saúde - 9 de março de 2014

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Sa úde Caderno F e bem- estar MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017 Tempo de chuvas traz mais riscos Saúde e bem-estar F5 DIVULGAÇÃO Para desespero de quem quer emagrecer, existem aqueles que comem bem e mesmo assim não engordam nada ‘Como de tudo e, apesar disso, não engordo um grama’ “Q ue absurdo! E eu sofrendo para perder esses quili- nhos!” Essa é a frase que muita gente pensa ao en- contrar as magrinhas que sonham em conquistar uns quilinhos a mais enquanto boa parte das mulheres sua a camisa para entrar no ma- nequim 38. Essas pessoas podem até ser consideradas sortudas, mas a verdade não é bem assim. Tem gente que não sabe mais o que comer para engor- dar. E, de acordo com a nu- tricionista Thabata Padilha, o problema precisa ser inves- tigado. “Há uma diferença no metabolismo de quem não consegue ganhar peso. Algumas pessoas possuem metabolismo mais acelerado ou mais lento que outras. Nem sempre é somente o metabolismo que interfere nesta questão, muitas vezes a forma e o que você ingere não contribui para que haja o ganho de peso ou adequação dele”, ressalta. A analista de comunica- ção Vivian Diniz, 30, sem- pre conviveu com essa luta com a balança às avessas. Com 1,60m e pesando 46 quilos, ela é proibida até de fazer exercício aeróbico na academia. “Por aí perco peso mais rápido ainda. Meu máximo foi 48kg, e quero chegar aos 50kg para doar sangue. Acho que é genética mesmo”, diz. Ela conta que já foi ao médico para ver o que estava acontecendo. “O problema é que sou magra, mas tenho colesterol alto (outra herança familiar), então as dietas não eram tão satisfatórias, por- que combatiam de um lado e deixavam a desejar de outro. Mas o peso nunca me inco- modou, então nunca fui para perguntar como engordar e sim só para ver se estava tudo bem”, acrescenta. Mas como descobrir se a pessoa está realmente ma- gra e não tem um problema de saúde que impede o ganho de peso? Thabata Padilha ex- plica que é necessário fazer uma avaliação profissional, para que a história pregres- sa seja conhecida. “Mas na maioria das vezes é algum distúrbio hormonal, ou seja, algum hormônio está sen- do produzido demais ou de menos. Procure um nutricionista ou endocrinologista, estes pro- fissionais saberão avaliar o problema”, indica. Na gravidez A tradutora Heloisa Puglie- si, 31, é mãe de Lucca e Pietro. Na gravidez do primeiro, há 6 anos, ela conta que o médico, depois de retirar o bebê, ex- clamou que nem parecia que ela esteve grávida. “Na do Pietro perdi os quilos todos em uma semana. E acabei um quilo mais magra”, lembra. A nutricionista Thabata Pa- dilha diz que, normalmente as mamães perdem somente o peso que ganharam durante a gravidez. “E, se perder além do que ganhou, é importante procurar ajuda. Muitas vezes o motivo é a alimentação inadequada ou depressão pós-parto”, aponta. Com 1,65 m de altura e pesando apenas 49 quilos, Heloisa diz que se esforça para tentar chegar aos 51kg, mas que não vê nada de er- rado. “Eu não reclamo, mas acredito que seja genético, já que a minha mãe tinha 1,70 m e pesava 52 quilos. A vida toda foi assim”, diz. E a variação em seu peso chega até a confundir. “Esta semana estava me achando inchada, me pesei e tinha perdido três quilos. E eu só como sanduíche, sorvete, batata-frita”, diz. MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO A ingestão de alimen- tos nutritivos é a saída para chegar a um peso adequado a sua altura. A profissional explica que o ideal é sempre procurar a orientação de um es- pecialista. “Não é o ideal que a recuperação do ga- nho peso seja orientada dessa forma, porém cada caso é um caso. Se o grau de desnutrição for severa, alimentos ricos em açúcar e gordura serão importan- tíssimos, porém não serão em forma de guloseimas ou frituras, por exemplo, e sim como vitaminadas enriquecidas, abacata- das, molhos com creme de leite, doce de leite, entre outros”, observa. Mais carboidratos Para um ganho de peso saudável é preciso seguir o que o especialista reco- menda, como o aumento da quantidade de refeições, entre outros. “O ideal seria ter um acompanhamento nutricional, mas, para ini- ciar, aumentar o número de refeições diárias. Se você come três vezes, aumente para cinco vezes ao dia. Outro ponto é aumentar as quantidades dos ali- mentos e variar sempre para que o aporte nutri- cional seja adequado em relação aos nutrientes”, explica Thabata. Suplementos No entanto, se não hou- ver ganho de peso aumen- tando o número de refei- ções, o melhor mesmo é procurar um nutricionista para avaliar qual a real situação, assim a inges- tão poderá ser corrigida e até mesmo suplemen- tada. “Experimentar novos sabores nunca é demais. É bom lembrar que nem tudo que é saboroso é o melhor e nem tudo que é o melhor será saboroso, muitas vezes temos que aprender a gostar de algo que nos fará bem. Procu- re sempre um profissional para orientá-lo, nada pode ser generalizado, cada ser humano é diferente do outro. Uma alimentação adequada e suficiente faz milagres!”, conclui. Dica Como foi ressaltado em toda a matéria, caso a pes- soa encontre real dificul- dade para engordar, deve procurar um médico. Reforço alimentar é essencial SAUDÁVEL Segundo especialistas, a magreza não deve ser considerada um pro- blema, a não ser que a pessoa não consiga se alimentar em razão de alguma patologia. Em geral os magros apre- sentam boa saúde

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Saúde- Caderno de saúde e bem estar do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Saúde - 9 de março de 2014

SaúdeCa

dern

o F

e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017

Tempo de chuvas traz mais riscosSaúde e bem-estar F5

DIVULGAÇÃO

Para desespero de quem quer emagrecer, existem aqueles que comem bem e mesmo assim não engordam nada

‘Como de tudo e, apesar disso, não engordo um grama’

“Que absurdo! E eu sofrendo para perder esses quili-

nhos!” Essa é a frase que muita gente pensa ao en-contrar as magrinhas que sonham em conquistar uns quilinhos a mais enquanto boa parte das mulheres sua a camisa para entrar no ma-nequim 38. Essas pessoas podem até ser consideradas sortudas, mas a verdade não é bem assim.

