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Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Departamento de Química Analítica e Físico-Química Programa de Pós Graduação em Química Adriano Freitas de Sousa Síntese e caracterização de catalisadores esféricos de cobre e ferro suportados em óxido de alumínio e avaliação das propriedades catalíticas na reação de desnitrificação. Fortaleza 2011

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Page 1: Síntese e caracterização de catalisadores esféricos de cobre e … · Departamento de Química Analítica e Físico-Química Programa de Pós Graduação em Química Adriano Freitas

Universidade Federal do Ceará

Centro de Ciências

Departamento de Química Analítica e Físico-Química

Programa de Pós Graduação em Química

Adriano Freitas de Sousa

Síntese e caracterização de catalisadores esféricos

de cobre e ferro suportados em óxido de alumínio

e avaliação das propriedades catalíticas na reação

de desnitrificação.

Fortaleza

2011

Page 2: Síntese e caracterização de catalisadores esféricos de cobre e … · Departamento de Química Analítica e Físico-Química Programa de Pós Graduação em Química Adriano Freitas

2

Adriano Freitas de Sousa

Síntese e caracterização de catalisadores esféricos

de cobre e ferro suportados em óxido de alumínio

e avaliação das propriedades catalíticas na reação

de desnitrificação.

Fortaleza

2011

Dissertação submetida ao

Programa de Pós-Graduação em

Química da Universidade

Federal do Ceará, como requisito

parcial para a obtenção do grau

de mestre em química

inorgânica.

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca de Ciências e Tecnologia

S696s Sousa, Adriano Freitas de.

Síntese e caracterização de catalisadores esféricos de cobre e ferro suportados em óxido de alumínio e avaliação das propriedades catalíticas na reação de desnitrificação / Adriano Freitas de Sousa. – 2011.

89 f. : il., enc. ; 30 cm. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Departamento de

Química Analítica e Físico-Química, Programa de Pós-Graduação em Química, Fortaleza, 2011. Área de Concentração: Físico-Química. Orientação: Profa. Dra. Elisane Longhinotti. 1. Nitratos. 2. Catálise. 3. Catalisadores. 4. Água - Poluição. I. Título.

CDD 541.3

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4

Fortaleza

2011

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5

Dedico este trabalho aos meus pais, por

sempre buscarem oferecer a melhor

educação possível e pelos exemplos de

compromisso e responsabilidade.

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6

Agradecimentos

A Deus pela oportunidade.

A José Braga de Sousa e Elevina Freitas de Sousa, meus pais, que sempre me apoiaram nos

estudos e responsáveis diretos pelo meu ingresso nesta unidade de ensino.

Aos meus irmãos, Elaine e José Alisson e ao meu sobrinho Kalil pelo incentivo e apoio

constantes e incondicionais.

A professora Elisane Longhinotti que muito contribuiu para a minha formação profissional

e pessoal, auxiliando diretamente nos momentos mais difíceis deste trabalho e sendo

exemplo de pesquisadora e professora.

A Aliny Nunes, minha namorada, pelo incentivo e compreensão nos momentos de

ausência, para quem dedicatórias não são capazes de traduzir sua importância em minha

vida.

A banca examinadora, Prof. Antoninho, Profa. Helena e Prof. Antonio, pela valiosa

contribuição.

A todos os integrantes do laboratório de catálise heterogênea e laboratório de análise de

águas da Universidade Federal do Ceará pelo apoio e pela amizade.

Aos amigos que fiz durante o período de mestrado na universidade e no IFCE, incluindo

meus alunos, pois contribuíram diretamente para a minha formação profissional e para o

término desse trabalho.

Agradeço a todos e todas que contribuíram, direta ou indiretamente, para minha formação

acadêmica e pessoal.

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Resumo

A necessidade por água potável no mundo é crescente, principalmente em regiões

semiáridas, onde as águas subterrâneas podem apresentar diversos contaminantes

nitrogenados, dentre os quais os íons nitrato. Esses íons têm chamado atenção por estarem

associados a diversas doenças como câncer, hipertensão e síndrome do bebê azul. Estudos

da redução catalítica de nitrato em águas tem sido alvo de muitas pesquisas. Este trabalho

foi realizado com o intuito de avaliar a ação de catalisadores de cobre e ferro suportados em

alumina, na reação de redução de nitrato (desnitrificação). Um estudo preliminar de síntese

de esferas híbridas de óxido de alumínio e quitosana foi realizado, no sentido de encontrar a

relação molar ideal (quitosana/metal) para formação de esferas, sendo observado uma

influência do grau de polimerização da quitosana no processo de formação das esferas.

Catalisadores monometálicos e/ou bimetálicos, contendo 0, 10, 30 e 50 % de Fe, foram

sintetizados por impregnação de 10% de cobre por via úmida. O material sintetizado foi

caracterizado por técnicas como: isotermas de adsorção de nitrogênio, difração de raios X,

microscopia eletrônica de varredura e transmissão, espectroscopia Mössbauer. Os

resultados mostram que os catalisadores possuem área superficial em torno de 200 m2g

-1 e

apresentam nanopartículas metálicas com o fenômeno de superparamagnetismo. Testes

catalíticos para a reação de desnitrificação mostraram que catalisadores com ferro

apresentaram atividade, sem a formação de quantidades detectáveis de amônia, sendo que o

catalisador com 10% de Fe (Cu10FeAl) apresentou maior atividade, mas sofre uma rápida

desativação. Já o catalisador contendo 50% de Fe, Cu50FeAl, apresentou uma menor

atividade, porém permanece ativo durante o tempo em que a reação foi acompanhada,

sugerindo que a oxidação preferencial do ferro mantém o cobre ativo por maior tempo na

reação. Assim, o presente estudo indica ser possível utilizar esferas de óxidos de ferro e

alumínio impregnadas com cobre, na ausência de hidrogênio e metal nobre, para redução de

nitrato em fase líquida com alta seletividade para nitrogênio.

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ABSTRACT

The need for clean water in the world is increasing, especially in semiarid regions

where groundwater may show different nitrogen contaminants, among which are nitrate

ions. These ions have been calling attention since they are associated with various diseases

such as cancer, hypertension and the blue baby syndrome. Studies about the catalytic

reduction of nitrate in water have been the subject of many researches. This work was

produced in order to evaluate the effect of copper and iron catalysts supported on alumina,

in the reaction of nitrate reduction (denitrification). A preliminary study of the synthesis of

hybrid spheres of aluminum oxide and chitosan was conducted in order to find the optimal

molar ratio (chitosan / metal) to form spheres. It was observed an influence of the degree of

polymerization of chitosan in the formation of spheres. Monometallic catalysts and / or

bimetallic ones, containing 0, 10, 30 and 50% Fe, were synthesized by with 10 wt% of Cu2+

deposited by wetness impregnation. The synthesized material was characterized by

techniques such as nitrogen adsorption isotherms, X-ray diffraction, electronic microscopy

of scanning and transmission and Mössbauer spectroscopy. The results show that the

catalysts have surface area about 200 m2 g

-1 and metal nanoparticles exhibiting the

phenomenon of superparamagnetism. Catalytic tests for denitrification reaction showed that

with iron catalysts it is presented activity without formation of detectable amounts of

ammonia, of which the catalyst with 10% Fe (Cu10FeAl) makes clear the higher activity,

however, has a fast deactivation process. Although the catalyst containing 50% Fe,

Cu50FeAl had a lower activity it remains active during the time that the reaction was

monitored. This suggests that the preferential oxidation of iron copper keeps active for a

longer time in the reaction. Thus, this study indicates that is possible to use spheres of iron

oxides impregnated with copper and aluminum, in the absence of hydrogen and noble

metal, to reduce nitrate in the liquid phase with high selectivity for nitrogen.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 15

1.1. Contaminação de águas por nitrato.......................................................................... 15

1.2. Desnitrificação de águas........................................................................................... 15

1.3. Síntese de catalisadores metálicos............................................................................ 19

1.3.1. Óxido de Cobre...................................................................................................... 20

1.3.2. Óxido de Ferro....................................................................................................... 22

1.3.3. Óxido de Alumínio................................................................................................ 23

1.3.4. Óxidos mistos de Ferro, Alumínio e Cobre........................................................... 24

2. OBJETIVOS................................................................................................................ 25

2.1. Objetivo Geral.......................................................................................................... 25

2.2. Objetivos Específicos............................................................................................... 25

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL...................................................................... 26

3.1. Reagentes e Solventes.............................................................................................. 26

3.2. Caracterização das quitosanas.................................................................................. 26

3.2.1. Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN1H)................................... 26

3.2.2. Titulação Potenciométrica..................................................................................... 27

3.2.3. Viscosimetria......................................................................................................... 27

3.3. Síntese das esferas híbridas...................................................................................... 28

3.4. Síntese dos suportes e catalisadores......................................................................... 29

3.5. Caracterização das esferas de óxidos metálicos....................................................... 30

3.5.1. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)....................................................... 30

3.5.2. Análise Química (Espectrofotometria de Absorção Atômica).............................. 30

3.5.3. Difração de Raios-X (DRX).................................................................................. 31

3.5.4. Isotermas de Adsorção de N2................................................................................ 31

3.5.5. Redução a Temperatura Programada (TPR).......................................................... 31

3.5.6. Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM).................................................... 32

3.5.7. Espectroscopia Mössbauer ................................................................................... 32

3.6. Testes catalíticos para a redução de nitrato ............................................................. 32

3.6.1 Efeito da dosagem de cobre e ferro no catalisador................................................. 33

3.6.2. Efeito da concentração de nitrato.......................................................................... 34

3.6.3. Efeito do pH.......................................................................................................... 34

3.6.4.Avaliação da lixiviação do catalisador................................................................... 34

3.6.5. Ensaio com amostra real........................................................................................ 34

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................ 35

4.1. Caracterização das quitosanas.................................................................................. 35

4.1.1. Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN1H)................................... 35

4.1.2. Titulação Potenciométrica..................................................................................... 37

4.1.3. Viscosimetria......................................................................................................... 39

4.2. Síntese de esferas híbridas quitosana e alumínio..................................................... 40

4.3. Caracterização das esferas híbridas.......................................................................... 42

4.3.1. Isotermas de Adsorção de N2................................................................................ 42

4.4. Síntese e caracterização dos catalisadores................................................................ 44

4.4.1. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)....................................................... 45

4.4.2. Análise Química (Espectrofotometria de Absorção Atômica).............................. 46

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10

4.4.3. Difração de Raios-X (DRX).................................................................................. 47

4.4.4. Redução a Temperatura Programada (TPR).......................................................... 48

4.4.5. Isotermas de Adsorção de Nitrogênio................................................................... 50

4.5. Ensaios catalíticos de redução de nitrato.................................................................. 52

4.5.1. Variação da quantidade de cobre........................................................................... 52

4.5.2. Variação da quantidade de ferro............................................................................ 54

4.6. Estudo da reação de desnitrificação utilizando o catalisador Cu50FeAl................. 57

4.6.1. Caracterização por Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM).................... 57

4.6.2. Espectroscopia Mössbauer.................................................................................... 59

4.6.3. Efeito da concentração de nitrato na reação.......................................................... 61

4.6.4. Efeito do pH.......................................................................................................... 62

4.6.5. Ensaio com amostra real........................................................................................ 63

4.7. Análises pós-teste catalítico..................................................................................... 65

4.7.1. Avaliação de mudança do estado de oxidação...................................................... 65

4.7.1.1 Difração de raios X.............................................................................................. 65

4.7.1.2. Espectroscopia Mössbauer................................................................................. 66

4.7.2. Lixiviação do catalisador....................................................................................... 68

4.8. Proposta mecanística para a reação de desnitrificação............................................. 69

4.9. Efeito da prata como dopante................................................................................... 70

5. CONCLUSÕES........................................................................................................... 75

6. PERSPECTIVAS FUTURAS..................................................................................... 77

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 78

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11

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1.1: Esquema geral do processo de redução catalítica de íons nitrato................ 17

Figura 1.2: Representação da estrutura do óxido de cobre na fase cuprita.................... 20

Figura 1.3: Estrutura da cuprita mostrando a presença de vacâncias. (a) vacância em

clusters e (b) vacâncias isoladas. Os sítios com vacância são indicados com a letra

“V”...................................................................................................................................

21

Figura 1.4: Representação da estrutura cristalina do óxido de alumínio, tipo

corundum........................................................................................................................

23

Figura 3.1: Sistema de produção de esferas................................................................... 28

Figura 4.1: Estrutura do biopolímero quitosana............................................................. 35

Figura 4.2: Espectro de RMN 1H da quitosanas E......................................................... 36

Figura 4.3: Curvas de titulação potenciométrica das quitosanas C, D e E e suas

derivadas primeiras, obtidas pela dissolução de 200 mg de quitosana em HCl, titulada

com NaOH 0,1mol L-1

.....................................................................................................

38

Figura 4.4- Grau de polimerização em função da fração molar de Al3+

para as

quitosanas A, B, C, D e E, nos testes de formação de esferas.........................................

41

Figura 4.5: Isotermas de adsorção/desorção de N2 das esferas; Após calcinação em

500ºC, ao ar.....................................................................................................................

43

Figura 4.6. MEV das esferas com ampliação de 50 e 100 vezes. Para amostra Al-B:

a- antes da calcinação, b- depois da calcinação. Para a amostra Al50FeAl: c- antes da

calcinação, d- depois da calcinação.................................................................................

45

Figura 4.7: Diagrama de especiação das espécies de ferro em função do valor de pH. 47

Figura 4.8. Difratogramas dos catalisadores. Após calcinação em 550ºC, ao ar......... 47

Figura 4.9: Perfis de Redução Termoprogramada dos catalisadores............................. 49

Figura 4.10: a- Isotermas de adsorção/desorção de N2 dos catalisadores; b- curvas de

distribuição do diâmetro de poros dos catalisadores (calculada usando o modelo

BJH). Após calcinação em 500ºC, ao ar..........................................................................

51

Figura 4.11. Cinética de redução catalítica de nitrato para a amostra Cu10Al.

Condições: mcat: 30mg, 25oC, [NO3

-]: 2 mmolL

-1, pH=4,5.............................................

53

Figura 4.12. Cinética de formação de nitrito em solução para a amostra Cu10Al.

Condições: mcat: 30mg, 25oC, [NO3

-]: 2 mmolL

-1 ou 124mg L

-1, pH=4,5......................

53

Figura 4.13: Atividade dos catalisadores na redução de nitrato. Condições:

mcat:30mg, 25oC, [NO3

-]: 2mmolL

-1, pH=4,5................................................................

55

Figura 4.14: Cinética de redução catalítica de nitrato para as amostras CuAl,

Cu10FeAl, Cu30FeAl, Cu50FeAl. Condições: mcat:30mg, 25oC, [NO3

-]: 2mmolL

-1,

pH=4,5...........................................................................................................................

55

Figura 4.15: Imagens de TEM para a amostra Cu50FeAl com escala de 20nm............ 58

Figura 4.16: Imagens de TEM para a amostra Cu50FeAl com escala de 5nm.............. 58

Figura 4.17: Espectro Mossbauer do catalisador Cu50FeAl após calcinação a 500o C.

Análise realizada em temperatura ambiente....................................................................

