rima - base portuária do e&p no espírito santo

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Base Portuária do E&P no Espirito Santo RIMA – Relatório de Impacto Ambiental Maio de 2011 E&P

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Relatorio de Impacto ambiental - Base Portuária do E&P no Espírito Santo. Equipe técnicas: Petrobrás e DTA Engenharia

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Page 1: RIMA - Base Portuária do E&P no Espírito Santo

Base Portuária do E&Pno Espirito Santo

RIMA – Relatório de Impacto Ambiental

Maio de 2011

E&P

Page 2: RIMA - Base Portuária do E&P no Espírito Santo

Relatório deImpacto AmbientalO Relatório de Impacto Ambiental – RIMA aquiapresentado atende ao termo de Referência emitido peloInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosN a t u r a i s R e n o v á v e i s – I B A M A , e mmarço de 2010, no âmbito do processo no02001.010812/209-25 e se destina a apresentar, de formasintética, o Estudo de Impacto Ambiental – EIA doempreendimento denominado Base Portuária do E&P noEspírito Santo, a ser implantado pela PETROBRAS –Petróleo Brasileiro S/A, na região costeira do Município deAnchieta, Estado do Espírito Santo.

O RIMA é elaborado em linguagem corrente e utilizarecursos didáticos tais como fotos, mapas, tabelas eilustrações, com o objetivo de ofertar uma melhorcompreensão do conteúdo do EIA para o público emgeral, de modo a ampliar a sua participação nolicenciamento ambiental do empreendimento.

Esta publicação foi editada pela DTA Engenharia,empresa consultora responsável pelo desenvol-vimentodo EIA e respectivo RIMA, e contém as principaiscaracterísticas do projeto em suas fases de implantação eoperação, dos resultados do diagnóstico ambiental dosmeios físico, biótico e socioeconômico, da avaliação depotenciais impactos ambientais, com a consequentepropo-sição de medidas destinadas a evitar, minimizar,mitigar ou compensar os efeitos negativos e potencializarseus benefícios sociais e ambientais.

A versão integral do Estudo de Impacto Ambiental – EIAcom o detalhamento dos estudos realizados e dos dadoslevantados, foi entregue ao IBAMA e colocado àdisposição para consulta pública dos interessados.

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Objetivos e Justificativas

Síntese do Diagnóstico Ambiental

Prognóstico Ambiental

• Base Portuária E&P da PETROTRAS no ES

• Pier de Apoio na Praia do Além

Matriz síntese de impactos e aspectosMatriz síntese de impactos e medidasMatriz síntese de impactos e programa ambiental

• Atividades Petrolíferas no ES• Caracterização do Empreendimento• Pré-embarque Marítimo (porto)• Área de Pré-embarque Terrestre

• Área Retroportuária (Retroárea)

• Matriz síntese de interferências integrada•••

Descrição de Impacto, Medidase Síntese de Programa

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Ao fundo, vista do terminal marítimoda Base Portuária, passarela deacesso e em primeiro plano o Pré-embarque Terrestre que completaas instalações portuárias.

Base Portuária

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A construção da Base Portuária em Anchietavisa atender às operações offshore daPETROBRAS, provendo o apoio logístico àsplataformas envolvidas nas atividades deexploração e de produção de óleo e gás naturallocalizadas na Bacia do Espírito Santo e ao norteda Bacia de Campos.

O Estado do Espírito Santo realiza hoje asegunda maior produção de petróleo do País,destacando-se também na produção de gás.Este rápido crescimento, baseado naexploração de petróleo em bacias marítimas(historicamente o Estado se destacou pelaexploração terrestre) deve-se ao aumento daprodução da Bacia do Espírito Santo, em suasporções central e sul, e da Bacia de Campos, emsua porção norte.

As perspectivas de crescimento destaexploração nas próximas décadas levaram aPETROBRAS a concentrar importantesatividades administrativas na capital do Estado,Vitória, e a planejar a instalação de uma novabase logística para o apoio às atividades de

exploração e produção no mar - “base de apoiooffshore” – dentro do território do Estado, maisprecisamente na localidade portuária de Ubu, noMunicípio de Anchieta.

A operacionalização das embarcações querealizam o apoio à exploração de petróleo com autilização de cais público ou terminaisimprovisados, como vem ocorrendo no EspíritoSanto, nos portos de Vitória, Vila Velha e até emUbu, entre outros, não traz os ganhos logísticosnecessários para melhorar a sustentabilidadeeconômica desta atividade (até cinco vezes maiscaras que a exploração em terra). Portanto, aimplantação de novas bases de apoio em terra,com planejamento da logística especializadadesde o início do projeto, configura atividadefundamental para a manutenção do avanço naexploração e produção de petróleo e gás emáguas oceânicas.

Nos últimos anos, o Espírito Santo foi destaquena produção de petróleo e gás natural no Brasil.Com as descobertas realizadas, principalmentepela Petrobras, o Estado saiu da 5ª posição noranking brasileiro de reservas, em 2002, para setornar a segunda maior província petrolífera do

Perspectivas para a exploração depetróleo

1984

O Espírito Santoproduz 24.984barris de óleopor dia, umrecorde queperdurou até2001.

1988Descoberta docampo marítimode Cangoá, oprimeiro do marcapixaba comreserva comercial.

Atividades Petrolíferas no Espirito Santo

1961

A Petrobras acenaa oportunidade dedescoberta depetróleo na regiãonorte do EspíritoSanto.

1967

Primeiraocorrência depetróleo noEstado, municípiode São Mateus

1978É descobertopetróleo no marem condiçõescomerciais nocampo de Cação.

1982

Descoberta docampo de LagoaParda eincremento donúmero de poçosno Campo de SãoMateus.

Objetivos e Justificativas

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Base Portuária E&P da PETROBRAS

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2002

Início daprodução emáguas profundasno campo deJubarte edescoberta doCampo deCachalote.

2001É descoberto ocampo marítimode Jubarte, no suldo Estado.Transferência dasedeadministrativa paraa capital Vitória.

2003

Descoberta doscampos marítimosde Baleia Franca,Anã e Azul, nolitoral sul doEstado.Descoberta docampo de Golfinho,com reserva deóleo leve em águasprofundas.

2006

Inauguração dediversosempreendimentosnas áreas de óleoe de gás natural,incluindo oanúncio dadescoberta deóleo leve pré-salno campo deCaxaréu.

País, com reservas totais de 2,5 bilhões debarris.

Até 2015, deverão ser produzidos em solo eáguas capixabas 500 mil barris de petróleo pordia. Quase metade desse volume, 40%, deve virde reservatórios do pré-sal. No litoral do EspíritoSanto, ao norte da Bacia de Campos, foramfeitas duas descobertas importantes na seçãopré-sal do Parque das Baleias, nos campos deBaleia Azul e Baleia Franca, com volumerecuperável total estimado entre 1,5 e 2 bilhõesde boe (barril de óleo equivalente). O volumetotal de óleo estimado na área do Parque dasBaleias, incluindo os reservatórios acima eabaixo da camada de sal, chega aaproximadamente 3,5 bilhões de boe. Emsetembro, com o início do teste de longa duraçãodo poço 1-ESS-103A, interligado à plataforma P-34, no campo de Jubarte, ao norte da Bacia deCampos, a companhia começou a produzir naseção pré-sal do litoral do Estado.

Todas estas atividades de exploração eprodução de petróleo e gás em águas oceânicasdependem fundamentalmente do prontoatendimento das necessidades rotineiras eemergenciais de suprimentos de produtos einsumos diversos, a partir das instalações

localizadas em terra. A conexão entre este apoioe a atividade exploratória em mar é realizadatravés de uma cadeia de ações logísticas queexige grande controle de prazos para manter aatividade sem interrupções. A futura BasePortuária em Anchieta será um importante elodesta cadeia logística.

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Bacia do Espírito Santo. (Fonte: ANP)Area de exploração de petróleo egás próximo à Base Portuária

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Objetivos e Justificativas

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Praia deParati

Estrada do Limão

Praiado Ubu

Acesso Exclusivo

Gasoduto SulCapixaba

Retroárea

UTG SUL

Samarco

Pré-embarqueTerrestre

Viaduto

Page 7: RIMA - Base Portuária do E&P no Espírito Santo

O complexo portuário ocupará uma área total de765 mil metros quadrados, contemplando asseguintes macro-unidades:

• Pré-embarque Marítimo (43.000 m²);

• Pré-embarque Terrestre (62.000 m²);

• Retroárea (incluindo DEVIT, a área deestacionamento para veículos pesados); e Vias deacesso (660.000 m²).

Ao lado a localização das três áreas doempreendimento, as vias de acesso e os principaisaspectos do entorno.

A implantação da Base Portuária tem previsão de duração detrês anos e meio, com início previsto das obras em 2012 econclusão em 2015. Durante esta fase o máximo detrabalhadores previstos é de 1600 trabalhadores, atuandodiretamente no local do empreendimento. Durante a fase deoperação, o número previsto de funcionários é de cerca de600.

Quando em operação a Base Portuária deverá desenvolver,principalmente, atividades logísticas voltadas para osuprimento das plataformas oceânicas de exploração eprodução de petróleo e gás, tais como: serviços portuários e detransporte, operações de carga e descarga de mercadorias,armazenagem e expedição de água, óleo, granéis sólidos,preparação e expedição de fluidos de perfuração, além deserviços de atendimento às embarcações (manuseio deâncoras transporte de pessoal, inspeções da ANVISA –Agência Nacional de Vigilância Sanitária, inspeções daCapitania dos Portos, pequenas manutenções etc.). Estaráincluído em sua rotina o recebimento, armazenamentotemporário e destinação de resíduos provenientes dasunidades marítimas.

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Caracterizaçãodo Empreendimento

Praiado Além

Praia dasFalésias

Pré-embarqueMarítimo

Passarelade Acesso

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Objetivos e Justificativas

As obras terão duração entredois a t rês anos, comcaracterísticas normais deconstrução civil e de mon-tagem industrial, sendo quenos per íodos de maiorintensidade de ações deveráempregar cerca de 1.600trabalhadores. Os principaispostos de trabalho serão:

Após o final das obras, a fasede operação contará coma p r o x i m a d a m e n t e 6 0 0trabalhadores contratados

d i r e t a m e n t e p e l aPETROBRAS, através deconcursos públicos ou comoprestadores de serviços,contratados em empresaslocais. Para a operação estãoprevistos trabalhadores emescritório, motoristas, trabalha-dores operacionais na organi-zação de estoques, seguran-ças e técnicos espe-cializados.Outras empresas deverão seinstalar para prestar serviços àBase Portuária, aumentandoas oportunidades de trabalhonestas funções.

