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l EDITORIAL

sum

ário

Propriedade:Federação do Sector FinanceiroNIF 508618029

Correio electrónico:[email protected]

Director:Delmiro Carreira – SBSI

Directores Adjuntos:Carlos Marques – STASCarlos Silva – SBCPereira Gomes – SBNViriato Baptista – SBSI

Conselho editorial:Cristina Damião – SBSIFirmino Marques – SBNPatrícia Caixinha – STASSequeira Mendes – SBC

Editor:Rui Santos

Redacção e Produção:Rua de S. José, 1311169-046 LisboaTels.: 213 216 113Fax: 213 216 180

Revisão:António Costa

Grafismo:Ricardo Nogueira

Execução Gráfica:Xis e Érre, [email protected] José Afonso, 1 – 2.º Dto.2810-237 Laranjeiro

Tiragem: 80.000 exemplaresPeriodicidade: MensalDepósito legal: 307762/10Registado na ERC: 125 852

Ficha Técnica

l STAS ActividadeSeguradora

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22l Bancários Nortel Bancários Sul e Ilhas

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l Bancários Centro

SINDICAL l ActualidadeFebase vai requerer inconstitucionalidade dos cortes salariais 4

Perguntas & Respostas 5

Reduções salariais violam Constituição 6

Direito Internacional e comunitário também protege contratação colectiva 8

Mais de 53 mil bancários vão às urnas em Abril 9

Bancos insistem em 0% de aumento salarial 9

Conferência Mundial da UNI-Finanças 10

Estudar cenários para reagir a tempo 11

Combate ao desemprego deve ser prioridade das prioridades 14

CONTRATAÇÃO l SegurosPretensa caducidade do CCT de Seguros solicitada pela APS 12

O despudor chegou aos Seguros 13

JURÍDICAS l QuestõesContrato de trabalho a termo de trabalhador à procura do 1.º emprego 15

TEMPOS LIVRES l NacionalEntrega de prémios e inauguração da exposição “Foto STAS/SBSI” 16

TEXTO: DELMIRO CARREIRA

Arealização em Portugal da Conferência da UNI-Euro-pa Finanças e da 3.ª Conferência Mundial da UNI--Finanças, amplamente tratadas neste número, só

foi possível pelo reconhecimento da representatividade ecapacidade organizativas dos Sindicatos da FEBASE.

Nestas importantes reuniões vamos discutir com sindi-calistas de todas as partes do Mundo o futuro do sistemafinanceiro, que todos os que dele dependem desejam maisjusto e, porque não dizê-lo, mais honesto.

As questões da supervisão e do papel das agências denotação, nomeadamente dos erros grosseiros que come-teram no passado, quando davam altas notas a produtosque nada valiam bem como às Instituições de Crédito queos vendiam, serão preocupações dos Sindicatos do sectorfinanceiro.

Num momento em que são conhecidas as dificuldadesde acesso ao crédito por parte de Estados e Bancos, umnovo papel tem de ser assumido pelas Instituições finan-ceiras da zona euro. Certamente que os governos e os

UNI reúne-se em Portugalpara discutir sistema financeiro

países que durante anos gastaram mais do que podiam sãoresponsáveis e têm agora de poupar para fazer face àsdificuldades, mas não é menos verdade que a construçãodo euro não foi feita com todos os pilares necessários paraevitar riscos sísmicos como aqueles que a actual criseprovocou.

A solidariedade europeia e nacional é fundamental paravencer os desafios que temos pela frente. Desejos eleito-ralistas que encontram no recurso ao FMI uma boa formade se poder chegar mais cedo ao poder mais não fazem doque fragilizar o desígnio nacional, que passa pelo impera-tivo de sermos nós a resolver os nossos problemas, semque tenhamos de conviver com o fiscal do FMI à perna.

Os exemplos da Grécia e da Irlanda, desejosas de reveros acordos que foram obrigadas a fazer com o FMI, demons-tram que as taxas de juro que suportam continuam espe-culativas.

A unidade no essencial é decisiva para regressarmos aofuturo, tal como o slogan da Conferência da UNI aponta.

Nestas importantesreuniões vamos discutir

com sindicalistas de todasas partes do Mundoo futuro do sistema

financeiro, que todosos que dele dependem

desejam mais justoe, porque não dizê-lo,

mais honesto

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SINDICAL l Actualidade Actualidade l SINDICAL

P – Que tipo de entidades são abran-gidas pelas normas orçamentais?

R – A Febase representa trabalhado-res de numerosas e heterogéneas en-tidades: Caixa Geral de Depósitos(CGD); seguros do universo da CGD;Banco Português de Negócios (BPN);BPN Vida, seguradora; Banco de Portu-gal; IFAP, ITP, instituto público; IGCT;ISP, entre outros. Da amostra de enti-dades em causa podemos concluir tra-tar-se de pessoas colectivas que orga-nicamente integram a Administraçãoestadual indirecta, em particular o

Perguntas & RespostasPara tentar responder às dúvidas mais frequentes sobre

as medidas do Orçamento do Estado para 2011com repercussão directa nos salários dos trabalhadores

das empresas do perímetro do Estado, a “Revista Febase”elencou uma série de questões cujas respostas

foram retiradas do parecer elaborado a pedido da Febasepor três Professores da Universidade do Porto: Júlio Gomes,

Catarina de Oliveira Carvalho e Raquel Carvalho

O Secretariado da Febase reuniu--se no dia 12 de Fevereiro, emCoimbra, com a equipa de juris-

tas dos vários Sindicatos da Federação– SBC, SBN, SBSI e STAS – e decidiuavançar para os tribunais para impug-nar os cortes salariais impostos pelasnormas constantes da Lei do Orçamen-to do Estado 2011.

Na reunião participou também o Pro-fessor Jorge Leite, para analisar o pare-cer que a sua equipa, que conta aindacom o Professor Leal Amado, apresen-tou à Febase. Este parecer veio juntar--se ao apresentado uma semana antespelo Professor Júlio Gomes e por RaquelCarvalho e Catarina de Oliveira Carva-lho, no qual afirmam ser inconstitucio-nal a aplicação das medidas do Gover-no, designadamente por clara violaçãodo princípio da livre contratação colec-tiva que vigora no sector financeiro hálargas dezenas de anos.

O objectivo da reunião foi definir oscaminhos a seguir para arguir a incons-titucionalidade dos cortes salariais queo OE/2011 impôs às empresas do perí-metro do Estado do sector financeiro –CGD (sector bancário e segurador), BPN,IFAP, Banco de Portugal e ISP.

Com base em pareceres de Professores de Direito

Febase vai requerer incons titucionalidade dos cortes salariaisApoiada nos pareceres

dos especialistasem Direito do Trabalho

Júlio Gomes e Jorge Leite,a Federação do Sector

Financeiro (Febase)decidiu recorrer

aos tribunais paraimpugnar os cortes

salariais nos Bancos,companhias de Seguros

e Institutos do sectorempresarial do Estado.

A “Revista Febase”publica excertos

do parecer da equipado Professor Júlio Gomes

Ao contrário de outras organizaçõessindicais a braços com o mesmo tipo deproblemas – que optaram por interporprovidências cautelares ou avançar comprocessos nos tribunais administrati-vos –, a Febase optou por munir-se deargumentos jurídicos para fazer respei-tar a contratação colectiva.

Em causa estão principalmente duasInstituições: a Caixa Geral de Depósi-tos (CGD) e o Banco de Portugal. Noprimeiro caso, trata-se de um Bancode capitais públicos e, no segundo, deuma Instituição com um regime pró-prio, resultante da sua função de su-pervisão integrada na rede de BancosCentrais da zona euro. No entanto, emambos existe uma convenção colecti-

va, fruto da livre negociação entre aspartes.

A estratégia da Febase reveste-se deuma certa prudência na acção, fruto dodesconhecimento, até ao momento,das medidas que vão ser adoptadaspelas Administrações das Instituiçõesna aplicação das normas constantes doOE 2011. Daí a importância de estar jámunida de pareceres jurídicos paraimediatamente poder agir em confor-midade.

A “Revista Febase” dá agora desta-que ao parecer da equipa do ProfessorJúlio Gomes, o primeiro a ser entregueaos Sindicatos. Na próxima edição serádada relevância ao parecer do Profes-sor Jorge Leite.

TEXTO: INÊS F. NETO

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sector empresarial do Estado (o casoda CGD), institutos públicos (Adminis-tração estadual indirecta) ou mesmoautoridades administrativas indepen-dentes (o caso do ISP).

As relações laborais destes traba-lhadores encontram-se subordinadasa dois regimes distintos: nos institutospúblicos, com excepção do BdP, apli-

A equipa de especialistas em Di-reito da Universidade do Porto aquem a Febase solicitou um pa-

recer, constituída pelos professores JúlioGomes, Catarina de Oliveira Carvalho eRaquel Carvalho, concluiu que as medi-das orçamentais relativas às reduçõessalariais violam a Constituição.

A “Revista Febase” publica, na ínte-gra, as conclusões do parecer:

sas abrangidas e, em parte, na CGD,aplica-se o regime do contrato indivi-dual de trabalho previsto no Código doTrabalho.

P – As normas do OE/2011 aplicam--se apenas aos titulares de cargos pú-blicos ou aos trabalhadores do sectorpúblico em geral?

R – Segundo o Artigo 19.º da Lei doOrçamento do Estado (LOE), a 1 de Ja-neiro de 2011 são reduzidas as remune-rações totais ilíquidas mensais de valorsuperior a 1.500€, das pessoas queestejam em exercício de funções na-quela data, que iniciem tal exercício, aqualquer título, depois dela.

Entre as pessoas a quem as normaspodem ter aplicação encontram-se,segundo aquele Artigo, os trabalhado-res dos institutos públicos de regimeespecial e de pessoas colectivas dedireito público dotadas de independên-cia decorrente da sua integração nasáreas de regulação, supervisão ou con-trolo; os trabalhadores das empresaspúblicas de capital exclusiva ou maio-ritariamente público, das entidadespúblicas empresariais e das entidadesque integram o sector empresarial re-gional e municipal, com as adaptações

Conclui equipa da Universidade do Porto

Reduções salariais violam Constituição

1 – A norma contida no n.º 3 do Artigo56.º da Constituição consubstancia, nãosó matéria de Direitos Fundamentais,como, mais especificamente, um Direi-to Fundamental, com os seus traçosdistintivos: titularidade subjectiva, fun-cionalizada à realização do Homem nasua dimensão de trabalhador e, comisso, concretizadora do princípio da dig-nidade da pessoa humana;

2 – Pela sua inserção formal (capí-tulo III do Título II) e principalmentepelo critério material da determini-dade de conteúdo, trata-se de umDireito, Liberdade e Garantia dos Tra-balhadores, com a especificidade deapenas poder ser exercido pelas asso-ciações sindicais;

3 – Está, por conseguinte, protegidopelo regime jurídico-constitucional dosDireitos, Liberdades e Garantias, nostermos do Artigo 17.º da CRP, em par-ticular no que respeita aos requisitosde uma intervenção legal restritiva;

4 – A norma orçamental que deter-mina a redução salarial e a sua supe-rioridade normativa sobre todas asnormas que disciplinem a matéria emcontrário consubstancia uma normarestritiva;

5 – Tal restrição afecta o direito àcontratação colectiva, na medida emque ocupa o espaço normativo damatéria da remuneração, que con-

sensualmente a doutrina e jurispru-dência constitucional entender inte-grar o “núcleo” do direito ou “reservade contratação colectiva”;

6 – Afecta, por um lado, as conven-ções elaboradas ao abrigo do exercí-cio deste direito, eliminando o equilí-brio aí conseguido, e assim exaurindoas mesmas de qualquer eficácia real;

7 – E, por outro lado, inviabiliza, peloseu teor autoritário, qualquer futuraconvenção colectiva, pelo menos en-quanto vigorar tal norma orçamental,uma vez que ocupa o espaço daqueleque é histórica e consabidamente ofulcro da contratação colectiva;

8 – Deste modo, vem regular situa-ções presentes, ainda que definidasanteriormente por instrumento nor-mativo constitucionalmente reconhe-cido, sendo de equacionar, mesmopara quem apenas admite a irretroac-tividade em sentido estrito, se nãoporá em causa o princípio da confian-ça, uma vez que, ao tempo da contra-tação, se é certo serem conhecidas asdificuldades económicas/orçamen-tais do País, não se equacionava ain-da que uma das possíveis soluçõespassasse por cortes salariais;

9 – Ao inviabilizar as convençõesvigentes e a elaboração de conven-ções futuras, a norma afecta irreme-diavelmente o núcleo essencial dodireito de contratação colectiva, vio-lando a parte final do n.º 3 do Artigo18.º, pelo que merece censura consti-tucional;

10 – Sem conceder, mesmo que seentendesse que a construção dogmá-tica da contratação colectiva corres-pondia à de uma garantia institucio-nal, se bem que não a tradicional, averdade é que idêntica censura mere-cia a norma orçamental, pois não sótal garantia institucional se encon-trava protegida pelo regime dos Di-reitos, Liberdades e Garantias, comoo seu conteúdo ou núcleo essencial seencontraria, do mesmo modo, intole-ravelmente atingido.

