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Transporte de Produtos Perigosos Módulo I Parabéns por participar de um curso dos Cursos 24 Horas. Você está investindo no seu futuro! Esperamos que este seja o começo de um grande sucesso em sua carreira. Desejamos boa sorte e bom estudo! Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site www.Cursos24Horas.com.br Atenciosamente Equipe Cursos 24 Horas Material produzido por: Marcos Aurélio da Costa

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Módulo I

Parabéns por participar de um curso dos

Cursos 24 Horas.

Você está investindo no seu futuro!

Esperamos que este seja o começo de um

grande sucesso em sua carreira.

Desejamos boa sorte e bom estudo!

Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site

www.Cursos24Horas.com.br

Atenciosamente

Equipe Cursos 24 Horas

Material produzido por:

Marcos Aurélio da Costa

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Sumário

Unidade 1 – O surgimento do transporte de cargas no Brasil................................... 6

1.1 – A formação do sistema de transporte no Brasil ..................................................... 7

1.2 – O sistema de transporte rodoviário nasce do transporte de produtos perigosos .... 14

1.3 – O transporte de produtos perigosos..................................................................... 16

1.4 – Definição de produtos perigosos......................................................................... 18

1.5 – Sinalização no transporte de produtos perigosos ................................................. 39

1.6 – Modelos de símbolos especiais e de manuseio inserido pela resolução 3.632 de 09

de Fevereiro de 2011................................................................................................... 51

1.7 – Tipos de Transporte de Produtos Perigosos ........................................................ 54

Unidade 2 – Legislações específicas.......................................................................... 60

2.1 – A origem da Legislação para o Transporte de Produtos Perigosos....................... 61

2.2 – Atuação dos órgãos governamentais ................................................................... 65

2.3 – Regulamentação para o Transporte Terrestre de Produtos Perigosos................... 67

2.4 – A classificação dos produtos .............................................................................. 75

2.5 – Sobre as alterações ............................................................................................. 79

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Apresentação

O transporte de produtos perigosos é um segmento muito atrativo no

mercado de trabalho. Por ser uma área especial no ramo logístico, com

regulamentação específica, busca profissionais diferenciados para as mais

diversas tarefas associadas ao que mais merece destaque nesse campo:

atenção à segurança.

Essa atividade representa risco para a saúde das pessoas, para a

segurança pública e para o meio ambiente, por isso é muito visada pelos

órgãos de fiscalização, exigindo um preparo especial para o setor operacional.

O Curso Sobre o Transporte de Produtos Perigosos vem agregar valor

profissional àqueles que buscam ingressar ou já fazem parte desse mercado

promissor e que exige mudanças contínuas, principalmente na área da

regulamentação voltada à prevenção de acidentes ambientais.

O Curso apresenta um pacote de conhecimentos indispensáveis para a

execução das atividades ligadas ao transporte, especialmente o rodoviário,

onde se encontra e se direciona a maioria dos interessados. De forma clara e

objetiva, o acesso ao conhecimento vem abordando maneiras eficientes na

condução das atribuições diárias do pessoal envolvido.

Outro ponto é o “Abre Aspas”, onde o autor convida a pensar sobre o

assunto, comentando-o com a inclusão de informações atuais.

A importância da abordagem sobre o início do transporte no Brasil nos

faz compreender melhor a situação atual. Entendendo mais sobre os

problemas, podemos enxergar melhor as soluções e tratá-las de forma

coerente. Não diferente disso, abordamos a identificação dos produtos

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transportados com sua sinalização, pois é incômodo para o setor que o pessoal

envolvido, principalmente os motoristas, não consigam diferenciar um Rótulo

de Risco para um Painel de Segurança, tampouco identificar o tipo de produto

com sua classe de risco ao ler essa sinalização. Conhecer o produto

transportado é fundamental para o sucesso de uma operação que, neste caso,

é considerada única a cada carga, trajeto e descarga.

A legislação constitui uma parte importantíssima para esse mercado.

Com ela e por ela, passa todos os projetos imagináveis para a prática da

armazenagem, transporte e consumo desses produtos. Mas, também sabemos

que é uma leitura não desejada por muitos, embora de suma importância,

repetimos.

Desta forma, procuramos agrupar e ordenar os artigos e seus

parágrafos na busca de um aproveitamento maior sem a inserção de textos

que possam confundir o entendimento sobre determinado assunto. A proposta

de fornecer o conhecimento necessário abre as portas para o aprofundamento

que cada um julgar necessário em sua área de atuação.

Desta forma, dividimos a proposta em quatro unidades que se

interligam em dois módulos:

Módulo I – Conhecimentos:

• Unidade I – Conhecendo o Transporte de Produtos Perigosos;

• Unidade II – Legislações específicas.

Módulo II – Ações:

• Unidade I – Qualidade, Capacitação e Atributos Profissionais;

• Unidade II – Problemas e Soluções para o Transporte de Produtos

Perigosos.

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É nessa disposição que entregamos o conhecimento a cada aluno(a).

O Curso expõe uma forma de ensino diferente, com uma linguagem simples

sem abandonar o lado técnico que o profissional vivencia diariamente, e sem

tantas subdivisões nos textos preservando o assunto principal.

Boa leitura, bom aproveitamento e sucesso!

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Unidade 1 – O surgimento do transporte de cargas no Brasil

Começamos esta primeira

unidade, deste primeiro módulo, trazendo

explanações sobre o transporte de cargas

no Brasil, com sua história e suas

características.

É importante introduzirmos o

segmento do transporte de produtos

perigosos e assegurar uma fácil

compreensão, possibilitando uma ligação

necessária àqueles que já fazem parte da

área de transportes e um maior

aproveitamento por aqueles que

ingressam agora num mercado disputado e muito promissor, não só pelas necessidades

que rodeiam esse mercado, como também, pelas atraentes possibilidades de crescimento

profissional diante da criatividade e de tomadas de decisões acertadas.

O transporte de cargas no Brasil surgiu com o Descobrimento que se deu,

segundo a história, pelo estudo logístico de uma rota alternativa que tornaria mais

eficiente o comércio predominante de especiarias orientais de Portugal com as Índias.

Desprovidos das tecnologias, que hoje nos auxiliam na precisão de nossas operações, os

portugueses se equivocaram na interpretação de sua carta náutica e se aproximaram de

uma costa desconhecida.

Contudo, há a necessidade se ressaltar que esse transporte se dava do Brasil para

Portugal, onde o extrativismo movimentava toda a riqueza do território recém

descoberto. A extração do pau-brasil para a pigmentação da produção têxtil na época foi

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o que mais se evidenciou na história, paralelo a isso, estão os relatos da extração de ouro

e de pedras preciosas.

Muitos têm a figura das mulas como o primeiro método de transporte de cargas

no Brasil. Era através do comércio conhecido como os “caixeiros viajantes” que as mais

diversas mercadorias eram transportadas. Mas, o foco era propriamente o comércio e

não havia nenhum esboço, nenhum pensamento voltado às questões do transporte, nada

que pudesse caracterizar uma atividade secundária e, já na época, tão necessária para o

desenvolvimento comercial do País.

1.1 – A formação do sistema de transporte no Brasil

Até o ano de 1950, a economia brasileira consistia na exportação de produtos

primários, o que limitava o sistema aos transportes fluviais e, de forma menos

expressiva, ao ferroviário, que foi muito prejudicado pela aceleração do setor industrial

na metade do século XX, onde os recursos foram concentrados no setor rodoviário,

dando início a uma forte crise no setor de extração mineral.

Com a construção da primeira estrada de ferro até 1946, os projetos viários

foram direcionados ao setor ferroviário e, de forma secundária, ao setor rodoviário. Isso

já não faz parte da realidade que trata atualmente o setor rodoviário como carro-chefe,

especialmente pela mudança na economia brasileira.

Com base nessa realidade, o modal rodoviário será mais destacado durante o

Curso, sem deixarmos de explorar pontos importantes nos demais modais.

Conhecendo os modais de transporte de cargas

Vamos explorar as características dos modais de transporte de cargas de acordo

com seu percentual de mercado, do menor ao maior, e entendermos o desenho atual do

sistema de transporte no Brasil.

Assim, os modais de transporte de cargas se dividem da seguinte forma:

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MODAL

% DE

ATIVIDADE NO

BRASIL

PRINCIPAL

CARACTERÍSTICA

Hidroviário Menos de 1%

Extrema dificuldade de

crescimento devido rios irregulares e

outros afastados dos grandes centros.

Aéreo Menos de 1%

Rápido e eficaz. Mas, os custos

altos justificam sua utilização apenas em

casos urgentes ou por um seleto

mercado.

Marítimo Cerca de 17% O destaque é para o crescimento

da navegação de cabotagem.

Ferroviário Cerca de 25%

Tem menor custo que o

rodoviário, porém, pouca estrutura. Os

governos vêm dando atenção e

aumentando investimentos no setor.

Rodoviário Cerca de 58%

Infraestrutura precária, que torna

custo alto em relação a outros países e

afeta a competitividade.

NOTA: O transporte dutoviário será visto no tópico do transporte de produtos

perigosos.

Modal hidroviário

A navegação fluvial tem a

menor participação no transporte de

cargas no Brasil. Isto porque muitos

rios do Brasil são irregulares, contêm

cachoeiras e, assim, dificultam a

navegação de longos trechos. É o caso

dos rios Tietê, Paraná, São Francisco e

outros. Outra característica que

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contribui significativamente é que os rios de planície, que têm uma navegação

facilitada, como o rio Amazonas, encontram-se logisticamente distantes dos grandes

centros econômicos do Brasil e outros possuem períodos de cheias e secas que afetam a

navegabilidade.

Com o intuito de tornar o sistema de transporte mais interessante

economicamente, além de investimentos, os governos vêm voltando seus olhares para as

hidrovias e nos últimos anos têm sido realizadas algumas obras para a navegabilidade

dos rios brasileiros. Uma das formas praticadas atualmente é a construção de eclusas

para superar as diferenças de nível das águas, tendo como base as barragens das usinas

hidrelétricas.

Existem também, projetos que ligam a Bacia Amazônica à Bacia do Paraná, é a

hidrovia de Contorno, permitindo a ligação da região Norte às regiões Centro-Oeste,

Sudeste e Sul, mas sua implantação e efetividade ainda se discutem por questões

financeiras e de impacto ambiental; embora seu significado econômico seja de grande

importância, permitindo uma redução de custos que venha a desafogar o trânsito nas

rodovias.

Para se ter uma ideia da viabilidade desse modal de transporte, enquanto o custo

da construção de um quilômetro de rodovia representa, em média, R$ 700.000,00 e o

custo por quilômetro de uma ferrovia representa R$ 800.000,00, o custo por quilômetro

de uma hidrovia representa R$ 120.000,00.

O Brasil tem mais de quatro mil quilômetros de costa atlântica navegável e

milhares de quilômetros de rios. O Porto de Manaus, situado à margem esquerda do rio

Negro, é o porto fluvial de maior movimento do Brasil, além do de Corumbá, onde se

escoa o minério extraído na região. Contudo, os trechos hidroviários de maior

relevância econômica, estão situados no Sul e no Sudeste do País. Para a utilização de

outros trechos em vias navegáveis depende de pequenas obras de dragagem, da

construção de eclusas e de portos que possibilitem a integração intermodal (a

combinação de modais de transportes diferentes).

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As principais hidrovias são: Hidrovia Araguaia-Tocantins, Hidrovia São

Francisco, Hidrovia da Madeira, Hidrovia Tietê-Paraná e Taguarí-Guaíba.

Modal aéreo

O transporte aeroviário vem crescendo

substancialmente na movimentação de

passageiros, não só pela acessibilidade e pelo

aumento do poder aquisitivo do brasileiro, como

também, pela necessidade de deslocamento rápido

de pessoas a trabalho, para o lazer ou pela simples

praticidade de reduzir o tempo de viagem. A

globalização também tem forte contribuição para

o aumento desses números.

No entanto, para o transporte de cargas, há anos não se nota melhorias na

estrutura que viabilizem um preço praticável. Apesar da fusão e investimentos de

algumas companhias aéreas, neste segmento, o modal detém menos de 1% do mercado

de transporte, 0,7% precisamente.

Modal marítimo

O transporte marítimo utiliza os mares abertos

para o transporte de cargas e passageiros.

Mundialmente é bem estruturado com seus

equipamentos desenvolvidos tecnologicamente e seus

gigantescos e bem construídos canais de passagem,

como o Canal do Panamá. Já no Brasil, não é bem

assim, o Porto de Santos é o maior da América Latina,

mas é também, exemplo de gargalo da logística

nacional.

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O transporte marítimo cresceu consideravelmente entre 1920 e 1945 com a

expansão da indústria da construção naval, mas foi a partir dessa época que a navegação

de cabotagem não reagiu e, aos poucos, foi sendo substituída pelo transporte rodoviário.

Para evitar um declínio maior do setor, o Congresso Nacional aprovou em 1995 uma

emenda constitucional que retirava dos navios de bandeira brasileira a reserva de

mercado na exploração comercial da navegação de cabotagem, permitindo a

participação de navios de bandeira estrangeira no transporte costeiro de cargas. Mas, a

cabotagem ainda é pouco explorada, apesar de estudos comprovarem sua viabilidade,

esse transporte esbarra, mais uma vez, na falta de infraestrutura portuária do País.

Modal ferroviário

Após a invenção da locomotiva, pelo engenheiro inglês George Stephenson

(1781 - 1848) em 1814, a Europa e os Estados Unidos despontavam na era das ferrovias

somando cerca de 8 mil quilômetros de via férrea. Porém, no Brasil, onde a cultura do

café já se destacava, ainda se transportava a produção sobre o lombo dos burros. Esse

método permaneceria por mais de 40 anos até a construção da primeira ferrovia

brasileira e continuaria até a consolidação do sistema ferroviário.

Os incentivos do Governo Imperial, que concedia privilégios às empresas que

investissem na construção de estradas de ferro, fracassaram. Até que Irineu Evangelista

de Souza (1813 - 1889), um empreendedor que mais tarde seria conhecido como Barão

de Mauá, hoje patrono do Ministério dos Transportes, em 1852 levou adiante a

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concessão do Governo e construiu a primeira estrada de ferro brasileira no Rio de

Janeiro.

