em tempo - 9 de março de 2014

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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 ANO XXVI – N.º 8.288 – DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ MÁX.: 33 MÍN.: 24 TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. DOMINGO DENÚNCIAS • FLAGRANTES 8177-2096 GOL DE PLACA Oportunidades de trabalho Concursos&Empregos Dois mortos em temporal Última Hora A2 AVIÃO DESAPARECE COM 239 A BORDO Boeing 777-200 saiu de Kuala Lampur em direção a Pequim com 239 pessoas a bordo. Aviões envolvidos nas buscas acharam rastros de óleo no mar da China. Última Hora A2 A ARENA DA AMAZÔNIA VIVALDO LIMA INAUGURA HOJE, INICIANDO UMA NOVA ERA NO FUTEBOL AMAZONENSE. INAGURAÇÃO NACIONAL-AM E CLUBE DO REMO-PA FA- ZEM O PRIMEIRO TESTE EM JOGO VALENDO PELA COPA VERDE, ÀS 18H30. NACIONAL X REMO DETENTOR DO CINTURÃO DOS MÉDIOS DO UFC, O AMAZONENSE JOSÉ ALDO DARÁ O PON- TAPÉ INICIAL NA PARTIDA. PÓDIO E2 E E3 PONTAPÉ INICIAL Com a palavra A8 Serafim diz não a cargo no Executivo POLÍTICA Mundo B8 A Venezuela sem Chávez 1 ano depois CRISE A primeira-dama Nejmi Aziz (foto) é um fenômeno das redes sociais. Mais de 200 mil pessoas curtem sua fan page, enquanto no Twitter e no Instagram ela possui 177 mil e 50 mil seguidores, respectivamente. Cientista político aborda as origens e o desenvolvimento da tática dos “black blocs” e começa a traçar um perfil de seus participantes, com base em pesquisa histórica e entrevistas com ativistas. Um estudo da Harvard School of Public Health aponta que mulheres que consu- miam morangos tinham menos chances de infartos do miocárdio, graças a uma substância chamada antocianina. Parentes de passageiros se desesperam no aeroporto de Pequim A presidente Dilma inaugurou simbolicamente a arena em fevereiro O campeão do UFC José Aldo retorna à arena para a inauguração O formato do estádio, um cesto, foi inspirado no artesanato indígena de palha da floresta. O estádio de Manaus é o oitavo a ficar pronto para a Copa do Mundo no Brasil CHICO BATATA/AGECOM DIEGO JANATÃ PR HERICK PEREIRA DIVULGAÇÃO

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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2,00

ANO XXVI – N.º 8.288 – DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

MÁX.: 33 MÍN.: 24TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700

ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS.

DO

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DENÚNCIAS • FLAGRANTES

8177-2096

GOL DE PLACA

Oportunidades de trabalhoConcursos&Empregos

Dois mortos em temporalÚltima Hora A2

AVIÃO DESAPARECE COM 239 A BORDO

Boeing 777-200 saiu de Kuala Lampur em direção a Pequim com 239 pessoas a bordo. Aviões envolvidos nas buscas acharam rastros de óleo no mar da China. Última Hora A2

A ARENA DA AMAZÔNIA VIVALDO LIMA INAUGURA HOJE, INICIANDO UMA NOVA ERA NO FUTEBOL AMAZONENSE.

INAGURAÇÃO

NACIONAL-AM E CLUBE DO REMO-PA FA-ZEM O PRIMEIRO TESTE EM JOGO VALENDO PELA COPA VERDE, ÀS 18H30.

NACIONAL X REMO

DETENTOR DO CINTURÃO DOS MÉDIOS DO UFC, O AMAZONENSE JOSÉ ALDO DARÁ O PON-TAPÉ INICIAL NA PARTIDA. PÓDIO E2 E E3

PONTAPÉ INICIAL

Com a palavra A8

Serafi m diz não a cargo no Executivo

POLÍTICA

Mundo B8

A Venezuela sem Chávez 1 ano depois

CRISE

A primeira-dama Nejmi Aziz (foto) é um fenômeno das redes sociais. Mais de 200 mil pessoas curtem sua fan page, enquanto no Twitter e no Instagram ela possui 177 mil e 50 mil seguidores, respectivamente.

Cientista político aborda as origens e o desenvolvimento da tática dos “black blocs” e começa a traçar um perfi l de seus participantes, com base em pesquisa histórica e entrevistas com ativistas.

Um estudo da Harvard School of Public Health aponta que mulheres que consu-miam morangos tinham menos chances de infartos do miocárdio, graças a uma substância chamada antocianina.

Parentes de passageiros se desesperam no aeroporto de Pequim

A presidente Dilma inaugurou simbolicamente a arena em fevereiro O campeão do UFC José Aldo retorna à arena para a inauguração

O formato do estádio, um cesto, foi inspirado no artesanato indígena de palha da fl oresta. O estádio de Manaus é o oitavo a fi car pronto para a Copa do Mundo no Brasil

A primeira-dama Nejmi Aziz (foto) é um fenômeno das redes sociais. Mais de 200 mil pessoas curtem sua fan page, enquanto no Twitter e no Instagram ela possui 177 mil e 50 mil

ientista político aborda as origens e o desenvolvimento da tática dos “black blocs” e começa a traçar um perfi l de seus participantes, com base em pesquisa histórica e entrevistas

Um estudo da Harvard School of Public Health aponta que mulheres que consu-miam morangos tinham menos chances de infartos do miocárdio, graças a uma

A presidente Dilma inaugurou simbolicamente a arena em fevereiro O campeão do UFC José Aldo retorna à arena para a inauguração

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AÇÃO

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A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

Avião desaparece no mar da China Uma busca conjunta está

sendo realizada por diversos países nas águas entre a Ma-lásia e o Vietnã, no mar do Sul da China, após um avião da Malaysia Airlines que vo-ava para Pequim desaparecer com 239 pessoas a bordo.

Nenhum destroço havia sido encontrado até o fecha-mento dessa edição, mas o governo vietnamita disse que detectou duas manchas de óleo de 15 quilômetros no mar. Embora elas se-jam similares ao que seria combustível de um avião, não há confirmação de que estão relacionadas com a aeronave desaparecida.

A companhia aérea infor-mou em um comunicado que o voo MH370 desapareceu

às 2h40 de sábado (15h40 de sexta-feira, em Brasí-lia) depois de sair de Kuala Lumpur. Esperava-se que ele pousasse em Pequim às 6h30 (19h30 em Brasília).

O ministro dos Transportes da Malásia disse que não havia nenhuma informação sobre destroços e condenou especulações.

“Estamos fazendo tudo em nosso poder para localizar o avião”, Hishammuddin Hus-sein disse a jornalistas em Kuala Lumpur.

“Nossa esperança é que as pessoas entendem que estamos sendo o mais trans-parente possível, estamos dando informações o mais rápido que podemos, mas queremos ter certeza de que

as informações foram veri-ficadas”, acrescentou.

O presidente-executivo da Malaysia Airlines, Ahmad Jauhari Yahya, afirmou que o foco era ajudar as famílias dos desaparecidos. Ele disse que 80% das famílias foram contatadas. O avião saiu do radar ao sul do Vietnã, de acordo com um comu-nicado no site do governo vietnamita.

RastrosOs aviões vietnamitas

envolvidos nas buscas pelo Boeing identificaram rastros de combustível no mar da China Meridional, segundo uma autoridade militar viet-namita. “Dois de nossos avi-ões detectaram dois rastros

de combustível de cerca de 15 a 20 km, em paralelo e a cerca de 500 metros um do outro”, declarou ao vivo à televisão estatal o general Vo Van Tuan, acrescentando que navios foram enviados para o local.

Ontem pela manhã, a Ma-rinha do Vietnã informou que o avião teria caído próximo do litoral da ilha vietnamita de Tho Chu, no sul do país. O Alto Comando da Marinha vietnamita acrescentou em comunicado que o avião teria caído nas águas do Golfo da Tailândia, entre a Malásia e o Vietnã, a cerca de 300 quilômetros da ilha de Tho Chu, na província vietnamita de Kien Giang. A companhia aérea não confirmou nada.Familiares dos passageiros desesperados por notícias

REUTERS

TRAGÉDIA

Chuva causa destruição e duas mortes, em Manaus Duas pessoas morreram em consequência do temporal que castigou a cidade na madrugada de sábado para domingo

A forte chuva que atin-giu Manaus na noite de sexta e seguiu até a manhã de sábado

casou o óbito de duas pesso-as. O primeiro registrado foi o do morador do bairro Campos Salles, Zona Oeste, identificado como Adilson Maria de Oliveira, 54, e o segundo foi de o de Lucas Matheus, um menino de 4 meses, morador do bairro Petrópolis, Zona Sul.

O primeiro se deu por conta do desabamento do muro so-bre a casa da vítima, localizada à rua Sabiá, por volta de 1h30. O Segundo óbito, de acordo com o assistente técnico da Defesa Civil do município, Ed-naldo Afonso, ocorreu por volta das 8h30, depois de um des-barrancamento de terra que atingiu a parede do quarto onde a criança dormia com o pai Marinaldo Siqueira Graça, 28, que ferido foi levado ao pronto-socorro João Lúcio, na Zona Leste de Manaus.

A Defesa Civil interditou par-te da casa, segundo Afonso, por conta do risco de novos desbarrancamentos. O técnico observou que o barranco que fica por trás de muitas casas tem uma altura aproximada de dez metros. E por conta disso o órgão deverá voltar hoje ou amanhã para avaliar a região e o risco sobre outras residências.

Os moradores da localida-de estavam revoltados com o acontecimento e com a demora no atendimento da Defesa Ci-vil e do Corpo de Bombeiros. Conforme afirmou a dona de casa Ivanete Lira da Costa, 42, a própria comunidade foi que se reuniu para ajudar a família da criança. “A Defesa Civil só apareceu 50 minutos depois. Os bombeiros não chegaram nem a tempo de resgatar a criança”, lamentou.

A dona de casa lembrou a situação das famílias da localidade vive sobre risco de constantes desmorona-mentos, uma vez que chuvas como essa, ao atingir a região, transformam a queda em ca-choeira, com a água acumu-lada que desce da rua Nossa Senhora da Conceição.

O desmoronamento de terra atingiu a parede do quarto da criança, Lucas Matheus, que dormia com o pai Marinaldo Siqueira, que sobreviveu aos ferimentos

FOTOS/ DIEGO JANATÃ

EMERSON QUARESMAEquipe EM TEMPO

Diversos bairros foram atingidos De acordo com dados da

Defesa Civil de Manaus, até o meio-dia de ontem foram registradas pelo número de emergência 199, o total de 61 ocorrências entre des-lizamentos de barranco, alagamentos, desabamen-to de casa e tombamento de muro.

O órgão enumerou 11 alagamentos nos bair-ros União, Nossa Senho-ra de Fátima II, Mutirão, Novo Reino II, Santa Lu-zia, Praça 14, Armando Mendes, Nova Esperança, Colônia Santo Antônio e

Santo Agostinho.Foram registrados ainda

dez deslizamentos de bar-rancos nos bairro Tancredo Neves, Nova Floresta, Praça 14, Nova Vitória e Colônia Oliveira Machado; um risco de desabamento de muro no Japiim I, um tombamento de árvore no Japiim I, dez desabamentos parciais de casas nos bairros Distrito, Redenção, Alvorada, Com-pensa II, São Francisco, Santo Agostinho, Armando Mendes, Colônia Antônio Aleixo, e Petrópolis, um desabamento de muro no

São Geraldo e três riscos de desabamentos de casa nos bairros Zumbi, Nova Esperança e São Jorge.

Muita águaEm dez horas a Defesa

Civil registrou 200 milíme-tros de chuva nas ruas da cidade, o que corresponde a 200 litros de água por metro quadrado. Segundo o che-fe da Casa Militar, coronel Fernando Farias, os pontos que inspiram mais cuidados foram aqueles que ficam próximos de igarapés, que acabaram transbordando. O perigo foi maior para moradores de áreas de risco

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MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 A3Opinião

A presidente Dilma Rousseff convocou a cúpula do PMDFB para uma discussão, neste domingo, sobre o que é mesmo que o partido quer para não perturbar as boas relações que tem mantido com a opinião pública brasileira, ao menos segundo as pesquisas de opiniões de vários órgãos especializados. Na pauta, o espaço peemedebista na reforma ministerial e os problemas nas alianças estaduais.

O encontro de Dilma com o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), foi confi rmada sexta-feira, durante reunião do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) com o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), que contou ao fi nal com a presença do chefe de gabinete da presidente, Giles Azevedo. A esperança (a última que morre) é de que se chegue a um acordo e se coloquem panos frios em muitas cabeças quentes.

Não basta a entrega de ministérios. Como os partidos não têm uma “programática” (na linguagem de Marina Silva) não existe unidade partidária nacional. Cada Estado é uma realidade diferente a que o partido, por necessidade de poder a qualquer custo, precisa atender, não interessa com quem se alie (um “inimigo” nacional não anula uma amizade – ou um simples contrato de negócio político – regional). O Planalto e o PMDB só contam com aliança sem atritos no Distrito Federal, no Pará, em Sergipe e no Amazonas, onde o líder do governo, senador Eduardo Braga (PMDB) é candidato ao governo do Estado.

É assim que se faz política e se governa nos vários “Brasis” do Brasil: como se eles não existissem. A casa-grande está cada vez mais distante das senzalas. Não é à toa que cantam e decantam os quilom-bolas, uma miragem de resistência. PT e PMDB talvez acertem as contas: eles sabem quem paga.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Aos marketeiros da Williams, que ti-veram a ideia de colocar a imagem do piloto brasileiro Ayrton Senna em seus carros, nesta temporada de Fórmula 1. Tão importante quanto a imagem são os dizeres: “Ayrton Senna Always”.

Para sempre Senna

APLAUSOS VAIAS

Sem elitismo

Para o secretário Robério Bra-ga, da Cultura, isso comprova que não existe elitismo quando se fala de música, de arte.

— A linguagem artística é para todos e alcança todos.

Maior do Norte

A maior parte dos músicos da Orquestra Experimental do Amazonas e os Integrantes do Coral do Amazonas são ex-alu-nos e alunos do maior projeto de inclusão sociocultural do Norte do Brasil, o Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro.

Claudio Santoro

Criado e mantido pelo go-verno do Amazonas, oferece aulas gratuitas de diferentes segmentos da arte para 55 mil estudantes.

— O projeto Cláudio Santoro muda o cenário de que viver de arte é algo impossível. No Amazonas, a cultura e a arte geram emprego, renda e opor-tunidades – diz o governador Omar Aziz.

Prestação de contas

A senadora Vanessa Grazzio-tin lançou esta semana mais uma ferramenta de prestação de contas de seu mandato.

Ela passou a disponibilizar um aplicativo para celular com acesso aos seus perfi s nas redes sociais e ao seu site.

Acesso é 0800 O aplicativo desenvolvido pela

equipe da senadora comunista é gratuito e não custou nada para o Senado.

Segundo Vanessa, a trans-parência das ações dos parla-

mentares deve estar ao alcance de todos.O aplicativo pode ser baixado no link App.vc/senado-ra_vanessa

O povo quer saber

E se por acaso o sr. Alírio Parisotto – suplente do senador Eduardo Braga –, assumir a vaga, o Rio Grande do Sul terá quatro senadores?

Já vimos esse fi lme

O que talvez esteja prestes a acontecer, já aconteceu no passado.

Quando o então senador Amazonino Mendes, em 1992, renunciou para se eleger pre-feito de Manaus, o empresário paulista, também milionário, Gilberto Miranda, herdeu seis anos de Senado.

Notícia segura

Pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação So-cial da Presidência da República revela:

Os jornais impressos do Bra-sil apresentam as informações com maior nível de confi ança, quando comparados a outros meios de comunicação, como TV, internet, rádio e revistas. A pesquisa foi divulgada ontem.

Jornal impresso

De acordo com o levantamen-to, 53% dos entrevistados que usam jornal impresso afi rmaram confi ar sempre ou muitas vezes nas notícias veiculadas.

Rádio e TV

A porcentagem cai para 50% quando o universo em questão são as notícias exibidas no rá-dio, 49% no caso da televisão

e chega a 40% entre os leitores de revistas.

Não é de hoje

Os problemas da BR-174 vi-nham se acumulando há muito tempo.

Estavam lá, mas ninguém, nem mesmo os deputados – pa-gos para fi scalizar leis e direitos civis –, cobraram ou alertaram para a situação.

Finalmente

Só agora, quando a erosão acelerada pelas chuvas começa a devorar trechos das estradas, começa a grita de alguns setores, como se os problemas estives-sem surgindo hoje.

Descobriu a pólvora

Um dos parlamentares que somente na quinta-feira de-nunciou a situação de risco da BR-174 é o deputado Sidney Leite (PROS).

Ele cobrou providências do Dnit sobre a situação da BR-174, interditada desde o último domingo.

Já era tempo

O deputado admitiu a gravi-dade do problema.

E que a rodovia está com “vários problemas em boa parte dos seus trechos e não pode-mos fi car dependendo de ações paliativas”.

— Precisa sim, de investimen-tos de recuperação para que toda a BR esteja transitável — deduziu Leite.

Perguntar não ofende

Se a situação da BR-174 vem se acumulando há tempos, por que só agora o deputado Sidney Leite colocou a boca no trombone?

Para os casos de racismo nos está-dios brasileiros, que envolveram nesta semana o jogador Arouca, do Santos, e o árbitro Márcio Chagas, e que envergo-nham toda a população brasileira e sua identidade de povo miscigenado.

Racismo

Na abertura da Arena da Amazônia, neste domingo, o Hino Nacional será tocado e cantado pela Orquestra Amazonas Filarmônica, Orquestra Experimental do Amazonas e Coral do Amazonas, acompanhados pelo público. Ao todo serão 220 artistas interpretando ao vivo o hino do Brasil. Sem dúvida, foi uma grande sacada unir o erudito e o popular, provando que a música é uma linguagem universal e que não diferencia, mas une as pessoas.

Um toque de classe na arena

[email protected]

Enquanto isso, no Planalto

Há escolhas que, de tão difíceis e dramáticas, se constituem em verdadeiras torturas que, mesmo depois de realizadas, continuam a atormentar àquele a quem foram postas, pois que nunca saberá se a decisão tomada foi a melhor, a mais justa, a mais ética, mais adequada.

Lembro-me de um fi lme que as-sisti faz muitos anos e que concre-tizou uma dessas situações em que ninguém gostaria de se ver. Seu título, “A Escolha de Sofi a”, pautado no romance homônimo de William Styron, tem como mais trágico mo-mento o instante em que a Sofi a é exigido que escolhesse qual dos seus dois fi lhos deveria ser mandado à câmara de gás e qual deveria ser poupado. Sua angústia, no fi lme, dura cerca de um minuto, até que o ofi cial manda que levem as duas crianças e Sofi a escolhe salvar ao menos uma delas e entrega a ga-rotinha ao carrasco.

Quem viu o fi lme ou leu o livro jamais esquecerá essa situação, e a expressão “escolha de Sofi a” pas-sou a ser emblemática em vários idiomas. Na frieza da Lógica uma situação como essa é designada como “dilema” e sempre traz em si uma considerável tensão.

No insuperável “Dom Quixote de La Mancha”, há um momento em que o “Cavaleiro da Triste Figura” e seu sempre escudeiro Sancho Panza são encurralados por salteadores, quando atravessavam uma pon-te e estes lhes propõem também um dilema: “Digam uma verdade inquestionável ou mataremos a am-bos”. Se não me falha a memória, é Sancho, que sempre carrega consi-go o bom senso e mantém os pés no chão, quem responde: “Vocês vão nos matar”. Eis o dilema posto. Se matassem, teria sido dita a verdade e, portanto, não deveriam morrer. Se não matassem, teria sido dita uma

mentira e por isso deveriam morrer. Diante do incômodo da situação, nada restou aos bandidos, senão abandonarem a empreitada.

Dentre as habituais “pegadinhas” que tanto agradavam aos gregos antigos, há a famosa proposição que reza: “Epiménides, cretense, disse: todos os cretenses mentem”. Ora, se verdade, como Epiménides era também cretense, então todos os cretenses não seriam mentirosos; se mentira, então a verdade seria que os cretenses não mentem e, portanto, Epiménides, ao mentir, teria dito a verdade.

Como se vê, os dilemas existem, são incomodativos e envolvem si-tuações de difícil solução, mas, felizmente, nem sempre as esco-lhas são desse tipo. Pelo contrário, com certeza a imensa maioria das decisões é como a balança da justiça, que sempre pende para um dos lados, mercê dos méritos que geralmente não se equivalem e superam uns aos outros em razão dos seus pesos intrínsecos.

Exemplo maior do acima dito está nos noticiários de alguns jornais, que vêm de divulgar que estão ora propondo à Academia de Ciências da Suécia, referente-mente ao Nobel da Paz, os nomes do papa Francisco e do presidente Vladimir Putin, da Rússia. Nada mais perspícuo quanto o antago-nismo dessas duas fi guras.

Francisco busca a emulação do “poverello”, o Santo de Assis, que se notabilizou pela mansidão, pelo amor que espalhou no mundo em que viveu. Putin, certamente tem como modelo alguém como Átila ou outro guerreiro emérito, conforme se vê no seu autoritarismo militarista. Au-têntico Senhor da Guerra. Se a paz é o paradigma, nunca terá sido tão fácil fazer essa escolha. Pelo menos enquanto não entrar na disputa o próprio Francisco de Assis.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPO

Francisco ou Putin

[email protected]

Regi

‘A Escolha de Sofi a’, pauta-do no roman-ce homônimo de William Styron, tem como mais trágico mo-mento o instante em que a Sofi a é exigido que escolhesse qual dos seus dois fi lhos deveria ser mandado à câmara de gás e qual deveria ser poupado. Sua angústia, no fi lme, dura cerca de um minuto”

DIVULGAÇÃODIVULGAÇÃO

A03 - OPINIÃO.indd 3 3/8/2014 12:10:51 PM

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Num gesto para acalmar o empresariado, que intensifi cou as críticas a Dilma Rousseff , Guido Mante-ga (Fazenda) convidou 17 pesos-pesados do PIB para almoço em São Paulo na terça-feira. O ministro pretende ouvir mais do que falar. Em vez de exibir números, dará a palavra a cada um dos presentes para críticas e sugestões sobre a condução da economia. A lista inclui nomes como Benjamin Steinbruch (CSN), Murilo Ferreira (Vale), Jorge Gerdau Johanpeter e Raul Calfat (Votorantim).

Argamassa Estarão pre-sentes ainda representantes de Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Camargo Correa, quatro das principais empreiteiras do país. O setor concentra críticas a Dilma Rousseff e abriga defen-sores da tese do “volta Lula”.

Time O almoço, que será na sede do Banco do Brasil, na avenida Paulista, também reunirá expoentes dos “campe-ões nacionais”, que obtiveram incentivos do BNDES no go-verno Lula para expandir seus negócios, como Marcos Jank, da Brasil Foods, e Joesley Batista, do grupo JBS.

Imersão Mantega já inicia amanhã sua agenda de apro-ximação com o setor produ-tivo: receberá a diretoria da Anfavea, também em São Paulo. Na quarta, será a vez de ouvir os principais representantes do varejo. Na semana que vem, o ministro terá um encontro com os bancos.

Vai Em seminário sexta-feira, o presidente do PT, Rui Falcão, reproduziu duas frases que cos-tuma ouvir de Lula sobre um possível retorno em 2018. A primeira: “Se me aborrecerem

muito, eu volto”. Falcão fez a ressalva de que amenizara o vocabulário.

Não vai Quando quer negar a possibilidade de disputar de novo a Presidência, segundo o dirigente petista, Lula costuma se comparar ao ex-piloto Micha-el Schumacher: “Não posso fazer igual a ele, que foi sete vezes campeão, mas, na volta, não fez sequer uma pole position”.

Gravando! A pressa do PSB por formalizar a chapa de Eduar-do Campos e Marina Silva, com a tradicional imagem dos dois juntos, com os braços erguidos, é usar a informação de que a ex-senadora será vice do candidato à Presidência no programa de TV da sigla, no dia 27.

Da paz Partidos que deci-diram se retirar do “blocão” de deputados insatisfeitos, como o PP e o PDT, se comprometeram a não impor derrotas ao governo nas votações desta semana.

Dominado Por isso, o Pla-nalto não enxerga riscos de aprovação da comissão externa que investigaria negócios feitos pela Petrobras, articulada pelo grupo ligado a Eduardo Cunha

(PMDB-RJ).

É nosso Parlamentares do PMDB defi niram nova forma de pressionar o governo, em desagravo ao líder do partido, eleito “inimigo número um” pelo Planalto depois que elevou o tom dos ataques ao PT, após o Carnaval.

R.S.V.P. O grupo do líder pee-medebista diz ter força sufi cien-te para que sejam aprovados nas comissões da Câmara pedidos de convocação de ministros de Dilma.

Logo ali Petistas e peemede-bistas identifi caram elemento extra na crise entre os dois par-tidos: a antecipação da disputa pela presidência da Câmara, em 2015. Deputados enxergam mo-vimentação de André Vargas (PT-PR) para comandar a Casa e reação da cúpula do PMDB.

Todos por um A bancada do PMDB na Câmara chegou a sugerir nos bastidores que Vital do Rêgo (PMDB-PB) não aceite o convite para assumir o Ministério do Turismo. Apesar disso, os próprios deputados du-vidam que o senador vá recusar o convite.

À mesa com o PIB

Contraponto

Ao chamar Romário (PSB-RJ) para discursar, Vitor Penido (DEM-MG) equivocou-se ao tratá-lo por vascaíno.

– Presidente, só para fazer uma correção: apesar de ter um grande carinho e respeito pelo Vasco, meu time de coração é o América – registrou Romário.

– Desculpe-me. Falei porque sou vascaíno – justifi cou, ao que foi interrompido por Mandetta (DEM-MS). – E o meu Botafogo, deputado Romário? – V. Exa. também tem bom gosto, tenho muito carinho pelo Botafogo, até porque foi o time em que eu

mais fi z gols na minha carreira – provocou, arrancando risos.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Bate-pronto

Tiroteio

DE ELENA LANDAU, consultora do setor elétrico, sobre o governo socorrer as distribuido-ras de energia para arcarem com custo extra das termelétricas.

Dilma desmontou o setor elétrico com a MP 579, e não por falta de aviso. Agora o contribuinte que pague a conta do remendo.

Na primeira oração do primeiro domingo da quaresma, tempo em que os fi éis são chamados à con-versão seguindo três caminhos, o do jejum, o da oração e o da esmola, o presidente da celebra-ção faz um pedido em nome de toda a assembleia. O pedido é que durante este tempo privilegiado progridamos no conhecimento de Jesus Cristo.

De uma forma ou outra todos conhecemos Jesus, ouvimos falar dele, sabemos como foi o seu nascimento, já ouvimos e até as-sistimos representações teatrais e cinematográfi cas da sua paixão. Invocamos o seu nome e pedimos sua proteção e o nome de Jesus está por toda parte. Muitos se encontraram com Ele e tiveram suas vidas transformadas por este encontro. Para outros a sua presença é natural, vem desde a infância e nunca foi colocada em questão. Haveria então lugar para progredir no seu conhecimento?

É preciso lembrar que Jesus é uma pessoa, e como tal será sempre um mistério. Além do mais é uma pessoa divina que acreditamos ter assumido a na-tureza humana. Pessoas sempre nos surpreendem, relacionamen-tos pessoais são dinâmicos e vão se tornando cada vez mais exigentes e desafi adores. Jesus veio para salvar e redimir, isto é fazer com que alcancemos a liberdade e a dignidade para a qual fomos criados. Nós tam-bém mudamos, amadurecemos, vamos superando medos e bar-reiras, ou ao contrário vamos nos deixando escravizar por tantas realidades que tiram o brilho da nossa existência. Por isso pedi-mos a Deus o progresso na vida de fé que na perspectiva cristã é a adesão ao seu Filho e ao Reino que Ele anunciou.

Como então conhecê-lo me-lhor? É necessário voltar ao Jesus histórico. Para isto fo-ram escritos os Evangelhos. O conhecimento, a meditação e a leitura orante do testemunho dos evangelistas nos impedem de manipular o nome de Jesus. Suas frases desconcertantes, seus gestos, seus olhares e seus sinais devem sempre ser lembra-dos. É preciso acompanhá-lo no caminho da cruz, no lava pés e no grande sinal da eucaristia. Mas Jesus fez questão de dizer que o acolheríamos e o en-contraríamos nos famintos, nos doentes, nos prisioneiros, nos estrangeiros, nos pequenos. Por isso quaresma também é tempo de Campanha da Fraternidade.

Este ano, somos chamados a olhar de frente os milhões de pessoas que são trafi cadas, escra-vizadas, vendidas e compradas como mercadoria. O conhecimen-to de Jesus cresce à medida em que conhecemos a humanidade e não quando fugimos dela ou nos refugiamos em espiritualis-mos alienadores que podem nos dar uma sensação de bem estar religioso, mas que nos afastam do Cristo e da sua Cruz ainda presentes no mundo. Mergulhan-do na humanidade como Jesus o fez vamos encontrá-lo e conhe-cê-lo e com Ele anunciaremos o Reino que é liberdade e projeto de libertação. Olhemos de frente e com coragem para a realidade que nos circunda, arregacemos as mangas para transformá-la, sejamos homens e mulheres livres que não se contentam com nada menos do que a liberdade e que querem esta liberdade para todos. Conheçamos melhor aquele que disse que a Verdade nos libertaria. A Verdade é Ele e precisamos deixar-nos transformar por ela.

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

O conheci-mento de Jesus cresce à medida em que conhe-cemos a humanidade e não quan-do fugimos dela ou nos refugiamos em espiritua-lismos alie-nadores que podem nos dar uma sen-sação de bem estar religio-so, mas que nos afastam do Cristo e da sua Cruz ain-da presentes no mundo”

Conhecer Jesus

Olho da [email protected]

É provável que se as caçambas não servissem para nada, não teriam sido inventadas nem serviriam de suporte à imbatível expansão imobiliária, mas embora exista uma legislação que regula o seu tráfego pela cidade, há, sim, um evidente abuso e falta de fi scalização. Essa aí tombou e matou. Que sejam úteis, mas a seu tempo.

FOTO LEITOR

Apoio a posição do líder Eduardo Cunha, de con-sultar a antecipação das convenções e não mais

apoiar a reeleição da presidente Dilma. O PT voltou a ser arrogante e intransigente, e esqueceu que, no passado, esta mesma postura fez com que amar-gassem grandes derrotas. Diante de tanta prepo-

tência, o melhor é seguirmos independentes

Sandro Mabel, deputado (PMDB-GO), concorda com a posição de dissidência do líder do partido na Câmara e reforça os ataques

que tem feito ao governo. Ele propõe antecipar a convenção do partido para discutir o futuro da legenda nas eleições de outubro.

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A04 - OPINIÃO.indd 4 3/8/2014 11:58:51 AM

MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 A5Política

O prazo de Omar se esgotaO governador do Estado tem exatos 27 dias para decidir se fica no mandato até dezembro deste ano ou se entrega o cargo para disputar a única vaga no Senado que o Amazonas terá direito nestas eleições. A exigência atende à Lei Eleitoral

A menos de 30 dias da decisão que promete mudar o cenário pré-eleitoral, as especu-

lações em torno do futuro político do governador Omar Aziz (PSD) e sobre seu apoio nestas eleições se acentuam a cada dia. Omar, considera-do peça-chave no tabuleiro da sucessão estadual, tem até o próximo dia 5 de abril para decidir se renuncia ao cargo de governador para concorrer ao Senado, ou se fica até o final do seu mandato. Além disso, para quem deve di-recionar seu apoio também tem tirado a tranquilidade dos aspirantes ao governo.

Um dos interessados na re-núncia de Omar, o senador Eduardo Braga (PMDB), con-tinua estudando possibilida-des de conquistar o apoio do governador à sua candidatura para governo do Estado. Há dez dias, ele viajou junto com o líder do PSD no Amazonas e o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), para inaugurar novos serviços na área de saúde e segurança por muni-cípios do Alto Solimões. Hoje, os três devem se reunir no-vamente, na inauguração da Arena da Amazônia, marcada para esta noite, que terá ain-da a partida entre Nacional (AM) e Remo (PA). Procurado,

Braga preferiu não comentar nada sobre o encontro no interior e prefere “aguardar para ver no que vai dar”.

Outra peça importante no ta-buleiro, o vice-governador José Melo (PROS) despista sobre suas conversas com Omar. “Ul-timamente temos conversado somente sobre trabalho”, disse. Questionado sobre a decisão do governador em renunciar ou não, o pré-candidato diz não saber de nada, mas torce

para que Omar o apoie. “Não sei dizer o que ele vai fazer, mas tem toda liberdade de tomar a decisão que achar a melhor. Estou torcendo para ele me apoiar”, declara Melo, que também é pré-candidato à sucessão de Aziz.

