tributação em revista 53

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EM REVISTA Uma publicação do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal – Unafisco Sindical Ano 14 N° 53 jan–mar 08 R$ 7,00 ributação T ISSN 1809-3426 Repensando o Brasil Entrevista com Márcio Pochmann, presidente do Ipea Página 6

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Tributação em Revista

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e m r e v i s t aUma publicação do sindicato Nacional dos auditores-Fiscais da receita Federal – Unafisco sindical

ano 14 N° 53 jan–mar 08 r$ 7,00

ributaçãoTissN 1809-3426

Repensando o BrasilEntrevista comMárcio Pochmann, presidente do IpeaPágina 6

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ARTIGO DE OPINIãO

O modelo de ZPE introduzido pelaLei 11.508/2008: uma primeira avaliação O artigo analisa uma estrutura básica de um modelo de ZPE a partir da Lei 11.508/2008. (Helson C. Braga e Felipe Augusto Froner C. Braga)

O sigilo bancário e a fiscalizaçãoO artigo trata das conseqüências do fim da CPMF. (Gilberto Guerzoni Filho e Roberto Barbosa de Castro)

O comércio internacional do Brasil antes de 1808O artigo questiona o fato de que a “abertura dos portos” em 1808 teria sido o ato inaugural da aduana brasileira. (José Eduardo Pimentel de Godoy)

QuEsTõEs POlêmIcAs DE DIREITO TRIbuTáRIO

Análise do Acórdão EDcl em AgRg no Resp 933.539, de 07/02/2008, que trata da desnecessidade de notifi-cação de exclusão do Refis(Áryna Martins Dias Rangel)

INDIcADOREs TRIbuTáRIOs E fINANcEIROs

(Roberto Boccacio Piscitelli e Mário Sérgio F. Sallorenzo)

sumárioENTREvIsTA

Márcio Pochmann

O presidente do Ipea fala das novas diretrizes de atuação da instituição e sobre a necessidade de repensar o Brasil

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EDITORIAl5

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DIRETORIA ExEcuTIvA NAcIONAl (DEN)Presidente Pedro Delarue Tolentino Filho

1º vice-Presidente Gelson Myskovsky Santos

2º vice-Presidente Ildebrando Zoldan

secretário-Geral Rogerio Said Calil

Diretor-secretário Ricardo Skaf Abdala

Diretor de finanças Luiz Gonçalves Bomtempo

Diretor-Adjunto de finanças Iran Carlos Toneli Lima

Diretora de Administração Ivone Marques Monte

Diretor-Adjunto de Administração Mauricio Gomes Zamboni

Diretor de Assuntos Jurídicos Wagner Teixeira Vaz

Diretor-Adjunto de Assuntos Jurídicos Kleber Cabral

Diretor de Defesa Profissional Rafael Pillar Junior

Diretora-Adjunta de Defesa Profissional Renata Lobo Rossetto

Diretor de Estudos Técnicos Luiz Antonio Benedito

Diretor-Adjunto de Estudos Técnicos Roberto Barbosa de Castro

Diretor de comunicação social João Ricardo de Araujo Moreira

Diretor-Adjunto de comunicação social Alcebíades Ferreira Filho

Diretor de Assuntos de Aposentadoria, Proventos e Pensões Clotilde Guimarães

Diretor-Adjunto de Assuntos de Aposentado-ria, Proventos e Pensões Amilton Paulo Lemos

Diretor de seguridade social Carlos Antonio Lucena

Diretor-Adjunto de seguridade social Jesus Luiz Brandão

Diretor de Assuntos Parlamentares Eduardo Artur Neves Moreira

Diretor-Adjunto de Assuntos Parlamentares João da Silva dos Santos

Diretor de Relações Intersindicais Dagoberto da Silva Lemos

Diretor de Relações Internacionais Robson Canha Ferreira

Diretores-suplentes Claudio Marcio Oliveira Damasceno Renato Augusto da Gama e Souza Agnaldo Néri

conselho fiscal membros Titulares Henrique Gehrke Humberto Guedes Acioli Toscano Benedito Giovaldo Freire

membros suplentes Almerindo Arruda Botelho Domiciano de Oliveira Neto Valmir da Cruz

Tributação em Revista é uma publicação do sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da

Receita Federal – Unafisco Sindical.

conselho EditorialPedro Delarue Tolentino Filho, Luiz Antonio Benedito, Roberto Barbosa de Castro.

Diretor Executivo da TR Roberto Barbosa de Castro

coordenação Executiva Alvaro Luchiezi Jr.

Revisão Joelita Araújo

Edição Patrícia Cunegundes

Projeto GráficoErika Yoda

Diagramação Erika Yoda e Fabrício Martins

fotolito e Impressão Kaco Gráfica e Editora

Tiragem 3 mil exemplares

Produção Editorial

Assinaturas Pode ser feita diretamente na Secretaria de Finanças pela internet (www.unafi sco.org.br) ou nas Delegacias Sin dicais do Unafi sco Sindical. Ninguém está autorizado a captar assinaturas. Qualquer pessoa que se disser re presentante derá ser denunciado.

valores Exemplar Avulso: R$ 5,00 Atrasado: R$ 6,00 Assinatura anuidade (revista trimestral): Filiados: R$ 12,00; Não-fi liados: R$ 24,00

Redação e correspondência SDS, Conjunto Baracat – 1º andar, salas 1 a 11 Brasília-DF - CEP 70392-900 Fonefax: 61 3218-5255 www.

unafisco.org.br den@unafi sco.org.br

Diretor Ronaldo de Moura

(61) 3349 2561

E M R E V I S T AributaçãoT

colaboração:Os artigos, inéditos, devem ser enviados para Tributação em Revista – Unafisco Sindical, Departamento de Estudos Técnicos, SDS, Conjunto Baracat, salas I e II, Brasília-DF, CEP 70.392-900 ou para o e-mail [email protected]. Os textos serão submetidos ao Conselho Editorial quanto à conveniência de publicá-los, poderão sofrer revisão e, se necessário, serão devolvidos ao autor com sugestões de mudanças ou solicitação de informações. Nenhuma modifi cação de estrutura ou conteúdo será feita sem consentimento do autor. As matérias publicadas por Tributação em Revista só poderão ser reproduzidas mediante autorização do Unafisco Sindical. Os originais devem ser apresentados em disquetes, CD-ROM ou enviados por email, em arquivos do Word e Excel (tabelas), corpo 12, até 15 páginas e deverão conter: Página inicial abordando os principais tópicos do artigo; Notas e referências bibliográficas; Currículo do autor (máximo 5 linhas);

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DITORIAle

As efemérides têm o condão de nos obrigar a rever o passado e, portanto, a uma inevitável comparação com o

presente.

Estamos comemorando, nesses dias, o bicentenário da carta régia do Príncipe Regente de Portugal que,

nos rescaldos da fuga da metrópole para a colônia, tangido pelas tropas napoleônicas, determinou a abertura dos portos

brasileiros às nações amigas.

No âmbito fazendário, convencionou-se impropriamente que esse teria sido o ato inaugural da aduana brasileira. Im-

propriamente porque, como nos demonstra o impressionante artigo de José Eduardo de P. Godoy, na pior das hipóteses,

o que ocorreu em janeiro de 1808 foi uma reabertura dos portos, uma vez que as alfândegas funcionavam desde o século

XVI, quando, no mínimo, havia fiscalização do comércio com a Metrópole.

Isso, entretanto, não tem maior importância. O que importa é colher o momento para, emergindo do mergulho no

passado, aproveitar o movimento de voar em direção ao futuro.

A forçada transladação da família real portuguesa significou verdadeiramente o nascimento da consciência nacional.

Não por mera coincidência, a colônia de economia e cultura reprimidas saiu do casulo para se transmudar, quatorze anos

depois, com o grito do Ipiranga, em Nação Brasileira.

O bicentenário ocorre em meio a uma notável revolução econômica, política, social e tecnológica de todo o mundo.

Neste momento, a globalização da economia brasileira, iniciada com a abertura dos portos, assume contornos de drama-

ticidade. A profundidade, a amplitude e a velocidade das mudanças criam um torvelinho que altera a geografia humana

e econômica do planeta em tempos curtíssimos.

O momento, pois, é de visar e de preparar o futuro. A tomada de consciência e de atitudes determinará se o Brasil se

alça definitivamente ao primeiro mundo ou se se conforma em regredir ao estágio de periferia. Se, à semelhança de 1800,

sairemos ou não do casulo. E se sairmos, que desta vez seja como nação rica, progressista, justa e independente.

Mais do que nunca o pensamento estratégico é fundamental. Qual é o projeto nacional? Como desejamos estar em

vinte, trinta, quarenta anos? Qual o modelo econômico, político, social, educacional para atingirmos esse desiderato?

Para ajudar nessa reflexão, Tributação em Revista foi buscar a visão histórica de José Eduardo Godoy e a opinião de

Márcio Pochmann, Presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), agora oficialmente integrado e

engajado no órgão ministerial recém-criado para planejar as ações de longo prazo do Governo Brasileiro. Ele mesmo

assim sintetiza a missão: A idéia era, em primeiro lugar, projetar para o futuro o que seria o Brasil, mantida a situação do

jeito que está. Pensar que sociedade queremos. Então, é fazer esse diálogo: que sociedade queremos, que sociedade seremos se

nada for alterado.

Resta-nos indagar sobre como cada um de nós, individual ou institucionalmente, pode participar dessa empreitada.

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NTREvIsTAe

O economista márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, fala sobre o novo papel do

Instituto, sobre desafios do brasil no longo prazo e sobre justiça tributária. Na entrevista, lamenta que o senado tenha rejeitado a prorrogação da cPmf, con-siderada por ele um tributo moderno.

Nononono

É PREcIsO umA REfORmA PROfuNDA DO EsTADO

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Em entrevistas mais antigas e em alguns trabalhos, notava-se certo desalento, certo ceticismo da sua parte em relação às classes políticas convergirem para um projeto nacio-nal. sua vinda para o governo significa alguma mudança nesse ceticismo, o senhor está mais otimista?

Meu movimento para assumir o Ipea está condicio-nado à missão que o instituto passou a assumir a partir da sua transformação em uma instituição subordinada a uma estratégia de longo prazo. Nossa preocupação tem se concentrado muito mais em olhar as possibilidades, as oportunidades, os desafios que o Brasil tem frente a três movimentos principais que me parecem fundamentais para animar o debate em torno de o Brasil criar um cami-nho próprio.

E quais são esses movimentos?Primeiro, o enfrentamento acerca dos limites impostos

pelo desenvolvimento capitalista. Esses limites estão dados pela sua baixa capacidade de universalização do padrão de consumo e de bem-estar social. Para que pudesse ser internalizado o padrão de consumo de bens de alto valor unitário, foi necessária uma concentração brutal da renda. Então aqui no Brasil, o subdesenvolvimento significou a presença de 40 milhões de automóveis numa população de mais de 190 milhões de habitantes. Significa termos no País uma infra-estrutura aeroportuária que atende 5% da população. Esse padrão de desenvolvimento capitalista en-controu seu limite porque a possibilidade de difundir isso de forma universal é insustentável, pois, politicamente, leva ao aprofundamento do subdesenvolvimento, por um lado; por outro lado, ele é insustentável ambientalmente. Não é possível continuar com esse padrão de produção e de consumo que degrada o meio ambiente.

O segundo ponto é a tentativa de entender essa se-gunda onda de difusão do consumo que se dá a partir da China. Temos uma diferença muito grande em relação ao padrão de consumo instalado pelo Fordismo. Henry Ford destoou, digamos, do movimento que se tinha até o início do século 20, que era de produzir reduzindo salários. Para aumentar as possibilidades de consumo, ele aumenta os salários de seus trabalhadores. Então, tivemos uma onda de consumo no mundo, do início do século 20 para cá, apoiada basicamente na elevação dos salários. O padrão chinês atua numa outra perspectiva, ele está permitindo um avanço significativo do consumo associado não à ele-vação dos salários, mas à redução dos custos de produção. A Índia anunciou recentemente a fabricação de carros a 4.500 dólares. A se manter essa perspectiva, teremos uma sociedade muito distinta da que conhecemos até agora.

Nesse sentido precisamos saber qual o espaço do Brasil.E o terceiro vetor é a possibilidade de entender o es-

paço do Brasil nessa nova divisão do trabalho, que tem o deslocamento dos Estados Unidos como centro do mundo para a Ásia e que faz com que a China assuma cada vez mais a perspectiva da oficina do mundo e a Índia de seu escritório. Quer dizer, a América Latina praticamente fica deslocada e aponta-se a perspectiva de avançarmos mais no que seria o “País FAMA” (Fazenda com Maquiladora). De certa maneira o Brasil vem se especializando nas duas últimas décadas na produção de bens de baixo valor agre-gado e pouco conteúdo tecnológico, que tem um poten-cial de geração de emprego, mas em geral são empregos de baixa remuneração.

E como retomar esse papel de planejar do governo?

Esse papel de planejar a médio e longo prazo é inexora-velmente do governo. As empresas atuam no planejamento estratégico diferentemente de uma agenda nacional. A so-ciedade brasileira anseia por um plano de desenvolvimento nacional. O Ipea tem condições de ajudar o País a pensar no longo prazo, embora tenha ficado de fora, inclusive, da reforma realizada sob ponto de vista do Estado brasileiro. Nós tivemos nos últimos 22 anos uma modernização, por exemplo, do aparelho de Estado no que diz respeito à cons-tituição da Secretaria do Tesouro Nacional, criada em 1986 e que hoje é um grupo coeso, moderno, envolvido na admi-nistração pública. Tivemos outra organização importante na Secretaria de Finanças. Enfim, melhoramos os mecanismos de controle do ponto de vista da arrecadação e dos recursos, mas isso tudo diz respeito a medidas de curto prazo e de administração dos recursos. Avançamos pouco, do ponto de vista de que a sociedade tivesse elementos para refle-tir sobre as decisões tomadas. Nosso esforço nesse sentido se dá considerando que a recuperação do planejamento no Brasil pressupõe a participação e a gestão pública do conhe-cimento, numa mudança do modo de atuar. Temos pro-curado, dentro do desafio que é a coordenação pública do conhecimento, envolver as universidades e as instituições de pesquisa.

Qual o papel da formação nesse contexto?A formação é importante, a nosso ver, inclusive no

que diz respeito à constituição de uma matricialidade do planejamento. Não dá para fazer planejamento exclusi-vamente econômico, temos que considerar vários temas que estão aí, como meio ambiente, por exemplo. Temos que considerar também a necessidade de termos políti-

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cas públicas intersetoriais. Não podemos olhar a proble-mática do País do ponto de vista setorial. Há ainda uma agenda com várias instituições, inclusive multilaterais.

O Ipea então está integrado com outras instituições para pensar o País no futuro?

Entendemos a necessidade de ter uma visão de lon-go prazo. Nosso papel basicamente é oferecer – e propor, digamos – alternativas. Mas quem vai decidir por essas alternativas é o gestor público. Nesse sentido não somos gestores de decisão, por isso que estamos mudando a insti-tucionalidade, a relação com o governo, não só com o Exe-cutivo. Nossa preocupação também é servir de assessoria e de proposições para o Legislativo e o Judiciário. Temos uma conexão com esses dois poderes e, obviamente com o Executivo, mas tudo dentro de uma nova institucionali-dade. É um plano de trabalho estabelecido com cada uma das instituições, com cronograma, metas.

A idéia da gestão pública do conhecimento é que o Ipea é uma das poucas instituições do Brasil que, além de oferecer o diagnóstico, tem condições de oferecer proposi-ções, alternativas para o governo e para a sociedade, para que também possam decidir sobre essas alternativas.

Há por parte do governo uma vontade política de em-barcar numa parceria como essa?

É interessante como o tema do desenvolvimento tem estimulado no governo, interna e externamente, a necessidade de responder determinadas questões. En-tão o Ipea termina sendo essa referência. Temos sido demandados, mas também temos estimulado atores a sentar em torno da constituição dessa agenda nacional. Estamos montando essa rede que está olhando o País numa perspectiva mais ampla com praticamente todos os ministérios. É natural que o governo, o Executivo, responda o curto prazo, não há outra alternativa. São feitos certamente estudos para auxiliar na tomada de decisão, mas não há avaliações no período posterior que permitam dizer: “olha, o que foi decidido aqui está correto, ou está incorreto, precisa melhorar, ou não”.

Portanto, o Ipea pode muito bem desenvolver esse pa-pel, justamente porque faz parte do ciclo de gestão da administração pública federal.

um produto desse pensamento estratégico pode se tor-nar uma peça de planejamento para o brasil? vai haver uma ação proativa do Ipea nesse sentido?

Nossa missão, demandada pelo presidente para o ministro Mangabeira (Unger, de Assuntos Estratégicos), é oferecer uma proposta de longo prazo para o País. Então, o presidente Lula, até onde conseguimos com-preender, quer deixar para o seu sucessor uma visão de longo prazo, de planejamento. Portanto, é uma tare-fa que certamente devemos contribuir em articulação com a inteligência nacional. Isso está sendo organiza-do. A idéia era, em primeiro lugar, projetar para o futu-ro o que seria o Brasil, mantida a situação do jeito que está. Pensar que sociedade queremos. Então, é fazer esse diálogo: que sociedade queremos, que sociedade seremos se nada for alterado.

Estamos fadados ao crescimento a qualquer custo ou buscaremos um modelo de crescimento baseado na justiça social e inclusão?

Precisamos considerar nosso avanço pelo padrão de glo-balização que temos. Dentro desse padrão de globalização não dá, no meu modo de ver, para trabalhar com as possi-bilidades de um só país. Inclusive porque, nas duas últimas décadas, se tirarmos a Índia e a China, a pobreza aumentou no mundo. Outro ponto a se considerar é o papel do Esta-do. Há um vazio de regulação pública. Estamos assistindo ao acirramento da competição intercapitalista, que está fazendo basicamente com que o mundo se solidifique em 500 gran-des empresas. Qualquer setor de atividade está submetido a pouquíssimas empresas. As três maiores do mundo têm um faturamento que equivale ao PIB nacional. Esse é o contexto que no meu modo de ver é da trajetória do capitalismo: a concentração e centralização do capital.

E como ser competitivo?Vamos olhar o Brasil. O Brasil quer ter grande empresa

ou não? Essa é a grande questão. Para fazer parte desse jogo você precisa ter grande empresa. Os chineses querem ter 150 das 500 grandes empresas do mundo. O Brasil quer ter quantas? Atualmente tem cinco. Tem duas estatais, Banco do Brasil e Petrobras; a Vale e dois bancos privados. É com isso que nós vamos entrar? Precisamos ter um projeto nesse sentido. Que estratégia temos para jogar? Outra coisa é o debate sobre o País, sobre o mercado interno. Quer dizer, em que setores vamos ser competitivos. O Estado Varguista

Não dá para fazer planejamento

exclusivamente econômico, tem que

considerar vários temas

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foi estruturado, preparado para dar condições de formar os campeões, os graúdos. Então, se você pegar uma grande empresa no Brasil, com mais de 500 trabalhadores, ela tem uma estrutura, um apoio, subsídio na política fiscal, crédito subsidiado, quer dizer, esse segmento tem uma estrutura do Estado.

Qual é o desafio?O nosso desafio, eu diria assim, são os 97% dos estabe-

lecimentos brasileiros que não contam com uma estrutura bancária adequada. No meu modo de ver, o sistema finan-ceiro que temos não dá conta dessa realidade. Uma parte importante dos municípios não tem bancos. Temos que pensar em uma outra estrutura de financiamento, mais ade-quada, com menor custo, mais ágil. Não temos – apesar das universidades e dos centros de pesquisa – uma estrutura de produção do conhecimento adequada às necessidades das micro e pequenas empresas, por exemplo. Então é preciso reestruturação, uma reforma profunda do Estado se quiser-mos dar um salto de qualidade. Isso não será fácil porque não somos um país do centro capitalista. Somos um país periférico. Embora formemos 10 mil doutores por ano, o que não é pouca coisa, é um número expressivo. Mas parte significativa desses doutores está em sala de aula, não está envolvida com pesquisa em laboratórios. E esse é um dos equívocos que cometemos no processo de privatização da década passada. Em primeiro lugar porque o Brasil não fez uma discussão séria sobre privatização e estatização. Foi um debate muito ideologizado. Diferentemente daquele que ocorreu no final da década de 50, quando o Brasil resolveu, independentemente dos erros e dos acertos, privatizar em-presas estatais, como a Fábrica Nacional de Motores (FNM), e estatizar setores que naquele momento foram entendidos como estratégicos, como energia elétrica, telefonia. Os re-sultados foram muito surpreendentes do ponto de vista desses setores. Esse debate não ocorreu nos anos 90 e nós cometemos erros. Ao contrário da Índia, que tem utilizado seu tamanho de mercado para impor concessões aos gran-des empreendimentos, nós não soubemos fazer isso. Fize-mos uma privatização de graça. Estou chamando atenção apenas para o fato de que fizemos uma abertura de graça, uma abertura burra. Mas não estou dizendo, com isso, que deveríamos promover uma reestatização.

Passando para a área tributária, o Ipea participou da elaboração da proposta de reforma tributária elabora-da pelo governo?

Desde que cheguei, de agosto para cá, que eu saiba não tivemos envolvimento. Mas temos vários pesquisado-

res que trabalharam em torno da temática tributária – e trabalham – e não tenho dúvida de que eles devem estar envolvidos, em maior ou menor medida.

como o Ipea estuda, avalia a carga tributária brasileira?Temos a perspectiva de olhar a carga tributária de forma

diferente daquela que em geral as instituições multilaterais tratam, em comparações internacionais, que é olhar a carga tributária bruta. Ao nosso modo de ver, pela situação brasi-leira, precisamos tratar muito mais a carga tributária líqui-da. Desconsiderar aquilo que entra, que o Estado é mero re-passador, o dinheiro vem e volta. Se considerarmos de fato a carga tributária, não do ponto de vista conceitual, mas da realidade brasileira, seria bastante interessante não permitir comparações inadequadas. Outro ponto a ser considerado é a comparação da carga tributária não com o PIB, mas com a renda per capita, porque num país de renda per capita tão baixa como a nossa, se considerarmos um país que tem uma renda per capita que é o dobro da nossa, pode haver a possibilidade de uma carga tributária menor. No entanto, o volume arrecadado é superior. Acho que precisamos tornar mais complexo aquilo que aparentemente é muito simples e já permite aos liberais dizer que a carga tributária é alta. Não tenho dúvida de que a carga tributária no Brasil é alta para alguns setores. Não para todos.

seria necessário ampliar a progressividade?Como temos uma estrutura tributária muito regressiva, se

quisermos ser um país civilizado não temos outra alternativa senão aumentar a progressividade. Eu diria que é possível ter uma carga tributária menor desde que ela seja mais justa, desde que haja crescimento econômico. Um país com uma carga tributária em torno de 23%, 24% do PIB, que era o que tínhamos lá no início dos anos 80, arrecadaria três vezes mais do que arrecadamos hoje se a economia nacional tivesse crescido 6%, 7% ao ano. Temos um estudo que precisa ser checado melhor, com base na Pesquisa de Orçamento Fami-liar (POF). Ele dá um resultado curioso sobre o IPTU. Os da-dos mostram que o IPTU – considerado imposto progressivo –, na verdade, é um impostro regressivo. Se até os impostos

Precisamos considerar nosso avanço pelo padrão de

globalização que temos

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progressivos são regressivos, temos uma situação tão específi-ca que mereceria uma compreensão maior dessa dinâmica.

Na verdade a sociedade reclama do nível da carga e não propriamente da estrutura tributária. O senhor concorda?

Tenho a impressão de que não é muito simples pagar imposto no Brasil. Olhando do ponto de vista do municí-pio, da empresa, sabemos que é mais fácil abrir do que fe-char. Daria para fazer uma coisa mais simplificada. Fiquei realmente muito frustrado com o veto que o Senado fez à CPMF. Vejo na CPMF, no mecanismo que estava instalado, um elemento de modernidade, inclusive que acompanha o que vem ocorrendo na economia mundial. Na verdade, o PIB dos países está ficando mais leve. Há um espaço novo, novas formas de riqueza, novas formas de organiza-ção da produção, a economia do conhecimento, ou seja, estamos indo para uma outra linha que é mais leve. Então as formas de tributação podem ser muito mais efetivas, eficazes, com menor custo inclusive, porque passa muito mais pela perspectiva de, em vez de se tributar cada um, identificar quais são os nós em que se tem a circulação dos recursos e tributar com mais precisão.

O que o senhor acha das idéias do Professor marcos cintra?

Ele tem um elemento inegável de modernidade que é trabalhar sobre as transferências. O imposto tem um papel que é da justiça tributária. O imposto único retiraria essa possibilidade, embora eu reconheça que nós não saibamos utilizar da forma que temos hoje aqui. Mas acho que o im-posto tem dois elementos a serem destacados: primeiro, do ponto de vista da justiça tributária e o segundo como ins-trumento de política tributária. Temos que ter, por hipótese, num cenário de crescimento de importação, um mecanismo que possa estimular ou desestimular determinados setores. Tem esse papel de política econômica que o imposto único praticamente retiraria. Além de ser proporcional, não se te-ria mais o mecanismo de tributar A ou B.

convencionou-se que a guerra fiscal traz distorções. O senhor acha que a os estados ricos demonizam a guer-ra fiscal em detrimento dos estados pobres?

Entendo a guerra fiscal como uma equação de soma zero. Um estado ganha e outro perde. Olhando do pon-to de vista nacional, a Ford, por exemplo, viria para cá, porque o País tem um mercado interno que lhe interessa. Como não é o país que tem as empresas, mas sim as em-presas que têm o país, há as disputas entre estados e cida-

des para ver onde a empresa se instala. Como não temos uma política de desenvolvimento regional, de apoio ao desenvolvimento local, a guerra fiscal tornou-se uma das poucas alternativas dos governadores e prefeitos. Eu não os recrimino, porque se está numa penúria e consegue tra-zer uma empresa para determinado estado ou município, essa é uma decisão interessante. Para o País, pouco altera. Agora, por que tem que se tomar essa decisão? Porque o País não tem política, não estabelece eixos para onde va-mos crescer, quem são os estados ganhadores, perdedores, absolutamente nada. Ocorreu um esvaziamento do Esta-do. Se guardarmos as devidas proporções, é uma decisão semelhante àquela de 1896, da política do café com leite – destrói-se a capacidade do Estado de fazer política e se permite às oligarquias, aos governos locais, tomarem deci-sões. E as decisões vão ser essas.

E as conseqüências?Atrair uma empresa para um determinado local, sem po-

lítica demográfica, sem política de qualificação, sem nada, o que vamos ter? Estudos acadêmicos feitos sobre essa ques-tão mostram que, no rastro da instalação da grande empresa no decorrer da guerra fiscal, aconteceu um deslocamento humano com empobrecimento da população.

como uma política pública poderia incorporar esses elementos que o senhor está colocando?

Acredito que o governo acertou em ter colocado na agenda a temática da juventude. O governo Lula fez uma série de iniciativas, embora muito fragmentadas e sem um eixo estruturador. Ao meu modo de ver, de todas as difi-culdades que temos, a maior é a inclusão dos jovens. A República de Weimar, na Alemanha democrática, ofereceu inúmeros avanços do ponto de vista social, mas foi incapaz de enfrentar as dificuldades que os jovens alemães tinham na época. O nazismo em dois anos resolveu o problema do desemprego e tinha praticamente 90% dos jovens filiados na Juventude Nazista. Esse momento não é só o problema do emprego, mas tem uma série de redesenhos que estão em curso, em função da mudança do padrão familiar, in-clusive na classe média. Vemos jovens bem educados com desvirtuamento. O filme Meu nome não é Johnny mostra isso, o desvirtuamento de alguém de classe média, edu-cado, bem formado. Quer dizer, não é tão somente a pro-blemática do emprego – claro que o emprego é central –, mas tem questões de valores, acho que nós nos perdemos. O fortalecimento do consumismo, do individualismo, tem trazido repercussões que o próprio mercado de trabalho não se mostra capaz de lidar.

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Desde que o senhor escreveu o livro A batalha pelo pri-meiro emprego, em 1998 (atualizado em 2000), o cenário mudou ou continua o mesmo?

A situação piorou. Os dados da Pnad mostram que piorou. A questão que acho fundamental reconhecer é que tivemos uma geração e meia que ficou fora da disciplina do trabalho. Na verdade, eram jovens que estavam recorrentemente de-sempregados. Diferente de nós, que entramos no mercado de trabalho, fizemos um estágio, arrumamos um emprego, com um horizonte de como constituir a trajetória. Estamos falan-do de uma geração que não teve essa possibilidade. Então ela não se identifica nesse trabalho como um elemento estrutura-dor da sua vida, da sua família, da sua perspectiva, porque o mercado de trabalho não lhe ofereceu essa possibilidade. São oportunidades eventuais que não dão duração. Um estágio que emenda com um emprego freelancer não dá para estru-turar. Então, que tipo de qualificação e aprendizagem deve ter? A disciplina do trabalho pressupõe alguma experiência, contato direto. E tivemos uma parte da juventude que ficou sem isso. Seis milhões de jovens brasileiros, entre 15 e 24 anos, não estudam nem trabalham.

O sistema educacional está em falta de sintonia com o sistema produtivo?

Acredito que a educação tem um papel mais amplo do que o papel do trabalho, especialmente quando temos a desestruturação das famílias. O que mais cresce no Brasil é família monoparental. As famílias estão com dificuldade de constituir sociabilidade, enraizamento em seus pró-prios filhos, portanto, a universidade tem um papel maior do que o papel utilitário que é preparar para o mercado de trabalho. A educação tem que preparar para a vida, inclusive porque o mercado de trabalho muda constan-temente e a preparação exclusiva numa especialização do conhecimento se mostra incapaz de dar conta das suas ne-cessidades. Vejo, na verdade a necessidade de olharmos a educação com outra perspectiva.

mas há um desequilíbrio entre o que o mercado de tra-balho necessita e a qualificação da mão-de-obra?

É preciso reconhecer que um dos problemas do des-compasso entre as demandas das empresas e a qualidade da oferta de trabalho está diretamente relacionado ao nosso sistema de relações de trabalho muito flexível. É muito fá-cil contratar e demitir pessoas no Brasil. Por exemplo, no ano passado, tivemos 12 milhões de pessoas contratadas no regime de CLT, que representa um terço do total da ocu-pação, mas 10 milhões foram demitidas. O que ocorre na verdade é que as empresas não investem na formação de

seus trabalhadores. Por um motivo muito simples: elas não têm garantia de que esses trabalhadores permanecerão na empresa. Então, aquilo que seria um investimento em qua-lificação corre o risco de se transformar em custo. “Prepa-rei, dois ou três meses depois a pessoa que foi preparada, qualificada, está trabalhando na empresa do concorrente.” Não há relações de trabalho com credibilidade, confiança. A mesma coisa o próprio trabalhador. “Que qualificação vão me dar? Porque uma hora trabalhei como ambulante, depois na construção civil, no comércio.” Não existe tra-jetória ocupacional que lhe demande uma formação espe-cífica. Portanto, isso gera uma situação em que a empresa termina contratando alguém sem preparar, sem selecionar adequadamente e qualificar. Ela contrata a pessoa, pagando o salário baixo, vai aumentando até um determinado limite, depois demite e contrata outro. É um ciclo vicioso que não permite ao País dar um salto. Estamos olhando o futuro e o futuro passa justamente por uma relação de trabalho com confiança, especialmente quando olhamos na perspectiva de um trabalho exercido cada vez menos no local de traba-lho. Não há controle, são relações de confiança.

Qual sua opinião sobre a flexibilização das leis traba-lhistas?

Sou a favor da flexibilização qualitativa e não quantita-tiva. Como já falei, somos o país com as relações de traba-lho mais flexíveis do mundo. Os Estados Unidos têm uma taxa de rotatividade abaixo de 20% ao ano. Nossa taxa está em 44% ao ano. É um absurdo o que o Brasil gasta com demissão. Agora, a flexibilidade qualitativa é a possibili-dade de um trabalhador entrar numa empresa, mudar de ocupação, crescer dentro dela. Multidisciplinaridade do conhecimento e da ocupação. Isso o Brasil precisa ter.

Page 12: Tributação em Revista 53

12 TRIBUTAçãO em rev i s ta

aO modelo de ZPE introduzido pela

Lei 11.508/2008: uma primeira avaliação

Helson c. braga, Ph.D.1 felipe Augusto froner c. braga, PmP 2

Introdução

E m julho do ano passado, o Presidente Luiz Inácio

Lula da Silva sancionou a Lei 11.508/2008, cujo

projeto de lei vinha tramitando no Congresso

Nacional por mais de 10 anos, e tinha por objetivo

atualizar a legislação das Zonas de Processamento de

Exportação (ZPEs), criada no final dos anos 80, durante

o governo do Presidente José Sarney.

