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(Des) Compassos da (Des) Compassos da Política de Atenção Política de Atenção Integral ao Usuário de Integral ao Usuário de Álcool e Outras Drogas Álcool e Outras Drogas A Redução de Danos em Questão A Redução de Danos em Questão Ana Paula Barbosa Emilly Sala Janielly Braz Katerine Freitas Shirley Costa

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Slide sobre a atual política de Redução de Danos

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Page 1: Slides Redução de Danos

(Des) Compassos da Política (Des) Compassos da Política de Atenção Integral ao de Atenção Integral ao

Usuário de Álcool e Outras Usuário de Álcool e Outras DrogasDrogas

A Redução de Danos em QuestãoA Redução de Danos em Questão

Ana Paula BarbosaEmilly Sala

Janielly BrazKaterine Freitas

Shirley Costa

Page 2: Slides Redução de Danos

Estrutura da ApresentaçãoEstrutura da Apresentação

Justificativa quanto a escolha do tema proposto;

Breve introdução sobre a história das políticas públicas de saúde;

Breve introdução sobre o surgimento da Política de Redução de Danos;

Aspectos da Política de Atenção Integral ao Usuário de Álcool e Outras Drogas;

Programa de Redução de Danos;

Implementação da Política no Estado da Bahia;

Atuação do Redutores de Danos e do Psicólogo;

Questões para Debate.

Page 3: Slides Redução de Danos

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDEPOLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

É a ação ou omissão do Estado, enquanto resposta social,

diante dos problemas de saúde e seus determinantes

sociais, ambientais e culturais, bem como em relação à

produção, distribuição e regulação de bens, serviços e

ambientes que afetam a saúde dos indivíduos e da

coletividade. (Paim, 2000);

Resposta do Estado a problemas e necessidades de saúde.

Page 4: Slides Redução de Danos

RESPOSTAS SOCIAISRESPOSTAS SOCIAIS

Conjunto de ações políticas: mobilização, organização,

participação no processo coletivo de tomada de

decisões;

Gerando a elaboração e execução de propostas

traduzidas em ações de promoção da saúde e de

prevenção de riscos, redução de danos e cuidado.

Page 5: Slides Redução de Danos

HISTÓRICO BRASILEIROHISTÓRICO BRASILEIRO

ANTECEDENTES DA AÇÃO ESTATAL: Intervenção estatal só vai ocorrer no Século XX, mais

efetivamente na década de 30;

Século XVIII - a assistência médica pautada na filantropia e na prática liberal;

Século XIX, em decorrência das transformações econômicas e políticas, algumas iniciativas surgiram no campo da saúde pública, como a vigilância do exercício profissional e a realização de campanhas limitadas;

Nos últimos anos do século, a questão saúde já aparece como reivindicação no nascente movimento operário;

No início do século XX, surgem algumas iniciativas de organização do setor saúde, que serão aprofundadas a partir de 30;

Page 6: Slides Redução de Danos

Criação das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs)em 1923, conhecida como Lei Elói Chaves.

INTERVENÇÃO DO ESTADO – 1930-1964 Política de saúde de caráter nacional, organizada em dois

subsetores: o de saúde pública e o de medicina previdenciária;

Saúde pública - predominante até meados de 60 e centralizou-se na criação de condições sanitárias mínimas para as populações urbanas e, restritamente, para as do campo;

Medicina previdenciária - só virá sobrepujar o de saúde pública a partir de 1966 - estender para um número maior de categorias de assalariados urbanos os seus benefícios – orientação contencionista;

A Política Nacional de Saúde, que se esboçava desde 1930, foi consolidada no período de 1945-1950;

Não houve eliminação do quadro de doenças infecciosas e parasitárias e das elevadas taxas de morbidade e mortalidade infantil, como também a mortalidade geral.

