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relato de experiencia de estágio em PsicologiaOrganizaciol

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CENTRO UNIVERSITRIO DO VALE DO IPOJUCA UNIFAVIP/DeVryCURSO DE PSICOLOGIA

JAINE JULIANA DA SILVA

RELATRIO DE ESTGIO ESPECFICO SUPERVISIONADO II

CARUARU-PE2015INTRODUO

O presente relatrio nos proporciona uma reflexo sobre casos vivenciados no estgio especifico em Psicologia Organizacional e do trabalho II, por um leitura dos tericos: Carmem Cardoso, Francisco Cunha, Wanderley Codo, Christophe Dejours, Elisabethe Abdoucheli, Christian Joyet, Eduardo Darvel, Sylvia Vergara, Maria Jaquese e Laurent Lapierre. Os estudos se deram de casos vivenciados no Nuscap - Nucleo de seleo e capacitao do Caruaru shopping, projeto pioneiro que iniciou no incio do ano (2015), com o objetivo de prestar servios para todas as lojas do shopping, tendo como supervisora a psicloga Leonia Marques, e tambm na Unimed Caruaru operadora de planos de sade e rede hospitalar que possui seu departamento de gesto de pessoas prprio e estruturado, com a superviso da psicloga e assessora Luciana Vasconcelos. O estgio especifico II tem como objetivo capacitar e desenvolver o estudante de psicologia em sua rea escolhida, conciliando a prtica com estudos tericos, este especificando a aplicao dos conhecimentos da psicologia na rea organizacional.

1 DESENVOLVIMENTO

O homem passa a maior parte de sua vida em um local nomeado organizao, que uma combinao de esforos individuais tendo por finalidade realizar propsitos coletivos (Maximiano, 1992 p. 112). Pode-se considerar organizao desde grande a pequena empresa, que possui colaboradores que realizam suas atividades em prol de um objetivo comum. Sabendo que o ambiente do trabalho um dos meios estruturantes da subjetivao do sujeito, considerando este como uma das importantes vias de acesso dele com o mundo, o qual vivencia e compartilha aprendizado e experincias, vemos que este local tambm est propcio a desigualdades, pois cada ser humano possui uma unicidade subjetiva, dono de suas opinies e sabedorias, o qual qualquer situao pode o levar a considerar-se ameaado ou vulnervel. Um situao comum gerada por essas condies de desigualdades nas empresas o assdio moral que

Um sintoma da violncia que ocorre tambm no espao das relaes laborais, em decorrncia de aspectos distorcidos da sociedade e das condies de trabalho, os quais permitem a naturalizao da violncia, de maneira a reforar as sutilezas existentes no fenmeno. (GARCIA, TOLFO: 2011, p.25)

O primeiro caso a ser estudado nos demonstra uma situao de assdio Moral no trabalho que consiste em expor repetitivamente e de forma prolongada os colaboradores a situaes constrangedoras e humilhantes, podendo este ser motivado por uma ou mais pessoas e de qualquer componente da organizao seja de cargo superior ou no, afetando intensivamente a sade tanto fsica quanto psquica do trabalhador interferindo no desenvolvimento do sujeito na produo e execuo do trabalho, assim como em sua vida pessoal, muitas das vezes estingando o indivduo a solicitar o desligamento da empresa ou submeter-se a humilhaes. Estas vtimas so muitas vezes aquelas que por alguma via representa ameaa no ambiente, ou por vezes aqueles que so ou foram vtimas de abusos e/ou discriminao social e submetem-se a aceitao destes atos.Situao: Uma liderana nos solicita o desligamento imediato de um colaborador com a justificativa deste ser motivador de desconforto e desavenas na equipe, a solicitao do gestor foi ouvida e o colaborador foi desligado. Na entrevista de desligamento que a empresa que tem como prtica realizar sempre aps a demisso, o rapaz no retrata est sofrendo assdio moral, o qual o mesmo est ouvindo burburinho dos colegas de que ele era homoafetivo, sendo que este afirma no ser, mesmo assim os comentrios continuaram e o mesmo passou a ser tratado de forma diferente pela equipe. Percebemos que a empresa tentou ir pelas vias mais fceis j partindo para o desligamento, no ouvindo ao menos o colaborador ou investigando se a situao trazida pela liderana estava realmente acontecendo da forma que foi repassada, neste caso o RH infringiu um de seus objetivos que valorizar o capital humano, e o colaborador acabou saindo lesado, tanto em questes materiais por perder o seu emprego, quanto por questes morais, pois sua integridade foi violada pelos pensamentos e indiscries causadas pelos seus colegas de equipe. Antes de qualquer ato de demisso o departamento de pessoas que preza a valorizao de pessoas deve ouvir nestes casos as trs partes tratantes, sendo a lideranas, o colaborador acusado, e a equipe, posteriormente se trabalhar com o grupo atividades integrativas objetivando a unio e compreenso entre ele, e caso no houver resolutividade, j que se tratou de um saco que o indivduo se sentiu excludo pela equipe, poderia se pensar na migrao deste colaborador para outro departamento que suportasse a sua funo e partindo para o desligamento apenas em ltima instancia.Este indivduo poderia tambm desenvolver algum tipo de afetao psquica pois como Codo (1993) nos apresenta, o trabalho algo estruturante e de grande significado para o sujeito, repleto de afetos que envolvem todo seu contexto biopsicossocial, quando a histria individual do sujeito entra em conflito com esta relao, e sua reapropriao por alguma via for impedida, d-se o adoecimento mental. Percebemos ento a importncia do sujeito est bem com si mesmo, seu social, e com seu trabalho, para assim evitar as patologias existente em voltas do mbito organizacional.O segundo caso estudado se trata de desentendimentos dentro da prpria equipe, o qual a competitividade se tornou constante.

