1 introduÇÃo apresentação do objeto de...

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6 1 INTRODUÇÃO Apresentação do objeto de estudo A maternidade precoce representa riscos tanto para a adolescente gestante como para o concepto. Todos os anos, no mundo, pelo menos 60 mil adolescentes morrem em decorrência de complicações na gravidez e no parto. Além disso, bebês nascidos de mães jovens são mais propensos a apresentar baixo peso ao nascer (BPN). De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo, adolescentes de 10 a 19 anos tornam-se mães de cerca de 15 milhões de crianças, anualmente. Até a última década do século passado, a gravidez entre mulheres de 10 e 19 anos no Brasil cresceu 26% desde a década de 1970, contrariando a tendência geral de diminuição das taxas de fecundidade. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), realizada em 1996, mostrou que 14% das mulheres na faixa etária de 15 a 19 anos tinham pelo menos um filho e que as jovens mais pobres apresentavam fecundidade dez vezes maior do que as de melhor estrato socioeconômico. Por sua vez, o Sistema de Informação sobre Nascido Vivo (SINASC), de 1994, mostrou que 20,4% dos recém natos de BPN eram filhos de mães adolescentes (AQUINO-CUNHA, 2002). A gravidez na adolescência pode acarretar em algumas complicações obstétricas, como: prematuridade, baixo peso ao nascer, restrição do crescimento intra- uterino, pré-eclâmpsia, diabetes, sofrimento fetal, amniorexe prematura e consequentemente parto cesáreo. (YAZLLE, 2002; AZEVEDO 2002). Os estudos nessa área são controversos, pois ao se analisar gestantes adolescentes em diferentes níveis socioeconômico, como boa assistência ao pré-natal percebe-se que diminuiu os indicadores de morbimortalidade, a interferência mais negativa que a gravidez na adolescência acarreta são as descontinuidade, a evasão escolar, a predisposição de múltiplas gravidezes, prejudicando, portanto seu crescimento pessoal e profissional (YAZLLE, 2002; AZEVEDO 2002).

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1 INTRODUÇÃO

Apresentação do objeto de estudo

A maternidade precoce representa riscos tanto para a adolescente gestante como

para o concepto. Todos os anos, no mundo, pelo menos 60 mil adolescentes morrem em

decorrência de complicações na gravidez e no parto.

Além disso, bebês nascidos de mães jovens são mais propensos a apresentar

baixo peso ao nascer (BPN). De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS), no

mundo, adolescentes de 10 a 19 anos tornam-se mães de cerca de 15 milhões de

crianças, anualmente. Até a última década do século passado, a gravidez entre mulheres

de 10 e 19 anos no Brasil cresceu 26% desde a década de 1970, contrariando a

tendência geral de diminuição das taxas de fecundidade.

A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), realizada em 1996,

mostrou que 14% das mulheres na faixa etária de 15 a 19 anos tinham pelo menos um

filho e que as jovens mais pobres apresentavam fecundidade dez vezes maior do que as

de melhor estrato socioeconômico. Por sua vez, o Sistema de Informação sobre Nascido

Vivo (SINASC), de 1994, mostrou que 20,4% dos recém natos de BPN eram filhos de

mães adolescentes (AQUINO-CUNHA, 2002).

A gravidez na adolescência pode acarretar em algumas complicações

obstétricas, como: prematuridade, baixo peso ao nascer, restrição do crescimento intra-

uterino, pré-eclâmpsia, diabetes, sofrimento fetal, amniorexe prematura e

consequentemente parto cesáreo. (YAZLLE, 2002; AZEVEDO 2002).

Os estudos nessa área são controversos, pois ao se analisar gestantes

adolescentes em diferentes níveis socioeconômico, como boa assistência ao pré-natal

percebe-se que diminuiu os indicadores de morbimortalidade, a interferência mais

negativa que a gravidez na adolescência acarreta são as descontinuidade, a evasão

escolar, a predisposição de múltiplas gravidezes, prejudicando, portanto seu crescimento

pessoal e profissional (YAZLLE, 2002; AZEVEDO 2002).

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Justificativa

O interesse em estudar sobre o tema abordado surgiu pelo fato de não saber

como ocorre à gravidez na adolescência no município de Seabra, quais os fatores que

acometem essa mãe e por trabalhar em uma unidade de saúde da família onde o índice

de gravidez é alto e saber os riscos que uma grávida adolescente está submetida.

Diante desses dados, este estudo tem como objetivo analisar a relação existente

entre gravidez na adolescência com BPN dos RN, prematuridade do parto e o parto

cesariano. Embora, já se tenha, genericamente, bom acervo sobre o tema, é recorrente o

trabalho em questão uma vez que o a gravidez na adolescência implica em uma questão

de saúde pública, coletiva, social, econômica e psicológica.

Imaginamos que os enfermeiros do município de Seabra bem como o gestor,

poderão avaliar quais são as reais implicações à saúde das mulheres nessa faixa etária.

Por isso é importante conhecer a abrangência do problema no município de Seabra para

que estratégias sejam adotas para melhor assistir a esse grupo, com o intuito de diminuir

os agravos nesse período. Outra questão importante é a doção de medidas preventivas

para os grupos vulneráveis.

Pergunta de investigação

Qual a relação existente entre gravidez na adolescência com parto pré-maturo,

recém nascido (RN) com baixo peso ao nascer e parto cesário em adolescentes?

Objetivo

Analisar existência da relação entre prematuridade do parto, RN com baixo peso

e parto cesário em adolescentes atendidas no município de Seabra nos anos de 2006

a 2009.

Estrutura do trabalho

Este estudo está dividido da seguinte forma: primeiro momento foi a separação

do material bibliográfico, para construção do referencial teórico, que tem como

subtítulos: gravidez na adolescência: problema de saúde pública, baixo peso ao nascer,

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prematuridade e parto cesariano. No segundo momento abordamos a metodologia do

trabalho a relatar: o tipo de pesquisa, o local da pesquisa, os documentos utilizados e a

análise dos documentos. A coleta dos dados foi realizada através do banco de dados do

Ministério da saúde DATASUS/SINASC.

No terceiro momento abordamos os resultados alcançados e as considerações

finais, onde fica evidenciado que alguns indicadores que nos propomos a analisar são

mais elevados para gravidez na adolescência.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

De acordo com Dias; Teixeira (2010), até aproximadamente meados do século

XX, a gestação na adolescência não era considerada uma questão de saúde pública, e

também não recebia a atenção de pesquisadores como recebe hoje em dia.

