revelar o diagnóstico do exame.

Finalmente deverá indicar a data em que o exame estará disponível.

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Page 185: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

INDICAÇÕES E CONTRA- INDICAÇÕES EM RM

Principais indicações:

Estudo de doenças cardiovasculares, possibilitando o estudo funcional do

coração através de sequências em modo de cinema (Cine Mode);

Estudo de doenças desmielinizantes, sendo o único método de diagnóstico por

imagem para o estudo da esclerose múltipla (FLAIR);

Estudo do sistema nervoso central – crânio e neuro eixo, medula – avaliação e

realização entre conteúdo e continente meningo-nervoso;

Estudo das patologias osteoarticulares, particularmente do tecido aponevrótico,

meniscal e ligamentar;

Estudo da patologia tumural para avaliação morfológica, topográfica e

semiológica.

Principais contra – indicações:

Doentes com Pacemakers;

Implantes cocleares;

Corpos estranhos intra – orbitários;

Alguns clipes aneurismáticos intracranianos.

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA

As condições de segurança para o técnico, para o paciente e para a

equipa de trabalho devem ser reconhecidas, pois durante um exame de

R.M., os pacientes, bem como os membros da equipa de trabalho na área

imediata, são expostos a campos magnéticos estáticos, induzidos por

gradientes, que são variáveis com o tempo, e de radiofrequência (RF).

Nas considerações básicas de segurança destacamos o risco potencial de projécteis. A

força do campo magnético dum sistema de R.M. é capaz de atrair objectos

ferromagnéticos a grandes velocidades em direcção ao centro do magneto, podendo

transformá- los em projécteis, fazendo um efeito míssil.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-185

Page 186: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Assim, alguns dos objectos que não podem ser levados para dentro das salas de R.M.

são: Relógios; Telemóveis; Jóias; Isqueiros; Chaves; Ganchos; Clipes:; Canetas;

Aparelhos de audição; Pacemakers; Tesouras; Macas; Cadeiras de rodas;

Estetoscópios;Placas ou parafusos; Cartões magnéticos; etc...

Para além do risco potencial de projécteis, também é necessário para a segurança de

todos, o uso de protecções auriculares, pois o ruído dentro e á entrada do túnel do

magneto é muito elevado.

Os cabos da bobina não devem estar enrolados ou sobrepostos e evitar o contacto

directo com o paciente, pois estes estão quentes devido ao seu aquecimento.

VANTAGENS E LIMITAÇÕES EM RM

Principais vantagens:

Método não invasivo;

Sensibilidade diagnóstica que se traduz numa melhor definição anatómica;

Método multiplanar, porque permite realizar exames nos planos axial, sagital,

coronal e com obliquidade, sem movimentar o doente;

Procedimentos de obtenção da imagem são não invasivos comparados com

outros métodos de estudo por imagem;

Não utiliza radiação x

Excelente resolução de contraste.

Principais limitações:

Doentes com próteses dentárias fixas,

Doentes não colaborantes por situações de coma,

Doentes com claustrofobia (esta limitação tende a diminuir com os novos

equipamentos de magneto aberto),

Obesidade extrema (peso superior a 135 Kg);

Custos elevados.

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Page 187: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

ARTEFACTOS EM RM

Artefactos são sinais parasitas que se traduzem por falsas imagens.

Tipos de artefactos:

Artefactos de movimento: podem ser provocados por movimentos

respiratórios, de fluxo sanguíneo, batimento cardíaco ou má colocação do

doente, entre outros.

Artefactos metálicos: traduzem-se por deformação de estruturas que lhe são

visinhas. São exemplos destes, próteses,maquilhagem, clipes, etc.

Artefactos de susceptilidade magnética: é a capacidade que determinadas

substâncias têm para ser magnetizadas, provocando perda de sinal ou

deformação. São difíceis de combater pois são criados pelas diferenças de

susceptibilidade magnética: ar-gordura e ar-água.

Artefactos do homogeneidade do brilho de imagem: a variação do brilho da

imagem deve-se à desigualdade na espessura dos cortes, produzindo uma má

qualidade do gradiente de selecção ou a não homogeneidade do campo

magnético ou ainda inadaptação dos filtros de frequência.

Artefactos de “overflow”: traduz-se por imagens de aparência não uniforme,

sem nitidez de contornos, de aspecto esborratado, cinzentas.

Artefactos em espelho: traduz-se na projecção dum lado da imagem das

estruturas situadas do outro lado da imagem.

Devio químico: originado pela diferenciação de ressonância entre os protões de

água e de gordura, traduz-se por uma imagem de bordo intenso de um lado e

sombra do outro lado, ao longo das estruturas gordas.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-187

Page 188: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Parasitas de R.F.: são frequências utilizadas em radiodifusão ou televisão, e

pelo uso destes aparelhos no departamento de R.M., entram na sala e

interferem com sinal emitido pelo doente.

Exposição do Caso Clínico - neurorradiologia

Caracterização do Paciente

Paciente do sexo masculino, caucasiano, de 46 anos de idade, com uma requisição de

RM Crânio – Encefálica. Este indivíduo recorreu a este método de diagnóstico afim de

confirmar o diagnóstico obtido anteriormente pela Tomografia Computorizada de

acidente vascular cerebral.

No final do exame de R.M. conclui-se que as alterações cerebrais não traduziam um

acidente vascular cerebral mas sim esclerose múltipla.

Breves noções sobre Esclerose Múltipla

Esclerose Múltipla é uma doença do Sistema Nervoso Central, lentamente progressiva,

que se caracteriza por placas disseminadas de desmielinização (perda da substância -

mielina - que envolve os nervos) no crânio e espinal medula, dando lugar a sintomas e

sinais neurológicos sumamente variados e múltiplos, às vezes com remissões, outras

com exacerbações, tornando o diagnóstico, o prognóstico e a eficiência dos

medicamentos discutíveis.

Não existem causas conhecidas para a EM, entretanto estudam-se causas do tipo

anomalias imunológicas, infecção produzida por um vírus latente ou lento e mielinólise

por enzimas.

Os pacientes referem problemas visuais, distúrbios da linguagem, da marcha, do

equilíbrio, da força, fraqueza transitória no início da doença, em uma ou mais

extremidades, dormências, com períodos às vezes de melhoras e pioras, sendo que

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-188

Page 189: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

quando predomina na medula, as manifestações motoras, sensitivas e esfincterianas

se encontram geralmente presentes, existindo raramente dor.

O diagnóstico possível e provável dependerá da experiência do neurologista que,

auxiliado por exames clínicos pertinentes, tais como: Ressonância Magnética, líquido

cefalorraquidiano, potenciais evocados e outros, chegará ao diagnóstico definitivo, sem

praticamente precisar do exame anátomo-patológico.

Diferenças entre TC e RM na avaliação da Esclerose Múltipla

A imagem por RM é um método de diagnóstico radiológico que resulta da interacção da

energia das ondas de RF com determinados núcleos atómicos na presença de um

campo magnético estático, enquanto que, na TC a imagem expressa apenas a

atenuação linear dos raios X pelos diferentes tecidos, devido à sua interacção com a

nuvem electrónica dos átomos.

Conhecendo o modo como são obtidas as imagens por TC e por RM não é de

estranhar que o melhor meio para diagnóstico de EM seja mesmo a RM.

Esta, permite avaliar com maior precisão e maior definição os diferentes tipos de

tecido, e neste caso concreto o sistema nervoso central e mesmo lesões a nível do

nervo óptico (muito comum em casos de EM).

A TC também auxilia, podendo evidenciar sinais de atrofia, localizada geralmente na

região periventricular e áreas de hipodensidade na substância branca. No entanto, a

TC não consegue ter a precisão da RM uma vez que, como a TC se baseia no grau de

absorção dos raios X pelos diferentes tecidos, e como a desmielinização nos primeiros

tempos é mínima, não é possível obter tradução radiológica pela TC uma vez que ela

não tem grande definição.

Isto só é possível pela RM dado que, esta técnica depende (como referido

anteriormente) do número de núcleos de hidrogénio dos diferentes tecidos. Assim,

bastam pequenas alterações na quantidade de hidrogénio dos tecidos para serem

detectadas alterações de sinal com tradução radiológica.

Além disto, a RM mensura os níveis de NAA (N – Acetil- Aspartato), correlacionando a

redução do NAA com a morte das células na cérebro e com a atrofia cerebral inerente,

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-189

Page 190: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

que determina a existência ou não de EM. Este tipo de informação é impossível de

obter pela TC.

Caracterização do Equipamento de RM utilizado durante o exame de RM crânio -

encefálica e enumeração do material acessório presente na sala de RM

O equipamento de RM que foi usado no exame exposto anteriormente é um GE signa

1.5 T, composto por um magneto supercondutor, campo de gradiente, campo de

radiofrequência e sistema de computador e consola de controlo de operações.

Associado a estes equipamentos esteve também um sistema de intercomunicação,

caixa de alarme, mesa de posicionamento do paciente e armários de controlo.

O sistema de computador e consola é constituído por um computador central que é

utilizado para gestão de pacientes, obtenção e armazenamento de imagens e gestão

das sequências de medição. A auxiliar este computador existe um sistema de

documentação que é constituído por uma unidade de CD – ROM, gravador de CD para

arquivar os exames realizados e uma impressora para obtenção das imagens

fotografadas em película.

Afim de facilitar a comunicação entre o TR e o paciente, existe um pequeno aparelho

de controlo de som entre a sala de RM e a sala de controlo. Este aparelho permite que

o TR possa conversar com o paciente, transmitir informações ou dar instruções sobre o

desenrolar do exame.

Associado a estes pequenos sistemas está um sistema de alarme que quando

accionado pelo paciente permite que o TR reaja imediatamente em seu auxilio.

Na sala de RM existe ainda um injector automático, carrinho de anestesia, armário de

controlo, e caixa de alarme.

A sala de RM é constituída por um sistema de blindagem supercondutora activa afim

de minimizar os efeitos do CM marginal no meio ambiente. Possui também uma

blindagem externa contra interferências.

Na realização deste exame recorreu-se também a uma bobina de RF. As Bobinas

podem ser transmissoras, receptoras ou as duas modalidades juntas numa só bobina.

Neste exame de RM Crânio – Encefálica foi utilizada uma bobina de cabeça,

transmissora e receptora de sinal de R.F. Quanto mais perto estiver a bobina da

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-190

Page 191: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

cabeça maior é a intensidade de sinal. No entanto, deve-se ter atenção a que a mesma

não fique em contacto com o organismo porque deste modo a imagem não terá grande

qualidade.

Além destes equipamentos existe também na sala de RM material acessório, tal como:

adesivos, álcool, algodão, agulhas, cateteres, tubos para entubação, material de

imobilização (almofadas, cunhas, rolos, correias, sacos de areia,), bobinas rígidas e

flexíveis para qualquer estrutura anatómica.