Ele também revelou que mantém conversas constantes com Arthur Neto. “Eu, Omar e Arthur temos conversado mui-to sobre o trabalho conjunto realizado em Manaus entre o

governo e a prefeitura. O Ar-thur tem me convidado para alguns eventos do município e vice-versa”, ressaltou. Melo revelou que também tem man-tido conversa com a deputada federal Rebecca Garcia (PP) – outra pré-candidata – com quem falou por telefone na última semana.

Omar Aziz tem evitado falar sobre sua decisão, cujo prazo está expirando. No final do ano passado, interlocutores do governador chegaram a afirmar que ele permaneceria no governo até dezembro de 2014. Ele mesmo chegou a admitir esta possibilidade. No entanto, tem se esquivado de tocar no assunto. Procurado pela reportagem, até o fecha-mento desta edição, o gover-nador não havia dado retorno sobre seu posicionamento.

Desejo de ser candidatoTambém de olho na cadei-

ra do Palácio da Compensa, o vice-prefeito de Manaus, Hissa Abrahão (PPS), é outro pré-candidato a sucessão no governo do Estado. Presiden-te do diretório do partido na capital, ele tem visitado vários municípios nas últimas sema-nas, “para consolidar o partido no Amazonas”. Hissa espera contar com o apoio de Arthur e acredita que o PPS caminhará com o PSDB do prefeito e com o PSDC, liderado no Amazonas pelo dirigente Cícero Alencar.

ANDRÉ TOBIASEspecial EM TEMPO

Omar Aziz tem resistido às pressões de anunciar seu apoio nesta eleição e se deixa o mandato

REGRASConforme a Lei Com-plementar 64/90, todo filiado a partido político que irá disputar eleição e que detenha cargo pú-blico terá que se desin-compatibilizar de suas respectivas funções seis meses antes do pleito

Sobre as conversas que têm mantido com Chico Pre-to (PMN), Marcelo Ramos (PSB) e Rebecca Garcia, to-dos pré-candidatos ao gover-no, Hissa Abrahão destaca a possibilidade do surgimento de um novo grupo político. “É o ensaio de uma nova gera-ção que quer a renovação política no Amazonas. Vamos lançar um manifesto com alternativas para o Estado. Chega de política baseada no ‘caciquismo’. Pode aparecer uma nova aliança política, não partidária”, salientou o vice-prefeito.

De acordo com o depu-tado estadual Chico Preto, o objetivo da reunião com os outros pré-candidatos foi de “encontrar pessoas com pensamentos próximos, que lutam e pensam de formas parecidas, que tenham o sentimento de indignação em comum”, ressaltando que no Amazonas o PMN terá liberdade para fazer alianças, dentro de algumas lógicas, como a de não es-tar alinhado ao palanque da presidente Dilma Rousseff

(PT) no Estado.Para Chico Preto é impor-

tante que não haja vaidade entre eles. “Não podemos par-tir do pressuposto de que um é mais e outro menos”, opinou. Contudo, ele faz questão de deixar claro que ainda não é o momento de pensar em formação de chapa. “Vamos identificar aquilo que nos une e trabalhar em possibilidade de composições. Estamos na fase de discussões, observan-do o que cada um pensa para saúde, educação, segurança e desenvolvimento do Estado”, frisou Chico Preto.

Análise socialPara o antropólogo e cien-

tista político Ademir Ramos, a avaliação positiva das ges-tões do governador Omar Aziz e do prefeito Arthur Neto ainda repercute, despertan-do o interesse de alguns pré-candidatos à sucessão do governo do Estado em contar com estes apoios. Segundo ele, o atual cenário apresenta Omar como um grande es-trategista, que irá aguardar até abril para mexer as peças

no tabuleiro.“O Omar é um grande estra-

tegista. Ele está no tabuleiro e tem dois grandes trunfos contra o Eduardo Braga: Melo e Arthur”, destaca Ra-mos, enfatizando que Braga é o adversário, mas que uma reaproximação entre ele e Omar pode acontecer. “Ele vai tomar decisões a partir de abril e está agindo de acordo com as regras do jogo. O processo sucessório passa pelo Omar”, afirmou.

O governo de Omar foi avaliado positivamente por 74% dos amazonenses em recente pesquisa nacional que o coloca como o gover-nador mais bem avaliado do país. Da mesma maneira, o prefeito Arthur aparece como o melhor avaliado entre os prefeitos do país, com 76% de aprovação da sua administra-ção. “Pesquisa é pesquisa. É uma consulta popular que re-ferenda ou não determinada aceitação do agente público. As pesquisas foram favorá-veis, não só pela aceitação, como pelo trabalho realizado por eles”, finalizou.

Grupo ensaia ‘nova’ política

Vice-prefeito de Manaus, Hissa Abrahão ainda alimenta desejo de disputar o governo

ALEX

PAZ

ZUEL

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EMPO

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

Médicos cubanos continu-am fugindo para os EUA

Pelo menos mais três cubanos tomaram ofi cial-mente chá de sumiço do programa “Mais Médicos”, do Ministério da Saúde, que já drenou quase R$ 1 bilhão para ajudar a fi nanciar a ditadura da família Castro. O governo brasileiro igno-ra o paradeiro dos três e, para o bem deles, o gover-no de Cuba também. Eles receberam ajuda de ONGs, que lhes conseguiram pas-saportes e visto de entrada nos Estados Unidos.

Adiós, BrasilHá a suspeita de que

outros 17 médicos cuba-nos, sumidos dos seus lo-cais de trabalho, também estejam a caminho dos Estados Unidos.

Estado policialONGs americanas se sur-

preenderam: médicos cuba-nos não querem fi car no Bra-sil. Temem ser sequestrados e repatriados à força.

Fiel da balançaO PT anda tenso em Minas:

prefeitos do PMDB preferem a candidatura de Clésio An-drade ao governo ou apoiar Pimenta da Veiga (PSDB).

Biu 2014Aspirante ao governo de

Alagoas, o senador Benedito de Lira (PP) tenta obter apoio do governador Teotônio Vile-la (PSDB). Está animado.

OAB se une a ação no STF para liberar biografi as

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Fede-ral, admitiu o Conselho Fede-ral da Ordem dos Advogados do Brasil como amicus curiae (amigos da causa) na Ação Direta de Inconstitucionali-dade que pretende liberar a

publicação de biografi as não autorizadas no Brasil. A OAB defende a ação em nome do direito à informação, como já o fi zeram entidades como a Academia Brasileira de Le-tras (ABL).

É pra jáSegundo o presidente do

STF, ministro Joaquim Bar-bosa, o caso das biografi as deverá ser julgado ainda no primeiro semestre deste ano.

EsperançaO ministro Joaquim Bar-

bosa arrefeceu as conversas sobre disputar o Senado pelo PV, no Rio. Mas o partido mantém a oferta e a espe-rança.

VerdesO PV planeja lançar ofi -

cialmente a candidatura do ex-deputado Eduardo Jorge à Presidência no próximo dia 22, em São Paulo.

Fica pra próximaCotado inicialmente para

suceder Aguinaldo Ribeiro (PB) nas Cidades, o presi-dente do PP, Ciro Nogueira, diz já ter escolhido outro nome ao cargo: “Preciso de autonomia no partido para discutir aliança eleitoral”.

Vice de posteOs deputados Mário Ne-

gromonte (PP), João Leão (PP), Alice Portugal (PCdoB) e Marcelo Nilo (PDT) estão em queda de braço pela vaga de vice na chapa de Rui Costa (PT) ao governo da Bahia.

La garantia soy yoA célebre correspondente

americana da CNN, Chris-tiane Amanpour, contou que Nicolás Maduro lhe disse que vai garantir a segurança dos jornalistas na Venezuela. Após agredi-los, prendê-los

e persegui-los.

Alvo eleitoralDe olho em ganhar espaço

no Nordeste, o governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) transferiu de Recife para Salvador o en-contro com a Rede, no dia 22, para discutir seu programa de governo.

Cama de pregos Ao contrário do que tem es-

palhado a cúpula do PMDB, o presidente do partido em Minas, Saraiva Felipe, ga-rante que não está fechado apoio a Fernando Pimentel (PT) ao governo: “Aqui é uma cama de pregos”.

Estado de sítioA proliferação de blocos

carnavalescos criou um im-passe jurídico nas cidades, com a restrição ao direito de ir e vir de moradores que fi cam sitiados nos prédios. Ruas fi cam bloqueadas até para ambulâncias.

Abraço de afogadosO governador da província

de Beni acusa na imprensa as represas brasileiras de Jirau e Santo Antônio de inundar oito cidades na re-gião: estariam obstruindo o curso das águas dos rios. O Brasil admite o erro.

ClimãoO deputado Fábio Trad

(PMDB-MS) critica o duelo público entre o líder Eduardo Cunha (RJ) e presidente do PT, Rui Falcão: “Essas ca-neladas mútuas só acirram ânimos, que estão chegando a um ponto sem volta”.

Pensando bem......o Brasil não poderia im-

portar garis de Cuba em caso de greve geral: é impossível jogar fora o que não se tem na ilha dos Castro.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Você não está acima da lei, lindona”

DEPUTADO BETO ALBUQUERQUE (RS), líder do PSB, em twitter dirigido a “Dilma Bolada”

PODER SEM PUDOR

Greca, o astecaCerta vez, na Câmara Munici-

pal de Curitiba, um opositor atacou assim o grupo político do qual fazia parte Rafael Greca, ex-ministro do Turis-mo de FHC:�

- Esse Jaime Lerner e seus astecas...

“Assecla” do então prefeito, Greca devolveu, na bucha:�

- Quem me dera estar entre incas e maias!

Produção é referente ao primeiro mês de atividade legislativa deste ano. Dados são do Portal de Transparência da casa

ALE aprova 23 projetos. A maioria do governo

Deputados em plenário no dia 26 de fevereiro, quando aprovaram oito projetos de leis na casa

Com 23 projetos aprova-dos neste início de ano, a Assembleia Legisla-tiva do Estado (Aleam)

quebrou uma tradição em vigor há 3 anos: a de não aprovar nenhum projeto durante as quatro primeiras semanas do calendário legislativo, período que registra lentidão nas As-sembleias e Câmaras do país. Pautada pelo governo, o resul-tado atual tende a sofrer um abalo com a Copa do Mundo, em junho e julho, e as eleições, em outubro, que poderão esvaziar o plenário, fator que preocupa a presidência da casa.

A produtividade histórica, no entanto, é resultado da quan-tidade de propostas enviadas em sua maioria pelo Executivo e não da demanda dos par-lamentares. Dos 23 projetos

aprovados desde o início das atividades, em 5 de fevereiro deste ano, 15 foram enviados pela Casa Civil, um pelo Tribu-nal de Contas do Estado (TCE), quatro do Ministério Público do Estado (MPE) e somente três foram de autoria parlamentar, todos da deputada Conceição Sampaio (PP). A última sema-na não foi contabilizada pela reportagem, por conta do re-cesso de Carnaval.

Assuntos de repercussão que tiveram promessa de votação para o início deste ano continuam encalhados. Entre eles, estão as revisões da Constituição do Estado e do Código de Ética da Aleam, além da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orça-mento Impositivo. Durante a primeira semana de ativida-des, o presidente, deputado Josué Neto (PSD), havia pro-metido que o Código de Ética,

em “revisão” desde 2010, teria avanço até o fi m de fevereiro, mas até agora não há sinal de movimentação na matéria.

Apesar de ter tentado evitar pautas polêmicas na larga-da do ano eleitoral, a casa não se livrou de ter iniciado as atividades com o alvoro-ço do pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofi lia, alavancado pela passagem da presidente de semelhante comissão na Câmara Federal, deputada Érika Kokay (PT-DF), pelo Estado no mês passado. A proposta agora ganha tem-po na procuradoria-geral da Aleam. Aprovada sem maiores discussões, a lei enviada pelo TCE-AM para a perpetuação do cargo de procurador-geral do Ministério Publico de Contas (MPC) será revogada a pedi-do do presidente do tribunal, conselheiro Josué Filho.

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As duas sessões de vota-ção realizadas atenderam a muitos ajustes necessários por outros órgãos. O go-verno indicou nomes para os Conselhos de Defesa do Consumidor (Condecon) e do Trânsito (Cetran), extinguiu a Secretaria de Governo (Se-gov), anexando-a a Casa Ci-vil, além de movimentar pro-jetos para a área da saúde. O MPE pediu aprovação de ajustes no seu regimento.

O tensionamento eleitoral que impediu que projetos

sensíveis avançassem na casa em 2013, como o Orça-mento Impositivo, deve fazer com que o Legislativo, tendo em vista a proximidade das eleições, deixe de lado as votações mais relevantes e amplie o estoque de propos-tas remanescente de 2013. Até a Copa do Mundo, que ini-cia em 12 de junho, a Aleam terá 12 semanas de trabalho, com 45 dias de expediente. A partir das convenções par-tidárias, também em junho, deve iniciar o chamado “re-

cesso branco” na casa.A preocupação com o es-

vaziamento do plenário em ano eleitoral foi registrada por Josué durante no fi m de 2013. O presidente pediu que os parlamentares, to-dos candidatos à reeleição, “se esforcem” para manter o ritmo da casa.

O EM TEMPO levou em consideração projetos de lei, projetos de lei com-plementar e projetos de decreto legislativos apro-vados pelo plenário.

Ano movimentado preocupa Josué

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 A7Política

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A8 MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014Com a palavra

Perto de completar 67 anos de vida e com quase 30 anos de carreira política, o economista e advogado

Serafim Corrêa se prepara para enfrentar um novo desafio na sua caminhada partidária. Ele deve sair candidato a deputado estadual ou mesmo federal nestas eleições, se assim o PSB decidir. Ele, que já foi vereador e prefeito de Manaus, também anuncia que está saindo de cena da disputa de cargos majo-ritários. Reconhece que seu tempo passou e que é tempo de novas gerações ascenderem.

Manauense, esse filho de portu-guês se emociona quando fala da ingratidão aos expoentes do Estado de outrora e se arvora quando fala da ineficiência de nossos represen-tantes na defesa do modelo Zona Franca de Manaus.

Fiel escudeiro do presidenciável Eduardo Campos, governador de Pernambuco, seus olhos brilham quando discorre sobre o programa de governo elaborado pela aliança PSB-Rede com a participação do PPS. Leia abaixo os principais tre-chos da entrevista concedida ao EM TEMPO na semana passada.

EM TEMPO – Recentemente, o senhor se formou advogado. Por que decidiu ingressar numa outra carreira depois de tantos anos como economista?

Serafim Corrêa - Uma coisa não exclui a outra. E eu entendo que o profissional que quer atuar na área tributária, tem que ter conhecimen-tos em contabilidade, eu sou técnico em contabilidade; de economia, eu sou economista; e de direito, e eu agora sou advogado. Então, o profissional precisa ter pelo menos a visão dessas três áreas.

EM TEMPO – Além dessas profissões e conhecimentos acadêmicos, o senhor também é político...

SC - Exatamente. Termina que todas essas profissões são boas, gratificantes. Agora, política é apai-xonante. E não tem porta de saída. Ela só tem porta de entrada. Depois que você entra você não consegue sair. É importante que você na política possa contribuir para legar uma cidade, um Estado e um país melhor para seus filhos e netos.

EM TEMPO – O PSB caminha para um novo momento de sua história com a formalização da aliança com a Rede Susten-tabilidade. Qual o projeto de vocês?

SC – Nós queremos discutir polí-ticas para o Brasil. Discutir saídas. Nós trabalhamos um programa de governo em que levantamos cinco desafios para o país: Estado e

Democracia de alta intensidade; Economia para o desenvolvimento sustentável; educação, cultura e Inovação; políticas sociais e quali-dade de vida e; novo urbanismo e o pacto pela vida. O problema da energia no país tem que ser debati-do e isso não vem acontecendo nas últimas eleições. O Amazonas e o Brasil não terão futuro com proble-mas de energia. Manaus vai sediar um encontro no dia 26 de abril, com as presenças do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva, da Rede e representantes da aliança de seis Estados do Norte: Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Roraima e Rondônia, onde falaremos sobre esse progra-ma de governo.

EM TEMPO – Essa aliança PSB-Rede aliado ao PPS em nível nacional vai se repetir no Estado nestas eleições?

SC – Aqui nós temos todas as alternativas. Podemos ter alianças. Podemos sair sozinhos. Não des-cartamos nenhuma hipótese. Nós vamos oferecer ao Amazonas uma opção. Teremos tempo para isso. Não tem porque nos precipitar

EM TEMPO – Mas, existe a possibilidade de o PSB fechar em torno de uma eventual can-didatura do vice-prefeito Hissa Abrahão, do PPS?

SC - Não está excluído nenhuma hipótese não há veto. Mas, não tem ainda definição. Não vamos nos precipitar para não ferir suscetibi-lidades. Não queremos isso.

EM TEMPO – Está certa a can-didatura do deputado Marcelo Ramos ao governo pelo PSB?

SC – Existe essa possibilidade. O deputado Marcelo Ramos é um grande quadro do PSB e tem futuro na política. Outros jovens políti-cos também têm futuro, inclusive dentro dos nossos quadros, como Marcelo Serafim e Elias Emanuel.

EM TEMPO – Havia uma mo-vimentação para que o senhor saísse candidato a deputado federal. Entretanto, nas últimas semanas está forte o rumor de que sairá candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado. Isso procede?

SC - Isto não está resolvido. Mas, eu sou partidário, vamos fazer aquilo que seja o melhor. Eu darei a minha contribuição. Não mais no Executivo. Acho que esse momento, ele passou. Está na hora de uma nova geração ascender. Não serei candidato a nenhum cargo no Exe-cutivo. Serei a um cargo legislativo, que pode ser a deputado federal ou estadual. São cargos relevantes e tem espaço para você contribuir com seu Estado e com seu país.

EM TEMPO – O senhor fez

uma revelação muito forte, de que seu tempo para disputa majoritária passou. Por quê?

SC - Lá trás, em 1996, chegamos à conclusão que era o momento de lançar uma candidatura a prefeito. Fizemos uma aliança com PSDB e PCdoB. Ninguém acreditava, mas nós chegamos ao segundo turno. Em 1998, numa aliança apoiamos o então candidato Eduardo Braga. Em 2000 fui candidato a prefeito. Em 2002, fui candidato a gover-nador exatamente para dar palan-que ao Garotinho (Anthony), que era nosso candidato a presidente da República. Em 2004, fui eleito prefeito. Em 2008, não consegui me reeleger. Em 2010, disputei a eleição majoritária na chapa com o Alfredo Nascimento. Em 2012, terminou havendo a reedição da disputa ao Senado, que polarizou o pleito e fiquei de fora. A política é como a vida: a fila anda. Eu lembro que em 2006, quando Gilberto Mes-trinho (ex-senador morto em 2009) perdeu a reeleição, um dia depois fui lá fazer uma visita a ele. Quando cheguei lá ele me disse: Serafim eu estou há 50 anos nisso. Entrei na política em 1956, portanto, 50 anos depois, venceu meu tempo. O político, quando chegar aos 30 anos na política, ele tem que se preparar para sair. E nós temos que nos preparar para essa passa-gem, com serenidade e equilíbrio. Ninguém vai morrer amanhã, não é isso. Mas você tem que começar a ver onde você joga melhor, onde você contribui melhor.

EM TEMPO – A aliança entre PSB-Rede-PPS está consolida-da, mas quanto ao PP, da de-putada Rebecca Garcia? A sigla estaria inserida nesSe contexto, num eventual palanque ao presi-denciável Eduardo Campos?

SC - Houve uma conversa, mas eu diria que hoje isso está excluído. Pelo que vejo nos jornais, houve um entendimento entre ela e o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Então, a tendência é Rebecca apoiar o Aécio, ser o palanque dele aqui no Amazonas. Na hora em que ela é palanque dele aqui não pode ser palanque de outro.

EM TEMPO – O senhor defende a ZFM e, mais uma vez ela é alvo de ataques...

SC - A ZFM surgiu para superar as desvantagens geográficas e de infraestrutura. Então, dar incentivo, cobrar menos imposto para poder compensar os gastos que tem por ser longe e por ter uma infraestru-tura deficiente. Muito bem. Longe, nós vamos continuar a ser sempre. Mas, isso hoje não é mais impe-dimento. O que é impedimento? É você ter uma energia instável, comunicações instáveis. Não ter um transporte regular, não ter um porto e um aeroporto em condições.

Então, o que ocorre? Em 2002, eu lancei um livro “ZFM: História, Mitos e Realidade. Doze anos depois, nós ainda não conseguimos explicar ao Brasil o que é a ZFM, um projeto que serve muito mais ao Brasil do que ao Amazonas. E isso é facilmente demonstrado pelos números. Não temos tido interlocução. Não temos sido competentes para construir alianças. Não temos aliados impor-tantes no cenário nacional. E nós amazonenses padecemos de um mal que nos faz muito mal, que é de sermos ingratos. Veja um exemplo: o projeto de refundação da Ufam foi do deputado Arthur Virgílio Filho, sancionado pelo presidente João Goulart e pelo primeiro-ministro Tancredo Neves à época. Para ver como o Amazonas é ingrato com seus filhos: o dr. Arthur Virgílio não foi convidado para a aula de ins-talação da Ufam (neste momento Serafim se emociona). Então é essa a nossa postura. Não temos hoje uma liderança inserida no contexto nacional. O Gilberto, o Jefferson Péres, o Bernardo Cabral eram in-seridos no contexto nacional. Se tiram a ZFM daqui, isso vira o quê? Nem porto de lenha, porque aqui não tem mais navios a vapor.

EM TEMPO – E o que está faltando para os políticos do eixo Sul-Sudeste entender a importância da ZFM?

SC - Primeiro falta a gente se dispor a explicar. A renúncia fiscal é a maior balela do mundo. A renúncia é de um imposto que está embutido no produto. Ora, esse produto é consumido por quem? Pelo Sul e Sudeste na sua maioria. Então, a renúncia fiscal é em favor do con-sumidor e não da cidade onde está localizada a produção. O deputado Júlio César (PSD-PI) foi à tribuna da Câmara, enquadrou toda a nossa bancada e ficou todo mundo calado. Ninguém soube responder. Ele só falava em renúncia fiscal. Vende-se a imagem de que a renúncia é um monte de dinheiro que pegam e distribuem para quem mora em Manaus. A renúncia fiscal é tirar imposto de produtos fabricados aqui, mas que são vendidos para lá por um preço menor.

EM TEMPO – Qual a mensa-gem que o senhor passa para os jovens que aspiram entrar na carreira política?

SC - Que entrem. A minha gera-ção demorou a entrar na política. Eu fui ser candidato pela primeira vez aos 39 anos. Nós vivemos 21 anos de ditadura militar. As pessoas tinham medo e a política ficou carimbada naquele período como uma coisa ruim. As pessoas precisam entender que a política é uma coisa boa. Agora tem falhas, mas não dá para estigmatizar a política. Ela impõe preços, na sua relação familiar e pessoal.

Serafim CORRÊA

‘Meu MOMENTO no EXECUTIVO passou’

Eu darei minha contribuição. Não mais no Executi-vo. Acho que esse momento, ele pas-sou. Está na hora de uma nova gera-ção ascender. Não serei candidato a nenhum cargo no Executivo”

VALÉRIA COSTAEquipe EM TEMPO

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Podemos ter alian-ças. Pode-mos sair sozinhos. Não des-cartamos nenhuma hipótese. Nós vamos oferecer ao Amazonas uma opção. Teremos tempo para isso”

Vende-se a imagem de que a re-núncia é um monte de dinheiro que pegam e dis-tribuem para quem mora em Manaus. A renúncia fiscal é tirar imposto de produtos fa-bricados em Manaus”

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[email protected], DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 (92) 3090-1045Economia B4

A farinha nossa de cada dia deve baratear

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O movimento na eco-nomia amazonense gerado pela Copa do Mundo e a expectati-

va de negócios lucrativos para os próximos anos promete agi-tar o mercado de trabalho da capital amazonense em 2014. De acordo com especialistas ouvidos pelo EM TEMPO, o crescimento deve estimular as empresas a contratar funcio-nários qualifi cados em áreas específi cas, antes e depois do mundial. Engenheiros, profi s-sionais da construção civil e do setor de serviços estão entre as profi ssões “em alta” para este ano.

O coordenador do Siste-ma Nacional de Emprego no Amazonas (Sine-AM), Arilson Vieira, afi rma que 2014 será o ano da Engenharia, em todas as esferas. Segundo ele, os profi ssionais qualifi cados na área, tanto no nível técnico quanto no superior, terão es-paço garantido no mercado de trabalho local. “Acompa-nhamos o crescimento da demanda e sabemos que ela pede profi ssionais de todas as engenharias. As principais são a civil, a naval e a de produção”, enumera.

Segundo ele, os profi ssio-nais são esperados pelo mer-cado não apenas pela proximi-dade da Copa, como é o caso da Engenharia Civil, mas serão procurados por empregadores de diversas áreas pela existên-cia das vagas. “A contratação desses profi ssionais ainda é pontual porque o número de trabalhadores da área é pe-queno se comparada com a demanda. As vagas existem,

basta que o profi ssional esteja preparado”, argumenta.

Para Vieira, além dos enge-nheiros, nesse ano de mundial de futebol, o segmento da construção civil continuará demandando muitos profi ssio-nais de arquitetura, mestres de obra, pintores e pedreiros.

Conforme explica o diri-gente, embora a maior parte das grandes obras da Copa esteja em fase de fi naliza-ção, a construção de hotéis e prédios comerciais deverá responder pelas contratações anunciadas. “Obras públicas como o Hospital da Zona Nor-te e a ampliação da Avenida das Torres também vão exigir profi ssionais”, acrescenta.

ServiçosA diretora do Centro de Edu-

cação Tecnológica do Ama-zonas (Cetam), Joésia Pahe-co, por sua vez, acredita que este ano será favorável aos profi ssionais de prestação de serviços. Ela aposta em todos às funções ligadas aos setores de alimentação, principalmen-te dos restaurantes, do atendi-mento ao público e hotelarias. “Há mercado para atendentes, garçons, recepcionistas, agen-te de informações turísticas, entre outros”, elenca.

Joésia aponta que os profi s-sionais com domínio de outros idiomas e noções de aten-dimento ao cliente, além da qualifi cação necessária terão oportunidades em qualquer área do segmento. Segundo a diretora, a boa fase do se-tor também deve puxar a ex-pansão do comércio local. “O segmento também vai preci-sar de profi ssionais variados, como promotores de venda e operadores de caixa”, cita.

2014 é para profi ssionais da construção e serviçosCom empresas estimuladas pela lucratividade dos negócios, as contratações de pessoal devem seguir até depois da Copa

Além das profi ssões de-mandadas no ano da Copa, algumas especialidades se confi guram como “promes-sas” para os próximos anos. De acordo com a diretora do Cetam, Joésia Pacheco, segmentos específi cos no Amazonas tem ganhado des-taque e em breve devem exi-gir profi ssionais qualifi cados para ocupar as vagas.

Um deles é o cargo de téc-nico naval. Para a diretora, o empenho do governo do Esta-do construir o chamado Polo Naval no Amazonas vai exigir a presença do profi ssional apto a realizar funções técni-cas na concepção e acompa-nhamento de projetos navais, seja para a construção ou reparo de embarcações.

Outra profi ssão, segundo

ela, é a de técnico de mi-neração. “A inauguração na última semana de uma fábri-ca para o benefi ciamento do calcário – mineral usado na agricultura - demonstra um horizonte favorável para o mercado de mineração no Estado”, estimou.

O presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-am),

Marcus Evangelista, acredi-ta que, na área de economia, as consultorias – empresas que desenham projetos para investidores – precisam com urgência de projetistas (pro-fi ssionais aptos a escrever projetos de investimento industrial. “O profi ssional que dominar essa área terá sempre espaço no mercado de trabalho”, opina.

Polo naval começará a contratar técnicos

De acordo com a Asso-ciação Brasileira de Recur-sos Humanos no Amazonas (ABRH-AM), as profi ssões do futuro no Estado estão ligadas à tecnologia. Cura-dores de conteúdo digital e condutores de drones (aviões não tripulados) fi -guram entre as novas pos-sibilidades de mercado nos próximos anos. A biotecno-logia também está entre os setores promissores.

Pesquisa realizada pela Michael Page – empresa especializada em recruta-mento de executivos – no fi nal do ano passado, listou as profi ssões que serão as

grandes apostas no merca-do brasileiro para este ano. Entre elas está o marketing como segmento mais pro-missor no ano da Copa.

O estudo realizado em dezembro de 2013, nas ci-dades de São Paulo, Cam-pinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Recife e apontou o marketing digital, o pla-nejamento comercial e o marketing de vendas como as três áreas de maior des-taque em 2014.

Também fi guraram na lis-ta as profi ssões engenheiro de orçamento, geocientistas (geofísico, geólogos).

Conteúdo digital na lista

A engenharia, segundo especialistas, demandará de muitos profi ssionais do setor da construção civil para obras públicas e privadas

Os profi ssionais do setor serão chamados para acompanhar a formatação de projetos, construção e reparos de embarcações

Amazonas acompanha febre nacional do marketing on-line

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JULIANA GERALDOEquipe EM TEMPO

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

É meio difícil de acreditar, mas caso seja aprovado na Comissão Especial que o ana-lisa, o projeto do deputado federal Sergio Zveiter (PSD-RJ) nem precisa ir a plenário para virar Lei. O tal projeto, de número 5.692/2013, abre as riquezas da Amazônia à exploração de empresas es-trangeiras, através de lici-tação (sic!). De acordo com o texto, o projeto “...dispõe sobre o monopólio da União na exploração das riquezas da Amazônia, com a criação do Conselho Nacional de Política da Amazônia e da Agência Nacional de Exploração dos Recursos Naturais da Amazô-nia, garantindo a proteção ao meio ambiente e a soberania nacional, e dá outras provi-dências.” O modelo preten-dido pelo deputado é copiado do “Petróleo é nosso”, da era Getúlio, quando a ONU, digo, os EUA, queriam arrepiar com a criação da Hileia Amazônica, para abiscoitar os recursos naturais da fl oresta. Nos dias de hoje, uma campanha nacio-nalista que não faz sentido em contexto global de relações multilaterais e universais. Na-quele momento, faz 60 anos, nem se cogitava que áreas estratégicas fossem abertas para a exploração do cartel petrolífero estrangeiro atra-vés de licitações. O projeto do nacionalismo extemporâ-neo tramita em caráter con-clusivo, podendo engordar a

legislação e proposições para a Amazônia produzidas - em temporada de caça e captura de sufrágios - por um Brasil distante que ignora dois ter-ços de sua territorialidade e insiste em não debruçar-se sobre sua identidade, apro-priação e destino. Amabrás, a Companhia da Amazônia Brasileira, com todo respeito ao parlamentar que a propõe, mais parece uma animada conversa de botequim em Ipa-nema com a seriedade que o ambiente sinaliza e a ressaca que esse tipo de prosa tem provocado na contabilidade do besteirol que tem mono-polizado o discurso político nacional. Faz lembrar outra farra de Ipanema, pela libe-ração da maconha, em que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, baseado em pu-nho, condenava a construção da BR-319, alegando a amea-ça que isso representava para gralhas e macaco-de-cheiro em extinção.

O projeto de Lei do parla-mentar estabelece o mono-pólio da União na exploração das riquezas da Amazônia e cria a Agência Nacional de Exploração dos Recursos Na-turais da Amazônia, o Conse-lho Nacional de Política da Amazônia e a Companhia da Amazônia Brasileira, a mes-siânica Amabras S/A. Haja cargo comissionado...Tenha santa paciência! Nos argu-mentos do parlamentar, em

cuja biografia não aparece qualquer atividade relacio-nada à Amazônia, nem há notícia de suas andanças pelo beiradão desse fim de mundo sem fim, “...é necessário que, com a máxima urgência, se estabeleça o monopólio da União para a exploração, eco-nomicamente sustentável, de toda riqueza contida na Re-gião Amazônica, constituin-do-se uma empresa estatal capacitada para esse fim”. Com um currículo político que inclui atividades ligadas ao desporto, Sérgio Sveiter, um advogado nascido no Rio de Janeiro, que não sabe a distinção entre carimbó, xa-xado e toada, saltou de juiz de futebol para presidente na magistratura desportiva carioca, com passagens pela OAB-RJ e secretarias esta-duais ligadas ao Trabalho e Cidadania. Não deixa de ser louvável seu arroubo amazô-nico, apesar de contraditó-rio, posto que nas premissas ele “não pode entregar” as riquezas da Amazônia, mas nas conclusões de seu projeto institui o sistema de conces-sões e estabelece que as mul-tinacionais podem participar e explorar a região.