Page 7: Slides Redução de Danos

DITADURA MILITAR – PRIVILEGIAMENTO DO PRODUTOR PRIVADO

Unificação da Previdência Social, com a junção dos IAPs em 1966;

Declínio da saúde pública e crescimento da medicina previdenciária;

Privilegiamento do produtor privado – com ênfase na prática médica curativa, individual, assistencialista e especializada, e articulação do Estado com os interesses do capital internacional, via indústrias farmacêuticas e de equipamento hospitalar;

Entre1974 a 1979, a política social teve por objetivo obter maior efetividade no enfrentamento da “questão social”, a fim de canalizar as reivindicações e pressões populares;

“A política nacional de saúde enfrentou permanente tensão entre a ampliação dos serviços, a disponibilidade de recursos financeiros, os interesses advindos das conexões burocráticas entre os setores estatal e empresarial médico e a emergência do movimento sanitário.” (Bravo, 2006).

Page 8: Slides Redução de Danos

DÉCADA DE 1980 – CONSTRUÇÃO DO PROJETO DA REFORMA SANITÁRIA

Saúde deixou de ser interesse apenas dos técnicos para assumir uma dimensão política, estando estreitamente vinculada à democracia;

8ª Conferência Nacional de Saúde – 1986 – 4.500 pessoas;

O processo constituinte e a promulgação da Constituição de 1988 - promessa de afirmação e extensão dos direitos sociais;

O texto constitucional, com relação à Saúde, após vários acordos políticos e pressão popular, atende em grande parte às reivindicações do movimento sanitário, prejudica os interesses empresariais do setor hospitalar e não altera a situação da indústria farmacêutica;

Ganhos- politização da questão saúde, alteração da norma constitucional e mudança do arcabouço e das práticas institucionais;

Criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) em 1987 e depois , em 1988, SUS (Sistema Único de Saúde).

Page 9: Slides Redução de Danos

CONSOLIDAÇÃO DO PROJETO DE SAÚDE VOLTADO PARA O MERCADO

Anos 90 - redirecionamento do papel do Estado, influenciado pela Política de Ajuste Neoliberal;

Descontrução da política de saúde construída na década de 1980 tem sido desconstruída;

Saúde vinculada ao mercado, enfatizando-se as parcerias com a sociedade civil, responsabilizando a mesma para assumir os custos da crise;

Volta da filantropização - utilização de agentes comunitários e cuidadores para realizarem atividades profissionais, com o objetivo de reduzir os custos;

Situação do SUS - omissão do governo federal na regulamentação e fiscalização das ações de saúde em geral;

Nesse quadro, dois projetos convivem em tensão: o projeto de reforma sanitária, construído na década de 1980 e inscrito na Constituição Brasileira de 1988, e o projeto de saúde articulada ao mercado ou privatista, hegemônico na segunda metade da década de 1990 (Bravo, 1999).

Page 10: Slides Redução de Danos

GOVERNO LULA

Expectativa - fortalecimento do projeto de reforma sanitária que foi questionado nos anos 90, havendo, no período, a consolidação do projeto de saúde articulado ao mercado ou privatista;

Situação – reconhecimento do desafio de incorporação da agenda ético-política da reforma sanitária, porém, pelas suas ações manteve a polarização entre os dois projetos;

Aspectos de inovação - retorno da concepção de Reforma Sanitária que, nos anos 90, foi totalmente abandonada e escolha de profissionais comprometidos com a luta pela Reforma Sanitária para ocupar o segundo escalão do Ministério;

Aspectos de continuidade - ênfase na focalização, na precarização, na terceirização dos recursos humanos.

