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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PARA O DEPARTAMENTO DE COMPRAS DE UMA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS Por: Andressa Moura Filadelfio Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PARA O DEPARTAMENTO

DE COMPRAS DE UMA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS

Por: Andressa Moura Filadelfio

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PARA O DEPARTAMENTO

DE COMPRAS DE UMA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Logística

Empresarial.

Por: . Andressa Moura Filadelfio.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por iluminar meu caminho e me

dar forças para seguir em frente.

À minha mãe pela educação base para

minha vida e apoio nos meus estudos.

Ao meu marido pelo apoio e incentivo.

E à todos os companheiros de trabalho

que direta e indiretamente colaboraram

para a elaboração deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, à minha

mãe, ao meu marido e ao meu filho.

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RESUMO

O tema da presente pesquisa é a qualidade no pedido de compra, na busca do

pedido perfeito. A situação problema pesquisada baseia-se no seguinte

questionamento: Quais são os principais fatores que determinam um pedido

perfeito na área de compras? Para responder a esta pergunta, neste trabalho

estarão expostos os aspectos gerais da administração de compras, suas

funções e responsabilidades, bem como a organização e papel estratégico

desta área de grande importância nas organizações. A metodologia utilizada é

a revisão de literatura. A solução encontrada é que o crescimento do papel

estratégico de compras e o reconhecimento de que suas decisões impactam

fortemente nos resultados das empresas. As inovações previstas para os

próximos anos são a adoção de processos de negociação que permitam a

celebração de contratos de fornecimento de longo prazo, bem como a adoção

de processos de relacionamento via internet, além da descentralização da

logística, com o objetivo de redução de custos, visto que transporte e

armazenagem são custos expressivos na distribuição.

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METODOLOGIA

O método aplicado para a elaboração deste trabalho, foi a coleta de

dados por intermédio de pesquisa bibliográfica com embasamento teórico dos

principais autores que dissertam sobre o tema.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 08

CAPÍTULO I - Aspectos Gerais e objetivos de compras ..................................... 10

CAPÍTULO II - Gerenciamento de compras: como fazer o pedido ..................... 23

CAPÍTULO III - Programação de compras junto ao fornecedor .......................... 31

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 42

BIBLIOGRAFIA CITADA .......................................................................................... 44

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INTRODUÇÃO

O tema da presente pesquisa é a qualidade no pedido de compra,

na busca do pedido perfeito. Neste trabalho estarão expostos os aspectos

gerais da administração de compras, suas funções e responsabilidades, bem

como a organização e papel estratégico desta área de grande importância nas

organizações.

Em todo sistema empresarial para se manter um volume de

vendas e um perfil competitivo no mercado e,

conseqüentemente, gerar lucros satisfatórios, a minimização

de custos deve ser perseguida e alcançada, principalmente os

que se referem a materiais utilizados, já que representam uma

parcela por demais considerável na estrutura de custos totais.

(DIAS, 1993, p. 87)

Uma definição bem conhecida dos objetivos de compras é: comprar

a qualidade de material correta, no tempo certo, na quantidade exata, da fonte

certa, ao preço adequado. Um objetivo deve ser mensurável de alguma forma,

mas o que quer dizer, por exemplo, um preço adequado?

A visão moderna de compras está relacionada com o sistema

logístico empresarial, como atividades-pares envolvidas em

ações estreitamente homogêneas. Essas atividades estão

voltadas para a finalidade comum de operação lucrativa que é

manter uma posição competitiva no mercado. A área de

compras é uma atividade de apoio fundamental ao processo

produtivo, suprindo-o com todas as necessidades de

materiais. Além dessa atuação primordial, compras é também

um excelente e substancial sistema de redução de custos de

uma empresa, por meio de negociações de preços, na busca

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de materiais alternativos e de incessante desenvolvimento de

novos fornecedores (POZO, 2002, p. 50).

A Administração de Compras é um segmento essencial da

Administração de Materiais e, conforme Dias (1993, p. 259), ela possui os

seguintes objetivos:

- Obter um fluxo contínuo de suprimentos a fim de atender ao

programa de produção;

- Coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mínimo de

investimento que afete a operacionalidade da empresa;

- Comprar materiais e insumos aos menores preços, obedecendo a

padrões de quantidade e qualidade definidos;

- Procurar sempre dentro de uma negociação justa e honrada as

melhores condições para a empresa, principalmente em condições de

pagamento.

Pozo (2002), concorda com Dias (1993) e acrescenta outros

objetivos, de forma a contemplar a melhor performance da área de compras:

evitar desperdícios e obsolescência de materiais por meio de avaliação e

percepção do mercado; permitir à empresa uma posição competitiva, mediante

negociações justas e credibilidade; e manter parceria com os fornecedores.

Para o autor a necessidade de uma empresa “comprar cada vez

melhor e com parceria é ponto importante na obtenção de resultados que

tornem perene sua existência”. Desta forma, “empreendedores orientam seus

setores de suprimentos na racionalização dos processos produtivos e com

estoques reduzidos”. (POZO, 2002, p. 51)

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CAPÍTULO I

ASPECTOS GERAIS E OBJETIVOS DE COMPRAS

Slack (1997) corrobora com os demais autores e define que há

alguns objetivos básicos da atividade de compras, que são válidos para todos

os materiais e serviços comprados. Eles são denominados “os cinco corretos

de compras”:

- ao preço correto;

- para entrega no momento correto;

- produtos e serviços da qualidade correta;

- na quantidade correta;

- da fonte correta.

Os objetivos de compras devem estar alinhados aos objetivos

estratégicos da empresa como um todo, visando o melhor atendimento ao

cliente interno e externo. Essa preocupação tem tornado a função compras

extremamente dinâmica, utilizando-se tecnologias cada vez mais sofisticadas e

atuais como o EDI, a internet e B2B (MARTINS, 2002).

Conforme destaca Costa (2000, p.119), o termo compras nas

organizações privadas está sendo substituído pela expressão administração

de suprimentos ou pela palavra procurement. O autor define a atividade de

compras como:

Uma função administrativa, dentro da organização,

responsável por coordenar um sistema de informação e

controle capaz de adquirir externamente, para garantir o fluxo

de materiais necessários à missão da organização, bens e

serviços na quantidade certa, na qualidade certa, da fonte

certa, no exato momento e ao preço certo.

