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  • 8/4/2019 Direito_Administrativo LFG I

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    Direito Administrativo LFG Intensivo I

    Prof.: Fernanda Marinela

    Indicao Bibliogrfica:

    - CABM- JSCF- Fernanda Marinela Leituras Obrigatrias:- CR/88- Lei 9.784/99- Lei 8.666/93 (com as alteraes das Leis 11.763 e 11.783, de 2008)- Lei 10.520/02- Lei 9.986/00- Lei 11.107/05 (+/-)- Lei 8.987/95

    - DL 25/1937 Dicas extras:- Leitura de lei seca e de Informativos- Cadastro no push para receber por e-mail a movimentao das aes mais relevantes para a matria.

    NDICE

    INTRODUO: .......................................................................................................................................... 5Direito: ..................................................................................................................................................... 5Direito Administrativo: ............................................................................................................................5Fontes do Direito Administrativo: ........................................................................................................... 6Sistemas Administrativos Mecanismos de Controle: .......................................................................... 7Estado x Governo x Administrao: ........................................................................................................ 7Atividade Administrativa: ........................................................................................................................9

    REGIME JURDICO ADMINISTRATIVO: ............................................................................................10Aspectos preliminares e Conceito: .........................................................................................................10Princpios como normas integrantes do sistema jurdico: ......................................................................10Princpios que compem o Regime Jurdico Administrativo: ...............................................................11Pedras de toque do Direito Administrativo: ...........................................................................................11Princpios previstos no art. 37, caput, CR: .............................................................................................12

    1) Legalidade: ...................................................................................................................................132) Impessoalidade: ............................................................................................................................133) Moralidade: ...................................................................................................................................154) Publicidade: ..................................................................................................................................165) Eficincia: .....................................................................................................................................17

    Outros Princpios: ..................................................................................................................................191) Isonomia: ......................................................................................................................................192) Contraditrio e Ampla Defesa: .....................................................................................................193) Razoabilidade e Proporcionalidade: ..............................................................................................214) Continuidade: ................................................................................................................................ 235) Autotutela: .....................................................................................................................................24

    6) Especialidade: ................................................................................................................................257) Presuno de Legitimidade: ...........................................................................................................25REFORMA ADMINISTRATIVA: ...........................................................................................................26

    Introduo: .............................................................................................................................................26

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    Mutao do modelo de Estado e de Administrao Pblica: .................................................................26Os 4 ncleos de atividades do Estado e as novas figuras da Administrao: ........................................29Sntese dos novos rumos da Administrao Pblica Brasileira: ............................................................32

    ORGANIZAO DA ADMINISTRAO PBLICA: ..........................................................................33Introduo: .............................................................................................................................................33Administrao Direta e Administrao Indireta: ...................................................................................33Formas de prestao da atividade administrativa: .................................................................................34Descentralizao: ...................................................................................................................................37Relao Estado x Agente: ......................................................................................................................41rgos Pblicos: ....................................................................................................................................42

    Caractersticas dos rgos pblicos: .............................................................................................42 Classificaes de rgos pblicos: ................................................................................................43

    Pessoas Jurdicas que compem a Administrao Pblica Indireta: .....................................................44Fundaes: .............................................................................................................................................45Autarquias: .............................................................................................................................................47Conselhos de Classe: ..............................................................................................................................49

    Autarquia territorial: ..............................................................................................................................51Autarquias de Regime Especial: ............................................................................................................51Agncias Reguladoras: ...........................................................................................................................51Agncias Executivas: .............................................................................................................................58Empresas Pblicas e Sociedades de Economia Mista: ..........................................................................60Consrcios Pblicos: ..............................................................................................................................64

    ENTES DE COOPERAO / PARAESTATAIS: ...................................................................................65Servio Social Autnomo Sistema S: ..............................................................................................65Entidades de Apoio: ...............................................................................................................................67Organizao Social (OS): ......................................................................................................................68Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico (OSCIP): ...........................................................70

    PODERES DA ADMINISTRAO PBLICA: .....................................................................................73Introduo: .............................................................................................................................................73Caractersticas: .......................................................................................................................................74Poder Vinculado e Poder Discricionrio: ..............................................................................................74Poder Hierrquico: .................................................................................................................................74Poder Disciplinar: ..................................................................................................................................75Poder Regulamentar: ..............................................................................................................................76Poder de Polcia: ....................................................................................................................................80Quadro Sinptico: ..................................................................................................................................82Conceitos Gerais: ...................................................................................................................................84Conceito de Ato Administrativo: ...........................................................................................................86

    Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo: .................................................................................86Quadro Comparativo: ............................................................................................................................ 87

    - Sujeito Competente ou Competncia: .............................................................................................87- Forma: ..............................................................................................................................................89- Motivo: ............................................................................................................................................91- Objeto: .............................................................................................................................................92- Finalidade: .......................................................................................................................................92

    Ato vinculado x ato discricionrio: ........................................................................................................93Atributos do ato administrativo: ............................................................................................................94Classificao dos atos administrativos: .................................................................................................95Modalidades de ato administrativo: .......................................................................................................95Formao e Efeitos dos atos administrativos: ........................................................................................96Extino dos atos administrativos: .........................................................................................................97Anulao do ato administrativo: ............................................................................................................97Revogao de ato administrativo: ..........................................................................................................98

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    Convalidao x Sanatria x Estabilizao: ............................................................................................98PRESCRIO E DECADNCIA NO DIREITO ADMINISTRATIVO: ..............................................100

    Segurana jurdica como fundamento dos institutos: .......................................................................... 100Prescrio: ............................................................................................................................................100decadncia: ...........................................................................................................................................102

    CONTROLE JUDICIAL DOS COMPORTAMENTOS PBLICOS: ................................................... 104Aspectos preliminares: .........................................................................................................................104Limites do controle judicial do comportamento pblico: .................................................................... 104Controle judicial dos atos vinculados e dos atos discricionrios: ........................................................105Os efeitos do silncio administrativo e o controle da omisso administrativa ilcita: ......................... 106Controle do ato poltico: ...................................................................................................................... 108

    LICITAO: ...........................................................................................................................................109Conceito e Finalidades: ........................................................................................................................109Obrigao de licitar Sujeitos: ............................................................................................................109Competncia para legislar em matria de licitaes: ...........................................................................110Princpios em matria de licitaes: .................................................................................................... 111

    Hipteses de contratao direta: .......................................................................................................... 111 Dispensa: .....................................................................................................................................111 Inexigibilidade: ........................................................................................................................... 112

    Alguns conceitos importantes: .............................................................................................................113Modalidades de Licitao: ................................................................................................................... 113

    A) Em razo do Valor: .....................................................................................................................114- Concorrncia: .................................................................................................................................114- Tomada de Preos: .........................................................................................................................115- Convite: ......................................................................................................................................... 115 Observaes: ............................................................................................................................... 116B) Em razo do Objeto: ................................................................................................................... 116

    - Leilo: ...........................................................................................................................................116- Concurso: .......................................................................................................................................117- Prego: ........................................................................................................................................... 117 Observaes Finais: .................................................................................................................... 119

    Procedimento: ...................................................................................................................................... 120Procedimento do Prego: ..................................................................................................................... 124

    CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: .................................................................................................. 126Introduo: ........................................................................................................................................... 126Conceito: .............................................................................................................................................. 126Caractersticas: .....................................................................................................................................126Formalidades do contrato administrativo: ........................................................................................... 127

    Clusulas necessrias dos contratos administrativos: .......................................................................... 127Garantia: ...............................................................................................................................................128Durao do contrato: ............................................................................................................................128Clusulas Exorbitantes: ........................................................................................................................129Exceptio non adimpleti contractus: ......................................................................................................131Extino do contrato: ........................................................................................................................... 132

    SERVIOS PBLICOS: .........................................................................................................................133Conceito: .............................................................................................................................................. 133Princpios aplicveis: ........................................................................................................................... 133Estrutura: ..............................................................................................................................................134Classificao: ....................................................................................................................................... 135Delegao de servio pblico: ............................................................................................................. 136Concesso de servio pblico: ............................................................................................................. 136

    A) Concesso comum de servio pblico: .......................................................................................136B) Concesso especial ou Parceria Pblico-Privada: .......................................................................138

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    Direito Administrativo LFG Intensivo I

    Permisso de servio pblico: ..............................................................................................................139Autorizao de servio pblico: ...........................................................................................................140

    AGENTES PBLICOS: ..........................................................................................................................141Introduo: ........................................................................................................................................... 141Conceitos importantes: .........................................................................................................................141Classificao dos agentes pblicos: ..................................................................................................... 141Acessibilidade: .....................................................................................................................................143Questes jurisprudenciais sobre o concurso pblico: .......................................................................... 145Estabilidade dos Servidores: ................................................................................................................ 146Sistema Remuneratrio: .......................................................................................................................148Teto Remuneratrio: ............................................................................................................................ 149Acumulao de cargos: ........................................................................................................................ 150Aposentadoria: ..................................................................................................................................... 151

    RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO: ......................................................................................156Consideraes gerais: ...........................................................................................................................156Princpios Justificadores: ..................................................................................................................... 156

    Evoluo da responsabilidade civil do Estado: ....................................................................................156Aspectos constitucionais: .....................................................................................................................157Caractersticas do dano indenizvel: ....................................................................................................160Ao de Responsabilidade Civil: ......................................................................................................... 160Prazo Prescricional: ............................................................................................................................. 161

    INTERVENO DO ESTADO NA PROPRIEDADE: ......................................................................... 163Aspectos preliminares: .........................................................................................................................163Evoluo histrica da Propriedade: ..................................................................................................... 163Funo Social da Propriedade: .............................................................................................................165Consideraes Gerais: ..........................................................................................................................166Mecanismos de Interveno: ................................................................................................................167

    Formas de Interveno: ........................................................................................................................167Desapropriao Indireta: ......................................................................................................................168Limitao Administrativa: ................................................................................................................... 169Servido Administrativa: ..................................................................................................................... 170Requisio Administrativa: ..................................................................................................................172Ocupao Temporria: .........................................................................................................................173Tombamento: ....................................................................................................................................... 174Desapropriao: ................................................................................................................................... 177

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    (30/01/09)

    INTRODUO:INTRODUO:

    Direito:

    Conceito: conjunto de regras e princpios impostos coativamente pelo Estado que vodisciplinar a coexistncia pacfica dos seres em sociedade.

    Subdivises:- Direito Interno: relaes internas ao territrio- Direito Internacional: relaes externas ao territrio- Direito Pblico: aquele que se preocupa com a satisfao do interesse pblico. Na

    busca desse interesse pblico ele regulamenta, define a atuao do Estado.- Direito Privado: aquele que se preocupa com os interesses dos particulares.

    Direito Pblico x Ordem Pblica:No so sinnimos! Uma regra de ordem de pblica aquela regra inafastvel, imodificvel pelavontade das partes. Toda regra de direito pblico tambm uma regra de ordem pblica, mas o inversono verdadeiro: nem toda regra de ordem pblica regra de direito pblico (ex.: regras sobrecapacidade civil, impedimentos matrimoniais, etc., so regras de direito privado e so inafastveis pelavontade das partes). Ou seja, tambm se encontram regras de ordem pblica no direito privado. Oconceito de ordem pblica, portanto, mais abrangente do que o conceito de direito pblico.

    Direito Administrativo:

    As divergncias doutrinrias existentes tm como origem a discusso quanto ao objeto do DireitoAdministrativo. Inicialmente a Corrente Legalista ou Exegtica afirmava que o Direito Administrativose preocupava somente com o estudo da lei seca. Esta corrente foi criticada porque s o estudo da lei

    pouco para ser o objeto do Direito Administrativo como um todo, seria preciso tambm o estudo deprincpios para definir o objeto do DA. Por isso foram criados alguns Critrios ou Teorias para definir oDireito Administrativo:

    a) Critrio do servio pblico: o Direito Administrativo estudava todo o servio prestado peloEstado, ou seja, se o Estado prestou o servio a matria era de DA, caso contrrio no era. No umcritrio vlido no Brasil porque, na verdade, no todo servio prestado pelo Estado que ser objeto doDA e nem podemos falar somente em servios quando se fala em DA. (Questo AGU: Na Franca,formou-se a denominada Escola do Servio Pblico, inspirada na jurisprudncia do Conselho de Estado,segundo a qual a competncia dos tribunais administrativos passou a ser fixada em funo da execuode servios pblicos - CORRETA).

    b) Critrio do Poder Executivo: o DA no tem como objeto de estudo to somente o PoderExecutivo. Tambm no um critrio vlido no Brasil.

    c) Critrio das Relaes Jurdicas: o DA estuda toda a relao jurdica do Estado. Tambm no admitida porque o DA no estuda todas, mas somente algumas relaes jurdicas (caso contrrio, noseria necessria a existncia dos demais ramos do direito).

    d) **Critrio Teleolgico: trazido pelo doutrinador Osvaldo Aranha Bandeira de Mello (pai deCABM); um conceito aceito no Brasil, mas foi dito como insuficiente; segundo este critrio, o DA um conjunto harmnico de regras e princpios. mesmo um conceito muito simplrio. O conceito

    verdadeiro, mas insuficiente. O conjunto de princpios disciplina o qu? Os critrios que o sucederamforam sempre aceitos, mas sempre na tentativa de melhorar este critrio teleolgico.

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    e) Critrio Residual ou Negativo: segundo este critrio, o DA definido por excluso o DA nose preocupa com a funo jurisdicional e nem com a funo legislativa do Estado, ele fica com aatividade residual. Tambm no um critrio suficiente.

    f) Critrio de distino da atividade jurdica e da atividade social do Estado: o DA se preocupacom a atividade jurdica e no com a atividade social do Estado, por isso preciso fazer uma distinoentre elas. H atividades sociais do Estado sim, mas o DA se preocupa com a atividade jurdica doEstado, inclusive com o aspecto jurdico das atividades sociais (ex.: controle sobre as contas das bolsasescola, famlia, etc.)

    g) ***Critrio da Administrao Pblica: trazido pelo doutrinador HLM; o aceito no Brasilcomo mais completo, pois uma soma dos conceitos / critrios anteriores. Assim, de acordo com estecritrio, pode-se afirmar que Direito Administrativo um conjunto harmnico de princpios e regrasque rege os rgos pblicos, os agentes pblicos e a atividade administrativa como um todo, realizandode forma direta, concreta e imediata, os fins desejados pelo Estado. OBS.: (explicao de porque se trata da soma dos critrios anteriores)

    Este conjunto harmnico de princpios e regras nada mais do que o Regime JurdicoAdministrativo.

    Quem estabelece os fins desejados pelo Estado o Direito Constitucional, o DA apenas executa,realiza os fins e objetivos do Estado. Por esta razo, estas duas disciplinas andam sempre juntas. Realizao direta, concreta e imediata:- A funo do Estado ser direta ou indireta se depender ou no de provocao. A funo

    administrativa direta porque no depende de provocao. A funo que depende de provocao ajurisdicional (a Jurisdio inerte). Ex. de funo indireta: separao. O direito Administrativo no sepreocupa com a funo indireta, jurisdicional do Estado.

    - A realizao de forma concreta exclui a funo abstrata do Estado; significa que a funoadministrativa tem destinatrios determinados e produz efeitos concretos (ao contrrio da funolegislativa, que abstrata).

    - A funo imediata do Estado a atividade jurdica, que se diferencia da funo mediata, que

    aquela correspondente atividade social (o DA no se preocupa com o social).Os critrios que mais caem nos concursos so: critrio teleolgico, critrio do Poder Executivo e, claro, o critrio da Administrao Pblica.

    Fontes do Direito Administrativo:

    Fonte aquilo que leva ao surgimento de alguma coisa. So as seguintes as fontes do DA:1) Lei em sentido amplo (qualquer espcie normativa) ateno: o nosso ordenamento jurdico,

    segundo a denominao do STF, tem uma estrutura escalonada, assim, as normas inferiores devem sercompatveis com as superiores, e todas elas devem ser compatveis com a CR/88. A esta idia de

    compatibilidade o STF deu o nome de relao de compatibilidade vertical. Ou seja, o atoadministrativo tem que ser compatvel com a lei (direta) e tem que ser compatvel com a CR/88(indireta).

    2) Doutrina o resultado do trabalho dos estudiosos; no DA a doutrina muito divergente e,ainda, tem como tendncia ser mais universal, portanto, muitas vezes ela no esclarece todas asquestes. Uma das causas da divergncia a falta de codificao, sendo o DA regulamentado por leisesparsas. Nesse contexto, surge a importncia da jurisprudncia para uniformizar o entendimento.

    3) Jurisprudncia tem um carter mais nacionalista, mais local, por isso pode ser mais til.Jurisprudncia so julgamentos reiterados num mesmo sentido ( diferente de uma simples decisoisolada). Quando se trata de uma jurisprudncia consolidada, sedimentada no Tribunal, ela pode setornar Smula deste Tribunal. Smula no Brasil tem valor de orientao, mas algumas podem ter efeitovinculante, a partir da EC 45, sendo que, para que a smula ganhe este efeito vinculante, preciso queela seja submetida a um procedimento prprio previsto na Lei 11.417 (art. 2, 3 A edio, a reviso eo cancelamento de enunciado de smula com efeito vinculante dependero de deciso tomada por 2/3(dois teros) dos membros do Supremo Tribunal Federal, em sesso plenria.). A Sm. vinculante

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    obriga os administradores e demais rgos do PJ, ou seja, ningum poder julgar em sentido contrrio.Importante fazer leitura das smulas vinculantes!!! Ver a smula n 5 (dispensa de advogado no

    procedimento administrativo).4) Costume no Brasil, costume nem cria crime e nem exime obrigao; nada mais do que a

    prtica habitual acreditando ser ela obrigatria.5) Princpios Gerais do Direito so os princpios que compe o alicerce do nosso Direito; na sua

    maioria so regras implcitas (eles no precisam estar escritos) exs.: ningum pode beneficiar-se daprpria torpeza; aquele que causar dano a outrem tem que indenizar; vedao ao enriquecimento semcausa.