Principais características de contratação de pessoalpara implantação e operação da Base Portuária.

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Função QuantidadeAjudantePedreiroAuxiliar deMontadorLixador

ArmadorPintorEletricistaCarpinteiroSoldadorMotoristaEncarregadoe tecnólogoEncanadorCaldeireiroMontador

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6880

685050

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Os estudos para implantação desteempreendimento consideraram outras opçõesde território no Estado do Espírito Santo, antesda definição de Ubu em Anchieta. Comoalternativas locacionais primeiramente foramanalisadas áreas com pouca utilização no portode Vitória e Vila Velha, descartadas pordificuldades operacionais; seguiram outrosmunicípios no litoral do Estado, tambémdescartados por uma combinação de fatorescomo dificuldade de acesso, dificuldade deintegração com áreas de apoio ao porto eprincipalmente a falta de vocação portuária. Aexistência desta atividade já em operação emUbu contribuiu para a conclusão deste estudo.

Após definida a localização, a realização dosprojetos de forma integrada com os estudosambientais contribuiu para a adoção de

alternativas tecnológicas de implantação eoperação que diminuíssem os impactosambientais. Entre estas se destacam:

-Diminuição do espaço da ilha artificial;

-Localização desta em área que evitasse oderrocamento (demolição submarina) derochas;

-Definição do acesso viário exclusivo aoempreendimento, sem cruzamento com aRodovia do Sol;

-Integração do pier de apoio com a mitigação dosimpactos hidrodinâmicos na Praia do Além e apossibilidade de seu uso pela comunidade localapós a realização das obras;

-Adoção de projeto de iluminação integrado comas solicitações do TAMAR.

Alternativas Locacionais e Tecnológicas.

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O projeto do terminal portuário prevê aconstrução de uma ilha artificial que conterá umaárea portuária com uma plataforma de serviçoplana com cerca de 57.000 m² (43.000 m2 deárea útil) dotada de um cais acostável e quatro(4) píeres de serviço. Na plataforma de serviçoserão implantadas as plantas de granéis sólidose cimento, planta de armazenamento de ácidos,galpões de triagem e armazenamento deprodutos químicos, prédio administrativo,subestação elétrica e sala de controle, além depátios de estocagem de carga geral, solta ouconteinerizada. Ligando a plataforma de serviçoao Pré-Embarque Terrestre haverá umaPassarela de Acesso com 1100 m com pistadupla de rolamento, pista para pedestres etubovias para transporte de fluídos.

Para o abrigo das instalações da Base Portuáriano sítio do Pré-embarque Marítimo, seráconstruído quebra-mar de proteção na forma de“U”. O quebra mar formará um conjunto com opíer de contenção, todo em pedra. Em seuinterior será realizado aterro hidráulico, comareia do mar, configurando o espaço da ilhaartificial. O material arenoso para a fasemarítima da construção do aterro será fornecidopor jazida marítima devidamente autorizada noDNPM (Departamento Nacional de Produção

Mineral). O volume de material arenoso para oaterro é estimado em cerca de 415.000 m³.

Para o acesso ao interior da área abrigada peloquebra-mar, destinada às manobras deevolução e atracação dos navios, não serãonecessár ias obras de dragagem deaprofundamento, uma vez que a profundidadenatural permite o acesso do maior navio deprojeto adotado, “Supply-boat”, com segurança.

Pré-embarque Marítimo (porto)

Aproximação, atracação e desatracaçãoe afastamento de embarcações.

Objetivos e Justificativas

A principal operação de apoio que aconteceránesta área é a atracação e desatracação dasembar-cações, entendendo-se este processodesde a aproximação com a área de fundeio, aespera pela autorização para a aproximação aoterminal, à aproximação pelo canal de acessomarítimo e a aproximação dos píeres ou cais,incluindo a manobra de atracação propriamentedita e o posterior retorno ao mar.

Comprimento total 100,00 m

Boca moldada 20,00 mPontal moldado 9,00 m

Calado máximo 7,50 m

Deslocamento máximo 8,500 t

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09 Supply-boat

Embarque e desembarque de insumos e produtos

Embarcações offshore no terminal portuário de Imbetiba, Macaé / RJ

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As operações de embarque e desembarque demercadorias serão realizadas nas áreas de Pré-embarque Terrestre e Marítimo, visto que aprimeira recebem mercadorias por um pequenoperíodo, fazendo uma rápida parada naquelasque não estão no fluxo de embarque imediato.

O embarque dos diversos tipos de mercadorias éuma operação logística tradicional, quecontempla o recebimento das cargas em áreapróxima aos píeres de atracação (pré-embarque), conferência das mesmas,averiguação de documentos e checagem visuale/ou mecânica.

O óleo diesel é o combustível que alimenta opróprio processo de transporte por mar. Asoperações com o d iese l têm comocaracterísticas principais o recebimento destegranel líquido por mar, seu armazenamento e

sua distribuição na operação de abastecimentodas muitas embarcações.

O processo de armazenamento do óleo ocorrerána área do Pré-embarque Terrestre. Apassagem entre a área portuária e o pré-embarque será realizada por sistema de dutos,fixados na passarela que interligará a “ilha” aocontinente.

Transporte marítimo, recebimento,armazenamento e transferência de óleodiesel.

Embarque e desembarque de mercadorias

Figura: Base PortuáriaIlustração do Pré-embarque Marítimo

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Insumos prontos para embarque

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Local onde se realizará a transferência degranéis sólidos para as embarcações. Todo osistema de transporte pneumático deverá operaratravés de comandos locais, para permitir odesligamento de todos eles em caso deacionamento da parada de emergência daplanta.

Neste local será realizado o armazenamento deácidos para o embarque marítimo, nãoocorrendo manuseio direto de produtos, apenasde contentores dos ácidos. Todo o sistema demanuseio de ácidos (bombas e linhas) serãodimensionados e possuirão seu materialespecificado, de acordo com as característicasdo fluido.

Planta de granéissólidos e cimento.

Planta de ácidos

Objetivos e Justificativas

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Combate ao vazamento de diesel e outros granéis líquidos

Os derramamentos de produtos químicos e/ou oleosos podem decorrer por falhasoperacionais, tais como: transbordamentos, rompimentos de mangotes de fornecimento,descartes irregulares, queda de contentores, etc.

Ao ocorrer uma anomalia deve-se comunicar imediatamente o responsável que,prontamente, deverá interromper a operação no local e iniciar o atendimento ao Plano deContingência da Base Portuária que já prevê as operações necessárias para evitar oagravamento do acidente.

Armazenamento de granéis, Imbetiba RJ

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O Pré Embarque Terrestre tem sua localização previstamargeando a Rodovia ES-60 (Rodovia do Sol), próxima àunidade da Samarco Mineração. Esta área não terácomunicação com o sistema viário local, possuindo ligaçãoexclusiva com os demais sítios de produção da BasePortuária, seja pela passarela sobre o mar, chegando à áreaportuária, ou pelo viaduto, sobre a rodovia do Sol e viaexclusiva até a Retroárea.

Na área de Pré-Embarque Terrestre serão alocadas, alémdas edificações, estação de fluidos, tancagem para diesel,estação de tratamento de esgoto doméstico, estação detratamento de efluentes industriais, tancagem de água esubestação elétrica, além dos pátios de armazenagem eestacionamento de caminhões.

O abastecimento de água para a área do Pré-embarque Terrestre será realizado a partir da estaçãode tratamento de água localizada na Retroárea. A água será armazenada em dois tanques comtransmissor de nível e alarmes locais do tipo visual e sonoro para alerta de nível alto e baixo. Osuprimento de água para o Porto e daí para as embarcações será por gravidade.

Armazenagem e Distribuição de Água

Área de Pré-Embarque Terrestre

Figura: Base PortuáriaIlustração do Pré-embarque Terrestre

Empilhadeira realizando operação típica dearmazenamento de suprimentos. (Base de Imboassica,Macaé / RJ

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A ilha artificial que será construída para abrigar oPré-Embarque Marítimo. Estará 1km da costada praia do Além, localizada em Ubu nomunicípio de Anchieta. A Praia do Além épequena e de circulação fechada. Esta formatraz limitações no transporte de sedimentos(areia de praia) entre as praias vizinhas. Aconstrução da ilha resultará numa área commenor formação de ondas, o que poderá trazeralterações no perfil da praia. Prevendo osimpactos costeiros, foi realizada uma série deestudos de modelagem numérica que incluírampadrões de direção e intensidade de correntes eondas, transporte de sedimentos e impactoscosteiros (Figura 1).

A fim de diminuir tais impactos, os resultados desimulação numérica sugeriram a instalação dedois piers na praia, além de engordamento praialutilizando a própria areia do mar (Figura 2).

Para a construção do quebra mar que protegeráo futuro porto, haverá a necessidade de um pierde apoio na praia, para viabilizar o transportedas pedras. O presente projeto adaptou eintegrou o desenho da estrutura original destepier de apoio à proposta para diminuir o impactona pra ia. resul tando na conf iguraçãodemonstrada na Figura 2

Terminadas as obras este pier de apoio (PA)localizado na praia do Além, com um local paraatracação de pequenas embarcações em suaextremidade no mar, poderá ter o usocompartilhado com a sociedade.

ADAPTAÇÃO DO PIER NA PRAIA DO ALÉM

Figura 1: Grade numérica de elementos finitos utilizada nos estudosde modelagem. Destaque em amarelo para a ponte de acesso e abacia de evolução mostrada no círculo roxo.

Figura 2: Estruras de proteção costeira no plano batimétrico da praiado Além, com destaque para o PA e o cais de atracação.

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Praia de Ubu, Anchieta / SC

Figura 3: Pier do Pescador, Santos / SP

Figura 4: Pier do Pescador, Santos / SP

Figura 5: Parque público, localizado noEmissário Submarino, Santos / SP

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A PETROBRAS irá apoiar a discussão públicapara a definição do uso deste pier, após as obras,incentivando o setor da pesca e o turístico paraproporem usos que poderão ser integrados aatividades de lazer. Deverá também executar oprojeto conforme as determinações da sociedadee providenciar as licenças para executar a obra,além de apoiar a execução da intervenção na fasede obras.

Nas Figuras 3, 4 e 5 podem ser observadosexemplos de outras urbanizações de áreas depíeres em outros locais, podendo-se ter uma visãodas possibilidades de qualificação urbanísticapara o futuro píer da Praia do Além.