A segunda estrada de ferro brasileira foi construída no estado do Pernambuco,

em Recife, e tinha o propósito de unir a cidade ao rio São Francisco. Mesmo sem

alcançar o objetivo, uma série de projetos foi iniciada, pois as cidades se desenvolviam

por onde passavam dos trilhos.

Em 1877, ocorria a ligação dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro através de

ferrovias. Era a aceleração das construções proporcionada por uma política de

incentivos, que pretendia unir todas as regiões brasileiras. Sem os devidos

planejamentos e recursos adequados, esse sistema nos deixou, até hoje, com extremas

dificuldades na ligação de importantes ferrovias devido à diversidade de bitolas

(distância que separa os trilhos de uma via férrea) e à sinuosidade dos traçados.

Modal rodoviário

Após a inauguração da rodovia Rio/Petrópolis, a atual Washington Luís, a

primeira rodovia brasileira pavimentada em 1928, coroando a década de 1920, que foi

marcada por várias implantações de rodovias (não pavimentadas) no Nordeste do Brasil,

tendo como intenção sanar problemas relativos à seca na região, a década de 1950

trouxe a aceleração do sistema rodoviário e, devido à criação de fundos próprios e

arrecadação de impostos destinados à construção de novas rodovias, a Petrobras iniciava

um papel importante na produção de cimento asfáltico de petróleo para a pavimentação.

Tendo início no governo de Washington Luís (1869 - 1957), os investimentos

em rodovias também se deram nos governos de Getúlio Vargas (1882 - 1954) e Gaspar

Dutra (1883 - 1974), mas foi com a chegada de grandes fabricantes de automóveis no

governo de Juscelino Kubitschek (1902 - 1976) que o sistema rodoviário brasileiro

avançou.

Na verdade, se o empenho nessa época houvesse continuado nos governos

seguintes, hoje teríamos uma estrutura diferente. O ritmo da infraestrutura no governo

JK, que é injustamente lembrado “apenas” pela construção de Brasília, foi

importantíssimo para o desenho atual do mapa rodoviário brasileiro.

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Duas décadas depois, em 1973, o Plano Nacional de Viação concretizou o

sistema rodoviário federal contemplando 150 rodovias, sendo: 8 radiais com

numerações iniciadas por zero, 14 longitudinais iniciadas em um, 21 transversais

iniciadas em dois, 29 diagonais iniciadas em três e 78 rodovias de ligação entre cidades,

com numerações iniciadas em quatro.

Hoje, no Brasil conta-se apenas com 14% da malha viária possível asfaltada e,

desse número, mais de 70% das rodovias necessitam de manutenções. Esse modal é

marcado pelo custo alto (três vezes e meia mais do que o ferroviário e nove vezes mais

do que o fluvial, além de consumir mais de 90% do diesel utilizado em transportes no

país).

Uma das grandes controvérsias no setor

rodoviário é a divisão de responsabilidades

governamentais. Discutível e sem muita

funcionalidade para os dias atuais, as rodovias

federais conhecidas pela sigla “BR” são assistidas

pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de

Transportes (DNIT), já as rodovias estaduais que

carregam a sigla de cada estado brasileiro são

assistidas pelos respectivos estados e ainda temos

as rodovias vicinais ou municipais, assistidas pelo

governo municipal correspondente.

O que acontece realmente é uma disputa

política nessas esferas que prejudica muito o

sistema rodoviário, que depende da harmonia desses poderes para fazer as ligações

rodoviárias indispensáveis para o desenvolvimento da economia do País.

As questões de manutenção dessas rodovias também representam uma grande

dificuldade para seu desenvolvimento, ainda devido a essas disputas políticas, pois não

há o cuidado necessário com rodovias federais e estaduais, que passam por cidades

administradas por opositores, nem das municipais ou estaduais na mesma situação. Mas,

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não é difícil perceber que isso atrapalha, não só o modal rodoviário, como o ferroviário

e hidroviário que necessitam das rodovias para escoar seus produtos e concluir suas

operações.

“ABRE ASPAS”

“Verdadeiramente, nenhum dos modais de transportes atende às necessidades

atuais do Brasil, que se desenvolve e avança economicamente ocupando uma posição de

destaque no Mundo. Seus investimentos, mal planejados e de baixa qualidade, apontam

para interesses escusos e minam as possibilidades de sucesso de um mercado que vem

sobrevivendo graças às necessidades de outros mercados”.

1.2 – O sistema de transporte rodoviário nasce do transporte de

produtos perigosos

Como mencionado anteriormente, o sistema rodoviário terá um maior destaque

devido ao seu alcance no mercado e por ser complemento nos outros modais. Além de

estar, neste modal, a maior concentração de riscos no setor de transportes.

Para unirmos a história do transporte no Brasil com a proposta do curso, o artigo

abaixo, que mistura história, dados técnicos e atualidades políticas, se encarrega de

finalizar essa etapa e dar sequência ao estudo dos produtos perigosos.

Logística de produtos asfálticos: por aqui começa o modal rodoviário.

A maioria das pessoas não faz ideia da história, da logística e engenharia

envolvidas neste processo cujas pesquisas avançam se contrapondo à situação do

mercado atual. O asfalto representa apenas 1% do faturamento obtido no refino do

petróleo bruto.

As pavimentações asfálticas pioneiras datam de 1802 na França, 1838 nos

Estados Unidos (Filadélfia) e em 1869 na Inglaterra e foram executadas com asfaltos

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naturais provenientes de jazidas. Esse material foi perdendo força a partir de 1909 para

o asfalto derivado do petróleo, mais puro e economicamente viável. No Brasil, o piche,

como ainda é conhecido por muitos e, erroneamente, atribuído como matéria-prima do

processo de asfaltamento, foi deixando de ser utilizado na década de 60, dando lugar aos

produtos dos dias atuais.

Hoje, a base é o CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) que é o produto obtido

após a extração dos gases, querosenes, gasóleos, graxas e demais materiais que

compõem o petróleo bruto. É um material termossensível e sua temperatura ideal para

operação é em torno de 140º graus. Dele, podem ser produzidas diversas emulsões com

aplicações a frio, utilizá-lo puro ou misturado a polímeros e borrachas recicladas para

formar a massa asfáltica, que é o resultado da mistura desses ligantes aos agregados

(areia, pó de pedra, brita) usinados a quente.

Muitos acham que a pavimentação depende, pura e simplesmente, do emprego

da massa na superfície, o que não é verdade. O processo de aplicação da massa asfáltica

tem como objetivo a impermeabilização da base, conforto e segurança em diferentes

aspectos de solo e condições climáticas.

Para o CAP e derivados, a logística é exigida em suas particularidades. As

carretas podem ser quentes (com isolamentos térmicos dotadas de maçaricos) ou frias

para o transporte das emulsões e impermeabilizantes. Na dinâmica de utilização destas

carretas, não se pode misturar lastros ou transportar quantidades inferiores à capacidade

sob pena de rompimento das moléculas dos produtos e riscos de acidentes. Este

transporte também é feito em vagões ferroviários, navios e tambores de 200 litros para

pequenas obras.

Os problemas já podem começar nos carregamentos nas estações da Petrobras,

que passam por um check-list minucioso, que vai desde a documentação até a inspeção

do último carregamento realizado na carreta para evitar, dentre outros, a fervura.

A verdade é que o Brasil precisa dar mais atenção ao mercado de asfalto diante

do desenvolvimento, que se projeta para agregar valores em outros processos de cargas

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rodoviárias. É preciso aumentar os “investimentos fiscalizados”. O setor vem mudando

um pouco a visão, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é um exemplo

disso, mas numa velocidade abaixo da que o mercado opera e da que o Brasil necessita.

É possível entender algumas das deficiências do modal rodoviário. Na verdade,

este modal depende da logística de asfaltos para ter rotas alternativas e mais seguras,

todavia esta situação é afetada sempre ano após ano. Mas isso não pode ser atribuído

apenas às condições climáticas, à falta de ética no mercado, aos baixos preços de fretes

ou às condições de trabalho.

O mercado, com algumas exceções, ainda vive a nostalgia dos tempos de

dinheiro mais fácil (décadas de 70, 80 e 90) e não se desenvolveu estrategicamente com

novas soluções logísticas, tampouco traça um plano financeiro que atenue o cruel

período de baixa, papel a ser desenvolvido por aqueles que tiverem o

empreendedorismo nas veias e a capacidade de enxergar as oportunidades no mercado,

não passando pela janela. Pois o sucesso existe nesses mercados difíceis, a questão está

na busca e no tornar favorável uma situação adversa.

Por: Marcos Aurélio da Costa.

Entraremos agora no assunto específico do curso. Você conhecerá um pouco da

história e das características do mercado do transporte de produtos perigosos numa

linguagem simples, mas que não despreza a forma técnica, agregando valor às

informações que o mercado tanto cultiva.

1.3 – O transporte de produtos perigosos

O transporte de cargas existe desde o tempo em que o homem se viu com a

necessidade de levar algo de um ponto a outro. Alguns historiadores dizem que o início

ocorreu com a invenção da roda. Mas, não se pode desprezar o fato de que tenha

iniciado antes disso, precária e penosamente, com o transporte manual.

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Os produtos perigosos foram surgindo com o avanço tecnológico da indústria.

Porém, analisando a história da evolução e das descobertas, percebemos, por exemplo, a

invenção da pólvora pela China durante a dinastia Han e a utilização no século X com

propósitos militares. Sabendo disso, podemos afirmar que o transporte de produtos

perigosos iniciou-se quando as descobertas inventivas da humanidade precisavam ser

deslocadas pelas mais diversas razões.

O fator mais forte para o desencadeamento do processo de transportes, neste

segmento, foi o início da utilização do combustível fóssil pelas indústrias. A evolução

dos métodos de prospecção, extração e refino trouxe a necessidade de organizar o setor,

que tentaria consolidar fatores como tempo, qualidade e segurança numa operação de

transporte vital para o crescimento comercial. Afinal, o propósito de tamanha

descoberta, que possibilitava a utilização de muitos produtos derivados era o bem-estar

do ser humano e a promessa de uma ascensão dos padrões econômicos.

No início não foi bem assim, a falta do conhecimento daquilo que se explorava

provocou a morte de muitas pessoas envolvidas no processo e de outras que

participavam indiretamente. Tanto que foi cogitada, no início dessas operações de

riscos, a possibilidade de desistir daquilo que seria, para o mundo moderno, motivo de

guerras e de desenvolvimento.

“ABRE ASPAS”

“Hoje, este setor, que degrada o meio ambiente e ainda provoca a morte de

muitas pessoas, peca pela falta de interesse no conhecimento, que gera atos imprudentes

e irresponsáveis. Tão necessário quanto o desenvolvimento de um setor, é o respeito

pela vida, pelo meio ambiente”.

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1.4 – Definição de produtos perigosos

São produtos encontrados na natureza ou produzidos por qualquer processo, que

oferecem riscos à saúde das pessoas, à segurança pública ou ao meio ambiente.

Quando manuseados, armazenados e transportados de forma incorreta podem

envenenar, corroer, explodir, pegar fogo ou contaminar o solo, as águas e o ar.

Estes produtos podem causar danos à saúde humana, principalmente de quem os

manuseia, como às estruturas de armazenagem e de transportes. Por isso, a atenção que

a Organização das Nações Unidas (ONU) dá para esses mercados é voltada ao

cumprimento de leis rígidas e de procedimentos, os quais conheceremos na unidade

seguinte deste curso, que preservam a integridade dos seres humanos e do meio

ambiente.

Qual a diferença entre perigo e risco?

O perigo está associado à função da composição química do produto.

O risco está relacionado à combinação do perigo com outro fator que pode ser: a

exposição, o armazenamento, o transporte, o contato etc.

Perigo x Fator = Risco

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Por isso, é fundamental que conheçamos os produtos que transportamos.

Classificação e definição das classes de produtos perigosos

Para que fossem criados procedimentos específicos, que atendessem a cada

particularidade, a ONU também classificou estes produtos perigosos dividindo-os em

nove classes com suas subclasses de riscos:

• CLASSE 1 – EXPLOSIVOS:

1.1 – Com riscos de explosão;

1.2 – Com riscos de projeção;

1.3 – Com risco de incêndio;

1.4 – Sem risco considerável;

1.5 – Pouco sensíveis e com riscos de explosão;

1.6 – Insensíveis e sem riscos de explosão.

• CLASSE 2 – GASES:

2.1 – Gases inflamáveis;

2.2 – Gases não-inflamáveis, não-tóxicos;

2.3 – Gases tóxicos.

• CLASSE 3 – LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS.

• CLASSE 4 – SÓLIDOS INFLAMÁVEIS:

4.1 – Sólidos inflamáveis;

4.2 – Substâncias sujeitas à combustão espontânea;

4.3 – Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis.

• CLASSE 5 – SUBSTÂNCIAS OXIDANTES E PERÓXIDOS

ORGÂNICOS:

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5.1 – Substâncias oxidantes;

5.2 – Peróxidos orgânicos.

• CLASSE 6 – SUBSTÂNCIAS TÓXICAS E SUBSTÂNCIAS

INFECTANTES:

6.1 – Substâncias tóxicas (venenosas);

6.2 – Substâncias infectantes.

• CLASSE 7 – MATERIAIS RADIOATIVOS.

• CLASSE 8 – CORROSIVOS.

• CLASSE 9 – SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS.

Para caracterizar uma substância química como um produto perigoso, a ONU

utiliza dados técnicos sobre cada classificação exposta acima. Estas informações

também estão no site da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e são

importantes para a identificação e sinalização nas operações de transportes.

Os produtos das Classes 3, 4, 5 e 8 e da Subclasse 6.1 classificam-se, para fins

de embalagem, segundo três grupos, conforme o nível de risco que apresentam:

– Grupo de Embalagem I - alto risco;

– Grupo de Embalagem II - risco médio;

– Grupo de Embalagem Ill - baixo risco.

O transporte de produtos perigosos deve atender às exigências prescritas para a

classe ou subclasse apropriada, considerando os respectivos riscos e os critérios de

classificação constantes destas Instruções. Os resíduos que não se enquadram nos

critérios aqui estabelecidos, mas que apresentam algum tipo de risco abrangido pela

Convenção da Basiléia sobre o Controle da Movimentação Transfronteiriça de Resíduos

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Perigosos e sua Disposição (1989), devem ser transportados como pertencentes à Classe

9. Exceto se houver uma indicação explícita ou implícita em contrário, os produtos

perigosos com ponto de fusão igual ou inferior a 20ºC, à pressão de 101,3kPa (unidade

de pressão – Quilo Pascal), devem ser considerados líquidos.