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Visualizando-se os objetivos de compras como uma hierarquia, os

conceitos de classe mundial e os princípios de fabricação em parceria serão à

base de preparação dos objetivos finais de aumento de eficiência e dos lucros

(MERLI, 1994).

A guerra de preços está acabando, atualmente o preço não tem

sentido sem qualidade e serviço. Uma relação de longo prazo entre comprador

e fornecedor se faz necessária para assegurar a melhoria continua. Como

pode o fornecedor ser criativo e desenvolver de forma econômica seus

processos produtivos, se sua única expectativa é constituída por negócios de

curto prazo com o comprador?

Para alguns estudiosos com Baily (2000); Martins (2002); Pozo

(2002); Viana (2002), compras sem dúvida é uma área de resultados, pois o

mesmo deve desenvolver sua atividade proporcionando um fluxo perfeito na

cadeia de atividades logísticas, refletindo no lucro da empresa, ou seja, a

atividade de compras é uma fonte de lucro.

1.1 A Função Compras

Para um pedido perfeito, é muito importante e essencial ter um

planejamento de compra, verificando, por exemplo, o giro das mercadorias e

os níveis de estoque, para que não ocorra falta de mercadorias

comprometendo os processos.

Quando uma empresa é de pequeno porte normalmente o

proprietário efetua as compras. Nestas empresas são os proprietários que

exercem praticamente todas as funções da pequena empresa. A partir do

momento que a empresa se expande, a posição do proprietário tende a mudar,

abrindo espaço para que profissionais qualificados assumam seus papéis nas

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diversas funções. É neste momento que os profissionais, agentes de compras,

são contratados para implantar a melhor técnica possível no intuito de

colaborar com o objetivo final da empresa: o lucro. Portanto, a função principal

de compras é poder proporcionar o maior lucro possível a instituição

(CRISPIM, 1999).

Fearon e Leenders (2001 apud GONÇALVES, 2004) concluíram em

seu trabalho que na maioria das empresas o principal líder de compras se

reporta ao presidente e ao vice-presidente, comprovando a importância da

função compras nas empresas. Pereira e Tontini (2003 apud GONÇALVES,

2004) constataram a mesma posição hierárquica da área de compras.

Conforme Gonçalves (2004, p. 193), “compra é um termo

normalmente utilizado para definir o ato e a responsabilidade funcional para

promover a procura dos materiais e dos serviços e, então supri-lo para serem

utilizados pela empresa”.

O setor de compras de uma empresa deve possuir pessoas

qualificadas para exercer a função. É necessário um acompanhamento nos

processos de decisão, realizando pesquisas, identificando principais

fornecedores para os diversos materiais, controlando para que o produto seja

recebido no período determinado, inspecionando a quantidade e qualidade

dos produtos. Também tem que haver uma integração entre os diversos

setores da empresa como: almoxarifados, sendo no armazenamento de

materiais, controle de fluxo de estoque, definindo quanto dos produtos a serem

adquiridos e também definir as datas de entrega, sendo necessário que seja

realizado um controle de pagamento dos materiais recebidos. (GONÇALVES,

2004)

O processo de compra de uma empresa geralmente é caracterizado

pela identificação de uma necessidade, sua efetiva solicitação e posterior

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encaminhamento para a efetivação da aquisição (BAILY, 2000 ; MARTINS,

2002).

As organizações não desejam desenvolver relacionamentos mútuos

ou de parceria com todos os seus fornecedores. Aplica-se o princípio de

Pareto, ou seja, normalmente 80% das compras serão realizadas com 20% do

número de fornecedores; e é provável que os fornecedores com os quais serão

gastos grandes quantidades de dinheiro serão aqueles com quem a

organização mantém relacionamentos mais próximos (BAILY, 2000).

O perfeito atendimento à necessidade dos usuários permitirá uma

seqüência de atividades internas, resultando no atendimento dos requisitos

dos consumidores finais. A não observação dos requisitos pode refletir em

custos não estabelecidos, como, por exemplo, demora e atraso devido à falta

de materiais, interrupções de funcionamento e tempo de espera das máquinas,

comprometendo a margem de lucratividade. Outro agravante consiste em

situações em que os materiais comprados estão disponíveis quando

necessários, mas não são uniformes em qualidade e dimensões ou, ainda,

apresentam uma possibilidade inferior de aproveitamento, com custos extras

de inspeção, desperdícios, rejeição de peças e demais custos empregados nas

operações (CHAGAS, 1998).

Ainda segundo Chagas (1998), a maior responsabilidade da função

compras é a de localizar fontes adequadas de suprimentos e de negociar

preços. A informação vinda de outros departamentos é necessária para a

busca e a avaliação das fontes de suprimento, auxiliando também o

departamento de compras na negociação de preços. Comprar, nesse sentido

amplo, é responsabilidade de todos. Em média, as empresas gastam 50% de

sua renda proveniente das vendas na compra de matérias-primas,

componentes e suprimentos. Isso confere à função de compras um enorme

potencial de aumentar os lucros.

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1.2 Organização do Setor de Compras

É sabido que o processo de compra dos grandes negócios difere do

processo de decisão de compra de um consumidor individual. Conforme

observa Valdani (1986, apud COBRA, 1992, p.231):

Ela é uma compra organizada e deriva de um processo

complexo de formulação de decisão e de integração

interpessoal que evolui no tempo, envolve vários membros da

empresa e ativa um número elevado de relações com outras

instituições.

Kotler; Amonstrong (1993, p.115) afirmam que:

(...) de certa forma, os mercados organizacionais são similares

aos mercados consumidores, visto haver em ambos pessoas

que assumem papéis de compra e tomam decisões. Os

mercados organizacionais diferem dos mercados

consumidores de muitas maneiras. As principais diferenças

residem na estrutura do mercado e sua demanda, na natureza

das unidades de compra e nos tipos de decisões e processos

de decisão.

Esses mesmos autores, assim como Semenik; Bamossy (1996 apud

GONÇALVES, 2004, p. 72), explicam que:

a) A estrutura do mercado e demanda – o mercado

organizacional, é constituído por um número de compradores,

porém, em mais larga escala do que no mercado consumidor.

