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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo Auditoria no Programa Sinalização Rio 1 AUDITORIA OPERACIONAL NO PROGRAMA SINALIZAÇÃO RIO Órgão Inspecionado: Companhia Municipal de Engenharia de Trânsito- CET-RIO Marcos Antônio Paes Presidente Época da Inspeção: 01 de setembro a 22 de dezembro de 2005 Equipe Inspecionante: Alexandre Tenório de Albuquerque Assessor Matrícula 40/901.237 Marcos Henrique Coutinho Secretario II Matrícula 40/900.364 Flávio Tinoco Anache Técnico de Controle Externo Matrícula 40/901.364

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 1

AUDITORIA OPERACIONAL NO PROGRAMA SINALIZAÇÃO RIO

Órgão Inspecionado: Companhia Municipal de Engenharia de Trânsito- CET- RIO

Marcos Antônio Paes

Presidente

Época da Inspeção: 01 de setembro a 22 de dezembro de 2005

Equipe Inspecionante: Alexandre Tenório de Albuquerque Assessor Matrícula 40/901.237 Marcos Henrique Coutinho Secretario II Matrícula 40/900.364 Flávio Tinoco Anache Técnico de Controle Externo Matrícula 40/901.364

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 2

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 6

1.1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL 6

1.2. OBJETO DE AUDITORIA 6

1.3. O QUE FOI AVALIADO 7

1.4. POR QUE FOI AVALIADO 7

1.5. COMO SE DESENVOLVEU O TRABALHO 8

1.6. PAPÉIS DE TRABALHO 8

1.7. DIFICULDADES ENCONTRADAS 9

1.8. METODOLOGIA EMPREGADA 9

2. A MUNICIPALIZAÇÃO DO TRÂNSITO 10

2.1. INTRODUÇÃO 10

2.2. O QUE É TRÂNSITO? 10

2.3. O QUE É MUNICIPALIZAR O TRÂNSITO ? 10

2.4. POR QUE MUNICIPALIZAR ? 11

3. CET-RIO - FUNÇÃO, ESTRUTURA, AÇÕES E OBJETIVOS 11

4. GERÊNCIA DE CONTROLE DE TRÁFEGO - GCT 14

4.1. O CENTRO DE CONTROLE DE TRÁFEGO POR ÁREA (CTA) 14

4.2. CIRCUITO FECHADO DE CÂMERAS DE TV 16

4.3. IMPLANTAÇÕES DE NOVOS SEMÁFOROS 16

4.4. DIFICULDADES ORÇAMENTÁRIAS 17

4.5. PROJETOS FUTUROS 18

5. GERÊNCIA DE INFORMAÇÕES DE TRÁFEGO - GIT 18

5.1. PONTOS CRÍTICOS 18

5.2. CADASTRO VIÁRIO - CAVIAR 18

5.3. ÍNDICE DE MOBILIDADE 19

5.4. SUPORTE A NOVAS IMPLANTAÇÕES 20

5.5. SIMULADOR DE TRÁFEGO 20

5.6. CAPACITAÇÃO DO PESSOAL 21

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Auditoria no Programa Sinalização Rio 3

6. COORDENADORIAS REGIONAIS DE TRÁFEGO 21

6.1. CARÊNCIAS 21

6.2. INDIVIDUALIDADES 22

7. CONTRATOS DE SINALIZAÇÃO GRÁFICA HORIZONTAL E VERTI CAL 23

8. CONTRATOS DE SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA 24

8.1. CONTRATO DE SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA PARA A ÁREA FORA DO CTA 25

8.2. DA EXECUÇÃO DO CONTRATO 29

9. DA SINALIZAÇÃO FOCADA PARA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA 29

10. DA IMPLANTAÇÃO DE PÓLOS GERADORES DE TRÁFEGO 32

11. DA PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO 33

12. PATRIMÔNIO 34

12.1. INVENTÁRIO DOS SEMÁFOROS 34

12.2. INVENTÁRIO DE PLACAS DE SINALIZAÇÃO 35

13. RECURSOS FINANCEIROS DO PROGRAMA 37

13.1. INTRODUÇÃO 37

13.2. DA PARCERIA COM O MINISTÉRIO DAS CIDADES 38

14. ANÁLISE STAKEHOLDER E ANÁLISE SWOT 39

15. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROGRAMA 40

15.1. AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA 45

15.2. AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA 46

16. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 47

17. CONCLUSÃO 47

17.1. RECOMENDAÇÕES À CET- RIO 47

17.2. OPORTUNIDADES DE MELHORIA 49

17.3. ESCLARECIMENTOS E JUSTIFICATIVAS JUNTO À CET- RIO 51

17.4. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 52

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Relatório de Auditoria Operacional 4

SUMÁRIO EXECUTIVO

A competência constitucional dos Tribunais de Contas pressupõe o dever de

exercer a fiscalização da correta aplicação dos recursos públicos, não apenas no que se

refere ao aspecto contábil e legal, mas à eficiência, eficácia e efetividade com que esses

recursos são aplicados, incluindo também o cuidado na preservação de todo o patrimônio

público, no qual o meio ambiente se inclui.

A escolha do programa de Sinalização Rio levou em consideração: (1) o crescente

aumento do número de automóveis circulando em nossa cidade; (2) o anseio de toda a

sociedade brasileira em reverter um quadro alarmante de violência no trânsito,

representado por um alto índice de acidentalidade e morte no trânsito, especialmente entre

a população mais jovem e; (3) a necessidade de se desenvolver a arquitetura urbana

focada na inclusão social de deficientes físicos em nossa cidade.

Como técnicas de auditoria: foram utilizadas a avaliação geral, inspeção, análise,

entrevistas e observação in loco. Foram empregadas ainda, ferramentas como a análise

Stakeholder e a Análise Swot.

As principais constatações foram:

I. Ausência de metas que traduzam eficácia da gestão pública em termos de

retorno ao cidadão;

II. Ausência de um sistema de monitoramento das ações/projetos

implementados no Programa de Sinalização Rio;

III. Ausência de indicadores de desempenho, ligados à Sinalização Gráfica.

IV. Carência de treinamento e intercâmbio para melhoria da capacitação do

quadro técnico;

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Auditoria no Programa Sinalização Rio 5

V. Ausência de investimento em campanhas de preservação dos

equipamentos urbanos de sinalização;

VI. Ausência de contratação de serviços de sinalização semafórica com

previsão de equipamentos sonoros ou afins a fim de atender aos cidadãos

portadores de deficiência;

VII. Alto índice de perda de equipamento e materiais de tráfego devido a furto e

vandalismo;

VIII. Falta de continuidade orçamentária que impede o planejamento adequado

de programas de implantação e de manutenção preventiva e corretiva.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 6

1. INTRODUÇÃO

1.1. Fundamentação Legal

A Inspeção Ordinária de que trata o presente relatório tem sua legitimidade

conferida pela Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, art. nº 88, inciso IV, pela

Deliberação nº 034/1983 (Regimento Interno do Tribunal de Contas do Município do Rio de

Janeiro), art. 37, inciso III, bem como pelo Plenário desta Corte em Sessão Plenária de 24

de janeiro de 2005 (processo TCMRJ nº 040/000.056/2005), a qual aprovou o calendário de

Inspeções Ordinárias para o exercício de 2005. Esta inspeção faz parte de um projeto de

realização de auditorias que visa a contribuir para a melhoria do desempenho dos órgãos

jurisdicionados, assim como para a melhor utilização dos recursos públicos, por meio da

implementação de recomendações e oportunidades de melhorias decorrentes de auditoria

de avaliação operacional conduzida por esta Inspetoria.

Os exames foram realizados com bases em testes, no período de setembro a

outubro de 2005, de acordo com os Princípios de Auditoria, na extensão que se julgou

necessária e, portanto, podem não refletir necessariamente todos os problemas existentes.

Um dos requisitos necessários ao sucesso das auditorias de avaliação operacional

é a parceria entre a equipe de auditoria e os dirigentes e técnicos do programa avaliado.

Neste sentido, deve-se ressaltar que, durante a fase de execução da auditoria, a equipe

contou com a boa vontade e colaboração dos técnicos da Companhia de Engenharia de

Tráfego, tendo esta sido fundamental para a execução do plano de visitas em

complementação aos depoimentos prestados.

1.2. Objeto de auditoria

Para a presente inspeção, foi escolhido o PROGRAMA SINALIZAÇÃO RIO, que,

de acordo com o Plano Plurianual 2002/2005, encontra-se inserido no programa

077- Sinalização Rio, cujo objetivo geral é sinalizar para o trânsito as vias da cidade do Rio

de Janeiro .

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 7

O Código de Trânsito Brasileiro estabeleceu em seus artigos 21 e 24, dentre

outras, a competência do Município para cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas

de trânsito e implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os

equipamentos de controle viário.

Define-se aí a competência do Município quanto ao gerenciamento dos serviços de

sinalização urbana.

1.3. O que foi avaliado

A auditoria buscou investigar as ações desenvolvidas no Município em relação à

implantação e manutenção da sinalização gráfica horizontal e vertical, bem como a

implantação e manutenção da sinalização semafórica, procurando avaliar as dificuldades e

sugerir oportunidades de melhoria. Cabe salientar que a sinalização implementada e

mantida corresponde àquela prevista no anexo II1 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

1.4. Por que foi avaliado

Na escolha deste tema para uma auditoria operacional foram levados em

consideração os seguintes fatores:

- A oportunidade de agregação de valor na política de diretrizes adotada pelo

Município para a sinalização da cidade levando-se em consideração o número

de acidentes ocorridos no trânsito, bem como a gestão da sinalização

implantada nas diversas APs; e

- a necessidade de fiscalização do patrimônio público - a competência

constitucional dos Tribunais de Contas pressupõe o dever de exercer a

fiscalização da correta aplicação dos recursos públicos, não apenas no que se

refere ao aspecto contábil e legal, mas à eficiência, eficácia e efetividade com

que esses recursos são aplicados, incluindo também o cuidado na preservação

de todo o patrimônio público.

1 disponível no endereço < http://www.presidencia.gov.br/ccivil/LEIS/1995_1997/anexo/9503-97.pdf>

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 8

1.5. Como se desenvolveu o trabalho

Para a realização desta auditoria, o planejamento foi subdivido nas seguintes

fases:

1ª fase: Reunião com a equipe técnica da CET-RIO, com apresentação das equipes

objetivando dar conhecimento da proposta de trabalho a ser desenvolvido, linhas de

investigação e critérios adotados.

2ª fase: Visitas nas Coordenadorias selecionadas e entrevista com o coordenador regional

de cada Coordenadoria com aplicação de questionário, testes de aderência a fim de

averiguar a conformidade às normas contratuais previstas e conhecer a gestão dos

contratos de sinalização gráfica horizontal e vertical;

3ª fase: Entrevista com os responsáveis pelas Gerências de Informações de Tráfego e de

Controle de Tráfego, com aplicação de questionário visando conhecer detalhes da logística

dos trabalhos de apoio executados, bem como sobre a instalação, operação e manutenção

de semáforos no Município.

4ª fase: Análise da operacionalidade dos contratos celebrados com terceiros relativos à

implantação e manutenção da sinalização gráfica horizontal e vertical na cidade, bem como

aos contratos relativos à manutenção e implantação da sinalização semafórica no

Município.

