vol. 4 - direito tributário.pdf

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  • A EDITORA MTODO se responsabiliza pelosvcios do produto no que concerne sua edi-o (impresso e apresentao a fim de possi-bilitar ao consumidor bem manuse-lo e l-lo).Os vcios relacionados atualizao da obra,aos conceitos doutrinrios, s concepes ide-olgicas e referncias indevidas so de res-ponsabilidade do autor e/ou atualizador.Todos os direitos reservados. Nos termos daLei que resguarda os direitos autorais, proibi-da a reproduo total ou parcial de qualquerforma ou por qualquer meio, eletrnico ou me-cnico, inclusive atravs de processos xerogr-ficos, fotocpia e gravao, sem permisso porescrito do autor e do editor.Impresso no Brasil Printed in Brazil

    Direitos exclusivos para o Brasil na lngua portu-guesaCopyright 2014 byEDITORA MTODO LTDA.Uma editora integrante do GEN | Grupo Editori-

  • al NacionalRua Dona Brgida, 701, Vila Mariana 04111-081 So Paulo SPTel.: (11) 5080-0770 / (21) 3543-0770 Fax:(11) [email protected] |www.editorametodo.com.br

    Capa: Danilo Oliveira Produo Digital: Geethik

    CIP Brasil. Catalogao-na-fonte.Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.Barreirinhas, Robinson Sakiyama

  • Como se preparar para o Exame de Or-dem, 1.a fase : tributrio / Robinson SakiyamaBarreirinhas; coordenador Vauledir RibeiroSantos. 11.a ed. Rio de Janeiro : Forense; So Paulo : MTODO, 2014.

    (Resumo: v. 4)BibliografiaISBN 978-85-309-5417-8

    1. Ordem dos Advogados do Brasil - Exa-mes. 2. Direito tributrio - Brasil - Problemas,questes, exerccios. I. Santos, Vauledir Ri-beiro. II. Ttulo. III. Srie.

    08-5355 CDU:34:351.713(81)

  • minha esposa querida, Magally,que tanta alegria me d.

  • NOTA SRIE

    com enorme satisfao que apresentamos aoscandidatos ao Exame da OAB a Srie Resu-mo: como se preparar para o Exame de Ordem 1.a fase, composta por quinze volumes, a saber:Constitucional, Comercial, Administrativo, Tribu-trio, Penal, Processo Penal, Civil, Processo Civil,Trabalho, tica Profissional, Ambiental, Internaci-onal, Consumidor, Leis Penais Especiais e Direi-tos Humanos.

    Esta srie mais um grande passo na conquistade nosso sonho de oferecer aos candidatos ao Exa-me de Ordem um material srio para uma prepara-o completa e segura.

  • Sonho esse que teve incio com a primeira edi-o de Como se preparar para o Exame de Or-dem 1.a e 2.a fases, prontamente acolhido pelopblico, hoje com mais de 100.000 exemplaresvendidos, trabalho que se firmou como o guiacompleto de como se preparar para as provas.Mais adiante, lanamos a srie Como se prepararpara a 2.a fase do Exame de Ordem, composta,atualmente, por seis livros opo PENAL,CIVIL, TRABALHO, TRIBUTRIO,CONSTITUCIONAL e TCNICAS DEREDAO APLICADAS PEAPROFISSIONAL , obras que tambm forammuito bem recebidas por aqueles que se preparampara a prova prtica nas respectivas reas.

    A srie tem como objetivo apresentar ao candi-dato o contedo exigvel, estritamente necessrio,para aprovao na 1.a fase do Exame de Ordem,numa linguagem clara e objetiva.

    Para tanto, foi elaborada por professores espe-cialmente selecionados para este mister, e estudi-

  • osos do tema Exame de Ordem, que acompanhamconstantemente as tendncias e as peculiaridadesdessa prova.

    Os livros trazem, ao final de cada captulo,questes pertinentes ao tema exposto, seleciona-das de exames oficiais, para que o candidato pos-sa avaliar o grau de compreenso e o estgio desua preparao.

    Vauledir Ribeiro Santos([email protected])

  • Nota da Editora: o Acordo Ortogrfico foi apli-cado integralmente nesta obra.

  • SUMRIO

    1. TRIBUTO DEFINIO E ESPCIES

    1.1 Definio de tributo1.1.1 Prestao pecuniria compulsria1.1.2 Prestao que no constitua sano

    de ato ilcito1.1.3 Prestao instituda em lei1.1.4 Prestao cobrada mediante ativida-

    de administrativa plenamente vincu-lada

    1.2 Espcies de tributo1.2.1 Da natureza do tributo

  • 1.2.2 Impostos1.2.3 Taxas1.2.4 Preos pblicos e tarifas1.2.5 Contribuio de melhoria1.2.6 Emprstimo compulsrio1.2.7 Contribuies especiais

    1.2.7.1 Contribuies sociais1.2.7.2 Contribuies de interven-

    o no domnio econmico CIDE

    1.2.7.3 Contribuies de interessede categorias profissionaisou econmicas

    1.2.7.4 Contribuio municipal pa-ra custeio do servio de ilu-minao pblica

    1.3 Tabela resumo das espcies tributrias1.4 Questes

  • 2. COMPETNCIA TRIBUTRIA

    2.1 Definio2.2 Classificaes das competncias2.3 Conflito de competncia2.4 O simples nacional (Supersimples)2.5 Sujeio ativa2.6 Repartio das receitas tributrias2.7 As competncias de cada ente federado2.8 Questes

    3. PRINCPIOS DA TRIBUTAO EIMUNIDADES

    3.1 Princpios3.2 Princpio da legalidade3.3 Princpio da igualdade ou isonomia3.4 Princpio da irretroatividade3.5 Princpio da anterioridade anual

  • 3.6 Princpio da anterioridade nonagesimal3.7 Princpio do no confisco3.8 Princpio da liberdade de trfego de pes-

    soas e bens3.9 Princpio da uniformidade territorial3.10 Princpio da no diferenciao tributria3.11 Princpios especficos de impostos3.12 Imunidades3.13 Questes

    4. LEGISLAO TRIBUTRIA FONTES

    4.1 Introduo4.2 Leis ordinrias e complementares4.3 Medidas provisrias4.4 Tratados e convenes internacionais4.5 Resolues do Senado4.6 Decretos

  • 4.7 Normas complementares4.8 Questes

    5. VIGNCIA, APLICAO,INTERPRETAO E INTEGRAODA LEGISLAO

    5.1 Vigncia da legislao5.2 Aplicao da legislao5.3 Interpretao e integrao da legislao5.4 Questes

    6. OBRIGAO, FATO GERADOR,CRDITO E LANAMENTO

    6.1 Obrigao tributria e fato gerador6.2 Crdito tributrio e lanamento6.3 Modalidades de lanamento tributrio

    6.3.1 Lanamento de ofcio6.3.2 Lanamento por declarao

  • 6.3.3 Lanamento por homologao6.4 Garantias e privilgios do crdito tribut-

    rio6.5 Questes

    7. SUJEIO PASSIVA

    7.1 Definio7.2 Contribuinte7.3 Solidariedade7.4 Capacidade tributria7.5 Domiclio tributrio7.6 Responsabilidade tributria

    7.6.1 Introduo7.6.2 Responsabilidade dos sucessores7.6.3 Responsabilidade de terceiros7.6.4 Responsabilidade por infraes

    7.7 Questes

  • 8. SUSPENSO, EXTINO EEXCLUSO DO CRDITOTRIBUTRIO

    8.1 Introduo8.2 Suspenso

    8.2.1 Moratria e parcelamento8.2.2 Depsito8.2.3 Reclamaes e recursos administra-

    tivos8.2.4 Concesso de medida liminar ou tu-

    tela antecipada8.3 Extino

    8.3.1 Pagamento, ao consignatria eao de repetio do indbito

    8.3.2 Compensao8.3.3 Transao8.3.4 Remisso

  • 8.3.5 Decadncia8.3.6 Prescrio8.3.7 Converso do depsito em renda8.3.8 Pagamento antecipado e homologa-

    o8.3.9 Consignao em pagamento8.3.10 Deciso administrativa e deciso

    judicial8.3.11 Dao de bens imveis em paga-

    mento8.4 Excluso

    8.4.1 Iseno8.4.2 Anistia

    8.5 Questes

    9. IMPOSTOS EM ESPCIE

    9.1 Impostos da Unio9.1.1 Imposto de Importao (II)

  • 9.1.2 Imposto de Exportao (IE)9.1.3 Imposto sobre Renda e proventos

    de qualquer natureza (IR)9.1.4 Imposto sobre Produtos Industriali-

    zados (IPI)9.1.5 Imposto sobre operaes de crdito,

    cmbio e seguro, e sobre operaesrelativas a ttulos de crdito e valo-res mobilirios (IOF)

    9.1.6 Imposto sobre a Propriedade Terri-torial Rural (ITR)

    9.2 Impostos Estaduais9.2.1 Imposto sobre Transmisso Causa

    Mortis e Doao (ITCMD)9.2.2 Imposto sobre operaes relativas

    circulao de mercadorias e presta-o de servios de transporte inte-restadual e intermunicipal e de co-municaes (ICMS)

  • 9.2.3 Imposto sobre a Propriedade deVeculos Automotores (IPVA)

    9.3 Impostos municipais9.3.1 Imposto sobre a Propriedade Predi-

    al e Territorial Urbana (IPTU)9.3.2 Imposto sobre a Transmisso inter

    vivos de Bens Imveis e direitos aeles relativos (ITBI)

    9.3.3 Imposto Sobre Servios de qual-quer natureza (ISS)

    9.4 Questes

    10. ADMINISTRAO TRIBUTRIA

    10.1 Introduo10.2 A fiscalizao10.3 Dvida ativa e certides10.4 Questes

  • 11. INTRODUO S AESTRIBUTRIAS

    11.1 Ao declaratria negativa11.2 Ao anulatria de dbito fiscal11.3 Ao cautelar11.4 Mandado de segurana11.5 Execuo fiscal e embargos de deve-

    dor11.6 Consignao em pagamento11.7 Repetio de indbito11.8 Recurso: Agravo11.9 Recurso: Apelao11.10 Questes

    12. CRIMES TRIBUTRIOS

    12.1 Introduo12.2 Tabelas prticas

  • 12.3 Questes

    GABARITOS

  • TRIBUTO DEFINIO EESPCIES

    1.1 DEFINIO DE TRIBUTO

    O termo tributo utilizado, pela Constituioe pelas leis tributrias, em vrias acepes. No en-tanto, para fins de aplicao da legislao tribut-ria, a definio tcnica do que seja tributo, nos ter-

  • mos do art. 146, inciso III, alnea a, da CF, dadapor lei complementar.

    O Cdigo Tributrio Nacional CTN, Lei Fe-deral 5.172, de 25.10.1966, foi recepcionado pelaatual Constituio Federal como lei complemen-tar. Significa dizer que, apesar de formalmentetratar-se de lei ordinria federal, o CTN tem for-a de lei complementar dentro do sistema tribu-trio nacional.

    no art. 3. do CTN que encontramos a defini-o de tributo, para fins de nosso estudo.

    CTN Art. 3. Tributo toda prestao pecuni-ria compulsria, em moeda ou cujo valor nela sepossa exprimir, que no constitua sano de atoilcito, instituda em lei e cobrada mediante ativi-dade administrativa plenamente vinculada.

    A funo bsica do tributo garantir recursosfinanceiros para o funcionamento do Estado. achamada funo fiscal. Como exemplos, o ICMS

  • e o IPTU so tributos de funo preponderante-mente fiscal.

    Por outro lado, os tributos podem ser utilizadosem sua funo extrafiscal, no arrecadatria, deinterveno no mercado, como no caso dos im-postos aduaneiros (imposto de importao e im-posto de exportao), que so, primordialmente,instrumentos de regulao de oferta dos produtostributados.