Entretanto, em virtude de divergências que surgiram

quando da votação final do Projeto de Lei no Congresso

Nacional, foi acordado que os dispositivos objetos dessas

divergências seriam vetados para posterior reavaliação a

ser realizada conjuntamente pelo Governo e Senado Fe-

deral. O resultado a que se chegasse seria, então, reintro-

duzido na legislação por meio de uma Medida Provisória

(MP). Esse reestudo, que se estendeu por todo o segundo

semestre de 2007, produziu uma minuta de MP que já se

encontra na Casa Civil, pronta para ser editada3.

A consolidação da Lei 11.508/2008 com essa MP

fornece a estrutura básica de um modelo de ZPE signi-

ficativamente distinto daquele contido no Decreto-Lei

2.452/1998, que já era defasado (em relação aos mode-

los usados por outros países) na época de sua criação. O

objetivo desta nota é apresentar uma primeira avaliação

das mudanças introduzidas, do ponto de vista da confor-

mação à atual política industrial e de comércio exterior

e ao objetivo de dispormos de uma legislação moderna e

competitiva, pelos padrões internacionais.

2. conceito e modelos de ZPEO modelo convencional de ZPE utilizado, com pequenas

variações, por mais de uma centena de países consiste es-

sencialmente em um conjunto de regras que asseguram, em

uma área espacialmente delimitada, as condições adequadas

para a instalação de empreendimentos voltados predominan-

RTIGO DE OPINIãO

1. Professor Livre-Docente da UFRJ e Presidente da Associação Brasileira de Zonas de Processamento de Exportação-ABRAZPE.

2. MBA em Gerenciamento de Projetos/FGV, Project Management Professional/PMI. É Secretário-Executivo da ABRAZPE.

3. A análise que segue está baseada no texto da MP que foi acordado entre os representantes do Governo e do Senado Federal.

Os autores agradecem os comentários feitos por José Patrocínio da Silveira e Eduardo de Brito Celino a uma versão anterior deste artigo. Os erros remanescentes são, eviden-temente, de responsabilidade dos autores.

Page 13: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 13

temente para as exportações. Como não poderia deixar de

ser, face à sua larga e generalizada utilização, o mecanismo

é perfeitamente compatível com as normas internacionais e,

particularmente, com as da Organização Mundial de Comér-

cio (embora alguns países também incluam um ou outro in-

centivo questionável por esse organismo).

Operacionalmente, o mecanismo se caracteriza por

oferecer às empresas instaladas em ZPE um regime di-

ferenciado em termos aduaneiros, tributários, cambiais

e de controle administrativo das operações de comércio

exterior. O caráter “diferenciado” do regime ZPE não im-

plica favorecimento das suas empresas vis-à-vis às demais

empresas nacionais: as vendas de parte de sua produção

no mercado doméstico (quando autorizadas) recebem tra-

tamento idêntico ao dispensado às importações – ou seja,

do ponto de vista da concorrência no mercado doméstico,

não introduz nada a que as empresas nacionais já não es-

tejam habituadas.

As ZPEs (ou mecanismos similares) constituem um

dos mecanismos mais utilizados no mundo para a con-

secução dos objetivos centrais de qualquer estratégia de

desenvolvimento, tais como a geração de empregos, o au-

mento do valor agregado das exportações, a correção de

desequilíbrios regionais e a difusão de tecnologias e méto-

dos de gestão mais modernos. Não existe, entretanto, um

modelo único de ZPE: os diferentes países atribuem ênfa-

ses distintas a esses objetivos (para ajustar o mecanismo às

suas condições específicas, ordenamento jurídico e prio-

ridades nacionais). Em conseqüência, as ZPEs existentes

diferem em nome, incentivos concedidos e características

operacionais. A China, por exemplo, utiliza seis modelos

distintos de ZPEs: zonas de desenvolvimento econômico e

tecnológico, zonas econômicas especiais, zonas de desen-

volvimento de indústrias de alta tecnologia, zonas frontei-

riças de cooperação econômica, zonas francas turísticas, e

ZPEs propriamente ditas4.

Como se trata de um mecanismo destinado a alcançar

objetivos múltiplos, as ZPEs concorrem com instrumentos

alternativos mais ou menos equivalentes para a consecu-

ção de cada um desses objetivos. Por exemplo, como forma

de facilitar o uso de insumos importados para a utilização

em produtos exportáveis, as ZPEs têm substitutos (me-

nos potentes) no drawback e na in bond manufacturing. No

Brasil, para esse mesmo objetivo, as ZPEs encontram adi-

cionalmente substitutos (imperfeitos) nos mecanismos de

“entreposto industrial”, “aeroporto industrial”, “empresa

predominantemente exportadora” (EPE) a que se refere o

art. 40 da Lei 10.865/2004 e “regime especial de aquisição

de bens de capital para empresas exportadoras” (RECAP).

Essa profusão de mecanismos “meia-sola” já levou analis-

tas apressados a afirmar em que as ZPEs seriam dispensá-

veis, porque “já dispúnhamos de substitutos à altura”. Sem

levar em conta a sua ainda mais limitada capacidade para

atingir os demais objetivos típicos das ZPEs.

Do ponto de vista da estratégia de desenvolvimento,

o papel fundamental das ZPEs no Brasil é disponibilizar,

tanto para as empresas estrangeiras como para as nacio-

nais, condições de investimento e de operação similares às

disponíveis em outros países que conosco concorrem acir-

radamente na atração do investimento internacional. Com

as ZPEs, o Brasil passará a contar com um instrumento

de desenvolvimento adicional e complementar aos que

já instituiu, que será indispensável para viabilizar certos

investimentos, especialmente os de grande porte direcio-

nados para as exportações que requerem um “pacote de

incentivos” só oferecido pelas ZPEs5 .

3. uma comparação entre os modelos Antigo e Novo de ZPE

O modelo de ZPE introduzido pelo Decreto-Lei

2.452/1988 aproximava-se do modelo convencional sur-

gido nos anos 60 e 70 em vários países: contemplava isen-

ções de impostos indiretos; tratamento relativo ao imposto

de renda vigente na data da aprovação do projeto; liberda-

de cambial (livre disponibilidade das divisas obtidas nas

exportações); simplificação de procedimentos aduaneiros;

4 . CELINO, Eduardo André de B., As Zonas de Desenvolvimento Econômico como Instrumento de Políticas Públicas em Países Emergentes: O Caso da China, Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Administração da UnB (2006).

5. BRAGA, Helson C.,“A Experiência Internacional de Zonas Francas e a Necessidade de Promoção das Exportações”, ABRAZPE (2003).

Com as ZPEs, o Brasil passará a contar com um

instrumento de desenvolvimento adicional

e complementar

Page 14: Tributação em Revista 53

14 TRIBUTAçãO em rev i s ta

prazo (prorrogável) de 20 anos para a vigência dos incenti-

vos; área cercada e alfandegada; e proibição de determina-

dos produtos (como armas, munição, explosivos e material

radioativo) – como contrapartida da destinação da maior

parte da produção para o mercado externo. A Tabela ao

fim deste texto apresenta um resumo das principais ca-

racterísticas tanto do modelo criado pelo DL 2.452/1988

como pelo introduzido pela Lei 11.508/2007, já conside-

radas as alterações previstas na mencionada MP.

No entanto, como reflexo da mentalidade protecionista

da época, o modelo incorporava uma série de aspectos res-

tritivos, que não mais existiam nas legislações dos demais

países, tais como: proibição de venda no mercado interno

(mesmo pagando-se todos os impostos normais); proibição

de o Tesouro Nacional assumir qualquer ônus para a im-

plantação das ZPEs; proibição de o Banco Central assegurar

cobertura cambial; proibição de acesso ao mercado finan-

ceiro nacional, inclusive para obtenção de garantias; proi-

bição de acesso a incentivos não previstos na lei; proibição

de depreciação de bens de capital importados, para fins de

apuração do lucro tributável; exigência de capital mínimo,

de realização de gastos mínimos no mercado nacional, de

contratação de auditoria externa e de objeto social limitado

à industrialização e apresentação de uma tabela na forma

de matriz de insumo-produto como condição para impor-

tação de “produtos e elementos necessários à produção”,

que representava uma verdadeira “camisa de força” para as

empresas, na medida em que essas perdiam a indispensável

flexibilidade de seus processos produtivos.

Apesar dessas restrições todas, várias empresas candi-

dataram-se a se implantar em algumas ZPEs, e o programa

só não foi implementado em razão do boicote do governo

da época que tentou, inclusive, extinguir as 17 autoriza-

ções (para implantar ZPE) concedidas pelos governos José

Sarney e Itamar Franco. A extinção do programa só não

ocorreu em virtude da mobilização coordenada pela Asso-

ciação Brasileira de Zonas de Processamento de Exportação

(ABRAZPE), que também articulou a elaboração do Projeto

de Lei 146/1996 – que deu origem à Lei 11.508/2007 e foi

apresentado pelo então senador Joel de Hollanda.

O Projeto de Lei 146/1996 corrigia a maioria dessas res-

trições; mas, conforme mencionado, a mobilização de seto-

res ainda contrários às ZPEs provocou um impasse durante

a votação final no Senado Federal que só foi superado pelo

acordo de supressão dos pontos mais polêmicos para reava-

liação e retorno do resultado via Medida Provisória.

Ao cabo de um longo processo de discussões e nego-

ciações, que se estendeu por todo o segundo semestre de

2007, foi possível chegar a um entendimento em torno

da minuta de MP já encaminhada à Casa Civil. O modelo

de ZPE implícito nessa minuta representa um meio termo

entre o ideal almejado pelo Projeto de Lei do Congresso

Nacional (consubstanciado no Projeto de Lei 196/1996) e

a tentativa de transformar o modelo das ZPEs numa sim-

ples repetição dos mecanismos tributários e cambiais já

existentes (e de eficácia duvidosa), tomando-se como pa-

radigma especialmente os regimes das EPEs e o RECAP.

Apesar da necessidade de se promoverem ajustes adi-

cionais no novo texto (ver item 4), as regras contempladas

na Lei 11.508/2007 (e sua MP complementar) preservam

características essenciais do modelo ZPE, que lhe garan-

tem um diferencial relevante em relação aos mecanismos

já existentes na legislação brasileira. Em primeiro lugar,

o novo modelo mantém corretamente o CZPE como ins-

tância superior de supervisão do programa e atualiza os

incentivos fiscais vinculados às figuras impositivas exis-

tentes. Mantém, também corretamente, a isenção para

bens de capital usados (o que permite a transferência de

fábricas completas do exterior) e as proibições de fabrica-

ção de produtos perigosos (armas, munição, explosivos e

material radioativo), e de transferência de plantas indus-

triais já existentes (para não agravar a “guerra interna” pela

atração de investimentos).

Page 15: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 15

Em segundo lugar, o novo modelo introduz os seguin-

tes aperfeiçoamentos em relação ao modelo antigo: permi-

te vendas no mercado interno de até 20% da renda bruta

(pagando-se todos os impostos incidentes na operação);

substitui a exigência de desapropriação pela de compro-

vação da disponibilidade do terreno para implantação da

ZPE, abrindo espaço para a propriedade privada da área

da ZPE; e elimina as exigências de capital social mínimo,

gastos mínimos no mercado interno e objeto social restrito

à industrialização de bens – todas de escassa justificação

técnica e uma delas (a de gastos mínimos) proibida pelas

regras da Organização Mundial de Comércio.

Elimina também a proibição de assunção de ônus

pelo Tesouro Nacional, a exigência do alfandegamento

da área (como requisito para o início das operações da

ZPE), a proibição do acesso a outros incentivos (particu-

larmente à redução de até 75% do imposto de renda nas

áreas da SUDAM e da SUDENE), a proibição do acesso

ao mercado financeiro nacional, a exigência da matriz de

insumo-produto e a proibição de depreciar bens de ca-

pital importados para efeito do imposto de renda. Esses

aperfeiçoamentos extinguiram um entulho burocrático e

uma mal dissimulada tentativa de inviabilizar, na prática,

o mecanismo das ZPEs.

Em contrapartida, o modelo cria novas restrições que

tendem a reduzir sua eficiência enquanto instrumento

estratégico de desenvolvimento. Em primeiro lugar, in-

corporou um “mecanismo de salvaguarda”, pelo qual o

CZPE passa a ter a tarefa de monitorar o impacto das ZPEs

sobre o mercado nacional (especialmente o decorrente

das vendas no mercado interno, que, agora, passam a ser

admitidas) e, em caso de comprovação de dano, poderá

recomendar a redução do percentual de internação. Isso

pode se traduzir em indesejável insegurança quanto à es-

tabilidade das “regras do jogo” dentro das ZPEs.

Em segundo, elimina a hipótese de prorrogação do pe-

ríodo de até 20 anos de vigência do regime, que poderá ser

insuficiente para empreendimentos de grande porte que

costumam requerer períodos mais dilatados de amortiza-

ção do capital. E, em terceiro, trata as vendas entre empre-

sas localizadas em ZPE como venda no mercado interno (e

não como exportação), o que reduz o incentivo à geração

de maior valor agregado na ZPE, como conseqüência do

adensamento das cadeias produtivas.

A figura abaixo ajuda a visualizar as similaridades e

os aspectos distintivos dos dois modelos de ZPE, no que

diz respeito aos tratamentos operacional, tributário (rela-

tivo aos impostos indiretos federais) e cambial. Estrutu-

EsQuEmA OPERAcIONAl, TRIbuTáRIO E cAmbIAl ENvOlvENDO EmPREsAs Em ZPE NOs mODElOs ANTIGO (Dl 2.452/1988) E NOvO (lEI 11.508/2007)

Page 16: Tributação em Revista 53

16 TRIBUTAçãO em rev i s ta

ralmente, a grande diferença entre os dois é que o novo

modelo desloca a ZPE do exterior para o “espaço cambial e

aduaneiro” brasileiro. No modelo antigo, do ponto de vis-

ta cambial e aduaneiro, as ZPEs, embora fisicamente im-

plantadas no território nacional, eram consideradas como

se estivessem localizadas no exterior: vendas do mercado

interno para elas eram equiparadas a exportações (apoia-

das em isenções de impostos e exigência de contrato de

câmbio); e tanto importações como exportações realizadas

por aquelas empresas eram consideradas operações reali-

zadas no exterior (e, portanto, com isenção de impostos e

dispensa de contrato de câmbio).

Com o “deslocamento” das ZPEs para o mercado in-

terno (modelo novo), as operações envolvendo as empre-

sas em ZPE e os seus fornecedores nacionais (de bens e

serviços) deixaram de ser equiparadas a exportações e se

transformaram em operações no mercado doméstico. En-

tretanto, na saída dos estabelecimentos fornecedores para

as ZPEs haverá suspensão dos impostos e contribuições

devidos, que serão exigidos no caso (de parte) dos produ-

tos finais serem vendidos no mercado interno.

Por outro lado, tanto as importações quanto as expor-

tações realizadas pelas empresas em ZPE serão considera-

das operações normais de comércio exterior: em ambos

os casos, serão exigidos os correspondentes contratos de

câmbio. Do ponto de vista tributário, entretanto, os im-

postos e contribuições incidentes sobre as importações

serão suspensos, não isentos. Quando os produtos fabri-

cados com esses insumos importados forem vendidos no

mercado interno, as suspensões resolvem-se com o paga-

mento dessas obrigações; caso sejam exportados, elas se

convertem em isenção.

4. considerações finaisO novo modelo de ZPE criado pela Lei 11.508/2007

(e sua MP complementar) representa um avanço, não

apenas em relação ao modelo anterior, criado pelo DL

2.452/1988, como em relação aos mecanismos que foram

sendo introduzidos na legislação brasileira de comércio

exterior nos últimos anos, quando o mais lógico e eficien-

te teria sido acelerar a aprovação da nova lei das ZPEs e o

governo comprometer-se a implantá-las efetivamente.

O modelo comporta ainda alguns aperfeiçoamentos, tais

como a possibilidade de prorrogação do prazo de vigência

do regime e a equiparação das vendas entre empresas em

ZPE, a uma operação de venda no mercado externo. Além

disso, há toda uma conveniência de se tornar automática a

redução de 75% do imposto de renda para a empresas em

ZPE, que, pela nova lei, obrigará os interessados a ingressa-

rem com um projeto para se instalar em ZPE (e submetê-lo

ao CZPE) e um outro para ter direito ao benefício fiscal,

desta vez dirigindo-se à SUDAM ou à SUDENE.

A oportunidade de se fazerem estas correções é a

apreciação que o Congresso Nacional terá que fazer da

MP das ZPEs, como requisito para sua conversão defini-

tiva em lei.

Page 17: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 17

Item Características Modelo Antigo (DL 2.452/1988) (*) Modelo Novo (Lei 11.508/2007) (**)

1 Objetivos Reduzir desequilíbrios regionais, bem como fortalecer o balanço de pagamen-tos e promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento econômico e social do País (art. 1º)

Reduzir desequilíbrios regionais, bem como fortalecer o balanço de pagamentos e promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento econômico e social do País (art. 1º).

2 Destino da produção Exclusivamente para o exterior (parágrafo único do art. 1º)

Pelo menos 80% da receita bruta da venda de bens e serviços para o exterior (art. 18).

3 Supervisão geral do pro-grama

Conselho Nacional das Zonas de Proces-samento de Exportação-CZPE, que é um conselho de ministros integrante da estrutura administrativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior-MDIC (art. 3º).

Conselho Nacional das Zonas de Processamen-to de Exportação-CZPE (art. 3º).

4 Criação das ZPEs Por decreto presidencial, mediante pro-posta de Estados e/ou Municípios (art. 2º).

Por decreto presidencial, mediante proposta de Estados e/ou Municípios (art. 2º).

5 Requisito relativo à área destinada à ZPE

Compromisso dos proponentes de realiza-rem as desapropriações (e obras de infra-estrutura) necessárias (art. 2º, § 1º, b ).

Comprovação da disponibilidade da área desti-nada a sediar a ZPE ( art. 2º, § 1º, inciso II).

6 Responsabilidade do Tesouro Nacional para a implantação das ZPEs

Não assumirá ônus de qualquer natureza (art. 2º, § 4º).

Não contém este dispositivo.

7 Mecanismo de salvaguarda para a indústria nacional (e para a Zona Franca de Manaus, em particular) face a possíveis impactos nega-tivos produzidos pelas ZPEs

Não contém este dispositivo. O CZPE estabelecerá mecanismo de monitora-mento do impacto sobre a indústria nacional e, se constatado impacto negativo, poderá ser aumentado o percentual de exportação ou vedada a comercialização no mercado interno, enquanto persistir esse impacto (art. 3º, §§ 2º, 3º e 4º).

8 Prazos para início e conclusão das obras de infra-estrutura sob pena de caducidade da concessão

12 meses a partir da autorização, caso não tiverem sido iniciadas as obras de infra-estrutura, de acordo com o cronograma previsto (art. 2º, § 5º).

12 meses a partir da publicação, caso não tiverem sido iniciadas as obras de implantação de acordo com o cronograma previsto; e12 meses a partir da data prevista para con-clusão das obras de implantação constante do cronograma previsto na proposta de criação, se essas obras não tiverem sido concluídas, sem motivo justificado (art. 2º, § 4º)

9 Prazo para início das obras de ZPEs já criadas (até 13 de outubro de 1994), sob pena de caducidade da concessão

Não contém este dispositivo. 12 meses a partir da publicação (20/07/07) dessa Lei (art. 25).

10 Alfandegamento da área É condição para o início do funcionamento da ZPE (art. 4º).

Poderá ser dispensado pelo Poder Executivo (parágrafo único do art. 4º).

11 Transferência de plantas industriais já existentes

É vedada (art. 5º). É vedada (art. 5º).

12 Proibição de produção, exportação e importação na ZPE

Armas, explosivos, material radioativo e petróleo e derivados (parágrafo único do art. 5º).

Armas, explosivos e material radioativo (pará-grafo único do art. 5º).

QuADRO cOmPARATIvO ENTRE Os mODElOs ANTIGO (Dl 2.452/1988) E NOvO (lEI 11.508/2007) DAs ZPEs

Page 18: Tributação em Revista 53

18 TRIBUTAçãO em rev i s ta

13 Autorização para instalação em ZPE

Mediante aprovação de projeto apresen-tado ao CZPE (art. 6º).

Mediante aprovação de projeto na forma a ser estabelecida em regulamento (art. 2º, § 5º)

14 Exigências/requisitos para instalação de empresas em ZPE

Capital social mínimo, objeto limitado à industrialização, manter contas em moedas nacional e estrangeira, contratar auditoria externa e realizar gastos mínimos no País (art. 6º , §§ 1º e 2º).

O regulamento poderá fixar valor mínimo em investimentos totais na ZPE (inciso III do § 1º do art. 3º).

15 Prazo de vigência dos incentivos instituídos pela Lei.

Até 20 anos, podendo ser prorrogado por períodos iguais ao originalmente conce-dido (art. 7º).

Até 20 anos (art. 8º). Não prevê a hipótese de prorrogação.

16 Restrição à importação (com incentivos) durante as fases de implantação e operação

Durante a fase de implantação, somente os bens (insumos e bens de capital) relacio-nados no projeto apresentado e durante a fase de operação, somente os insumos relacionados no projeto, apresentados em forma de matriz para facilitar o controle aduaneiro (art. 9º, § 1º do).

Não contém este dispositivo. A nova Lei não distingue fases de implantação e de operação, apenas estabelece que os insumos devam ser in-tegralmente consumidos no processo produtivo e os bens de capital integrados ao ativo fixo das empresas.

17 Fabricação de novos produ-tos e expansão da planta industrial

Dependem de prévia autorização do CZPE (art. 9º, §§ 6º, 7º e 8º).

A empresa poderá solicitar alteração dos produtos a serem fabricados (parágrafo único do art. 8º).

18 Tratamento tributário das importações ou aquisições no mercado interno de bens (bens de capital e insumos) e serviços

Isenção de Imposto de Importação (inde-pendentemente do disposto no art. 17 do DL 37/66), IPI, FINSOCIAL, AFRMM e IOF (art. 10).

Suspensão de Imposto de Importação, IPI,COFINS, COFINS-Importação, PIS/PASEP, PIS/PASEP-Importação, e AFRRM (incisos I a VII do art. 6º). A suspensão converte-se em isenção ou alíquota zero, nas condições espe-cificadas (art. 6º, §§ 1º a 9º).

19 Tratamento tributário de bens de capital usados importados

Isenção dos impostos/contribuições lista-dos no art. 10, quando forem necessários à instalação industrial (art. 12, inciso II).

Aplica-se a suspensão de impostos/ contri-buições de que trata o art. 6º. Não se aplica o disposto do art. 17 do DL 37/66 (exame de similaridade) aos bens de capital usados importados que façam parte de conjunto indus-trial (art. 6º, §§ 2º e 3º).

20 Tratamento do Imposto de Renda

Garantia de pagamento do IR sobre os lucros auferidos nas condições vigentes na data da aprovação do projeto, e isenção do IR sobre as remessas ao exterior (art. 11).

Entre os incentivos da SUDAM/SUDENE aos quais as empresas em ZPE terão acesso (art. 18, § 4º inciso II), está a redução de até 75% do Imposto de Renda sobre os lucros auferidos (pelo período de 10 anos) para projetos apre-sentados até 2013.

21 Tratamento da depreciação de bens de capital

Para efeito de apuração do lucro tributável, somente os adquiridos no mercado interno (art. 11, § 1º).

Não contém este dispositivo.

22 Tratamento administrativo das importações

Dispensada a obtenção de licenças de órgãos federais em geral, tanto para as importações como para as exportações (art. 12, I ).

Dispensada a obtenção de licença ou de autorização de órgãos federais, com exceção dos controles de ordem sanitária, de interesse da segurança nacional e de proteção do meio ambiente, vedadas quaisquer outras restrições à produção, operação, comercialização e impor-tação de bens e serviços que não às impostas por esta Lei (inciso I do art. 12). Somente serão admitidas importações, com suspensão de impostos/contribuições, de bens de capital e de insumos que forem necessários à instalação industrial ou destinados a integrar o processo produtivo (art. 12, inciso II).

Item Características Modelo Antigo (DL 2.452/1988) (*) Modelo Novo (Lei 11.508/2007) (**)

Page 19: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 19

23 Tratamento cambial das importações, compras no mercado interno e expor-tações.

As transferências em moeda estrangeira do e para o exterior independerão de autorização administrativa e de contrato de câmbio; os pagamentos para o mercado interno serão feitos em moeda estrangeira; e os pagamentos para as empresas em ZPE terão o mesmo tratamento de transferên-cias para o exterior (art. 15).

Aplicam-se as mesmas disposições legais relati-vas a câmbio e capitais internacionais aplicáveis às demais empresas nacionais. As empresas em ZPE poderão manter as divisas obtidas nas ex-portações (integralmente) no exterior (art. 15).

24 Tratamento tributário das vendas no mercado interno.

Operação proibida. Produção exclusiva-mente para a exportação (parágrafo único do art. 1º).

Pagamento de todos os impostos e contribuições normalmente incidentes na operação; e mais o Imposto de Importação e o AFRMM relativos a insumos importados (§ 3º do art. 18).

25 Tratamento das aquisições de mercadorias realizadas entre empresas em ZPE.

Consideradas transações realizadas no exterior (art. 6º, § 5º, b e art. 23, I).

Aplica-se o tratamento estabelecido no art. 6º (suspensão de impostos e contribuições). A receita auferida na operação será considerada como venda no mercado interno (§§ 5º e 6º do art. 18).

26 Revenda, no mercado in-terno, de insumos adquiri-dos no mercado interno ou importados com suspensão de impostos/ contribuições.

Proibida. Insumos não utilizados no pro-cesso produtivo deverão ser destruídos ou remetidos para o exterior (art. 14, § 2º).

Excepcionalmente, os insumos adquiridos no mercado interno poderão ser revendidos no mercado interno, observado o disposto nos §§ 3º e 6º (pagando-se os impostos/contribuições normais e os que tiverem sido suspensos) (art. 18, § 7º).

27 Cobertura cambial pelo Banco Central.

O BC não assegurará cobertura cambial para as empresas em ZPE (art. 16) e man-terá registros dos investimentos em sistema distinto do previsto na Lei 4.131/62).

Aplicam-se as mesmas disposições legais rela-tivas a câmbio aplicáveis às demais empresas nacionais (art. 15).

28 Acesso a incentivos fiscais e ao mercado financeiro interno.

As empresas em ZPE não terão acesso a incentivos não previstos na Lei, nem poderão tomar recursos ou obter garantia junto a instituições financeiras no País (art. 18).

Além dos incentivos previstos na Lei, as empre-sas terão acesso aos incentivos previstos pelas Leis Complementares 124 e 125, de 03/03/07; art. 9º da Medida Provisória 2.159-70, de 24/08/01; Lei 8.248, de 23/10/91; e arts. 17 a 26 da Lei 11.196, de 21/11/05 (). Não há restrições ao acesso ao mercado financeiro nacional.

29 Aplicação de regimes adua-neiros especiais.

Aplicam-se o trânsito aduaneiro, a admis-são temporária e o drawback (art. 19, §§ 3º e 4º).

Aplicam-se os regimes aduaneiros suspensivos (art. 18, § 4º, I).

30 Tratamentos fiscal, cambial e administrativo dos ser-viços.

Os prestados em ZPE pelas empresas ali instaladas serão considerados como presta-dos no exterior; os prestados em ZPE por domiciliado no exterior serão considerados como prestados no exterior; e os prestados por residentes no País para empresas em ZPE serão considerados como exportação (art. 23).

Os prestados em ZPE, por residente ou domi-ciliado no exterior, para empresas ali instaladas, serão considerados como prestados no exterior (art. 21, II). A prestação dos demais serviços é considerada operação de serviços normal no País.

31 Penalidades por descum-primento das disposições prevista na Lei.

Dependendo da gravidade da infração, as empresas estão sujeitas à advertência, multa, perdimento de bens, interdição do estabelec-imento e cassação da autorização (art. 24).

As sanções previstas nesta Lei não prejudicam a aplicação de outras penalidades, inclusive o disposto no art. 76 da Lei 10.833/03 relativo às operações de comércio exterior (art. 22).

32 Dano ao Erário (quando se aplica a pena de perdimen-to da mercadoria).

Serão assim consideradas a introdução no mercado interno, de mercadorias importadas ou produzidas fora dos casos autorizados na Lei; e a introdução em ZPE de mercadoria estrangeira não permitida (art. 25).

Serão assim consideradas a introdução no mercado interno de mercadorias importadas ou produzidas fora dos casos autorizados na Lei; e a introdução em ZPE de mercadoria estrangeira não permitida (art. 23).

Item Características Modelo Antigo (DL 2.452/1988) (*) Modelo Novo (Lei 11.508/2007) (**)

Page 20: Tributação em Revista 53

20 TRIBUTAçãO em rev i s ta

O sigilo bancário e a fiscalização

Gilberto Guerzoni filho1 e Roberto barbosa de castro2

I - Introdução

Entre os ecos políticos da derrota oficial na tentativa

de mais uma prorrogação da CPMF, fez parte do

jogo que o oficialismo tentasse responsabilizar

a oposição pelas conseqüências negativas da extinção

daquela fonte de recursos. Entre as alegadas conseqüências

negativas, o fim do uso da CPMF como importantíssimo

instrumento de fiscalização de outros tributos, mediante o

cruzamento de informações sobre movimentação financeira

do contribuinte com elementos de fatos geradores de cada

um deles.

Entretanto, a Secretaria da Receita Federal do Brasil

expediu a Instrução Normativa RFB nº 802, de 27 de de-

zembro de 20073 dispondo exatamente, sobre a obrigato-

riedade de as instituições financeiras passarem (na prática,

continuarem) a prestar informações financeiras de seus

clientes, para fins de fiscalização de tributos.

A IN RFB nº 802/07 causou alguma perplexidade na

opinião pública, não apenas por ser um ato de hierarquia

menor, colocando em dúvida a própria competência da Re-

ceita Federal para dispor sobre a matéria, como por trafegar

na contramão da retórica oficial que sublinhava a perda de

importante instrumento de controle fiscal. Naturalmente, o

debate ganhou novos contornos, acirrando a possibilidade

de nova batalha judicial em torno do assunto4.

Cabe, portanto, examinar tanto o aspecto jurídico-

constitucional da matéria normatizada quanto os aspectos

formais da Instrução Normativa.

II - Os limites constitucionaisQuanto ao exame jurídico, a questão essencial que se

coloca no debate é a possibilidade, frente ao ordenamento

constitucional, de as autoridades tributárias terem acesso,

sem autorização judicial, a informações sobre atividades

dos contribuintes, protegidas pelo sigilo bancário. O sigilo bancário é uma das formas de proteção

constitucional à intimidade, como à saciedade já ficou assentado. Com efeito, é hoje universalmente reconhe-cido – ao menos nos países que adotam declarações de

1. Consultor Legislativo do Senado Federal.

2. AFRFB aposentado, Diretor-Adjunto de Estudos Técnicos do Unafisco Sindical e Consultor Legislativo do Senado Federal.

3. Nota da Redação: Antes do fechamento desta edição, foi expedida, em complementação, a IN RFB nº 811, de 28 de janeiro de 2008.

4. Nota da Redação: Antes do fechamento desta edição, a Ordem dos Advogados do Brasil ingressou no Supremo Tribunal Federal com Ação Direta de Inconstitucionalidade (nº ADI 4010).

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TRIBUTAçãO em rev i s ta 21

direitos humanos – que o homem é portador de um centro de intimidade, de um núcleo indevassável da sua personalidade, de uma área inacessível ao público, onde precisamente se insere o segredo que precisa ser prote-gido, tanto porque corresponde a uma exigência natural do ser humano, como porque a evolução tecnológica tem tornado hoje possível uma devassa da vida íntima das pessoas, insuspeitada por ocasião das primeiras declara-ções de direitos. (BASTOS, 1993, p.68).

A inviolabilidade da intimidade é assegurada pelo inci-

so X do art. 5º da Lei Maior, verbis:Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção

de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di-reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

Trata-se, pois, de definir os limites ao direito à inviola-

bilidade previsto nos dispositivos acima citados.

Certo que o sigilo bancário não é absoluto. Ele possui

limites legais e naturais que estabelecem contornos. Em

nosso ordenamento, o sigilo cede ante o Poder Judiciário,

ante o fisco e ante as Comissões Parlamentares de Inqué-

rito (art. 38, §§ 1º a 3º, da Lei 4.595/64). Paralelamente,

existem abrandamentos da obrigação fundados na vonta-

de do titular do sigilo e na própria natureza da atividade

bancária.

Mas esses limites não o desnaturam como direito de

personalidade, pois modernamente todos os direitos com-

portam limitações, em vista das exigências sociais e em

atenção ao bem comum. (COVELLO, 1998, p.29)5.

O art. 38 da Lei nº 4.595/64, por ele mencionado, está

revogado e em seu lugar vigora o art. 1º da Lei Comple-

mentar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, que será exami-

nado mais adiante.

O Supremo Tribunal Federal (BRASIL, 1999-a)6 tem

entendido que:Se é certo que o sigilo bancário, que é espécie de

direito à privacidade, que a Constituição protege art. 5º, X não é um direito absoluto, que deve ceder diante do interesse público, do interesse social e do interesse da

Justiça, certo é, também, que ele há de ceder na forma e com observância de procedimento estabelecido em lei e com respeito ao princípio da razoabilidade.

