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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 1 Órgão Inspecionado: Secretaria Municipal de Transportes – SMTR. Dalny Araújo Sucasas – Secretário Municipal. Época da Inspeção: 08 a 30 de setembro de 2006. Área Abrangida: Processos fundamentados em dispensa / inexigibilidade de licitação, carta convite e pregão; Execução contratual; Receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito; Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI(s); Contrato de Concessão da Linha Amarela; Bens móveis oriundos do IPLAN RIO. Período Abrangido: maio a agosto de 2006. Equipe Inspecionante: Oswaldo Graça Barretto Técnico Controle Externo Matrícula 90/900.813-7 Heron Alexandre Moraes Rodrigues Técnico Controle Externo Matrícula 40/901.319-4 Sônia Maria Luiz Vieira Auxiliar de Controle Externo Matrícula 40/900.339-3 João Moura Neto Assistente II Matrícula 90/901.101-6

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 1

Órgão Inspecionado: Secretaria Municipal de Transportes – SMTR.

Dalny Araújo Sucasas – Secretário Municipal.

Época da Inspeção: 08 a 30 de setembro de 2006.

Área Abrangida: Processos fundamentados em dispensa / inexigibilidade de licitação, carta convite e pregão;

Execução contratual;

Receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito;

Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI(s);

Contrato de Concessão da Linha Amarela;

Bens móveis oriundos do IPLAN RIO.

Período Abrangido: maio a agosto de 2006.

Equipe Inspecionante: Oswaldo Graça Barretto Técnico Controle Externo Matrícula 90/900.813-7 Heron Alexandre Moraes Rodrigues Técnico Controle Externo Matrícula 40/901.319-4 Sônia Maria Luiz Vieira Auxiliar de Controle Externo Matrícula 40/900.339-3 João Moura Neto Assistente II Matrícula 90/901.101-6

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 2

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1 INTRODUÇÃO 3

1.1 OBJETIVOS 3 1.2 METODOLOGIA UTILIZADA 3 1.3 PAPÉIS DE TRABALHO 4

2 VERIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO DA RECOMENDAÇÃO DO RELATÓRIO DA AUDITORIA GERAL - RAG N.º 294/2006 4

3 LOCAÇÃO DE VEÍCULOS 13

4 CONSTITUIÇÃO DAS JARIS 17

5 PROCESSOS ANALISADOS EM QUE FOI VERIFICADA A AQUISIÇÃO DE MATERIAL DE CONSUMO E PASSAGENS AÉREAS UTILIZANDO RECURSOS PROVENIENTES DE MULTAS POR INFRAÇÕES DE TRÂNSITO (FONTE DE RECURSOS 109): 19

5.1 MATERIAL DE CONSUMO: 19 5.2 PASSAGENS AÉREAS: 20

6 EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA CEDIDOS PELO IPLAN 20

7 APLICAÇÃO DA RECEITA ARRECADADA COM A COBRANÇA DE MULTAS DE TRÂNSITO 21

8 ESCLARECIMENTOS/JUSTIFICATIVAS 27

9 RECOMENDAÇÃO 28

10 CONCLUSÃO 28

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 3

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A Inspeção Ordinária de que trata o presente relatório tem sua legitimidade

conferida pela Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, art. 88, inciso IV, pela

Deliberação nº 034/1983 (Regimento Interno do Tribunal de Contas do Município

do Rio de Janeiro), art. 37, inciso III, bem como pelo Plenário desta Corte, que em

Sessão Plenária de 23 de Janeiro de 2006 (processo TCMRJ nº 40/000.020/2006),

aprovou o calendário de inspeções para o exercício de 2006.

A Equipe designada pelo Sr. Diretor da SCE, por meio do Ofício TCM/SCE

nº 321/2006, realizou inspeção na Secretaria Municipal de Transportes – SMTR.

1.1 Objetivos

A Inspeção Ordinária teve como escopo:

• Análise de processos fundamentados em dispensa / inexigibilidade de licitação e convite;

• Execução contratual referente à prestação de serviços de locação de veículos da SUBTU;

• Licitações realizadas na modalidade de pregão;

• Verificação da aplicação da receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito;

• Verificação da constituição da(s) JARI(s);

• Verificação do atendimento da recomendação nº 13 do RAG 294/2006 da Auditoria da CGM;

• Verificação da situação dos equipamentos de informática cedidos pelo IPLANRIO.

1.2 Metodologia utilizada

Os processos administrativos analisados foram selecionados a partir da

relação de empenhos emitida pela jurisdicionada e pelo Sistema de Controle de

Processos - SCP do TCMRJ.

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1.3 Papéis de Trabalho

A presente inspeção foi realizada através de um programa consubstanciado

em papéis de trabalho e toda a documentação encontra-se arquivada nesta IGE,

para eventuais consultas. Os exames foram efetuados através de amostragem,

não abrangendo, por conseguinte, todos os atos.

Destaca-se que, dentre os papéis de trabalho, foram utilizados os seguintes:

a) anotações pessoais com informações fornecidas pelos servidores da SMTR e

extraídas dos processos analisados (formulários e “check-lists”);

b) cópias de documentos fornecidos pela Administração da SMTR (projetos

básicos, termos de referência, resoluções, faturas, atas de licitações, relação de

empenhos emitidos, relatórios).

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A Controladoria Geral do Município – CGM constatou que na prorrogação

do prazo do contrato de concessão da exploração do pedágio da Linha Amarela,

de 13 anos e meio (162 meses) para 25 anos (300 meses), não houve por parte da

Prefeitura uma análise econômico-financeira minuciosa que comprovasse o prazo

de retorno do investimento adicional, no valor de R$ 62.849.720,00. Afirma a CGM

que o estudo de viabilidade elaborado pela Secretaria Municipal de Transportes –

SMTR, não esclarece devidamente a forma como foi calculado, não identifica o seu

autor e a fonte dos dados ali utilizados para justificar a recuperação do

investimento da contratada em 25 anos.

Desta forma a CGM recomenda que sejam regularizados os parâmetros

com as referências para possibilitar o acompanhamento permanente do equilíbrio

econômico-financeiro da Concessão, em relação ao prazo desta, mediante

assinatura do instrumento jurídico competente, com aprovação prévia da

Procuradoria Geral do Município.