Posto isto e pelas razões expressas,podemos responder à pergunta for-mulada na consulta afirmando que asmedidas orçamentais relativas às re-duções salariais violam a Constitui-ção da República Portuguesa, em par-ticular no que se refere ao direito decontratação colectiva.

autêntico Direito, Liberdade e Garantia.Nesse sentido, afirmou o Tribunal Consti-tucional que o “direito de contrataçãocolectiva constitui um direito fundamen-tal, cuja titularidade é atribuída aos tra-balhadores e cujo exercício é cometido àsassociações sindicais”.

Parece ser também a interpretaçãoque melhor se adequa ao teor do referidoArt. 28.º da Carta de Direitos Fundamen-tais da União Europeia que começa porconceber o direito de contratação colec-tiva como um direito dos trabalhadores.

autorizadas e justificadas pela sua na-tureza empresarial.

Lei imperativa?

P – O n.º 11 do Artigo 19.º da LOEestabelece que o regime nele fixado“tem natureza imperativa, prevalecen-do sobre quaisquer outras normas, es-peciais ou excepcionais, em contrário esobre instrumentos de regulamenta-ção colectiva de trabalho e contratos detrabalho, não podendo ser afastado oumodificado pelos mesmos”. Isso signi-fica que a Lei do Orçamento está acimade todas as outras?

R – As normas orçamentais, emboraintegrem uma lei com valor específico,não deixam de estar vinculadas ao res-

peito pela Constituição, nos termos dodisposto no n.º 3 do Artigo 3.º da CRP. Aquestão magna colocada prende-se como eventual desrespeito de direitos fun-damentais, em particular, de direitosdos trabalhadores.

Um desses direitos que assume par-ticular relevância para a nossa refle-xão, designadamente pelo que dispõe on.º 11 do Artigo 19.º do OE, é o direito decontratação colectiva previsto no n.º 3do Artigo 56.º da CRP, segundo o qual“compete às associações sindicais exer-cer o direito de contratação colectiva,o qual é garantido nos termos da lei.”

O Artigo 56.º integra-se formalmente nocapítulo III (Direitos dos trabalhadores),do Título II (Direitos, Liberdades e Garan-tias) da CRP. À partida, esta inserção for-mal do direito conduziria à sua qualifica-ção não só como Direito Fundamental,mas especificamente como Direito, Liber-dade e Garantia. Todavia, a doutrina temsublinhado a necessidade de o intérpreteatender, para a qualificação do normativocomo Direito Fundamental, não só ao cri-tério formal mas também a um critério denatureza material.

Na nossa perspectiva, o direito àcontratação colectiva preenche clara-mente o tríplice critério: o radical sub-

jectivo, a função e a intenção. A estru-tura literal do preceito constitucionalindica que a titularidade do direito éatribuída aos trabalhadores, enquantoo respectivo exercício compete às as-sociações sindicais. A ideia do legisla-dor constituinte terá sido a de criar ummecanismo que permitisse aos traba-lhadores substituírem “o fraco podercontratual do trabalhador individualpelo poder colectivo organizado no sin-dicato” [segundo Gomes Canotilho eVital Moreira in Constituição da Repú-blica Portuguesa Anotada].

Garantia constitucional

P – O direito de contratação colectivaé, então, um direito fundamental pro-tegido pela Constituição?

R – Parece-nos que, atentas a letra e aratio do Artigo 56.º, a conclusão só podeser a de o direito de contratação colectivapertencer individualmente a cada traba-lhador, conquanto apenas adquira plenosentido, até pela intenção associada, aoser exercido de modo colectivo atravésdas associações sindicais. Significa, en-tão, que está preenchido o radical subjec-tivo necessário para a qualificação dodireito de contratação colectiva como

ca-se o regime de contrato de trabalhoem funções públicas e, na CGD, partedos trabalhadores têm uma relação dedireito público; nas restantes empre-

Direito à negociação aniquilado

P – Pode concluir-se que a normaorçamental é inconstitucional?

R – Importa aquilatar da conformi-dade da norma orçamental com odireito constitucionalmente previs-to. Em primeiro lugar, cabe sublinharque a norma orçamental inclui tantoos trabalhadores em funções públicas(aqueles que nas várias entidadesmantêm o regime laboral anterior àformação societária e que são traba-lhadores sujeitos ao RCTFP), como ostrabalhadores com contrato de traba-lho de direito privado. Ambos os uni-versos subjectivos são titulares, nostermos constitucionais, como vimos,do direito de contratação colectiva.

O respeito pelo direito não se basta,como é evidente, pela garantia do seuexercício, mas abrange o resultado con-seguido por via desse exercício. Se odireito, de acordo com o entendimentoconsensual da doutrina e jurisprudên-cia, se destina a conferir força negocialaos trabalhadores para a obtenção dasmelhores condições de trabalho, o quea Constituição pretende, de seguida, éque o fruto da negociação esteja igual-mente protegido. Sob pena de, assimnão sendo, se esvaziar por completo odireito em termos substantivos. Trata-se de um direito-garantia, mas nãodeixa de ser um direito.

Ora uma norma orçamental que vemimpor uma redução das remuneraçõese que expressamente diz que prevale-ce sobre quaisquer outras, incluindosobre os instrumentos de regulamen-tação colectiva de trabalho, afecta

As normas orçamentais,embora integrem uma lei comvalor específico, não deixamde estar vinculadas ao respeitopela Constituição, nos termosdo disposto no n.º 3 do Artigo3.º da CRP. A questão magnaprende-se com o eventualdesrespeito de direitosfundamentais, em particular,de direitos dos trabalhadores

A ideia do legisladorconstituinte terá sido a de criarum mecanismo que permitisseaos trabalhadores substituírem“o fraco poder contratual dotrabalhador individual pelopoder colectivo organizado nosindicato”

O Art. 28.º da Carta deDireitos Fundamentais daUnião Europeia quecomeça por conceber odireito de contrataçãocolectiva como um direitodos trabalhadores

Actualidade l SINDICALSINDICAL l Actualidade

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No Sindicato do Sul e Ilhas estãoinscritos 47269 eleitores e a vo-tação decorre em 14 de Abril e,

também, no dia anterior, quando seinicia a votação pela Internet.

Esse acto eleitoral servirá para es-colher os Corpos Gerentes mas, tam-bém, os 299 activistas sindicais queestarão no Congresso do Sindicato, emrepresentação dos seus companheirosde trabalho nas Secções Sindicais deempresa e regionais.

O prazo para a apresentação de lis-tas termina hoje, 9 de Março, pelo queainda não é possível determinar o nú-mero de listas concorrentes, emborase admita que nas eleições irão apre-sentar-se duas listas a sufrágio, sendouma apresentada pela actual Direcçãoe que apresenta Rui Riso, actual Presi-dente do Conselho de Gerência dosSAMS, como indigitado para substituirDelmiro Carreira na presidência daDirecção.

A votação pela Internet começa às 0horas de 13 de Abril e prolonga-se atéàs 18 horas do dia seguinte, enquantoa votação presencial decorrerá entreas 9 e as 18 horas do dia 14.

Outro método de votação usual é ovoto por correspondência, que devechegar à Mecodec até às 16 horas de 14

Aprimeira reunião de negociações para a revisão salarial de 2011 decorreu dia 24 deFevereiro entre a Febase e o Grupo Negociador das IC sem que tenha havido qualqueraproximação de posições.

A Febase e o Grupo Negociador das Instituições de Crédito (IC) subscritoras do ACT dosector bancário reuniram-se para analisar a proposta sindical de revisão salarial e acontraproposta patronal.

Recorde-se que à reivindicação de 2,2% de aumento salarial apresentada pela Febase,o Grupo Negociador das IC respondeu com a manutenção dos actuais vencimentos, ou seja,pretende que em 2011 não haja aumentos salariais.

Na primeira sessão da ronda negocial ambas as partes mantiveram inalterada arespectiva proposta.

O Grupo Negociador justificou a sua posição com a actual situação da economia nacional,afirmando ser difícil a obtenção de um consenso imediato.

A Febase, por sua vez, reafirmou a sua posição, considerando inaceitável a contrapro-posta patronal.

A próxima reunião de negociações está agendada para 15 deste mês.

Bancos insistem em 0% de aumento salarial

P – Além da CRP, o direito à contrata-ção colectiva encontra enquadramentono plano internacional?

R – O Artigo 4.º da Convenção da OITn.º 98, de 1949, sobre o direito de orga-nização e de negociação colectiva, im-põe aos Estados signatários, nos quaisse inclui Portugal, a adopção das medi-das necessárias, em função das “condi-ções nacionais”, para encorajar e pro-mover a negociação colectiva comomeio de regulação das condições detrabalho. Por seu lado, a Convenção daOIT n.º 151, relativa à protecção dodireito de organização e processo defixação das condições de trabalho nafunção pública prevê no respectivo Ar-tigo 7.º a adopção de medidas destina-das a promover a negociação das con-dições de trabalho entre as autoridadespúblicas e as organizações de trabalha-dores da função pública.

Direito Internacional e comunitáriotambém protege contratação colectiva

P – E no direito comunitário?R – Também a Carta dos Direitos

Fundamentais da União Europeia [queadquiriu força vinculativa com a entra-da em vigor do Tratado de Lisboa], noseu Artigo 28.º, proclama o direito de ostrabalhadores, as entidades emprega-doras e as organizações respectivasnegociarem e celebrarem convençõescolectivas, aos níveis apropriados, semqualquer exclusão.

O Tribunal Europeu dos Direitos doHomem, no seu Acórdão Demir y Bayka-ra c. Turquia, processo n.º 20868/02,afirma que o Art. 11.º da ConvençãoEuropeia dos Direitos do Homem prote-ge os interesses dos filiados por meioda acção colectiva do sindicato, que osEstados devem autorizar devendo es-tes fazer o possível para tornar efectivoesse direito, sem exigências arbitrárias.O tribunal afirmou expressamente que

a convenção colectiva constitui o meioprincipal, quando não o único, para queo sindicato promova o interesse dosmembros e afirmou que a anulaçãoretroactiva de uma convenção colecti-va (por carecer o sindicato de persona-lidade jurídica) constituía uma inge-rência na liberdade sindical.

P – Qual a jurisprudência comunitáriasobre negociação colectiva?

R – Resulta inequivocamente da suajurisprudência que o Tribunal Europeudos Direitos do Homem considera que odireito à negociação ou contrataçãocolectiva é um dos aspectos fundamen-tais do direito ou liberdade sindical, dodireito a fundar sindicatos e a filiar-seneles para defesa dos interesses co-muns. As negociações colectivas (e oseu fruto, a convenção colectiva) sãomeios essenciais para promoção dosinteresses dos trabalhadores, que osEstados devem não apenas respeitar,abstendo-se de ingerências ou interfe-rências, mas proteger, existindo, a estepropósito, para os Estados uma obriga-ção positiva de facilitar o exercício dosdireitos.

Recorde-se que o Estado portuguêsassumiu, ao ratificar a Convenção n.º151 da OIT, uma obrigação de encora-jar e promover a contratação colecti-va também no sector da função públi-ca, obrigação que não se afiguracompatível com a paralisação des-ta, em alguns dos seus efeitos maisessenciais.

decisiva e inexoravelmente todas asconvenções colectivas negociadas,quebrando o equilíbrio das mesmas ecom isso esvaziando por completo osentido das convenções.

