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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Sonia Maria Cores
A PERCEPCAO DO SOM NAS ACADEMIAS SEGUNDO OS
PRATICANTES
Curitiba
2006
Sonia Maria Cores
A PERCEPCAO DO SOM NAS ACADEMIAS SEGUNDO OS
PRATICANTES
Trabalho de conclusao do Curso de EducayaoFisica da Faculdade de Ciencias Biol6gicas eda Saude da Universidade Tuiuti do Parana,como requisito para obtenyao do grau delicenciatura, orientado pelo Professor DoutorCandido Simoes Pires Neto.
Curitiba
2006
TERMO DE APROVAC;AO
SONIA MARIA CORES
A PERCEPCAO DO SOM NAS ACADEMIAS SEGUNDO OS
PRATICANTES
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtengao do grau de licenciatura
no curso de Educagao Fisica da Universidade Tuiuti do Parana
Curitiba, 30 de outubro de 2006
Educagao Fisica
Universidade Tuiuti do Parana
?1Professor Ney de Lucca Mecking
Curitiba
2006
SUMARIO
1. INTR 0 DuC;A 0 ------------------------------------------------------------------------------------ 08
1.1 JUSTI FICATIVA DO TEMA -------------------------------------------------------------- 08
1.2 PROBLEMA --------------------------------------------------------------------------------- 10
1.3 0 BJ ETIVOS --------------------------------------------------------------------------------- 10
1.3.1 Objetivo Geral ------------------------------------------------------------------------ 10
1.3.2 Objetivos Especificos --------------------------------------------------------------- 10
2. REVISAo DE LlTERATURA ------------------------------------------------------------------ 11
2.1 NATUREZA DA ONDA SONORA ----------------------------------------------------- 11
2.1.1 Dimens6es da Onda Sonora ------------------------------------------------------ 12
2.1.2 Qualidades da Onda Sonora ------------------------------------------------------ 13
2.2 SOM, PROPRIEDADES E MEDIDAS ------------------------------------------------ 14
2.3 CONCEITO E CLASSIFICA~Ao DOS RuiDOS ----------------------------------- 16
2.3.1 A Medic;ao e 0 Contrale do Ruido ------------------------------------------------19
2.4 EFEITOS DO RuiDO NA AUDI<;AO E NO ORGANISMO ---------------------- 21
2.5 RuiDOS RECREACIONAIS ou NAo OCUPACIONAIS ------------------------ 23
2.6 EXERCiclO FIsICO, MUSICA E RuiDO -------------------------------------------- 26
2.6.1 Legisla~ao e Ruido Urbano ------------------------------------------------------- 27
2.7 FAIXA DE AUDI<;Ao HUMANA --------------------------------------------------------- 29
2.7.1 Bases Fisicas da Audi~ao --------------------------------------------------------- 29
2.8 ORELHA EXTERNA ----------------------------------------------------------------------- 31
2.8.1 Modo de Vibrat;:8o da Membrana Timpanica --------------------------------- 32
3. METODOLOGIA ---------------------------------------------------------------------------------- 34
3.1 TIPO DE PESQU ISA ----------------------------------------------------------------------- 34
3.2.1 Populat;:8o ----------------------------------------------------------------------------- 34
3.2.2 Amostra -------------------------------------------------------------------------------- 34
3.3 INSTRU MENTOS --------------------------------------------------------------------------- 34
3.4 COLETA DE DADOS ---------------------------------------------------------------------- 35
3.5 ANALISE DOS DADOS ------------------------------------------------------------------- 35
4. APRESENT AC;AO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS ----------------------------- 36
5. CONCLUSAO ------------------------------------------------------------------------------------- 46
REFERENCIAS -------------------------------------------------------------------------------------- 48
APENDICES ------------------------------------------------------------------------------------------ 50
AN EXOS ----------------------------------------------------------------------------------------------- 53
LlSTA DE QUADROS
Quadro 1 - Perfil dos entrevistados ----------------- --------------------------------------------36
Quadro 2 - Numero de modalidades praticadas na academia ----------------------------37
Quadro 3 - FreqLu§ncia e tempo das modalidades praticadas na academia ----------37
Quadro 4 - De acordo com a percep980 auditiva --------------------------------------------37
Quadro 5 - Problemas auditivos e queixas apresentadas ao termino das aulas ----38
LISTA DE GRAFICOS
Gratico 1 - Qual a sua classificayao por genero? ---------------------------------------------39
Grafico 2 - Qual a sua idade? ---------------------------------------------------------------------39
Grafico 3 - Quantas modalidades voce pratica na semana --------------------------------40
Grafico 4 - Com que frequencia na semana voce a(as) pratica? ------------------------40
Grafico 5 - Ha quanto tempo pratica a(as) atividades? -------------------------------------41
Grafico 6 - Durante a pratica das atividades voce prefere 0 som ------------------------42
Grafico 7 - Durante a pratica das atividades sua percepC;:80 foi: -------------------------42
Grafico 8 - Problema apresentados no aparelho auditivo----------------------------------43
Gratico 9 Problema auditiv~ relatado --------------------------------------- --------------------44
Grafico 10 - Queixa ou desconforto no aparelho auditiv~ --0 das aulas? --------------44
RESUMO
A PERCEPC;AO DO SOM NAS ACADEMIAS SEGUNDO OSPRATICANTES
Aluna: Sonia Maria CoresOrientador: Dr.Candido S. P. Neto
Curso de Educac;:ao FfsicaUniversidade Tuiuti do Parana
o objetivo deste estudo foi verificar a importancia da percepc;:ao auditiva dosom durante as atividades segundo os praticantes, bem como 0 nfvel de intensidadesonora e ate que ponto 0 som seria um estfmulo durante as aulas praticas.Participaram deste estudo trinta alunos (as) de tres academias de Curitiba,selecionadas aleatoriamente, sendo dez alunos de cada academia, iniciantes ouftsicamente ativos, com idades entre dezessete e quarenta anos. Para medir osnfveis de intensidade sonora utilizou-se um decibelfmetro digital de marcaInstrutherm, modelo DEC-430. Os nfveis encontrados foram: Na academia A - 118dBA; na academia B - 120 dBA e na academia C - 119 dBA, nfveis estes bemacima do que estabelece a Norma de Registro (NBR) nO. 10152, da Associac;:aoBrasileira de Norma Tecnicas (ABNT). A durac;:ao das aulas e de uma hora pormodalidade em todas as academias de Curitiba e a corrente musical mais utilizada eRock and Roll. Os trinta praticantes tambem foram avaliados por um questionariocom dez questoes sendo oito questoes fechadas e duas questoes abertas. Osresultados obtidos foram: 60% dos praticantes fazem aula pratica todos os dias, 30%praticam mais de tres atividades por semana, 70% freqi.ientam a academia a maisde um ano. Com referencia a preferencia do som por parte dos praticantes 77%preferem 0 som forte, 73% em relac;:ao a sua propria percepc;:ao auditiva durante asaulas relataram que 0 som se encontrava normal, como tambem 43% apresentaramalguma queixa como desconforto no aparelho aUditivo apos 0 termino de suas aulas.
Palavras - chave: Percepc;:ao do som; academias; praticantes.
Enderec;:o: Travessa Capitao Clementi no Parana-ap. 204 - Agua VerdeCEP: 80620-180 Curitiba - ParanaE-mail: [email protected]
1 INTRODUCAO
A PERCEPCAO DO SOM NAS ACADEMIAS SEGUNDO OS
PRATICANTES
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA
As buzinas disparam, as sirenes apitam, as maquinas rangem, os motores
roncam, os auto-falantes gritam, as pessoas berram.
Essa orquestra, sem nenhuma harmonia toca a estridente trilha sonora do
cotidiano nas grandes cidades brasileiras.
Nao e dificil constatar que a cada dia essa permanente agressao aos ouvidos
torna as pessoas mais surdas, bastando para isso observar a frequencia com que e
preciso elevar a voz para se fazer entender numa conversayao. Esta provado que 0
barulho em excesso tras toda uma serie de consequencias perturbadoras para a
saude, de ins6nia a partos prematuros, de ulceras a perda de reflexos.
o volume ou, intensidade do som correspondem a amplitude das ondas
acusticas cuja a unidade de medida e 0 decibel (dB). Zero decibel s6 existe no papel
dos livros de fisica e em laborat6rios de acustica, pois 0 silencio absoluto nao existe
no mundo real. A fala humana em tom normal oscila em torno de 60 dB, isso nao
significa que um grito que faz aparentemente 0 dobro do barulho ensurdeya, porque
o decibel e na realidade, uma medida logaritmica.
No que se refere ao ruido urbano 0 Brasil gerou legislayoes na esfera federal,
estadual e municipal.
Na esfera federal atua 0 Conselho Nacional do Ambiente (CONAMA),
vinculado a Secretaria do Meio Ambiente Nacional, esse 6rgao possui algumas
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resoluc;:oes, entre elas, a resoluc;:ao nO001, de 8 de marc;:o de 1990, que dispoe sobre
a emissao de ruidos, padroes, criterios e diretrizes, em decorn!incia de quaisquer
atividades industriais, comerciais, sociais e recreativas.
A Associac;:ao Brasileira de Normas Tecnicas (ABNT), possui a Norma
Brasileira de Registro (NBR) nO 10152, que fixa as condic;:oes exigiveis para
avaliac;:ao da aceitabilidade de ruido em comunidades, como fixa tambem os niveis
de ruido compativeis com 0 conforto acustico em diversos ambientes, dentre eles as
academias. 0 nivel recomendado de conforto acustico tanto em pavilhoes fechados
para espetaculos, locais para esporte e atividades desportivas, para os professores
e alunos de academias foi de 40 a 45 dBA.
o fato e que hoje em dia, um numero cada vez maior de pessoas buscam as
academias nao s6 por um fator fisico e estetico, como tambem uma melhor
performance na qualidade de vida em todos os aspectos, incluindo 0 aspecto social
e afetivo.