De acordo com informação do Subsecretário da SMTR, à época, em

30/06/2003 às fls. 02/04 do processo 03/003.613/2003, o contrato de concessão da

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Linha Amarela, n.º 513/94, não exigiu da contratada a apresentação dos elementos

econômico-financeiros, sem os quais se tornava impossível executar de forma

eficaz o acompanhamento, a fiscalização e a regulação da concessão, conforme

preceitua a Cláusula Oitava do referido instrumento contratual.

Com o intuito de superar as dificuldades encontradas e aprofundar a

análise foi proposta a abertura de uma licitação para contratação de uma empresa

de consultoria especializada em estudos de viabilidade e regulação econômico-

financeira de concessões para que, em face das especificidades inerentes e

ocorridas com o Contrato de Concessão n.º 513/94 e da especialidade e

complexidade do assunto, assessorar a SMTR no esclarecimento dos seguintes

aspectos:

a) análise do cumprimento do disposto no edital de licitação e da existência

de equilíbrio ou desequilíbrio econômico-financeiro na execução do

Contrato n.º 513/94, em função do cumprimento dos termos aditivos do

referido contrato, em especial o que se refere à construção do Lote 4;

b) em caso de desequilíbrio, fosse indicado se tal fato desfavorecia o Poder

Concedente, no caso o Município;

c) se o valor da tarifa encontrava-se adequado;

d) fosse elaborado um escopo básico de procedimentos que

instrumentalizasse a SMTR a proceder, rotineiramente ao

acompanhamento e regulação da concessão, de acordo com o

desenvolvimento e a implantação de Modelo Sistêmico de Engenharia

Financeira Computacional, relativo ao Contrato de Concessão da Linha

Amarela;

e) treinamento do pessoal da SMTR para operar o modelo sistêmico referido

no item anterior.

Para responder aos questionamentos acima foi contratada a empresa de

consultoria DUCTOR IMPLANTAÇÕES DE PROJETOS S.A., que ao analisar o

equilíbrio econômico-financeiro do Contrato de Concessão n.º 513/94, identificou e

estabeleceu os parâmetros básicos, necessários à regulação do contrato, pelo

Poder Concedente, bem como explicitou os índices de qualidade da prestação de

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serviços a serem cumpridos pela Concessionária durante o prazo de exploração

dos serviços concedidos.

O objetivo do trabalho desenvolvido pelo Prof. Dr. Engenheiro Fernando

Mac Dowell do IME – Instituto Militar de Engenharia, teve como principais

aspectos, dados os elementos financeiros fornecidos pela Secretaria Municipal de

Transportes, responder à Prefeitura, as quatro questões fundamentais sobre a

Concessão da Linha Amarela, a saber:

I. se o contrato encontrava-se desequilibrado sob a ótica econômico-

financeira;

II. se positivado o desequilíbrio, a favor de quem: do Poder Concedente ou

da Concessionária;

III. qual deveria ser o valor da tarifa básica adequada;

IV. fornecer o escopo básico para eventual Termo Aditivo, que estabeleça as

condições para uma regulação econômica e financeira vinculada

tecnicamente.

Considerando a complexidade que envolve estes quatro quesitos e o

prazo exíguo necessário à solução, que permita o controle objetivo por parte do

Poder Concedente (Prefeitura do Rio de Janeiro) munindo-o de ferramentas

práticas para exercer sua função adequadamente, estruturou-se a metodologia

para a análise técnica conclusiva que alicerçou o Parecer Técnico onde foram

apresentadas soluções para cada um dos questionamentos.

A análise, entretanto não pode ser pontual, mas sim sistêmica e envolveu

aspectos técnicos fundamentais para manter o equilíbrio financeiro do contrato,

sem, entretanto desequilibrar as variáveis de cunho social, econômico e ambiental,

que afetam não apenas os usuários, a vizinhança da via, mas a própria a

Sociedade.

Adicionou-se a esses critérios, a análise simultânea dos valores das tarifas

de pedágio, no sentido de se obter a solução que melhor atendesse, não apenas a

viabilidade da concessão, mas que satisfizesse ao critério econômico-social

vinculado ao usuário.

Dessa forma, partiu-se inicialmente para o desenvolvimento do Modelo

Sistêmico de Engenharia Financeira, no sentido não apenas de permitir a

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 7

homogeneização das análises sob a mesma base técnico-financeira, mas de tornar

fácil e transparente as análises dos valores das tarifas de pedágio em qualquer

época e os fluxos de caixa, correspondentes, o que contribuirá para o

monitoramento da concessão da LINHA AMARELA, tornando-se instrumento tanto

para o Governo Municipal, quanto para a Concessionária e a Sociedade.

O Modelo Sistêmico de Engenharia Financeira deve necessariamente

satisfazer simultaneamente as seguintes condições de equilíbrio durante todo o

período da concessão:

• equilíbrio Econômico, Social e Ambiental;

• equilíbrio Técnico;

• equilíbrio Financeiro.

A Linha Amarela apresenta um complicador que torna a determinação do

limite do valor da tarifa básica de pedágio mais complexa que em outras rodovias,

em face de sua característica estritamente urbana.

Ou seja, envolve uma rede viária de rotas alternativas, cuja distribuição do

tráfego é influenciada pelo nível do valor da tarifa de pedágio, principalmente nos

períodos de pico onde a própria rede alternativa já se encontra congestionada.

A Prefeitura, por sua vez, deve estar atenta a esse princípio básico, pois o

objetivo dessa obra foi proporcionar melhor acessibilidade às regiões próximas,

permitindo, por conseguinte, melhor distribuição do tráfego nas rotas alternativas,

ampliando dessa forma o alcance de seu benefício a um número maior de

usuários.

Dessa forma, para que a condição do Equilíbrio Econômico e Social seja

satisfeita, o valor da tarifa de pedágio não poderia ser superior a R$ 3,47 / veículo

nas condições econômicas de JUN/02, portanto superior ao valor da tarifa de

pedágio de R$2,50, referenciado a essa mesma data-base.

O que fica claro, é que o valor da tarifa de R$2,50, referenciado à

data-base de JUN/02 encontrava-se abaixo do limite econômico, ou seja, atendia

ao equilíbrio econômico e social da concessão.

O volume de tráfego é dependente do valor da tarifa de pedágio cobrado

na Linha Amarela, que por sua vez depende da distribuição de probabilidade dos

níveis de renda.

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 8

Ou seja, quanto maior for o valor da tarifa de pedágio, tanto menor será o

tráfego na Linha Amarela e tanto maior será o reflexo nas rotas alternativas.