Em segundo lugar, e pelo menos en-quanto vigorar a norma orçamental,esta, em bom rigor, esvazia o direito decontratação colectiva para o futuro:para quê e de que modo poderão traba-lhadores e empregadores encetar umprocesso negocial colectivo se o “trun-fo” remuneratório está completamen-te fora da adequação no que respeita ao“quantum”?

Por estas considerações somos leva-dos a considerar que o núcleo essencialdo direito à negociação colectiva foi atin-

gido quanto ao seu alcance e que a res-trição do mesmo ainda reveste, no querespeita às convenções já existentes, umaregulamentação com, pelo menos, ca-racterísticas de retrospectividade.

No que respeita à afectação do con-teúdo essencial do direito à contrata-ção colectiva, a inconstitucionalidadematerial parece evidente. Em face daanálise exposta, só podemos concluirpela inconstitucionalidade material dadisposição orçamental que, estabele-cendo a diminuição da retribuição eafirmando a sua superioridade face ademais normas convencionais, incluin-do os instrumentos de regulamentaçãocolectiva, atinge o núcleo do direito, deforma intolerável, pois tudo o mais que

se possa negociar acaba por estar invia-bilizado por força de a remuneração po-der ser utilizada, na extensão abrangidapela norma orçamental, como ponto cen-tral de negociação. Quando tal sucede,isto é, quando por força de intervençãolegal, o conteúdo constitucionalmentedefinido como essencial desaparece, ocor-re inequivocamente a violação do n.º 3 doArtigo 18.º da CRP que protege a “exten-são e alcance do conteúdo essencial”. Otal coração do direito que, a todo o tempo,reflecte o princípio da dignidade humana.Na presente situação, a determinaçãoorçamental deixa sem poder negocialqualquer dos intervenientes, aniquilan-do assim o direito constitucionalmenteconsagrado.

Eleições no SBSI e no SBC

Mais de 53 mil bancáriosvão às urnas em Abril

TEXTO: RUI SANTOS E VASCO GARCIA

Os Sindicatos dos Bancáriosdo Centro e do Sul e Ilhas

terão eleições para os seusCorpos Gerentes no próximomês de Abril, pelo que mais

de 55 mil bancários estãoconvocados para

participarem nessesimportantes actos eleitorais,

que hão-de culminarna escolha dos seus

dirigentes para o quadriénio2011/2015

de Abril, pelos Correios, sabendo-se jáque o material para a votação por essemétodo irá chegar a casa dos associa-dos nos dois primeiros dias de Abril.

Entretanto, também uma carta de“pin” será enviada a todos os eleitorespara que possam optar por exercer oseu direito de voto pela Internet, mé-todo já utilizado em anteriores actoseleitorais e que sempre decorreu coma maior eficácia e transparência.

Também as eleições para os órgãossociais do Sindicato dos Bancários doCentro (SBC) estão marcadas para 14de Abril. Entre as 08H30 e as 17H30, osmilhares de associados do SBC inscri-tos nos cadernos eleitorais poderãovotar na sede do Sindicato, em Coim-bra, ou nas delegações regionais deLeiria, Guarda e Viseu.

Nos locais onde haja, pelo menos,três associados e um delegado sindi-cal, o direito de voto poderá ser exer-cido no próprio local de trabalho ou porcorrespondência, sendo que qualquerassociado poderá optar pela votaçãopor correspondência, se assim o dese-jar, desde que devidamente autoriza-do pela Mesa da Assembleia Geral. Aotodo, os associados terão ao seu disporcerca de 150 mesas de voto.

Quanto aos reformados, poderão vo-tar também por correspondência, ten-do os votos de entrar, “impreterivel-mente, até às 17H30 de 14 de Abril”,frisa Mário Figueira, Presidente daMesa da Assembleia-Geral do SBC.

Prevê-se que haja apenas uma listacandidata à Direcção, Mesa da Assem-bleia Geral e Conselho Geral – encabe-çada pelo actual Presidente da Direc-ção, Carlos Silva – mas novidades po-dem aparecer, porque a data limitepara a entrega de candidaturas coinci-de com o fecho desta edição.

Segundo Mário Figueira, “tudo está acorrer bem” e não é previsível quevenham a acontecer problemas comoos que se verificaram no anterior actoeleitoral, em 2007.

Como grande novidade para estesufrágio, o Presidente da Mesa da As-sembleia Geral destaca o facto da Sec-ção Sindical de Reformados que, pelaprimeira vez, fruto de uma revisãoestatutária, verá eleitos três elemen-tos, que terão assento no ConselhoGeral do SBC.

A tomada de posse dos novos órgãossociais acontecerá até oito dias depoisde anunciados, oficialmente, os resul-tados das eleições.

Actualidade l SINDICALSINDICAL l Actualidade

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SINDICAL l Actualidade Actualidade l SINDICAL

Conferência Mundial da UNI-Finanças

Regresso ao futuro começa em LisboaA UNI-Finanças exige

um ponto final na economiade casino que dominou

os últimos anos atéo sistema colapsar na maior

crise desde a GrandeDepressão. A estratégia

da organização para forçara mudança e fazer valer

os interesses dos trabalhadoresserá delineada em Lisboa,

na 3.ª Conferência Mundial

TEXTO: INÊS F. NETO

Olema da 3.ª Conferência Mundialda UNI-Finanças é bastante elu-cidativo quanto aos objectivos

da organização sindical: “Regresso aofuturo: novos caminhos para um sistemafinanceiro justo”. A Febase e os seusSindicatos são anfitriões da reunião mag-na, que se realiza nos dias 16 e 17 naEscola Superior de Turismo do Estoril.

A conferência de Lisboa apresenta umprograma muito ambicioso: pretende tra-çar as linhas mestras que permitam pôrem prática, no que diz respeito à áreasectorial das Finanças, os objectivos daUNI – Global Unions definidos em Nagasakipara durarem até ao próximo Congresso,na Cidade do Cabo, quando será feito obalanço das lutas travadas e das batalhasvencidas… ou não.

Assim, entre os temas em debate refira--se “Rompendo barreiras: planificação es-tratégica”, que faz justamente a “ponte”entre o Congresso de Nagasaki e o daCidade do Cabo para o sector financeiro. O

objectivo desta sessão é precisamentediscutir a actividade da UNI-Finanças paraos próximos quatro anos.

Seguir-se-á um dos temas considera-dos mais importantes, já que se centra nofuturo do sector financeiro e na necessi-dade de alterar o actual modelo de glo-balização. Dois anos depois da crise fi-nanceira global, os trabalhadores conti-nuam a reivindicar um papel activo noredesenhar do sistema, ou seja, exigemser incluídos na discussão global comofazendo parte da solução.

No entanto, como critica a UNI, em2010 não se viu serem tomadas as medi-das necessárias em matérias como regu-lação, supervisão, diversidade do sectorou remunerações dos gestores. Por issoos trabalhadores e os seu sindicatos con-tinuarão atentos à situação e insistindona mudança para um sistema financeiromais justo em todo o Mundo.

Condições de trabalho

A Conferência dará igualmente muitaimportância às condições de trabalho,assunto abordado pelos delegados emvárias sessões de trabalho. É o caso, porexemplo, da sessão dedicada aos traba-lhadores temporários em agências e àdiscussão sobre a organização de novasformas de trabalho.

No sector financeiro não param deaumentar as formas precárias e atípicas,como o trabalho temporário através daexternalização, os contratos a termo e atempo parcial. Na Conferência, a UNI-Fi-nanças pretende discutir o significadodestas formas de vínculo laboral para anegociação colectiva e os sindicatos.

“Fim do capitalismo de casino” é o mote para amanifestação que a UNI-Finanças promove no dia17 de Março, pelas 12h20, frente ao Casino Estoril.

Com esta acção, a organização sindical mundialexige o fim de um sistema financeiro sem regulaçãonem supervisão, características em muito respon-sáveis pela maior crise desde a Grande Depressãoda década de 30 do século XX, que arrastou o Mundopara a actual recessão económica e provocou odesemprego de milhões de trabalhadores.

Manifestação no Estoril

Do mesmo modo, os delegados têm naagenda o debate da organização da forçasindical nas multinacionais, já que tantobancos como companhias de seguros con-tinuam a sua expansão pelo Mundo tendocomo denominador comum as mais bai-xas condições de trabalho.

A UNI e os sindicatos filiados mantêma luta por regras e normas equitativasatravés da cooperação sindical, dos direi-tos dos trabalhadores e da conquista denovas associados.

Dos trabalhadoresaos consumidores

Por fim, e já num registo simultanea-mente interno e externo, será dada parti-cular atenção ao desempenho profissionaldos bancários enquanto prestadores deserviços aos cidadãos, já que aconse-lham os consumidores em matéria deprodutos financeiros. Mas para que esteaconselhamento possa ser feito de formaresponsável é preciso que os bancáriostenham condições de trabalho justas.

A venda irresponsável de produtosfinanceiros tem sido um dos assuntosque mais tem centrado a atenção dapopulação em geral sobre o sector fi-nanceiro, pois foi considerado um dosfactores responsáveis pela crise finan-ceira mundial.

Consciente deste problema e assumin-do uma atitude activa na sua resolução,a UNI-Finanças desenvolveu uma estra-tégia que passa pela elaboração de umacarta modelo, iniciativas ao nível da ne-gociação colectiva, mudanças normati-vas e a assunção de um compromissoentre as principais partes interessadas.

Estudar cenários para reagir a tempo

Acrise financeira pode estar achegar ao fim mas a fragilidadedos mercados financeiros ainda

está para durar, o que exige um estudoaprofundado da situação por forma a iden-tificar perigos e reagir a tempo de evitá-los.

A UNI-Finanças quer estar prevenidapara qualquer eventualidade, para po-der responder eficazmente em defesados trabalhadores que representa. Comesse objectivo, os delegados à 3.ª Con-ferência Mundial da organização, quese realiza em Lisboa nos próximos dias16 e 17, vão analisar um relatório daFundação Europeia para a Melhoria dasCondições de Vida e de Trabalho (Euro-found) sobre os serviços financeiros noperíodo pós-crise.

O documento, que Oliver Roethig aco-lheu já favoravelmente, examina asrecentes tendências económicas nossectores bancário e dos seguros, bemcomo o debate em torno da regulaçãodos mercados financeiros. Estudandoos modelos de negócio que são aplica-dos como uma resposta à crise, o Rela-tório desenvolve cenários para o pro-cesso de adaptação do sector dos ser-viços financeiros europeus.

O estudo da Eurofound conclui que asadaptações importantes já ocorreramnos serviços financeiros europeus: de-salavancagem significativa; regressoao “core business”; reestruturação emudança nos sistemas de remunera-ção dos gestores, com forte ênfase emincentivos de longo prazo, em detri-mento dos de curto prazo.

No entanto, o relatório salienta queimportantes desafios existem aindapela frente: a criação de um novo qua-dro de regulação para os mercadosfinanceiros, a vulnerabilidade das eco-nomias face a uma segunda ou terceiraderrapagem, e a nova força dos merca-dos asiáticos.

Três cenários

Para os próximos cinco a dez anos, orelatório desenvolve três cenários:

• O passado é o futuro: este cenáriocaracteriza-se pela manutenção do “sta-

Os delegados à conferênciada UNI analisarão em Lisboa

vários cenários paraos serviços financeiros

no período pós-crise

tus quo”, ou seja, o alto risco continua.A reestruturação fundamental dos ser-viços financeiros não se faz, porque éimpedida pelos grandes “players”. Aindústria continua com as estratégias dolucro a curto prazo, fortemente orienta-das para o accionista.

• Uma nova ordem mundial para osmercados financeiros: o fim da épocade ouro. A regulação efectiva dos merca-dos financeiros contribui para reorientaras empresas para modelos de negóciossustentáveis, “secando” os mercadosfinanceiros de alto risco.

• Economias divididas: o pior cenário.Não se alcança um consenso sobre umanova ordem financeira mundial e a crisefinanceira e económica ficará fora decontrolo. A desestabilização vai dividira Europa, económica e socialmente.

Sindicatos preocupados

Os Sindicatos da UNI-Finanças estãopreocupados com o futuro e queremgarantir que o pior cenário não se tornarealidade.