É mais concentrado do ponto de vista geográfico. A demanda

deste mercado é em sua grande maioria denominada

derivada, pois geralmente as empresas demandam bens de

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consumo ou insumos, assim entendidos como matérias-primas

necessárias à produção de outros bens ou compra de bens

para serem comercializados. Porém, certos mercados

organizacionais têm demanda rígida ou inelástica, assim

entendida como aquela que não é afetada por alterações nos

preços. A demanda nesse mercado também pode flutuar em

função das condições de mercado e do tipo de categoria do

bem envolvido (investimentos em bens de capital são

sensíveis às condições econômicas; especulações em

estoque diante de expectativas otimistas ou pessimistas);

b) A natureza da unidade de compra – nas compras

organizacionais, geralmente, há mais profissionalismo, pois

são executadas por pessoas treinadas na tarefa de comprar.

Dependendo do grau de complexidade da compra, a operação

pode envolver muitas pessoas de diferentes níveis de

responsabilidade;

c) Tipos de decisões e o processo de decisão – os

compradores organizacionais normalmente se deparam com

situações de compra complexas, que envolvem grandes

somas de dinheiro, detalhes técnicos e econômicos,

especificações detalhadas, bem como necessitam de grande

interação entre as pessoas e os níveis hierárquicos.

Conforme Viana (2002), devem ser consideradas na organização do

setor independente da parte da empresa, alguns princípios fundamentais que

são:

- autoridade para a compra;

- registro de compras;

- registro de preços;

- registro de fornecedores;

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Ainda em relação à organização do setor de compras, é primordial

quanto aos objetivos relacionados na especificação, qualidade, quantidade

dos materiais, visando um melhor preço e prazo, onde também pode se

destacar outras atividades correlatas, conforme Viana (2002) que diz:

a) pesquisa:

- estudo do mercado;

- estudo dos materiais;

- investigação das fontes de fornecimento;

- vistoria dos fornecedores.

b) aquisição:

- análise das cotações;

- entrevistas com vendedores;

- promoção de contratos, sempre que possível, em substituição aos

processos individuais;

- negociação;

- efetivação das encomendas.

Para Pozo (2002, p. 52), o setor de compras “deverá estar

estruturado em conformidade com o tamanho da empresa, ou com o volume de

atividades desenvolvidas e requeridas pela empresa”. Complementa afirmando

que o responsável pelo setor de compras tem como funções primordiais:

(...) deveres administrativos e executivos, estabelecendo as

diretrizes gerais do setor, bem como gerenciá-lo eficazmente.

É o responsável pelo perfeito relacionamento com as

empresas fornecedoras e com as exigências dos demais

departamentos da organização, primando por uma

administração eficiente voltada para o bom desempenho e

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motivação de seus comandados na obtenção dos resultados

esperados pelos acionistas. (POZO, 2002, p. 53)

1.3 O setor de compras para o pedido perfeito

Dentre os diversos aspectos da centralização ou descentralização, o

mais óbvio é o direito de tomar decisões. Isso pode ser explicitado em termos

de quem ou o quê tem o direito de tornar que tipos de decisões e quando

(HALL, 1984).

A questão, no entanto, não é tão simples, já que a organização pode

ter políticas predeterminadas com respeito até mesmo a essas decisões. É

lógico que esses pontos não são completos, pois variam de empresa para

empresa, devendo adaptar-se ao tipo de organização de cada uma.

Calimeri (1969) contextualiza que o problema da centralização e

descentralização de compras deve ser considerado dentro do controle que a

Direção da empresa pretende adotar.

Para Dias (1993), o volume de operações de compras, dependendo

do empreendimento, pode alcançar quantidades apreciáveis; nesses casos, é

necessário saber se todas as compras da organização devem ser feitas em um

ponto centralizado, ou estabelecer-se em seções de compras separadas para

cada tipo de fábrica ou divisão operacional.

Dado o crescimento das empresas multinacionais,

conglomerados, holdings e outros grupos, as considerações

de centralização/descentralização vêm sendo muito discutidas

nos últimos anos. A maioria dos grupos de empresas ou

grandes organizações que operam vários estabelecimentos

adotam algum compromisso entre a compra centralizada e a

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compra local visando balancear as vantagens da força dessa

flexibilidade (CHING, 2001, p. 32).

1.4 Descentralização do departamento de compras

As razões para o estabelecimento da descentralização do

departamento de compras podem ser identificadas de acordo com Baily

(2000):

a) distância geográfica: a presença física do comprador na unidade

propicia maior afinidade com os profissionais do local de abastecimento, o

transporte e as instalações de estocagem;

b) tempo necessário para a aquisição de materiais: mais agilidade

no atendimento das necessidades da sua própria unidade;

c) resposta mais rápida nas aquisições em condição de emergência

ou urgência;

d) facilidade de diálogo, mais autoridade e responsabilidade para a

administração local.

Para Calimeri (1969), a atividade de compras pode descentralizar

total ou parcialmente em órgãos colocados fora do âmbito da alta direção da

empresas. Passa a decidir em núcleos descentralizados, fábricas, na mesma

localidade ou em outra parte do país ou mundo.

Podemos ter dois tipos de descentralização O primeiro, quando o

departamento de compras está estabelecido próximo a fábrica e administra

todas as necessidades de materiais. O segundo, quando o departamento de

compras está situado para atender as necessidades de materiais onde os

mesmos serão consumidos. A descentralização total se refere a uma situação

de plena autonomia da unidade descentralizada, com ampla liberdade de

decisão baseada em critérios pré-estabelecidos pela alta direção.

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Algumas das vantagens apontadas por Calimeri (1969), podem ser:

a) relacionamento estreito entre fornecedores, administração das

compras com as necessidades da indústria;

b) permite no plano técnico satisfazer melhor a seleção dos

materiais;

c) facilita a formação de profissionais especializados nas compras e

a autonomia para a realização;

d) permite reduzir em alguns casos a incidência dos custos de

transportes sobre os preços dos materiais.

Calimeri (1969), aponta como desvantagens à competitividade entre

os compradores das unidades industriais:

a) a heterogeneidade das técnicas de aquisições;

b) maior incidência dos custos de transportes, seguros;

c) o maior custo de funcionamento do serviço de compras (menor

produtividade).

1.5 Centralização do departamento de compras

A centralização completa das compras reúne certas vantagens,

conforme identificadas por Calimeri (1969) e Baily (2000):

a) oportunidade de negociar maiores quantidades de materiais,

principalmente em decorrência dos benefícios da economia de escala na

fabricação e venda de produtos;

b) homogeneidade nos procedimentos gerais de compras e da

qualidade dos materiais adquiridos;

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c) a centralização das aquisições implica um único preço para cada

item,

independentemente da localização geográfica, garantindo uma

uniformidade neste quesito;

d) melhor gestão dos estoques, garantida pelo maior controle sobre

o volume global dos materiais;

e) melhor condição de atendimento em situações de escassez no

mercado fornecedor;

f) menor número de funcionários envolvidos com compras,

uniformidade de procedimentos, formulários, padrões e especificações;

g) permite melhor controle das atividades dos compradores;

h) facilidade na administração das compras com uma programação

inteligente, distribuindo as entregas melhor no tempo.