PROTOCOLO BASE PARA O ESTUDO DE ESCLEROSE MÚLTIPLA

Sagital T1 em fast spin-eco

Axial DP+T2, T1 em fast spin-eco

Coronal Flair

Sagital T2

Axial T1 e Coronal T1 com gadolinio

Exposição do Caso Clínico - radiologia

Caracterização do Paciente

Paciente do sexo masculino, , de 34 anos de idade, com uma requisição de RM Joelho

direito, para estudo de roptura do ligamento cruzado anterior.

Breves Noções sobre o ligamento cruzado anterior:

O L.C.A. é melhor observado em imagens sagitais obliquas. Este forma um ângulo de

60º com o plano tibial, apresentando-se hipointenso em todoas as sequências de pulso.

Nas imagens coronais o L.C.A apresenta-se com uma faixa curvilínea com sinal de

intensidade baixa, adjacente ao segmento horizontal do L.C.P., próximo da superfície

interna do condilo femural externo.

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Page 192: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

As imagens axiais proximais mostram o L.C.A. achatado contra a superfície interna do

condilo femural externo.

Os sinais de roptura do L.C.A. mais frequentes são a ausência do seu trajecto, em

qualquer dos planos de imagem; intensidade de sinal aumentada dentro da substância

ligamentar; presença de um foco edematoso; presença de edema e hemorragia,

principalmente na porção proximal; deformação do L.C.P.

POSICIONAMENTO DO DOENTE:

DOENTE COLOCADO EM SUPINAÇÃO CO O JOELHO DIREITO COLOCADO NA

BOBINE DE EXTREMIDADES OU NUMA BOBINE FLEXIVEL. O JOELHO DEVE

ESTAR RODADO EXTERNAMENTE 15º A 20º PARA FACILITAR A VISUALIZAÇÃO

DO L.C.A. NAS IMAGENS SAGITAIS, E LIGEIRAMENTE FLECTIDO PARA MELHOR

ACESSO AO COMPARTIMENTO FEMURO-PATELAR E ALINHAMENTO PATELAR.

PROTOCOLO BASE PARA O ESTUDO DE JOELHO

Axial T2*, GE LOC

Coronal OBL. T1 SE

Coronal OBL. T2*, GE

Sagital OBL.DP/T2 SE

O melhor plano para demonstrar o L.C.A. é o Sagital e a melhor sequência de pulso é o

SE T2 ou o GE T2*

Seqências Próprias para o Estudo do L.C.A:

Sagital OBL T1 SE Finos

Sagital 3D SPGR

Ponderações T2 ou T2* para diferenciar edema de hemorragia.

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Page 193: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Conclusão

Em suma, o aparecimento desta valência (RM), permitiu visualizar tecidos que até à

data não seriam possíveis, no entanto a RM é uma modalidade que envolve bastantes

custos.

Como resultado da contenção de gastos no sistema de saúde, a RM não crescerá com

tanta rapidez como poderia faze-lo noutras circunstâncias, porém, a RM terá que

competir com outras técnicas para encontrar o seu estatuto dentro do campo de

diagnóstico por imagem, apesar de tudo é certo que a RM é a valência de eleição em

muitas situações clínicas. As suas aplicações continuam a aumentar em parte graças à

grande flexibilidade da técnica. É possível programar no computador novas sequências

de pulso e estar-se estudando novos agentes de contraste a fim de obter mais

informação sobre a anatomia e a patologia sem necessidade de grandes gastos na

troca da estrutura física dos dispositivos de visualização, sendo assim, a “contenção de

gastos”, é pois mínima, e o papel que a RM tem no campo da radiologia diagnostica é

crescente.

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Page 194: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

TAC:

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Page 195: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-195

Page 196: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

TC multicorte, GE Lightspeed

NEURORRADIOLOGIA

1 - Estudo Crânio- Encefálico

Os princípios básicos de posicionamento do crânio em radiologia convencional também

são aplicados em TC. Para qualquer TC do crânio a não rotação e a não inclinação da

cabeça são características importantes, para que desta forma qualquer assimetria

patológica possa ser detectada com eficácia e veracidade.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-196

Page 197: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Os métodos de TC e as rotinas especificas para a TC de crânio podem variar

dependendo das preferências do médico Radiologista, dos técnicos de radiologia ou

dos protocolos dos serviços, desta forma não existem protocolos estáticos.

No serviço de Neurorradiologia do HGO (Hospital Garcia da Orta) é aplicado o seguinte

protocolo para TC do crânio:

Posicionamento do doente:

a) Cortes Axiais:

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a

cabeça no apoio cranial e os membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o

exame pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução

do mesmo, podendo se usar para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora.

A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito na zona do tragus em

termos do plano sagital e ao nível dos rebordos orbitários inferiores no plano

transversal. O crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível

entre o lado direito e esquerdo.

b) Cortes Coronais (em situações excepcionais, permitem um bom estudo do

pavimento e tecto das órbitas, pavimento selar, base do crânio, etc.):

- O paciente é deitado em decúbito ventral (pronação) sobre a mesa, com a cabeça em

hiperextensão e apoiando o mento no apoio de cabeça, braços ao longo do corpo. O

crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito

e esquerdo.

A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feita a nível do meato

auditivo externo.

Parâmetros técnicos:

- Topograma de perfil a 90º (preferencialmente também a 0º), com 200 mm (start

location: Superior 150; Inferior 50); Head first; SFOV Head;

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Page 198: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

- Planos de corte axiais paralelos à Linha Orbito-meatal, espessura de 2,5 mm com

incremento de 2,5 mm na fossa posterior (120 kV, 200 mA) e espessura de 7,5 mm

com incremento de 7,5 mm na zona supra-tentorial (120 kV, 150 mA);

- Planos de corte coronais perpendiculares à Linha Orbito-meatal, apanhando a

totalidade do crânio.

- Filtro standard (boa relação resolução de densidade/resolução espacial)

- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte segundo

o plano orbito-metal.

- Injecção de produto de contraste iodado efectuada quando a sintomatologia ou a

patologia do paciente o exigirem (patologias tumorais, pesquisa de metástases,

patologias vasculares, etc.)

- No caso de pesquisa de metástases deve-se fotografar as imagens com filtro Bone

para melhor visualização.

2 – ÓRBITAS

Posicionamento do doente:

a) Cortes Axiais:

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a

cabeça no apoio cranial e os membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o

exame pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução

do mesmo. A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito na zona do

tragus em termos do plano sagital e ao nível dos rebordos orbitários inferiores no plano

transversal. O crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível

entre o lado direito e esquerdo.

b) Cortes Coronais:

- O paciente é deitado em decúbito ventral (pronação) sobre a mesa, com a cabeça em

hiperextensão e apoiando o mento no apoio de cabeça, braços ao longo do corpo. O

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-198

Page 199: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito

e esquerdo.

A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feita a nível do meato

auditivo externo ou mais adiante no tragus.

Parâmetros técnicos:

- Topograma de perfil a 90º e a 0º, com 200 mm (start location: Superior 150; Inferior

50) 120 kV, 80 mA; Head first; SFOV Head;

- Planos de corte axiais paralelos ao pavimento da Órbita, espessura de 2,5 mm com

incremento de 2,5 mm desde o fim da fossa posterior até à zona supra-tentorial (120

kV, 180 mA);

- Planos de corte coronais perpendiculares ao pavimento da Órbita, apanhando a

totalidade da cavidade orbitária.

- Filtro standard (boa relação resolução de densidade/resolução espacial)/Bone Plus

- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte segundo

o pavimento da órbita.

3 – SEIOS PERINASAIS

Posicionamento do doente:

a) Cortes Axiais:

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a

cabeça no apoio cranial e os membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o

exame pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução

do mesmo, podendo se usar para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora. A

centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito na zona do tragus em

termos do plano sagital e ao nível dos rebordos orbitários inferiores no plano

transversal. O crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível

entre o lado direito e esquerdo.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-199

Page 200: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

b) Cortes Coronais:

- O paciente é deitado em decúbito ventral (pronação) sobre a mesa, com a cabeça em

hiperextensão e apoiando o mento no apoio de cabeça, braços ao longo do corpo. O

crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito

e esquerdo.

A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feita a nível do meato

auditivo externo.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 0º (120 kV, 10mA) e 90º (120 kV, 80 mA), com 200 mm (start location:

Superior 150; Inferior 50); Head first; SFOV Head;

- Planos de corte axiais paralelos ao palato duro, espessura de 3,75 mm com

incremento de 3,75 mm desde ligeiramente abaixo do palato duro até ao final dos

seios frontais (140 kV, 150 mA);

- Planos de corte coronais perpendiculares ao palato duro, espessura de 2,5 mm com

incremento de 2,5 mm desde o início do seio esfenoidal até ao final do seio frontal;

- Filtro Bone;

- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte segundo

o plano do palato duro.

4 – OUVIDO MÉDIO

Posicionamento do doente:

a) Cortes Axiais:

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a

cabeça no apoio cranial e os braços ao longo do corpo. É lhe explicado o exame

pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução do

mesmo, podendo se usar para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora. A centragem

do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito coronalmente na zona do tragus e

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-200

Page 201: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

ao nível dos rebordos orbitários inferiores transversalmente. O crânio deve estar com

um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito e esquerdo.

b) Cortes Coronais:

- O paciente é deitado em decúbito ventral (pronação) sobre a mesa, com a cabeça em

hiperextensão e apoiando o mento no apoio de cabeça, braços ao longo do corpo. O

crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito

e esquerdo.

A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feita a nível do meato

auditivo externo.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 90º e 0º (120 kV, 10 mA), com 200 mm (start location: Superior 150;

Inferior 50); Head first; SFOV Head

- Planos de corte axiais paralelos à Linha Infra-Orbitomeatal, espessura de 0,625 mm

com incremento de 0,625 mm no conduto auditivo externo (140 kV, 150 mA);

- Planos de corte coronais perpendiculares à Linha Infra-Orbitomeatal no conduto

auditivo externo;

- Filtro Bone (alta resolução espacial)

- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte segundo

o plano Infra-Orbitomeatal.

5 – OUVIDO INTERNO

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais (estudo de síndrome vertiginoso, ângulos ponto-cerebelosos, condutos

auditivos internos):

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-201

Page 202: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a

cabeça no apoio cranial e os membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o

exame pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução

do mesmo, podendo se usar para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora. A

centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito coronalmente na zona do

tragus e ao nível dos rebordos orbitários inferiores transversalmente. O crânio deve

estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito e esquerdo.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 90º e 0º (120 kV, 10 mA), com 200 mm (start location: Superior 150;

Inferior 50); Head first; SFOV Head

- Planos de corte axiais paralelos à Linha Infra-Orbitomeatal, espessura de 2,5 mm

com incremento de 2,5 mm na fossa posterior, de 1 mm no conduto auditivo externo,

2,2 mm no final da fossa, 7,5 mm na zona supra-tentorial (140 kV, 150 mA);

- Filtro Bone (alta resolução espacial)

- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte segundo

o plano Infra-Orbitomeatal.

- Exame efectuado antes e após injecção de contraste I.V.