Oliver Roethig manifestou já as dúvi-das da UNI face ao comportamento dosgrandes investidores, sobretudo dosBancos de investimento, que tudo farãopara parar – e até reverter – as altera-ções que estão a ser tomadas em ma-téria de regulação.

«Temos de certificar-nos de que ocenário de alto risco não é o futuro»,frisou o responsável.

«Os Sindicatos estão preocupadoscom o padrão de desenvolvimento»,afirmou Oliver Roethig, referindo o fac-to de banqueiros de investimento esta-rem a assumir os cargos de CEO emBancos multinacionais, o que, segundoa organização sindical, poderá colocarem causa o modelo de Banco universal.

«Para a UNI-Finanças, um Banco uni-versal deve ser em primeiro lugar umBanco comercial e de retalho, que servea economia real.»

O líder da UNI-Finanças deixou aindaclaro que para os Sindicatos o segundocenário é o único que merece uma uniãode esforços: regulação eficaz do sectorfinanceiro, intimamente ligado à eco-nomia real.

A Conferência Mundial da UNI-Finanças,que se realiza na Escola Superior de Turismodo Estoril, tem o seguinte programa:

Quarta-feira, 16:8h30 – Inscrição dos delegados9h30 – Abertura

• Aprovação da Ordem de Trabalhos• Eleição das comissões de credenciais e

de Resoluções• Sessão 1: Quebrando barreiras: planifi-

cação estratégica (debate)13h30 – Almoço14h00 – Reinício dos trabalhos

• Sessão 2: O futuro do sector financeiro:mudar a globalização (debate)

• Sessão 3: Trabalhadores temporários deagências: organizar novas formas de trabalho

Programa(sessão com perguntas e respostas)

17h30 – Final dos trabalhos

Quinta-feira, 17:9h30 – Início dos trabalhos

• Sessão 4: Aconselhamento justo – con-dições de trabalho justas (debate)

• Sessão 5: Apresentação da Moção so-bre alterações ao Regulamento da UNI-Fi-nanças12h20 – Manifestação “Fim do capitalismode casino” frente ao Casino Estoril14h20 – Reinício dos trabalhos

• Sessão 6: Multinacionais: organizar aforça sindical

• Sessão 7: Eleições do Grupo Director• Encerramento dos trabalhos

17h00 – Fim da Conferência Mundial

TEXTO: INÊS F. NETO

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CONTRATAÇÃO l Seguros Seguros l CONTRATAÇÃO

De repente, como quem não querdar nas vistas, eis que chegaramos despedimentos colectivos no

sector de Seguros, como forma de seminimizarem custos e potenciar siner-gias.

Primeiro, foi a Açoreana que abriueste caminho e, agora, o mesmo está aacontecer na MACIF (ex-Sagres).

Não pactuamos com pretensas reor-ganizações, que mais não são do queexperiências de gestão, cujos mausresultados apenas penalizam os traba-lhadores.

Estamos numa economia de merca-do, mas todos temos que nos sujeitar aregras de convivência, sob pena detransformarmos este País numa perfei-ta anarquia.

E, pasme-se, para aqueles que pen-savam que só os mais pequenos eramatingidos.

Directores-Coordenadores, Directo-res de serviço, Gerentes de dependên-cia e daí para baixo, todos são contem-plados.

Os argumentos são os mais variados:reestruturações decorrentes de proces-so de aquisição; extinção do posto de

A actual Direcção da AssociaçãoPortuguesa de Seguros (APS) nãosabe bem como resolver o “im-

bróglio” que criou com as sucessivasinterrupções do processo negocial en-cetado em 2004 e, contrariamente aoafirmado, nunca as propostas de revi-são do actual CCT foram objecto dediscussão em sede de conciliação e demediação no MTSS, mas apenas a tabe-la salarial e as cláusulas de expressãopecuniária, para os anos de 2009 e2010, às quais as partes davam priori-dade, como matéria relevante, nos ter-mos do estabelecido no Código do Tra-balho.

Para além de que é igualmente in-compreensível este comportamento daAPS, porque foi o seu próprio Presidenteque, na altura – Março de 2006 – apre-sentou aos Sindicatos um estudo elabo-rado por uma empresa especializadasobre as funções, categorias e carreirasprofissionais existentes nas segurado-ras, tendo elegido como prioritária paraa negociação da revisão do CCT estamatéria, o que veio a acontecer, tendoa negociação sido retomada a partirdeste documento.

Durante mais de ano e meio houvevárias reuniões negociais e verifica-ram-se substanciais progressos que seencontram espelhados em documen-tos anexos às respectivas actas dasrondas negociais, entretanto, ocorri-das.

Fuga para a frente?

Pretensa caducidade do CCT de Segurossolicitada pela Associação de Seguradores

Em 12 de Setembro de 2007, foram asnegociações interrompidas a pedido dosnegociadores da APS, alegando “neces-sidade” de consultarem a empresa es-pecializada que lhes tinha elaborado ojá citado estudo.

Apesar das várias insistências dosSindicatos para serem retomadas asnegociações, o tempo foi passando.

Entretanto, chegou à APS um novoelenco directivo que, em Março de 2009,informou os Sindicatos de que o proces-so negocial anterior tinha de ser revis-to, dado que tinham decidido reverapenas “cirurgicamente” o CCT nas cláu-sulas que estivessem em desconformi-dade com as matérias imperativas cons-tantes no novo Código do Trabalho, emvigor desde Fevereiro de 2009.

Os negociadores do STAS manifesta-ram, acto contínuo, ao actual Presiden-te, a sua estranheza e total discordân-cia, porque se sentiam ardilosamenteenganados pela APS, num processonegocial em que até tinham sido alcan-çados os necessários consensos sobreesta matéria estruturante e nuclear doCCT (funções, categorias e carreiras).

Mesmo assim, mantiveram a suapostura negocial, reafirmando semprea sua posição de que o acordo finalsobre a pretendida revisão cirúrgica sóteria cabimento se, em concomitância,fosse concluído o processo negocial in-terrompido das funções, categorias ecarreiras profissionais, dado o reconhe-cido desajustamento às realidades vi-vidas nas empresas de seguros, pela

emergência de novas funções e profis-sões.

A APS solicitou, em Janeiro de 2010,mais uma “pausa” para reflexão: vemagora pretender a caducidade do CCT deSeguros, o que indicia um comporta-mento negocial eivado de autêntica“má-fé”, com sucessivos protelamen-tos e, quiçá, bloqueamentos de váriaordem do processo de revisão, despo-letado pela própria em 2004, procuran-do amedrontar os trabalhadores deSeguros com mais esta sua posturaanti-negocial.

Cumpre relembrar, aliás, que, em2008, aquando da revisão da tabela edas cláusulas de expressão pecuniária,foi publicado o texto consolidado noBoletim do Trabalho e Emprego.

Tal como foi transmitido aos associa-dos presentes na reunião magna dopassado dia 13 de Fevereiro, o STAS estáfirmemente empenhado em desmon-tar, por todas as vias legais ao seudispor, mais esta cabala da APS, aten-tatória do direito inalienável dos Sindi-catos à negociação colectiva e que asua actual Direcção pretende, desde2009, pôr em causa.

Por isso é que está a tentar a chama-da “fuga para a frente”, convencendo assuas associadas de que existe um blo-queamento negocial da parte dos Sindi-catos, o que nunca existiu, porque sem-pre se procurou negociar.

Vamos aguardar pelas cenas dos pró-ximos capítulos. Esperemos, ainda, quehaja objectividade e bom senso porparte dos técnicos do MTSS, na análiseda “distorcida” matéria factual do pe-dido de caducidade ali formulado pelaAPS.

O STAS, com a força que lhe advém deser o Sindicato maioritário do sector deSeguros e fazer parte de uma Federaçãosindical que envolve 80.000 associa-dos, está confiante de que será feitajustiça em relação a mais esta iniquida-de, perpetrada pela actual Direcção daAPS e que sejam retomadas pelas par-tes as negociações sobre a revisão doactual CCT de Seguros.

A tal propósito foi endereçada à APSuma carta subscrita pelos três Sindica-tos do sector de Seguros.

TEXTO: LUÍS DIAS

Alerta aos trabalhadores

O despudor chegou aos Seguros

trabalho; redução de massa salarial porexcesso da mesma; redução de efecti-vos por efectivos a mais, etc., etc.

Tudo serve para justificar o injustifi-cável.

E, neste processo de despudor, sãoatingidos profissionais de seguros comprovas dadas, alguns dos quais come-teram a leviandade de acreditar emprocessos de inovação e desenvolvi-mento, trocando as Seguradoras ondeestavam há dezenas de anos por umaoutra e por um processo de crescimentoestratégico, validado pela administra-ção. Mal sabiam que escassos doismeses depois de entrarem, se encon-trariam envolvidos num processo dedespedimento colectivo.

O STAS lutará, por todos os meios eformas ao seu dispor, pela defesa dosseus associados envolvidos nestes des-pedimentos colectivos e, juntamentecom outros sindicatos da FEBASE e cer-tamente com a UGT, tomará as deci-sões que se justificam no caso da MA-CIF, onde, pela natureza da entidade edos fins sociais que a mesma perfilhavadesde o início – EUROSAP, depois SA-GRES e agora MACIF – conduziu a que

alguns dos Sindicatos, nos quais se in-clui o STAS e as Centrais sindicais, façamparte do conjunto de accionistas daSeguradora.

Também os trabalhadores, indepen-dentemente das suas categorias, comoestes casos comprovam, deverão tertodas as cautelas quando são aliciadospara mudarem de empresa, aconse-lhando-se sempre junto do seu Sindica-to, sobre a forma e conteúdo que deverevestir o novo contrato de trabalhoque irão celebrar, salvaguardando-seassim do aventureirismo que campeianos Seguros.

Exigimos que a relação com os tra-balhadores se paute por regras queincluam o respeito pela pessoa, comoser humano e como trabalhador que,ano após ano, deu à sua empresa omelhor de si próprio, quantas vezes emdetrimento da sua família.

É por tudo isto fundamental, mais quenunca, a sua sindicalização.

Só uma forte sindicalização impediráo resvalar dos patrões do sector para olivre arbítrio.

Conte com o STAS! Nós contamosconsigo!

TEXTO: JOSÉ PAIS

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SINDICAL l Actualidade

UGT

Ocombate ao desemprego actual eas perspectivas de aumento futurodevem continuar a ser a prioridade

das prioridades, embora condicionadopelos elevados défice do Estado e endivi-damento externo, rejeitando claramentea possibilidade de apoio por parte do FMI,arrastando consigo o agravamento dasituação social, particularmente por viade redução do emprego público, das pri-vatizações, de medidas contra o EstadoSocial e de desregulação social.

A luta dos trabalhadoresdo sector público

Apoiar os trabalhadores da Adminis-tração Pública e a luta dos seus Sindicatoscontra medidas claramente penalizado-ras, particularmente em termos de redu-ção de salários, instabilidade no empre-go e penalizações nas carreiras, saúde,pensões e outras.

Apoiar os trabalhadores do sector em-presarial do Estado e a luta dos seusSindicatos, contra medidas análogas àsque atingem os trabalhadores da Admi-nistração Pública, com uma falsa aplica-ção do princípio da igualdade de condi-ções, ignorando a situação real das em-presas e penalizando a qualidade e o preçodos serviços que prestam às populações.

Combate ao desempregodeve ser prioridade das prioridades

A UGT exige que exista um efectivodiálogo social a garantia de que nãohaverá despedimentos e o reconheci-mento de que a qualidade do emprego edo serviço público estão necessariamen-te associadas, bem como a defesa doEstado Social, que inclui em especial aeducação, o Serviço Nacional de Saúde ea Segurança Social, que assegure umabase fundamental para a igualdade deoportunidades, para a coesão social epara a competitividade das empresas eda economia.