    Sistemas Administrativos Mecanismos de Controle:

    Quem pode controlar os atos praticados pelo administrador? Sistemas:

    1) Contencioso Administrativo ou Sistema Francs: segundo este sistema, quando o ato praticado pela Administrao, ele deve ser revisto pela prpria Administrao (em regra), admitindo-se,excepcionalmente, o controle pelo Poder Judicirio, em 5 hipteses (rol exemplificativo):- em caso de atividade pblica de carter privado: ex.: contrato de locao celebrado pelo Estado com o

    particular (ateno: mesmo sendo um contrato de regime privado, isso no dispensar o dever de licitar);- quando tratar-se de ao ligada ao estado das pessoas;- quando tratar-se de ao ligada capacidade das pessoas;- quando tratar-se de propriedade privada;- quando tratar-se de represso penal.Obviamente, no este o sistema adotado no Brasil.

    2) Sistema de Jurisdio nica: predomina o Poder Judicirio, que quem decide em

    ltima instncia. Mas h tambm o julgamento pela Administrao (exs.: processo disciplinar, processoadministrativo de trnsito, etc.) que, no entanto, no impede o controle pelo Judicirio, que ser semprepossvel. o adotado no Brasil. Ateno: a EC 7, de 1977 introduziu no Brasil o Sistema do contenciosoadministrativo, mas ele no saiu do papel, ou seja, o Brasil sempre teve na prtica o Sistema deJurisdio nica.Questo: possvel a admisso de um sistema misto de controle? No. No h que se falar em sistemamisto, at porque a mistura de Administrao e Judicirio j natural em qualquer dos dois sistemas, oque h uma preponderncia de um ou de outro em cada um dos sistemas.

    Estado x Governo x Administrao:

    Questo: a responsabilidade civil da Administrao no Brasil est sujeita, em regra, Teoria daResponsabilidade Objetiva?

    Resposta: NO! Parece correta a questo, mas no est. A responsabilidade no daAdministrao, do Estado!!!

    Ateno para a diferenciao:

    Estado : uma pessoa jurdica de direito pblico; sob o ponto de vista constitucional, pessoa jurdica territorial soberana, uma nao politicamente organizada, dotada de personalidade prpria,sendo pessoa jurdica de direito pblico que contm seus elementos e trs poderes. ele que tem

    personalidade jurdica e tem aptido para ser sujeito de direitos e obrigaes.Obs.: nem sempre foi assim. Existia no Brasil a Teoria da dupla personalidade quando oEstado exercia atividade de natureza pblica, tinha natureza de direito pblico, quando exercia atividadede natureza privada, tinha natureza de direito privado. Mas esta Teoria est superada e no mais

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    admitida no Brasil. Como ente personalizado, o Estado tanto pode atuar no campo do direito pblico,como no do direito privado, mantendo sempre sua personalidade de direito pblico.

    Vale lembrar o conceito de Estado de Direito: como Estado, juridicamente organizado eobediente s suas prprias leis. O Brasil considerado um estado de direito.

    O Estado composto de trs elementos originrios e indissociveis: o povo (que representa ocomponente humano), o territrio (que a sua base fsica), e o governo soberano (que o elementocondutor do Estado, que detm e exerce o poder absoluto de autodeterminao e auto-organizao,emanado do povo).

    No se admite Estado independente sem soberania, isto , sem esse poder absoluto, indivisvel eincontrastvel de organizar-se e de conduzir-se, segundo a vontade livre de seu povo e de fazer cumpriras suas decises, inclusive pela fora, se necessrio.

    Governo : a direo, o comando do Estado (atividade poltica de ndole discricionria). Namaioria das vezes, quem est no comando o chefe do executivo. Para que o Estado seja independente,o governo precisa ser soberano. Soberania independncia na ordem internacional e supremacia naordem interna (l fora eu fao o que quiser e aqui dentro quem manda sou eu).

    Na verdade, o Governo pode ser definido em diversas vertentes: em sentido formal, Governo oconjunto de Poderes e rgos constitucionais; j no seu aspecto material, o complexo de funesestatais bsicas; e, num enfoque operacional, a conduo poltica dos negcios pblicos, estandoconstante a expresso poltica de comando, de iniciativa, de fixao de objetivos do Estado e demanuteno da ordem jurdica vigente, atuando, por meio de atos de soberania e atos de autonomia,como direo suprema dos interesses pblicos.

    Em resumo, uma atividade poltica e discricionria, representando uma conduta independentedo administrador, como um comando com responsabilidade constitucional e poltica, mas semresponsabilidade profissional pela execuo.

    O nosso Estado, segundo a tripartio clssica de Montesquieu, dividido em 3 Poderes:Executivo, Legislativo e Judicirio. (Ateno: Poderes do Estado de poderes da Administrao, que

    so os poderes hierrquico, regulamentar, disciplinar, e de polcia).Para cada Poder do Estado foram definidas algumas funes.Funo uma atividade em nome e no interesse de outrem. Funo pblica uma atividade em

    nome e no interesse do povo. Nossos administradores exercem funo pblica, ou seja, o direito e ointeresse nosso, do povo, eles so meros representantes.

    Cada Poder tem funes principais (tpicas para as quais aquele Poder foi criado) e funessecundrias (atpicas - Ex. poder judicirio realizando concurso da magistratura funo administrativa;executivo editando MP).

    Funes tpicas de cada Poder:

    - Legislativo legislar + fiscalizar (segundo alguns autores que esto incluindo esta funo de

    fiscalizar dentre as funes tpicas do PL);- Executivo administrar; executar o ordenamento vigente;- Judicirio julgar; aplicar coativamente a lei na soluo dos conflitos.

    Caractersticas de cada funo principal:- Funo legiferante: inova o ordenamento jurdico (somente esta funo tem este poder). Esta

    uma funo em regra abstrata, mas h, excepcionalmente, leis de efeitos concretos, que tm cara,procedimento e forma de lei, mas que em seu contedo no nada mais do que um ato administrativo. Afuno legislativa tem carter geral, aplicvel erga omnes. Pode ser exercida diretamente,independentemente de provocao, o que, contudo, no impede a provocao.

    - Funo jurisdicional: no inova o ordenamento jurdico. concreta (o controle concentrado deconstitucionalidade no a regra geral, mas a exceo). indireta, depende de provocao. Tem comocaracterstica essencial a intangibilidade jurdica, ou seja, impossibilidade de mudana, imutabilidade,

    produo da coisa julgada (s o PJ tem esta caracterstica).

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    - Funo executiva: no inova o ordenamento jurdico (a edio de MP funo atpica!). Aatuao concreta. direta. revisvel pelo PJ (no que tange legalidade). Obs.: a expresso coisa

    julgada administrativa na verdade equivocada, quer dizer que no cabe mais recurso na viaadministrativa, mas no perante o PJ (no uma verdadeira coisa julgada).

    - Funo de governo ou poltica: utilizada para atos que no se classificam em nenhum dos atosanteriores. Ex. decretao de estado de defesa, estado de stio. Definida por Celso Antnio Bandeira deMelo.

    Administrao : Administrao e Governo so termos parecidos e, muitas vezes, confundidos,embora expressem conceitos diversos, nos vrios aspectos em que se apresentam. O Governo e aAdministrao, como criaes abstratas da Constituio e das leis, atuam por intermdio de suasentidades (pessoas jurdicas), de seus rgos (centros de deciso) e de seus agentes (pessoas fsicasinvestidas em cargos e funes).

    Administrao todo o aparelhamento do Estado pr-ordenado realizao de servios, visando satisfao das necessidades coletivas. No pratica atos de governo; pratica atos de execuo, commaior ou menor autonomia funcional. Conforme a competncia dos rgos e de seus agentes, o

    instrumental de que dispe o Estado para colocar em prtica as opes polticas do Governo.A doutrina tambm coloca uma segunda utilizao para essa expresso, estabelecendo que aAdministrao Pblica, de igual forma, pode ser conceituada como uma atividade neutra, normalmentevinculada lei ou norma tcnica, exercendo uma conduta hierarquizada, sem responsabilidadeconstitucional e poltica, mas com responsabilidade tcnica e legal pela execuo. Destarte, aAdministrao tem poder de deciso somente na rea de suas atribuies e competncia executiva, s

    podendo opinar sobre assuntos jurdicos, tcnicos, financeiros ou de convenincia administrativa, semqualquer faculdade de opo poltica.

    A Administrao, na verdade, tem duas acepes ou critrios:a) Critrio formal / orgnico / subjetivo: administrao pblica nada mais do que a mquina

    administrativa (rgos, agentes, bens que compem a estrutura); o instrumento que detm o Estadopara por em prtica as decises polticas do Governo; o conjunto de rgos institudos para aconsecuo dos objetivos do Governo. Para muitos autores, inclusive, sinnimo de Estado, quando

    pensado em seu aspecto fsico estrutural. Assim, neste sentido, a expresso Administrao Pblica deveser grafada com as iniciais maisculas.

    b) Critrio material / objetivo: administrao pblica significa atividade administrativa;atividade exercida nos limites da lei e da norma tcnica; o conjunto de funes necessrias para osservios pblicos. Neste sentido, a expresso administrao pblica deve ser grafada com todas as letrasminsculas.