Como objeto nebuloso de cobiça, uma esfinge às aves-sas, a Amazônia permanece assim, desintegrada do con-texto da brasilidade, à mercê de soluções messiânicas e intervenções miraculosas, de

projetos debatidos ao sabor reativo das pressões externas que já chegaram à inutilidade de criar um ministério para a Amazônia, como se uma pasta - uma brisa desvai-rada, desconectada de uma política de interatividade na-cional e global - fosse capaz de administrar esse reino de surpresas e de promessas de transformação. Refém de um pacto federativo capenga que ninguém se atreve a debater, nem modernizar, à luz das novas relações e alternati-vas de integração e interação geopolítica e transnacional, a Amazônia é uma encrenca a mais para um Brasil incapaz de decifrar suas potencia-lidades e assumir sua ges-tão de riquezas em todas as direções. Daí a sequência de propostas inócuas, que a deixa na dependência de emendas, canetas e caneta-das, negociações políticas e acordos eleitorais.

Defendemos, os nativos e chegados, outra coisa: a gestão pública da Amazônia, desde que ela possa começar pela mobilização dos atores locais, no compromisso de atrelar pesquisa e desenvol-vimento como fator de trans-formação, e que as empresas possam trabalhar em afinida-de com a academia, sem que isso represente interferên-cia em sua autonomia. Sem descuidar a pesquisa básica, os institutos de Matemática,

Física e Antropologia, é óbvio! O que está em jogo, de costas para juízes oportunista e car-tolas de plantão em tempora-da eleitoral, é investir ou não na qualificação dos jovens, e assegurar que a Universidade possa contribuir para deci-frar, na biblioteca da biodi-versidade, as novas matrizes econômicas da prosperidade. E esses novas fábricas da reinvenção dos paradigmas amazônicos sejam erguidas sobre as pilastras de um novo modo de saber e fazer, com a bagagem de quem aqui vive, estuda, trabalha, resiste e in-siste em consolidar respostas e soluções pra valer. Refuta-mos, pois, o imperativo de tra-tar a floresta, suas riquezas, suas leis e potencialidades como os indianos tratam suas vacas na sacralidade da pre-servação estéril. Queremos e devemos fazer das toxinas, enzimas, fungos e bactérias a indústria do rejuvenescimen-to, caro Candotti, a produção em série da cosmética que prolonga a vida e partilha a beleza que a fotossíntese vai alumiar, com a poronga de uma nova atmosfera sus-tentada pela obstinação dos fitoterápicos, a nutracêutica da perenização estética a partir dos produtos verda-deiramente naturais, com o logo lbertário e integrado na socioeconomia nacional, produzida na Zona Franca do Brasil.

Alfredo MR Lopes [email protected]

Amabras, a licitação da Amazônia

Alfredo MR Lopes

Filósofo e ensaísta

Faz lembrar outra farra de Ipanema, pela liberação da maconha, em que o minis-tro do Meio Ambiente, Carlos Minc, baseado em punho, con-denava a construção da BR-319, ale-gando a ame-aça que isso representava para gralhas e macaco-de-cheiro em extinção

Pedidos de correção do FGTS registram aumento Valores defasados obrigaram trabalhadores a solicitarem revisão do cálculo do benefício obtido a partir de 1999

Recentemente tem se observado uma pro-cura muito grande de trabalhadores à

Justiça em busca de cor-rigir os valores de direito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A demanda tem sido motivada por uma série de sentenças favoráveis ao pedido.

Desde 1999, o FGTS dos trabalhadores brasileiros está sendo corrigido de for-ma errada, o que prejudicou milhões de brasileiros que foram lesados com os valo-res que deviam receber por direito (que estão defasados em quase sua metade), e que devem buscar este direito na justiça.

De acordo com o advo-gado previdenciário, Gui-lherme de Carvalho, há um trabalho na tese na qual se reivindica a reposição das perdas devido a correção er-rônea pela Taxa Referencial (TR), aplicada sobre o FGTS. Os cálculos corretos indi-cam que a mesma conta deveria ter a correção pelo Índice Nacional de Pre-ços ao Consumidor (INPC), que normalmente é maior. “Desta forma, a defasagem chega à 88,3%”, afirma o advogado.

O FGTS tem como objeti-vo proteger o trabalhador e possibilitar-lhe a formação de um patrimônio, incen-

tivar a aquisição da casa própria e dar-lhe segurança em caso de dispensa sem justa causa.

Contudo, da forma que vem sendo calculada com base na TR, está defasan-do os valores de direito a serem recebidos pelos tra-balhadores. A TR não pode ser utilizada como índice de atualização monetária, já que não é capaz de espe-lhar o processo inflacionário

brasileiro.

FamíliaAqueles que têm parentes

falecidos que tinham conta do FGTS também podem, com le-gitimidade, pedir a correção, viúvas, viúvos, fi lhos e fi lhas de falecidos estão dentro deste rol de pessoas. Há possibili-dade também de ingresso de ações coletivas para econo-mia processual, com até 10 ou 20 autores por ação.

GESTÃOCriado em 1966, FGTS é administrado por um Conselho Curador que é tripartite, composto por entidades repre-sentativas dos traba-lhadores, dos emprega-dores e representantes do governo federal

Os cálculos são simples, se um trabalhador tinha R$ 1 mil na conta do FGTS no ano de 1999 , hoje ele tem apenas R$ 1.340,47, por causa das taxas de reajus-tes aplicadas. Mas se os cálculos fossem feitos com

os cálculos corretos o mes-mo trabalhador deveria ter na conta R$ 2.586,44.

Enfim, o trabalhador tem o direito de R$ 1.245,97 a receber do Instituto Nacio-nal de Seguridade Social (INSS), pois a variação da

TR aplicada foi muito abai-xo da correta.

De acordo com o advo-gado Guilherme de Car-valho, esta correção é ca-bível para todos que tem ou tiveram conta no FGTS, ou seja, foram registrados

pela CLT. “A correção que se pede é desde 1999 até os dias atuais. Aqueles que já sacaram o valor em algum período depois de 1999 também terão direito, mas a um percentual menor, até o saque somente”, conta.

Perda de quase 50% com método antigo

DIVULGAÇÃO

Nos últimos 15 anos, trabalhadores brasileiros foram lesados devido à forma como era feita o cálculo para obtenção do FGTS

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

Mulheres ocupam hoje 52% das funções do mercadoMais do que comemorar, elas ainda enfrentam barreiras como a desigualdade salarial com homens do mesmo setor

Elas estão em toda par-te. Deixaram para trás o estigma de “sexo frágil” e assumiram

papéis de relevância no co-mércio, na indústria e no setor de serviços em todo o país. Es-tamos falando das mulheres, que ocupam hoje cargos ante-riormente monopolizados pelo gênero masculino. A história mudou e elas já representam, aproximadamente, 52% das funções do mercado de tra-balho no Brasil.

As mulheres provaram suas competências e mostraram que vieram para ficar. Um dos segredos para explicar o espaço alcançado por elas no mercado, ocupando cargos re-levantes é a persistência, como revela a gerente da loja Tropi-cal Multilojas, Amanda Pereira, 37. “Cada vez mais estamos invadindo o mercado de tra-balho em todas as áreas. Des-ta forma podemos competir e mostrar o nosso potencial. Mesmo em situações difíceis, nós mulheres somos persis-tentes e nunca desistimos dos nossos ideais”, salienta.

Há 22 anos no comércio, Amanda já tem nove anos na

carteira como gerente de loja. Ela acredita que nos dias de hoje, com direitos e deveres cada vez mais igualados aos dos homens, as mulheres con-seguem competir e alcançar os cargos de maior relevância no mercado pela competência, independentemente do sexo. A gerente observa que, ape-sar do bom momento para o

gênero, ainda há muita re-sistência de alguns segmen-tos para a contratação de mulheres. “Mas são barreiras que ultrapassaremos com o tempo”, comenta.

Para a chefe de produção da empresa Masa da Amazônia, Rosângela Santos, 46, a pala-vra é determinação. Ela atua na área industrial há 31 anos e somente nessa empresa já

chegou aos 19 anos. “Sou che-fe de produção há cinco. Iniciei na Masa na função opera-cional e busquei crescimento profissional. Graças a minha determinação eu alcancei os espaços almejados”, lembra.

Rosângela avalia que a dife-rença entre o sexo masculino e feminino, no campo da gestão, está na dedicação “e o dom de saber ouvir”. Para ela, a li-derança somada à autoridade “move montanhas”, mas só consegue chegar nesse pa-tamar aquelas que sabem se comunicar com os colegas de trabalho e, acima de tudo, bus-car se qualificar para assumir essas responsabilidades.

Um ponto em comum nas falas de Amanda e Rosângela é que, apesar do avanço da participação feminina, no am-biente de trabalho no Brasil, ainda existem muitos desafios a serem superados.

Ao enumerar esses desafios elas citam a dupla jornada de trabalho como um ponto importante e que deve ser levado em consideração na disputa pelos cargos de chefia, já que os afazeres domésticos, o cuidado com os filhos e a ma-nutenção do relacionamento familiar exigem cuidados es-peciais por parte delas.

Além dos empregos formais, mulheres como Márcia Regina se lançam como empreendedoras

IONE MORENO

EMPREGOSDados de 2012 da Superintendência Re-gional do Trabalho e Emprego do Amazonas (SRTE-AM) revelam que dos 616,3 mil postos de empregos formais do Estado, 260,7 mil eram ocupados por mulheres

O presidente da Associa-ção Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Filho, diz que hoje as mulheres ocupam pouco mais da metade das funções e cargos do mercado de trabalho no Brasil, porque elas têm demonstrado mais capacidade que o homem por

dois motivos. “O primeiro é que ela é mãe. O outro é que, além disso, a mulher ainda tra-balha com dedicação”, frisa.

A sócia proprietária da Tapajós Tecidos, Socorro Campos, 50, é uma empre-endedora. Ela abriu o seu primeiro empreendimento

comercial depois de vender retalhos de tecidos em San-tarém (PA). Hoje a sua em-presa em Manaus emprega cem funcionários. Depois da loja de tecidos, a empresária abriu com a filha o Tacacá da Tia Socorro, que emprega 32 funcionários.

Mais cuidado que o concorrente

ANDRÉ TOBIASEspecial EM TEMPO

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

Preço da farinha do Uarini deve baixar no mercadoA possibilidade se abre com a estimativa de crescimento de 15% da produção de mandioca no interior do Amazonas

Técnicos afirmam que produção ainda sofre com os efeitos da cheia história de 2012, e que preço da farinha no mercado tem incentivado produtores a plantarem mandioca na várzea e na terra firme

Produto imprescindível no acompanhamento de pratos regionais como o tambaqui as-

sado ou a caldeirada, a farinha do Uarini pode ficar 10% mais em conta nas prateleiras dos supermercados e feiras para o consumidor amazonense. A queda no preço, porém, depen-de de alguns fatores.

Para superar os problemas causados pela cheia de 2012 e 2013 e um ataque de pra-gas na produção de mandioca dos municípios de Uarini e Tefé, respectivamente, a 565 e 523 quilômetros de Manaus, um esforço conjunto dos pro-dutores e do poder público tornou possível o aumento do cultivo da mandioca desde o ano passado.

A “força-tarefa” gerou uma expectativa de crescimento na produção da farinha de 15% para o segundo semestre de 2014. “Combatemos as pra-gas, a situação foi contornada e agora apenas monitoramos. Se não tivéssemos providen-ciado o combate de forma imediata, teríamos nova queda na produção de farinha depois daquela causada pela grande cheia de 2012”, explica o di-retor de assistência técnica e extensão rural do Instituto de Desenvolvimento Agrope-cuário do Estado do Amazonas (Idam), engenheiro agrônomo José Ramonilson de Souza.

Segundo ele, o processo de queda no preço, não apenas so-

bre a farinha ova, mas também a respeito das farinhas d’água e seca, para o consumidor é certo, muito embora lento, por conta do processo produtivo e ainda pelos efeitos causa-dos pelos fenômenos naturais. Por conta desses fatores, na avaliação do engenheiro agrô-nomo, a diminuição no preço final do alimento é conside-rada pequena em razão do aumento substancial ocorri-do nos últimos anos. “Neste ano, teremos preços de farinha

não muito baixos. Deve cair, no máximo, 10% na prate-leira porque ainda sentimos as consequências da cheia, que prejudicou a produção da mandioca”, frisa.

Para contrapor os prejuízos, o governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) e do Idam, em parceria com a Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária (Embra-pa), iniciou a montagem de unidades de multiplicação de manivas/semente para dispo-

nibilizar ao produtor rural, nos municípios de Manacapuru e Novo Airão, a 68 e 115 quilô-metros de Manaus.

MecanizaçãoDe acordo com o engenhei-

ro agrônomo da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), Marco Pe-tillo, a principal demonstração de crescimento da produção de mandioca para o benefi-ciamento que gera a farinha ocorre no município de Uarini, com a mudança gradual da mão de obra tradicional para a mecanizada.

Petillo afirma que pelo me-nos três produtores iniciaram os trabalhos no ano passado. Segundo ele, esses produtores conseguiam até 18 toneladas de raiz por hectares no sistema tradicional, que beneficiadas geravam aproximadamente duas toneladas de farinha. Com a mão de obra meca-nizada eles saltaram para 40 toneladas de raiz, o gerou em 2013 aproximadamente 7,5 toneladas de farinha ova.

“Para atender ao Estado, esse volume é pequeno. Mas se implantasse esse sistema nos municípios produtores, con-seguiríamos baixar os custos de produção e consequente o valor de comercialização”, comenta o engenheiro agrônomo.

Segundo diretor da ADS, Luiz Otávio, o órgão tem feito o acompanhamento do sistema de produção da farinha no muni-cípio de Uarini, orientando sobre a mudança do sistema tradicio-nal para o mecanizado.

REGIONALIZAR

700de farinha são adquiridas anualmente pela ADS para o Programa de Regionali-zação da Merenda Escolar

TONELADAS

Os principais produtores de farinha no Amazonas são os municípios de Tefé, Uarini, Alvarães, Carauari, Eirunepé e Guajará, confor-me explicou o engenheiro agrônomo Marco Petillo. No entanto, segundo ele, os responsáveis por 70% do abastecimento do produto nas feiras e mercados de Manaus são os Estados do Pará e Paraná.

De acordo com Petillo, as implicações da cheia de 2012 e da enchente que veio em seguida contribuí-ram para a queda no volume do produto no Amazonas. Porém, segundo o engenhei-

ro, o principal influenciador nos valores, que chegaram a R$ 14 o quilo da farinha ova, foi o estrangulamento da produção nesses dois Es-tados, por conta da baixa do preço do produto final nessas regiões, à época.

“Com o preço comercial muito baixo, as grandes empresas do Pará e do Pa-raná deixaram de produzir a farinha. Do pouco que produziram, elas venderam tudo para a Região Nor-deste. O pouco que sobrou de estoque e da produção amazonense sofre com a elevação o preço nas prate-leiras”, lembra Petillo.

Para o engenheiro agrô-nomo, o esforço interno do Amazonas para conseguir alcançar a autossuficiência da farinha poderá ajudar na baixa do preço sobre o produto final neste ano, mas de forma moderada. A queda significativa só será sentida quando a produção do Pará e do Paraná voltar ao nível anterior.

“Houve várias implicações à época. Como o preço do pro-duto muito baixo, muitas em-presas deixaram de produzir naquele ano. Isso explica que a alta no preço não foi culpa apenas da nossa produção”, conta o engenheiro.

70% da farinha vem de fora

O presidente Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, concorda que para 2014, a perspec-tiva da produção de farinha é de crescimento.

Contudo, o incremento só será possível, caso as águas do rio Solimões não subam da mesma forma que acon-tece com as do rio Madeira e Purus. “Em 2013, não ti-vemos uma cheia acima da

anormalidade. Foi um ano de recuperação das áreas de plantio, principalmente nas áreas de várzea e do material de propagação do plantio que são as manivas/sementes”, afirma.

Para Lourenço, o atual preço da farinha no mer-cado amazonense é fator estimulante para o plantio da mandioca, inclusive, nas áreas de terra firme onde a produção é baixa. “O pro-

dutor tem o incentivo do governo do Estado, por meio do Idam, para a produção de farinha”, lembra.

O presidente da Faea observa que é importante levar em consideração que o crescimento do preço da farinha nos últimos anos foi um quadro a nível nacional, principalmente porque a re-gião produtora do alimento, o Nordeste, sofreu com a forte estiagem.

Nova cheia prejudicaria crescimento

AUGUSTO BANEGA ARQUIVO EM TEMPO

EMERSON QUARESMAEquipe EM TEMPO

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B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

Especialistas avaliam, na semana do Dia Internacional da Mulher, os ganhos de poder do público feminino brasileiro

Mulheres querem ter mais poder de decisão individualO chamado “empo-

deramento” (ganho de poder) econômi-co das mulheres é

discutido por especialista na semana do Dia Internacio-nal da Mulher, 8 de março (ontem) e a conclusão é de que a autonomia econômica é importante, mas é funda-mental que a mulher tenha também maior capacidade de decisão no âmbito pessoal e da sociedade.

“Com a maior presença no mercado de trabalho, evi-dentemente que elas alcan-çam maior empoderamento e autonomia. O econômico tem papel importante, mas a mudança fundamental tam-bém vai para outros âmbi-tos, ela também necessita ter mais desenvolvimento na área pessoal, em rela-ção à sua sexualidade, ao tipo de profissão que quer seguir”, disse a secretária executiva da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Lourdes Bandeira.

Ana Carolina Quirino, repre-sentante da ONU Mulheres, um órgão das Nações Uni-das, compartilha a avaliação. “O empoderamento feminino não se restringe a acessar

recursos e oportunidades econômicas, deve conside-rar também a capacidade das mulheres de influenciar as decisões econômicas e políticas”.

AvançosA ministra do Desenvol-

vimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, considera que o Brasil tem avançado muito nas últimas décadas e que o Estado bra-sileiro tem construído polí-ticas afirmativas efetivas para garantir mais espaço às mulheres.

“Nas nossas políticas pú-blicas de inclusão da mulher do mercado de trabalho, isso também tem acontecido. No caso do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), voltado ao público do cadastro único, quase 70% são mulheres; no Crescer (programa de micro-crédito produtivo), que é uma linha de crédito para empre-endedores, são mais de 70% de mulheres. Estamos conse-guindo não só valorizar a mu-lher no mercado de trabalho, mas garantir que ela tenha uma inserção privilegiada”, disse a ministra. De acordo com os especialistas, as mulheres já alcançaram o empoderamento e autonomia com maior presença no mercado

DIVULGAÇÃO

Governo apoia projetos durante a CopaVinte organizações que traba-

lham na defesa dos direitos hu-manos foram selecionadas pelo Fundo Brasil de Direitos Huma-nos para o edital Megaeventos Esportivos e Direitos Humanos, em parceria com a Fundação Ford, entidade sediada em Nova York, nos Estados Unidos, que financia programas de promo-ção da democracia e redução da pobreza no mundo.

A coordenadora de Projetos do Fundo Brasil, Maíra Jun-queira, disse que desde 2011 a organização vinha observando aumento de projetos que dis-cutem e questionam o mo-delo de direitos das cidades, “principalmente em função de obras de infraestrutura, tanto nos centros urbanos, como em áreas mais rurais”.

O edital lançado no início deste ano tem foco nas gran-des áreas metropolitanas que vão sediar os jogos da Copa do Mundo de Futebol, com o objetivo de minimizar o impacto que o evento pode acarretar

para as populações e como as relações de direitos humanos estão sendo afetadas pelas obras que estão em andamento nas cidades-sede.

InformaçõesA ideia, disse Maíra, “é que

essa população consiga se informar melhor sobre seus direitos, consiga defender seus direitos para saber o que pode ou não fazer, e tente fazer com que as políticas sejam respeitadas”.

Em razão da proximidade da

Copa, que começa no dia 12 de junho e termina no dia 13 de julho, o edital terá prazo mais curto para execução dos proje-tos, explicou. As organizações terão até o final de dezembro para concluir os trabalhos a que se propuseram. Cada organiza-ção receberá até R$ 30 mil, em duas parcelas. Os recursos são oriundos da Fundação Ford.

RelatóriosO Fundo Brasil de Direitos

Humanos acompanhará o de-senvolvimento dos projetos, por meio de relatórios parcial e final de atividades e relatórios finan-ceiros. Em agosto ou setembro, haverá um encontro entre o grupo, em São Paulo. “Será um momento de informação e planejamento do pós-Copa”, destacou a coordenadora. No caso do Rio de Janeiro, o edital engloba também os impactos negativos e as violações de direitos humanos vinculados às Olimpíadas de 2016, que ocor-rerão na capital fluminense.

DIREITOS HUMANOS

‘Situação do setor elétrico é delicada’

Representantes de grandes consumidores de energia elé-trica, distribuidoras e trans-missoras entregaram carta ao Ministério de Minas e Energia, na qual manifestam preocupação em relação ao nível dos reservatórios das hi-drelétricas. Segundo o Fórum das Associações do Setor Elé-trico (Fase), a situação atual do setor elétrico é delicada e merece cautela.

“Nesse cenário de escassez de recursos hidráulicos e de recursos térmicos com capa-cidade instalada limitada, em nossa opinião, a situação me-rece cautela. Qualquer propo-sição deve ser tecnicamente embasada para que se possa encontrar, em conjunto com os agentes, soluções para fa-zer frente ao atual quadro de dificuldades e, adicionalmen-te, preservar o fluxo de pa-gamento ao longo da cadeia entre produção e consumo, dando estabilidade ao setor”, diz a carta da entidade.

As associações representa-tivas dos segmentos de gera-ção, transmissão, comerciali-zação, distribuição e consumo de energia também pediram para participar das reuniões do Comitê de Monitoramen-to do Setor Elétrico (CMSE), que se reúne mensalmente para avaliar o setor. Alegam que “o atendimento ao plei-to estreitaria a interlocução com as associações e permi-tiria aos agentes participar de forma efetiva nas ques-tões que envolvem o setor elétrico brasileiro”.

CartaEntre as entidades que as-

sinam a carta estão a Asso-ciação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), a Associa-ção Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétri-ca (Abrage) e a Associação Brasileira de Geradoras Ter-melétricas (Abraget)

DefesaSegundo dados do Operador

Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível dos reservatórios das regiões Sudeste e Cen-tro-Oeste estava em 34,68% ontem (6). O sistema abrange cerca de 70% dos reservatórios do país. No final de janeiro, o nível estava em 40,3%.

Apesar da falta de chuva e do baixo nível dos reservatórios, o governo afirma que não have-rá problema de abastecimento de energia no país. Recente-mente, o CMSE informou que o sistema elétrico brasileiro está estruturalmente equili-brado, e que, “a não ser que ocorra uma série de vazões pior do que as já registradas, evento de baixíssima proba-bilidade, não são visualizadas dificuldades no suprimento de energia no país, em 2014”. O ministro de Minas e Ener-gia, Edison Lobão, também já disse que não haverá proble-mas de abastecimento “em nenhuma circunstância”.

DEBATE

Baixo nível dos reservatórios tem preocupado os representantes do setor elétrico brasileiro

AE

IMPACTOSO edital lançado no início deste ano tem foco nas grandes áreas metropolitanas que vão sediar os jogos da Copa do Mundo de Fute-bol, com o objetivo de minimizar os impactos provocados pelo evento

Entidades serão beneficiadas para diminuir os impactos da pobreza durante a Copa do Mundo

AE

B7MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 País

TV é o meio de comunicação preferido e a internet é o 2º Pesquisa realizada em 848 municípios brasileiros vai amparar a elaboração da política de comunicação do governo federal

A televisão é o meio predileto de comu-nicação dos brasi-leiros (76,4%), se-

guido da internet (13,1%). Os dados fazem parte da Pesquisa brasileira de mídia 2014 - Hábitos de consumo de mídia pela população bra-sileira, divulgada pela Secre-taria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.

Com o objetivo de saber por quais meios de comuni-cação o brasileiro se informa e também para subsidiar a elaboração da política de co-municação do governo fede-ral, o Ibope Inteligência ouviu 18.312 pessoas em 848 mu-nicípios entre os dias 12 de outubro e 6 de novembro do ano passado. O levantamento custou R$ 2,4 milhões.

Segundo a pesquisa, apesar de os usuários de internet pas-sarem mais tempo navegando que os telespectadores pas-sam assistindo a programas na TV, o alcance da televisão é muito maior que o da web nos lares brasileiros: só 3% dos entrevistados disseram não assistir nunca a televisão. No caso da internet, 53% dos entrevistados afirmaram não ter o hábito de acessar a rede

mundial de computadores.

SondagemDe acordo com a sondagem,

de segunda a sexta-feira, os internautas ficam, em média, três horas e 39 minutos na internet, enquanto os teles-pectadores passam três horas e 29 minutos vendo TV. Os que

ouvem rádio nesse período dedicam três horas e sete minutos a esse hábito e os que leem jornais impressos, uma hora e cinco minutos.

Ainda segundo a pesquisa, enquanto 21% dos entrevista-dos com renda familiar de até um salário mínimo acessam a rede semanalmente, o índice sobe para 75% entre os que têm renda superior a cinco salários mínimos.

Apesar de os usuários de internet passarem mais tempo navegando, o alcance da televisão é muito maior que o da web

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PESQUISADe acordo com a pes-quisa, o Ibope Inteli-gência ouviu 18.312 pessoas em 848 mu-nicípios entre os dias 12 de outubro e 6 de novembro do ano pas-sado. O levantamento custou R$ 2,4 milhões

Os mais escolarizados também levam vantagem na pesquisa do Ibope: 87% dos entrevistados com ní-vel superior disseram que têm acesso à internet pelo menos uma vez por se-

mana. Por outro lado, só 8% dos entrevistados que cursaram até a 4ª série acessam a rede mundial de computadores ao menos uma vez por semana.

Outro dado da pesquisa

revela que 75% dos en-trevistados nunca leem jornais e 85% nunca leem qualquer revista.

Apenas 6% dos brasilei-ros entrevistados disseram ler jornais diariamente.

Mesmo em baixa, o jornal impresso é o veículo apon-tado como de maior credi-bilidade: 53% das pessoas consultadas responderam que confiam sempre, ou muitas vezes, nos jornais.

Jornal impresso tem mais credibilidade, diz Ibope

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

Francisco implementa suas reformas à frente da igreja

Desde a eleição do Cardeal argentino Jorge Mario Bergo-glio ao papado, em 13 de março de 2013 (na próxima quinta-feira completa um ano), o assunto que corre mundo afora é a Reforma da Igreja. O tom dado à conversa por vezes segue linhas ideológicas ou desinformação.

O papa Francisco, como to-dos os papas da história, está imprimindo sua própria marca ao governo da igreja, o que não deixa de ser um processo de continuidade com o esforço da Instituição em se renovar diante das novidades do pró-prio tempo.

O arcebispo do Rio de Janei-ro, dom João Orani Tempesta, que esteve recentemente em Roma para receber o título cardinalício, destaca a con-tinuidade e a originalidade do novo papa em prosseguir uma reforma já iniciada em

outros pontificados. “Há uma continuidade na doutrina, na fé, naquilo que é essencial na igreja, e a maneira de fazer, falar e explicar são próprias de cada papa; no caso do papa Francisco, com sua proximida-de, com suas falas diretas, com suas maneiras comparativas de falar, vai anunciado uma igreja querigmática”

O cardeal destaca também que as mudanças são sempre necessárias, e o que chama a atenção em Francisco é o modo como as está realizando.

Entre as novidade de Fran-cisco está o grupo de oito cardeais, escolhido para repre-sentar as diferentes realidades eclesiais no mundo. O chama-do “Conselho de Cardeais”, foi criado pelo Pontífice, em abril de 2013, com o objetivo de obter auxílio no governo da Igreja e no projeto de reforma da Cúria Romana.

APÓS UM ANO

No primeiro ano de morte do líder venezuelano, país enfrenta o acúmulo de problemas na economia e o furor da população

Um ano sem Hugo Chávez, Venezuela mergulha no caos

Na semana que a Vene-zuela lembrou do pri-meiro ano de morte de Hugo Chávez, em 5 de

março de 2013, o país enfrentou o acúmulo de problemas na eco-nomia, um foco de reclamação de parte da população. À frente do governo, Nicolás Maduro, eleito em 14 de abril do ano passado, procurou aplicar uma série de medidas econômicas para principalmente fortalecer o país, corrigir e equilibrar as contas, além de combater o que ele chama – assim como o próprio Chávez chamava – de “guerra econômica”.

Além das complicações, Ma-duro herdou o preço de gover-nar um país com as maiores reservas de petróleo do mundo. Um tesouro que ao mesmo tempo em que significa uma confiável fonte de ingressos por mais de 100 anos, promove uma espécie de “vício”, refletido num padrão de consumo irreal e no ainda insuficiente desenvol-vimento da indústria nacional. Tudo a um ritmo que a produ-ção da indústria petroleira não consegue acompanhar.

A Venezuela ainda depende muito da importação para ali-mentar o consumo interno, po-rém, com uma moeda nacional desvalorizada frente ao dólar, o resultado final acabam sendo preços mais altos no mercado. À essa equação se acrescenta o que, de acordo com Maduro, é um dos principais combustíveis dessa “guerra”: a especulação. Tanto que ele chegou a dizer no final do ano passado que, “se não houvesse essa bolha especulativa induzida e ativa-da pela guerra econômica, a inflação seria negativa”.

A especulação funcionaria da seguinte forma: com os dólares preferenciais dispo-nibilizados pelo governo, al-guns importadores, em vez de venderem no país a tota-lidade dos produtos que po-deriam ser comprados, com uma margem de lucro justa, adquirem somente parte do carregamento. Com o resto

do dinheiro, usam em ati-vidades especulativas. E os itens comprados, como são insuficientes para a demanda, têm o valor aumentado. Pior: alguns empresários simples-mente retêm a mercadoria, de acordo com o governo, com o intuito de provocar desabas-tecimento. Daí então as filas quilométricas e a escassez.

ProtestosEntre as principais recla-

mações dos manifestantes durante os protestos que começaram na segunda se-mana de fevereiro, estavam a inflação e a escassez de produtos. De fato, é bastante difícil encontrar itens como farinha de milho pré-cozida, açúcar, óleo e papel higiênico

nas prateleiras dos mercados da capital venezuelana. Se a oposição culpa o governo por incompetência, chavistas acu-sam alguns estabelecimentos de fazer especulação.

E os protestos, que haviam começado com uma série de reivindicações de cunho econômico, as quais Maduro prometeu combater, inclusive com a criação de uma comis-são da verdade, sugerida pelo empresário Lorenzo Mendo-za, acabaram virando focos de violência.

Com isso, perderam bastan-te apoio popular. De acordo com um estudo da consultoria International Consulting Servi-ces (ICS), 85,4% dos entrevista-dos se mostrou contra a conti-nuação das ações violentas. O país deixado por Hugo Chávez (à esq.) ao herdeiro, o presidente Nicolás Maduro, está mergulhado em uma crise econômica

AP

EUA teria pedido minha execução, afirma Snowden

O ex-técnico da CIA Edward Snowden denunciou ao Par-lamento Europeu que auto-ridades do governo dos Es-tados Unidos pediram sua “execução”, que os serviços secretos russos o contataram para ter informações sobre a espionagem americana e que ainda há muitos programas secretos não revelados.

Snowden fez as afirmações em resposta por escrito en-viada à Comissão de Liber-dades Civis do Parlamento, que investiga o escândalo de espionagem em massa de Washington na Europa.

No texto, o ex-espião, que garante não ter qualquer apoio financeiro para suas atividades, reitera à comis-são: “Oficiais do governo americano (...) pediram mi-nha execução”.

Em outro ponto, Snowden afirma que “certamente” os serviços secretos russos se aproximaram dele quando

o escândalo veio à tona, mas “estavam decepciona-dos” porque “não levei co-migo nenhum documento de Hong Kong”.

Snowden acrescenta que o governo dos Estados Uni-dos reconheceu que “não há provas de qualquer re-lação” entre ele e a inteli-gência russa e que também não está em contato com as autoridades chinesas.

DeclaraçãoA declaração à comissão

do Parlamento Europeu en-carregada de investigar o es-cândalo acontece após vários meses sem acordo sobre seu formato e após uma video-conferência ser descartada.

Snowden, que está asilado na Rússia, anuncia que fará novas revelações sobre ope-rações de espionagem em massa de cidadãos europeus, quando as circunstâncias fo-rem “seguras”.

