31772118 processo penal renato brasileiro lfg 2009[1] inquerito

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PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 1 LFG_2 Semestre_2009

Prof. Renato Brasileiro 1 Aula - 30/07/09 Obs.: o INTENSIVO I vai at priso.

INQURITO POLICIA L1. Conceito: um procedimento consistente em administrativo um conjunto inquisitrio de e

preparatrio,

diligncias

realizadas pela polcia investigativa para a apurao da infrao penal e de sua autoria, presidido pela autoridade policial, a fim de que o titular da ao penal possa ingressar em juzo1. Basicamente o IP uma srie de diligncias aonde sero feitas objetivo percias, de oitivas de o testemunhas, autor do acareaes e e reconhecimentos. Faz-se uma sria de diligncias e sempre com o identificarmos crime provvel materialidade do delito. Quando voc termina o IP, como se fechasse um caderninho e o entregasse ao titular da ao penal ao penal pblica MP; ao penal privada o ofendido ou seu representante legal, para que possam, de posse desses elementos, ingressarem em juzo.

1

O conceito um pouco extenso, mas da se tira tudo o que importante para o IP.

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TERMO CIRCUNSTANCIADO esse TC2 vai ser

lavrado em relao s "impo" (infrao penal de menor potencial ofensivo). Infrao de Menor Potencial Ofensivo: impo todo Ofensivo crime cuja pena mxima seja igual ou inferior a 2 anos. Porm, esse conceito est incompleto, falta acrescentar mais duas informaes importantes: 1) Cumulada ou no com multa - antes havia a discusso se quando viesse a multa junto seria tambm impo; 2) Submetida ou no a procedimento especial antigamente tambm havia essa discusso. Exemplo: desacato pena: 6 meses a 2 anos. Nesse caso no precisa instaurar IP. Faz-se um TC, o cidado imediatamente encaminhado ou assume o compromisso de comparecer ao juizado e a questo ser ali resolvida, com os institutos despenalizadores ali previstos.

2. Natureza Jurdica do IP:O importante ter em mente que o IP, na verdade, funciona como um procedimento administrativo. Essa a NJ do IP. Qual a relevncia disso? Cai em prova? No cai assim diretamente. Isso abordado em prova da seguinte maneira: Imaginemos um delegado de polcia estilo xerife do velho oeste. Um crime foi praticado e ele tem ideia de quem seja o2

Em alguns Estados chamado de TCO Termo Circunstanciado de Ocorrncia.

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autor desse crime, saiba onde ele mora e tenha 3 testemunhas que viram o crime. O sujeito est dentro de casa e o xerifo imagina que a arma do crime esteja tambm dentro de casa. O delegado, no pede ao juiz um Mandado de Busca e Apreenso, entra na casa do sujeito sem o Mandado e pega a arma. A apreenso dessa arma, sem autorizao judicial, prova obtida por meio lcito ou prova obtida por meio ilcito? bem tranquilo que a apreenso dessa arma uma prova obtida por meio ilcito.

Agora vem a questo que cai em prova: ser que ofato dessa prova ter sido obtida por meio ilcito3, vai trazer alguma consequncia para o processo? O processo penal que vai ter origem a partir da vai ser contaminado por uma nulidade? Esse o questionamento que feito. Nulidade s existe durante o processo; o IP um procedimento administrativo, por isso, no h que se falar em nulidade4. No exemplo, a infrao grave. Todavia, hoje, se voc conseguir demonstrar no processo que, apesar dessa prova ilcita, outras provas estavam presentes (lembrem que havia 3 testemunhas que presenciaram o crime), o sujeito poder ser condenado. A apreenso da arma no poder ser usada porque se deu de maneira ilcita, mas essas outras provas podero ser usadas para a condenao.3 4

Uma grave violao cometida pelo delegado - abuso de autoridade, sem dvida alguma. No h que se falar em nulidade num ato administrativo.

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Veja o ditado do prof.: eventuais vcios existentes no IP, no afetam a ao penal a que deram origem. Como um procedimento administrativo, eventual vcio que ocorra no IP, no vai contaminar a ao penal, na h que falar em nulidade.

3. Finalidade do IP:A finalidade, o objetivo do IP nada mais que a apurao do crime e a apurao da autoria. Por que preciso a autoria e a materialidade?

Atente:

o

processo

penal,

por

si

s,

j

extremamente complicado para uma pessoa. Por exemplo, uma pessoa que est estudando para concurso, se tiver um IP contra ela j complica, imagine um processo penal. Portanto: Pode-se instaurar um processo penal contra

algum sem um mnimo de prova? Com certeza que no. Uma das condies para que se d incio ao processo penal a chamada "Justa Causa" que esse mnimo de elementos quanto autoria e materialidade. Para darmos um exemplo, h dois anos, um Ministro do STJ estava sendo acusado de assdio sexual contra uma funcionria. Ela ofereceu uma queixa-crime e o STF estava discutindo se daria incio ou no ao processo. O Supremo analisou se tinha JUSTA CAUSA, ou seja, se tinha um mnimo de provas quanto autoria e quanto materialidade. O problema, no caso concreto, que nica prova existente era a

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palavra da vtima. Ser que a palavra dela, isoladamente, suficiente para dar incio ao processo? O Supremo entendeu que a palavra dela, isoladamente, no seria suficiente para dar incio a um processo.

4. Presidncia do IP:A autoridade policial, ou seja, o delegado de polcia. Em regra, essa autoridade policial ser a do local da

consumao do delito. delito

IPC: Se houver uma perseguio e o agente for presoem outra localidade, o APF ser lavrado pela autoridade policial desse local, mas quem vai investigar o delito a autoridade do local da infrao. E quem vai julgar ser a autoridade judiciria do tambm do local da infrao.

Ateno: antes de saber quem vai investigar umcrime, temos que ver a natureza desse crime. O ideal quando se perguntar quem vai investigar tal crime perguntar de quem a competncia para julgar tal crime. Por exemplo, se da Justia estadual ou da Justia Federal. A vm as excees:

Excees:

1) Crime de competncia da Justia Militar Estadual crime militar praticado por policial militar. Nesses casos de crime de competncia da justia militar estadual quem investiga a prpria Polcia Militar, atravs do IPM5. Quem vai exercer as funes

5

Inqurito Policial Militar

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de "autoridade policial" para presidir o IP ser um oficial da PM que ser designado. Esse oficial chamado de encarregado. 2) Crime de competncia da Justia Militar da Unio por exemplo, em Caapava/SP, o PCC invadiu um quartel e subtraiu 7 fuzis militares. Nesse caso, quem vai investigar? O raciocnio bem semelhante, quem vai ser as Foras Armadas. No exemplo, o Exrcito tambm vai instaurar um IPM que tambm vai ser presidido por um oficial - encarregado -.

3)

Crime

de

competncia

das

Justias

Federal e Eleitoral quem vai investigar ser a PolciaFederal. Crime federal ou crime eleitoral Polcia Federal.

4)

Crimes

de

competncia

da

Justia

Estadual aqui o erro que o aluno comete dizer que queminvestiga a polcia civil, parando por a. A resposta est incompleta!

Cuidado = em alguns crimes de competncia daJustia estadual a PF tambm pode investigar. Esse um erro muito comum: achar que a PF investiga aquilo que julgado pela Justia Federal e a polcia civil investiga o que julgado pela Justia estadual. Cuidado! A PF tem atribuies mais amplas que a Polcia estadual. Veja o art. 144, 1 /CF. 1 A polcia federal, instituda por lei como rgo permanente, organizado e mantido pela Unio e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998) I - apurar infraes penais contra a ordem poltica e social ou em detrimento de bens, servios e interesses da Unio ou de suas entidades autrquicas e empresas pblicas6, assim como outras infraes cuja6

Competncia da Justia Federal.

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 7 LFG_2 Semestre_2009prtica tenha repercusso interestadual ou internacional e exija represso uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuzo da ao fazendria e de outros rgos pblicos nas respectivas reas de competncia; III - exercer as funes de polcia martima, aeroporturia e de fronteiras; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998) IV - exercer, com exclusividade, as funes de polcia judiciria da Unio.

Percebam que o que est na primeira parte do inciso I so crimes de competncia da Justia Federal. Mas veja que a PF tem mais atribuies na sequncia do inciso I (marcado em laranja). A lei a que se refere o dispositivo a Lei 10.446/02.7 Essa lei prev alguns crimes que sero investigados pela PF por conta dessa repercusso interestadual e internacional. Vejamos o art. 1 dessa Lei 10.446/02:Art. 1o Na forma do inciso I do 1o do art. 144 da Constituio, quando houver repercusso interestadual ou internacional que exija represso uniforme, poder o Departamento de Polcia Federal do Ministrio da Justia, sem prejuzo da responsabilidade dos rgos de segurana pblica arrolados no art. 144 da Constituio Federal, em especial das Polcias Militares e Civis dos Estados, proceder investigao, dentre outras, das seguintes infraes penais: I seqestro, crcere privado e extorso mediante seqestro (arts. 148 e 159 do Cdigo Penal), se o agente foi impelido por motivao poltica ou quando praticado em razo da funo pblica exercida pela vtima; II formao de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990); e III relativas violao a direitos humanos, que a Repblica Federativa do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrncia de tratados internacionais de que seja parte; e IV furto, roubo ou receptao de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operao interestadual ou internacional, quando houver indcios da atuao de quadrilha ou bando em mais de um Estado da Federao. Pargrafo nico. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento de Polcia Federal proceder apurao de outros casos, desde que tal providncia seja autorizada ou determinada pelo Ministro de Estado da Justia.

Sem prejuzo da responsabilidade dos rgos de segurana pblica no vai impedir que os outros rgos

tambm investiguem.7

Quem for fazer prova para a PF tem que ter essa lei em mente.

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Cuidado com o Inciso III crime que envolve grave violao a direitos humanos, em regra julgado pela justia estadual. Basta lembrar o caso da Dorothy Steng assassinada no Par. Em regra julgado na justia estadual; existe a possibilidade do deslocamento da competncia da justia estadual, mas tem um procedimento; tem de ser iniciativa do Procurador-Geral. Inciso IV muito investigado pela PF.

PU ou seja, a PF, desde que haja autorizao doMinistro da Justia, pode investigar quaisquer outros crimes que tenham repercusso interestadual e internacional. Exemplos: trfico e crimes pela internet so muito investigados pela PF porque geralmente a quadrilha se restringe a um s Estado.

Cuidado crimes da competncia da justia

estadual no s a polcia civil, mas a PF tambm poder investigar. Qual a diferena entre polcia judiciria e polcia investigativa? investigativa Quando estudamos inqurito geralmente lemos que quem preside o inqurito a polcia judiciria. Ser que polcia judiciria mesmo ou no?

POLCIA JUDICIRIA a polcia que auxilia o PoderJudicirio no cumprimento de suas ordens. que existam duas polcias; a mesma polcia (Civil ou Federal) ora atua como polcia judiciria e ora como polcia investigativa.

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Exemplo de polcia judiciria Mandado de priso. A polcia civil recebe uma ordem para cumprir um mandado de priso emitido por um juiz. Quando ela cumpre essa ordem e efetua priso, ela est agindo como polcia judiciria porque est auxiliando o Poder Judicirio.