Tem gente que não sabe mais o que comer para engor-dar. E, de acordo com a nu-tricionista Thabata Padilha, o problema precisa ser inves-tigado. “Há uma diferença no metabolismo de quem não consegue ganhar peso. Algumas pessoas possuem metabolismo mais acelerado ou mais lento que outras. Nem sempre é somente o metabolismo que interfere nesta questão, muitas vezes a forma e o que você ingere não contribui para que haja o ganho de peso ou adequação dele”, ressalta.

A analista de comunica-ção Vivian Diniz, 30, sem-pre conviveu com essa luta com a balança às avessas. Com 1,60m e pesando 46 quilos, ela é proibida até de fazer exercício aeróbico na academia. “Por aí perco peso mais rápido ainda. Meu

máximo foi 48kg, e quero chegar aos 50kg para doar sangue. Acho que é genética mesmo”, diz.

Ela conta que já foi ao médico para ver o que estava acontecendo. “O problema é que sou magra, mas tenho colesterol alto (outra herança familiar), então as dietas não eram tão satisfatórias, por-que combatiam de um lado e deixavam a desejar de outro. Mas o peso nunca me inco-modou, então nunca fui para perguntar como engordar e

sim só para ver se estava tudo bem”, acrescenta.

Mas como descobrir se a pessoa está realmente ma-gra e não tem um problema de saúde que impede o ganho de peso? Thabata Padilha ex-plica que é necessário fazer uma avaliação profissional, para que a história pregres-sa seja conhecida. “Mas na maioria das vezes é algum distúrbio hormonal, ou seja, algum hormônio está sen-

do produzido demais ou de menos. Procure um nutricionista ou endocrinologista, estes pro-fissionais saberão avaliar o problema”, indica.

Na gravidezA tradutora Heloisa Puglie-

si, 31, é mãe de Lucca e Pietro. Na gravidez do primeiro, há 6 anos, ela conta que o médico, depois de retirar o bebê, ex-clamou que nem parecia que ela esteve grávida. “Na do Pietro perdi os quilos todos em uma semana. E acabei um quilo mais magra”, lembra.

A nutricionista Thabata Pa-dilha diz que, normalmente as mamães perdem somente o peso que ganharam durante a gravidez. “E, se perder além do que ganhou, é importante procurar ajuda. Muitas vezes o motivo é a alimentação inadequada ou depressão pós-parto”, aponta.

Com 1,65 m de altura e pesando apenas 49 quilos, Heloisa diz que se esforça para tentar chegar aos 51kg, mas que não vê nada de er-rado. “Eu não reclamo, mas acredito que seja genético, já que a minha mãe tinha 1,70 m e pesava 52 quilos. A vida toda foi assim”, diz. E a variação em seu peso chega até a confundir. “Esta semana estava me achando inchada, me pesei e tinha perdido três quilos. E eu só como sanduíche, sorvete, batata-frita”, diz.

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

A ingestão de alimen-tos nutritivos é a saída para chegar a um peso adequado a sua altura. A profissional explica que o ideal é sempre procurar a orientação de um es-pecialista. “Não é o ideal que a recuperação do ga-nho peso seja orientada dessa forma, porém cada caso é um caso. Se o grau de desnutrição for severa, alimentos ricos em açúcar e gordura serão importan-tíssimos, porém não serão em forma de guloseimas ou frituras, por exemplo, e sim como vitaminadas enriquecidas, abacata-das, molhos com creme de leite, doce de leite, entre outros”, observa.

Mais carboidratosPara um ganho de peso

saudável é preciso seguir o que o especialista reco-menda, como o aumento da quantidade de refeições, entre outros. “O ideal seria ter um acompanhamento nutricional, mas, para ini-ciar, aumentar o número de refeições diárias. Se você come três vezes, aumente para cinco vezes ao dia. Outro ponto é aumentar as quantidades dos ali-mentos e variar sempre para que o aporte nutri-cional seja adequado em relação aos nutrientes”, explica Thabata.

SuplementosNo entanto, se não hou-

ver ganho de peso aumen-tando o número de refei-ções, o melhor mesmo é procurar um nutricionista para avaliar qual a real

situação, assim a inges-tão poderá ser corrigida e até mesmo suplemen-tada. “Experimentar novos sabores nunca é demais. É bom lembrar que nem tudo que é saboroso é o melhor e nem tudo que é o melhor será saboroso, muitas vezes temos que aprender a gostar de algo que nos fará bem. Procu-re sempre um profissional para orientá-lo, nada pode ser generalizado, cada ser humano é diferente do outro. Uma alimentação adequada e suficiente faz milagres!”, conclui.

DicaComo foi ressaltado em

toda a matéria, caso a pes-soa encontre real dificul-dade para engordar, deve procurar um médico.

Reforço alimentar é essencial

SAUDÁVELSegundo especialistas, a magreza não deve ser considerada um pro-blema, a não ser que a pessoa não consiga se alimentar em razão de alguma patologia. Em geral os magros apre-sentam boa saúde

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MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014F2 Saúde e bem-estar

Em condições normais, a pele do couro cabeludo é substituída, mais ou menos, uma vez por mês. Entretanto, quando a pele está mais sen-sível é suscetível à irritação, a troca de células se torna mais intensa”.

EditorGuto [email protected]

RepórterMellanie Hasimoto

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

Diversas pessoas tem propensão para a caspa, descamação excessi-va de células mortas no couro ca-beludo que começam com a coceira na cabeça e depois fl ocos brancos nos ombros.

Em condições normais, a pele do couro cabeludo é substituída, mais ou menos, uma vez por mês. Entretanto, quando a pele está mais sensível é suscetível à irritação, a tro-ca de células se torna mais intensa e, consequentemente, a eliminação de células mortas também. E a caspa nada mais é do que a eliminação em massa destas células mortas do couro cabeludo em um período menor de tempo, todas essas célu-las mortas se juntam, tornando-se visíveis. Mas é preciso que o couro cabeludo esteja frágil para que a caspa se manifeste, forçando a pele a se renovar em uma velocidade maior, gerando o acúmulo.