60

Figura 4.18: Cinética de redução catalítica de nitrato utilizando a amostra Cu50FeAl

em diferentes concentrações de nitrato. Condições: mcat:30mg, 25oC, pH=4,5..............

61

Figura 4.19 : Efeito do pH na redução de íons nitrato na temperatura de 25ºC e

tempo de reação de 4 horas.............................................................................................

62

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12

Figura 4.20. Cinética da redução catalítica de nitrato para a amostra real. Condições:

mcat: 50 mg, 25 oC, [NO3

-]: 56,22 mg L

-1, pH=4,5........................................................

64

Figura 4.21. Difratogramas do catalisador Cu50FeAl. Após teste catalítico................. 66

Figura 4.22. Espectro Mossbauer do catalisador Cu50FeAl. Após teste catalítico.

Análise realizada a temperatura ambiente.......................................................................

67

Figura 4.23: Esquema do mecanismo de preservação do cobre em seu estado

metálico.......................................................................................................................

70

Figura 4.24: Imagem do sistema de fotocatálise para redução de nitrato.

Fluxo:40ml/min, lâmpada de 6W.................................................................................

71

Figura 4.25: Cinética de redução catalítica de nitrato utilizando a amostra Cu50FeAl

e Cu50FeAg na presença de luz. Condições: mcat:30mg, 25oC, [NO3

-]: 100mg L

-1,

lâmpada de 6W.............................................................................................................

72

Figura 4.26: Teste de estabilidade de redução catalítica de nitrato utilizando a

amostra Cu50FeAg na presença de luz. Condições: mcat:30mg, 25oC, [NO3

-]: 100mg

L-1

, lâmpada de 6W.........................................................................................................

73

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13

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1.1: Potencial de redução, baseado no eletrodo de referência de

hidrogênio, de metais promotores da conversão de nitrato a nitrito e das principais

espécies envolvidas na reação....................................................................................

17

Tabela 3.1: Condições operacionais do espectrofotômetro de absorção

atômica........................................................................................................................

Tabela 3.2: Descrição da metodologia utilizada........................................................

30

33

Tabela 4.1: Grau de desacetilação e acetilação das quitosanas determinados por

RMN1H ......................................................................................................................

37

Tabela 4.2: Massa molar média das amostras do biopolímero..................................

Tabela 4.3: Propriedades superficiais das esferas calcinadas, medidas por

fisissorção de N2.........................................................................................................

Tabela 4.4: Teor de cobre, ferro e alumínio nos catalisadores, determinados por

EAA.........................................................................................................................

Tabela 4.5: Propriedades superficiais medidas por fisissorção de N2, para os

catalisadores.............................................................................................................

Tabela 4.6: Atividade máxima e seletividade de catalisadores utilizados para a

reação de desnitrificação.........................................................................................

Tabela 4.7: Parâmetros hiperfinos do catalisador Cu50FeAl após calcinação a

500oC.......................................................................................................................

Tabela 4.8: Seletividade do catalisador Cu50FeAl na reação de redução de nitrato

em diferentes valores de pH....................................................................................

Tabela 4.9: Seletividade do catalisador Cu50FeAl na reação de redução de nitrato

em água de poço da região metropolitana de Fortaleza............................................

Tabela 4.10: Parâmetros hiperfinos do catalisador Cu50FeAl após teste

catalítico......................................................................................................................

Tabela 4.11: Quantidade dos metais lixiviados em diferentes valores de pH,

baseado na quantidade inicial de cobre e ferro..........................................................

39

44

46

52

56

60

63

65

67

68

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14

Tabela 4.12: Seletividade dos catalisadores na reação de redução de nitrato em

presença de luz........................................................................................................

73

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15

1. INTRODUÇÃO

1.1. Contaminação de águas por nitrato

Em regiões semi-áridas a disponibilidade e qualidade de águas de superfície são

muitas vezes precárias, levando a um aumento do consumo de águas subterrâneas. Essas

águas, no entanto, também não estão livres de contaminação, pois as chuvas ou sistemas de

irrigação podem lixiviar substâncias com potencial de contaminação, para os lençóis

freáticos1,2

. Dentre estes contaminantes estão as espécies nitrogenadas como, nitrito, nitrato

e nitrosaminas, que são associadas a diversas doenças incluindo, câncer e hipertensão3.

Os níveis estabelecidos para a concentração de amônia, nitrito e nitrato em água são

de 1,5, 1,0 e 10 mg L-1

(calculados por N-espécie nitrogenada), respectivamente, de acordo

com a Portaria GM/SM no 518 de 25 de março de 2004 do Ministério da Saúde

4. O nitrato é

a principal forma de nitrogênio associada à contaminação da água causada por atividades

agrícolas, despejos industriais, águas de esgoto, entre outras fontes.

Embora pessoas adultas possam ingerir quantidades relativamente altas de nitrato

através de alimentos e da água, excretando-o pela urina sem maiores consequências, o seu

consumo através das águas de abastecimento está associado a dois efeitos adversos à saúde:

a indução à metemoglobinemia, especialmente em crianças, e a formação de nitrosaminas e

nitrosamidas carcinogênicas. O aumento da contaminação das águas por compostos

nitrogenados vem merecendo atenção especial, uma vez que está se tornando um problema

mundial, devido a sua ampla e diversificada procedência3,5,6

. A população de várias regiões

do Norte e Nordeste convive com problemas de contaminação por nitrato em águas de

poços artesianos7,8

.

1.2. Desnitrificação de águas

Diversas tecnologias tem sido utilizadas para a remoção de nitrato de águas, dentre

as quais pode-se citar as membranas de separação, a troca iônica, a redução catalítica e a

desnitrificação biológica9-11

. Do ponto de vista ambiental, a forma mais interessante para

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16

remoção de nitrato é convertê-lo em N2, que pode ser obtido por processos físico-químicos

e biológicos.

Na desnitrificação biológica, apesar do processo ser bastante promissor, necessita-se

de condições bem controladas (pH, temperatura, umidade), devido à sensibilidade dos

microorganismos a essas condições do meio reacional12

. Para o processo, faz-se necessário

adicionar à água uma fonte de carbono (usada como doador de elétrons na redução de

nitrato), pois a água potável apresenta um baixo teor de carbono, o que pode vir a se tornar

um grande problema13

. Além disso, os compostos na forma de carbono orgânico

dissolvidos servem como precursores na formação de subprodutos de desinfecção (SPD),

que tem características carcinogênicas. Como a contaminação química (carbono adicionado

e subprodutos metabólicos) não pode ser removida facilmente por técnicas de filtração, este

passa a ser um fator crítico no processo de desnitrificação biológica de água14

.

A desnitrificação catalítica tem sido uma alternativa para a remoção de poluentes em

águas, devido principalmente a possibilidade de remoção do catalisador após o processo de

redução e também ao controle da atividade e seletividade catalítica15,16

. Esses parâmetros

são influenciados pela difusão dos reagentes e produtos nos poros do catalisador e,

portanto, dependem de propriedades como, área superficial, diâmetro de poros e tamanho

de partícula, as quais podem ser controladas pelo método de síntese do catalisador17-19

.

Pesquisas têm sido realizadas com o objetivo de desenvolver catalisadores que atuem

seletivamente na redução de nitrato a nitrogênio gasoso20,21

. Para tanto, é necessário um

catalisador estável, com alta atividade a temperatura ambiente e boa seletividade frente à

reação de redução. A seletividade é necessária para evitar a produção de íons amônio e

nitrito, como subprodutos no processo de redução. Estudos em fase líquida têm mostrado

que, dependendo do método de preparação do catalisador e das condições da reação, a

seletividade pode favorecer a formação de N2 ou NH4+, sendo que em ambos, o íon nitrito

deve ser formado como intermediário na reação22, 23

.

A Figura 1.1 mostra um esquema geral da redução catalítica de nitrato, utilizando

catalisadores bimetálicos de metais nobres.

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17

NO 3

- PdMe Pd

NO 2

-

OH-

NO

N 2O N 2

N 2

NH 4

+

OH-= H 2 ou HCOOH

Figura 1.1: Esquema geral do processo de redução catalítica de íons nitrato22

.

Com base no esquema da Figura 01 alguns trabalhos na literatura, utilizando

catalisadores bi ou trimetálicos, reportam a atividade do metal nobre, Pd ou Pt, apenas na

segunda etapa do processo de desnitrificação, ou seja, decomposição do nitrito. Um

segundo metal, Me (p.e. Me = Cu, Sn), seria necessário para atuar preferencialmente na

primeira etapa da reação, aumentando a conversão de nitrato a nitrito, para sua posterior

redução a N2 em sítios de Pd24-26

. É importante ressaltar, que o Pd tem atividade

comprovada na primeira etapa da reação, no entanto apresenta uma cinética mais lenta do

que quando comparado a um catalisador bimetálico, contendo o metal nobre27

.

Devido a cinética lenta de catalisadores monometálicos de Pd e Pt, alguns promotores

da conversão de nitrato a nitrito são sugeridos na literatura28

, estando a ação desses

promotores relacionada com o seu potencial de oxidação. Epron e colaboradores29

utilizaram ouro e cobre como componentes do catalisador da reação e mostraram que o

ouro no estado de oxidação zero não apresenta atividade para a reação proposta, devido ao

seu maior potencial de redução comparado aos das espécies nitrogenadas, Tabela 1.1.

Tabela 1.1. Potencial de redução, baseado no eletrodo de referência de hidrogênio, de

metais promotores da conversão de nitrato a nitrito e das principais espécies envolvidas na

reação29

.

Sistemas Redox E0 (V/ERH)

Cu+2

/Cu 0,34

Au3+

/Au 1,52

NO3-/NO2

- 0,835

NO3-/NH4

+ 0,88

NO3-/ N2 1,25

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18

Para que ocorra a reação de redução do nitrato é preciso que o catalisador se oxide,

fornecendo elétrons para a reação. No caso do ouro, a energia livre de Gibbs é maior que

zero, sendo o processo redox não espontâneo termodinamicamente. Já o cobre metálico,

devido ao seu potencial de redução, fornece elétrons para a reação de forma espontânea29

.

Catalisadores monometálicos, de cobre ou estanho, têm mostrado atividade na reação

de desnitrificação, porém com uma rápida desativação do catalisador durante o processo30

.

Esta desativação é associada, provavelmente, à oxidação mais favorável dos sítios ativos de

cobre metálico, na ausência de um metal nobre e de um agente redutor30

.

Devido a esse fato, estudos tem buscado a manutenção dos sítios ativos de cobre, com

a substituição dos metais nobres, como Pd e Pt, e a não utilização de H2 como agente

redutor, que encarece o processo, restringindo sua aplicação em larga escala31

.

Na tentativa de retardar a oxidação do cobre, trabalhos sugerem32

a incorporação de

ferro ao catalisador de CuAl. O fato de o ferro apresentar um alto potencial de oxidação,

Eooxidação(Fe

0/ Fe

2+) de +0,44V, pode ser uma alternativa para a preservação do cobre em

seu estado reduzido.

A literatura também sugere a atividade do ferro metálico na segunda etapa da reação,

sendo uma alternativa ao uso do paládio. Neste caso, o ferro funcionaria tanto como metal

de sacrifício para o cobre, como catalisador para a segunda etapa da reação 33,34

.

Apesar desses catalisadores se mostrarem eficientes para a segunda etapa do processo,

em substituição ao paládio, existe a necessidade do uso de maior quantidade de catalisador

em relação aos catalisadores à base de Pd. Esta observação é relacionada à menor

capacidade hidrogenante destes metais, em relação ao paládio35

.

Outro fator importante na catálise por metais é o tipo de material de suporte utilizado

na preparação do catalisador. Dependendo do suporte, pode ser observada lixiviação dos

metais36

para a solução aquosa, contaminando a solução final e diminuindo a atividade do

catalisador, no caso de uma possível reutilização37

. O suporte catalítico em algumas reações

também influencia na seletividade ao produto de interesse38

.

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19

1.3. Síntese de catalisadores metálicos

Algumas propriedades dos catalisadores metálicos como, atividade, seletividade,

estabilidade, resistência mecânica e condutividade elétrica, estão relacionadas à

composição do catalisador e seu processo de síntese39-42

. Resultados catalíticos

interessantes são obtidos com zeólitas e peneiras moleculares, devido à utilização de

agentes direcionadores que determinam uma porosidade uniforme do material43

.

Para a síntese desses materiais, diversas moléculas como PVA (álcool polivinílico)44

,

hidróxido de tetrametilamônio45

e quitosana46

, são utilizadas como agentes direcionadores

de poros. Dentre estas moléculas a quitosana destaca-se por ser um polímero natural,

biodegradável, apresentar baixo custo, ser um bom complexante de íons metálicos, além da

possibilidade de ser facilmente moldada na forma de esferas e microesferas. Resultados

mais recentes47,48

reportam sua capacidade de controle das propriedades texturais dos

materiais como tamanho de poros, direcionando-os para a faixa de mesoporos.

Materiais macroporosos são geralmente preparados por separação de fases com

sistemas bifásicos em espumas contendo macroporos49

, a síntese de materiais mesoporosos,

utilizam-se geralmente polímeros, onde o aglomerado de micelas proporciona esse tipo de

poros50

, enquanto materiais microporosos como zeólitas, são sintetizados utilizando dentre

outros direcionadores, o hidróxido de tetrametilamônio51

.

A síntese de materiais esféricos utilizando quitosana como direcionador, apresenta

bons resultados em reações catalíticas, devido ao material apresentar elevada área

superficial e distribuição regular dos poros (mesoporos)52-54

. Estas características podem

estar associadas à distribuição homogênea do composto orgânico no material, sendo que

após o tratamento térmico, ocorre a eliminação da matéria orgânica com consequente

abertura de poros e canais, que podem influenciar na seletividade catalítica da amostra.

A seguir serão abordadas algumas características dos óxidos de alumínio, cobre e

ferro, bem como dos óxidos mistos que serão utilizados neste trabalho para estudo da

atividade e seletividade de catalisadores mono, bi e trimetálicos na forma esférica, frente à

reação de desnitrificação em fase líquida.

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20

1.3.1. Óxido de Cobre

As principais fases de óxido de cobre são a cuprita (Cu2O) e a tenorita (CuO). O

óxido de cobre I ou cuproso (Cu2O) pertence ao grupo espacial Pn3m sendo composto por

dois reticulados interpenetrantes um cúbico de face centrada (FCC) e um cúbico de corpo

centrado (BCC), onde cada átomo de Cu é coordenado linearmente a dois átomos de

oxigênio, enquanto cada átomo de oxigênio é coordenado tetraedricamente a quatro

átomos de Cu55,56

. A Figura 1.2 ilustra esse tipo de estrutura com os átomos de cobre

simbolizados por esferas na cor azul.

Figura 1.2.: Representação da estrutura do óxido de cobre na fase cuprita56

.

Pesquisas relacionadas à cuprita estão baseadas em suas propriedades de expansão

térmica e propriedades eletrônicas. O conhecimento do fenômeno de expansão térmica é

importante no processo de preparação do óxido, pois pode afetar as propriedades

estruturais e texturais do material devido à formação de defeitos, implicando em

resultados distintos na aplicação do material.