6 - FACE (PESCOÇO TECIDOS MOLES)

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a

cabeça no apoio cranial e os membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o

exame pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução

do mesmo, podendo se usar para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora. A

centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito na zona do tragus em

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-202

Page 203: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

termos do plano sagital e ao nível dos rebordos orbitários inferiores no plano

transversal, de forma a que o palato duro fique perpendicular ao plano da mesa. O

crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito

e esquerdo.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 90º (preferencialmente também a 0º) 120 Kv, 10 mA, com 350 mm (start

location: Superior 150; Inferior 200); Head first; SFOV Head;

- Planos de corte axiais paralelos ao palato duro, aquisição helicoidal de espessura

3,75 mm com incremento de 3,75 mm desde a fossa posterior até aos ápices (120 kV,

150 mA);

- Filtro standard (boa relação resolução de densidade/resolução espacial)

- Injecção de produto de contraste iodado efectuada quando a sintomatologia ou a

patologia do paciente o exigirem (patologias tumorais, pesquisa de metástases,

patologias vasculares, etc.)

- No caso de pesquisa de metástases deve-se fotografar as imagens com filtro Bone

para melhor visualização.

7 – SELA TURCA

Posicionamento do doente:

Cortes Coronais:

- O paciente é deitado em decúbito ventral (pronação) sobre a mesa, com a cabeça em

hiperextensão e apoiando o mento no apoio de cabeça, braços ao longo do corpo. O

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-203

Page 204: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito

e esquerdo.

A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feita a nível do meato

auditivo externo.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 0º (120 kV, 10mA) e 90º (120 kV, 80 mA), com 200 mm (start location:

Superior 150; Inferior 50); Head first; SFOV Head;

- Planos de corte coronais perpendiculares ao pavimento selar, espessura de 1,25 mm

com incremento de 1,25 mm desde o início do seio esfenoidal até ao final do seio

frontal (140 kV, 150 mA);

- Filtro Bone;

- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte segundo

o plano do pavimento selar.

- Exame efectuado antes e após a injecção de contraste I.V.

8 – CHARNEIRA CRÂNIO VERTEBRAL

Posicionamento do doente:

a) Cortes Axiais:

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a

cabeça no apoio cranial e os braços ao longo do corpo. É lhe explicado o exame

pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução do

mesmo, podendo se usar para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora.

A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito a meio da coluna

cervical. O crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o

lado direito e esquerdo.

Parâmetros técnicos:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-204

Page 205: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

- Topograma a 0º e 90º com 260 mm (start location: Superior 200; Inferior 60); Head

first; SFOV Large;

- Planos de corte axiais paralelos aos corpos vertebrais de C3 a C0 (até á fossa

posterior), espessura de 2,5 mm com incremento de 2,5 mm (140 kV, 170 mA);

- Filtro Standard (boa resolução espacial)

- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte paralelo

aos corpos vertebrais.

b) Reconstruções Multiplanares

Realizam-se reconstruções coronais e sagitais para estudo das apófises articulares

entra atlas e áxis e apófise ondontóide, e oblíquas para estudo dos buracos de

conjugação.

9 – COLUNA CERVICAL

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a

cabeça no apoio cranial e os membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o

exame pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução

do mesmo,e para que estique ao máximo os seus braços para baixo para desprojectar

os ombros da imagem. A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito

a meio da cervical.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 0º (120 kV, 10 mA) e 90º (120 kV, 80 mA) com 260 mm (start location:

Superior 200; Inferior 60); Head first; SFOV Large;

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-205

Page 206: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

- Planos de corte axiais paralelos aos espaços intersomáticos, espessura de 2,5 mm

com incremento de 2,5 mm desde C3/C4 a C6/C7(140 kV, 170 mA);

- Filtro Standard (boa resolução espacial);

- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte paralelo

aos espaços intersomáticos respectivos.

10 – COLUNA LOMBO-SAGRADA

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a

cabeça no apoio cranial e os braços acima da cabeça. É lhe explicado o exame

pedindo a sua colaboração para que não se mexa durante a execução do mesmo,

coloca-se um apoio radiotransparente sob os joelhos para maior estabilidade e para

reduzir a lordose lombar. A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é

feito num ponto médio entre o rebordo costal inferior e as cristas ilíacas. Deve-se

verificar sempre a angulação máxima da Gantry, baixando a mesa se necessário, para

que esta atinja os 30 º limites.

Parâmetros técnicos:

- Topograma de perfil a 0º (120 kV, 10 mA) e 90º (120 kV, 80 mA) com 350 mm (start

location: Superior 200; Inferior 150); Head first; SFOV Large;

- Planos de corte axiais paralelos aos espaços intersomáticos, espessura de 2,5 mm

com incremento de 2,5 mm desde L2/L3 a L5/S1(140 kV, 180 mA);

- Filtro Standard (boa resolução espacial);

- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte paralelo

aos espaços intersomáticos respectivos.

RADIOLOGIA

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Page 207: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

1 – TÓRAX

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando os

braços elevados acima da cabeça. É lhe explicado o exame pedindo a sua colaboração

para que não se mexa durante a execução do mesmo. A centragem do feixe luminoso

que determina o plano 0, é feito a nível do mento (para que quando o paciente encha o

peito de ar não haja o risco de cortar os vértices pulmonares).

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 0º (120 kV, 10 mA) e com 450 mm (start location: Superior 0; Inferior

450); Head first; SFOV Large;

- Planos de corte axiais em modo helicoidal, espessura de 7,5 mm desde os vértices

pulmonares às supra-renais (120 kV, 200 mA);

- Filtro Standard/Chest;

- Recorre-se à injecção de contraste quando se pretende pesquisar metástases

mediastínicas (usualmente 100 cc).

2 – TÓRAX DE ALTA RESOLUÇÃO

Posicionamento do doente: Igual ao anterior

Parâmetros técnicos:

- Topograma de perfil a 0º (120 kV, 10 mA) e com 450 mm (start location: Superior 0;

Inferior 450); Head first; SFOV Large;

- Planos de corte axiais, espessura de 1,25 mm com incremento de 10 mm desde os

vértices pulmonares às supra-renais (120 kV, 200 mA);

- Filtro Standard/Chest, faz-se posteriormente reconstrução em Bone;

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Page 208: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

- Utilizado para pesquisa de enfisema pulmonar, bronquiectasias, enfisema bulhoso,

metástases pulmonares, etc.

3 – ABDÓMEN

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando os

braços elevados acima da cabeça. É lhe explicado o exame pedindo a sua colaboração

para que não se mexa durante a execução do mesmo. A centragem do feixe luminoso

que determina o plano 0, é feito a nível da linha intermamilar.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 0º (120 kV, 10 mA) e com 750 mm (start location: Superior 0; Inferior

750); Head first; SFOV Large;

- Planos de corte axiais em modo helicoidal, espessura de 7,5 mm desde os ângulos

costo-frénicos às cristas ilíacas (120 kV, 145 mA);

- Filtro Standard;

- Recorre-se à injecção de contraste quando se pretende pesquisar metástases,

cálculos renais, tumores, etc. (usualmente 100 cc).

4 – PELVE

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando os

braços elevados acima da cabeça. É lhe explicado o exame pedindo a sua colaboração

para que não se mexa durante a execução do mesmo. A centragem do feixe luminoso

que determina o plano 0, é feito a nível das cristas ilíacas (umbigo).

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Page 209: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 0º (120 kV, 10 mA) e com 400 mm (start location: Superior 0; Inferior

400); Head first; SFOV Large;

- Planos de corte axiais em modo helicoidal, espessura de 7,5 mm desde os rebordos

superiores das cristas ilíacas até à sinfíse púbica (120 kV, 145 mA);

- Filtro Standard;

5 – JOELHO

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando os

membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o exame pedindo a sua

colaboração para que não se mexa durante a execução do mesmo, podendo se usar

para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora nos tornozelos. A centragem do feixe

luminoso que determina o plano 0, é feito a nível da extremidade inferior da rótula.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 90º e 0º (120 kV, 10 mA), com 200 mm (start location: Superior 100;

Inferior 100); Feet first; SFOV Large

- Planos de corte axiais perpendiculares ao eixo longitudinal da perna, espessura de

2,5 mm com incremento de 2,5 mm incluindo as epífises próximais do fémur e perónio

e a epífise distal do fémur. (120 kV, 145 mA);

- Filtro Bone (alta resolução espacial)

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Page 210: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Caso Clínico

Indivíduo do sexo masculino de 61 anos de idade, deu entrada no serviço de

urgência do Hospital Garcia de Orta, SA, com quadro sintomatológico de acidente

vascular cerebral.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-210

Page 211: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-211

Page 212: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

1. Acidente Vascular Cerebral

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma doença caracterizada pelo início agudo

de um défice neurológico (diminuição da função) que persiste pelo menos durante 24

horas, refletindo envolvimento focal do sistema nervoso

central como resultado de um distúrbio na circulação

cerebral; começa abruptamente, sendo o défice

neurológico máximo no seu início podendo progredir ao

longo do tempo.

O acidente vascular cerebral é caracterizado pela

lesão no cérebro causada por um "acidente" num dos

vasos sanguíneos que irrigam a região cerebral.

O termo ataque isquémico transitório (AIT) refere-se ao défice neurológico

transitório com duração de menos de 24 horas até total retorno à normalidade; quando

o défice dura além de 24 horas, com retorno ao normal é dito como um défice

neurológico isquémico reversível (DNIR).

Existem dois tipos de acidente vascular cerebral:

No acidente vascular cerebral hemorrágico existe hemorragia local provocada

pelo rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo, em virtude de hipertensão arterial,

problemas na coagulação do sangue, traumatismos. Existem ainda outros factores que

podem complicar a situação existente, tais como aumento da pressão intracraniana,

edema (inchaço) cerebral, entre outros, levando a sinais nem sempre focais. Pode

ocorrer em pessoas mais jovens e a evolução é mais grave.

No acidente vascular cerebral isquémico existe alta de circulação numa área do

cérebro provocada por obstrução de uma ou mais artérias por ateromas, trombose ou

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-212

Page 213: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

embolia. Ocorre, em geral, em pessoas mais velhas, com diabetes, colesterol elevado,

hipertensão arterial, problemas vasculares e fumadores.

No caso deste paciente, é um acidente vascular cerebral hemorrágico.

Alguns dos sintomas do acidente vascular cerebral:

Isquémico:

Perda repentina da força muscular e/ou da visão

Dificuldade de comunicação oral

Tonturas

Formigueiro num dos lados do corpo

Alterações da memória

Algumas vezes, esses sintomas podem ser transitórios – ataque isquêmico

transitório (AIT). Nem por isso deixam de exigir cuidados médicos imediatos.

Hemorrágico:

Dor de cabeça

Edema cerebral

Aumento da pressão intracraniana

Náuseas e vómitos

Défices neurológicos semelhantes aos provocados pelo acidente vascular isquêmico

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Page 214: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

4. Anatomia

4.1 Crânio

O crânio é constituído por oito ossos: frontal, parietal direito e esquerdo e occipital,

que formam a calota craniana; o crânio é ainda constituído pelo osso temporal direito e

esquerdo, esfenóide e pelo etmóide, que formam a base do crânio.