    HLM entende haver ainda um critrio operacional, que define a Administrao como odesempenho perene e sistemtico, legal e tcnico dos servios prprios do Estado ou por ele assumidos

    em benefcio da coletividade.

    Atividade Administrativa:

    a gesto de bens e interesses qualificados da comunidade, de mbito federal, estadual emunicipal, segundo os preceitos do Direito e da Moral, visando ao bem comum. Representa todaatividade desenvolvida pela Administrao, protegendo os interesses da coletividade e decorre do fatode o Brasil ser uma repblica, em que toda atividade desenvolvida deve privilegiar a coisa pblica.

    A natureza da Administrao Pblica, enquanto atividade administrativa, de mnus pblicopara quem a exerce, caracterizando-se como um dever de defesa, conservao e aprimoramento dos bensservios e interesses da coletividade, no se admitindo a liberdade para a perseguio de outrosinteresses.

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    REGIME JURDICO ADMINISTRATIVO:REGIME JURDICO ADMINISTRATIVO:

    Aspectos preliminares e Conceito:

    O Estado, ao realizar a funo administrativa, submete-se a um regime jurdico prprio que lheimpe restries e assegura prerrogativas.

    O regime jurdico administrativo o conjunto de normas que exorbita o direito privado e queestabelece sujeies e benefcios em face da Administrao e daqueles que com ela mantm vnculos

    jurdicos. o conjunto harmnico de princpios., pois, o conjunto de princpios e regras que guardam entre si uma correlao lgica, que tm

    entre si um ponto de coincidncia. Ex. Pessoa que utiliza dinheiro pblico para fazer campanha polticaviola vrios princpios.

    um conjunto sistematizado de princpios e normas que do a esta disciplina autnoma

    identidade e a diferencia das demais ramificaes do Direito, reconhecendo a existncia de princpiosque lhe so peculiares e que guardam entre si uma relao lgica de coerncia e unidade, compondo umsistema ou regime.

    A expresso regime jurdico utilizada pela doutrina moderna. Mas a doutrina ainda noresolveu quais so os princpios que compem esse regime.

    O regime jurdico administrativo, assim, tem grande valor metodolgico, porque explica cada umdos institutos de Direito Administrativo e permite a compreenso da respectiva disciplina.

    Ponderao dos interesses: qual princpio prevalece sobre o outro? Um princpio no exclui ooutro, mas deve haver uma ponderao para determinar qual princpio ir prevalecer sobre o outro. Hojese verifica a manuteno de atos ilegais, pois mais fcil mant-los do que retira-los do ordenamento

    jurdico.

    A Administrao Pblica quando age no est sujeita s normas de direito privado, mas sim snormas de direito pblico.

    Ao contrrio das normas de direito privado, que regulam relaes jurdicas em termos deigualdade, as normas de direito pblico outorgam ao ente incumbido de cuidar do interesse pblico (oEstado) posio de autoridade nas relaes jurdicas que trave, sendo os poderes da decorrenteslimitados e condicionados pelo prprio ordenamento.

    Se as normas que asseguram prerrogativas e cominam sujeies restringiam-se, em uma visoclssica, somente s regras legais aprovadas pelo Parlamento, hoje manifesta a importncia atribuda,no regime jurdico administrativo, aos princpios, bem como aos regulamentos e aos atos regulatrios daAdministrao Pblica.

    Alm da proliferao de decretos veiculadores de regulamentos e de atos regulatrios em geral,adquire cada vez maior importncia o estudo das normas principiolgicas, afinal, os princpios assumemimportncia central no regime que vincula s relaes administrativas exigncias de razoabilidade,segurana jurdica e boa-f.

    Pode-se afirmar, assim, que a efetividade do regime jurdico pblico depende, hoje em dia, dareal compreenso de todas as normas que o integram, e, principalmente, do papel dos princpios nanormatizao das relaes jurdico-administrativas, como fundamento e finalidade ltima a serimplantada pela Administrao.

    Princpios como normas integrantes do sistema jurdico:

    Aos princpios tem sido atribuda a funo de servir como base para a atual evoluo da cinciajurdica, uma vez que a celeridade das transformaes sociais impede a sincronicidade com a produo

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    das regras necessrias regulao das complexas e mutveis realidades. A flexibilidade epistemolgicaque lhes caracterstica e a possibilidade de legitimarem regulamentao, julgamentos e condutasrenovadas, atende multiplicidade inerente sociedade contempornea.

    Tal transformao vincula-se reduo da densidade normativa das leis administrativas, presenteno momento em que os Parlamentares reconhecem a sua incapacidade regulativa exaustiva da atuao

    pblica sem incorrer no equvoco de renunciar reserva legal que lhes deve ser resguardada.Referido processo assume peculiar importncia em se considerando a tendncia atual de

    homogeneizao do conhecimento e do seu produto, da qual resulta a atitude comum de importarnormas concebidas para outras estruturas sociais e estatais, com o objetivo de aplic-las a pases comrealidades diversas. Neste contexto, os princpios despontam como instrumento capaz de reduzir odesajustamento decorrente das diferenas scio-culturais, histricas, geogrficas e jurdicas, e diminuemos efeitos potencialmente danosos da tantas vezes precipitada globalizao normativa. Firmam-se comoaxiomas jurdicos que se vinculam cultura de uma dada sociedade e que expressam a ideologia polticae jurdica prevalecente, consagrando valores ideais que servem como pontos bsicos e vitais do prprioDireito. Tornam tambm desnecessria a substituio radical de um sistema anterior em funo de novasnecessidades histricas, garantindo um mnimo de segurana jurdica. A maleabilidade deles resultante e

    a plasticidade a eles inerente no comprometem a estabilidade normativa do ordenamento, mas, aocontrrio, a assegura.Assim sendo, cumpre analisar os princpios que constituem o pilar do Direito Administrativo

    enquanto sistema jurdico, bem como a positividade capaz de assegurar a realizao das diversasfunes hodiernamente lhes atribudas.

    Princpios que compem o Regime Jurdico Administrativo:

    A doutrina diverge sobre quantos so e quais so os princpios que compem o Regime JurdicoAdministrativo. Mas uma coisa certa, s compe a lista aquele princpio que tenha relao com os

    demais.

    (05/03/09)

    Pedras de toque do Direito Administrativo:

    Expresso utilizada por Celso Antnio Bandeira de Melo. So aqueles princpios que esto nabase do Direito Administrativo. Todos os demais princpios do Direito Administrativo surgem emdecorrncia desses:

    1) Supremacia do interesse pblico : supremacia significa efetivamente superioridade, sobreposiodo interesse pblico (coletivo) em face do interesse individual. (CUIDADO: A superioridade no doEstado, do administrador). o somatrio dos interesses individuais representando a vontade da maioriana sociedade. pressuposto indispensvel para a existncia da vida em sociedade, para o convviosocial. um princpio implcito na CR/88 (no est expresso em nenhum artigo), mas fcil identific-lo dentro da estrutura da Administrao, pois est presente em praticamente todos os institutos.

    Este princpio garante inmeras prerrogativas, privilgios para a Administrao, mas tambm impealgumas obrigaes. Uma vez identificado o interesse pblico, a Administrao no pode dispor desseinteresse, ela tem que cuidar, perseguir esse interesse (princpio da indisponibilidade).

    Ex.: direito de propriedade x desapropriao ou requisio; exerccio do poder de polcia; auto-executoriedade dos atos administrativos; clusulas exorbitantes dos contratos administrativos poder

    pblico pode rescindir ou alterar contrato. um conceito muito polmico, que gera muitas discusses.

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    Diante da existncia de tantos abusos, parte minoritria da doutrina passou a defender que esse princpio serve para a prtica de abusos, e que deveria, portanto, haver a desconstituio oudesconstruo deste princpio, ou seja, que ele deveria desaparecer de nosso ordenamento jurdico(Marsal Justen Filho trata o assunto com bastante cuidado); mas, segundo a doutrina majoritria, estano seria a sada adequada, mas sim a utilizao adequada, verdadeira do princpio para que noexistissem mais tantos abusos. A retirada da supremacia do ordenamento jurdico de nada adianta paraconter abusos.

    2) Indisponibilidade do interesse pblico : a Administrao Pblica, o administrador no pode abrirmo do interesse pblico, justamente porque ele no o detentor do interesse, do direito, no podendo,

    pois, dele dispor. Ele um princpio limitador da supremacia. O administrador exerce funo pblica,exerce a atividade em nome e no interesse do povo, portanto no pode dispor de um interesse que no dele.