DESABAFODIVULGAÇÃO

Papa Francisco comemora um ano de pontificado no dia 13

HERANÇAAlém das complica-ções, Maduro herdou o preço de governar um país com as maiores reservas de petróleo do mundo: um tesouro que ao mesmo tem-po significa fonte de riqueza e de pobreza

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[email protected], DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 (92) 3090-1041Dia a Dia C6

Divórcio tem cartilha para orientação

Com orçamento de R$ 48 milhões e projetado por Os-car Niemeyer, o Memorial Encontro das Águas, locali-zado entre os rios Solimões e Negro, seria construído no mirante da Embratel e teria 9 mil metros de área cons-truída. O monumento seria palco para a realização do Fan Festival, mas como o projeto não saiu do papel e não fi cará pronto para rece-ber os turistas que estarão na capital amazonense no mundial de 2014, o evento realizado para a abertura dos jogos teve que ser transferi-do para o anfi teatro da praia da Ponta Negra.

Devido à falta de licen-ciamento ambiental, e por ser um patrimônio históri-

co, a Unidade Gestora da Copa (UGP) informou que devido o tombamento dis-cutido pelo Supremo Tribu-nal Federal com governo estadual, a sede do me-morial não fi cará pronta a tempo para a Copa.

Continua na página C2

Projetos para o turismo esbarram em problemasAtrasos de obras e questões trabalhistas deixaram o porto e o aeroporto de Manaus inacabados para a Copa do Mundo

Por causa de irregularidades identifi cadas pelo MPT, obras no aeroporto internacional Eduardo Gomes sofreram uma paralisação que comprometeu o prazo de entrega do novo terminal aéreo

Intervenções, paralisa-ções, obras atrasadas, en-gavetadas e outras sendo iniciadas agora. Este é o

cenário atual de Manaus às vésperas da Copa de 2014. Em meio a grandes tumultos, a capital corre contra o tempo para entregar antes do cam-peonato mundial as obras que estão na matriz de respon-sabilidade, compromisso fi r-mado pelas 12 cidades que sediarão o torneio.

Áreas de prioridades de in-fraestrutura como aeroporto, portos, mobilidade urbana, hotelaria e estádios estão em fase de conclusão e deverão ser entregues antes do início dos jogos, que ocorrem em junho e julho próximos.

Em janeiro passado, o aero-porto internacional Eduardo Gomes teve parte de suas obras interditadas pelo Mi-nistério Público do Trabalho (MPT) devido a irregularida-des encontradas na seguran-ça dos operários. Problemas com parte elétrica, máquinas de serra expostas, isolamento inadequado e falta de equipa-mentos de proteção fi zeram com que algumas partes das obras do terminal aéreo fos-sem paralisadas, sendo libe-radas pelo MPT no dia 3 de fevereiro, após ter todas as irregularidades resolvidas.

Com orçamento de R$ 444,46 milhões disponibili-zados pelo governo federal, a primeira parte do aeroporto foi entregue recentemente e já precisa de reparos. O estacionamento possui ra-chaduras no concreto, parte da iluminação está com a estrutura solta e em parte do subsolo, precisamente no estacionamento, o sis-tema de drenagem está causando transtornos em dias de chuvas.

Segundo a assessoria da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (In-fraero), as obras do aeroporto já estão 83,69% concluídas. Quanto aos danos encontra-dos no estacionamento e na iluminação do terminal, a as-sessoria informou que servi-ços de recuperação já estão sendo feitas pelo consórcio que atua, e que até a entrega do aeroporto tudo estará em perfeito estado.

ObrasCom previsão de entre-

ga somente para setembro deste ano, o aeroporto de Manaus teve no dia 15 de janeiro parte de suas obras entregues pela Infraero, contemplando o saguão de embarque, de desembarque internacional, balcões de vendas, reservas e informa-ções (BVRIs) das companhias aéreas, área da alfândega no desembarque internacio-nal e uma parte da área do estacionamento, localizada no nível de desembarque, com mais 400 vagas. Essa entrega corresponde cerca de 70% do total das obras no terminal de passageiros e 75% do estacionamento no nível superior e térreo e via principal no nível térreo e superior. No dia 27 de feve-reiro foi iniciada a operação assistida do novo desembar-que doméstico. Durante a atividade, que deverá durar até o próximo fi nal de se-mana, serão monitorados o funcionamento das esteiras e escadas rolantes, as si-nalizações e os banheiros, visando corrigir e ajustar o que for necessário.

Até o início do campeonato mundial, serão entregues 38 balcões de check-in, sala de embarque internacional, am-pliação do embarque domés-tico, parte do conector e parte da praça de alimentação.

GERSON FREITASEspecial para o EM TEMPO

IRREGULARO Memorial Encontro das Águas foi projeta-do por Oscar Nie-meyer com orçamento de R$ 48 milhões e 9 mil metros de área construída, mas pro-blemas legais impedi-ram avanço da obra

Novo porto permitirá maior capacidade para receber cruzeiros

Incluído no pacote de obras para a Copa de 2014, uma das principais portas de entrada na capi-tal, o porto de Manaus terá sua revitalização concluí-da somente em 2015. Com investimentos de R$ 71,1 milhões, o terminal por-tuário, como outras obras previstas para a Copa de 2014, não fi cará antes do mundial. As obras que es-tavam previstas para co-meçar em junho de 2011, e que estão sendo executa-das pela PRI Engenharia, empresa que assinou con-trato com o Departamento Nacional de Infraestrutu-ra de Transportes (Dnit), só tiveram inicio em 2013,

adiando a data de entre-ga e tirando defi nitiva-mente o porto como obra para o legado deixado pelo mundial.

No pacote de obras pre-visto para a melhoria do porto de Manaus, estão incluídas adaptações nos armazéns do terminal hi-droviário de passageiros e de bagagens, recupera-ção das pontes de acesso dos dois cais fl utuantes, aumento do cais, urbani-zação do estacionamento e uma passarela coberta. Depois da reforma o porto receberá por dia cerca de 1,5 mil passageiros e terá a capacidade para receber até oito navios cruzeiros.

Porto pronto apenas em 2015

Memorial está sem previsão

Memorial seria o palco da Fan Fest, evento da Copa

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

Espaços verdes da cidade estão quase concluídosParques municipais estão com obras a todo o vapor para receber os turistas, enquanto hotelaria também tem avanços

Enquanto as obras previstas para incen-tivar o turismo se-guem um tanto quan-

to em tropeços, as reformas no Parque Municipal do Min-du estão a todo vapor nas partes do calçamento dos passeios da praça Samaúma, que dá acesso ao anfiteatro já entregue. A primeira etapa do beiral, dentro do pro-cesso de empalhamento do chapéu de palha, também já foi concluída. O parque ago-ra passa pelos trabalhos de pintura e revitalizações das sustentações do chapéu de palha, dos bancos, estrutu-ras de ferro, teto e partes do assentos do anfiteatro.

Segundo a Secretaria Mu-nicipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), a primeira etapa do calça-mento já está sendo batida, e toda a parte de passeios públicos receberá nova con-cretagem, bem como trilhas e acessos a novas estruturas que estão sendo criadas para melhor atender ao turista e aos frequentadores do par-que, a exemplo do Centro de Atendimento ao Visitante, que funcionará ao lado do novo orquidário.

De acordo com a secretária municipal de Meio Ambien-te e Sustentabilidade, Kátia Schweickardt, a intenção da Prefeitura de Manaus é entre-gar os Parques da Copa – Min-du, Ponte dos Bilhares e a RDS do Tupé – revitalizados até o final de maio. A secretária vem acompanhando o andamento das obras por meio de visi-tas aos canteiros e relatórios encaminhados pelos gestores das unidades.

Com investimentos de R$ 251.446,33 destinados à ampliação e qualificação dos Centros de Atendimento ao Turista na capital, anunciados pelo Ministério do Turismo, o

projeto que atenderia a central da praça Tenreiro Aranha e a construções de mais dois novos postos, sendo um na Ponta Negra e outro na rodoviária, ainda não saíram do papel.

HotelariaNa parte de hotelaria, Ma-

naus conta atualmente com 103 hotéis adequados para receber turistas durante a realização do evento. Dados fornecidos pela Empresa Es-tadual de Turismo (Amazo-nastur) os hotéis contam com

5.989 apartamentos e 11.880 leitos, e a expectativa da é que a inauguração de três hotéis que estão em fase de acabamento, acrescentem mais 1.784 leitos ao total disponível em Manaus.

Além das instalações ofi-ciais, a Amazonastur dará apoio às hospedagens alter-nativas, como motéis de luxo e barcos de turismo. Quatorze motéis e 34 barcos foram aprovados para serem incor-porados o setor, com 1.138 e 900 leitos, respectivamente.

Segundo a empresa, apro-ximadamente 80 mil turistas deverão visitar o Amazonas este ano.

Somente a praia da Ponta Negra foi o ponto turístico entregue antes do jogos da Copa de 2014, já na gestão do prefeito Arthur Neto, em dezembro de 2013. O comple-xo turístico entrou em obras ainda na gestão do ex-prefeito Amazonino Mendes.

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Obras em andamento no Parque Municipal do Mindu, na Zona Centro-Sul de Manaus: local está com trabalhos de recuperação acelerados, estando com previsão de conclusão até maio próximo

Secretária municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Kátia Schweickardt, acompanha as obras nos parques municipais

GERSON FREITASEspecial para o EM TEMPO

PRAZOA Secretaria Munici-pal de Meio Ambiente e Sustentabilidade pretende realizar a entrega dos Parques da Copa (Mindu, Ponte dos Bilhares e a RDS Tupé) até antes do evento, em maio

Passeios públicos dos parques receberão concretagem e novas trilhas e acessos para os visitantes locais e de outros Estados

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

Construção de hidrelétrica deixa em alerta sul do AMEstrutura de Santo Antônio, em Rondônia, pode causar impactos ambientais em Canutama e outros municípios da área

Pelo menos quatro mu-nicípios do sul do Ama-zonas estão sofrendo impactos ambientais

ocasionados pela construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Santo Antônio, em Rondônia. A informação é do prefeito do município de Canutama (a 619 quilômetros de Manaus), Ocivaldo Amorim, que afirma que 2% dessa região já está alagada. Segundo o prefeito, 50% a 70% das zonas urba-na e rural, respectivamente, irão inundar quando a UHE atingir capacidade máxima de operação.

A construção da UHE de Santo Antônio, iniciada em 2008, é considerada um empreendimento de grande porte que envolve o represa-mento do rio Madeira. Com a implantação, dois problemas surgiram: o alargamento do rio em virtude da elevação do lençol freático, volume das águas, e, em consequên-cia, a inundação de parte do território do Amazonas. Em agosto de 2013, o deputado estadual Sidney Leite (PROS) já havia denunciado o caso na tribuna da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). Segun-do o parlamentar, nas terras

amazonenses a represa dei-xou áreas alagadas, gerando também impactos sociais.

Leite esteve na região acompanhado do prefeito Amorim e da secretária de Estado de Desenvolvimento Sustentável, Kamila Amaral. A equipe visitou áreas antes ocupadas apenas por peque-nos igarapés, que hoje for-mam imensas áreas alagadas e com a vegetação morta. O município de Canutama está em situação de emergência por conta da cheia do rio.

Para o deputado, a questão dos limites territoriais é outro ponto que precisa ser melhor esclarecido, uma vez que o consórcio responsável pelas obras da usina afirma que o território alagado pelo Madei-ra pertence a Rondônia, mas a população que reside nos assentamentos dessa região é considerada amazonense, atendida por políticas públi-cas do Amazonas.

Com base nesses impas-ses, o parlamentar irá entrar com quatro pedidos de pro-vidências junto ao Ministé-rio Público Estadual (MPE), Secretaria de Estado de Po-lítica Fundiária (SPF), Pro-curadoria Geral do Estado (PGE) e a Casa Civil. O represamento do rio pela hidrelétrica de Santo Antonio deixou áreas alagadas na região, com muitas árvores mortas

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Outra questão que tem alarmado os moradores do município de Canutama, segundo o prefeito Ocival-do Amorim, é a informação que vem sendo divulgada em Rondônia, de que a ad-ministração da UHE Santo Antônio irá construir um canal para que a água do rio Madeira, atualmente cotada em 18,73 metros, corra pelo rio Mucuim.

“Caso isso aconteça, irá alagar outra parte de Ca-nutama destruindo a ve-getação local”, explicou o prefeito.

A água do rio já alagou pelo menos 10 quilômetros do município de Canuta-ma. A proposta de Amorim é que haja uma audiên-cia pública envolvendo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Susten-tável (SDS) e o Instituto de Proteção da Amazônia (Ipaam), para discutir a realidade da região.

“É preciso que os téc-nicos do Ipaam venham aqui, uma vez que a ad-ministração de Santo An-tônio nega que haja inter-ferência da usina quanto ao nível das águas do rio

Madeira”, comentou. O deputado estadual

Sidney Leite encaminha-rá ao Ipaam, amanhã, um requerimento solicitan-do providências, urgen-tes, por parte do órgão sobre a situação.

ImpactosOs possíveis impactos

causados pela construção da UHE de Santo Antônio e ainda a UHE de Jirau serão analisadas pelos governos do Bolívia e do Brasil.

Em nota divulgada à im-prensa, o ministro das Re-lações Exteriores da Bolí-via, David Choquehuanca, informou que no dia 7 de abril participará de uma reunião com o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, para discutir essa questão.

AvaliaçãoSegundo informações

divulgadas pelo Itamara-ty, os dois países estão avaliando a situação da cheia histórica do rio Ma-deira, que já deixou 60 mortos e pelo menos 60 mil famílias afetadas na Bolívia e mais de 2 mil famílias desabrigadas em Porto Velho (RO).

Preocupação com inundações

CHEIAAs águas do rio Ma-deira já alagaram pelo menos 10 quilômetros do município de Canu-tama, causando alarme entre a população que teme que a situação piore com a construção da usina hidrelétrica

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 C5

Cidade passa por ‘prova de fogo’Por se tratar do pri-

meiro jogo-teste da Arena da Amazônia Vivaldo Lima antes

da Copa do Mundo 2014, o jogo inaugural do estádio, neste domingo, seguirá os mesmos moldes do padrão estabelecido pela Fifa du-rante o Mundial. O governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Manaus, pre-parou todo um esquema que pretende testar a funcionali-dade do estádio e a operacio-nalidade da segurança, mobi-lidade do trânsito, transporte público, entre outros.

“O que eu estou preocu-pado agora é que a gente coloque tudo para funcionar, de modo que possamos cor-rigir, imediatamente, aque-las falhas que porventura possam acontecer”, disse o governador em entrevista na última visita que fez à arena. Segundo ele, os jogos testes – haverá mais dois – ser-vem justamente para testar a funcionalidade do estádio e de todo o operacional para os quatro jogos da primeira fase da Copa 2014 em Ma-naus, que serão realizados em junho: Inglaterra x Itália (dia 14), Camarões x Croácia (dia 18), Estados Unidos x Portugal (dia 22) e Honduras x Suíça (dia 25).

O jogo inaugural da Arena será um clássico regional entre o Nacional, de Manaus (AM) e o Clube do Remo, de Belém (PA), pela Copa Verde. A partida inicia às 18h30, mas a operação já vai estar nas ruas pela manhã com a Polícia Mili-tar do Amazonas (PM-AM) e o Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) iniciando, às 7h, a interdi-

ção de trechos da avenida Constantino Nery (no bairro Chapada), Loris Cordovil (no Alvorada) e Pedro Teixeira (no Dom Pedro).

Em todo o perímetro de segurança da arena serão instalados 22 postos de ve-rificação onde terão acesso apenas os torcedores, ve-ículos credenciados e mo-radores das proximidades do estádio – conforme a demarcação de um quilôme-tro de distância do estádio estabelecida pela Secreta-ria de Estado da Segurança Pública (SSP-AM) junto aos órgãos municipais e federal. Nesse perímetro, 2,1 mil po-liciais militares estarão mo-bilizados para a segurança do evento.

BarreirasNa avenida Constantino

Nery serão estabelecidas quatro barreiras de segu-rança. Um na altura da Rodo-viária restringindo o acesso de pessoas e veículos em todo esse trecho até o cruza-mento com a Darcy Vargas, onde será montada outra barreira (próximo ao Sírio Libanês). A rua da Indústria, que dá acesso da Djalma Batista para a Constantino, também será interditada por barreira policial. Na Pedro Teixeira, a interdição inicia no cruzamento com a Darcy Vargas, próximo à praça de alimentação do Dom Pedro, se estendendo até a esquina com a Djalma Batista (em frente à sorveteria Happy Ice). Na Loris Cordovil, duas barreiras serão montadas in-terditando o trecho a partir do SPA da Alvorada até a esquina com a Constantino (em frente ao restaurante Picanha Mania).

Para reforçar o serviço de voluntariado, 20 es-tudantes da rede pública estadual, inseridos no pro-grama Amazonas Bilíngue, desenvolvido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), recep-cionarão turistas e pres-tarão informações sobre o Estado do Amazonas e sobre a arena, em inglês e português, para jorna-listas, convidados e ao público em geral.

A participação dos 20 jovens é parte do projeto de ensino e aprendizagem do programa Amazonas Bilíngue e busca, além de servir à população com serviços de informação e receptividade ao turista, contribuir com a busca pelo conhecimento e aper-feiçoamento da língua es-trangeira dos jovens.

Leia mais sobre o jogo Nacional x Remo na pági-na 3 do caderno Pódio

Recepção do Amazonas Bilíngue

Jovens do programa irão atuar no local como voluntários

AGECOM/DIVULGAÇÃO

O acesso ao perímetro de segurança da arena só será permitido aos torcedores mediante a apresentação de ingresso e comprovante de residência, no caso de mora-dor da área. Apenas veículos credenciados terão permissão para passar das barreiras. Os carros credenciados deverão utilizar a pista do sambódromo como estacionamento.

Para a entrada de pessoas aos ambientes internos do estádio será necessário apre-sentar o ingresso (no caso de torcedor) ou credencial de serviço nos demais casos. Não será permitida a entrada de mochilas e bolsas grandes, guarda-chuvas, bandeiras e/ou cartazes com mais do que dois metros de comprimen-to, mastros e instrumentos musicais, fogos de artifícios, garrafas, comidas (salvo os alimentos específicos para diabéticos), bebidas alcoó-lica e não alcoólicas, nem cigarros no estádio.

A arena é equipada com o serviço de quatro lanchonetes que estarão disponíveis duran-

te todo o evento esportivo. Todos os banheiros do estádio poderão ser utilizados.

De acordo com o Institu-to Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans), 80 linhas de ônibus, com 185 veículos, atenderão aos moradores das cinco zonas da cidade. As li-nhas que passam pela avenida Constantino Nery no sentido Centro-bairro serão desviadas para a Djalma Batista pela rua Pará e para o bairro Dom Pedro pela rua Theomário Pinto.

Os pontos de embarque e desembarque serão: na ave-nida Darcy Vargas, nas para-das em frente à Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) e Amazonas Shopping; na avenida Djalma batista, no sentido Centro-bairro: Bola do Eldorado, retorno em frente à reitoria da UEA, e outros dois no sentido bairro-Centro: as paradas em frente à constru-tora Andrade Gutierrez e loja Kawasaki. A recomendação do órgão de trânsito municipal é para que o público dê preferên-cia ao transporte público.

Acesso ao local será rigoroso e permitido somente a torcedores

Para chegar ao local do jogo, a prefeitura recomenda utilização do transporte coletivo e atenção nas mudanças no trânsito

Voluntários ajudarão na orientação nas dependências da arena

Esquema de segurança e conforto para o público inclui monitoramento por câmeras na arena e diversas restrições

A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) selecio-nou 300 voluntários, entre servidores e estudantes da instituição para prestarem orientações aos torcedores dentro do estádio. Os volun-tários passaram por quase 8 horas de treinamento te-órico e prático para ajudar os torcedores a localizarem seus assentos, banheiros, lanchonetes etc. Além de um certificado de parti-cipação do evento-teste para a Copa do Mundo, os voluntários receberão ali-mentação e transporte.

Além dos policiais mili-tares fixos nos pontos de vistorias, outros 500 esta-rão espalhados no entorno do estádio. Alguns desses farão o policiamento vela-do, junto com outros 200 investigadores da Polícia Civil, no combate à atua-ção de cambistas.

Dentro da Arena da Ama-zônia, 70 policiais estarão presentes no campo de jogo e nas arquibancadas. Também estarão dispo-

níveis dentro do estádio policiais do esquadrão an-tibombas e do pelotão de choque, que serão acio-nados apenas caso haja alguma necessidade. Ain-da dentro do estádio es-tarão presentes homens do Corpo de Bombeiros e ambulâncias do Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

MonitoramentoO esquema de seguran-

ça contará ainda com 19 câmeras na área interna e externa do estádio, além de duas plataformas móveis elevadas, equipadas com 18 câmeras, cada uma. Toda a operação policial será monitorada por Cen-tros de Comando e Controle – um local, que irá funcionar na Arena Amadeu Teixeira, onde todos os represen-tantes de órgãos envolvi-dos na operação estarão presentes, e outro regio-nal, instalado no Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops).

Mapa mostra como ficará a região ao redor da Arena da Amazônia neste domin-go, para o jogo inaugural

DIVULGAÇÃO

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO/ARQUIVO EM TEMPOSEMCOM/DIVULGAÇÃO

Jogo inaugural da Arena da Amazônia, neste domingo, será a verificação dos esquemas de segurança, trânsito e transporte público que vêm sendo preparados pelo governo do Estado para a Copa do Mundo

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 C5

Cidade passa por ‘prova de fogo’Por se tratar do pri-

meiro jogo-teste da Arena da Amazônia Vivaldo Lima antes

da Copa do Mundo 2014, o jogo inaugural do estádio, neste domingo, seguirá os mesmos moldes do padrão estabelecido pela Fifa du-rante o Mundial. O governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Manaus, pre-parou todo um esquema que pretende testar a funcionali-dade do estádio e a operacio-nalidade da segurança, mobi-lidade do trânsito, transporte público, entre outros.

“O que eu estou preocu-pado agora é que a gente coloque tudo para funcionar, de modo que possamos cor-rigir, imediatamente, aque-las falhas que porventura possam acontecer”, disse o governador em entrevista na última visita que fez à arena. Segundo ele, os jogos testes – haverá mais dois – ser-vem justamente para testar a funcionalidade do estádio e de todo o operacional para os quatro jogos da primeira fase da Copa 2014 em Ma-naus, que serão realizados em junho: Inglaterra x Itália (dia 14), Camarões x Croácia (dia 18), Estados Unidos x Portugal (dia 22) e Honduras x Suíça (dia 25).

O jogo inaugural da Arena será um clássico regional entre o Nacional, de Manaus (AM) e o Clube do Remo, de Belém (PA), pela Copa Verde. A partida inicia às 18h30, mas a operação já vai estar nas ruas pela manhã com a Polícia Mili-tar do Amazonas (PM-AM) e o Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) iniciando, às 7h, a interdi-

ção de trechos da avenida Constantino Nery (no bairro Chapada), Loris Cordovil (no Alvorada) e Pedro Teixeira (no Dom Pedro).

Em todo o perímetro de segurança da arena serão instalados 22 postos de ve-rificação onde terão acesso apenas os torcedores, ve-ículos credenciados e mo-radores das proximidades do estádio – conforme a demarcação de um quilôme-tro de distância do estádio estabelecida pela Secreta-ria de Estado da Segurança Pública (SSP-AM) junto aos órgãos municipais e federal. Nesse perímetro, 2,1 mil po-liciais militares estarão mo-bilizados para a segurança do evento.

BarreirasNa avenida Constantino

Nery serão estabelecidas quatro barreiras de segu-rança. Um na altura da Rodo-viária restringindo o acesso de pessoas e veículos em todo esse trecho até o cruza-mento com a Darcy Vargas, onde será montada outra barreira (próximo ao Sírio Libanês). A rua da Indústria, que dá acesso da Djalma Batista para a Constantino, também será interditada por barreira policial. Na Pedro Teixeira, a interdição inicia no cruzamento com a Darcy Vargas, próximo à praça de alimentação do Dom Pedro, se estendendo até a esquina com a Djalma Batista (em frente à sorveteria Happy Ice). Na Loris Cordovil, duas barreiras serão montadas in-terditando o trecho a partir do SPA da Alvorada até a esquina com a Constantino (em frente ao restaurante Picanha Mania).

Para reforçar o serviço de voluntariado, 20 es-tudantes da rede pública estadual, inseridos no pro-grama Amazonas Bilíngue, desenvolvido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), recep-cionarão turistas e pres-tarão informações sobre o Estado do Amazonas e sobre a arena, em inglês e português, para jorna-listas, convidados e ao público em geral.

A participação dos 20 jovens é parte do projeto de ensino e aprendizagem do programa Amazonas Bilíngue e busca, além de servir à população com serviços de informação e receptividade ao turista, contribuir com a busca pelo conhecimento e aper-feiçoamento da língua es-trangeira dos jovens.

Leia mais sobre o jogo Nacional x Remo na pági-na 3 do caderno Pódio

Recepção do Amazonas Bilíngue

Jovens do programa irão atuar no local como voluntários

AGECOM/DIVULGAÇÃO

O acesso ao perímetro de segurança da arena só será permitido aos torcedores mediante a apresentação de ingresso e comprovante de residência, no caso de mora-dor da área. Apenas veículos credenciados terão permissão para passar das barreiras. Os carros credenciados deverão utilizar a pista do sambódromo como estacionamento.

Para a entrada de pessoas aos ambientes internos do estádio será necessário apre-sentar o ingresso (no caso de torcedor) ou credencial de serviço nos demais casos. Não será permitida a entrada de mochilas e bolsas grandes, guarda-chuvas, bandeiras e/ou cartazes com mais do que dois metros de comprimen-to, mastros e instrumentos musicais, fogos de artifícios, garrafas, comidas (salvo os alimentos específicos para diabéticos), bebidas alcoó-lica e não alcoólicas, nem cigarros no estádio.

A arena é equipada com o serviço de quatro lanchonetes que estarão disponíveis duran-

te todo o evento esportivo. Todos os banheiros do estádio poderão ser utilizados.

De acordo com o Institu-to Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans), 80 linhas de ônibus, com 185 veículos, atenderão aos moradores das cinco zonas da cidade. As li-nhas que passam pela avenida Constantino Nery no sentido Centro-bairro serão desviadas para a Djalma Batista pela rua Pará e para o bairro Dom Pedro pela rua Theomário Pinto.

Os pontos de embarque e desembarque serão: na ave-nida Darcy Vargas, nas para-das em frente à Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) e Amazonas Shopping; na avenida Djalma batista, no sentido Centro-bairro: Bola do Eldorado, retorno em frente à reitoria da UEA, e outros dois no sentido bairro-Centro: as paradas em frente à constru-tora Andrade Gutierrez e loja Kawasaki. A recomendação do órgão de trânsito municipal é para que o público dê preferên-cia ao transporte público.

Acesso ao local será rigoroso e permitido somente a torcedores

Para chegar ao local do jogo, a prefeitura recomenda utilização do transporte coletivo e atenção nas mudanças no trânsito

Voluntários ajudarão na orientação nas dependências da arena

Esquema de segurança e conforto para o público inclui monitoramento por câmeras na arena e diversas restrições

A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) selecio-nou 300 voluntários, entre servidores e estudantes da instituição para prestarem orientações aos torcedores dentro do estádio. Os volun-tários passaram por quase 8 horas de treinamento te-órico e prático para ajudar os torcedores a localizarem seus assentos, banheiros, lanchonetes etc. Além de um certificado de parti-cipação do evento-teste para a Copa do Mundo, os voluntários receberão ali-mentação e transporte.

Além dos policiais mili-tares fixos nos pontos de vistorias, outros 500 esta-rão espalhados no entorno do estádio. Alguns desses farão o policiamento vela-do, junto com outros 200 investigadores da Polícia Civil, no combate à atua-ção de cambistas.

Dentro da Arena da Ama-zônia, 70 policiais estarão presentes no campo de jogo e nas arquibancadas. Também estarão dispo-

níveis dentro do estádio policiais do esquadrão an-tibombas e do pelotão de choque, que serão acio-nados apenas caso haja alguma necessidade. Ain-da dentro do estádio es-tarão presentes homens do Corpo de Bombeiros e ambulâncias do Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

MonitoramentoO esquema de seguran-

ça contará ainda com 19 câmeras na área interna e externa do estádio, além de duas plataformas móveis elevadas, equipadas com 18 câmeras, cada uma. Toda a operação policial será monitorada por Cen-tros de Comando e Controle – um local, que irá funcionar na Arena Amadeu Teixeira, onde todos os represen-tantes de órgãos envolvi-dos na operação estarão presentes, e outro regio-nal, instalado no Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops).

Mapa mostra como ficará a região ao redor da Arena da Amazônia neste domin-go, para o jogo inaugural

DIVULGAÇÃO

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO/ARQUIVO EM TEMPOSEMCOM/DIVULGAÇÃO

Jogo inaugural da Arena da Amazônia, neste domingo, será a verificação dos esquemas de segurança, trânsito e transporte público que vêm sendo preparados pelo governo do Estado para a Copa do Mundo

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

Tribunais recebem 20 mil cartilhas sobre divórciosPublicações visam conscientizar os pais para o melhor interesse dos filhos, evitando a utilização do ato para gerar conflitos

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai distribuir entre os tribunais de todos

os Estados as “Cartilhas do Divórcio”, com a intenção de ajudar pais e filhos durante o fim do casamento. Serão 20 mil publicações, sendo 10 mil com mensagens di-recionadas aos casais que estão se separando e ou-tras 10 mil com foco nas crianças e nos adolescentes que vivenciam o período de separação dos pais.

No ano passado, o Tribu-nal de Justiça do Amazonas (TJAM) recebeu 6.353 proces-sos de divórcio somente nas Varas de Família e Sucessões da Comarca de Manaus. Esse número deve ser maior por-que se o divórcio for consen-sual e não envolver interesse de criança ou adolescente, o casal pode dissolver o casa-mento diretamente nos car-tórios extrajudiciais.

A distribuição das carti-lhas, neste primeiro trimes-tre do ano, é resultado de uma parceria entre o CNJ e a Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça. As publicações se-rão encaminhadas às Varas de Família e aos Núcleos

Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos dos Tribunais para ajudarem na reorganização familiar durante o processo de divórcio. O lançamento das cartilhas ocorreu em agosto do ano passado, em Brasília.

Na última sexta-feira (7), o juiz de Direito Luís Cláudio Chaves, titular da 4ª Vara de Família e Sucessões da Co-marca de Manaus, em entre-vista ao programa Bom Dia Amazônia, da TV Amazonas, destacou a importância des-te material para auxiliar pais e filhos em um momento tão delicado de suas vidas.

“As publicações abordam, entre outros assuntos, os efeitos negativos que o con-flito intenso dos pais acarre-ta aos filhos; as boas práticas parentais, ou seja, o que os pais podem fazer para ajudar os filhos a superarem as difi-culdades que são comuns na fase do divórcio; as questões jurídicas importantes a se-rem enfrentadas pela famí-lia, como a guarda comparti-lhada, entre outras”, explicou o juiz. “É importante que se diga que a cartilha também visa conscientizar os pais a não usarem o processo de

divórcio para atingir o outro, porque, no final, isso só acar-reta sofrimento para toda a família, principalmente para os filhos”, acrescentou.

Ele destacou que as crian-ças e adolescentes, durante o processo de divórcio, têm sentimentos de culpa, raiva, choque, confusão, vergonha, saudades, tristeza e ansie-dade. O juiz enfatizou que a reação dos filhos no en-frentamento desse proces-so depende muito de como os pais lidam com todas essas mudanças.

InformaçõesAs cartilhas, organizadas

pela juíza de Direito Va-nessa Aufiero da Rocha, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), e publicadas em agosto de 2013, foram elaboradas com base na ex-periência de alguns Estados brasileiros como Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e de países como Estados Unidos e Canadá, com o intuito de ajudar famílias fragilizadas que procuraram o Judiciário para a solução de seus con-flitos no âmbito familiar.

A cartilha direcionada aos pais possui 124 páginas; a dos filhos, 72.

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Cartilhas foram lançadas no ano passado e agora chegam aos tribunais de todos os Estados

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

LOUVAREI 2014

Artigo de especialista da FCecon ganha destaqueSidney Chalub participou com outros cinco cirurgiões de publicação sobre apendicectomia em revista indiana

Um artigo de autoria de seis cirurgiões brasi-leiros, um deles dos quadros da Fundação

Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCe-con), o doutor em tumores de fígado Sidney Chalub, ganhou destaque na edição de janeiro de 2014 da publicação india-na Journal of Minimal Access Surgery (JMAS), especializada em inovações cirúrgicas mini-mamente invasivas.

A técnica, conhecida como apendicectomia, que começou a ser utilizada em 2010, no Amazonas, consiste na retira-

da do apêndice, em decorrência de apendicite, a partir de uma incisão de um centímetro, a qual é possível a partir de uma videolaparoscopia – ci-rurgia que utiliza pinças e uma microcâmera. Nela, é feita uma pequena abertura abaixo do umbigo, de aproximadamente um centímetro, para a retirada do apêndice, e outra no próprio umbigo do paciente, para a entrada de uma pinça e da microcâmera.

