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SEMANÁRIO CINEMATOGRÁFICO

Pleiteiam os exibidores cariocas nova elevaçãono preço dos ingressos

Alegando a impossibilidade de continua-rem operando com os atuais preços dosingressos, em conseqüência de um sem nú-mero de fatores que apontam e que te-riam contribuído para onerar bastante asua atividade, os exibidores cinematogr*-ficos cariocas deram entrada a um reque-rimento na COFAP pleiteando uma eleva-ção do 60% naqueles preços. E encarecema urgência no pronunciamento daquele ór-gào, declarando-se em tal situação de de-ficits, que poderão a qualquer momentoter que suspender a projeção de filmes.

Se atendida tal pretensão na forma de-sejada pelos exibidores, os ingressos su-birão a 25 cruzeiros, ou mais para Cine-

CINEMA ALEMÃOEM PORTUGAL

As filmagens da película alemã "Con-fissões do cavalheiro de indústria FelixKrull", extraída do último romancede Thomas Mann, começaram emLisboa. Alguns figurantes portuguesesintervirão no filme, que tem a colabora-ção de Erika Mann. filha do romancista,e como principal operador Ber Grunnd,que no ano pasado recebeu o primeiroprêmio de filmes concedido pela Repú-blica Federal Alemã.

QUASE DEPREDADOO CINE VITÓRIA

O cine Vitoria, situado em São Paulona avenida Álvaro Ramos, bairro daÁgua Rasa, esteve na iminência de serdepredado quando um filme que estavaanunciado, "Metido a Bacana", não foiexibido. O gerente do cinema, sr- José Tei-xeira da Silva, declarou que não lhe ca-bia culpa pelo sucedido, pois a referidapelícula estava realmente programada, edeveria chegar-lhe depois de ser passadano Cine São Sebastião, ás 20,30 horas dodia 2 último, tal, porém não aconteceu,o que motivou a revolta dos populares,que precisaram ser acalmados pela Poli-cia. Chegou-se finalmente a acordo coma promessa de que o filme seria exibidono dia seguinte, recebendo todos os es-jpectadores novos ingressos e retirando-seem ordem para suas casas.

mascope nos cinemas de primeira catego-ria, e 17 cruzeiros para os filmes planosou comuns.

O memorial dos exibidores foi enca-minhado pelo coronel Frederico Mindeloao Departamento de Planejamento e Pre-ços para estudos, sendo possível que atéo fim deste mês venha a questão a serapreciada pelo plenãrio.

Prossegue em Punta dei Lesteo Festival Cinematográfico

O Festival Cinematográfico de Puntadei Leste obteve este ano repercussãomaior em virtude da presença de váriosartistas de primeiro plano, como YulBrynner, Lana Turner, Anita Ekberg,Ann Miller, Van Heflin, Joanne Dru.*No entanto, as películas exibidas não che-garam a conseguir aplausos da critica,que as consideram produções de linha co-mercial, apenas,, inclusive "O Rei e Eu","Alta Sociedade", "O Cadilac de OuroMaciço" e "Ataque". Vários incidentesvêm surgindo com os astros, sendo de no-tar-se a irritação demonstrada por YulBrynner sempre que alguma fã desejacertificar-se de sua careca, passando amão sobre a sua cabeça.

Alexis Smith e Hillevi Ronbim. "MissUniverso", também chegaram, notando-se ainda a presença dos diretores AnatolLitvak e Mitchel Leisen.

PROTEÇÃO AO CINEMA NACIONAL

O Governador Jânio Quadros estimdução cinematográfica através de

práticas, já em execuçãoOntem, 8. no gabinete do governador do

Estado» realizou-se a cerimônia da pro-mulgacão de decretos concedendo finan-ciamenio para a produção de documenta-rios õnematograicos de alio nivel técnico ecriando um corpo de fiscais encarregadosde zelar pela observância das leis de pro-teção ao cinema nacional. Ambos os de-creios foram promulgados na presençade numerosos artistas, diretores de cine-

FREQÜÊNCIA AOSCINEMAS

Publicou recentemente a «DirectionGénérale de Ia Cinematographie Fran-çaise» um relatório pelo qual se concluique o número dos freqüentadores desalas de cinema na França aumentou, de1952 a 1956, de 15%, enquanto que asreceitas aumentaram de 30%. Cadafrancês vai ao cinema* em média, dezvezes por ano, com uma despesa totalde 1.180 francos. Em 1956, 16 fitasfrancesas foram proibidas para menoresde 16 anos. Os argumentos trágicos des-ceram de 29 a 30, e as comédias subiramde 21 a 31.

ma e críticos cinematográficos, e resul-taram de sugestões e estudos da Comis-são Estadual de Cinema.

