revista médico 100

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ISSN 2177460-9 Ano XVI - Edição nº 100 9 772177 460024 0 0 1 0 0 LOCOMOTIVA DE CONQUISTAS Benefícios obtidos para a classe médica resultam em elevada aprovação do Sindicato.

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ISSN

2177460-9

Ano X

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º 100

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LOCOMOTIVA DE CONQUISTAS

Benefícios obtidos para a classe médica resultam em elevada aprovação do Sindicato.

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E d i t o r i a l

3R e v i s t a M é d i c o

Uma fórmula muito simples

O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal chega aos seus 35 anos fazendo uma reflexão importante sobre sua história e a relação com os médicos da capital do país ao longo desta longa e exitosa trajetória. Sobretudo no momento atual, quando apagamos mais uma velinha do bolo comemorando a chegada do Novo Plano de Carreira Cargos e Salários (PCCS) e consolidando a credibilidade desta instituição junto à classe médica de Brasília.

O sentimento é o de compreender o que dá certo nessa relação, em vez apenas de nos satisfazermos com os elevados índices de aprovação que a entidade mantém perante aos colegas. Interessa-nos muito mais dominar os conceitos das causas que nos trouxeram até aqui do que as consequências de ter chegado aonde estamos hoje.

Nesse processo, concluímos que a essência da nossa atuação se assentou na opção pela simplicidade: trabalhar em favor do médico, com o médico. Pode parecer uma conclusão muito óbvia e até mesmo elementar. Afinal, que outra função deveria ter um sindicato de médicos que não atuar em defesa do médico?

Porém, vamos propor outra indagação para demonstrar como isso não é assim tão óbvio. Quantas entidades, associações, sindicatos ou instrumentos da sociedade civil organizada, espalhadas Brasil afora, você acha que estão a serviço de outros interesses como partidos, governos, grupos de pressão e de mobilização social?

Quer outra indagação ainda mais provocativa? Quantas reportagens vemos nos noticiários em que entidades de classe condenam seus próprios pares para ficar bem com a mídia e com a sociedade? Por sermos um sindicato de médicos estamos sempre prontos a cumprir nosso lema de representar e defender o médico. É por isso que, sempre que necessário, levantaremos nossa voz e nosso aparato para que colegas não sejam crucificados publicamente e de maneira antecipada.

Fizemos com muito orgulho uma opção pela fórmula mais simples de trabalhar por nossos sindicalizados. Preservar esse ordenamento nos permitiu não só nos tornamos uma instituição forte, mas também consolidar uma classe igualmente poderosa, capaz de enfrentar os maiores desafios, e ainda assim, acumular conquistas tanto em quantidade como em qualidade. Aprendemos que não precisamos nos curvar a terceiros para obter o respeito da sociedade, dos veículos de imprensa e dos agentes públicos no debate sobre os interesses de nossa classe. Ao deixar de compreender isso, perderíamos o respeito de nossos próprios pares.

Podemos concluir, depois de três décadas e meia, que fizemos a opção pelo caminho certo. Não pense, no entanto, que a fórmula simples não demanda muito esforço. São diversas as pressões e tentações que aparecem rotineiramente para desvirtuar nosso caminho. Porém, é muito maior o nosso sacerdócio. As montanhas que escalamos só nos levam ao desejo de alcançarmos o topo de outras maiores ainda.

O ano de 2013 nos ensinou que, além de sermos fortes profissionalmente – ao ponto de construirmos conquistas como a do Novo PCCS –, precisamos também ocupar o palco do debate sociopolítico, principalmente depois que o governo federal decidiu utilizar a classe médica como bode expiatório para tentar melhorar os seus indicadores de aprovação, com vistas à reeleição em 2014. Se esse for nosso próximo desafio, estamos prontos para fazer frente a ele.

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Patrocínio Ouro: Patrocínio Prata: Apoio: Organização:

HOSPITAL ORTOPÉDICO E MEDICINA ESPECIALIZADA

STR

ATTE

GIA

/

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6E d i ç ã o 1 0 0

S u m á r i o

ArtigosOpinião - 7

Vinhos - 28

Estratégia - 21

Literárias - 303028

13

20

22

24

812

10

16

21

18Novos conselheiros

assumem o CRM/DF

Aconteceu

Ponto eletrônicoEspecial

Informe-se sobre precatórios

Jurídico

Mais Médicos é aprovado no Congresso Nacional

Fórum

Conquistas elevam grau de satisfação com o Sindicato

Capa

Famílias médicasVida Médica

SindicaisCinemédico é sucesso

de crítica

EntrevistaDeputado federal

Eleuses Paiva

Diretor da ANS sai pela porta dos fundos

Suplementar

SindMédico na Cidade recomeça visitas

Regionais

26

Presidente

secretário Geral

2º secretário

tesoureiro

2º tesoureiro

diretor Jurídico

diretor de inativos

diretora de ação social

diretor de assuntos acadêmicos

diretora de imPrensa e divulGação

diretora cultural

diretor de medicina Privada

diretores adJuntos

conselho Fiscal

conselho editorial

editor executivo

Produção de conteúdos

diaGramação e caPa

ProJeto GráFico e editoração

anúncios

tiraGem

GráFica

sindmédico/dF

Dr. Marcos GuteMberG Fialho Da costa

Dr. eMManuel cícero Dias carDoso

Dr. JoMar aMoriM FernanDes

Dr. Gil Fábio De oliveira Freitas

Dr. carlos FernanDo Da silva

Dr. antônio José Francisco P. Dos santos

Dr. José antônio ribeiro Filho

Drª. olGa Messias a. De oliveira (licenciaDa)

Dr. lineu Da costa araúJo Filho

Drª. aDriana DoMinGues Graziano

Drª. lilian suzany Pereira lauton

Dr. Francisco DioGo rios MenDes

Dr. antônio evanilDo alves, Dr. antônio GeralDo Da silva, Dr. baelon Pereira alves, Dr. cantíDio liMa vieira, Dr. cezar De alencar no-vais neves, Dr. eloaDir DaviD Galvão, Dr. Flávio

hayato eJiMa, Dr. Maurício cotriM Do nasciMento (licenciaDo), Dr. tiaGo sousa neiva, Dr. vicente

De Paulo silva De assis

Dr. FernanDo aMérico rozzante De castro, Dr. Francisco Da silva leal Júnior,

Dr. Gustavo carvalho Diniz, Dr. reGis sales De azeveDo

Drª. aDriana Graziano, Dr. Gil Fábio Freitas, Dr. GuteMberG Fialho

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7R e v i s t a M é d i c o

Entre 1902 e 1906, o Brasil era reconhecido mundialmente como um país rico. Vivia-se o auge do ciclo da borracha sob o gover-no de Rodrigues Alves. Também era reconhecido por ter uma das capitais mais insalubres do mundo, o Rio de Janeiro. Aproveitando a abundância de recursos, o então presidente promoveu as reformas urbana e sanitária capitaneadas respectivamente pelo prefeito Pe-reira Passos e pelo diretor-geral da Saúde Pública, Oswaldo Cruz, que também promoveu uma revolução no combate às epidemias de então. Esse corajoso passo dado pelo estadista, há pouco mais de uma década do fim do Império, rendeu um descontentamento que culminou com a Revolta das Vacinas e um título até hoje festejado pela capital fluminense: Cidade Maravilhosa.

Mais de século depois da Declaração da Independência, os elementos que compunham o cenário daquela reforma voltam a apa-recer: um governo com arrecadação invejável, um país onde grassam epidemias decorrentes de condições de vida inadequadas e a neces-sidade de investimento em desenvolvimento sanitário. No país das maravilhas tropicais, a revolta ressurge pela falta de investimentos na saúde. Diferente do estadista Rodrigues Alves, os atuais governantes não dão um passo adiante nessa questão, mas ensaiam dois para trás.

Essa triste realidade se mostrou na resistência à aprovação da regulamentação da Emenda Constitucional 29, a qual isentou a União de aumentar os investimentos na saúde. Apesar do clamor popular, dos municípios e dos estados, o governo manobrou para não aumentar a participação federal no financiamento da saúde quando a presidente Dilma Rousseff vetou mais de uma dezena de artigos na regulamentação da emenda.

No entanto, a voz da sociedade civil não se calou e voltou ao Congresso Nacional, na forma do Projeto de Lei de Iniciativa Popu-lar (PLP) 321/2013, que prevê aplicação de 10% da Receita Bruta da União (RCB) em ações de saúde.

E o governo Dilma Rousseff se arma para rechaçar a reivindi-cação da sociedade representada por mais de 2 milhões de cidadãos que assinaram o projeto. As ministras Ideli Salvati, de Relações Ins-titucionais, e Miriam Belchior, do Planejamento, já foram ao Parla-mento para transmitir o sonoro e solene NÃO de Dilma Rousseff.

A adoção dessa proposta implicaria 0 incremento de pouco mais de um quinto dos 10% da RCB no orçamento da saúde em 2014: R$ 8,5 bilhões. Esse valor é praticamente a metade dos gastos do governo e isenções concedidas pelo governo federal em favor dos planos de saúde.

Pior que não destinar recursos suficientes para o financiamento das ações do Sistema Único de Saúde (SUS), ao longo dos últimos 12 anos, o governo federal deixou de investir R$ 94 bilhões, segundo levantamen-to feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O mesmo levanta-mento aponta que, somente no ano passade R$ 13 bilhões deixaram de ser aplicados. Esse é um triste recorde histórico que, segundo membros da Frente Parlamentar da Saúde, é ainda mais grave, pois verbas enqua-dradas na rubrica restos a pagar, sem indicação de uso, deixados para este ano mostram um desinvestimento real de mais de R$ 17 bilhões. Ou seja, além de investir pouco, o governo Dilma não sabe gastar.

Assusta o fato de que, diante do clamor popular e das queixas dos prefeitos, que até um ano atrás pediam mais dinheiro, o governo tenha tramado e vendido como solução imediata para os problemas da saúde o programa Mais Médicos, que em larga medida vai per-mitir que parte das prefeituras substituam os médicos já contrata-dos por bolsistas sem vínculo trabalhista, sem diploma válido e com registro profissional provisório. Nesses casos, temos que reconhecer que vai sobrar mais dinheiro para essas municipalidades. Mas é esse o financiamento da saúde que queremos?