A vantagem, segundo Cha-lub, está na recuperação rá-pida do paciente, que recebe alta, geralmente, em 24 horas.

Além disso, do ponto de vista estético, o resultado também é satisfatório, uma vez que o procedimento deixa uma cica-triz quase imperceptível.

A cirurgia que motivou o artigo, e que teve duração de cerca de 60 minutos, foi reali-zada a partir de uma parceria entre profissioanis médicos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e da Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). A produção da publicação contou com a co-laboração dos médicos espe-cialistas José Gustavo Olijnyk, Guilherme Gonçalves Pretto,

Omero Pereira da Costa Filho, Fernando Koboldt Machado, e Leandro Totti Cavazzola.

CirurgiasSegundo Sidney Chalub, em-

bora este procedimento espe-cífico tenha sido realizado em unidade de saúde privada do Amazonas, ele destaca que a técnica laparoscópica já é utilizada em pacientes da FCecon, unidade de referência no tratamento do câncer na Amazônia Ocidental, a partir de procedimentos voltados à retirada de tumores malignos. Entre eles, estão as cirurgias

de retirada de próstata mini-mamente invasivas, realiza-das pela equipe do Serviço de Urologia do hospital.

Chalub destaca que também estão inseridas no contexto das cirurgias minimamente invasivas na unidade de tra-tamento oncológico as cirur-gias de estômago, intestino, pâncreas, suprarenal (acima dos rins) e de baço, com aber-turas mínimas e menos agres-sivas aos pacientes. “Neste tipo de cirurgia oncológica, as principais vantagens para os pacientes são a recuperação mais rápida, redução dos ris-

cos de infecção e menos dor no pós-operatório”, assegura.

Além dos serviços de urolo-gia e de cirurgia oncológica – pélvica e abdominal -, os de ginecologia e de cabeça e pescoço também utilizam este tipo de técnica inovadora em parte dos procedimentos, informou o diretor-presidente da FCecon, pneumologista Ed-son de Oliveira Andrade.

A FCecon está implantando uma sala inteligente específi-ca para a realização de cirur-gias minimamente invasivas, orçada em aproximadamente R$ 3 milhões.

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Sidney Chalub afirma que apendicecto-mias minimamente invasivas permitem recuperação rápida

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

Doenças bucais dificultam tratamento contra câncerPacientes ficam mais propensos a infecções e inflamações bucais por estarem com sistema imunológico debilitado

O surgimento de do-enças bucais ainda é uma das maio-res dificuldades de

pacientes em tratamento contra o câncer. Com o sis-tema imunológico debilitado e expostos a medicamentos agressivos, esses pacientes acabam desenvolvendo gra-ves infecções e inflamações. De acordo com a dentista Per-la Assayag, que tem mais de 20 anos de experiência com esse tipo de tratamento, não são apenas os pacientes com câncer de boca que precisam do acompanhamento integral de um dentista. “Nosso pa-pel com os pacientes que estão fazendo quimioterapia ou radioterapia é minimizar ao máximo seu sofrimento, já que durante esse período eles acabam desenvolvendo doenças bucais e sentem do-res severas, independente da região do corpo atingido pelo câncer”, explicou.

Segundo Perla, durante o período de tratamento, os pacientes com câncer são expostos a condutores de possíveis infecções. “Isso acaba refletindo diretamente na evolução do tratamento e na qualidade de vida dessas pessoas, que já estão pas-

sando por situações muito delicadas e dolorosas”.

Mesmo precisando de acompanhamento odontoló-gico, os pacientes precisam ter o cuidado de buscar pro-fissionais que tenham a es-pecialização adequada, pois precisam de cuidados espe-ciais e muito delicados.

“Muitas vezes eles estão

com tubos na boca e região da garganta, não podem tomar qualquer remédio e tem a sen-sação de dores aumentadas. Precisamos tomar todos os cuidados e tentar, de alguma maneira, melhorar a situação de bem estar dessa pessoa. Nossa principal função, como especialista, é minimizar ao máximo as dores desse pa-ciente”, pontuou.

Perla faz parte da equipe da empresa “Dentista em Casa”, que atende pacientes com dificuldades de locomoção e que não podem ir a um consultório dentário tradi-cional. A equipe atende na casa do paciente e também em hospitais, nos ambientes ambulatoriais e de UTI, com equipamento próprio e espe-cial para esse tipo de proce-dimento. Os tratamentos são de baixa e alta complexidade e vão desde restaurações até cirurgias mais invasivas.

Além dela, a dentista Fer-nanda Portela também conta com esse tipo de especia-lização. Juntas, elas estão agora participando do curso “Odontologia hospitalar com ênfase em pacientes oncoló-gicos”, ministrado no Hospital Santa Catarina, em São Paulo (SP). O curso tem duração de quatro meses e vai aumentar, ainda mais, o know how das duas profissionais.

Pacientes e familiares que queiram obter maio-res informações sobre esse tipo de atendimento, po-dem ligar para os telefo-nes 9512-1114, 8217-3117, 9982-6495 e 8429-4444 ou acessar o site www.dentis-taemcasa.com.br.

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Problemas bucais podem dificultar mais o tratamento de pacientes com câncer, afirma dentista

CUIDADOSSegundo a dentista Perla Assayag, não são apenas com câncer de boca que precisam do acompanhamento integral de um dentista, mas sim aqueles que estão lutando contra qualquer tipo da doença

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[email protected], DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 (92) 3090-1042 Plateia 3

Sai o resultadodo ProArtelocal

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Criada pelo publicitário Henrique Lopes, a personagem fi ctícia foi criada em 2012 e acumula quase 4 milhões de seguidores em sua página no Facebook

Por trás da Gina Indelicada

Sarcasmo, sensatez e uma boa dose de bom humor. A fór-mula não poderia

ter dado mais certa. Acu-mulando a marca de quase 4 milhões de seguidores no Facebook, a personagem fi ctícia Gina Indelicada é sinônimo de sucesso e, cla-ro, boas gargalhadas. Sem-pre disposta a responder as perguntas mais bizarras – ou curiosas, como queiram – ela não poupa conselhos sinceros e muitas vezes po-lêmicos. Criada pelo publici-tário Henrique Lopes – Ricck Lopes, para os íntimos – ela (ou ele) estará em Manaus pela primeira vez no dia 21 de março, tocando na festa “Valei-me 3.0”, no República Real.

Segundo o Henrique Lo-pes, a Gina surgiu “do nada”. “Na verdade, tinha vontade de criar essa personagem e com essas características. Um dia estava em casa com amigos, olhei para caixa de palitos e tive a ideia. Prin-

cipalmente pelo rosto mais tranquilo e que não condiz com o que ela escreve. O re-sultado foi imediato”, conta ele, deixando claro que to-das as perguntas são feitas pelos próprios seguidores. “Já existiram situações em que as pessoas deletaram seus perfi s após as respos-tas da Gina. Sobre o que é respondido, sempre per-gunto a opinião de amigos para saber se determinada coisa vai ter graça ou não”. Ele afi rma, ainda, ter uma certa semelhança com a personagem. “Tenho a cara de bonzinho, mas sou muito sarcástico”.

CriadorO sucesso, obviamente,

aguçou não apenas a curio-sidade das pessoas, mas também da mídia. Todos queriam saber quem era o responsável pela ideia. Porém, após conjecturas de que Lopes estaria se escondendo por medo ser processado pela marca, ele decidiu que seria hora de revelar quem estava por trás de Gina. “Confesso que

foi a melhor coisa que fi z. Fiquei na página principal do “Globo.com” por uma se-mana. Não esperava esse sucesso. Hoje, não consigo passar despercebido. Mui-tas vezes estou andando na Paulista ou na Augusta (ruas de São Paulo) e as pessoas me reconhecem. Eu adoro. Sempre sou muito recepti-vo, gosto de conversar”, diz. Aliás, essa é característica de um bom taurino.

E como não poderia deixar de ser, sua vida profissional mudou com-pletamente. “Eu estava no 3º período da facul-dade, nem estagiava. Depois desse “boom”, recebi várias propostas de emprego e aceitei o da empresa que estou até hoje (CuboCC). Cresci e estou conquistando cada vez mais meu espaço. Sei que boa parte disso deve-se a Gina, mas muito é do meu talento, meu mérito”. Sobre a conta bancária, ele garante que continua do mesmo jeito. “Não mudou nada nesse quesito”, ri.

BRUNO MAZIERIEspecial EM TEMPO

Sucesso na internetE para quem acha que a Gina

Indelicada foi o primeiro sucesso de Henrique Lopes na internet, está muito enganado. O jovem mineiro já havia conquistado diversos inter-nautas e até mesmo celebridades como a cantora Cláudia Leitte e o cantor Kaká com o perfi l no Twit-ter “@VouConfessarQue”. “Ele teve uma longa duração. Era o terceiro perfi l mais retuitado do mundo. Mas percebi que as pessoas estavam migrando para o Facebook e decidi acabar com ele”, explica.

Sem patrocínio da marcaE pela sinceridade de Gina, muitas vezes

a interpretação dos internautas é contrária a de Lopes. Um dos exemplos foi: “Burro é o homem que troca uma mulher que é dele, por uma mulher que é de todos”, no qual a seguidora subentendeu que a mulher era um objeto do homem.

“Isso acontece, é inevitável. Mas não lido com isso. Tenho dó de quem não consegue entender as coisas que são escritas. Só desejo que elas voltem para o ensino médio e aprendam sobre

interpretação de texto”.Lopes conta que chegou a participar

de uma reunião com Alfredo Rela Net, responsável pela marca de palitos, mas garante que não é patrocinado pela empresa. “Nossa conversa foi basicamente para tratar sobre o uso da imagem. Nada além disso. Não recebo dinheiro deles ou qualquer coisa do tipo. Foi somente para dizer que eu poderia usá-la sem receber um processo”.

Atualmente, Lopes viaja o país to-cando em festas com diversos temas. “Nunca tive a pretensão de ser DJ. Tanto que só aceitei o primeiro con-vite depois de 1 ano e foi uma coisa louca. Não quis mais parar de tocar”. Seus sets são repletos de músicas

“rebolativas”, como ele mesmo fez questão de exemplifi car. “Vai do pop até “bagaceira”, como Valesca Popozuda. E estou muito feliz de conhecer Manaus, uma realidade distante da minha. Os manauenses podem esperar uma noite como nunca viram”, fi naliza.

Henrique Lopes é o criador do perfi l virtual

Ele no comando das picapes

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Criador do “Gina Indelicada” mostra o seu lado DJ em Manaus, no dia 21

SERVIÇOFESTA “VALEI-ME 3.0”

Quando:

Onde:

Quanto:

Dia 21 de março, a partir das 22hRepública Real (avenida Djalma Batista, 705, Chapada)R$ 25, venda na Forum (Manaura Shopping)

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

‘Star Wars’ com ingressos à vendaO concerto “Música no Es-

paço”’, que lotou o Teatro Amazonas em três edições, voltará ao palco principal do Estado com mais duas apresentações nos dias 29 e 30 de março, às 20h e 19h respectivamente, em eventos promovidos pelo governo do Estado por meio da Secreta-ria de Estado de Cultura.

Os valores dos ingressos devem ser os mesmos das edições anteriores: R$ 20 para plateia e R$ 10 para frisas/camarotes e pode-rão ser adquiridos na bi-lheteria do teatro, a partir das 9h de amanhã.

De acordo com o titular da SEC, Robério Braga, o sucesso do espetáculo foi surpreendente. Para ele, con-certos menos tradicionais como este representam uma democratização da manifes-tação artística.

“Fiquei bastante entusias-mado. Adorei a apresenta-ção, pois estamos atraindo um público mais jovem, que começou a ver que a música erudita está nos comerciais,

nos fi lmes, na televisão e nas bandas de rock”, sintetizou.

Assim como nas apresenta-ções anteriores, a Orquestra Filarmônica do Amazonas, sob a regência do maestro Mar-celo de Jesus, promete muitas

surpresas e elementos cêni-cos em sua apresentação. “A grande aceitação do público nos abre para novas possibi-lidades e inovações no futuro próximo”, revelou o regente.

O concerto começa com “Assim falava Zaratustra” do alemão Richard Strauss e es-colhida para a cena de aber-tura do fi lme clássico “2011,

Uma Odisseia no Espaço”, sendo considerada atualmen-te uma das mais conhecidas trilhas sonoras do cinema de todos os tempos.

A segunda parte tem como tema o Universo pela visão e sensibilidade do compositor inglês Gustav Holst em sua suíte “Os Planetas”, na qual elemento do Sistema Solar tem uma identidade própria e exclusiva.

Por fi m, devidamente ca-racterizados, os integrantes da Filarmônica voltam ao palco para a “Star Wars Sui-te”, do norte-americano John Williams. Composta para a série de fi lmes “Guerras nas Estrelas”, as peças – incluin-do “The Imperial March (Dar-th Vader’s Theme)” – fazem parte da cultura pop mundial ao mesmo tempo em que são consideradas pelos especia-listas algumas das mais vir-tuosas obras para orquestra nas últimas décadas.

Para mais informações so-bre ações promovidas pela SEC acesse facebook.com/culturadoamazonas.

CONCERTO

Além do repertório com canções dos fi lmes, músicos da orquestra usam fi gurino especial

VALORESOs valores dos ingres-sos serão R$ 20 para plateia e R$ 10 para frisas e camarotes e poderão ser adquiridos na bilheteria do tea-tro, a partir das 9h de amanhã. Demais seto-res são gratuitos

DIEGO JANATÃ

. O maior festival de música sertaneja do Brasil está de volta a Manaus. O Villa Mix, evento que reúne alguns dos principais nomes do sertanejo é uma realização da Fábrica de Eventos e terá como atrações: Zezé di Camargo & Luciano, Jorge & Mateus, Matheus & Kauan, Gusttavo Lima e Israel Novaes.

. O Villa Mix será realizado no Centro de Conven-ções (sambódromo), no dia em 5 de abril e promete inovar no conceito de “ver show” em Manaus, isso porque entre as novidades está a área VIP Extra, um local onde o público poderá ter acesso direto aos artistas que se revezarem no palco.

>> Villa Mix

. A Páscoa está chegando e o Messer Núcleo de Gastronomia, localizado no Parque 10, oferecerá cursos para preparação de ovos de chocolate, recheio com trufas, chocolate com sabor, ovos estampados, esculturas de chocolate, ornamentação de mesa e muito mais.

. As aulas serão realizadas a partir da próxima quarta-feira, dia 12, até sexta-feira, dia 14, sob o comando da expert no assunto, Veroka Marques, que é chef de cozinha e professora especializada em elaboração de doces. O curso está aberto ao público em geral e também é uma oportunidade para quem quer ganhar uma renda extra com a venda dos ovos.

>> Chocolates

. A Secretaria de Estado de Segurança, em parceria com a Unidade Gestora do Projeto Copa e com o Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito de Manaus são responsáveis pelo esquema de segurança e mobilidade urbana para o jogo de inauguração da Arena da Amazônia, entre Nacional, de Manaus, e Remo, de Belém (Pará). Serão 2,1 mil policiais militares dentro e no entorno do estádio para dar segurança aos torcedores que forem assistir ao jogo.

. Serão montados quatro pontos de contenção na avenida Constan-

tino Nery e ruas adjacentes, que serão interditadas para a realização da partida. Cada ponto terá a presença de 60 policiais militares, que trabalharão em turnos de seis horas.

. A partir das 7h de hoje, será iniciada a interdição das vias. Foi delimitado um perímetro de um quilômetro para essa interdição no entorno da Arena da Amazônia.

>> Arena

O longa-metragem infantil “O Reino Perdido” será exibido gratuita-mente neste sábado e domingo, a partir das 17h, no Parque Cidade da Criança. A animação conta com as vozes de Amanda Seyfried, Josh Hutcherson e do roqueiro Steven Tyler. É bom ressaltar que serão exibidas três sessões por dia.

Outra opção para quem estiver no local, é se aventurar na tirolesa recém-inaugurada e que conta com uma equipe de segurança. Vale ressaltar que todos passaram por uma série de treinamentos e o espaço foi devidamente aprovado pelo Corpo de Bombeiros.

>> Animação estrelada. Quem gosta de poesia deve fi car de olho no “A Cidade por

Bandeira”, novo lançamento da Editora Batel que acaba de chegar às livrarias. Com curadoria de Elza Kawakami, a obra reúne trechos selecionados da obra de Manuel Bandeira, linkados a belas imagens do Rio de Janeiro clicadas pelo fotógrafo Benoit Fournier, francês radicado no Rio.

. Com a junção das imagens, textos e o projeto gráfi co de Gueko Hiller, a obra tenta passar uma experiência sensorial, provocada pela visão de pessoas que escolheram o Rio de Janeiro como casa.

>> Livro

>> Estreia na ponta dos pésCom exclusividade para co-

luna, um dos registros do re-cente ensaio fotográfi co com o bailarino Marcelo Mourão na Arena da Amazônia. Pe-las lentes da fotógrafa Ruth Jucá, o amazonense escolheu o cenário por ser o mais novo ícone do Estado do Ama-zonas.

O artista, que reside em Nova York e é o primeiro baila-rino do American Ballet Thea-ter, foi o primeiro manauense de renome internacional a pisar no gramado do local, que será um dos palcos da Copa do Mundo de 2014.

FOTO 6: André, Ana Luiza e Tereza Becil no camarote Amazônia na Sapucaí

FOTO 8: Chico Recarey e Tonia Seixas na Sapucaí

Marilia e Murad Aziz no camaro-te exclusivo da Grande Rio

Diógenes Queiros de Fred Mercury no badalado baile do Glamurama

Waltinho Oliva Pinto e Waisser Botelho na badalada feijoada King que movimen-tou a Barra no Rio de Janeiro

Karine e Orsine Oliveira no setor chique da Sapucaí

Pedro Monteiro e Renata Ruiz no baile do Glamurama no Rio de janeiro

Os italianos Santo e Giovanna Deodato no Baile da Cidade na Hípica do Rio de Janeiro

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O maior festival de música sertaneja do Brasil está de volta a Manaus. O Villa Mix,

evento que reúne alguns dos principais nomes do sertanejo é uma realização da Fábrica de Eventos e terá como atrações: Zezé di Camargo & Luciano, Jorge & Mateus, Matheus & Kauan, Gusttavo Lima e Israel Novaes. O Villa Mix será reali-zado no Centro de Convenções (sambódromo), no dia em 5 de abril e promete inovar no con-ceito de “ver show” em Manaus, isso porque entre as novidades está a área VIP Extra, um lo-cal onde o público poderá ter acesso direto aos artistas que se revezarem no palco.

Na área VIP extra o público fi ca entre a estrutura da pas-sarela, por onde os artistas passam, e o palco, permitindo maior proximidade e interação com os artistas. “Na área VIP extra somente 400 felizardos terão a possibilidade de fi -car mais próximo do artista e curtir, ainda mais de perto às apresentações. Nas edições do Villa Mix pelo País esse formato tende a ser reproduzido, e aqui em Manaus isso irá acontecer nesta edição”, afi rma a proprie-tária da Fábrica de Eventos, Bete Dezembro.

A área mais VIP do Villa Mix oferecerá, além da sensação de estar “dentro” do palco outras comodidades aos privilegiados que estiverem ali, tais como open bar até as 4h - com chopp Brahma, vodka, whisky 8 anos, caipirinha, caipiroska, água e refrigerante -, lounge com ar condicionado, open food, entre outras comodidades. O espaço pode ser adquirido em até 3x no cartão de crédito pelo site www.fabricaingressos.com.

Outro ponto que merece des-taque é o palco por onde Zezé di Camargo & Luciano, Jorge & Mateus, Matheus & Kauan, Gusttavo Lima e Israel Nova-es irão se revezar durante as apresentações. De acordo com, Bete essa será a primeira vez que Manaus terá um palco com dimensões dos palcos utilizados pelos grandes artistas interna-cionais que vem ao Brasil.

“O palco será completamen-te novo, com uma estrutura nova e com medidas nunca antes utilizadas em Ma-naus. Ele terá 20 metros de frente, por 18 metros de fundo e 12 metros de pé direito. É o tamanho de um palco utilizado artistas renomados internacionalmente e que agora será

utilizado nos grandes even-tos da Fábrica também. Esse será o maior palco já montado em Ma-naus”, afi rma ela.

Manaus será a segunda cidade do Brasil a receber, em 2014, o Villa Mix. A primeira será Cuiabá (MT), onde o maior festival de música sertaneja do país abre a programação deste ano em 22 de março.

O Villa Mix nasceu em Goiânia há cinco anos e há três excursiona por algumas das prin-cipais capitais brasileiras.

chega com inovaçõesRealizado pela Fábrica de Eventos, festival terá Zezé di Camargo & Luciano, Jorge & Mateus, Matheus & Kauan e outros

Villa Mix

SERVIÇOVILLA MIX

Quando:Onde:

Ingressos:

5 de abrilCentro de Convenções (sambódromo)1º LotePista (estudante) – R$ 60Camarote – R$ 200 por pessoaÁrea VIP – R$ 250 Área VIP extra – R$ 450 (femi-nino) e R$ 500 (masculino)www.fabricain-gressos.com

Proarte divulga selecionadosNa última sexta-feira, dia

7, foram divulgados os sele-cionados pelo Programa de Apoio às Artes (Proarte) edi-ções 2013/2014. A iniciativa, que é do governo do Estado por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), dis-ponibilizou a quantia de R$ 4,8 milhões que serão gastos na realização de diversos pro-jetos nas categorias música, teatro, circo, dança, cultura indígena, cultura popular, cinema, artes visuais, bolsa apoio, circo, vídeo, literatura, pesquisa artística e cultural.

A seleção contou com duas etapas. A primeira consistia na inscrição do projeto por meio do site da secretaria destinado aos editais pú-blicos (www.editaiscultura-mazonas.com) e no Centro Cultural Povos da Amazônia. Já a segunda, era baseada na entrega de documentação exigida pela própria Sec jun-tamente com a importância de cada programa. Vale res-

saltar que os selecionados terão até 12 meses para colocar em prática seus pro-jetos e os valores variavam de R$ 5 mil a R$ 40 mil,

dependendo da categoria.Um dos selecionados, o

fotógrafo do EM TEMPO, Alberto César Araújo, teve o projeto “Quatro Elementos” aprovado na categoria artes visuais. O valor de R$ 10 mil será empregado em uma ex-posição, em um espaço gerido pela própria SEC (com data

e local a defi nir) e mostrará os quatro elementos da natu-reza – terra, fogo, água e ar – em fi neart. Além das fotos de Araújo, a mostra conta-rá com imagens de Danielo Mello, Raphael Alves, Gedeon Santos. Todos fazem parte do coletivo Foto Amazonas.

Na categoria música estão nomes conhecidos do grande público como Lucilene Cas-tro (“Hotel Cassina” – R$ 7 mil), Ednelza Sahdo (“Uma Saudade, Uma Rosa... Um Beijo!” – R$ 10 mil), Márcia Siqueira (“Ritual” – R$ 35 mil) e Elisa Maia (“Turnê Norte de Lançamento da cantora Elisa Maia”- R$ 35 mil). Já no teatro importantes artistas como Narda Teles (“A Menina dos Brincos de Ouro” – R$ 25mil), Michel Guerrero (“Que Diabo Deu Em Barbie Jane?” – R$ 25 mil) e Arnoldo Barreto (“Vestido de Luxo” – R$ 25 mil). Mais informações podem ser obtidas por meio do www.editaisculturamazonas.com.Um dos projetos aprovados foi o “Quatro Elementos” do qual Alberto César Araújo faz parte

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VERBAAo todo serão dis-ponibilizados R$ 4,8 milhões para as mais diversas áreas cultu-rais como dança, circo, teatro, cultura popular, literatura, artes visu-ais, pesquisa artística e música

Evento, que nasceu em Goiânia, reúne os

grandes nomes do sertanejo brasileiro,

como Zezé di Camar-go e Luciano

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MR. PIZZO

‘Mistura nutritiva’ agita o Gargalo Os formandos de nutrição

da Faculdade Fametro pro-movem hoje, a partir das 15h, no Gargalo Sport Beer (rua Rio Branco, 12, Vieiralves), a festa “Mistura nutritiva”, com as bandas Cuka Fresca, Pegada Sertaneja e grupo Calçada do Samba.

Um dia de muita música é a proposta do evento, abrin-do a tarde, o grupo Calçada do Samba traz muita ginga no pé com samba, pagode e samba de raiz. Em seguida o Cuka Fresca faz um revival de

músicas que embalaram as noites das décadas de 80, 90 até a atualidade. Encerrando a noite é a vez do sertanejo com a banda Pegada Sertaneja que vai do sertanejo universitário até o tradicional.

A produção do evento será da Arrecadar Produções e eventos e segundo o empre-sário Hans Yung, a “Mistura nutritiva” será diferente e o repertório que será baseado nas músicas preferidas dos universitários. “Trabalhamos sempre em cima do gosto

musical, e buscamos melho-rar cada evento e sempre apresentando misturas inusi-tadas, o que faz da festa um diferencial”, afirma.

Como todos os eventos de formandos, parte do dinhei-ro arrecadado será revertido para o pagamento da festa de formatura.

Os ingressos custam R$ 25 (individual) com chope libera-do das 15h às 18h. Outras in-formações e reservas podem ser feitas pelos fones: (92) 8144-0316 ou 9508-3451

HOJE

Realizada pelos formandos de nutrição, festa terá três atrações de samba, na tarde de hoje

Equilíbrio perfeito entre música e performance

RESENHA

PERFIL

Luiz Otavio Martins é jornalista

O show “The Truth About Love”, da cantora norte-americana P!nk,

tem teatro, coreografias, humor, acrobacias, troca de roupas, caras e bocas. En-tretanto, no final das contas, como a própria artista diz numa das entrevistas para os extras de seu novo DVD/Blu-ray, tudo diz respeito à mú-sica. E é verdade. Essa nova produção da cantora equili-bra muito bem os aspectos visual e musical, bem mais até do que as incursões pe-los palcos de outras colegas suas do cenário pop recente. Ou seja, é fácil ficar admi-rado com os dotes físicos e com as habilidades circen-ses de P!nk após assistir ao show, mas também sobram “uaus!” para a performance de sua banda.

O registro em vídeo foi gravado em Melbourne, na Austrália, e a base do es-petáculo é o sexto CD da artista, lançado em 2012, também chamado “The Tru-th About Love”. A turnê per-correu cidades da América do Norte, Europa e Austrália de fevereiro de 2013 a ja-neiro de 2014.

As músicas da primeira parte – “Raise Your Glass”, “Walk Of Shame”, “Just Like A Pill”, “U + Ur Hand” e “Le-ave Me Alone (I’m Lonely)” – mostram o lado mais rock do que pop de P!nk. E imedia-tamente abrem espaço para um dos pontos altos do show: a discussão física entre a cantora e o dançarino Colt Prattes na balada “Try”. É ba-sicamente a mesma coreo-grafia do ótimo videoclipe (que por sua vez foi levada para os palcos do “American Music Awards” e do progra-ma de TV alemão “Wetten, Dass..?”), com a mesma dose de sentimento.

E esse bloco é para como-ver mesmo. Primeiro com a interpretação de P!nk para o hit “Wicked Game”, lançado em 1989 por Chris Isaak, sem tomar liberdades no arranjo e melodias originais, e depois com a apresentação de “Just Give Me A Reason”, baladona em que divide os vocais com o cantor (no telão) Nate Ruess, vocalista da banda Fun.

Igualmente inesquecível é a impressionante perfor-mance para “Sober”, single do álbum “Funhouse”, de 2008. A cantora e seus dan-çarinos acrobatas mostram suas habilidades suspensos numa instalação circular

– sem o auxí-lio de cabos de segurança.

A irreve-rência que é marca re-gistrada de P!nk desde o início de sua carreira dá as caras em com-posições c o m o “Slut Like You”, mas a artista também t e m -p e r a um set a c ú s -t i c o com a ternu-ra de “Time Aster Time”, um dos maiores sucessos de Cyndi Lauper.

Muitos podem imaginar que, desde que P!nk come-çou a investir em números circenses, suas apresenta-ções tenham ficado mais repetitivas nesse aspecto. Em outras ocasiões pode até ter existido uma certa overdose. O novo espetá-culo, porém, equilibra bem os elementos que com-

põem o universo ora explo-sivo, ora intimista da artista – com ou sem performances suspensas no ar.

No Brasil, o vídeo “The Tru-th About Love Tour: Live From Melbourne” está disponível somente em DVD, mas inclui os mesmos extras da edição importada em Blu-ray, entre eles o documentário com os bastidores da turnê.

Essa nova produção da cantora equilibra muito bem os aspec-tos visual e musical, bem mais até do que as incur-sões pelos palcos de outras cole-gas suas do cenário pop recente”

DIVULGAÇÃO

LUIZ OTAVIO MARTINSEquipe EM TEMPO

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REGI

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

ELVIS

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoLiberadoEmiliano Queiroz encer-

rou seu trabalho na série “Doce de Mãe”, e passa a ser exclusivo das grava-ções de “Meu Pedacinho de Chão”, próxima novela das seis na Globo.

Padre Santo é o seu personagem

AtrasoApesar de todos os es-

forços, a novela “Em Fa-mília” tem ainda um ritmo bem conturbado em suas gravações, porque tudo continua sendo feito em cima da hora.

Um problema que teve início desde o enxuga-mento da primeira fase, com o salto de alguns capítulos.

Não basta uma?Todos os indicativos,

em relação à persona-gem da Viviane Pasman-ter em “Em Família”, é que ela será uma pessoa muito do mal. Alguém na linha da Carminha da “Avenida Brasil” ou Félix, antes de virar santo, em “Amor à Vida”.

Toda novela que se preze tem que ter alguém do tipo. A pergunta que se faz é: precisava da cobra vir junto? Não era sufi ciente só ela?

Primeiro encontro Amanhã, 10, Jô Soares já tem reunião marcada

com sua equipe na Globo em São Paulo, para falar sobre a nova temporada do seu programa que vol-tará ao ar dia 17.

Jô vai encontrar um “cenário” diferente nessa sua volta ao ar, com o Danilo Gentili no SBT e o Rafinha na Band, no comando de talk-shows diários.

Bate-rebate• A TV Gazeta de São Paulo

estreia amanhã, dia 10, às 23h30, o programa “Hora do Voto”, com Maria Lydia.

• Priscila Fantin, após “Malhação”, na Globo, agora grava participação na série “As Canalhas”, do GNT.

• Ela vai aparecer no epi-sódio “Júlia, a secretária ambiciosa”.

• O carioca Kevin Whi-te, que canta em inglês, já emplacou dois trabalhos nas trilhas de novelas da Globo.

• Longe da TV, após “Amor à Vida”, Mateus Solano tem como próximo compromis-so no vídeo o evento “Melho-res do Ano”, do “Domingão”, dia 16.

• Já a partir do dia 25, Mateus ficará por conta da divulgação do filme “Confia em mim”.

Nova temporadaA 3ª temporada da série “Tabu Bra-

sil” tem estreia prevista para abril, no Nat Geo, com os temas matrimônios, partos polêmicos, humanização dos pets, superdotados, obesidade, ado-ção e prisão feminina.

Entre as ações para promover a volta do programa, o canal colocou um grande painel de grafi te num cruzamento próxi-mo ao terminal Bandeira e à 9 de Julho, no centro de São Paulo. O desenho foi concebido e realizado pelos grafi teiros Paulo Ito e Deco Farkas.

DIVULGAÇÃO

• A música “The Reason of My Smile” integrava a trilha de “Flor do Caribe”, enquanto “One Of A Kind” está na novela “Em Família”.

C’est fi ni

Em “Ensaios sobre a Cultura e o Ministério da Cultura”, o economista Celso Furtado, nesta coletânea de con-ferências e palestras, tem nos como estimulado a um debate não exata-mente novo no campo das políticas públicas para a cultura no Brasil, mas certamente uma novidade em se tratando do assunto em Manaus. A ideia de desestatizar alguns setores produtivos culturais de massa como o Boi Manaus, o Carnaboi e o desfi le das escolas de samba de Manaus foi apontado como um dos itens a serem discutidos já para o ano de 2015 e, segundo alguns, um dos fatores de “desestímulo” do Carnaval 2014.

Não se sabe ao certo quem começou o imbróglio, mas aspectos como a baixa participação popular, carência de recursos, difi culdades de organi-zação jurídica das escolas, problemas judiciais, enfi m, todo um conjunto de infortúnios ocasionou no inédito e ines-perado resultado fi nal em que todas as escolas do grupo especial foram consagradas campeãs, uma forma de solidariedade ao momento pre-sente. Polêmicas à parte, os próprios presidentes foram coniventes com a proposta (com exceção de um), certo ou não, foi feito e tá falado.