1.6. Papéis de Trabalho

Os papéis de trabalho que deram suporte à presente inspeção encontram-se

arquivados nesta Inspetoria para eventuais consultas, tendo sido utilizada a seguinte

documentação:

a. anotações pessoais com informações fornecidas pelos servidores da CET-RIO;

b. dados obtidos por ocasião da verificação in loco nas Coordenadorias de

Trânsito, na Gerência de Informações de Trânsito (GIT), no Centro de Controle

de Tráfego por Área (CTA);

c. coleta de dados na internet e em bibliotecas; e

d. observação direta.

Para a análise dos dados obtidos foi utilizada a análise qualitativa.

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Auditoria no Programa Sinalização Rio 9

1.7. Dificuldades encontradas

A Engenharia de Tráfego é uma especialidade recente, com poucas publicações a

respeito do tema, particularmente no Brasil. Por ser um assunto muito específico e tratado

de maneira particular em cada município, é menos estruturado formal e pouco registrado,

observando-se ações pontuais, o que dificultou o conhecimento e a análise de boas práticas

em gestão de Engenharia de Tráfego adotadas no país.

1.8. Metodologia empregada

Para um exame mais aprofundado das questões de auditoria propostas, foram

realizadas entrevistas junto à Assessoria da Presidência da CET-RIO, às Coordenadorias

Regionais de Tráfego e ao CTA, utilizando-se questionários formulados com base na

legislação e na literatura técnica referentes à Engenharia de Tráfego, a fim de se conhecer

e avaliar a infra-estrutura existente, a utilização da mesma, e as atividades desenvolvidas

nessa área, de forma a se obter informações de caráter qualitativo, essenciais para

contribuir para as recomendações e/ou oportunidades de melhoria para o programa.

Dentre as Coordenadorias Regionais foram selecionados para visitação:

Área de Planejamento

Endereço Coordenador responsável

AP- 2.1 Rua Bartolomeu Mitre, nº 1297 – Leblon- Zona Sul Pedro Paulo de Souza Pereira Júnior

AP- 3.2 Av. Jequitibá, s/nº - praça da Prefeitura da UFRJ João Machado

AP- 4 Av. Airton Senna,nº 2001- Barra da Tijuca Marcos Couto

AP- 5.2 Rua Dom Pedrito, nº 01, Campo Grande Cláudio David Rios

AP- 5.3 Rua Fernanda, nº 155, Santa Cruz Alberto Zeraik

Um exame mais aprofundado das questões de auditoria propostas exigiu, nesses

contatos in loco, entrevistas com os coordenadores responsáveis pelas Coordenadorias

Regionais de Tráfego (CRT) e os gerentes da GIT e da Gerência de Controle de Tráfego

(GCT).

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Relatório de Auditoria Operacional 10

2. A MUNICIPALIZAÇÃO DO TRÂNSITO

2.1. Introdução

O novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) introduziu, entre muitas inovações, o

conceito de municipalização de trânsito. As competências existentes no Código anterior

atribuídas a Estados e Municípios foram redistribuídas, dando mais responsabilidade a cada

órgão do Sistema Nacional de Trânsito - SNT.

O processo de municipalização do trânsito instituído pelo CTB tem como objetivo

despertar nos cidadãos as questões relativas ao trânsito urbano, assunto de interesse direto

das cidades e de seus habitantes. O Código introduziu direitos que, se corretamente

exercidos pela população, induzirão a maior qualidade dos padrões de segurança no

convívio dos usuários do sistema viário, estejam eles na condição de motoristas ou de

pedestres. Esta nova postura exige do órgão municipal responsável o conhecimento das

reais necessidades da população, procurando atender sua demanda com ações

preventivas, nelas incluída a implantação de sinalização horizontal, vertical, semafórica.

2.2. O que é trânsito?

O CTB considera trânsito como a utilização das vias por pessoas, veículos e

animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada,

estacionamento e operação de carga e descarga. Também, é resultado da distribuição dos

diversos tipos de uso do solo das cidades e dos deslocamentos diários das pessoas para

trabalhar, educar-se, divertir-se, cuidar da saúde, retornar à residência etc.

2.3. O que é municipalizar o trânsito?

Pelo roteiro do DENATRAN, a municipalização do trânsito é o processo legal,

administrativo e técnico, por meio do qual o Município assume integralmente a

responsabilidade pelos seguintes serviços: engenharia, fiscalização, educação de trânsito,

levantamento, análise e controle de dados estatísticos e criação de juntas administrativas

de recursos de infrações - Jaris.

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Auditoria no Programa Sinalização Rio 11

2.4. Por que municipalizar?

É a forma de garantir ao administrador municipal as condições de atender,

diretamente, as necessidades da população. O administrador terá, sob sua jurisdição, a

implantação de uma política de trânsito capaz de atender as demandas de segurança e

fluidez e maior facilidade para a articulação das ações de trânsito, transporte coletivo e de

carga, e o uso do solo.

A cidade será tão mais saudável quanto mais seguro for o deslocamento de

pessoas e bens. Como a prefeitura é responsável pela autorização das construções de

edificações que causam o deslocamento de pessoas e veículos, situação que na maioria

dos casos contribui para o agravamento dos problemas de trânsito, nada mais justo que a

prefeitura vá ao encontro da solução dos problemas decorrentes.

No Município do Rio de Janeiro, a competência sobre assuntos de trânsito

encontra-se a cargo da Secretaria Municipal de Transporte - SMTR, da Superintendência

Municipal de Transportes Urbanos - SMTU e da Companhia de Engenharia de Tráfego do

Rio de Janeiro – CET-RIO.

3. CET-RIO - FUNÇÃO, ESTRUTURA, AÇÕES E OBJETIVOS

A Companhia de Engenharia de Tráfego2 tem sua estruturação, bem como as

funções, regulamentadas pelo Decreto Municipal nº 18.306 de 30/12/1999 que dispõe em

seu anexo II que a Companhia tem por finalidade administrar o sistema viário e de

circulação; operar e explorar os estacionamentos públicos e garagens próprias municipais;

e prestar consultoria em assuntos técnicos de sua especialidade.

2 Sociedade anônima de economia mista controlada pelo Município do Rio de Janeiro, vinculada à Secretaria Municipal de Transportes e criada pela Lei Municipal nº 881 de 11 de julho de 1986.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 12

Sua estrutura atual encontra-se de acordo com o organograma a seguir.

Fonte: Diretoria de Administração e Finanças/ CET - RIO

A fim de entender o modus operandi das ações que envolvem o programa, os

trabalhos foram focados nas gerências a seguir elencadas de acordo com suas funções.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 13

Setor Função

Centro de Manutenção

e Sinalização - CMS supervisionar a manutenção preventiva e corretiva, a reposição e a limpeza de

sinalização implantada e de equipamentos de sinalização;

supervisionar a fabricação e implantação da sinalização gráfica, de acordo com as

especificações dos projetos;

supervisionar o controle de qualidade dos materiais de sinalização

Gerência de

Informações de

Tráfego - GIT

Administrar e atualizar bancos de dados sobre transportes, uso do solo, população,

sistema viário, etc.

Desenvolver pesquisas referentes à acidente de trânsitos e circulação viária;

Manter intercâmbio com entidades afins visando às atualizações dos cadastros;

Manter contato com fabricantes de materiais de sinalização visando ao aprimoramento

da qualidade dos projetos, assim como da segurança do trânsito;

Gerência de Controle

de Tráfego - GCT

Operar o Centro de Controle de Tráfego, monitorando todas as interseções existentes;

Controlar e supervisionar as atividades de implantação e manutenção de semáforos;

Monitorar o sistema viário através de câmeras, monitores e painéis de mensagens

variáveis;

Funcionar como centro de operações da Companhia, recebendo e transmitindo

informações através de telefonia e radiofonia 24 horas por dia;

Implantar e gerenciar os planos de tráfego desenvolvidos para as áreas controladas;

Intervir nos planos de tráfego implantados, visando sanar situações de emergência;

Emitir boletins periódicos sobre as condições de tráfego dos principais corredores;

Acompanhar e detectar alarmes de defeito nos equipamentos da área controlada;

Providenciar reparo e manutenção para os equipamentos de sinalização;

Avaliar o desempenho e o funcionamento do sistema viário.

Coordenadoria

Regional de Tráfego -

CRT

Supervisionar e acompanhar, em sua respectiva área de atuação, as atividades de

planejamento, projeto e manutenção do sistema de tráfego, abrangendo: a implantação

de projetos de engenharia de tráfego; a fiscalização e a operação dos estacionamentos

(veículos, táxi, carga e descarga, embarque e desembarque) das ruas de pedestres e

serviço; a fiscalização de projetos e obras contratadas pela Companhia ou dos serviços

executados por terceiros que venham a interferir na circulação viária; a implantação e

manutenção preventiva e corretiva da sinalização luminosa do CTA e da sinalização

gráfica vertical e horizontal.

Fonte: Decreto nº 18.306/99

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 14

Os serviços da Companhia são demandados através de ofícios, da Ouvidoria da

Prefeitura, carta, e-mail, memorando, projetos da equipe técnica da CRT, bem como

requisições de outros órgãos municipais.

A título de exemplificação, no período de 01/10/2004 a 30/09/2005, a Ouvidoria da

Prefeitura recebeu 7.371 solicitações referentes a diversos assuntos discriminados abaixo.

Assunto nº de

Solicitações

Sinalização das Vias 2666

Engenharia de tráfego 1714

Estacionamento- Rio rotativo 1020

Fiscalização eletrônica 477

Reboque 408

Quebra-mola 403

Diversos- CET-RIO 385

Fora do âmbito municipal- CET-RIO 35

Não especificados 263

Fonte: Sistema da Ouvidoria (SISO) atualizado até 09/05

4. GERÊNCIA DE CONTROLE DE TRÁFEGO - GCT

A Gerência de Controle de Tráfego tem como gerente o Sr. José Henrique Tigre.

4.1. O Centro de Controle de Tráfego por Área (CTA)

Em 1986, a CET-RIO foi criada com objetivo de atuar na sinalização horizontal e

vertical da cidade do Rio de Janeiro. Até aquele momento a sinalização semafórica estava

a cargo do Governo do Estado, através do DETRAN, e os equipamentos se encontravam

obsoletos, com mais de 20 anos de uso. A CET-RIO concluiu que para assumir a gestão do

controle semafórico, o ideal seria a implantação de um sistema inteiramente novo e

atualizado tecnologicamente. Foi criado o Centro de Controle de Tráfego por Área (CTA).

Nele, os semáforos, além de sincronizados e coordenados localmente, são controlados

remotamente via computadores centrais localizados em um Centro de Controle, permitindo

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 15

a troca de parâmetros de temporização de sinais em qualquer instante e também

monitoração de falhas locais. As alterações de programação são feitas levando-se em

consideração as imagens captadas por câmeras ou monitoração on-line de contagem

volumétrica de tráfego e de velocidade utilizando diversos tipos de tecnologia3.

A implantação do CTA iniciou-se em 1995 e foi concluída no início de 1997,

controlando somente determinadas áreas. As demais ficaram a cargo da empresa RIO LUZ

que, gradativamente, providenciou a troca por equipamentos mais modernos, porém

descentralizados. A partir de 2001 todo o controle passou a ser realizado pela CET-RIO.