Page 16: RIMA - Base Portuária do E&P no Espírito Santo

O local selecionado para implantação daRetroárea corresponde a uma regiãotipicamente rural, definida no Plano Diretor comoZona de Expansão Industrial, própria paraatividades logísticas. A Retroárea estarálocalizada junto à estrada do Limão,praticamente em frente à Unidade deTratamento de Gás do Espírito Santo (UTG-SulCapixaba), recentemente colocada emoperação pela PETROBRAS na mesma região.

A Retroárea contará com as seguintesinstalações: apoio à estação de fluídos, controlede contingências, alfândega, ancoragem eterminais oceânicos, transporte, recebimento,armaze-namento e unitização de carga, prédioadministrativo, armazenagem e tratamento deresíduos, além de sistemas de captação,tratamento e distribuição de água, pátios dearmazenagem e de estacionamento de carros ecaminhões.

O DEVIT (Depósito de Vitória) estará integradoao sítio da Retroárea, porém com portaria egestão independente. Será uma área pararecebimento e expedição de líquidos, a granelou em vasilhames.

A Retroárea terá a função de ser o “pulmão” dereserva de mercadorias e de rejeitos paragarantir a manutenção do ritmo da atividadeprincipal (exploração e produção de petróleo egás), mantendo estoque regulador de diversosprodutos e componentes dos processosprodutivos e de suporte à produção e também“cadenciando” o ritmo de envio dessasmercadorias para a área portuária propriamentedita.

Pra isso tem um processo próprio de produçãoque contém praticamente todas as atividadescaracterísticas da logística, especializando-seno recebimento, desunit ização (desa-grupamento), classif icação, unit ização

(agrupamento) e despacho de inúmeros tipos demercadorias. De fato, após o recebimentodestas, as mesmas são desem-barcadas eclassificadas primeiramente em dois grandesgrupos, a saber: as mercadorias de despachoimedia to e aquelas que devem serarmazenadas.

O Depósito de Supply House de Vitória – DEVIT,a ser operado diretamente da BR Distribuidora,será uma estrutura para atividades logísticas,real izando o recebimento, descarga,armazenamento e movimentação interna, paraposterior expedição de produtos químicos emgranel. Não estão previstos processos detransformação química neste sítio, tampoucoreações químicas, misturas de produtos,concentração, diluição ou separação desubstâncias, nem mesmo aquecimento ouresfriamento de produtos. Entre os principaisprodutos manuseados destacam-se:

• Produtos inflamáveis ácidos e neutros;

• Produtos inflamáveis básicos;

• Produtos corrosivos ácidos;

• Produtos corrosivos básicos;

• Produtos neutros.

Depósito de Vitória – DEVIT

Área Retroportuária (Retroárea)

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Transporte de produtos químicos realizado na Base de Imboassica,Macaé / RJ

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Construção da Base Portuária

Projeto de Terraplenagem

Projeto de Arquitetura

Além das construções voltadas para a ilha artificial, realizadas no mar e as instalações terrestres jádescritas anteriormente, destacam-se as seguintes atividades na etapa de implantação da BasePortuária:

O projeto de terraplenagem realizou diversas simulações buscando a escolha de um nível queminimizasse as operações de corte e aterro, além de reduzir os volumes necessários, oriundos deempréstimos ou volumes excedentes destinados a bota-fora.

O partido arquitetônico adotado visou principalmente à facilidade de manutenção/conservação euma boa relação custo/benefício para os prédios a serem construídos. O projeto básico teve comometa a padronização das edificações, permitindo a objetividade e a simplicidade da execução.

Nas edificações administrativas, laboratórios, vestiários, portarias, restaurante, guaritas e prédios deapoio, o sistema construtivo é convencional, com estrutura em concreto armado e fechamentos emalvenaria revestida.

Nos galpões, o sistema construtivo é constituído de pilares de concreto e estrutura metálica de apoioà cobertura, composta por perfis em chapa perfilada formando uma treliça de seção triangular(estrutura semi-espacial). O fechamento lateral será em telhas metálicas.

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Figura: Base PortuáriaIlustração da Retroárea

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Objetivos e Justificativas

Previsão deConsumode ÁguaUso doméstico na Retroárea

Uso doméstico noPré-embarque Terrestre

Uso doméstico no PortoPré-embarque Marítimo

Estação de Fluídos

Abastecimento deUnidades Marítimas

66 m³/dia

14 m³/dia

12 m³/dia

392 m³/dia

4000 m³/dia

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Iluminação projetada para evitarluminosidade na Praia

Para atender a esta prerrogativa foram realizados estudosluminotécnicos específicos para analisar a incidência de luzproveniente das instalações da Base Portuária na Praia doAlém. Estes estudos indicaram que não haverá incidência deluz na areia, apontando para o acerto nas definições do projetode iluminação.

Page 19: RIMA - Base Portuária do E&P no Espírito Santo

Sistema de coleta etratamento de efluentes:

Sistema de drenagem:

Sistema de combatea incêndio:

Sistema de energia:

Será de uso exclusivo do empreendimento, coma estação de tratamento de esgoto localizada noPré-Embarque Terrestre. Os efluentes, apóstratamento, terão seu lançamento no mar, naface externa do quebra-mar, através deemissário integrado ao empreendimento.

Será autônomo em relação à rede urbana e terácaptação de água dos telhados para oreaproveitamento. Um sistema separado deredes para a drenagem superficial segregará aságua que possam estar contaminadas com óleoou outros produtos químicos. O Pré-embarqueTerrestre terá uma estação de tratamento deresíduos industriais para água oleosa.

Estará presente nos três sítios, comreservatórios próprios na Retroárea e no Pré-embarque Marítimo.

Todos os sítios terão subestações próprias edemais componentes da rede de energia, comcontroles independentes. O projeto deiluminação foi concebido conforme normativasdo TAMAR (projeto de pesquisa, conservação emanejo de tartarugas marinhas), de forma a nãocausar interferência luminosa nos ninhos detartarugas da Praia do Além.

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Sistema deEsgotamento Sanitário

O efluente líquido resultante da estação detratamento de esgotos deverá atender àsmais recentes exigências regulamentaresexpedidas pelo Conselho Nacional do MeioAmbiente (CONAMA) relativa aos padrõesde lançamento para a classe de águassal inas, dest inadas à navegaçãocomercial, à harmonia paisagística e àrecreação de contato secundário.

Este efluente será lançado do lado externodesta área em relação à Praia do Além,aproximadamente a 1,4 km da costa, emlocal considerado adequado para adispersão da pluma de efluentes, conformemodelagem realizada no projeto. O sentidodas correntes na região mostrou que apluma de efluente segue quase queinteiramente para N-NE para as correntesoriundas de S-SE, e vice-versa.

Simulação da dispersão de efluentes. Campo de correntessimulado para ventos do quadrante sul.

Figura: Análise luminotécnica pormodelo tridimensional mostrando adispersão da iluminação originadano Pré-Embarque Marítimo

Page 20: RIMA - Base Portuária do E&P no Espírito Santo

Objetivos e Justificativas

A logística reversa é uma das atividadesimportantes do processo produtivo da BasePortuária E&P. As unidades de produção em altomar retornam prat icamente todos oscomponentes que recebem, com exceção derestos de alimentos e produtos que sãoconsumidos no processo produtivo comocimento e fluídos. Os diversos componentes dosequipamentos de produção, assim comomateriais de apoio em escritório, mobiliário,entre outros, que sofrem desgaste natural pelouso e necessitam de substituição. Estesretornam classificados como material perigoso,inservíveis, sucata a ser reciclada, ou mesmocomo componente a ser recuperado. Estasoperações serão realizadas nas três plantasprincipais da Base Portuária, concentrando-sena Retroárea.

Os resíduos serão armazenados de maneira anão possibilitar a alteração de sua classificaçãoe de forma que sejam minimizados os riscos dedanos ambientais, evitando-se os riscos dereatividade entre os mesmos, além de estaremem área com estanqueidade quanto àdrenagem.

Todos os resíduos, após coleta, serão dispostosna Central de Resíduos (Retroárea) para quesejam caracterizados, separados de acordo coma norma ABNT NBR 10004:2004 e trans-portados para disposição final, por empresasubcontratada devidamente licenciada peloórgão competente.

Lata de AlumínioMadeiraPapel / papelãoAlumínioPlástico reciclávelVidro reciclávelBaterias veicularesEmbalagens plásticasMetais

Lixo comum

Pilhas e bateriasAmianto

Resíduo de serviços de saúde

Filtros de água e ar

Cartuchos de impressoras

Lâmpadas fluorescentes

Material com resíduos radioativos

Armazenamento provisóriode resíduos (tambores).

Lista dos principais produtos processados esua destinação final:

Reciclagem

Aterro sanitário

Aterro classe I

Incineração

Co processamento

Reaproveitamento

Descontaminação

Armazenagem

Movimentação de resíduos gerados nasunidades de produção marítima

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Está prevista a instalação na Retroárea da BasePortuária de Anchieta de galpões destinados aoarmazenamento temporário de rejeitos (borraoleosa) e materiais e equipamentos incrustadoscom TENORM, cujo manuseio e forma deacondicio-namento seguem normativa própria,conforme orientação e controle da CNEN(Comissão Nacional de Energia Nuclear).

Depósito demateriais perigosos

Após a devida triagem e segregação, osresíduos recicláveis serão corretamentedestinados através de parcerias com entidadesde catadores e de reciclagem.

As sucatas de valor comercial são destinadasaos leilões realizados pela Petrobras, do qualsomente podem part ic ipar empresaspossuidoras de licenças ambientais, para a quese possa saber o destino desses materiaisusados.

E x e m p l o : p e r f i s ,cantoneiras, chapas,tubulações, bobinas,fios, cabos, matériasconfecc ionados emcobre, alumínio ou outrotipo de ligas leves.composta por sucata dematerial Ferroso e o NãoFerroso, inertes.

Movimentação de resíduosrecicláveis e alienação de sucatas

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Armazenamento de sucataGalpão de armazenamento de tambores com borra oleosa

Tratamento deresíduos geradosna Base

Os resíduos a serem geradosnas operações da BasePortuária seguirão a mesmalógica de gestão que é adotadapela Petrobras para o controle emovimentação de resíduos quevem das unidades marítimas,atendendo às exi-gênciasestabelecidas pelo IBAMA. Paraesse controle a Petrobras utilizaum sistema informatizado degeren-ciamento de resíduos(SIGRE) e dispõe de equipetécn ica capac i tada emSegurança, Meio Ambiente eSaúde (SMS).

