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(

" EWWi! •• ' 54Modelo dos FOIOfllí deProduçõo[!p<tifi<os

,o resultado é: AB' = 80;JB' = 20;AW' = 40 eIW' = llO. Essas informações estãono Quadro (3.1).

~tt "' .. 1I _ •. " ./

[--B-~~ 40 90 1[80 20 100 .11 40 60

í w J[}Õ 80 l"4fJL 40 110 lsõll 80 70[ Total ~r'ilO_ 120 23õ][12?·, 130 250 1[í2f' 130

Como a relação de trocas é de um para um, o país B trocou, por exemplo, 40 unidadesdeA por 40 unidades de I. Dessa forma, em B, o consumo deA é 40 (80 - 40) e o de I é60 (20 + 40). Em W, o consumo deA é 80 (40 + 40) e de I é 70 (110 - 40).

O aumento de bem-estar pode ser percebido pela maior disponibilidade dos bensapós o comércio. Em autarquia, a economia tinha a sua disposição 110 unidades deAe 120 unidades de 1. Com o comércio, há 120 unidades de A e 130 unidades de I

, disponíveis para o consumo.

~PARA REVISÃO1. Qual é a diferença, em termos de pressupostos, entre o modelo de Heckscher-

Ohlin e o de fatores específicos de produção?

2. Como é determinado o preço do fator de produção móvel no modelo de fatoresespecíficos?

3. Qual é a relação entre os preços dos bens finais e o preço do fator de produçãomóvel?

4. O que é a restrição orçamentária de um país?

5. O que acontece com o padrão de distribuição de renda de um país depois que eleabre sua economia, segundo o modelo dos fatores específicos?

. :'~.'

• Tarifas• Subsídios• Outras Formas de Proteção• Medidas do Grau de Proteção

A~espeito ~a vi~orosa defesa teórica do livr~ comércio, ~ b~,reiraliQQt~_ªs~~ç~e.s.naQ.acab~ram.n~lllaJ do pen~~.me:cantIlis.ta. Nas relaçõescon:erCIaIS contemporan~as, o livre comércio e mais exceção do que regra,

tanto nos paises menos desenvolvidos como nas economias industrializadas.Geralmente, og9Y:~mo.intervémçQfI2.()?.lJjetivo de favorecer o produtor nacional

~ent~, aos ~oncorrentes estrangei:?_~:.§~seE~oc~~.s() é d.e!10mmadõ'j:liq!eçio e, ~mbo~rapreCI§nantemente vise a resl:~~!r i,IE:portaçoes, pode incluir, também'mecanISmosde-pr~çãu.às..e.1q1~. ...._-_ .. '..' " , -'.'----...:_--

~roteç~o pode-s~ d~Q(.111eiQ-de.di:v:erSQ~nJ',~!llen~()s. de iIl~~rvençã~públicas.~breo c~~@H{)r,em.s.eJ.LG.onjunto denominados política comercial, A análisedas-implicações do emprego desses instrumentos seraapresentácl-a- neste capítulo., Para simplificar a análise, iremos supor que M represente o conjunto de bens cujapro~ução domé~tica, no nível de preço internacional (P!), seja insuficiente para aten-der a demanda intema. S.e houver liberdade de comércio, haverá importaçãodeMporque o país tem desvantagem comparativa na sua produção (Figura (4.1a): E~-c~~tr.'lpart~da, X representa o conjunto dosbens em que o país tem vantagens cOIÍlpa~'-rativas, pois, ao preço internacional P:e liberdade de comércio, geram-se excedentespara exportação (Figura (4.1b). A análise será feita levando-se em conta os efeitosda política comercial sobre os mercados dos produtos M e X.

Figura 4.1 a Excesso de demando no mercado de M 11 Figura 4.1 b Excessode oferta no mercado de XPreço Preço

Exportação

r;

Importação- D--I·I·- __ I

'.

/1

r

Ouonlidade

----1-0--·--

Quanlidade

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#' '''''40In.,15 6' TOlIiodoP~ffim

1IIIiím~~_~R_I_FA_S _o imposto sobre im ortações - denominado tarifa - Lc:.obrado quando a

mercã oria entra U_Qj)aís.Pode sei-espec[ficõ':"ãd~ãloi:em" ou ';"i~t;~-"-------.,- ...._..-..------ --------------------

No caso dojIDPQ.§~~spec~f!.~?.'._~g~ra-s-e-determinadovalor po~ u_Ili~~~ei~:-tada. Um exemplo é a tarifa de US$ 454,00 cobrada por tonelada de suco de laranjaÕ'fasileiro importada pelos Estados Unidos, independentemente do preço do produto.

. . ..,-'.. ..... ... _.-.. ..•.. ,", .. _ .. "," ", '"." ,.", ...........•

A cobrança ad valorem é a mais usual na atualidade e significaque O if!1'pgsto écalcui;aôêômo Umã'porcenfágemdo preçodo produto, como a Tarifa Externa'COmum (TEC); de 20%, acordada entre os membros do Mercosul, para importa-ç~t?~pr,5~E_~<:i~?.§.~~f~~Ül?.~nãõ" sejaiü-membr()s desse bloco, ~çonQmiço-':---

o sistema misto implica cobrança de determinado montante por unidade impor-tadadoprodúto, além de Um percentual sobre o preçç. Pode-se cobrar, por exemplo,-tJsf3ü,oqpor unidade de produto importada e 20% sobre preço do produto.

No passado, o governo brasileiro impunha tarifa específica sobre o comércio.Com a reforma tarifária de 1957, o sistema predominante passou __a ser q~,Ltip-º_ªd,,__y'q!9!:{!'@.,EsSe é também o sistef.:Il.ª-pr.~ferido pela maioria dos países,erri-particularpela maior facilidade de administração. -" - .' ,-- -------

A.tualmellte','emter~os médios, a tarifa fixada pelas economias desenvolvidassitua-se em torno de'S-%,'mas'j<ÍfolmuÚ;mai's elevada no passado, Na realidade,passoúporiiãÜos,~jJ.àJSQ§:~."çlestacando-se a Grande Depressão como um dos perío-doi;"OepfofeéíóI;:ismo mais exacerbado. Nessa época, em alguns casos, astarifas'ch~gâVálliaserproihitivas: ouseja; eram fix-ad~~em nív~iião-~ú~;~d~ q~~impediama importação. "

Atarifa éuma das formas mais antigas de tributação e, no passado, era utilizadacomo importante fonte derecei:ta de gqverl10s. Ainda hoje-:-emmuifósiáíses me-nosdesenvolvidos,represeriiaparceÚi expressiva da receita pública, como é o caso,por exemplo, de Belize, Guiné ou Lesoto, onde cerca de metade das receitas dogovernocorresponde a tributos sobre o comércio (Quadro (4.1). Essa participaçãoelevada se deve, em grande parte, à maior facilidade de arrecadação relativamentea outras formas de tributação, pois, para arrecadar esse imposto, basta controlar osingressos de mercadoria nos portos errorfteiras;-eilqíiâniõ a trib-U-tãçãõ-(rãreü(i~loudõcõnsüiií9~porexempio'~-exJge,úm aparatoburocráticoexpressivo,

N~§,~~pw:J:i_ç_tll(l:f..,<?}~:@§.H~quiP<lfa,-s.~_ªseconomias mais desenvol yiq~§_<i.Q!!lun-,do.Em 1992, a participação dos tributos sobre o comércio era de 1,51 % da rec-eitatotal do governo, percentual pouco abaixo do observado, por exemplo, nos EstadosUnidos, que, em 1994, tiveram 1,55% da receita pública procedente dessa fonte(Quadro (4_1)).

I. o Mercosul é constituído por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

5 7·'itMii'Uot'TOlIiodoldíricoComercial

I Argentina I1 Estados Unidos 1994 1,55 II Belize 1992 47,96 11 Filipinas 1993 29,95 IIBrasil 1992 1,51 1I Guiné 1992 47,43 II Canadá, 1992 2,84 II Lesoto 1?9I ~[ China 1993 25,37 1I Paraguai 1993

I12,46 IICingapura 1993 1,34 I1 Reino Unido 1992 0,08 ]ICongo (ex-Zaire) 1994 44,15 I' Uruguai 1994 4,12 IFonte: Fundo Monetário Internacional.

, P~~_~s_~a~sescom participação expressiva no comércio, o principal objetivo dast~E~_~~~_~oferecer vantagem a~ produ~or doméstico frente à concorrêncié\estrangeira,~~\I~r~ll:~~_~_~ualqtl~rqu~ s.eja o objet}~~?a políticª:-t~rjt~i!ll,~~~~~9S!º provocav~rlasalte~açoes na economia. Umaanahse desses efeitos e apresentada a seguir, soba perspectiva de um país pequeno.

~~aí~-p~gu.~!1_º ~!l:teI1:da-_~~aquel~ .que pode importar ou exportar tanto quan-toqueIra,se!ll~f~_tar 9_~~r~ços mternacionais, O Brasilpode ser considerado paíspe9u~!.1:9Jl.ª-n:-Qçadamaioriados produtos, dada sua reduzida participação no co-rn.er~~l1dlal;-sobf8tudQê!Il rela.s:ãoª,-P.IQd.-1dtq.§.~~!.1:'1.f~t.!:!rªc!2s:_Q:jL~e açúcar são

'<,exceçoes lmJ?~r!_~fl~e~'..E.~i~_ª PArticipaçªQ brasileira no mercado inteIIla~iõnãI -éléstes_?e~s é~~~cativ!!embo,ra declinante.Assim, um país pequeno, q~~d~pende'deh'importações oa mercadona Mpara atender ao excesso de demanda doméstico é oponto de partida dessa análise, ' '

, *Observe-se na Figura (4.2) que, ,SO? regime de liberdade de comércio, o preço de Me Pm: o que leva os produtores domésticos a ofertar a quantidade Qt' enquanto os con-surrndores demandam Q2' Como, a esse preço, a produção é insuficiente para atender àdemanda, a diferença é complementada com importação da quantidade Q2 - Qt-

Figura 4.2 I Efeitos da tarifa sobre o mercado de M

Preço

IPreço P: P",

IProduç.ão Q,. Q,

IConsumo Q2 9.t '

I Importação Q, - Q, Q:::=:::gJ-1·Receita-públ.ica.-nenhum---ál'e~ _

o '------:;Q-:-----:;a-, ----:Q--~.,---:d-:-dI , • a, ' Quanli a e

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'{'A"I'!-,- 5 8~, Teolio do Poh1icQ(omeftiol

Como partimos de uma situação de total liberdade de comércio, então o preçointernacional de M é igual ao próprio preço praticado no mercado doméstico. A intro-dução de uma tarifa t sobre a importação de M alterará seu preço doméstico, tornan-do-o mais elevado do que o preço internacional. Então:

A análise de equilíbrio parcial é útil para compreender algumas implicações des-se fato. VlIDOS que a introdução da tarifa alfandegária eleva o preço no mercado do-méstico para Pm" o que provoca aumento da produção nacional de QI para Q) m~sdiminuição da quantidade demandada para Q4' O resultado é a queda na importação,que passa para Q4 - Q3' Concluindo, aumenta a produção nacional e diminuem aimportação e o consumo do produto protegido.

4.1.1. CUSTOS E BENEFíCIOS DAS TARIFAS IxOobjetivo básico da tarifa é proteger o produtor doméstico da concorrência inter-

nacional. Vimos que'uirià de suas conseqüências é o aumento do pre.ço do produtoprotegido no mercado do país importadOl::,D.s...cust{)&..e-benefíci~.dJ<~§ª-~l~Y_9-..Ção.JieP!~ÇOS R.Q.de~o~\eJ_oªYª-1iª49~.-ª-.pªro1irclºS...conceitos.de.excedente.doccn s.luuidQWnprodutor':,_

Sob liberdade de comércio, ao preço internacional P!, os produtor~s nacionaisvenderiam Q} mas os consumidores demandariam Q2 (Figura (4.3a)). O excedentedo produtor localiza-se abaixo da linha de preço até a curva da oferta (triângulo A). Oexcedente do consumidor é representado pela área acima de P~ e abaixo da curva dedemanda (áreas B + C).

I Figura (30 IExcedentes do cons. e prod. antes do tarifa II Figura 4.3b ICustos e benefícios do tarifa

Preço Preço

5g·'''''UiiIJ!-tl'Tooliodo Polili<. .eom"cii

Após imposição de tarifa, o preço passa de p~ para Pm (Figura (4.3b). A perdados consumidores domésticos é dada pelas áreas a + b + c + d. Os produtores têmacréscimo de excedente igual à área a. A área c mede a: receita do governo decorrenteda introdução da tarifa. Observe-se que o saldo líquido é negativo e corresponde àsáreas dos triângulos b + d.

O triângulo b representa a distorção causada pelo aumento da produção domésti-ca, menos eficiente. A melhor alocação de recursos seria atingida por meio de impor-tação, uma vez que os produtores estrangeiros são mais eficientes na produção de M,o que é comprovado pelo fato de' serem capazes de atender à demanda ao preçointernacional P~, enquanto os produtores domésticos Só produzem Q3 ao preço Pm'

O triângulo d indica a distorção no consumo, que sofre redução após a tarifa,em conseqüência do aumento de preço no mercado interno. A soma desses triângu-los (b + d) representa a redução do bem-estar social resultante da barreira tarifária.

Quadro 4.3 I Custos e benefícios do tarifa em um país pequenqI Mudança no excedente do consumidor -a -b -c -d

2. o anexo a esse capítulo explica esses conceitos de maneira detalhada.

i Mudança no excedente do produtor +a

I Mudança na receita do govemoI .

+c

Em resumo, a_!.flxifa..provoca perdapara QS consumidores, não compensada in-tegralmente pelos ganhos dos produtorese receita do governo. Isso acontece'num

~paiS"peqúêriQ;',CUjo...c_oméidóIincap-ãiae'ãt'etarãs relações det~Ç;~airl~Inacx<)na.ois~··Nesse 'caso, qualquerrestrição ao comércio implicaperdas Pllr~~ comunidade'.

Unia ~~zquehá perdas para a comunidade, o que explicaria a contin~id~d~daadoção de políticas protecionistas num país pequeno? Uma explicação interessanteé o fato de as perd_~o~r~IIl difusas e ()s_!:>en~fíciosL~ong~~trlldos~O maior perdedoréo_ c~mSí:JIlli~~~r'H~~_2.~gª,preçº!!!.(Ü~h~levl).do_'oNoentanto, como exi_stemm-i1iiõ~sde- consumidores, cada um acaba pagando uma pequena parte dos custos das medi-das proteCloriTstáse-tem I;ouéa !ll~Otjyação,I1úª'~((<::~ntrapor a elas. o.o .....'. - 0'0

• • 0.0 ,__ o _ _. - •• ".0,_ ,.,.... .•. "o ••

~odutore~~illJ:lªq.ores._dosetºrPI()t~~idosão os maiore~ b~n~!!:~~~~i?s.Comosão emmeno'r número e, com freqüência, encontram-se concentrados em determi-nadas áreas geográficas do país, quando sentem-se ameaçadospelaconcorrênciaestrangeira têm.coesãosuficientepara formar lobbies e~Oi!ar_ªS_ª!.ltQriq.ªçI~spã;a implementação de medidas prot~~io~istas:- .0·0· o' o' o ,

-,

30 Num país grande, cuja participação no comércio seja capaz de modificar as relações de troca intemacionais, a sociedadeaufere benefícios líquidos das tarifas. É o argumento da tarifa ótima, que será explicado no quadro "Quem ganha com atarifa?".

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'",,'UUiJ!_,_ 60~ Teoria do PoIitica

Comercial

Quem Ganhacop.a'f~rifafo o~ 0_. o ••

VJJIlOS que, se o importador for uni país pequeno, o'saldo líquido para o conjuntoda sociedade é negativo porque o excesso de despesa do consumidor supera a soma dasreceitas adicionais do governo e do produtor, Se for umpaís grande, pode ter maisganhos do que perdas porque consegue repassarpartedos custos-da proteção para o

\ pais,exportadoi.Esse~dóis. casos poden; sefisc1areçidos.c.om exemplos. . ••O§Jâ;?Ja..J!?sUnid~s são .grarid~~..~2l??ri~i9F~~~~~,,~~;.~,~;.~fJ~~r.~;a:~?~~~~~~~~o,.

enquanto o Brasire-emraiôreifpõ'rtaaor, Suponhamos'que, ~05liberdade de comer- ."C1ó:·õpteç(nfítert1àdbiraHiõ:proaui6;êiii9.et~frtririadoIIi,C>tn~n·~0, seja de US$ '1200/te que os EUA imponharri uma tarifa esp~cífi§(t deUS$1~1/r.O efei~6irrie8iat?s~riaelevar o preçono mercado importadóri~at~;US$l '9?4/Flevarido os ti()rte~àmerica-nos,ã c:üíislinlirrnenós suchdelarahja~ siibstítuí~lopor'ôtÜrâs bebidas~. .' .

_tota~:·t;~ª~tt~i~~:j_t~~1~Ê~~~~titi~~Í~~~~t~~~~~~f~~~~ii~~.~n1e <f~eda n~~o',g~:II~~j~t9:~~]?9;~?aIllosciú~:ast.0rçasdornercado .façamcomqueQPteçqlrttema~lOQa.ldechJ1~cleVS$l;~OQf:tP~a. US$l,JQP/t5. A esseno.yopr~çO, oconsuini4or pága üs$,i.$~4It(l;~QÓ'+;A?4)ergu.~t~:!O, gqverno

:mi~t~~'l~i~~~~fet~~~~i~~~s~~:=~~·os-CÕÜSUiílldôfêSPi§§'iim:..i:p~ãr-US$T5~jgªs.:..o_&~ºA;.,Ç_º.!llºj~..l9§9;U?E.~m

\

i

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4. Essa tarifa foi válida até julho de 1998. O valor é resultado dos acordos da Rodada Uruguai que estabeleceram tarifa de US$492/t para 1994, quantia que vem sendo reduzida ano a ano com o objetivo de atingir US$ 418,2/t no ano 2000.

