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Relatório de Impacto Ambiental – RIMA Projeto Primavera PARÁ Votorantim CIMENTOS N/NE S/A.

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Relatório de Impacto Ambiental – RIMA

Projeto Primavera

PARÁ

Votorantim CIMENTOS N/NE

S/A.

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RIMA – Projeto Primavera / Pará – Votorantim __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

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SUMÁRIO 

 

 

1. INFORMAÇÕES GERAIS          02 

2. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO        05 

3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO     16 

4. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO    38 

5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO ANTRÓPICO    51 

6. IMPACTOS AMBIENTAIS, MEDIDAS MITIGADORAS E 

COMPENSATÓRIAS            78 

7. PLANOS E PROGRAMAS AMBIENTAIS       92 

8. CONCLUSÕES              99 

9. EQUIPE TÉCNICA             101 

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS        104 

11. GLOSSÁRIO              128 

 

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INFORMAÇÕES GERAIS 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1.1. Apresentação 

O  presente  RIMA  –  Relatório  de  Impacto Ambiental  contém  a  análise  da  viabilidade ambiental da fábrica de cimento e da lavra de calcário  e  argila  que  a  VOTORANTIM CIMENTOS N/NE  S/A,  pretende  implantar  no município  de  Primavera,  no  Estado  do  Pará denominado  de  Projeto  Primavera/PA  ‐ Votorantim. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Figura 1.1‐1: Localização do Empreendimento 

O  EIA‐RIMA,  de  autoria  da  empresa  CEMA Consultoria e Estudos Ambientais Ltda., para fins de licenciamento ambiental e obtenção da Licença  Prévia  (LP),  tem  o  seu  conteúdo estruturado  de  acordo  com  o  roteiro orientativo, definido no Termo de Referência da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Pará – SEMA/PA. 

Tanto o  local previsto para  a  implantação da fábrica de cimento quanto à área de  lavra de calcário  situam‐se  em  terrenos  de propriedade  da  CALMIT  Mineração  e Participação  Ltda,  do  mesmo  grupo econômico da empresa Votorantim Cimentos N/NE  S/A,  concedeu  a  esta  última  Termo  de Anuência  para  efetuar  pesquisa  e/ou explotação mineral ou  fazer uso de qualquer natureza  na  superfície  e/ou  no  subsolo  dos imóveis de sua propriedade. 

A área construída prevista para a fábrica é de 282781,67 m2,  neste  valor  estão  incluídos  a fábrica e o pátio de estacionamento e para a área  da  mina  de  calcário  são  previstos 1.687.462,09 m2. A área  total de  intervenção será de 2.972.857,14m2. 

O que é RIMA?

O Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, deve ser

entendido, conforme a Resolução CONAMA

001/86, como um resumo do EIA. Devendo ser elaborado

de forma objetiva e adequada à compreensão

por pessoas menos familiarizadas com os temas

ambientais. Esse instrumento deve ser

colocado à disposição de entidades e comunidades

interessadas.

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O método de exploração será o de lavra a céu aberto,  conduzida  em  bancadas,  com escavação mecânica dos materiais  (minério e estéril),  resultando em  três cavas distribuídas entre as drenagens naturais existentes na área da propriedade, preservando desta  forma, as Áreas de Preservação Permante (APPs).  

O Projeto Primavera/PA  ‐ Votorantim possui as  seguintes  estimativas  de  produção  e  de vida  útil  da  jazida,  considerando  um  forno para  produzir  3.000  toneladas  por  dia  de clinquer, em uma semana de 06 dias. 

Produção  anual de 1.550.000  t de minério bruto; 

Remoção anual de 880.000 m3 de estéril; 

Produção anual de 1.000.000 de  toneladas de clinquer;  

Produção anual de 1.200.000  toneladas de cimento; 

Vida útil de 55 anos. 

O número de postos de trabalho nas fases de implantação e operação do empreendimento deverá  atingir  cerca  de  1.200  e  500 funcionários, respectivamente.  

1.2. Empreendedor 

Razão Social: Votorantim Cimentos N/NE S/A 

Endereço:  Rua Madre  de Deus,  n°  27  –  CEP: 50030‐906 

Bairro: do Recife Antigo 

Município: Recife / PE 

Telefone/Fax: (81) 2101‐4324 

E‐mail: www.votorantimcimentos.com.br 

CNPJ: 10.656.452/0001‐80 

Representantes legais:  

Responsável Legal: 

Patrícia Monteiro Montenegro 

CPF: 632.537.126‐72 

Endereço: Centro Corporativo Berrini ‐ Edifício Berrini 500 

Praça Professor José Lannes nº 40 – 8º andar 

São Paulo – SP/CEP 04571‐100 

Fone/ Fax: (11) 2162‐0501/(11) 2162‐0744 

Celular: (11) 8714‐6878 

E‐mail: [email protected].  

Luizalpes Barreto da Silva Nen 

Gerente da Fabrica Barcarena 

CPF: 021.261.174‐72 

Endereço: Rodovia PA‐483 – Km 20 – Vila do Conde ‐ Distrito Industrial 

Barcarena – PA/CEP: 68447‐000 

Telefone/celular:  (91)  3733‐9100/(91)  8111‐4735 

E‐mail: [email protected] 

1.3. Empresa Responsável pela Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental 

Razão  Social:  CEMA  Consultoria  e  Estudos Ambientais Ltda 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj 131‐132 

São Paulo ‐ SP CEP: 05435‐030 

Tel/Fax: (11) 3032‐3888; 

CNPJ: 02.512.866/0001‐07 

E‐mail: [email protected] 

Responsável: MSc.  Rosa  Cristina  de  Itapema Silveira. Geógrafa – CREA nº 0601022423/D 

1.4. Localização e Acessos do Empreendimento  

A  área  preconizada  para  a  implantação  do empreendimento é a da Fazenda Santa Julia  ‐ Sanjagro,  situada  na  Estrada  PA  446,  km  02, Primavera, município  que  dista  cerca  de  220 km  da  capital  paranaense,  situada  entre  as coordenadas  UTM  239153  E  e  9897019  N, Zona 23S. 

O acesso principal é  feito, a partir de Belém, por via  terrestre através da BR‐316 passando por Castanhal, Capanema quando se alcança a PA‐124, onde a mesma inflexiona para NW até atingir  a  PA‐446,  que  dá  acesso  a  cidade  de Primavera, no percurso de 35 km.  

 

 

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1.4‐1. Figura: Localização e Acessos ao Empreendimento (A3) 

 

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O empreendimento consiste na viabilização de empreendimento de explotação de calcário e fabricação de cimento na região de Primavera, estado do Pará, onde as pesquisas geológicas demonstraram  a  existência  de  uma  jazida mineral suficiente para aproveitamento como matéria prima para fabricação de cimento. 

A VOTORANTIM CIMENTOS BRASIL N/NE vem realizando serviços de pesquisa mineral desde 2008 no município de Primavera no estado de Pará.  

2.1. Informações Gerais 

2.1.1 Objetivos 

A  empresa Votorantim  Cimentos  é  a  holding operacional  que  reúne  as  empresas  de cimento, agregados, cal hidratada, argamassa, calcário  agrícola,  gesso  e  concreto  do Grupo Votorantim.  Uma  das  dez maiores  empresas de  cimento  do  mundo  atua  no  Brasil,  nos Estados Unidos e no Canadá. 

No Brasil, atua com 40 unidades de produção (cimento,  argamassa,  cal hidratada e  calcário agrícola), 90 centrais de concreto (Engemix), 5 unidades  exclusivas  para  a  produção  de agregados,  56  centros  de  distribuição,  08 terminais de cimentos, 4 navios de transporte e  4  escritórios  centrais,  a  Votorantim Cimentos  é  líder  do  mercado  nacional  de cimento, na qual tem participação de 40%. 

Sua  capacidade  de  produção  total  alcança 36,6 milhões de toneladas/ano de cimento; 12 milhões de metros cúbicos de concreto/ano; e 29  milhões  de  toneladas/ano  de  agregados. Dentre  o  Brasil  e  a  América  do  Norte, totalizam mais de 11 mil funcionários. 

A Votorantim  Cimentos  fez  nos  últimos  anos investimento recorde de R$ 1,660 bilhão para a  instalação  de  novas  fábricas,  moagens, reativação  e  incremento  de  produção  em plantas  de  cimento  e  argamassa  em  todo  o País.  A  empresa  aumentou  em aproximadamente  30%  sua  capacidade  de produção, passando de 25 para 36,6 milhões de toneladas de cimento por ano no mercado  

 

 

 

brasileiro,  visando  manter  sua  liderança  no País. 

Este  investimento  terá  impacto  em  várias regiões brasileiras, especialmente no Norte e Nordeste  do  Brasil.  O  plano  de  expansão contemplou  a  construção  de  três  novas fábricas integradas em Xamboiá (TO), Baraúna (RN) e Vidal Ramos (SC); cinco novas moagens localizadas  em  Barcarena  (PA),  Pecém  (CE), Aratu (BA), Sepetiba (RJ) e no  litoral de Santa Catarina  (em  cidade  a  ser  definida).  Além  a reativação da  fábrica de Cocalzinho  (GO)  e  a Nobres  (MT).  Adicionalmente,  cinco  novas plantas de argamassas: em Pecém (CE), Aratu (BA),  Goiânia  (GO),  Esteio  (RS)  e  São  Paulo (SP).  

Este  plano  de  expansão  representou  na geração  de  cerca  de  3.300  novos  empregos diretos e  indiretos na  cadeia produtiva, além de  aproximadamente  10  mil  empregos  no período  de  construção  ou modernização  das 16  unidades.  As  localidades  para  a implantação  de  novas  fábricas  de  moagens foram  estudadas  para  que  a  Votorantim Cimentos atenda às demandas crescentes dos principais mercados  regionais  e  se  aproxime do  consumidor  final.  No  caso  das  fábricas integradas,  que  incluem  a  atividade  de mineração,  a  localização  das  jazidas  de calcário  torna‐se  determinante  na  definição das instalações das plantas. 

A Fábrica  integrada prevista para  implantação no  município  de  Primavera/PA  apresenta  as seguintes características: 

- Matéria‐prima:  calcário  minerado localmente; 

- Mercado‐alvo: Norte e Nordeste; 

- Valor estimado do investimento: R$ 390 milhões; 

- Capacidade  de  produção:  1.300.000 toneladas de cimento / ano; 

- Empregos: 1.000 postos de  trabalho na fase  de  construção  e  360  na  fase  de operação (cadeia produtiva); 

DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO2 

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- Previsão do  início da operação: final de 2012 a início de 2013. 

2.1.2 Fase de Planejamento do empreendimento 

Nas  áreas  objeto  deste  estudo  foram realizados pela Votorantim Cimentos N/NE, 66 furos ou cerca de 3.250 metros de sondagem. 

Atualmente,  além  do  detalhamento  da  infra‐estrutura  do  projeto  básico,  e  coleta  de informações  técnicas  na  área,  estão  sendo realizadas  negociações  de  aquisição  de propriedades  necessárias  para  a  implantação do  projeto.  Só  após  a  obtenção  da  Licença Ambiental Prévia será detalhado o projeto, de acordo  com  as  condições  ambientais consideradas  viáveis  ambientalmente  e elaborado o Plano de Controle Ambiental para a  obtenção  de  Licença  Ambiental  de Instalação. 

2.1.3 Fase de implantação 

O  início  da  fase  de  implantação  envolve serviços  básicos  de  infra‐estrutura  como  ‐ acerto  das  áreas  ‐  e  serviços  de  apoio (terceirizados)  como  alimentação,  transporte e  topografia.  Ainda  na  fase  inicial  de implantação  será  formado  o  Canteiro  de Obras,  que  contempla  a  construção  do escritório,  enfermaria,  usina  de  concreto, subestação  elétrica,  poços  artesianos  e equipamentos para tratamento de efluentes. 

Para implantação da fábrica de cimentos serão necessárias  atividades  de  terraplanagem, construções  civis  de  edificações,  montagem de  equipamentos  e  pavimentação  de  vias. Para a realização destes  trabalhos os serviços serão terceirizados. 

Os  insumos  utilizados  nesta  fase  de implantação serão basicamente: água, energia elétrica e combustível. 

Os  resíduos  gerados  na  fase  de  implantação serão oriundos das atividades específicas dos diversos  setores  envolvidos,  como  resíduos domésticos do canteiro de obras, resíduos da construção  civil,  das  obras  de  montagem mecânica e das instalações elétricas. 

A  mobilização  da  mão  de  obra  ocorrerá  de forma  gradativa  em  função das necessidades 

de cada etapa da implantação. Será priorizada a  utilização  de  mão  de  obra  local/regional, não havendo esta possibilidade, trabalhadores de outras localidades serão chamados. 

2.1.4 Fase de operação 

Na fase de operação do projeto, a Votorantim Cimentos N/NE desenvolverá as atividades de lavra,  disposição  de  estéreis,  britagem  do minério,  transporte  do  minério  até  o armazenamento  da  fábrica,  moagem  da matéria‐prima,  fabricação  de  clinquer, moagem  de  cimento  e  expedição.  As  etapas do processo de produção de cimento pode ser visualizado na figura abaixo: 

 

Figura  2.1.4‐1:  Fluxograma  do  processo  de fabricação de cimento. 

As operações de  lavra compreendem desde a preparação da área até a entrega do material na  fábrica  de  cimentos.  Essas  operações consistem  basicamente  no  desmonte  da rocha, britagem e transporte do material. 

Na  fabricação do  cimento estão envolvidos 6 (seis) processos: Moagem de Cru, Aditivos de Cru, Homogeneização  e Dosagem  de  Farinha Crua, Calcinação e Clinquerização, Moagem do Cimento  e  Aditivos  do  Cimento.  Segue‐se  a isso o ensacamento e paletização do mesmo. 

Cada uma dessas etapas,  tanto da  fabricação do  cimento  quanto  do  ensacamento  e paletização,  apresentam  equipamentos  e controles antipoluição próprios. 

Na  fase  de  operação  o  forno  utiliza  como principal  combustível  o  coque  de  petróleo, 

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tendo  como  opções  o  carvão  mineral  e/ou vegetal e o óleo combustível. 

O  sistema  de  produção  utiliza  água  em sistema  de  circuito  fechado,  portanto,  não 

haverá  efluentes  líquidos  industriais.  Apenas efluentes  líquidos  domésticos,  que  serão tratados conforme sistemas dimensionados. 

Figura 2.1.4‐2: Croqui ilustrativo das etapas de fabricação do cimento. 

2.1.5 Fase de fechamento 

O  Plano  de  Fechamento  deve  ser  concebido seguindo os critérios apresentados na Portaria 237 do DNPM de 18/10/2001 e alterados pela Portaria 12 de 29/01/2002, que determina as normas para a mineração. A Norma 20 define as  diretrizes  do  Fechamento  de  Mina.  Essa norma  estabelece  uma  série  de  planos  e monitoramentos que devem ser apresentados no  Plano  de  Aproveitamento  Econômico  na fase de solicitação de concessão de lavra.  

O  Plano  de  Fechamento  fornecerá  as diretrizes para  a  execução do  fechamento. A implantação  das  medidas  relacionadas  ao fechamento ao  longo da vida útil  irá permitir maior  agilidade  para  compilar  esses  dados  e otimizar  os  custos  no  encerramento  das atividades. 

O  Plano de  Fechamento deverá  ser  revisto  a cada  cinco  anos,  como  forma  de  adequar  as medidas  em  função  dos  resultados  de monitoramentos  realizados  na  fase  de 

operação. Portanto, o Plano de Fechamento é um  documento  dinâmico,  que  deve  ser administrado  sob  a  supervisão  de  equipe interna e externa capacitada. 

2.2. Arranjo Espacial do Projeto 

2.2.1. Alternativas tecnológicas no processo de Lavra 

O  método  de  lavra  a  ser  adotado  em  uma mina depende de diversos  fatores,  tais quais as  condições  topográficas,  geotécnicas,  do jazimento,  restrições  ambientais,  custos  de implantação  e  de  desenvolvimento,  valor agregado  do  minério  e  mercado.  As alternativas  tecnológicas  analisadas  para  a lavra do calcário foram: (1) Lavra Subterrânea (2) Lavra a Céu Aberto. 

A  lavra  subterrânea  consiste  em  uma alternativa  tecnológica  para  a  exploração  da jazida  de  calcário,  porém  esta  alternativa exige  condições  muito  particulares  para  sua viabilização  e  é  empregado  quando  custo  de retirada  do  estéril  é  alto,  como  na  lavra  de 

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minérios profundos que ocorrem em bolsões ou camadas restritas. Além do mais, o minério tem  que  apresentar  um  alto  valor  agregado, pois  o  custo  de  desenvolvimento  é  muito maior  na  mineração  subterrânea.  As condições geotécnicas também são  limitantes para  lavra  subterrânea,  pois  o  minério  tem que ser competente. 

Quanto  à  lavra  a  céu  aberto  com  desmonte por explosivos, esta alternativa possibilita um maior aproveitamento do minério e melhores condições de segurança, ao contrário da  lavra subterrânea  que,  por  questões  geotécnicas, necessita deixar pilares e lajes entre os blocos lavrados, reduzindo em até 50% a quantidade de  minério  que  pode  ser  aproveitada.  Uma lavra subterrânea somente se justifica quando é mais vantajosa do ponto de vista econômico que a lavra a céu aberto. 

Devido  aos  motivos  tecnológicos  ou econômicos expostos, as alternativas de  lavra subterrânea  foi  descartada  do  projeto  da VOTORANTIM  CIMENTOS  BRASIL  N/NE., optando‐se  pela  alternativa  de  lavra  a  céu aberto. 

Outra  alternativa  tecnológica  se  refere  a uso de  explosivos  para  desmonte  de  rocha,  a exemplo  das  outras  lavras  de  calcário  da empresa  existentes  no  Brasil.  Também  essa alternativa depende das condições geológicas do  minério,  da  escala  de  produção  e principalmente  da  escarificabilidade  do material. O depósito de Primavera apresenta‐se bem  escarificável,  razão da  escavação por meio  mecânico  ser  a  mais  adequada  ao contrário do desmonte por explosivo, que  só se  justificaria  caso  o  minério  se  apresente compacto sem possibilidade de  fragmentação por equipamentos convencionais. 

2.2.2. Alternativas Locacionais da Unidade Industrial 

A  localização  da  unidade  industrial  de fabricação  de  cimento  depende  de  fatores técnicos,  econômicos  e  socioambientais. Como  fatores  técnicos  pode‐se  citar  a condição  geotécnica  do  terreno,  a disponibilidade  de  insumos,  e  a  distância  de recebimento  de  matéria  prima  e  minério. Fatores econômicos são também a localização em  relação ao  recebimento e escoamento da 

produção, custos de produção e o retorno do investimento,  que  depende  da  escala  de produção,  potência  da  jazida,  e  mercado consumidor.  Questões  socioeconômicas  são relacionadas  aos  possíveis  impactos  que podem  promover  ao  meio,  incômodos  à comunidade  local, e como fatores positivos, a geração  de  empregos,  desenvolvimento  local e regional, geração de tributos, e circulação de recursos monetários. 

Dentre as áreas estudadas para a implantação da  unidade  industrial  podemos  citar  as  três apresentadas a seguir: 

Alternativa 1: Na junção do Ramal dos Cacos e da  Ladeira Paraguaia, a alternativa 1 é a que apresenta as características que  implicam nos impactos  socioambientais  menos significativos,  visto  que,  ao  contrário  das outras alternativas, o acesso à fábrica se dará sem  a  necessidade  de  fluxos  constantes  de caminhões  e  outros  veículos  automotivos dentro  da  cidade  de  Primavera.  Esta alternativa também é adequada em relação à topografia,  condições  geotécnicas  e  de escoamento. Todavia, um fator desfavorável é a  distância  com  o  centro  das  cavas  de explotação,  aumentando  os  custos  com  o transporte  e  as  perturbações  por  ruído, suspensão de partículas sólidas e vibração. 

Alternativa  2:  Localiza‐se  próximo  à intersecção da Rodovia Estadual PA 344 com o Ramal dos Peixes, à aproximadamente 2,5 km à  Oeste  de  Primavera,  no  interflúvio  que delimita  as  subbacias  do  Rio  Primavera  e  do Peixe.  Nas  proximidades  existem  algumas nascentes e pequenas lagoas e represas. 

Apresenta  como  fatores  favoráveis  a proximidade  com  a  PA‐344,  que  facilita  os fluxos  do  transporte,  e  localização  mais próxima das cavas de explotação em relação à alternativa  1.  Contudo,  a  necessidade  de atravessar o núcleo urbano de Primavera para acessar às áreas de produção e a proximidade à  algumas  comunidades  ribeirinhas, principalmente aquelas instaladas próximas ao rio do Peixe e do rio Primavera. 

Alternativa  3:  Localiza‐se  próxima  à intersecção  do  Ramal  dos  Peixes  com  as estradas  de  Jaboroca  e  dos  Macacos, circundada  por  alguns  ramais  viários 

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pontualmente  povoados  por  famílias  de trabalhadores rurais. 

Esta  alternativa  está  disposta  sobre  um grande  fragmento  de  Floresta  Ombrófila Densa de Terras Baixas associado à Vegetação Secundária  com  agricultura  familiar  e  muito próxima à comunidade denominada de Vila do Doca. 

Apresenta  como  fatores  favoráveis  a localização em relação às cavas de explotação, mais próxima do que as alternativas 1 e 2; e a maior  disponibilidade  de  acessos  existentes para  escoamento da produção,  em  relação  à alternativa 1. Contudo, a  localização em  local de  baixada,  com  solos  moles  e  sujeitos  a inundações,  a  presença  de  áreas  protegidas (APP) e a proximidade com a Vila do Doca são aspectos  socioambientais  desfavoráveis presentes nesta alternativa. 

Alternativa Selecionada 

A  alternativa  selecionada  foi  a  1,  por apresentar desvantagem técnica que acarreta maior  custo  de  produção,  mas  que ambientalmente estará interferindo menos no conforto da comunidade  (ruídos, poeira, etc), pois não passará por nenhum núcleo urbano (como  a  Alternativa  2),  ou  com  áreas protegidas  (APPs)  e  instáveis geotecnicamente, como a Alternativa 3. 

2.2.3. Alternativas Locacionais de Acesso 

O  acesso  ao  empreendimento  deve  ser dimensionado  considerando  a  capacidade necessária para recebimento e escoamento da produção, se aproveita acesso  já existente ou a  abertura  de  novo  acesso,  e  as  restrições ambientais (interferências com cursos d’água, vegetação  nativa)  e  técnico‐econômicas (necessidade  de  corte  e  aterros  ou substituição de solos). 

Alternativa  1:  Esta  alternativa  apresenta‐se em  uma  estrada  de  terra  já  existente,  ramal da  PA‐124  que  liga  Capanema  à  Salinópolis, com  7.017  metros  pelo  Ramal  da  Sétima  e 9.954 metros  através  da  Estrada  dos  Cacos. Mesmo  se  utilizando  de  estradas  existentes, esta  proposta  de  acesso  ainda  demanda  a ampliação  dos  respectivos  leitos  carroçáveis, para tal, considerou‐se uma possível expansão 

de  6 metros  no  leito  carroçável  ao  longo  de seu trajeto. 

Alternativa  2:  Esta  alternativa  foi  projetada com saída para rodovia PA‐446 num ponto de excelente  visibilidade  nos  dois  sentidos  da rodovia para construção de um trevo, e segue num  percurso  numa  região  alta,  sem  muito declive ou aclive, sendo necessário atravessar apenas  um  pequeno  igarapé,  tendo  25%  das terras  já pertencente  à Votorantim Cimentos N/NE  e  aproximadamente  60%  dos proprietários  de  terras  no  percurso  já concordaram  com  a  venda  de  uma  faixa  de terra para a passagem da mesma.  

Alternativa 3: Alternativa projetada com saída da  rodovia  PA‐446  num  ponto  de  excelente visibilidade nos dois sentidos da  rodovia para construção  de  um  trevo,  e  segue  num percurso  numa  região  alta  para  uma  região baixa, tendo um certo grau de declive e aclive com necessidade de atravessar um igarapé de porte  médio.  Por  atravessar  uma  região  de alagamento,  será necessário um aterro numa certa  extensão,  além  de  atravessar  também um igarapé de porte pequeno, tendo 35% das terras  já pertencente  à Votorantim Cimentos N/NE, sendo que a negociação para adquirir o restante  da  faixa  de  terra  de  passagem  tem muitas  dificuldades.  Quase  não  há desmatamentos, tendo um percurso de 3.946 metros.  

A  alternativa  selecionada  é  a  Alternativa  2, devido  a  pouca  interferência  com  recursos naturais, menos movimentação  de  solo  e  de supressão  de  vegetação,  e  às  facilidades  em relação  à  ocupação  das  terras  devido  à anuência dos proprietários. 

2.2.4. Linha de Transmissão 

Para  o  fornecimento  de  energia  temos  duas fases: de implantação e de operação. 

Para  a  implantação  é  solicitada  para  a Distribuidora  o  fornecimento  provisório.  Tal qual  a  linha  definitiva,  a  responsabilidade de execução,  conforme  legislação  vigente,  é  da distribuidora.  O  ramal  de  linha  de transmissão,  que  normalmente  objetiva atender  o  período  de  obras  tem  capacidade entre  10  e  20%  da  definitiva  e  em  tensão 

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(13,8kV,  24kV  ou  34,5kV).  Esse  ramal provisório construído é desativado ao final da obra  com  a  entrada  do  fornecimento definitivo. Para a provisória, a Celpa tem linha de  circuito primário nos acessos próximos ao terreno. Para a  fase de  implantação, esta em estudo, este circuito para o fornecimento, que será desativada  com o  início de operação da linha definitiva. 

A  Fábrica  de  Primavera  terá  o  seu fornecimento definitivo de energia em 138kV a  partir  de  Subestação  a  ser  construída  pela Celpa  no  município  de  Capanema.  A interligação  entre  a  subestação  e  a  fábrica será  por meio  de  uma  Linha  de  Transmissão de aproximadamente 40 km. A Figura 2.1.9‐1 a  seguir  apresenta  o  traçado  previsto  desta linha. 

Figura 2.1.9‐1: Traçado da linha de transmissão existente. 

2.3.  Caracterização  do  Arranjo  Espacial  do Projeto 

2.3.1. Serviços técnicos de engenharia 

Na  fase  inicial  de  implantação  serão necessários  os  serviços  de  engenharia  mais básicos,  como  logística,  acertos  das  áreas  de infra‐estrutura  e  suprimento  à  obra.  Nesta fase também serão realizadas sondagens mais detalhadas  objetivando  maior  conhecimento dos  aspectos  geotécnicos  para dimensionamento  das  fundações  das  obras civis. Após  a  emissão da  licença prévia  serão contratadas  empresas  de  engenharia  para detalhamento do projeto. 

Caso  o  empreendimento  seja  considerado viável pelas autoridades ambientais e receba a LAP  (Licença  Ambiental  Prévia),  será 

apresentado  à  SEMA  (Secretaria  de  Meio Ambiente),  o  detalhamento  das medidas  de controle  ambiental,  assim  como  o  plano  de monitoramento  ambiental  na  fase  de implantação,  para  emissão  de  Licença Ambiental  de  Instalação.  Após  a  emissão  da Licença  Ambiental  de  Instalação  serão contratados  serviços  de  monitoramento ambiental,  e  engenharia  de  fiscalização  das obras. 

2.3.2. Serviços terceirizados 

O  início  dos  serviços  será  de  preparação  da infra‐estrutura  das  obras,  principalmente relativa  à  logística  de  recebimento  de materiais,  equipamentos  e  acomodação  de pessoal.  

Os  serviços  locais  que  serão  mais  utilizados nesta  primeira  fase  serão  de  hospedagem, 

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alimentação,  abastecimento  de  veículos  e aquisição de materiais básicos de  construção civil.  

A mão‐de‐obra  inicial  será  de  trabalhadores contratados  por  empreiteiros  locais responsáveis  por  cercamentos  de  área, limpezas,  abertura  de  poços  e  trincheiras, apoio  aos  trabalhos  de  sondagens  e topografia,  e  à  construção  ou aperfeiçoamento  das  instalações  sanitárias  e sistemas  de  tratamento  de  esgoto  sanitário dos canteiros de obras. Nesta  fase a mão‐de‐obra  será  basicamente  local,  pois  será  de apoio à obra.  

A seguir são relacionados os serviços previstos nesta fase: 

- Hospedagem; 

- Alimentação; 

- Transporte; 

- Vigilância; 

- Abertura de picadas; 

- Topografia; 

- Abastecimento de combustíveis; 

- Canteiro de obras (civis e elétricas); 

- Manutenção mecânica. 

Na  fase de obras de  implantação do projeto, que  consiste  em  serviços  de  terraplenagem, decapeamento da mina, construção das bases de equipamentos e das edificações definitivas, a  mão‐de‐obra  passará  a  contar  com empresas especializadas, que mesclará a mão‐de‐obra local, regional e de outras localidades, com  quadro  de  funcionários  da  própria empresa contratada.  

Os  engenheiros,  técnicos  e  encarregados serão  provavelmente  de  fora  do  município, salvo  nos  casos  em  que  a mão‐de‐obra  local puder  preencher  tais  vagas,  havendo  a preferência na contratação local.  

Os  seguintes  serviços  serão  terceirizados nesta fase: 

- Terraplenagem; 

- Transporte; 

- Vigilância; 

- Refeitório e Limpeza; 

- Obras de engenharia civil; 

- Montagens eletro‐mecânicas; 

- Ensaios tecnológicos; 

- Auditoria e fiscalização; 

- Topografia; 

- Monitoramento ambiental; 

- Recuperação ambiental. 

Na fase de pré‐operação, quando a montagem das  instalações  e  da  construção  da  infra‐estrutura  já  se  apresentar  em  etapa  final, serão  prestados  os  seguintes  serviços  de forma terceirizada: 

- Transporte; 

- Recrutamento e treinamento; 

- Vigilância; 

- Refeitório e Limpeza; 

- Fiscalização; 

- Monitoramento ambiental; 

- Recuperação ambiental. 

2.3.3. Canteiro de obras 

O  canteiro  de  obras  será  constituído  das seguintes  instalações:  refeitório,  vestiário, sanitário,  usina  de  concreto,  escritório, enfermaria, oficinas e almoxarifado.  

De maneira geral, o canteiro de obras para o Projeto  Primavera,  constará basicamente das seguintes estruturas: 

Escritório  Votorantim Cimentos/Gerenciadora – 600m² 

Empreiteira Construção Civil – 3000 m² 

Empreiteira Mecânica – 2000 m² 

Empreiteira Elétrica – 800 m² 

Área de Estocagem de Material e Depósito de Resíduos ‐1100m² 

Central de Concreto – 3000 m² 

 

 

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2.3.4. Atividades de abertura desenvolvimento das minas  

A  etapa  de  abertura  e  desenvolvimento  das Minas  de  Calcário  é  aquela  que  antecede  à lavra propriamente dita e é  constituída pelos seguintes serviços e atividades básicas: 

- Locação topográfica do empreendimento, conforme o projeto; 

- Supressão da vegetação, quando necessário; 

- Decapeamento ou retirada do solo orgânico e de cobertura do corpo de minério para poder acessá‐lo, em volumes compatíveis com a produção anual prevista; O solo orgânico será estocado em local apropriado para posterior utilização na recuperação de áreas degradadas. 

- Abertura de vias de acesso às bancadas de lavra, de acordo com o projeto da mina; 

- Trabalhos de drenagem e proteção da área da mina visando evitar o afluxo das águas da chuva para dentro da cava da mina; 

- Outros trabalhos eventualmente necessários ao desenvolvimento racional e seguro do projeto da mina e que complemente a pesquisa mineral. 

- Decapeamento e Terraplenagem na Área da Mineração da Mina  

- Melhorias das Vias de Acessos 

2.3.5. Atividades de implantação da fábrica de cimentos 

- Terraplanagem para ajustes do relevo 

- Construções Civis das Edificações e Montagem dos Equipamentos  

- Pavimentação das Vias Internas e Pátio da Fábrica 

Tabela 2.3.5‐1 Equipamentos, máquinas e veículos utilizados na fase de implantação 

EQUIPAMENTO  QUANT 

Escavadeira  hidráulica  de  esteira, diesel,  de  140  HP  e  21.000  kg, marca CAT‐320C ou similar 

Trator de esteira, diesel, de 310 HP,  1 

peso  de  37.500  kg,  modelo  CAT‐D8R ou similar; Retro‐escavadeiras  hidráulicas  de esteiras, diesel, de 410 HP e 65.000 kg, marca CAT‐365C ou similar 

Caminhões basculantes de 350 HP – 6x4 

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Carro‐pipa  (caminhão),  tração  6x2, diesel, 400 HP 

Moto‐niveladora  de  lâmina, diesel, de  140  HP,  do  tipo  CAT‐120H  ou similar 

Caminhonete  pick‐up  10 automóveis,  VW,  modelo  Gol  ou similar  

2.3.6. Estimativa de insumos na fase de implantação 

- Água  ‐100 m³/dia (cerca de 5 m³/h) 

- Elétrica – 300 kW 

- Combustíveis – 4.000 litros/dia 

2.3.7. Geração de resíduos na fase de implantação 

- Resíduos domésticos 

- Construção Civil 

- Madeira 

- Aço 

- Concreto 

- Mecânica 

- Elétrica 

- Outros Resíduos 

2.3.8. Estimativa de mão‐de‐obra durante a fase de implantação 

A  construção  do  Projeto  terá  fases  distintas em  função  das  necessidades  de  engenharia, ocorrendo  uma  demanda  gradativa  dos colaboradores desde a mobilização do Projeto como um  todo, até a desmobilização de mão de obra executiva. Serão envolvidos em torno de 1.000 colaboradores de diversas empresas especializadas  contratadas  para  implantação do Projeto.  

2.3.9. Valor do investimento para implantação do empreendimento 

O valor do  investimento para  implantação do empreendimento da VOTORANTIM CIMENTOS BRASIL  LTDA.  no  município  de  Primavera 

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consiste  em  R$  390.000.000,00  (trezentos  e noventa milhões de reais). 

2.3.10. Etapa de operação 

Na  fase  de  operação  do  projeto,  a VOTORANTIN  CIMENTOS  BRASIL  LTDA desenvolverá  as  atividades  de  lavra, disposição  de  estéreis,  britagem  do minério, transporte  do minério  até  o  armazenamento da  fábrica,  moagem  da  matéria‐prima, fabricação de clinquer, moagem de cimento e expedição. 

2.3.11. Operação de Lavra do Calcário 

As  operações  de  lavra  são  consideradas  a partir da preparação da área a ser lavrada até a  entrega  do  produto  britado  e  pré‐homogeneizado na fabrica.  

2.3.12. Decapeamento da jazida e estimativa de volume 

A jazida é sedimentar horizontalizada, onde se tem uma camada de estéril arenoso/ argiloso de  aproximadamente  de  6  metros  de espessura.  Abaixo  deste  estéril  tem‐se  a camada de calcário. Logo para se ter acesso ao calcário, sempre será preciso a retirada desta camada de estéril de cobertura. 

O decapeamento da jazida será feito de forma gradual,  sendo  retirada  a  quantidade  do estéril  de  cobertura  a  medida  que  seja possível  a  operacionalização  da  mina  e abastecimento da fábrica. 

Considerando uma espessura média de estéril de 6 metros, temos um volume total estimado de estéril de 22.116.652 m³ “in situ”. 

A  totalidade  do  material  estéril  será depositada  novamente  dentro  das  cavas, sendo  feito um enchimento parcial das cavas que já foram explotadas. 

2.3.13. Processo de Lavra 

A  lavra se dará a céu aberto, denominada de “open pit”. 

A  lavra  se  dará  em  3  cavas  totalizando  uma área  de  168  há,  onde  estarão  fisicamente separadas.  A  causa  destas  separações  é  a preservação  das  principais  drenagens  da região  (rio  Tabocal  e  seus  afluentes)  e  por uma estrada (estrada do Jaboroca). 

A primeira fase será o decapeamento da jazida até que seja encontrada a camada de minério (calcário). Não  será usado explosivo devido a baixa dureza do material e por  se apresentar como um depósito sedimentar. 

Este  decapeamento  será  feito  por  máquina retroescavadeira e por caminhões rodoviários convencionais. 

A  segunda  fase  será a escavação do  calcário. Da mesma  forma  não  será  usado  explosivos devido a friabilidade deste material. 

O calcário será escavado por retroescavadeira e  posteriormente  carregado  em  caminhões rodoviários convencionais. 

Os  caminhões  farão  o  transporte  do minério para  a  instalação  da  britagem,  que  estará localizada  próxima  a  saída  da  mina  ou  na unidade disponível mais próxima. 

A  britagem  será  em  circuito  fechado,  onde haverá  um  controle  físico  da  sua granulometria  antes  de  ser  enviado  para  a fábrica. 

Esta redução granulométrica se dará em uma sequência  de  britadores  e  a  classificação  em peneiras. 

O produto final da britagem será armazenado em  pilhas  de  estocagem  que  abastecerão  de forma dosada uma correia transportadora. 

Esta  correia  transportadora  fará o  transporte do minério para a fábrica de forma contínua e evitando o tráfego de caminhões. 

2.3.14. Estocagem de minério 

Haverá  um  estoque  regulador  de  pequeno porte  na  britagem  para  abastecimento  da correia transportadora. 

Uma  estocagem  de  médio  porte  na  fábrica, sendo as pilhas de pré‐homogeneização, com o  objetivo  de  homogeneização  da  matéria prima  e  de  estoque  regulador  para  o abastecimento da fábrica. 

2.3.15. Projeto de Lavra 

O  desenvolvimento  da  lavra  prevê  a explotação  em  três  áreas. Os  parâmetros  de lavra, definidos pelo projeto básico são: 

Ângulo  de  face  das  bancadas  em  rocha: 60º; 

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Ângulo de face das bancadas em solo: 45º; 

Largura das bermas: 10 metros; 

Altura das bancadas: 10 metros; 

Largura das rampas: 10 metros; 

Inclinação máxima das rampas: 10%. 

2.3.16. Equipamentos utilizados na lavra do minério 

Os  equipamentos  a  serem  utilizados  na operação  da  lavra  da  mina  serão  retro‐escavadeiras,  caminhões  rodoviários convencionais,  patrol,  trator  de  esteiras, caminhão Pipa, pá carregadeira. 

2.3.17. Descrição dos combustíveis a serem utilizados 

Para os trabalhos de mineração, o combustível a  ser  usado  nos  veículos  e  equipamentos pesados  será o óleo diesel e para os veículos leves  (automóveis de apoio) há as opções de veículos multi‐flex à gasolina, álcool ou gás. 

O  consumo  estimado  de  diesel,  para  as produções  projetadas  de  minério  bruto  e estéril  será  da  ordem  de  0,55  litros  por tonelada  de  minério  bruto  produzido,  já considerando  a  produção  de  estéril.  Isso significa um consumo projetado da ordem de 1.500.000 litros anuais de diesel. 

2.3.18. Depósitos de estéril 

Para  a  primeira  área  de  decapeamento,  na Cava  1,  o  material  será  estocado  na  área denominada depósito D1, sendo que o volume total a ser depositada é de 18.176.000m³, que será  utilizada  posteriormente  para  a recuperação da área de lavra Cava 2. 

A  deposição  do  estéril  deverá  ocorre concomitante com a lavra do calcário, o estéril removido da primeira cava “passo de  lavra 1” será deposito em uma pilha de deposição de estéril  de  caráter  provisório.  Para  a  segunda fase  de  lavra  “passo  de  lavra  2”,  o  estéril retirado  da  cava  será  depositado  na  área lavrada na etapa anterior e assim por diante. 

2.3.19. Controle de Particulados 

O  sistema  de  controle  dos  particulados  tem início na fase de mineração, com a umectação das pistas de rodagem dos caminhões. 

Também  há  umectação  do  minério  e  do estéril,  quando  necessário,  antes  do carregamento  para  redução  das  poeiras fugitivas no ato do carregamento. 

Na  britagem  serão  aspergidos  as transferências  de  correias  transportadoras, pontos  de  descarga  dos  caminhões  e  a descarga final da saída da britagem. 

Também  serão  construídos  filtros de mangas nos principais equipamentos onde somente a aspersão  não  seja  suficiente  para  a  redução das emissões. 

2.3.20. Etapas da fabricação do cimento 

O processo de fabricação de cimento pode ser resumido em duas etapas:  

- 1º Etapa – Fabricação do Clínquer;  - 2º  Etapa  –  Fabricação  dos  Tipos  de 

Cimentos. 

2.3.21. Tratamento dos Gases  

Uma  parcela  dos  gases  do  forno  e  do resfriador  de  clínquer  é  aproveitada  como fonte  de  energia  térmica  nos  processos  de moagem  de  cru  e  de moagem  de  coque  de petróleo/carvão. 

2.3.22. Co‐processamento de pneus 

Uma  unidade  de  Co‐processamento  poderá ser implementada à medida que o mercado de resíduos de pneus viabilize a coleta e entrega do mesmo na Unidade de Primavera. 

Para  que  os  mesmos  sejam  processados  é necessário um volume mínimo no entorno de 500 kg por hora para viabilizar tecnicamente o processamento.  

Para  alimentação  dos  fornos  de  cimentos  a VOTORANTIM  CIMENTOS  BRASIL  LTDA. necessitará  de  300  t/dia  (9000  t/mês)  de coque.  Como  forma  de  combustível alternativo  é  possível  fazer  o  co‐processamento de pneus nos fornos.  

Porém  o  uso  dos  pneus  como  combustível  é limitado  ao  máximo  de  30%,  tanto  para  as indústrias  cimenteiras  nacionais  como internacionais,  devido  à  presença  de  metais pesados em sua composição, principalmente o zinco (RENÓ, 2007). Este tem o efeito abaixar a  resistência  inicial,  mas  garante  alta 

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resistência  final do cimento  (PIPILIKAKI et al., 2005; BHATTY, 1995, apud RENÓ, 2007) 

Devido  a  estes  fatores  a  VOTORANTIM CIMENTOS irá substituir apenas 30% do coque total, ou seja, será utilizado 90 t/dia de pneus (2700 t/mês). 

Os  pneus  utilizados  na  produção  de  clínquer poderão ser injetados de duas formas: inteiros ou picados após o seu beneficiamento.  

O beneficiamento destes resíduos ocorrem na própria  fábrica,  onde  são  processados, cortados  em  pedaços  menores,  retiradas  as partes  metálicas,  para  realização  da incorporação somente da parte pneumática.  

Nos  fornos  a  parte  orgânica  será  totalmente consumida,  a  parte  inorgânica,  como  os metais  serão  capturados  por  filtros  de  alta eficiência  e  retornam  ao  processo  onde  são incorporados  ao  clínquer,  sem  alterar  a qualidade do produto final. 

2.3.23. Insumos do processo produtivo 

- Água Industrial 

Será  captada  de  poços  e  estocada  em  caixa d’água  central  elevada.  Deste  ponto  a  água será distribuída por  gravidade  aos pontos de abastecimento. Toda a água  industrial servida será  recirculada,  passando  por  uma  torre  de resfriamento. 

O  consumo  médio  de  água  no  processo industrial é de 30 m³/h. Este volume se refere à  água  que  será  evaporada  durante  o processo,  devendo  portando  ser  reposta  ao sistema  de  recirculação  que  re‐circula  80 m3/h. 

- Água de Consumo 

O  Consumo  estimado  de  água  de  uso doméstico  é  de  35 m³/dia.  Este  volume  será suprido com captação em poços.  

- Resíduos Sólidos Industriais  

Grande  parte  dos  resíduos  gerados internamente  durante  o  processo  de fabricação  de  cimento  serão  co‐processados no  forno  de  cimento,  reutilizados  quando cabível e parte encaminhado para reciclagem.  

2.3.24. Tratamento de efluentes de esgoto doméstico e laboratório 

O  tratamento  de  esgoto  doméstico  e laboratório  previsto  para  a  fase  de  operação será  efetuado  através  de  Estação  de Tratamento de Efluentes. 

Serão  utilizadas  “ETE’s  Compactas”, produzidas  e  montadas  por  fornecedor  do mercado nacional (foto 2.3.24‐1). 

Foto 2.3.24‐1: Estação de tratamento similar 

As estações estão projetadas para atender aos padrões  de  lançamento  de  efluentes  de esgotos  sanitários,  laboratório  e  refeitório, conforme a legislação Federal CONAMA 357 e a  legislação  estadual  do  Pará,  Decreto Estadual nº 14250.  

Foram planejadas quatro Estações Compactas de  atendimento  para  suprir  as  demandas  do empreendimento.  

O monitoramento das Estações Compactas no corpo  receptor  será  atividade  rotineira  e padronizada.  As  amostras  serão  enviadas  a laboratório especializado. 

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Este  item  apresenta  a  síntese  das  principais características  ambientais  levantadas  no estudo ambiental realizado, contemplando os seguintes tópicos: ruído, clima e qualidade do ar,  aspectos  geológicos,  geomorfológicos, pedológicos,  geotécnico,  recursos  hídricos  e qualidade da água. 

3.1 Áreas de Influência 

Área Diretamente Afetada – ADA 

Consiste  no  espaço  estrito  da  implantação física  do  empreendimento,  isto  é,  onde  as alterações  no  ambiente  serão  intensas,  seja pela  substituição  completa  dos  usos  atuais, seja  pela  alteração  das  feições morfológicas, de vegetação e de outros  fatores ambientais. Esta classe de área de influência se aplica para os  meios  físico  e  biótico  e  nem  sempre  se aplica para o meio socioeconômico. 

Área de Influência Direta – AID 

Compreende o espaço onde as alterações nos fatores  do  meio  ambiente  resultam  clara  e diretamente dos processos e tarefas inerentes à  implantação,  operação  e  desativação  do empreendimento.  Os  limites  desta  área  irão variar  de  acordo  com  aspectos  ambientais analisados,  mas  para  maior  facilidade  de representação  cartográfica,  geralmente  se define um perímetro para o meio físico, outro para  o  meio  biótico  e  um  terceiro  para  o socioeconômico. 

Área de Influência Indireta – AII 

Abrange  o  espaço  onde  se  desenvolverão  os impactos  indiretos  da  instalação,  operação  e desativação  do  empreendimento,  sendo  de definição  mais  precisa  para  o  meio socioeconômico.  Para  os  meios  físico  e biótico,  especialmente  para  o  primeiro,  sua delimitação não é  tão precisa e muitas vezes se  restringe  a  uma  abordagem  do  contexto regional  ou  da  bacia  hidrográfica,  quando aplicável. 

 

 

 

 

 

Excluindo‐se a Área Diretamente Afetada, cuja delimitação  é  praticamente  um  molde  do arranjo geral do projeto do empreendimento, as  demais  áreas  –  AID  e  AII  –  são  definidas segundo  as  características  do  meio  físico, biótico e antrópico. 

3.1.1 Clima e Meteorologia 

A  caracterização  climática do  Estado do Pará foi obtida  através de bibliografias de autores conceituados,  e  séries  históricas,  obtidas  em estações climatológicas presente nas áreas de influência  do  empreendimento,  como temperatura,  evaporação,  insolação,  direção predominante, velocidade média dos ventos e regimes  de  chuvas,  considerando  a  sua sazonalidade. 

Classificação Climática 

No  Brasil  ocorrem  seis  tipos  de  clima: Equatorial,  Semi‐Árido,  Tropical,  Tropical  de Altitude,  Tropical  Atlântico  e  Subtropical.  De maneira geral o Pará está situado na Zona do Equador,  possui  clima  equatorial, caracterizado  por  ser  quente  e  úmido,  com ventos  constantes  e  altos  índices pluviométricos. 

Uma das metodologias mais utilizadas para a classificação  climática  de  uma  região  é  a classificação de Köppen, pela metodologia, na determinação  dos  tipos  climáticos  são considerados  a  sazonalidade  e  os  valores médios  anuais  e mensais  da  temperatura  do ar  e  da  precipitação.  Cada  grande  tipo climático  é  representado  por  um  código, constituído  por  letras  maiúsculas  e minúsculas, cuja combinação expressa os tipos e subtipos considerados. 

No  caso  da  região  de  Primavera,  o  clima  é classificado, de acordo com a classificação de Köppen como Am, como pode ser visualizado na  Figura 3.1.1‐1. A  classificação Am, denota um  clima  com  temperaturas  elevadas  com altos  índices  pluviométricos  e  pequena estiagem na primavera. 

CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO3 

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Figura 3.1.1‐1: Classificação climática do Pará. 

 Fonte: SIPAM, 2009 (Adaptado). 

Os  dados  utilizados  para  caracterização  do clima  local  são  referentes  aos  da  estação convencional,  82145  –  Tracuateua‐PA, localizada na  latitude de 01° 04’ S e  longitude 46° 54’ W, e altitude 36,00m, pertencente ao Instituto Nacional de Meteorologia – INMET.  

Observa‐se que essa estação é a mais próxima do  empreendimento  com  dados climatológicos,  distante  cerca  de  30  km  de Primavera/PA,  a  exceção  são  os  dados  de pluviosidade, que foram utilizados os dados da ANA  (Agência Nacional de Águas) da  Estação Primavera  localizada  no  município  de Primavera,  operado  pelo  CPRM  –  Serviço Geológico do Brasil. 

Temperatura 

Como  já descrito acima, para a caracterização da  temperatura  local  utilizou‐se  os  dados  da estação  mais  próxima,  Tracuateua/PA,  no período de 01/01/2000 a 31/07/2010 a análise dos  dados  possibilitou  chegar  às  médias anuais. 

A  partir  dos  dados  disponíveis  e  respectivas análises, conclui‐se que a região não registrou mudanças  bruscas  de  temperatura  nos últimos  dez  anos,  oscilando  entre  25,8º  e 27,3º.  Nota‐se  também  que  o  período  de agosto a janeiro mantem‐se sempre acima dos 26°,  caracterizado  como  o  período  de  calor mais  intenso.  Para  o  período  observado verificou‐se  que  a  temperatura média  anual na  região  para  o  período  foi  de  26,3ºC.  O fenômeno  das  altas  temperaturas  pode  ser explicado  pela  localização  geográfica  da região,  que  por  ser  próxima  ao  Equador, aumenta  a  incidência  de  raios  solares potencializando o aumento das temperaturas. 

Evaporação 

A  evaporação  também  foi  caracterizada através da estação de Tracuateua–PA, donde se obteve os dados de evaporação no período de 01/01/2000 a 31/07/2010. Assim, pode‐se concluir  que  a  evaporação  na  região  é bastante alta, com média mensal de 90,8 mm, principalmente  nos  últimos  meses  do  ano, 

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aonde  chega  a  171,8  mm  no  mês  de novembro,  fato que  se pode  correlacionar as altas temperaturas na região. 

Insolação 

Para  o  parâmetro  Insolação,  a  estação  de Tracuateua‐Pa  do  INMET,  apontou  para  o período  de  01/01/2000  a  31/07/2010,  os seguintes  valores  em horas,  apresentados na tabela e figura abaixo: 

Observa‐se  pelas  informações  obtidas  na estação  de  Tracuateua‐Pa  do  INMET,  para  o período de 01/01/2000 a 31/07/2010 que, no segundo  semestre,  apresenta  índices  de insolação  maiores,  acima  de  200  horas mensais, enquanto que no primeiro semestre o mês de maior  incidência solar é o de  junho com  pouco mais  de  180  horas. Os meses  de agosto  a  novembro  apresentaram  insolação acima de 250 horas mensais, coincidindo com o período de temperaturas mais elevadas e de maior evaporação. 

Direção  Predominante  e  Velocidade Média dos Ventos 

Os  dados  obtidos  na  Estação  de  Tracuateua‐Pa,  obtidos  no  período  de  01/01/2000  a 31/07/2010, permitiu caracterizar o regime de ventos  atuantes  na  região  bem  como  a direção dos mesmos.  

De acordo  com os dados obtidos na estação, nota‐se  que  o  período  de maior  intensidade dos  ventos  é  de  agosto  a  dezembro, mesmo período  que  se  observa  as  maiores temperaturas e baixos  índices pluviométricos. De modo geral a região apresenta calmaria na maior  parte  do  ano  (Janeiro  a  Julho)  com velocidades  médias  abaixo  de  1  m/s  (3,6 km/h), quando então, de  julho a dezembro, a velocidade chega a 1,7 m/s, cerca de 6 km/h. 

Quanto  à  direção  dos  ventos,  a  figura  3‐2 apresenta  a  rosa  dos  ventos  para  a  média anual da  região de Primavera, que apresenta as  seguintes  características  para  torre meteorológica  de  15  metros  de  altura  para período de 2.005 a 2.009: A velocidade média do  período  é  de  3,06  m/s  e  direção predominante leste‐nordeste (ENE) 31,7%. 

 

Figura 3.1.1‐2 apresenta a rosa dos ventos para a média anual da região de Primavera 

 

Umidade Relativa do Ar 

Os dados  relativos a Umidade  relativa do Ar, também foram colhidos na estação do  INMET em Tracuateua‐PA, no período de 01/01/2000 a 31/07/2010.  

De acordo com os dados, nota‐se que a região apresenta  um  valor  alto  de  umidade  relativa do  ar,  com média  anual  de  83,4%.  Fato  este que  também  se  relaciona  com  as  altas temperaturas  na  região,  já  que  quanto mais quente  é  o  ar,  mais  vapor  de  água  ele consegue  reter.  O  clima  equatorial  e  a proximidade  da  floresta  amazônica,  também influenciam  a  umidade  da  região,  já  que  a floresta carrega bastante umidade. 

Regimes de Chuvas 

Para  caracterização  do  regime  de  chuvas,  ao contrário  dos  outros  parâmetros  que  foram utilizados dados da estação de Tracuateua‐Pa, foram  utilizados  dados  da  estação pluviométrica  da ANA  – Agência Nacional  de Águas, no próprio município de Primavera. O código de  identificação na ANA desta Estação é 47004, está localizada na Latitude ‐0:55:46 e Longitude  ‐47:5:58 e é operada pelo CPRM – Serviço Geológico do Brasil. 

Os dados da estação, o período de observação foi de 27 anos, de Janeiro de 1983 a Dezembro de  2009. Observam‐se,  para  o  período,  altos índices de pluviosidade  anual,  com média de 2755,7 mm/ano. 

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Foi  possível  verificar  a  presença  de  duas estações  bem  definidas  quanto  ao  regime pluviométrico,  uma  chuvosa  que  vai  de Dezembro  a  Agosto,  atingindo  o  ápice  em Março  com  índices pluviométricos mensal de 566,8  mm  e  outra  de  seca,  de  Outubro  a Novembro,  com  média  de  6,8  mm  em Novembro. 

Quanto à freqüência de chuvas observadas na estação  verificou‐se  que  em  média  chove aproximadamente  193  dias  no  ano.  Sendo que, a máxima precipitação observada foi em março de 2009, quando houve um episódio de chuva de 116,3 mm no dia. 

De maneira  geral,  é  possível  concluir  que  o município de Primavera  apresenta  regime de chuvas  constante,  chovendo  na  maioria  dos dias do ano. Porém, não são bem distribuídas ocorrendo um período de seca entre os meses de Setembro e Novembro.  

3.1.2 Qualidade do Ar 

Introdução 

Foi realizada campanha de monitoramento do ar ambiente visando avaliar a qualidade do ar na  área  de  empreendimento  do  Grupo Votorantim e área urbana da cidade próxima, ambos em Primavera – PA. A campanha  teve duração  de  3  períodos  de  24  horas  em  cada um  dos  dois  pontos.  Os  pontos  das  coletas foram selecionados para obedecer ao critério de  representatividade  da  área  enfocada  no EIA/RIMA.  As  coletas  estiveram compreendidas  entre  11  e  18/08/2010.  Os poluentes  enfocados  foram:  Partículas  Totais em Suspensão ‐ PTS, Dióxido de Enxofre SO2 e Dióxido de Nitrogênio NO2.  

Os  padrões  ambientais  empregados  neste estudo estão definidos na Resolução CONAMA 03/1990 para PTS, SO2, e NO2. 

Considerações sobre os Poluentes Amostrados 

PTS ‐ Partículas Totais em Suspensão 

O  PTS  é  definido  como  sendo  as  partículas com  diâmetro  aerodinâmico  equivalente inferior  a  50  μm.  Aerossóis  sólidos  de diâmetro  maior  ou  igual  a  50  μm  são categorizados  como  fuligem.  Esta definição é coerente com o fato de aerossóis sólidos com diâmetro aerodinâmico superior a 50 μm, não 

terem  capacidade  de  permanecer  em suspensão,  sendo  atraídos  ao  solo  pela  ação da gravidade.  

Óxidos de enxofre ‐ SOx 

Os  óxidos  de  enxofre  –  SOx,  são  compostos em que o  átomo de  enxofre  (S)  se  associa  a diversos  átomos  de  oxigênio  (O).  Este conjunto  de  gases  sulfurosos  costuma  ser expresso na  forma de SO2. O  trigás captura o SOx que é expresso na forma de SO2, ou seja, assume‐se que a  totalidade dos SOx  são SO2.  Esta  hipótese  conservadora  permite  a comparação  das  concentrações  de  SOx  ao padrão ambiental.  

Óxidos de nitrogênio ‐ NOx 

Os NOx são gases poluentes capazes de causar danos  a  saúde  e  ao  meio  ambiente.    Além disto,  o  NO2  atua  como  precursor  para  a formação do O3 troposférico, que é o poluente que  apresenta  o  maior  número  de ultrapassagens  de  padrão  na  RMSP,  assim como em outros centros urbanos. 

Analogamente  aos  SOx,  os  óxidos  de nitrogênio  –  NOx,  são  compostos  em  que  o átomo de nitrogênio (N) se associa a diversos átomos  de  oxigênio  (O),  geralmente  na presença  de  calor.    Este  conjunto  gasoso costuma  ser  expresso  na  forma  de  NO2.    O trigás captura o NOx que é expresso na forma de NO2,  ou  seja,  assume‐se  que  a  totalidade dos NOx são NO2.   Embora esta hipótese seja interessante  por  permitir  a  comparação  das concentrações  de NOx  ao  padrão  ambiental, ela é conservadora porque, enquanto do NO2 atua  como  precursor  do  O3,  o  NO  não desempenha este papel. 

Os  laudos  analíticos  de  SO2  mostram  que todos  os  resultados  apresentam  massas bastante baixas, sendo  inferiores ao  limite de detecção  do  método  (Norma  NBR  ABNT 12.979),  qual  seja;  4  µg/m3.  Entre  os  laudos analíticos  que  tiveram  valores  mais  altos  as concentrações  médias  diárias  de  SO2 

resultantes  atenderam  a  padrão  primário CONAMA 03/1990 aplicável.  

Analogamente ao caso do SO2, todos os laudos analíticos  de NO2  estiveram  todos  abaixo  do limite  de  detecção  do  método.  Portanto, todas  as  concentrações  de  NO2  estiveram 

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muito  baixas,  sendo  inferiores  ao  limite  de detecção,  conforme  Norma  EPA  EQN  1277 26/1977; qual  seja; 11 µg/m3. Neste  caso, as concentrações  médias  horárias  de  NO2 resultantes  atendem  ao  padrão  primário CONAMA 03/1990 aplicável. 

As  concentrações  de  PTS  estiveram relativamente  baixas,  da  ordem  de  10%  do padrão CONAMA aplicável. 

Quanto  à  qualidade  do  ar,  foi  demonstrado que  as  concentrações  de  PTS,  SO2,  e de NO2 estão em ampla conformidade aos respectivos padrões primários CONAMA aplicáveis. 

Este resultado, associado a fato de Primavera localizar‐se em área com baixo potencial para o acúmulo de poluentes atmosféricos, permite que se conclua que a área é  favorável para a instalação  de  empreendimentos  com potencial poluidor atmosférico. 

Em  relação  à  dispersão  de  poluentes atmosféricos,  os  resultados  das  simulações apresentaram contribuições de concentrações máximas  de  partículas  totais  em  suspensão (PTS),  partículas  inaláveis  (PI),  dióxido  de enxofre  (SO2), monóxido  de  carbono  (CO)  e dióxido de nitrogênio (NO2) nas áreas urbanas da  área  de  influência  do  empreendimento valores  relativamente  menores  que  os padrões  primários  de  qualidade  do  ar  da Resolução CONAMA 03/90. 

As emissões residuais de material particulado e  óxidos  de  nitrogênio  emitidas  pelas chaminés  do  forno  de  clinquer,  e  material particulado  dos  moinhos  de  cimento  e ensacadeiras atendem aos limites de emissões constantes  no  Anexo  XI  da  Resolução CONAMA  382/06  que  estabelece  os  limites máximos  de  emissão  de  poluentes atmosféricos para fontes fixas. 

As operações das unidades  industriais com as emissões  residuais  dos  fornos  de  clinquer coprocessando pneus  apresentam  viabilidade ambiental  em  termos  de  emissões  e contribuições  de  poluentes  na  qualidade  do ar. As emissões de poluentes atmosféricos do forno  de  clinquer  atendem  os  limites estabelecidos  nas  Resoluções  CONAMA 264/00, 316/02 e 382/06. 

 

3.1.3 Ruído 

As ondas sonoras se propagam em uma forma esférica  ou  cilíndrica,  a  partir  de  uma  fonte pontual, por exemplo, uma máquina  ruidosa, ou a partir de uma fonte  linear, por exemplo, uma  via  de  grande  volume  de  tráfego.  Esta situação  pode  ser  alterada  pela  presença  de obstáculos  na  trajetória  de  propagação  ou pela  não  uniformidade  do  meio  em  campo aberto. 

Para  o  diagnóstico  do  parâmetro  ruído  as medições  de  nível  de  pressão  sonora  foram realizadas  pela  medição  em  pontos selecionados  de  maneira  que  pudesse caracterizar a AII e AID.  

Como  critério  de  avaliação  a  NBR  10151 (2000) “Avaliação de Ruído em Área Habitadas Visando  o  Conforto  da  Comunidade”,  que  é dada  como  referencia  em  casos  de  ruído ambiental  pela  Resolução  CONAMA  n0  01  de 08 de Março de 1990.  

Na  etapa  de  Diagnóstico  Ambiental  foram executadas  medidas  do  nível  de  pressão sonora em alguns pontos pré‐selecionados de forma  que  pudesse  caracterizar  o  parâmetro ruído na AID e AII de visando obter o nível de pressão  sonora  existente  antes  da  instalação do  empreendimento.  Os  resultados  obtidos indicam  que  apenas  em  locais  próximos  as rodovias o nível de ruído é elevado.  

Fontes de Ruído  

Considera‐se  que  o  nível  de  pressão  sonora equivalente  gerado  por  cada  equipamento individualmente  é  de  85  dB(A)  medidos  a cerca  de  5  metros  de  distância.  O  nível  de pressão sonora permitido para uma área com ocupação  industrial é de 70 dB(A) no período diurno e 60 dB(A) no noturno de acordo com a NBR 10151 (2000).  

Considera‐se,  como  nível  de  pressão  sonora médio no interior da gleba, o LAeq de 74 dB(A). O  decaimento  das  fontes  sonoras  envolvidas com  a  implantação  e  operação  de empreendimento  pode  ser  calculado  devido ao  aumento  da  distância,  absorção  do  ar  e efeito vegetação e/ou solo.  

A  absorção  da  energia  sonora  irradiada através do fluido de propagação, neste caso o ar,  se  deve  ao  fato  do mesmo  ser  um meio 

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perfeitamente  elástico,  e  durante  suas sucessivas compressões e rarefações, ocorrem processos  internos  resultando  das combinações dos efeitos de  viscosidade e de condução do calor durante o ciclo de pressão da onda acústica. Ocorre também a relaxação e dissipação de energia durante o processo de vibratório  das moléculas  de  oxigênio,  que  é dependente  da  umidade,  temperatura  e pressão.  A  norma  ISO  9613‐2  (2001)  indica 

que para a freqüência de 1000 Hz, de 20C e a umidade  relativa  de  70%  a  atenuação  é  de cerca de 0,005 dB/m. 

Zonas  de  densa  folhagem  produzem  uma atenuação  na  pressão  sonora,  geralmente mais  perceptível  nas  altas  freqüências. Folhagens densas podem ter atenuação de até 8dB/100m,  para  arvores  duras  15dB/100m  e plantações  de  pinhos  20dB/100m,  nas  faixas de  1000Hz.  Para  tal  é  necessário  que  haja grupos  de  vegetação  de  pelo  menos  50 metros de  largura. Considera‐se um grupo de vegetação  quando  não  se  consegue  contato visual  além  de  2 metros. Como na  região há uma  alternância  na  condição  da  vegetação será  considerado  a  existência  de  um  único grupo de 50 metros de  largura de árvores de densa  folhagem  com  uma  atenuação  de  4 dB(A)  e  a  energia  absorvida  pela  vegetação rasteira devido ao efeito solo. 

Fazendo‐se  uso  da  metodologia  existente  é possível  estimar  o  decaimento  devido  aos principais  atenuadores  de  ruído  conforme  é apresentado  na  abaixo.  Considera‐se  LAeq  de 74  dB(A)  a  25  metros  de  distância  dos equipamentos em operação. 

Tabela: 3.1.3‐1 Pressão Sonora gerada pelos equipamentos devido o aumento da 

distância, absorção sonora do ar e absorção sonora pela vegetação. 

Nível  At. Dist. 

Abs. do Ar 

Efeito 

solo 

At Veg 

NPS Prev. 

Dist (m) 

dB(A) 

dB(A)  dB(A) 

dB(A) 

dB(A) 

dB(A) 

25  74  0  0  0  0  74 

50     6,0  0,3  0,9  0  67 

100     12,0  0,5  3,8  4  54 

200     18,1  1,0  4,4  0  51 

400     24,1  2,0  4,6  0  43 

800     30,1  4,0  4,7  0  35 

Na tabela Nível é o nível de pressão sonora na dada  distância;  At.  Dist.  é  o  decaimento  do nível de pressão sonora devido o aumento da distância; Abs. do Ar é o decaimento devido a absorção  do  ar,  Efeito  Solo  é  o  decaimento devido  ao  efeito  da  vegetação  considerando formações  rasteiras  que  absorvem  as  ondas sonoras dificultando sua propagação At Veg é o  decaimento  considerado  pelo  um  grupo único  de  50 metros  de  largura  de  vegetação de  folhagem  densa;  NPS  Prev  é  o  nível  de pressão sonora previsto.  

Pode‐se  observar  nos  resultados  da  Tabela que a distâncias  inferiores a 500 m das cavas de mineração há um decaimento do nível de ruído para valores inferiores a 45 dB(A) sendo este  o NCA  sugerido  pela NBR  10151  (2000) para zona rural em horário diurno. O NCA das demais áreas analisadas são superiores a este. Desta maneira pode‐se avaliar que a natureza do  impacto é negativa  já que o  ruído gerado pela  atividade de mineração  tem o potencial de  incômodo à população  lindeira, mas decai para níveis aceitáveis antes que haja núcleos residenciais  na  AID,  sendo  considerada  de abrangência  local.  A  ocorrência  é  normal  já que é inerente a operação dos equipamentos, reversível, pois basta desligar os mesmos que a  geração  de  ruído  finda  e  de  ocorrência imediata. 

3.1.4 Vibração 

Na  AII  não  existem  fontes  significativas  de vibração, a não ser o gerado pela passagem de veículos,  principalmente  de  caminhões  na rodovia PA 446, sendo mais sensível nos locais onde  o  pavimento  está  danificado.  Mesmo assim as velocidades de deslocamento na sua maioria  foram  imperceptíveis ao aparelho de medição. O  local que apresentou maior valor foi o ponto de medição 3 que está a cerca de 5 metros da PA 446, onde  a mesma  apresenta muitos  buracos,  sendo  esta  uma  condição agravante.  Assim  pode‐se  concluir  que  o parâmetro  vibração  praticamente  inexiste  na AII não sendo causa de incômodo a população lindeira. 

Na AID a única fonte de vibração que pode ser considerada é a gerada pelo tráfego da PA 446 agravado  pelo  pavimento  esburacado  da  via. Este  fato  gerou  o  resultado  da  medida  no 

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ponto  de  medição  de  PPV  igual  a  9,  0,25 mm/s, que atende aos critérios estruturais da DIN  4150‐3  (1990)  sendo  limítrofe  ao  de incomodidade  da  ISO  2631‐2  (1997)  no período noturno, e atende ao critério diurno. Deve‐se  ressaltar  que  este  deslocamento  é gerado pela passagem de veículos pesados de forma  lenta  devido  a  via  ser  esburacada, causando incomodo por  um curto período, de poucos segundos.  

3.1.5 Geologia 

As  áreas  de  influência  definidas  para  o parâmetro  Geologia  são  as  mesmas  dos parâmetros  Geomorfologia;  Pedologia; Geodinâmica; e Recursos hídricos. 

Estes  parâmetros  serão  caracterizados obedecendo as delimitações das três áreas de influência  definidas  considerando‐se  a implantação  do  empreendimento  mineiro denominado  Projeto  Primavera/PA  – Votorantim.  

Cabe  destacar,  porém,  que  para  os parâmetros do meio físico apresentados neste relatório  –  Geologia,  Geomorfologia, Pedologia  e  Geodinâmica,  a  delimitação  das áreas  de  influência  a  partir  das  bacias hidrográficas  deve  ser  realizada  utilizando‐se de  outro  critério  que  se  sobrepõe  à delimitação da bacia  como um  todo,  trata‐se dos mecanismos de  transporte do material  a sofrer alterações a partir da intervenção. 

Assim,  considerando‐se  que  em  termos  de Geologia,  Geomorfologia,  Pedologia  e Geodinâmica os eventuais  impactos causados pelo  empreendimento  correspondem  à remoção  de  material  terroso/rochoso; incremento  de  material  desagregado  para transporte até os cursos d´água e através dos mesmos; incremento na taxa de deposição de sedimentos  recentes  nos  fundos  de  vales  de drenagem e, possível alteração no relevo com base na taxa de deposição nos fundos de vale, torna‐se evidente que não ocorrem  impactos à  montante  do  ponto  de  intervenção,  haja vista  que  não  ocorre  transporte  de material desagregado para porções mais elevadas, com exceção  das  partículas  suspensas  pelo  ar, porém,  os  volumes  envolvidos  seriam insuficientes,  considerando‐se  o  regime  de ventos  na  região,  para  a  formação  de 

depósitos  em  terrenos mais  altos,  alterando assim  sua  composição  litológica  e/ou  seu relevo. 

AII – Área de Influência Indireta  

Com  base  nas  características  das  atividades minerária  e  nas  dimensões  da  área  a  ser lavrada,  bem  como  aquela  a  receber  as construções  da  planta  de  beneficiamento  do minério  e  unidades  de  apoio  como  áreas  de estocagem de minério, estéril e  rejeito, entre outras,  foi  definida  como  área  de  influência indireta  a  bacia  do  rio  Primavera, especialmente  a  jusante  de  seu  ponto  de contato  com os eventuais  fluxos oriundos do empreendimento. 

AID – Área de Influência Direta  

Foi  definido  como  AID  a  área  localizada  a jusante  do  empreendimento  na  micro‐bacia do  rio Tabocal, até pouco a  jusante do ponto de  confluência  com  o  rio  do  Primavera, delimitada  pelos  divisores  de  água  que separam o mesmo dos  rios Aguiar  a Oeste  e do Peixe a Leste.  

ADA – Área Diretamente Afetada  

A ADA  relativa ao Projeto de  Implantação de Fábrica Integrada de Cimentos (fábrica e mina de  calcário)  Primavera‐PA  abrange  todo  o espaço  da  implantação  do  empreendimento, incluindo  pátio  de  recebimento  e  estocagem de  minério,  vias  de  acesso  internas  e  de ligação  entre  fábrica  e mina  e  estruturas  de apoio. 

Geologia da Área de Influência Indireta  

Contida  no  contexto  da  Bacia  Bragantina,  a sub‐bacia do  rio Primavera, onde  se  insere  a AII  está  representada  por  sedimentos  do Terciário  denominados  de  Formação Barreiras, associados  a Quaternários Atuais e Subatuais  descritos  na  literatura  específica como Formação Pós‐Barreiras e depósitos de mangue subjacentes às anteriores. 

Ainda pode ser  registrada na AII a ocorrência da  Formação  Pirabas,  datada  do  Mioceno Inferior,  cuja  constituição  rochosa  é  definida basicamente por calcários puros e fossiliferos, associados margas e brechas conglomeráticas 

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basais,  as  quais  se  sobrepõem  a  gnaisses  do embasamento cristalino. 

Os sedimentos  recentes em ocorrência na AII estão  relacionados  a  depósitos  fluviais  com grande  acúmulo  de  seixos,  areias  de granulação  fina  a  média,  argila  escura,  de coloração  cinza  a  amarronzada  devido  à  sua riqueza  em  matéria  orgânica,  associadas  à influência  de  maré.  Estes  depósitos sedimentares caracterizam as baixas atuais de rios, mangue e praias.  

A Formação Pós‐Barreiras é caracterizada por sedimentos  amarelados  a  avermelhados, inconsolidados,  areno‐argilosos  a  argilo‐arenosos compostos principalmente por grãos de  quartzo  e  frações  de  silte  e  argila  com leitos finos de seixos de arenitos ferruginosos. A  formação  apresenta  estruturas  de acamamento  plano‐paralelo  que  localmente delineiam  suaves  ondulações,  apresentando lentes.  Sua  idade  foi  datada  no  Quaternário Pleistocênico por Rossetti & Góes et al. (2001) e atribuem sua formação a processos eólicos.  

A Formação Barreiras é a mais antiga unidade litoestratigráfica  citada  no  Brasil  em  termos históricos,  de  acordo  com  Rodovalho  et  al. (2003),  remontando  à  carta  de  Pero  Vaz  de Caminha ao rei de Portugal, em 1500.  

Esta  unidade  possui  uma  extensão praticamente  contínua  ao  longo  da  costa brasileira,  desde  o  Estado  do  Rio  de  Janeiro até o Estado do Amapá, sendo constituído por depósitos  sedimentares  de  origem predominantemente  continental,  embora sedimentos  de  origem  marinha,  incluídos neste  grupo,  tenham  sido  encontrados  no litoral Paraense.  

Os  sedimentos  desta  formação  apresentam características  siliciclásticas,  sendo constituídos  por  argilitos,  siltitos,  arenitos  e conglomerados. 

A  Formação  Pirabas  pode  ser  caracterizada pela ocorrência de calcários marinhos datados do  Mioceno  Inferior  com  larga  distribuição espacial,  porém  com  afloramentos  mais concentrados  na  zona  litorânea  entre Bragança e Salinas na  foz do  rio Pirabas, cuja denominação foi também atribuída à unidade estratigráfica.  Em  termos  de  AII,  o afloramento  mais  significativo  foi  observado 

na  Baia  de  Japerica,  a  Noroeste  da  área  do empreendimento. 

Geologia da Área de Influência Direta  

Conforme era esperado, após a caracterização do  contexto  geológico  da  AII,  foi  observada em  campo  a  presença  da mesma  associação litológica descrita para  a mesma, ou  seja, do topo para a base as seguintes:  

Sedimentos  Recentes  /  Depósitos  de Mangue; 

Formação Pós‐Barreiras;  

Formação Barreiras e, 

Formação Pirabas. 

Cabe destaque nesta descrição o  fato de que embora  escassos,  foi  encontrado  um afloramento  de  calcários  fossilíferos  da Formação Pirabas na AID, conforme descrito a seguir. 

Durante  os  levantamentos  de  campo, realizados  entre  os  dias  17  e  22  de  julho  de 2010,  foi  possível  observar  na  Área  de Influência  Direta  do  empreendimento  a ocorrência  de  depósitos  sedimentares recentes,  caracterizados  predominantemente por  sedimentos  de  mangue.  Foto  3.1.5‐1 abaixo: 

Foto  3.1.5‐1:  Vista  em  detalhe  de afloramento  de  sedimentos  de  mangue  na AID. 

 

Estes  sedimentos  correspondem  a  material argiloso  com  porção  arenosa,  caracterizado pela grande concentração de matéria orgânica que  lhe confere coloração variada do marrom ao  cinza  escuro  e  cheiro  característico  de material em putrefação. 

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Em  termos  de  resistência  a  esforços tensionais,  esse  material  tem  características muito  moles,  sendo  facilmente  deformado sobre pressão mínima. 

Neste  contexto,  os  sedimentos  de  mangue presentes, não oferecem boas condições para ocupação urbana devido à baixa  resistência e cheiro  característico,  porém,  haja  vista  que não  será utilizado durante  as  atividades, não foram  observadas  características desfavoráveis ao empreendimento proposto. 

Conforme  mencionado  anteriormente,  a Formação  Pós‐Barreiras  é  composta  de sedimentos  amarelados  e  avermelhados, inconsolidados,  areno‐argilosos  a  argilo‐arenosos compostos principalmente por grãos de  quartzo  e  frações  de  silte  e  argila  com leitos finos de seixos de arenitos ferruginosos. 

Os  sedimentos  desta  formação  ocorrem  na AID  com  granulometria  predominantemente média  a  fina,  porém  não  são  incomuns  as camadas  de material mais  grosso,  ocorrendo localmente cascalho quartzoso. 

Por meio da observação de campo foi possível atribuir  a  coloração  avermelhada  dos sedimentos Pós‐Barreiras às concentrações de ferro  no  perfil,  sendo  inclusive  observadas concreções  lateríticas  em meio  aos mesmos conforme Foto 3.1.5‐2. 

Foto  3.1.5‐2:  Vista  em  de  afloramento  de sedimentos  Pós‐Barreiras  na  AID,  expondo sua  coloração  avermelhada  e  características arenosas ‐ cascalhentas. 

 

Os  sedimentos  da  Formação  Barreiras ocorrem  em  toda  a  AID  com  exposição diretamente sob as camadas de Pós‐Barreiras nas  porções  mais  elevadas  do  terreno,  ou 

ainda,  em  afloramentos no nível do  solo  sob camada  de  solo  superficial,  nas  porções menos elevadas do terreno.  

Em  linhas  gerais  ocorrem  arenitos  mal selecionados  de  grãos  angulosos  a  sub‐angulosos, associados à argilitos e siltitos. 

Os  arenitos  em  ocorrência  tem  coloração predominantemente  em  tons  de  cinza, podendo ocorrer camadas mais avermelhadas devido à influência de material ferruginoso. 

O conteúdo argiloso desta formação ocorre na área  em  linhas  gerais  sob  as  camadas arenosas,  marcando  granodecrescência  do topo  para  a  base  e,  predominam  colorações esbranquiçadas  a  avermelhadas,  sendo  esta segunda variável em decorrência da presença de ferro no perfil. 

Conforme  descrito  anteriormente  é  possível observar nos afloramentos de  sedimentos da Formação  Barreiras  na  AID  a  ocorrência  de acamamento  horizontal  nas  argilas  e estratificação  cruzada  em  areias,  ver  Foto 3.1.5‐3 abaixo. 

Foto  3.1.5‐3:  Vista  de  sedimentos  arenosos da Formação Barreiras, expostos na AID por meio  de  furo  de  sondagem  rasa mostrando coloração acizentada predominante na área. 

 

A  espessura  dos  sedimentos  dessa  formação na  AID  é  variável,  podendo  estar  restrita  a aproximadamente 1 metro ou alcançar valores superiores a 5m, de acordo com o observado em  campo  e  na  descrição  de  furos  de sondagens  executados  anteriormente  por parte do interessado.  

Assim  como  mencionado  anteriormente  a descrição da presença da Formação Pirabas na AID  em  linhas  gerais,  é  fundamentada  em 

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conhecimento  de  estudos  da  literatura específica e furos de sondagem de prospecção executados  previamente  na  área  pelo interessado,  porém,  durante  os levantamentos de campo foi possível observar a  ocorrência  de  um  único  afloramento  de rochas  calcáreas  dessa  formação,  ocorrendo no  leito  de  um  córrego  sem  nome  ali existente. 

Trata‐se  de  calcários  marinhos  datados  do Mioceno  Inferior  com  alto  teor  fossilífero,  a ser  futuramente  caracterizado  em  termos de taxonomia em item especifico deste relatório. 

As  observações  de  campo  deixam  claro  o grande  potencial  fossilífero  dos  calcários  da Formação  Pirabas  na  AID,  ver  Foto  3.1.5‐4 abaixo.  

Foto  3.1.5‐4:  Vista  de  rocha  calcárea  da Formação  Pirabas,  em  ocorrência  na  AID. Note‐se a presença de fragmentos fósseis. 

 

Geologia da Área Diretamente Afetada  ‐ ADA 

A  contextualização  da  geologia  do  local  a sofrer  intervenção,  ou  seja,  da  ADA,  retrata claramente a “monotonia”  representada pelo contexto  regional que  se  repete  para  as  três áreas de influência. 

A afirmativa anterior se baseia no fato de que a  geologia  da  ADA  é  espelho  do  que  já  foi descrito para a AII e AID, excetuando‐se pela total  ausência  de  afloramento  de  rochas  da Formação Pirabas, embora sejam estas o alvo principal  das  atividades  a  serem  licenciadas com a análise do presente EIA‐RIMA. 

3.1.6 Diagnóstico Paleontológico 

Este diagnóstico consiste na apresentação do material Paleontológico  (fósseis)  já  registrado 

para  as  rochas  de  formações  ocorrentes  na área do futuro empreendimento.  

Apesar de encontrarmos fósseis nas amostras de furo de sondagem, nesta etapa não houve retirada  e/ou  identificação  de  espécimes fossilíferos, visto que isso fará parte apenas da etapa de prospecção paleontológica. 

Entre  os  fósseis  documentados  nas  rochas carbonáticas  da  Formação  Pirabas  estão: Vertebrados,  Invertebrados,  Microfósseis  e Paleobotânica. 

Laudo 

Os  dados  obtidos,  aliados  às  informações constantes na  extensa  literatura  sobre o  rico conteúdo  fossilífero  da  Formação  Pirabas, tornam  imprescindível  a  realização  de projetos  de  prospecção  paleontológica  na área  a  ser  executado  o  empreendimento, antes do  início das atividades de  implantação do mesmo. Apesar da vasta documentação do conteúdo  fossilífero  da  formação,  novos grupos  de  organismos  continuam  a  ser recuperados  nesses  depósitos,  por  exemplo, nas minas de atividade da empresa Cimentos do  Brasil  S/A  (CIBRASA)  no  município  de Capanema,  preenchendo  lacunas  na  história evolutiva destes grupos. 

Os  fósseis  constituem um patrimônio natural importante  para  o  conhecimento  da  história da  vida  no  planeta,  sendo  por  isso  a  sua proteção  amparada  por  lei.  O empreendimento  a  ser  realizado  pelo  Grupo Votorantim no município de Primavera poderá viabilizar  o  resgate  de  valiosos  grupos  / espécies  para  a  ciência,  os  quais  poderiam permanecer  desconhecidos  sem  o  auxílio  da atividade mineradora na região. 

3.1.7 Geomorfologia  

Geomorfologia da ‐ AII 

A AII  engloba  a  bacia  do  rio  Primavera  onde são definidas duas unidades  geomorfológicas baseadas  na  homogeneidade  e  na  posição altimétrica das formas de relevo.  

A descrição das unidades de relevo presentes na AII – Planalto Rebaixado da Amazônia  (ou zona Bragantina) e Litoral de Rias  remetem a porções  de  terras  de  pouca  elevação topográfica,  à  qual  se  associam  baixas 

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declividades, mais acentuadas nas encostadas de colinas suaves observadas localmente. 

A  baixa  variação  entre  as  cotas  locais,  bem como  as  declividades  suaves,  permitem  a formação  de  formas  de  relevo  bastante discretas, não sendo comum a observação de elementos  de  relevo  muito  pronunciados como  vales  profundos  e  fechados  e/ou elevações abruptas e íngremes no terreno. Ao contrário,  ao  percorrer  a  AII  é  possível observar  um  terreno  predominantemente plano  com  porções  levemente  onduladas  a onduladas. Ver Foto 3.1.7‐1. 

Foto 3.1.7‐1: Vista parcial da AII mostrando a leve  ondulação  presente  em  porções localizadas do terreno. 

 

Esta suavidade no relevo se reflete no padrão de  drenagem  local,  ocorrendo  zonas alagadiças  ou  brejosas,  comumente  cobertas por  vegetação  rasteira  e  indivíduos  arbóreos característicos,  especialmente  Buritizeiros (Mauritia  flexuosa)  e,  leitos  de  rios  que surgem  na  paisagem  acompanhando independente  da  formação  de  vales rebaixados. 

Em  linhas  gerais, os  cursos d’água  existentes seguem um padrão meandrante, podendo ser observados  trechos  retilíneos,  devido  à monotonia  do  relevo  onde  as  águas  não encontram  grandes  obstáculos  para contornar. Ver Foto a seguir3.1.7‐2. 

 

 

 

 

 

Foto  3.1.7‐2:  Detalhe  da  foto  anterior, mostrando o padrão meandrante do  rio  e  a baixa  dissecação  vertical  existente. Note‐se, também,  a  presença  de  depósito  arenoso inconsolidado às margens do rio. 

 

A  elaboração  do  mapa  de  declividades regionais foi baseada nas classes definidas por Lepschi  (1991)  tendo  sido  apenas  adaptada uma  nova  classe  de  declividade  para  que  a divisão  final  permitisse  a  identificação  dos terrenos com declives acima de 30%, de modo a facilitar a visualização e analise com relação à Lei Federal 6.766/79. 

Desta  forma,  chegou‐se  a  sete  classes  de declive,  identificadas  pelas  letras  seqüenciais de “A” a “G” da seguinte maneira: 

Classe A: Declividades entre 0% e 6%; 

Classe B: Declividades entre 6% e 12%; 

Classe C: Declividades entre 12% e 20%; 

Classe D: Declividades entre 20% e 30%; 

Classe E: Declividades entre 30% e 50%; 

Classe F: Declividades entre 50% e 100% e, 

Classe G: Declividades superiores a 100%. 

Pela  analise  das  declividades  locais,  observa‐se  a  evidencia  de  um  comportamento  das declividades  em  termos  regionais  no  qual 80,44%  das  terras  apresentam  inclinações abaixo de 20%, ou seja, entre as Classes A e C, com  leve  predomínio  dos  declives  entre  6  e 12%  (Classe  B),  que  são  representados  em 30,84% do mapa. 

Declives  entre  20  e  30%  (Classe  D) representam 11,88% das  terras,  seguido pela Classe E, com 6,68% de freqüência. Inclinações 

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superiores  a  50%  são  apontadas  em  apenas 1%  das  terras  e  se  associam  a  barrancos  e bases  de  encosta,  especialmente  às margens de rios e estradas. Ver Figura 3.1.7‐1. 

Figura 3.1.7‐1: Gráfico de distribuição das Classes de Declive por área na AII. 

 

Área de Influência Direta ‐ AID 

Nesta  área  ocorrem  influências  no  relevo representadas  por  4  unidades  morfológicas pertencentes à Zona Bragantina, quais sejam: Planalto Costeiro, Planícies Estuárias, Planície de Maré e Sistema de Lagos. 

O  relevo  observado  na  AID  revela  a continuidade  do  observado  em  termos regionais com cotas altimétricas relativamente baixas  com  características  de  área  litorânea com influência de maré. 

As  baixas  elevações  do  terreno  na  AID  se refletem  nas  declividades,  que  apresentam predominantemente valores abaixo de 15%. 

Neste  contexto,  as  terras  da  AID correspondem  a  terrenos  planos  e suavemente  ondulados,  com  maiores elevações  ocorrendo  de  forma  localizada, caracterizadas  por  colinas  maiores  ou  ainda por pequenos morrotes isolados. 

O padrão de drenagem da AID é meandrante com corpos dendríticos a semi‐dendriticos. 

Em resposta às baixas elevações do terreno na AID  ainda  podem  ser  observados  vales bastante discretos, muito  abertos, ocorrendo ainda  pontos  onde  os  cursos  d’água  correm sobre áreas planas. 

Área Diretamente Afetada ‐ ADA 

A  análise  da  geomorfologia  em  termos regionais apresentada anteriormente, permite 

a  conclusão de que a área a  ser diretamente afetada  em  decorrência  da  implantação  do empreendimento  proposto  é  caracterizada pela  ocorrência  de  unidades  morfológicas pertencentes  a  Zona  Bragantina,  contendo principalmente  os  sistemas  de  lagos  com domínio  de  estruturas  planas  alagadas, principalmente por  eventos  chuvosos  e, pelo nível  freático  que  se  encontra  muito  raso localmente,  bem  como  pela  influência  de águas  salobras  provenientes  de  canais  de maré e pelos manguezais existentes.  

Em  vistoria  técnica  à  ADA,  foi  possível confirmar  tais  informações, destacando‐se  as baixas  declividades  locais  e  a  ausência  de grandes elevações no  terreno caracterizando, portanto terras de relevo suavizado, conforme Foto 3.1.7‐3. 

Foto 3.1.7‐3: Vista parcial da ADA mostrando o relevo aplainado. 

 

Assim  como  observado  para  a  AII  e  AID, descritas  anteriormente,  a  ADA  apresenta  a ocorrência de  corpos d’água  em meio plano, caracterizados  por  cursos  intermitentes  que fluem  em  meio  à  vegetação  local  ou  ainda régios  brejosas  com  acúmulo  de  água  em lagos  de  diferentes  dimensões,  em  linhas gerais  com  lamina  d’água  de  pequenas espessuras. 

Localmente  é  possível  observar  na  ADA maiores  elevações  no  terreno,  que  se correspondem colinas amplas com amplitudes não superiores a 10 metros. 

Associam‐se  às  porções  mais  elevadas  do terreno  na  ADA,  vales  abertos  drenados  ou não. 

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O  contexto  geológico  local  ainda  mereceu atenção  no  estudo  em  termos  de geomorfologia, devido ao  fato de que  sob as rochas  sedimentares  ocorrem  corpos calcáreos,  os  quais  por  sua  composição química  estão  sujeitos  à  dissolução  e formação  de  vazios  denominados  cavernas subterrâneas,  os  quais  em  existindo  podem gerar  formas  de  relevo  negativas,  chamadas dolinas. Porém, esse  tipo de  feição de  relevo não  foi  observado  na  ADA,  não  ocorrendo, portanto cavernas nem dolinas no local. 

Outro  fator  a  contribuir  com  a baixa  taxa de erosão  nas  camadas  superficiais  do  solo  e rochas  e,  conseqüentemente  no  grau  de dissecação vertical do  relevo,  corresponde às baixas declividades locais.  

Considerando  o  fato  de  que  as  declividades observadas em termos regionais representam quase  que  exclusivamente  terrenos  com inclinações  inferiores  a  30%,  as  classes  de declive utilizadas para a elaboração do mapa local foram definidas de modo a permitir uma visualização mais detalhada.  

Ressalta‐se  que  as  classes  de  declive  foram definidas  após  tentativas  de  representar graficamente  a ADA,  considerando  o  fato  de que  as  declividades  observadas  foram  quase que exclusivamente  inferiores a 12%, estando os  trechos  de  maior  declive  associados  às margens  dos  corpos  d´água  e  estradas,  bem como  a  trechos  de  encosta  das  colinas existentes. Ver figura 3.1.7‐2. 

Figura  3.1.7‐2:  Gráfico  de  distribuição  das Classes de Declive por área na ADA. 

 

Em termos de distribuição espacial das classes de  declive  notamos  uma  distribuição relativamente  uniforme  em  toda  a  área 

mapeada, sendo que s declives inferiores a 1% estão  associados  aos  cursos  d´água  e  em parte, a uma distorção causada pelo pequena escala do mapa  topográfico disponível para o trabalho. 

3.1.8 Pedologia 

Área de Influência Indireta ‐ AII 

Basicamente,  foram  levantados  4  (quatro) diferentes  tipos  de  solo  na  AII,  indicados abaixo do mais abundante ao mais raro: 

Neossolos (Areias Quartzosas); 

Latossolos Vermelho Amarelos; 

Gleissolos e, 

Argissolos Vermelho Amarelos. 

Área de Influência Direta ‐ AID 

Os solos presentes na AID seguiram a mesma tendência  apresentada  para  a AII  e,  também em  parte  para  a  ADA,  haja  vista  que  os contextos  geológico  e  geomorfológicos regionais  apresentam‐se  os  mesmos  nas  3 áreas de influência citadas. 

Neste contexto é possível afirmar que os solos presentes  na AID  correspondem  a  solos  com textura  predominantemente  arenosa, associados  a  subordinados  solos  argilosos. Estes  solos  têm  sua  gênese  definida  pela alteração  das  rochas  sedimentares  das Formações  Barreiras  e  Pós‐Barreiras  em ambientes com forte influência marinha ou de marés,  sendo  notável  a  componente  de redução química responsável por um acumulo de  ferro na  forma do processo de  laterização que pode ser observado por toda a região. 

Em  linhas  gerais  é  possível  afirmar  que  o ambiente  de  alteração  das  rochas  na  AID, permitiu localmente a formação de solos mais desenvolvidos,  caso dos  Latossolos Vermelho Amarelos,  bem  como  aqueles  mais  rasos, como  os Neossolos Quartzarênicos  formados diretamente  sobre os  sedimentos Barreiras e Pós  Barreiras,  ou  ainda  nas  margens  dos diversos corpos d’água presentes,  sejam com influência de maré ou não. 

Área Diretamente Afetada ‐ ADA 

De  acordo  com  o  contexto  regional apresentado  anteriormente  é possível prever 

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que  a  área  objeto  das  futuras  intervenções com a implantação da atividade mineira a que se  pretende  licenciar,  apresenta predominância  de  Neossolos  Quartzarenicos, associados à Latossolos e Gleissolos. 

Esta  informação  foi em parte  confirmada em campo, através dos  levantamentos  realizados por meio da execução de  furos de sondagem rasa  em  topossequências  que  atravessam  a ADA nas diversas direções. O  fato que diferiu do descrito anteriormente para a AID, consiste na ausência de perfis de latossolo na ADA. 

Essa  ausência  de  latossolos  revela  que  na ADA,  a  formação  dos  solos  não  permite  o desenvolvimento  de  horizontes  mais profundos,  como  um  B  latossolico  típico  o qual apresentaria espessuras métricas. 

Através da execução de furos de sondagem foi possível  a  observação  de  que  na ADA,  assim como  na  AID  predominam  os  Neossolos Quartzarênicos,  os  quais  se  mostraram distróficos,  muito  pouco  desenvolvidos  de coloração  acinzentada,  altamente intemperizados  e,  com  conteúdo  de  argila baixo. Ver Fotos 3.1.8‐1, 3.1.8‐2 e 3.1.8‐3. 

Foto  3.1.8‐1:  Detalhe  de  afloramento  de Neossolo Quartzarênico,  típico  da  região  de inserção do empreendimento. 

 

 

 

Foto  3.1.8‐2: Vista  de  outro  afloramento  de Neossolo  Quartzarênico  típico  da  região  de inserção do empreendimento. 

  Foto  3.1.8‐3:  Vista  de material  de Neossolo Quartzarenico,  retirado  por  meio  de tradagem, na ADA. 

  3.1.9 Geodinâmica 

As  características  geodinâmicas  de  uma determinada  área  estão  intimamente  ligadas com o  equilíbrio natural do  solo, ou  seja,  ao fato de o  solo estar ou não estável do ponto de vista dos processos de dinâmica superficial. 

A  estabilidade  no  solo  ocorre  quando  o mesmo  está  protegido  da  meteorização  de partículas  e/ou  de  deslizamentos  e movimentação de massa. 

Uma  área  instabilizada  torna‐se  mais susceptível  à  ocorrência  de  processos  de erosão, através do escoamento superficial das águas  e  de  escorregamentos,  deslizamentos ou  movimentação  de  massa,  induzidos  ou naturais. 

Os  diagnósticos  da  AII  e  AID  serão apresentados  em  conjunto,  sendo individualizado apenas aquele relativo à ADA. 

Horizonte A

Horizonte C

Pós-Barreiras

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Área de  Influência  Indireta – AII/Área de Influência Direta ‐ AID 

Na área estudada ocorrem terrenos de Muito Baixa  a Baixa  suscetibilidade  à  ocorrência  de processos erosivos. As suscetibilidades médias aparecem em aproximadamente 15% da área mapeada  enquanto  os  graus  mais  elevados somados abrangem cerca de 35% do terreno.  

Não  foram  observados  processos  erosivos ativos  muito  desenvolvidos  na  área,  tendo sido  restritos  os  casos  registrados  a  sulcos rasos  a  profundos  em  estradas  vicinais  não pavimentadas, ver Fotos 3.1.9‐1 e 3.1.9‐2. 