Uma substância viscosa, de qualquer classe ou subclasse, deve ser submetida ao

ensaio da Norma ASMT D 4359-1984, ou ao ensaio para determinação da fluidez

prescrita no Apêndice A–3, da publicação das Nações Unidas ECE/TRANS/80 (Vol. 1)

(ADR), com as seguintes modificações: o penetrômetro ali especificado deve ser

substituído por um que atenda à Norma da Organização Internacional de Normalização -

ISO 2137-1985 e os ensaios devem ser usados para substâncias de qualquer classe.

Compreensão das classes e subclasses de acordo com suas substâncias e

artigos

Classe 1 – Explosivos

a) substâncias explosivas, exceto as que forem demasiadamente perigosas para

serem transportadas e aquelas cujo risco dominante indique ser mais apropriado

considerá-las em outra classe (uma substância que, não sendo ela própria um explosivo,

possa gerar uma atmosfera explosiva de gás, vapor ou poeira, não está incluída na

Classe 1);

b) artigos explosivos, exceto os que contenham substâncias explosivas em tal

quantidade ou de tal tipo que uma ignição ou iniciação acidental ou involuntária,

durante o transporte, não provoque qualquer manifestação externa ao dispositivo, seja

projeção, fogo, fumaça, calor ou ruído forte;

c) substâncias e artigos não-mencionados nos itens "a" e "b" e que sejam

manufaturados com o fim de produzir, na prática, um efeito explosivo ou pirotécnico.

É proibido o transporte de substâncias explosivas excessivamente sensíveis ou

tão reativas que estejam sujeitas a reação espontânea, exceto, a critério das autoridades

competentes, sob licença e condições especiais por elas estabelecidas.

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Para os fins destas Instruções, devem ser consideradas as seguintes definições:

a) substância explosiva é a substância sólida ou líquida (ou mistura de

substâncias) que, por si mesma, através de reação química, seja capaz de produzir gás a

temperatura, pressão e velocidade tais que possa causar danos a sua volta. Incluem-se

nesta definição as substâncias pirotécnicas mesmo que não desprendam gases;

b) substância pirotécnica é uma substância, ou mistura de substâncias, concebida

para produzir um efeito de calor, luz, som, gás ou fumaça, ou a combinação destes,

como resultado de reações químicas exotérmicas auto-sustentáveis e não-detonantes;

c) artigo explosivo é o que contém uma ou mais substâncias explosivas.

Como já apresentada, a Classe 1 está dividida em seis subclasses:

Subclasse 1.1 - Substâncias e artigos com risco de explosão em massa (uma

explosão em massa é a que afeta virtualmente toda a carga, de maneira praticamente

instantânea).

Subclasse 1.2 - Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco

de explosão em massa.

Subclasse 1.3 - Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco

de explosão, de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa.

Esta Subclasse abrange substâncias e artigos que:

a) produzem grande quantidade de calor radiante, ou

b) queimam em sucessão, produzindo pequenos efeitos de explosão, de projeção,

ou ambos.

Subclasse 1.4 - Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo.

Esta Subclasse abrange substâncias e artigos que apresentam pequeno risco na

eventualidade de ignição ou iniciação durante o transporte. Os efeitos estão confinados,

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predominantemente, à embalagem e não se espera projeção de fragmentos de dimensões

apreciáveis ou a grande distância. Um fogo externo não deve provocar explosão

instantânea de, virtualmente, todo o conteúdo da embalagem.

Subclasse 1.5 - Substâncias muito insensíveis, com um risco de explosão em

massa, mas que são tão insensíveis que a probabilidade de iniciação ou de transição da

queima para a detonação, em condições normais de transporte, é muito pequena.

Subclasse 1.6 - Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em

massa. Esta Subclasse abrange os artigos que contêm somente substâncias detonantes

extremamente insensíveis e que apresentam risco desprezível de iniciação ou

propagação acidental.

NOTA: O risco proveniente desses artigos está limitado à explosão de um único

artigo.

A Classe 1 é uma classe restritiva, ou seja, apenas as substâncias e artigos

constantes da relação de produtos perigosos podem ser aceitos para transporte.

Entretanto, o transporte, para fins especiais, de produtos não-incluídos na relação pode

ser feito sob licença especial das autoridades competentes, desde que tomadas

precauções adequadas. Para permitir o transporte desses produtos, foram incluídas

designações genéricas, do tipo "Substâncias Explosivas, N.E." (N.E.: não-especificado

noutra parte) e "Artigos Explosivos, N.E.". Porém, tais designações só devem ser

utilizadas se nenhum outro modo de identificação for possível. Outras designações

gerais, como "Explosivos de Demolição, Tipo A", foram adotadas para permitir a

inclusão de novas substâncias.

Para os produtos desta Classe, o tipo de embalagem tem, frequentemente, um

efeito decisivo sobre o grau de risco e, portanto, sobre a inclusão de um produto em

uma subclasse. Em consequência, determinados explosivos aparecem mais de uma vez

na relação e sua alocação a uma subclasse, em função do tipo de embalagem, deve ser

objeto de cuidadosa atenção.

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Idealmente, a segurança do transporte de substâncias e artigos explosivos seria

mais eficiente se os vários tipos fossem transportados em separado. Quando tal prática

não for possível, admite-se o transporte, na mesma unidade de transporte, de explosivos

de tipos diferentes, desde que haja compatibilidade entre eles. Os produtos da Classe 1

são considerados compatíveis se puderem ser transportados na mesma unidade de

transporte sem aumentar, de forma significativa, a probabilidade de um acidente ou a

magnitude dos efeitos de tal acidente.

Os produtos explosivos são classificados em seis Subclasses e treze Grupos de

Compatibilidade, definidos no quadro abaixo:

DESCRIÇÃO DO PRODUTO GRUPO CÓD.

Substância explosiva primária. A 1.1 A

1.1 B

1.2 B Artigo contendo uma substância explosiva primária e não

contendo dois ou mais dispositivos de segurança eficazes.

B

1.4 B

1.1 C

1.2 C

1.3 C

Substância explosiva propelente ou outra substância explosiva

deflagrante, ou artigo contendo tal substância explosiva.

C

1.4 C

1.1 D

1.2 D

1.4 D

Substância explosiva detonante secundária, ou pólvora negra, ou

artigo contendo uma substância explosiva detonante secundária, em

qualquer caso sem meios de iniciação e sem carga propelente, ou ainda,

artigo contendo uma substância explosiva primária e contendo dois ou

mais dispositivos de segurança eficazes.

D

1.5 D

1.1 E

1.2 E

Artigo contendo uma substância detonante secundária, sem meios

de iniciação, com uma carga propelente (exceto se contiver um líquido ou

gel inflamável ou um líquido hipergólico).

E

1.4 E

1.1 F

1.2 F

1.3 F

Artigo contendo uma substância explosiva detonante secundária,

com seus próprios meios de iniciação, com uma carga propelente (exceto

se contiver um líquido ou gel inflamável ou um líquido hipergólico), ou

sem carga propelente.

F

1.4 F

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1.1 G

1.2 G

1.3 G

Substância pirotécnica, ou artigo contendo uma substância

pirotécnica, ou artigo contendo tanto uma substância explosiva quanto

uma iluminante, incendiária, lacrimogênea, ou fumígena (exceto artigos

acionáveis por água e aqueles contendo fósforo branco, fosfetos,

substância pirofórica, um líquido ou gel inflamável, ou líquidos

hipergólicos).

G

1.4 G

1.2 H Artigo contendo uma substância explosiva e fósforo branco.

H

1.3 H

1.1 J

1.2 J Artigo contendo uma substância explosiva e um líquido ou gel

inflamável.

J

1.3 J

1.2 K Artigo contendo uma substância explosiva e um agente químico

tóxico.

K

1.3 K

1.1 L

1.2 L

Substância explosiva ou artigo contendo uma substância explosiva

e apresentando um risco especial (caso, por exemplo, da ativação por

água, ou devido à presença de líquidos hipergólicos, fosfetos ou

substância pirofórica), que exija isolamento para cada tipo de substância.

L

1.3 L

Artigo contendo apenas substâncias detonantes extremamente

insensíveis.

N 1.6 N

Substância ou artigo concebido ou embalado de forma tal que,

quaisquer efeitos decorrentes de funcionamento acidental fiquem

confinados dentro da embalagem, a menos que esta tenha sido danificada

pelo fogo, caso em que todos os efeitos de explosão ou projeção são

limitados, de modo a não impedir ou prejudicar significativamente o

combate ao fogo ou outros esforços de modo a não impedir ou prejudicar

significativamente o combate ao fogo ou outros esforços de contenção da

emergência nas imediações da embalagem.

S 1.4 S

Essas definições são mutuamente excludentes, exceto para as substâncias e

artigos que possam ser incluídos no Grupo S e, como o critério de inclusão neste Grupo

é empírico, a alocação de um produto a este Grupo está necessariamente vinculada aos

ensaios utilizados para a inclusão na Subclasse 1.4.

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Para fins de transporte, devem ser observados os seguintes princípios:

• Produtos incluídos nos Grupos de Compatibilidade A a K e N:

a) produtos do mesmo grupo e subclasse podem ser transportados em conjunto;

b) produtos do mesmo grupo, mas de subclasses diferentes podem ser

transportados juntos, desde que o conjunto seja tratado como pertencente à subclasse

identificada pelo menor número. Excetuam-se os produtos identificados por 1.5D

transportados juntamente com os identificados por 1.2D. Este conjunto deve ser tratado

como se fosse do tipo 1.1D;

c) produtos pertencentes a grupos de compatibilidade diferentes não devem ser

transportados em conjunto, independentemente da subclasse, exceto nos casos dos

Grupos de Compatibilidade C, D, E e S, conforme indicado a seguir;

d) é admitido o transporte de produtos dos Grupos de Compatibilidade C, D e E

numa mesma unidade de carga ou de transporte, desde que seja avaliado o risco do

conjunto e este seja classificado na subclasse e grupo de compatibilidade adequados.

Qualquer combinação de artigos desses grupos de compatibilidade deve ser alocada ao

Grupo E. Qualquer combinação de substâncias dos Grupos de Compatibilidade C e D

deve ser alocada ao grupo mais adequado, levando-se em conta as características

predominantes da carga combinada. Essa classificação conjunta deve ser utilizada nos

rótulos de risco, etiquetas e painéis de segurança (que veremos ainda nesta Unidade);

e) os produtos incluídos no Grupo N não devem, em geral, ser transportados com

produtos de qualquer outro grupo de compatibilidade, exceção feita ao Grupo S.

Entretanto, se vierem a ser transportados com produtos dos Grupos C, D e E, o conjunto

deve ser tratado como pertencente ao Grupo D.

• Produtos incluídos no Grupo S: podem ser transportados em conjunto com

explosivos de quaisquer outros grupos, exceto com os produtos dos Grupos A e L.

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• Produtos incluídos no Grupo L: não devem ser transportados com produtos de

qualquer outro grupo. Além disso, só devem ser transportados juntamente com o mesmo

tipo de produto do próprio Grupo L.

Classe 2 – Gases

Gás é uma substância que:

• Com 50ºC tem uma pressão de vapor superior a 300kPa;

• É completamente gasoso à temperatura de 20ºC, à pressão de 101,3kPa.

Os gases são apresentados para transporte sob diferentes aspectos físicos:

• Gás comprimido: é um gás que, exceto se em solução, quando

acondicionado para transporte, à temperatura de 20ºC é completamente

gasoso;

• Gás liquefeito: gás parcialmente líquido, quando embalado para transporte,

à temperatura de 20ºC;

• Gás liquefeito refrigerado: gás que, quando embalado para transporte, é

parcialmente líquido devido a sua baixa temperatura;

• Gás em solução: gás comprimido, apresentado para transporte dissolvido

num solvente.

Esta Classe abrange os gases comprimidos, liquefeitos, liquefeitos refrigerados

ou em solução, as misturas de gases ou de um ou mais gases com um ou mais vapores

de substâncias de outras classes, artigos carregados com um gás, hexafluoreto de telúrio

e aerossóis;

A Classe 2 está dividida em três subclasses, com base no risco principal que os

gases apresentam durante o transporte:

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Subclasse 2.1 - Gases inflamáveis: gases que a 20ºC e à pressão de 101,3kPa:

a) são inflamáveis quando em mistura de 13% ou menos, em volume, com o ar;

b) apresentam uma faixa de inflamabilidade com ar de, no mínimo, doze pontos

percentuais, independentemente do limite inferior de inflamabilidade. A inflamabilidade

deve ser determinada por ensaios ou através de cálculos, conforme métodos adotados

pela ISO (ver Norma ISO 10156-1990). Quando os dados disponíveis forem

insuficientes para a utilização desses métodos, podem ser adotados métodos

comparáveis, reconhecidos por autoridade competente.

NOTA: Os aerossóis (número ONU 1950) e os pequenos recipientes contendo

gás (número ONU 2037) devem ser incluídos nesta Subclasse quando se enquadrarem

no disposto na Provisão Especial nº 63.

Subclasse 2.2 - Gases não-inflamáveis, não-tóxicos: são gases que

transportados a uma pressão não-inferior a 280kPa, a 20ºC, ou como líquidos

refrigerados e que:

a) são asfixiantes: gases que diluem ou substituem o oxigênio normalmente

existente na atmosfera;

b) são oxidantes: gases que, em geral, por fornecerem oxigênio, podem causar

ou contribuir para a combustão de outro material mais do que o ar contribui;

c) não se enquadram em outra subclasse.

Subclasse 2.3 - Gases tóxicos: Gases que:

a) são sabidamente tão tóxicos ou corrosivos para pessoas, que impõem risco à

saúde;

b) supõe-se serem tóxicos ou corrosivos para pessoas, por apresentarem um

valor da CL50 para toxicidade aguda por inalação igual ou inferior a 5.000ml/m³.

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NOTA: Os gases que se enquadram nestes critérios por sua corrosividade devem

ser classificados como tóxicos, com um risco subsidiário de corrosivo.