Afirma, ainda, no Mandado de Segurança nº 23.452: Não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos

ou garantias que se revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigên-cias derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prer-rogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O es-tatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas – e considera-do o substrato ético que as informa - permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberda-des, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos

direitos e garantias de terceiros.

Assim, de conformidade com jurisprudência já con-

solidada da Corte Suprema, três são os requisitos para se

permitir o rompimento do sigilo bancário: a existência de

interesse público, social ou da Justiça; a previsão em lei; e

a razoabilidade.

No tocante ao primeiro e ao último requisito, a sua com-

provação deverá ser feita a partir da motivação do ato que de-

terminou a quebra do sigilo, sem a qual, conforme já decidiu

reiteradas vezes o Pretório Excelso, se tem a nulidade daquele

ato, independentemente da autoridade que o expediu.

Conforme o ensinamento de (MARTINS e MENDES,

1982, p.428)7:A doutrina constitucional mais moderna enfatiza

que, em se tratando de imposição de restrições a direi-tos, deve-se indagar não apenas sobre a admissibilidade constitucional da restrição eventualmente fixada (reserva legal), mas também sobre a compatibilidade das restrições estabelecidas com o princípio da proporcionalidade. Essa orientação, que permitiu converter o princípio da reser-va legal (Gesetzesvobehalt) no princípio da reserva legal proporcional (Vorbehalt des verhältnismässigen Gesetzes), pressupõe não só a legitimidade dos meios utilizados e dos fins perseguidos, mas também, adequação (Geeignetheit) desses meios para a consecução dos objetivos pretendidos e a necessidade (Notwendigkeit oder Erforderlichkeit) de sua utilização. Um juízo definitivo sobre a proporcionali-dade ou razoabilidade da medida restritiva há de resultar

5. “O sigilo bancário como proteção à intimidade” (Revista dos Tribunais, ano 78, nº 648, p. 29).

6. Recurso Extraordinário nº 219.780

7. Ives Gandra da Silva Martins e Gilmar Ferreira Mendes, in “Sigilo bancário, direito de autodeterminação sobre informações e princípio da proporcionalidade”, publi-cado no Repertório IOB de Jurisprudência, nº 24/92

Page 22: Tributação em Revista 53

22 TRIBUTAçãO em rev i s ta

da rigorosa ponderação entre o significado da intervenção para o atingido e os objetivos perseguidos pelo legislador

(proporcionalidade em sentido estrito).

Parece pacífico que é possível, em tese e do ponto de

vista material, a quebra do sigilo bancário dos indivíduos,

desde que isso seja razoável e atenda ao interesse público.

Resta, então, verificar se é possível essa quebra por deci-

são administrativa da autoridade tributária, prescindindo

da intervenção judicial. Ou seja, trata-se de analisar se o

sigilo bancário se inclui dentre aqueles direitos individuais

cobertos pela reserva absoluta de jurisdição.

Conforme definiu o Supremo Tribunal Federal, no já

citado Mandado de Segurança nº 23.452 (BRASIL, 1999b),

ainda que não tenha enfrentado diretamente a questão de

definir se o sigilo bancário submete-se à reserva absoluta

de jurisdição:O postulado da reserva constitucional de jurisdição

importa em submeter, à esfera única de decisão dos ma-gistrados, a prática de determinados atos cuja realização, por efeito de explícita determinação constante do pró-prio texto da Carta Política, somente pode emanar do juiz, e não de terceiros, inclusive daqueles a quem se haja eventualmente atribuído o exercício de “poderes de in-vestigação próprios das autoridades judiciais”. A cláusula constitucional da reserva de jurisdição – que incide so-bre determinadas matérias, como a busca domiciliar (CF, art. 5º, XI), a interceptação telefônica (CF, art. 5º, XII) e a decretação da prisão de qualquer pessoa, ressalvada a hi-pótese de flagrância (CF, art. 5º, LXI) - traduz a noção de que, nesses temas específicos, assiste ao Poder Judiciário, não apenas o direito de proferir a última palavra, mas, sobretudo, a prerrogativa de dizer, desde logo, a primeira palavra, excluindo-se, desse modo, por força e autorida-de do que dispõe a própria Constituição, a possibilidade do exercício de iguais atribuições, por parte de quaisquer

outros órgãos ou autoridades do Estado.

A questão da classificação do sigilo bancário foi en-

frentada pelo STF no Mandado de Segurança nº. 23.480

(BRASIL, 2000), no qual decidiu:Quebra ou transferência de sigilos bancário, fiscal e

de registros telefônicos que, ainda quando se admita, em tese, susceptível de ser objeto de decreto de CPI – por-que não coberta pela reserva absoluta de jurisdição que resguarda outras garantias constitucionais –, há de ser adequadamente fun-damentada: aplicação no exercício pela CPI dos poderes instrutórios das autoridades judici-árias da exigência de motivação do art. 93, IX, da Consti-

tuição da República.

Ou seja, no entendimento esclarecedor de nossa Corte

Suprema, é possível a quebra do sigilo bancário fora do

âmbito exclusivamente jurisdicional, desde que, obvia-

mente estejam presentes o interesse público e o requisito

da razoabilidade e haja previsão em lei formal para isso. O

que nos leva ao entendimento de que não haveria motivo

para vedar à administração tributária essa possibilidade.

Mais, entendemos que a nossa Carta Magna, ao invés

de proibir, determina que a lei dê à administração a capa-

cidade de ter acesso à movimentação financeira dos con-

tribuintes, quando necessário. Outro não nos parece ser o

comando existente no parágrafo único, in fine, do art. 145

da Constituição, verbis:Art. 145. § 1º Sempre que possível, os impostos terão

caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as

atividades econômicas do contribuinte.

No julgamento da ADI nº 939-7 (BRASIL, 1993), em

que o Supremo Tribunal Federal estabeleceu os balizamen-

tos constitucionais que regeriam o então Imposto Provi-

sório sobre Movimentações Financeiras (IPMF), o relator

transcreveu em seu voto e adotou como razão de decidir

a argumentação da Advocacia da União, no que respeita à

utilização fiscal dos dados financeiros do contribuinte: 156. Aliás, o art. 11 da LC nº 77/93 dispõe que os

processos administrativos de determinação e exigência no IPMF, de consulta sobre aplicação da respectiva legis-lação e a inscrição do débito não pago em dívida ativa e sua subseqüente cobrança administrativa ou judicial serão regidas pelas normas relativas aos demais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, a exem-plo do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativo a Títulos e Valores Mobiliários, sem que a verificação e o recolhimento do IOF jamais tenham sido considerados violadores da proteção da vida priva-da, do direito ao sigilo bancário, bem como das garantias ao devido processo legal.

São três os requisitos para se permitir o rompimento

do sigilo bancário: interesse público, previsão

em lei e razoabilidade

Page 23: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 23

157. De qualquer forma, a proteção à vida privada e o direito ao sigilo bancário não são absolutos, diante do interesse público existente na correta arrecadação dos tributos e do dever legal dos contribuintes de não escon-derem do Fisco suas movimentações financeiras, situa-ção patrimonial ou a-quisição de rendimentos, sobre os quais, por força de lei, deve incidir a tributação.

158. Tanto isso é verdade que o § 1º do art. 145, da Super Lei, a fim mesmo de propiciar a efetividade da ca-pacidade contributiva, faculta, nos limites e procedimen-tos legalmente estabelecidos, à Administração Tributária identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas dos contribuintes, acrescentando-se que tal faculdade está implícita ao poder de tributar.

159. Assim, insta reconhecer que o Fisco, ao perse-guir a movimentação financeira do cidadão, está, apenas, exercendo o seu legítimo direito/dever de perseguir o que lhe pertence “ex-vi-legis”.

160. A propósito, o art. 97, II, da Lei nº 4.502, de 30-11-64, já dispunha que os bancos, casas bancárias, caixas econômicas e similares, mediante intimação escri-ta, são obrigados a prestar às autoridades fiscalizadoras todas as informações de que disponham com relação aos produtos, negócios ou atividades de terceiros.

161. O art. 38, § 5º, da Lei nº 4.595/64, preceitua que os agentes fiscais tributários do Poder Público po-derão proceder a exame de documentos, livros e regis-tros de contas de depósitos, quando houver processo instaurado e os mesmos forem considerados indispen-sáveis pela autoridade competente.

162. A seu turno, o art. 197, II, do Código Tributá-rio Nacional, dispõe que, mediante intimação escrita, os bancos, casas bancárias, caixas econômicas e demais ins-tituições financeiras, são obrigados a prestar à autorida-

de dministrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividade de terceiros.

163. Portanto, observados o disposto no art. 145, § 1º, da Carta Política, no art. 38, § 5º, da Lei nº 4.595/64, c/c o art. 197, II, da Lei nº 5.172/66, não se pode alegar a proteção constitucional à vida privada e o direito ao sigilo

bancário contra o fisco.

Assim, parece-nos que a lei pode facultar à autoridade

tributária, para o fim estrito de verificar a correção do pa-

gamento de impostos e contribuições e de forma razoável,

o acesso às informações financeiras dos contribuintes.

Impõe-se observar que em qualquer hipótese a au-

toridade tributária se obriga a manter o sigilo dos dados

recebidos, que não podem ser usados para qualquer fim

estranho àquele que motivou o acesso aos dados.

Deve-se recordar que, em batalhas travadas tanto

no âmbito jurídico como no político, a administração

tributária conquistou o direito de acesso aos dados da

movimentação bancária dos contribuintes - antes, ape-

nas para controlar a própria CPMF e, num segundo mo-

mento, para checar a correção do pagamento de outros

tributos.

A versão original da Lei nº 9.311 (BRASIL, 1996), ins-

tituidora da CPMF, trazia vedação expressa de utilização

dos dados bancários na fiscalização de outros tributos. É

que se vê dos §§ 2º e 3º do art. 11 da Lei: § 2º As instituições responsáveis pela retenção e pelo

recolhimento da contribuição prestarão à Secretaria da Receita Federal as informações neces-sárias à identifica-ção dos contribuintes e os valores globais das respectivas operações, nos termos, nas condições e nos prazos que vierem a ser estabelecidos pelo Ministro de Estado da Fazenda.”

“§ 3º A Secretaria da Receita Federal resguardará, na forma da legislação aplicada à matéria, o sigilo das infor-mações prestadas, vedada sua utilização para constituição de crédito tributário relativo a outras contribuições ou im-postos. (Grifo nosso).

Somente cinco anos depois, com a Lei nº 10.174 (BRA-

SIL, 2001) a vedação foi revertida para permissão, com o

advento da nova redação para o parágrafo 3º:§ 3o A Secretaria da Receita Federal resguardará, na

forma da legislação aplicável à matéria, o sigilo das infor-mações prestadas, facultada sua utilização para instaurar procedimento administrativo tendente a verificar a exis-tência de crédito tributário relativo a impostos e contribui-ções e para lançamento, no âmbito do procedimento fis-cal, do crédito tributá-rio porventura existente, observado o disposto no art. 42 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e alterações posteriores (Grifo nosso).

Page 24: Tributação em Revista 53

24 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Observe-se que esse era o suporte legal utilizado pela

Administração Fiscal para estabelecer um fluxo regular de

informações entre as instituições financeiras e seus com-

putadores, com vistas não apenas ao controle da CPMF

como ao de todos os demais tributos. Esse fluxo perdu-

rou, portanto, durante sete anos com plena aceitação de

sua constitucionalidade.

Isso significa que o direito à intimidade prescrita no

inciso X da Constituição Federal já encontrara seu limite,

no que diz respeito ao acesso das autoridades fiscais aos

dados financeiros de cidadãos, ainda que protegidos pelo

sigilo bancário. Em princípio, parece despropositada a re-

abertura de discussão versando a constitucionalidade da

matéria, vez que o marco constitucional pertinente conti-

nua absolutamente o mesmo - inclusive porque se trata de

cláusula pétrea, insuscetível de modificação.

Em setembro de 2007, o Supremo Tribunal Federal

manifestou-se outra vez sobre sigilo bancário, no julga-

mento do AI 655.298/SP (BRASIL, 2007):EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO

DE INSTRUMENTO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIO-NAL. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA. PROCEDIMENTO LEGAL. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIçãO DO BRASIL. 1. Controvérsia decidida à luz de normas infra-constitucionais. O-fensa indireta à Constituição do Bra-sil. 2. O sigilo bancário, espécie de direito à privacidade protegido pela Constituição de 1988, não é absoluto, pois deve ceder diante dos interesses público, social e da Justiça. Assim, deve ceder também na forma e com observância de procedimento legal e com respeito ao princípio da razoabilidade. Precedentes. 3. Agravo regi-mental a que se nega provimento.

III - A legitimidade formal da in srb-802/07

A Lei Complementar nº 105 (BRASIL, 2001) revogou o

art. 38 da Lei nº 4.595/64, redefinindo o instituto do sigilo

bancário e o compartilhamento de informações das insti-

tuições financeiras com a Administração fiscal. No que

interessa para este exame, expressamente declarou no art.

1º, § 3º, VI, que não constitui violação do dever de sigilo

pelas instituições financeiras “a prestação de informações

nos termos e condições estabelecidos nos artigos (...) 5o,

(...) desta Lei Complementar”.

O art. 5º estabelece que:O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à

periodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à admi-nistração tributária da União, as operações financeiras

efetuadas pelos usuários de seus serviços”.

O dispositivo relaciona exaustivamente, no § 1º,

quinze modalidades de serviço abrangidas, embora no §

2º restrinja a obrigação de transferência apenas a infor-

mes relacionados com a identificação do titular das opera-

ções e os montantes globais movimentados mensalmente,

“vedada a inserção de qualquer elemento que permita

identi-ficar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir

deles efetuados.”

Como se vê, o fluxo contínuo de dados tem caracte-

rísticas estatísticas, agrupado em volumes fechados men-

salmente, embora identificado o respectivo titular. Não

obstante, de acordo com o § 4º, “se detectados indícios

de falhas, incorreções ou omissões, ou de cometimento de

ilícito fiscal” poderão ser requisitadas informações e docu-

mentos complementares.

Além dessas normas relativas ao fornecimento contínuo

e rotineiro de dados, o art. 6º da Lei Complementar 105

reproduziu dispositivo constante do revogado art. 38 da Lei

nº 4.595/64, disciplinando o exame de livros e documentos

das instituições financeiras - inclusive relativos a depósitos,

para instrução de procedimento fiscal instaurado.

O art. 5º da Lei Complementar 105 - que, como se

viu, autorizou o Poder Executivo a estabelecer o forne-

cimento de informações financeiras - foi regulamentado

pelo Decreto nº 4.489 (BRASIL, 2002), o qual em seu art.

2º dispôs que as informações “referentes às operações fi-

nanceiras descritas no § 1º do art. 5º da Lei Complemen-

tar nº 105, serão prestadas, continuamente, em arquivos

digitais, de acordo com as especificações definidas pela

Secretaria da Receita Federal.

Logo, a Instrução Normativa RFB 802/07 não criou

nenhuma obrigação nova para as instituições financeiras,

nem inovou no direito relativo ao acesso a dados sigilo-

Em qualquer hipótese, autoridade tributária se

obriga a manter o sigilo dos dados da movimentação

bancária dos contribuintes

Page 25: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 25

sos, mas apenas especificou o que já havia estabelecido

no art. 5º da Lei Complementar nº 105 e regulamentado

pelo Decreto nº 4.489, de acordo com a autorização nele

disposta.

Iv – conclusãoConquanto a Constituição Federal inscreva entre os

direitos individuais, mediante cláusula pétrea, o resguardo

da intimidade, a doutrina e a jurisprudência firmaram-se

no sentido da relativização do sigilo bancário. Mais que

isso, a Suprema Corte evoluiu para liberar essa matéria da

reserva de jurisdição, subordinando, entretanto, o acesso a

informações sigilosas, à observância do interesse público,

do princípio da razoabilidade e que haja lei formal auto-

rizando a tanto.

A transferência de dados sigilosos para uso fiscal

(inicialmente somente para controle da CPMF e, depois,

para todos os tributos) já estava plenamente aceita e fun-

cionando regularmente com base na legislação da CPMF

(assim como já acontecia em relação ao IOF). Extinta a

CPMF, é perfeitamente válido à Administração continu-

ar a exigir essa transferência, com base na Lei Comple-

mentar nº 105 que, em substância, nada difere da Lei nº

9.311 para o particular.

Salvo mudança de orientação do Supremo Tribunal

Federal, a obrigação de as instituições financeiras for-

necerem à Administração Fiscal os dados de seus clien-

tes, protegidos pelo sigilo bancário, está acobertada pela

Constituição Federal, até mesmo porque não houve (nem

poderia haver, por se tratar de cláusula pétrea) qualquer

alteração em seu texto nesta parte.

Por outro lado, não se vislumbra qualquer vício for-

mal na IN RFB 802/07, visto que, com base no Decreto

regulamentador nº 4.489, de 2002, apenas estabelece as

especificações para o fluxo de informações sobre as movi-

mentações financeiras dos contribuintes.

BASTOS, Celso Ribeiro. Estudos e pareceres: direito público: constitucional/administrativo/municipal. São Paulo: RT, 1993.

BRASIL. constituição da República federativa do brasil, Brasília: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Decreto nº 4.489, de 28 de novembro de 2002. Diário Oficial [da] República federativa do brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 29 nov. 2002.

BRASIL. Lei 4.595/64 de 31 de dezembro de 1964. Diário Oficial [da] República federativa do brasil, Poder Execu-tivo, Brasília, DF, 31 dez. 1964, ed. extra.

BRASIL. Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996. Diário Oficial [da] República federativa do brasil, Poder Execu-tivo, Brasília, DF, 25 out. 1996.

BRASIL. Lei nº 10.174, de 9 de janeiro de 2001. Diário Ofi-cial [da] República federativa do brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 10 jan. 2001.

BRASIL. Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001. Diário Oficial [da] República federativa do brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 11 jan. 2001.

BRASIL. Secretaria da Receita Federal do Brasil. Instrução Normativa RFB nº 802, de 27 de dezembro de 2007. Dis-ponível em http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Ins/2007/in8022007.htm. Acesso em: 28 dez 2007.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI nº 939-7, de 6 de setembro de 1993. Dis-ponível em http://www.stf.gov.br/por-tal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=939&processo=939. Acesso em: 12 dez 2007.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário nº 219.780/PE, julgado em 13 de abril de 1999 ; Relator: Min. Carlos Velloso

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Mandado de Segurança nº 23.452/RJ, julgado em 16 de outubro de 1999; Relator: Min. Celso Mello

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Mandado de Segurança nº 23.480/RJ julgado em 4 de maio de 2000;

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Agravo de Instrumento 655.298/SP. julgado em 4 de setembro de 2007; Relator: Min. Celso Mello.

COVELLO, Sérgio C. O Sigilo Bancário como Proteção à In-timidade. Revista dos Tribunais. São Paulo, v.78, n.648, p.27-30, out. 1989.

MARTINS, Ives Gandra da Silva e MENDES, Gilmar Ferreira. Sigilo bancário, direito de autodeterminação sobre informa-ções e princípio da proporcionalidade. Repertório IOb de Jurisprudência, n. 24, 2ª quinzena, dez. 1992.

REfERêNcIAs bIblIOGRáfIcAs

Page 26: Tributação em Revista 53

26 TRIBUTAçãO em rev i s ta

O comércio internacional do Brasil antes de 1808

José Eduardo Pimentel de Godoy1

A 28 de janeiro de 2008, o Brasil comemorou

200 anos da abertura de seus portos às nações

amigas. Uma carta régia do Príncipe Regente

D. João, depois D. João VI, dirigida ao Conde da Ponte,

determinou que a partir dessa data não mais houvesse

no Brasil a proibição de negociar com outras nações.

A única restrição estava na adjetivação “amigas”,

necessária, pois Portugal estava em guerra com a França

e com os aliados desta.

Antes disso, durante dois séculos, o Brasil só podia

receber mercadorias estrangeiras através de Portugal,

transportadas em navios portugueses ou fretados por

portugueses, e só podia exportar para Portugal. As-

sim, em regra, produtos ingleses, franceses, alemães,

ou de qualquer outra nação só chegavam ao Brasil pe-

las mãos de comerciantes portugueses estabelecidos

na metrópole.

Se os portos foram abertos em 1808 é porque antes

estavam fechados. Quando foram fechados? Quem os fe-

chou? Tinham estado abertos antes do fechamento? Hou-

ve fechamento anterior a esse?

Essas perguntas não têm sido respondidas por nossos

historiadores mais conhecidos, mas já não constituem

mistério. E esta é uma boa oportunidade para examinar

esse tema em maior detalhe.

A primeira operação de comércio exterior de nossa his-

tória foi a troca de pau-brasil, macacos e papagaios por

colares e espelhinhos, feitas entre os indígenas do litoral e

os tripulantes dos primeiros navios que aqui aportaram. A

esse escambo inicial seguiu-se o período de feroz repressão

ao contrabando do pau-brasil, para proteger o monopólio

régio dessa madeira. Uma esquadra sob comando de Cris-

tóvão Jacques passou a patrulhar o litoral brasileiro para

apresar entrelopos que estivessem carregando pau-brasil.

Os portos do Brasil foram fechados pela primeira vez...

Só com o pacto colonial (podemos assim chamar a

criação das capitanias hereditárias) em 1534, foi permitido

o comércio exterior para os moradores do Brasil. A con-

1. Assessor do Secretário da Receita Federal do Brasil.

Page 27: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 27

cessão das capitanias hereditárias pelas cartas de doação e

forais, verdadeiros contratos de adesão para os donatários

e colonos, estabeleceu um conjunto de regras pelas quais

a vida destes deveria se reger.

Os forais continham uma série de disposições sobre o

comércio exterior a serem obedecidas na colônia. Como os

forais foram praticamente iguais para todas as capitanias,

nos limitaremos a mencionar as que constam do foral de

Pernambuco:

1 - era livre a exportação de mercadorias do Brasil para

qualquer parte do reino e colônias de Portugal, pagando

apenas a “sisa”;

2 - era livre a exportação de mercadorias do Brasil para

fora do reino:“(...) quando o dito Capitão e moradores e povoa-

dores da dita Capitania trazer ou mandar trazer (sic) por si ou por outrem a meus reinos e senhorios, qualquer sorte de mercadorias que na dita terra houver, tirando escravos e as outras mais cousas que acima são defesas (era proibida a extração de pau-brasil e de especiarias, que pertenciam à coroa), pode-lo-ão fazer, e serem reco-lhidos e agasalhados em quaisquer partes, cidades, vilas ou lugares dos ditos meus reinos ou senhorios em que vierem aportar, e não serão constrangidos a descarregar as suas mercadorias, nem as vender em alguns dos di-tos portos, cidades ou vilas, contra suas vontades, para outras partes, antes quiserem ir fazer seus proveitos, e quando as vender nos ditos lugares de meus reinos ou senhorios não pagarão deles direitos alguns, sómente a sisa do que venderem; posto que pelos forais, regimentos ou costumes de tais lugares forem obrigados a pagar ou-tros direitos ou tributos e poderem os sobreditos vender suas mercadorias a quem quiserem, e levá-las para fora do reino, se lhes bem vier, sem embargo dos ditos forais, regimentos e costumes que em contrário haja (MEN-DONçA, 1972, p. 126 e 127).”

3 - as mercadorias importadas de Portugal aqui nada

pagariam se já houvessem pago os direitos alfandegários

na metrópole;

4 - os navios portugueses que viessem ao Brasil e carre-

gasssem mercadorias brasileiras para vender fora do reino

pagariam aqui a Dízima (da qual o donatário tinha a Redí-

zima), mas se levassem essas mercadorias a Portugal aqui

nada pagariam:“(...) todos os navios de meus reinos e senhorios que

à dita terra forem, com mercadorias de que já cá tenham pago os direitos em minhas alfândegas, e mostrarem disso certidão dos meus oficiais delas, não pagarão na dita terra do Brasil direito algum, e se lá carregarem mercadorias da terra para fora do reino, pagarão a sua dízima a mim, da qual dízima o Capitão haverá sua Redízima, como se con-tém na sua doação. E, porém, trazendo as tais mercado-rias para meus reinos ou senhorios, não pagarão de saída

cousa alguma... (MENDONçA, 1972, p. 127);

5 - os estrangeiros que levassem mercadorias ao Brasil,

mesmo que houvessem pago a Dízima de saída em Por-

tugal, pagariam aqui nova Dízima pela entrada na terra, e

se carregassem mercadorias brasileiras para fora do reino,

pagariam outra Dízima de saída (MENDONçA, 1972);

6 - era proibido aos moradores da metrópole e aos

estrangeiros que fossem ao Brasil negociar com os índios

(MENDONçA, 1972).

Posteriormente, já no reinado de D. Sebastião, novas

medidas foram adotadas para estimular a produção cana-

vieira, com o estabelecimento de numerosos incentivos

fiscais, alguns deles na área do comércio exterior, isentan-

do de alguns tributos e reduzindo outros sobre a impor-

tação de escravos e de equipamentos, bem como sobre a

exportação de açúcar - alvarás de 29 de março de 1559 e

de 16 de março de 1560 (GODOY, s.d.). O pacto colonial

foi assim mantido e reforçado com esses novos benefícios,

embora ao mesmo tempo o contrabando continuasse a ser

severamente perseguido. O comércio externo legal, porém,

continuava livre e regido pelas disposições foraleiras.

O Brasil era quase um paraíso fiscal...

Em 1572, porém, uma desgraça atingiu o reino de Por-

tugal. O jovem Rei D. Sebastião, numa atitude quixotesca,

comandou uma expedição ao norte da África, envolvendo-

se numa guerra civil entre potentados mouros no Marro-

cos. Na batalha de Alcácer-Quibir, as tropas portuguesas e

seus aliados muçulmanos foram completamente derrota-

das; milhares de soldados e nobres lusos foram mortos ou

caíram prisioneiros; pior ainda, o Rei D. Sebastião desapa-

receu, presumindo-se que morrera em combate.

O trono de Portugal estava vago e o parente mais pró-

ximo era o Cardeal D. Henrique que, pelo seu estado sa-

cerdotal, não podia se casar. Além disso, era já muito ido-

so e não duraria muito no poder. O seguinte na linha de

sucessão ao trono era o Rei da Espanha, D. Felipe II, com

cuja família os reis de Portugal tinham laços de parentesco

muito próximos. A única alternativa era D. Antônio, prior

do Crato, filho ilegítimo do infante D. Luís e neto de D.

Manuel, o Venturoso. Falecendo D. Henrique, D. Antônio

proclamou-se rei de Portugal, mas foi derrotado por Felipe

II e teve que fugir do reino. Portugal caiu em poder da

Espanha, pela chamada “União Ibérica”, mantendo teori-

camente sua independência sob um rei espanhol.

Essa catástrofe política logo afetou o Brasil e o nosso

comércio exterior. A Espanha estava lutando contra uma

Page 28: Tributação em Revista 53

28 TRIBUTAçãO em rev i s ta

rebelião nos Países Baixos, onde os holandeses protestantes

haviam se insurgido contra o domínio castelhano. Além dis-

so, a Espanha mantinha péssimas relações com os demais

países europeus, especialmente a França e a Inglaterra, com

as quais acabou por entrar em guerra várias vezes.

Para evitar qualquer influência dessas nações inimigas

no Brasil, Felipe II decretou em 9 de fevereiro de 1591 a

proibição por lei da visita de navios estrangeiros aos nos-

sos portos, sem licença prévia. Já antes, pelo Regimento do

Governador-Geral Francisco Giraldes, de 1588, essa visi-

ta fora proibida. Como essa governador nunca conseguiu

chegar ao Brasil, tal dispositivo ficara como letra morta.

Aliás, é dessa época uma carta de João de Teive sobre os

danos causados à Fazenda Real pelo comércio dos estran-

geiros, datada de 9 de setembro de 1587 (SOUZA, 1827;

SERRãO, 1976; RAU, 1958).

O Alvará de 18 de março de 1605, confirmado pela Lei

de 16 de junho de 1606, tornou essa proibição total. Aliás,

esse alvará também proibia os estrangeiros de viverem nos

domínios portugueses fora da Europa e até de viajarem

em navios portugueses. Os que estivessem no Brasil deve-

riam regressar imediatamente a Portugal. Essa violação do

pacto colonial, desrespeitando os direitos assegurados nos

forais e cartas de doação, gerou, além dos imensos prejuí-

zos ao nosso comércio, a hostilidade de franceses, ingleses

e holandeses contra nosso litoral (ALMEIDA, 1913).

Os holandeses em especial eram duramente atingidos

pela proibição, pois já se dedicavam a refinar nosso açúcar

em seu próprio território europeu e já não poderiam vir

buscá-lo em nossos portos. Teriam que negociá-lo com os

comerciantes lisboetas e portuenses, arcando, é claro, com

o sobrepreço que estes imporiam. Assim, a invasão do

Nordeste brasileiro pelos batavos e a criação de uma agro-

indústria açucareira nas ilhas holandesas do Caribe foram

consequências diretas do fechamento de nossos portos aos

seus barcos (SERRãO, 1976).

Era de se esperar que, com a separação de Portugal

da Espanha pela Restauração de 1640, essas disposições

proibitivas fossem revogadas, pois pareciam ser de inte-

resse exclusivo da coroa castelhana. Não foi, porém, o que

aconteceu, pois o Decreto de 20 de maio de 1662 revi-

gorou a proibição de “ir às conquistas os navios estran-

geiros”. Mais tarde no ciclo do ouro essa proibição seria

reiteradamente repetida em numerosos diplomas legais

(SOUZA, 1827)2 .

Além da proibição de navios estrangeiros aportarem

no Brasil, havia outra disposição extremamente restritiva,

a Provisão Régia de 15 de dezembro de 1661, pela qual

navios vindos da Índia não poderiam descarregar suas

mercadorias em portos brasileiros (SOUZA, 1827). Assim,

as célebres louças da Índia, as especiarias e demais mer-

cadorias produzidas no Oriente teriam que ir primeiro às

mãos dos comerciantes da metrópole, para depois serem

revendidas com avultados lucros para os consumidores

brasileiros. O fechamento dos portos brasileiros atingiu o

auge com essa medida que vedava até mesmo a navios

portugueses o comércio direto com o Brasil. E mesmo as

mercadorias transportadas “das Ilhas” (Cabo Verde, Ma-

deira e Açores) para o Brasil tinham que ser despachadas

previamente nas alfândegas do reino, sob pena de apreen-

são (ALMEIDA, 1913).

A esse tempo, porém, Portugal havia lavrado com a

Inglaterra o célebre tratado de 1654. O art. 11 desse tra-

tado dava permissão aos ingleses para comerciarem com o

Brasil, o que deveria ter sido apenas uma pequena brecha

2. Outras leis e disposições regulamentares foram baixadas sucessivamente. A relação completa abrange: Ordenações Filipinas, livro 5º, nº. 107 - alvarás de 9 de fevereiro de 1591, 18 de março de 1605 e 28 de março de 1641 - ordem régia de 24 de julho de 1709 - lei de 8 de fevereiro de 1711 - ordens régias de 27 de janeiro de 1712, 7 de fevereiro de 1714, 29 de julho e 7 de setembro de 1715 - alvará de 3 de outubro de 1715 - ordens régias de 21 de janeiro e 1 de fevereiro de 1717, 8 de abril de 1718, 14 de janeiro, 16 e 20 de fevereiro, 16 e 26 de abril de 1719, 12 de janeiro de 1724 - leis (duas) de 20 de março de 1736 - ordens régias de 28 de maio e 11 de julho de 1757 - cartas régias de 19 de abril e 14 de outubro de 1761, em conformidade com ALMEIDA, Eduardo de Castro e. Inventário dos Documentos Relativos ao Brasil Existentes no Archivo de Marinha e Ultramar de Lisboa, Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional, 1913-1936, v. 2, p. 228.

Além da proibição de navios estrangeiros

aportarem no Brasil, havia disposição restritiva pela

qual navios vindos da Índia não poderiam

descarregar suas mercadorias em portos brasileiros

Page 29: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 29

na proibição de comércio com estrangeiros, mas como se

verá adiante, foi muito além disso (RAU, 1958). Sobre esse

fato basta mencionar o desesperado protesto mencionado

no volume 93, página 226, dos Documentos Históricos da

Biblioteca Nacional: “O tratado feito entre esta Coroa e a

república da Inglaterra no ano de 1654 foi o que destruiu

o nosso comércio e o tirou das mãos dos portugueses e

o pôs nas dos ingleses”. Mas esse tratado foi ainda mais

desastroso para Portugal do ponto de vista político, pois

entregou também aos ingleses a ilha de Santa Helena e

diversas possessões na Índia. Tudo isso para sacramentar o

casamendo do Rei Carlos II com a Infanta Catarina de Por-

tugal. Além disso, o Brasil, teve que pagar durante déca-

das um imposto extraordinário, pesadíssimo denominado

“Dote da Rainha da Grã-Bretanha” (GODOY, 2002).