As organizaes apresentam ambientes de trabalhos competitivos, polticas e procedimentos nem sempre precisos, e processos de tomada de decises de qualidade e eficcia muitas vezes apoiadas em valores individuais e em critrios subjetivos. (BENTO, www.diversidade.sp.gov.br Acesso: em 01 mai. 2015, 23:42)

A competitividade est presente em todo mercado de trabalho, a alimentao deste, com a privatizao dos conhecimentos e prticas, e o estimulo ao desenvolvimento de um equipe impressionada a melhor prtica pode futuramente gerar problemas futuros no somente dentro de uma equipe, como tambm em toda a empresa. Se tratando disto, temos a seguinte situao:A Equipe X se divide em dois locais, por se tratar de uma grande empresa que dispe de duas unidades, frisando bem, a equipe uma s que distingue apenas o local. Com o passar dos tempos as notoriamente as prticas dentro da prpria equipe passaram a torna-se medidas entre unidade I e unidade II, levando a diviso da equipe em dois grupos. A cada continuar dos tempos a competitividade apenas aumentou e aparentemente ningum notava, na verdade ne se queria notar pois a situao estava se tornando cmoda, no se trabalhava mais em equipe, porm esta situao estava chegando a extremos, como por exemplo um equipe tentar boicotar outra em um evento da empresa, para que apenas uma participasse. Para que essa situao tomasse fim era preciso que as lideranas do departamento tomassem conscincia do que estava acontecendo e se posicionassem como gestores, porm isto no aconteceu. Foi necessrio que uma das colaboradas da equipe que se sentiu completamente afetada e lesada, exps-se seu sentimento e repulsa a esta situao, aps isso todos passaram a expor suas opinies quanto ao acontecido e demonstrado a insatisfao que o que estava acontecendo. Percebemos que as lideranas do departamento agiram de forma passiva nesta situao achando que evitariam um maior desconforto para a equipe se no discutissem os comportamentos apresentados, porm desta forma as mesmas apenas alimentaram ainda mais o sentimento de competitividade Considerando que o departamento era nico mais consistia de duas gestoras, torna-se notrio que a competitividade est entre elas, por isso no se incomodaram com a situao que estava acontecendo na prpria equipe, e que esta era reflexo de suas relaes. Neste caso podemos afirmar o que nos traz Lapierre (1995) que se observarmos nas organizaes todo e qualquer lder vai apresentar um grau de narcisismo representado em sua funo, considerando que todo lder tem capacidade de despertar afetos e afetaes em seus seguidores e possui o poder de influenciar e orientar a equipe no cumprimento de suas metas, Lapierre (1995) acredita que o grau de narcisismo pertencente ao superior, influencia diretamente na evoluo dos servios, produtividade e sade mental dos liderados refletindo assim em toda a empresa. Os dois casos tambm nos remete ao pensamento de Darvel e Veragara (2013) que nos faz pensar na importncia das gestes de pessoas atualizarem-se ao pensamento de gerir a subjetividade e objetividade nas organizaes de forma equilibrada preocupando-se com aspectos como: a importncia e a qualidade humana, a criatividade e inovao tanto da empresa quanto dos colaboradores, a capacidade de combinar razo e emoo dentre outros.Tomando esses dois casos como exemplos, podemos considerar a organizao no somente como local de produtividade e lucro, como tambm de estruturante do sujeito, que quando mal gerida reflete inteiramente na vida do sujeito, na relao deste com o meio, e tambm no desenvolvimento da empresa, podendo este ser o gestor de apenas um departamento como tambm de toda a organizao. Devemos, portanto, nos preocupar com o indivduo como sujeito tambm de habilidades e inteligncia e no somente objeto de produtividade, repensando e renovando a atuao humana nas organizaes. Sabemos que isso no fcil, encontramos empresas ainda arraigadas ao patriarcalismo e almejantes de lucratividade, mas como psiclogos dentro de uma organizao, devemos promover essa mudana gerando a valorizao do indivduo com subjetivo assim como sua importncia para empresa, pois, a produtividade ter qualidade e rentabilidade na proporo que o sujeito e seus servios forem tratados no mais como apenas produtos.Observando os casos citados, sabemos que estes no so nicos, e que tambm casos como estes permeiam em todo o ambiente organizacional e do trabalho e no somente nestas empresas, com isso faz-se importante as empresas se atualizarem e se repensarem como atuantes. As organizaes tm um grande peso e importncia social a medida que estruturam e estabelecem os modos de relacionamentos internos e externos em cada sociedade, definindo os padres de troca, produo e de interao. nas organizaes que os indivduos expandem seus relacionamentos sociais, pois cada sujeito se referncia a uma famlia, e a organizao a famlia matriz de suas experincias iniciais e suas primeiras referencias de identidade.Podemos ento considerar a organizao como uma construo coletiva, que viabiliza a ao de um grupo, com determinadas finalidades. Includo na dimenso organizacional, o espao de vida, atuao do grupo e modo de operao que faz acontecer os projetos e intenes da equipe, resultando em uma organizao saudvel e reestruturada.