As vantagens da centralização da atividade de compras

dependem da habilidade com que o executivo responsável

pelo trabalho usa mais eficazmente o poder de compra da

empresa. Isso incluirá a consolidação das exigências, o

desenvolvimento de fontes, a racionalização dos estoques, a

simplificação dos procedimentos, o trabalho com fornecedores

para eliminar custos desnecessários em vantagens mútua e o

trabalho com colegas para assegurar um fluxo de informações

eficaz que possibilitará o atendimento dos objetivos de

compras. (BAILY, 2000, p. 55)

Para os autores Baily (2000); Calimeri (1969); Hall (1984) a

atividade de compras pode estar centralizada em um escritório central que

efetua todos os contratos de compras da organização.

1.6 Centralização e descentralização: uma combinação das duas

A combinação dos dois estilos é freqüentemente usada para obter

os melhores benefícios das melhores características de cada abordagem,

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evitando-se assim as desvantagens. Um dos modelos mais comuns é utilizado

quando a maior usuária de determinada commodity ou material negocia em

nome de todos os usuários do grupo como comprador líder. Assim, na

organização, o comprador de uma empresa A pode negociar contratos para a

matéria-prima X em seu nome e representando as empresas B e C. Da mesma

forma, o comprador, digamos da empresa B, pode negociar em nome das

empresas A e C (CHING, 2001).

Em ambos os sistemas, os compradores locais agem

autonomamente em assuntos externos ao escopo do papel do departamento

de compras centralizado. Em alguns grupos, os gerentes locais são

diretamente responsáveis por um de seus membros e tem apenas

responsabilidade indireta ou profissional pelo comprador.

Calimeri (1969), destaca que as compras de alguns materiais serão

sempre centralizadas para conseguir ganhos de escala (financeiro e

quantitativo). Alguns materiais terão suas compras descentralizadas, desde

que sejam pequenas aquisições de materiais não produtivos e que são

comprados localmente e finalmente quando o diretor de compras da empresa

decide tendo como variáveis aspectos de diversas naturezas como técnicas,

econômicas, financeiras, etc.

1.7 Organização para o pedido perfeito

De modo geral, o comprador-chefe é responsável pelas decisões

políticas, além da administração eficaz do departamento como parte da

organização. Normalmente é responsável pelos contratos e pelas decisões de

compras mais importantes. Nesse tipo de estrutura, deve-se decidir sobre

como melhor agrupar as atividades de compras para maior eficácia

organizacional.

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Uma abordagem comum, segundo Baily (2000), é fazer isso por

commodity, ou por grupo de materiais, em que cada comprador lida com uma

faixa específica de itens; por exemplo, um comprador pode ser responsável

pelas matérias-primas, outro pelos componentes mecânicos e outro pelos

materiais de limpeza e conservação patrimonial.

À parte a vantagem da especialização em uma faixa específica de

bens, isso ajuda a evitar a duplicação de esforços de pesquisa e negociação

no nível de fábrica. Este modelo facilita a coleta de dados e a comunicação

dentro do departamento e com seções da empresa. Pode fortalecer a posição

de negociação do comprador por meio da consolidação das exigências e

reduzir o tempo gasto em negociação. Além disso, permitem maior

relacionamento com os fornecedores.

Ching (2001) ressalta que é importante que alguém fique

responsável por um grupo específico de materiais na ausência do comprador

normalmente encarregado de sua aquisição. Um método comumente usado

para lidar com esse problema é a paridade de compradores. Assim este

procedimento pode ser útil para superar problemas temporários, mas também

pode ser um método para o desenvolvimento de funcionários.

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CAPÍTULO II

GERENCIAMENTO DE COMPRAS:

COMO FAZER O PEDIDO

Gerenciamento de compras começa com um pedido de um produto

ou serviço por um usuário final e termina com o pagamento ao fornecedor do

produto ou serviço (BRENNAN apud CHING, 2001), porém há muitas etapas

intermediárias que envolvem numerosos processos e departamentos.

Para reduzir os custos de materiais e suprimentos, as indústrias

tradicionalmente concentram seus esforços em diminuir, mediante descontos,

os preços por volume de compras, o que será possível por meio de

organizações de grupos de compras. Essa técnica de redução de custos

chegará ao ponto na qual não exercerá forte impacto sobre os custos totais. A

pressão de forças competitivas está levando, muitas organizações a

procurarem outros meios de reduzi-los (VIANA, 2000).

Para atingir eficácia em gerenciamento de compras, (BRENNAN

apud CHING, 2001, p.183) recomenda as seguintes providências:

a) integrar os processos de compras e de contas a pagar para

reduzir os custos fixos; centralizar a contabilidade e estabelecer padrões de

gerenciamento de compra;

b) implementar processos de compras que não utilizem papel, por

meio de intercâmbio de dados eletrônicos (IDE) (electronic data interchange –

EDI), ou outras formas de comércio eletrônico;

c) implementar um processo eletrônico de numeração e

rastreamento de produtos, para simplificar a identificação e rastreamento de

pedidos e de pagamentos.

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A tecnologia de informação pode automatizar todas as áreas de

gerenciamento de compras. Recentes avanços na tecnologia de informação,

especificamente em business-to-business (B2B) e e-commerce, constituem a

força que está dirigindo o aumento da eficiência no gerenciamento da cadeia

de suprimentos (GONÇALVES, 2004).

É necessário compreender o que é B2B e como ele afeta os custos

dos processos da cadeia de suprimentos, para entender os benefícios que

podem ser obtidos em todo o processo.

2.1 Planejamento de Compras

Nos dias atuais, todas as empresas necessitam de um planejamento

de compras como forma de estratégia para que não haja problemas futuros,

principalmente com a parte financeira da organização.

Segundo Baily (2000, p. 90) “à medida que a função compras

assume papel mais estratégico, será necessária a transferência das aquisições

rotineiras aos próprios departamentos, principalmente daquelas que agregam

pouco valor”.

Para comprar deve sempre ser precedido de um bom planejamento.