Ex-ministro da saúde do governo Lula, José Gomes Tempo-rão aponta o erro da gestão de Dilma Rousseff, que promove, nas palavras do sanitarista, a “americanização” da saúde, com uma per-da de controle dos gastos e, em futuro próximo, a derrocada final do conceito da universalidade que sempre norteou o SUS.

Hoje, a demanda por mais recursos é insuficiente para mudar a cara da saúde no Brasil. Também precisamos de governantes com a co-ragem de um Rodrigues Alves e de gestores com a competência e a de-dicação de um Oswaldo Cruz. A reforma sanitária de que o país precisa não vai ocorrer se não começar pelos palácios e ministérios da República.

O império contra-ataca

Adriana Graziano é diretora de Divulgação e Imprensa do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

Dra. Adriana Graziano

O p i n i ã o

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E n t r e v i s t a

O cúmulo da incompetênciaDois motivos principais motivaram a criação do programa Mais Médicos: incom-petência administrativa e interesse eleitoral. É o que denuncia o deputado fede-ral Eleuses Paiva nesta entrevista exclusiva à Revista Médico. Paiva é médico, mestre em medicina nuclear, autor de diversos projetos em defesa dos médicos e da saúde pública e coordenador da área de saúde do Partido Social Democrático, o PSD. O deputado tem como bandeiras lutar por mais recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS), criar a carreira de Estado para médicos e regular a obten-ção de diplomas e a entrada de médicos estrangeiros no país e garantir a oferta de serviços de saúde e hospitais públicos de qualidade à população.

Revista Médico – Os recentes golpes contra os médicos na esfera política se devem a uma mobilização incipiente ou os interesses na área da saúde são muito fortes?

Eleuses Paiva – Vamos falar do momen-to atual. Não resta dúvida de que o Mais Médicos é um projeto montado por um marqueteiro (João Santana), que já tinha feito isso anteriormente na Venezuela, portanto, é de marketing eleitoral. Os diagnósticos de falta de médicos no ser-viço público e a concentração deles nos grandes centros são corretos e têm sido apontados pelas entidades médicas há mais de 15 anos. Porém, nesta década e meia nenhuma política de recursos hu-manos foi adotada pelos governos para que essa situação fosse alterada. Eles pegaram uma avaliação feita pela equipe de marketing da presidente, na qual 78% dos brasileiros desaprovam a gestão da saúde do governo Dilma. Daí, resolveram pegar o médico e exorcizá-lo, como culpa-do pelo caos da saúde. Eu acho isso peri-goso para eles, porque, nas pesquisas de opinião pública, a figura do médico e a do bombeiro são as que têm maior credibili-dade. Portanto, desconstruir essa figura pode ter um efeito rebote. Em algum mo-mento a situação vai vitimizar o médico e isso vai se virar contra o governo. Eles estão com medo disso.

Revista Médico – E como o senhor ava-lia a mobilização da categoria?

Eleuses Paiva – A maioria dos médicos tem cinco ou mais empregos, trabalha até tarde da noite, reclamando do que está acontecendo, mas não se reúne nem se or-ganiza para mudar esse estado de valores. Pelo que vemos que estão tentando fazer com a profissão médica, talvez eles se cons-cientizem da importância de se aglutinar em torno das entidades de classe. As três áreas – conselhal, associativa e sindical – têm papel fundamental na construção do futuro da medicina.

Revista Médico – Como estão as re-lações na chamada “bancada médica” depois dos vetos à Lei do Ato Médico e do Mais Médicos?

Eleuses Paiva – Eu não sei se tem uma bancada médica aqui na Casa. Tem al-guns direcionados ao setor da saúde como meta legislativa. Outros não obri-gatoriamente. Muitos vieram com outras propostas entre as quais a saúde não é prioritária. Mas neste momento, cabe a nós, da área da saúde, superar as dife-renças para unir a bancada. Se houver desunião em função de partido e de ou-tros objetivos, não conseguimos nada. A bancada está relativamente unida porque a postura (do governo Dilma) de exorci-zar o médico acabou tornando a bancada

mais unida hoje do que era há dois anos. É claro que a força dos partidos é deter-minante para ajudar ou atrapalhar isso.

Revista Médico – O Mais Médicos foi criado para alavancar a reeleição da presidente Dilma ou para a eleição do ministro Alexandre Padilha ao gover-no de São Paulo?

Eleuses Paiva – Acho que para as duas coisas. Primeiro para criar uma cortina de fumaça para esconder que o ministro é incompetente – com uma desaprovação de 78% da população, é altamente in-competente. Para a presidente Dilma, o valor também é incontestável. Mas tem algo que considero mais sério e já fiz uma consulta à Comissão de Ética para estudarmos se cabe representação con-tra o ministro por mentir em audiência pública do Congresso Nacional. Em três vezes que esteve no Congresso, nós ques-tionamento o ministro Alexandre Padi-lha sobre a questão da vinda dos médicos cubanos e ele negou, disse até que havia uma conspiração contra ele. Essa mentira é uma manobra política clara.

Revista Médico – O senhor pode expli-car essa manobra?

Eleuses Paiva – Se constasse na Medida Provisória, o convênio com a OPAS (Orga-nização Pan-Americana de Saúde) – que criou condições diferenciadas para a parti-

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Entrevista com o deputado federal Eleuses Paiva. E n t r e v i s t a

momento, possa vir a ser questionada. Vejo isso como uma postura de começar a pen-sar em um modelo futuro.

Revista Médico – O Projeto de Lei 259, do senador Flexa Ribeiro (sobre finan-ciamento da saúde), é a próxima car-tada do governo na flexibilização da saúde suplementar?

Eleuses Paiva – Deveria se abrir uma discussão muito grande sobre como está o setor privado de saúde no país. Eu não vejo por parte das empresas, nem das próprias entidades médicas. Não houve clareza para analisar esse assunto. Os médicos têm que definir uma posição sobre esse assunto e também os órgãos de defesa do consumidor. Será que isso (a abertura para o capital estrangeiro) é bom para o nosso país?

Revista Médico – Existe uma expecta-tiva por uma CPI da saúde que nunca sai. Assuntos pendentes, como a Eb-serh, subfinanciamento e dinheiro que deixa de ser investido, são tratados de forma fragmentada. Qual é a dificul-dade em abrir a caixa preta da saúde?

Eleuses Paiva – Nos últimos 15 anos, a participação do governo nos gastos com saúde caiu de 60% para 40%. Sabemos que, nos últimos 16 anos, entre o orçamento da saúde aprovado no Congresso e o que é executado, deixaram de ser aplicados 2% a 3%, o que é muito dinheiro (mais de R$ 2 bilhões). Uma semana antes das manifes-tações públicas, em junho, em uma reunião pública, o TCU nos informou (à Frente Par-lamentar da Saúde) que, dos R$ 92 bilhões alocados para a saúde pelo Congresso Na-cional no ano de 2012, houve um recorde negativo: R$ 9,1 bilhões não foram execu-tados, ou seja, quase 10%. Além disso, fi-caram R$ 8,3 bilhões como restos a pagar para este ano que não têm objeto, ou seja, não tem jeito de pagar. Então, na verdade, o ministro da Saúde deixou de gastar R$ 17,4 bilhões do orçamento de 2012. Para mim isso traduz incompetência. Quando come-çamos a abordar isso, veio o Mais Médicos. O Padilha foi questionado e disse que não gastou porque os municípios foram incom-petentes para gastar. Depois, com o Mais Médicos, o culpado ficou sendo o médico.

“ cipação dos médicos cubanos no programa – daria oportunidade aos parlamentares para opinar, colocar emendas e alterar o texto. Mas o convênio só foi apresentado uma semana depois, quando acabou o pra-zo para a apresentação de emendas, para que o Congresso não pudesse se debruçar sobre o assunto. Como deputado, a única coisa que posso fazer é pedir a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inqué-rito) sobre a OPAS. Fora isso, não há jeito de poder atuar e o TCU (Tribunal de Contas da União) também não pode entrar. Aí se abre um leque de suposições sobre motiva-ção nas quais eu não quero crer, como um suposto retorno do dinheiro para uso em campanhas eleitorais. Estamos tentando averiguar o porquê do pagamento anteci-pado de três anos do convênio. Essas coisas levantam suspeição, primeiro pela menti-ra, depois o convênio em que ninguém pode mexer e então o pagamento adianta-do sem motivo. São várias situações que, eu não tenho dúvida, criam um desconforto entre os parlamentares.

Revista Médico – O vínculo do Mais Médicos à Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), cuja consti-tucionalidade está sendo questionada, é motivo para mais preocupação?

Eleuses Paiva – Não é uma coisa única. Há várias outras situações sendo coloca-das. Uma delas é discriminação em que os médicos são colocados nesse convênio com a OPAS: diferente dos outros, que se enquadram na Medida Provisória, os cubanos não têm direito de trazer famí-lia, não podem abrir conta bancária, têm o passaporte retido e são obrigados a ir para as localidades que lhes são impostas. Por que esses profissionais vão se sujeitar a esse tipo de trabalho? Há uma série de atitudes discriminatórias contra esses médicos que eu acho que as entidades mé-dicas têm de olhar com cuidado.

Revista Médico – A relação de traba-lho deles é ainda mais precária que a dos demais...

Eleuses Paiva – Esse projeto não vem para resolver o problema da saúde. Pri-meiro porque é um projeto de três anos. Também não é possível alguém achar que

vai resolver criando bolsa de estudo – o vínculo empregatício é zero. Que gover-no do mundo resolveu um problema de recursos humanos dessa magnitude com um programa de bolsa de estudos sem fé-rias, sem décimo terceiro (salário), sem vínculo, sem garantia? Como é que o go-verno acha que um brasileiro vai pegar a família, levar para uma cidade de dois mil habitantes, ficar sujeito a uma bolsa, sem vínculo, e, daqui a três anos, receber um “muito obrigado”, sem receber fundo de garantia, férias, nada? Não é para dar certo, tem que ter outros objetivos.