__ :i G,.Hubauer-e K. EUiot estimaram-os efeitos dal'olítica-comercial-dos ESllldoS"tln'idos-sobre os-preços de alguns proau os.Dentre os mencionados, suco de laranja e calçados são os de maior interesse para o Brasil e, segundo os autores, tiveramredução do preço mundial de 8,3% e 3~9%, respectivamente, em decorrência da proteção norte-americana.

61 k.,.WM·tiTeOlia d~ por~icQ o

Comerciei

. N um paíspequ~~.n,,?;_",?",E~~S"~~so"é.,.ª~.~J!.!1!~,§,tlpgnh~~?~.g~.YJ9S~~".Q.M~õ.iQ.9,a adotal:·ã"b'àrI~ratarif.á.r@;.~~-º.§_t45.4/LA.pÚ~~i!-:ª_çº!.lS~qij~J!fi~,,~~riaa.elevaçãõdõ preço de U~$j.~.9QLLPªr.ª.Y.§$_.L654!t no l1lercadqJ:J:!~!<ic~!!~.~i!iinilm@1~iSlei!ian~~'p~j~2",QY.J'!rmü,~.:.~.\(lj~retraída. mas, como suáparticipação c,omo iIhl?~.r"~a.4ol.~ª.9.(;he:ga a 0,5% do comércio. mu!}dia~n~ohavefi'["~Y~~Ê.~~,,~~])~lii_ç!.~m(mªª;tQtªLpelQ.pr.Cld\lt.Çl:RestlltadQ,.º P!~.9?}.~~~r.~_,iiãciõilãIpermaneceria emUS$ L2001t e aS??~~~[lde mexicana arcaria inte-.~~ii:tllQ.ii~~&~~_:~ª~§Eif~:.i'':': ' ':'"~~" ".,." O' -- - "" '-' ••••••••••

4.1.2. EfEITOSOBRE A PRODUÇÃOSe, sob liberdade de comércio, a produção interna de um bem é insuficiente.para

ateitder à demanda, a diferençaécob~~ta por importações. Úcônjürito de bens quecorresponde a essas características é denominado M; Se é a produção que excede ademanda, deve haver exportações e essa situação indica vantagem comparativa do ..país. Esses produtos exportáveis são. chamados de X.

Se houver liberdade de comércio, as relações de troca (RT) serão iguais aos preços

(P ) P* Prelativos domésticos RT = P .Algebricamente, PR == P* = pX . Suponhamos

m . fi m

P" = R$ 1000 eP* = R$ 12006. Isso implica que, sob a hipótese de livre comércio,m 'x ). 12

PR=RT= - = 1210 , ..Vimos, no entanto, que a imposição de tarifa sobre a importação de M toma P~ <Pm

e induz ao aumento de sua produção. O que deve acontecer com a produção de X?Se o gaverno impuser uma tarifa de 20% (t = 0,2) sobre a importação de M, o

preço no mercado interno passará para: Pm = (1 + 0,2) X 10 = R$ 12,00. Como as .exportações não são taxadas, ainda vale a igualdade P~= Px' mas os preços relativos

domésticas mudam após a tarifa: de 1,2passam para 1,0 (PR = g).Como o comércio do país pequeno não afeta o nível de preço. internacional, as

relações de troca não sofrem alteração e o resultado é PR = 1,0 < RT'= 1;2, ou seja,as relações de preço internas e intemacionais..difuteID-ªl2Qs a tarifa, o 9l!.e dis.tQrf~_ª"P~Q~o...e.Jl consumo.

Na Figura (4.4), AB é a curva de possibilidades de produção da país onde um daseixos mostra. a produção de X e o outro, a de M. A linha RT expressa as relações detroca internacionais sob livre comércio. A linha PR representa a relação dos preçosdomésticos de X e M após a tarifa.

6. Preço internacional multiplicado pela taxa de câmbio medida em R$/US$,

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• .,.W"!(ot'62•. ' Teoria da PolíticQ'

Comercial

Supondo que o país trabalhe na fronteira de possibilidades da produção, sob livrecomércio, a produção será Qo' ponto de tangência da reta que representa as relaçõesde troca internacionais (RT) à curva PP.

Figura 4.4 Efeitos da tarifa sobre a produção supondo a existência de capacidade ocioso

M

P

80 r---,----~

60 ------0, ~PR

RT

85 100

Após a imposição da tarifa, alteram-se os preços relativos.domésticos e a reta RTdeslocã~s~-p~fã P. Muda:,-poiiãnto, o ponto de tangência, o que resulta em desloca-mento da produção do ponto Qo para Ql' Isso implica maior oferta de M, à custa,porém, da redução da produção do conjunto dos demais produtos, aqui denominadosX. Recursos serão retirados da produção de X e transferidos para M, alterando adistribuição da renda. Em resumo, ~-p.aíS$e.êg~~çiiliza menos no p~duto.que tem.YªntM.~rr:tcornparativae sacrificaparte·dos-ganhos-do_com.ércio. "

Essa conclusão é v,4lida.qu_ando...há_plellO-.6mpre..godos recursos.Retomando oexemplo numérico suponhamos que, com o pleno emprego dos recursos disponíveis,um país pudesse produzir 60 unidades de M para serem comercializadas ao preçoP! = 10 e 100 unidades de X, ao preço P~ = 12. Essa composição da produção estárepresentada pelo ponto Qo na Figura (4.4).

A introdução da tarifa de 20% sobre P! faz com que o preço de M, no mercadointerno, eleve-se para R$ 12,00.A esse novo preço de M, o equilíbrio se desloca paraQI' correspondente aos volumes de produção de 85 e 80 unidades de X e M, respec-tivamente. Esse deslocamento indica que, quando há pleno emprego dos recursos, oaumento de produção resultante do maior preço de M só é possível se houver quedana produção de X. No exemplo, a produção de M cresceu de 60 para 80 unidades,mas a de X caiu de 100 unidades para 85.

Se houver capacidade ociosa, a tarifa pode ser empregada para expandir a produ-ção de M sem, necessariamente, reduzir a de X. Suponhamos que sob livre comércioa produção se dê no ponto Q2' correspondente a 60 unidades de M e 85 de X. A

-----aâoçãOCle tarífa soare a importação de M pode elevar sua produção até 80 unidades,sem alterar a oferta de X.

6 3 ttrni/·jHiI. Teoria da Po!itlco(omerciol

4.1.3. EFEITO SOBRE A. DISTRIBUIÇÃO DE RENDANilllLp..aÍR-QDdeos produtos importadüsCM) s.ã,QÍntensiy.os..em_cªpitªÜ __Q~ expor-

táveis (X) são intensivos e~hQ,_ª_.!.'!:flfª_~ºJ:>rS1_impQrtaçi5~~_~r.ª!:!sfere renda afãvõr dosc:apit!l!~stas,em d~~r_~_f!1<:!n_!()dostrabalhadores. Em outras palavras, Qs::nefi-~_0o fatoLde_PIm!li_aõ_eic_ªs..s..o.s:nquantored.U?:_;t_I~J)ºª_maLdºJªt01: abundante?

Essa conclusão deve-se a Stolper-Samuelson e decorre do teorerna de Heckscher--Ohlin: o. país tem vantagem comparativa na Q!'od_~ií-º__ç!~~ns.....eIll-que-se....empregaintensivamente o fator de prüdução.abu!1llitI!ty.SQº.liJJ.êlrQ.ª9_ê(kcºm~rdº, __o.país.que,tiv~ abu;dânciã'felativad~_mª~raexportará bens intensivosem.trahalh.o.. Noentanto, se o gõ:;;e~o proteger os prQdut.os intensivos__elll_ç_ap-itªl,.-S_~_pro.du.ção....au~mentará, leyafldü,a maior. demanda.por capital.eaumento .de.sua remuneraçãç,

Maior produção de M, como visto. anteriormente, implica queda da produção deX, logo, menor demanda pelo. fator trabalho e conseqüente queda do salário. Conclu-indo, sob livre comércio, as exportações aumentam a demanda do fator abundante eas impQrtaçõe&reêlUzema~sca:sse-z-a:õ]'ãtQr escassõ:-Aiarifa causá-efeito li1verso.----

4.1.4. EFEITO SOBRE A RECEITA DO GOVERNOEm economias menos desenvolvidas ecom pouca mão~4e~oºm treiIlªºapa cobrança

ç!eimpõsto.s, a t~Übl:e-G-con:iétciQ,~xtelJiQJi\i~.f.§~r utgiza9~~~2mPlmiiõifiiliteJante de receita. Isso, como já vimos, 4~ye-se à facili<iª-<i~_4~_adrninistra.kãQ<ia.§.Jilliias"à.lfandegárias:_ªcobrança exige apenas controle de pot!Qsde_embãfque~emerçªdQriª§,No'éntanto, mesmo em países des~;:;'volvlaõs-;-esSá-fõ~tede receita não é desprezada.'_ .. _--- ..............•......• ,..- ". . . . -""

Se a situação. inicial era de livre comércio, a introdução de tarifa gera algumareceita para o governo, exceto se a tarifa for proibitiva. Isso pode ser visto na Figura(4.5). Suponhamos que, ao. preço P! = R$ 10,00, o país produza 60 unidades e osconsumidores demandem 100 unidades de M. Para complementar a produção do-méstica, o país importa 40 unidades (100 - 60).

Efeito da tarifa sobre a receita do governoFigura 4.5

Preço

P, = 14

p. = 12I----+~_:_:;~-~--

P:= 10

60 70 90 100

7. Esse assunto é tratado em detalhes no Capítulo 2.

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""MMo"'64.\ TeoriadaPolítiroComercial

Com a introdução de uma tarifa, de alíquota t = 20%, sobre a importação de M,o preço interno sobe para R$ 12,00. A esse novo preço mais elevado, os produtoresaumentam a produção para 70 unidades, mas aos consumidores interessa comprarapenas 90 unidades. Isso faz com que o volume importado diminua para 20 unidades.

Como a alíquota do imposto é de 20%, e P! = R$ 10,00, o governo arrecadaR$ 2,00 (10 X 0,2) por unidade importada. Assim, como a importação total é de 20unidades de M, a receita do governo é de R$ 40,00.

Quadro 4.4

jPreÇo

I Produçao Unidades 60 70 80

I Consumo Unidades 100 90 80jfuiportação Unidades 40 20 O!Roceita do governo R$ O 40 O

Se a alíquota fosse elevada para 40%, o preço do produto seria de R$ 14,OO/unidadee não haveria qualquer importação. Isso porque, a esse preço, há equilíbrio entre ofertae demanda. A tarifa que provoca elevação do preço até o equilíbrio do mercado é cha-mada proibitiva, porque impede a importação. No exemplo, produção e consumo sãode 80 unidades com tarifa proibitiva de 40% sobre o preço internacional. Como a im-portação cai a zero, naturalmente a receita do governo também é nula.

A tarifa pode ser redundante se o preço doméstico exceder o limite que determinao equilíbrio entre oferta e demanda internas. No exemplo, qualquer alíquota superiora 40% elevaria o preço de tal maneira que, em vez de proteger o mercado local,levaria à formação de excedentes.

Ressalte-se que, no exemplo, partimos da situação de liberdade de comércio paraavaliar o efeito sobre a receita do governo. No entanto, se inicialmente já secobrassealgum imposto sobre a importação, o aumento da alíquota teria resultado incerto emtermos de receita pública, uma vez que o efeito dependeria das elasticidades-preço daoferta e da demanda pelo produto. As importações, por exemplo, poderiam reduzir-se ao ponto de o aumento da alíquota resultar em queda da receita do governo.

6 5 IWiiI!!·t·. le~riadaPolítico

Comerciol

Em outras palavras, a proteção sempre reduz a eficiência da produção e geraperdas para os COnSUI!2i.cl()res:s~ijºçLp.ãiiiCúlâi:meritegrave·quai1ao·ie:crIãre.seLia d~m~~~ªºi~@:.~l.i~ti~~~!?E~~sa~~ indústria.brasileira de informática e a de automó-veis, antes da abertura do mercado, foram bons exemplos disso.

4. ] .6. EFEiTO SOBRE A RENDA

A argumentação clássica acerca da liberdade de comércio parte do pressupostodo pleno emprego dos recursos. Isso nem sempre corresponde à realidade e, se aeconomia passa por um período de recessão, a tarifa pode ser utilizada para estimulara renda e o emprego. Esse é um dos principais argumentos dos protecionistas, porqueo desemprego é um problema de curto prazo e exige medidas de efeito imediato".

Já os defensores do livre comércio argumentam que as políticas macroeconômicas(fiscal, monetária e cambial) constituem alternativas mais eficientes para enfrentar odesemprego porque não geram distorções microeconômicas. Além disso, se o com-bate à recessão se dá via barreiras comerciais, exporta-se a recessão para outros paí-ses ocasionando tensões internacionais.

4.1.7. EFEITOSOBRE O BALANÇO DE PAGAMENTOSÉ fato que, pelo menos a curto prazo, a imposiçãode uma tarifa melhora o balan-

ço comercial, contribuindo para reduzir o déficit e-x.-t€rn09•No entanto, apresenta al-guns inconvenientes: distorce a alocação de recursos, pode ser neutralizada por me-didas retaliatórias e gerar expectativas de futuras desvalorizações cambiais.

Diante dessas possíveis conseqüências, pode-se argumentar que, se a finalidadeda imposição de tarifas é reduzir o déficit no balanço de pagamentos, a própria desva-lorização cambial seria a melhor alternativa, até porque as conseqüências positivasnão se restringiriam às importações 10.

Se a proteção é oferecida a um bem num mercado concorrencial, mesmo que asimportações venham a ser excluídas, ainda haverá alguma concorrência entre muitosprodutores domésticos. No entanto, se o mercado é~aracterizado por oligopólio ou mo- 8. Verefeitossobreaprodução.

--il0p61ic,a-exc!usão-dus-cuucurrerrte-s estrangeiros resulta-em poucatííspmarro mercaâ''''o''ec------I----9,-E!·balanço-de-pagamentos-será-objeto-de-estudo-do-eapítulo-6.10. Alémdereduzirasimportações,adesvalorizaçãorealdamoedatemefeitospositivosparamelhoria dobalançodepagamen-

conseqüente desestímulo para redução dos preços e melhoria da qualidade dos produtos. tos,peloaumentodasexportaçõesereduçãododéficitdealgunsserviçoscomoturismo.

4.1.5. EFEITO SOBRE A CONCORRÊNCIA

SUBsíDIOSo subsídio, quando empregado como instrumento de política comercial, consiste

em pagamentos, diretos ou indiretos, feitos pelo governo, para encorajar exportaçõesou desencorajar importações. Em ambos os casos, equivale a um imposto negativo erepresenta, portanto, uma redução de custo para o produtor.

Page 8: Scan Doc0075

! .Em geral, a concessão de subsídios se dá por meio de pagamento em dinheiro, redu-ção de impostos ou financiamentos a taxas de juros inferiores às de mercado. Há casos

/ em que o governo cpmpra do fornecedor a um determinado preço e revende por menosL aos consumidoregf'No Brasil, essa forma foi adotada no passado para o trigo",

Consideremos inicialmente o subsídio à produção doméstica, ou seja, aquele quevisa isolar parcialmente o mercado interno da concorrência estrangeira.

Na Figura (4.6), as curvas SI e D representam, respectivamente, demanda e ofertado produtoM sob liberdade de comércio. Ao preço internacional P!, a produção é Qje os consumidores domésticos demandam Q2' resultando em importação de Q2 - QI'Se o governo opta por uma política de subsídio ad valorem, de taxas, para desesti-mular importações, o produtor passa a receber Pm = (1 + s)P!. Isso leva a um des-locamento da curva de oferta para S2' a produção local cresce para Q3 e a importa-ção se reduz para Q2 - Q3' O declínio do volume importado corresponde à expan-são da produção (Q3 - Q).

Figura 4.6 Efeitos do subsídio à produção

Preço s,/ /s,

oa, a, auontidodea,

Quadro 4.5

I Preço

~ÇãO

~ons~=m=o=========

I Importação

I Despesa pública Nenhum

-- 11. O grão de trigo produzido no Brasil ou importado era comprado pelo governo. Os moinhos compravam o grão do governo e". o transformavam em farinha, que, por sua vez, era vendida às panificadoras, supermercados e outros estabelecimentos ao

preço tabelado pelo governo.

6 7 '{'Anil!·t-Tec-riodo folílic:o(04II<f<i"

O subsídio gera efeitos distributivos. Para o governo, o custo é igual à alíquota smultiplicada pelo preço internacional e pelaquantidade produzida (s : p*. Q ). Essem 3montante, pago pelos contribuintes, e correspondente às áreas a + b, é distribuídoentre os produtores. Parte é absorvida pelos mais eficientes na forma de excedente doprodutor, representado pela área a. A outra parte, representada pela área b, correspondeao efeito da proteção e é apropriada pelos produtores que não teriam condições decompetir sob liberdade de comércio mas que, após o subsídio, tornam-se competiti-vos porque recebem mais por unidade produzida.

Para o conjunto da sociedade, o efeito da proteção (área b) corresponde a umaperda líquida de bem-estar porque, em vez de pagar subsídio para os produtores nacio-nais menos eficientes, a nação poderia importar a um preço menor. No entanto, essaforma de proteção é menos prejudicial que tarifas ou quotas, porque não há distorçãono preço para os consumidores, que continuam pagando o preço internacional P*12.Por

m

essa razão, os economistas argumentam que o subsídio à produção é a segunda melhoralternativa política. O ideal mesmo seria a liberdade plena de comércio. Mas, se a pro-teção é considerada necessária, que pelo menos se evitem maiores perdas sociais. .

O subsídio utilizado para encorajar exportações, embora proibido pela Organiza-ção Mundial do Comércio (OMC), é prática bastante comum na atualidade, emparticular no comércio de produtos agrícolas dos países desenvolvidos, como os daUnião Européia.