(Falaram, na ocasião, o sr. Flavio Tam-bellini. presidente dessa comissão, e osr. Fernando de Barros. Por sua vez» ogovernador expressou sua satisfação empoder ajudar o crescimento da indústriacinematográfica em São Paulo, concitan-do também os elementos ligados ao ci-nema a prestigiar, cada vez mais. a Co-missão Estadual de Cinema, "integradapor pessoas esclarecidas e competentes",a fim de que se realize o sonho por to-dos acalentado, de fazer da. capital pau-lista, como já ocorreu no setor do Tea-tro» o centro mais importante da cinema-tografia da República;.

Finalmente, anunciou» o governador lera diretoria do Banco do Estado delibe-rado financiar a importação de filmesvirgens para os produtores de São Pau-Io, mediante o regime de "warranis",tendo em vista as sugestões apresenta-das pela CEC. Na oportunidade, foramapresentados ao governador os produto-res da película "O Capanga**, primeiraprodução brasileira em cinemascope. eque foi também a primeira fila a rece-ber do Banco do Estado o financiamentode dois milhões de cruzeiros.

*3^Ê_?^REPÓRTER.

SEMANÁRIO CINEMATOGRÁFICODireção e Propriedade:

ANTENOR TEIXEIRA

Secretário:MIROEL SILVEIRA

Redatores:AG UIN ALDO AZEVEDO MARQUES

COSTA COTRIMPublicidade:

MAX. KAHOWEC

Redação e Administração:Av. Ipiranga, 1071 - IO.*» - OonJ- IO IO

Tel. 85-2970 — Caixa Postal, 1056SAO PAULO

Impresso: R. Vitória, 03 - Tel- 84-2604

REPRESENTANTESPorto Alegre: Josué Fávaro

NO EXTERIORBuenos Aires: CThas de Cru»

Nova Vork: M. Girão Jr-Hollywood: Dulce D. Brito

PREÇOSAssinatura Anual Cr$ 250,00Número Avulso Cr$ 6,00

Queixa-crime contra aDistribuidora Triunfo

Sob esse título, publicamos em nos-so número de 19 de janeiro do corrente,uma noticia a propósito de uma queixa--crime que a Fox Filme do Brasil apre-sentaria por se julgar lesada na vendade um lote de filmes, que posteriormen-te teriam sido vendidos não mais a peso,e sim para ilegal re-exibição. Em adita-mento a essa noticia, temos a informaragora que os elementos nessa noticiamencionados, conforme ficou apuradomais tarde não tinham qualquer ligaçãocom a referida distribuidora, estando ocaso, aliás, encerrado após as investiga-ções preliminares.

SOCIAISANIVERSÁRIOS

HOJE — JOSÉ BORTHOLO. Sócio-di-retor da Empresa Cine Plaza Ltda., des-ta Capital.

DIA II — HERBERT RICHERS, Di-retor da Cine T. V. Filmes e da Distri-buidora Sino de Filmes, organizaçõesprodutora e distribuidora do DistritoFederal, e, ANTÔNIO SÁ PINTO, secre-tário da Diretoria das Empresas Sul ePaulista Ltda.

DIA 12 — MANOEL RAMALHO. em-presário em Votugoranga; GILBERTOMARICONE. gerente do Cine Sta. Ceei-lia, desta Capital, e A. V. PERAZZO, Em-presário em Santo André.

DIA 13 — ANTÔNIO SEPEDA. empre-sário dos Cinemas de Itaquera e ArturAlvim e do Cinema Aliança desta Capi-tal.

DIA 14 — ENEAS SILVIO BORNIN,empresário em Sertãozinho, Estado deS Paulo; CARLOS LENGENFELDER, ge-rente do Cine Picolino. desta Capital;EDGAR SANTOS LIMA, programador daUniversal Filmes, no Rio de Janeiro, e,FREDERICO DANTE PARZANESE, pro-gramador da Paramount Filmes, em SãoPaulo.

Aos aniversariantes, congratulações deCINE-REPORTER.