O CTA dividiu o município em 12 módulos de controle conforme figura a seguir. As

áreas onde os equipamentos são controlados remotamente são as inseridas nos módulos

1 a 7, as demais necessitam de operação local.

Fonte: Gerência de Controle de Tráfegos da CET – RIO.

3 Ex: laços indutivos, radares de efeito Doppler, infravermelho entre outros.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 16

4.2. Circuito fechado de câmeras de TV

O CTA trabalha com um circuito fechado de câmeras de TV instaladas em 92

pontos estratégicos da cidade, exibindo imagens ao vivo para o centro de controle de

tráfego da CET-RIO, distribuídas nas áreas do Centro, Zona Sul, Zona Norte e Zona Oeste

da Cidade. As câmeras estão fixadas em postes próprios e o operador, a partir do centro

de controle, tem o controle total de sua movimentação, podendo aproximar a imagem em

até 16 vezes. Com as imagens, é possível monitorar o trânsito ao longo do dia,

identificando pontos de congestionamento, que podem ser causados por diversos fatores4,

estando o centro de controle pronto a tomar as providências necessárias.

Segundo informações da Gerência de Controle de Tráfego - GCT, as imagens de

76 dessas câmeras estão disponíveis, durante 24hs do dia, para os usuários e visitantes no

site <http://transito.rio.rj.gov.br>. Estas reproduzem as condições do trânsito quase em

tempo real. Outro serviço colocado à disposição dos usuários são os Boletins de Trânsito

que informam, ao longo do dia, as condições do tráfego nas principais ruas da Zona Sul, do

Centro, da Tijuca e do Maracanã.

4.3. Implantações de novos semáforos

A rotina para novas implantações consiste primeiramente em receber as demandas

oriundas de diversos canais, tais como, comunidade, associação de moradores, políticos,

ouvidoria, etc. É feita uma análise prévia nas APs e nesse momento são descartadas

aquelas julgadas improcedentes. Posteriormente uma equipe do CTA vai a campo avaliar a

viabilidade técnica da nova implantação considerando, entre outros fatores, a morfologia da

via, geografia da região, volume de tráfego de veículos e pedestres e incidência de

acidentes.

As contagens de volumes de tráfego são solicitadas à Gerência de Informações.

Cada área da cidade tem uma cota de contagens por mês, estipulada previamente, o que

limita a quantidade de análise de pedidos e obriga a criação de uma rotina de priorização.

Os dados de incidência de acidentes no local, encaminhados pelo Corpo de Bombeiros,

auxiliam na redução desta limitação, pois, somente baseado neles, pode-se determinar a

4 acidentes, veículos enguiçados, estacionamentos irregulares, obras, carga ou descarga fora do

horário permitido, etc.

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Auditoria no Programa Sinalização Rio 17

necessidade da nova implantação. Apesar disto, não existe ainda um convênio formalizado

com esta entidade, o que gera um grande risco de perda destas informações.

O ideal seria a utilização de dados da Polícia Militar que contém informações mais

detalhadas e não se limitam aos acidentes com vítimas, incluindo todo o tipo de colisão e

atropelamento. Porém estão distribuídas nos diversos batalhões e não se encontram

digitalizadas, inviabilizando a logística de sua utilização.

Os pedidos em que se conclui pela não implantação de sinalização semafórica são

encaminhados para as Coordenadorias Regionais (CRT), onde se avaliará a

necessidade/viabilidade de outro tipo de sinalização.

Foi detectada carência de infra-estrutura (carros, rádios etc) e de mão-de-obra

disponibilizada para a fiscalização das implantações. Para o problema de infra-estrutura, foi

informado que existe um planejamento de se acrescer, no escopo dos próximos contratos

de manutenção, fornecimentos que possam suprir esta necessidade. Com relação à

mão-de-obra, está previsto o aproveitamento dos técnicos das Áreas de Planejamento.

4.4. Dificuldades orçamentárias

No ano de 2003, aproximadamente 300 demandas para instalação de semáforos

foram analisadas e aprovadas. Em dezembro daquele ano foi assinado um contrato que

atenderia somente a 50% das implantações devido à carência de recursos financeiros. Até

o momento, por motivos financeiros, somente 30% do contrato foi realizado. Durante este

período novas solicitações foram encaminhadas e as necessidades e prioridades sofreram

grande alteração. Sendo assim, quando ocorrer a liberação orçamentária, será feita uma

reavaliação total culminando com um novo cronograma de implantação a ser executado.

A quantidade de semáforos a ser implantada em um determinado período é

limitada pelo orçamento; as regiões que serão mais privilegiadas são definidas de acordo

com as diretrizes determinadas pela Secretaria Municipal de Trânsito; e, dentro de cada

região, a escolha é feita pelas respectivas gerências das APs. Geralmente, áreas

emergentes, em que estão ocorrendo mudanças demográficas e imobiliárias, são

privilegiadas.

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Relatório de Auditoria Operacional 18

4.5. Projetos futuros

Devido à grande inserção de dados no atual sistema CTA, este se encontra

saturado e já apresentando dificuldade de manejo. No projeto de modernização do controle

semafórico da cidade está em estudo a criação de novos CTAs inserindo outras áreas e

desafogando o sistema atual. Existe a possibilidade de ser incluído no orçamento dos

Jogos Pan-americanos a criação de um CTA na Barra da Tijuca que atenderia a Zona Sul,

Barra e Jacarepaguá.

5. GERÊNCIA DE INFORMAÇÕES DE TRÁFEGO - GIT

A Gerência tem como seu gerente o sr. Alexandre Sansão.

As funções desta Gerência encontram-se dispostas no Decreto Municipal

nº 18.306/99. Basicamente esta gerência atua desenvolvendo pesquisas referentes a

acidentes de trânsito e circulação viária. Os resultados destas pesquisas alimentam as

Coordenadorias Regionais de Tráfego através do programa de cadastro viário (CAVIAR) e

estas, por sua vez, utilizam estes dados como suporte para o planejamento dos projetos

desenvolvidos nas APs.

5.1. Pontos críticos

A GIT desenvolveu um trabalho de avaliação de pontos críticos que consistiu em

se levantar dados de cadastro viário, volume de tráfego, ocorrência de acidentes que foram

georeferenciados gerando uma planilha de pontos perigosos. O projeto-piloto deste

trabalho foi implantado na Zona Sul da Cidade e está sendo gradualmente expandido para

as demais áreas do município.

5.2. Cadastro Viário - CAVIAR

Segundo o Roteiro de Municipalização do Trânsito do DENATRAN, para melhorar o

trânsito, diminuir o risco de acidentes no futuro, é necessário saber o que está acontecendo

hoje. Para tanto, o controle e análise estatística são fundamentais. Assim sendo, é

necessário saber onde e quando os acidentes ocorrem, as causas/conseqüências dos

mesmos, as características das pessoas e dos veículos envolvidos etc. De posse desses

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 19

dados, o gestor poderá priorizar intervenções, subsidiar projetos e campanhas educativas e

acompanhar a evolução dos acidentes através de séries históricas.

Neste sentido, uma ferramenta importante utilizada pela GIT é o CAVIAR. Este é

um banco de dados georeferenciado com fonte de informações oriunda do Corpo de

Bombeiros. Estes dados, após a verificação de sua consistência, são tratados e

georeferenciados. Feito isto, têm-se condições de analisar os dados sob a ótica da

Engenharia de Tráfego, com as seguintes ações: classificação do acidente, horário,

natureza, tipo da vítima etc.

O Caviar também armazena dados de fluxo de veículos, cadastro das vias com

dimensionamento físico das mesmas, índice de mobilidade, fluxo de pedestres etc. Estas

informações são utilizadas em conjunto com a literatura de Engenharia de Tráfego para

determinação das necessidades técnicas do sistema de sinalização.

O sistema está residente na rede de servidores da empresa, podendo as

informações serem acessadas somente pelas pessoas devidamente autorizadas5.

Entretanto, para as coordenadorias, as informações são gravadas periodicamente em mídia

magnética e instaladas nas máquinas locais.

5.3. Índice de mobilidade

Este índice foi criado recentemente para verificar a fluidez das vias. Veículos

equipados com GPS6 são programados para fazer determinados percursos em horários

estratégicos. O tempo de duração destes percursos é medido e associado com o mapa

geográfico, que possui as extensões em escala, gerando a velocidade média. O valor da

velocidade média gera o índice de mobilidade:

Velocidade média aferida Índice de mobilidade =

Velocidade máxima estabelecida para aquele trecho

Quanto mais próximo de 1 o índice estiver, mais próximo da condição ideal de

fluidez de tráfego. Em contrapartida, quanto mais próximo de 0, mais comprometida estará

a mobilidade no percurso selecionado.

5 GIT; DAF; Gabinete da Presidência 6 Global Positioning System

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 20

A metodologia empregada consiste na utilização de veículos que percorrem

determinados trechos nas diversas APs, geralmente em horários de maior incidência de

congestionamento, coletando dados sobre o tempo de percurso. As informações coletadas

estão sendo inseridas no banco de dados do sistema CAVIAR. Para isto, está sendo

utilizado um software específico.

5.4. Suporte a novas implantações

A GIT possui uma rotina de medições de fluxo de tráfego nas vias da cidade,

porém também realiza este tipo de serviço quando solicitado pelo CTA. Diversas são as

situações em que ocorrem as solicitações: antes da implantação de uma sinalização para

verificação da sua necessidade; após a implantação para verificação do impacto da mesma;

durante eventos programados; e outras necessidades. Estes dados servem de base para a

engenharia de tráfego da CET-RIO determinar novas implantações ou alterar sinalização

existente, inclusive reprogramação de tempos semafóricos.

5.5. Simulador de tráfego

O simulador de tráfego consiste num software que visa montar uma rede digital da

cidade, utilizando a informação dos equipamentos de sinalização instalados e dados de

censos de tráfego, possibilitando a geração de uma matriz de origem-destino. Em resumo,

esta matriz consiste em um banco de dados com as informações do fluxo de veículos entre

as grandes áreas da cidade dividida por dia e horário.

Quando da execução de um estudo de viabilidade de instalação de um novo

elemento de sinalização (semáforo, por exemplo), o sistema era calibrado para simular esta

situação. Após a calibração, o software distribuía o fluxo de veículos entre as diversas vias,

informando locais de possíveis congestionamentos.

Qualquer estudo de alteração no trânsito (inserção de viadutos, inversão de ruas,

instalação de sinalização, etc) poderia ser inserido digitalmente no sistema gerando

simulação de impactos no tráfego.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 21

Um grupo técnico foi treinado para utilização do software simulador de tráfego.

Porém, esses profissionais não estão mais na empresa e, conseqüentemente, esta

ferramenta não está sendo utilizada. Existe um planejamento para que novamente um

treinamento seja ministrado para capacitação de um novo grupo que atuaria junto à área de

Projetos. Não existe atualmente uma interface de comunicação desenvolvida entre o

Caviar e o simulador para possibilitar cruzamento de dados entre estas ferramentas.

5.6. Capacitação do pessoal

Foi entregue à equipe de inspeção listagem dos cursos ministrados para o pessoal

da CET-RIO durante os anos de 2002 a 2005 totalizando 31, incluindo seminários,

encontros e fóruns.