POLCIA INVESTIGATIVA a polcia quando atua naapurao de infraes penais e de sua autoria. Essa distino no existe no CPP porque no CPP quem investiga a polcia judiciria - art. 4/CPP8 -. Cuidado com isso porque o CPP no adota essa distino, mas o CPP de 1940 e depois dele veio a Constituio de 1988 e essa distino foi encampada pela Constituio; a Constituio Federal diferencia as atribuies de polcia judiciria das atribuies de polcia investigativa. Veja novamente o art. 144, 1, I/CF o inciso I fala em "apurar as infraes penais. Atento distino colocada, quando a PF est apurando as infraes penais est agindo como polcia investigativa. Inciso IV9 - vejam que a Constituio usa a expresso polcia judiciria de maneira diversa, aqui dizendo o seguinte: se um juiz federal expedir uma ordem, quem ir cumpri-la, em regra, ser a PF que, aqui, atuar como polcia judiciria. Portanto, a CF diferencia polcia judiciria de polcia investigativa.8

Art. 4 A polcia judiciria ser exercida pelas autoridades policiais no territrio de suas respectivas circunscries e ter por fim a apurao das infraes penais e da sua autoria. (Redao dada pela Lei n 9.043, de 9.5.1995). 9 IV - exercer, com exclusividade, as funes de polcia judiciria da Unio.

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Cuidado: no mbito do STJ essa distino j usada; no STF no, continua usando polcia judiciria para se referir a tudo.

5. Caractersticas do IP:5.1 - Pea escrita - art. 9/CPP.Art. 9o Todas as peas do inqurito policial sero, num s processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

Pode gravar o IP num DVD? Cuidado o CPP ainda fala que o IP ser uma peaescrita10, mas acrescentar na prova que alguns doutrinadores j esto sustentando a possibilidade de aplicao, no IP, do art. 405, 1/CPP. 1o Sempre que possvel11, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas ser feito pelos meios ou recursos de gravao magntica, estenotipia, digital ou tcnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informaes. (Includo pela Lei n 11.719, de 2008).

Esse dispositivo foi alterado no ano passado e foi previsto para a audincia. Agora a audincia pode ser gravada de acordo com o citado dispositivo. Mas, alguns doutrinadores esto dizendo, se podemos gravar a audincia, tambm podemos gravar os depoimentos. 5.2 - Carter Instrumental: em regra, o IP o instrumento utilizado pelo Estado para colher elementos de informao quanto autoria e materialidade da infrao penal. O IP a regra, mas outras investigaes podero ser feitas.

10 11

Mas tramita no Congresso um projeto de reforma do CPP. O legislador reconheceu que nem sempre isso possvel.

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Por exemplo, CPI pelo menos, em tese, pode investigar; Conselho de tica; o COAF (combate a lavagem de capitais); MP? (prxima aula). 5.3 - O IP dispensvel - caso o titular da ao penal obtenha elementos de informao a partir de uma fonte autnoma, poder dispensar a realizao do IP. Geralmente o CPP chama essa fonte autnoma de peas de informao. Peas de informao algum instrumento que lhe d prova do crime e indcios de autoria. Exemplo: crimes contra a honra praticados pela mdia. Exemplo - art. 39, 5/CPP. 5o O rgo do Ministrio Pblico dispensar o inqurito, se com a representao forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ao penal, e, neste caso, oferecer a denncia no prazo de quinze dias.

5.5 - Carter Sigiloso pelo menos de acordo com a lei. Ver art. 20/CPP.Art. 20. A autoridade assegurar no inqurito o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Apesar do carter sigiloso, isso no absoluto. Juiz e promotor de justia tm acesso aos autos do IP. E o advogado? At pouco tempo atrs prevalecia, inclusive no STJ, que o advogado no poderia ter acesso ao IP. O STJ dizia que o IP tinha carter inquisitorial e que o acesso do advogado aos autos iria prejudicar as investigaes.

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Prevalece hoje que a CF, em seu art. 5, LXIII assegura a assistncia de advogado e, apesar de o texto falar em "preso", no s o preso que tem direito; a pessoa que est sendo investigada ou suspeita, tambm tem direito a advogado.LXIII - o preso ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de advogado;

Se o investigado tem direito a assistncia de advogado, este precisa ter acesso aos autos do IP para poder patrocinar a assistncia do seu cliente, mas ele no pode acessar. Como ele vai patrocinar a defesa? Como vai ingressar com HC se ele no acesso aos autos do inqurito? Alm disso, no esquecer do estatuto da OAB (Lei 8906/94), art. 7, XIV tambm assegura o acesso aos autos pelo advogado. Ento, alm da Constituio, tambm o Estatuto da OAB assegura o acesso do advogado aos autos. O informao? O advogado tem acesso s informaes j introduzidas nos autos, mas no em relao s diligncias em andamento. Esse o melhor entendimento porque concilia a assistncia do advogado do investigado e o interesse estatal. Por exemplo, se uma testemunha j foi ouvida e o depoimento est no inqurito, o advogado ter acesso a esse depoimento, mas se for decidida uma interceptao telefnica, a advogado tem acesso a toda e qualquer

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isso ainda o advogado no ter acesso porque isso vai frustrar essa diligncia. Sobre isso o STF editou a Smula Vinculante (SV) n 14:Smula Vinculante 14 direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, j documentados em procedimento investigatrio realizado por rgo com competncia de polcia judiciria, digam respeito ao exerccio do direito de defesa.

E se o delegado negar o acesso aos autos do IP, qual o remdio? Tem SV sobre o assunto. Se tem SV sobre o tema e o delegado (autoridade pblica) est obstando o acesso, primeira resposta: ingressar com uma Reclamao porque h o descumprimento de uma SV12. Mas, na prtica, essa reclamao vai demorar, embora tecnicamente seja o correto. Assim, o Mandado de Segurana seria o remdio mais util. Porm, CUIDADO

porque se voc impetrar

o MS deve faz-lo em nome prprio - advogado - e no do seu cliente, porque a sua prerrogativa de advogado que est sendo desrespeitada. Se o advogado ingressar com HC? Se o cliente est preso, tranquilamente cabe HC. Se o cliente estiver solto cuidado: para o STF sempre que puder resultar, ainda que de modo potencial, prejuzo liberdade de locomoo ser cabvel o HC. O STF tem ampliado demais a aplicao do HC.12

Reclamao est boa para cair em prova porque tem SV.

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No MS o advogado impetra em nome prprio. No caso do HC o paciente ser o seu cliente porque ele quem est sofrendo o prejuzo. Questo do TRF 5 Regio: Quebra de sigilo

bancrio decretada de maneira ilegal pode ser questionada por HC?13 Quando a Constituio se refere a HC, est l liberdade de locomoo. Ento as pessoas fazem o seguinte raciocnio: HC liberdade de locomoo. O sigilo bancrio preserva a sua liberdade de locomoo? O sigilo bancrio preserva o qu? Atravs de seu sigilo bancrio se obtm vrias informaes sobre voc. Ento o sigilo bancrio tutela a sua vida privada, a sua intimidade. Como vida privada, intimidade, o seu raciocnio te levaria a dize que seria caso de MS. Todavia, o STF entende que tambm cabe HC14

porque

esse sigilo bancrio, que foi afastado de maneira ilegal, pode ser juntado aos autos de um inqurito e desse IP pode resultar prejuzo liberdade de locomoo, por isso o Supremo tem admitido HC nesse caso tambm. 5.5 - Carter Inquisitorial ou Inquisitivo no IP no h contraditrio, no h ampla defesa. Essa caracterstica gera ateno dependendo do concurso a ser feito. Por exemplo, prova para o MP: devemos defender que no h contraditrio, ampla defesa, que prevalece o interesse do13 14

Essa pergunta campe! Ou seja, no estaria errada a impetrao de HC para o STF.

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Estado. Majoritrio na doutrina/jurisprudncia. tambm a melhor resposta. IPC: Para a prova da Defensoria ou OAB, no curso do inqurito pode haver momentos de violncia e coao ilegal, razo pela qual deve se assegurar o contraditrio e a ampla defesa. No a posio majoritria! Ver julgado do STJ - HC 69405 - caminha na linha acima transcrita.HC 69405 / SP - Ministro NILSON NAVES Inqurito policial (natureza). Diligncias (requerimento/possibilidade). Habeas corpus (cabimento). 1. Embora seja o inqurito policial procedimento preparatrio da ao penal (HCs 36.813, de 2005, e 44.305, de 2006), ele garantia "contra apressados e errneos juzos" (Exposio de motivos de 1941). 2. Se bem que, tecnicamente, ainda no haja processo da que no haveriam de vir a plo princpios segundo os quais ningum ser privado de liberdade sem processo legal e a todos so assegurados o contraditrio e a ampla defesa , lcito admitir possa haver, no curso do inqurito, momentos de violncia ou de coao ilegal (HC-44.165, de 2007). 3. A lei processual, alis, permite o requerimento de diligncias. Decerto fica a diligncia a juzo da autoridade policial, mas isso, obviamente, no impede possa o indiciado bater a outras portas. 4. Se, tecnicamente, inexiste processo, tal no haver de constituir empeo a que se garantam direitos sensveis do ofendido, do indiciado, etc. 5. Cabimento do habeas corpus (Constituio, art. 105, I, c). 6. Ordem concedida a fim de se determinar autoridade policial que atenda as diligncias requeridas.

5.6 - Carter Informativo o IP visa colheita de elementos de informao em relao materialidade do delito e tambm em relao autoria do crime. Questo: qual a diferena entre elementos de informao e prova? Cuidado com essa questo porque o art. 155 do CPP foi alterado em 2008. Portanto, deve cair em prova. O dispositivo faz a

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distino entre prova e elementos de informao, sendo prova = aquilo que produzido sob o crivo do contraditrio.Art. 155. O juiz formar sua convico pela livre apreciao da prova produzida em contraditrio judicial, no podendo fundamentar sua deciso exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigao, ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas. (Redao dada pela Lei n 11.690, de 2008) Pargrafo nico. Somente quanto ao estado das pessoas sero observadas as restries estabelecidas na lei civil. (Includo pela Lei n 11.690, de 2008)

Diferenas: Diferenas 1) Elementos de informao so os colhidos em uma fase investigatria; a prova, como diz a prpria lei, aquela que produzida na fase judicial. 2) Os elementos de informao no so colhidos na presena do juiz, isto , sem a participao do juiz. A prova deve ser produzida na presena do juiz, com um detalhe importante que tem cado em prova: desde 2008 temos o princpio da identidade fsica no processo penal = o juiz que conduziu a instruo deve sentenciar. 3 ) Nos elementos de informao no h ampla defesa nem contraditrio. Portanto, no preciso a presena do advogado de defesa na oitiva de testemunha no IP. Na fase judicial h contraditrio e ampla defesa. 4) A finalidade dos elementos de informao so importantes para a formao da opinio delicti = a opinio ou convico do titular da ao penal; tambm tem a finalidade muito importante - para a fundamentao das medidas cautelares (no se pode prender ningum sem o mnimo de elementos quanto autoria e materialidade).