Revista Médico – Ao mesmo tempo em que procura facilitar a vinda de profissionais de outros países para o Brasil, o governo Dilma se esforça para facilitar a participação do capi-tal estrangeiro na saúde. Qual a sua análise?

Eleuses Paiva – A questão não gira em torno do profissional. É uma grave preocu-pação para quem defende o Sistema Único de Saúde (SUS) essa tentativa de passar gradativamente a saúde para o setor pri-vado. Talvez a universalidade, em algum

Então, na verdade, o ministro da Saúde deixou

de gastar R$ 17,4 bilhões do orçamento de 2012. Para mim

isso traduz incompetência. Quando começamos a

abordar isso, veio o Mais Médicos. O Padilha foi

questionado e disse que não gastou porque os municípios

foram incompetentes para gastar. Depois, com o Mais

Médicos, o culpado ficou sendo o médico.

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F ó r u m

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) – que tem a constitucionalidade questionada – e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) poderão conceder bolsas e ressarcir despesas no âmbito do programa Mais Médicos.

Os médicos estrangeiros serão dispensados do pagamento de taxas para emissão de documentos do serviço de migração.

A quantidade de médicos estrangeiros no Mais Médicos não poderá ser maior que 10% dos médicos brasileiros com inscrição definitiva nos conselhos regionais de medicina.

O Sistema Único de Saúde (SUS) terá cinco anos para dotar as unidades básicas de saúde com qualidade de equipamentos e infraestrutura.

A Advocacia-Geral da União (AGU) representará judicial e extrajudicialmente os profissionais designados para a função de supervisor médico e de tutor acadêmico.

Quando houver uma vaga por graduado, o primeiro ano de residência médica deverá ser em Medicina Geral de Família e Comunidade.

Reunidos na sede da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), em Brasília, líderes de sindicatos de médicos das diversas regiões re-afirmaram não endossar o acordo feito entre o governo e o Conselho Federal de Medicina (CFM) para facilitar a aprovação do projeto de lei de conversão do deputado Rogério Carvalho (PT/SE) à Medida Provi-sória 621, que instituiu o programa Mais Médicos. No dia 9 de outubro, o assunto foi encerrado com a votação de 13 destaques – emendas e proposições apreciadas em separado, após a aprovação de uma maté-ria legislativa. A federação pretende sugerir alterações na lei, mesmo depois de promulgada.

A criação da carreira nacional de médicos, incluídos os estran-geiros, seria um dos objetos da barganha com o CFM. Outros pontos negociados foram a eliminação da proposta de criação do Fórum Na-cional de Ordenação de Recursos Humanos na Saúde; a definição de limite de quatro anos de permanência de intercambistas estrangeiros dentro do programa (três anos com possibilidade de renovação de contrato por mais um); a obrigatoriedade de aprovação em exame de revalidação de diploma para os formados no exterior que decidirem ficar no país após o fim do contrato; e a garantia de avaliação dos cursos de Medicina com aplicação de exames periódicos. Nem as emendas aprovadas no Congresso tornariam o Mais Médicos uma

Mais Médicos é aprovado no

Congresso

política de saúde minimamente decente. E o veto parcial da presi-dente comprovou que o governo não tem intenção nenhuma de fazer concessões à classe médica.

Emendas e costuras – Destaque aprovado pelos deputados do PSDB excluiu do texto principal do Projeto de Lei de Conversão a criação do Fórum Nacional de Ordenação de Recursos Humanos na Saúde, que enterraria de uma vez por todas a pretensão de ser a Conferência Na-cional de Saúde um guia para orientar a política de saúde no país – um organismo democrático que não cabe mais na nova ordem.

Outra emenda aprovada permite que profissionais médicos apo-sentados participem do Programa Mais Médicos. Ela havia sido apresen-tada na comissão mista do Congresso pelo senador Vital do Rego (PMDB/PB) e tinha sido rejeitada pelo deputado Rogério Carvalho Isso foi o que sobrou, depois das aglutinações de propostas semelhantes, de mais de 600 emendas e destaques apresentados ao texto original da MP 621.

Entre os destaques rejeitados estão a concessão aos profissio-nais brasileiros participantes do programa os direitos trabalhistas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – proposição feita pelo deputado Luiz Mandetta (DEM/MS). Outro foi o que propunha re-tirar da MP a atribuição dada ao Ministério da Saúde de conceder o registro provisório ao médico estrangeiro participante do programa.

Promessas vazias, desmandos e equívocos

Nem “acordo” imposto ao CFM foi respeitado na promulgação da lei

pela presidente da República

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1 1R e v i s t a M é d i c o

F ó r u m

O Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 399, de 2011, do senador Roberto Requião (PMDB/PR), que propõe a facilitação da re-validação e o reconhecimento automático de diplomas concedidos por instituições de ensino superior estrangeiras “de reconhe-cida excelência acadêmica”, também cami-nha a passos largos no Senado.

Foi aprovada pelas comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional e de Educação, no dia 26 de setembro, e logo será apreciada na de Cultura e Esporte, na qual a decisão é terminativa.

Não muda em nada a posição da classe médica em relação ao pro-grama Mais Médicos: o programa é uma medida eleitoreira e ineficaz. Pior ainda: a equipe da presidente Dilma Rousseff usou de todos os artifícios possíveis para passar à população a ideia de que os médicos são os culpa-dos pela (eterna) crise na saúde.

Sobre o acordo que facilitou a aprovação da MP 621, é necessário fri-sar que o Conselho Federal de Medici-na (CFM) negociou com a faca no pes-coço, devido à ameaça de substituição do conselho por uma agência regula-dora. Diante dos desmandos e do auto-ritarismo do governo Dilma Rousseff, era certo o veto parcial à proposta que passou no Parlamento – uma carreira médica nacional não faz parte dos pla-nos deste governo.

O cenário para a facilitação do exercício da medicina sem a renovação de diplomas segue em paralelo à imposi-ção da MP 621, bem como o serviço civil obrigatório. Na surdina, a discussão so-bre a abertura do mercado de saúde para o capital estrangeiro segue para logo ser anunciada em dias mais calmos.

A questão para o governo não é o aprimoramento do sistema de saúde bra-sileiro, são os resultados da economia. E a área da saúde movimenta um volume imenso de dinheiro no mundo inteiro.

O que se vê é um processo em curso de desregulamentação da me-dicina e a desconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS). A resposta a esses ataques deve vir pelo posiciona-mento político da classe médica em defesa da profissão e do SUS.

É um desafio que se põe à nos-sa frente e as eleições do próximo ano devem refletir o descontentamento da categoria, tanto pelo voto contrário à reeleição da presidente Dilma Rousseff, quanto pela eleição de médicos para a defesa da saúde e da medicina nas ins-tâncias do Legislativo.

Avaliação a longa distância

Visão do SindMédico-DF

Quem vai pagara conta?

Medicina no dia a dia

Cristovam estende a mão a Dilma

Enquanto o que serve aos interesses imediatos do poder vai de vento em popa, outros projetos vão para a geladeira e só de-vem sair de lá quando o Planalto mandar.

É o que ocorre com a comissão tem-porária, instituída em 14 de março deste ano, para debater e propor soluções para o financiamento do sistema de saúde do Bra-sil (e que deveria entregar um relatório em 90 dias). Na 9ª reunião, em 11 de setembro, decidiu pelo adiamento da entrega do rela-tório e, desde então, nunca mais se reuniu. O calendário já consumiu mais de 200 dias.

Contraponto à campanha de des-monte da reputação dos profissionais mé-dicos brasileiros pela equipe da presidente Dilma Rousseff e do ministro Alexandre Pa-dilha – ambos de olho nas eleições de 2014, – a edição no 7 da revista Congresso em Foco traz um perfil da clínica-geral Firma Amé-lia Garcez de Lucena, que atua na Diretoria Regional de Saúde de Ceilândia.

No texto Vida de Médica, escrito na primeira pessoa, ela fala de sua expe-riência em 20 anos de trabalho no serviço público de saúde, de dedicação e solida-riedade aos pacientes.

Enquanto aspectos de legalidade e constitucionalidade de partes do Mais Médi-cos são questionados, o Projeto de Lei do Sena-do (PLS) 168/2012, de autoria do senador Cris-tovam Buarque (PDT/DF), veleja de vento em popa para instituir a obrigatoriedade do ser-viço civil para médicos recém-formados cujos cursos tenham sido custeados com recursos públicos. A proposta determina o trabalho obrigatório, por dois anos, em municípios com menos de 30 mil habitantes ou em comunida-des carentes de regiões metropolitanas.

No dia 2 de outubro, depois de trami-tar pela Comissão de Educação, o PLS foi en-

viado à Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde será apreciada em caráter terminativo.

O movimento sindical médico man-tém posição contrária à do senador. “O Estado tem a obrigação de se fazer presente em todo o território e de forma plena. Assim sendo, tem que proporcionar mão de obra adequada para as necessidades das comunidades e não apenas estudantes para suprir a insuficiência estatal.

“E isso vale para todas as áreas, pois não é só de médicos que as localida-des carentes estão precisando”, enfatiza o presidente do SindMédico-DF, Gutem-berg Fialho.

Firma destacou que o papel do mé-dico vai além da atenção à saúde. O mé-dico é um apoio ao paciente, que, muitas vezes, procura o serviço de saúde para sentir que existe alguém que o acolhe. Na reportagem, Firma comenta as dificulda-des que existem no trabalho e as críticas frequentes que o Sistema Único de Saúde (SUS) recebe.

A revista Congresso em Foco é produ-zida pela equipe do site jornalístico de mes-mo nome (www.congressoemfoco.com.br), o mais bem avaliado na cobertura jornalística do Congresso Nacional.

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J u r í d i c o

Depois de recentemente ter man-dado pagar as requisições de menor valor dos precatórios referentes à URP de 1988, o Tribunal de Justiça do DF e Territórios mandou expedir os precatórios dos demais participantes da ação coletiva iniciada por meio do Sindicato.