Page 11: Slides Redução de Danos

SURGIMENTO DA REDUÇÃO DE DANOSSURGIMENTO DA REDUÇÃO DE DANOS

… “no início do século XX, drogas hoje proibidas, como a cocaína e a heroína, faziam parte de um lucrativo mercado legal que envolvia interesses de potências do período…. Estados europeus como Inglaterra, França, Alemanha, Holanda e Portugal tinham como um dos principais itens de suas políticas coloniais a produção de matéria-prima para a industrialização de psicoativos largamente comercializados, principalmente o ópio e seus derivados.”(Rodrigues, 2005:293, apud Santos, Vilmar, 2008);

… “à frente da war on drugs (guerra às drogas) desde o final dos anos 70, os Estados Unidos vêm adotando um política repressiva, violenta e inútil, na tentativa de conter a produção e a comercialização de drogas.” (Zaluar 2002:22 apud Santos, Vilmar, 2008).

Page 12: Slides Redução de Danos

SURGIMENTO DA REDUÇÃO DE DANOSSURGIMENTO DA REDUÇÃO DE DANOS

1926 – Publicação do Relatório Rolleston - Inglaterra;

- Morfina ou Heroína – médicos usuários

- Uso subcutâneo ou intramuscular

- Nos EUA – endovenoso – maior número de usuários

Cancelado – razões político-partidárias

Permaneceu Merseyside – referência em 1980

Envolvia prescrição de drogas e serviços de orientação e aconselhamento. Em 1986 inclusão PTS após sucesso em Amsterdã.

Page 13: Slides Redução de Danos

SURGIMENTO DA REDUÇÃO DE DANOSSURGIMENTO DA REDUÇÃO DE DANOS

1972 – Amsterdã - aumento problemas relacionados às drogas;

1976 – Lei que diferencia drogas – auxílio aos usuários com a participação dos mesmos;

1980 – Associação “Junkiebond” - preocupação com a Hepatite B;

1984 – PTS – Hepatite B e depois HIV;

1985 – PTS – Austrália nível nacional – prevenção HIV;

1987 – É a vez do Canadá;

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OS PROJETOS DE REDUÇÃO DE DANOS NO BRASILOS PROJETOS DE REDUÇÃO DE DANOS NO BRASIL

Início do Sec XX - Cocaína – elites;

1970 – proibição das anfetaminas – banalização da cocaína; ‘‘Guerra às Drogas’’ nos EUA – Brasil como rota;

1988 – Santos – capital da AIDS;

1989 – primeiro programa de redução de danos - por meio do Programa Municipal de Aids – Santos/SP – já que não conseguem abandonar o vício que ao menos não contaminem uns aos outros; Polêmica – Lei 6.368 de 1976 – auxílio/incentivo = crime;

1991 – ONG – Profissionais do projeto anterior – hipoclorido de sódio (projeto c/ êxito no exterior); abandonado/elimina vírus HIV e nao hepatites B e C;

1993 – Empréstimo do Banco Mundia ao MS – não aumentou projetos;

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OS PROJETOS DE REDUÇÃO DE DANOS NO BRASILOS PROJETOS DE REDUÇÃO DE DANOS NO BRASIL

1994 – Projetos em São Paulo e Salvador;

Questões judiciais impedem a distribuição de seringas 1995 – ONG em São Paulo começa a fazer esta distribuição; 1995 – Surge em Salvador primeiro PTS - Programa de Troca de

Seringas – CETAD – alocado UFBA – coragem dos médicos; 1994 – 1996 - Projeto Brasil - estudo que mostra tendência

crescimento UDIs; 1997 – fundada a Associação Nacional de Redutores de Danos –

ABORDA; No Brasil todos os PTS estão inseridos nos PRD. (DOMANICO,

Andrea 2006).

Cada projeto apresenta seu próprio Kit, obedecendo: seringa, frasco de diluição, folder explicativo, frasco água destilada, compressas de álcool, preservativos.

Page 16: Slides Redução de Danos

OS PROJETOS DE REDUÇÃO DE DANOS NO BRASILOS PROJETOS DE REDUÇÃO DE DANOS NO BRASIL

1996 – CETAD – Cinema de rua – aumento uso Crack – falta recursos – encerrado após 2 anos;

1998 - VIII Conferência Internacional – S. Paulo assina lei. Marco !!