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E para condenar, pode-se usar elementos de informao? Lembre que a CF assegura o contraditrio e a ampla defesa. Em regra, a sentena condenatria deve estar amparada pela prova porque esta foi colhida com o contraditrio e a ampla defesa (porm, o juiz pode olhar o inqurito). Ver art. 155/CPP. O STF sempre entendeu que o juiz pode usar os elementos colhidos no IP, desde que no o faa de maneira exclusiva.Art. 155. O juiz formar sua convico pela livre apreciao da prova produzida em contraditrio judicial, no podendo fundamentar sua deciso EXCLUSIVAMENTE nos elementos informativos colhidos na investigao, ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas. (Redao dada pela Lei n 11.690, de 2008) Pargrafo nico. Somente quanto ao estado das pessoas sero observadas as restries estabelecidas na lei civil. (Includo pela Lei n 11.690, de 2008)

Exclusivamente

elementos

informativos

isoladamente considerados no so idneos a fundamentar uma condenao. Porm, no devem ser ignorados, podendo se somar prova produzida em juzo, servindo como mais um elemento na formao da convico do juiz. Ver: RE 287658; RE - AGR 425734.RE 287658 / MG -Min. SEPLVEDA PERTENCE EMENTA: I. Habeas corpus: falta de justa causa: inteligncia. 1. A previso legal de cabimento de habeas corpus quando no houver "justa causa" para a coao alcana tanto a instaurao de processo penal, quanto, com maior razo, a condenao, sob pena de contrariar a Constituio. 2. Padece de falta de justa causa a condenao que se funde exclusivamente em elementos informativos do inqurito policial. II. Garantia do contraditrio: inteligncia. Ofende a garantia constitucional do contraditrio fundar-se a condenao exclusivamente em testemunhos prestados no inqurito policial, sob o pretexto de no se haver provado, em juzo, que tivessem sido obtidos mediante coao. RE 425734 AgR / MG - Min. ELLEN GRACIE

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 18 LFG_2 Semestre_2009EMENTA : AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINRIO. OFENSA AO ART. 5, INCISOS LIV E LV. INVIABILIDADE DO REEXAME DE FATOS E PROVAS. SMULA STF N 279. OFENSA INDIRETA CONSTITUIO FEDERAL. INQURITO. CONFIRMAO EM JUZO DOS TESTEMUNHOS PRESTADOS NA FASE INQUISITORIAL. 1. A suposta ofensa aos princpios do devido processo legal, do contraditrio e da ampla defesa passa, necessariamente, pelo prvio reexame de fatos e provas, tarefa que encontra bice na Smula STF n 279. 2. Invivel o processamento do extraordinrio para debater matria infraconstitucional, sob o argumento de violao ao disposto nos incisos LIV e LV do art. 5 da Constituio. 3. Ao contrrio do que alegado pelos ora agravantes, o conjunto probatrio que ensejou a condenao dos recorrentes no vem embasado apenas nas declaraes prestadas em sede policial, tendo suporte, tambm, em outras provas colhidas na fase judicial. Confirmao em juzo dos testemunhos prestados na fase inquisitorial. 4. Os elementos do inqurito podem influir na formao do livre convencimento do juiz para a deciso da causa quando complementam outros indcios e provas que passam pelo crivo do contraditrio em juzo. 5. Agravo regimental improvido.

5.7 - Pea Indisponvel indisponibilidade significa que o delegado no pode arquivar IP; ele no o titular da ao penal, ento, quem vai requerer o arquivamento o MP e o juiz vai arquivar. Ver art. 17/CPP.Art. 17. A autoridade policial no poder mandar arquivar autos de inqurito.

5.8 - Temporrio em regra, se o acusado est preso, o prazo para concluso do IP de 10 dias; acusado solto = 30 dias. Se o acusado est preso, esse prazo de 10 dias pode ser prorrogado? E se o acusado est solto, pode ser prorrogado? Se o acusado est preso, esse prazo no pode ser prorrogado - MAJORITRIO -. Caso haja um excesso de prazo abusivo, estar caracterizado o excesso (constrangimento ilegal liberdade de locomoo), autorizando o relaxamento da priso. Se o ru estiver solto, a prorrogao possvel e vai dar origem ao chamado IP "ao ao" ("ao juiz".... "ao promotor"... "ao delegado").

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Quanto tempo pode durar esse "ao ao"? De acordo com o CPP no tem prazo para a prorrogao. novidade vem a ser: O STJ, ano passado, decidiu, em A relao a um investigado que estava solto, com inqurito estava tramitando durante 7 anos (!), o STJ determinou o trancamento do IP, utilizando a garantida da durao razovel do processo. Isso foi pioneiro!

6. Formas de Instaurao de IP:6.1 - De Ofcio ou seja, a autoridade policial tomou conhecimento. A pea inicial do IP ser uma Portaria. 6.2 - Requisio de juiz e de MP. Cuidado, isso o que diz a lei, mas o que se diz de um juiz que requisita um IP, ele vai condenar ou no? Esse juiz, evidentemente vai condenar. Por isso a doutrina diz que o ideal que o juiz no requisite instalao de inqurito. Isso se d para: preservar a imparcialidade do magistrado e preservar o sistema acusatrio. A pea inaugural a prpria Requisio. O delegado obrigado a instaurar? Mesma coisa: depende do concurso: para o MP diante dessa requisio o delegado est obrigado a instaurar; Requisio aqui sinnimo de ordem! Para a prova de delegado da PF: no existe hierarquia entre MP e delegado (o delegado no subordinado ao promotor de justia). Quando o delegado atenda requisio, ele atua em

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observncia ao princpio da obrigatoriedade da ao penal pblica.

6.3

-

Requerimento

do

ofendido

ou

seu

representante legal o delegado no est obrigado a instaurar. No o fazendo cabe o recurso inominado dirigido ao Chefe de Polcia. Atualmente o "Chefe de Polcia" vai depender do Estado, em alguns o "Delegado Geral" e em outro o "Secretario de Seg. Pblica", na PF o "Superintende Geral da PF". Instaurado o IP, o ato inaugural uma Portaria. 6.4 - Notcia oferecida por qualquer do povo hoje em dia o melhor exemplo so as investigaes feitas pela imprensa. Cuidado, essa notcia oferecida por qualquer do povo conhecida como delatio criminis. possvel a chamada delatio criminis

inqualificada? Vulgarmente a delatio criminis inqualificada conhecida como denncia annima. possvel denncia annima (delatio criminis inqualificada), porm, deve o delegado verificar a procedncia das informaes antes de instaurar o inqurito. Assim voc compatibiliza tanto a denncia quanto preserva a pessoa que foi denunciada. O ato de incio tambm uma Portaria. Art.5, 3/CPP:Art. 5o Nos crimes de ao pblica o inqurito policial ser iniciado:

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 21 LFG_2 Semestre_2009 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existncia de infrao penal em que caiba ao pblica poder, verbalmente ou por escrito, comunic-la autoridade policial, e esta, verificada a procedncia das informaes, mandar instaurar inqurito.

6.5 - Auto de Priso e Flagrante o APF em si vai dar incio ao IP. Essas cinco formas so cabveis em relao a todo e qualquer delito? Por exemplo, crime contra a honra - pode instaurar IP?

Cuidado: essas cinco formas so cabveis em relaoaos crimes de ao penal pblica incondicionada, por exemplo, homicdio, furto, roubo. Em se tratando de crime de ao penal privada e de ao penal pblica condicionada representao e tambm requisio do Min. da Justia, a somente mediante requerimento da vtima ou de seu representante legal ou da prpria requisio do Min. Justia. Por exemplo, crimes sexuais como o estupro, se no houver manifestao da vtima o IP no pode ser instaurado! Isso importante para fins de anlise de HC e definio de autoridade coatora. Temos que saber quem instalou (ou requereu) o IP: exceo da Requisio, em todas as demais a autoridade coatora ser o delegado. HC contra delegado de polcia deve ser encaminhado ao juiz de 1a instancia. E se for o promotor a autoridade coatora, para onde vai o HC:

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Minoritrio juiz de 1a instancia. Minoritrio porque quando voc julga um HC pode, desse julgamento, resultar o reconhecimento da prtica de um crime. Majoritrio HC contra membro do MP deve ser encaminhado ao respectivo tribunal. Exemplo: HC contra promotor do Distrito Federal julgado por quem? No DF e Territrios h um detalhe: esse membro do MP membro do MP da Unio e estes so julgados pelo TRF CUIDADO -.

7. NOTITIA CRIMINIS: CRIMINIS7.1 - Conceito notitia criminis o conhecimento pela autoridade policial, espontneo ou provocado, acerca de um fato delituoso. 7.2 - Espcies: a) De Cognio Imediata a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso por meio de suas atividades rotineiras. No h provocao. b) De Cognio Mediata nesse caso, a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso por meio de instrumento escrito. c) De Cognio Coercitiva ou Obrigatria aquela que se d por intermdio do APF.

8. IDENTIFICAO CRIMINAL:A identificao criminal envolve 2 procedimentos: - a identificao fotogrfica art. 5, LVIII/CF;

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- a identificao datiloscpica. A pessoa est obrigada a se submeter

identificao criminal? A identificao criminal antes da CF/88 era

obrigatria, mesmo que a pessoa se identificasse civilmente. Prova disso a S568/STF.

SMULA N 568A identificao criminal no constitui constrangimento ilegal, ainda que o indiciado j tenha sido identificado civilmente.

Isso antes da Constituio!

Com a CF/88 esse tema sofreu modificao porque a Constituio em seu art. 5,LVIII vai alterar esse panorama.I - o civilmente identificado no ser submetido a identificao criminal, salvo nas hipteses previstas em lei;

LVII

A regra agora no se submeter identificao criminal. O que ser questionado agora : Quais so as leis que autorizam a identificao criminal? Na ordem cronolgica so: 1) Art. 109/ECA: Lei 8069/90 o ECA permite a identificao do menor, caso haja alguma desconfiana, isto , se houver uma dvida fundada, o menor pode ser ali identificado criminalmente.Art. 109. O adolescente civilmente identificado no ser submetido a identificao compulsria pelos rgos policiais, de proteo e judiciais, salvo para efeito de confrontao, havendo dvida fundada.

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2) Art. 5 L9034/95 - Organizaes Criminosas = identificao compulsria:Art. 5 A identificao criminal de pessoas envolvidas com a ao praticada por organizaes criminosas ser realizada independentemente da identificao civil.

Traz a identificao criminal compulsria para o cidado envolvido com organizaes criminosas. 2) Lei 10.054/00 - lei especfica sobre identificao criminal Em 2000 surge uma lei especfica sobre identificao criminal. Vejamos o art. 3:Art. 3o O civilmente identificado por documento original no ser submetido identificao criminal, exceto quando: I estiver indiciado ou acusado pela prtica de homicdio doloso, crimes contra o patrimnio praticados mediante violncia ou grave ameaa, crime de receptao qualificada, crimes contra a liberdade sexual ou crime de falsificao de documento pblico; II houver fundada suspeita de falsificao ou adulterao do documento de identidade; III o estado de conservao ou a distncia temporal da expedio de documento apresentado impossibilite a completa identificao dos caracteres essenciais; IV constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificaes; V houver registro de extravio do documento de identidade; VI o indiciado ou acusado no comprovar, em quarenta e oito horas, sua identificao civil.