Está nas mãos do Juiz Álvaro Luís Ciar-lini mandar cumprir a decisão referente à exe-cução provisória por meio da qual o Sindicato requer o imediato cumprimento do Mandado de Injunção 836, que manda ser feita a con-tagem diferenciada de tempo de trabalho em

A Advocacia Riedel, que presta as-sessoria jurídica ao SindMédico-DF, con-quistou Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas 2012 (MPE Brasil), concedido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), nas categorias Serviço e Inovação. Esse prêmio é concedido anualmente (no ano subsequente à apuração), em âmbito nacional e estadual, a micro e pequenas empresas que se destacam por suas práticas de gestão. A Riedel foi a primeira empresa de seu segmento de atividade a conquistar o reconhecimento do Sebrae.

A Diretoria Jurídica do Sindicato alerta os sindicalizados de que o pagamen-to do Adicional de Insalubridade também é devido nos períodos de férias e licenças previstas em lei. Há casos em que esse di-reito tem sido desrespeitado, por isso, é ne-cessária atenção na conferência dos contra-cheques nesses períodos.

Da mesma forma, o não pagamen-to da Gratificação de Atividade de Ensino

Compensação de dívidas com o GDF em precatório da URP de 1988

Justiça vai mandar cumprir o Mandado de Injunção 836

Gratificações sobre remuneração de férias e licenças

Assessoria jurídica conquista prêmio

É praxe nesses casos que os governos apresentem relações de dívidas dos credores de precatórios com a fazenda pública. O Go-verno do Distrito Federal (GDF) apresentou uma relação de cerca de 400 nomes de médi-cos participantes do grupo que teriam algum registro de débito a quitar com a Secretaria

Justiça manda emitir precatórios referentes a tíquete alimentação

O SindMédico-DF obteve resultado favorável na ação de execução de 2007 referente aos tíquetes alimentação de 1.564 médicos sindicalizados e que totaliza valor superior a R$ 20 milhões. O desembargador relator do processo, Silvânio Barbosa dos Santos, determinou a expedição de precatórios com as devidas requisições de pequeno valor (RPV), que permitem o pagamento prioritário. Em breve, a lista dos beneficiados estará disponível no site do Sindicato.

de Fazenda. Funcionários do Sindicato estão fazendo contato telefônico com esses médi-cos para que verifiquem a existência dessas pendências. Em caso de discordância é neces-sário contestar as dívidas e apresentar docu-mentação que comprove a inexistência delas, para que seja anexada ao processo.

condições insalubres para fim de aposentadoria para os médicos do Distrito Federal.

Nessa ação, o Sindicato pede a res-ponsabilização por crime de desobediência e aplicação de multa pelo descumprimento de decisão judicial.

(GAE) aos médicos cedidos à Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs) deve ser denunciado para que o Sindicato possa tomar as medidas administrativas e, caso necessário, judi-ciais para cobrar da Secretaria de Saúde o pagamento devido.

O médico prejudicado deve pro-curar a secretária da assessoria jurídica, Raquel, no telefone 3244-1998.

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S i n d i c a i s

Pela terceira vez no ano, o Cinemédi-co, realizado no Cinemark do Pier 21, foi um sucesso. O evento ocorreu no dia 29 de agos-to e os médicos assistiram à comédia “Gen-te Grande 2”, que conta a história de quatro amigos que voltam a morar na mesma cidade depois de muito tempo e têm que lidar com situações cotidianas da vida adulta no mesmo ambiente em que cresceram.

Antes do início do filme, o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, co-mentou a grande participação dos médicos

No dia 4 de outubro, o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, recebeu representantes da diretoria e médicos da Bra-silmed Auditoria Médica e Serviços S/S Ltda. para tratar do acordo coletivo para o período de 2013 e 2014. Os representantes da empresa destacaram os acordos anuais são necessários para a participação em concorrências públicas para prestação de serviços. Esse é o nicho de mercado ao qual se dedicam.

Comédia foi a terceira atração do Cinemédico

Brasilmed fecha acordo salarial

sindicalizados e de suas famílias nos eventos promovidos pelo Sindicato neste ano. “Vejo aqui muitos rostos novos, e já tivemos que alugar uma sala maior do que a do último filme, o que significa que o evento é um gran-de sucesso”, comentou.

A atividade tem boa receptividade entre os participantes. Vindo do Rio de Ja-neiro, o cirurgião plástico Djalma Martins Lima, por exemplo, reconhece o valor da iniciativa. “Estou vindo pela primeira vez. Achei a proposta muito interessante e válida.

Gutemberg solicitou que os médicos do corpo clínico participassem da reunião. “A Brasilmed tem buscado o Sindicato para forma-lizar os acordos, mas são os médicos que devem procurar o SindMédico para lutar pelas suas reivindicações”, instou aos médicos presentes.

Considerada a capacidade de compe-titividade da empresa e manutenção da em-pregabilidade, o SindMédico-DF negociou reajuste acima da proposta inicial da empresa.

É bom saber que ainda existe um Sindicato que seja realmente atuante, que pense no bem-estar do médico”, declarou.

Questionado pelos médicos, Gutem-berg explicou que o adicional de insalubri-dade praticado no setor privado é indexado ao salário mínimo, diferente do que ocorre no setor público.

“Hoje, o salário do médico na Se-cretaria de Saúde do Distrito Federal está sendo atraente para quem está empregado na iniciativa privada”, apontou o presi-dente do Sindicato.

Gustavo Lima

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Centro da Página

Grupo Santa Lúcia Oncologia

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Centro da Página

Grupo Santa Lúcia Oncologia

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C a p a

A reformulação do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), com diminuição do número de referências para ascensão funcional de 25 para 18 padrões e o realinhamento do piso salarial para atração novos médicos são as mais recentes conquistas, mas vem de longe a estruturação do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) para chegar ao estágio de organização e ao patamar de re-alizações acumulados em 35 anos de história.

Nos anos mais recentes, entre a im-plantação do primeiro PCCS exclusivo da carreira médica, em 2004, até agosto de 2009, os reajustes salariais representaram um terço

Uma década de fortes benefícios obtidos para os médicos de Brasília colocou no topo a aprovação do trabalho do SindMédico-DF em favor da categoria.

O respeito aos direitos trabalhistas, desde a escalada neoliberal da década de 1980, tornou-se uma dança complicada, na qual os governos se julgam coreógrafos incontestes. O SindMédico-DF determina os próprios passos. Exemplo disso, em 2013, foi a reconquista do direito à licença para acompanhamento de padrasto ou madrasta, ascendente, descendente, enteado e colateral consanguíneo ou afim até o segundo grau civil, que havia sido restringido desde que entrou em vigor o Regime Jurídico do Servidor do Distrito Federal (Lei Complementar no 840 de 2011). A Lei Complementar 862, de 25 de março de 2013, corrigiu a injustiça.

O Sindicato também se empenhou em corrigir o equivoco na apli-cação da Portaria 145, de 11/08/2011, que proibiu os plantões de mais de 12 horas. Depois da assinatura do acordo coletivo com a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF), em 30 de agosto, foi publicada a portaria no 228, de 2 de setembro, que regulamentou a jornada de plantão de 18 horas para médicos.

Na Justiça, o Sindicato também obteve importantes vitórias. Em junho de 2009, a então ministra do Supremo Tribunal (STF) Ellen Gracie deu parecer favorável ao Mandado de Injunção (MI) 837, que garantiu a contagem diferenciada de tempo de trabalho em condições insalubres para médicos no serviço público federal – cumprido mediante regulamentação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Da mesma forma, o então ministro Carlos Ayres Britto fez o mesmo julgamento referente ao MI 836, que previa a mesma coisa para médicos servidores do GDF – nesse caso, somente em abril de 2011, o governo começou a cumprir o mandado,

com frequentes interrupções. O Sindicato continua apelando à Justiça para que a sentença seja cumprida.

Nos trilhos da parceria entre conquistas e satisfação

“Dois para lá, dois para cá”

do ganho salarial acumulado com a incorpo-ração da Gratificação de Atividade Médica (GAM) e o Novo PCCS. Com a incorporação, os valores das gratificações de insalubridade, titulação e movimentação agora aumentam em proporção direta a um único vencimento. “Agora, com a implantação do novo PCCS, é que vemos o real efeito da incorporação da GAM: os reajustes são iguais para todas as rubricas que compõem o salário total. O ganho é maior”, aponta o presidente do Sin-dicato, Gutemberg Fialho.

Além das questões salariais, a dire-ção da entidade tem lutado pelos direitos da

Em 2011, o governo Agnelo Queiroz passou a aplicar a resolução do GDF de 2009, a qual determinava a aplicação do teto salarial à soma dos salários dos servidores com dois vínculos no serviço público - primeiro no GDF e, depois, cruzando os dados de emprego local com informações de emprego no âmbito federal. Com o esforço do Sindicato, em 7 de junho, a Secretaria de Administração Pública (SEAP) editou a Instrução Normativa no 100, em cumprimento à decisão da ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a qual determinou a separação dos vínculos para aplicação do teto. A decisão final sobre a questão será tomada pelo STF.

classe médica por meios administrativos, políticos e judiciais. Boa parte do esforço da atividade sindical é aplicado a cobrar direitos da categoria que são desrespeitados, garantir a permanência dos que são reconhecidos e re-cuperar benefícios perdidos por uma razão ou outra. “A política dos sucessivos governos em relação ao servidor público de carreira tem sido sempre tentar cortar os benefícios e vantagens próprios do exercício de atividade pública”, explica Fialho.

O resultado dessa atuação voltada para o médico tem colocado a instituição sindical no topo da aprovação junto à classe

E d i ç ã o 1 0 0

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Vox Populi: Abril-Maio/2013

2013

2009

2013

2013

AprovaçãoGeral

Médicos commenos de 40 anos

Médicos do setor privado

68,3

%

78,3

%

75,3

%

86,4

%

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Outras conquistas e realizações do SindMédico-DF desde 2009:

2009Campanha “A Saúde de Luto”, que garantiu a incorporação da GAM em três parcelas.