Não foram detectadas ações no sentido de se promover intercâmbio técnico de

forma a se buscar novas tecnologias e filosofias do tráfego.

6. COORDENADORIAS REGIONAIS DE TRÁFEGO

A descrição das atividades das coordenadorias, o número de coordenadorias

existentes, bem como o modus operandi encontram-se descritos no Anexo.

6.1. Carências

O principal problema enfrentado pelas Coordenadorias é o do orçamento. Não só

pela escassez de recursos financeiros, mas principalmente pela falta de continuidade das

medições. Isto impede o planejamento adequado de programas de implantação e de

manutenção preventiva e corretiva.

Outro problema observado refere-se à ausência de infra-estrutura para que os

técnicos realizem todas as atividades que lhes são demandadas.

Com o aumento da quantidade da sinalização implantada se faz necessária uma

política de incremento de investimentos com manutenção; entretanto não foram detectadas

evidências neste sentido.

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Relatório de Auditoria Operacional 22

6.2. Individualidades

Não se evidenciou, nas coordenadorias visitadas, nenhum planejamento com

relação às execuções contratuais de serviços de sinalização gráfica em função das

peculiaridades de cada área. Além disso, constatou-se que estas têm particularidades

inerentes à sua localização e características de seus moradores conforme se pode

exemplificar:

AP 2.1 - Zona Sul

� grande quantidade de eventos esportivos, culturais, etc

� participação ativa da comunidade com sugestões e solicitações.

AP 5.3 - Santa Cruz e Guaratiba

� alto índice de solicitação e implantação de quebra molas.

� pouca participação da comunidade.

� semáforos não sincronizados.

AP 5.2 Campo Grande

Cabe ressaltar a iniciativa desta coordenadoria no desenvolvimento de um software

para controle da manutenção preventiva de sinalização vertical e horizontal que quantifica

valor de mão-de-obra, produtividade e também possui cadastro do material instalado. O

objetivo é aumentar a vida útil do patrimônio instalado, reduzir o custo com o investimento e

ainda melhor alocá-lo, para auxiliar no dimensionando de equipe e equipamento. Utiliza

também dados estatísticos para estimativa de necessidades orçamentárias. A utilização de

ferramentas, como planilhas de preços da Fundação Getúlio Vargas, e as constantes

atualizações do software proporcionam confiabilidade às suas informações, que

posteriormente poderão ser utilizadas para a criação de indicadores.

Face à dificuldade de controle do grande volume de documentos que tramita na

coordenadoria, foi desenvolvido um outro software de cadastro de entrada e saída de

documentos (CESD), que, além de classificá-los, monitora sua localização e seu status. A

interface amigável com o usuário facilita o acesso a qualquer pessoa habilitada, permitindo

o conhecimento de informações básicas que podem ser utilizadas na ausência do

responsável pelo processo, bem como possibilita emissão de relatório consolidado com as

ações de sinalização implementadas num dado período.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 23

Considerando a qualidade dos softwares desenvolvidos e a carência existente nas

demais coordenadorias, conclui-se a necessidade da CET-RIO analisar a possibilidade de

oficializar estas ferramentas e posteriormente fornecê-las a todos de forma a atender às

necessidades e uniformizar os procedimentos.

7. CONTRATOS DE SINALIZAÇÃO GRÁFICA HORIZONTAL E VERTICAL

Na análise dos processos administrativos que versam sobre a Implantação de

Sinalização Gráfica Horizontal e Vertical no Município do Rio de Janeiro, foram verificados

tanto os aspectos formais da licitação do contrato quanto da execução contratual, bem

como os pagamentos efetuados, atestações, retenções e posteriores recolhimentos.

Os contratos firmados para a execução dos serviços foram decorrentes da

Concorrência nº 05/03, que, ao dar entrada neste Tribunal, formou o processo TCMRJ

nº 40/4644/03, conhecido e arquivado em sessão de 20/08/2003, nos termos do voto do

relator, Conselheiro Fernando Bueno Guimarães.

O orçamento inicial dos serviços foi estimado em R$ 8.000.000,00, divididos entre

a Secretaria Municipal de Transportes e a CET-RIO, sendo que, a partir do exercício de

2005, a responsabilidade passou totalmente para Companhia de Engenharia de Tráfego.

Os serviços foram divididos em 10 lotes abrangendo as diversas áreas de

planejamento (AP), dando origem aos contratos administrativos a seguir relacionados:

Lote / AP Contrato Valor(R$) Favorecido

1- Centro e adjacências 20/03 784.154,30 Trigonal Engenharia Ltda.

2 - Zona Sul 12/03 994.892,81 Planex Engenharia Ltda.

3 – Tijuca e adjacências 19/03 799.558,19 Sinape Sinalização e Segurança Ltda.

4 -Méier e adjacências 28/03 793.636,96 Cristacol Sinalização de Rodovias Ltda.

5 - Ilha e Leopoldina 18/03 994.999,81 Sinasc Sinalização e Conservação Ltda.

6 -Madureira e Irajá 16/03 796.004,42 Sinasc Sinalização e Conservação Ltda.

7 -Barra e Recreio 27/03 996.796,98 Sirga Engenharia Ltda.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 24

- continuação -

Lote / AP Contrato Valor(R$) Favorecido

8 -Deodoro e Realengo 22/03 795.593,24 Serplex Engenharia Ltda.

9- Campo Grande e adj. 21/03 589.777,37 Jardiplan Urbanização e Paisagismo Ltda.

10- Santa Cruz, Guaratiba 13/03 394.002,34 Consladel Construtora Ltda.

Fonte: Processo Administrativo nº 003/200.632/2003.

8. CONTRATOS DE SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA

Os serviços de manutenção preventiva e corretiva, incluindo a reposição do

material defeituoso, nos equipamentos semafóricos para os equipamentos pertencentes ao

sistema de Controle de Tráfego por Área (CTA) da cidade do Rio de Janeiro estão sendo

executados, por um período de 24 meses, pelas empresas abaixo relacionadas frutos da

licitação sob a modalidade de Concorrência nº 008/2003.

Módulos Contrato

(Nº)

Valor (R$) Favorecido Data de término

prevista

I 4 307.153,67 Telvent Brasil S.A. 11/02/2006

II 5 309.979,81 Telvent Brasil S.A. 11/02/2006

III 6 349.375,81 Telvent Brasil S.A. 11/02/2006

IV 7 337.215,52 Telvent Brasil S.A. 11/02/2006

VI e VII 9 275.448,00 Casa Verre Indústria e Comércio Ltda. 18/03/2006

V 10 326.762,40 Sirga Eng. E Controle de Qualidade Ltda. 05/05/2006

Fonte: Processo Administrativo nº 003/200.838/2003

Devido à falta de infra-estrutura de pessoal e logística para fiscalização destes

contratos, o pagamento foi estipulado com base em valor fixo mensal, obtido mediante

estudos desenvolvidos pela Gerência de Controle de Tráfego (GCT). Ou seja, através da

estatística histórica dos dados de índice de falhas, desgaste, quantidade de atendimentos,

entre outros, estimou-se um valor mensal para que a empresa mantivesse o sistema em

perfeito estado de funcionamento, aparência e obediência às normas técnicas pertinentes.

A vantagem deste sistema é que passa a ser interesse da contratada a maior eficiência do

sistema e o trabalho de fiscalização é facilitado.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 25

A manutenção nos equipamentos eletrônicos (Controladores Locais e Centrais de

Área) em nível de troca de placas de circuito impresso montadas ficou a cargo exclusivo

dos técnicos da CET-RIO. Todos os gastos com elementos de encaixe, proteção e fixação,

como parafusos, fusíveis, armários, porcas e toda peça necessária para esta finalidade,

bem como todo material necessário para fundação dos postes e bases, correm por conta da

contratada.

Nestes contratos, a manutenção corretiva consiste em eliminar os problemas

diagnosticados nos equipamentos, que são objeto do contrato, mantendo o perfeito estado

de funcionamento dos blocos semafóricos, colunas e suportes, cabos de comunicação,

laços indutivos e botoeiras.

Já a manutenção preventiva consiste em realizar mensalmente revisões gerais dos

equipamentos, inclui a conservação de sua aparência. No caso dos controladores

semafóricos incluirá a revisão geral da parte elétrica, limpeza interna e externa e pintura do

gabinete, sempre que determinado pela fiscalização da CET-RIO. Para os demais

equipamentos da interseção, consiste na limpeza das lentes, refletores e caixas de módulo

focal e pintura, quando necessária, de grupos focais, anteparos e colunas; revisão, limpeza,

recomposição/troca de anéis e de tampas das caixas de passagem e da rede de dutos.

8.1. Contrato de sinalização semafórica para a área fora do CTA

Para a área não abrangida pelo CTA, foi celebrado o Contrato nº 038/01 no valor

inicial de R$ 2.149.019,22, assinado em 12/11/01, que tem por objeto a prestação dos

serviços de manutenção semafórica preventiva e corretiva, implantação, remanejamento,

retirada, emergência, apoio às atividades de operação dos equipamentos e da sinalização,

além da manutenção corretiva e preventiva nos controladores eletromecânicos, eletro-

eletrônicos e eletrônicos. O termo contratual, Processo nº 40/4905/01, foi conhecido e

arquivado em Sessão de 03/02/03 nos termos do Voto do Relator, Conselheiro Maurício

Azedo, tendo sido aditivado pelos seguintes termos:

1) nº 075/02 (TCMRJ nº 40/6815/02), assinado em 08/11/02, tendo como objeto a

prorrogação do prazo por mais 12 meses com término previsto para 11/11/03 – conhecido e

arquivado em Sessão de 22/09/04.

2) nº 027/03 (TCMRJ nº 40/2844/03), assinado em 01/04/03, tendo como objeto o

acréscimo de quantitativo no valor de R$ 20.880,00 – conhecido e arquivado em Sessão de

22/09/04.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 26

3) nº 089/03 (TCMRJ nº 40/6980/03), assinado em 10/11/03, tendo como objeto

prorrogar por mais 24 meses o prazo de vigência. A justificativa apresentada para a

prorrogação, aceita por esta Corte, foi a de que o valor a ser pago pelos serviços seria

consideravelmente menor (31%) se o contrato fosse prorrogado e corrigido pelo IPCAE,

conforme determina a Prefeitura, em vez de feita a atualização dos valores dos itens da

planilha de materiais e serviços pelo SISCOB – conhecido e arquivado em Sessão de

22/09/04.

Foram analisados os processos de pagamentos referentes aos exercícios de 2004

e 2005, com objetivo de verificar adequação dos mesmos às normas contratuais, com

referência aos valores pagos, retenção de tributos e seus devidos recolhimentos, não sendo

encontrada nenhuma divergência.

Selecionaram-se, para fins de verificação algumas notas fiscais onde constava

aquisição de controladores eletrônicos, sendo este o item de maior relevância econômica

dentre o material adquirido. De posse desses dados e acompanhado do Sr. Marcelo

Henrique da Silva Simões, fiscal do contrato, visitou-se o local de instalação dos

controladores não sendo possível a verificação da numeração patrimonial, uma vez que a

CET-RIO não utiliza plaqueta ou qualquer outro tipo de identificação nos equipamentos

urbanos instalados na rua.

Ressalta-se ainda que, embora os

controladores sejam instalados dentro de

gabinetes fechados e em local de difícil

acesso, estas precauções não impediram

o vandalismo, conforme fotos.