O detalhe importante o seguinte:

O inciso I que fala sobre os crimes em que ser possvel a identificao criminal ele fala em homicdio doloso, ento., mas no falou nada nos casos de organizaes criminosas. A lei especfica no repetiu a previso anterior. Portanto: Para o STJ o art. 5 Lei 9034/95 (Organizaes

criminosas) teria sido revogado pela Lei da Identificao criminal.

Muito cuidado com isso, pois como a lei especficasobre identificao criminal no ressalvou essa hiptese da organizao criminosa, o STJ entende que esse artigo foi revogado (V. STJ RHC 12965):

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 25 LFG_2 Semestre_2009RHC 12965 / DF - Ministro FELIX FISCHER PENAL. RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. IDENTIFICAO CRIMINAL DOS CIVILMENTE IDENTIFICADOS. ART. 3, CAPUT E INCISOS, DA LEI N 10.054/2000. REVOGAO DO ART. 5 DA LEI N 9.034/95. O art. 3, caput e incisos, da Lei n 10.054/2000, enumerou, de forma incisiva, os casos nos quais o civilmente identificado deve, necessariamente, sujeitar-se identificao criminal, no constando, entre eles, a hiptese em que o acusado se envolve com a ao praticada por organizaes criminosas. Com efeito, restou revogado o preceito contido no art. 5 da Lei n 9.034/95, o qual exige que a identificao criminal de pessoas envolvidas com o crime organizado seja realizada independentemente da existncia de identificao civil.Recurso provido.

9 INDICIAMENTO: INDICIAMENTOIndiciar atribuir a algum a prtica de uma infrao penal. Indiciar aponta. H policial. O indiciamento um ato privativo da autoridade policial. Cuidado Qual a entre o indiciamento direto e o indiciamento indireto? O indiciamento direto aquele feito na presena do investigado. Quando o investigado est ausente indiciamento indireto. O que cai em prova : Quem pode ser indiciado? Em regra, qualquer pessoa pode ser indiciada. Mas, temos excees: quem compete o indiciamento? A autoridade

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1) Os membros da Magistratura e do MP no podem ser indiciados. E se a autoridade policial estiver investigando e surgir o nome de um membro do MP/Magistratura, como proceder? Cuidado o delegado no pode intim-los para comparecer delegacia! Automaticamente a autoridade policial tem de remeter os autos ao PGJ (se for promotor) ou ao Presidente do TJ (magistrado) ou TRF (juiz federal). Depois, o delegado pode at continuar com as

investigaes, mas j vai ter uma superviso do rgo de cpula, um relator vai ser designado. 2) Parlamentares podem ser indiciados? Com relao ao juiz e ao promotor, tem previso legal: LOM (Lei Orgnica da Magistratura) e na LONMP (Lei Orgnica Nacional do MP), mas e parlamentares? Hoje, o entendimento pacificado no STF o de que parlamentares (e isso vale para todos que tenham foro por prerrogativa de funo) no podero ser indiciados sem prvia autorizao de um Ministro Relator, ficando tambm condicionada essa autorizao a instaurao do IP. O Supremo ento decidiu que no podemos investigar parlamentar sem a autorizao do STF; no podemos indiciar sem a autorizao desse Ministro Relator. a posio que prevalece! Ver: Inq. 2411/STF e Pet. 3825Inq 2411 QO / MT - Min. GILMAR MENDES EMENTA: Questo de Ordem em Inqurito. 1. Trata-se de questo de ordem suscitada pela defesa de Senador da Repblica, em sede de inqurito originrio promovido pelo Ministrio Pblico Federal (MPF), para que o Plenrio do

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 27 LFG_2 Semestre_2009Supremo Tribunal Federal (STF) defina a legitimidade, ou no, da instaurao do inqurito e do indiciamento realizado diretamente pela Polcia Federal (PF). 2. Apurao do envolvimento do parlamentar quanto ocorrncia das supostas prticas delituosas sob investigao na denominada "Operao Sanguessuga". 3. Antes da intimao para prestar depoimento sobre os fatos objeto deste inqurito, o Senador foi previamente indiciado por ato da autoridade policial encarregada do cumprimento da diligncia. 4. Consideraes doutrinrias e jurisprudenciais acerca do tema da instaurao de inquritos em geral e dos inquritos originrios de competncia do STF: i) a jurisprudncia do STF pacfica no sentido de que, nos inquritos policiais em geral, no cabe a juiz ou a Tribunal investigar, de ofcio, o titular de prerrogativa de foro; ii) qualquer pessoa que, na condio exclusiva de cidado, apresente "notitia criminis", diretamente a este Tribunal parte manifestamente ilegtima para a formulao de pedido de recebimento de denncia para a apurao de crimes de ao penal pblica incondicionada. Precedentes: INQ no 149/DF, Rel. Min. Rafael Mayer, Pleno, DJ 27.10.1983; INQ (AgR) no 1.793/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, Pleno, maioria, DJ 14.6.2002; PET - AgR - ED no 1.104/DF, Rel. Min. Sydney Sanches, Pleno, DJ 23.5.2003; PET no 1.954/DF, Rel. Min. Maurcio Corra, Pleno, maioria, DJ 1.8.2003; PET (AgR) no 2.805/DF, Rel. Min. Nelson Jobim, Pleno, maioria, DJ 27.2.2004; PET no 3.248/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, deciso monocrtica, DJ 23.11.2004; INQ no 2.285/DF, Rel. Min. Gilma r Mendes, deciso monocrtica, DJ 13.3.2006 e PET (AgR) no 2.998/MG, 2 Turma, unnime, DJ 6.11.2006; iii) diferenas entre a regra geral, o inqurito policial disciplinado no Cdigo de Processo Penal e o inqurito originrio de competncia do STF regido pelo art. 102, I, b, da CF e pelo RI/STF. A prerrogativa de foro uma garantia voltada no exatamente para os interesses do titulares de cargos relevantes, mas, sobretudo, para a prpria regularidade das instituies. Se a Constituio estabelece que os agentes polticos respondem, por crime comum, perante o STF (CF, art. 102, I, b), no h razo constitucional plausvel para que as atividades diretamente relacionadas superviso judicial (abertura de procedimento investigatrio) sejam retiradas do controle judicial do STF. A iniciativa do procedimento investigatrio deve ser confiada ao MPF contando com a superviso do Ministro-Relator do STF. 5. A Polcia Federal no est autorizada a abrir de ofcio inqurito policial para apurar a conduta de parlamentares federais ou do prprio Presidente da Repblica (no caso do STF). No exerccio de competncia penal originria do STF (CF, art. 102, I, "b" c/c Lei n 8.038/1990, art. 2 e RI/STF, arts. 230 a 234), a atividade de superviso judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitao das investigaes desde a abertura dos procedimentos investigatrios at o eventual oferecimento, ou no, de denncia pelo dominus litis. 6. Questo de ordem resolvida no sentido de anular o ato formal de indiciamento promovido pela autoridade policial em face do parlamentar investigado.

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 28 LFG_2 Semestre_2009Pet 3825 QO / MT - Min. SEPLVEDA PERTENCE EMENTA: Questo de ordem em Petio. 1. Trata-se de questo de ordem para verificar se, a partir do momento em que no se constatam, nos autos, ndicios de autoria e materialidade com relao nica autoridade dotada de prerrogativa de foro, caberia, ou no, ao STF analisar o tema da nulidade do indiciamento do parlamentar, em tese, envolvido, independentemente do reconhecimento da incompetncia superveniente do STF. Inqurito Policial remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que se apuram supostas condutas ilcitas relacionadas, ao menos em tese, a Senador da Repblica. 2. Ocorrncia de indiciamento de Senador da Repblica por ato de Delegado da Polcia Federal pela suposta prtica do crime do art. 350 da Lei n 4.737/1965 (Falsidade ideolgica para fins eleitorais). 3. O Ministrio pblico Federal (MPF) suscitou a absoluta ilegalidade do ato da autoridade policial que, por ocasio da abertura das investigaes policiais, instaurou o inqurito e, sem a prvia manifestao do Parquet, procedeu ao indiciamento do Senador, sob as seguintes alegaes: i) o ato do Delegado de Polcia Federal que indiciou o Senador violou a prerrogativa de foro de que titular a referida autoridade, alm de incorrer em invaso injustificada da atribuio que exclusiva desta Corte de proceder a eventual indiciamento do investigado; e ii) a iniciativa do procedimento investigatrio que envolva autoridade detentora de foro por prerrogativa de funo perante o STF deve ser confiada exclusivamente ao Procurador-Geral da Repblica, contando, sempre que necessrio, com a superviso do Ministro-Relator deste Tribunal. 4. Ao final, o MPF requereu: a) a anulao do indiciamento e o arquivamento do inqurito em relao ao Senador, devido a ausncia de qualquer elemento probatrio que aponte a sua participa o nos fatos; e b) a restituio dos autos ao juzo de origem para o exame da conduta dos demais envolvidos. 5. Segundo o Ministro Relator Originrio, Seplveda Pertence, o pedido de arquivamento do inqurito, solicitado pelo Procurador-Geral da Repblica, com relao ao Senador, seria irrecusvel do STF, o pelo juzo Tribunal, do porque, estaria na linha da na jurisprudncia consolidada Parquet fundado

inexistncia de elementos informativos que pudessem alicerar a denncia. Voto do relator pelo arquivamento do inqurito com relao ao Senador indiciado e proposta de concesso de habeas corpus, de ofcio, em favor do tambm indiciado JOS GICOMO BACCARIN, de modo a estender-lhe os efeitos do arquivamento do inqurito. 6. Com relao ao pedido de anulao do indiciamento do Senador por alegada ausncia de competncia da autoridade policial para determin-lo, o Min. Seplveda asseverou: i) a instaurao de inqurito policial para a apurao de fato em que se vislumbre a possibilidade de envolvimento de titular de prerrogativa de foro do STF no depende de iniciativa do Procurador-Geral da Repblica, nem o mero indiciamento formal reclama prvia deciso de um Ministro do STF; ii) tanto a abertura das investigaes de qualquer fato delituoso, quanto, no curso delas, o