Segundo Martins (2000, p. 63) “a gestão da aquisição assume papel

verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje, em face do volume de

recursos, principalmente financeiros, deixando para trás a visão

preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de

despesas e não um centro de lucros”.

Segundo Parente (2000, p.222), o ciclo do abastecimento consiste

numa função vital para a sobrevivência e expansão de qualquer empresa.

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Conforme o referido autor, existem diferentes práticas a adotar no

planejamento das compras:

a) De cima para baixo – quando a gerência estabelece um montante

em unidade monetária para as compras de toda a empresa. Nesse caso, os

gestores de compras distribuem esse montante entre as várias categorias e

por estabelecimento (unidades de produção, ou lojas);

b) De baixo para cima – quando os gestores de compras fazem as

estimativas no nível do produto, passando pela categoria, pelos

departamentos, até consolidar no nível de toda a empresa;

c) Interativa – quando são fixados orçamentos financeiros de

compras e os gestores de compras seguem a abordagem “de cima para baixo”,

com revisões periódicas feitas pelas gerências, com a finalidade de assegurar

que as metas financeiras, de estratégias de marketing e de abastecimento

sejam cumpridas.

2.2 Cotação de preços

Conforme Pozo (2002, p.151) também afirma que a cotação de

compras é o documento de registro da pesquisa de preço que se faz em

função de ter recebido a solicitação de compra dos fornecedores que foi

aprovado para este material em específico. Nele anotam-se os dados

recebidos dos fornecedores, tais como preço, prazo de entrega, condições de

pagamento, descontos e especificação do material ou produto.

Então, a seguir faz-se análise dos preços, pois o comprador tendo

em mãos a coleta de preços encerrada passa-se a analisar os dados nela

contidos e far-se-á um comparativo entre fornecedores, avaliando todos os

fatores que influenciam o conjunto da proposta de cada componente. Aqui são

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levados em consideração todos os dados na convergência do melhor valor

agregado para a empresa e é tomada a decisão de qual ou de quais

fornecedores irá ou irão fornecer, estabelecendo-se todas as condições

necessárias da empresa.

De acordo com Kotler; Amonstrong (1993, p.117), os tipos de

compras são:

a) recompra direta – trata-se de um procedimento rotineiro, no

qual o comprador simplesmente repete pedidos anteriores,

sem nenhuma alteração. As organizações que usam esta

modalidade geralmente são experientes na compra do

produto, têm necessidades constantes e fornecedores

regulares paro o produto. Podem inclusive contar com

sistemas de compra automatizados, via computador;

b) compra modificada – trata-se de um tipo de compra que

envolve o exame de uma série de alternativas antes da sua

concretização. Geralmente decorre de mudanças efetuadas

nas condições de compra de uma recompra direta, quando

novas regras, preços, etc., são avaliados. A partir das

definições e da decisão de compra, pode ser até convertida a

um processo de compra direta;

c) compra nova – trata-se de um processo inicial de compra ou

aquela que é efetuada uma única vez. Nesse último caso,

pode envolver grandes custos e grandes possibilidades de

erro. Exatamente por isso, compras novas podem envolver

grande número de tomadores de decisão, necessitando de

grande número de informações sobre os produtos e

fornecedores alternativos. Também podem ser convertidas em

compras diretas ou modificadas.

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Segundo Churchill; Peter (2000, p.92), os critérios mais usados na

ocasião da compra são:

• Econômicos – na maior parte das vezes, os critérios

econômicos estão baseados nos custos. A avaliação

geralmente envolve análise de valor, que implica comparar os

custos e os benefícios potenciais advindos da compra;

• Qualidade e serviço – são pontos decisivos quando os

compradores operam com estoques reduzidos. A qualidade

não significa somente produtos livres de defeitos ou

esteticamente agradáveis. Além disso, devem incluir serviços

voltados a ajudar o comprador organizacional a resolver seus

problemas;

• Análise da parte vendedora – trata-se de um procedimento

no qual o comprador classifica seus fornecedores segundo

critérios como qualidade, preço, tecnologia, etc., buscando

com isso criar uma lista (ranking) de fornecedores potenciais.

• Fatores Ambientais – são fatores que assumem grande

importância no processo de decisão, visto atuarem sobre as

expectativas atuais e futuras dos compradores. Entre eles

estão: ambiente econômico, nível de demanda primária, custo

do dinheiro, modificações tecnológicas, políticas competitivas;

• Fatores Organizacionais – estão associados às

características peculiares da estrutura interna da organização

compradora. Geralmente, essa estrutura indica quantas são as

pessoas envolvidas nas decisões de compra; quem são essas

pessoas, quais os critérios de avaliação utilizados, quais as

políticas da empresa e os limites impostos aos seus

compradores. Essa estrutura poderá dispor de um sistema de

compras centralizadas ou descentralizadas, adotar políticas de

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contratos de longo prazo para situações específicas e criar

critérios de avaliação de desempenho dos seus compradores;

• Fatores Interpessoais – são freqüentemente muito sutis.

Esses fatores sempre estão presentes nos centros de compra

das organizações mas são de difícil identificação. São

representados por influências invisíveis que interferem nos

processos de decisão;

• Fatores individuais – cada participante do processo de

compra tem seus motivos, percepções e preferências,

influenciados pela idade, renda, educação, identificação

profissional, personalidade e atitudes perante o risco.

2.3 Informações completas para o pedido perfeito

De acordo com Kotler; Armstrong (1993, p.124):

Eles têm um processo de decisão de compra que tem início

com o reconhecimento do problema e termina com a decisão

sobre quais produtos comprar de quais fornecedores e sob

quais condições. Os compradores são afetados por um amplo

leque de fatores ambientais, organizacionais, interpessoais e

individuais.

Os mesmos autores ressaltam, entretanto, que existem algumas

importantes diferenças entre o comportamento dos compradores industriais e

dos compradores revendedores. Tais diferenças ocorrem: Nos tipos de

decisão de compra; nas pessoas que participam da compra e no modo como

tomam suas decisões de compra.

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De acordo com Kotler; Armostrong (1993), os pedidos são refeitos

quando o estoque diminui. Nesse caso as ordens são emitidas e enviadas aos

mesmos fornecedores, enquanto permanecerem fixas as condições

estabelecidas ou negociadas e enquanto o nível do fornecedor for satisfatório.