Foto  3.1.9‐1:  Vista  de  ocorrência  de  sulcos rasos  na  AID,  causados  por  escoamento superficial  concentrado  de  águas  pluviais sobre solo exposto em estrada vicinal 

 

Foto  3.1.9‐2:  Vista  de  ocorrência  de  sulcos mais  evoluídos  em  relação  à  foto  anterior, também  originado  por  escoamento superficial  concentrado  sobre  solo  exposto na AID. 

 

Determinadas  a  baixa  suscetibilidade  a processos  de  escorregamentos  na  AII  e  AID, bem  como  a  predominância  de  baixos  graus de riscos de ocorrência de processos erosivos é possível analisar que, em termos naturais, a 

possibilidade  do  surgimento  de  pontos  de assoreameto  é  também  reduzida,  haja  vista que não ocorreria aporte de material para os cursos  d’  água,  porém,  com  a  futura introdução de atividades de movimentação de terra com remoção de vegetação e exposição do  solo  em  decorrência  do  empreendimento proposto,  a  componente  antrópica  ganhará novo  peso,  alterando  este  quadro  para  Alto Grau  de  suscetibilidades  a  processos  de assoreamento. 

Área Diretamente Afetada ‐ ADA 

Com base na análise da matriz de  correlação elaborada  para  os  parâmetros  ambientas existentes  na  ADA,  ficou  claro  que  a suscetibilidade  a  processos  erosivos  é muito baixa  a  baixa  em  termos  gerais,  ocorrendo porções de terrenos associadas aos trechos de encosta mais declivosos e/ou taludes de corte e  barrancos  naturais  onde  os  riscos  são maiores,  porém  ainda  de  caráter  médio  ou moderado. Ver Foto 3.1.9‐3. 

Foto  3.1.9‐3:  Vista  de  área  de  plantio  com solo parcialmente exposto na ADA, sofrendo erosão  laminar  evidenciada  pelo  material desagregado  e  transportado  localmente pelas chuvas. 

 

3.1.10 Recursos Hídricos 

Neste  item será apresentada a caracterização física e hidrológica da bacia do Rio Primavera – AII  e  de  suas  sub‐bacias: Rio  do  Peixe, Rio Tabocal,  Rio  Aguiar,  Rio  Morcego  e  Rio Bacabal. 

Hidrologia 

Descrição da Fisiografia da Bacia Hidrográfica Local 

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Tabela 3.1.10‐1: Características da Bacia do Rio Primavera 

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS  TAMANHO

Área de Contribuição da Bacia  94,18 Km2

Perímetro da Bacia (P)  44,65 Km Cumprimento  de  todos  os  cursos d'água  106 Km

Comprimento Axial da Bacia * (L)  16,95 Km

Largura Média da Bacia  6,57 KmDiferença entre as Cotas Extremas da Bacia  60 m

* ‐ Comprimento do Rio medido do exutório, até  seu  ponto mais  remoto,  seguindo‐se  as grandes  curvas do  rio  (não  se  considerou os meandros). 

Grau de Impermeabilização da Bacia 

O grau de  impermeabilização da bacia do  rio Primavera  foi  determinado,  através  de imagens,  vistoria  em  campo  e  auxílio  de software.  Dos  94,18  Km2

,  aproximadamente, 2,2%  da  área  da  bacia  pode  ser  considerada como  urbana,  63%  formada  por  vegetação  e 31,4% por áreas cultivadas e solo exposto. Por esses  dados  pode‐se  concluir  que  o  grau  de impermeabilização  é  baixo  o  que  caracteriza uma  bacia  com  ótimas  condições  de permeabilidade. 

Declividade da Bacia 

De maneira geral a área do empreendimento apresenta  uma  declividade  baixa,  de  1  a  3% em direção aos talvegues. 

Altitude 

A  maior  altitude  apresentada  no  terreno, tomando como base a carta topográfica, é de 60 metros, no  topo de um morro, e a menor altitude,  ou  seja,  o  exutório  da  bacia  chega próximo  ao  nível  do  mar,  estimado  em  2 metros.  

Contudo,  embora  a  amplitude  altimétrica  da bacia seja de aproximadamente 58 metros, as áreas  com  altitudes  inferiores  a  10  metros constituem  cerca  de  70%  do  total,  estando localizadas  principalmente  junto  ao  leito  dos rios,  caracterizando  uma  bacia  de  baixa elevação. 

Ordem dos cursos d’água 

A  caracterização  quanto  à  ordem  dos principais  rios  da  bacia  do  rio  Primavera, podem ser visualizados na tabela a seguir: 

Tabela 3.1.10‐3: Ordem dos Rios 

RIO  ORDEM 

Rio Primavera  4° 

Rio do Peixe  3º 

Rio Tabocal  3º 

Rio Aguiar  3º 

Rio Morcego  2° 

Rio Bacabal  3º 

Foto 3.1.10‐1: Rio dos Peixes. 

Foto  3.1.10‐2:  Encontro  dos  rios  Tabocal  e Primavera. 

 

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Foto 3.1.10‐3: Rio Bacabal. 

 

Densidade de Drenagem 

A  densidade  de  drenagem  da  bacia  do  rio Primavera  (1,1  Km/Km2)  é  pequena, caracterizando  uma  velocidade  baixa  de escoamento superficial. 

Padrão de Drenagem 

A bacia do  rio Primavera, bem  como  as  suas sub‐bacias,  apresentam  padrão  de  drenagem dendrítico,  que  se  caracteriza  pela  forma arborescente,  não  possuindo  nenhuma orientação  predominante.  Quanto  a classificação  do  escoamento  da  bacia  do  rio Primavera,  o  mesmo  é  classificado  como exorréico, isto é, a bacia deságua diretamente no mar. 

Orientação da Bacia 

Analisando  as  sub‐bacias  que  compõem  a bacia  do  rio  Primavera,  verifica‐se  que  as bacias  da margem  direita  (Rio  do  Peixe,  Rio Tabocal,  Rio  Aguiar)  tem  suas  águas direcionadas  para  o Norte,  enquanto  que  as sub‐bacias da margem esquerda (Rio Morcego e  Rio  Bacabal),  tem  sua  orientação  voltadas para Leste. 

Caracterização do Sistema Hidrográfico e Regime  Hidrológico  das  Áreas  de Influência 

A  seguir  são  apresentadas  algumas características  hidrológicas  da  região, utilizadas  para  determinação  das  vazões  na bacia  do  rio  Primavera  bem  como  em  suas sub‐bacias. 

Precipitação Média de Longo Período = 2755,7 mm 

Evapotranspiração Potencial Anual = 1650 mm 

Microbacia do rio Morcego 

Essa  micro‐bacia  é  formada  pelo  tributário principal do  rio Morcego, que  corre de SW a NE,  e  se  estende  por  mais  de  3  km  de comprimento e 500 m de largura e possui uma área de 298 hectares. Sua vazão não depende das  estações  climáticas,  possuindo  água corrente o ano todo. 

Microbacia do rio Aguiar  

Os  dados  fluviométricos  desta  drenagem mostram que curso de água é perene, e suas vazões  oscilam  nos  períodos  de  chuva  e estiagem.  O  fator  importante  dessa drenagem,  próxima  à  fonte,  é  que  não  seca mesmo  durante  o  período  de  estiagem.  Ver Foto 3.1.10‐4. 

Foto 3.1.10‐4: Rio das Pedras ou Aguiar. 

 

Microbacia do Caco 

Essa  micro‐bacia  é  de  grande  porte  e  seu principal  tributário  é  o  rio  dos  Cacos,  que corre de SW a NE e depois E a W, até chegar aos campos de água de Igaçabão e finalmente se  juntar  ao  rio  de  Quatipuru.  A  área  da microbacia é de 1.314 hectares.  

Nas  áreas  das  nascentes  não  há  ocupação habitacional  e  nenhum  tipo  de  plantação  de consumo comercial. 

Caracterização  da  pluviosidade  e  a evapotranspiração da área de influência. 

Pluviosidade 

A  região  é  caracterizada  pelos  altos  índices pluviométricos  na  estação  chuvosa  e  uma estação seca, de agosto a dezembro.  

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Evapotranspiração 

A  região  de  Primavera  possui  para Evapotranspiração Potencial uma perda entre 1600,1  e  1650,0 mm  ao  ano.  Enquanto  que para  Evapotranspiração  Real,  a  perda  fica entre 1300,1 e 1400 mm por ano. 

Balanço Hídrico 

A região de primavera possui um escoamento ou excedente hídrico anual de 1.105,7 mm.  

Verifica‐se  que  de  agosto  a  dezembro  de 2010, há um déficit hídrico de 480 mm, sendo 

mais  acentuado  nos  meses  de  Setembro, Outubro e Novembro. Lembrando que esta é a estação tida como seca. 

Qualidade dos corpos d’água 

Visando  a  avaliação  da  qualidade  das  águas dos cursos d’água e aqüíferos que drenam as áreas  de  influência  do  empreendimento, determinou‐se  8  pontos  de  coletas  de  águas superficiais  e  4  pontos  de  coleta  de  água subterrânea  de  modo  que  contemplasse  a ADA  e  AID  do  empreendimento,  conforme figura abaixo.  

Figura 3.1.10‐1: Pontos de amostragem de água 

 

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Dos pontos coletados, nota‐se que os pontos 1,  2,  3  e  6  estão  na  faixa  que  não  sofre influência da água salobra já os pontos 4, 5 e 7 estão sob influência da mesma. 

Classificação dos corpos d’água quanto à classe e Enquadramento 

De acordo com a Resolução CONAMA nº 357 de  17  de  março  de  2005,  define‐se enquadramento  como  o  estabelecimento  da meta  ou  objetivo  de  qualidade  da  água (classe) a ser, obrigatoriamente, alcançado ou mantido  em  um  segmento  de  corpo  d'água, de  acordo  com  os  usos  preponderantes pretendidos  ao  longo  do  tempo.  Porém  o estado  do  Pará  ainda  não  possui  o enquadramento  dos  corpos  d’água,  partindo deste princípio  convencionou‐se  adotar, para as  águas  dos  rios  que  não  possuem classificação  quanto  ao  enquadramento,  a classe 2. 

Caracterização Hidroquímica das Águas 

O laboratório CORPLAB SERVIÇOS ANALÍTICOS AMBIENTAIS  LTDA,  realizou  as  coletas no dia 22/09/2010,  ressaltando‐se  que  as  coletas seguiram  os  procedimentos  de  coleta  e conservação  de  acordo  com  as  normas aplicáveis,  sendo  o  laboratório  certificado através da NBR ISO/IEC 17025. 

A  caracterização  da  qualidade  das  águas superficiais,  seguiram  os  padrões  de referência  estabelecidos  na  Resolução CONAMA  357,  de  17  de  março  de  2005, padrões  para  classe  2  Art  15,  e  art.  21  para águas  salobras.  Salienta‐se  que  dos  8  (oito) pontos  coletados  apenas  1  (um)  se  deu  em água salobra.  

O ponto número 7 foi diagnosticado como de água  salobra,  assim  os  parâmetros  foram comparados  com o  art. 21 do CONAMA 357. Para  este  ponto  ultrapassaram  os  limites permitidos  os  parâmetros:  Ferro  dissolvido (Fe)  e  Zinco  (Zn),  o  oxigênio  dissolvido  não alcançou o mínimo estabelecido. 

PH – Potencial Hidrogeniônico 

Dos  8  pontos  amostrados  apresentaram  pH abaixo dos limites estabelecidos os pontos 1 e 5, nascente do rio Aguiar e rio Tabocal.  

Resíduos Sólidos Objetáveis 

Este  parâmetro  foi  detectado  em  4  pontos amostrados,  pontos  2  (Próximo  a  fábrica),  4 (rio  Primavera),  5  (rio  Tabocal)  e  8  (rio Primavera),  sendo  que  o  CONAMA  357 estabelece ausência.  

Ferro Dissolvido 

Nas  águas  superficiais,  o  nível  de  ferro  pode ser  explicado  pela  composição  mineralógica dos  solos,  tendo  em  vista  que  estes,  em estações chuvosas, são carreados para o  leito dos  rios aliados a ocorrência de processos de erosão das margens. 

Contudo,  foram  detectados  ferro  dissolvido acima dos limites estabelecidos nos pontos 02 (rio Aguiar), 03  (rio Morcego), 04  (Primavera) e 08 (Primavera).  

Cianeto Livre 

Foi  diagnosticada  uma  pequena  quantidade de cianeto  livre no ponto  localizado no ponto 8,  junto  ao  rio Primavera. O  cianeto  é muito usado  no  processo  de  lixiviação  do  ouro,  na produção  de  fibras  sintéticas  e  borrachas, indústrias  de  galvanização,  compostos farmacêuticos.  Também  são  encontrados  em efluentes  de  produção  e  processamento  de alimentos,  originado  de  glicosídios cianogênicos  presentes  em  vários  vegetais  e frutos,  como  mandioca,  sorgo,  amêndoas, pêssegos, cerejas e bambu. Ressalta‐se que na região a produção de mandioca nas beiras dos rios é bastante comum. 

IQA – Índice de Qualidade de Água 

Neste  item serão demonstrados os  índices de qualidade de águas para os pontos de  coleta de  água  superficial  nas  áreas  do empreendimento.  A metodologia  empregada é  a  mesma  adota  pela  CETESB  desde  1975 com  vistas  a  servir  de  informação  básica  de qualidade  de  água  para  o  público  em  geral. Incorpora  nove  variáveis  consideradas relevantes para  a  avaliação da qualidade das águas:  Coliformes  Fecais,  pH,  Demanda Bioquímica  de  Oxigênio,  Nitrogênio  Total, Fósforo Total, Temperatura, Turbidez, Resíduo Total e Oxigênio Dissolvido. 

A qualidade dos corpos d’água de acordo com a  metodologia  adota  pela  CETESB,  mostrou que  os  mesmos  possuem  suas  águas 

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classificadas como “BOA” em todos os pontos. Ressalta‐se  que  esta  metodologia  reflete principalmente  a  contaminação  dos  corpos hídricos  ocasionada  pelo  lançamento  de esgotos  domésticos  visando  o  tratamento para abastecimento público. 

Caracterização  Hidroquímica  das  Águas Subterrâneas 

A  caracterização  hidroquímica  das  águas subterrâneas  foi  feita  baseado  nas  análises coletadas  de  4  (quatro)  pontos  inseridos  na AID  e  ADA  do  empreendimento.  Os parâmetros  analisados  foram  comparados com a Portaria 518 de 24 de março de 2004 do Ministério da Saúde. 

Coliformes Totais 

Nos  quatro  poços  amostrados,  foram detectados  a  presença  de  Coliformes  Totais, que são bactérias gram‐negativos, aeróbios ou anaeróbios  facultativos,  não  formadores  de esporos,  e  que  estão  associadas  à decomposição de matéria orgânica em geral.  

Coliformes Fecais (termotolerantes) 

Este  parâmetro  foi  diagnosticado  apenas  no Poço Amazonas  (Cacimba) nº 01, as bactérias coliformes  Fecais  são  consideradas  os principais  indicadores  de  contaminação  por esgotos sanitários e são mais significativas do que  as  Coliformes  Totais,  pelo  fato  das bactérias  fecais  serem  restritas  ao  trato intestinal de animais de sangue quente. 

A  determinação  da  concentração  dos coliformes  assume  importância  como parâmetro  indicador  da  possibilidade  da existência  de  microorganismos  patogênicos, responsáveis pela  transmissão de doenças de veiculação  hídrica,  tais  como  febre  tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar e cólera. 

PH – Potencial Hidrogeniônico 

Dos quatro poços amostrados  três estão com o  índice  pH  abaixo  do  mínimo  estabelecido pela portaria 518, Poços 01, 03 e 04, fato que pode  estar  relacionado  a  formação mineralógica do solo. 

Conclusões 

A  análise da qualidade das  águas  superficiais nos pontos amostrados  indica uma qualidade 

boa  em  relação  aos  parâmetros  avaliados, porém  é  verificado,  devido  a  baixa  altitude, que  os  rios  sofrem  salinização  devido  a influência  da  maré,  o  que  inviabiliza  a captação para consumo humano. 

As  águas  subterrâneas  amostradas demonstraram em todos os pontos a presença de  coliforme  totais,  além  de  que  no  poço número  01,  foi  detectado  coliforme  fecal.  O fato  pode  ser  explicado  devido  ao município de  Primavera  não  dispor  de  um  sistema  de tratamento  de  esgoto,  e  os  efluentes  serem descartados  em  fossas  negras.  Contudo recomenda‐se  que  as  águas  captadas  para consumo  humano  sejam  feitas  através  de poço  tubular  profundo  distantes  das  fossas negras,  devendo  estas  águas  serem periodicamente  monitoradas  através  de análises  físico,  químicas  e  bacteriológicas, além  de  serem  previamente  cloradas  para  o consumo. 

Uso das Águas Superficiais 

As  águas  superficiais  no  Município  de Primavera  são  utilizadas  pela  população, principalmente na lavagem de roupa, banho e de  carros.  Essas  águas  de  superfície  são também aproveitadas para dessedentação do gado nas fazendas circunvizinhas.  

A  água  superficial é  imprópria para  consumo humano, pois além de sofrerem salinização da água  do  mar  em  certos  trechos,  os lançamentos de esgoto são realizados através de  fossas  negras,  já  que  o  Município  de Primavera  não  é  provido  de  sistema  de tratamento de efluentes.  

Uso das Águas Subterrâneas 

O  uso  dominantemente  das  águas subterrâneas  no município  de  Primavera  é  o doméstico, pois não  temos  conhecimento de indústrias  no Município  de  Primavera.  Existe apenas uma pequena restrição quanto ao uso do aqüífero Pirabas, pois o mesmo apresenta uma dureza, cujo sabor é diferente dos poços das aluviões. 

Abastecimento de Água no Município de Primavera 

O  abastecimento  no município  se  dá  através de poços  tubulares e de  cacimba,  sendo que 

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na  sede  municipal  é  proveniente  de  três Baterias de poços tubulares do SAAE.  

Em  Primavera,  principalmente  na  sede municipal,  o  Serviço  Autônomo  de  Água  e Esgoto  ‐ SAAE e a prefeitura são responsáveis pela distribuição de água para a população. 

O  regime de bombeamento  inicia  às  3 horas da manhã e  termina às 21 horas, com vazões de 90 m³/h para o conjunto das três Baterias. 

Com  o  crescimento  da  população  houve necessidade  de  perfurarem‐se  poços tubulares,  com  finalidade  de  atender  a demanda  exigida  pela  população, principalmente,  nas  comunidades  mais distantes. 

3.1.11 Caracterização Hidrogeológica Local 

A  hidrogeologia  do  sistema  tem  o  seu contexto  representado  principalmente  por unidades  Cenozóicas,  estudadas  em afloramentos  naturais  e  através  de  perfís litoestratigráficos  de  poços  tubulares perfurados na área costeira. 

Fazem  parte  desse  contexto  as  unidades: Sedimentos Holocênicos, Barreiras e Pirabas. 

Sedimentos  Holocênicos  caracterizam aqüíferos  de  natureza  livre  e  descontínuos, constituídos  de  argila  cinza‐esbranquiçada, areia  e  cascalho  inconsolidados.  Em  geral apresentam  boa  porosidade  e permeabilidade, devido o  caráter  arenoso de sua estrutura.  

A  unidade  Barreiras  consiste  em  sedimentos areno‐argilosos,  inconsolidados. Nas áreas de influência  do  futuro  empreendimento ocorrem  a  profundidades  entre  2,0  e  18,0 metros, São aqüíferos de natureza livre, semi‐livre  a  confinado,  pelas  camadas  de  solo  e argila variegada,  com espessuras variando de até 2,0 a 6,0 metros.  

Devido a  sua constituição argilosa e aliadas a sua  pouca  espessura,  não  se  constituem aqüíferos para grandes demandas de água em toda  a  sua  extensão.  Estas  unidades constituem  os  sistemas  aqüíferos  mais explorados  nas  áreas  de  influência  do empreendimento proposto. 

A  unidade  Pirabas  aflora,  principalmente,  no litoral  Nordeste  do  Estado  do  Pará,  em 

especial na Ilha de Fortaleza, e nos Municípios de São João de Pirabas, Salinópolis, Capanema e  Quatipuru.  Em  Primavera  as  rochas  desta unidade  podem  ser  encontradas  a aproximadamente  5,0  a  18,0  metros  de profundidade,  atingindo  o  topo  do embasamento  a  profundidades  de  60,0 metros,  conforme  se  observou  nos  furos  de sondagens.  O  aqüífero  Pirabas,  de  natureza cárstica,  é  o  mais  complexo,  apresentando potencialidades  hidrogeológicas  baixa  a média. 

Caracterização  da  piezometria  dos aqüíferos  e  sua  rede  de monitoramento na  área  de  influência  direta  do empreendimento 

Para um melhor entendimento das condições hidrogeológicas  da  área  do  Município  de Primavera,  foi  realizado  o  levantamento  dos poços  tubulares  e  cacimba  (também denominado  poços  amazonas),  levando  em conta  os  parâmetros  de  construção  dos mesmos. Os poços cacimba apresentam níveis estáticos  rasos  (entre  2,0  a  4,0  metros), enquanto  os  tubulares  mais  profundos chegam a 13,0 metros de profundidade.  

Os  poços  do  tipo  cacimba  e  ponteira exploram,  geralmente,  zonas  aqüíferas  dos terraços  alúvio‐coluvionares,  com profundidades  variando  entre  6,0  e  12,0 metros,  respectivamente.  Já  os  poços tubulares  rasos,  explotando  zonas  aqüíferas dos  sedimentos  Barreiras,  apresentam profundidades predominantes entre 12,0‐18,0 metros. O nível estático medido na época do cadastro  variava  de  3,0‐8,0  metros,  com  o valor médio de 5,0 metros. 

Ressalta‐se  que  a  maioria  dos  poços construídos  nos  Municípios  de  Castanhal, Salinópolis  e  áreas  circunvizinhas  atingiram profundidades de 60,0‐130,0 metros e vazões na ordem de 10 a 80 m3/h.  

Proposta  de  uso  dos  recursos  hídricos superficiais  e  subterrâneos  e interferências  nos  recursos  hídricos existentes 

Fase de Implantação 

A  demanda  de  água  durante  o  período  de Implantação  do  Projeto  inicia  com  a  fase  de 

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mobilização  de  canteiro,  prevendo‐se  um consumo de 100 m³/dia. A água será utilizada tanto  para  atender  a  demanda  das  obras  de engenharia  como  do  uso  doméstico (escritórios,  banheiros,  salas  de manutenção de  equipamentos,  entre  outros).  Para  o consumo  humano  deverá  ser  adquirida  água mineral.  O  teste  de  bombeamento  realizado em  poço  perto  da  fábrica  mostrou disponibilidade  para  atendimento  desta demanda  inicial  sem  comprometimento  do aqüífero. 

Fase de Operação 

Na  fase  de  operação,  está  previsto  um consumo  médio  de  água  no  processo industrial  de  30  m³/h,  e  uso  doméstico (potável) de 35 m³/dia.  

A  alternativa  para  suprir  o  deficit  de disponibilidade  de  águas  superficiais,  é  a execução  de  poços  tubulares  nas proximidades da futura fábrica.  

O  estudo  hidrogeológico  realizado  pela empresa  Hidroplan  no  local,  mostrou  que existe  disponibilidade  hídrica  no  local  sem comprometimento  do  aqüífero  devendo  ser feito  uma  bateria  de  poços  para  suprir  a demanda. 

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Para  o meio  biótico  apresentado  neste  item, foram  caracterizados  os  seguintes  aspectos: Ecossistemas  Terrestres  e  Ecossistemas Aquáticos,  com  especial  atenção  para  a vegetação e fauna (mamíferos, aves, répteis e anfíbios). 

4.1. Ecossistemas Terrestres 

4.1.1 Vegetação 

Introdução 

A  área  do  empreendimento  localiza‐se  na bacia do  rio Primavera, que por  sua  vez está inserida  na  região  Bragantina,  situada  no nordeste  do  estado  do  Pará,  Bioma Amazônico, onde originalmente predominava a  Floresta Ombrófila,  em  ambientes de  terra firme, e Florestas Aluviais em áreas úmidas e inundáveis. 

Historicamente  a  ocupação  desordenada acelerou  a  transformação de  vastas  áreas da floresta  de  terra  firme,  inicialmente  com  a comercialização  de  madeiras  de  alto  valor comercial  e  posteriormente  para  conciliar projetos  de  uso  da  terra  como  pecuária  e agricultura,  aparentemente,  sem  muito sucesso. 

Objetivos 

Caracterizar a vegetação nativa e as formas de uso dos solos nas Áreas de  Influência Direta  ‐ AID  e  Diretamente  Afetada  –  ADA  da  futura Fábrica  de  Cimentos  Votorantin,  que  se pretende instalar em Primavera, Pará.  

Indicar  medidas  minimizadoras  e/ou compensatórias  para  reduzir  o  efeito  dos impactos ambientais sobre a vegetação. 

Procedimentos 

Área Diretamente Afetada – ADA 

Para  os  estudos  do  meio  biótico  foi considerado como Área Diretamente Afetada  

 

 

 

 

 

– ADA, a área das minas de calcário, de jazidas de  argila  e da planta  industrial da  fábrica de cimento. 

Área de Influência Direta – AID 

Considerou‐se como Área de Influência Direta – AID as sub‐bacias dos rios Bacabal, Morcego, Aguiar, Tabocal e Peixes desde suas cabeceiras mais  altas,  até  a  confluência  dos  rios Primavera e Peixes. 

Área de Influência Indireta – AII 

A Área de Influência Indireta – AII corresponde aos  territórios  dos municípios  de  Primavera, Quatipuru, Salinópolis e Capanema. 

Para  efetivar  o  diagnóstico  da  vegetação foram planejadas duas campanhas de campo. A primeira para  identificar e mapear todas as fitofisionomias existentes e o uso dos solos, e a  segunda,  após  seleção  das  mais representativas  unidades,  fazer  amostragens quantitativas. 

Todo  trabalho  foi  desenvolvido  em  duas etapas,  escritório  e  campo,  de  forma  que  se obtenha  o  maior  número  possível  de informações. 

Resultados  

Após  verificação  dos  diferentes  padrões  da vegetação  nativa  e  investigação  no  interior das  unidades  de  mapeamento  (itens observados:  presença  de  espécies  típicas, estrutura  da  formação,  características  e fatores  como  umidade  do  solo,  presença  de lianas e palmeiras e sinais de anomalias como troncos  cortados,  resto  de  madeiras  e palmeiras  cortadas)  e  de  usos  dos  solos,  na Área  Diretamente  e  na  Área  de  Influência Direta,  do  empreendimento,  ficou caracterizada  que  a  Região  Fitoecológica estudada é a Floresta Ombrófila Densa. 

De uma forma geral, as unidades de vegetação mapeadas encontram‐se muito alteradas, não foi  encontrada  nenhuma  área  íntegra  e  os remanescentes e fragmentos visitados contêm muitas  clareiras  e  trilhas  decorrentes  de exploração do material lenhoso. 

CARACTERÍSTICAS DO MEIO BIÓTICO4 

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Pelas  características  próprias  foram identificadas  e  espacializadas  as  seguintes fitofisionomias:  Floresta  Ombrófila  Densa Aluvial  (ao  longo  dos  flúvios),  Floresta Ombrófila Densa de  Terras Baixas  (em  terras firmes),  Formações  Pioneiras  (Mangues, Campos  marinhos,  Palmeiral)  e  Áreas Antropizadas  (Vegetação  Secundária: Capoeiras Altas e Capoeiras Baixas; Pastagem e Agricultura de subsistência) a Tabela 4.1.1‐1, apresenta  o  resumo  das  áreas  ocupadas  por cada uma destas unidades de vegetação. 

Tabela 4.1.1‐1. Áreas de Vegetação e Usos do Solo 

Símbolo  Fitofisionomias  Área total (ha) 

Db Floresta Ombrófila Densa  de  Terras Baixas 

100,40 

Da Floresta Ombrófila Densa Aluvial 

5,89 

Da+Db 

Floresta Ombrófila Densa  Aluvial+ Floresta Ombrófila Densa  de  Terras Baixas 

246,34 

M  Manguezal  1.620,83 

Cs  Campos Salinos  233,50 

Vs 

Vegetação Secundária (Capoeiras  Altas  e Baixas)  

2.259,98 

Vs+Da 

Vegetação Secundária +Floresta Ombrófila  Densa Aluvial  

365,24 

Vs+Af 

Vegetação Secundária  + Agricultura Familiar 

2.527,70 

P  Pastagem  1.841,45 

Af Agricultura Familiar 

199,49 

Au Área  Urbana  de Primavera 

189,76 

  ÁREA TOTAL  9.590,63 

Fonte: CEMA, 2010. 

A  seguir  são  apresentados  relatos  dessas fitofisionomias  como  também  ilustrações  e comentários sobre a situação atual.  

Região  Fitoecológica  da  Floresta Ombrófila 

A vegetação do Brasil, compreendida na Zona Neotropical,  pode  ser  dividida,  segundo  o aspecto  geográfico  em  dois  grandes territórios: o amazônico e o extra‐amazônico. No  território Amazônico, o  sistema ecológico vegetal  responde a um clima de  temperatura média  em  torno  de  25ºC  e  de  chuvas torrenciais  bem  distribuídas  durante  o  ano, sem  déficit  hídrico  mensal  no  balanço ombrotérmico anual. 

Nessa  região com clima ombrotérmico e  sem um  período  biologicamente  seco  durante  o ano, com mais de 2.300mm de chuvas anuais, ocorre  uma  das  maiores  biodiversidades  do planeta. 

Na área em estudo, as composições florísticas e estrutura das distintas  fitofisionomias estão mais  ligadas  às  variações  edáficas,  do  que variações  altitudinais.  Dentro  dessa  Região foram  encontradas  as  seguintes Fitofisonomias: 

Floresta Ombrófila Densa Aluvial  

De  modo  geral,  trata‐se  de  uma  formação ribeirinha  que  ocupa  as  planícies  inundadas, periodicamente  inundáveis  como  também  os antigos terraços quaternários. 

Em  alguns  locais  formam  dossel  emergente uniforme com árvores com mais de 35 metros de  altura  com  Taperebá,  Envira,  Andiroba  e Pente‐de‐macaco.  A  área  em  estudo  esta associada à diversas espécies de palmeiras na submata  como  também,  lianas  lenhosas  e herbáceas. 

Em  geral,  esta  formação  circunda  a  Floresta Ombrófila  Densa  Aluvial  das  áreas permanentemente  inundadas,  conhecida regionalmente  como  “mata  de  igapó”.  Em campo é possível diferenciar essas fisionomias tanto  pelo  nível  de  encharcamento  de  solo, como pela  seleção de um número menor de espécies  adaptadas,  com  destaque  pela ocorrência de anani, sumaúma e as palmeiras açaí, inajá, e buriti. 

Na  área  em  estudo  ocorrem  poucos remanescentes  dessa  formação.  O  melhor remanescente  em  termos  de  conservação  e características  próprias  da  formação (0º58’33,9S  e  47º07’07,5”W),  foi  observado próximo  ao  terreno  da  futura  fábrica  de 

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cimentos.  Na  amostragem  dessa  área verificou‐se  a  presença  de  espécies  comuns dessa  formação  como:  Ucuuba,  Umiri, Abiurana,  Taxi,  Mangirana,  Mandioqueiro, Goiabinha‐da‐mata, entre outras. A fisionomia florestal, com árvores adultas com mais de 35 metros de altura, dossel  fechado, sub‐bosque uniforme,  raízes  tabulares  e  solo  encharcado proporcionaram  a  caracterização  da mata  de várzea. Em seu interior, diversos testemunhos de troncos cortados, clareiras devido ao corte seletivo  e  restos  de  madeira  cortada  por moto‐serra.  Destaca‐se  a  ausência  de indivíduos de valor comercial. 

Foto  4.1.1‐1:  Sapopemas  de  ucuúba  (Virola surinamensis). 

Foto 4.1.1‐2: Exploração de madeira. 

Floresta  Ombrófila  Densa  das  Terras Baixas 

A  Formação  Ombrófila  Densa  das  Terras Baixas  ocupa  a  faixa  marginal,  a  partir  da “mata  de  várzea”,  em  terrenos mais  secos  e com maior altitude do que esta. 

É  caracterizada  pela  exuberância  da  sua cobertura vegetal, com predomínio de árvores de  grande  porte,  grande  quantidade  de 

biomassa  na  serapilheira,  grande  número  de espécies epífitas. 

Os  fragmentos encontrados estão  totalmente descaracterizados,  tanto  em  composição, como em estrutura. 

Grande parte dessas áreas está ocupada pela agricultura de  subsistência. Nas propriedades maiores,  o  desmatamento  para  formação  de pastagens também abriu muitas áreas. 

Foram  encontrados  nesses  fragmentos “indivíduos  testemunho”  que  caracterizam essa  floresta,  como  abiorana‐cutite,  pequiá, quinarana,  sorva,  acapu,  andiroba,  bacuri, caju‐açu,  e  ajudaram  na  identificação  dessa fisionomia. 

Foto  4.1.1‐3:  Fragmento  da  Floresta  Ombrófila Densa de Terra Baixa.  

Formações Pioneiras 

Formação Pioneira Arbórea 

Na área de Influência Indireta – AID, devido ao balanceamento de maré  do oceano  sobre os rios Primavera e Peixe, ocorre um ecossistema costeiro,  de  transição  entre  os  ambientes terrestres  e  marinhos,  denominado “manguezal”.  Em  virtude do  solo  salino  e da deficiência  de  oxigênio,  nos  manguezais predominam  os  vegetais  halófilos  (que suportam  solos  salgados),  especialmente mangue  (Rhizophora  mangle),  adaptado  e composto por  longas  raízes  respiratórias que permitem  a  sustentação  das  árvores  no  solo lodoso.  Entre  os  indivíduos  de  mangue, ocorrem  alguns  de  aturis  (Drepanocarpus luna‐tus).  Em  seu  entorno  ocorrem  buriti (Mauritia flexuosa) e o açaí (Euterpe oleracea), que  se  comportam  como  pioneiras  e indicadoras  da  transição  do  mangue  para  a 

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vegetação das áreas alagadas com água doce (influência fluvial). 

Foto  4.1.1‐4: Manguezal  ocupando  as margens do rio Primavera. Maré alta. 

Palmeiral  

Os palmeirais ocorrem em todas as formações visitadas.  Em  áreas  alteradas  tornam‐se pioneiras, (0º 56’29,7”S e 47º 05’17,00”W).  

Nas  capoeiras  desenvolvem  populações chegando  a  formar  comunidades  próprias. Destacam‐se  as  espécies:  babaçu  (Orbygnia speciosa),  inajá  (Attalea  maripa),  buriti (Mauritia  flexuosa),  buritirana  ou  caranã‐de‐espinho  (Mauritiella  aculeata.),  muru‐muru (Astrocarium  murumuru),  tucumã (Astrocarium aculeatum), marajá  (Bactris sp.), pupunharana  (Duckeodendron  cestroides)  e principalmente o açaí (Euterpe oleraceae). 

Formação Pioneira Herbácea 

Nas  áreas  sobre  influência  fluviomarinha  do rio  Primavera,  ocorre  em  menor  escala,  os Campos  Salinos,  uma  formação  pioneira destituída  de  árvores  que  ocupa  as  planícies represadas  com  água  do mar  pelos  terraços dos  rios.  São  os  campos  ordinariamente povoados  por  gramíneas  adaptadas  ao ambiente  salobro  limnófitico,  especialmente por Spartina sp., além de outras herbáceas. 

 

 Foto 4.1.1‐5: Campo Salino, margem direita do rio Primavera.  

Áreas Antropizadas 

Vegetação Secundária (Capoeiras) 

O  surgimento  de  áreas  alteradas  está diretamente  relacionado  com  o  processo  de ocupação  humana  na  Amazônia.  Nessa conjuntura desordenada de uso dos  recursos naturais,  a  agricultura  familiar,  tem  papel significativo  no  processo  de  conversão  da cobertura  vegetal,  inserindo‐se predominantemente  em  parcelas  da paisagem  representadas  pela  vegetação secundária, que constituem as “capoeiras”. 

Segundo COSTA (2006, in MOREIRA, 2008), as capoeiras são componentes da paisagem rural de  grande  significado  na  Amazônia. Distinguem‐se  de  outras  formas  de  áreas alteradas  por  ação  antrópica,  por  se constituírem  estágios  de  regeneração espontânea da cobertura vegetal. 

Nesse contexto, estudos demonstram que na região  Bragantina,  após  120  anos  de colonização agrícola, existe menos de 15 % da cobertura  vegetal  original  e  as  capoeiras ocupam cerca de 53 % (VIEIRA, 1996).  

As Áreas Diretamente Afetadas e de Influência Direta do  empreendimento,  estão quase que totalmente antropizadas. A maior parte dessa área,  anteriormente  desmatada  e posteriormente  abandonada,  foi  recoberta por  Capoeiras,  que  cortadas  em  épocas diferentes  atualmente  possuem  idades  e etapas sucessionais diferentes.  

As  Capoeiras  mais  antigas  formam comunidades  arbóreas,  possuem  estrutura  e fisionomia  de  uma  Floresta  Secundária (Capoeira Alta), com espécies como morototó 

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(Didymopanax  morototoni),  Imbaubarana (Pouroma  sp.),  Cega‐machado  (Maprounea guianensis),  Grão‐de‐galo  (Guatteria poeppigiana), entre outras, (0º 54’04,4” S  47º 09’ 43,4” W). 

Foto  4.1.1‐6:  Aspectos  do  interior  da  Capoeira Alta. 

Pecuária 

A área de Pecuária na região pesquisada está recoberta por pastagens plantadas, sendo em sua maioria Brachiaria decumbens  (em  terras firmes  e  de  baixa  umidade)  e  Brachiaria humidicolia  (em  áreas  rebaixadas  e  sobre solos  hidromóorficos),  geralmente  as pastagens estão em propriedades de tamanho médio  e  estão  distribuídas  por  toda  área  de estudos  ocupando  significativo  espaço territorial. 

Agricultura de Subsistência ou Familiar 

Essa  atividade  é  a mais  importante  fonte da produção agrícola na região nordeste do Pará, principalmente  no  que  se  refere  à  produção de  alimentos  e  oferta  de  empregos  e ocupação  no  meio  rural.  Nesse  sentido,  os agricultores  da  região  se  caracterizam  por exercer  uma  diversidade  de  atividades fundamentais  para  complementar  seus rendimentos  e  suas  necessidades  de sobrevivência,  e  direcionam  as  decisões relativas  às  atividades  agrícolas prioritariamente  para  atender  as necessidades básicas e imediatas de consumo alimentar  da  família.  Assim,  a  produção destina‐se  à  subsistência  da  família  do agricultor,  que  se  alimenta  praticamente daquilo  que  planta,  deixando  em  segundo plano a questão da rentabilidade. 

Assim,  o  caboclo  tem  poucas  chances  para melhoria  de  suas  condições  de  vida,  porém, 

mantém  seus  hábitos  culturais  de modo  de vida  tradicional  em  relação  à  moradia, alimentação, lazer e relação com a natureza.  

O tipo de agricultura familiar mais encontrado na  área  de  estudo  é  a  agricultura  itinerante, sistema  primitivo  e  predominante  nos ecossistemas de  florestas  tropicais, em que o homem  derruba  a  floresta,  queimando‐a como  preparo  da  terra  para  cultivo  de subsistência, produzindo alimento durante 4 a 6 anos, depois abandona a área, quando essa se  torna  improdutiva,  seguindo continuamente  com  esse processo  em novos trechos da floresta. A área inicial abandonada, onde  se  estabeleceu  vegetação  secundária, após  cerca  de  vinte  anos,  poderá  ser novamente utilizada para o cultivo.  

A Pesca  

O  município  de  Primavera  destaca‐se  na região  Bragantina  como  um  produtor  de pescado,  atividade  que  envolve  um  número considerável  da  população  de  baixa  renda local,  desenvolvida  predominantemente  de forma  artesanal.  Coletam  principalmente camarão,  caranguejo  e  peixes  nos  rios  do município,  principalmente  no  rio  Primavera próximo  à  sua  foz  com  o  mar,  em comunidades  como  Japerica,  Muru‐Muru, Bacabal,  que  vive  essencialmente  destas atividades,  explorando  as  extensas  áreas  de mangues adjacentes ao rio e a zona estuarina.  

Uma parcela significativa das comunidades de pescadores  vive  em  condições  precárias  de moradia, saneamento e renda, o que não lhes permite  melhoria  das  condições  de  vida, embora a maioria tenha moradia própria, mas o  estilo  das  moradias  é  muito  rústico  à semelhança  das  residências  dos  agricultores familiares. 

Segundo Lourenço et al. (2003), a atividade da pesca  artesanal  no  Nordeste  Paraense caracteriza‐se  por  ser  desenvolvida  com regularidade  durante  o  ano  todo,  com  baixo percentual  de  população  de  pescadores, desenvolvem  a  atividade  de  forma descontínua. 

Os  métodos  empregados  pelos  pescadores artesanais  são variados,  sendo a prática mais comum  de  pesca  a  utilização  de  redes 

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(malhadeiras ou  tarrafas). A prática de pesca com  espinhel  ou  tiradeira  vem  em  segundo lugar, seguida da pesca em currais, com puçá, matapi  e  a  captura  de  caranguejos  e  outras espécies  dos  manguezais.  (Foto  5.3.1.1‐65, Foto 5.3.1.1‐66 e Foto 5.3.1.1‐67).  

A  pesca  de  curral  é  praticada  em  menor proporção,  comparativamente  aos  métodos analisados  anteriormente,  mas  assume  um papel  de  extrema  importância  para  os pescadores,  pois  em  determinados  períodos do  ano  garante  o  abastecimento  e  a  renda para muitas famílias. 

Os  currais  são  estruturados  com  peças  de madeira,  ligadas por cipós e  fixadas em áreas próximas  às  margens  que  permitem  o aprisionamento  das  espécies  para  posterior despesca por ocasião da baixa da maré. 

Os pescadores utilizam barcos, canoa a  remo ou  vela  para  a  execução  de  suas  pescarias. Quanto  ao  tempo  médio  de  duração  do esforço de pesca, predominam as pescarias de curta  duração  (até  24  horas),  que  incluem pequenas  embarcações  que  apresentam limitações  de  deslocamento  em  grandes distâncias e englobam as pescarias com anzol, tarrafas, e também, as despescas de curral. 

As  principais  espécies  capturadas  são  o bandeirado e a pescada gó, pescada, corvina, bagre e pratiqueira. 

Foto 4.1.1‐7: Porto de Pesca no encontro do rio dos Peixes e Primavera, em Japerica. 

Conclusões do Diagnóstico de Vegetação 

Nesta  etapa  de  campo,  com  visitas  às comunidades  e  o  interior  das  áreas  com vegetação  nativa,  pôde‐se  avaliar  a  situação atual do  tema estudado. Apesar da ocupação e  do  uso  desordenado,  a  vegetação  nativa 

ainda  mantém  parte  de  sua  estrutura  e fisionomia  preservadas,  nos  poucos  e  raros remanescentes  testemunhos,  principalmente nos  terrenos  distantes  das  vias  de  acesso.  A presença de espécies, o porte dos indivíduos e o  local de ocorrência, foram escenciais para a classficação e avaliação das fitofisionomias. 

Dentre  as  formações  naturais,  a  única  que mantém  suas  características  básicas  em melhores condições é o Manguezal. Como não é  interessante o uso desse solo e a ocupação desse espaço para moradias ou lazer devido à influência  de  maré,  a  vegetação  mantém‐se íntegra.  

4.1.2 Mastofauna 

O  Brasil  é  o  país  com maior  diversidade  de mamíferos do mundo (Costa et al., 2005). Em comparação  com  os  demais  biomas,  a Amazônia  é  o  que  apresenta  a  mastofauna mais  distinta,  embora  tenha  espécies  em comum com os outros biomas.  

Regionalmente, 15 espécies  são consideradas ameaçadas de extinção no Estado do Pará, por terem  sido  enquadradas  em  uma  das seguintes  categorias:  criticamente em perigo; em perigo; vulnerável, segundo os critérios da IUCN (Aleixo, 2006). 

Os  resultados  obtidos  nas  atividades  de campo registraram pelo menos 35 espécies de mamíferos, pertencentes a 22 famílias de oito ordens,  sendo  quatro  espécies  da  Ordem Didelphimorphia,  cinco  espécies  da  Ordem Xenarthra,  três  espécies  da Ordem  Primates, uma  espécie  da  Ordem  Lagomorpha,  nove espécies da Ordem Chiroptera, cinco espécies da Ordem Carnivora, uma  espécie  da Ordem Artiodactyla  e  sete  espécies  da  Ordem Rodentia. 

Pequenos Mamíferos Não Voadores 

Dezessete  indivíduos  de  cinco  espécies  de pequenos  mamíferos  não  voadores  foram capturados  com  o  uso  de  armadilhas  de captura  viva.  Dessas,  três  espécies  de marsupiais  (Marmosa  murina,  Micoureus demerarae  e  Philander  opossum)  e  duas  de roedores de duas  famílias distintas: Oecomys cf.  paricola,  um  cricetídeo  e  Proechimys  cf. roberti, um equimídeo. 

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Foto 4.1.2‐1: Um marsupial, Marmosa murina (A), capturado  em  armadilha  Sherman  na  área  em estudo. 

Mamíferos Voadores 

Cinquenta  e  quatro  indivíduos  de  nove espécies de morcegos  foram  capturados  com o  uso  de  redes  de  neblina.  Dessas,  uma espécie  pertence  à  Família  Emballonuridae (Saccopteryx  cf.  leptura),  sete  espécies  da Família  Phyllostomidae  (Artibeus  cf  cinereus, Carollia  perpicillata,  Carollia  sp.,  Platyrrhinus helleri,  Rhinophylla  fischerae,  Uroderma  cf. bilobatum  e  Vampyressa  bidens)  e  uma espécie  é  da  Família  Vespertilionidae (Eptesicus sp.). 

Mamíferos de médio e grande porte 

Dezenove espécies de mamíferos de médio e grande  porte  foram  registradas  para  a  área em estudo. Destas, quatro espécies (Saimiri cf. sciureus, Saguinus cf. niger, Cerdocyons thous e  Guerlinguetus  cf.  aestuans)  foram registradas por  avistamento  (Foto 5.3.1.2‐10) e  duas  por  observação  indireta,  através  do registro  de  pegada  (Leopardus  pardalis  e Nasua nasua). 

 

Foto 4.1.2‐2: Um marsupial, Marmosa murina (A), capturado  em  armadilha  Sherman  na  área  em estudo. 

Dentre  as  espécies  registradas  na  região, apenas  o  tamanduá‐bandeira  é  considerado como  tendo  o  estado  de  conservação vulnerável (Chiarello et al., 2008). 

4.1.3 Herpetofauna 

Durante  a  primeira  campanha  de  campo, realizada  no  mês  de  outubro  de  2010 (hidroperíodo de  seca)  foram  registrados 131 exemplares  da  fauna  herpetológica,  destes, 105  espécimes  pertencem  ao  grupo  dos anfíbios (sapos, rãs, pererecas e salamandras) e  26  espécimes  pertencem  ao  grupo  dos répteis (lagartos) (Figura 4.1.3‐1). 

Figura  4.1.3‐1:  Número  de  registros  de anfíbios  e  répteis  amostrados  na  primeira campanha do Hidroperíodo de seca nas Áreas de Influência do empreendimento. 

 

O  total  de  30  espécies,  sendo  21  espécies pertence ao grupo dos anfíbios, representado por  duas  ordens  seis  famílias  e  dois  gêneros (Figura 4.1.3‐2), e nove espécies para o grupo dos  répteis,  representadas  por  uma  ordem, 

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uma  subordem  e  sete  famílias  foi  registrado na primeira campanha. 

