tributação em revista 53
DESCRIPTION
Tributação em RevistaTRANSCRIPT
e m r e v i s t aUma publicação do sindicato Nacional dos auditores-Fiscais da receita Federal – Unafisco sindical
ano 14 N° 53 jan–mar 08 r$ 7,00
ributaçãoTissN 1809-3426
Repensando o BrasilEntrevista comMárcio Pochmann, presidente do IpeaPágina 6
ARTIGO DE OPINIãO
O modelo de ZPE introduzido pelaLei 11.508/2008: uma primeira avaliação O artigo analisa uma estrutura básica de um modelo de ZPE a partir da Lei 11.508/2008. (Helson C. Braga e Felipe Augusto Froner C. Braga)
O sigilo bancário e a fiscalizaçãoO artigo trata das conseqüências do fim da CPMF. (Gilberto Guerzoni Filho e Roberto Barbosa de Castro)
O comércio internacional do Brasil antes de 1808O artigo questiona o fato de que a “abertura dos portos” em 1808 teria sido o ato inaugural da aduana brasileira. (José Eduardo Pimentel de Godoy)
QuEsTõEs POlêmIcAs DE DIREITO TRIbuTáRIO
Análise do Acórdão EDcl em AgRg no Resp 933.539, de 07/02/2008, que trata da desnecessidade de notifi-cação de exclusão do Refis(Áryna Martins Dias Rangel)
INDIcADOREs TRIbuTáRIOs E fINANcEIROs
(Roberto Boccacio Piscitelli e Mário Sérgio F. Sallorenzo)
sumárioENTREvIsTA
Márcio Pochmann
O presidente do Ipea fala das novas diretrizes de atuação da instituição e sobre a necessidade de repensar o Brasil
6
12
20
26
EDITORIAl5
33
35
DIRETORIA ExEcuTIvA NAcIONAl (DEN)Presidente Pedro Delarue Tolentino Filho
1º vice-Presidente Gelson Myskovsky Santos
2º vice-Presidente Ildebrando Zoldan
secretário-Geral Rogerio Said Calil
Diretor-secretário Ricardo Skaf Abdala
Diretor de finanças Luiz Gonçalves Bomtempo
Diretor-Adjunto de finanças Iran Carlos Toneli Lima
Diretora de Administração Ivone Marques Monte
Diretor-Adjunto de Administração Mauricio Gomes Zamboni
Diretor de Assuntos Jurídicos Wagner Teixeira Vaz
Diretor-Adjunto de Assuntos Jurídicos Kleber Cabral
Diretor de Defesa Profissional Rafael Pillar Junior
Diretora-Adjunta de Defesa Profissional Renata Lobo Rossetto
Diretor de Estudos Técnicos Luiz Antonio Benedito
Diretor-Adjunto de Estudos Técnicos Roberto Barbosa de Castro
Diretor de comunicação social João Ricardo de Araujo Moreira
Diretor-Adjunto de comunicação social Alcebíades Ferreira Filho
Diretor de Assuntos de Aposentadoria, Proventos e Pensões Clotilde Guimarães
Diretor-Adjunto de Assuntos de Aposentado-ria, Proventos e Pensões Amilton Paulo Lemos
Diretor de seguridade social Carlos Antonio Lucena
Diretor-Adjunto de seguridade social Jesus Luiz Brandão
Diretor de Assuntos Parlamentares Eduardo Artur Neves Moreira
Diretor-Adjunto de Assuntos Parlamentares João da Silva dos Santos
Diretor de Relações Intersindicais Dagoberto da Silva Lemos
Diretor de Relações Internacionais Robson Canha Ferreira
Diretores-suplentes Claudio Marcio Oliveira Damasceno Renato Augusto da Gama e Souza Agnaldo Néri
conselho fiscal membros Titulares Henrique Gehrke Humberto Guedes Acioli Toscano Benedito Giovaldo Freire
membros suplentes Almerindo Arruda Botelho Domiciano de Oliveira Neto Valmir da Cruz
Tributação em Revista é uma publicação do sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da
Receita Federal – Unafisco Sindical.
conselho EditorialPedro Delarue Tolentino Filho, Luiz Antonio Benedito, Roberto Barbosa de Castro.
Diretor Executivo da TR Roberto Barbosa de Castro
coordenação Executiva Alvaro Luchiezi Jr.
Revisão Joelita Araújo
Edição Patrícia Cunegundes
Projeto GráficoErika Yoda
Diagramação Erika Yoda e Fabrício Martins
fotolito e Impressão Kaco Gráfica e Editora
Tiragem 3 mil exemplares
Produção Editorial
Assinaturas Pode ser feita diretamente na Secretaria de Finanças pela internet (www.unafi sco.org.br) ou nas Delegacias Sin dicais do Unafi sco Sindical. Ninguém está autorizado a captar assinaturas. Qualquer pessoa que se disser re presentante derá ser denunciado.
valores Exemplar Avulso: R$ 5,00 Atrasado: R$ 6,00 Assinatura anuidade (revista trimestral): Filiados: R$ 12,00; Não-fi liados: R$ 24,00
Redação e correspondência SDS, Conjunto Baracat – 1º andar, salas 1 a 11 Brasília-DF - CEP 70392-900 Fonefax: 61 3218-5255 www.
unafisco.org.br den@unafi sco.org.br
Diretor Ronaldo de Moura
(61) 3349 2561
E M R E V I S T AributaçãoT
colaboração:Os artigos, inéditos, devem ser enviados para Tributação em Revista – Unafisco Sindical, Departamento de Estudos Técnicos, SDS, Conjunto Baracat, salas I e II, Brasília-DF, CEP 70.392-900 ou para o e-mail [email protected]. Os textos serão submetidos ao Conselho Editorial quanto à conveniência de publicá-los, poderão sofrer revisão e, se necessário, serão devolvidos ao autor com sugestões de mudanças ou solicitação de informações. Nenhuma modifi cação de estrutura ou conteúdo será feita sem consentimento do autor. As matérias publicadas por Tributação em Revista só poderão ser reproduzidas mediante autorização do Unafisco Sindical. Os originais devem ser apresentados em disquetes, CD-ROM ou enviados por email, em arquivos do Word e Excel (tabelas), corpo 12, até 15 páginas e deverão conter: Página inicial abordando os principais tópicos do artigo; Notas e referências bibliográficas; Currículo do autor (máximo 5 linhas);
TRIBUTAçãO em rev i s ta 5
DITORIAle
As efemérides têm o condão de nos obrigar a rever o passado e, portanto, a uma inevitável comparação com o
presente.
Estamos comemorando, nesses dias, o bicentenário da carta régia do Príncipe Regente de Portugal que,
nos rescaldos da fuga da metrópole para a colônia, tangido pelas tropas napoleônicas, determinou a abertura dos portos
brasileiros às nações amigas.
No âmbito fazendário, convencionou-se impropriamente que esse teria sido o ato inaugural da aduana brasileira. Im-
propriamente porque, como nos demonstra o impressionante artigo de José Eduardo de P. Godoy, na pior das hipóteses,
o que ocorreu em janeiro de 1808 foi uma reabertura dos portos, uma vez que as alfândegas funcionavam desde o século
XVI, quando, no mínimo, havia fiscalização do comércio com a Metrópole.
Isso, entretanto, não tem maior importância. O que importa é colher o momento para, emergindo do mergulho no
passado, aproveitar o movimento de voar em direção ao futuro.
A forçada transladação da família real portuguesa significou verdadeiramente o nascimento da consciência nacional.
Não por mera coincidência, a colônia de economia e cultura reprimidas saiu do casulo para se transmudar, quatorze anos
depois, com o grito do Ipiranga, em Nação Brasileira.
O bicentenário ocorre em meio a uma notável revolução econômica, política, social e tecnológica de todo o mundo.
Neste momento, a globalização da economia brasileira, iniciada com a abertura dos portos, assume contornos de drama-
ticidade. A profundidade, a amplitude e a velocidade das mudanças criam um torvelinho que altera a geografia humana
e econômica do planeta em tempos curtíssimos.
O momento, pois, é de visar e de preparar o futuro. A tomada de consciência e de atitudes determinará se o Brasil se
alça definitivamente ao primeiro mundo ou se se conforma em regredir ao estágio de periferia. Se, à semelhança de 1800,
sairemos ou não do casulo. E se sairmos, que desta vez seja como nação rica, progressista, justa e independente.
Mais do que nunca o pensamento estratégico é fundamental. Qual é o projeto nacional? Como desejamos estar em
vinte, trinta, quarenta anos? Qual o modelo econômico, político, social, educacional para atingirmos esse desiderato?
Para ajudar nessa reflexão, Tributação em Revista foi buscar a visão histórica de José Eduardo Godoy e a opinião de
Márcio Pochmann, Presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), agora oficialmente integrado e
engajado no órgão ministerial recém-criado para planejar as ações de longo prazo do Governo Brasileiro. Ele mesmo
assim sintetiza a missão: A idéia era, em primeiro lugar, projetar para o futuro o que seria o Brasil, mantida a situação do
jeito que está. Pensar que sociedade queremos. Então, é fazer esse diálogo: que sociedade queremos, que sociedade seremos se
nada for alterado.
Resta-nos indagar sobre como cada um de nós, individual ou institucionalmente, pode participar dessa empreitada.
6 TRIBUTAçãO em rev i s ta
NTREvIsTAe
O economista márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, fala sobre o novo papel do
Instituto, sobre desafios do brasil no longo prazo e sobre justiça tributária. Na entrevista, lamenta que o senado tenha rejeitado a prorrogação da cPmf, con-siderada por ele um tributo moderno.
Nononono
É PREcIsO umA REfORmA PROfuNDA DO EsTADO
TRIBUTAçãO em rev i s ta 7
Em entrevistas mais antigas e em alguns trabalhos, notava-se certo desalento, certo ceticismo da sua parte em relação às classes políticas convergirem para um projeto nacio-nal. sua vinda para o governo significa alguma mudança nesse ceticismo, o senhor está mais otimista?
Meu movimento para assumir o Ipea está condicio-nado à missão que o instituto passou a assumir a partir da sua transformação em uma instituição subordinada a uma estratégia de longo prazo. Nossa preocupação tem se concentrado muito mais em olhar as possibilidades, as oportunidades, os desafios que o Brasil tem frente a três movimentos principais que me parecem fundamentais para animar o debate em torno de o Brasil criar um cami-nho próprio.
E quais são esses movimentos?Primeiro, o enfrentamento acerca dos limites impostos
pelo desenvolvimento capitalista. Esses limites estão dados pela sua baixa capacidade de universalização do padrão de consumo e de bem-estar social. Para que pudesse ser internalizado o padrão de consumo de bens de alto valor unitário, foi necessária uma concentração brutal da renda. Então aqui no Brasil, o subdesenvolvimento significou a presença de 40 milhões de automóveis numa população de mais de 190 milhões de habitantes. Significa termos no País uma infra-estrutura aeroportuária que atende 5% da população. Esse padrão de desenvolvimento capitalista en-controu seu limite porque a possibilidade de difundir isso de forma universal é insustentável, pois, politicamente, leva ao aprofundamento do subdesenvolvimento, por um lado; por outro lado, ele é insustentável ambientalmente. Não é possível continuar com esse padrão de produção e de consumo que degrada o meio ambiente.
O segundo ponto é a tentativa de entender essa se-gunda onda de difusão do consumo que se dá a partir da China. Temos uma diferença muito grande em relação ao padrão de consumo instalado pelo Fordismo. Henry Ford destoou, digamos, do movimento que se tinha até o início do século 20, que era de produzir reduzindo salários. Para aumentar as possibilidades de consumo, ele aumenta os salários de seus trabalhadores. Então, tivemos uma onda de consumo no mundo, do início do século 20 para cá, apoiada basicamente na elevação dos salários. O padrão chinês atua numa outra perspectiva, ele está permitindo um avanço significativo do consumo associado não à ele-vação dos salários, mas à redução dos custos de produção. A Índia anunciou recentemente a fabricação de carros a 4.500 dólares. A se manter essa perspectiva, teremos uma sociedade muito distinta da que conhecemos até agora.
Nesse sentido precisamos saber qual o espaço do Brasil.E o terceiro vetor é a possibilidade de entender o es-
paço do Brasil nessa nova divisão do trabalho, que tem o deslocamento dos Estados Unidos como centro do mundo para a Ásia e que faz com que a China assuma cada vez mais a perspectiva da oficina do mundo e a Índia de seu escritório. Quer dizer, a América Latina praticamente fica deslocada e aponta-se a perspectiva de avançarmos mais no que seria o “País FAMA” (Fazenda com Maquiladora). De certa maneira o Brasil vem se especializando nas duas últimas décadas na produção de bens de baixo valor agre-gado e pouco conteúdo tecnológico, que tem um poten-cial de geração de emprego, mas em geral são empregos de baixa remuneração.
E como retomar esse papel de planejar do governo?
Esse papel de planejar a médio e longo prazo é inexora-velmente do governo. As empresas atuam no planejamento estratégico diferentemente de uma agenda nacional. A so-ciedade brasileira anseia por um plano de desenvolvimento nacional. O Ipea tem condições de ajudar o País a pensar no longo prazo, embora tenha ficado de fora, inclusive, da reforma realizada sob ponto de vista do Estado brasileiro. Nós tivemos nos últimos 22 anos uma modernização, por exemplo, do aparelho de Estado no que diz respeito à cons-tituição da Secretaria do Tesouro Nacional, criada em 1986 e que hoje é um grupo coeso, moderno, envolvido na admi-nistração pública. Tivemos outra organização importante na Secretaria de Finanças. Enfim, melhoramos os mecanismos de controle do ponto de vista da arrecadação e dos recursos, mas isso tudo diz respeito a medidas de curto prazo e de administração dos recursos. Avançamos pouco, do ponto de vista de que a sociedade tivesse elementos para refle-tir sobre as decisões tomadas. Nosso esforço nesse sentido se dá considerando que a recuperação do planejamento no Brasil pressupõe a participação e a gestão pública do conhe-cimento, numa mudança do modo de atuar. Temos pro-curado, dentro do desafio que é a coordenação pública do conhecimento, envolver as universidades e as instituições de pesquisa.
Qual o papel da formação nesse contexto?A formação é importante, a nosso ver, inclusive no
que diz respeito à constituição de uma matricialidade do planejamento. Não dá para fazer planejamento exclusi-vamente econômico, temos que considerar vários temas que estão aí, como meio ambiente, por exemplo. Temos que considerar também a necessidade de termos políti-
8 TRIBUTAçãO em rev i s ta
cas públicas intersetoriais. Não podemos olhar a proble-mática do País do ponto de vista setorial. Há ainda uma agenda com várias instituições, inclusive multilaterais.
O Ipea então está integrado com outras instituições para pensar o País no futuro?
Entendemos a necessidade de ter uma visão de lon-go prazo. Nosso papel basicamente é oferecer – e propor, digamos – alternativas. Mas quem vai decidir por essas alternativas é o gestor público. Nesse sentido não somos gestores de decisão, por isso que estamos mudando a insti-tucionalidade, a relação com o governo, não só com o Exe-cutivo. Nossa preocupação também é servir de assessoria e de proposições para o Legislativo e o Judiciário. Temos uma conexão com esses dois poderes e, obviamente com o Executivo, mas tudo dentro de uma nova institucionali-dade. É um plano de trabalho estabelecido com cada uma das instituições, com cronograma, metas.
A idéia da gestão pública do conhecimento é que o Ipea é uma das poucas instituições do Brasil que, além de oferecer o diagnóstico, tem condições de oferecer proposi-ções, alternativas para o governo e para a sociedade, para que também possam decidir sobre essas alternativas.
Há por parte do governo uma vontade política de em-barcar numa parceria como essa?
É interessante como o tema do desenvolvimento tem estimulado no governo, interna e externamente, a necessidade de responder determinadas questões. En-tão o Ipea termina sendo essa referência. Temos sido demandados, mas também temos estimulado atores a sentar em torno da constituição dessa agenda nacional. Estamos montando essa rede que está olhando o País numa perspectiva mais ampla com praticamente todos os ministérios. É natural que o governo, o Executivo, responda o curto prazo, não há outra alternativa. São feitos certamente estudos para auxiliar na tomada de decisão, mas não há avaliações no período posterior que permitam dizer: “olha, o que foi decidido aqui está correto, ou está incorreto, precisa melhorar, ou não”.
Portanto, o Ipea pode muito bem desenvolver esse pa-pel, justamente porque faz parte do ciclo de gestão da administração pública federal.
um produto desse pensamento estratégico pode se tor-nar uma peça de planejamento para o brasil? vai haver uma ação proativa do Ipea nesse sentido?
Nossa missão, demandada pelo presidente para o ministro Mangabeira (Unger, de Assuntos Estratégicos), é oferecer uma proposta de longo prazo para o País. Então, o presidente Lula, até onde conseguimos com-preender, quer deixar para o seu sucessor uma visão de longo prazo, de planejamento. Portanto, é uma tare-fa que certamente devemos contribuir em articulação com a inteligência nacional. Isso está sendo organiza-do. A idéia era, em primeiro lugar, projetar para o futu-ro o que seria o Brasil, mantida a situação do jeito que está. Pensar que sociedade queremos. Então, é fazer esse diálogo: que sociedade queremos, que sociedade seremos se nada for alterado.
Estamos fadados ao crescimento a qualquer custo ou buscaremos um modelo de crescimento baseado na justiça social e inclusão?
Precisamos considerar nosso avanço pelo padrão de glo-balização que temos. Dentro desse padrão de globalização não dá, no meu modo de ver, para trabalhar com as possi-bilidades de um só país. Inclusive porque, nas duas últimas décadas, se tirarmos a Índia e a China, a pobreza aumentou no mundo. Outro ponto a se considerar é o papel do Esta-do. Há um vazio de regulação pública. Estamos assistindo ao acirramento da competição intercapitalista, que está fazendo basicamente com que o mundo se solidifique em 500 gran-des empresas. Qualquer setor de atividade está submetido a pouquíssimas empresas. As três maiores do mundo têm um faturamento que equivale ao PIB nacional. Esse é o contexto que no meu modo de ver é da trajetória do capitalismo: a concentração e centralização do capital.
E como ser competitivo?Vamos olhar o Brasil. O Brasil quer ter grande empresa
ou não? Essa é a grande questão. Para fazer parte desse jogo você precisa ter grande empresa. Os chineses querem ter 150 das 500 grandes empresas do mundo. O Brasil quer ter quantas? Atualmente tem cinco. Tem duas estatais, Banco do Brasil e Petrobras; a Vale e dois bancos privados. É com isso que nós vamos entrar? Precisamos ter um projeto nesse sentido. Que estratégia temos para jogar? Outra coisa é o debate sobre o País, sobre o mercado interno. Quer dizer, em que setores vamos ser competitivos. O Estado Varguista
Não dá para fazer planejamento
exclusivamente econômico, tem que
considerar vários temas
TRIBUTAçãO em rev i s ta 9
foi estruturado, preparado para dar condições de formar os campeões, os graúdos. Então, se você pegar uma grande empresa no Brasil, com mais de 500 trabalhadores, ela tem uma estrutura, um apoio, subsídio na política fiscal, crédito subsidiado, quer dizer, esse segmento tem uma estrutura do Estado.
Qual é o desafio?O nosso desafio, eu diria assim, são os 97% dos estabe-
lecimentos brasileiros que não contam com uma estrutura bancária adequada. No meu modo de ver, o sistema finan-ceiro que temos não dá conta dessa realidade. Uma parte importante dos municípios não tem bancos. Temos que pensar em uma outra estrutura de financiamento, mais ade-quada, com menor custo, mais ágil. Não temos – apesar das universidades e dos centros de pesquisa – uma estrutura de produção do conhecimento adequada às necessidades das micro e pequenas empresas, por exemplo. Então é preciso reestruturação, uma reforma profunda do Estado se quiser-mos dar um salto de qualidade. Isso não será fácil porque não somos um país do centro capitalista. Somos um país periférico. Embora formemos 10 mil doutores por ano, o que não é pouca coisa, é um número expressivo. Mas parte significativa desses doutores está em sala de aula, não está envolvida com pesquisa em laboratórios. E esse é um dos equívocos que cometemos no processo de privatização da década passada. Em primeiro lugar porque o Brasil não fez uma discussão séria sobre privatização e estatização. Foi um debate muito ideologizado. Diferentemente daquele que ocorreu no final da década de 50, quando o Brasil resolveu, independentemente dos erros e dos acertos, privatizar em-presas estatais, como a Fábrica Nacional de Motores (FNM), e estatizar setores que naquele momento foram entendidos como estratégicos, como energia elétrica, telefonia. Os re-sultados foram muito surpreendentes do ponto de vista desses setores. Esse debate não ocorreu nos anos 90 e nós cometemos erros. Ao contrário da Índia, que tem utilizado seu tamanho de mercado para impor concessões aos gran-des empreendimentos, nós não soubemos fazer isso. Fize-mos uma privatização de graça. Estou chamando atenção apenas para o fato de que fizemos uma abertura de graça, uma abertura burra. Mas não estou dizendo, com isso, que deveríamos promover uma reestatização.
Passando para a área tributária, o Ipea participou da elaboração da proposta de reforma tributária elabora-da pelo governo?
Desde que cheguei, de agosto para cá, que eu saiba não tivemos envolvimento. Mas temos vários pesquisado-
res que trabalharam em torno da temática tributária – e trabalham – e não tenho dúvida de que eles devem estar envolvidos, em maior ou menor medida.
como o Ipea estuda, avalia a carga tributária brasileira?Temos a perspectiva de olhar a carga tributária de forma
diferente daquela que em geral as instituições multilaterais tratam, em comparações internacionais, que é olhar a carga tributária bruta. Ao nosso modo de ver, pela situação brasi-leira, precisamos tratar muito mais a carga tributária líqui-da. Desconsiderar aquilo que entra, que o Estado é mero re-passador, o dinheiro vem e volta. Se considerarmos de fato a carga tributária, não do ponto de vista conceitual, mas da realidade brasileira, seria bastante interessante não permitir comparações inadequadas. Outro ponto a ser considerado é a comparação da carga tributária não com o PIB, mas com a renda per capita, porque num país de renda per capita tão baixa como a nossa, se considerarmos um país que tem uma renda per capita que é o dobro da nossa, pode haver a possibilidade de uma carga tributária menor. No entanto, o volume arrecadado é superior. Acho que precisamos tornar mais complexo aquilo que aparentemente é muito simples e já permite aos liberais dizer que a carga tributária é alta. Não tenho dúvida de que a carga tributária no Brasil é alta para alguns setores. Não para todos.
seria necessário ampliar a progressividade?Como temos uma estrutura tributária muito regressiva, se
quisermos ser um país civilizado não temos outra alternativa senão aumentar a progressividade. Eu diria que é possível ter uma carga tributária menor desde que ela seja mais justa, desde que haja crescimento econômico. Um país com uma carga tributária em torno de 23%, 24% do PIB, que era o que tínhamos lá no início dos anos 80, arrecadaria três vezes mais do que arrecadamos hoje se a economia nacional tivesse crescido 6%, 7% ao ano. Temos um estudo que precisa ser checado melhor, com base na Pesquisa de Orçamento Fami-liar (POF). Ele dá um resultado curioso sobre o IPTU. Os da-dos mostram que o IPTU – considerado imposto progressivo –, na verdade, é um impostro regressivo. Se até os impostos
Precisamos considerar nosso avanço pelo padrão de
globalização que temos
10 TRIBUTAçãO em rev i s ta
progressivos são regressivos, temos uma situação tão específi-ca que mereceria uma compreensão maior dessa dinâmica.
Na verdade a sociedade reclama do nível da carga e não propriamente da estrutura tributária. O senhor concorda?
Tenho a impressão de que não é muito simples pagar imposto no Brasil. Olhando do ponto de vista do municí-pio, da empresa, sabemos que é mais fácil abrir do que fe-char. Daria para fazer uma coisa mais simplificada. Fiquei realmente muito frustrado com o veto que o Senado fez à CPMF. Vejo na CPMF, no mecanismo que estava instalado, um elemento de modernidade, inclusive que acompanha o que vem ocorrendo na economia mundial. Na verdade, o PIB dos países está ficando mais leve. Há um espaço novo, novas formas de riqueza, novas formas de organiza-ção da produção, a economia do conhecimento, ou seja, estamos indo para uma outra linha que é mais leve. Então as formas de tributação podem ser muito mais efetivas, eficazes, com menor custo inclusive, porque passa muito mais pela perspectiva de, em vez de se tributar cada um, identificar quais são os nós em que se tem a circulação dos recursos e tributar com mais precisão.
O que o senhor acha das idéias do Professor marcos cintra?
Ele tem um elemento inegável de modernidade que é trabalhar sobre as transferências. O imposto tem um papel que é da justiça tributária. O imposto único retiraria essa possibilidade, embora eu reconheça que nós não saibamos utilizar da forma que temos hoje aqui. Mas acho que o im-posto tem dois elementos a serem destacados: primeiro, do ponto de vista da justiça tributária e o segundo como ins-trumento de política tributária. Temos que ter, por hipótese, num cenário de crescimento de importação, um mecanismo que possa estimular ou desestimular determinados setores. Tem esse papel de política econômica que o imposto único praticamente retiraria. Além de ser proporcional, não se te-ria mais o mecanismo de tributar A ou B.
convencionou-se que a guerra fiscal traz distorções. O senhor acha que a os estados ricos demonizam a guer-ra fiscal em detrimento dos estados pobres?
Entendo a guerra fiscal como uma equação de soma zero. Um estado ganha e outro perde. Olhando do pon-to de vista nacional, a Ford, por exemplo, viria para cá, porque o País tem um mercado interno que lhe interessa. Como não é o país que tem as empresas, mas sim as em-presas que têm o país, há as disputas entre estados e cida-
des para ver onde a empresa se instala. Como não temos uma política de desenvolvimento regional, de apoio ao desenvolvimento local, a guerra fiscal tornou-se uma das poucas alternativas dos governadores e prefeitos. Eu não os recrimino, porque se está numa penúria e consegue tra-zer uma empresa para determinado estado ou município, essa é uma decisão interessante. Para o País, pouco altera. Agora, por que tem que se tomar essa decisão? Porque o País não tem política, não estabelece eixos para onde va-mos crescer, quem são os estados ganhadores, perdedores, absolutamente nada. Ocorreu um esvaziamento do Esta-do. Se guardarmos as devidas proporções, é uma decisão semelhante àquela de 1896, da política do café com leite – destrói-se a capacidade do Estado de fazer política e se permite às oligarquias, aos governos locais, tomarem deci-sões. E as decisões vão ser essas.
E as conseqüências?Atrair uma empresa para um determinado local, sem po-
lítica demográfica, sem política de qualificação, sem nada, o que vamos ter? Estudos acadêmicos feitos sobre essa ques-tão mostram que, no rastro da instalação da grande empresa no decorrer da guerra fiscal, aconteceu um deslocamento humano com empobrecimento da população.
como uma política pública poderia incorporar esses elementos que o senhor está colocando?
Acredito que o governo acertou em ter colocado na agenda a temática da juventude. O governo Lula fez uma série de iniciativas, embora muito fragmentadas e sem um eixo estruturador. Ao meu modo de ver, de todas as difi-culdades que temos, a maior é a inclusão dos jovens. A República de Weimar, na Alemanha democrática, ofereceu inúmeros avanços do ponto de vista social, mas foi incapaz de enfrentar as dificuldades que os jovens alemães tinham na época. O nazismo em dois anos resolveu o problema do desemprego e tinha praticamente 90% dos jovens filiados na Juventude Nazista. Esse momento não é só o problema do emprego, mas tem uma série de redesenhos que estão em curso, em função da mudança do padrão familiar, in-clusive na classe média. Vemos jovens bem educados com desvirtuamento. O filme Meu nome não é Johnny mostra isso, o desvirtuamento de alguém de classe média, edu-cado, bem formado. Quer dizer, não é tão somente a pro-blemática do emprego – claro que o emprego é central –, mas tem questões de valores, acho que nós nos perdemos. O fortalecimento do consumismo, do individualismo, tem trazido repercussões que o próprio mercado de trabalho não se mostra capaz de lidar.
TRIBUTAçãO em rev i s ta 11
Desde que o senhor escreveu o livro A batalha pelo pri-meiro emprego, em 1998 (atualizado em 2000), o cenário mudou ou continua o mesmo?
A situação piorou. Os dados da Pnad mostram que piorou. A questão que acho fundamental reconhecer é que tivemos uma geração e meia que ficou fora da disciplina do trabalho. Na verdade, eram jovens que estavam recorrentemente de-sempregados. Diferente de nós, que entramos no mercado de trabalho, fizemos um estágio, arrumamos um emprego, com um horizonte de como constituir a trajetória. Estamos falan-do de uma geração que não teve essa possibilidade. Então ela não se identifica nesse trabalho como um elemento estrutura-dor da sua vida, da sua família, da sua perspectiva, porque o mercado de trabalho não lhe ofereceu essa possibilidade. São oportunidades eventuais que não dão duração. Um estágio que emenda com um emprego freelancer não dá para estru-turar. Então, que tipo de qualificação e aprendizagem deve ter? A disciplina do trabalho pressupõe alguma experiência, contato direto. E tivemos uma parte da juventude que ficou sem isso. Seis milhões de jovens brasileiros, entre 15 e 24 anos, não estudam nem trabalham.
O sistema educacional está em falta de sintonia com o sistema produtivo?
Acredito que a educação tem um papel mais amplo do que o papel do trabalho, especialmente quando temos a desestruturação das famílias. O que mais cresce no Brasil é família monoparental. As famílias estão com dificuldade de constituir sociabilidade, enraizamento em seus pró-prios filhos, portanto, a universidade tem um papel maior do que o papel utilitário que é preparar para o mercado de trabalho. A educação tem que preparar para a vida, inclusive porque o mercado de trabalho muda constan-temente e a preparação exclusiva numa especialização do conhecimento se mostra incapaz de dar conta das suas ne-cessidades. Vejo, na verdade a necessidade de olharmos a educação com outra perspectiva.
mas há um desequilíbrio entre o que o mercado de tra-balho necessita e a qualificação da mão-de-obra?
É preciso reconhecer que um dos problemas do des-compasso entre as demandas das empresas e a qualidade da oferta de trabalho está diretamente relacionado ao nosso sistema de relações de trabalho muito flexível. É muito fá-cil contratar e demitir pessoas no Brasil. Por exemplo, no ano passado, tivemos 12 milhões de pessoas contratadas no regime de CLT, que representa um terço do total da ocu-pação, mas 10 milhões foram demitidas. O que ocorre na verdade é que as empresas não investem na formação de
seus trabalhadores. Por um motivo muito simples: elas não têm garantia de que esses trabalhadores permanecerão na empresa. Então, aquilo que seria um investimento em qua-lificação corre o risco de se transformar em custo. “Prepa-rei, dois ou três meses depois a pessoa que foi preparada, qualificada, está trabalhando na empresa do concorrente.” Não há relações de trabalho com credibilidade, confiança. A mesma coisa o próprio trabalhador. “Que qualificação vão me dar? Porque uma hora trabalhei como ambulante, depois na construção civil, no comércio.” Não existe tra-jetória ocupacional que lhe demande uma formação espe-cífica. Portanto, isso gera uma situação em que a empresa termina contratando alguém sem preparar, sem selecionar adequadamente e qualificar. Ela contrata a pessoa, pagando o salário baixo, vai aumentando até um determinado limite, depois demite e contrata outro. É um ciclo vicioso que não permite ao País dar um salto. Estamos olhando o futuro e o futuro passa justamente por uma relação de trabalho com confiança, especialmente quando olhamos na perspectiva de um trabalho exercido cada vez menos no local de traba-lho. Não há controle, são relações de confiança.
Qual sua opinião sobre a flexibilização das leis traba-lhistas?
Sou a favor da flexibilização qualitativa e não quantita-tiva. Como já falei, somos o país com as relações de traba-lho mais flexíveis do mundo. Os Estados Unidos têm uma taxa de rotatividade abaixo de 20% ao ano. Nossa taxa está em 44% ao ano. É um absurdo o que o Brasil gasta com demissão. Agora, a flexibilidade qualitativa é a possibili-dade de um trabalhador entrar numa empresa, mudar de ocupação, crescer dentro dela. Multidisciplinaridade do conhecimento e da ocupação. Isso o Brasil precisa ter.
12 TRIBUTAçãO em rev i s ta
aO modelo de ZPE introduzido pela
Lei 11.508/2008: uma primeira avaliação
Helson c. braga, Ph.D.1 felipe Augusto froner c. braga, PmP 2
Introdução
E m julho do ano passado, o Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva sancionou a Lei 11.508/2008, cujo
projeto de lei vinha tramitando no Congresso
Nacional por mais de 10 anos, e tinha por objetivo
atualizar a legislação das Zonas de Processamento de
Exportação (ZPEs), criada no final dos anos 80, durante
o governo do Presidente José Sarney.
Entretanto, em virtude de divergências que surgiram
quando da votação final do Projeto de Lei no Congresso
Nacional, foi acordado que os dispositivos objetos dessas
divergências seriam vetados para posterior reavaliação a
ser realizada conjuntamente pelo Governo e Senado Fe-
deral. O resultado a que se chegasse seria, então, reintro-
duzido na legislação por meio de uma Medida Provisória
(MP). Esse reestudo, que se estendeu por todo o segundo
semestre de 2007, produziu uma minuta de MP que já se
encontra na Casa Civil, pronta para ser editada3.
