relatorio de estagio

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS CAMPUS DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE DIVINÓPOLIS INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO SOLOS Paulo Luciano dos Santos 1

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Relatório Estagio Compactação de Solos

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Page 1: Relatorio de Estagio

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CAMPUS DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE DIVINÓPOLIS

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

SOLOS

Paulo Luciano dos Santos

Divinópolis

2012

1

Page 2: Relatorio de Estagio

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CAMPUS DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE DIVINÓPOLIS

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

SOLOS

Relatório apresentado à disciplina Estágio Supervisionado I, do curso de Engenharia Civil da Fundação Educacional de Divinópolis – FUNEDI

Professor: Tiago Novais

Divinópolis

2012

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Page 3: Relatorio de Estagio

IDENTIFICAÇÃO

- APRESENTAÇÃO DO ALUNO

Nome: Paulo Luciano dos Santos

Matrícula: xxxxxx

E-mail: [email protected]

Período/Curso: 5° Período – Engenharia Civil

- APRESENTAÇÃO DO ESTÁGIO

Nome da empresa/profissional:

Local de estágio: xxxxxxxxx

Contato:

Ramo de Atividade:

- APRESENTAÇÃO DO ORIENTADOR

Nome: Tiago Novais

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Page 4: Relatorio de Estagio

SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................. 5

2 – OBJETIVOS ..................................................................................................6

2.1 – Objetivo Geral .................................................................................6

2.2 – Objetivo Específico ..........................................................................6

3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................

3.1 – Solo sob o ponto de vista da Engenharia Civil ................................7

3.2 – Emprego do solo na Engenharia Civil .............................................7

3.3 – Solo tropical .....................................................................................7

3.4 – Solos lateríticos ...............................................................................7

4 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ...............................................................12

5 – AVALIAÇÃO CRÍTICA ...............................................................................16

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................17

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Page 5: Relatorio de Estagio

1 – INTRODUÇÃO

É impossível pensar em construção civil sem levar em consideração que

toda ela depende do solo onde as obras estão situadas.

Em algumas obras, o solo pode também ser utilizado como o próprio

material de construção, assim como o concreto e o aço são utilizados na

construção de edifícios. São exemplos de obras que utilizam o solo como

materiais de construção os aterros e barragens de terra, sendo que ambos são

de extrema importância para a solidez de possíveis estruturas ali situadas.

Pode-se dizer que todas as obras de engenharia relacionadas ao ramo

de conhecimento de estudo dos solos (da qual a Mecânica dos Solos faz

parte), são responsáveis por grandes prejuízos gerados à humanidade, sejam

eles na forma de prejuízo econômico, ou perda de vidas (como vimos no Brasil

recentemente).

Portanto, torna-se visível o quão indispensável é o estudo do solo onde

serão feitas as construções, evitando por vezes a ocorrência de desastres

catastróficos.

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Page 6: Relatorio de Estagio

2– OBJETIVOS

2.1 – Objetivo Geral

Acompanhar a execução de uma obra de compactação de solos.

2.2 – Objetivo Específico

Analisar o comportamento de um solo laterítico.

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Page 7: Relatorio de Estagio

3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A revisão bibliográfica foi realizada com o objetivo de auxiliar o estudo sobre

o solo laterítico em sua composição, onde são encontrados e sobre seu

comportamento.

3.1 – Solo sob o ponto de vista da Engenharia

Segundo a professora Agda Guimarães (Universidade Federal do

Paraná), “solo é a denominação que se dá a todo material de construção ou

mineração da crosta terrestre escavável por meio de pá, picareta, escavadeira,

etc, sem necessidade de explosivos”.

3.2– Emprego do Solo na Engenharia Civil

Solo como material de construção: Aterros, Barragens de Terra, Base e

Sub-base de Pavimentos, etc.

Solo como suporte de fundação: Valas, Sapatas, Blocos, Estacas,

Tubulões, etc.

3.3– Solo tropical

Solo tropical pode ser definido como o solo que apresenta propriedades

e comportamentos decorrentes de processos geológicos e/ou típicos de

regiões úmidas tropicais. Os solos tropicais são divididos em duas grandes

classes: solos de comportamento lateríticos e solos saprolíticos.

3.4– Solo laterítico

O solo Laterítico foi definido pelo Comitê de Solos Tropicais da

Associação Internacional de Mecânica dos Solos e Engenharia de Fundações

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Page 8: Relatorio de Estagio

(ISSMEF) como “aquele que pertence aos horizontes A (camada mineral com

enriquecimento de matéria orgânica) e B (apresenta máxima expressão de cor,

estrutura e/ou que possuem materiais translocados), de perfis bem drenados,

desenvolvidos sob atuação de clima tropical úmido”.