Classe 3 – Líquidos inflamáveis

Líquidos inflamáveis são líquidos, misturas de líquidos, ou líquidos contendo

sólidos em solução ou em suspensão (como tintas, vernizes, lacas etc., excluídas as

substâncias que tenham sido classificadas de forma diferente, em função de suas

características perigosas) que produzem vapores inflamáveis a temperaturas de até

60,5ºC, em teste de vaso fechado, ou até 65,6ºC, em teste de vaso aberto, conforme

normas brasileiras ou normas internacionalmente aceitas.

O valor limite do ponto de fulgor dos líquidos inflamáveis, indicado no

parágrafo anterior, pode ser alterado pela presença de impurezas. Na relação de

produtos perigosos só foram incluídos os produtos em estado quimicamente puro, cujos

pontos de fulgor não excedem tais limites.

Por esse motivo, a relação de produtos perigosos deve ser utilizada com cautela,

pois produtos que, por motivos comerciais, contenham outras substâncias ou impurezas

podem não figurar na relação, mas apresentar ponto de fulgor inferior ao do valor limite.

Pode também ocorrer que o produto em estado puro figure na relação como pertencente

ao Grupo de Embalagem III, mas, em função do ponto de fulgor do produto comercial,

deva ser alocado ao Grupo de Embalagem II. Assim, a classificação do produto

comercial deve ser feita a partir do seu ponto de fulgor real.

Classe 4 – Sólidos inflamáveis

– Substâncias sujeitas à combustão espontânea – substâncias que, em contato

com a água, emitem gases inflamáveis.

Esta Classe compreende:

Subclasse 4.1- Sólidos Inflamáveis: Sólidos que nas condições encontradas no

transporte são facilmente combustíveis, ou que, por atrito, podem causar fogo ou

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contribuir para ele. Esta Subclasse inclui ainda explosivos insensibilizados que podem

explodir se não forem suficientemente diluídos e substâncias auto-reagentes ou

correlatas, que podem sofrer reação fortemente exotérmica.

Subclasse 4.2 - Substâncias Sujeitas a Combustão Espontânea: Substâncias

sujeitas a aquecimento espontâneo nas condições normais de transporte, ou que se

aquecem em contato com o ar, sendo, então, capazes de se inflamarem. São as

substâncias pirofóricas e as passíveis de auto-aquecimento.

Subclasse 4.3 - Substâncias que, em Contato com a Água, Emitem Gases

Inflamáveis: Substâncias que, por reação com a água, podem tornar-se

espontaneamente inflamáveis ou liberar gases inflamáveis em quantidades perigosas.

Nestas Instruções, emprega-se também a expressão "que reage com água" para

designar as substâncias desta Subclasse.

Devido à diversidade das propriedades apresentadas pelos produtos incluídos

nessas subclasses, o estabelecimento de um critério único de classificação para tais

produtos é impraticável.

Classe 5 – Substâncias oxidantes – Peróxidos orgânicos:

Esta Classe compreende:

Subclasse 5.1 - Substâncias Oxidantes: Substâncias que, embora não sendo

necessariamente combustíveis, podem, em geral por liberação de oxigênio, causar a

combustão de outros materiais ou contribuir para isto.

Subclasse 5.2 - Peróxidos Orgânicos: Substâncias orgânicas que contêm a

estrutura bivalente −O−O− e podem ser consideradas derivadas do peróxido de

hidrogênio, onde um ou ambos os átomos de hidrogênio foram substituídos por radicais

orgânicos. Peróxidos orgânicos são substâncias termicamente instáveis e podem sofrer

uma decomposição exotérmica autoacelerável.

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Além disso, podem apresentar uma ou mais das seguintes propriedades: ser

sujeitos a decomposição explosiva; queimar rapidamente; ser sensíveis a choque ou a

atrito; reagir perigosamente com outras substâncias; causar danos aos olhos.

Devido à variedade das propriedades apresentadas pelos produtos incluídos

nessas duas subclasses, é impraticável o estabelecimento de um critério único de

classificação para esses produtos.

Classe 6 – Substâncias tóxicas (venenosas) – substâncias infectantes

Esta Classe abrange:

Subclasse 6.1 - Substâncias Tóxicas (Venenosas): São as capazes de provocar

a morte, lesões graves, ou danos à saúde humana, se ingeridas, inaladas ou se entrarem

em contato com a pele.

Os produtos da Subclasse 6.1, inclusive pesticidas, podem ser distribuídos em

três grupos de embalagem:

Grupo I – substâncias e preparações que apresentam um risco muito elevado de

envenenamento;

Grupo II – substâncias e preparações que apresentam sério risco de

envenenamento;

Grupo III – substâncias e preparações que apresentam um risco de

envenenamento relativamente baixo.

Na classificação de um produto, devem ser levados em conta casos conhecidos

de envenenamento acidental de pessoas, bem como quaisquer propriedades especiais do

produto, tais como estado líquido, alta volatilidade, probabilidade de penetração e

efeitos biológicos especiais.

Subclasse 6.2 – Substâncias Infectantes: São aquelas que contêm

microorganismos.

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Classe 7 – Materiais radioativos

Para fins de transporte, material radioativo é qualquer material cuja atividade

específica seja superior a 70kBq/kg (aproximadamente 2nCi/g). Nesse contexto,

atividade específica significa a atividade por unidade de massa de um radionuclídeo ou,

para um material em que o radionuclídeo é essencialmente distribuído de maneira

uniforme, a atividade por unidade de massa do material.

Classe 8 – Corrosivos

São substâncias que, por ação química, causam severos danos quando em

contato com tecidos vivos ou, em caso de vazamento, danificam ou mesmo destroem

outras cargas ou o veículo; elas podem, também, apresentar outros riscos.

A alocação das substâncias aos grupos de embalagem da Classe 8 foi feita

experimentalmente, levando-se em conta outros fatores tais como risco à inalação de

vapores e reatividade com água (inclusive a formação de produtos perigosos decorrentes

de decomposição). A classificação de substâncias novas, inclusive misturas, pode ser

avaliada pelo intervalo de tempo necessário para provocar visível necrose em pele

intacta de animais.

Segundo esse critério, os produtos desta Classe podem ser distribuídos em três

grupos de embalagem:

Grupo I - Substâncias muito perigosas: provocam visível necrose da pele após

um período de contato de até três minutos;

Grupo II - Substâncias que apresentam risco médio: provocam visível necrose da

pele após período de contato superior a três minutos, mas não maior do que 60 minutos;

Grupo III - Substâncias de menor risco.

Classe 9 – Substâncias perigosas diversas

Incluem-se nesta Classe as substâncias e artigos que durante o transporte

apresentam um risco não abrangido por qualquer das outras classes.

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NOTA: Todas as informações sobre as Classes e Subclasses estão, na íntegra,

no site da ANTT (www.antt.gov.br).

1.5 – Guia PARA UTILIZAÇÃO DA RELAÇÃO DE PRODUTOS

PERIGOSOS:

Vejamos agora um guia resumido para a consulta da relação dos produtos

perigosos mais transportados. Caso não haja risco para o transporte terrestre, isto será

indicado. Quando a designação de um produto incluir medidas de precaução (como, por

exemplo, que ele deva ser estabilizado, inibido ou que deva conter x% de água ou

dessensibilizante), tal produto não deve ser normalmente transportado se tais medidas

não forem adotadas, exceto se estiver relacionado sob outra designação, com

condicionantes diferentes. A relação é organizada segundo a sequência crescente dos

números ONU.

• A primeira coluna contém as designações dos produtos. Deve-se notar que o

nome apropriado para embarque está sempre escrito em letras maiúsculas e as

especificações acessórias estão sempre em minúsculas. As designações "genéricas" ou

contendo "N.E." foram adotadas para permitir o transporte de produtos cujo nome não é

especificado na relação.

Esses produtos só podem ser transportados após seus riscos (classe ou subclasse

e grupo de embalagem) terem sido determinados, de acordo com os procedimentos

indicados nestas Instruções e seus Anexos, de forma a permitir que sejam tomadas as

precauções para tornar seguro seu transporte.

Qualquer substância que possa ter características explosivas deve ser avaliada

com vistas a sua inclusão na Classe 1. As designações coletivas do tipo "genérico" ou

"N.E." só podem ser utilizadas para produtos com riscos subsidiários idênticos aos

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constantes da relação; produtos que exijam condições especiais de transporte não devem

ser incluídos nessas designações. Os produtos especificamente nominados na relação

não devem ser reclassificados, a não ser por motivos imperiosos, ligados à segurança.

• A segunda contém o número ONU;

• A terceira coluna contém a classe ou subclasse que indica o risco principal,

bem como o grupo de compatibilidade, caso o produto seja da Classe 1;

• A quarta coluna fornece quaisquer riscos subsidiários, indicados pelos números

das classes ou subclasses apropriadas. Como uma explosão é sempre acompanhada por

chama, os produtos da Classe 1, invariavelmente, apresentam os riscos inerentes à

Classe 3, no caso de líquidos, ou à Classe 4, quando se trata de sólidos;

• A quinta coluna apresenta o número de risco. O fabricante do produto é

responsável pela indicação dos números de risco quando estes não constarem da relação

e nos casos em que o risco do produto comercial se enquadrar em outro número de

risco;

• A sexta coluna mostra o grupo de embalagem a que pertencem os diversos

produtos;

• A sétima coluna indica se o produto está sujeito a provisões especiais;

• Na oitava coluna, está indicada a quantidade máxima (peso bruto) que pode ser

transportada em uma unidade de transporte com as isenções estabelecidas.

Deve-se notar que nas designações secundárias, ao contrário do adotado para as

designações principais, apenas as iniciais aparecem em letras maiúsculas. Indica-se, a

seguir, o significado das abreviaturas utilizadas na tabela:

PFg = ponto de fulgor;

PE = ponto de ebulição;

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N.E. = não-especificado em outro local da Relação.

Número de risco:

Os números que indicam o tipo e a intensidade do risco são formados por dois

ou três algarismos. A importância do risco é registrada da esquerda para a direita. Os

algarismos que compõem os números de risco têm o seguinte significado:

2 Emissão de gás devido à pressão ou à reação química;

3 Inflamabilidade de líquidos (vapores) e gases, ou líquido sujeito a auto-

aquecimento;

4 Inflamabilidade de sólidos, ou sólidos sujeitos a auto-aquecimento;

5 Efeito oxidante (favorece o incêndio);

6 Toxicidade;

7 Radioatividade;

8 Corrosividade;

9 Risco de violenta reação espontânea.

A letra "X" antes dos algarismos significa que a substância reage

perigosamente com água.

A repetição de um número indica, em geral, aumento da intensidade daquele

risco específico.

Quando o risco associado a uma substância puder ser adequadamente indicado

por um único número, este será seguido pelo número zero.

NÚMEROS DE RISCO E SEUS RESPECTIVOS SIGNIFICADOS:

20 – Gás inerte

22 – Gás refrigerado

223 – Gás inflamável refrigerado

225 – Gás oxidante (favorece incêndios), refrigerado

23 – Gás inflamável

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236 – Gás inflamável, tóxico

239 – Gás inflamável, sujeito a violenta reação espontânea

25 – Gás oxidante (favorece incêndios)

26 – Gás tóxico

265 – Gás tóxico, oxidante (favorece incêndios)

266 – Gás muito tóxico

268 – Gás tóxico, corrosivo

286 – Gás corrosivo, tóxico

30 – Líquido inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC), ou líquido sujeito a auto-

aquecimento

323 – Líquido inflamável, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

X323 – Líquido inflamável, que reage perigosamente com água, desprendendo

gases inflamáveis (*)

33 – Líquido muito inflamável (PFg < 23ºC )

333 – Líquido pirofórico

X333 – Líquido pirofórico, que reage perigosamente com água (*)

336 – Líquido muito inflamável, tóxico

338 – Líquido muito inflamável, corrosivo

X338 – Líquido muito inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água

(*)

339 – Líquido muito inflamável, sujeito a violenta reação espontânea

36 – Líquido sujeito a auto-aquecimento, tóxico

362 – Líquido inflamável, tóxico, que reage com água, desprendendo gases

inflamáveis

X362 – Líquido inflamável, tóxico, que reage perigosamente com água,

desprendendo gases inflamáveis (*)

38 – Líquido sujeito a auto-aquecimento, corrosivo

382 – Líquido inflamável, corrosivo, que reage com água, desprendendo gases

inflamáveis

X382 – Líquido inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água,

desprendendo gases inflamáveis(*)

39 – Líquido inflamável, sujeito a violenta reação espontânea

40 – Sólido inflamável, ou sólido sujeito a auto-aquecimento

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423 – Sólido que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

X423 – Sólido inflamável, que reage perigosamente com água, desprendendo

gases inflamáveis (*)

44 – Sólido inflamável, que a uma temperatura elevada se encontra em estado

fundido

446 – Sólido inflamável, tóxico, que a uma temperatura elevada se encontra em

estado fundido

46 – Sólido inflamável, ou sólido sujeito a auto-aquecimento, tóxico

462 – Sólido tóxico, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

48 – Sólido inflamável, ou sólido sujeito a auto-aquecimento, corrosivo

482 – Sólido corrosivo, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

50 – Produto oxidante (favorece incêndios)

539 – Peróxido orgânico, inflamável

55 – Produto muito oxidante (favorece incêndios)

556 – Produto muito oxidante (favorece incêndios), tóxico

558 – Produto muito oxidante (favorece incêndios), corrosivo

559 – Produto muito oxidante (favorece incêndios), sujeito a violenta reação

espontânea

56 – Produto oxidante (favorece incêndios), tóxico

568 – Produto oxidante (favorece incêndios), tóxico, corrosivo

58 – Produto oxidante (favorece incêndios), corrosivo

59 – Produto oxidante (favorece incêndios), sujeito a violenta reação espontânea

60 – Produto tóxico ou nocivo

63 – Produto tóxico ou nocivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC)

638 – Produto tóxico ou nocivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC), corrosivo

639 – Produto tóxico ou nocivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC), sujeito a

violenta reação espontânea

66 – Produto muito tóxico

663 – Produto muito tóxico, inflamável (PFg até 60,5ºC)

68 – Produto tóxico ou nocivo, corrosivo

69 – Produto tóxico ou nocivo, sujeito a violenta reação espontânea

70 – Material radioativo

72 – Gás radioativo

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723 – Gás radioativo, inflamável

73 – Líquido radioativo, inflamável (PFg até 60,5ºC)

74 – Sólido radioativo, inflamável

75 – Material radioativo, oxidante

76 – Material radioativo, tóxico

78 – Material radioativo, corrosivo

80 – Produto corrosivo

X80 – Produto corrosivo, que reage perigosamente com água(*)

83 – Produto corrosivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC)

X83 – Produto corrosivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC), que reage

perigosamente com água(*)

839 – Produto corrosivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC), sujeito a violenta

reação espontânea

X839 – Produto corrosivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC), sujeito a

violenta reação espontânea e que reage perigosamente com água(*)

85 – Produto corrosivo, oxidante (favorece incêndios)

856 – Produto corrosivo, oxidante (favorece incêndios), tóxico

86 – Produto corrosivo, tóxico

88 – Produto muito corrosivo

X88 – Produto muito corrosivo, que reage perigosamente com água(*)

883 – Produto muito corrosivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC)

885 – Produto muito corrosivo, oxidante (favorece incêndios)

886 – Produto muito corrosivo, tóxico

X886 – Produto muito corrosivo, tóxico, que reage perigosamente com água(*)

89 – Produto corrosivo, sujeito a violenta reação espontânea

90 – Produtos perigosos diversos

(*) Não usar água, exceto com a aprovação de um especialista.