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 29 LFG_2 Semestre_2009indiciamento formal, so atos da autoridade que preside o inqurito; e iii) a prerrogativa de foro do autor do fato delituoso critrio atinente, de modo exclusivo, determinao da competncia jurisdicional originria do Tribunal respectivo, quando do oferecimento da denncia ou, eventualmente, antes dela, se se fizer necessria diligncia sujeita prvia autorizao judicial. Voto pelo indeferimento do pedido de anulao do indiciamento do Senador investigado por entender como vlida a portaria policial que instaur ou o procedimento persecutrio. 7. Ademais, segundo o Min. Pertence, o inqurito deveria ser arquivado com relao ao Senador e a ordem de habeas corpus ser concedida, de ofcio, com relao a JOS GICOMO BACCARIN. Quanto concesso da ordem de ofcio, o Min. Pertence entendeu que JOS GICOMO BACCARIN encontrava-se em idntica situao objetiva do Senador, pois, em tese, tambm teria cometido o crime de falsidade ideolgica para fins eleitorais. Desse modo, inexistindo elementos informativos que pudessem alicerar a denncia com relao ao Senador, ao co-autor JOS GICOMO tambm deveria ser conferido idntico tratamento. 8. Aps o voto do relator indeferindo o pedido de anulao formal do indiciamento do Senador, o Ministro Marco Aurlio suscitou questo de ordem no sentido da prejudicialidade da ao. Ante a concluso de que no se teriam indcios de autoria e materialidade da participao do Senador, o tema do indiciamento estaria prejudicado. Questo de Ordem rejeitada por maioria pelo Tribunal. 9. Segunda Questo de Ordem suscitada pelo Ministro Cezar Peluso. A partir do momento em que no se verificam, nos autos, ndicios de autoria e materialidade com relao nica autoridade dotada de prerrogativa de foro, caberia, ou no, ao STF analisar o tema da nulidade do indiciamento do parlamentar, em tese, envolvido, independentemente do reconhecimento da incompetncia superveniente do STF. O voto do Ministro Gilmar Mendes, por sua vez, abriu divergncia do Relator para apreciar se caberia, ou no, autoridade policial investigar e indiciar autoridade dotada de predicamento de foro perante o STF. Consideraes doutrinrias e jurisprudenciais acerca do tema da instaurao de inquritos em geral e dos inquritos originrios de competncia do STF: i) a jurisprudncia do STF pa cfica no sentido de que, nos inquritos policiais em geral, no cabe a juiz ou a Tribunal investigar, de ofcio, o titular de prerrogativa de foro; ii) qualquer pessoa que, na condio exclusiva de cidado, apresente "notitia criminis", diretamente a este Tribunal parte manifestamente ilegtima para a formulao de pedido de recebimento de denncia para a apurao de crimes de ao penal pblica incondicionada. Precedentes: INQ n 149/DF, Rel. Min. Rafael Mayer, Pleno, DJ 27.10.1983; INQ (AgR) n 1.793/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, Pleno, maioria, DJ 14.6.2002; PET - AgR - ED n 1.104/DF, Rel. Min. Sydney Sanches, Pleno, DJ 23.5.2003; PET n 1.954/DF, Rel. Min. Maurcio Corra, Pleno, maioria, DJ 1.8.2003; PET (AgR) n 2.805/DF, Rel. Min. Nelson Jobim, Pleno, maioria, DJ 27.2.2004; PET n 3.248/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, deciso monocrtica, DJ 23.11.2004; INQ n

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 30 LFG_2 Semestre_20092.285/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, deciso monocrtica, DJ 13.3.2006 e PET (AgR) n 2.998/MG, 2 Turma, unnime, DJ 6.11.2006; iii) diferenas entre a regra geral, o inqurito policial disciplinado no Cdigo de Processo Penal e o inqurito originrio de competncia do STF regido pelo art. 102, I, b, da CF e pelo RI/STF. A prerrogativa de foro uma garantia voltada no exatamente para os interesses do titulares de cargos relevantes, mas, sobretudo, para a prpria regularidade das instituies em razo das atividades funcionais por eles desempenhadas. Se a Constituio estabelece que os agentes polticos respondem, por crime comum, perante o STF (CF, art. 102, I, b), no h razo constitucional plausvel para que as atividades diretamente relacionadas sejam superviso do judicial (abertura do de A procedimento iniciativa do investigatrio) retiradas controle judicial STF.

procedimento investigatrio deve ser confiada ao MPF contando com a superviso do Ministro-Relator do STF. 10. A Polcia Federal no est autorizada a abrir de ofcio inqurito policial para apurar a conduta de parlamentares federais ou do prprio Presidente da Repblica (no caso do STF). No exerccio de competncia penal originria do STF (CF, art. 102, I, "b" c/c Lei n 8.038/1990, art. 2 e RI/STF, arts. 230 a 234), a atividade de superviso judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitao das investigaes desde a abertura dos procedimentos investigatrios at o eventual oferecimento, ou no, de denncia pelo dominus litis. 11. Segunda Questo de Ordem resolvida no sentido de anular o ato formal de indiciamento promovido pela autoridade policial em face do parlamentar investigado. 12. Remessa ao Juzo da 2 Vara da Seo Judiciria do Estado do Mato Grosso para a regular tramitao do feito.

2 Aula - 12/08/09 INQURITO POLICIAL - Cont. Art. 21 do CPP no foi recepcionado pela CF. Como a incomunicabilidade vedada no estado de defesa, a concluso que tambm deve ser vedada em um Estado normal de Direito (ver o art. da CF sobre estado de defesa).

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No pode ser decretada a incomunicabilidade do preso.

PRAZO PARA CONCLUSO DO IP: CONCLUSVale a pena ficar atento porque uma coisa quando o acusado est preso prazo de 10 dias para concluso do IP; estando o acusado solto = 30 dias. Esse prazo de 30 dias, em relao ao acusado solto, pode ser prorrogado. No caso do prazo de 10 dias, a doutrina entende que se houver um excesso abusivo, por exemplo, 6 meses, a consequncia ser o relaxamento da priso. Contagem desse prazo: prazo penal ou prazo processual penal? H diferena - prazo penal - o dia do incio levado em considerao; prazo processual = comea a contar no dia seguinte. CUIDADO: Esse um prazo processual penal. No confundir com o prazo da priso que penal.

Excees: LEI REU PRESO REU SOLTO

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CPPM JUSTIA FEDERAL(1)

20 dias 15 dias 30 dias 10 dias

40 dias 30 dias 90 dias 10 dias

DROGAS art. 51(2) Crimes contra Economia Popular art. 10,1(3)

(1) ATENO: na Justia Federal esse prazo pode ser duplicado. Em se tratando de acusado preso esse prazo pode chegar a 30 dias. (2) ATENO: Esses dois prazos podem ser duplicados. Ou seja, podemos chegar a 60 dias para o ru preso e a 180 dias para o ru solto. OBS.: em IP sobre Drogas dificilmente vamos ter ru solto. (3) CUIDADO: como a lei no distingue, esse prazo fica valendo para ru solto e ru preso.

14.

CONCLUSAO DO IP:

Vai se dar atravs da elaborao de um Relatrio da autoridade policial subscrito pelo Delegado de Polcia. Objetivos do Relatrio: - Deve ser uma pea essencialmente descritiva. - Deve a autoridade policial evitar fazer qualquer juzo esse juzo de valor, quem tem que fazer o titular da ao penal.

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- Na medida em que o prprio IP dispensvel, podemos a concluir que o relatrio tambm uma pea dispensvel. Concludo o IP, elaborado o relatrio, de acordo com o CPP, o IP vai ser remetido para o Poder Judicirio. CUIDADO: Em alguns Estados da Federao, por fora de Portarias dos TJ's, o IP j remetido diretamente ao rgo do MP - Centrais de Inqurito -. o que acontece no Paran, Bahia, RJ, Cear, por exemplo. OBS.: Uma das propostas de leis que tramitam no Congresso vai consagrar essa regra da remessa direta do IP ao rgo do MP. Vamos trabalhar com a regra do CPP - IP indo para o Judicirio: Judicirio Chegando ao Poder Judicirio - duas possibilidades: 1) Se o crime for de ao penal pblica o juiz abre vista ao MP; 2) Se o crime for de ao penal privada iniciativa da vtima. VISTA AO MP - POSSIBILIDADES: POSSIBILIDADES 1a) Oferecer denncia; 2a) Requerimento de diligncias desde que o juiz

determina que os autos permaneam em cartrio aguardando a

indispensveis ao oferecimento da denncia.

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Ver art. 16/CPP.Art. 16. O Ministrio Pblico no poder requerer a devoluo do inqurito autoridade policial, seno para novas diligncias, imprescindveis ao oferecimento da denncia.

3a) Promoo de Arquivamento; 4a) Argio a incompetncia do juzo - por exemplo, voc promotor estadual e v que o crime federal voc vai pedir a remessa para um juiz federal. 5a) Suscitar um conflito de competncia ou um conflito de atribuies diferente da argio de incompetncia; aqui os autos chegaram de outro juzo e voc suscita o conflito dizendo no ser o competente. OBS. Oferecimento da denncia vai ser vista junto com Ao Penal.

2a) REQUERIMENTO DE DILIGNCIAS: DILIGNCIAS Quando o MP pede essas diligncias ele sempre solicita a remessa dos autos autoridade policial. E se o juiz indeferir essa remessa dos autos autoridade policial? a) O remdio correto seria a correio parcial,

geralmente prevista nos Regimentos Internos (isso o que vamos colocar na prova). b) Requisitar diretamente autoridade policial a

realizao das diligencias, ou seja, ao invs de pedir ao juiz que

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requisite as diligncias, o promotor tem esse poder, a Constituio lhe garante esse poder. So essas duas possibilidades. 4) CONFLITO DE COMPETNCIA: COMPETNCIA O Conflito de competncia pode ser de duas espcies: POSITIVO rarssimo. Dois ou mais juzes

entendem-se competentes para a causa. - NEGATIVO Dois ou mais juzes consideram-se incompetentes para o julgamento da causa. o mais comum. Est no art. 114/CPP usa a expresso conflito de "jurisdio"; tecnicamente essa expresso no correta porque a jurisdio una.Art. 114. Haver conflito de jurisdio: I - quando duas ou mais autoridades judicirias se considerarem competentes, ou incompetentes, para conhecer do mesmo fato criminoso; II - quando entre elas surgir controvrsia sobre unidade de juzo, juno ou separao de processos.

Hiptese: Juiz Estadual + Juiz Federal = Conflito negativo na hora de decidir o tribunal obrigado a remeter para um desses dois suscitados ou ele pode remeter para um 3 juiz? CUIDADO: Ao decidir um conflito de competncia nada impede que o tribunal remeta os autos a um terceiro juzo no envolvido no conflito. Os Manuais no abordam isso porque rarssimo de acontecer.

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QUEM DECIDE CONFLITO DE COMPETNCIA? TJ/SP X Juiz estadual de SP - quem decide conflito entre

eles? O TJ o rgo jurisdicional superior ao juiz estadual. Como entrar em conflito com seu superior hierrquico? Nesse exemplo no existe conflito de competncia. Se temos um rgo hierarquicamente superior, no podemos falar em conflito de competncia. 1 Hiptese: 1) Juiz estadual/SP X Juiz federal/SP juiz est. subordinado ao TJ/SP; o juiz fed. subordinado ao TRF = no pode ser nenhum deles. Subimos na hierarquia ser o STJ que superior aos dois. PEGADINHA: o juiz estadual de acordo com o art. 109, 3/CF, existe a possibilidade de que esse juiz estadual esteja exercendo competncia federal delegada. Isso acontece, por exemplo, nas causas previdencirias.Art. 109. Aos juzes federais compete processar e julgar: 3 - Sero processadas e julgadas na justia estadual, no foro do domiclio dos segurados ou beneficirios, as causas em que forem parte instituio de previdncia social e segurado, sempre que a comarca no seja sede de vara do juzo federal, e, se verificada essa condio, a lei poder permitir que outras causas sejam tambm processadas e julgadas pela justia estadual.

Quando houver conflito de competncia estando esse juiz estadual no exerccio de competncia federal delegada, ele estar subordinado ao TRF. Portanto, nesse caso sero dois juzes federais - quem decidir ser o TRF da 3a Regio (SP). 2 Hiptese:

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Juiz Fed./SP X STM sempre que houver um Tribunal Superior envolvido, a competncia ser do STF.