Agora, qual o papel do Estado no fomento, apoio ou salvaguarda das manifestações folclóricas e demais expressões culturais? Que tipos de manifestações devem ser consi-deradas pelo Estado de “interesse público”, interesse este acima de todos os interesses com vistas ao bem da coletividade?

É certo que é dever do Estado se importar com tudo aquilo que não pode ser vendido ou privatizado. Pode se vender ou privatizar o Boi Manaus ou o Carnaboi, por exemplo, mas não podemos vender as toadas, a dança, a história, a culinária típica, as cores, o artesanato, as “rixas” bovinas, em suma, isso é dever do Estado de va-lorizar, promover e preservar. Neste

sentido, uma comissão formada pelos bois poderia assumir a organização da festa, a captação de recursos (obtida através da Lei de Incentivo à Cultura de Manaus) – que está em vias de implantação - ou pela Lei Rouanet, e o Estado entra com a promoção turís-tica, o apoio operacional (segurança, policiamento, saúde etc), divulgação e regulação de alguns itens como pro-gramas de sensibilização ao empresa-riado local com vistas a participação nas respectivas leis e/ou criação de novas renúncias fi scais através da Suframa, por exemplo.

O mesmo pode ser estendido para as próprias escolas de samba. Pequenos empreendimentos como uma pada-ria ou açougue poderiam contribuir através da produção de fantasias ou mesmo com a compra de outras e/ou alas inteiras. O empresário confeccio-naria a mesma a partir do protótipo dado pelo carnavalesco e a venderia a fantasia já com a mais-valia incidida no preço da roupa, taxa estipulada pela própria escola.

Em suma, o Estado não pode ofe-recer prebendas e concessões àquilo que já é ou tem princípios mercado-lógicos, oferta e procura, mais-valia e lucro onde determinados grupos se benefi ciam economicamente (dinheiro em troca, digo) como empresas de bebidas, vendas de abadás ou tururis etc. O Estado deve proteger e investir naquilo que é imaterial, que é um bem comum a coletividade.

São muitas as estratégias para o incremento desse sistema produtivo do carnaval e do Boi Manaus/Carnaboi. Cada um, poder público e sociedade civil, deve fazer a sua parte para juntos fi rmarmos um pacto de ressignifi cação das festas onde o poder público atue apenas com o que deve atuar, ou seja, como o regulador deste processo (parte do fomento, divulgação, apoio e promoção), e já estamos em tempo de promover uma mudança de para-digma. Chegou a hora.

Márcio Braz E-mail: [email protected]

Márcio Braz *ator, diretor,

cientista social e membro do

Conselho Muni-cipal de Políti-ca Cultural de

Manaus

Polêmicas à parte, os próprios presiden-tes foram coniventes com a pro-posta (com exceção de um), certo ou não, foi feito e tá falado”

A desestatização da cultura

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Programação de TVSBT

GLOBO

5h Santa Missa6h Amazônia Rural6h30 Pequenas Empresas, gran-des Negócios7h Globo Rural7h55 Auto Esporte

4h45 Bíblia Em Foco5h Santo Culto Em Seu Lar5h30 Desenhos Bíblicos8h30 Record Kids 9h Amazonas Da Sorte 10h Domingo Da Gente 14h15 O Melhor Do Brasil 18h20 Domingo Espetacular 22h15 Spartacus 23h15 50 Por 1 1h10 Programação Iurd

RECORD

BAND5h Power Ranger Dino Trovão6h Desenho6h30 Santa Missa No Seu Lar7h30 Sabadão Do Baiano8h Desenho9h30 Mackenzie Em Movimento9h45 Infomercial 10h15 Power Rangers Super Patrulha Delta10h45 Verdade E Vida11h Irmão Caminhoneiro 11h05 Minuto Da Copa 11h10 Pé Na Estrada11h35 De Olho Na Copa11h40 Band Folia 2014 I12h45 Brasil Open16h55 Minuto Da Copa 17h Sessão Livre 19h Só Risos 20h Polícia 24 Horas21h Pânico Na Band0h Band Folia Ii2h30 Igreja Universal

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Você está mais envolvente e sedutor, o que facilita a atração pelas pessoas. Os encontros podem ter uma conotação amorosa, mesmo em relações circunstanciais.

TOURO - 20/4 a 20/5 A comunicação afetiva está difi cultada, ape-sar de você estar mais desejoso por satisfa-ção, inclusive no amor. É preciso encontrar as condições adequadas.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Situações encantadas podem acontecer, mas de modo incontrolável. Você pode vir a sen-tir uma atração especial por um amigo ou alguém de seu ambiente social.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Você encontra falhas no procedimento de trabalho e precisa cuidar delas, mesmo que isso lhe custe um pouco. O entusiasmo pelo trabalho favorece dedicar-se como é preciso.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Os afetos buscam maturar e se estabilizar. Para isso acontecer, você terá que seguir seus sentimentos mais do que as seduções fáceis que o ambiente apresenta.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Você pode dar passos ousados no trabalho, melhorando certas condições e passando a fazer uso de recursos antes não disponíveis. Mas terá que partir de algo que lhe falta.

LIBRA - 23/9 a 22/10 A troca de ideias com algumas pessoas leva a momentos de intenso fascínio. Você se se-duz facilmente com conversas interessantes. Veja se realmente elas lhe interessam.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 As condições materiais que o mundo lhe apresenta podem trazer hoje algo agradável e mesmo apaixonante. Você pode usufruir de algo muito agradável.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 O dia vale pelo encanto presente na afeição com pessoas especiais. Os sentimentos amo-rosos são intensos, podendo mesmo ser em relação a alguém do ambiente social.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Você gosta de certos aspectos do trabalho aos quais pode não estar conseguindo se dedicar. Mas hoje talvez consiga fazer algo para conseguir se dedicar como gostaria.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Um dia para conhecer ambientes e ideias novos e legais. Encontros fora do esperado podem ocorrer. Não precisam ser encontros amorosos, mas podem ser também.

PEIXES - 19/2 a 20/3 A amorosa Vênus em tensão com o Sol indicam encontros amorosos gratifi cantes e intensos. No trabalho, algum apoio pode favorecer a solução de problemas.

CruzadinhasCinema

ESTREIAS

Justin e a Espada da Cora-gem: EUA. 10 anos. Playarte 1 – 14h40 (3D/dub/somente sábado e domingo).

Tudo Por Um Furo: EUA. 14

anos. Cinépolis 10 – 19h30 (dub/dia-riamente), 22h15 (leg/diariamente).

As Aventuras de Peabody e

Sherman: EUA. Livre. Cinemark 4 – 12h30, 15h, 17h30, 20h (3D/dub/diariamente), Cinemark 5 – 12h10 (dub/somente sábado e domingo), 14h40, 17h10 (dub/diariamente); Ci-népolis 3 – 13h50 (dub/diariamente), Cinépolis 4 – 13h, 15h15, 17h45 (3D/dub/diariamente); Playarte 1 – 12h40 (3D/dub/somente sábado e domin-go), 14h40 (3D/dub/exceto sábado

e domingo), Playarte 3 – 13h20, 15h20, 17h20, 19h20 (dub/diaria-mente), Playarte 4 – 19h20, 21h30 (dub/diariamente), 23h40 (dub/so-mente sexta-feira e sábado).

Sem Escalas: EUA. Livre. Cine-

mark 2 – 16h30, 19h10, 21h50 (dub/diariamente), 0h15 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinépolis 9 – 14h30, 19h45 (dub/diariamen-te), 17h, 22h20 (leg/diariamente); Playarte 4 – 19h20, 21h30 (dub/diariamente), 23h40 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Pompeia: EUA. 12 anos. Cinema-

rk 2 – 11h30 (dub/somente sábado e domingo), 14h (dub/diariamente), Cinemark 4 – 22h15 (dub/diaria-

mente); Cinépolis 4 – 20h15, 22h45 (3D/leg/diariamente).

Robocop: EUA. 14 anos. Cine-

mark 5 – 19h30, 22h25 (dub/diaria-mente), Cinemark 8 – 13h, 15h30, 18h30, 21h20 (dub/diariamente), 0h (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinépolis 2 – 13h05, 15h50, 18h40 (leg/diariamente), 21h30 (leg/exceto terça-feira), Cinépolis 8 – 13h30, 19h30 (dub/diariamente), 16h45, 22h10 (leg/diariamente); Playarte 9 – 14h10, 16h30, 18h50, 21h10 (dub/diariamente), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 10 – 13h10, 15h30, 17h50, 20h10 (leg/diariamente), 22h30 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Hércules: EUA. 14 anos. Playarte 3 – 21h20 (dub/diariamente), 23h20 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Trapaça: EUA. 14 anos. Cinépolis

3 – 20h40 (leg/diariamente). Uma Aventura Lego: EUA. Livre.

Playarte 7 – 13h30, 15h40 (dub/dia-riamente).

O Lobo de Wall Street: EUA.

16 anos. Cinépolis 3 – 20h55 (leg/diariamente).

Frankstein – Entre Anjos e De-

mônios: EUA. 14 anos. Playarte 8 – 13h15, 15h15, 17h15, 19h15, 21h15 (dub/diariamente).23h15 (dub/somente sexta-feira e sábado).

CONTINUAÇÕES

Tinker Bell - Fadas e Piratas: EUA. Livre.Nova aventura da fada Tinker Bell, após Tinker Bell e o Segredo das Fadas (2012).

Cinemark 3 – 11h50 (3D/dub/somente sábado e domingo), 13h50, 16h (3D/dub/dia-riamente); Cinépolis 10 – 13h20, 15h25, 17h25 (dub/diariamente).

300 – A Ascensão do Império: EUA. 18 anos. Baseado em Xerxes, quadrinhos de Frank Miller, e narrado no estilo visual de tirar

o fôlego do megasucesso “300”, o novo capítulo da épica saga leva a ação a um inédito campo de batalha – o mar – à medida que o general grego Themistokles (Sullivan Stapleton) tenta unir a Grécia ao liderar o grupo que mudará o curso da guerra. “300: Rise of an Empire” coloca Themistokles contra as enormes forças Persas, lideradas por Xerxes (Rodrigo Santoro), um mortal que virou deus, e por Artemesia (Eva Green), uma vingativa comandante da marinha persa. Cinemark 1 – 18h20 (dub/diariamente), 13h10, 15h45, 21h (dub/diariamente), 23h40 (dub/somente sexta-feira e sábado), Cinemark 6 – 11h20 (3D/dub/somente sábado e domingo), 13h40, 16h20, 19h, 21h40 (3D/dub/diariamente), Cinemark 7 – 12h40, 15h10, 17h40, 20h20 (3D/dub/diariamente), 23h (3D/dub/somente sexta-feira e sábado); Cinépolis 1 – 14h35, 17h10, 19h50, 22h35 (3D/leg/diariamente), Cinépolis 5 – 15h, 20h (3D/leg/diariamente), 17h30, 22h30 (3D/leg/diariamente), Cinépolis 7 – 14h, 19h (dub/diariamente), 16h30, 21h35 (leg/diariamente); Playarte 1 – 16h40, 18h50 (3D/dub/diariamente), 21h (3D/leg/diariamente), 23h10 (3D/leg/somente sábado e domingo), Playarte 5 – 14h, 16h10, 18h20, 20h30 (leg/diariamente), 22h40 (leg/somente sexta-feira e sábado), Playarte 6 – 13h30, 15h40, 17h50, 20h (dub/diariamente), 22h10 (dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 7 – 17h51, 20h01 (dub/diariamente).

Walt – Nos Bastidores de Mary Poppins: EUA. Livre.

Durante quatorze anos, Walt Disney tentou adquirir os direi-tos de Mary Poppins da escritora australiana P.L. Travers. Quando o acordo foi finalmente fechado e o filme foi terminado, a autora mos-trou-se muito descontente com o resultado final, especialmente no que diz respeito às cenas em animação. Cinemark 3 – 17h50, 20h40 (dub/diariamente), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sába-do); Cinépolis 6 – 13h15, 18h45 (dub/diariamente), 16h, 21h45 (leg/diariamente); Playarte 2 – 13h20, 15h50, 18h20, 20h50 (leg/diariamente), 23h25 (leg/so-mente sexta-feira e sábado).

REPRODUÇÃ

O

8h30 Esporte Espetacular 11h50 Temperatura Máxima 13h40 Divertics15h Futebol 2014: Campeona-to Carioca - Duque de Caxias x Fluminense17h Domingão do Faustão19h45 Fantástico22h05 Big Brother Brasil 1422h50 TUF: Em Busca de Cam-peões0h55 Sessão de Gala2h Corujão

5h Jornal Da Semana6h Igreja Universal7h Brasil Caminhoneiro7h30 Aventura Selvagem8h30 Vrum9h Sorteio Amazonas Da Sorte10h Domingo Legal 14h Eliana18h Roda A Roda Jequiti18h45 Sorteio Da Telesena19h Programa Silvio Santos23h De Frente Com Gabi1h Crimes Graves2h Alcatraz3h20 Big Bang4h Igreja Universal

O programa Silvio Santos é um dos principais ibopes durante os domingos na televisão

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Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

CDA reapresenta ‘Vazantes’, hoje

DANÇA

A relação entre o urbano e o meio ambiente e os movimentos e inquietações inerentes ao ser humano se-melhantes a periodicidade dos rios, em pleno coração da maior fl oresta do mundo, é o tema de “Vazantes”, es-petáculo de dança e multimí-dia estrelado pelo Corpo de Dança do Amazonas (CDA), do governo do Amazonas, que teve estreia ontem e será reapresentado hoje, às 20h, no Teatro Amazonas.

O espetáculo, promovido por meio da Secretaria de Estado de Cultura, marca o retorno das atividades do CDA nos palcos em 2014. Esse será o segundo traba-lho do grupo com o premiado bailarino e coreografo Má-rio Nascimento, idealizador e diretor do projeto.

Em “Vazantes”, o público poderá conferir pela pri-meira vez o encontro de diferentes linguagens que aparentemente não se re-lacionam com a dança, mas que de forma surpreendente se fundem com maestria no palco com a trilha sonora

pré-gravada com a Orques-tra de Câmara do Amazonas (OCA), regida pelo maestro Marcelo de Jesus e a leitura urbana e eletrônica do DJ Tubarão, além de um telão multimídia, que exibirá ví-deos gravados em diversos locais da cidade e da fl ores-ta no qual os bailarinos da imagem e os do palco irão interagir entre si.

“Será a primeira vez que o CDA irá trabalhar com estes novos elementos ao mesmo tempo. E a realização destas intervenções, cada vez mais positivas e frequentes, abre uma série de novas pos-sibilidades para todos os artistas do Estado”, avaliou a diretora artística do Cor-po de Dança do Amazonas, Monique Andrade.

De acordo com Monique, após esta primeira tempo-rada de estreia no Teatro Amazonas, o CDA – que já tem uma extensa agenda de apresentações e diversos espetáculos para o primei-ro semestre confi rmados – aguarda a confi rmação de novas datas para retomar

o espetáculo.

Rio Amazonas Com diversos trabalhos

realizados no Brasil e no exterior, o mato-grossen-se de nascimento, radicado em São Paulo e atualmente fundador, diretor artístico e coreógrafo da compa-nhia de dança que leva seu nome e está sediada em Belo Horizonte (MG), Mário Nascimento é a mente por trás de “Vazantes”.

Encantado desde sua primeira passagem pelo Estado para produção de “Cabanagem”, em 2010, ele mergulhou na cultura, sabo-res e sons regionais para criar o projeto.

“Minha impressão quan-do cheguei em Manaus pela primeira vez foi a mesma de muitas pessoas com quem conversei: surpresa e alegria enorme por perceber que no coração da fl oresta existe uma cidade rica em todos os sentidos, pulsante, vibrante e que tem estilos, tempos e movimentos próprios, assim como o rio Amazonas”.

Novo espetáculo, que estreiou na noite de ontem, tem a assinatura de Mário Nascimento

DIVULGAÇÃO

Tatiana Cury, Roseane Mota, Sueli Alexandre e Carlos Eduar-do De’Carli estão trocando de idade hoje.

Amanhã, Léa Macedo, Cris Bentes, Teca Loyola e Deme-trio Pinheiro estão aniver-sariando. Os cumprimentos da coluna.

As mulheres das instituições Martha Falcão receberam justís-sima homenagem (ontem) pela passagem do Dia Internacional da Mulher. Uma “Manhã de Beleza” com uma programação voltada para professoras e co-laboradoras, com destaque para a saúde feminina - prevenção contra o câncer do útero, DSTs e orientações sobre métodos contraceptivos.

Nelson Nunes ganha hoje almoço de aniversário da sua Dirce, no casarão da General Glicério.

O longa-metragem infantil “O Reino Perdido” será exibido gra-tuitamente hoje, a partir das 17h, no Parque Cidade da Criança. A animação conta com as vozes de Amanda Seyfried, Josh Hutcher-son e do roqueiro Steven Tyler. É bom ressaltar que serão exibidas três sessões durante o domingo.

Era Uma Vez... Hoje, no Tea-tro Manauara, “A Turminha da Floresta” comandará sessão magia com as aventuras do Zé Caboquinho, às 17h.

No anexo do prédio da OAB-AM, a partir de amanhã até o próximo dia 14, acontece uma programação toda especial para celebrar a Semana da Mulher Advogada CAAAM, na sede da instituição.

::::: Sala de Espera

Hoje, acontece a inauguração do es-tádio mais lindo do Brasil. Lógico que a coluna está falando da minha, da sua, da nossa, Arena da Amazônia. De anfi trião: o melhor governador do país, Omar Aziz, acompanhado pela atuante primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz. E no campo, às 18h30, a partida Nacional (do Amazonas) versus Remo (do Pará), pela Copa Verde. A belezura futebolística sediará três jogos da fase da Copa e é o oitavo estádio a ser inaugurado para a competição mundial. Aplausos!

::::: É chegado o dia!

A aniversariante da temporada, Enjem Jomaa, faz jus ao ditado: fi lho de peixe, peixinho é. Principalmente nos que-sitos educação, fi nesse, estilo próprio e beleza. Herdados da mamma Nejmi Jomaa Aziz, que além de primeira-dama do Amazonas e presidente do Fundo de Promoção Social é uma mãe presente e ativa na vida dos seus bambinos. Prova disso são seus posts nas redes sociais. Vida longa e muita prosperidade ao longo dos seus caminhos, Emjen. Papai do céu lhe reserve tudo de melhor, viu?

Na contramão do mercado amazonense que cada vez mais traz novas franquias para o Estado, a rede local Waku Ses-se avança para o sudeste do país. O delicioso açaí da grife gastronômica estará presente em duas cidades do interior de São Paulo e um centro de distribuição em Taboão da Serra. A meta é chegar até o fi nal do ano em Minas Gerais e Rio de Janeiro. É um produto “Made in Amazonas” e um bom exemplo de que a economia baseada nos pro-dutos da fl oresta pode render bons dividendos para o mercado local. Muito bem.

::::: ExpansãoO rei do Carnaval carioca Jorge Francisco, o Chiquinho, com dona Janete, ótimos anfi triões, no espaço da badalada grife Babado da Folia

Ivania e Hugo Levy também foram conferir o auê ca-rioca na Sapucaí, no espaço VIP, do Babado da Folia

Uma prática deixa motoristas de cabelos em pé no trânsito de Manaus. Tudo bem que as faixas de pedestres devem ser respeita-das, mas é bom lembrar aos transeuntes que faixa embaixo de sinal, só está liberada para passagem assim que o sinal abrir para o pedestre. Não são poucos os exemplos de pessoas, que estendem o braço, exigindo a parada do veículo em pleno sinal verde para o condutor. É bom o Detran-AM explicar isso direitinho. Pela fé!

::::: Perigo!::::: AlertaComo o período de cheia se aproxima e temos

uma enorme bacia de igarapés, que cortam Ma-naus, é preciso cuidado redobrado com a poluição, que insiste em inundar de garrafas PETs e outras sujeiras o leito de nossos combalidos braços de rio. Nas aéreas atingidas pelo Prosamim, a qualidade de vida da população e dos igarapés melhorou. Pena que a realidade ainda não é a mesma para todos os espaços urbanos onde passam os igarapés. Não jogar lixo neles já é um grande começo, viu?

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MANAUS, DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1010

3 Que bloco é esse? Os primeiros passos dos black blocs. Págs. 4 e 5

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FHC revê o regime militar E outras nove indicações culturais. Pág. 2

4

5

Preços congelados e fi scais aplicados

O escritor brasileiro é um ornitorrinco J. P. Cuenca de olho nos passos desse raro animal. Pág. 3

Rio de Janeiro, 1943. Pág. 7 Do arquivo de Evanildo Bechara

Diário de Buenos Aires. Pág. 6

Capadesenho a naquim deRafael Coutinho

6 A imaginação de Valter Hugo Mãe. Pág. 8Dentro do diamante líquido

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CURSOS | AUGÔSTO AUGUSTA Misto de livraria e galeria informal, o

local oferece também uma série de cursos. A partir de terça (dia 11), o professor de literatura brasileira na USP João Adolfo Hansen comenta dez dos principais livros brasileiros do século 20 --tais como “Serafi m Ponte Grande” (1933), de Oswald de Andrade, e “A Paixão Segundo G.H.” (1964), de Clarice Lispector.

de 11/3 a 13/5 | às ter-ças, das 10h30 às 12h30 | R$ 380

Ilustríssima SemanaO MELHOR DA CULTURA EM 10 INDICAÇÕES

Ilustríssimos desta edição

Folha.com

CAROLINA DE JESUSDocumentário pela passagem do centenário da autora do livro “Quarto de Despejo”

HOWARD HAWKSTrailer de “Hatari!” (1962), lon-ga do diretor protagonizado por John Wayne

EXPOSIÇÃOPinturas de Francisco Marin-gelli na galeria Mezanino

>>folha.com/ilustrissima

ANA PRATA, 32, é artista plástica.

CACO GALHARDO, 46, cartunista e ilustrador, é autor de “Dom Quixote em Quadrinhos” (ed. Peirópolis).

EVANILDO BECHARA, 86, linguística e fi lólogo, é mem-bro da Academia Brasileira de Letras. Escreveu “Moderna Gramática Portuguesa” (Lucerna/Nova Fronteira).

FRANCIS DUPUIS-DÉRI, 46, pesquisador canaden-se, é professor do departamento de ciência política da Universidade do Québec em Montréal. Publica no Brasil “Black Blocs” (Veneta).

BRASILEIRO

ESTRANGEIRO

ERU

DIT

O POP

ZÔ GUIMARAES/FOLHAPRESS

ARTE CÊNICA | MOSTRA INTERNA-CIONAL DE TEATRO DE SÃO PAULO

Demorou para chegar e perigou não passar por São Paulo. Mas “Sobre o Conceito de Rosto no Filho de Deus” (2011), espetáculo do italiano Romeo Castellucci que cumpriu turnê por importantes capitais do mundo, aterrissa em São Paulo. A peça abriu a primeira Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, ontem, e será novamente apresentada hoje (no Audi-tório Ibirapuera, às 19h). O festival promete sanar essa e outras lacunas nos palcos da cidade, carente de um evento que pescasse pelo mundo obras com olhares novos sobre o fazer teatral. Organizada por Antonio Araújo (Teatro da Vertigem) e Guilherme Marques (Centro Internacional de Teatro Ecum), a mostra ocupará, com 11 espetáculos, 10 salas da cidade. Um dos destaques é a per-formance “Eu não Sou Bonita” (dias 13, 15 e 16), da espanhola Angélica Liddell, sobre suas memórias de abuso sexual na infância. (Gustavo Fioratti)

até 16/3 | grátis (retirar ingressos uma hora antes) | programação em www.mitsp.org

SEMINÁRIO | 1964: 50 ANOS DEPOIS As professoras da USP Angela Alonso (socio-

logia) e Miriam Dolhnikoff (história) organizam, pelo Cebrap, um ciclo sobre o golpe militar. Os debates comentam a crise política e econômica que cercaram o governo de João Goulart, os aparatos da repressão e a produção cultural do período. No dia 25, às 19h, o ex-presidente Fer-nando Henrique Cardoso, o sociólogo Francisco de Oliveira e o fi lósofo José Arthur Giannotti fazem um balanço do regime militar.

Sesc Consolação | ter. (11), qua. (12), sáb. (15) e dia 25 | inscrições pelo site www.sescsp.org.br | informações em www.cebrap.org.br

GUILHERME MIRANDA, 26, é tradutor.

JOÃO PAULO CUENCA, 35, é escritor e colunista da Folha, autor de “O Único Final Feliz para uma História de Amor É um Acidente” (Companhia das Letras) e “O Dia Mastroianni” (Agir).

LUCAS NEVES, 29, é jornalista.

RAFAEL COUTINHO, 33, é quadrinista e artista plástico.

VALTER HUGO MÃE, 42, é escritor português nascido em Angola. Publicou “A Máquina de Fazer Espanhóis” (Cosac Naify), vencedor do Prêmio Portugal Telecom de 2012, e “O Remorso de Baltazar Serapião” (Ed. 34).

EXPOSIÇÃO | FRANCISCO MARINGELLI O artista, mais conhecido por suas xilogra-

vuras, inaugura sua primeira exposição exclusi-vamente de pinturas. As 25 obras de “Pinturas de Ateliê: Território do Efêmero” enfocam o próprio processo de criação de uma tela.

galeria Mezanino | de ter. a sex., das 14h às 20h; sáb, das 11h às 18h | grátis | até 12/4

REVISTA | IDE - PSICANÁLISE E CULTURA “Massa e Poder” é o tema do número 57 da

revista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Os artigos, inspirados pelas manifestações que começaram em junho do ano passado, buscam nos fenômenos sociais a interface entre o individual e o coletivo. O psicanalista Joel Birman, por exemplo, escre-ve sobre as diferenças entre os conceitos de “multidão” e “massa”. Já o escritor Julián Fuks relata os protestos a partir de suas experiências como manifestante.

Lançamento no sáb. (dia 15), às 11h30, na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo | R$ 35 | 230 págs.

LIVRO | TRATADO SOBRE O TEMPOO volume organizado pelos professores Fernando Rey Puente

(Departamento de Filosofi a da UFMG) e José Baracat Júnior (Língua e Literatura Grega da UFRGS) colige, em traduções inéditas, trechos de textos de Aristóteles, Plotino e Santo Agostinho sobre a passagem do tempo.

trad. Fernando Rey Puente, José Baracat Júnior, Clau-diberto Fagundes| Editora UFMG | R$ 25 | 156 págs.

LIVRO | RONALDO BRESSANE “Mnemomáquina”, do escritor e jorna-

lista paulistano, é um romance de fi cção científi ca editado com métodos mais do que centenários. A edição tem apenas 40 exemplares; capa em tecido escarlate, como os códices do século 14; e impressão em clichês tipográfi cos (técnica do século 18). O título refere-se a um invento, utili-zado por seita anarcoterrorista, capaz de prever o futuro. O volume traz ilustrações de Eva Uviedo.

Demônio Negro | R$ 50 | 340 págs | Lançamento hoje, na Feira Plana (no MIS), a partir das 12h

LIVRO | MARIA LYNCH Com formato que remete a um caderno de rascunho, o livro

“Desenhos/Drawings” reúne imagens abstratas que testam os limites da cor e da linha. O volume é acompanhado por um ensaio bilíngue do crítico Paulo Sergio Duarte sobre a artista carioca.

Cosac Naify | R$ 40 | 104 págs.

DVD | HATARI! John Wayne vive Sean

Mercer, líder de um grupo que caça animais na África nesta clássica aventura de 1962 que sai agora em DVD. A trupe encara ri-nocerontes enfurecidos e zebras ariscas, mas nada que se compare ao peri-go, físico e sentimental, representado pela fotó-grafa Dallas, interpretada por Elsa Martinelli, pronta a laçar Sean a qualquer instante. Um dos principais trabalhos do diretor ameri-cano Howard Hawks, “Ha-tari!” sintetiza com perfei-ção seus principais temas: a relação homem-mulher, a amizade e o senso de dever profi ssional.

New Line Home Video | R$ 37,90

CONFERÊNCIA | LILIAN THURAM Após pendurar as chuteiras,

Thuram, vítima de preconcei-to racial em sua carreira, criou uma fundação para promover a edução e combater o ra-cismo. O ex-jogador de fute-bol, campeão do mundo pela seleção francesa em 1998, participa esta semana de uma série de eventos no Brasil, organizados pelo MAR (Museu de Arte do Rio). A abertura, na terça (dia 11), acontece no Teatro Maison de France. Ele também se encontrará com alunos da UFRJ, da rede municipal de ensino e com jovens escritores negros.

de ter. (11) a sáb. (15) | programação e inscrição para a conferência de aber-tura em www.museudear-tedorio.org.br.

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2O ornitorrinco e a agente literária

Literatura

Foi numa sala de embarque que li “A Tradução, essa Fa-minta Quimera - Para Quem Escreve o Autor Local?”, artigo de Luciana Villas-Boas publica-do nesta “Ilustríssima” há dois

J. P. CUENCA

O ‘autor local’ escreve para o mundo

RESUMOO escritor J. P. Cuenca responde a texto de Luciana Villas-Boas publicado na “Ilus-tríssima” de 23/2, no qual a agente aponta-va a obsessão do au-tor nacional em obter projeção no exterior, antes de consolidar-se no Brasil. Para Cuenca, dimensionar a pretensão artísti-ca pela demanda do leitor médio é medio-crizar a literatura.

domingos. Estava nos Estados Unidos para divulgar a tradução de um romance, convidado pe-las universidades de Stanford, UCLA, Princeton, Yale, Brown, Illinois, Indiana e NYU. Apesar da lista elegante, foram leituras de alcance restrito, para turmas de pós-graduação. Ainda não cheguei ao sofá da Oprah ou à lista de mais vendidos do “New York Times”.

Foram necessários três anos e meio para que se esgotasse a primeira fornada, de 3.000 exemplares, de meu livro mais recente, que agora terá nova edição. Embora não seja um es-trondo comercial, “O Único Final Feliz para uma História de Amor É um Acidente” (Companhia das Letras, 2010) já chegou às li-vrarias de Portugal, Espanha, Alemanha, Argentina, França e EUA, ainda que em distribuição restrita. Até junho, será editado na Finlândia e na Romênia. O mérito é de cada um dos tra-dutores que se apaixonou pelo livro, normalmente propondo a tradução e antecipando-se a acordos editoriais. É da agên-cia e dos editores estrangeiros que acreditaram nas excen-tricidades deste escritor. Mas

nada disso seria possível sem o programa de traduções da Fundação Biblioteca Nacional. Sua retomada foi fundamental para a difusão da nossa literatu-ra no exterior nos últimos anos. (Importante lembrar que não se trata de invenção brasileira. Muitas das traduções que con-sumimos no Brasil são fruto de iniciativas similares, já bastante tradicionais em mercados como a Europa.)

Diferentemente de Villas-Boas e de Raquel Cozer, que também publicou texto na pe-núltima edição deste caderno, não sou grande conhecedor dos números de exemplares vendidos meus ou dos meus colegas de geração – numa mesa de literatos brasileiros dos anos 10, falar disso é tabu maior do que teorizar sobre a própria produção (ou do que confessar a inveja que temos dos escritores gaúchos).

Por isso não tenho o número total de vendas do meu livro fora do Brasil, mas desconfi o que seja maior que o doméstico. Se contarmos pelas tiragens, ele foi impresso três ou quatro vezes mais no exterior. Tam-bém foi mais resenhado fora.

Agora a imprensa argentina e francesa começam a falar dele, apontando aspectos que a crí-tica brasileira, portuguesa ou alemã não tinham levantado. E o romance começa a ser lido com atenção por alguns estudantes estrangeiros. Essas novas ca-madas de leitura jogam luzes diferentes à obra e oxigenam o seu autor.

Em termos absolutos, são nú-meros ainda pequenos. É um começo e uma aposta. Deixo, no entanto, ao departamento comercial das editoras e agên-cias o papel de julgar produção literária e sua repercussão ao longo da história por desem-penho das vendas.

EstouroAo contrário do que alguns

colegas e editores sugerem, não acredito que um escritor deva moldar sua literatura com o objetivo de ser acessível e virar um “estouro de mercado”. Num país que transformou au-tores como Guimarães Rosa e Clarice Lispector em cânone, dimensionar pretensão artís-tica sob a demanda do leitor médio seria fruto de uma in-versão lógica que, no limite,

nos levaria ao grunhido. Continuo a escrever exata-

mente o que quero, mas sempre me disponho ao embate. Nos úl-timos anos tive a sorte de vender livros em vilarejos ao norte da Alemanha, em balneários cari-benhos, em Macau e no Meio-Oeste americano. Também o fi z em dezenas de cidades do meu país, de Foz do Iguaçu ao interior do Maranhão.