2000 – projeto iniciado - Uso do filtro em Santos - após 3 anos encerrado por falta de recursos;

2001 – Salvador – reunião vários projetos – cachimbos individuais; Particularidade de cada grupo; moradores de rua, de comunidades …

2001 – I Conferência Latina de Redução de Danos – Barcelona. Grande participação dos RD e técnicos brasileiros;

2003 – II Conferência Latina de Redução de Danos – França

Kit Cheire Bem – Décio Ciavaglia.

Page 17: Slides Redução de Danos

OS PROJETOS DE REDUÇÃO DE DANOS NO BRASILOS PROJETOS DE REDUÇÃO DE DANOS NO BRASIL

“… ao longo da implementação dos projetos de redução de danos no Brasil, houve uma falta de investimento na dimensão política … onde as equipes tiveram que responder tecnicamente ao financiamento havendo então pouca valorização na organização política.” (DOMANICO, Andrea 2006);

“ A redução de danos é um conjunto de estratégias que tem por objetivo oferecer alternativas de cuidados à saúde que possam ser adotadas sem abandonar a prática de uso de drogas.” (Ministério da Saúde, 2006, apud DOMANICO, Andrea 2006)

Page 18: Slides Redução de Danos

POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGASÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

Política integrada às propostas elaboradas pela Área Técnica de Saúde Mental/Álcool e Drogas do Ministério da Saúde (MS):

◦ Regulamentada e respaldada pela Lei Federal 10.216/2001;

◦ Publicada em 2003.

É dirigida para pessoas que apresentam problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas;

Page 19: Slides Redução de Danos

POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGASÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

“Organiza as ações de promoção, prevenção, proteção à saúde e educação das pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas e estabelece uma rede estratégica de serviços extra-hospitalares para esta clientela, articulada à rede de atenção psicossocial e fundada na abordagem de redução de danos.” (MS, 2005);

Ênfase na reabilitação e reinserção social dos usuários;

Page 20: Slides Redução de Danos

POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGASÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

Dispositivos estratégicos:

◦ CAPS ad – Centro de Atenção Psicossocial para Atendimento de Pacientes com dependência e/ou uso prejudicial de álcool e outras drogas;

◦ Ações no âmbito da atenção primária;

◦ Articulação com as redes de suporte social (tais como grupos de ajuda mútua e entidades filantrópicas);

◦ Implementação nos Hospitais Gerais da rede hospitalar de retaguarda aos usuários de álcool e outras drogas.

Page 21: Slides Redução de Danos

REDUÇÃO DE DANOSREDUÇÃO DE DANOS

Um dos eixos norteadores da política do Ministério da Saúde para o álcool e outras drogas;

“O paradigma da redução de danos se situa como estratégia de saúde pública que visa a reduzir os danos causados pelo abuso de drogas lícitas e ilícitas, resgatando o usuário em seu papel auto-regulador, sem a exigência imediata e automática da abstinência, e incentivando-o à mobilização social.” (MS,2005)◦ reconhece cada usuário em suas singularidades,

traçando com ele estratégias que estão voltadas para a defesa de sua vida;

◦ um conjunto de intervenções de saúde pública que visam prevenir as consequências negativas do uso de álcool e outras drogas.

É considerar que: “usa-se droga para viver, não para morrer” (Espinheira apud Flach, 2010).

Page 22: Slides Redução de Danos

REDUÇÃO DE DANOSREDUÇÃO DE DANOS

Estratégias de redução de danos:

◦ Ampliação do acesso aos serviços de saúde;

◦ Distribuição de insumos (seringas, agulhas, cachimbos);

◦ Elaboração e distribuição de materiais educativos;

◦ Os programas de prevenção de acidentes e violência associados ao consumo;

◦ Ampliação do número de unidades de tratamento para o uso nocivo de álcool e outras drogas.