0 Melhor/ <£O novo chefe da

Columbia Pictures do BrasilPor ocasião da recente visita do Pre-

sidente Lacy Kastner e do Vice-Presi-dente Sigwart Kusiel, da ColumbiaPictures, foi elevado às funções de"Acting Manager" dessa organização ci-nematográfica norte-americana no Brasil,o Sr. Paulo Fucs.

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A crise do cinema deHollywood

Hollywood está em crise, como se sabe.Quase metade dos empregados dos estú-dios foi dispensada, como informa a re-vista «Newsweek», e muitos estúdios es-tão cedendo seus terrenos para compa-nhias petrolíferas, depois que foram des-cobertas jazidas sob o chão da meca docinema.

A crise começou mais ou menos em1955 e está sendo atribuída à televisão, quefaz concorrência ao cinema. Mais tarde,continuando a diminuir a renda nas bilhe-terias e de tal forma que nem mesmo aconcorrência da televisão bastava parajustificar tal diminuição, os produtores re-solveram fazer uma sondagem na opiniãopública. A incumbência foi dada ao pro-fessor Sindlinger, que se entregou à tare-fa com um competente grupo de colabora-dores.

Terminada a pesquisa, foi ela publicadano «New York Times», que revelou o curió-so método empregado pelo autor do inqué-rito. Durante seis meses o professor e seuscolaboradores entrevistaram mil pessoaspor semana. E chegaram a esta conclusão:a diminuição do número de espectadoresnas salas de exibição é devida à concor-rência da televisão mas apenas numa mé-dia de 50%. A outra metade é representa-da por espectadoras descontentes que de-sertam do cinema em virtude «do gostomuito masculino» que caracteriza os filmesultimamente produzidos em Hollywood.

SepultadoCAMERON MENZIES

William Cameron Menzies, pro-dutor-diretor de cinema recente-mente falecido em Hollywood, foi sepul-tado dia 7 passado em Glendale, Califor-nia, após ter sido cremado seu corpo.Menzies ganhou em 1928 o primeiro"Oscar" da Academia Cinematográficapor sua direção para as películas "Dove"e "Tempest". Sua última participação nocinema foi como produtor associado da fi-ta "A Volta do Mundo em 80 Dias".

RETIFICANDOUMA NOTICIA

O «Cine «Star», e não o Cine «Estrela»,com a Eldorado

!Em nosso numero de 16 de Fevereiropróximo passado, noticiamos que o . Ci-ne Estrela havia sido arrendado pelaEmpresa Eldorado de Cinemas, saindo,portanto, do Circuito Serrador. A tem-po, retificamos essa informação erro-nea — e o engano tem suas raízes pre-ciosamente na coincidência de nomesem diferentes idiomas, dos cinemas emquestão: não se trata do Cine Estrela,e sim do Cine "Star", que este, sim, aca-ba de ingressar na esfera da EmpresaEldorado.

2 — CINE-REPORTER 9 de Março de 1957

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CRITICA IMPARCIAL I N D E PE N D ENTEENTRE O CÉU

E O INFERNO("Between Heaven and Hell")

EÈflProdução: 20th Century-Fox — Em

Cinema ScopeProdutor; David WeisbartEstréia: 27 de fevereiroCines: Marabá, Ritz (Consolação) e

outrosPreço: Cr$ 19.00Assunto: Drama de guerra, Color

De LuxeDuração: 94 minutosCens.: Proibido até 14 anos

Intérpretes : Robert Wagner (SamGiffordK Terry Moore (Jenny), Brode-rick Crawford OWaco). e, em outros pa-péis, Budcy Ebsen. Robert Keith, BradDexter. Mark Damon, Ken Clark, HarveyLemberck. Skip Homeier, L. Q. Jones,Tod Andrews, Biff Elliot, Bart Burns,Frank Gerstle, Carl Switzer. Gregg Mar-tell, Frank Gershwin, Darlene Fields, II-Iene Brown. Scotty Morrow, Pixie Par.khurst, Brad Morrow e Seat Man Gro-hers.

Realização do Richard Fleischer —Entrecho de Harry Browns — Baseadono original de Francis Gwaltney —Fundo musical de Hugo Friedhofer (Deoutubro, 1956).