Figura  4.1.3‐2:  Número  de  registros  de anfíbios  por  família  amostrada  na  primeira campanha  do  (Hidroperíodo  de  seca)  nas Áreas de Influência do empreendimento 

 

A riqueza de espécies de anfíbios registrada na área  pode  ser  considerada  extremamente baixa em  comparação  com outras  regiões da Amazônia  ou mesmo  com  outras  localidades no  estado  do  Pará.  A  mesma  constatação pode  ser  feita  com  relação aos  répteis, onde localidades  na Amazônia  apresentam  riqueza superior  a  80  espécies  (BERNARDE  &  ABE, 2006; MACEDO et al., 2007; ZIMMERMANN & RODRIGUES, 1993). A baixa riqueza registrada para os grupos deve‐se muito provavelmente ao  curto  tempo  de  amostragem  e  época  da realização da campanha (estação seca), sendo necessário  para  maior  conhecimento  das espécies e melhor entendimento dos impactos gerados,  refinando  assim  a  proposição  das medidas  mitigadoras  para  os  mesmos,  a realização de pelo menos mais uma campanha (preferencialmente na estação chuvosa). 

Abundância  relativa  das  espécies registradas 

Durante  o  diagnóstico,  para  o  grupo  de anfíbios  apenas  quatro  espécies  foram responsáveis  por  62%  dos  registros  (L. andreae,  R.  margaritifera,  S.  nebulosus  e  A. hahneli),  e  oito  espécies  contribuíram  com apenas  7%  dos  registros.  Tal  padrão  de abundâncias  pontuais  são,  no  entanto, 

irrelevantes devido ao baixo esforço e a baixa detectabilidades na seca.  

Nenhuma  das  espécies  de  anfíbios  ou  de répteis  registradas  durante  o  diagnóstico consta das  listas da  IUCN  (IUCN, 2008), CITES (CITES, 2008) ou da Lista Nacional das Espécies da  Fauna  Brasileira  Ameaçadas  de  Extinção (BRASIL,  2008).  No  entanto,  a  salamandra Bolitoglossa  paraensis  é  considerada vulnerável  à  extinção  na  lista  de  espécies ameaçadas  do  Pará,  que  conta  atualmente com  três  espécies  de  anfíbios  consideradas vulneráveis  (PRUDENTE  et  al.,  2006).  A presença  dessa  espécie  na  área  do empreendimento,  aliada  ao  fato  de  seu registro  em  apenas  um  ponto  amostrado, torna preocupante a utilização dos dados aqui apresentados  de  forma  definitiva  na elaboração do Estudo de Impacto Ambiental. 

Para  isso,  é  extremamente  necessária  a realização de  ao menos mais uma  campanha no  período  da  chuva,  de  forma  a complementar  a  amostragem  na  região, tornando possível a  indicação das áreas e/ou espécies  prioritárias  para  a  conservação  em atividades  subseqüentes,  como  o monitoramento.  

As  espécies  de  interesse  comercial  como jacarés,  tartarugas  e  tracajás  não  foram registradas  nas  áreas  amostradas.  Esses grupos  necessitam  de  metodologias específicas e um maior esforço amostral, mas sua  ocorrência  e  os  impactos  nas  mesmas devido à perda de hábitat e a caça  ilegal não pode ser descartada. 

Espécies Exóticas e Invasoras 

A  única  espécie  de  réptil  possivelmente exótica e de possível ocorrência para a área do empreendimento  é  a  lagartixa‐de‐parede Hemidactylus  mabouia,  registrada  em  áreas urbanas de Primavera e Capanema. A espécie ocorre  tanto  na  América  do  Sul  e  Antilhas como na África do Sul e em Madagascar, não se  sabendo  ao  certo  em  que  sentido  deu‐se sua dispersão, à época das constantes viagens de navios negreiros de um continente a outro (ÁVILA‐PIRES 1995). 

Embora,  a  espécie  de  calango‐verde Ameiva. ameiva  pertença  à  fauna  autóctone  (nativa), 

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raramente é encontrado em áreas de floresta pouco  perturbada  e  sua  ocorrência  na  área amostrada não deve ser descartada. Em áreas onde  existem  trilhas  e  clareiras  abertas,  ele pode‐se  tornar  abundante,  competindo  com espécies  nativas  de  hábitos  semelhantes.  O calango‐verde  pode  ser  considerado  como espécie  invasora  de  ambientes  florestados que venham a sofrer perturbações.  

Os  impactos  gerados  pelo  possível  avanço destas  espécies  em  populações  naturais  das áreas  de  estudo  devem  ser  evitados  e mantidos  sobre  controle  através  do monitoramento. 

4.1.4 Invertebrados  

O  trabalho de campo  foi desenvolvido em 03 pontos amostrais durante os dias 05 a 09 de outubro de 2010. Foram definidos na Área de Influência  Direta  (AID)  dois  (02)  pontos  de amostragem, e na Área Diretamente Afetada (ADA)  01  ponto  de  amostragem  na  área  do empreendimento (Tabela 4.1.4‐1). 

Tabela 4.1.4‐1 ‐ Pontos amostrados na área de estudo, município de Primavera, Pará/BR, 

em outubro de 2010. 

Número Área De Influência 

Descrição 

P2 FÁBRICA  AID  Floresta Ombrófila Aluvial 

P7 TABOCAL  AID  Floresta Ombrófila de terra baixa 

P3 MANGUE  ADA  Manguezal 

Análise dos grupos 

Hymenoptera  Linnaeus,  1758  –  São considerados  os  insetos  mais  evoluídos. Podem  ser  divididos  em  um  grupo  que compreende  as  espécies  nocivas, representadas  pelas  saúvas,  principalmente; pelas formigas quen‐quéns; pela abelha irapuá que  são  pragas  de  flores  de  citros;  pelas vespas  fitófagas;  pelas  espécies  cecidógenas (causadoras  de  galhas)  e  pelos  hiper parasitóides  e  outro  grupo  maior  que pertencem espécies úteis, como as abelhas; as polinizadoras;  as  vespas  predadoras  e  os micro  himenópteros  parasitóides,  que mantém  o  equilíbrio  ambiental,  pois  são 

poucas  as espécies que não  têm pelo menos um micro himenóptero como inimigo natural. 

Thysanoptera  Haliday,  1836  –  Alimentam‐se de seiva, existindo espécies que se alimentam de  esporos  de  fungos  e  células  de  algas; outros  formam  galhas  ou  cecídias.  Além  dos fitófagos que são a maioria, existem espécies predadoras  de  ácaros,  pulgões  e  cochonilhas ou mesmo outros tripes. Às vezes auxiliam na polinização  de  flores,  mas  na  maioria  das vezes  afetam  os  órgãos  reprodutivos causando esterilidade. 

Hemiptera  Linnaeus,  1758  –  Subordem Auchenorrhyncha  (cigarras,  cigarrinhas, jequitiranabóia). São fitófagos, sugam tanto as partes  aéreas  como  as  raízes  de  vegetais.  A postura  é  feita  sobre  folhas  e  ramos  ou  no interior  dos  tecidos  das  plantas.  Constituem um grupo de insetos largamente distribuído. 

Subordem  Heteroptera,  vulgarmente conhecidos  com  percevejos,  podem  ser fitófagos  ou  predadores,  aquáticos  ou terrestres.  As  espécies  fitófagas  realizam postura  sobre  as  folhas  e  a  providas  de ovipositor  colocam  seus  ovos endofiticamente. 

Acari  –  Constitui  um  dos  mais  abundantes grupos  da  Classe  Arachinida  com  30.000 espécies descritas e talvez um milhão ou mais a  serem  descobertas  (BRUSCA  &  BRUSCA 1990).  Sua presença está  relacionada  com as variações  sazonais,  principalmente  de umidade e temperatura, assim como a espécie vegetal predominante e o uso do solo (LOPES ASSAD 1997). 

Collembola  –  Embora  seja  menos  diverso  e numeroso  do  que  Acari,  sua  capacidade reprodutiva  parece  ser  bem  maior  e dependente  da  temperatura  e  umidade  do solo,  sendo  os  ovos, mais  resistentes  que  os adultos  às  adversidades  do  pedoclima, podendo  constituir  formas  de  sobrevivência. São  mais  freqüentes  em  áreas  de  floresta onde contribuem para a fragmentação fina da serapilheira (LOPES ASSAD l.c.). 

Grupos Bioindicadores 

Formicidae (Hymenoptera) ‐ Formigas 

Invertebrados  podem  ser  utilizados  como bioindicadores do grau de alteração ambiental 

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e  fornecer  informações  importantes  para conservação,  restauração,  monitoramento  e uso  sustentável  de  recursos  naturais (LEWINSOHN et al., 2005; FREITAS et al., 2001) quanto  em  fragmentos  florestais (VASCONCELOS,  1998;  LUTINSKI  e  GARCIA, 2005),  respondendo  a  diferenças  mais  sutis tanto  de  habitat  quanto  de  intensidade  de impacto (p. ex. OLIVER et al., 1998).  

As  formigas  são  freqüentemente  utilizadas para  estudos  sobre  diversidade  e comunidades,  por  ter  a  vantagem  de  serem organismos  dominantes  nos  ecossistemas, dadas a  sua dominância  tanto em  riqueza de espécies  quanto  em  número  de  indivíduos, além  de  relativa  facilidade  de  coleta  e  baixa mobilidade  das  populações  (FOWLER  et  al., 1991).    Inventários  de  espécies  de  formigas têm sido considerados como uma  importante ferramenta  em  estudos  de  conservação  da biodiversidade tropical (AGOSTI et al., 2000).  

O  conhecimento  sobre  essas  comunidades  é de  suma  importância  por  nos  fornecer  uma imagem  sobre  a  situação  transitória  ou permanente  do  ambiente  avaliado, enfatizando  sobre  sua  conservação  ou degradação, freqüentemente associada ao uso da  terra  pelo  homem  (NOSS,  1990; SPELLERBERG,  1993;  MCKENZIE,  1995); impactos  de  práticas  florestais  (YORK,  1994), sucesso  de  recuperação  ecológica  (MAJER  & KOCK,  1992),  comparação  de  diferentes ferramentas  de  manejo,  impacto  de perturbações  em  áreas  de  conservação, avaliação  da  diversidade  biológica  (MAJER, 1976; OLIVEIRA & BRANDÃO, 1991). 

No presente estudo foram obtidos os registros de 11 gêneros de Formicidae, distribuídos em 5    subfamílias.  Dentre  as  subfamílias amostradas,  as  mais  representativas  foram Myrmicinae  (735  ind.; 5 gêneros), seguido de Formicinae  (190  ind.;  2  gêneros), Dolichoderinae (75 ind.; 2 gêneros). Ponerinae (27  ind.;  1  gênero)  e  Pseudomyrmicinae  (4 ind.;  1  gênero)  foram  os  menos representativos. 

A  ordem  Coleóptera  constitui‐se  no  maior agrupamento  de  animais  que  conhecemos, pois  possuem  aproximadamente  358.000 espécies descritas e representam 40% do total 

de  insetos  (TRIPLEHORN &  JOHNSON,  2005). Esses indivíduos exercem diversas funções nas comunidades  arbóreas,  principalmente  nos diferentes  níveis  tróficos  que  atuam,  devido aos  seus múltiplos  hábitos  alimentares,  além de participar dos processos de decomposição da matéria orgânica e ciclagem de nutrientes, e  desempenharem  o  papel  de  polinizadores em  inúmeras  espécies  vegetais  (ENDRESS 1994;  ERWIN &  SCOTT  1980;  STORK  1978b). OVERAL  2001,  argumenta  que  algumas famílias  como  Carabidae,  Cerambycidae, Cicindelidae,  Chrysomelidae  e  Scarabaeidae, devido  ao  seu  padrão  de  ocorrência,  são  as mais  utilizadas  como  indicadoras  de biodiversidade. 

Algumas  famílias  deste  grupo,  como Scarabaeidae,  possuem  atributos  desejáveis para  incluí‐los  como  bioindicadores, possuindo  boa  parte  das  espécies  com  alta fidelidade  ecológica,  sendo  altamente diversificados  taxonômica  e  ecologicamente, facilmente  coletáveis em  grandes  amostras e funcionalmente  importantes  nos ecossistemas,  além  de  se  associarem intimamente com outras espécies e  recursos, (BROWN,  1991).  A  família  Scarabaeidae compreende  cerca  de  28.000  espécies  e, dentre  estas,  cerca  de  6.000  espécies pertencem  à  subfamília  Scarabaeinae (HANSKI, 1991; SCARABNET, 2008), tendo uma grande  abundância de  indivíduos distribuídos preferencialmente  nas  regiões  tropicais  e subtropicais  do  planeta  (HALFFTER  & MATHEWS,  1966;  HALFFTER  &  EDMONDS, 1982; HANSKI, 1991). 

Os  insetos  da  família  Scarabaeidae  (sensu stricto, considerada por muitos autores como subfamília  Scarabaeinae)  são  detritívoros, utilizando  principalmente  fezes,  carcaças  e frutos  em  decomposição  como  recurso alimentar  e  são  popularmente  conhecidos como  “rola‐bostas”.  Os  Scarabaeidae, principalmente  em  florestas  e  savanas, formam  uma  comunidade  bem  definida  em termos  taxonômicos  e  funcionais  (HANSKI, 1991).  Por  sua  eficiência  no  manejo  e remoção de excrementos,  cadáveres e  frutos decompostos, este grupo de insetos é um dos componentes  fundamentais  na  manutenção de  vários  ecossistemas  (HALFFTER  & 

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MATTHEWS, 1966). Por essa razão, vêm sendo cada vez mais usados como bioindicadores de degradação  ambiental  em  florestas  tropicais (HALFFTER & FAVILA, 1993). Segundo Halffter &  Matthews  (1966)  são  freqüentemente utilizados  em  trabalhos  de  ecologia, comportamento,  entomologia  econômica  e entomologia forense. 

No presente estudo foram obtidos os registros de  05  gêneros  de  Scarabaeidae (Scarabaeinae), entre os gêneros amostrados, os  mais  representativas  foram  Ontherus  (65 ind.;69,15%) e Delthochilum  (19  ind.; 20,21%) e  os  menos  representativos  Canthon    e Canthidium.  

4.1.5 Avifauna 

A  área  de  estudo  de  influência  indireta  e indireta do empreendimento encontra‐se bem modificada  pelas  atividades  de  extração  de madeira, garimpos abandonados, extração de carvão e agropecuária. 

A  avifauna  desta  região  está  muito descaracterizada  e  com  baixa  riqueza  e abundância  de  espécies,  não  apresentando nenhuma  espécie,  ameaçada  de  extinção  ou endêmicas da região. A característica avifauna da  região  é  de  aves  de  ampla  distribuição  e com plasticidade a ambientes antropizadas.  

Na Área de Influência Direta (área prevista da instalação da  indústria), a riqueza de espécies se  mostrou  um  pouco  elevada  devido  ao fragmento de mata Ombrófila nesta área, com a  existência  de  algumas  espécies  seguidoras de correções. Nesse contexto, vale ressaltar a importância  das  poucas  áreas  fragmentadas de  floresta  Ombrófila,  onde  ainda  são encontradas  espécies  como  os  grandes rapinantes  e  aves  seguidoras  de  formigas  de correição. Tais espécies indicam que essa área suporta uma boa amostra da avifauna do sob‐bosque,  principalmente  espécies  de  aves indicadoras  de  qualidade  de  habitat  e  este fragmento  de mata Ombrópila  está  sofrendo adensamento  de  aves  da  região  devido  a poucas áreas  florestadas na  região. Portanto, sugerimos  a  proteção  de  manejo  desta floresta para que possa servir de abrigo, fonte de  alimento  e  sítios  de  nidificação  para espécies de aves locais. 

Os  Micro‐hábitats  especiais  existentes  como lagoas,  brejos  e  pequenos  igarapés  que sofrem a  influência da bacia do rio Primavera são  extremamente  importantes  para  aves migratórias.  Isso  ocorre  porque  existem nesses  locais  várias  poças  d’água  onde  tais espécies  se  alimentam.  É  possível  que  a maioria  dessas  espécies  migrantes  dependa desses ambientes para fazer paradas regulares durante suas longas jornadas migratórias.  

As  pastagens  abrigam  espécies  de  aves comuns  e  de  ampla  plasticidade  ambiental, sendo que algumas delas têm expandido suas áreas de distribuição originais em virtude dos desmatamentos como exemplo o anu branco (Quira  quira),  anu‐preto  (Crotophaga  ani), bem‐te‐vi (Pitangus sulphuratus) entre outros. Nas  Fotos  5.3.1.5‐11  e  5.3.1.5‐12  podem  ser observadas espécies que se beneficiam com a antropização  e  áreas  abertas  registradas  na área  da  Fábrica  de  Cimentos  Votorantim, Primavera – PA. 

Foto 4.1.5‐1: Volatinia jacarina. 

Foto 4.1.5‐2: Coereba flaveola. 

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Assim,  os  estudos  sobre  a  composição  da avifauna, desenvolvidos na Área de  Influência da fábrica de cimento e da  lavra de calcário e argila  da  VOTORANTIM  CIMENTOS N/NE  S/A somente  podem  ser  considerados  como primeira aproximação da riqueza ocorrente na região.  

Os  dados  já  obtidos  não  permitem  maiores considerações  sobre a  representatividade e a exclusividade  dessa  fauna  em  contexto regional, especialmente no que diz respeito a espécies  de  sob‐bosque  e  aquáticas,  estas sub‐amostradas devido  a  coleta  ser  realizada no período de estiagem. Além do  incremento de  espécies,  a  realização  da  segunda campanha  deve  proporcionar  o  melhor entendimento  acerca  dos  possíveis  impactos do  empreendimento  nas  Áreas  de  Influência do empreendimento  sobre a avifauna  local e regional,  bem  como  ações  que  visem  à manutenção das populações de aves local. 

Resumidamente, os  resultados  indicam que a comunidade  de  aves  na  região  está  muito modificada devido a exploração das áreas de florestas contínuas, com uma comunidade de aves  de  sob‐bosque  pobre  e  não representativa da região Amazônica.  

Os dados de aves para a área  indicam que o ambiente  parece  estar  desequilibrado,  não sustentando  uma  avifauna  rica  e representativa da  fauna  amazônica, podendo se  concluir que  a  avifauna da  região  vem  ao longo  dos  anos  sofrendo muito  pressão  pela ocupação e exploração intensa da região. 

4.2. Ecossistemas Aquáticos  

Os  levantamentos  para  os  estudos  dos Ecossistemas  Aquáticos  foram  realizados  no dia  04  de  outubro  de  2010,  período  de estiagem  na  região,  não  sendo  registrada ocorrência  chuva  nas  últimas  24  horas  na bacia  do  rio  Primavera,  local  dos  estudos. Foram  feitas  coletas  em  05  estações  de amostragem,  codificados  como  P1‐P5, localizados  nas  áreas  direta  e  indiretamente afetadas pelo empreendimento. A descrição e a codificação desses locais são apresentadas a seguir: 

P1 – Cabeceira do Rio dos Peixes 

P2 – Rio dos Peixes 

P3 – Córrego Tabocal  

P4 – Rio Primavera 

P5 – Rio Primavera na comunidade de Japerica 

4.2.1. Fitoplâncton, Zooplâncton e Zoobentos 

Os  resultados  da  avaliação  das  comunidades de fitoplâncton, zooplâncton e zoobentos nos cursos  d’  água  nas  áreas  direta  e indiretamente  afetadas  pela  Votorantim Cimentos, no município de Primavera/PA, em fase  de  diagnóstico,  indicaram  comunidades específicas de  ambientes  estuarinos, ou  seja, ambiente  de  transição  entre  água  doce  e salgada  e  sujeitos  e  variações  estremas  de nível d'água, devido a influência das marés. Os resultados  dos  atributos,  riqueza,  densidade, diversidade  e  composição  das  comunidades bióticas  avaliadas  indicaram  que  P3,  área  de nascente,  foi  diferenciado  das  demais estações de  coleta por  ser ambiente de água doce  e  a  estação  de  coleta  P4  apresentou maior  densidade  e  menor  diversidade, indicando  uma  provável  influência  do  aporte de  efluente  doméstico  da  área  urbana  desta cidade.  Ressalta‐se  que  a  próxima  avaliação, no  período  chuvoso,  permitirá  o estabelecimento dessa influência e um melhor entendimento  da  estrutura  e  dinâmica  das comunidades bióticas destes ambientes. 

4.2.2. Ictiofauna  

Foram  amostrados  nove  igarapés  e  um  lago construído  artificialmente.  Na  ADA  foram amostrados dois  igarapés, na AID quatro e na AII três. O lago artificial está na AII. Essa coleta da  ictiofauna no  lago se justifica, pois ele tem conexão  com o  igarapé  Primavera, quando  a maré  está  muito  alta.  Todos  os  igarapés coletados  são de água doce, com exceção do rio  Primavera  e  do  lago  artificial  que apresentam água salobra. 

 

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Fotos: 5.3.2.6‐1:  Esforço  amostral no  rio Tabocal na ADA do empreendimento. 

Até o momento, das coletas efetivadas foram identificadas 38 espécies de peixes. É possível que  essa  lista  venha  a  aumentar  depois  da coleta das chuvas. Do material  já coletado os peixes estão assim divididos: oito ordens e 19 familias (Tabela 5.3.2.4‐1). O maior número de famílias encontra‐se nas ordens Characiformes e  Siluriformes  (5),  seguidas  de Cyprinodontiformes  (3),  Gymnotiformes  (2), Perciformes, Pleuronectiformes, Clupeiformes e Tetraodontiformes (1).  

A  família que apresentou o maior número de espécies  foi  Cichlidae  (6),  Characidae  (4), seguidas  de  Loricariidae,  Callichthyidae, Heptapteridae  e  Erythrinidae  (3), Tricomichyteridae e Poeciliidae (2) e as demais famílias apenas uma espécie. 

Os  igarapés coletados em sua grande maioria não  foram  influenciados  pela  maré,  sendo esses constituídos por água doce e sua  fauna de  peixe  bem  características  desses ambientes. O  igarapé rio Primavera e o açude Santa Julia já apresentam influencia das marés e apresentam água salobra. A fauna de peixes desses  ambientes  é  constituída  por  espécies que vivem em estuários, sendo uma fauna de peixes  bem  diferente  das  encontradas  em outros  igarapés.  Foram  coletados  indivíduos juvenis  de  Brachyplatystoma  rousseauxii,  a dourada, que é uma espécie de grande bagre de água doce que cresce no estuário (Barthem &  Goulding,  1997).  Isso  demonstra  a importância  desses  corpos  d’água  para espécies  migradoras  e  de  importância comercial. Cabe aqui ressaltar que a influência da  maré  pode  ser  visualmente  observada, visto que o  igarapé antes da maré alta possui somente alguns centímetros de profundidade 

de água, para alguns metros na maré alta. No açude  há  pelo  menos  uma  espécie  exótica, pois  foram  coletados  alguns  indivíduos  da tilápia Oreochromis sp.. Como é peixe exótico com  excelente  capacidade  de  dispersão,  ele pode  se  espalhar  para  os  outros  igarapés  e outros  açudes,  já  que  o  açude  apresenta ligação com o rio Primavera. 

4.3. Áreas Protegidas – Áreas de Preservação Permanente (APP)  

As APP’s da bacia do Rio Primavera, de modo geral,  encontram‐se  relativamente preservadas,  com mais  de  88%  de  sua  área coberta por vegetação natural.  

As  áreas  com menores  áreas de  conservação das  APP’s  são  aqueles  terrenos  onde  a atividade pecuária  se encontra a mais  tempo estruturada,  localizando‐se,  principalmente, nas  colinas  e  terras  firmes  do  entorno  da cidade  de  Primavera.  Constata‐se  que  as pastagens  são  os  principais  vetores  de desmatamento  de  APP’s  na  bacia,  todavia, não  se  pode  generalizar  essa  interpretação, visto  que  grandes  áreas  de  predomínio  de pastagem  ainda  preservam  suas  matas ciliares.  Em  contraposição,  as maiores  áreas de  preservação  encontram‐se  em  terrenos baixos  e/ou  inundáveis,  cobertos  por vegetação de manguezal.  

Especificamente  dentro  da  ADA,  as  APP’s estão  relativamente menos preservadas, uma vez que se calculou que somente 56% do total de áreas em APP estão com cobertura vegetal natural.  Essa  diminuição,  relativa  e  absoluta, das  áreas  de  preservação  se  deve  à proximidade  da  ADA  com  a  cidade  de Primavera  e  às  áreas  de  maior  produção agropecuária,  que  se  encontra  em  terrenos colinosos e/ou terrenos mais elevados. 

 

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Aspectos Socioeconômicos 

A  elaboração  dos  estudos  sobre  os  aspectos socioeconômicos  está  baseada  em levantamentos de dados  secundários  obtidos através  de  bibliografia  específica,  de  fontes oficiais, 

A  elaboração  dos  estudos  sobre  os  aspectos sócio‐econômicos  e  culturais  esteve  baseada em  levantamentos  de  dados  secundários obtidos  através  de  bibliografia  específica, além  de  sítios  oficiais:  Instituto  Brasileiro  de Geografia  e  Estatística‐IBGE,  Secretaria  do Tesouro  Nacional,  Ministério  da  Educação, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da  Saúde‐DATASUS  e  do  Governo  do  Estado do Pará. Foram utilizados dados estatísticos e análises  elaboradas  pelo  SEPOF,  IDESP  e  SIR especificamente Atlas de  Integração Regional do  Estado  do  Pará.  Foi  utilizado,  também,  o diagnóstico  resultado  de  pesquisa  executada pela Associação Brasileira de Desenvolvimento Sustentável/ABRADESA na Fazenda Santa Julia situada no município de Primavera,  áre0a de Influência  Direta  do  Empreendimento.  Para este  item,  as  áreas  de  influência  estão descritas a seguir: 

‐ Área  de  Influência  Indireta  ‐  AII: compreende  os municípios  que  fazem  limite geográfico  com  o município  de  Primavera  e engloba, além da própria AID  (Primavera), os seguintes municípios: Capanema, São João de Pirabas,  Quatipuru,  Peixe‐Boi  e  Santarém Novo.  Este  recorte  foi  considerado  por  ser aquele  que  poderá  vir  a  ser  impactado  pelo Empreendimento; 

‐ Área de Influência Direta ‐ AID: considera a inclusão da ADA (Área Diretamente Afetada) e  seu  entorno  imediato.  Frente  a  este conceito,  a  AID  corresponde  aos  limites territoriais  do município  de  Primavera,  onde será implantado o Empreendimento; 

 

 

 

 

 

 

‐ Área  Diretamente  Afetada  ‐  ADA: corresponde  à  área  do  Empreendimento propriamente  dito,  que  sofrerá  os  impactos ambientais diretos das  fases de  implantação, operação  e  desativação  do  Empreendimento (Jazida Primavera e Fábrica de Cimento). 

‐ Processo  Histórico  de  Ocupação  do Território 

A  ocupação  econômica  da  Região  teve  seu início  vinculado  à  expansão  mercantilista européia  a  partir  do  século  XV  e  buscava incorporar novas áreas ao sistema econômico e  social  em  processo  de  formação.  Por  se tratar de uma região em que não existia cana de açúcar nem havia sido descoberto ouro ou outros minerais valiosos, apenas a fixação e a defesa territorial nortearam sua ocupação. Foi um momento em que a presença européia se deu  com  a  constituição  de  fortificações militares e aldeamentos missionários os quais deram  origem  para  as  futuras  ocupações, incluindo a formação de cidades, como Belém do  Pará,  que  se  solidificou  com  a  criação  do Estado do Grão Pará no século XVII. 

Ao  longo dos séculos, XVII e XVIII, a ocupação permaneceu assentada na herança dos  fortes militares,  nas  aldeias  missionárias  e  na subordinação  do  trabalho  indígena,  contudo, um  fato  novo  ocorreu:  a  exploração econômica das chamadas “drogas do sertão”, tais como a canela, o cravo, o cacau, madeiras e manteiga de peixe, entre outros. A partir da exploração  destes  produtos,  que  eram  super valorizados na Europa, pode ser observado um incremento  da  ocupação  territorial,  ainda restrita às zonas ribeirinhas. 

Como  conseqüência  do  acúmulo  de  riquezas decorrentes  do  extrativismo  deu‐se  a reestruturação  das  vilas,  das  cidades  assim como  crescimento  demográfico,  com destaque em Belém do Pará. 

No século XIX, a revolução  industrial européia reflete em toda a Região porque desestrutura as  relações  econômicas  do  período  anterior. Ao  romper  com  o  monopólio  do  estado mercantil  quebra  as  antigas  práticas 

CARACTERÍSTICAS DO MEIO ANTRÓPICO5 

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comerciais ocasionando crise no comércio de produtos tropicais. 

A  Região  Amazônica  sofre  com  a  baixa  dos preços  do  cacau,  seu  principal  produto  no mercado  internacional  e  com  a  queda  de interesse  pelas  “drogas  do  sertão”.  Decorre um período de estagnação e declínio regional que  se  estende  por  aproximadamente  oito décadas.  

Será apenas com a expansão e o extrativismo da  borracha,  iniciado  em meados  do  século XIX (1850) e encerrado no  início do século XX (1920),  que  haverá  uma  nova  fase  de  re‐ordenamento  e  reestruturação  territorial  e econômica da Região Amazônica. A economia da borracha,  impulsionada por uma demanda externa  crescente  decorrente  da  Revolução Industrial  assume  um  importante  papel  na economia mundial. 

É por  intermédio da produção da borracha, a qual mobiliza e organiza enorme  contingente de  trabalhadores,  que  o mercado mundial  é abastecido.  A  importância  da  produção  da borracha  na  Região  Amazônica  é  crescente entre  1850  e  1920  e  pode  ser  dimensionada pela sua participação no cenário mundial: em 1890, contribuía com 90% de toda a produção mundial. 

A economia baseada na extração da borracha provocou  grandes  transformações na Região. As  inovações  técnicas  advindas  com  a Revolução  Industrial  propiciaram  a  melhoria do  transporte  fluvial  com  a  introdução  de barcos  a  vapor  que,  por  sua  vez, revolucionaram a circulação de mercadorias, o acesso  da  mão‐de‐obra  e  a  circulação  dos insumos necessários à realização econômica. 

Nessa  nova  fase  extrativista,  tornou‐se crescente  a  necessidade  por  mão‐de‐obra, cuja escassez foi solucionada com a imigração em  dois  movimentos  distintos  e complementares.  O  primeiro  ocorreu  entre 1850  e  1870,  com  o  deslocamento  de paraenses  para  os  vales  dos  rios  Madeira, Purus, Juruá e Amazonas. A partir de 1870 em diante  ocorreu  um  significativo  fluxo migratório  de  nordestinos,  fugiam  da  grande seca  de  1877‐1880,  contribuindo  assim  para aumentar em muito a população regional. 

O ciclo econômico da borracha foi responsável por uma nova etapa da formação territorial da Região  Amazônica.  A  economia  da  borracha propiciou uma nova divisão territorial e social porque a centralização do processo produtivo se  deu  pela  combinação  de  espaço  urbano, rural e capital financeiro em larga escala. 

A  concorrência  internacional  associada  a crises  no  cenário mundial,  particularmente  a Primeira  Grande  Guerra,  contribuíram  de forma decisiva para a decadência do  ciclo da borracha  provocando  um  quadro  recessivo  e de estagnação na Região Amazônica. 

Entre  1920  e  1960,  a  Região  registrou diminuição de fluxos migratórios, crescimento populacional  com  taxas  inferiores  ao crescimento vegetativo.  

Com  a  queda  da  economia  da  borracha,  a Região  Amazônica  não  teve  de  imediato nenhuma  perspectiva  para  a  retomada  de novo  ciclo  econômico.  Houve  retorno  aos produtos  tradicionais,  com  destaque  para  as produções  de  juta  e  castanha.  Estes  dois produtos  permitiram  a  manutenção  de articulação, ainda que tímida, da Região com o mercado  nacional  e  o mercado  internacional com a exportação da castanha do Pará. 

A partir da metade dos anos 60, ocorre nova incorporação  da  Região Amazônica  por meio do processo de  interiorização comandado por políticas e ações do Governo Federal. A Região passa  a  ser  objeto  de  intervenções  que potencializam  a  exploração  de  seus  recursos naturais  (especialmente  minério  e  energia) assim como o foco do Governo se voltou para a distensão e dispersão dos conflitos sociais e agrários. 

Para atender aos objetivos deste estudo  será focado o território do Estado do Pará na busca da  compreensão  do  novo  estágio  de incorporação  e  integração  econômica  e territorial que teve seu início em fins dos anos 60 e ocorre até hoje. 

A  instituição  de  novas  bases  para  a reprodução do capital no Pará caracterizou‐se, em  primeiro  lugar,  pela  decisiva  intervenção do  Governo  Federal  que  implantou  um conjunto  de  obras  de  infra  estrutura, viabilizou  projetos  de  mineração  e  de empreendimentos agropecuários. Mais ainda, 

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essas  ações  federais,  em  geral,  buscaram  a composição  com  o  grande  capital  que acabaram  por  induzir  à  concentração  de riquezas, à centralização territorial e à eleição de  algumas  áreas  como  privilegiadas  no processo de crescimento econômico. 

De  forma quase que  reativa, o poder público estadual  do  Pará  “combinou  suas  políticas territoriais”  aos  ditames  das  diretrizes  dos grandes  projetos  nacionais  (estatais  ou privados), pois estes tiveram e têm condições de  alavancar  oportunidades  econômicas, promover  transformações  sociais  e territoriais.  Assim,  por  aquela  ocasião  a proposição gerencial do governo do estado do Pará,  no  que  tange  ao  desenvolvimento econômico  em  seu  território,  assegurou uma forte  centralidade  aos  grandes  projetos, sobretudo aos projetos de mineração. 

O  poder  estadual  produziu  uma  divisão territorial, adotando as seguintes categorias e classificações:  Principais  Cidades  e  Pólos Econômicos; Distritos e Áreas Industriais. 

De  acordo  com  a  classificação  adotada  pelo governo  estadual,  as  Principais  Cidades  e Pólos  Econômicos  são:  Belém,  Barcarena, Ananindeua,  Castanhal,  Marabá,  Tucuruí, Santarém,  Altamira,  Conceição  do  Araguaia, Redenção e Paragominas. Os Distritos e Áreas Industriais  estariam  inseridos  em  algumas destas cidades ou pólos econômicos. 

Através  desta  sucinta  descrição  pode‐se observar que houve  sintonia entre as esferas de governo, federal e estadual para valorizar a infra  estrutura  já  implantada  desde  outros ciclos  econômicos.  Grande  parte  derivados dos  grandes  projetos  de  energia  elétrica, mineração,  rodovias,  telecomunicações, portos  e  aeroportos,  os  quais  servem  de “garantia” para a  integração de sua produção aos mercados nacional e internacional.  

A  influência direta da atividade de mineração na  reestruturação  territorial  do  Estado  do Pará  é  grande. Dela decorre um  conjunto de fenômenos  como  migração,  crescimento urbano,  aparelhamento  de  infra  estrutura existente,  ampliação  e  melhoria  dos equipamentos  e  serviços,  estímulo  ao comércio, especulação e expansão  imobiliária 

e  atração  de  novas  oportunidades  de negócios. 

Dentro  deste  cenário,  a  subordinação  e integração  entre  os  municípios  do  Pará passam  a  se  dar  pelos  fluxos  de  serviços (saúde e educação), migrações,  circulação de mercadorias  e  bens  e  pela  instalação  e melhoria  de  infra  estrutura  de  energia  e transportes. 

Neste  processo,  as  atividades  de mineração, promovem mudança  nas  relações  sociais  de produção,  deslocam  a  concentração  de riqueza,  do  sentido  agrário  para  o  urbano‐industrial.  Ao  propiciar  o  crescimento demográfico  com  fluxos  migratórios, aparelhamento  da  infra  estrutura  e  das cidades, as novas bases de produção reduzem sensivelmente  a  importância  da  terra  para subsistência  ou  da  pequena  propriedade como conceito único e exclusivo de riqueza na região. 

As mudanças  impulsionadas pela  implantação e  exploração  da  mineração  possibilitam  o aumento da demanda a qual acaba por gerar o  crescimento  do  mercado  local,  a especialização  da  produção  agrícola  e  da pecuária,  modificando‐as,  qualitativamente, de  subsistência  para  de  mercado.  Outro fenômeno  também  ocorre.  A  utilização  da infra  estrutura  de  circulação,  implantada  ou retificada  para  atender  a mineração,  passa  a ser elemento de importância na ampliação do mercado  nos  níveis  regional,  estadual  e nacional para a produção local. 

Frente  à  complexidade  da  questão  é  preciso ressaltar  que,  ainda  que  a  atividade  de mineração  possa  contribuir  como  um elemento de modernização na base produtiva local, a  internalização de renda e o progresso social  nas  regiões  não  dependem,  única  e exclusivamente,  das  ações  de responsabilidade  social dos empreendedores. É  imprescindível um  reforço de  iniciativas do poder  público,  combinado  com  as  empresas, para  ampliar  e  consolidar  acessos  e oportunidades  de  empregos  e  negócios  na localidade da mineração. 

A  análise  das  áreas  de  influência  (AII,  AID  e ADA)  do  empreendimento  Jazida  Primavera no município de Primavera  será desenvolvida 

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utilizando  as  duas  fontes,  IBGE  e  Atlas.  Por esta  razão,  ora  a  referência  se  reportará  à classificação  do  IBGE  que  insere  o município de  Primavera  na Microrregião  Bragantina  do Nordeste  Paraense  ora  à  do  Atlas  de Integração  Regional  que  insere  o  referido município na Região Rio Caeté. 

O  Nordeste  Paraense,  onde  se  localiza  o município  de  Primavera,  concentra  22%  do território  do  Pará  e  é  a menor  região  deste estado. Nela se  localiza a capital Belém como também  é  considerada  a  região  com melhor qualidade  de  vida  no  Estado.  Possui  grande malha  viária,  apresenta  bom  estado  de conservação  da  floresta  amazônica  e  maior presença  do  poder  público.  É  uma  região  de pouca  concentração  fundiária e especializada em  serviços.  É  também  a  mais  populosa, povoada e sua população é “tradicionalmente paraense”,  isto  é,  de  origem  luso‐indígena. Seus municípios  são os menores do Estado e sua elite é ligada aos setores de comunicação, construção civil e supermercadista. 

Entre  as  22  Microrregiões  que  formam  o Nordeste  Paraense  encontra‐se  a Microrregião  Bragantina,  objeto  deste documento,  que  é  composta  por  13 municípios: Augusto Corrêa, Bonito, Bragança, Capanema,  Igarapé‐Açu,  Nova  Timboteua, Peixe‐Boi, Primavera, Quatipuru,  Santa Maria do  Pará,  Santarém  Novo,  São  Francisco  do Pará e Tracuateua. Dentre estes, o município de Bragança e o de Capanema  são os que  se apresentam  como “força de atração” para os outros municípios da microrregião. 

Área de Influência Indireta (AII) 

Para  efeito  do  documento  sócio‐econômico serão  considerados  além  do  município  de Capanema, pólo de  atratividade, o município de  Primavera  e  os  seus  outros  municípios limítrofes  (São  João  de  Pirabas,  Quatipuru, Peixe‐Boi e Santarém Novo). Tudo  indica que serão estes os que estarão mais  relacionados com  a  instalação  da  jazida  de  calcário  e  a fábrica de cimento, ambas, a serem instaladas no  município  de  Primavera  pela  Empresa Votorantim Cimento. 

O pólo de Capanema é aquele que, não só em sua microrregião (Bragantina), mas em toda a mesorregião do Nordeste Paraense, exerce o 

maior  poder  de  influência  sobre  os  demais municípios.  O  município  de  Capanema, contudo,  é  aquele  que  mais  se  destaca  em termos de maior atratividade. Mesmo fazendo esta ressalva não se pode esquecer que são os três  municípios,  Abaetetuba,  Capanema  e Bragança, no Nordeste Paraense, aqueles que demonstram  a  “qualidade”  potencial  de centros  de  enredamento  de  relações econômicas.  Ainda  que  não  sejam  os  únicos municípios,  são  os  três  que  se  destacam  por apresentarem  maior  “atratividade”  numa apreciação  econômico‐espacial.  Funcionam, pois,  como  “pólos” mesorregionais.  Salienta‐se o fato de que dois (Bragantina e Capanema) dos  três  principais municípios  com  poder  de atração  localizam‐se  na  microrregião Bragantina.  Isto  faz  desta microrregião  a  de maior potencial, portanto, mais “sensível”, em tese, a ações públicas e privadas. Desse modo, podem  “responder”  mais  rapidamente  aos investimentos  e  intervenções  porque apresentam  uma  gama  de  serviços  mais complexa  e  densa.  Porém,  não  se  pode esquecer  que  os  fundamentos  da  polaridade desses  municípios  se  encontram  em patamares  baixos  quando  comparados  às regiões mais desenvolvidas do país e à própria média brasileira e paraense. A observação dos indicadores  gerais,  daqueles  municípios, indica que são limitados os recursos locais em termos  de  poderem  produzir  rendimentos crescentes  e,  assim,  de  transformar  suas vantagens  em  fundamento  de  um desenvolvimento  com  maior  grau  de “sustentabilidade”. 

Destaca‐se  que  a  Mesorregião  do  Nordeste Paraense  está  revelando  um  iniciante potencial de recursos minerais. 

A  origem  do  município  de  Primavera  está relacionada, de forma direta, com o município de  Capanema  e,  de  forma  indireta,  com  o município  de  Bragança.  Este,  ao  desanexar parte  de  sua  área  patrimonial,  deu  origem  a Capanema. Por sua vez, Capanema cedeu uma fração  de  seu  território  para  compor  o município  de  Primavera.  Assim,  também,  o município  de  Salinópolis  participou  da composição  territorial  de  Primavera,  através do Distrito de São João de Pirabas. 

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O  município  de  Primavera  pertence  à Mesorregião  Nordeste  Paraense  e  à Microrregião  Bragantina.  A  sede  municipal apresenta  as  seguintes  coordenadas geográficas: 00° 56’ 36” de  latitude Sul e 47° 07’ 06” de longitude a Oeste de Greenwich.  

Por  toda  a  região  do  Nordeste  Paraense observa‐se  um  fenômeno,  a  dinâmica  de pertencimento e desmembramento é uma das grandes  características  da  formação  das cidades  e  transformação  em  municípios. Dentro  deste  processo,  povoados  foram formados, se transformaram em municípios e estes  acabaram por  se desmembrarem  entre si  em  novos municípios,  o  que  nem  sempre resultou  em melhoria  social  e  econômica.  A base  produtiva  permaneceu  precária apresentando  extrativismo (fundamentalmente de açaí), pesca e pequena agricultura,  na  maioria  de  subsistência,  a estrutura  ocupacional  não  se  consolidou  e tampouco  os  empregos  formais  foram expandidos.  Tais  desordens  econômicas  e sociais  dos  pequenos  municípios  estão relacionadas  a  emancipações  administrativas que  mais  tiveram  a  ver  com  interesses políticos  do  que  com  estudos  de  viabilidade econômica. É uma situação que tem resultado em  desperdício  de  recursos  públicos  e incapacidade de alavancar desenvolvimento.  

Do  ponto  de  vista  da  classificação  da  rede municipal  (Atlas  de  Integração  Regional),  as unidades  que  compõem  a  Região  Rio  Caeté são,  em  sua maioria,  de  classe  de  tamanho pequeno. Existem dois municípios CTMP2 com população  de  5.001  a  10.000  hab.;  sete municípios CTPM3, com população de 10.001 a  20.000  hab.;  três  municípios  CTPM4,  com população  de  20.001  a  50.000  hab;  dois municípios CTPM5, com população de 50.001 a  100.000  hab.  e  um  município  médio  com população de 100.001 a 500.000 hab. Dentre os 15 municípios, onze (73%) foram instalados antes  da  Constituição  de  1988  e  quatro municípios (27%) após a mesma. 

‐ Dinâmica Populacional 

A Área de Influência Indireta (AII) 

A Área de  Influência  Indireta  (AII) do projeto totalizava  uma  população  de  112.051 habitantes  em  2009.  Neste  universo,  o 

município  de  Capanema  representava  57,5% da AII. Contrastando com Capanema, o menor município  da  AII,  Santarém Novo,  tinha  uma população  de  apenas  6.347  habitantes  em 2009, o que representava apenas 5,7% da AII, ou  seja, dez  vezes menor do que Capanema. Os dados da população dos municípios da AII estão apresentados na Tabela 5‐1, onde estes percentuais podem ser melhor observados. 

Tabela 5‐1: AII – População 2009. 

Municípios  População  % 

Capanema  64.429  57,5% 

Peixe‐Boi  7.916  7,1% 

Quatipuru  13.459  12,0% 

Santarém Novo  6.347  5,7% 

São João de Pirabas  19.900  17,8% 

Total AII  112.051  100,0% 

Total PA  7.431.020  1,5% (AII/PA) 

Fonte: IBGE, 2010. 

A  densidade  demográfica  dos municípios  da AII  apresenta  grande  dispersão  e  é  bastante baixa,  variando  de  105,50  hab./km² (Capanema) a 17,58 (Peixe‐Boi). Note‐se que o Estado  do  Pará  tem  uma  das  menores densidades  populacionais  do  Brasil,  apenas 5,96  hab./km²,  em  2009.  No  entanto  a densidade  demográfica  evoluiu  mais  neste último  do  que  na  média  da  AII  (apenas  o município de Quatipuru evoluiu mais do que o Estado,  neste  quesito).  Também  é  grande  a dispersão  do  grau  de  urbanização  nos municípios da AII que, em 2007, oscilavam de 80,06 (Capanema) a 28,20% (Santarém Novo), enquanto  para  o  Estado  o  número  era  de 70,1%  em  2007.  Comparando‐se  com  o  grau de urbanização para o país como um todo, em 2009,  que  era  de  86,1%  da  população percebe‐se o quão baixos são os números do grau de urbanização aqui apresentados para a AII.  

A  evolução  da  população  da  AII  no  período 2000‐2009 passou de 98.702 habitantes para 112.501. A média do crescimento anual da AII (1,42%  a.a.)  ficou  abaixo  da  media  de crescimento  do  Estado  do  Pará  que  foi  de 2,05% no mesmo período e mesmo abaixo da média brasileira que foi de 1,48% a.a.  

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A  evolução  da  população  da  AII  no  período 2000‐2009  acrescentando‐se  o  município  de Primavera (AID) para melhor compreensão de toda a área a ser influenciada pelo projeto. 

A  dinâmica  populacional  da  área  é  baixa, comparando‐se  com  as  taxas de  crescimento da população do estado do Pará. 

A  evolução  da  população  urbana  e  rural  dos municípios da AII, entre 2000 e 2007, passou respectivamente  de  66,8%  e  33,2%  em  2000 para 66,5% e 33,5% em 2007, permanecendo, praticamente,  estável  no  período.  Ou  seja, além dos  índices de urbanização da AII serem baixos  em  relação  ao  Estado  do  Pará  (70,1% de população urbana) e ao Brasil (86,1%) eles praticamente  não  evoluíram  no  período analisado. 

Quanto ao percentual das populações urbanas e  rurais dos municípios da AII e,  incluindo‐se ainda a cidade de Primavera, também da AID. Além  do  elevado  grau  de  dispersão  dos números apresentados entre os municípios da AII, mais uma vez devem ser notadas as baixas taxas de urbanização dos municípios da área, com  a  exceção  de  Capanema  que  apresenta taxa mais elevada para a realidade do Estado do Pará.  

Considerando‐se  a  dinâmica  populacional,  a faixa  etária  e  a  razão  entre  sexo  para  a população da AII em 2009 existiam na AII mais homens  do  que  mulheres  (51,1%  e  48,9% respectivamente)  o  que  contraria  o  padrão normal de que a população feminina sempre é ligeiramente maior  do  que  a masculina,  por causa da menor taxa de mortalidade infantil e maior  longevidade das mulheres – em 2009 o IBGE estimava, para todo o Brasil, em 50,9% o percentual  de  mulheres  na  população.  A Figura5‐4,  abaixo,  ilustra  a  situação  exposta acima,  através  da  construção  da  pirâmide populacional para a AII que mostra um perfil bastante jovem da população regional  

 

 

 

 

 

Figura 5‐1: AII – Pirâmide Etária da População 2009. 

Fonte: IBGE, estimativa da população, 2009. 

As  taxas,  referentes  ao  índice  de envelhecimento da população da AII, obtidas são bastante baixas, embora acima do  índice para todo o estado (13,71%).  

A média  de moradores  por  unidade  familiar em 2007 era de 3,8 moradores por domicílio, o mesmo valor apurado pelo IBGE para toda a Região  Norte  em  2008  e  2009  e  superior  à média nacional que era de 3,3 em 2008 e 2009 (IBGE‐PNAD, 2009). 