O cronograma dos investimentos precisa necessariamente manter os

benefícios aos usuários durante todo o período da concessão e permitir a

alavancagem compatível com os empréstimos de longo prazo.

A concessão da Linha Amarela, além do seu pioneirismo, pois ocorreu

antes da Lei das Concessões viger, é a primeira concessão urbana, e, também,

única no País. Durante três anos (1995 a 1997) a Concessionária investiu, e

somente a partir do 4º ano (01/011998) começou a auferir receita.

Esse investimento inicial, foi feito em parceria com a Prefeitura, e se ateve

a implantação do LOTE 2, participando a Concessionária com 51,52% e a

Prefeitura com o complemento de 48,48%.

Já em 1999, teve início a implantação do LOTE 4, a ligação definitiva entre

as Linhas Amarela e Vermelha, com 100% do investimento a cargo da

Concessionária.

Esses valores atualizados para data base de JUN/03, pelo IPCA-E, podem

ser vistos no próximo quadro:

Como se observa, os investimentos totais realizados pela Concessionária

na construção dos LOTES 2 e 4 atingiram, nas condições econômicas de JUN/03,

aproximadamente R$ 224 milhões.

Vale ressaltar que no Modelo de Engenharia Financeira é fundamental que

todos os valores monetários, estejam sempre referenciados à mesma data-base.

Já os investimentos prospectivos para a manutenção da qualidade devem

começar pelo Pavimento Rígido de Concreto de Cimento Portland, utilizado no

Túnel Raimundo de Paula Soares, que apresentou deterioração visual precoce,

causando vibrações desconfortáveis aos usuários.

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 9

Em menos de cinco anos de utilização, há uma deterioração precoce de

um pavimento cuja durabilidade foi prevista em projeto para durar mais de 25 anos,

apesar de a composição do tráfego apresentar 96% de veículos leves e apenas 4%

de veículos pesados.

Para tanto, foi solicitado a LAMSA, o levantamento no que tange ao IRI

(Índice de Rugosidade Internacional), nas faixas de rolamento, por empresa

especializada.

A Concessionária ao devolver a concessão ao Poder Público terá que

garantir sobrevida de seis anos no tocante ao pavimento.

O contrato foi assinado sem o conhecimento técnico formal dos

parâmetros fundamentais vinculados ao equilíbrio financeiro do contrato tais como:

A Taxa Interna de Retorno do Projeto (TIR de Projeto), a Taxa Interna de Retorno

do Acionista (TIR do Acionista), o índice de financiabilidade e o pay-back.

As únicas exigências do Edital de Licitação da Concessão da Linha

Amarela foram: o desconto no valor da tarifa de pedágio a participação de capital

próprio para a execução do Lote 2 em 51,52%.

Logo, todos os termos aditivos pactuados, tanto no tocante a novas obras

(Lote 4), como na ampliação do prazo da concessão foram elaborados sem o

respaldo do conhecimento técnico formal dos parâmetros fundamentais vinculados

ao equilíbrio financeiro do contrato.

O EQUILÍBRIO FINANCEIRO do contrato de concessão deve atender

simultaneamente à:

• Taxa Interna de Retorno

• Payback

• Índice de Financiabilidade ou Índice de Cobertura.

O Parecer Técnico, de autoria do Prof. Fernando Mac Dowell, elaborado

pela empresa DUCTOR IMPLANTAÇÕES DE PROJETOS S.A., apresenta as

seguintes conclusões:

1 - Quanto ao equilíbrio financeiro do contrato, encontra-se equilibrado

financeiramente, a partir do 7º Termo Aditivo assinado pelas partes.

Para tal, recomenda-se à adoção da TIR de Projeto resultante da

assinatura do 7º Termo Aditivo, igual ou maior que 16,24% aa, e o Payback igual

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ou menor que 15 anos referenciado ao início das obras (1995), ou de 12 anos

referenciado ao ano (1998), portanto a partir da realização de receita, e o Índice de

financiabilidade de no mínimo 1,4.

Recomenda, ainda, que esses parâmetros passem a reger o chamado

EQUILÍBRIO FINANCEIRO DO CONTRATO DE CONCESSÃO DA LINHA

AMARELA tendo como data-base JUN/02, data da assinatura do 7º Termo Aditivo.

2 - Quanto ao equilíbrio econômico e social da Concessão, também se encontra

equilibrado como foi demonstrado, ou seja, o valor da tarifa básica de R$2,50 é

menor que o benefício maximizado pela implantação da Linha Amarela que é de

R$3,47, nas mesmas condições econômicas de JUN/02.

A condição ainda quanto ao equilíbrio social no que concerne aos valores

das tarifas segundo as categorias de veículos leves e de veículos pesados guarda

equilíbrio entre si e são mais racionais em relação ao critério vigente no País

particularmente na área federal onde não se aplicam fatores de redução no valor

da tarifa básica para os veículos pesados.

3 – Caso houvesse desequilíbrio, seria este a favor de quem? Do Poder

Concedente ou da Concessionária?

Como foi informado anteriormente, o contrato se encontra equilibrado.

4 - Qual deve ser o valor da tarifa básica adequada?

O valor adequado da tarifa básica de pedágio referenciado às condições

econômicas de JUN/03 deve ser de R$2,93, contra o atual valor praticado de

R$2,90 devido ao critério de arredondamento que foi adotado, entretanto essa

diferença de R$0,03 tem que necessariamente ser compensada no próximo

reajuste, tendo em vista que a TIR de Projeto cai para 16,03% aa, portanto abaixo

do mínimo estabelecido que é de 16,24% aa.

5 – Quanto ao fornecimento do escopo básico para eventual Termo Aditivo, que

estabeleça as condições para uma regulação econômica e financeira vinculada

tecnicamente, recomenda o Estudo Técnico que para o TERMO ADITIVO vir de

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 11

fato a reger a Concessão é preciso estabelecer regras para o seu monitoramento,

como as a seguir recomendadas:

a - Implantar o Modelo Sistêmico de Engenharia Financeira, tanto na

Prefeitura, quanto na Concessionária, que passa assim a reger todas as

análises que venham ser necessárias no período da concessão, que

entre outras fornece as implicações quanto à determinação do valor da

tarifa de pedágio para qualquer situação e época.

b -Parâmetros para o Equilíbrio Financeiro do Contrato:

Em condições normais o equilíbrio financeiro do contrato será regido pelos

parâmetros:

- Tir de Projeto: igual ou maior que 16,24% aa.