Ainda de acordo com as autoras, no Brasil, esse fenômeno tornou-se mais visível

com o aumento da proporção de nascimentos em mães menores de 20 anos que se

observou ao longo da década 90, quando os percentuais passaram de 16,38% em 1991

para 21,34% em 2000 (Instituto Brasileiro de Geografia a e Estatística [IBGE], 2002).

Deve-se considerar, no entanto, que parte desse aumento proporcional pode ser

atribuído à diminuição expressiva das taxas de fecundidade nas faixas etárias acima de

25 anos. (DIAS & TEIXEIRA, 2010)

Embora estudos mais recentes sugiram que tanto a fecundidade adolescente

quanto a proporção de nascimentos em mães adolescentes vêm diminuindo nos últimos

anos (Yazaki, 2008), esse fenômeno traz à tona algumas questões importantes, como

suas causas e, especialmente para o viés obstétrico, consequências.

De acordo com Gallo; Reis; Leone (2000), a gravidez na adolescência, como

problema de saúde pública, tem caráter multifacetário. A gravidez precoce,

particularmente para as mães com menos de 15 anos de idade, está associada a taxas

mais elevadas de mortalidade materna; uma vez que, é quase consensual, na literatura

especializada, a noção de "gravidez de risco", quando ela ocorre em mulheres menores

de 15 anos de idade.

“Nas últimas décadas (principalmente a partir dos anos sessenta), a gravidez na

adolescência tem sido considerada um problema e motivo de preocupação para muitos

profissionais da saúde, educadores, pais e sociedade em geral. Grande parte das

abordagens deste tema destaca a sua incidência e seus aspectos negativos (como

problemas obstétricos, abandono dos estudos, prejuízos profissionais futuros, conflitos

10

familiares, entre outros). Freqüentemente, a gestação na adolescência recebe adjetivos

como indevida, irresponsável, inoportuna, indesejada ou precoce.” MONTARDO,

2004.

A gestação na adolescência é considerada uma situação de risco biológico tanto

para as adolescentes como para os recém-nascidos. Alguns autores observam que

características fisiológicas e psicológicas da adolescência fariam com que uma gestação

nesse período caracterizasse como uma gestação de risco. Há evidências de que

gestantes adolescentes podem sofrer mais intercorrências médicas durante gravidez e

mesmo após esse evento que gestantes de outras faixas etárias (GALLO; REIS;

LEONE, 2000).

Yazlle (2002) referencia alguns autores que alegam que a gravidez na

adolescência pode trazer algumas complicações obstétricas como: peramturidade, baixo

peso ao nascer, retardo do crescimento inta-uterino (RCIU), sofrimento fetal agudo intra

parto, diabetes gestacional e pré eclâmpsia. Porém aponta estudos controversos em

relação às adversidades da gravidez nessa faixa etária afirmando que uma gravidez de

risco em adolescente pode ser bem tolerada se receber assistência pré-natal precoce e

regular

Além disso, a gestação em adolescentes pode estar relacionada a

comportamentos de risco como, por exemplo, a utilização de álcool e drogas ou mesmo

a precária realização de acompanhamento pré-natal durante a gravidez (DIAS;

TEIXEIRA, 2010; GALLO; REIS; LEONE, 2000).

Por outro lado, no que tange à saúde do bebê, a gestação na adolescência

encontra-se associada a situações de prematuridade, baixo peso ao nascer, morte Peri

natal, epilepsia, deficiência mental, transtornos do desenvolvimento, baixo quociente

intelectual, cegueira, surdez, aborto natural, além de morte na infância (DIAS;

TEIXEIRA, 2010; AQUINO-CUNHA et al, 2002).

O bebê prematuro apresenta maiores riscos na adaptação à vida extra-uterina

devido à imaturidade dos órgãos e sistemas; além de uma maior vulnerabilidade ao

desenvolvimento de doenças. Os riscos da gestação na adolescência ainda estão

11

associados à baixa adesão ao atendimento pré-natal demonstrado pelas adolescentes.

Cabe ressaltar que o acompanhamento pré-natal tem efeito protetor sobre a saúde da

gestante e do recém-nascido, uma vez que contribui para uma menor incidência de

mortalidade materna, baixo peso ao nascer e mortalidade Peri natal (DIAS; TEIXEIRA,

2010).

Kassar et al (2006 apud DIAS; TEIXEIRA, 2010) consideram que a ocorrência

de problemas de saúde tanto na jovem como na criança pode estar mais relacionada ao

estado de pobreza do que à idade da jovem propriamente. Os autores observam que uma

boa parcela da população de gestantes adolescentes encontra-se em condições sócio-

econômicas precárias, o que por sua vez está associado a uma maior ausência de

condições adequadas de higiene, habitação, alimentação e saúde.

Em termos sociais, a gravidez na adolescência pode estar associada com

pobreza, evasão escolar, desemprego, ingresso precoce em um mercado de trabalho não-

qualificado, separação conjugal, situações de violência e negligência, diminuição das

oportunidades de mobilidade social, além de maus tratos infantis. Contudo, as relações

causais estabelecidas entre evasão escolar e gravidez na adolescência são controversas

(DIAS; TEIXEIRA, 2010).

Há evidências de que jovens que evadem da escola possuem mais chances de

tornarem-se gestantes adolescentes (Gama, 2004 apud DIAS; TEIXEIRA, 2010),

sugerindo que a evasão precede a gestação. Por outro lado, outras pesquisas indicam

que a gestação na adolescência seria uma das causas da evasão escolar (LIMA et al.,

2004 apud DIAS; TEIXEIRA, 2010). Almeida, Aquino e Barros (2006 apud DIAS;

TEIXEIRA, 2010) indicam que ambos os fatores – tanto a evasão anterior à gestação

(20,5%) quanto a evasão posterior (40%) – estão associadas ao fenômeno de gestação

na adolescência.

Faz-se uma ressalva: contudo, a experiência de gestação na adolescência não é

necessariamente um fator limitador das oportunidades de escolarização e da busca por

um futuro melhor. Pantoja (2003 apud DIAS; TEIXEIRA, 2010), em estudo realizado

com adolescentes paraenses observou que a maternidade adolescente fortaleceu a

permanência da jovem na escola, uma vez que a escolaridade esteve associada, na

12

concepção dessas jovens, às noções de mobilidade social e ao projeto de “ser alguém na

vida”.

Em termos psicológicos, a gestação na adolescência está associada à noção de

risco na medida em que implica na vivência simultânea de dois fenômenos importantes

do desenvolvimento: o ser adolescente e o ser mãe (DIAS; TEIXEIRA, 2010).

Tipicamente, ao menos entre as camadas economicamente mais favorecidas da

população, a adolescência é considerada um período da vida no qual os jovens

deveriam, na medida do possível, explorar possibilidades antes de tomar decisões que

exigem maior comprometimento, como escolher uma profissão, casar e ter filhos.