Das modalidades oferecidas pel as academias, 80% dependem da utilizac;:ao
da musica para sua execuc;:ao. Dentre elas, segue abaixo uma pequena amostra e
sua descric;:ao:
- "Body Pump" : Eo um programa de exercicios localizados que utiliza barras e
anilhas, especial mente dimensionadas para a modalidade. Um "workout" completo
que reune os beneficios da musculac;:ao e 0 dinamismo das aulas coletivas com
musica.
- Aerolocal: Eo um metodo de condicionamento fisico que visa desenvolver a
resistencia muscular, tornando-o mais tonificado sem, contudo, hipertrofia-Io,
deixando 0 corpo firme e resistente a fadiga.
- "Step": Eo uma aula cuja dinamica consiste em subir e descer uma plataforma
ajustavel com variac;:oes de movimentos de brac;:os e pernas, combinando com 0 auto
rendimento aer6bico de baixo impacto.
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- "Aerobica": E um metodo de prepara9ao fisica que visa provocar altera90es
nos sistemas vascular e respiratorio, principalmente nos individuos sedentarios e
nao atletas. As aulas sao de media/alta intensidades, com movimentos de baixo
impacto, organizado em seqOencias e coreografias didaticas motivantes.
Considerando as atividades em academias nao apenas como atividades de
lazer, como tambem, um meio de aprimorar a qualidade de vida, esta pesquisa visa
uma analise mais abrangente a tudo 0 que se refere ao som utilizado nas atividades
que oferece hoje as academias de Curitiba.
1.2 PROBLEMA
Qual a percep9ao do som segundo os alunos durante a pratica das atividades?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
Verificar a percep9ao do som e sua a9ao segundo os praticantes durante a pratica
de atividades.
1.3.2 Objetivos especificos
Tra9ar 0 perfil dos entrevistados.
Avaliar a intensidade sonora durante as aulas praticas.
Avaliar a percep9ao do som durante a pratica das atividades segundo os praticantes.
2 REVISAO DE LlTERATURA
21 NATUREZA DA ONDA SONORA
Se perguntarmos a um individuo 0 que e som ele responden3: "som e tudo
aquilo que ouvimos".Para 0 fisico, 0 som e uma forma de energia vibrat6ria que se
propaga em meios elasticos. Para 0 psic610go 0 som e uma sensa<;:ao inerente a
cada individuo.
Ao fisiologista interessa a maneira pela qual 0 som caminha pelas vias
auditivas ate atingir 0 cerebro. Se analisarmos cada uma das respostas dadas,
verificaremos que todas estao corretas, pois cada profissional lida com 0 conceito de
som de acordo com 0 interesse e a necessidade de sua area de conhecimento.
Entretanto, observamos uma interdependencia dessas areas, ou seja, 0
psic610go necessita das informa<;:oes do fisico para poder comparar as sensa<;:oes de
frequencia e intensidade com os atributos fisicos mensuraveis do som que, por sua
vez, as propiciam. A abordagem psicol6gica na defini<;:ao do som parece ter um
apelo intuitivo, pois pode ser mais facil a compreensao dos eventos fisicos que
caracterizam 0 som tendo como referencia as sensa<;:oes que estao associadas avariedade de sons que nos estimulam diariamente (RUSSO, 1999).
Segundo Russo, (1999) muitos corpos podem servir como fontes sonoras: as
cordas de um instrumento musical como 0 violao, uma membrana de um tambor,
uma barra no xilofone, etc.
Todavia, ha um pre-requisito indispensavel para um corpo funcionar como
fonte sonora - precisa ser capaz de vibrar. Se um corpo pode ser posto em
movimento vibrat6rio ele necessita de duas propriedades fisicas que sao inerentes a
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cada corpo: massa e elasticidade. Quando algo faz com que uma fonte sonora vibre
ou oscile, um even to sonoro ocorreu e este pode ser transmitido para algum meio.
o ar e provavelmente 0 meio mais comum de ser encontrado, mas outros
meios como, por exemplo, agua, fios, cordas e ac;o tambem sao capazes de
transmitir som. Devido ao fato das estruturas moleculares terem massa e
elasticidade finitas, elas sao capazes de funcionar tanto como fonte de um som
quanto como meio para sua transmissao. Embora as propriedades que permitem
uma estrutura funcionar como uma fonte de som sejam essencialmente identicas as
propriedades que permitem a um meio transmitir som, e conveniente descrevermos
separadamente as propriedades do meio de transmissao e as propriedades da fonte
RUSSO (1999 apud SPEAKS, 1992).
2.1.1 Dimens6es da Onda Sonora
De acordo com Russo, (1999), chama-se de freqOencia (f) 0 numero de ciclos
que as particulas materiais realizam em 1 segundo. A expressao ciclos por segundo
foi substituida por hertz (Hz), em homenagem ao fisico alemao Heinrich Hertz, sendo
esta a unidade de medida usada internacionalmente. A taxa na qual a fonte sonora
vibra em hertz (Hz) e conhecida como a sua freqOencia que, por sua vez, e
determinada pela densidade e pelo comprimento das hastes de um diapasao. Ja 0
periodo (T) e definido como a quantidade de tempo, em segundos, requerida para as
particulas materiais completarem 1 cicio.
Teoricamente existem ondas sonoras de qualquer freqOencia. Entretanto, 0
ouvido humane e senslvel somente aos sons cuja faixa de freqOencias se situa entre
20 e 20.000 Hz, denominada faixa audlvel. Ondas sonoras situadas abaixo de 20 Hz
sao chamadas de infra-som e acima de 20.000 Hz de ultra-som, (RUSSO,1999).
A faixa de freqOencias audlvel difere para alguns animais, tais como:
gatos = 10 Hz a 60 kHz
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caes = 15 Hz a 50 kHz
morcegos = 10kHz a 120 kHz
golfinhos = 10kHz a 240 kHz
Golfinhos, morcegos e mariposas sao animais que se locomovem na busca
de alimentos ou fugindo de perigos atraves de ondas ultra-sonicas que eles proprios
emitem. A observac;:ao do comportamento desses animais sugeriu a ideia do
desenvolvimento do sonar, durante a 2" Guerra Mundial, visando a detecc;:ao de
objetos (submarinos, minas, etc.) sob a agua, localizando-os a grandes
profundidades. Como 0 ultra-som esta situado acima da faixa audivel pelo ser
humano, pode ser usado com intensidades pequenas ou bastante elevadas. Em
baixa intensidade, 0 ultra-som visa a transmissao de energia ao meio; em
intensidade elevada, visa a produc;:ao de alterac;:6es no meio. Russo (1999 apud
OKUMO e col., 1982).
2.1.2 Qualidades da Onda Sonora
Para Russo, (1999), as dimens6es ou atributos da onda sonora estao
relacionadas as qualidades: altura, intensidade e 0 timbre, embora este ultimo seja
uma qualidade nao do som, mas da fonte sonora que 0 produziu. A altura e a
qualidade relacionada a frequencia da onda sonora que, por sua vez, nos permite
classifica-Ia em uma escala que varia de grave a aguda.
Quanto mais alta for a frequencia, mais agudo e 0 som. Quanto mais baixa for
a frequencia, mais grave ele 0 sera. Ainda com relac;:ao a frequencia, e importante
observarmos que os term os alto e baixo referem-se a ondas sonoras de alta e baixa
frequencia, sendo, portanto, equivalentes aos termos agudo e grave e nao aintensidade sonora, como geralmente sao empregados. A intensidade e uma
qualidade relacionada tanto a amplitude da onda sonora quanto a sua pressao
efetiva e sua energia transportada, permitindo-nos classifica-Ia dentro de uma escala
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que varia de fraco a forte. Dessa maneira, quanta maior for a amplitude, a pressao
efetiva e a energia transportada pela onda sonora mais forte e 0 som. Quanto menor
for, mais fraco ele 0 sera (RUSSO,1999).
Para Russo, (1999), 0 timbre nao e uma qualidade do som, mas sim da fonte
sonora. Por meio dele podemos diferenciar, p~r exemplo, a mesma nota musical
emitida por instrumentos diferentes, grat;:as a contribuit;:ao das diversas freqClencias
harmonicas de que se comp6e um som denominado complexo.
2.2 SOM, PROPRIEDADES E MEDIDAS
Segundo Bhatnagar, (2004), 0 som e gerado quando uma fort;:a faz um objeto
vibrar de forma que a vibrat;:ao molecular, no meio, cause a propagat;:ao de uma
onda de pressao .E 0 movimento das moleculas, no meio, que transmite 0 som. 0
som e caracterizado p~r dois atributos principais: freqClencia e intensidade. 0
Tempo, seja 0 periodo decorrido, ou a fase de inicio do som, tambem e uma
propriedade do som.
A freqClencia se refere a velocidade de vibrat;:ao, ou aD numero de ciclos
completos, que uma particula executa; e expresso em ciclos por segundo, ou Hertz
(Hz). A freqClencia determina 0 timbre dos som, ou tom; 0 ouvido humane pode
detectar sons dentro de faixa de 20 a 20.000 Hz. As freqClencias mais importantes
para se compreender a fala estao na faixa de 250 a 8.000 Hz.
As ondas sonoras de baixa freqClencia sao percebidas como graves, enquanto
as ondas sonoras de alta freqClencia sao percebidas como agudas. Entretanto, a
relat;:ao entre freqClencia e altura nem sempre e linear. A intensidade do som e
representada pela amplitude das ondas sonoras (BHATNAGAR,2004).
Segundo Bhatnagar, (2004), refere-se a fort;:a do movimento molecular e
correlaciona-se com a altura percebida. A fort;:a do movimento molecular e medida
em term os de sua pressao sonora, em dinas por centimetro quadrado, ou I-lPa.
