síndrome de down e a inclusão social

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Síndrome de Down e a inclusão social A Síndrome de Down é um acidente genético que ocorre durante o desenvolvimento do feto, fazendo com que a criança nasça com 47 cromossomos, ao invés dos 46, divididos em 23 pares, que uma célula humana normal possui. Esse mal também pode ser chamado de Trissomia 21, devido ao fato de que o material cromossômico excedente está ligado ao par número 21. No entanto, na maioria das vezes o preconceito é maior que a doença, começando, inclusive, nos próprios pais que, após o choque da notícia, necessitam de mais ajuda do que a criança que está para nascer. É importante que a pessoa com a síndrome receba estimulação para se desenvolver desde o nascimento. A família deve ser orientada sobre como proceder com ela em casa dentro da rotina familiar. Embora seja necessário ter maior firmeza e tolerância, é importante não cercá-la de cuidados excessivos e muita proteção. Apesar de ter algumas limitações, ela não deve ser o centro da família e sim uma parte dela, como todas as outras pessoas. Após os cuidados naturais e especiais com a própria saúde que um portador de síndrome de down receberá durante toda a vida, o problema maior passa a ser a sua inclusão na sociedade, ainda muito preconceituosa. Uma das maiores aflições que envolve os pais consiste no desenvolvimento do potencial cognitivo da criança, visto que esta síndrome traz como conseqüência uma deficiência intelectual. Em função disto, a entrada dos filhos na escola, tanto na educação infantil,

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Page 1: Síndrome de Down e a Inclusão Social

Síndrome de Down e a inclusão social

A Síndrome de Down é um acidente genético que ocorre durante o

desenvolvimento do feto, fazendo com que a criança nasça com 47 cromossomos,

ao invés dos 46, divididos em 23 pares, que uma célula humana normal possui.

Esse mal também pode ser chamado de Trissomia 21, devido ao fato de que o

material cromossômico excedente está ligado ao par número 21.

No entanto, na maioria das vezes o preconceito é maior que a doença, começando,

inclusive, nos próprios pais que, após o choque da notícia, necessitam de mais

ajuda do que a criança que está para nascer. É importante que a pessoa com a

síndrome receba estimulação para se desenvolver desde o nascimento. A família

deve ser orientada sobre como proceder com ela em casa dentro da rotina familiar.

Embora seja necessário ter maior firmeza e tolerância, é importante não cercá-la de

cuidados excessivos e muita proteção. Apesar de ter algumas limitações, ela não

deve ser o centro da família e sim uma parte dela, como todas as outras pessoas.

Após os cuidados naturais e especiais com a própria saúde que um portador de

síndrome de down receberá durante toda a vida, o problema maior passa a ser a

sua inclusão na sociedade, ainda muito preconceituosa. Uma das maiores aflições

que envolve os pais consiste no desenvolvimento do potencial cognitivo da criança,

visto que esta síndrome traz como conseqüência uma deficiência intelectual. Em

função disto, a entrada dos filhos na escola, tanto na educação infantil, quanto no

ensino fundamental, representa um momento marcante para todos. Há um

questionamento natural se devem ou não colocá-los em uma escola e se essa esta

deve ser regular ou especial.

A aprovação da Lei de Diretrizes Educacionais - LDB (Lei 9394/96) - estabeleceu,

entre outros princípios, o de igualdade e condições para o acesso e permanência na

escola e adotou nova modalidade de educação para alunos com necessidades

especiais. Desde então, a temática da inclusão vem rendendo, tanto no meio

acadêmico quanto na própria sociedade, novas e acaloradas discussões embora,

ainda, carregue consigo sentidos distorcidos.