    Muitos autores falam, ainda, da funo para-fiscal, referindo-se a casos em que o tributo exigido por um ente diverso daquele que tem acompetncia tributria (quem tem a competncia,ou seja, quem pode legislar, a Unio, os Esta-dos, o DF e os Municpios). Nessa hiptese, pa-ra configurar-se a parafiscalidade, o ente que exi-ge o tributo (normalmente uma autarquia) uti-liza os recursos arrecadados para atingir suas fi-nalidades. Como exemplo, temos a contribuioque os mdicos pagam ao Conselho Regional de

  • Medicina (trata-se de contribuio de interesse decategoria profissional, da competncia da Unio art. 149 da CF mas cobrada pelos CRM, queficam com a receita respectiva).

    FUNES DOS TRIBUTOS

    Fiscal Arrecadatria, receitas para o funciona-mento do Estado

    Extrafiscal Interveno no mercado, interfernciasnas relaes privadas

    ParafiscalArrecadao em favor de entidades pa-raestatais, que cobram e ficam com osrecursos

  • Passemos, agora, a analisar as caractersticasdos tributos, tal qual definidos pelo art. 3. doCTN.

    1.1.1 Prestao pecuniria compulsria

    O tributo definido, pelo art. 3. do CTN, co-mo uma prestao. A prestao, sabemos, o ob-jeto de uma relao obrigacional, aquilo que o de-vedor deve fazer (ou deixar de fazer, ou entregar)em favor do credor.

    A relao obrigacional tributria possui, comoregra, o fisco no polo ativo (credor) e o contri-buinte no polo passivo (devedor). Em direito tri-butrio, costuma-se chamar o credor de sujeitoativo e o devedor de sujeito passivo da relaoobrigacional tributria. Eis uma representaogrfica do conceito:

  • Assim, definir que o tributo uma prestaopecuniria significa dizer que o sujeito passivo(contribuinte ou responsvel) tem o dever de en-tregar dinheiro ao sujeito ativo (fisco) e que essaprestao (entregar dinheiro) o tributo. O termopecuniria quer dizer exatamente isso: a presta-o deve ser cumprida em dinheiro.

    A rigor, o direito brasileiro afasta a possibilida-de de os tributos serem exigidos em sacos de fa-rinha (in natura) ou pelo trabalho do contribuinte(in labore), apesar da expresso constante do art.3. do CTN: em moeda ou cujo valor nela se pos-sa exprimir.

  • Ainda que o art. 162 do CTN admita o paga-mento do tributo por diversos meios (como che-que, vale postal etc.), isso no tira a natureza pe-cuniria da exao, j que ela sempre represen-tada por uma quantia em moeda corrente (reais).

    O inciso XI do art. 156 do CTN prev a pos-sibilidade de extino do crdito tributrio pormeio de dao em pagamento em bens imveis,na forma da lei. Apesar disso, entendemos que osmodos de extino do crdito tributrio no alte-ram a caracterstica pecuniria da obrigao.

    A prestao compulsria, pois independe davontade do contribuinte. Ocorrendo o fato gera-dor, surge automaticamente a obrigao do sujei-to passivo recolher o tributo, independentementeda inteno do agente. A obrigao decorre ex-clusivamente da lei ( uma obrigao ex lege), eno de um contrato, por exemplo.

  • 1.1.2 Prestao que no constitua sano deato ilcito

    A obrigao de pagar tributo (prestao com-pulsria) decorre sempre da ocorrncia de um fa-to lcito previsto em lei. Como exemplo, a lei de-fine que ocorrendo o fato de algum receber sal-rio (fato gerador), surge a obrigao de recolherimposto de renda (tributo).

    Da mesma forma, a lei fixa como fatos gerado-res a circulao de mercadoria, a propriedade deum veculo, a industrializao de um produto, aprestao de servios. Todos eles so fatos lcitosque fazem surgir a obrigao de pagar tributo.

    De outra maneira, caso a lei determine o sur-gimento de uma obrigao decorrente de um fatoilcito, isso no ser tributo. Por exemplo, a leidetermina que o fato de algum causar dano a ou-trem faz surgir a obrigao de repar-lo. Como

  • a obrigao, ainda que seja pecuniria (indenizarem dinheiro), surge de um fato ilcito (causar da-no), no cabe falar em tributao.

    Como outros exemplos, a legislao normal-mente prev multas pela ocorrncia de diversosilcitos, como o atraso no pagamento de algumtributo, a falta de determinada escriturao cont-bil, a declarao falsa ao fisco etc. Todos eles socasos de punio por infrao, sano por um atoilcito, multa, mas no tributo.

    A anlise da licitude, no entanto, feita apenascom relao situao correspondente ao fato ge-rador (CTN, art. 118). A renda auferida fato ge-rador do Imposto de Renda, mas pouco importase essa renda deriva ou no de uma atividade il-cita (princpio do non olet o dinheiro no temcheiro). Ou seja, se algum ganha dinheiro com ojogo do bicho, por exemplo, dever pagar impos-to de renda sobre isso. Para a definio do tribu-to, importa apenas saber se a situao genrica eabstratamente definida em lei como necessria e

  • suficiente para o surgimento da obrigao tribut-ria (CTN, art. 114) lcita. A maneira como essesfatos so realizados pelo contribuinte, ainda queilicitamente, irrelevante para a incidncia tribu-tria.

    1.1.3 Prestao instituda em lei

    Sendo uma prestao compulsria, o tributosomente poderia ser institudo por lei, j que nin-gum pode ser impelido a entregar dinheiro a ou-trem contra sua vontade, seno em virtude de lei. o princpio da legalidade (CF, art. 5., II) queem matria tributria representa princpio espec-fico (CF, art. 150, I).

    Isso significa que os elementos essenciais dotributo, como o fato gerador, o sujeito passivo,a alquota e a base de clculo, devem ser defini-dos por lei. Elementos secundrios, como a formade recolhimento, preenchimento de guias, recur-sos administrativos e at mesmo quanto ao ven-

  • cimento da prestao tributria, podem ser defi-nidos por normas infralegais, como decretos, massempre nos limites da lei.

    1.1.4 Prestao cobrada mediante atividadeadministrativa plenamente vinculada

    O tributo sempre cobrado mediante atividadevinculada da Administrao. Toda essa atividade,desde o lanamento do tributo at a cobrana ju-dicial do dbito, no depende de qualquer anlisede convenincia e oportunidade por parte da Ad-ministrao, devendo ocorrer independentementeda vontade dos servidores pblicos envolvidos.

    Isto significa que a atividade da administraotributria no discricionria, muito menos arbi-trria, mas sim pautada estritamente pela lei. Poressa razo, a eventual omisso da autoridade fis-cal gera sua responsabilidade funcional, nos ter-mos do art. 142, pargrafo nico, do CTN.

  • Verificada a ocorrncia do fato gerador, o fiscodeterminar a matria tributvel, calcular omontante devido, identificar o sujeito passivo eaplicar eventual penalidade (= lanamento tribu-trio CTN, art. 142). No ocorrendo o paga-mento do tributo, o crdito ser inscrito como d-vida ativa e cobrado judicialmente (CTN, art. 201e seguintes).

    1.2 ESPCIES DE TRIBUTO

    1.2.1 Da natureza do tributo

    Qualquer classificao pressupe a escolha deum critrio. Para determinarem-se as espcies dognero tributo, o constituinte e o legislador opta-ram pelo critrio expresso pelo art. 4. do CTNem conformidade com disposies constitucio-nais (art. 145, 2., e art. 154, I, da CF).

  • Analisando os dispositivos citados, podemosafirmar que a natureza jurdica do tributo dadapelo conjunto fato gerador e base de clculo.

    Fato gerador a situao prevista em lei, cujaocorrncia faz surgir a obrigao de pagar tributo(por exemplo, auferir renda, ser proprietrio deum imvel, promover a circulao de mercado-ria).

    Base de clculo a grandeza adotada pela leique permite a aferio do montante a ser recolhi-do a ttulo de tributo (por exemplo, o lucro, no ca-so do imposto de renda das empresas; o valor doimvel, no caso do IPTU; o valor da operao, nocaso do ICMS).

    A base de clculo, alm de permitir o clculodo tributo devido (como diz o nome), deve sem-pre refletir o prprio fato gerador, quantificando-o. O que estamos dizendo que, se o fato geradordo IPVA a propriedade de veculos automoto-res, a sua base de clculo deve ser algo que quan-

  • tifique essa propriedade, como o seu valor venal,e nunca, por exemplo, a renda do proprietrio.

    Assim, ao definirmos cada uma das espciesdo gnero tributo, analisaremos seus respectivosfatos geradores, lembrando que a base de clculo elemento quantificador desses fatos geradores,devendo guardar correspondncia com eles.

    No interessam, na definio da natureza espe-cfica do tributo, elementos como a denominaolegal ou outras caractersticas formais e nem mes-mo a destinao legal do produto de sua arreca-dao (art. 4., incisos I e II, do CTN). No que adestinao legal da arrecadao no seja relevan-te para o direito tributrio, pois (veja-se o casodo emprstimo compulsrio, art. 148, pargrafonico, da CF); apenas irrelevante para a deter-minao da espcie tributria correspondente.

    Essa a razo pela qual faremos sempre re-ferncia ao fato gerador ao definirmos cada umadas espcies tributrias. O imposto, veremos, tem

  • por fato gerador uma situao desvinculada deatividade estatal especfica; a taxa, por outro lado,tem por fato gerador a prestao de servio ou oexerccio do poder de polcia.

    O art. 145 da CF e o art. 5. do CTN fazem re-ferncia a trs espcies de tributos: (i) impostos,(ii) taxas e (iii) contribuies de melhoria. Classi-camente, so estas as trs espcies de tributo (te-oria tripartida).

    Modernamente, boa parte da doutrina e da ju-risprudncia entende que h duas outras espciestributrias: (iv) emprstimos compulsrios e (v)contribuies especiais.

    1.2.2 Impostos

    CTN Art. 16. Imposto o tributo cuja obriga-o tem por fato gerador uma situao indepen-dente de qualquer atividade estatal especfica, re-lativa ao contribuinte.

  • CF Art. 145, 1. Sempre que possvel, os im-postos tero carter pessoal e sero graduadossegundo a capacidade econmica do contri-buinte, facultado administrao tributria, es-pecialmente para conferir efetividade a esses ob-jetivos, identificar, respeitados os direitos indivi-duais e nos termos da lei, o patrimnio, os rendi-mentos e as atividades econmicas do contribuin-te.CF Art. 167. So vedados:(...)IV a vinculao de receita de impostos a r-go, fundo ou despesa, ressalvadas (...)

    Os artigos acima transcritos delineiam as ca-ractersticas dos impostos. Trata-se de tributo cu-jo fato gerador algo no vinculado a uma ativi-dade estatal especfica.

    Isto significa que a situao definida em lei,cuja ocorrncia faz surgir o dever de pagar im-

  • posto (fato gerador), no pode ser, por exemplo,a limpeza urbana realizada pelo Municpio, a se-gurana prestada pelos rgos policiais, as ativi-dades estatais ligadas ao saneamento bsico etc.Todas essas so atividades estatais voltadas aoscidados.

    Os fatos geradores prprios dos impostos soas situaes de ser proprietrio de algo (ITR,IPTU, IPVA), transferir um bem (ITCMD, ITBI),prestar servios ou fazer circular mercadorias(ISS, ICMS) etc., ou seja, todas situaes que nose referem a uma atividade estatal especfica vol-tada ao contribuinte. Por esta razo, muitos au-tores se referem aos impostos como tributos novinculados.