A caspa, de forma resumida, é causada por uma disfunção das glândulas sebáceas do couro cabeludo e que causam descama-ção excessiva do tecido cutâneo. Essa disfunção normalmente é agravada pela presença de um fungo, que está naturalmente na pele do ser humano, que pode ou não causar a caspa.

A caspa não é doença e não tem nada a ver com falta de higiene.

Ela é um estado do couro cabeludo. Ela não é contagiosa e não existe uma causa defi nitiva, mas apenas controle de suas causas.

Segundo estimativa da Socie-dade Brasileira de Dermatologia, cerca de 40% da população mun-dial sofre com o inconveniente ao menos uma vez por ano. A caspa ou seborreia (dermatite seborreia) é uma doença mais comum no in-verno. É um mal crônico que atinge locais do corpo onde há produção de óleo em excesso pelas glândulas sebáceas, especialmente o couro cabeludo. No entanto, homens e mulheres de diferentes idades, in-clusive os recém-nascidos, podem ser acometidos pelo problema tam-bém nas sobrancelhas, nos cílios, próximos ao nariz, na barba, atrás das orelhas, na região peitoral mas-culina, (pela presença de pelos) e até no ouvido. Nos adultos a seborreia surge como lesões avermelhadas que apresentam coceira e liberação de escamas embranquecidas que se soltam facilmente.

Muitos fatores podem contribuir para o aparecimento da caspa, dentre eles: alimentação inadequa-da, consumo excessivo de álcool, estresse físico e psíquico, além de fatores genéticos que podem causar disfunções no couro ca-beludo. O fumo e a ingestão de

pimenta, chocolate, amendoim e fritura também podem favorecer o aparecimento da doença. Entre os agentes estimulantes externos o uso em excesso de secador e chapinha para alisamento capilar, alto exposição ao sol. O calor afeta o couro cabeludo, produzindo mais sebo, aumentando a chance de desenvolvimento da caspa.

A caspa pode aparecer durante todo o ano. Não existe nenhum estudo comprovado que o problema se agrava em determinada estação, mas alguns hábitos que adotamos podem contribuir para que a caspa seja percebida com, mas facilida-de. Por exemplo, diminuindo-se a quantidade de lavagens do cabelo, pode-se aumentar o sebo no cou-ro cabeludo, além de eliminar os resíduos com menos frequência, favorecendo a coceira e a visuali-zação da descamação. Outro fator é o excesso de banhos quentes, que ressecam o couro cabeludo e favorecem a caspa.

O melhor modo para manter a caspa sob controle é o uso contínuo de xampus com substancias anti-fúngicas que controlam muito bem o problema. Qualquer outro método, ou produto, não tem embasamento cientifi co e podem causar mais danos ainda ao couro cabeludo e à saúde do cabelo.

A lentilha é muito requisitada nas festas do fi nal de ano. Mas, depois, passa o resto do ano esquecida. Uma injustiça, já que é um alimento ideal para a dieta a para a saúde, pois é rica em proteína vegetal, que ajuda na formação e no fortalecimento da massa muscular e na cicatrização de ferimentos. A lentilha tem também alto teor de fi bras, vitaminas e ferro e pouca gordura, sendo ótima substituta para o feijão do dia a dia, por exemplo. A mesma indiferença existe em relação à batata doce. Muitas vezes elas é vista com cara feia. Alguns acham estranho o fato de ser doce e outros, ainda, acham que ela tem grande quantidade de calorias e por isso precisam fi car longe do prato. Mas, mesmo sendo cerca de duas vezes mais calórica do que a batata normal e que tenha também mais carboidratos, a batata doce é uma ótima fonte de vitamina C, fi bras e potássio, diferentemente da batata convencional.

Lentilhas e batatas doces, as esquecidas no cardápio

Um estudo conduzido pela Harvard School of Public Health em Boston (Estados Unidos) em 2013 demons-trou que mulheres que consumiam morangos e mirtilos tinham menos chances de infartos do miocárdio. A grande responsável pelo benefício é uma substância chamada antocianina, presente em frutas de coloração vermelha e azul. Outra considerável vantagem da fruta que rende sobremesas fabulosas é que ele também ajuda a reduzir a pressão graças à procianidina. Embora em Manaus a fruta esteja entre as mais caras vale a pena investir e consumir com uma regularidade um pouco acima da média. Vale lembrar que ele está incluído entre os inimigos dos radicais livres, o velho inimigo da sua juventude.

Morango para blindar e proteger o coração

DiagramaçãoKleuton Silva

RevisãoDernando Monteiro

Evolução histórica dos códigos de ética médica

Parece razoável pressupor que o conhecimento historicamente acumulado, des-de os primeiros registros do médico como personagem social, se ajus-tou na maior inclusão dos curadores”.

João Bosco [email protected]

João Bosco Botelho

João Bosco Botelho

Doutor Honoris Causa na França

Humberto Figliuolo

Farmacêutico

Humberto Figliuolohfi [email protected]

Na tese de doutorado, defendi-da em Paris, em 1955, intitulada “A ética médica”, o professor Derrien, fi rmou relações conceituais da ética médica voltada ao benefício do homem e da mulher. Assim, o entendimento do professor Der-rien da virtude kantiana, nas prá-ticas médicas, obrigatoriamente, estaria ligada ao “bem”, ao “bom”, a praticidade, estreitando os vín-culos das ações médicas, de modo geral, ao controle da dor e adiando os limites da vida. Dessa forma, é inadmissível pensar a medicina como uma especialidade social para provar a dor ou a morte. Essa vertente ligando a ética médica aos resultados entendidos como “boas práticas”, gerando bem-estar ao doente, está presente na maior parte das abordagens teóricas referenciais.

Nesse sentido, é possível res-gatar relações do conhecimento historicamente acumulado que ligam a ética médica à boa práti-ca, entendidos pelo senso comum como bons resultados profi ssional atada às ações que devem, obri-gatoriamente, trazem melhorias à vida pessoal e coletiva.