Fluxo de resíduossólidos em locaisde produção daPETROBRAS

RECEBIMENTO

DOCUMENTAÇÂOEntrada / Saída

ACONDICIONAMENTODE SAÍDA

SAÍDA

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Os estudos ambientais realizados para aidentificação e interpretação do território, frenteàs ações propostas para a Base Portuária,foram orientados a partir da determinação dasáreas de influência do empreendimento. Estasabrangem um território de aproximadamente1.900 km2 e incorporam os municípios deAnchieta, Guarapari, Piúma, Alfredo Chaves eIconha. Tais municípios estão inseridos naMacrorregião Centro Sul do Espírito Santo, aqual se desenvolveu historicamente em tornode atividades primárias, destacando-se aagricultura e a pesca, condicionada pelalocalização litorânea.

O histórico de ocupação e das atividadesprodutivas configurou o atual estado deconservação da fauna e da flora, com a maiorparte da vegetação remanescente em estádiosucessional secundário, ocorrendo em umamatriz com diferentes configurações, incluindoáreas urbanizadas, pastos, plantações eformações naturais de lagoas.

A costa da região de Ubu representa umimportante ambiente ecológico, podendo serconsiderada como a principal característica daregião, inclusive pelo histórico de ocupaçãohumana e desenvolvimento de atividadessociais e econômicas. A região abrigaimportante vida natural, incluindo formações decorais, peixes e tartarugas. O clima tropicalquente e úmido, típico de regiões costeirastropicais, é vantajoso para a vida desses animaispróximo da praia do Além, com águas quentesdurante boa parte do ano e ricas em alimentos,pois está sob influência das águas continentaisdo rio Benevente, cuja desembocaduraencontra-se nas proximidades.

A chegada da Samarco Mineração ao municípiode Anchieta, em 1977, alterou significativamentea estrutura da região, em seus aspectos sociaise econômicos, representando o início de umnovo vetor econômico. A mudança recente doperfil econômico, que passa a contar comindústrias e serviços turísticos, somada aohistórico prévio de uso da terra, configurou oatual cenário ambiental com vegetaçãoantropizada e fauna depauperada, diminuiçãoda qualidade do ar, água e sedimento daslagoas.

Para a definição das áreas dein f luênc ia do pro je to BasePortuária E&P foram levados emconta os seguintes aspectos:Abrangência do empreendimento;bacias hidrográficas; planaltimetriada região; possíveis interferênciascom as comunidades do entorno;legislação ambiental pertinente: elimites municipais e regionais.

As áreas foram delimitadas separa-damente para os meios físico,biótico e socioeconômico. Para cadauma delas foram estabelecidos três

níveis de interferências, sendo: Áreade Diretamente Afetada (ADA); Áreade Influência Direta (AID): e Área deInfluência Indireta (AII).

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Mapa da área de influência indireta da Base Portuáriano meio socioeconômico

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A região biogeográfica onde o estudo de diagnóstico foiconduzido possui apenas 17,7% da área de vegetação original.Nessa região, espécies que são aptas a cruzar distâncias de 100m entre fragmentos de matas possuem uma área de mais de 50mil hectares de floresta descontínua disponível. Entretanto, emtoda a região biogeográfica apenas 4,2% dos remanescentesestão em alguma unidade de conservação (Ribeiro et al., 2009).

A fauna terrestre das áreas sob influência do empreendimento écomposta em grande parte por espécies comuns, amplamentedistribuídas e que suportam grande amplitude de variação no seuambiente. No entanto, espécies endêmicas e ameaçadas foramencontradas dentre os vertebrados terrestres registrados, o quedemonstra que algumas áreas ainda possuem integridadesuficiente para a manutenção dessas espécies.

Foram registradas 170 espécies de aves nas áreas de influênciado empreendimento. Juntamente com os registros encontradosem literatura, a região de Anchieta possui ao todo 387 espécies deaves. Houve uma grande representatividade de espécies deampla ocorrência e pouco exigentes em relação aos recursosambientais, a maioria possuindo grande capacidade deadaptação a impactos causados por atividades humanas.

Entre as espécies mais comuns registradas na área de estudoestão o gavião-carijó, o pombão, o pica-pau-anão-barrado, achoca-de-sooretama, a guaracava-de-barriga-amarela, o bem-te-vi e a corruíra. Foram registradas sete espécies endêmicas daMata Atlântica: tiriba-de-testa-vermelha, rabo-branco-mirim earapaçu-escamado, trepador-coleira, tachuri-campainha,cambada-de-chaves e choca-de-sooretama. Foi registrado naPraia do Além uma espécie ameaçada de extinção, o trinta-réis-real.

A fauna de mamíferos apresentou um total de 64 espécies. Aotodo, 84% das espécies registradas na literatura estiverampresentes nas áreas de influência do empreendimento,demonstrando a importância destas áreas para a manutenção dafauna. As espécies que compõem essa comunidade são deinteresse para a conservação devido ao seu endemismo na MataAtlântica. Predominaram entre os mamíferos registrados asespécies adaptadas para a vida em paisagem fragmentada.

Pescadores de AnchietaFonte: Mauro Scazufca

Santuário do Beato José de AnchietaFonte: Mauro Scazufca

A ação antrópica éaquela realizada peloh o m e m s o b r e anatureza. É aquilo quejá foi alterado e nãoestá mais em seuestado original.

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Síntese do Diagnóstico Ambiental

Nas amostragens em campo, a cuíca-verdadeira, a capivara, o tatu-peba, o cachorro-do-mato, o morcego-fruteiro-comum e omorcego-vampiro foram as espécies com maiornúmero de indivíduos. Cinco espécies depequenos mamíferos não-voadores sãoendêmicas da Mata Atlântica, e uma delas, orato-de-espinho, é ameaçada de extinção. Entreos morcegos, a espécie Pygoderma bilabiatum éendêmica do bioma Mata Atlântica, e o morcego-fruteiro Carollia brevicauda foi a única espécieameaçada.

Entre os médios e grandes mamíferos, quatrosão endêmicos da Mata Atlântica: o saguí-da-cara-branca, o preá, o ouriço-preto e o serelepe.Com exceção do ouriço-preto, as outras quatroespécies de mamíferos médios e grandes quesão ameaçados de extinção possuem ampladistribuição: a jaguatirica, o gato-do-mato-pequeno, o gato-maracajá e a cutia. Essesmamíferos médios e grandes estão ameaçadosde extinção principal-mente por causa dapressão de caça. ]

Durante o estudo foram registradas 23 espéciesde anfíbios, oito de lagartos e quatro deserpentes, totalizando 35 espécies. A maioriadessas espécies tem ampla distribuiçãogeográfica e hábitos generalistas, e algumasapresentam inclusive a capacidade de viver comsucesso em ambientes perturbados. Asespécies mais abundantes de anfíbios anurosforam a rã-do-folhiço, a perere-quinha e aperereca do litoral, ocorrendo em elevadonúmero nas áreas amostradas. Entre os répteis,a lagartixa-das-árvores e a lagartixa comumforam as espécies mais abundantes, sendo asegunda espécie a única não nativa do Brasil.Em campo foram registradas 17 espécies deanfíbios e cinco de répteis consideradasendêmicas da Mata Atlântica.

Dois grupos foram selecionados como represen-tantes dos insetos no diagnóstico ambiental:besouros e borboletas. De modo geral, asespécies registradas são comuns em MataAtlântica, e maior parte delas possui ampladistribuição no Brasil. Entre os besourosScarabaeinae foram registadas 16 espécies,sendo Canthon staigi, Dichotomius aff. irinus eDichotomius aff. laevicollis as mais abundantes.Já Anomiopus sp. e Uroxys sp. sãoconsiderados besouros raros, normalmente compoucos indivíduos coletados em inventários, epoucos estudos publicados.

Entre as borboletas foram registradas 47espécies nas três famílias amostradas(Nymphalidae, Papilionidae e Pieridae). As

Crescimento populacional da área de influência do empreendimento

Município

CrescimentoPopulacional

1991

2009

Alfredo chaves

15,32%

12647

14585

Anchieta

35,44%

14934

20226

Guarapari

69,37%

61719

104534

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Praia de MeaípeFonte: Danilo Madjarof Sertorio

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Iconha

17,00%

10172

11901

Piúma

82,52%

9430

17212

Fonte:

Estimativade População

IBGE

e s p é c i e s m a i s a b u n d a n t e s f o r a mHermeuptychia hermes, Battus polydamas eEurema albula, borboletas que normalmenteocorrem em vários tipos de ambiente, inclusiveáreas muito perturbadas. Muitas das espéciesde besouros e borboletas registrados sãocomuns em diversos tipos de ambiente, desdeáreas perturbadas à florestas mais íntegras. Acomposi-çãode espécies de besouros e deborboletas foi muito diferente entre os distintostipos de vegetação, confirmando o status debons indicadores biológicos de alteraçõesambientais desses insetos.

A maior parte das áreas em melhor estágio depreservação está dentro de unidades deconservação. A presença de quelônios naregião, inclusive com a desova da Careta careta,monitorada pelo Projeto TAMAR, tem motivadoa discussão sobre a configuração de novasunidades de conservação municipal voltadas àpreservação das espécies.

A praia se comporta como um ambiente estável,sem nenhuma alteração no local da linha decosta, ou seja, ao longo dos anos a praia teveganhos e perdas de areia em níveisproporcionais de acordo com as estações doano. Essa característica pode ser bem explicadapelo regime hidrodinâmico da região,principalmente a incidência de ondas. No verãoe em boa parte do ano, as ondas típicas quechegam na praia do Além são provenientes deLeste e Nordeste, ou seja, atingindo a praia donorte para o sul, levando areia nesse sentido ao

longo da praia. Quando existe a passagem deuma frente fria sobre a região, mais frequentenos períodos de inverno, os ventos se tornam deSul e Sudeste, gerando ondas nessas direções,as quais ao incidirem sobre a costa irão levarareia da porção sul para a porção norte da praia.

Os organismos aquáticos se encontram emestado de adaptação ao meio, sem nenhumimpacto significativo em suas funçõesecológicas, como alimentação, reprodução,crescimento e locomoção. Os animais de fundomarinho têm grande importância para região,como as algas (fundamentais para aalimentação de tartarugas) e recifes de corais,os quais abrigam e atraem cardumes de peixespara as áreas próximas da praia.