CONFLITO DE ATRIBUIES: ATRIBUIES Enquanto o conflito de competncia o conflito que se estabelece entre dois rgos jurisdicionais, o conflito de atribuies vai se dar entre rgos do MP. OBS: Isso hoje muito comum em virtude de as investigaes estarem sendo feitas pelo MP. Quem decide conflito de atribuies? 1) MP/SP X MP/SP = PGJ conflito entre membros do mesmo Estado = Procurador Geral de Justia. 2) MPF/SP X MPF/RJ = Cmara de Coordenao e Reviso do MPF conflito entre rgos do MP Federal = quem decide essa Cmara com recurso para o PGR (Proc. Geral da Repblica). 3) MP Militar X MPF PGR

OBS: Cuidado que o MPU (MP da Unio) composto por 4 ramos: MPF MPM (Militar)

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MPDFT (DF e Territrios) MPT (Trabalho)

4) MP/CE X MP/BA ou MPF X MP/RS Prevalece com vrios julgados que a competncia ser do STF. Fundamento: art. 102, I, "f"/CF.Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituio, cabendolhe: I - processar e julgar, originariamente: f) as causas e os conflitos entre a Unio e os Estados, a Unio e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administrao indireta;

Ver dois julgados: PET 3528 (STF); ACO (STF) 1179.Pet 3528 / BA - Min. MARCO AURLIO COMPETNCIA - CONFLITO DE ATRIBUIES - MINISTRIO PBLICO FEDERAL VERSUS MINISTRIO PBLICO ESTADUAL. Compete ao Supremo a soluo de conflito de atribuies a envolver o Ministrio Pblico Federal e o Ministrio Pblico Estadual. CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIES - MINISTRIO PBLICO FEDERAL VERSUS MINISTRIO PBLICO ESTADUAL - ROUBO E DESCAMINHO. Define-se o conflito considerado o crime de que cuida o processo. A circunstncia de, no roubo, tratar-se de mercadoria alvo de contrabando no desloca a atribuio, para denunciar, do Ministrio Pblico Estadual para o Federal. ACO 1179 / PB - Min. ELLEN GRACIE DIREITO PROCESSUAL PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIES.

CARACTERIZAO. COMPETNCIA DO STF. POSSVEL CRIME DE DESACATO CONTRA JUIZ DO TRABALHO. FATO OCORRIDO EM RAZO DE SUA FUNO. ART. 331, CP. 1. Suposto conflito de atribuies entre membros do Ministrio Pblico do Estado da Paraba e do Ministrio Pblico Federal, relacionados aos fatos investigados no procedimento investigatrio instaurado pela Procuradoria da Repblica em Campina Grande/PB. 2. Com fundamento no art. 102, I, f, da Constituio da Repblica, deve ser conhecido o presente conflito de atribuio entre os membros do Ministrio Pblico do Estado da Paraba e do Ministrio Pblico Federal diante da competncia do Supremo Tribunal Federal para julgar conflito entre rgos de Estados-membros diversos. 3. O juiz federal de Campina Grande reconheceu, expressamente, que a competncia para eventual ao penal da justia federal e, por isso, realmente no h que se cogitar de conflito de jurisdio (ou de competncia), mas sim de conflito de atribuies. 4. Servidora da Justia do Trabalho Maria do Socorro teria tentado se valer de sua funo pblica, baseada na ordem de servio referida, para no se submeter fila existente no local, ocasio em que o juiz do trabalho tambm resolveu fazer

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 39 LFG_2 Semestre_2009o mesmo. Assim, no momento em que a servidora afirmou que o juiz somente mandava "no seu gabinete, aqui deve ser tratado como cidado comum...", manifestou desprestgio funo pblica exercida pelo magistrado, revelando nexo causal entre a conduta e a condio de juiz do trabalho da suposta vtima. 5. Em tese, houve infrao penal praticada em detrimento do interesse da Unio (CF, art. 109, IV), a atrair a competncia da justia federal. 6. Atribuio do Ministrio Pblico Federal para funcionar no procedimento, exercitando a opinio delicti. 7. Entendimento original da relatora, em sentido oposto, abandonado para participar das razes prevalecentes. 8. Conflito no conhecido, determinando-se a remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justia.

15. ARQUIVAMENTO DO IP: OBS: MP/Delegado. Trata-se de uma deciso judicial, mediante requerimento do MP. A autoridade judiciria quem vai determinar o Tema muito importante para provas de

arquivamento do IP mediante requerimento do MP. Cabe arquivamento do IP em crime de ao penal privada? Em tese cabvel ; podemos imaginar que o ofendido faa um pedido de arquivamento, mas algum vtima de um crime de ao penal privada vai pedir isso? Porm podemos dizer que o arquivamento do IP pode acontecer por: requerimento do MP; requerimento do ofendido. Juiz no pode, jamais, arquivar IP de ofcio, pois no sendo ele o titular da ao penal, no pode agir de ofcio.

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Da mesma forma o MP no pode arquivar o IP, precisa submeter deciso judicial. FUNDAMENTOS PARA O ARQUIVAMENTO DO IP: IP 1) Atipicidade da conduta: Ex.: Princpio da Insignificncia; STF - decidiu que a "cola eletrnica" no crime: no estelionato e tambm no seria falsidade. 2) Excludente da ilicitude: CUIDADO: a regra, em relao ao MP, sempre o Princpio do In dubio pro societate se o promotor est na dvida se houve ou na a conduta = o promotor deve oferecer a denncia; s se estiver plenamente convencido da excludente que ele deve pedir o arquivamento. 3) Excludente de culpabilidade: Por exemplo, coao moral irresistvel, inexigibilidade de conduta diversa, salvo nos casos de inimputabilidade - esses tm que ser denunciados para serem submetidos Medida de Segurana. 4) Presente uma Causa extintiva da punibilidade. 5) Ausncia de Elementos de Informao quanto autoria e materialidade: 99% dos casos de arquivamento decorrem daqui e geralmente o problema a autoria.

COISA JULGADA E O ARQUIVAMENTO: ARQUIVAMENTO

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Importante diferenciarmos a CJ Formal da CJ Material. CJF - a imutabilidade da deciso no processo em que foi proferida. CJM - torna a deciso imutvel fora do processo no qual a deciso proferida. Cuidado - houve deciso recente do STF que modificou um entendimento j pacificado os livros podem estar desatualizados.

Tipos de Arquivamento e CJ: 1) Atipicidade da conduta CJF e M; 2) Excludente de ilicitude CJFM = sempre foi esse o posicionamento da doutrina e da jurisprudncia. Todavia, CUIDADO porque recentemente em fev ou maro desse ano o STF entendeu que arquivamento com base em excludente da ilicitude s faz CJF. A relevncia dessa discusso: surgindo novas provas, a denncia pode ser oferecida.HC - 95211 O Min. Ricardo Lewandowski suscitou questo de ordem no sentido de que os autos fossem deslocados ao Plenrio, porquanto transpareceria que as informaes as quais determinaram a reabertura do inqurito teriam se baseado em provas colhidas pelo prprio Ministrio Pblico. Contudo, a Turma entendeu, em votao majoritria, que, antes, deveria apreciar matria prejudicial relativa ao fato de se saber se a ausncia de ilicitude configuraria, ou no, coisa julgada material, tendo em conta que o ato de arquivamento ganhara contornos absolutrios, pois o paciente fora absolvido ante a constatao da excludente de antijuridicidade (estrito cumprimento do dever legal). Vencido, no ponto, o Min. Ricardo Lewandowski que, ressaltando o contexto ftico, no conhecia do writ por julgar que a via eleita no seria adequada ao exame da suposta prova nova que motivara o desarquivamento. No mrito, tambm por

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 42 LFG_2 Semestre_2009maioria, denegou-se a ordem. Aduziu-se que a jurisprudncia da Corte seria farta quanto ao carter impeditivo de desarquivamento de inqurito policial nas hipteses de reconhecimento de atipicidade, mas no propriamente de excludente de ilicitude. Citando o que disposto no aludido Verbete 524 da Smula, enfatizou-se que o tempo todo fora afirmado, desde o Ministrio Pblico capixaba at o STJ, que houvera novas provas decorrentes das apuraes. Ademais, observou-se que essas novas condies no afastaram o fato tpico, o qual no fora negado em momento algum, e sim a ilicitude que inicialmente levara a esse pedido de arquivamento. Vencidos os Ministros Menezes Direito e Marco Aurlio que deferiam o habeas corpus por considerar que, na espcie, ter-se-ia coisa julgada material, sendo impossvel reabrir-se o inqurito independentemente de outras circunstncias. O Min. Marco Aurlio acrescentou que nosso sistema convive com os institutos da justia e da segurana jurdica e que, na presente situao, este no seria observado se reaberto o inqurito, a partir de preceito que encerra exceo (CPP, art. 18). HC 95211/ES, rel. Min. Crmen Lcia, 10.3.2009. (HC-95211)

3) Excludente da culpabilidade CJFM - Doutrina majoritria. 4) Causa extintiva da punibilidade cuidado porque tecnicamente falando no h anlise do mrito. Todavia, reconhecida a presena de uma causa extintiva da punibilidade esse IP NO PODE SER REABERTO. E no caso de certido de bito falsa? Para concurso defender: para o STF como a deciso se baseou em fato juridicamente inexistente, nada impede 5) Ausncia de elementos de informao CJF. Se conseguir prova nova, posso continuar.

P O A N V S R V S O A

:

Prova nova aquela substancialmente inovadora, ou seja, aquela capaz de produzir uma alterao do contexto probatrio.

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Surgindo provas novas o MP pode dar incio ao penal. Ver Smula 524/STF - vai trabalhar exatamente com isso. Cuidado, para que o MP d incio ao penal ele precisa de provas novas, mas e para que ocorra o desarquivamento do IP, o que preciso? preciso da notcia de provas novas. Para o

desarquivamento basta a notcia de prova nova, para a ao penal preciso mesmo da prova nova. Ver HC 84186 e HC 80560.HC 80560 / GO - Min. SEPLVEDA PERTENCE EMENTA: Inqurito policial: deciso que defere o arquivamento: quando faz coisa julgada. A eficcia preclusiva da deciso que defere o arquivamento do inqurito policial, a pedido do Ministrio Pblico, similar daquela que rejeita a denncia e, como a ltima, se determina em funo dos seus motivos determinantes, impedindo " se fundada na atipicidade do fato " a propositura ulterior da ao penal, ainda quando a denncia se pretenda alicerada em novos elementos de prova. Recebido o inqurito " ou, na espcie, o Termo Circunstanciado de Ocorrncia " tem sempre o Promotor a alternativa de requisitar o prosseguimento das investigaes, se entende que delas possa resultar a apurao de elementos que dem configurao tpica ao fato (C.Pr.Penal, art. 16; L. 9.099/95, art. 77, 2). Mas, ainda que os entenda insuficientes para a denncia e opte pelo pedido de arquivamento, acolhido pelo Juiz, o desarquivamento ser possvel nos termos do art. 18 da lei processual. O contrrio sucede se o Promotor e o Juiz acordam em que o fato est suficientemente apurado, mas no constitui crime. A " a exemplo do que sucede com a rejeio da denncia, na hiptese do art. 43, I, C.Pr.Penal " a deciso de arquivamento do inqurito definitiva e inibe que sobre o mesmo episdio se venha a instaurar ao penal, no importa que outros elementos de prova venham a surgir posteriormente ou que erros de fato ou de direito hajam induzido ao juzo de atipicidade.