NOTA: A relação de produtos perigosos, aqui mencionada, encontra-se

disponível para consulta e impressão no site da ANTT (www.antt.gov.br). Com cerca de

70 páginas, não seria apropriado incluirmos no material.

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1.5 – Sinalização no transporte de produtos perigosos

RÓTULOS DE RISCO:

Como já sabemos, os produtos perigosos são divididos em classes de risco e,

para a identificação desse risco, é obrigatório o uso dos rótulos de risco:

Classe 1 – Explosivos:

(Nº 1) Subclasses 1.1., 1.2. e 1.3.

Símbolo (bomba explodindo): preto. Fundo: laranja.

Número "1" no canto inferior.

* Local para indicação do grupo de compatibilidade. Não preencher este campo

se Explosivo for o risco subsidiário.

** Local para indicação da subclasse. Não preencher este campo, se Explosivo

for o risco subsidiário.

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(Nº 1.4) (Nº 1.5) (Nº 1.6)

Fundo: laranja. Números: pretos.

Os numerais devem medir cerca de 30 mm de altura e cerca de 5 mm de

espessura (para um rótulo medindo 100 mm x 100 mm).

Número "1" no canto inferior.

* Local para indicação do grupo de compatibilidade. Não preencher este campo

se Explosivo for o risco subsidiário.

Classe 2 – Gases:

(Nº 2.1)

Subclasse 2.1

Gases inflamáveis

Símbolo (chama): preto ou branco. Fundo: vermelho.

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Número "2" no canto inferior.

(Nº 2.2)

Subclasse 2.2

Gases não-inflamáveis, não-tóxicos

Símbolo (cilindro para gás): preto ou branco.

Fundo: verde. Número "2" no canto inferior.

(Nº 2.3)

Subclasse 2.3

Gases tóxicos

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Símbolo (caveira e ossos cruzados): preto. Fundo: branco.

Número "2" no canto inferior.

Classe 3 – Líquidos inflamáveis:

(Nº 3)

Símbolo (chama): preto ou branco. Fundo: vermelho.

Número "3" no canto inferior.

Classe4 – Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea;

substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis:

(Nº 4.1)

Subclasse 4.1

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Sólidos inflamáveis

Símbolo (chama) preto Fundo: branco com sete listras verticais vermelhas.

Número "4" no canto inferior.

(Nº 4.2)

Subclasse 4.2

Substância sujeitas à combustão espontânea

Símbolo (chama): preto. Fundo: Metade superior Branca, metade inferior

vermelha.

Número "4" no canto inferior.

(Nº 4.3)

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Subclasse 4.3

Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis.

Símbolo (chama): preto ou branco. Fundo: azul.

Número "4" no canto inferior.

5.1.5 - Classe 5 – Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos:

(Nº 5.1)

Subclasse 5.1

Substâncias oxidantes

Símbolo (chama sobre um círculo): preto. Fundo: amarelo.

Número "5.1" no canto inferior.

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(Nº 5.2)

Subclasse 5.2

Peróxidos orgânicos

Símbolo (chama): preto ou branco. Fundo: metade superior vermelha, metade

inferior amarela.

Número "5.2" no canto inferior.

5.1.6 – Classe 6 – Substâncias tóxicas e substâncias infectantes:

(Nº 6.1)

Subclasse 6.1

Substâncias tóxicas

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Símbolo (caveira e ossos cruzados): preto. Fundo: branco.

Número "6" no canto inferior.

(Nº 6.2)

Subclasse 6.2

Substâncias infectantes

A metade inferior do rótulo pode conter as inscrições: "SUBSTÂNCIA

INFECTANTE" e " Em caso de dano ou vazamento, notificar imediatamente as

autoridades de Saúde Pública".

Símbolo (três meias-luas crescentes superpostas em um círculo) e inscrições:

pretos. Fundo: branco.

Número "6" no canto inferior.

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Classe 7 – Materiais Radioativos:

(Nº 7A)

Categoria I – Branco.

Símbolo (trifólio): Preto. Fundo: branco. Texto (obrigatório): preto, na metade

inferior do rótulo:

"RADIOATIVO....." - "CONTEÚDO....." - "ATIVIDADE....."

Colocar uma Barra Vermelha após a Palavra "RADIOATIVO".

Número "7" no Canto Inferior.

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(Nº 7B)

Categoria II - Amarela

Símbolo (trifólio): preto. Fundo: metade superior amarela com bordas brancas,

metade inferior branca.

Texto (obrigatório): preto, na metade inferior do rótulo:

"RADIOATIVO....." - "CONTEÚDO....." - "ATIVIDADE.....".

Em um retângulo de bordas pretas: "ÍNDICE DE TRANSPORTE".

Colocar duas barras verticais vermelhas após a palavra "RADIOATIVO".

Número "7" no canto inferior.

(Nº 7C)

Categoria III - Amarela

Símbolo (trifólio): preto. Fundo: metade superior amarela com bordas brancas,

metade inferior branca.

Texto (obrigatório): preto, na metade inferior do rótulo:

"RADIOATIVO....." – "CONTEÚDO....." – "ATIVIDADE.....".

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Em um retângulo de bordas pretas: "ÍNDICE DE TRANSPORTE".

Colocar três barras verticais vermelhas após a palavra "RADIOATIVO".

Número "7" no canto inferior.

(Nº 7E)

5.1.7.1 - Classe 7: Material Físsil

Fundo: branco. Texto (obrigatório): preto na metade superior do rótulo:

"FÍSSIL". Em um retângulo de bordas pretas na metade inferior do rótulo:

"Índice de segurança de criticalidade".

Número "7" no canto inferior.

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Classe 8 – Substâncias corrosivas:

(Nº 8)

Símbolo (líquidos, pingando de dois recipientes de vidro e atacando uma mão e

um pedaço de metal): preto. Fundo: metade superior branca. metade inferior preta com

borda branca.

Número "8" no canto inferior.

Classe 9 – Substâncias e artigos perigosos diversos:

(Nº 9)

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Símbolo (sete listras verticais na metade superior): preto. Fundo: branco.

Número "9", sublinhado no canto inferior.

NOTA: A relação dos rótulos de riscos encontra-se disponível para consulta e

impressão no site da ANTT (www.antt.gov.br).

“ABRE ASPAS”

“Durante o estudo deste Módulo I, se faz necessário ressaltar que o aluno ou

profissional da área esteja receptivo às leituras de atualizações, pois nessa área há

sempre novidades nas Normas com Resoluções atuais que implicam na mudança e/ou

complemento de itens importantes para a rotina de transportes”.

1.6 – Modelos de símbolos especiais e de manuseio inserido pela

resolução 3.632 de 09 de Fevereiro de 2011

• Símbolos de manuseio

• Símbolo de

“Frágil”

• Símbolo de “Não agitar

- frágil”

• Símbolo de

“Proibido usar gancho ou

furar”

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• Símbolo de

“Face superior nesta

direção”

• Símbolo de “Içamento” • Símbolo de

“Proteger contra umidade”

• Símbolo de

“Centro de gravidade”

• Símbolo de “Proteger

contra calor”

• Símbolo de

“Proteger contra luz”

• Símbolo de “Substância ou material magnetizante”.

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SÍMBOLO PARA SUBSTÂNCIAS QUE APRESENTAM RISCO PARA O

MEIO AMBIENTE:

Volumes contendo substâncias que apresentem risco para o meio ambiente

devem ser marcados com a simbologia apresentada na figura abaixo:

Símbolo (peixe e árvore): preto sobre um fundo de cor branca ou de cor

contrastante.

SÍMBOLO PARA O TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS A

TEMPERATURA ELEVADA.

Unidades de transporte carregadas com uma substância em estado líquido, que

seja transportada ou oferecida para transporte a uma temperatura igual ou superior a

100ºC, ou uma substância em estado sólido a uma temperatura igual ou superior a

240ºC, devem portar, nas duas extremidades e nos dois lados, o símbolo indicado na

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figura acima. O símbolo, de forma triangular, deve ser de cor vermelha e ter no mínimo

250mm de lado.

(Fonte: Resolução nº 3.763/12, de 26 de janeiro de 2012 – www.cnt.org.br).

1.7 – Tipos de Transporte de Produtos Perigosos

Os produtos perigosos são transportados nos cinco modais básicos: aéreo,

aquaviário, ferroviário, rodoviário e dutoviário. Embora a classificação de risco seja

igual para todos, pois ela é feita considerando a composição química dos produtos, há

particularidades operacionais em cada um, devido o meio em que acontece com a

elevação dos fatores de riscos e exigências legais para o transporte.

Desses modais, o aéreo, cuja operação é proibida, salvo com licenças especiais,

chega a ser inexpressivo com a menor representação quantitativa.

AQUAVIÁRIO

A navegabilidade pouco explorada dos nossos rios, mesmo privilegiados com

um desenho hidrográfico de causar inveja em muitos países, contribui para um número

muito baixo do transporte fluvial em relação aos outros modais de transporte. No

entanto, é o transporte marítimo que traz representação para o modal aquaviário.

Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), muitos

investimentos estão previstos para os próximos anos para garantir operações mais

seguras nos portos.

Estes números são bem representados pelos Navios Cargueiros e pelos

Graneleiros, mas são os Navios Petroleiros que representam metade da frota mundial.

Eles possuem maior capacidade de carga devido ao seu tamanho. São importantes meios

para o transporte de produtos perigosos, mas a falta de infraestrutura portuária ainda

obriga operações demoradas e pouco eficientes. Há registros sobre a espera das

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chamadas “janelas de atracação”, para carga e descarga de navios, representarem cerca

de 50% do custo logístico de uma viagem internacional e, pior que isso, é o aumento

dos fatores de risco pelo acondicionamento da carga perigosa.

DUTOVIÁRIO

O transporte dutoviário é realizado por meio da gravidade e de força mecânica.

Ele se faz representar por três modalidades:

• Oleodutos: Utilizados para o transporte do petróleo bruto e seus

derivados (diesel, gasolina, querosene, etc.) álcool e óleos industriais;

• Gasodutos: Utilizados para o transporte de gases, fazendo a ligação entre

o produtor e o consumidor, como usinas termelétricas e indústrias;

• Minerodutos: Utilizados para o transporte de minérios entre as regiões

produtoras e o consumidor, como siderúrgicas. Ultimamente essa modalidade vem

sendo substituída por esteiras de transporte devido às mudanças logísticas de algumas

instalações siderúrgicas apresentarem-se próximas à produção ou à zona portuária.

A utilização de um sistema por produtos ou substâncias de diferentes

composições caracteriza os polidutos.

Nos Estados Unidos da América, esta modalidade de transporte representa quase

17% da carga perigosa transportada. No Brasil, não há números precisos, mas se sabe

que poderia ser bem mais explorada, pois transporta grandes quantidades continuamente

e destaca-se a praticidade por dispensar embalagens.

FERROVIÁRIO

Este modal também é bem significativo no transporte de produtos perigosos,

principalmente óleos industriais, químicos em geral e minérios. Mas, apesar de vias

diferentes, este modal se assemelha muito ao marítimo no que diz respeito à falta de

infraestrutura e de investimentos, que possam proporcionar não só um maior volume

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como maior segurança para as pessoas e para o meio ambiente. Ambos têm uma enorme

capacidade de desenvolvimento e são excelentes alternativas para uma melhor divisão

da matriz logística brasileira, desafogando as rodovias.

As empresas, que utilizam este modal para o escoamento de sua produção,

procuram por maior capacidade de transporte, eficiência energética e maior segurança,

pois nesse modal, o índice de acidentes e roubos é bem menor do que o do modal

rodoviário.

RODOVIÁRIO

Como dito anteriormente, apresentaremos este modal mais detalhadamente, não

só por se tratar do mais utilizado, mas porque no aspecto profissional, tornam as

informações mais direcionadas para quem está ou pretende entrar na área. Com certeza,

a probabilidade de ingresso é bem considerável pela acessibilidade a esse mercado.

O equipamento rodoviário mais utilizado para o transporte de produtos perigosos

é o Caminhão-Tanque (CT) – “CT” também denomina o caminhão trator –. Já os

produtos perigosos mais transportados são os combustíveis.

Identificação necessária dos equipamentos rodoviários para o Transporte

de Produtos Perigosos

Essa carga perigosa é transportada a granel, ou seja, são comercializadas fora da

embalagem, em quantidades fracionárias. E, para sua identificação, são adotados os

Rótulos de Risco, que estudamos nos tópicos anteriores, devidamente afixados no seu

exterior (na dianteira, nas laterais e na traseira) para advertir que seu conteúdo é

composto por produtos perigosos e apresenta riscos, facilitando a visualização das

autoridades competentes e dos envolvidos no processo do transporte de uma forma

geral.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão que descreve

como esta identificação se dará de acordo com o tipo de equipamento e natureza da

operação.

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Vamos relembrar a leitura na forma do exemplo abaixo:

Fonte: www.antt.gov.br.-Resolução 3.632.