    Ex. Quando a AP no faz concurso pblico e contrata diretamente, ou quando no licita, violaprimeiramente o princpio da indisponibilidade do interesse pblico, que um princpio constitucional.A licitao serve para promover uma transparncia na contratao. A AP ao dispensar a licitao abre

    mo de selecionar a melhor proposta. No caso de contratao sem concurso pblico (cargos emcomisso, contratao temporria) a AP abre mo de escolher um servidor melhor.

    Vale lembrar qual o conceito de Interesse Pblico, o que no uma tarefa fcil diante dasdiversas divergncias doutrinrias: numa conceituao bsica, interesse pblico a soma dos interessesindividuais dos membros de uma sociedade, desde que este nmero represente a sua maioria.

    A doutrina italiana (em especial o autor Renato Alessi) distingue interesse pblico primrio einteresse pblico secundrio: o interesse pblico primrio efetivamente o interesse do povo, dacoletividade, enquanto o interesse pblico secundrio a vontade do Estado, enquanto pessoa jurdica.O que se espera que o interesse pblico primrio coincida com o secundrio, sendo com elecompatvel, mas isso nem sempre ocorre na prtica. Ex.: arrecadao de impostos pelo Estado, de forma

    abusiva ( o interesse do povo que o Estado arrecade dinheiro, mas nesse caso no exatamente avontade do povo que exista abuso na arrecadao, e o reconhecimento dos abusos e sua vedao justamente a prevalncia do interesse pblico primrio em detrimento do interesse pblico secundrio).Assim, no havendo coincidncia entre os dois interesses, nosso ordenamento privilegia o interesse

    pblico primrio, o que se protege efetivamente o interesse do povo.( texto colocado no material de apoio)

    Princpios previstos no art. 37, caput, CR:

    Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos

    Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte.

    A AP de qualquer dos Poderes, Direta ou Indireta, esto sujeitas aos Princpios da: Legalidade,Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, e Eficincia (LIMPE).Este art. foi alterado pela EC 19/98 (Reforma Administrativa), que introduziu ao rol o Princpio daEficincia. Mas esses no so os nicos Princpios aplicveis Administrao. Existem inmeros outros

    princpios a que se sujeita a AP. Portanto, os 5 princpios enumerados no caput so denominadosprincpios mnimos.

    Os previstos expressamente no caput do art. 37 so:

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    1) Legalidade:

    Pode ser encontrado em diversos dispositivos constitucionais (art. 5; art. 37; art. 84, IV, art.150, CR o constituinte preocupou-se muito com este Princpio ao ponto de chegar a ser redundante).Este princpio est na base de um Estado de Direito. Estado de Direito o Estado politicamente

    organizado, e que obedece s suas prprias leis.O princpio da legalidade fundamental para o Estado de Direito (Estado politicamenteorganizado e que obedece as suas prprias leis).

    Legalidade foi conceituada por Seabra Fagundes com a seguinte expresso: Administrar aplicar a lei de ofcio, ou seja, independentemente de qualquer cobrana ou exigncia, quando oadministrador aplica a lei ele est administrando ( um conceito muito cobrado pela FCC).

    Este princpio tem 2 enfoques ou aplicaes diferentes:- Legalidade para o Direito Pblico: o administrador s pode fazer o que a lei autoriza ou

    determina, no tem liberdade ou flexibilidade para criar regras novas; segue o chamado critrio desubordinao lei. Ele no um mero executor da lei, ele tem discricionariedade sim, mas dentro doslimites da lei (a liberdade do administrador a dada pela lei).

    - Legalidade para o Direito Privado: a legalidade significa que o particular pode tudo, salvo oque estiver vedado, proibido em lei. chamado de critrio de no contradio lei.Assim, para o Direito Administrativo, objeto lcito de um ato jurdico no o que no est

    vedado ou proibido, mas pelo contrrio, aquele que est previsto na lei, e isso decorre do Princpio daLegalidade.

    Ex.: Na aplicao de uma pena (ex.: multa de trnsito, penalidade disciplinar), o administradordeve dar observncia lei; a criao de um cargo pblico deve estar autorizada em lei, e em qualqueroutra circunstncia, a atuao do Estado deve estar em consonncia com a lei. A atividadeadministrativa tem toda a sua atividade na previso legal, na lei.

    Atualmente, este Princpio tem uma aplicao mais ampla do que a pensada antigamente. entendido em sentido amplo. Legalidade em sentido amplo significa que a legalidade no s o controle

    na aplicao da lei, mas tambm das normas constitucionais. O controle dos atos que violam princpiosconstitucionais tambm um controle de legalidade (alm de ser um controle de constitucionalidade),este controle tambm advm do Princpio da Legalidade. Controle de legalidade = lei + Constituio.Esse ponto muito importante para controle de ato administrativo.

    Princpio da Legalidade x Princpio da Reserva de Lei: no so sinnimos. O princpio dalegalidade muito mais amplo. Para o Direito Administrativo, o Princpio da Reserva de Lei significaseparar uma determinada matria e dar a ela uma determinada espcie normativa (ex.: matria xdepende de LO, matria y depende de LC), a mera seleo, escolha de uma espcie normativa ( suma fatia da Legalidade). Legalidade, por sua vez, fazer o que a lei determina, como um todo.

    2) Impessoalidade:

    Significa que o administrador no pode agir buscando interesses individuais, pessoais, prprios(ou de amigos, de familiares, etc.). Este Princpio exige do administrador a ausncia de subjetividade emsua atuao. Os dois institutos que representam a impessoalidade por excelncia na CR so: a licitao eo concurso pblico. Obs.: o concurso previsto na Lei 8.666/93 do concurso pblico (este ltimo temcomo objetivo o provimento de cargo pblico, e no modalidade de licitao).

    Atos administrativos so impessoais, no so dos agentes que os praticam, mas da pessoajurdica. Ex. expedio de CND.

    Princpio da Impessoalidade x Princpio da Finalidade: h duas correntes diversas quanto aesta relao:1) segundo a doutrina tradicional (ex.: Hely Lopes Meireles), o Princpio da Finalidade um

    velho Princpio (antes tambm chamado de Princpio da Imparcialidade) que com a nova Constituio

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    foi substitudo pelo Princpio da Impessoalidade, assim, para esta corrente eles so sinnimos, tendoocorrido simplesmente uma troca de terminologia;

    2) segundo a doutrina moderna (ex.: CABM sendo esta a corrente adotada por nossoordenamento) esses princpios so princpios autnomos, que no se confundem: o Princpio daFinalidade significa buscar o esprito da lei, a vontade maior da lei. Assim, para a doutrina moderna, oPrincpio da Finalidade no est ligado ao Princpio da Impessoalidade, mas sim ao Princpio daLegalidade (j que no se pode separar a finalidade da lei da prpria lei, pois quando se cumpre a lei secumpre o seu esprito, o seu objetivo, e vice-versa). Para respaldar essa posio da doutrina moderna,

    podemos citar o art. 2, da Lei 9.784/99: A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aosprincpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampladefesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico e eficincia. (Lei de ProcessoAdministrativo), que fala expressamente sobre o Princpio da Finalidade, o que significa que ele no foisubstitudo, no desapareceu de nosso ordenamento. Nas provas fechadas, os concursos de forma geralcobram o entendimento da doutrina moderna, mas nas provas abertas conveniente citar ambas.

    Lei 9.784/99: regula o processo administrativo leitura obrigatria! Conceito de CABM: O Princpio da Impessoalidade traduz a idia de que a AP tem que

    tratar a todos sem discriminaes, o administrador no pode prestigiar determinados interesses emdetrimento de outros, no pode criar nem favoritismos e nem perseguies. um conceito ligadotambm ao Princpio da Isonomia, mas o conceito trazido por ele para o Princpio da Impessoalidade,que muito cobrado em concursos. De acordo com este seu entendimento, o Princpio daImpessoalidade est ligado ao Princpio da igualdade ou isonomia constitucional, enquanto o Princpioda moralidade est ligado lealdade e a boa-f.

    Discusso quanto ao Nepotismo: a proibio do nepotismo (parentesco na AP) representa aaplicao de qual princpio? J tivemos vrias respostas diferentes em concursos, citando ora o Princpioda Impessoalidade, ora o da Moralidade ou outro. Mas a matria j est consolidada em nossa

    jurisprudncia. O nepotismo comeou a ser discutido com a criao do CNJ e CNMP (rgos decontrole administrativo no poder judicirio e MP, respectivamente). O nepotismo comeou a ser

    proibido atravs de Resolues do CNJ e do CNMP no poder judicirio e no MP. E nesses conselhos apreocupao foi no sentido de que no se probe parentes na AP se este entrar por concurso pblico oupor licitao; a proibio, portanto, no para a regra geral, mas para as hipteses em que h facilidade:no se permite o parentesco at o 3 grau, cnjuge ou companheiro nos cargos em comisso (de livrenomeao e exonerao), na contratao temporria (que no exige concurso, mas processoadministrativo simplificado), na contratao direta (dispensa ou inexigibilidade de licitao).

    Troca de parentes: foi chamado de nepotismo cruzado e tambm foi proibido no Judicirio eno MP. Ex. o contratado no pode ter parente em todo o Tribunal.