Parece razoável pressupor que o conhecimento historicamente acumulado, desde os primeiros registros do médico como per-sonagem social, se ajustou na maior inclusão dos curadores (aqui compreendidos tanto os

médicos, como representantes da medicina-ofi cial, aquela ampara-da pelo poder dominante, quanto os benzedores, erveiros, parteiras, sacerdotes, encantadores e muitos outros) que obtinham melhores resultados nos respectivos proce-dimentos de curas. Do outro lado, nos mesmos milhares de anos, os curadores que não conseguiam fi rmar o reconhecimento coleti-vo em torno da competência na solução dos problemas expostos pelos postulantes, não recebiam o reconhecimento coletivo.

Entre esses dois grupos, as orga-nizações sociais, em diferentes ins-tâncias, ao mesmo tempo em que reconhecia e nominava a medicina e o médico, inclusive em algumas sociedades, também os especialis-tas, compondo parte do conjunto das profi ssões, procuraram refl etir, identifi car, coibir e punir a má prática médica. De modo geral, essa má-prática está mais atada ao resultado desfavorável à saúde do doente, seja pessoal ou coletivo. Nenhum procedimento médico, no passado e no presente, tem sido aceito se provoca piora no estado de saúde do doente.

Esse conjunto normativo entre ética e moral culminou, na Grécia, com o aparecimento do conceito de deontologia (do gr. déontos, “o que é obrigatório, necessário” + logia), que evoluiu para “o estudo dos princípios, fundamentos e sis-

temas de moral”. A palavra deontologia ligada à

prática médica, em torno da ;ética e da moral, apareceu pela primeira vez, em 1845, no Congresso Médico de Paris, no trabalho do médico M. Simon intitulado “Deontologia mé-dica ou dever e direitos dos médicos no estado atual da civilização”.

De modo geral, os códigos de deontologia médica comportam três fundamentos estruturantes, reafi rmando o indivíduo e não o coletivo como o mais importante valor da prática médica, maior parte das vezes, distribuídos entre os artigos:

- O médico deve estar sempre a serviço do indivíduo, respei-tando a vida e sua dignidade, e da saúde pública;

- O médico deve exercer a pro-fi ssão com liberdade de decidir, prescrever e indicar tratamento, ao mesmo tempo em que o do-ente deve manter a liberdade de escolher o médico para dirigir o tratamento. Essa plena liberda-de dos médicos deve estar atada ao conjunto de explicações por meio dos “termos de consen-timentos livres e esclarecidos” para que o doente tenha maior conhecimento da doença e do tratamento proposto;

- O médico é responsável pelos seus atos entendidos como va-lores de competência amparada na ciência.

Caspa atinge 40% da população

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MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 F3Saúde e bem-estar

Poucos adolescentes conseguem atraves-sar essa fase sem se deparar com um

problema difícil de contornar e que em alguns casos acaba causando constrangimento. A acne, embora seja um denominador comum nessa idade, pode também ultra-passar essa faixa estaria e atingir os mais velhos. Al-guns adultos são acometidos por cravos e espinhas após os 25 anos. Esse dano à pele do rosto, nem sempre está relacionado à alterações hormonais, comuns durante a gestação ou no período menstrual ou decorrente da utilização de produtos cos-méticos como a maquiagem. A má alimentação é um fator contribuinte para o agrava-mento desse problema.

É por este motivo que não bastam recorrer aos diversos tratamentos estéticos ou as receitinhas da vovó para cui-

dar da acne. Esses produtos podem contribuir na ameniza-ção das lesões vermelhas e in-fl amadas na pele que ocorrem por causa do entupimento ou obstrução dos poros, onde

estão as glândulas sebáceas (responsáveis pela remoção de células mortas na cútis). O indicado é retirar do cardápio os nutrientes que agravam o quadro clínico.

“Alimentos com alto índice glicêmicos são os mais pre-

judiciais à aparência da pele. Ao ingerir em excesso doces, tortas, balas e bolos o indivíduo estará contribuindo para a ele-vação dos níveis de açúcares no sangue. Tais alimentos são pobres em fi bras e nutrien-tes e podem provocar rugas e fl acidez na pele”, explica a nutricionista da Global Nutri-ção, Dra. Ana Huggler.

O leite e seus derivados também são vilões da cútis, pois possuem hormônios em sua composição, contribuin-do para o aumento da pro-dução de sebo nas glândulas da pele. “Uma alimentação saudável no dia a dia é bené-fi ca ao organismo, pois com-bate os radicais livres que aceleram o envelhecimento cutâneo, ajuda na restaura-ção da pele exposta à fatores ambientais e contribui para a produção e renovação de colágeno (responsável pela sustentação da pele)”, des-creve a nutricionista.

RESTAURAÇÃOUma alimentação sau-dável no dia a dia é benéfi ca ao organismo, pois combate os radicais livres que aceleram o envelhecimento cutâneo e ajuda na restauração da pele exposta à fato-res ambientais

Peixes:

Dieta que faz bem à pele

Água: Água:

Ricos em Ômega 3 (gordura encontrada em espécies como

atum e sardinha), contém muitos nutrientes e são mais benéfi cos à saúde,

sendo contribuidores para a redução de doenças cardí-acas, nível de colesterol ruim (LDL) no sangue e triglicerí-

deos. Por possuírem grandes quantidades de minerais em sua

composição, os peixes têm ação anti-infl amatória que ajuda na diminuição de acne.

Frutas e verduras de cor amarela:São ricas em substâncias que ajudam a manter a pele

sempre rejuvenescida e limpa. O betacaroteno encon-trado em sua composição atua combaten- do os processos infl amatórios. Além disso, são ricos em vitaminas A e do com-plexo B, fósforo, cálcio e potássio que atuam como antioxidan-tes do corpo. São elas: pera, bana-na, melão amare-lo, abóbora, ce-noura, damasco, laranja, pêssego, entre outros.