Solos lateríticos são os solos bem intemperizados, característicos de

áreas bem drenadas, que ocupam as camadas mais superficiais.

Estes solos têm tendência a possuírem uma grande parcela da sua

granulometria menor que 2 mm de diâmetro e em alguns locais podem

apresentar, inseridos na sua constituição, pedregulhos lateríticos denominados

de laterita, que são massas consolidadas, maciças ou porosas, de mesma

mineralogia dos solos lateríticos e que tem sido muito aproveitadas como

materiais de construção.

A identificação dos solos lateríticos é de particular interesse para o

Brasil, já que são típicos da evolução de solos em climas quentes, com regime

de chuvas moderadas a intensas. A denominação de lateríticos se incorporou

na terminologia dos engenheiros, embora não seja mais usada nas

classificações pedológicas.

Veja abaixo, um mapa onde é possível ver a localização do solo

laterítico no globo terrestre.

Figura 1: Distribuição do solo laterítico no globo. Fonte: Global Relva.

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Page 9: Relatorio de Estagio

Segundo Nogami & Villibor (1983), um solo pode ter comportamento

laterítico sem pertencer a um perfil pedológico laterítico e eventualmente, pode

pertencer a um perfil pedológico laterítico e não ter comportamento geotécnico

laterítico.

Em geral, as normas tradicionais limitam superiormente o Limite de

Liquidez (LL) em 25% e Índice de Plasticidade (IP) em 6%, com a finalidade de

controlar a variação de volume dos solos compactados, conseqüentemente da

variação do teor de umidade por secagem ou imersão em água. Entretanto, a

experiência tem mostrado que tais limites não se aplicam aos solos tropicais.

Existem vários exemplos de solos tropicais com elevados LL e que se

expandem muito pouco quando compactados e imersos em água, o que

contraria as normas tradicionais. Por outro lado, existem exemplos de solos

que sofrem elevada expansão, apesar de apresentarem LL e IP de acordo com

os limites impostos, significando que tais limites não são adequados para

previsão do comportamento expansivo dos solos tropicais.

A elevada porosidade aparente natural, a baixa resistência e a baixa

capacidade de suporte são características desses solos. Entretanto, quando

corretamente compactados adquirem elevadas resistências, grande

capacidade de suporte, baixa permeabilidade, além da pequena perda da

capacidade de suporte quando imerso em água (NOGAMI & VILLIBOR, 1995).

A maioria desses solos apresenta, em seu estado natural, baixa plasticidade,

coeficientes de permeabilidade e ângulos de atrito elevados.

Os minerais encontrados neste solo muitas vezes estão umedecidos, e

ricos em óxidos de alumínio e de ferro. Devido ao óxido de ferro, este solo

apresenta uma coloração avermelhada. São solos considerados pobres, pois o

humos é praticamente inexistente devido à intensa atividade bacteriana.

Porém, apensar da baixa fertilidade, é possível fazer com que este solo seja

produtivo com a adição de fertilizantes e cal.

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Page 10: Relatorio de Estagio

Os solos lateríticos, estabilizados ou não tem ampla utilização na

engenharia. Geralmente estão presentes no horizonte B, de perfis classificados

pela Podologia como Latossolos, Podzólicos Vermelho Amarelo e Terra Roxa

Estruturadas.

Imagem 2: Perfil de um solo.

Os perfis geológicos dos solos residuais podem ou não apresentar

concentração de argila no horizonte B. quando essa concentração ocorre,

pode-se notar uma grande diferença entre os horizontes A e B, este último

(com concentração de argila) é denominado de horizonte B texturial,

característico, por exemplo, dos solos Podzólicos. Entretanto, há casos onde

não é possível se observar tal diferença, e o Horizonte B recebe a classificação

de Horizonte B Latossólico, sendo característica dos Latossolos.

Os Latossolos (solos com horizonte B latossólico), apresentam os

horizontes A, B e C com pouca diferença texturial entre os horizontes A e B. o

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Page 11: Relatorio de Estagio

horizonte B, geralmente mais espesso (com pelo menos 50 cm), é homogêneo

em geral com estrutura do tipo granular, microagregada ou maciço-porosa.

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Page 12: Relatorio de Estagio

4 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

A obra no qual o estágio foi baseado é uma residência, onde a parte

onde se localizam os quartos será situada sobre um aterro a ser ali construído.

O acompanhamento da obra foi feito desde o início da retirada da

vegetação ali presente antes de qualquer revolvimento no solo.

Ao conhecer a área de intervenção, foi constatado que deveríamos ter

um cuidado redobrado com o remanejamento de solo dentro do terreno, pois a

área é cercada por construções já existentes e qualquer movimentação em

excesso pode vir a danificar a estrutura das construções ao redor.

Primeiramente, foi retirada a vegetação presente no terreno.