Defender o direito à contrataçãocolectiva em todos os sectores

Declarar a mobilização da UGT e dosseus Sindicatos no desbloqueamento dosprocessos negociais e na cobertura dostrabalhadores não abrangidos por con-venções colectivas de trabalho, bem comodesafiar os restantes parceiros sociaispara acordos bilaterais que traduzamcompromissos para a dinamização danegociação colectiva; exigir a melhoriados rendimentos reais dos trabalhado-res, em linha com a inflação, o aumentode produtividade e as condições de com-petitividade, uma base indispensávelpara a dinamização da negociação colec-tiva e para a defesa do sector produtivonacional; e exigir uma política sustenta-da de diminuição das desigualdades, porvia da melhoria dos rendimentos míni-mos, da penalização de salários excessi-vos de muitos gestores e de lucros exces-sivos dos detentores de capital, comobase de uma política fiscal que promovamaior justiça social.

Uma concertação social responsável

Manifestar o empenhamento da UGTna construção de políticas públicas e pri-vadas que reforcem a competitividade eo emprego, bases para melhores condi-ções para o crescimento económico.

Exigir que a iniciativa para a competi-tividade e o emprego seja discutida numquadro de equilíbrio entre a dimensãoeconómica e a dimensão social, respon-dendo à necessidade de criar mais emelhores postos de trabalho, com espe-cial atenção aos jovens, e que não per-mita a exclusão do mercado de trabalhodos desempregados mais idosos, mui-tas vezes saídos de sectores de activida-

de que sofrerão no futuro uma reduçãode emprego.

Rejeitar que o ajustamento seja ape-nas feito na área das relações de traba-lho, sendo fundamental reforçar o inves-timento privado, aumentar os investi-mentos em áreas que reforcem as ex-portações e reduzam as importações,reduzir os investimentos no estrangei-ro, combater a economia clandestina,melhorar o funcionamento da Adminis-tração Pública, promover a redução doscustos de contexto que afectam a vidadas empresas e dos cidadãos, exigir umamelhoria da capacidade técnica dasempresas – em especial por via da inte-

Contrato de trabalho a termode trabalhador à procura do 1.º emprego

Tem sido objecto de discussão oproblema de saber se, no caso dasucessão de contratos a termo com

a justificação da procura de 1.º em-prego, é permitida ou não, a ultrapas-sagem do limite máximo de dezoitomeses, consagrado na alínea a) do n.º1 do Art. 148.º da Lei 7/2009, de 11/2(CT/2009).

Lido o Art. 143.º do CT compreende-seque tenha nascido, no seio de algumasentidades patronais, uma interpreta-ção – a meu ver abusiva, como se verá– que aponta para a permissão de umanova admissão ou afectação de traba-lhador, antes de decorrido o período detempo de “vacatio” aí previsto, quandoo contrato tenha sido outorgado aoabrigo do regime aplicável à contrata-ção de trabalhador à procura de primei-ro emprego”.

O CT de 2009 manteve a duraçãomáxima para contratos outorgados comeste motivo, estabelecendo o seu Art.148.º, n.º 1 alínea a) que “(…) não podeexceder três renovações e a sua dura-ção não pode exceder: a) 18 meses,quando se tratar de pessoa à procura deprimeiro emprego”.

Com uma “nuance” da maior impor-tância, tal normativo passa a ter natu-reza imperativa, não podendo ser afas-tado por instrumento de regulamenta-ção colectiva de trabalho (Art. 139.º).

Por outro lado, a duração do contrato,prevista neste normativo, terá que serentendida como correspondendo à du-ração total do contrato, incluindo reno-vações, e isto por força do n.º 4 do Art.149.º, que, expressamente, prevê quese “considera como um único contrato,aquele que seja objecto de renovação”.

Por último, mas não menos impor-tante, o Art. 143.º, n.º 1, ao proibir apolítica de contratos sucessivos, antesde decorrido um período de tempo equi-valente a um terço da duração do con-trato, incluindo as respectivas renova-ções, pretende evitar que, por meio dacelebração sucessiva de contratos detrabalho a termo, “o empregador obte-nha um efeito que a lei visa afastar:“recorrer ao trabalho a termo para sa-tisfazer necessidades permanentes daempresa, em detrimento de, como seexige, fazer face a necessidades transi-tórias”. (In Diogo Vaz Mareco, in Códigodo Trabalho Anotado).

Dir-se-à que o CT/2009 prevê derro-gações a tal política de impedimento decontratos sucessivos, e isto, nomeada-mente, nos casos de trabalhadoresanteriormente contratados ao abrigodo regime aplicável à contratação detrabalhadores à procura de primeiroemprego (alínea d) do n.º 3 do Art.143.º), caso em que o período de esperaprevisto no n.º 1 seria afastado, permi-tindo-se contratações imediatas e, con-sequentemente, a ultrapassagem doslimites máximos da duração destescontratos.

A resposta a este entendimento nãopode deixar de ser inequivocamentenegativa.

Como expressamente decidiu o Tri-bunal de Trabalho de Viseu, em senten-ça proferida em 15/10/2010:

“na verdade, a nova contratação des-tes trabalhadores mantém a duraçãoprevista naquele n.º 1, alínea a), ou seja18 meses; e, em hipótese alguma, podeatingir três anos, período correspon-dente ao regime geral (Art. 148.º, n.º 1,al. c). No mesmo sentido escreveu Su-sana Sousa Machado, in Contrato deTrabalho a Termo, pág. 220, nota 561 “olegislador de 2009 esclareceu que acontratação a termo destes trabalha-dores não pode exceder dezoitomeses”.“Pelo que o limite dos dezoitomeses se aplica não só a um contrato atermo e suas renovações, mas tambémà eventualidade de contratos a termosucessivos, em que a «contratação atermo», mesmo que se entenda que ocontratado a termo anteriormente ain-da está à procura de primeiro emprego,não poderá exceder tal limite”.

Em conclusão: o contrato a termocuja duração tenha ultrapassado a queestá consagrada para a contratação atermo sob este motivo justificativo,impede a entidade empregadora dedesencadear o mecanismo da invoca-ção da caducidade do contrato.

E porque se trata na formulação do CTde 2009 de norma imperativa, (Art.139.º) a duração destes contratos atermo não pode ser derrogada por ins-trumento de regulação colectiva, nãotendo, por isso, aplicação, eventualprazo superior, ainda que previsto norespectivo ACT.

E isto, ainda, porque, apesar do n.º 2do Art. 7.º da Lei 7/2009, de 12/02, ( lei

preambular) estabelecer “que as dis-posições de instrumentos de regula-mentação colectiva de trabalho contrá-rias a normas imperativas do Código doTrabalho devem ser alteradas na pri-meira revisão que ocorra, no prazo dedoze meses após a entrada em vigordesta lei, sob pena de nulidade”, não émenos certo que o n.º 3 do mesmo Art.,ao estabelecer que “o disposto no n.ºanterior (n.º 2) não convalida as dispo-sições de instrumento de regulamenta-ção colectiva nulas ao abrigo da legis-lação revogada”, fere de morte umaqualquer disposição em contrário, ain-da que consagrada em instrumento deregulamentação colectiva.

Esclarecida esta questão, perguntar-se-à, ainda, que consequências advêmpara o trabalhador sujeito de um con-trato a prazo outorgado com este mo-tivo e onde tenha sido ultrapassada asua duração máxima?

Voltando a invocar a sentença acimareferida, esta esclarece: “ (…) nos casosem que o empregador viole a inibiçãode celebração de contratos sucessivospara o mesmo posto de trabalho, aconsequência é que se deve considerarque o trabalho é prestado pelo traba-lhador ao empregador em regime decontrato de trabalho sem termo, comodecorre do disposto no Art. 147.º do CT.O mesmo se diga no caso de ser ultra-passado o respectivo prazo de duração,por força do disposto nos Art. 147.º, n.º2, e 148.º do referido CT”.

*Advogado do SBC

Questões l JURÍDICAS

TEXTO: JOSÉ FREDERICO*

O Secretariado Nacionalda UGT reuniu em 25

de Janeiro, para analisara situação política,

económica e social do nossoPaís e, em particular,

da preocupante situaçãona área social. E, das suas

conclusões, aprovadaspor unanimidade,foi elaborado um

comunicado, de quetranscrevemos os pontos

mais importantese que começa por felicitar

o Prof. Cavaco Silvapela sua reeleição

como Presidente da República

Rejeitar queo ajustamento seja apenas

feito na área das relaçõesde trabalho, sendo

fundamental reforçaro investimento privado,

aumentaros investimentos

em áreas que reforcemas exportações e reduzam

as importações

gração de jovens quadros que hoje nãoencontram emprego em Portugal –, re-duzir claramente a dimensão dos gabi-netes dos membros do Governo e dascontratações exteriores que realizam,apostar na qualificação e na inovação atodos os níveis, promover a requalifica-ção dos recursos humanos, e manifestara necessidade de atender às propostasjá apresentadas pela UGT em CPCS, naprocura de um compromisso global quecontribua para a melhoria da competiti-vidade e para o aumento quantitativo equalitativo do emprego.

Promover a sindicalização

Reforçar as acções visando o aumentoda sindicalização, através de uma acçãoarticulada entre a UGT, as Uniões e osSindicatos; e apostar na formação sindi-cal e profissional dos quadros sindicaise dos trabalhadores, procurando umamaior articulação das Instituições emque estamos envolvidos, com os filiadosna UGT, particularmente as Uniões recen-temente constituídas.

TEXTO: RUI SANTOS

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Foto STAS/SBSI 2010

Entrega de prémios e inau guração da exposição

No passado dia 7de Fevereiro, nas instalações

da sede do SBSI, em Lisboa,decorreu a entrega

de prémios aos grandesvencedores do concursode fotografia que o STAS

e o SBSI promoveram,durante o ano de 2010

Foi na Sala Cinzenta que se derama conhecer os concorrentes pre-miados de cada um dos Sindica-

tos: da parte do STAS, o 1.º prémio foipara João Sales, com a fotografia “Mar-ca passageira”; o 2.º prémio foi paraSelma Caeiro, com a fotografia “Anco-rados”; e o 3.º prémio foi para JoãoSales, com a fotografia “Pôr-do-sol no

Rui Martins – 1.º prémio SBSI João Sales – 1.º e 3.º prémio STAS

(SBSI), e às fotografias “Neblina” e“Envolta na neblina”, de João Sales(STAS).

Os premiados receberam um “vou-cher” em material fotográfico/digital,tendo os primeiros prémios contadocom o apoio da patrocinadora desteconcurso: a INETESE – Associação para oEnsino e Formação. Os restantes prémios

foram oferecidos pelos Sindicatos aosseus respectivos vencedores.

Falou-se ainda do FOTO FEBASE, oconcurso para 2011 que arrancou emFevereiro, deu-se a conhecer o regu-lamento e apelou-se à participaçãono concurso, que será aberto a todosos Sindicatos que fazem parte da Fe-deração do Sector Financeiro.

Cristina Mestre – 2.º prémio SBSI Selma Caeiro – 2.º prémio STAS João Amaro – 3.º prémio SBSI

Tejo”. No que toca ao SBSI, o 1.º prémiofoi para Rui Martins, com a fotografia“Dança comigo”; o 2.º prémio foi paraCristina Mestre, com a fotografia “Pau-sa”; e o 3.º prémio foi para João Amaro,com a fotografia “Instantes da manhã”.

Foram ainda atribuídas MençõesHonrosas às fotografias “Chegada” e“À espera da vida”, de Cristina Mestre

O fim de tarde contou ainda com a inau-guração da exposição dos trabalhos queforam seleccionados pelo Júri, ao longo dosdez meses do concurso, e que ficará patenteao público até meados de Março no Museudo SBSI, no edifício-sede do Sindicato, naRua de São José, 131, em Lisboa.

Após a cerimónia de entrega dosprémios e a visita à exposição, se-

guiu-se um pequeno cocktail, paracomemoração do sucesso desta ini-ciativa e para ser feito um brinde aosvencedores e a todos os concorrentesque participaram e que contribuírampara enriquecer este concurso.

A todos os participantes, a organi-zação agradece os bons momentosfotográficos.