Porém, a maternidade na adolescência traz consigo uma série de expectativas e

responsabilidades que limitam essas possibilidades de exploração, ao mesmo tempo em

que institui um novo espaço de constituição da identidade (RANGEL; QUEIROZ,

2008; CARVALHO; MERIGHI; JESUS, 2009 apud DIAS; TEIXEIRA, 2010).

A adolescente que engravida, além de exercer o papel de filha, passa a exercer o

papel de mãe, e ressignifica, nesse processo, a sua relação com a própria mãe. A posição

da adolescente gestante, no contexto familiar, é redimensionada, na medida em que ela

precisa desenvolver habilidades e assumir responsabilidades relacionadas ao cuidado do

bebê e de si mesma (DIAS; TEIXEIRA, 2010).

Nessa mesma perspectiva, a família também passa a ter expectativas em relação

ao seu desempenho como mãe e em relação ao seu futuro. Independente de ter ou não

desejado ser mãe, o papel materno se impõe para a adolescente e passa a assumir um

espaço significativo na sua vida (FALCÃO; SALOMÃO, 2005 apud DIAS;

TEIXEIRA, 2010).

A maternidade exige que a jovem redefina sua identidade levando em

consideração o fato de que sua vida, da gravidez em diante, estará vinculada às

demandas do filho. A projeção de si mesmo no futuro, elemento importante da

construção da identidade na adolescência é substancialmente afetada no caso das

adolescentes que engravidam, que precisam lidar com uma nova perspectiva temporal

dada pelo desenrolar da gravidez e do próprio desenvolvimento do bebê após o

13

nascimento. Planos são deixados de lado ou redimensionados em função da gestação e

da maternidade/paternidade (DIAS; TEIXEIRA, 2010).

Contudo, adaptar-se ao papel materno, ao mesmo tempo em que é adolescente e

filha, não é uma tarefa fácil para a jovem. De fato, as transformações emocionais e

cognitivas características pelas quais as adolescentes passam nesse período do

desenvolvimento fazem com que as jovens apresentem mais dificuldades para

desempenhar de maneira satisfatória o papel materno, uma vez que não dispõem, na

maior parte das vezes, dos recursos psicológicos necessários para entender e tolerar as

demandas diárias e frustrações da maternidade (SILVA; SALOMÃO, 2003 apud DIAS;

TEIXEIRA, 2010).

Enfim, as dificuldades, inseguranças e falta de habilidades para o exercício do

papel materno, associadas ao pouco conhecimento sobre desenvolvimento infantil que

as adolescentes possuem, podem se configurar em um quadro de risco para o

desenvolvimento do bebê, uma vez que as respostas das jovens mães às demandas de

seus filhos tende a ser aquém ou além das suas necessidades.

14

2.2 BAIXO PESO AO NASCER

A maternidade ainda na adolescência pode acarretar riscos tanto para a mãe

adolescente como para o récem nascido (RN), entre esses riscos está a questão do baixo

peso ao nascer. (AQUINO-CUNHA et al, 2002)

Segundo Mussi-Pinhata; Bissani (1994), o peso ao nascer é, provavelmente, o

fator isolado mais importante que afeta a morbi-mortalidade neonatal e tem impacto

sobre a morbi-mortalidade infantil.

Desde a Primeira Assembléia Mundial de Saúde, em 1948, a definição aceita

internacionalmente de "prematuridade" baseava-se no peso de nascimento, menor ou

igual a 2500 grs. Esta definição, apesar de objetiva, obscurece o fato de que o peso ao

nascer pode ser influenciado por vários fatores e classifica, inapropriadamente, recém-

nascido pequeno como prematuros. Em 1961, o Comitê de Saúde Materna e Infantil da

Organização Mundial da Saúde (OMS), reconhecendo as diferenças entre os recém-

nascidos que não atingiam 2500g por terem tempo de gestação mais curto e os recém-

nascidos com peso baixo e tempo de gestação adequado, mas que foram submetidos a

retardo de seu crescimento intra-útero, alterou a definição de prematuridade e

recomendou o uso do termo "baixo peso ao nascer" (MUSSI-PINHATA; BISSANI,

1994).

A adequação do crescimento com relação à idade gestacional passou a ser

avaliada com a introdução da curva de crescimento intra-útero, em 1963, por Battaglia e

Lubchenco, que relaciona peso de nascimento, comprimento e circunferência craniana à

idade gestacional. A partir de então pode-se identificar ao nascer, nove diferentes

categorias de crescimento fetal: recém-nascidos a termo, pré-termo e pós-termo

pequenos, adequados e grandes para a respectiva idade gestacional (MUSSI-PINHATA;

BISSANI, 1994).

Os recém-nascidos pré-termo com peso inferior a 1500 g são, ainda, atualmente

denominados pré-termo de "muito baixo peso" e aqueles pré-termo de peso inferior a

1000 g são denominados de "muito muito baixo peso" (MUSSI-PINHATA; BISSANI,

1994).

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O crescimento intra-útero é um conjunto de eventos do qual depende o futuro

desenvolvimento do organismo. Resulta do acréscimo de substâncias e do aumento do

número e do tamanho das células. Em condições normais, existe uma relação

harmoniosa entre o ambiente externo, a homeostase e fisiologia materna, a integridade

da placenta (incluindo seu metabolismo, a síntese de hormônios e a transferência de

nutrientes) e a fisiologia fetal. O fluxo sangüíneo através da placenta é determinante do

suprimento de nutrientes ao feto, sendo que o crescimento fetal é dependente também da

sua capacidade de utilizar estes nutrientes. São descritas três fases no crescimento fetal:

1. -Fase de hiperplasia celular: há aumento rápido no número de células durante as

primeiras 16 semanas gestacionais;

2. -Fase de hiperplasia e de hipertrofia concomitantes: de 16 a 32 semanas gestacionais,

ocorre progressivo decréscimo na taxa de divisão celular com progressivo aumento no

tamanho celular;

3. -Fase de hipertrofia celular: de 32 semanas até o final da gestação, ocorre rápido

acréscimo no tamanho celular (acúmulo dos tecidos adiposo, muscular e conjuntivo)

(MUSSI-PINHATA; BISSANI, 1994).

Dependendo do momento e da duração do fator prejudicial que interfira com o

crescimento fetal, a condição física ao nascimento, o crescimento pós-natal e o

desenvolvimento subseqüente serão diferentes. A inibição do crescimento na primeira

fase da gestação, de hiperplasia celular, resultará em fetos menores, com menor número

de células, mas células de tamanho normal (MUSSI-PINHATA; BISSANI, 1994).