Fig. 1 – Vista geral dos ossos do crânio.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-214

Page 215: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

O osso frontal, ocupa a parte mais anterior do crânio e apresenta face anterior,

posterior e inferior e ainda bordo superior, posterior e anterior.

Articula-se com os ossos parietais, o esfenóide, o etmóide e ainda com oito ossos

da face.~

A B

Fig. 2 – Osso frontal

A - Vista de Frente

B - Vista de Perfil

O osso occipital, ocupa parte da calota craniana e apresenta face antero-superior

e postero-inferior, quatro bordos, em que os dois superiores articulam com o parietal e

os inferiores com o temporal. Na zona inferior do occipital, encontra-se o buraco

occipital, que dá passagem ao bulbo, artérias vertebrais e nervo espinais.

Articula-se com os dois ossos parietais, os dois temporais, o esfenóide e o atlas.

Os ossos parietais, situam-se na zona superior do crânio e paredes laterais do

mesmo e apresenta face côncava e face interna e ainda quatro ângulos.

Articula-se com o osso frontal, o occipital, o temporal, o esfenóide e o parietal

oposto.

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Page 216: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A B

Fig. 3 – Osso Parietal e Occipital

A – Vista de Perfil

B – Vista Superior

O osso temporal, situa-se na parte inferior e externa do crânio e apresenta três

porções: escamosa, mastoideia e petrosa.

Na porção escamosa, encontra-se a apófise zigomática com uma raiz transversal e

o côndilo do temporal e uma raiz longitudinal, formando-se o arco zigomático do

cruzamento daquelas e ainda a cavidade glemóide. A porção mastoideia, possui uma

face externa e uma face interna e uma circunferência. A porção petrosa, é muito

irregular e descreve-se como uma pirâmide quadrangular, apresenta ainda o orifício do

canal auditivo externo e o orifício interno do canal carotídeo, o orifício do canal auditivo

interno e o aqueduto do vestíbulo, canal petroso inferior, aqueduto do caracol, espinha

jugular, ranhura jugular, canal petroso lateral e a porção da Trompa de Eustáquio.

Articula-se com um osso parietal, o occipital e o esfenóide.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-216

Page 217: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A B

Fig. 4 – Osso Temporal

A – Vista Superior B – Vista de Perfil

O osso esfenóide, situa-se na base do crânio e forma o suporte para todos os

ossos cranianos.

Apresenta corpo, duas grandes asas, duas pequenas asas e duas apófises

pterigóides e seis faces. O corpo, ocupa a parte central do osso e apresenta uma

depressão central denominada sela turca, que circunda e protege parcialmente a

hipófise.

Articula-se com todos os outros sete ossos cranianos e ainda com cinco ossos

da face.

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Page 218: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Fig. 5 – Osso Esfenóide. Incidência Oblíqua.

O osso etmóide, ajuda igualmente a formar a base do crânio.

Apresenta uma lâmina horizontal, vertical e duas massas laterais, que

contribuem para a formação das fossas nasais.

Articula-se com o frontal e com o esfenóide e ainda com onze ossos da face.

A B

Fig. 6 – Osso Etmóide.

A – Vista Superior e Coronal

B – Vista de Perfil

4.2 Vascular

4.2.1 Vasos Principais do Sistema Arterial Cerebral

Artérias Carótidas direita e esquerda

Artérias Vertebrais direita e esquerda

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Page 219: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

4.2.1.1 Artéria Carótida Externa (ACE)

Esta artéria origina-se a partir da carótida comum e é muito importante pois,

anastomosa-se com ramos da Carótida Interna.

Esses ramos são:

Artéria Esfenopalatina

Artéria Maxilar

Artéria Occipital

Artéria Temporal superficial

Artéria Facial

4.2.1.2 Artéria Carótida Interna (ACI)

Esta artéria, origina-se na artéria Carótida Comum (ACM) que passa por trás do

ângulo da mandíbula, pela cartilagem tiroideia onde se bifurca nas artérias carótida

interna e externa.

Relações

- Porção petrosa do osso temporal

- Processos clinóides - Sifão carotídeo

Ramos supraclinóides

- Artéria oftálmica

- Artéria coroideana anterior

- Artéria comunicante posterior

Ramos intracerebrais

- Artéria cerebral média

- Artéria cerebral anterior

4.2.2- Artérias do Sistema Vértebro-Basilar

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Page 220: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Estas artérias têm grande variação anatómica, mas na maioria das vezes têm

origem nas subclávias embora algumas vezes possam ter origem no tronco

tireocervical.

Composto por:

Artéria Vertebral D e E

Artéria Basilar

Relações:

Entram pelos buracos de conjugação de C7 e sobem pelos buracos transversos,

atravessando a dura-máter e penetrando pelo buraco occipital. Unem-se na junção

bulbo-pontina, formando a artéria Basilar.

Ramos Intracranianos laterais: Artéria espinhal anterior

Ramos Intracranianos mediais: Artéria cerebelar postero-inferior

Ramos da artéria basilar: Artéria cerebral posterior

4.2.3- Polígono de Willis

Provém da junção das artérias cerebrais anterior D e E através da artéria

comunicante anterior com as artérias médias e destas com a cerebral posterior através

da A comunicante posterior.

4.2.4- Artéria cerebral anterior

Relações:

Medialmente ao quiasma óptico

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-220

Page 221: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Fissura hemisférica

Curvatura do corpo caloso

Território:

Lobo frontal

Superfície superior do hemisfério cerebral

Superfície medial de ambos hemisférios exceto calcarino

Anastomose com ramos da artéria cerebral média

Função:

Córtex motor de mãos e pés

Córtex sensorial de mãos e pés

Área paracentral da micção

4.2.5- Artéria talâmica

Tem origem na primeira porção da artéria cerebral anterior.

Território:

Parte anterior da cápsula interna

Cabeça anterior e inferior do núcleo caudato

Região anterior do hipotálamo

Bulbos e feixes olfativos

4.2.6- Artéria coroideana anterior

Território:

Hipocampo Anterior

Uncus e Amigdala

Globo Pálido

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Page 222: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Corpo Geniculado e tálamo lateral

Porção inferior de Cápsula Interna

4.2.7- Artéria cerebral média

Território:

Superfície lateral dos hemisférios

Cabeça e corpo do núcleo caudatum

Superfície cortical do Lobo Temporal

Cisura de Sylvius

Função:

Região motora e sensorial cortical

Radiações ópticas e córtex cerebral

Área de Wernick (fala e audição)

No hemisfério dominante área de linguagem motora e sensorial

4.2.8- Artéria cerebral posterior

Tem origem na artéria basilar (fossa posterior).

Território da divisão anterior:

Superfície anterior do lobo temporal

Território da divisão posterior:

Lobo occipital

Substância negra, pedúnculo cerebelar e hipocampo

4.2.9- Artéria vertebral

Território:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-222

Page 223: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Pirâmides inferiores

Fibras do nervo hipoglosso

4.2.10- Artéria cerebelar antero-inferior

Território:

Lateral de ponte (7º e 8º par)

Raíz do trigémeo

Núcleo coclear e vertebral

4.2.11- Artéria cerebelar superior

Território:

Porção dorsal do mesencéfalo

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Page 224: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

5. Protocolo de TC

No caso deste doente, uma vez que apresentava sintomas de acidente vascular

cerebral, foi efectuado uma TC crânio-encefálica.

O protocolo adoptado, é o que se encontra em vigor no Hospital Garcia de Orta.

5.1 Posicionamento

5.1.1 Corte Axial

Doente deitado em decúbito dorsal sobre a mesa, com a cabeça apoiada no apoio

cranial e os membros superiores em extensão ao lado do tronco.

De forma a evitar movimentos por parte do doente, deve-se colocar uma faixa

radiotransparente em volta do crânio, de modo a assegurar a ausência de

movimentação.

A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é na zona do tragus (plano

sagital) e ao nível dos rebordos orbitários inferiores (plano transversal). Deve existir

simetria entre o lado direito e esquerdo.

5.1.2 Corte Coronal

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Page 225: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Doente deitado em decúbito ventral sobre a mesa, com a cabeça em hiperextensão

e o mento apoiado no apoio de cabeça e os braços em extensão ao lado do tronco.

De forma a evitar movimentos por parte do doente, deve-se colocar uma faixa

radiotransparente em volta do crânio, de modo a assegurar a ausência de

movimentação.

A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é a nível do meato auditivo

externo. O crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o

lado direito e esquerdo.

5.2 Parâmetros Técnicos

Topograma de perfil a 90º, com 200 mm (start location: superior 150; inferior 50);

Head first.

Planos de corte axiais paralelos à Linha Orbito-meatal, espessura de 2,5 mm com

incremento de 2,5 mm na fossa posterior e espessura de 7,5 mm com incremento de

7,5 mm na zona supra-tentorial.

Planos de corte coronais perpendiculares à Linha Orbitomeatal, abrangendo o

crânio na sua totalidade.

Filtro Standart uma vez que apresenta uma boa relação resolução de

densidade/resolução espacial.

No caso de pesquisa de metástases, ou patologias vasculares, deve-se injectar

contraste iodado

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Page 226: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Igualmente no caso de pesquisa de metástases deve-se fotografar as imagens com

filtro Bone para melhor visualização.

7. Conclusão

Neste trabalho foram abordados aspectos anatómicos do crânio, bem como o

protocolo para estudo do mesmo, uma vez que o paciente apresentava sintomas de um

acidente vascular cerebral.

Após a realização da TC, verificou-se que o paciente havia realmente sofrido um

acidente vascular cerebral hemorrágico.

Com a realização da TC foi possível determinar a patologia e assim encaminhar o

paciente para o serviço de neurologia.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-226

Page 227: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

16. Bibliografia

- BRONTAGER, Kenneth L.; Tratado de Tácnica Radiológia e Base Anatómica, 5ª

edição.

Guanabara Koogan, 2001.

- MÖOLER, B. Torsten & Reif, Emil; Atlas de Anatomia Radiológica, 2ª edição.

Artmed Editora, 2001.

- Ministério da Saúde, Hospital Garcia de Orta.

Ministério da Saúde, 2002

- Apontamentos das aulas de Anatomia Radiológica I e II.

- Apontamentos das aulas de Métodos e Técnicas em Radiologia I e II.

- http://atelierhannover2000.mct.pt

- www.vidaslusofonas.pt

www.instituto-camoes.pt

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Page 228: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-228

Page 229: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Algumas Questões:

1.Porque se faz desvio cubital no estudo do escafoide?

Porque se houver fractura compactada, este desvio obriga a fractura a abrir, e a

desprojectar o escafoide dos restantes ossos. Ao fim de 8 dias, faz-se uma radiografia

e se nao houver uma linha de calcificação, é porque ainda existe fractura.

2.Quando se faz uma transtóracica?

Quando o doente se encontra imobilizado do: ombro; úmero e cotovelo.

3.Quando se faz um A.P da mão?

Quando se trata de um politraumatizado.

4.Quais as projecções que são feitas no serviço de reumatologia para o estudo

da mão?