Se de um lado a criança portadora da Síndrome de Down tem muito a ganhar em

Page 2: Síndrome de Down e a Inclusão Social

termos sócios afetivos permanecendo no ensino regular, na maioria das vezes,

estas escolas têm poucas alternativas para oferecer a estes alunos na apreensão

dos conteúdos em sala de aula. Em contraste, as escolas especiais que, cada vez

mais são escassas, no entanto, focam mais no seu aprendizado formal, usando

ferramentas adequadas para a sua aprendizagem. Assim, os pais, para escolherem

o tipo de escola que vão colocar os filhos, terão que pensar nas habilidades e

interesses da criança, tendo coerência com as crenças e modelos familiares, como

aconteceria com qualquer outra criança “normal”.

Os portadores da Síndrome de Down levam mais tempo para se desenvolver e,

portanto, precisam de um currículo mais diluído. Elas têm, em geral, um perfil de

aprendizagem específico com pontos fortes e fracos característicos. Saber dos

fatores que facilitam e inibem o aprendizado permite aos professores planejar e levar

adiante atividades relevantes e significativas e programas de trabalho. O perfil de

aprendizado característico e estilos de aprendizado, junto com suas necessidades

individuais e variações do perfil devem ser considerados.

Há muitas razões para que uma criança com Síndrome de Down frequente uma

escola comum. Cada vez mais pesquisas tem sido publicadas e o conhecimento

sobre as suas capacidades e potenciais de serem incluídos com sucesso tem

aumentado. Ao mesmo tempo, os pais têm se informado mais sobre os benefícios

da inclusão, que é não discriminatória e traz tanto benefícios acadêmicos quanto

sociais.

Acadêmicos

- Pesquisas mostram que as crianças se desenvolvem melhor academicamente

quando trabalham num ambiente inclusivo

Social

- Oportunidades diárias de se misturar com seus parceiros com desenvolvimento

típico proporcionam modelos para comportamento de acordo com a faixa etária

- As crianças têm oportunidade de desenvolver relações com crianças de sua

própria comunidade

- Ir à escola comum é um passo chave em direção à inclusão na vida comunitária e

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na sociedade como um todo.

A figura do professor neste contexto é ainda mais relevante, uma vez que este é

desenvolvedor das ações mais diretas no processo de inclusão. Lida com as

diferenças e preconceitos por parte de pais e alunos, com as expectativas e

possíveis frustrações dos familiares portadores da síndrome, com as limitações e

alcances dos próprios portadores, dentre outras.

A inclusão bem-sucedida é um passo importante para que crianças com

necessidades educacionais especiais se tornem membros plenos e contributivos da

comunidade, e a sociedade como um todo se beneficia disso. Os colegas com

desenvolvimento típico ganham conhecimento sobre deficiência, tolerância e

aprendem como defender e apoiar outras crianças com necessidades educacionais

especiais. Contudo, a experiência mostra que um dos ingredientes mais importantes

na implementação bem-sucedida de um aluno com necessidade de aprendizagem

específica é simplesmente a vontade dele mesmo de que isso ocorra. A atitude da

escola como um todo é, portanto, um fator significativo. Uma atitude positiva resolve

problemas por si só. As escolas precisam de uma política clara e sensível sobre

inclusão de sua direção e coordenação, que devem ser comprometidas com esta

política e apoiar seus funcionários, ajudando-os a desenvolver novas soluções em

suas salas de aula.

Mais de 300 mil crianças com alguma deficiência estão matriculadas em colégios

regulares e outras 342 mil em escolas especiais. O desafio a ser enfrentado pela

sociedade é como unir esses universos, garantindo que alunos sejam efetivamente

incluídos e atendidos em suas especificidades.

O portador da síndrome de down é capaz de compreender suas limitações e

conviver com suas dificuldades. A maioria deles tem autonomia para tomar

iniciativas, não precisando que os pais digam a todo momento o que deve ser feito.

Isso demonstra a necessidade/possibilidade desses indivíduos de participar e

interferir com certa autonomia em um mundo onde "normais" e deficientes são

semelhantes em suas inúmeras diferenças

http://www.saude.com.br/site/materia.asp?cod_materia=318