A consolidação da Lei 11.508/2008 com essa MP
fornece a estrutura básica de um modelo de ZPE signi-
ficativamente distinto daquele contido no Decreto-Lei
2.452/1998, que já era defasado (em relação aos mode-
los usados por outros países) na época de sua criação. O
objetivo desta nota é apresentar uma primeira avaliação
das mudanças introduzidas, do ponto de vista da confor-
mação à atual política industrial e de comércio exterior
e ao objetivo de dispormos de uma legislação moderna e
competitiva, pelos padrões internacionais.
2. conceito e modelos de ZPEO modelo convencional de ZPE utilizado, com pequenas
variações, por mais de uma centena de países consiste es-
sencialmente em um conjunto de regras que asseguram, em
uma área espacialmente delimitada, as condições adequadas
para a instalação de empreendimentos voltados predominan-
RTIGO DE OPINIãO
1. Professor Livre-Docente da UFRJ e Presidente da Associação Brasileira de Zonas de Processamento de Exportação-ABRAZPE.
2. MBA em Gerenciamento de Projetos/FGV, Project Management Professional/PMI. É Secretário-Executivo da ABRAZPE.
3. A análise que segue está baseada no texto da MP que foi acordado entre os representantes do Governo e do Senado Federal.
Os autores agradecem os comentários feitos por José Patrocínio da Silveira e Eduardo de Brito Celino a uma versão anterior deste artigo. Os erros remanescentes são, eviden-temente, de responsabilidade dos autores.
TRIBUTAçãO em rev i s ta 13
temente para as exportações. Como não poderia deixar de
ser, face à sua larga e generalizada utilização, o mecanismo
é perfeitamente compatível com as normas internacionais e,
particularmente, com as da Organização Mundial de Comér-
cio (embora alguns países também incluam um ou outro in-
centivo questionável por esse organismo).
Operacionalmente, o mecanismo se caracteriza por
oferecer às empresas instaladas em ZPE um regime di-
ferenciado em termos aduaneiros, tributários, cambiais
e de controle administrativo das operações de comércio
exterior. O caráter “diferenciado” do regime ZPE não im-
plica favorecimento das suas empresas vis-à-vis às demais
empresas nacionais: as vendas de parte de sua produção
no mercado doméstico (quando autorizadas) recebem tra-
tamento idêntico ao dispensado às importações – ou seja,
do ponto de vista da concorrência no mercado doméstico,
não introduz nada a que as empresas nacionais já não es-
tejam habituadas.
As ZPEs (ou mecanismos similares) constituem um
dos mecanismos mais utilizados no mundo para a con-
secução dos objetivos centrais de qualquer estratégia de
desenvolvimento, tais como a geração de empregos, o au-
mento do valor agregado das exportações, a correção de
desequilíbrios regionais e a difusão de tecnologias e méto-
dos de gestão mais modernos. Não existe, entretanto, um
modelo único de ZPE: os diferentes países atribuem ênfa-
ses distintas a esses objetivos (para ajustar o mecanismo às
suas condições específicas, ordenamento jurídico e prio-
ridades nacionais). Em conseqüência, as ZPEs existentes
diferem em nome, incentivos concedidos e características
operacionais. A China, por exemplo, utiliza seis modelos
distintos de ZPEs: zonas de desenvolvimento econômico e
tecnológico, zonas econômicas especiais, zonas de desen-
volvimento de indústrias de alta tecnologia, zonas frontei-
riças de cooperação econômica, zonas francas turísticas, e
ZPEs propriamente ditas4.
Como se trata de um mecanismo destinado a alcançar
objetivos múltiplos, as ZPEs concorrem com instrumentos
alternativos mais ou menos equivalentes para a consecu-
ção de cada um desses objetivos. Por exemplo, como forma
de facilitar o uso de insumos importados para a utilização
em produtos exportáveis, as ZPEs têm substitutos (me-
nos potentes) no drawback e na in bond manufacturing. No
Brasil, para esse mesmo objetivo, as ZPEs encontram adi-
cionalmente substitutos (imperfeitos) nos mecanismos de
“entreposto industrial”, “aeroporto industrial”, “empresa
predominantemente exportadora” (EPE) a que se refere o
art. 40 da Lei 10.865/2004 e “regime especial de aquisição
de bens de capital para empresas exportadoras” (RECAP).
Essa profusão de mecanismos “meia-sola” já levou analis-
tas apressados a afirmar em que as ZPEs seriam dispensá-
veis, porque “já dispúnhamos de substitutos à altura”. Sem
levar em conta a sua ainda mais limitada capacidade para
atingir os demais objetivos típicos das ZPEs.
Do ponto de vista da estratégia de desenvolvimento,
o papel fundamental das ZPEs no Brasil é disponibilizar,
tanto para as empresas estrangeiras como para as nacio-
nais, condições de investimento e de operação similares às
disponíveis em outros países que conosco concorrem acir-
radamente na atração do investimento internacional. Com
as ZPEs, o Brasil passará a contar com um instrumento
de desenvolvimento adicional e complementar aos que
já instituiu, que será indispensável para viabilizar certos
investimentos, especialmente os de grande porte direcio-
nados para as exportações que requerem um “pacote de
incentivos” só oferecido pelas ZPEs5 .
3. uma comparação entre os modelos Antigo e Novo de ZPE
O modelo de ZPE introduzido pelo Decreto-Lei
2.452/1988 aproximava-se do modelo convencional sur-
gido nos anos 60 e 70 em vários países: contemplava isen-
ções de impostos indiretos; tratamento relativo ao imposto
de renda vigente na data da aprovação do projeto; liberda-
de cambial (livre disponibilidade das divisas obtidas nas
exportações); simplificação de procedimentos aduaneiros;
4 . CELINO, Eduardo André de B., As Zonas de Desenvolvimento Econômico como Instrumento de Políticas Públicas em Países Emergentes: O Caso da China, Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Administração da UnB (2006).
5. BRAGA, Helson C.,“A Experiência Internacional de Zonas Francas e a Necessidade de Promoção das Exportações”, ABRAZPE (2003).
Com as ZPEs, o Brasil passará a contar com um
instrumento de desenvolvimento adicional
e complementar
14 TRIBUTAçãO em rev i s ta
prazo (prorrogável) de 20 anos para a vigência dos incenti-
vos; área cercada e alfandegada; e proibição de determina-
dos produtos (como armas, munição, explosivos e material
radioativo) – como contrapartida da destinação da maior
parte da produção para o mercado externo. A Tabela ao
fim deste texto apresenta um resumo das principais ca-
racterísticas tanto do modelo criado pelo DL 2.452/1988
como pelo introduzido pela Lei 11.508/2007, já conside-
radas as alterações previstas na mencionada MP.
No entanto, como reflexo da mentalidade protecionista
da época, o modelo incorporava uma série de aspectos res-
tritivos, que não mais existiam nas legislações dos demais
países, tais como: proibição de venda no mercado interno
(mesmo pagando-se todos os impostos normais); proibição
de o Tesouro Nacional assumir qualquer ônus para a im-
plantação das ZPEs; proibição de o Banco Central assegurar
cobertura cambial; proibição de acesso ao mercado finan-
ceiro nacional, inclusive para obtenção de garantias; proi-
bição de acesso a incentivos não previstos na lei; proibição
de depreciação de bens de capital importados, para fins de
apuração do lucro tributável; exigência de capital mínimo,
de realização de gastos mínimos no mercado nacional, de
contratação de auditoria externa e de objeto social limitado
à industrialização e apresentação de uma tabela na forma
de matriz de insumo-produto como condição para impor-
tação de “produtos e elementos necessários à produção”,
que representava uma verdadeira “camisa de força” para as
empresas, na medida em que essas perdiam a indispensável
flexibilidade de seus processos produtivos.
Apesar dessas restrições todas, várias empresas candi-
dataram-se a se implantar em algumas ZPEs, e o programa
só não foi implementado em razão do boicote do governo
da época que tentou, inclusive, extinguir as 17 autoriza-
ções (para implantar ZPE) concedidas pelos governos José
Sarney e Itamar Franco. A extinção do programa só não
ocorreu em virtude da mobilização coordenada pela Asso-
ciação Brasileira de Zonas de Processamento de Exportação
(ABRAZPE), que também articulou a elaboração do Projeto
de Lei 146/1996 – que deu origem à Lei 11.508/2007 e foi
apresentado pelo então senador Joel de Hollanda.
O Projeto de Lei 146/1996 corrigia a maioria dessas res-
trições; mas, conforme mencionado, a mobilização de seto-
res ainda contrários às ZPEs provocou um impasse durante
a votação final no Senado Federal que só foi superado pelo
acordo de supressão dos pontos mais polêmicos para reava-
liação e retorno do resultado via Medida Provisória.
Ao cabo de um longo processo de discussões e nego-
ciações, que se estendeu por todo o segundo semestre de
2007, foi possível chegar a um entendimento em torno
da minuta de MP já encaminhada à Casa Civil. O modelo
de ZPE implícito nessa minuta representa um meio termo
entre o ideal almejado pelo Projeto de Lei do Congresso
Nacional (consubstanciado no Projeto de Lei 196/1996) e
a tentativa de transformar o modelo das ZPEs numa sim-
ples repetição dos mecanismos tributários e cambiais já
existentes (e de eficácia duvidosa), tomando-se como pa-
radigma especialmente os regimes das EPEs e o RECAP.
Apesar da necessidade de se promoverem ajustes adi-
cionais no novo texto (ver item 4), as regras contempladas
na Lei 11.508/2007 (e sua MP complementar) preservam
características essenciais do modelo ZPE, que lhe garan-
tem um diferencial relevante em relação aos mecanismos
já existentes na legislação brasileira. Em primeiro lugar,
o novo modelo mantém corretamente o CZPE como ins-
tância superior de supervisão do programa e atualiza os
incentivos fiscais vinculados às figuras impositivas exis-
tentes. Mantém, também corretamente, a isenção para
bens de capital usados (o que permite a transferência de
fábricas completas do exterior) e as proibições de fabrica-
ção de produtos perigosos (armas, munição, explosivos e
material radioativo), e de transferência de plantas indus-
triais já existentes (para não agravar a “guerra interna” pela
atração de investimentos).
TRIBUTAçãO em rev i s ta 15
Em segundo lugar, o novo modelo introduz os seguin-
tes aperfeiçoamentos em relação ao modelo antigo: permi-
te vendas no mercado interno de até 20% da renda bruta
(pagando-se todos os impostos incidentes na operação);
substitui a exigência de desapropriação pela de compro-
vação da disponibilidade do terreno para implantação da
ZPE, abrindo espaço para a propriedade privada da área
da ZPE; e elimina as exigências de capital social mínimo,
gastos mínimos no mercado interno e objeto social restrito
à industrialização de bens – todas de escassa justificação
técnica e uma delas (a de gastos mínimos) proibida pelas
regras da Organização Mundial de Comércio.
Elimina também a proibição de assunção de ônus
pelo Tesouro Nacional, a exigência do alfandegamento
da área (como requisito para o início das operações da
ZPE), a proibição do acesso a outros incentivos (particu-
larmente à redução de até 75% do imposto de renda nas
áreas da SUDAM e da SUDENE), a proibição do acesso
ao mercado financeiro nacional, a exigência da matriz de
insumo-produto e a proibição de depreciar bens de ca-
pital importados para efeito do imposto de renda. Esses
aperfeiçoamentos extinguiram um entulho burocrático e
uma mal dissimulada tentativa de inviabilizar, na prática,
o mecanismo das ZPEs.
Em contrapartida, o modelo cria novas restrições que
tendem a reduzir sua eficiência enquanto instrumento
estratégico de desenvolvimento. Em primeiro lugar, in-
corporou um “mecanismo de salvaguarda”, pelo qual o
CZPE passa a ter a tarefa de monitorar o impacto das ZPEs
sobre o mercado nacional (especialmente o decorrente
das vendas no mercado interno, que, agora, passam a ser
admitidas) e, em caso de comprovação de dano, poderá
recomendar a redução do percentual de internação. Isso
pode se traduzir em indesejável insegurança quanto à es-
tabilidade das “regras do jogo” dentro das ZPEs.
Em segundo, elimina a hipótese de prorrogação do pe-
ríodo de até 20 anos de vigência do regime, que poderá ser
insuficiente para empreendimentos de grande porte que
costumam requerer períodos mais dilatados de amortiza-
ção do capital. E, em terceiro, trata as vendas entre empre-
sas localizadas em ZPE como venda no mercado interno (e
não como exportação), o que reduz o incentivo à geração
de maior valor agregado na ZPE, como conseqüência do
adensamento das cadeias produtivas.
A figura abaixo ajuda a visualizar as similaridades e
os aspectos distintivos dos dois modelos de ZPE, no que
diz respeito aos tratamentos operacional, tributário (rela-
tivo aos impostos indiretos federais) e cambial. Estrutu-
EsQuEmA OPERAcIONAl, TRIbuTáRIO E cAmbIAl ENvOlvENDO EmPREsAs Em ZPE NOs mODElOs ANTIGO (Dl 2.452/1988) E NOvO (lEI 11.508/2007)
16 TRIBUTAçãO em rev i s ta
ralmente, a grande diferença entre os dois é que o novo
modelo desloca a ZPE do exterior para o “espaço cambial e
aduaneiro” brasileiro. No modelo antigo, do ponto de vis-
ta cambial e aduaneiro, as ZPEs, embora fisicamente im-
plantadas no território nacional, eram consideradas como
se estivessem localizadas no exterior: vendas do mercado
interno para elas eram equiparadas a exportações (apoia-
das em isenções de impostos e exigência de contrato de
câmbio); e tanto importações como exportações realizadas
por aquelas empresas eram consideradas operações reali-
zadas no exterior (e, portanto, com isenção de impostos e
dispensa de contrato de câmbio).
Com o “deslocamento” das ZPEs para o mercado in-
terno (modelo novo), as operações envolvendo as empre-
sas em ZPE e os seus fornecedores nacionais (de bens e
serviços) deixaram de ser equiparadas a exportações e se
transformaram em operações no mercado doméstico. En-
tretanto, na saída dos estabelecimentos fornecedores para
as ZPEs haverá suspensão dos impostos e contribuições
devidos, que serão exigidos no caso (de parte) dos produ-
tos finais serem vendidos no mercado interno.
Por outro lado, tanto as importações quanto as expor-
tações realizadas pelas empresas em ZPE serão considera-
das operações normais de comércio exterior: em ambos
os casos, serão exigidos os correspondentes contratos de
câmbio. Do ponto de vista tributário, entretanto, os im-
postos e contribuições incidentes sobre as importações
serão suspensos, não isentos. Quando os produtos fabri-
cados com esses insumos importados forem vendidos no
mercado interno, as suspensões resolvem-se com o paga-
mento dessas obrigações; caso sejam exportados, elas se
convertem em isenção.
4. considerações finaisO novo modelo de ZPE criado pela Lei 11.508/2007
(e sua MP complementar) representa um avanço, não
apenas em relação ao modelo anterior, criado pelo DL
2.452/1988, como em relação aos mecanismos que foram
sendo introduzidos na legislação brasileira de comércio
exterior nos últimos anos, quando o mais lógico e eficien-
te teria sido acelerar a aprovação da nova lei das ZPEs e o
governo comprometer-se a implantá-las efetivamente.
O modelo comporta ainda alguns aperfeiçoamentos, tais
como a possibilidade de prorrogação do prazo de vigência
do regime e a equiparação das vendas entre empresas em
ZPE, a uma operação de venda no mercado externo. Além
disso, há toda uma conveniência de se tornar automática a
redução de 75% do imposto de renda para a empresas em
ZPE, que, pela nova lei, obrigará os interessados a ingressa-
rem com um projeto para se instalar em ZPE (e submetê-lo
ao CZPE) e um outro para ter direito ao benefício fiscal,
desta vez dirigindo-se à SUDAM ou à SUDENE.
A oportunidade de se fazerem estas correções é a
apreciação que o Congresso Nacional terá que fazer da
MP das ZPEs, como requisito para sua conversão defini-
tiva em lei.
TRIBUTAçãO em rev i s ta 17
Item Características Modelo Antigo (DL 2.452/1988) (*) Modelo Novo (Lei 11.508/2007) (**)
1 Objetivos Reduzir desequilíbrios regionais, bem como fortalecer o balanço de pagamen-tos e promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento econômico e social do País (art. 1º)
Reduzir desequilíbrios regionais, bem como fortalecer o balanço de pagamentos e promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento econômico e social do País (art. 1º).
2 Destino da produção Exclusivamente para o exterior (parágrafo único do art. 1º)
Pelo menos 80% da receita bruta da venda de bens e serviços para o exterior (art. 18).
3 Supervisão geral do pro-grama
Conselho Nacional das Zonas de Proces-samento de Exportação-CZPE, que é um conselho de ministros integrante da estrutura administrativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior-MDIC (art. 3º).
Conselho Nacional das Zonas de Processamen-to de Exportação-CZPE (art. 3º).
4 Criação das ZPEs Por decreto presidencial, mediante pro-posta de Estados e/ou Municípios (art. 2º).
Por decreto presidencial, mediante proposta de Estados e/ou Municípios (art. 2º).
5 Requisito relativo à área destinada à ZPE
Compromisso dos proponentes de realiza-rem as desapropriações (e obras de infra-estrutura) necessárias (art. 2º, § 1º, b ).
Comprovação da disponibilidade da área desti-nada a sediar a ZPE ( art. 2º, § 1º, inciso II).
6 Responsabilidade do Tesouro Nacional para a implantação das ZPEs
Não assumirá ônus de qualquer natureza (art. 2º, § 4º).
Não contém este dispositivo.
7 Mecanismo de salvaguarda para a indústria nacional (e para a Zona Franca de Manaus, em particular) face a possíveis impactos nega-tivos produzidos pelas ZPEs
Não contém este dispositivo. O CZPE estabelecerá mecanismo de monitora-mento do impacto sobre a indústria nacional e, se constatado impacto negativo, poderá ser aumentado o percentual de exportação ou vedada a comercialização no mercado interno, enquanto persistir esse impacto (art. 3º, §§ 2º, 3º e 4º).
8 Prazos para início e conclusão das obras de infra-estrutura sob pena de caducidade da concessão
12 meses a partir da autorização, caso não tiverem sido iniciadas as obras de infra-estrutura, de acordo com o cronograma previsto (art. 2º, § 5º).
12 meses a partir da publicação, caso não tiverem sido iniciadas as obras de implantação de acordo com o cronograma previsto; e12 meses a partir da data prevista para con-clusão das obras de implantação constante do cronograma previsto na proposta de criação, se essas obras não tiverem sido concluídas, sem motivo justificado (art. 2º, § 4º)
9 Prazo para início das obras de ZPEs já criadas (até 13 de outubro de 1994), sob pena de caducidade da concessão
Não contém este dispositivo. 12 meses a partir da publicação (20/07/07) dessa Lei (art. 25).
10 Alfandegamento da área É condição para o início do funcionamento da ZPE (art. 4º).
Poderá ser dispensado pelo Poder Executivo (parágrafo único do art. 4º).
11 Transferência de plantas industriais já existentes
É vedada (art. 5º). É vedada (art. 5º).
12 Proibição de produção, exportação e importação na ZPE
Armas, explosivos, material radioativo e petróleo e derivados (parágrafo único do art. 5º).
Armas, explosivos e material radioativo (pará-grafo único do art. 5º).
QuADRO cOmPARATIvO ENTRE Os mODElOs ANTIGO (Dl 2.452/1988) E NOvO (lEI 11.508/2007) DAs ZPEs
18 TRIBUTAçãO em rev i s ta
13 Autorização para instalação em ZPE
Mediante aprovação de projeto apresen-tado ao CZPE (art. 6º).
Mediante aprovação de projeto na forma a ser estabelecida em regulamento (art. 2º, § 5º)
14 Exigências/requisitos para instalação de empresas em ZPE
Capital social mínimo, objeto limitado à industrialização, manter contas em moedas nacional e estrangeira, contratar auditoria externa e realizar gastos mínimos no País (art. 6º , §§ 1º e 2º).
O regulamento poderá fixar valor mínimo em investimentos totais na ZPE (inciso III do § 1º do art. 3º).
15 Prazo de vigência dos incentivos instituídos pela Lei.
Até 20 anos, podendo ser prorrogado por períodos iguais ao originalmente conce-dido (art. 7º).
Até 20 anos (art. 8º). Não prevê a hipótese de prorrogação.
16 Restrição à importação (com incentivos) durante as fases de implantação e operação
Durante a fase de implantação, somente os bens (insumos e bens de capital) relacio-nados no projeto apresentado e durante a fase de operação, somente os insumos relacionados no projeto, apresentados em forma de matriz para facilitar o controle aduaneiro (art. 9º, § 1º do).
Não contém este dispositivo. A nova Lei não distingue fases de implantação e de operação, apenas estabelece que os insumos devam ser in-tegralmente consumidos no processo produtivo e os bens de capital integrados ao ativo fixo das empresas.
17 Fabricação de novos produ-tos e expansão da planta industrial
Dependem de prévia autorização do CZPE (art. 9º, §§ 6º, 7º e 8º).
A empresa poderá solicitar alteração dos produtos a serem fabricados (parágrafo único do art. 8º).
18 Tratamento tributário das importações ou aquisições no mercado interno de bens (bens de capital e insumos) e serviços
Isenção de Imposto de Importação (inde-pendentemente do disposto no art. 17 do DL 37/66), IPI, FINSOCIAL, AFRMM e IOF (art. 10).
Suspensão de Imposto de Importação, IPI,COFINS, COFINS-Importação, PIS/PASEP, PIS/PASEP-Importação, e AFRRM (incisos I a VII do art. 6º). A suspensão converte-se em isenção ou alíquota zero, nas condições espe-cificadas (art. 6º, §§ 1º a 9º).
19 Tratamento tributário de bens de capital usados importados
Isenção dos impostos/contribuições lista-dos no art. 10, quando forem necessários à instalação industrial (art. 12, inciso II).
Aplica-se a suspensão de impostos/ contri-buições de que trata o art. 6º. Não se aplica o disposto do art. 17 do DL 37/66 (exame de similaridade) aos bens de capital usados importados que façam parte de conjunto indus-trial (art. 6º, §§ 2º e 3º).
20 Tratamento do Imposto de Renda
Garantia de pagamento do IR sobre os lucros auferidos nas condições vigentes na data da aprovação do projeto, e isenção do IR sobre as remessas ao exterior (art. 11).
Entre os incentivos da SUDAM/SUDENE aos quais as empresas em ZPE terão acesso (art. 18, § 4º inciso II), está a redução de até 75% do Imposto de Renda sobre os lucros auferidos (pelo período de 10 anos) para projetos apre-sentados até 2013.
21 Tratamento da depreciação de bens de capital
Para efeito de apuração do lucro tributável, somente os adquiridos no mercado interno (art. 11, § 1º).
Não contém este dispositivo.
22 Tratamento administrativo das importações
Dispensada a obtenção de licenças de órgãos federais em geral, tanto para as importações como para as exportações (art. 12, I ).
Dispensada a obtenção de licença ou de autorização de órgãos federais, com exceção dos controles de ordem sanitária, de interesse da segurança nacional e de proteção do meio ambiente, vedadas quaisquer outras restrições à produção, operação, comercialização e impor-tação de bens e serviços que não às impostas por esta Lei (inciso I do art. 12). Somente serão admitidas importações, com suspensão de impostos/contribuições, de bens de capital e de insumos que forem necessários à instalação industrial ou destinados a integrar o processo produtivo (art. 12, inciso II).
Item Características Modelo Antigo (DL 2.452/1988) (*) Modelo Novo (Lei 11.508/2007) (**)
TRIBUTAçãO em rev i s ta 19
23 Tratamento cambial das importações, compras no mercado interno e expor-tações.
As transferências em moeda estrangeira do e para o exterior independerão de autorização administrativa e de contrato de câmbio; os pagamentos para o mercado interno serão feitos em moeda estrangeira; e os pagamentos para as empresas em ZPE terão o mesmo tratamento de transferên-cias para o exterior (art. 15).
Aplicam-se as mesmas disposições legais relati-vas a câmbio e capitais internacionais aplicáveis às demais empresas nacionais. As empresas em ZPE poderão manter as divisas obtidas nas ex-portações (integralmente) no exterior (art. 15).
24 Tratamento tributário das vendas no mercado interno.
Operação proibida. Produção exclusiva-mente para a exportação (parágrafo único do art. 1º).
Pagamento de todos os impostos e contribuições normalmente incidentes na operação; e mais o Imposto de Importação e o AFRMM relativos a insumos importados (§ 3º do art. 18).
25 Tratamento das aquisições de mercadorias realizadas entre empresas em ZPE.
Consideradas transações realizadas no exterior (art. 6º, § 5º, b e art. 23, I).
Aplica-se o tratamento estabelecido no art. 6º (suspensão de impostos e contribuições). A receita auferida na operação será considerada como venda no mercado interno (§§ 5º e 6º do art. 18).
26 Revenda, no mercado in-terno, de insumos adquiri-dos no mercado interno ou importados com suspensão de impostos/ contribuições.
Proibida. Insumos não utilizados no pro-cesso produtivo deverão ser destruídos ou remetidos para o exterior (art. 14, § 2º).
Excepcionalmente, os insumos adquiridos no mercado interno poderão ser revendidos no mercado interno, observado o disposto nos §§ 3º e 6º (pagando-se os impostos/contribuições normais e os que tiverem sido suspensos) (art. 18, § 7º).
27 Cobertura cambial pelo Banco Central.
O BC não assegurará cobertura cambial para as empresas em ZPE (art. 16) e man-terá registros dos investimentos em sistema distinto do previsto na Lei 4.131/62).
Aplicam-se as mesmas disposições legais rela-tivas a câmbio aplicáveis às demais empresas nacionais (art. 15).
28 Acesso a incentivos fiscais e ao mercado financeiro interno.
As empresas em ZPE não terão acesso a incentivos não previstos na Lei, nem poderão tomar recursos ou obter garantia junto a instituições financeiras no País (art. 18).
Além dos incentivos previstos na Lei, as empre-sas terão acesso aos incentivos previstos pelas Leis Complementares 124 e 125, de 03/03/07; art. 9º da Medida Provisória 2.159-70, de 24/08/01; Lei 8.248, de 23/10/91; e arts. 17 a 26 da Lei 11.196, de 21/11/05 (). Não há restrições ao acesso ao mercado financeiro nacional.
29 Aplicação de regimes adua-neiros especiais.
Aplicam-se o trânsito aduaneiro, a admis-são temporária e o drawback (art. 19, §§ 3º e 4º).
Aplicam-se os regimes aduaneiros suspensivos (art. 18, § 4º, I).
30 Tratamentos fiscal, cambial e administrativo dos ser-viços.
Os prestados em ZPE pelas empresas ali instaladas serão considerados como presta-dos no exterior; os prestados em ZPE por domiciliado no exterior serão considerados como prestados no exterior; e os prestados por residentes no País para empresas em ZPE serão considerados como exportação (art. 23).
Os prestados em ZPE, por residente ou domi-ciliado no exterior, para empresas ali instaladas, serão considerados como prestados no exterior (art. 21, II). A prestação dos demais serviços é considerada operação de serviços normal no País.
31 Penalidades por descum-primento das disposições prevista na Lei.
Dependendo da gravidade da infração, as empresas estão sujeitas à advertência, multa, perdimento de bens, interdição do estabelec-imento e cassação da autorização (art. 24).
As sanções previstas nesta Lei não prejudicam a aplicação de outras penalidades, inclusive o disposto no art. 76 da Lei 10.833/03 relativo às operações de comércio exterior (art. 22).
32 Dano ao Erário (quando se aplica a pena de perdimen-to da mercadoria).
Serão assim consideradas a introdução no mercado interno, de mercadorias importadas ou produzidas fora dos casos autorizados na Lei; e a introdução em ZPE de mercadoria estrangeira não permitida (art. 25).
Serão assim consideradas a introdução no mercado interno de mercadorias importadas ou produzidas fora dos casos autorizados na Lei; e a introdução em ZPE de mercadoria estrangeira não permitida (art. 23).
Item Características Modelo Antigo (DL 2.452/1988) (*) Modelo Novo (Lei 11.508/2007) (**)
20 TRIBUTAçãO em rev i s ta
O sigilo bancário e a fiscalização
Gilberto Guerzoni filho1 e Roberto barbosa de castro2
I - Introdução
Entre os ecos políticos da derrota oficial na tentativa
de mais uma prorrogação da CPMF, fez parte do
jogo que o oficialismo tentasse responsabilizar
a oposição pelas conseqüências negativas da extinção
daquela fonte de recursos. Entre as alegadas conseqüências
negativas, o fim do uso da CPMF como importantíssimo
instrumento de fiscalização de outros tributos, mediante o
cruzamento de informações sobre movimentação financeira
do contribuinte com elementos de fatos geradores de cada
um deles.
Entretanto, a Secretaria da Receita Federal do Brasil
expediu a Instrução Normativa RFB nº 802, de 27 de de-
zembro de 20073 dispondo exatamente, sobre a obrigato-
riedade de as instituições financeiras passarem (na prática,
continuarem) a prestar informações financeiras de seus
clientes, para fins de fiscalização de tributos.
A IN RFB nº 802/07 causou alguma perplexidade na
opinião pública, não apenas por ser um ato de hierarquia
menor, colocando em dúvida a própria competência da Re-
ceita Federal para dispor sobre a matéria, como por trafegar
na contramão da retórica oficial que sublinhava a perda de
importante instrumento de controle fiscal. Naturalmente, o
debate ganhou novos contornos, acirrando a possibilidade
de nova batalha judicial em torno do assunto4.
Cabe, portanto, examinar tanto o aspecto jurídico-
constitucional da matéria normatizada quanto os aspectos
formais da Instrução Normativa.
II - Os limites constitucionaisQuanto ao exame jurídico, a questão essencial que se
coloca no debate é a possibilidade, frente ao ordenamento
constitucional, de as autoridades tributárias terem acesso,
sem autorização judicial, a informações sobre atividades
dos contribuintes, protegidas pelo sigilo bancário. O sigilo bancário é uma das formas de proteção
constitucional à intimidade, como à saciedade já ficou assentado. Com efeito, é hoje universalmente reconhe-cido – ao menos nos países que adotam declarações de
1. Consultor Legislativo do Senado Federal.
2. AFRFB aposentado, Diretor-Adjunto de Estudos Técnicos do Unafisco Sindical e Consultor Legislativo do Senado Federal.
3. Nota da Redação: Antes do fechamento desta edição, foi expedida, em complementação, a IN RFB nº 811, de 28 de janeiro de 2008.
4. Nota da Redação: Antes do fechamento desta edição, a Ordem dos Advogados do Brasil ingressou no Supremo Tribunal Federal com Ação Direta de Inconstitucionalidade (nº ADI 4010).
TRIBUTAçãO em rev i s ta 21
direitos humanos – que o homem é portador de um centro de intimidade, de um núcleo indevassável da sua personalidade, de uma área inacessível ao público, onde precisamente se insere o segredo que precisa ser prote-gido, tanto porque corresponde a uma exigência natural do ser humano, como porque a evolução tecnológica tem tornado hoje possível uma devassa da vida íntima das pessoas, insuspeitada por ocasião das primeiras declara-ções de direitos. (BASTOS, 1993, p.68).
A inviolabilidade da intimidade é assegurada pelo inci-
so X do art. 5º da Lei Maior, verbis:Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di-reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Trata-se, pois, de definir os limites ao direito à inviola-
bilidade previsto nos dispositivos acima citados.
Certo que o sigilo bancário não é absoluto. Ele possui
limites legais e naturais que estabelecem contornos. Em
nosso ordenamento, o sigilo cede ante o Poder Judiciário,
ante o fisco e ante as Comissões Parlamentares de Inqué-
rito (art. 38, §§ 1º a 3º, da Lei 4.595/64). Paralelamente,
existem abrandamentos da obrigação fundados na vonta-
de do titular do sigilo e na própria natureza da atividade
bancária.
Mas esses limites não o desnaturam como direito de
personalidade, pois modernamente todos os direitos com-
portam limitações, em vista das exigências sociais e em
atenção ao bem comum. (COVELLO, 1998, p.29)5.
O art. 38 da Lei nº 4.595/64, por ele mencionado, está
revogado e em seu lugar vigora o art. 1º da Lei Comple-
mentar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, que será exami-
nado mais adiante.
O Supremo Tribunal Federal (BRASIL, 1999-a)6 tem
entendido que:Se é certo que o sigilo bancário, que é espécie de
direito à privacidade, que a Constituição protege art. 5º, X não é um direito absoluto, que deve ceder diante do interesse público, do interesse social e do interesse da
Justiça, certo é, também, que ele há de ceder na forma e com observância de procedimento estabelecido em lei e com respeito ao princípio da razoabilidade.
Afirma, ainda, no Mandado de Segurança nº 23.452: Não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos
ou garantias que se revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigên-cias derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prer-rogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O es-tatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas – e considera-do o substrato ético que as informa - permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberda-des, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos
direitos e garantias de terceiros.