Foto1: Controlador violado na av. Lobo Junior

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 27

Verificou-se também a instalação recente de sinalização prevista no contrato,

conforme fotos a seguir:

Fotos 2 e 3 : Bloco repetidor da Rua Cambaúba substituído por outro devido a vandalismo.

No processo administrativo estava inserido o memorando nº 01 de 12/07/05

assinado pelo Sr. Adalberto Garcia Junior – matrícula nº 1.550.042-4 e pela Sra. Kriseida

C. P. Guedelha – matrícula nº 1.550.711-0, nomeados fiscais do contrato pela Portaria “P”

nº 086/05, de 30/06/05, onde solicitam: a) providenciar auditoria externa em todo o

processo, face às inúmeras dúvidas em relação à documentação e do ocorrido ao longo do

tempo de execução do contrato, quase quatro anos; b) a paralisação do contrato para que

se possa realizar a auditoria solicitada; c) que os casos de emergência sejam realizados,

somente com autorização da nova fiscalização e de acordo com as normas e

procedimentos a serem determinados pela Presidência da CET-RIO.

Não constava dos autos qualquer manifestação da Diretoria da CET - RIO a

respeito da solicitação feita pelos fiscais.

Esta equipe de inspeção solicitou uma listagem atualizada com a relação dos

processos de sindicância abertos no período de janeiro a outubro/05. Não se constatou

nenhum processo cujo objeto estivesse relacionado ao pleito em questão.

Indagada a respeito sobre a solicitação dos fiscais mencionados anteriormente, a

Diretora de Administração e Finanças (DAF) – Sra Deise Fuoco Ballona, forneceu

documentação onde consta:

1) Parecer da Assessoria Jurídica – onde destaca que a responsabilidade dos

fiscais, agora nomeados, não tem, nem poderia ter, qualquer relação com fatos ocorridos no

passado, antes da nomeação.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 28

2) Esclarecimentos da DAF – dentre os quais destacam-se informações de que até

a presente data não foi possível definir qual o tipo de material deverá ser utilizado para

identificação dos bens instalados em vias públicas, em função da durabilidade, e que os

bens substituídos são baixados no patrimônio e a sucata fica sob a guarda da Divisão de

Manutenção Semafórica da GCT.

3) Parecer da Auditoria Geral da Controladoria Geral do Município – esclarecendo

que, pela análise dos documentos, não foi possível identificar a que se referem os fiscais

quando afirmam “inúmeras dúvidas que temos em relação à citada documentação e ao

ocorrido ao longo deste tempo, quase quatro anos, o qual não podemos nos

responsabilizar”. Entendendo que a substituição dos fiscais designados para fiscalização

dos contratos é um ato comum na Administração Pública e que deverá ser efetuada

seguindo rigorosamente os procedimentos previstos na legislação aplicável, no edital e no

contrato, e que a responsabilidade é cobrada a partir de suas designações e recairá sobre

seus atos e omissões a partir desse momento. No que se refere à solicitação de auditoria

para verificar e validar os procedimentos adotados anteriormente, a Auditoria Geral

esclarece que trabalha com planejamento anual, selecionando os objetos de suas análises

de acordo com sua metodologia de trabalho; e considerando que a Administração Pública

possui inúmeros contratos e que as substituições de fiscalização ocorrem freqüentemente,

a auditoria não deve realizar seus exames, necessariamente, no momento dessas

substituições. Entretanto, pode ensejar uma ação extraordinária o fato de ser constatado

pela fiscalização indícios de irregularidades, desde que a Auditoria Geral seja comunicada

formalmente, o que proporcionará prioridade em seu planejamento para a realização desse

trabalho.

4) Ofício nº 175/GAB – O Chefe do Gabinete/ CET-RIO – Sr. Dalny Araújo

Sucasas, face ao apontado pelos fiscais no memorando nº 01/05, solicita a inclusão desse

contrato na rotina de procedimento da Auditoria Geral.

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Auditoria no Programa Sinalização Rio 29

8.2. Da execução do contrato

As solicitações de serviços são destinadas aos fiscais que, após certificarem a

ocorrência, as repassam à empresa contratada, via rádio, e, posteriormente, formalizam as

mesmas, através de uma ordem de serviço. Findo cada serviço, também, via rádio, o fiscal

é avisado da realização do mesmo que posteriormente confere o seu resultado. Em

seguida, a contratada informa, via e-mail ou fax, o total de serviços realizados numa jornada

diária de trabalho para fins de atestação das devidas faturas.

A sistemática implantada não garante a segurança necessária, uma vez que a

fiscalização não terá condições de acompanhar o serviço, já que possuem outras

demandas de trabalho em suas respectivas Coordenadorias Regionais de Tráfego. Com

isso, as informações ficam nas mãos da contratada.

9. DA SINALIZAÇÃO FOCADA PARA PESSOAS

PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA

A Lei nº 10.098/94 estabelece normas e critérios básicos para a promoção da

acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. No

art.2º7, inciso I, a lei define o que é acessibilidade e ainda prevê, em seu art.9º8, que os

semáforos para pedestres deverão estar equipados com mecanismo sonoro que sirva de

guia ou orientação para a travessia de pessoas portadoras de deficiência visual, no caso

das vias com intenso fluxo de veículos.

7 art.2º Para os fins desta lei são estabelecidas as seguintes definições:

I- acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.

8 art.9º- Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas deverão estar equipados com mecanismo que emita sinal sonoro suave, intermitente e sem estridência, ou com mecanismo alternativo, que sirva de guia ou orientação para a travessia de pessoas portadoras de deficiência visual, se a intensidade do fluxo de veículos e a periculosidade da via assim determinarem.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 30

Da análise do edital de Concorrência nº 008/2003, cujo objeto é a manutenção

corretiva e preventiva dos conjuntos semafóricos, infra-estrutura e demais equipamentos

pertencentes ao Sistema de Controle de Tráfego por Área (CTA), com 10 orçamentos

discriminados por lote que varia de acordo com cada AP, não foram encontradas evidências

a respeito da previsão para o fornecimento de equipamentos de sinalização semafórica

especial voltados para atender o deficiente físico. O PPA 2002/2005 e as metas para 2005,

divulgadas na Prestação de Contas da CET-RIO para o exercício 2004, também não indica

qualquer tipo de ação neste sentido.

Segundo o último censo realizado pelo IBGE, no ano de 2000, 14,8% da população

carioca convive com algum tipo de deficiência9, isto é, 1 em cada 7 cariocas é portador de

deficiência.

O Instituto Municipal Pereira Passos realizou um trabalho publicado no Rio Estudos

nº 149, dando um retrato minucioso da realidade das pessoas com deficiência na cidade do

Rio de Janeiro objetivando subsidiar a ação gerencial das diversas instâncias da Prefeitura

com os dados necessários para favorecer a eficiência. Esse trabalho discriminou os dados

estatísticos por tipo de deficiência física. A seguir destaca-se o gráfico com a proporção de

pessoas com alguma dificuldade visual, segundo as regiões administrativas em 2000.

9 Deficiências abrangidas pelo Rio Estudos nº149: mental permanente, deficiência física, deficiência visual, deficiência auditiva

e deficiência motora.

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Auditoria no Programa Sinalização Rio 31

Fonte Rio Estudos nº 149 fls 11

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 32

10. DA IMPLANTAÇÃO DE PÓLOS GERADORES DE TRÁFEGO

Nas cidades com maior densidade demográfica, um dos problemas mais graves no

processo de urbanização reside na circulação de veículos, usualmente desordenada, e

incongruente com o número de vias terrestres, com a qualidade e largura das ruas e com a

grande quantidade de pessoas que se deslocam nos centros urbanos.

Diz o Estatuto da Cidade (Lei nº10.257/2001), em seu art.2º, VI, alínea d, que se

deve evitar “a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como

pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente”

De acordo com o Roteiro de Municipalização do Trânsito do DENATRAN, compete

ao órgão executivo a autorização das construções que vão atrair grande movimento de

pessoas, como por exemplo supermercados, shoppings, exposições, escolas e etc., os

chamados Pólos Geradores de Tráfego.

Embora na Prestação de Contas de 2004 da CET-RIO tenha sido informado que

foram analisados 419 empreendimentos caracterizados como pólos geradores de tráfego,

na prática, não se encontraram evidências de integração entre as Coordenadorias

Regionais de Tráfego (CRT), com outras áreas da prefeitura, como as Secretarias

Municipais de Habitação, de Urbanismo e de Meio Ambiente, no tocante à implementação

de novos programas efetuados pela própria Prefeitura e que possam funcionar como novos

pólos geradores de tráfego. Cita-se como exemplo a implantação de um conjunto

residencial do programa Morar Bem da Secretaria Municipal de Habitação na região de

Santa Cruz sem a devida aquiescência junto à CRT da região, que é o órgão responsável

pela fiscalização de projetos e obras contratadas pela companhia ou dos serviços

executados por terceiros que venham a interferir na circulação viária. Esta ação deveria

ocorrer ainda na fase de planejamento, permitindo que as secretarias municipais pudessem

atuar de maneira coordenada, e que as ações do governo pudessem ser articuladas com as

iniciativas não-governamentais.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 33

11. DA PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO

Segundo o Roteiro de Municipalização do Trânsito do DENATRAN, a boa

administração do trânsito é uma forma de aumentar a cidadania e aproximar a

administração municipal da população. A participação da população é o que vai fazer a

diferença cabendo ao órgão executivo de trânsito estimular as discussões, as sugestões e a

expressão de novos pontos de vista da população.O Código de Trânsito Brasileiro (CTB)

estabelece que todo cidadão tem direito de solicitar ou sugerir alterações de trânsito e que

todo órgão executivo tanto municipal, estadual ou federal, deve responder no prazo mais

rápido possível.

Este canal de comunicação entre CET-RIO e população pode ser feito diretamente

através das Coordenadorias Regionais de Trânsito (CRT), pela Ouvidora do Município ou,

no caso de sinalização semafórica, através do telefone do disque-sinal :2508-5500.

Ao contrário da sinalização semafórica, qualquer pedido com relação à sinalização

gráfica, horizontal ou vertical, deverá ser encaminhada primeiramente para a Ouvidoria e,

posteriormente, encaminhada para a Companhia que, por sua vez, encaminhará à

respectiva Coordenadoria Regional de Tráfego para ser analisado e atendido.

Através da iniciativa promovida pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, foi

realizado, no mês de setembro de 2005, o 1º Fórum Municipal de Trânsito, com objetivo de

buscar parceria do cidadão com técnicos e administradores para discussão das questões

do trânsito. O evento foi realizado em três locais e datas distintas e os seguintes tópicos

foram abordados:

• Apresentação do trabalho realizado pela CET-RIO e suas dificuldades;

• Educação no trânsito;

• Apresentação dos recursos e relatórios da ferramenta Caviar;

• Divulgação dos canais de informações e solicitações tais como Ouvidoria, e-

mail etc;

• Entrega de questionário aos participantes para coleta de sugestões.

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Relatório de Auditoria Operacional 34

12. PATRIMÔNIO

Conforme Decreto ‘N’ nº 18.360 de 30 de dezembro de 1999, são funções da

Divisão de Patrimônio da CET-RIO, entre outras, elaborar inventário de equipamentos,

materiais permanentes e materiais comuns e manter o sistema de classificação de material

da companhia, através de identificação, codificação e catalogação dos itens em estoque.