Atualmente as tartarugas estão se reproduzindonas principais praias da região, sem impactossignificativos causados por intervençãohumana. As principais praias são Guanabara,Além, Papagaios e Falésias. Segundo dados doTAMAR a praia do Além apresentou umaumento no número de ninhos ao longo dosúltimos ciclos reprodutivos, em comparaçãocom as demais praias.

Os animais se alimentam nas formaçõesrochosas costeiras, denominadas de lateritas,de coloração avermelhada, nas quais algas sefixam e crescem, fornecendo alimentação. Omonitoramento das tartarugas marinhas vemsendo realizado por meio de parceria entre aPrefeitura de Anchieta e o TAMAR, através do

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Espécies de animais identificados nos levantamentos de campo

acompanhamento da desova, da presença deninhos e do nascimento dos filhotes, bem comoa observação de animais adultos vivos oumortos.

A economia atual do município de Anchieta sedestaca na região em virtude da presença dovetor industrial. Apesar desse diferencial, acaracterização socioeconômica do municípiosegue um padrão regional, com atividades deturismo de veraneio, cultivo agrícola e pesca.

A atividade turística ganhou maior dimensãocom a abertura de vias de acesso,especialmente a Rodovia do Sol, construídapara facilitar o veraneio na região de climapredominantemente tropical costeiro, com apresença de águas calmas e límpidas,adequadas para atividades de lazer. Estavertente econômica impulsionou a ocupaçãourbana nos municípios da região, configurando ouso misto entre comunidades tradicionais everanistas, como observado nos territórios deUbú e Parati, por exemplo.

Dentre os pescadores artesanais, é comumnotar a presença de pessoas que possuem maisde um ofício ou ocupação. O turismo é uma daspoucas atividades que podem oferecer umaalternativa de incremento real na renda. Nogeral, 64% dos pescadores trabalham com oturismo. Os 36% restantes dedicam-se, namesma época, aos trabalhos que demandamesforço físico e oferecem ganhos menores.

O patrimônio histórico e cultural representa

também um forte apelo turístico, marcado pelapassagem do Padre José de Anchieta pelaregião, dando nome ao município centro destaanálise, que possui um santuário em seu nome.Apesar das ações de catequese no século XVIindicarem a presença de populações nativa naregião, não foram encontrados vestígiosarqueológicos significativos, durante os estudosreal izados para a implantação desteempreendimento.

A pesca representa a principal atividadeeconômica para o maior grupo social tradicionalda região, respondendo pela sustentação demilhares de pessoas. Especialmente emAnchieta os pescadores estão divididos em duasgrandes colônias, a primeira utilizando-se doestuário do Rio Benevente como local de abrigo,inclusive com a presença de um mercado depeixes que concentra o comércio de pescado nomunicípio. O segundo grupo formado porpescadores de Anchieta e Guarapari, localizadona região de Ubu tem menor estrutura decomercia-lização.

O desenvolvimento econômico está refletido nosetor de pesca com a chegada de novastecnologias e aprimoramentos nas emba-rcações. Hoje já existem indícios de sobrepesca,devido ao aumento do esforço sobre o estoque(espécies como Corvina e Enchova). Ocorrendoespecialmente em locais concentrados devidoàs condições de fundo do mar, desfavoráveis àpesca de arrasto, visto os inúmerosafloramentos rochosos.

Leptotila rufaxilla Crotophaga majorRupornis magnirostris

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Outros fatores são propícios ao desenvol-vimento da pesca na região, como aproximidade com as águas do estuário do RioBenevente, ricas em nutrientes como fosfato enitrato, assim como a presença de águas calmasem baías e enseadas.

Pode-se afirmar que apesar da deterioração doterritório natural, a ocupação de baixaintensidade, até hoje predominante na região,produziu impactos de média e baixa magnitude,configurando uma paisagem com carac-terísticas rurais, onde predomina a coberturavegetal, num mosaico de matas e camposagrícolas.

Esta paisagem deverá passar por um rápidoprocesso de transformação, devido ao anúncioda instalação de diversos empreendimentoscom características logísticas e industriais emAnchieta. Estes provavelmente demandarãouma nova forma de ocupação territorial, tendo aurbanização como fator dominante. A previsãopara o Município de Anchieta é dobrar apopulação no prazo de 10 anos e chegar a maisde 100 mil habitantes até 2025, segundo o Planode Desenvolvimento Espírito Santo 2025. Oplano aponta ainda um grande impacto nocrescimento populacional dos Municípios deGuarapari e Piúma. Pela análise de dadosextraídos do Censo do IBGE (2010), espera-setambém que a vocação destes municípios possaser alterada, tornando-se cidades dormitórios doMunicípio de Anchieta, com concentração depopulação urbana.

Segundo o SEAMA (Secretaria de Estado doAmbiente e Recursos Hídricos), a demanda deágua é um fator sensível dentro deste processode mudanças. A CESAN (Companhia EspíritoSantense de Saneamento), por sua vez,realizou estudos de demanda para oabastecimento de água nos municípios dePiúma, Anchieta e Guarapari, considerando aincorporação dos empreendimentos previstosna região, tais como a Unidade de Tratamentode Gás – UTG-Sul, a 4ª Usina da Samarco e aBase Portuária E&P da PETROBRAS, incluindoo aumento populacional decorrente do processode industrialização, com horizonte em 2023.Desenvolveu-se, então, uma proposta para osistema de abastecimento que contempla, alémda Base Portuária da Petrobras, demaisindústrias ligadas a esta, bem como a populaçãodo Municípo de Anchieta e do distrito de Ubú.

No que diz respeito à capacidade da malharodoviária do entorno, esta deverá levar emconsideração a implantação de todos osempreendi-mentos previstos, Segundoinformações da ADERES – Agência deDesenvolvimento em Redes do Estado doEspírito Santo e do Departamento de Estradasde Rodagem – DER-ES, deverão serconsiderados os volumes de tráfego gerados nafase de implantação e operação dosempreendimentos. Assim como devem seranalisadas e aprovadas pelo DER a implantaçãoda transposição do viaduto da Base portuária daPETROBRAS na ES–60 (acesso ao porto) e asintervenções viárias oriundas da expansão

Gracilinanus microtarsus Eretmochelys imbricata (Foto:TAMAR) Tucunaré (Cichla ocellaris)

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Síntese do Diagnóstico Ambiental

da Samarco e da implantação da CSU(Companhia Siderúrgica de Ubu).

Quanto ao tráfego local em Anchieta, já seobservam dificuldades de circulação viária,sobretudo por não haver um sistematecnicamente organizado e uma estruturade gestão e operação da circulação. Naárea dos novos empreendimentos, háprojetos das próprias empresas paraestruturação do sistema de ligação localentre as obras e as rodovias do entorno,visando à obtenção de materiais e oescoamento da produção.

A reflexão sobre o cenário futuro tornatangível alguns desafios, sobretudo naesfera socio-econômica, provocados poruma inevitável migração para a regiãodevido à dinâmica econômica nos primeirosanos de implantação do empreendimento.Desafios que devem ser tratadosrespeitando os aspectos naturais etradicionais do território em questão, embusca da construção de uma sociedadesustentável.

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A Estação Ecológica de Papagaio, apresentadana Figura a seguir, localiza-se na região da fozdo rio Benevente, próximo ao centro urbano domunicípio de Anchieta a cerca de 80 km dacapital, Vitória. Foi criada pela Lei Municipal n°17, de 26.07.1992, compreendendo uma áread e a p r o x i m a d a m e n t e 1 . 4 3 4 , 2 1 h a ,administrada pela Secretaria Municipal de MeioAmbiente e Recursos Hídricos.

A referida Unidade de Conservação deProteção Integral é formada nas águas do RioBenevente e abriga rica flora e fauna,principalmente de aves, como as araras epapagaios, cuja riqueza originou o nome daunidade. O Manguezal de Anchieta éconsiderado um verdadeiro berçário para váriasespécies de peixes como o Centropomus sp,popularmente conhecido como Robalo. Entreoutras atrações turísticas, nesta unidade seencontram as Ruínas de Salinas, formadas por32 colunas de pedras, atribuídas a antigassalinas, exploradas pelos índios no século XVI eXVII.

O Bioma da Mata Atlântica divide-se em duasprincipais ecorregiões: a Floresta Atlânticacosteira e a do interior, caracterizadas pelagrande diversidade de paisagens comextraordinária diversidade biológica. Nestecontexto a Estação Ecológica de Papagaiocontribui para a conservação da florestaatlântica costeira representada pelo eco-ssistema associado manguezal e também dematas de terras baixas.

Unidades de Conservação

Akodon cursor Sotalia guianensis (Foto: F. Engelsma) Choeroniscus minor

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área delimitada, visando principalmente àpreservação do processo de reprodução dastartarugas na orla de Anchieta. A APA Municipal deTartarugas foi criada através da Lei Municipal nº. 08,de em 18 de junho de 1988 que em seu Art. 1ºinstituiu: “Fica determinada Área de PreservaçãoAmbiental destinada à desova da tartaruga marinha,a área compreendida da orla marítima.

Vislumbram-se os seguintes objetivos para a APA deTartarugas:

• Proteção e conservação das áreas de desova dastartarugas marinhas;

• Proteção e conservação dos recursos hídricos;

• Utilização sustentável dos recursos naturais;

• Restauração de áreas degradadas;

• Promoção de estímulos na economia da região;

• Desenvolvimento do turismo sustentável; e

• Conservação da paisagem e da cultura local.

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Liophis miliaris (Colubridae) Anurofauna Gymnodactylus darwinii (Phyllodactylidae)

Cabe esclarecer que, as unidades deconservação de Anchieta passam, atualmente,por um processo de remanejamento erecategorização. A possível criação da Reservade Desenvolvimento Sustentável MunicipalPapagaio, deverá consolidar a pesca como um dosprincipais usos dos recursos da área, respeitando astradições da comunidade pesqueira residente noentorno da unidade e também a preservação eproteção permanente do ecossistema e recursosnaturais da área, especialmente como reservagenética da flora e da fauna, para fins científicos,educacionais e culturais.