Assim, de conformidade com jurisprudência já con-
solidada da Corte Suprema, três são os requisitos para se
permitir o rompimento do sigilo bancário: a existência de
interesse público, social ou da Justiça; a previsão em lei; e
a razoabilidade.
No tocante ao primeiro e ao último requisito, a sua com-
provação deverá ser feita a partir da motivação do ato que de-
terminou a quebra do sigilo, sem a qual, conforme já decidiu
reiteradas vezes o Pretório Excelso, se tem a nulidade daquele
ato, independentemente da autoridade que o expediu.
Conforme o ensinamento de (MARTINS e MENDES,
1982, p.428)7:A doutrina constitucional mais moderna enfatiza
que, em se tratando de imposição de restrições a direi-tos, deve-se indagar não apenas sobre a admissibilidade constitucional da restrição eventualmente fixada (reserva legal), mas também sobre a compatibilidade das restrições estabelecidas com o princípio da proporcionalidade. Essa orientação, que permitiu converter o princípio da reser-va legal (Gesetzesvobehalt) no princípio da reserva legal proporcional (Vorbehalt des verhältnismässigen Gesetzes), pressupõe não só a legitimidade dos meios utilizados e dos fins perseguidos, mas também, adequação (Geeignetheit) desses meios para a consecução dos objetivos pretendidos e a necessidade (Notwendigkeit oder Erforderlichkeit) de sua utilização. Um juízo definitivo sobre a proporcionali-dade ou razoabilidade da medida restritiva há de resultar
5. “O sigilo bancário como proteção à intimidade” (Revista dos Tribunais, ano 78, nº 648, p. 29).
6. Recurso Extraordinário nº 219.780
7. Ives Gandra da Silva Martins e Gilmar Ferreira Mendes, in “Sigilo bancário, direito de autodeterminação sobre informações e princípio da proporcionalidade”, publi-cado no Repertório IOB de Jurisprudência, nº 24/92
22 TRIBUTAçãO em rev i s ta
da rigorosa ponderação entre o significado da intervenção para o atingido e os objetivos perseguidos pelo legislador
(proporcionalidade em sentido estrito).
Parece pacífico que é possível, em tese e do ponto de
vista material, a quebra do sigilo bancário dos indivíduos,
desde que isso seja razoável e atenda ao interesse público.
Resta, então, verificar se é possível essa quebra por deci-
são administrativa da autoridade tributária, prescindindo
da intervenção judicial. Ou seja, trata-se de analisar se o
sigilo bancário se inclui dentre aqueles direitos individuais
cobertos pela reserva absoluta de jurisdição.
Conforme definiu o Supremo Tribunal Federal, no já
citado Mandado de Segurança nº 23.452 (BRASIL, 1999b),
ainda que não tenha enfrentado diretamente a questão de
definir se o sigilo bancário submete-se à reserva absoluta
de jurisdição:O postulado da reserva constitucional de jurisdição
importa em submeter, à esfera única de decisão dos ma-gistrados, a prática de determinados atos cuja realização, por efeito de explícita determinação constante do pró-prio texto da Carta Política, somente pode emanar do juiz, e não de terceiros, inclusive daqueles a quem se haja eventualmente atribuído o exercício de “poderes de in-vestigação próprios das autoridades judiciais”. A cláusula constitucional da reserva de jurisdição – que incide so-bre determinadas matérias, como a busca domiciliar (CF, art. 5º, XI), a interceptação telefônica (CF, art. 5º, XII) e a decretação da prisão de qualquer pessoa, ressalvada a hi-pótese de flagrância (CF, art. 5º, LXI) - traduz a noção de que, nesses temas específicos, assiste ao Poder Judiciário, não apenas o direito de proferir a última palavra, mas, sobretudo, a prerrogativa de dizer, desde logo, a primeira palavra, excluindo-se, desse modo, por força e autorida-de do que dispõe a própria Constituição, a possibilidade do exercício de iguais atribuições, por parte de quaisquer
outros órgãos ou autoridades do Estado.
A questão da classificação do sigilo bancário foi en-
frentada pelo STF no Mandado de Segurança nº. 23.480
(BRASIL, 2000), no qual decidiu:Quebra ou transferência de sigilos bancário, fiscal e
de registros telefônicos que, ainda quando se admita, em tese, susceptível de ser objeto de decreto de CPI – por-que não coberta pela reserva absoluta de jurisdição que resguarda outras garantias constitucionais –, há de ser adequadamente fun-damentada: aplicação no exercício pela CPI dos poderes instrutórios das autoridades judici-árias da exigência de motivação do art. 93, IX, da Consti-
tuição da República.
Ou seja, no entendimento esclarecedor de nossa Corte
Suprema, é possível a quebra do sigilo bancário fora do
âmbito exclusivamente jurisdicional, desde que, obvia-
mente estejam presentes o interesse público e o requisito
da razoabilidade e haja previsão em lei formal para isso. O
que nos leva ao entendimento de que não haveria motivo
para vedar à administração tributária essa possibilidade.
Mais, entendemos que a nossa Carta Magna, ao invés
de proibir, determina que a lei dê à administração a capa-
cidade de ter acesso à movimentação financeira dos con-
tribuintes, quando necessário. Outro não nos parece ser o
comando existente no parágrafo único, in fine, do art. 145
da Constituição, verbis:Art. 145. § 1º Sempre que possível, os impostos terão
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.
No julgamento da ADI nº 939-7 (BRASIL, 1993), em
que o Supremo Tribunal Federal estabeleceu os balizamen-
tos constitucionais que regeriam o então Imposto Provi-
sório sobre Movimentações Financeiras (IPMF), o relator
transcreveu em seu voto e adotou como razão de decidir
a argumentação da Advocacia da União, no que respeita à
utilização fiscal dos dados financeiros do contribuinte: 156. Aliás, o art. 11 da LC nº 77/93 dispõe que os
processos administrativos de determinação e exigência no IPMF, de consulta sobre aplicação da respectiva legis-lação e a inscrição do débito não pago em dívida ativa e sua subseqüente cobrança administrativa ou judicial serão regidas pelas normas relativas aos demais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, a exem-plo do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativo a Títulos e Valores Mobiliários, sem que a verificação e o recolhimento do IOF jamais tenham sido considerados violadores da proteção da vida priva-da, do direito ao sigilo bancário, bem como das garantias ao devido processo legal.
São três os requisitos para se permitir o rompimento
do sigilo bancário: interesse público, previsão
em lei e razoabilidade
TRIBUTAçãO em rev i s ta 23
157. De qualquer forma, a proteção à vida privada e o direito ao sigilo bancário não são absolutos, diante do interesse público existente na correta arrecadação dos tributos e do dever legal dos contribuintes de não escon-derem do Fisco suas movimentações financeiras, situa-ção patrimonial ou a-quisição de rendimentos, sobre os quais, por força de lei, deve incidir a tributação.
158. Tanto isso é verdade que o § 1º do art. 145, da Super Lei, a fim mesmo de propiciar a efetividade da ca-pacidade contributiva, faculta, nos limites e procedimen-tos legalmente estabelecidos, à Administração Tributária identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas dos contribuintes, acrescentando-se que tal faculdade está implícita ao poder de tributar.
159. Assim, insta reconhecer que o Fisco, ao perse-guir a movimentação financeira do cidadão, está, apenas, exercendo o seu legítimo direito/dever de perseguir o que lhe pertence “ex-vi-legis”.
160. A propósito, o art. 97, II, da Lei nº 4.502, de 30-11-64, já dispunha que os bancos, casas bancárias, caixas econômicas e similares, mediante intimação escri-ta, são obrigados a prestar às autoridades fiscalizadoras todas as informações de que disponham com relação aos produtos, negócios ou atividades de terceiros.
161. O art. 38, § 5º, da Lei nº 4.595/64, preceitua que os agentes fiscais tributários do Poder Público po-derão proceder a exame de documentos, livros e regis-tros de contas de depósitos, quando houver processo instaurado e os mesmos forem considerados indispen-sáveis pela autoridade competente.
162. A seu turno, o art. 197, II, do Código Tributá-rio Nacional, dispõe que, mediante intimação escrita, os bancos, casas bancárias, caixas econômicas e demais ins-tituições financeiras, são obrigados a prestar à autorida-
de dministrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividade de terceiros.
163. Portanto, observados o disposto no art. 145, § 1º, da Carta Política, no art. 38, § 5º, da Lei nº 4.595/64, c/c o art. 197, II, da Lei nº 5.172/66, não se pode alegar a proteção constitucional à vida privada e o direito ao sigilo
bancário contra o fisco.
Assim, parece-nos que a lei pode facultar à autoridade
tributária, para o fim estrito de verificar a correção do pa-
gamento de impostos e contribuições e de forma razoável,
o acesso às informações financeiras dos contribuintes.
Impõe-se observar que em qualquer hipótese a au-
toridade tributária se obriga a manter o sigilo dos dados
recebidos, que não podem ser usados para qualquer fim
estranho àquele que motivou o acesso aos dados.
Deve-se recordar que, em batalhas travadas tanto
no âmbito jurídico como no político, a administração
tributária conquistou o direito de acesso aos dados da
movimentação bancária dos contribuintes - antes, ape-
nas para controlar a própria CPMF e, num segundo mo-
mento, para checar a correção do pagamento de outros
tributos.
A versão original da Lei nº 9.311 (BRASIL, 1996), ins-
tituidora da CPMF, trazia vedação expressa de utilização
dos dados bancários na fiscalização de outros tributos. É
que se vê dos §§ 2º e 3º do art. 11 da Lei: § 2º As instituições responsáveis pela retenção e pelo
recolhimento da contribuição prestarão à Secretaria da Receita Federal as informações neces-sárias à identifica-ção dos contribuintes e os valores globais das respectivas operações, nos termos, nas condições e nos prazos que vierem a ser estabelecidos pelo Ministro de Estado da Fazenda.”
“§ 3º A Secretaria da Receita Federal resguardará, na forma da legislação aplicada à matéria, o sigilo das infor-mações prestadas, vedada sua utilização para constituição de crédito tributário relativo a outras contribuições ou im-postos. (Grifo nosso).
Somente cinco anos depois, com a Lei nº 10.174 (BRA-
SIL, 2001) a vedação foi revertida para permissão, com o
advento da nova redação para o parágrafo 3º:§ 3o A Secretaria da Receita Federal resguardará, na
forma da legislação aplicável à matéria, o sigilo das infor-mações prestadas, facultada sua utilização para instaurar procedimento administrativo tendente a verificar a exis-tência de crédito tributário relativo a impostos e contribui-ções e para lançamento, no âmbito do procedimento fis-cal, do crédito tributá-rio porventura existente, observado o disposto no art. 42 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e alterações posteriores (Grifo nosso).
24 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Observe-se que esse era o suporte legal utilizado pela
Administração Fiscal para estabelecer um fluxo regular de
informações entre as instituições financeiras e seus com-
putadores, com vistas não apenas ao controle da CPMF
como ao de todos os demais tributos. Esse fluxo perdu-
rou, portanto, durante sete anos com plena aceitação de
sua constitucionalidade.
Isso significa que o direito à intimidade prescrita no
inciso X da Constituição Federal já encontrara seu limite,
no que diz respeito ao acesso das autoridades fiscais aos
dados financeiros de cidadãos, ainda que protegidos pelo
sigilo bancário. Em princípio, parece despropositada a re-
abertura de discussão versando a constitucionalidade da
matéria, vez que o marco constitucional pertinente conti-
nua absolutamente o mesmo - inclusive porque se trata de
cláusula pétrea, insuscetível de modificação.
Em setembro de 2007, o Supremo Tribunal Federal
manifestou-se outra vez sobre sigilo bancário, no julga-
mento do AI 655.298/SP (BRASIL, 2007):EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO
DE INSTRUMENTO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIO-NAL. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA. PROCEDIMENTO LEGAL. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIçãO DO BRASIL. 1. Controvérsia decidida à luz de normas infra-constitucionais. O-fensa indireta à Constituição do Bra-sil. 2. O sigilo bancário, espécie de direito à privacidade protegido pela Constituição de 1988, não é absoluto, pois deve ceder diante dos interesses público, social e da Justiça. Assim, deve ceder também na forma e com observância de procedimento legal e com respeito ao princípio da razoabilidade. Precedentes. 3. Agravo regi-mental a que se nega provimento.
III - A legitimidade formal da in srb-802/07
A Lei Complementar nº 105 (BRASIL, 2001) revogou o
art. 38 da Lei nº 4.595/64, redefinindo o instituto do sigilo
bancário e o compartilhamento de informações das insti-
tuições financeiras com a Administração fiscal. No que
interessa para este exame, expressamente declarou no art.
1º, § 3º, VI, que não constitui violação do dever de sigilo
pelas instituições financeiras “a prestação de informações
nos termos e condições estabelecidos nos artigos (...) 5o,
(...) desta Lei Complementar”.
O art. 5º estabelece que:O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à
periodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à admi-nistração tributária da União, as operações financeiras
efetuadas pelos usuários de seus serviços”.
O dispositivo relaciona exaustivamente, no § 1º,
quinze modalidades de serviço abrangidas, embora no §
2º restrinja a obrigação de transferência apenas a infor-
mes relacionados com a identificação do titular das opera-
ções e os montantes globais movimentados mensalmente,
“vedada a inserção de qualquer elemento que permita
identi-ficar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir
deles efetuados.”
Como se vê, o fluxo contínuo de dados tem caracte-
rísticas estatísticas, agrupado em volumes fechados men-
salmente, embora identificado o respectivo titular. Não
obstante, de acordo com o § 4º, “se detectados indícios
de falhas, incorreções ou omissões, ou de cometimento de
ilícito fiscal” poderão ser requisitadas informações e docu-
mentos complementares.
Além dessas normas relativas ao fornecimento contínuo
e rotineiro de dados, o art. 6º da Lei Complementar 105
reproduziu dispositivo constante do revogado art. 38 da Lei
nº 4.595/64, disciplinando o exame de livros e documentos
das instituições financeiras - inclusive relativos a depósitos,
para instrução de procedimento fiscal instaurado.
O art. 5º da Lei Complementar 105 - que, como se
viu, autorizou o Poder Executivo a estabelecer o forne-
cimento de informações financeiras - foi regulamentado
pelo Decreto nº 4.489 (BRASIL, 2002), o qual em seu art.
2º dispôs que as informações “referentes às operações fi-
nanceiras descritas no § 1º do art. 5º da Lei Complemen-
tar nº 105, serão prestadas, continuamente, em arquivos
digitais, de acordo com as especificações definidas pela
Secretaria da Receita Federal.
Logo, a Instrução Normativa RFB 802/07 não criou
nenhuma obrigação nova para as instituições financeiras,
nem inovou no direito relativo ao acesso a dados sigilo-
Em qualquer hipótese, autoridade tributária se
obriga a manter o sigilo dos dados da movimentação
bancária dos contribuintes
TRIBUTAçãO em rev i s ta 25
sos, mas apenas especificou o que já havia estabelecido
no art. 5º da Lei Complementar nº 105 e regulamentado
pelo Decreto nº 4.489, de acordo com a autorização nele
disposta.
Iv – conclusãoConquanto a Constituição Federal inscreva entre os
direitos individuais, mediante cláusula pétrea, o resguardo
da intimidade, a doutrina e a jurisprudência firmaram-se
no sentido da relativização do sigilo bancário. Mais que
isso, a Suprema Corte evoluiu para liberar essa matéria da
reserva de jurisdição, subordinando, entretanto, o acesso a
informações sigilosas, à observância do interesse público,
do princípio da razoabilidade e que haja lei formal auto-
rizando a tanto.
A transferência de dados sigilosos para uso fiscal
(inicialmente somente para controle da CPMF e, depois,
para todos os tributos) já estava plenamente aceita e fun-
cionando regularmente com base na legislação da CPMF
(assim como já acontecia em relação ao IOF). Extinta a
CPMF, é perfeitamente válido à Administração continu-
ar a exigir essa transferência, com base na Lei Comple-
mentar nº 105 que, em substância, nada difere da Lei nº
9.311 para o particular.
Salvo mudança de orientação do Supremo Tribunal
Federal, a obrigação de as instituições financeiras for-
necerem à Administração Fiscal os dados de seus clien-
tes, protegidos pelo sigilo bancário, está acobertada pela
Constituição Federal, até mesmo porque não houve (nem
poderia haver, por se tratar de cláusula pétrea) qualquer
alteração em seu texto nesta parte.
Por outro lado, não se vislumbra qualquer vício for-
mal na IN RFB 802/07, visto que, com base no Decreto
regulamentador nº 4.489, de 2002, apenas estabelece as
especificações para o fluxo de informações sobre as movi-
mentações financeiras dos contribuintes.
BASTOS, Celso Ribeiro. Estudos e pareceres: direito público: constitucional/administrativo/municipal. São Paulo: RT, 1993.
BRASIL. constituição da República federativa do brasil, Brasília: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Decreto nº 4.489, de 28 de novembro de 2002. Diário Oficial [da] República federativa do brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 29 nov. 2002.
BRASIL. Lei 4.595/64 de 31 de dezembro de 1964. Diário Oficial [da] República federativa do brasil, Poder Execu-tivo, Brasília, DF, 31 dez. 1964, ed. extra.
BRASIL. Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996. Diário Oficial [da] República federativa do brasil, Poder Execu-tivo, Brasília, DF, 25 out. 1996.
BRASIL. Lei nº 10.174, de 9 de janeiro de 2001. Diário Ofi-cial [da] República federativa do brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 10 jan. 2001.
BRASIL. Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001. Diário Oficial [da] República federativa do brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 11 jan. 2001.
BRASIL. Secretaria da Receita Federal do Brasil. Instrução Normativa RFB nº 802, de 27 de dezembro de 2007. Dis-ponível em http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Ins/2007/in8022007.htm. Acesso em: 28 dez 2007.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI nº 939-7, de 6 de setembro de 1993. Dis-ponível em http://www.stf.gov.br/por-tal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=939&processo=939. Acesso em: 12 dez 2007.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário nº 219.780/PE, julgado em 13 de abril de 1999 ; Relator: Min. Carlos Velloso
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Mandado de Segurança nº 23.452/RJ, julgado em 16 de outubro de 1999; Relator: Min. Celso Mello
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Mandado de Segurança nº 23.480/RJ julgado em 4 de maio de 2000;
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Agravo de Instrumento 655.298/SP. julgado em 4 de setembro de 2007; Relator: Min. Celso Mello.
COVELLO, Sérgio C. O Sigilo Bancário como Proteção à In-timidade. Revista dos Tribunais. São Paulo, v.78, n.648, p.27-30, out. 1989.
MARTINS, Ives Gandra da Silva e MENDES, Gilmar Ferreira. Sigilo bancário, direito de autodeterminação sobre informa-ções e princípio da proporcionalidade. Repertório IOb de Jurisprudência, n. 24, 2ª quinzena, dez. 1992.
REfERêNcIAs bIblIOGRáfIcAs
26 TRIBUTAçãO em rev i s ta
O comércio internacional do Brasil antes de 1808
José Eduardo Pimentel de Godoy1
A 28 de janeiro de 2008, o Brasil comemorou
200 anos da abertura de seus portos às nações
amigas. Uma carta régia do Príncipe Regente
D. João, depois D. João VI, dirigida ao Conde da Ponte,
determinou que a partir dessa data não mais houvesse
no Brasil a proibição de negociar com outras nações.
A única restrição estava na adjetivação “amigas”,
necessária, pois Portugal estava em guerra com a França
e com os aliados desta.
Antes disso, durante dois séculos, o Brasil só podia
receber mercadorias estrangeiras através de Portugal,
transportadas em navios portugueses ou fretados por
portugueses, e só podia exportar para Portugal. As-
sim, em regra, produtos ingleses, franceses, alemães,
ou de qualquer outra nação só chegavam ao Brasil pe-
las mãos de comerciantes portugueses estabelecidos
na metrópole.
Se os portos foram abertos em 1808 é porque antes
estavam fechados. Quando foram fechados? Quem os fe-
chou? Tinham estado abertos antes do fechamento? Hou-
ve fechamento anterior a esse?
Essas perguntas não têm sido respondidas por nossos
historiadores mais conhecidos, mas já não constituem
mistério. E esta é uma boa oportunidade para examinar
esse tema em maior detalhe.
A primeira operação de comércio exterior de nossa his-
tória foi a troca de pau-brasil, macacos e papagaios por
colares e espelhinhos, feitas entre os indígenas do litoral e
os tripulantes dos primeiros navios que aqui aportaram. A
esse escambo inicial seguiu-se o período de feroz repressão
ao contrabando do pau-brasil, para proteger o monopólio
régio dessa madeira. Uma esquadra sob comando de Cris-
tóvão Jacques passou a patrulhar o litoral brasileiro para
apresar entrelopos que estivessem carregando pau-brasil.
Os portos do Brasil foram fechados pela primeira vez...
Só com o pacto colonial (podemos assim chamar a
criação das capitanias hereditárias) em 1534, foi permitido
o comércio exterior para os moradores do Brasil. A con-
1. Assessor do Secretário da Receita Federal do Brasil.
TRIBUTAçãO em rev i s ta 27
cessão das capitanias hereditárias pelas cartas de doação e
forais, verdadeiros contratos de adesão para os donatários
e colonos, estabeleceu um conjunto de regras pelas quais
a vida destes deveria se reger.
Os forais continham uma série de disposições sobre o
comércio exterior a serem obedecidas na colônia. Como os
forais foram praticamente iguais para todas as capitanias,
nos limitaremos a mencionar as que constam do foral de
Pernambuco:
1 - era livre a exportação de mercadorias do Brasil para
qualquer parte do reino e colônias de Portugal, pagando
apenas a “sisa”;
2 - era livre a exportação de mercadorias do Brasil para
fora do reino:“(...) quando o dito Capitão e moradores e povoa-
dores da dita Capitania trazer ou mandar trazer (sic) por si ou por outrem a meus reinos e senhorios, qualquer sorte de mercadorias que na dita terra houver, tirando escravos e as outras mais cousas que acima são defesas (era proibida a extração de pau-brasil e de especiarias, que pertenciam à coroa), pode-lo-ão fazer, e serem reco-lhidos e agasalhados em quaisquer partes, cidades, vilas ou lugares dos ditos meus reinos ou senhorios em que vierem aportar, e não serão constrangidos a descarregar as suas mercadorias, nem as vender em alguns dos di-tos portos, cidades ou vilas, contra suas vontades, para outras partes, antes quiserem ir fazer seus proveitos, e quando as vender nos ditos lugares de meus reinos ou senhorios não pagarão deles direitos alguns, sómente a sisa do que venderem; posto que pelos forais, regimentos ou costumes de tais lugares forem obrigados a pagar ou-tros direitos ou tributos e poderem os sobreditos vender suas mercadorias a quem quiserem, e levá-las para fora do reino, se lhes bem vier, sem embargo dos ditos forais, regimentos e costumes que em contrário haja (MEN-DONçA, 1972, p. 126 e 127).”
3 - as mercadorias importadas de Portugal aqui nada
pagariam se já houvessem pago os direitos alfandegários
na metrópole;
4 - os navios portugueses que viessem ao Brasil e carre-
gasssem mercadorias brasileiras para vender fora do reino
pagariam aqui a Dízima (da qual o donatário tinha a Redí-
zima), mas se levassem essas mercadorias a Portugal aqui
nada pagariam:“(...) todos os navios de meus reinos e senhorios que
à dita terra forem, com mercadorias de que já cá tenham pago os direitos em minhas alfândegas, e mostrarem disso certidão dos meus oficiais delas, não pagarão na dita terra do Brasil direito algum, e se lá carregarem mercadorias da terra para fora do reino, pagarão a sua dízima a mim, da qual dízima o Capitão haverá sua Redízima, como se con-tém na sua doação. E, porém, trazendo as tais mercado-rias para meus reinos ou senhorios, não pagarão de saída
cousa alguma... (MENDONçA, 1972, p. 127);
5 - os estrangeiros que levassem mercadorias ao Brasil,
mesmo que houvessem pago a Dízima de saída em Por-
tugal, pagariam aqui nova Dízima pela entrada na terra, e
se carregassem mercadorias brasileiras para fora do reino,
pagariam outra Dízima de saída (MENDONçA, 1972);
6 - era proibido aos moradores da metrópole e aos
estrangeiros que fossem ao Brasil negociar com os índios
(MENDONçA, 1972).
Posteriormente, já no reinado de D. Sebastião, novas
medidas foram adotadas para estimular a produção cana-
vieira, com o estabelecimento de numerosos incentivos
fiscais, alguns deles na área do comércio exterior, isentan-
do de alguns tributos e reduzindo outros sobre a impor-
tação de escravos e de equipamentos, bem como sobre a
exportação de açúcar - alvarás de 29 de março de 1559 e
de 16 de março de 1560 (GODOY, s.d.). O pacto colonial
foi assim mantido e reforçado com esses novos benefícios,
embora ao mesmo tempo o contrabando continuasse a ser
severamente perseguido. O comércio externo legal, porém,
continuava livre e regido pelas disposições foraleiras.
O Brasil era quase um paraíso fiscal...
Em 1572, porém, uma desgraça atingiu o reino de Por-
tugal. O jovem Rei D. Sebastião, numa atitude quixotesca,
comandou uma expedição ao norte da África, envolvendo-
se numa guerra civil entre potentados mouros no Marro-
cos. Na batalha de Alcácer-Quibir, as tropas portuguesas e
seus aliados muçulmanos foram completamente derrota-
das; milhares de soldados e nobres lusos foram mortos ou
caíram prisioneiros; pior ainda, o Rei D. Sebastião desapa-
receu, presumindo-se que morrera em combate.
O trono de Portugal estava vago e o parente mais pró-
ximo era o Cardeal D. Henrique que, pelo seu estado sa-
cerdotal, não podia se casar. Além disso, era já muito ido-
so e não duraria muito no poder. O seguinte na linha de
sucessão ao trono era o Rei da Espanha, D. Felipe II, com
cuja família os reis de Portugal tinham laços de parentesco
muito próximos. A única alternativa era D. Antônio, prior
do Crato, filho ilegítimo do infante D. Luís e neto de D.
Manuel, o Venturoso. Falecendo D. Henrique, D. Antônio
proclamou-se rei de Portugal, mas foi derrotado por Felipe
II e teve que fugir do reino. Portugal caiu em poder da
Espanha, pela chamada “União Ibérica”, mantendo teori-
camente sua independência sob um rei espanhol.
Essa catástrofe política logo afetou o Brasil e o nosso
comércio exterior. A Espanha estava lutando contra uma
28 TRIBUTAçãO em rev i s ta
rebelião nos Países Baixos, onde os holandeses protestantes
haviam se insurgido contra o domínio castelhano. Além dis-
so, a Espanha mantinha péssimas relações com os demais
países europeus, especialmente a França e a Inglaterra, com
as quais acabou por entrar em guerra várias vezes.
Para evitar qualquer influência dessas nações inimigas
no Brasil, Felipe II decretou em 9 de fevereiro de 1591 a
proibição por lei da visita de navios estrangeiros aos nos-
sos portos, sem licença prévia. Já antes, pelo Regimento do
Governador-Geral Francisco Giraldes, de 1588, essa visi-
ta fora proibida. Como essa governador nunca conseguiu
chegar ao Brasil, tal dispositivo ficara como letra morta.
Aliás, é dessa época uma carta de João de Teive sobre os
danos causados à Fazenda Real pelo comércio dos estran-
geiros, datada de 9 de setembro de 1587 (SOUZA, 1827;
SERRãO, 1976; RAU, 1958).
O Alvará de 18 de março de 1605, confirmado pela Lei
de 16 de junho de 1606, tornou essa proibição total. Aliás,
esse alvará também proibia os estrangeiros de viverem nos
domínios portugueses fora da Europa e até de viajarem
em navios portugueses. Os que estivessem no Brasil deve-
riam regressar imediatamente a Portugal. Essa violação do
pacto colonial, desrespeitando os direitos assegurados nos
forais e cartas de doação, gerou, além dos imensos prejuí-
zos ao nosso comércio, a hostilidade de franceses, ingleses
e holandeses contra nosso litoral (ALMEIDA, 1913).
Os holandeses em especial eram duramente atingidos
pela proibição, pois já se dedicavam a refinar nosso açúcar
em seu próprio território europeu e já não poderiam vir
buscá-lo em nossos portos. Teriam que negociá-lo com os
comerciantes lisboetas e portuenses, arcando, é claro, com
o sobrepreço que estes imporiam. Assim, a invasão do
Nordeste brasileiro pelos batavos e a criação de uma agro-
indústria açucareira nas ilhas holandesas do Caribe foram
consequências diretas do fechamento de nossos portos aos
seus barcos (SERRãO, 1976).
Era de se esperar que, com a separação de Portugal
da Espanha pela Restauração de 1640, essas disposições
proibitivas fossem revogadas, pois pareciam ser de inte-
resse exclusivo da coroa castelhana. Não foi, porém, o que
aconteceu, pois o Decreto de 20 de maio de 1662 revi-
gorou a proibição de “ir às conquistas os navios estran-
geiros”. Mais tarde no ciclo do ouro essa proibição seria
reiteradamente repetida em numerosos diplomas legais
(SOUZA, 1827)2 .
Além da proibição de navios estrangeiros aportarem
no Brasil, havia outra disposição extremamente restritiva,
a Provisão Régia de 15 de dezembro de 1661, pela qual
navios vindos da Índia não poderiam descarregar suas
mercadorias em portos brasileiros (SOUZA, 1827). Assim,
as célebres louças da Índia, as especiarias e demais mer-
cadorias produzidas no Oriente teriam que ir primeiro às
mãos dos comerciantes da metrópole, para depois serem
revendidas com avultados lucros para os consumidores
brasileiros. O fechamento dos portos brasileiros atingiu o
auge com essa medida que vedava até mesmo a navios
portugueses o comércio direto com o Brasil. E mesmo as
mercadorias transportadas “das Ilhas” (Cabo Verde, Ma-
deira e Açores) para o Brasil tinham que ser despachadas
previamente nas alfândegas do reino, sob pena de apreen-
são (ALMEIDA, 1913).
A esse tempo, porém, Portugal havia lavrado com a
Inglaterra o célebre tratado de 1654. O art. 11 desse tra-
tado dava permissão aos ingleses para comerciarem com o
Brasil, o que deveria ter sido apenas uma pequena brecha
2. Outras leis e disposições regulamentares foram baixadas sucessivamente. A relação completa abrange: Ordenações Filipinas, livro 5º, nº. 107 - alvarás de 9 de fevereiro de 1591, 18 de março de 1605 e 28 de março de 1641 - ordem régia de 24 de julho de 1709 - lei de 8 de fevereiro de 1711 - ordens régias de 27 de janeiro de 1712, 7 de fevereiro de 1714, 29 de julho e 7 de setembro de 1715 - alvará de 3 de outubro de 1715 - ordens régias de 21 de janeiro e 1 de fevereiro de 1717, 8 de abril de 1718, 14 de janeiro, 16 e 20 de fevereiro, 16 e 26 de abril de 1719, 12 de janeiro de 1724 - leis (duas) de 20 de março de 1736 - ordens régias de 28 de maio e 11 de julho de 1757 - cartas régias de 19 de abril e 14 de outubro de 1761, em conformidade com ALMEIDA, Eduardo de Castro e. Inventário dos Documentos Relativos ao Brasil Existentes no Archivo de Marinha e Ultramar de Lisboa, Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional, 1913-1936, v. 2, p. 228.
Além da proibição de navios estrangeiros
aportarem no Brasil, havia disposição restritiva pela
qual navios vindos da Índia não poderiam
descarregar suas mercadorias em portos brasileiros
TRIBUTAçãO em rev i s ta 29
na proibição de comércio com estrangeiros, mas como se
verá adiante, foi muito além disso (RAU, 1958). Sobre esse
fato basta mencionar o desesperado protesto mencionado
no volume 93, página 226, dos Documentos Históricos da
Biblioteca Nacional: “O tratado feito entre esta Coroa e a
república da Inglaterra no ano de 1654 foi o que destruiu
o nosso comércio e o tirou das mãos dos portugueses e
o pôs nas dos ingleses”. Mas esse tratado foi ainda mais
desastroso para Portugal do ponto de vista político, pois
entregou também aos ingleses a ilha de Santa Helena e
diversas possessões na Índia. Tudo isso para sacramentar o
casamendo do Rei Carlos II com a Infanta Catarina de Por-
tugal. Além disso, o Brasil, teve que pagar durante déca-
das um imposto extraordinário, pesadíssimo denominado
“Dote da Rainha da Grã-Bretanha” (GODOY, 2002).
É claro que essa situação provocou reações, especialmen-
te no Brasil, que acabou sendo o maior prejudicado nessas
benesses concedidas à Inglaterra. O volume 96 dos Docu-
mentos Históricos da Biblioteca Nacional traz interessante
texto defendendo a proibição do comércio de estrangeiros
no Brasil em 1715 (DHBN). Os manuscritos existentes no
arquivo da Casa de Cadaval, em Portugal, trazem também
uma “Petição dos homens de negócios sobre o “registro”
(correspondência da importação com a exportação) de
mercadorias estrangeiras - século XVIII”, que era uma das
medidas para conter a avalanche de mercadorias inglesas no
comércio luso-brasileiro (RAU, 1958). E há também uma
catilinária da Mesa do Espírito Santo contra os comerciantes
estrangeiros no mesmo arquivo (RAU, 1958).