O comprimento, o peso e a circunferência craniana são proporcionadamente

prejudicados, produzindo um recém-nascido de baixo comprimento e baixo peso, com

retardo do crescimento simétrico ou proporcionado. Fatores que prejudiquem o

crescimento fetal em fase tardia têm menores efeitos na quantidade de células e no

comprimento fetal, mas, podem reduzir o tamanho celular, e conseqüentemente, o peso

fetal. Estes bebês têm o comprimento e a circunferência craniana preservados, mas peso

baixo, com retardo do crescimento assimétrico ou desproporcionado. Pode haver

também uma combinação de ambos os tipos e ocorrer retardo do crescimento intra-

uterino intermediário (MUSSI-PINHATA; BISSANI, 1994).

16

A incidência de recém-nascidos de baixo peso (RNBP) está diretamente

relacionada à saúde da população em que eles nascem (nutrição, saneamento, habitação,

hábitos higiênicos e sexuais, condições de trabalho, assistência Peri natal, etc.). Nos

países em desenvolvimento, a incidência de recém-nascidos de baixo peso pode ser tão

elevada quanto 30% (em média 17,6%, no Brasil, em 1984 eram de 9%). Em países

desenvolvidos a proporção de recém-nascidos de baixo peso é muito menor que nos

demais (5-6%), sendo que a maioria deles são pré-termos (MUSSI-PINHATA;

BISSANI, 1994).

.

Adicionalmente, os recém-nascidos portadores de retardo do crescimento intra-

útero de países subdesenvolvidos são, na sua maioria (70-80%) do tipo clínico

simétrico, ou seja, recém-nascidos cronicamente (desde a primeira metade da gestação)

mal nutridos, enquanto os recém-nascidos portadores de RCIU (Retardo de Crescimento

Intra-Útero) de países desenvolvidos são, na sua maioria (60-80%) do tipo clínico

assimétrico, ou seja, com interferência no crescimento fetal no último trimestre

gestacional (MUSSI-PINHATA; BISSANI, 1994).

Estas diferenças têm importantes repercussões no prognóstico a curto e longo

prazos destas crianças e revelam o problema de saúde pública que representam os

recém-nascidos de baixo peso nos países em desenvolvimento (MUSSI-PINHATA;

BISSANI, 1994).

Os fatores que levam ao nascimento pré-termo são similares aos que também

predispõem ao retardo do crescimento intra-útero. Didaticamente, pode-se classificar as

causas do RCIU em ambientais, maternas, útero-placentário e fetais. Muitas vezes

torna-se difícil identificar apenas um fator, o mais comum é apresentarem-se

associados. Apesar de se reconhecerem inúmeros fatores que podem comprometer o

desenvolvimento fetal, não é raro encontrarmos recém-nascidos pequenos para a idade

gestacional em que não se consegue identificar a causa (MUSSI-PINHATA; BISSANI,

1994).

Para serem cuidados adequadamente, os problemas clínicos dos recém-nascidos

de baixo peso deveriam ser reconhecidos e tratados precocemente e, se possível,

prevenidos antecipadamente. O curso clínico e o prognóstico são diferentes em recém

17

nascidos de baixo peso adequados e pequenos para a idade gestacional. Quanto mais

imaturo o recém-nascido, mais graves e mais precoces serão as manifestações (MUSSI-

PINHATA; BISSANI, 1994).

Segundo Mussi-Pinhata & Bissani (1994) os principais problemas imediatos do

recém-nascido pré-termo adequado para a idade gestacional são a asfixia Peri natal, a

hipotermia, a hipoglicemia e a doença da membrana hialina. São ainda mais

susceptíveis à hipocalcemia, hipomagnesemia, acidose metabólica, hiponatremia,

hiperbilirrubinemia, apnéia da prematuridade e persistência do canal arterial.

Em pré-termos de muito baixo peso é maior o risco de hemorragia intracraniana

principalmente nas primeiras 48 horas. Pela maior susceptibilidade e pela necessidade

de cuidados invasivos, são mais expostos a infecções (MUSSI-PINHATA; BISSANI,

1994).

As manifestações clínicas de recém-nascidos de baixo peso com retardo do

crescimento intra-útero geralmente diferem das de adequados para a idade gestacional e

dependem de seu grau de maturidade, da causa e gravidade do RCIU. Recém-nascidos

pré-termo (RNPT) pequenos para a idade gestacional (PIG) são, geralmente, portadores

de retardo do crescimento tipo simétrico e possuem padrão de morbidade semelhante a

RNPT-adequados para a idade gestacional (AIG). De maneira geral, as crianças

próximas do termo e a termo PIG são assimétricas e apresentam com freqüência, já na

sala de parto, condições mais ou menos graves, incluindo asfixia, policitemia,

hipoglicemia e hipotermia. Apesar da doença da membrana hialina ser pouco comum, o

desconforto respiratório por aspiração de mecônio e a persistência da circulação fetal

decorrentes da asfixia são frequentes. A hipoglicemia encontrada em 50% dos RN PIG-

com retardo assimétrico deve-se às suas pequenas reservas de glicogênio e à elevada

taxa metabólica, além deste, outros distúrbios metabólicos (hipocalcemia e

hiponatremia) são comuns A policitemia compensatória à hipoxemia crônica que é em

geral assintomática contribui para a hiperbilirrubinemia (MUSSI-PINHATA; BISSANI,

1994).

18

Nos países desenvolvidos os RN´s com Baixo Peso ao Nascer (BPN) estão em

torno de 5-6% dos nascidos vivos, enquanto que no Brasil esse percentual sobe para

9,2%, segundo PNDS (Pesquisa Nacional de demografia e saúde). (AQUINO-CUNHA

et al, 2002).

Estudos de Aquino-Cunha et al (2002) revela que no Rio Branco (AC) a

proporção de baixo peso ao nascer está presente, de forma mais elevada, nos Rs de mães

adolescentes do que no das mães não-adolescentes, 14,9 % a 11% respectivamente.

No estudo de Simões et al (2003) também observou-se que as mães adolescentes

(<18, 18-19) dão a luz uma proporção maior de crianças com baixo peso (9,75%) em

comparação as mães não adolescentes (6,42%).

“O BPN tem sido utilizado como forte indicador das condições de saúde da

população, por ser o determinante mais importante das chances do recém-nascido de

sobreviver e apresentar crescimento e desenvolvimento satisfatórios”. (AQUINO-

CUNHA et al, 2002).