Área urbanade Anchieta

Rio Benevente

O plano de manejo da APA Tartarugas está sendoregulamentado para ampliar a área da atual APAGuanabara. A APA Tartarugas (ampliação doperímetro da APA Guanabara) possibilitará àsociedade um maior controle sobre a utilização da

Imagem da área deProteção Ambiental

(APA) Tartarugas

APA

Papa

gaio

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A avaliação de Impactos decorrentes daimplantação e operação da Base Portuáriaconsidera suas características de implantação eoperação, relacionando-a com o diagnósticoambiental realizado na elaboração deste Estudode Impacto Ambiental, conforme o tipo de obrasnecessário para a implantação e o tipo deoperação que será realizado neste empreen-dimento. Procurou-se prever as interferênciasnos diferentes elementos do meio ambiente e osimpactos resultantes destas interferências.

A definição prévia do que deverão ser osimpactos ambientais decorrentes desteempreendimento permite que sejam tomadasmedidas que tenham como objetivo minimizar osimpactos que podem ser mitigados, compensaraqueles que são inevitáveis e potencializar osque deverão ser positivos, geralmenterelacionados com o meio socio-econômico, ouseja, a população e as cidades.

Estas medidas não poderiam ser realizadas seestas não fossem sistematizadas e organizadasem grupos afins que permitam a definição deestratégias para a operação destas. A forma deestruturação das medidas é a adoção deprogramas ambienta is que permitamtransformar o conjunto de ações necessáriaspara cada medida em propostas, commetodologias, atribuição de responsabilidades,cronograma e orçamento definidos.

Descrição deImpactos,Medidas eProgramas

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O comprometimento com a execução deprogramas ambientais que deverão serdetalhados futuramente pelo empreendedor é agarantia de que as medidas específicas paracada impacto, identificadas neste estudo, serãorealizadas.

Anteriormente à análise de impactos, foramestudadas as diversas etapas de construçãonecessárias para a implantação da BasePortuária e também o tipo de operação que estarealizará quando pronta. Para isto buscou-seconhecer o empreendimento a fundo, permitindoa elaboração de uma listagem de ações compotencial de interferir no meio ambiente.

O meio ambiente, subdividido entre os meiosfísico (ar, água, solo, subsolo, sedimentos, rios,lagos, mar etc.), biótico (vegetação, animais e oespaço de vivência entre estes – hábitat) esocioeconômico (habitantes e sua interface como território), foi representado por seus diferenteselementos, procurando observar aqueles quepoderiam sofrer maiores interferências devidoàs ações listadas anteriormente.

O relacionamento das ações com os elementosdo meio permitiu verificar quais as maioresinterferências que poderão ser provocadas,podendo precisar qual ação tem maior potencialpara causar impactos em cada meio. A Planilhade Interferências permite uma visualização

integrada desta análise. As interferências altas(vermelho) e médias (amarelas) forampriorizadas na análise de impactos sendo que asbaixas (verdes) foram descartadas, geralmentepor representar meios que não receberaminterferências das ações propostas.

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Descrição de Impactos, Medidas e Programas

A análise de impactos realizada nesteestudo cumpriu diversas etapasmetodológicas, resultando no des-carte daqueles impactos avaliadoscomo baixos ou inexistentes e no deta-lhamento daqueles classificadoscomo de magnitude alta e média,adotando-se para esta avaliaçãometodologia que considera o territórioe o tempo em que cada um delesdeverá persistir, a sensibilidade doelemento ambiental afetado, entreoutros.

Os impactos foram classificados entreos meios físico, biótico e socio-econômico do ambiente e, também,conforme o período em que deverãoser mais presentes, entre as fases deimplantação e operação da BasePortuária. Os textos a seguir sinte-tizam os principais impactos previstos.

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Mercado do peixe - Anchieta

Cidade de Guarapari

Rio Benevente - Anchieta

Praia - Anchieta

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Os impactos que devem provocar maioresconseqüências no meio físico deverão ocorrerna fase de implantação (obras), concentradosna alteração da forma da Praia do Além(morfologia praial e hidrodinâmica costeira),seguidos dos impactos decorrentes dotransporte de pedras para a construção doquebra mar, devido à suspensão de poeira,emissão de ruídos e vibrações.

A terraplenagem para a formação dos platôsdestinados às edificações, assim como, o aterrohidráulico para a formação da ilha artificialdeverão trazer impactos relacionados aos

sedimentos, que poderão ser carreados paracorpos d'água. Os sedimentos marinhostambém devem ser afetados, devido àdragagem de material para o aterro da ilha.Estes impactos tendem a ser refletidos naqual idade da água, que poderá sertemporariamente alterada, principalmentequanto à turbidez. Podendo, ainda, causar oassoreamento de rios e riachos. O impacto doconsumo de pedras para a construção da BasePortuária, especialmente para a construção dailha foi considerado pela diminuição desterecurso natural na região.

Impactos sobre o meio físico na fase de implantação

As operações cotidianas da Base Portuária nãodeverão trazer impactos significativos sobre omeio físico. Ruídos e vibrações, emissão depoluentes no ar ou de efluentes líquidos deverãoocorrer em pequenas proporções. A exceçãodeverá ser no meio marinho, em áreas próximasao porto, pela concentração de veículosterrestres e embarcações, sendo alterações depequena magnitude, resultando em impactosmédios.

Os impactos no meio físico só poderão seintensificar caso as operações cotidianas soframalguma não conformidade (acidentes ouprocedimentos que escapem aos controlesestabelecidos). Neste caso poderá ocorrer adiminuição da qualidade da água, do ar, do soloou ainda dos sedimentos marinhos.

Impactos sobre o meio físico na fase de operação

Os impactos mais relevantes para o meiobiótico, avaliados como médios ou altos,concentram-se em ações relacionadas, demodo geral, à construção e ao transporte, tantona etapa de implantação quanto na operação doempreendimento. A supressão de vegetaçãopara a instalação da retroárea deverá causarimpactos na flora e na fauna, como a retirada desolo orgânico e bancos de sementes, a morta-

lidade e o afugentamento de animais. As obrasno meio marinho e na praia deverão causarimpactos no ciclo de vida das tartarugasmarinhas, e mortalidade de pequenosorganismos devido à alteração temporária daqualidade das águas. Poderá também ocorrer opisoteio de vegetação e de ninhos de ovos detartaruga na Praia do Além.

Impactos sobre o meio biótico na fase de implantação

Page 34: RIMA - Base Portuária do E&P no Espírito Santo

Descrição de Impactos, Medidas e Programas

Assim como no meio físico os possíveisimpactos no meio biótico poderão estarrelacionados às não conformidades nasdiversas ações que ocorrerão no cotidiano daBase Portuária. Dentro da normalidade dasoperações os impactos serão pequenos,relacionados ao aumento do fluxo no sistema

viário regional e possível atropelamento deanimais. No meio marinho, os possíveisimpactos também estarão relacionados àmovimentação, porém de embarcações nasproximidades da Base Portuária, com apossibilidade de atropelamento de tartarugas ediminuição geral de espécies.

Impactos sobre o meio biótico na fase de operação

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Os impactos destacados para o meio socio-econômico, avaliados como altos ou médiosna avaliação realizada, estão concentradosnas alterações ocorridas pelo início daimplantação do empreendimento, nasquestões relacionadas com a mobilização detrabalhadores e com os diversosdesdobramentos destas na dinâmicaregional, especialmente em áreas urbanas.Deverão ser ocupados novos territórios,tanto regulares, conforme o planejamentourbano, como também de forma irregular.Serão criados empregos, haverá a geraçãode renda, assim como, também haveráfrustração de muitos moradores ou pessoasque poderão chegar à região e nãoconseguir trabalho.

Haverá aumento da procura pelainfraestrutura e por serviços públicos, com

provável piora no padrão de atendimento.Outras ações, relacionadas com a etapa deimp lan tação , merecem des taque ,especialmente aquelas que ocorrem no meiomarítimo, com impactos relacionados àscomunidades de pescadores e atividadesligadas ao turismo. Simultaneamentehaverá aumento da arrecadação pública eda quantidade de comércio e serviços naregião, contribuindo para a geração deemprego e renda e para a melhoria destesmesmos serviços. A chegada de novoshabitantes, especialmente a provávelinstalação de alojamentos de trabalhadores,causará o adensamento do espaço urbano eo consequente aumento das perturbaçõesnas relações de vizinhança.

Impactos sobre o Socioeconômicona fase de implantaçãoImpactos sobre o Socioeconômicona fase de implantação

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Descrição de Impactos, Medidas e Programas

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Por ocasião do início da operação (pós-obras), observa-se um processo semelhanteao descrito anteriormente, com uma novademanda de contratações e chegada depessoas ao local , junto a novasoportunidades de negócios. Nesta etapa sãoesperadas interferências de menorintensidade, porém com longa duração,trazendo uma “segunda onda” de impactossemelhantes.

Poderá ocorrer a valorização de imóveis,principalmente em Ubú e Parati, com acomercialização destes pela populaçãotradicional que poderá se afastar de suastradições culturais e ambientes de

vizinhança, trazendo possíveis prejuízos àscomunidades pesqueiras. Haverá umprocesso prolongado de dinamização dasr e l a ç õ e s s o c i o e c o n ô m i c a s , c o mpossibilidades de geração de emprego erenda na cadeia de negócios direta eindiretamente ligada à Base Portuária.

A Praia do Além deverá ganhar umimportante equipamento público após aurbanização das instalações do pier utilizadopara as obras. Esta área poderá setransformar em apoio para atividadesprodutivas relacionadas com a pesca, com oturismo e o lazer.

Impactos sobre o Socioeconômicona fase de operaçãoImpactos sobre o Socioeconômicona fase de operação

Page 37: RIMA - Base Portuária do E&P no Espírito Santo

A constatação de que a Base Portuáriaproduzirá impactos no meio ambiente leva àproposição de diversas ações para diminuir,compensar ou potencializar estes, conformesuas diferentes características.

Para o meio físico são propostas medidas demonitoramento da qualidade da água, do ar, dosolo e de sedimentos que possam verificarconstan-temente a ocorrência de alterações. Aeventual diminuição da qualidade desteselementos poderá levar o empreendimento aalterar sua forma de ação. O mesmo deveráocorrer quanto à produção de ruídos evibrações, assim como na emissão de luzpróximo à praia.

Para a Praia do Além estão previstas medidasde monitoramento que possam verificar apossível alteração em sua forma. Integrada aesta, outras medidas acompanharão oandamento das ações de construção de píeresde pedras e engordamento com areia do mar.Procura-se assim garantir a estabilidade dapraia. O transporte de pedras na implantação,especialmente em trajetos na área rural, deveráser acompanhado de medidas de melhorias emestradas vicinais e constante umedecimento dasvias. O consumo de água e de pedras,importantes recursos naturais deverá serracionalizado.