O tratado de Methuen em 1703 agravou esses proble-
mas. Negociado em plena corrida do ouro de Minas Ge-
rais, quando Portugal se tornara o país mais rico do mun-
do, esse tratado tinha como objetivo para a coroa lusitana
assegurar a colocação dos vinhos portugueses entre os
consumidores ingleses. Em troca, a Inglaterra ficava com
a total isenção de impostos sobre os “panos de lã” que ex-
portasse para Portugal. O acordo era leonino, pois a única
vantagem que os vinhos portugueses levavam era pagar
um terço a menos de impostos do que os vinhos franceses
(que levavam a vantagem de um frete muito mais barato).
Entretanto, como Portugal praticamente não tinha indús-
trias, junto com os têxteis vinham ferramentas e outros
produtos britânicos, desequilibrando ainda mais a balança
de comércio entre os dois países (SERRãO, 1976).
Esse tratado afetou o Brasil, pois a partir dele, qualquer
indústria que se tentasse no Brasil passava a ser desestimu-
lada. Não havia ainda a proibição de instalação de indús-
trias, no governo de D. Maria I, que só veio tardiamente,
já no final do século XVIII, mas o desinteresse e a falta de
apoio do governo metropolitano já era o suficiente para
prejudicar qualquer indústria nascente. É verdade que an-
tes disso já não existiam indústrias, exceto: serrarias, ola-
rias, ferrarias (ao contrário, chegou a haver até estímulo à
siderurgia no século XVI), fabricação de panos grosseiros,
fabricação de lata (o inventor foi levado para Portugal),
sapateiros, alfaiates, ourives (sempre perseguidos e fiscali-
zados, mas nunca totalmente proibidos... Em suma, Por-
tugal tinha poucas indústrias e o Brasil quase nenhuma...
O Brasil assistiu o nascimento da primeira indústria
de produção em massa, a agroindustria açucareira do NE,
mas esperaria até o século XX para formar um parque in-
dustrial.
O comércio legítimo que havia entre Brasil e Portugal
era, entretanto, intenso.
O Brasil exportava uma enorme diversidade de produ-
tos: ouro, diamantes, açúcar, tabaco, pau-brasil, madeira
para construção, madeira para assoalho, pranchas para por-
tas e janelas, farinha de mandioca, anil, café, cacau, dro-
gas do sertão (entre as quais a ipecacuanha ou ipeca, muito
apreciada na Europa), couro curtido, couro não curtido,
carne de porco salgada, marmelada, e até mesmo varas de
parreiras (no final do século XVIII, quando as videiras eu-
ropéias foram devastadas por uma praga, a qual, entretanto,
não afetava a videira silvestre das Américas), contas para
fazer rosários, barrís de melaço, escravos, ouro em pó e em
30 TRIBUTAçãO em rev i s ta
moedas, cacau e índigo, barbas de baleia, marfim (prova-
velmente vindo da África e reexportado), jacarandá, azeite
de peixe, mel, limões, bananas e doces, topázios, coquilhos,
salsaparrilha, cravo, óleo de copaíba, couçoeiras, varas de
madeira de manga para liteiras, vigas para construção, algo-
dão colorido: branco, alvadio, amarelo e azul e canela3.
A importação, por outro lado, também era bastante di-
versificada, já que tinha que atender às necessidades de
uma população relativamente grande e cujas atividades
eram variadas. As principais mercadorias remetidas de
Portugal para o Brasil eram: ferramentas, armas, vinhos,
azeite, aguardente, farinhas e outros gêneros alimentícios,
tecidos de Hamburgo, da Bretanha, baetas e serafinas da
Inglaterra, bertanhas e outras fazendas de lã, gêneros ali-
mentícios como biscoitos, azeites, presuntos e salsichões,
aguardentes, sedas da Itália, e algumas partidas das de
Lion, galões, quinquilharias, queijos, manteiga, e sal. O
estudo das pautas da alfândega do Rio de Janeiro vigentes
no final do século XVIII mostra uma lista muito maior de
mercadorias importadas na época4.
Tão valiosas eram as cargas transportadas para a me-
trópole ou dela para o Brasil, que durante dois séculos
a maior parte das viagens marítimas era feita por navios
agrupados em frotas, exigindo-se dos navios que viajas-
sem isolados e tivessem uma forte artilharia. O ouro e
os diamantes eram transportados no cofre dos navios de
guerra que escoltavam as frotas5.
Com tantos atrativos e com tão rigorosas proibições, o
contrabando era uma alternativa inevitável. Contrabando
marítimo, pois as fronteiras terrestres eram por sua na-
tureza invioláveis: as distâncias e as florestas, o pantanal
matogrossense e as tribos hostis eram obstáculos insupe-
ráveis para o tráfico por meio das divisas com as colônias
espanholas. Mesmo o intenso contrabando que ocorria na
Colônia de Sacramento, às margens do Rio da Prata, era
feito por meio de embarcações. Aliás, esse contrabando in-
teressava à Coroa Portuguesa e aos seus aliados, os comer-
ciantes ingleses, porque permitia introduzir mercadorias
britânicas nas colônias platinas, recebendo em troca couro
cru, prata da Bolívia e outros artigos da região.
Mas o litoral brasileiro era visitado com extrema fre-
qüência por navios europeus que desembarcavam clandes-
tinamente mercadorias nas praias desertas, com a cumpli-
cidade de moradores da costa e até de autoridades locais.
Santa Catarina, Paranaguá, São Sebastião, Ubatuba, Parati,
Cabo Frio, Porto Seguro e as praias desertas do norte da
Bahia e de Sergipe eram os pontos preferidos para o de-
sembarque de mercadorias desencaminhadas. Entre essas
se incluía o tabaco estrangeiro, cuja introdução no Brasil
foi proibida por uma carta de lei datada de 20 de março de
1736 (ALMEIDA, 1913). Mas outras mercadorias, especial-
mente tecidos europeus, eram objeto desse comércio ilegal.
Em troca, os navios estrangeiros levavam ouro e alguns pro-
dutos da terra como tabaco, pau-brasil e couros.
As arribadas forçadas, verdadeiras ou simuladas, também
inevitáveis, dada a posição estratégica do Brasil e a extensão
de seu litoral eram outro problema da fiscalização aduaneira.
O Atlântico Sul era passagem obrigatória para os Oceanos
Pacífico e Índico. Os barcos que a eles se destinavam eram
obrigados a fazer escalas para se reabastecer, sofrer reparos ou
cuidar de doentes, especialmente para combater o escorbuto,
uma avitaminose causada pela falta de alimentos frescos.
O pagamento desses serviços de reabastecimento e de
reparos era um fator de complicação, pois muitas vezes
os capitães não possuíam o numerário suficiente e solici-
tavam autorização para vender parte da carga para solver
suas dívidas. O governo nem sempre autorizava essas ope-
rações, exigindo às vezes que o pagamento fosse feito em
letras de câmbio contra os armadores europeus ou outros
responsáveis (ALMEIDA, 1913).
Muitas das arribadas de navios estrangeiros, porém,
eram simuladas com pretextos variados, pois havia sempre
a esperança de burlar a fiscalização portuária e desembarcar
algumas mercadorias. Mesmo em Salvador, capital do gover-
no-geral, era comum que mercadores ambulantes vendessem
de porta em porta mercadorias descaminhadas, o que gerava
freqüentes operações de repressão dos órgãos fiscais.
E, é claro, não faltavam piratas e corsários atraídos pela
riqueza do comércio transatlântico. O ouro trazia para cá
todo tipo de indivíduo indesejável, especialmente para a
fiscalização aduaneira...
A decadência do ciclo do ouro não importou em me-
3. A esse propósito, ver a obra de luís lisanti, Negócios Coloniais, editada pelo Ministério da Fazenda em 5 volumes, um dos trabalhos mais minuciosos sobre o comércio exterior setecentista, que transcreve a correspondência do comerciante lisboeta Francisco Pinheiro. Também o livro de Virgílio Noya Pinto O Ouro brasileiro e o comércio Anglo-Português traz valiosos subsídios sobre o assunto.
4. Veja-se Luis Lisanti, Negocios Coloniais e Virgílio Noya Pinto, O Ouro Brasileiro e o Comércio Anglo-Português.
5. Veja-se Luis Lisanti, Negocios Coloniais e Virgílio Noya Pinto, O Ouro Brasileiro e o Comércio Anglo-Português.
TRIBUTAçãO em rev i s ta 31
lhoria na situação, pois coincidiu com outro acidente his-
tórico distante, a Revolução Francesa e a posterior ascen-
ção de Napoleão. Ao contrário, foi necessário restabelecer
o regime de frotas que fora abolido pouco antes, já que
as fragatas francesas faziam o corso em todos os oceanos.
Portugal, tradicional aliado da Inglaterra, era um dos alvos
mais fáceis para os corsários franceses, que chegaram a
tentar um desembarque em Porto Seguro em 1797.
Pior ainda, em novembro de 1807, a própria metró-
pole portuguesa foi invadida pela horda napoleônica,
obrigando a Família Real e o governo a se refugiarem no
Brasil. O Príncipe Regente, a Rainha D. Maria I, e um gran-
de número de ministros e altos funcionários chegaram à
Bahia em janeiro de 1808, onde foram recebidos com
entusiasmo pela população que acreditava que não só o
governo geral, mas a própria sede da monarquia lusa ali
se instalaria. Embora isso não se realizasse, um outro fato
de extraordinária importância para a nossa história econô-
mica ali se concretizava: uma Carta Régia datada de 28 de
janeiro de 1808, dirigida pelo Príncipe Regente ao Conde
da Ponte, governador da Capitania da Bahia, determinava
a abertura dos portos do Brasil aos navios e ao comér-
cio “das potências que se conservam em paz e harmonia
com a minha Real Coroa” (ALVES, 1999). As mercadorias
por eles transportadas pagariam apenas 20% de “direitos
grossos” (sisa e dízima da alfândega) e 4% de “donativo”
(imposto extraordinário). As exportações também estavam
liberadas para os portos das mesmas potências, pagos os
impostos cabíveis.
O Príncipe Regente D. João, mais tarde D. João VI, fora
convencido a tomar tal medida por José da Silva Lisboa,
mais tarde Visconde de Cairu, advogado, estudioso de
Economia, membro de Mesa de Inspecção do Açúcar e
Tabaco de Salvador, que encaminhara tal sugestão num
parecer dirigido ao Conde da Ponte.
Embora pelo texto do documento, a medida tomada
em carácter interino e provisório era inevitável. Portu-
gal e seus portos estavam em mãos das forças invasoras
francesas e espanholas, comandadas por Junot; não havia
possibilidade de obter quaisquer suprimentos lá e também
não havia possibilidade de realizar exportações brasleiras
para lá. A Coroa teria forçosamente que se abastecer no
comércio internacional, embora este estivesse reduzido
praticamente só à Inglaterra, já que o resto da Europa es-
tava dominada por Napoleão.
O Príncipe Regente e a sua corte logo seguiram para o
Rio de Janeiro, onde instalaram a nova capital do reino de
Portugal. Mas D. João completou a seguir, em 1º de abril
de 1808, o seu intento de liberar a economia brasileira por
meio do alvará que permitiu a instalação de indústrias em
nosso país. Em outubro de 1808 era a Suécia quem abria
seus portos ao comércio com o Brasil, reconhecendo nosso
novo “status”6.
Estava aberto o caminho para a autonomia econômica,
que resultaria na independência política. A abertura dos
portos prenunciava o 7 de Setembro!
Mas teria havido realmente uma “abertura dos portos”
ou teria havido apenas um “alargamento”? Será que os es-
trangeiros realmente não podiam comerciar com o Brasil?
A crença geral até hoje vinha sendo a de que essa proi-
bição do comércio era absoluta e que efetivamente só a
partir de 1808 se admitiu o comércio internacional direto
do Brasil com outras nações. Entretanto, documentação
dos arquivos dos Duques de Cadaval, publicada na déca-
da de 1950 pela ilustre historiadora portuguesa Virgínia
Rau, mostra que essa noção estava errada. O comércio
com quatro nações européias Inglaterra, França, Espanha
e Holanda era permitido desde que as mercadorias fos-
sem transportadas em navios portugueses. Um parecer do
Conselheiro Ultramarino Antônio Rodrigues da Costa, da-
tado de 27 de julho de 1718, informa textualmente que:... Aos ingleses fora-lhes concedidos comerciar no Bra-
sil pelo art. 11º do Tratado de 1654, e igual privilégio pos-suíam os holandeses e castelhanos, mas não os franceses, por não estar ratificado o seu tratado de comércio. No en-tanto, deveriam estas nações mandar as suas mercadorias
6. Correio Braziliense, publicado no “Informe-se” em setembro de 2007.
Em novembro de 1807 Lisboa foi invadida pela
horda napoleônica, obrigando a Família Real e o governo a
se refugiarem no Brasil
32 TRIBUTAçãO em rev i s ta
ao Brasil nos nossos navios, e por eles receber o retorno (RAU, 1958).
Estas disposições haviam sido reforçadas pelo tratado
de “liga defensiva” celebrado entre Portugal, Inglaterra e
Holanda, em 1703, que “garantira reciprocidade em todos
os privilégios e liberdades de comércio”. O conselheiro
Rogrigues da Costa reclamava que Holanda e Inglaterra
observavam mal esse tratado, pois não permitia a Portugal
negociar nos domínios dessas nações, enquanto elas abu-
savam de seus privilégios, pois “quando queriam mandar
ao Brasil as suas fazendas nos seus navios, procuravam
fazê-los passar por portugueses, pondo-lhes bandeira e
tripulação portuguesa” (RAU, 1958).
Uma “Exposição sobre o comércio do reino oferecida
a El-Rei pelo Provedor e Deputados dos homens de negó-
cio de Lisboa, da Irmandade do Espírito Santo”, sem data,
mas certamente do século XVIII, focalizava:a decadência do comércio português nos últimos tem-
pos, o qual já havia muito que se reduzira no terrestre aos contratos do Reino e no marítimo à navegação do Brasil. Todavia isto mesmo se ia esbatendo. Os estrangeiros arre-matavam os contratos, arrendavam as comendas, assina-vam nas alfândegas, tomavam os assentos para as milícias, tinham partes nos navios onde se transportavam os frutos
e nos Brazís estabeleciam companhias e sociedades de ca-bedais excessivos, aonde iam moradores de quase todas as praças dos reinos estranhos adquirir extraordinários lucros, que remetiam para suas pátrias. Todos os anos de lá traziam as nossas frotas grande quantidade de arrobas e outro, com assombro de todos os estrangeiros, mas era tal a ambiciosa vigilância destes, que em breve o transporta-riam quase todo para as suas pátrias. Ultimamente tinham passado ao Brasil várias casas de homens de negócios in-gleses, franceses, holandeses, flanderinos, italianos e de outras nações...(RAU, 1958)
Um informante avisara o comércio lisboeta que “de-
pois da última frota tinham entrado no porto da Bahia
mais de vinte navios de diversas nações; o seu mestre
afirmava que ele próprio em quatro meses vira entrar sete
navios” (RAU, 1958).
E basta ver a extensa documentação existente sobre o
comércio externo do Brasil no século XVIII, publicada por
Luís Lisanti em Negócios coloniais, para se verificar a
enorme quantidade de mercadorias estrangeiras transpor-
tadas em navios pretensamente portugueses, que afluíam
para os portos brasileiros (LISANTI, 1973).
Em 28 de janeiro de 1808 apenas se escancarou uma
porta que já estava entreaberta...
ALMEIDA, Eduardo de Castro. Inventário dos Documen-tos Relativos ao brasil Existentes no Archivo de marinha e ultramar de lisboa. Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional, 1913, 9 vols (vols. 1-5: Baía; vols. 6-8: Rio de Janeiro).
ALVES, Ivan Filho. brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad. 1999.
GODOY, José Eduardo Pimentel de. Dicionário de história tributária do brasil. Brasília, ESAF, 2002.
GODOY, José Eduardo Pimentel de. Incentivos Fiscais para o Nordeste - Política Canavieira da Coroa Portuguesa no Sécu-lo XVI. Projeção, n. 26, p. 16-22.
LISANTI, Luis. Negócios coloniais. Brasília: Ministério da Fazenda 1973, v. 2.
MENDONçA, Marcos Carneiro de. Foral da Capitania de Per-nambuco. In Raízes da formação administrativa do brasil. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geográfico, 1972.
PINTO, Virgílio Noya. O Ouro brasileiro e o comércio Anglo-Português, São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1979, 2.ª ed.
RAU, Virgínia e SILVA, Maria Fernanda Gomes da. Os ma-nuscritos do Arquivo da casa de cadaval Respeitantes ao brasil. Coimbra, Portugal: Universidade de Coimbra, 1958.
SERRãO, Joel (dir.). Pequeno Dicionário de História de Portugal, Lisboa, Portugal: Iniciativas Editoriais, 1976.
SOUZA, Joaquim José Caetano Pereira. Diccionario Juridi-co, Theoretico e Practico, Remissivo às leis Extravagan-tes. Lisboa: Typographia Rollandiana, 1827.
REfERêNcIAs bIblIOGRáfIcAs
TRIBUTAçãO em rev i s ta 33
uEsTõEs POlêmIcAs DE DIREITO TRIbuTáRIOqAnálise do Acórdão EDcl em AgRg no REsp 933.539, de 07/02/2008
DESNECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO DE EXCLUSÃO DO REFIS
áryna martins Dias Rangel
Número do Recurso Especial
933.539/DF
Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS
Órgão Julgador: Segunda Turma
Data de Julgamento: 07/02/2008
Data da Publicação: DJ 20.02.2008 p.134
Matéria: Tributário-REFIS
Embargante: COMPANHIA MINUANO DE ALIMENTOS
Embargado: FAZENDA NACIONAL
Decisão: Rejeitados os Embargos Declaratórios no Agravo Regimental em Recurso Especial.
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça “A Turma, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração, nos termos do voto do(a) Sr(a).Ministro(a)-Relator(a).” (...)
Ementa: PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – RECURSO ESPECIAL – EXCLUSãO DO REFIS – DESNECESSIDA-DE DE NOTIFICAçãO PESSOAL – INTIMAçãO POR MEIO DA IMPRENSA OFICIAL (DIÁRIO) E DA INTERNET – POSSIBILIDADE – LEGISLAçãO ESPECÍFICA DO PROGRAMA – PRECEDENTES – AU-SÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO – PRETENSãO DE EFEITOS INFRINGENTES – IMPOSSIBILIDADE.1. Não são aplicáveis ao Refis as regras da Lei n. 9.784/99 que versa sobre regramento geral do processo administrativo. Para o caso dos autos, existe a disposição específica da Lei n. 9.964/00 que deve ser apli-cada; e registra, em seu art. 2º, não ser necessária a intimação pessoal do interessado.2. É legítima a intimação do contribuinte de sua exclusão do Programa Refis por meio da internet e me-diante publicação no Diário Oficial.(...)
34 TRIBUTAçãO em rev i s ta
O Acórdão proferido pela Segunda Turma do Su-
perior Tribunal de Justiça (STJ) versa sobre a
desnecessidade de notificação pessoal do con-
tribuinte a ser excluído do chamado Programa de Recupe-
ração Fiscal - REFIS.
Conforme a Lei 9.964/2000, instituidora do REFIS, o
referido programa trata de opção feita por pessoas jurídi-
cas quanto ao parcelamento de débitos relativos a tributos
e contribuições administrados pela Secretaria da Receita
Federal e pelo Instituto Nacional de Seguro Social - INSS.
Essa possibilidade foi criada a fim de que Receita e INSS
tivessem supridos os créditos da União, ainda que a longo
prazo e, assim, regularizar a situação das pessoas jurídicas.
A Lei mencionada deixa claro em seu art. 3º, IV, que
o ato de quem optar por esse parcelamento acarretará em
aceitação plena e irretratável de todas as condições esta-
belecidas, bem assim, consoante o inciso VI, comprome-
ter-se-á ao pagamento regular das respectivas parcelas.
Trata-se, portanto, de uma adesão voluntária, de natureza
contratual, não tributária.
Se a pessoa jurídica, em contrapartida, não pagar por
três meses consecutivos ou por seis meses alternados,
tornar-se-á inadimplente, com conseqüente exclusão do
programa e imediata exigibilidade do crédito constituído,
ou seja, deverá pagar sua totalidade somada a demais en-
cargos inerentes ao atraso1.
O crédito tributário advém do lançamento2 ou da con-
fissão de dívida (DCTF)3, devendo esse ato ser notificado
ao sujeito passivo, ou seja, levado ao conhecimento de
quem deverá arcar com seu pagamento4.
A polêmica centra-se no questionamento sobre qual
meio notifica-se (intima-se) o devedor em inadimplência.
Notificação, neste caso, é ato declaratório e não constitu-
tivo de direito.
Manifesta-se a insatisfação da pessoa jurídica quanto
à intimação de sua exclusão ser feita via Diário Oficial da
União - DOU e/ou via eletrônica - Internet.
A Lei 9.784 de 28 de janeiro de 1999, a qual dispõe
sobre o processo administrativo na administração pública
federal, preconiza notificação pessoal das partes litigantes,
enquanto a Lei instituidora do REFIS sequer menciona
por qual meio hão de ser intimadas.
Os contribuintes argumentam que o fato de a Lei Es-
pecial não determinar qualquer meio de intimação, não
a exime de se subordinar à Constituição Federal - CF. Se
não bastasse, há quem defenda não ter sido informado da
possibilidade de exclusão.
Em tese, a falta dessa informação jamais poderia ser
alegada. Como dito anteriormente, quem adere ao RE-
FIS acata o regramento nele disposto e sabe que, se não o
cumprir, será excluído do programa.
A falta de intimação pessoal do contribuinte não implica
sua inexistência. Ainda que não possua acesso aos meios
eletrônicos, ele certamente poderá buscar publicação no Di-
ário Oficial da União ou em jornal de grande circulação.
A assertiva de violação constitucional funda-se na ale-
gação de ofensa a princípios basilares constitucionais: Am-
pla Defesa e Contraditório5.
Essa tese encontra guarida em decisões proferidas por Tri-
bunais Regionais Federais - TRF, como o TRF da 4ª Região6,
que declara incisivamente que os princípios in casu serão efe-
tivamente respeitados somente com a notificação pessoal.
Todavia, segundo entendimento reiterado do STJ, a in-
timação feita por DOU e/ou Internet garante de imediato
a observância dos princípios mencionados. Não haveria
obrigatoriedade de se proceder a notificação pessoal, di-
ferentemente dos termos da Lei do Processo Administra-
tivo7. A Lei do REFIS é específica, é a que se consagra e,
apenas no que couber, se aplica à Lei Geral.
Essa questão já foi levada ao Supremo Tribunal Federal -
STF na forma de Recurso Extraordinário8, todavia sem êxito9.
O Supremo decidiu ser inviável tal análise por essa via, uma
vez que a violação à Constituição é meramente indireta.
Se no âmbito jurisprudencial do STJ não há dúvida
até o presente momento, é altamente desejável também se
levar a questão em nível constitucional ao STF. Seu pro-
nunciamento sobre a possível inconstitucionalidade desse
ponto da Lei em análise colocaria fim à controvérsia.
1. Art. 5º, II e § 1º da Lei 9.964/00. 2. Lançamento é um procedimento administrativo feito por um agente público competente para tanto a fim de que constitua o crédito tributário a partir do fato gerador e do cálculo a ele aplicado e, assim, possa a Administração Pública exigir o seu pagamento, conforme art. 142 do Código Tributário Nacional - CTN. 3. Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais. 4. Art. 145 do CTN. 5. Art. 5º, LV da CF. 6. Julgados: 1ª T., un., AI 2003.04.01.000003-4/RS, rel.Des.Fed. Lugon, mai/03; 1ª T., un., AI 2002.04.01.053751-7/PR, rel. Des. Wellington M. de Almeida, mai/03. 7. Lei 9.784 de 28 de janeiro de 1999, art. 26. 8. Recurso cabível ao STF previsto no art. 102, III, alíneas a-d, da CF a fim de assegurar a adequada aplicabilidade da Magna Carta. 9. Julgados: 1ªT., un., AgReg em RE 490.228-1/DF; e AgReg em RE 476.530-6/DF, ambos rel. Min. Carlos Britto, Nov/06 e jun/07, respectivamente.
TRIBUTAçãO em rev i s ta 35
Wagner U
lisses
Roberto bocaccio Piscitelli1 e mário sérgio f. sallorenzo2
A) Arrecadação Tributária
A arrecadação bruta dos impostos e contribuições
federais administrados pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil alcançou, no ano de 2007, R$
585,1 bilhões a preços correntes, valor que se eleva a R$
602,8 bilhões quando se agregam as demais receitas (2,9%
do total). Somente a receita previdenciária correspondeu a
26,3% do total da receita administrada. A preços correntes,
o aumento da receita administrada foi de 16,3%. A preços
de dezembro/2007, utilizando-se o IPCA como deflator, foi
de 12,2% e 10,6%, utilizando-se o IGP-DI. As demais recei-
tas apresentaram quedas de, respectivamente, 13,3% (pre-
ços correntes), 16,3% (IPCA) e 17,4% IGP-DI). Todos os
meses apresentaram altas expressivas em relação aos meses
correspondentes de 2006. Considerando-se essas variações
com base no IPCA, a menor elevação mensal ocorreu em
junho com 6,8%, e a maior em novembro, com 20,3%. A
variação acumulada com exceção de fevereiro, quando foi
superior a 10% é uniformemente superior a 11%, ultrapas-
sando 12% nos dois últimos meses.
Como normalmente tem ocorrido, o Órgão atribui o
excelente desempenho arrecadatório ao crescimento eco-
nômico (com elasticidade de cerca de 2) e à maior presen-
ça fiscal. Destaca, em particular:
• o aumento da governança corporativa de empresas
com vistas à abertura de capital e ganho líquido de opera-
ção em bolsas; e
• a maior presença fiscal, com celeridade na solução
dos litígios fiscais, intensificação do controle sobre decla-
rações, recuperação de débitos decorrentes de depósitos
judiciais e administrativos.
Quanto ao primeiro aspecto, a Receita Federal assi-
nala o incremento significativo do número de empresas
e do valor captado na abertura de capital no mercado
de ações. O ganho de arrecadação dar-se-ia, na forma
direta, no momento da abertura de capital, e na indireta,
pela ampliação das atividades e conseqüente geração de
receitas e postos de trabalho.
No que diz respeito à presença fiscal, a Receita Fede-
ral tem enfatizado o aumento do número de contribuintes
fiscalizados (80%), do valor do crédito lançado (42%),
das apreensões de mercadorias e ações fiscais ligadas à
área aduaneira, da arrecadação de multa e juros (30,7%)
e relativa aos depósitos administrativos e judiciais (46%).
Alguns desses indicadores, como é óbvio, têm expressão
meramente quantitativa e, portanto, importância relativa
do ponto de vista do próprio potencial arrecadatório da
União. Tampouco podem ser avaliados de forma isolada.
1. Bacharel em Economia, Mestre em Planejamento Governamental e Auditor-Fiscal aposentado da Receita Federal do Brasil.
2. Bacharel e Mestre em Economia, Doutor em Ciências Sociais e Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil.
NDIcADOREs TRIbuTáRIOs E fINANcEIROsi
36 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Na área aduaneira, por exemplo, é relevante levar em con-
ta o grau crescente de abertura comercial e financeira do
País. No tocante às multas e juros, é bom levar em conta
que a concentração de fiscalizações, cobranças e execuções
relativas a situações mais antigas contribui enormemente
para uma exacerbação do valor dos acréscimos legais.
Passa-se, agora, ao exame das principais rubricas. A
análise dinâmica está considerando as variações reais, ou
seja, com os valores de 2006 e 2007 aos níveis de preços
de dezembro de 2007, tomando-se o IPCA como deflator.
ImPOsTO DE ImPORTAÇãO. Apresentou aumento
considerável, apesar de sua reduzida participação. O IPI
Vinculado à Importação teve um aumento ainda maior, de
praticamente o dobro da receita total. Saliente-se a com-
binação dos seguintes fatores: redução de 10,51% na taxa
média de câmbio, fator que, associado ao aumento do em-
prego, da renda e do crédito, constitui um forte estímulo
às importações; elevação de 31,78% do valor em dólares
das importações tributadas, aliada ao aumento de 6,76%
na alíquota média efetiva do Imposto de Importação e de
10,60% na alíquota média efetiva do IPI – Vinculado.
IPI. No global, apresentou crescimento em proporção
quase 50% superior à do crescimento das receitas totais,
com queda apenas na rubrica Bebidas. Aqui, tem-se que
levar em conta principalmente o expressivo crescimento
da indústria brasileira em 2007. No caso do Fumo, regis-
tre-se o reajuste da tabela do imposto em cerca de 30% a
partir de julho, conforme Decreto nº 6.072/07. No caso
de Automóveis, houve aumento de 22,7% no volume de
vendas de veículos ao mercado interno (Carta da Anfavea
– dez/07). Em IPI – Outros, o expressivo crescimento da
arrecadação reflete o efeito do bom desempenho do con-
junto das atividades industriais, inclusive de máquinas e
equipamentos, além de produtos que constituem insumos
de produção para outras atividades, o que é revelador da
recuperação dos investimentos e das expectativas favorá-
veis dos empresários em relação à continuidade do proces-
so de crescimento, associado ao aumento moderado, mas
gradativo, do grau de utilização da capacidade instalada.
ImPOsTO DE RENDA. Apresenta crescimento su-
perior à média, com destaque excepcional para o IRPF e
muito expressivo para o IRPJ, mas medíocre no que se
refere ao IR-Fonte, para o qual, inclusive na rubrica Ren-
dimentos de Capital, houve queda (sempre em termos
reais), muito embora IR-Fonte ainda tenha a maior par-
ticipação na arrecadação do IR. No tocante às pessoas
jurídicas, destaca-se o crescimento da CSLL em decor-
rência do aumento dos lucros das empresas, associado,
como foi referido anteriormente, ao maciço movimento
de abertura de capitais, dentre os quais se destacaram a
Redecard, a Bovespa e a BM&F. O volume financeiro glo-
bal captado nesses processos, segundo a Bovespa, atingiu
R$ 56 bilhões, quase quatro vezes mais que em 2006. A
arrecadação em atividades de serviços financeiros, por
exemplo, que tem uma participação de 17,6% no IRPJ,
cresceu 28,14% (em termos correntes), mas atividades au-
xiliares dos serviços financeiros apresentaram aumento de
166,88%, enquanto na fabricação de veículos automotores
esse aumento foi de 123,38%. Na decomposição do IRPJ,
verifica-se a forte preponderância da arrecadação sobre o
lucro real – 72,10% –, além de 15,28% sobre o lucro pre-
sumido e 12,62% relativos a outros regimes de apuração
e recolhimento do tributo. No caso do IR-Fonte que tem
a metade da participação de Rendimentos do Trabalho, a
queda se deu basicamente em Fundos de Renda Fixa, que
responde por cerca de 39% deste tributo. Esta queda se
verificou em praticamente todos os meses do ano. No caso
do IRPF, embora a participação mais relevante ainda seja
a proveniente das quotas da declaração – 38,5% – houve
um aumento espetacular de 213,08% em termos reais na
arrecadação referente aos itens Ganhos de Capital na Alie-
nação de Bens Duráveis e de 30,3% em participação, que
a Receita Federal atribui à intensificação do controle sobre
as Declarações de Operações Imobiliárias – DOI, sobre
as Declarações de Informações de Atividades Imobiliárias
– DIMOB e sobre a edição de atos normativos que difi-
cultam o planejamento tributário. Outro item – Ganhos
Líquidos em Operações em Bolsa – apresentou cresci-
mento de 116,91%, associado ao aumento do volume de
negócios em bolsa. O aumento da arrecadação relativo às
quotas de IR nas declarações é também influenciado, se-
gundo a Receita, pela redução no número de dependentes
declarados, em virtude de o programa do IRPF ter passado
a exigir que os contribuintes informem o número do CPF
de seus dependentes. Mas, curiosamente, não faz menção
ao crescimento do emprego e da renda dos trabalhadores
assalariados, sujeitos à tabela progressiva, nem sequer à
formalização nas relações de trabalho. Continua também
ignorando, ao longo do tempo, o efeito do achatamento da
tabela progressiva do IRPF.
TRIBUTAçãO em rev i s ta 37
IOf. O crescimento deste tributo tem como fator pre-
ponderante a influência da expansão das operações de
crédito, em particular do destinado às pessoas físicas em
relação às quais o aumento da arrecadação foi de mais
de 22%, enquanto que em relação às pessoas jurídicas
foi de mais de 16%.
cPmf. Embora reduzindo ligeiramente sua participa-
ção – que era de mais de 6% –, atingiu a arrecadação de
mais de R$ 37 bilhões, o que ajuda a explicar toda a po-
lêmica em torno da aprovação do orçamento para 2008,
pois sua extinção, teoricamente, cria um “buraco” difícil
de ser preenchido, não obstante os resultados – e as proje-
ções – amplamente satisfatórios da arrecadação tributária
de um modo geral neste início do ano de 2008.
cOfINs. Ainda que em percentual inferior ao total arre-
cadado, o crescimento da Contribuição é substancial. A Re-
ceita Federal informa que com relação às entidades financei-
ras que representam uma ínfima participação no total houve
suspensão de pagamento por algumas empresas em função
de compensações efetuadas. A participação da COFINS na
receita total é de cerca de uma sexta parte. Valem as mesmas
observações gerais que as aplicáveis ao PIS/PASEP.