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Como a faixa das pressoes sonoras a que 0 ouvido humano e sensivel e muito
grande, foi medida em decibeis(dB}. 0 decibel e definido como 0 logaritmo da
propon;:ao entre a pressao sonora medida (Px) e uma pressao sonora de referencia
(Pr). A f6rmula para se calcular 0 nivel de pressao sonora (NPS) em decibeis de
determinado som e a seguinte:
NPS dB = 20 log PxlPr
Convencionalmente a pressao sonora de referencia e 0,0002 dina/cm 2 , ou
20 IJPa, que corresponde a pressao sonora necessaria para fazer com que um som
de 1.000 Hz seja apenas audivel ao ouvido humano. Se Px for igual a Pr, a
intensidade do som do NPS em dB e zero. Zero decibel nao significa ausencia de
som, mas sim que a pressao sonora medida e igual a pressao sonora de referencia.
Se a pressao sonora medida for 100 vezes maior que a pressao sonora referencia, a
intensidade da pressao sonora, medida em NPS dB, seria de 40 dB, porque 0 log de
100 e 2.(BHATNAGAR, 2004}.
Para ilustrar 0 NPS dB para as propon;:oes entre diferentes Px:Pr, (ver tabela
1, anexo 1). 0 ouvido humano e sensivel a faixa de intensidade de 0 a 140 NPS dB.
o som acima de 140 dB causam dor.
A exposic;:ao prolongada e repetida a sons com nivel de pressao sonora acima
de 90 a 100 NPS dB pode causar lesao estrutural permanentemente das celulas
ciliadas, na c6clea. As alterac;:oes da intensidade sao percebidas como alterac;:oes da
altura do som.(BHATNAGAR, 2004}.
A medida que aumenta a intensidade, ha um aumento percebido da altura.
Entretanto, nem sempre ha relac;:ao 1: 1 entre altura e intensidade. Isto ocorre porque
o ouvido humano nao e igualmente sensivel a todas as freqOencias sonoras. A
referencia mais conhecida para 0 decibel e denominada nivel de audic;:ao (NA), que
indica a intensidade do sam em rela<;ao a audi<;ao media normal. Um NA de zero dB
16
designa a intensidade, percebida
humano.(BHATNAGAR,2004}.
Em homenagem a Alexander Graham Bell, inventor do telefone, foi usada
para medi<;:oes de perdas nas linha telefonicas, nos EUA, uma unidade denominada
Bel (RUSSO,1999 p. 102, grifo do autor), como medida relativa de intensidade, a
com dificuldade, pelo ouvido
qual comprimia uma ampla varia<;:ao da escala linear de intensidades pel a
transforma<;:ao desta em uma escala logarftmica.
Assim, em vez de expressar a intensidade relativa para varios sons como
0,0001; 0,001; 1.000; 100.000 ou 1.000.000.000.000 podiamos dizer simplesmente
que as intensidades relativas eram, respectivamente, -4, -2, 3, 5 e 12 Bels.
Entretanto, ao usarmos valores decimais, 0 processo se torn a mais facil, se
empregarmos 0,1 de um Bel, ou seja, 0 deciBel (dB) (RUSSO, 1999 p. 103, grifo do
autor), definido como uma raiz que nos diz em que razao urn valor e maior ou menor
que outro, sendo este ultimo tornado como referencia.
Um comentario sobre gramatica e necessario. Usados na forma singular estas
unidades sao escritas e pronunciadas Bel e deciBel.
Mas no plural utiliza-se, respectivamente, Bels e deciBels (dB e nao dBs) e
nao deciBeis, como e erroneamente empregado (SPEAKS, 1992).
2.3 CONCEITO E CLASSIFICA~AO DOS RuiDOS
Todos os sons tem 0 potencial de serem descritos como ruidoso Basicamente,
a classificayao do ruido e subjetiva e sua distin<;:ao se refere ao fato deste ser ou nao
desejavel. Para um jovem, a musica proveniente de um conjunto de rock, associada
frequentemente a excess iva intensidade, e sinonimo de prazer, vibra<;:ao, enquanto
que para outro pode nao passar de ruido. Todavia, 0 termo ruido e utilizado para
descrever um sinal acustico aperi6dico, originado da superposi<;:ao de varios
17
movimentos de vibra9ao com diferentes freqLu3ncias, as quais nao apresentam
rela9ao entre si. Russo (1999 apud FELDMAN & GRIMES, 1985).
Russo, (1999), afirma que 0 ruido afeta adversamente 0 bem-estar fisico e
mental das pessoas, sendo que, diariamente, milhares de trabalhadores sao
expostos a ele, como e 0 caso de aeronautas, aeroviarios, ferroviarios, dentistas,
grilficos, ferramenteiros, marceneiros, medlnicos, metalurgicos, militares,
motoristas, metroviarios, operadores de perfuratrizes, serralheiros, teceloes,
operarios da constru9ao civil, telefonistas, etc.
Entretanto, 0 habitante das grandes cidades vive imerso numa atmosfera de
ruidos, mesmo durante 0 sono, com os quais parece estar acostumado: trilfego,
buzinas, alarmes contra roubos, escapamentos, motores envenenados, algazarras,
etc. Por mais estranho que possa parecer, esse verdadeiro "bombardeio sonoro"
nao 0 abandona, nem quando procura distrair-se em festas, discotecas, cinemas,
teatros, espetaculos musicais, uma vez que a sociedade modern a esqueceu-se do
controle de volume dos sistemas de amplifica9ao, tanto individuais como fones de
ouvido, brinquedos sonoros infantis, quanto coletivos. De acordo com a Norma ISO
2204/1973 ("International Standard Organization"), os ruidos podem ser classificados
segundo 0 seu nivel de intensidade em:
* Continuo estacionario - Ruido com varia90es de niveis despreziveis durante
o periodo de observa9ao.·
* Continuo nao estacionario - Ruido cujo nivel varia significativamente durante
o periodo de observa9ao.
* Continuo flutuante - Ruido cujo nivel varia continuamente de um valor
apreciavel durante 0 periodo de observa9ao.
* Ruido intermitente - Ruido cujo nivel cai ao valor de fundo (ruido de fundo)
varias vezes durante 0 periodo de observa9ao, sendo 0 tempo em que permanece
em valor constante acima do valor da ordem de segundos ou mais, podendo, para
fins dessa norma, ser assumido como continuo, tendo-se em vista a sua avalia9ao.
18
• Ruido de impacto ou impulsivo - Ruido que se apresenta em picos de
energia acustica de dura<;ao inferior a um segundo em intervalos superiores a um
segundo. A forma de onda desse tipo de ruido e frequentemente descrita por sua
amplitude e dura<;ao, em que a amplitude e medida no pico maximo e a dura<;ao e 0
tempo que leva a onda para cair 20 dB de seu nivel normal. 0 ruido de impacto e um
fen6meno acustico associado a explosoes e e considerado um dos tipos de ruidos
mais nocivos a audi<;ao, com intensidades que variam de 100 dB para 0 ruido de
impacto e acima de 140 dB para 0 ruido impulsivo. Russo (1999 apud FELDMAN &
CRIMES, 1985).
De acordo com Quick et al. (1981), Costa (1991) e Seligman (1993), 0
problema do ruido deve ser encarado seriamente, nao somente no ambito da saude
do trabalhador, mas tambem no ambito da comunidade me geral, po is este afeta a
coletividade como um todo, podendo trazer serios problemas a saude como:
cefaleia, disturbios gastricos, otalgias, hipertensao arterial, altera<;oes no sono e no
comportamento. As pessoas expostas a ruido prolongado mostram mais
sensibilidade e podem ficar mais propensas a brigas e discussoes devido ao seu
nervosismo, irritabilidade e tensao.
Axelsson, (1991) Comenta que a atividade de lazer estao surgindo cujos
niveis de ruido parecem aumentar com 0 passar dos anos; sendo assim, tem havido
uma preocupa<;ao em rela<;ao a estas atividades ruidosas, tais como: conserto de
rock/pop, onde os niveis de ruido chegam a aproximadamente 105-115 dB (A), walk-
man, estereos de carro, que podem produzir ruido entre 120-140 dB (A), armas de
fogo que podem exceder de 150-160 dB(A) e outras atividades (carros de corrida,
barcos, tratores motorizados, motocross, avioes-miniaturas, jogos de fiiperama,
apitos e barulhos em estadios de futebol). Os adultos jovens e que sao mais
frequentemente expostos a niveis intensos de som durante estas atividades de
lazer.
19
Miller, (1974) comenta que tem side estudada por pesquisa socia is a rela"ao
entre ruido, incomodo e das rea,,6es da comunidade. 0 incomodo e a proposta da
comunidade quanto ao ruido sao estudados par meio de uma queixa em particular.
Ele apontou dificuldades na realiza"ao das pesquisas tais como: a postura do
observador diante da comunidade, metodo de entrevista e constru"ao de
questionario que pode influenciar nos dados coletados. FreqOentemente, um
profissional qualificado em acustica analisa 0 problema e este usualmente obtem as
informa,,6es por meio de um prontuario e de uma pesquisa social.
Borsky, (1980), reportou que pouco tem sido feito para diminuir 0 incomodo
do ruido, apesar do fato de um grande numero de residentes da comunidade sentir-
se incomodados pelo ruido do ambiente. Poucas pessoas se queixam a um 6rgao
oficial adequado.
Kryter, (1985) colocou que tem havido um aumento do numero de queixas de
grupos de comunidades, conseguindo algumas a diminui"ao dos niveis de decibels.
o ruido pode ser um dos causadores das altera,,6es que ocorrem na performance
cognitiva e na aprendizagem dos individuos. Essas altera,,6es podem ocorrer
dependendo do tipo de ruido e do tempo de exposi"ao a ele.