Fundamental para hidratação do corpo, a ingestão de dois litros de água por dia ajuda a eliminar toxinas e impurezas presentes no organismo. Além disso, o

líquido deixa a pele mais viçosa e rejuvenescida, contribuindo para a formação e renovação de colágeno na pele, pois eles dependem de água para um bom funcionamento.

Se ainda restaram dúvidas a respeito de como seguir uma alimentação que previna as indesejáveis espinhas, uma dica é optar pela Dieta do Genótipo. De acordo com a doutora Ana, nessa dieta os alimentos são listados com base nas características e tipo sanguíneo de cada pessoa. “A dieta do genótipo contribuirá para escolhas mais saudáveis e que atendam as necessidades do organismo. Com isso, os alimentos promoverão benefícios como a redução de acne, controle de doenças relacionadas ao sobrepeso e proporcionará mais saúde”, fi naliza a doutora Ana Huggler.

Um grande erro é espremer a acne, o que pode deixar a pele irritada e com cicatrizes

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Comum na adolescência, ela se torna um problema mais grave quando ocorre na maturidade, mas pode ser controlada com os alimentos certos e algumas medidas básicas de higiene

Cardápioantiacne

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F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 F5

O perigo que se esconde nas chuvasNesse período de chuvas, os animais peçonhentos saem da água em busca de abrigos secos e seguros para se alimentar e se reproduzir e podem atacar. Para evitar maiores riscos sempre é bom ter cuidado com alagados

Quem costuma cur-tir o fi m de se-mana em regiões de fl oresta como

sítios, chácaras ou áreas re-cém-desmatadas deve fi car atento aos cuidados preven-tivos para evitar acidentes com animais peçonhentos. O alerta é da diretora-presi-dente da Fundação de Medi-cina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Graça Alecrim, que observa que esses locais, aliados ao tempo chuvoso, oferecem maior risco.

De acordo com a dire-tora, as notifi cações dos acidentes vêm crescendo, gradativamente. O número de pacientes atendidos na FMT-HVD passou de 118, em 2010, para 476, em 2013. A médica destaca que alguns fatores como desmatamen-to e construção de casas em áreas alagadiças fazem com que os animais se deslo-quem dos seus habitats para áreas mais próximas das populações urbanas, deixan-do-as mais expostas.

O chefe do Departamento Clínico da FMT-HVD, Antô-nio Magela Tavares, explica que cerca de 90% dos casos atendidos na unidade são relacionados a picadas de serpentes. Um dos cuidados, portanto, é evitar adentrar em área de mata fechada.

Magela destaca que ou-tras medidas preventivas podem ser adotadas por pessoas que têm contato com áreas de fl oresta como, por exemplo, utilizar calças compridas e botas, além de redobrar a atenção nestes locais. Para adentrar nestas regiões é aconselhável, ain-da, fazer uso de algum tipo de bastão para abrir cami-nho, afastando entulhos que estão à frente, e que podem servir de esconderijo para os animais.

O médico esclarece que no caso de acidentes com serpentes, escorpião, ara-nhas, entre outros bichos peçonhentos, a medida cor-reta é lavar o ferimento com bastante água e sabão e buscar atendimento imedia-to, na unidade de urgência mais próxima do acidente ou na FMT-HVD, que é a unidade de referência, no Estado, para este tipo de tratamento.

O período de alta incidên-cia fi ca entre novembro e junho, por conta da época de cheias. Mas neste perí-odo de chuvas, os animais também saem da água em busca de abrigos secos e seguros para se alimentar e se reproduzir. “Estes locais são quase sempre próximos de áreas habitadas, o que aproxima as pessoas dos animais, elevando o risco de acidente”, disse.

O perigo que se esconde nas chuvasO perigo que se esconde nas chuvasMANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 F5

O perigo que se esconde nas chuvasalimentar e se reproduzir e podem atacar. Para evitar maiores riscos sempre é bom ter cuidado com alagados

se reproduzir. “Estes locais são quase sempre próximos de áreas habitadas, o que aproxima as pessoas aproxima as pessoas dos animais, elevando o risco de acidente”,

de áreas habitadas, o que aproxima as pessoas dos animais, elevando o risco de acidente”,

O que não fazerO médico infectologista

frisa que chegam à FTM-HVD, com muita frequência, pacientes que, na tentati-va de impedir a circulação do veneno no organismo, acabam adotando medidas prejudiciais ao tratamento, como por exemplo, amarrar o membro atingido, colocar produtos como café e álco-ol sobre o ferimento, sugar o veneno com a boca e até cortar o local da picada. Ações como esta última, diz ele, podem acelerar o sur-gimento de hemorragias no paciente, que já fi ca naturalmente vulnerável à ocorrência deste sintoma. Segundo Magela, atitudes equivocadas podem gerar uma infecção secundária, deixando a situação ainda mais grave.

O que fazerAlém de buscar rapida-

mente uma unidade de saúde, outra medida impor-tante é tentar identifi car o bicho que ocasionou o ferimento. O médico ex-

plica que a identifi cação do animal, permite que o profi ssional possa admi-nistrar o soro específi co para neutralizar aquele tipo de veneno. “Se for possível capturar o animal, é im-portante trazê-lo em um recipiente para mostrá-lo ao profi ssional na hora do atendimento”, frisou.

O infectologista esclare-ce, ainda, que nem sempre o paciente será medicado com antiveneno porque, às vezes, a quantidade de ve-neno injetado pelo animal é insufi ciente para causar envenenamento. Nesta si-tuação, não será preciso administrar o soro. O mé-dico ressalta que essa ava-liação, entretanto, deverá ser feita por um profi ssio-nal de saúde. Os sintomas de envenenamento mais comuns são dor, inchaço e sangramentos progres-sivos. Quando a picada é causada por jararacas, pode ocorrer insufi ciência renal, cujo principal sinal é diminuição do volume

de urina.

Como agir em caso grave

o ferimento. O médico ex-

renal, cujo principal sinal é diminuição do volume

de urina.