A análise de equilíbrio parcial pode contribuir para entendimento das implica-ções do subsídio. Na Figura (4.7), podemos observar que, sob liberdade de comércio,os consumidores pagam P~pela quantidade Qj do produto X, enquanto os produtoresdomésticos produzem Qr Exportam, portanto, a quantidade Q2 - QI'

Figura 4.7 I Efeitos do subsídio iI exportação para um país pequeno IPreço

p.

a. Ouontidodoa, a, a,

12.Confronte as perdas sociais do subsídio à produção da Figura (4.6) (área b) com as perdas decorrentes da proteção pormeio de tarifa na Figura (4.3b) (áreas b + d).

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Page 9: Scan Doc0075

. ""'4UII«.'168• TeofiodoP~iüca. Comercio!

I Preço p* Pxx

I Produção Q2 Q4

llinsumo Q! ·Q3

I Exportação Q2 - Q1 Q, - Q3

I Despesapública Nenhum sP:' (Q. - Q)

o subsídio à exportação é um pagamento feito pelo governo por unidade deproduto vendida no exterior. Se o governo opta por subvencionar a exportação porum subsídio ad valorem, de taxa s, sobre o preço internacional de X, o exportadornacional passará a receber o preço: Px = (1+s)P;.

Isso leva à expansão da produção de X, de Qz para Q4' No entanto, uma vez queO exportador recebe Pxpelo produto exportado, o mercado interno se ajusta a essenovo preço", Então, o consumo se retrai de QI para Q3' Por sua vez, O volumeexportado aumenta para Q4 - Q3' o que, aliás, era o propósito da política.

Os benefícios são apropriados pelos produtores na forma de aumento da recei-ta. Os custos recaem sobre os consumidores, que pagam mais peloproduto, e sobreo governo, que banca o subsídio. Esses efeitos distributivos, mais uma vez, podemser analisados em termos dos excedentes. Os ganhos dos produtores correspondemàs áreas a + b + c, na Figura (4.7).

As perdas dos consumidores equivalem às áreas a + b. O custo para o governoé dado pelas áreas b + c + d. O saldo líquido para o conjunto da sociedade énegativo e corresponde aos triângulos sombreados b + d. Esses triângulos repre-sentam, respectivamente, as distorções no consumo e na produção resultantes dosubsídio à exportação.

Quadro 4.7 I Custos e benefícios do subsídio à exportação

Mudançano excedentedoprodutor +a +b +c

I Mudançano excedentedoconsumidor + a -b

ICustodosubsídioparao governo -b -c -dISàldo1í4tiído-"-b .. ~d

Embora cause perdas para o país, o subsídio à exportação continua sendolargamente empregado. Isso se deve em parte ao efeito sobre a receita das expor-

13. o importador paga o preço p~ e o governo cornplementa com o equivalente as' P: por unidade, logo, o produtor recebe PJpelo produto exportado.No mercado interno, o preço também sobe paraP l porque, enquanto estiver abaixo deste nível, asexportações crescem e a demanda cai, até que se equilibre em PJ' .

6 9 '",'QUlu-t'T"""OOPol,,, .C"""doi

tações. Se a demanda pelos produtos exportados for elástica, a porcentagem deaumento das vendas excede a de redução do preço, resultando em aumento da re-ceita das exportações.

Os subsídios às exportações também provocam mudanças nos preços relativos. P*

entre X e M. Sob liberdade de comércio PR = p.i< e, após o subsídio, passa para

P*(1 + s) E· ~ . m das tarif /PR = x p* . m conseqüência, exatamente como no caso as tan as, se o paism

opera em pleno emprego, o aumento da produção de X, decorrente do subsídio àexportação, implica redução da produção de M. Naturalmente se houver capacida-de ociosa suficiente, de forma que os produtos não cheguem a disputar recursos, aprodução de X pode crescer sem interferir na de M.

Pode-se observar que a maior parte das implicações do subsídio à exportação ésimétrica à da tarifa, inclusive quanto aos efeitos tnacroeconômicos sobre o empre-go e o balanço de pagamentos, pois ambos contribuem para expandir o nível deatividade econômica e para reduzir o déficit externo. Há, no entanto, pelo menos

.duas distinções importantes. Enquanto a tarifa gerareceita para o governo, o subsí-dio ~LlêX:P()itáç.ão.aumenta-os gãStOs'tiüblicos~ssa-dffei:eI1çãé importante e podecondicionar a escolha do instrumento de intervenção, particularmente se o mornen-tõ-ecoIlÔmlc-órecomendar contenção de gastos.

Outra diferença diz respeito à concorrência. Uma tarifa, emparticular num paíspequeno, pode provocar oferta em escala ineficiente de diversos produtos, porquegarante certareserva de mercado aos produtores domésticos. Já quando existe sub-sídio à exportação, embora esse subsídio favoreça o produto local no mercado in-ternacional, como a concorrência nesse mercado é muito grande, ainda vale a penaproduzir poucos produtos, em escala eficiente.

Para o país importador, a política de subsídios à exportação favorece o consu-midor, que paga um preço menor pelo produto. No entanto, também aí há altera-ções na distribuição de renda. Enquanto favorece o consumidor, tal política pre-judica trabalhadores e produtores do setor que compete com o produto importadosubsidiado. Por essa razão, é considerada prática desleal de comércio e, apósinvestigação e comprovação, a OMe pode autorizar a nação a impor medidascompensatórias 14.

Quando o país que subsidia a exportação tem grande participação no mercadomundial, as distorções são ainda mais graves, porque acabam prejudicando tam-bém os outros exportadores. É o caso do subsídio à exportação de produtos agrí-colas praticado pela União Européia e Estados Unidos. Desde o início dos anos80 essa prática vem provocando declínio dos preços internacionais. No começodos anos 90, o problema ficou mais sério porque esses dois gigantes travaram

14. Ver maiores detalhes no Capítulo 5.

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""'4il'l!.'17·0' Teoiodo P,IIi"(ome,cioI

uma guerra de subsídios provocando perdas significativas; em especial para ospaíses pobres, dependentes da exportação de produtos agrícolas, dentre os quaiso Brasil".

•• OUTRAS FORMAS DE PROTEÇÃO

*4.3.1. QUOTAS DE IMPORTAÇÃO.Por quota entendem-se as restrições quantitativas !!!!Q..Q§..t.ªllQ1m~º_Y.olum.e._QuQ

v_alÇl~<:!asimportaç6e~.J~ud~;; ser fixadas em acordos entre países QU ser resultadode deciS"ãõ-üilífãiêi-àc'

É um equívoco pensar que esse sistema é preferível a tarifas, supondo que nãoeleve preços. ~empre que são impostas restrições guantitati.YM..-ajns.uficiênci.cul.e.

~_ult-ª~provoca alta de preÇ,º-.dQme§..!!!..~odo que ~~..!-ªtifas.A alta nos preços ocasiona aumento da oferta e redução da demanda do produto

protegido. Isso significa que as qU~E!:0duzem as mesmas digQ!:Ç_õesmiçf.QS;.Ǻ,-~_ap.QI11ad_ªs ..p.ata-ª.s.1ªIi.fus..Agrande diferença entre esses dois sistemas é queas quotas não geram receita para o governo.

Normalmehte,~ão implantadas por intermédio de licenças para importar conce-didas a determinados &!.I!QQ§-ºtiudiYi.dllO.s...oU..elllJ2r~~-ª_:s..M9_eSSesos verdadeiros~ciárjQs, pois conseguem comprar a um preço menor no exterior e reven~.!'_mais caro no mercado doméstico. .-._-_ -..-. -----_ ...._._-~--_.-_.__ .. -"" ..;._.-_ ... -._, ..,--~~.,.,-

Um agravante adicional é que a política de quotas pode envolver corrupçãn @burocraçl~ estatal responsável pela concessã2. de licenças. Esse prohlemapode.set~nto.mado se as Iic.enças for.em..lcilQadM.ILQm_~n;ado....pr.o.cesso..p.elo.qu.ala-r.ec.ei.ill.adicional passa aâ!<I.m2rQIll'L<'lct_a.P..eIQ_,gQy.«[JJ.Q,.fwit.andQ:.s.I<.,.assim, ..1LÇ9..!lÇ5<n.tx.ª.çª.Q.de lucro nas mãos d.e...PQ..lJJ~..Q.S..imp.m:tad~.s.,

O controle seletivo de importações por meio de licenças para importar foi ado-tado pelo Brasil no período pós-guerra. Inicialmente, tinha o propósito de equacionarodesequilíbrio do balanço de pagamentos mas, com o passar do tempo, passou aser utilizado com vistas à promoção do desenvolvimento industrial, procurandoinibir o ingresso de bens de consumo não-essenciais e daqueles que tivessem simi-lar nacional. Por outro lado, eram facilitadas as importações de bens de capital,matérias-primas e combustível. Isso causava mudanças nos preços relativos entre oproduto protegido e os insumos necessários para produzi-lo, aumentando alucratividade e, conseqüentemente, a produção industrial.

15. Entre 1986 e 1994, esse problema foi debatido na Rodada Uruguai do GAIT. Os pequenos países exportadores de produtosagrícolas, prejudicados pelos subsídios praticados pelos mais desenvolvidos, tentaram defender, em bloco, seus interesses,mas, ao final, acabou prevalecendo o acordo firmado entre Estados Unidos e União Européia, que prevê redução paulatinados subsídios.

4.1:2. CONTROLES CAMBIAIS71·""'UO,j<.,.. .leo;,doPoIíIi<O

(,,,,,doi

Correspondem a restrições adrrúnistratb'~ ..§2!?.!:~.g~~.n§ªçQ.~§...Q.IJy..§I).Y.Q!y:mn..divisas,Uma forma de cootrÕle cambial"édífi~uitar a importação por meio de licencas [email protected] de moeda estrangeirjl. Outra é o emprego de taxas múltiplas de câmbiQ: quanto"!paior o interesse em proteger determinado produto,...!!lliiQr..1!ta'Ça de_çâm,.blidixa(laIlliIa sua importaçãO,16.Ambos integraram a política de substituição de importaçõesbrasileira.

O sistema de taxas múltiplas associado aos leilões de câmbio foi empregado noinício dos anos 50. Nos leilões eram negociadas promes.s.a.s....d..e...Y..e.n.da.de..çâmbio,guedavam ao importador o direito de ad9.!!i!:Ü::_9.§~rrninª.dQ.mQDtaJJt~t:moeda estran-geira ao valor estipulado.----"~- -.-_ "'.~.

Exemplificando, entre 1953 e 1955, a taxa oficial de venda da moeda estrangeiraera Cr$ l8,82/US$. Nos leilões de câmbio para importação cobravam-se ágios sobrea taxa oficial de acordo com a essencialidade do produto. Para produtos consideradossupérfluos, os importadores chegavam a pagar mais de Cr$ lOO,OO/US$,enquantopara papel, material para imprensa e trigo, por exemplo, as importações eram sub-vencionadas, com vendas de cambiais a preço menor que a taxa oficial.

fi3. PROIBiÇÃO DEIMPORTAÇÃOÉ a formarnais direta de c~ntrole e pode ser seletiva em função da mercadoria ou

~e origem. Nesse último caso, se o im'p'ediI!!.ei:1tOàirri:põrJª~.i§~-«((pqr_~~JitiJ::.as,..édt;<l!Qm!g~<!<:l.~~b~~~?_~?~~~~.i~LUm exemplo recente é a barreira

imposta pelos Estados Unidos às importações procedentes de Cuba.

4.kMONOPÓLlO ESTATALPor monopólio estatal entende-se a situação em que o preprio i?_<?:':.~r:r.!?.s~p,tra.Uza

a importação de determinado proq9!º._e_!rnR~º~ ªélt.\l.ªÇª-Q.Q.-ç;,()_1!rr.Q.~!:!g~.!!~~~I?~sse---mercadó~E~lguüs'~'ãsos:d~legª' Q cIirettº_çl~.U1ºru:>PQli.ºÂ~.4l!2..Q!'la.Ç-ª.Q...ª-im.ª.~ID~..lresa ~~.Ci!l~lmediante d~t~inado pagamento e sob certas regras.

Nesse caso, 'p~fen~~:~~çºPt:mlaI.Q y.olum~jmportado.por.meio.de_decisãQJldmi-nistra.t!y;.l..É um método muito antigo e bastante diss~gtj.nado. No Brasil, um bom

~mplo é o tf(Impõit~õ·dep.~iQ}~Q,·l:nonop@2... dalP~JLQl).I~s)Outro exemplo é odo trigo. Enquanto perdurou o programa de subsídio ao trigo, o governo monopoli-zou sua importação.~.~.%

16. Para importar determinado produto, desembolsamos reais em troca de dólar. Se a taxa de câmbio em dado momento éR$ 1,10/US$. pagamos R$ 110.00 por um produto que custa US$ 100,00. Se ainda adotássemos o sistema de taxas múltiplasde câmbio. para estimular a produção de determinado produto específico. a taxa de câmbio para importã-lo poderia serelevada para, digamos, R$ 1,50/US$, resultando em desembolso de R$ 150.00 por unidade. Isso corresponde a um acrésci-mo de 36,4% no preço pago na moeda nacional. Retomaremos a este assunto no Capítulo 8.

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I!IW.~~.• .,.iUUII!.,172

l_do,,",1i:,~ (omerool

4.f.S. LEIS DE COMPRAS DE PRODUTOS NACIONAISEssas leis podem ser específicas para as compras públicas ou abranger todos

os possíveis interessados. Por meio desse sisterria,g_g.9.Y~.!!1:9._~.'l_~)(llº-º_!J!laSvi-sando impedir a importação de determinad~p'~~g._~tº, cas~xista I?!odução de

__~im~onã~C-----------·----·_----·-------·----- . --- ----

Essa forma de proteção foi adotada no Brasil dentro do programa de substitui-ção de importações'", A preocupação era garantir o suprimento de bens importa-dos, com isenção de imposto de importação ou alíquota reduzida, quando houvesseinteresse para o desenvolvimento econômico. Os demais bens ficavam sujeitos aojulgamento da similaridade, por parte do Conselho da Política Aduaneira.

4.3~. DEPÓSITO PRÉVIO À IMPORTAÇÃO~_~_~ efetiva importação ª,e determina9~_.!!1~J:ç_adOl:ia,...s.e.lLYalor..J.Q1ª-Lº!:1_1J.@

E.~~C:~Q~~~~_9e.l~'..~.E~c:s>J~~_~?__P5?~_~!.g!.9._~()_~5)Y~l!l.<?,normalmente o Banco Central~J~~~~~.~ce re~i~()po~.9:~tc:~.nad~ período de te~_E?..:.Esse método, além de ,ç!if!.~~t~r.~i.~p~~t~ç~o, constitui também ~~Qr~~ti~2.f~rç<l4<?aog(n-:e!-'!l()'

O sistema de Letras de Importação, implementado no Governo Jânio Quadros,em 1961, constitui um exemplo interessante. Para comprar divisas, os importadoreseram obrigados a manter depositado no Banco doBrasil, por 150 dias, °valor corres-pondente à importação, recebendo em troca Letras de Importação. Somente apósesse período é que as importações podiam ser realizadas.

Os motivos apresentados para adoção desse sistema eram os déficits interno eexterno. Com as Letras, o governo conseguia reescalonar o dispêndio de divisas,retardando as novas importações e, concomitantemente, financiando parte do déficitpúblico com o empréstimo exigido dos importadores'".

rir..4.3.7. BARREIRAS NÃO-TARIFÁRIAS

As barreiras não-tarifárias correspondem a restrições i~posta~_p~J.gJunciQ!J~..::~-ºffi12J da burocracia e nem sempre visam reduzir a importaçã? Observe-seque a maioriadas'I;;mãidé'prOté'ção menc'lonãdasacimãnãõeiívo'i~~ tarifas, mas otermo barreiras não-tarifárias (BNT) tem sido emprega.~9P~~a,q~s.igrr~ ..LI.t:!§1ri,Ç(}es~~ladó.D.a.d~1!leq_i9ii~!~ri9§.$_g~.M.iÍÍorffias técni~padrõ~§..<ie segl}_=

.~mnça, ~jjJi.ç"l!lº,ªg~.uelatiY.as,à.documentaç_ªQ,j!!WJ1.Ç..ãQ._e_oJúr~prátic-ª~gº-~_PQde!.!1.dificultar QU_1l1~~~_Qil!!Q~<;Iir-º.cºm~rçiQ-,

17. &sa é a idéia do Decreto-Lei n' 37. de 1966, que norteou a condução da política tarifária brasileira por décadas.

18. Outro exemplo desse método de proteção ocorreu na Inglaterra. A literatura registra que. nesse país, o sucesso deveu-se maisao efeito do empréstimo forçado sobre as contas públicas do que propriamente como instrumento de política comercial.

73·"jA"·I!.t-Teo<i!do P"1i<,(Ç:menio!

A carne bovina brasileira, por exemplo, é barrada na Europa por conta desse tipode restrição. Os europeus alegam que nosso rebanho bovino não tem controle ade-quado da febre aftosa.

fo--. . _,. _4.3.8. ACORDOS VOLUNTARIOS DE RESTRIÇAO AS EXPORTAÇOES(AVRE)

Após a Segunda Guerra Mundial, os compromissos multilaterais, assumidos sobos auspícios do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT)19,retiraram graus deliberdade da política comercial das partes contratantes". No entanto, os governos con-tinuaram sujeitos a toda sorte de pressões para defender os interesses protecionistas desetores específicos. A criação dos acordos voluntários de restri~.9 às exportações (AVRE)foi a alt~rnativa encontrada pelos países desenvolvidos para p;Ssibilitãra(;S-EOVe~o~_------ ---- ---._- . .--'---'--'~--'--------atender a essas demandas, sem agredir diretamente os c0I.!!P.r()®_S§.9~_.~§'~!J_midQ~_------_._-._--_ _ _.- "--" , ._._.- _-_.- .._._,..~--_.-

Por esses acordos, por-inieiiriédiõ de negociações bilaterais, o parceiro _~Pº~tª=dor s~ç:ºmIITQIUete..arestt:in.giLª-qP.._l!.!ltid3.c9:~ç;.1Ç.p.ºrtada..ao-mercad-ºimp-ºnIl.<:!ºr..._ª~.::~país exportador -p'Q§ sa.esta r interessado em aumentar sllas vendas, é compeli-do a restring0a-S...PQLqJle.J.~níio Pmç~-º.~Lª.s_sim,-Poçk~[.§.ubmetido a restriçõesainda mais severas. --.----------....-.- ....-.----

O mercado dos Estados Unidos ,é o mais resguardado por esse tipo de barreira".A razão básica da adoção de um AVRE é atendetl' i1§ demandas protecionistas do~setor€?sg.l:!~.s..U!llgªJ!!.ameaçMQ.U?~I~_Lrg12ºr!.l!0_Y...§.,-.