ARGUMENTO : Em uma ilha qual-quer do Pacífico, no ano de 1945, um jo-vem oficial é punido por insubordinação.Em vez de ser julgado pelo Conselho deGuerra é simplesmente transferido paraoutro comando, por considerarem impe-cável sua conduta anterior. Aí chegando.o rapaz procura evocar episódios de suavida: relembra, em primeiro lugar, acasa e a jovem esposa... sua fazendacom intermináveis plantações de algo-dão... sua ação enérgica junto aos ar-rendatários, para que estes produzambastante... a primeira briga com a es-posa. que discorda de seus métodos paratratar empregados. Recorda depois, deseu primeiro combate quando, graças àuma intervenção habilidosa sua, conse-gue salvar o grupo... sua condecoração...a morte do sogro, comandante do gru-po... e os primeiros sintomas de suaneurose, logo após a morte de seus cin-oc amigos. Agora, ali está, diante deum verdadeiro carrasco — seu coman-dante — que não simpatiza com êle. E'incumbido para nova e perigosa missãoe, novamente, dá demonstração de seuvalor. Finalmente, quando êle e seu gru-po estão com a missão de guardas, sãoatacados pelos japoneses, escapandoapenas êle e um companheiro que con-sidera seu verdadeiro amigo. Ali sãoobrigados a ficar, mesmo depois do ata-que, pois o companheiro está impossibi-lítado de andar. Mas, novamente ata-cam os japoneses e o amigo pede-lhepara fugir. Consegue escapar, mas obri-ga que o comandante mande buscar oamigo.

CRÍTICA : Ainda que aproveitando-se

de um tema de guerra, foi muito feliz aFox ao realizar esta fita, a qual dispen-sou um apreciável cuidado técnico. Uti-lizando-se ao máximo do CinemaScope."Entre o céu e o Inferno" apresenta umafotografia limpa, mostrando cenários demuito beleza, ainda que sirvam apenaspara fundo de uma história de guerra.Muito bem cuidado também os diálogose as cenas em "flash back", que são colocadas no momento exato, contribuin-do paia evitar que a fita se torne mono-tona. devido ao tema escolhido. O elencoé todo êle muito bom, mas é justo quese destaque o trabalho de Robert Wa.gner, ator relativamente novato, quevem se impondo dia a dia. Também Bro-derick Crawford está correto no coman-dante neurótico. Terry Moore, em umaponta, enfeita a fita com sua beleza.Musica agradável. Assim, ainda que comalgumas falhas, "Entre o Ceu e o Infer-no" apresenta boas qualidades e o fil-me pode ser mesmo considerado umaboa fita. — A. de Azevedo Marques

PEQUENA DE SORTE("Carolina Cannobáll")

Produção: RepublicEstréia: 2' de novembroCine: JoiaPreço: Cr$ 12,00 (Com outro film)Assunto: Comédia'

Intérpretes: Judy Canova e outros.

CORAÇÃO DE GEISHAProdução Shintoho (Japonesa)Estréia: 26 de novembroCine: TóquioPreço: Cr$ 13.00

Intérpretes: Hanko Kagura. ZeakaKaingoro e outros.

Realização de Kunio Watanabe.

NA ARENA DO CIRCOProdução: — (Russa)Distribuição: Fama FilmeEstréia: 26 de novembroCines: Jussara, Rio e outrosPreço: Cr$ 13,00Assim to: Circense, em Magicolor

NOTA: Trata-se de.um documentáriode longa metragem, realizado num dosmaiores circos de Moscou, apresentandonúmeros variados de acrobacia, humoris-mo, equilibrismo etc.

CAVALHEIROS DA SELVA("Jugle Gents")

Produção: Allied ArtistsProdutor: Ben SchwalbEstréia: 26 de novembroCines: Ritz (S. João), Phenix e ou-

trosPreço: Cr$ 13,00Assunto: ComédiaDuração: 64 minutosCens.: Proibido até 10 anos

Intérpretes: Leo Gorcey. Huntz Hall.Laurette Luez, Bernard Gorcey e outros.

Realização de Edward Bernds (De se-tembro, 1954.