19

2.3 PREMATURIDADE OU PARTO PRÉ-TERMO

É considerado parto prematuro ou pré- termo o que ocorre entre a 20ª e a 37ª

semana de gestação, contada a partir da DUM (Data da Última Menstruação). O parto

que ocorre antes da 20ª semana é considerado aborto. (FREITAS et al, 2006, p. 78).

Recém-nascidos com peso menor ou igual a 2.500 g foram chamados "recém-

nascidos de baixo peso". Adicionalmente, considerando-se o primeiro dia do último

período menstrual, e portanto, a duração da gestação, os recém-nascidos passaram a ser

classificados pela OMS em pré-termo (20 a 37 semanas), a termo (37- 41 semanas e 6

dias) e pós-termo (> 42 semanas). (MUSSI-PINHATA; BISSANI, 1994).

Um dado alarmante é trazido por Andreani, Custódio & Crepoldi (2006) onde 20

milhões de crianças prematuras nascem no mundo, sendo que um terço não completará

um ano de vida. Das mortes neonatais, 75% ocorrem com bebês prematuros.

Freitas (2006) está em concordância com Andreani; Custódio & Crepoldi (2006)

onde afirma que o nascimento pré-termo, ainda, é uma importante causa de mortalidade

Peri natal.

Com o avanço das tecnologias tem-se percebido uma diminuição nas mortes

neonatais, porém mesmo com os avanços no campo dos fármacos de inibição ou

diminuição das contrações uterinas, a quantia de partos pré-termos tem se mantido

estável, 10% ao ano de todos os partos (FREITAS et al, 2006, p. 78).

A relação de recém-nascido prematuro com baixo peso tem sido de grande

utilidade para o estudo de taxa de sobrevida e mortalidade, bem como para o estudo de

agente terapêutico ou condutas adotadas em instituições. Portanto é inadequado se usar

o baixo peso para definir prematuridade (FREITAS et al, 2006, p 78).

Os principais fatores de risco para trabalho de parto prematuro estão

relacionados a: trabalho de parto espontâneo prévio (31–50%), gestação múltipla

(12–28%), rotura prematura de membranas ovulares (6 – 40%), distúrbios hipertensivos

da gestação (12%), restrição do crescimento intra-uterino (2 – 4%), hemorragias pré-

20

parto (6 – 9%), miscelânea – IIC, Malformações uterinas (8 - 9 %). Também podemos

citar outras causas como: anemia materna, inflamações cervicovaginal, uso de cocaína,

infecções, baixo peso materno, polidrâmnio, colo uterino menor que 35mm entre 24 e

28 semanas de gestação, tabagismo, idades menores que 18 anos, raça negra, estilo de

vida estressante, violência doméstica (FEITOSA; JUNIOR, 2010).

Concordando com Feitosa; Junior (2010), Freitas (2006, p. 79) também reforça

que os fatores de risco para parto prematuro são: Gestação gemelar, ruptura prematura

de membranas, cérvice uterina incontinente, má formação uterina, má formação fetal,

doença materna e idade materna avançada.

Oura forma de parto prematuro seria a iatrogenia, que pode ser caracterizada

pelo erro na idade gestacional (IG) ou de forma intencional pelo médico quando percebe

que o meio uterino pode afetar, de alguma forma, o bebê. Podemos citar, por exemplo,

as situações de pré-eclampsia grave (FREITAS et al 2006, p. 79).

Embora esses autores não citem a gravidez na adolescência com risco para parto

prematuro é sabido que as, possíveis, complicações de uma gravidez na adolescência

pode acarretar em trabalho de parto prematuro, como cita Azevedo et al (2002) em seu

estudo sobre Efeitos da idade materna sobre os resultados perinatais.

O parto prematuro ocorre devido as contrações uterinas antes da 37ª semana de

gestação. Essas contrações estão associadas a cinco mecanismos básicos: A inflamação,

o estresse, as modificações físicas do colo uterino, a isquemia uteroplacentária e a

hemorragia (FREITAS et al, 2006).

Segundo Freitas et al (2006) o diagnóstico para TPP (Trabalho de Parto

Prematuro) é predominantemente clínico, o que pode muitas vezes induzir ao erro.

Possui alguns marcadores clínicos para o diagnóstico de TPP, que são: Modificações

cervicais - acesso digital e ultra-sonográfico; contrações uterinas - percepção pelo

paciente e toco dinamômetro; sangramento vaginal; escores de alto risco e alterações do

bem-estar fetal.

21

Alguns fármacos são usados para diminuírem as contrações uterinas para com

isso e aumentar o tempo do bebê no útero, porém os estudos de Freitas et al (2006)

demonstraram que o tempo só aumenta em 48 horas e há riscos para complicações e

efeitos adversos. (MOUTQUIN, 2000, apud, FREITAS et al, 2006, p. 82).

A indicação do TPP será de forma bem criteriosa levando em consideração toda

a dinâmica obstétrica, pois existem algumas situações que contra-indica a detenção do

parto pré-termo, são elas: Absolutas – Doenças cardiovasculares ou renais grave,

hipertensão arterial não controlada, pré-eclâmpsia, diabetes não controlado,

deslocamento prematuro de placenta, infecção ovular, anormalidades fetais

incompatíveis com a vida, morte fetal, gestação com 36 semanas ou mais e sofrimento

fetal - das Relativas – Doença cardiovascular ou renal controlada, hipertensão arterial

controlada, diabetes controlado, rupreme, restrição do crescimento fetal, aloimunização

Rh e gestação com 34 semanas ou mais (FREITAS et al, 2006, p. 84).

A taxa de mortalidade é inversamente proporcional ao peso ao nasce e a idade

gestacional. Quanto mais tempo o concepto passa no útero da mãe menor são as

possibilidades de morte após o nascimento, e maiores são as chances de um adequado

peso para a idade. (ZIEGEL, 1985, p. 256).

Andreani, Custódio & Crepoldi, 2006 também confirmam a teoria de que o

prognóstico favorável para uma menor mortalidade de prematuros está relacionada com

o peso do recém nascido e a idade gestacional, pois esses interferem diretamente na

maturidade de alguns órgão vitais do bêbe.

Azevedo et al (2002) traz em seus estudos relatos de maior ocorrência de parto

prematuro no grupo das adolescentes do que no das não adolescentes. Foram analisados

57.088 registros de nascidos vivos, do qual 4,3% das adolescentes grávidas deram a luz

RN´s prematuros, já a mãe não adolescente correspondeu a 3,7% (20 a 34 anos) e 4,2%

(>35 anos).

Costa et al (2001) afirma, que a vasta literatura sobre parto prematuro, a coloca

em uma proporção de 6,6% dos partos de nascidos vivos. Em seu estudo é confirmado

com os índices de 6,2% de prematuridades sendo que 7,6% RN´s de adolescentes.