Conforme foram feitas as remoções de terra necessárias, foi possível

notar que no local já existiu um aterro antigo – é possível visualizar a presença

desse aterro nas imagens da feitas nas visitas in loco e à partir da escavação

do solo. Moradores da área confirmaram a existência deste.

Com o inicio dos trabalhos no local, notou-se a necessidade de um local

onde pudéssemos armazenar o solo que seria então utilizado no aterro da

parte superior da construção. Como deveríamos otimizar o espaço da

construção, condicionamos o solo em um espaço que até então não seria

utilizado e não prejudicaria o andamento da obra.

É importante citar, que por se tratar de uma construção de pequeno

porte, não houve necessidade de trazer terra de outras lugares para obter os

fins desejados, o solo presente no terreno foi suficiente e ainda sobrou. As

sobras foram doadas para uma construção próxima.

Enquanto a terra estava sem utilização, foi recomendado que, algumas

vezes durante o dia, fosse jogada água em cima da terra pra que houvesse o

adensamento natural deste solo. Nesse ponto da obra, a terra ainda não estava

no local adequado.

Quando a base da casa na parte baixa ficou pronta, e deu-se início a

construção na parte superior, a terra foi levada até o local onde seria aplicada

com a ajuda de uma retro-escavadeira.

Ao ser colocado no local onde era necessário, o solo foi compactado

com a ajuda de um compactador modelo WACKER-BS 50. Por ser uma

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Page 13: Relatorio de Estagio

construção pequena, não houve necessidade de utilizar-se um maquinário de

maior porte.

A compactação do solo foi feita em cinco camadas de 30 cm, conforme

recomendações da literatura.

Houve uma grande preocupação em relação ao tempo de duração deste

processo de compactação, já que era prevista chuva para aqueles dias, e o

excesso de água faria com que o solo ficasse borrachudo. Caso isso

ocorresse, teríamos que revolver o solo para que este secasse e repetir todo o

processo de compactação.

Abaixo, imagens da obra.

Imagem 3: Identificação do antigo aterro no local.

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Page 14: Relatorio de Estagio

Imagem 4: Solo a ser utilizado na compactação.

Imagem 5: Retro-escavadeira movimentando o solo na obra.

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Page 15: Relatorio de Estagio

Imagem 6: Utilização do compactador de solos – finalização do processo.

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Page 16: Relatorio de Estagio

5 – AVALIAÇÃO CRÍTICA

O curso de engenharia civil está abrindo minha visão sobre a construção civil

de maneira que eu não imaginava. Para mim bastava sabre esquadrejar,

aprumar, cavar e pronto! Já bastava para levantar a construção. Porém vai

muito, além disso, não basta saber estes métodos se não se tem o

conhecimento sobre os solos e suas propriedades e a correta forma de

manuseá-lo.

Aprendi muito nesse estágio e corrigi inúmeros erros como proceder no

processo deste tipo empreendimento. Vi que nos deparamos com profissionais

da área com os mesmos conceitos até então tidos por mim. Geralmente estes

profissionais não aceitam essas correções, pois estão anos no mercado e

imaginam que já sabem de tudo. No começo foi difícil explicar a correta técnica

de compactação, mas no final do processo, nós (Paulo e Marina) estagiários da

obra, pedimos que fosse feito uma pequena escavação de 60 cm no solo após

sua compactação e pode-se constatar que foi com muita dificuldade chegar a

essa altura de perfuração de forma manual, pois o solo compactado tem um

enorme ganho de resistência, sendo que, o solo natural no empreendimento

era facilmente alcançado a mesma altura de perfuração com grande facilidade.

Fiquei feliz em poder passar este conhecimento aprendido em sala de aula e

laboratorial adiante, foi de grande utilidade na prática e ouve uma excelente

aceitação destes profissionais com o resultado final deste processo.

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Page 17: Relatorio de Estagio

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FAE, A. Solos Lateríticos (Oxisols). Disponível em:

<http://globalrelva.org/index.php/articles/soil/598-ww>. Acessado em 26 de julho de

2012.

LOVATO,R. S. Estudo do comportamento mecânico de um solo laterítico estabilizado

com cal, aplicado à pavimentação. Disponível em:

<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/6646/000444396.pdf?sequence=1>.

Acessado em 26 de julho de 2012.

SCHMITZ, C. S. Mecânica dos Solos. Disponível em:

<http://pt.scribd.com/doc/50717892/12/Solos-lateriticos>. Acessado em 26 de julho de

2012.

SUAREZ D. A. A. Estudo do comportamento mecânico de dois solos

lateríticos do Estado de São Paulo com adição de emulsão asfáltica.

Disponível em: <www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18143/tde.../David.pdf>.

Acessado em: 23 de julho de 2012.

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