SE VERSALHES FALASSE("Si Versailles M'Etait Conte")

Produção: — (Francesa)Distribuição: França Filmes(Estréia: 25 de fevereiroCine: NormandiePreço: CrS 13,00Assunto : Histórico, em Eastman

ColorCens.: Livre

Intérpretes: Claudet Colbert. DaniéleDelorme. Fernand Gravey, Brigitte Bar-tfot. Michel Auclair, Gino Cervi. OrsonWelles. Nicole Courcel. Georges Marchai.Jean Marais. Daniel Gelin, Jean LouisBarrault. Jean Pierre Aumont. JeanClaude Pascal. Gerard Philippe, Miche-line Presle, Tino Rossi, Charles Vanel.Gisele Pascal, Louis Selguer, Lana Mar-coni e Sacha Guitry.

Realização de Sacha Guitry.ARGUMENTO: Certa tarde depois da

ca-, Luis XIII chega a uma colina quedescobre chamar.se Versalhes, e aí resol-ve mandar construir um pavilhão de ca-ça. Mais tarde, seu sucessor, Luis XIVresolve mandar ampliar esse pavilhão,transfomando-o em um espetacular pa-lácio. oue tomou o nome da colina. Des-de então, tal palácio passou a ser decapital importância não só para a his.tória da França, como para a da própriahumanidade. A seguir, parece Luis XVe continua o palácio a ter sua importân-cia até chegar a Revolução Francesa.

CRÍTICA: Realizado já há algunsanos, só agora chega até nós esta pro-dução francesa, cuia característica prin-cipal é o seu luxo. Desde as primeiras cê-nas até o final, tudo é feito com o má-ximo cuidado e preocupação de reconsti-tuição histórica. Outra característica dafita é seu elenco, dos maiores já apre-sentado em um filme, todo êle compostode nomes famosos da cinematografiamundial. Assim é que, cada personagem,por menor oue seja o temDO em quepareça, é vivida por um artista famosoe conhecido. O argumento procura nar-rar a-história do famoso e conhecido Pa-lácio de Versalhes, através de peauenosepisódios alinhavados entre si e ligadosapenas por um álbum, cujas folhas sãoviradas muito ràDidamente. "Se Versa-lhes Falasse" poderá agradar aos apre-ciadores de filmes que evocam episódioshistóricos, aos que gostam de ver reuniãode gente famosa do cinema e tambémaos que admiram o luxo e a fidelidade dereconstituição de épocas. Para os outros,a fita é monótona, cansativa e mesmoenjoada. A. A. Marques.

TELASBRASPLA

— 4 — CINE-REPORTER 9 de Março de 1957

A ENCRUZILHADADO DESTINO

("Bhowani Junction")

Produção: Metro — Em Cinema-Scope

Produtor: Pandro BermanEstréia: 28 de fevereiroCines: Metro e MaracháPreço: Cr$ 19,00Assunto: Drama, em Eastman ColorDuração: 110 minutosCens.: Proibido até 14 anos

Intérpretes: Ava Gardner (VitóriaJones), Stewart Granger (Cnel. RodneySavage), Bill Travers (Patrick Taylor),Abraham Sofaer (Surubhai), FrancisMatthews (Ranjit Kasel) e, em outrospapéis. Marne Maltland, Peter Illing,Edward Chapman, Fred Jackson, LionelJeffries e Alan Tllvern.

Realização de George Cukor — Entre-cho de Sonya Levien — Baseado no ori-ginal de John Masters (De junho, 1956).

ARGUMENTO : Tudo começou em1947, quando a Índia fazia pressão paraa retirada Imediata das tropas inglesas.De um lado estava a resistência passiva,liderada pelo partido do Congresso, deGandhi e Nehru e, de outro, os terrorís-tas, insuflados por comunistas, apelan-do para recursos violentos. De volta aolar, após quatro anos de ausência, amestiça Victoria Jones (Ava Gardner),encontra, em melo da confusão reinan-te, o noivo Taylor (Bill Travers) que aespera aflito. Também nesse trem, che-ga a "Bhowani Junction" o Coronel Sa-vage (Stewart Granger), comandantedo 13.o Batalhão Inglês. Victoria, apesarde desejar o contrário, é reintegrada naativa, servindo de comunicação entre asautoridades da índia e as tropas ingle-sas. íe Vitoria passa a odiar Savage, porcausa dos métodos pouco humanos, queêle usa para dissolver a resistência. Cer-ta noite, depois de trabalho intenso, aovoltar para casa. Victoria é assaltadapor um soldado inglês, que mata em de-fesa própria. Um hindu amigo, a protegee, mais tarde, lhe propõe casamento. Mas,Victoria sente-se desesperada pois sendomestiça, maior ainda é o drama de suaconsciência. Procura, então, o CoronelSavage e confessa toda a verdade. E'compreendida pelo inglês que a auxiliadurante todo o julgamento; finalmenteé absolvida. Mas, o líder agitador comu-nista, que ela denunciara, volta e, to-mando-a como réfem, tenta mandar pa-ra os ares um trem em que viaja Gan-dhi. o ex-noivo Taylor é quem desconfiada trama e. com o auxilio de Savage,conseguem evitar nova desgraça. Taylormorre e Savage logo depois parte para4% Inglaterra, mas apenas pòr poucotempo, pois voltará para casar-se comVictoria.