Como agir em caso graveComo agir em caso grave

Os sapos são muito co-muns nas áreas urbanas e gostam de fi car em locais que têm mais água

Em espaços com vegeta-ção muito alta o perigo se torna maior e os cuidados devem ser redobrados

Lacraias, escorpiões e cobras são muito perigosos e podem até provocar a morte da vítima

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

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F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 F5

O perigo que se esconde nas chuvasNesse período de chuvas, os animais peçonhentos saem da água em busca de abrigos secos e seguros para se alimentar e se reproduzir e podem atacar. Para evitar maiores riscos sempre é bom ter cuidado com alagados

Quem costuma cur-tir o fi m de se-mana em regiões de fl oresta como

sítios, chácaras ou áreas re-cém-desmatadas deve fi car atento aos cuidados preven-tivos para evitar acidentes com animais peçonhentos. O alerta é da diretora-presi-dente da Fundação de Medi-cina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Graça Alecrim, que observa que esses locais, aliados ao tempo chuvoso, oferecem maior risco.

De acordo com a dire-tora, as notifi cações dos acidentes vêm crescendo, gradativamente. O número de pacientes atendidos na FMT-HVD passou de 118, em 2010, para 476, em 2013. A médica destaca que alguns fatores como desmatamen-to e construção de casas em áreas alagadiças fazem com que os animais se deslo-quem dos seus habitats para áreas mais próximas das populações urbanas, deixan-do-as mais expostas.

O chefe do Departamento Clínico da FMT-HVD, Antô-nio Magela Tavares, explica que cerca de 90% dos casos atendidos na unidade são relacionados a picadas de serpentes. Um dos cuidados, portanto, é evitar adentrar em área de mata fechada.

Magela destaca que ou-tras medidas preventivas podem ser adotadas por pessoas que têm contato com áreas de fl oresta como, por exemplo, utilizar calças compridas e botas, além de redobrar a atenção nestes locais. Para adentrar nestas regiões é aconselhável, ain-da, fazer uso de algum tipo de bastão para abrir cami-nho, afastando entulhos que estão à frente, e que podem servir de esconderijo para os animais.

O médico esclarece que no caso de acidentes com serpentes, escorpião, ara-nhas, entre outros bichos peçonhentos, a medida cor-reta é lavar o ferimento com bastante água e sabão e buscar atendimento imedia-to, na unidade de urgência mais próxima do acidente ou na FMT-HVD, que é a unidade de referência, no Estado, para este tipo de tratamento.

O período de alta incidên-cia fi ca entre novembro e junho, por conta da época de cheias. Mas neste perí-odo de chuvas, os animais também saem da água em busca de abrigos secos e seguros para se alimentar e se reproduzir. “Estes locais são quase sempre próximos de áreas habitadas, o que aproxima as pessoas dos animais, elevando o risco de acidente”, disse.

O perigo que se esconde nas chuvasO perigo que se esconde nas chuvasMANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 F5

O perigo que se esconde nas chuvasalimentar e se reproduzir e podem atacar. Para evitar maiores riscos sempre é bom ter cuidado com alagados

se reproduzir. “Estes locais são quase sempre próximos de áreas habitadas, o que aproxima as pessoas aproxima as pessoas dos animais, elevando o risco de acidente”,

de áreas habitadas, o que aproxima as pessoas dos animais, elevando o risco de acidente”,

O que não fazerO médico infectologista

frisa que chegam à FTM-HVD, com muita frequência, pacientes que, na tentati-va de impedir a circulação do veneno no organismo, acabam adotando medidas prejudiciais ao tratamento, como por exemplo, amarrar o membro atingido, colocar produtos como café e álco-ol sobre o ferimento, sugar o veneno com a boca e até cortar o local da picada. Ações como esta última, diz ele, podem acelerar o sur-gimento de hemorragias no paciente, que já fi ca naturalmente vulnerável à ocorrência deste sintoma. Segundo Magela, atitudes equivocadas podem gerar uma infecção secundária, deixando a situação ainda mais grave.

O que fazerAlém de buscar rapida-

mente uma unidade de saúde, outra medida impor-tante é tentar identifi car o bicho que ocasionou o ferimento. O médico ex-

plica que a identifi cação do animal, permite que o profi ssional possa admi-nistrar o soro específi co para neutralizar aquele tipo de veneno. “Se for possível capturar o animal, é im-portante trazê-lo em um recipiente para mostrá-lo ao profi ssional na hora do atendimento”, frisou.

O infectologista esclare-ce, ainda, que nem sempre o paciente será medicado com antiveneno porque, às vezes, a quantidade de ve-neno injetado pelo animal é insufi ciente para causar envenenamento. Nesta si-tuação, não será preciso administrar o soro. O mé-dico ressalta que essa ava-liação, entretanto, deverá ser feita por um profi ssio-nal de saúde. Os sintomas de envenenamento mais comuns são dor, inchaço e sangramentos progres-sivos. Quando a picada é causada por jararacas, pode ocorrer insufi ciência renal, cujo principal sinal é diminuição do volume

de urina.

Como agir em caso grave

o ferimento. O médico ex-

renal, cujo principal sinal é diminuição do volume

de urina.

Como agir em caso graveComo agir em caso grave

Os sapos são muito co-muns nas áreas urbanas e gostam de fi car em locais que têm mais água

Em espaços com vegeta-ção muito alta o perigo se torna maior e os cuidados devem ser redobrados

Lacraias, escorpiões e cobras são muito perigosos e podem até provocar a morte da vítima

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

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A principal causa da síndrome do túnel do carpo é a Lesão do Esforço Repetitivo (L.E.R), gerada por movimentos recorrentes com as mãos e os punhos

Dormência, formiga-mento, fraqueza e dores nas mãos são sintomas que podem

não ser levados em conside-ração na correria do dia a dia, principalmente, quando trabalhamos em atividades que envolvem movimentos repetitivos. No entanto, estes podem ser os sinais de uma grave doença: a síndrome do túnel do carpo.

“Esta síndrome é uma neu-ropatia que ocorre devido à compressão do nervo médio no canal do carpo, estrutura ana-tômica que se localiza entre a mão e o antebraço. O nervo médio é o nervo do punho que fornece sensação e movimen-to para partes da mão”, afi rma o doutor Maurício Mandel, que é neurocirurgião do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), do Hos-pital Israelita Albert Einstein e membro da Sociedade Brasi-leira de Neurocirurgia (SBN).