Faz-se um P.A e uma obliqua A.P.

5.Perante uma calcificação da coifa no ombro quais as projecções que são

feitas?

Fazem-se 2 projecções: uma com rotação interna e outra com rotação externa.

6.Porque se faz 2 planos(A.P e perfil) em caso de fractura?

A.P- faz-se para dar a extensão da fractura.

Perfil- faz-se para dar a informação se a fractura esta mt desalinhada ou não.

7.Como se faz um estudo da idade ossea?

Faz-se um PA da mão para se observar se o crescimento dos ossos está adquado á

idade da criança. Por norma faz-se á mão esquerda.

8.Como se faz uma macro?

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-229

Page 230: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Faz-se para esclarecer a existencia da fractura do escafoide. Para isso faz-se um PA

do mesmo.

9.Pq é q se faz tracção dos membros superiores no estudo da art. Acromio-

clavicular?

Para desprojectar a cabeça do umero da articulação. (AP - bilateral)

10.Projecções Basicas:

- Mão- PA / Obliqua PA

- Punho- PA / Perfil

- Escafoide- PA / PA Strecher/ PA c/ desvio cubital (macro c/ fractura e enrolado

c/ ligaduras)

- Antebraço:PA / Perfil

- Pisiforme: Obl.AP e PA c/ desvio radial

- Canal carpico: axial/ tangencial supero –inf./ tang infero-superior

- Cotovelo: AP / Perfil

- Olecranio: axial infero- superior

- Umero: AP / Perfil

- Ombro: Rotação Externa/ Rotação interna

- Bolsa bicipital: Tangencial

- Omoplata: AP / Perfil

- Clavicula: AP / PA

- Esterno clavicular: PA / Obl Dta / Obl Esq

- Pés: Dorso- plantar AP/ Perfil

- Pés em carga: AP/ Perfil

- Calcaneo: axial / perfil

- Tibio Tarsica: AP / Perfil

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-230

Page 231: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Relatório de actividade de estágio:

Incidência de Caldwell’s ou Face Alta

Identificação: Indivíduo do sexo feminino, 33 anos, vítima de queda.

Objectivo:

Desprojectar os rochedos das órbitas;

Visualização dos seios frontais e etmoidais e do pavimento da sela turca.

Posicionamento:

Chama-se o doente e verifica-se se tem objectos metálicos que possam interferir

no exame, como por exemplo brincos, e caso tenha pede-se ao doente para os

retirar;

De seguida, o doente senta-se e apoia o crânio em fronto-nasal no potter

vertical;

Faz-se a centragem, de modo a que o plano médio sagital coincida com o plano

de apoio;

Os tragus ficam equidistantes do plano do filme;

Raio Central:

Tem uma angulação de –25º orbitomeatal e incide no occipital de modo a

emergir no Nasion.

Chassis utilizado:

Filme - 18x24 cm, no sentido longitudinal.

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Page 232: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Critérios de boa realização:

o bordo superior dos rochedos deve coincidir com o rebordo inferior das órbitas;

a distância da linha inominada à abóbada craniana deve ser igual de ambos os

lados.

Anatomia radiológica:

Observa-se no maciço facial superior os seios frontais. Entre eles encontra-se a

hapófise crista de galli;

Bilateralmente e ligeiramente a baixo dos seios frontais observam-se as órbitas

com o seu bordo inferior sobreposto ao bordo superior dos rochedos;

Abaixo dos seios fontais e entre o bordo interno dos rochedos observam-se as

fossas nasais que estão divididas pelo septo nasal;

Inferiormente à hapófise crista de galli e acima das fossas nasais, encontra-se o

pavimento da sela turca;

No interior das órbitas observam-se projectadas bilateralmente as fendas

esfenoidais;

Acima destas e bilateralmente, observam-se as pequenas asas do esfenóide;

Inferiormente aos rochedos e bilateralmente às fossas nasais encontram-se os

seios maxilares;

Observa-se abaixo das fossas nasais a maxila e bilateralmente as mastoides;

Projectada no meio da maxila observa-se a apófise odontóide;

Na abóbada craniana veêm-se 2 suturas.

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Page 233: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-233

Page 234: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Apresentação de casos clínicos

1. Suspeita de torção do tornozelo

Introdução

A apresentação deste caso clínico tem como propósito principal a explicação de

como se processa em urgência um determinado caso clínico, explicando todos os

passos que se seguem desde que um paciente dá entrada nas urgências até ao

momento em que é prescrita a medicação (se for caso disso) e lhe é dada alta médica.

O caso clínico que é explicado neste trabalho acontece com um indivíduo de 25

anos que dá entrada nas urgências por torção do tornozelo direito, o qual se encontra

com edema dos tecidos moles que envolvem a articulação tíbio-táscica. Este indivíduo

apresenta o membro inferior direito imobilizado por talas.

Quando um indivíduo entra no hospital é sujeito a um processo de triagem onde

é determinada a natureza do seu problema de saúde (doença prolongada ou

traumatismo). De acordo com esta classificação, e como este caso é de natureza

traumática, o paciente é enviado para o balcão de trauma onde é analisado por um

médico ortopedista.

O médico ortopedista depois de o analisar encaminha o paciente, acompanhado

por uma auxiliar e o pedido médico para o serviço de RX onde efectuará alguns

exames complementares de diagnóstico.

Depois de realizar os exames o paciente é de novo enviado para o gabinete

médico para confirmação de diagnóstico.

De acordo com o diagnóstico, o médico ortopedista escolhe a melhor terapêutica

para o paciente. A terapêutica é variada de acordo com os diagnósticos possíveis. Os

diagnósticos, para este caso, podem ser:

Fractura grave com necessidade de intervenção cirúrgica

Fractura com necessidade de tracção e alinhamento de topos ósseos

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Page 235: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Fractura simples alinhada, sem deslocação de topos ósseos

Ausência de fractura, apenas com deslocamento de ligamentos

Rotura do tendão de Aquiles

Em todos estes casos excepto o deslocamento de ligamentos e a rotura do

tendão de Aquiles o indivíduo terá que ser sujeito a imobilização do pé ou mesmo de

toda a perna com gesso. Caso o paciente seja sujeito a tracção e alinhamento de topos

ósseos verifica-se a necessidade de efectuar mais um RX depois da colocação de

gesso afim de evitar que as extremidades ósseas fiquem mal alinhadas.

No caso de haver suspeita de ruptura do tendão de Aquiles é necessário realizar

uma ecografia para despistar as suspeitas.

Depois de traçado o diagnóstico do paciente é definido a terapêutica adequada

ás características do indivíduo tal como as suas limitações (ex. alergias a fármacos). É

assim prescrita a medicação para o paciente e se for caso disso é dada alta médica ou

no caso de intervenção cirúrgica o paciente fica em observação como prevenção de

complicações pós-cirurgicas

13.1 Exposição do Caso clínico

Um indivíduo do sexo masculino, de 25 anos, recorre à urgência por torção do

tornozelo direito, apresenta edema das partes moles dessa região. Vem com talas,

imobilizado.

13.2 Anatomia do pé e da articulação tíbio-táscica

13.2.1- Anatomia do pé

O esqueleto do pé considera-se dividido em três porções: tarso, metatarso e

dedos.

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Page 236: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

O tarso está formado por sete ossos: o astrágalo, o calcâneo, o cubóide, o

escafóide e três cuneiformes. São todos ossos curtos onde se descrevem faces e

bordos.

O astrágalo apresenta na face superior a tróclea astragaleana que se articula

com a extremidade distal da tíbia. A face inferior apresenta duas superfícies articulares,

uma Antero-interna e outra postero-extrena, destinadas a articularem-se com o

calcâneo. Entre as duas situa-se a ranhura astragaleana. A face externa apresenta o

colo do astrágalo. A face anterior e a superfície articular constitui a cabeça do

astrágalo.

O calcâneo é um dos ossos que estabelece contacto com o solo e apresenta

seis faces sendo a inferior e a posterior rugosas. A superior apresenta uma superfície

articular dupla, para o astrágalo, e a anterior uma superfície articular para o cubóide.

Na face interna observa-se a existência de um canal, o canal calcaneano interno, e na

externa a pequena apófise do calcâneo, considerando a grande apófise do calcâneo a

massa anterior onde se encontra implantada a face anterior.

O cubóide que se articula com o calcâneo, com o quarto e quinto metatarsianos

e com o terceiro cuneiforme, ajuda a formar o bordo externo do pé.

O escafóide, situado por detrás do cubóide e adiante do calcâneo, é mais

interior.

Os três cuneiformes, primeiro, segundo e terceiro, contados a partir do bordo

interno do pé, articulam-se com os primeiros metatársicos.

Estes são ossos semelhantes aos metacárpicos, de maior espessura, mas a sua

descrição sobreponível. Junto da cabeça do primeiro metatásico existem dois ossos

sesamóides constantes.

Podem existir ainda quatro ossos supranumerários que são:

-osso tibial externo ou escafóide acessório- situado junto ao tuibérculo do

escafóide, com aspecto arredondado. É o mais frequente;

-osso peroneal- quando é observado de face, encontra-se situado debaixo da

parte posterior do bordo inferior do cubóide. É arredondado ou alongado;

-osso trigono- situa-se na parte posterior do astrágalo, encontrando-se soldado a

este;

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-236

Page 237: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

-osso vesaliano- situa-se no ângulo do cubóide com o quinto metatarso, atrás da

tuberosidade deste osso.

13.2.1.1- O pé em conjunto

O pé é completamente adaptado à marcha, constituindo um aparelho de apoio

pronto a receber o peso do corpo em todas as fases da marcha.

O pé apoia no solo através de três pontos, quando em repouso a região

posterior do calcâneo, a extremidade anterior do primeiro metatársico e a extremidade

anterior do quinto metatársico.

O arco anterior é constituído pelas cabeças dos metatársicos cuja disposição

varia de indivíduo para indivíduo. O arco interno inicia-se na cabeça do primeiro

metatársico e é constituído pelo corpo deste osso, primeiro cuneiforme, escafóiode,

astrágalo e calcâneo, onde termina. O arco externo inicia-se na cabeça do quinto

metatársico e é constituído pelo corpo deste osso, cubóide e calcâneo onde termina,

convergindo para o arco interno.

O estudo dos arcos pode ser feito por observação directa do pé em que é

procurada a arcada interna e a arcada anterior já que o abatimento da externa tem um

significado clínico muito restrito. Por exame da região posterior pode concluir-se dos

desvios do eixo do pé no sentido de varismo ou valgismo e ainda de insersões viciosas

do tendão de Aquiles no calcâneo. A simples marca plantar pode também fornecer

elementos sobre arcos.