O arquivamento com base na ausncia de elementos de informao feita com base na clusula rebus sic stantibus, ou seja, modificado o panorama probatrio possvel o desarquivamento do IP.

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16.

PROCEDIMENTO

DO

ARQUIVAMENTO:Esse procedimento varia de acordo com a Justia. 1) JUSTICA ESTADUAL: ESTADUAL MP juiz = promotor vai fazer a sua promoo de arquivamento (pedido) endereada ao juiz. Imaginemos que o juiz no concorde com o arquivamento e determine a realizao de diligencias. correto? No, o juiz no pode, na fase investigatria, ficar determinando a realizao de diligencias. Ao juiz, na fase investigatria, reserva-se um papel distante. Ao juiz no dado determinar a realizao de diligencias em caso o faa, o caminho o promotor ingressar com uma correio parcial contra o magistrado; trata-se de um ato abusivo. Pedido o arquivamento - possibilidades: a) caso o juiz concorde cm o pedido de arquivamento vai se dar a homologao e o IP ser arquivado.

b) Juiz discorda do pedido de arquivamento --> vamos usar o art. 28 do CPP - determina a remessa dos autos ao PGJ. Caso o juiz no concorde com o arquivamento remete ao PGJ. Aqui se aplica o princpio chamado de Princpio da Devoluo caso o juiz no concorde com o pedido de arquivamento, cabe a ele devolver a apreciao do caso Chefia

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do MP, ao qual compete a deciso final sobre o oferecimento ou no da denncia. Quando o juiz remete os autos ao PGJ, ele no deixa de exercer uma funo anmala de fiscal do princpio da obrigatoriedade - CUIDADO -. Chegando os autos ao PGJ - Possibilidades: 1a) Oferecer denncia 2a) Requisitar diligencias 3a) Designar outro rgo do MP para oferecer denncia - cuidado o PGJ no pode obrigar aquele promotor que pediu o arquivamento a oferecer denncia porque ele estaria violando a sua independncia funcional. Esse outro rgo do MP obrigado a oferecer a denncia? Para a maioria da doutrina ele age por delegao, longa manus do PGJ e por isso ele obrigado a oferecer denncia. Na prtica isso resolvido como o famoso "promotor do 28" = promotor que atua diretamente com o PGJ e sempre que o PGJ tem que designar algum, designa esse. 4a) Insistir no arquivamento hiptese na qual o juiz est obrigado a arquivar. Ver o art. 28/CPP.Art. 28. Se o rgo do Ministrio Pblico, ao invs de apresentar a denncia, requerer o arquivamento do inqurito policial ou de quaisquer peas de informao, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razes invocadas, far remessa do inqurito ou peas de informao ao procurador-geral, e este oferecer a denncia, designar outro rgo do Ministrio Pblico para oferec-la, ou insistir no pedido de arquivamento, ao qual s ento estar o juiz obrigado a atender.

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Ver julgado STF HC 92885.HC 92885 / CE - Min. CRMEN LCIA EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE HOMICDIO

QUALIFICADO. ALEGAO DE VIOLAO AO PRINCPIO DO PROMOTOR NATURAL E DE AUSNCIA DE JUSTA CAUSA PARA O OFERECIMENTO DA DENNCIA. INEXISTNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 1. Nenhuma afronta ao princpio do promotor natural h no pedido de arquivamento dos autos do inqurito policial por um promotor de justia e na oferta da denncia por outro, indicado pelo Procurador-Geral de Justia, aps o Juzo local ter considerado improcedente o pedido de arquivamento. 2. A alegao de falta de justa causa para o oferecimento da primeira denncia foi repelida pelo Tribunal de Justia estadual, sendo acatada to-somente a tese de sua inpcia. 3. No se pode trancar a segunda denncia, quando descritos, na ao penal, comportamentos tpicos, ou seja, quando factveis e manifestos os indcios de autoria e materialidade delitivas. Precedentes. 4. Habeas corpus indeferido.

2) JUSTIA FEDERAL / MILITAR DA UNIO E JUSTIA DO DF: Aqui tem uma peculiaridade porque quem vai atuar o MPF (Procuradores da Repblica); no MPM Promotores e Procuradores da Justia Militar; DF - MPDFT (Promotores do DF e Territrios). Nessas situaes no vamos ter o PGJ para remeter os autos. Imaginemos um Procurador da Repblica (MPF) formula uma promoo de arquivamento submetida a um juiz federal. Se o juiz no concordar a remessa dos autos ser para a Cmara de Coordenao e Reviso do MPF. CUIDADO essa Cmara vai se manifestar de maneira opinativa, ou seja, ela ouvida e d seu parecer, mas essa no a deciso final porque

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depois os autos so remetidos ao PGR a quem compete a deciso final.

Justia Militar da Unio: Promotor da JMU promoo de arquivamento ao juizauditor. Se o juiz-auditor discorda remete os autos Cmara de Coordenao e Reviso do MPM. Essa Cmara vai dar um parecer opinativo. A deciso final do Procurador Geral da Justia Militar. Peculiaridade - cuidado: caso o juiz-auditor concorde com o pedido de arquivamento obrigado a remeter os autos ao Juiz-Auditor Corregedor. Esse JAC pode concordar. Caso ele concorde com o arquivamento arquiva-se o IP. Se o JAC no concordar com o arquivamento ele pode fazer uma representao ( um recurso) ao STM. O STM pode concordar com o arquivamento = arquiva-se o IP. Se o STM der provimento a esse recurso, significa dizer que ele no concordou com o arquivamento, ele determina a remessa Cmara de Coordenao e Reviso do MPM. A Cmara vai dar sua opinio - parecer opinativo - aps o que os autos so remetidos ao PGJM a quem compete a deciso final.

3) JUSTIA ELEITORAL: OBS: No temos um rgo prprio de MP Eleitoral. Nas comarcas do interior quem atua o MP Estadual.

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Caso o juiz eleitoral no concorde com o pedido de arquivamento, far a remessa dos autos ao Procurador Regional Eleitoral, que um Procurador Regional da Repblica atuando perante o TRE.

4)

Arquivamento

nas

Hipteses

de

Atribuio

Originaria do PGJ ou PGR: Se a deciso de arquivamento se der por parte do PGJ/PGR (nas hipteses de atribuio originaria ou quando se tratar de insistncia de arquivamento) no ser necessrio submeter essa deciso ao respectivo tribunal. Como no h a interveno do Judicirio, nesse caso teremos uma mera deciso administrativa Dois julgados: STF Inq 2054 e STJ HC 64564. No caso de deciso do PGJ - cuidado - cabe pedido de reviso ao Colgio de Procuradores (rgo estruturado no mbito do MPE) a quem compete a deciso final sobre o assunto art. 12, XI da Lei 8625/93 (LONMP).

17. ARQUIVAMENTO IMPLCITO:

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Por exemplo, no IP h dois suspeitos Tcio e Mvio; na hora da denncia o promotor s denuncia Tcio e nada fala sobe o Mvio - doutrina diz que isso arquivamento implcito. No admitido; no podemos admitir que uma

manifestao do MP no seja fundamentada. Arquivamento Implcito ocorre quando o titular da ao penal deixa de incluir na denncia algum fato investigado (arquivamento implcito objetivo) ou algum dos indiciados (arquivamento implcito subjetivo), sem expressa manifestao ou justificativa desse procedimento. No admitido pela doutrina e jurisprudncia, cabendo ao juiz devolver os autos ao MP para que se manifeste de maneira fundamentada, sob pena de aplicao do art. 28/CPP.

18. ARQUIVAMENTO INDIRETO: Ocorre quando o juiz diante do no oferecimento de denncia por parte do MP fundado em razoes de incompetncia recebe essa manifestao (de incompetncia) como se tratasse de um arquivamento, aplicando por analogia o art. 28/CPP.

19.

RECURSOS

CABIVEIS

NAS

HIPOTESES

DE

ARQUIVAMENTO: 1a) Art. 12, XI - Lei 8625/93 - LONMP Colgio de Procuradores;

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 50 LFG_2 Semestre_2009Art. 12 - O Colgio de Procuradores de Justia composto por todos os Procuradores de Justia, competindo-lhe: XI - rever, mediante requerimento de legtimo interessado, nos termos da Lei Orgnica, deciso de arquivamento de inqurito policial ou peas de informao determinada pelo Procurador-Geral de Justia, nos casos de sua atribuio originria;

2a) Art. 7 da Lei 1521/51 (Crimes contra a Economia Popular ou contra a Sade Pblica) recurso de ofcio, ou seja, sempre que o juiz arquiva um IP contra esses crimes, ele precisa submeter a sua deciso ao seu superior hierrquico.Art. 7. Os juzes recorrero de ofcio sempre que absolverem os acusados em processo por crime contra a economia popular ou contra a sade pblica, ou quando determinarem o arquivamento dos autos do respectivo inqurito policial.

3a) Contravenes do jogo do bicho e corridas de cavalos fora do hipdromo recurso em sentido estrito = art. 6, PU da Lei 1508/51.Art. 6 Quando qualquer do povo provocar a iniciativa do Ministrio Pblico, nos trmos do Art. 27 do Cdigo do Processo Penal, para o processo tratado nesta lei, a representao, depois do registro pelo distribuidor do juzo, ser por ste enviada, incontinenti, ao Promotor Pblico, para os fins legais. Pargrafo nico. Se a representao fr arquivada, poder o seu autor interpr recurso no sentido estrito.

Esses so os recursos. Em regra podemos concluir que a deciso de arquivamento irrecorrvel, salvo nessas hipteses acima. 20. TRANCAMENTO DO IP: uma medida de natureza excepcional, somente sendo possvel nas seguintes hipteses: 1a) Quando estiver extinta a punibilidade.

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2a) Quando ficar evidenciada a atipicidade formal ou material da conduta. Ex: cola eletrnica no crime para o STF no podemos instaurar IP para apurar o que no crime. 3a) Quando no houver quaisquer indcios iniciais acerca da prtica de um crime (STF - HC 89398).HC 89398 / SP - Min. CRMEN LCIA EMENTA: PROCURADOR-GERAL HABEAS DA CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PASSIVA. AUTORIDADE SUSPENSO COATORA. DE ATOS

REPBLICA.

ILEGITIMIDADE

INVESTIGATRIOS. MATRIA JORNALSTICA. INEXISTNCIA DE COAO OU AMEAA DE COAO. PRECEDENTES. HABEAS CORPUS DENEGADO. 1. O presente habeas corpus, que visa ao trancamento de eventual inqurito e ao penal, no se justifica, quando se cuida de fatos simplesmente noticiados em reportagens jornalsticas sem referncia a ato da autoridade tida como coatora. O trancamento de inquritos e aes penais em curso - o que no se vislumbra na hiptese dos autos - s admissvel quando verificadas a atipicidade da conduta, a extino da punibilidade ou a ausncia de elementos indicirios demonstrativos de autoria e prova da materialidade. Precedentes. 2. O Ministrio Pblico o rgo competente constitucionalmente para o desempenho da persecuo penal, e no h constrangimento ilegal algum na eventual apreciao de documentos fornecidos ao Procurador-Geral da Repblica pela Comisso Parlamentar de Inqurito. Ainda que se considerasse a possibilidade concreta e verdadeiramente iminente de instaurao de procedimento criminal contra o Paciente, o que no se d na espcie, certo que a autoridade coatora no seria o Procurador-Geral da Repblica, mas sim autoridade policial ou mesmo rgo ministerial atuante na primeira instncia, em razo de fazer jus o Paciente a foro especial, nem se enquadrar em circunstncias outras capazes de atrair a atuao direta do chefe do Ministrio Pblico Federal. Precedentes. 3. Habeas corpus denegado.