2010Manutenção do pagamento da Gratificação por Condições Espe-ciais de Trabalho (GCET) para médicos lotados nos centros de saúde do Núcleo Bandeirante e do Recanto das Emas.

2011Primeiro Dia de Alerta aos Planos de Saúde Em abril, junto com o Conselho Regional de Medicina do DF (CRM/DF) e da Associação Médica de Brasília (AMBr)Criação da Comissão Distrital de Honorários Médicos (CDHM). Desde então, o SindMédico-DF tem sido protagonista na condução dos assuntos referentes à saúde suplementar e comandado protestos e manifestações do setor.Garantia aos de legistas da Polícia Civil do DF do direito de acu-mular vínculos com horários compatíveis.

2012I Seminário sobre o Sistema de Saúde Suplementar do DF.Mais de uma centena de médicos e familiares receberam valores

referentes ao precatório 727/96, do grupo do doutor Ernani Kuhn.Impedimento de unificação das escalas da pediatria e da neonato-logia no Hospital Regional de Santa Maria.Proposta para atualização da CBHPM. A proposta prevê realinha-mento de honorários para cirurgiões auxiliares – 100% do porte do ato para o primeiro auxiliar, 70% para o segundo e 50% para os demais, além do fim de honorários diferenciados para atendimento prestado a paciente em enfermaria.Defesa da cobrança direta de honorários de disponibilidade para obstetras em caso de livre escolha do médico que realizará o parto pela paciente. O CRM/DF e o CFM deram pareceres favoráveis a essa conduta.

2013Parecer da Procuradoria Geral do DF (PGDF) favorável à admissi-bilidade da acumulação de dois contratos com carga horária de 40 horas para médicos legistas que também têm vínculo empregatício na SES/DF. Decisão liminar contra a suspensão de pagamento do adicional de insalubridade nos períodos de férias e licenças previstas em lei.Reconhecimento de erro na cobrança de Imposto de Renda suple-mentar sobre valores referentes às cessões do precatório 449/94 pela Receita Federal.

C a p a

médica. Anualmente, o Instituto Vox Po-puli realiza pesquisa de satisfação para o SindMédico-DF, que serve como balizado-ra da gestão e formulação de políticas para a categoria. No último levantamento aferi-do este ano, o índice de aprovação do Sin-dicato junto a sua base chegou a 78,3%. Esse indicador cresceu exatos 10% desde 2009, quando a primeira aferição foi realizada. Dois pontos precisam ser ressaltados nessa análise. O primeiro é que, ainda em 2009, o índice de aprovação já era considerado elevado e, segundo, que a pesquisa de 2013 foi aplicada entre os meses de abril e maio, muito antes da aprovação da principal con-quista dos últimos anos: o Novo PCCS, que ocorreu agora em setembro, com pagamen-to no contracheque de outubro.

Ao longo desse período de transfor-mações que o sindicato trouxe para a vida pessoal e profissional dos médicos, alguns paradigmas foram derrubados. O primeiro

deles diz respeito a atuação sindical para os médicos mais jovens. Em 2009, enquanto à aprovação geral do Sindicato junto à classe médica era de 68,3%, esse indicador entre os médicos mais jovens (com menos de 40 anos) era de 60,3%. Hoje, enquanto a avaliação ge-ral passou para 78,3%, entre essa faixa estaria de colegas, o indicador passou para 75%. Ou seja, com esses indicadores mais próximos, o pensamento de toda a classe médica se mos-tra mais uniforme, quebrando a barreira en-tre os mais experientes e os mais jovens.

O segundo paradigma derrubado é de que o Sindicato é de médicos da Secretaria de Saúde do DF. Isso se revela também por meio da pesquisa Vox Populi, na qual o grupo de médicos da iniciativa privada tem índice de aprovação do Sindicato de 86,4%, maior que a avaliação geral da aferição. Isso é fruto das ativi-dades que o Sindicato dos Médicos do DF vem desenvolvendo na clínica privada, por meio de manisfetações, embates contra planos de saúde

e contra a cartelização do mercado privado de medicina nas mãos de poucos grupos econômi-cos. Nos últimos anos, o SindMédico-DF lide-rou as atividades da Comissão Distrital de Ho-norários Médicos (CDHM), em parceria com as demais entidades médicas locais, que discutiu contratos e melhorias dos honorários pagos pelos convênios aos médicos, com a majoração dos valores de consulta e demais referenciais de procedimentos.

R e v i s t a M é d i c o

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A c o n t e c e u

O presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, e o diretor adjunto Francisco Leal prestigiaram a posse dos novos membros do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM/DF), presididos por Martha Zappalá. Eles assumiram a gestão, pelo quinquênio de 2013 a 1018, em sessão solene realizada na noite de quarta-feira, dia 16 de outubro, às 20h, no auditório do Memorial JK.

O presidente do SindMédico-DF, Gu-temberg Fialho, e o secretário de Assuntos Políticos, Carlos Fernando, compareceram à entrega do Prêmio Congresso em Foco, no dia 30 de setembro. A premiação anual é concedida aos parlamentares que tiveram atuação destacada, escolhidos por meio de votação púbica via internet e por jornalistas setoristas das casas legislativas federais.

Uma das lideranças com forte atu-ação na defesa da regulamentação da car-reira médica e contra a Medida Provisória 621, o deputado Ronaldo Caiado (DEM/GO) foi um dos indicados como melhor

Novos conselheiros tomam posse

Parlamentares destacados

AMBr solidária

parlamentar de 2013. Veja mais sobre a pre-miação no site Congresso em Foco, canal recomendado para informação e formação de consciência política. O deputado brasi-liense Reguffe foi outro agraciado.

Mais de 50 crianças assistidas pela creche Anjo da Guarda receberam brin-quedos doados por associados à Associa-ção Médica de Brasília (AMBr) e uma festa realizada no clube, no dia 12 de outubro. No Dia da Criança Solidário, que teve a segunda edição este ano, as famílias dos doadores também participaram das ativi-dades lúdicas promovidas pela associação.

Evento realizado em 11 de setem-bro marcou a comemoração dos 53 anos do maior hospital do Distrito Federal. Atualmente, são 3,5 mil os servidores que atuam pela saúde de milhares de pessoas que, diariamente, passam pela unidade de saúde. A eles o SindMédico-DF es-tende sua saudação, tanto pelo marco do aniversário, quanto pela superação diária das dificuldades para prestar atendimento adequado aos pacientes.

A médica Alba Mirindiba foi uma das agraciadas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT10) com a Ordem do Mérito de Dom Bosco (no grau cavaleiro), oferecida para destacar as perso-nalidades que prestaram relevantes serviços à Justiça do Trabalho. Alba foi indicada pela presidente e grã-mestra do conselho da co-menda, desembargadora Elaine Vasconce-los, pelos demais membros do conselho e também pelos desembargadores do TRT10.

Gutemberg Fialho e Carlos Fernan-do também prestigiaram a abertura do XXIV Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, realizado no Royal Tulip Brasília Alvorada Hotel, na noite de 18 de setembro. Evento de sucesso, o con-gresso foi organizado pela equipe regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Ca-beça e Pescoço (SBCCP) no DF: Cláudio Netto Estrella Marina Azzi Quintanilha e Achilles Alves de Levy Machado, José da Costa e Silva Filho e Maria Auxiliadora da C. Neto Estrella.

Festa no HBDF

Reconhecimento de mérito

Congresso da SBCCP

Cidney Martins

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A c o n t e c e u

Seis novos titulares tomaram posse na Academia de Medicina de Brasília (AMeB) no dia 17 de setembro: Augusto Cesar de Farias Costa, Etelvino de Souza Trindade, José João Ferraroni, Osório Luís Rangel de Almeida, Simônides da Silva Bacelar e o diretor adjunto do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Antônio Geraldo da Silva.

Durante a cerimônia de posse, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto D’Ávila, proferiu uma palestra com o tema Humanidade e Prática Clínica. Nessa mesma ocasião, foi feita uma homenagem póstuma ao ex-presidente da AMeB, acadêmico Sérgio da Cunha Camões.

O Hospital Santa Marta inaugurou, no início de setembro, o Centro de Treina-mento Juscelino Kubitschek, sede do Ins-tituto Santa Marta de Ensino e Pesquisa (Ismep), para realização de conferências, palestras, estudos de casos clínicos, cursos de capacitação e atualização técnica para

Posses na AMeBNovidades no Santa Marta

as diversas áreas da assistência e de gestão em saúde, incluindo pós-graduação. Na pós-graduação, o Santa Marta se tornou o primeiro hospital privado do DF a oferecer programas de residência médica em quatro especialidades: anestesiologia, clínica médi-ca, medicina intensiva e neonatologia.

O presidente do Sindicato dos Médi-cos do Distrito Federal, Gutemberg Fialho, foi um dos palestrantes no XVIII Congres-so Paulista de Obstetrícia e Ginecologia, re-alizado pela Sociedade de Obstetrícia e Gi-necologia do Estado de São Paulo (Sogesp).

Realizado entre os dias 5 e 7 de setem-bro o evento reuniu mais de 6,5 mil médicos. O tema abordado por Gutemberg foi O que o movimento sindical tem feito para a melhoria dos honorários na saúde suplementar.

O secretário de Assuntos Políticos, Carlos Fernando, também participou das atividades programadas pela Sogesp.

A diretora de Divulgação e Imprensa do SindMédico-DF, Adriana Graziano, repre-sentou a entidade na inauguração do serviço de diagnóstico por imagem na unidade do la-boratório Exame da Asa Sul. Recebidos pelos diretores médicos Adília Segura e Marcelo Ca-nuto, os convidados participaram de coquetel e de recital do pianista Walter Asvolinsque.

O SindMédico-DF lamenta informar o falecimento da patologiasta Glória Jabur Bittar Oton, ocorrido no final de agosto. Ao expressar solidariedade pela perda a familiares e amigos, a diretoria da entidade destaca o empenho profissional e a relevância dos serviços prestados à comunidade pela Dra. Glória.