CRÍTICA: Tendo um elenco encabeça-do por dois dos mais populares astros deHollywood, "Encruzilhada do Destino"explora assunto um pouco cacete, alémde confuso e dispersivo. Isso porque sepropõe contar, a um só tempo, váriasaventuras apoiadas em um tema cen-tnü. George Cukor o feliz diretor dasexcelentes comédias "Nascidas Ontem"e "A costela de Adão" resolve, afinal,deixar tudo como estava, apresentandosolução apenas para o caso amoroso deVictoria Jones. No elenco temos, comodissemos, dois astros popularíssimos:

LEIA — ASSINE — DIVULGUECINE-REPORTER

Ava Gardner, muito linda, ora como na.tiva, ora como inglesa, contenta-se emser bonita; Stewart Granger nada fazpara confirmar o cartaz que goza. Alémdeles, centenas de extras movimentamalgumas cenas. "A Encruzilhada do Des-tino" foi inteiramente filmado no Pa-quis tão, apresentando, porisso, algunscenários realmente interessantes. Nomais. a fita é fraca ainda que com ca-pacidade para atrair grande público.A.A. Marques.

GAROTAS E SAMBAS

AMBIÇÃO DE COVARDECKiss of Fire")

SHlfflfMProdução: Atlantida (Nacional)Distribuição: U. C. B.(Estréia: 4 de marçoCines: Art Palácio, Bandeirantes e

outrosPreço: Cr$ 19,00Assunto: Comédia musicalCens.: Livre

Intérpretes: Francisco Carlos, Adelai-de Chiozzo, Rehata Fronze, Sônia Ma.mede, Ivon Cury, Zé Trindade, Zezé Ma-cedo, Terezinha Morango, Jorge Goularte outros.

Realização de Carlos Manga.ARGUMENTO: Duas garotas, Didi

(Adelaide Chiozzo) e Zizi (Sônia Mame-de) chegam do interior, para a pensãode Dona inocência (Zezé Macedo), noRio, onde desejam ser cantoras de rá-dio e "boite". Ainda para o mesmo quar-to da pensão, chega outra moça — Naná(Renata Fronzi) — que deseja apenasviver sem muito esforço. Depois de daro "golpe do talão de cheques", Nanáconquista um homem casado (Zé Trin-dade) que vem resolver, em parte, o seuproblema. Zizi, que no norte, aban-donara o noivo na hora do casamento,aparece na "boite" de um ex-namorado(Ivon Cury>, trazendo-lhe sérias com-plicações. Enquanto isso. Didi é engana-da por um funcionário (Jece Valadão)da estação de rádio. Mas, a amiga Zizi,com a ajuda de um famoso cantor(Francisco Carlos), desfaz a confusãocausada pelo malandro e Didi con-segue o contrato no rádio. Zizi torna-sea vedete da "boite" e Naná agarra oex-noivo de Zizi, que está agora milio-nário.

CRÍTICA: Bem melhor que todos osnacionais apresentados em São Paulo,por ocasião do carnaval, "Garotas eSambas" ainda que não atinja ao espe-rado padrão de um musical, consegueagradar principalmente ao grande pú-blico. O argumento é razoável, contandoa história de três garotas, que se insta-Iam em uma pensão do Rio. Fraca, noentanto, é a parte musical, cujos nú-meros são colocadas na fita, sem muitarazão. A fotografia é boa e as interpre-tações razoáveis. Destacam-se SôniaMamede. muito bem. Zezé Macedo, quecontinua sendo umta das melhores come-diantes do cinema nacional. RenataFronzi, compondo um tipo que lhe é ca-racterístico. O filme serve para a apre-sentação de Terezinha Morango, a "MissCinelândia de 1957". "Garotas e Sambas"é um filme regular e, na certa, propor-cionará boas rendas a seus exibidores,pois tem tudo para agradar ao grandepúblico. A. A. Marques

Produção: UniversalProdutor: Samuel MarxEstréia: 4 de marçoCines: Marrocos, Jóia e outrosPreço: 13,00Assunto: Aventuras, em teehnicolorDuração: 87 minutosCens.: Proibido até 14 anos

Intérpretes: Jack Palance, BarbaraRuth, Rex Reason. Martha Hyer. AlanRead. Larry Dobkin, Leslie Bradley e ou-tros.