Com relação à sinalização, detectaram-se dificuldades de execução dessas atividades,

devido principalmente, a grande ocorrência de furto, vandalismo e ausência de um sistema

confiável de inventário do material instalado.

12.1. Inventário dos semáforos

O inventário dos semáforos é feito basicamente por local instalado, ou seja, a

substituição de um semáforo em determinado ponto não resulta em baixa e/ou acréscimo

de patrimônio. Apesar das colunas receberem um número de identificação, ainda não foi

encontrada uma solução para os blocos semafóricos, pois as etiquetas perdem as

características adesivas com o passar do tempo devido às características do material

utilizado e o qual não pode receber rebites devido à infiltração que pode comprometer o

equipamento. Outro ponto importante a se ressaltar é que, devido a dificuldades

orçamentárias, os equipamentos não são adquiridos em lote o que impossibilita a entrega

dos mesmos por parte do fornecedor já com identificação de patrimônio.

A falta de identificação dos blocos semafóricos facilita a incidência de furto, pois

permite a reutilização dos mesmos em outro local sem indícios da irregularidade.

A ausência de um efetivo controle patrimonial, em muito reduz a segurança da

fiscalização, na execução de contratos de sinalização. Os diversos postes, com ou sem

braços projetados, os blocos semafóricos e os controladores de tráfego não possuem

número de patrimônio que venha possibilitar qualquer tipo de controle. No caso dos

controladores de tráfego, o mais caro destes materiais, cerca de R$ 5.000,00 por unidade,

existe a hipótese de ser substituído por um novo e de ser trocado alguns de seus

componentes, tornando-o apto a ser reutilizado. Entretanto, não se encontraram evidências

de como se processa esta devolução nem como se verifica o reparo efetuado.

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Auditoria no Programa Sinalização Rio 35

Em alguns casos pode ocorrer o reaproveitamento de peças de semáforos

danificados, montadas para formação de uma unidade perfeita. Entretanto não existe uma

rotina de controle efetivo destes materiais reaproveitados; mais uma falha no controle

patrimonial. Da mesma forma, não existe controle da destinação do material sucateado

recolhido pelas empresas contratadas.

Atualmente não existe um almoxarifado em boas condições de segurança,

organização, com registros de entrada e saída que inspire a confiabilidade indispensável

para execução de um controle eficaz, conforme fotos a seguir.

Fotos 4 e 5: almoxarifado no CMS.

O valor dos bens inventariados, segundo último levantamento efetuado pela

Divisão de Patrimônio, foi de R$ 7.789.275,78, incluindo os materiais instalados em campo.

Pelo controle atualmente executado, não é possível identificar as baixas

ocasionadas por vandalismo, furto e depreciação.

12.2. Inventário de placas de sinalização

As placas de sinalização não são inventariadas. Não existe identificação de

patrimônio nas mesmas. Com relação aos postes, somente os de fixação de maior

dimensão recebem codificação e são inventariados (tipos G1 e G2) possibilitando controle.

O índice de furto e vandalismo e de deteriorização deste material, segundo

informações prestadas pelos Coordenadores, é muito alto, e a ausência de um inventário

bem feito inviabiliza a estimativa precisa dos valores gastos com as reposições.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 36

A existência de um Centro de Manutenção de Sinalização (CMS), localizado em

São Cristóvão, que executa fabricação e reparo de placas de sinalização, minimiza custos

com a deteriorização do patrimônio.

Não foi detectado um planejamento conciso, com cronograma, objetivos, metas e

parcerias, objetivando o desenvolvimento de novos materiais para confecção de placas de

sinalização vertical, com menor atrativo comercial, objetivando minimizar a incidência de

furto. Está em fase de teste a utilização de placas de material reciclável do tipo PET. A

princípio, a vida útil da mesma é menor, entretanto, considerando a redução do índice de

furto, a sua durabilidade seria maior.

Com relação ao vandalismo, não foi detectada uma política contínua de

conscientização junto à população.

Fotos 5 e 6: Vandalismo de bloco-repetidor e furto de bloco semafórico principal.

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Auditoria no Programa Sinalização Rio 37

13. RECURSOS FINANCEIROS DO PROGRAMA

13.1. Introdução

A CET-RIO iniciou o ano de 2005 com um orçamento inicial de R$ 54.871.700,00.

A seguir é demonstrada a distribuição do orçamento atualizado até novembro/2005,

comparativamente ao ano de 2004, pelos programas executados.

Em R$

Programas 2004 2005 (até 11/05)

Operação e Fiscalização de Trânsito (0074) 2.244.695,28 4.821.180,00

Sinalização Rio (0077) 13.113.139,83 25.786.700,00

Educação e Segurança para o Trânsito (0075) 50.120,00 41.480,00

Fonte: Relatórios extraídos do FINCON

Considerando-se apenas o Programa Sinalização Rio, a execução apresentava-se

da seguinte forma até novembro/2005:

Recursos destinados ao programa Sinalização RIO

0,00

5.000.000,00

10.000.000,00

15.000.000,00

20.000.000,00

25.000.000,00

30.000.000,00

Orçamento Previsto (R$) 20.197.483,64 19.974.855,33 17.314.504,00 25.786.700,00

Orçamento Executado (R$) 17.724.223,55 19.491.499,26 13.113.139,83 19.665.838

2002 2003 2004 2005 (até nov.)

Observa-se que, ao longo dos anos há sempre diferença entre a dotação

inicialmente prevista e a executada. Em 2004, esta foi de R$ 4.201.364,00 o que

corresponde a uma redução de 24,26%. Já em 2005, apesar do aumento na dotação

inicialmente prevista esta diferença foi da ordem de R$ 6.120.862,00, ou seja, 23,74%.

Segundo informações da Assessoria de Orçamento isto se deve a contenções

orçamentárias.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 38

Os dados apresentados, todavia, não refletem todos os desembolsos efetuados

com o programa de sinalização Rio, uma vez que nos contratos de sinalização gráfica

horizontal e vertical celebrados pela CET-RIO houve um investimento, a partir de 2003, por

parte da Secretaria Municipal de Transportes – SMTR, da ordem de R$ 4,5 milhões, que

correspondeu a investimentos na implantação de sinalização gráfica horizontal e vertical na

cidade do Rio de Janeiro.

13.2. Da Parceria com o Ministério das Cidades

O Ministério das Cidades instituiu a Secretaria Nacional de Transporte e da

Mobilidade Urbana – SEMOB com a finalidade de formular e implementar a política de

mobilidade urbana sustentável, entendida como a reunião das políticas de transporte e de

circulação, e integrada com a política de desenvolvimento urbano, com a finalidade de

proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, priorizando os modos de

transporte coletivo e os não-motorizados, de forma segura, socialmente inclusiva e

sustentável.

A atuação da SEMOB encontra-se centrada em três eixos estratégicos que

agrupam as questões a serem enfrentadas, quais sejam:

• Promover a cidadania e a inclusão social por meio da universalização do acesso aos

serviços públicos de transporte coletivo e do aumento da mobilidade urbana;

• Promover o aperfeiçoamento institucional, regulatório e da gestão no setor;

• Coordenar ações para a integração das políticas da mobilidade e destas com as

demais políticas de desenvolvimento urbano e de proteção ao meio ambiente.

No âmbito do Ministério das Cidades, no que tange ao transporte e mobilidade, a

Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana – SEMOB - é responsável por

diversas ações que compõem o Programa Mobilidade Urbana descrito a seguir.

O Programa Mobilidade Urbana é um dos programas do Ministério com o qual

pretende-se promover a articulação das políticas de transporte, trânsito e acessibilidade, a

fim de proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço de forma segura, socialmente

inclusiva e sustentável.

Para tanto, prioriza a implementação de sistemas de transportes coletivos , dos

meios não motorizados (pedestres e ciclistas), da integração entre as diversas modalidades

de transportes, bem como a implementação do conceito de acessibilidade universal para

garantir a mobilidade de idosos, pessoas com deficiência ou restrição de mobilidade.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 39

Ao valorizar o direito à circulação para todos os cidadãos, bem como a redução dos

efeitos negativos produzidos nos grandes centros urbanos – poluição, congestionamentos e

acidentes - , busca-se melhorar a qualidade de vida em nossas cidades.

Dentro deste programa, existe a ação “Apoio a projetos de acessibilidade para

pessoas com restrição mobilidade e deficiência” cuja finalidade é prestar apoio a projetos

que promovam a acessibilidade às pessoas com restrição de mobilidade e pessoas com

deficiência física ou sensorial, através da implantação de infra-estrutura que garanta sua

circulação pela cidade pela integração entre os sistemas coletivos e não-motorizados com

conforto e segurança.

Essa ação atua segundo os princípios da Acessibilidade Universal que trata da

implantação de intervenções que contribuam para a melhoria da acessibilidade para

pessoas com restrição de mobilidade e deficiência, tais como rampas, sinalização horizontal

(piso tátil), vertical (sinalização em braile), sinalização com sonorização e remoções de

barreiras arquitetônicas em geral. Neste sentido, caberia uma parceria entre o Município do

Rio de Janeiro e o Ministério das Cidades a fim de aumentar a inclusão social dentro da

cidade.

O município que desejar obter recursos da esfera Federal poderá integrar esta

ação do Orçamento da União apresentando um projeto envolvendo a acessibilidade

universal segundo os parâmetros previstos num roteiro que se encontra disponível no site

<http:// www.cidades.gov.br>. Nesta página, encontra-se o roteiro, bem como os requisitos

necessários para participar do programa.

14. Análise STAKEHOLDER e Análise SWOT

Na análise de Stakeholders, classificaram-se nove categorias para os stakeholders

externos e oito categorias para os stakeholders internos. Colocando-se os stakeholders

tabelados anteriormente em uma matriz de posicionamento, combinando a importância e a

influência relativas dos mesmos, obteve-se uma maneira conveniente de visualizar as

respectivas posições relativas.

A análise Swot foi empregada como uma técnica facilitadora da identificação dos

problemas que podem afetar o Programa, separando seu ambiente interno do externo em

pontos que identificam as Forças e Fraquezas, Oportunidades e Ameaças do Programa.

Ambas as ferramentas encontram-se discriminadas em anexo.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 40

15. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

Entende-se por monitoramento de um projeto ou de um programa o

acompanhamento físico, financeiro e analítico das atividades ou ações executadas; dos

produtos, resultados e impactos gerados; do processo de sua execução; do contexto em

que ele se realizou; ou de qualquer outra dimensão que se queira acompanhar. Uma

característica básica da prática de monitoramento é que a mesma se refere a um processo

em andamento: somente se monitora algo que está acontecendo. (WWF / USAI, 2000).

O monitoramento envolve a coleta de informações sobre insumos, produtos,

atividades e circunstâncias que são críticas e relevantes para a efetiva implementação do

programa ou projeto.

Foi constatado que o programa não dispõe de um monitoramento completo,

apresentando algumas deficiências que serão abordadas ao longo deste item.

Após a etapa de monitoramento, é possível a realização da avaliação das ações e

de seus resultados. A avaliação é um exercício que efetua juízos sobre o valor ou mérito do

projeto, considerando a relevância dos objetivos e estratégias, a eficácia no alcance dos

objetivos e metas esperadas, a eficiência no uso dos recursos, o impacto e a

sustentabilidade da intervenção.