- Payback: menor ou igual há 15 anos em relação a 1995, ou 12 anos a

partir do início da cobrança do valor da tarifa de pedágio (1998).

Quando ocorrer ação unilateral pelo Poder Concedente o Equilíbrio

Financeiro do contrato passa a ser feito pelos parâmetros:

- Tir do Acionista: igual ou maior que 17,36% aa.

- Payback: menor ou igual há 15 anos em relação a 1995, ou 12 anos a

partir do início da cobrança do valor da tarifa de pedágio (1998).

- Índice de Cobertura: igual ou maior que 1,4

6 -Índices de qualidade a serem cumpridos pela Concessionária, anualmente:

a - Quanto aos serviços na via para atender o usuário:

85% (oitenta e cinco por cento) do tempo entre, a ocorrência na via

por pane no veículo e a chegada da equipe de socorro têm que ser menor ou igual

a 20 (vinte) minutos, devendo a média se situar no entorno de 15 (quinze) minutos;

85% (oitenta e cinco por cento) do tempo entre, a ocorrência do

acidente e a chegada da equipe de resgate têm que ser menor ou igual a

15 (quinze) minutos, devendo a média se situar no entorno de 10 (dez) minutos.

b - Quanto ao tempo de permanência do usuário na fila de espera para ser

atendido na Praça de Pedágio.

90% (noventa por cento) do tempo de espera na Praça de Pedágio têm

que ser menor ou igual a 1 (um) minuto, sempre que o valor da tarifa de pedágio

praticado for zero na segunda casa decimal.

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 12

90% (noventa por cento) do tempo de espera na Praça de Pedágio têm

que ser menor ou igual a 3 (três) minutos, sempre que por qualquer motivo o valor

da tarifa de pedágio praticado for diferente de zero na segunda casa decimal.

c - Quanto ao Índice de Imagem resultado da avaliação do usuário através de

pesquisa de opinião com formulário técnico próprio para esse fim.

O índice global de Imagem da Linha Amarela, bem como os índices de

cada quesito, terão que ser igual ou maior que 70% (setenta pontos percentuais

positivos).

d - Quanto à superfície de rolamento:

Índice de Rugosidade Internacional (IRI): 95% (noventa e cinco por cento)

dos índices de rugosidade do pavimento têm que ser igual ou menor que 4m/km,

para a velocidade sinalizada na via de 100 km/h e menor ou igual a 6 m/km para a

velocidade de 80 km/h.

A determinação do IRI se fará anualmente pela Concessionária, através

de levantamento em todas as faixas de rolamento, por empresas especializadas,

devendo o mesmo ser fornecido à Prefeitura.

Da mesma forma, o levantamento de profundidade de trilhas de roda

(visando verificar aquaplanagem), dos coeficientes de atrito, e o percentual de

remendos executados na superfície de rolamento.

e - Quanto à estrutura do pavimento

A Concessionária, através de empresa especializada, executará a cada

dois anos os levantamentos deflectométricos de todas as faixas de rolamento,

tanto no que tange ao pavimento flexível, quanto aos trechos de pavimento rígido,

devendo o resultado ser fornecido à Prefeitura.

Finalizando, cabe apontar que foi lavrado o 9º Termo Aditivo ao Contrato

de Concessão n.º 513/94 entre a SMTR e a Linha Amarela S.A., que visa explicitar,

contratualmente, os parâmetros de ordem econômica e financeira, e os índices de

qualidade de prestação de serviços, necessários à constante regulação e

fiscalização do contrato, pelo Poder Concedente; estabelecer bases para

verificação da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do referido

instrumento contratual, em conformidade com a Lei Federal n.º 8.666/93 e

alterações e estabelecer as penalidades aplicáveis em casos de inobservância pela

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 13

Concessionária dos índices de qualidade supra referidos, a fim de atender à

recomendação do Relatório da Auditoria Geral, RAG n.º 294/2006, da

Controladoria Geral do Município – CGM no qual foi recomendado que fossem

regularizados os parâmetros com as referências para análise permanente do

equilíbrio econômico-financeiro da Concessão, em relação ao prazo de concessão,

mediante assinatura de instrumento de alteração contratual, após aprovação da

Procuradoria Geral do Município.

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Foi assinado o Contrato nº 019/06, em 14.07.06, com a Wollauto

Administração e Locação Ltda., vencedora da licitação sob a modalidade de

Pregão Presidencial nº 01/06, realizada em 19.04.06, por um prazo de 12 meses,

objetivando a locação de 20 (vinte) veículos sedan, 04 portas, motor 1.0, ar

condicionado, sem motorista e com combustível, sendo 11 (onze) com adesivos e

giroflex e 09 (nove) normais, com franquia mensal para cada veiculo de 3.300 km,

a fim de atender às necessidades operacionais de locomoção dos servidores da

SMTU a serviço da fiscalização e entrega de expediente, no valor global de

R$ 488.000,00, oriundo do processo administrativo nº 03/116.911/2005. O referido

contrato ao dar entrada nesta Corte recebeu o nº de processo 040/3271/06, e

encontra-se sobrestado na 6ª IGE.

Por exigência no item 2.1 do Termo de Referência, anexo ao edital, todos

os veículos deverão ter no máximo 01 ano de fabricação na data do início do

contrato.

EDITAL E CONTRATO

No caput do item 21.02 do edital, consta que à adjudicatária caberá inteira

responsabilidade por todos os encargos e despesas com salários de empregados ,

acidentes que possam a vir a ser vítimas quando em serviço e por tudo assegurado

na lei sociais e trabalhistas, ficando responsável, por qualquer danos ou prejuízos

causados a terceiros ou ao Patrimônio Municipal por seus empregados.

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 14

Cláusula Nona:

Inciso II da Clausula Nona do contrato consta que:

a contratada deverá tomar as medidas preventivas necessárias para evitar danos a terceiros, em conseqüência da execução dos trabalhos, inclusive as que possam afetar os serviços a cargo de eventuais concessionárias, sendo de sua exclusiva responsabilidade a obrigação de reparar os prejuízos que vier a causar a quem que seja e quaisquer que tenham sido as medidas preventivas acaso adotadas.

Inciso IIII:

a contratada se responsabilizará pelo ressarcimento de qualquer dano e prejuízos de qualquer natureza, que causar a SMTR ou a terceiros.