A Área de Influência Direta (AID) – Município de Primavera 

A  densidade  demográfica  da  população  de Primavera,  que  é  o  município  da  Área  de Influência  Direta  do  projeto,  evoluiu modestamente  no  período  2000‐2009, acompanhando  o  baixo  crescimento populacional.  Por  outro  lado,  o  município sofreu  involução em sua taxa de urbanização, que  já  era  baixa,  no  período  2000‐2007, quando a taxa de urbanização caiu de 65,54% para 64,29. 

A  população  de  Primavera  apresentou crescimento  declinante  se  comparados  os períodos  2000/1996  com  2009/2000,  O crescimento de 1,38% a.a. entre 2000 e 2009 é  muito  baixo  comparado  ao  crescimento populacional  do  Estado  do  Pará  que  foi  de 2,05% a.a..  

A  população  rural  de  Primavera  decresceu muito  no  período  1996‐2000,  mas  voltou  a subir ligeiramente em 2009.  

A  grande mudança  da  população  urbana  em 2000  vis  a  vis  1994  possivelmente  deve‐se 

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ainda  ao desmembramento do município em 1994. 

A  população  masculina  predominava  em relação  à  feminina  na  proporção  de  52,5%  e 47,5%  respectivamente,  conservando  o padrão que se observou anteriormente para a AII  (em  2009  o  IBGE  estimava,  para  todo  o Brasil,  uma  relação  ao  contrário  de  49,1%  e 50,9% para homens e mulheres).  

Observa‐se ainda que 61,9% da população do município  encontrava‐se  na  faixa  de  0  a  29 anos  de  idade,  o  que  revela  uma  população bastante mais jovem do que a média brasileira e  igual  à  média  paraense  (52,8%  61,9%, respectivamente). 

O  índice  de  envelhecimento  da  população apurado  (22,82%)  é  significativamente superior ao índice para todo o Estado do Pará.  

A  evolução  do  número médio  de moradores por  unidade  domiciliar  no  município  de Primavera. Observa‐se que  este número  caiu de 4,76 moradores por domicilio, apurado no censo 2000, para uma média de 3,57 em 2007. 

‐ Condições  de  Vida  das  Comunidades Localizadas na Área de Influência 

A Área de Influência Indireta (AII) 

Os  indicadores de qualidade de  vida  revelam um quadro de severa pobreza na região da AII. O  IDH  dos  municípios  da  região  são  muito baixos  e  com  a  exceção  de  Capanema  estão bem  abaixo  do  IDH  estadual  que  colocava  o Pará na 16ª posição no ranking do IDH dos 27 estados e DF do Brasil, No  ranking municipal referente ao IDH. 

O  número  de  famílias  atendidas  pelo programa  Bolsa  Família  do  Governo  Federal indica que  é  grande o percentual de  famílias atendidas pelo programa, como proporção da população total. 

A  análise  das  condições  habitacionais  nas cidades da AII  revela um  quadro de  extrema precariedade,  apenas  21,6%  dos  domicílios  e 21,8%  dos  moradores  eram  atendidos regularmente  por  rede  de  água.  Os  demais, 78,4%  e  78,2%,  respectivamente,  tinham atendimento precário neste quesito. 

O atendimento de  rede de esgoto  revela um quadro muito  pior  ainda. Os  dados mostram 

que  apenas  0,1%  da  população  da  AII  eram servidos  por  rede  de  esgoto  em  2000  e  que 5,6%  dos  domicílios  sequer  tinham  banheiro ou  sanitário  em  suas  dependências.  Mostra ainda que quase a metade da população  local usava  fossa  rudimentar para despejo de  seus dejetos. 

Apenas  22,4%  dos  domicílios  e  21,0%  dos moradores  eram  servidos  por  coleta  regular de  lixo  na  AII.  Enquanto  isto,  41,6%  dos domicílios e 42,6% dos moradores queimavam seus  resíduos  sólidos,  enquanto  cerca  de 23,5%  simplesmente  os  despejavam  em terreno baldio ou qualquer logradouro. 

Quanto  os  números  de  consumidores  e consumo  de  Energia  Elétrica  observa‐se  que, em  2008,  os  consumidores  industriais  eram apenas 49 na região da AII (40 em Capanema, 6 em Quatipuru e 3 em São João de Pirabas) e representavam  apenas  7,9%  do  consumo  de Energia Elétrica da área. 

A  estrutura  do  sistema  educacional  é fundamental  para  a  análise  da  qualidade  de vida na região, neste sentido, verificou‐se que não  existem  escolas  de  nível  superior  em nenhum município  da  área. Não  há  também nenhuma  unidade  de  ensino  federal,  apenas estabelecimentos  municipais  e  estaduais  no ensino  fundamental  e  estaduais  no  ensino médio,  quando  se  considera  apenas  a  esfera pública.  Já  o  setor  privado  atua  tanto  no ensino fundamental como no médio. 

Quanto  ao  número  de  alunos  matriculados, estes  estão  concentrados  basicamente  no ensino  fundamental  (66,6%  dos  alunos).  O número de docentes empregados no  sistema de ensino da AII é 1.388 professores, dos quais 896  (64,5%)  lecionando  no  ensino fundamental, 283  (20,4%) no ensino médio e o restante (15,1%) na pré‐escola. 

Verifica‐se que 80,8% dos  responsáveis pelos domicílios da AII  tinham 7 anos ou menos de estudo,  quando  do  censo  de  2000.  Este número  é muito  baixo, mesmo  comparando‐se  com  a média  nacional  de  anos  de  estudo para  a  população  brasileira  com  10  anos  ou mais estimada pelo  IBGE na PNAD 2009, que em 2009 era de 7,2 anos. 

A  taxa  de  analfabetismo  (indivíduos  com  15 anos  ou mais)  dos municípios  vai  de  17,12% 

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para  Capanema,  a  menor,  a  28,87%  para Quatipuru,  a  maior,  números  sensivelmente piores do que para o Estado  (16,8%) e para o Brasil (13,6%).  

Complementando  a  análise  da  qualidade  de vida  na  região  da  AII  devem‐se  observar  os dados referentes à estrutura da área de saúde na AII. 

Os  recursos  físicos de  saúde  são precários na AII  do  projeto.  Não  há  nenhum  hospital público na área, sendo que os 4 existentes são privados: 3 deles situavam‐se em Capanema e o outro em São João de Pirabas. Os gastos per capita  com  saúde  também  são muito baixos, mas  não  há  informações  a  respeito  a  nível estadual ou federal.  

A mortalidade  infantil  no  Pará  (23,0)  é  bem mais  elevada  do  que  no  Brasil  (16,4)  e  nos municípios  da  área  analisada  é maior  ainda, chegando a 35,7 em Quatipuru. 

A Área de Influência Direta (AID) – Município de Primavera 

Os  indicadores de qualidade de  vida  revelam um  quadro  de  pobreza  acentuada  no município de Primavera. O IDH do município é muito  baixo  estando  abaixo  do  IDH  estadual que colocava o Pará na 16ª posição no ranking do IDH dos 27 estados e DF do Brasil, segundo os últimos resultados disponíveis. O  Índice de Desenvolvimento  Familiar  (IDF)  mostra também um quadro pouco favorável, embora ligeiramente  acima  do  índice  estadual. Finalmente,  o  número  de  famílias  atendidas pelo  Programa  Bolsa  Família  do  Governo Federal  no município  indica  que  é  grande  o percentual  de  famílias  atendidas  pelo programa  em  proporção  da  população  total. Enquanto  no  Brasil  e  no  Pará  as  famílias atendidas  pelo  Programa  Bolsa  Família correspondiam  a,  respectivamente,  6,7%  e 9,1%  da  população  total,  em  Primavera  este número  representava  13,6%  da  população total. 

A  análise  das  condições  habitacionais  do município  de  Primavera,  revela  um  quadro precário neste serviço público, observa‐se que pouco  mais  da  metade  dos  domicílios  e moradores  (52,8%  e  51,3%  respectivamente) eram  atendidos  regularmente  por  rede  de água. O atendimento de rede de esgoto revela 

um  quadro muito mais  grave,  pois  em  2000 não havia rede de esgoto no município e que 16,2%%  dos  domicílios  e  moradores  sequer tinham  banheiro  ou  sanitário  em  suas dependências.  Mostra  ainda  que  83,8%  da população  local  utilizava  fossa  rudimentar, vala ou outros destinos precários para despejo de seus dejetos. 

Apenas  23,1%  dos  domicílios  e  22,1%  dos moradores  eram  servidos  por  coleta  regular de  lixo  na  AII.  Enquanto  isto,  54,6%  dos domicílios e 54,3% dos moradores queimavam seus  resíduos  sólidos,  enquanto  cerca  de 11,9% dos domicílios e 12,6% dos moradores simplesmente  os  despejavam  em  terreno baldio ou outro logradouro. 

Em  relação  ao  consumo  de  Energia  Elétrica observa‐se  que,  em  2008,  os  consumidores industriais eram apenas 2, que representavam apenas 0,5% do consumo no município. 

O  sistema  educacional  de  primavera  é  ainda mais  precário  do  que  na  AII.  Em  Primavera, não existem escolas de nível superior. Não há também nenhuma unidade de ensino publico federal,  apenas  estabelecimentos  públicos municipais no ensino pré‐escolar e municipais e  estaduais  no  fundamental  e  1 estabelecimento estadual no ensino médio.  

Os alunos matriculados estão concentrados no ensino fundamental (69,3% dos alunos). 

No  município  existem  138  professores,  dos quais  90  (65,2%)  lecionam  no  ensino fundamental, 23 (16,7%) no ensino médio e 25 (18,1%) na pré‐escola. 

A  taxa  de  analfabetismo  (indivíduos  com  15 anos ou mais) do município era de 24,6% em 2000,  muito  abaixo  do  que  para  o  Estado (16,8%) e para o Brasil (13,6%). 

Como  já  visto  acima  para  a  AII,  os  recursos físicos  de  saúde  são  ainda mais  precários  no município de Primavera a AID do projeto. Não há  nenhum  hospital  no  município  (na  AII, apenas Capanema e São João de Pirabas tem). No  caso  de  Primavera,  o  atendimento  em geral era  realizado pelas unidades básicas de saúde (UBS). 

Sobre  a  mortalidade  infantil,  Primavera apresenta  uma  taxa  de  23,6  mortos  entre nascidos  vivos  com menos  de  1  ano.  Chama 

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atenção  também  o  elevado  percentual  de óbitos  por  causas mal  definidas  que  chega  a 63,0%  dos  óbitos  no município,  o  que  pode gerar  distorções  em  outros  coeficientes  de mortalidade. 

5.1 Uso e Ocupação do Solo 

O  presente  item  tem  como  objetivo apresentar o uso e ocupação atuais das terras definidas  como  ADA,  no  raio  de  4  km considerado  como  AID  e  no  raio  de  10  km considerado como AII. 

A caracterização dessas áreas poderá subsidiar e/ou  auxiliar  a  avaliação  dos  impactos ambientais que apresentam relação com este tema, como alteração da paisagem, alteração dos  níveis  de  pressão  sonora,  geração  de tráfego,  dinamização  de  processos  erosivos, entre outros. 

O  empreendimento,  que  contempla  a abertura de uma mina de calcário e argila e a implantação de uma fábrica de cimentos será implantado próximo ao Rio Morcego em Zona Rural  do  município  de  Primavera,  região conhecida como salgado paraense. Em termos de  divisão  por  Região  hidrográfica,  o empreendimento  se  localiza  na  Região Hidrográfica de Costa Atlântica Nordeste. 

- Materiais e Métodos 

Para fins do  levantamento de uso e ocupação das  terras,  as  áreas  de  influência  foram definidas,  em  conformidade  com  a abrangência e o  tipo dos potenciais  impactos sobre as mesmas, conforme definições abaixo: 

ÁREA  DIRETAMENTE  AFETADA  (ADA): corresponde  à  área  objeto  de  licenciamento ambiental. 

ÁREA  DE  INFLUÊNCIA  DIRETA  (AID): corresponde ao entorno do empreendimento, abrangendo  um  raio  de  aproximadamente  4 km do mesmo. 

ÁREA  DE  INFLUÊNCIA  INDIRETA  (AII): corresponde a todos os municípios próximos à ADA,  sendo  eles:  Primavera,  Quatipuru,  São João  de  Pirabas,  Tracuateua  e  Capanema. Esses municípios estão contidos no raio de 10 km em relação à ADA.  

Os pontos obtidos em campo  foram plotados sobre imagens de satélite recente, capturadas em  2007  pelo  satélite  Quickbird,  com resolução  espacial  de  60  cm  e  precisão posicional – 23 m. As  imagens multiespectrais foram  apresentadas  em  bandas  espectrais R, G, B e  IR. Devido à  significativa  incidência de nuvens  nas  imagens  de  2007,  optou‐se também  por  adquirir  imagens  recentes,  com programação  do  satélite  Worldview‐2,  com resolução  espacial  –  0,5  m  e  precisão posicional  de  6  m.  A  resolução  espectral dessas  imagens  também  foram  apresentadas nas bandas R, G, B e  IR. Assim, com o auxílio de  técnicas  de  fotointerpretação  e geoprocessamento  dessas  e  de  outras imagens, associadas aos  trabalhos de  campo, foi possível a elaboração do mapa temático de Uso  e  Ocupação  do  Solo  além  do levantamento  das  classes  e  feições  de  uso existentes na área. 

Além  das  imagens  acima  descritas,  os produtos  cartográficos abaixo,  também estão sendo  utilizados  para  a  caracterização, elaboração  da  base  cartográfica  e mapeamento  temático  das  áreas  de influência. São eles: 

Mosaico  de  imagens  de  Satélite  do  CBERS‐II, com  data  de  captura  das  imagens  de 17/07/2008,  com  resolução  espacial  de  20 metros  nas  bandas  espectrais  R,  G,  B  e Pancromática com resolução de 2,7 metros; 

Carta  Topográfica  de  Salinópolis  –  MI  338 1:100.000 do IBGE de 1982; 

Carta  Topográfica  de  Capanema  –  MI  386 1:100.000 do IBGE de 1982; 

Polígonos do DNPM em shapefile, SIGMINE de 2010; 

Limites Políticos Municipais – Estado do Pará ‐ IBGE, 2005; 

Divisão  das  Regiões  Hidrográficas  do  Estado do Pará – SISCOM – IBAMA; 

Plantas  disponibilizadas  pelo  empreendedor em extensão DWG. 

Área de Influência Indireta ‐ AII 

Foram  considerados  como  AII  os municípios: Primavera,  Quatipuru,  São  João  de  Pirabas, Capanema e Tracuateua, localizados na Região 

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de  Integração do Rio Caeté, porção nordeste do Estado. Os acessos a esses municípios são pelas  Rodovias  BR  316,  PA  124  e  PA  446. O bioma original desta área é o Amazônico com influência  Costeira,  com  interferência  de bioma costeiro. Essa região dista cerca de 200 km de Belém. 

Primavera 

Primavera abrange uma área de 259 km2, com uma  população  de  aproximadamente  10.993 hab. Esse município  vem, nos últimos quatro anos,  perdendo  contingente  populacional, pois  segundo os dados do  IBGE, no  censo de 1991 o município tinha 17.132 hab., em 1996 a  população  era  de  18.875,  já  no  censo  de 2000  esse  número  caiu  para  9.718  e, finalmente, na última  contagem populacional o número de habitantes era 10.463. 

Foto 5.1‐1: Fachada do Palácio Legislativo de Primavera. 

 

Segundo o Censo de 2000, o município  tinha no  início  do  século  XXI,  65,63%  de  sua população  vivendo  na  área  urbana  e  34,47% na área rural. 

De acordo com a publicação da Secretaria de Estado  da  Integração  Regional,  “Atlas  da Integração  Regional  do  Estado  do  Pará”,  de maio  de  2010  o  uso  do  solo  no município  é predominantemente  destinado  à  mineração, entretanto, segundo o IBGE, Primavera possui 9.054  hectares  de  terras  plantadas,  divididas em: 58,5% em Lavoura Temporária, 0,47% em Horticultura e Floricultura, 3,76% em Lavoura Permanente, 29,6% em Pecuária e Criação de outros animais e 2,34% em Florestas Nativas. 

Em  relação  ao  desflorestamento,  esse município  já  apresenta  segundo  os  dados  do INPE para 2009, 176,3 km2, o que  representa 

68%  da  área  do município  sem  a  cobertura florestal primária. 

Em  relação  aos  atos  legais que disciplinam o uso  e  ocupação  do  solo  no  município, verificou‐se  que  Primavera  não  tem  Plano Diretor,  uma  vez  que  não  atende  aos requisitos previstos na Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os art. 182 e 183  da  Constituição  Federal,  estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.  

Entretanto,  pela  Lei  nº  2.588  de  15  de dezembro  de  2008,  Primavera  instituiu  seu Código  de  Postura  Municipal  que:  “Dispõe sobre o Código de Postura Municipal e Normas sobre Política Administrativa no Município de Primavera”. Essa  lei vem  contribuindo para o ordenamento do município. 

Quatipuru 

O  município  de  Quatipuru  ocupa  324  km2, com uma população de 13.459 hab. segundo a contagem  populacional  do  IBGE  para  2009. Esse  município,  assim  como  Primavera, localiza‐se  a  uma  distância  de  200  km  em relação a capital do Estado. Segundo o Censo de 2000, o município tinha no  início dos anos 2000,  39,79%  de  sua  população  vivendo  na área urbana e 60,21% na área rural. 

Foto  5.1‐2:  Fachada  da  Prefeitura Municipal de  Quatipuru  –  Palácio  Executivo  Dr.  Almir Gabriel. 

 

Segundo  o  IBGE,  Quatipuru  possui  11.312 hectares  de  terras  plantadas,  divididas  em: 65,09%  em  Lavoura  Temporária,  14,84  em Lavoura  Permanente,  18,79%  em  Pecuária  e Criação  de  outros  animais  e  1,27%  em Florestas Plantadas. 

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Em  relação  ao  desflorestamento,  esse município  já  apresenta  segundo  os  dados  do INPE  para  2009,  79,8  km2,  o  que  representa aproximadamente  24%  da  área do município sem a cobertura vegetal primária. 

Verificou‐se  que  Quatipuru,  assim  como Primavera,  não  tem  Plano  Diretor,  uma  vez que não atende aos requisitos previstos na Lei nº 10.257, de 10 de  julho de 2001.  Também não possui Lei de Parcelamento do Solo, Lei de zoneamento ou equivalente, Código de Obras, etc. O município conta somente com o Código de  Posturas  como  instrumento  disciplinador do uso do solo. 

São João de Pirabas  

O município de São João de Pirabas ocupa 702 km2,  com  uma  população  de  19.900  hab. segundo  a  contagem  populacional  do  IBGE para 2009. Esse município também se  localiza a  uma  distância  de  200  km  em  relação  à capital do Estado. 

Foto 5.1‐3: Prefeitura de São João de Pirabas  

 Fonte: (http://www.panoramio.com/photo/28347155) 

Segundo o Censo de 2000, o município  tinha no  início  dos  anos  2000,  56,23%  de  sua população  vivendo  na  área  urbana  e  43,77% na área rural. 

São João de Pirabas possui 24.112 hectares de terras  plantadas,  divididas  em:  49,63%  em Lavoura  temporária,  6,21%  em  Lavoura Permanente, 1,16% Horticultura e Floricultura, 32,9%  em  Pecuária  e  Criação  de  outros animais e 9,86% em Florestas Nativas. 

Na  perspectiva  do  desflorestamento,  esse município apresentava em 2009, 197,1 km2, o que  representa  aproximadamente  28%  da 

área  do  município  sem  a  cobertura  vegetal primária. 

Verificou‐se que São João de Pirabas não tem Plano  Diretor,  uma  vez  que  não  atende  aos requisitos previstos na Lei nº 10.257, de 10 de julho  de  2001.  Segundo  o  Perfil  dos Municípios  Brasileiros  de  2009  o  município possui  legislação  específica  sobre  zona  e/ou área  de  interesse  especial,  Lei  de parcelamento do solo, Lei de zoneamento ou equivalente,  Código  de  obras  e  Código  de Posturas. 

Tracuateua  

O  município  de  Tracuateua  ocupa  852  km2, com uma população de 27.825 hab. segundo a contagem  populacional  do  IBGE  para  2009. Também está situado na Região de Integração Regional do Rio Caeté. Distante cerca de 170 km de Belém. 

Foto 5.1‐4: Centro comercial de Tracuateua 

 Fonte: (http://tracuateua.net/fotos/simpleviewer/fotos.php) 

O município  tinha,  no  início  dos  anos  2000, 20,56%  de  sua  população  vivendo  na  área urbana e 79,44% na área rural. 

Com  28,925  hectares  de  terras  plantadas,  as lavouras temporárias representam 64,11%, as permanentes  8,79%.  A  pecuária  representa 22,  8%  dos  hectares  plantados,  as  florestas plantadas  e  nativas  representam,  0,79  e 2,66%, respectivamente. 

O  desflorestamento  em  2009  era  de  465,3 km2, o que representa aproximadamente 54% da área do município sem a cobertura vegetal primária. 

Verificou‐se  que  Tracuateua  tem  Plano Diretor,  pois  atende  aos  requisitos  previstos na  Lei  nº  10.257,  de  10  de  julho  de  2001. 

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Segundo o Perfil dos Municípios Brasileiros de 2009  o  município  também  possui  legislação específica  sobre  zona  e/ou  área  de  interesse especial,  Lei de parcelamento do  solo,  Lei de zoneamento ou equivalente, Código de obras e Código de Posturas. 

Capanema 

O  município  de  Capanema  ocupa  614  km2, com uma população de 64.429 hab. segundo a contagem  populacional  do  IBGE  para  2009. Também está situado na Região de Integração Regional do Rio Caeté. 

Foto 5.1‐‐5: Fachada da Prefeitura Municipal de Capanema 

 Fonte: (http://www.panoramio.com/photo) 

Distante  cerca  de  160  km  de  Belém  pela rodovia  (BR  316).  É  o  município  mais desenvolvido  da  região  bragantina  do nordeste paraense.  Lá  é  fabricado o  cimento Nassau, a maior fábrica de cimento do estado. Capanema  é  o  maior  município  da  região bragantina,  configurando‐se  como  a  segunda cidade  no  número  de  habitantes,  superada somente por Bragança. 

O município  tinha,  no  início  dos  anos  2000, 81,11%  de  sua  população  vivendo  na  área urbana e 18,89% na área rural. 

Com  15.455  hectares  de  terras  plantadas,  as lavouras temporárias representam 61,04%, as permanentes  2,35%.  A  pecuária  representa 36,27%  dos  hectares  destinados  à  atividades agropastoris,  as  plantações  de  horticultura ocupam  apenas  51  hectares  com  uma representatividade  de  0,33%.  Em  relação  ao desflorestamento,  esse  município  apresenta segundo  os  dados  do  INPE  para  2009,  512,5 

km2,  o  que  representa  83%  da  área  do município sem a cobertura florestal original. 

Em  relação  aos  atos  legais que disciplinam o uso  do  solo  no município,  Capanema  possui, segundo  a  publicação  “Perfil  dos  Municípios Brasileiros”  do  IBGE,  Plano  Diretor,  Lei específica  de  Estudo  de  Impacto  de Vizinhança,  Código  de  Posturas  e  Código  de Obras. 

Área de Influência Direta ‐ AID 

Em  atenção  ao  solicitado  no  Termo  de Referência emitido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará, a Área de  Influência Indireta adotada corresponde ao raio de 4 km a  partir  da  borda  externa  da  Área  do Empreendimento. 

A  caracterização  da  AID  foi  realizada inicialmente através da análise das imagens de satélite e do material  cartográfico originários de fontes como IBGE, INPE, além da aquisição de  imagens  de  satélite  recentes  do  Satélite  WorldView‐02, de resolução espacial de 50 cm nas  bandas  R,  G,  B  e  IR,  associados  os materiais  diversos  fornecidos  pelo empreendedor como o Projeto Conceitual. 

Após  a  preparação  da  base  cartográfica,  em etapa  posterior,  foi  realizada  vistoria  de campo  nas  Áreas  de  Influência  definidas previamente. Assim confirmaram‐se os dados previamente  obtidos  na  análise  das  imagens de  satélite,  identificando  os  detalhes  e padrões imperceptíveis em gabinete. 

O empreendimento  localiza‐se, em área  rural de  Primavera.  Tanto  o  município  quanto  a área  do  empreendimento  são significativamente  destinadas  às  atividades agropastoris  para  subsistência, mas  também para  comercialização  local.  Nessas  áreas  os cultivos  mais  correntes  são  de  mandioca, milho,  feijão  e  arroz.  A  cana‐de‐açúcar também  aparece  em  algumas  propriedades, assim  como  os  coqueiros,  jerimum,  batata doce e frutas da região como açaí, cupuaçu e muruci.  Em  grande  parte  das  propriedades rurais se produz farinha de mandioca. 

Desta  forma,  o  entorno  imediato  ao empreendimento  é  marcado  pela  existência de  área  rural  e  de  pastagem  verificando‐se inúmeras  propriedades  com  atividades 

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essencialmente  agropecuárias.  Verifica‐se também a ocorrência de alguns conjuntos de edificações  isoladas,  sobretudo  nas proximidades  das  estradas  que  cortam  o município. 

Pode‐se verificar que a região, mesmo a muito tempo  ocupada,  ainda  conserva  uma matriz florestal  em  sua  paisagem,  isto  é,  as formações  florestais  representam  a  maior parte da cobertura do solo.  

A  vegetação  florestal  não  apresenta  um padrão  de  distribuição,  estendendo‐se  por quase a totalidade das áreas de mangue, áreas alagadiças e  leitos de rios. Nas terras firmes a presença  de  campos  antrópicos  e  áreas cultivadas são mais significativas. As Áreas de Preservação Permanente (APP), determinadas pelo  Código  Florestal  (Lei  Federal  4771/65), apresentam algumas desconformidades com a legislação,  com  a  presença  de  trilhas  e caminhos,  áreas de  recreação, bebedouro de gado,  pastos  antrópicos  e  pequenas  vilas ribeirinhas,  que  utilizam  o  próprio  corpo d’água  no  seu  cotidiano,  contudo  a  situação geral  das  matas  ciliares  é  satisfatória,  com mais de 80% de preservação dentro da AID. 

É  importante  destacar  a  existência  de buritizais (Mauritia flexuosa) ao  longo da AID, indicando a presença de muitos olhos d’água e áreas  alagadiças,  uma  vez  que,  o  buriti  se localiza  preferencialmente  em  áreas  com umidade  abundante.  Da  palmeira  pode  se retirar  diversas  matérias  primas  de  alto  e baixo valor agregado,  todavia em  campo não se  observou  nenhum  uso  econômico  da mesma. 

No mapa de Uso e Ocupação do Solo, verifica‐se a existência de pastagem/campo antrópico em  algumas  das  áreas  mapeadas,  com  a criação  de  gado.  As  áreas  destinadas  a  esse uso  ocupam  glebas,  com  predomínio  da pecuária  em  sistema  de  criação  extensivo, com  a  mescla  entre  pastagens  plantadas  e vegetação arbustiva natural. 

A pecuária  é de baixa produtividade,  voltada somente à comercialização local com a cidade de Primavera e arredores. Segundo o IBGE, em 2008 o município de  Primavera  contava  com 2500 cabeças de gado, sendo que apenas 100 eram  bovinos  produtores  de  leite  (IBGE, 

Produção da Pecuária Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009). 

Foto 5.1‐6: Em primeiro plano vista de áreas destinadas à pastagem na AID. 

 

Devemos  lembrar  também  a  presença  de galinhas e suínos, que embora não contenham áreas  representativas,  são  atividades  básicas que abastecem a população do município. 

Na AID, as terras agrícolas são voltadas para a subsistência,  com  a  comercialização  dos excedentes  na  cidade  de  Primavera.  Tem‐se então o cultivo predominante de  leguminosas como o  feijão e a  vagem, de  cereais  como o milho  e  o  arroz,  além  da  mandioca  (ou Maniva),  que  configura  como  uma  das principais matrizes de alimentação local. 

Foto  5.1‐7:  Cultura  consorciada  de  milho  e mandioca, técnica muito difundida no estado do Pará. 

 

A  farinha,  o  tucupi  (caldo  que  se  extraia  da raiz da mandioca) e a goma da mandioca são extraídos de maneira rudimentar, geralmente na  propriedade  em  que  é  plantada,  e  com mão de obra familiar. 

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Foto 5.1‐8: Extração do tucupi com trabalho familiar. 

 

A  condição  de  subsistência  da  agricultura  de Primavera  aparece  enfatizada  no  Produto Interno Bruto do município. Em 2007, segundo o  IBGE,  a  agropecuária  colaborava  com  1,6 milhão  de  um  PIB  de  20,5 milhões,  ou  seja, pouco mais de 8% do total. 

Na AID,  verifica‐se  a  ocorrência  de  inúmeros cursos  d’  água,  incluindo  rios  estuarinos,  em contato  com  a  água  salobra  do  oceano, represas e áreas alagadiças.  

Os principais corpos hídricos presentes na AID são  os  rios  do  Peixe  e  Morcego,  Bacabal  e Tabocal,  todos  estes  tributários  do  rio Primavera.  Grande  parte  destes  rios apresentam sazonalidade diária, uma vez que estão em contato com o ambiente estuarino, sob os efeitos das marés. 

Os  rios  apresentam  importante  função  social na região, uma vez que são áreas de recreação e  lazer,  além  de  importante  fonte  de subsistência  para  a  população  ribeirinha  que ali reside, como a comunidade do rio do Peixe e do rio Primavera. 

Foto 5.1‐9: Vista do Rio do Peixe, com o nível de suas águas no período do dia mais 

elevado. 

 

Foto 5.1‐10: Área do Rio Morcego usado para a recreação, próximo de Primavera. 

 

Os  conjuntos  de  edificações  isoladas  estão relacionados com a presença destas pequenas centralidades  locais. Templos religiosos, bares e mercearias,  escolas  e  pequenas  praças  são onde  momentos  de  lazer,  recreação  e encontro  das  famílias  que  residem  nas proximidades.  

Foto 5.1‐11: Centro Comunitário ao lado de Capela católica de Vila dos Cacos. 

 

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Entre  as  comunidades  mais  importantes, podemos citar a Vila do Peixe, Vila dos Cacos, Bairro  das  Pacas  e  Vila  do Doca.  A  presença destes conjuntos de edificações  também está relacionada  com presença de áreas agrícolas, uma  vez  que  os  moradores  podem  ser empregados ou parceiros do responsável pela lavoura. 

Considerou‐se que somente a sede municipal de  Primavera  apresentava  características suficientes  para  ser  classificada  como  área urbana, uma vez que apresenta concentração de  serviços,  presença  de  escolas  de  ensino médio,  posto  de  saúde,  iluminação  pública, abastecimento  de  água  e  coleta  de  lixo, elevado  valor  relativo  do  preço  do  solo, concentração residencial, entre outros. 

Foto 5.1‐12: Prédio e ambulância da Secretaria municipal da saúde. 

 

Percebe‐se  um  importante  número  de  novas residências  e  de migrantes  na  cidade,  o  que pode  indicar  um  pequeno  processo  de adensamento  urbano.  Esse  processo  já contribui com a expansão da cidade ao  longo das  ruas  e  avenidas  que  “saem”  da  cidade, além de aumentar o nível de precariedade das residências  e  intensificar  os  problemas  de abastecimento, coleta de esgoto e do lixo. 

Pode‐se  notar  também  na  cidade  a precariedade  das  edificações,  excetuando somente  algumas  moradias  da  Av.  Moura Carvalho,  onde  se  encontra  residências  com melhores  estruturas  e  até  mesmo  alguns “sobrados”,  todavia  não  impede  ainda  a persistência de casas pau‐a‐pique. 

 

 

 

Foto 5.1‐13: Casa de pau‐a‐pique na Av. Moura Carvalho, principal de Primavera. 

 

Foto 5.1‐14: Sobrado construído recentemente, também na Av. Moura 

Carvalho. 

 

Os núcleos populacionais e a própria cidade se dispõem  de  maneira  paralela  à  PA‐446, indicando que a rodovia é o principal vetor de surgimento e expansão das áreas urbanizadas, o que é corroborado pela enorme quantidade de  núcleos  urbanos  ao  longo  das  rodovias existentes. 

O  município  de  Primavera  conta  com equipamentos urbanos precários para receber visitantes  e  turistas,  uma  vez  que  possui serviços pouco especializados. 

O  abastecimento  de  água  é  feito  a  partir  de captação  e  distribuição  sem  tratamento  pela Prefeitura. Não há tratamento de esgoto e os resíduos  sólidos  domiciliares  são  coletados pela  Prefeitura  e  despejados  em  um  lixão  a céu aberto, cujo registro  fotográfico pode ser observado abaixo. 

 

 

 

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Foto 5.1‐15: Vista do lixão de Primavera. Lixo depositado  diretamente  sobre  o  solo,  sem tratamento.  Nota‐se  a  presença  de  urubus, ao fundo vegetação arbustiva. 

 

Toda  a  caracterização  apresentada  até  o presente  descreveu  os  usos  identificados  no trabalho  de  campo  e  nas  análises desenvolvidas  em  gabinete.  Posto  isso, apresenta‐se  abaixo  o Quadro  5.4.1.4‐1  com as áreas aproximadas, referentes às tipologias de uso identificadas na AID. 

Quadro 5.1‐1: Áreas ocupadas pelos tipos de uso identificados na AID (em m2 e %). 

Tipologia de Uso  Área (m²)  Porcentagem (%) 

Vegetação Natural Arbórea  50.227.793,93  39,48 

Vegetação Natural Arbustiva/Campestre 

32.387.420,62  25,46 

Pastagem/Campo Antrópico 

36.234.030,32  28,48 

Lavoura Temporária  4.917.381,46  3,86 

Corpos d'água  1.087.560,92  0,85 

Conjunto de Edificações Isoladas 

403.460,25  0,32 

Áreas Urbanizadas  1.975.236,56  1,55 

Total  127.232.884,07 

100,00 

Fonte: CEMA, 2010. 

Tem‐se aqui um pequeno panorama do uso do solo  na  área.  Embora  seja  uma  área  já altamente antropizada e de ocupação pioneira dentro do Estado, a AID conserva grande parte de  sua  vegetação  natural,  perfazendo aproximadamente  65%  da  área  total (Vegetação  natural  Arbórea  e Arbustiva/Campestre).  As  áreas  de  produção agrícola, embora numerosas, são de pequena relevância no que toca a área total em estudo. 

Releva‐se  também  a  relação  entre  a  grande área  ocupada  por  Campos  Antrópicos  e Pastagens  em  detrimento  da  pequena produção  pecuária,  fato  que  evidencia  a pequena produtividade da região. 

Área Diretamente Afetada 

A Área Diretamente Afetada – ADA refere‐se, conforme  apresentado  no  capítulo  de Caracterização  do  Empreendimento  que compõe  esse  Estudo,  à  área que  abrigará de fato  o  empreendimento,  sem  um  limite natural ou de propriedade. A ADA ocupa uma área de 17,78 km². 

A área destinada ao empreendimento tem um histórico associado às atividades agropastoris, como  pequenas  hortas  de  subsistência  e criação de gado de baixa produtividade. 

A  área  apresenta  ainda  áreas  de  vegetação, todavia se encontra em um elevado  índice de fragmentação.  

Também  conta  com  algumas  estradas  de terra,  chamadas  de  Ramais,  que  permitem  o tráfego  de  carros  e  caminhões,  e  pequenos caminhos  e  trilhas,  utilizados  por  pedestres, bicicletas e motos. Estes veículos são os mais populares  e  difundidos  da  cidade  de Primavera. 

A  ADA  ainda  conta  com  a  falta  de  acesso  a determinados  serviços  e  infraestruturas. Serviços  essenciais  de  saneamento  básico, como água encanada e coleta e tratamento de esgoto  praticamente  não  existem  dentro  da ADA.  Há  na  maior  parte  das  propriedades visitadas  o  abastecimento  por  poço Amazonas,  localizado  quase  sempre  a  uma distância  inferior  a  50  metros  de  “fossas negras” que, por  conta da  falta de  coleta de esgoto,  estão  presentes  em  quase  todas  as propriedades.  Ressalta‐se  que muitos  destes poços  estão  em  áreas  onde  o  lençol  freático entra em contato com a água salobra do mar, impossibilitando a utilização regular da água e obrigando  a  população  a  estocar  uma determinada quantidade de segurança. 

 

 

 

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Foto 5.1‐16: Lançamento de esgoto diretamente no lençol freático. 

 

Foto 5.1‐17: Estrutura utilizada para banho e higiene. 

 

Entre  as  edificações,  serviços  e  outras benfeitorias existentes na ADA, cita‐se: 

Presença  de  Agricultura  de  subsistência, principalmente  feijão,  vagem,  mandioca, arroz e hortaliças; 

Abastecimento  de  água  por  captação  em poços; 

Presença  de  energia  elétrica  em  algumas localidades; 

Linha regular de transporte coletivo; 

Áreas  de  recreação,  lazer  e  convivência local; 

Organização  Social,  Cultural  e  Político‐Institucional. 

É notório que a questão de saneamento é um dos problemas ambientais mais sérios da área. Embora não existam dados oficiais a respeito, espera  que  haja  muitos  casos  de  doenças relacionadas  à  contaminação  das  águas  pelo esgoto,  como  a  cólera,  hepatite  A, esquistossomose, teníase, entre outras. Outro problema ambiental, de menor proporção, é a utilização  de madeira,  nativa  ou  não,  para  a fabricação de carvão e no dia‐dia, como fonte de energia  térmica e na construção de quase todas as edificações presentes. 

Foto 5.1‐18: A madeira é queimada dentro de fornos de barro, originando em carvão 

vegetal. 

 

Foto 5.1‐19: Utilização quase que exclusiva de madeiras e barro na construção de casas. 

 

Com a Constituição de 1988 e com o objetivo de democratizar a administração pública, visto que os municípios são o espaço de realização em  que  os  serviços  públicos  estão  ligados diretamente à vida e ao dia a dia dos cidadãos, diversas  atribuições,  que  eram  das  outras esferas  de  governo,  passaram  para  os municípios  no  processo  de  descentralização da gestão pública. 

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A saúde, a educação e, mais recentemente, a agricultura,  foram  atribuições  delegadas  aos municípios,  com  repasses  de  recursos financeiros de programas específicos, como o Paes,  Fundef  e  Pronaf.  Estes  passaram  a  ser gerenciados pelas prefeituras municipais, com a  fiscalização  de  conselhos  municipais  com poder  de  delegação  sobre  as  prioridades  a serem  atendidas.  Contudo,  boa  parte  dos municípios  da  Região  de  Integração  Regional Rio  Caeté,  até  o  presente  estudo,  não conseguiu  fazer a montagem dos necessários instrumentos  para  a  gestão  municipal descentralizada da área social. 

O município de  Santarém Novo é o único da Região  Rio  Caeté  que  possui  Conselho Municipal de Habitação assim como montou o Consorcio  Intermunicipal  na  área  de educação.  Todos  os  outros  municípios  não apresentam  formas  organizacionais  de cooperação  intergovernamental  e  tampouco convênios  de  parceria  com  o  setor  privado para  a  educação.  Nenhum  dos  municípios selecionados  para  análise  neste  documento, pertencente à Região Rio Caeté, possui algum instrumento  que  celebre  apoio  do  setor privado ou de comunidades. 

Em  termos  da  área  de  saúde  nenhum instrumento  de  parceria  foi  celebrado  com outras  instâncias  de  governo  ou  mesmo intermunicipal.  Não  existem  convênios  entre os municípios e o setor privado e tampouco há apoio  deste  setor  ou  de  comunidades  para com o município.  

Quando  se  considera,  contudo,  do  ponto  de vista  da  freqüência  e  da  abrangência  dos principais  instrumentos  legais  da administração  pública  local  verifica‐se  uma situação  diferente  daquela  das  áreas  sociais, como será visto a seguir. 

Nos  municípios  selecionados  para  este documento  cabe  salientar  que  Capanema possui  Lei  de  Diretrizes  Orçamentária,  de Orçamento  Anual,  de  Perímetro  Urbano,  Lei Orgânica/1990  e  possui  Plano  Diretor;  Peixe Boi possui  Lei de Diretrizes Orçamentária, de Orçamento Anual, não possui Lei de Perímetro Urbano,  sua  Lei  Orgânica  é  de  1990  e  não possui Plano Diretor; Primavera possui Lei de Diretrizes Orçamentária, de Orçamento Anual, 

não  possui  Lei  de  Perímetro  Urbano,  possui Lei Orgânica/1990 e não possui Plano Diretor; Quatipuru  possui  Lei  de  Diretrizes Orçamentária,  de  Orçamento  Anual,  não possui  Lei  de  Perímetro  Urbano,  possui  Lei Orgânica/1997  e  não  possui  Plano  Diretor; Santarém  Novo  possui  Lei  de  Diretrizes Orçamentária,  Lei  de  Orçamento  Anual,  não possui  Lei  de  Perímetro  Urbano,  Possui  Lei Orgânica/1989 e possui Plano Diretor; quanto a  São  João de Pirabas,  este município possui Lei  de  Diretrizes  Orçamentária,  Lei  de Orçamento Anual, não possui Lei de Perímetro Urbano,  possui  Lei  Orgânica/1990  e  não possui Lei de Perímetro Urbano. 

Quanto  ao quesito  recurso para  gestão  cabe ressaltar  que  Capanema  cobra  IPTU,  possui Cadastro  ISS  informatizado,  cobra  Taxa  de Iluminação Pública e cobra Taxa de Coleta de Lixo;  Peixe  Boi  cobra  IPTU,  não  possui Cadastro  ISS,  Cobra  Taxa  de  Iluminação Pública  e  não  tem  Taxa  de  Coleta  de  Lixo; Primavera cobra IPTU, possui Cadastro ISS não informatizado,  cobra  Taxa  de  Iluminação Pública  e  cobra  Taxa  de  Coleta  de  Lixo; Quatipuru cobra IPTU, possui Cadastro ISS não informatizado,  cobra  Taxa  de  Iluminação Pública  e  não  tem  Taxa  de  Coleta  de  Lixo; Santarém Novo cobra IPTU, não tem Cadastro ISS, cobra Taxa de Iluminação Pública não tem Taxa  de  Coleta  de  Lixo;São  João  de  Pirabas cobra  IPTU, tem Cadastro  ISS  informatizado e tem Taxa de Coleta de Lixo. 

5.2 Ações Governamentais 

Quanto à existência de Conselhos Setoriais os dados  obtidos  se  referem  a  2001/IBGE  no exato  período  em  que  se  deu  forte desconcentração e descentralização da gestão pública  para  a  ponta  da  demanda,  isto  é,  o município. 

Em  relação  ao  município  de  Capanema verifica‐se  a  existência  dos  seguintes conselhos  setoriais:  Conselho  Paritário  de Assistência Social que se reúne mensalmente; Conselho Paritário dos Direitos das Crianças e Adolescentes com reuniões mensais; Conselho Municipal de Educação com reuniões mensais; Conselho  de  Meio  Ambiente  com  reuniões mensais;  Conselho  de  Desenvolvimento Econômico  com  reuniões  mensais;  Conselho 

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de  Saúde  com  reuniões mensais.  Existem  os programas  governamentais  de  Geração  de Trabalho  e  Renda  assim  como  o  de Capacitação Profissional. 

O  município  de  Peixe  Boi  possui  Conselho Paritário  de  Assistência  Social  que  se  reúne mensalmente  e  Conselho  Paritário  das Crianças  e  dos  Adolescentes  que  se  reúne mensalmente. 

Quanto  ao  município  de  Primavera,  este possui,  apenas,  Conselho  Paritário  de  Saúde que  se  reúne mensalmente.  O município  de Quatipuru  possui  Conselho  Paritário  de Assistência Social que se reúne mensalmente; Conselho Paritário de Educação que se  reúne mensalmente  e  Conselho  Paritário  de  Saúde com  reuniões  mensais.  Não  se  obteve informação  sobre  a  existência  ou  não  de programas governamentais. 

O  município  de  São  João  de  Pirabas  possui Conselho  Paritário  de  Assistência  Social  com reuniões  mensais;  Conselho  Paritário  de Educação  com  reuniões mensais  e  Conselho Paritário  de  Saúde  que  se  reúne mensalmente.  Quanto  aos  programas governamentais  verifica‐se  a  existência  do Programa  de  Geração  de  Trabalho  e  Renda como também o de Capacitação Profissional.  

Em  relação  a  Santarém  Novo  verifica‐se  a existência do Conselho Paritário de Assistência Social  com  reuniões  mensais  e  Conselho Paritário  de  Saúde  também  com  reuniões mensais. Em  termos de programas verifica‐se a  existência  do  Programa  de  Geração  de Trabalho e Renda, mas, não existe o Programa de Capacitação Profissional para aquele fim. 

- Planos e Programas governamentais. 

Neste  item  do  Estudo,  foram  considerados como  projetos  co‐localizados  aqueles previstos  na  área  de  Influência  Direta  e Indireta do empreendimento.  

Os programas de maior relevância são aqueles destinados  a  ampliar  ou  aperfeiçoar  a  rede infra‐estrutural  do município  de  Primavera  e seu  entorno,  além  de  projetos  de características  econômicas  e  sociais relevantes.  Contudo,  todas  as  informações presentes  apresentam  relações,  sejam  elas diretas  ou  indiretas  com  as  instalações  e 

operações propostas no Projeto Primavera da Votorantim Cimentos N/NE. 

Ressalta‐se  que,  em  virtude  da  natureza  do empreendimento  proposto,  estabeleceu‐se como  critério  para  obtenção  e  pesquisa  dos planos  governamentais  aqueles  que assegurassem  o  atendimento  à  Resolução CONAMA nº. 01/86. 

Buscou‐se  identificar  os  planos  e  projetos incluídos nas políticas públicas de  transporte, habitação,  educação,  saneamento,  saúde, entre outros nas  três esferas governamentais – federal, estadual e municipal. 

Programas Federais  

Programa Nacional de Extensionismo Mineral 

O  Programa  Nacional  de  Extensionismo Mineral  tem  como  premissa  fomentar  e promover  a  inserção,  transferência,  e inovação de  tecnologia em micro e pequenas empresas  do  setor  mineral.  Uma  das ferramentas  utilizadas  pelo  governo  é  a organização  dos  pequenos  produtores  em Arranjos Produtivos Locais (APL’s). 

Plano  Nacional  de  Aproveitamento  de Agregados para a Construção Civil 

Este  plano,  instituído  pela  portaria  do Ministério  de Minas  e  Energia  ‐ MME  de  nº 249 de 28 de outubro de 2004. A criação deste instrumento  legal  objetiva  assegurar  o suprimento  de  insumos  minerais,  vitais  ao crescimento  econômico  e  à  melhoria  da qualidade de vida da população, em frente ao forte aumento da demanda gerado a partir do crescimento acelerado das cidades. 

Programa nacional de educação e controle da poluição sonora ‐ SILÊNCIO 

O programa nacional de educação e  controle da  poluição  sonora  ‐  SILÊNCIO  foi  instituído pela  Resolução  CONAMA  nº.  2,  de  8/3/90 considerando  a  necessidade  de  estabelecer normas,  métodos  e  ações  para  controlar  o ruído excessivo que  interfere na saúde e bem estar da população. 

Programa Sala Verde 

O  Projeto  Sala  Verde  é  coordenado  pela Diretoria  de  Educação  Ambiental  do Ministério  do Meio Ambiente  (DEA/MMA),  e 

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consiste  no  incentivo  à  implantação  de espaços sócio‐ambientais pelo país.  

Programa  Nacional  de  Microbacias Hidrográficas  e  Conservação  de  Solos  na Agricultura 

A degradação ambiental no Brasil atinge níveis críticos, impondo elevados custos à sociedade, pela  grande  perda  de  solos  agricultáveis através  da  erosão,  causando  a  redução  da capacidade produtiva do solo, o assoreamento dos  cursos  d'água  e  represas  e, consequentemente,  o  empobrecimento  do produtor rural, com reflexos negativos para a economia  nacional.  Para  tanto,  as  ações voltadas  para  o  racional  uso  e  manejo  dos recursos  naturais,  principalmente  o  solo,  a água e a biodiversidade visam promover uma agricultura  sustentável, aumentar a oferta de alimentos e melhorar os níveis de emprego e renda no meio rural.  