21. INVESTIGACAO PELO MP: Magistratura - dizer que possvel porque essa tem sido a opinio dos tribunais. Argumentos Contrrios momento Atenta que voc contra o Argumentos favorveis Teoria/Doutrina dos

sistema acusatrio: a partir doPoderes Implcitos - surgida na possibilitaSuprema Corte Americana em um que o MP investigue cria umprecedente de 1819 (MCc Culloch desequilbrio entre acusao eX Maryland) --> a Constituio, ao defesa. conceder uma atividade-fim a

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determinado rgo ou instituio, implcita e simultaneamente concede a ele todos os meios necessrios para atingir aquele objetivo. Ver Info 538 do STF - HC 91661. - MP dotado do poder de requisio. Sendo assim, cabese - Polcia judiciria no confunde com polcia

ao MP requisitar diligencias ou, seinvestigativa. Somente as funes entender necessrio, requisitar ade polcia judiciria que so instaurao de IP. Porem, o MPexercidas no pode presidir um IP. presidncia do IP atribuioPolcia exclusiva da polcia judiciria. - Falta de previso legal e instrumento para investigao. com exclusividade no Apelas polcias estaduais e federal. investigativa (regulamentado Resoluo instrumento administrativa n exclusiva - veja COAF, CPI e MP. Procedimento Criminal pelo 13) de e CNMP o

aInvestigatrio

natureza inquisitorial,

instaurado e presidido por um membro do MP com atribuio criminal, e ter como finalidade apurar a ocorrncia de infraes penais de natureza elementos pblica, para o fornecendo

oferecimento ou no de denncia.

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PROCEDIMENTO INVESTIGATRIO: O procedimento investigatrio criminal o mesmo procedimento do IP, mas presidido pelo MP. CONCLUSAO DO IP: Trs possibilidades: 1a) Denncia; 2a) Arquivamento; 3a) Declinao de atribuio, por exemplo, v que um crime de competncia de outra Justia. Cuidado, essa deciso arquivamento deve ser submetida a algum? Caso o rgo do MP conclua pelo arquivamento, sua promoo ser submetida ao juzo competente, na forma do art. 28, ou ao rgo superior interno.

Posio da Jurisprudncia: Para o STJ perfeitamente possvel a investigao pelo MP - ver Smula 234/STJ.Smula: 234 A participao de membro do Ministrio Pblico na fase investigatria criminal no acarreta o seu impedimento ou suspeio para o oferecimento da denncia.

O STF j vem admitindo o recebimento de denncia com base em elementos colhidos em inqurito civil presidido pelo MP (RE 464893; HC 91661 = ltimo julgado do Supremo sobre o assunto).RE 464893 / GO - Min. JOAQUIM BARBOSA

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 54 LFG_2 Semestre_2009EMENTA: RECURSO EXTRAORDINRIO. PENAL. PROCESSUAL PENAL. MINISTRIO PBLICO. OFERECIMENTO DE DENNCIA COM BASE EM INQURITO CIVIL PBLICO. VIABILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. Denncia oferecida com base em elementos colhidos no bojo de Inqurito Civil Pblico destinado apurao de danos ao meio ambiente. Viabilidade. 2. O Ministrio Pblico pode oferecer denncia independentemente de investigao policial, desde que possua os elementos mnimos de convico quanto materialidade e aos indcios de autoria, como no caso (artigo 46, 1, do CPP). 3. Recurso a que se nega provimento. HC 91661 / PE - Min. ELLEN GRACIE HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DE AO PENAL. FALTA DE JUSTA CAUSA. EXISTNCIA DE SUPORTE PROBTATRIO DE MNIMO. REEXAME PELO DE FATOS E PROVAS. DELITOS INADMISSIBILIDADE. POSSIBLIDADE INVESTIGAO MINISTRIO PBLICO.

PRATICADOS POR POLICIAIS. ORDEM DENEGADA. 1. A presente impetrao visa o trancamento de ao penal movida em face dos pacientes, sob a alegao de falta de justa causa e de ilicitude da denncia por estar amparada em depoimentos colhidos pelo ministrio pblico. 2. A denncia foi lastreada em documentos (termos circunstanciados) e depoimentos de diversas testemunhas, que garantiram suporte probatrio mnimo para a deflagrao da ao penal em face dos pacientes. 3. A alegao de que os pacientes apenas cumpriram ordem de superior hierrquico ultrapassa os estreitos limites do habeas corpus, eis que envolve, necessariamente, reexame do conjunto fticoprobatrio. 4. Esta Corte tem orientao pacfica no sentido da incompatibilidade do habeas corpus quando houver necessidade de apurado reexame de fatos e provas (HC n 89.877/ES, rel. Min. Eros Grau, DJ 15.12.2006), no podendo o remdio constitucional do habeas corpus servir como espcie de recurso que devolva completamente toda a matria decidida pelas instncias ordinrias ao Supremo Tribunal Federal. 5. perfeitamente possvel que o rgo do Ministrio Pblico promova a colheita de determinados elementos de prova que demonstrem a existncia da autoria e da materialidade de determinado delito. Tal concluso no significa retirar da Polcia Judiciria as atribuies previstas constitucionalmente, mas apenas harmonizar as normas constitucionais (arts. 129 e 144) de modo a compatibiliz-las para permitir no apenas a correta e regular apurao dos fatos supostamente delituosos, mas tambm a formao da opinio delicti. 6. O art. 129, inciso I, da Constituio Federal, atribui ao parquet a privatividade na promoo da ao penal pblica. Do seu turno, o Cdigo de Processo Penal estabelece que o inqurito policial dispensvel, j que o Ministrio Pblico pode embasar seu pedido em peas de informao que concretizem justa causa para a denncia. 7. Ora, princpio basilar da hermenutica constitucional o dos "poderes implcitos", segundo o qual, quando a Constituio Federal concede os fins, d os meios. Se a atividade fim - promoo da ao penal pblica - foi outorgada ao parquet em foro de privatividade, no se concebe como no lhe oportunizar a colheita de prova para tanto, j que o CPP autoriza que "peas de informao" embasem a denncia. 8. Cabe ressaltar, que, no presente caso, os delitos descritos na denncia teriam sido praticados por policiais, o que, tambm, justifica a colheita dos depoimentos das vtimas pelo Ministrio Pblico. 9. Ante o exposto, denego a ordem de habeas corpus.

3 Aula - 25/08/09 PONTO 2:

PROCESSO PENAL_Renato Brasileiro 55 LFG_2 Semestre_2009

A P N L O E APERSECUO criminalmente. Duas fases: 1 Fase Investigatria 2 Fase Processual Fato Delituoso F. Investigatria Ao Penal F. Processual CRIMINAL: Conjunto de atividades desenvolvidas pelo Estado a fim de algum seja processado

DIREITO PENAL o direito de pedir a tutelajurisdicional relacionada a um caso concreto.

CARACTERSTICAS:1) Direito Pblico a atividade jurisdicional que se pretende provocar de natureza pblica. Obs.: Numa prova evitem a expresso ao privada porque a ao penal pblica. O melhor dizer ao penal de iniciativa privada. Cuidado voc prope a ao em relao a algum e no contra esse algum porque a ao penal contra o Estado. 2) Trata-se de um direito subjetivo o titular tem o direito de exigir a prestao jurisdicional. 3) Direito autnomo no se confunde com o direito material que se pretende tutelar.

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4) Direito de ao tambm tem carter abstrato independe da procedncia ou improcedncia do pedido. 5) Direito especfico porque relacionado a um caso concreto.

PONTO 3:

CONDIES DA AO PENALEssas condies so necessrias para o exerccio regular do direito de ao. Subdividem-se em duas espcies: CONDIES GENRICAS so aquelas que devem estar presentes em toda ao penal. CONDIES ESPECFICAS vai depender da espcie de crime. Portanto, presentes em algumas aes penais.

CONDIES GENRICAS: Duas correntes:1) Corrente Conservadora: Influenciada pela Escola Paulista. Busca trazer condies semelhantes entre o processo civil e o processo penal. Est sendo cada vez mais criticada. Trazida pela Ada Pellegrini Grinover. - POSSIBILIDADE JURDICADO

PEDIDO o pedido formulado

deve encontrar amparo no ordenamento jurdico, ou seja, deve se referir a uma providncia admitida pelo direito objetivo.

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- LEGITIMIDADE pertinncia

PARA AGIR

(legitimatio ad causam) a

subjetiva da ao. Ou seja, se voc sai do processo

penal e vai para o processo civil muito fcil enxergar isso. Por exemplo, quem pode propor ao de indenizao? O prejudicado. A legitimatio = quem que pode entrar com a ao. Quem vai ter legitimidade no plo ativo? E no plo passivo? Plo Ativo Ao P. Pblica Ao P. Privada MP Ofendido

Exemplo: crime sexual estupro a regra sempre foi ao privada. Todavia, com a mudana na lei, a regra agora ao penal pblica condicionada representao. Portanto, hoje, se uma mulher entra com queixa contra um crime sexual, ela no possui mais legitimidade para agir. Plo Passivo o provvel autor do fato delituoso maior de 18 anos. Duas situaes: a) O sujeito diz que no o autor, que inocente isso anlise de mrito. Exemplo de exame do autor no plo passivo homnimo por exemplo. Joo da Silva. No dia do interrogatrio voc v que outra pessoa. Outro exemplo, carteira de identidade falsificada voc oferece denncia contra a pessoa errada. PROVA: o MP oferece denncia contra um

cidado. No dia do interrogatrio percebe-se que se trata de homnimo. O que fazer?

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Para pedir a absolvio voc tem que adentrar no mrito, porm falta ao homnimo a legitimidade para a ao e, portanto, adentrar ao mrito. Portanto, no essa a resposta. Rejeio da denncia por conta de ilegitimidade do plo passivo. Mas e se a ao j estiver em andamento? Pacelli se voc verifica a ausncia de uma condio do processo voc pode utilizar o processo civil e decretar a extino do processo por ausncia de uma condio da ao art. 267, VI/CPC. Cuidado, portanto, porque o CPC pode utilizado em processo penal subsidiariamente. Outro exemplo de prova: Disputa eleitoral dois candidatos a senador. Crimes contra a honra durante a propaganda eleitoral. Crimes contra a honra Queixa? Crimes contra a honra praticados durante a propaganda eleitoral so crimes eleitorais. Portanto, de ao penal pblica incondicionada. Portanto, em caso de queixa, caberia extino por falta de legitimidade passiva.

LEGITIMAO EXTRAORDINRIA

ORDINRIA

X

LEGITIMAO

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LEGITIMAO ORDINRIA algum postula em nome prprio