O trabalho de arregimentar novos leitores – para mim e para a literatura brasileira – é um corpo a corpo ao qual tenho dedicado boa parte do meu tempo na última década, den-tro e fora do Brasil. É o foco do meu trabalho? Não. Escrevo para isso? Não. Ganho dinhei-ro com isso? Aqui, pouco. No exterior, nenhum. Mas esses encontros ajudam a entender o que faço. E, ainda que entre a espetacularização da fi gura do escritor e uma difusão efetiva do hábito da leitura exista um abismo por trás de uma cortina de fumaça de boas intenções, com sorte ganho um ou outro leitor ao fi nal dessas performan-ces. Por isso, continuo.

Cada leitor é tão importante quanto o próximo. “20 leitores

locais são mais preciosos que uma edição na Bulgária”? Não. A não ser que a edição búlgara tenha menos de 20 exemplares vendidos. O “autor local”, como Luciana Villas-Boas gosta de chamar, escreve para o mun-do, onde buscará seus leitores. Nem mesmo o seu país irá reconhecê-lo se ele não tiver essa pretensão.

Luciana Villas-Boas começa seu artigo com uma assertiva meio grosseira: “O autor brasi-leiro é vidrado numa tradução”. Depois, ao traçar com detalhe os motivos do divórcio entre literatura e sociedade nas últi-mas décadas, dá a dica que po-deria explicar nossa estranha obsessão, mas deixa a ponta meio solta. O autor brasileiro não é vidrado numa tradução por “cultivar o sonho coloniza-do e aprisionador do ‘sucesso no Primeiro Mundo’”, como o texto diz. Ele é vidrado numa tradução porque quer ser lido. E porque nasceu num país que tem lido muito pouca literatu-ra contemporânea. A tiragem inicial média de um romance em Portugal é a mesma do Bra-sil, ainda que nossa população seja 20 vezes maior.

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Política

RESUMOA série em que a “Ilustríssima” adianta lançamentos edito-riais traz excerto de “Black Blocs”, a sair pela editora Veneta no fi m do mês. No livro, cientista políti-co aborda as origens e o desenvolvimento da tática e enceta traçar um perfi l de seus participantes, com base em pesqui-sa histórica e entre-vistas com ativistas.

3Por trás das máscaras

O que distingue a tática dos black blocs nãoé o recurso à for-ça, tampouco o uso de equipa-mentos defensivos e ofensivos em passeatas e manifestações – ainda mais porque muitos black blocs já protestaram pacifi camente sem qualquer equipamento. Na verdade, o que diferencia essa tática de outras unidades de choque é sobretudo sua caracterização visual – a roupa inteiramente preta da tradição anarcopunk – e suas raízes históricas e políticas nos Autonomen, o movimento “autonomista” em Berlim Ocidental, onde a tática do black bloc foi empregada pela primeira vez, no início dos anos 1980.

Esse autonomismo (1) surgiu na Alemanha e depois se espa-lhou para a Dinamarca e a No-ruega. As origens ideológicas dos Auto-nomen são variadas – marxismo, feminismo radical, ambientalismo, anarquismo – e essa diversidade ideológica era vista em geral como garantia de liberdade.

Na Alemanha Ocidental, as feministas radicais tiveram um impacto profundo nos Autono-men, injetando um espírito mais anarquista no movimento, que, no resto da Europa Ocidental, era mais marcado pela infl uên-cia marxista-leninista.

As feministas buscavam re-defi nir a política, estimulando a autonomia em várias esferas: a individual por meio da rejei-ção à representação, de modo que as pessoas falassem por si mesmas, e não em nome do “movimento” ou de todas as mulheres; a de gênero, por meio da criação de coletivos exclusivamente de mulheres; a decisória, por meio da adoção de tomadas de decisões con-sensuais; e a política, por meio da independência de órgãos institucionalizados (partidos, sindicatos etc.), por mais pro-gressistas que fossem.

Os Autonomen praticavam uma política igualitária e par-ticipativa “aqui e agora”, sem líderes ou representantes; a autonomia individual e a au-tonomia coletiva eram, em princípio, complementares e

FRANCIS DUPUIS-DÉRI TRADUÇÃO GUILHERME MIRANDA ILUSTRAÇÃO RAFAEL COUTINHO

Um perfi l histórico dos black blocs

igualmente importantes. Os grupos autônomos alemães expressavam-se politicamen-te por meio de campanhas con-tra o pagamento de aluguéis e reapropriações de centenas de edifícios, que eram trans-formados em lares e espaço para atividades políticas.

Muitas dessas ocupações da-vam comida e roupa de graça e abrigavam bibliotecas, cafés, salas de reunião e centros de informações conhecidos como “infoshops”, assim como es-paços para shows e galerias de arte onde músicos e ar-tistas socialmente engajados podiam apresentar seu traba-lho. O mesmo movimento ocu-pou universidades e enfrentou neonazistas que perseguiam imigrantes, assim como po-liciais que protegiam usinas nucleares. Nessas ocasiões, os Autonomen usavam capacetes, escudos improvisados, bastões e projéteis.

República livreNão se sabe ao certo quan-

do o termo “black bloc” foi utilizado pela primeira vez. Alguns afi rmam que foi em 1980, quando um chamado pela mobilização anarquista de Primeiro de Maio em Frankfurt pedia às pessoas que “[se jun-tassem] ao Black Bloc”. Outra história localiza o surgimen-to do termo meses depois, quando a polícia avançou para desmontar a República Livre de Wendland, um acampamento em protesto contra a abertura de um depósito de lixo radiativo em Gorbelen, Baixa Saxônia.

Nos dias seguintes, foram organizadas manifestações em solidariedade, sendo a mais famosa a “Black Friday”, na qual, segundo consta, todas as pessoas estavam vestidas com jaquetas de couro preto e um ca-pacete de moto, com os rostos cobertos por bandanas pretas. As reportagens sobre o evento faziam referência ao Schwarzer Block (isto é, black bloc).

Outros ainda defendem que o termo foi cunhado em de-zembro de 1980 pela polícia de Berlim Oriental. Tendo de-cidido pôr fi m às ocupações, as autoridades municipais haviam autorizado a polícia a conduzir uma série de despejos extre-mamente violentos. Diante da ameaça iminente de uma ação brutal da polícia, diversos Auto-nomen com máscaras e roupas pretas foram às ruas para de-fender suas ocupações.

Nesse cenário, chegou a ha-ver ação jurídica contra a “orga-nização criminosa” conhecida como “o Black Bloc”. Mas a ação da procuradoria perdeu, e as autoridades admitiram que a organização nunca existira. De-pois, em 1981, foi impresso um panfl eto intitulado “Schwarzer Block”, com a seguinte explica-ção: “Não existem programas, estatutos ou membros do Black Bloc. Existem, porém, ideias e utopias políticas, que determi-nam nossas vidas e nossa re-sistência. Essa resistência tem muitos nomes, e um deles é Black Bloc”.

Um grande black bloc se for-mou em Hamburgo em 1986 para defender as ocupações

da rua Hafenstrasse. Cerca de 1.500 black blockers, apoiados por outros 10.000 manifestan-tes, enfrentaram a polícia e salvaram a ocupação. “Foi uma grande vitória”, afi rmou um ati-vista do movimento autônomo, “provando que era possível evi-tar despejos (2)”. A mobilização na rua aconteceu em colabo-ração com ações clandestinas contra as ameaças de despejo e ataques da polícia: pequenos grupos incendiaram mais de dez lojas, casas de políticos e prédios municipais.

Black blocs também apare-ceram em manifestações con-tra a visita do presidente nor-te-americano Ronald Reagan a Berlim Ocidental em junho de 1987. E, quando o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) se encon-traram em setembro de 1988, também em Berlim Ocidental, um black bloc participou dos protestos. Em algumas mani-festações, Autonomen usando capuzes pretos caminhavam nus nas ruas – o espetáculo paradoxal de um black bloc altamente vulnerável.

Hoje, a Alemanha tem os maiores black blocs (muitas vezes chamados de blocos au-tônomos). O serviço de segu-rança do país, Bundesamt für Verfassungsschutz [Escritório Federal para a Proteção da Constituição], estima – talvez com demasiada precisão – que os black blockers do país che-guem a 5.800.

Nas manifestações antica-pitalistas anuais de Primeiro de Maio em Berlim, os black blocs reúnem de 2.000 a 4.000 pessoas vestidas inteiramen-te de preto, envoltas por fai-xas e vestindo jaquetas de moletom com capuzes (jaque-tas de couro saíram de moda) e óculos escuros (agora que as máscaras foram proibidas na Alemanha).

TuristasEssas manifestações se tor-

naram tão famosas entre as redes militantes europeias que muitos Autonomen se queixam de “turistas ativistas”, que bus-cam protestos como oportu-nidades para farrear, são in-diferentes à realidade local e, pior de tudo, saem da cidade com a mesma rapidez com que chegaram a ela. Não é raro que essas pessoas comprem cerveja ao longo da manifes-tação e atirem os vasilhames vazios na polícia, sendo repre-endidas ou até mesmo tratadas com violência por Autonomen “straight edge” (que defendem a abstinência de tabaco, álcool e drogas em geral). Mesmo assim, no ano passado, viam-se em Kreuzberg, bairro de Berlim, pôsteres em inglês – voltados, portanto, para turistas ativis-tas – convidando as pessoas a entrar em um “bloco anarquis-ta/autônomo”.

Surgiram muitas outras oca-siões para a formação de bla-ck blocs, como os chamados para enfrentar os neonazistas reunidos em Dresden a fi m de lembrar, em 11 de fevereiro, o bombardeio da cidade durante a 2ª Guerra Mundial.

Em razão do tamanho e

do dinamismo do movimento autônomo alemão, várias re-des podem enviar chamados simultâneos para a formação de blocos autônomos. Os blo-cos nascidos na rede de ação antifascista são compostos principalmente por homens cuja atitude é mais belicosa. As mulheres são a maioria nas redes antirracistas, nas quais questões de diversidade e inclu-são têm mais importância.

ColoridosNos últimos anos, foram con-

vocados blocos multicoloridos, com o argumento de que pode ser insensível, do ponto de vis-ta cultural, associar o negro a anonimato e uso da força.

Um desses comunicados foi feito em 1º de abril de 2012, para uma manifestação em Eisenach contra o encontro de fraternidades nacionalistas xe-nofóbicas. O pôster mostrava dois personagens vestidos ao estilo dos black blocs, mas um estava de roxo e o outro, de rosa. Apesar disso, a maioria dos participantes apareceu de pre-to, e alguns dos antifascistas chegaram a fazer comentários homofóbicos e sexistas contra companheiros que usavam co-res mais extravagantes.

No acampamento No Bor-der, realizado em Estocolmo em junho de 20 da política de imigração europeia, foi emiti-da outra convocação para um

bloco colorido – atendida porém só por pouquíssimos ativistas suecos e alemães.

Também é importante men-cionar que, nos anos 2000, surgiram grupos autônomos-nacionalistas ou de ação antiantifascista de extrema-direita, que, em marchas ne-onazistas, se apropriaram do estilo dos black blocs: óculos escuros, capuzes, muitas faixas, música eletrônica. Blocos como esses chegaram a reunir cerca de mil fascistas em grandes manifestações.

TáticaComo a tática dos black blocs

migrou da Berlim Ocidental dos anos 1980 para a Seattle de

1999? Os sociólogos Charles Tilly, Doug McAdam e Dieter Rucht, especialistas em movi-mentos sociais, mostram como repertórios de ações coletivas consideradas efi cazes e legíti-mas para a defesa e a promoção de uma causa circulam entre períodos e lugares diferentes. Eles são transformados e dis-seminados ao longo do tem-po e entre fronteiras, de um movimento social para outro, segundo as experiências dos militantes e as mudanças na esfera política.

A tática dos black blocs se disseminou nos anos 1990, so-bretudo através da contracultu-ra punk e de extrema-esquerda ou ultraesquerda, via fanzines, turnês de bandas punks e con-tatos pessoais entre ativistas em viagens.

Acredita-se que tenha surgi-do pela primeira vez na Amé-rica do Norte em janeiro de 1991, durante uma manifes-tação contra a primeira Guerra do Iraque. O prédio do Banco Mundial foi alvejado, e janelas foram quebradas. Um black bloc foi organizado depois, no mesmo ano, em San Francisco, em uma manifestação no dia do Descobrimento da América, denunciando os 500 anos de genocídio perpetrado contra as nações indígenas, e outro surgiu numa marcha, em Washington, pelo direito das mulheres de mandar em seus corpos. Jor-nais anarquistas como o “Love and Rage” ajudaram a tornar a tática black bloc conhecida em toda a comunidade anarquista norte-americana.

A tática também foi usa-da no início dos anos 1990 por membros da Anti-Racist Action (ARA), movimento an-tiautoritário e antirracista nos Estados Unidos e no Canadá, dedicado ao confronto direto com neonazistas e seguidores da Supremacia Branca.

Ativistas da seção de Toronto da ARA foram a Montreal em 22 de setembro de 1993, onde se reuniram em um pequeno black bloc em protesto contra a reunião (posteriormente can-celada), que teria dois prefeitos franceses direitistas, da Frente Nacional, como oradores con-vidados. O resultado foi um confronto violento com a polí-cia, uma torrente de bombas de tinta contra o restaurante que havia recebido os “frontistes” e uma perseguição pelas ruas em que os manifestantes foram

atrás dos cerca de 30 skinheads neonazistas que haviam vindo proteger o lugar.

Em 24 de abril de 1999, um black bloc de aproximadamente 1.500 pessoas participou de uma passeata na Filadélfi a exi-gindo a liberação de Mumia Abu-Jamal, um dos fundadores da divisão local dos Panteras Negras, que havia sido acusado de matar um policial em 1981 e condenado à morte.

MídiaFoi em 30 de novembro de

1999, durante as manifesta-ções contra a reunião da OMC em Seattle, que a mídia exibiu a imagem do black bloc para o mundo.

Nos EUA, ao longo da década, a polícia vinha usando spray de pimenta contra manifestantes não violentos e fazendo prisões em massa, durante ações de desobediência civil realizadas por ambientalistas radicais da Costa Oeste. Imaginando que a atitude se repetiria, os black blockers optaram por uma tá-tica móvel que evitaria prisões em grande escala e ataques de spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

Na manhã de 30 de novembro de 1999, a polícia atacou os gru-pos de ativistas não violentos que vinham bloqueando a en-trada do centro de convenções desde as 7 horas, e os estoques de gás estavam acabando. Às 11 horas, o black bloc entrou em ação em uma área distante do centro de convenções. O bloco estilhaçou as janelas de alguns bancos e empresas internacio-nais e desapareceu antes que a polícia pudesse reagir.

A mídia cobriu extensamente a aparição dos black blocs em Seattle, ajudando a difundir suas características distinti-vas: roupas pretas, máscaras nos rostos e ataques contra alvos econômicos e políticos. Os principais meios de comuni-cação apresentaram uma visão bastante negativa dos black blocs; a discussão sobre suas ações foi mais equilibrada na mídia alternativa, especialmen-te na rede on-line independente Indymedia, na qual se podiam ler comunicados dos black blocs e ver fotos e vídeos de suas ações (3).

Fascinadas por essas ima-gens e convencidas pelos argu-mentos a favor da legitimidade e da efi cácia da tática, algumas pessoas passaram a se identifi -

car com essa forma de ação e decidiram organizar seus black blocs na primeira oportunida-de – por exemplo, caso fosse anunciada a realização de uma grande cúpula econômica inter-nacional em sua cidade.

Na realidade, o protesto em Seattle foi parte de um grande movimento transnacional – co-nhecido por diversos nomes, en-tre eles movimento antiglobali-zação ou “alterglobalização”, ou “movimento dos movimentos” – que aproveita cúpulas feitas pela OMC, pelo FMI, pelo G8, pelo G20, pela UE, e assim por diante, para organizar vários dias de conferências e ações perto da cidade anfi triã.

Esse movimento amplo e he-terogêneo se expressa por meio de diversas ações nas ruas. As principais organizações so-ciais democráticas (sindicatos trabalhistas, sindicatos rurais, federações feministas, parti-dos políticos de esquerda, entre outras) fazem uma passeata “unitária” supervisionada por unidades policiais vigorosas. Enquanto isso, diversos grupos militantes conduzem ações vio-lentas. Os black blocs se organi-zam nessas ocasiões, às vezes marchando pacifi camente, mas dispostos a recorrer à força física, dependendo do contexto e da sua força relativa.

Os black blocs também se envolveram em mobilizações não diretamente relacionadas ao movimento alterglobaliza-ção; foi o caso das cúpulas da Otan de 2003 e 2009 em Praga e Estrasburgo, respectivamen-te, e da Convenção do Partido Republicano em Nova York, em agosto e setembro de 2004.

A tática dos black blocs pode adquirir um sentido especial que varia dependendo do contexto local. Por exemplo, no México dos anos 1990, os anarcopunks se interessavam especialmente pelo visual dos black blocs, so-bretudo pelo uso das máscaras, uma vez que essa também era uma característica do Exército Zapatista de Libertação Na-cional – embora a relação dos anarcopunks com os zapatistas fosse ambivalente.

Perfi lÉ difícil fazer um perfi l so-

ciológico preciso dos homens e mulheres que participam de black blocs: não só porque eles usam disfarces mas por-que cada black bloc é diferente do outro. Ainda assim, minhas

observações sugerem que eles são compostos sobretudo por jovens (embora alguns mem-bros tenham mais de 50 anos) e homens (em alguns casos, apenas 5% dos black blockers são mulheres).

Mesmo nas redes antifas-cistas e antirracistas do Oci-dente, os membros do black bloc são majoritariamente de origem europeia, quase não havendo negros ou hispânicos. É claro que também se pode dizer o mesmo de outras re-des políticas da esquerda do Primeiro Mundo, mas as ações diretas específi cas dos black blocs são mais arriscadas para imigrantes e negros, porque a repressão contra eles pode ser bem maior.

O sociólogo francês Geoff rey Pleyers identifi cou entre os par-ticipantes de black blocs tanto jovens com baixos níveis de consciência política em busca de emoção como ativistas al-tamente politizados.

É fato que algumas pessoas entram em black blocs sob a infl uência de amigos ou pelo simples desejo de extravasar a raiva reprimida, mas ninguém pode forçar outra pessoa a ado-tar essa tática, que se baseia no respeito à autonomia de todos que dela participam.

Nem todos os participantes de black blocs são anarquistas autodeclarados. No Egito, por exemplo, podem ser ativistas políticos, torcedores de futebol ou fãs de bandas de heavy metal. Entretanto, como diz o professor Mark LeVine, a Tahrir [praça no Cairo que concentrou os protestos que levaram à derrubada de Hosni Mubarak, em 2011, e continuou a receber protestos contra o governo da Irmandade Muçulmana] “conti-nua sendo em muitos aspectos o símbolo das ideias de hori-zontalismo e auto-organização que estão no centro da teoria e da prática do anarquismo moderno”.

Em seus comunicados, ma-nifestos e entrevistas, muitos black blocs ressaltaram a di-versidade de seus membros. Em “Letter From Inside the Black Bloc” (carta de dentro do black bloc), por exemplo, publicada alguns dias após as manifestações contra a Cúpula do G8 de 2001, em Gênova, Mary Black escreve:

“A maioria das pessoas que usaram as táticas black bloc tem trabalhos diurnos volun-tários. Alguns são professores, sindicalistas ou estudantes. Alguns não têm empregos em tempo integral, mas passam a maior parte do tempo tra-balhando para mudar suas comunidades. Eles começam

projetos de jardins urbanos e bibliotecas móveis; cozinham para grupos como Food Not Bombs. São pessoas pensantes e atenciosas que, se não tives-sem ideias políticas e sociais radicais, seriam comparadas a freiras, monges e outros que levam a vida servindo”.

“Existe uma grande diversi-dade no que somos e no que acreditamos. Conheço pessoas de black blocs que vêm da Ci-dade do México mas também de Montreal. Acredito que o estereótipo está certo ao di-zer que a maioria de nós é jovem e branca, embora eu não concorde com a ideia de que somos uma maioria de homens. Quando estou vestida de preto da cabeça aos pés, com roupas pretas largas, com o rosto coberto, a maioria das pessoas pensa que sou homem. O comportamento dos ativistas dos black blocs não é associado a mulheres, por isso repórteres costumam supor que somos todos homens”.

Esses relatos parecem ser motivados por um desejo sin-cero de retratar os black blocs de maneira correta e, ao fazer isso, rebater acusações de que eles não passam de jovens de-linquentes sem qualquer cons-ciência política.

Autorrepresentações como essa procuram desmentir uma crítica muito frequente contra os black blocs: a de que é im-possível para um ativista fazer duas coisas ao mesmo tempo ou até uma depois da outra – ou seja, tomar parte em protestos violentos e também se organi-zar em movimentos globais ou locais que ajudem as pessoas exploradas e marginalizadas.

LegitimaçãoAfi rmações como a de Mary

Black também são ações de legitimação. Em 2011, após protestos contra medidas de austeridade em Londres, quan-do um participante do black bloc, identifi cando-se como um “trabalhador mal pago do setor público”, disse a um repórter do “Guardian”: “Vimos muitos enfermeiros, trabalhadores da área de educação, tecnologia, desempregados, estudantes e assistentes sociais no bloco”. Outro afi rmou:

“Você teria uma surpresa incrível com as pessoas que usam as táticas do black bloc, em termos de idade, gênero, profi ssão. A mídia gosta de pintar um quadro de hooligans e bandidos, homens irracionais em fúria. Simplesmente não é verdade. Existem mulheres e provavelmente transgêneros também. Alguns dos anarquis-tas assustadores trabalham em empregos de assistência social e saúde mental. Isso não vem da bandidagem”.

O retrato inesperado que surge desses relatos é o de um grupo de cidadãos respon-sáveis e sensatos, de ambos os sexos.

Durante a greve estudantil no Quebec de 2012, os principais meios de comunicação denun-ciaram a suposta infi ltração de black blocs em manifesta-ções estudantis. Aqui está o que um grupo de “anarquistas entre muitos” respondeu a essa afi rmação em seu “Manifeste du Carré Noir” (manifesto do quadrado negro):

“Somos homens e mulhe-res. Somos estudantes. Somos trabalhadores. Somos desem-pregados. Estamos furiosos. Não estamos cooptando uma greve. Fazemos parte do mo-vimento desde o começo, uma de suas facetas, junto com todos os outros [“ ] Não nos infi ltramos em manifestações; ajudamos a organizá-las, faze-mos com que elas nasçam. Não estamos sabotando a greve; somos parte integral dela, aju-damos a organizá-la, fazemos seu coração pulsar”.

Muitas das pessoas que

entrevistei eram ou haviam sido estudantes de ciências sociais (no entanto, tais en-contros tem relação natural com o fato de eu mesmo fazer parte do mundo acadêmico). Em várias ocasiões, seus pro-jetos de pesquisa tratavam da importância política e das con-sequências de manifestações e ações diretas, o que sugere que seu envolvimento político se baseava em pensamentos políticos mais profundos.

Segundo o comunicado di-vulgado pelo black bloc de Se-attle em 1999, a maioria dos membros “estuda os efeitos da economia global, da enge-nharia genética, da extração de recursos, do transporte, das práticas trabalhistas, da elimi-nação da autonomia indíge-na, dos direitos animais e dos direitos humanos, e há anos praticamos ativismo nessas áreas. Não somos mal infor-mados nem inexperientes”.

Em sua maioria, as pesso-as que entrevistei a respeito dos black blocs eram ativistas experientes ou que atuavam em diversas comunidades ou organizações políticas (contra os neonazistas, o racismo, a brutalidade policial e assim por diante), ou que ajudavam a produzir jornais políticos.

Vale repetir, porém, que não existe um perfi l homogêneo dos militantes por trás das más-caras. Ser fã de música punk não é sufi ciente para fazer de alguém um candidato óbvio a black blocker. Por outro lado, um black blocker pode não gostar de música punk ou estudar em uma universidade.

Muitos black blockers dizem que o uso da força resulta de uma avaliação política basea-da em frustrantes experiências pessoais com ações não violen-tas, que passaram a ver como, no mínimo, inadequadas. Um militante veterano que havia se juntado a muitos black blocs me disse:

“Todos os homens e mulheres que conheço que participaram de black blocs são ativistas, alguns muito experientes. Eles fi caram um tanto desiludidos porque chegaram à conclusão de que os métodos pacífi cos são muito limitados e jogam a favor dos poderes no comando. Então, para deixarem de ser vítimas, eles acharam melhor usar a violência”. (4)

As notas a seguir foram edi-tadas pela Redação, sendo su-primidas aquelas essencialmente bibliográfi cas e mantidas as ne-cessárias à contextualização:

1. Não confundir com movi-mentos autonomistas, pró-reco-nhecimento de culturas nacionais ou regionais distintas.

2. BB4, entrevistado pelo autor em Montreal em 26.nov.03. Mo-rador de Amsterdam, ele tinha 42 anos na época e havia parti-cipado de black blocs durante a década de 1980 e no movimento de ocupação na Alemanha e na Holanda.

3. O primeiro centro da Indyme-dia foi fundado durante a Batalha de Seattle. Ele reuniu estudan-tes, trabalhadores comunitários e ativistas. Desde então, inúmeras cidades passaram a ter sites liga-dos à Indymedia. Qualquer pessoa pode publicar textos e imagens diretamente neles. Embora não seja inteiramente dedicada ao tema, a rede Indymedia continua sendo uma das fontes mais úteis para obter detalhes sobre os pro-testos alterglobalização.

4. BB2, entrevistado pelo autor. Tradução nossa. A mesma ob-servação foi feita por militantes franceses em Clément Baret-te, “La Pratique de la Violence Politique par l’Émeute: le Cas de la Violence Exerceé lors des Contre-sommets” (Université de Paris I – Panthéon-Sorbonne, 2002), 93.

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Política

RESUMOA série em que a “Ilustríssima” adianta lançamentos edito-riais traz excerto de “Black Blocs”, a sair pela editora Veneta no fi m do mês. No livro, cientista políti-co aborda as origens e o desenvolvimento da tática e enceta traçar um perfi l de seus participantes, com base em pesqui-sa histórica e entre-vistas com ativistas.

3Por trás das máscaras

O que distingue a tática dos black blocs nãoé o recurso à for-ça, tampouco o uso de equipa-mentos defensivos e ofensivos em passeatas e manifestações – ainda mais porque muitos black blocs já protestaram pacifi camente sem qualquer equipamento. Na verdade, o que diferencia essa tática de outras unidades de choque é sobretudo sua caracterização visual – a roupa inteiramente preta da tradição anarcopunk – e suas raízes históricas e políticas nos Autonomen, o movimento “autonomista” em Berlim Ocidental, onde a tática do black bloc foi empregada pela primeira vez, no início dos anos 1980.

Esse autonomismo (1) surgiu na Alemanha e depois se espa-lhou para a Dinamarca e a No-ruega. As origens ideológicas dos Auto-nomen são variadas – marxismo, feminismo radical, ambientalismo, anarquismo – e essa diversidade ideológica era vista em geral como garantia de liberdade.

Na Alemanha Ocidental, as feministas radicais tiveram um impacto profundo nos Autono-men, injetando um espírito mais anarquista no movimento, que, no resto da Europa Ocidental, era mais marcado pela infl uên-cia marxista-leninista.

As feministas buscavam re-defi nir a política, estimulando a autonomia em várias esferas: a individual por meio da rejei-ção à representação, de modo que as pessoas falassem por si mesmas, e não em nome do “movimento” ou de todas as mulheres; a de gênero, por meio da criação de coletivos exclusivamente de mulheres; a decisória, por meio da adoção de tomadas de decisões con-sensuais; e a política, por meio da independência de órgãos institucionalizados (partidos, sindicatos etc.), por mais pro-gressistas que fossem.

Os Autonomen praticavam uma política igualitária e par-ticipativa “aqui e agora”, sem líderes ou representantes; a autonomia individual e a au-tonomia coletiva eram, em princípio, complementares e

FRANCIS DUPUIS-DÉRI TRADUÇÃO GUILHERME MIRANDA ILUSTRAÇÃO RAFAEL COUTINHO

Um perfi l histórico dos black blocs

igualmente importantes. Os grupos autônomos alemães expressavam-se politicamen-te por meio de campanhas con-tra o pagamento de aluguéis e reapropriações de centenas de edifícios, que eram trans-formados em lares e espaço para atividades políticas.

Muitas dessas ocupações da-vam comida e roupa de graça e abrigavam bibliotecas, cafés, salas de reunião e centros de informações conhecidos como “infoshops”, assim como es-paços para shows e galerias de arte onde músicos e ar-tistas socialmente engajados podiam apresentar seu traba-lho. O mesmo movimento ocu-pou universidades e enfrentou neonazistas que perseguiam imigrantes, assim como po-liciais que protegiam usinas nucleares. Nessas ocasiões, os Autonomen usavam capacetes, escudos improvisados, bastões e projéteis.

República livreNão se sabe ao certo quan-

do o termo “black bloc” foi utilizado pela primeira vez. Alguns afi rmam que foi em 1980, quando um chamado pela mobilização anarquista de Primeiro de Maio em Frankfurt pedia às pessoas que “[se jun-tassem] ao Black Bloc”. Outra história localiza o surgimen-to do termo meses depois, quando a polícia avançou para desmontar a República Livre de Wendland, um acampamento em protesto contra a abertura de um depósito de lixo radiativo em Gorbelen, Baixa Saxônia.

Nos dias seguintes, foram organizadas manifestações em solidariedade, sendo a mais famosa a “Black Friday”, na qual, segundo consta, todas as pessoas estavam vestidas com jaquetas de couro preto e um ca-pacete de moto, com os rostos cobertos por bandanas pretas. As reportagens sobre o evento faziam referência ao Schwarzer Block (isto é, black bloc).

Outros ainda defendem que o termo foi cunhado em de-zembro de 1980 pela polícia de Berlim Oriental. Tendo de-cidido pôr fi m às ocupações, as autoridades municipais haviam autorizado a polícia a conduzir uma série de despejos extre-mamente violentos. Diante da ameaça iminente de uma ação brutal da polícia, diversos Auto-nomen com máscaras e roupas pretas foram às ruas para de-fender suas ocupações.

Nesse cenário, chegou a ha-ver ação jurídica contra a “orga-nização criminosa” conhecida como “o Black Bloc”. Mas a ação da procuradoria perdeu, e as autoridades admitiram que a organização nunca existira. De-pois, em 1981, foi impresso um panfl eto intitulado “Schwarzer Block”, com a seguinte explica-ção: “Não existem programas, estatutos ou membros do Black Bloc. Existem, porém, ideias e utopias políticas, que determi-nam nossas vidas e nossa re-sistência. Essa resistência tem muitos nomes, e um deles é Black Bloc”.

Um grande black bloc se for-mou em Hamburgo em 1986 para defender as ocupações

da rua Hafenstrasse. Cerca de 1.500 black blockers, apoiados por outros 10.000 manifestan-tes, enfrentaram a polícia e salvaram a ocupação. “Foi uma grande vitória”, afi rmou um ati-vista do movimento autônomo, “provando que era possível evi-tar despejos (2)”. A mobilização na rua aconteceu em colabo-ração com ações clandestinas contra as ameaças de despejo e ataques da polícia: pequenos grupos incendiaram mais de dez lojas, casas de políticos e prédios municipais.

Black blocs também apare-ceram em manifestações con-tra a visita do presidente nor-te-americano Ronald Reagan a Berlim Ocidental em junho de 1987. E, quando o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) se encon-traram em setembro de 1988, também em Berlim Ocidental, um black bloc participou dos protestos. Em algumas mani-festações, Autonomen usando capuzes pretos caminhavam nus nas ruas – o espetáculo paradoxal de um black bloc altamente vulnerável.

Hoje, a Alemanha tem os maiores black blocs (muitas vezes chamados de blocos au-tônomos). O serviço de segu-rança do país, Bundesamt für Verfassungsschutz [Escritório Federal para a Proteção da Constituição], estima – talvez com demasiada precisão – que os black blockers do país che-guem a 5.800.

Nas manifestações antica-pitalistas anuais de Primeiro de Maio em Berlim, os black blocs reúnem de 2.000 a 4.000 pessoas vestidas inteiramen-te de preto, envoltas por fai-xas e vestindo jaquetas de moletom com capuzes (jaque-tas de couro saíram de moda) e óculos escuros (agora que as máscaras foram proibidas na Alemanha).

TuristasEssas manifestações se tor-

naram tão famosas entre as redes militantes europeias que muitos Autonomen se queixam de “turistas ativistas”, que bus-cam protestos como oportu-nidades para farrear, são in-diferentes à realidade local e, pior de tudo, saem da cidade com a mesma rapidez com que chegaram a ela. Não é raro que essas pessoas comprem cerveja ao longo da manifes-tação e atirem os vasilhames vazios na polícia, sendo repre-endidas ou até mesmo tratadas com violência por Autonomen “straight edge” (que defendem a abstinência de tabaco, álcool e drogas em geral). Mesmo assim, no ano passado, viam-se em Kreuzberg, bairro de Berlim, pôsteres em inglês – voltados, portanto, para turistas ativis-tas – convidando as pessoas a entrar em um “bloco anarquis-ta/autônomo”.