Programa de Aceleração do Crescimento 

O PAC é um programa do governo federal que prevê  investimentos  em  infra‐estrutura  que, aliado  às  medidas  econômicas,  pretende estimular os  setores produtivos e, ao mesmo tempo,  levar benefícios  sociais para  todas  as regiões do país.  

Para  o  estado  do  Pará  o  investimento  total previsto é de R$ 35,9 bilhões,  sendo que até 2010  esse  investimento  chegará  a  R$  12,1 bilhões e após os investimentos totalizarão R$ 23,8 bilhões.  

Nos  municípios  que  compõem  a  AII  do empreendimento,  estão  previstos investimentos  na  infra‐estrutura  social  e urbana.  Especificamente  para  os  municípios de  Primavera  e  Quatipuru,  os  três  projetos que  receberão  investimentos  do  PAC  são: Provisão  habitacional  na  Comunidade  Nossa Senhora de Nazaré em Primavera, Plano Local de  Habitação  em  Quatipuru  e  Sistema  de Abastecimento  de  Água  no  município  de Quatipuru,  juntos  esses  projeto  somam 1.629,60 milhares de reais. Já no município de Capanema,  verificam‐se  três  projetos,  sendo dois  de  saneamento  básico,  cujos investimentos  somam  19.939,20 milhares  de reais  e  um  referente  a  elaboração  de  Plano Local de Habitação, com investimento de 31,4 milhões de reais. São João de Pirabas também 

é contemplado com investimentos do PAC, um voltado  para  saneamento  e  melhoria  da qualidade  da  água  e  outro  referente  à elaboração  do  Plano  Local  de  Habitação. Finalmente,  Santarém  Novo  conta  com  dois projetos habitacionais. 

Programa mais educação  

O  Programa  Mais  Educação  (Portaria Interministerial  nº  17/2007)  é  uma  iniciativa do Governo Federal que tem como prioridade contribuir  para  a  formação  integral  de crianças,  adolescentes  e  jovens, por meio do apoio  a  atividades  sócio‐educativas  (campo das  Artes,  Cultura,  do  Esporte,  do  Lazer,  da Inclusão  Digital,  das  Tecnologias  de Informação e Comunicação  (TICs), Tecnologia de  Aprendizagem  e  Convivência  (TAC),  da Saúde,  etc.)  no  contraturno  escolar, articulando  diferentes  ações,  projetos  e programas  do  Estado,  Distrito  Federal  e Municípios,  em  consonância  com  o  Projeto Político Pedagógico da escola. 

Implantação no Estado do Pará: a) no segundo semestre  de  2008  foram  atendidas  no Programa 56 escolas; b) no ano de 2009: além das escolas  já atendidas  foram  incluídas mais 180,  perfazendo  um  total  de  235  escolas, sendo:  222  de  ensino  fundamental  e  13  de ensino  Médio;  c)  no  ano  de  2010  serão incluídas  mais  88  escolas,  situadas  nos municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Santa  Barbara,  Santarém,  Abaetetuba, Bragança e Castanhal, abrangendo um total de 370 escolas.  

Programas Estaduais 

Plano Plurianual 2008‐2011 

O  Estado  do  Pará  adotou  o  novo modelo  de planejamento,  orçamento  e  gestão  para  as ações de  governo. Os programas de  governo passam a ser a referência básica para a gestão orientada  para  resultados,  integrando‐se  ao processo  de  reforma  do  Estado.  Por  esta razão, a administração por programas vem se transformando  no  modo  principal  de organização e gestão.  

Na elaboração do PPA 2008‐2011 houve mais um  avanço  conceitual  e  metodológico.  A população  teve  a  oportunidade  de  participar da  construção  do  processo  de  planejamento 

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ao votar 430 obras e serviços prioritários nos 143 municípios paraenses e  incluí‐los no PPA 2008‐2011.  

O  Pará  já  implantou o  sistema  de Gestão de Programas  ‐  GPPARÁ,  com  o  objetivo  de permitir  aos  gerentes  de  programas  o monitoramento,  a  execução  das  ações  de governo, e a avaliação de  resultados, ao  final de cada exercício. 

Desenvolve Pará  

Segundo  a  Secretaria  de  Estado  de Desenvolvimento  Ciência  e  Tecnologia  – SEDECT, o “Desenvolve Pará” é uma das ações do Plano Plurianual (PPA) 2008‐2011, que traz as diretrizes das ações governamentais para o período.  Esse  programa  reúne  ações  diretas na  área  do  desenvolvimento,  implementadas e  articuladas  por  várias  secretarias  e  órgãos, como  a  Secretaria  do  Desenvolvimento, Ciência  e  Tecnologia  (Sedect),  de  Obras Públicas  (Sepof)  e  Banco  do  Estado  do  Pará (Banpará). 

Dentre as primeiras ações do programa está a Implantação  do  Sistema  Estadual  de Mineração  

Macrozoneamento Ecológico‐Econômico 

Segundo a Lei Estadual nº 6.745, de 6 de maio de  2005  foi  instituído  o  Macrozoneamento Ecológico‐Econômico do Estado do Pará. Esse instrumento tem como objetivo compatibilizar a  utilização  de  recursos  naturais  com  a preservação  e  a  conservação  do  meio ambiente, bem como realizar o  levantamento e  o  monitoramento  periódico  da  área geográfica  estadual  de  acordo  com  as tendências  e  desenvolvimento  científico  e tecnológico,  garantindo  a  conservação  das amostras representativas dos ecossistemas do território estadual. 

Com  esse Macrozoneamento,  o  território  do Pará  foi  distribuído  em  grandes  zonas:  65% (sessenta  e  cinco  por  cento),  no  mínimo, destinados a áreas especialmente protegidas e 35%  (trinta  e  cinco  por  cento),  no  máximo, para  consolidação  e  expansão  de  atividades produtivas,  áreas  de  recuperação  e  áreas alteradas. 

Zoneamento  Ecológico‐Econômico  da  Calha Norte e Zona Leste do Estado do Pará  

O Zoneamento Ecológico‐Econômico da Calha Norte  e  Zona  Leste  do  Estado  do  Pará  foi instituído pela Lei nº 7.398 de 16 de abril de 2010.  Esse  instrumento  tem  como  objetivos principais a organização e o planejamento do território  no  estado  do  Pará,  contribui também  para  o  estabelecimento  de  políticas públicas, programas e projetos para a gestão territorial, melhoria da qualidade de vida e das condições  socioeconômicas  das  populações urbanas e rurais. 

Projeto NavegaPará  

O NAVEGAPARÁ,  lançado no dia 30 de março de  2007,  é  um  programa  do  Governo  do Estado do Pará, implantado de forma conjunta pela  Secretaria  de  Estado  de Desenvolvimento,  Ciência  e  Tecnologia (SEDECT)  e  a  Empresa  de  Processamento  de Dados  do  Estado  do  Pará  (PRODEPA).  É considerado  o  maior  programa  de  inclusão digital  do  Brasil,  pois  leva  acesso  gratuito  à internet  a mais  de  três milhões  de  cidadãos paraenses,  por  meio  de  uma  rede  de comunicação  que  interliga  as  unidades  de governo como  instituições públicas de ensino e  pesquisa,  hospitais,  postos  de  saúde  e órgãos  de  segurança  pública,  chegando  ao cidadão  diretamente  nos  telecentros  de negócios,  laboratórios  de  escolas  púbicas  e nas  salas  públicas  de  acesso  à  internet denominadas  infocentros,  além  de logradouros públicos como praças e orlas.  

O  Estado  do  Pará  já  apresenta mais  de  100 infocentros implantados, 16 Cidades Digitais e cerca de 1.200 pontos conectados, entre eles mais  de  500  escolas,  unidades  de administração,  educação,  saúde,  segurança pública e terceiro setor.  

A  segunda  fase do NavegaPará  já está  sendo concluída e beneficiará mais de 40 municípios paraenses.  São  eles:  Acará,  Augusto  Corrêa, Benevides,  Bonito,  Bragança,  Bujaru, Capanema,  Capitão  Poço,  Castanhal,  Colares, Concórdia do Pará, Curuçá, Garrafão do Norte, Igarapé‐Açu,  Igarapé‐Miri,  Inhangapi,  Irituia, Itupiranga,  Magalhães  Barata,  Maracanã, Marapanim, Moju,  Nova  Timboteua,  Ourém, Paragominas,  Peixe  Boi,  Primavera, Quatipuru, Salinópolis, Santa Bárbara do Pará, Santa  Isabel  do  Pará,  Santa  Luzia  do  Pará, 

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Santarém Novo,  Santo Antonio  do  Tauá,  São Caetano de Odivelas, São Domingos do Capim, São Francisco do Pará, São João da Ponta, São João  de  Pirabas,  São  João  do  Araguaia,  São Miguel  do  Guamá,  Terra  Alta,  Tomé‐Açu, Traquateua e Vigia. 

Projeto de Inclusão Socioprodutiva  

O Projeto  Inclusão Sócio produtiva no Estado do  Pará:  Construindo  Alicerces  de Sustentabilidade  através  de  Arranjos Produtivos  Locais,  tem  como  objetivo estratégico gerar oportunidades de trabalho e renda  às  famílias  paraenses  em vulnerabilidade  social  e  econômica,  inseridas no  Cadastro  Único  de  Programas  Sociais  do Governo Federal ‐ CadÚnico, prioritariamente, as  beneficiadas  no  Programa  Bolsa  Família  ‐ PBF. 

Este  projeto  prevê  investimentos  na implantação  e  no  fortalecimento  de empreendimentos  sócioprodutivos  coletivos, nas  áreas  urbanas  e  rurais,  envolvendo  um universo  de  famílias,  com  atuação  nas  5 (cinco)  Regiões  de  Integração  do  Marajó, Metropolitana, Rio Caetés, Baixo Amazonas e Baixo Tocantins. Destaca‐se que os municípios da AII estão inseridos na Região de Integração do Rio Caetés. 

5.3 Economia Regional 

Em  relação  à  economia  regional  da mesorregião  do Nordeste  do  Pará  verifica‐se que  há  historicamente  e  de  forma  natural  o consumo  e  a  comercialização  de  frutas diversificadas,  as  chamadas  frutas  tropicais, que são consumidas  in natura ou como polpa processada,  a  saber:  açaí,  acerola,  caju, graviola, abacaxi, maracujá, murici e cupuaçu entre  outras.  Este  consumo  constitui  um hábito  estrutural  da  cultura  alimentícia  da população  local que vem  se expandindo para outras  regiões  e  estados.  Dentre  aquelas,  a que mais tem se destacado, nos últimos trinta anos,  é  o  açaí.  A  Região  é  responsável  por mais de 80% da produção de polpa de açaí do Estado  do  Pará.  Só  em  Belém  é  processada mais de 50.000 toneladas de polpa por ano, o que é insuficiente para atender a demanda. 

Nos  últimos  anos,  o  consumo  de  açaí expandiu‐se e o seu mercado continua sendo 

ampliado,  o  que  se  choca  com  a  oferta  in natura. Isto porque, a economia tradicional do açaí envolve arranjos produtivos significativos com  cadeias  que  incluem  o  processamento industrial  massivo  de  uma  produção  que  é rural,  de  base  fundamentalmente  extrativa limitada  a  disponibilidades  naturais,  isto  é, sujeita  às  condições  naturais  peculiares  da Região.  

Por  estas  razões,  segundo  o  estudo desenvolvido  pelo  NAEA/UFPA,  O processamento  de  frutas  no  Nordeste Paraense  e  Região Metropolitana  de  Belém‐ Um  arranjo  emergente,  é  que  está  sendo reforçada  a  posição,  segundo  a  qual,  o potencial  de  industrialização  de processamento  de  frutas  associado  à produção  rural  apresenta  limites  que  não estão sendo superados, há necessidade de se privilegiar outra  forma de estrutura  industrial para o processamento de  frutas que não seja conflitante com a produção rural. 

Para  que  sejam  evitados  os  gargalos  entre oferta  e  demanda  é  necessário,  segundo  o estudo, que  se privilegie não a grande planta industrial,  mas  sim  a  rede  de  micro  e pequenas empresas, a organização em APLs. A organização  em  APL  possibilita  consolidar  a expansão da oferta de produção com geração de  trabalho  e  renda  e melhora  da  qualidade de  vida  da  população  associada  ao desenvolvimento local. Trata‐se de um arranjo que combina produção rural diversificada e de base  permanente  que  exige  as  condições edafoclimáticas  da  região  combinada  com  a agroindustrialização  regionalizada  e  formada por  cooperativas  de  produtores  rurais  e empresas individuais/micro e pequenas locais. 

O  resultado  do  estudo  conclui  e  recomenda que  o  potencial  de  produção  de  frutas tropicais  pode  ser  expandido  para  além  dos municípios  que  já  fazem  parte  do  network existente  atualmente  e  que  ocorre  nas microrregiões  de  Cametá  e  Tomé‐Açú, principalmente  nos municípios  de  Tomé‐Açu, Castanhal,  Igarapé‐Miri,  Ananindeua,  Santa Izabel  do  Pará,  Santa  Bárbara  do  Pará, Abaetetuba, São Francisco do Pará e  Igarapé‐Açu. 

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Outra atividade econômica regional de grande potencial  se  concentra  nos  municípios  de Augusto Corrêa, Bragança, Curuça, Maracanã, Marapanin,  Viseu  e  São  João  de  Pirabas porque  são  aqueles  que  respondem  por  um quarto da produção do pescado no Estado do Pará.  Trata‐se  de  uma  atividade  que  tem importante  papel  sócio  econômico  na ocupação de mão de obra, geração de renda e oferta  de  alimento  para  a  população, especialmente para as pequenas comunidades do meio  rural. Contudo, é uma atividade que apresenta  dificuldades  na  cadeia  produtiva: organização  e  integração  social,  assistência técnica e acesso ao crédito. Aquelas precisam ser superadas por meio de políticas públicas e ações  empresariais  visto  que  a  possibilidade de  crescimento  da  produção  na  Região  ser amplo  e  o  Pará  ser  um  dos  grandes produtores nacionais de pescado. 

Outra  atividade  econômica  regional  no Nordeste  Paraense  diz  respeito  à  APL  de apicultura estruturada com apoio do Governo Estadual  e  participação  do  SEBRAE,  ente muitos  outros,  e  envolve  os  municípios  de grande  potencial  apícola  que  já  produzem mel:  Capitão  Poço,  Capanema,  Nova Timboteua,  Santarém  Novo,  Ourém,  Viseu, São  João  de  Pirabas,  Primavera,  Tracuateua, Bragança,  Augusto  Correia,  Salinópolis, Igarapé‐Açu, Quatipuru,  Aurora  do  Pará,  São Domingos  do  Capim,  Ipixuna,  Mãe  do  Rio, Concórdia  do  Pará, Garrafão  do Norte, Nova Esperança do Piriá e Castanhal. 

Área de Influência Indireta (AII) 

A  dinâmica  da  economia  da  AII  tem  sido satisfatória  (crescimento  anual  de  6,23%  a.a. no  período,  pouco  abaixo  da  média  para  o Estado do Pará, que foi 6,35% a.a. e acima da média para o Brasil que  foi de 4,74% a.a. no período).  O  PIB  per  capita  da  região acompanha a tendência acima, pois cresceu a média  de  5,39%  a.a.,  contra  5,50%  a.a.  do Pará e 4,02% do Brasil. No entanto, observa‐se que o PIB per capita da AII é muito inferior ao do Pará, que por sua vez está muito abaixo ao do  Brasil  (R$  4.048,00;  R$  9.315,00  e  R$ 14.465,00  em  2007,  respectivamente).  Isto significa  que  o  PIB  per  capita  regional representava, em 2007, apenas 43,5% do PIB 

per capita estadual e 28,0% do PIB per capita brasileiro. 

Nota‐se  que  o  crescimento  da  economia regional é  consistente e que  se acentuou em 2006 e 2007.  

Embora  a  AII  seja  uma  região predominantemente  agrícola,  o  setor agropecuário respondia por apenas 10,08% do Valor  Adicionado  em  2007.  Provavelmente esta baixa participação no VA indica uma baixa taxa  de  formalização  da  atividade agropecuária que não é  captada pelos dados oficiais.  Nota‐se  ainda  a  grande  participação do  setor  público  na  composição  do  VA regional  (28,96%  do  VA),  que,  no  entanto, ainda ficou abaixo da contribuição do setor de serviços (43,18% do VA). 

O setor mais dinâmico  foi o de Serviços, com crescimento  de  44,89%  e  o  de  menor dinamismo foi a Indústria, que cresceu apenas 8,20% no período. 

Área  de  Influência  Direta  (AID)  – Município Primavera 

A  fragilidade  da  economia  do  município  de Primavera (AID), vis a vis a economia regional da AII, que conforme já observado acima, pelo indicador  do  PIB  per  capita  encontrava‐se muito  abaixo  do  perfil  do  PIB  per  capita estadual  e  nacional.  O  PIB  per  capita  de Primavera  em  2007  era  de  apenas R$  1.965, portanto menos da metade do PIB per capita da AII, 21,0% do estadual e somente 13,6% do PIB  per  capita  nacional.  Além  do  mais  o crescimento da economia  local  também  ficou abaixo  da  média  regional  e  estadual, superando  por  pouco  a  taxa  de  crescimento nacional no período 2003‐2007. 

A  economia  do  município  cresceu  muito pouco  nos  3  primeiros  anos  considerados, aumentou  vigorosamente  em  2006  com relação  a  2005  (crescimento  de  16,9%)  e depois teve uma pequena involução em 2007.  

O que se nota aqui é um predomínio absoluto da  Administração  Pública  na  composição  do Valor Adicionado de Primavera, que em 2007, atingiu  o  percentual  de  51,52%  deste indicador.  Esta  é  uma  situação  típica  de municípios de baixa  renda, como é o caso de Primavera  e,  portanto,  não  chega  a 

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surpreender.  Abaixo  da  atividade  do  setor publico  municipal  vem  o  setor  de  serviços, com  quase  30%  do  VA  e  muito  abaixo,  a Indústria  e  a  Agropecuária,  com  10,25%  e 8,34% do VA, respectivamente.  

Figura 5.3‐1: Primavera – Composição percentual do VA, 2007. 

Fonte: IBGE, 2010

Observa‐se  que  a  Agropecuária  teve crescimento pífio no período analisado (meros 1,89%),  enquanto  os  demais  setores  da economia cresceram de modo significativo no período. 

5.4 Estrutura Ocupacional 

Área de Influência Indireta (AII) 

Em  números  absolutos,  em  2008,  os municípios  da  AII  geraram  6.541  empregos formais  (dos  quais  4.655  em  Capanema). Destes 2.762  correspondiam  a Administração Pública e outros 1.954 ao Comércio.  

Em  números  percentuais,  a  Administração Pública  respondia  por  42,23%  dos  empregos formais em 2008, na AII, enquanto o Comércio era  responsável  por  29,87%  das  vagas.  Nos municípios  da  AII  somente  em  Capanema  é que  o  setor  público  não  era  o  maior empregador  (nesta o Comercio ocupava  este lugar  com  1.917  empregos  formais,  contra 1.169 na Administração Pública). 

O  número  médio  de  empregos  formais  por estabelecimento  na  AII  indica  que  com exceção  da  Administração  Pública,  a  região apresenta  um  numero  mais  elevado  de emprego  médio  por  unidade  administrativa, nos  demais  setores  da  economia  da  AII  o número  é  bastante  baixo,  indicando  a predominância da micro e pequena empresa.  

Em  geral  a  média  da  remuneração  dos empregados dos municípios da AII é menor do que  a  média  para  o  Estado  do  Pará  com  2 exceções.  A  média  elevada  do  emprego  na indústria em Peixe‐Boi deve ser relevada, pois se  trata  de  apenas  1  empresa  com  4 empregos.  Já o número de Capanema para o mesmo setor é significativo, pois se tratam de 30  indústrias  que  geram  602  empregos formais.  Os  demais  empregos  na  AII  tem rendimento inferior a média do Pará. 

Município  Primavera  – A Área  de  Influência Direta (AID) 

A  quantidade  de  empregos  formais  gerados no  município  de  Primavera  apenas  370 empregos. Mais uma vez, como aconteceu na AII,  a  Administração  Pública  respondeu  pela maior  parte  das  vagas  (329  dos  370 empregos),  portanto  numa  proporção muito maior  do  que  na  AII,  observada anteriormente. 

No  caso  de  Primavera  88,92%  dos  empregos formais  gerados  no  município  pertenciam  à Administração Pública em 2008, enquanto os demais  setores  da  economia  juntos  geravam apenas 11,08% dos empregos formais. 

Figura 5.3‐2: Primavera – Empregos Formais por Setor da Economia, 2008. 

10 15 ‐ 10 6

329

Agropecuária

Comércio

Construção 

Indústria

Serviços

Adm Pública

Fonte: SEPOF, PA, 2009. 

O número de estabelecimentos registrados no município  de  Primavera  era muito  reduzido, totalizando  apenas  15  unidades  em  2008. Observe‐se que não havia nenhuma empresa de construção registrada na cidade.  

Na  média  geral,  os  rendimentos  médios mensais  equivaliam  a  68,77%  da  média apurada  para  o  Estado  do  Pará  na  mesma época  e,  portanto,  podem  ser  considerados muito baixos. 

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Finanças Públicas Municipais 

Área de Influência Indireta (AII) 

Em  relação  às  receitas  municipais  e  sua composição  percentual  em  2009. Observa‐se que,  de  cerca  de  103  milhões  em  receitas totais  das  administrações  municipais  dos municípios  da  AII  apenas  4,7  milhões  são receitas  próprias.  O  restante  vem  das transferências constitucionais e outras fontes. 

Em  termos  percentuais,  as  receitas  próprias dos municípios da AII equivaliam em 2009, a apenas 4,6% das  receitas  totais, enquanto as transferências montavam a 95,9%. Este perfil percentual  de  composição  das  receitas municipais  dos  municípios  da  AII,  aqui observados, se repete pelo Brasil todo e via de regra,  quanto  menor  e  mais  pobre  for  o município,  menor  será  o  percentual  das receitas próprias sobre as suas receitas totais. 

Figura 5.3‐3: AII ‐ Receitas Municipais 2009 (Reais mil) 

Fonte: STN, 2009.

Para  a  composição  percentual  das  receitas próprias  dos  municípios  da  AII  em  2009 observa‐se  o  baixo  valor  percentual  das receitas  de  IPTU  sobre  as  receitas  próprias (6,2%), enquanto os recursos provenientes do ISS são mais significativos  (42,7% das receitas próprias). A baixa arrecadação de IPTU parece seguir  também  um  padrão  em  que  quanto menor e mais pobre o município menor será a importância  da  arrecadação  de  IPTU  nas finanças municipais.  

Verifica‐se  que  as  transferências  da  União totalizaram cerca de 58,5 milhões de Reais em 2009  para  um  total  de  quase  99 milhões  de transferências.  

Em termos percentuais, nota‐se que, em 2009, as  transferências  da  União,  representaram 

quase 60% das transferências totais, enquanto as estaduais atingiram apenas 14,1% do  total de  transferências.  Os  restantes  foram transferências  de  outra  ordem,  que  não  as constitucionais  e,  portanto  de  caráter  não permanente. 

Os  investimentos  somam  apenas pouco mais de 8 milhões de Reais num universo de mais de  102 milhões  em  despesas  dos municípios da AII. 

A maior  despesa,  em  2009,  foi  com  pessoal (inclusive  encargos)  que  correspondeu  a 46,2% das despesas  totais dos municípios da AII.  Observa‐se  o  baixo  percentual  das despesas  de  investimentos  que  somaram apenas 8,1% das despesas totais. 

Município  de  Primavera  –  A  Área  de Influência Direta (AID) 

Os  dados  sobre  a  composição  das  receitas municipais  de  Primavera  (AID)  dão  conta  da insignificância  das  receitas  próprias  do município  em  relação  a  suas  receitas  totais, situação que é típica de municípios pequenos e pobres.  

As  receitas  próprias  representavam  em  2009 apenas  1,9%  das  receitas  totais.  Portanto  o município  dependia  em  98,1%  das transferências para compor suas receitas. 

Figura 5.3‐3: Primavera – Composição Percentual das Receitas Municipais 2009. 

Fonte: STN, 2009. 

A arrecadação de IPTU foi irrisória no período. Considerando‐se  o  pequeno  montante  de receitas próprias, mesmo a arrecadação de ISS (55,6%  das  receitas)  pode  ser  considerada desprezível para as  finanças municipais como um todo. 

Em  relação  ao  percentual  das  transferências verifica‐se  que  62%  vem  da  União,  24%  do 

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estado e o  restante de outras  transferências. Mais  uma  vez  observa‐se  a  grande dependência que os pequenos municípios têm das transferências, especialmente as que vêm da União. 

Figura 5.3‐4: Primavera – Receitas Municipais 2009 (Reais mil). 

Fonte: STN, 2009. 

A composição das despesas municipais  indica que  em  2009,  estas  tiveram  um  perfil muito próximo do observado para a AII, ressalvados os diferentes montantes.  

Aqui  as  despesas  de  pessoal  são  um  pouco menores  em  termos  percentuais  (42%  das despesas totais) e a diferença quase toda está nos  gastos  com  custeio  (47%),  enquanto  os investimentos atingiram 9% dos gastos. 

 

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Figura 5‐2: Mapa de Uso e Ocupação do Solo (A3) 

     

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Meio Físico (Ar, Ruído, Vibração, Solo e Água) 

Aspectos Ambientais  Impactos Ambientais  Medidas Mitigadoras ou Compensatórias 

Ruído:  Emissão  de  ruídos  por  máquinas, equipamentos e veículos. 

Geração de  ruído pela operação de  veículos  e equipamentos pesados.  

Geração  de  ruído  pelo  desenvolvimento  de atividades industriais.  

Geração de ruído pelo tráfego de veículos leves e pesados.

Devidos  os  ruídos  gerados  pelos  equipamentos  e  veículos  pesados  os trabalhadores devem estar protegidos pelos equipamentos de proteção individual  (EPI) adequado e passar por exames audiométricos periódicos de acordo com a legislação vigente. 

Os  equipamentos  empregados  na  obra  deverão  passar  por  rigoroso controle  e  manutenção,  devendo  ser  observados  os  dispositivos responsáveis pela atenuação dos ruídos produzidos. 

A  velocidade  dos  veículos  deverá  ser  controlada,  pois,  a  partir  de  60 Km/h. O asfalto utilizado nas vias internas e de acesso deverá ser de boa qualidade e baixa  rugosidade, diminuindo o  atrito dos pneus no  solo e controlando o nível de pressão sonora emitido ao meio ambiente.  

Manutenção  da  vegetação  nativa  e  implantação  de  cortina  vegetal  ao redor de todo o empreendimento. 

Vibração:  Emissão  de  vibração  por máquinas, equipamentos e veículos. 

Geração de  vibração pelo desenvolvimento de atividades industriais 

Geração  de  vibração  pelo  tráfego  de  veículos leves e pesados. 

Geração de vibração pela operação de veículos e equipamentos pesados. 

As  vias  pavimentadas  e  não  pavimentadas  devem  receber  conservação periódica de maneira que não  tenham buracos e desníveis que possam causar deslocamentos no solo de forma desnecessária. A velocidade dos veículos, principalmente os pesados, também deve ser limitada. 

Continua    

IMPACTOS AMBIENTAIS, MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS  6 

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Continuação 

Aspectos Ambientais Impactos Ambientais  Medidas Mitigadoras ou Compensatórias 

Qualidade  do  ar:  Alteração  das  propriedades atmosféricas,  pela  emissão  de  material particulado proveniente do tráfego de veículos pesados  nas  áreas  de  influência  direta,  assim como devido a movimentação de solo durante as obras de terraplanagem; Alteração das propriedades  atmosféricas, pela emissão  de  material  particulado  proveniente do  tráfego  de  veículos  pesados  nas  áreas  de influência direta, assim como devido a extração e ao manuseio de materiais pulverulentos, tais como: minério  bruto  (1.550.000  t/a)  e  estéril (880.000 m3/a); Alteração das propriedades  atmosféricas, pela emissão de material particulado e de gases dos fornos  de  clinquer  nas  áreas  de  influência direta. 

Comprometimento  da  saúde  da  população, durante a implantação. 

Comprometimento  da  saúde  da  população, durante a operação. 

Comprometimento  da  saúde  da  população, pelo  aumento  da  concentração  de  gases  e particulados, durante a fase de operação. 

Comprometimento  da  Fauna  e  Flora  pelo aumento  da  concentração  de  gases  e particulados 

Visando à  redução da suspensão de material particulado das vias de acesso internas  do  empreendimento,  durante  a  implantação  e  operação,  são recomendadas as seguintes medidas: 

Umectação  de  vias  não  pavimentadas  interna  e  externamente  ao empreendimento, por onde os caminhões trafegam; 

Controle  de  velocidade  de  veículos  pesados  à  velocidade  máxima, estabelecida para caminhões, nas vias de acesso internas, de 20 km/h. 

Para  minimização  dos  efeitos  causados  pela  emissão  de  gases,  devido  à queima de combustíveis fósseis para atmosfera, recomenda‐se: 

Manutenção dos veículos automotores do empreendimento; 

Altura  de  chaminé  do  forno  de  clinquer  adequada  para  assegurar  boa dispersão  dos  poluentes  atmosféricos.    Recomenda‐se  adotar  os procedimentos da USEPA denominados GEP – Good Engineering Practice (boa prática de engenharia) na determinação da altura ideal da(s) chaminé(s); 

Ressalta‐se  que  estão  previstas  no  projeto  diversas  operações  unitárias  de controle de qualidade ambiental, conforme descritas no  item 3 – Descrição do Empreendimento, e apresentadas resumidamente a seguir:  

Utilização  de  Filtros  de  Mangas  de  processo  para  equipamentos principais como, forno, moinho de cru, moinho de cimento.  

Utilização de Filtros de mangas menores para desempoeiramento dos silos  de  estocagem,  transferência  das  correias  transportadoras, balanças dosadoras etc.  

O  monitoramento  contínuo  das  emissões  dos  gases  através  dos equipamentos (analisadores de gases) instalados na caixa de fumaça, torre de ciclones e chaminé do forno.  

Monitoramento  continuo  das  partículas  no  chaminé  do  forno.  A altura de chaminé do forno de clinquer adequada para assegurar boa dispersão  dos  poluentes  atmosféricos.    Recomenda‐se  adotar  os procedimentos  da  US  EPA  denominados  GEP  –  Good  Engineering Practice (boa prática de engenharia) na determinação da altura ideal da(s) chaminé(s); 

Ressalta‐se que de acordo com o estudo de simulação de dispersão de poluentes, os parâmetros analisados estão em conformidade com as legislações aplicáveis. 

Continua

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Continuação

Aspectos Ambientais  Impactos Ambientais  Medidas Mitigadoras ou Compensatórias 

Solo:  Dinamização  de  processos  de geodinâmica superficial, com assoreamento de cursos d’águas;  

Degradação  física  dos  solos  por  processos  de erosões,  escorregamento  de  taludes  e transporte  de materiais  de  solo  para  os  cursos d’água receptores 

As medidas propostas para os  impactos  identificados constituem, em sua maior parte,  procedimentos  que  fazem  parte  das  próprias  diretrizes  de  projeto  do empreendimento  e  de  normas  construtivas  e  de  implantação  de  obras  de engenharia, conforme descritas a seguir: Conservar a vegetação natural nos cursos d’água, os quais constituem Áreas de Preservação Permanente (APP); Planejar  a  remoção  da  cobertura  vegetal  para  que  isto  ocorra  apenas  no momento em que a área necessite ser utilizada, evitando assim que áreas sejam expostas às intempéries antes do momento de sua exploração; Implantar  um  sistema  de  drenagem  adequado  para  a  condução  das  águas objetivando evitar o  fluxo  concentrado de águas e  conseqüente  incremento na remoção e carreamento de partículas; Regularizar o escoamento superficial de forma a impedir que o fluxo atinja locais com solo exposto ou partículas desagragadas; Construir  e  dar manutenção  às  canaletas  de  drenagens  de  águas  pluviais  nos acessos e nas frentes de trabalho; Executar os cortes e aterros forma cuidadosa e planejada, procurando não deixar o solo exposto às intempéries por tempos excessivos; O  material  de  escavação  das  frentes  de  lavra  deverá  ser  utilizado  como recobrimento das mesmas ao final dos trabalhos e deverá ser disposto em pilhas junto  com  dispositivo  de  contenção  na  base,  impedindo  o  carreamento  de material pelas águas das chuvas para as áreas à  jusante e para os cursos d’água existentes; Promover,  quando  for  necessário,  a  proteção  do  solo  exposto  com  o  plantio  de gramíneas ou outra forma de impermeabilização temporária; Instalar dissipadores de energia nos pontos de  lançamento do sistema de drenagem pluvial; Realizar  ou  permitir  a  coleta  periódica  dos  resíduos  sólidos  armazenados  para posterior disposição em local adequado pelo serviço público local; Implantar  um  sistema  de  coleta,  afastamento,  tratamento  e  disposição  final  dos efluentes  domésticos  gerados  no  empreendimento  através  de  fossa  séptica  e sumidouro; Instalar  bacia  de  contenção  em  concreto  e  caixa  separadora  de  óleos  e  graxas  nos locais  onde  ocorram  armazenamento  e  manipulação  de  combustíveis  e/ou manutenção dos equipamentos;  Conduzir todos os efluentes resultantes do processo de lavra ou de serviços auxiliares à bacia de decantação para posterior reuso no processo;  Efetuar monitoramento e controle ambiental. 

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Aspectos Ambientais  Impactos Ambientais  Medidas Mitigadoras ou Compensatórias 

Qualidade  das  Águas  Superficiais  e Subterrâneas  

Exploração dos Recursos Hídricos; 

Dinamização  de  processos  superficiais  e  de carreamento  de  materiais  para  os  cursos d’água, na fase de terraplenagem; 

Geração  de  resíduos  de  material  de construção; 

Geração  de  efluentes  sanitários  no empreendimento; 

Abastecimento e manutenção dos veículos; 

Disposição e transporte de resíduos sólidos. 

Exaustão dos aqüíferos 

Alteração  da  qualidade  das  águas  superficiais,  subterrâneas e solos  

As medidas propostas para os potenciais impactos, aqui identificados, constituem, em sua maior parte, procedimentos integrantes das próprias diretrizes de projeto do empreendimento e de normas técnicas, tais como: Exaustão do aqüífero e interferência em nascentes e poços pela explotação de águas subterrânea Implantação As captações de água subterrâneas deverão respeitar o máximo de 80% da vazão do teste de produção (9,2m3/hora), contudo a previsão do consumo para a fase de implantação será de 5m3/hora, sendo o período máximo de funcionamento do poço de 20 horas, de forma a permitir a recuperação do aqüífero e prolongar a vida útil do poço, conforme preconiza a Instrução Normativa nº 55 de 2010, da SEMA-PA. O controle quantitativo do poço será feito através de hidrômetro e medidor de nível devendo seus dados serem anotados em planilhas diariamente, respeitando os dados de outorga. Com relação a possíveis contaminantes a água do poço deverá ser clorada e filtrada antes da distribuição. O poço somente entrará em funcionamento quando da emissão da respectiva outorga de Direito de Uso pelo órgão ambiental competente. Operação Assim como na implantação as captações subterrâneas deverão respeitar o que estabelece a Instrução Normativa nº 55 de 2010, da SEMA-Pa. Contudo a previsão para a fase de operação é de 30m3/hora. De acordo com o estudo específico sobre o aqüífero realizado, a estimativa é que três poços sejam o suficiente para suprir esta demanda sem comprometimento da capacidade de recuperação do aqüífero e sem interferência nas nascentes e poços da região. O controle quantitativo do poço será feito através de hidrômetro e medidor de nível devendo seus dados serem registrados em planilhas diariamente, respeitando os dados de outorga. Com relação a possíveis contaminantes a água do poço deverá ser clorada e filtrada antes da distribuição. Os poços somente entrarão em funcionamento quando da emissão das respectivas outorgas de Direito de Uso pelo órgão ambiental competente. Alteração da qualidade das águas superficiais, subterrâneas e solos pela Movimentação de terra por máquinas e depósito de estéreis; O solo orgânico deverá ser estocado em local apropriado, visando evitar o afluxo das águas da chuva para dentro da cava da mina e cursos d’água e visando sua posterior utilização na recuperação de áreas degradadas; À medida que esses depósitos forem atingindo suas configurações finais, esse solo deverá ser utilizado na recuperação e reconstituição dos terrenos e áreas degradadas (revegetação de depósitos de estéril e de taludes finais em solo dentro da própria da mina, bem como dos taludes da implantação e terraplenagem das demais instalações industriais); Deverão ser realizadas adequações da estrada de acesso interno á Mina, com regularização do leito carroçável, abertura das curvas e rampas para acesso de veículos maiores, implantação de sinalização e iluminação nos pontos de maior risco de acidentes, bem como a implantação de sistema de drenagem para evitar escorregamentos de encostas e erosões do leito;

(continua)   

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(continuação) 

Aspectos Ambientais  Impactos Ambientais  Medidas Mitigadoras ou Compensatórias 

Qualidade  das  Águas  Superficiais  e Subterrâneas  

Exploração dos Recursos Hídricos; 

Dinamização  de  processos  superficiais  e  de carreamento  de  materiais  para  os  cursos d’água, na fase de terraplenagem; 

Geração  de  resíduos  de  material  de construção; 

Geração  de  efluentes  sanitários  no empreendimento; 

Abastecimento e manutenção dos veículos; 

Disposição e transporte de resíduos sólidos. 

Exaustão dos aqüíferos 

Alteração  da  qualidade  das  águas  superficiais,  subterrâneas e solos  

O material de corte que não atender as especificações de aterros técnicos, como capa vegetal e demais, deverá ser transportado para o bota fora da Mina, o qual, por sua vez, deverá ser área especificada com o menor impacto ambiental possível, dentro das necessidades do empreendimento. Estruturas do sistema de drenagem As águas de contribuição pluviométricas deverão ser captadas através de um sistema de drenagem, constituído de canaletas de concreto armado, sendo que, nas encostas provenientes de terraplenagem, deverá haver canaletas de concreto na crista e no pé de talude; As drenagens superficiais deverão ser executadas e conectadas à galeria principal. Deverão, ainda, passar por uma caixa de decantação de sólidos, a qual deverá ser limpa periodicamente, antes de ser direcionada à drenagem fluvial; Caixa Retentora de óleo: contemplará a água de lavagem vinda da área de influência e canaletas da região. Sua estrutura é executada em concreto armado e sua capacidade é de 1000L. O óleo será direcionado para um compartimento próprio e coletado para envio a empresas de reciclagem de óleo. Alteração da qualidade das águas superficiais, subterrâneas e solos pela Geração de Resíduos de construção durante a fase de implantação da fábrica Concreto: deverá ser utilizado concreto usinado nas obras civis, para o que será necessário implantar uma central de concreto no canteiro de obras. Os agregados deverão ser estocados em baias e o cimento em silos de aço. Além disso, as sobras de concreto deverão ser aplicadas em placas de concreto que, posteriormente, serão utilizadas em passeios e jardins do Projeto; Madeira: os tocos de madeira de construção, utilizados para execução de formas, estão estimados em 2000 kg, material este que deverá ser vendido ou doado; Aço: os pequenos resíduos de barras de ferro que sobram no corte das ferragens do projeto estão estimados em 80 toneladas, material este que deverá ser vendido e/ou reciclados; Ferro: as obras de montagem mecânica deverão gerar em torno de 70 toneladas de ferro que serão vendidos para reciclagem; Instalação Elétrica: deverá gerar em torno de 200 kg de tocos de cabos elétricos que serão vendido para reciclagem. Demais resíduos da fase de implantação serão destinados conforme quadro 3.5.2.8-1, apresentado no item 3, já citado, que faz a descrição do empreendimento. Alteração da qualidade das águas superficiais, subterrâneas e solos pela disposição e transporte de resíduos sólidos durante a operação da fábrica Resíduos gerados nos setores administrativos deverão ser encaminhados para reciclagem e os não recicláveis para aterro sanitário; O transporte será feito obedecendo os critérios legais para cada tipo de resíduo, devendo a empresa transportadora ser autorizada para o serviço. Alteração da qualidade das águas superficiais, subterrâneas e solos pela geração de Efluentes domésticos e sanitários Implantação

(continua)   

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(continuação) 

Aspectos Ambientais  Impactos Ambientais  Medidas Mitigadoras ou Compensatórias 

Qualidade  das  Águas  Superficiais  e Subterrâneas  

Exploração dos Recursos Hídricos; 

Dinamização  de  processos  superficiais  e  de carreamento  de  materiais  para  os  cursos d’água, na fase de terraplenagem; 

Geração  de  resíduos  de  material  de construção; 

Geração  de  efluentes  sanitários  no empreendimento; 

Abastecimento e manutenção dos veículos; 

Disposição e transporte de resíduos sólidos. 

Exaustão dos aqüíferos 

Alteração  da  qualidade  das  águas  superficiais,  subterrâneas e solos  

Refeitório: será dotado de caixa de gordura, sistema de fossa séptica para tratamento dos esgotos, sua limpeza será periodicamente através de sucção por caminhões do tipo limpa fossa devidamente autorizados para realização da operação;

Sanitários/Vestiários: os efluentes serão encaminhados para a fossa séptica e sumidouros, e sua limpeza será periodicamente através de sucção por caminhões do tipo limpa fossa.

Operação Sanitários/Vestiários: os efluentes gerados nesta fase serão encaminhados para tratamento em estações projetadas para atendimento da condições de lançamento preconizadas pela CONAMA 357 e a legislação estadual do Pará, Decreto Estadual nº 14250; Laboratório: os efluentes do laboratório serão monitorados constantemente e o pH corrigido quando necessário, variando em 6 a 8, e posteriormente encaminhado a ETE compactas. Estações de tratamento: As estações estão projetadas para atender aos padrões de lançamento de efluentes de esgotos sanitários , laboratório e refeitório , conforme a legislação Federal CONAMA 357 e a legislação estadual do Pará, Decreto Estadual nº 14250. O monitoramento das Estações Compactas no corpo receptor, será atividade rotineira e padronizada. As amostras serão enviadas a laboratório especializado. O lodo retirado da estação deverá ser encaminhado para os locais licenciados para o recebimento, credenciados por órgãos fiscalizadores competentes; Lavador de Pneus: Os Efluentes oriundos do lavador de pneus, bem como, do pátio e acesso circundante a estocagem, serão direcionados via canaletas de concreto para caixas sedimentadoras que ficarão a jusante do sistema de drenagem.

Alteração da qualidade das águas superficiais, subterrâneas e solos pelo abastecimento e Manutenção de Veículos e Máquinas no local Oficina mecânica: com piso impermeabilizado e dotado de canaleta para captação da água de lavagem do mesmo;

Manutenção: somente serão realizadas manutenções preventivas e diárias, como lubrificações. As mais prolongadas serão realizadas fora do canteiro de obras, sob responsabilidade da própria empresa proprietária de cada equipamento ou veículo;

Lavador de veículos e máquinas: deverá dispor de sistema de decantação e separação de óleos e graxas;

Resíduos gerados:deverão ser acondicionados em tambores vedados e enviados à fábrica da Votorantim Cimentos N/NE, mais próxima, que tenha o sistema de co-processamento.

Abastecimento: Quanto ao abastecimento destas máquinas o mesmo será realizado no próprio canteiro de obras através de caminhões tanque devidamente autorizados para este serviço, não dispondo o canteiro de obras de armazenamento de combustíveis para abastecimento. A estimativa de consumo diário para esta fase é de 4.000 litros de combustível. Alteração da qualidade das águas superficiais, subterrâneas e solos pelo Armazenamento de óleo para abastecimento do forno rotativo Tanque de óleo: Este sistema é necessário para armazenar combustível que acende o maçarico do forno rotativo. Sua capacidade é de 15.000 L. Possui uma caixa de contenção própria, na qual o tanque está inserido, muretas de contenção de 0,80 m e área para armazenagem de óleo em situação de vazamento de 265m², assim seu volume de contenção é de 212m³.

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Meio Biótico (Vegetação e Fauna) 

Aspectos Ambientais  Impactos Ambientais  Medidas Mitigadoras 

Remoção da cobertura vegetal 

Alteração do uso do solo 

Recomposição de área verde 

Perda  de  vegetação  na  limpeza  das áreas do empreendimento Alteração  da  paisagem  natural  na implantação  e  operação  do empreendimento; 

Substituição  das  atividades  de agricultura familiar e pecuária extensiva por mineração 

Alteração  local  da  disponibilidade  de recursos  de  flora  e  fauna  para  as comunidades extrativistas; 

Enriquecimento da  cobertura  vegetal e conseqüente  proteção  dos  cursos d’água pela  revegetação e  conservação de APP. 

   

Os impactos negativos gerados sobre a área com vegetação natural serão mitigados/compensados através de  ações que  visam preservação,  conservação,  recuperação  e manejo  da  vegetação natural na  área do empreendimento.  Estas  medidas,  que  já  integram  as  diretrizes  de  projeto,  podem,  em  médio  prazo, aumentar a diversidade vegetal local, garantir a preservação e proporcionar o conhecimento da flora local. A seguir, são elencadas as medidas já previstas, conforme referido: a) destinar  área  da  propriedade  da  empresa,  selecionada  exclusivamente  para  soltura  de  animais 

nativos  resgatados  durante  a  construção  e  operação  do  empreendimento.  Em  função  de  suas características  regionais e presença de animais  raros, essa área poderá ser enquadrada na  linha de “Reserva Particular do Patrimônio Natural ‐ RPPN”, com as seguintes funções:  

contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos regionais; 

proteger espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional; 

contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;  

promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza;  

proteger paisagens naturais; 

proteger recursos hídricos e edáficos;  

recuperar ecossistemas degradados;  

proporcionar pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; 

promover a educação e interpretação ambiental. b) promover  medidas  de  compensação  da  supressão  da  vegetação  nativa,  na  região  do 

empreendimento,  proporcionando  condições  para  o  enriquecimento  do  solo,  a  recuperação  de fragmentos  remanescentes  e  o monitoramento  das  áreas  a  serem  recuperadas,  objetivando  sua manutenção e proteção; 

c) estabelecer procedimentos para manutenção dos  fragmentos e  remanescentes  florestais existentes na propriedade rural, de forma à preservá‐los; 

d) estabelecer  diretriz  básica  para  os  projetos  de  enriquecimento,  recuperação  e  manutenção  de remanescentes  florestais  e  APP’s,  sua  integração  com  o  projeto  paisagístico  visando incentivar/facilitar  a  dispersão  de  sementes  e  propágulos,  possibilitando  o  recrutamento  e estabelecimento de outras espécies vegetais; 

e) implantar Programa de Recuperação de Áreas Degradadas  ‐ PRAD, em  todas as áreas disponíveis e alteradas pela obra, especialmente em APP’s, com estabelecimento de procedimentos de controle e fiscalização de atividades potencialmente impactantes;  

f) estabelecer  e  implantar  Programa  de  conscientização  da  população  local,  em  relação  ao  uso  de recursos naturais e à necessidade de conservação do meio ambiente, através de práticas educativas; 

g) desenvolver programas de geração de emprego e  renda no município de Primavera para atender a população  remanescente da área ocupada pelo empreendimento; 

h) elaboração de projetos de ordenamento territorial e planejamento das políticas  públicas municipais para atendimento às demandas sociais e ao desenvolvimento econômico regional.  

Além da execução das medidas mitigadoras  indicadas o empreendimento  irá disponibilizar um percentual de seus recursos, para implantar medidas de compensação em função dos impactos gerados.  

Continua 

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Continuação 

Aspectos Ambientais  Impactos Ambientais  Medidas Mitigadoras 

Fauna  (Ecossistemas  Terrestres):  Proteção  de áreas  (recomposição  vegetal  e  proteção  dos corpos d'água); 

Remoção da vegetação; 

Exploração das jazidas; 

Cavas abandonadas; 

Poluição do solo pela disposição de resíduos sólidos e materiais estéreis; 

Poluição  de  águas  e  solo  pela  produção  e disposição de efluentes domésticos e resíduos líquidos; 

Emissão de ruído; 

Emissões gasosas; 

Movimentação de veículos e máquinas; 

Adensamento e trânsito de pessoas; 

Disposição  inadequada  de  resíduos  sólidos domésticos. 