Inciso VI:

a contratada se responsabilizará por todos os ônus, encargos e obrigações comerciais, fiscais, sociais, tributarias, trabalhista e previdenciárias, ou quaisquer outras previstas na legislação em vigor, bem como por todos os gastos e encargos com material e mão-de-obra necessária a completa realização dos serviços.

Inciso VII:

a contratada deverá obedecer às normas trabalhistas contidas na CLT, no que concerne a contratação com vinculo empregatício do pessoal a ser empregado na execução contratual.

Estas cláusulas deverão ser suprimidas do contrato uma vez que a

contratada não poderá responder em caso de acidente, danos a terceiros, bem

como se responsabilizar pelos encargos sociais e trabalhistas, pois a contratação é

de veículos sem motorista.

ORÇAMENTO

O orçamento estimado previsto no edital de licitação é de R$ 865.432,56,

oriundo da pesquisa de preço de mercado entre três empresas, onde o menor

preço obtido está demonstrado no quadro a seguir.

Descrição Quant. Valor mensal

(R$)

Valor da diária

(R$)

Valor total

(R$)

Sedan, 04 portas,com ar, adesivo e giroflex

11 3.644,12 121,47 384.408,72

Sedan, 04 portas, com ar 09 3.559,34 118,64 481.023,84

Ressalta-se que nos serviços cotados, foram omitidos os preços , quanto a

contratação “com” ou “sem” motorista.

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 15

Conforme se verifica, os valores que serviram de base para o orçamento

são superiores àqueles permitidos pelo anexo do Decreto nº 22.621/03 alterado

pelo de nº 24.382/04, que fixa o preço máximo permitido de diária em R$ 76,20

(setenta e seis reais e vinte centavos), destacando que os valores especificados

pelo referido decreto incluem motorista, combustível e manutenção por conta da

contratada.

Foi autorizado pelo Senhor Prefeito como parâmetro para a estimativa de

preços dos veículos da área administrativa, o Decreto nº 22.623/03, e para os

veículos operacionais a adoção dos valores fixados nos itens de serviço constante

no SCO RIO, conforme demonstrado a seguir.

ESCOPO QUANT DECRETO (diária)

SCO RIO (mensal)

TOTAL

Gol ou similar com motorista, com ar combustível,manutenção (12 horas

diárias, 22 dias)

09 76,20 1.676,40 181.051,20

Gol ou similar sem motorista, com ar, combustível, manutenção adesivos e giroflex (24 horas diárias , 30 dias)

11 - 2.621,13 345.989,16

Total Geral 527.040,36

A estimativa elaborada pela SMTR, para a contratação pretendida é

superior em R$ 338.392,20, em relação ao valor estimado no Decreto

nº 22.623/03, alterado pelo Decreto nº 24.382/04 e ao SCO RIO. Além disso, houve

alteração no escopo dos serviços conforme demonstrado no quadro anterior.

As empresas participantes da licitação foram:

ITEM EMPRESA VALOR (R$)

LANCE (R$)

01 Wollauto Adm. Loc. Ltda 496.053,36 488.000,00

02 Sibely Transp Ltda 521.904,00

03 Hope Consult Rec Hunm Ltda 526.947,60

04 Toesa Service Ltda 764.400,00

05 Fultime Transp. Ltda 831.000,00

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 16

Todas as empresas apresentaram propostas dentro da estimativa prevista

no edital. As empresas dos itens 04 e 05 foram desclassificadas pois suas

propostas excederam o limite legal de 10% (dez por cento) do menor preço

apresentado.

Em 13/07/2006, o Subsecretário Municipal de Transportes, autorizou a

redução de 5 (cinco) veículos, tendo em vista que com a criação da SUBTU1, os

cargos da Assessoria da Presidência, Chefia de Gabinete, Coordenadoria Técnica

Administrativa, Assessoria Jurídica e Assessoria de Informática, foram extintos.

Não encontramos nos autos, o respectivo Termo Aditivo de redução dos

veículos.

O abastecimento dos veículos é feito através de cartão magnético, da

empresa Cartão Good Card; os usuários possuem a senha e abastecem nos

postos credenciados.

Verificação in loco

Todos os veículos do contrato são de marca VW/GOLL, motor 1.0,

possuem ar condicionado e rádio AM/FM.

Na vistoria dos veículos foram verificadas as seguintes impropriedades:

Três veículos com mais de 01 ano de fabricação (ano de fabricação 2005),

em desacordo com o item 2.1 do Termo de Referência, placas: NFM 2698, NFM

2768 e HDM 6151

Veículos em nome de outro proprietário

Os veículos, listados a seguir, estão em nome da empresa Brasília

Empresa e Serviços Ltda.

Placas: LPG 1275 , LSE 1310, LQR 1221, LQQ 1290, KMN 4356, LSP

1254, LPC 1323, KZZ 0152, LPL 1360, LSH 1340, LPM 1363.

Processo de liquidação:

Constavam no processo administrativo nº 03/116592/06, as notais fiscais

nºs 204/207/211/213/215/221 e 222, referentes a serviços de locação no período

de 01.01 a 13.07.06, sem cobertura contratual, uma vez que o contrato somente

foi assinado em 14.07.2006.

1 Subsecretaria de Transportes Urbanos

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 17

Fotos 1 e 2: alguns dos veículos locados de modelos de fabricação anterior ao máximo permitido no edital.

Fotos 3 e 4: exemplos de veículos locados de propriedade de empresa diversa da contratada.

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De acordo com as Diretrizes Para Elaboração do Regimento Interno das

Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI (Anexo da Resolução

nº 147/03 – CONTRAN), estes são órgãos colegiados, componentes do Sistema

Nacional de Trânsito, responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos

contra penalidades aplicadas pelos órgãos e entidades executivos de trânsito ou

rodoviários.

O subitem 2.4.c do anexo, da citada Resolução, indica que nos municípios,

as JARI funcionarão junto aos órgãos e entidades executivos de trânsito ou

rodoviários daqueles entes.

O item 4 do anexo foi substituído pela Resolução nº 175/05 – CONTRAN.

Conforme dispõe esta resolução, a composição das JARIS será a seguinte:

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 18

1. No mínimo três integrantes, obedecidos os seguintes critérios:

a. Um integrante, com conhecimento na área de trânsito, com, no mínimo,

nível médio de escolaridade;

b. ter representante servidor do órgão ou entidade que impôs a penalidade;

c. ter representante de entidade representativa da sociedade ligada à área

de trânsito.