Anren et ai, (1981) estudaram pessoas expostas a ruido, mesmo que por
periodos curtos de tempo, como dez ou quinze minutos, que apresentaram como
conseqOemcia contra"ao das paredes dos vasos sangOineos, ou seja, um aumento
de resistemcia dos vasos, com diminui"ao do f1uxo sangOineo.
2.3.1 A Medi"ao e 0 Controle do Ruido
Segundo Russo, (1999), as medi,,6es sonoras permitem analises precisas
dos componentes de freqOencia, intensidade e dura"ao, atributos fisicos
indispensaveis para 0 processo de determina"ao da nocividade de um ruido.
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Alem disso, e importante saber qual a dosagem de pressao sonora que um
individuo acumula durante sua jornada de trabalho em ambientes ruidosos
(AKKERMAN, 1976). Na medi"ao do ruido sao empregados, basicamente, dois tipos
de medidores de niveL de pressao sonora, conhecidos como decibelimetros e
dosimetros. (RUSSO,1999-pag 103, grifo do autor) Tais medidores sao constituidos
por um sistema em que 0 microfone e a pe"a vital, aliado a um amplificador e um
indicador de nivel.
De acordo com Russo, (1999), 0 circuito de medi"ao desses instrumentos
pode ter respostas lentas ou rapidas. As lentas sao empregadas em medi,,6es de
ruidos cujo nivel varia excessivamente, obtendo-se entao um valor medio. Os limites
de tolerancia para ruidos continuos e intermitentes sao determinados com 0 usa
desse tipo de medidor. A resposta rapida e empregada para ruido continuo de nivel
constante ou para determinar valores extremos de ruido intermitente.
Quando 0 ruido e de impacto ou impulsivo 0 circuito de medi"ao deve ser
especifico, nao devendo ser usados circuitos comuns para respostas lentas e
rapidas. Os dosimetros sao recomendaveis quando e necessario avaliar a exposi"ao
individual do trabalhador a niveis de ruido, durante sua jornada de trabalho.
Segundo Costa e col., (1989), na edi"ao do ruido existem varias escalas
padronizadas internacionalmente, denominadas de circuitos de compensa"ao A, B e
C, designadas para reproduzirem a audibilidade em fun"ao da frequencia sonora.
Pelo fato do ouvido nao responder linearmente ao espectro de frequencias, 0
medidor de nivel sonoro procura, por meio desses circuitos, reproduzir 0
comportamento auditiv~ humane em rela"ao a niveis de intensidade,
respectivamente, de 40,70 e 100 dB a 1.000 Hz.
o circuito A e 0 mais utilizado na medi"ao de ruidos continuos e intermitentes
em ambientes de trabalho, pois mede 0 volume percebido pelo ouvido humano, com
enfase nas frequencias alias. Ja 0 circuilo C e empregado nas medidas de ruido de
impacto, por ser um circuito de resposta mais linear.
21
Como 0 ouvido humane nao e igualmente sensivel para todas as frequencias
da faixa audivel, para avaliar a sensagao auditiva ao ruido foi realizada uma
pesquisa, confrontando-se a audibilidade de um tom de 1.000 Hz, com parada a das
demais frequencias, a medida que a intensidade sonora crescia. A partir dai, foi
montada uma curva, formada por todos os sons que produzem igual sensagao
auditiva, a uma determinada intensidade, tendo como referencia a frequencia de
1.000 Hz.(RUSSO, 1999).
A zona de maior sensibilidade aUditiva foi encontrada entre 3.000 e 4.000 Hz
e essas curvas foram denominadas de curvas de igual audibilidade ou curvas
isofOnicas (COSTA e col, 1989)
De acordo com Russo, (1999), uma exposigao continua a ruidos superiores a
85 dBA pode causar perdas permanentes de audigao e, acima deste nivel, um
aumento de apenas 5 dB implica redugao do tempo de exposigao ao ruido pela
metade.
Alem disso, nao constam somente os ruidos ocupacionais, mas alguns que
fazem parte de atividades de lazer: usa de fones de ouvido, danceterias, motos,
carros de corrida, conjuntos de rock, orquestra, sem mencionar alguns brinquedos
infantis, cujos niveis de intensidade podem atingir 128 dBA, como 0 do rev61ver
(chaveiro), corneta de futebol (123 dBA), bombinhas (121 dBA) (CELANI e col,
1991).
24 EFEITOS DO Ruloo NA AUOI~Ao E NO ORGANISMO
Russo, (1999), afirma que quando estamos expostos a ruidos em geral,
nossos ouvidos sao dotados de mecanismos protetores que alteram a sensibilidade
auditiva durante e ap6s a estimulagao acustica. Sofremos a agao de um fen6meno
descrito como mascaramento, toda vez que a percepgao de um som e diminuida em
presenga de um ruido de maior intensidade que encubra esse som.
22
Se nossa sensibilidade auditiva e reduzida durante a apresentat;:ao de um
estfmulo sonoro intense e duradouro, dizemos que houve adaptat;:ao auditiva.
Quando, porem, isso ocorre ap6s a cessat;:ao do estimulo, entramos em
fadiga auditiva , tambem cham ada mudant;:a temporaria no limiar.
A diferent;:a entre adaptat;:ao e fadiga auditiva e que a primeira e um
fen6meno peri-estimulat6rio e a segunda e p6s-estimulat6ria.
Os efeitos do ruido na audit;:ao podem ser divididos em tres categorias,
segundo Melnick, (1985): Mudant;:a temporaria no limiar (TTS - "Temporary
Threshold Shift"); Trauma acustico e Mudant;:a permanente no limiar (PTS -
,ipermanent Threshold Shift") tambem chamada Perda Auditiva Induzida pelo Ruido
(PAIR).
A mudant;:a temporaria no limiar (TTS) ou fadiga auditiva e uma diminuit;:ao
gradual da sensibilidade auditiva com 0 tempo de exposit;:ao a um ruido contfnuo e
intenso. Tal redut;:ao no limiar auditivo e um fenomeno temporario, ja que este volta
ao normal ap6s um periodo de repouso auditiv~. Ruidos de baixa frequencia nao
produzem tanta fadiga aUditiva quanto os de alta frequencia, principal mente na faixa
de 2.000 a 6.000 Hz em intensidades entre 60 e 80 dBA. A maior parte do TTS
tende a ser recuperada nas primeiras duas a tres horas ap6s cessada a estimulat;:ao
sonora (MERLUZI, 1981).
A expressao trauma acustico deve estar restrita somente. aos efeitos da
exposit;:ao unica a um ruido de grande intensidade, proveniente de uma explosao,
isto e, ruidos de impacto ou impulsivos , considerados os mais nocivos ao ouvido
humano, por produzirem les6es mecanicas irreversiveis na c6clea.
Caracteriza-se por uma perda auditiva subita neuro-sensorial, podendo ser
uni ou bilateral, com queda audiometrica acentuada em forma de V na faixa de
frequencias entre 3.000 e 6.000 Hz (MERLUZI, 1981).
Segundo Russo, (1999), a mudan9a permanente no limiar (PTS) ou perda
auditiva induzida pelo ruido (PAIR) ou perda auditiva ocupacional e decorrente de
23
um acumulo de exposi<;:5es a ruido, normal mente diarias, que sao repetidas
constantemente, por um periodo de muitos anos. Em geral, a PAIR desenvolve-se
lenta e gradualmente, em deCOrrE3ncia de exposi<;:ao a ruidos continuos ou
intermitentes. Em sua fase inicial, a perda auditiva pode ser temporaria,
acompanhada de sensa<;:ao de ouvido tampado, abafamento auditivo e zumbidos,
isto e, barulhos subjetivos no ouvido.
Posteriormente, 0 limiar auditivo nao se recupera mais, dando lugar a uma
perda auditiva neuro-sensorial bilateral mais acentuada para as altas frequencias
(acima de 3.000 Hz), 0 que leva a dificuldades de compreensao de fala,
principalmente em presen<;:a de ruido ambiental e intolerancia a sons intensos
(recrutamento), ja que lesa as celulas ciliadas da orelha interna (MERLUZZI, 1981).
E importante lembrar que os efeitos do ruido na audi<;:ao sofrem influencia
direta de alguns fatores, tais como intensidade e frequencia do ruido, tempo e local
de exposi<;:ao, alem da susceptibilidade individual. Os efeitos nao auditivos do ruido
(destaque do autor) tambem merecem destaque, pois altera<;:5es no organismo como
um todo ja foram observadas, indo desde a<;:5es sobre os aparelhos circulat6rio,
digestivo, muscular, sobre 0 metabolismo, sistema nervoso, interferencia com 0
sono, diminui<;:ao do rendimento no trabalho, disturbios de equilibrio, problemas
psicol6gicos, dores de cabe<;:a, mudan<;:as repentinas de humor e ansiedade.,
conforme Russo (1999 apud FELDMAN & CRIMES, 1985).
2.5 RuiDOS RECREACIONAIS ou NAo OCUPACIONAIS
A exposi<;:ao a ruidos recreacionais vem sendo objeto de pesquisas em varios
paises, incluindo 0 Brasil, uma vez que a eleva<;:ao dos seus niveis sonoros vem
sendo consideravel nos ultimos anos, levando muitas vezes a perdas auditivas
irreversiveis. De acordo com Russo (1999 apud CLARK, 1991), os ruidos nao
ocupacionais podem ser divididos em quatro categorias:
24
• Ca<;:a,tiro ao alvo - Geralmente rifles de ca<;:acalibre 22 atingem 132 a 139
dBA; pistolas 163 a 170 dBA.