Exame comemora avanços

Melhorias nos honorários

Obituário

Além de equipamentos modernos, o Exame investiu na criação de um ambien-te agradável para os pacientes, que não se restringe à arquitetura de interior e mobi-liário. Uma das novidades no serviço é o equipamento do Cinema Vision, sistema de entretenimento que pode ser utilizado durante os exames de ressonância.

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E s p e c i a l

“Como não houve melhora alguma significa que o problema não era com os médicos e não será resolvido somente com o controle de ponto. Toda a estrutura e organização administrativa

estão erradas. Não será colocando a culpa nos médicos que a população terá um serviço de saúde pública no mínimo razoável”

Trinta e dois terminais de ponto ele-trônico começaram a funcionar no Hospi-tal de Base do Distrito Federal (HBDF) na segunda-feira, 4 de março deste ano. O ob-jetivo alegado, depois de meses de esquivas sobre a responsabilidade sobre os problemas no sistema de saúde pública, era controlar com mais rigor o horário de trabalho dos médicos, então apontados como os vilões da saúde pública no DF – recurso ao qual os governos recorrem pelo menos a cada quatro anos.

Segundo o então secretário de Transpa-rência, Carlos Higino, havia também a intenção de “coibir fraudes” na prestação de horas extras – como se fossem os servidores e não os gesto-res os responsáveis pelo controle dos registros. Oito meses depois, o Sistema de Registro Ele-trônico de Frequência (Sisref) ainda apresenta dificuldade para servidores e gestores.

João Flávio Bezerra*

*Comentário à reportagem Implantação de ponto eletrônico em Hospital de Base completa um mês, publicada na página eletrônica do Correio Braziliense, em 2 de abril deste ano.

Informática burocrática

Ponto eletrônico em números

“Temos alertado o secretário de Saú-de de que o sistema não pode ser tão rígido a ponto de criar dificuldades para a condu-ção do trabalho ou prejuízo aos médicos”, afirma o presidente do Sindicato dos Mé-dicos do Distrito Federal, Gutemberg Fia-lho. Porém, coordenado pela subsecretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, Maria Natividade Gomes da Silva Teixeira Santana, o processo de implanta-ção e gestão do ponto eletrônico tem sido dispendioso, burocrático e inflexível.

Uma série de problemas tem ocorri-do na trajetória da implantação do sistema.Entre eles pode-se citar a dificuldade de interface do Forponto (o sistema de ponto informatizado) com o TrakCare, a falta de conectividade entre unidades de saúde e o próprio fato de que o sistema não está im-plantado em todos os locais de trabalho.

O gasto inicial da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES/DF) com a implantação de solução integrada de controle de ponto eletrônico e controle de acesso foi de R$ 6.362.170,64, contratada a Task Sistemas de Computação S/A.

Para a implantação do Sisref no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) foram gastos mais R$ 79.837,76, por serviços de infraestrutura para instalação, pagos à Control Teleinformática Ltda.

Anúncio feito pelo secretário de Administração Pública, Wilmar Lacerda, dá conta de que se pretende gastar R$ 25 milhões para estender a utilização do ponto eletrônico a todos os servidores do Governo do Distrito Federal (GDF).

Hoje, o principal problema diz res-peito ao saldo do banco de horas. No caso de débito pelo servidor, a solução é simples: ou ele compensa em trabalho até o fim do mês subsequente à apuração ou o tempo não trabalhado é descontado de seu contrache-que. No caso de o servidor ter crédito, deve haver compensação em folga ou redução na jornada de trabalho, dentro do mesmo prazo previsto na situação anterior. É o que prevê a Portaria no 31, de 2 de março deste ano.

No entanto, o direito do servidor é condicionado ao interesse do serviço e à au-torização da chefia imediata. Isso envolve uma dose de subjetividade que vai da qua-lidade da relação com os subordinados ao tempo e à disposição necessários para os re-gistros de justificativa para a ausência nos horários normais de escala de trabalho.

“No quadro atual de falta generaliza-da de médicos, tem sido comum que médicos que trabalham além de seu horário de esca-la percam seus registros em banco de horas ao final de dois meses”, aponta Gutemberg. Deixar de formalizar a situação e conceder a compensação pode render processo adminis-trativo contra as chefias e trabalhistas contra a secretaria. Por outro lado, exercer o direito sem a autorização formal das chefias pode render processo contra o médico por abando-no de plantão. “É uma situação difícil em que são colocados os médicos e as chefias, mas o Sindicato vai cobrar dos gestores o respeito aos direitos dos médicos sindicalizados”, ga-rante o presidente do SindMédico-DF.

Cidney Martins

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E s t r a t é g i aA l e x a n d r e B a n d e i r a

Consultor de Estratégiae Marketing

Onde está o marketing?

É muito bom quando o desejo se encontra com a oportunidade. Eu expli-co! Em decorrência do artigo anterior, onde tratei da provocação de “quando acaba o marketing”, recebi diversos co-mentários e dúvidas sobre o tema. Entre elas, em particular, de uma pessoa que relatava a dificuldade de enxergar que tipo de marketing se enquadrava me-lhor no seu tipo de negócio.

Essa foi a deixa para que eu viesse a tratar neste espaço dedicado a negócios no segmento de saúde, so-bre um dos textos mais importantes da ciência do marketing; leitura obri-gatória por quem quiser se aventurar neste mercado. Estou falando do arti-go “Miopia em Marketing”, escrito por Theodore Levitt e publicado pela pri-meira vez na Harvard Business Review em julho-agosto de 1960.

A título de curiosidade, Levitt era alemão erradicado nos EUA, professor de Administração de Empresas na pró-pria Universidade de Harvard, e criador da famosa Teoria dos 4Ps do Marketing (Praça, Produto, Preço e Promoção), que muitos afirmam, equivocadamente, ser Philip Kotler o pai da mesma.

Mas o que levou este artigo, es-crito há mais de meio século, ser tão premiado e relevante até os dias de hoje? A simples lição de que as empre-sas se preocupam muito mais em colo-car o foco em seus produtos, do que se preocuparem primeiramente com seus clientes. No próprio texto que escrevi no artigo anterior, citei no quarto pa-

rágrafo já esta fundamental lição, para que as pessoas possam entender me-lhor a relação dos seus negócios com a disciplina do marketing.

Ao mudarmos o olhar sobre “o que nós fazemos”, para “quem faze-mos”; não importa se somos um hospi-tal, uma laboratório ou um consultório ginecológico; começamos a passar a enxergar como o marketing pode nos ajudar a desenhar as conexões neces-sárias para ligar o empreendimento ao mercado consumidor.

Tudo tem origem e fim no clien-te. Se é assim, existem duas lições que você precisa aprender. A primeira é co-nhecer quem é o seu cliente. Não esta-mos falando de saber o nome da pessoa que é atendida por ti, mas sim, qual o perfil dela. Onde mora, trabalha, cos-tumes, hábitos, gostos, etc. A segunda lição é entender os motivos que a levam consumir de você. O que sua empresa tem de bom, do que ele não gosta ou reclama, o que você faz que transmite segurança e confiabilidade.

Esse exercício vai lhe balizar so-bre que perfil de cliente o seu empre-

“Tudo tem origem e fim

no cliente”

Contato com a [email protected]/StrattegiaSaude

endimento atrai e porque ele assim o faz. É a partir daí que o seu composto de marketing vai ser estruturado, como uma peça de alfaiataria, que só serve ao seu negócio. Por isso reafirmo tanto que não adianta copiar o que seu concorren-te faz. Primeiro porque ele pode não sa-ber o que está fazendo e tanto ele quanto sua empresa, sofrerem por não atingir o objetivo desejado. Segundo, porque ele pode saber o que está fazendo e você re-petir um modelo que só dá certo para o empreendimento dele. Novamente, sua empresa sairá perdendo.

O composto de marketing feito exclusivamente para o seu empreendi-mento, vai equalizar tanto o que você faz bem, o mercado alcançado, a rela-ção de custo-benefício para aquisição de seus produtos e serviços e a forma como o seu negócio se comporta para amplificar sua melhor imagem no mercado e angariar mais clientes que se apresentem com o mesmo perfil da-queles que já estão em sua carteira.

Assim, não só você passará enxergar onde está o seu marketing, mas também os consumidores que considerarão sua proposta mercado-lógica como a ideal para suprir as ne-cessidades deles.

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S u p l e m e n t a r

Comissão de ética é leniente com

irresponsabilidade ministerial

Operadoras se armam contra punições da ANS

ACADEMIA DE MEDICINA DE BRASÍLIAEDITAL DE INSCRIÇÃO DE CHAPA À ELEIÇÃO DA DIRETORIA EXECUTIVA E CONSELHO FISCAL DA

ACADEMIA DE MEDICINA DE BRASÍLIA – AMeB – BIÊNIO 2014-2016

As operadoras de planos de saúde estão se armando para se insurgirem con-tra as punições que têm sido determina-das pela Agência Nacional de Saúde Su-plementar (ANS). No dia 20 de setembro,

A Presidente da Academia de Medicina de Brasília, em atenção ao que estabelece o Artigo 29 do seu Regimento Interno, comunica que a inscrição de chapas para concorrer à eleição da Diretoria Executiva e Conselho Fiscal para o biênio 2014-2016 dar-se-á no período de 02 a 14 de novembro de 2013. A eleição será realizada no dia 26 de novembro de 2013 às 18:30 horas em primeira convocação e 30 minutos após com qualquer número dos acadêmicos presentes, com término às 20:00 horas, no Auditório Tito Figuerôa, situado, no SGAS 607 – Edifício Metrópolis, Cobertura 01 – Brasília – DF, sendo a apuração dos votos realizada em seguida.

Relatório da Comissão de Ética Pú-blica da Presidência da República recomen-dou a demissão do então diretor de Fiscali-zação da Agência Nacional de Saúde (ANS), Elano Figueiredo.

O ex-diretor teria omitido a infor-mação (pública e notória) de que, como ad-vogado, defendeu interesses de operadoras de plano de saúde contra a ANS. Figueiredo pediu exoneração do cargo antes de ser con-vidado a se retirar.

A comissão não se pronunciou sobre a motivação ou leniência de quem indicou Fi-gueiredo para o cargo, uma vez que a situação era de conhecimento público mais de um ano antes da nomeação do advogado para o cargo.