    A pessoalidade, prevista pelo art. 145, 1.,da CF, significa que, sempre que o imposto com-portar, o montante exigido refletir caractersticaspessoais do contribuinte, de maneira a dar efic-cia ao princpio da isonomia, tratando-se diferen-temente aquele que se encontra em situao dife-

  • rente, na medida dessa diferena. Como exemplo,o Imposto de Renda leva em considerao situa-es pessoais, como o nmero de dependentes docontribuinte, para fixar o montante devido.

    Quanto graduao do imposto segundo a ca-pacidade econmica do contribuinte, impor-tante salientar que no se trata de simples propor-cionalidade, que sempre ocorre quando o mon-tante do tributo calculado pela aplicao de umpercentual fixo (alquota fixa) sobre uma base declculo varivel. Um exemplo de proporcionali-dade o ISS (imposto municipal sobre serviosde qualquer natureza) cobrado pela alquota ni-ca de 5% sobre o preo do servio. Nesse ex-emplo, dois pintores, que cobrem respectivamen-te R$ 100,00 e R$ 200,00 pelo servio, recolhe-ro proporcionalmente o mesmo valor de imposto(5% do preo), embora em reais o primeiro paguemais que o segundo (R$ 5,00 e R$ 10,00). Issono progressividade; simples proporcionalida-de.

  • A graduao, prevista pelo art. 145, 1., daCF, significa alquotas progressivas, maioresconforme maior for a base de clculo do imposto.Um exemplo de progressividade a do impostode renda. Uma pessoa que tenha renda mensal deR$ 5.000,00 pagar o IR por uma alquota mdiamaior que a de um contribuinte que tenha rendamensal de R$ 2.000,00, por exemplo. No se tratade simples proporcionalidade, mas sim progressi-vidade.

    O STF vinha entendendo que outros impostosreais no poderiam ter alquotas progressivas emrelao ao valor da base de clculo, considerandoinexistir expressa previso constitucional (verSmula 656/STF). Ocorre que recentemente aSuprema Corte reviu a questo, especificamenteem relao ao ITCMD, reconhecendo que o im-posto pode ser progressivo, atendendo assim oprincpio da capacidade contributiva (RE562.045/RS Repercusso Geral).

  • J com relao ao ITR e ao IPTU, que contamcom expressa previso constitucional de progres-sividade (arts. 153, 4., I, e 156, 1., I, ambosda CF), admite-se a graduao de suas alquotas.

    Embora a destinao do produto da arrecada-o de determinado tributo seja irrelevante paradefinirmos sua natureza (art. 4., II, do CTN), importante destacarmos que, no caso dos impos-tos, a vinculao vedada constitucionalmentenos termos e com as excees do art. 167, IV, daCF.

    Assim, considerada inconstitucional uma leique vincule parte da receita do ICMS a investi-mentos em habitao, por exemplo.

    1.2.3 Taxas

    CF Art. 145, II taxas, em razo do exercciodo poder de polcia ou pela utilizao, efetiva oupotencial, de servios pblicos especficos e divi-

  • sveis, prestados ao contribuinte ou postos a suadisposio.CTN Art. 78. Considera-se poder de polcia aatividade da administrao pblica que, limitan-do ou disciplinando direito, interesse ou liberda-de, regula a prtica de ato ou absteno de fato,em razo de interesse pblico concernente se-gurana, higiene, ordem, aos costumes, dis-ciplina da produo e do mercado, ao exercciode atividades econmicas dependentes de con-cesso ou autorizao do Poder Pblico, tran-quilidade pblica ou ao respeito propriedade eaos direitos individuais ou coletivos.CTN Art. 79. Os servios pblicos a que se re-fere o art. 77 consideram-se:I utilizados pelo contribuinte:a) efetivamente, quando por ele usufrudos aqualquer ttulo;b) potencialmente, quando, sendo de utilizaocompulsria, sejam postos sua disposio me-

  • diante atividade administrativa em efetivo funci-onamento;II especficos, quando possam ser destacadosem unidades autnomas de interveno, de utili-dade ou de necessidade pblicas;III divisveis, quando suscetveis de utilizao,separadamente, por parte de cada um dos seususurios.CF Art. 145 (...)(...) 2. As taxas no podero ter base de clculoprpria de impostos.

    Se o imposto tem por fato gerador uma situ-ao desvinculada de qualquer atividade estatalvoltada ao contribuinte ( tributo no vinculado),com a taxa ocorre exatamente o oposto, na medi-da em que seu fato gerador sempre a prestaode um servio pblico ou o exerccio do poder depolcia pelo Estado ( tributo vinculado).

  • Tributo Fato Gera-dor

    Base de Cl-culo (quanti-

    fica o fatogerador)

    Imposto

    Desvinculadode atividadeestatal volta-da ao contri-buinte.

    No quantificaqualquer ativida-de estatal volta-da ao contribuin-te ( base de cl-culo prpria deimposto).

    Taxa

    Vinculado auma ativida-de estatalvoltada aocontribuinte

    Quantifica essaatividade estatal(permite que otributo cobradoreflita o custo da

  • (fiscalizaoou prestaode servio).

    fiscalizao oudo servio pres-tado).

    A Administrao exerce o poder de polciaquando regula a atuao do particular, limitandoou disciplinando direito, sempre em razo do in-teresse pblico.

    Como exemplo, embora o direito propriedadeclassicamente permita que o proprietrio afixequaisquer objetos na fachada de seu imvel, possvel que o poder pblico, baseado no interes-se pblico a uma paisagem urbana limpa, limi-te tal poder, vedando anncios, afixados na fa-chada do imvel, acima de determinado tamanhoou abaixo de uma altura mnima. Ao exercer es-se poder de polcia, fiscalizando o cumprimento

  • da postura que limita a afixao de anncios, noexemplo dado, o poder pblico tem um gasto quepoder ser suportado pelos fiscalizados, por meiode taxa pelo exerccio do poder de polcia.

    Outros exemplos de exerccio de poder de po-lcia, que podem dar ensejo taxao (na formada lei) so a fiscalizao do cumprimento de nor-mas ambientais pelas empresas, a fiscalizao documprimento das normas urbansticas quando daconstruo de prdios, a fiscalizao das socieda-des abertas (S/A) pelo rgo competente etc.

    Os servios pblicos que so custeados pela ta-xa, ou seja, aqueles que ensejam a tributao es-pecfica sobre o particular, so aqueles em queno h facultatividade na utilizao e que apro-veitam especificamente a cada um dos contri-buintes, sendo possvel a determinao do apro-veitamento por cada um deles.

  • Se houver opo do contribuinte em tomar ouno o servio, havendo total facultatividade, nocabe falar em taxa.

    Servios pblicos especficos e divisveis, queadmitem a tributao por taxa, so aqueles pres-tados uti singuli, em que possvel determinarquanto cada um dos usurios deles se utilizou noms anterior, por exemplo.

    Assim, o servio de coleta de lixo domiciliar especfico e divisvel, permitindo determinarquanto cada um dos usurios aproveitou da ativi-dade estatal (= uti singuli permite a cobrana detaxa Ver Smula Vinculante STF 19).

    J o servio de limpeza de ruas e praas no um servio pblico especfico e divisvel, nose podendo determinar quanto cada um dos cida-dos, individualmente considerados, aproveitouda atividade estatal ( servio prestado indistinta-mente a toda a coletividade uti universi nopermite a cobrana de taxa).

  • Outros exemplos de servios uti singuli, quedo ensejo taxao (na forma da lei), so o for-necimento de passaportes, prestao de serviosjurisdicionais pelo Estado, registro de uma escri-tura pelo Tabelio etc. Por outro lado, so servi-os uti universi, que no permitem a cobrana dataxa, os de segurana pblica, manuteno de ro-dovias, a iluminao pblica (com relao a es-te ltimo exemplo, embora no caiba exigir taxa,pode ser cobrada a contribuio para custeio dailuminao pblica, prevista pelo art. 149-A daConstituio Federal, como veremos mais adian-te).

    A utilizao do servio pblico pode ser efe-tiva ou potencial. possvel a cobrana de taxasem que haja efetiva fruio do servio pelo con-tribuinte, desde que sua utilizao seja compuls-ria.

    Ou seja, se a utilizao do servio for com-pulsria, se o contribuinte no tiver opo senoutilizar-se de tal servio, basta ser colocado sua

  • disposio para que o tributo seja devido. Assim,se em determinado Municpio o servio de cole-ta de lixo de utilizao compulsria (o cidadono pode optar por no tomar o servio), mesmoque ele no produza nenhum resduo, o tributopode ser cobrado, desde que o caminho de lixosirva sua residncia (o servio est sua disposi-o utilizao potencial).

    Por outro lado, caso o servio pblico no sejade utilizao absolutamente compulsria, como ofornecimento de passaporte, por exemplo, a taxacorrespondente somente pode ser exigida quan-do da efetiva prestao (no cabe cobrar taxa porprestao potencial, na hiptese). Voltaremos aoassunto ao tratarmos das tarifas e dos preos p-blicos.

    Quanto taxa, cabe destacar ainda que as ativi-dades estatais que a ensejam devem ser regulares,dentro dos mbitos de competncia dos entes tri-butantes. Isso significa que a taxa pela prestaode um servio pblico somente pode ser cobrada

  • por quem tenha competncia para prestar tal ser-vio (seja a Unio, os Estados, o Distrito Federalou os Municpios) e na medida em que o presta,nos termos da lei.

    A taxa por exerccio de poder de polcia so-mente devida ao ente que exerce tal poder demaneira efetiva e concreta (no h exerccio po-tencial), limitando ou fiscalizando a limitao dedireitos e liberdades individuais, dentro de suascompetncias, nos termos da lei.

    Por fim, importante frisar que a base de clculoda taxa no pode ser prpria de imposto (art. 145, 2., da CF). Considerando que a base de clcu-lo deve guardar relao estrita com o fato geradordo tributo, quantificando-o, e considerando que ofato gerador do imposto situao desvinculadade qualquer atividade estatal especfica, podemosafirmar que base de clculo prpria de imposto qualquer base de clculo que no quantifique ati-vidade estatal.

  • Evidentemente, a base de clculo da taxa deveser prpria de taxa, ou seja, deve quantificar seufato gerador, refletindo o custo do servio pres-tado ou do exerccio do poder de polcia corres-pondente. Diversas taxas cobradas por municpi-os, para custeio de servios de coleta de lixo oupela fiscalizao de estabelecimentos, por exem-plo, foram derrubadas na Justia, j que o valordo tributo no refletia o custo do servio prestadoou da fiscalizao. importante ressaltar, entre-tanto, que, segundo a mais recente jurisprudnciado STF, constitucional a adoo, no clculo dovalor de taxa, de um ou mais elementos da basede clculo prpria de determinado imposto, desdeque no haja integral identidade entre uma base eoutra (Smula Vinculante 29).

    1.2.4 Preos pblicos e tarifas

    Assim como as taxas, os preos pblicos ser-vem para remunerar servios prestados pela Ad-

  • ministrao. Os preos no so tributos. Eles re-muneram servios de utilizao absolutamentefacultativa (no compulsria), no se submetendoaos princpios da legalidade ou da anterioridade,entre outros (podem ser criados, alterados ou ex-tintos por decretos, portarias etc. e exigidos nomesmo exerccio financeiro).

    Note-se que tanto o preo pblico como a taxapodem ser exigidos em face de um servio espe-cfico e divisvel, sendo que boa parte da doutri-na entende que o diferencial entre uma e outracobrana est na compulsoriedade na utilizaode tais servios. Se a utilizao no facultativa,o contribuinte deve ser protegido pelo princpioda legalidade, pois somente a lei tributria poderimpor a prestao pecuniria correspondente quese revestir da forma de taxa. A compulsoriedade,como diferencial da taxa e do preo pblico, re-ferida pela Smula 545 do STF.