    Cabe lembrar que vrios tribunais resistiram a essa vedao ao nepotismo e no quiseramexonerar seus parentes. Ao final do prazo para exonerao dos parentes, o CNJ acabou por exoner-los.

    Diante disso, a discusso chegou ao STF, para que se decidisse sobre a constitucionalidade ou

    no da regra trazida pelos conselhos ADC 12, que ainda no foi julgada no mrito, mas, emjulgamento liminar decidiu-se pela constitucionalidade da proibio, que tem como fundamentos:

    - competncia do Conselho, pois foi criado para fazer controle administrativo;- Pode via resoluo, pois ato normativo e esta matria est fundamentada na CR;- Pode em razo de 4 princpios constitucionais: Impessoalidade, Moralidade, Eficincia (porque

    nem todos esto preparados para assumir as responsabilidades do cargo) e Isonomia (porque todos voquerer dar lugar a um parente).

    Mas, e se o Judicirio operar a troca de parentes com o Executivo ou Legislativo: neste caso ocontrole fica bem mais complicado de ser realizado. Surgiu ento a Smula Vinculante para resolver o

    problema.

    Obs.: Smula Vinculante n 13! Estende a proibio do nepotismo tambm ao Poder Legislativo e

    ao Poder Executivo:

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    A nomeao de cnjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, ato terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurdica investidoem cargo de direo, chefia ou assessoramento, para o exerccio de cargo em comisso ou de confianaou, ainda, de funo gratificada na administrao pblica direta e indireta em qualquer dos Poderes daUnio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, compreendido o ajuste mediante designaesrecprocas, viola a Constituio Federal.

    O parente no pode entrar pela janela (nomeao sem concurso pblico); se for por concursono h problema. O parente no pode ser parente do nomeante, mas tambm no o pode ser de qualqueroutro servidor que ocupe cargo de direo, chefia ou assessoramento.

    Vale lembrar que uma smula vinculante no pode depender de interpretao (Smula vinculanten 14).

    3) Moralidade:

    Seu conceito ainda indeterminado, vago; h muita divergncia na doutrina quanto suaconceituao. O Judicirio mesmo tem dificuldade em reconhecer o Princpio da Moralidade, pois temum conceito muito vago, muito aberto, por isso, quando o reconhece, geralmente o relaciona, atrela comoutros princpios, justamente em razo da indeterminao de seu conceito. Este princpio est ligado idia de honestidade, de lealdade, de boa-f e de obedincia aos padres ticos. Representa a aplicaode princpios ticos aceitveis socialmente.

    O princpio da moralidade torna jurdica a exigncia de atuao tica dos agentes da AP.Moralidade administrativa sinnimo de moralidade comum? No! Moralidade comum diz

    respeito correo de atitudes, do que certo ou errado. Ex. no moral que um sujeito casado tenhaamante. A moralidade administrativa mais rigorosa do que a moralidade comum, pois exige doadministrador mais do que a atuao correta, exige tambm a boa administrao, o que significa que o

    administrador tem o dever de fazer certo e ainda escolher sempre a melhor alternativa. Boaadministrao correlaciona-se com o princpio da eficincia. Ademais, a denominada moraladministrativa difere da comum justamente por ser jurdica e pela possibilidade de invalidao de atosadministrativos que sejam praticados com inobservncia deste princpio.

    Segundo CABM, de acordo com este princpio, a AP e seus agentes tm de atuar naconformidade de princpios ticos. Viol-los implicaria violao ao prprio Direito, configurandoilicitude, que sujeita a conduta viciada a invalidao, porquanto tal princpio assumiu foros de pauta

    jurdica, na conformidade com o art. 37, CR. Compreendem-se em seu mbito, como evidente, oschamados princpios da lealdade e boa-f. Segundo os cnones da lealdade e da boa-f, a AP haver de

    proceder em relao aos administrados com sinceridade e lhaneza, sendo-lhe interdito qualquercomportamento astucioso, eivado de malcia, produzido de maneira a confundir, dificultar ou minimizar

    o exerccio de direitos por parte dos cidados.

    Imoralidade x Improbidade: no so sinnimos. Imoralidade pode configurar improbidade,mas somente se a conduta for praticada na forma dolosa (se o administrador praticou a conduta comculpa ele no responde por improbidade), ou seja, depende do elemento subjetivo. Improbidade tambmno sempre imoralidade, necessariamente.

    Resumindo: imoralidade pode ser improbidade; a improbidade tem como base a imoralidade,mas no s; nem toda improbidade tem como base a imoralidade (pode ter como base a violao deoutros princpios tambm, como a no publicao, por ex.).

    Nos termos do art. 85, V, CR, atentar contra a probidade na administrao hiptese previstacomo crime de responsabilidade do Presidente da Repblica, fato que enseja sua destituio do cargo.De resto, os atos de improbidade administrativa dos servidores pblicos imporo a suspenso dosdireitos polticos, a perda da funo pblica, a indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao errio, naforma e gradao previstas em lei, sem prejuzo da ao penal cabvel (art. 37, 4, CR).

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    Por fim, de se dizer ainda que o princpio da moralidade administrativa acha-se tambmeficientemente protegido no art. 5, LXXIII, CR, que prev o cabimento de ao popular para anulaode ato lesivo ao patrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidadeadministrativa, ao meio ambiente, etc.

    4) Publicidade:

    O administrador exerce uma funo pblica, em nome e no interesse do povo (o poder emana dopovo), conforme vimos. Assim, ele deve dar cincia, conhecimento ao povo (titular do direito) sobre oque est acontecendo com seus interesses. Publicidade, assim, , em primeiro lugar, dar conhecimentoao titular do direito. A partir do momento em que se d conhecimento, h transparncia. Mas no sisso. Ex.: a AP celebra com o particular um contrato de merenda escolar que no foi publicado; a

    publicao do contrato seria condio de validade ou de eficcia desse contrato? A lei expressa quantoa isso: art. 61, U, Lei 8.666/93 (A publicao resumida do instrumento de contrato ou de seusaditamentos na imprensa oficial, que condio indispensvel para sua eficcia, ser providenciada

    pela Administrao at o quinto dia til do ms seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo devinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem nus, ressalvado o disposto noart. 26 desta Lei.), que diz que o Princpio da Publicidade condio de eficcia dos atosadministrativos, e significa, portanto, incio de produo de efeitos. condio de eficcia porque, nocaso supra citado, se a empresa tinha o prazo de 30 dias para entregar a merenda escolar, a partir dequando comea a correr o prazo? O termo inicial est justamente no momento em que se publica ocontrato e passa a correr deste momento. A publicidade tambm significa, portanto, incio da contagemde prazos. Outro ex.: multa por excesso de velocidade computada em radar, o prazo de defesa comea a

    partir da notificao. Ocorre muito na AP o incio do prazo a partir da expedio da notificao, masisso est errado, tem que ser do recebimento (se a pessoa no sabia ainda da notificao no tem comose defender). Com a tomada de conhecimento que se tem a possibilidade de controlar, assim,

    publicidade tambm significa viabilidade de controle (instrumento ou mecanismo de controle). Significaainda mecanismo de controle: H um art. na CR que diz que as contas municipais devem estar disposio dos cidados para controle por 60 dias no ano ( um absurdo no viabiliza o acesso na

    prtica). Assim, na prtica esse princpio acaba no saindo do papel, no que diz respeito viabilizaodo controle.

    Ateno: licitao na modalidade convite no tem publicao do instrumento convocatrio,que a carta convite (no h publicao de edital), mas isso no quer dizer que no h publicidade!Publicidade de publicao: publicidade muito mais amplo. A publicao em DO somente um dosexemplos de publicidade. Cincia pessoal, encaminhamento de convites para os convidados, realizaode licitao de portas abertas, etc., so todas formas de publicidade.

    Questo CESPE: a licitao na modalidade convite no tem publicidade FALSO.

    Excees ao Princpio: em regra, a obrigao do administrador publicar. O dever de publicarest no art. 37, caput, art. 5, XXXIII, XXXIV, LXXII. Se o administrador no publicar, a conseqnciaser improbidade administrativa (art. 11, lei 8.429/92 leitura obrigatria, principalmente para MP).

    Mas h excees trazidas pela CR, na qual se veda a publicao: - art. 5, X, CR: so inviolveis a intimidade, a vida privada e a honra das pessoas assim, s

    deve haver publicidade at onde no ofenda esses direitos;- art. 5, XXXIII, CR: todos tm direito informao, desde que no coloque em risco a

    segurana da sociedade e do Estado (ex.: suspeita de inteno de ataque terrorista ao Brasil, o Estadopode negar a publicidade a cerca do local onde dever ocorrer o ataque); esta a nica hiptese pacficana doutrina (quanto s outras a doutrina diverge um pouco).