Os países que têm suas exportações limitadas por esses acordos são: Japão, Cor~Taiwan e alguns país<:~~E.º~es~y'glvid%..ç!~I,ltre os_~ªl§"Q.J2.ra~~l._

Os primeiros acordos desse tipo surgiram em 1957, em decorrência de pressõesdos Estados Unidos, e estabeleceram limites à importação de têxteis, vestuários ecalçados. Inicialmente, as restrições aos produtos têxteis se limitavam ao Japão mas,com o tempo, o número de países "voluntários" cresceu tanto que, em 1974, foifirmado o Acordo Multifibras. Posteriormente, as restrições foram estendidas aosprodutos eletrônicos e ao aço e, no início dos anos 80, o Japão foi induzido a limitarsuas vendas de automóveis aos Estados Unidos.

Um aspecto interessante a se destacar é que esses "ªçJx~ultam em lratamen~2~!f~~~~~~~~~<:>_~!l!!~JºPJSf.s.,Q~_S,_tIP~E1.~U1Q,Q.~,~~J.\(oni.nªg9.,p'LQd.ulo.,..o..qw;.constituiJliola..""@:? ao princípio da não-~n~022._CQluiss.o, ..QS_p,aís.~s.nãQenyolvidoS3!l!m!lli1<Ul1:!'~_.p'~i~ip..~~~?...~~J!~~EE.ªQ.º"Qº..paísque.promo.y:e"o.,aç,9I.dQ\Foi o que aconteceu DO

caso dos automóv~mo os japoneses J9,@.!!linduzidos a reduzir suas exportaçõe.sPM~_~~~~~9,()~_Ynid.º-~sre~~_lU!_~1).-ºª_ç!ec!!!,!,oseUJ;9J2m!Snesse mercado2J

19. GAIT é a sigla, em inglês. para General Agreement on Tariff and Trade.20. "Partes contratantes" era a denominação dada às nações signatárias do GATI_

21. Em menor grau a União Européia e O Canadá também adotam esse mecanismo de proteção.22. Ver adiante discussão sobre princípios do GAIT e OMe.23. Outra conseqüência foi o estímulo à indústria japonesa para que produzisse automóveis nos Estados Unidos.

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EMill!.'- 7 4' Teoria do Polãico

Comerciol

_-PR-Á-TI-CA------JSuponhamos que, num país pequeno, as funções de oferta e demanda da merca-

doria Y sejam expressas como segue:

Oferta: S = 300 + 20Py y

Demanda: D = 1.200 - 10Py y

Para podermos concluir alguma coisa a respeito desse mercado, bem como deter-minar o tipo de política comercial a ser adotada, falta conhecer o nível de preçointernacional. Vamos explorar essas funções supondo livre comércio como ponto departida e duas hipóteses de preço internacional de Y. 30D --'- ~"1c,. .;o,::;'

J I..~:~:'_, ..:_ ,. ( .;:1..-::")

i--'OoHipótese 1: preço internacional = US$ 20,00.

Se houver liberdade de comércio e sendo P =: US$ 20,00, a produção local seráde 700 unidades de Y e a demanda de 1.000 un1dades. ~:;;;;-·::::i\:·:).oJ.<:')

.'l <)elO - >.2..,,-,,.:.

S = 300 + 20 x 20 = 700y

D = 1.200 - 10 x 20 = 1.000y

J !::":.- ....C) _. --;-(.;.~.;"_::>

"';'6::;.-;

Isso significa que haverá importação de 300 unidades de Y para suprir a escas-sez doméstica (1.000 - 700y.-'Si'gnific,Ctambém que, a esse preço, o país não temvantagem comparativa na produção de Y.

Se o governo optar por proteger o produtor nacional da concorrência estrangei-ra por meio de barreira tarifária, de alíquota t = 20% sobre o preço internacional, opreço do produto no mercado interno será elevado de US$ 20,00 para US$ 24,00:

Py = (1 + 0,2) x 20 = 24,00

;; ." . Ao novo preço interno, Py = US~ 24,00, a quanti.dade ofertada sobe para 780q~. unidades, enquanto a demandadeclina para 960 unidades de Y. Isso resulta em:réS ,J> 180 unidades importadas./ ....

Como a alíquota do imposto de importação é de 20% sobre o preço internacio-nal de Y, o governo arrecada US$ 4,00 por unidade importada, resultando em recei-ta total de US$ 720,00. :: .\."l§:l X l.t ::.

Naturalmente, quanto maior a tarifa, menor a importação. No ponto de equilíbrioentre oferta e demanda a importação seria nula e a tarifa, proibitiva. Observe-se queO equilíbrio entre oferta e demanda se dá quando P = US$ 30,00.

y

300 + 20P = 1.200 '- lOPy y

30P = 900y

P = 30y

7 5 ··WiliU·'·Teoria do rolí~(oCome~cjal

Para o preço doméstico de US$ 30,09-a alíquota da tarifa seria de 50% sobre opreço internacional, ou seja, Py = (1 + 0,'5) X 20,00 = 30. Isso implicaria tarifa deUS$ 10,00 por unidade importada. No entanto, como não haveria importação nesseponto, também não haveria receita para o governo. li->.::3( 1'2-"

1)./, "

Hipótese 2: preço internacional = US$ 40,00. =>. If:r; '''::'Ivt .:?DA esse preço, com liberdade de comércio, haveria formação de excedentes passí-

veis de serem exportados, Isso porque os produtores ofereceriam 1.100 unidades,enquanto os consumidores demandariam 800 unidades de Y. A diferença, de 300unidades, seria exportada.

S = 300 + 20 X' 40 = 1.100yD = 1.200 - 10 X 40 = 800

y

Suponhamos que o governo resolva estimular as vendas externas, introduzindoum subsídio de 20% sobre cada unidade vendida. Com isso o preço passaria paraUS$ 48,00. O exportador receberia US$ 40,00 do comprador estrangeiro e US$ 8,00do governo, para cada unidade vendida no exterior:

Py = (1 + 0,2) X 40 = 48,00

A esse novo preço, a produção seria elevada para 1.260 unidades enquanto ademanda declinaria para 720 unidades. Com isso as exportações poderiam crescerpara 540 unidades de Y, e o dispêndio total do governo seria de US$ 4.320,00.

ir_' ·",~··,,·.,·'.'·"·.ililf~~_· .~_·""I',_I'._'·'.'_' I"',

[ Preço US$ 20 24 40 48 If!>rodução Unidade 700 780 1.100 1.260 I[ Consumo Unidade 1.000 960 800 720 ]L Importação Unidade 300 180 ~~portação I

'(J

Unidade 300 540 1:t!

\ [ Receita pública US$ O 720 =:J ~

" Despesa pública US$ O 4,.3~

MEDIDAS DO GRAU DE PROTEÇÃOVimos acima que a tarifa é um imE.~l.<:l~g?i~ a iITlP.9.!~_3:Ç~?~yjQ.efeitoirn.edi'!Jº..

.é e.J~'1<:t!o preço do produto. Se a diferença entre o preço doméstico (Pm) e o interna--·------,_._-. •• _ •• _•• _R'~ ••••••••••

Page 13: Scan Doc0075

F'Niillt.t- 7 6• Teoria do Política

Comercial

cional (P*) for causada somente por restrições tarifárias, a própria alíquota do im-posto será a medida do grau de proteção oferecida ao produto, denominada taxa deproteção nominal (TPNm).

Na prática, no entanto, além das tarifas, os governos utilizam quotas, proibi-ções, subsídios, controles cambiais, entre outras formas de proteção, que tam-bém provocam diferenças entre esses preços. O cálculo da tarifa implícita equi-valente engloba o efeito conjunto de todas as medidas protecionistas e consisteem estimar a diferença percentual entre Pm e P~. Assim, genericamente, a taxa deproteção nominal é determinada pela seguinte expressão algébrica:

TPN = [Pm - 1) , 100m P*

m

Se TPNm > 0, os produtores domésticos do produto M podem vendê-lo a umpreço mais elevado que na ausência da intervenção pública; logo, os consumidoresestão pagando mais. Se TPN

m< 0, os competidores externos e os consumidores

domésticos estão sendo beneficiados pela política local, em detrimento dos produto-res locais. Se TPN = O, não há incentivos ou desestímulos à produção doméstica,caracterizando um; política neutra, ou seja, há liberdade de comércio sem interferên-cia na competitividade do produto.

Disso se conclui que, quanto maior a distância entre TPNm e zero, maior o efeito daspolíticas públicas alterando estruturas de preços e maior o incentivo para se consumir ouproduzir-se M. Um exemplo numérico pode auxiliar a compreensão. Suponhamos que Mseja algodão, cuja cotação internacional é US$ 1.600,00/t, enquanto no mercado internoSeUpreço é US$ 1.680,OO/t.Aplicando a expressão algébrica ~cima temos:

TPN = (1.680 - 1) , 100 = 5%m 1.600

o resultado é maior do que zero, porque os produtos domésticos são oferecidos aum preço superior ao vigente no mercado internacional.

Esse método é útil pela facilidade de cálculo, mas tem como importante limitaçãoo fato de não levar em conta a proteção concedida aos insumos importados, necessá-rios para produzir M. Isso porque, se os insumos forem protegidos, o produtor de Mpoderia pagar menos por eles, caso houvesse liberdade de comércio. Então, paraconhecer o resultado líquido da proteção recebida por M, há de se estimar seu efeitosobre o valor adicionado.

Para maior clareza, relembraremos o conceito de valor adicionado. Suponhamosque uma unidade de M seja vendida por US$ 1.680,00, mas, para sua produção, sejanecessário comprar matérias-primas (sementes, adubos, defensivos etc.) no valor deUS$ 670,00. O valor adicionado pelo produtor de M é a diferença entre US$, 1.680,00e US$ 670,00, ou seja, US$ 1.010,00.

7714"40IU.,.. TeoriodaPolítico .

Comerciol

Observe-se que, dependendo da política comercial adotada para as matérias-pri-mas, sua cotação internacional pode ser maior, igualou menor que US$ 670,00. Mas,no presente caso, o que queremos conhecer é a real dimensão do protecionismo sobreO mercado de M e não a de seus insumos. Por essa razão, estima-se a proteção sobreo valor adicionado, e o estimador é denominado taxa de proteção efetiva (TPE )24: .

m

TPN -w.'TPNTPE = m , , , 100. m 1-w. ,

Onde:

TPNm = taxa de proteção nominal do produto M;TPN; = taxa de proteção nominal do insumo i necessário para produzir M;w. = participação do insumo i no custo de produção de M.,

Se o processo de produção exigir o emprego de mais de um insumo importado, aexpressão será alterada para:

TPE m

TPNm

- i Wi

' TPNi

___ i:~-:~:--__ ' 1001- L,w;

;~ 1

onde: n é o número de insumos necessários para produzir M.Ressalte-se que, da mesma forma que no caso da TPNm, zero é a referência para

comparação. Se TPEm

< O, o produtor de M está desprotegido frente à concorrênciaestrangeira. Se TPEm = 0, a política é neutra. Se TPEm > 0, o produtor está sendoprotegido.

Do exemplo anterior, o resultado positivo (TPNm = 5%) sugere que o produtorestá sendo beneficiado por certo grau de proteção. No entanto, para produzir algodãoé preciso empregar máquinas, defensivos e adubo. Se esses insumos forem protegi-dos a uma taxa mais elevada que5%, a proteção efetiva do algodão será menor queanominal, podendo vir a ser negativa.

Suponhamos que os insumos necessários para produzir algodão representem 40%dos custos de produção e que sejam protegidos por tarifa de 15%. Substituindo essesdados na expressão anterior, teremos:

TFE = 0,05 - 0,40 X 0,15 X 100 = -1,67%m 1- 0,40

O resultado negativo indica que, embora o algodão seja protegido (o produtor temde pagar preço 5% mais elevado que os concorrentes estrangeiros), como a proteção aoinsumo é ainda maior (15%), efetivamente o produtor está desprotegido frente à con-

24. Da fórmula resulta o saldo líquido da proteção sobre M, ou seja. elimina-se o efeito da proteção sobre as matérias-primasnecessárias para sua produção.

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ti·'Uh')!.,- 7 8ToonodoPo!itico

Comemo!

corrência. O Quadro (4.8) apresenta resultados para diferentes taxas de proteção nomi-nal ao insumo, supondo que ele represente 40% dos custos de produção.

5

5

'w~'E>' ,:' ,,~~~.S\\~!i. ~l...~~i

-5 -'--11,67 'l========= _. _J

O 8,33 ]5 .' -- ., 5-:oõ':::::=':::=::]

10 1,67 J40 15 -1,67 ~

._4_0 2_0 -_5:~O__ Jo que podemos concluir desses resultados? Supondo TPN e w, constantes, con-

cluímos que, quanto maior a proteção nominal ao insumo, menor aitaxa de proteçãoefetiva ao produto final M.

Além disso, mesmo quando TPNrn > O, o produtor não estará necessariamenteprotegido porque, se por um lado ele é beneficiado pela proteção ao produto quevende, por outro é consumidor de insumos que, por sua vez, também podem serobjeto de barreiras à importação.

Resumindo, ao consumidor interessa o valor de TPNrn, porque lhe informa oquanto está pagando a mais, ou a menos, do que pagaria se houvesse liberdade decomércio. Ao produtor nacional interessa o valor de TPEm, porque engloba a prote-ção ao bem final que ele vende e ao insumo de que ele é consumidor. O Quadro(4.9) relaciona'I'PN, TPNm eTPE

mpara qualquer que seja a participação do insumo

no custo de produção".

I Quadro 4.9 Relações entre proteçõo nominal e efetivo II Se TPN; < TPN

mentãp TPEm > TPNm ,

I Se TPN; > TPNm então TPEm < TPNm I~ TPN; = TPNm então TPEm = TPNm 1

É interessante reiterar que, se a proteção nominal é positiva, o consumidor pagamais do que pagaria se pudesse comprar no mercado internacional. Isso não significaque o produtor nacional está sendo favorecido. Para ele, interessa o lucro, diferença

25. Observe-se na fórmula que, quanto maior a participação do insumo no custo de produção, mais importante 'é sua taxa deproteção nominal para oprodutor de M. Naturalmente, o inverso é verdadeiro: se o insumo corresponde a uma parcela Ínfimado custo. mesmo se for muito protegido; o efeito final sobre a TPEm será insignificante.

. 79" ·""4iil)i·t·" IeOfiodo PoIíli:o

COl)1elcio!

entre receita e custo totais. Se o custo é onerado por fortes barreiras, mesmo que oprodutor se beneficie por praticar preço mais elevado que seus concorrentes estran-geiros, pode acabar em desvantagem.

Por outro lado, mesmo que o produto final apresente proteção nominal negativa,ou seja, preço interno mais baixo que o internacional, se os insumos necessários paraproduzi-Ia forem ainda mais desprotegidos, a proteção efetiva poderá ser positiva, e oprodutor nacional terá vantagens frente à concorrência externa.

I Quadro 4.10 • I Efeitos das barreiros à importação para consumidores e produtores

TPEm < O prejuízo

prejuízo pre]U1ZOpreju~ pr~''''~=íZ=9=-l

TPN <Om

TPEm> O , benefício benefício benefício

TPE <Om

prejuízo benefício benefício

O entendimento claro das conseqüências da proteção para os diferentes agenteseconômicos faz com que muitos países tendam a proteger mais os estágios finais daprodução que os produtos intermediários. Essa lógica marcou o processo de substi-tuição de importações no Brasil, protegendo a produção industrial mas facilitando oingresso de matérias-primas, bens de capital e combustível.

Na atualidade, a prática mais freqüente dos países desenvolvidos consiste emfacilitar o ingresso de matérias-primas para evitar aumento de custos para os produ-tores domésticos. Em contrapartida impõem barreiras para a entrada de produtosindustrializados em seus territórios, o que dificulta a exportação de produtos de altovalor adicionado pelos países menos desenvolvidos.

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.• ;p.i4hiU·Z1 8 O" Teoda da Político

(omerOOf

gralmente pelas ganhas dos produtores e d;' galJe~f)().lssoslçnifica que a tarifareduz a bem-estar da conjuntodasociedade. ' '. ' .. " " "

" O~umentodopreço doméstico, decorrente daImposição datar'ifai provocatambem mudanças nas, preços relativos interncs.Aúrnentaa prôd(ição'd() bemprotegido, mas,'seopats operacorn pleno emptegc>',:i5sosedáácustâdEJ {Éidu-'çãoda produção'dO:conjuritodós berisnâoat:en'diqos'-pela 'pôiítica::::"',:':: ' ':

,os subsídios, quando empregados' carrióinstid~éhto :dep~irti8~?càn-ie~d~1~odem terporobjetivoInibir a importação ou estimuJar,aexPdiJaçãô;Ó,~'ubsídi;'

~fl;jt~!;~ij;:~~;!~:~;iifír(~lill,~~de.partlclpaçao:namercadamundial, as perda~extr:éjP9Iamasfr()ntêir~:$'hácio-"n(;1,1.5,Ama ioroferta:dop roguto subsidiâaored uzs0ª,ç6t?ç~Biritérnàêióh~j'}E1SÚF

-.mmmPARA REVISÃO I,

1; Podem?s classificar a Brasil coma país pequeno para a maior parte dos produtostransacionados no mercado internacionaL O que isso significa?

'"~ Suponha que a oferta e a demanda de um bem A sejam dadas pelas seguintesfunções:

Sa = 20 + O,4PaDa = 38 - 0,5Pa

81·.·""Uit1i!.*_·TeOliodo Pdílko .·Comer(icl

a. Se a preço internacional deA fosse US$ 12;00 por unidade, poderíamos dizer. que o país tem vantagem comparativa na sua produção? Por quê?

b. E se o preço internacional fosse US$ 25,00 por unidade?