    Retomando o exemplo dado anteriormente, namaior parte das cidades a utilizao dos servios

  • de coleta de lixo compulsria, ou seja, o cida-do no pode se recusar a utilizar o servio poruma questo de sade pblica. Nesses casos, acompulsoriedade permite a cobrana da taxa in-clusive quando o cidado no tomar o servio(utilizao potencial, CTN, art. 79, I, b).

    Como um segundo exemplo, tambm apontadoanteriormente, se um cidado resolver viajar parao exterior, haver de se valer obrigatoriamentedos servios de emisso de passaporte, pagando,portanto, taxa, e no preo pblico. Mas nesse se-gundo exemplo, veja que h uma opo do ci-dado, que pode optar em no viajar e, portanto,no se valer do servio pblico. Por conta disso,embora possamos falar em utilizao facultativa(caso em que seria cobrado preo pblico), noh, tampouco, compulsoriedade absoluta em setomar o servio, no cabendo falar em cobranade taxa pela utilizao potencial (CTN, art. 79, I,b), mas apenas taxa pela efetiva utilizao do ser-vio (CTN, art. 79, I, a).

  • Como um terceiro exemplo, um cidado quesolicite cpia simples de um processo a um car-trio judicial pagar preo pblico, j que h ab-soluta facultatividade na utilizao do servio,no havendo qualquer compulsoriedade. O cida-do, se achar que o preo pblico da cpia sim-ples est muito alto, pode pegar os autos do pro-cesso e conseguir as cpias em qualquer papela-ria. Tal servio prestado pelo Estado em regi-me de direito privado, concorrendo com a inici-ativa privada, sendo de utilizao completamen-te facultativa pelo cidado, no cabendo falar emcobrana de tributo.

    H entendimento de que sempre que o serviofor prestado por uma concessionria de serviopblico, nos termos do art. 175 da CF, sua re-munerao se dar por tarifa. Esse posicionamen-to tem sido adotado pelos Tribunais Superiores,apesar da discordncia de muitos tributaristas.

  • Para que fique claro: para essa jurisprudnciadominante, se um servio pblico (coleta de lixo,abastecimento de gua, coleta de esgoto etc.) prestado por uma concessionria, o valor por elacobrado ser tarifa (no taxa), no se sujeitando,portanto, aos princpios tributrios (legalidade,anterioridade etc.).

    Cobrana por servios prestados pelo Estado

    Tipo deservio Exemplos

    Natureza dacontraprestao

    Casos em quepode ser cobra-da a contrapres-

    tao

    Servios deutilizaocompulsria,essenciais ao

    Coleta de lixodomiciliar (uti-lizao com-pulsria namaior parte

    Taxa pela prestaode servio pblico

    Utilizao efetiva doservio e utilizaopotencial, quando oservio est disposi-o do contribuinte

  • interesse p-blico

    dos Municpi-os)

    Servios deutilizao rela-tivamente fa-cultativa, inde-legveis, nsi-tos soberania

    Expedio depassaportes,servios judi-cirios

    Taxa pela prestaode servio pblico

    Apenas no caso deutilizao efetiva doservio pelo contri-buinte

    Servios deutilizao ab-solutamentefacultativa,no essenciaisao interessepblico

    Extrao de c-pias simples deprocessos ad-ministrativos

    Preo pblico (no tributo)

    Apenas no caso deutilizao efetiva doservio pelo contri-buinte

  • Servio pblicoprestado porconcessionria

    Fornecimentode gua e cole-ta de esgoto,realizados porempresa con-cessionria doservio

    Tarifa (no tributo)

    Apenas no caso deutilizao efetiva(embora se admita acobrana de valor fixoa ttulo de tarifa bsi-ca)

    1.2.5 Contribuio de melhoria

    CF Art. 145 (...)(...)III contribuio de melhoria, decorrente deobras pblicas.(...)CTN Art. 81. A contribuio de melhoria co-brada pela Unio, pelos Estados, pelo Distrito Fe-

  • deral e pelos Municpios, no mbito de suas res-pectivas atribuies, instituda para fazer faceao custo das obras pblicas de que decorra va-lorizao imobiliria, tendo como limite total adespesa realizada e como limite individual oacrscimo de valor que da obra resultar paracada imvel beneficiado.

    A contribuio de melhoria serve para se co-brar de cada proprietrio de imvel pela valori-zao advinda de uma obra pblica.

    Assim, se o Estado constri um belo parquepblico onde antes havia um terreno baldio, esteinvestimento certamente valorizar os imveis daregio. Em tal hiptese, desde que seja aprovadaa lei no ano anterior ao do fato gerador (= valori-zao decorrente da obra pblica princpios daanterioridade e irretroatividade), ser possvel co-brar a contribuio de melhoria, a ser paga pelosproprietrios dos imveis.

  • Note-se, portanto, que o fato gerador da contri-buio de melhoria no , simplesmente, a reali-zao de uma obra pblica, mas sim a valoriza-o imobiliria decorrente dessa atividade estatal(tributo vinculado). Se houver a obra, mas delano resultar valorizao dos imveis circundan-tes, no h fato gerador e, portanto, no possvela cobrana de contribuio de melhoria.

    Tampouco ser possvel a cobrana se ocorrera desvalorizao dos imveis por conta de umaobra (como no caso da construo de um depsitode lixo pblico em frente s casas).

    O valor cobrado pela Administrao deveguardar estrita correspondncia com a valoriza-o dos imveis considerados, na forma da pro-jeo previamente feita, constante do prprio tex-to legal que instituiu o tributo, podendo ser im-pugnada pelos interessados (art. 82 do CTN). Es-se valor cobrado tem dois limites: um individual,correspondente valorizao do imvel do con-

  • tribuinte, e outro total, no podendo ser arrecada-do um valor global superior ao custo da obra.

    Como exemplo, se a obra pblica custou R$ 1milho, o valor total arrecadado pelo Estado nopoder ultrapassar esse montante (limite global).Por outro lado, um morador que teve uma valo-rizao de R$ 1.000,00 em seu imvel, por contada construo de um parque pblico, no poderser compelido a recolher mais que isso a ttulo decontribuio de melhoria (limite individual).

    1.2.6 Emprstimo compulsrio

    CF Art. 148. A Unio, mediante lei comple-mentar, poder instituir emprstimos compuls-rios:I para atender a despesas extraordinrias, de-correntes de calamidade pblica, de guerra exter-na ou sua iminncia;

  • II no caso de investimento pblico de carterurgente e de relevante interesse nacional, ob-servado o disposto no art. 150, III, b [anteriori-dade].Pargrafo nico. A aplicao dos recursos prove-nientes de emprstimo compulsrio ser vincula-da despesa que fundamentou sua instituio.CTN Art. 15 (...)Pargrafo nico. A lei fixar obrigatoriamente oprazo do emprstimo e as condies de seu res-gate, observando, no que for aplicvel, o dispostonesta Lei.

    O emprstimo compulsrio tributo cobradoexclusivamente pela Unio, mediante lei comple-mentar (em regra os tributos so institudos porlei ordinria), em dois possveis casos: (i) des-pesa extraordinria decorrente de calamidade p-blica ou guerra externa e (ii) investimento pbli-co de carter urgente e relevante interesse nacio-nal. No foi recepcionada pela atual Constituio

  • a terceira hiptese de instituio de emprstimocompulsrio, prevista pelo art. 15, inciso III, doCTN (conjuntura que exija a absoro temporriade poder aquisitivo).

    Para que fique claro: somente a Unio podecriar (por lei complementar) e cobrar o emprs-timo compulsrio, nunca os Estados, o DF ou osMunicpios.

    Veja-se que a Constituio Federal no deter-mina o fato gerador do emprstimo compulsrio.Apenas fixa taxativamente as duas situaes quepermitem sua instituio: despesas extraordinri-as (calamidade pblica ou guerra externa) e in-vestimentos pblicos de carter urgente e rele-vante interesse nacional.

    Os casos de calamidade pblica so aquelesimprevistos, de impacto relevante, decorrentes defatos da natureza (enchentes, desabamentos, in-cndios) ou sociais (turbaes, comoo interna)que exigem a imediata atuao do Estado. Guerra

  • externa (ou sua iminncia) que autoriza a criaodo emprstimo compulsrio o conflito blicoque envolva efetivamente o Brasil, exigindo dis-pndios financeiros inadiveis (uma guerra noOriente Mdio, sem a participao de nosso pas,no permite a criao do tributo).

    J os investimentos pblicos que do ensejo aoemprstimo compulsrio so aqueles de interes-se nacional (investimento que atenda apenas aosinteresses de um Estado ou regio no permite ainstituio do tributo), e cuja realizao seja ur-gente.

    Em qualquer um dos dois casos (despesa extra-ordinria ou investimento urgente), os valores re-colhidos a ttulo de emprstimo compulsrio de-vero ser obrigatoriamente utilizados pela Uniono combate calamidade, nas despesas da guerraexterna ou no investimento pblico que deu ense-jo sua criao, nos termos do art. 148, pargrafonico, da Constituio Federal.

  • Note-se que, embora a destinao dos recursosarrecadados seja irrelevante para a definio desua natureza especfica dos tributos (art. 4. doCTN), essa destinao essencial para a cons-titucionalidade de um emprstimo compulsrio.No caso do emprstimo compulsrio criado paraatender a despesa extraordinria, pela prpria na-tureza da calamidade ou da guerra, no h su-bordinao ao princpio da anterioridade (anualou nonagesimal). Assim, aprovada a lei comple-mentar, o tributo pode ser cobrado imediatamente(no preciso aguardar noventa dias ou o inciodo exerccio seguinte). Essa interpretao poss-vel, inclusive a contrario sensu, j que o art. 148da CF faz referncia anterioridade apenas no ca-so do emprstimo compulsrio para investimentopblico de carter urgente e de relevante interes-se nacional (hiptese em que, aps aprovada a leicomplementar, deve-se aguardar noventa dias ouo incio do exerccio seguinte o que vier depois antes de se exigir o tributo).

  • O emprstimo compulsrio, como o nome in-dica, um tributo muito peculiar, j que os valo-res recolhidos ao Errio devem ser posteriormen-te devolvidos aos contribuintes. Assim, a lei queo instituir deve obrigatoriamente indicar como equando ser restitudo pela Unio, na forma doart. 15 do CTN.

    1.2.7 Contribuies especiais

    Ao lado dos impostos, das taxas, das contribui-es de melhoria e dos emprstimos compuls-rios, a Constituio Federal prev uma categoriaampla de tributos: as contribuies especiais pre-vistas em seus arts. 149 e 149-A.

    CF Art. 149. Compete exclusivamente Unioinstituir contribuies sociais, de intervenono domnio econmico e de interesse das cate-gorias profissionais ou econmicas, como ins-trumento de sua atuao nas respectivas reas,

  • observado o disposto nos arts. 146, III [lei com-plementar], e 150, I [legalidade] e III [irretroa-tividade, anterioridade, no confisco, no limita-o ao trfego e imunidades], e sem prejuzo doprevisto no art. 195, 6. [anterioridade de 90dias das contribuies sociais], relativamente scontribuies a que alude o dispositivo. 1. Os Estados, o Distrito Federal e os Mu-nicpios instituiro contribuio, cobrada deseus servidores, para o custeio, em benefciodestes, do regime previdencirio de que trata oart. 40, cuja alquota no ser inferior da contri-buio dos servidores titulares de cargos efetivosda Unio. 2. As contribuies sociais e de intervenono domnio econmico de que trata o caput desteartigo:I no incidiro sobre as receitas decorrentes deexportao;

  • II incidiro tambm sobre a importao de pro-dutos estrangeiros ou servios;III podero ter alquotas:a) ad valorem, tendo por base o faturamento, areceita bruta ou o valor da operao e, no caso deimportao, o valor aduaneiro;b) especfica, tendo por base a unidade de medidaadotada. 3.A pessoa natural destinatria das operaesde importao poder ser equiparada a pessoa ju-rdica, na forma da lei. 4. A lei definir as hipteses em que as contri-buies incidiro uma nica vez.