Segundo Smart and Moore57

, em um cristal perfeito todos os átomos deveriam

estar presentes em suas posições corretas na rede, porém isso acontece apenas em 0K,

acima dessa temperatura surgem defeitos na estrutura. Os defeitos que ocorrem em

posições atômicas isoladas são denominados defeitos de ponto, e podem ser devido à

presença de um átomo estranho na rede ou ocasionado por uma vacância. Os defeitos são

classificados em duas categorias principais: os defeitos intrínsecos que são inerentes ao

cristal, como os defeitos estequiométricos, e os defeitos extrínsecos que são ocasionados

quando um átomo estranho é incorporado à rede do material.

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21

Estudos demonstram58

que a propriedade do óxido de cobre em ser um

semicondutor tipo p com banda gap de 2,7 eV é devido a presença de vacâncias. A

vacância é um tipo de defeito intrínseco que pode ser inerente a própria rede (defeito

Schottky) ou, quando a vacância é criada pela migração de um átomo ou íon é

denominada defeito de Frenkel. A formação de vacâncias na estrutura da cuprita apresenta

um baixo valor de energia (0,38 eV) comparado a outros óxidos como LiO2 e HfO2 que

apresentam respectivamente 15,9eV e 16,9 eV. Assim, na estrutura da cuprita a formação

desse tipo de defeito é facilitada, sendo essa propriedade decisiva nas propriedades desse

material.

A Figura 1.3 exemplifica esse tipo de defeito, com as posições das vacâncias

simbolizadas em V na rede da cuprita59

.

Figura 1.3: Estrutura da cuprita mostrando a presença de vacâncias. (a) vacância em

clusters e (b) vacâncias isoladas. Os sítios com vacância são indicados com a letra “V”58

.

Outro óxido relevante é o óxido de cobre II ou cúprico (tenorita), que é um sólido

de cor preta, possui estrutura monoclínica com os seguintes parâmetros de rede56,60

: a =

4.684 Å, b = 3.425 Å, c = 5.129 Å e β = 99.47o.

Devido a tenorita ser um semicondutor tipo gap, apresentar baixo custo de síntese,

alta área superficial, estabilidade química e boa atividade eletroquímica61

, este composto

possui diversas aplicações como catalisadores heterogêneos62

, sensores de gás63

, eletrodos

seletivos64

, supercondutores de alta temperatura58,61

e células solares65

.

Em catálise o cobre é utilizado como catalisador heterogêneo em diversas reações,

devido algumas de suas propriedades como, acidez e baixa temperatura de redução, esta

última permite sua utilização tanto na forma oxidada como na forma metálica. Dentre

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22

essas reações, pode-se destacar a decomposição de óxidos de nitrogênio, que encontra

relevância no fato desses óxidos serem responsáveis pela destruição de ozônio na

atmosfera e pelo efeito estufa. A sua aplicação em reações de decomposição de óxidos de

nitrogênio se deve ao caráter ácido de sua molécula, podendo a acidez desse catalisador

ser determinada por Temperatura Programada de Dessorção de amônia (TPD-NH3). A

partir da quantidade de amônia dessorvida, é possível quantificar os sítios ácidos

disponíveis, sendo que a sua força ácida (Bronsted ou Lewis) pode ser estimada pela

temperatura na qual ocorre o processo de dessorção63, 66

.

1.3.2. Óxido de Ferro

Diversas fases de óxido de ferro são encontradas na natureza, como FeO (wustita),

Fe3O4 (magnetita), α-Fe2O3 (hematita), γ-Fe2O3 (maghemita), γ-FeOOH (lepidocricita), α-

FeOOH (goetita) e β-FeOOH (akaganeita)67

. Os óxidos de ferro se destacam devido suas

diversas aplicações como ferrofluidos68

, dispositivos de armazenamento de dados69

,

adsorventes70

, catálise71

e etc.

Nos últimos anos pesquisas com óxidos de ferro têm sido desenvolvidas, buscando-

se diminuir o seu tamanho até níveis nanométricos72-74

, materiais nessa escala apresentam

novas propriedades físico-químicas como confinamento quântico75

e o efeito de

superfície76

, devido sua alta razão entre área superficial e volume do material. Outra

propriedade interessante dos óxidos de ferro é de funcionar como semicondutor,

apresentando interessantes propriedades magnéticas que estão relacionadas com o tamanho

das partículas do material77

.

Pesquisas recentes apresentam interesse por catalisadores de ferro na reação de

desnitrificação devido seu baixo custo e por estes apresentarem atividade na etapa de

redução de nitrito a nitrogênio78-80

. Estudos anteriores81

confirmam essa atividade e relatam

que suas propriedades catalíticas são fortemente dependentes do pH do meio reacional,

sendo observado melhor atividade em um pH abaixo de 4.

Além da atividade catalítica, outro fator dependente do pH é a lixiviação do

catalisador, onde em valores mais ácidos aumenta a solubilidade do metal em solução. Para

diminuir a lixiviação do metal para o meio reacional, é importante em catálise a escolha do

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23

suporte, pois uma boa interação entre o suporte e o sítio catalítico, proporciona uma

diminuição do processo de perda de metal para a solução.

1.3.3. Óxido de Alumínio

Os óxidos de alumínio possuem uma estrutura que consiste em um arranjo

hexagonal de íons O2-

com 2/3 das posições ocupadas por sítios Al3+

sendo 1/3 destas

posições octaédricas e o restante nas posições tetraédricas. Assim, cada metal está

coordenado por seis átomos de oxigênio e estes a quatro átomos metálicos em coordenação

octaédrica82

. Ambos os cristais, α-Fe2O3 (hematita) e α-Al2O3 (corundum) possuem

estrutura tipo corundum com grupo espacial R3c83

.

Figura 1.4: Representação da estrutura cristalina do óxido de alumínio, tipo

corundum84

.

Especificamente sua aplicação em catálise se destaca devido a suas propriedades

ácidas e texturais como porosidade e área superficial, sendo utilizada como catalisador ou

como suporte catalítico para outros metais85

. A acidez apresentada pelo óxido de alumínio

ou alumina (Al2O3) é devida à exposição de íons Al3+

, que atuam como sítios ácidos de

Lewis e também dos grupos hidroxila retida que funcionam como doadores de prótons

(sítios ácidos de Bronsted) 86

.

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24

A alumina pode apresentar diferentes tipos de estrutura cristalina a depender do

tratamento térmico, como α-alumina, β-alumina e a γ-alumina que é a mais reativa,

consequentemente a mais utilizada em processos catalíticos87-89

.

1.3.4. Óxidos mistos de Ferro, Alumínio e Cobre

Além dos óxidos de cobre discutidos anteriormente, o elemento cobre é utilizado

como dopante em estruturas tipo AB2O4 devido às suas propriedades eletrônicas e

magnéticas90-92

. Nas ferritas com estruturas tipo espinélio, a adição de cobre melhora suas

propriedades eletrônicas e magnéticas. Este efeito está associado à distorção tetragonal,

causada pelo Cu, mudando a simetria do sistema, que passa de cúbico para tetragonal

(efeito Jahn Teller), e ocorrendo uma densificação e sinterização das ferritas58,90,91

.

Estudos na literatura mostram a aplicação de catalisadores de cobre e ferro

suportados em alumínio na reação de decomposição de NOx71

e na reação de Shift93

,

enfatizando também o efeito da temperatura nas propriedades catalíticas.

Outra possibilidade de estruturas para catalisadores de cobre e alumínio é a

formação de aluminato de cobre, que é um condutor tipo p, sem a necessidade de

dopagem com outro metal, apresentando potencial aplicação em processos redox, como

na reação de redução do nitrato, devido sua facilidade de condução de elétrons, causada

por vacâncias encontradas no cristal94-96

.

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25

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Preparar catalisadores de Cu e Fe suportados em alumina para aplicação na reação

de redução de nitrato em fase líquida.

2.2. Objetivos Específicos

1. Sintetizar esferas de óxidos mistos de alumínio e ferro, utilizando quitosana como

agente direcionador;

2. Estudar o processo de síntese, relacionando características da quitosana como grau

de desacetilação e grau de polimerização, com a formação das esferas e as propriedades

dos óxidos obtidos;

3. Preparar catalisadores de óxido de cobre suportado em esferas de óxido de alumínio

e ferro;

4. Caracterizar os catalisadores obtidos;

5. Testar a eficiência dos catalisadores frente à reação de redução de nitrato em

soluções padrões e em amostras reais;

6. Estudar variáveis como quantidade de ferro e cobre no catalisador, concentração de

nitrato na solução, pH do meio reacional, entre outros.

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26

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1. Reagentes e Solventes

Quitosana A, B, C, D e E, marca Polymar C- Lote: 20070815 D-Lote: 20071023

E-Lote: 20070629.

Solução de ácido acético 3%V/V

Nitrato de Alumínio Al(NO3)3.9H2O P.A. (Reagen)

Nitrato de ferro Fe(NO3)3.9H2O P.A. (Reagen).

Nitrato de cobre Cu(NO3)2.3H2O P.A. (Reagen)

Nitrato de Potássio (KNO3) Vetec

Hidróxido de Amônio (NH4OH) Vetec – teor 28-30%

NaOH – 0,1 mol L-1

HCl P.A 37% - Vetec

Água deionizada tipo Milli-Q, 18µS/cm de condutividade

3.2. Caracterização das quitosanas

Neste trabalho foram utilizadas as quitosanas A, B, C, D e E, sendo que as

caracterizações das quitosanas A e B se encontram publicadas na literatura52

. As

caracterizações das quitosanas C, D e E, foram realizadas conforme descrição a seguir.

3.2.1. Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H)

Com o objetivo de se obter informações sobre o grau de desacetilação das

quitosanas, realizaram-se análises de RMN 1H utilizando um espectrômetro BRUKER,

modelo Avance DRX 500 que opera na frequência de 500MHz. Uma massa de 10 mg de

cada quitosana, C, D e E, foram dissolvidas em 1 ml de solução de HCl/D2O 1% (v/v) e

analisadas a 70o C. O tempo de relaxação do espectro em cada varredura foi de 10s.

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27

3.2.2 Titulação Potenciométrica

No sentido de confirmar os valores obtidos por RMN 1H, a determinação do grau de

desacetilação foi realizada por titulação potenciométrica. As titulações foram realizadas

com um peagâmetro modelo PHS-3B da marca PHTEK. Nos experimentos, foram

utilizados 200 mg do polímero previamente seco em estufa a 60o C durante 4 horas. Após a

secagem, o material foi dissolvido em 120 mL de solução de ácido clorídrico 0,025 mol L-1

e titulado com solução de hidróxido de sódio de 0,1 mol L-1

(padrão) sob constante

agitação. Os experimentos foram realizados em triplicata.

3.2.3. Viscosimetria

O grau de polimerização do agente direcionador foi determinado por viscosimetria.

Inicialmente foram obtidas as medidas da viscosidade de cada quitosana, das quais

calculou-se a massa molar de cada amostra do polímero. Pela razão entre o valor da massa

molar experimentalmente obtido e a massa molar do monômero de quitosana (161,2 g mol-

1), encontrou-se o grau de polimerização.

Foram preparadas cinco soluções de quitosana, solubilizadas em solução de ácido

acético 3% v/v, com concentrações variando entre 0,02 e 0,0025 g L-1

. As viscosidades

relativas foram medidas com viscosímetro de Kenon-Fensk e os dados do tempo de

escoamento de cada amostra foi obtido em um sensor modelo 520-10 da marca Schott. Os

valores de tempo de escoamento empregados para a determinação da viscosidade reduzida

correspondem à média de três determinações independentes. A massa molar (M) foi

calculada pela relação de Mark-Houwink97

, conforme Equação 3.1.

[n] = K’ M

a (3.1)

Na qual, [n] = viscosidade intrínseca, que foi obtida pela extrapolação à diluição

infinita da curva de viscosidade reduzida versus concentração, e K' e a são constantes que

dependem da temperatura do experimento e do grau de desacetilação, sendo as análises

realizadas a 33,5°C.

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28

3.3. Síntese das esferas híbridas

Um estudo com os cinco tipos de quitosana (A, B, C, D e E) foi realizado, no

sentido de encontrar a relação molar entre monômero de quitosana e número de mol do

metal (alumínio) que pudesse garantir a formação das esferas. O intuito deste estudo foi

relacionar as características do polímero com as propriedades texturais e de resistência

mecânica do óxido final.

A síntese das esferas (utilizando as quitosanas A e B) foi realizada conforme

método descrito na literatura53

. Para a quitosana C, foi preparada uma solução 2% (m/v)

solubilizada em ácido acético 3% (v/v) sob agitação constante por 2 horas. Uma solução de

nitrato de alumínio (contendo uma relação sete mols do metal para um mol de monômero

de quitosana) foi adicionada à solução de quitosana sob agitação, até ser observado o

processo de turvação, que foi então gotejada em uma solução de NH4OH a 50% (v/v), para

a formação das esferas. Para as quitosanas D e E realizou-se um procedimento de síntese

semelhante, mudando apenas a concentração da solução de quitosana que foi de 3% (m/v).

Estes experimentos permitiram o cálculo da quantidade máxima de alumínio que

pode ser adicionada a solução de quitosana até que se inicie o processo de floculação.

Sendo essa relação utilizada para a síntese das esferas.

A Figura 3.1 ilustra o sistema onde foram produzidas as esferas.

Figura 3.1.: Sistema de produção de esferas.

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29

As esferas foram separadas da solução de hidróxido de amônio por filtração, lavadas

até pH neutro e secas a temperatura ambiente por 48 horas e calcinadas sob fluxo de ar por

uma hora à temperatura de 500ºC, com taxa de aquecimento de 5º/min.

3.4. Síntese dos suportes e catalisadores

As sínteses dos suportes e catalisadores foram realizadas utilizando a quitosana B,

devido um maior conhecimento de suas propriedades texturais e resistência mecânica,

comparada as quitosanas C, D e E, conforme dados da literatura52

. A síntese foi realizada a

partir de 6g de quitosana dissolvidas em 180 mL de ácido acético 3% (v/v). Soluções de

nitrato de alumínio e ferro com uma relação de 1/2,5 de monômero quitosana/íons

metálicos, foram adicionadas a solução de quitosana sob constante agitação, e precipitada

na forma de gotas em uma solução aquosa de hidróxido de amônio (NH4OH) 50% (v/v).

Após a precipitação, as esferas foram lavadas com água destilada até pH neutro e secas por

72 horas. O material foi então calcinado a 500o C durante 1 hora com taxa de aquecimento

de 5o/min. Esta temperatura de calcinação foi baseada em trabalhos anteriores do grupo

53,

sendo essas condições ideais para eliminação da matéria orgânica.

Este procedimento foi utilizado para a preparação dos suportes Al, 10FeAl, 30FeAl

e 50FeAl contendo 0,10; 30 e 50 % (m/m) de ferro respectivamente. Ao suporte esférico de

Al, foi impregnado cobre nas porcentagens de 1,3, 5, 7 e 10% (m/m), pelo método de

impregnação úmida, sendo que nos demais suportes a porcentagem de impregnação foi de

10% (m/m). O sal Cu(NO3)3.3H2O foi utilizado como fonte de cobre em todos os

experimentos.