(MS,2005)

Page 23: Slides Redução de Danos

REDUÇÃO DE DANOSREDUÇÃO DE DANOS

Ações de RD devem compreender uma ou mais das seguintes medidas:

I. Informação, educação e aconselhamento; Objetivo: estimular a adoção de comportamentos mais

seguros no consumo de substâncias ou droga que causem dependência, e nas práticas sexuais;

Devem ser acompanhadas da distribuição dos insumos destinados a minimizar os riscos decorrentes do consumo de produtos, substâncias e drogas que causem dependência.

o

II. Assistência social e à saúde;

III. Disponibilização de insumos de proteção à saúde e de prevenção ao HIV/Aids e Hepatites.

(Portaria nº 1028/GM de 1º de Julho de 2005)

Page 24: Slides Redução de Danos

REDUÇÃO DE DANOSREDUÇÃO DE DANOS

Exemplos de ações:

√ Programas para UDI: ênfase na troca de seringas usadas por seringas novas e a distribuição de hipoclorito de sódio para a limpeza de equipamentos necessários a preparação da droga;

√ Programas para usuários de crack: ênfase na distribuição de preservativos, disponibilização de informações sobre os riscos de contaminação pelo compartilhamento de cachimbos e sobre os cuidados para a prática de sexo mais seguro, bem como a substituição de cachimbos improvisados por outros de melhor qualidade;

√ Terapia de substituição: torna possível ao usuário o uso de outras substâncias em lugar das que ele habitualmente usa (mais danosas).

Page 25: Slides Redução de Danos

CAPS adCAPS ad

Objetivo: oferecer atendimento à população, respeitando uma área de abrangência definida, oferecendo atividades terapêuticas e preventivas à comunidade, buscando:

1. Prestar atendimento diário aos usuários dos serviços, dentro da lógica de redução de danos;

2. Gerenciar os casos, oferecendo cuidados personalizados;

3. Oferecer atendimento nas modalidades intensiva, semi-intensiva e não-intensiva, garantindo que os usuários de álcool e outras drogas recebam atenção e acolhimento;

4. Oferecer condições para o repouso e desintoxicação ambulatorial de usuários que necessitem de tais cuidados;

Page 26: Slides Redução de Danos

CAPS adCAPS ad

5. Oferecer cuidados aos familiares dos usuários dos serviços;

6. Promover, mediante diversas ações (que envolvam trabalho, cultura, lazer, esclarecimento e educação da população), a reinserção social dos usuários, utilizando para tanto recursos intersetoriais, ou seja, de setores como educação, esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas para o enfrentamento dos problemas;

7. Trabalhar, junto a usuários e familiares, os fatores de proteção para o uso e dependência de substâncias psicoativas, buscando ao mesmo tempo minimizar a influência dos fatores de risco para tal consumo;

8. Trabalhar a diminuição do estigma e preconceito relativos ao uso de substâncias psicoativas, mediante atividades de cunho preventivo/educativo.

(MS,2004)

Page 27: Slides Redução de Danos

IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NO ESTADO IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NO ESTADO DA BAHIADA BAHIACiclo da política pública

Fase da aplicação do modelo de solução do problema

Fases do ciclo da política

1. Reconhecimento do problema

1. Entrada na agenda

2. Proposição de soluções 2. Formulação da política

3. Escolha da solução 3. Tomada de decisão

4. Pôr uma solução em andamento

4. Implementação da política

5. Monitoramento dos resultados

5. Avaliação da política

• Fonte: Howlett & Remesh apud Giovanella e cols, 2008

Page 28: Slides Redução de Danos

IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NO ESTADO DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NO ESTADO DA BAHIABAHIA

Processo de implementação permeado por conflitos de interesses

◦ SESAB correlação de forças não têm sido favoráveis a efetiva implementação da política de álcool e outras drogas.