(3~Se o preço internacional de um determinado bem A é US$ 6,00 por unidade e,-' sabendo que as funções de oferta e demanda do produto, em um país pequeno, são:

S = -200 + 80P'a a

D= 1.600 - 100Pa a

a. Determine a produção, consumo e importação sob livre comércio.

b. Determine a produção, consuma, importação e receita do governo após impo-sição de tarifa ad vaio rem de 25%.

c. Para que a tarifa fosse proibitiva, qual, deveria ser a alíquota sobre o preço

internacional?{\ 'C4.J A partir das funções de produção da exercício anterior e supondo que o preço

internacional do produto A fosse US$ 11,00 por unidade:

a. O que poderíamos concluir sobre a vantagem comparativa do país no comércio

deA?

b. Se a governo optasse par induzir a exportação de 400 unidades, qual deveriaser a alíquota do subsídio à exportação?

c. Qual seria o dispêndio do governo com o subsídio?

r5:~upanhamos u~ país que, produzindo somente X e M, !enha vantag~m compara-,7tiva na produção da bem X e desvantagem na produçao de M, Se impuseruma

tarifa sobre a importação de M, quais serão as conseqüências:

a. sobre os termos de troca?

b. sobre a produção?

c. sobre o volume de comércio?

d. sobre a distribuição da renda doméstica?

~

~; 6. iscuta a seguinte afirmação: nem sempre há perda de bem-estar para a nação'. que adota uma política tarifária sobre a importação .

.j~: /r que as tarifas são prefe~íveis às barreiras quantitativas sobre importações?

~~ompare os efeitos do subsídio à exportação e da tarifa sobre importação sobre,>'~termos de troca.

9. Quais são as condições para que a taxa de proteção efetiva seja menor que a taxade proteção nominal do produto?

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C:f.1YIi')!·"82Teorio do Político

Iomerdol,;',

'lO.'Dadas as informações abaixo e supondo que, para produzir chocolate em pó, o.cacau represente 70% do custo de produção:

Preço internacional (US$/t)

Preço doméstico (US$/t).-'---

1.500 _ 4,0~

1.500 4,8õQI-------_~ J

. 3. Determine a taxa de proteção efetiva do chocolate,

b. Discuta a lógica da política comercial do governo para o insumo (cacau) e parao produto final (chocolate),

,..,.'n.\Suponhamos que o custo total para produzir determinado medicamento no Brasil

seja R$ 1.000,000,00 e que R$ 600.000,00 sejam despendidos em matéria-pri-ma. Se a taxa de proteção nominal do medicamento for 10%, e a da matéria-prima, 20%:

a. Determine a taxa de proteção efetiva do medicamento.

b. O que você conclui desse resultado?

12; Por que as barreiras protecionistas dos países desenvolvidos dificultam, para ospaíses pobres, as exportações de produtos de maior valor adicionado?

EXCEDENTES DO CONSUMIDOR E DO PRODUTORo excedente do consumidor pode ser mensurado por meio da diferença entre o

preço que o comprador consentiria em pagar para não se privar de determinado pro-duto e o preço que efetivamente paga por ele. Esclareceremos esse conceito tomandocomo exemplo o leite.

Se seu preço fosseR$ 2,00/e, um consumidor estaria disposto a comprar apenas umlitro de leite por semana mas, se fosse R$ 1,SO/e, compraria dois litros, a R$ 1,20/e,três litros, e assim sucessivamente. Observe-se que quando o preço passa de R$ 2,00para R$ 1,50 por litro o consumidor poderia continuar comprando apenas um litromas prefere comprar dois. Obtém por R$ 3,00 o que, para ele, vale pelo menos R$ 3,50(R$ 2,00 por um litro e R$ 1,50 pelo outro). Há um excedente de satisfação de R$ 0,50(3,50 - 3,00). Se o preço cair para R$ 1,20, o consumidor compra três litros pa-gando R$ 3,60 pelo que vale, pelo menos, R$ 4,70 (2,00 + 1,50 + 1,20). O exce-dente, nesse caso, é de R$ 1,10 (4,70 - 3,60) e assim por diante (ver tabela).

O excedente pode ser representado graficamente. Corresponde à área do triân-gulo abaixo da curva de demanda até a linha de preço. Ao preço Po o excedente doconsumidor é dado pela área a. A área b representa: o acréscimo do excedente resul-tado da redução de' preço de Po para P

I.

83. iq·'4ii')t.". Teon,doPolilico

Comercial

2,00

1,50 2

1,20 3 1,10

1,00 4 1,70

5 6,60 2,10

O excedente do produtor é similar ao do consumidor, Supondo que o produtorpudesse vender seu produto por R$ 3,00, se vender por R$ 5,00 terá um excede~:e deR$ 2,00. O excedente corresponde ao excesso de receita bruta sobre o custo vanavel.É representado pela área acima da curva da oferta e abaixo da linha de preços. Grafi-camente, se o preço é Po' o excedente do produtor corresponde à área c + d. Se opreço cai para Pj o excedente se reduz à área c.

Figura 4.8 I Excedentes do consumidor e do produtor

D

Preço Preço

P, 1--'------", p~.l-------7'"

QuantidadeQuantidadeExcedente do consumidor Excedente do produtor

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• Instituições Reguladoras do Protecionismo• Argumentos a Favor do Protecionismo

Nocapítulo anterior, foram mencionados d~~..instrumentos de política co~rp~~SLa.1dentre os mais adotados pelos governos para proteger o mercadod9.0p}~ii:j.f.o.Esse rol não esgota as possibilidades;põfsliKmuíta~'màneiras

de se restnngir'õ comércio exterior. Ressalte-se que, qualquer que seja o instrumentoempregado, ~empx.:<?.~eobs.~~~E!.~~~~ç_?~.s_E~..l?E().?~9~.()_e_l2:?_.c_o?:suIllC?,diminuindoO bem-estar dos parceiros comerciais. Por essa razão, a maioria dos economistas fazobjeções à adoção de medidas protecionistas., O livre comércio é considerado pelos clássicos como a melhor atitude porqueco~uz ao Uso-eficientêaetõêfõsüs-recursos disponíveis. Essa é uma condição neces-sária para atingir o máximo bem-estar mundial, mas não é suficiente, pois, f9il10

~corre tran.~fe!~pci!i.de renda entre pessoas e nações, alguns ganham e outros perdemcomaliberdade de comércio. ...---. .' ....- ..

· Economistas neoclássicos argumentam que os ganhos em eficiência proporciona-dos pelo livre comércio seriam suficientes para compensar as perdas dos que fossemprejudicados. Com um mecanismo adequado de redistribuição de renda seria possívelmelhorar a situação de todos.

No mundo real, no entanto, esse mecanismo de compensação não é assegurado, e~squ~ defendem o protecionismo freqüentemente o fazem sob a perspectiva daque-,~~~país~s que sofrem perdas com a liberdade de comércio. Advogam a intervençãop.~~Ecacõino forma de neutralizàros prejuízos resultantes das trocas internacionais.~~~<l.1avancar o desenvolvimento econômico.

O alemão Friedrich kW, no século XIX, e o argentino Raúl l2:ebisch, após aSegunda ?uerra Mu~dial, foram d~is autores que aE.Q.!l!!l!~,t.~I~a.sa9argum~ntç_~f~~~I,,<:l~QJlyr~c2Q!'!~!92,.porseu efeito deletério para os países menos desenvolvidos.Suas contribuições à ciência econômica exerceram influência marcante sobre a con-dução da política comercial de muitas nações, inclusive a brasileira I.

" ' Na prática, independentemente da interpretação teórica de referência, pode-se afir-"<~l:p1arqueaopção de determinado país nunca tem por objetivo incrementar o bem-estar"~riitin~iàlnemvisa à melhoria de vida da própria população. Freqüentemente, a escolha,./dedeterminada política comercial é condicionada pelo poder político e, em grande

"-"'::~:f:i""-' _0"0 " ••• »<:Ó ,-, o '.: ".~~:~~o~0.~/~p~~~~:"~~~l:"?de~n,:olvimento econômico da América Latina e seus principais problemas ","In: Revista Brasileira de:.~io-).;f,/;.;;EconomlQ .•Rio.,de Janeiro, 3(3):47·11 J, set. 1949. )..,ist,Friedrich. "Sistema Nacional de Economia Política". São Paulo: Abril

."{' :?j'!;:fUl!Ur.~)~} ç3,~<&le~ão Os Economistas),

0,-. -. ; ~~ .:

85'{10'li)«.'.Políli<oÚll1"'OInoPmti<a

I

parte, reflete a~ :onveniências dos grupos de interesse predominantes por ocasião datoma?a ~e decisão. Em outras palavras, o mundo real não é gerido pela racionalidadeeconorruca, mas pelo poder dos grupos de interesse e seus representantes.

Par~ muitos, interessa ~~en~ soluc~o?ar seus problemas imediatos, sem maiores pre-ocupaçoes com as consequencias a médio prazo, em particular se elas recaem sobre oso~tros povos. Iss? faz com que ?pr()t~ci.?_n~~_~.()_sej~pr~ticabastante disseminada, espe-cialmente nos paises desenvolvidos, que têm força suficiente para impor suas -deCisÕes:

Um agravante é que, uma vez estabelecid~~~ si~t~;~-d~ p~;-t~-çã~-~u~-'~~to;-para solucionar determinado problema imediato, torna-se muito difícil aboli-lo por-que seus beneficiários fazem pressões políticas para rnantê-lo. Resultado: o que de-veria ser temporário, pode tomar-se permanente. .

As conseqüências das decisões de uma nação sobre o comércio exterior naturalmenteex~apolam os limi~~sde seu te,rrit?rio. No século XX, o mundo passou por etapas deacirramento das praticas protecrorustas, desastrosas para muitos povos. Esforços foramfeitos afim defacilitar a liberalização, do que resultou o GATT, em 1947, ea OMC, em1995. A lógica dessas iniciativas sempre foi realista. Nunca se pretendeu extinguir oprotecionismo, até porque não existe consenso sobre a conveniência dessa atitude.

Este c~pítulo.traz, ini~ial~ente, uma síntese da história e dos principais aspectosdos organismos mternacionars responsáveis pelo controle do protecionismo mun-dial. Em seguida, apresenta uma discussão a respeito das justificativas mais usuaispara a continuidade das práticas protecionistas, enfatizando aquelas de maior interes-se para a economia brasileira.

INSTITUiÇÕES REGULADORAS DO PROTECIONISMOQp~ríodoen.tre as guerras mundiais foi marcado por acentuado protecionismo e

~.e..~~rior.!lçã.pdas relações econômicas internacionais.Algumas tentativas dereiôriiõàs condições vigentes anteriormente foram realizadas, mas a crise de 1929 fez ruir asesperanças e precipitou um comportamento do tipo "salve-se quem puder" .. Os Estados Unidos, que após a Primeira Guerra Mundial emergiram como potên-

era, aumentaram bruscamente suas tarifas aduaneiras. Esse fato levou seus parceiroscomerciais a impor retaliações. Seguiram-se qi:!_~yill.QrizaçõescQmpetitiyas~uma sé-ti~_<i_e_res!!:Í5~~S~? c<?m.~l'(;~o_departea pat~~. tai prática se disseminou rapidamente,~~~tap-ºº_.emguelT.as S;ºI!l~r~i_ª.ÍJcada vez mais acirradas, obrigando, ao final, mui-tos países a adotar umri22d~J.2_él_~!..~~g~j.'?~.9.<:,P'!g_c!~ç~~2.

Os primeiros a desvalorizar a moeda e a tomar medidas restritivas ao comércioforam menos atingidos pelo colapso econômico, mas seus ganhos decorrejam doempobrecimento do vizinho. Como esse procedimento se disseminou e praticamentetodo~.-9~J?~j.~es,na esperança de se preservar, ~~~~~am.~ p~_t~~~_seu~e!S:1:g92.'

1..,2, Para enfrentar o problema do balanço de pagamentos, um país desvalorizava sua moeda. Isso tomava mais caro o produto dei outro país. que, para recuperar a compctitividade, também desvalorizava sua moeda. e assim por diante.

Page 18: Scan Doc0075

'ict,j' '

l,

agravou-se a crise, com perdas para o conjunto. Sur~!~~ e~!~o ~!!~~_,s~~!~I!l_~l1!~_s_~t?nacionalismo, que contribuíram para detonar a Segunda Guerra Mundial em 1939.~~--;;-~-d~rante o conflito, algumas lideranças dos países envolvidos, especial-mente da Inglaterra e Estados Unidos, começaram a elaborar planos que viabilizassema prosperidade e o desenvolvimento e que evitassem a reincidência nos erros do ~a~-sado recente. Uma famosa conferência realizada em Bretton Woods, em 1944, ,ongl-nou duas organizações internacionais destinadas a supervisionar a nova ordem eco-Íl~míc;Tnterriácional: o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacio-nalde Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) ou Ban'coMlui.dial,.Tani.béÍn haviaplaiiõSôe criação da Organizáção Interiiacional dõComércio (0lC), visando impedirfuturas guerras comerciais como a dos anos 30, mas essa idéia não prosperou porqueo Congresso norte-americano se recusou a ratificar os termos do acordo.

Ao firy,al~dãSegunda Guerra, em uma conferência sobre comércio e empregopromovida pelo Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas(ONU), foi apresentado um documento, elaborado basicamente P9r técnicos da In-glaterra e Estados Unidos, intituladoAcordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT).Após incorporar algumas sugestões, o documento foi firmado por 23 países na Roda-da Genebra, em 1947, como conclusão da primeira rodada de negociações multilate-rais de comércio do GATT.

5.1.1. GATT: PRINcíPIOS E REGRAS GERAIS:f" O objetivo original do GATT era reduzir as barreiras comerciais entre países,

aumentar sua interdependência e, com isso, reduzir os riscos de um novo conflitomundial. O Acordo Geral teria caráter provisório e deveria servir como ponto departida para a criação da Organização Internacional do Comércio. Como a OIC nun-ca chegou a existir, as regras do GATT acabaram prevalecendo nas negociações co-merciais até janeiro de 1995, quando foram incorporadas pela OMC.

O princípio básico que orientou o funcionamento do GATT foi o da não-discri-minação, expresso pela cláusula de nação mais favorecida (NMF), segundo a qualnenhum país tinha obrigação-de fazer concessões, mas se, ao negociar com qualqueroutro, reduzisse suas barreiras à importação de determinado produto, esse benefíciodeveria ser estendido, incondicionalmente, a todos os demais. Essa obrigatoriedaderesultou no direito de todos se beneficiarem de qualquer redução de barreiras alfan-