• Brinquedos - instrumentos de sopro - (impacto) = 76 a 123 dBA; vinil -
(impacto) = 95 a 113 dBA; carrinhos com sirenes eletronicas - 103 a 119 dBA;
percussao - 64 a 114 dBA; explosivos (rev61veres e biribinhas) - 128 a 133 dBA
Russo (1999 apud CELANI, COSTA FO& TROISE, 1991).
• Ruidos domesticos - Embora incomodos, os ruidos gerados pelos aparelhos
eletrodomesticos nao levam a grandes prejuizos para a audi<;:ao, contudo,
cortadores de grama e serras eletricas podem atingir NPS > 110 dBA, e telefones
sem fio podem gerar toques que atingem 140 dBA Russo (1999 apud ORCHIK e
col., 1985).
•Musica (discotecas) - Os niveis sonoros nestes locais podem atingir valores
entre 105 e 115 dBA, segundo AXELSSON (1991).
Uma pesquisa realizada na Alemanha, por ISING, BABISH & KRUPPA (1997)
revelou os habitos auditivos de 569 jovens de 10 a 17 anos, relacionados afreqOencia a discotecas mostrou uma varia<;:ao de 95 a 110 dBA nos niveis sonoros
desses locais e 15% dos jovens freqOentavam uma vez par semana, estando
portanto mais sujeitos a perdas auditivas induzidas par exposi<;:ao a musica
ambiental excessivamente amplificada.
• Concertos de bandas de rock - NPS de 102 dBA a 116 dBA. Um show de
uma banda como 0 Sepultura emite em media 120 dBA
•Musica classica e jazz - Em media NPS < 90 dBA.
• Orquestra sinfonica - Em media 107 dBA; (pico) 100 dBA (cordas) a 116
dBA (percussao) (FERNANDES e col.. 1994). Foram realizados em Sao Paulo, em
1994, dois estudos que investigaram os efeitos da musica em profissionais de dois
diferentes tipos de conjuntos musicais: bandas de rock e orquestra sinfonica
(MORDINI e col., 1994; FERNANDES e col.,1994).
25
Um terceiro estudo, foi realizado p~r Russo e col., (1995), na cidade de
Fortaleza (CE), com musicos de trios eletricos com 0 objetivo de estudar os efeitos
da exposiyao a esse tipo de musica excessivamente amplificada sobre a audiyao
dos musicos. Foram medidos os Nfveis de Pressao Sonora (NPS) em varios locais
do vefculo, bem como determinada a mudanya temporaria no limiar (Temporary
Threshold Shift - TTS), e as principais queixas levantadas por estes.
Outro estudo realizado por Miranda & Dias (1997), na cidade de Salvador-
Bahia, com 187 indivfduos, sen do 114 deles musicos de bandas ou trios eletricos,
revelou uma prevalencia de perda auditiva induzida por exposiyao a musica
excessivamente amplificada em 40,6% dos indivfduos, sen do 46 musicos: baixistas
(57,1%); bateristas (46,2%); percussionistas (43,3%) e guitarristas (40%).
Os auto res sugeriram a criayao de programas de conservayao auditiva para
esses profissionais, que inclufssem controle medico e audiol6gico; avaliayao
ambiental com a mensurayao dos nfveis sonoros dos vefculos e dos instrumentos
musicais para nao excederem 110 dBA; medidas de proteyao organizativas e
proteyao individual, alem de reforyarem a necessidade de implementar programas
educativos, a fim de reduzir os riscos da perda auditiva induzida pela exposiyao amusica excessivamente amplificada para essa populayao .
• Fones de ouvido, gravadores e sistemas de som - NPS 110-128 dBA.
o controle de volume geralmente varia de (1) 60 a (10) 114 dBA. A maioria
dos jovens prefere um NPS medio de 74,2 dB para musica de fundo e 83,3 dB como
principal atividade. Mais recentemente, vem se tornando frequente entre adultos
jovens equipar seus autom6veis com amplificadores de grande potencia, isto e, que
possam reproduzir sons de ate 120 ou 140 dBA.
Varios concursos tem side realizados e, em Los Angeles, a equipe vencedora
possufa 30 alto-falantes dentro de um "Fusca", gerando pelo menos 110 dBA a 1
metro de distancia do carro, com janelas fechadas (AXELSSON, 1991).
26
Segundo Russo (1999 apud Ising, Babish & Kruppa, 1997), na investigac;:ao
com 569 jovens alemaes e seus habitos auditivos, tambem foram estudados 0 tempo
medio e a intensidade de uso de estereos pessoais. Os resultados mostraram que
50% dos jovens ouvia musica menos de uma hora por dia, a excec;:ao dos jovens de
13 anos de idade que ouviam-na de 8 a 10 horas por dia.
Quanto ao nivel de intensidade, iniciava a 60 dBA, mas 5% dos jovens 0
ajustava para 110 dBA, nivel preferido pela faixa eta ria entre 12 e 13 anos, que se
expunha a niveis sonoras medios superiores a 95 dBA para um periodo de 8 horas
por dia. Esses dados fizeram com que os autores estimassem 0 risco de perda
auditiva induzida por exposic;:ao a musica excessivamente amplificada > 95 dBA em
10 dBA para a freqOencia de 3 kHz em 5% dos jovens estudados e, ap6s 10 an os de
exposic;:ao, em 40% destes.
• Transportes: Autom6veis, onibus e caminh6es circulando nas grandes
cidades geram ruidos situ ados entre 85 e 95 dBA. Entretanto, os avi6es a jato sao
os responsaveis pelos mais elevados niveis de pressao sonora, variando em uma
decolagem entre 130 e 140 dBA. Russo (1999 apud ZANER, 1991).
Os grandes centr~s urbanos sofrem diariamente um verdadeiro bombardeio
sonora, superando em muito 0 indice ideal de 50 dB(A}, beirando os 100 dBA.
Conforme Russo(1999 apud ROLLA, 1994}, uma pesquisa realizada revelou
que os niveis de poluic;:ao sonora calculados para a cidade de Campinas - SP
varia ram de 49,2 dBA ate 89,9 dBA.
2.6 EXERCiclO FiSICO, MUSICA E Ruioo
A partir da decada de 60 surgiu a preocupac;:ao com os rufdos nao
ocupacionais, isto e, aqueles originados durante 0 lazer, principal mente porque a
musica de estilo rock and roll e seus instrumentos eletronicos, de intensidade muito
27
amplificadas, expoe 0 ouvinte a uma pressao sonora intensa, podendo ser
potencialmente lesiva a audigao (MORDINI et aI., 1994).
A musica portanto, e parte indispensavel desta modalidade, de todas
modal ida des oferecidas hoje nas academias, e nao sao raros os profissionais da
area que acreditam que 0 som muito intenso aumenta 0 rendimento dos alunos nas
aulas. Assim, para manter os alunos cada vez mais motivados, muitos profissionais
usam 0 volume do aparelho de som em forte intensidade, trazendo como
conseqOencia uma desnecessaria competigao com 0 proprio som da musica.
Deus e Duarte, (1997) mediram 0 ruido de quatorze academias de ginastica
que ofereciam aulas de aerobica com musica e os resultados apontaram para uma
porcentagem de 86% das academias trabalhando com valores acima dos limites
permitidos pela legislagao vigente (85 dBA), chegando uma delas a atingir 105 dBA,
aif§m do ruido, as autoras identificaram que os professores de ginastica destas
academias estavam habituados com 0 ruido, nao se preocupando, ate 0 momento,
com os prejuizos que poderiam advir.
Fusco, (1995) relatou que os jovens estao ficando surdos na aula de
ginastica, e alertou que 0 aluno aproveita as aulas como lazer, mas 0 professor esta
em uma atividade laborativa. A cad a nova exposigao ao ruido (nova aula), esta
ocorre sobre um ouvido que ainda pode nao ter se recuperado metabolicamente da
sobre carga da exposigao do dia do periodo anterior, dando inicio, desta forma, a
lesoes celulares.
2.6.1 Legislagao e Ruido Urbano
Na esfera federal, atua 0 Conselho Nacional do Meio ambiente (CONAMA),
incorporado a Secreta ria do Meio Ambiente Nacional, esse orgao possui algumas
resolugoes, entre elas podemos citar: a resolugao nO001, de 08 de margo de 1990,
dispoe sobre a emissao de ruidos, pad roes, criterios e diretrizes, em decorrencia de
28
quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de
propaganda politica, respaldada pela Lei nO 7804/89 - Politica Nacional do Meio
Ambiente.
Nessa resoluc;:ao sao considerados prejudiciais a seguranc;:a e ao sossego
publico os sons e ruidos que atinjam no ambiente exterior do recinto em que tenham
origem, nivel de som de mais de 10 dBA, acima do ruido de fundo existente no local,
sem trMego. Ainda, independentemente do ruido de fundo, atingem no ambiente
exterior do recinto em que tem origem, mais de 70 dBA durante a noite.
A Associac;:ao Brasileira de Normas Tecnicas (ABNT) possui a Norma
Brasileira de Registro de Registro (NBR) 10.151, que fixa as condic;:oes exigiveis
para a avaliac;:ao da aceitabilidade de ruido em comunidades, ela especifica um
metodo para a medic;:ao de ruido, a aplicac;:ao das correc;:oes nos niveis medidos (de
acordo com a duragao, caracteristica espectral e fator de pico) e uma comparac;:ao
dos niveis corrigidos, com 0 criterio que leva em conta varios fatores ambientais.
Esse mesmo orgao dispoe ainda a NBR 10.152, que fixa os niveis de ruido
compativeis com 0 conforto acustico em ambientes diversos.dentre eles:salas de
conferencia, cinemas, residencias, escolas,salas de musica, locais para esporte,
igrejas e templos, pavilhoes fechados para espetaculos e atividades esportivas, etc.