    Unio compete a instituio de: i) contribui-es sociais; ii) contribuies de interveno nodomnio econmico; e iii) contribuies de inte-resse das categorias profissionais ou econmicas.

    Parte da doutrina costuma definir as contri-buies como tributos finalsticos, caracterizados

  • por sua finalidade, e no pelos respectivos fatosgeradores (como a regra). Por este ponto de vis-ta, podemos distinguir impostos de contribuiesdestinadas seguridade social, que muitas vezespossuem fato gerador idntico. o caso do IRe da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido,que tm o mesmo fato gerador, mas cuja cobran-a no configura bitributao ou bis in idem inde-vido.

    Embora o caput do art. 149 fale em competn-cia exclusiva da Unio, cabe salientar que seu 1. prev a instituio obrigatria de contribuiopelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Mu-nicpios, cobrada de seus servidores para custeio,em benefcio destes, de regime previdencirio,com alquota no inferior da contribuio dosservidores titulares de cargos efetivos da Unio.

    Veja a seguinte tabela, com importantes regrasrelativas incidncia das contribuies sociais e

  • CIDE em relao exportao e importao(art. 149, 2., I e II, da CF):

    CONTRIBUIES SOCIAIS E CIDE

    Importao Incidem sobre importaes

    Exportao H imunidade sobre as receitas deexportao

    1.2.7.1 Contribuies sociais

    CF Art. 195. A seguridade social ser financia-da por toda a sociedade, de forma direta e indire-ta, nos termos da lei, mediante recursos proveni-entes dos oramentos da Unio, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municpios, e das seguin-tes contribuies sociais:

  • I do empregador, da empresa e da entidadea ela equiparada na forma da lei, incidentes so-bre:a) a folha de salrios e demais rendimentos dotrabalho pagos ou creditados, a qualquer ttulo, pessoa fsica que lhe preste servio, mesmo semvnculo empregatcio;b) a receita ou o faturamento;c) o lucro.II do trabalhador e dos demais segurados daprevidncia social, no incidindo contribuiosobre aposentadoria e penso concedidas pelo re-gime geral de previdncia social de que trata oart. 201;III sobre a receita de concursos de prognsti-cos [loterias];IV do importador de bens ou servios do exte-rior, ou de quem a lei a ele equiparar.(...)

  • 4. A lei poder instituir outras fontes destina-das a garantir a manuteno ou expanso da se-guridade social, obedecido o disposto no art. 154,I [lei complementar, no cumulatividade e noadoo de base de clculo/fato gerador de impos-to j previsto na CF].(...) 6. As contribuies sociais de que trata este ar-tigo s podero ser exigidas aps decorridos no-venta dias da data da publicao da lei que ashouver institudo ou modificado, no se lhes apli-cando o disposto no art. 150, III, b [anteriorida-de].(...) 9. As contribuies sociais previstas no incisoI do caput deste artigo podero ter alquotas oubases de clculo diferenciadas, em razo da ativi-dade econmica, da utilizao intensiva de mode obra, do porte da empresa ou da condio es-trutural do mercado de trabalho.

  • (...) 11. vedada a concesso de remisso ou anistiadas contribuies sociais de que tratam os incisosI, a, e II deste artigo, para dbitos em montantesuperior ao fixado em lei complementar. 12. A lei definir os setores de atividade econ-mica para os quais as contribuies incidentes naforma dos incisos I, b, e IV do caput, sero nocumulativas. 13. Aplica-se o disposto no 12 inclusive nahiptese de substituio gradual, total ou parcial,da contribuio incidente na forma do inciso I, a,pela incidente sobre a receita ou o faturamento.

    As contribuies sociais servem para financiara seguridade social, ao lado dos recursos proveni-entes dos oramentos da Unio, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municpios (CF, art. 195).A seguridade social engloba a (i) previdncia so-cial (aposentadorias e penses), a (ii) assistnciasocial (programas de incluso social, renda mni-

  • ma etc.) e a (iii) sade (hospitais, postos de sade,vacinao etc.).

    As contribuies sociais so devidas pelos em-pregadores, pelos trabalhadores e demais segura-dos da previdncia social. Incidem tambm sobreas loterias (concursos de prognsticos) e, atual-mente, sobre as importaes de bens ou servios.

    As contribuies sociais devidas pelos empre-gadores, pela empresa e entidade a ela equiparadaincidem: i) sobre a folha de salrios e demais ren-dimentos do trabalho pagos ou creditados, a qual-quer ttulo, pessoa fsica que lhe preste servi-o, mesmo sem vnculo empregatcio; ii) sobre areceita ou faturamento; e iii) sobre o lucro. Co-mo exemplos, no primeiro caso temos a chama-da contribuio patronal ao Instituto Nacional deSeguridade Social INSS; no segundo, temos aContribuio para Financiamento da SeguridadeSocial COFINS; e no terceiro, a ContribuioSocial sobre o Lucro Lquido CSLL.

  • Alm dessas contribuies previstas pelo art.195 da CF, a Unio poder instituir outras, pormeio de lei complementar, desde que observadaa no cumulatividade e que no se utilize base declculo ou fato gerador de imposto j previsto pe-la CF (art. 195, 4.).

    Importante fixar: as contribuies sociais pre-vistas nos incisos I a IV do art. 195 da CF podemser criadas, modificadas ou extintas por meio delei ordinria federal. Caso a Unio resolva criaroutras contribuies sociais (alm das previstasnos incisos), dever atender aos requisitos do 4. desse mesmo artigo (lei complementar, nocumulativa, base de clculo e fato gerador diver-so daqueles j fixados para os impostos previstosna Constituio).

    No se aplica s contribuies sociais o princ-pio da anterioridade anual, previsto pelo art. 150,III, b, da CF, apenas a noventena (= anteriori-dade nonagesimal) do art. 195, 6.. Assim, ascontribuies sociais podem ser exigidas somen-

  • te aps noventa dias da publicao da lei que ashouver institudo ou modificado, mas no ne-cessrio aguardar o incio do exerccio seguinte.

    Apesar de o 7. do art. 195 da CF falar emiseno, trata-se de imunidade, ou seja, a Cons-tituio exclui da Unio a possibilidade (compe-tncia) de exigir contribuio social das entidadesbeneficentes de assistncia social, desde que elasatendam s exigncias da lei.

    O art. 149, 2., da CF prev tambm imuni-dade para as receitas decorrentes da exportao,embora admita a cobrana sobre a importao debens e servios estrangeiros.

    Veremos mais sobre imunidades e isenesnos captulos seguintes, mas adiantamos que aprimeira (imunidade) regra negativa de compe-tncia prevista pela Constituio Federal, e a se-gunda (iseno) norma prevista pela lei do en-te tributante (Unio, Estados, DF e Municpios),afastando a incidncia em casos especficos.

  • Salientamos que a contribuio provisria so-bre movimentao ou transmisso de valores ede crditos e direitos de natureza financeira CPMF, prevista pelos arts. 74, 75, 84, 85 e 90do Ato das Disposies Constitucionais Transit-rias ADCT e Lei 9.311/1996, com alquota de0,38%, no foi renovada pelo Congresso Nacio-nal ao final do perodo previsto para sua existn-cia (dezembro de 2007).

    Caso haja nova emenda constitucional recrian-do o tributo, o entendimento de que haver deobservar o princpio da anterioridade nonagesi-mal, que estudaremos mais adiante (somente po-der ser exigida 90 dias aps a publicao dasnormas instituidoras). H recentes manifestaesdo governo federal no sentido de restabelecer acontribuio (com outra denominao) por meiode lei complementar (e no emenda constitucio-nal), o que, caso ocorra, suscitar calorosos deba-tes quanto sua constitucionalidade, j que o art.195, 4., combinado com o art. 154, I, ambos da

  • CF, veda a criao de novas contribuies que se-jam cumulativas (para muitos, a CPMF cumu-lativa).

    1.2.7.2 Contribuies de interveno no domnioeconmico CIDE

    A contribuio de interveno no domnioeconmico CIDE serve atuao do governofederal no mercado, influindo na oferta de bense servios, conforme o interesse pblico (funoextrafiscal).

    A lei instituidora da CIDE pode prever a in-cidncia sobre a importao de bens ou servios(art. 149, 2., da CF). Por outro lado, h imuni-dade, afastando-se a possibilidade de tributao,com relao s receitas decorrentes de exporta-o.

    Uma importante contribuio de intervenono domnio econmico a chamada CIDE sobre

  • combustveis, instituda pela Lei 10.336/2001,nos termos do art. 177, 4., da CF. Suas al-quotas podem ser reduzidas e restabelecidas porato do Executivo, no se lhe aplicando o princpioda anterioridade e mitigando-se o da legalidade.A Constituio Federal no faz referncia a ex-ceo ao princpio da anterioridade nonagesimal(CF, art. 150, III, c), instituda de maneira geralpela Emenda Constitucional 42/2003.

    Tal contribuio destinada: i) ao pagamentode subsdios a preos ou transporte de lcoolcombustvel, gs natural e seus derivados e de-rivados de petrleo; ii) ao financiamento de pro-jetos ambientais relacionados com a indstria dopetrleo e do gs; e iii) ao financiamento de pro-gramas de infraestrutura de transportes.

    Registramos a existncia da CIDE sobre re-messas ao exterior, instituda pela Lei 10.168/2000.

  • O entendimento jurisprudencial majoritrio de que as contribuies recolhidas s entidadesintegrantes do chamado sistema S (SENAI,SENAC, SESI, SESC, SEBRAE etc.) tm natu-reza de contribuio de interveno no domnioeconmico.

    1.2.7.3 Contribuies de interesse de categoriasprofissionais ou econmicas

    As contribuies de interesse de categoriasprofissionais ou econmicas, tambm de compe-tncia exclusiva da Unio, prestam-se ao finan-ciamento de entidades que regulam, fiscalizame representam determinados setores da economia(parafiscalidade).

    Normalmente essas contribuies so exigidas,na forma da lei federal, por entidades de naturezaautrquica federal, como o caso dos conselhosde mdicos (CRM), de contadores (CRC), de en-genheiros e arquitetos (CREA) etc. H divergn-

  • cia quanto natureza dos valores cobrados pelaOrdem dos Advogados do Brasil (OAB) de seusassociados, por conta da peculiaridade dessa ati-vidade, prevista constitucionalmente.

    A contribuio sindical, prevista pelo art. 578 eseguintes da Consolidao das Leis do Trabalho CLT, considerada por autores como contri-buio de interesse de categoria profissional oueconmica. J a contribuio confederativa pre-vista pelo art. 8., IV, da CF, de natureza nocompulsria, no seria tributo.

    1.2.7.4 Contribuio municipal para custeio doservio de iluminao pblica

    CF Art. 149-A. Os Municpios e o Distrito Fe-deral podero instituir contribuio, na forma dasrespectivas leis, para o custeio do servio de ilu-minao pblica, observado o disposto no art.150, I [legalidade] e III [irretroatividade, anteri-

  • oridade, no confisco, no limitao ao trfego eimunidades].Pargrafo nico. facultada a cobrana da con-tribuio a que se refere o caput, na fatura de con-sumo de energia eltrica.

    Muitos municpios instituram taxas relativasaos servios de iluminao pblica. Como vistoanteriormente, no possvel cobrar tais taxas,pois no se trata de servio especfico e divisvel( impossvel determinar quanto do servio foitomado por cada contribuinte). Por conta dessainconstitucionalidade, o Judicirio vinha afastan-do sistematicamente essa tributao.

    Atendendo ao pleito das prefeituras, foi emen-dada a Constituio Federal, criando-se uma con-tribuio sui generis, prevista pelo art. 149-A.