A colocação dos rótulos de risco e de painéis de segurança nos veículos com

produtos perigosos obedece as seguintes regras:

CARGA A GRANEL

Produto/Risco Painel de Segurança Rótulo de Risco

01 Produto

01 Risco

Nas duas laterais com

números do produto e dos riscos

Na frente e traseira com

números do produto e dos riscos

Nas duas laterais

Na traseira

Produtos diferentes

01 Risco

Nas duas laterais, um em

cada compartimento, com o

número do produto e dos riscos

Na frente e na traseira,

sem números

Nas duas laterais,

um em cada

compartimento

Na traseira

Produtos diferentes

Riscos diferentes

Nas duas laterais, um em

cada compartimento, com o

número do produto e dos riscos

Nas duas laterais,

um em cada

compartimento

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Na frente e traseira sem

números

Na traseira, um de

cada risco principal

Vazio Antes de lavar e

descontaminar, continuar usando

Antes de lavar e

descontaminar, continuar

usando

Fonte: www.defesacivil.es.gov.br/files/meta/9c79332b-f0d2.../91.doc

Vejamos exemplos:

Fonte: www.antt.gov.br.-Resolução 3.632.

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Os rótulos de risco para unidade de transporte devem atender a alguns requisitos,

como:

a) ter dimensões mínimas de 250mm por 250mm, com uma linha da mesma cor

do símbolo a 12,5mm da borda e paralela a todo seu perímetro;

b) corresponder ao Rótulo de Risco estipulado para a classe do produto perigoso

em questão, quanto à cor e símbolo;

c) conter o número de classe ou subclasse dos produtos perigosos em questão,

para o rótulo de risco correspondente, em caracteres com altura mínima de 25mm.

Além dos Rótulos de Riscos, as unidades de transporte devem conter os Painéis

de Segurança, que também devem ser afixados à sua superfície externa em posição

adjacente ao Rótulo de Risco.

Assim como os Rótulos de Riscos, os Painéis de Segurança têm que atender a

requisitos mínimos. Devem ter o número ONU e o número de risco do produto

transportado exibidos em caracteres negros, não menores que 65mm, num painel

retangular de cor laranja, com altura não inferior a 150mm e comprimento mínimo de

350mm, devendo ter borda preta de 10mm.

Fonte: htttp://www.sitivesp.org.br/sitivesp/download/manual_transporte_dez2010.pdf

NOTA: As unidades de transporte compostas por um veículo para o transporte

de produto fracionado e outro para o transporte de carga a granel, quando este estiver

trafegando vazio sem tiver sido descontaminado, devem permanecer com os Rótulos de

Risco e Painéis de Segurança referentes ao produto que foi transportado no equipamento

a granel e das embalagens que estejam contaminadas, assim como continuar portando a

ficha de emergência dentro do envelope para o transporte estando sujeitas às mesmas

prescrições que os veículos carregados. Vamos abordar este assunto com mais detalhes

no Módulo II.

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Unidade 2 – Legislações específicas

Daremos início ao estudo da Legislação para a atividade do transporte de

produtos perigosos. Simplificaremos e buscaremos os pontos específicos para um maior

proveito durante o aprendizado.

Sendo extremamente necessária, a Legislação compõe uma etapa considerada

cansativa com suas alterações e demais dispositivos. Para que isso não ocorra, traremos

os artigos de maior relevância e evitaremos o transbordamento de informações que

possam não ser úteis em suas áreas específicas. Ou seja, abordaremos o assunto desta

Unidade II de forma direta, objetiva e sem muitas citações adjuntas (aquelas que possam

complicar o entendimento de um dispositivo e em nada acrescentar ao seu valor

informativo). Porém, sem deixar a desejar em relação ao pacote necessário para sua

finalidade.

O transporte rodoviário tem uma maior composição de normas específicas para

suas operações. É este modal que apresenta mais divergências e uma maior necessidade

de cobertura por parte dos Órgãos responsáveis para o cumprimento dessas normas que

sofrem constantes alterações. Não muito diferente dos demais modais quanto ao excesso

de revisões, as áreas regulamentadoras demonstram uma falta de visão que as leva para

mais e mais alterações.

Diante disso, destacamos que é de suma importância para o aluno consultar

constantemente as alterações, adequações e novos dispositivos, que venham compor

esse imenso quadro de exigências que está em constante evolução. A surpresa na

abordagem de uma lei pode trazer sérios danos financeiros e organizacionais para uma

empresa.

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2.1 – A origem da Legislação para o Transporte de Produtos Perigosos

Desde a necessidade de uma ação para unir produção às áreas de consumo, o

transporte vem sendo observado como uma atividade comercial em constante

movimento. Uma série de acontecimentos de determinadas operações despertaram

olhares atentos por parte das áreas de segurança e, nos últimos anos, pelas áreas ligadas

à preservação do meio ambiente, representadas pelo poder público e pela “pressão” da

sociedade.

A origem da Legislação Federal

Em 6 de outubro de 1983 o Brasil criou o Decreto-Lei 2.063, sendo o primeiro

país da América Latina a criar normas específicas para o transporte de produtos

perigosos. Isso ocorreu após algumas tragédias, onde destacamos duas de maior impacto

social: Uma em 1972 no estado do Paraná com a explosão de um caminhão carregado

com dinamites; outra em 1977, no Mercado de São Sebastião na capital do estado do

Rio de Janeiro, durante uma operação de descarregamento de pentaclorofenato de sódio,

conhecido como Pó da China, vários operários se contaminaram causando a morte de

seis deles e doenças graves em várias outras pessoas.

A falta de conhecimento com relação aos cuidados e procedimentos durante a

operação e a falta de equipamentos de proteção individual contribuiu para a tragédia e

para atestar a fragilidade de operações envolvendo produtos perigosos.

Posteriormente, esse Decreto seria revisado devido limitações sobre as

operações de transporte e uma inserção mais objetiva da preservação da vida e do

cuidado com o meio ambiente.

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Seria aprovado então, o Decreto 96.044 de 18 de maio de 1988, com destaque

para os seguintes artigos e parágrafos:

Art. 9º – O veículo que transportar produto perigoso deverá evitar o uso de vias

em áreas densamente povoadas ou de proteção de mananciais, reservatórios de água ou

reservas florestais e ecológicas, ou que delas sejam próximas.

Art. 10º – O expedidor informará anualmente ao Departamento Nacional de

Infraestrutura de Transporte (DNIT) os fluxos de transporte de produtos perigosos que

embarcar com regularidade.

§1º – As informações ficarão à disposição dos órgãos e entidades do meio

ambiente, da defesa civil e das autoridades com jurisdição sobre as vias.

§2º – Com base nas informações, o Ministério dos Transportes, com a

colaboração do DNIT e dos órgãos e entidades públicas e privadas, determinará os

critérios técnicos de seleção dos produtos para os quais solicitará informações

adicionais como frequência de embarques, formas de acondicionamento e itinerário,

parada, carga e descarga.

Art. 11º – As autoridades com jurisdição sobre as vias poderão determinar

restrições ao seu uso, ao longo de toda extensão ou parte dela, sinalizando os trechos

restritos e assegurando percurso alternativo, assim como estabelecer locais e períodos

com restrição para estacionamento, parada, carga e descarga.

Art. 12º – Caso a origem ou destino do produto perigoso exigir o uso de via

restrita, tal fato deverá ser comprovado pelo transportador perante a autoridade com

jurisdição sobre a mesma, sempre que solicitado.

Art. 13º – O itinerário deverá ser programado de forma a evitar a presença de

veículos transportando produtos perigosos em vias de grande fluxo de trânsito, nos

horários de maior intensidade de tráfego.

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Pertinente ao caso de 1972, hoje quem observa o transporte de produtos

explosivos é o Ministério da Defesa composto pelas três Forças Armadas: Marinha,

Aeronáutica e, nesse caso, o Exército.

A origem da Legislação Estadual

A Legislação nesse âmbito partindo dos estados brasileiros não tem uma história

muito rica. Na verdade, é muito deficiente dada a importância que o caso exige.

Algumas leis, resoluções e decretos mencionados tratavam, quase que na totalidade, do

cadastro das transportadoras junto aos órgãos públicos e da necessidade de obtenção de

licenças para transporte de produtos perigosos.

Podemos observar algumas, como a Lei 7.877 de 28 de dezembro de 1983 no

Rio Grande do Sul que, além das exigências de cadastro, trata das especificações

técnicas que os veículos precisam obedecer e sobre infrações e penalidades.

Na Bahia, a Resolução nº 1039 de 6 de dezembro de 1994, trata também do

plano de emergência, atestado de sanidade física e psíquica dos envolvidos na linha de

frente das operações.

Outras legislações no Paraná, Santa Catarina e Distrito Federal tratam do

transporte de produtos perigosos com textos bem semelhantes.

A origem da Legislação Municipal

Se há dificuldades em verificar históricos de legislações estaduais, não se pode

esperar algo diferente dos órgãos municipais. Poucas cidades brasileiras possuem

regulamentação específica para o serviço de transporte de produtos perigosos. As

autoridades municipais tratam com descaso esse importante assunto.

Contudo, através de consulta na Secretaria Municipal de Transporte do Rio de

Janeiro, encontramos a Lei nº 1.632 de 6 de novembro de 1990. Dentre outros pontos,

determina que o período de trânsito urbano seja realizado apenas entre 21:00 e 06:00h,

mas foi notada sua ineficácia.

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Também há casos de sucesso entre as cidades brasileiras. O Decreto 36.957 de

10 de julho de 1997, na cidade de São Paulo, que regulamenta a Lei nº 11.368 de 17 de

maio de 1993, trata o transporte de produtos perigosos com todas as variáveis relativas a

veículos de carga no município. A regulamentação evoluiu e hoje se pode afirmar que a

cidade de São Paulo é a que possui uma legislação mais voltada ao assunto dentre as

demais cidades brasileiras.

Legislação Internacional

O “United Nations Orange Book” é um livro publicado a cada dois anos pela

Organização das Nações Unidas (ONU). Neste livro, encontra-se o trabalho do Comitê

de Especialistas de Transporte de Produtos Perigosos, tendo como objetivo a segurança

do comércio mundial, incluindo todos os modais de transporte. A regulamentação de

hoje na Inglaterra, assim como no Brasil, é toda baseada no Orange Book (Livro

Laranja) que, mesmo com o desenvolvimento tecnológico, se mantém atualizada no

controle do transporte de produtos perigosos.

A regulamentação federal mais importante está registrada no 49 Code of Federal

Regulations (49 CFR). Mas, há outras de sucesso diante não só do rigor, como na

fiscalização e no retorno positivo à população. Um exemplo clássico é o U.S.

Department of Transportation, do Ministério dos Transportes dos Estados Unidos da

América que possui um departamento (Office Hazardous Material Safety) voltado à

segurança nacional com o intuito de proteger a população contra problemas relativos ao

transporte de produtos perigosos.

O modelo deste departamento tem um desenho de eficiência a ser copiado por

outros países. Gerenciado pela Research and Special Programs Administration (RSPA),

baseia-se em categorias voltadas ao desenvolvimento da regulamentação determinação

de padrões, fiscalização, treinamento e informação com atividades cooperativas entre as

agências.

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Em relação às leis para as cidades desses países, podemos destacar, por exemplo,

algumas cidades canadenses onde são bem definidas as áreas de circulação de cargas

com produtos perigosos, inclusive com áreas para manobras nas entradas dessas cidades

que possuem sinalização vertical que fornece informações sobre o movimento de

veículos com produtos perigosos. Em outras, para transitar fora das rotas pré-

estabelecidas, é necessário solicitar ao Corpo de Bombeiros, por telefone ou por meio

de ofício, uma autorização especial válida por um ano. O descumprimento desse

procedimento resulta em multa e prisão.

“ABRE ASPAS”

“A necessidade de legislações específicas para o transporte de produtos

perigosos no Brasil se faz diante da falta de condições operacionais e não são pautadas

na informação e proteção da população como deveriam. Hoje temos verdadeiras

“bombas” transitando entre ruas, nas rodovias, prestes a causar danos físicos às pessoas

e contaminar outras através do meio ambiente. São combustíveis, ácidos e outros

produtos trafegando sem planejamento ou sem fiscalização das leis que, por si só, não

bastam. As BR’s 101 e 116 são as principais no escoamento expressivo de produtos

perigosos e estão na lista das rodovias mais precárias.”

2.2 – Atuação dos órgãos governamentais

Existem vários órgãos governamentais brasileiros atuando desde as pesquisas,

fiscalizações, controles e atendimentos, até a elaboração de documentos, que servem

como base para os regulamentos dos transportes rodoviário e ferroviário de produtos

perigosos. Dentre os mais atuantes estão:

– Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

(INMETRO) – Atua na elaboração de regulamentos técnicos, aferição, capacitação e

certificação de veículos, equipamentos e embalagens;

– Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) – Atua na regulamentação

referente ao treinamento obrigatório dos condutores de veículos e codifica as multas

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relativas às infrações previstas no Regulamento Nacional de Transporte de Produtos

Perigosos (RTPP);

– Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) – Controla as substâncias

radioativas;

– Exército Brasileiro (EB) – Controla o comércio de produtos explosivos;

– Polícia Federal (PF) – Atua no controle de produtos como acetona e ácido

clorídrico, por serem utilizados também na produção de drogas ilícitas;

– Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Rodoviária Estadual (PRE) –

Atuam diretamente na fiscalização e aplicação de penalidades para o transporte de

produtos perigosos;

– Ministério da Agricultura – Atua no controle dos pesticidas;

– Departamento de Defesa Civil (DEDEC) e Corpo de Bombeiros – Atuam no

atendimento às comunidades quando das emergências químicas decorrentes de

acidentes com transporte de produtos perigosos;

– Ministério e Secretarias Estaduais do Meio Ambiente – Atuam na fiscalização

e aplicação de penalidades em empresas de produção e transporte de produtos tóxicos

ou que possuam atividades poluidoras;

– Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

(IBAMA) – Atua na execução da Política Nacional do Meio Ambiente e desenvolve

diversas atividades para a preservação e conservação do patrimônio natural, fiscalizando

os recursos naturais.

NOTA: Outros órgãos fazem parte desse conjunto, como a Agência Nacional de

Transportes Terrestres (ANTT) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

já citadas nesse Módulo.