O relator do processo disciplinar, Mau-ro Menezes, considerou que o ministro da Saú-de, Alexandre Padilha, “foi ludibriado” pelo ex-diretor. Segundo o presidente do colegiado, Américo Lacombe, o que levou à recomenda-ção de exoneração foi a omissão e não o fato de Figueiredo ter advogado contra a ANS.

Telefone: (61) 3244.1998 - [email protected]

a) Suspensão imediata das práticas indevidas propostas pela decisão do Cade, com multa diária de R$ 15 mil acumulável até R$ 300 mil por evento notificado e abertura de processo administrativo.

b) Em caso de reincidência, multa diária de R$ 50 mil a R$ 1 milhão.

c) Possibilidade de revisão do acordo de incorporação em caso de duas violações praticadas.

Decisão do Cade sobre a Incorporação da Acreditar pela Rede D’OrInforme aos Médicos Oncologistas

o Instituto Brasileiro do Direito de Saúde Suplementar (IBDSS) reuniu representan-tes de algumas das principais operadoras de planos privados de assistência à saúde em um curso cujo objetivo foi analisar os

A inscrição das chapas deverá ser feita por requerimento à Diretoria Executiva, em formulário próprio, à disposição dos interessados na Secretária da Academia de Medicina de Brasília, das 8h30 às 12h30 horas, de segunda a sexta feira, subscrito por todos os componentes aos respectivos cargos, ou acessado para impressão no site: http://www.academiamedicinadebrasilia.org.br/

Só poderão concorrer aos cargos de Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal os membros titulares que atendam aos preceitos estatutários e regimentais.

Brasília – DF, 02 de outubro de 2013.

Acad. Janice M. LamasPresidenteINFORME PUBLICITÁRIO

meios de proteção administrativa e judi-cial que poderão ser utilizados pelas ope-radoras contra decisões proferidas pelo ór-gão regulador, principalmente na fixação de penalidades.

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R e g i o n a i s

Ação itinerante recomeçou em outubro

Concurso é necessidade urgente para o Hospital de Base

O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) retomou o projeto SindMédico na Cidade na tarde de 7 de ou-tubro. O presidente do Sindicato, Gutemberg Fialho, e o secretário de Assuntos Políticos, Carlos Fernando, visitaram o Hospital Regio-nal de Ceilândia (HRC) para conversar com os médicos sobre a reformulação do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), as condi-ções de trabalho naquela unidade de saúde e a necessidade de se sindicalizar para aumentar a força de negociação da categoria.

Os médicos do HRC receberam ma-terial informativo sobre o PCCS, explicando detalhadamente as alterações salariais. Quem

Na tarde de 14 de outubro, a unidade visitada pela equipe do SindMédico-DF foi o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). O presidente Gutemberg Fialho e o secretário de Assuntos Políticos, Carlos Fernando, visitaram os médicos na emergência e no centro cirúrgico.

As áreas de internação do Hospital de Base continuam insuficientes para tantos pacientes. Esse mesmo problema existe no centro cirúrgico, onde pacientes continuam sendo internados na sala de recuperação. A realização de cirurgias eletivas e emergenciais no mesmo centro cirúrgico é um problema que não tem previsão de resolução. A pro-

tinha alguma dúvida sobre sua evolução fun-cional aproveitou para conferir em qual refe-rência passou a ser enquadrado e o aumento a que fez jus. Para dirimir qualquer dúvida, o Sindicato preparou e está distribuindo uma cartilha com explicações e as novas tabelas de vencimento – tudo detalhado.

A realização imediata de concurso público é uma das ações indispensáveis para mudar o cenário de sobrecarga de trabalho atual. O novo PCCS evita a saída dos médicos que estão na rede pública, mas ainda é preciso trazer mais profissionais para atender à popu-lação. “Agora, os salários também são atrati-vos para quem ingressar no serviço público”, destacou Gutemberg Fialho. O fortalecimento da base sindical é um dos aspectos enfatizados nesta edição do SindMédico na Cidade.

Falta de pessoal continua sendo o mais sério problema do HRC. Há algum tempo, fal-tavam, por exemplo, clínicos trabalhando nos finais de semana. Alguns profissionais se sen-tem desmotivados. As macas espalhadas pelos

metida criação de novo prédio voltado para ortopedia e trauma poderia ser a solução, mas não tem data para se tornar realidade.

Para os médicos abordados por Gutem-berg e Carlos Fernando, a melhoria de condi-ções de trabalho passa, necessariamente, pela renovação do quadro de servidores médicos. Até agora, as contratações têm sido insuficientes apenas para a reposição de aposentados e de-mitidos. No centro neurocardiovascular, por exemplo, embora tenham ocorrido mudanças positivas, a necessidade de pessoal é inegável.

O presidente do Sindicato dividiu com membros da equipe do HBDF a preocupação

corredores mostram uma situação que tam-bém não muda no HRC: o crescimento cons-tante das populações das cidades do Entorno. O ortopedista João Vicente Silva destacou que Águas Lindas é a cidade que mais demanda atendimento na cidade.

“Ceilândia tem uma situação que também merece atenção especial do gover-no: a estrutura física do Hospital Regional está muito defasada em relação ao cresci-

mento demográfico”, aponta o presidente do SindMédico-DF. Criado há 32 anos, o HRC ganhou o tamanho atual pela construção de novas alas e “puxadinhos”.

com o prazo para realização de concurso e admissão de novos médicos antes do período restritivo do ano eleitoral. O Ministério Públi-co tem cobrado o fim das contratações tem-porárias, o que torna o cenário mais obscuro.

“Na verdade, essas contratações foram objeto de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para atender à necessidade do Hospital Regional de Samambaia, no início da atual ges-tão”, explicou Gutemberg. Para ele, o corte ime-diato dos contratos temporários poderia invia-bilizar o funcionamento de setores e unidades de saúde inteiras. “É necessária a realização ur-gente de concurso e que seja feito um processo de transição que não prejudique o atendimento à população”, apontou.

Cidney Martins

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V i d a M é d i c a

Amor compartilhado

O exemplo é o amor à profissão

Preocupação com o futuro

Para o cirurgião geral José Luiz Mes-trinho, 66, saber que um herdeiro também quis ser médico é “a sensação do dever cum-prido”. O filho Bruno Vilalva, 30, passou no vestibular tanto para Medicina quanto para Engenharia da Computação, mas escolheu o primeiro curso sem interferência do pai: “Se o influenciei, foi no exemplo de ser médico com dedicação e amor à profissão”, garante.

O cirurgião deu conselhos, entretan-to, quando o filho precisava escolher sua es-pecialização: Bruno pensou em ser cirurgião como o pai, mas acabou se tornando urolo-gista. Hoje, José Luiz se orgulha de perceber que as dificuldades da profissão não impedi-ram o filho de seguir seu caminho, já que ele “entendeu que o exemplo a ser seguido seria mais gratificante do que as intempéries dos plantões e a ausência da família”.

O cirurgião pediátrico César Gal-vão já se aposentou, mas a missão de levar saúde à população foi transmitida à gera-ção seguinte: já no segundo grau, o filho César Gustavo decidiu cursar Medicina. O

Luiz Mestrinho, Renata Verna (nora), Danúzia (esposa) e Bruno Vilalva (filho)

pai não inf luenciou a escolha, mas afirma que sente satisfação por ter o filho exer-cendo a “Arte Médica”.

Ele teme, porém, pelas decisões to-madas pelo governo que podem prejudi-

car os profissionais de saúde: “Eu me sinto muito preocupado com os atuais rumos de acontecimentos que estão af ligindo a clas-se médica brasileira. Como será o futuro dos jovens médicos?”, questiona.

Vocação e amor à profissão e superação de adversidades ensinamentos que passam de pai e mãe para os filhos. Não são raros os exemplos disso entre as famílias de médicos. Muitas horas de trabalho e plantões nos finais de semana são constantes, mas o amor à profissão é fonte de inspiração e de motivação para os filhos de quem se dedica à medicina. A despeito do tempo curto para curtir os filhos, muitas vezes, os pais médicos têm uma realização extra, que é descobrir neles a vocação para o exercício da medicina.

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2 7R e v i s t a M é d i c o

V i d a M é d i c a

Pai modelo

Sem interferência paterna

Família completa

O ginecologista e obstetra Artur da Rocha, 52, não esconde a felicidade ao ver que a filha Clarissa Carvalho quis seguir a mesma profissão que a sua: “Eu me sinto orgulhoso, satisfeito. Medicina é um curso difícil, exige muita dedicação, muito esforço. Isso continua durante a vida de exercício profissional”.

Artur fica ainda mais contente porque a filha, que está fazendo residência, também optou por trabalhar com ginecologia e obs-tetrícia. Ele diz que essa escolha foi uma sur-presa, mas acredita que “os pais são exemplos para os filhos, têm que ser modelos”.

Para Guaraci Beleza, 54, a satis-fação veio em dobro: o f ilho Matheus Cabral, de 23 anos, está se formando em Medicina e já avisou que quer se especia-lizar em ginecologia e obstetrícia, mesma área do pai. Já a filha Thaiana Cabral, 21, está no terceiro semestre do curso e de-cidiu que quer ser pediatra. Guaraci diz que isso é um sonho realizado, mas que não interferiu na escolha dos filhos. “Eu nunca falei, eles foram vendo, e quiseram ser médicos”, afirma.

Na casa de Elisa de Carvalho, a pro-fissão é uma só. Tanto ela quanto o marido, José Eduardo Trevizoli, são médicos espe-cializados na área de gastroenterologia e hepatologia. A diferença fica por conta dos pacientes: enquanto Elisa atende crianças e adolescentes, José Eduardo se volta aos adul-tos. Os dois se conheceram ainda na faculda-de, e se casaram durante a residência. Para a médica, isso não é necessariamente uma fon-te de benefícios, mas “ter afinidades e viver desafios semelhantes facilita a compreensão e pode trazer ajuda mútua para o crescimento profissional e pessoal”.