    Assim, os municpios tm agora competnciapara instituir contribuio para custeio do serviode iluminao pblica. O pargrafo nico do art.

  • 149-A da CF faculta sua cobrana (notificao aocontribuinte e recebimento) por meio da fatura deconsumo de energia eltrica.

    Por se tratar de um servio pblico prestado utiuniversi, no h consenso quanto base de cl-culo ou ao montante a ser exigido de cada contri-buinte, havendo cobranas por montantes fixos,variveis conforme o valor da conta de consumode energia ou mesmo com base em critrios re-lacionados ao imvel do contribuinte, a dependerde cada lei municipal.

    Certamente o fisco no poder exigir mais deseus contribuintes do que o valor correspondenteao custo total do servio municipal de iluminaopblica, pois se trata de tributo cuja finalidade exatamente financiar tal atividade estatal.

  • 1.3 TABELA RESUMO DAS ESPCIESTRIBUTRIAS

    Espcies Tributrias

  • Impostos

    Fato gerador si-tuao desvincu-lada de atuaoestatal especfi-ca, relativa aocontribuinte.

    CF, art.145, I.CTN,art.16.

    Taxas

    Fato gerador (i)exerccio de po-der de polcia ou(ii) utilizao,efetiva ou poten-cial, de serviospblicos especfi-cos e divisveis(uti singuli).

    CF, art.145,II.CTN,art.77.

    Teoria Tri-partida

    (CF eCTN)

    Contribuiesde melhoria

    Fato gerador valorizao imo-biliria decorren-

    CF, art.145,III.

  • te de obra pbli-ca.

    CTN,art.81.

    Emprstimoscompulsrios

    As nicas situa-es que ense-jam sua institui-o, exclusiva-mente pelaUnio, por meiode lei comple-mentar, so: (i)despesa extraor-dinria (calami-dade ou guerra)ou (ii) investi-mento pblicourgente e de in-teresse nacional.

    CF, art.148.CTN,art.15.

  • Contribuiesespeciais

    Contribuiessociais, cuja fina-lidade custeara seguridade so-cial. (Competn-cia exclusiva daUnio).

    Contribuiesde intervenono domnioeconmico CIDE, cuja finali-dade a que onome indica(Competnciaexclusiva daUnio).

    CF,arts.149 e149-A.

  • Contribuiesde interesse decategorias pro-fissionais oueconmicas, cujafinalidade ge-rar recursos paraos rgos decontrole/repre-sentao de taiscategorias (Com-petncia exclusi-va da Unio).

    Contribuiodos servidorespara custeio doregime prpriode previdncia(Competncia de

  • todos os entesfederados).

    Contribuiopara custeio doservio de ilumi-nao pblica,cuja finalidade a que o nome in-dica (Competn-cia exclusiva dosmunicpios).

    1.4 QUESTES

    1. (OAB/SP 134.) As contribuies de inter-veno no domnio econmico podem sercobradas sobre bases de clculo1

  • a) fixadas em regulamento, provenientes devalores obtidos no mercado interno, inclu-sive sobre a importao e exportao deprodutos ou servios estrangeiros.

    b) fixadas em lei, provenientes de valoresobtidos no mercado interno, inclusive so-bre a importao e exportao de produ-tos ou servios estrangeiros.

    c) fixadas em lei, provenientes de valoresobtidos no mercado interno, inclusive so-bre a importao de produtos ou serviosestrangeiros, no incidindo sobre as recei-tas de exportao.

    d) fixadas em regulamento, provenientes devalores obtidos no mercado interno, inclu-sive sobre a importao e exportao deprodutos ou servios estrangeiros, e comalquotas estabelecidas por ato do PoderExecutivo.

    2. (OAB/SP 134.) As contribuies sociaiscobradas do empregador, da empresa e

  • da entidade a ela equiparada, na forma doartigo 195, I, da Constituio Federal, quetrata da folha de salrios, receita ou fatu-ramento e lucro,2

    a) devem ter alquotas ou bases de clculoidnticas, independentemente da ativida-de econmica ou utilizao intensiva demo de obra.

    b) podem ter alquotas ou bases de clculodiferenciadas em razo da atividadeeconmica ou utilizao intensiva de mode obra.

    c) devem ter, apenas, alquotas idnticas emfuno do princpio da igualdade.

    d) podem ter alquotas diferenciadas em fun-o da diversidade da base de financia-mento.

    3. (OAB/SP 135.) Considere que a Unioinstitua uma lei visando definir o valor deservios administrativos de rgo do Mi-nistrio da Agricultura, Pecuria e Abas-

  • tecimento quanto s fiscalizaes de es-tabelecimentos que acondicionam carnesbovinas destinadas exportao. Nessahiptese, o valor a ser pago pelos contri-buintes constitui3

    a) taxa, por decorrer de regime jurdico tribu-trio.

    b) tarifa, pelo carter compulsrio da cobran-a.

    c) imposto, por decorrer da lei.d) contribuio, por corresponder a arreca-

    dao de valores para atividade especfi-ca.

    4. (OAB/SP 135.) Acerca do emprstimocompulsrio, assinale a opo correta.4

    a) Em casos de relevncia e urgncia, lci-to Unio instituir emprstimos compuls-rios mediante medida provisria.

    b) A importncia arrecadada com a cobranado emprstimo compulsrio tem aplicao

  • vinculada despesa que ensejou sua ins-tituio.

    c) Constitui hiptese de instituio de impos-to extraordinrio a ocorrncia de calami-dade pblica.

    d) So fatos geradores do emprstimo com-pulsrio a calamidade pblica, a guerraexterna ou o investimento pblico de car-ter urgente e de relevante interesse nacio-nal.

    5. (OAB/Nacional 2007. I) Joo auferiu rendasuperior a R$ 100.000,00 no ano calend-rio de 2005, mas no apresentou declara-o ao fisco federal em virtude de essarenda ter sido proveniente da prtica detrfico ilcito de substncias entorpecen-tes. Em regular atividade fiscal, Joo foicompelido a pagar multa pecuniria peloatraso na entrega de sua declarao derenda. Considerando a situao hipotti-ca apresentada acima e as normas do sis-

  • tema tributrio nacional, assinale a opocorreta.5

    a) Constitui tributo a multa imposta a Joopelo atraso na entrega de sua declaraode renda.

    b) Joo no est obrigado a pagar o impostode renda em razo de os valores por eleauferidos terem sido provenientes de ativi-dade ilcita.

    c) O imposto de renda poder ser institudopor lei complementar, lei ordinria, medidaprovisria ou decreto.

    d) O imposto de renda deve ser informadopelos critrios da universalidade, da pro-gressividade e da generalidade.

    6. (OAB/Nacional 2008. I) De acordo com aConstituio Federal, as contribuiessociais e de interveno no domnioeconmico podem6

  • a) ter alquotas ad valorem, com base naunidade de medida adotada.

    b) ter alquotas especficas, com base no fa-turamento, na receita bruta ou no valor daoperao.

    c) incidir sobre as receitas de exportao.d) incidir sobre as receitas de importao.

    7. (OAB/Nacional 2008. II) Suponha que umaunidade federativa tenha institudo umataxa pela utilizao do servio pblico.Para que essa taxa atenda aos requisitosconstitucionais mnimos, indispensvelque a utilizao desse servio seja7

    a) efetiva e potencial.b) especfica e divisvel.c) especfica ou divisvel.d) efetiva ou potencial.

  • 8. (OAB/Nacional 2008. II) Com relao CIDE incidente sobre petrleo e deriva-dos, caso um cidado brasileiro decidaimportar derivados de petrleo, ele, con-soante disposio constitucional,8

    a) dever ser, por meio de lei, isento do pa-gamento do tributo sobre a importao,pois a CIDE se restringe s pessoas jur-dicas.

    b) dever pagar a CIDE em dobro, visto queestar isento do pagamento de outros tri-butos.

    c) poder optar pelo enquadramento comopessoa fsica ou jurdica, consoante a lei.

    d) poder ser equiparado a pessoa jurdica,na forma da lei.

    9. (OAB/Nacional 2008. II) O princpio da pro-gressividade tributria no se aplica aoimposto

  • a) sobre a renda e proventos de qualquernatureza.

    b) predial e territorial urbano.c) sobre a transmisso onerosa de bens

    imveis.d) territorial rural.

    10. (OAB/Nacional 2008. II) Se o governo criarum tributo sobre a utilizao dos serviospblicos de defesa nacional destinado acobrir os custos de manuteno das for-as armadas, nesse caso, a natureza jur-dica de tal exaoa) ser de imposto, porque servir ao servi-

    o pblico no divisvel.b) ser de taxa, porque se destinar ao exer-

    ccio do poder de polcia.c) no ser de contribuio de melhoria, por-

    que no haver obra envolvida.

  • d) no ser de contribuio social, porqueestar vinculada.

    11. (OAB/MG Agosto/2008) Tendo em vista anecessidade de investimento pblico decarter urgente e de relevante interessenacional, o Estado de Sergipe, mediantelei complementar, em 06 de junho de2005, instituiu emprstimo compulsrio,cujo fato gerador era a venda de merca-doria; a base de clculo, o valor da mer-cadoria importada; e a alquota, 10%. Qu-anto ao emprstimo compulsrio descritoacima, CORRETO afirmar que:9

    a) Trata-se de uma exigncia legtima, por-que os emprstimos compulsrios podemter fatos geradores prprios de impostos.

    b) O emprstimo compulsrio institudo peloEstado de Sergipe, cumpriu com todos osrequisitos constitucionais para a sua exi-gncia.

  • c) Trata-se de uma exigncia inconstitucio-nal, porque os emprstimos compulsriosso de competncia privativa da UnioFederal.

    d) Deve ser declarado inconstitucional, por-que a Constituio determina que o fatogerador do emprstimo compulsrio oinvestimento pblico de carter urgente erelevante interesse nacional.

    12. (OAB Nacional 2008 III) A taxa de inspe-o sanitria cobrada de estabelecimen-tos que possuem instalaes sanitrias,como restaurantes e bares, destinada realizao de fiscalizao pelo poder p-blico, tem como fato gerador10

    a) a necessidade de utilizao do servio pe-lo contribuinte.

    b) a cobrana do tributo pela interveno nodomnio econmico realizada pelo Estado.

    c) a utilizao efetiva, por parte da popula-o, do servio especfico e divisvel.

  • d) a atividade da administrao pblica queregula a prtica de ato concernente higi-ene, no exerccio de atividade econmicadependente de concesso ou autorizaodo poder pblico.

    13. (VIII Exame de Ordem Unificado FGV) Arespeito dos impostos, assinale a afirma-tiva correta.a) O Imposto de Transmisso Causa Mortis

    e Doao (ITCMD) de quaisquer bens edireitos ter suas alquotas mximas fixa-das pelos Estados competentes para asua instituio.

    b) As alquotas mximas e mnimas do Im-posto sobre Servios de Qualquer Nature-za (ISS) devero ser fixados por lei com-plementar nacional.

    c) O Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e Prestao deServios de Transporte Interestadual e In-termunicipal e de Comunicao (ICMS) in-

  • cidir sobre as operaes que destinemmercadorias e servios ao exterior.

    d) A Unio Federal dever instituir, mediantelei complementar, na iminncia ou no ca-so de guerra externa, impostos extraordi-nrios, compreendidos ou no em suacompetncia tributria, os quais sero su-primidos, gradativamente, cessadas ascausas de sua criao.

    GABARITO: As respostas destes testesencontram-se no final do livro.

  • ________________1 Ver art. 149, 2., da CF.2 Ver art. 195, 9., da CF.3 A dica aqui dada pela palavra fiscalizao.

    As taxas decorrem da prestao de serviospblicos e do exerccio de poder de polcia (=fiscalizao). Poderia haver um preo pblico(no tributrio) por conta de registros, certi-des etc., mas no h nenhuma alternativanesse sentido, o que torna a opo a a nicapossvel.