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2.3 – Regulamentação para o Transporte Terrestre de Produtos

Perigosos

Algo muito importante para considerarmos é a estrutura proposta para a

regulamentação para o transporte terrestre de produtos perigosos no Brasil. Sua

complexidade não se dá pelas próprias exigências, mas pela facilidade que se tem em

alterar algo que, exaustivamente, havia sido definido. O efeito disso é que a velocidade

da readaptação por parte dos exigidos pode comprometer o cumprimento da segurança a

que se propõe e, junto com a falta de entendimento ou de interesse, dá ares de

desorganização ao sistema. Uma mudança ministerial, de um secretariado ou de uma

comissão adjunta já é o suficiente para alterar procedimentos no Brasil.

Alterações são necessárias quando da inclusão de um novo produto ou de um

novo método operacional. As leis devem ser pautadas com base num histórico, no

momento atual e numa projeção da situação. As revisões são pertinentes, mas os

exageros abrem brechas para o descumprimento.

Desta forma, vamos conhecer os modelos principais, que regulamentam o

transporte terrestre de produtos perigosos, nas rodovias e ferrovias, e observar suas

alterações.

As principais regras para o Transporte Terrestre de Produtos Perigosos

A Lei 10.233 de 5 de junho de 2001 promoveu uma reestruturação no setor de

transportes no País. O Inciso VII do Artigo 22 firmou a competência reservada à ANTT

para regulamentar o transporte de cargas e produtos perigosos em rodovias e ferrovias

brasileiras.

“O transporte rodoviário, por via pública, de produtos que sejam perigosos, por

representarem riscos para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio

ambiente, é submetido às regras e aos procedimentos estabelecidos pelo Regulamento

para o Transporte Rodoviário de produtos Perigosos, Resolução ANTT nº 3.665/2011 e

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alterações, complementada pelas Instruções aprovadas pela Resolução ANTT nº

420/2004 e suas alterações, sem prejuízo do disposto nas normas específicas de cada

produto.” – ANTT.

Esses documentos estabelecem a aplicação exigida ao transporte rodoviário de

produtos perigosos, seus veículos e condutores, a respeito da classificação dos produtos,

sinalização das unidades de transporte, documentação, embalagens, resíduos,

penalidades e demais dispositivos.

O transportador

O envolvimento na operação do transporte é bem estabelecido na Resolução nº

3.665/2001:

Art. 21. O transportador, antes de mobilizar o veículo, deve assegurar-se de que

este esteja em condições adequadas ao transporte para o qual é destinado, conforme

regulamentação das autoridades competentes, e com especial atenção para o tanque,

carroceria e demais dispositivos que possam afetar a segurança da carga transportada.

No Capítulo IV, Seção III, Art. 46, nesta mesma Resolução, está bem definida a

responsabilidade do transportador, atualizado pelas Resoluções nº 3.762 e 3.886, ambas

de 2012:

Art. 46. Constituem deveres e obrigações do transportador:

I – Assumir as responsabilidades atribuídas ao expedidor, sempre que efetuar

quaisquer alterações no carregamento de produtos perigosos, inclusive quando efetuar

operações de redespacho;

II – Dar adequada manutenção e utilização aos veículos e equipamentos de

transporte, bem como providenciar a limpeza ou descontaminação de resíduos de

carregamentos anteriores;

III – Vistoriar as condições de funcionamento e segurança do veículo e

equipamento de transporte, de acordo com a natureza da carga a ser transportada;

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IV – Acompanhar, para ressalva das responsabilidades pelo transporte, as

operações de carga, descarga e transbordo executadas pelo expedidor ou destinatário de

carga;

V – Providenciar o CIV (Certificado de Inspeção Veicular) e o CIPP

(Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos), quando necessários,

e exigir do expedidor os documentos de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do

caput do Art. 28;

VI – Transportar produtos perigosos a granel de acordo com o especificado no

CIPP;

VII – Portar no veículo o conjunto de equipamentos para situações de

emergência e os EPIs em bom estado de conservação e funcionamento, conforme arts.

4º e 5º, respectivamente;

VIII – Instruir o pessoal envolvido na operação de transporte quanto à correta

utilização dos equipamentos necessários para situações de emergência e dos EPIs,

conforme as instruções do expedidor;

IX – Zelar pela adequada qualificação profissional de todo o pessoal envolvido

na operação de transporte, bem como observar os preceitos de higiene, medicina e

segurança do trabalho;

X – Utilizar corretamente, nos veículos e equipamentos de transporte, os

elementos de identificação adequados aos produtos transportados;

XI – Realizar as operações de transbordo observando os procedimentos e

utilizando os equipamentos recomendados ou fornecidos pelo expedidor ou fabricante

dos produtos;

XII – Assegurar-se de que o serviço de acompanhamento técnico especializado

preenche os requisitos do art. 29 e das instruções específicas existentes;

XIII – Orientar o condutor e o auxiliar quanto à correta movimentação da carga,

exigindo deles o uso adequado dos trajes mínimos obrigatórios e equipamentos de

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proteção individual de segurança no trabalho sempre que, por acordo com o expedidor

ou o destinatário, seja co-responsável pelas operações de carregamento e

descarregamento;

Parágrafo único. Se o transportador receber a carga lacrada ou for impedido,

pelo expedidor ou destinatário, de acompanhar as operações de carga e descarga, fica

desonerado da responsabilidade por acidente ou avaria decorrentes do mau

acondicionamento da carga.

E ainda:

Art. 47. Quando o transporte for realizado por transportador autônomo, os

deveres e obrigações a que se referem os itens VII, VIII, e de X a XIII do Art. 46,

constituem responsabilidade de quem o tiver contratado.

Art. 48. O transportador é solidariamente responsável com o expedidor na

hipótese de aceitar para transporte produtos cuja embalagem apresente sinais de

violação, deterioração, mau estado de conservação.

Transporte misto:

Vejamos o que descreve os Artigos 12 e 13 da Resolução nº

3.665/2011:

Art. 12. É proibido:

I – Conduzir pessoas em veículos transportando produtos perigosos além dos

auxiliares.

II – Transportar, simultaneamente, no mesmo veículo ou equipamento de

transporte, diferentes produtos perigosos, salvo se houver compatibilidade ou se

disposto em contrário nas instruções complementares a este Regulamento.

III – Transportar produtos perigosos juntamente com alimentos, medicamentos

ou quaisquer objetos destinados a uso ou consumo humano ou animal ou, ainda, com

embalagens de mercadorias destinadas ao mesmo fim.

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IV – Transportar alimentos, medicamentos ou quaisquer objetos destinados ao

uso ou consumo humano ou animal em embalagens que tenham contido produtos

perigosos.

V – Transportar, simultaneamente, animais e produtos perigosos em veículos ou

equipamentos de transporte.

Parágrafo único. Entende-se como compatibilidade entre produtos a ausência de

risco de ocorrer explosão, desprendimento de chamas ou calor, formação de gases,

vapores, compostos ou misturas perigosas, devido à alteração das características físicas

ou químicas originais de qualquer um dos produtos, se postos em contato entre si (por

vazamento, ruptura de embalagem, ou outra causa qualquer).

Art. 13. As proibições de transporte previstas nos incisos II e III do art. 12 não se

aplicam quando os produtos estiverem segregados em cofres de carga, que assegurem a

estanqueidade destes em relação ao restante do carregamento, e conforme critérios

estabelecidos nas instruções complementares a este Regulamento.

O Capítulo1.2, Item 1.2.1 da Resolução nº 420/2004, destaca que cofres de carga

são caixas com fechos para acondicionamento de carga geral perigosa ou não, com a

finalidade de segregar produtos incompatíveis durante o transporte.

Transporte em quantidade limitada:

Apresentam riscos menores do que o transporte em grandes quantidades. Assim

é possível dispensar tais operações do cumprimento de algumas exigências legais,

conforme Capítulo 3.4 da Resolução nº 420/2004. Porém, no transporte de dois ou mais

produtos perigosos, prevalece o total da carga.

Os veículos

Quanto ao estacionamento:

Art. 20. O condutor de veículo transportando produtos perigosos só pode

estacionar para descanso ou pernoite em áreas previamente determinadas pelas

autoridades competentes e, na inexistência de tais áreas, deve evitar zonas residenciais,

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áreas densamente povoadas, de grande concentração de pessoas ou veículos, de

proteção de mananciais, de reservatórios de água, de reservas florestais e ecológicas, ou

que delas sejam próximas.

§ 1º Quando, por motivo de emergência, parada técnica, falha mecânica ou

acidente, o condutor do veículo parar ou estacionar em local não autorizado, o veículo

deve permanecer sinalizado e sob a vigilância de seu condutor, exceto se a sua ausência

for imprescindível para a comunicação do fato, pedido de socorro ou atendimento

médico.

§ 2º É recomendável que a vigilância do veículo seja compartilhada com a

autoridade local.

§ 3º Somente em caso de emergência, o condutor do veículo pode estacionar ou

parar no acostamento das rodovias.

Quanto ao itinerário (trajeto):

Art. 15. O condutor de veículo transportando produtos perigosos deve evitar o

uso de vias em áreas densamente povoadas ou de proteção de mananciais, de

reservatórios de água ou de reservas florestais e ecológicas, ou que delas sejam

próximas.

Os condutores

Conforme o Artigo 22 da Resolução ANTT nº. 3665/2011, o condutor de veículo

utilizado no transporte de produtos perigosos, além das qualificações e habilitações

previstas na legislação de trânsito, deve ter sido aprovado em curso específico para

condutores de veículos utilizados no transporte rodoviário de produtos perigosos e em

suas atualizações periódicas, segundo programa aprovado pelo Conselho Nacional de

Trânsito (Contran).

NOTA 1: O Curso de Condutores de Veículos Transportadores de Produtos

Perigosos, conhecido como MOPP – Movimentação e Operação de Produtos Perigosos,

é disciplinado pela Resolução Contran nº 168/2004 e suas alterações, e ministrado pelos

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órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal e

instituições vinculadas ao Sistema Nacional de Formação de Mão-de-obra, como, por

exemplo, o Sistema SENAI e SEST/SENAT. O porte desse documento é obrigatório

conforme Resolução nº 3.665/2011, Parágrafo Único da Seção V. Sua validade é de

cinco anos e agora está vinculado à Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

NOTA 2: O condutor do veículo está dispensado de ter realizado o curso MOPP

quando o transporte é realizado em quantidade limitada por veículo/unidade de

transporte de acordo com o Capítulo 3.4-Produtos Perigosos em Quantidade Limitada

ou de acordo com o item 3.4.4.2 da mesma Resolução.

Art. 23. O condutor, durante a viagem, é o responsável pela guarda, conservação

e bom uso dos equipamentos e acessórios do veículo, inclusive os exigidos em função

da natureza específica dos produtos transportados.

Parágrafo único. O condutor deve examinar as condições gerais do veículo,

verificando, inclusive, a existência de vazamento, o grau de aquecimento, o estado de

uso dos pneus e as demais condições do conjunto transportador.

Art. 24. O condutor deve interromper a viagem e entrar em contato com a

transportadora, autoridades ou entidades cujos telefones estejam listados no Envelope

para o Transporte, quando ocorrerem alterações nas condições de partida, capazes de

colocar em risco a segurança de vidas, de bens ou do meio ambiente.

Art. 26. Durante o transporte o condutor do veículo e os auxiliares devem usar o

traje mínimo obrigatório, ficando desobrigados do uso dos EPIs.

Art. 27. O pessoal que participar das operações de carregamento,

descarregamento ou transbordo de produtos perigosos a granel deve receber treinamento

específico.

E ainda:

Artigo 12, Item VI - abrir volumes contendo produtos perigosos, fumar ou

adentrar as áreas de carga do veículo ou equipamentos de transporte com dispositivos

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capazes de produzir ignição dos produtos, seus gases ou vapores, durante as etapas da

operação de transporte.

O polêmico Artigo 25:

Este Artigo, que trata das operações de carga e descarga por parte do condutor,

já sofreu várias alterações e contestações por parte de empresas e de Órgãos ligados ao

setor. Observe o texto original da Resolução nº 3.665/2011:

Art. 25. O condutor não deve participar das operações de carregamento,

descarregamento ou transbordo da carga, salvo se devidamente treinado e autorizado

pelo expedidor ou pelo destinatário, e com a anuência do transportador.

Depois, o texto da Resolução n º 3.762/2012:

Art. 25. O condutor não participará das operações de carregamento,

descarregamento ou transbordo de carga.

No mesmo ano, o texto da Resolução nº 3.886/2012:

Art. 25. As operações de carregamento, descarregamento e transbordo de

produtos perigosos devem ser realizadas atendendo às normas e instruções de segurança

e saúde do trabalho, estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.

“Abre aspas”

“O que houve, na verdade, foi a tentativa de isenção por parte da ANTT diante

da pressão sofrida em meio à incoerência e conflito de ideias e interesses. Este assunto

ainda está presente no mercado”.

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2.4 – A classificação dos produtos

Como vimos na Unidade anterior, a classificação de um produto como perigoso

para o transporte é feito de acordo com o Manual de Ensaios e Critérios publicado pela

ONU. O Item 2.0.0 da Resolução nº 420/2004 determina que essa classificação seja

feita pelo fabricante ou expedidor orientado pelo fabricante que alocará o produto em

alguma das 9 classes e/ou subclasses de risco descritas nesta mesma Resolução.

Os produtos perigosos transportados com maior frequência estão na Relação de

Produtos Perigosos que consta no Capítulo 3.2 da Resolução nº 420/2004 que, em seu

Item 2.0.2.1, descreve a alocação em números ONU e nomes de acordo com as normas

técnicas para embarque.

A sinalização

O Capítulo II da Seção I da Resolução nº 3.665/2011 em seu Parágrafo Único

descrevia que, após as operações de limpeza e descontaminação (vapor) dos veículos e

equipamentos de transporte, conforme estabelecido pela autoridade competente, a

sinalização deveria ser retirada.

A Resolução nº 3.762/2012 revogou este Parágrafo e incluiu um segundo:

§ 1º Para veículos e equipamento de transporte que não apresentem

contaminação ou resíduo dos produtos transportados, a sinalização deve ser retirada

após o descarregamento.

§ 2º Para veículos e equipamento de transporte que apresentem contaminação ou

resíduo dos produtos transportados, a sinalização deve ser retirada após operações de

limpeza e descontaminação, observado o disposto nas Instruções Complementares a este

Regulamento.