Na esfera estadual atua 0 Instituto Ambiental do Parana (lAP), que segue as
determinac;:oes do CONAMA e da ABNT acima citados, nao existindo nenhuma
resoluc;:ao sobre este assunto.
Na esfera municipal as prefeitura estao delimitando a emissao de sons e
ruidos em zonas da cidade classificadas em zona residencial (ZR), zona comercial
(ZC), zona industrial (ZI), entre outras. Em cada uma das faixas, instituiram-se sub-
classificac;:oes de limite da poluic;:ao sonora de acordo com 0 periodo do dia, ou seja,
diurno, vespertino ou noturno. Na legislac;:ao ambiental, de Belo Horizonte e Curitiba
referente ao rUldo urbano, 0 horario diurno vai de 07:00 as 19:00 h, 0 vespertino til
das 19:00 as 22:00 h, e 0 noturno e das 22:00 as 07:00 h da manha seguinte. No
29
caso de uma zona estritamente residencial devem ser respeitados 55 dBA para 0
horario diurno, 50 dBA para 0 periodo vespertino e 45 dBA para 0 noturno.
2.7 FAIXA DE AUDI(;:AO HUMANA
De acordo com Russo, (1999) 0 ouvido humane nao e igualmente sensivel
para todas as frequencias e varios experimentos psicoacLJsticos foram realizados
com 0 intuito de esclarecer as rela90es existentes entre as altera90es nas
propriedades fisicas das vibra90es sonoras e as correspondentes altera90es
subjetivas na sensa9ao auditiva. Nesses experimentos foi determinada a faixa de
audi9ao humana que compreendia a area de frequencias de 20 a 20.000 Hz,
incluindo 0 limiar minima de detec9ao ou audibilidade , isto 13, a mais fraca
intensidade sonora capaz de impressionar 0 ouvido humano para um tom puro em
50% das vezes em que 0 estimulo sonoro 13 apresentado, tomando por base a
frequencia de 1.000 Hz e a pressao sonora de referencia de 20 IJPa.
Esse valor de pressao determinou 0 estabelecimento do 0 dB NA (Nivel de
Audi9ao) .
A area de audibilidade ou 0 nivel de audi9ao foi determinada para um grupo
de individuos otologicamente norma is, com idades variando entre 18 e 25 anos,
inicialmente para tons puros apresentados em campo livre e, posteriormente, com 0
uso de fones, no Laboratorio Nacional de Fisica, na Inglaterra (RUSSO, 1999).
2.7.1 Bases Fisicas da Audi9ao
Segundo Russo, (1999), 0 ouvido 13 um extero-ceptor, assim como os outros
orgaos sensoriais. Possui um isolamento aCLJstico especial que atenua os sons
provenientes do proprio corpo, inclusive 0 da voz do individuo. Nossas orelhas,
mesmo assemelhando-se, em aspecto, a conchas marin has, escondem estruturas
de tal delicadeza, que causam vergonha ao mais perfeito artifice e, de tao perfeito
30
funcionamento automatico, inspiram respeitosa admira<;ao ao mais competente
engenheiro.
Entre todos os 6rgaos do corpo, poucos fazem tanto em tao pequeno espa<;o.
Se um engenheiro fosse construir um ouvido e reproduzir suas fun<;6es teria que
comprimir em, aproximadamente 17 cm3, um sistema de som que incluisse
um harmonizador de impedancias, um analisador mecanico de grande capacidade,
um grupo m6vel de retransmissao e amplifica<;ao, um transformador de muitos
canais ou um transdutor destinado a converter energia mecanica em energia
eletrica, um sistema para manter um delicado equilibrio hidraulico e um sistema
interne de comunica<;ao em dois sentidos (STEVENS & WARSHORFSKY, 1968).
Ainda de acordo com Russo, (1999) que fosse possivel conseguir esse
milagre de miniaturiza<;ao, sua obra jamais se igualaria, em desempenho, ao ouvido
humano, que se adapta as fortes intensidades dos motores e sirenes, distingue que
instrumento musical esta sendo tocado no concerto de uma orquestra, isola 0
barulho da festa para escutar uma voz amiga e esta em constante estado de vigilia,
sem contudo evitar que adorme<;amos em meio a ambientes ruidosos, despertando-
nos, prontamente, ao soar do mais fraco alarme de um rel6gio despertador.
Funcionando em conjunto, as estruturas da orelha externa, media e interna
executam atos de espantoso alcance e virtuosismo, discriminando cerca de 400.000
sons, desempenhando papeis vitais para 0 ser humano, tanto relacionados a sua
locomo<;ao e manuten<;ao do equilibrio estatico e dinamico, quanto localizando a
dire<;ao e a distancia de fontes sonoras, funcionando como importante mecanisme
de alerta e defesa. Porem, acima de tudo, possibilitam a aquisi<;ao e 0
desenvolvimento de um sistema simb61ico estruturado, que nos diferencia das outras
especies animais: a linguagem verbal. (RUSSO, 1999).
"Ao longo de sua evolu<;ao, 0 sistema labirinto-acustico-Iateral atingiu tres
grandes climaxes de especializa~ao: a electroiocacao, OU 0 sentido eletrico dos
31
peixes, a ecoloca<;ao, ou sonar animal e a linguagem". Russo (1999 apud
Mangabeira-Albernaz, 1989)
Se tivessemos que resumir as principais fun<;6es do ouvido em tres itens,
destacariamos as seguintes:
• Transmissora - Disp6e de mecanismos que permitem a adequada
transmissao da energia acustica captada.
• Protetora - Disp6e de elementos capazes de atenuar intensidades senoras
excessivas, evitando assim danos maiores as celulas sensoriais da orelha interna.
•Transdutora - Transforma energia mecanica em eletrica e nervosa.
Didaticamente, 0 ouvido humane pode ser dividido em tres partes, a saber:
orelhas externa, media e interna .
2.8 ORELHA EXTERNA
Russo, (1999), afirma que em muitos animais, a firmeza, a mobilidade da
orelha externa conferem-Ihe fun<;ao direcional de capta<;ao do som, que e de grande
utilidade na localiza<;ao da fonte sonora. 0 ser humane perdeu ou nunca adquiriu as
tres maiores fun<;6es do pavilhao auricular da maioria dos animais:
• Coletar e concentrar energia das ondas senoras provenientes de
determinada dire<;ao.
• Fazer julgamentos precisos sobre a dire<;ao do som, movendo a orelha, em
vez de mover a cabe<;a ate que 0 som se torne mais intenso.
• Manter 0 meato acustico externo livre de agua, sujeira por meio de
movimentos de valvula de algumas partes externas. Para nos, sao estruturas rigid as
que os impossibilitam.
Contudo,de acordo com Russo, (1999), 0 pavilhao auricular auxilia na
capta<;ao e canaliza<;ao dos sons para 0 meato acustico externo (MAE). Por ser esse
canal um tubo fechado de, aproximadamente, 2,5 cm, e capaz de entrar em
32
ressonancia para sons de comprimentos de onda correspondentes a 4 vezes 0 seu
comprimento, amplificando entre 10 e 15 dB as ondas sonoras na faixa de
frequencias entre 2.000 e 3.000 Hz
2.8.1 Modo de Vibray80 da Membrana Timpanica
A orelha externa e separada da media pela membrana timpanica (MT) , fonte
sonora que apresenta uma linha nodal representada pelo anel fibroso que a prende
na parede do MAE, estando 0 ventre de vibray80 na pory8o mais central. Embora
rigida, a pOry80 central da MT, geralmente se move como um todo, como se fosse
um piSt80, em movimentos de vaivem. Para frequencias acima de 2.000 Hz, porem,
o modo de vibray80 da MT torna-se segmentar, isto e, por partes, e perdendo sua
tens80 (RUSSO, 1999).
A massa do martelo e da bigorna esta igualmente distribuida acima e abaixo
do eixo de rotay8o da cadeia ossicular que corresponde a uma linha trayada entre a
extremidade do processo longo do martelo e 0 processo curto da bigorna,
coincidindo com 0 centro de gravidade do sistema condutor de som (RUSSO, 1999).
A cadeia ossicular, formada pelos tres menores ossos do corpo, ou seja,
martelo, bigorna e estribo encontra-se suspensa na cavidade timpanica por
ligamentos, movendo-se para dentro e para fora como se fosse um bloco unico
Em resposta a press6es moderadas, 0 estribo acompanha 0 movimento de
modo que a cadeia ossicular age como uma massa unica. A platina do estribo gira
em torno de seu polo postero-inferior, movendo-se mais como uma alavanca de
campainha do que como um piSt80 Russo (1999 apud PAPPARELLA & SHUMRICK,
1973).
Segundo Russo, (1999), quando a intensidade de um som de baixa
frequencia ascende acima de um valor critico (70 a 90 dB NS para frequencias
situadas entre 450 e 4.000 Hz), esse modo de vibray80 muda,
33
subitamente, passando a platina do estribo a rodar em torno de seu eixo longo.
A amplitude do movimento e diminuida e men or pressao e transmitida para a
coclea, reduzindo, assim, 0 risco de lesoes das celulas ciliadas do orgao de Corti.
Os musculos intra-auriculares promovem outros meios de prote<;ao contra
sons intensos, principal mente de baixa freqOencia. Quando 0 tensor do timpano se
contrai, puxa 0 cabo do martelo juntamente com a MT para dentro da cavidade da
orelha media. Quando 0 estapedio se contrai, puxa a platina do estribo para fora da
janela oval. 0 efeito das contra<;oes simultaneas e 0 de restringir a movimenta<;ao da
cadeia ossicular pelo aumento de rigidez do sistema. Esse efeito denominado reflexo
acustico, por sua vez, altera a impedancia da orelha media, aumentando a
resistencia do sistema a passagem da onda sonora que penetra no MAE. Essa a<;ao
mecanica do conjunto timpano-ossicular contribui para a fun<;ao protetora da orelha
media (RUSSO, 1999).