    - art. 5, LX, CR: os atos processuais correm em sigilo na forma da lei; alguns doutrinadoresafirmam que este dispositivo est ligado somente ao processo judicial (segredo de justia), mas adoutrina majoritria afirma que os atos do processo administrativo tambm podem correr em sigilo (osigilo no vlido somente para os processos judiciais, vale tambm, para, por ex., processos ticos

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    disciplinares, at mesmo para proteger a carreira do profissional, evitando-se que ele seja condenandopela sociedade antes mesmo do seu julgamento final do processo). Ainda h previso de sigilo na formada Lei 8.112.

    Informaes (de seu interesse) sobre empresa que se pretende adquirir em algum rgopblico: o remdio cabvel no caso de no darem as informaes no HD, mas sim MS! Informao deinteresse pessoal diferente de informaes pessoais (ai sim o remdio adequado HD). Ateno paraisso! HD para corrigir ou obter informaes pessoais.

    art. 37, 1, CR: vedao vinculao da atuao do Governo (obras, bolsa escola, etc.) aonome do administrador, como forma de promoo pessoal deste. Esta uma regra muito desrespeitadano Brasil. O administrador ao fazer a obra ou servio no fez mais do que a sua obrigao e no se pode

    promover aquilo que no passa de sua obrigao (ex.: placas de agradecimento pela obra). ato deimprobidade administrativa. H, inclusive, um projeto de lei em tramitao para alterar a Lei 8.429/92

    para que passe a incluir expressamente esta vedao. Bem pblico: antigamente, os nomes das obras,nome de ruas, praas, etc., eram sempre o nome de pessoas importantes depois de mortas. Depois

    passou-se a fazer isso inclusive com o nome de pessoas vivas. Atualmente j h at mesmo o absurdo de

    pessoas que nem fizeram novas obras, mas simplesmente fizeram alguma alterao em obras antigas ecolocaram seus nomes. um absurdo e constitui ato de improbidade administrativa. O STJ diz que osimples fato de fazer constar o nome no significa necessariamente promoo pessoal, gerandoimprobidade, porque poderia ter mero carter educativo, informativo ou de orientao social, por issodeve-se observar com ateno a inteno do administrador. Deve-se analisar o caso concreto com bomsenso. Ou seja, para violar o art. 37, 1, preciso que se configure a promoo pessoal. Uma mesmaconduta nesse sentido pode violar tambm o Princpio da Impessoalidade, da Eficincia, da Legalidade(j que a vedao est expressa na CR), da supremacia e da indisponibilidade do interesse pblico,dentre outros (e no s o Princpio da Moralidade). Ex. que gera promoo pessoal: administrador leva

    para a administrao os smbolos utilizados durante sua campanha.Promoo pessoal viola alm do princpio da publicidade: impessoalidade, moralidade,

    legalidade, eficincia. Cumprimento da exigncia: a publicidade somente por rdio e TV, quando a lei diz que temque publicar no DO ou de outra forma especfica, no opera o cumprimento da exigncia legal.

    5) Eficincia:

    Foi introduzido pela EC 19/98 (quando ganhou roupagem de princpio constitucional expresso),mas claro que antes de 1998 a AP j tinha a obrigao de eficincia. Alm disso, antes da EC 19 o

    princpio j estava expresso em nosso ordenamento (embora no o estivesse no art. 37, CR), na Lei8.987/95, art. 6 (Toda concesso ou permisso pressupe a prestao de servio adequado ao pleno

    atendimento dos usurios, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivocontrato).

    Eficincia significa ausncia de desperdcios, economia de direito pblico, de bens pblicos.Mas no s isso, tambm se pensa em eficincia quando se fala em produtividade, agilidade, presteza,economia.

    Eficincia quanto aos meios e resultados: gastar o menor valor possvel e obter o melhorresultado.

    (06/03/09)

    Quando, em 1998 o nosso legislador constituinte resolveu alterar a redao do caput do art.37, CR para incluir este princpio (permitindo que o princpio da eficincia sasse do papel), paraviabilizar este princpio ele teve que alterar outros dispositivos, em especial os que tratavam daestabilidade do servidor, porque naquele tempo se pensava que a estabilidade era o maior problema para

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    se atingir a eficincia. Assim, o legislador estabeleceu exigncias para se adquirir estabilidade: art. 41,CR:

    - nomeao para cargo efetivo, aps prvia aprovao em concurso pblico;- 3 anos de exerccio (ateno: a CR no fala em estgio probatrio, cujo prazo est previsto na

    Lei 8.112/90 a MP 431 fixou o prazo em 36 meses, mas ainda no foi convertida em lei , a CR falasim em anos de exerccio);

    - avaliao de desempenho (que a exigncia de eficincia, desdobramento ou conseqnciado Princpio da eficincia).

    A partir de ento o servidor ser estvel. A perda da estabilidade, por sua vez, s poder ocorrerpor meio de: processo judicial com trnsito em julgado; processo administrativo com contraditrio eampla defesa; e por meio de avaliao peridica (de desempenho). Hoje, o servidor tem que ser eficiente

    para adquirir a estabilidade e para mant-la.Esta avaliao j existia antes da EC 19, mas antes de 98 ela no tinha o poder de retirar a

    estabilidade, s existia para fazer constar. Critrios para esta avaliao: a MP 431 tambm trata sobreisso no caso da avaliao de desempenho, mas quanto avaliao peridica, ainda no ouveregulamentao, o que significa que esta avaliao no ocorre na prtica. A avaliao regulamentada

    na lei da carreira. Eficincia e despesas com o pessoal: era muito comum na AP que se gastasse com folha depagamento tudo o que o ente arrecadava ou at mais do que isso, o q no eficiente. Assim, em 1998tambm foram estabelecidas regras sobre a racionalizao da mquina administrativa (art. 169, CR:Adespesa com pessoal ativo e inativo da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios no

    poder exceder os limites estabelecidos em lei complementar): os entes polticos s podero gastar comfolha de pagamento at o limite previsto em LC (LC 101/00, LRF, art. 19:Para os fins do disposto nocaput do art. 169 da Constituio, a despesa total com pessoal, em cada perodo de apurao e emcada ente da Federao, no poder exceder os percentuais da receita corrente lquida, a seguirdiscriminados: o limite ser na Unio, 50%; nos Estados e nos Municpios, at 60%). O ente polticoque estivesse acima desse limite deveria realizar o corte das despesas na seguinte ordem:

    1) cargos em comisso e funes de confiana ( entre eles: cargo em comisso o cargobaseado na confiana, de livre nomeao e exonerao, serve para direo, chefia e assessoramento epode ser ocupado por qualquer pessoa; j a funo de confiana tambm atribuda de acordo com aconfiana, tambm serve para direo, chefia e assessoramento, mas s pode ser atribuda para quemtem cargo efetivo, significa um plus nas responsabilidades e na remunerao, j que o servidor terdireito gratificao por funo de confiana), no percentual mnimo de 20% (pode ser mais);

    2) servidores no estveis, at quantos forem necessrios;3) servidores estveis.S se passa categoria seguinte depois de cumprida a exigncia da anterior.Ateno: os servidores excludos da AP para enxugar a mquina administrativa so exonerados e

    no demitidos (demisso pena por cometimento de falta grave, e esses servidores no praticaram

    infrao alguma). Para evitar que o instituto seja mal utilizado (como instrumento de vingana), ou seja,para que a AP enxugue a mquina administrativa, a CR estabeleceu que o cargo ser extinto e s poderser criado novamente com funes idnticas ou assemelhadas 4 anos depois (ou seja, s pode mandarembora o servidor que ocupa cargo dispensvel). Os servidores estveis exonerados por esseinstrumento gozam de direito indenizao.

    Eficincia no servio: os servios devem ser eficientes quanto aos meios e quanto aosresultados. Ex.: AP constri um hospital com pouqussimo dinheiro, mas o hospital fica pssimo. Aeficincia exige que se deva gastar o menor valor possvel para se obter o melhor resultado possvel =eficincia nos meios e resultados.

    Apesar de tudo isso, a doutrina diz que o conceito de eficincia fluido, vulnervel demais epor isso sua aplicao muito difcil; a eficincia no passaria de uma utopia, de um mero desabafo dolegislador constituinte de 1998. Na prtica, quase nada mudou aps a sua incluso no rol dos princpios.

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    Outros Princpios:

    1) Isonomia:

    Significa tratar os iguais de forma igual, os desiguais de forma desigual, na medida das suasdesigualdades.Quem so os desiguais? E os iguais? Preencher o contedo desse princpio muito difcil.

    necessrio verificar o fator de discriminao. Se esse fator de excluso no estiver compatvel com anorma, ele violar o princpio da isonomia.

    Ex: Prefeitura de Salvador decidiu fazer concurso para salva-vidas. Os deficientes fsicos decadeira de rodas no podem prestar o concurso. Neste caso, a excluso desse deficiente est compatvelcom o objetivo da norma. O mesmo no ocorreria se estivermos diante de uma atividade administrativa.Se admitssemos essa excluso, ocorreria a violao ao princpio da isonomia.

    Concurso da polcia feminina: limitao participao de apenas mulheres no viola o princpioda isonomia.