Atração da fauna associada à floresta; melhoria da qualidade ambiental para espécies. 

Perda e/ou alteração de habitat. 

Afugentamento da fauna. 

Mortalidade  da  fauna  terrestre  por atropelamento e caça. 

Atração  e  adensamento  de  espécies potencialmente  transmissoras  de  doenças (ratos e gambás). 

 

O  principal  impacto  negativo  a  ser  gerado  sobre  a  fauna  terrestre  está diretamente  ligado  à perda e/ou  alteração de habitat. Desta  forma,  a principal medida  mitigadora  está  associada  à  preservação,  recuperação,  manejo  e enriquecimento do fragmento de Floresta Ombrófila Densa Aluvial, notadamente aquele localizado na cabeceira do rio Aguiar, próximo ao local selecionado para a instalação da fábrica. O referido fragmento apresenta vegetação em boa fase de recuperação,  e  nele  foram  registradas maior  riqueza  e  abundância  de  espécies vulneráveis de extinção. 

Como previsto em projeto, a proteção dos corpos d’água é  fundamental para a manutenção  da  qualidade  ambiental,  favorecendo  toda  a  biota,  sobretudo, aquelas dependentes ou semi‐dependentes deles. Está previsto a recuperação e enriquecimento das Áreas de Preservação Permanente e das áreas destinadas a Reserva Legal. 

Para evitar o afugentamento da  fauna por emissão de  ruídos e particulados, as medidas mitigadoras propostas incluem: 

‐ sinalização de velocidade máxima permitida; 

‐ manutenção dos veículos e equipamentos para reduzir emissão de ruídos. 

Ressalta‐se que grande parte da  fauna exposta,  continuamente, a  ruídos acaba por se acostumar a eles, desde que o ruído não seja seguido de uma ameaça real. 

Para  evitar  a mortalidade  por  atropelamento  e  caça,  as  medidas  mitigadoras propostas incluem: 

‐ programa de educação ambiental sobre caça e direção defensiva; 

‐  instalação  de  sinalizadores  e  redutores  de  velocidade  em  locais  de  maior incidência de acidentes; 

‐ coibição ativa de caça e retenção de exemplares da fauna. 

Para evitar a atração e o adensamento de espécies potencialmente transmissoras de doenças (ratos e gambás) recomenda‐se: 

‐ programa de educação ambiental sobre o lixo; 

‐ adequada disposição dos resíduos sólidos domésticos em aterros sanitários. 

Como  forma de  avaliar  como  a  implantação e a operação do empreendimento afeta  a  fauna  silvestre,  recomenda‐se que um programa de monitoramento de fauna seja efetuado. 

Continua 

 

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Conclusão  

Aspectos Ambientais  Impactos Ambientais  Medidas Mitigadoras 

Comunidades  aquáticas:  Conservação  e recomposição da mata ciliar; Redução do aporte de materiais alóctones; Incremento da heterogeneidade de habitats; Remoção da cobertura vegetal; Movimentação de terra; Assoreamento,  sedimentação,  geração  de efluentes líquidos, óleos e graxas; Aumento da pressão antrópica; Aumento do aporte de materiais alóctones nos corpos d’água; Alterações  nos  atributos  das  comunidades planctônicas e zoobentônicas; Emissão de ruído; Movimentação de veículos e máquinas; Trânsito de pessoas. 

Aumento/Manutenção  da  Ictiofauna,  da densidade,  diversidade  e  riqueza  das comunidades planctônicas e zoobentônicas; 

Perda e/ou alteração de habitat e Poluição das águas; 

Redução  da  densidade,  diversidade  e  riqueza das comunidades planctônicas e zoobentônicas; 

Redução do número de indivíduos e de espécies de peixes. 

Os principais impactos sofridos no ambiente aquático estão ligados com a supressão da vegetação ciliar e com a alteração da qualidade d’água e seu conseqüente  assoreamento.  A  ictiofauna  de  igarapés  é  altamente dependente  da  vegetação  ciliar,  sendo  necessária  a  preservação, recuperação e manejo dessas áreas. 

A preservação dos  igarapés é necessária para que as espécies de peixes possam completar seu ciclo de vida e manter populações viáveis. Sugere‐se  que  seja  feito  o monitoramento  da  qualidade  d’água  nos  igarapés diretamente afetados.  

Além disso, para evitar a redução do número de espécies de peixes, pelo trânsito de automóveis e de pessoas, as medidas mitigadoras propostas incluem: 

‐ sinalização de velocidade máxima permitida; 

‐ manutenção dos veículos e equipamentos para  reduzir emissão de ruídos; 

‐ saneamento básico nos locais do empreendimento. 

Outras medidas para evitar o carreamento de materiais alóctones para os curso  d’água  como  a  exposição  do  solo  somente  na  área  estritamente necessária para  a  construção das  infraestruturas,  aproveitando  áreas  já abertas,  estradas  já  construídas  e  evitando  a  passagem  sobre  cursos d'água.  Evitar  o  a  instalação  dessas  obras muito  próximas  aos  corpos d'água  e  construir  canais  para  escoamento  superficial  ou  bacias  de contenção, reduzindo ao máximo a chegada desses materiais nos corpos d'água. 

 

 

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Meio Antrópico  (Geração  de  empregos  e  renda,  educação  profissional,  finanças  públicas,  arqueologia,  paleontologia,  saneamento  público :água para consumo humano, coleta, tratamento de esgoto, resíduos sólidos, saúde e segurança pública) 

 

Aspectos Ambientais  Impactos Ambientais  Medidas Maximizadoras 

Educação Profissional  (qualificação,  formação e  capacitação): Oferta de postos de  trabalhos nas  fases  de  instalação  de  infra‐estrutura, implantação e operação do Empreendimento. 

Atendimento  da  demanda  por  cursos profissionais: formação básica e qualificação de nível  médio  associadas  às  atividades  de instalação  de  infra‐estrutura,  implantação  e operação do Empreendimento. 

Ampliação  do  EJA‐  Educação  de  Jovens  e Adultos  no município  de  Primavera.  e/ou  nos municípios próximos. 

Atendimento  da  demanda  por  capacitação continuada  em  serviço  nas  áreas  técnica  e administrativa  relacionadas  às diferentes  fases do Empreendimento. 

Atendimento  da  demanda  por  cursos profissionais  de  nível  superior  (tecnólogo) associado  às  áreas  demandadas  pelo Empreendimento. 

O  Instituto Votorantim  de  Responsabilidade  Social  tem  como  objetivos prioritários os seguintes pontos: 

‐  identificação  da  população  do  município  de  Primavera  e  de  suas demandas; 

‐ abertura de canal de comunicação para esclarecer a população  local a respeito do Empreendimento e oportunidades; 

‐ incentivar o desenvolvimento local; 

‐  organizar  a  Feira  de  Oportunidades  cujo  foco  é  a  formação  em desenvolvimento  local;  planejamento,  metodologia  e empreendedorismo. 

Continua 

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Continuação

Aspectos Ambientais  Impactos Ambientais  Medidas Maximizadoras 

Emprego  e  Renda:  Oferta  de  postos  de trabalho em diferentes funções na implantação e operação do Empreendimento 

Geração de empregos associada à instalação da infra‐estrutura básica do empreendimento com a preparação do terreno. 

Geração  de  empregos  em  áreas  técnicas  e administrativas  relacionadas  à  operação  do Empreendimento. 

Geração  (direta  ou  indireta)  de  movimento econômico,  associada  à  instalação  de  infra‐estrutura,  implantação  e  operação  do empreendimento  e  demanda  por  serviços  em geral.

O  Instituto Votorantim  de  Responsabilidade  Social  tem  como  objetivos prioritários os seguintes pontos: 

‐  identificação  da  população  do  município  de  Primavera  e  de  suas demandas; 

‐ abertura de canal de comunicação para esclarecer a população  local a respeito do Empreendimento e oportunidades; 

‐ incentivar o desenvolvimento local; 

‐  organizar  a  Feira  de  Oportunidades  cujo  foco  é  a  formação  em desenvolvimento  local;  planejamento,  metodologia  e empreendedorismo. 

Crescimento  populacional:  Oferta  de  novas vagas  de  postos  de  trabalho  durante  a implantação e operação do empreendimento. 

Aumento da taxa de urbanização de Primavera associada  ao  crescimento  populacional, durante  a  implantação  e  operação  do empreendimento 

Crescimento  populacional  associado  à implantação  da  infraestrutura  básica  e construção civil do empreendimento. 

Crescimento populacional associado à abertura de  postos  de  trabalho  nas  áreas  técnica, administrativa,  operacional  relacionada  à operação do empreendimento. 

Geração  (direta  ou  indireta)  de  movimento econômico associada à expansão da população e  o  consequente  aumento  da  demanda  por bens e serviços no município de Primavera‐AID e  na  AII,  decorrentes  das  atividades  da Votorantim Cimentos N/NE.

Priorizar a contratação de mão de obra da AID e AII. 

 

Continua 

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Continuação

Aspectos Ambientais  Impactos Ambientais  Medidas Maximizadoras 

Finanças  Públicas  Municipais  e  Estaduais: Cobrança de impostos municipais e estaduais. 

Crescimento  da  arrecadação  de  IPTU  de Primavera‐(AID)  devido  ao  incremento populacional  combinado  com  o  aumento  da taxa  de  urbanização  decorrentes  da implantação e operação do empreendimento. 

Aumento  da  arrecadação  do  ICMS  de Primavera‐(AID)  associado  ao  início  de operações da Votorantim Cimentos N/NE. 

Geração  (direta  ou  indireta)  de  movimento econômico  associada  ao  aumento  da arrecadação do IPTU e da arrecadação de ICMS gerado pela operação da Votorantim Cimentos N/NE.

Recomenda‐se  que  as  contratações  de  serviços  diversos  sejam  feitas preferencialmente no município de Primavera. 

 

Arqueologia: Movimentação  de  terra,  para  a extração do minério. 

Mudança no uso e ocupação do solo. 

Alteração  ou  destruição  de  patrimônio arqueológico  e  paleontológico  pelas intervenções previstas.

De acordo com o que estabelece a Portaria IPHAN/MinC nº230, de 17 de dezembro de 2002, a ação cabível para minimizar ou eliminar os impactos identificados, é  a elaboração e o desenvolvimento de um Programa de Prospecção  e  Resgate  do  Patrimônio  Arqueológico,  dando  conta  do patrimônio  envolvido  a  ser  implantado  antes  do  início  das  obras.  Este Programa  deverá  prever  a  realização  de  levantamentos  intensivos sistemáticos  (varredura)  em  100%  das  áreas  de  intervenção,  para mapeamento total dos possíveis vestígios existentes. 

Continua

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Continuação

Saneamento  Público  (água  para  consumo humano,  coleta  e  tratamento  de  esgoto  e resíduos):  Implantação  do  empreendimento nas  fases  de  Construção  Civil,  Montagem Mecânica e Montagem Elétrica.  

Operação da planta  industrial de cimento e da mina de calcário. 

Necessidade de construção e instalação de rede de saneamento   

 Ampliação das redes já existentes para atender ao  novo  nível  de  demanda  gerada  pelo aumento  da  população,  migração  e  taxa  de urbanização  

Aumento  da  demanda  por  serviços  de saneamento  público  na  região  potencializada pelo aumento da migração, população e taxa de urbanização 

Geração  (direta  ou  indireta)  de  movimento econômico,  associada  à  necessidade  de instalação e expansão da  rede de  saneamento relacionadas  às  diferentes  etapas  da implantação da Votorantim Cimentos N/NE.

Deverão ser reforçadas as ações da política pública de saneamento, abrir parcerias  e  ampliar os  recursos para  saneamento dentro do  escopo de uma  agenda  próativa  elaborada  pelos  seguintes  partícipes:  Governo Federal,  Estadual,  municípios  da  AID  e  Empreendimento  Votorantim N/NE,  que  exigirá  perfeita  sintonia  e  colaboração  entre  as  partes envolvidas. 

 

Saúde:  Implantação  do  empreendimento  nas fases de Construção Civil, Montagem Mecânica e Montagem Elétrica. 

Operação da planta  industrial de cimento e da mina de calcário. 

Necessidade de um maior efetivo de servidores da saúde  

Construção  de  novas  instalações  e  ampliação das já existentes para atender ao novo nível de demanda das ações de saúde 

Possível aumento da demanda por serviços de saúde  pública  na  região  potencializada  pelo aumento  da  migração,  população  e  taxa  de urbanização 

Geração  (direta  ou  indireta)  de  movimento econômico,  associada  à  necessidade  de expansão  das  atividades  especificas  de  saúde pública  relacionadas  às  diferentes  etapas  da implantação da Votorantim Cimentos N/NE.

Deverão ser reforçadas as ações setoriais da política de saúde, ampliados os convênios e reforçado o repasse de verbas na saúde dentro do escopo de  uma  agenda  próativa  elaborada  pelos  seguintes  partícipes:  Estado, municípios da AID e Empreendimento Votorantim N/NE. 

Continua

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Conclusão

Segurança  Pública:  Implantação  do empreendimento nas fases de Construção Civil, Montagem Mecânica e Montagem Elétrica.  

Operação da planta  industrial de cimento e da mina de calcário. 

Necessidade de um maior efetivo de servidores da segurança pública; 

Construção  de  novas  instalações  e  ampliação das já existentes para atender ao novo nível de demanda das ações de segurança pública; 

Possível  aumento  da  criminalidade  e  da violência  na  região  potencializado  pelo aumento  da  migração,  população  e  taxa  de urbanização; 

Geração  (direta  ou  indireta)  de  movimento econômico,  associada  à  necessidade  de expansão  das  atividades  especificas  de segurança  pública  relacionadas  às  diferentes etapas da implantação da Votorantim Cimentos N/NE.

Deverão  ser empreendidos contatos  com o governo do Estado, a quem compete  a  área de  segurança publica,  e  ampliada  a política pública de Segurança. 

As medidas  na  área  de  segurança  pública mencionadas  acima  exigirão perfeita  sintonia e  colaboração entre a Secretaria de Segurança Pública do Pará e as autoridades dos municípios da AID. 

 

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Com  o  objetivo  de  acompanhar  as  medidas mitigadoras  propostas,  bem  como  prevenir possíveis  ocorrências  nas  áreas  de  influência do empreendimento, foram elaborados planos de  monitoramento  que  deverão  ser implementados conforme segue: 

Quadro 7‐1: Relação dos planos e programas de monitoramento 

Programas de monitoramento 

Emissões Atmosféricas Meteorológicas e da Qualidade do Ar

Plano de Monitoramento de Ruído

Programa de Controle de Erosão e Assoreamento

Programa de Monitoramento de Estabilidade de Taludes

Programa de Gestão de Drenagem Pluvial

Programa de Gestão de Recursos Hídricos: Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas e Efluentes Líquidos

Programa de Gestão de Resíduos Sólidos

Programa de Compensação pela Supressão de Vegetação

Programa de Monitoramento e Afugentamento de Fauna

Programa de Capacitação de Mão de Obra

Programa de Educação Ambiental

Programa de Compensação da Lei do SNUC

Programa de Resgate Arqueológico

Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais

Plano de Monitoramento do Desempenho dos Sistemas de Controle Previstos

Emissões Atmosféricas e da qualidade do ar 

A  indústria  cimenteira  mundial  é  um  dos grandes  responsáveis  pela  emissão  de elevadas quantidades de dióxido de carbono.  

A emissão de materiais particulados deve  ser controlada  e  mantida  dentro  do  padrão  de aceitabilidade  segundo  as Resoluções 003/90 e 005/89 do CONAMA.  

 

 

 

 

Para  o  monitoramento  das  emissões  de poluentes  atmosféricos  deverão  ser cumpridas  os  itens  descritos  na  Resolução CONAMA n° 382, de 26 de dezembro de 2006 e  da  CONAMA  nº  264,  de  26  de  agosto  de 1999. 

A  implantação  deste  Programa  justifica‐se pela  possibilidade  de  ocorrer  à  redução  de gases  poluentes  e  redução  de  dissipação  de material  particulado,  gerando  uma  melhoria da qualidade ambiental. 

Visa  monitorar  a  qualidade  do  ar  e  da possibilidade  de  contaminação  atmosférica por  poluentes  provenientes  ou  não  das atividades  de  mineração,  fabricação  e atividades  do  entorno,  comparando  os resultados  com  os  padrões  de  referência estabelecidos pelas normas  técnicas vigentes, de  modo  que  possibilite  a  aplicação  de medidas preventivas e corretivas de controle.  

Plano de Monitoramento de Ruídos 

Os efeitos do ruído em excesso são nocivos à saúde e podem causar problemas temporários ou  permanentes  dependendo  de  fatores  tais como, a  intensidade, o tempo de exposição e a susceptibilidade individual. 

A  atividade  cimenteira  é  potencialmente geradora de ruído, seja na parte de mineração propriamente  dita,  seja  durante  de beneficiamento. O objetivo deste programa é ter  o  conhecimento  através  de  análises periódicas  de  que  maneira  a  atividade  de mineração  (áreas de  lavra e beneficiamento), de  processo  e  atividades  no  entorno interferem  no  conforto  acústico  dos trabalhadores e da população do entorno. 

Para se ter o conhecimento do nível de ruído gerado  na  atividade  de  mineração  e  de processo  deverá  ser  realizado  medições audiométricas  periódicas  nas  áreas  de  lavra, benefiaciamento,  na  fábrica  e  dos  demais pontos  com  potencial  propagador  de  ruídos. Estas  medições  deverão  ser  baseadas  nas normas  técnicas  da  ABNT  NBR‐10151 (Avaliação  do  ruído  em  áreas  habitadas 

PLANOS E PROGRAMAS AMBIENTAIS7 

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visando  o  conforto  da  comunidade  – Procedimento) e ABNT NBR‐10152  (Avaliação do ruído ambiente em recintos de edificações visando  o  conforto  dos  usuários  – Procedimento). 

Cabe  ressaltar  que  os  trabalhadores envolvidos em atividades geradoras de ruídos deverão  estar  protegidos  por  equipamentos que  atendam  a  NR  6  e  terem  a  saúde monitorada segundo a NR 7 do Ministério do Trabalho. 

Programa  de  Controle  de  Erosão  e Assoreamento 

A  supressão  da  cobertura  vegetal  e  a movimentação de terras são ações inerentes à fase  de  implantação  de  empreendimentos minerários, que expõe o solo à ação das águas pluviais  por  certo  período  de  tempo  e dinamizam processos erosivos e consequentes transportes  de  materiais  de  solo  para  as drenagens naturais e cursos d’água. 

Durante  a  fase  de  operação  do empreendimento, as principais áreas a serem expostas  e  a  ficarem  suscetíveis  àqueles processos  são  as  correspondentes  às  frentes de lavra e pilhas de materiais (rejeito, estéril e estoque),  em  setores  recém‐formados  e  não providos  de  proteção  superficial.  Por  outro lado,  instalações  que  resultem  em impermeabilização  do  solo  ou  em  redução significativa  de  sua  permeabilidade,  como  a área  industrial, vias de acesso, edificações de apoio  e  outros,  deverão  provocar  um aumento do escoamento superficial e redução de  infiltração  das  águas  pluviais,  podendo induzir o surgimento de processos erosivos. 

Durante  a  fase  de  desativação  do empreendimento  e  recuperação  das  áreas afetadas,  deverão  ocorrer  atividades  que resultem  na  movimentação  de  terras  e exposição  de  solos,  como  obras  de estabilização  geotécnica  dos  taludes, implantação  de  sistemas  de  drenagem  e, mesmo,  de  desmontagem  e  remoção  das estruturas existentes. 

Ressalta‐se  que  controles  dos  processos  de erosão  e  de  transporte  e  deposição  de materiais  de  solos  já  estão  contemplados  no projeto,  tais  como,  sistemas  de  drenagem superficial,  cobertura  vegetal  das  pilhas  de 

materiais,  canaletas,  bueiros,  bacias  de contenção de sedimentos entre outros. 

O  presente  Programa  visa  reduzir gradativamente  o  desenvolvimento  de processos  erosivos  e  de  assoreamento, otimizar as  técnicas de  controle preventivo e corretivo,  bem  como,  subsidiar  a implementação  dos  Programas  de Recuperação  de  Áreas  Degradadas  e  de Supressão de Vegetação. 

Programa Monitoramento da Estabilidade de Taludes 

O  rompimento  dos  taludes  na  área  do empreendimento  poderá  colocar  em  risco  a vida  de  trabalhadores  que  eventualmente estejam trabalhando nas frentes de  lavra, dos depósitos  de  estéril  e  terraplenagens  de grande porte, bem  como ocasionar danos ao meio  ambiente,  através  da  contaminação  do solo  e  de  águas  subterrâneas,  e  também  do lançamento de material para os cursos d’água próximos. 

Desta  forma,  este  programa  se  justifica  para evitar  acidentes  durante  a  implantação, operação  e  na  recuperação  da  área degradada,  evitando  escorregamentos  ou deslizamentos  que  possam  até  mesmo inviabilizar  parte  do  projeto  e  a  necessidade de  aportar  grande  quantidade  de  recursos para conter o processo ou na recuperação de áreas afetadas diretamente ou indiretamente. 

O  objetivo  do  monitoramento  geotécnico  é tratar  os  aspectos  de  segurança  do empreendimento  no  que  diz  respeito  à  sua estabilidade. 

Programa de Gestão de Drenagem Pluvial 

Este  plano  terá  função  complementar  o programa de gestão de efluentes  líquidos, de monitoramento  dos  processos  erosivos, estabilidade  de  taludes  tratando  mais especificamente  das  obras  do  sistema  de drenagem pluvial. 

O objetivo deste programa é o de estabelecer procedimentos  de  controle  de  eficiência  e performance  do  sistema  de  drenagem  nas áreas do empreendimento, envolvendo desde a concepção do projeto  (dimensionamento) e posterior identificação e acompanhamento de funcionamento  das  obras  de  drenagem 

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durante as etapas de implantação, operação e desativação do projeto. 

Este Programa deverá  conter um diagnóstico através  de  vistorias  de  campo,  das  causas  e mapeamento de estruturas subdimensionadas ou  danificadas.  Os  resultados  do levantamento  deverão  ser  tratados  e registrados  em  relatórios  específicos, contendo mapas,  tabelas  e  fotos  ilustrativas dos locais identificados e tratados. 

Com  base  nestes  resultados  deverão  ser propostas  obras  e  medidas  corretivas  para áreas  com  estruturas  danificadas,  ou  ainda, onde  as  obras  e  medidas  implantadas  não cumpriram  com  as  funções  destinadas  por deficiência de projeto ou de execução. 

Programa  de  Gestão  de  Recursos  Hídricos: Qualidade  das  Águas  Superficiais  e Subterrâneas e Efluentes Líquidos 

As  águas  subterrâneas  e  superficiais  podem ser  contaminadas  por  diferentes  fontes  de poluição  (vazamentos  de  combustíveis,  óleos e  graxas,  oriundos  de  equipamentos  e máquinas,  substâncias  orgânicas  e inorgânicas),  provenientes  da  atividade  de mineração e de processo. 

O  monitoramento  dos  recursos  hídricos superficiais se justifica pelo fato das atividades que  serão  empreendidas  pela  Votorantim Cimentos  N/NE  serem  consideradas potencialmente  causadoras  de  degradação ambiental. 

No  entanto,  devido  à  adoção de medidas de controle  e  mitigação  dos  impactos  essa atividade  é  possível.  Desta  forma,  este programa  é  proposto  para  acompanhar  e mitigar os possíveis efeitos deletérios às águas superficiais. 

O monitoramento dos  cursos d’água objetiva acompanhar  a  evolução  da  qualidade ambiental,  as  possíveis  alterações  nos parâmetros  de  qualidade  das  águas,  através de  análises  periódicas,  relacionando‐as  com possíveis  fontes  poluidoras  para  que  sejam tomadas medidas de remediação e precaução, visando  sempre  a manutenção  da  qualidade ambiental da bacia. 

O  programa  deverá  iniciar  durante  a implantação  da  atividade,  perdurando  por toda a fase de mineração e de fabricação. 

Programa de Gestão de Efluentes Líquidos 

O  programa  de  gestão  de  efluentes  líquidos visa manter  a  qualidade  da  água  prevenindo sua  contaminação  por  águas  servidas.  Os efluentes  provenientes  de  instalações sanitárias  carregam  alto  teor  de  matéria orgânica  podem  apresentar  patógenos, causando  a  degradação  dos  cursos  d’água receptores. Os efluentes gerados passarão por estações  de  tratamento  antes  de  serem dispostos nos cursos d’água. 

Prover  instalações sanitárias adequadas tanto nas  áreas  de  beneficiamento,  nas  áreas  das minas, na área da  fabricação e das atividades no  entorno  como  estacionamento  de caminhões e  locais de estocagem de  insumos e matérias primas. 

Nas áreas de lavra, beneficiamento, fabricação e atividades que tenham pessoas trabalhando ou com alta circulação da empresa Votorantim Cimentos deverá comportar sanitários com os efluentes destinados a estações compactas de tratamento.  Nas  áreas  onde  não  houver acesso  ou  disponibilidade  de  banheiros deverão  ser  contratados  sanitários  químicos, operados  por  empresas  com  certificação ambiental,  que  realizarão  a  manutenção periódica e limpeza dos mesmos. 

As  áreas  de  beneficiamento,  oficinas, fabricação  e  pátios  de  estacionamento  de caminhões  deverão  ser  equipadas  com  um sistema de drenagem oleosa (SDO) construído segundo  as  determinações  da NBR  14605/00 (Posto  de  serviço  ‐  Sistema  de  drenagem oleosa)  que  estabelece  parâmetros  para concepção,  instalação e operação do sistema. O óleo e a borra segregados pelo SDO. 

Programa de Gestão de Resíduos Sólidos 

A disposição  inadequada de resíduos no meio ambiente  pode  gerar  alteração  e/ou degradação  da  qualidade  atmosférica,  dos solos,  das  águas  superficiais  e  subterrâneas, tornando  impróprios ou nocivos os habitats e recursos  naturais.  Além  disso,  pode  causar efeitos adversos na saúde humana e na fauna, e gerar prejuízos econômicos. A  fim de evitar 

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tais  conseqüências  indesejáveis, existem hoje variadas  técnicas e métodos de  tratamento e disposição  adequada de  resíduos  residenciais e industriais, perigosos ou não‐perigosos. 

O Plano de Gestão de Resíduos Sólidos é um documento  integrante  do  processo  de licenciamento  ambiental,  que  aponta  e descreve  as  ações  relativas  ao  manejo  de resíduos  sólidos,  contemplando  os  aspectos referentes  à  geração,  segregação, acondicionamento,  coleta,  armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública. 

Este  plano  tem  como  objetivo  garantir  o transporte, o  tratamento  e  a disposição  final adequados  dos  resíduos  sólidos  gerados  no empreendimento,  além  de  estabelecer  um controle  quantitativo  e  qualitativo  de  sua geração. 

O objetivo geral da gestão de resíduos sólidos é o manejo ambientalmente adequado desses materiais,  de  maneira  a  atender  às  normas vigentes  e  a  garantir  o  destino  final minimizando  os  possíveis  impactos ambientais. 

O  Plano  de  Gerenciamento  de  Resíduos deverá  conter:  a  identificação  do  gerador; tipologia  do  resíduo  gerado;  plano  de movimentação de resíduos.  

Programa  de  Monitoramento  e Afugentamento de Fauna 

Este programa  visa  identificar  e quantificar  a fauna  de  vertebrados  terrestres  (anfíbios, répteis, aves e mamíferos) e aquática (peixes e macroinvertebrados  bentônicos)  durante  a implantação  do  empreendimento  (áreas  de lavra  e  fábrica),  possibilitando  assim acompanhar possíveis  interferências e propor medidas para conciliar a atividade mineradora com o respeito ao meio ambiente. 

Buscar‐se‐á estimar os seguintes aspectos: 

Riqueza e diversidade 

Padrões  de  abundância  e  freqüência  de ocorrência das espécies 

Padrões  de  uso  do  ambiente  (hábitat  e microhabitat) das espécies 

Status de conservação das populações 

Ocorrência de espécies ameaçadas 

Locais  de maior  relevância  para  proteção da fauna terrestre 

Ocorrência de espécies bioindicadoras 

O monitoramento será feito durante a fase de implantação  do  empreendimento  e empregará  técnicas  de  acompanhamento sistemático  qualitativo  e  quantitativo específicos para os grupos de fauna terrestre e aquática,  como  anfíbios,  répteis,  aves, mamíferos,  peixes  e  bentos,  tanto  nas  áreas de  lavra,  de  instalação  da  fábrica  como  nos remanescentes  florestais  próximos  das mesmas. 

O  monitoramento  deve  buscar  enfatizar  as épocas de nidificação e reprodução e os locais mais comuns de  transito de animais, além de habitats  propícios  ao  desenvolvimento  dos mesmos.  Estas  observações  serão  essenciais para  determinação  de  quais  as  melhores formas  de  revegetação  e  recuperação  das áreas  degradadas  que  proporcionem  locais mais adequados ao retorno da fauna. 

Programa de Capacitação de Mão de Obra  

Em  Primavera,  a  Votorantim  Cimentos desenvolverá  dois  programas  sociais específicos: o Futuro em Nossas Mãos, para a formação  de  profissionais  que  atuarão  na construção  da  fábrica,  e  o  Programa  Evoluir, que  trabalhará  na  formação  de  jovens profissionais  como  técnicos  em manutenção industrial para a operação da fábrica. 

Os  cursos  serão  oferecidos  por  meio  de parcerias  com  instituições  de  educação profissional reconhecidas nacionalmente. 

A  Votorantim  Cimentos  possui  iniciativas como  o  Conselho  Comunitário,  um  canal permanente  de  comunicação  e relacionamento entre a fábrica e as lideranças da comunidade na qual está  inserida, visando um  diálogo  aberto  e  transparente  que produza  resultados  práticos  na  geração  de negócios,  empregos  e  renda,  enfim, contribuindo  efetivamente  para  o desenvolvimento local. 

Programa de Educação Sócio Ambiental 

As  propostas  voltadas  para  a  educação ambiental referentes ao Projeto Primavera/PA 

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Votorantim,  tanto  para  o  público  externo quanto  interno  são  imprescindíveis  para  a consolidação do conjunto de ações e medidas ambientais vinculadas ao Projeto. 

Este programa foi elaborado tendo como base as  ações definidas por diretrizes  corporativas de educação ambiental da Votorantim. 

Este  programa  deve  atender  tanto  o  público interno  quanto  o  externo,  sendo  que  para cada  um  destes  públicos  estão  propostas atividades com metodologias adequadas. 

A  implementação  deste  Projeto,  além  da própria  Votorantim,  responsável  maior  pelo conjunto  de  ações  a  serem  desenvolvidas  e pelas  ações  correspondentes  ao  público interno,  envolverá  a  Prefeitura Municipal  de Primavera, por intermédio de suas Secretarias Municipais de Educação e de Meio Ambiente, como parceiras. 

Este  programa  tem  como  objetivo  amplo promover  a difusão das  informações  sobre o meio ambiente, de forma a discutir, a partir de um  processo  de  aprendizagem  ambiental, mudanças de posturas e atitudes frente a este tema. 

Para  o  público  externo  o  programa  possui como  foco  a  comunidade  escolar,  mais especificamente  todos  os  diretores, professores e alunos de quinta a oitava séries da  rede  municipal  de  ensino  de  Primavera, além dos diretores e do próprio corpo técnico da Secretaria Municipal de Educação 

A partir das atividades  realizadas na escola e também das oficinas a serem realizadas com a comunidade  como  um  todo,  se  pretende alcançar um público ainda mais amplo. 

Programa de Compensação Ambiental 

Conforme  previsto  na  Lei  nº.  9.985/00, regulamentada  pelo  Decreto  Federal  nº. 4.340/02 e conforme as instruções da Câmara de  Compensação  Ambiental  da  SMA/SP  e Parágrafo  1o  do  Art.  36  da  Lei  Federal 9.985/00,  que  trata  da  compensação ambiental  nos  casos  de  licenciamento  de empreendimentos  de  significativo  impacto ambiental, determina que: 

“o montante  de  recursos  a  ser  destinado pelo  empreendedor  para  esta  finalidade 

não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a  implantação do  empreendimento,  sendo  o  percentual fixado  pelo  órgão  ambiental,  de  acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento”. 

Entretanto,  esse  artigo  foi  alterado  pelo Decreto 6.848, de 14 de maio de 2009. Assim, a redação deste decreto estabelece no Art. 31 que: 

“Para  os  fins  de  fixação  da  compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº 9.985,  de  2000,  o  órgão  ambiental licenciador estabelecerá o grau de impacto a  partir  de  estudo  prévio  de  impacto ambiental  e  respectivo  relatório  ‐ EIA/RIMA  realizados  quando  do  processo de  licenciamento  ambiental,  sendo considerados os  impactos negativos e não mitigáveis  aos  recursos  ambientais. Parágrafo  único.  Os  percentuais  serão fixados,  gradualmente,  a  partir  de  meio por cento dos custos  totais previstos para a  implantação  do  empreendimento, considerando‐se a amplitude dos impactos gerados, conforme estabelecido no caput.” (grifo nosso) 

Contudo,  sugere‐se  que  a  compensação ambiental  referente  ao  empreendimento Projeto  Primavera  /  Pará  –  Votorantim  recaia sobre as UCs já assinaladas. Para tanto, temos que o  investimento  total previsto para a  implantação  do  empreendimento  em questão  será  de  cerca  de  R$  390.000.000,00 (trezentos e noventa milhões de reais). Com a base  de  aplicação  de  0,5%,  o  valor  a  ser destinado  à  compensação  ambiental  será  de R$  1.950.000,00  (um milhão  e  novecentos  e cinqüenta mil reais), desde que, com anuência do órgão ambiental. 

Desta forma, sugere‐se que o montante acima mencionado  seja  que  os  investimentos recaiam na: 

RESEX Extrativista Marinha de Tracuateua 

Tal  proposta  se  justifica  pelo  critério  de proximidade  territorial, uma vez que essa é a UC que  se  localiza mais próximo  à ADA e  ao seu raio de 10 km, ainda que não se situe no mesmo  município  do  empreendimento. 

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Abaixo apresentamos o Quadro 8.1.7.4‐1 com a situação dessa unidade em relação aos itens que  compõem  o  Capítulo  VIII  do  Decreto Federal 4.340/02. 

Programa  de  Prospecção  e  Resgate Arqueológico 

Conforme apresentado no EIA constatou‐se a presença  de  patrimônio  arqueológico, histórico, cultural e paisagístico positivo para a região do empreendimento. Assim, de acordo com  o  estabelecido  na  Portaria  IPHAN/MinC nº230,  de  17  de  dezembro  de  2002,  é necessário a elaboração e o desenvolvimento de um Programa de Prospecção e Resgate do Patrimônio Arqueológico.  

O  objetivo  deste  Programa  é  minimizar  os impactos decorrentes da  intervenção na área que  possam  gerar  perda  de  patrimônio arqueológico, histórico e cultural. 

O  Programa  de  Prospecção  e  Resgate  do Patrimônio Arqueológico deve ser  implantado antes do início das obras e compreende: 

O  levantamento  sistemático  de  fontes documentais  (bibliografia,  iconografia  e cartografia); 

Os  estudos  de  cultura  material (patrimônio  edificado  e  coleções  de material); 

O  levantamento e  registro  sistemático de cultura  imaterial  junto  à  comunidade local; 

Envolver a comunidade na  identificação e caracterização  do  patrimônio arqueológico, histórico e cultural; 

Apresentar  à  comunidade  os  resultados alcançados pela pesquisa; 

Valorizar os conhecimentos tradicionais, a memória  e  identidade  histórico‐cultural das comunidades; 

Produzir  material  científico  relativo  à Arqueologia da região (Ciência Aplicada); 

Fornecer  subsídios  aos  órgãos  públicos que contribuam para o gerenciamento do patrimônio  cultural  dos  municípios envolvidos; 

Realização  de  Oficinas  Culturais  com  a comunidade; 

Publicação  dos  trabalhos  na  forma  de Cartilha Patrimonial; 

Publicação científica final do Programa; 

Elaboração  e  montagem  de  exposição itinerante  que  contemple  as  escolas  do município e outros locais de interesse; 

Deverá  ser  prevista  divulgação  eletrônica com  disponibilização  dos  dados  e acolhimento de  indicações e participações da comunidade. 

Plano de Recuperação de Áreas Degradadas– PRAD 

Recuperar  áreas  degradadas  tem  geralmente o sentido de conferir um uso produtivo à área, que pode não ser o mesmo que o da situação anterior, antes da utilização para atividade. 

A  necessidade  de  recuperar  os  ambientes degradados  pela  atividade  de  mineraria, industrial  e  entorno  após  a  respectiva utilização  ou  em  caso  de  desativação  da atividade  justifica  a  adoção  deste  tipo  de programa.  Com  a  adoção  do  programa  de recuperação  de  áreas  degradadas,  os  efeitos da operação e desativação da atividade serão minimizados. 

A partir da  identificação e avaliação  inicial, o planejamento  da  recuperação  de  uma  área degradada por atividade minerária e industrial pode  ser  resumido  na  execução  de  alguns procedimentos básicos  

O  programa  de  recuperação  de  áreas degradadas  objetiva minimizar  e  eliminar  os efeitos adversos decorrentes das intervenções realizadas  nas  atividades  de  mineração, indústria e entorno. 

Este  plano  comporta  três  programas ambientais:  

Programa  de  Resgate  de  Mudas, Sementes e Plântulas de Espécies Nativas Retiradas  das  Áreas  de  Supressão  de Vegetação; 

Programa de Recuperação e Revegetação de Bancadas e Áreas Alteradas; e  

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Programa  de  Controle  Ambiental  para  a Fase de Desativação. 

Plano de Descomissionamento  

O fechamento ou desativação de uma área de mineração  e  do  complexo  industrial  é  um tema  recente  no  Brasil,  o  qual  vem  se materializando  gradativamente  no ordenamento  jurídico  nacional,  a  partir  do advento  da  Constituição  Federal  de  1988.  O art. 225, § 2º desta Constituição impõe àquele que  explorar  recursos  minerais  a responsabilidade  de  recuperar  os  danos ambientais  causados  pela  atividade  de mineração,  consistente  na  obrigação  de recuperar  o  meio  ambiente  degradado,  de acordo  com  a  solução  técnica  exigida  pelo órgão público competente, na forma de lei. 

Deverão  ser  atendidas  as NRM  20  e  21,  que citam  a  importância  dos  planos  de monitoramento  para  haver  o  fechamento  da mina, para  reabilitação de áreas mineradas e degradadas. 

Ao  se  planejar  uma  recuperação  ambiental deve‐se  ter como objetivo  tornar o ambiente impactado  o  mais  semelhante  possível  ao ambiente  original,  antes  do  impacto antrópico.  Sendo  assim,  este  programa  tem como  objetivo  estudar  a  melhor  forma  de reintegração  da  área  de  mineração  à paisagem natural. 

Deverá  ser  executado  um  plano  de fechamento/desativação da lavra onde deverá constar ao menos: 

Relatório dos trabalhos efetuados; 

Caracterização  das  reservas remanescentes; 

Plano de desmobilização das instalações e equipamentos  que  compõem  a  infra‐estrutura  de  mineração  e  do  complexo fabril  utilizado  no  local,  indicando  o destino a ser dado aos mesmos; 

Plano  de  recuperação  e  reabilitação  das áreas  degradadas  pela  mineração  e  do complexo fabril; e 

Aptidão e intenção de uso futuro da área. 

Deverão  ser  apresentados  os  resultados  dos planos de monitoramento  realizados durante 

o  processo  de  implantação,  operação  e desativação  da  mina  e  do  complexo  fabril, para  verificar  as  melhores  condições  de reabilitação das áreas degradadas. 

Os  compromissos  de  recuperação  de  áreas degradadas precisam ter seus cronogramas de exploração  e  recuperação  vinculados  aos compromissos  formalmente  definidos  no escopo do trabalho que será desenvolvido. 

Programa  de  Prevenção  e  Combate  a Incêndios Florestais 

O  Programa  de  Proteção  e  Combate  a Incêndios  Florestais  tem  como  objetivo estabelecer  e  ordenar  as  atividades  de prevenção,  detecção  e  combate  a  incêndios nas  florestas  naturais  localizadas  no  entorno da propriedade. 

O  sistema  de  prevenção  e  combate  a incêndios  deverá  envolver  atividades  de orientação  preventiva  junto  aos  operários, treinamento  de  equipe  de  combate, monitoramento  através  sistema  de comunicação  e  torres  de  vigilância.  A Votorantim  também  deverá  manter  um programa  de  prevenção,  orientação  e combate  a  incêndios  junto  aos  proprietários vizinhos. 

A  brigada  de  incêndio  da  empresa  deverá possuir  treinamentos  periódicos  e equipamentos  necessários  para  este  tipo  de combate,  incluindo  caminhão  Pipa  e maquinários  para  combate  a  incêndios florestais. 

Programa  de  Monitoramento  do Desempenho  dos  Sistemas  de  Controle Previstos 

Os objetivos deste programa são basicamente verificar  a  funcionalidade  e  o  desempenho ambiental  de  todos  os  programas  de monitoramento  do  futuro  empreendimento, de  maneira  conjunta  e  sistematizada.  E quando necessário,  fazer alterações para que os mesmos possam ter o melhor desempenho. 

 

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    O  presente  RIMA  apresenta  a  síntese  do  EIA (Estudo  de  Impacto  Ambiental)  que  avalia  a viabilidade  ambiental  do  empreendimento denominado  Projeto  Primavera/PA Votorantim,  a  se  implantar em área  rural do município  de  Município  de  Primavera.  O referido projeto minerário, pretende produzir e  comercializar  1.200.000  toneladas  de cimento  anuais,  apresentando  uma  vida  útil de 55 anos. A área construída prevista para a fábrica é de 56 ha, e para a mina de calcário são previstos 331 ha. No  tocante  aos  aspectos  legais,  locacionais, sócioeconômicos  e  ambientais  mais relevantes  da  área  do  empreendimento proposto, pode‐se concluir que: 

Não  existem  restrições  legais  à implantação do empreendimento em nível municipal,  conforme pode  ser  visualizado no  “Alvará  de  Localização  e Funcionamento” fornecido pela Prefeitura de Primavera (Anexo XIII); 

A  localização  das  cavas  e  da  fábrica  foi projetada  respeitando  o máximo  possível os  recursos  ambientais  existentes, podendo  se  destacar  os  cursos  d’água naturais e a vegetação nativa existente; 

O uso do solo no entorno da área proposta para  a  implantação  do  futuro empreendimento  apresenta  alguns fragmentos  de  vegetação  arbórea, pequenas  áreas  de  pastagens  e  áreas agrícolas  de  subsistência.  A  área  do empreendimento  proposto  apresenta significativas  alterações  decorrentes  do processo  de  ocupação  antrópica, produzindo  ambientes  pouco  propícios  a abrigar uma diversidade biológica rica; 

Sob  o  ponto  de  vista  geodinâmico observou‐se  a  ocorrência  restrita  de processos erosivos pouco evoluídos na AII e  AID  do  empreendimento,  apenas  em locais  de  solo  exposto  por  ações antrópicas,  podendo  concluir  de  que  há equilíbrio  geodinâmico  atual  nessa  área, atribuído à maciça presença de cobertura vegetal  (gramíneas,  herbáceas  e capoeiras) sobre o solo; 

    

Quanto à  captação de água para as  fases de  implantação  e  operação  do empreendimento,  os  estudos  de alternativas  para  a  obtenção  de  água, tanto  superficial  como  subterrânea, apontaram a necessidade de  captação da água através de poços artesianos. 

Os  impactos  negativos  potenciais  mais relevantes consistem em: degradação do solo e  alteração  da  paisagem;  comprometimento da  saúde  da  população,  da  flora  e  da  fauna; perda  de  vegetação/  habitat  da  fauna  em geral;  substituição  das  atividades  de agricultura  familiar  e  pecuária  extensiva  por mineração;  e  redução  do  número  de indivíduos  de  espécies  de  peixes.  Estes impactos  foram  considerados  como  de  alta magnitude,  e  os  demais  impactos  do  meio físico  e  biótico  foram  considerados  como  de baixa a moderada magnitude.  Ressalta‐se que com as medidas estabelecidas neste  Estudo,  e  com  as  diretrizes  de  projeto que  incorporam  ações de  controle  ambiental (conforme descritas no capítulo 3 – Descrição do  Empreendimento),  bem  como procedimentos  de  gestão  permanente  dos mesmos  (manejo  de  vegetação  e  fauna, monitoramentos qualidade do ar, da água, dos processos  erosivos  e  outros)  a  serem implementados,  os  impactos  e  seus  efeitos serão minimizados, sendo considerados desta forma, de baixa magnitude.  Quanto  aos  impactos  sócioeconômicos, exetuando‐se  o  de  alteração  do  patrimônio arqueológico  e  cultural  que  foi  considerado como  impactado negativo de alta magnitude, os  demais  foram  considerados  positivos  de alta  magnitude,  tais  como:  geração  de emprego;  crescimento  populacional  com  a abertura  de  postos  de  trabalho;  e  geração (direta ou indireta) de movimento econômico. Por outro lado, na hipótese da não aprovação da  implantação do empreendimento, devem‐se  considerar  as  conseqüências  no  cenário atual  e  futuro  do  desenvolvimento econômico, nas escalas municipal e estadual. No  âmbito  municipal  os  benefícios  foram citados  acima,  já  no  âmbito  estadual  se 

CONCLUSÕES8 

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deixaria  de  produzir  1.200.000  toneladas  de cimento  anualmente. De  acordo  com  o  SNIC (Sindicato Nacional da Indústria de Cimento) a Região  Norte  recebeu  de  outras  regiões 1.088.000 toneladas e importou 212 toneladas de cimento no ano de 2009, o que acarretou na  transferência  de  divisas  para  outros estados;  e  deixou  de  gerar  um número considerável  de  postos  de  serviços,  entre outros benefícios. Finalmente,  tendo  em  vista  que  os  impactos sobre o meio  físico são passíveis de controle; que os  identificados sobre a biota  terrestre e aquática  são  passíveis  de  mitigação  e compensação  e  que  a maioria  dos  impactos sobre  o  meio  antrópico  foi  avaliada  como positivos,  conclui‐se  pela  viabilidade ambiental  do  empreendimento  no  local pretendido.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Equipe Técnica 

A  seguir  estão  elencados  os  técnicos  que participaram  da  elaboração  do  EIA‐RIMA  do Projeto  Primavera/PA  ‐  Votorantim,  as respectivas  atividades  desenvolvidas  e  o número do registro no conselho de classe. 