~- degárias praticada pelos membros do Acordo.t "Para participar doAcordo Geral os países assumiram também o compromisso deL não aumentar as tarifas ou fazer outras restrições ao comércio. Assim, impedindoj~>',.':,:,.,,:seus membros de aumentar as barreiras comerciais e beneficiando-os-por toda e qual-t;:/P:<Jqtierreãução praticada por algum deles, o GATT contribuiu efetivamente para redu-~\:J~;';;,;\~Szrr:õ'prOteeionisnio e facilitar o comércio mundial, embora tenha permanecido na~,;::::':!\3~condição de acordo provisório ao longo de toda a sua existência.~;:~~:,,'i,i'~6j?,;,;~EIÚs~afase inicial, predominou a negociação entre o principal fornecedor de um:,:?~~'>:.>,:.'p~~to e.0país importador. Se o fornecedor conseguisse ob.ter r:mução das barr~iras not<,'-'" >:<,', .mercado unportador, a cláusula N1vIFassegurava sua generalizaçao para os demais mem-

~~~'L",\~S;;:~i\·.,.." . .

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87 ·""4·ill"'-PoIli<,C"""liimPnlóm

bros do GATT. Esse método logo mostrou sinais de esgotamento e a idéia de acelerar aliberalização do comércio levou à realização de rodadas multilaterais de negociação .

A partir dos anos 50, houve sete delas. A última, a Rodada Uruguai, que ocorreude 1986 a 1993, envolveu mais de 100 países. Nessa rodada, entre outros temas, foinegociada a extinção do GATT e a incorporação de suas regras pela aMe.

Parte da fragilidade do GATT deveu-se justamente ao fato de ter permanecidocomo um acordo provisório, sem poder suficiente para solucionar as controvérsiascomerciais ou para impedir que seus signatários desrespeitassem as regras quandojulgassem conveniente.

5.1.2. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIOA OMe é uma organização permanente e com personalidade jurídica própria.

Entrou em funcionamento em 1Q de janeiro de 1995 e suas principais funções são:• gerenciar os acordos multilaterais de comércio relacionados a bens, serviços edireitos de propriedade intelectual;

• administrar o entendimento sobre soluções de controvérsias;

• servir de fórum para as negociações;

• supervisionar as políticas comerciais nacionais; . _. '• cooperar com outras organizações internacionais., c>:'

A instância maior da aMe é a Conferência Ministerial, composta por represen-tantes de todos os membros', com poder para decidir sobre qualquer questão relacio-nada aos acordos multilaterais de comércio. As Conferências devem ocorrera cada

3, Em setembro de 1997 estavam registrados 132 membros,

Figura 5.1 I Estrutura da Organização Mundial de Comércio

Órgão de Exame dePolíticas Comerciais

ConselhoGerol

Órgão Permanente de ApelaçãoGruposde Soluçãode (onlrovérsios,-

Comilês de:- Comércio e meio ambiente- Comérdo e desenvolvlmenlo- Acordos comerciais regionais• Restrições do balanço de pagamentos• finonçus, orçamento e administração

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'dois anos; no espaço entre elas, a OMC é regida pelo Conselho Geral, principalexecutor das decisões, que atua como Órgão de Solução de Controvérsias Comer-ciais e Órgão de Exame das Políticas Comerciais, Ao Conselho Geral, estão subordi-nados vários comitês e os conselhos de comércio de mercadorias, de serviços e depropriedade intelectual (Figura (5,1)), Esses conselhos, por sua vez, também abri-gam comitês e grupos de tr balho específicos,

O sistema multilatera e comércio regido pela OMC também tem a não-discri-minação como princí io fundamental, que é expresso por duas regras:

a) Cláusula de nação mais favorecida: tal cláusula pretende evitar que haja discrimi-nação entre os diferentes países fornecedores de um mesmo produto, É particular-mente útil aos países que têm menor poder de barganha nas negociações internacio-nais, porque são beneficiados pelas reduções das barreiras negociadas entre osgrandes fornecedores e importadores,

b) Tratamento nacional: por essa regra fica estabelecido que, após ingressar em deter-minado mercado, o produto importado não deve receber tratamento menos favorá-vel que o dispensado ao similar nacional, Isso significa que não deve incidir sobreaquele qualquer imposto ou outro ônus maiores que os incidentes sobre os produ-tos domésticos. O objetivo é evitar que haja discriminação entre o produto impor-tado e o nacional.

Há algumas exceções à cláusula NMF, quais sejam, os acordos de integraçãoeconômica e as preferências tarifárias, que podem ser concedidas pelas nações de-senvolvidas àquelas em desenvolvimento. Nesses casos, a redução das barreiras nãoprecisa ser estendida aos outros membros da OMe.

O princípio da reciprocidade complementa a cláusula NMF, pois as negociaçõespara acesso a mercados implicam concessões de ambas as partes. Tais concessões,através da cláusula NMF, são extensivas a todos os membros, contribuindo para maiorliberalização do comércio mundial,

Todos os membros da OMC devem registrar multilateralmente seus níveis máxi-mos de tarifa. Uma vez registrada, a tarifa não pode ser aumentada ou neutralizadapor outras medidas protecionistas sem que se concedam compensações aos princi-pais exportadores do produto. Dada essa restrição, muitos países consolidam tarifasacima dos níveis que efetivamente praticam ou pretendem praticar. O Brasil é umexemplo. As tarifas foram consolidadas em 35% para manufaturados e em 55% paraos produtos agropecuários, apesar de ter sido adotada a Tarifa Externa Comum de

, .20%, acordada com os parceiros do Mercosul.

~~t~!~)f~••·'"bM~ar:O~:~~ :::s fu::;~b~:Se~~~:c:~~~:a :~~;~~~~sd~: P::~!~:~~~:l~:~~~~~::\)~'!,::;:\' ':,Jntroduzidas nos regulamentos nacionais sobre o comércio exterior. Além disso, ao

( ..,','. '-Órgão de Exame das Políticas Comerciais compete realizar análises periódicas dost2~ü>:·:.·.regulamentos, Aperiodicidade depende da importância relativa do país no comérciotJ';H::,·~·::/:,dn~~aciona1.N? .caso dos ~ai~res pa~ses - União ~uropéia, Estados U~idos, Jap,ãoe

';k';:.'·; ;.çana~ -:-' a política comercial e exarnmada a cada dois anos. Para os médios (16 patses,r:\/'~'-:~.>.. : . .

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8 9 M;p.i4"il!·IWPo§!i(o(omer(iolno/'Jirtico

incluindo o Brasil), a periodicidade prevista é de quatro anos. Os demais membrosterão suas políticas analisadas a cada seis anos.

Sempre que um país se julgar prejudicado pelas práticas de seus parceiros comerciais,deve tentar ~egociações bilaterais. Se não for bem-sucedido nessas negociações, poderecorrer ao Orgão de Solução de Controvérsias. Caso julgue a demanda procedente,esse--Órgão poderá deliberar sobre a melhor forma de compensação ao país prejudicado.

Se o país infrator não obedecer às recomendações, a OMC pode autorizar a adoçãode medidas retaliatórias. Resumindo, quando comprovada a infração das normas daOMC, o infrator tem duas opções: oferecer uma compensação aceitável ao país preju-dicado ou sujeitar-se a retaliações, além de ter sua reputação abalada".

Cabe acrescentar que a criação da OMC, se por um lado ampliou o acesso aosmercados dos outros países, em contrapartida reduziu os graus de liberdade das naçõesna definição das políticas econômicas que afetam o comércio. Isso porque, a partir doinício de seu funcionamento, as políticas comerciais de países-membros passaram a sersubmetidas a regras bem mais rígidas que as vigentes sob os auspícios do GATT.

. 5.2 ARGUMENTOS A FAVOR DO PROTECIONISMOApesar dos esforços a favor da liberalização do GATT e da OMC, o protecionis-

mo ainda é uma realidade. A argumentação básica em sua defesa parte do pressupos-to de que há falhas no mercado que justificam a intervenção pública. A principaldelas está relacionada à distribuição dos ganhos decorrentes da liberdade de comér-cio que privilegiam alguns setores e/ou países, em detrimento de outros.

Os defensores do protecionismo advogam o emprego da política comercial estra-tégica, em particular se o país encontra-se numa etapa incipiente de seu desenvolvi-mento. Essa é a base dos argumentos da indústria nascente: substituição de importa-ções, redução do diferencial de salários, entre outros, mencionados a seguir.

5.2.1. PROTEÇÃO À INDÚSTRIA NASCENTEO termo "indústria nascente" refere-se à etapa do desenvolvimento em que a

indústria ainda não alcançou um nívelde produção quelhe permita beneficiar-sedas~~õ'iiõmíã;S=:dê-esc~li'Nessã-etapa, seu custopor unidade produzida é elevado e, setiver de concorrer com firmas estrangeiras, estabelecidas há mais tempo, não temchance de sobrevivência.

A idéia é garantir certa reserva de mercado, temporária, a fim de permitirJlI!~L'!indúStria possa exparrdir-se-gr~Q!l:~t!tielífê;Uvreda e0neorrênciadeempies~~mad\"11:as,-,-,-,~"-,--.".-.--:.----,-,,-,, ....•• _._- •....•.- ..---, _ ..~.•.. '~---~.•.... -_ ,..- '. '.'

cujos custos umtáfids'deprodução sãomêiiõi'es.Uma vez atingido o tamanho ótimo, a:prote'Çãodêve senêlrradãpafaqüeã'-íiídústri'a passe a competir com as demais em .igualdade de condições. '. ,

4. Nesse sentido o poder do GATI era bem menor, pois a aplicação das recomendações dependia da concordância de todos osenvolvidos. Se o país infrator não aceitasse as recomendações, podia simplesmente deixar de aplicá-Ias.

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Esse é um dos argumentos mais antigos a favor da proteção e foi apresentado noinício do século XIX pelo economista e político alemão Friedrich List. Na época, aeconomia inglesa j~era astante industrializada, enquanto a indústria alemã eraincipiente, A proteção mporária desta foi considerada imprescindível para fazersurgir a vantagem c mparativa, que seria "asfixiada" no nascimento, caso tivesse deenfrentar a concorrência inglesa.

A crença nas vantagens de se proteger a indústria em sua fase inicial serviu dejustificativa para a política comercial de muitos países. Cabe destacar as três eco-nomias mais desenvolvidas da atualidade, Estados Unidos, Alemanha e Japão, cujaindustrialização, nos seus prim6rdios, foi resguardada por fortes barreiras alfande-gárias. Os dois primeiros adotaram tarifas elevadas durante o século XIX. No Ja-pão a estratégia consistiu em rígidos controles de importação até os anos 70 doséculo XX.

O Brasil também aderiu a essa estratégia. Na etapa de rápido desenvolvimento daindustrialização, o Plano de Metas do Governo JK (1956-1961) previa, entre outrasmedidas, o fechamento da economia por meio de altas tarifas aduaneiras. A idéia eraimplantar um parque industrial no país, livre da competição de produtos oriundos deeconomias mais desenvolvidas. Essa prática se prolongou por décadas, mesmo apósa abertura comercial dos anos 90, em alguns setores, como a informática.

Friedrich List e o Protecionismo na Alemanha e nos Estados UnidosUma doutrina econômica adequada para um país em determinado momento

pode não ser para outro em outra época. Essa abordagem relativista constitui umaspecto marcante da escola hist6rica alemã, que surgiu por volta de 1840, da qualList foi um dos mais destacados pensadores.

À época, o laissez-faire era o paradigma econômico.A doutrina clássica advoga-va a liberdade de comércio para possibilitar aumentos da produção e do consumo e,partindo da idéia de que a riqueza da nação é igual à soma das riquezas dos indiví-duos, garantia que o aumento do bem-estar da coletividade estava assegurado.

List contestou essas idéias, argumentando que o livre comércio era a políticaeconômica apropriada para países com elevado desenvolvimento industrial, masinconveniente para países menos desenvolvidos, que podiam coexistirem determi-nado momento.'<' '{iA partir da observação de diferentes povos, List procedeu a uma classificação:;'do'deserivolvimento das nações f'in CÜlCO estágios: selvagem, -pastoril, agrícola,~,ãgticoht~màriúfátúreifo e, finàlm:eÍlte,-agrícola-manufatureirô~comefcial. Em seuentender, somente quando o país alcançasse este último estágio poderia auferir

;,~;~~,~f~~~~~cpm li. ,liberdade de comércio; logo essa era à política lógica para a~;m~~~~erra.,no,séculoX:IX., ':l,~.~~j~~}~;;!~j~?~::~:·:;~.:~~~\.::",~:.;/'~.<:,,""'"". " , '~

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91 -tiA"iI!.'-PoIlm Comeroonol'lúlim

De acordo com List, o objetivo principal dos esforços nacionais é '~iri~~~t~~~~ide desenvolvimento e, como o governo pode enxergar além da existência transitó-ria dos indivíduos, deve ajudar seu povo a atingi-lo. Para isso, deve concentraresforços para desenvolver as forças produtivas internas.

Argumentava que, se os produtores domésticos ficassem sujeitos à concor-rência dos países que já se encontravam em estágio mais avançado, os esforçosde desenvolvimento seriam infrutíferos. Concluía, pois, que o protecionismo eraa política econômica lógica e recomendável para a América do Norte e aAlema-nha que, naquela altura, encontravam-se ainda no estágio agrícola-manufatureiro.

Essa prática, no entanto, deveria ser transit6ria. Uma vez atingido o objetivo dedesenvolver determinado setor, as medidas protecionistas seriam retiradas e, quan-do toda a indústria atingisse condições de igualdade em relação à das nações maisavançadas, o país teria chegado ao estágio superior de desenvolvimento, ocasiãoem que a política adequada passaria a ser a de livre comércio. ,

No início do século XIX, a Alemanha ainda não constituía uma unidade po-lítica e muito 'menos econômica. Havia apenas uma confederação de 39 Estadosindependentes, em que cada um deles estabelecia regras próprias para as rela-ções econômicas com o exterior. As barreiras ao comércio com os demais mem-bros da confederação dificultavam as trocas e, com relação ao resto do mundo,inexistiam regras de ação, o que os enfraquecia frente à concorrência de naçõesmais desenvolvidas.

Como forma de promover o desenvolvimento alemão, List defendia a criaçãode uma união aduaneira entre os membros da confederação, ou seja, propunhaliberdade de comércio entre eles e barreiras elevadas para proteger a indústriadoméstica da concorrência inglesa. Essas idéias foram defendidas por ele nolegislativo, para o qual foi eleito em 1820. Suas opiniões polêmicas, contudo,não se restringiam aos assuntos do comércio exterior e acabaram por levá-lo àprisão e à deportação.

Entre 1825 e 1832, List viveu nos Estados Unidos que, lutando contra a su-premacia européia, já adotavam política comercial com preocupações naciona-listas. O ambiente propício levou os argumentos protecionistas do pensador ale-mão a ganhar popularidade, pois referendavam as práticas comerciais em curso~",

A partir da experiência bem-sucedida dos Estados Uó:idos,' essa~:i~éi.~~'~~\:difundiram pelo mundo e retomaram à própria Alemanha. Em1833, cOIl~~ti4:;

"_' , •. ' , ' ,,' "o • " • ,"', '. ;... .e: ..~•..',~::"),'".:,,".:,~",I~d;:~~·se a uniãoaduaneira entre os 39 membros da confederaçaoe;paulatínforam sendo implantadas as medidas' protec~oriis~~pt~Ó~~~~a,~*?;(grande parte responsáveis pelo surto' de desenvohiimel1tó:ifi~üs!tUiguiu. No final do século XIX, tanto Estados Unidos CóIÍlô'ÁliHIííÍhatingido o último estágio dedesenvolviinento ep1idetari1pf&~~~'âiEao comércio. ";:",:"!";':~":r

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·.,.,guI,8.,. 9 2PoIíli<'~~ ~ __ /

5.2.2. REDUÇÃO DO DESEMPREGOPolíticas macroeconôrnicas (fiscal, monetária ou cambial) são opções naturais para

combater a recessão. O emprego da política comercial com essa finalidade apresenta adesvantagem de induzir distorções nos preços relativos e conseqüente ineficiência naalocação de recursos. Além disso, embora possa reduzir o problema doméstico, tal medi-da pode causar"exportação de desemprego" e gerar retaliações. Se outros países tambémadotarem a mesma estratégia, a conseqüência pode ser uma guerra comercial, com au-mento generalizado do desemprego, como ocorreu entre as duas grandes guerras.

A despeito dessas inconveniências.ji redução do desemprego é um dos mais for-t~sargumento~~~-º~f~~~ da proteção. Mad~ie}iieAíbfighi;-seCretiíria de Estãdo nor-te-americana.sintetizou com perfeição esta idéia na frase: "Política externa significaernpregos'". Esse é também o argumento de Synésio da Costa, representante da As-sociação Brasileira de Brinquedos (Abrinq), que, na defesa do protecionismo para osetor, no final de 1997, afirmou: "Vamos mostrar que é o consumidor - e não asempresas - quem decide. Quando se compra um produto feito no exterior está-segerando empregos lá fora e quando se compra um produto nacional se geram empre-gos aqui. A decisão é do consumidor'".

Inúmeros outros exemplos poderiam ser citados, mas estes já são bem ilustrativosde que as importações aumentam a demanda no exterior, enquanto as exportações ofazem internamente. A longo prazo as exportações e importações de um país tendemao equilíbrio e, em conseqüência, não há exportação ou importação de emprego. Noentanto, enquanto não se atinge o equilfbrio.suigemproblemas de ajusta~.!!!S>~m!Ü_~tas vezes dégiãViGiiQ~~_uJ'i:ê:l~~t.~J?~}n~<if1~~erumã1ntervençao protecÍõnista., Do ponto de vista microeconômico, argumenta-se q~e;a~ê~'~i~de-'proteção

pode gerar desemprego em determinada indústria ou localidade. Essa é a lógica daargumentação da Abrinq, que acabou convencendo o governo brasileiro a adotarmedidas de salvaguarda à produção nacional. Em meados de 1996, a alíquota doimposto de importação de brinquedos foi elevada de 20% para 70%, pelo prazo deseis meses. Seguiu-se uma investigação para comprovar prejuízos causados pelasimportações. A comparação do desempenho de 21 empresas do setor, entre os 'anosde 1994 e 1995, mostrou queda de 18% no número de empregados, de 15% na pro-dução, de 28% na quantidade vendida e crescimento de 117% nos estoques. O maudesempenho do setor, apresentado como prova da incapacidade de competir com osestrangeiros, motivou a extensão das barreiras tarifárias até o final de 19997•

.,' ....••,....<. 9 pr()pósito de reduzir o desemprego motivou também os acordos voluntários de'Sàf':, r~s,ffi~~q.,à.,~XP?rtação,firmados pelos países desenvolvidos, de produtos têxteis, aço,·'·ê;.(~~!~"i§9~s·:~:àutoinóveis, entre outros. A justificativa para esses acordos é a suposta,:,:/.ti~é~sIdádéderniniÍnizar o custo de ajustamento da mão-de-obra aos programas de

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modernização das indústrias já maduras, que vinham perdendo competitividade nomercado internacional pata países como o Japão e outros recém-industrializados.

O caso dos automóveis é bem interessante. Durante muitos anos, a indústria auto-mobilística norte-americana viveu isolada da competição estrangeira devido às dife-renças entre os automóveis. Vivendo num país extenso e com gasolina a preços bai-xos, seus consumidores demandavam veículos grandes, enquanto na Europa e Japãose produziam can'os pequenos e econômicos, adaptados às condições locais.

Com a crise do petróleo, nos anos 70, houve urna mudança abrupta no comporta-mento dos consumidores norte-americanos, que passaram a preocupar-se com ospreços elevados dos combustíveis, demandando carros mais econômicos, muitos de-les japoneses.

A maior procura por carros japoneses criou dificuldades para as empresas norte-americanas e o argumento do desemprego nas tradicionais regiões produtoras levou àemergência de fortes pressões políticas favoráveis ao protecionismo. O governo res-pondeu às pressões, forçando o Japão a firmar, em 1981, um acordo de restrições"voluntárias" à exportação.

Políticas de Empobrecimento do Vizinho no Período entre Guerras

Para se ter uma idéia das razões que levaram o mundo a travar uma guerracomercial sem precedentes durante os anos 30, é preciso voltar um pouco no tem-po. A origem dos problemas remonta à época da Primeira Guerra Mundial. Nesseperíodo, estimulados pelo rápido Crescimento da demanda, os preços agrícolassubiram até atingir seu pico em meados de 1919. A partir daí, como a demandarefluiu, passaram a declinar rapidamente.

Os Estados Unidos lideravam as exportações agrícolas e, com a queda dospreços, sofreram pesadas perdas. Os agricultores, tradicionalmente protecionistas,acreditavam que a sustentação de bons preços no mercado interno devia-se às tari-fas de importaçãoadotadas no século anterior, Pressionaram pelo retorno de bar-reiras alfandegárias e o governo cedeu. As tarifas sobre. trigo, milho, cam~, l~;(!;.

açúcar sofreram brusca elevação em 1922. A medida incluiu proteQã,~t~,~b~nrKprodutos manufaturados, tradicionalmente exportados pelos europeu~(;,';it .,

. As nações européias, ,que, antes da Primeira Guerra,eramcre<l9r~K'a ser devedoras dos Estados Unidos e só poderiam quitarsellsd~q~t· ,.exportação. No entanto,~ramimpedidas pelas ele~adl,ls,tarifa~~~~~~tados Unidos e, para complicara situação, foram submetidas,aJ)~e~~lL,l ,,>;'

to pagamento da extensa dívida de guerra. As COIlsyqiiêIl,c}a,s,'f.E>G~;9~~;:,~,;.;i",'não s6 para os europeus, mas para todo o mundo, il1c111~iy~par.a..,9"~;:.§~~••.: .dos, cujo maior ônus recaiu sobre o próprio setoragrícola., :'7";'i;""j;:~:~~~i',~,\,!~:~:.,~,

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:';'~~:Os'pàíses europeus, cujo crescimento industrial baseara-se na dependência dealimentos provenientes das Américas, premidos pela necessidade de poupar dóla-res, foram forçados a interromper o influxo de mercadorias. O problema era maisgrave para a Alemanha, principal país industrial europeu, mas o mais dependentede importações de produtos agrícolas norte-americanos.

Assim, seguiu-se súbita e considerável redução da demanda externa por pro-dutos da agricultura norte-americana. A gravidade dos problemas enfrentadospelo setor durante os anos 20 era de tal magnitude que conduziu à efetiva organi-zação de forças políticas no meio rural, com poderes de pressão nunca vistosanteriormente.

Como os meios urbanos vivenciavam prosperidade, os agricultores tomaramconsciência da existência de injustiças distributivas e pleitearam compensação.Inúmeras propostas foram discutidas no Congresso, sob forte pressão das lide-ranças rurais, mas o resultado foi o recrudescimento das práticas protecionistas,agravando ainda mais as dificuldades dos europeus.

Enquanto a agricultura enfrentava esses problemas, nos meios urbanos teveinício um movimento especulativo de títulos em razão dos altos lucros dasempresas não-agrícolas. A avidez pelos lucros fáceis levou os compradores agastar suas economias e tomar empréstimos bancários para financiar as com-pras de ações.

O período de negócios mais febril deu-se entre 1926 e 1929.A quebra de con-fiança aconteceu em 24 de outubro de 1929, com uma desabalada e inexplicávelcorrida para vender ações. O pânico que se instalou conduziu ao desastre.

Com o colapso das bolsas, a situação de muitos bancos mostrou-se deses-peradora. Grande parte de seus ativos teve forte depreciação, as corridas para sa-que viraram prática diária e muitos cessaram suas atividades. Para evitar maioresperdas, reagiram tentando reduzir empréstimos e dar a maior liquidez possível a.seus ativos.

"; Gada agente financeiro, tentando se defender, passou a cobrar as dívidas an-tigasearétardar novos empréstimos. A tentativa individual de salvamento só fezagravar o problema do conjunto, com conseqüências desastrosas para a agricul-

! )Ul{qu~'/álém dos problemas já existentes, passou a enfrentar a execução de,;~Mmeràs~ipotecas e a contração drástica de crédito.',- : >~ •• ~- ").:if~,;~,~,::i:,'-;;~'1\ ,,,', .

;'tátivâ:8é'socorrer ri agricultura, o Governo Hoover promoveu o que é!:··~?iôf.êttóde sua administração. Emjunho de 1930,0 Congres-qt!tla.wleYTariff Act, que elevou as tarifas sobre importação de

, Jpr9dlÍtos;'ióCIusive 'não-agrícolas, a níveis nunca vistos em toda:iJ~i:ri"t~ríllósmédios, o percentual foi estabelecido em 53%, mas;""""'ú:ãf130%:Essâ atitude expressou completa falta de compreen-

ev~;&Óri~éqüêriCiasdesastrosas.~.1ti!{~~~{):L~-;:',:~._.,."'. . .

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'-"

9 5 .;p.iA'''I!••••PoliticnComertiolno Pró~co

A atitude protecionista dos norte-americanos provocou forte onda'~i~~i<>na~lista em todo o mundo. Impedidos de exportar para os Estados Unidos, osoutrospaíses reagiram com todos os tipos de barreiras possíveis para evitar importa-ções procedentes desse país. Assim, além de desvalorização das moedas, foramimpostos quotas e embargos, e as tarifas foram elevadas, pois cada país tinha ofirme propósito de importar o mínimo indispensável.

O fechamento das fronteiras resultou em drástica queda no comércio mundiale muitos chegaram a uma situação próxima da autarquia.A estratégia de autodefe-sa foi intitulada "política de empobrecimento do vizinho", por Joan Robinson.Cada país agia isoladamente visando estancar as próprias perdas, mas o resultadofoi uma guerra comercial com prejuízos sem precedentes para o mundo todo.

5.2.3. ESTíMULO À SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕESArgumento desenvolvido por economistas da Comissão Econômica para a

América Latina (CEPAL), da Organização das Nações Unidas (ONU), que inspi-rou'a política comercial de muitos dos países da região, inclusive o Brasil. RaúlPrebisch foi o mentor dessa proposição. O ponto de partida do argumento foi acoilsiãiação de que Q.sp.~~sesmenos dese._~~().lyi_~_0s..,.~radigQJ1_ªis..exportadores.deprodutos .primários e impõrtaãores-deTiidustriali~ªº9~L~~nd.i.a.!r.l_a. s~r perrnanen-tementeprejudicados no 'comércio internacional p{)~qll~-ª.~~(!!~9ões (ou ·termos)de troca lheseram desfavorãvéis'"" .... .. -.. .....

Por relações de troca entende-se a razão entre o preço das exportações de um país e

o preço de suas importações ( RT = :f).Uma redução nos termos de troca significa que,

com a mesma quantidade física exportada, o país passa a importar menos que antes .

Segundo Prebisch, exportando produtos primários, os países da América Latinaperdiam capacidade de importar bens industrializados, considerados essenciais parao crescimento econômico. Para superar esse estrangulamento,..Q[Qpunha que o Esta-do promovesse o desenvolvimep.fºll~~liiüª}!lc:!~s.~:rl:ldin~mTca, capaz de substituir ospr~dütõs" ,ill'teSImi)õrtãdõ;;:' ..-"., ~ -----.--.---.

O desenvolvimento era visto como impraticável sem um sistema de proteção quetransferisse renda para a indústria e a preservasse da concorrência internacional. As-sim, a agregação das idéias da perda nas relações de troca, da indústria nascenie e dadistribuição de renda entre países resultou no argumento da substituição de importa-ções, base dos programas de industrialização da América Latina após 'a SegundaGuerra Mundial. " ...,'"

..•..

8. Trata-se das relações ou termos de troca vistos no Capítulo I.

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1~~,?~~i!~'!'~i7P'~''~.m '.,:!q'!l:iUIEUllJ:ME·'IiW•. 96~:~. PoIIXlICome«i<JI

r'~\:,,~~:~úIPrebisch e o Processode Substituiçãode Importações

fI-'" Raúl Prebisch foi um economista argentino, membro da CEPAL, que, em arti-~.';lI. go publicado após a Segunda Guerra Mundial, procurou explicar as causas do

4,.,:.....•·· 'I', atraso econômico dos países da América Latina".il Seu raciocínio parte da contestação da seguinte inferência dos defensores do.;.: livre comércio: o fruto do progresso técnico tende a repartir-se igualmente por toda:":,.:.:,;,",.,~',,, a coletividade, seja pela baixa dos preços, seja pela alta das remunerações. Em~ outras palavras, a teoria das vantagens comparativas leva à conclusão de que osI,: países de produção primária não necessitam industrializar-se para receber sua quotai,; de benefícios. Pelo contrário, a industrialização leva à menor eficiência e perda das

1;11- van;!::c~ oC:s:~~:o~ue os termos de troca dos países exportadores de produtos~:~ primários se deterioraram, no período entre 1876/1880 e 1946/1947, de 100 parai[l 68,7. Isso significa que, em 1946/1947, esses países precisariam aumentar suas

I'·;.;_.~.,.exportações de produtos primários em 45,6% para ter acesso à mesma quantidade';~,i física de produtos industrializados importada em 1876/1880.ji:" ...Essa constatação empírica contraria a premissa de que os países periféricos;i: absorveriam o fruto do progresso das economias centrais. A razão desse parado-

',I',',~.~.'.:':"•.·,',·.I,:::,;" -xo, para Prebisch, é que na prática os preços dos produtos industrializados ndãodeclinam com o progresso técnico, ou declinam menos que os preços dos pro u-tos primários. Em seu entender, nas economias mais avançadas, os fatores de

,(; • produção absorveriam os ganhos de produtividade através de aumento de suas:.:.:,I' remunerações.~:', O mecanismo é explicado pelo autor em função dos ciclos econômicos. Nosi' movimentos cíclicos das economias centrais, a renda dos fatores de produção,', (salários e lucros) não varia na mesma proporção. Na fase de alta a renda se'.:). eleva, mas na fase de baixa, os salários, em particular, caem menos que a rendai;"i global devido ao poder de pressão dos sindicatos. Nos países periféricos não hátflij tantaresistência à queda, sobretudo dos salários, devido ao excedente de mão-

,! d~:-'obr~:':Es'sadiferença dos mercados de trabalho faz com que os países indus-! ,trlriIiíados ret~Ílham os benefícios da inovação tecnológica, bem como se apro-

:J )'::;':" '·I'·'."!;.~ ... "'. • '.. :- ", ,., ;- ., . . \ .

H ' "rieA~,),ái1ecIp~e'Ventuais progressos técnicos que surjam nos países menos~~i,t V1W. ""',,,,,,,,> <"i~~~1;~1i6li.J~~~é~";pe~férid~Új~d"~iriaÍiza-,;$,~~6!!~siQi'de;sé proce~so, inibindo imp~rtaç~es. e.criando

és;.... "triftuÍ'a:;:crédlto;treinamento etc., com o objetivo de promo-