Realização de Joseph Newman — En-trecho de Jonreed Lauritzen (De outu-bro, 1955).

ARGUMENTO: Em 1700, o duque deMontera (Rex Reason<. governador deSanta Fé, Novo México, recebe a notíciada falecimento do rei de Espanha. Ime-diatamente resolve regressar a Madri,afim de que a princesa Lúcia (Barbara• Rush> possa fazer valer os seus direitosao trono. Mas. para chegar a Monter-rey, nas costas do Pacífico, tem que en-frentar uma selva perigosa, dominadapor índios bravios. Resolve contra-tar "O Tigre" para guia da comitiva.Durante o trajeto sofrem perigos e im-previstos, além de várias tentativas demorte, não só por parte dos índios,como dos próprios soldados espanhóis.Lúcia apaixona-se pelo Tigre (JackPalance), desprezando as propostas decasamento que lhe faz o duque de Mon-terá. Afinal, cada vez mais convencidode que irá perder a princesa, o duqueresolve trair O Tigre, fugindo com Lu-cia. Mas, o guia é o mais esperto e ficacom a moça, que resolve trocar o seureinado por um amor.

CRÍTICA: Com um argumento semvalor, o filme acabou ganhando inte-resse cinematográfico, graças ao exce-lente trabalho de direção de JosephNewman. que consegue apresentarobservações insinuantes e desenvolveruma base dramática razoável. "Ambiçãode Covarde" obedece a linha de filmesde aventuras, além de não ter sido am-parado por maiores cuidados técnicos. Oscenários são todos naturais, mas muitobem fotografados e pelas cores do técni-color. Além disso, o acompanhamentomusical, que teve "El Choclo" como te-ma, consegue funcionar muito bem. Noelenco, um desempenho razoável de JackPalance, muito bom de Martha Hyer ea presença de bonita Barbara Rush. A.A. Marques.

OS AMORES DEUMA RAINHA

("La reine Margot")Produção: (Franco: italiana)Distribuição: França FilmesEstréia: 5 de dezembroCines: Marabá, Ritz (S. João) e ou-

tros.Preço: Cr$ 13.00.Assunto: HistóricoCens: Proibido até 18 anos

Intérpretes: Jeanne Moreau. ArmandoFrancioli, Françoise Rosay. Roberto Por-tes e outros.

Realização de Jean Dlreville — En-trecho de Abel Gance e Jacques Com-panez — Baseado no original de Ale-xandre Dumas.

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O Sindicato Nacional dos Criticos Ci-nematográficos da Itália conferiu hápoucos dias os prêmios "Palma de Prata"aos melhores de 1956. Foi o seguinte oresultado: melhor filme do ano, "O Fer-roviário", de Pietro Germi; melhor dire-tor; Pietro Germi. pelo mesmo "O Fer-roviário"; melhor cenário, (roteiro), Za-vattini. por "II Tetto"; melhor atriz, AnaMagnani. por "Suor Letizia"; melhoratriz coadjuvante, Marisa Merlini por

"Tempo di Vileggiatura"; melhor atorcoadjuvante, Peppino De Filippo. por"Totó, Peppino e i Fuorilegge"; melhorfilme estrangeiro, "Moby Dick". Não foiconferido o prêmio para o melhor ator,embora o júri tivesse escolhido PietroGermi, que é interprete de seu própriofilme. Isso porque o regulamento nãopermite que se dê o prêmio aos atoresdublados.

Conquistaram o"Globo Dourado"James Dean, Cantinflas, Kim Novak,

Kirk Douglas, Ingrid Bergman e DeborahKerr foram os escolhidos pela Associa-ção dc Imprensa Estrangeira de Hol-_yuood como merecedores do "GloboDourado", que é anualmente distribuídopela agremiação que congrega todos oscronistas não norte-americanos da "cida-de do cinema".