    Limite de idade em concurso pblico possvel? Sm. 683, STF: o limite de idade para ainscrio em concurso pblico s se legitima em face do art. 7, xxx, da constituio, quando possa serjustificado pela natureza das atribuies do cargo a ser preenchido . Essa smula permite o limite deidade, tendo como base o art. 7, V, da CR: piso salarial proporcional extenso e complexidade dotrabalho e a natureza das atribuies do cargo a ser exercido. Para no ferir a isonomia deve estarcompatvel com as atribuies do cargo e deve estar prevista na lei da carreira.

    Ex: Concurso de delegado de So Paulo. O sujeito no pode ter menos de um metro e meio dealtura. Essa exigncia viola o princpio da isonomia? Essa excluso est compatvel como objetivo danorma? Se ele tiver que pular um muro muito alto, ele no conseguir. Mas, e se ele tiver que passar porum buraco muito pequeno? Essa regra completamente inconstitucional.

    Ex: Concurso para o cargo de gari. O sujeito precisa de tantos dentes na arcada superior e tantos

    dentes na arcada inferior. Isso um absurdo. *Concluso: essas exigncias s podem aparecer no edital se estiverem previstas na lei da

    carreira e se forem compatveis com as atribuies do cargo.Ex.: Penltimo concurso de Delegado da Polcia Federal Exame psicotcnico. difcil

    conseguir a objetividade desse exame. O psicotcnico s pode ser feito se previsto na lei da carreira edeve ser feito como critrio objetivo.

    Outro problema foi por causa da prova fsica, no exerccio de barras (diferena entre homens emulheres). E a, viola a isonomia? No. caso de dar tratamento desigual queles que so desiguais.

    Aposentadoria: 60 anos de idade e 35 de contribuio para homens e 55 anos de idade e 30 decontribuio para as mulheres. Isso viola o princpio da isonomia? Claro que no. Primeiro, por causa dadupla jornada da mulher e, segundo, a mulher tem capacidade laborativa diferente da do homem.

    2) Contraditrio e Ampla Defesa:

    CR, Art. 5, LV aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados emgeral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

    Estes princpios esto bem sedimentados no processo judicial, mas s passaram a ser obrigatriosna via administrativa a partir de 1988.

    Atualmente, so motivos para nulidades no processo.Contraditrio significa dar cincia parte, conhecimento do processo; comunicar parte da

    existncia do processo. Esse princpio estabelece a bilateralidade, a formao da relao processual.A idia do ordenamento jurdico brasileiro a de que ningum pode ser processado oucondenado sem tomar cincia do processo. A doutrina diz que uma situao de cunho poltico.

    Aps a cincia, abre-se a oportunidade de defesa.

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    A Ampla Defesa sempre caminha ao lado do Contraditrio. Quando se fala em ampla defesa,significa dar a oportunidade para que a parte se defenda. Aqui preciso fazer algumas consideraes:Ser que basta abrir o prazo, dar a oportunidade? Se a parte ir usar ou no, o problema da parte. necessrio dar a oportunidade. Mas cuidado: No basta abrir o prazo, necessrio faz-lo de formaefetiva. Iremos verificar algumas situaes, condies, exigncias que esto ligadas ao exerccio daampla defesa, a saber: (a prof. Odete Medauar chama de desdobramentos da ampla defesa)

    - Exigncia de defesa prvia: a defesa anterior condenao. Para que essa defesa prviaocorra, as possveis sanes aplicveis ao processo devem estar predeterminadas. Ex: um sujeito surpreendido por uma pena da qual ele nem sabia. Isso no possvel. Ao final daquele processo, a pena

    pode ser de suspenso ou de advertncia. Ento, j ir se defender, pensando nessa situao. O processodeve ser tambm predeterminado. necessrio pr-estabelecer o procedimento. Ex: No processo penal habitual que o advogado do sujeito, na defesa prvia, no fale muito. Ele j sabe que l na frente ter achance de oferecer alegaes finais. No processo administrativo, tambm necessrio saber o que seter l na frente. A defesa prvia depende das penas e dos procedimentos predeterminados.

    - Alm da defesa prvia, o processo administrativo exige produo de provas. Ex: testemunha na

    sala de audincia. necessrio digitar o que a testemunha disser. Mas muitas vezes a comissojulgadora nem l a prova que foi produzida. No adianta produzir provas para cumprir formalidades. Aprova deve ser produzida, mas ela tambm deve ser levada em considerao, deve convencer o julgador,deve ser analisada.

    - Ademais, tem-se o direito de informao. O processo de licitao muito extenso,normalmente. Ser que h direito de cpia do processo? No se faz carga de processo de administrativo.A parte tem direito de reproduo viabilizada. O Estado no tem que arcar com esses custos. O STJ dizque h o direito, desde que o interessado pague. necessrio viabilizar essa garantia. A garantia deinformaes traz a garantia de cpia.

    - Garantia de recurso: art. 5, LV, da Constituio da Repblica. O direito de recurso inerente ao princpio da ampla defesa. O direito de recurso no pode ser vedado. Se o edital no admitir

    recurso, estar-se- violando a ampla defesa.Regra tpica de recurso: cabvel independentemente de previso de recurso tpico, especfico.Ex. edital de concurso prev que de resultado de determinada fase no cabe recurso: isso no possvel.O espelho de prova elemento indispensvel para que se faa o recurso.

    Depsito prvio: No processo tributrio, exigia-se o depsito prvio para poder recorrer. E se ocontribuinte ou a empresa no tivesse esse dinheiro? O recurso estaria prejudicado. Ento, hoje considerada inconstitucional a cobrana do depsito prvio para exerccio do recurso, pois viola ocontraditrio e a ampla defesa. O recurso fica condicionado capacidade financeira da parte. Cuidado:Essa discusso foi feita especificamente num processo administrativo tributrio. Porm, a professora nov impedimento para discusses em outras reas. (RE 388.359 e Resp. 943.116).

    Questo: Ser que no processo administrativo, para o exerccio da ampla defesa, exige-se adefesa tcnica? Quando se fala nisso, fala-se na presena do advogado. Em regra, a presena doadvogado facultativa, em qualquer processo administrativo. A polmica ocorre em torno do processoadministrativo disciplinar.

    Com base na Lei 8112/90, o PAD tinha a presena do advogado como facultativa. Com o passardos anos, percebeu-se que a presena do advogado colaborava para a regularidade do processo. A partirdessa poca o papel do advogado passou a crescer muito. Dentro dessa evoluo e, felizmente, o STJeditou a Sm. 343. Nessa linha de raciocnio, o STJ diz ser obrigatria a presena do advogado em todasas fases do processo administrativo disciplinar. O STJ queria com isso a legalidade. O STJ entendeu queo advogado contribui para a regularidade e legalidade do processo. Essa orientao representa aimportncia do princpio e a evoluo do direito, sendo compatvel com a nossa realidade atual.

    O que aconteceu depois disso? Se a presena obrigatria, como ficam os processos em que oservidor foi demitido e no contou com a presena do advogado? Os processos seriam nulos, logo, ademisso tambm seria ilegal. A conseqncia jurdica, portanto, a reintegrao. O Governo Federalento comeou a fazer contas. A Administrao tem 05 anos para rever esses processos. A reintegrao

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    o direito do servidor estvel, retornar ao cargo de origem com todas as suas vantagens do perodo emque ele esteve afastado. Imagine se todos os servidores realizassem esse pedido?

    Aps 3 decises do STF, ele resolveu editar uma Smula Vinculante de n 05: a defesa ou afalta de defesa tcnica em processo administrativo disciplinar no ofende CR. Qual a preocupaocom relao a essa smula? Se o STF edita uma smula vinculante, significa dizer que ningum podedecidir em contrrio. O STF acabou com a evoluo do STJ. Isso foi um grande retrocesso para o

    processo administrativo. Qual a idia de smula vinculante? Uniformizar, solucionar grandes conflitos. necessrio ter um precedente firme, consolidado no STF. Foram apenas 3 precedentes. Isso no suficiente. Essa smula tem natureza financeira, econmica. Devido ao retrocesso da sm. Vinculante n5, a presena de advogado voltou a ser facultativa. E a Smula 343, STJ foi enterrada.

    Cssio Scarpinella entende que Smula Vinculante 05 no precisa enterrar a smula do STJ.Bastava marcar a linha de tempo.

    O Contraditrio e a Ampla Defesa esto previstos no art. 5, LV, CR. Na via judicial, essesprincpios esto cristalizados, completamente sedimentados. muito difcil imaginar que no processo oru no ter prazo para se defender. Cuidado: na via administrativa, isso ainda muito comum. Entram

    no direito administrativo s a partir de 1988.Smula vinculante de n 03: Nos processos perante o tribunal de contas da Unioasseguram-se o contraditrio e a ampla defesa quando da deciso puder resultar anulao ourevogao de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciao da legalidade doato de concesso inicial de aposentadoria, reforma e penso.

    Antes dessa Smula o administrador praticava os seus atos. Dentre esses atos, imagine que uma pessoa, que no tem nada a ver com a administrao, requereu uma licena para construir. Oadministrador presta contas perante o TC. Se este descobrisse que a licena era ilegal, ele chamava