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30

3.5. Caracterizações das esferas de óxidos metálicos

3.5.1- Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

Informações sobre a morfologia do suporte, aspectos como diâmetro médio e forma

das esferas, antes e depois do processo de calcinação, foram obtidas por técnica de

Microscopia Eletrônica de Varredura, realizada no Departamento de Física da Universidade

Federal do Ceará, utilizando um microscópio TESCAN SEM, modelo VEGA/XMU, com

uma tensão de 30 KV e aumento de 100 e 1000 vezes.

3.5.2- Análise Química (Espectrofotometria de Absorção Atômica).

Para a quantificação do teor de metais presentes no catalisador, foi realizada análise

química das amostras em um espectrofotômetro de absorção atômica (EAA) modelo GBC

933 plus, de acordo com as recomendações do fabricante e da literatura98

.

Aproximadamente 25mg de amostra foram digeridas em microondas com solução

de água régia, (3:1 v/v de HCl:HNO3, concentrados), diluída a 20 mL e lidas no

espectrofotômetro, nos respectivos comprimentos de onda.

Os padrões utilizados nas curvas de calibração e os comprimentos de onda de cada

metal, bem como, a faixa típica linear e o tipo de chama utilizada, são mostrados na Tabela

3.1.

Tabela 3.1. Condições operacionais do espectrofotômetro de absorção atômica.

Elemento Comprimento de

onda (nm)

Faixa típica Linear

(mg/L) Tipo de chama

Al 396.1 3-7 AA

Cu

324,7 1-5 AA

Fe

248,3 2-9 AA

AA * - Chama do tipo ar/acetileno

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31

3.5.3- Difração de Raios X (DRX)

Visando elucidar as fases cristalinas presentes nas amostras sintetizadas, foram

realizadas medidas de difração de raios–X dos catalisadores previamente calcinados. As

análise foram feitas em um difratômetro para amostras policristalinas modelo XPert MPD

da Panalytical, do Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará, constituído

de um tubo de raios-X, com radiação CoKα= 1,7889. Todas as medidas foram realizadas

em temperatura ambiente, em diferentes passos de 0,013o com intervalo angular de 2θ de 10

a 95. O programa HighScore Plus foi utilizado para interpretar os resultados obtidos.

3.5.4- Isotermas de Adsorção de N2

As áreas superficiais específicas e porosidades dos materiais foram obtidas através de

um analisador por adsorção gasosa, modelo Autosorb-1 da Quantachrome Instruments, do

Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará. As amostras foram

desgaseificadas à 200o C por quatro horas e os experimentos de adsorção/dessorção de

nitrogênio foram realizados a temperatura de 77K (-196oC), com isotermas de adsorção

variando P/Po de 0 a 1, em que Po é a pressão de saturação da substância adsorvida à

temperatura da análise e P/Po a pressão relativa.

A distribuição do tamanho, volume e diâmetro de poros foi determinada pelo método

BJH dessorção, descrito por Barrett, Joyner e Halenda99

e a área superficial especifica

determinada pelo modelo de BET, Brunauer, Emmett e Teller – BET100

.

3.5.5- Redução a Temperatura Programada (TPR)

A temperatura de redução dos óxidos foi determinada através de ensaios de redução a

temperatura programada (TPR), onde as amostras previamente calcinadas foram

introduzidas em um reator de quartzo, sob fluxo de uma mistura redutora (5% v/v de H2 em

N2), com vazão de aproximadamente 30 mL min-1

. Os gases passaram por um trap (-20°C)

para remover possíveis traços de água. O aumento da temperatura foi programado para uma

taxa de aquecimento de 5 °C min-1

, desde a temperatura ambiente até aproximadamente

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32

930 °C. O consumo de hidrogênio, para o processo de redução, foi acompanhado por meio

de um detector de condutividade térmica.

3.5.6- Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM)

Informações sobre a formação de nanopartículas e dispersão das partículas no material,

foram conseguidas através de Análise de Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM).

As imagens foram obtidas no microscópio eletrônico de transmissão TEM-MSC JEOL

2100 do Laboratório Nacional de Luz Síncrontron. Uma suspensão da amostra em

isopropanol, sonicado por uma hora, foi gotejada em uma grade de cobre recoberta por

carbono amorfo (~4 nm) para obtenção das imagens.

3.5.7- Espectroscopia Mössbauer

Os espectros Mössbauer foram obtidos a temperatura ambiente em um modo

constante de aceleração usando uma fonte de 57

Co (Rh). Os dados foram avaliados através

de uma rotina não linear que utiliza o método dos mínimos quadrados com auxílio de um

software Normos. Todos os valores de deslocamento isomérico são relativos aos obtidos

para o α-Fe.

3.6 - Testes catalíticos para a reação de redução de nitrato

Os testes catalíticos foram realizados misturando-se 30 mg do catalisador,

previamente ativado sob fluxo de H2 a uma temperatura de 600o C, com 50 mL de uma

solução 2 mmol L-1

de nitrato de potássio. A reação foi mantida em uma cuba

termostatizada a 25oC e sob borbulhamento de CO2, de modo a manter o pH do meio

reacional em torno de 5,0. Os experimentos foram realizados sob agitação constante a 250

± 50 rpm, utilizando-se um agitador mecânico de vidro.

Alíquotas da solução foram retiradas periodicamente (intervalos de 15 minutos) e

filtradas em filtros Millipore de 0,20 µm, sendo as concentrações de NO3- e NO2

-

determinadas em um cromatógrafo de íons modelo ICS – 3000 de marca Dionex, equipado

com uma coluna cromatográfica AS18 (250 mm x 4 mm), loop de 25 μL, supressora ASRS

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33

4mm e detector de condutividade. O eluente utilizado foi KOH, obtido através de um

sistema geração de eluente do próprio equipamento.

As concentrações de NO3- e NO2

- antes e após o teste catalítico foram determinadas

segundo a metodologia descrita na Tabela 3.2.

Tabela 3.2- Descrição da metodologia utilizada na determinação

Tempo de corrida

(min)

Concentração de eluente

KOH, mmol L-1

0 a 7 22

7 a 13 44

13 a 18 22

A concentração de íons amônio foi determinada, no final da reação, por

espectrofotometria na região do UV-Vis, usando um espectrofotômeto Varian modelo 1E,

segundo metodologia proposta no Standard Methods for the Examination of Water and

Wastewater, 21a edição 2005, que apresenta limite de detecção para N-amoniacal de 100

ppb.

A quantidade de N2 formada foi calculada a partir do balanço de massa dos produtos

formados em solução, de acordo com a Equação 3.231

:

S(N2) = 100 – S(NO2-) - S(NH4

+) (3.2)

Na qual, S é a seletividade para cada termo da reação. A seletividade para nitrogênio

foi calculada pela diferença entre a quantidade inicial de nitrato na amostra e a quantidade

de nitrito e íons amônio, formados após a reação.

3.6.1- Efeito da dosagem de cobre e ferro no catalisador

Para estudo do efeito da dosagem dos metais no catalisador, ensaios catalíticos foram

realizados com amostras de catalisador contendo 1, 3, 5, 7 e 10% de cobre suportado nas

esferas de alumina. Também foram realizados estudos cinéticos com o catalisador contendo

10% de cobre para o qual foi variada a porcentagem de ferro de 10, 30 e 50%, ou seja, os

catalisadores 10FeAl, 30FeAl e 50FeAl.

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34

3.6.2 – Efeito da concentração de nitrato

O efeito da concentração de nitrato no processo de redução catalítica foi avaliado

realizando-se ensaios em batelada para as concentrações de 50, 100, 110 e 124 mg L-1

de

nitrato em um volume de 50mL de solução e pH do meio reacional em torno de 5.

3.6.3- Efeito do pH

Para o estudo da influência do pH no processo catalítico, foram realizados

experimentos em batelada, utilizando-se 30 mg de catalisador para um volume de 50mL de

solução de nitrato a 100 mg L-1

. Foram avaliados valores de pH variando em uma faixa de

2,0 a 7,0.

3.6.4- Avaliação da lixiviação do catalisador

Para obter informações sobre o processo de lixiviação do catalisador de cobre e

ferro em diferentes valores pH, realizou-se análise química da solução após o teste

catalítico, conforme procedimento já descrito no item 3.5.2. O objetivo deste experimento

foi de relacionar a atividade catalítica com a estabilidade dos catalisadores.

3.6.5- Ensaio com amostra real

Para conhecimento do comportamento do catalisador em uma amostra real, coletou-

se a amostra de um poço na região metropolitana de Fortaleza com concentração de 56,22

mg L-1

. O teste foi realizado utilizando-se 50 mg de catalisador para um volume de 50 mL

de amostra, temperatura de 250 C e pH de 4,5.

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35

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Caracterização das quitosanas

A Figura 4.1 apresenta a estrutura da quitosana com os referidos grupos acetamida e

glicosamina101

.

Figura 4.1.: Estrutura do biopolímero quitosana.

4.1.1- Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H)

A espectrometria de RMN 1H fornece informações sobre o grau de desacetilação das

quitosanas utilizadas no estudo da síntese dos materiais de suporte. O espectro de RMN 1H

obtido para a quitosana E está apresentado na Figura 4.2. Os espectros (anexo I) para as

demais quitosanas tiveram o mesmo perfil, sendo observado somente o aumento da área

relativa aos grupamentos acetamido e glicosamina.

O sinal observado em 2,6 ppm é referente aos hidrogênios metílicos do grupo

acetamido, o sinal em 3,7 ppm é relativo ao hidrogênio ligado ao carbono 2 do anel de

glicosamina. Os sinais de 4 a 5,0 ppm são referentes aos hidrogênios presentes nos

carbonos 3, 4, 5 e 6, onde observa-se uma forte influência do sinal da água deuterada, o

sinal em 5,4 é relativo ao carbono 1. As atribuições dos sinais de RMN 1H foram baseadas

em dados já publicados na literatura102

.

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36

Figura 4.2.: Espectro de RMN 1H da quitosanas E.

O grau de acetilação (GA) das quitosanas foram determinados através da Equação

4.1, que relaciona a razão entre as áreas dos núcleos de hidrogênio metílicos do grupo

acetamido (ACH3), cujo sinal é observado na região de 2 ppm e do núcleo do hidrogênio

ligado ao carbono 2 do anel de glicosamina (AH2), sinal na região de 3,7 ppm103

.

100.3

%

2

3

H

CH

A

AGA (4.1)

A escolha desses dois sinais para avaliar o GA do polímero, segundo a literatura103

,

é devido as áreas relativas desses hidrogênios estarem relativamente livres da influência do

sinal da água deuterada (HOD) em 3,8 ppm.

Para encontrar o grau de desacetilação (GD) utiliza-se a Equação 4.2103

:

GAGD %100% (4.2)

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37

Os valores obtidos para o grau de acetilação e desacetilação das quitosanas C, D e E

estão apresentados na Tabela 4.1.

Tabela 4.1- Grau de desacetilação e acetilação das quitosanas determinados por

RMN1H.

Amostras GA (%) GD (%) Referência

A 6 94 53

B 14 86 53

C 5 95 deste trabalho

D 8 92 deste trabalho

E 16 84 deste trabalho

4.1.2- Titulação Potenciométrica

No sentido de comparar os valores de grau de desacetilação obtidos por RMN1H,

foram realizados experimentos de titulação potenciométrica, que também avalia esse

parâmetro. As curvas de titulação e as respectivas derivadas primeiras de cada curva, para

as quitosanas C, D e E, são apresentadas na Figura 4.3.

0 10 20 30 40 50

0

2

4

6

8

10

12

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

pH

VN aO H

(m L)

Q utosana - C

De

riva

da

(1a)

0 10 20 30 40 50 60

0

2

4

6

8

10

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

pH

VN aO H

(m L)

Q uitosana - D

De

riva

da

(1a)

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38

0 5 10 15 20 25 30

0

2

4

6

8

10

12

14

-1

0

1

2

3

4

pH

VN aO H

(m L)

Q uitosana E

De

riva

da

(1a)

Figura 4.3: Curvas de titulação potenciométrica das quitosanas C, D e E e suas derivadas

primeiras, obtidas pela dissolução de 200 mg de quitosana em HCl, titulada com NaOH

0,1mol L-1

Em cada titulação observam-se dois pontos de inflexão, sendo o primeiro relativo ao

excesso de íons H+ usado para a solubilização da quitosana, e o segundo relativo aos

grupamentos amino da quitosana. Os volumes de titulante gastos para alcançar cada ponto

de equivalência foram calculados a partir das primeiras derivadas de cada curva

potenciométrica.

A Equação 4.3 foi utilizada para determinar o grau de desacetilação104

.

Q

NaOH

m

xVVxMGD

2,161)(%

12

(4.3)

Em que, MNaOH é a concentração da solução de NaOH em mol L-1

, usada como

titulante, V1 é o volume da solução de NaOH necessário para neutralizar todo o HCl no

primeiro ponto de equivalência e V2 o volume de NaOH necessário para neutralizar a

amostra protonada, no segundo ponto de equivalência. O valor de 161,2 é a massa molar (g

mol-1

) do monômero de quitosana e mQ é a massa da amostra em gramas, utilizada na

titulação.

O grau de desacetilação médio encontrado foi de 93, 91 e 85% para as quitosanas C,

D e E, respectivamente. Observa-se que a técnica de titulação potenciométrica apresentou

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39

valores próximos, de grau de desacetilação, daqueles determinados por RMN 1H. O uso da

titulação potenciométrica é vantajoso por ser um processo simples, rápido e de baixo custo.

4.1.3- Viscosimetria

Através de medidas de picnometria e de viscosidade, foi possível estimar a massa

molar média de cada amostra do polímero, empregando-se a equação de Mark-Houwink97

(Equação 3.1 pg. 28), que relaciona a viscosidade intrínseca com a massa molar do

polímero.

Os valores das massas molares médias, bem como do grau de desacetilação e de

polimerização das cinco amostras de quitosana, encontram-se listados na Tabela 4.2.

Tabela 4.2: Massa molar média das amostras de quitosana utilizadas.

Amostras [n] GD(%) MM(g mol-1

) GP Ref.

A 11,4 94 326985 2030 53

B 25,7 86 480000 2981 53

C 19,8 94 568230 3525 deste trabalho

D 9,0 91 249459 1547 deste trabalho

E 10,2 85 181342 1125 deste trabalho

O grau de polimerização do agente direcionador é um importante parâmetro no

estudo da síntese de óxidos metálicos, estando relacionado com a quantidade máxima de

metal que cada quitosana comporta para a formação de esferas, fator que influencia na

resistência mecânica e na porosidade do material53

. A partir dos dados de grau de

desacetilação e polimerização, pode-se estimar então a relação metal/monômero de

quitosana no processo de síntese. Como a quitosana C apresentou maior grau de

polimerização (Tabela 4.2), pressupõe-se que as esferas sintetizadas a partir dessa amostra

devam apresentar maior resistência mecânica.

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40

4.2. Síntese de esferas híbridas quitosana e alumínio

Visando melhorar a morfologia e propriedades texturais dos catalisadores, pois estas

propriedades influenciam na uniformidade do leito catalítico e na difusão dos reagentes e

produtos nos poros do catalisador, respectivamente, novas rotas de síntese de materiais para

aplicação em catálise têm sido constantemente propostas105-107

.