A distinção conferida a Dean teve ca-ratcr de homenagem póstuma. Cantin-fias foi destacado por sua participaçãona película "A Volta do Mundo em 80Dias" — considerada também o melhorfilme do ano.

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Estatísticas indiscretasSegundo uma reportagem sobre artistas

cinematográficos de Hollywood publicadana revista «Saturday Evening Post». emcada grupo de dez atores um usa perucae quatro dentadura artificial.

Lançamento de "Dorinha"Está terminada uma nova película na-

cional: "Dorinha", da Produtora D. V.Em seu elenco aparecem Vera Nunes,Fábio Cardoso, Maria Vidal, Marly Bue-no. Machadinho, Zé FideHs, Turibio Ruiz-Nestorio Lips e- mais. Angela Maria,Roberto Luna, "Demônios da Garoa" eHeleninha Silveira.

"Dorinha" foi dirigida por Geraldo Vie-tri, tem com0 produtor Gumercindo Ro-rea e como co-produtores José Pinto Fi-lho e Alfredo Palácios.

Fechado em Pirajuio unico cinema local

Para atender a reformas e ampliações,foi fechado temporariamente o único ci-nema dá cidáüe, que voltará a funcionarbrevemente com os mais modernos requi-sitos da técnica cinematográfica. Enquan-to isso não acontece, o público local temassistido exibições cinematográficas noauditório da emissora local e na sede so-ciai do Pirajui Cestobol Clube.

Cartazes proibidosOs cartazes de propaganda de filmes

que o Papa Pio XII qualificou de Mvul-garmente pornográficos" desapareceramdas ruas de Roma. Haviam transcorridomenos de 2 horas desde que em seu dis-curso anual aos sacerdotes por motivo daQuaresma o Sumo Pontifice assinalouseu desgosto pela forma em que se faziaa publicidade na Cidade Eterna.

De forma especifica, o Papa mencio-nou dois de tais cartazes de grandes pro-porções. Um deles é de 7 metros por 3e mostra a parte posterior da formosaatriz italiana Marisa Allasio, e adornavapraticamente todos os espaços livres demuros.

O outro mostra a muito bem formadaestrela francesa Brigitte Bardot em vá-rias fases do procedimento de tirar asroupas.

Qs filmes corresporídentes das duas ar-tistas continuam sendo exibidos nos ci-nemas romanos, mas todos os cartazesforam retirados ou cobertos por outrosmenos provocantes.

A Policia não disse se houve ordem o-ficial para retirar os cartazes originais.As atrizes, por sua vez. -manifestaramque não são responsáveis pela forma emque se fazem os cartazes publicitários deseus filmes.

Deixou milionária a viuvaFoi confirmado que, de fato, Humphrey

Bogart deixou uma fortuna de mais deum milhão de dollars para sua esposaLauren Baca.ll e os dois filhos do casal.No testamento, Bogie estipulou uma por-centagem destinada à «Fundação Hum-phrey Bogart», que manterá varias asso-ciações de caridade. Contudo, todo o di-nheiro do falecido ator estava empregadoem propriedades ou ações, razão pela qualLauren voltara a trabalhar no cinema, afim de arcar com. as incríveis despesas dadoença dele. Frank Sinatra — grande arai-go do casal — cedeu sua casa de vera-neio em Palm Springs para Lauren des-cansar por algumas semanas, pois ela seacha exausta depois de todas as atribu-lacões que passou com a doença e conse-quente morte do marido. A Metro desejacontratá-la para mais films, pois dizemque sua «performance:, em «Designing Wo-man» com Gregory Peck, é simplesmente

Em liquidaçãoa maior organização

do cinema italianoA "ENIC" (Ente Nazionale) foi decla-

rada em liquidação, na base da lei apro-vada em fins do ano passado, que dispõesobre a dissolução e a liquidação de or-ganismos em graves condições financei-ras. A ENIC era um dos mais importan-tes grupos de distribuição de películasna Itália, e controlava a mais importantecadeia de salas de exibições da peninsu-la, exatamente 184 cinemas. A interven-ção do governo, todavia, visa cobrir par-cialmente o "déficit" da ex-sociedade. Acadeia dos cinemas da ENIC, no entanto,não será desarticulada.

— 8 — CINE.REPORTER 9 de Março de 1957