O exame dos arcos do pé pode ainda completar-se através do fotopodograma

ou no podoscópio, aparelho constituído por um vidro e um espelho colocados em

planos paralelos que permite observar directamente a imagem das zonas de apoio do

pé. Também o exame radiográfico obtido em carga permite fazer um estudo

quantitativo dos arcos plantares.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-237

Page 238: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

13.2.2- Anatomia da articulação tibio-társica

A articulação tibio-társica é uma trocleartrose. É a articulação que permite os

movimentos entre a perna e o pé e é constituída pelo arranjo entre os dois maléolos e

pela tróclea astragaliana, está preparada para, numa pequena área de quatro

centímetros quadrados, aguentar com o peso corporal. O seu equilíbrio depende de

factores que lhe são extrínsecos, como seja a acção muscular e a morfologia do solo. A

cápsula está inserida segundo uma circunferência superior que se estende entre as

extremidades distais da tíbia e do peróneo e inferiormente, em redor da faceta articular

do calcâneo.

Descrevem-se, ainda, um ligamento colateral externo, composto por três

fascículos, e um colateral interno com uma capa superficial, o ligamento deltoideo, e

uma profunda.

13.3 Entrada nas urgências

13.3.1 Preencher a ficha de entrada

Quando indivíduo entra nas urgências trazido pelos bombeiros, familiares, ou

amigos, estes últimos têm de preencher o boletim de entrada nas urgências.

Neste momento, o caso é exposto para se poder encaminhar o paciente para o

local adequado, afim de ser atendido de acordo com as exigências do seu caso.

Dependendo da natureza do caso (doença ou traumatismo), o paciente é

encaminhado para o médico de clínica geral no caso de doença ou para o balcão de

trauma (ortopedia), no caso de traumatismos.

13.3.2-O doente é encaminhado para o balcão de trauma

Neste caso clínico específico, como a torção do tornozelo direito é fruto de um

traumatismo, o paciente, já como membro imobilizado com talas, é sentado numa

cadeira de rodas (afim de facilitar o seu transporte dentro das urgências), e

transportado para o balcão de trauma para ser atendido pelo médico ortopedista.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-238

Page 239: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

O médico depois de se inteirar do caso, ouvir os sintomas e analisar o paciente,

remete um pedido de exames complementares de diagnóstico e solicita a um auxiliar

que acompanhe o paciente, juntamente com o pedido de exames para o serviço de

imagiologia.

13.3.3 No serviço de imagiologia

13.3.3.1- Recepção do paciente

Quando o paciente chega ao serviço de RX é recebido pelo Técnico de

Radiologia. Este, acalma o paciente, conversa com ele, pergunta-lhe como aconteceu o

acidente, numa tentativa de deixar o paciente à vontade e tranquilo.

È da responsabilidade do Técnico de radiologia explicar os procedimentos do

exame e o objectivo dos mesmos, afim de conseguir a colaboração do paciente e

facilitar, deste modo, a execução do exame e a obtenção de imagens esclarecedoras

da dúvida do médico ortopedista.

São competencias do técnico minimizar a ansiedade e medos do doente,

dialogar com este e esclarecer os objectivos dos exames a efectuar. Para isto deve

utilizar linguagem simples, clara e dirigida.

O técnico deve abstrair-se da raça, cor ou estatuto social do paciente.

Sendo um dado adquirido que comportamento gera comportamento, quanto

melhor o técnico interagir com o pacinte, melhor será a sua resposta quando solicitada

a sua ajuda no posicionamento para a realização dos exames.

O comportamento do técnico deve ser paciente, compreensivo, tolerante e

profissional.

É necessário que a huimanização nos serviços de saúde asssuma o conceito de

qualidade global, cuja promoção continua está a cargo e é da responsabilidade de

todos.

13.3.3.2- Passagem do paciente da cadeira de rodas para a mesa

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-239

Page 240: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Para executar os exames solicitados pelo médico ortopedista existem duas

possibilidades de escolha. É possível executar os exames na cadeira de rodas onde o

paciente se encontra ou na mesa da sala de RX.

Normalmente opta-se por passar o paciente para a mesa, pois esta oferece

melhores modos de posicionamento, melhores condições de exame, facilita o

posicionamento do paciente, permitindo obter imagens de melhor qualidade. Os

exames só executam na cadeira de rodas geralmente em pacientes idosos ou que

apresentem dores agudas fortes e grandes dificuldades de mobilização.

A passagem do paciente da cadeira de rodas para a mesa é feita pelo técnico,

podendo ou não ter ajuda de um outro ou de uma auxiliar. Neste caso, como o paciente

ainda é jovem um único técnico consegue passa-lo sem grandes dificuldades para a

mesa.

Assim, o técnico coloca a cadeira paralela à mesa o mais próxima desta quanto

possível. De frente para o paciente, afasta ligeiramente os membros inferiores

flectindo-os, segura o paciente por baixo dos membros superiores (no cavado axilar),

solicita a colaboração do paciente para se levantar e se sentar na mesa.

Depois de estar na mesa segue-se o posicionamento para os exames do pedido

médico.

13.3.3.3 – Factores a serem considerados antes da execução do exame

Antes de se passar para a execução do exame é necessário analisar se não

existem outro tipo de exames não invasivos ou menos invasivos que possam ser

realizados que evitem a exposição do paciente à radiação.

Os parâmetros que condicionam a imagem (kilovolts, miliamperes…) devem ser

adequados ás características do indivíduo.

As talas não devem ser retiradas na ausência do médico ortopedista. Apenas

mediante a presença do médico, e de acordo com a indicação do mesmo é que estas

podem ser retiradas.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-240

Page 241: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

13.3.3.4 – Incidências a realizar

Perante este caso clínico normalmente efectuam-se as seguintes incidências:

incidência antero- posterior (A.P.), Perfil, Incidência tangencial do calcâneo, que se

passa a descrever:

Projecção A.P.

O doente em decúbito dorsal apoia a perna na mesa pela sua face posterior. O

pé faz um ângulo de 90º com o chassis que está colocado sob a tibio-társica.

A perna roda ligeiramente para dentro, afim de se observar a articulação tibio

peronial distal.

O raio é perpendiculart vertical e incide sobre um ponto equidistante dos

maleolos.

Critérios de boa realização:

Deve-se visualizar o espaço articular tibio-astragaliana.

A articulação tibio-társica deve estar centrada com a película.

Deve-se visualizar desde a tíbia e perónio distais até ao astrálago.

Visualiza-se bem os maléolos interno e externo.

Projecção de Perfil

Coloca-se o doente em decúbito lateral sobre o lado afectado, com a perna em

extensão. A região anterior da rótula deve ficar apoiada sobre um saco de areia, de

modo a que a tibio-társica fique em perfil correcto.

O raio central é perpendicular vertical e incide no maleolo interno.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-241

Page 242: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Critérios de boa realização:

A articulação tibio-társica debve estar centrada com a película.

A articulação tibio-astragaliana tem que estar bem visível.

O perónio observa-se sobre a metade posterior da tíbia.

O astrálago e o calcâneo devem ser observados na sua totalidade.

13.3.4- Análise dos exames

Depois do paciente executar os exames anteriormente referido é transportado

de novo para o gabinete do médico ortopedista, juntamente com as películas dos

exames.

Este tipo de exames não vai acompanhado do relatório do médico radiologista,

sendo a interpretação dos mesmos da responsabilidade do médico ortopedista.

13.3.4.1- No caso de haver fractura de alguma estrutura óssea

Caso exista fractura de alguma estrutura óssea, compete ao médico ortopedista

averiguar o tipo de fractura que é e a gravidade da mesma.

Se se verificar a necessidade de uma intervenção cirúrgica, o paciente é

encaminhado para o bloco operatório e operado o mais rápido possível. Neste caso,

depois da fractura ser corrigida em cirurgia, o membro inferior é imobilizado e o

paciente fica em observação.

No caso da fractura ser simples e não ser necessária a intervenção cirúrgica, o

paciente irá ser submetido à correcção da fractura (caso esta esteja desalinhada) e à

colocação de gesso.

Normalmente quando a fractura já está alinhada, retiram-se as talas, coloca-se o

gesso e o paciente é medicado pelo médico ortopedista, tendo alta.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-242

Page 243: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

No caso da fractura não estar alinhada, ocorrerá a correcção da fractura e

alinhamento das extremidades ósseas seguida da colocação de gesso e efectuado um

novo RX (RX de controlo) para se certificar se a fractura está alinhada.

As talas só são retiradas com o consentimento do médico ortopedista.

13.3.4.2- Ausência de fractura

Se depois de analisados os exames se concluir que o paciente não apresenta

fractura, a terapêutica passa por imobilização do pé e da articulação através de

ligaduras e a prescrição de anti-inflamatório.

13.3.4.3 – Edema das partes moles

O edema dos tecidos moles normalmente é apenas tratado com a prescrição de

anti- inflamatórios. Normalmente não se realiza nenhuma ecografia dessa região

devido à escassez de informação que ela nos dá.

A ecografia só será executada se o médico ortopedista suspeitar da existência

da ruptura do tendão de Aquiles.

Deste modo, e na ausência de fractura, a articulação é imobilizada pela acção

de ligaduras, o doente é medicado, sendo-lhe dada alta médica.

CONCLUSÃO:

Pode-se concluir que há uma série de passos característicos de cada caso

clínico que se têm de cumprir quando um indivíduo dá entrada na urgência de um

hospital.

Conclui-se também que a atitude do técnico de radiologia na recepção do

paciente no serviço de rx assim como o modo como interage com os pacientes pode

ser comprometedora no processamento dos exames que são necessários executar.

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Page 244: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Uma má interacção técnico/paciente pode por em causa um bom resultado de exames

visto que a colaboração do paciente é muito importante.

Doente esclarecido e confiante no trabalho do técnico de radiologia é mais colaborador,

as imagens são de melhor qualidade e o diagnostico, tal como a terapêutica, mais

facilmente traçado.

2. Suspeita de traumatismo craniano

Introdução

Actualmente, é necessário que haja uma maior humanização, não só nos

Serviços de Radiologia, mas como em todos os outros. Esta humanização deverá ser

contínua e da responsabilidade de todos, de forma, a que haja uma qualidade global

dos Serviços.

Deve haver uma mudança de valores e consequente formação de novas

atitudes, nomeadamente atitudes mais razoáveis e mais tolerantes, originando

diferentes e melhores formas de relacionamento.

A humanização está inerente a cada indivíduo, embora não exista uma

efectividade daquela por parte de todos, pois é necessário interligar competências,

saber e sentimentos.

O principal objectivo da humanização é estabelecer uma relação interpessoal

com os doentes e com as equipas multidisciplinares, de formas a interligar a

comunicação e o comportamento.

A comunicação com os doentes deve ser clara e simples, dirigida directamente

ao doente, em que deve assumir-se uma postura compreensiva, paciente mas sem

nunca deixar de parte o profissionalismo.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-244

Page 245: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Todo este comportamento tem como finalidade esclarecer e minimizar

ansiedades e medos do doente.

Os serviços hospitalares para além de serem um local de trabalho, são

igualmente um local de aprendizagem, pelo que uma relação intrínseca entre

comunicação e comportamento, irá levar a um efeito, que será o melhoramento da

nossa intervenção, não só com o doente, bem como a restante equipa.

Apresentação do caso clínico:

Indivíduo do sexo feminino de 45 anos, sofreu acidente de viação e dá entrada na

urgência com diagnóstico de traumatismo craniano com perda de conhecimento. (TC c/

PC).