As ferramentas de marketing empregadas pelos fornecedores para

convencer os compradores a colocar em linha os seus produtos conforme

Kotler; Armstrong (1993) são:

a) compras com estoque zero – em que o produtor fica com o

estoque e entrega os bens, mediante solicitação;

b) exclusividade da produção – onde o comprador terá

exclusividade na aquisição de determinado produto, desde que mantenha um

volume de compras em um determinado período contratado.

2.4 Negociação

Para Baily (2000, p.242), “As pessoas que assumem papéis de

negociadores devem comunicar suas posições, fazer demandas e concessões,

responder às sinalizações de mudanças e chegar a resultados”.

Há três fases amplas do processo de negociação: preparatória –

análise das informações, definição de objetivos e desenvolvimento de

estratégias; reunião – introduções, esclarecimentos e definição de um acordo;

e final – implementação do acordo.

Baily (2000, p. 59) identifica que:

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o estilo da negociação depende do objetivo a ser atingido. O

ganho à curto prazo pode ser obtido por um estilo agressivo e

positivo. Essa abordagem tende a levar a problemas a longo

prazo. Uma abordagem ganha-ganha mais duradoura,

baseada nos desejos de ambas as partes, é provável de ser

recompensada. Enquanto uma parte pode fazer concessão de

preço, pode estar ganhando nas condições de entrega ou de

pagamento.

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CAPÍTULO III

PROGRAMAÇÃO DE COMPRAS

JUNTO AO FORNECEDOR

3.1 Ambientes de manufatura e o sistema de compras

Martins (2000, p. 61) afirma que “a estratégia de manufatura é um

conjunto de decisões visando atingir desempenho em critérios competitivos

alinhados aos objetivos da empresa.” Quatro são as tipologias básicas de

produção que definem ou direcionam grande parte das atividades que compõe

o processo de Gestão da Produção, e que interferem no modelo de Gestão

das Compras, sendo elas:

a) Produção para Estoque: caracteriza os sistemas que

produzem produtos padronizados, baseados principalmente

em previsões de demandas. Nesse caso, nenhum produto é

customizado, porque o pedido é feito com base no estoque de

produtos acabados. Isso significa que a interação direta dos

clientes com o projeto dos produtos é muito pequena ou

inexistente. Este sistema têm como principal vantagem a

rapidez na entrega dos produtos, mas os custos com estoques

tendem a ser grandes e os clientes não têm como expressar

diretamente suas necessidades a respeito dos produtos.

Nesses sistemas os ciclos de vida dos produtos tendem a ser

relativamente longos e previsíveis, permitindo que o

departamento de compras desenvolva fornecedores com foco

em relação de longo prazo, permitindo inclusive redução de

custos devido aos volumes negociados.

b) Montagem sob encomenda: caracteriza os sistemas em que

os subconjuntos, grandes componentes e materiais diversos

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são armazenados até o recebimento dos pedidos dos clientes

contendo as especificações dos produtos finais. A interação

dos clientes com o projeto dos produtos é limitada. Nestes

sistemas as entregas dos produtos tendem a ser de médio

prazo e as incertezas da demanda (quanto ao mix e volume

dos produtos) são gerenciadas pelo excesso no

dimensionamento do estoque de subconjuntos e capacidade

das áreas de montagem.

c) Produção sob encomenda: o projeto básico pode ser

desenvolvido a partir dos contatos iniciais com o cliente, mas a

etapa de produção só se inicia após o recebimento formal do

pedido. A interação com o cliente costuma a ser extensiva e o

produto está sujeito a algumas modificações, mesmo durante

a fase de produção. Neste sistema os produtos geralmente

não são um de cada tipo, porque usualmente os produtos são

projetados a partir de especificações básicas. Os tempos de

entrega tendem a ser de médio à longo prazo e as listas de

materiais são únicas para cada produto, bem como os

fornecedores podem ser diferentes para cada pedido,

tornando o relacionamento de compras esporádico neste caso,

não permitindo estratégias de redução de custos eficientes,

devido a alternação dos fornecedores capazes de entregar o

material.

O trecho exposto exerce repercussões importantes para as

organizações e os departamentos de compras envolvidos, significando

diferentes tipos de contratos, longo e curto prazos, redução ou aumento no

número de fornecedores, que pode levar a problemas de coordenação ou altos

custos de desenvolvimento de fornecedores.

Para Christopher (1997), muitas idéias e conceitos tem surgido

sobre o gerenciamento de empresas, sendo que um dos princípios mais

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importantes adotados e praticados amplamente seja o just-in-time ou JIT, muito

mais uma filosofia do que uma técnica. Este sistema se baseia na simples

idéia que, sempre que possível, nenhuma atividade deve acontecer num

sistema, enquanto não houver necessidade dela.

Ainda segundo Christopher (1997, p. 82):

nenhum produto deve ser feito, nenhum componente deve ser

comprado enquanto não houver necessidade. Essencialmente

o JIT adota o conceito de “puxar” a produção, onde a

demanda, no final do canal de suprimentos puxa os produtos

em direção ao mercado e o fluxo de componentes pertinentes

a estes produtos também é determinado pela demanda. O JIT

contrasta com o sistema tradicional de “empurrar”, onde os

produtos são fabricados ou montados em lotes, antecipando a

demanda, e são posicionados na cadeia de suprimentos como

“reguladores” entre as várias funções.

3.2 Estoque de segurança

Em um ambiente de produção para estoque, os produtos são

fabricados e colocados no estoque antes que uma encomenda de um cliente

seja recebida. A venda e a entrega dos produtos são feitas a partir do estoque.

Segundo Arnold (1999), as empresas utilizam este sistema quando a demanda

é claramente constante e previsível, existem poucas opções de produtos, o

tempo de entrega desejado pelo mercado é muito menor que o tempo

necessário para se fabricar o produto e o produto tem vida longa na prateleira.

Neste cenário o objetivo ao se desenvolver o plano de produção e a

programação de compras é minimizar os custos de estoque, compras e de

produção. Segundo Bertaglia (2003, p. 43), “as organizações modernas estão

se conscientizando cada vez mais da necessidade de manter alianças com

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fornecedores”, ao invés de permanecer em uma relação puramente de compra

de venda, com tendências de animosidade na maioria das circunstâncias.