Nacional l TEMPOS LIVRES

TEXTO: PATRÍCIA CAIXINHA

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Notícias l Bancários Sul e IlhasBancários Sul e Ilhas

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Encontro de delegados sindicais dos Açores

Excelente jornada de debate e esclarecimento

Ponta Delgada foi a anfitriãdo 13.º encontro

de delegados sindicaisdos Açores, que constituiu

uma excelente jornadasindical e que serviu

para debatee esclarecimento de temas

de grande actualidade

TEXTO: RUI SANTOS

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OEncontro teve lugar entre 18 e 20de Fevereiro e contou com a pre-sença de 70 delegados sindicais

daquela Região Autónoma, bem comode todos os membros dos Secretariadosdas três Secções Regionais do arquipé-lago e de vários dirigentes do SBSI:Delmiro Carreira, Viriato Baptista, Pau-lo Alexandre, Rui Riso, Teresa Seabra eCruz Coelho, para além dos Drs. RolandoGonçalves e Fernando Diogo, professoresna Universidade dos Açores, que intervie-ram no painel dedicado ao tema "rumospara o sindicalismo no Século XXI".

Os trabalhos do Encontro começaramcom um primeiro colóquio, dedicado àsustentabilidade da Segurança Social eaos Fundos de Pensões e contaram comprimeiras intervenções de Francisco Pi-mentel, Presidente da UGT/Açores, ede Delmiro Carreira.

Actividade sindical em foco

A actividade sindical esteve em focona abertura dos trabalhos do segundodia do Encontro, com Paulo Alexandre afazer o ponto da situação sobre o pro-cesso de revisão da tabela salarial ecláusulas de expressão pecuniária, ten-do ainda abordado as implicações doOrçamento do Estado nas remuneraçõesdos trabalhadores das empresas públi-cas e as diligências feitas pela Febasepara contrariar os cortes salariais nasempresas do sector bancário.

Ainda na manhã do dia 19 teve lugarum segundo colóquio, sobre os rumospara o sindicalismo no Século XXI, quecontou com as intervenções iniciais dosProf. Drs. Fernando Diogo e RolandoGonçalves, e a que, separadamente,aqui faremos referência.

Sistema de saúde dos bancários

A parte da tarde foi preenchida coma abordagem de temas relacionadoscom o sistema de saúde dos bancários,com Rui Riso, Presidente do Conselhode Gerência dos SAMS, a intervir emprimeiro lugar, para referir os princi-pais problemas com que se debate aestrutura que dirige e, também, as re-lações dos SAMS com organizações pri-vadas, nomeadamente a AdvanceCare,e os custos dos postos clínicos.

A manhã do último dia serviu paraque cada um dos Secretariados referis-se as suas iniciativas, no âmbito dasactividades culturais e recreativas ecom a Direcção a garantir que manteráo seu apoio a esse tipo de iniciativas.

Também foi feita uma demonstraçãoprática da forma como funcionará opróximo acto eleitoral, no que respeitaà utilização de meios informáticos, fei-ta por técnicos da empresa que iráprestar esse serviço ao nosso Sindicato.

Sessão de encerramentocom três momentos altos

A sessão de encerramento teve trêsmomentos altos: as despedidas de Hil-deberto Serpa, Secretário-Coordenadorda Horta, e de Adelino Silva, Secretário--Coordenador de Angra do Heroísmo,que deixam a actividade sindical após

mais de vinte anos de dedicação plenaà defesa dos interesses e direitos dostrabalhadores bancários.

As despedidas

Da sentida intervenção de despedidade Adelino Silva, destacamos os se-guintes passos, que devem servir dereflexão para todos os activistas sindi-cais: "a força de um Sindicato não secompra, só se obtém pela unificação doquerer e persistência de todos os seusassociados, pois é aqui que reside a suapujança e respeito, e o respeito devecomeçar na nossa casa. É tempo decomeçarmos a reflectir a "forma" comodevem ser discutidos os muitos proble-mas com que nos confrontamos no nos-so seio: refiro-me ao Congresso, Conse-lho Geral, reuniões e Encontros de de-legados, como este que agora termina.Depois, foi a vez de Filipe Cordeiro fazeruma simbólica homenagem a DelmiroCarreira, que também vai deixar osCorpos Gerentes do Sindicato, desta-cando a sua dedicação ao Sindicato e oseu labor pela criação e engrandeci-mento dos SAMS.

Delmiro Carreira exprimiu o seu agra-decimento numa breve intervenção, deque destacamos a sua frase final, peloseu significado: "Vou deixar os CorposGerentes do SBSI mas vou continuarligado ao Sindicato".

Oorador começou por salientar queo direito à Segurança Social con-cretiza-se através da organiza-

ção de um sistema que visa a protecçãodos cidadãos nas eventualidades derisco social, daí partindo para a especi-ficação de quem são os seus beneficiá-rios e quais essas eventualidades que,como se sabe, são a invalidez, a velhi-ce, a viuvez, a doença, a orfandade, osacidentes de trabalho e as doençasprofissionais e, ainda, o desemprego.

O orador acentuou que a estrutura danossa Segurança Social assenta em trêspilares: nos regimes legais e públicos,assentes no princípio da solidariedadede base universalista; nos regimes com-plementares, profissionais, de iniciativaprivada (empresas ou grupos sociopro-fissionais); e, também, de naturezacomplementar, constituído por produ-tos financeiros, os chamados PPR.

Depois de referir que a SegurançaSocial é financiada pelas transferênciassubsidiárias do OGE e pelas contribui-ções da população activa, considerouestarmos perante um sistema quetransfere essencialmente rendimentoda população mais nova para a maisidosa.

A crise da Segurança Social

O Dr. Francisco Pimentel passou de-pois a abordar a crise da SegurançaSocial, referindo que isso acontece quan-do se verifica a alteração das realida-des e premissas económicas, financei-ras, sociais e demográficas iniciais queserviram de suporte à sua concepção eorganização.

Segundo o orador, isso acontece quan-do o crescimento económico deu lugarà crise e recessão económica; quando opleno emprego deu lugar a elevadastaxas de desemprego; quando a baixataxa de natalidade e o aumento dalongevidade conduziu ao envelheci-mento da população; e quando o volu-

Dr. Francisco Pimentel

Contributos reflexivossobre a sustentabilidade da Segurança SocialO Dr. Francisco Pimentel, Presidente da UGT/Açores,teve intervenção activa no Encontro de delegados sindicaisdos Açores, com uma intervenção sobre a sustentabilidadeda Segurança Social em Portugal

me da população activa começou aaproximar-se da inactiva.

Por seu lado, a crise do financiamentoda Segurança Social acontece quando ofraco crescimento económico, acom-panhado de maiores índices de desem-prego e envelhecimento populacional,puseram em causa a sua sustentabili-dade financeira.

Precariedade agrava crise

Para agravar esta crise, em muitocontribuíram a progressiva precarieda-de do emprego; o aumento das despe-sas com o desemprego e das verbaspara políticas activas de emprego; adiminuição das fontes de receitas dosistema; o pagamento dos rendimen-tos mínimos; a antecipação da idade dareforma; e a criação do complementosocial das pensões de velhice e de inva-lidez, sem contrapartida de recursos.

Em jeito de resumo, o orador acen-tuou que o sistema de Segurança Socialassente nas contribuições dos rendi-mentos do trabalho dava assim sinaisclaros de esgotamento, ameaçandomesmo colapso, para concluir que acrise da Segurança Social é uma crise definanciamento do sistema.

Lembrou depois que, em Outubro de2006, e com vista a assegurar a susten-tabilidade financeira da Segurança So-cial, o Governo e os parceiros sociais,acordaram numa reforma da SegurançaSocial, que se traduziu na publicação daLei n.º 4/2007, de 16 de Janeiro, hojechamada Lei de Bases do Sistema da

Segurança Social (LBSSS), e que tevemúltiplas medidas inovadoras, que in-ventariou, de forma exaustiva, lem-brando depois que outras medidas, comigual objectivo, foram introduzidas peloDecreto - Lei n.º 187/2007, de 10 de

Maio.Todas essas medidas tiveram, como

consequência, o alargamento da basede incidência das contribuições às com-ponentes da remuneração de naturezaregular, a redução do valor das pensões– antes da reforma um trabalhador po-dia esperar, em média, uma pensãoequivalente a 113% do salário; depois,fica-se pelos 70% – e o aumento doenvelhecimento activo.

Já na parte final da sua intervenção,o Dr. Francisco Pimentel avançou al-guns números, que mais sustentaramas suas afirmações. E ainda inventariouas consequências das actuais medidasde contenção económica e, sobre afutura sustentabilidade da SegurançaSocial, defendeu que "tudo depende daforma como os vectores economia, com-petitividade e emprego evoluírem emPortugal nos próximos tempos. Se fo-rem positivos, óptimo! Se continuarema agravar-se, nova reforma legislativa eparamétrica se revelará necessária, acar-retando uma inevitável e acentuada de-gradação do valor das pensões. Nestecaso, resta-nos a certeza de um envelhe-cimento activo".

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Sobre a futura sustentabilidadeda Segurança Social, defendeuque "tudo depende da formacomo os vectores economia,competitividade e empregoevoluírem em Portugalnos próximos tempos

TEXTO: RUI SANTOS

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Bowling

A6.ª edição do campeonato inter-bancário de bowling já começoue Amável Lourenço, da Unicre, foi

o vencedor da primeira das quatro jor-nadas da competição, que irá apurar osfinalistas do Sul e Ilhas, para a rondaderradeira, marcada para 28 e 29 deMaio.

Tal como em edições anteriores, ocampeonato terá quatro jornadas naprimeira fase e o seu início teve lugarem 19 de Fevereiro, na Beloura, localque servirá para a realização das outrastrês jornadas, em 19 de Março, 16 deAbril e 21 de Maio.

Amável Lourenço no comandoNa prova participam 42 concorrentes,

em representação de seis Instituições deCrédito. E Amável Lourenço, que já é um“veterano” na competição, foi o vencedorda primeira jornada, com uma média de174,5 pontos e 698 pinos nos quatro jogos,mas seguido de muito perto pelos maiscredenciados em prova.

Esta foi a classificação dos cinco pri-meiros: 1.º Amável Lourenço, da Uni-cre, com 174,5 pontos de média; 2.º RuiDuque, do BPI, 172,8; 3.º Briano Sousa,do BPI, 170,5; 4.º João Martins, do BPI,168,3; 5.º Gabriel Dias, do Banco dePortugal, 164 pontos.

Merece destaque o facto de três dosquatro primeiros representarem o BPI e,também, a prestação de Gabriel Dias, ocampeão do Sul e Ilhas da edição anterior,que se quedou pelo quinto lugar.

A Comissão Organizadora é formadapor Manuel Camacho, Vasco Santos, RuiDuque e Isabel Costa.

Prof. Dr. Rolando Gonçalves

O Prof. Doutor Rolando Gonçalvescentrou a sua intervenção no coló-quio sobre os rumos do sindicalis-

mo no Século XXI e considerou que, depoisdo 25 de Abril, houve em Portugal quatrociclos importantes para o movimentosindical.

De 1974 a 1985

Assim, até 1985, houve uma estratégiaofensiva dos Sindicatos para a conquistade direitos, com a democratização dosistema e substituição gradual dos prin-cípios do Estado Novo e pluralismo ideo-lógico, o que se traduziu por novos direi-tos e aumento do poder de compra, comestas consequências nas relações labo-rais: vigência inicial da unicidade; criaçãoda segunda confederação sindical; enor-me crescimento da sindicalização e regu-lamentação da directriz constitucionalque atribuía direitos às comissões detrabalhadores e rivalizava com o mono-pólio da representação dos trabalhado-res pelos Sindicatos.

De 1985 a 1995

Neste período, aconteceu a liberali-zação da estrutura da actividade labo-ral, a reprivatização das empresas e aflexibilização da legislação laboral,acompanhada de políticas de reestru-turação de sectores industriais, refor-ma da legislação laboral, e maior presen-ça e poder dos empregadores, o quegerou que a taxa de sindicalização caíssede 59% para 36% em dez anos, acom-panhada de aumento do desemprego,enquanto se iniciava a concertaçãosocial e as comissões de trabalhadoresperdiam poder de intervenção.

De 1995 a 2002

Neste período, temos a constituição domercado social de emprego e a acçãoreguladora do Estado, ao mesmo tempoque aumentam as despesas sociais, oque teve como consequências, nas rela-ções laborais, a continuação da diminui-ção da sindicalização; um decréscimo donúmero de Sindicatos; aumento do de-semprego; direito atribuído as entidades

“Quanto menor o número de sindicalizados,menos os Sindicatos são representativos”

empregadoras para participarem na ela-boração da legislação laboral (paridade);criação dos Conselhos de Empresa Euro-peus; e maior importância à concertaçãosocial e alargamento do seu conteúdotemático.