Surgiram muitas outras oca-siões para a formação de bla-ck blocs, como os chamados para enfrentar os neonazistas reunidos em Dresden a fi m de lembrar, em 11 de fevereiro, o bombardeio da cidade durante a 2ª Guerra Mundial.

Em razão do tamanho e

do dinamismo do movimento autônomo alemão, várias re-des podem enviar chamados simultâneos para a formação de blocos autônomos. Os blo-cos nascidos na rede de ação antifascista são compostos principalmente por homens cuja atitude é mais belicosa. As mulheres são a maioria nas redes antirracistas, nas quais questões de diversidade e inclu-são têm mais importância.

ColoridosNos últimos anos, foram con-

vocados blocos multicoloridos, com o argumento de que pode ser insensível, do ponto de vis-ta cultural, associar o negro a anonimato e uso da força.

Um desses comunicados foi feito em 1º de abril de 2012, para uma manifestação em Eisenach contra o encontro de fraternidades nacionalistas xe-nofóbicas. O pôster mostrava dois personagens vestidos ao estilo dos black blocs, mas um estava de roxo e o outro, de rosa. Apesar disso, a maioria dos participantes apareceu de pre-to, e alguns dos antifascistas chegaram a fazer comentários homofóbicos e sexistas contra companheiros que usavam co-res mais extravagantes.

No acampamento No Bor-der, realizado em Estocolmo em junho de 20 da política de imigração europeia, foi emiti-da outra convocação para um

bloco colorido – atendida porém só por pouquíssimos ativistas suecos e alemães.

Também é importante men-cionar que, nos anos 2000, surgiram grupos autônomos-nacionalistas ou de ação antiantifascista de extrema-direita, que, em marchas ne-onazistas, se apropriaram do estilo dos black blocs: óculos escuros, capuzes, muitas faixas, música eletrônica. Blocos como esses chegaram a reunir cerca de mil fascistas em grandes manifestações.

TáticaComo a tática dos black blocs

migrou da Berlim Ocidental dos anos 1980 para a Seattle de

1999? Os sociólogos Charles Tilly, Doug McAdam e Dieter Rucht, especialistas em movi-mentos sociais, mostram como repertórios de ações coletivas consideradas efi cazes e legíti-mas para a defesa e a promoção de uma causa circulam entre períodos e lugares diferentes. Eles são transformados e dis-seminados ao longo do tem-po e entre fronteiras, de um movimento social para outro, segundo as experiências dos militantes e as mudanças na esfera política.

A tática dos black blocs se disseminou nos anos 1990, so-bretudo através da contracultu-ra punk e de extrema-esquerda ou ultraesquerda, via fanzines, turnês de bandas punks e con-tatos pessoais entre ativistas em viagens.

Acredita-se que tenha surgi-do pela primeira vez na Amé-rica do Norte em janeiro de 1991, durante uma manifes-tação contra a primeira Guerra do Iraque. O prédio do Banco Mundial foi alvejado, e janelas foram quebradas. Um black bloc foi organizado depois, no mesmo ano, em San Francisco, em uma manifestação no dia do Descobrimento da América, denunciando os 500 anos de genocídio perpetrado contra as nações indígenas, e outro surgiu numa marcha, em Washington, pelo direito das mulheres de mandar em seus corpos. Jor-nais anarquistas como o “Love and Rage” ajudaram a tornar a tática black bloc conhecida em toda a comunidade anarquista norte-americana.

A tática também foi usa-da no início dos anos 1990 por membros da Anti-Racist Action (ARA), movimento an-tiautoritário e antirracista nos Estados Unidos e no Canadá, dedicado ao confronto direto com neonazistas e seguidores da Supremacia Branca.

Ativistas da seção de Toronto da ARA foram a Montreal em 22 de setembro de 1993, onde se reuniram em um pequeno black bloc em protesto contra a reunião (posteriormente can-celada), que teria dois prefeitos franceses direitistas, da Frente Nacional, como oradores con-vidados. O resultado foi um confronto violento com a polí-cia, uma torrente de bombas de tinta contra o restaurante que havia recebido os “frontistes” e uma perseguição pelas ruas em que os manifestantes foram

atrás dos cerca de 30 skinheads neonazistas que haviam vindo proteger o lugar.

Em 24 de abril de 1999, um black bloc de aproximadamente 1.500 pessoas participou de uma passeata na Filadélfi a exi-gindo a liberação de Mumia Abu-Jamal, um dos fundadores da divisão local dos Panteras Negras, que havia sido acusado de matar um policial em 1981 e condenado à morte.

MídiaFoi em 30 de novembro de

1999, durante as manifesta-ções contra a reunião da OMC em Seattle, que a mídia exibiu a imagem do black bloc para o mundo.

Nos EUA, ao longo da década, a polícia vinha usando spray de pimenta contra manifestantes não violentos e fazendo prisões em massa, durante ações de desobediência civil realizadas por ambientalistas radicais da Costa Oeste. Imaginando que a atitude se repetiria, os black blockers optaram por uma tá-tica móvel que evitaria prisões em grande escala e ataques de spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

Na manhã de 30 de novembro de 1999, a polícia atacou os gru-pos de ativistas não violentos que vinham bloqueando a en-trada do centro de convenções desde as 7 horas, e os estoques de gás estavam acabando. Às 11 horas, o black bloc entrou em ação em uma área distante do centro de convenções. O bloco estilhaçou as janelas de alguns bancos e empresas internacio-nais e desapareceu antes que a polícia pudesse reagir.

A mídia cobriu extensamente a aparição dos black blocs em Seattle, ajudando a difundir suas características distinti-vas: roupas pretas, máscaras nos rostos e ataques contra alvos econômicos e políticos. Os principais meios de comuni-cação apresentaram uma visão bastante negativa dos black blocs; a discussão sobre suas ações foi mais equilibrada na mídia alternativa, especialmen-te na rede on-line independente Indymedia, na qual se podiam ler comunicados dos black blocs e ver fotos e vídeos de suas ações (3).

Fascinadas por essas ima-gens e convencidas pelos argu-mentos a favor da legitimidade e da efi cácia da tática, algumas pessoas passaram a se identifi -

car com essa forma de ação e decidiram organizar seus black blocs na primeira oportunida-de – por exemplo, caso fosse anunciada a realização de uma grande cúpula econômica inter-nacional em sua cidade.

Na realidade, o protesto em Seattle foi parte de um grande movimento transnacional – co-nhecido por diversos nomes, en-tre eles movimento antiglobali-zação ou “alterglobalização”, ou “movimento dos movimentos” – que aproveita cúpulas feitas pela OMC, pelo FMI, pelo G8, pelo G20, pela UE, e assim por diante, para organizar vários dias de conferências e ações perto da cidade anfi triã.

Esse movimento amplo e he-terogêneo se expressa por meio de diversas ações nas ruas. As principais organizações so-ciais democráticas (sindicatos trabalhistas, sindicatos rurais, federações feministas, parti-dos políticos de esquerda, entre outras) fazem uma passeata “unitária” supervisionada por unidades policiais vigorosas. Enquanto isso, diversos grupos militantes conduzem ações vio-lentas. Os black blocs se organi-zam nessas ocasiões, às vezes marchando pacifi camente, mas dispostos a recorrer à força física, dependendo do contexto e da sua força relativa.

Os black blocs também se envolveram em mobilizações não diretamente relacionadas ao movimento alterglobaliza-ção; foi o caso das cúpulas da Otan de 2003 e 2009 em Praga e Estrasburgo, respectivamen-te, e da Convenção do Partido Republicano em Nova York, em agosto e setembro de 2004.

A tática dos black blocs pode adquirir um sentido especial que varia dependendo do contexto local. Por exemplo, no México dos anos 1990, os anarcopunks se interessavam especialmente pelo visual dos black blocs, so-bretudo pelo uso das máscaras, uma vez que essa também era uma característica do Exército Zapatista de Libertação Na-cional – embora a relação dos anarcopunks com os zapatistas fosse ambivalente.

Perfi lÉ difícil fazer um perfi l so-

ciológico preciso dos homens e mulheres que participam de black blocs: não só porque eles usam disfarces mas por-que cada black bloc é diferente do outro. Ainda assim, minhas

observações sugerem que eles são compostos sobretudo por jovens (embora alguns mem-bros tenham mais de 50 anos) e homens (em alguns casos, apenas 5% dos black blockers são mulheres).

Mesmo nas redes antifas-cistas e antirracistas do Oci-dente, os membros do black bloc são majoritariamente de origem europeia, quase não havendo negros ou hispânicos. É claro que também se pode dizer o mesmo de outras re-des políticas da esquerda do Primeiro Mundo, mas as ações diretas específi cas dos black blocs são mais arriscadas para imigrantes e negros, porque a repressão contra eles pode ser bem maior.

O sociólogo francês Geoff rey Pleyers identifi cou entre os par-ticipantes de black blocs tanto jovens com baixos níveis de consciência política em busca de emoção como ativistas al-tamente politizados.

É fato que algumas pessoas entram em black blocs sob a infl uência de amigos ou pelo simples desejo de extravasar a raiva reprimida, mas ninguém pode forçar outra pessoa a ado-tar essa tática, que se baseia no respeito à autonomia de todos que dela participam.

Nem todos os participantes de black blocs são anarquistas autodeclarados. No Egito, por exemplo, podem ser ativistas políticos, torcedores de futebol ou fãs de bandas de heavy metal. Entretanto, como diz o professor Mark LeVine, a Tahrir [praça no Cairo que concentrou os protestos que levaram à derrubada de Hosni Mubarak, em 2011, e continuou a receber protestos contra o governo da Irmandade Muçulmana] “conti-nua sendo em muitos aspectos o símbolo das ideias de hori-zontalismo e auto-organização que estão no centro da teoria e da prática do anarquismo moderno”.

Em seus comunicados, ma-nifestos e entrevistas, muitos black blocs ressaltaram a di-versidade de seus membros. Em “Letter From Inside the Black Bloc” (carta de dentro do black bloc), por exemplo, publicada alguns dias após as manifestações contra a Cúpula do G8 de 2001, em Gênova, Mary Black escreve:

“A maioria das pessoas que usaram as táticas black bloc tem trabalhos diurnos volun-tários. Alguns são professores, sindicalistas ou estudantes. Alguns não têm empregos em tempo integral, mas passam a maior parte do tempo tra-balhando para mudar suas comunidades. Eles começam

projetos de jardins urbanos e bibliotecas móveis; cozinham para grupos como Food Not Bombs. São pessoas pensantes e atenciosas que, se não tives-sem ideias políticas e sociais radicais, seriam comparadas a freiras, monges e outros que levam a vida servindo”.

“Existe uma grande diversi-dade no que somos e no que acreditamos. Conheço pessoas de black blocs que vêm da Ci-dade do México mas também de Montreal. Acredito que o estereótipo está certo ao di-zer que a maioria de nós é jovem e branca, embora eu não concorde com a ideia de que somos uma maioria de homens. Quando estou vestida de preto da cabeça aos pés, com roupas pretas largas, com o rosto coberto, a maioria das pessoas pensa que sou homem. O comportamento dos ativistas dos black blocs não é associado a mulheres, por isso repórteres costumam supor que somos todos homens”.

Esses relatos parecem ser motivados por um desejo sin-cero de retratar os black blocs de maneira correta e, ao fazer isso, rebater acusações de que eles não passam de jovens de-linquentes sem qualquer cons-ciência política.

Autorrepresentações como essa procuram desmentir uma crítica muito frequente contra os black blocs: a de que é im-possível para um ativista fazer duas coisas ao mesmo tempo ou até uma depois da outra – ou seja, tomar parte em protestos violentos e também se organi-zar em movimentos globais ou locais que ajudem as pessoas exploradas e marginalizadas.

LegitimaçãoAfi rmações como a de Mary

Black também são ações de legitimação. Em 2011, após protestos contra medidas de austeridade em Londres, quan-do um participante do black bloc, identifi cando-se como um “trabalhador mal pago do setor público”, disse a um repórter do “Guardian”: “Vimos muitos enfermeiros, trabalhadores da área de educação, tecnologia, desempregados, estudantes e assistentes sociais no bloco”. Outro afi rmou:

“Você teria uma surpresa incrível com as pessoas que usam as táticas do black bloc, em termos de idade, gênero, profi ssão. A mídia gosta de pintar um quadro de hooligans e bandidos, homens irracionais em fúria. Simplesmente não é verdade. Existem mulheres e provavelmente transgêneros também. Alguns dos anarquis-tas assustadores trabalham em empregos de assistência social e saúde mental. Isso não vem da bandidagem”.

O retrato inesperado que surge desses relatos é o de um grupo de cidadãos respon-sáveis e sensatos, de ambos os sexos.

Durante a greve estudantil no Quebec de 2012, os principais meios de comunicação denun-ciaram a suposta infi ltração de black blocs em manifesta-ções estudantis. Aqui está o que um grupo de “anarquistas entre muitos” respondeu a essa afi rmação em seu “Manifeste du Carré Noir” (manifesto do quadrado negro):

“Somos homens e mulhe-res. Somos estudantes. Somos trabalhadores. Somos desem-pregados. Estamos furiosos. Não estamos cooptando uma greve. Fazemos parte do mo-vimento desde o começo, uma de suas facetas, junto com todos os outros [“ ] Não nos infi ltramos em manifestações; ajudamos a organizá-las, faze-mos com que elas nasçam. Não estamos sabotando a greve; somos parte integral dela, aju-damos a organizá-la, fazemos seu coração pulsar”.

Muitas das pessoas que

entrevistei eram ou haviam sido estudantes de ciências sociais (no entanto, tais en-contros tem relação natural com o fato de eu mesmo fazer parte do mundo acadêmico). Em várias ocasiões, seus pro-jetos de pesquisa tratavam da importância política e das con-sequências de manifestações e ações diretas, o que sugere que seu envolvimento político se baseava em pensamentos políticos mais profundos.

Segundo o comunicado di-vulgado pelo black bloc de Se-attle em 1999, a maioria dos membros “estuda os efeitos da economia global, da enge-nharia genética, da extração de recursos, do transporte, das práticas trabalhistas, da elimi-nação da autonomia indíge-na, dos direitos animais e dos direitos humanos, e há anos praticamos ativismo nessas áreas. Não somos mal infor-mados nem inexperientes”.

Em sua maioria, as pesso-as que entrevistei a respeito dos black blocs eram ativistas experientes ou que atuavam em diversas comunidades ou organizações políticas (contra os neonazistas, o racismo, a brutalidade policial e assim por diante), ou que ajudavam a produzir jornais políticos.

Vale repetir, porém, que não existe um perfi l homogêneo dos militantes por trás das más-caras. Ser fã de música punk não é sufi ciente para fazer de alguém um candidato óbvio a black blocker. Por outro lado, um black blocker pode não gostar de música punk ou estudar em uma universidade.

Muitos black blockers dizem que o uso da força resulta de uma avaliação política basea-da em frustrantes experiências pessoais com ações não violen-tas, que passaram a ver como, no mínimo, inadequadas. Um militante veterano que havia se juntado a muitos black blocs me disse:

“Todos os homens e mulheres que conheço que participaram de black blocs são ativistas, alguns muito experientes. Eles fi caram um tanto desiludidos porque chegaram à conclusão de que os métodos pacífi cos são muito limitados e jogam a favor dos poderes no comando. Então, para deixarem de ser vítimas, eles acharam melhor usar a violência”. (4)

As notas a seguir foram edi-tadas pela Redação, sendo su-primidas aquelas essencialmente bibliográfi cas e mantidas as ne-cessárias à contextualização:

1. Não confundir com movi-mentos autonomistas, pró-reco-nhecimento de culturas nacionais ou regionais distintas.

2. BB4, entrevistado pelo autor em Montreal em 26.nov.03. Mo-rador de Amsterdam, ele tinha 42 anos na época e havia parti-cipado de black blocs durante a década de 1980 e no movimento de ocupação na Alemanha e na Holanda.

3. O primeiro centro da Indyme-dia foi fundado durante a Batalha de Seattle. Ele reuniu estudan-tes, trabalhadores comunitários e ativistas. Desde então, inúmeras cidades passaram a ter sites liga-dos à Indymedia. Qualquer pessoa pode publicar textos e imagens diretamente neles. Embora não seja inteiramente dedicada ao tema, a rede Indymedia continua sendo uma das fontes mais úteis para obter detalhes sobre os pro-testos alterglobalização.

4. BB2, entrevistado pelo autor. Tradução nossa. A mesma ob-servação foi feita por militantes franceses em Clément Baret-te, “La Pratique de la Violence Politique par l’Émeute: le Cas de la Violence Exerceé lors des Contre-sommets” (Université de Paris I – Panthéon-Sorbonne, 2002), 93.

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Preços congelados, bebidas amargas

Os fi scais de Cristina

Diário de Buenos Aires O MAPA DA CULTURA

A Argentina vive dias se-melhantes aos que os brasi-leiros conheceram nos anos 1980, quando a famosa campanha “Eu Sou Fiscal do Sarney” transformou cida-dãos em responsáveis pelo controle de preços congela-dos do Plano Cruzado.

Esse mesmo apelo para que a população fi scalize os valores praticados nas gôndolas virou o mantra de Cristina Kirchner nos últi-mos dois meses.

Desde que economia ar-gentina voltou a entrar em alerta vermelho, em janei-ro, quando o peso teve sua maior desvalorização em 12 anos, a presidente pede para os argentinos denun-ciarem qualquer remarca-ção nos preços congelados de 194 produtos.

Para isso, convoca os ci-

dadãos a marcharem aos supermercados para fi scali-zar essa lista, como se isso fosse resolver o problema da infl ação (entre 27% e 28%, em 2013) do país.

“Cada argentino, achando simpática ou não suportan-do a presidente, cuide de seu bolso! Não permitam que ninguém os roube”, discursou Cristina na semana passada, no Congresso, voltando ao tema mais uma vez.

Nessa cruzada, os “Fis-cais da Cristina” não usam adesivos ou bótons, como os do Sarney. “À paisana”, eles fazem seu trabalho com aplicativos de celular que leem os códigos de barras e automaticamente denun-ciam eventuais infratores.

Eu só quero é ser felizDurante a invasão de “blo-

ckbusters” nos cinemas na temporada pré-Oscar, uma produção nacional está con-seguindo o feito de fi car quase dois meses em cartaz nos cinemas. “O Mistério da Felicidade”, novo longa do

diretor Daniel Burman (“O Abraço Partido”, premiado no Festival de Berlim de 2004), já fez mais de 600 mil espectadores.

Na história, Santiago (Guillermo Francella) e Eu-genio (Fabián Arenillas) são amigos e sócios em uma loja de eletrodomésticos. Não fi -cam um dia sem se ver até que Eugenio desaparece.

Ao lado de Laura (Inés Es-tévez), mulher de Eugenio,

Santiago inicia uma busca por seu paradeiro e tenta entender por que o amigo abandonou uma vida tão “feliz”.

Nesse processo, descobre que não conhecia de verda-de o sócio, nem sabia quais eram os sonhos dele – nem seus próprios.

Burman consegue mos-trar, com delicadeza, como muitas vezes as pessoas se acomodam tanto a seu

cotidiano que constroem a partir dele uma ideia de felicidade.

Na busca de Santiago e Laura, os protagonistas en-tendem que, mais do que uma meta a ser alcançada, a felicidade está no caminho que percorremos até ela.

Coleção de sorrisos Buenos Aires tem um mu-

seu dedicado a charges e quadrinhos que pouca gente conhece, o MuHu (Museu do Humor), inaugurado em junho de 2012.

Estão lá trabalhos pu-blicados na Argentina nos últimos dois séculos, mos-trando que nem só de Quino e sua Mafalda vive o humor gráfi co do país.

Até o dia 16 deste mês está em cartaz uma expo-sição com 60 trabalhos de Calé (1925-63), pseudôni-mo de Alejandro del Prado, considerado o cartunista que melhor traduziu a alma do portenho nos anos 1950 e 1960. Calé publicou du-rante anos a tira “Trapos

ao Sol”, na qual mostrava uma Buenos Aires classe média, sem refinamento, com sua paixão pelo futebol e pelo tango.

A casa “art déco” dos anos 1920 que abriga a institui-ção, de frente para o rio da Prata, pode ofuscar a visita de quem prefere a arquite-tura aos quadrinhos.

De 2003 a 2013, o con-sumo do Fernet aumentou 405% na Argentina. A mis-tura da bebida alcoólica amarga de origem italia-na com Coca-Cola é uma espécie de caipirinha dos “hermanos”.

No ano passado, foram vendidas 4,9 milhões de cai-xas do aperitivo, e o con-sumo per capita da bebida alcançou 1,5 litros, segundo levantamento da consultora argentina Abeceb.

O “bitter” é tão famoso que já há pleitos para a criação do Dia Nacional do Fernet e para a inclusão dessa pa-lavra no dicionário da Real Academia Espanhola. Por ora, ninguém engoliu essa.

LÍGIA MESQUITA

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5 Na Glória, encontrei o mestre

Arquivo Aberto MEMÓRIAS QUE VIRAM HISTÓRIAS

Rio, 1943

Aquela tarde de sexta-feira de 1943 seria igual às outras em que meu tio-avô, de folga da labuta semanal, se dedica-va a faxinas nos quartos exter-nos do grande quintal de sua residência, numa tranquila rua da Boca do Mato, entre o Méier e o Engenho de Dentro.

Militar que era, servira em mais de um Estado do país, indo sempre com a casa às costas, retornando com lem-branças e bugigangas que eram esquecidas em malas e velhos baús. De uns tempos àquela quadra elas precisa-riam ser despachadas para instituições de caridade. Des-sas faxinas eu participava ati-vamente, ajudando meu tio-avô na tarefa de separar o que podia retornar às malas e o que se destinava aos asilos.

No meio da faxina, ele virou-se para mim com um livro na mão, dizendo: “Você, que quer ser professor de português, fi que com este”.

Antes do repouso, tomei do

EVANILDO BECHARA

livro que me fora ofertado e li: “Lexeologia do Português Histórico” (1921), de M. Said Ali. Estranhei o título, pois esperava ver nele a pala-vra “gramática”, como via sempre nos compêndios que me inculcara meu excelente mestre de língua portugue-sa, no então curso ginasial: Odeval Machado.

Se o título não me era co-mum, o autor passava des-conhecido a um ginasiano de 15 anos. Tudo me levou a abrir o livro e ler, com pouco entusiasmo, os primeiros pa-rágrafos do prólogo. Mas, ao chegar ao terceiro, facilmente se confi rmou a impressão de que estava diante de uma outra visão sobre a língua.

Eis o trecho que mais me to-cou: “Não dissocio do homem pensante e da sua psicologia as alterações por que passou a linguagem em tantos sécu-los. É a psicologia elemento essencial indispensável à in-vestigação de pontos obscu-ros. As mesmas leis fonéticas seriam inexistentes sem os processos de memória e da analogia. Até o esquecimento, a memória negativa, é fator, e dos mais importantes, na evolução e progresso de qual-

quer idioma”. Jamais havia visto o idioma

português inserido no plano largo da linguagem e do fa-lante, plano para o qual aquele desconhecido acabara de me estimular a caminhar.

No dia seguinte, corri à Li-vraria Central e adquiri tudo o que escrevera Said Ali sobre nosso idioma: “Difi culdades da Língua Portuguesa”, “Gramá-tica Histórica”, “Gramática Secundária”, “Gramática Ele-mentar”, “Meios de Expres-são e Alterações Semânticas”. Após quase um ano dessa descoberta, fui a pouco e pou-co entendendo seus escritos, mesmo as “Difi culdades”, que, no parecer juvenil, elegi o mais profundo livro de pesquisa en-tre os muitos que já então in-tegravam minha biblioteca.

Certa feita, assaltou-me uma dúvida no entendimento acerca de um ponto da “Gra-mática Histórica”. Estaria vivo Said Ali? Onde residiria? O catálogo telefônico informou-me que morava no Rio, na rua da Glória. Aventurei o número indicado, e uma voz feminina me garantiu que o professor me receberia no dia e hora aprazados. Esse encontro, eu aos 16 e ele aos 83 anos, está

vivo na memória, e marcou um desvio de rota na minha caminhada ao magistério.

Figura serena de religiosi-dade bíblica, de copiosa bar-ba branca, recebeu-me com simpatia, e desde logo o ouvia dissertando sobre o quanto o nosso idioma precisava de investigadores. A emoção do momento só me permitiu confessar-lhe o sonho de ser professor, apesar da profecia do meu tio de estar querendo abraçar uma carreira de fome e sacrifício.

Na mesma semana, numa segunda visita, lá estava à minha disposição uma pi-lha de livros selecionados por Said Ali para enriquecer meu arsenal bibliográfi co. De 1944 a 27 de maio de 1953, quando faleceu, nossos encontros foram se-manais, ocupados com leitu-ra dos clássicos portugueses dos séculos 15 a 19 e digres-sões sobre temas linguísticos e fi lológicos.

Do seu mandamento de in-vestigação científi ca, dois ar-tigos me foram logo recitados: 1)”Nunca aceite uma exempli-fi cação sem que se levante, vá à fonte citada e veja se con-fere a informação”; 2)”Nunca

a c e i t e tranquilamente uma lição só pelo fato de ter sido ema-nada de um mestre, ainda que esse mestre seja eu. Só aceite quando se convencer”.

Esses e outros mandamen-tos fundamentaram minha formação de investigador. Tudo isto para declarar o quan-to devo a esse amigo ines-quecível e a esse mestre in-

comparável, sempre presente nas vitórias que a vida me concedeu.

E paro por aqui, porque mais de uma vez, no meio de nossos encontros semanais, me avisava: “Se você, quando eu morrer, escrever minha biografi a, eu, de pirraça, não vou lê-la”.

Exemplar de obra de M. Said Ali com dedicatória ao ‘collega’ Bechara

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Imaginação

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RESUMOEste trecho integra a primeira parte de “A Desumanização”, sexto romance de Valter Hugo Mãe, a sair pela Cosac Naify em abril. Português nascido em Angola, o escri-tor declara ter um fascínio de longa data pela Islândia, o que determinou a ambientação do novo livro, no qual narra a história de uma menina assom-brada pela morte da irmã. “Um homem não é independente a menos que tenha a coragem de es-tar sozinho”, frase do islandês Halldór Laxness (Nobel de Literatura de 1955), é a epígrafe da obra.

PROSA, POESIA E TRADUÇÃO

Tudo na Islândia pensa

O meu pai declarou: a Islândia pensa. A Islândia é temperamen-tal, imatura como as crianças, mi-mada. Tem uma idade geológica pueril. É, no cômputo do mundo, infante. Por viver a infância, de-cide com muito erro, agressiva e exuberantemente.

Não te aproximes demasiado das águas, podem ter braços que te puxem para que morras afo-gada. Não subas demasiado alto, podem vir pés no vento que te queiram fazer cair. Não cobices demasiado o sol de verão, pode haver fogo na luz que te queime os olhos. Não te enganes com toda a neve, podem ser ursos deitados à espera de comer. Tudo na Islândia pensa. Sem pensar, nada tem provimento aqui. Mi-lagres e mais milagres, falava assim. E tudo pensa o pior.

Eu, instável na convicção de que as palavras salvariam, enfu-recia-me por me apertar ainda o peito e a tristeza trazer uma paralisação constante dos ges-tos e das ideias. Dizer Sigridur não fazia companhia. O meu pai fazia companhia mas não diríamos o nome da Sigridur com tanta matéria que o seu corpo se refi zesse diante de nós. Éramos imbecis. Valíamos nada.

Queria uma palavra alarve, muito gorda, uma que usasse todo o alfabeto e muitas vezes, até não se bastar com letras e sons e exigisse pedras e pedaços de vento, as crinas dos cavalos e a fundura da água, o tamanho da boca de deus, o medo todo e

VALTER HUGO MÃE ILUSTRAÇÃO ANA PRATA

a esperança. Uma palavra alar-ve que fosse tão feita de tudo que, quando dita, pousasse no chão defi nitivamente, sem se ir embora para que a pudéssemos abraçar. Beijar.

Beija a tua irmã, porque não a entendes mas ela sabe o que faz. Pensei. Está morta, sabe tudo.

O meu pai escrevia os seus poemas e fervia de se pôr no papel. Inventava poemas como

se não fosse o seu autor. Pas-mava diante deles, incrédulo, com difi culdade em entender de onde surgiam as palavras,

como era possível que o expli-cassem. E eu achava que não ex-plicavam nada. Eu queria olhar para as folhas e ver a Sigridur a correr, a molhar-se nos tanques de água quente. Não queria ver a caligrafi a aprumada do meu pai e as suas rimas fra-cas, esforçadas. Queria que as folhas fossem um barco que nos tirasse a todos dali, ou que abrissem uma estrada segura até ao outro lado do mundo e tivessem rodas velozes e janelas a mostrar as vistas.

Íamos a Bildudalur. Passá-vamos a estranha marca na montanha e dizíamos que havia sido onde deus se sentara a lavar os pés. Contava-se que deus se sentara pelos fi ordes e, de rabo tão pesado, a ro-cha cedera como se fosse um monte de areia. Outras pesso-as achavam que aquilo era do diabo, descansando de andar a acender caldeiras, regurgi-tando as almas dos infelizes para dentro das crateras fun-das dos vulcões, enchendo os vulcões do estranho ódio que o fogo continha. Jurava o meu pai: é um estranho ódio que o fogo contém. Deve vir dos mal mortos. Os zangados.

O fogo odeia. Insistia ele. É essencial que seja assim.

Mas os pés quentes do diabo teriam seco o mar. Eu achava que a marca grande na mon-tanha era do rabo de deus. Porque o mar continuava fresco e sem receios. Muito fundo. O

mar era um diamante líquido. Eu respondia: o mar também pensa. O meu pai sorria. Os peixes na-davam dentro de um diamante. No sangue de cristal.

Em Bildudalur, ajeitados para as compras e para as vendas, reparávamos sempre em como as pessoas pareciam limpas. Como se tivessem trabalhos mais lentos, onde se sujassem mais devagar. Estavam sempre mais bonitas. Os rapazes, sendo pou-cos, eram lindos. Muito perfeitos. Calavam-se na rua. O oposto do Einar. Pensei: sou tão esperta que nunca precisarei de namorar com o Einar. Não te preocupes, mana. Podes morrer feliz. Mas a Sigridur já estava morta. Pouco adiantava que a tentasse con-vencer da minha integridade ou bizarra esperança.

Pescávamos à linha, no regres-so. Atirávamos os anzóis sem isco. Os peixes mordiam ime-diatamente como se tivessem fome de anzóis. Abundavam para nossa segurança. Pesquei ape-nas bacalhaus. Quando algum mais pequeno subia, soltávamo-lo. Cuspíamos-lhe na boca ferida e deitávamo-lo à água. Ia avisar os outros de que os pescadores daquele barco eram boa gente. Ensinavam os peixes pequenos a esperar a altura de morder. Era como dizer que lhes ensinavam a altura de morrer.

Não lamentei o sofrimento dos bacalhaus que pesquei a debaterem-se no pequeno tan-que. Estavam maduros para nós, maduros para eles próprios, para morrerem. Não seria nada o peixe de que mais gostava, mas comer não se dava a requintes. Era uma tarefa que devia desempenhar-se com humildade.

O pequeno tanque branco, pensei, podia ser uma página. Os peixes debatendo-se podiam ser um poema. Chamei o meu pai. Disse-lhe que os poemas deviam ser assim, como caixas onde estivesse tudo contido e onde, por defi nição, pudéssemos entrar também. Caixas gigantes, se fosse necessário. Adequadas ao tamanho do que se quisesse dizer. Do que se quisesse guardar. E os peixes como versos que po-demos tocar. Pai. Que podemos tocar. Esses versos convencem-

me, os outros, não. Sonhei que me deitava en-

costada à Sigridur na sua caixa de ir à terra. Encostada, sem grande espaço, apenas o sufi -ciente para assistir, ver, tomar conta. Saber tudo o que acon-teceria. Tocar. Ela estendida como um verso.

Naquele dia, uma baleia quase bateu no barco. En-travam muitas para comer os camarões e o nosso mar emparedado parecia até pe-queno. Víamos-lhes os rabos a fazer força para que se afun-dassem em velocidade. O can-tinho interior do Arnarfj ordur era um guarda-joias culinário. Os camarões guardavam-se ali tão preciosos quanto se encurralavam. Pescávamos em sossego enquanto milha-res ou milhões de criaturinhas morriam sem piedade.

Dentro do diamante líquido nadavam criaturas que se ma-tavam umas às outras.

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