    4 Ver art. 148 da CF.5 Incide o IR, na hiptese: princpio do non olet.

    Auferir renda ato lcito que d ensejo inci-dncia do IR. A forma como a renda auferida(ainda que ilicitamente) irrelevante para a tri-butao, sem prejuzo das sanes penais, nocaso.

    6 Ver art. 149, 2., da CF.7 Ver art. 145, II, da CF.

  • 8 Ver art. 149, 3., da CF.9 Ver art. 148 da CF.10 Existem apenas duas espcies de taxas: pelo

    exerccio do poder de polcia (fiscalizao) epela prestao de servio pblico. Ver art.145, II, da CF e art. 78 do CTN.

  • COMPETNCIATRIBUTRIA

    2.1 DEFINIO

    Competncia tributria a possibilidade dadapela Constituio Federal (exclusivamente) de aUnio, os Estados, o Distrito Federal e os Munic-pios criarem tributos por meio de lei, aument-los,minor-los, isentar e perdoar contribuintes (remitir

  • crditos, anistiar multas), ou mesmo deixar de tri-butar.

    Percebe-se que a competncia tributriaconfunde-se com a competncia legislativa rela-tiva aos tributos, nos termos do art. 6. do CTN,de maneira que apenas os entes polticos (que po-dem legislar) so titulares dessa prerrogativa.

    A Constituio Federal, bom fixar, no criatributos, apenas permite que os entes polticos ofaam por meio de suas prprias leis. Assim, aodefinir a competncia dos Estados, por exemplo,a CF define que eles podero tributar a propri-edade de automveis (art. 155, III). No entan-to, para que ocorra a tributao, necessrio quecada Estado exera a competncia deferida pe-la Constituio, instituindo efetivamente o tributopor meio de lei estadual. Somente com a publica-o da lei estadual, aprovada nos moldes e limi-tes da competncia fixada constitucionalmente, que se pode falar em instituio do tributo.

  • Toda a competncia tributria decorre exclusi-vamente da Constituio Federal, sendo exercidapela Unio, Estados, DF e Municpios por meiode leis produzidas pelos Legislativos de cada umdesses entes polticos.

    Apesar dessa exclusividade relativa Consti-tuio Federal, importante salientar que o art.6. do CTN ressalva tambm as limitaes con-tidas nas Constituies dos Estados e nas LeisOrgnicas do Distrito Federal e dos Municpios,alm do disposto no prprio Cdigo TributrioNacional.

    As competncias fixadas pela Constituio Fe-deral so privativas, indelegveis, irrenunci-veis, incaducveis (no prescrevem ou decaem),inalterveis (no podem ser modificadas pornorma infraconstitucional) e seu exerccio fa-cultativo.

    A competncia tributria privativa, pois so-mente o ente poltico definido constitucionalmen-

  • te pode exerc-la. Assim, considerando que acompetncia para tributar a venda de imveis do municpio (ITBI), nos termos do art. 156, II,da CF, impossvel que o Estado ou a Unio pre-tendam legislar sobre o assunto, deferindo umaiseno, por exemplo.

    A privatividade da competncia tributria de-corrncia natural do princpio federativo, de au-tonomia dos entes federados, no cabendo, emregra, interferncia de uma pessoa poltica sobrea tributao de outra. para deixar claro queno h hierarquia entre os entes, em matria decompetncia tributria, que a Constituio Fede-ral deixou expressa a vedao do art. 151, III, im-pedindo as chamadas isenes heternomas, queeram benefcios fiscais de tributos estaduais oumunicipais fixados pela Unio (a Unio no po-de criar uma iseno de ICMS estadual, por ex-emplo). Claro, portanto, que no foi recepcionadopelo atual sistema constitucional tributrio o dis-posto no pargrafo nico do art. 13 do CTN.

  • Por outro lado, a prpria Constituio admiteque normas nacionais (em regra por meio de leicomplementar) possam regular a tributao a car-go das pessoas polticas, sem que isso configureviolao competncia privativa, desde que res-peitados os limites previstos na prpria Lei Mai-or. Como exemplo, lei complementar federal (denatureza nacional) definir fatos geradores, con-tribuintes e bases de clculo de impostos, inclu-sive estaduais e municipais (art. 146, III, a), noincidncia de ISS sobre servios para o exterior,regulamentao de benefcios fiscais e definiode alquotas mnimas e mximas do imposto mu-nicipal (art. 156, 3., I, II e III). Resoluesdo Senado cumprem tambm funo de veicularnormas nacionais, ao fixar alquotas mximas doITCMD (art. 155, 1., IV), definir alquotas in-terestaduais, mnimas e mximas de ICMS (art.155, 2., IV e V) e definir alquotas mnimas doIPVA (art. 155, 6.).

  • A competncia indelegvel, pois a prerroga-tiva de legislar sobre o tributo exclusivamen-te daquele ente poltico definido na ConstituioFederal. Portanto, considerando que a CF deferiuao municpio a competncia para tributar a pro-priedade de imveis urbanos (IPTU art. 156, I,da CF), impossvel que ele pretenda (por meiode lei, convnio ou qualquer outro ato) delegar acompetncia legislativa ao Estado, por exemplo.Somente o municpio pode exercer essa compe-tncia, ou seja, somente ele pode criar leis ins-tituindo, majorando, reduzindo ou extinguindo oIPTU em seu territrio.

    No entanto, o art. 7. do CTN permite que oente competente atribua a outra pessoa jurdicade direito pblico (ente poltico ou autarquia) asfunes de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou deexecutar leis, servios, atos ou decises adminis-trativas em matria tributria. possvel, por ex-emplo, que o municpio firme um convnio comas prefeituras vizinhas para a mtua fiscalizao

  • do Imposto sobre Servios (ISS), sem que isso fi-ra a indelegabilidade da competncia tributria.

    O simples cometimento, a pessoas de direitoprivado, do encargo ou funo de arrecadar tri-butos, nos termos do art. 7., 3., do CTN, noconfigura, tampouco, delegao de competncia.Exemplificando, o caso dos contratos dos fiscoscom instituies financeiras para recebimento detributos, por meio de suas agncias bancrias.

    A competncia irrenuncivel e incaducvel,pois o ente poltico no a perde por sua inrciaou mesmo se eventualmente exprimir sua faltade interesse. Ou seja, um dispositivo da Consti-tuio Estadual, por exemplo, que determine queum Estado renuncie cobrana do IPVA (impos-to sobre automveis) no tem o efeito de extin-guir a competncia dada pela Constituio Fede-ral. Como outro exemplo, mesmo que um Muni-cpio no institua o imposto sobre servios (ISS)por cem anos, sua competncia no caducar.

  • A facultatividade da competncia significaque, embora a Constituio defira Unio, porexemplo, a competncia para tributar as grandesfortunas (art. 153, VII, da CF), ela somente exer-cer tal prerrogativa (legislando sobre o assunto)quando bem entender (at hoje no o fez). AConstituio apenas possibilita a tributao (dcompetncia), no a impe.

    Porm, quanto facultatividade, devemosatentar para a Lei de Responsabilidade Fiscal, cu-jo art. 11 prescreve que tal atitude (no previsoe cobrana de todos os tributos de sua competn-cia) vai contra a responsabilidade na gesto fis-cal. Em especial, se o ente poltico (Estados, DFe municpios) deixar de arrecadar todos os im-postos de sua competncia, ele no poder rece-ber determinadas transferncias voluntrias (en-vio voluntrio de verbas federais), o que acabasendo uma sano que mitiga a facultatividade dacompetncia tributria.

  • Dizer que a competncia tributria inalter-vel reiterar a exclusividade da Constituio Fe-deral para defini-la. Ou seja, se a Constituio de-termina que compete aos Estados a tributao so-bre automveis, no pode um ente federado pre-tender, por lei estadual, modificar esta competn-cia, buscando tributar a propriedade de cavalos,por exemplo.

    Decorre dessa caracterstica da competncia(inalterabilidade) a regra disposta no art. 110 doCTN, pela qual a legislao tributria no podedistorcer o significado dos termos utilizados pelaConstituio, buscando burlar os limites da com-petncia deferida. No pode, como outro exem-plo, a legislao estadual definir que o termomercadorias inclui bens imveis, a fim de am-pliar o alcance do ICMS previsto pelo art. 155, II,da CF.

    Em regra, a competncia tributria exercidapor lei ordinria. Assim, os municpios somentecriam seus tributos, alteram e extinguem-nos por

  • meio de lei ordinria municipal. Da mesma for-ma, os Estados exercem suas competncias pormeio de lei ordinria estadual.

    H excees exclusivamente no caso da Unio,que, excepcionalmente, exercer sua competn-cia por meio de lei complementar federal, nos se-guintes casos:

    emprstimos compulsrios (art. 148 daCF);

    imposto sobre grandes fortunas (art. 153,VII, da CF), embora neste caso haja enten-dimento de que apenas a definio do quesejam grandes fortunas haver de ser veicu-lada por lei complementar. A efetiva insti-tuio do tributo, com a fixao das alquo-tas, por exemplo, poder ser feita por sim-ples lei ordinria federal;

  • impostos da competncia residual da Unio(art. 154, I, da CF), que veremos mais adi-ante; e

    outras contribuies sociais alm das jprevistas nos incisos do art. 195 da CF(conforme o 4. desse dispositivo consti-tucional).

    Para todos os demais tributos federais (IR, IPI,II, IE etc.) bastar lei ordinria para instituir emodificar o tributo.

    Importante destacar que competem Unio osimpostos estaduais em Territrio Federal (atual-mente inexistentes) e os municipais, no caso deesse Territrio no se dividir em municpios. Jao Distrito Federal competem os impostos esta-duais e os municipais (CF, art. 147).

  • 2.2 CLASSIFICAES DAS COMPETNCIAS

    A doutrina comumente classifica as competn-cias tributrias em competncia privativa, com-petncia comum, competncia residual e com-petncia extraordinria.

    A competncia privativa refere-se aos impos-tos, j que a Constituio Federal faz refernciaexpressa a cada um deles, de competncia exclu-siva da Unio, dos Estados, do Distrito Federale dos Municpios. De fato, apenas a Unio podecobrar o Imposto de Renda, assim como somen-te os Estados e o Distrito Federal podem cobraro IPVA e somente os Municpios podem cobrar oIPTU.

    A competncia comum refere-se s taxas econtribuies de melhoria, que podem ser insti-tudas e cobradas por qualquer ente poltico.

  • Quanto competncia residual, importantedestacar que a listagem de impostos feita pelaConstituio taxativa para os Estados, o DistritoFederal e os Municpios, mas no taxativa paraa Unio.

    Isto significa que os impostos da competnciados Estados, DF e Municpios so apenas aquelesprevistos pela Constituio. J a Unio pode criaroutros impostos alm dos descritos no art. 153 daCF: a competncia residual, nos termos do art.154, I, da Constituio.

    A competncia residual somente pode ser exer-cida por lei complementar. Alm do mais, os im-postos eventualmente criados devem atender aosrequisitos do art. 154, I, da CF, ou seja, sero nocumulativos (como o ICMS e IPI, permitindo-seo abatimento dos valores pagos nas operaes an-teriores) e no tero fato gerador ou base de cl-culo prprio de outro imposto j existente (seriabitributao).

  • Finalmente, em caso de guerra externa ou suaiminncia, a Unio poder criar um imposto no-vo, no previsto na Constituio Federal,instituindo-o e cobrando-o, por simples lei ordi-nria, nos termos do art. 154, II, da CF. a cha-mada competncia extraordinria.