CONSIDERAES FINAISO estgio especifico seja em qualquer rea e/ou curso, de fundamental importncia para o desenvolvimento profissional do aluno, nos possibilita maiores conhecimentos e experincias na rea escolhida, assim como nos propicia confirmar nossa escolha sobre rea de formao. Em nosso estgio em particular, nos ajuda vencer o medo instaurado at pelos prprio colegas de classe de mentes pequenas que acreditam que a psicologia funciona apenas na clnica, como tambm nos possibilitou uma maior insero nas organizaes, proporcionando um prtica efetiva do que aprendemos em sala, assim como tambm pode funcionar como uma ponta p para o mercado de trabalho. Cada novo contedo apresentando, como cada nova experincia vivida, por mim sendo acrescida ainda mais pela participao no NUSCAP, foi de grande construo no somente pessoal como tambm profissional. A superviso teoria do estgio tambm de fundamental importncia, pois de nada vale a prtica se no for consistncia de teorias, cada indivduo tem sua forma de atuao porm se necessrio ter uma base, e isso que a superviso terica nos proporciona uma solidez que viabiliza a confiana de ir pratica. Recrutar, selecionar e reter talentos, assim como analisar cargos, tarefas e salrios, treinar e desenvolver os colaboradores de uma empresa, avaliar desempenho e promover uma melhoria na qualidade de vida e clima organizacional, esto dentre muitas outras atividades que o psiclogo pode realizar em uma organizao. Podemos tambm compreender, que o olhar e a escuta aguada no existe apenas na clnica, essa capacidade tambm fundamental para uma boa estruturao da empresa, o profissional de psicologia nas organizaes, tem o papel de pessoalizar as relaes dentro da empresa, valorizando o capital humano em prol da melhoria continua dos processos organizacionais.

REFERENCIAS

CARDOSO, Carmen e CUNHA, Francisco Cordeiro da. Repensando a Organizaao. INTG

CODO, Wanderley. Individuo, trabalho e sofrimento. Uma abordagem transdisciplinar. RJ. Petropolis, Vozes, 1993

DEJOURS, Christophe. ABDOUCHELI, Elisabethe. JAYET, Christian. Psicodinamica do Trabalho -contribuicoes da Escola Dejouriana a analise da relacao prazer sofrimento e trabalho. SP Atlas, 1994

DARVEL,Eduardo e VERGARA, Sylvia. Gestao com pessoas e subjetividade.Atlas, 2013

JAQUESE,Maria daGraca e CODO,Wanderely(org) Saude mental e trabalho- leituras. Petropolis. Vozes, 2002

LAPIERRE, Laurent (coord.) Imaginario e lideranca - na sociedade, no governo, nas empresas e na midia. SP Atlas, 1995

ANEXOS

DADOS DO PSICOLOGO UNIMED