A principal causa da sín-drome do túnel do carpo é a Lesão do Esforço Repetitivo (L.E.R), gerada por movimen-tos recorrentes com as mãos e os punhos como digitar,

costurar, dirigir, trabalhar em linha de montagem, pintar, escrever, praticar esportes como tênis ou handebol e to-car determinados instrumen-tos musicais. Existem tam-bém muitas outras causas associados à doença, como: fraturas ósseas; artrite do punho; diabetes; alcoolismo; hipotiroidismo; insufi ciência renal e diálise; menopausa, tensão pré-menstrual e gra-videz; infecções; obesidade; artrite reumatoide; lúpus e escleroderma. Tumores tam-bém estão entre as possíveis causas da síndrome.

Evolução da doençaDe acordo com o doutor

Mandel, entre os sintomas da doença estão a sensação de formigamento e de dor-mência, que se manifestam principalmente à noite, dor no punho ou na mão e que pode se estender até o cotovelo. A evolução da síndrome pode provocar fraqueza ou danos musculares na mão e nos de-dos, difi cultando a manipula-ção de estruturas pequenas e a execução de tarefas simples, como abotoar um botão ou segurar uma xícara.

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A principal causa da síndrome do túnel do carpo é a Lesão do Esforço Repetitivo (L.E.R), gerada por movimentos recorrentes com as mãos e os punhos

Fique atento à síndromedo túnel do carpo

A síndrome é uma neuropatia que ocorre devido à compressão do nervo médio do canal do carpo

“Dois testes ajudam a estabelecer o diagnóstico: o teste de Phalen e o teste de Tinel. O primeiro é feito dobrando o punho e manten-do-o nesta posição por um minuto. Como desta forma a pressão intracarpeana au-menta, se houver compres-são do nervo, os sintomas pioram. O teste de Tinel consiste em percutir o ner-vo mediano. Se ele estiver comprometido, a sensação será de choque e formiga-mento. Em alguns casos, é necessário pedir uma eletro-neuromiografi a para fechar o diagnóstico ou raios X do punho, para descartar

outros problemas”, explica o neurocirurgião.

O tratamento leva em conta o grau de compro-metimento da doença. Se for leve, indica-se a colocação

de uma órtese para imobili-zar o pulso e o uso de anti-infl amatório não hormonal. Se não houver melhora, aplica-se cortisona dentro do canal do carpo.

Esgotadas as possibilida-des de tratamento clínico, é indicada a cirurgia. “A libe-ração do túnel do carpo é um procedimento cirúrgico que corta o ligamento que está pressionando o nervo. A cirurgia é bem-sucedida na maioria das vezes, mas depende de por quanto tem-po o nervo foi comprimido e da gravidade dessa com-pressão”, fi naliza o doutor Maurício Mandel.

Diagnóstico e tratamentoCIRURGIAO tratamento pode ser feito até com uma órtese e uso de anti-infl amatórios. Mas se a dor persistir e não houver melhoras, o tratamento por meios cirúrgicos pode ser a única resposta

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Algumas práticas específi cas para a aliviar a dor, como o do-in, podem ajudar a relaxar

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MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 F7Saúde e bem-estar

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Quem opta por treinar à noite tem que dar uma atenção especial à alimentação para evitar incômodos na hora do repouso. Segundo especia-listas, ingerir carboidratos durante o treino, de prefe-rência na forma de bebidas esportivas, que são rapida-mente absorvidas, diminui a liberação de hormônios catabólicos, como a adrena-lina, que deixam o indivíduo desperto. Com menos desses hormônios circulando no san-gue, fi ca mais fácil entrar no estado de repouso depois.Antes do treino o ideal é fazer um lanche rico em carboidrato para evitar o risco de hipo-glicemia ou falta de pique. Já

durante o exercício, também se pode consumir algum car-boidrato, que além de favo-recer o sono ainda atenua a necessidade de comer muito após as atividades, o que pe-saria no estômago.Após o treinamento, a inges-tão de carboidratos e proteí-nas na proporção de 4 para 1 é fundamental para a recupe-ração. Como a refeição será realizada em horário próximo de ir para a cama, é bom evi-tar comidas pesadas ou em excesso, o que exigiria mais energia do seu organismo na digestão, prejudicando o sono e a recuperação. Escolha ali-mentos leves, com pouca ou sem gordura, ou tome su-

plementos acompanhado de uma fonte de carboidrato para absorção rápida.Embora seja mais lento du-rante o sono, o metabolismo pode ser alterado pelo exer-cício noturno, fi cando mais acelerado para promover a recuperação do organismo e até mesmo queimar calorias. Um erro comum em quem quer emagrecer é ir para a cama depois do treino sem se alimentar.Quem não ingere a combina-ção estratégica de carboidra-to e proteína após o exercício pode sofrer uma hipoglicemia noturna, que pode levar os músculos a entrar em cata-bolismo – quando o corpo

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AÇÃO

Alimentar-se corretamente ajuda a ter melhor desempenho

Alimentação certa antes e depois do treino

Emagrecer rápido pode comprometer a colunaRegimes restritivos contribuem para a perda de cálcio e porosidade do osso, deixando a coluna vertebral propícia a traumas

O sonho de nove entre dez pessoas que se encontram acima do peso ideal é o

emagrecimento rápido. Não é a toa que as dietas con-sideradas milagrosas fazem tanto sucesso. Todos querem o máximo de resultado com o mínimo de esforço. E quando se trata de eliminar os quili-nhos a mais, vale quase tudo para conseguir a meta.

Restringir a dieta e optar por alimentos menos caló-ricos é uma medida tomada por muitas pessoas que de-sejam obter o emagrecimen-to em curto período. Muitas vezes o cardápio é combina-do ainda com inibidores de apetite, laxantes e diuréti-cos para conseguir chegar ao peso pretendido. O problema é que essas atitudes podem contribuir para o conhecido efeito sanfona e comprome-ter a saúde da coluna.