� O número de representantes dos itens “b” e “c” tem que ser igual;

� Os integrantes referidos nos itens “a” e “c” não poderão exercer cargo

ou função.

No Município do Rio de Janeiro, as JARIS são em número de seis, com as

seguintes composições:

� Quanto à escolaridade:

JARI Nível Superior Nível Médio Nível Fundamental

1ª 03 01 02

2ª 05 01 -

3ª 04 02 -

4ª 05 01 -

5ª 04 - 02

6ª 03 02 01

� Quanto à origem do servidor:

JARI ESTATUTÁRIO

EM ATIVIDADE

ESTATUTÁRIO EM CARGO

DE COMISSÃO

CELETISTA EM

ATIVIDADE

ESTATUTÁRIO DO

ESTADO

REPRESEN-TANTE DE

ENTIDADES

CELETISTA DO

ESTADO

ESTRANHO AOS

QUADROS EM CARGO

DE COMISSÃO

1ª 01 01 01 01 02 - - 2ª - - - - 06 - - 3ª - 01 - - 05 - - 4ª - - - - 05 01 - 5ª - - - - 05 - 01 6ª - - - - 06 - -

Pode-se observar, da análise dos quadros anteriores, que em relação à

escolaridade, as composições das JARIS se adequam à norma vigente, no

entanto, o mesmo não ocorre com relação à origem dos servidores que compõem

as Juntas.

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 19

Houve descumprimento na 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª JARIS, do subitem 4.1.d, que

prevê igual número de representantes, servidores do órgão ou entidade que impôs

a penalidade, e de entidades representativas da sociedade ligada à área de

trânsito.

Observa-se que nas JARIS indicadas, a maioria dos representantes é de

outras entidades, portanto, estranhos ao quadro da CET-RIO e SMTR.

De acordo com informações do Diretor de Administração, Sr. César Vital

do Nascimento, não existia na data da inspeção, membro das JARIS credenciado

como agente de trânsito.

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5.1 Material de Consumo:

Proc. Admin. Valor (R$)

Fund. Legal

Objeto Dot. Orçam. (PT e ND)

03/000.780/2006 36.178,90 Convite Material de expediente

29.001.26.122.0001.2.002 3.3.90.30.03

03/000.669/2006 11.920,30 Pregão Presencial

Material de escritório

29.001.26.122.0001.2.002 3.3.90.30.03

03/001.453/2006 4.500,00 Dispensa (Art. 24, inc. II, Lei 8.666/93)

Fornecimento de garrafões

de 20 l de água mineral

29.001.26.122.0001.2.002 3.3.90.30.24

03/104.880/2006 7.993,70 Dispensa (Art. 24, inc. II, Lei 8.666/93)

Serviço de impressão de

lâminas taximétricas

29.001.26.453.0038.4.029 3.3.90.39.03

03/001.541/2006 4.605,00 Dispensa (Art. 24, inc. II, Lei 8.666/93)

Serviço de recarga de extintores e

colocação de capas

29.001.26.122.0001.2.002 3.3.90.39.04

03/001.414/2006 820,00 Dispensa (Art. 24, inc. II, Lei 8.666/93)

Compra de café e açúcar

para as copas da

SMTR

29.001.26.122.0001.2.002 3.3.90.30.24

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 20

5.2 Passagens aéreas:

Foi verificada a aquisição de passagens aéreas, para viagem de um

servidor (engenheiro) a São Paulo/SP, para participar da 2ª Reunião Técnica da

Divisão de Trânsito do Instituto de Engenharia, nos dias 26 e 27 de julho de 2006,

utilizando recursos oriundos de multas por infrações de trânsito (FR 109).

Processo Administrativo n.º 03/001.809/2006

Fundamentação legal: Inc. II, do Art. 24 da Lei 8.666/93

Favorecido: Garuda Viagens e Turismo Ltda.

Valor: Rio/São Paulo – 26/07 – 06:40 h – R$ 184,42

São Paulo/Rio – 27/07 – 22:00 h – R$ 188,62

Além da utilização de recursos da Fonte 109 para aquisição de passagens

aéreas, cabe observar que a Administração Pública Municipal realiza anualmente

licitação para aquisição de passagens aéreas (concorrência pública através da

Secretaria Municipal de Administração – SMA), as quais conforme a necessidade

do serviço são retiradas junto à empresa contratada para tal finalidade, justamente

para evitar a aquisição isolada, como a ocorrida neste caso.

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Na 26ª Sessão Ordinária realizada em 24/04/06, o Excelentíssimo Senhor

Conselheiro Fernando Bueno Guimarães, decidiu pela diligência do processo de

Prestação de Contas da SMTR (03/000600/2005) para que a jurisdicionada

esclarecesse as pendências apontadas pelo corpo técnico da 6ª Inspetoria Geral

(fls. 537), uma delas referente a descumprimento do artigo 18 da Resolução CGM

nº 415/022, já que não havia sido lavrado o Termo de Cessão de Uso de alguns

bens do patrimônio da CET-RIO e do IPLAN, que vinham sendo usados pela

SMTR.

Após o retorno da diligência, a 6ª IGE constatou que não havia

esclarecimentos quanto aos equipamentos pertencentes ao IPLAN, sendo sugerido

o sobrestamento do processo (fls. 598), para que a equipe de inspeção sanasse as 2 Os bens, quando concedida cessão de uso a outra Entidade, deverão ser anteriormente inventariados pelo Órgão que detém a sua propriedade, após o que será formalizada a cessão de utilização através do TERMO DE CESSÃO DE USO - TCU (Anexo V).

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 21

dúvidas na Inspeção Ordinária.

A equipe de inspeção foi informada pelo Sr. Eurico dos Santos Rego,

Assessor de Informação da SMTR, que os equipamentos do IPLANRIO não estão

mais sendo usados pela Secretaria, tendo sido abandonados na medida em que

apresentavam defeito, não sendo viável o conserto, uma vez que se tratavam de

equipamentos antigos, que haviam saído de linha há mais de 20 anos.

Nenhuma documentação comprovando a baixa dos equipamentos foi

disponibilizada pela Secretaria inspecionada.

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Os aspectos pertinentes à receita arrecadada com a cobrança de multas

foram tratados no Relatório da Inspeção Ordinária realizada na CET-RIO

simultaneamente a esta, e que tratou desse mesmo tema, já que aquela entidade

recebeu recursos da procedência em análise, em montante superior aos

destinados `a Guarda Municipal, à SMTR, à SMTU3 e aos Encargos Gerais do

Município.