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE PESQUISA
Para este estudo utilizou-se a pesquisa descritiva, que segundo Thomas e
Nelson (2001), neste tipo de pesquisa, os fatos sao abordados, registrados,
analisados, classificados e interpretados, sem que 0 pesquisador interfira neles.
3.2.1 Popula9aO
A popula9aO alvo deste estudo constitui de alunos de ginastica provenientes
de 03 academias de Curitiba, escolhidas aleatoriamente.
3.2.2 Amostra
A amostra foi composta por 30 alunos, 10 de cada academia, sendo 23 do
sexo feminino e 07 do sexo masculino com idade entre 17 e 40 anos, iniciantes ou
fisicamente ativos.
3.3 INSTRUMENTOS
Os instrumentos utilizados neste trabalho foram : um Decibelimetro Digital
marca Instrutherm, modele DEC-430 e um questionario com 10 quest6es, sendo 08
fechadas e 02 abertas.
35
3.4 COLETA DE DADOS
Os niveis de intensidade sonora foram aferidas durante as aulas pn!iticas das
Modalidades: Body Pump; Step; Body Combat e Rpm/Spinning, sendo cada
modalidade acompanhada com musica e durayao de uma hora cada.Foi utilizado um
Decibelimetro Digital marca Instrutherm, modelo DEC-430, para garantir a
confiabilidade das respostas do questionario aplicado aos praticantes logo ap6s ao
terminG das aulas.
o questionario de referencia foi validado por tres professores da Universidade
Tuiuti do Parana: Professora. Mestra Jocian Machado Bueno; Professora. Mestra
Marcia Regina Waltter e Professor. Doutor Candido Simoes Pires.
3.5 ANALISE DOS DADOS
A analise foi feita por meio de porcentagem e analise interpretativa.
4 APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS
Com 0 prop6sito de conhecer 0 nivel de intensidade sonora produzido por
uma aula de ginastica com musica, nas academias de Curitiba, foi medido 0 nivel de
intensidade sonora nas tres academias selecionadas para este estudo.
o periodo de duragao das aulas e de uma hora para cada atividade, a
corrente musical que predominou em todas as aulas foi "Rock and Roil". Os niveis
encontrados foram:
Na academia A 0 nfvel de intensidade sonora foi de 118 dBA,
Na academia B foi de 120 dBA e,
Na academia C, 119 dBA.
Se compararmos os nfveis de intensidade sonora, acima descritos, com os
niveis sugeridos na Norma Brasileira (NBR) 10.152, como nfvel recomendado de
conforto acustico de 40 a 55 dBA em pavilh6es fechados para espetaculos, locais
para esporte e atividades esportivas, para professores e alunos destas academias
observa-se um valor de 40"acima do recomendado.
Quadro 1. Perfil dos entrevistados.
QUADRO 1QUESTAO
Qtd %Sexo masculino 7 23%Sexo feminino 23 77%QUESTAO
Qual a sua idade? Qtd %17 a 20 anos 4 13%21 a 30 anos 8 27%31 a 40 anos 18 60%
37
Quadro 2. Distribui«ao dos entrevistados de acordo com 0 numero de
modalidades praticadas na academia.
QUADR02QUESTAO
Quantas modalidades voce pratica na semana? Qtd %2 atividades 9 30%3 atividades 18 60%
Mais de 3 atividades 3 10%
Quadro 3. Distribui«ao dos entrevistados de acordo com a freqliencia e 0
tempo das modalidades praticadas na academia.
QUADRO 3QUESTAO
Com que frequencia na semana a(as) pratica? Qld %2 vezes 3 10%3 vezes 9 30%Todo dia 18 60%
QUESTAOA quanto tempo pratica a(as) atividades? Qtd %
6 meses 8 27%Mais de 6 meses 1 3%Mais de 1 ano 21 70%
Quadro 4. Distribui«ao dos entrevistados de acordo com a percep«ao auditiva.
QUADR04QUESTAO
Durante a pratica das atividades voce prefere 0 som: Qtd %Forte 23 77%Fraco 7 23%
QUESTAODurante a pratica das atividades sua percepc;;ao ao
som foi: Qtd %Forte 8 27%Fraco 0 0%Normal 22 73%
38
Quadro 5. Distribui«ao dos entrevistados em rela«ao a problemas auditivos e
queixas apresentadas ao termino das aulas ..
QUADR05QUESTAO
Voce apresenta ou ja apresentou algum problema noaparelho auditivo? Otd %
Sim 1 3%Nao 29 97%
QUESTAOSe sua resposta foi sim a questao acima especifique
no espayo abaixo Otd %Sim (Iabirintite) 1 3%
Nao 29 97%QUESTAO
Em rela~ao a percep~ao do som ao termino de suas
jaulas, voce apresenta ou apresentou alguma queixa
ou desconforto no aparelho auditivo? Se a sua
resposta foi sim, descreva logo abaixo.
Otd %Zumbido 6 20%
Sensa~ao de ouvido tampado 5 17%Dor de cabe~a 1 3%
Nenhuma altera~ao 18 60%
100%
Entrevistados por Genero
80%
39
.SexoMasculino
OSexoFeminino
77%._. _. _. _. _. _. -._. _. _. _. _. -.-' _. _. _. _. -" -' _. _. _. _. _. _. _. _. _.-
No gn3fico 1, referente ao genera dos entrevistados observa-se que 77 % saodo sexo feminin~, enquanto apenas 23% em relac;:ao ao sexo masculino.
60% ._- -. - _._.- -_._. - - ._.- _._.
40%---·_· - ._- -.- ._.- -- - _.-23%
20%
0%Entre vi sta dos
Grafico 1 - Qual a sua classificac;ao por Genero?
Entrevistados por Idade
100%
90%
80%
70% 60%60% ._._._._._._.-_._._.__ ._._._._._._._.__ ._.-.r---.,-
50% -._._._._-_._.-.-._._._._.- _._._._._._._._.
40% ._._._._._._.-. -. -.- .... -. - ._._._... -. _._._-
30%
20%
10%
0%
Entrevistados
Grafico 2 - Qual a sua idade?
.17 a 20 anos
021 a 30 anos031 a40anos
40
No grafico 2, referente a idade dos entrevistados observa-se que 60 % tementre 31 e 40 anos.
Atividades praticadas na sernana
100% .-. - .-.-.----. -. -.-.-.-. -.-. -. -. - .-. - .---. -. - .-.-. -.-. -.-.-. -.- -.-
90% .-. - .-.-. - .-.-. -. -.- -.-.-.-.- .-.-. -. -.-. -. -. - .-. -.-. -.- .--. -. -. -.-
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
.2 Atividades
30%
03 Atividades
OMais de 3atividades
60%
10%
Entrevistados
Grafico 3 - Quantas modalidades voce pratica na semana?
No grafico 3, referente ao numero de atividades praticadas durante a semana,observa-se que 60 % dos entrevistados praticam ate tres atividades.
Frequencia na Semana
100% .- .-. -. -.- .-. -.-.-. -. -. - .-. -. -.- .-. -.- .-. -. -.- --. -. -. -. - .-. -. - -.-.
90% .-. -. -.-.-. -.-.-. -. -. -. -. -. -.- -. -.- .-. - .-- -. - .-.-. -. -----. -. -.
80% .-.-. -.-. -.- ---. -.- .-. -.- .-- -. -. - .-. -. -.--- -. -. -. -. -.- -- -. - .-.
50% -. -.-. - .-.-.-. -. - .-. -. - .-. -. -.-. -. -.- .-. -.-.
30%
03 Vezes
70%
60%
.2Vezes60%._._._._._-_._._._._._._._._-_._._._._-_._._.,----,
40%
30%
20%
10%
0%
o Todo dia
••••••.••~ ••:•••D:••••~.Entrevistados
Grafico 4 - Com que freqiiencia na semana voce as pratica?
41
No grafico 4, referente a freqOencia das atividades, observa-se que 60 % dosentrevistados 0 fazem todos os dias.
Tempo de frequencia na atividade
100%
90%
80%
70%
60%
·----30/0-·-·--._._...c=:=:::J. _._._
50% -. -. -.-. -. -.-. -. - .-.-. -. -._.-. _.- -. -.-.-
40% .-. -. -. -. - .-.-. -. -.-.-. -. -.-. -.-. -. - .-. _.-
30%- -. - - - .2.7% -- ---. - - -. -.-20% -._.- -.-. - - .-. - -.-
10%
0%
Entrevistados
70%
.6 meses
oMais de 6 meses
o Mais de 1 ana
Gratico 5 - Hfi quanto tempo pratica a(as) atividades?
No grafico 5 referente ao tempo de pratica das atividades na academiaobserva-se que 70% dos entrevistados praticam suas atividades a mais de um ano,enquanto 27 % 0 praticam a seis meses e 3 % 0 fazem a mais de seis meses.
Preferlmcia do Som
'f~t •••·•·· ,,~·.•••·••.•••·•••.••••:~:~1::::30% ---------
20%-----_·-10% _.. _._-_.
0% _._._._._.-
Entrevista dos
42
o Fraco
Grafico 6 - Durante a pratica das atividades voce prefere 0 som:
No grafico 6 referente a preferencia do som pel os praticantes, durante asatividades, observou·se que 77% prefere 0 som forte, enquanto apenas 23 % desteso preferem fraco_
100% _._.-._._._._._.-- _. - --- - -._._.-. -... _._._._... _._._._._-90% ... _.-._._._._._... _._._._ ---- _.. -_.. -'-' -. _.-._.-- .-. -. -.-.
80%-····-········_·_·_··_·_·- ---73%·--· . -.70% -----. -... _.---- _._.---- _.------. _.-------.60% ----.- -. --_.-' -----. --_._._.---- ---. _.--
50% --- -----. ---------. _._... -- -- ----- .-0' - .--.