As duas filhas do casal decidiram seguir o exemplo dos pais: Isadora de Car-valho faz residência em pediatria, enquanto Natália de Carvalho já fez residência em clí-

nica médica e, agora, é residente na mesma área em que os pais atuam. Para a mãe, essa

Natália de Carvalho(filha), José Eduardo Trevizoli (marido), Elisa de Carvalho e Isadora de Carvalho (filha)

Clarissa Carvalho (filha), Artur da Rocha e o filho

Matheus Cabral (filho), Guaraci Beleza, Thaiana Cabral (filha) e Ananda Cabral (filha – não é médica, faz Jornalismo e Direito)

troca de experiências pode facilitar a con-vivência familiar.

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D r . G i l F á b i o d e F r e i t a s

Vinhos e Histórias

O vinho no Império Romano

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V i n h o s

e vida rural no Império Romano, e obras de Columella, que elaborou, no século I a.C., um guia de produção agrícola que foi utilizado até o século XVII. O primeiro autor que descreveu com detalhes a viticultura foi o senador roma-no Catão, autor da obra DGAgri Cultura.

O vinho produzido no Império Roma-no era, na maior parte, doce, devido à maior capacidade de conservação. A colheita das uvas era tardia e o suco (mosto) era fervido para se obter um vinho mais forte e açuca-rado. Outra maneira utilizada para adoçar a bebida era acrescentar mel. De maneira geral, o vinho também era temperado com especiarias como hortelã, pimenta, açafrão ou pétalas de rosas.

Foi apenas no início do século XVIII que os viticultores italianos começaram a investir com seriedade na qualidade de sua produção. Um dos pioneiros na busca por um vinho de ponta foi o barão Bettino Ricasoli. Logo após as guerras napoleônicas, o barão herdou uma propriedade familiar na Toscana e percorreu França e Alemanha para estudar o cultivo de videiras. Foi um dos primeiros produtores do novo Chianti Classico, unindo três variedades de uvas: sangioveto, canaiolo e malvasia. Um excelente vinho italiano atu-al leva o nome do famoso barão: é o Barone Ricasoli Rocca Guicciarda Chianti Classico Riser-va DOCG. Vale experimentar!

Está sendo realizada, na Sicília, uma experiência para descobrir como era o vi-nho tomado no ápice do Império Romano, há mais de 2,3 mil anos. A qualidade da produção vinífera italiana é unanimidade entre especialistas e apreciadores de vinho. Barolos, Barbarescos, Chiantis e Brunellos de Montalcino, entre outros, estão no topo do que de melhor é produzido no mundo. A tradição vem de longe, da época em que os etruscos dominavam a hoje Toscana e pro-duziam vinho à maneira grega. A produção, no entanto, era pequena. Apenas em 800 a.C, com a vinda de colonizadores gregos à ilha da Sicília, a viticultura começou a se expandir no que hoje é a Itália.

Arqueólogos da Universidade de Catânia plantaram parreiras utilizando técnicas antigas. A uva escolhida é a nerello-mascalese, equivalente à da época. O cultivo está sendo feito sem agroquímicos, com fer-ramentas romanas e mudas amarradas com bengalas e vassouras. A fermentação será feita em potes de terracota, que depois se-rão impermeabilizados com cera de abelha e enterrados no solo. A primeira colheita está prevista para daqui a quatro anos e a produ-ção esperada é de 70 litros.

Para reproduzir as técnicas antigas, foram utilizaram textos como o Geórgias, de Virgílio, que traz poemas sobre agricultura

Pesquisa da Consultoria Nielsen re-alizada na Califórnia mostrou que, ao con-trário do imaginário popular, as mulheres bebem mais vinho do que os homens – 55% contra 45%. O estudo também mos-trou que as mulheres não preferem vinho

Bebida de mulherbranco doce, e sim os tintos das variedades cabernet sauvignon e merlot.

E por falar em mulheres, outro es-tudo, este da Universidade de Florença, na Itália, mostrou que mulheres que tomam ao menos uma taça de vinho por dia têm

a vida sexual mais ativa. Os médicos que aplicaram a pesquisa consideram a hipó-tese de que os componentes químicos do vinho podem aumentar o fluxo sanguíneo nas zonas erógenas do corpo, estimulando a função sexual.

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D r . E v a l d o A l v e s d e O l i v e i r a

Medicina em ProsaPRIMUM NON NOCERE

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L i t e r á r i a s

Residente do último ano de cirurgia, o Dr. Paulo Angel já estava contando as horas para terminar seu plantão em um hospital privado de Fortaleza, em meados da década de 1980. De repente, um veículo surgiu com quatro pessoas, vítimas de mais um acidente de carro naquele dia. Juntos, pai, esposa, filho e filha. Uma família de norte-americanos.

Os quatro ocupantes foram vítimas de um acidente auto-mobilístico no interior do estado e removidos para Fortaleza sem atendimento prévio. Dos quatro, a filha de 13 anos sofrera as pio-res lesões. Tratava-se de um gravíssimo trauma na face. A mãe, ao chegar, explicou ao médico residente que havia encontrado o olho direito da moça no assoalho do carro e não tinha noção do para-deiro do olho esquerdo.

Levada às pressas ao centro cirúrgico, logo foi localizado o olho esquerdo. Encontrava-se na cavidade nasal. Com a fratura do piso do assoalho da órbita, o olho fora atirado para baixo, alojando--se na cavidade nasal. O nervo óptico parecia íntegro. A equipe cirúrgica rapidamente providenciou a devida recolocação do olho esquerdo no lugar, efetuando-se os procedimentos necessários, na sequência do atendimento.

No sétimo dia do pós-operatório, uma surpresa: após a retirada do tampão do olho, a paciente falou:

- Estou vendo uma luz pelo meu olho esquerdo!Dias depois, chegou um avião-UTI dos Estados Unidos com

o objetivo de levar a moça e sua família para a Pensilvânia. Os familiares insistiram para que o Dr. Angel os acompanhasse até Harrisburg, capital do estado da Pensilvânia.

Mala arrumada às pressas, foram todos para a aeronave. O médico residente brasileiro não poderia levar sua mala pessoal, pois o peso da carga do avião já havia completado. Ele teria que viajar sem sua mala, apenas com a roupa do corpo. E roupa para um clima de cerca de trinta graus Celsius. Na sombra.

Ao pousar em Harrisburg, a temperatura local era de três graus, e o Dr. Angel vestido com a roupa que saíra de Fortaleza.

Ao sair do avião, o prefeito da cidade o esperava para uma reunião. Logo, ofereceram-lhe um casaco.

Um grupo de médicos aguardava o brasileiro. Em um pe-queno auditório, os chefes dos Serviços de Neurologia, Oftalmolo-gia e Cirurgia Plástica, acompanhados de seus médicos residentes e internos, não escondiam sua ansiedade com a apresentação do Dr. Angel. O Chefe da Cirurgia Plástica, um coreano, sentou-se à mesa e convidou o médico brasileiro a explicar os procedimentos cirúrgicos oferecidos à paciente no Brasil.

Logo após a apresentação dos slides pelo Dr. Angel, o chefe da Cirurgia Plástica criticou o atendimento realizado em Fortaleza. Na sua opinião, deveria ter sido feita uma abordagem cirúrgica em tempo único.

– Doutor – falou o Dr. Angel –, é muito fácil criticar agora, na tranquilidade de uma sala. Naquele momento, estávamos diante de uma moça de 13 anos, e com a certeza da perda do olho direito. Em nossa conduta, levamos em conta a preservação da fun-ção, em detrimento do resultado estético, que poderá ser abordado na sequência do tratamento.

Houve um certo desconforto entre os médicos no auditó-rio. Os chefes dos serviços de oftalmologia e neurologia, com um movimento de cabeça, sinalizaram sua concordância com a conduta dos médicos de Fortaleza. Depois de alguns segundos de silêncio, o médico coreano pediu desculpas pelas críticas.

Um ano depois, a família da moça telefonou para o Dr. Angel comunicando que a menina estava participando de um time de basquete da escola, com uma prótese no olho direito e a visão do olho esquerdo recuperada.

Um caso de alta gravidade. Uma conduta arriscada. Um resultado satisfatório.

Riscos envolvem todos os procedimentos realizados em um paciente, especialmente se o atendimento é de urgência. E Hipócra-tes bem o sabia. Primum non nocere.

Antes de tudo, não causar dano.

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J u r í d i c o

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O Laboratório Sabin orgulha-se de ter alcançado mais uma conquista tão importante. Durante o AACC - Annual Meeting

& Clinical Lab Expo 2013 da American Association for Clinical Chemistry, o mais importante congresso de medicina

laboratorial do mundo, a biomédica e pesquisadora do Laboratório Sabin, Dra. Júlia Vasques, recebeu a medalha de

primeiro lugar, na categoria Divisão de Patologia Molecular, pela apresentação oral de trabalho científico. O evento

aconteceu em Houston, no estado do Texas, Estados Unidos.

O trabalho intitulado “Inibição de nucleases mediada pelo EDTA protege DNA livre de células de degradação ex-vivo em amostras

de sangue” foi desenvolvido com a colaboração de outros profissionais do Sabin, orientados pelo pesquisador da área de Biologia

Molecular, Dr. Gustavo Barra, e com apoio do Núcleo de Apoio à Pesquisa do laboratório, o NAP.

Geralmente, o AACC recebe mais de 5 mil resumos de trabalhos de pesquisadores do mundo inteiro. Em 2013, apenas 906 foram

selecionados, sendo 86 do Brasil e destes, oito do Laboratório Sabin com oportunidade para apresentação oral de três.

Uma vitória da equipe Sabin, que confirma o constante investimento do laboratório em tecnologia, atualização e pesquisa. Vamos

continuar trabalhando para que possamos alcançar cada vez mais conquistas como essas para o nosso país.

www.sabinonline.com.br

Assessoria Científica: 61 3329 8028 ISO9001:2008

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AQUI VOCÊ, CLIENTE, ESTÁSEMPRE EM PRIMEIRO LUGAR.

MAS NO CONGRESSO AMERICANO, QUEM FICOU EM PRIMEIRO LUGAR FOI O SABIN.

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