Segundo o fi sioterapeuta doutor Helder Montenegro, especialista em coluna ver-tebral, presidente da Associa-ção Brasileira de Reabilitação de Coluna – ABRC e sócio fundador da Sociedade Brasi-leira de Fisioterapia Esportiva - Sobrafe, ao eliminar peso de forma rápida a pessoa perde massa muscular, quando na verdade o objetivo deveria ser a queima de gordura. Com

isso, deixa a coluna mais sus-cetível a lesões.

“A fl acidez abdominal de-corrente da perda de peso em curto prazo deixa a coluna cer-vical desprotegida. E, devido à falta de força dos músculos abdominais, as costas não recebem o aporte necessário para a sua sustentação, o que favorece uma modifi cação do centro de gravidade corporal, gerando uma sobrecarga na lombar. Isso leva a um des-gaste das articulações e pode gerar artrose ou hérnia de disco”, descreve o especialis-ta em coluna vertebral.

O fi sioterapeuta explica que quando os músculos per-dem o tônus, ou seja, perdem a sua rigidez, eles se retraem e fi cam menores. “Outra con-sequência da aquisição de regimes restritivos é que eles contribuem para a perda de cálcio e poro-sidade do osso, deixan-do a coluna vertebral propícia a traumas. Por este motivo, o ideal é buscar ajuda de um especialista antes de recorrer a qualquer tipo de dieta”, explica o dou-tor Montenegro.

Além da coluna, as arti-culações do corpo também padecem com a carga da força da gravidade. Sendo que as dos membros inferio-

res são as mais prejudicadas, entre elas, as articulações do quadril e dos joelhos. “O recomendado é fortalecer a musculatura da barriga. Para isso, mantenha a região ab-dominal contraída durante a realização de exercícios físi-cos, já que essa musculatura serve para realizar alguns movimentos de tronco, segu-rar as vísceras abdominais e, obviamente, para estabilizar a coluna enquanto a pelve e os membros se movem”, descreve o fi sioterapeuta.

- Ao amarrar os sapatos, sente-se e cruze as pernas;

- Ao transportar objetos muito pesados evite fl exio-nar a coluna. O indicado é dobrar os joelhos e usar a for-ça das pernas para empurrar

ou levantar o artefato;- No trabalho, mantenha

uma boa postura ao sentar. Para isso, utilize cadeiras com encosto e coloque os pés apoiados em um suporte para pés, que ajuda a evitar

sobrecarga na coluna;- Tenha uma alimenta-

ção balanceada e evite o sobrepeso;

- Realize atividades físi-cas, pois elas ajudam a for-talecer a região lombar.

Medidas preventivas indicadas

Quem busca um emagrecimento rápido e milagroso acaba optando por medidas drásticas que podem causar sérios prejuízos à saúde. O ideal é adotar medidas que emagreçam gradativamente

Além da coluna, as ar-ticulações do corpo tam-bém padecem com a carga da força da gravidade

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F8 MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014Saúde e bem-estar

Cirurgias ideais para o tratamento de ParkinsonProcedimentos cada vez mais sofisticados permitem minimizar os sintomas da doença que atinge 200 mil brasileiros

Nos últimos anos, os tratamentos cirúrgi-cos para atenuar as complicações da do-

ença de Parkinson vêm ganhan-do cada vez mais destaque. São cirurgias indicadas para aliviar os principais sintomas como: lentidão ou perda de movimen-tos, tremores, rigidez dos mús-culos e instabilidade postural com tendência à queda.

“A doença ocorre devido a um processo neurodegenerati-vo onde há a deficiência de um neurotransmissor chamado do-pamina que atua na integridade de um circuito de neurônios responsáveis pelos movimen-tos”, explica o doutor Maurício Mandel, neurocirurgião e mem-bro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN).

Estima-se que cerca de 200 mil brasileiros sejam acometi-dos desse mal, que é a segun-da doença neurodegenerativa mais prevalente no país, pre-cedida apenas pelo Alzheimer. A Doença de Parkinson é divi-dida em três fases:

• Leve: o paciente apresen-ta sintomas leves e continua independente para suas ati-vidades habituais;

• Moderada: o paciente man-

tém sua independência, mas passa a necessitar de ajuda ou apresenta limitações para atividades específicas;

• Avançada: o paciente come-ça a ter severas limitações para realizar atividades rotineiras e pode apresentar problemas cognitivos e psiquiátricos.

Tipos de cirurgiasA Estimulação Cerebral Pro-

funda (ECP) consiste na implan-tação de eletrodos no cérebro do paciente controlados por uma espécie de marcapasso, com o objetivo de diminuir o tremor e a lentidão dos movimentos. De acordo com o doutor Maurício Mandel, o método é seguro e possui a vantagem de po-der ser regulado ou suspenso caso o paciente queira. “Ele é indicado para pacientes na fase moderada da doença, para pacientes jovens com tremores incapacitantes ou para aqueles que não responderam adequa-damente ao tratamento medi-camentoso. Esta cirurgia não é indicada para pacientes com menos de cinco anos de doença e também na fase avançada, em decorrência do risco de piora do comprometimento cognitivo”, afirma o doutor Mandel.

Alguns pacientes que apre-sentam muito tremor recorrem à talamotomia, que hoje em dia é pouco executada. O pro-cedimento cirúrgico lesiona ou remove o tálamo, uma pequena parte do cérebro, mas é indicado somente para pacientes que não respondem à medicação.

Desde a descoberta da ECP, outra técnica que também está sendo pouco praticada é a pa-lidotomia. Nela, uma pequena parte do globo pálido no cé-rebro é destruída para aliviar sintomas como rigidez, tremor e os movimentos lentos.

Fique atentoOs primeiros sintomas que

devem levar o indivíduo a pro-curar um médico são: tremor de causa inexplicada, contínuo e em apenas um lado do cor-po; lentidão dos movimentos ou do caminhar; e modificação na escrita, com letras gradati-vamente menores.

Atualmente, existem exa-mes de imagem que auxiliam o médico na hora da desco-berta da doença. Mesmo as-sim, o diagnóstico principal ainda é feito pelo médico no consultório, devido à presen-ça dos sintomas. Atualmente existem exames que auxiliam o médico na hora da descoberta da doença

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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