22

“Propõe-se a hipótese de que o parto pré-termo nas adolescentes poderia ser

considerado uma forma de resposta adaptativa à imaturidade física dessas mulheres,

visando assegurar melhor prognóstico a fetos menores, uma vez que nenhuma diferença

significativa na morbimotalidade Peri natal foi demonstrada.” (AZEVEDO et al, 2002).

23

2.4 PARTO CESARIANO

O parto cesáreo foi concebido com o intuito de proporcionar melhores condições

para a mãe e o bebê, por isso sua indicação, é aconselhada pela classe médica, em

situações onde não há um favorecimento materno-infantil para o parto vaginal/normal.

Por isso essa opção deve ser criteriosa. (CARNIEL, 2006).

Segundo Carniel (2006) no parto cesário são maiores são os risco de mortalidade

e morbidade materna, como: infecção puerberal, hemorragias, laceração acidental de

órgãos com bexiga, ureta e artéria, embolia pulmonar e riscos anestésicos. Para o bebê

há maiores chances de ocorrência de distúrbios respiratórios, icterícia fisiológica,

prematuridade iatrogênica, hipoglicemia e anóxia.

Para a OMS (Organização Mundial de Saúde) o ideal é de <15% de partos

cesáreos, pois segundo ela quanto maior o número de partos cesáreos maiores são os

riscos de mortalidade materno-infantil, podendo chegar a 3,5 vezes em comparação ao

parto normal, dados do Ministério da Saúde

(http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=20911)

Carniel (2006) e Câmara (2000) elucidam que a OMS recomenda como ideal

uma taxa de no máximo 15% de partos cesáreos embora no Brasil essa prática seja DE

39% (dados do SINASC de 2002). Há uma tendência de aumento do parto cesáreo no

inicio da década de 70 com fortes influências do avanço tecnológico no campo da

cirurgia e analgesia. (CAMARA, 2000).

Câmara (2000) aponta em seus estudos relatos de um estudo da UNICAMP

(1983) onde mostra que a maior incidência de parto cesáreo está nas classes com maior

poder aquisitivo e menor nas camadas menos favorecidas o que corresponde a pessoas

que possuem uma vulnerabilidade maior para as adversidades socioeconômicas, na qual

a incidência de parto operatório ou cesáreo deveria ser maior pelas questões

nutricionais, higiene e educação. Por isso os partos cesáreos praticados hoje no Brasil

não retrata uma solução encontrada, apenas, para diminuir problemas Peri natais.

24

Existe uma influência sociocultural em relação à preferência pelo parto cesáreo

ao parto normal. (CAMARA, 2000) São eles:

1. Ausência de alternativas apropriadas à cesárea para fazer ligadura tubária

dentro do sistema oficial de saúde;

2. “Sofrimento” do obstetra, decorrente de sua insegurança no acompanhamento

do parto transpélvico;

3. “Falta de tempo” do obstetra para estar ao lado da paciente durante o período

de dilatação, necessidade de chegar no horário nos múltiplos empregos;

4. Falhas na administração em saúde, o não pagamento da analgesia em parto

vaginal, que deixa a cesárea como única alternativa reconhecida pelo SUS para aliviar a

dor do parto;

5. Ausência de auditoria médica na maioria dos hospitais e nas Instituições

responsáveis pela saúde;

6. Por último, a ausência de um atendimento pré-natal que prepare a gestante

para o parto vaginal e o despreparo psicológico das mulheres, condicionado pelo

ambiente social e pelos meios de comunicação, gerando cesáreas a pedidos da paciente,

por vários motivos, desde o medo da parturição até a preservação perineal.

Corroboram com Câmara (2000), Carniel (2006) quando relatam que vários

estudos no Brasil mostram uma relação direta de partos cesáreos com questões

socioeconômicas (alta taxa de escolaridade materna, maior poder econômico e plano de

saúde privado), as características demográficas e reprodutivas (idade materna,

primiparidade, e cesárea prévia) e os relacionados aos serviços de saúde (maior

freqüência ao pré-natal, nos partos realizados nos serviços privados, por conveniência

médica, por falta de capacitação médica, quando há admissão precoce de gestante, por

cesárea a pedido, por fatores institucionais e por mudanças obstétricas).

O número de cesáreas em adolescentes pode está relacionada as complicações

que uma gestação nessa faixa etária pode ocasionar, como: prematuridade, baixo peso

ao nasce, retardo de crescimento inta-uterino, as síndromes hipertensivas e a

desproporção céfalo- pélvica. (AZEVEDO et al, 2002; YAZLLE et al, 2002). Assim

25

sendo o aumento está relacionado mais com as complicações do que com a imaturidade

física das jovens adolescentes.

No estudo de Azevedo et al, 2002 das mulheres estudadas, 20,3% das mães

adolescentes realizaram parto cesáreo. E as que correspondem ao grupo II (20-34) e

grupo III (>35) realizaram 29% e 27% respectivamente.

Em um estudo realizado em São Luis do Maranhão por Simões et al (2003)

percebemos que os partos cesáreos em <18 corresponde a 20% do total e as de 18-19

corresponde a 25,5% do total de partos realizados em São Luis no ano de 1997/1998.

No mesmo período foram analisadas as mulheres não adolescentes e observou-se uma

taxa maior para cesariana dos 20-24 anos 29,7%; 25-29 anos 43,3%; 30-34 anos 57,8%;

>35 anos 54,5%

26

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório e de campo de caráter

documental. Segundo Chizzotti (1998), as pesquisas quantitativas prevêem a

mensuração de variáveis preestabelecidas, procurando verificar e explicar sua influência

sobre outras variáveis e, nelas, o pesquisador descreve, explica e prediz.

A pesquisa exploratória permite ao pesquisador definir o seu problema de

pesquisa e formular a sua hipótese com mais precisão, avaliará quais teorias ou

conceitos existentes podem ser aplicados a um determinado problema ou se novas

teorias e conceitos devem ser desenvolvidos (GIL, 1999).

3.2 Local da pesquisa

A pesquisa será realizada através do banco de dados do Ministério da Saúde –

DATASUS, pelo Sistema de Informação de Nascidos Vivos – SINASC.

Analisamos os dados referentes ao período de 2006 a 2009, das mães residentes

em Seabra. Foram avaliados os dados referentes às mães adolescentes (10-19 anos) que

moram em Seabra e pariram de 2006 a 2009. Primeiro, analisamos o tipo de parto e sua

taxa de incidência em mães adolescentes e não adolescentes; segundo, analisamos a

ocorrência de baixo peso ao nascer de mães adolescentes e não adolescentes e terceiro

analisamos a ocorrência de parto prematuro em mães adolescentes e não adolescentes.