Fragilidade da organização e mobilização dos atores sociais cooperação por uma ação coletiva

◦ SESAB cooperação limitada não favorece a integralidade das ações

◦ Não há uma organização de usuários de substâncias psicoativas que possibilite a participação no processo político em saúde

Page 29: Slides Redução de Danos

IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NO ESTADO DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NO ESTADO DA BAHIABAHIA

Pouca participação da sociedade civil e dos profissionais de saúde na construção da agenda.

“A problemática que envolve o consumo de substâncias psicoativas encontra-se presente no discurso dos governantes, porém, há uma insuficiência de propostas consistentes nos documentos oficiais da organização.” (Flach, 2010).

◦ Problemática relevante para a sociedade e presente nos discursos das autoridades e da mídia não entrou de forma consistente na agenda política de SESAB.

Page 30: Slides Redução de Danos

IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NO ESTADO DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NO ESTADO DA BAHIABAHIA

A implementação da política na Bahia tem sido marcada por forças sociais com projetos distintos e conflitante hegemonia de alguns projetos em detrimento de outros

◦ Projetos construídos pelo GTAD, junto ao CETAD e ao CAPS ad/ Pernambués maioria das propostas não foram/são executadas POR QUÊ???

Page 31: Slides Redução de Danos

IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NO ESTADO DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NO ESTADO DA BAHIABAHIA

Profissionais da SESAB e a condução de programas de ações em álcool e outras drogas

◦ Têm experiência em atuação na clínica com usuários de álcool e outras drogas e escassa experiência em gestão;

◦ Dificuldade dos técnicos da atenção básica em acolher os usuários de álcool e outras drogas;

◦ Fragilidade dos vínculos trabalhistas contratos terceirizados.

Decisões tomadas a partir das demandas e das urgências planejamento destinado a resolução de problemas imediatos:

◦ “As ações empreendidas pela SESAB, até o momento, parecem estar pautadas mais nos valores e ideologias dos gestores da SESAB do que numa racionalidade técnico-sanitária que considere os danos e riscos a saúde para a priorização da alocação de recursos financeiros” (Flach, 2010).

Page 32: Slides Redução de Danos

IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NO ESTADO DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NO ESTADO DA BAHIABAHIA

“(...)Não há uma política formalizada da SESAB para a atenção integral a usuários de álcool e outras drogas, ainda que conheçam e utilizem como referência a proposta do Ministério da Saúde.” (Flach, 2010).

Uma das dificuldades: ausência de movimentos sociais envolvidos com essa problemática e com os direitos sociais dos usuários.

Questão da exclusão social os sujeitos se excluem da sociedade

Page 33: Slides Redução de Danos

A ATENÇÃO À SAÚDE DE USUÁRIOS DE ÁLCOOL E A ATENÇÃO À SAÚDE DE USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NA BAHIAOUTRAS DROGAS NA BAHIA

Não atende suficientemente as necessidades da população:

◦ 60% dos 417 municípios com população inferior a 20.000 hab suporte a saúde mental na rede de atenção básica

◦ 34,5% dos municípios podem implantar CAPS I não se sentem preparados tecnicamente e estruturalmente para prestar assistência a usuário de álcool e outras drogas;

◦ CAPS II e CAPS ad, apenas 16 municípios (3,8%) possuem população superior a 70.000 hab e poderiam dispor desses dispositivos;

◦ CAPS ad distribuição de forma insatisfatória

◦ Apenas 2 municípios dispõe do serviço de CAPS III(Flach, 2010)

Page 34: Slides Redução de Danos

A ATENÇÃO À SAÚDE DE USUÁRIOS DE ÁLCOOL E A ATENÇÃO À SAÚDE DE USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NA BAHIAOUTRAS DROGAS NA BAHIA

“A predominância de comunidades terapêuticas é uma realidade no contexto da Bahia” (Flach,2010)

◦ contribui para a hegemonia do modelo de atenção baseado na internação;

◦ Abstinência: objetivo terapêutico exclusivo.