Desta forma, serão abordados neste relatório, somente os elementos

relacionados à aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança de multas de

trânsito.

O CNT – Código Nacional de Trânsito, em seu artigo 320 do CNT,

estabelece que os recursos arrecadados com multas de trânsito devem ser

aplicados exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo,

policiamento, fiscalização e educação de trânsito. O Contran, considerando a

necessidade de dirimir dúvidas suscitadas em todo o território nacional quanto à

interpretação das disposições contidas na Lei n º 9.503/974, instituiu a Resolução

nº 191, de 16 de fevereiro de 2006, com ações exemplificativas relacionadas às

áreas em que os recursos podem ser aplicados, referendando a Deliberação

Contran nº 33/02, que tratava do mesmo tema, conforme informação a seguir:

3 antiga Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (atual Subsecretaria de Transportes Urbanos). 4 Código Nacional de Trânsito

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 22

I. A sinalização é o conjunto de sinais de trânsito e dispositivos de segurança

colocados na via pública com o objetivo de garantir sua utilização adequada,

compreendendo especificamente as sinalizações vertical e horizontal e os

dispositivos e sinalizações auxiliares, tais como:

� dispositivos delimitadores;

� dispositivos de canalização;

� dispositivos e sinalização de alerta;

� alterações nas características do pavimento;

� dispositivos de uso temporário, e

� painéis eletrônicos.

II. As engenharias de tráfego e de campo são o conjunto de atividades de

engenharia voltado a ampliar as condições de fluidez e de segurança no

trânsito, tais como:

� a elaboração e atualização do mapa viário do município;

� o cadastramento e implantação da sinalização;

� o desenvolvimento e implantação de corredores especiais de trânsito nas

vias já existentes;

� a identificação de novos pólos geradores de trânsito, e

� os estudos e estatísticas de acidentes de trânsito.

III. O policiamento e a fiscalização são os atos de prevenção e repressão que

visem a controlar o cumprimento da legislação de trânsito, por meio do poder

de polícia administrativa.

IV. A educação de trânsito é a atividade direcionada à formação do cidadão

como usuário da via pública, por meio do aprendizado de normas de respeito

à vida e ao meio ambiente, visando sempre o trânsito seguro, tais como:

� publicidade institucional;

� campanhas educativas;

� eventos;

� atividades escolares;

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 23

� elaboração de material didático-pedagógico;

� formação e reciclagem dos agentes de trânsito, e

� formação de agentes multiplicadores.

DEMONSTRATIVO DA EXECUÇÃO DA DESPESA TOTAL NA SMTR

Janeiro a dezembro/2005 Janeiro a setembro/2006 FONTE Autorizada

Final Realizada % Autorizada

Final Realizada %

100 5.548.520,50 5.062.139,20 91,23 14.925.460,26 4.433.439,31 29,70 101 1.929.920,00 - - 1.347.470,00 - - 109 25.344.459,93 24.779.561,34 97,77 26.564.002,19 21.232.522,19 79,93 110 500.000,00 - - 1.000.000,00 396.564,64 39,66 TOTAL 33.322.900,43 29.841.700,54 - 43.836.932,45 26.062.526,14 - Fonte: Relatórios Fincon – FCONR07006 (dados de 2005) e Relatórios Fincon – FCONR09607

(dados de 2006).

A SMTR aplicou R$ 24.779.561,34 em 2005 e R$ 21.232.522,19 no ano de

2006 (até setembro), referentes a recursos provenientes de multas de trânsito,

representando 34,60% e 40,92% dos recursos arrecadados pelo Tesouro

Municipal, respectivamente.

Foram realizadas em 2005, 97,77% da despesa autorizada na fonte 109,

enquanto que em 2006 apenas 79,93% havia sido liquidada até 30 de setembro,

conforme tabela anterior.

DEMONSTRATIVO DA EXECUÇÃO DA DESPESA NA FONTE 109 – SMTR�

Janeiro a dezembro/2005 Janeiro a setembro/2006 DESPESA Autorizada

Final Liquidada % Autorizada

Final Liquidada %

Outros Serviços de Terceiros – PJ 20.327.722,87 20.262.224,79 0,818 19.101.834,19 15.501.719,75 0,730 Despesas com Pessoal e Encargos 3.772.000,00 3.644.494,95 0,147 4.356.484,00 3.060.979,83 0,144 Despesas de Exercícios Anteriores 741.116,61 741.116,61 0,030 2.266.935,50 2.252.214,63 0,106 Locação de Mão-de-Obra - - 0,000 399.635,48 187.083,39 0,009

Material de Consumo 72.593,34 72.592,68 0,003 299.374,50 119.712,90 0,006

Serviços de Consultoria 10.346,00 10.345,30 0,000 107.838,52 107.838,52 0,005 Passagens e Despesas com Locomoção - - 0,000 12.600,00 1.618,17 0,000

Diárias Civil 1.575,00 1.040,00 0,000 16.000,00 1.355,00 0,000

Obras e Instalações 363.077,10 - 0,000 - - 0,000

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 24

- continuação - Janeiro a dezembro/2005 Janeiro a setembro/2006

DESPESA Autorizada Final

Liquidada % Autorizada Final

Liquidada %

Equipamentos e Material Permanente 47.792,01 47.747,01 0,002 - - 0,000 Indenizações e Restituições 8.237,00 - 0,000 - - 0,000 Obrigações Tributárias e Contributivas - - 0,000 3.300,00 - 0,000 TOTAL 25.344.459,93 24.779.561,34 100% 26.564.002,19 21.232.522,19 100%

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A maior parte dos recursos provenientes de multas de trânsito são gastos

com serviços de terceiros prestados por pessoas jurídicas e despesas com pessoal

e encargos. Juntas, essas duas rubricas concentraram cerca de 97% dos recursos

em 2005 e 87% no período verificado em 2006.