Uma dessas rotas é apresentada na literatura53

, onde foi utilizado duas diferentes

quitosanas (denominadas A e B) para a síntese de esferas de óxido de alumínio. O estudo

sugere, uma relação entre as propriedades do agente direcionador com as propriedades do

óxido de alumínio (resistência mecânica e porosidade). No sentido de confirmar essa

relação, diversas sínteses foram realizadas com as quitosanas C, D e E, com o objetivo de

encontrar a relação molar ideal entre o monômero de quitosana e o íon metálico, bem como

avaliar a influência dessa relação nas propriedades finais do material.

Para a quitosana C, a relação ideal foi de 1 mol do monômero para 5,5 mol de íons

metálicos, onde acima desse valor ocorreu floculação da solução. Para quitosana D, a

relação molar ideal foi encontrada ser aproximadamente de 1:1 e para a amostra E esta

relação foi de 1: 0,8. O fenômeno de floculação ou turvação, observado em todos os casos

está relacionado com a propriedade quelante da quitosana, para alguns metais.

Os resultados obtidos estão em concordância com o trabalho anteriormente

publicado53

, que mostra a influência do grau de polimerização e desacetilação na relação

entre metal e quitosana. Os valores dos graus de polimerização e suas respectivas relações

molares são apresentados na Figura 4.4.

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41

Figura 4.4- Grau de polimerização em função da fração molar de Al3+

para as

quitosanas A, B, C, D e E, nos testes de formação de esferas.

A região à esquerda, no gráfico, indica os valores de fração molar de alumínio onde

há a formação das esferas para as quitosanas A,B,C,D e E, enquanto na região à direita no

gráfico não ocorre formação de esferas.

Uma vez que nesse trabalho não foi determinado o valor exato da fração molar de

Al3+

limite, no qual ainda se observa a formação de esfera, preferiu-se por destacar uma

região intermediária, na qual está presente a relação limite encontrada nos experimentos.

Observa-se para quitosana C, uma maior relação entre íons metálicos e monômero de

quitosana, sugerindo que uma maior cadeia polimérica aumenta a relação máxima entre a

quantidade de metal e a quantidade de quitosana. Porém, para a quitosana E a fração molar

limite de formação das esferas é bem menor, justificado pelo seu baixo grau de

polimerização.

O conhecimento da fração molar limite de metal para formação de esferas com cada

quitosana é de grande importância, pois poderá inferir-lhes propriedades relevantes para a

aplicação proposta. Como o material sintetizado será submetido a um tratamento térmico,

para formação de óxidos e eliminação do material direcionador, formando poros, a

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42

quantidade destes deverá apresentar relação direta com a quantidade de matéria orgânica

utilizada na síntese.

4.3. Caracterização das esferas híbridas

4.3.1- Isotermas de adsorção de Nitrogênio

A caracterização dos parâmetros texturais do material, como área superficial,

volume de poros, distribuição de tamanho de poros e diâmetro médio de poros é

fundamental para compreender o comportamento cinético do catalisador. Esses parâmetros

têm relação direta com a eliminação da quitosana durante o processo de calcinação, onde

ocorre o rearranjo do sólido na forma de óxido e a formação de poros, que determinam a

acessibilidade do substrato aos sítios ativos do catalisador.

Os resultados dos experimentos de adsorção-dessorção de N2 para as amostras

calcinadas AlC, Al-D e Al-E (esferas de óxidos de alumínio sintetizadas com as quitosanas

C, D e E respectivamente) e amostra Al-C-Al (esferas de óxidos de alumínio sintetizada

com a quitosana C e posteriormente impregnada com alumínio) são mostrados na Figura

4.5.

A Figura 4.5 mostra isotermas bastante semelhantes, para os materiais obtidos de

diferentes quitosanas, com histerese nas curvas de adsorção e dessorção ao longo da faixa

de pressão relativa, sugerindo a não reversibilidade em nenhuma das amostras. As curvas

tem perfil tipo IV (IUPAC), característica de materiais mesoporosos108

. No entanto,

diferença nos perfis de histereses pode ser observada comparando as amostras Al-D e Al-E

com as amostras Al-C e Al-C-Al, sugerindo uma influencia do grau de polimerização e a

quantidade de metal utilizado na síntese, nas propriedades texturais do material.

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43

Figura 4.5: Isotermas de adsorção/desorção de N2 das esferas; Após calcinação em 500ºC,

ao ar.

As amostras Al-D e Al-E mostraram loop de histerese tipo H2, o qual indica que a

estrutura do poro é complexa e tende a ser composta de uma rede de poros interligados de

diferentes tamanhos e formas. Por outro lado, os sólidos Al-C e Al-C-Al apresentaram loop

de histerese tipo H1, o qual geralmente está associado a materiais porosos constituídos por

aglomerados rígidos de partículas esféricas de tamanho uniforme ordenadas regularmente.

Os valores para as áreas superficiais, volume de poros e diâmetro de poros das esferas

após a calcinação, encontram-se listados na Tabela 4.3. Vale destacar que, o valor da área

superficial específica para todas as amostras de óxido de alumínio está acima da média

apresentada por materiais semelhantes109,110

.

50

100

150

200

250

50

100

150

200

250

50

100

150

200

250

0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

50

100

150

200

250

300

0.00

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

0.06

0 100 200 300 400 500 600 7000.01

0.02

0.03

0.04

0.05

0.00

0.02

0.04

0.06

0.08

0.10-0.02

0.00

0.02

0.04

0.06

0.08

0.10

0.12

0.14

0.16

Volu

me

(cm

3 )

Diâmetro de poros (Å)P/P0

Volu

me

(cm

3 /g)

Al-C-Al

Al-C

Al-E

Al-D

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44

Tabela 4.3 - Propriedades texturais das esferas calcinadas, obtidas por fisissorção de N2.

Amostras S (m2/g) Vp (cm

3/g) Dp (Å) Ref

Al – A 245 0,28 38 53

Al – B 308 0,48 38 53

Al – E 245 0,39 60 deste trabalho

Al – D 253 0,40 58 deste trabalho

Al – C 346 0,38 72 deste trabalho

Al – C - Al 229 0,23 66 deste trabalho

S= área superficial específica, Vp= volume total de poros, e Dp= diâmetro médio de poros.

A área superficial específica foi o parâmetro mais afetado pelo grau de polimerização

da quitosana e quantidade de íons alumínio na mistura. Isso se deve ao efeito acentuado que

essas variáveis em conjunto têm sobre o fenômeno de separação de fases, onde ocorre a

formação dos poros fixos no material111

. Por exemplo, nota-se que a amostra Al-C que

possui maior grau de polimerização (3525) e apresenta maior área superficial (346m2/g),

possivelmente devido a quitosana com maior grau de polimerização promover um maior

distanciamento dos átomos de alumínio, resultando em uma maior área após o tratamento

térmico.

4.4. Síntese e caracterização dos catalisadores

A preparação de catalisadores bimetálicos geralmente ocorre pela inserção dos

metais no suporte simultaneamente (deposição-precipitação ou impregnação), ou pela

preparação de um catalisador monometálico e posterior impregnação do promotor

(impregnação sucessiva). No método de impregnação sucessiva, o promotor é depositado

aleatoriamente sobre o catalisador monometálico (geralmente de um metal nobre), e

tratamentos térmicos nas três etapas de preparação (suporte, catalisador monometálico e

catalisador bimetálico) são necessários, o que pode favorecer o processo de sinterização do

material112,113

.

No presente trabalho, o catalisador monometálico de ferro foi preparado com o

suporte de alumínio, pelo método de esferas híbridas, e posteriormente impregnado com 10

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45

% de cobre. as amostras obtidas após o processo de impregnação receberam a nomenclatura

de CuAl, Cu10FeAl, Cu30FeAl, Cu50FeAl, conforme já descrito no item 3.4 da parte

experimental.

4.4.1- Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

As análises de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) foram realizadas após o

processo de secagem dos suportes esféricos de alumina, e da amostra 50FeAl (amostra com

maior teor de ferro), antes e depois da calcinação. A Figura 4.6 mostra as micrografias para

as esferas de Al-B (óxido de alumínio sintetizado com a quitosana B) e 50FeAl, onde se

observa boa regularidade na forma e tamanho das esferas, que apresentaram diâmetro

médio de aproximadamente 1,0mm.

Figura 4.6. MEV das esferas com ampliação de 50 e 100 vezes. Para amostra Al-B: a-

antes da calcinação, b- depois da calcinação. Para a amostra Al50FeAl: c- antes da

calcinação, d- depois da calcinação.

a b

c d

a

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46

Pode-se observar claramente, rugosidades e trincas na superfície dos suportes, os

quais estão relacionados a um aumento na porosidade do material. As rugosidades,

possivelmente foram formadas durante o processo de gotejamento na solução coagulante

(hidróxido de amônio).

Quanto às trincas observadas nas esferas calcinadas, podem estar relacionadas a

uma baixa resistência mecânica do material. Uma maneira de evitar o aparecimento das

trincas seria diminuir a taxa de aquecimento114

em que as esferas são submetidas, uma vez

que é durante o processo de calcinação que ocorre a formação de trincas.

4.4.2- Análise Química (Espectrofotometria de Absorção Atômica)

Os resultados obtidos da análise química para os catalisadores são apresentados na

Tabela 4.4. Os resultados mostram a eficiência do método de impregnação utilizado, uma

vez que todos os catalisadores apresentaram teores de cobre próximos a 10%. A diferença

observada no teor de ferro, relacionado aos valores teóricos, pode ser atribuída à lixiviação

de cátions metálicos durante o processo de síntese das esferas.

Tabela 4.4: Teor de cobre, ferro e alumínio nos catalisadores, determinados por EAA.

Amostras Cu (%) Fe(%) Al(%)

CuAl 9,66 - 79,6

Cu10FeAl 9,04 9,55 70,9

Cu30FeAl 8,80 22.8 53,4

Cu50FeAl 9,34 34,1 34,5

A quantidade lixiviada de ferro em relação ao alumínio durante o processo de

síntese, pode ser prevista pelos valores de pH utilizado na precipitação, conforme mostra o

diagrama de especiação de íons ferro (Figura 4.7)115

.

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47

Figura 4.7.: Diagrama de especiação das espécies de ferro em função do valor de pH115

.

4.4.3- Difração de Raios- X (DRX)

A Figura 4.8 apresenta os difratogramas dos catalisadores sintetizados.

2 (°)

Cu50FeAl

Cu30FeAl

Cu10FeAl

CuAl

Inte

nsid

ade

(u.a

)

Al2,66

O4

CuAl2O

4

Fe2O

3

20 30 40 50 60 70 80 90

CuO

Figura 4.8. Difratogramas dos catalisadores. Após calcinação em 550ºC, ao ar.

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48

Todas as amostras apresentaram padrão de difração associados à formação de fase

cristalina de óxido de alumínio, em proporção não estequiométrica Al2,667O4 (JCPDS Card

File 80-1385). Para a amostra sem ferro (CuAl), além de óxido de alumínio, observa-se a

presença de um pico de difração em 2 entre 40 e 500, atribuído a espécie CuO (JCPDS

Card File 78-0428). Os picos alargados sugerem tamanhos pequenos dos cristalitos116

e

uma baixa cristalinidade dos materiais, resultados em concordância com trabalhos na

literatura87-89

os quais relatam que óxido de alumínio calcinado a temperatura de até 650o C,

são do grupo γ, apresentando baixa cristalinidade com picos alargados e alta porosidade.

Para as amostras Cu10FeAl e Cu30FeAl, observa-se também a formação do óxido

de alumínio em proporção não estequiométrica e formação de aluminato de cobre CuAl2O4

(JCPDS Card File 73-1958), não foi observado picos de difração relacionados a fases

cristalinas de óxido de ferro, todavia não se pode afirmar que tais fases não estejam

presentes.

Já para a amostra Cu50FeAl observa-se a formação de picos pouco definidos e

alargados que podem estar relacionados, segundo a equação de Scherrer116

(Equação 4.4), à

presença de nanopartículas. Para esta amostra, além de óxido de alumínio nota-se a

presença de hematita (Fe2O3) (JCPDS Card File 79-0007).

)cos(

KD

hkl

(4.4)

As diferentes fases observadas nos catalisadores contendo cobre e ferro como

aluminato de cobre, óxido de cobre e óxido de ferro, podem estar relacionadas a limitações

da técnica, que é afetada pelo tamanho das partículas, bem como alguns defeitos de forma,

incluindo mesoporos, luxações e defeitos de ponto117

. Devido a essas limitações é difícil

afirmar com precisão a formação de uma fase, mesmo utilizando técnicas de refinamento.

Análises de Redução a Temperatura Programada (TPR) bem como de Espectroscopia

Mossbauer podem auxiliar na caracterização do material.

4.4.4- Redução a Temperatura Programada (TPR)

Os resultados das análises de TPR para os catalisadores são mostrados na Figura

4.9.

Page 49: Síntese e caracterização de catalisadores esféricos de cobre e … · Departamento de Química Analítica e Físico-Química Programa de Pós Graduação em Química Adriano Freitas

49

100 200 300 400 500 600 700 800 900

C uA l

C u10FeA l

C u50FeA l

C u30FeA l

Co

ns

um

o d

e H

2 (

u.a

.)

T (°C )

Figura 4.9: Perfis de Redução Termoprogramada dos catalisadores.

Os perfis de redução termoprogramada dos catalisadores contendo cobre, Figura

4.9, mostra para o catalisador CuAl, um único pico de redução pouco intenso centrado em

235 ºC, o qual pode ser atribuído à redução do óxido de cobre a cobre metálico. Já para as

amostras contendo ferro, dois picos de redução podem ser observados, sendo que a

intensidade dos picos se mostra dependente da quantidade de ferro na amostra. Sugere-se

que o primeiro pico, nos perfis de TPR seja referente às reduções do óxido de cobre a cobre

metálico e do Fe3+

para Fe2+

, segundo as equações:

H2 2Hsp (Hsp : hidrogênio spillover)

Fe2O3 + H FeO + H2O

O segundo pico que não é observado nas amostras do suporte52

, com exceção da

AlFe50, possivelmente esteja associado à redução de Fe2+

para ferro metálico, onde na

temperatura de 650o é encontrado na amostra cobre metálico e ferro metálico.

Observa-se também, um deslocamento do primeiro pico de redução (200-250 oC)

para as amostras contendo ferro em relação à amostra CuAl, que pode estar relacionado

com a formação de ferritas de cobre, fase não observada por DRX. Pesquisas relacionadas

à ferritas de cobre sugerem dois picos de redução, em que o primeiro pico em baixa

temperatura seria referente à redução da espécie CuFe2O4 a Cu e Fe2O3.118

Segundo

Faungnawakij e colaboradores118

, a espécie Fe2O3 formada sofreria rápida redução, levando

Page 50: Síntese e caracterização de catalisadores esféricos de cobre e … · Departamento de Química Analítica e Físico-Química Programa de Pós Graduação em Química Adriano Freitas

50

à formação da espécie Fe3O4. O segundo pico é descrito como a redução de Fe3O4 para Fe

metálico118

. Comparando-se os resultados obtidos para os catalisadores contendo cobre com

os suportes sem a presença do cobre52

, nota-se que a presença desse metal nos materiais

desloca os picos de redução para temperaturas inferiores, provavelmente devido ao

fenômeno de spillover119

.