Ator social importante no processo de discussão e mudanças: as Universidades

Page 35: Slides Redução de Danos

AS EXPERIÊNCIAS DE REDUÇÃO DE DANOS EM AS EXPERIÊNCIAS DE REDUÇÃO DE DANOS EM SALVADORSALVADOR

Aliança Redução de Danos Fátima Cavalcanti (ARD-FC)

Serviço de Extensão Permanente do Departamento de Saúde da Família da

Universidade Federal da Bahia (UFBA);

Desenvolve ações de redução de danos com os usuários de substâncias

psicoativas da região do Centro Histórico e capacitação dos Agentes

Comunitários de Saúde (ACS).

Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (CETAD)

Consultório de Rua – dispositivos clínico-comunitários que ofertam

cuidados em saúde aos usuários em seus próprios contextos de vida,

adaptados para as especificidades de uma população complexa (MS,

2010).

Equipe volante mínima é composta por: médico, assistente social,

psicólogo, outros profissionais de nível superior, redutores de danos,

técnicos de enfermagem e educadores sociais. Além desses,

eventualmente, poderá contar com oficineiros que possam,

estrategicamente, desenvolver atividades de arte-expressão (MS, 2010).

Page 36: Slides Redução de Danos

REDUTORES DE DANOSREDUTORES DE DANOS

Pessoas que operam a redução de danos diretamente no

território de uso de drogas (Petuco, 2007);

Trabalho em campo: atividade de busca ativa por pessoas

que usam drogas e suas redes sociais, diretamente no

território;

Ações de prevenção a DST/Aids e promoção de saúde e

cidadania;

Aproximação dos usuários com outros serviços de assistência

através dos encaminhamentos;

Uma das principais estratégias de promoção de saúde

operadas é produção de vínculos.

Page 37: Slides Redução de Danos

REDUTORES DE DANOSREDUTORES DE DANOS

Quando um redutor de danos chega ao campo, para

além de saber que droga a pessoa usa, há sempre o

interesse em saber como se usa a droga que se usa,

e a partir deste tipo de diálogo disparam-se

processos de construção de conhecimento

significativo: a partir das palavras e dos temas do

outro (Petuco, 2007).

Page 38: Slides Redução de Danos

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGOATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

Equipe de Redução de Danos:

- Organização das equipes;

- Acolhimento;

- Ida a campo com redutores - novas formas de

abordagem;

- Articulação com os serviços de saúde.

Page 39: Slides Redução de Danos

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGOATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

Clínica Ambulatorial:

- Objetivos:

Modificar a relação que o usuário estabelece com

a(s) substância(s) no sentido da interrupção e/ou

redução de riscos e danos associados a este consumo

Problematizar os efeitos que a presença da droga

produz no familiar, visando uma maior adequação no

enfrentamento das situações associadas ao uso de

Substância Psicoativas (SPAs).

Page 40: Slides Redução de Danos

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGOATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

Prática:

- Acolhimento

- Avaliação psicológica

-Psicoterapia individual e em grupo

-Atividades informativas

-Programa de atenção ao tabagismo.

Page 41: Slides Redução de Danos

ASPECTOS QUE AINDA SÃO UM DESAFIO PARA A ASPECTOS QUE AINDA SÃO UM DESAFIO PARA A POLÍTICA DE REDUÇÃO DE DANOS.POLÍTICA DE REDUÇÃO DE DANOS.

A fragilidade da rede de serviços do SUS;

A atuação com as crianças;

Condições de trabalho dos redutores de danos;

Comunidades terapêuticas e a internação compulsória;

Page 42: Slides Redução de Danos

QUESTÕES PARA REFLEXÃO ...QUESTÕES PARA REFLEXÃO ...

Existe o reconhecimento da questão como de relevância pública para a saúde?