Estão também reduzindo a quantidade de fornecedores,

mantendo um relacionamento de longo prazo, com altos

volumes e maior flexibilidade, o que permite que as trocas de

informações seja efetuadas no âmbito global de planejamento,

de modo que se possa verificar os impactos provenientes de

restrições de capacidades e prazos de entrega. Isto quer dizer

que organizações com este sistema de produção para estoque

permitem reduções importantes nos custos através da

negociação de contratos de longo prazo com os fornecedores,

que por sua vez reduzem os custos e função dos lotes

econômicos negociados. (BERTAGLIA, 2003, p. 43)

Para Viana (2000), as empresas usam uma combinação de fontes

de suprimentos para obter bons resultados, uma priorizando custo, mas

incapaz de lidar bem com a incerteza e outra priorizando a flexibilidade para

lidar com a incerteza a um custo maior. Para que esta estratégia seja eficiente,

uma fonte não deve ser reserva da outra, mas sim devem priorizar habilidades

diferentes. A fonte mais barata deve se concentrar na eficiência e deve ser

acionada para suprir apenas a parcela previsível da demanda. A fonte

flexível deve priorizar a responsividade e ser acionada para suprir a parcela

incerta da demanda.

Em um ambiente de produção sob encomenda, os fabricantes

esperam até que uma encomenda seja recebida de um consumidor antes de

começar a fabricar os bens. Exemplos desse tipo de produção são roupas

costuradas sob medida, maquinário ou produtos feitos segundo especificações

do cliente. Itens muitos caros geralmente são fabricados sob encomenda.

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Segundo Arnold (1999), de modo geral, as empresas trabalham sob

encomenda quando os bens são fabricados segundo especificações dos

clientes e estes aceitam esperar até que a encomenda seja fabricada. Ou o

produto é caro para se fabricar e estocar e existem muitas opções de produtos

oferecidas. Neste caso quando o cliente não deseja esperar até que o produto

seja fabricado, os fabricantes produzem e estocam peças e componentes

padronizados. Quando os fabricantes recebem uma encomenda de um cliente,

montam essas peças e componentes a partir do estoque de acordo com a

encomenda.

Segundo Bertaglia (2003, p. 62), “caso o fabricante use alguns

materiais ou componentes com freqüência, ele poderá mantê-los em estoque;

do contrário, o cliente terá de esperar que os materiais sejam obtidos para se

iniciar a produção”. Esse tipo de processo apresenta um tempo de espera

superior ao do sistema de produção contra estoque e depende do tipo de

fornecedor escolhido, se prioriza custo ou prioriza entrega rápida.

De modo geral, Baily (2000) alerta que as empresas e seus

compradores devem conhecer seus mercados para estarem em condições de

tomar as decisões sobre fontes de suprimentos corretas. Precisam conhecer

bem seus fornecedores, acompanhar os planos de negócios para que a

escolha permita a obtenção dos resultados previstos.

3.3 A visão Tradicional de Compras

A visão tradicional de compras entende o processo de compras

apenas focado no ato de comprar, ou seja, está baseada no interesse de

adquirir o volume máximo de recursos pela menor quantia de dinheiro. Esta

visão é marcada por adversidade entre cliente e fornecedor, e esta

adversidade é constatada em todas as etapas do processo, como mostra

Arnold (1999, p. 65):

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1) Receber as requisições de compra

O usuário emite uma requisição de compras conforme a sua

necessidade de material. A área de compras só é envolvida no

momento do recebimento dessas requisições.

2) Analisar as requisições de compra

A área de compras verifica se o que foi solicitado na

requisição de compras pode ser atendido de acordo com as

necessidades do usuário.

3) Selecionar Fornecedores

O fornecedor verifica quais são os fornecedores disponíveis

para a requisição, e realiza a cotação de preço.

4) Negociar o preço

Depois de selecionar o fornecedor o comprador negocia

melhores condições de compra.

5) Emitir pedidos de compra

O comprador emite o pedido de compra e envia para o

fornecedor.

6) Fazer um acompanhamento

área de compras faz um acompanhamento do pedido para

garantir que as condições de entrega sejam garantidas.

7) Receber e aceitar as mercadorias

O usuário é responsável por receber e aceitar a mercadoria.

Compara-se o recebido com o pedido de compra e aceita-se o

material, ou havendo divergências o mesmo é encaminhado

para que a área de compras resolva a discordância.

8) Aprovar a fatura para pagamento do fornecedor

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A fatura segue para a área financeira para pagamento da

mesma.

Baily (2000) mostra que este modelo de estruturação de compras

está ultrapassado é que é necessário agregar mais para torná-lo mais ágil e

eficiente. É necessário dar maior visão estratégica ao processo.

3.4 A Visão Estratégica de Compras

Com a implantação de uma abordagem estratégica ao processo de

compras de materiais, as organizações cliente-fornecedor, procuram ficar mais

próximas para identificar interesses comuns (BAILY, 2000). Este enfoque

implica na concentração de esforços da área de compras em atividades de

negociação, relacionamento a prazos longos, desenvolvimento de

fornecedores.

A seguir são apresentadas as etapas do processo de compras numa

visão estratégica, pró-ativa através dos conceitos de Baily (2000, p. 72):

1) Criação de parcerias com fornecedores

Esta parceria deve ser do tipo ganha-ganha onde ambos

contribuem para o aprimoramento do outro e realizam

negócios em longo prazo.

2) Realização do planejamento das aquisições

Tem como objetivo aumentar o poder de negociação dos

compradores com fornecedores.

3) Negociação das condições de compra

Tendo planejado a compra é possível realizar negociações de

grandes lotes visando abranger a qualidade, flexibilidade das

entregas e condições de pagamento.

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4) Aprovação das condições de compra

Na aprovação se faz a análise dos investimentos necessários,

e das condições do negócio.

5) Emissão das requisições de compra

O usuário emite uma requisição de compras conforme sua

necessidade, sendo que estes materiais já estão previstos no

planejamento.

3.5 A estratégia para o pedido perfeito

Uma estratégia pode ser vista como um meio pelo qual os fins à

longo prazo são atingidos. Quando e onde o envolvimento do departamento de

compras no desenvolvimento de estratégias empresariais for pouco adequado,

é provável que oportunidades exploráveis serão perdidas, enquanto ameaças

serão negligenciadas. Em tais circunstâncias, é provável que a função

compras estará trabalhando em base operacional, apagando incêndios e

administrando crises (BAILY, 2000).

Uma abordagem que continua sendo favorecida é a organização de

compras estabelecer fornecedores exclusivos, negligenciando os chamados

benefícios da competição de mercado, os denominados arranjos de parceria.