Sempre fazendo a comparação de adolescentes com não adolescentes.

A pesquisa foi realizada no período de outubro a dezembro 2011, utilizando

como fonte de dados DATASUS/SINASC, que é um instrumento do ministério da

saúde que tem o registro dos dados de nascidos vivos e gestantes, o tipo de parto se

simples ou múltiplo, a freqüência da gestante ao pré- natal, a zona de procedência da

gestante, qual a Idade gestacional, o peso do RN, se tem alguma anomalia e o apgar.

27

A população de estudo constituída por puérperas adolescentes. Teve como

critério de inclusão todos os registros de mães adolescentes do município de Seabra no

período de 2006 a 2009, independente se realizaram pré-natal ou não. Foram excluídos

os dados de mães não adolescentes, bem como de mães adolescentes de outros

municípios que deram a luz em Seabra nos anos de 2006 a 2009.

A coleta de dados será realizada no turno vespertino utilizando para isso o banco

de dados conectado a internet.

O resultado da pesquisa permitirá fazer uma contextualização com o referencial

teórico citado. O texto da pesquisa será digitado no programa Microsoft Word XP.

3.3 Análise dos documentos

Para tornar a análise dos dados mais efetiva resolveu agrupá-las em categorias,

para isso as categorias foram divididas da seguinte forma: A categoria tipo de parto foi

classificada em paro cesáreo e parto vaginal, nas faixas etárias 10-19 anos e 20-59 anos,

a categoria peso ao nascer foi classificada em baixo peso (500 grs a 2499 grs) para a

faixa etária 10-19 anos e 20-59 anos e a categoria prematuridade que foi classificada em

parto prematuro (22-36 semanas IG) para a faixa etária 10-19 anos e 20-59 anos. Todos

os dados levaram em conta o local de residência, Seabra, no período de 2006 a 2009.

Os dados obtidos foram retirados do banco de dados informatizado do Ministério

da Saúde do Brasil (DATASUS), referente ao SINASC (Sistema de informação sobre os

Nascidos Vivos), relativos ao município de Seabra- Bahia no período de 2006 a 2009.

Na tabela a baixo podemos perceber como ocorreram os partos no município de

Seabra nesse período.

28

Tabela 1– Distribuição do total de nascido vivos em Seabra no período 2006 a 2009, todas as faixas etárias

Faixa etária Quantitativo %

10-19 678 29,38

20-59 1630 70,62

Ignorado 0 0

Total 2308 100

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC

No Brasil vem caindo o número de partos em adolescente, estudos do Ministério

da Saúde revelam que 24% do total de partos em 2007 eram de mães adolescentes,

porém o município de Seabra não vem acompanhando esse indicador. Dos partos

realizados em Seabra no período de 2006 a 2009, 29,38% foram de mães adolescentes.

Fica evidenciado que o município, de Seabra, precisa avançar em políticas públicas,

para que haja uma redução nesse indicador

3.3.1 RELAÇÃO GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA COM PARTO

CESARIANO

Foram coletadas as informações de mães adolescentes (10-19 anos) residentes no

município de Seabra no período de 2006 a 2009. Analisou as seguintes variáveis: Parto

cesáreo, parto prematuro e Baixo Peso ao Nascer (BPN).

Tabela 2 – Distribuição do total de nascidos vivos, por município de residência, por tipo de parto na faixa

etária (10-19) no período 2006-2009/Seabra-BA.

Tipo de parto Quantitativo %

Cesário 154 22,71

Vaginal 522 76,99

Ignorado 2 0,3

Total 678 100

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC

29

Tabela 3- Distribuição do total de nascidos vivos, por município de residência, por tipo de parto na faixa etária

(20 a 59), no período 2006-2009/Seabra-BA.

Tipo de parto Quantitativo %

Cesáreo 640 39

Vaginal 990 61

Ignorado 0 0

Total 1630 100

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC

Tabela 4 – Distribuição do total de nascido vivos no Estado da Bahia período 2006 a 2009, todas as faixas

etárias

Tipo de parto Quantitativo %

Cesáreo 291.070 33,08

Vaginal 585.880 66,58

Ignorado 3.062 0,34

Total 880.012 100

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC

Dos 678 partos realizados em adolescentes, no período de 2006 a 2009, 154 partos

foram cesarianos correspondendo a 22,71% do tipo de parto, se compararmos com as

outras mães não adolescentes, que deram a luz no município de Seabra no mesmo

período perceberemos que a proporção de mulheres não adolescentes que realizaram

parto cesário é maior, cerca de 39% realizaram o parto operatório.

Comparando com as mulheres de todas as faixas etárias que pariram no mesmo período

em todo o território baiano, perceberemos uma taxa também elevada de 33,08%. A

OMS recomenda até 15% de partos do tipo cesáreo. Tanto para prevenir riscos de

morbi-moratlidade e dando condições mais saudáveis a mãe e o bebê, como para onerar

menos o Sistema Único de Saúde (SUS).

30

Os estudos são controversos em relação ao tipo de parto que será realizado na gestante

adolescente. Alguns autores apontam que a gravidez na adolescência pode predispor o

parto cesáreo, pelo fato das complicações na gravidez, como: desproporção cefalo-

pélvica, doenças hipertensivas, entre outras.

Porém este estudo corrobora com as pesquisas de Azevdo et al, 2002 e SIMÕES et al,

2003, publicadas nos meios eletrônicos. No material estudado a taxa de parto cesário é

maior em mulheres não adolescentes do que nas adolescentes. Os partos espontâneos

(vaginal/normal) é mais rotineiro nas adolescentes do que o operatório.

Diante do exposto podemos chegar a conclusão que o tipo de parto não está, apenas,

relacionado com a grávida adolescente, mas sim todo um conjunto de evolução

obstétrica que acompanha essa mulher nos nove meses de gestação. Como citado por

Zazlle et al, 2002 que a adolescente pode passar com mais tranquilidade pela gestação

se iniciar precocemente o pré-natal.