É claro que essa situação provocou reações, especialmen-

te no Brasil, que acabou sendo o maior prejudicado nessas

benesses concedidas à Inglaterra. O volume 96 dos Docu-

mentos Históricos da Biblioteca Nacional traz interessante

texto defendendo a proibição do comércio de estrangeiros

no Brasil em 1715 (DHBN). Os manuscritos existentes no

arquivo da Casa de Cadaval, em Portugal, trazem também

uma “Petição dos homens de negócios sobre o “registro”

(correspondência da importação com a exportação) de

mercadorias estrangeiras - século XVIII”, que era uma das

medidas para conter a avalanche de mercadorias inglesas no

comércio luso-brasileiro (RAU, 1958). E há também uma

catilinária da Mesa do Espírito Santo contra os comerciantes

estrangeiros no mesmo arquivo (RAU, 1958).

O tratado de Methuen em 1703 agravou esses proble-

mas. Negociado em plena corrida do ouro de Minas Ge-

rais, quando Portugal se tornara o país mais rico do mun-

do, esse tratado tinha como objetivo para a coroa lusitana

assegurar a colocação dos vinhos portugueses entre os

consumidores ingleses. Em troca, a Inglaterra ficava com

a total isenção de impostos sobre os “panos de lã” que ex-

portasse para Portugal. O acordo era leonino, pois a única

vantagem que os vinhos portugueses levavam era pagar

um terço a menos de impostos do que os vinhos franceses

(que levavam a vantagem de um frete muito mais barato).

Entretanto, como Portugal praticamente não tinha indús-

trias, junto com os têxteis vinham ferramentas e outros

produtos britânicos, desequilibrando ainda mais a balança

de comércio entre os dois países (SERRãO, 1976).

Esse tratado afetou o Brasil, pois a partir dele, qualquer

indústria que se tentasse no Brasil passava a ser desestimu-

lada. Não havia ainda a proibição de instalação de indús-

trias, no governo de D. Maria I, que só veio tardiamente,

já no final do século XVIII, mas o desinteresse e a falta de

apoio do governo metropolitano já era o suficiente para

prejudicar qualquer indústria nascente. É verdade que an-

tes disso já não existiam indústrias, exceto: serrarias, ola-

rias, ferrarias (ao contrário, chegou a haver até estímulo à

siderurgia no século XVI), fabricação de panos grosseiros,

fabricação de lata (o inventor foi levado para Portugal),

sapateiros, alfaiates, ourives (sempre perseguidos e fiscali-

zados, mas nunca totalmente proibidos... Em suma, Por-

tugal tinha poucas indústrias e o Brasil quase nenhuma...

O Brasil assistiu o nascimento da primeira indústria

de produção em massa, a agroindustria açucareira do NE,

mas esperaria até o século XX para formar um parque in-

dustrial.

O comércio legítimo que havia entre Brasil e Portugal

era, entretanto, intenso.

O Brasil exportava uma enorme diversidade de produ-

tos: ouro, diamantes, açúcar, tabaco, pau-brasil, madeira

para construção, madeira para assoalho, pranchas para por-

tas e janelas, farinha de mandioca, anil, café, cacau, dro-

gas do sertão (entre as quais a ipecacuanha ou ipeca, muito

apreciada na Europa), couro curtido, couro não curtido,

carne de porco salgada, marmelada, e até mesmo varas de

parreiras (no final do século XVIII, quando as videiras eu-

ropéias foram devastadas por uma praga, a qual, entretanto,

não afetava a videira silvestre das Américas), contas para

fazer rosários, barrís de melaço, escravos, ouro em pó e em

Page 30: Tributação em Revista 53

30 TRIBUTAçãO em rev i s ta

moedas, cacau e índigo, barbas de baleia, marfim (prova-

velmente vindo da África e reexportado), jacarandá, azeite

de peixe, mel, limões, bananas e doces, topázios, coquilhos,

salsaparrilha, cravo, óleo de copaíba, couçoeiras, varas de

madeira de manga para liteiras, vigas para construção, algo-

dão colorido: branco, alvadio, amarelo e azul e canela3.

A importação, por outro lado, também era bastante di-

versificada, já que tinha que atender às necessidades de

uma população relativamente grande e cujas atividades

eram variadas. As principais mercadorias remetidas de

Portugal para o Brasil eram: ferramentas, armas, vinhos,

azeite, aguardente, farinhas e outros gêneros alimentícios,

tecidos de Hamburgo, da Bretanha, baetas e serafinas da

Inglaterra, bertanhas e outras fazendas de lã, gêneros ali-

mentícios como biscoitos, azeites, presuntos e salsichões,

aguardentes, sedas da Itália, e algumas partidas das de

Lion, galões, quinquilharias, queijos, manteiga, e sal. O

estudo das pautas da alfândega do Rio de Janeiro vigentes

no final do século XVIII mostra uma lista muito maior de

mercadorias importadas na época4.

Tão valiosas eram as cargas transportadas para a me-

trópole ou dela para o Brasil, que durante dois séculos

a maior parte das viagens marítimas era feita por navios

agrupados em frotas, exigindo-se dos navios que viajas-

sem isolados e tivessem uma forte artilharia. O ouro e

os diamantes eram transportados no cofre dos navios de

guerra que escoltavam as frotas5.

Com tantos atrativos e com tão rigorosas proibições, o

contrabando era uma alternativa inevitável. Contrabando

marítimo, pois as fronteiras terrestres eram por sua na-

tureza invioláveis: as distâncias e as florestas, o pantanal

matogrossense e as tribos hostis eram obstáculos insupe-

ráveis para o tráfico por meio das divisas com as colônias

espanholas. Mesmo o intenso contrabando que ocorria na

Colônia de Sacramento, às margens do Rio da Prata, era

feito por meio de embarcações. Aliás, esse contrabando in-

teressava à Coroa Portuguesa e aos seus aliados, os comer-

ciantes ingleses, porque permitia introduzir mercadorias

britânicas nas colônias platinas, recebendo em troca couro

cru, prata da Bolívia e outros artigos da região.

Mas o litoral brasileiro era visitado com extrema fre-

qüência por navios europeus que desembarcavam clandes-

tinamente mercadorias nas praias desertas, com a cumpli-

cidade de moradores da costa e até de autoridades locais.

Santa Catarina, Paranaguá, São Sebastião, Ubatuba, Parati,

Cabo Frio, Porto Seguro e as praias desertas do norte da

Bahia e de Sergipe eram os pontos preferidos para o de-

sembarque de mercadorias desencaminhadas. Entre essas

se incluía o tabaco estrangeiro, cuja introdução no Brasil

foi proibida por uma carta de lei datada de 20 de março de

1736 (ALMEIDA, 1913). Mas outras mercadorias, especial-

mente tecidos europeus, eram objeto desse comércio ilegal.

Em troca, os navios estrangeiros levavam ouro e alguns pro-

dutos da terra como tabaco, pau-brasil e couros.

As arribadas forçadas, verdadeiras ou simuladas, também

inevitáveis, dada a posição estratégica do Brasil e a extensão

de seu litoral eram outro problema da fiscalização aduaneira.

O Atlântico Sul era passagem obrigatória para os Oceanos

Pacífico e Índico. Os barcos que a eles se destinavam eram

obrigados a fazer escalas para se reabastecer, sofrer reparos ou

cuidar de doentes, especialmente para combater o escorbuto,

uma avitaminose causada pela falta de alimentos frescos.

O pagamento desses serviços de reabastecimento e de

reparos era um fator de complicação, pois muitas vezes

os capitães não possuíam o numerário suficiente e solici-

tavam autorização para vender parte da carga para solver

suas dívidas. O governo nem sempre autorizava essas ope-

rações, exigindo às vezes que o pagamento fosse feito em

letras de câmbio contra os armadores europeus ou outros

responsáveis (ALMEIDA, 1913).

Muitas das arribadas de navios estrangeiros, porém,

eram simuladas com pretextos variados, pois havia sempre

a esperança de burlar a fiscalização portuária e desembarcar

algumas mercadorias. Mesmo em Salvador, capital do gover-

no-geral, era comum que mercadores ambulantes vendessem

de porta em porta mercadorias descaminhadas, o que gerava

freqüentes operações de repressão dos órgãos fiscais.

E, é claro, não faltavam piratas e corsários atraídos pela

riqueza do comércio transatlântico. O ouro trazia para cá

todo tipo de indivíduo indesejável, especialmente para a

fiscalização aduaneira...

A decadência do ciclo do ouro não importou em me-

3. A esse propósito, ver a obra de luís lisanti, Negócios Coloniais, editada pelo Ministério da Fazenda em 5 volumes, um dos trabalhos mais minuciosos sobre o comércio exterior setecentista, que transcreve a correspondência do comerciante lisboeta Francisco Pinheiro. Também o livro de Virgílio Noya Pinto O Ouro brasileiro e o comércio Anglo-Português traz valiosos subsídios sobre o assunto.

4. Veja-se Luis Lisanti, Negocios Coloniais e Virgílio Noya Pinto, O Ouro Brasileiro e o Comércio Anglo-Português.

5. Veja-se Luis Lisanti, Negocios Coloniais e Virgílio Noya Pinto, O Ouro Brasileiro e o Comércio Anglo-Português.

Page 31: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 31

lhoria na situação, pois coincidiu com outro acidente his-

tórico distante, a Revolução Francesa e a posterior ascen-

ção de Napoleão. Ao contrário, foi necessário restabelecer

o regime de frotas que fora abolido pouco antes, já que

as fragatas francesas faziam o corso em todos os oceanos.

Portugal, tradicional aliado da Inglaterra, era um dos alvos

mais fáceis para os corsários franceses, que chegaram a

tentar um desembarque em Porto Seguro em 1797.

Pior ainda, em novembro de 1807, a própria metró-

pole portuguesa foi invadida pela horda napoleônica,

obrigando a Família Real e o governo a se refugiarem no

Brasil. O Príncipe Regente, a Rainha D. Maria I, e um gran-

de número de ministros e altos funcionários chegaram à

Bahia em janeiro de 1808, onde foram recebidos com

entusiasmo pela população que acreditava que não só o

governo geral, mas a própria sede da monarquia lusa ali

se instalaria. Embora isso não se realizasse, um outro fato

de extraordinária importância para a nossa história econô-

mica ali se concretizava: uma Carta Régia datada de 28 de

janeiro de 1808, dirigida pelo Príncipe Regente ao Conde

da Ponte, governador da Capitania da Bahia, determinava

a abertura dos portos do Brasil aos navios e ao comér-

cio “das potências que se conservam em paz e harmonia

com a minha Real Coroa” (ALVES, 1999). As mercadorias

por eles transportadas pagariam apenas 20% de “direitos

grossos” (sisa e dízima da alfândega) e 4% de “donativo”

(imposto extraordinário). As exportações também estavam

liberadas para os portos das mesmas potências, pagos os

impostos cabíveis.

O Príncipe Regente D. João, mais tarde D. João VI, fora

convencido a tomar tal medida por José da Silva Lisboa,

mais tarde Visconde de Cairu, advogado, estudioso de

Economia, membro de Mesa de Inspecção do Açúcar e

Tabaco de Salvador, que encaminhara tal sugestão num

parecer dirigido ao Conde da Ponte.

Embora pelo texto do documento, a medida tomada

em carácter interino e provisório era inevitável. Portu-

gal e seus portos estavam em mãos das forças invasoras

francesas e espanholas, comandadas por Junot; não havia

possibilidade de obter quaisquer suprimentos lá e também

não havia possibilidade de realizar exportações brasleiras

para lá. A Coroa teria forçosamente que se abastecer no

comércio internacional, embora este estivesse reduzido

praticamente só à Inglaterra, já que o resto da Europa es-

tava dominada por Napoleão.

O Príncipe Regente e a sua corte logo seguiram para o

Rio de Janeiro, onde instalaram a nova capital do reino de

Portugal. Mas D. João completou a seguir, em 1º de abril

de 1808, o seu intento de liberar a economia brasileira por

meio do alvará que permitiu a instalação de indústrias em

nosso país. Em outubro de 1808 era a Suécia quem abria

seus portos ao comércio com o Brasil, reconhecendo nosso

novo “status”6.

Estava aberto o caminho para a autonomia econômica,

que resultaria na independência política. A abertura dos

portos prenunciava o 7 de Setembro!

Mas teria havido realmente uma “abertura dos portos”

ou teria havido apenas um “alargamento”? Será que os es-

trangeiros realmente não podiam comerciar com o Brasil?

A crença geral até hoje vinha sendo a de que essa proi-

bição do comércio era absoluta e que efetivamente só a

partir de 1808 se admitiu o comércio internacional direto

do Brasil com outras nações. Entretanto, documentação

dos arquivos dos Duques de Cadaval, publicada na déca-

da de 1950 pela ilustre historiadora portuguesa Virgínia

Rau, mostra que essa noção estava errada. O comércio

com quatro nações européias Inglaterra, França, Espanha

e Holanda era permitido desde que as mercadorias fos-

sem transportadas em navios portugueses. Um parecer do

Conselheiro Ultramarino Antônio Rodrigues da Costa, da-

tado de 27 de julho de 1718, informa textualmente que:... Aos ingleses fora-lhes concedidos comerciar no Bra-

sil pelo art. 11º do Tratado de 1654, e igual privilégio pos-suíam os holandeses e castelhanos, mas não os franceses, por não estar ratificado o seu tratado de comércio. No en-tanto, deveriam estas nações mandar as suas mercadorias

6. Correio Braziliense, publicado no “Informe-se” em setembro de 2007.

Em novembro de 1807 Lisboa foi invadida pela

horda napoleônica, obrigando a Família Real e o governo a

se refugiarem no Brasil

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32 TRIBUTAçãO em rev i s ta

ao Brasil nos nossos navios, e por eles receber o retorno (RAU, 1958).

Estas disposições haviam sido reforçadas pelo tratado

de “liga defensiva” celebrado entre Portugal, Inglaterra e

Holanda, em 1703, que “garantira reciprocidade em todos

os privilégios e liberdades de comércio”. O conselheiro

Rogrigues da Costa reclamava que Holanda e Inglaterra

observavam mal esse tratado, pois não permitia a Portugal

negociar nos domínios dessas nações, enquanto elas abu-

savam de seus privilégios, pois “quando queriam mandar

ao Brasil as suas fazendas nos seus navios, procuravam

fazê-los passar por portugueses, pondo-lhes bandeira e

tripulação portuguesa” (RAU, 1958).

Uma “Exposição sobre o comércio do reino oferecida

a El-Rei pelo Provedor e Deputados dos homens de negó-

cio de Lisboa, da Irmandade do Espírito Santo”, sem data,

mas certamente do século XVIII, focalizava:a decadência do comércio português nos últimos tem-

pos, o qual já havia muito que se reduzira no terrestre aos contratos do Reino e no marítimo à navegação do Brasil. Todavia isto mesmo se ia esbatendo. Os estrangeiros arre-matavam os contratos, arrendavam as comendas, assina-vam nas alfândegas, tomavam os assentos para as milícias, tinham partes nos navios onde se transportavam os frutos

e nos Brazís estabeleciam companhias e sociedades de ca-bedais excessivos, aonde iam moradores de quase todas as praças dos reinos estranhos adquirir extraordinários lucros, que remetiam para suas pátrias. Todos os anos de lá traziam as nossas frotas grande quantidade de arrobas e outro, com assombro de todos os estrangeiros, mas era tal a ambiciosa vigilância destes, que em breve o transporta-riam quase todo para as suas pátrias. Ultimamente tinham passado ao Brasil várias casas de homens de negócios in-gleses, franceses, holandeses, flanderinos, italianos e de outras nações...(RAU, 1958)

Um informante avisara o comércio lisboeta que “de-

pois da última frota tinham entrado no porto da Bahia

mais de vinte navios de diversas nações; o seu mestre

afirmava que ele próprio em quatro meses vira entrar sete

navios” (RAU, 1958).

E basta ver a extensa documentação existente sobre o

comércio externo do Brasil no século XVIII, publicada por

Luís Lisanti em Negócios coloniais, para se verificar a

enorme quantidade de mercadorias estrangeiras transpor-

tadas em navios pretensamente portugueses, que afluíam

para os portos brasileiros (LISANTI, 1973).

Em 28 de janeiro de 1808 apenas se escancarou uma

porta que já estava entreaberta...

ALMEIDA, Eduardo de Castro. Inventário dos Documen-tos Relativos ao brasil Existentes no Archivo de marinha e ultramar de lisboa. Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional, 1913, 9 vols (vols. 1-5: Baía; vols. 6-8: Rio de Janeiro).

ALVES, Ivan Filho. brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad. 1999.

GODOY, José Eduardo Pimentel de. Dicionário de história tributária do brasil. Brasília, ESAF, 2002.

GODOY, José Eduardo Pimentel de. Incentivos Fiscais para o Nordeste - Política Canavieira da Coroa Portuguesa no Sécu-lo XVI. Projeção, n. 26, p. 16-22.

LISANTI, Luis. Negócios coloniais. Brasília: Ministério da Fazenda 1973, v. 2.

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REfERêNcIAs bIblIOGRáfIcAs

Page 33: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 33

uEsTõEs POlêmIcAs DE DIREITO TRIbuTáRIOqAnálise do Acórdão EDcl em AgRg no REsp 933.539, de 07/02/2008

DESNECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO DE EXCLUSÃO DO REFIS

áryna martins Dias Rangel

Número do Recurso Especial

933.539/DF

Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS

Órgão Julgador: Segunda Turma

Data de Julgamento: 07/02/2008

Data da Publicação: DJ 20.02.2008 p.134

Matéria: Tributário-REFIS

Embargante: COMPANHIA MINUANO DE ALIMENTOS

Embargado: FAZENDA NACIONAL

Decisão: Rejeitados os Embargos Declaratórios no Agravo Regimental em Recurso Especial.

Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça “A Turma, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração, nos termos do voto do(a) Sr(a).Ministro(a)-Relator(a).” (...)

Ementa: PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – RECURSO ESPECIAL – EXCLUSãO DO REFIS – DESNECESSIDA-DE DE NOTIFICAçãO PESSOAL – INTIMAçãO POR MEIO DA IMPRENSA OFICIAL (DIÁRIO) E DA INTERNET – POSSIBILIDADE – LEGISLAçãO ESPECÍFICA DO PROGRAMA – PRECEDENTES – AU-SÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO – PRETENSãO DE EFEITOS INFRINGENTES – IMPOSSIBILIDADE.1. Não são aplicáveis ao Refis as regras da Lei n. 9.784/99 que versa sobre regramento geral do processo administrativo. Para o caso dos autos, existe a disposição específica da Lei n. 9.964/00 que deve ser apli-cada; e registra, em seu art. 2º, não ser necessária a intimação pessoal do interessado.2. É legítima a intimação do contribuinte de sua exclusão do Programa Refis por meio da internet e me-diante publicação no Diário Oficial.(...)

Page 34: Tributação em Revista 53

34 TRIBUTAçãO em rev i s ta

O Acórdão proferido pela Segunda Turma do Su-

perior Tribunal de Justiça (STJ) versa sobre a

desnecessidade de notificação pessoal do con-

tribuinte a ser excluído do chamado Programa de Recupe-

ração Fiscal - REFIS.

Conforme a Lei 9.964/2000, instituidora do REFIS, o

referido programa trata de opção feita por pessoas jurídi-

cas quanto ao parcelamento de débitos relativos a tributos

e contribuições administrados pela Secretaria da Receita

Federal e pelo Instituto Nacional de Seguro Social - INSS.

Essa possibilidade foi criada a fim de que Receita e INSS

tivessem supridos os créditos da União, ainda que a longo

prazo e, assim, regularizar a situação das pessoas jurídicas.

A Lei mencionada deixa claro em seu art. 3º, IV, que

o ato de quem optar por esse parcelamento acarretará em

aceitação plena e irretratável de todas as condições esta-

belecidas, bem assim, consoante o inciso VI, comprome-

ter-se-á ao pagamento regular das respectivas parcelas.

Trata-se, portanto, de uma adesão voluntária, de natureza

contratual, não tributária.

Se a pessoa jurídica, em contrapartida, não pagar por

três meses consecutivos ou por seis meses alternados,

tornar-se-á inadimplente, com conseqüente exclusão do

programa e imediata exigibilidade do crédito constituído,

ou seja, deverá pagar sua totalidade somada a demais en-

cargos inerentes ao atraso1.

O crédito tributário advém do lançamento2 ou da con-

fissão de dívida (DCTF)3, devendo esse ato ser notificado

ao sujeito passivo, ou seja, levado ao conhecimento de

quem deverá arcar com seu pagamento4.

A polêmica centra-se no questionamento sobre qual

meio notifica-se (intima-se) o devedor em inadimplência.

Notificação, neste caso, é ato declaratório e não constitu-

tivo de direito.

Manifesta-se a insatisfação da pessoa jurídica quanto

à intimação de sua exclusão ser feita via Diário Oficial da

União - DOU e/ou via eletrônica - Internet.

A Lei 9.784 de 28 de janeiro de 1999, a qual dispõe

sobre o processo administrativo na administração pública

federal, preconiza notificação pessoal das partes litigantes,

enquanto a Lei instituidora do REFIS sequer menciona

por qual meio hão de ser intimadas.

Os contribuintes argumentam que o fato de a Lei Es-

pecial não determinar qualquer meio de intimação, não

a exime de se subordinar à Constituição Federal - CF. Se

não bastasse, há quem defenda não ter sido informado da

possibilidade de exclusão.

Em tese, a falta dessa informação jamais poderia ser

alegada. Como dito anteriormente, quem adere ao RE-

FIS acata o regramento nele disposto e sabe que, se não o

cumprir, será excluído do programa.

A falta de intimação pessoal do contribuinte não implica

sua inexistência. Ainda que não possua acesso aos meios

eletrônicos, ele certamente poderá buscar publicação no Di-

ário Oficial da União ou em jornal de grande circulação.

A assertiva de violação constitucional funda-se na ale-

gação de ofensa a princípios basilares constitucionais: Am-

pla Defesa e Contraditório5.

Essa tese encontra guarida em decisões proferidas por Tri-

bunais Regionais Federais - TRF, como o TRF da 4ª Região6,

que declara incisivamente que os princípios in casu serão efe-

tivamente respeitados somente com a notificação pessoal.

Todavia, segundo entendimento reiterado do STJ, a in-

timação feita por DOU e/ou Internet garante de imediato

a observância dos princípios mencionados. Não haveria

obrigatoriedade de se proceder a notificação pessoal, di-

ferentemente dos termos da Lei do Processo Administra-

tivo7. A Lei do REFIS é específica, é a que se consagra e,

apenas no que couber, se aplica à Lei Geral.

Essa questão já foi levada ao Supremo Tribunal Federal -

STF na forma de Recurso Extraordinário8, todavia sem êxito9.

O Supremo decidiu ser inviável tal análise por essa via, uma

vez que a violação à Constituição é meramente indireta.

Se no âmbito jurisprudencial do STJ não há dúvida

até o presente momento, é altamente desejável também se

levar a questão em nível constitucional ao STF. Seu pro-

nunciamento sobre a possível inconstitucionalidade desse

ponto da Lei em análise colocaria fim à controvérsia.

1. Art. 5º, II e § 1º da Lei 9.964/00. 2. Lançamento é um procedimento administrativo feito por um agente público competente para tanto a fim de que constitua o crédito tributário a partir do fato gerador e do cálculo a ele aplicado e, assim, possa a Administração Pública exigir o seu pagamento, conforme art. 142 do Código Tributário Nacional - CTN. 3. Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais. 4. Art. 145 do CTN. 5. Art. 5º, LV da CF. 6. Julgados: 1ª T., un., AI 2003.04.01.000003-4/RS, rel.Des.Fed. Lugon, mai/03; 1ª T., un., AI 2002.04.01.053751-7/PR, rel. Des. Wellington M. de Almeida, mai/03. 7. Lei 9.784 de 28 de janeiro de 1999, art. 26. 8. Recurso cabível ao STF previsto no art. 102, III, alíneas a-d, da CF a fim de assegurar a adequada aplicabilidade da Magna Carta. 9. Julgados: 1ªT., un., AgReg em RE 490.228-1/DF; e AgReg em RE 476.530-6/DF, ambos rel. Min. Carlos Britto, Nov/06 e jun/07, respectivamente.

Page 35: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 35

Wagner U

lisses

Roberto bocaccio Piscitelli1 e mário sérgio f. sallorenzo2

A) Arrecadação Tributária

A arrecadação bruta dos impostos e contribuições

federais administrados pela Secretaria da Receita

Federal do Brasil alcançou, no ano de 2007, R$

585,1 bilhões a preços correntes, valor que se eleva a R$

602,8 bilhões quando se agregam as demais receitas (2,9%

do total). Somente a receita previdenciária correspondeu a

26,3% do total da receita administrada. A preços correntes,

o aumento da receita administrada foi de 16,3%. A preços

de dezembro/2007, utilizando-se o IPCA como deflator, foi

de 12,2% e 10,6%, utilizando-se o IGP-DI. As demais recei-

tas apresentaram quedas de, respectivamente, 13,3% (pre-

ços correntes), 16,3% (IPCA) e 17,4% IGP-DI). Todos os

meses apresentaram altas expressivas em relação aos meses

correspondentes de 2006. Considerando-se essas variações

com base no IPCA, a menor elevação mensal ocorreu em

junho com 6,8%, e a maior em novembro, com 20,3%. A

variação acumulada com exceção de fevereiro, quando foi

superior a 10% é uniformemente superior a 11%, ultrapas-

sando 12% nos dois últimos meses.

Como normalmente tem ocorrido, o Órgão atribui o

excelente desempenho arrecadatório ao crescimento eco-

nômico (com elasticidade de cerca de 2) e à maior presen-

ça fiscal. Destaca, em particular:

• o aumento da governança corporativa de empresas

com vistas à abertura de capital e ganho líquido de opera-

ção em bolsas; e

• a maior presença fiscal, com celeridade na solução

dos litígios fiscais, intensificação do controle sobre decla-

rações, recuperação de débitos decorrentes de depósitos

judiciais e administrativos.

Quanto ao primeiro aspecto, a Receita Federal assi-

nala o incremento significativo do número de empresas

e do valor captado na abertura de capital no mercado

de ações. O ganho de arrecadação dar-se-ia, na forma

direta, no momento da abertura de capital, e na indireta,

pela ampliação das atividades e conseqüente geração de

receitas e postos de trabalho.

No que diz respeito à presença fiscal, a Receita Fede-

ral tem enfatizado o aumento do número de contribuintes

fiscalizados (80%), do valor do crédito lançado (42%),

das apreensões de mercadorias e ações fiscais ligadas à

área aduaneira, da arrecadação de multa e juros (30,7%)

e relativa aos depósitos administrativos e judiciais (46%).

Alguns desses indicadores, como é óbvio, têm expressão

meramente quantitativa e, portanto, importância relativa

do ponto de vista do próprio potencial arrecadatório da

União. Tampouco podem ser avaliados de forma isolada.

1. Bacharel em Economia, Mestre em Planejamento Governamental e Auditor-Fiscal aposentado da Receita Federal do Brasil.

2. Bacharel e Mestre em Economia, Doutor em Ciências Sociais e Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil.

NDIcADOREs TRIbuTáRIOs E fINANcEIROsi

Page 36: Tributação em Revista 53

36 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Na área aduaneira, por exemplo, é relevante levar em con-

ta o grau crescente de abertura comercial e financeira do

País. No tocante às multas e juros, é bom levar em conta

que a concentração de fiscalizações, cobranças e execuções

relativas a situações mais antigas contribui enormemente

para uma exacerbação do valor dos acréscimos legais.

Passa-se, agora, ao exame das principais rubricas. A

análise dinâmica está considerando as variações reais, ou

seja, com os valores de 2006 e 2007 aos níveis de preços

de dezembro de 2007, tomando-se o IPCA como deflator.

ImPOsTO DE ImPORTAÇãO. Apresentou aumento

considerável, apesar de sua reduzida participação. O IPI

Vinculado à Importação teve um aumento ainda maior, de

praticamente o dobro da receita total. Saliente-se a com-

binação dos seguintes fatores: redução de 10,51% na taxa

média de câmbio, fator que, associado ao aumento do em-

prego, da renda e do crédito, constitui um forte estímulo

às importações; elevação de 31,78% do valor em dólares

das importações tributadas, aliada ao aumento de 6,76%

na alíquota média efetiva do Imposto de Importação e de

10,60% na alíquota média efetiva do IPI – Vinculado.

IPI. No global, apresentou crescimento em proporção

quase 50% superior à do crescimento das receitas totais,

com queda apenas na rubrica Bebidas. Aqui, tem-se que

levar em conta principalmente o expressivo crescimento

da indústria brasileira em 2007. No caso do Fumo, regis-

tre-se o reajuste da tabela do imposto em cerca de 30% a

partir de julho, conforme Decreto nº 6.072/07. No caso

de Automóveis, houve aumento de 22,7% no volume de

vendas de veículos ao mercado interno (Carta da Anfavea

– dez/07). Em IPI – Outros, o expressivo crescimento da

arrecadação reflete o efeito do bom desempenho do con-

junto das atividades industriais, inclusive de máquinas e

equipamentos, além de produtos que constituem insumos

de produção para outras atividades, o que é revelador da

recuperação dos investimentos e das expectativas favorá-

veis dos empresários em relação à continuidade do proces-

so de crescimento, associado ao aumento moderado, mas

gradativo, do grau de utilização da capacidade instalada.

ImPOsTO DE RENDA. Apresenta crescimento su-

perior à média, com destaque excepcional para o IRPF e

muito expressivo para o IRPJ, mas medíocre no que se

refere ao IR-Fonte, para o qual, inclusive na rubrica Ren-

dimentos de Capital, houve queda (sempre em termos

reais), muito embora IR-Fonte ainda tenha a maior par-

ticipação na arrecadação do IR. No tocante às pessoas

jurídicas, destaca-se o crescimento da CSLL em decor-

rência do aumento dos lucros das empresas, associado,

como foi referido anteriormente, ao maciço movimento

de abertura de capitais, dentre os quais se destacaram a

Redecard, a Bovespa e a BM&F. O volume financeiro glo-

bal captado nesses processos, segundo a Bovespa, atingiu

R$ 56 bilhões, quase quatro vezes mais que em 2006. A

arrecadação em atividades de serviços financeiros, por

exemplo, que tem uma participação de 17,6% no IRPJ,

cresceu 28,14% (em termos correntes), mas atividades au-

xiliares dos serviços financeiros apresentaram aumento de

166,88%, enquanto na fabricação de veículos automotores

esse aumento foi de 123,38%. Na decomposição do IRPJ,

verifica-se a forte preponderância da arrecadação sobre o

lucro real – 72,10% –, além de 15,28% sobre o lucro pre-

sumido e 12,62% relativos a outros regimes de apuração

e recolhimento do tributo. No caso do IR-Fonte que tem

a metade da participação de Rendimentos do Trabalho, a

queda se deu basicamente em Fundos de Renda Fixa, que

responde por cerca de 39% deste tributo. Esta queda se

verificou em praticamente todos os meses do ano. No caso

do IRPF, embora a participação mais relevante ainda seja

a proveniente das quotas da declaração – 38,5% – houve

um aumento espetacular de 213,08% em termos reais na

arrecadação referente aos itens Ganhos de Capital na Alie-

nação de Bens Duráveis e de 30,3% em participação, que

a Receita Federal atribui à intensificação do controle sobre

as Declarações de Operações Imobiliárias – DOI, sobre

as Declarações de Informações de Atividades Imobiliárias

– DIMOB e sobre a edição de atos normativos que difi-

cultam o planejamento tributário. Outro item – Ganhos

Líquidos em Operações em Bolsa – apresentou cresci-

mento de 116,91%, associado ao aumento do volume de

negócios em bolsa. O aumento da arrecadação relativo às

quotas de IR nas declarações é também influenciado, se-

gundo a Receita, pela redução no número de dependentes

declarados, em virtude de o programa do IRPF ter passado

a exigir que os contribuintes informem o número do CPF

de seus dependentes. Mas, curiosamente, não faz menção

ao crescimento do emprego e da renda dos trabalhadores

assalariados, sujeitos à tabela progressiva, nem sequer à

formalização nas relações de trabalho. Continua também

ignorando, ao longo do tempo, o efeito do achatamento da

tabela progressiva do IRPF.

Page 37: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 37

IOf. O crescimento deste tributo tem como fator pre-

ponderante a influência da expansão das operações de

crédito, em particular do destinado às pessoas físicas em

relação às quais o aumento da arrecadação foi de mais

de 22%, enquanto que em relação às pessoas jurídicas

foi de mais de 16%.

cPmf. Embora reduzindo ligeiramente sua participa-

ção – que era de mais de 6% –, atingiu a arrecadação de

mais de R$ 37 bilhões, o que ajuda a explicar toda a po-

lêmica em torno da aprovação do orçamento para 2008,

pois sua extinção, teoricamente, cria um “buraco” difícil

de ser preenchido, não obstante os resultados – e as proje-

ções – amplamente satisfatórios da arrecadação tributária

de um modo geral neste início do ano de 2008.

cOfINs. Ainda que em percentual inferior ao total arre-

cadado, o crescimento da Contribuição é substancial. A Re-

ceita Federal informa que com relação às entidades financei-

ras que representam uma ínfima participação no total houve

suspensão de pagamento por algumas empresas em função

de compensações efetuadas. A participação da COFINS na

receita total é de cerca de uma sexta parte. Valem as mesmas

observações gerais que as aplicáveis ao PIS/PASEP.