De 2002 a 2008

Já o último período em análise aindaestá bem presente na memória de todose caracteriza-se pela reforma legislativalaboral, de modo a permitir maior flexibi-lidade às empresas (Código do Trabalho),redução das despesas sociais e públicas(particularmente o orçamento da Segu-rança Social) e redução da dimensão daAdministração Pública, acompanhada daintrodução de novas regras na contrataçãoa termo, adopção de horários de trabalhoflexíveis. Em contrapartida, repete-se umaligeira diminuição da sindicalização.

Defendeu depois o orador, como ten-dências a curto e médio prazo, novaredução da sindicalização, o reforço dadimensão “individual” e “empresarial”dos contratos, a redução do impacto dacontratação colectiva e a abertura dosmercados/globalização/concorrência.

Apesar disso, Rolando Gonçalves con-sidera que continuam válidos os motivospara a sindicalização, que assim são de-finidos por Barbusse & Glaymann: “comoa maioria dos compromissos políticos e

associativos a adesão a um Sindicatoinscreve-se numa abordagem colectivadas realidades sociais… Esta abordagempode ser mais ou menos conflitual segun-do o tipo de sindicalismo “luta de classes,“cooperação”, “colaboração”, “co-gestão”.Mas em todos os casos os assalariadosque se sindicalizam inscrevem-se de fac-to num grupo de referência que tem umpapel de socialização. Ao contrário, “acrise do sindicalismo corresponde a umaperda da importância e influência dosSindicatos no conjunto da sociedade”.

Os mesmos teóricos acrescentam con-clusões e levantam dúvidas, para refle-

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Golfe

Otorneio deste ano terá cinco jornadas e prosse-guiu no passado dia 26, em Belas, continuandodepois em 26 de Março, em Santo Estêvão, em

16 de Abril, em Rio Maior, e rematando em 7 de Maio,no Montado, com a realização da final do Sul e Ilhas.

A primeira jornada decorreu num campo acessível ecom excelentes condições climatéricas. E teve comovencedores José Manuel Martins, em “gross”, e CarlosSantos, em “net”, sendo estas as classificações doscinco primeiros em cada vertente:

“Gross”1.º José Manuel Martins (B. Portugal), 20 pontos; 2.º

Francisco Oliveira (CCAM Algarve), 16; 3.º Juvenal Can-deias (BBVA), 15; 4.º Veiga da Costa (B. Portugal), 15; 5.ºManuel Calhanas (CGD), 15;

“Net”1.º Carlos Santos (BCP), 30 pontos; 2.º Rui Silva

(CCAM Aljustrel/Almodôvar), 30; 3.º José AugustoTomás (BPI), 30; 4.º Juvenal Candeias (BBVA), 28; 5.ºJosé Manuel Martins (B. Portugal), 28.

A Comissão Organizadora é composta por VascoSantos, Manuel Camacho, Nelson Neto, Vítor Soares eManuel Figueiredo.

Campeonatojá começouA 8.ª edição do torneio da Ordemde Mérito do SBSI arrancouem 22 de Janeiro, na Praia d’El Rey,e com a presença de 28 dos 31 inscritos

TEXTOS: RUI SANTOS

TEXTO: RUI SANTOS

xão futura: “quanto menor o número desindicalizados, menos os Sindicatos sãorepresentativos e logo escutados, even-tualmente temidos e finalmente efica-zes. Quanto menos forem eficazes menorserá o número de pessoas propensas a sesindicalizar e o círculo vicioso se fecha”.

Apesar disso, Rolando Gonçalves con-siderou que o papel dos Sindicatos, derepresentação e de regulador, é umanecessidade social e política. E daí pas-sou para a pergunta inevitável: que fa-zer? E, em jeito de conclusão, adiantouque, para os autores citados, existem,pelo menos, três hipóteses: a constru-ção de «sindicatos de serviço»; conver-gência entre diferentes Sindicatos oureinventar novas formas de expressão ede acção para os assalariados e/ou ci-dadãos de amanhã.

“a crise do sindicalismocorresponde a uma perdada importância e influênciados Sindicatos no conjuntoda sociedade”

Por absoluta falta de espaço, só nopróximo número poderemos dar relevo àexposição do Dr. Fernando Diogo no En-contro de delegados sindicais dos Açores.

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Encerramento do ano desportivo

Entrega de prémios e homenagem aos campeões TEXTO: FRANCISCO OLIVEIRA

Mas, como não só de desportovive o SBN, o Presidente daD i recção , Már io Mourão ,

numa intervenção político-sindical, fezo ponto da situação das mais relevan-tes questões com que, no momentopresente, o Sindicato está confrontado.

Depois de sublinhar que “o ano tran-sacto foi difícil para os trabalhadoresportugueses” e que “os próximos tam-bém não vão ser fáceis”, Mário Mou-rão prognosticou a eclosão de “gran-des lutas e contestações, em que osbancários irão estar presentes”.

Referindo-se depois à contratação co-lectiva, salientou que o SBN não vai deixarcair a luta pelos direitos dos reformados:“só perde quem desiste, pelo que continua-remos a lutar para que justiça seja feita.”

Por outro lado, sublinhou que a Febasenão deixará ficar sem resposta a afrontapatronal de aumento zero dos salários,quando os Sindicatos propõem 2,2%.

O presidente da Direcção do SBN referiu--se, também, à recente integração dosbancários na Segurança Social “que, nadatendo a ver com os SAMS, dará maisgarantias para o pagamento das pen-sões”. Recordou, depois, que estas presta-ções estão hoje dependentes dos Fundosde Pensões, pelos quais os Bancos serãosempre os únicos responsáveis. Ora, a

rança, até porque há Fundos de Pensõesque dependem muito da especulação bol-sista na Europa. A propósito, apontou oexemplo da Islândia que, apesar de tersido um Estado que foi à falência, nenhumtrabalhador deixou de receber as suaspensões.

A propósito dos SAMS, disse que está aser discutido um novo modelo para aquele

serviço, “que continua a ser uma máquinapesada, com pesadas responsabilidadesadquiridas para com o respectivo pessoale em que muitos dos postos clínicos nãoprestam serviços adequados”: “Temos decriar uns SAMS que estejam próximo dosseus destinatários, no sentido de propor-cionar uma saúde de proximidade. Por issovamos criar uma rede convencionada alar-gada, encerrando, provavelmente, algunspostos e fazendo diversas convenções”.

Por último, revelou que está tambémem discussão o problema colocado pelopatrimónio existente em Cândido dos Reis,90% do qual se encontra desocupado ebastante degradado: “A solução seráeventualmente centrar todos os serviçosem S. Brás, conseguindo, assim, impor-tantes economias de escala”. Esta ques-tão está a ser discutida por uma comissão,onde estão representadas todas as ten-dências com assento no Conselho Geral.

Por último, anunciou que vai ser abertoum novo serviço na área do contencioso,de aconselhamento relativo a matérias doforo cível e não apenas no domínio laboral.

Por seu turno, o responsável pelo Pelou-ro do Desporto, José António Gonçalves,

Curso de culinária “Especial Regiões”

Destinado aos asso-ciados e familiaresdo SBN, a Direcção

vai promover um cursode culinária “Especial Re-giões” – em horário diur-no e pós-laboral –, queconstará de oito sessõesde 2h30 cada, durantedois meses.

O curso, com início nopróximo dia 17, será mi-nistrado na Escola de Ar-tes e Tradições ABC, narua Alves Redol, 292 (pró-ximo do Posto Clínico deS. Brás) nas instalaçõesdo CCD da Câmara Muni-cipal do Porto (antigo Clu-be dos Caçadores).

TEXTO: FIRMINO MARQUES

lembrou que “nos dias de incerteza econturbados que se vivem hoje no sectorfinanceiro, o desporto, no tempo que restalivre, é seguramente um excelente escapepara recuperar de um dia-a-dia desgas-tante e estressante”. Por este motivo, “éimportante que o SBN preste serviços edesenvolva iniciativas que vão ao encon-tro das expectativas dos associados, fide-lizando os actuais e conquistando novossócios”.

É nesse sentido, disse, que o SBN vaicontinuar a proporcionar aos associados efamiliares o maior número possível deiniciativas desportivas e de lazer: “Vamoscontinuar a apostar nas modalidades jáexistentes, com a realização dos respecti-vos campeonatos e torneios regionais, eparticipando nas finais nacionais organi-zadas pela Febase.

Por fim, manifestou apreço e reconhe-cimento em relação a todos os colabo-radores que, desinteressadamente e nasvárias modalidades, apoiaram, com dedi-cação, presença, trabalho e saber, as 17modalidades de competição e as 9 demanutenção e convívio – caminhadas,damas clássicas, encontro de motards,

A cerimónia de encerramento da época desportiva de 2010realizou-se em 5 de Fevereiro, com a entrega dos prémiosaos vencedores de cada modalidade

ioga, montaria, orientação, paintball, raf-ting e tiro com arco – que envolveramcerca de 1.500 pessoas.

Na cerimónia, foram homenageados ossócios do SBN que, em 2010, se sagraramcampeões nacionais interbancários: Des-portivo BPI, em futsal; “Os Pernetas”, deVila Real, em futsal veteranos; FernandoIgreja (BCP) em pesca de alto mar; CGD,em pesca de rio; Joaquim Costa (BCP-Porto), em ténis veteranos; Arlete Costa(BPI), em ténis pares senhoras; e JoséCoelho (BCP) em tiro aos pratos.

situação começava a ser preocupante,porque os Fundos não têm sido rentáveisnos últimos anos. Assim, os bancários nãoperderam nada e ganharam mais segu-

José António Gonçalves, coordenadordo Pelouro do Desporto

“Os Pernetas”, de Vila Real, campeões nacionaise regionais de futsal, veteranos

Desportivo BPI, campeões nacionaise regionais de futsal

Arlete Costa, do BPI, campeã nacionalde ténis

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Bancários Centro

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No âmbito das suas actividades, oPelouro do Desporto, no intuitode proporcionar o bem-estar e o

exercício físico aos associados, e fami-liares, do Sindicato dos Bancários doNorte, promove, no próximo dia 19, asua 11.ª caminhada, percurso de cercade 6 quilómetros, que se desenrola aolongo do Rio Douro, pela ciclovia mar-ginal de Gondomar, tendo o seu início econclusão junto à Pousada do Freixo e,de permeio, a visita à Casa de Gramido,em Valbom.

A ciclovia estende-se entre a EstradaMarginal (EN108) e a margem ribeiri-nha do Douro, desde o limite do conce-lho do Porto (Freixo) até ao núcleo his-tórico de Gramido, passando pelo nú-

“Põe-te a andar, pela tua saúde …”

11.ª caminhadaTEXTO: FIRMINO MARQUES

“Imagens e um tema”– um êxito e uma promessa TEXTO: FRANCISCO OLIVEIRA

O Núcleo de Fotografia do SBNconcluiu um projecto de dezas-seis meses, designado “Imagens

e um tema”, facto considerado poucovulgar mas francamente notável nashostes culturais nacionais.

Assim, inaugurou, em 16 de Feverei-ro, uma exposição com oitenta ima-gens, evocando os dezasseis temas tra-balhados no trajecto do projecto. A ex-posição pode ser visitada até 30 deMarço, todas as Quartas e Quintas-fei-ras, das 14h30 às 17h30, na Galeria doSBN, Rua Conde de Vizela, 145.

Os autores, representados na foto, aofindarem este longo trabalho, agrade-ceram à Direcção do SBN o apoio con-cedido, nomeadamente aos directorese amigos que sempre os acompanha-ram, bem como ao Sector de Informa-ção, pela colaboração na execução grá-fica dos convites e dos catálogos.

Durante o próximo mês de Abril vaiapresentar uma exposição sobre o tema“Natureza”, em sintonia com o AnoInternacional da Floresta e que pode servisitada naquela Galeria, no mesmohorário, a partir de 6 de Abril.

Entretanto, está a ser preparado um outroprojecto mais ambicioso e arrojado sobre atemática da cidade do Porto, que o núcleopretende iniciar em Maio próximo.

cleo piscatório de Ribeira de Abade. Ousufruto da extraordinária paisagem doRio Douro é a característica marcantedeste percurso.