O monitoramento e a avaliação, bem como o planejamento, constituem

instrumentos de gestão e sua adoção está intimamente ligada aos propósitos de

desenvolvimento e sustentabilidade organizacionais.

Para o delineamento de um sistema de monitoramento e avaliação adequados, é

importante o cumprimento de algumas etapas, como:

a. Objetivos do programa

Consta como objetivo geral do programa 077 – Sinalização Rio, sinalizar para o

trânsito as vias da cidade do Rio de Janeiro.

O objetivo geral ou impacto esperado deve estar relacionado aos resultados de

longo prazo, ou aos impactos que o projeto/programa pretende gerar ou contribuir para o

seu alcance. É a condição ideal para a qual o projeto pretende contribuir. Por isso, o

objetivo geral encontra-se carente de uma estipulação de resultados de longo prazo que

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 41

seja mais adequada ao programa. A ausência de um marco inviabiliza avaliar se o objetivo

geral deste programa está sendo cumprido ou não.

O objetivo específico definido para o Programa está discriminado abaixo segundo o

tipo de ação prevista no Plano Plurianual 2002/2005.

Nº Ação Objetivo Específico

0208 Sinalização de Trânsito Implantar, modernizar e manter a sinalização nas

vias da cidade

3047 Implantação de sinalização semafórica e de

sistemas auxiliares de controle de tráfego

Implantar a sinalização nas vias da cidade

4068 Manutenção de Sinalização Gráfica Modernizar e manter a sinalização nas vias da

cidade

4069 Implantação de sinalização semafórica e de

sistemas auxiliares de controle de tráfego

Implantar a sinalização nas vias da cidade

4535 Manutenção dos CTAs Implantar, modernizar e manter o controle de

tráfego por Área - CTAs nas vias da cidade

Fonte: PPA 2002/2005

O objetivo específico deve representar os efeitos desejados e diretamente

decorrentes das atividades ou ações desenvolvidas no âmbito do programa. É o resultado

que o programa pretende alcançar. Dentro desse enfoque, o objetivo específico do

programa encontra-se carente de uma maior especificidade, isto é, uma maior riqueza de

detalhes.

b. Metas do programa

Até o ano de 2002, não existia nenhum tipo de meta estipulada pela Companhia. A

partir de 2003, foram estipuladas metas físicas e orçamentárias para cada ação do

programa e seus respectivos produtos.

As Coordenadorias Regionais de Trânsito (CRT) são as responsáveis pelo

acompanhamento da execução e informam mensalmente à Assessoria de Orçamento

(AOR) as quantidades executadas da meta de cada ação. Através das entrevistas

efetuadas por esta equipe com os coordenadores, não se evidenciou a metodologia

adotada para a previsão das metas estipuladas.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 42

De posse desses dados, a Assessoria de Orçamento faz uma planilha condensada

que integra o Anexo I – “Desempenho das Ações previstas no PPA” da Prestação de

Contas, cujos principais dados encontram-se relacionados a seguir.

2003

Ação nº

Descrição Meta física

prevista

Meta física alcançada

Orçamento previsto(R$)

Orçamento realizado(R$)

0426 Sinalização gráfica horizontal

implantada e mantida

40.000 m² 59.027 m² 3.293.921 2.702.909

0427 Sinalização gráfica vertical

implantada e mantida

8.580 un 9.228 un 2.523.866 1.454.741

0428 Sinalização Semafórica nas

Interseções Implantadas

64 un 90 un 4.024.141 3.829.577

2004

Ação nº

Descrição Meta física

prevista

Meta física

alcançada

Orçamento previsto(R$)

Orçamento realizado(R$)

0426 Sinalização gráfica horizontal

implantada e mantida

40.000 m² 45.741 m² 2.445.652,43 1.285.612,90

0427 Sinalização gráfica vertical

implantada e mantida

8.400 um 11.964 un 1.967.087,57 1.387.836,22

0428 Sinalização Semafórica nas

Interseções Implantadas

50 un 0 un 1.106.320,00 0,00

1060 Sinalização gráfica horizontal

implantada

2500 km 0 un 0,00 0,00

1061 Sinalização gráfica vertical

implantada

300 un 81 un 150.780,00 0,00

A justificativa para a distorção, porventura existente, entre as metas físicas

previstas e as metas alcançadas decorre de restrições orçamentárias. Com relação às

ações de nº 0428 e nº 1060, a sua não-realização se deu pelo fato de a dotação

orçamentária que daria cobertura à realização das metas físicas ter sido aprovada no

programa de trabalho da Secretaria Municipal de Transportes - SMTR.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 43

As metas físicas carecem de certo grau de valoração, ou seja, a Companhia pode

estipular como meta a confecção de 80 placas num ano sem determinar a dimensão dessas

placas e confeccionar com o mesmo recurso 120 placas de dimensões menores. Com isso,

embora, num primeiro momento, possa parecer que a Companhia apresentou uma maior

eficiência uma vez que produziu mais com os mesmos recursos, na prática não se

consegue evidenciar se tais placas, efetivamente, atenderam melhor aos objetivos do

programa.

A Meta é uma definição precisa dos objetivos específicos de um projeto/programa e

constitui uma forma de descrever os resultados esperados a partir das intervenções,

realizadas por um projeto ou programa. Na medida do possível, as metas devem

quantificar e/ou qualificar as situações esperadas e estabelecer prazos para sua realização.

Quanto melhor descrita e dimensionada estiver uma meta, mais fácil será definir os

indicadores que irão evidenciar o seu alcance. É uma explicitação detalhada dos resultados

esperados, a partir das ações que serão realizadas pelo projeto.

Muito embora já exista uma estipulação de metas para o programa, as mesmas

ainda se apresentam de forma inconsistente com relação ao Plano Plurianual, isto é, as

ações de uma maneira geral não discriminam o quanto já foi alcançado por esta em relação

ao definido, o que torna pouco claro se as metas pretendidas estão sendo alcançadas ou

não.

Além disto, para a gestão pública, é necessário que os objetivos e as metas

estejam diretamente ligados ao benefício gerado para a comunidade. A simples

quantificação das implantações executadas não pode servir como parâmetro de resultado à

população. São exemplos de utilização de objetivos e metas que traduzam melhorias de

qualidade de vida do cidadão a redução de acidentes e de congestionamentos.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 44

c. Indicadores

De acordo com a publicação “Técnicas de Auditoria” do Tribunal de Contas da

União - TCU, é com base nos indicadores que se podem aferir os resultados alcançados

pelos administradores e, ainda, possibilitam a avaliação qualitativa e quantitativa do

desempenho global da instituição, por meio da avaliação de seus principais programas e/ou

departamentos.

O estabelecimento de indicadores para monitorar a implementação de um

programa ou projeto, fornecendo uma base para posterior avaliação dos resultados, é

essencial. Um indicador é uma medida utilizada para mostrar as mudanças numa condição

ou situação específica, num determinado período de tempo. Permite verificar o grau de

alcance ou progresso do programa ou projeto.

Atualmente a Gerência de Informações Técnicas (GIT) está trabalhando num

modelo de indicadores para avaliação da qualidade da sinalização. Basicamente, foi criado

um critério de avaliação que atribui, num período pré-fixado, notas em diversos quesitos

relevantes. Este modelo matemático está atualmente pronto, entretanto, necessitando ter

os seus parâmetros examinados em minúcias e o peso dos mesmos definidos para que

resulte em uma nota. Uma Comissão formada por integrantes do grupo de trabalho de

sinalização foi designada para definição destes parâmetros que levaram em conta

resumidamente:

a. manutenção (grau de desgaste);

b. visibilidade (grau de obstrução, refletividade);

c. eficiência (índice de acidentes);

d. qualidade (fabricação); e

e. destaque (grau de visibilidade comparado aos outros elementos da paisagem).

Após sua conclusão, o modelo será alimentado com valores estipulados por fiscais

em vistoria de campo e, através dos pesos, a nota final será calculada. Esta atividade será

realizada periodicamente possibilitando a comparação com as metas desejadas e

construção de uma série histórica. Com isso, as metas, que hoje são estipuladas

considerando fatores quantitativos de material instalado e mão-de-obra despendida,

poderão ser mensuradas de forma qualitativa.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 45

Esta experiência encontra-se em estágio de desenvolvimento e necessitará de um

período de ajuste até que os dados possam refletir efetivamente a qualidade da sinalização.

Aperfeiçoamento que não será restrito ao escritório, mas principalmente ao trabalho de

campo incluindo treinamento da equipe de avaliadores.

Os dados poderão ser posteriormente cruzados com os índices de acidentes para

se analisar não somente a qualidade da sinalização, mas também se a solução implantada

é a melhor para o local em termos de engenharia de trânsito.

Embora a Gerência de Informações Técnicas (GIT) venha desenvolvendo tais

indicadores técnicos não se encontrou nenhuma evidência sobre a elaboração de

indicadores de desempenho ligados à sinalização gráfica, horizontal e vertical.

Devido à escassez de publicações e estudos a respeito do tema em análise,

disponível na literatura acadêmica, esta equipe não conseguiu contribuir com a sugestão de

indicadores capazes de instrumentalizar o gestor na avaliação de eficácia, eficiência e

efetividade dos projetos implementados.

15.1. Avaliação da Eficácia

A eficácia é a qualidade daquilo que produz o resultado esperado, ou seja,

corresponde à consecução dos resultados econômicos e sociais, ou seja, é chegar à

solução do problema. Uma ação é considerada eficaz quando atinge os objetivos

propostos, sejam eles materiais ou não. Portanto, a eficácia é medida pela relação entre os

resultados efetivamente alcançados e os pretendidos, como demonstra a fórmula seguinte.

Resultados alcançados Eficácia =

Resultados pretendidos

De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2005 (Lei nº 3.819/04), o

programa 077– Sinalização Rio, previu as ações a seguir destacadas.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 46

Ação Objetivo Específico Total

Implantação de Sinalização

Semafórica na Cidade

Implantação de semáforos nos seguintes logradouros: em frente ao nº

847, na estrada da Gávea, em São Conrado, Av. Dom Helder Câmara,nº

4045- Del Castilho- Rua Mar Grande, próximo ao

nº 10, na Cidade Alta, Cordovil- Rua Ana Teles, esquina com travessa

Pinto Teles, em Campinho

4

Implantação de Redutores

de Velocidade na Zona

Oeste

Implantar redutores de velocidade na zona oeste, especialmente na rua

Campo Alegre

4

Implantação de Sinal

Luminoso na AP.5

Implantar sinal luminoso na estrada da posse em Campo Grande 25

Fonte: Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2005.

Com relação à implantação de sinalização semafórica, não foram detectadas

evidências de sua realização. Segundo a Gerência de Controle de Tráfego - GCT, a falta

de recursos orçamentários impediu a execução das ações previstas na LDO/2005. Uma vez

que nenhuma das ações previstas na LDO foram implantadas, aplicando a fórmula de

eficácia, obtém-se o índice zero de eficácia.

Ressalta-se que estas metas, mesmo se realizadas, não deveriam traduzir eficácia

de gestão pública, pois as mesmas, por si só, não refletem ganhos sociais.