Percepc;ao do Som
40%27%30% I --.--.--------------------.----- -.--.--
~~~:t::: ...__ _.__0% L.. ._._ L-_~
Entrevistados
• Forte
o Fraco
o Normal
Grafico 7 - Durante a pratica das atividades sua percepc;ao ao som foi:
43
No grilfico 7 referente a percep"ao ao som pelos praticantes durante a praticadas atividades, observou-se que para 73% 0 som encontrava-se em nlvel norma,sendo que 0 nlvel de intensidade sonora aferida foi de no mlnimo de 118 dBA, acimado que e exigido pel a Norma (NBR) nO 10.152 da Associa~o Brasileira de NormaTecnicas.
100%
Problemas no Aparelho Auditivo
97%- - _.-. _. _._. _._. -._.-. _.- ._. _. _._. _. - ._._. _. - ._. _. _. _. - ._- - ._. -'-90% .--.-----.---.- -.-.-.-----
80% .----.--.---.--.--.-.-.---.-70% .- .-.-.-. -.- -.- .--. -. -.-.-. -. -. -. -.-
60% .-.-. -. -. - .-.-. -.-. -. -. -.-.- .-.-. -.--
50% .-.-. -. -.- .-. -.-. -. -. -. -.-. - .-.-. -. -.-
40% .-.-.-.-.-.-.-.-.--.-.--.----.--
30% .- .-.-. - .--.-. -. -. -. - .-.-. -. -.- .-. -.-
20% .-.-.-.-.-.-.--.-.-.-.- -.-.-.-.-.-.-
10% ·-·-·-·-·--·--·-·3%-·-·-·-·-·-·-·-0% - -.-.-.--.
Entrevistados
Grafieo 8 - Voee apresenta ou ja apresentou algum problema no aparelhoauditivo?
No grafico 8, referente a problemas no aparelho auditivo, observou-se que97% dos entrevistados nunca apresentaram problemas de audi"ao, enquanto queem apenas 3% relata ram problemas pre-existentes.
100%
Problemas no Aparelho Auditivo
97%----'-'-'---'-"-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'-'--_._._._._._.-
90% ------------------ --------------------80% ------------------ ------------------70%- ------------ -- --------.-------60% -------------------------- ----- -----50%- ------- -- ----- ------ ----- -----40% ----------------------- ------30% ------.---------------------------.---20% --._.-.----- -----------------------10%------ -----3%--------0% --.---------
.Sim(Labirintite)
ONao
Entrevistados
_L- __ -' _
44
Grafico 9 - Se sua resposta foi sim a questao acima especifique noespaco abaixo:
No grafico 9 referente a algum problema especificado no grafico 8, observou-se que 97 % dos entrevistados nao apresentavam nenhum tipo de deficielnciaauditiva, enquanto que 3 % apresentou algum problema, sendo este como labirintite.
Especifica!(ao do Problema
100% ------------ --------------- ----------- ----- ----- -- ----- --90% -- --- ----- -- --.-._.--- -- --.--- .--- ----------------- --------80% -- - -----------.------------.----- --------- ----------------70%60%50%40%30%20%10%0%
.Zumbido
.-. - --. -- -- -- .-. -.- ---- -- -. --- - -- --- -- - -- ---- -----6-0% - ---- -- --- o QuvidoTampado
Entrevistados
ODor de Cabeya
ONao constanenhumaaltera<;:ao
45
Gratico 10 - Em rela!;ao a percep!;ao do som ao termino de suas aulas,voce apresenta ou apresentou alguma queixa ou desconforto no aparelhoauditivo? Se a sua res posta foi sim, descreva logo abaixo:
No grafico 10 referente a queixas sobre alterayoes apresentadas pelospraticantes ap6s 0 termino da(s) sua(s) aula(s) observa-se que para 60% naoapresentaram nenhuma queixa, enquanto que para 20 % reclamaram de zumbidopresente, 17 % sensayao de ouvido tampado e 3% apresentaram dor de cabeya.
As queixas como zumbido e sensayao de ouvido tampado tambem saosintomas de perda auditiva em sua fase inicial citado por Russo (1999).
5.CONCLUSAO
Este estudo procurou levantar questoes sobre os nlveis de intensidade sonora
nas atividades de lazer, especificamente nas academias de ginastica de Curitiba,
bem como a percepg80 auditiva em relag80 ao som pelos praticantes durante as
aulas praticas.
Atraves da analise e discuSS80 deste trabalho constatou-se nlveis de
intensidade sonora, de ate 120 dBA, muito acima do que estabelece a Norma de
Registro (NBR) nO10152 da Associag80 Brasileira de Norma Tecnicas (ABNT), que
fixa as condigoes exiglveis para a avaliag80 da aceitabilidade de rUldo em
comunidades, como fixa tambem os nlveis de rUldo acustico em diversos ambientes
dentre eles as academias onde 0 nlvel recomendado e de 40 a 45 dBA.
Apesar desta observag80 73% dos entrevistados relataram que em relag80 a
sua percepg80 auditiva 0 som encontrava-se normal, 77% preferiam 0 som forte
durante as aulas praticas.
Ainda no referencial te6rico buscou-se a relag80 entre nlveis de intensidade
sonora acima dos padroes de conforto acustico e os danos fisiol6gicos causados
aos praticantes nas academias, fundamentadas e enriquecidas com estudos em
diferentes populagoes e autores.
Apesar de ter sido constatado autos nlveis de intensidade sonora acima do
normal, bem como queixas relatadas pelos praticantes, dos trinta entrevistados,
apenas um apresentou problema no aparelho auditivo.Entretanto no que se refere as
queixas relatadas pelos praticantes pode-se afirmar que S80 sintomas de perda
auditiva em sua fase inicial.
47
este contexto, sugere-se que os cursos de Educac;so Fisica promovam discuss6es e
estudos mais abrangentes sobre esta tematica, bem como um trabalho em conjunto,
multidisciplinar, entre fonoaudi610gos, proprietarios, professores e alunos de
academias.
REFERENCIAS
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SEBASTIAN, G. Audi%gia pratica. Bueno Aires: Enelivras, 1986.
APENDICE 1
VALlDA9AO DE INSTRUMENTO
Prezado Professor:
Eu, Sonia Maria Cores, academica da Universidade Tuiuti do Parana, no
Curso de Educayao Fisica, pretendo realizar um estudo relacionado a percepc;:ao do
som nas academias segundo os praticantes. 0 'Objetivo Geral", e verificar a
percepc;:ao do som e sua ac;:ao segundo os praticantes durante a pratica das
atividades.
Para tanto usarei como instrumento de pesquisa, visando a obtenc;:ao de
dados para a conclusao do trabalho a realizac;:ao de um questionario e, por isso,
solicito a sua colaborac;:ao para analisar e validar 0 roteiro do mesmo.
Antecipadamente agradec;:o a sua atenc;:ao e colaborac;:ao.
Sonia Maria Cores
Rua Travessa Capitao Clementi no Parana, nO77 apto. 204
Agua Verde CEP: 80620-180
Curitiba-Pr. Fone: 3243-2385
PROFESSORNome: _
Formac;:ao: _
Grau que detem: ( ) Licenciado ( ) Bacharel ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Ooutor
Tempo em que Atua na Area: _
AondeAtua: _
Opinioes e Observa<toes:
Assinatura do Professor
Ctba, de outubro de 2006.
APENDICE 2
QUESTIONARIO
1) Sexo
o Masculino
2 0 Feminino
2) Idade
1 0 17 a 20 anos
2 0 21 a 30 anos
3 0 31 a 40 anos
3) Das atividades abaixo qual ou quais voce pratica?
10BOdy Pump
40 Body Combat
20 Step 30 Body Jam
50 Rpm/Spinning 60 Power Jump
4) Com que frequencia na semana voce a (as) pratica?
102vezes 203vezes 3oTodo dia
5) Ha quanto tempo pratica a (as) atividades?
106meses 20 +6meses 30 + 1 ana
6) Durante a pratica das atividades voce prefere a sam:
10 Forte (alto) 2 OBaixo (fraco)
7) Durante a pratica das atividades sua percepgao ao som foi:oForte (alto) 20 Baixo (fraco) 30 Normal
8) voce apresenta ou ja apresentou algum problema no aparelho auditiv~?
10Sim 20Nao
9) Se a sua res posta foi sim a questao acima especifique no espac;oabaixo:
10) Em relac;ao a percepc;ao do som e sua percepc;ao auditiva ao termino
de suas aulas, voce apresenta ou apresentou alguma queixa ou
desconforto no aparelho auditiv~? Se a sua resposta foi sim, descreva
logo abaixo.
ANEXO 1
T ABELA I- V ALORES DE PROPOR<;:AO E DECIBElS DE PRESSOES CORRESPONDENTES
I'IOP01"\·10 LUI! PII;''':,() IdBI
,., 0,00000 n,n2:1 0,"W101 (,,01:1 04;'",12 (,5'):\ Of,QR9:" 14,0(l:J 0/1.-12·1 1'''1,110:1 1,00000 211.01:-:1 12304S 2-1.(,20:1 UOHH .!(.,Q30:1 I,rill 2'1,:;.10:1 1,(.020(, .L!.O·0:1 1,(>')/1"- i-l,O
1--1'11; h.n-0:1 1,1)4.11) 1(,,'1aO:l l,Q(l;r}l) ~R.OQO·' \,Gj424 3QO100:1 2,00000 40,U
1,000:1 3.00000 f}t),O
i0.000: 1 -\,OtKK)() RO,D100.000:1 5.00000 10U.0
1.000.000: 1 11,00000 120,0
FONTE: BHATNAGAR Guanabarn-Koogan 2004
ANEXO 2
Corte do ouvido humano