3.3.2 BAIXO PESO AO NASCER RELACIONADO COM A GRAVIDEZ NA

ADOLESCÊNCIA

Tabela 4– Distribuição do total de nascido vivos com Baixo Peso ao Nascer no período de 2006 a 2009, por

faixa etária

Faixa Etária Quantitativo

com Baixo Peso

% Quantitativo

Geral

10-19 anos 68 10,03 678

20-59 anos 123 7,55 1630

Total 187 2308

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC

Diversos autores apontam para um risco aumentado de baixo peso em recém-nascidos

de mães adolescentes. (AQUINO-CUNHA et al, 2002; Azevedo et al, 2002 e Simões et

al 2003). Quanto analisamos a categoria de baixo peso ao nascer podemos avaliar que

na adolescência existe uma tendência maior ao baixo peso que nas mulheres não

adolescentes. Esse estudo está em concordância com a literatura estudada, onde

31

evidencia que o percentual de 10,03% nas faixas etária de 10-19 anos é maior que a de

7,55% na faixa etária 20-59 anos. Corroborando com Aquino-Cunha et al (2002) e

Simões et al (2003) em seus estudos apontam para 9,75% e 14,9 % respectivamente das

mães adolescentes que deram a luz a bebês com baixo peso para a idades.

O baixo peso ao nascer é um forte indicador das condições socioeconômicas pelas quais

passam as mães. Está diretamente ligado as condições de nutrição, higiene, moradia e

educação, é também ele que nortearar o risco de morbi-mortalidade infantil (AQUINO-

CUNHA et al 2002).

Por isso é um indicador de grande importância para a equipe de saúde que atende a

adolescente grávida. Mais uma vez o pré-natal iniciado, ainda, no primeiro trimestre da

gravidez e de forma regular pode diminuir as chances de o recém-nascido nascer com

baixo peso para a idade.

Podemos também analisar que o resultado encontrado na pesquisa pode está ainda

relacionado a outros fatores, mas só um estudo mais aprofundado poderá nos permitir

chegar a tal conclusão.

3.3.3 PREMATURIDADE RELACIONADA À GRAVIDEZ NA

ADOLESCÊNCIA

Tabela 5– Distribuição do total de nascido vivos com parto prematuro no período de 2006 a 2009, por faixa

etária

Faixa Etária Quantitativo

Prematuridade

% Quantitativo

Geral

10-19 anos 11 1,57 678

20-59 anos 15 0,92 1630

Total 26 2308

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC

32

O parto prematuro é um indicador de grande importância para a saúde pública,

ele é um dos que indica o maior risco de sobrevida e mortalidade infantil, juntamente é

claro, com o indicador de baixo peso.

No estudo em questão foi observado uma taxa um pouco maior para

prematuridade nas mães adolescentes, 1,57% do total de partos realizados em mães

adolescentes formam pré-termo. Em contrapartida apenas 0,92 dos partos realizados em

gestantes não adolescentes foram pré- maturo.

A pesquisa corrobora com a literatura vigente. Azevedo et al (2002) trás os

seguintes dados: 4,3% das adolescentes (10 a 19) grávidas deram a luz RN´s

prematuros, já as mães não adolescentes corresponderam a 3,7% (20 a 34 anos).

A prematuridade contribui diretamente com a frequência de RN´s com baixo

peso. Por isso as adolescentes devem ser acompanhadas com rigor para monitoramento

de qualquer um dos marcadores clínicos trazidos por Freitas (2006): Modificações

cervicais - acesso digital e ultra-sonográfico; Contrações Uterinas - percepção pelo

paciente e toco dinamômetro; Sangramento Vaginal; Escores de alto risco e Alterações

do bem-estar fetal.

Quando comparamos baixo peso aos nascer e prematuridade em mães

adolescentes percebemos que há números diferenciados. Existe um maior número de

RN com baixo peso do que prematuros isso pode nos fazer refletir que o indicador de

baixo peso está relacionado a questões socioeconômicas e não somente a evolução

obstétrica.

33

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O resultado da pesquisa mostra de que foram está relacionado a gravidez na

adolescência com parto prematuro, baixo peso ao nascer e parto cesáreo, no município

de Seabra no período de 2006 a 2009. Ao analisarmos as variáveis pudemos notar como

elas estavam em concordância com os diversos trabalhos já publicados sobre o tema.

Percebemos que não se trata de uma questão homogênea em relação ao alto

risco, nem todas as gestantes adolescentes terão um parto prematuro, com recém

nascidos de baixo peso ou um parto cesáreo. Isso fica evidenciado e corrobora com os

estudos de Dias; Teixeira (2010) e Montardo (2004) que trazem que até

aproximadamente em meados do século XX a gestação na adolescência não era

concebida com algo irresponsável, inoportuno, não planejado ou problema de saúde

pública. Era normal as mulheres estarem casadas e com filhos aos 16 anos. As

mudanças ocorrem com o advento da pílula anticoncepcional, com o ingresso da mulher

no mercado de trabalho e afirmação dos direitos femininos.

A partir de meados do século XX começa uma preocupação com a mulher nessa

faixa etária e os possíveis riscos que uma gestação pode ocasionar. Instruí com

consenso que a gravidez tem que ser adiada, a adolescência é o período de se preocupar

com os estudos, o vestibular, a carreira e o ingresso no mercado de trabalho.

Avaliamos a gravidez na adolescência como potencialmente de alto risco, visto

que a mulher nessa faixa etária está com sua estrutura física e psíquica em

desenvolvimento, portanto gerar um filho acarreta modificações no seu estilo de vida

que ainda não se formou.

Ao analisarmos as categorias: prematuridade, baixo peso e parto cesáreo

podemos perceber que, assim como apontados pelos pesquisadores, que fundamentaram

o referencial teórico, existe uma relação direta de uma incidência maior de baixo peso e

prematuridade nas gestantes adolescentes do que nas não adolescentes. O que nos

chama a atenção é que em relação ao parto cesáreo há uma taxa mais elevada para a

34

realização em gestantes não adolescentes. Leva-nos a refletir que a indicação da

cesariana deixou de ser por critérios clínicos passando a ser por influência cultural.

A incidência de recém nascidos de baixo peso está diretamente ligada á saúde da

população em que eles nascem (nutrição, saneamento, habitação, hábito higiênico e

sexual, condições de trabalho, assistência Peri natal, etc.). Nos países desenvolvidos a

incidência de recém-nascidos de baixo peso pode ser tão elevada quanto 30%. Em

países desenvolvidos a proporção é bem menor cerca de 5-6%, sendo que a maioria

deles são pré-termos. (MUSSU-PINHATA; BISSANI, 1994).

Analisando ainda os indicadores de prematuridade e baixo peso ao nascer

observamos que o índice de prematuridade é bem menor do que o de baixo peso, o que

nos leva a refletir que a questão do baixo peso está mais ligada com as condições

socioeconômicas do indivíduo do que com a Idade Gestacional (IG).

O estudo em questão não se trata de uma obra acabada, podemos obter com ele

vários desdobramentos para analisarmos as variáveis que fazem a adolescente grávida

ter um bebê com fatores de risco perinatais. A questão social é muita apontada por

diversos autores, porém o estudo em questão se limitou aos fatores obstétricos.

35

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