15.2. Avaliação da Eficiência

A eficiência encontra-se diretamente relacionada com a utilização racional dos

recursos. O incremento na eficiência representa proporcionalmente um aumento na

produtividade, pois uma ação eficiente torna melhor aquilo que já era feito. A eficiência

corresponde à relação entre resultados alcançados e recursos consumidos. Isso quer dizer

que a eficiência será atingida se, com os mesmos recursos (humanos, materiais, espaço,

tempo, etc.) consumidos, conseguem-se mais resultados, ou se consegue o resultado

esperado com um consumo menor de recursos.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 47

O programa observado encontra-se carente de um controle dos custos na

implantação de um projeto de sinalização. Por conseguinte, a comparação dos resultados

alcançados e recursos consumidos ficar prejudicada, impedindo a medição do grau de

eficiência que as ações ligadas à implantação, modernização e manutenção de sinalização

nas vias da cidade alcançaram. Ademais, dada a particularidade com que cada projeto de

sinalização é tratado dentro de cada coordenadoria regional de tráfego, ficou difícil obter a

sua customização no presente momento.

16. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Toda a legislação aplicada, bem como a bibliografia utilizada neste trabalho

encontra-se em anexo.

17. CONCLUSÃO

Diante do exposto e visando contribuir para a melhoria do desempenho do

Programa Sinalização Rio, resguardada a discricionariedade da Jurisdicionada, a seguir são

apresentadas Recomendações e Oportunidades de Melhoria, bem como solicitados

Esclarecimentos/Justificativas.

17.1. Recomendações à CET- RIO

I. Que as metas físicas passem a traduzir eficácia da gestão pública em termos de

retorno ao cidadão de forma a desenvolver ferramentas de controle e avaliação das

ações, bem como seja dada a devida transparência no tocante à metodologia adotada

para a previsão das metas estipuladas ( subitem 15.b).

A análise ou avaliação das ações visa estabelecer se as intervenções

governamentais produzem os efeitos propostos, e para tanto, são necessários um

planejamento prévio e o estabelecimento de metas a serem alcançadas.

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 48

II. Que desenvolva indicadores de desempenho, ligados à Sinalização Gráfica, horizontal

e vertical objetivando instrumentalizar o gestor na avaliação da eficácia, eficiência e

efetividade dos projetos implementados, permitindo, inclusive, correções mais rápidas

e precisas, durante a fase de implementação (subitem 15.c).

III. Que seja reformulado o objetivo geral do programa a fim de que o mesmo passe a

estar relacionado aos resultados de longo prazo, ou aos impactos que o

projeto/programa pretende gerar ou contribuir para seu alcance (subitem 15.a).

IV. Que seja reformulado os objetivos específicos do programa a fim de adequá-los com

os efeitos desejados e diretamente decorrentes das atividades ou ações desenvolvidas

no âmbito do programa (subitem 15.a).

V. Implantar um sistema de Monitoramento das ações/projetos implementados no

Programa de Sinalização Rio ( item 15 ).

O monitoramento vem a se constituir num instrumento de interação entre o

planejamento e a execução, possibilitando a correção de desvios e a retroalimentação

permanente de todo o processo de planejamento, pela experiência vivenciada com a

execução.

Foi verificado que a CET-RIO não possui um sistema de monitoramento e

avaliação adequado.

VI. Que seja estudada a possibilidade de se desenvolver um sistema capaz de controlar

os custos na implantação de um projeto de sinalização a fim de possibilitar a

comparação entre os resultados alcançados e os recursos consumidos

(subitem 15.2).

VII. Que se institucionalize um registro consolidado sobre as placas e demais

equipamentos de sinalização existentes em cada logradouro sob vinculação das

coordenadorias.(subitem 12.2)

VIII. Que sejam programadas vistorias nas áreas de ação e elaborados relatórios

específicos que deverão registrar também o desaparecimento de placas e outros

equipamentos de sinalização (subitem 12.2).

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 49

IX. Que se verifique a possibilidade de utilização de placas confeccionadas com material

de menor valor comercial (tipo pet, etc.), objetivando reduzir as despesas com este tipo

de serviço e evitar que as ruas fiquem sem a sinalização adequada devido a furtos.

( subitem 12.2)

X. Que se verifique a possibilidade de se uniformizarem os procedimentos que devem ser

observados em relação aos controles da execução dos serviços de sinalização gráfica,

visando aperfeiçoar as informações indispensáveis para o planejamento, execução e

controle das atividades desenvolvidas, a racionalização dos serviços, a sua

customização, o aperfeiçoamento do sistema, bem como a avaliação quanto à

prestação de serviços pelo contratado.(subitem 6.2)

XI. Que nos próximos certames objetivando a contratação de serviços de sinalização

semafórica haja previsão de equipamentos sonoros ou afins, objetivando atender o

disposto no art. 9º da lei nº 10.098/94. (item 9)

XII. Que seja treinada uma nova equipe para operar os simuladores de tráfego.

(subitem 5.5)

17.2. Oportunidades de Melhoria

A constatação de alguns pontos de deficiência na política de planejamento,

implantação e execução do programa Sinalização Rio neste Município enseja

oportunidades de melhoria a serem implementadas:

I. Que se viabilize a ampliação dos serviços de Boletim de Trânsito para as demais áreas

do CTA (Campo Grande, Santa Cruz, etc.) conforme mencionado no subitem 4.2;

II. Que se viabilize a ampliação das câmeras de TV para os demais módulos do CTA

( subitem 4.2);

Convênios

III. Que seja estudada a possibilidade de se efetuar convênio com as seguintes

entidades: Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros (subitem 4.3)

A atuação da Guarda Municipal nas operações de trânsito já é uma realidade na

cidade do Rio de Janeiro. Portanto, seria de grande valia firmar um convênio em que a

Guarda coopere com a CET- RIO na coleta de informações a respeito do estado de

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 50

conservação dos equipamentos de sinalização instalados nos diversos logradouros em

que aquela atue. Estes dados poderão ser fornecidos através de um relatório técnico

desenvolvido pelo corpo técnico da companhia. Isto permitiria um cadastro de dados

sobre as condições da sinalização implantada e mantida pela

CET-RIO, bem como ampliaria o poder de fiscalização da companhia sobre as

empresas terceirizadas que prestam tais serviços.

Por outro lado, a celebração de convênio junto ao Corpo de Bombeiros permitiria

uma continuidade no cadastro de informações a respeito dos acidentes de trânsito, o

que permitiria, à companhia, possuir uma série histórica dos acidentes de trânsito

ocorridos na cidade possibilitando, ainda, desenvolver uma série histórica sobre o

indicador de acidentes de trânsito ocorridos por mês.

IV. Que se viabilize uma conexão entre as diversas coordenadorias e o sistema CAVIAR

de forma que as mesmas possam acessar os dados atualizados a qualquer

instante(subitem 5.2);

Recursos humanos

V. Que se invista na especialização do quadro técnico da CET-RIO, bem como em sua

capacitação e atualização (subitem 5.6);

VI. Que se estude a viabilidade de intercâmbio técnico objetivando buscar novas

tecnologias e filosofias para a solução de problemas do trânsito (subitem 5.6);

VII. Que se viabilize uma forma de utilização dos softwares de controle desenvolvidos pela

AP 5.2 (Campo Grande) nas demais controladorias objetivando uniformizar os

procedimentos (subitem 6.2);

VIII. Que seja estudada a possibilidade de se promoverem estudos visando a uma maior

integração entre as Coordenadorias Regionais de Tráfego com as outras áreas da

Prefeitura, no tocante à implementação de novos programas efetuados pela Prefeitura

e que possam funcionar como novos pólos geradores de tráfego ( item 10 );

IX. Que sejam executados de ensaios em fábrica para se encontrar uma solução para a

identificação dos materiais, comprar equipamentos em lote e um almoxarifado em boas

condições físicas e operacionais são pontos fundamentais para melhorar o controle e

minimizar perdas de patrimônio (subitem 12.1);

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Auditoria no Programa Sinalização Rio 51

Conscientização da importância da Sinalização

X. Que se invistam maiores recursos em Campanhas de Preservação dos Equipamentos

Urbanos de Sinalização (subitem 12.2 );

Após a implantação da sinalização, é desejável que o poder público mantenha a

população mobilizada através de campanhas de sensibilização e de educação do

trânsito. Além disso, poderá ser disponibilizado na página da companhia um canal

direto de comunicação de denúncia de ações de furto /vandalismo no qual o cidadão

poderá efetuar a sua denúncia sem correr o risco de se expor.

Como exemplo de boas práticas a serem seguidas, pode-se citar o trabalho

desenvolvido pela operadora de telefonia fixa TELEMAR no sentido de minimizar as

ocorrências de vandalismo em orelhões. O projeto inclui a conscientização da

população da importância dos equipamentos através de campanhas de mídia,

panfletos e cartões telefônicos. Além disso, possui canais de denúncia através de

telefone e internet. Neste último, a pessoa pode formalizar a denúncia enviando um

correio eletrônico através do site < http://www.telemar.com.br/>.

A equipe de inspeção visitou a empresa TELEMAR e em contato com o gerente

responsável, Sr. Wilson Bôtto, informou que este tipo de campanha produziu

resultados significativos na redução dos vandalismos.

XI. Que se busquem parcerias com o Ministério das Cidades através da SEMOB (subitem

13.2).

17.3. Esclarecimentos e Justificativas junto à CET- RIO

I. Que se informe se existem planos de integrar todos os módulos do município ao CTA,

de forma a executar operações remotamente (subitem 4.1);

II. Que se informe qual a situação da licitação para os novos contratos de

implantação/manutenção e se nos mesmos serão contempladas infra-estrutura de

apoio às Coordenadorias Regionais (subitem 4.3);

III. Que se informe se existe confirmação da criação de um novo CTA na Barra de forma a

desafogar o sistema atualmente instalado (subitem 4.5);

IV. Que se justifique a ausência de continuidade das medições e esclarecer as ações que

estão sendo tomadas no sentido de evitá-la (subitem 6.1);

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SCE / 6ª Inspetoria Geral de Controle Externo

Relatório de Auditoria Operacional 52

V. Que se informe qual é o tempo médio entre o recebimento das solicitações de

sinalização via Ouvidoria e o seu pronto atendimento pela respectiva Coordenadoria

Regional de Tráfego e se o mesmo é considerado adequado por parte da Companhia

(item 11).

17.4. Proposta de Encaminhamento

Por fim, submetendo o presente relatório à consideração superior, sugerimos o

encaminhamento de cópias do presente:

a) à Secretaria Municipal de Transportes- SMTR;

b) à Companhia de Engenharia de Tráfego- CET-RIO;

c) à Comissão Permanente de Transportes e Trânsito da Câmara Municipal.

Espera-se que a implementação das recomendações e oportunidades de melhoria,

formuladas por esta Inspetoria em decorrência de auditoria realizada, possa contribuir para

uma utilização mais efetiva dos recursos disponibilizados.

6ª IGE, em 16 de fevereiro de 2006.

Alexandre Tenório de Albuquerque

Técnico de Controle Externo

Matrícula: 40/901.237

Marcos Henrique Coutinho

Auxiliar de Controle Externo

Matrícula: 40/900.364

Flávio Tinoco Anache

Técnico de Controle Externo

Matrícula: 40/901.364