Neste fenômeno as espécies de óxido de cobre se reduzem inicialmente e facilita a

dissociação do gás H2 na superfície catalítica, os átomos dissociados migram para os óxidos

de ferro em alta temperatura reduzindo esse óxido119

.

4.4.5- Isotermas de Adsorção de Nitrogênio

As propriedades texturais dos catalisadores esféricos de cobre e ferro suportados em

alumínio foram determinadas através das isotermas de adsorção-dessorção de N2. A Figura

4.10a mostra isotermas com histerese ao longo da região da pressão relativa, não sendo

observada reversibilidade. Os resultados apresentados pelas isotermas de adsorção mostram

curvas com perfil do tipo IV, características de materiais mesoporosos, segundo a

classificação da IUPAC108

.

Na Figura 4.10.b são mostrados os perfis de distribuição de poros, segundo o

modelo BJH de dessorção, confirmando que o material é mesoporoso (faixa de diâmetro de

poros 20Å<Ф<500Å) sendo que a maioria dos mesoporos se localiza na faixa de 20 à 150

Å de diâmetro.

As amostras Cu10FeAl e Cu50FeAl mostraram loop de histerese tipo H2, o qual

indica que a estrutura do poro é complexa e tende a ser composta de uma rede de poros

interligados de diferentes tamanhos e formas. Tendo, os catalisadores CuAl e Cu30FeAl

loop de histerese tipo H3, o qual geralmente está associado a materiais porosos,

constituídos por poros na forma de fendas. Observa-se para todas as amostras a presença

de macroporos, sendo que estes parecem ter uma relação com a quantidade de ferro na

amostra, uma vez que um aumento da quantidade de ferro aumenta a faixa de distribuição

dos poros. Este fato é condizente com o diâmetro médio de poros das amostras Cu30FeAl e

Cu50FeAl maiores que dos outros catalisadores.

Page 51: Síntese e caracterização de catalisadores esféricos de cobre e … · Departamento de Química Analítica e Físico-Química Programa de Pós Graduação em Química Adriano Freitas

51

0

50

100

150

200

0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

0

20

40

60

80

100

120

140

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0 50 100 150 200 250 300 350 400

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

0.40

40

60

80

100

120

140

160

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0

50

100

150

200

250

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

Vol

ume

(cm

3/g

)

DV

/Dlo

gd (

cm3/g

) Cu10Fe

CuAl

Cu50Fe

Cu30Fe Cu30Fe

Cu50Fe

Cu10Fe

CuAl

Diâmetro de poros (Å)P/P0

Figura 4.10: a- Isotermas de adsorção/desorção de N2 dos catalisadores; b- curvas de

distribuição do diâmetro de poros dos catalisadores (calculada usando o modelo BJH).

Após calcinação em 500ºC, ao ar.

As diferenças observadas nos perfis de isoterma dos catalisadores são devido ao teor

de ferro, uma vez que essas amostras apresentam teores semelhantes de óxido de cobre e

foram sintetizados utilizando a mesma quitosana (quitosana B).

Os valores para as áreas superficiais, volume de poros e diâmetro de poros das

esferas de catalisador, após impregnação de óxido de cobre e calcinação, encontram-se

listados na Tabela 4.5. É importante destacar que os materiais de suporte Al, 10FeAl,

30FeAl e 50 FeAl, antes da adição de cobre, também se apresentam como mesoporosos,

com áreas superficiais de 308, 340, 257 e 239 m2.g

-1, respectivamente, conforme resultados

já publicados na literatura52

.

a b

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52

Tabela 4.5 - Propriedades superficiais medidas por fisissorção de N2, para os

catalisadores.

Amostras S (m2/g) Vp (cm

3/g) Dp (Å)

CuAl 217 0,21 19

Cu10FeAl 234 0,33 17

Cu30FeAl 185 0,36 78

Cu50FeAl 177 0,22 43

S= área superficial específica, Vp= volume total de poros, e Dp= diâmetro médio de poros.

Em relação a esses resultados, pode-se inferir que a incorporação de óxido de cobre

no interior dos poros, promove uma diminuição da porosidade, consequentemente este fato

leva a um decréscimo da área específica, quando comparado ao suporte.

Vale ressaltar que mesmo com a diminuição da área superficial em relação ao

material suporte, seus valores são superiores a de catalisadores de cobre e ferro suportados

em óxido de alumínio apresentados na literatura120

.

4.5. Ensaios catalíticos de redução de nitrato

Tendo estabelecido as condições ideais de síntese dos catalisadores, os mesmos

foram utilizados na reação de desnitrificação, sendo seu desempenho avaliado através de

uma série de estudos que serão apresentados a seguir.

4.5.1. Variação da quantidade de cobre

Inicialmente foram realizados testes catalíticos, nas condições descritas no item 3.6.1

do procedimento experimental, com catalisadores monometálicos de cobre suportados em

alumina nas porcentagens de 1,3,5,7 e 10%.

Apenas a amostra com maior teor de cobre (10%) apresentou atividade para a reação

(Figura 4.11), mesmo assim bastante baixa, com redução em torno de 3,5% da quantidade

inicial de nitrato. Este resultado pode ser devido a oxidação dos sítios ativos de cobre

metálico na ausência do metal nobre e de um agente redutor34

. Para os demais catalisadores

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53

de cobre e para o suporte de óxido de aluminio, não foi observado nenhuma atividade na

reação de redução do nitrato.

0 50 100 150 200 250

0

1

2

3

4

5

Qua

ntid

ade

de n

itrat

o re

duzi

da (

%)

t(min)

Figura 4.11. Cinética de redução catalítica de nitrato para a amostra Cu10Al.

Condições: mcat: 30mg, 25oC, [NO3

-]: 2 mmolL

-1, pH=4,5, V=50mL.

Além da quantidade de nitrato reduzida, realizou-se análise para verificar a formação

de nitrito durante a reação. Os resultados desta análise podem ser visualizados na Figura

4.12.

0 50 100 150 200 250

0

1

2

3

4

5

Con

cent

raçã

o de

nitr

ito (

mg

L-1

)

t(min)

Figura 4.12. Cinética de formação de nitrito em solução para a amostra Cu10Al.

Condições: mcat: 30mg, 25oC, [NO3

-]: 2 mmolL

-1 ou 124mg L

-1, pH=4,5, V=50mL.

Page 54: Síntese e caracterização de catalisadores esféricos de cobre e … · Departamento de Química Analítica e Físico-Química Programa de Pós Graduação em Química Adriano Freitas

54

Observa-se, a partir das Figuras 4.11 e 4.12 uma conversão total de nitrato a nitrito.

Desta forma, é esperado que nenhuma quantidade de íons amônio fosse formado na reação,

o que foi confirmado pela análise espectrofotométrica que apresentou uma quantidade

desse íon, abaixo do limite de detecção do método utilizado (100 μg L-1

). Com esses

resultados, o balanço de massa das espécies, utilizando a Equação 3, indicou uma

seletividade de 100 % para íons nitrito.

S(NO2-) = 100%

Estudos na literatura, utilizando catalisadores bimetálicos de cobre associado a metais

nobres como Pd e Pt, dão maior ênfase ao processo global de redução de nitrato para

amônia ou nitrogênio121-123

. Poucos trabalhos estudam cada etapa da reação separadamente,

com catalisadores monometálicos29,34

.

A rápida desativação observada para o catalisador monometálico de cobre deve-se,

provavelmente, a oxidação mais favorável dos sítios ativos de cobre metálico, na ausência

de um metal nobre e de um agente redutor. Na tentativa de dificultar a oxidação do cobre

decidiu-se pela incorporação de ferro ao catalisador de CuAl (contendo 10% de Cu). O fato

de o ferro apresentar um alto potencial de oxidação, Eooxidação(Fe

0/Fe

2+) de +0,44 V, pode

ser uma alternativa para a preservação do cobre em seu estado reduzido.

4.5.2. Variação da quantidade de ferro

Para avaliar a influência do ferro no catalisador CuAl, incorporou-se ferro nas

proporções de 10, 30 e 50%, durante a síntese do suporte esférico de óxido de alumínio. O

desempenho da série de catalisadores bimetálicos de cobre e ferro está apresentado nas

Figuras 4.13 e 4.14.

As Figuras 4.13 e 4.14 mostram as atividades dos catalisadores frente à reação de

desnitrificação e a quantidade de nitrato reduzida em função do tempo, respectivamente.

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55

0 50 100 150 200 250

0

5

10

15

20

25

30

35

Ativid

ad

e(m

mo

l/g)

t (min)

Cu50FeAl

Cu30FeAl

Cu10FeAl

CuAl

Figura 4.13: Atividade dos catalisadores na redução de nitrato. Condições: mcat:30mg,

25oC, [NO3

-]: 2mmolL

-1, pH=4,5, V=50mL.

0 50 100 150 200 250 300

5

10

15

20

25

30

35

40 CuAl

Cu30FeAl

Cu10FeAl

Cu50FeAl

Qua

ntid

ade

de n

itrat

o re

duzi

da (

%)

t(min)

Figura 4.14: Cinética de redução catalítica de nitrato para as amostras CuAl, Cu10FeAl,

Cu30FeAl, Cu50FeAl. Condições: mcat:30mg, 25oC, [NO3

-]: 2mmolL

-1, pH=4,5,

V=50mL.

Como os teores de ferro são diferentes nas amostras (Tabela 4.4, pg. 46), a

correlação da quantidade de ferro no catalisador com a atividade na reação, mostra a

seguinte ordem crescente de atividade: Cu50FeAl, Cu30FeAl e Cu10FeAl, Figura 19. Essa

ordem se mostra inversa ao esperado, uma vez que o catalisador com maior teor de ferro

(Cu50FeAl) apresentou menor atividade na reação. Uma justificativa para esse resultado

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56

pode ser encontrada ao se analisar a área superficial dos catalisadores (Tabela 4.5 pg. 52).

Como a amostra Cu10FeAl apresenta maior área em relação aos outros catalisadores, a

disponibilidade dos sítios dessa amostra pode possivelmente ser bem maior, mesmo com

um menor teor de ferro124

.

A amostra Cu50FeAl apresentou menor atividade, porém a maior estabilidade

observada para esse catalisador sugere que um teor mais elevado de ferro deve manter o

cobre ativo por mais tempo na reação, confirmando a oxidação preferencial do ferro.

Os dados da Tabela 4.6 mostram que os catalisadores utilizados neste trabalho,

apresentam atividade máxima próximas a catalisadores semelhantes na ausência e presença

de metais nobres78,80,125,126

.

Tabela 4.6 – Atividade máxima e seletividade de catalisadores utilizados para a reação

de desnitrificação.

Catalisadores Seletividade Referência

NO2- NH4

+ N2

Sn/Pd 0 6,8 93,2 125

Cu/TiO2a

0 57 43 126

Fe 0 90 10 78

CuFePd 5,5 65,6 29,6 80

Cu10FeAl 78,6 <LQ 21,4 Deste trabalho

Cu30FeAl 65,2 <LQ 34,8 Deste trabalho

Cu50FeAl 0 <LQ 100 Deste trabalho

a-presença de luz

Os resultados de seletividade, para nitrogênio e íons nitrito e amônio, mostram que

nenhum catalisador apresentou formação apreciável de íons amônio em solução, pelo

método de quantificação utilizado. Nota-se, no entanto, que o aumento da quantidade de

ferro no catalisador, aumenta seletividade para nitrogênio, corroborando com resultados da

literatura que sugerem atividade do ferro na segunda etapa do processo de desnitrificação.

O aumento da seletividade ao nitrogênio está relacionado ao consumo imediato de nitrito

formado durante a reação, conforme reação34

:

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57

2Fe0 + 2NO2

- + 2H

+ Fe2O3 + N2 + H2O

Portanto, em adição aos resultados de análise química e isotermas de adsorção de

N2, os testes catalíticos apontam para uma relação ideal entre óxido de alumínio e óxido de

ferro, onde o óxido de ferro deve estar em quantidade suficiente para apresentar atividade

na reação. Essa melhor relação foi encontrada com a amostra Cu50FeAl, que mostra maior

estabilidade na reação e é o catalisador com melhor seletividade a nitrogênio.

4.6. Estudo da reação de desnitrificação utilizando o catalisador Cu50FeAl

Diante dos resultados anteriormente discutidos, o catalisador Cu50FeAl foi

submetido a análise de Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM) e Espectroscopia

Mössbauer e a novos ensaios catalíticos, variando concentração de nitrato e o pH do meio

reacional.

4.6.1. Caracterização por Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM)

A análise do catalisador utilizando a técnica de EDX acoplado ao microscópio de

transmissão eletrônica, não apresentou informações satisfatórias quanto à localização dos

metais na superfície do catalisador e suas possíveis interações, devido provavelmente a

formação de aglomerados e cristalitos no material. Apesar dessa limitação é possível

sugerir a localização dos metais, pelos campos claros e escuros formados, nas imagens da

Figura 4.15, os quais têm relação direta com suas densidades.

O alumínio (d= 2,70 g cm-1

) é responsável pelo campo claro, enquanto os outros

metais cobre (d= 8,93 g cm-1

) e o ferro(7,87 g cm-1

) pelo campo escuro127

.Este resultado de

junção dos cristalitos, possivelmente esteja relacionado ao fenômeno de coalescência, que

ocorre quando um material é submetido a um tratamento térmico. Esse tratamento resulta

em uma mobilidade das partículas menores do material, formando os aglomerados128

.

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58

Figura 4.15: Imagens de TEM para a amostra Cu50FeAl com escala de 20nm.

O catalisador Cu50FeAl apresenta aglomerados de cristalitos com tamanho entre 25

e 40 nm, Figura 4.15, e também partículas muito pequenas com 2 e 3 nm, mostradas na

Figura 4.16.

Figura 4.16: Imagens de TEM para a amostra Cu50FeAl com escala de 5nm.

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59

Esse resultado indica que o material é heterogêneo, quanto ao tamanho, o que era

esperado, devido ao processo de preparação do catalisador de cobre utilizar o método de

impregnação úmida, sendo o metal depositado de forma aleatória no suporte de alumínio e

ferro, formando partículas com tamanhos distintos.

As imagens de Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM) confirmaram a

presença de aglomerados com tamanho de nanopartículas no catalisador, onde

possivelmente a rota de síntese utilizada esteja favorecendo a formação dessas partículas de

tamanho pequeno. Este resultado está em concordância com os perfis de difração de raio x

da amostra Cu50FeAl, que indicou a presença de nanopartículas.

Em catálise o uso de nanopartículas tem gerado grande interesse, devido a esses

materiais apresentarem áreas superficiais elevadas e maior exposição dos sítios ativos para

o processo catalítico. Estudos também mostram que sua atividade é superior que a dos

catalisadores convencionais utilizados em condições brandas, como em reações a

temperatura ambiente, sendo também mais seletivos que outros catalisadores129

.

4.6.2. Espectroscopia Mössbauer

Informações a respeito do ambiente químico que se encontra o ferro, presente no

catalisador Cu50FeAl, foram obtidas por análise de espectroscopia Mössbauer. Na Figura

4.17 é apresentado o perfil do espectro obtido. Os parâmetros hiperfinos para a amostra

estão listados na Tabela 4.7.