Essa abordagem estratégica, acompanhada de outras, não garante o sucesso,

pois podemos ter problemas de suprimentos em razão de uma greve, incêndio

ou adversidades climáticas (enchente, neve). Entretanto os estrategistas que

tomaram essas decisões calcularam a probabilidade de haver o problema em

relação aos benefícios esperados (COSTA, 1998).

Para Costa (1998, p. 24):

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os compradores evitam confiar todos os negócios a uma

única fonte de suprimentos. Suas estratégias e táticas

envolvem manter duas ou mais fontes em um mercado para

estimular a concorrência e dar alguma segurança para um

eventual problema.

Uma estratégia eficazmente usada por compradores envolveu a

aquisição de parte da produção de um fornecedor. Os fornecedores aderiram a

esta idéia, pois proporcionava a utilização de parte da empresa a prazos mais

longos. No processo de trabalhar bem próximos, as comunicações entre

compradores e vendedores, geralmente, eram mutuamente benéficas (BAILY,

2000).

Necessitamos ter o conhecimento e tecer várias considerações,

conforme Baily (2000, p. 51) antes de definir a estratégia a ser adotada.

Quanto ao mercado de suprimentos.

1. Tamanho do mercado de suprimentos.

2. Nível de concorrência (vendedores existentes no mercado)

3. Considerações legais.

4. Considerações tecnológicas.

5. Considerações sociais

6. Considerações de relações industriais.

7. Condições econômicas gerais.

8. Nível de concorrência de outros compradores.

9. Nível de inflação.

10. Níveis de moedas comparativas.

11. Número de fontes potenciais (pós-desenvolvimento).

12. Força de compras.

Considerações específicas dos fornecedores.

1. Qualidade dos relacionamentos.

2.Nível de confiança.

3. Registro de desempenho

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4. Tecnologia de produção

5. Instalações de produção.

6. Nível de flexibilidade.

7. Nível de qualidade.

8. Registro de qualidade.

9. Registro de estoques.

10. Estabilidade financeira.

11. Abordagem de preços.

12. Política de crédito.

13. Distância da fábrica do comprador.

14. Instalações de estocagem.

15. Instalações de manipulação.

16. Instalações logísticas.

17. Proporção de vendas por comprador.

Considerações internas.

1. Instalações de estocagem.

2. Instalações de manipulação.

3.Instalações logísticas.

4. Políticas de pagamento.

5. Considerações de fluxo de caixa.

6. Informações de preços.

7. Informações de custos.

8. Precisão de detalhamento das informações do mercado de

suprimentos.

9.Precisão e agilidade das informações gerenciais.

10. Tecnologia de produção.

11. Instalações de produção

12. Estabilidade de programação.

13. Considerações de relações industriais.

14. Volume e freqüência das necessidades de suprimentos.

15. Exigências de qualidade.

16. Nível de tecnologia.

17. Nível de estoque de materiais.

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18. Design de componentes.

19. Faixa de componentes.

20. Flexibilidade de componentes.

21. Fabricar ou comprar.

22. Fontes existentes de abastecimento.

23. Compras no país ou exterior.

24. Um ou mais fornecedores.

De acordo com Baily (2000, p.52), muitos fatores influenciam a

escolha de uma estratégia no qual as organizações poderão fazer uso.

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CONCLUSÃO

O que era uma atividade corporativa pouco desenvolvida se tornou

uma atividade de rápido progresso, uma vez que os líderes de compras têm

demonstrado que podem ser fonte permanente de redução de custos nas

empresas, na busca pelo pedido perfeito.

Os papéis e responsabilidades dos líderes de compras estão em

franco desenvolvimento e apontam para um futuro promissor nas

organizações. O profissional de compras tem demonstrado grande poder de

adaptação aos novos desafios impostos pelas mudanças de mercado. Estão

agregando novas responsabilidades e procurando novos mercados

constantemente.

Segundo a literatura pesquisada, pode-se constatar o crescimento

do papel estratégico de compras e o reconhecimento de que suas decisões

impactam fortemente nos resultados das empresas. As inovações previstas

para os próximos anos são a adoção de processos de negociação que

permitam a celebração de contratos de fornecimento de longo prazo, bem

como a adoção de processos de relacionamento via internet, além da

descentralização da logística, com o objetivo de redução de custos, visto que

transporte e armazenagem são custos expressivos na distribuição.

Atualmente as empresas priorizam em suas negociações o custo e a

demanda previsível, seguido da utilização de lotes econômicos na decisão de

compras, influenciando o comportamento dos compradores, tornando-os mais

aptos a pesquisa e desenvolvimento de fornecedores com foco em relação de

longo prazo.

Conclui-se que o envolvimento atual de compras nas principais

atividades corporativas nas empresas tem ênfase no estabelecimento de

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procedimentos e políticas de compras visando soluções para redução de custo

no momento do pedido.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO .................................................................................................. 02

AGRADECIMENTO................................................................................................... 03

DEDICATÓRIA .......................................................................................................... 04

RESUMO .................................................................................................................. 05

METODOLOGIA ....................................................................................................... 06

SUMÁRIO ................................................................................................................. 07

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 08

CAPÍTULO I. Aspectos Gerais e objetivos de compras ............................................ 10

1.1 A Função Compras ............................................................................................. 11

1.2 Organização do Setor de Compras..................................................................... 14

1.3 O setor de compras para o pedido perfeito ........................................................ 17

1.4 Descentralização do departamento de compras ................................................. 18

1.5 Centralização do departamento de compras ...................................................... 19

1.6 Centralização e descentralização: uma combinação das duas .......................... 20

1.7 Organização para o pedido perfeito ................................................................... 21

CAPÍTULO II. Gerenciamento de compras: como fazer o pedido ............................ 23

2.1 Planejamento de Compras .................................................................................. 24

2.2 Cotação de preços .............................................................................................. 25

2.3 Informações completas para o pedido perfeito ................................................... 28

2.4 Negociação ......................................................................................................... 29

CAPÍTULO III. Programação de compras junto ao fornecedor ................................. 31

3.1 Ambientes de manufatura e o sistema de compras ............................................ 31

3.2 Estoque de segurança ........................................................................................ 33

3.3 A visão Tradicional de Compras ......................................................................... 35

3.4 A Visão Estratégica de Compras ........................................................................ 37

3.5 A estratégia para o pedido perfeito ..................................................................... 38

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CONCLUSÃO ........................................................................................................... 42

BIBLIOGRAFIA CITADA ........................................................................................... 44

ÍNDICE ...................................................................................................................... 46