A seguir será representado graficamente o percentual participativo de cada

gasto em relação à despesa liquidada, por natureza de despesa:

EXERCÍCIO 2005

Outros Serviços de Terceiros – PJ

81,77%

Material de Consumo

0,29%

Despesas de Exercícios Anteriores

2,99%

Despesas com Pessoal e Encargos14,71%

Equipamentos e Material

Permanente0,19%

Diárias Civil0,004%

Serviços de Consultoria

0,04%

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 25

EXERCÍCIO 2006

Despesas com Pessoal e Encargos14,42%

Outros Serviços de Terceiros – PJ

73,01%

Despesas de Exercícios Anteriores10,61%

Locação de Mão-de-Obra0,88%

Diárias Civil0,01%

Passagens e Despesas com

Locomoção0,01%

Material de Consumo

0,56%Serviços de Consultoria

0,51%

A composição da rubrica “Outros Serviços de Terceiros Pessoa Jurídica”,

está demonstrada na tabela a seguir:

OUTROS SERVIÇOS DE TERCEIROS PESSOA JURÍDICA

JAN-DEZ/05 % JAN-SET/06 %

Serviços de Conservação Manutenção Vias Especiais 12.611.558,48 62,242 8.620.735,42 55,611 Serviços de Correspondência 5.452.333,50 26,909 4.670.755,72 30,131 Serviços telefonia, luz e força 1.364.540,69 6,734 1.490.211,04 9,613 Serviços de Transporte, frete e carreto 417.060,18 2,058 299.568,06 1,932 Outros Serviços 171.886,71 0,848 167.784,00 1,082 Serviços de Informática 138.512,99 0,684 40.337,87 0,260 Vale refeição e Vale Alimentação 102.182,35 0,504 202.731,39 1,308 Serviços de Reparos bens móveis e imóveis 4.149,89 0,020 9.596,25 0,062

TOTAL 20.262.224,79 100% 15.501.719,75 100%

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Em “Outros Serviços”, estão computadas as despesas com Serviços

Gráficos em Geral por Pessoa Jurídica, Assinaturas e Publicações, Fornecimento

de Gás, Serviços de Água e Esgoto, Máquinas, Equipamentos, Móveis e Utensílios

– Locação, Despesas miúdas de pronto pagamento e/ou de caráter extraordinário

ou urgente, e Serviços de Reparo, Adaptação, Conservação, Restauração e

Instalação de Elevadores.

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 26

As despesas mais relevantes referentes a serviços de terceiros prestados

por pessoas jurídicas foram realizadas em serviços de conservação e manutenção

de vias especiais (62,2% em 2005 e 55,6% em 2006), serviços de correspondência

(26,9% em 2005 e 30,1% em 2006), e serviços de telefonia, luz e força (6,7% em

2005 e 9,6% em 2006).

Concluída a análise das despesas realizadas nos exercícios de 2005, e o

período de janeiro a setembro de 2006, constata-se que as aplicações das verbas

advindas de Multas e Infração do Trânsito não foram utilizadas em conformidade

com o artigo 320 do CTB, pois muitas delas não estão no rol dos gastos

enumerados no citado artigo, não atendendo, portanto, a legislação vigente.

O Relatório e Parecer Prévio das Contas de Gestão do Exercício 2005, na

página 15 do Diário da Câmara MunicIpal de 19/06/06, já havia explicitado que o

Município infringia a legislação de trânsito, uma vez que dava destinação adversa

aos recursos arrecadados com multas.

A destinação dos recursos provenientes de multas de trânsito não está

observando a aplicação prevista no Código Nacional de Trânsito, que é taxativo ao

estabelecer que tais recursos devem ser utilizados em projetos de sinalização,

engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de

trânsito.

Não há dúvidas que a receita em questão é receita vinculada, não podendo

ter destinação diferente daquela imposta pela lei, o que não vem sendo observado

pela Secretaria.

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 27

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Considerando o descrito neste relatório, alguns pontos carecem de

esclarecimentos ou justificativas:

I. Informar o porquê da realização das despesas listadas no item 7,

contrariando o disposto no artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro e

Resolução Conatran nº 33/02, que determina que a arrecadação da fonte

109 será aplicada exclusivamente em sinalizações, engenharia de tráfego,

de campo, policiamento, fiscalizações e educação do trânsito;

II. Esclareça os motivos que levaram a jurisdicionada à não supressão dos 5

(cinco) veículos, conforme autorizado pelo Subsecretário Municipal de

Transportes nos autos do processo em virtude da criação da SUBTU

(item3);

III. Esclareça o não atendimento ao Decreto 22.623/03 no que concerne à

estimativa dos serviços, conforme autorização do Exmº Sr. Prefeito, já que o

valor da estimativa foi superior ao valor estimado no citado decreto (item 3);

IV. Esclareça a execução de serviços compreendidos no período de 01/01 a

13/07/06 no valor de R$ 364.681,20, sem autorização superior, sem prévio

empenho e cobertura contratual, junto à empresa Wollauto Administração e

Locação Ltda (item 3);

V. Esclareça quanto aos veículos com mais de 01 ano de fabricação (ano de

fabricação 2005), em desacordo com o item 2.1 do Termo de Referência,

bem como os veículos em nome de outra contratada (item 3);

VI. Esclareça o descumprimento na 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª JARI, do item 4.1.d do

anexo da Resolução nº 147/03 – CONTRAN (item 4);

VII. Esclareça a utilização da fonte 109 para gastos em material de consumo e

passagens aéreas (item 5);

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Relatório de Inspeção Ordinária na SMTR – setembro / 2006 28

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A seguir são apresentadas as recomendações a serem observadas pela

SMTR:

I. Que providencie a supressão das cláusulas do contrato, mencionadas no

presente relatório, uma vez que a contratada não poderá responder em caso

de acidentes, danos a terceiros, bem como se responsabilizar pelos

encargos sociais e trabalhistas, tendo em vista que o objeto da contratação

foi a locação dos veículos sem motorista, bem como seja observada em

seus futuros editais tal correção (item 3).

II. Envide esforços junto ao IPLAN RIO para que este providencie a baixa dos

equipamentos de informática (item 6);

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Por todo o exposto, sugerimos o encaminhamento do presente relatório à

Secretaria Municipal de Transportes – SMTR, a fim de que esta:

I. se manifeste a respeito do que foi mencionado no item 8;

II. adote a recomendação exposta no item 9 deste relatório.

Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 2007.

Sônia Maria Luiz Vieira

Auxiliar de Controle Externo

Matrícula n.º 40/900.339-3�

Oswaldo Graça Barretto

Técnico de Controle Externo

Matrícula n.º 40/900.813-7

Heron Alexandre Moraes Rodrigues

Técnico de Controle Externo

Matrícula n.º 40/901.319-4

João Moura Neto

Assistente II

Matrícula n.º 40/901.101-6

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