~~~~~~~~&~li~~f~~i~~3;~~,~t".'.. .' .~J~~'ti:~~:-'o>.d.,

9 7 'g·'A""!-'»PdíIicoC,,,,,,Wnal1óli<,

• _ ..•. -:··~::'--;.f.~:::....,·t::!~~'l~i·';··:;~::-;"·i·~.,.-~~·Sua proposta foi bem acolhida pelos governantes da América: Llltilii; qriê

tudo fizeram para impulsionar a indústria local. No Brasil, a produção i!1c;t}ls~t:.i~ljá vinha crescendo há anos em decorrência do estrangulamento externo da eco-nomia. A partir dos anos 50, essa passou a ser a estratégia deliberada do governoe foi denominada modelo de substituição de importações, .

5.2.4. REDUÇÃO DO DIFERENCIAL DE SALÁRIOSA maior eficiência na produção é atingida quando a remuneração dos fatores de

produção é igual em todos os setores, Numa economia dualista, caracterizada pelacoexistência de uma agricultura de subsistência e de um setor industrial dinâmico,isso não acontece. Os salários são mais elevados na indústria que naagricultura, eessa falha do mercado seria razão suficiente para a adoção de política protecionistaem favor da indústria. '

"-Nôs'anos'5(j',-ganhüu notoriedade esse argumento, cuja idéia central é que o des-locamento de trabalhadores do meio rural para o urbano gera benefícios sociais por-que, com a mudança, há um incremento na renda do trabalhador, o que não acontece-ria se os salários fossem iguais nos dois setores.

O instrumental microeconômico explica esse raciocínio. Sabemos que o lucro émaximizado quando a receita marginal se iguala ao custo marginal de produção. Atransferência de um trabalhador do meio rural para o urbano aumenta a produçãoindustrial e reduz a agrícola. No entanto, em razão da diferença de salários entre ossetores, o aumento da receita industrial excede a queda da agrícola e o saldo líquidoé positivo. Concluindo, onde houver diferencial de salários, qualquer política públicaque leve ao deslocamento dos trabalhadores para o setor que paga mais aumenta obem-estar nacional.

O ideal seria que o governo provocasse a transferência dos trabalhadores direta-mente, subsidiando as firmas industriais para contratar mais mão-de-obra. Nos anos50 e 60, defendia-se também o emprego de política comercial com esse propósito. Ameta era coibir importações de forma a estimular a produção local. Parecia convin-cente e justo que o estímulo à produção industrial levasse ao maior emprego no setore ao conseqüente incremento na remuneração total dos trabalhadores.

No começo dos anos 70, esse argumento passou a ser criticado com base emevidência empírica. A realidade mostrou forte ligação entre migração da mão-de-obra rural e desemprego urbano. Os críticos concluíram que os trabalhadores ruraismigram, mesmo não tendo garantia de emprego, O que os estimula é a esperança demelhorar de vida. Muitos realmente melhoram, mas a perda de renda daqueles queficam desempregados pode superar os benefícios dos mais afortunados. O resultadolíquido é que uma política visando reduzir o diferencial de salários pode provocarqueda no bem-estar da sociedade.

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_"'Ali"!." 98PolítlcoComelciolno PIÓ~CO

5.2.5. IMPEDIMENTO AO COMÉRCIO DESLEALA idéia que permeia as negociações multilaterais é o comércio leal, sem distorções.

Em outras palavras, cada país deve exportar seu produto a preço justo, de forma aconcorrer em igualdade de condições no mercado do país importador. a comérciodesleal distorce a estrutura das vantagens comparativas e, conseqüentemente, as rela-ções de troca entre países. Logo, a adoção de políticas defensivas contra as práticasde dumping e subsídios é natural, uma vez que estas constituem a própria expressãode relações desleais de comércio.

A aMC prevê a-adoção de políticas de defesa nacional por parte do país importa-dor nos acordos firmados sobre dumping, subsídios e salvaguardas".

Dizemos que ocorre dumping quando compradores estrangeiros pagam preçomenor que o cobrado no mercado doméstico por idêntico produto, depois de descon-tar os custos de transporte, impostos e todas as despesas de transferência.

Esta definição tradicional constava da lei antidumpJng norte-americana de 1921,que i;!S1!IfªJambém,uma,cláuS!!kR.ªr.acircuilStliõ";;'iãs de:ãusência,d.~_YJmdas_c.o.o:JQa-r-ª.y.e.lsnos mercados externos. Nesses casos, haveria dumping se os preços de expor-taçã~'llãõ-CõbrTssemo's'cusfcis de produção dos produtos estrangeiros.

Com o tempo essa segunda definição foi se tornando cada vez mais usual. Nosanos 70, a legislação comercial norte-americana aumentou sua aplicabilidade e, na

"prática recente, a noção dedumping foi ampliada de forma a incluir vendas.abaixo do9!~t.QtQ~Ld.~pr.õ(rÚçãõ:âéVeÉaõ,:s-eTnêiüIr,iiâcomposiçãoc:l~ste custo, umamarg~razoável de lucrõ:E'ã'cnamadãcláusuládo v{llor.constru.íd.o,-·' -,'- "' .. ,.-

-Ü""'deScÕnhecfmento do valor normal é q~~j~~tifi~~ a aceitação dessa cláusula,inclusive pela aMe. Échamada valor construido, porque a determinação do dumpingparte de estimativa de custo de produção acrescido de despesas administrativas e dedistribuição, além de margem de lucro presumida. A legislação brasileira tambémprevê estimativa por esse critério quando as vendas no mercado do país exportadorforem inferiores a 5% do total.

Normalmente, o dumping é classificado em três categorias:

• Esporádico: ocorre em situação de eventual excesso de oferta. a excedente daprodução é desovado no exterior por preço menor que o praticado no mercadointerno. Esse tipo de dumping pode decorrer de erro de planejamento das firmasprodutoras ou de alteração nas condições de demanda, mas, como é um eventopassageiro, os governos dos países importadores são relutantes em tomar qual-quer atitude para neutralizar seus efeitos.

• Predatório: acontece quando o produtor reduz o preço do produto vendido no exterior,com o fito de expulsar os concorrentes do mercado. Após a eliminação da concorrên-

10, As salvaguardas referem-se à defesa da indústria afetada negativamente pelo comércio, mesmo quando praticado de acordocom as regras da OMe. Podem ser empregadas por razões de desajustes no balanço de pagamentos, de saúde pública, desegurança ou por dano à indústria doméstica.

9 9 ·'·'Ailil!."Polftico(omemolnoPráfico

cia, passa a utilizar o poder de monopólio, recém-adquirido, para reintroduzir os pre-ços mais elevados e explorar o mercado. Essa é considerada a pior forma de dumping,até porque os eventuais rivais podem ser desencorajados a entrar no mercado, comreceio de repetição da baixa dos preços por parte da empresa monopolista.

• Persistente: resulta do esforço das empresas monopolistas para maximizar lucros.Suponha-se que um produtor seja beneficiado por certa reserva de mercado emrazão dos custos de transporte ou por restrições à importação impostas pelo gover-no local (tarifas, quotas etc.). No mercado externo, no entanto, ele enfrenta a con-corrência dos produtores locais ou de terceiros. Isso significa que a elasticidade-preço da demanda I I por seu produto é menor no mercado interno que no externo.Assim, para maximizar seu retorno líquido, o produtor é induzido a praticar discri-minação de preços, cobrando mais no mercado interno, em que falta competição, emenos no exterior, em que precisa ser competitivo.

Na prática, é difícil distinguir as diferentes formas de dumping, mas, em qualquerdelas, o governo do país importador pode ser pressionado a tomar medidas defensivas.

) Caso um país se julgue prejudicado pela prática de dumping de seus parceiros,) pode recorrer à aMC para demandar seud.irei~oà, compensação. A imposição de, taxas antidumping é considerada ace'itável se o comércio clesleáiéãusà danos ou ameaça

a indústria estabelecida em outro país. Assim, além de constatar a discriminação de-, preços entre os mercados doméstico e externo, deve-se também apresentar evidências

de danos aos produtores nacionais.Se o dumping é resultante de subsídios à exportação, o país importador pode cobrar

uma taxa adicional denominada direitos compensatórios. a espírito que norteia a aMCnessa questão é que os subsídios não devem criMciÜ~renciais de preço nem beneficiarapenas os produtos destinados à exportação, mas ser extensivos a todos os produtores,independentemente do destino da mercadoria subsidiada.

Se o governo de determinado país concede esse tipo de vantagem somente aosexportadores, criando diferença entre o preço doméstico e o preço de venda no exte-rior, isso caracteriza prática desleal de comércio e implica a possibilidade de cobran-ça de direitos compensatórios .