PIs/PAsEP. As três participações conjuntas mais im-

portantes em relação à COFINS e ao PIS/PASEP provêm

do comércio varejista de seguros e da fabricação de outros

equipamentos de transporte. A variação mais relevante se

verificou em obras de infra-estrutura. E as participações

percentuais mais relevantes na variação total se devem ao

comércio varejista e à fabricação de outros equipamentos

de transporte.

cONTRIbuIÇãO sOcIAl sObRE O lucRO lÍ-

QuIDO. Como já comentado no item relativo ao IRPJ, o

crescimento da Contribuição foi excepcional, compatível

com o do IRPJ, destacando-se as entidades financeiras,

embora sua participação no total seja muito pequena.

cIDE. É uma das ouças rubricas com queda real

na arrecadação, sem maiores justificativas por parte da

Receita Federal.

OuTRAs REcEITAs ADmINIsTRADAs. O expres-

sivo crescimento é explicado principalmente em função

do aumento da arrecadação de depósitos administrativos/

judiciais (+ 136,7%) e de receitas de loterias (+ 23,26%),

além da recuperação de débitos de exercícios anteriores

em conformidade com a MP nº 303/06.

No que diz respeito aos parcelamentos, o estoque de

débitos em 31 de dezembro era de R$ 117,5 bilhões, as-

sim distribuídos:

• REFIS: 33,88%;

• PAES: 29,01%;

• PAEX: 22,97%;

• CONVENCIONAL: 14,15%.

No que concerne ao REFIS, permaneciam no Progra-

ma, até novembro, 17.134 empresas. A arrecadação de

apenas R$ 742 milhões é absolutamente inexpressiva. Já

o PAES mantinha, em dezembro, 114.183 pessoas físicas

e jurídicas, estas representando mais de 77% do total. A

arrecadação foi de R$ 3,6 bilhões, sendo apenas 2,3%

proveniente de pessoas físicas. No caso do PAEX, a arre-

cadação atingiu R$ 1,1 bilhão, representando somente a

COFINS quase 40%.

A Receita divulga também dados referentes à arreca-

dação do SIMPLES. Dessa arrecadação, que totalizou R$

17,8 bilhões em 2007, quase 87% foram atribuídos à RFB

e pouco mais de 13%, ao ICMS/ISS. Registre-se que a sis-

temática do Simples-Nacional passou a vigorar em julho.

Pouco mais de 60% foram novas adesões. Consideradas

as migrações e adesões canceladas a pedido dos próprios

contribuintes e as adesões indeferidas, restam, inscritas no

Simples-Nacional, 2.872.727 empresas.

Até o final de 2007, a Receita Federal tinha R$ 199,4

bilhões de débitos em cobrança, além de R$ 423,3 bi-

lhões de débitos com exigibilidade suspensa. Note-se

que todo esse estoque não inclui valores da dívida ativa

em cobrança na PGFN, o que dá uma dimensão da im-

portância das ações fiscais e de cobrança e execução de

débitos. Note-se, ainda, que esses valores são apenas os

conhecidos, lançados.

O crescimento da arrecadação – e da carga tributá-

ria – é notório, tendo representado cerca de duas ve-

zes o crescimento do PIB, demonstrando, portanto, a

elasticidade da arrecadação em relação ao PIB. As indi-

cações para 2008 são de um novo aumento, continu-

ando a registrar-se recordes sucessivos, não obstante a

extinção da CPMF.

b) Arrecadação Orçamentária O Diário Oficial da União de 30 de janeiro de 2008

divulgou a execução orçamentária e financeira – Orça-

Page 38: Tributação em Revista 53

38 TRIBUTAçãO em rev i s ta

mentos Fiscal e da Seguridade Social – da Administração

Pública Federal (incluídas empresas públicas dependentes

e sociedades de economia mista dependentes) relativa ao

período de janeiro a dezembro de 2007.

Em notas explicativas, a STN esclarece, entre outros

pontos, que “ considera-se como execução orçamentária

da despesa a ocorrência do estágio da liquidação, efetivado

ou não o seu respectivo pagamento.”

Entretanto, nas notas explicativas relativas às diferen-

tes tabelas publicadas, a STN está informando contradi-

toriamente que, “para maior transparência, as despesas

executadas estão segregadas em:

• despesas liquidadas, consideradas aquelas em que

houve a entrega do material ou serviço, nos termos do art.

63 da Lei 4.320/64;

• despesas empenhadas mas não liquidadas, inscritas

em restos a pagar não processados, consideradas liqui-

dadas no exercício, por força do art. 35, inciso II da Lei

4.320/64” (o que equivale a dizer que está sendo empre-

gado o termo liquidadas tanto para as despesas processadas

como para as não-processadas);

• a divergência na inscrição de Restos a Pagar entre o

relatório de gestão fiscal consolidado de 2006 e este relató-

rio é oriunda de variações cambiais e critério de apuração.

Os números do primeiro foram identificados em contas

que compõem o balanço patrimonial ao final do exercí-

cio e os do segundo foram apurados por meio de contas

de controle orçamentário, inviabilizando a identificação

da totalidade dos valores anteriormente divulgados, uma

vez que não há, ainda, correlação direta entre as informa-

ções registradas. A divergência nos valores entre os meses

de novembro e dezembro decorre de variações cambiais.

(A explicação não é inteligível.);

• a previsão atualizada da receita apresenta-se menor

que a dotação atualizada da despesa em decorrência da

abertura de créditos adicionais com a utilização de supe-

rávit financeiro, apurado no balanço patrimonial de 2006,

proveniente de receitas orçamentárias previstas e efetiva-

mente arrecadadas em exercícios anteriores a 2007.”

O Balanço Orçamentário (ver Tabelas XI-A, XI-B e XI-

C/D), quando não consideradas as receitas e despesas in-

tra-orçamentárias e a rolagem da dívida (e consideradas

as despesas liquidadas, e não as empenhadas, acusa supe-

rávit corrente de R$ 1,6 bilhões e superávit de capital de

R$ 72,5 bilhões, assim desdobrados:

O superávit total foi, assim, por esse critério, de R$

74,1 bilhões. Com a inclusão das receitas (R$ 8.281.669

mil) e despesas (R$ 9.986.410 mil) intra-orçamentárias,

esse superávit cai para R$ 72,4 bilhões.

Note-se ainda que, com mais as operações de rolagem

(refinanciamento) da dívida – receitas de operações de

crédito de R$ 378,7 bilhões e despesas de amortização da

dívida de R$ 374,8 bilhões (portanto com acréscimo no

endividamento líquido de R$ 3,9 bilhões) o superávit or-

çamentário atinge R$ 76,3 bilhões.

Receitas Correntes

658.884.417 Despesas Correntes

657.267.239

Receitas de Capital

205.944.630 Despesas de Capital

133.443.236

Superávit Corrente

1.617.178

Superávit de Capital

72.501.394

Total 864.829.047 Total 864.829.047

Quadro IExecução Orçamentária da união

Jan/dez 07 – Em R$ mil

Em resumo, quando acrescidos tanto os valores

correspondentes às receitas e despesas intra-orçamen-

tárias quanto os valores referentes à rolagem (refinan-

ciamento) da dívida pública (ver também Tabela XII) às

receitas e despesas extra-orçamentárias sem computar

a rolagem da dívida (Quadro I), tem-se a situação sin-

tetizada a seguir.

O superávit total foi, assim, de R$ 76,3 bilhões. En-

tretanto, o superávit indicado pela STN foi de apenas R$

28 bilhões. Além do mais, os totais das duas colunas – re-

ceitas e despesas totais, computado o saldo – não batem.

Adicionalmente, a STN inclui numa linha suplementar,

um saldo de de R$ 108,5 bilhões, exercícios anteriores,

que também não corresponde à diferença entre a dotação

atualizada da despesa e a previsão atualizada da receita,

conforme nota explicativa antes já mencionada. Em outras

palavras, transparência – para não dizer exatidão – é o que

não se encontra no relatório do governo federal.

Mas não é só. Note-se que os valores relativos à rola-

gem não se igualam, da mesma forma que receitas e despe-

sas intra-orçamentárias, o que, em princípio, não deveria

ocorrer. Uma eventual explicação, no caso da rolagem,

poderia ser a de que os novos títulos lançados incorporam

Page 39: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 39

encargos acrescidos, no vencimento, às dívidas anteriores,

o que de qualquer modo constituiria uma forma inade-

quada de contabilização das despesas, e só se justificaria

se os encargos correspondentes também não fossem pagos

(o que até parece razoável, pois, como se sabe, os juros

não são integralmente pagos no exercício, sendo parte da

dívida rolada). Mas, em sendo verdadeira a hipótese, tem-

se de admitir que a forma de representação não é ade-

quada, pois não estaria explicitando os encargos de juros

(não efetivamente pagos, mas apropriáveis pelo regime de

competência). De qualquer maneira, é relevante observar

que o excesso das receitas sobre as despesas de refinancia-

mento está associado a uma elevação no estoque da dívida,

combinado, aliás, com o excesso entre as novas operações

de crédito e as amortizações definitivas, já embutidas entre

as receitas e despesas de capital computadas antes da ro-

lagem, que corresponderam, respectivamente, a R$ 155,1

bilhões e a R$ 96,9 bilhões, ou seja, uma diferença de mais

58,2 bilhões que se acresceriam ao estoque da dívida. Estes

valores – embora não se refiram à rolagem – estão também

discriminados na Tabela XII, a título de Outras Operações

de Crédito (entre as receitas) e Outras Amortizações (entre

as despesas), o que elevaria o aumento do endividamento

líquido, afinal, para R$ 63,4 bilhões.

Como se pode constatar, a compreensão desse verda-

deiro cipoal é quase inviável mesmo para especialistas em

Finanças e Contabilidade Pública.

As despesas por Poder e Órgão (ver Tabela XIII) man-

têm proporções não muito diferentes das que vêm sendo

observadas ao longo dos últimos anos, apenas com um pe-

queno deslocamento de parcela relativa ao Executivo para

o Judiciário: das dotações liquidadas, 95,8% correspondem

ao Poder Executivo; 3,2%, ao Judiciário; 0,7%, ao Legisla-

tivo – aqui incluídos Senado Federal, Câmara dos Deputa-

dos e Tribunal de Contas da União e 0,3%, ao Ministério

Público da União. É bom que se diga que essa proporção se

observa quando excetuados os valores do refinanciamento

da dívida pública, importando dizer que a preponderância

do Executivo seria ainda bem maior se fossem acrescidos

tais valores, que elevam em mais de 66% o total das dota-

ções atualizadas. Vale ainda assinalar que, diferentemente

dos demais Poderes, a despesa executada pelo Judiciário

excedeu em 26,1% a sua dotação atualizada.

Uma nota “explicativa” que acompanha a tabela pu-

blicada informa que “eventual ocorrência de despesa re-

alizada maior que a dotação do respectivo órgão decorre

de variação cambial e/ou de descentralização de crédito

orçamentário, que é computada na execução (empenho/

liquidação), mas não na dotação”. A informação, como já

assinalado exaustiva e repetidamente, carece de evidência,

de compreensibilidade, pois aparentemente se reveste de

características até de inconstitucionalidade. O mesmo fato

ocorre também em órgãos do Executivo.

As despesas de pessoal e encargos sociais (ver Tabela

XIV) foram executadas à razão de 98,5% do montante auto-

rizado. A relação entre o total executado e a receita corrente

líquida continua com tendência ligeiramente declinante:

nos últimos doze meses foi de 29,1%. O mês de dezembro

é atípico, mas a relação já é bem menor que em anos ante-

riores: 31,5%. Note-se que estão incluídas entre as despesas

da União transferências a Estados e ao DF, bem como – a

título de Outras Aplicações – toda sorte de despesas, desde

as de exercícios anteriores até a decorrente de contratos de

terceirização. Os valores referentes aos cargos em comissão

integram Vencimentos e Vantagens Fixas; seria, sem dúvida,

desejável que constituíssem um outro elemento de despesa,

ou, então, que estivessem discriminadas.

O exame dos Restos a Pagar (ver Tabela XV) dá uma

idéia do montante das responsabilidades que vêm sendo

transferidas. Neste caso, se consideraram como Restos a Pa-

gar Processados as obrigações decorrentes da execução das

despesas liquidadas em exercícios anteriores. (Portanto, os

não-processados podem se entender como os não liquida-

dos.) Os processados inscritos montavam a R$ 5,2 bilhões

e os não-processados, a R$ 38,7 bilhões, dos quais R$ 8,3

bilhões foram cancelados. Como se tem enfatizado, os Res-

tos a Pagar não-Processados incluem valores dos exercícios

Receitas Correntes

667.166.086 Despesas Correntes

666.598.749

Receitas de Capital

584.660.495 Despesas de Capital

508.881.452

Superávit Corrente

567.337

Superávit de Capital

75.779.043

Total 1.251.826.581 Total 1.251.826.581

Quadro IIExecução (Extra e Intra) Orçamentária da união,

Acrescida a Rolagem da Dívida – Jan/dez 07 – R$ mil

Page 40: Tributação em Revista 53

40 TRIBUTAçãO em rev i s ta

anteriores, o que contraria a legislação, pois deveriam ter

sido cancelados ao final do exercício subseqüente ao de sua

inscrição. Como se pode observar, restavam a pagar, ao fi-

nal de 2007, respectivamente, 28,1% e 27,9% desses com-

promissos. Os Investimentos apresentam-se como a rubrica

com mais baixo índice de realização, tanto entre os Restos a

Pagar Processados quanto entre os Restos a Pagar não-Pro-

cessados, exceto, obviamente, Juros e Encargos da Dívida,

praticamente sem saldo a pagar. É importante ressaltar que,

no caso dos Restos a Pagar não-Processados, o empenho da

despesa pode ter levado à suposição, no exercício corres-

pondente, de que a despesa seria executada, além de que,

no regime da Lei nº 4.320/64, ela teria sido efetivamente

contabilizada como realizada.

O resultado primário da União (ver Tabela XVI) –

aquele apurado sem a inclusão dos juros e encargos da

dívida – é significativamente superior, em 2007, ao ob-

tido em 2006. Como ocorre desde 1999, continuamos

superando as metas.

O Balanço Financeiro (ver Tabela XVII) demonstra o

fluxo de disponibilidades do governo federal e pode ser

sintetizado como segue.

Houve, assim, um superávit financeiro na execução

orçamentária propriamente dita de R$ 28,0 bilhões,

conforme já comentado anteriormente. Na execução

extra-orçamentária, houve também superávit de R$

29,067 bilhões. Desse modo, o superávit financeiro total

foi de R$ 57,096 bilhões, caracterizado pelo aumento do

mesmo valor nas disponibilidades. Sempre se tem dado

ênfase ao crescimento contínuo e acelerado das dispo-

nibilidades, demonstrando a folga financeira com que

as autoridades econômicas têm trabalhado. Tais valores

poderiam até ser considerados inusitados, pois repre-

sentam, em boa medida, uma esterilização de recursos

ou a formação de um “colchão de segurança” despropo-

sitadamente elevado.

Entre os dispêndios extra-orçamentários, desta-

cam-se, além de Recursos Especiais a Receber com

R$ 174.875 milhões e Restos a Pagar não-Processados

– Inscrição com R$ 38.750 milhões, Incorporação de

Ingressos orçamentários

1.251.827 Dispêndios orçamentários

1.223.798

Ingressos extra-orçamentários

451.772 Dispêndios Extra-orçamentários

422.705

Disponibilidade do período anterior

246.367 Disponibilidade para o período seguinte

303.463

Total 1.949.966 Total 1.949.966

Quadro IIIExecução financeira da união Jan/dez 07 – Em R$ milhões

Passivos com R$ 196.777 milhões. Como ingressos ex-

tra-orçamentários, destacam-se, além de Restos a Pagar

não-Processados a Liquidar com R$ 55.137 milhões e

Recursos a Liberar para Pagamento de Restos a Pagar

com R$ 170.415 milhões, Incorporação de Direitos com

R$ 199.918 milhões.

Em suma, a execução orçamentária da receita se realiza

de forma satisfatória: as receitas tributária e de contribui-

ções atingiram praticamente 100% das previsões. Entre os

mais altos índices de realização se destacaram Outras Re-

ceitas Correntes, que incluem Multas, Juros, Indenizações,

Restituições, além de Receitas Correntes a Classificar e Dí-

vida Ativa, apesar de que, neste último caso, a previsão

atualizada foi ridiculamente baixa (e não foi atualizada):

apenas R$ 1.111,3 milhões. As despesas correntes ficaram

aquém do limite autorizado em 5,39%. Investimentos,

como sempre tem ocorrido, apresentaram o mais baixo

percentual de execução: 80,88%. Mesmo assim, só foram

liquidadas despesas correspondentes a menos de 25% das

dotações; cerca de 2,5 vezes esse valor foi apenas inscrito

em Restos a Pagar não-Processados e, assim, 19,12% não

chegaram sequer a ser empenhados. A execução financei-

ra, como foi acentuado, permite a acumulação de saldos

desnecessariamente elevados, extravagantes mesmo. E

finalmente, o resultado primário confirma o alcance da

meta, produzindo valores cada vez maiores, acompanhan-

do o crescimento do PIB e da arrecadação.

Nota: Esta análise e os dados em que ela se baseiam não contemplam a Receita Previdenciária que passou a ser divulgada a partir de Abril de 2007 com a criação da Receita Federal do Brasil. Optou-se por não incluí-la na análise a fim de preservar a mesma série histórica das edições anteriores.

Page 41: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 41

Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2006 - Preços correntes - R$ milhões

Tabela I-A

RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Imposto sobre a Importação - II

821,4 664,1 793,1 687,6 832,1 783,8 793,9 1.135,2 832,8 857,1 968,9 865,5 10.035,6

Imposto sobre a Exportação - IE

2,2 0,7 1,1 0,6 0,9 1,1 0,6 0,4 1,4 1,2 0,8 1,3 12,5

Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI

2.266,9 2.067,5 2.043,9 2.240,3 2.053,3 2.223,1 2.212,0 2.422,4 2.772,8 2.502,1 2.611,1 2.773,0 28.188,4

IPI-Fumo 218,6 202,0 182,8 218,1 175,3 187,4 192,2 188,7 221,3 195,6 207,8 206,8 2.396,5

IPI-Bebidas 253,4 217,4 184,2 199,5 175,1 188,6 193,7 189,2 319,6 203,8 216,9 278,0 2.619,4

IPI-Automóveis 287,5 343,7 305,2 376,4 310,1 350,4 366,3 358,6 373,1 374,4 374,1 471,9 4.291,7

IPI-Vinculado à impor-tação

454,2 362,8 489,3 424,9 512,3 504,2 502,2 633,0 549,1 560,4 607,1 592,7 6.192,3

IPI-Outros 1.053,3 941,6 882,3 1.021,6 880,6 992,5 957,6 1.052,9 1.309,6 1.167,9 1.205,1 1.223,7 12.688,6

Imposto sobre a Renda - IR 10.965,7 9.469,3 10.455,6 12.928,0 9.449,9 14.247,8 10.647,6 9.749,3 10.963,2 11.918,3 9.673,1 16.906,7 137.374,6

Pessoas Físicas - IRPF 338,4 325,2 359,5 2.208,6 1.025,9 855,2 743,6 697,1 666,3 434,4 401,1 480,6 8.535,7

Pessoas Jurídicas - IRPJ 5.740,3 4.669,3 5.120,0 5.617,0 3.615,5 4.712,1 5.204,4 3.963,6 4.691,2 5.780,3 3.653,8 3.408,4 56.175,9

Entidades financeiras 779,6 1.133,7 1.393,5 613,6 610,2 940,8 501,6 574,0 698,5 655,6 757,1 535,3 9.193,4

Demais empresas 4.960,7 3.535,6 3.726,5 5.003,4 3.005,4 3.771,3 4.702,8 3.389,7 3.992,7 5.124,7 2.896,7 2.873,1 46.982,5

Retido na Fonte - IRRF 4.887,0 4.474,8 4.976,2 5.102,5 4.808,5 8.680,5 4.699,7 5.088,6 5.605,7 5.703,6 5.618,3 13.017,8 72.663,1

Rendimentos do Trabalho 2.181,7 2.796,4 3.241,4 2.998,6 2.876,7 2.900,7 2.877,4 3.141,0 3.212,7 2.992,8 3.649,9 6.303,3 39.172,6

Rendimentos do Capital 1.907,3 984,2 899,0 1.245,7 1.108,7 4.684,8 956,9 1.000,6 1.095,3 1.358,4 989,0 5.092,1 21.321,8

Remessas para o Exterior 573,6 375,0 520,8 468,6 500,2 688,6 477,2 543,7 811,9 887,5 593,7 1.007,7 7.448,6

Outros Rendimentos 224,4 319,3 315,0 389,6 323,0 406,3 388,3 403,2 485,9 464,9 385,6 614,7 4.720,1

Imposto s/ Operações Financeiras - IOF

494,8 526,6 488,5 581,3 527,2 579,2 579,3 555,1 625,1 584,3 574,6 670,0 6.786,0

Imposto Territorial Rural - ITR 8,9 7,9 7,9 7,8 8,6 7,6 6,6 11,2 182,9 37,2 30,8 26,9 344,2

Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF

2.407,3 2.309,2 2.645,2 2.667,2 2.469,1 2.599,6 2.776,0 2.604,2 2.836,7 2.733,8 2.755,5 3.286,5 32.090,3

Contrib.para a Seguridade Social/COFINS

8.085,6 6.743,3 6.885,5 7.130,4 7.389,3 7.461,9 7.949,1 8.037,5 8.372,6 7.850,6 8.118,1 8.451,2 92.475,0

Contribuição para o PIS-PASEP

2.111,9 1.797,2 1.891,2 1.951,0 1.983,8 1.999,0 2.024,4 2.003,0 2.157,7 2.053,3 2.125,0 2.179,0 24.276,5

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

3.059,8 2.134,6 2.258,7 2.789,0 1.933,7 2.098,8 2.769,5 1.896,6 2.337,5 2.990,2 1.977,2 1.870,7 28.116,3

Entidades financeiras 331,7 386,1 508,2 142,3 168,5 177,9 183,4 168,6 211,8 181,2 262,3 225,0 2.947,0

Demais empresas 2.728,1 1.748,4 1.750,5 2.646,8 1.765,2 1.920,9 2.586,1 1.728,0 2.125,7 2.809,0 1.714,8 1.645,8 25.169,3

CIDE - Combustíveis 627,2 590,9 570,6 706,6 647,7 640,4 634,0 637,7 702,0 691,9 702,1 665,8 7.816,9

Contribuição para o FUNDAF

26,4 17,5 39,8 19,8 26,7 28,2 24,1 30,4 33,5 30,0 31,0 40,0 347,3

Selos, Ljs Francas, Ad-uan., Alfand. - FUNDAF

15,9 10,6 24,1 11,9 16,1 17,0 14,6 18,4 20,2 18,1 18,7 24,2 209,9

Rec. de Leilões de Merc.Apreend.- FUNDAF

7,2 4,8 10,8 5,4 7,3 7,7 6,6 8,3 9,1 8,2 8,4 10,9 94,5

Rec. de Leilões de Merc.Apreend.- LBA

3,3 2,2 4,9 2,4 3,3 3,5 3,0 3,8 4,1 3,7 3,8 4,9 42,9

Outras Receitas Administradas

355,5 269,8 294,1 236,8 336,6 335,7 328,0 488,9 473,0 488,8 415,4 380,9 4.403,5

RECEITA ADMINISTRADA [A]

31.233,6 26.598,6 28.375,2 31.946,5 27.658,8 33.006,3 30.745,2 29.571,9 32.291,1 32.738,9 29.983,5 38.117,5 372.267,0

DEMAIS RECEITAS [B] 2.630,9 962,5 857,5 3.019,1 1.061,5 1.024,4 3.099,1 1.038,7 1.513,5 3.264,9 889,6 913,6 20.275,3

RECEITA TOTAL [C] = [A]+B]

33.864,5 27.561,1 29.232,7 34.965,6 28.720,4 34.030,6 33.844,2 30.610,6 33.804,6 36.003,8 30.873,1 39.031,1 392.542,2

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 42: Tributação em Revista 53

42 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2006 - Preços correntes - R$ milhões

Tabela I-b

RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Pensões Militares 123,9 100,1 100,2 100,1 100,1 100,0 100,1 110,4 110,4 110,2 83,4 137,7 1.276,5

Cota-Parte Adic. Frete Renov. M. Mercante

0,1 0,5 0,5 0,2 0,4 0,2 0,3 0,2 0,3 0,8 0,2 0,2 3,8

Cota-Parte - Compensações Financeiras

2.382,6 748,0 591,4 2.733,8 710,0 757,0 2.860,0 795,3 1.182,1 2.995,1 650,5 622,9 17.028,8

Recursos Hídricos - União 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Recursos Minerais / Outros - União 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Royalties Produção Petróleo / Gás 563,4 55,9 282,0 311,0 343,6 366,6 331,8 382,9 366,4 329,5 313,0 298,6 3.944,8

Royalties Exced. Produção Petróleo / Gás

6,7 591,5 272,4 300,3 330,9 353,8 320,0 370,0 353,4 318,7 302,6 288,6 3.809,1

Particip. Especial Petróleo / Gás 1.779,0 65,9 0,0 2.088,4 0,0 0,0 2.172,0 7,2 426,1 2.310,9 0,0 0,4 8.849,8

Royalties / Indenizações Itaipu 33,5 34,8 37,0 34,2 35,5 36,6 36,2 35,2 36,1 36,0 34,9 35,2 425,1

Outras Compensações Financeiras 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Honorários Advocatícios - Dívida Ativa - PFN

27,3 27,8 76,7 107,6 117,2 61,1 28,8 25,5 107,6 44,6 44,0 39,2 707,4

Concessões e Permissões 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Outorga de Serviços de Telecomunicações

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Outras Concessões / Permissões 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Superavit Financeiro 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Participções e Dividendos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Rendas do S.P.U. 12,6 13,1 15,8 13,4 58,8 23,8 28,4 23,9 19,7 25,2 27,5 21,6 283,8

Custas Judiciais 3,6 3,5 4,7 3,6 4,7 4,6 4,1 4,5 4,5 4,8 -3,1 4,1 43,6

Taxas Fisc. Merc. Seg., Cap., Prev. P. Aberta

0,1 -0,0 -1,5 -0,1 -0,0 -0,0 0,0 -0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 -1,5

Taxas Fisc. Merc. de Tit.Vr. Mobiliários 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Outras Taxas 8,9 11,0 14,4 11,6 13,7 11,6 16,1 16,9 15,2 17,2 16,5 20,8 173,9

Outras Receitas 72,0 58,5 55,4 49,0 56,6 66,1 61,2 62,0 73,8 66,9 70,5 67,1 759,0

Eventuais 4,2 0,5 1,0 0,5 0,8 0,8 0,7 0,4 2,7 0,8 0,8 0,8 14,1

Restituições - Outras 4,3 1,6 -0,7 -0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,0 0,1 0,0 5,6

Restituições - Aviso MF 087/85 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Demais 63,5 56,4 55,1 48,4 55,7 65,3 60,5 61,4 71,0 66,0 69,6 66,3 739,3

DEMAIS RECEITAS 2.630,9 962,5 857,5 3.019,1 1.061,5 1.024,4 3.099,1 1.038,7 1.513,5 3.264,9 889,6 913,6 20.275,3

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 43: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 43

Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2006 - a preços de dez/2007 (IGP-DI) - R$ milhões

Tabela II

RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Imposto sobre a Importação - II 913,3 738,9 886,4 768,3 926,3 866,8 876,4 1.248,1 913,4 932,5 1.048,2 933,9 11.052,5

Imposto sobre a Exportação - IE 2,4 0,8 1,2 0,7 1,0 1,2 0,7 0,5 1,5 1,3 0,9 1,4 13,6

Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI

2.520,7 2.300,3 2.284,3 2.503,4 2.285,7 2.458,3 2.441,8 2.663,2 3.041,2 2.722,2 2.824,7 2.992,0 31.037,8

IPI-Fumo 243,1 224,7 204,3 243,7 195,1 207,2 212,1 207,5 242,7 212,8 224,8 223,2 2.641,2

IPI-Bebidas 281,8 241,9 205,9 222,9 194,9 208,5 213,8 208,0 350,6 221,7 234,7 299,9 2.884,6

IPI-Automóveis 319,6 382,4 341,1 420,6 345,2 387,5 404,4 394,2 409,3 407,3 404,7 509,1 4.725,4

IPI-Vinculado à importação 505,0 403,7 546,9 474,7 570,2 557,6 554,4 695,9 602,3 609,7 656,8 639,5 6.816,7

IPI-Outros 1.171,2 1.047,6 986,1 1.141,5 980,3 1.097,5 1.057,1 1.157,6 1.436,3 1.270,7 1.303,7 1.320,3 13.969,9

Imposto sobre a Renda - IR 12.193,3 10.535,6 11.685,7 14.446,0 10.519,4 15.755,0 11.754,0 10.718,4 12.024,1 12.966,6 10.464,4 18.242,1 151.304,6

Pessoas Físicas - IRPF 376,3 361,8 401,7 2.467,9 1.142,0 945,7 820,8 766,4 730,8 472,6 433,9 518,5 9.438,4

Pessoas Jurídicas - IRPJ 6.382,9 5.195,1 5.722,3 6.276,6 4.024,7 5.210,5 5.745,1 4.357,6 5.145,2 6.288,7 3.952,7 3.677,6 61.979,0

Entidades financeiras 866,9 1.261,3 1.557,4 685,6 679,2 1.040,3 553,7 631,0 766,1 713,3 819,0 577,6 10.151,4

Demais empresas 5.516,0 3.933,8 4.164,9 5.591,0 3.345,5 4.170,2 5.191,4 3.726,6 4.379,1 5.575,4 3.133,7 3.100,0 51.827,6

Retido na Fonte - IRRF 5.434,1 4.978,7 5.561,7 5.701,5 5.352,7 9.598,8 5.188,1 5.594,4 6.148,1 6.205,3 6.077,8 14.046,0 79.887,2

Rendimentos do Trabalho 2.425,9 3.111,3 3.622,8 3.350,7 3.202,3 3.207,6 3.176,4 3.453,2 3.523,6 3.256,0 3.948,4 6.801,2 43.079,4

Rendimentos do Capital 2.120,8 1.095,0 1.004,8 1.391,9 1.234,1 5.180,4 1.056,3 1.100,1 1.201,2 1.477,9 1.069,9 5.494,3 23.426,7

Remessas para o Exterior 637,9 417,2 582,1 523,6 556,8 761,5 526,8 597,8 890,4 965,6 642,3 1.087,3 8.189,3

Outros Rendimentos 249,5 355,2 352,0 435,3 359,5 449,3 428,6 443,3 532,9 505,8 417,2 663,2 5.191,8

Imposto s/ Operações Financeiras - IOF

550,2 585,9 546,0 649,6 586,9 640,5 639,4 610,3 685,6 635,7 621,6 722,9 7.474,6

Imposto Territorial Rural - ITR 9,9 8,8 8,9 8,8 9,5 8,4 7,3 12,3 200,6 40,5 33,3 29,0 377,3

Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF

2.676,8 2.569,2 2.956,4 2.980,4 2.748,6 2.874,6 3.064,4 2.863,0 3.111,2 2.974,3 2.980,8 3.546,1 35.345,8

Contrib.para a Seguridade Social/COFINS

8.990,8 7.502,7 7.695,5 7.967,7 8.225,7 8.251,2 8.775,1 8.836,4 9.182,8 8.541,1 8.782,1 9.118,7 101.869,8

Contribuição para o PIS-PASEP 2.348,3 1.999,6 2.113,7 2.180,1 2.208,3 2.210,5 2.234,7 2.202,1 2.366,5 2.233,9 2.298,8 2.351,1 26.747,6

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

3.402,4 2.374,9 2.524,4 3.116,6 2.152,6 2.320,8 3.057,3 2.085,1 2.563,7 3.253,2 2.138,9 2.018,5 31.008,4

Entidades financeiras 368,8 429,6 568,0 159,0 187,6 196,7 202,5 185,4 232,3 197,1 283,8 242,7 3.253,5

Demais empresas 3.033,6 1.945,3 1.956,4 2.957,6 1.965,0 2.124,1 2.854,8 1.899,7 2.331,4 3.056,1 1.855,1 1.775,8 27.754,9

CIDE - Combustíveis 697,5 657,5 637,7 789,5 721,0 708,1 699,9 701,1 769,9 752,8 759,5 718,4 8.612,9

Contribuição para o FUNDAF 29,3 19,5 44,5 22,1 29,7 31,1 26,7 33,4 36,7 32,6 33,5 43,1 382,2