PIs/PAsEP. As três participações conjuntas mais im-
portantes em relação à COFINS e ao PIS/PASEP provêm
do comércio varejista de seguros e da fabricação de outros
equipamentos de transporte. A variação mais relevante se
verificou em obras de infra-estrutura. E as participações
percentuais mais relevantes na variação total se devem ao
comércio varejista e à fabricação de outros equipamentos
de transporte.
cONTRIbuIÇãO sOcIAl sObRE O lucRO lÍ-
QuIDO. Como já comentado no item relativo ao IRPJ, o
crescimento da Contribuição foi excepcional, compatível
com o do IRPJ, destacando-se as entidades financeiras,
embora sua participação no total seja muito pequena.
cIDE. É uma das ouças rubricas com queda real
na arrecadação, sem maiores justificativas por parte da
Receita Federal.
OuTRAs REcEITAs ADmINIsTRADAs. O expres-
sivo crescimento é explicado principalmente em função
do aumento da arrecadação de depósitos administrativos/
judiciais (+ 136,7%) e de receitas de loterias (+ 23,26%),
além da recuperação de débitos de exercícios anteriores
em conformidade com a MP nº 303/06.
No que diz respeito aos parcelamentos, o estoque de
débitos em 31 de dezembro era de R$ 117,5 bilhões, as-
sim distribuídos:
• REFIS: 33,88%;
• PAES: 29,01%;
• PAEX: 22,97%;
• CONVENCIONAL: 14,15%.
No que concerne ao REFIS, permaneciam no Progra-
ma, até novembro, 17.134 empresas. A arrecadação de
apenas R$ 742 milhões é absolutamente inexpressiva. Já
o PAES mantinha, em dezembro, 114.183 pessoas físicas
e jurídicas, estas representando mais de 77% do total. A
arrecadação foi de R$ 3,6 bilhões, sendo apenas 2,3%
proveniente de pessoas físicas. No caso do PAEX, a arre-
cadação atingiu R$ 1,1 bilhão, representando somente a
COFINS quase 40%.
A Receita divulga também dados referentes à arreca-
dação do SIMPLES. Dessa arrecadação, que totalizou R$
17,8 bilhões em 2007, quase 87% foram atribuídos à RFB
e pouco mais de 13%, ao ICMS/ISS. Registre-se que a sis-
temática do Simples-Nacional passou a vigorar em julho.
Pouco mais de 60% foram novas adesões. Consideradas
as migrações e adesões canceladas a pedido dos próprios
contribuintes e as adesões indeferidas, restam, inscritas no
Simples-Nacional, 2.872.727 empresas.
Até o final de 2007, a Receita Federal tinha R$ 199,4
bilhões de débitos em cobrança, além de R$ 423,3 bi-
lhões de débitos com exigibilidade suspensa. Note-se
que todo esse estoque não inclui valores da dívida ativa
em cobrança na PGFN, o que dá uma dimensão da im-
portância das ações fiscais e de cobrança e execução de
débitos. Note-se, ainda, que esses valores são apenas os
conhecidos, lançados.
O crescimento da arrecadação – e da carga tributá-
ria – é notório, tendo representado cerca de duas ve-
zes o crescimento do PIB, demonstrando, portanto, a
elasticidade da arrecadação em relação ao PIB. As indi-
cações para 2008 são de um novo aumento, continu-
ando a registrar-se recordes sucessivos, não obstante a
extinção da CPMF.
b) Arrecadação Orçamentária O Diário Oficial da União de 30 de janeiro de 2008
divulgou a execução orçamentária e financeira – Orça-
38 TRIBUTAçãO em rev i s ta
mentos Fiscal e da Seguridade Social – da Administração
Pública Federal (incluídas empresas públicas dependentes
e sociedades de economia mista dependentes) relativa ao
período de janeiro a dezembro de 2007.
Em notas explicativas, a STN esclarece, entre outros
pontos, que “ considera-se como execução orçamentária
da despesa a ocorrência do estágio da liquidação, efetivado
ou não o seu respectivo pagamento.”
Entretanto, nas notas explicativas relativas às diferen-
tes tabelas publicadas, a STN está informando contradi-
toriamente que, “para maior transparência, as despesas
executadas estão segregadas em:
• despesas liquidadas, consideradas aquelas em que
houve a entrega do material ou serviço, nos termos do art.
63 da Lei 4.320/64;
• despesas empenhadas mas não liquidadas, inscritas
em restos a pagar não processados, consideradas liqui-
dadas no exercício, por força do art. 35, inciso II da Lei
4.320/64” (o que equivale a dizer que está sendo empre-
gado o termo liquidadas tanto para as despesas processadas
como para as não-processadas);
• a divergência na inscrição de Restos a Pagar entre o
relatório de gestão fiscal consolidado de 2006 e este relató-
rio é oriunda de variações cambiais e critério de apuração.
Os números do primeiro foram identificados em contas
que compõem o balanço patrimonial ao final do exercí-
cio e os do segundo foram apurados por meio de contas
de controle orçamentário, inviabilizando a identificação
da totalidade dos valores anteriormente divulgados, uma
vez que não há, ainda, correlação direta entre as informa-
ções registradas. A divergência nos valores entre os meses
de novembro e dezembro decorre de variações cambiais.
(A explicação não é inteligível.);
• a previsão atualizada da receita apresenta-se menor
que a dotação atualizada da despesa em decorrência da
abertura de créditos adicionais com a utilização de supe-
rávit financeiro, apurado no balanço patrimonial de 2006,
proveniente de receitas orçamentárias previstas e efetiva-
mente arrecadadas em exercícios anteriores a 2007.”
O Balanço Orçamentário (ver Tabelas XI-A, XI-B e XI-
C/D), quando não consideradas as receitas e despesas in-
tra-orçamentárias e a rolagem da dívida (e consideradas
as despesas liquidadas, e não as empenhadas, acusa supe-
rávit corrente de R$ 1,6 bilhões e superávit de capital de
R$ 72,5 bilhões, assim desdobrados:
O superávit total foi, assim, por esse critério, de R$
74,1 bilhões. Com a inclusão das receitas (R$ 8.281.669
mil) e despesas (R$ 9.986.410 mil) intra-orçamentárias,
esse superávit cai para R$ 72,4 bilhões.
Note-se ainda que, com mais as operações de rolagem
(refinanciamento) da dívida – receitas de operações de
crédito de R$ 378,7 bilhões e despesas de amortização da
dívida de R$ 374,8 bilhões (portanto com acréscimo no
endividamento líquido de R$ 3,9 bilhões) o superávit or-
çamentário atinge R$ 76,3 bilhões.
Receitas Correntes
658.884.417 Despesas Correntes
657.267.239
Receitas de Capital
205.944.630 Despesas de Capital
133.443.236
Superávit Corrente
1.617.178
Superávit de Capital
72.501.394
Total 864.829.047 Total 864.829.047
Quadro IExecução Orçamentária da união
Jan/dez 07 – Em R$ mil
Em resumo, quando acrescidos tanto os valores
correspondentes às receitas e despesas intra-orçamen-
tárias quanto os valores referentes à rolagem (refinan-
ciamento) da dívida pública (ver também Tabela XII) às
receitas e despesas extra-orçamentárias sem computar
a rolagem da dívida (Quadro I), tem-se a situação sin-
tetizada a seguir.
O superávit total foi, assim, de R$ 76,3 bilhões. En-
tretanto, o superávit indicado pela STN foi de apenas R$
28 bilhões. Além do mais, os totais das duas colunas – re-
ceitas e despesas totais, computado o saldo – não batem.
Adicionalmente, a STN inclui numa linha suplementar,
um saldo de de R$ 108,5 bilhões, exercícios anteriores,
que também não corresponde à diferença entre a dotação
atualizada da despesa e a previsão atualizada da receita,
conforme nota explicativa antes já mencionada. Em outras
palavras, transparência – para não dizer exatidão – é o que
não se encontra no relatório do governo federal.
Mas não é só. Note-se que os valores relativos à rola-
gem não se igualam, da mesma forma que receitas e despe-
sas intra-orçamentárias, o que, em princípio, não deveria
ocorrer. Uma eventual explicação, no caso da rolagem,
poderia ser a de que os novos títulos lançados incorporam
TRIBUTAçãO em rev i s ta 39
encargos acrescidos, no vencimento, às dívidas anteriores,
o que de qualquer modo constituiria uma forma inade-
quada de contabilização das despesas, e só se justificaria
se os encargos correspondentes também não fossem pagos
(o que até parece razoável, pois, como se sabe, os juros
não são integralmente pagos no exercício, sendo parte da
dívida rolada). Mas, em sendo verdadeira a hipótese, tem-
se de admitir que a forma de representação não é ade-
quada, pois não estaria explicitando os encargos de juros
(não efetivamente pagos, mas apropriáveis pelo regime de
competência). De qualquer maneira, é relevante observar
que o excesso das receitas sobre as despesas de refinancia-
mento está associado a uma elevação no estoque da dívida,
combinado, aliás, com o excesso entre as novas operações
de crédito e as amortizações definitivas, já embutidas entre
as receitas e despesas de capital computadas antes da ro-
lagem, que corresponderam, respectivamente, a R$ 155,1
bilhões e a R$ 96,9 bilhões, ou seja, uma diferença de mais
58,2 bilhões que se acresceriam ao estoque da dívida. Estes
valores – embora não se refiram à rolagem – estão também
discriminados na Tabela XII, a título de Outras Operações
de Crédito (entre as receitas) e Outras Amortizações (entre
as despesas), o que elevaria o aumento do endividamento
líquido, afinal, para R$ 63,4 bilhões.
Como se pode constatar, a compreensão desse verda-
deiro cipoal é quase inviável mesmo para especialistas em
Finanças e Contabilidade Pública.
As despesas por Poder e Órgão (ver Tabela XIII) man-
têm proporções não muito diferentes das que vêm sendo
observadas ao longo dos últimos anos, apenas com um pe-
queno deslocamento de parcela relativa ao Executivo para
o Judiciário: das dotações liquidadas, 95,8% correspondem
ao Poder Executivo; 3,2%, ao Judiciário; 0,7%, ao Legisla-
tivo – aqui incluídos Senado Federal, Câmara dos Deputa-
dos e Tribunal de Contas da União e 0,3%, ao Ministério
Público da União. É bom que se diga que essa proporção se
observa quando excetuados os valores do refinanciamento
da dívida pública, importando dizer que a preponderância
do Executivo seria ainda bem maior se fossem acrescidos
tais valores, que elevam em mais de 66% o total das dota-
ções atualizadas. Vale ainda assinalar que, diferentemente
dos demais Poderes, a despesa executada pelo Judiciário
excedeu em 26,1% a sua dotação atualizada.
Uma nota “explicativa” que acompanha a tabela pu-
blicada informa que “eventual ocorrência de despesa re-
alizada maior que a dotação do respectivo órgão decorre
de variação cambial e/ou de descentralização de crédito
orçamentário, que é computada na execução (empenho/
liquidação), mas não na dotação”. A informação, como já
assinalado exaustiva e repetidamente, carece de evidência,
de compreensibilidade, pois aparentemente se reveste de
características até de inconstitucionalidade. O mesmo fato
ocorre também em órgãos do Executivo.
As despesas de pessoal e encargos sociais (ver Tabela
XIV) foram executadas à razão de 98,5% do montante auto-
rizado. A relação entre o total executado e a receita corrente
líquida continua com tendência ligeiramente declinante:
nos últimos doze meses foi de 29,1%. O mês de dezembro
é atípico, mas a relação já é bem menor que em anos ante-
riores: 31,5%. Note-se que estão incluídas entre as despesas
da União transferências a Estados e ao DF, bem como – a
título de Outras Aplicações – toda sorte de despesas, desde
as de exercícios anteriores até a decorrente de contratos de
terceirização. Os valores referentes aos cargos em comissão
integram Vencimentos e Vantagens Fixas; seria, sem dúvida,
desejável que constituíssem um outro elemento de despesa,
ou, então, que estivessem discriminadas.
O exame dos Restos a Pagar (ver Tabela XV) dá uma
idéia do montante das responsabilidades que vêm sendo
transferidas. Neste caso, se consideraram como Restos a Pa-
gar Processados as obrigações decorrentes da execução das
despesas liquidadas em exercícios anteriores. (Portanto, os
não-processados podem se entender como os não liquida-
dos.) Os processados inscritos montavam a R$ 5,2 bilhões
e os não-processados, a R$ 38,7 bilhões, dos quais R$ 8,3
bilhões foram cancelados. Como se tem enfatizado, os Res-
tos a Pagar não-Processados incluem valores dos exercícios
Receitas Correntes
667.166.086 Despesas Correntes
666.598.749
Receitas de Capital
584.660.495 Despesas de Capital
508.881.452
Superávit Corrente
567.337
Superávit de Capital
75.779.043
Total 1.251.826.581 Total 1.251.826.581
Quadro IIExecução (Extra e Intra) Orçamentária da união,
Acrescida a Rolagem da Dívida – Jan/dez 07 – R$ mil
40 TRIBUTAçãO em rev i s ta
anteriores, o que contraria a legislação, pois deveriam ter
sido cancelados ao final do exercício subseqüente ao de sua
inscrição. Como se pode observar, restavam a pagar, ao fi-
nal de 2007, respectivamente, 28,1% e 27,9% desses com-
promissos. Os Investimentos apresentam-se como a rubrica
com mais baixo índice de realização, tanto entre os Restos a
Pagar Processados quanto entre os Restos a Pagar não-Pro-
cessados, exceto, obviamente, Juros e Encargos da Dívida,
praticamente sem saldo a pagar. É importante ressaltar que,
no caso dos Restos a Pagar não-Processados, o empenho da
despesa pode ter levado à suposição, no exercício corres-
pondente, de que a despesa seria executada, além de que,
no regime da Lei nº 4.320/64, ela teria sido efetivamente
contabilizada como realizada.
O resultado primário da União (ver Tabela XVI) –
aquele apurado sem a inclusão dos juros e encargos da
dívida – é significativamente superior, em 2007, ao ob-
tido em 2006. Como ocorre desde 1999, continuamos
superando as metas.
O Balanço Financeiro (ver Tabela XVII) demonstra o
fluxo de disponibilidades do governo federal e pode ser
sintetizado como segue.
Houve, assim, um superávit financeiro na execução
orçamentária propriamente dita de R$ 28,0 bilhões,
conforme já comentado anteriormente. Na execução
extra-orçamentária, houve também superávit de R$
29,067 bilhões. Desse modo, o superávit financeiro total
foi de R$ 57,096 bilhões, caracterizado pelo aumento do
mesmo valor nas disponibilidades. Sempre se tem dado
ênfase ao crescimento contínuo e acelerado das dispo-
nibilidades, demonstrando a folga financeira com que
as autoridades econômicas têm trabalhado. Tais valores
poderiam até ser considerados inusitados, pois repre-
sentam, em boa medida, uma esterilização de recursos
ou a formação de um “colchão de segurança” despropo-
sitadamente elevado.
Entre os dispêndios extra-orçamentários, desta-
cam-se, além de Recursos Especiais a Receber com
R$ 174.875 milhões e Restos a Pagar não-Processados
– Inscrição com R$ 38.750 milhões, Incorporação de
Ingressos orçamentários
1.251.827 Dispêndios orçamentários
1.223.798
Ingressos extra-orçamentários
451.772 Dispêndios Extra-orçamentários
422.705
Disponibilidade do período anterior
246.367 Disponibilidade para o período seguinte
303.463
Total 1.949.966 Total 1.949.966
Quadro IIIExecução financeira da união Jan/dez 07 – Em R$ milhões
Passivos com R$ 196.777 milhões. Como ingressos ex-
tra-orçamentários, destacam-se, além de Restos a Pagar
não-Processados a Liquidar com R$ 55.137 milhões e
Recursos a Liberar para Pagamento de Restos a Pagar
com R$ 170.415 milhões, Incorporação de Direitos com
R$ 199.918 milhões.
Em suma, a execução orçamentária da receita se realiza
de forma satisfatória: as receitas tributária e de contribui-
ções atingiram praticamente 100% das previsões. Entre os
mais altos índices de realização se destacaram Outras Re-
ceitas Correntes, que incluem Multas, Juros, Indenizações,
Restituições, além de Receitas Correntes a Classificar e Dí-
vida Ativa, apesar de que, neste último caso, a previsão
atualizada foi ridiculamente baixa (e não foi atualizada):
apenas R$ 1.111,3 milhões. As despesas correntes ficaram
aquém do limite autorizado em 5,39%. Investimentos,
como sempre tem ocorrido, apresentaram o mais baixo
percentual de execução: 80,88%. Mesmo assim, só foram
liquidadas despesas correspondentes a menos de 25% das
dotações; cerca de 2,5 vezes esse valor foi apenas inscrito
em Restos a Pagar não-Processados e, assim, 19,12% não
chegaram sequer a ser empenhados. A execução financei-
ra, como foi acentuado, permite a acumulação de saldos
desnecessariamente elevados, extravagantes mesmo. E
finalmente, o resultado primário confirma o alcance da
meta, produzindo valores cada vez maiores, acompanhan-
do o crescimento do PIB e da arrecadação.
Nota: Esta análise e os dados em que ela se baseiam não contemplam a Receita Previdenciária que passou a ser divulgada a partir de Abril de 2007 com a criação da Receita Federal do Brasil. Optou-se por não incluí-la na análise a fim de preservar a mesma série histórica das edições anteriores.
TRIBUTAçãO em rev i s ta 41
Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2006 - Preços correntes - R$ milhões
Tabela I-A
RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Imposto sobre a Importação - II
821,4 664,1 793,1 687,6 832,1 783,8 793,9 1.135,2 832,8 857,1 968,9 865,5 10.035,6
Imposto sobre a Exportação - IE
2,2 0,7 1,1 0,6 0,9 1,1 0,6 0,4 1,4 1,2 0,8 1,3 12,5
Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI
2.266,9 2.067,5 2.043,9 2.240,3 2.053,3 2.223,1 2.212,0 2.422,4 2.772,8 2.502,1 2.611,1 2.773,0 28.188,4
IPI-Fumo 218,6 202,0 182,8 218,1 175,3 187,4 192,2 188,7 221,3 195,6 207,8 206,8 2.396,5
IPI-Bebidas 253,4 217,4 184,2 199,5 175,1 188,6 193,7 189,2 319,6 203,8 216,9 278,0 2.619,4
IPI-Automóveis 287,5 343,7 305,2 376,4 310,1 350,4 366,3 358,6 373,1 374,4 374,1 471,9 4.291,7
IPI-Vinculado à impor-tação
454,2 362,8 489,3 424,9 512,3 504,2 502,2 633,0 549,1 560,4 607,1 592,7 6.192,3
IPI-Outros 1.053,3 941,6 882,3 1.021,6 880,6 992,5 957,6 1.052,9 1.309,6 1.167,9 1.205,1 1.223,7 12.688,6
Imposto sobre a Renda - IR 10.965,7 9.469,3 10.455,6 12.928,0 9.449,9 14.247,8 10.647,6 9.749,3 10.963,2 11.918,3 9.673,1 16.906,7 137.374,6
Pessoas Físicas - IRPF 338,4 325,2 359,5 2.208,6 1.025,9 855,2 743,6 697,1 666,3 434,4 401,1 480,6 8.535,7
Pessoas Jurídicas - IRPJ 5.740,3 4.669,3 5.120,0 5.617,0 3.615,5 4.712,1 5.204,4 3.963,6 4.691,2 5.780,3 3.653,8 3.408,4 56.175,9
Entidades financeiras 779,6 1.133,7 1.393,5 613,6 610,2 940,8 501,6 574,0 698,5 655,6 757,1 535,3 9.193,4
Demais empresas 4.960,7 3.535,6 3.726,5 5.003,4 3.005,4 3.771,3 4.702,8 3.389,7 3.992,7 5.124,7 2.896,7 2.873,1 46.982,5
Retido na Fonte - IRRF 4.887,0 4.474,8 4.976,2 5.102,5 4.808,5 8.680,5 4.699,7 5.088,6 5.605,7 5.703,6 5.618,3 13.017,8 72.663,1
Rendimentos do Trabalho 2.181,7 2.796,4 3.241,4 2.998,6 2.876,7 2.900,7 2.877,4 3.141,0 3.212,7 2.992,8 3.649,9 6.303,3 39.172,6
Rendimentos do Capital 1.907,3 984,2 899,0 1.245,7 1.108,7 4.684,8 956,9 1.000,6 1.095,3 1.358,4 989,0 5.092,1 21.321,8
Remessas para o Exterior 573,6 375,0 520,8 468,6 500,2 688,6 477,2 543,7 811,9 887,5 593,7 1.007,7 7.448,6
Outros Rendimentos 224,4 319,3 315,0 389,6 323,0 406,3 388,3 403,2 485,9 464,9 385,6 614,7 4.720,1
Imposto s/ Operações Financeiras - IOF
494,8 526,6 488,5 581,3 527,2 579,2 579,3 555,1 625,1 584,3 574,6 670,0 6.786,0
Imposto Territorial Rural - ITR 8,9 7,9 7,9 7,8 8,6 7,6 6,6 11,2 182,9 37,2 30,8 26,9 344,2
Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF
2.407,3 2.309,2 2.645,2 2.667,2 2.469,1 2.599,6 2.776,0 2.604,2 2.836,7 2.733,8 2.755,5 3.286,5 32.090,3
Contrib.para a Seguridade Social/COFINS
8.085,6 6.743,3 6.885,5 7.130,4 7.389,3 7.461,9 7.949,1 8.037,5 8.372,6 7.850,6 8.118,1 8.451,2 92.475,0
Contribuição para o PIS-PASEP
2.111,9 1.797,2 1.891,2 1.951,0 1.983,8 1.999,0 2.024,4 2.003,0 2.157,7 2.053,3 2.125,0 2.179,0 24.276,5
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
3.059,8 2.134,6 2.258,7 2.789,0 1.933,7 2.098,8 2.769,5 1.896,6 2.337,5 2.990,2 1.977,2 1.870,7 28.116,3
Entidades financeiras 331,7 386,1 508,2 142,3 168,5 177,9 183,4 168,6 211,8 181,2 262,3 225,0 2.947,0
Demais empresas 2.728,1 1.748,4 1.750,5 2.646,8 1.765,2 1.920,9 2.586,1 1.728,0 2.125,7 2.809,0 1.714,8 1.645,8 25.169,3
CIDE - Combustíveis 627,2 590,9 570,6 706,6 647,7 640,4 634,0 637,7 702,0 691,9 702,1 665,8 7.816,9
Contribuição para o FUNDAF
26,4 17,5 39,8 19,8 26,7 28,2 24,1 30,4 33,5 30,0 31,0 40,0 347,3
Selos, Ljs Francas, Ad-uan., Alfand. - FUNDAF
15,9 10,6 24,1 11,9 16,1 17,0 14,6 18,4 20,2 18,1 18,7 24,2 209,9
Rec. de Leilões de Merc.Apreend.- FUNDAF
7,2 4,8 10,8 5,4 7,3 7,7 6,6 8,3 9,1 8,2 8,4 10,9 94,5
Rec. de Leilões de Merc.Apreend.- LBA
3,3 2,2 4,9 2,4 3,3 3,5 3,0 3,8 4,1 3,7 3,8 4,9 42,9
Outras Receitas Administradas
355,5 269,8 294,1 236,8 336,6 335,7 328,0 488,9 473,0 488,8 415,4 380,9 4.403,5
RECEITA ADMINISTRADA [A]
31.233,6 26.598,6 28.375,2 31.946,5 27.658,8 33.006,3 30.745,2 29.571,9 32.291,1 32.738,9 29.983,5 38.117,5 372.267,0
DEMAIS RECEITAS [B] 2.630,9 962,5 857,5 3.019,1 1.061,5 1.024,4 3.099,1 1.038,7 1.513,5 3.264,9 889,6 913,6 20.275,3
RECEITA TOTAL [C] = [A]+B]
33.864,5 27.561,1 29.232,7 34.965,6 28.720,4 34.030,6 33.844,2 30.610,6 33.804,6 36.003,8 30.873,1 39.031,1 392.542,2
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
42 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2006 - Preços correntes - R$ milhões
Tabela I-b
RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Pensões Militares 123,9 100,1 100,2 100,1 100,1 100,0 100,1 110,4 110,4 110,2 83,4 137,7 1.276,5
Cota-Parte Adic. Frete Renov. M. Mercante
0,1 0,5 0,5 0,2 0,4 0,2 0,3 0,2 0,3 0,8 0,2 0,2 3,8
Cota-Parte - Compensações Financeiras
2.382,6 748,0 591,4 2.733,8 710,0 757,0 2.860,0 795,3 1.182,1 2.995,1 650,5 622,9 17.028,8
Recursos Hídricos - União 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Recursos Minerais / Outros - União 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Royalties Produção Petróleo / Gás 563,4 55,9 282,0 311,0 343,6 366,6 331,8 382,9 366,4 329,5 313,0 298,6 3.944,8
Royalties Exced. Produção Petróleo / Gás
6,7 591,5 272,4 300,3 330,9 353,8 320,0 370,0 353,4 318,7 302,6 288,6 3.809,1
Particip. Especial Petróleo / Gás 1.779,0 65,9 0,0 2.088,4 0,0 0,0 2.172,0 7,2 426,1 2.310,9 0,0 0,4 8.849,8
Royalties / Indenizações Itaipu 33,5 34,8 37,0 34,2 35,5 36,6 36,2 35,2 36,1 36,0 34,9 35,2 425,1
Outras Compensações Financeiras 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Honorários Advocatícios - Dívida Ativa - PFN
27,3 27,8 76,7 107,6 117,2 61,1 28,8 25,5 107,6 44,6 44,0 39,2 707,4
Concessões e Permissões 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Outorga de Serviços de Telecomunicações
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Outras Concessões / Permissões 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Superavit Financeiro 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Participções e Dividendos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Rendas do S.P.U. 12,6 13,1 15,8 13,4 58,8 23,8 28,4 23,9 19,7 25,2 27,5 21,6 283,8
Custas Judiciais 3,6 3,5 4,7 3,6 4,7 4,6 4,1 4,5 4,5 4,8 -3,1 4,1 43,6
Taxas Fisc. Merc. Seg., Cap., Prev. P. Aberta
0,1 -0,0 -1,5 -0,1 -0,0 -0,0 0,0 -0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 -1,5
Taxas Fisc. Merc. de Tit.Vr. Mobiliários 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Outras Taxas 8,9 11,0 14,4 11,6 13,7 11,6 16,1 16,9 15,2 17,2 16,5 20,8 173,9
Outras Receitas 72,0 58,5 55,4 49,0 56,6 66,1 61,2 62,0 73,8 66,9 70,5 67,1 759,0
Eventuais 4,2 0,5 1,0 0,5 0,8 0,8 0,7 0,4 2,7 0,8 0,8 0,8 14,1
Restituições - Outras 4,3 1,6 -0,7 -0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,0 0,1 0,0 5,6
Restituições - Aviso MF 087/85 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Demais 63,5 56,4 55,1 48,4 55,7 65,3 60,5 61,4 71,0 66,0 69,6 66,3 739,3
DEMAIS RECEITAS 2.630,9 962,5 857,5 3.019,1 1.061,5 1.024,4 3.099,1 1.038,7 1.513,5 3.264,9 889,6 913,6 20.275,3
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
TRIBUTAçãO em rev i s ta 43
Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2006 - a preços de dez/2007 (IGP-DI) - R$ milhões
Tabela II
RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Imposto sobre a Importação - II 913,3 738,9 886,4 768,3 926,3 866,8 876,4 1.248,1 913,4 932,5 1.048,2 933,9 11.052,5
Imposto sobre a Exportação - IE 2,4 0,8 1,2 0,7 1,0 1,2 0,7 0,5 1,5 1,3 0,9 1,4 13,6
Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI
2.520,7 2.300,3 2.284,3 2.503,4 2.285,7 2.458,3 2.441,8 2.663,2 3.041,2 2.722,2 2.824,7 2.992,0 31.037,8
IPI-Fumo 243,1 224,7 204,3 243,7 195,1 207,2 212,1 207,5 242,7 212,8 224,8 223,2 2.641,2
IPI-Bebidas 281,8 241,9 205,9 222,9 194,9 208,5 213,8 208,0 350,6 221,7 234,7 299,9 2.884,6
IPI-Automóveis 319,6 382,4 341,1 420,6 345,2 387,5 404,4 394,2 409,3 407,3 404,7 509,1 4.725,4
IPI-Vinculado à importação 505,0 403,7 546,9 474,7 570,2 557,6 554,4 695,9 602,3 609,7 656,8 639,5 6.816,7
IPI-Outros 1.171,2 1.047,6 986,1 1.141,5 980,3 1.097,5 1.057,1 1.157,6 1.436,3 1.270,7 1.303,7 1.320,3 13.969,9
Imposto sobre a Renda - IR 12.193,3 10.535,6 11.685,7 14.446,0 10.519,4 15.755,0 11.754,0 10.718,4 12.024,1 12.966,6 10.464,4 18.242,1 151.304,6
Pessoas Físicas - IRPF 376,3 361,8 401,7 2.467,9 1.142,0 945,7 820,8 766,4 730,8 472,6 433,9 518,5 9.438,4
Pessoas Jurídicas - IRPJ 6.382,9 5.195,1 5.722,3 6.276,6 4.024,7 5.210,5 5.745,1 4.357,6 5.145,2 6.288,7 3.952,7 3.677,6 61.979,0
Entidades financeiras 866,9 1.261,3 1.557,4 685,6 679,2 1.040,3 553,7 631,0 766,1 713,3 819,0 577,6 10.151,4
Demais empresas 5.516,0 3.933,8 4.164,9 5.591,0 3.345,5 4.170,2 5.191,4 3.726,6 4.379,1 5.575,4 3.133,7 3.100,0 51.827,6
Retido na Fonte - IRRF 5.434,1 4.978,7 5.561,7 5.701,5 5.352,7 9.598,8 5.188,1 5.594,4 6.148,1 6.205,3 6.077,8 14.046,0 79.887,2
Rendimentos do Trabalho 2.425,9 3.111,3 3.622,8 3.350,7 3.202,3 3.207,6 3.176,4 3.453,2 3.523,6 3.256,0 3.948,4 6.801,2 43.079,4
Rendimentos do Capital 2.120,8 1.095,0 1.004,8 1.391,9 1.234,1 5.180,4 1.056,3 1.100,1 1.201,2 1.477,9 1.069,9 5.494,3 23.426,7
Remessas para o Exterior 637,9 417,2 582,1 523,6 556,8 761,5 526,8 597,8 890,4 965,6 642,3 1.087,3 8.189,3
Outros Rendimentos 249,5 355,2 352,0 435,3 359,5 449,3 428,6 443,3 532,9 505,8 417,2 663,2 5.191,8
Imposto s/ Operações Financeiras - IOF
550,2 585,9 546,0 649,6 586,9 640,5 639,4 610,3 685,6 635,7 621,6 722,9 7.474,6
Imposto Territorial Rural - ITR 9,9 8,8 8,9 8,8 9,5 8,4 7,3 12,3 200,6 40,5 33,3 29,0 377,3
Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF
2.676,8 2.569,2 2.956,4 2.980,4 2.748,6 2.874,6 3.064,4 2.863,0 3.111,2 2.974,3 2.980,8 3.546,1 35.345,8
Contrib.para a Seguridade Social/COFINS
8.990,8 7.502,7 7.695,5 7.967,7 8.225,7 8.251,2 8.775,1 8.836,4 9.182,8 8.541,1 8.782,1 9.118,7 101.869,8
Contribuição para o PIS-PASEP 2.348,3 1.999,6 2.113,7 2.180,1 2.208,3 2.210,5 2.234,7 2.202,1 2.366,5 2.233,9 2.298,8 2.351,1 26.747,6
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
3.402,4 2.374,9 2.524,4 3.116,6 2.152,6 2.320,8 3.057,3 2.085,1 2.563,7 3.253,2 2.138,9 2.018,5 31.008,4
Entidades financeiras 368,8 429,6 568,0 159,0 187,6 196,7 202,5 185,4 232,3 197,1 283,8 242,7 3.253,5
Demais empresas 3.033,6 1.945,3 1.956,4 2.957,6 1.965,0 2.124,1 2.854,8 1.899,7 2.331,4 3.056,1 1.855,1 1.775,8 27.754,9
CIDE - Combustíveis 697,5 657,5 637,7 789,5 721,0 708,1 699,9 701,1 769,9 752,8 759,5 718,4 8.612,9
Contribuição para o FUNDAF 29,3 19,5 44,5 22,1 29,7 31,1 26,7 33,4 36,7 32,6 33,5 43,1 382,2
Selos, Ljs Francas, Aduan., Alfand. - FUNDAF
17,7 11,8 26,9 13,4 17,9 18,8 16,1 20,2 22,2 19,7 20,3 26,1 231,1
Rec. de Leilões de Merc. Apreend.- FUNDAF
8,0 5,3 12,1 6,0 8,1 8,5 7,3 9,1 10,0 8,9 9,1 11,7 104,1
Rec. de Leilões de Merc. Apreend.- LBA
3,6 2,4 5,5 2,7 3,7 3,8 3,3 4,1 4,5 4,0 4,1 5,3 47,0
Outras Receitas Administradas 395,3 300,2 328,7 264,6 374,7 371,2 362,1 537,5 518,8 531,8 449,4 410,9 4.845,2
RECEITA ADMINISTRADA [A] 34.730,2 29.593,9 31.713,4 35.697,8 30.789,4 36.497,7 33.939,8 32.511,4 35.416,0 35.618,5 32.436,1 41.128,1 410.072,3
DEMAIS RECEITAS [B] 2.925,5 1.070,8 958,4 3.373,7 1.181,5 1.132,8 3.421,1 1.142,0 1.660,0 3.552,1 962,2 985,8 22.365,9
RECEITA TOTAL [C] = [A] + [B] 37.655,7 30.664,7 32.671,8 39.071,5 31.970,9 37.630,5 37.360,9 33.653,4 37.076,0 39.170,6 33.398,3 42.113,9 432.438,2
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
44 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2007 - Preços correntes - R$ milhões
Tabela III-A
RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Imposto sobre a Importação - II 924,8 804,5 1.006,8 898,4 1.007,2 909,5 992,8 1.178,7 1.039,7 1.241,8 1.200,3 1.048,3 12.252,9
Imposto sobre a Exportação - IE 1,1 1,7 1,3 1,0 0,8 1,2 0,3 0,9 0,9 0,6 0,4 0,5 10,8
Imposto s/ Produtos Industrial-izados - IPI
2.461,6 2.326,9 2.351,4 2.602,3 2.468,9 2.801,9 2.701,2 2.978,4 3.100,5 3.307,7 3.140,3 3.552,8 33.793,9
IPI-Fumo 208,7 210,0 181,2 236,2 162,0 209,2 199,1 241,9 287,1 267,1 289,5 311,4 2.803,4
IPI-Bebidas 266,2 214,4 167,1 209,5 176,4 186,8 202,6 176,3 216,9 222,6 235,6 308,1 2.582,5
IPI-Automóveis 254,8 350,6 386,9 428,0 371,2 451,4 464,0 451,9 546,2 501,7 387,4 614,1 5.208,3
IPI-Vinculado à importação 532,9 490,3 624,6 567,7 638,4 594,2 623,1 731,7 686,3 792,1 736,1 684,1 7.701,5
IPI-Outros 1.199,1 1.061,5 991,6 1.160,9 1.120,9 1.360,2 1.212,3 1.376,7 1.364,1 1.524,2 1.491,7 1.635,2 15.498,3
Imposto sobre a Renda - IR 13.106,7 10.580,7 12.684,3 15.114,0 11.476,0 14.576,6 12.757,5 11.869,6 11.338,4 14.174,4 13.892,8 18.566,6 160.137,5
Pessoas Físicas - IRPF 566,3 455,2 619,4 2.600,1 1.664,3 1.041,6 1.073,2 1.211,7 978,7 997,5 1.386,9 1.059,9 13.654,8
Pessoas Jurídicas - IRPJ 7.165,0 5.093,3 6.420,7 6.647,1 4.499,0 4.751,7 6.169,3 5.166,7 4.659,2 7.111,5 6.353,1 5.819,5 69.856,2
Entidades financeiras 1.023,2 1.367,1 1.900,7 722,3 769,3 949,6 965,5 1.289,6 627,0 820,7 1.808,6 1.328,9 13.572,4
Demais empresas 6.141,8 3.726,2 4.520,1 5.924,8 3.729,8 3.802,1 5.203,9 3.877,1 4.032,3 6.290,8 4.544,5 4.490,6 56.283,8
Retido na Fonte - IRRF 5.375,3 5.032,2 5.644,1 5.866,8 5.312,7 8.783,3 5.515,0 5.491,2 5.700,4 6.065,4 6.152,8 11.687,2 76.626,5
Rendimentos do Trabalho 2.469,9 3.273,9 3.743,7 3.709,8 3.273,8 3.188,2 3.295,9 3.329,8 3.697,5 3.325,9 4.114,3 4.924,7 42.347,4
Rendimentos do Capital 1.882,3 916,2 924,3 1.180,2 1.123,0 4.566,6 1.106,3 1.055,9 1.028,8 1.367,7 1.179,0 5.091,1 21.421,2
Remessas para o Exterior 705,0 466,8 573,8 534,9 506,2 621,0 708,4 669,4 537,0 907,2 451,1 1.120,4 7.801,4
Outros Rendimentos 318,1 375,3 402,4 441,9 409,8 407,4 404,4 436,1 437,1 464,6 408,4 551,0 5.056,5
Imposto s/ Operações Finan-ceiras - IOF
587,1 568,8 608,6 632,4 597,8 660,5 658,0 665,8 681,9 668,9 683,5 819,9 7.833,3
Imposto Territorial Rural - ITR 10,1 7,7 10,5 8,1 8,3 8,4 7,7 11,2 203,5 42,5 32,6 28,6 379,2
Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF
2.912,4 2.716,6 2.778,1 3.063,1 2.772,2 3.091,7 3.201,3 2.987,8 3.129,8 2.995,7 3.149,0 3.685,5 36.483,1
Contrib.para a Seguridade Social/COFINS
8.527,1 7.305,1 7.397,6 8.200,9 8.083,2 8.518,5 8.360,3 8.741,8 9.193,9 8.957,5 9.574,1 9.603,0 102.463,0
Contribuição para o PIS-PASEP 2.349,1 1.948,3 2.019,9 2.100,0 2.084,2 2.200,6 2.178,9 2.254,7 2.299,6 2.285,4 2.504,1 2.484,5 26.709,4
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
3.488,8 2.475,5 2.930,4 3.239,2 2.121,9 2.302,3 3.420,6 2.492,2 2.332,3 3.757,6 2.932,7 2.917,4 34.411,1
Entidades financeiras 460,8 454,5 760,6 234,8 218,7 270,3 364,8 459,1 229,5 279,5 555,6 476,7 4.765,0
Demais empresas 3.028,0 2.021,1 2.169,8 3.004,4 1.903,2 2.032,0 3.055,8 2.033,1 2.102,8 3.478,1 2.377,1 2.440,7 29.646,0
CIDE - Combustíveis 687,3 617,6 575,3 669,5 644,1 694,9 676,1 649,3 695,2 636,9 735,2 656,9 7.938,4
Contribuição para o FUNDAF 26,3 26,9 35,8 25,9 27,3 31,4 29,8 34,0 26,8 37,9 35,3 29,9 367,3
Selos, Ljs Francas, Aduan., Alfand. - FUNDAF
15,9 16,3 21,6 15,7 16,5 19,0 18,0 20,5 16,2 22,9 21,4 18,1 221,9
Rec. de Leilões de Merc.Apreend.- FUNDAF
7,1 7,3 9,7 7,1 7,4 8,5 8,1 9,2 7,3 10,3 9,6 8,1 100,0
Rec. de Leilões de Merc.Apreend.- LBA
3,2 3,3 4,4 3,2 3,4 3,9 3,7 4,2 3,3 4,7 4,4 3,7 45,4
Outras Receitas Administradas 776,6 423,2 437,2 515,9 1.376,3 409,3 457,5 849,1 1.103,4 825,9 669,4 658,1 8.501,9
RECEITA ADMINISTRADA [A] 35.858,9 29.803,6 32.837,2 37.070,8 32.668,4 36.206,9 35.441,9 34.713,4 35.145,9 38.932,9 38.550,0 44.051,9 431.281,7
DEMAIS RECEITAS [B] 2.718,6 786,4 763,4 2.358,0 825,0 862,8 2.600,4 977,1 890,5 2.917,5 913,7 989,0 17.602,5
RECEITA TOTAL [C] = [A]+[B] 38.577,5 30.590,0 33.600,6 39.428,8 33.493,4 37.069,7 38.042,3 35.690,5 36.036,4 41.850,4 39.463,7 45.040,9 448.884,2
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
TRIBUTAçãO em rev i s ta 45
Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2007 - Preços correntes - R$ milhões
Tabela III-b
RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Pensões Militares 55,8 56,1 29,0 29,0 29,0 28,9 0,4 0,4 0,3 0,1 0,1 0,1 229,1
Cota-Parte Adic. Frete Renov. M. Mercante
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Cota-Parte - Compensações Financeiras 2.540,1 589,9 551,3 2.183,1 643,3 640,6 2.433,5 728,8 711,6 2.688,9 738,3 785,2 15.234,6
Recursos Hídricos - União 325,8 281,9 260,7 306,7 308,5 308,5 317,4 353,9 344,7 31,0 30,5 30,6 2.900,3
Recursos Minerais / Outros - União 315,3 272,9 252,3 296,8 298,1 298,1 306,9 342,5 333,8 ... ... ... 2.716,7
Royalties Produção Petróleo / Gás 1.864,0 0,0 0,0 1.545,9 0,1 0,0 1.778,0 0,0 0,0 339,8 359,8 383,4 6.271,2
Royalties Exced. Produção Petróleo / Gás 35,0 35,2 38,3 33,6 36,5 34,0 31,2 32,4 33,2 329,0 348,0 371,1 1.357,5
Particip. Especial Petróleo / Gás ... ... ... ... ... ... ... ... ... 1.989,1 0,0 0,0 1.989,1
Royalties / Indenizações Itaipu ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Outras Compensações Financeiras ... ... ... ... ... ... ... ... ... 0,0 0,0 0,0 ...