Similarmente a amostra do suporte130

o espectro mostrou a presença de dubleto,

indicando que a incorporação de óxido de cobre ao sólido não modificou as propriedades

magnéticas de superparamagnetismo. Esse fenômeno está relacionado a tamanho de

partículas inferiores a granulometria crítica DC, formando um dubleto no espectro

Mössbauer.

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60

-4 -2 0 2 4

Tra

nsm

itânc

ia R

elat

iva

(u.a

)

Velocidade (mm/s)

Figura 4.17. Espectro Mossbauer do catalisador Cu50FeAl após calcinação a 500o C.

Análise realizada em temperatura ambiente.

Este resultado, característico de hematita com pequeno tamanho de partícula, está

em concordância com análises de DRX e TEM para esse catalisador, indicando se tratar

de nanopartículas com propriedades superparamagnéticas. Vale ressaltar a necessidade de

análise em temperatura mais baixa, uma vez que possíveis transições de dubleto para

sexteto em materiais com pequeno tamanho de grão são observadas somente nessas

temperaturas. Só a partir dessa análise seria possível obter outras informações sobre a

influência do cobre no suporte de óxido de ferro e óxido de alumínio.

Tabela 4.7. Parâmetros hiperfinos do catalisador Cu50FeAl após calcinação a 500oC.

Amostras Temperatura (K) IS (mm s-1

) QS (mm s-1

) Hhf (T) Área (%)

(+-0.05) (+-0.05) (+-0.5) (+-1.0)

Cu50FeAl 300 0.28 0,94 - 60

IS = deslocamento isomérico; QS: momento quadrupolo elétrico; H: campo magnético

total do núcleo;

Em relação aos parâmetros hiperfinos, observa-se um aumento do parâmetro QS do

catalisador em relação ao suporte 0,91 para 0,94130

, havendo provavelmente um aumento

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61

da porção superparamagnética do material. Este resultado corrobora com pesquisas

recentes131,132

que indicam que metais como níquel e cobre potencializam propriedades

magnéticas do óxido de ferro.

4.6.3. Efeito da concentração de nitrato na reação

A Figura 4.18 mostra o efeito da concentração de nitrato na atividade catalítica para

a amostra Cu50FeAl. Observa-se uma maior quantidade de nitrato reduzida, em

percentagem, para a concentração de 50 ppm, pois menor concentração de nitrato permite,

possivelmente, ocupação mais uniforme dos sítios catalíticos.

Os ensaios realizados com concentrações de 100ppm e acima dessa, mostram uma

queda de quantidade reduzida com o aumento da concentração de nitrato. Observou-se

também, uma diminuição da taxa de redução acima 180 minutos de reação, sugerindo o

início da saturação e oxidação dos sítios de cobre e ferro, diferentemente da concentração

de 50 ppm, onde a taxa de redução ainda é bastante significativa.

Figura 4.18: Cinética de redução catalítica de nitrato utilizando a amostra

Cu50FeAl em diferentes concentrações de nitrato. Condições: mcat:30mg, V=50mL, 25oC,

pH=4,5.

0 50 100 150 200 250

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110ppm

100ppm

124ppm

Qua

ntid

ade

de n

itrat

o re

duzi

da (

%)

t (min)

50ppm

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62

Todas as amostras apresentaram seletividade máxima a nitrogênio, considerando o

método de análise de íons amônio e nitrito, tendo a concentração afetado apenas a atividade

e estabilidade catalítica.

4.6.4. Efeito do pH

O pH da solução influencia diretamente na reação de desnitrificação, onde um

aumento do valor do pH provoca uma diminuição da atividade catalítica e aumenta a

seletividade para íons amônio133

No entanto, existem poucas informações na literatura

sobre o efeito do pH em catalisadores contendo ferro, em relação a atividade, estabilidade,

seletividade e lixiviação do catalisador126

.

Trabalhos utilizando outros catalisadores como Pd e Pt, reportam que a conversão

atinge um máximo em valores moderados de pH, em torno de 2,7; a depender do metal

utilizado e do método de preparação do catalisador78

.

Observa-se na Figura 4.19 que a quantidade reduzida de nitrato atinge um valor

máximo em pH igual a 3, diminuindo em pH’s mais alcalinos. Esta observação está

possivelmente relacionada a uma diminuição da capacidade de adsorção dos íons nitrato e

nitrito pelo sítio catalítico, que pode está relacionado a um decréscimo da carga superficial

do catalisador em meios mais alcalinos, o que reduziria a atração de ânions pela superfície.

2 3 4 5 6 7

10

15

20

25

30

35

40

Qua

ntid

ade

de

nitr

ato

redu

zida

(%)

pH

Figura 4.19: Efeito do pH na redução de íons nitrato na temperatura de 25ºC e tempo de

reação de 4 horas.

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63

Estes resultados sugerem que em valores de pH mais alcalinos, uma nova superfície

esteja sendo formada, a de hidróxido de ferro e cobre, mudando as características

eletrostáticas da superfície do catalisador. Observou-se também que o valor de pH também

afeta diretamente a seletividade catalítica, Tabela 4.8.

Tabela 4.8: Seletividade do catalisador Cu50FeAl na reação de redução de nitrato em

diferentes valores de pH.

Segundo Prusse et al133

com aumento do pH ocorre um aumento de espécies

hidróxido adsorvidas na superfície do catalisador. Essas espécies adsorvidas bloqueariam o

emparelhamento dos átomos de N, que ocorre por difusão na superfície, desse modo a

seletividade para nitrogênio seria diminuída, formando quantidades maiores de íons amônio

na solução.

4.6.5. Ensaio com amostra real

Um teste catalítico realizado com uma amostra de poço da região metropolitana de

Fortaleza é apresentado na Figura 4.20. Observa-se um perfil semelhante aos testes com

solução padrão, com rápida perda da atividade catalítica.

Comparando com a amostra padrão em concentração semelhante de 50 mg L-1

,

ocorreu uma grande diminuição da conversão, fato previsível, devido ao teste ser realizado

Amostras Seletividade (%)

pH Nitrito Amônia N2

2 0 <LQ 100

3 0 <LQ 100

4 0 <LQ 100

4,8 0 <LQ 100

6 0 <LQ 100

7 0 1 99

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64

em uma matriz muito mais complexa, podendo ter existido competição com outros íons

presentes na água, como sulfato, cloreto, acetato pelos sítios ativos dos metais.

Mesmo com a desativação, observa-se que a amostra foi reduzida para 38,7mg L-1

que é um limite aceitável em relação ao estabelecido pelo Ministério da Saúde4 e OMS

6 que

é de 44,29mg L-1

.

Figura 4.20. Cinética da redução catalítica de nitrato para a amostra real. Condições: mcat:

50 mg, 25 oC, [NO3

-]: 56,22 mg L

-1, V=50mL, pH=4,5.

Quanto à seletividade, existiu aumento da formação de íons amônio em solução, em

comparação com a amostra padrão, porém essa quantidade formada (0,112 mg L-1

) é abaixo

do valor permitido pela legislação que é de 1,5 mg L-1

. Esses resultados de atividade e

seletividade indicam que o catalisador é promissor para ser utilizado em amostras reais com

alta concentração de nitrato.

0 50 100 150 200

35

40

45

50

55

Conce

ntr

açã

o(m

g L

-1)

t (min)

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65

Tabela 4.9: Seletividade do catalisador Cu50FeAl na reação de redução de nitrato em água

de poço da região metropolitana de Fortaleza.

4.7. Análises pós-teste catalítico

Após o teste catalítico, a amostra do catalisador Cu50FeAl foi submetidas à análise

por Difração de Raios-X e Espectroscopia Mösbauer, para verificar possíveis mudanças de

fases do catalisador e/ou mudança de seu estado de oxidação. Para avaliar a quantidade de

metal lixiviado para a solução, relacionando com os resultados dos ensaios cataliticos foi

realizada análise química da solução após a reação.

4.7.1. Avaliação de mudança do estado de oxidação

Em catálise heterogênea, frequentemente se utiliza técnicas de caracterizações para

avaliar mudanças no estado de oxidação dos sítios ativos após os ensaios catalíticos, no

sentido de relacionar mudanças de fases formadas no processo de síntese com a desativação

do catalisador durante a reação. Dentre essas técnicas de caracterização, destaca-se a de

difração de raios-X por ser uma técnica simples e bastante confiável na identificação de

possíveis fases cristalinas formadas, e por fornecer informações sobre tamanho de partícula.

Em adição, utiliza-se a técnica de Espectroscopia Mössbauer quando um dos sítios é de

ferro.

4.7.1.1. Difração de raios X

Para confirmar a possibilidade da desativação do catalisador ser causada por um

processo de oxidação, uma amostra do catalisador Cu50FeAl foi submetida, após o teste

catalítico, a análise por difração de raios X, e o resultado está mostrado na Figura 26.

Amostras Seletividade (%)

Nitrito Amônia N2

Poço 0 2,2 97,8

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66

2 (°)

inte

nsid

ade

(u.a

.)

CuO

Fe2O

3

20 40 60 80

Al2O

3

Figura 4.21. Difratogramas do catalisador Cu50FeAl. Após teste catalítico.

Observa-se uma modificação no difratograma do catalisador Cu10FeAl após o teste

catalítico, em relação aos obtidos antes do teste (Figura 4.21), onde os picos se apresentam

mais bem definidos e simétricos, possivelmente apresentando tamanho de cristalito maior.

Os perfis do difratograma indicam a presença de fase cristalina de óxido de cobre

(melaconita, JCPDS Card File 41-0254) e de óxido de ferro (JCPDS Card File 21-0920), na

região entre valores de 2θ de 40o e 60

o.

4.7.1. 2. Espectroscopia Mössbauer

Com o objetivo de obter informações sobre o ambiente químico que se encontra o

ferro, no catalisador, e possíveis mudanças no estado de oxidação após o teste catalítico,

realizou-se análise de Espectroscopia Mössbauer, no sentido de auxiliar a técnica de

difração de raio-x quanto a fase formada.

Na Figura 4.22 observa-se um sexteto, indicando mudanças no material após o teste

catalítico.

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67

-10 -5 0 5 10

T

ran

sm

itâ

ncia

Rela

tiva

(u

.a)

Velocidade (mm/s)

Figura 4.22. Espectro Mossbauer do catalisador Cu50FeAl. Após teste catalítico. Análise

realizada a temperatura ambiente.

Em adição aos resultados de difração de raios-X, os espectros indicaram um

aumento do tamanho de partícula, uma vez que a transição de dubleto para sexteto ocorreu

em temperatura ambiente e observa-se a contribuição referente à hematita, confirmando

fase detectada por DRX. O sexteto presente também pode ter contribuição da fase

magnetita, não observada por DRX, porém a presença dessa fase justificaria a manutenção

da atividade do catalisador durante o período estudado.

Os parâmetros hiperfinos da análise estão expostos na Tabela 4.10.

Tabela 4.10. Parâmetros hiperfinos do catalisador Cu50FeAl após teste catalítico.

Amostras Temperatura (K) IS (mm/s) QS (mm/s) Hhf (T) Área (%)

(+-0.03) (+-0.04) (+-0.5) (+-3.0)

Cu50FeAl 300 0.30 -0,04 0,02 40

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68

De acordo com os parâmetros hiperfinos, ocorreu um decréscimo do parâmetro QS,

indicando que após o teste o fenômeno superparamagnético provavelmente não está

presente.

4.7.2. Lixiviação do catalisador

Poucos trabalhos na literatura realizam análise de lixiviação do catalisador, esse é um

resultado interessante, pois pode ser relacionado com a atividade e estabilidade. Como

busca-se a aplicação de catalisadores na descontaminação de águas, esta análise irá fornecer

informações quanto a potabilidade baseado nos metais presentes em solução, oriundos do

catalisador.

Os resultados das análises de espectrofotometria de absorção atômica, para a solução

após o teste catalítico, em diferentes valores de pH, são mostrado na Tabela 4.11.

Tabela 4.11: Quantidade dos metais lixiviados em diferentes valores de pH, baseado na

quantidade inicial de cobre e ferro, 30 mg de catalisador Cu50FeAl.

pH

Cobre lixiviado

(%) mg L-1

Ferro lixiviado

(%) mg L-1

2,0 0,71 0,4 0,82 1,68

3,0 0,84 0,47 1,26 2,58

4,0 0,40 0,22 0,43 0,88

4,8 0,33 0,18 0,53 1,08

6,0 0,23 0,13 0,23 0,47

7,0 0,14 0,08 0,12 0,24

Observa-se uma baixa lixiviação dos metais do catalisador para a solução, fato que

pode estar relacionado a boa interação metal suporte. A quantidade lixiviada é maior em

valores mais baixos de pH, o que pode ser explicado pela maior solubilidade do metal

nessas condições. Trabalhos recentes134

na literatura mostram uma atividade de metais

dissolvidos em solução, na reação de desnitrificação, o que indica que mesmo o metal

sendo lixiviado para a solução, sua atividade catalítica não é prejudicada.

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69

Esse resultado corrobora com os resultados de catálise obtidos, que mostram uma

melhor atividade em condições mais ácidas. Vale ressaltar que apesar da maior atividade

em pHs mais ácidos, o pH escolhido para os ensaios catalíticos foi de 4,8 devido a condição

ótima em relação a atividade e lixiviação do catalisador.

4.8. Proposta mecanística para a reação de desnitrificação

O conhecimento da forma de interação entre o substrato e o catalisador é uma etapa

importante nos processos catalíticos, porém é pouco explorado. No entanto, o entendimento

da reação a nivel molecular e a natureza do sítio ativo são essenciais para o

desenvolvimento e otimização de catalisadores.

Na reação de desnitrificação, apesar de sua grande importância ambiental, alguns

fatores como caracteristicas de catalisadores, novos agentes redutores e mecanismo de

interação das espécies nitrogenadas com os sítios catalíticos, são ainda pouco explorados.

Alguns estudos na literatura28

, apresentam propostas mecanísticas para a reação de

redução de nitrato em fase líquida utilizando catalisadores bimetálicos de Pd ou Pt. Nestes

catalisadores, o cobre é depositado sobre o metal nobre, porém a superfície do metal não é

totalmente recoberta, permitindo que sítios de metal nobre estejam acessíveis à adsorção de

H2, provocando uma nova redução do cobre e mantendo o catalisador ativo na reação.

Na ausência do metal nobre, o cobre reduz nitrato a nitrito, porém essa espécie

apresenta, conforme trabalhos publicados133

, boa interação com o cobre, impedindo uma

maior redução de nitrato.

Estas sugestões mecanísticas concordam com os resultados obtidos neste trabalho,

onde foi obsevado baixa conversão de nitrato, utilizando catalisador monometálico e alta

seletividade para nitrito.

Em outros trabalhos135

, é proposto que o sítio do promotor da redução (cobre ou

estanho) em seu estado de oxidação zero, abstrairia a espécie nitrato pelo oxigênio (base de

Bronsted), devido seu caráter ácido. Em seguida, ocorreria a dessorção de nitrito que então

seria adsorvido pela superfície do metal nobre (Pd,Pt), ocorrendo a redução para nitrogênio

ou íons amônio. Nestes artigos, os autores indicam que o mecanismo da tranferência de

elétrons é algo ainda desconhecido, sendo portanto necessário estudos adicionais.