    Admite-se nessa hiptese a invaso da compe-tncia de outros entes polticos. De fato, em casode conflito blico, a Unio poderia (por simpleslei ordinria, reiteramos) criar um imposto ex-traordinrio sobre a propriedade de veculos au-tomotores, por exemplo. Note-se que a compe-tncia para a tributao dessa propriedade (sobreveculos automotores) , ordinariamente, dos Es-tados (art. 156, III, da CF), mas a Constituiopermite, excepcionalmente, a bitributao (co-brana em repetio, pela Unio e pelos Estados)exclusivamente neste caso da competncia fede-ral extraordinria decorrente de guerra externa ousua iminncia.

  • Este imposto extraordinrio dever ser supri-mido gradativamente, cessadas as causas de suacriao. Como vimos anteriormente, a situaode guerra externa ou de sua iminncia possibilitatambm a instituio de emprstimo compulsrio(nesse caso, por lei complementar).

    CLASSIFICAO DAS COMPETNCIAS

    Privativa

    Relativa aos impostos (tambmao emprstimo compulsrio e maior parte das contribuies es-peciais, exceto servidores)

    Comum Relativa a taxas e contribuies demelhoria

  • Residual

    Somente a Unio pode criar ou-tros impostos (alm dos previstosna CF), por meio de lei comple-mentar, que no podem ser cu-mulativos, nem ter a mesma basede clculo ou o mesmo fato gera-dor de outro j existente

    Extraordinria

    Somente a Unio pode criar im-posto extraordinrio, por lei ordi-nria, em caso de guerra externaou sua iminncia, que pode repe-tir base de clculo e fato geradorde outro j previsto na CF

  • 2.3 CONFLITO DE COMPETNCIA

    Imagine que dois entes federados pretendamtributar o mesmo fato gerador. Trata-se da bitri-butao. Tal situao vedada pelo sistema jur-dico brasileiro, com a exceo do art. 154, II, qued Unio a possibilidade de criar imposto extra-ordinrio nos casos de guerra externa ou sua imi-nncia, invadindo a competncia tributria de ou-tro ente federado, como visto h pouco.

    A doutrina costuma diferenciar a bitributaodo bis in idem, entendendo que ambos so inad-missveis no sistema tributrio nacional.

    A bitributao ocorre quando dois entes pol-ticos pretendem exigir o mesmo imposto, sobrea mesma situao. Por exemplo, dois municpiospretendem cobrar imposto sobre o mesmo servio(ISS) prestado por uma nica empresa (um delesentende que o imposto devido no local do es-

  • tabelecimento e o outro entende que devido nolocal da efetiva prestao). Outro exemplo de bi-tributao ocorre quando um Estado e um muni-cpio pretendem cobrar imposto sobre o mesmofornecimento de embalagens para uma indstria(o Estado entendendo que circulao de merca-doria e o municpio entendendo que prestaode servio).

    J o bis in idem significa a situao em queo mesmo ente tributante pretende exigir mais deuma exao pelo mesmo fato gerador. Seria ocaso de um municpio exigir o imposto sobretransmisses onerosas de imveis (ITBI) duas ve-zes em face de uma mesma venda. Por exemplo,quando da lavratura da escritura e, posteriormen-te, quando do registro no cartrio de imveis.

    O art. 146, I, da CF determina que cabe leicomplementar dispor sobre conflitos de compe-tncia em matria tributria. o que faz o CTN(fora de lei complementar) por exemplo quan-do define requisitos mnimos para a definio de

  • zona urbana (CTN, art. 32, 1.), o que regula eminora a possibilidade de conflito de competn-cias do municpio, que exige o IPTU (sobre im-veis urbanos), e da Unio, que exige o ITR (sobreimveis rurais).

    2.4 O SIMPLES NACIONAL (SUPERSIMPLES)

    A Emenda Constitucional 42/2003 incluiu al-gumas disposies ao art. 146 da CF que trou-xeram relevantes inovaes ao sistema tributrionacional e s competncias tributrias.

    A Constituio, por seu art. 146, III, d, permiteque lei complementar defina tratamento diferen-ciado e favorecido para as microempresas MEe empresas de pequeno porte EPP, e que ins-titua regimes especiais ou simplificados para oICMS estadual, para as contribuies sociais de-vidas pelos empregadores e equiparados, e tam-bm para a contribuio ao PIS/Pasep.

  • Ademais, o pargrafo nico do art. 146 prev ainstituio, por lei complementar, de regime ni-co de arrecadao de tributos federais estaduaise municipais, em benefcio das microempresas eempresas de pequeno porte: Simples Nacional,tambm chamado de Supersimples.

    Os incisos desse dispositivo delineiam as ca-ractersticas deste regime nico de arrecadao,que ser opcional para os contribuintes e poderestabelecer condies de enquadramento diferen-ciadas por Estados.

    A Lei Complementar 123/2006 veio regula-mentar o assunto, com vigncia a partir de01.07.2007. A partir desse incio de vigncia,eventuais regimes simplificados existentes nombito dos Estados, DF e Municpios deixaramde existir, nos termos do art. 94 do ADCT.

    Em suma, trata-se de um recolhimento unifi-cado e centralizado da maioria dos tributos atu-almente incidentes sobre as atividades empresa-

  • riais. Ou seja, os micro e pequenos empresriosque optarem pela nova sistemtica no mais reco-lhero tributos e contribuies separadamente pa-ra cada sujeito ativo, em regra.

    Trata-se de uma tributao unificada, em queo empresrio calcular e recolher um nico va-lor, com base nas caractersticas de sua atividade,conforme as delimitaes da lei complementar.

    Para fins de clculo do tributo devido, cadaempresa dever se enquadrar nas tabelas anexas lei complementar, que definem as alquotas in-cidentes sobre a receita bruta mensal, conforme anatureza da atividade desenvolvida (comrcio, in-dstria ou servios) e o porte do empreendimento(receita bruta anual).

    A receita tributria auferida, recolhida a um r-go centralizador, ser imediatamente distribudaentre os entes polticos, no se admitindo qual-quer reteno ou condicionamento. As parcelas aserem distribudas a cada ente poltico so tam-

  • bm definidas pela lei complementar, por percen-tuais fixados conforme os critrios da natureza daatividade e do porte da empresa.

    Apesar da centralizao, os entes federadoscompartilharo um cadastro nico de contribuin-tes, assim como a arrecadao, a fiscalizao e acobrana.

    Dentro dessa sistemtica do Supersimplesno haver margem para que os entes federadoslegislem autonomamente sobre os tributos por elaabarcados, havendo, claramente, uma diminuiodas respectivas competncias tributrias em be-nefcio da arrecadao unificada.

    Importante salientar que a LC 123/2006 notrata apenas do Simples Nacional (regime tribut-rio). Ela uma lei mais ampla (Estatuto Nacionalda Microempresa e Empresa de Pequeno Porte)que fixa tratamento privilegiado tambm nas re-as trabalhista e de acesso ao crdito e a mercados.

  • Essa ressalva importante para que o leitor en-tenda que h critrios para a empresa se qualificarcomo microempresa ou empresa de pequeno por-te, nos termos do Estatuto Nacional, e outros cri-trios para que essa ME ou EPP possa se enqua-drar no Simples Nacional (Supersimples: o re-gime tributrio). Dito de outra forma, nem todasas microempresas e empresas de pequeno porte(que se enquadram nos critrios gerais do Estatu-to) podem aderir ao Simples Nacional. Ou ainda,toda empresa que adere ao Supersimples MEou EPP; mas nem toda microempresa e empresade pequeno porte pode aderir ao Simples Nacio-nal. Veja a representao grfica:

    O enquadramento geral das ME e EPP, nos ter-mos do Estatuto, baseado na receita bruta de ca-

  • da ano-calendrio, considerada como tal o produ-to da venda de bens e servios nas operaes deconta prpria, o preo dos servios prestados e oresultado nas operaes em conta alheia, no in-cludas as vendas canceladas e os descontos in-condicionais concedidos. No caso de incio deatividades, a receita bruta proporcional ao n-mero de meses (ou frao de ms) de atividade(ou seja, se a empresa tem apenas 6 meses de vi-da, o limite mximo de receita dividido pelametade).

    Nas tabelas seguintes, apresentamos os crit-rios para enquadramento como microempresa eempresa de pequeno porte e as excluses (situa-es em que a empresa no se enquadra no Esta-tuto).

    Critrio para enquadramento geral como MEou MPP (art. 3. da LC 123/2006)

  • A empresa (sociedade empresria, socie-dade simples ou empresrio) deve estardevidamente registrada no Registro deEmpresas Mercantis ou no Registro Civilde Pessoas Jurdicas (no pode ser socie-dade em comum);

    Microempresas ME: devem ter fatura-mento igual ou inferior a R$ 360.000,00em cada ano-calendrio;

    Empresas de pequeno porte EPP: devemter faturamento igual ou inferior a R$3.600.000,00 em cada ano-calendrio esuperior a R$ 360.000,00;

    Microempreendedor Individual MEI:empresrio individual que poder optarpelo recolhimento dos tributos abarcadospelo Simples Nacional em valores fixosmensais, previstos pela prpria LC (nocumulvel com outros benefcios previs-tos na mesma lei), desde que tenha auferi-

  • do receita bruta de at R$ 60.000,00 noano anterior; e

    Pequeno empresrio PE: o empresrioindividual caracterizado como microem-presa e que tenha receita bruta anual deat R$ 60.000,00 (art. 68 da LC 123/2006).

    Excluses (situaes em que a empresa no seenquadra como ME, EPP, ou MEI apesar de

    sua receita bruta estar dentro dos limites)

    No se enquadram as pessoas jurdicas (art. 3., 4., da LC 123/2006):

    de cujo capital participe outra pessoa jur-dica;

    que seja filial, sucursal, agncia ou repre-sentao, no Pas, de pessoa jurdica comsede no exterior;

  • de cujo capital participe pessoa fsica queseja inscrita como empresrio ou seja s-cia de outra empresa que receba tratamen-to jurdico diferenciado nos termos da LeiComplementar, desde que a receita brutaglobal ultrapasse o limite de R$3.600.000,00;

    cujo titular ou scio participe com mais de10% (dez por cento) do capital de outraempresa (com exceo de cooperativas decrdito, centrais de compras etc., confor-me 5.) no beneficiada pela LC 123/2006, desde que a receita bruta global ul-trapasse o limite de R$ 3.600.000,00;

    cujo scio ou titular seja administrador ouequiparado de outra pessoa jurdica comfins lucrativos, desde que a receita brutaglobal ultrapasse o limite de R$3.600.000,00;

  • constituda sob a forma de cooperativas,salvo as de consumo;

    que participe do capital de outra pessoajurdica (com exceo de cooperativas decrdito, centrais de compras etc., confor-me 5.);

    que exera atividade de banco comercial,de investimentos e de desenvolvimento,de caixa econmica, de sociedade de cr-dito, financiamento e investimento ou decrdito imobilirio, de corretora ou de dis-tribuidora de ttulos, valores mobilirios ecmbio, de empresa de arrendamentomercantil, de seguros privados e de capi-talizao ou de previdncia complemen-tar;

    resultante ou remanescente de ciso ouqualquer outra forma de desmembramentode pessoa jurdica que tenha ocorrido em

  • um dos 5 (cinco) anos-calendrios anteri-ores; e

    constituda sob a forma de sociedade poraes.

    No se enquadra como MicroempreendedorIndividual MEI (art. 18-A, 4.) o empresrioindividual:

    cuja atividade seja tributada pelos AnexosIV ou V da LC 123/2006 (o que inclui boaparte dos servios), salvo autorizao re-lativa a exerccio de atividade isolada naforma regulamentada pelo Comit Gestor;

    que possua mais de um estabelecimento; que participe de outra empresa como titu-

    lar, scio ou administrador; que contrate empregado, exceto se for ape-

    nas um e que receba salrio mnimo ou opiso da categoria (art. 18-C).

  • Com relao aos limites de receita bruta anual(R$ 3.600.000,00 para EPP; e R