Selos, Ljs Francas, Aduan., Alfand. - FUNDAF

17,7 11,8 26,9 13,4 17,9 18,8 16,1 20,2 22,2 19,7 20,3 26,1 231,1

Rec. de Leilões de Merc. Apreend.- FUNDAF

8,0 5,3 12,1 6,0 8,1 8,5 7,3 9,1 10,0 8,9 9,1 11,7 104,1

Rec. de Leilões de Merc. Apreend.- LBA

3,6 2,4 5,5 2,7 3,7 3,8 3,3 4,1 4,5 4,0 4,1 5,3 47,0

Outras Receitas Administradas 395,3 300,2 328,7 264,6 374,7 371,2 362,1 537,5 518,8 531,8 449,4 410,9 4.845,2

RECEITA ADMINISTRADA [A] 34.730,2 29.593,9 31.713,4 35.697,8 30.789,4 36.497,7 33.939,8 32.511,4 35.416,0 35.618,5 32.436,1 41.128,1 410.072,3

DEMAIS RECEITAS [B] 2.925,5 1.070,8 958,4 3.373,7 1.181,5 1.132,8 3.421,1 1.142,0 1.660,0 3.552,1 962,2 985,8 22.365,9

RECEITA TOTAL [C] = [A] + [B] 37.655,7 30.664,7 32.671,8 39.071,5 31.970,9 37.630,5 37.360,9 33.653,4 37.076,0 39.170,6 33.398,3 42.113,9 432.438,2

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 44: Tributação em Revista 53

44 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2007 - Preços correntes - R$ milhões

Tabela III-A

RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Imposto sobre a Importação - II 924,8 804,5 1.006,8 898,4 1.007,2 909,5 992,8 1.178,7 1.039,7 1.241,8 1.200,3 1.048,3 12.252,9

Imposto sobre a Exportação - IE 1,1 1,7 1,3 1,0 0,8 1,2 0,3 0,9 0,9 0,6 0,4 0,5 10,8

Imposto s/ Produtos Industrial-izados - IPI

2.461,6 2.326,9 2.351,4 2.602,3 2.468,9 2.801,9 2.701,2 2.978,4 3.100,5 3.307,7 3.140,3 3.552,8 33.793,9

IPI-Fumo 208,7 210,0 181,2 236,2 162,0 209,2 199,1 241,9 287,1 267,1 289,5 311,4 2.803,4

IPI-Bebidas 266,2 214,4 167,1 209,5 176,4 186,8 202,6 176,3 216,9 222,6 235,6 308,1 2.582,5

IPI-Automóveis 254,8 350,6 386,9 428,0 371,2 451,4 464,0 451,9 546,2 501,7 387,4 614,1 5.208,3

IPI-Vinculado à importação 532,9 490,3 624,6 567,7 638,4 594,2 623,1 731,7 686,3 792,1 736,1 684,1 7.701,5

IPI-Outros 1.199,1 1.061,5 991,6 1.160,9 1.120,9 1.360,2 1.212,3 1.376,7 1.364,1 1.524,2 1.491,7 1.635,2 15.498,3

Imposto sobre a Renda - IR 13.106,7 10.580,7 12.684,3 15.114,0 11.476,0 14.576,6 12.757,5 11.869,6 11.338,4 14.174,4 13.892,8 18.566,6 160.137,5

Pessoas Físicas - IRPF 566,3 455,2 619,4 2.600,1 1.664,3 1.041,6 1.073,2 1.211,7 978,7 997,5 1.386,9 1.059,9 13.654,8

Pessoas Jurídicas - IRPJ 7.165,0 5.093,3 6.420,7 6.647,1 4.499,0 4.751,7 6.169,3 5.166,7 4.659,2 7.111,5 6.353,1 5.819,5 69.856,2

Entidades financeiras 1.023,2 1.367,1 1.900,7 722,3 769,3 949,6 965,5 1.289,6 627,0 820,7 1.808,6 1.328,9 13.572,4

Demais empresas 6.141,8 3.726,2 4.520,1 5.924,8 3.729,8 3.802,1 5.203,9 3.877,1 4.032,3 6.290,8 4.544,5 4.490,6 56.283,8

Retido na Fonte - IRRF 5.375,3 5.032,2 5.644,1 5.866,8 5.312,7 8.783,3 5.515,0 5.491,2 5.700,4 6.065,4 6.152,8 11.687,2 76.626,5

Rendimentos do Trabalho 2.469,9 3.273,9 3.743,7 3.709,8 3.273,8 3.188,2 3.295,9 3.329,8 3.697,5 3.325,9 4.114,3 4.924,7 42.347,4

Rendimentos do Capital 1.882,3 916,2 924,3 1.180,2 1.123,0 4.566,6 1.106,3 1.055,9 1.028,8 1.367,7 1.179,0 5.091,1 21.421,2

Remessas para o Exterior 705,0 466,8 573,8 534,9 506,2 621,0 708,4 669,4 537,0 907,2 451,1 1.120,4 7.801,4

Outros Rendimentos 318,1 375,3 402,4 441,9 409,8 407,4 404,4 436,1 437,1 464,6 408,4 551,0 5.056,5

Imposto s/ Operações Finan-ceiras - IOF

587,1 568,8 608,6 632,4 597,8 660,5 658,0 665,8 681,9 668,9 683,5 819,9 7.833,3

Imposto Territorial Rural - ITR 10,1 7,7 10,5 8,1 8,3 8,4 7,7 11,2 203,5 42,5 32,6 28,6 379,2

Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF

2.912,4 2.716,6 2.778,1 3.063,1 2.772,2 3.091,7 3.201,3 2.987,8 3.129,8 2.995,7 3.149,0 3.685,5 36.483,1

Contrib.para a Seguridade Social/COFINS

8.527,1 7.305,1 7.397,6 8.200,9 8.083,2 8.518,5 8.360,3 8.741,8 9.193,9 8.957,5 9.574,1 9.603,0 102.463,0

Contribuição para o PIS-PASEP 2.349,1 1.948,3 2.019,9 2.100,0 2.084,2 2.200,6 2.178,9 2.254,7 2.299,6 2.285,4 2.504,1 2.484,5 26.709,4

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

3.488,8 2.475,5 2.930,4 3.239,2 2.121,9 2.302,3 3.420,6 2.492,2 2.332,3 3.757,6 2.932,7 2.917,4 34.411,1

Entidades financeiras 460,8 454,5 760,6 234,8 218,7 270,3 364,8 459,1 229,5 279,5 555,6 476,7 4.765,0

Demais empresas 3.028,0 2.021,1 2.169,8 3.004,4 1.903,2 2.032,0 3.055,8 2.033,1 2.102,8 3.478,1 2.377,1 2.440,7 29.646,0

CIDE - Combustíveis 687,3 617,6 575,3 669,5 644,1 694,9 676,1 649,3 695,2 636,9 735,2 656,9 7.938,4

Contribuição para o FUNDAF 26,3 26,9 35,8 25,9 27,3 31,4 29,8 34,0 26,8 37,9 35,3 29,9 367,3

Selos, Ljs Francas, Aduan., Alfand. - FUNDAF

15,9 16,3 21,6 15,7 16,5 19,0 18,0 20,5 16,2 22,9 21,4 18,1 221,9

Rec. de Leilões de Merc.Apreend.- FUNDAF

7,1 7,3 9,7 7,1 7,4 8,5 8,1 9,2 7,3 10,3 9,6 8,1 100,0

Rec. de Leilões de Merc.Apreend.- LBA

3,2 3,3 4,4 3,2 3,4 3,9 3,7 4,2 3,3 4,7 4,4 3,7 45,4

Outras Receitas Administradas 776,6 423,2 437,2 515,9 1.376,3 409,3 457,5 849,1 1.103,4 825,9 669,4 658,1 8.501,9

RECEITA ADMINISTRADA [A] 35.858,9 29.803,6 32.837,2 37.070,8 32.668,4 36.206,9 35.441,9 34.713,4 35.145,9 38.932,9 38.550,0 44.051,9 431.281,7

DEMAIS RECEITAS [B] 2.718,6 786,4 763,4 2.358,0 825,0 862,8 2.600,4 977,1 890,5 2.917,5 913,7 989,0 17.602,5

RECEITA TOTAL [C] = [A]+[B] 38.577,5 30.590,0 33.600,6 39.428,8 33.493,4 37.069,7 38.042,3 35.690,5 36.036,4 41.850,4 39.463,7 45.040,9 448.884,2

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 45: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 45

Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2007 - Preços correntes - R$ milhões

Tabela III-b

RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Pensões Militares 55,8 56,1 29,0 29,0 29,0 28,9 0,4 0,4 0,3 0,1 0,1 0,1 229,1

Cota-Parte Adic. Frete Renov. M. Mercante

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Cota-Parte - Compensações Financeiras 2.540,1 589,9 551,3 2.183,1 643,3 640,6 2.433,5 728,8 711,6 2.688,9 738,3 785,2 15.234,6

Recursos Hídricos - União 325,8 281,9 260,7 306,7 308,5 308,5 317,4 353,9 344,7 31,0 30,5 30,6 2.900,3

Recursos Minerais / Outros - União 315,3 272,9 252,3 296,8 298,1 298,1 306,9 342,5 333,8 ... ... ... 2.716,7

Royalties Produção Petróleo / Gás 1.864,0 0,0 0,0 1.545,9 0,1 0,0 1.778,0 0,0 0,0 339,8 359,8 383,4 6.271,2

Royalties Exced. Produção Petróleo / Gás 35,0 35,2 38,3 33,6 36,5 34,0 31,2 32,4 33,2 329,0 348,0 371,1 1.357,5

Particip. Especial Petróleo / Gás ... ... ... ... ... ... ... ... ... 1.989,1 0,0 0,0 1.989,1

Royalties / Indenizações Itaipu ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Outras Compensações Financeiras ... ... ... ... ... ... ... ... ... 0,0 0,0 0,0 ...

Honorários Advocatícios - Dívida Ativa - PFN

26,4 40,0 47,0 33,1 34,8 34,9 35,7 102,4 47,4 90,1 44,1 62,2 598,1

Concessões e Permissões 27,6 26,9 26,2 0,0 0,0 0,0 27,4 28,3 27,0 0,0 0,0 0,0 163,5

Outorga de Serviços de Telecomuni-cações

27,6 26,9 26,2 ... ... ... 27,4 28,3 27,0 ... ... ... 163,5

Outras Concessões / Permissões ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Superavit Financeiro ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Participções e Dividendos ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Rendas do S.P.U. 14,8 14,1 21,4 21,6 24,6 68,9 32,5 35,9 31,9 41,9 39,7 37,3 384,5

Custas Judiciais 3,9 4,0 5,6 5,2 7,0 5,3 5,9 6,3 5,3 6,2 6,0 7,2 67,8

Taxas Fisc. Merc. Seg., Cap., Prev. P. Aberta

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Taxas Fisc. Merc. de Tit.Vr. Mobiliários ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Outras Taxas 11,7 12,5 20,2 ... ... ... 19,7 20,3 18,7 20,3 17,0 15,9 156,2

Outras Receitas 38,2 42,8 62,6 86,1 86,3 84,2 45,4 54,7 48,4 70,1 68,6 81,2 768,7

Eventuais ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Restituições - Outras ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Restituições - Aviso MF 087/85 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Demais 38,2 42,8 62,6 86,1 86,3 84,2 45,4 54,7 48,4 70,1 68,6 81,2 768,7

DEMAIS RECEITAS 2.718,6 786,4 763,4 2.358,0 825,0 862,8 2.600,4 977,1 890,5 2.917,5 913,7 989,0 17.602,5

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 46: Tributação em Revista 53

46 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2007 - a preços de dez/2007 (IGP-DI) - R$ milhões

Tabela Iv

RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Imposto sobre a Importação - II 993,5 862,4 1.076,8 959,6 1.074,0 967,3 1.052,1 1.231,9 1.074,1 1.273,3 1.218,0 1.048,3 12.831,3

Imposto sobre a Exportação - IE 1,2 1,8 1,4 1,1 0,9 1,3 0,3 1,0 0,9 0,7 0,4 0,5 11,5

Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI

2.644,7 2.494,1 2.514,8 2.779,4 2.632,8 2.980,0 2.862,2 3.112,7 3.202,9 3.391,6 3.186,5 3.552,8 35.354,5

IPI-Fumo 224,2 225,1 193,8 252,3 172,7 222,5 210,9 252,8 296,5 273,9 293,8 311,4 2.929,9

IPI-Bebidas 286,0 229,8 178,7 223,8 188,1 198,7 214,7 184,2 224,1 228,3 239,0 308,1 2.703,5

IPI-Automóveis 273,8 375,8 413,8 457,1 395,9 480,1 491,7 472,2 564,3 514,4 393,1 614,0 5.446,2

IPI-Vinculado à importação 572,5 525,6 668,0 606,3 680,8 632,0 660,3 764,7 708,9 812,2 747,0 684,1 8.062,4

IPI-Outros 1.288,2 1.137,8 1.060,5 1.239,9 1.195,3 1.446,7 1.284,6 1.438,8 1.409,1 1.562,8 1.513,6 1.635,2 16.212,5

Imposto sobre a Renda - IR 14.081,3 11.341,4 13.566,5 16.142,5 12.237,4 15.503,3 13.518,6 12.405,3 11.713,1 14.533,8 14.097,1 18.566,6 167.706,9

Pessoas Físicas - IRPF 608,5 487,9 662,5 2.777,0 1.774,7 1.107,8 1.137,2 1.266,4 1.011,1 1.022,8 1.407,3 1.059,9 14.323,1

Pessoas Jurídicas - IRPJ 7.697,8 5.459,5 6.867,3 7.099,4 4.797,5 5.053,8 6.537,4 5.399,8 4.813,2 7.291,8 6.446,5 5.819,5 73.283,5

Entidades financeiras 1.099,2 1.465,4 2.032,9 771,5 820,3 1.010,0 1.023,1 1.347,8 647,7 841,5 1.835,2 1.328,9 14.223,5

Demais empresas 6.598,6 3.994,1 4.834,4 6.327,9 3.977,2 4.043,8 5.514,3 4.052,1 4.165,5 6.450,3 4.611,3 4.490,6 59.060,1

Retido na Fonte - IRRF 5.775,0 5.394,0 6.036,7 6.266,1 5.665,2 9.341,7 5.844,0 5.739,1 5.888,8 6.219,2 6.243,3 11.687,2 80.100,3

Rendimentos do Trabalho 2.653,6 3.509,3 4.004,0 3.962,2 3.491,0 3.390,9 3.492,5 3.480,0 3.819,7 3.410,2 4.174,8 4.924,7 44.312,9

Rendimentos do Capital 2.022,2 982,1 988,6 1.260,5 1.197,5 4.857,0 1.172,3 1.103,6 1.062,8 1.402,4 1.196,3 5.091,1 22.336,4

Remessas para o Exterior 757,4 500,4 613,7 571,3 539,7 660,5 750,7 699,6 554,8 930,2 457,7 1.120,4 8.156,4

Outros Rendimentos 341,8 402,3 430,3 472,0 437,0 433,3 428,5 455,8 451,5 476,4 414,4 551,0 5.294,3

Imposto s/ Operações Financeiras - IOF

630,8 609,7 650,9 675,5 637,5 702,5 697,2 695,9 704,5 685,9 693,5 819,9 8.203,8

Imposto Territorial Rural - ITR 10,8 8,3 11,2 8,7 8,9 8,9 8,1 11,7 210,2 43,6 33,1 28,6 392,1

Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF

3.129,0 2.911,9 2.971,3 3.271,6 2.956,1 3.288,3 3.392,3 3.122,6 3.233,2 3.071,6 3.195,3 3.685,5 38.228,7

Contrib.para a Seguridade Social/COFINS

9.161,2 7.830,4 7.912,1 8.758,9 8.619,5 9.060,1 8.859,0 9.136,3 9.497,7 9.184,6 9.714,9 9.603,0 107.337,7

Contribuição para o PIS-PASEP 2.523,8 2.088,4 2.160,4 2.242,9 2.222,5 2.340,5 2.308,9 2.356,4 2.375,6 2.343,4 2.541,0 2.484,5 27.988,3

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

3.748,3 2.653,5 3.134,2 3.459,6 2.262,7 2.448,7 3.624,7 2.604,7 2.409,4 3.852,9 2.975,8 2.917,4 36.091,9

Entidades financeiras 495,1 487,2 813,5 250,8 233,2 287,5 386,6 479,9 237,1 286,6 563,8 476,7 4.998,0

Demais empresas 3.253,2 2.166,4 2.320,7 3.208,8 2.029,4 2.161,2 3.238,1 2.124,8 2.172,3 3.566,3 2.412,0 2.440,7 31.093,9

CIDE - Combustíveis 738,4 662,0 615,3 715,0 686,9 739,1 716,5 678,6 718,1 653,0 746,0 656,9 8.325,8

Contribuição para o FUNDAF 28,3 28,9 38,2 27,6 29,1 33,4 31,6 35,6 27,6 38,9 35,9 29,9 385,0

Selos, Ljs Francas, Aduan., Alfand. - FUNDAF

17,1 17,4 23,1 16,7 17,6 20,2 19,1 21,5 16,7 23,5 21,7 18,1 232,7

Rec. de Leilões de Merc.Apreend.- FUNDAF

7,7 7,9 10,4 7,5 7,9 9,1 8,6 9,7 7,5 10,6 9,8 8,1 104,8

Rec. de Leilões de Merc.Apreend.- LBA

3,5 3,6 4,7 3,4 3,6 4,1 3,9 4,4 3,4 4,8 4,4 3,7 47,5

Outras Receitas Administradas 834,3 453,6 467,6 551,0 1.467,6 435,4 484,8 887,4 1.139,8 846,8 679,3 658,1 8.905,7

RECEITA ADMINISTRADA [A] 38.525,6 31.946,4 35.120,7 39.593,4 34.835,9 38.508,8 37.556,3 36.280,1 36.307,1 39.920,1 39.116,8 44.052,0 451.763,2

DEMAIS RECEITAS [B] 2.920,7 843,0 816,6 2.518,5 879,7 917,6 2.755,6 1.021,2 919,9 952,1 927,2 989,0 16.461,1

RECEITA TOTAL [C] = [A]+[B] 41.446,3 32.789,4 35.937,3 42.111,9 35.715,6 39.426,4 40.311,9 37.301,3 37.227,0 40.872,2 40.044,0 45.041,0 468.224,3

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 47: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 47

Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2006 - Preços correntes - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões

Tabela v-A

RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Imposto sobre a Importação - II 816,7 663,1 756,8 686,2 829,9 781,9 792,3 1.134,5 829,0 853,9 965,0 864,6 9.973,8

Imposto sobre a Exportação - IE 2,2 0,7 1,1 0,6 0,9 1,1 0,6 0,4 1,4 1,2 0,8 1,3 12,5

Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI

2.230,9 2.040,8 2.011,5 2.228,8 2.032,0 2.183,2 2.200,8 2.378,4 2.727,8 2.443,0 2.574,1 3.364,6 28.416,0

IPI-Fumo 218,6 202,0 182,8 218,1 175,3 187,4 192,2 188,7 221,3 195,6 207,8 206,8 2.396,5

IPI - Bebidas 253,4 217,4 184,2 199,5 175,1 188,6 193,7 189,2 319,6 203,8 216,9 278,0 2.619,4

IPI - Automóveis 287,5 343,7 305,2 376,4 310,1 350,4 366,3 358,6 373,1 374,4 374,1 471,9 4.291,7

IPI - Vinculado a Importação 453,5 361,7 488,5 424,5 510,7 503,5 501,8 632,3 545,9 558,8 606,8 592,6 6.180,5

IPI-Outros 1.017,9 916,0 850,8 1.010,4 860,9 953,4 946,9 1.009,6 1.267,9 1.110,4 1.168,6 1.815,3 12.927,9

Imposto sobre a Renda - IR 10.636,8 9.178,1 10.219,1 12.697,6 9.138,8 12.815,8 9.973,9 9.168,5 9.209,2 10.356,3 8.511,0 14.801,2 126.706,4

Pessoas Físicas - IRPF 335,3 323,1 356,7 2.205,7 1.022,3 853,1 739,3 696,5 663,8 430,8 398,2 477,5 8.502,3

Pessoas Jurídicas - IRPJ 5.709,7 4.655,8 5.081,8 5.606,2 3.514,3 4.698,6 5.186,1 3.744,5 4.349,4 5.609,4 3.540,3 3.600,7 55.296,8

Retido nas Fontes - IRRF 4.591,8 4.199,2 4.780,6 4.885,7 4.602,2 7.264,1 4.048,5 4.727,5 4.196,0 4.316,1 4.572,5 10.723,0 62.907,3

Rendimentos do Trabalho 1.907,3 2.554,7 3.049,3 2.783,2 2.682,7 1.489,8 2.231,8 2.786,2 1.809,5 1.700,6 2.631,1 4.232,7 29.858,7

Rendimentos do Capital 1.887,2 983,0 896,9 1.245,5 1.108,6 4.684,8 954,0 999,1 1.094,4 1.357,6 969,5 4.877,8 21.058,4

Remessas para o Exterior 573,6 347,3 520,8 468,6 491,2 688,6 477,2 543,7 811,9 886,9 593,4 1.007,7 7.411,0

Outros Rendimentos 223,7 314,2 313,6 388,4 319,7 400,9 385,5 398,5 480,3 371,0 378,5 604,9 4.579,3

Imposto s/ Operações Financeiras - IOF 494,7 526,6 488,5 581,1 527,2 579,2 579,2 555,0 625,1 584,3 573,5 669,8 6.784,0

Imposto Territorial Rural - ITR 8,8 7,6 7,7 7,8 8,5 7,6 6,0 11,1 182,8 37,2 30,7 27,3 343,0

Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF

2.407,3 2.309,2 2.645,2 2.667,2 2.469,1 2.597,1 2.776,0 2.604,2 2.836,7 2.733,8 2.755,4 3.286,5 32.087,5

Contrib.para a Seguridade Social/CO-FINS

8.054,3 6.690,1 6.775,2 7.002,6 7.329,5 7.416,1 7.009,4 7.868,1 8.248,3 7.728,5 8.038,6 8.080,4 90.241,0

Contribuição para o PIS-PASEP 2.100,4 1.783,4 1.869,2 1.922,3 1.971,6 1.982,0 1.976,3 1.990,4 2.139,1 2.019,4 2.068,9 2.143,0 23.965,9

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

3.050,4 2.133,9 2.242,7 2.772,1 1.922,9 2.095,3 2.765,2 1.888,6 2.318,6 2.984,2 1.947,2 1.869,8 27.991,0

CIDE - Combustíveis 627,2 590,9 570,6 706,6 647,7 640,4 634,0 637,7 702,0 691,9 702,1 665,8 7.816,8

Contribuição para o FUNDAF 26,4 17,5 39,8 19,8 26,7 28,2 24,1 30,4 33,5 30,0 31,0 40,0 347,3

Outras Receitas Administradas 350,9 267,6 289,3 223,2 329,0 331,0 317,7 483,8 461,4 482,2 410,8 374,3 4.321,2

RECEITA ADMINISTRADA [A] 30.807,0 26.209,4 27.916,5 31.515,9 27.233,6 31.458,6 29.055,5 28.751,1 30.314,7 30.946,0 28.609,2 36.188,7 359.006,3

DEMAIS RECEITAS [B] 2.630,8 959,0 857,2 3.019,1 1.061,5 1.024,3 3.098,9 1.038,4 1.513,4 3.264,7 889,3 913,4 20.269,9

TOTAL GERAL [C] =[A]+[B] 33.437,8 27.168,4 28.773,6 34.535,0 28.295,1 32.482,8 32.154,4 29.789,5 31.828,1 34.210,7 29.498,5 37.102,1 379.276,1

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 48: Tributação em Revista 53

48 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2006 - Preços correntes - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões

Tabela v-b

RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Pensões Militares 123,9 100,1 100,2 100,1 100,1 100,0 100,1 110,4 110,4 110,2 83,4 137,7 1.276,5

Cota-Parte Adic. Frete Renov. M. Mercante

0,1 0,5 0,5 0,2 0,4 0,2 0,3 0,2 0,3 0,8 0,2 0,2 3,8

Cota-Parte - Compensações Financeiras 2.382,6 748,0 591,4 2.733,8 710,0 757,0 2.860,0 795,3 1.182,1 2.995,1 650,5 622,9 17.028,8

Recursos Hidricos - União 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Recursos Minerais / Outros - União 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Royalties Produção Petrõleo / Gás 563,4 55,9 282,0 311,0 343,6 366,6 331,8 382,9 366,4 329,5 313,0 298,6 3.944,8

Royalties Exced. Produção Petróleo / Gás 6,7 591,5 272,4 300,3 330,9 353,8 320,0 370,0 353,4 318,7 302,6 288,6 3.809,1

Particip. Especial Petróleo / Gás 1.779,0 65,9 0,0 2.088,4 0,0 0,0 2.172,0 7,2 426,1 2.310,9 0,0 0,4 8.849,8

Royalties / Indenizações Itaipu 33,5 34,8 37,0 34,2 35,5 36,6 36,2 35,2 36,1 36,0 34,9 35,2 425,1

Outras Compensações Financeiras 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Honorários Advocatícios - Dívida Ativa - PFN

27,3 27,8 76,7 107,6 117,2 61,1 28,8 25,5 107,6 44,6 44,0 39,2 707,4

Concessões e Permissões 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Outorga de Serviços de Telecomuni-cações

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Outras Concessões / Permissões 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Superavit Financeiro 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Participações e Dividendos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Rendas do S.P.U. 12,6 13,1 15,8 13,4 58,8 23,7 28,4 23,9 19,7 25,2 27,5 21,5 283,5

Custas Judiciais 3,6 3,5 4,7 3,6 4,7 4,6 4,0 4,5 4,5 4,8 -3,2 4,1 43,2

Taxas Fisc. Merc. Seg., Cap., Prev. P. Aberta

0,1 -0,0 -1,5 -0,1 -0,0 -0,0 0,0 -0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 -1,5

Taxas Fisc. Merc. de Tít.Vr. Mobiliários 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Outras Taxas 8,9 10,9 14,3 11,6 13,7 11,6 16,0 16,8 15,2 17,0 16,4 20,8 173,3

Outras Receitas 71,9 55,1 55,2 49,0 56,6 66,1 61,2 61,7 73,7 66,9 70,4 67,1 754,8

Eventuais 4,2 0,5 1,0 0,5 0,8 0,8 0,7 0,4 2,7 0,8 0,8 0,8 14,1

Restituições - Outras 4,3 1,6 -0,7 -0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 5,5

Restituições - Aviso MF 087/85 0,0 0,0 0,0 -0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1

Demais 63,4 53,0 54,9 48,4 55,7 65,3 60,5 61,2 71,0 66,0 69,5 66,3 735,2

DEMAIS RECEITAS 2.630,8 959,0 857,2 3.019,1 1.061,5 1.024,3 3.098,9 1.038,4 1.513,4 3.264,7 889,3 913,4 20.269,9

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 49: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 49

Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2007 - Preços correntes - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões

Tabela vI-A

RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Imposto sobre a Importação - II 923,2 802,7 1.004,7 896,5 1.004,9 904,9 990,4 1.174,9 1.034,9 1.237,0 1.197,4 1.044,9 12.216,3

Imposto sobre a Exportação - IE 1,6 3,4 6,7 4,4 9,6 3,7 10,6 1,3 1,1 2,5 12,1 5,5 62,6

Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI

2.294,3 2.200,5 2.093,9 2.485,2 2.416,1 2.661,2 2.533,0 2.769,8 3.001,8 3.092,9 3.053,7 3.273,3 31.875,7

IPI-Fumo 208,7 210,0 181,2 236,2 162,0 209,2 199,1 241,9 287,1 267,1 289,5 311,4 2.803,4

IPI - Bebidas 266,2 214,4 170,6 209,5 176,1 186,8 202,7 178,6 218,0 222,4 235,6 307,9 2.588,8

IPI - Automóveis 254,8 350,6 386,9 428,0 371,5 454,9 464,1 467,9 546,2 501,7 387,4 614,4 5.228,5

IPI - Vinculado a Importação 532,0 489,9 623,5 566,5 637,5 592,8 622,8 731,3 685,5 791,6 735,4 683,6 7.692,4

IPI-Outros 1.032,6 935,6 731,7 1.044,9 1.069,0 1.217,5 1.044,4 1.150,0 1.265,1 1.310,0 1.405,8 1.355,9 13.562,6

Imposto sobre a Renda - IR 12.649,9 10.527,8 12.463,5 14.478,4 11.062,7 13.393,2 11.661,4 9.983,4 9.765,7 12.673,8 11.977,3 17.376,8 148.013,7

Pessoas Físicas - IRPF 569,0 454,0 617,9 2.599,9 1.664,1 1.038,9 1.073,0 1.269,8 979,0 997,5 1.385,7 1.061,2 13.710,1

Pessoas Jurídicas - IRPJ 6.968,8 5.001,7 6.327,7 6.451,3 4.163,9 4.535,2 6.082,5 4.873,6 4.316,2 7.063,9 6.272,9 5.740,3 67.798,0

Retido nas Fontes - IRRF 5.112,1 5.072,1 5.517,9 5.427,2 5.234,6 7.819,1 4.505,9 3.840,0 4.470,5 4.612,3 4.318,7 10.575,2 66.505,7

Rendimentos do Trabalho 2.181,5 3.294,2 3.609,3 3.334,4 3.193,9 2.164,6 2.267,2 1.571,8 2.433,3 1.847,9 2.268,3 3.905,6 32.072,0

Rendimentos do Capital 1.907,2 935,1 931,9 1.128,3 1.130,5 4.610,2 1.116,7 1.150,9 1.040,0 1.364,5 1.156,0 5.017,0 21.488,2

Remessas para o Exterior 704,8 466,1 572,2 545,3 512,7 633,3 711,4 674,1 552,5 930,9 482,8 1.121,9 7.908,1

Outros Rendimentos 318,5 376,7 404,5 419,2 397,5 411,1 410,6 443,2 444,8 469,0 411,6 530,7 5.037,3

Imposto s/ Operações Financeiras - IOF 587,3 570,5 608,3 632,1 604,1 661,8 658,9 670,8 684,4 668,6 689,1 819,2 7.855,0

Imposto Territorial Rural - ITR 10,0 7,7 10,6 7,9 8,3 8,3 5,9 10,8 201,3 41,9 32,4 28,4 373,6

Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF

2.908,9 2.716,7 2.782,7 3.059,0 2.790,3 3.094,3 3.210,4 2.992,8 3.131,2 2.995,8 3.155,4 3.682,0 36.519,6

Contrib.para a Seguridade Social/CO-FINS

8.716,5 7.350,3 7.528,2 8.407,2 8.240,2 8.710,7 8.241,7 8.845,8 9.177,9 8.941,6 9.543,3 9.492,2 103.195,6

Contribuição para o PIS-PASEP 2.374,8 1.932,2 1.989,8 2.162,4 2.087,6 2.172,5 2.166,6 2.254,8 2.306,5 2.281,1 2.474,6 2.429,7 26.632,4

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

3.474,9 2.510,7 2.930,4 3.038,1 2.052,4 2.244,0 3.458,7 2.558,6 2.506,4 3.818,4 2.921,1 2.957,6 34.471,3

CIDE - Combustíveis 687,3 617,7 568,1 669,5 644,2 695,0 684,7 649,4 695,4 636,9 735,9 659,0 7.943,0

Contribuição para o FUNDAF 26,3 26,9 35,8 25,9 27,3 31,4 29,8 34,0 26,8 37,9 35,3 29,9 367,3

Outras Receitas Administradas 644,4 429,3 441,4 313,0 1.377,7 395,4 483,9 849,8 1.083,4 806,6 660,9 497,5 7.983,3

RECEITA ADMINISTRADA [A] 35.299,2 29.696,5 32.463,9 36.179,5 32.325,7 34.976,3 34.136,0 32.796,2 33.616,8 37.234,9 36.488,6 42.296,0 417.509,4

DEMAIS RECEITAS [B] 2.719,4 786,2 762,3 2.358,4 825,1 861,7 2.600,5 987,3 891,0 2.917,9 913,5 989,4 17.612,8

TOTAL GERAL [C] =[A]+[B] 38.018,6 30.482,7 33.226,2 38.537,8 33.150,8 35.838,0 36.736,5 33.783,5 34.507,7 40.152,8 37.402,1 43.285,4 435.122,2

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 50: Tributação em Revista 53

50 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2007 - Preços correntes - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões

Tabela vI-b

RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Pensões Militares 55,8 56,1 29,0 29,0 29,0 28,9 0,4 0,4 0,3 0,1 0,1 0,1 229,1

Cota-Parte Adic. Frete Renov. M. Mercante 0,0

Cota-Parte - Compensações Financeiras 2.540,1 589,9 551,3 2.183,1 643,3 640,6 2.433,5 728,8 711,6 2.688,9 738,3 785,2 15.234,6

Recursos Hidricos - União 0,0

Recursos Minerais / Outros - União 0,0

Royalties Produção Petrõleo / Gás 325,8 281,9 260,7 306,7 308,5 308,5 317,4 353,9 344,7 339,8 359,8 383,4 3.891,2