A iniciativa é orientada por Francis-co Barros, colaborador do SBN, queaconselha aos participantes o uso de

calçado cómodo e já habituado ao pé(botas de marcha, de preferência)meias macias e sem costuras, mochilapequena com alimentos (sandes, fru-ta, água...) e chapéu ou boné, bastão,impermeável e muda de roupa (con-forme o tempo).

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TEXTOS: VASCO GARCIA

Formação

OSindicato dos Bancários do Cen-tro (SBC) vai retomar a formaçãona área das novas tecnologias,

para profissionais na situação de reformae familiares. Atendendo ao aumento doIVA e dos custos com o formador, a Direc-ção do SBC determinou que, para 2011, osvalores a pagar pelos formandos devemreflectir estes encargos, compreenden-do, porém, que tais valores possam sus-citar algumas dificuldades.

Nestes termos, propõe-se levar aefeito um curso de “Excel – nível I (prá-tico)”, com a duração de 20 horas, queserá ministrado em Leiria, nas instala-ções da Know-How Consultores, Lda.,na Praceta Artur Portela, lote 14, r/cesq. (junto ao LIDL e ao IPJ, nas traseirasda Escola Secundária Domingos Sequei-ra). O curso decorre até 25 de Março.

O programa inclui exercícios sobreedição de dados numa folha de cálculo;operações com linhas e colunas; opera-ções com operadores aritméticos; apli-cação de fórmulas; aplicação das fun-ções “soma” e “média”; utilizar as re-

Excel para reformados em Leiria

ferências absolutas e atribuir nomes àscélulas; utilizar as referências exter-nas; formatação condicional; aplicaçãodas funções “máximo” e “mínimo”; fun-ções matemáticas; utilização da funçãológica “SE”; aplicação da função lógica“E”, utilização da função lógica “OU”;utilização de funções com componentelógica; utilização das funções lógicascompostas; aplicação de funções lógi-cas compostas “SE”; “E”; “OU”; conjuga-ção da função “SE” com a função “soma”;

conjugação da função “SE” com a função“máximo”; construção de um gráfico;construção de gráficos com dados in-tercalados; formatação avançada dográfico; validação de dados: lista pen-dente; conjugação das funções “ProcV”e “SE” com validação de dados; utiliza-ção da função “ProcV” e listas penden-tes; aplicação de funções financeiras;conjugação das funções “PGTO” e “Pro-cV”; aplicação de filtros; agrupar e des-tacar dados; e criar e utilizar macros.

Alíngua espanhola constitui hojeuma realidade que não pode maisser negligenciada. Não só pelo fac-

to de que quase 450 milhões de pessoasem 20 países falam o idioma – semcontarmos os hispânicos dos EstadosUnidos da América – mas pela sua impor-tância no mercado: o espanhol é a segun-da língua mais falada comercialmente no

Iniciação à língua espanholaem Coimbra e nas Caldas da Rainha

Mundo e as previsões indicam que, em2050 haverá 550 milhões de falantes deespanhol no Mundo.

Ciente da importância do mercado eda língua de “nuestros hermanos”, oSindicato dos Bancários do Centro (SBC)vai promover dois cursos de “Línguaespanhola – relações laborais – inicia-ção”. As formações destinam-se aos

trabalhadores no activo e decorrerãonas instalações do SBC em Coimbra,na Avenida Fernão de Magalhães, de21 de Março a 27 de Maio, em horáriopós-laboral (das 18 às 20H30); e nasinstalações do SBC de Caldas da Rainha,na Rua da Caridade, 17, 1.º direito (emfrente ao Millennium BCP e junto ao BPIda Avenida da Independência Nacional),de 1 de Abril a 3 de Junho.

No final do curso, os formandos deverãoser capazes de reconhecer e produzirmensagens orais e escritas em línguaespanhola, relacionadas com a actividadeprofissional, nomeadamente em matériade negociação colectiva, direito do traba-lho e comunicação institucional.

Os conteúdos incluem: fonética do espa-nhol; vocabulário específico às relaçõeslaborais em língua espanhola; aquisição deestruturas gramaticais; leitura e compre-ensão de textos; exercícios escritos e orais;e aspectos socioculturais (cultura, costu-mes, economia e política espanhola).

TEXTOS: SEQUEIRA MENDES

OSindicato dos Bancários do Cen-tro, através do seu pelouro dosTempos Livres vai levar a efeito

um cruzeiro, por terras de Espanha,França e Itália, aportando e levando

Cruzeiro no Mediterrâneo

os colegas a deslumbrantes portos doSul da Europa, em pleno Mediterrâ-neo, no navio “Adventure of the Seas”.

A partida, a 18 de Junho, far-se-áem autocarro, com saídas das cidades

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Surfcasting

Campeonato já começouAprimeira prova de apuramento do campeonato de surfcas-

ting decorreu em 12 de Fevereiro, na baía de São Martinhodo Porto, estando inscritos cerca de uma dezena de participantes.

O dia amanheceu pouco convidativo e fresco, com muitosaguaceiros e com uma forte neblina matinal. E o mar apresentava--se com uma forte ondulação, superior a cinco metros.

Devido à forte precipitação da véspera, a água encontrava-semuito tapada, com a característica cor castanha, provocada pelobarro que vai derivando da foz do rio Salir.

Mas nada disso obstou à vontade, persistência e motivação dequem, em vez de ficar no quentinho do “vale de lençóis” sepredispôs a enfrentar as adversidades e agruras da natureza, depeito feito.

A prova decorreu conforme as expectativas, tendo-se destacadoo colega Agostinho, do BES/Coimbra, que, com a captura de duaspreciosas douradas, se alcandorou no primeiro lugar, bem comoJoão Veiga, que, com a captura de um belo robalo, arrecadou osegundo lugar. Todos os outros “gradaram”.

A jornada acabou com um salutar e saboroso encontro gastro-nómico, onde não faltaram aquelas tertúlias onde os peixes, as“mentiras” e a boa disposição abundaram.

A segunda prova está marcada para 26 de Março, na Figueira daFoz, onde se espera que Neptuno seja mais generoso, no mínimo,pois o convívio estará seguramente garantido.

de Caldas da Rainha, Viseu, Guarda,Leiria e Coimbra e com destino ao caisde embarque de Málaga. A partir da-qui seguir-se-ão as belas cidades por-tuárias de Valência (2.º dia), Civita-vecchia (4.º dia), Livorno (5.º dia),Ajaccio (6.º dia), com o regresso aMálaga no dia 25.

Os preços por pessoa vão desde € 850,em camarote duplo interior, até € 1400,em camarote individual exterior. Opreço inclui uma excursão ao centrode Roma, onde serão visitadas, en-tre outras, a Piazza di Spagna, aFontana di Trevi, a Piazza Navona ea Basílica de São Pedro, com acom-panhamento de uma guia durantetoda a viagem.

Há diversas viagens opcionais, comoa viagem ao centro de Valência, outraaté Pisa e/ou Florença, a partir deLivorno, e viagens ao interior da ilhade Córsega, a partir do porto de Ajac-cio.

Esta viagem só se efectuará comum mínimo de 30 participantes, sen-do a data limite para as inscrições ade 6 de Abril.

De 18 a 25 de Junho

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Notícias l STAS - Actividade Seguradora Notícias l STAS - Actividade SeguradoraST

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S-Actividade Seguradora

Conferência sobre o novo Código Contribuitivo

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TEXTOS: JJJJJOSÉOSÉOSÉOSÉOSÉ L L L L LUÍSUÍSUÍSUÍSUÍS P P P P PAISAISAISAISAIS/C/C/C/C/CARLAARLAARLAARLAARLA M M M M MIRRAIRRAIRRAIRRAIRRA

Foi significativa e muitoparticipada a conferência

sobre o novo CódigoContributivo, mais uma

iniciativa promovida peloSindicato dos Trabalhadores

da Actividade Seguradora.A Conferência teve lugar

em 3 de Fevereiro e contoucom a Dra. Carla Mirracomo oradora. Foram

abordadas as principaisalterações decorrentes

do novo Códigoe implicações decorrentes

para os trabalhadores,por conta de outreme/ou independentes,

e para as empresas

Aentrada em vigor, prevista inicial-mente para 1 de Janeiro de 2010,foi suspensa por um ano, só ocor-

rendo em 1 de Janeiro de 2011, emboranão na sua plenitude, já que algumasdas normas viram a sua entrada emvigor ser diferida. Entre essas normas,estão as correspondentes à adequaçãoda taxa contributiva à modalidade decontrato de trabalho (acrescendo mais3%, no caso dos contratos a termo, e comuma redução de 1%, no caso dos contra-tos sem termo), cuja entrada em vigor

não se verificará antes de 2014, atenta asituação complexa actual do nosso País,do ponto de vista do emprego.

O novo Código Contributivo trouxe,como grandes alterações/objectivos,entre outros, o fomento da empregabi-lidade, o combate à precariedade, oalargamento claro da base de incidên-cia contributiva e sua aproximação à doIRS, alterações de taxas em diversassituações (nomeadamente pré-refor-ma e reformados em actividade, entreoutros), a criação de uma taxa para as

entidades contratantes de trabalhado-res independentes (sempre que deter-minada entidade beneficie de, pelomenos, 80% do valor total da activida-de de um trabalhador independente) ea alteração do próprio regime dos tra-balhadores independentes, com alte-ração de taxas e de obrigações.

Especiais atenções mereceram, igual-mente, as situações de acumulação, maisconcretamente no caso da actividade se-guradora, quando o trabalhador de segu-ros por conta de outrem acumule activida-

de como independente para a mesmaempresa (seja como mediador ligado, sejanoutra qualidade). Nestes casos, verifi-cou-se igualmente uma alteração de rele-vo, dado que as taxas aplicáveis à activi-dade independente passam a ser as cor-respondentes ao regime geral.

Ao longo da sessão, os participantescolocaram diversas questões e enalte-ceram a iniciativa do STAS, assumindocomo algo preocupantes as alteraçõesdecorrentes do Código Contributivo, nopresente contexto de crise financeira.

A Conferênciateveassistênciaatentae numerosa

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Já lá vai o tempo em que bastava a umSindicato ter as suas portas abertaspara entrarem sócios.Já lá vai o tempo em que não se ques-

tionava a importância de se fazer partede uma associação de trabalhadores.

Já lá vai o tempo em que tudo pareciamais fácil.

Hoje, os trabalhadores estão mais in-formados e mais exigentes. É necessárioadequar as ofertas e mostrar serviço,para assegurar não só a fidelização dossócios existentes mas, ao mesmo tempo,

Em campanha pela sindicalização

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontadesTEXTO: PATRÍCIA CAIXINHA

marcar a diferença, de forma a despertaro interesse de novos associados.

Actualmente, é fundamental o Sindica-to estar próximo das pessoas que pagamuma quota, é fundamental verem queestamos vivos, que somos de carne eosso e mostrar o que fazemos por e paraeles. É também essencial inovarem.

É nesta linha de pensamento que o STASiniciou, no mês de Fevereiro, uma campa-nha de sindicalização por todo o País.

A ideia que procuramos passar é a deque estamos a crescer e queremos que

cresçam connosco. Para isso, criamosum desafio inovador a todos os nossossócios: por cada sócio proposto, duran-te o ano de 2011, o STAS oferece 20% da1.ª quotização anual do novo sócio.Quanto maior for o número de sóciospropostos, maior será o prémio.

Sem limitações, sem sorteio.O objectivo desta iniciativa é, simul-

taneamente, visitarmos diversas com-panhias e agências nacionais, promo-vendo o contacto com as pessoas.

Nessas visitas, preparamos um "kit"de oferta, com diversa informação so-bre o que o STAS tem para dar àquelesque se querem juntar à maior voz dosector. Juntamente, oferecemos a cadatrabalhador uma planta com uma men-sagem: Junte-se a nós! Cresça com oSTAS!

A campanha de sindicalização está adecorrer com resultados extraordiná-rios. Os contactos havidos com os tra-balhadores de seguros têm sido enri-quecedores para ambas as partes, oque nos faz acreditar que este é ocaminho.

Porque estamos ao seu serviço!

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