Nos últimos anos, um antigo argumento ganhou força nos discursos protecionis-tas das economias mais desenvolvidas. Trata-se do conceito de dumping social". Aidéia básica é que um país de altos salários perde competitividade em relação a outro

\ em que os salários são ínfimos. A importação de produto procedente de países comJ mão-de-obra pobre causaria injúria às indústrias dos países desenvolvidos, e isso\ mereceria imposição de taxasantidumping .

l l . Por elasticidade-preço da demanda entende-se a razão entre a variação na quantidade demandada e a variação no preço doproduto, Se a variação percentual da quantidade for menor que a do preço, dizemos que o produto tem baixa elasticidade, ouque é inelástico a preço. Se for maior, dizemos que o produto tem demanda elástica a preço.

t 2. Dumping social equivale ao antigo argumento da mão-de-obra pobre, Não leva em conta qualificação, dotação relativa defatores e produtividade.

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'l?iWM.i·1 o of'oJítico~omorciolool\61iro

'1

I

Com base nesse raciocínio, os países desenvolvidos defendem a inclusão da ,cláusula social nos acordos multilaterais de comércio, impondo sanções contraaqueles cujas normas trabalhistas não obedeçam a certos padrões mínimos de tra-balho e de benefícios sociais, Argumentam que os maiores beneficiados seriam ospróprios trabalhadores das economias menos desenvolvidas, pois passariam a teracesso a melhor padrão de vida.

Os países que mais pressionam pela inclusão dessa cláusula são Estados Uni-dos e França. Os menos desenvolvidos contra-argumentam que a aparente boa in-tenção da proposta esconde interesses protecionistas, pois a real preocupação dessespaíses é dificultar a importação procedente de países menos desenvolvidos.

Até o momento, os defensores da adoção da cláusula social não foram bem-suce-didos em sua requisição. Ainda não conseguiram firmar qualquer compromisso so-bre esse tema na aMe

'-'rQuadro 5.1

Ações Antidumping e de Direitos Compensatórios na OMCUm país que se julgar prejudicado pelas práticas comerciais de seus parcei-

ros pode recorrer ao Órgão de Solução de Controvérsias da aMC. Se esse órgãoconsiderar a queixa procedente, pode propor alguma forma de compensação aopaís prejudicado. Caso o país infrator se recuse a atender à recomendação, aOMC pode autorizar a adoção de medidas retaliatórias.

As queixas junto à OMC são muito freqüentes. As medidas antidumping vigen-tes em 31/12/1996 totalizaram 900 e mais de 200 tiveram início naquele ano.

[!..rgentina -----YlC------- 95 1O,~J30 3~ México 3

IAustrália 17 47 illlNova Zelândia 4 27 3,0 ,'. /Brasil!Ü 17 24 i7JIPeru 5 4 0,4 I'~l ICanadá

' ,

'" 5 96 10,7 IIÁfrica do Sul 30 31 3,4 Ijgi.

', ..

IColômbia':'J~

~1 7 0,8 11 Thrquia O 37 4,1 I ,:~;I'

ª IUnião Européia 23 153 17,0 IIEstados Unidos 21 311 34,6 I6;

'~ Iíndia:~:

fi 20 15 1,7 IIVenezuela 3 3 0,3 I '(:

..•..

~ IJapão O 3 0,3 II Outros 21 3 0,3 I

I 'ICoréia:, ,I•. ~ ",,' " 13 14 1,6 11;[~~X&::'{/'f;,,;:":i'<~':tfQ?)::15:9Q(>j~*~j('j0J:g,'1:}-,:

, ..~:.·/~~~;0~~~..~ ~anjzation. Annual Report, 1997. ,'~ ..

:~,:,.'.1.:"

1 O 1 -""41i1'!-,.Po~li:aComeICÔnol\61iro

Dentre os exportadores acusados de prática dedumping, em 1996, destacarám~'se a China, alvo de cerca de 19% das novas investigações, e os membros da UniãoEuropéia, com 17%. Seguem-se Estados Unidos, com 10%, e Brasil e India, com5% do total.

Durante o ano de 1996, também ti-veram início nove investigações refe-rentes a direitos compensatórios, sen-do três delas contra a União Européia,acusada de subsidiar exportações. Nofinal do ano vigiam 111 ações de direi-tos compensatórios, das quais 60% im-postas pelos Estados Unidos contra seusparceiros comerciais (Quadro (5.2».

Ressalte-se que os Estados Unidoslideram a prática de imposição de barrei-ras sobre o que consideram práticadesleal de comércio. Em 1996, além dopredomínio nos pedidos por direitos com-pensatórios (50%), encabeçaram tambémas ações antidumping, com participaçãoem mais de 1/3 do total (Quadro (5.1».

IArgentina 1 0,9]

IAustrália 13 11,7 I[ir~sil O 7 6,3 ]

~adá O 5 ji]~uropéia 2 1AJfu§xi:C; - - o. 11 9,9]

rNova Zelândia 4 2 1,8 IIEstados Unidos 67 ~

Lv~~ezuela _ O 3 2,7 I[i?~al __' _~' 9 'l1r'~',;\loÕPJFonte: World Trade Organization. Annual Report, 1991.

5.2.6. PROMOÇÃO DA SEGURANÇA NACIONALO princípio desse argumento é proteger determinada indústria, considerada es-

sencial para os esquemas de defesa do país, se a exposição à concorrência internacio-nal inviabilizar seu desenvolvimento normal. Normalmente, são consideradas estra-tégicas a indústria de instrumentos bélicos, a produção de energia e a agricultura.

No caso dos instrumentos bélicos, é natural considerar que um país não pode serdependente dos demais por razões de segurança. Nos casos da oferta de alimentos eenergia, argumenta-se que a proteção se justifica porque os benefícios sociais ex~edemos benefícios privados. Em outras palavras, seu abastecimento regular gera externalidades ,

positivas para toda a coletividade. ,Acrescente-se que o comércio de produtos agrícolas sempre gozou de tratamento

diferenciado nas próprias regras do GATT. Isso tinha por justificativa questões so-ciais, políticas, demo gráficas, econômicas e de segurança, entre outras .. """ ,-. :",. a tratamento de exceção incluía, por exemplo, permissão para restrições quanti-

tativas ao comércio em caso de escassez de alimentos, para eliminar excesso tempo-

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; . rário de oferta de um produto ou para controlar a produção pecuária. No entanto,especialmente as nações mais desenvolvidas ultrapassaram muito os limites das ex-ceções previstas.

O apoio exacerbado ao setor agrícola levou ao acúmulo de excedentes e, nos anos80, o mundo assistiu a uma escalada de esquemas de proteção, tais como: pesadossubsídios às exportações, controles de importação, de exportação, direitos fiscais com-pensatórios etc. Essas práticas, lideradas pela União Européia, provocaram sériasdistorções no mercado internacional, custos elevados para os governos e enormes pre-juízos para os demais exportadores, como o Brasil!'.

5.2.7. MElHOR IA NO BALANÇO DE PAGAMENTOSComo a imposição de barreiras restringe as importações e o subsídio à exporta-

ção pode resultar em expansão das vendas no exterior, a proteção é advogada com oobjetivo de reduzir os problemas no balanço de pagamentos.

A elevação da alíquota do imposto de importação de automóveis no Brasil, em 1996,constitui um exemplo de protecionismo com esse objetivo. Desde 1981 o país vinhaapresentando superávits na balança comercial, chegando ao máximo de US$ 19 bilhõesem 1988. Entre 1990 e 1991, o saldo caiu para cerca de US$ 10 bilhões, mas recu-perou-se em seguida, atingindo US$ 15,2 bilhões em 1992. Desde então voltou adeclinar e, a partir de 1995, passamos a ter déficits expressivos (Quadro (5.3».

l~~~p'~~~~~~__-~~?~3·Ji~63.~~-43,545-~~{6~~~~_.~~~~-=~~:?8~=-~i~ú~j[-l~p~;:;-;çã;--2o~5-54--25:256'--3"3,o79 ---49 ,85s-s-3-:3õl--61-:445--'57:Sz91;--::::::=--==''''=;:;:'~=-==-=:=::::'C=-=:O=-'=-='=---====::::='':'::====-'::;==li Saldo 15,239 13,307 10,466 -3,352 -5,554 -8,460 -6,409 i•._--_. __ ..~.__ ._--------_._--------------~ .._------~Fome: Banco Central do Brasil.

Em parte, esse desempenho deveu-se à expansão das compras de automóveis.Observe-se que, em 1992, veículos automotores correspondiam a apenas 4,3% dasdespesas totais com importação. Em 1993, sua participação aumentou para 7,2% echegou ao máximo de 11,2% em 1995, superando a participação do petróleo e deri-vados, principal item da pauta de importação brasileira (Quadro (5.4». Para refrear oagravamento da situação, dentre as medidas adotadas, o governo elevou a alíquota doimposto de importação de 32% para 70%.

. '. 13. Na Rodada Uruguai do GATI, que aconteceu entfe-I986 e 1993, a agricultura foi um dos principais temas das negociações. O..., ., .~: conflito de interesses a esse respeito foi tão grande que as negociações chegaram a ser interrompidas. Ao final, incluíram-se os

.' .~,.>produtos agrícolas nas normas gerais de comércio, mas com um largo praw para os países se ajustarem à nova disciplina

1 O3 "·'UiiIU·IMPclli<oC""ocillnoPrótica

Cabe mencionar que, pelas regras do GATT, incorporadas pela OMC, admitem-se certas restrições comerciais para enfrentar desequilíbrios no balanço de pagamen-tos, desde que seja um processo transitório, enquanto se administram políticasmacroeconômicas para ajustamento da economia.

Quadro5.4 Participaçãodos agregados de bens no valor das importações brasileiras - 1992-1998 (em %)Wa"Z'~~~~~~~~~~~ Be~sde e~~suU: --o --. ----.-il,9 12,0 14,1' 17,3 . ~7,3' 15,3 15,3]

!2- Matéri~~~~ri~as__ . _37,1 37,5 35,3 33.~5 33,3. 31,8 33,3 I[~.-Petr-.?Ieoe deri~ados__ 20,J J 7,4 12,3 ,~,4 J 1,5 10,1 _7,5]

L~~_~_~~~eaJ'l!~1 _-=-""'_ _ . 30,8 33,1 38,4 39,8 37,9 42,8 4ill

[ VeÍeuJo~autoffi?veis,tratores ete. 4,3 7,2 9,6 'i1,2 7,5 8,8 9,8 ]Fonte: Banco Central do Brasil. ----- ..---.--------

5.2.8. FAVORECIMENTO DAS BARGANHAS INTERNACIONAISUm país que já adote algum sistema de proteção pede usã-lo como meio para

obter vantagens nas negociações com outros países. Essa, aliás, é a base do princípioda reciprocidade, defendido pela OMC. Por esse princípio, cada negociador faz con-cessões para o acesso a seu mercado, exigindo, em contrapartida, abertura de merca-do de outro país. Consegue-se, assim, ampliar a liberalização do comércio mundialporque, pela cláusula da nação mais favorecida, o resultado da negociação é extensi-vo aos demais membros.

',.A adoção de medidas protecionistas é considerada chave para abrir mercados

estrangeiros. Uma nação em que o ingresso de mercadorias não encontre obstáculospode ter complicações no momento de negociar com outras que fechem suas frontei-ras. Essa é uma das dificuldades atuais do Brasil.

Muitos consideram que a liberalização do Governo Collor foi além do desejá-vel", fato que, somado à valorização real do câmbio após a introdução do Plano Real,levou à formação de déficits comerciais a partir de 1995, colocando o país numaposição vulnerável a ataques especulativos. Como, pelo menos a curto prazo, o pro-cesso de liberalização é irreversível, a política comercial pouco pode contribuir para, ,"< ,~;'melhorar a situação, até porque ainda vivemos o momento traumático dos ajustes~ f~to':;:'~;,i;)'~,;

queinvrnbilizaaofertademaiores vantagens em nossomereado.H~~li~~t1f~t:t14. Em resposta a pressões externas, o Governo Collor promoveu, no infcio dos anos 90, um rápido processo de' ~!iêrtiim:'::·:::::···:,:·,;'?·

Entretanto. foi um processo unilateral. sem que exigíssemos nada de nossos parceiros comerciais em ~ da ]i~IIzàçãO. ';'~ .Perdemos. portanto. uma boa oportunidade de reivindicar vantagens 'no mercado de outros países. ",:",j ,,-,- .: ·;l·-":.~:," .

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~1it1Q"In-i·104PoIíli<oClIl101ioI•• Pmrio

5.2.9. OUTROS ARGUMENTOSAs justificativas para adoção de barreiras ao comércio apresentadas nas seções

anteriores são as mais conhecidas, mas não esgotam o tema. Há outras consideraçõesacerca, por exemplo, do prestígio do país por possuir uma indústria de base forte, daidéia de que "alguma coisa que pode ser feita em casa não se compra fora", da preo-cupação com a perda de divisas, dentre outros motivos.

Uma frase atribuída a Abraham Lincoln resume uma postura protecionista bas-tante difundida, que renega toda a vasta literatura disponível sobre as vantagens daliberdade de comércio: "Eu não entendo muito de tarifas alfandegárias. Mas o que seié que, quando compro um paletó na Inglaterra, eu fico com o paletó e a Inglaterracom o dinheiro. Mas se eu compro um paletó aqui no meu país, eu fico com o paletóe os Estados Unidos ficam com o dinheiro't".

Pela teoria econômica, a maioria dos argumentos protecionistas não temembasamento teórico e muitas vezes é apresentada de forma a constituir negação aosprincípios mais elementares da economia internacional, como é o caso da frase deLincoln. No entanto, como têm grande apelo político, acabam determinando políticascomerciais de diversos países.

Relembre-se de que a adoção de barreiras comerciais gera benefícios significati-vos para empresas e trabalhadores do setor protegido. Estes, na defesa de seus inte-resses, constituem poderosos lobbies com poder suficiente para impor sua vontadeao governo. Em contrapartida, o ônus é diluído entre uma infinidade de consumido-res. Como o custo para cada consumidor é relativamente pequeno, surgem dificulda-des para a articulação do conjunto em oposição aos interesses protecionistas. Essa éuma forte razão para explicar a continuidade da imposição de barreiras comerciais.

RESUMO:1·:"

:~ii,A parte inicial do capítulo apresenta uma síntese da história e funcionamento

das instituições reguladoras do protecionismo. Trata inicialmente do GATI e en-cerra com uma apresentação dos objetivos, princípios, estrutura e principais re-gras da OMe, órgão responsável pela supervisão das políticas comerciais nacio-nais a partir de 1995.

. As reconhecidas vantagens da liberdade de comércio não constituem razão sufici-.ente para sua plena implementação. Na prática, ~xiste uma infinidade de razões que:j~stificamoprotecionismo. Neste capítulo, foram destacadas as mais relevantes.)i:,\3~,Ó,~rgume~to da'idd(;s~ria nascente foi proposto pelo alemão Fried~ich List, em:;:P:eàdos{jo'séÓuió XVIII. Sua proposição, que justificoq a política comercial de~l~~:do§';;pârsei;'iiojé de;envolvidos, era: enquanto aindústria não atingisse escala~aé'produção eficiente, deveria ser protegida da concorrência de firmas estrangei-tI~K~st!3beleéidas há mais tempo. '

l~.:.Citação de discurso de Abraham Lincoln por lb Teixeira, no artigo "De olho naWatch". publicado na revista Conjuntura, Econômica, de março de 1998.

1 O5 '{'A'i.)!-,.Polm<oComerriolooPnítico

o problema do desemprego é um dos, mais fortes motivos alegados em'défe~sa do protecionismo, pois as importações geram emprego no exterior enquantoas exportações o fazem internamente. Em conseqüência, a adoção de barreirasao ingresso de mercadorias beneficia os trabalhadores domésticos.

A adoção de barreiras comerciais com o objetivo de .estimular a substituiçãode importações marcou a história econômica do Brasil. Esse argumento foi pro-posto pelo economista Raúl Prebisch, logo após a Segunda Guerra Mundial, comoforma de promover a superação do subdesenvolvimento da América Latina.

O texto apresenta outras justificativas para o protecionismo, tais como redu-ção do diferencial de salários, impedimento ao comércio desleal, promoção dasegurança nacional e favorecimento das barganhas internacionais que, emboradesprovidas de racionalidade econômica, são freqüentemente utilizadas por di-versos países.

; QUESTÕES PARA REVISÃO- 1. Se o protecionismo é pior que o livre comércio, por que vivemos num mundo

protecionista?

- 2. a que motivou o surgimento do GAIT?

@ Explique o princípio da não-discriminação adotado pela aMC.

4. Que implicações têm as regras da OMC sobre a introdução de novas barreiras aocomércio?·-·-----· .

5. A política comercial pode ser utilizada para acelerar o desenvolvimento das eco-- nomias mais pobres. Explique.

(&. Discuta as contribuições de List e Prebisch em relação às trocas internacionais."j

C?j O que é dumping e como se classifica?

® a que justifica a adoção de taxas antidumping? E de direitos compensatórios?

9. Alguns países desenvolvidos têm pressionado os demais pela inclusão da cláusu-la social nas regras da OMe. Explique o que isso significa e que conseqüênciasteria para os menos desenvolvidos. . .

t~\Discuta os ca~o~ em ~ue a prot~ção se justifica porque os benefícios sociais ~xCI.!~J:~ídem os benefícios pnvados. "C!';,-, $~C;

. :;.~:.:.:::.S·~~l11. Considere as seguintes situações e apresente sugestões de políticacoriiêfd?i~6Jt~::

governo para solucionar o problema. Justifique sua resposta.' ~.: '~:.;·:<:.ii{~irr::~•. ; .w- .' •• .: •..,.;.;;. •.-,~:-: '.~~.i'~·.~>?;·;.~1:,;

a. Em determinado ano o país acumula um excedente de produtos agrícóla.s)qu~D,trse vendido no mercado local, provocará queda nos preços e multos'preJ?ízos)i/para os agricultores. ..' .1,' .. ' :\)('

',;.ih/-: ;<~;~:l~ij.;;{;.::