Royalties Exced. Produção Petróleo / Gás 315,3 272,9 252,3 296,8 298,1 298,1 306,9 342,5 333,8 329,0 348,0 371,1 3.764,8

Particip. Especial Petróleo / Gás 1.864,0 0,0 0,0 1.545,9 0,1 0,0 1.778,0 0,0 0,0 1.989,1 0,0 0,0 7.177,1

Royalties / Indenizações Itaipu 35,0 35,2 38,3 33,6 36,5 34,0 31,2 32,4 33,2 31,0 30,5 30,6 401,5

Outras Compensações Financeiras 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Honorários Advocatícios - Dívida Ativa - PFN

26,8 40,1 47,1 33,4 35,1 34,9 35,9 108,3 47,7 90,3 44,2 62,5 606,5

Concessões e Permissões 27,6 26,9 26,2 27,6 26,9 27,8 27,4 28,3 27,0 30,6 26,1 32,1 334,5

Outorga de Serviços de Telecomunicações

27,6 26,9 26,2 27,6 26,9 27,8 27,4 28,3 27,0 30,6 26,1 32,1 334,5

Outras Concessões / Permissões 0,0

Superavit Financeiro 0,0

Participações e Dividendos 0,0

Rendas do S.P.U. 15,0 14,2 21,5 21,6 24,7 68,8 32,5 37,8 32,0 41,9 39,7 37,3 387,0

Custas Judiciais 3,9 3,9 5,5 5,1 7,0 5,2 5,8 6,5 5,2 6,2 5,9 7,2 67,6

Taxas Fisc. Merc. Seg., Cap., Prev. P. Aberta

0,0

Taxas Fisc. Merc. de Tít.Vr. Mobiliários 0,0

Outras Taxas 11,6 12,4 20,2 16,4 20,0 18,4 19,6 20,2 18,6 20,2 16,9 15,8 210,3

Outras Receitas 38,4 42,6 61,6 42,2 39,1 37,1 45,4 57,0 48,6 39,8 42,3 49,2 543,1

Eventuais 0,0

Restituições - Outras 0,0

Restituições - Aviso MF 087/85 0,0

Demais 38,4 42,6 61,6 42,2 39,1 37,1 45,4 57,0 48,6 39,8 42,3 49,2 543,1

DEMAIS RECEITAS 2.719,4 786,2 762,3 2.358,4 825,1 861,7 2.600,5 987,3 891,0 2.917,9 913,5 989,4 17.612,8

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 51: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 51

Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2006 - a preços de dez/2006 (IGP-DI) - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões

Tabela vII

RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Imposto sobre a Importação - II 908,1 737,8 845,8 766,8 923,8 864,6 874,6 1.247,2 909,2 929,0 1.044,0 932,9 10.983,8

Imposto sobre a Exportação - IE 2,4 0,8 1,2 0,7 1,0 1,2 0,7 0,5 1,5 1,3 0,9 1,4 13,6

Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI

2.480,7 2.270,6 2.248,2 2.490,5 2.262,0 2.414,2 2.429,5 2.614,9 2.991,9 2.657,8 2.784,7 3.630,2 31.275,2

IPI-Fumo 243,1 224,7 204,3 243,7 195,1 207,2 212,1 207,5 242,7 212,8 224,8 223,2 2.641,2

IPI - Bebidas 281,8 241,9 205,9 222,9 194,9 208,5 213,8 208,0 350,6 221,7 234,7 299,9 2.884,6

IPI - Automóveis 319,6 382,4 341,1 420,6 345,2 387,5 404,4 394,2 409,3 407,3 404,7 509,1 4.725,4

IPI - Vinculado a Importação 504,3 402,5 546,0 474,3 568,5 556,7 553,9 695,2 598,7 608,0 656,4 639,4 6.803,9

IPI-Outros 1.131,9 1.019,1 950,9 1.129,0 958,3 1.054,3 1.045,3 1.110,0 1.390,6 1.208,0 1.264,1 1.958,6 14.220,1

Imposto sobre a Renda - IR 11.827,5 10.211,7 11.421,4 14.188,6 10.173,3 14.171,5 11.010,2 10.079,9 10.100,4 11.267,3 9.207,1 15.970,3 139.629,2

Pessoas Físicas - IRPF 372,8 359,5 398,7 2.464,7 1.138,1 943,3 816,1 765,7 728,0 468,7 430,8 515,2 9.401,6

Pessoas Jurídicas - IRPJ 6.348,8 5.180,1 5.679,7 6.264,5 3.912,0 5.195,7 5.724,9 4.116,7 4.770,3 6.102,8 3.829,8 3.885,1 61.010,4

Retido nas Fontes - IRRF 5.105,9 4.672,1 5.343,0 5.459,4 5.123,2 8.032,5 4.469,2 5.197,5 4.602,1 4.695,8 4.946,5 11.570,0 69.217,2

Rendimentos do Trabalho 2.120,8 2.842,4 3.408,0 3.110,0 2.986,3 1.647,4 2.463,7 3.063,2 1.984,6 1.850,2 2.846,3 4.567,0 32.889,9

Rendimentos do Capital 2.098,5 1.093,7 1.002,4 1.391,8 1.234,1 5.180,4 1.053,1 1.098,4 1.200,3 1.477,0 1.048,8 5.263,1 23.141,6

Remessas para o Exterior 637,8 386,4 582,1 523,6 546,9 761,4 526,8 597,8 890,4 964,9 642,0 1.087,3 8.147,4

Outros Rendimentos 248,8 349,6 350,5 434,0 355,9 443,3 425,6 438,1 526,8 403,7 409,4 652,6 5.038,3

Imposto s/ Operações Financeiras - IOF 550,0 585,9 546,0 649,3 586,8 640,4 639,4 610,2 685,5 635,7 620,4 722,7 7.472,3

Imposto Territorial Rural - ITR 9,8 8,4 8,6 8,7 9,4 8,4 6,6 12,2 200,5 40,5 33,2 29,4 375,7

Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF

2.676,8 2.569,2 2.956,4 2.980,4 2.748,6 2.871,8 3.064,4 2.863,0 3.111,2 2.974,3 2.980,7 3.546,1 35.342,9

Contrib.para a Seguridade Social/CO-FINS

8.956,0 7.443,5 7.572,2 7.824,9 8.159,2 8.200,6 7.737,7 8.650,2 9.046,5 8.408,2 8.696,1 8.718,6 99.413,7

Contribuição para o PIS-PASEP 2.335,6 1.984,2 2.089,1 2.148,0 2.194,7 2.191,6 2.181,7 2.188,2 2.346,0 2.197,0 2.238,2 2.312,3 26.406,6

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

3.391,9 2.374,3 2.506,5 3.097,6 2.140,6 2.316,9 3.052,5 2.076,4 2.543,0 3.246,7 2.106,5 2.017,5 30.870,4

CIDE - Combustíveis 697,5 657,4 637,7 789,5 721,0 708,1 699,9 701,1 769,9 752,8 759,5 718,4 8.612,8

Contribuição para o FUNDAF 29,3 19,5 44,5 22,1 29,7 31,1 26,6 33,4 36,7 32,7 33,5 43,2 382,3

Outras Receitas Administradas 390,2 297,7 323,3 249,4 366,3 366,0 350,7 531,9 506,0 524,7 444,4 403,9 4.754,5

RECEITA ADMINISTRADA [A] 34.255,8 29.161,0 31.200,9 35.216,5 30.316,4 34.786,4 32.074,5 31.609,1 33.248,3 33.668,0 30.949,2 39.046,9 395.533,0

DEMAIS RECEITAS [B] 2.925,3 1.067,0 958,0 3.373,7 1.181,5 1.132,7 3.420,8 1.141,5 1.659,9 3.551,6 962,0 985,4 22.359,4

TOTAL GERAL [C] =[A]+[B] 37.181,1 30.228,0 32.158,9 38.590,2 31.497,9 35.919,1 35.495,3 32.750,6 34.908,2 37.219,6 31.911,2 40.032,3 417.892,4

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 52: Tributação em Revista 53

52 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2007 - a preços de dez/2007 (IGP-DI) - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões

Tabela vIII

RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Imposto sobre a Importação - II 991,8 860,4 1.074,5 957,5 1.071,6 962,5 1.049,5 1.227,9 1.069,0 1.268,4 1.215,0 1.044,9 12.793,0

Imposto sobre a Exportação - IE 1,7 3,6 7,2 4,7 10,3 3,9 11,2 1,4 1,2 2,6 12,3 5,5 65,6

Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI 2.465,0 2.358,7 2.239,5 2.654,3 2.576,3 2.830,4 2.684,1 2.894,8 3.101,0 3.171,3 3.098,6 3.273,2 33.347,2

IPI-Fumo 224,2 225,1 193,8 252,3 172,7 222,5 210,9 252,8 296,5 273,9 293,8 311,4 2.929,9

IPI - Bebidas 286,0 229,8 182,5 223,8 187,8 198,7 214,8 186,7 225,2 228,1 239,0 307,9 2.710,3

IPI - Automóveis 273,8 375,8 413,8 457,1 396,1 483,8 491,8 489,1 564,3 514,4 393,1 614,4 5.467,5

IPI - Vinculado a Importação 571,6 525,1 666,8 605,1 679,8 630,5 659,9 764,3 708,1 811,7 746,2 683,6 8.052,7

IPI-Outros 1.109,4 1.002,9 782,6 1.116,0 1.139,9 1.294,9 1.106,7 1.201,9 1.306,9 1.343,2 1.426,5 1.355,9 14.186,8

Imposto sobre a Renda - IR 13.590,6 11.284,7 13.330,3 15.463,6 11.796,7 14.244,7 12.357,1 10.434,1 10.088,5 12.995,1 12.153,3 17.376,7 155.115,4

Pessoas Físicas - IRPF 611,4 486,6 660,9 2.776,8 1.774,5 1.104,9 1.137,0 1.327,1 1.011,3 1.022,8 1.406,1 1.061,2 14.380,6

Pessoas Jurídicas - IRPJ 7.487,0 5.361,3 6.767,7 6.890,3 4.440,2 4.823,5 6.445,3 5.093,6 4.458,9 7.243,0 6.365,1 5.740,3 71.116,2

Retido nas Fontes - IRRF 5.492,2 5.436,8 5.901,7 5.796,5 5.582,0 8.316,3 4.774,8 4.013,4 4.618,3 4.729,3 4.382,1 10.575,2 69.618,6

Rendimentos do Trabalho 2.343,7 3.531,1 3.860,3 3.561,3 3.405,8 2.302,2 2.402,5 1.642,8 2.513,7 1.894,8 2.301,6 3.905,6 33.665,4

Rendimentos do Capital 2.049,0 1.002,3 996,7 1.205,1 1.205,5 4.903,3 1.183,3 1.202,8 1.074,4 1.399,1 1.173,0 5.017,0 22.411,5

Remessas para o Exterior 757,3 499,6 612,0 582,4 546,8 673,6 753,9 704,6 570,7 954,5 489,9 1.121,9 8.267,2

Outros Rendimentos 342,2 403,8 432,7 447,7 423,9 437,2 435,1 463,2 459,5 480,9 417,6 530,7 5.274,5

Imposto s/ Operações Financeiras - IOF 631,0 611,5 650,6 675,1 644,2 703,9 698,2 701,1 707,0 685,5 699,2 819,2 8.226,5

Imposto Territorial Rural - ITR 10,8 8,3 11,3 8,4 8,9 8,8 6,3 11,3 208,0 42,9 32,9 28,4 386,3

Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF

3.125,2 2.912,0 2.976,2 3.267,2 2.975,5 3.291,1 3.402,0 3.127,8 3.234,6 3.071,8 3.201,8 3.682,0 38.267,2

Contrib.para a Seguridade Social/COFINS 9.364,7 7.878,8 8.051,7 8.979,3 8.786,9 9.264,5 8.733,4 9.245,1 9.481,2 9.168,3 9.683,6 9.492,2 108.129,7

Contribuição para o PIS-PASEP 2.551,4 2.071,2 2.128,1 2.309,6 2.226,1 2.310,6 2.295,8 2.356,5 2.382,7 2.338,9 2.510,9 2.429,7 27.911,5

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 3.733,3 2.691,3 3.134,2 3.244,8 2.188,6 2.386,7 3.665,1 2.674,1 2.589,3 3.915,2 2.964,1 2.957,6 36.144,3

CIDE - Combustíveis 738,4 662,1 607,6 715,0 687,0 739,1 725,5 678,7 718,3 653,1 746,7 659,0 8.330,5

Contribuição para o FUNDAF 28,2 28,9 38,3 27,7 29,2 33,4 31,5 35,5 27,7 38,9 35,9 29,9 385,1

Outras Receitas Administradas 692,3 460,2 472,1 334,3 1.469,1 420,5 512,8 888,2 1.119,2 827,1 670,6 497,5 8.363,9

RECEITA ADMINISTRADA [A] 37.924,4 31.831,7 34.721,6 38.641,5 34.470,4 37.200,1 36.172,5 34.276,5 34.727,7 38.179,1 37.024,9 42.295,8 437.466,2

DEMAIS RECEITAS [B] 2.930,3 1.147,6 1.082,6 2.719,5 1.192,1 1.229,1 2.945,3 1.370,9 1.258,8 3.282,8 1.292,3 1.388,7 21.840,2

TOTAL GERAL [C] =[A]+[B] 40.854,7 32.979,3 35.804,2 41.361,0 35.662,5 38.429,2 39.117,8 35.647,4 35.986,5 41.461,9 38.317,2 43.684,5 459.306,4

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 53: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 53

Tabela IxArrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf

Janeiro a dezembro (a preços de dez/2007 - IGP-DI - R$ Milhões) - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões

RECEITAS 1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE 4º TRIMESTRE

2006 2007 +/- % 2006 2007 +/- % 2006 2007 +/- % 2006 2007 +/- %

Imposto sobre a Importação - II 2.491,7 2.926,7 17,46 2.555,2 2.991,6 17,08 3.031,0 3.346,4 10,41 2.905,9 3.528,3 21,42

Imposto sobre a Exportação - IE 4,4 12,5 184,09 2,9 18,9 551,72 2,7 13,8 411,11 3,6 20,4 466,67

Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI 6.999,5 7.063,2 0,91 7.166,7 8.061,0 12,48 8.036,3 8.679,9 8,01 9.072,7 9.543,1 5,18

IPI-Fumo 672,1 643,1 -4,31 646,0 647,5 0,23 662,3 760,2 14,78 660,8 879,1 33,04

IPI - Bebidas 729,6 698,3 -4,29 626,3 610,3 -2,55 772,4 626,7 -18,86 756,3 775,0 2,47

IPI - Automóveis 1.043,1 1.063,4 1,95 1.153,3 1.337,0 15,93 1.207,9 1.545,2 27,92 1.321,1 1.521,9 15,20

IPI - Vinculado a Importação 1.452,8 1.763,5 21,39 1.599,5 1.915,4 19,75 1.847,8 2.132,3 15,40 1.903,8 2.241,5 17,74

IPI-Outros 3.101,9 2.894,9 -6,67 3.141,6 3.550,8 13,03 3.545,9 3.615,5 1,96 4.430,7 4.125,6 -6,89

Imposto sobre a Renda - IR 33.460,6 38.205,6 14,18 38.533,4 41.505,0 7,71 31.190,5 32.879,7 5,42 36.444,7 42.525,1 16,68

Pessoas Físicas - IRPF 1.131,0 1.758,9 55,52 4.546,1 5.656,2 24,42 2.309,8 3.475,4 50,46 1.414,7 3.490,1 146,70

Pessoas Jurídicas - IRPJ 17.208,6 19.616,0 13,99 15.372,2 16.154,0 5,09 14.611,9 15.997,8 9,48 13.817,7 19.348,4 40,03

Retido nas Fontes - IRRF 15.121,0 16.830,7 11,31 18.615,1 19.694,8 5,80 14.268,8 13.406,5 -6,04 21.212,3 19.686,6 -7,19

Rendimentos do Trabalho 8.371,2 9.735,1 16,29 7.743,7 9.269,3 19,70 7.511,5 6.559,0 -12,68 9.263,5 8.102,0 -12,54

Rendimentos do Capital 4.194,6 4.048,0 -3,49 7.806,3 7.313,9 -6,31 3.351,8 3.460,5 3,24 7.788,9 7.589,1 -2,57

Remessas para o Exterior 1.606,3 1.868,9 16,35 1.831,9 1.802,8 -1,59 2.015,0 2.029,2 0,70 2.694,2 2.566,3 -4,75

Outros Rendimentos 948,9 1.178,7 24,22 1.233,2 1.308,8 6,13 1.390,5 1.357,8 -2,35 1.465,7 1.429,2 -2,49

Imposto s/ Operações Financeiras - IOF 1.681,9 1.893,1 12,56 1.876,5 2.023,2 7,82 1.935,1 2.106,3 8,85 1.978,8 2.203,9 11,38

Imposto Territorial Rural - ITR 26,8 30,4 13,43 26,5 26,1 -1,51 219,3 225,6 2,87 103,1 104,2 1,07

Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF

8.202,4 9.013,4 9,89 8.600,8 9.533,8 10,85 9.038,6 9.764,4 8,03 9.501,1 9.955,6 4,78

Contrib.para a Seguridade Social/CO-FINS

23.971,7 25.295,2 5,52 24.184,7 27.030,7 11,77 25.434,4 27.459,7 7,96 25.822,9 28.344,1 9,76

Contribuição para o PIS-PASEP 6.408,9 6.750,7 5,33 6.534,3 6.846,3 4,77 6.715,9 7.035,0 4,75 6.747,5 7.279,5 7,88

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

8.272,7 9.558,8 15,55 7.555,1 7.820,1 3,51 7.671,9 8.928,5 16,38 7.370,7 9.836,9 33,46

CIDE - Combustíveis 1.992,6 2.008,1 0,78 2.218,6 2.141,1 -3,49 2.170,9 2.122,5 -2,23 2.230,7 2.058,8 -7,71

Contribuição para o FUNDAF 93,3 95,4 2,25 82,9 90,3 8,93 96,7 94,7 -2,07 109,4 104,7 -4,30

Outras Receitas Administradas 1.011,2 1.624,6 60,66 981,7 2.223,9 126,54 1.388,6 2.520,2 81,49 1.373,0 1.995,2 45,32

RECEITA ADMINISTRADA [A] 94.617,7 104.477,7 10,42 100.319,3 110.312,0 9,96 96.931,9 105.176,7 8,51 103.664,1 117.499,8 13,35

DEMAIS RECEITAS [B] 4.950,3 5.160,5 4,25 5.687,9 5.140,8 -9,62 6.222,2 5.575,0 -10,40 5.499,0 5.963,8 8,45

TOTAL GERAL [C] =[A]+[B] 99.568,0 109.638,2 10,11 106.007,2 115.452,8 8,91 103.154,1 110.751,7 7,37 109.163,1 123.463,6 13,10

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 54: Tributação em Revista 53

54 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Tabela xArrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf

Janeiro a dezembro (a preços de dez/2007 - IGP-DI - R$ Milhões) - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões

RECEITAS 2006 2007 2006/2007

Valor % nas Rec.Admin.

% nas Rec.Totais

Valor % nas Rec.Admin.

% nas Rec.Totais

+/-%

Imposto sobre a Importação - II 10.983,8 2,78 2,63 12.793,0 2,92 2,79 16,47

Imposto sobre a Exportação - IE 13,6 0,00 0,00 65,6 0,02 0,01 382,35

Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI 31.275,2 7,91 7,48 33.347,2 7,62 7,26 6,63

IPI-Fumo 2.641,2 0,67 0,63 2.929,9 0,67 0,64 10,93

IPI - Bebidas 2.884,6 0,73 0,69 2.710,3 0,62 0,59 -6,04

IPI - Automóveis 4.725,4 1,19 1,13 5.467,5 1,25 1,19 15,70

IPI - Vinculado a Importação 6.803,9 1,72 1,63 8.052,7 1,84 1,75 18,35

IPI - Outros 14.220,1 3,60 3,40 14.186,8 3,24 3,09 -0,23

Imposto sobre a Renda - IR 139.629,2 35,30 33,41 155.115,4 35,46 33,77 11,09

Pessoas Físicas - IRPF 9.401,6 2,38 2,25 14.380,6 3,29 3,13 52,96

Pessoas Jurídicas - IRPJ 61.010,4 15,42 14,60 71.116,2 16,26 15,48 16,56

Retido nas Fontes - IRRF 69.217,2 17,50 16,56 69.618,6 15,91 15,16 0,58

Rendimentos do Trabalho 32.889,9 8,32 7,87 33.665,4 7,70 7,33 2,36

Rendimentos do Capital 23.141,6 5,85 5,54 22.411,5 5,12 4,88 -3,15

Remessas para o Exterior 8.147,4 2,06 1,95 8.267,2 1,89 1,80 1,47

Outros Rendimentos 5.038,3 1,27 1,21 5.274,5 1,21 1,15 4,69

Imposto s/ Operações Financeiras - IOF 7.472,3 1,89 1,79 8.226,5 1,88 1,79 10,09

Imposto Territorial Rural - ITR 375,7 0,09 0,09 386,3 0,09 0,08 2,82

Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF 35.342,9 8,94 8,46 38.267,2 8,75 8,33 8,27

Contrib. para a Seguridade Social/COFINS 99.413,7 25,13 23,79 108.129,7 24,72 23,54 8,77

Contribuição para o PIS-PASEP 26.406,6 6,68 6,32 27.911,5 6,38 6,08 5,70

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 30.870,4 7,80 7,39 36.144,3 8,26 7,87 17,08

CIDE - Combustíveis 8.612,8 2,18 2,06 8.330,5 1,90 1,81 -3,28

Contribuição para o FUNDAF 382,3 0,01 0,09 385,1 0,09 0,08 0,73

Outras Receitas Administradas 4.754,5 1,20 1,14 8.363,9 1,91 1,82 75,92

RECEITA ADMINISTRADA [A] 395.533,0 100,00 94,65 437.466,2 100,00 95,24 10,60

DEMAIS RECEITAS [B] 22.359,4 - 5,35 21.840,2 - 4,76 -2,32

TOTAL GERAL [C] =[A]+[B] 417.892,4 - 100,00 459.306,4 - 100,00 9,91

Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária

Page 55: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 55

RECEITAS PREVISãO INICIAL

PREVISãOATUALIZADA

(a)

RECEITAS REALIZADAS SALDO AREALIZAR

(a-b)(b) % (b/a)

RECEITAS (Exceto Intra-Orçamentárias) (I) 870.392.236 870.758.247 864.829.047 99,32 5.929.200

RECEITAS CORRENTES 658.799.139 659.158.017 658.884.417 99,96 273.601

RECEITA TRIBUTARIA 201.070.003 201.089.203 199.600.618 99,26 1.488.585

Impostos 197.217.866 197.217.866 195.546.271 99,15 1.671.595

Taxas 3.852.136 3.871.336 4.054.347 104,73 (183.010)

RECEITA DE CONTRIBUICOES 371.260.748 371.312.668 364.728.144 98,23 6.584.525

Contribuições Sociais 359.181.785 359.233.705 352.482.489 98,12 6.751.217

Contribuições Econômicas 12.078.963 12.078.963 12.245.655 101,38 (166.692)

RECEITA PATRIMONIAL 43.917.223 43.917.223 34.851.252 79,36 9.065.971

Receitas Imobiliárias 432.958 432.958 481.052 111,11 (48.094)

Receitas de Valores Mobiliários 19.153.560 19.153.560 15.276.402 79,76 3.877.158

Receita de Concessões e Permissões 3.618.439 3.618.439 2.054.730 56,79 1.563.708

Compensações Financeiras 20.692.586 20.692.586 17.025.681 82,28 3.666.905

Outras Receitas Patrimoniais 19.681 19.681 13.387 68,02 6.294

RECEITA AGROPECUARIA 26.540 26.540 19.662 74,09 6.878

Receita da Produção Vegetal 19.175 19.175 11.320 59,03 7.855

Receita da Produção Animal e Derivados 7.328 7.328 8.315 113,47 (987)

Outras Receitas Agropecuárias 37 37 28 74,44 10

RECEITA INDUSTRIAL 687.611 670.611 380.182 56,69 290.429

Receita da Indústria de Transformação 687.611 670.611 380.182 56,69 290.429

Receita da Indústria de Construção 0 0 0 0,00 0

RECEITA DE SERVICOS 25.941.511 25.917.664 27.252.414 105,15 (1.334.750)

TRANSFERENCIAS CORRENTES 327.560 328.604 205.827 62,64 122.777

Transferências Intergovernamentais 35 35 0 0,00 35

Transferências de Instituições Privadas 64.470 64.470 65.331 101,34 (861)

Transferências do Exterior 132.319 132.319 28.139 21,27 104.181

Transferências de Pessoas 866 866 471 54,35 396

Transferências de Convênios 129.270 130.315 111.356 85,45 18.959

Transferências para o Combate à Fome 599 599 531 88,69 68

RECEITAS CORRENTES A CLASSIFICAR 0 0 0 0,00 0

OUTRAS RECEITAS CORRENTES 15.567.944 15.895.505 31.846.318 200,35 (15.950.813)

Multas e Juros de Mora 9.125.358 9.125.358 13.454.496 147,44 (4.329.138)

Indenizações e Restituições 1.088.122 1.206.914 2.532.849 209,86 (1.325.935)

Receita da Dívida Ativa 1.111.251 1.111.251 3.564.714 320,78 (2.453.463)

Receitas Correntes Diversas¹ 4.243.214 4.451.983 12.294.260 276,15 (7.842.277)

RECEITAS DE CAPITAL 211.593.097 211.600.230 205.944.630 97,33 5.655.600

OPERAçÕES DE CRÉDITO 155.080.999 155.088.132 156.523.727 100,93 (1.435.595)

Operações de Crédito Internas 151.044.971 151.044.971 155.644.683 103,05 (4.599.711)

Operações de Crédito Externas 4.036.028 4.043.161 879.045 21,74 3.164.116

ALIENACAO DE BENS 2.405.529 2.405.529 1.376.866 57,24 1.028.663

Alienação de Bens Móveis 2.307.805 2.307.805 1.293.284 56,04 1.014.521

Alienação de Bens Imóveis 97.724 97.724 83.582 85,53 14.142

Tabela xI-Abalanço Orçamentário

Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007/bimestre nov-dez – R$ milhões

RREO - Anexo I (LRF, art. 52, inciso I, alíneas “a” e “b” do inciso II e § 1º)

(continua...)

Page 56: Tributação em Revista 53

56 TRIBUTAçãO em rev i s ta

AMORTIZAçÕES DE EMPRÉSTIMOS 20.547.145 20.547.145 21.271.664 103,53 (724.519)

TRANSFERENCIAS DE CAPITAL 88.069 88.069 467.770 531,14 (379.701)

Transferências Intergovernamentais 0 0 0 0,00 0

Transferências de Instituições Privadas 0 0 0 0,00 0

Transferências do Exterior 15.504 15.504 0 0,00 15.504

Transferências de Pessoas 0 0 527 0,00 (527)

Transferência de Outras Instituições Públicas 0 0 419.120 0,00 (419.120)

Transferências de Convênios 72.565 72.565 48.123 66,32 24.442

OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL 33.471.355 33.471.355 26.304.603 78,59 7.166.751

Resultado do Banco Central do Brasil 4.852.000 4.852.000 0 0,00 4.852.000

Remuneração das Disponibilidades 28.617.817 28.617.817 26.300.302 91,90 2.317.515

Proveniente da Execução de Garantias 0 0 0 0,00 0

Saldo de Exercícios Anteriores 0 0 0 0,00 0

Receitas de Capital Diversas² 1.538 1.538 4.301 279,74 (2.764)

FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC

balanço OrçamentárioOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007/bimestre nov-dez – R$ milhões

Tabela xI-A (continuação)

RECEITAS PREVISãO INICIAL

PREVISãOATUALIZADA

(a)

RECEITAS REALIZADAS SALDO AREALIZAR

(a-b)(b) % (b/a)

RREO - Anexo I (LRF, art. 52, inciso I, alíneas “a” e “b” do inciso II e § 1º)

Page 57: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 57

balanço OrçamentárioOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007/bimestre nov-dez – R$ milhões

Tabela xI-b

RREO - Anexo I (LRF, art. 52, inciso I, alíneas “a” e “b” do inciso II e § 1º)

RECEITAS PREVISãO INICIAL

PREVISãOATUALIZADA

(a)

RECEITAS REALIZADAS SALDO AREALIZAR

(a-b)Até o Bimestre(b)

%(b/a)

RECEITAS (Intra-Orçamentárias) (II) 0 0 8.281.669 0,00 (8.281.669)

RECEITAS CORRENTES 0 0 8.281.669 0,00 (8.281.669)

RECEITA TRIBUTARIA 0 0 (318) 0,00 318

Impostos 0 0 (479) 0,00 479

Taxas 0 0 161 0,00 (161)

RECEITA DE CONTRIBUICOES 0 0 8.079.066 0,00 (8.079.066)

Contribuições Sociais 0 0 8.079.066 0,00 (8.079.066)

RECEITA PATRIMONIAL 0 0 35.400 0,00 (35.400)

Receitas Imobiliárias 0 0 550 0,00 (550)

Receitas de Valores Mobiliários 0 0 34.781 0,00 (34.781)

Receita de Concessões e Permissões 0 0 69 0,00 (69)

Compensações Financeiras 0 0 0 0,00 0

RECEITA INDUSTRIAL 0 0 124.255 0,00 (124.255)

Receita da Indústria de Transformação 0 0 124.255 0,00 (124.255)

RECEITA DE SERVICOS 0 0 41.287 0,00 (41.287)

OUTRAS RECEITAS CORRENTES 0 0 1.980 0,00 (1.980)

Multas e Juros de Mora 0 0 (1.650) 0,00 1.650

Indenizações e Restituições 0 0 1.971 0,00 (1.971)

Receitas Correntes Diversas¹ 0 0 1.658 0,00 (1.658)

SUBTOTAL DAS RECEITAS (III) = (I + II) 870.392.236 870.758.247 873.110.716 100,27 (2.352.469)

OPERAçÕES DE CRÉDITO - REFINANCIAMENTO (IV) 655.751.151 655.751.151 378.715.865 57,75 277.035.286

Operações de Crédito Internas 655.751.151 655.751.151 372.423.612 56,79 283.327.538

Mobiliária 655.751.151 655.751.151 372.423.612 56,79 283.327.538

Operações de Crédito Externas 0 0 6.292.252 0,00 (6.292.252)

Mobiliária 0 0 6.292.252 0,00 (6.292.252)

SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (V) = (III + IV) 1.526.143.386 1.526.509.397 1.251.826.581 82,01 274.682.817

DÉFICIT (VI) - - - - -

TOTAL (VII) = (V + VI) 1.526.143.386 1.526.509.397 1.251.826.581 82,01 274.682.817

SALDO DE EXERCÍCIOS ANTERIORES - - 108.453.336 - -

¹ Nas Receitas Correntes Diversas estão incluídas as Receitas Correntes a Classificar.

² Nas Receitas de Capital Diversas estão incluídas Outras Receitas.

FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC

Page 58: Tributação em Revista 53

58 TRIBUTAçãO em rev i s ta

DESPESAS DOTAçãOINICIAL

(c)

CRÉDITOSADICIONAIS

(d)

DOTAçãOATUALIZADA

(e)=(c+d)

DESPESAS EMPENHADAS

DESPESAS EXECUTADAS SALDO AEXECUTAR

(e-(g+h))

(f) (g) INSCRITAS EM RESTOS A PAGAR NãO

PROCESSADOS (h)

%i=(g+h)/e)

DESPESAS (Exceto Intra-Orçamentárias) (VIII) 891.761.491 37.915.417 929.676.908 838.505.253 790.710.476 47.793.543 90,19 91.172.889

DESPESAS CORRENTES 697.858.976 18.195.142 716.054.118 677.477.295 657.267.239 20.208.836 94,61 38.578.043

PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS 118.733.836 614.416 119.348.252 117.831.855 116.668.822 1.162.709 98,73 1.516.720

JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA 165.867.305 2.315.777 168.183.082 140.311.784 140.078.870 232.914 83,43 27.871.298

OUTRAS DESPESAS CORRENTES 413.257.836 15.264.949 428.522.785 419.333.655 400.519.548 18.813.212 97,86 9.190.025

Transferência a Estados, DF e Municípios 140.249.159 5.065.056 145.314.215 144.368.146 136.429.677 7.938.173 99,35 946.365

Benefícios Previdenciários 176.658.993 1.312.237 177.971.231 177.696.340 177.696.332 8 99,85 274.891

Demais Despesas Correntes 96.349.683 8.887.656 105.237.339 97.269.169 86.393.539 10.875.031 92,43 7.968.769

DESPESAS DE CAPITAL 168.193.962 22.116.293 190.310.255 161.027.958 133.443.236 27.584.708 84,61 29.282.311

INVESTIMENTOS 27.319.323 14.733.305 42.052.628 34.013.739 10.003.517 24.010.211 80,88 8.038.900

INVERSÕES FINANCEIRAS 31.510.883 7.172.924 38.683.807 29.920.897 26.581.719 3.339.175 77,35 8.762.913

AMORTIZAçãO DA DÍVIDA 109.363.756 210.063 109.573.820 97.093.322 96.858.000 235.322 88,61 12.480.498

RESERVA DE CONTINGÊNCIA 25.708.553 (2.396.018) 23.312.535 0 0 0 0,00 23.312.535

DESPESAS (Intra-Orçamentárias) (IX) 10.929.915 82.731 11.012.646 10.510.477 9.986.411 524.066 95,44 502.170

DESPESAS CORRENTES 9.983.568 148.216 10.131.784 9.631.524 9.331.510 300.013 95,06 500.262

PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS 9.331.780 148.182 9.479.962 9.046.233 8.900.415 145.817 95,42 433.729

JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA 0 0 0 0 0 0,00 0

OUTRAS DESPESAS CORRENTES 651.788 35 651.823 585.291 431.095 154.196 89,79 66.532

Benefícios Previdenciários 0 0 0 0 0 0,00 0

Demais Despesas Correntes 651.788 35 651.823 585.291 431.095 154.196 89,79 66.532

DESPESAS DE CAPITAL 946.347 (65.486) 880.861 878.953 654.901 224.053 99,78 1.908

INVESTIMENTOS 15.564 (350) 15.214 13.388 8.758 4.630 88,00 1.826

INVERSÕES FINANCEIRAS 930.783 (65.136) 865.647 865.565 646.143 219.422 99,99 82

AMORTIZAçãO DA DÍVIDA 0 0 0 0 0 0,00 0

RESERVA DE CONTINGÊNCIA 0 0 0 0 0 0,00 0

SUBTOTAL DAS DESPESAS (X) = (VIII + IX) 902.691.406 37.998.147 940.689.553 849.015.730 800.696.886 48.317.609 90,25 91.675.058

AMORTIZAçãO DA DÍVIDA - REFINANCIAMENTO (XI)

623.451.680 0 623.451.680 374.783.316 374.783.316 0 60,11 248.668.364

Amortização da Dívida Interna 592.991.523 0 592.991.523 357.329.671 357.329.671 0 60,26 235.661.852

Dívida Mobiliária 592.990.520 0 592.990.520 357.328.741 357.328.741 0 60,26 235.661.779

Outras Dívidas 1.003 0 1.003 930 930 0 92,73 73

Amortização da Dívida Externa 30.460.157 0 30.460.157 17.453.645 17.453.645 0 57,30 13.006.512

Dívida Mobiliária 27.914.234 0 27.914.234 17.282.733 17.282.733 0 61,91 10.631.501

Outras Dívidas 2.545.923 0 2.545.923 170.912 170.912 0 6,71 2.375.011

SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (XII) = (X + XI)

1.526.143.086 37.998.147 1.564.141.233 1.223.799.046 1.175.480.202 48.317.609 78,24 340.343.422

SUPERÁVIT (XIII) - - - - 28.028.769 - - -

TOTAL (XIV) = (XII + XIII) 1.526.143.086 37.998.147 1.564.141.233 1.223.799.046 1.203.508.972 48.317.609 - 340.343.422

balanço OrçamentárioOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007/bimestre nov-dez – R$ milhões

Tabela xI-c/D

RREO - Anexo I (LRF, art. 52, inciso I, alíneas “a” e “b” do inciso II e § 1º)

Nota: Durante o exercício, somente as despesas liquidadas são consideradas executadas. No encerramento do exercício, as despesas não liquidadas inscritas em restos a pagar não processados são também consideradas executadas. Dessa forma, para maior transparência, as despesas executadas estão segregadas em: . a) Despesas liquidadas, consideradas aquelas em que houve a entrega do material ou serviço, nos termos do art. 63 da Lei 4.320/64; . b) Despesas empenhadas mas não liquidadas, inscritas em restos a pagar não processados, consideradas liquidadas no encerramento do exercício, por força do art.35, inciso II da Lei 4.320/64.

FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC

Page 59: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 59

Tabela xII

RECEITAS PREVISãOINICIAL (a)

PREVISãOATUALIZADA (b)

RECEITAS REALIZADAS SALDOA REALIZAR

(b-c)Valor (c) % (c/b)

OPERAçÕES DE CRÉDITO (I) 810.832.150 810.839.282 535.239.592 66,0 275.599.691

Refinanciamento da Dívida Mobiliária e Outras Dívidas (II)

655.751.151 655.751.151 378.715.865 57,8 277.035.286

Outras Operações de Crédito 155.080.999 155.088.132 156.523.727 100,9 (1.435.595)

Participação Percentual (II / I) 80,9 80,9 70,8 - 100,5

DESPESAS DOTAçãOINICIAL (d)

DOTAçãOATUALIZADA (e)

DESPESASEMPENHADAS (f)

DESPESAS EXECUTADAS SALDO

LIQUIDADAS(g)

INSCRITAS EM RESTOS A PAGAR

NãO PROCESSADOS (h)

%((g+h)/e)

A LIQUIDAR(e-(g+h))

AMORTIZAçãO DA DÍVIDA (III) 732.815.437 733.025.500 471.876.638 471.641.316 235.322 64,4 261.148.862

Refinanciamento (IV) 623.451.680 623.451.680 374.783.316 374.783.316 0 60,1 248.668.364

Refinanciamento da Dívida Mobiliária

620.904.754 620.904.754 374.611.474 374.611.474 0 60,3 246.293.281

Interna 592.990.520 592.990.520 357.328.741 357.328.741 0 60,3 235.661.779

Externa 27.914.234 27.914.234 17.282.733 17.282.733 0 61,9 10.631.501

Refinanciamento da Dívida Contratual

2.546.926 2.546.926 171.843 171.843 0 6,7 2.375.084

Interna 1.003 1.003 930 930 0 92,7 73

Externa 2.545.923 2.545.923 170.912 170.912 0 6,7 2.375.011

Outras Amortizações 109.363.756 109.573.820 97.093.322 96.858.000 235.322 88,6 12.480.498

Participação Percentual (IV / III) 85,1 85,1 79,4 79,4 - 95,2

Demonstrativo das Receitas e Despesas de Refinanciamento da Dívida PúblicaOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007 – R$ milhões

FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC

Page 60: Tributação em Revista 53

60 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Tabela xIIIDemonstrativo das Despesas da união por Poder e Órgão

Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007 – R$ milhões

PODER / ORGãO(Despesas Exceto Intra-Orçamentárias)

DOTAçãOINICIAL

(a)

DOTAçãOATUALIZADA

(b)

DESPESAEMPENHADA

(c)

DESPESAS EXECUTADAS VALORESPAGOS

(f)LIQUIDADAS(d)

INSCRITAS EMRESTOS A PAGAR

NãO PROCESSADOS (e)

% ((d+e)/total (d+e))

%((d+e)/b)

LEGISLATIVO 6.539.080 6.588.480 6.178.057 5.717.578 460.479 0,7 93,8 5.686.438

Câmara dos Deputados 3.092.530 3.092.530 2.881.737 2.540.819 340.918 0,3 93,2 2.509.878

Senado Federal 2.474.525 2.524.525 2.334.809 2.263.898 70.911 0,3 92,5 2.263.712

Tribunal de Contas da União 972.025 971.425 961.510 912.861 48.650 0,1 99,0 912.848

JUDICIÁRIO 21.029.013 20.976.139 26.456.801 24.767.331 1.689.468 3,2 126,1 24.735.312

Supremo Tribunal Federal 419.033 437.533 428.300 330.068 98.232 0,1 97,9 325.242

Superior Tribunal de Justiça 813.754 782.978 780.049 644.938 135.111 0,1 99,6 642.267

Justiça Federal 7.548.802 7.331.521 12.759.708 11.942.292 817.415 1,5 174,0 11.938.520

Justiça Militar 242.785 253.554 243.818 237.057 6.762 0,0 96,2 236.967

Justiça Eleitoral 2.905.162 3.008.472 2.927.402 2.728.863 198.539 0,3 97,3 2.722.613

Justiça do Trabalho 8.067.259 8.127.020 8.284.403 7.929.909 354.494 1,0 101,9 7.923.740

Justiça do Distrito Federal e Territórios 1.032.218 1.035.061 1.033.121 954.205 78.916 0,1 99,8 945.964

MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIãO 2.602.646 2.612.240 2.360.268 2.092.561 267.708 0,3 90,4 2.091.262

EXECUTIVO 861.590.752 899.500.048 803.510.127 758.133.007 45.375.889 95,8 89,3 754.647.400

Presidência da República 3.312.882 4.389.839 3.404.938 2.961.095 443.841 0,4 77,6 2.777.553

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

5.099.093 4.277.881 3.444.006 2.619.702 824.303 0,4 80,5 2.616.658

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

8.397.767 8.631.770 6.378.332 5.837.825 540.047 0,8 73,9 5.768.672

Ministério da Ciência e Tecnologia 5.119.619 5.364.990 4.347.030 3.454.014 893.016 0,5 81,0 3.291.822

Ministério da Fazenda 400.070.806 411.796.697 356.460.878 348.569.239 7.891.638 42,5 86,6 348.500.747

Ministério da Educação 30.378.274 32.275.025 32.712.014 29.800.525 2.911.130 3,9 101,4 27.758.288

Ministério do Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio

1.958.812 2.861.771 2.556.877 2.491.237 65.641 0,3 89,3 2.210.149

Ministério da Justiça 6.300.729 7.093.422 6.418.544 5.807.673 610.862 0,8 90,5 5.759.108

Ministério de Minas e Energia 18.476.646 18.570.063 14.031.306 11.602.882 2.428.413 1,7 75,6 11.596.995

Ministério da Previdência Social 189.773.341 192.429.370 200.321.540 200.003.808 317.730 23,9 104,1 199.966.741

Ministério das Relações Exteriores 1.848.229 1.867.826 1.572.702 1.556.440 16.262 0,2 84,2 1.556.114

Ministério da Saúde 48.866.371 52.138.626 47.381.677 42.080.313 5.301.360 5,7 90,9 42.017.667

Ministério do Trabalho e Emprego 35.114.456 36.162.316 30.661.816 29.537.013 1.124.803 3,7 84,8 29.534.112

Ministério dos Transportes 11.784.826 15.384.083 13.085.924 7.125.494 5.960.423 1,6 85,1 7.022.997

Ministério das Comunicações 4.556.258 4.887.335 1.560.669 1.146.728 413.941 0,2 31,9 1.136.913

Ministério da Cultura 887.111 1.059.363 793.863 487.530 306.332 0,1 74,9 479.355

Ministério do Meio Ambiente 2.638.227 2.698.280 1.329.336 1.233.828 95.509 0,2 49,3 1.233.525

Ministério do Desenvolvimento Agrário 4.646.631 5.480.220 4.969.668 3.667.530 1.302.123 0,6 90,7 3.660.774

Ministério do Esporte 973.295 1.630.976 1.444.019 787.408 656.342 0,2 88,5 787.398

Ministério da Defesa 39.865.600 41.452.000 40.424.549 37.923.058 2.501.445 4,8 97,5 37.844.628

Ministério da Integração Nacional 10.096.077 12.717.778 10.013.442 6.084.644 3.928.755 1,2 78,7 6.045.789

Ministério do Turismo 1.815.964 2.116.619 1.794.845 623.111 1.171.734 0,2 84,8 618.424

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

24.311.766 24.859.237 11.043.160 10.969.122 74.038 1,3 44,4 10.828.169

Ministério das Cidades 5.297.974 9.354.564 7.358.992 1.762.790 5.596.202 0,9 78,7 1.634.804

TOTAL (Despesas Exceto Intra-Orça-mentárias)

891.761.491 929.676.908 838.505.253 838.504.019 100,0 90,2 787.160.412

FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC

Page 61: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 61

Tabela xIII-bDemonstrativo das Despesas da união por Poder e Órgão

Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007 – R$ milhões

PODER / ORGãO(Despesas Intra-Orçamentárias)

DOTAçãOINICIAL

(a)

DOTAçãOATUALIZADA

(b)

DESPESAEMPENHADA

(c)

DESPESAS EXECUTADAS VALORESPAGOS

(e)LIQUIDADAS(d)

INSCRITAS EMRESTOS A PAGAR

NãO PROCES-SADOS (e)

% ((d+e)/total (d+e))

%((d+e)/b)

LEGISLATIVO 623.003 623.603 589.670 564.867 24.804 5,4 90,6 524.610

Câmara dos Deputados 295.074 295.074 261.184 237.270 23.915 2,3 80,4 217.993

Senado Federal 230.217 230.217 230.174 229.719 454 2,2 99,8 218.831

Tribunal de Contas da União 97.712 98.312 98.312 97.878 435 0,9 99,6 87.787

JUDICIÁRIO 2.097.401 2.097.390 2.000.943 1.947.401 53.542 18,5 92,8 1.924.125

Supremo Tribunal Federal 22.640 22.640 22.627 20.515 2.112 0,2 90,6 20.515

Superior Tribunal de Justiça 63.630 63.630 63.636 61.219 2.417 0,6 96,2 61.219

Justiça Federal 596.574 596.574 563.115 557.672 5.443 5,3 93,5 557.665

Justiça Militar 19.667 19.667 17.217 17.144 73 0,2 87,2 17.144

Justiça Eleitoral 234.605 236.853 234.969 231.249 3.720 2,2 97,6 221.265

Justiça do Trabalho 1.044.575 1.042.315 983.667 943.911 39.756 9,0 90,6 940.450

Justiça do Distrito Federal e Territórios 115.712 115.712 115.712 115.691 21 1,1 100,0 105.867

MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIãO 313.345 313.353 265.372 263.388 1.984 2,5 84,1 263.388

EXECUTIVO 7.896.166 7.978.299 7.654.492 7.210.755 443.736 68,6 90,4 6.837.226

Presidência da República 320.322 366.435 317.650 315.951 1.698 3,0 86,2 293.783

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

409.682 235.986 214.192 212.427 1.765 2,0 90,0 205.740

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

192.681 192.681 194.429 193.932 497 1,8 100,6 192.574

Ministério da Ciência e Tecnologia 118.345 120.509 117.861 115.853 2.008 1,1 96,1 112.227

Ministério da Fazenda 1.004.002 1.175.755 1.134.282 1.126.979 7.302 10,7 95,9 1.066.895

Ministério da Educação 2.822.838 2.887.692 2.866.133 2.506.981 359.152 23,9 86,8 2.285.681

Ministério do Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio

47.460 46.860 44.720 43.739 981 0,4 93,3 41.598

Ministério da Justiça 562.574 567.590 549.730 533.307 16.423 5,1 94,0 531.050

Ministério de Minas e Energia 45.734 47.274 42.919 38.053 4.866 0,4 80,5 36.672

Ministério da Previdência Social 541.285 505.037 494.139 491.801 2.339 4,7 97,4 491.489

Ministério das Relações Exteriores 105.286 99.056 67.224 66.272 952 0,6 66,9 64.114

Ministério da Saúde 843.161 863.994 790.510 780.312 10.198 7,4 90,3 748.617

Ministério do Trabalho e Emprego 163.831 160.849 155.614 155.172 441 1,5 96,5 154.875

Ministério dos Transportes 82.809 83.835 74.606 70.183 4.423 0,7 83,7 66.595

Ministério das Comunicações 26.758 27.910 25.146 23.857 1.289 0,2 85,5 23.668

Ministério da Cultura 32.778 32.778 30.557 28.819 1.738 0,3 87,9 25.401

Ministério do Meio Ambiente 108.907 106.238 99.905 98.253 1.652 0,9 92,5 98.253

Ministério do Desenvolvimento Agrário 81.130 73.170 71.488 62.233 9.255 0,6 85,1 57.830

Ministério do Esporte 2.232 2.232 2.193 1.889 303 0,0 84,6 1.749

Ministério da Defesa 257.058 257.138 253.474 243.117 10.358 2,3 94,5 238.681

Ministério da Integração Nacional 64.485 62.472 53.345 48.842 4.502 0,5 78,2 47.731

Ministério do Turismo 10.654 10.654 3.722 3.277 445 0,0 30,8 3.213

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

5.154 5.154 4.277 4.085 192 0,0 79,3 4.050

Ministério das Cidades 47.003 47.003 46.378 45.422 956 0,4 96,6 44.741

TOTAL (Despesas Intra-Orçamentárias) 10.929.915 11.012.646 10.510.477 10.510.476 100,0 95,4 9.549.349

FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC

Page 62: Tributação em Revista 53

62 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Tabela xIvDemonstrativo das Despesas de Pessoal e Encargos sociais

da união por Elemento de Despesa e por Tipo de AdministraçãoOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social - jan-dez 2007 - R$ milhares

DOTAçãO DO EXERCÍCIO ADMINISTRAçãODIRETA

ADMINISTRAçãO INDIRETA TOTAL GERAL

Autarquias Fundações Empresas Públicas

Economia Mista Fundos Especiais Total Indireta

APLICAçãO DIRETA 89.325.246 23.846.438 7.213.991 1.752.723 858.952 5.783.346 39.455.451 128.780.697

A detalhar 965.420 159.350 32.352 7.031 9.109 2.247 210.089 1.175.508

Pessoal Civil 59.800.736 23.674.089 7.180.575 1.745.693 849.843 4.765.455 38.215.655 98.016.390

Vencimentos e Vantagens Fixas 28.195.996 10.297.112 3.810.934 1.126.873 465.396 2.179.209 17.879.523 46.075.519

Outras Despesas Variáveis 244.553 48.708 21.867 22.513 73.555 80.099 246.742 491.295

Aposentadoria 13.107.600 6.681.655 1.415.033 0 0 1.610.969 9.707.657 22.815.257

Pensões 7.426.789 2.287.790 427.027 0 13 326.848 3.041.677 10.468.465

Contribuições a Entidades Fechadas de Previdência

4.098 32.712 15.791 92.468 12.426 0 153.397 157.495

Obrigações Patronais 5.589.599 2.255.558 854.513 406.080 161.044 20.085 3.697.279 9.286.878

Outras Aplicações¹ 5.232.101 2.070.555 635.411 97.759 137.409 548.245 3.489.380 8.721.481

Pessoal Militar 28.559.091 12.999 1.064 0 0 1.015.644 1.029.708 29.588.799

Vencimentos e Vantagens Fixas 9.373.715 904 0 0 0 981.369 982.273 10.355.988

Outras Despesas Variáveis 934.430 0 0 0 0 17.656 17.656 952.086

Reformas 10.176.252 0 0 0 0 0 0 10.176.252

Pensões 7.644.402 0 (0) 0 0 0 (0) 7.644.401

Obrigações Patronais 200.887 6.235 720 0 0 7.596 14.551 215.437

Outras Aplicações¹ 229.405 5.860 344 0 0 9.024 15.229 244.634

TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS

47.516 0 0 0 0 0 0 47.516

Transferências a Estados e ao DF 47.516 0 0 0 0 0 0 47.516

TOTAL (A) 89.372.762 23.846.438 7.213.991 1.752.723 858.952 5.783.346 39.455.451 128.828.213

EXECUçãO ADMINISTRAçãODIRETA

ADMINISTRAçãO INDIRETA TOTAL GERAL

Autarquias Fundações Empresas Públicas

Economia Mista Fundos Especiais Total Indireta

APLICAçãO DIRETA 88.398.455 23.074.189 7.026.476 1.754.512 839.898 5.736.719 38.431.793 126.830.248

Pessoal Civil 59.862.749 23.059.231 7.025.441 1.754.512 839.898 4.737.694 37.416.776 97.279.524

Vencimentos e Vantagens Fixas 20.043.902 5.913.639 2.296.085 1.066.178 446.725 1.943.058 11.665.684 31.709.585

Vencimentos e Vantagens Fixas - Cargos em Comissão²

7.839.425 4.356.352 1.510.778 64.638 15.953 216.557 6.164.278 14.003.703

Outras Despesas Variáveis 240.812 47.899 21.724 22.509 73.564 80.098 245.794 486.605

Aposentadoria 13.074.066 6.677.569 1.405.938 0 0 1.604.045 9.687.552 22.761.619

Pensões 7.416.497 2.277.998 419.548 0 13 325.854 3.023.413 10.439.910

Contribuições a Entidades Fechadas de Previdência

24 32.712 15.791 95.892 12.140 0 156.535 156.559

Obrigações Patronais 5.389.985 2.234.181 853.497 407.634 161.046 20.023 3.676.381 9.066.366

Outras Aplicações¹ 5.858.038 1.518.881 502.080 97.661 130.458 548.059 2.797.140 8.655.177

Pessoal Militar 28.535.706 14.958 1.034 0 0 999.025 1.015.017 29.550.724

Vencimentos e Vantagens Fixas 9.359.014 904 0 0 0 981.369 982.273 10.341.287

(continua...)

Page 63: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 63

Tabela xIv (continuação)

Demonstrativo das Despesas de Pessoal e Encargos sociais da união por Elemento de Despesa e por Tipo de Administração

Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social - jan-dez 2007 - R$ milhares

Outras Despesas Variáveis 931.391 0 0 0 0 17.656 17.656 949.046

Reformas 10.173.260 0 0 0 0 0 0 10.173.260

Pensões 7.641.754 0 0 0 0 0 0 7.641.754

Obrigações Patronais 199.934 6234 701 0 0 0 6.935 206.869

Outras Aplicações¹ 230.353 7820 334 0 0 0 8.154 238.507

TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS

47.516 0 0 0 0 0 0 47.516

Transferências a Estados e ao DF 47.516 0 0 0 0 0 0 47.516

TOTAL (B) 88.445.971 23.074.189 7.026.476 1.754.512 839.898 5.736.719 38.431.793 126.877.764

A EXECUTAR (% A/B) 1,0 3,2 2,6 (0,1) 2,2 0,8 2,6 1,5

FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC

¹ Outras Aplicações compõem-se de: Outros Benefícios Assistenciais; Salário Família; Sentenças Judiciais; Despesas de Exercícios Anteriores; Indenizações Trabalhistas; Depósitos Compulsórios;

Contrato por Tempo Determinado; Outras Desp.Pessoal Dec.Contratos Terceirização; e Ressarcimento de Despesa de Pessoal Requisitado.

² Os valores referentes aos Cargos em Comissão são identificados pelos subitens da despesa Gratificação por Exercício de Cargos e Gratificação por Exercício de Funções, do elemento Vencimentos e Vantagens Fixas.

Demonstrativo dos Restos a Pagar por Grupo de DespesaOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social - jan-dez 2007 - R$ milhares

GRUPO DE DESPESA RESTOS A PAGAR PROCESSADOS RESTOS A PAGAR NãO-PROCESSADOS¹

Inscritos(a)

Cancelados(b)

Pagos A Pagar(d)

Inscritos(e)

Cancelados(f)

Pagos A Pagar(h)

Valor(c)

%(c/total c)

%(c) / (a-b)

Valor(g)

%(g/total g)

%(g) / (e-f)

Pessoal e Encargos Sociais

99.829 58.720 19.106 0,5 46,5 22.003 929.350 199.877 606.218 2,8 83,1 123.255

Juros e Encargos da Dívida

37.399 86 37.313 1,1 100,0 0 83.461 83.254 0 0,0 0,0 207

Outras Despesas Correntes

2.393.703 106.842 1.941.420 55,4 84,9 345.442 16.268.042 2.820.205 10.176.718 46,5 75,7 3.271.050

Investimentos 2.596.446 190.426 1.402.800 40,0 58,3 1.003.220 14.080.734 521.890 9.146.528 41,8 67,5 4.412.332

Inversões Financeiras 70.963 1.081 69.085 2,0 98,9 797 6.975.106 4.357.573 1.949.162 8,9 74,5 668.371

Amortização/Refinanciamento da Dívida

37.285 0 37.285 1,1 100,0 0 357.376 357.156 0 0,0 0,0 220

TOTAL 5.235.625 357.155 3.507.008 100,0 71,9 1.371.462 38.694.069 8.339.955 21.878.626 100,0 72,1 8.475.435

FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC¹ Inclusive valores dos exercícios anteriores.Nota: Consideram-se Restos a Pagar Processados as obrigações decorrentes da execução das despesas orçamentárias liquidadas em exercícios anteriores.

Tabela xv

Page 64: Tributação em Revista 53

64 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Tabela xvIDemonstrativo do Resultado Primário da união1

Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social - jan-dez 20072 - bimestre nov-dez ² R$ milhares

RECEITAS RECEITAS REALIZADAS

Jan a Dez/2007 Jan a Dez/2006

RECEITA TOTAL 618.872.449 543.505.380

RECEITAS DO TESOURO NACIONAL (I) 477.141.556 418.416.168

Receita Bruta 490.923.951 429.078.657

Receitas de Impostos 214.407.527 181.813.213

Impostos s/ Comércio Exterior 12.263.642 10.045.949

Impostos s/ Patrimônio e Renda 160.516.684 136.834.826

Impostos s/ Produção e Circulação 41.627.201 34.932.439

Receitas de Contribuições 218.147.580 192.433.849

Demais Receitas 58.368.844 54.831.595

Concessões de Serviços Públicos 2.064.002 984.636

Participações e Dividendos 6.977.142 9.740.395

Outras 49.327.699 44.106.564

(-) Restituições (13.772.299) (10.662.489)

(-) Incentivos Fiscais (10.096) 0

RECEITAS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (II) 140.411.789 123.520.191

RECEITAS DO BANCO CENTRAL (III) 1.319.105 1.569.021

TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E MUNICÍPIOS (IV) 105.604.736 92.779.947

RECEITA TOTAL LÍQUIDA (V) = (I + II + III - IV) 513.267.713 450.725.433

DESPESAS

Jan a Dez/2007 Jan a Dez/2006

DESPESA TOTAL 541.429.838 475.466.754

DESPESAS DO TESOURO NACIONAL (VI) 354.172.602 308.141.194

Pessoal e Encargos Sociais 116.371.966 105.496.465

Custeio e de Capital 151.292.775 128.316.050

Despesa do FAT 18.472.241 15.298.677

Subsídios e Subvenções Econômicas 10.020.962 9.581.187

Benefícios Assistenciais (LOAS/RMV) 14.191.992 11.638.851

Outras Despesas de Custeio e de Capital 108.607.580 91.797.335

Transferências ao Banco Central 520.819 695.375

DESPESAS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (VII) 185.293.441 165.585.300

DESPESAS DO BANCO CENTRAL (VIII) 1.963.794 1.740.260

RESULTADO PRIMÁRIO

Jan a Dez/2007 Jan a Dez/2006

RESULTADO PRIMÁRIO DA UNIãO (IX) = (V - (VI + VII + VIII)) 57.824.917 48.891.984

Tesouro Nacional (X) = (I - VI) 103.351.260 91.128.332

Previdência Social - RGPS³ (XI) = (II - VII) (44.881.653) (42.065.109)

Banco Central4 (XII) = (III - VIII) (644.690) (171.239)

RREO - Anexo VIII (LRF, art. 53, inciso III)

FONTE: STN/CESEF¹ Considera-se, para efeito de apuração do Resultado Primário, o conceito de União como equivalente ao de Governo Central.² Os valores entre parênteses correspondem a déficit.³ Receita de Contribuições menos Benefícios Previdenciários.4 Receitas próprias (inclui transferências do Tesouro Nacional) deduzidas das despesas administrativas.

Page 65: Tributação em Revista 53

TRIBUTAçãO em rev i s ta 65

Tabela xvIIbalanço financeiro da união

Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social - jan-dez 2007 - R$ milhares

INGRESSOS ATÉ DEZEMBRO DISPÊNDIOS ATÉ DEZEMBRO

ORçAMENTÁRIOS 1.251.826.581 ORçAMENTÁRIOS 1.223.797.811

RECEITAS CORRENTES 667.166.086 DESPESAS CORRENTES 687.107.598

EXCETO INTRA-ORçAMENTÁRIAS 658.884.417 EXCETO INTRA-ORçAMENTÁRIAS 677.476.075

Receita Tributária 199.600.618 Pessoal e Encargos Sociais 117.831.531

Receita de Contribuições 364.728.144 Juros e Encargos da Dívida 140.311.784

Receita Patrimonial 34.851.252 Outras Despesas Correntes 419.332.760

Receita de Serviços 27.252.414 INTRA-ORçAMENTÁRIAS 9.631.523

Outras Receitas Correntes 31.846.318 Pessoal e Encargos Sociais 9.046.233

Demais Receitas Correntes 605.671 Outras Despesas Correntes 585.290

INTRA-ORçAMENTÁRIAS 8.281.669 DESPESAS DE CAPITAL 536.690.213

Receita Tributária (318) EXCETO INTRA-ORçAMENTÁRIAS 535.811.260

Receita de Contribuições 8.079.066 Investimentos 34.013.728

Receita Patrimonial 35.400 Inversões Financeiras 29.920.895

Receita de Serviços 41.287 Amortiz./Refinanciamento da Dívida 471.876.638

Outras Receitas Correntes 1.980 INTRA-ORçAMENTÁRIAS 878.953

Demais Receitas Correntes 124.255 Investimentos 13.388

RECEITAS DE CAPITAL 584.660.495 Inversões Financeiras 865.565

Operações de Crédito 535.239.592 EXTRA-ORçAMENTÁRIOS 422.704.777

Alienação de Bens 1.376.866 VALORES EM CIRCULAçãO 176.357.227

Amortização de Empréstimos 21.271.664 Rede Bancária Arrecadação 603.161

Transferência de Capital 467.770 Recursos Especiais a Receber 174.875.317

Outras Receitas de Capital 26.304.603 Valores em Trânsito Realizáveis 0

EXTRA-ORçAMENTÁRIOS 451.771.736 Créditos Tributários 0

VALORES EM CIRCULAçãO 6.425.367 Recursos da União 0

Rede Bancária Arrecadação 0 Créditos Diversos a Receber 1.235

Recursos Especiais a Receber 0 Recursos Vinculados 0

Valores em Trânsito Realizáveis 75.670 Outros Valores em Circulação 877.515

Créditos Tributários 33.847 VALORES A CLASSIFICAR 0

Recursos da União 37.359 Receitas a Classificar 0

Créditos Diversos a Receber 0 VALORES PENDENTES A CURTO PRAZO 0

Recursos Vinculados 732.668 DEPÓSITOS E CONSIGNAçÕES 0

Outros Valores em Circulação 5.545.823 OBRIGAçÕES EM CIRCULAçãO 46.300.758

VALORES A CLASSIFICAR 612.630 Fornecedores 0

VALORES PENDENTES A CURTO PRAZO 0 Pessoal e Encargos a Pagar 2.557

DEPÓSITOS E CONSIGNAçÕES 3.468.079 RP Não-Processados - Inscrição 38.749.803

OBRIGAçÕES EM CIRCULAçãO 241.347.921 Operações de Crédito em Liquidação 2.462

Fornecedores 950.320 Obrigações Tributárias 3.895

RP Não-Processados a Liquidar 55.136.786 Recursos a Liberar p/ Transferência 0

RP Cancelados 8.339.955 Benefícios a Pagar 848.449

Operações de Crédito em Liquidação 0 Recursos a Liberar p/ Pagamento de RP 0

Incentivos a Liberar 334.974 Recursos da Previdência Social 5.545.823

Valores em Trânsito 10.496 Lim. Saque Recursos da Dív. Pública 976.596

Restituições de Receitas a Pagar 7.737 Outros Débitos 148.450

(continua...)

Page 66: Tributação em Revista 53

66 TRIBUTAçãO em rev i s ta

Tabela xvII (continuação)

balanço financeiro da uniãoOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social - jan-dez 2007 - R$ milhares

Recursos a Liberar p/ Transferência 5.682.019 Ajuste Patrimonial/Capital 0

Recursos a Liberar p/ Pgto. de RP 170.414.734 Provisões Financeiras 22.725

Recursos a Liberar p/ Emp Contra-entrega 9 Outras Obrigações 0

Lim. Saque Recursos da Dív. Pública 0 DESPESAS EXTRA-ORçAMENTÁRIAS 1.363.341

Outras Obrigações 470.845 AJUSTE DE DIR. E OBRIGAçÕES 198.683.451

Ajuste Patrimonial/Capital 48 Incorporacão de Passivos 196.776.618

RECEITAS EXTRA-ORçAMENTÁRIAS 0 Ajuste de Obrigações 1.906.834

AJUSTE DIR. E OBRIGAçÕES 199.917.740 OUTROS DISPÊNDIOS 0

Incorporação de Direitos 199.917.740 DISPONIB. PARA O PERÍODO SEGUINTE 303.463.273

Desincorporacão de Obrigações 0 Conta Única Tesouro Nacional 174.210.262

Ajuste de Créditos 0 INSS 1.717.760

OUTROS INGRESSOS 0 Recursos à Disposição da Dívida Pública 91.949.125

DISPONIB. DO PERÍODO ANTERIOR 246.367.545 Aplicações Financeiras 21.241.912

Conta Única Tesouro Nacional 123.702.202 Outras Disponibilidades 14.344.215

INSS 1.113.674

Recursos à Disposição da Dívida Pública 88.020.851

Aplicações Financeiras 15.589.932

Outras Disponibilidades 17.940.887

TOTAL 1.949.965.862 TOTAL 1.949.965.862

FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC

Page 67: Tributação em Revista 53

www.unafiscosaude.org.br

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