Honorários Advocatícios - Dívida Ativa - PFN
26,4 40,0 47,0 33,1 34,8 34,9 35,7 102,4 47,4 90,1 44,1 62,2 598,1
Concessões e Permissões 27,6 26,9 26,2 0,0 0,0 0,0 27,4 28,3 27,0 0,0 0,0 0,0 163,5
Outorga de Serviços de Telecomuni-cações
27,6 26,9 26,2 ... ... ... 27,4 28,3 27,0 ... ... ... 163,5
Outras Concessões / Permissões ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Superavit Financeiro ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Participções e Dividendos ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Rendas do S.P.U. 14,8 14,1 21,4 21,6 24,6 68,9 32,5 35,9 31,9 41,9 39,7 37,3 384,5
Custas Judiciais 3,9 4,0 5,6 5,2 7,0 5,3 5,9 6,3 5,3 6,2 6,0 7,2 67,8
Taxas Fisc. Merc. Seg., Cap., Prev. P. Aberta
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Taxas Fisc. Merc. de Tit.Vr. Mobiliários ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Outras Taxas 11,7 12,5 20,2 ... ... ... 19,7 20,3 18,7 20,3 17,0 15,9 156,2
Outras Receitas 38,2 42,8 62,6 86,1 86,3 84,2 45,4 54,7 48,4 70,1 68,6 81,2 768,7
Eventuais ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Restituições - Outras ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Restituições - Aviso MF 087/85 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Demais 38,2 42,8 62,6 86,1 86,3 84,2 45,4 54,7 48,4 70,1 68,6 81,2 768,7
DEMAIS RECEITAS 2.718,6 786,4 763,4 2.358,0 825,0 862,8 2.600,4 977,1 890,5 2.917,5 913,7 989,0 17.602,5
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
46 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2007 - a preços de dez/2007 (IGP-DI) - R$ milhões
Tabela Iv
RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Imposto sobre a Importação - II 993,5 862,4 1.076,8 959,6 1.074,0 967,3 1.052,1 1.231,9 1.074,1 1.273,3 1.218,0 1.048,3 12.831,3
Imposto sobre a Exportação - IE 1,2 1,8 1,4 1,1 0,9 1,3 0,3 1,0 0,9 0,7 0,4 0,5 11,5
Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI
2.644,7 2.494,1 2.514,8 2.779,4 2.632,8 2.980,0 2.862,2 3.112,7 3.202,9 3.391,6 3.186,5 3.552,8 35.354,5
IPI-Fumo 224,2 225,1 193,8 252,3 172,7 222,5 210,9 252,8 296,5 273,9 293,8 311,4 2.929,9
IPI-Bebidas 286,0 229,8 178,7 223,8 188,1 198,7 214,7 184,2 224,1 228,3 239,0 308,1 2.703,5
IPI-Automóveis 273,8 375,8 413,8 457,1 395,9 480,1 491,7 472,2 564,3 514,4 393,1 614,0 5.446,2
IPI-Vinculado à importação 572,5 525,6 668,0 606,3 680,8 632,0 660,3 764,7 708,9 812,2 747,0 684,1 8.062,4
IPI-Outros 1.288,2 1.137,8 1.060,5 1.239,9 1.195,3 1.446,7 1.284,6 1.438,8 1.409,1 1.562,8 1.513,6 1.635,2 16.212,5
Imposto sobre a Renda - IR 14.081,3 11.341,4 13.566,5 16.142,5 12.237,4 15.503,3 13.518,6 12.405,3 11.713,1 14.533,8 14.097,1 18.566,6 167.706,9
Pessoas Físicas - IRPF 608,5 487,9 662,5 2.777,0 1.774,7 1.107,8 1.137,2 1.266,4 1.011,1 1.022,8 1.407,3 1.059,9 14.323,1
Pessoas Jurídicas - IRPJ 7.697,8 5.459,5 6.867,3 7.099,4 4.797,5 5.053,8 6.537,4 5.399,8 4.813,2 7.291,8 6.446,5 5.819,5 73.283,5
Entidades financeiras 1.099,2 1.465,4 2.032,9 771,5 820,3 1.010,0 1.023,1 1.347,8 647,7 841,5 1.835,2 1.328,9 14.223,5
Demais empresas 6.598,6 3.994,1 4.834,4 6.327,9 3.977,2 4.043,8 5.514,3 4.052,1 4.165,5 6.450,3 4.611,3 4.490,6 59.060,1
Retido na Fonte - IRRF 5.775,0 5.394,0 6.036,7 6.266,1 5.665,2 9.341,7 5.844,0 5.739,1 5.888,8 6.219,2 6.243,3 11.687,2 80.100,3
Rendimentos do Trabalho 2.653,6 3.509,3 4.004,0 3.962,2 3.491,0 3.390,9 3.492,5 3.480,0 3.819,7 3.410,2 4.174,8 4.924,7 44.312,9
Rendimentos do Capital 2.022,2 982,1 988,6 1.260,5 1.197,5 4.857,0 1.172,3 1.103,6 1.062,8 1.402,4 1.196,3 5.091,1 22.336,4
Remessas para o Exterior 757,4 500,4 613,7 571,3 539,7 660,5 750,7 699,6 554,8 930,2 457,7 1.120,4 8.156,4
Outros Rendimentos 341,8 402,3 430,3 472,0 437,0 433,3 428,5 455,8 451,5 476,4 414,4 551,0 5.294,3
Imposto s/ Operações Financeiras - IOF
630,8 609,7 650,9 675,5 637,5 702,5 697,2 695,9 704,5 685,9 693,5 819,9 8.203,8
Imposto Territorial Rural - ITR 10,8 8,3 11,2 8,7 8,9 8,9 8,1 11,7 210,2 43,6 33,1 28,6 392,1
Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF
3.129,0 2.911,9 2.971,3 3.271,6 2.956,1 3.288,3 3.392,3 3.122,6 3.233,2 3.071,6 3.195,3 3.685,5 38.228,7
Contrib.para a Seguridade Social/COFINS
9.161,2 7.830,4 7.912,1 8.758,9 8.619,5 9.060,1 8.859,0 9.136,3 9.497,7 9.184,6 9.714,9 9.603,0 107.337,7
Contribuição para o PIS-PASEP 2.523,8 2.088,4 2.160,4 2.242,9 2.222,5 2.340,5 2.308,9 2.356,4 2.375,6 2.343,4 2.541,0 2.484,5 27.988,3
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
3.748,3 2.653,5 3.134,2 3.459,6 2.262,7 2.448,7 3.624,7 2.604,7 2.409,4 3.852,9 2.975,8 2.917,4 36.091,9
Entidades financeiras 495,1 487,2 813,5 250,8 233,2 287,5 386,6 479,9 237,1 286,6 563,8 476,7 4.998,0
Demais empresas 3.253,2 2.166,4 2.320,7 3.208,8 2.029,4 2.161,2 3.238,1 2.124,8 2.172,3 3.566,3 2.412,0 2.440,7 31.093,9
CIDE - Combustíveis 738,4 662,0 615,3 715,0 686,9 739,1 716,5 678,6 718,1 653,0 746,0 656,9 8.325,8
Contribuição para o FUNDAF 28,3 28,9 38,2 27,6 29,1 33,4 31,6 35,6 27,6 38,9 35,9 29,9 385,0
Selos, Ljs Francas, Aduan., Alfand. - FUNDAF
17,1 17,4 23,1 16,7 17,6 20,2 19,1 21,5 16,7 23,5 21,7 18,1 232,7
Rec. de Leilões de Merc.Apreend.- FUNDAF
7,7 7,9 10,4 7,5 7,9 9,1 8,6 9,7 7,5 10,6 9,8 8,1 104,8
Rec. de Leilões de Merc.Apreend.- LBA
3,5 3,6 4,7 3,4 3,6 4,1 3,9 4,4 3,4 4,8 4,4 3,7 47,5
Outras Receitas Administradas 834,3 453,6 467,6 551,0 1.467,6 435,4 484,8 887,4 1.139,8 846,8 679,3 658,1 8.905,7
RECEITA ADMINISTRADA [A] 38.525,6 31.946,4 35.120,7 39.593,4 34.835,9 38.508,8 37.556,3 36.280,1 36.307,1 39.920,1 39.116,8 44.052,0 451.763,2
DEMAIS RECEITAS [B] 2.920,7 843,0 816,6 2.518,5 879,7 917,6 2.755,6 1.021,2 919,9 952,1 927,2 989,0 16.461,1
RECEITA TOTAL [C] = [A]+[B] 41.446,3 32.789,4 35.937,3 42.111,9 35.715,6 39.426,4 40.311,9 37.301,3 37.227,0 40.872,2 40.044,0 45.041,0 468.224,3
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
TRIBUTAçãO em rev i s ta 47
Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2006 - Preços correntes - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões
Tabela v-A
RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Imposto sobre a Importação - II 816,7 663,1 756,8 686,2 829,9 781,9 792,3 1.134,5 829,0 853,9 965,0 864,6 9.973,8
Imposto sobre a Exportação - IE 2,2 0,7 1,1 0,6 0,9 1,1 0,6 0,4 1,4 1,2 0,8 1,3 12,5
Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI
2.230,9 2.040,8 2.011,5 2.228,8 2.032,0 2.183,2 2.200,8 2.378,4 2.727,8 2.443,0 2.574,1 3.364,6 28.416,0
IPI-Fumo 218,6 202,0 182,8 218,1 175,3 187,4 192,2 188,7 221,3 195,6 207,8 206,8 2.396,5
IPI - Bebidas 253,4 217,4 184,2 199,5 175,1 188,6 193,7 189,2 319,6 203,8 216,9 278,0 2.619,4
IPI - Automóveis 287,5 343,7 305,2 376,4 310,1 350,4 366,3 358,6 373,1 374,4 374,1 471,9 4.291,7
IPI - Vinculado a Importação 453,5 361,7 488,5 424,5 510,7 503,5 501,8 632,3 545,9 558,8 606,8 592,6 6.180,5
IPI-Outros 1.017,9 916,0 850,8 1.010,4 860,9 953,4 946,9 1.009,6 1.267,9 1.110,4 1.168,6 1.815,3 12.927,9
Imposto sobre a Renda - IR 10.636,8 9.178,1 10.219,1 12.697,6 9.138,8 12.815,8 9.973,9 9.168,5 9.209,2 10.356,3 8.511,0 14.801,2 126.706,4
Pessoas Físicas - IRPF 335,3 323,1 356,7 2.205,7 1.022,3 853,1 739,3 696,5 663,8 430,8 398,2 477,5 8.502,3
Pessoas Jurídicas - IRPJ 5.709,7 4.655,8 5.081,8 5.606,2 3.514,3 4.698,6 5.186,1 3.744,5 4.349,4 5.609,4 3.540,3 3.600,7 55.296,8
Retido nas Fontes - IRRF 4.591,8 4.199,2 4.780,6 4.885,7 4.602,2 7.264,1 4.048,5 4.727,5 4.196,0 4.316,1 4.572,5 10.723,0 62.907,3
Rendimentos do Trabalho 1.907,3 2.554,7 3.049,3 2.783,2 2.682,7 1.489,8 2.231,8 2.786,2 1.809,5 1.700,6 2.631,1 4.232,7 29.858,7
Rendimentos do Capital 1.887,2 983,0 896,9 1.245,5 1.108,6 4.684,8 954,0 999,1 1.094,4 1.357,6 969,5 4.877,8 21.058,4
Remessas para o Exterior 573,6 347,3 520,8 468,6 491,2 688,6 477,2 543,7 811,9 886,9 593,4 1.007,7 7.411,0
Outros Rendimentos 223,7 314,2 313,6 388,4 319,7 400,9 385,5 398,5 480,3 371,0 378,5 604,9 4.579,3
Imposto s/ Operações Financeiras - IOF 494,7 526,6 488,5 581,1 527,2 579,2 579,2 555,0 625,1 584,3 573,5 669,8 6.784,0
Imposto Territorial Rural - ITR 8,8 7,6 7,7 7,8 8,5 7,6 6,0 11,1 182,8 37,2 30,7 27,3 343,0
Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF
2.407,3 2.309,2 2.645,2 2.667,2 2.469,1 2.597,1 2.776,0 2.604,2 2.836,7 2.733,8 2.755,4 3.286,5 32.087,5
Contrib.para a Seguridade Social/CO-FINS
8.054,3 6.690,1 6.775,2 7.002,6 7.329,5 7.416,1 7.009,4 7.868,1 8.248,3 7.728,5 8.038,6 8.080,4 90.241,0
Contribuição para o PIS-PASEP 2.100,4 1.783,4 1.869,2 1.922,3 1.971,6 1.982,0 1.976,3 1.990,4 2.139,1 2.019,4 2.068,9 2.143,0 23.965,9
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
3.050,4 2.133,9 2.242,7 2.772,1 1.922,9 2.095,3 2.765,2 1.888,6 2.318,6 2.984,2 1.947,2 1.869,8 27.991,0
CIDE - Combustíveis 627,2 590,9 570,6 706,6 647,7 640,4 634,0 637,7 702,0 691,9 702,1 665,8 7.816,8
Contribuição para o FUNDAF 26,4 17,5 39,8 19,8 26,7 28,2 24,1 30,4 33,5 30,0 31,0 40,0 347,3
Outras Receitas Administradas 350,9 267,6 289,3 223,2 329,0 331,0 317,7 483,8 461,4 482,2 410,8 374,3 4.321,2
RECEITA ADMINISTRADA [A] 30.807,0 26.209,4 27.916,5 31.515,9 27.233,6 31.458,6 29.055,5 28.751,1 30.314,7 30.946,0 28.609,2 36.188,7 359.006,3
DEMAIS RECEITAS [B] 2.630,8 959,0 857,2 3.019,1 1.061,5 1.024,3 3.098,9 1.038,4 1.513,4 3.264,7 889,3 913,4 20.269,9
TOTAL GERAL [C] =[A]+[B] 33.437,8 27.168,4 28.773,6 34.535,0 28.295,1 32.482,8 32.154,4 29.789,5 31.828,1 34.210,7 29.498,5 37.102,1 379.276,1
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
48 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2006 - Preços correntes - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões
Tabela v-b
RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Pensões Militares 123,9 100,1 100,2 100,1 100,1 100,0 100,1 110,4 110,4 110,2 83,4 137,7 1.276,5
Cota-Parte Adic. Frete Renov. M. Mercante
0,1 0,5 0,5 0,2 0,4 0,2 0,3 0,2 0,3 0,8 0,2 0,2 3,8
Cota-Parte - Compensações Financeiras 2.382,6 748,0 591,4 2.733,8 710,0 757,0 2.860,0 795,3 1.182,1 2.995,1 650,5 622,9 17.028,8
Recursos Hidricos - União 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Recursos Minerais / Outros - União 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Royalties Produção Petrõleo / Gás 563,4 55,9 282,0 311,0 343,6 366,6 331,8 382,9 366,4 329,5 313,0 298,6 3.944,8
Royalties Exced. Produção Petróleo / Gás 6,7 591,5 272,4 300,3 330,9 353,8 320,0 370,0 353,4 318,7 302,6 288,6 3.809,1
Particip. Especial Petróleo / Gás 1.779,0 65,9 0,0 2.088,4 0,0 0,0 2.172,0 7,2 426,1 2.310,9 0,0 0,4 8.849,8
Royalties / Indenizações Itaipu 33,5 34,8 37,0 34,2 35,5 36,6 36,2 35,2 36,1 36,0 34,9 35,2 425,1
Outras Compensações Financeiras 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Honorários Advocatícios - Dívida Ativa - PFN
27,3 27,8 76,7 107,6 117,2 61,1 28,8 25,5 107,6 44,6 44,0 39,2 707,4
Concessões e Permissões 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Outorga de Serviços de Telecomuni-cações
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Outras Concessões / Permissões 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Superavit Financeiro 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Participações e Dividendos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Rendas do S.P.U. 12,6 13,1 15,8 13,4 58,8 23,7 28,4 23,9 19,7 25,2 27,5 21,5 283,5
Custas Judiciais 3,6 3,5 4,7 3,6 4,7 4,6 4,0 4,5 4,5 4,8 -3,2 4,1 43,2
Taxas Fisc. Merc. Seg., Cap., Prev. P. Aberta
0,1 -0,0 -1,5 -0,1 -0,0 -0,0 0,0 -0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 -1,5
Taxas Fisc. Merc. de Tít.Vr. Mobiliários 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Outras Taxas 8,9 10,9 14,3 11,6 13,7 11,6 16,0 16,8 15,2 17,0 16,4 20,8 173,3
Outras Receitas 71,9 55,1 55,2 49,0 56,6 66,1 61,2 61,7 73,7 66,9 70,4 67,1 754,8
Eventuais 4,2 0,5 1,0 0,5 0,8 0,8 0,7 0,4 2,7 0,8 0,8 0,8 14,1
Restituições - Outras 4,3 1,6 -0,7 -0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 5,5
Restituições - Aviso MF 087/85 0,0 0,0 0,0 -0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1
Demais 63,4 53,0 54,9 48,4 55,7 65,3 60,5 61,2 71,0 66,0 69,5 66,3 735,2
DEMAIS RECEITAS 2.630,8 959,0 857,2 3.019,1 1.061,5 1.024,3 3.098,9 1.038,4 1.513,4 3.264,7 889,3 913,4 20.269,9
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
TRIBUTAçãO em rev i s ta 49
Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2007 - Preços correntes - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões
Tabela vI-A
RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Imposto sobre a Importação - II 923,2 802,7 1.004,7 896,5 1.004,9 904,9 990,4 1.174,9 1.034,9 1.237,0 1.197,4 1.044,9 12.216,3
Imposto sobre a Exportação - IE 1,6 3,4 6,7 4,4 9,6 3,7 10,6 1,3 1,1 2,5 12,1 5,5 62,6
Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI
2.294,3 2.200,5 2.093,9 2.485,2 2.416,1 2.661,2 2.533,0 2.769,8 3.001,8 3.092,9 3.053,7 3.273,3 31.875,7
IPI-Fumo 208,7 210,0 181,2 236,2 162,0 209,2 199,1 241,9 287,1 267,1 289,5 311,4 2.803,4
IPI - Bebidas 266,2 214,4 170,6 209,5 176,1 186,8 202,7 178,6 218,0 222,4 235,6 307,9 2.588,8
IPI - Automóveis 254,8 350,6 386,9 428,0 371,5 454,9 464,1 467,9 546,2 501,7 387,4 614,4 5.228,5
IPI - Vinculado a Importação 532,0 489,9 623,5 566,5 637,5 592,8 622,8 731,3 685,5 791,6 735,4 683,6 7.692,4
IPI-Outros 1.032,6 935,6 731,7 1.044,9 1.069,0 1.217,5 1.044,4 1.150,0 1.265,1 1.310,0 1.405,8 1.355,9 13.562,6
Imposto sobre a Renda - IR 12.649,9 10.527,8 12.463,5 14.478,4 11.062,7 13.393,2 11.661,4 9.983,4 9.765,7 12.673,8 11.977,3 17.376,8 148.013,7
Pessoas Físicas - IRPF 569,0 454,0 617,9 2.599,9 1.664,1 1.038,9 1.073,0 1.269,8 979,0 997,5 1.385,7 1.061,2 13.710,1
Pessoas Jurídicas - IRPJ 6.968,8 5.001,7 6.327,7 6.451,3 4.163,9 4.535,2 6.082,5 4.873,6 4.316,2 7.063,9 6.272,9 5.740,3 67.798,0
Retido nas Fontes - IRRF 5.112,1 5.072,1 5.517,9 5.427,2 5.234,6 7.819,1 4.505,9 3.840,0 4.470,5 4.612,3 4.318,7 10.575,2 66.505,7
Rendimentos do Trabalho 2.181,5 3.294,2 3.609,3 3.334,4 3.193,9 2.164,6 2.267,2 1.571,8 2.433,3 1.847,9 2.268,3 3.905,6 32.072,0
Rendimentos do Capital 1.907,2 935,1 931,9 1.128,3 1.130,5 4.610,2 1.116,7 1.150,9 1.040,0 1.364,5 1.156,0 5.017,0 21.488,2
Remessas para o Exterior 704,8 466,1 572,2 545,3 512,7 633,3 711,4 674,1 552,5 930,9 482,8 1.121,9 7.908,1
Outros Rendimentos 318,5 376,7 404,5 419,2 397,5 411,1 410,6 443,2 444,8 469,0 411,6 530,7 5.037,3
Imposto s/ Operações Financeiras - IOF 587,3 570,5 608,3 632,1 604,1 661,8 658,9 670,8 684,4 668,6 689,1 819,2 7.855,0
Imposto Territorial Rural - ITR 10,0 7,7 10,6 7,9 8,3 8,3 5,9 10,8 201,3 41,9 32,4 28,4 373,6
Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF
2.908,9 2.716,7 2.782,7 3.059,0 2.790,3 3.094,3 3.210,4 2.992,8 3.131,2 2.995,8 3.155,4 3.682,0 36.519,6
Contrib.para a Seguridade Social/CO-FINS
8.716,5 7.350,3 7.528,2 8.407,2 8.240,2 8.710,7 8.241,7 8.845,8 9.177,9 8.941,6 9.543,3 9.492,2 103.195,6
Contribuição para o PIS-PASEP 2.374,8 1.932,2 1.989,8 2.162,4 2.087,6 2.172,5 2.166,6 2.254,8 2.306,5 2.281,1 2.474,6 2.429,7 26.632,4
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
3.474,9 2.510,7 2.930,4 3.038,1 2.052,4 2.244,0 3.458,7 2.558,6 2.506,4 3.818,4 2.921,1 2.957,6 34.471,3
CIDE - Combustíveis 687,3 617,7 568,1 669,5 644,2 695,0 684,7 649,4 695,4 636,9 735,9 659,0 7.943,0
Contribuição para o FUNDAF 26,3 26,9 35,8 25,9 27,3 31,4 29,8 34,0 26,8 37,9 35,3 29,9 367,3
Outras Receitas Administradas 644,4 429,3 441,4 313,0 1.377,7 395,4 483,9 849,8 1.083,4 806,6 660,9 497,5 7.983,3
RECEITA ADMINISTRADA [A] 35.299,2 29.696,5 32.463,9 36.179,5 32.325,7 34.976,3 34.136,0 32.796,2 33.616,8 37.234,9 36.488,6 42.296,0 417.509,4
DEMAIS RECEITAS [B] 2.719,4 786,2 762,3 2.358,4 825,1 861,7 2.600,5 987,3 891,0 2.917,9 913,5 989,4 17.612,8
TOTAL GERAL [C] =[A]+[B] 38.018,6 30.482,7 33.226,2 38.537,8 33.150,8 35.838,0 36.736,5 33.783,5 34.507,7 40.152,8 37.402,1 43.285,4 435.122,2
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
50 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2007 - Preços correntes - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões
Tabela vI-b
RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Pensões Militares 55,8 56,1 29,0 29,0 29,0 28,9 0,4 0,4 0,3 0,1 0,1 0,1 229,1
Cota-Parte Adic. Frete Renov. M. Mercante 0,0
Cota-Parte - Compensações Financeiras 2.540,1 589,9 551,3 2.183,1 643,3 640,6 2.433,5 728,8 711,6 2.688,9 738,3 785,2 15.234,6
Recursos Hidricos - União 0,0
Recursos Minerais / Outros - União 0,0
Royalties Produção Petrõleo / Gás 325,8 281,9 260,7 306,7 308,5 308,5 317,4 353,9 344,7 339,8 359,8 383,4 3.891,2
Royalties Exced. Produção Petróleo / Gás 315,3 272,9 252,3 296,8 298,1 298,1 306,9 342,5 333,8 329,0 348,0 371,1 3.764,8
Particip. Especial Petróleo / Gás 1.864,0 0,0 0,0 1.545,9 0,1 0,0 1.778,0 0,0 0,0 1.989,1 0,0 0,0 7.177,1
Royalties / Indenizações Itaipu 35,0 35,2 38,3 33,6 36,5 34,0 31,2 32,4 33,2 31,0 30,5 30,6 401,5
Outras Compensações Financeiras 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Honorários Advocatícios - Dívida Ativa - PFN
26,8 40,1 47,1 33,4 35,1 34,9 35,9 108,3 47,7 90,3 44,2 62,5 606,5
Concessões e Permissões 27,6 26,9 26,2 27,6 26,9 27,8 27,4 28,3 27,0 30,6 26,1 32,1 334,5
Outorga de Serviços de Telecomunicações
27,6 26,9 26,2 27,6 26,9 27,8 27,4 28,3 27,0 30,6 26,1 32,1 334,5
Outras Concessões / Permissões 0,0
Superavit Financeiro 0,0
Participações e Dividendos 0,0
Rendas do S.P.U. 15,0 14,2 21,5 21,6 24,7 68,8 32,5 37,8 32,0 41,9 39,7 37,3 387,0
Custas Judiciais 3,9 3,9 5,5 5,1 7,0 5,2 5,8 6,5 5,2 6,2 5,9 7,2 67,6
Taxas Fisc. Merc. Seg., Cap., Prev. P. Aberta
0,0
Taxas Fisc. Merc. de Tít.Vr. Mobiliários 0,0
Outras Taxas 11,6 12,4 20,2 16,4 20,0 18,4 19,6 20,2 18,6 20,2 16,9 15,8 210,3
Outras Receitas 38,4 42,6 61,6 42,2 39,1 37,1 45,4 57,0 48,6 39,8 42,3 49,2 543,1
Eventuais 0,0
Restituições - Outras 0,0
Restituições - Aviso MF 087/85 0,0
Demais 38,4 42,6 61,6 42,2 39,1 37,1 45,4 57,0 48,6 39,8 42,3 49,2 543,1
DEMAIS RECEITAS 2.719,4 786,2 762,3 2.358,4 825,1 861,7 2.600,5 987,3 891,0 2.917,9 913,5 989,4 17.612,8
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
TRIBUTAçãO em rev i s ta 51
Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2006 - a preços de dez/2006 (IGP-DI) - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões
Tabela vII
RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Imposto sobre a Importação - II 908,1 737,8 845,8 766,8 923,8 864,6 874,6 1.247,2 909,2 929,0 1.044,0 932,9 10.983,8
Imposto sobre a Exportação - IE 2,4 0,8 1,2 0,7 1,0 1,2 0,7 0,5 1,5 1,3 0,9 1,4 13,6
Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI
2.480,7 2.270,6 2.248,2 2.490,5 2.262,0 2.414,2 2.429,5 2.614,9 2.991,9 2.657,8 2.784,7 3.630,2 31.275,2
IPI-Fumo 243,1 224,7 204,3 243,7 195,1 207,2 212,1 207,5 242,7 212,8 224,8 223,2 2.641,2
IPI - Bebidas 281,8 241,9 205,9 222,9 194,9 208,5 213,8 208,0 350,6 221,7 234,7 299,9 2.884,6
IPI - Automóveis 319,6 382,4 341,1 420,6 345,2 387,5 404,4 394,2 409,3 407,3 404,7 509,1 4.725,4
IPI - Vinculado a Importação 504,3 402,5 546,0 474,3 568,5 556,7 553,9 695,2 598,7 608,0 656,4 639,4 6.803,9