Anatomia

O crânio é constituído por oito ossos: frontal, parietal direito e esquerdo e occipital,

que formam a calota craniana; o crânio é ainda constituído pelo osso temporal direito e

esquerdo, esfenóide e pelo etmóide, que formam a base do crânio.

O osso frontal, ocupa a parte mais anterior do crânio e apresenta face anterior,

posterior e inferior e ainda bordo superior, posterior e anterior.

Articula-se com os ossos parietais, o esfenóide, o etmóide e ainda com oito ossos

da face.

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Page 246: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A B

Fig. 1 – Osso frontal

A - Vista de Frente

B - Vista de Perfil

O osso occipital, ocupa parte da calota craniana e apresenta face antero-superior

e postero-inferior, quatro bordos, em que os dois superiores articulam com o parietal e

os inferiores com o temporal. Na zona inferior do occipital, encontra-se o buraco

occipital, que dá passagem ao bulbo, artérias vertebrais e nervo espinais.

Articula-se com os dois ossos parietais, os dois temporais, o esfenóide e o atlas.

Os ossos parietais, situam-se na zona superior do crânio e paredes laterais do

mesmo e apresenta face côncava e face interna e ainda quatro ângulos.

Articula-se com o osso frontal, o occipital, o temporal, o esfenóide e o parietal

oposto.

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Page 247: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A B

Fig. 2 – Osso Parietal e Occipital

A – Vista de Perfil

B – Vista Superior

O osso temporal, situa-se na parte inferior e externa do crânio e apresenta três

porções: escamosa, mastoideia e petrosa.

Na porção escamosa, encontra-se a apófise zigomática com uma raiz transversal e

o côndilo do temporal e uma raiz longitudinal, formando-se o arco zigomático do

cruzamento daquelas e ainda a cavidade glemóide. A porção mastoideia, possui uma

face externa e uma face interna e uma circunferência. A porção petrosa, é muito

irregular e descreve-se como uma pirâmide quadrangular, apresenta ainda o orifício do

canal auditivo externo e o orifício interno do canal carotídeo, o orifício do canal auditivo

interno e o aqueduto do vestíbulo, canal petroso inferior, aqueduto do caracol, espinha

jugular, ranhura jugular, canal petroso lateral e a porção da Trompa de Eustáquio.

Articula-se com um osso parietal, o occipital e o esfenóide.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-247

Page 248: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A B

Fig. 3 – Osso Temporal

A – Vista Superior B – Vista de Perfil

O osso esfenóide, situa-se na base do crânio e forma o suporte para todos os

ossos cranianos.

Apresenta corpo, duas grandes asas, duas pequenas asas e duas apófises

pterigóides e seis faces. O corpo, ocupa a parte central do osso e apresenta uma

depressão central denominada sela turca, que circunda e protege parcialmente a

hipófise.

Articula-se com todos os outros sete ossos cranianos e ainda com cinco ossos

da face.

Fig. 4 – Osso Esfenóide. Incidência Oblíqua.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-248

Page 249: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

O osso etmóide, ajuda igualmente a formar a base do crânio.

Apresenta uma lâmina horizontal, vertical e duas massas laterais, que

contribuem para a formação das fossas nasais.

Articula-se com o frontal e com o esfenóide e ainda com onze ossos da face.

A B

Fig. 5 – Osso Etmóide.

A – Vista Superior e Coronal

B – Vista de Perfil

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Page 250: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Posicionamento do Doente

Transporte e Mobilização

O politraumatizado deve permanecer o menos tempo possível no Serviço, pelo

que é necessário escolher a melhor sequência para a realização dos exames.

Antes de efectuar-se qualquer tipo de procedimento, é necessário verificar-se a

condição geral do doente.

Neste caso, a doente é considerada um politraumatizado, visto que se encontra

inconsciente devido a um traumatismo craniano.

Após verificar-se o estado do doente, dá-se início à transferência do mesmo, em

que esta é feita pela menor distância e pelo lado mais íntegro do doente.

No caso desta doente, deverá ser um plano rígido e devidamente imobilizado e a

sua transferência será feita com lençol (da maca para a mesa, pois encontra-se

imobilizada) e em bloco, para rodar a doente, já na mesa, de modo a colocar o chassis

para efectuar as diversas incidências ao crânio.

A transferência com lençol deve ser feita por quatro indivíduos, em que as

pegas são feitas junto ao corpo do doente, pois torna-se mais estável e mais

confortável para o doente. A transferência com lençol é feita da seguinte forma:

Colocação do lençol.

Um indivíduo de cada lado da maca.

Deve-se puxar o doente o mais possível para um dos lados da maca.

Se o estado do doente possibilitar, roda-se o mesmo para decúbito lateral e

coloca-se o lençol junto às costas, ligeiramente por baixo do doente; roda-se então

novamente para a posição de decúbito dorsal.

Na transferência em bloco, são necessários cinco elementos e efectua-se da

seguinte forma:

Dois indivíduos ficam de cada lado da mesa ou maca, para onde se vai fazer

o movimento e outro junto à cabeça, com a função de apoiar a cabeça e a coluna

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-250

Page 251: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

cervical, fazendo tracção de modo a não haver qualquer movimento da coluna

vertebral.

Visto que a paciente se encontra inconsciente, e em decúbito dorsal, é

necessário a elaboração de uma equipa multidisciplinar, de modo a efectuar-se a

colocação do chassis sobre o crânio.

Ao efectuar-se este levantamento, deve-se evitar movimentos bruscos do crânio

e pescoço, pois até prova em contrário, assume-se que existe também lesão da coluna

cervical, logo este levantamento deve ser efectuado em bloco

Técnica

Incidência de Perfil

Factores técnicos

◊ Tamanho do chassis: 2430

◊ Dose limite: 70-80 kVp

◊ DFoFi (Distância Foco-Filme) de 100 cm (1m)

◊ Pequeno ponto focal

Posição do paciente

◊ Paciente em decúbito dorsal.

◊ Eleva-se o crânio cuidadosamente e coloca-se sobre uma esponja

radiotransparente.

◊ Coloca-se a cabeça numa posição lateral verdadeira, em relação ao chassis,

com o lado a radiografar o mais próximo possível do chassis.

◊ Ajusta-se o chassis, de modo a garantir que todo o crânio será incluído na

imagem, e que o centro do chassis está centrado em relação ao raio central.

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Page 252: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Raio central

◊ Perpendicular horizontal ao filme.

◊ Incide 5 cm acima do meato acústico externo (MAE).

Colimação

◊ Colimar as margens externas do crânio em todos os lados.

Fig. 6– Posicionamento para a incidência de Perfil (após exclusão de traumatismo da coluna cervical)

CRITÉRIOS DE BOA REALIZAÇÃO:

◊ Ausência de rotação ou inclinação do crânio, que é avaliada por:

- sobreposição dos ramos mandibulares, asa maior e menor do esfenóide,

meatos acústicos externos e lâminas orbitárias.

◊ Deve-se visualizar todo o crânio, com a região 5 cm superior ao MAE centralizada.

◊ Deve-se visualizar claramente as metades cranianas sobrepostas, com detalhe

superior da lateral do crânio mais próxima do chassis.

◊ Deve-se visualizar a sela turca e lâmina quadrilátera de perfil.

◊ Deve haver uma exposição suficiente para visualizar detalhes ósseos das

estruturas selares e crânio circundante.

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Page 253: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Fig. 7– Crânio traumatizado em incidência de Perfil

Incidência Antero-Posterior (AP) a 0º

Factores técnicos

◊ Tamanho do chassis: 2430

◊ Dose: 70-80 kVp

◊ DFoFi (Distância Foco-Filme) de 100 cm (1m)

◊ Pequeno ponto focal

Posição do paciente

◊ Paciente em decúbito dorsal.

◊ Deslizar o paciente num movimento só e sem mover cabeça e pescoço.

Raio central

◊ Paralelo à linha orbitomeatal (LOM).

◊ Se o paciente usar colar cervical, geralmente a angulação aproxima-se de 10º

caudo- cranianos.

◊ O raio centralizado na glabela e então centraliza-se o chassis no raio projectado.

Colimação

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Page 254: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

◊ Colimar as margens externas do crânio em todos os lados.

Fig. 8- Posicionamento para a incidência de AP a 0º da LOM.

CRITÉRIOS DE BOA REALIZAÇÃO:

◊ Deve-se visualizar todo o crânio na radiografia.

◊ Deve-se observar as cristas petrosas sobrepostas na região orbital superior.

◊ As pirâmides petrosas preenchem as órbitas com os meatos acústicos internos

vistos horizontalmente através do centro das órbitas.

◊ A distância da linha orbitaria oblíqua até à margem lateral do crânio é igual em

ambos os lados.

◊ O dorso selar e clinóides anteriores são visualizados superiormente aos seios

etmóidais.

◊ Densidade e contraste suficientes, para que sem movimentação haja uma

visualização clara do osso frontal.

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Page 255: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Fig. 9- Crânio AP a 0º em relação à LOM.

Incidência AP a 15º ou de Caldwell invertida

Factores técnicos

◊ Tamanho do chassis: 2430

◊ Dose: 70-80 kVp

◊ DFoFi (Distância Foco-Filme) de 100 cm (1m)

◊ Pequeno ponto focal

Posição do paciente

◊ Paciente em decúbito dorsal.

◊ Deslizar o paciente num movimento só e sem mover cabeça e pescoço.

Raio central

◊ Com 15º de angulação em relação à LOM.

◊ O raio centralizado no násio.

◊ O chassis é centrado no raio central projectado.

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Page 256: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Colimação

◊ Colimar as margens externas do crânio em todos os lados.

Fig. 10- Posicionamento para a incidência de AP a 15º da LOM.

CRITÉRIOS DE BOA REALIZAÇÃO:

◊ Deve-se visualizar todo o crânio na radiografia.

◊ A distância da linha orbitária oblíqua até à margem lateral do crânio é igual de

ambos os lados.

◊ As fissuras orbitárias superiores são simetricamente visualizadas no interior das

órbitas.

◊ As pirâmides petrosas e os meatos acústicos internos são projectados no terço

inferior das órbitas.

◊ A margem orbitária superior é visualizada sem sobreposição.

◊ Densidade e contraste suficiente, para que sem movimentação, haja uma clara

visualização do osso frontal.

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Page 257: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A B

Fig. 11- A- Crânio AP a 15º da LOM

B- Crânio AP a 15º caudais da LOM (radiografia comparativa).

Incidência AP Axial a 30º ou de Towne

Factores técnicos

◊ Tamanho do chassis: 2430

◊ Dose: 70-80 kVp

◊ DFoFi (Distância Foco-Filme) de 100 cm (1m)

◊ Pequeno ponto focal

Posição do paciente

◊ Paciente em decúbito dorsal.

◊ Deslizar o paciente num movimento só e sem mover cabeça e pescoço

Raio central

◊ Com 30º craniocaudais em relação à LOM.

◊ O raio centralizado no ponto médio entre os meatos acústicos externos, deste

modo o raio central fica alinhado com o plano sagital médio, 6 cm acima do arco

supraciliar.