A sinalização das unidades e dos equipamentos de transporte, como já vimos, é

feita por meio de Rótulos de Risco, Painéis de Segurança e demais símbolos aplicáveis

conforme Item 5.1.1.2.1 da Resolução ANTT nº 420/2004.

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Documentação exigida

O Artigo 28 descreve os documentos necessários para a circulação de produtos

perigosos por vias públicas:

I – Originais do CIPP (Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos

Perigosos) e do CIV (Certificado de Inspeção Veicular), no caso de transporte a granel,

dentro da validade (um ano), emitidos pelo INMETRO ou entidade por este acreditada;

II – Documento fiscal contendo as informações relativas aos produtos

transportados, conforme o detalhamento previsto nas instruções complementares a este

Regulamento;

III – Declaração do Expedidor de que os produtos estão adequadamente

acondicionados e estivados para suportar os riscos normais das etapas necessárias à

operação de transporte e que atendem à regulamentação em vigor, conforme

detalhamento previsto nas instruções complementares a este Regulamento;

IV – Ficha de Emergência e Envelope para o Transporte, emitidos pelo

expedidor, conforme o estabelecido nas instruções complementares a este Regulamento,

preenchidos de acordo com informações fornecidas pelo fabricante ou importador dos

produtos transportados;

V – Autorização ou licença da autoridade competente para expedições de

produtos perigosos que, nos termos das instruções complementares a este Regulamento,

necessitem do(s) referido(s) documento(s); e

VI – Demais declarações exigidas nos termos das instruções complementares a

este Regulamento.

Licenças: A ANTT não exige qualquer licença/autorização específica para que a

empresa realize o transporte de seus produtos perigosos. Entretanto, o exercício da

atividade econômica, com a finalidade comercial, em que terceiros realizam essas

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operações de transporte remuneradas, depende de inscrição junto ao Registro Nacional

de Transporte Rodoviário de Cargas (RNTRC).

Equipamentos de porte obrigatório

De acordo com o Artigo 4º da Resolução ANTT 3665/2011, os veículos devem

portar conjunto de equipamentos para situações de emergência, adequado ao tipo de

produto transportado. O Artigo 5º prescreve ainda que os veículos utilizados no

transporte de produtos perigosos devem portar conjuntos de Equipamentos de Proteção

Individual (EPIs) adequados aos tipos de produtos transportados, para uso do condutor e

auxiliar, quando necessário em situações de emergência, conforme instruções

complementares a este Regulamento.

Estes Artigos são complementados pela Norma ABNT NBR 9735 - Conjunto de

equipamentos para emergências no transporte terrestre de produtos perigosos.

Vale observar ainda os equipamentos relacionados no item 7.1.4.1 da Resolução

ANTT nº 420/2004: extintores, jogo de ferramentas e dois calços por veículo. No caso

dos trens, além dos extintores de incêndio, no caso da necessidade da inclusão de outra

composição, esta deverá cumprir com os mesmos requisitos e ainda oferecer proteção

ao pessoal encarregado do acompanhamento, equipamentos de primeiros socorros,

equipamentos e dispositivos de atendimento à emergência, equipamentos para

comunicação e outros complementos previstos de acordo com o tipo do vagão.

Embalagens

A 4ª parte da Resolução nº 420/2004 estabelece as disposições relativas ao uso

de embalagens, contentores e tanques para transporte.

A 6ª parte trata das exigências para a fabricação e ensaios de embalagens,

recipientes para gás e projeto, fabricação, inspeção e ensaio de tanques portáteis

(Capítulo 6.7).

Toda embalagem, IBCs e embalagens grandes descritas nos Itens 6.1.3, 6.5.2 e

6.6.3, destinadas ao uso devem portar marcas duráveis e legíveis com dimensões e

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localização que as tornem facilmente visíveis. O conteúdo dessas marcas caracteriza que

estas passaram nos ensaios exigidos.

O INMETRO é responsável pela regulamentação, acompanhamento e

fiscalização das embalagens previstas nessa Resolução.

Quanto à identificação, conforme o Item 5.1.1.2.2 desta mesma Resolução, é

feita por meio da afixação dos Rótulos de Risco, marcações e demais símbolos

aplicáveis. Essa regra consiste na disposição do número ONU e do nome para o

embarque do produto. Os modelos, cores e dimensões constam no Capítulo 5.2.

Resíduos

O Item 2.0.2.9 da Resolução nº 420/2004 define resíduos como substâncias,

soluções, misturas ou artigos que contêm, ou estão contaminados por um ou mais

produtos sujeitos às disposições de tal regulamentação, para os quais não seja prevista

utilização direta, mas que são transportados para fins de despejo, incineração ou

qualquer outro processo de disposição final.

O resíduo que contiver um único componente considerado produto perigoso, ou

dois ou mais componentes que se enquadrem numa mesma classe ou subclasse, deve ser

classificado de acordo com os critérios dessa classe ou subclasse que corresponda a esse

componente. Caso haja componentes distintos que pertençam a duas ou mais classes e

subclasses, deverá ser considerada a classificação de acordo com a precedência

aplicável a substâncias perigosas com riscos múltiplos, descrita no Item 2.0.3.

O Item 2.0.1.2 estabelece que os resíduos sejam transportados com todos os

critérios pertencentes à sua classificação. Caso não estejam enquadrados em critérios

previstos, mas que estejam abrangidos em convenções, devem ser transportados como

pertencentes à classe 9 – substâncias perigosas diversas.

Infrações e penalidades

No Capítulo VI da Resolução nº 3.665/2011 dispõe os Itens que tratam das

infrações e penalidades aplicadas ao transportador e ao expedidor. Dentre eles,

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destacamos que compete à ANTT a aplicação da multa sem o prejuízo da competência

das autoridades responsáveis pela via em que a infração foi cometida; deixar de dar

apoio e prestar os esclarecimentos solicitados pelas autoridades públicas em caso de

emergência, acidente ou avaria; manusear, carregar ou descarregar produtos perigosos

em locais públicos e em condições de segurança inadequadas às características dos

produtos e à natureza de seus riscos; transportar produtos perigosos em veículo ou

equipamento sem a devida sinalização, ou quando esta estiver incorreta, ilegível ou

afixada de forma inadequada e ainda, na falta dos equipamentos obrigatórios e/ou com

embalagens violadas.

2.5 – Sobre as alterações

Além do Artigo 25, já citado e explicado, algumas alterações na Resolução nº

3.665/2011, tratam da não aplicabilidade do Regulamento a produtos perigosos que

estejam sendo usados para propulsão dos meios de transporte. Como também, dispensa

o transportador, de quantidades limitadas, portar e encaminhar o Fluxo de Transporte

Rodoviário ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) e ainda

dispensa a afixação no veículo do símbolo para o transporte de substâncias perigosas

para o meio ambiente.

Outro destaque é para os Painéis de Segurança. Além de serem fixados no

equipamento de transporte (containeres e tanques portáteis) eles deverão ser colocados

também na superfície externa das unidades de transporte (veículo da carga e veículo

tanque).

Quanto à circulação de documentos, a legislação admite que o uso de veículos e

equipamentos de transporte de produtos perigosos a granel, que possuam certificado

internacional, será aceito, dentro do prazo de validade e de acordo com o INMETRO.

A Resolução nº 3.887/2012 altera o anexo da Resolução nº 420/2004, que aprova

as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte de Produtos Perigosos

sobre os ensaios de embalagens.

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Os veículos originais de fábrica (0Km) que não sofreram quaisquer

modificações de suas características originais ficarão isentos de inspeção veicular inicial

e do porte obrigatório de Certificado de Inspeção por um prazo de doze meses, contados

a partir do prazo de sua aquisição, comprovada através do documento fiscal de compra.

NOTA: Consideramos importante o histórico das alterações da legislação, mas

procuramos simplificar e sermos objetivos quanto às atualidades.

Autorização ambiental para o Transporte Interestadual de Produtos

Perigosos

A partir de 10 de junho 2012, o IBAMA tornou-a obrigatória para os

transportadores de produtos perigosos nos modais rodoviário, ferroviário ou aquaviário

(embarcações) que exercerem a atividade em mais de um estado, e os transportadores de

produtos perigosos nos modais marítimos (embarcações).

Se o transporte for interestadual ou marítimo, esta Autorização substitui as

licenças estaduais para a mesma finalidade. Mas, ela se refere exclusivamente para a

atividade de transporte. Instalações administrativas e operacionais deverão seguir a

legislação local para a obtenção de licenças e demais autorizações, pois a Autorização

Ambiental para o Transporte Interestadual de Produtos Perigosos não desobriga o

transportador de obter outras licenças e autorizações exigidas em leis e seus

regulamentos.

Esta Autorização é válida por três meses e, quando da sua emissão para um

transportador, todos os veículos, trens ou embarcações que ele relacionar na solicitação

estarão inseridos. É permitido também, inserir outro veículo, trem ou embarcação na

relação da Autorização Ambiental que esteja ainda em vigência.

O Cadastro Técnico Federal (CTF) é o primeiro passo para a obtenção da

Autorização. Será cobrada a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA).

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Para evitar gastos de papel, a empresa poderá disponibilizar na unidade de

transporte apenas a primeira página, a última, e a página que contém a placa do

caminhão/veículo/equipamento.

(Fonte:http://www.ibama.gov.br/perguntas-frequentes/autorizacao-ambiental-

para-transporte-de-produtos-perigosos).

Legislação aérea:

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) é o Órgão que detém o controle

do transporte de produtos perigosos pelo modal aéreo.

Para tanto, entre outras resoluções, destacamos a Resolução nº 129/2009 que

estabelece os requisitos aplicáveis ao transporte aéreo doméstico e internacional de

artigos perigosos em aeronaves civis registradas ou não no Brasil e a qualquer pessoa

que executa, que intenciona executar ou que é requisitada a executar quaisquer funções

ou atividades relacionadas ao transporte aéreo de artigos perigosos. Isto inclui: o

operador do transporte aéreo e toda pessoa responsável pelo oferecimento ou aceitação

de carga aérea; tripulações e empregados, inclusive pessoal contratado que recebe

cargas, passageiros e bagagem ou que manuseia, carrega e descarrega carga; o

passageiro do transporte aéreo que leve qualquer artigo perigoso consigo ou em

bagagem de mão ou despachada; o fabricante e o montador de embalagens para o

transporte aéreo de artigos perigosos; e o operador de um terminal de carga aérea.

O transporte de artigos perigosos em aeronaves civis brasileiras ou estrangeiras

com origem, destino, trânsito e sobrevoo em território brasileiro, bem como a

embalagem, a identificação, o carregamento e o armazenamento desses artigos, ficam

condicionados aos cuidados e restrições previstos neste RBAC (Regulamento Brasileiro

da Aviação Civil) e nas Instruções Técnicas para o Transporte Seguro de Artigos

Perigosos pelo Modal Aéreo - DOC. 9284-AN/905 da Organização da Aviação Civil

Internacional (OACI) ou regulamento equivalente vigente reconhecido e utilizado

nacional e internacionalmente para embarques de artigos perigosos pelo modal aéreo.

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Em casos de extrema urgência ou quando outras modalidades de transporte não

sejam apropriadas ou quando o cumprimento de todas as condições exigidas seja

contrário ao interesse público, a ANAC pode isentar o cumprimento do previsto neste

Regulamento, desde que em tais casos sejam tomadas as providências adequadas para

atingir um nível geral de segurança no transporte equivalente ao nível de segurança

previsto pelas disposições deste RBAC.

No caso de sobrevoo do território brasileiro, se nenhum dos critérios para

conceder uma isenção for relevante, uma isenção pode ser concedida pela ANAC

baseada unicamente nos critérios equivalentes de segurança para o transporte aéreo.

(Fonte: http://www.cnen.gov.br/seguranca/normas/RBAC-175-ANAC.pdf).

Limitações e proibições:

É proibido o transporte, em aeronaves civis, de substâncias suscetíveis de

explodir, reagir perigosamente, produzir chamas ou produzir, de maneira perigosa, calor

ou emissões de gases ou vapores tóxicos, corrosivos ou inflamáveis nas condições que

se observam habitualmente durante o transporte. As munições, por exemplo, são

totalmente proibidas para o transporte aéreo civil.

Exceto como previsto no Regulamento, os artigos perigosos não podem ser

transportados em aeronaves civis, como carga ou bagagem, sem o prévio conhecimento

do transportador e sem a necessária documentação exigida para o transporte.

(Fonte: http://www2.anac.gov.br/arquivos/pdf/17_RBAC175.pdf).

Legislação aquaviária

De acordo com o art. 23 da lei 10.233/2001, o transporte aquaviário de cargas

especiais e perigosas constitui a esfera de atuação da Agência Nacional de Transportes

Aquaviários (ANTAQ). O art. 27 da mesma Lei dá poderes à ANTAQ para estabelecer

padrões e normas técnicas relativos às operações de transporte aquaviário.

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Diversos regulamentos nacionais e internacionais tratam das operações de

armazenagem, manuseio e transporte de cargas perigosas nas instalações portuárias,

entre os quais: IMDG Code (International Maritime Dangerous Goods), o documento

atualizado da IMO "Revision of the Recommendations on the Safe Transport of

Dangerous Cargoes and Related Activities in Port Areas", a NBR 14253/1998 da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a Norma Regulamentadora 29 (NR

- 29) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Como regulamentação interna, a ANTAQ publicou no Diário Oficial da União

(DOU), de 15 de setembro de 2011, a resolução Nº 2.239, que aprova a norma de

procedimentos para o trânsito seguro de cargas perigosas por instalações portuárias

situadas dentro ou fora da área do porto organizado.

A norma aplica-se aos arrendamentos, terminais de uso privativo (TUP),

estações de transbordo de cargas (ETC) e instalações portuárias públicas de pequeno

porte (IP4) que movimentem produtos perigosos. Ela incorpora aspectos de segurança e

saúde ocupacional, preservação da integridade física das instalações portuárias e de

proteção do meio ambiente.

(Fonte: http://www.antaq.gov.br/portal/MeioAmbiente_CargasPerigosas.asp).

Para o trânsito marítimo de produtos perigosos, predominam normas

internacionais que protegem o meio ambiente e as instalações e equipamentos. Elas

constituem um ambiente complexo, mas bem estruturado, baseadas em legislações

européias e acordos internacionais de comércio e de proteção do meio ambiente.