IPI-Outros 1.131,9 1.019,1 950,9 1.129,0 958,3 1.054,3 1.045,3 1.110,0 1.390,6 1.208,0 1.264,1 1.958,6 14.220,1
Imposto sobre a Renda - IR 11.827,5 10.211,7 11.421,4 14.188,6 10.173,3 14.171,5 11.010,2 10.079,9 10.100,4 11.267,3 9.207,1 15.970,3 139.629,2
Pessoas Físicas - IRPF 372,8 359,5 398,7 2.464,7 1.138,1 943,3 816,1 765,7 728,0 468,7 430,8 515,2 9.401,6
Pessoas Jurídicas - IRPJ 6.348,8 5.180,1 5.679,7 6.264,5 3.912,0 5.195,7 5.724,9 4.116,7 4.770,3 6.102,8 3.829,8 3.885,1 61.010,4
Retido nas Fontes - IRRF 5.105,9 4.672,1 5.343,0 5.459,4 5.123,2 8.032,5 4.469,2 5.197,5 4.602,1 4.695,8 4.946,5 11.570,0 69.217,2
Rendimentos do Trabalho 2.120,8 2.842,4 3.408,0 3.110,0 2.986,3 1.647,4 2.463,7 3.063,2 1.984,6 1.850,2 2.846,3 4.567,0 32.889,9
Rendimentos do Capital 2.098,5 1.093,7 1.002,4 1.391,8 1.234,1 5.180,4 1.053,1 1.098,4 1.200,3 1.477,0 1.048,8 5.263,1 23.141,6
Remessas para o Exterior 637,8 386,4 582,1 523,6 546,9 761,4 526,8 597,8 890,4 964,9 642,0 1.087,3 8.147,4
Outros Rendimentos 248,8 349,6 350,5 434,0 355,9 443,3 425,6 438,1 526,8 403,7 409,4 652,6 5.038,3
Imposto s/ Operações Financeiras - IOF 550,0 585,9 546,0 649,3 586,8 640,4 639,4 610,2 685,5 635,7 620,4 722,7 7.472,3
Imposto Territorial Rural - ITR 9,8 8,4 8,6 8,7 9,4 8,4 6,6 12,2 200,5 40,5 33,2 29,4 375,7
Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF
2.676,8 2.569,2 2.956,4 2.980,4 2.748,6 2.871,8 3.064,4 2.863,0 3.111,2 2.974,3 2.980,7 3.546,1 35.342,9
Contrib.para a Seguridade Social/CO-FINS
8.956,0 7.443,5 7.572,2 7.824,9 8.159,2 8.200,6 7.737,7 8.650,2 9.046,5 8.408,2 8.696,1 8.718,6 99.413,7
Contribuição para o PIS-PASEP 2.335,6 1.984,2 2.089,1 2.148,0 2.194,7 2.191,6 2.181,7 2.188,2 2.346,0 2.197,0 2.238,2 2.312,3 26.406,6
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
3.391,9 2.374,3 2.506,5 3.097,6 2.140,6 2.316,9 3.052,5 2.076,4 2.543,0 3.246,7 2.106,5 2.017,5 30.870,4
CIDE - Combustíveis 697,5 657,4 637,7 789,5 721,0 708,1 699,9 701,1 769,9 752,8 759,5 718,4 8.612,8
Contribuição para o FUNDAF 29,3 19,5 44,5 22,1 29,7 31,1 26,6 33,4 36,7 32,7 33,5 43,2 382,3
Outras Receitas Administradas 390,2 297,7 323,3 249,4 366,3 366,0 350,7 531,9 506,0 524,7 444,4 403,9 4.754,5
RECEITA ADMINISTRADA [A] 34.255,8 29.161,0 31.200,9 35.216,5 30.316,4 34.786,4 32.074,5 31.609,1 33.248,3 33.668,0 30.949,2 39.046,9 395.533,0
DEMAIS RECEITAS [B] 2.925,3 1.067,0 958,0 3.373,7 1.181,5 1.132,7 3.420,8 1.141,5 1.659,9 3.551,6 962,0 985,4 22.359,4
TOTAL GERAL [C] =[A]+[B] 37.181,1 30.228,0 32.158,9 38.590,2 31.497,9 35.919,1 35.495,3 32.750,6 34.908,2 37.219,6 31.911,2 40.032,3 417.892,4
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
52 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Arrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf2007 - a preços de dez/2007 (IGP-DI) - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões
Tabela vIII
RECEITAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Imposto sobre a Importação - II 991,8 860,4 1.074,5 957,5 1.071,6 962,5 1.049,5 1.227,9 1.069,0 1.268,4 1.215,0 1.044,9 12.793,0
Imposto sobre a Exportação - IE 1,7 3,6 7,2 4,7 10,3 3,9 11,2 1,4 1,2 2,6 12,3 5,5 65,6
Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI 2.465,0 2.358,7 2.239,5 2.654,3 2.576,3 2.830,4 2.684,1 2.894,8 3.101,0 3.171,3 3.098,6 3.273,2 33.347,2
IPI-Fumo 224,2 225,1 193,8 252,3 172,7 222,5 210,9 252,8 296,5 273,9 293,8 311,4 2.929,9
IPI - Bebidas 286,0 229,8 182,5 223,8 187,8 198,7 214,8 186,7 225,2 228,1 239,0 307,9 2.710,3
IPI - Automóveis 273,8 375,8 413,8 457,1 396,1 483,8 491,8 489,1 564,3 514,4 393,1 614,4 5.467,5
IPI - Vinculado a Importação 571,6 525,1 666,8 605,1 679,8 630,5 659,9 764,3 708,1 811,7 746,2 683,6 8.052,7
IPI-Outros 1.109,4 1.002,9 782,6 1.116,0 1.139,9 1.294,9 1.106,7 1.201,9 1.306,9 1.343,2 1.426,5 1.355,9 14.186,8
Imposto sobre a Renda - IR 13.590,6 11.284,7 13.330,3 15.463,6 11.796,7 14.244,7 12.357,1 10.434,1 10.088,5 12.995,1 12.153,3 17.376,7 155.115,4
Pessoas Físicas - IRPF 611,4 486,6 660,9 2.776,8 1.774,5 1.104,9 1.137,0 1.327,1 1.011,3 1.022,8 1.406,1 1.061,2 14.380,6
Pessoas Jurídicas - IRPJ 7.487,0 5.361,3 6.767,7 6.890,3 4.440,2 4.823,5 6.445,3 5.093,6 4.458,9 7.243,0 6.365,1 5.740,3 71.116,2
Retido nas Fontes - IRRF 5.492,2 5.436,8 5.901,7 5.796,5 5.582,0 8.316,3 4.774,8 4.013,4 4.618,3 4.729,3 4.382,1 10.575,2 69.618,6
Rendimentos do Trabalho 2.343,7 3.531,1 3.860,3 3.561,3 3.405,8 2.302,2 2.402,5 1.642,8 2.513,7 1.894,8 2.301,6 3.905,6 33.665,4
Rendimentos do Capital 2.049,0 1.002,3 996,7 1.205,1 1.205,5 4.903,3 1.183,3 1.202,8 1.074,4 1.399,1 1.173,0 5.017,0 22.411,5
Remessas para o Exterior 757,3 499,6 612,0 582,4 546,8 673,6 753,9 704,6 570,7 954,5 489,9 1.121,9 8.267,2
Outros Rendimentos 342,2 403,8 432,7 447,7 423,9 437,2 435,1 463,2 459,5 480,9 417,6 530,7 5.274,5
Imposto s/ Operações Financeiras - IOF 631,0 611,5 650,6 675,1 644,2 703,9 698,2 701,1 707,0 685,5 699,2 819,2 8.226,5
Imposto Territorial Rural - ITR 10,8 8,3 11,3 8,4 8,9 8,8 6,3 11,3 208,0 42,9 32,9 28,4 386,3
Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF
3.125,2 2.912,0 2.976,2 3.267,2 2.975,5 3.291,1 3.402,0 3.127,8 3.234,6 3.071,8 3.201,8 3.682,0 38.267,2
Contrib.para a Seguridade Social/COFINS 9.364,7 7.878,8 8.051,7 8.979,3 8.786,9 9.264,5 8.733,4 9.245,1 9.481,2 9.168,3 9.683,6 9.492,2 108.129,7
Contribuição para o PIS-PASEP 2.551,4 2.071,2 2.128,1 2.309,6 2.226,1 2.310,6 2.295,8 2.356,5 2.382,7 2.338,9 2.510,9 2.429,7 27.911,5
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 3.733,3 2.691,3 3.134,2 3.244,8 2.188,6 2.386,7 3.665,1 2.674,1 2.589,3 3.915,2 2.964,1 2.957,6 36.144,3
CIDE - Combustíveis 738,4 662,1 607,6 715,0 687,0 739,1 725,5 678,7 718,3 653,1 746,7 659,0 8.330,5
Contribuição para o FUNDAF 28,2 28,9 38,3 27,7 29,2 33,4 31,5 35,5 27,7 38,9 35,9 29,9 385,1
Outras Receitas Administradas 692,3 460,2 472,1 334,3 1.469,1 420,5 512,8 888,2 1.119,2 827,1 670,6 497,5 8.363,9
RECEITA ADMINISTRADA [A] 37.924,4 31.831,7 34.721,6 38.641,5 34.470,4 37.200,1 36.172,5 34.276,5 34.727,7 38.179,1 37.024,9 42.295,8 437.466,2
DEMAIS RECEITAS [B] 2.930,3 1.147,6 1.082,6 2.719,5 1.192,1 1.229,1 2.945,3 1.370,9 1.258,8 3.282,8 1.292,3 1.388,7 21.840,2
TOTAL GERAL [C] =[A]+[B] 40.854,7 32.979,3 35.804,2 41.361,0 35.662,5 38.429,2 39.117,8 35.647,4 35.986,5 41.461,9 38.317,2 43.684,5 459.306,4
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
TRIBUTAçãO em rev i s ta 53
Tabela IxArrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf
Janeiro a dezembro (a preços de dez/2007 - IGP-DI - R$ Milhões) - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões
RECEITAS 1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE 4º TRIMESTRE
2006 2007 +/- % 2006 2007 +/- % 2006 2007 +/- % 2006 2007 +/- %
Imposto sobre a Importação - II 2.491,7 2.926,7 17,46 2.555,2 2.991,6 17,08 3.031,0 3.346,4 10,41 2.905,9 3.528,3 21,42
Imposto sobre a Exportação - IE 4,4 12,5 184,09 2,9 18,9 551,72 2,7 13,8 411,11 3,6 20,4 466,67
Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI 6.999,5 7.063,2 0,91 7.166,7 8.061,0 12,48 8.036,3 8.679,9 8,01 9.072,7 9.543,1 5,18
IPI-Fumo 672,1 643,1 -4,31 646,0 647,5 0,23 662,3 760,2 14,78 660,8 879,1 33,04
IPI - Bebidas 729,6 698,3 -4,29 626,3 610,3 -2,55 772,4 626,7 -18,86 756,3 775,0 2,47
IPI - Automóveis 1.043,1 1.063,4 1,95 1.153,3 1.337,0 15,93 1.207,9 1.545,2 27,92 1.321,1 1.521,9 15,20
IPI - Vinculado a Importação 1.452,8 1.763,5 21,39 1.599,5 1.915,4 19,75 1.847,8 2.132,3 15,40 1.903,8 2.241,5 17,74
IPI-Outros 3.101,9 2.894,9 -6,67 3.141,6 3.550,8 13,03 3.545,9 3.615,5 1,96 4.430,7 4.125,6 -6,89
Imposto sobre a Renda - IR 33.460,6 38.205,6 14,18 38.533,4 41.505,0 7,71 31.190,5 32.879,7 5,42 36.444,7 42.525,1 16,68
Pessoas Físicas - IRPF 1.131,0 1.758,9 55,52 4.546,1 5.656,2 24,42 2.309,8 3.475,4 50,46 1.414,7 3.490,1 146,70
Pessoas Jurídicas - IRPJ 17.208,6 19.616,0 13,99 15.372,2 16.154,0 5,09 14.611,9 15.997,8 9,48 13.817,7 19.348,4 40,03
Retido nas Fontes - IRRF 15.121,0 16.830,7 11,31 18.615,1 19.694,8 5,80 14.268,8 13.406,5 -6,04 21.212,3 19.686,6 -7,19
Rendimentos do Trabalho 8.371,2 9.735,1 16,29 7.743,7 9.269,3 19,70 7.511,5 6.559,0 -12,68 9.263,5 8.102,0 -12,54
Rendimentos do Capital 4.194,6 4.048,0 -3,49 7.806,3 7.313,9 -6,31 3.351,8 3.460,5 3,24 7.788,9 7.589,1 -2,57
Remessas para o Exterior 1.606,3 1.868,9 16,35 1.831,9 1.802,8 -1,59 2.015,0 2.029,2 0,70 2.694,2 2.566,3 -4,75
Outros Rendimentos 948,9 1.178,7 24,22 1.233,2 1.308,8 6,13 1.390,5 1.357,8 -2,35 1.465,7 1.429,2 -2,49
Imposto s/ Operações Financeiras - IOF 1.681,9 1.893,1 12,56 1.876,5 2.023,2 7,82 1.935,1 2.106,3 8,85 1.978,8 2.203,9 11,38
Imposto Territorial Rural - ITR 26,8 30,4 13,43 26,5 26,1 -1,51 219,3 225,6 2,87 103,1 104,2 1,07
Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF
8.202,4 9.013,4 9,89 8.600,8 9.533,8 10,85 9.038,6 9.764,4 8,03 9.501,1 9.955,6 4,78
Contrib.para a Seguridade Social/CO-FINS
23.971,7 25.295,2 5,52 24.184,7 27.030,7 11,77 25.434,4 27.459,7 7,96 25.822,9 28.344,1 9,76
Contribuição para o PIS-PASEP 6.408,9 6.750,7 5,33 6.534,3 6.846,3 4,77 6.715,9 7.035,0 4,75 6.747,5 7.279,5 7,88
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
8.272,7 9.558,8 15,55 7.555,1 7.820,1 3,51 7.671,9 8.928,5 16,38 7.370,7 9.836,9 33,46
CIDE - Combustíveis 1.992,6 2.008,1 0,78 2.218,6 2.141,1 -3,49 2.170,9 2.122,5 -2,23 2.230,7 2.058,8 -7,71
Contribuição para o FUNDAF 93,3 95,4 2,25 82,9 90,3 8,93 96,7 94,7 -2,07 109,4 104,7 -4,30
Outras Receitas Administradas 1.011,2 1.624,6 60,66 981,7 2.223,9 126,54 1.388,6 2.520,2 81,49 1.373,0 1.995,2 45,32
RECEITA ADMINISTRADA [A] 94.617,7 104.477,7 10,42 100.319,3 110.312,0 9,96 96.931,9 105.176,7 8,51 103.664,1 117.499,8 13,35
DEMAIS RECEITAS [B] 4.950,3 5.160,5 4,25 5.687,9 5.140,8 -9,62 6.222,2 5.575,0 -10,40 5.499,0 5.963,8 8,45
TOTAL GERAL [C] =[A]+[B] 99.568,0 109.638,2 10,11 106.007,2 115.452,8 8,91 103.154,1 110.751,7 7,37 109.163,1 123.463,6 13,10
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
54 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Tabela xArrecadação dos Impostos e contribuições federais Administrados pela sRf
Janeiro a dezembro (a preços de dez/2007 - IGP-DI - R$ Milhões) - Receita Líquida de Restituições - R$ milhões
RECEITAS 2006 2007 2006/2007
Valor % nas Rec.Admin.
% nas Rec.Totais
Valor % nas Rec.Admin.
% nas Rec.Totais
+/-%
Imposto sobre a Importação - II 10.983,8 2,78 2,63 12.793,0 2,92 2,79 16,47
Imposto sobre a Exportação - IE 13,6 0,00 0,00 65,6 0,02 0,01 382,35
Imposto s/ Produtos Industrializados - IPI 31.275,2 7,91 7,48 33.347,2 7,62 7,26 6,63
IPI-Fumo 2.641,2 0,67 0,63 2.929,9 0,67 0,64 10,93
IPI - Bebidas 2.884,6 0,73 0,69 2.710,3 0,62 0,59 -6,04
IPI - Automóveis 4.725,4 1,19 1,13 5.467,5 1,25 1,19 15,70
IPI - Vinculado a Importação 6.803,9 1,72 1,63 8.052,7 1,84 1,75 18,35
IPI - Outros 14.220,1 3,60 3,40 14.186,8 3,24 3,09 -0,23
Imposto sobre a Renda - IR 139.629,2 35,30 33,41 155.115,4 35,46 33,77 11,09
Pessoas Físicas - IRPF 9.401,6 2,38 2,25 14.380,6 3,29 3,13 52,96
Pessoas Jurídicas - IRPJ 61.010,4 15,42 14,60 71.116,2 16,26 15,48 16,56
Retido nas Fontes - IRRF 69.217,2 17,50 16,56 69.618,6 15,91 15,16 0,58
Rendimentos do Trabalho 32.889,9 8,32 7,87 33.665,4 7,70 7,33 2,36
Rendimentos do Capital 23.141,6 5,85 5,54 22.411,5 5,12 4,88 -3,15
Remessas para o Exterior 8.147,4 2,06 1,95 8.267,2 1,89 1,80 1,47
Outros Rendimentos 5.038,3 1,27 1,21 5.274,5 1,21 1,15 4,69
Imposto s/ Operações Financeiras - IOF 7.472,3 1,89 1,79 8.226,5 1,88 1,79 10,09
Imposto Territorial Rural - ITR 375,7 0,09 0,09 386,3 0,09 0,08 2,82
Contrib. Provisória s/ Movim. Financ. - CPMF 35.342,9 8,94 8,46 38.267,2 8,75 8,33 8,27
Contrib. para a Seguridade Social/COFINS 99.413,7 25,13 23,79 108.129,7 24,72 23,54 8,77
Contribuição para o PIS-PASEP 26.406,6 6,68 6,32 27.911,5 6,38 6,08 5,70
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 30.870,4 7,80 7,39 36.144,3 8,26 7,87 17,08
CIDE - Combustíveis 8.612,8 2,18 2,06 8.330,5 1,90 1,81 -3,28
Contribuição para o FUNDAF 382,3 0,01 0,09 385,1 0,09 0,08 0,73
Outras Receitas Administradas 4.754,5 1,20 1,14 8.363,9 1,91 1,82 75,92
RECEITA ADMINISTRADA [A] 395.533,0 100,00 94,65 437.466,2 100,00 95,24 10,60
DEMAIS RECEITAS [B] 22.359,4 - 5,35 21.840,2 - 4,76 -2,32
TOTAL GERAL [C] =[A]+[B] 417.892,4 - 100,00 459.306,4 - 100,00 9,91
Fonte: SRF - Coordenação-Geral de Política Tributária
TRIBUTAçãO em rev i s ta 55
RECEITAS PREVISãO INICIAL
PREVISãOATUALIZADA
(a)
RECEITAS REALIZADAS SALDO AREALIZAR
(a-b)(b) % (b/a)
RECEITAS (Exceto Intra-Orçamentárias) (I) 870.392.236 870.758.247 864.829.047 99,32 5.929.200
RECEITAS CORRENTES 658.799.139 659.158.017 658.884.417 99,96 273.601
RECEITA TRIBUTARIA 201.070.003 201.089.203 199.600.618 99,26 1.488.585
Impostos 197.217.866 197.217.866 195.546.271 99,15 1.671.595
Taxas 3.852.136 3.871.336 4.054.347 104,73 (183.010)
RECEITA DE CONTRIBUICOES 371.260.748 371.312.668 364.728.144 98,23 6.584.525
Contribuições Sociais 359.181.785 359.233.705 352.482.489 98,12 6.751.217
Contribuições Econômicas 12.078.963 12.078.963 12.245.655 101,38 (166.692)
RECEITA PATRIMONIAL 43.917.223 43.917.223 34.851.252 79,36 9.065.971
Receitas Imobiliárias 432.958 432.958 481.052 111,11 (48.094)
Receitas de Valores Mobiliários 19.153.560 19.153.560 15.276.402 79,76 3.877.158
Receita de Concessões e Permissões 3.618.439 3.618.439 2.054.730 56,79 1.563.708
Compensações Financeiras 20.692.586 20.692.586 17.025.681 82,28 3.666.905
Outras Receitas Patrimoniais 19.681 19.681 13.387 68,02 6.294
RECEITA AGROPECUARIA 26.540 26.540 19.662 74,09 6.878
Receita da Produção Vegetal 19.175 19.175 11.320 59,03 7.855
Receita da Produção Animal e Derivados 7.328 7.328 8.315 113,47 (987)
Outras Receitas Agropecuárias 37 37 28 74,44 10
RECEITA INDUSTRIAL 687.611 670.611 380.182 56,69 290.429
Receita da Indústria de Transformação 687.611 670.611 380.182 56,69 290.429
Receita da Indústria de Construção 0 0 0 0,00 0
RECEITA DE SERVICOS 25.941.511 25.917.664 27.252.414 105,15 (1.334.750)
TRANSFERENCIAS CORRENTES 327.560 328.604 205.827 62,64 122.777
Transferências Intergovernamentais 35 35 0 0,00 35
Transferências de Instituições Privadas 64.470 64.470 65.331 101,34 (861)
Transferências do Exterior 132.319 132.319 28.139 21,27 104.181
Transferências de Pessoas 866 866 471 54,35 396
Transferências de Convênios 129.270 130.315 111.356 85,45 18.959
Transferências para o Combate à Fome 599 599 531 88,69 68
RECEITAS CORRENTES A CLASSIFICAR 0 0 0 0,00 0
OUTRAS RECEITAS CORRENTES 15.567.944 15.895.505 31.846.318 200,35 (15.950.813)
Multas e Juros de Mora 9.125.358 9.125.358 13.454.496 147,44 (4.329.138)
Indenizações e Restituições 1.088.122 1.206.914 2.532.849 209,86 (1.325.935)
Receita da Dívida Ativa 1.111.251 1.111.251 3.564.714 320,78 (2.453.463)
Receitas Correntes Diversas¹ 4.243.214 4.451.983 12.294.260 276,15 (7.842.277)
RECEITAS DE CAPITAL 211.593.097 211.600.230 205.944.630 97,33 5.655.600
OPERAçÕES DE CRÉDITO 155.080.999 155.088.132 156.523.727 100,93 (1.435.595)
Operações de Crédito Internas 151.044.971 151.044.971 155.644.683 103,05 (4.599.711)
Operações de Crédito Externas 4.036.028 4.043.161 879.045 21,74 3.164.116
ALIENACAO DE BENS 2.405.529 2.405.529 1.376.866 57,24 1.028.663
Alienação de Bens Móveis 2.307.805 2.307.805 1.293.284 56,04 1.014.521
Alienação de Bens Imóveis 97.724 97.724 83.582 85,53 14.142
Tabela xI-Abalanço Orçamentário
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007/bimestre nov-dez – R$ milhões
RREO - Anexo I (LRF, art. 52, inciso I, alíneas “a” e “b” do inciso II e § 1º)
(continua...)
56 TRIBUTAçãO em rev i s ta
AMORTIZAçÕES DE EMPRÉSTIMOS 20.547.145 20.547.145 21.271.664 103,53 (724.519)
TRANSFERENCIAS DE CAPITAL 88.069 88.069 467.770 531,14 (379.701)
Transferências Intergovernamentais 0 0 0 0,00 0
Transferências de Instituições Privadas 0 0 0 0,00 0
Transferências do Exterior 15.504 15.504 0 0,00 15.504
Transferências de Pessoas 0 0 527 0,00 (527)
Transferência de Outras Instituições Públicas 0 0 419.120 0,00 (419.120)
Transferências de Convênios 72.565 72.565 48.123 66,32 24.442
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL 33.471.355 33.471.355 26.304.603 78,59 7.166.751
Resultado do Banco Central do Brasil 4.852.000 4.852.000 0 0,00 4.852.000
Remuneração das Disponibilidades 28.617.817 28.617.817 26.300.302 91,90 2.317.515
Proveniente da Execução de Garantias 0 0 0 0,00 0
Saldo de Exercícios Anteriores 0 0 0 0,00 0
Receitas de Capital Diversas² 1.538 1.538 4.301 279,74 (2.764)
FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC
balanço OrçamentárioOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007/bimestre nov-dez – R$ milhões
Tabela xI-A (continuação)
RECEITAS PREVISãO INICIAL
PREVISãOATUALIZADA
(a)
RECEITAS REALIZADAS SALDO AREALIZAR
(a-b)(b) % (b/a)
RREO - Anexo I (LRF, art. 52, inciso I, alíneas “a” e “b” do inciso II e § 1º)
TRIBUTAçãO em rev i s ta 57
balanço OrçamentárioOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007/bimestre nov-dez – R$ milhões
Tabela xI-b
RREO - Anexo I (LRF, art. 52, inciso I, alíneas “a” e “b” do inciso II e § 1º)
RECEITAS PREVISãO INICIAL
PREVISãOATUALIZADA
(a)
RECEITAS REALIZADAS SALDO AREALIZAR
(a-b)Até o Bimestre(b)
%(b/a)
RECEITAS (Intra-Orçamentárias) (II) 0 0 8.281.669 0,00 (8.281.669)
RECEITAS CORRENTES 0 0 8.281.669 0,00 (8.281.669)
RECEITA TRIBUTARIA 0 0 (318) 0,00 318
Impostos 0 0 (479) 0,00 479
Taxas 0 0 161 0,00 (161)
RECEITA DE CONTRIBUICOES 0 0 8.079.066 0,00 (8.079.066)
Contribuições Sociais 0 0 8.079.066 0,00 (8.079.066)
RECEITA PATRIMONIAL 0 0 35.400 0,00 (35.400)
Receitas Imobiliárias 0 0 550 0,00 (550)
Receitas de Valores Mobiliários 0 0 34.781 0,00 (34.781)
Receita de Concessões e Permissões 0 0 69 0,00 (69)
Compensações Financeiras 0 0 0 0,00 0
RECEITA INDUSTRIAL 0 0 124.255 0,00 (124.255)
Receita da Indústria de Transformação 0 0 124.255 0,00 (124.255)
RECEITA DE SERVICOS 0 0 41.287 0,00 (41.287)
OUTRAS RECEITAS CORRENTES 0 0 1.980 0,00 (1.980)
Multas e Juros de Mora 0 0 (1.650) 0,00 1.650
Indenizações e Restituições 0 0 1.971 0,00 (1.971)
Receitas Correntes Diversas¹ 0 0 1.658 0,00 (1.658)
SUBTOTAL DAS RECEITAS (III) = (I + II) 870.392.236 870.758.247 873.110.716 100,27 (2.352.469)
OPERAçÕES DE CRÉDITO - REFINANCIAMENTO (IV) 655.751.151 655.751.151 378.715.865 57,75 277.035.286
Operações de Crédito Internas 655.751.151 655.751.151 372.423.612 56,79 283.327.538
Mobiliária 655.751.151 655.751.151 372.423.612 56,79 283.327.538
Operações de Crédito Externas 0 0 6.292.252 0,00 (6.292.252)
Mobiliária 0 0 6.292.252 0,00 (6.292.252)
SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (V) = (III + IV) 1.526.143.386 1.526.509.397 1.251.826.581 82,01 274.682.817
DÉFICIT (VI) - - - - -
TOTAL (VII) = (V + VI) 1.526.143.386 1.526.509.397 1.251.826.581 82,01 274.682.817
SALDO DE EXERCÍCIOS ANTERIORES - - 108.453.336 - -
¹ Nas Receitas Correntes Diversas estão incluídas as Receitas Correntes a Classificar.
² Nas Receitas de Capital Diversas estão incluídas Outras Receitas.
FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC
58 TRIBUTAçãO em rev i s ta
DESPESAS DOTAçãOINICIAL
(c)
CRÉDITOSADICIONAIS
(d)
DOTAçãOATUALIZADA
(e)=(c+d)
DESPESAS EMPENHADAS
DESPESAS EXECUTADAS SALDO AEXECUTAR
(e-(g+h))
(f) (g) INSCRITAS EM RESTOS A PAGAR NãO
PROCESSADOS (h)
%i=(g+h)/e)
DESPESAS (Exceto Intra-Orçamentárias) (VIII) 891.761.491 37.915.417 929.676.908 838.505.253 790.710.476 47.793.543 90,19 91.172.889
DESPESAS CORRENTES 697.858.976 18.195.142 716.054.118 677.477.295 657.267.239 20.208.836 94,61 38.578.043
PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS 118.733.836 614.416 119.348.252 117.831.855 116.668.822 1.162.709 98,73 1.516.720
JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA 165.867.305 2.315.777 168.183.082 140.311.784 140.078.870 232.914 83,43 27.871.298
OUTRAS DESPESAS CORRENTES 413.257.836 15.264.949 428.522.785 419.333.655 400.519.548 18.813.212 97,86 9.190.025
Transferência a Estados, DF e Municípios 140.249.159 5.065.056 145.314.215 144.368.146 136.429.677 7.938.173 99,35 946.365
Benefícios Previdenciários 176.658.993 1.312.237 177.971.231 177.696.340 177.696.332 8 99,85 274.891
Demais Despesas Correntes 96.349.683 8.887.656 105.237.339 97.269.169 86.393.539 10.875.031 92,43 7.968.769
DESPESAS DE CAPITAL 168.193.962 22.116.293 190.310.255 161.027.958 133.443.236 27.584.708 84,61 29.282.311
INVESTIMENTOS 27.319.323 14.733.305 42.052.628 34.013.739 10.003.517 24.010.211 80,88 8.038.900
INVERSÕES FINANCEIRAS 31.510.883 7.172.924 38.683.807 29.920.897 26.581.719 3.339.175 77,35 8.762.913
AMORTIZAçãO DA DÍVIDA 109.363.756 210.063 109.573.820 97.093.322 96.858.000 235.322 88,61 12.480.498
RESERVA DE CONTINGÊNCIA 25.708.553 (2.396.018) 23.312.535 0 0 0 0,00 23.312.535
DESPESAS (Intra-Orçamentárias) (IX) 10.929.915 82.731 11.012.646 10.510.477 9.986.411 524.066 95,44 502.170
DESPESAS CORRENTES 9.983.568 148.216 10.131.784 9.631.524 9.331.510 300.013 95,06 500.262
PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS 9.331.780 148.182 9.479.962 9.046.233 8.900.415 145.817 95,42 433.729
JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA 0 0 0 0 0 0,00 0
OUTRAS DESPESAS CORRENTES 651.788 35 651.823 585.291 431.095 154.196 89,79 66.532
Benefícios Previdenciários 0 0 0 0 0 0,00 0
Demais Despesas Correntes 651.788 35 651.823 585.291 431.095 154.196 89,79 66.532
DESPESAS DE CAPITAL 946.347 (65.486) 880.861 878.953 654.901 224.053 99,78 1.908
INVESTIMENTOS 15.564 (350) 15.214 13.388 8.758 4.630 88,00 1.826
INVERSÕES FINANCEIRAS 930.783 (65.136) 865.647 865.565 646.143 219.422 99,99 82
AMORTIZAçãO DA DÍVIDA 0 0 0 0 0 0,00 0
RESERVA DE CONTINGÊNCIA 0 0 0 0 0 0,00 0
SUBTOTAL DAS DESPESAS (X) = (VIII + IX) 902.691.406 37.998.147 940.689.553 849.015.730 800.696.886 48.317.609 90,25 91.675.058
AMORTIZAçãO DA DÍVIDA - REFINANCIAMENTO (XI)
623.451.680 0 623.451.680 374.783.316 374.783.316 0 60,11 248.668.364
Amortização da Dívida Interna 592.991.523 0 592.991.523 357.329.671 357.329.671 0 60,26 235.661.852
Dívida Mobiliária 592.990.520 0 592.990.520 357.328.741 357.328.741 0 60,26 235.661.779
Outras Dívidas 1.003 0 1.003 930 930 0 92,73 73
Amortização da Dívida Externa 30.460.157 0 30.460.157 17.453.645 17.453.645 0 57,30 13.006.512
Dívida Mobiliária 27.914.234 0 27.914.234 17.282.733 17.282.733 0 61,91 10.631.501
Outras Dívidas 2.545.923 0 2.545.923 170.912 170.912 0 6,71 2.375.011
SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (XII) = (X + XI)
1.526.143.086 37.998.147 1.564.141.233 1.223.799.046 1.175.480.202 48.317.609 78,24 340.343.422
SUPERÁVIT (XIII) - - - - 28.028.769 - - -
TOTAL (XIV) = (XII + XIII) 1.526.143.086 37.998.147 1.564.141.233 1.223.799.046 1.203.508.972 48.317.609 - 340.343.422
balanço OrçamentárioOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007/bimestre nov-dez – R$ milhões
Tabela xI-c/D
RREO - Anexo I (LRF, art. 52, inciso I, alíneas “a” e “b” do inciso II e § 1º)
Nota: Durante o exercício, somente as despesas liquidadas são consideradas executadas. No encerramento do exercício, as despesas não liquidadas inscritas em restos a pagar não processados são também consideradas executadas. Dessa forma, para maior transparência, as despesas executadas estão segregadas em: . a) Despesas liquidadas, consideradas aquelas em que houve a entrega do material ou serviço, nos termos do art. 63 da Lei 4.320/64; . b) Despesas empenhadas mas não liquidadas, inscritas em restos a pagar não processados, consideradas liquidadas no encerramento do exercício, por força do art.35, inciso II da Lei 4.320/64.
FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC
TRIBUTAçãO em rev i s ta 59
Tabela xII
RECEITAS PREVISãOINICIAL (a)
PREVISãOATUALIZADA (b)
RECEITAS REALIZADAS SALDOA REALIZAR
(b-c)Valor (c) % (c/b)
OPERAçÕES DE CRÉDITO (I) 810.832.150 810.839.282 535.239.592 66,0 275.599.691
Refinanciamento da Dívida Mobiliária e Outras Dívidas (II)
655.751.151 655.751.151 378.715.865 57,8 277.035.286
Outras Operações de Crédito 155.080.999 155.088.132 156.523.727 100,9 (1.435.595)
Participação Percentual (II / I) 80,9 80,9 70,8 - 100,5
DESPESAS DOTAçãOINICIAL (d)
DOTAçãOATUALIZADA (e)
DESPESASEMPENHADAS (f)
DESPESAS EXECUTADAS SALDO
LIQUIDADAS(g)
INSCRITAS EM RESTOS A PAGAR
NãO PROCESSADOS (h)
%((g+h)/e)
A LIQUIDAR(e-(g+h))
AMORTIZAçãO DA DÍVIDA (III) 732.815.437 733.025.500 471.876.638 471.641.316 235.322 64,4 261.148.862
Refinanciamento (IV) 623.451.680 623.451.680 374.783.316 374.783.316 0 60,1 248.668.364
Refinanciamento da Dívida Mobiliária
620.904.754 620.904.754 374.611.474 374.611.474 0 60,3 246.293.281
Interna 592.990.520 592.990.520 357.328.741 357.328.741 0 60,3 235.661.779
Externa 27.914.234 27.914.234 17.282.733 17.282.733 0 61,9 10.631.501
Refinanciamento da Dívida Contratual
2.546.926 2.546.926 171.843 171.843 0 6,7 2.375.084
Interna 1.003 1.003 930 930 0 92,7 73
Externa 2.545.923 2.545.923 170.912 170.912 0 6,7 2.375.011
Outras Amortizações 109.363.756 109.573.820 97.093.322 96.858.000 235.322 88,6 12.480.498
Participação Percentual (IV / III) 85,1 85,1 79,4 79,4 - 95,2
Demonstrativo das Receitas e Despesas de Refinanciamento da Dívida PúblicaOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007 – R$ milhões
FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC
60 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Tabela xIIIDemonstrativo das Despesas da união por Poder e Órgão
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007 – R$ milhões
PODER / ORGãO(Despesas Exceto Intra-Orçamentárias)
DOTAçãOINICIAL
(a)
DOTAçãOATUALIZADA
(b)
DESPESAEMPENHADA
(c)
DESPESAS EXECUTADAS VALORESPAGOS
(f)LIQUIDADAS(d)
INSCRITAS EMRESTOS A PAGAR
NãO PROCESSADOS (e)
% ((d+e)/total (d+e))
%((d+e)/b)
LEGISLATIVO 6.539.080 6.588.480 6.178.057 5.717.578 460.479 0,7 93,8 5.686.438
Câmara dos Deputados 3.092.530 3.092.530 2.881.737 2.540.819 340.918 0,3 93,2 2.509.878
Senado Federal 2.474.525 2.524.525 2.334.809 2.263.898 70.911 0,3 92,5 2.263.712
Tribunal de Contas da União 972.025 971.425 961.510 912.861 48.650 0,1 99,0 912.848
JUDICIÁRIO 21.029.013 20.976.139 26.456.801 24.767.331 1.689.468 3,2 126,1 24.735.312
Supremo Tribunal Federal 419.033 437.533 428.300 330.068 98.232 0,1 97,9 325.242
Superior Tribunal de Justiça 813.754 782.978 780.049 644.938 135.111 0,1 99,6 642.267
Justiça Federal 7.548.802 7.331.521 12.759.708 11.942.292 817.415 1,5 174,0 11.938.520
Justiça Militar 242.785 253.554 243.818 237.057 6.762 0,0 96,2 236.967
Justiça Eleitoral 2.905.162 3.008.472 2.927.402 2.728.863 198.539 0,3 97,3 2.722.613
Justiça do Trabalho 8.067.259 8.127.020 8.284.403 7.929.909 354.494 1,0 101,9 7.923.740
Justiça do Distrito Federal e Territórios 1.032.218 1.035.061 1.033.121 954.205 78.916 0,1 99,8 945.964
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIãO 2.602.646 2.612.240 2.360.268 2.092.561 267.708 0,3 90,4 2.091.262
EXECUTIVO 861.590.752 899.500.048 803.510.127 758.133.007 45.375.889 95,8 89,3 754.647.400
Presidência da República 3.312.882 4.389.839 3.404.938 2.961.095 443.841 0,4 77,6 2.777.553
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
5.099.093 4.277.881 3.444.006 2.619.702 824.303 0,4 80,5 2.616.658
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
8.397.767 8.631.770 6.378.332 5.837.825 540.047 0,8 73,9 5.768.672
Ministério da Ciência e Tecnologia 5.119.619 5.364.990 4.347.030 3.454.014 893.016 0,5 81,0 3.291.822
Ministério da Fazenda 400.070.806 411.796.697 356.460.878 348.569.239 7.891.638 42,5 86,6 348.500.747
Ministério da Educação 30.378.274 32.275.025 32.712.014 29.800.525 2.911.130 3,9 101,4 27.758.288
Ministério do Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio
1.958.812 2.861.771 2.556.877 2.491.237 65.641 0,3 89,3 2.210.149
Ministério da Justiça 6.300.729 7.093.422 6.418.544 5.807.673 610.862 0,8 90,5 5.759.108
Ministério de Minas e Energia 18.476.646 18.570.063 14.031.306 11.602.882 2.428.413 1,7 75,6 11.596.995
Ministério da Previdência Social 189.773.341 192.429.370 200.321.540 200.003.808 317.730 23,9 104,1 199.966.741
Ministério das Relações Exteriores 1.848.229 1.867.826 1.572.702 1.556.440 16.262 0,2 84,2 1.556.114
Ministério da Saúde 48.866.371 52.138.626 47.381.677 42.080.313 5.301.360 5,7 90,9 42.017.667
Ministério do Trabalho e Emprego 35.114.456 36.162.316 30.661.816 29.537.013 1.124.803 3,7 84,8 29.534.112
Ministério dos Transportes 11.784.826 15.384.083 13.085.924 7.125.494 5.960.423 1,6 85,1 7.022.997
Ministério das Comunicações 4.556.258 4.887.335 1.560.669 1.146.728 413.941 0,2 31,9 1.136.913
Ministério da Cultura 887.111 1.059.363 793.863 487.530 306.332 0,1 74,9 479.355
Ministério do Meio Ambiente 2.638.227 2.698.280 1.329.336 1.233.828 95.509 0,2 49,3 1.233.525
Ministério do Desenvolvimento Agrário 4.646.631 5.480.220 4.969.668 3.667.530 1.302.123 0,6 90,7 3.660.774
Ministério do Esporte 973.295 1.630.976 1.444.019 787.408 656.342 0,2 88,5 787.398
Ministério da Defesa 39.865.600 41.452.000 40.424.549 37.923.058 2.501.445 4,8 97,5 37.844.628
Ministério da Integração Nacional 10.096.077 12.717.778 10.013.442 6.084.644 3.928.755 1,2 78,7 6.045.789
Ministério do Turismo 1.815.964 2.116.619 1.794.845 623.111 1.171.734 0,2 84,8 618.424
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
24.311.766 24.859.237 11.043.160 10.969.122 74.038 1,3 44,4 10.828.169
Ministério das Cidades 5.297.974 9.354.564 7.358.992 1.762.790 5.596.202 0,9 78,7 1.634.804
TOTAL (Despesas Exceto Intra-Orça-mentárias)
891.761.491 929.676.908 838.505.253 838.504.019 100,0 90,2 787.160.412
FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC
TRIBUTAçãO em rev i s ta 61
Tabela xIII-bDemonstrativo das Despesas da união por Poder e Órgão
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Jan-Dez. de 2007 – R$ milhões
PODER / ORGãO(Despesas Intra-Orçamentárias)
DOTAçãOINICIAL
(a)
DOTAçãOATUALIZADA
(b)
DESPESAEMPENHADA
(c)
DESPESAS EXECUTADAS VALORESPAGOS
(e)LIQUIDADAS(d)
INSCRITAS EMRESTOS A PAGAR
NãO PROCES-SADOS (e)
% ((d+e)/total (d+e))
%((d+e)/b)
LEGISLATIVO 623.003 623.603 589.670 564.867 24.804 5,4 90,6 524.610
Câmara dos Deputados 295.074 295.074 261.184 237.270 23.915 2,3 80,4 217.993
Senado Federal 230.217 230.217 230.174 229.719 454 2,2 99,8 218.831
Tribunal de Contas da União 97.712 98.312 98.312 97.878 435 0,9 99,6 87.787
JUDICIÁRIO 2.097.401 2.097.390 2.000.943 1.947.401 53.542 18,5 92,8 1.924.125
Supremo Tribunal Federal 22.640 22.640 22.627 20.515 2.112 0,2 90,6 20.515
Superior Tribunal de Justiça 63.630 63.630 63.636 61.219 2.417 0,6 96,2 61.219
Justiça Federal 596.574 596.574 563.115 557.672 5.443 5,3 93,5 557.665
Justiça Militar 19.667 19.667 17.217 17.144 73 0,2 87,2 17.144
Justiça Eleitoral 234.605 236.853 234.969 231.249 3.720 2,2 97,6 221.265
Justiça do Trabalho 1.044.575 1.042.315 983.667 943.911 39.756 9,0 90,6 940.450
Justiça do Distrito Federal e Territórios 115.712 115.712 115.712 115.691 21 1,1 100,0 105.867
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIãO 313.345 313.353 265.372 263.388 1.984 2,5 84,1 263.388
EXECUTIVO 7.896.166 7.978.299 7.654.492 7.210.755 443.736 68,6 90,4 6.837.226
Presidência da República 320.322 366.435 317.650 315.951 1.698 3,0 86,2 293.783
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
409.682 235.986 214.192 212.427 1.765 2,0 90,0 205.740
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
192.681 192.681 194.429 193.932 497 1,8 100,6 192.574
Ministério da Ciência e Tecnologia 118.345 120.509 117.861 115.853 2.008 1,1 96,1 112.227
Ministério da Fazenda 1.004.002 1.175.755 1.134.282 1.126.979 7.302 10,7 95,9 1.066.895
Ministério da Educação 2.822.838 2.887.692 2.866.133 2.506.981 359.152 23,9 86,8 2.285.681
Ministério do Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio
47.460 46.860 44.720 43.739 981 0,4 93,3 41.598
Ministério da Justiça 562.574 567.590 549.730 533.307 16.423 5,1 94,0 531.050
Ministério de Minas e Energia 45.734 47.274 42.919 38.053 4.866 0,4 80,5 36.672
Ministério da Previdência Social 541.285 505.037 494.139 491.801 2.339 4,7 97,4 491.489
Ministério das Relações Exteriores 105.286 99.056 67.224 66.272 952 0,6 66,9 64.114
Ministério da Saúde 843.161 863.994 790.510 780.312 10.198 7,4 90,3 748.617
Ministério do Trabalho e Emprego 163.831 160.849 155.614 155.172 441 1,5 96,5 154.875
Ministério dos Transportes 82.809 83.835 74.606 70.183 4.423 0,7 83,7 66.595
Ministério das Comunicações 26.758 27.910 25.146 23.857 1.289 0,2 85,5 23.668
Ministério da Cultura 32.778 32.778 30.557 28.819 1.738 0,3 87,9 25.401
Ministério do Meio Ambiente 108.907 106.238 99.905 98.253 1.652 0,9 92,5 98.253
Ministério do Desenvolvimento Agrário 81.130 73.170 71.488 62.233 9.255 0,6 85,1 57.830
Ministério do Esporte 2.232 2.232 2.193 1.889 303 0,0 84,6 1.749
Ministério da Defesa 257.058 257.138 253.474 243.117 10.358 2,3 94,5 238.681
Ministério da Integração Nacional 64.485 62.472 53.345 48.842 4.502 0,5 78,2 47.731
Ministério do Turismo 10.654 10.654 3.722 3.277 445 0,0 30,8 3.213
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
5.154 5.154 4.277 4.085 192 0,0 79,3 4.050
Ministério das Cidades 47.003 47.003 46.378 45.422 956 0,4 96,6 44.741
TOTAL (Despesas Intra-Orçamentárias) 10.929.915 11.012.646 10.510.477 10.510.476 100,0 95,4 9.549.349
FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC
62 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Tabela xIvDemonstrativo das Despesas de Pessoal e Encargos sociais
da união por Elemento de Despesa e por Tipo de AdministraçãoOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social - jan-dez 2007 - R$ milhares
DOTAçãO DO EXERCÍCIO ADMINISTRAçãODIRETA
ADMINISTRAçãO INDIRETA TOTAL GERAL
Autarquias Fundações Empresas Públicas
Economia Mista Fundos Especiais Total Indireta
APLICAçãO DIRETA 89.325.246 23.846.438 7.213.991 1.752.723 858.952 5.783.346 39.455.451 128.780.697
A detalhar 965.420 159.350 32.352 7.031 9.109 2.247 210.089 1.175.508
Pessoal Civil 59.800.736 23.674.089 7.180.575 1.745.693 849.843 4.765.455 38.215.655 98.016.390
Vencimentos e Vantagens Fixas 28.195.996 10.297.112 3.810.934 1.126.873 465.396 2.179.209 17.879.523 46.075.519
Outras Despesas Variáveis 244.553 48.708 21.867 22.513 73.555 80.099 246.742 491.295
Aposentadoria 13.107.600 6.681.655 1.415.033 0 0 1.610.969 9.707.657 22.815.257
Pensões 7.426.789 2.287.790 427.027 0 13 326.848 3.041.677 10.468.465
Contribuições a Entidades Fechadas de Previdência
4.098 32.712 15.791 92.468 12.426 0 153.397 157.495
Obrigações Patronais 5.589.599 2.255.558 854.513 406.080 161.044 20.085 3.697.279 9.286.878
Outras Aplicações¹ 5.232.101 2.070.555 635.411 97.759 137.409 548.245 3.489.380 8.721.481
Pessoal Militar 28.559.091 12.999 1.064 0 0 1.015.644 1.029.708 29.588.799
Vencimentos e Vantagens Fixas 9.373.715 904 0 0 0 981.369 982.273 10.355.988
Outras Despesas Variáveis 934.430 0 0 0 0 17.656 17.656 952.086
Reformas 10.176.252 0 0 0 0 0 0 10.176.252
Pensões 7.644.402 0 (0) 0 0 0 (0) 7.644.401
Obrigações Patronais 200.887 6.235 720 0 0 7.596 14.551 215.437
Outras Aplicações¹ 229.405 5.860 344 0 0 9.024 15.229 244.634
TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS
47.516 0 0 0 0 0 0 47.516
Transferências a Estados e ao DF 47.516 0 0 0 0 0 0 47.516
TOTAL (A) 89.372.762 23.846.438 7.213.991 1.752.723 858.952 5.783.346 39.455.451 128.828.213
EXECUçãO ADMINISTRAçãODIRETA
ADMINISTRAçãO INDIRETA TOTAL GERAL
Autarquias Fundações Empresas Públicas
Economia Mista Fundos Especiais Total Indireta
APLICAçãO DIRETA 88.398.455 23.074.189 7.026.476 1.754.512 839.898 5.736.719 38.431.793 126.830.248
Pessoal Civil 59.862.749 23.059.231 7.025.441 1.754.512 839.898 4.737.694 37.416.776 97.279.524
Vencimentos e Vantagens Fixas 20.043.902 5.913.639 2.296.085 1.066.178 446.725 1.943.058 11.665.684 31.709.585
Vencimentos e Vantagens Fixas - Cargos em Comissão²
7.839.425 4.356.352 1.510.778 64.638 15.953 216.557 6.164.278 14.003.703
Outras Despesas Variáveis 240.812 47.899 21.724 22.509 73.564 80.098 245.794 486.605
Aposentadoria 13.074.066 6.677.569 1.405.938 0 0 1.604.045 9.687.552 22.761.619
Pensões 7.416.497 2.277.998 419.548 0 13 325.854 3.023.413 10.439.910
Contribuições a Entidades Fechadas de Previdência
24 32.712 15.791 95.892 12.140 0 156.535 156.559
Obrigações Patronais 5.389.985 2.234.181 853.497 407.634 161.046 20.023 3.676.381 9.066.366
Outras Aplicações¹ 5.858.038 1.518.881 502.080 97.661 130.458 548.059 2.797.140 8.655.177
Pessoal Militar 28.535.706 14.958 1.034 0 0 999.025 1.015.017 29.550.724
Vencimentos e Vantagens Fixas 9.359.014 904 0 0 0 981.369 982.273 10.341.287
(continua...)
TRIBUTAçãO em rev i s ta 63
Tabela xIv (continuação)
Demonstrativo das Despesas de Pessoal e Encargos sociais da união por Elemento de Despesa e por Tipo de Administração
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social - jan-dez 2007 - R$ milhares
Outras Despesas Variáveis 931.391 0 0 0 0 17.656 17.656 949.046
Reformas 10.173.260 0 0 0 0 0 0 10.173.260
Pensões 7.641.754 0 0 0 0 0 0 7.641.754
Obrigações Patronais 199.934 6234 701 0 0 0 6.935 206.869
Outras Aplicações¹ 230.353 7820 334 0 0 0 8.154 238.507
TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS
47.516 0 0 0 0 0 0 47.516
Transferências a Estados e ao DF 47.516 0 0 0 0 0 0 47.516
TOTAL (B) 88.445.971 23.074.189 7.026.476 1.754.512 839.898 5.736.719 38.431.793 126.877.764
A EXECUTAR (% A/B) 1,0 3,2 2,6 (0,1) 2,2 0,8 2,6 1,5
FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC
¹ Outras Aplicações compõem-se de: Outros Benefícios Assistenciais; Salário Família; Sentenças Judiciais; Despesas de Exercícios Anteriores; Indenizações Trabalhistas; Depósitos Compulsórios;
Contrato por Tempo Determinado; Outras Desp.Pessoal Dec.Contratos Terceirização; e Ressarcimento de Despesa de Pessoal Requisitado.
² Os valores referentes aos Cargos em Comissão são identificados pelos subitens da despesa Gratificação por Exercício de Cargos e Gratificação por Exercício de Funções, do elemento Vencimentos e Vantagens Fixas.
Demonstrativo dos Restos a Pagar por Grupo de DespesaOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social - jan-dez 2007 - R$ milhares
GRUPO DE DESPESA RESTOS A PAGAR PROCESSADOS RESTOS A PAGAR NãO-PROCESSADOS¹
Inscritos(a)
Cancelados(b)
Pagos A Pagar(d)
Inscritos(e)
Cancelados(f)
Pagos A Pagar(h)
Valor(c)
%(c/total c)
%(c) / (a-b)
Valor(g)
%(g/total g)
%(g) / (e-f)
Pessoal e Encargos Sociais
99.829 58.720 19.106 0,5 46,5 22.003 929.350 199.877 606.218 2,8 83,1 123.255
Juros e Encargos da Dívida
37.399 86 37.313 1,1 100,0 0 83.461 83.254 0 0,0 0,0 207
Outras Despesas Correntes
2.393.703 106.842 1.941.420 55,4 84,9 345.442 16.268.042 2.820.205 10.176.718 46,5 75,7 3.271.050
Investimentos 2.596.446 190.426 1.402.800 40,0 58,3 1.003.220 14.080.734 521.890 9.146.528 41,8 67,5 4.412.332
Inversões Financeiras 70.963 1.081 69.085 2,0 98,9 797 6.975.106 4.357.573 1.949.162 8,9 74,5 668.371
Amortização/Refinanciamento da Dívida
37.285 0 37.285 1,1 100,0 0 357.376 357.156 0 0,0 0,0 220
TOTAL 5.235.625 357.155 3.507.008 100,0 71,9 1.371.462 38.694.069 8.339.955 21.878.626 100,0 72,1 8.475.435
FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC¹ Inclusive valores dos exercícios anteriores.Nota: Consideram-se Restos a Pagar Processados as obrigações decorrentes da execução das despesas orçamentárias liquidadas em exercícios anteriores.
Tabela xv
64 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Tabela xvIDemonstrativo do Resultado Primário da união1
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social - jan-dez 20072 - bimestre nov-dez ² R$ milhares
RECEITAS RECEITAS REALIZADAS
Jan a Dez/2007 Jan a Dez/2006
RECEITA TOTAL 618.872.449 543.505.380
RECEITAS DO TESOURO NACIONAL (I) 477.141.556 418.416.168
Receita Bruta 490.923.951 429.078.657
Receitas de Impostos 214.407.527 181.813.213
Impostos s/ Comércio Exterior 12.263.642 10.045.949
Impostos s/ Patrimônio e Renda 160.516.684 136.834.826
Impostos s/ Produção e Circulação 41.627.201 34.932.439
Receitas de Contribuições 218.147.580 192.433.849
Demais Receitas 58.368.844 54.831.595
Concessões de Serviços Públicos 2.064.002 984.636
Participações e Dividendos 6.977.142 9.740.395
Outras 49.327.699 44.106.564
(-) Restituições (13.772.299) (10.662.489)
(-) Incentivos Fiscais (10.096) 0
RECEITAS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (II) 140.411.789 123.520.191
RECEITAS DO BANCO CENTRAL (III) 1.319.105 1.569.021
TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E MUNICÍPIOS (IV) 105.604.736 92.779.947
RECEITA TOTAL LÍQUIDA (V) = (I + II + III - IV) 513.267.713 450.725.433
DESPESAS
Jan a Dez/2007 Jan a Dez/2006
DESPESA TOTAL 541.429.838 475.466.754
DESPESAS DO TESOURO NACIONAL (VI) 354.172.602 308.141.194
Pessoal e Encargos Sociais 116.371.966 105.496.465
Custeio e de Capital 151.292.775 128.316.050
Despesa do FAT 18.472.241 15.298.677
Subsídios e Subvenções Econômicas 10.020.962 9.581.187
Benefícios Assistenciais (LOAS/RMV) 14.191.992 11.638.851
Outras Despesas de Custeio e de Capital 108.607.580 91.797.335
Transferências ao Banco Central 520.819 695.375
DESPESAS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (VII) 185.293.441 165.585.300
DESPESAS DO BANCO CENTRAL (VIII) 1.963.794 1.740.260
RESULTADO PRIMÁRIO
Jan a Dez/2007 Jan a Dez/2006
RESULTADO PRIMÁRIO DA UNIãO (IX) = (V - (VI + VII + VIII)) 57.824.917 48.891.984
Tesouro Nacional (X) = (I - VI) 103.351.260 91.128.332
Previdência Social - RGPS³ (XI) = (II - VII) (44.881.653) (42.065.109)
Banco Central4 (XII) = (III - VIII) (644.690) (171.239)
RREO - Anexo VIII (LRF, art. 53, inciso III)
FONTE: STN/CESEF¹ Considera-se, para efeito de apuração do Resultado Primário, o conceito de União como equivalente ao de Governo Central.² Os valores entre parênteses correspondem a déficit.³ Receita de Contribuições menos Benefícios Previdenciários.4 Receitas próprias (inclui transferências do Tesouro Nacional) deduzidas das despesas administrativas.
TRIBUTAçãO em rev i s ta 65
Tabela xvIIbalanço financeiro da união
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social - jan-dez 2007 - R$ milhares
INGRESSOS ATÉ DEZEMBRO DISPÊNDIOS ATÉ DEZEMBRO
ORçAMENTÁRIOS 1.251.826.581 ORçAMENTÁRIOS 1.223.797.811
RECEITAS CORRENTES 667.166.086 DESPESAS CORRENTES 687.107.598
EXCETO INTRA-ORçAMENTÁRIAS 658.884.417 EXCETO INTRA-ORçAMENTÁRIAS 677.476.075
Receita Tributária 199.600.618 Pessoal e Encargos Sociais 117.831.531
Receita de Contribuições 364.728.144 Juros e Encargos da Dívida 140.311.784
Receita Patrimonial 34.851.252 Outras Despesas Correntes 419.332.760
Receita de Serviços 27.252.414 INTRA-ORçAMENTÁRIAS 9.631.523
Outras Receitas Correntes 31.846.318 Pessoal e Encargos Sociais 9.046.233
Demais Receitas Correntes 605.671 Outras Despesas Correntes 585.290
INTRA-ORçAMENTÁRIAS 8.281.669 DESPESAS DE CAPITAL 536.690.213
Receita Tributária (318) EXCETO INTRA-ORçAMENTÁRIAS 535.811.260
Receita de Contribuições 8.079.066 Investimentos 34.013.728
Receita Patrimonial 35.400 Inversões Financeiras 29.920.895
Receita de Serviços 41.287 Amortiz./Refinanciamento da Dívida 471.876.638
Outras Receitas Correntes 1.980 INTRA-ORçAMENTÁRIAS 878.953
Demais Receitas Correntes 124.255 Investimentos 13.388
RECEITAS DE CAPITAL 584.660.495 Inversões Financeiras 865.565
Operações de Crédito 535.239.592 EXTRA-ORçAMENTÁRIOS 422.704.777
Alienação de Bens 1.376.866 VALORES EM CIRCULAçãO 176.357.227
Amortização de Empréstimos 21.271.664 Rede Bancária Arrecadação 603.161
Transferência de Capital 467.770 Recursos Especiais a Receber 174.875.317
Outras Receitas de Capital 26.304.603 Valores em Trânsito Realizáveis 0
EXTRA-ORçAMENTÁRIOS 451.771.736 Créditos Tributários 0
VALORES EM CIRCULAçãO 6.425.367 Recursos da União 0
Rede Bancária Arrecadação 0 Créditos Diversos a Receber 1.235
Recursos Especiais a Receber 0 Recursos Vinculados 0
Valores em Trânsito Realizáveis 75.670 Outros Valores em Circulação 877.515
Créditos Tributários 33.847 VALORES A CLASSIFICAR 0
Recursos da União 37.359 Receitas a Classificar 0
Créditos Diversos a Receber 0 VALORES PENDENTES A CURTO PRAZO 0
Recursos Vinculados 732.668 DEPÓSITOS E CONSIGNAçÕES 0
Outros Valores em Circulação 5.545.823 OBRIGAçÕES EM CIRCULAçãO 46.300.758
VALORES A CLASSIFICAR 612.630 Fornecedores 0
VALORES PENDENTES A CURTO PRAZO 0 Pessoal e Encargos a Pagar 2.557
DEPÓSITOS E CONSIGNAçÕES 3.468.079 RP Não-Processados - Inscrição 38.749.803
OBRIGAçÕES EM CIRCULAçãO 241.347.921 Operações de Crédito em Liquidação 2.462
Fornecedores 950.320 Obrigações Tributárias 3.895
RP Não-Processados a Liquidar 55.136.786 Recursos a Liberar p/ Transferência 0
RP Cancelados 8.339.955 Benefícios a Pagar 848.449
Operações de Crédito em Liquidação 0 Recursos a Liberar p/ Pagamento de RP 0
Incentivos a Liberar 334.974 Recursos da Previdência Social 5.545.823
Valores em Trânsito 10.496 Lim. Saque Recursos da Dív. Pública 976.596
Restituições de Receitas a Pagar 7.737 Outros Débitos 148.450
(continua...)
66 TRIBUTAçãO em rev i s ta
Tabela xvII (continuação)
balanço financeiro da uniãoOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social - jan-dez 2007 - R$ milhares
Recursos a Liberar p/ Transferência 5.682.019 Ajuste Patrimonial/Capital 0
Recursos a Liberar p/ Pgto. de RP 170.414.734 Provisões Financeiras 22.725
Recursos a Liberar p/ Emp Contra-entrega 9 Outras Obrigações 0
Lim. Saque Recursos da Dív. Pública 0 DESPESAS EXTRA-ORçAMENTÁRIAS 1.363.341
Outras Obrigações 470.845 AJUSTE DE DIR. E OBRIGAçÕES 198.683.451
Ajuste Patrimonial/Capital 48 Incorporacão de Passivos 196.776.618
RECEITAS EXTRA-ORçAMENTÁRIAS 0 Ajuste de Obrigações 1.906.834
AJUSTE DIR. E OBRIGAçÕES 199.917.740 OUTROS DISPÊNDIOS 0
Incorporação de Direitos 199.917.740 DISPONIB. PARA O PERÍODO SEGUINTE 303.463.273
Desincorporacão de Obrigações 0 Conta Única Tesouro Nacional 174.210.262
Ajuste de Créditos 0 INSS 1.717.760
OUTROS INGRESSOS 0 Recursos à Disposição da Dívida Pública 91.949.125
DISPONIB. DO PERÍODO ANTERIOR 246.367.545 Aplicações Financeiras 21.241.912
Conta Única Tesouro Nacional 123.702.202 Outras Disponibilidades 14.344.215
INSS 1.113.674
Recursos à Disposição da Dívida Pública 88.020.851
Aplicações Financeiras 15.589.932
Outras Disponibilidades 17.940.887
TOTAL 1.949.965.862 TOTAL 1.949.965.862
FONTE: SIAFI - STN/CCONT/GEINC
www.unafiscosaude.org.br