◊ O chassis é centrado no raio central projectado.

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Page 258: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Colimação

◊ Colimar as margens externas do crânio em todos os lados.

Fig. 12- Posicionamento para a incidência de AP axial a 30 da LOM.

CRITÉRIOS DE BOA REALIZAÇÃO:

◊ Deve-se visualizar todo o crânio na radiografia.

◊ A distância do buraco magno até à margem lateral do crânio é igual de ambos os

lados.

◊ O dorso selar e clinóides posteriores são projectados no buraco magno

◊ As cristas petrosas são simétricas e visualizadas superiormente às mastóides.

◊ Densidade e contraste suficiente para que sem movimento haja uma visualização

clara do osso occipital.

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Page 259: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

A B

Fig. 13- A- Crânio AP axial a 30º da LOM.

B- Crânio AP axial a 30º caudais da LOM (radiografia comparativa).

Exames Complementares

Para além da radiografia, podem efectuar-se outros exames, nomeadamente

Tomografia Computorizada (TC) e Ressonância Magnética (RM).

A Tomografia Computorizada é o procedimento de neurorradiologia mais

comum. Fornece imagens transversais do cérebro e ossos do crânio, em planos axial,

coronal e sagital, enquanto que as imagens radiográficas simples fornecem uma

imagem em 2D apenas do crânio ósseo.

A Tomografia Computorizada é um instrumento fundamental na avaliação

completa do paciente, visto que as patologias da cabeça envolvem frequentemente o

cérebro e partes moles associadas. A TC faz a distinção entre coágulos sanguíneos,

substância branca e cinzenta, liquido cefalorraquidiano (LCR), edema cerebral e

neoplasias.

A Ressonância Magnética fornece igualmente imagens do cérebro e crânio nos

planos axial, sagital e coronal.

A Ressonância Magnética garante um aumento da sensibilidade na detecção de

diferenças entre tecidos normais e anormais no cérebro e partes moles associadas.

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Page 260: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Os campos magnéticos usados na ressonância magnética são considerados

inofensivos, o que significa que o doente é poupado à exposição a radiação ionizante.

Fig. 14– Encéfalo (RM), corte axial.

Fig. 15– Encéfalo (RM), corte sagital.

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Page 261: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

CONCLUSÃO:

Como referido anteriormente, a humanização torna-se cada vem mais

importante nos

Serviços hospitalares, pois interagimos com pessoas que já se encontram algo

fragilizadas, pelo que se torna necessário uma maior sensibilidade para com aquelas e

também para com os colegas de trabalho.

Num serviço de urgência, há que tomar diversas precauções com o doente, neste

caso

um politraumatizado, em que é necessário mobilizá-lo de modo a efectuar-se as

incidências ao crânio.

As incidências efectuadas no caso de um traumatismo craniano, são: incidência de

perfil, incidência AP a 0º, a incidência AP a 15º ou de Caldwell invertida e a incidência

AP Axial a 30º ou de Towne.

Para além de se efectuarem estas incidências, por vezes torna-se necessário

realizarem-se exames complementares, nomeadamente a TC e RM, estas para

avaliação dos tecidos moles, nomeadamente o encéfalo.

Bibliografia

- BRONTAGER, Kenneth L. ; Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatómica, 5ª

edição.

Guanabara Koogan, 2001.

- MORENO, Armando; Moreno, Anatomia Geral.

Gráfica 2000, 1993.

- PISCO, João Martins & Sousa, Luís Aires; Noções Fundamentais de Imagiologia.

Lidel, 1999.

- SOBOTTA, Johannes; Sobotta, Atlas de Anatomia Humana – Vol. 2, 21ª edição.

Guanabara Koogan, 2000.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-261

Page 262: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Fornecer escopia, de modo a obter uma imagemFornecer escopia, de modo a obter uma imagem

com boa qualidade, permitindo deste modo,com boa qualidade, permitindo deste modo,

uma boa e correcta visualização das estruturasuma boa e correcta visualização das estruturas

anatómicas por parte do cirurgião.anatómicas por parte do cirurgião.

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Assépsia e ProtecçãoAssépsia e Protecção

No blocoNo bloco operatóriooperatório Na sala de cirurgiaNa sala de cirurgia

Roupa esterilizadaRoupa esterilizada

ToucaTouca

MáscaraMáscara

SocasSocas

Avental de chumboAvental de chumbo

Colar da tiróideColar da tiróide

Óculos de protecção do Óculos de protecção do cristalinocristalino

Page 263: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

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Page 264: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Introdução

Quando observamos uma coluna vertebral de frente, em condições normais ela

deve ser recta, sendo o tronco dividido simetricamente. No entanto esta mesma coluna

observada de lado apresenta curvas que são consideradas fisiológicas (normais). Estas

são denominadas de lordose, na região cervical e lombar e cifose, na região torácica,

sendo que

as mesmas têm convexidades opostas.

A presença dessas curvas fornece o equilíbrio adequado do tronco. Qualquer

desvio existente, consiste numa deformidade da coluna vertebral.

Neste caso, é necessário ter em atenção o facto de que se será feita uma

abordagem a crianças.

Quando as crianças entram no serviço hospitalar, são confrontadas com um

meio completamente estranho logo tido como ameaçador. Deste modo, é necessário

utilizar um tipo de linguagem acessível às crianças e quando estas são ainda

demasiado novas, deve pedir-se aos pais para tranquilizarem a criança, à sua maneira.

Note-se que é necessário ter em conta os factores psicológicos que envolvem

uma criança doente.

Cifose

A cifose, é definida como um aumento anormal da concavidade

posterior da coluna vertebral, sendo as causas mais importantes dessa

deformidade, a má postura e o condicionamento físico insuficiente.

Algumas doenças podem ainda originar este tipo de deformação

(espondilite anquilosante e a osteoporose senil).

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Page 265: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Escoliose

É a curvatura lateral da coluna vertebral no plano frontal, no entanto ocorre

geralmente nos três planos, podendo ser estrutural ou não estrutural. 

A progressão da curvatura na escoliose depende, em grande parte, da

idade que ela inicia e da magnitude do ângulo da curvatura durante o período

de crescimento na adolescência, período este onde a progressão do

aumento da curvatura ocorre numa velocidade maior.

Esta deformidade tem como causas, basicamente dois tipos de malformações:

defeitos de formação, que são devido a ausência parcial (hemivértebras) ou total de

determinadas vértebras, ou defeitos de segmentação, conhecidos como barras ósseas.

A escoliose não pode ser desencadeada por carregamento de peso, modo de dormir

ou sentar, bem como devido a prática desportiva.

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Page 266: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Estes defeitos podem ocorrer simultaneamente. As malformações acima descritas

podem causar assimetrias durante o desenvolvimento do paciente, resultando em

deformidades da coluna.

A ressonância magnética da coluna vertebral deve ser realizada para descartar

malformações da medula ou do canal vertebral.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-266

Page 267: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

O tratamento da escoliose congénita deve ser individualizado, dependendo do

defeito observado. O tratamento cirúrgico deve ser indicado precocemente, desde que

o paciente apresente algum grau de maturidade óssea e uma deformidade com rápida

evolução.

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Page 268: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Displasia do Desenvolvimento da Anca

A displasia do desenvolvimento da anca, anteriormente denominada luxação da

anca, consiste numa alteração no desenvolvimento das estruturas ósseas da anca

(cartilagem e osso), que faz com que a cavidade e a cabeça do fémur tenham uma

correspondência defeituosa, havendo assim perda de contacto entre o fémur e a

cavidade cotiloideia.

Esta doença, tem uma prevalência mais frequente entre as mulheres: de cada dez

crianças que nascem com displasia do desenvolvimento da anca, nove são meninas e

apenas um é menino. As causas desta doença, não são conhecidas cientificamente,

no entanto o factor hereditário desempenha um papel muito importante. Em muitos

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-268

Page 269: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

casos, trata-se de uma deficiência nos tecidos que revestem a cápsula, ou porque a

cápsula é mais inconsistente, e como tal não segura a cabeça do fémur de forma

correcta, e esta sai da sua cavidade.

O diagnóstico, nos meses iniciais de vida, é essencialmente clínico. Normalmente,

efectuam-se radiografias, no entanto devido ao facto de os ossos do bebé ainda não

estarem ossificados, este tipo de estudo não é útil para o bebé. Nesta etapa, a única

maneira de observar a cabeça do fémur é através da ecografia, permitindo assim,

observar igualmente as estruturas cartilagíneas. Após os 6 meses de idade, quando

começa a produzir-se a ossificação, a radiografia permite observar se o fémur está

orientado para dentro da cavidade cotiloideia.

Doença de Legg-Calvé-Perthes

A doença de Legg-Calvé-Perthes, é o nome aplicado à osteonecrose da epífise

proximal do fémur. Tem uma incidência mais frequente em

rapazes do que raparigas, geralmente entre os 4 e os 8

anos de idade.

A doença desenvolve-se em quatro fases

Os sintomas desta doença incluem, dor, claudização e

limitação do movimento.

O primeiro sinal radiológico desta doença, é a osteoporose periarticular e

edema dos tecidos moles periarticulares, com distorção dos planos adiposos

pericapsulares e ilipsoas. Poda ainda existir discrepância no tamanho dos centros

de ossificação das epífises da cabeça.

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Page 270: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

Posteriormente, o deslocamento lateral do centro de ossificação afectado produz

alargamento da face medial da articulação.

Radiologia Convencional

A Radiologia Convencional, tem um papel pertinente na detecção de todas estas

patologias referidas anteriormente.

De acordo com a opinião de vários Técnicos Radiologistas:

No caso da cifose, efectua-se uma radiografia de perfil em ostoestatismo e ainda

extralongo da coluna vertebral , para um estudo genérico, uma vez que a curvatura

natural da coluna vertebral é no plano sagital.

Se o pretendido fôr num âmbito mais específico, no caso de saber-se

antecipadamente onde se situa a cifose, no caso da coluna dorsal, efectua-se uma

radiografia de perfil em ortoestatismo. Para o estudo da coluna cervical, é efectuado

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Page 271: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

um estudo funcional em hiperextensão, de modo a permitir uma avaliação da existência

ou não do desvio. Realiza-se ainda o perfil em ortoestatismo.

Relativamente à escoliose, são efectuadas radiografias em ortoestatismo de perfil

e antero-posterior (AP), em carga em chassis extra-longos, de modo a visualizar os

pontos de apoio e todos os desvios anormais.

No caso da displasia do desenvolvimento da anca, é efectuado uma radiografia

em antero-posterior (AP) das articulações coxo-femurais e ainda o perfil (falso perfil de

Lewenstein)

Quando se trata da doença de Legg-Calvé-Perhes, efectuam-se radiografias em

antero-posterior (AP) e também o perfil (falso perfil de Lewenstein)

Bibliografia

- http://lusomed.sapo.pt

- www.pediatricradiolgy.com

- www.doresnascostas.br

- www.ctoor.com.br

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Page 272: Dossier de Estagio

Dossier de Estágio

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