Para o meio biótico são propostas medidas desalvamento da fauna e da flora, antes daterraplanagem, e também de estudo de ambosdurante o período de operação, visando oaumento do conhecimento científico sobre oambiente natural da regional e o aumento dabiodiversidade. Devido ao aumento do fluxo detransportes são propostas medidas deconstrução de passagens para animais, além decercas, procurando-se diminuir os possíveisatropelamentos.

No ambiente marinho, também se propõe oapoio ao monitoramento e medidas que visem àperpetuação de tartarugas, baleias e toda a vidaexistente no mar, procurando-se, também, oaumento da biodiversidade e a presença maiordas espécies na região.

Para se ampliar a garantia de que os impactosgraves não ocorrerão, serão incorporadas àsações do cotidiano da Base Portuária medidasde treinamento constante do pessoal envolvidocom o empreendimento, além da manutençãopreventiva.

O meio socioeconômico tem medidas maisvariadas, que necessitarão mobilizaçãoconstante para a procura da efetividade destas,visto que o comporta-mento da população e ocrescimento das cidades são questões de difícilprevisão e controle. A principal proposição demedidas neste meio está relacionada àcomunicação, educação ambiental e formaçãode parcerias com o poder público local eregional, além da sociedade civil, organizada emassociações, ONGs, sindicatos e outras formasparticipativas.

A participação de agentes da Base Portuária emconselhos e fóruns setoriais e regionais será aprincipal forma de atuação para definição demedidas de apoio do empreendimento àcomunidade regional. Estas medidas estarãovoltadas para o monitoramento, planejamento eapoio direto ao crescimento urbano organizado,à sustentação e ampliação do setor turístico.Especial atenção será dedicada para amanutenção das comunidades de pesca,incentivando uma maior participação na vidaregional, devido à própria atividade econômica eimportância cultural. Organizações da culturaregional serão apoiadas e potencializadas.

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Medidas propostas para os impactos analisados

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Descrição de Impactos, Medidas e ProgramasDescrição de Impactos, Medidas e Programas

Monitoramento de Morfologia Praial

Qualificação Urbanística doEspaço do Pier de Apoio

Monitoramento da Biota Aquática -bioindicadores e eco toxicologia

Compensação AmbientalNascentes e Mata Ciliar

da Praia do Rio Benevente

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A realização das medidas será feita através daestruturação de programas integrados dentro de um

. Este Plano terá ummonitoramento único e estará organizado em cincogrupos de programas, conforme demonstrado nasfiguras abaixo:

Plano de Gestão Ambiental

Programas propostospara a estruturaçãodas medidas

SMS do Trabalhador

Monitoramento da Qualidade da ÁguaMonitoramento de Resíduos Sólidos e

Efluentes Líquidos na Operação.

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Descrição de Impactos, Medidas e Programas

O Grupo de Programas de Comunicação Integrada (PCI) estruturará medidas de comunicação eeducação ambiental para o público interno da Base Portuária e para a comunidade de toda a região,devendo estabelecer um relacionamento direto com as medidas de todos os programas que estãosendo propostos, contribuindo para integrar a comunidade nos procedimentos e resultados destasmedidas

O Grupo de Programas de Gestão Ambiental (PGA) está voltado para estruturação das medidas decontrole da própria Base Portuária. Serão criados programas específicos para o meio físico, comoprogramas de controle de ruídos, vibrações e emissão de luz, programas voltados para omonitoramento da qualidade da água e do ar, monitoramento do manuseio de resíduos e efluentesnas fases de implantação e operação, entre outros.

Também haverá programas voltados para a preservação da fauna e da flora local, além deprogramas específicos de saúde, meio ambiente e segurança de trabalhadores envolvidos com oempreendimento. Para este grupo de pessoas estão previstos, também, programas paraestruturação do treinamento específico que possa contribuir para evitar impactos ao meio ambiente,especialmente evitar riscos e acidentes.

Grupo de Programas de Comunicação Integrada

Grupo de Programas de Gestão Ambiental

O Grupo de Programas de Gerenciamento da Costa (PGC) integrará as medidas com atuação diretasobre os elementos mais sensíveis do meio ambiente, potencialmente impactados pela BasePortuária, destacando-se a Praia do Além e as águas do mar em sua proximidade. Serão criadosprogramas para estruturar as medidas para a própria integridade ambiental da praia, programas deapoio ao Projeto TAMAR e também programas voltados para o meio socioeconômico e sua relaçãodireta com a costa, visando o apoio de atividades produtivas de pesca e turismo, além do lazer napraia.

Entre estes programas deverão ser desenvolvidas medidas específicas de incentivo a maricultura,voltadas para geração de emprego e renda aos pescadores artesanais. A implantação em escalacomercial do “Programa de Maricultura da Espécie Beijupirá” deverá ser uma das principaisiniciativas de incentivo às comunidades pesqueiras, com especial atenção sobre os pescadores deUbu e Parati que praticam a pesca artesanal na área coincidente com a implantação da BasePortuária.

Grupo de Programas de Gerenciamento da Costa

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O Grupo de Programas Compensatórios (Pco)estrutura medidas de obrigação legal por partedo empreendedor. Será composto de dois programas,um voltado para a verba de compensação especialmentedestinada ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação(SNUC) e outro voltado para a compensação devido asupressão de vegetação. Este segundo deverá propor arecuperação de matas nas bordas das nascentes e rios queformam a bacia do Rio Benevente.

O Grupo de Programas de Apoio a Ações de Responsabilidade Social (PRS) está voltado para oscomponentes do meio socioeconômico, estruturando programas de apoio ao poder público e aentidades da sociedade civil regional. Serão desenvolvidas ações para estruturar o apoio aoplanejamento urbano das cidades da região, assim como às atividades de pesca e de turismo, alémde programa específico para fortalecimento de manifestações culturais na área de influência da BasePortuária.

A medida inicial será o incentivo á participação de colaboradores da PETROBRASem grupos de discussão público como conselhos municipais para a integração nadefinição de ações que poderão receber o apoio direto da empresa.

Haverá um programa especial para a estruturação do píer de apoio, estrutura fundamental para aBase Portuária durante a fase de implantação, que deverá ser compartilhada com a comunidade apartir do início da fase de operação. Este programa deverá ser realizado em parceria com aPrefeitura de Anchieta e entidades da sociedade civil local que contribuirão para a definição do usodeste espaço.

O pier de apoio poderá receber instalações que facilitem as atividades da pesca artesanal, comolocal para chegada de pescado, recebimento de gelo. Suas instalações poderão estar integradascom equipamentos como câmara fria e mercado de peixe.

Grupo de Programas de Apoio a Açõesde Responsabilidade Social

Grupo de ProgramasCompensatórios

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A região de influência do empreendimento temdelimitação com a região metropolitana deVitória, possuindo economia tradicional. Estaparte do litoral capixaba se desenvolveu emtorno de atividades primárias, destacando-se aagricultura e a pesca. Atualmente a realidadetem se transformado, devido ao aumento doturismo de veraneio e do intercâmbio com acapital estadual e sua dinâmica urbana,caracterizando-se assim pela mistura deatividades de baixo impacto socioeconômicocom outras de maior impacto.

A chegada da SAMARCO Mineração aomunicípio de Anchieta em 1977, ainda numperíodo em que a o turismo estava começando,representou um primeiro choque entre a “velha”e a “nova” economia, contribuindo para aconfiguração atual do ambiente, um mosaico deáreas urbanizadas (inclusive ocupaçãoindustrial) áreas agrícolas, com vegetação efauna empobrec idas, e áreas aindaconservadas, atualmente em sua maior partedentro de Unidades de Conservação.

O ambiente marinho é de grande importância nasocioeconomia e na questão da presença defauna na região. No primeiro meio citado,destaca-se a presença tradicional decomunidades de pescadores, além daimportância da paisagem característica porpraias e sol durante a estação turística do verão.Quanto à fauna, a presença de tartarugas naregião, monitorada pelo Projeto TAMAR, temmotivado a discussão sobre unidades deconservação voltadas para a preservação dasespécies.

A falta de um processo de desenvolvimento maisintenso no Espírito Santo vem sendo superadano tempo presente, devido à maior agilidade dosprocessos logísticos em paralelo com odesenvolvimento de novas técnicas deexploração mineral, fazendo com queatualmente esta porção do território tenha novasoportunidades, relativas a duas importantesreservas minerais, a primeira representada aoferro nas montanhas mineiras e a segundarelativa ao petróleo no mar.

O desenvolvimento de formas de transporte elogística fez com que o minério tivesse na regiãoum importante local para sua expedição por marpara diferentes destinos internacionais. Emparalelo, as descobertas que vem ocorrendo denovos campos de exploração de petróleo emáguas oceânicas, próximas ao territóriocapixaba, acabam por produzir uma novaoportunidade de negócios logísticos nesteterritório.

Entre os empreendimentos anunciados paraAnchieta, encontra-se a Base Portuária daPETROBRAS, voltada para o apoio àexploração de petróleo e gás no mar,representando uma pequena parcela do totaldos empreendimentos previstos, tanto no quediz respeito à ocupação de território como nacriação de demanda de trabalho. Por se tratar deuma planta destinada a processos de logística,seu potencial de poluição também é pequeno.

Considerando todos os aspectos descritos,assim como as características do território daregião, tenta-se desenhar dois cenários. O

Prognóstico

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primeiro considerando o desenvolvimentonos próximos anos, sem a presença da BasePortuária. Depois, faz-se uma projeção dodesenvolvimento regional com a integraçãodo novo empreendimento da PETROBRAS.Com isso pode-se chegar a uma melhoraproximação das alterações esperadas paraa área de influência da Base Portuária.

A tendência de industrialização, com aconseqüente diminuição da importânciaeconômica relativa das atividades agrícolas ede pesca, aliada a um incremento nasatividades de turismo é considerada pelosórgãos públicos e igualmente por este estudocomo um processo irreversível. Istodemandará novas estruturas públicas deatendimento à população crescente, assimcomo atenção sobre as comunidadestradicionais, para que estas não sofram comperdas culturais e de produção.

Visto por esta vertente de crescimentoeconômico, as expectativas para a populaçãolocal, assim como para aqueles oriundos deoutras regiões são de oportunidades deemprego e renda. Este cenário podepromover a melhoria da qualidade de vidapara a população inserida neste território.