Até que ponto ou de que forma o setor da saúde “toma para si” a problemática que envolve o consumo de álcool e outras drogas?

“Por que a DCG/SAIS/Área Temática de Saúde Mental/GTAD não consegue executar diversos planos e projetos para a atenção a usuários de álcool e outras drogas construídos ao longo de quase três anos de governo?” (Flach, 2010)

Sob que perspectiva o item está no discurso dos governantes e da mídia? (Na perspectiva de preconceito e demonização ou no reconhecimento do mesmo como um problema de saúde pública?)

Page 43: Slides Redução de Danos

REFERÊNCIASREFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral

de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil.

Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde

Mental : 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005;

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Nacional

DST/AIDS. A Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários

de Álcool e outras Drogas.2.ed.rev. ampl.–Brasília: Ministério da Saúde, 2004, 64 p;

BRAVO, M.I.S. Política de saúde no Brasil. Serviço Social e Saúde: formação e

trabalho profissional. São Paulo: Cortez/OPAS/OMS/Ministério da Saúde; 2006. p. 88-

110.

CHAIBUB, J. R.W. “Entre o mel e o fel: drogas, modernidade e redução de

danos” – Análise do processo de regulamentação federal das ações de redução de

danos ao uso de drogas. 2009. 238 f. Tese (Doutorado em Política Social). Universidade

de Brasília, Brasília, 2009;

DOMANICO, A. “Craqueiros e cracados: bem vindo ao mundo dos nóias!” -

Estudo sobre a implementação de estratégias de redução de danos para usuários de

crack nos cinco projetos-piloto do Brasil. Tese ( Doutorado em Ciências Sociais).

Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2006;

Page 44: Slides Redução de Danos

FLACH, P. M. V. A implementação da política integral de atenção à usuários

de álcool e outras drogas no Estado da Bahia. 2010. 159 f. Dissertação

(Mestrado em Saúde Coletiva). Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2010;

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Coordenação Nacional de Saúde Mental. Consultórios de

Rua do SUS. Material de trabalho para a II Oficina Nacional de Consultórios de Rua

do SUS. Ministério da Saúde/EPJN-FIOCRUZ : Brasília, setembro 2010, 48 p;

PAIM, JS. Políticas de saúde no Brasil. In: Rouquayrol e Almeida-Filho, N.

Epidemiologia e Saúde. Rio de Janeiro: Revan, FASE, 2000. p. 587-604;

PETUCO, D. R. da S. No miolo do bagulho: os desdobramentos da acumulação

flexível no trabalho em saúde: o caso dos redutores de danos. Trabalho de

Conclusão em Sociologia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do

Sul, 2007;

SANTOS, V. E. O Objeto/Sujeito da Redução de Danos: uma análise da

literatura da perspectiva da saúde coletiva. Dissertação (Mestrado em

Enfermagem). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008;

VIANA, A. L. & BATISTA, T. W. de F. Análise de Política de Saúde – o ciclo das

políticas. In: GIOVANELLA, L. et al. (Org.). Políticas e Sistemas de Saúde no

Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2008. p. 65-105.

Page 45: Slides Redução de Danos

MATERIAL COMPLEMENTAR SOBRE O TEMA - MATERIAL COMPLEMENTAR SOBRE O TEMA - SUGESTÕESSUGESTÕES

Vídeo sobre Redução de Danos ARD-FC/UFBA;

Documentário Cortina de Fumaça;

Canal Fio Cruz – vídeo sobre a Legalização da Maconha;

Canal Fio Cruz - vídeo sobre as diversas formas de lidar com os usos de drogas e os novos olhares da saúde pública sobre os usuários de substâncias psicoativas;

Drogas e Cidadania: Vídeo com depoimentos de profissionais envolvidos com a temática das drogas. Realizado durante o seminário Drogas: Subjetividade, Autonomia e Tutela, promovido pelo CRP-2 nos dias 13 e 14 de junho de 2011);