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70

Para catalisadores de cobre e ferro, estudo desses aspectos são ainda mais escassos.

Considerando os resultados experimentais expostos nesse trabalho, percebe-se que a

quantidade reduzida de nitrato tem relação com a área superficial do catalisador, porém a

seletividade para nitrogênio, que é o produto de interesse do processo, é aumentada com o

teor de ferro no catalisador, indicando a atividade do ferro metálico na reação de redução de

nitrito.

Uma maior quantidade de ferro no material, também aumenta a estabilidade do

catalisador, este resultado reforça a suposição de que o ferro está atuando como metal de

sacrifício para o cobre. O esquema abaixo tenta ilustrar este fato:

NO2-

NO3-

Cu0

Cu2+

Fe0

Fe oxidado

Figura 4.23: Esquema do mecanismo de preservação do cobre em seu estado

metálico.

Desta forma, quando todo o ferro fosse oxidado na reação, iniciar-se-ia a oxidação do

cobre, levando a desativação do catalisador.

Em relação à amostra após o teste, percebe-se que os resultados de difração de raios X

e espectroscopia Mössbauer estão bem relacionados, mostrando que houve significativas

mudanças, das propriedades estruturais do material, antes e após os testes catalíticos. Os

picos do difratograma se apresentam mais bem definidos e simétricos, com perda das

propriedades magnéticas do material em relação ao tamanho. Este resultado sugere uma

recristalização dos óxidos durante a reação, sendo a evolução da reação associada à

formação de um cristalito de tamanho maior.

4.9. Efeito da prata como dopante

Apesar do catalisador Cu50FeAl apresentar uma boa atividade para reação e

seletividade para nitrogênio, sua estabilidade é baixa quando comparada a outros

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71

catalisadores da literatura. A ausência de um agente redutor favorece a baixa estabilidade

dos sítios de metálicos à oxidação, não sendo possível sua regeneração durante o processo.

A fotocatálise tem se apresentado como alternativa para eliminação de poluentes das

águas, por envolver mecanismos de redução e oxidação. A literatura reporta sobre as

propriedades eletrônicas da prata136

, e sua potencialidade para as reações fotocatalíticas

envolvendo redução de nitrato. É importante ressaltar que nos processos de fotocatálise, os

testes de redução de nitrato são realizados na ausência de H2 137,138

.

Com o intuito de avaliar a eficiência da prata como um indutor de elétrons na

superfície de um catalisador, realizou-se estudo de fotocatálise, buscando assim, manter por

mais tempo os sítios catalíticos na forma metálica (fase ativa na reação), aumentando a sua

estabilidade.

Para estes estudos foi empregado o sistema fotocatalítico mostrado na Figura 29.

Figura 4.24: Imagem do sistema de fotocatálise para redução de nitrato. Fluxo:40mL min-1

,

lâmpada de 6W.

O catalisador Cu50FeAl foi dopado com 1% de prata, e o material resultante,

denominado Cu50FeAg, foi testado na reação de desnitrificação.

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72

Os testes foram realizados em um sistema de fluxo contínuo, onde um volume de

450 mL de solução na concentração de 100 mg L-1

de nitrato, foi colocado em um

reservatório e bombeado (40 mL min-1

) para uma cuba termostatizada a 25oC, contendo

uma lâmpada de luz negra com potência de 6W, 30 mg de catalisador e com um fluxo de

CO2 de 25 mL min-1

. O pH da solução foi monitorado através de um eletrodo de vidro

combinado, no reservatório. A coleta e análise da amostra foram semelhantes ao descrito

anteriormente no procedimento do item 3.6.

Na Figura 4.25 é apresentada a influência da prata no catalisador Cu50FeAl.

Percebe-se que o catalisador sem prata experimenta uma desativação no tempo de

aproximadamente 1 hora, com taxa de redução menor que 10%. Com a adição da prata e

na presença de luz, o catalisador se manteve ativo em todo tempo de realização do

experimento (4 horas), com uma taxa de redução de 40%. Este aumento de estabilidade,

possivelmente se deve a manutenção dos sítios no estado metálico, durante o tempo

avaliado, ou seja, o catalisador é continuamente regenerado durante o processo.

0 50 100 150 200 250

0

10

20

30

40

Qua

ntid

ade

Red

uzid

a(%

)

t (min)

CuFe

CuFeduplicata

CuFeAgfoto

Figura 4.25: Cinética de redução catalítica de nitrato utilizando a amostra Cu50FeAl e

Cu50FeAg na presença de luz. mcat:30mg, 25oC, [NO3

-]: 100mg L

-1, lâmpada de 6W.

A amostra Cu50FeAg foi submetida a um novo teste, com o objetivo de obter

maiores informações sobre sua estabilidade no processo catalítico. O catalisador se mostrou

ativo por um período de aproximadamente 10 h, apresentando uma taxa de conversão de

71%.

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73

A cinética de redução é mostrada na Figura 4.26.

0 100 200 300 400 500 600

0

10

20

30

40

50

60

70

80

cufeagfoto

cufeagfotodupl

t (min)

Qua

ntid

ade

Red

uzid

a(%

)

Figura 4.26: Teste de estabilidade de redução catalítica de nitrato utilizando a amostra

Cu50FeAg na presença de luz. Condições: mcat:30mg, 25oC, [NO3

-]: 100mg L

-1, lâmpada

de 6W.

De acordo com a Tabela 15, a adição de prata não alterou a seletividade para

nitrogênio.

Tabela 4.12: Seletividade dos catalisadores na reação de redução de nitrato em presença de

luz.

*primeiro teste ( 4h) ** segundo teste ( 10 h)

Em catálise é comum relacionar atividade com seletividade. Quando um catalisador

apresente baixa conversão, a concentração de subprodutos na reação torna-se insignificante,

Amostras Seletividade (%)

Nitrito Amônia N2

Cu50FeAl 0 <LD 100

Cu50FeAg* 0 <LD 100

Cu50FeAg** 0 <LD 100

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74

deste modo, seria esperado que a amostra Cu50FeAl quando apresentasse atividade maior,

aumentasse a seletividade para íons amônio. Todavia a seletividade para íons amônio

continuou abaixo do limite de detecção, indicando que a seletividade é função da

quantidade de hidrogênio no meio e não da quantidade reduzida de nitrato.

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75

5.CONCLUSÕES

Utilizou-se nesse trabalho um novo método de síntese de catalisadores esféricos de

óxido de cobre, ferro e alumínio, utilizando o polímero quitosana como agente

direcionador. O presente estudo confirmou a influência do grau de polimerização na

formação das esferas, indicando que quanto maior o grau de polimerização maior a fração

molar limite de íons metálicos para a formação de esferas.

As análises de microscopia confirmaram a forma esférica do material, apresentando

trincas e rugosidades em sua superfície, tendo à microscopia eletrônica de transmissão

revelado a existência no material de aglomerados com tamanho de nanopartículas, sendo o

material bastante heterogêneo quanto ao tamanho.

Os valores de análise química mostraram uma eficiência do procedimento de síntese

com valores obtidos próximos aos teóricos.

Os padrões de difração dos catalisdores calcinados a 500oC ao ar mostraram picos

alargados, caracteristicos de materiais com tamanho de partícula muito pequeno, suposição

confirmada pelas análises de Microscopia Eletrônica de Transmissão e Espectroscopia

Mossbauer. Os catalisadores apresentaram baixa cristalinidade, possivelmente devido a

síntese utilizada. Os espectros Mossbauer mostraram que a amostra Cu50FeAl apresenta

características superparamagnéticas. As análises de Isotermas de N2, mostraram que os

materias sintetizados são mesoporosos e apresentaram área superficial acima da média da

literatura para esses materiais.

Os perfis de redução termoprogramada das esferas após calcinação a 500°C ao ar

mostrou duas bandas de redução, referentes a redução de Cu2+

para Cu0 e Fe

3+ para Fe

2+ e a

segunda banda ocorrendo a redução de Fe2+

para Fe0. Os resultados mostram que a

presença do cobre facilita a redução do óxido de ferro, devido ao fenômeno de spillover.

Os testes catalíticos indicaram que catalisadores de óxido de cobre e ferro são ativos e

seletivos na redução catalítica de nitrato em fase líquida. Percebe-se que o agente redutor

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tem influência direta na seletividade do catalisador. Percebe-se um aumento da atividade

em pHs mais ácidos, sendo maior também o processo de lixiviação do catalisador.

O catalisador Cu50FeAl foi o mais estável da série de catalisadores testados, e

também, o mais seletivo para nitrogênio, este resultado reforça a atuação do ferro como

metal de sacrificio, mantendo os sítios de cobre por mais tempo em seu estado reduzido e

também a atividade do ferro na redução de nitrito.

Estudos mais detalhados são necessários para elucidação do mecanismo de interação

do ferro com as espécies nitrogenadas e com os outros metais no catalisador, bem como

para entender o papel da prata como dopante nesse catalisador na presença de luz ultra-

violeta regenerando os sítios catalíticos.

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77

6. PERSPECTIVAS FUTURAS

Estudar o método de síntese dos catalisadores utilizando outros agentes

direcionadores, no sentido de entender sua influência nas propriedades estruturais e

texturais do material, podendo ser estendido para o método de coacervação salina, que

utililiza variação na força iônica para precipitação dos metais. Quanto a reação, deve-se

ainda caracterizar o catalisador contendo prata, no sentido de entender sua atividade no

processo de desnitrificação, realizando ensaios com condições variadas e buscando sua

aplicação em escala-piloto em amostras reais, tentando elucidar o mecanismo de

fotocatálise para essa reação.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO I (Espectros de RMN

1H das quitosanas C e D)

Espectro de RMN 1H da quitosana C.

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Espectro de RMN

1H da quitosanas D.

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ANEXO II (Divulgação de trabalhos durante o mestrado-Congressos e artigos)

Trabalhos completos publicados em anais de congressos

1. de SOUSA, A. F. ; BRAGA, T. P. ; BECKER, H. ; SANTOS, R. C. R. ; VALENTINI, A. ; LONGHINOTTI, E. . Estudo de catalisadores de cobre suportado em esferas de óxido de alumínio e ferro na redução de nitrato.. In: XXII CICAT Congresso Ibero-americano de Catálise, 2010, Viña del Mar- Chile. In: XXII CICAT Congresso Ibero-americano de Catálise, 2010, 2010.

2. de SOUSA, A. F. ; BRAGA, T. P. ; PINHEIRO, A. L. ; GOMES, E. C. C. ; LIMA, A. C. A. ; VALENTINI, A. ; LONGHINOTTI, E. . Estudo da Adsorção de Fosfato por Esferas de Alumínio e Ferro. In: XVIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química/ V Congresso Brasileiro de Termodinâmica Aplicada e 8o Encontro Brasileiro de Adsorção, 2010, Foz do Iguaçu-PR. XVIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química, 2010.

3. de SOUSA, A. F. ; GOMES, E. C. C. ; COSTA, R. S. ; OLIVEIRA, A. G. ; de SOUZA, J. A. ; SALES, F. A. M. ; NASCIMENTO, R. F. ; VALENTINI, A. ; LONGHINOTTI, E. . Síntese e caracterização de catalisadores esféricos de níquel e alumínio, utilizando quitosana como direcionador. In: 19o CBECimat Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, 2010, Campos do Jordão-SP. anais do 19o CBECimat Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, 2010., 2010.

4. BRAGA, T. P. ; PINHEIRO, A. N. ; SALES, B. M. C. ; de SOUSA, A. F. ; HERRERA, W. T. ; BAGGIO-SAITOVICH, E. M. ; XING, Y. T. ; VALENTINI, A. . Síntese de ferritas de níquel e cobalto nanoestruturados dispersos em óxido de sílicio. In: 19o CBECimat Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, 2010, Campos do Jordão-SP. anais do 19o CBECimat Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, 2010., 2010.

5. de SOUSA, A. F. ; GOMES, E. C. C. ; SALES, F. A. M. ; VALENTINI, A. ; LONGHINOTTI, E. . Caracterização de óxido de cobre suportado em esferas de óxido de de ferro e alumínio. In: 19o CBECimat Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, 2010, Campos do Jordão-SP. anais do 19o CBECimat Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, 2010., 2010.

Resumos expandidos publicados em anais de congressos

1. de SOUSA, A. F. ; PINHEIRO, A. N. ; GOMES, E. C. C. ; ABREU, J. M. ; VALENTINI, A. ; LONGHINOTTI, E. . Estudo da atividade catalítica do níquel na primeira etapa da desnitrificação. In: 8o ENCAT - Encontro Regional de Catálise, 2010, Natal-RN. anais do 8o ENCAT- Encontro Regional de Catálise, 2010.

2. de SOUSA, A. F. ; SILVA, B. P. ; GOMES, E. C. C. ; NASCIMENTO, R. F. ; VALENTINI, A. ; LONGHINOTTI, E. . avaliação da atividade catalitica de esferas de níquel suportado em óxido de alumínio na produção de hidrogênio através da reforma seca do metano. In: 8o ENCAT - Encontro Regional de Catálise, 2010, Natal-RN. anais do 8o ENCAT- Encontro Regional de Catálise, 2010.

Resumos publicados em anais de congressos

1. de SOUSA, A. F. ; BRAGA, T. P. ; VALENTINI, A. ; LONGHINOTTI, E. . Influence of the polymerization degree in the synthesis of hybrid spheres of aluminium and chitosan. In: Hybrid Materials, 2011, Strasbourg. Second International Conference on Multifunctional, Hybrid and Nanomaterials, 2011.

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2. LONGHINOTTI, E. ; VALENTINI, A. ; BECKER, H. ; NOBRE, C. ; ABREU, J. M. ; BRAZ, A. K. S. ; da COSTA, L.P. ; de SOUSA, A. F. . Remoção de nitrato em água de poço por redução catalítica. In: 34a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2011, Florianópolis. 34a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2011.

3. GOMES, E. C. C. ; BARRETO, A. C. H. ; CAMELO, A. L. M. ; ALVES, L. C. P. ; de SOUSA, A. F. ; Vasconcelos, P.H.M. ; FECHINE, P. B. A. ; LONGHINOTTI, E. . Caracterização morfológica e estrutural do material compósito sílica/NiFe2O4. In: 34a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2011, Florianópolis. 34a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2011.

4. GOMES, E. C. C. ; de SOUSA, A. F. ; CAMELO, A. L. M. ; BARRETO, A. C. H. ; FECHINE, P. B. A. ; LONGHINOTTI, E. . Síntese e caracterização de materiais compósitos a base de sílica e ferrita de níquel. In: 19o CBECimat Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, 2010, Campos do Jordão-SP. anais do 19o CBECimat Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, 2010., 2010.

5. de SOUSA, A. F. ; BARRETO, A. C. H. ; FECHINE, P. B. A. ; LONGHINOTTI, E. . Preparation and structure of nano silver ferrite solid solution. In: In: : IX Encontro da SBPMat - Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais, 2010, Ouro Preto-MG. anais do : IX Encontro da SBPMat - Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais, 2010.