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As boas perspectivas, no que diz respeito àmelhoria da qualidade de vida nestes municípiosestão diretamente relacionadas ao cumprimentodos compromissos ambienta is pe losempreendedores. No que diz respeito aoaumento da poluição em suas variadas formas,poderá ocorrer uma piora na qualidade de ar,água e outros elementos, porém compossibilidade de mitigação dos impactos, a partirde processos de controle próprios já praticadospela PETROBRAS

A implantação da Base Portuária, com suaconstrução tendo a característica de uma ilhaartificial, deverá representar o maior impacto,incidindo sobre o meio físico, praticamenterestrito à Praia do Além, exigindo então omonitoramento constante e a provávelconstrução de estruturas de sustentação dapraia (para se evitar o processo de erosão),const i tu ídas de molhes de pedra eengordamento praial com areia.

A técnica construtiva do quebra mar queprotegerá a ilha, baseada na formação de pieresde pedra demandará uma grande quantidade derecurso mineral, além de grande movimentaçãode caminhões na região para esta operação.

Esta técnica tem em seu processo anecessidade de embarque de parte desta pedrapor via marítima, necessitando para isto daconstrução de um píer de apoio. A configuraçãodeste píer, que por si já representará um impactona praia, terá novas funções. A primeira deproteção da própria praia, evitando a erosão. Asegunda função será sua utilização comoespaço de lazer, turismo e apoio a atividadespesqueiras, através de proposta de urbanizaçãodo mesmo a ser apresentada à sociedade local.

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Independente da implantação ounão da Base Portuária E&P daPETROBRAS, todas estas altera-ções sobre os padrões sociais,além de mudanças no ecossis-tema natural pela interface com ocrescimento urbano, devemocorrer. Esta afirmação baseia-seno anúncio e mesmo na existênciade processos de licenciamentoambiental de outros empreen-dimentos de porte maior do que aBase Portuária que proporcional-mente alterarão com maiorintensidade a dinâmica socio-econômica que se anuncia para aregião. (EIA - Prognóstico Ambiental)

O prognóstico de alteração no meio biótico estáconcentrado na questão dos possíveis impactosrelativos à Praia do Além, local de desova detartarugas. A pequena supressão de mata queserá realizada, concentrada na construção deum acesso independente entre as áreas deprodução, deverá ser compensada, principal-mente através de recuperação de áreasdegradadas na região das nascentes da baciado Rio Benevente.

Outra alteração muito perceptível ocorrerá navalorização da terra, pois seguindo as regrasbásicas de mercado, aumentando a demandaaumentará o preço dos imóveis. Comoconseqüência desta dinâmica poderá ocorreruma migração, por parte da populaçãotradicional com baixa renda, para outras áreas,menos valorizadas, possivelmente localizadasna periferia dos núcleos urbanos próximos aosempreendimentos. Esta dinâmica urbana, aliadaà chegada de pessoas de outras regiões, poderesultar na alteração nos padrões culturaisregionais.

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Marcelo Macedo ValinhasEngenheiro Agrônomo - CREA/RJ:1900100626Cadastro Técnico Federal IBAMA: 619097

Mariza de AzevedoAdvogada - OAB/RJ: 127.392Cadastro Técnico Federal IBAMA: 277605

Antonio Dornas de Lima FilhoEngenheiro Civil - CREA/MG: 46295

Fábio Amorim de SenaBiólogo – CRBio: 4467504Cadastro Técnico Federal IBAMA: 5040153

Renato Armani AguiarEngenheiro de Produção MecânicaCREA/M: 90369-DCadastro Técnico Federal IBAMA: 5259298

RESPONSÁVEL TÉCNICO

COORDENAÇÃO GERAL

COORDENAÇÃO GERAL

COORDENADOR TEMÁTICODO MEIO FÍSICO

COORDENADOR TÉMATICO DOMEIO SOCIOECONÔMICO

COORDENADOR DO TEMÁTICOE MEIO BIÓTICO

MEIO FÍSICO TERRESTRE –GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIAE RECURSOS HÍDRICOS

MEIO FÍSICO TERRESTRE – RELEVOE GEOPROCESSAMENTO

MEIO FÍSICO TERRESTRE –PASSIVOS AMBIENTAIS

MEIO FÍSICO TERRESTRE- TOPOGRAFIA

MEIO FÍSICO – ANÁLISE DESEDIMENTO E ÁGUA

MEIO FÍSICO TERRESTRE –RECURSOS NATURAIS

MEIO FÍSICO TERRESTRE – SOLOE ÁGUA SUBTERRÂNEA

João Acácio Gomes de O. NetoEngenheiro Civil - CREA: 0600757026Cadastro Técnico Federal IBAMA: 223042

Irani Delciste GonçalvesEngenheiro Cartógrafo - CREA: 5060139017Cadastro Técnico Federal IBAMA: 556159

Thais GaragnaniAdvogada - OAB:172-019Cadastro Técnico Federal IBAMA: 555872

Mauro Scazufca - CREA: 060111496-UArquitetoCadastro Técnico Federal IBAMA: 5171402

Angelo Teixeira LemosOceanógrafoCadastro Técnico Federal IBAMA: 4986780

Heitor AngeliniJornalista - MTb:47118/SPCadastro Técnico Federal IBAMA: 5169680

Marcio Uehara PradoEcólogoCadastro Técnico Federal IBAMA: 1981993

Fabiano do Nascimento PupimGeógrafoCadastro Técnico Federal IBAMA: 5259990

Natália Pavan SchultzGeógrafa - CREA/SP: 5063576566Cadastro Técnico Federal IBAMA: 48032-02

Luana Santos da SilvaQuímica - CRQ - 04162151Cadastro Técnico Federal IBAMA: 5257159

Sérgio FangEngenheiro Civil - CREA: 0600480890Cadastro Técnico Federal IBAMA: 1503991

Rafael André LourençoQuímico - CRQ: 03155241Cadastro Técnico Federal IBAMA: 3824263

Oswaldo Menta Simonsen NicoEngenheiro de MinasCadastro Técnico Federal IBAMA: 5259840

Victor de Oliveira BorgesTecnólogo em Saneamento AmbientalCREA-ES: 14976/D - CTEA/IEMA: 38610246Cadastro Técnico Federal IBAMA: 1525189

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Equipes técnicas

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MEIO FÍSICO TERRESTRE – RUÍDOSE VIBRAÇÕES

MEIO BIÓTICO TERRESTRE VEGETAÇÃOE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

MEIO BIÓTICO – BIOTA AQUÁTICA

MEIO BIÓTICO – FAUNA TERRESTRE

MEIO BIÓTICO - VEGETAÇÃO

MEIO SOCIECONÔMICO -SOCIECONOMIA EM GERAL

MEIO SOCIECONÔMICO -COMUNIDADES TRADICIONAIS

MEIO SOCIECONÔMICO - ARQUEOLOGIA

CARACTERIZAÇÃO DOEMPREENDIMENTO

ANÁLISE DE RISCO

Silvio Pinheiro da Silva JuniorEngenheiro Cívil - CREA/RJ: 841009130/DCadastro Técnico Federal IBAMA: 521846

Danielle Ogata Moreira GonçalvesBióloga Botânica - CRBio: 6862801Cadastro Técnico Federal IBAMA: 5044869

José Mauro SterzaBiólogo - CRBio: 32344/02Cadastro Técnico Federal IBAMA: 587931

Bruno Pereira MasiBiólogo - CRBio: 38047/02Cadastro Técnico Federal IBAMA:243293Ricardo de Freitas NettoBiólogo - CRBio: 29414/02Cadastro Técnico Federal IBAMA: 1654307

Fabrício Saleme SáBiólogo - CRBio: 24568/02Cadastro Técnico Federal IBAMA: 458319

Carlos Ernesto Candia GallardoBiólogo - CRBio: 56312/01Cadastro Técnico Federal IBAMA: 324706

Cesar Augusto Bronzatto MedolagoBiólogo - CRBio: 72992/01/DCadastro Técnico Federal IBAMA: 5095191

Lizie Jatkoske LazoBióloga - CRBio: 40181/01-DCadastro Técnico Federal IBAMA: 1838728

Sarah Cristina Piacentini PinheiroEcólogaCadastro Técnico Federal IBAMA: 3947080

Marco Antonio de AssisBiólogo - CRBio: 32123/01Cadastro Técnico Federal IBAMA: 567851

Marcus Vinicius Ferreira Santos OestmannSociólogoCadastro Técnico Federal IBAMA: 5260008

Mario Braga VasconcellosSociólogoCadastro Técnico Federal IBAMA: 5260074

João Eduardo R. OliveiraArquiteto - CREA: 0601829913Cadastro Técnico Federal IBAMA: 4753973

Danilo Madjarof SertórioSociólogo

Carlos Eduardo de Lucca NunesSociólogo

Juarez Coelho BarrosoEngenheiro de Pesca

Cicero José dos SantosSociólogo

Eliana MartinsSocióloga

Maria Cristina BarbozaAdvogada - OAB: 301532

Luis Fernando de PierroSociólogo - CREA-SP: 0601406759

Erika M. Robrahn GonzalezArqueóloga, Antropóloga e HistoriadoraCadastro Técnico Federal IBAMA: 253918

Mécia Ferreira de Carvalho CoelhoEngenheira Civil - CREA/SP: 5060996858Cadastro Técnico Federal IBAMA: 5257246

Daniel Roberto CampagnoloProjetistaCadastro Técnico Federal IBAMA: 556221

Andréa Moretto GalvãoArquiteta - CREA: 5061998952Cadastro Técnico Federal IBAMA: 928313

Roberta Neves GonçalvesArquiteta - CREA: 5061979726Cadastro Técnico Federal IBAMA: 1814392

Lucas ChorroarinArquiteto - CREA: 5062091774Cadastro Técnico Federal IBAMA: 556493

Ernani Rêgo MuraroEngenheiro Civil - CREA: 5061665070Cadastro Técnico Federal IBAMA: 5258776

Celso GaragnaniEngenheiro Mecânico e Engenheirode Segurança do Trabalho - CREA:0600445192Cadastro Técnico Federal IBAMA: 524970

Nilton da Silva DiasEngenheiro Químico IndustrialCREA: 0601847270 - CRQ: 04332296Cadastro Técnico Federal IBAMA: 5260016

Àgata Fernandes RomeroOceanógrafaCadastro Técnico Federal IBAMA: 434252

Page 72: RIMA - Base Portuária do E&P no Espírito Santo

Empreendimento: Consultoria:

Base Portuária do E&Pno Espirito Santo

RIMA – Relatório de Impacto Ambiental