Coordenação Geral: 

  Márcia  Regina  Bertholdi  Piacentini, Geógrafa, MSc  

CREA 0682598256; ART: 0682598256 D SP/2 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888;  E‐mail: [email protected] 

Coordenação Técnica: 

  Ivan Guedes de Ávila, Geólogo 

CREA 0600518087; ART: 0600518087D SP/2 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888;  E‐mail: [email protected] 

 

→ Rosa Cristina de Itapema Silveira, Geógrafa, MSc 

CREA 0601022423; ART: 0601022423D SP/2 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax: (11) 3094‐6888; E‐mail: [email protected] 

     

Descrição do Empreendimento: 

→ Milton Akira Ishisaki, Engenheiro de Minas 

CREA 0601882560 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax: (11) 3094‐6888; E‐mail: [email protected] 

Levantamento da Legislação Interveniente: 

  Guilherme Rocha Munin, Advogado 

OAB/SP 305.584. 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888;  E‐mail: [email protected] 

  Eliana Teodoro, Bacharel em Direito 

CTF IBAMA 1959691. 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888;  E‐mail: [email protected] 

  Ricardo de Mattos Balestro, Estagiário em Direito 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888;  E‐mail: [email protected] 

 

EQUIPE TÉCNICA9 

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RIMA – Projeto Primavera / Pará – Votorantim __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

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Meio Físico 

Coordenação 

  Ivan Guedes de Ávila, Geólogo 

CREA 0600518087; ART: 0600518087D SP/2 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888;  E‐mail: [email protected] 

Clima e Meteorologia: 

  Davi  Corrente  Franzini,  Engenheiro Ambiental 

CREA 5062634083; ART: 5062634083D SP/1 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888;  E‐mail: [email protected] 

Qualidade do Ar: 

  George  Lentz  Cesar  Fruehauf, Engenheiro Ambiental e Matemático, PhD 

CREA 5062008073 

Rua: Álvaro Luis Roberto Assumpção, 431 

Campo Belo, São Paulo / SP  CEP: 04618‐020 

Fone / Fax: (11) 3853‐2138 

  Daniel  Constantino  Zacharias, Meteorologista, B.Sc. MSc 

Rua: Álvaro Luis Roberto Assumpção, 431 

Campo Belo, São Paulo / SP ‐ CEP: 04618‐020 

Fone / Fax: (11) 3853‐2138 

  Daniel Pepe, Engenheiro Civil 

IBAMA 5122268   

Rua: Álvaro Luis Roberto Assumpção, 431 

Campo Belo, São Paulo / SP  CEP: 04618‐020 

Fone / Fax: (11) 3853‐2138 

  Décio Pavan, Engenheiro Mecânico 

CREA 0682113418 

Rua: Álvaro Luis Roberto Assumpção, 431 

Campo Belo, São Paulo / SP  CEP: 04618‐020 

Fone / Fax: (11) 3853‐2138 

  Filemon  Alves  dos  Santos,  Técnico Ambiental 

Rua: Álvaro Luis Roberto Assumpção, 431 

Campo Belo, São Paulo / SP  CEP: 04618‐020 

Fone / Fax: (11) 3853‐2138 

Dispersão de Poluentes Atmosféricos 

  Shigeru  Yamagata,  Engenheiro Mecânico 

CREA  0600964250; ART: 

R: Gaiovota, 879, ap. 152  

Moema, São Paulo / SP CEP 04522‐032 

Tel.: (11) 5054‐3827 

Ruído 

  Luiz  Antonio  Brito,  Engenheiro  Civil, PhD 

CREA 505927; ART: 505927D SP/1 

R: José Francisco Alves, 45  cj. 31 

Vila  Ema,  São  José  dos  Campos  /  SP    CEP: 12243‐060 

Geologia, Geomorfologia e Pedologia 

  Osmair Santos Ferreira, Geólogo 

CREA 5062144565; ART: 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax: (11) 3094‐6888 

  Márcio Lucio Gonzaga, Tecnólogo 

CREA 0601315882; ART: 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone Fax: (11) 3094‐6888 

  Ariane  Raissa  Pinheiro  Côrtes, Estagiária em Geologia. 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo/SP ‐ CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax: (11) 3094‐6888 

Paleontologia 

  Sue  Anne  Regina  Ferreira  da  Costa, MSc, 

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RIMA – Projeto Primavera / Pará – Votorantim __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

103

Endereço: Rua Barão do Triunfo 3314 apt. 703. 

 Bairro: Marco. Belém / Pará CEP: 66093‐050 

Telefone  contato  (91)  3217‐6041  E‐mail: [email protected] 

  Heloísa  Maria  Moraes  Santos,  MSc, CRBM 245 (4ª região). 

Endereço: Rua Barão do Triunfo 3314 apt. 703.  

Bairro: Marco. Belém / Pará CEP: 66093‐050 

Telefone  contato  (91)  3217‐6041  E‐mail: hmoraes@museu‐goeldi.br 

Recursos Hídricos  

Hidrologia/Qualidade das Águas 

  Davi  Corrente  Franzini,  Engenheiro Ambiental 

CREA 5062634083; ART: 5062634083D SP/1 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888;  E‐mail: [email protected] 

Hidrogeologia 

  Josafá  Ribeiro  de  Oliveira, Hidrogeólogo,  

CREA 2216‐D/PA  ART: 2216D PA/110   

Endereço: Travessa D. Romualdo de Seixas n° 1399 Bairro  do  Umarizal,  Belém/PA,  CEP‐66.055‐200 E‐mail: [email protected]   

  José Guimarães Martins, Geólogo 

 CREA 4487‐D/PA  ART: 4487D PA/406   

Endereço: Travessa D. Romualdo de Seixas n° 1399 Bairro  do  Umarizal,  Belém/PA  CEP‐66.055‐200  

Email: [email protected] 

Meio Biótico 

Coordenador 

  Ricardo  Alexandre  Kawashita  Ribeiro, Biólogo,MSc. 

CRBio 35949/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271 

E‐mail: [email protected] 

Vegetação 

  José  Roberto  Borges Monteiro,Biólogo, MSc em Biologia Vegetal, 

CRBio 14.707‐1/D  

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271 

E‐mail: [email protected] 

  Tereza  Neide  Nunes  Vasconcelos, Geóloga, MSc  em  Ecologia  e Conservação da Biodiversidade, CREA: 2565/D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271 

E‐mail: [email protected] 

 

  Rui  Lopes  Loureiro,  Engenheiro Florestal 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271 

E‐mail: [email protected] 

Ictiofauna 

  Francisco de Arruda Machado Biólogo, Dr. Zoologia/Ictiofauna 

CRBio ‐ 000791/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

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RIMA – Projeto Primavera / Pará – Votorantim __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

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E‐mail: [email protected] 

  Nelson Flausino Júnior  ‐ Biólogo, MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271 

E‐mail: [email protected] 

Caranguejos 

  Claudia Callil, Dra.Biociências/Zoologia 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Maitê  Tambelini  dos  Santos,  MS. Ecologia e Conservação da Biodiversidade 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Vera  Uhde,  Ms.  Ecologia  e Conservação da Biodiversidade 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Hermann  Ampuero,  Ms  Gestão Ambiental 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

Herpetofauna 

  Ricardo  Alexandre  Kawashita  Ribeiro, Biólogo,MSc. 

CRBio 35949/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271 

E‐mail: [email protected] 

  Robson Waldemar  Ávila,  Biólogo,  Dr. Zoologia/Herpetofauna 

CRBio ‐039849/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Dráuzio  Honório  Morais,  Médico Veterinário, MSc.  Ecologia  e  Conservação  da Biodiversidade,  Doutorando  em Zoologia/Herpetofauna 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271 

E‐mail: [email protected] 

  Luana  Aparecida  Gomes  de  Arruda, Estagiária 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271 

E‐mail: [email protected] 

Avifauna 

  João  Batista  de  Pinho,  Dr. Zoologia/Avifauna  

CRbio ‐1 18284/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

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RIMA – Projeto Primavera / Pará – Votorantim __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

105

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Milene Gardim Gaiotti, Bióloga  ‐ MSc. Ecologia  e  Conservação  da Biodiversidade/Avifauna 

CRBio ‐ 61826/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Paula Fernanda Albonete de Nóbrega, Bióloga,  MSc.  Ecologia  e  Conservação  da Biodiversidade/Avifauna 

CRBio 064316/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Francisco Modesto Silva Neto, Auxiliar técnico 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Dercilia  Barbosa  de  Souza, Taxidermista 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

Mastofauna 

  Mônica  Aragona,  Bióloga,:  Dra. Zoologia/Mastofauna 

CRBio – 26332/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Tatiane  Franciely  Chupel,  Bióloga, MSc. Ecologia 

CRBio 56945/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Rogério  Conceição  Lima  dos  Santos, Biólogo 

CTF 2661009 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Hans Kuffner, Estagiário 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271 

E‐mail: [email protected] 

  Elton Marcio de Pinho, Taxidermista 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

Entomofauna 

  Nelsina  Gonçalves  Costa  Pinho, Bióloga MSc. 

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RIMA – Projeto Primavera / Pará – Votorantim __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

106

CRbio‐023486/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Ana  Silvia  de  Oliveira  Tissiani, Estagiária 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Luis Gabriel  de Oliveira Albuquerque, Biólogo 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

  Benedito Abraão de Freitas, Estagiário 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

Comunidades Aquáticas 

  Daniela  Maimoni  de  Figueiredo, Bióloga, Dra. Ecologia/Limnologia 

CRBio ‐ 18030/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

 

Responsável  técnica  de Macroinvertebrados bentônicos 

  Rúbia  Fantin  da  Cruz,  Bióloga,  MSc. em Ecologia/Limnologia 

CRBio ‐ 39915/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

Responsável  técnica  pela  Comunidade fitoplanctônica 

  Janielly  Carvalho  Camargo,Bióloga, MSc em Ecologia/Limnologia, Doutoranda em Ecologia (UEM) 

CRBio: 68038/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

Responsável  técnico  pela  Comunidade zooplanctônica 

  Ibraim  Fantin  da  Cruz,  Biólogo,  MSc em  Ecologia/Limnologia,  Doutorando  em (IPH/URGS) 

CRBio 51.799/01‐D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

Responsável técnica por Macrófitas aquáticas 

  Luciana  Ferraz,  Bióloga,  MSc  em Ecologia  e  Conservação  da  Biodiversidade Doutoranda  em  Ecologia  e Recursos Naturais (UFSCar) 

CRBIO‐ 26535/01D 

Endereço: Rua Topázio n° 343 

Bosque da Saúde, Cuiabá/MT 

Page 108: RIMA Projeto Primavera PARÁ - sema.pa.gov.brsema.pa.gov.br/download/RIMA-VotorantimPrimavera.pdf · RIMA – Projeto Primavera / Pará ... Projeto Primavera / Pará – Votorantim

RIMA – Projeto Primavera / Pará – Votorantim __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

107

CEP‐78050‐080. 

Telefone: (65) 3642.3275 / 3642.3271  

E‐mail: [email protected] 

Meio Antrópico  

Coordenação 

→ Rosa Cristina de Itapema Silveira, Geógrafa, MSc 

CREA 0601022423; ART: 0601022423D SP/2 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax: (11) 3094‐6888; E‐mail: [email protected] 

Aspectos Sociais 

  Maria José Birraque, PhD, Filósofa,  

CTF IBAMA 4459807 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax: (11) 3094‐6888 

  Márcia Elaine Teodoro, Geógrafa, PhD,  

CREA 5060835372. ART: 5060835372D SP/1 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888  E‐mail: [email protected] 

Aspectos Econômicos 

  José Olavo  Leite  Ribeiro,  Economista, PhD, 

CTF IBAMA 5036854. 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax: (11) 3094‐6888 

 

Uso do Solo 

→ Rosa Cristina de Itapema Silveira, Geógrafa, MSc 

CREA 0601022423; ART: 0601022423D SP/2 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax: (11) 3094‐6888; E‐mail: [email protected] 

  Antonio Afonso Cordeiro Jr., Estagiário em Geografia. 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888;  E‐mail: [email protected] 

Arqueologia 

  Elisângela  Regina  de  Oliveira, Arqueóloga, MSc,  

Endereço: Rua Barão do Triunfo 3314 apt. 703. Bairro: Marco. Belém / Pará 

CEP: 66093‐050 

Telefone  (11)  8380‐6548  E‐mail: [email protected] 

  Maura  Imazio da Silveira, Arqueóloga, PhD,  

Endereço: Rua Barão do Triunfo 3314 apt. 703. Bairro: Marco. Belém / Pará 

CEP: 66093‐050 

Telefone  (91)  9165‐2227  E‐mail: [email protected] 

  Suzana Hirooka, Arqueóloga 

End.: Rua Ivan Rodrigues Arrais, 320 

Bairro Coxipó  Cuibá / MT 

Tel:  (65)  9224‐6383    E‐mail: [email protected]  

RIMA 

  Márcia Elaine Teodoro, Geógrafa, PhD 

CREA 5060835372. ART: 5060835372D SP/1 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888  E‐mail: [email protected] 

  Davi  Corrente  Franzini,  Engenheiro Ambiental 

CREA 5062634083; ART: 5062634083D SP/1 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Page 109: RIMA Projeto Primavera PARÁ - sema.pa.gov.brsema.pa.gov.br/download/RIMA-VotorantimPrimavera.pdf · RIMA – Projeto Primavera / Pará ... Projeto Primavera / Pará – Votorantim

RIMA – Projeto Primavera / Pará – Votorantim __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

108

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888;  E‐mail: [email protected] 

  Antonio Afonso Cordeiro Jr., Estagiário em Geografia 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888  E‐mail: [email protected] 

Cartografia 

  Márcia  Regina  Bertholdi  Piacentini, Geógrafa, MSc 

CREA 0682598256; ART: 0682598256 D SP/2 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888;  E‐mail: [email protected] 

  Antonio Afonso Cordeiro Jr., Estagiário em Geografia 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888  E‐mail: [email protected] 

  Philippe  dos  Santos  Silva,  Estagiário em Geografia 

Endereço: R. Purpurina, 131, cj. 131‐132 

Vila Madalena, São Paulo / SP CEP: 05435‐030 

Telefone/Fax:  (11)  3094‐6888  E‐mail: [email protected] 

 

Page 110: RIMA Projeto Primavera PARÁ - sema.pa.gov.brsema.pa.gov.br/download/RIMA-VotorantimPrimavera.pdf · RIMA – Projeto Primavera / Pará ... Projeto Primavera / Pará – Votorantim

RIMA – Projeto Primavera / Pará – Votorantim __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

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ABNT ‐ Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT NBR 10151‐ Acústica, Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade. Rio de Janeiro, 2000. 

______. ABNT NBR 10152 ‐ Níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987. 

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS10 

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110

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Este  capítulo  apresenta  a definição dos  termos  técnicos  ambientais utilizados no  EIA‐RIMA.  Esses vernáculos foram obtidos na publicação do  IBGE  intitulada “Vocabulário Básico de Recursos e Meio Ambiente” de 2002. 

A (Pedologia): Horizonte superficial do solo, mineral, caracterizado por uma acumulação de matéria orgânica decomposta, intimamente associada com a fração mineral. 

Acidez da água: Quantidade de ácido, expressa em miliequivalentes de uma base forte por  litro de água, necessária para titular uma mostra a um determinado valor do pH. 

Afloramento: Exposição natural em  superfície, de  rocha ou mineral, bem  como, quaisquer outras exposições  acessíveis  à  observação  humana,  tais  como:  corte  de  estradas,  túneis,  galerias subterrâneas, poços, etc. 

Afluente: Denominação aplicada a qualquer curso d’água, cujo volume ou descarga contribui para aumentar outro, no qual desemboca. Tributário. 

Ação  antrópica:  Qualquer  atividade  desenvolvida  pelo  homem  sobre  o  meio  ambiente, 

independentemente de ser maléfica ou benéfica. 

Água  salobra: Água  que  apresenta  gosto  sensível  ao  paladar  devido  às  concentrações  de  sólidos totais dissolvidos estimados entre 500mg/l e 1 000mg/l. 

Água subterrânea: Água presente no subsolo ocupando a zona saturada dos aqüíferos, e movendo‐se sob o efeito da força gravitacional. Difere da água do solo, pois nesta as forças que a comandam são as eletroquímicas, tais como capilaridade e adsorção. 

Água superficial: Água que ocorre em corpos cuja superfície livre encontra‐se em contato direto com a atmosfera, isto é, acima de superfície topográfica. 

Alta  pressão:  Região  da  atmosfera  onde  a  pressão  é  relativamente  alta  no  centro,  em  relação  à região  circunvizinha  no mesmo  nível.  Os  ventos  sopram  para  fora  e  ao  redor  deste  centro.  No hemisfério sul, os ventos giram contra o sentido horário e no hemisfério norte, no sentido horário. Anticiclone. 

Altitude: Distância na vertical obtida a partir de um datum, geralmente o nível médio do mar, até um ponto ou objeto  situado na  superfície da Terra.  Já a altura ou elevação  são  referidas a pontos ou objetos que estão situados acima da superfície terrestre. 

Aquícludo:  Unidade  geológica  que  pode  conter  água  e  até  mesmo  absorve‐la  lentamente, apresentando,  contudo  uma  permeabilidade  tão  reduzida  que  não  permite  que  haja  um  fluxo significativo. 

Aquífero: Unidade  geológica que  contém  e  libera  água  em quantidades  suficientes de modo que pode ser utilizado como fonte de abastecimento. 

Aquífero  confinado: Aqüífero  situado entre duas  camadas  impermeáveis, e que apresenta a água contida, sob uma pressão maior do que a atmosférica. 

Aquífero livre: Aqüífero no qual a superfície da água encontra‐se submetida à pressão atmosférica. 

GLOSSÁRIO11 

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Aqüitardo: Unidade geológica que apresenta baixa permeabilidade, e que portanto retarda mas não impede que receba água de aqüíferos adjacentes ou veicule água para aqüíferos adjacentes. 

Aterro  sanitário:  Técnica  de  disposição  de  resíduos  sólidos  urbanos  no  solo,  sem  causar  danos  a saúde  pública  e  à  sua  segurança,  minimizando  os  impactos  ambientais.  Utiliza  princípios  de engenharia para confinar os  resíduos  sólidos à menor área possível e  reduzi‐los ao menor volume permissível, cobrindo‐os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada. 

Atmosfera: Camada fina de gases, inodora, sem cor, insípida, e presa à Terra pela força da gravidade. Compreende  uma  mistura  mecânica  estável  de  gases,  sendo  que  os  mais  importantes  são: nitrogênio, oxigênio (que perfazem cerca de 99% do volume), argônio, dióxido de carbono, ozônio e vapor  d’água. Outros  gases  estão  presentes,  porém  em  quantidades muito  pequenas,  tais  como: neônio,  criptônio,  hélio, metano,  hidrogênio  etc.  A  atmosfera  está  estruturada  em  três  camadas relativamente  quentes,  separadas  por  duas  camadas  relativamente  frias,  a  saber:  troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera. 

Avifauna: Conjunto de espécies de aves que vivem em uma determinada região. 

B (Pedologia): Horizonte da máxima iluviação do solo, formado sob um horizonte E, A ou O, bastante afetado por  transformações pedogenéticas, em que pouco ou nada restou da estrutura original da rocha. 

Bacia hidrográfica: Região compreendida entre divisores de água, na qual toda a água aí precipitada escoa por um único exutório. 

Background:  Termo  utilizado  em  geoquímica  e  geofísica  para  relacionar  um  valor,  teor  ou porcentagem mineral, ou  ainda uma propriedade  física  (radiométrica, magnetométrica  etc.)  a um padrão regional para efeito de comparação. Os valores podem ser apresentados sob a forma de ppm, ppb, cps etc. 

Balanço  hídrico:  Método  de  quantificação  dos  fluxos  de  água  no  ambiente  fundamentado  na constatação empírica do  funcionamento do  ciclo hidrológico. A precipitação atmosférica é a  fonte original da água que penetra e escoa sobre a superfície terrestre. Parte dessa água é utilizada pelas plantas, outra  infiltra no solo para, em seguida, evaporar‐se, ser armazenada pelo sistema do solo (lençol  freático)  ou  ser  absorvida  pelas  plantas.  A  água  que  penetra  no  solo  (infiltração)  é armazenada em aqüíferos subterrâneos ou drenada pelos rios para lagos, mares e oceanos, de onde evapora,  reiniciando  o  ciclo.  Sua  forma  de  aplicação  mais  simples  consiste  em  comparar  a quantidade  de  água  recebida  pelo  ambiente  através  das  chuvas  com  a  quantidade  perdida  pela evapotranspiração. 

Bodiversidade: Total de genes, espécies e ecossistemas de uma  região. A biodiversidade genética refere‐se  à  variação  dos  genes  dentro  das  espécies,  cobrindo  diferentes  populações  da mesma espécie  ou  a  variação  genética  dentro  de  uma  população.  A  diversidade  de  espécies  refere‐se  à variedade de espécies existentes dentro de uma  região. A diversidade de ecossistemas  refere‐se à variedade de ecossistemas de uma dada  região. A diversidade  cultural humana  também pode  ser considerada  parte  da  biodiversidade,  pois  alguns  atributos  das  culturas  humanas  representam soluções  aos  problemas  de  sobrevivência  em  determinados  ambientes.  A  diversidade  cultural manifesta‐se pela diversidade de  linguagem,  crenças  religiosas, práticas de manejo da  terra,  arte, música, estrutura social e seleção de cultivos agrícolas, dentre outros. 

Bioma:  Conjunto  de  vida  (vegetal  e  animal)  definida  pelo  agrupamento  de  tipos  de  vegetação contíguos  e  identificáveis  em  escala  regional,  com  condições  geoclimáticas  similares  e  história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria. 

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C  (Pedologia):  Horizonte  ou  camada  mineral  constituída  por  material  inconsolidado,  de profundidade,  relativamente  pouco  afetado  pelos  processos  pedogenéticos,  similar  ao material  a partir do qual, o solum pode ou não ter se formado. 

Capoeira:  Vegetação  secundária  que  nasce  após  a  derrubada  das  florestas  primárias.  Termo brasileiro que designa a vegetação que nasce após a derrubada de uma floresta. 

Capoeirão: Estágio mais avançado da capoeira, no processo de sucessão vegetal. 

Ciclo hidrológico: Sistema pelo qual a natureza faz a água circular do oceano para a atmosfera e daí para os continentes, de onde retorna, superficial e subterraneamente, ao oceano. 

Clima:  Conjunto  de  estados  de  tempo  meteorológico  que  caracteriza  uma  determinada  região durante  um  grande  período  de  tempo,  incluindo  o  comportamento  habitual  e  as  flutuações, resultante das complexas relações entre a atmosfera, geosfera, hidrosfera, criosfera e biosfera. 

Clinquer: Material sinterizado e peletizado, resultado da calcinação (1450 ºC) da mistura do calcário (75 a 80%), da argila (20 a 25%) e de componentes químicos como o silício, o alumínio e o ferro. No processo de fabricação do cimento Portland, o clinquer de cimento Portland sai do forno à cerca de 80ºC, indo diretamente à moagem onde é adicionado ao gesso e imediatamente ensacado em sacos de papel kraft, podendo chegar aos depósitos de distribuição ainda quente. 

Conselho Nacional  de Meio Ambiente  (CONAMA): Órgão  superior  do  Sistema Nacional  do Meio Ambiente  (SISNAMA)  com  função  de  assessorar  o  Presidente  da  República  na  formulação  de diretrizes da política nacional de meio ambiente (Lei no 6938/81). 

Controle  ambiental:  Conjunto  de  ações  tomadas  visando  a  manter  em  níveis  satisfatórios  as condições do ambiente. O termo pode também se referir à atuação do Poder Público na orientação, correção, fiscalização e monitoração ambiental, de acordo com as diretrizes administrativas e as leis em vigor. 

Coordenadas: Valores  lineares ou angulares que  indicam a posição ocupada por um ponto em uma estrutura ou sistema de referência. 

Coordenadas  astronômicas:  Valores  que  definem  a  posição  de  um  ponto  da  superfície  da  Terra, obtidos  através  de  observações  astronômicas.  São  referidos  à  vertical  do  lugar  de  observação,  e, portanto, independentes do elipsóide de referência. 

Coordenadas geodésicas: Valores de  latitude e  longitude que definem a posição de um ponto da superfície da Terra, em relação ao elipsóide de referência. 

Coordenadas  geográficas:  Termo  amplo  utilizado  geralmente  para  indicar  tanto  as  coordenadas geodésicas quanto as coordenadas astronômicas. 

Cortina  verde:  Denominação  utilizada  para  o  plantio  de  árvores  com  o  objetivo  de  evitar  ou minimizar a ação do vento, do sol, de ruídos etc. 

Curva de nível: Linha que se apresenta em um mapa ou carta, destinada a retratar matematicamente uma  forma de  relevo, unindo  todos os pontos de  igual altitude,  situados acima ou abaixo de uma superfície de referência, em geral o nível médio do mar. 

d  (Pedologia):  Denominação  utilizada  para  indicar  nos  horizontes  O  e  H,  uma  acentuada decomposição do material orgânico, do qual, pouco ou nada resta de reconhecível da estrutura dos resíduos das plantas, acumulados conforme descrito nos horizontes O e H. 

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Declive (Mineração): Ângulo formado entre o eixo de uma jazida e seu plano horizontal. 

Diâmetro à altura do peito (DAP): Diâmetro de uma árvore obtido a uma altura entre 1,30m e 1,50m tendo como base o nível médio do terreno. 

Dolina  Depressão  presente  em  regiões  dominadas  por  rochas  calcíferas,  e  que  apresenta  forma arredondada ou ovalada, com bordas íngremes e fundo chato. Pode conter uma lagoa com argilas de descalcificação ou outros materiais de preenchimento, provenientes da dissolução da rocha. 

Domínio morfoestrutural: Grandes  conjuntos estruturais, que geram arranjos  regionais de  relevo, guardando relação de causa entre si. 

Dossel: Estrato mais alto das árvores de uma floresta. 

E  (Pedologia): Horizonte mineral com evidência de perda de argila silicatada, óxidos de  ferro e de alumínio  ou matéria  orgânica,  com  a  resultante  concentração  de  quartzo  e  de  outros minerais resistentes, com o tamanho da areia ou silte. Zona de máxima eluviação do perfil e de coloração, em geral, mais clara que o horizonte B subjacente. 

Ecossistema:  Sistema  integrado  e  autofuncionante  que  consiste  em  interações  dos  elementos bióticos e abióticos, e cujas dimensões podem variar consideravelmente. 

Efluente: Qualquer tipo de água ou líqüido, que flui de um sistema de coleta, ou de transporte, como tubulações, canais, reservatórios, e elevatórias, ou de um sistema de tratamento ou disposição final, com estações de tratamento e corpos de água receptores. 

Endêmica: Característica das espécies que tem sua ocorrência limitada a um único local ou região. 

Escala  (Cartografia): Relação existente entre as dimensões dos elementos que estão presentes em um mapa e as correspondentes dimensões no terreno. 

Esgoto: Refugo líqüido que deve ser conduzido a um destino final. 

Esgoto  doméstico:  Efluente  líqüido  referente  ao  uso  doméstico  da  água.  Pode  ser  resultante  das águas  cloacais  e  das  águas  resultantes  de  outros  usos,  tais  como  banho,  preparo  de  alimentos  e lavagens. 

Esgoto sanitário: Efluente  líqüido formado pela reunião de despejos de diversas origens, entre elas esgoto  doméstico,  esgoto  de  estabelecimentos  comerciais  e  institucionais,  despejos  industriais, efluentes agrícolas, etc. 

Esgoto  séptico:  Esgoto  sanitário  que  se  encontra  em  plena  fase  de  putrefação,  com  ausência completa de oxigênio livre. 

Esgoto  tratado:  Esgoto  submetido  a  um  tratamento  parcial  ou  completo,  com  a  finalidade  de promover a remoção das substâncias indesejáveis e a mineralização da matéria orgânica. 

Espécie (Biologia): Unidade básica de classificação dos seres vivos. Designa populações de seres com características genéticas comuns, que em condições naturais reproduzem‐se gerando descendentes férteis  e  viáveis.  Embora  possa  haver  grande  variação  morfológica  entre  os  indivíduos  de  uma mesma espécie, em geral, as características externas de uma espécie são razoavelmente constantes, permitindo  que  as  espécies  possam  ser  reconhecidas  e  diferenciadas  uma  das  outras  por  sua morfologia. 

Espécie  ameaçada:  Espécie  animal ou  vegetal que  se  encontra  em perigo de  extinção,  sendo  sua sobrevivência incerta, caso os fatores que causam essa ameaça continuem atuando. 

Espécie nativa: Espécie vegetal ou animal que, suposta ou comprovadamente, é originária da área geográfica em que atualmente ocorre. 

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Espécie pioneira: Espécie vegetal que inicia a ocupação de áreas desprovidas de plantas, em razão da atuação do homem ou de agentes naturais. 

Espécie rara: Espécie vegetal ou animal que não está ameaçada e nem é vulnerável, porém corre um certo  risco, pelo  fato de apresentar distribuição geográfica  restrita, ou habitat pequeno, ou ainda baixa densidade na natureza. 

Espécie vulnerável: Espécie vegetal ou animal que poderá  ser considerada em perigo de extinção, caso os  fatores causais da ameaça continuem a operar.  Incluem‐se aqui as populações que sofrem grande pressão de explotação. 

Estação climatológica: Estação controlada por observador em tempo parcial, efetuando apenas uma ou  duas  observações  instrumentais  diárias  da  temperatura,  umidade,  precipitação  e  vento.  Ver também estação meteorológica. 

Estação chuvosa: Termo utilizado nas baixas  latitudes para designar a estação das grandes chuvas, que é precedida e seguida de estação seca. 

Estação de tratamento: Conjunto de instalações e equipamentos destinados a realizar o tratamento da água bruta ou o tratamento do esgoto sanitário. 

Estação de tratamento convencional de esgoto: Denominação utilizada para uma estação em que o efluente  sanitário  passa  por  equipamentos  e  instalações  como  grade,  caixa  de  areia,  decantador primário,  lodos  ativados  e/ou  filtros  biológicos,  decantador  secundário  e  secagem  da  lama proveniente dos decantadores. 

Estação  meteorológica:  Conjunto  de  instalações,  edificações,  terrenos,  instrumentos  e equipamentos gerais necessários às observações meteorológicas. Existem quatro tipos de estações, que  podem  ser  reconhecidas  em  função  do  número  de  elementos medidos,  da  freqüência  das medições e da condição do observador meteorológico: estações sinópticas, agrícolas, climatológicas e pluviométricas. 

Estação (posto) pluviométrica: Estação ou posto controlado por observador em tempo parcial, que efetua  leitura  diária  apenas  da  precipitação.  Atualmente  existem  postos  pluviométricos automatizados que dispensam a presença do observador, enviando as leituras através de telemetria. Ver também estação meteorológica.  

Estação seca: Período do ano que é caracterizado pela sensível diminuição ou ausência de chuva. 

Estratigrafia: Ciência que estuda a sucessão original e a idade das rochas estratificadas, assim como as suas formas, distribuição, composição litológica, conteúdo paleontológico, propriedades geofísicas e geoquímicas, ou seja, de todos os caracteres, propriedades e atributos das mesmas como estratos, buscando inferir os seus ambientes de origem e sua história geológica. 

Evaporação: Processo pelo qual as moléculas de água na superfície  líqüida ou na umidade do solo, adquirem suficiente energia, através da radiação solar e passam do estado líqüido para o de vapor. 

f  (Climatologia): Símbolo que, na classificação de Köppen, significa um clima  sempre úmido e com chuva o ano todo. 

Freqüência  de  natural:  Freqüência  própria  de  um  corpo  aonde  não  ocorre  o  amortecimento  da energia vibratória. 

Fitoplâncton: Denominação  utilizada  para  indicar  organismos  fotossintetizantes,  de  vida  livre,  em geral microscópicos que flutuam no corpo de águas marinhas, ou doces. O fitoplâncton é o grande responsável pela produção primária em ambiente marinho. Ver também zooplâncton. 

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Floresta:  Conjunto  de  sinúsias  dominado  por  fanerófitos  de  alto  porte,  e  apresentando  quatro estratos  bem  definidos:  herbáceo,  arbustivo,  arvoreta  e  arbóreo.  Deve  ser  também  levada  em consideração a altura, para diferencia‐la das outra formações lenhosas campestres. 

Floresta  primária:  Floresta  que  nuca  sofreu  derrubada  ou  corte,  sendo  uma  remanescente  das florestas originais de uma região. Floresta não alterada pela ação do homem. 

Floresta  secundária:  Floresta  em processo de  regeneração natural  após  ter  sofrido derrubada ou alteração  pela  ação  do  homem  ou  de  fatores  naturais,  tais  como  ciclones,  incêndios,  erupções vulcânicas. 

Fonte: Surgência natural de água, em superfície, a partir de uma camada aqüífera. Nascente ou olho d’água. 

Formação  (Geologia): Unidade  fundamental da classificação  litoestratigráfica.Trata‐se de um corpo rochoso  caracterizado  pela  relativa  homogeneidade  litológica,  forma  comumente  tabular, geralmente com continuidade lateral e mapeável na superfície terrestre ou em subsuperfície. 

Fossa negra: Escavação sem revestimento  interno, na qual os dejetos caem no terreno, sendo que parte se  infiltra e parte sofre decomposição no  fundo. Não existe nenhum deflúvio, mostrando‐se, portanto como um dispositivo perigoso, e que somente deve ser utilizado em última instância. 

Fossa séptica: Tanque de  sedimentação e digestão, no qual é depositado o  lodo constituído pelas matérias  insolúveis das águas  residuárias que passam pelos mesmos,  sofrendo decomposição pela ação de bactérias anaeróbicas. 

Geologia: Ciência que estuda o globo terrestre desde o momento em que as rochas se formaram até o presente. Divide‐se  em Geologia Geral  e Geologia Histórica,  sendo que  a primeira dedica‐se  ao estudo da composição, da estrutura e dos fenômenos genéticos formadores da crosta terrestre, bem como do conjunto geral de fenômenos que atuam não apenas na superfície, mas também no interior do planeta. A Geologia Histórica por  sua vez estuda e procura datar cronologicamente a evolução geral, as modificações estruturais, geográficas e biológicas ocorridas ao longo da história da Terra. Do ponto  de  vista  prático  a  geologia  está  voltada  tanto  a  indicar  os  locais  favoráveis  a  encerrarem depósitos minerais úteis ao homem, como também do ponto de vista social, a fornecer informações que  permitam  prevenir  catástrofes,  sejam  aquelas  inerentes  às  causas  naturais,  sejam  aquelas atribuídas à ação do homem sobre o meio ambiente. É também empregada direta ou indiretamente nas obras de engenharia, na construção de túneis, barragens, estabilização de encostas etc. 

Geomorfologia:  Ciência  que  estuda  o  relevo  da  superfície  terrestre,  sua  classificação,  descrição, natureza, origem e evolução, incluindo a análise dos processos formadores da paisagem. Pode ainda ser inserido o estudo das feições submarinas. 

Grupo  (Estratigrafia):  Unidade  litoestratigráfica  formal,  de  categoria  superior  à  formação,  e constituído  necessariamente  pela  associação  de  duas  ou  mais  formações,  relacionadas  por características  ou  feições  litoestratigráficas  comuns  ou  por  referenciais  litoestratigráficos  que  o delimitem. 

Halófila: Planta que apresenta preferência por ambientes salinos. 

Harmônicos: Múltiplos de uma dada freqüência. 

Hectare: Unidade de área equivalente a um quadrado com 100m de lado e perfazendo portanto 10 000 m2, e correspondendo a 2,47 acres. 

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Herpetofauna: Conjunto das espécies de répteis e anfíbios que vivem em uma determinada região. 

Iluviação Processo de deposição de material de  solo  removido de um horizonte  superior para um horizonte inferior, no perfil do solo. 

Impacto  ambiental  Qualquer  alteração  das  propriedades  físicas,  químicas  e  biológicas  do  meio ambiente,  causada por qualquer  forma de matéria ou  energia  resultante das  atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem‐estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. Resolução CONAMA nº 306, de 5 de julho de 2002. 

Jazida: Qualquer massa  individualizada,  de  substância mineral  ou  fóssil,  de  valor  econômico,  que aflora ou existe no interior da terra. 

Jusante: Direção que acompanha o mesmo sentido de uma corrente. 

Lago: Corpo de água parada, em geral doce, embora possam existir aqueles com água salgada, como acontece nas regiões de baixa pluviosidade. 

Latitude: Distância  linear  ou  angular medida  ao  norte  ou  ao  sul  do  equador,  em  uma  esfera  ou esferóide. 

Latossolo:  Denominação  utilizada  para  solos  constituídos  por material mineral,  com  horizonte  B latossólico  imediatamente  abaixo  de  qualquer  um  dos  tipos  de  horizonte  diagnóstico  superficial, exceto  horizonte  H  hístico.  Apresentam  um  avançado  estágio  de  intemperização,  são  muito evoluídos, e  virtualmente destituídos de minerais primários ou  secundários, menos  resistentes  ao intemperismo. 

Legislação ambiental: Conjunto de regulamentos jurídicos destinados especificamente às atividades que afetam a qualidade do meio ambiente. 

Leito fluvial: Parte mais baixa do vale de um rio, modelado pelo escoamento da água, ao  longo da qual se deslocam, em períodos normais, água e sedimentos. 

Leito maior: Calha ocupada pelo rio, por ocasião das cheias. 

Leito menor: Calha ocupada pelo rio, quando da época de seca. 

Lixão: Ver vazadouro a céu aberto 

Lixo: Restos das  atividades humanas,  considerados pelos  geradores  como  inúteis,  indesejáveis ou descartáveis.  Normalmente,  apresentam‐se  sob  estado  sólido,  semisólido  ou  semilíquido  (com  o conteúdo líquido insuficiente para que este possa fluir livremente). 

Mamíferos:  Tetrápodes  homeotérmicos  (sangue  quente)  que  se  apresentam  cobertos  de  pêlos, dotados de glândulas mamárias, e possuindo dois côndilos ocipitais. Os dentes são diferenciados em caninos, incisivos e molares. 

Manancial:  Qualquer  corpo  d’água  superficial  ou  subterrâneo,  que  serve  como  fonte  de abastecimento. 

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Manejo:  Interferência  planejada  e  criteriosa  do  homem  no  sistema  natural,  para  produzir  um benefício ou alcançar um objetivo,  favorecendo o  funcionalismo essencial desse sistema natural. É baseado  em método  científico,  apoiado  em  pesquisa  e  em  conhecimentos  sólidos,  com  base  nas seguintes etapas: observação, hipótese, teste da hipótese e execução do plano experimental. 

Manejo  florestal: Ramo da ciência  florestal que  trata da prévia aplicação de  sistemas silviculturais que propiciem condições de uma exploração anual ou periódica dos povoamentos, sem afetar‐lhes o caráter de patrimônio florestal permanente. 

Manguezal:  Ecossistema  litorâneo  que  ocorre  em  terrenos  baixos  sujeitos  à  ação  das  marés  e localizados  em  áreas  relativamente  abrigadas,  tais  como  baías,  estuários  e  lagunas  (ambientes estuarinos de baixa energia). São normalmente constituídos de vasas  lodosas recentes, às quais se associam um tipo particular de flora e fauna. 

Mastofauna: Conjunto das espécies de mamíferos que vivem em uma determinada região. 

Mata ciliar: Vegetação predominantemente arbórea que acompanha a margem dos rios. 

Meandro: Curva por vezes bastante apertada, produzida pela oscilação de um lado para o outro, de uma corrente de água, normalmente em decorrência de um aumento na velocidade de fluxo ou da sua capacidade de carga de sedimento. A corrente provoca erosão na margem côncava e deposição na margem convexa. 

Medidas do nível de pressão sonora: Nível de ruído em um local obtido com um medidor de pressão sonora. 

Metais pesados: Metais como o cobre, o zinco, o cádmio, o níquel, o mercúrio, o selênio, a platina, o arsênio,  o  cromo  e  o  chumbo,  que  são  comumente  utilizados  na  indústria,  e  que  podem,  se presentes  em  elevadas  concentrações  no  ambiente,  retardar  ou  até  mesmo  inibir  processos biológicos aeróbicos ou anaeróbicos, e ser tóxico aos seres vivos. 

Mina: Jazida mineral em lavra, ainda que suspensa. 

Mineral: Elemento ou composto químico de ocorrência natural formado como produto de processos inorgânicos. 

Minério: Agregado natural de mineral‐minério e ganga que, no atual estágio da tecnologia, pode ser normalmente utilizado para a extração econômica de um ou mais metais. 

Moagem: Processo de cominuição no qual o material é fragmentado entre duas superfícies móveis que não possuem entre si qualquer dependência.  

Moagem a seco: Moagem sem adição de água, sendo que a expressão a seco, geralmente se refere ao mineral que contém umidade insuficiente para agregar as suas partículas e que não sofreu adição de água. 

Montante: É o referencial de um ponto que está mais próximo da nascente de um rio, dizendo‐se então, que o ponto está à montante. 

Nascente: Ver Fonte. 

Nebulosidade: Proporção do céu coberto por qualquer tipo de nuvens, sendo expressa em décimos de céu coberto. Cobertura de nuvens. 

Nível de pressão sonora equivalente médio, LAeq: Nível de  ruído em um  local obtido em um dado tempo de medição por meio da média logarítmica das medidas instantâneas. 

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Nível de pressão sonora ambiente, Lra: Nível de  ruído em um  local obtido em um dado  tempo de medição  por meio  da média  logarítmica  das medidas  instantâneas,  onde  não  está  presente  uma fonte sonora, apenas o ruído do próprio local. 

Nível de pressão sonora estatístico, L10: Nível de ruído em um  local onde apenas 10% das medidas instantâneas obtidas no período de integração superam este valor. 

Nível Critério de Avaliação (NCA): Critério de avaliação do nível de ruído máximo um dado local. 

Nuvem: Agregado constituído por gotículas de água, extremamente pequenas, de cristais de gelo, ou de uma mistura de ambas, que apresenta  sua base bem acima da  superfície  terrestre. A nuvem é formada  principalmente  devido  ao  movimento  vertical  do  ar  úmido,  como  na  convecção,  ou ascensão forçada sobre áreas elevadas, ou ainda no movimento vertical em larga escala associado a frentes  e  depressões.  Com  base  no  aspecto,  estrutura,  forma  ou  aparência  e  também  altura  de ocorrência, as nuvens são classificadas em dez tipos básicos. 

Ombrófila: Vocábulo de origem grega que significa “amigo das chuvas”. 

Peak particle velocity, PPV: Velocidade de deslocamento máximo. 

Pedologia: Ciência que  trata da origem, morfologia, distribuição, mapeamento  e  classificação dos solos. 

Perfil  do  solo:  Seção  vertical  do  solo  através  de  todos  os  horizontes  pedogeneticamente  inter‐relacionados e também as camadas mais profundas, ou mesmo próximas à superfície, que tenham sido pouco influenciadas pelos processos pedogenéticos. 

Pesquisa mineral: Conjunto de trabalhos coordenados, necessários para a descoberta de uma jazida, sua  avaliação  e  determinação  da  sua  viabilidade  econômica.  Compreende  os  trabalhos  de prospecção. 

Ph: Parâmetro químico que  indica a concentração de  íons de hidrogênio em uma  solução aquosa; variando de 0 a 14, sendo 7 o neutro. Valores abaixo de 7,  indicam uma solução ácida (corrosiva) e acima, básica (incrustante). 

Pico  de  cheia  (Hidrologia):  Cota mais  elevada  alcançada  pela  água  durante  uma  cheia.  Ponta  de cheia. 

Pioneira: Planta especializada em colonizar áreas desnudadas, com vegetação de primeira ocupação de caráter edáfico ou, onde a vegetação primitiva foi de alguma forma alterada, iniciando o processo de  recobrimento  do  terreno  com  recomposição  da  paisagem.  Geralmente  é  heliófila,  de  rápido crescimento e grande capacidade de proliferação. Invasora. 

Poço piezométrico: Poço tubular de diâmetro pequeno, 2 polegadas a 4 polegadas, que é perfurado a  curta distância de um poço de produção de água, para que nele  sejam observadas as variações ocorridas  com  os  níveis  estático  e  dinâmico  durante  o  bombeamento,  e  que  irão  determinar  os parâmetros hidrodinâmicos do aqüífero. 

Poço ponteira: Poço tubular, pouco profundo e apresentando diâmetro pequeno, por volta de duas polegadas, formado por um tubo com terminação em ponta e com seção perfurada em vários locais, que é introduzido no subsolo através de um sistema de bate‐estacas. É utilizado para a exploração de aqüíferos de natureza sedimentar, pouco profundos. 

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Poluição: Degradação da qualidade ambiental resultante das atividades que direta ou indiretamente prejudiquem  a  saúde,  a  segurança  e  o  bem‐estar  da  população,  criem  condições  adversas  às atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente a biota, afetem as condições estéticas ou sanitárias  do  meio  ambiente,  e  lancem  materiais  ou  energia  em  desacordo  com  os  padrões ambientais estabelecidos. 

Precipitação: Termo utilizado para  indicar qualquer deposição em forma  líqüida ou sólida, derivada da atmosfera. 

Resposta  estrutural  de  corpo  rígido:  Deslocamento  único  de  todo  um  corpo  devido  à  vibração induzida. 

Reserva extrativista: Área de domínio público, na qual os  recursos vegetais podem ser explorados racionalmente pela comunidade local, sem que o ecossistema seja alterado. As reservas extrativistas são  áreas destinadas  à  exploração  sustentável  e  conservação de  recursos naturais  renováveis por uma população com tradição extrativista, como os seringueiros, os coletores de castanha – do‐ Pará ou os pescadores artesanais. 

Resíduos  sólidos:  Resíduos  nos  estados  sólido  e  semi‐sólido,  que  resultam  de  atividades  da comunidade,  de  origem  industrial,  doméstica,  hospitalar,  comercial,  agrícola,  de  serviços  e  de varrição  de  ruas.  Inclui  ainda  determinados  líquidos  cujas  particularidades  tornam  inviável  o  seu lançamento na  rede pública de esgotos ou em  corpos de  água, ou que exijam para  isso  soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. 

Rio intermitente: Curso d’água que circula em certas épocas do ano, sendo alimentado por água de nascentes,  por  águas  superficiais  ou  até mesmo  pela  fusão  da  neve.  Comum  em  regiões  semi  – áridas. 

Rio perene: Rio cujo escoamento não é interrompido, nem no espaço e nem no tempo. Rio com água permanente. 

Rocha: Agregado natural de substância minerais, resultantes de um processo geológico determinado e que constitui parte essencial da litosfera. 

Rocha  sedimentar: Rocha  formada por partículas minerais  transportadas e depositadas pela água, vento ou gelo, que resultaram da precipitação química ou foram formadas pela ação biogênica, como nas  acumulações  orgânicas.  É  fundamentalmente  constituída  por  três  componentes  que  podem aparecer misturados em todas as proporções: os terrígenos, os aloquímicos e os ortoquímicos. 

Sambaqui: Denominação utilizada para o acúmulo de moluscos marinhos, fluviais ou terrestres, feito pelos  índios.  Nesse  jazigo  de  conchas  são  encontrados,  correntemente,  ossos  humanos,  objetos líticos e peças de cerâmica. Os sambaquis são monumentos arqueológicos, sendo que os chamados sambaquis  de  origem  natural, melhor  denominados  concheiros,  são  depósitos  produzidos  pelos agentes geológicos. 

Silte:  Partícula  de  sedimentos  clásticos  não  consolidados,  com  diâmetro  variando,  na  escala  de Wentworth, entre 0,0039 mm e 0,062 mm. 

Solo: Parcela dinâmica e  tridimensional da  superfície  terrestre, que  suporta e mantém as plantas. Seu limite superior é a superfície terrestre, e o inferior é definido pelos limites da ação dos agentes biológicos  e  climáticos,  enquanto  seus  extremos  laterais  limitam‐se  com  outros  solos,  onde  se verifica a mudança de uma ou mais das características diferenciais. 

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Tratamento de água: Conjunto de ações destinado a alterar as características físicas e/ou químicas e/ou biológicas da  água, de modo  a  satisfazer o padrão de potabilidade  adotado pela  autoridade competente. 

 

Umidade: Termo utilizado para descrever a quantidade de vapor d’água contido na atmosfera. Não abrange outras formas nas quais a água pode estar presente na atmosfera, como na forma líqüida e na forma sólida (gelo). 

Unidade  de  Conservação:  São  espaços  territoriais,  incluindo  seus  recursos  ambientais,  com características naturais relevantes, que tem a função de assegurar a representatividade de amostras significativas  e  ecologicamente  viáveis  das  diferentes  populações,  habitats  e  ecossistemas  do território  nacional  e  das  águas  jurisdicionais,  preservando  o  patrimônio  biológico  existente.  Essas áreas  estão  sujeitas  a  normas  e  regras  especiais.  São  legalmente  criadas  pelos  governos  federal, estaduais  e municipais,  após  a  realização  de  estudos  técnicos  dos  espaços  propostos  e,  quando necessário, consulta à população. 

Vazadouro a céu aberto: Disposição final do lixo pelo seu lançamento em bruto sobre o terreno, sem qualquer cuidado ou técnica especial. Lixão. 

Vazão (Hidrogeologia); Volume de água, medido em litros por segundo ou metros cúbicos por hora, que é retirado de um poço, por meio de uma bomba ou compressor. A vazão pode ser natural, como no caso de uma fonte ou nascente, ou em poços tubulares com condições de artesianismo. 

Zoneamento ecológico‐econômico (ZEE): Instrumento de racionalização da ocupação dos espaços e de  redirecionamento das atividades econômicas. O ZEE  serve  como  subsídio a estratégias e ações para a elaboração e execução de planos regionais de busca do desenvolvimento sustentável.